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Distribuição Gratuita abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 8 - nº 73 - Novembro/2007 Sayão Nesta edição: O Orgulho e a Humildade Retrato de uma Alma Desencontros Onde Tudo Começa Influência Espiritual dos Encarnados Mediunidade Conquistando um Espaço Antônio Luís PROIBIDA A VENDA

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Page 1: Antônio Luís Sayão · Surgiaoanode1829. Como sempre costuma-se dizer “Ano novo, vida nova”. Mas para a espiritualidade, cada dia é o recomeçar de uma novavida.E,numcertodia,noRiodeJaneiro,precisamente

Distribuição Gratuita

abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 8 - nº 73 - Novembro/2007

Sayão

Nesta edição:

O Orgulho e a Humildade

Retrato de uma Alma

Desencontros

Onde Tudo Começa

Influência Espiritual dosEncarnados

Mediunidade

Conquistando um Espaço

Antônio Luís

PROIBIDA A VENDA

Page 2: Antônio Luís Sayão · Surgiaoanode1829. Como sempre costuma-se dizer “Ano novo, vida nova”. Mas para a espiritualidade, cada dia é o recomeçar de uma novavida.E,numcertodia,noRiodeJaneiro,precisamente

EditorialSeareiro

SeareiroSeareiro2

editorial

Publicação MensalDoutrinária-espírita

Direção e Redação

Endereço para correspondência

Conselho Editorial

Jornalista Responsável

Diagramação e Arte

Imagem da Capa

Impressão

Tiragem

Ano VIII - nº 73 - Novembro/2007Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737

Seareiro é uma publicação mensal,destinada a expandir a divulgação dadoutrina espírita e manter o intercâmbioentre os interessados em âmbito mundial.Ninguém está autorizado a arrecadarmateriais em nosso nome a qualquertítulo. Conceitos emitidos nos artigosassinados refletem a opinião de seurespectivo autor. Todas as matériaspodem ser reproduzidas desde que citadaa fonte.

Rua das Turmalinas, 56 / 58Jardim Donini

Diadema - SP - BrasilCEP: 09920-500

Caixa Postal 42Diadema - SP

CEP: 09910-970Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa

E-mail: [email protected]

Ana Daguimar de Paula AmadoFátima Maria Gambaroni

Geni Maria da SilvaJosé Roberto Amado

Marcelo Russo LouresReinaldo Gimenez

Roberto de Menezes PatrícioRosangela Neves de Araújo

Rosane de Sá AmadoRuth Correia Souza Soares

Silvana S.F.X. GimenezVanda Novickas

William de Paula AmadoWilson Adolpho

Eliana Baptista do NorteMtb 27.433

Reinaldo GimenezSilvana S.F.X. Gimenez

Adaptada de

Van Moorsel, Andrade & Cia LtdaRua Souza Caldas, 343 - Brás

São Paulo - SPCNPJ: 61.089.868/0001-02

Tel.: (11) 6764-5700

12.000 exemplaresDistribuição Gratuita

http://www.espirito.org.br/portal/biografias/images/antonio_luiz_sayao.jpg

Já nos alertou o Espírito de Verdade: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento.Instruí-vos, eis o segundo”.

Quando iremos atender ao convite do Mestre?Em O Livro dos Médiuns, vemos, em sua Introdução, Kardec afirmar que as “... dificuldades

e desenganos, com que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorânciados princípios desta ciência...”

E o que temos visto no meio espírita hoje?Periódicos espíritas que se parecem mais com colunas sociais, onde os trabalhadores

deveriam estar anônimos, mas que aparecem em fotos que ocupam espaços valiosos quedeveriam trazer apenas ensinamentos cristãos.

Dirigentes espíritas que inseriram em seus agrupamentos diversos tipos de supostostratamentos que nada têm a ver com a Doutrina Espírita: sessões de reiki, cromoterapia,pirâmides, acupuntura, passes especiais com letras e números que iludem as criaturasdesavisadas de que estes passes seriam mais “fortes” que outros, como se a EspiritualidadeSuperior, que é quem manipula os fluidos dos passes, fizesse distinção entre as criaturas;exercício mediúnico sem o estudo devido dos participantes, tornando-os presas fáceis deespíritos inferiores; estudo, nas reuniões, de livros doutrinariamente questionáveis, emdetrimento das obras básicas e as psicografadas por Chico Xavier, que podemos dizer ser abase da Doutrina Espírita; sessões de desobsessão com a presença da criatura obsidiada,como se fosse o recomendado por Kardec ou por André Luiz, e outras práticas estranhas aoEspiritismo.

E isto tudo por absoluta falta de estudo!Temos também palestras espíritas com o pagamento ao palestrante, ou com as despesas

de viagem ou de estada, como se não tivesse que se dar de graça o que de graça recebeste;palestras com cobrança aos ouvintes, em dinheiro ou de um quilo de alimento ou de qualqueroutra coisa, o que torna inviável o Evangelho do Cristo a quem necessite desta ajuda, e nãotenha como pagar. E tem espírita que concorda e apoia eventos desta natureza. Alegam quesão para fins sociais. Mas desde quando os fins justificam os meios? Kardec em sua obra“Viagem Espírita em 1862” não deixou claro que, em suas viagens, ele foi até onde o seu bolsopermitiu?

E por último, temos que acompanhar ditos espíritas apoiarem tese absurda de tais “criançasíndigo e cristal”, importada dos Estados Unidos, e criada por espíritos alheios aos processosreencarnatórios e mesmo da Doutrina Espírita, e que são acolhidas no meio espírita, como seem Kardec encontrassem respaldo. Espíritos inferiores e compromissados por milênios,aparecem como espíritos de escol, que irão auxiliar a humanidade. E ainda afirmarem que onosso Chico Xavier seria uma criança cristal. Resumir uma reencarnação missionária como adele, todo um trabalho de trazer à lume mediunicamente 412 obras que não teremos pormilênios como dimensionar a sua seriedade, a sua própria condição espiritual, a umadenominação destas?

Quanta bobagem!Onde está o estudo da Doutrina de Jesus?Devemos nos preocupar com a fidelidade espírita-cristã, já que fomos nós mesmos que

desvirtuamos a Doutrina do Cristo nestes 20 séculos, e a Misericórdia Divina está nos dandonovas oportunidades de refazermos os desvios que causamos. Será que optaremos pornovos desvios? Será que caminharemos para uma ostentação e uma busca de centralizaçãode poder, frutos do orgulho e do egoísmo, culminando num futuro Vaticano Espírita, numaclara traição ao Mestre?

Estudemos o capítulo Falsos Cristos e Falsos Profetas, do Evangelho, e reflitamos!Vigiemo-nos e oremos!

Equipe Seareiro

Grandes PioneirosEvangelização InfantilCantinho do Verso em ProsaTerceira IdadeKardec em EstudoClube do LivroFamília:Esperanto

EntrevistaAtualidade

Canal Aberto

Tema Livre:

Livro em FocoContos:

: Antônio Luís Sayão - Pág. 3: Onde Tudo Começa - Pág. 8

: Natal do Vencedor - Pág. 9: Conquistando um espaço - Pág. 9

: O Orgulho e a Humildade - Pág. 10: Atareve - Os Olhos da Vingança - Pág. 11

Desencontros - Pág. 11: Quem foi Zamenhof? - Pág. 12

: Mediunidade - Pág. 12: Conf iança - Pág. 14;

Oportunidades - Pág. 15: Ao Bandeirante do Evangelho

Novo:Allan Kardec - Pág. 16Influência Espiritual dos

Encarnados - Pág. 17; Retrato de umaAlma - Pág. 17

: Rumo Certo - Pág. 18Dona Borboleta no Mundo Espiritual

- Pág. 18

ÍNDICE

Livros básicos da doutrina espírita. Temos os 417 livrospsicografados por Chico Xavier, romances de diversos

autores, revistas e jornais espíritas. Distribuição permanentede edificantes mensagens.

Praça Presidente Castelo Branco - Centro - Diadema - SPTelefone (11) 4043-4500 com RobertoHorário de funcionamento: 8 às 19h30

Segunda-feira à Sábado

Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”

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Surgia o ano de 1829.Como sempre costuma-se dizer “Ano novo, vida nova”.

Mas para a espiritualidade, cada dia é o recomeçar de umanova vida. E, num certo dia, no Rio de Janeiro, precisamenteno dia 12 de abril de 1829, retornava à Terra o proeminenteespírito reencarnado de Antônio Luís Sayão, outrora cristãosustentando sua fé ao lado dos apóstolos de Jesus.

Chegava Antônio Luís num lugar paupérrimo, numacasinha simples. Mas fora recebido com profunda alegria eemoção por seus genitores. O pai, senhor Francisco Sayão,era um homem do povo, trabalhador e honesto, labutandoem vários empregos para que pudesse sustentar a família.

Apesar de todas as dificuldades, Antônio cresceu numambiente sadio, sabendo respeitar a Deus pelosensinamentos católicos, religião seguida por seus pais.

O desejo de Antônio era o de estudar para tornar-sealguém. Queria frequentar uma faculdade, onde ele pudesseentender de leis. Desde pequenino, perguntava ao pai porque todas as crianças não eram iguais. Na escola, elepassara a sentir que, entre as crianças, havia diferenças,algumas eram bem arrumadas, levavam lanches apetitosose outras, como ele, tinham as roupas velhas e mal tinham umpedaço de pão para comer. Por quê?

Seu Francisco, o pai, ficava sem saber ao certo o queresponder, mas dizia ao filho, com toda a candura e lealdade:

— Meu filho, sempre existiu a diferença entre todos aquina Terra. Isso porque uns são ricos e outros pobres comonós. Mas, perante Deus, meu filho, somos todos iguais. Anossa riqueza, filho, é a saúde e a alegria. Lembre-sesempre de que Deus, quando vê a fé nos corações dascriaturas, estará presente, num auxílio constante, para quese possa vencer os infortúnios da vida.

Embora sem entender muito bem as colocações de seuFrancisco, o menino aceitava. Gostava de ter essasconversas com o pai.

O tempo passa e Antônio Luís já não é mais uma criança.Tornou-se um jovem forte e estudioso. Para poder frequentara Faculdade de Direito de São Paulo, obrigou-se a arrumarum emprego que lhe desse o necessário para vencer navida. Para tanto, mudou-se para a capital paulista. Teve sortede empregar-se numa firmatrabalhando como atendente.Onde o requisitassem ele aliestava pronto para cumprir suasobrigações. Ganhava o suficientepara pagar a pensão, cujo aluguelde um quarto simples dividia commais um estudante, pobre comoele. Para vestir-se, Antônio Luísusava as roupas dos estudantescom mais posses, isto é, filhos defamílias ricas. Esses jovensgostavam muito de Antônio Luís.Como ele era sempre o primeiroaluno, destacando-se nasmatérias mais difíceis, pediam aAntônio que os ajudasse noreforço dessas matérias. Porisso, como ele não aceitassepagamento pelas aulas, aceitavaas roupas que eram para ele omais necessário. Ganhavatambém sapatos, que eram ora

apertados, ora grandes demais, porém com a ajuda de umchumaço de algodão nas pontas dos mesmos, tudo ficavaótimo, dizia ele. Os livros eram emprestados ou estudadosna biblioteca da própria república, onde viviam muitosjovens, que, prontamente deixavam material para os quechegavam, iniciando o curso. Foram anos de muitas lutas,mas Antônio Luís conseguiu se formar em CiênciasJurídicas, em 1852, na atual Faculdade de Direito daUniversidade de São Paulo. Sua primeira atitude foi deagradecimento a Deus, pela ajuda que sempre recebeu deJesus e de seus pais sempre presentes, através de cartas,que, escritas com toda a simplicidade de um pai semi-analfabeto, transmitiam-lhe ânimo e muito afeto.

Retornou ao Rio de Janeiro e, ainda com dificuldade,exerceu por muitos anos a profissão de advogado, abrindoum escritório na Praça da Constituição, atual PraçaTiradentes. Para tanto, aperfeiçoou-se na defesa doscriminosos, da tribuna do Júri. Encontrou apoio nos vultosilustres de grande expressão nessa área como Buch Varela,Ferreira Viana que, na jurisprudência, se destacaram porimprimir clemência e novas oportunidades através dotrabalho e da reeducação, para os chamados “delinqüentesrepugnantes”, pela sociedade. Antônio Luís de Sayãodefendia a mesma tese com paixão. Muitas vezes eracriticado e muitas calúnias o envolveram, feitas essas porpromotores de gabarito que temiam ser esquecidos pelafama, com o aparecimento de um advogado pobre e ousado,que sabia convencer um jurado com palavras que nãodeixavam dúvida alguma. Tornou-se um notável advogado,por demonstrar não só com palavras, mas também com aação, pois muitas daquelas criaturas voltadas para o mal,foram recuperadas pelo trabalho, que Sayão arrumava juntoa empresários amigos seus, e pela alfabetização, que Sayãoconseguia com os professores que simpatizavam pela causade reerguer os necessitados da alma.

O próprio Antônio Sayão muitas vezes reunia essesrecuperados e lhes ensinava, através da dramatização, osgrandes nomes da arte de representar e os autores de peçasteatrais. Muitos deles se interessaram tanto pela arte darepresentação, que acabaram transformando-se em atoresde peças famosas como “Rei Lear” e “Hamlet”, de William

Shakespeare. No dia 7 defevereiro de 1858,Antônio Luís deSayão foi eleito membro doConservatório Dramático do Riode Janeiro, por consagrar-senesses feitos clássicos.

Embora toda a sua ocupação,sentia falta em ter alguém ao seulado. Estava começando a sentirfalta de uma família. Embaladonesses pensamentos, encontrafinalmente sua consorte, junto aamigos que vieram de São Pauloprestigiar o seu já famoso grupoteatral.

Após o primeiro encontro,sucederam-se outros até que oesponsalício deu-se em 1865. Oamor unia o casal em suaamplitude e um menino veiocompletar a alegria da família.

Mas a felicidade desse larestava ameaçada. A esposa de

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

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Antônio Luís Sayão

Vitral da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulorepresentando o prédio da antiga Faculdade de Direito.

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Sayão adoecera gravemente. Diante dos prognósticosmédicos, era uma doença incurável. Os parcos recursos daépoca não ofereciam condições de cura.

Sayão, que sempre acreditou em Deus, buscavaalternativas através da fé. Nunca se apegara a religiãoalguma, mas precisava de uma indicação. Em seu interior,quando implorava a Deus o caminho que deveria tomar, poisalguns médicos aconselhavam-no a ir à Europa, ele temiapela distância. E abraçava-se ao filho, agora com 10 anos,para buscar resignação.

No dia 11 de setembro de 1878, cheio de amarguras,abatido e sem esperanças, caminhava ele pela Praça daConstituição, quando encontrou-se com seu velho amigo, osenhor Cândido Mendonça. Esse, vendo seu estadodeprimente, ao dialogar com o antigo amigo, vê transformara alegria do reencontro em profunda tristeza.

Transcorrido algum tempo de conversação, Mendonça,meio constrangido, relata fatosde curas que soubera estaremacontecendo. Certificado daseriedade do assunto, viu mesmoque várias pessoas, cujasdoenças eram tidas comoincuráveis, sararam, não pormilagres, mas por terem sesubmet ido ao t ra tamentohomeopático feito por um senhor,também advogado, chamadoFrancisco Leite de BittencourtSampaio. Mendonça reafirmaq u e o s r e s u l t a d o s s ã oespantosos. E pergunta-lhe:

— Por que não tentar essetratamento?

Sayão, pensativo, responde aoamigo:

— Desculpe-me, meu caroMendonça, mas não possosubmeter a minha esposa, a quem tanto amo, às mãos deum homem, que, embora seja meu colega de profissão, nãoentende de medicina. E veja que ela está em tratamento comos melhores clínicos que, graças a Deus, posso dar-lhe. Eeles todos são unânimes em afirmar que não há mais o quefazer. Por isso esse meu estado deprimente. Meu filho estádesolado.

Tanto foi a insistência de Mendonça que Sayão resolveu irao encontro de seu colega, no qual, segundo Mendonça, oque mais se destacava era a fé inabalável na DoutrinaEspírita. E foi esse o ponto principal que despertou algo nointerior de Sayão. E ele quis saber mais a respeito dessareligião.

Mendonça, entusiasmado, relatou-lhe fatos dainterferência dos espíritos na vida dos encarnados. Oassunto prolongara-se e, dizia Mendonça ao amigo:

— Vá ter com Bittencourt, ele é um excelente médium.No dia seguinte, Sayão vai à procura do médium, que

atendia às pessoas no Grupo Espírita Confúcio. Sem pressa,ele observou que gente de toda a comunidade carioca ali sedirigia para buscar remédios e esperar a vez de serematendidos.

Num rápido momento, alguém se aproxima dele epergunta-lhe o que está fazendo ali. Sayão, meioangustiado, explica que viera conversar com o senhorBittencourt para levar remédios à sua esposa, gravementeenferma. O voluntário responde-lhe sem reservas:

— Aqui, senhor, os remédios homeopáticos são doadosaos pobres e aos desenganados pelos médicos da Terra.

Sayão ia responder nervosamente ao rapaz, quando vêque alguém vai ao interior da casa e, voltando rápido,pergunta-lhe o nome de sua esposa. Anotado o nome numafolha de papel, o rapaz convida Sayão a acompanhá-lo. Eleadentra uma sala simples, com algumas cadeiras e, nofundo, vê uma mesa sobre a qual estavam vários vidros de

medicamentos. Ele observa que o rapaz entrega o papelcom o nome de sua esposa para um senhor alto, louro, deolhos azuis, que, pegando o papel, olha-o passivamente,curvando levemente a cabeça, como num cumprimentoexpressivo. Sayão, após responder ao cumprimento damesma forma, f ica atento ao desenrolar dosacontecimentos. Nota que o homem se volta para a frente damesa e, pegando alguns frascos, coloca a tinturahomeopática neles, adicionando a água destilada de umgarrafão que estava à parte. Dali ele passa para outrocompartimento e Sayão senta-se numa cadeira junto aoutras pessoas que deveriam, como ele, estar esperandoserem chamadas.

Para ele, o tempo parecia não passar. Estava impaciente,quando o voluntário vem ao seu encontro e lhe entregavários vidrinhos com as recomendações homeopáticas.Sayão, meio desconfiado, toma os vidros da mão do rapaz,

enquanto pensa: “Como daresses remédios à minha esposa,se não se interessaram em saberqual é a doença que elaapresenta? O que esse médicohavia prescrito? Enfim, qual seriao caminho a seguir?...” Saiu,porém, de suas reflexões quandoo rapaz lhe chama a atenção:

— Senhor, por favor, volteassim que as homeopatiast e r m i n a r e m p a r a d a r m o scontinuidade ao tratamento.

Meio confuso, ele indaga aorapaz:

— Mas, o homem queadministrou essas medicações,pelo que fiquei sabendo, nãosendo médico, como as preparouse nem qu is saber qua lenfermidade minha esposa tem?

O voluntário tenta explicar:— Senhor, aqui nós acreditamos no maior médico do

mundo, Jesus. É Ele que, através dos superiores Espirituais,atua sobre o médium e este, orientado, segue a prescriçãodoAlto. Se o senhor assim não crê, por que veio até aqui?

Apalermado diante da resposta e já saindo, resmunga:— Pelo menos é a última esperança...Com vagar, as homeopatias foram dando resultados

positivos. Sayão via que dia a dia a palidez do rosto de suaesposa dava lugar ao rosado nas faces. Ela já começara a sealimentar e ter menos dores no corpo. As manchas tambémestavam desaparecendo. Aos poucos a alegria começava avoltar àquele lar. E Sayão não se cansava de agradecer aDeus o retorno à vida de sua companheira.

Passou a se interessar e a estudar o Evangelho. Nascontínuas idas ao Grupo Confúcio e nos muitos diálogos comBittencourt Sampaio, encontrou o “celeiro de luz” queiluminou e deu novo rumo à sua vida. Ajudado por váriosamigos, apresentados por Bittencourt, Sayão, durante doisanos, reuniu os adeptos do Espiritismo numa sala de suaresidência para estudarem profundamente os ensinoscristãos, enquanto sua esposa se restabelecia.Positivamente, pensava Luís Sayão, o ano de 1878 fora ummarco em sua reencarnação: tornara-se espírita e a doutrinaesclarecedora lhe dera a oportunidade de entender o onteme o hoje refletindo no amanhã.

Numa dessas reuniões de estudos, em que váriosmédiuns já apresentavam mensagens psicografadas ao finalda reunião, foi ele surpreendido pela visita de um professorde Filosofia muito habilitado nessa matéria, J. Rodrigues deMacedo. Após os abraços por tanto tempo sem notícias umdo outro, o professor lamentou ter encontrado seu amigo àsvoltas com “fantasmas”, dizia rindo, por não acreditar na vidaeterna.

Convidado para participar dos estudos, ao que aceitou,

SeareiroSeareiro4

Praça Tiradentes, antiga Praça da Constituição, Rio de Janeiro.

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renderam-se discussões acaloradas a respeito do retorno àTerra. No final da mesma, Sayão pediu a concentração paraa mensagem final. Feita a prece, um dos médiuns recebeuma mensagem dirigida a Macedo. Este, ao lê-la,empalidece: a mensagem era de seu pai, desencarnado hámuitos anos em São João do Príncipe. Ali ele contava fatosque somente Macedo sabia. A letra foi o que mais oimpressionou, era perfeita, principalmente a assinatura e oserros gramaticais que seu pai fazia, por não conhecer anorma culta do português. Ao se despedir de Sayão, disse-lhe, emocionado:

— Meu pai sempre foi de fazer-me surpresas, mas poressa jamais esperava. Conseguiu fazer-me acreditar nasobrevivência do espírito.

Despediu-se feliz, dizendo que breve estaria ali paraconhecer melhor a Doutrina Espírita.

Com a melhora e, podendo-se afirmar, a cura de suaesposa, Sayão passou a requisitar, sempreque era preciso, os recursos homeopáticos deBittencourt, que tornara-se o “médico” dafamília.

Certa ocasião, no período da tarde, quandoBittencourt acostumara-se a ir tomar chá com afamília e entreterem-se com a conversação,este levantou-se rápido, dizendo ter algoimportante a fazer. Despediu-se e saiu. Meiahora depois, um dos serviçais da casa, denome Celestino, chega da rua com ascompras, deixando tudo cair, pois nãoagüentara a sufocação que o acometera narua, chegando quase morto, sem poder falar.Todos correram a atendê-lo; Celestino estavaficando roxo. Sayão e a esposa lamentavampor Bittencourt não estar ali... queriam chamá-lo, mas onde estaria? Sayão passoumentalmente a invocar o amigo, pedia-lhe que viesse oquanto antes, pois Celestino poderia morrer. E, nessemomento, fortes pancadas na porta foram ouvidas por todose a voz de Bittencourt que clamava:

—Abram logo essa porta, antes que seja tarde demais!De imediato, ele entrou e foi levado ao quarto de

Celestino. Vendo-o quase sem respiração, deu-lhe fluidosbenéficos pela boca, usando sua própria energia e, commassagens no peito, viram logo Celestino acalmar-se erespirar normalmente. Passado o susto, contou Bittencourtque, saindo dali, rapidamente fora atender a umcompromisso social. E quando estavam no meio do jantar,ele sentiu algo estranho, como alguém que estivesse emdesespero e, em meio a gemidos, ouviu seu nome pela vozque parecia ser de Sayão. Pedindo desculpas aos anfitriões,ali chegara rapidamente. Abraçando-se ao amigo, Sayão lhedisse que sua dívida perante Deus estava aumentando.Calmamente, Bittencourt responde-lhe:

— Essa dívida deve ser paga com a moeda do amor aopróximo. É a mais sagrada e benéfica, se bem executadapelo trabalho e caridade.

Todos esses acontecimentos fizeram comque Sayão se dedicasse cada vez mais aoEspiritismo. Passou a trabalhar junto deBittencourt, Bezerra de Menezes e de outros naentão “Sociedade de Estudos Espíritas Deus,Cristo e Caridade”, cujo Guia Espiritual eraIsmael que, através de Bezerra de Menezes,orientava-os na planificação dos trabalhos aserem desenvolvidos na casa. Por essa época,o Grupo Espírita Confúcio, no qual trabalhavaBittencourt Sampaio e onde Sayão tambéminiciara seus estudos doutrinários, se extinguirapara dar lugar à Sociedade de EstudosEspíritas Deus, Cristo e Caridade.

Porém, as divergências entre os encarnadoscomeçaram a interferir na parte espiritual.Sayão tentou apaziguar a situação, mas com o

crescimento do grupo, o orgulho também crescera. Nãoconseguindo o reajuste necessário para que a pazretornasse entre os freqüentadores, Sayão, Bittencourt eFrederico Júnior resolveram se afastar e juntos formaram umnovo Grupo, que recebeu o nome de Grupo dos Humildes,sendo depois conhecido como “Grupo de Sayão”. Este nãogostava que assim se referissem ao grupo, dizendo que oagrupamento havia nascido das mãos de muitos tarefeiros,principalmente pelo mentor espiritual, que continuava sendoIsmael.

As lutas continuavam. Sayão objetivava seu esforço paraque os agregados do núcleo estudassem a Doutrina Espíritacomo Kardec deixara, sendo a base sólida peloentendimento cristão. Não usar a mesma só para facilitar avida daquelas que se candidatavam às práticasmedianímicas. Novamente as discórdias se fizerampresentes. Como esses acontecimentos estavam

atrapalhando os planos dos espíritos dessegrupo que estava sob a orientação de Ismael,vem este, através do médium FredericoJúnior, transmitir uma mensagem de ânimo,pedindo aos componentes encarnados firmaro propósito de ser esse núcleo fiel aos ensinosde Kardec. Seria necessário prosseguir com adivulgação dos problemas concernentes àsreencarnações sem misticismos. Com essamensagem direta do Alto, ao término dareunião, junto de Bittencourt Sampaio ficouacertada uma nova reunião onde se filiariamao grupo aqueles que estivessem dispostos acompartilhar do mesmo ideal de estudos, semmisturas religiosas e polêmicas inúteis. Nessenovo núcleo formado no dia 15 de julho de1880 fica no cargo de diretor dostrabalhos, acompanhado pelos médiuns

Frederico Pereira da Silva Júnior, JoãoGonçalves do Nascimento, Manuel Antônio dos SantosSilva, Francisco Leite de Bittencourt Sampaio e sua esposaIsabel Maria de Araújo Sampaio. Todos com o mesmo idealde Sayão. Nessa memorável noite, que fora inspirada peloAlto, após as designações das tarefas com a concordânciade todos, Ismael, através do médium Frederico, transmitesua mensagem psicofônica:

“—Assim é, amigos e companheiros de trabalho: eu folgo,eu rio de contentamento quando vos vejo reunidos,empregando todos os esforços, na altura de vossas forças,para reabilitar o Espiritismo ainda em começo no Brasil e, noentanto, já desnaturado pelos homens que não se sabemgovernar pela razão e pelo bom senso, pelas leis traçadaspelo Divino Mestre.

Eu folgo e me junto convosco para ver se podemos realçaros brilhos dessa Doutrina por sobre a humanidade inteira,até hoje esquecida das lições do Divino Mestre”. (GrandesEspíritas do Brasil)

Pouco tempo depois, o “Grupo Ismael” incorporou-se àFederação Espírita Brasileira (FEB), onde existe até hoje,

naturalmente com outras pessoas, mas com amesma dignidade dos princípios doutrinários.

As instruções para a continuidade dastarefas eram transmitidas pelos espíritos,sendo que, em uma delas, o espírito de FreiJosé dos Mártires dizia estar encarregado deauxiliar o amigo Sayão, pelos laços que oprendiam de existências passadas.

Com o progresso levado a efeito pelostrabalhos sérios desenvolvidos na FederaçãoEspírita Brasileira e pela responsabilidadedesses médiuns pioneiros, Ismael conseguiratransmitir o plano de ajuste para que essaentidade divulgasse o ensino básico deKardec.

Em 20 de junho de 1888, um famosomédium norte-americano, de nome Henry

Sayão

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 5

Francisco Leite de Bittencourt Sampaio

Dr. Bezerra de Menezes

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Slade, esteve no Rio de Janeiro. A FederaçãoEspírita Brasileira formou uma comissão parair conhecer seu trabalho. Dentre eles, estavamAntônio Luís Sayão e o dr. Bezerra deMenezes, que já havia se declarado espírita, epor meio de quem foi descrito o encontro aseguir.

A fama de Slade era por ser médium deefeitos físicos e de outros fenômenosmediúnicos.

Rumaram para o morro da Glória, para umapensão onde o médium americano seinstalara. Foram acolhidos calorosamente econvidados a se acomodarem numa agradávelsaleta, onde a luz do sol irradiava intensaclaridade.

A saleta estava composta de uma pequenamesa sobre a qual estavam dispostas duasardósias (rocha, pedra ardilosa).

Slade pediu para que Sayão ficasse com uma ardósia eBezerra de Menezes com a outra e para ambos examinaremcom muito cuidado as peças, sem mais serem tocadas pelasmãos de Slade.

Dirigindo-se a Sayão, mandou que colocasse sua pedrasobre a mesa novamente. Slade então aproximou-se e sobreessa pôs uma pequena porção de lápis. Dirigindo-se ao dr.Bezerra, pediu para que ele colocasse sua ardósia sobre aoutra, ficando dessa maneira os lápis entre as duas ardósias.Feito isso, disse ao dr. Bezerra para pegar as duas pedrascom a mão direita, unindo-as. Após isso, levou a mão domédico com as pedras à altura de seu ombro esquerdo ondeas apoiou. Slade então colocou suas mãos sobre a mesa,fazendo o mesmo com as mãos de Sayão que, juntamentecom o Dr. Bezerra, formara o magnetismo necessário para oefeito mediúnico. “Logo após isso” — dizia o dr. Bezerra —“começamos a ouvir estalidos e em seqüênciao ruído do lápis, como se alguém estivesseescrevendo. Com o término do ruído, pediuSlade para que fossem abertas as pedras evimos claramente, tanto de um lado como dooutro, duas comunicações, separadas por umtraço de lápis. Era assinada por L. de Monduma mensagem em francês e a outra eminglês, assinada assim: I am Dr. Davis.”

E completava o dr. Bezerra após o sucedido:“Tenho certeza que nenhum de nós três foi oautor dessas comunicações”.

Diante de tantos fatos realizadosmediunicamente e com a presença constantedos mensageiros de luz, Sayão resolveupublicá-las em livro, após receber a orientaçãodo dr. Bezerra, que afirmava ser isso levado aoconhecimento público, para a divulgação dointercâmbio dos espíritos com os encarnados. Seriamexemplos da existências de sucessivas vidas.

E em 1893, reunindo o trabalho de sessões mediúnicas,em um número considerável de 400 páginas, editou o livrointitulado “Trabalhos Espíritas, de um pequeno grupo decrentes humildes”. E em 1897, conseguiu ele publicar maisum livro, intitulado “Estudos dos Evangelhos em espírito everdade”. Esse livro, que foi muito comentado no meioespirítico, resolveu Sayão reeditar numa segunda ediçãoampliada com o nome “Elucidações Evangélicas à Luz daDoutrina Espirita”. Esse título prevalece até hoje. Essareedição saiu no ano de 1902.

Com respeito às publicações e cuidados com os conceitosemitidos por Sayão em seus livros, o dr. Bezerra de Menezesescreveu para os leitores:

“Neles encontrareis o que há de mais adiantado emEspiritismo, colhido na seara bendita, com a alma cheia deamor, humildade e fé, as virtudes que enastram a coroa dodiscípulo de Jesus, voltado à obra do Mestre Divino, com ocoração cheio de energias e de caridade evangélica”.

(Grandes Espíritas do Brasil)No de fevereiro de 1897, foram

publicados comentários sobre o aparecimentodo livro editado por Sayão. Citaremos umtrecho, aliás o início desse comentário:

“Altíssima é a missão dos que foramescolhidos para fazerem na Terra a obra deDeus: a divulgação de O Evangelho Segundo oEspiritismo; e dentre aqueles missionáriosespalhados por toda a Terra levantaram-se,entre nós, Bittencourt Sampaio, com a suaDivina Epopéia, e Antônio Luís Sayão, com osEstudos dos Evangelhos”. E o trecho final:

“O Reformador felicita o autor, felicita osespíritas, felicita a Humanidade, peloaparecimento de mais um astro no horizonteda Terra”. ( de 1897).

Sob o pseudônimo de Max, o dr. Bezerra deMenezes, colaborador da “Gazeta de Notícias”, do Rio deJaneiro, respondeu, através desse órgão de notícias, a umapergunta que lhe fora enviada no dia 22 de abril do mesmoano da edição do primeiro livro de Sayão: “Senhor Max,acompanhando sempre suas matérias editadas pelaGazeta, as quais me servem muito de apoio à DoutrinaEspírita, desejaria saber qual a sua aceitação da obra deSayão, como estudo nos agrupamentos espíritas”.

Eis a resposta de Max ou Bezerra de Menezes:“Caro leitor, o livro de Sayão é um resumo autêntico dos

pensamentos de Allan Kardec. É fiel aos princípiosdoutrinários. Por essa obra, entenderemos o verdadeirocaminho para a compreensão maior das lições do MestreJesus. São como frutos preciosos que, por inspiração doAlto, vieram para facilitar os estudos da Doutrina Espírita.

Deverão os agrupamentos espíritas estudar esse livro deSayão e de outros que, naturalmente, surgirãopela sua lavra”.

Essa resposta de Max teve muitarepercussão nos meios espíritas e até fora, porser ainda naquela época uma Doutrina quemuitos diziam ser apenas novidade e que logopassaria.

As lutas travadas por Sayão na Terra nãoforam poucas. Tornara-se rico pelo trabalhoprofissional que desenvolvia com honradez edignidade. Como sua vida era toda voltadapara a Doutrina e depois para os livros quepassou a escrever, não tinha tempo parafreqüentar a sociedade. Passaram as pessoasque o conheciam e que o tinham com “altopadrão de vida” a hostilizá-lo e a fazer-lhechacotas, apontando-o como usurário. Sayão,vendo por vezes a tristeza no semblante desua esposa, dizia-lhe calmamente:

— Não perca seu humor com esses comentáriosmaldosos. São eles médiuns das sombras, os quais osespíritos se utilizam para fazer cessar os ensinamentos deJesus. Você e eu sabemos o que somos e quais propósitostemos de vida. Ninguém precisa saber qual uso fazemos denosso dinheiro. E Deus sabe que, se Ele nos permitiu afortuna, é para que possamos auxiliar aos que nada têm. Eesse deverá ser o nosso propósito, pois do contrário, Ele nosa tirará a qualquer momento.

A esposa o abraçou com ternura, ditosa por fazer partedesse elevado coração.

Era Sayão defensor da liberdade para os escravos.Sempre que tinha oportunidade, pregava junto aoscompanheiros do mesmo ideal, para que pudessem osnegros ter os mesmos direitos dos brancos.

— Por quê dizia ele essa nódoa existir entre ascriaturas da Terra? Perante Deus, somos irmãos, filhos domesmo Pai.

Também por esses pensamentos, Sayão muito foiperseguido, desde jovem quando se aliava aos estudantes

Reformador

Reformador

— —

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Henry Slade

Frederico Pereira da Silva Júnior

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que promoviam palestras sobre o assunto, defendendo alibertação dos escravos, apoiando esses projetos junto àprincesa Isabel. E, nos tempos dolorosos da escravidão,quando muitos escravos fugiam das senzalas, eramacobertados por Sayão, que os asilava em seu próprio lar. Eajudado por outros amigos, conseguia a liberdade paraesses desvalidos no mundo material, cuja prova daescravatura os libertaria se soubessem ser resignadosespiritualmente.

Sayão nunca negou-se a auxiliar a quem quer que fosse.Poucos sabiam da ajuda que prestava ao semelhante.Seguia corretamente os ensinos do Evangelho: “Não saibatua mão direita o que faz a tua esquerda”. (O EvangelhoSegundo o Espiritismo)

Avida desse pioneiro sempre foi de lutas como acontece atodos aqueles que querem divulgar o “Bem”. Foi ele muitoatacado em sua moral, discriminado em muitos lugares porse afirmar espírita. Mas como seu prestígio e bens materiaiseram indiscutíveis, pela falsidade própria dos homens, eraaceito em qualquer roda social. Sabia Sayão disso tudo. Porisso preferia ser tachado de usurário a ter que suportar tantahipocrisia.

No dia 10 de outubro de 1895, recebe Sayão a tristenotícia de que seu velho e querido amigo e, até como elemesmo dizia, seu protetor encarnado, Bittencourt Sampaiohavia desencarnado. Sayão chegou a sentirque parte de seu entusiasmo e coragem haviamdesaparecido com a partida de seu amigo eirmão. Bittencourt dividira com ele todas asamarguras por que passara.Ambos sabiam queas investidas das trevas foram muitas, porémBittencourt alertava Sayão, afirmando-lhe:

— Não vamos desistir nunca em propalar obem. Que espécie de alunos seremos perante oCristo se nos deixarmos melindrar pelos boatosmaldosos? Nesse particular, estaríamoscedendo ao orgulho, essa chaga que a tudodestrói. E a perseverança com os preceitoscristãos, onde ficará?

Diante dessas recordações que os colocavaem pé, Sayão reagiu. Suas lágrimas rolariamsempre pelo rosto ao lembrar a alegriacontagiante de Bittencourt à frente do trabalhodoutrinário. E Sayão responsabilizou-se empublicar os livros de Bittencourt que foramrecebidos mediunicamente: “Jesus perante aCristandade” e “De Deus para as crianças”,obras que, como sempre, trouxeram algumaspolêmicas e ciúmes no núcleo dirigido porSayão. Diziam que, com essas publicações, elequeria continuar sendo notado no “GrupoIsmael”, por pertencer à FEB Como sempre,Sayão calava-se. Sabia que era obra dosespíritos das sombras. Aliava-se mais ainda aoespírito de Bittencourt, buscando amparo,orando para não se deixar envolver peloorgulho.

Avida prosseguiu seu rumo e Sayão já estavacom 74 janeiros e viu esgotadas as edições deseu livro “Elucidações Evangélicas”. Emseqüência, partiu para nova edição. Quandoessa edição ficou pronta, pegando o livro entreas mãos, disse a um companheiro com quemtrocava confidências:

— Esse, meu amigo, é oúltimo canto do cisne.

E foi exatamente isso queaconteceu. Sayão, já háalgum tempo, previa seudesencarne. Foi uma rápidaenfermidade que lhe trouxemuitas dores físicas. Mas elenão reclamava nem nosmomentos mais cruciantes.Pelo contrário, agradecia aDeus pelo que pudesse terfeito de útil na Terra. E nosseus momentos finais, faloubaixinho:

— Seja feita a vontade de meu Pai...Ave Maria...E, com um leve suspiro, desencarnou serenamente,

amparado pelo plano espiritual superior.O calendário marcava a data de 31 de março de 1903, a

mesma em que a Federação Espírita Brasileirahomenageava a desencarnação deAllan Kardec.

Foi Sayão também homenageado na espiritualidade peloreencontro com seus amigos de caminhada cristã:Bittencourt Sampaio e sua esposa, a senhora Izabel Maria

Sampaio, Bezerra de Menezes, Manuel dosSantos Silva e outros que o ajudaram a fundar oprimeiro núcleo de estudos, o Grupo dosHumildes, que se tornou o atual Grupo Ismael, doqual Sayão foi diretor.

Em homenagem ao grande vulto Antônio LuísSayão, o poeta Casimiro Cunha, ainda encarnadoà época do desencarne desse trabalhador daSeara do Cristo, dedicou-lhe esse soneto:

Antônio Luís Sayão

Alma, trocaste a noite pela aurora!Pomba, volveste ao teu pombal divino!Rosa, desprendes um olor mais fino!Astro, fulguras com mais brilho agora!

Após a diurna lida, o sol fulguraCom mais vivo fulgor no firmamento,E depois, reclinando à fonte pura,Num tálamo de fogo, altivo e lento

Repousa, e na manhã seguinte, a escuraNoite espancando, e sacudindo ao ventoFeixes de luz prossegue na culturaDos mornos raios que nos darão alento.

Assim, após a humana lida rude,Volvendo em paz aos céus, onde a virtudeAs forças da alma sem cessar renova.

Descansaste; e, decerto, mais fecundo,Amanhã voltarás ao nosso mundo,Incansável cultor da ciência nova!

E s s e g r a n d e p o e t a c o n t i n u a , d aespiritualidade, a nos brindar com suasbelíssimas poesias os quadros reais deprofundos ensinamentos.

O soneto acima dedicado a Sayão ele ocompôs em sua terra natal, Vassouras, em maiode 1903, estado do Rio de Janeiro.

Eloisa

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 7

Livro “Elucidações Evangélicas”- Editora FEB

Livro “Jesus Perante aCristandade” - Editora FEB

Comentários de Sylvio Brilto Soares com Joaquim Alves(particular)Grandes Espíritas do Brasil - Zêus Wantuil. Ed. FEB. 1ª ed., 1969.Reformador: de 1889 a 1891 - Resumos dos Reformadores: 1964a 1968. Ed. FEB.Imagens:

http://www.albionmich.com/history/histor_notebook/images/sSLADEHenry.jpg

http://www.direito.usp.br/images/home_02.jpghttp://www.geae.inf.br/pt/biografias/bezerra-menezes.gifhttp://www.geem.org.br/images/foto_casimiro.jpghttp://www.grupodosoito.com.br/imagens/fotos/Bittencourt%20Sampaio%20.jpghttp://www.grupodosoito.com.br/imagens/fotos/frederico_p_silva/frederico_pereiratb.jpghttp://www.rio.rj.gov.br/ipp/memoria/pracamon/images/0542.jpgB

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Casimiro Cunha

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SeareiroSeareiro8

Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, escreveu em“O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Introdução, item I, queas leis morais trazidas pelo Cristo são as que deveriam servirde modelo para nossa conduta e, no entanto, são as quemenos damos importância. Não entendemos ainda o seuverdadeiro significado para a evolução da vida humana epara a tão almejada felicidade que buscamos.

A parte moral “é uma regra de conduta, que abrange todasas circunstâncias da vida privada e pública, o princípio detodas as relações sociais fundadas na mais rigorosa justiça.”Se é o princípio, concluímos que a base de nossas relaçõessociais está nos preceitos morais cristãos.

Onde devemos iniciar uma formação moral? Nosprimeiros anos de vida. A esse respeito, citamos um conceitoelucidativo de Emmanuel; “A juventude pode ser comparadaà esperançosa saída de um barco para viagem importante. Ainfância foi a preparação, a velhice será a chegada aoporto.”(Caminho, Verdade e Vida, lição 151).

Todos nós objetivamos, ao reencarnarmos, a nossamelhoria espiritual. Considerando que nascemos frágeis eprecisamos de quem nos cuide, é de concluir-se que osnossos responsáveis o serão tanto para cuidarde nosso corpo físico, como de nossa alma.Voltamos à matéria com o esquecimentodo passado, mas com as reminiscênciascontidas nos recantos de nosso cérebro.Algumas mais latentes que outras,variando com a necessidade eevolução espiritual de cada ser.

Nascemos inocentes para que otrabalho de nossa educação possaser desenvolvido com maisfacilidade, pois, enquanto crianças,estamos mais acessíveis aosconse lhos e or ien tações eaceitamos ser dirigidos por nossos responsáveis.

O mundo é governado por homens. Esses homens jáforam crianças. Se queremos um mundo de paz e harmonia,onde impere a lei do “amar ao próximo como a ti mesmo”,temos que começar pela base, educando as nossas criançaspelos preceitos morais cristãos.

Falamos muito em Jesus Cristo, na sua dor, sofrimento ecalvário, mas, ficamos nisso. Sua real mensagem ainda nãoqueremos entender. Exemplificou-nos o amor em suaplenitude e é isso que ensinar aos reencarnantes

que nos foram confiados. Será através da educação, queo planeta de provas e expiações se erguerá a caminho daLuz Divina.

E por que o caminho é mais fácil na infância?Aprendemos em “O Consolador”, questão 109, que até ossete anos de idade, o espírito ainda está em período detransição na matéria orgânica. A sensibilidade espiritual émais presente e, com isso, torna-se mais suscetível ao novoaprendizado para renovação do caráter. Neste ponto, vemosexemplos de crianças que dizem falar com amiguinhos. Ospais, normalmente, encaram como fantasias da imaginaçãoinfantil. Com o passar do tempo e de forma natural,normalmente o fato não mais ocorre.

Vejamos agora, o que pode acontecer quando o indivíduonão é educado moralmente, segundo Emmanuel, em “OConsolador”, questão 109: “(...) atingida a maioridade, se aeducação não se houver feito no lar, então, só o processoviolento das provas rudes, no mundo, pode renovar opensamento e a concepção das criaturas, porquanto a almareencarnada terá retomado o seu patrimônio nocivo dopretérito e reincidirá nas mesmas quedas, se lhe faltou a luzinterior dos sagrados princípios educativos.”

Vimos ao mundo em um corpo puro e inocente, mas,nosso espírito, já antigo e com vícios e tendências, vai se

mostrando à medida que amadurecemos. Por isso,a importância da correção na fase infantil,

evitando que a dor seja o corretivo necessáriono futuro.

O primeiro e mais importante lugarpara o início da evangelização,portanto, é o lar. Para isso, torna-senecessário o exemplo morald a q u e l e s q u e t ê m aresponsabilidade de educar.

A base será a religião, no sentidopróprio da palavra, de religaçãoconstante com Deus, em todas asatividades da vida.

Os pais devem ser legítimosrepresentantes do colégio familiar, cabendo-lhes a conduçãodos tutelados que lhes foram confiados pela misericórdiadivina.

Agostinho, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.XIV, item 9, nos alerta quanto ao “grande papel dahumanidade” ao gerar um corpo, cabendo oferecer àquelaalma reencarnante todo o auxílio possível para sua evolução,através dos cuidados e da educação.

Aos pais cabe a tarefa de aceitar os filhos que receberam,estudando os maus instintos que trazem e que já apresentam

desde o berço, para combatê-los logo noinício “como o bom jardineiro que poda osbrotos daninhos à medida que ele os vêaparecerem na árvore”.

Rosangela

devemos

Bibliografia:

. .

Caminho, Verdade e Vida

O ConsoladorO

Evangelho Segundo o Espiritismo

O menino ambicioso, o servoinsatisfeito e outras histórias

- FranciscoCândido Xavier, pelo espírito Emmanuel. Ed. FEB. 21ªed., 2001.; - Francisco Cândido Xavier,pelo espírito Emmanuel. Ed. FEB. 25ª ed., 2004.;

- Allan Kardec -Tradução Roque Jacintho. Ed. Luz no Lar - 2004.; Parteintrodutória do livro “

” - Astolfo O O Filho, CéliaC. Xavier. Ed. Leopoldo Machado. 1ª ed., 2004.Imagem: www.plenarinho.gov.br/cidadania/imagens/destaque-viva-a-familia/viva-a-familia03.jpg

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 9

Cantinho do Verso em Prosacantinho do verso em prosa

O ódio entre as criaturas é o gérmen dos caminhos que seperpetuam em dores profundas.

O instinto traz à tona a barbárie existente em cada ser, levadapelo egoísmo e pela ambição.

O primitivismo, aliado a essas condições precárias do serhumano, faz explodir o desejo do mando. E aí os povos sedigladiam, incitados por essas vozes cruéis, que, pelaprepotência do mando, não reconhecem as Leis de Deus, cegosque se encontram pela ostentação e pelo orgulho desmedido.

De dentro dos lares, criaturas são convocadas para batalhasem defesa à Pátria. Lágrimas incontidas correm pelas facesdaqueles filhos, cujos pais, talvez nessa encarnação, não vejamde retorno à vida material.

Dizem os mandantes desses tristes flagelos: — É precisovencer!

Realmente é preciso vencer o mal, mas para que issoaconteça vem a morte, ou melhor, o desencarne. E é aí que oshomens devem entender que essa luta transitória deixa sempremarcas que não se apagam com os corpos combalidos, porque aguerra do ódio só terá fim quando o Grande Vencedor penetrarnos corações endurecidos, que um dia compreenderão queDeus O enviou para salvar a Humanidade pela arma doAmor.

Ele é o Grande Vencedor, Jesus de Nazaré!Elielce

O homem plantou ódio, tenda em tenda,O ódio fez um conflito em graves crises,Exterminando aldeias infelizes,Sem ninguém que as preserve ou que as defenda.

Chegam conquistadores... Nova senda:Ódio e guerra por todos os países...Vem a morte e lhes quebra as diretrizes,Pondo, um a um, sob as cinzas da lenda...

Natal!... Promessa e luz de longas eras!...É Jesus renovando as primaverasDo amor puro, na Terra jamais visto...

Há um só vencedor, ao nosso lado,Tão vivo agora, como no passado,O alto Herói, Nosso Senhor Jesus Cristo.

Maria DoloresSoneto recebido pelo médium Francisco Cândido Xavier, no Cultodo Evangelho, em sua residência, em 28/09/1994 (Uberaba, MG).

Maria Dolores nasceu na cidade de Bonfim da Feira, estadoda Bahia, no dia 10 de setembro de 1901. Poetisa, jornalista eprofessora. Dedicada trabalhadora no campo infantil. Veio adesencarnar, após ter deixado muitas tarefas no campoassistencial, no dia 27 de julho de 1958. E, a partir de 1971, omédium Francisco Cândido Xavier passou a recebeu suaspoesias edificantes, sempre no caminho do amor e fé emJesus.

Natal do Vencedor

A conquista do espaço na sociedade, das pessoas dachamada Terceira Idade, deveria ser uma continuidade doespaço que elas mesmas já deveriam estar ocupando, desdequando se tornaram donas de si.

Exatamente por as criaturas terem levado uma vida semnobres valores espirituais, sendo estes valoresfundamentados na ligação com Deus, é que sentem, numdeterminado momento, a necessidade de “conquistarem umespaço” na sociedade.

Já aquelas pessoas que sempre se voltaram paratrabalhos voluntários, sejam em instituições sociais, asilos,hospitais, orfanatos, escolas, creches etc, apenas continuamsuas tarefas, sem precisarem buscar a tal “conquista”.

Esses trabalhos seriam a grande oportunidade de auxiliaras criaturas com quem tivermos oportunidade de conviver,principalmente para transmitir-lhes a esperança e a fé,renovando-lhes o ânimo para a continuidade de suasexistências, com a confiança em Deus e em nosso mestreJesus.

Há também oportunidades profissionais por parte deempresas que viram, nos atributos das pessoas da TerceiraIdade, os profissionais adequados, principalmente diante dasua vivência, para determinadas tarefas que as empresasnecessitam que sejam executadas.

O que nós devemos sempre refletir é que não devemos,muitas vezes, trocar oportunidades que já temos ou que

estão sendo propostas quanto a trabalho voluntário,no atendimento gratuito a criaturas que Deus colocaà nossa frente, para assumirmos atividades pelasquais seremos remunerados, perdendo muitas

vezes, a oportunidade de servir com o Cristo.A Terceira Idade é apenas mais uma fase da existência

terrena, e apesar de muitas vezes serem momentos nosquais estaremos colhendo a nossa semeadura passada, eaté já desta reencarnação, ainda poderemos, e muito,semear o Bem de modo contínuo, já que é falsa a alegaçãode que “o idoso está quase no fim”. Fim do quê? Ninguémpode dizer que está no fim da vida. Seremos ingratos com oPai Celestial que nos deu a Vida Eterna. Que fim, diante daeternidade?

Temos é que aproveitar cada momento de nossa existênciaterrena, o mais cedo possível, para trabalharmoscontinuamente para o Bem de todos, até o último suspironesta vida.

Não importa qual limitação a vida nos proporá, seja em queépoca for. Teremos ainda muitas formas de fazer o Bem. Nãodevemos nos prender a uma limitação que ocorra, e nosconsiderarmos incapazes. Nunca!

Chico Xavier, com toda a limitação de seus últimos anos devida, trabalhou até o último instante de vida nesta existência,para o bem de todos.

Sigamos o seu magnânimo exemplo! O Cristo nos espera acada dia, com as mãos no trabalho cristão.

Qual a nossa idade? Como somos eternos, a nossa idade éa eternidade.

Sigamos adiante sem esmorecer.

Conquistando um espaçoterceira idade

Terceira Idade

Geni

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SeareiroSeareiro10

Vivemos em um mundo terreno, onde nosso espíritoexperimenta, por meio do nosso corpo material, provas eexpiações. Não aceitamos a dor e o sofrimento, nosqueixamos das dificuldades, lamentamos os desatinosmundanos e clamamos por justiça.

Mas, quando queremos que a justiça se faça, quasesempre é pensando em nós mesmos e em interessesindividuais. Se a lei humana for usada para nos corrigir,sempre damos um jeitinho de mudar a situação a nossofavor.Assim também o fazemos quando se refere à aplicaçãoda lei divina. Nunca achamos que serve para a nossapessoa, é sempre o outro que precisa mudar e pagar porerros que julgamos haver cometido.

A mesma lei, humana ou divina, que coubesse para nós epara outro indivíduo, decerto aeliminaríamos, deixando impunes os doisatos, o nosso e o do outro, só para livrar anossa parte.

Só poderemos ter um mundonormalmente sadio, no dia em que formosmenos egoístas, menos covardes e maispuros.

Essa pureza vai ser conquistada a partirda depuração individual do ser, durante aoportunidade que nos é concedida com areencarnação. Devemos persistir nanossa melhoria para alcançar os atributosdo verdadeiro homem de bem, praticandoa lei da justiça, do amor e da caridade nasua essência.

Se observarmos as características dohomen de bem descritas por Kardec em OEvangelho Segundo o Espiritismo,capítulo XVII, item 3, veremos que, sem ahumildade, as demais qualidades enumeradas,provavelmente, desapareceriam.

Para eliminar a chaga do orgulho de nossa alma, só as leisdeixadas pelo Cristo podem nos auxiliar. A lei dos homenscerceia a liberdade física, mas não a do pensamento.

Quando valorizamos o simples e correto em lugar dosuntuoso, embora ilícito, estaremos contribuindo para o bemestar tão almejado.

Damos demasiada importância aos títulos, nomes, nívelintelectual e econômico, em detrimento da moral, dasvirtudes, da sabedoria e da ética. Estas últimas, serespeitadas, nos fariam agir como indivíduos despidos doorgulho, independente do que detivéssemos na matéria.

O nosso próprio orgulho nos impõe uma dor e umsofrimento desnecessários.

Sofremos por não ter o supérfluo, brigamos e atémorremos por não termos a humildade de sermos simples eenxergarmos todas as benesses que nos são concedidas a

todo momento.O orgulho nos inflama e semeia a mágoa, o rancor, a raiva

e o ódio. Tudo por não termos a humildade paracompreender, aceitar, perdoar e, na maior parte das vezes,enxergar que somos nós os culpados.

Ao sermos questionados por Adolfo, bispo de Argel“Quando a consideração que se concede às pessoas émedida pelo dinheiro que elas possuem ou pelo nome quetrazem, que interesse elas podem ter em se corrigir de seusdefeitos morais?”, refletamos sobre o nosso papel comrelação a essas pessoas equivocadas. Cabe a nós aresponsabilidade de não sermos cúmplices do mesmo erro,demonstrando, com as nossas atitudes, que somos iguais atodas as criaturas, sem privilégios ou concessões. Quando

somos coniventes, agimos de acordo comos nossos maus instintos e aindaalimentamos os dos outros, que se julgamcada vez mais importantes.

A humildade não atropela o caminho dooutro, espera com paciência o seumomento.

Chegamos a um estágio em que levarvantagem em tudo virou “lei”. Aquele quese dá mal ou não faz o mesmo, éconsiderado bobo. É a troca de valores.Depois clamamos por uma sociedadejusta.

Como poderemos ter paz, se todosquiserem passar, inescrupulosamente, àfrente do outro?

Só depende de nós a escolha de ummundo melhor. O mundo somos nós.

O orgulho, nosso maior empecilho,deve ser combatido em nós. Pensar que o

outro é orgulhoso e que somos humildes, também é serorgulhoso. A mudança deve ser conosco. Lembrando umtrecho do versículo de Mateus “E por que reparas tu noargueiro que está no olho do teu irmão, e não vês, a trave queestá no teu olho?...” (Mateus, cap.7,versículos 3 a 5).

Quanto mais orgulhosos formos, mais alto estaremos nosdegraus da nossa soberba, insensatez e invigilância e aqueda será proporcional à altura.

Mas contra esse egoísmo que o orgulho tece, Deus nosconcede a oportunidade de sermos caridosos. Sempre hátempo de retomarmos o caminho justo, aplicando o bemonde outrora liderávamos a dor.

A humildade e a caridade são as qualidades que nosajudarão a encontrar, em nosso planeta Terra, a verdadeirafelicidade.

NevesBibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec -Tradução Roque Jacintho. Ed. Luz no Lar, 2004.

kardec em estudoKardec em Estudo

Aconteceu num sábado que, entrando ele em casa de um dos principais fariseus para comer o pão, eles o estavam observando. _ E disse aos convidados uma parábola,reparando como escolhiam os primeiros assentos, dizendo-lhes: Quando por alguém fores convidado às bodas, não te assentes no primeiro lugar, para que nãoaconteça que esteja convidado outro mais digno do que tu e, vindo o que te convidou a ti e a ele, te diga:“Dá lugar a este”e, então, com vergonha, tenhas de tomar oderradeiro lugar. Mas, quando fores convidado, vai, e assenta-te no último lugar, para que, quando vier o que te convidou, te diga:Amigo, sobe mais acima. Entãoterás honra diante dos que estiverem contigo à mesa. Porquanto qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar seráexaltado. (Lucas, capítulo 14, versículo 1 e 7 a 11)

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo VII - Item 12

O Orgulho e a Humildade

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 11

Dario Sandri Jr.pelo espírito Fénelon

Editora Aliança - 384 páginas

1 edição - 2007ª

Clube do Livroclube do livro

Atareve - Os Olhos da Vingança“ATAREVE - Os Olhos da Vingança”, obra

enviada aos associados do Clube do LivroEspírita “Joaquim Alves (Jô)”, no mês deagosto/2007, é do mesmo autor do livro “Dooutro lado da Cruz”, Fénelon, enviadorecentemente aos leitores, e psicografadopor Dario Sandri Jr.

Em meio a uma narrativa de disputasconstantes, verificamos que, devido àsconseqüências da vida, o Governador DídioJúlio Sextus, após diversas atrocidades, porele cometidas, dentre elas a de achar quepoderia “comprar” um amor, com a tentativade fazer Miriam (Júlia Afer) sua escrava,reconhece seu erro.

Em épocas nas quais as idéias doCrist ianismo ainda eram altamentecombatidas, ao vivenciar a experiência deverificar sua filha Estela, já desacreditada pormédicos e especialistas da época, Dídio observa-a sendocurada através da visita e das preces de um cristão, em seular. Em razão dos acontecimentos, acaba respeitando a nova

seita, tão combatida na época.Todo esse cenário se desenvolve, aliado à

idéia de o quanto um espírito leva de suasexperiências na volta ao plano espiritual,cultivando aquilo que acha mais importante, nocaso do personagem, a vingança e o quantopode influenciar no plano material, com aquelesque se encontram na mesma faixa. Varo, amigode Atareve, em seu leito de morte, faz esteprometer que se vingue por ele de pessoas dasquais guardava rancores.

Destaque importante na obra é o fato de oquanto é preciso vigiar a todos os instantes paraestarmos ligados a bons espíritos e não nosdeixarmos influenciar pelas sombras, cedendoàs tendências do nosso orgulho.

Por fim, nos traz ainda belos exemplos doperdão verdadeiro sendo exercido após tantasdores, exemplificando aos leitores a perfeição da

misericórdia divina e a presença de Deus.O sentimento provoca emoções que até mesmo o dito

mais rude dos corações cede diante de sua força...Marcelo

Que as relações familiares são, na maioria das vezes,difíceis de serem mantidas, isto todos nós sabemos.

Para que possamos manter um convívio é necessário quetenhamos uma grande dose de paciência e compreensãocom os defeitos dos nossos familiares. Muitas vezes elestambém têm esta compreensão para com os nossosdefeitos.

Outras tantas vezes, nós e eles renunciamos às nossasvontades e opiniões para não causarmos atritosdesnecessários e causarmos um problema maior.

Essas relações são inerentes ao convívio humano, pois oorgulho, o egoísmo e a vaidade ainda fazem parte do nossomodo de ser e agir.

Quando um familiar se afasta de nós, sem um motivo oupelas circunstâncias que o levam a não mais se comunicarconosco, ficamos chateados, achamos que ele é ingrato e,não raras vezes, pensamos nele com um grande rancor.

Por que alimentar rancor em nossopensamento?

Sabemos que o pensamento queemitimos sobre uma pessoa, esteja ela aonosso lado ou do outro lado do mundo, iráatingi-la.

Se pensarmos com aversão, ódio ourancor, ela, que está distante, irá, cada vezmais, se distanciar de nós.

Deveríamos procurar pensar de formacontrária. Lembrarmos do companheiroque se dis tanciou com car inho,

relembrando dos momentos felizes e tranqüilos. Isto é o quechamamos de vibração de amor.

Para que possamos ter este tipo de pensamento,lembremos que ninguém está amarrado a ninguém, a não serpelo sentimento de ódio.

Não sabemos quais são os compromissos que levam aspessoas para longe de nós.

Se não compreendermos as necessidades de nossoscompanheiros de jornada, estaremos alimentando oegoísmo que temos em nós, querendo “possuir” a amizade, oafeto, os laços de família.

Ninguém pertence a ninguém, e, quando entendermosisto, conviveremos harmoniosamente e não exigiremos daspessoas que elas ajam da forma que nós queremos.

Se não nutrirmos esses rancores e renunciarmos ao nossoegoísmo, quando houver o reencontro, a alegria estarápresente, pois não haverá nenhum resquício de rancor paraatrapalhar.

E se não nos reencontrarmos nesta reencarnação, comcerteza, se nutrirmos amor e afeição pelo companheiro que

se afastou, no mundo espiri tual,poderemos reencontrá-lo, como diz em “OEvangelho Segundo o Espiritismo”: “... aoretornar à espiritualidade, voltará aosmesmos que foram alvos de sua afeição.Estes poderão ter-se ligado na Terra aqualquer título de parentela, pais, mães,filhos, esposas, ou, talvez, por outroslaços.” (capítulo IV, item 20)

E quando exigimos que os filhos vivam ànossa volta, mesmo quando eles jáconstituíram as suas próprias famílias?

Desencontrosfamilia

Família

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Achamos, da mesma forma, que são ingratos, mas nãocompreendemos que eles estão reassumindo os próprioscompromissos.

E dizemos “reassumindo”, pois a constituição de umafamília se dá pelo reencontro de espíritos que já conviveramem vidas passadas e voltam para resolver dívidas de amornão vivido.

De tudo isto, podemos tirar a mesma conclusão de umaesposa cujo marido desencarnou e que recebeu umamensagem psicografada dele: “Com a mensagem, ChicoXavier devolveu-me as muletas que eu perdera, mostrandoque ‘meu velho’ saiu para uma longa viagem, mas não seesqueceu de mim. Renasci, senti novamente vontade deviver.”

Zamenhof criou o Esperanto - único idioma artificial -dentre cerca de 400 outros, que sobreviveu à morte de seucriador.

Ainda menino, sua família o respeitava como se adultofosse.

Prudente, modesto, pensativo, estudioso, nuncaexaltado e um tanto obstinado, ele sempre evitava fazersofrer a quem quer que fosse. Na classe ele já tinhamostrado talento e cultura invulgares para escrever. Osprofessores o admiravam. Todavia, jamais se mostravasisudamente superior em casa ou na escola.

Ele, como tantos outros missionários, teve que lutar comsuor e lágrimas para sobreviver num mundo que não ocompreendia.

Auxiliava aos necessitados, como se o fizesse aospróprios irmãos em sangue. Atendia seus pacientes, namaioria pobres, até altas horas da noite, não lhes cobrando,o que tornava penosa a sua situação financeira.

Mas o Esperanto triunfou e, sabemos nós, que diferentenão acontece a seu criador, que hoje colhe, em regiõesangélicas, os frutos da sua bem sucedida missão entre osHomens.

DavidsonRevisão: Osvaldo Pires de Holanda

Zamenhof kreis Esperanton - unika artfarita idiomo, elĉirkaŭ 400 aliaj, kiu postvivisla morto de ĝia kreinto.

Ankoraŭ knabo, lia familio respektis lin kvazaŭ li estusmatura homo.

Saĝa, modesta, meditema, studema, neniam nervozakaj iomete obstina, li evitis ĉiam suferigi iun ajn. Enlernejĉambro, li elmontris lian nekomunan talenton kajkulturon por skribi. La geinstruistoj miris lin. Tamen, lineniam faris sin fieregan seriozmiena en lia hejmo aŭlernejo.

Li, tiel kiel aliaj gemisiuloj, bataladis kajverŝis svito kajlarmo por vivi en mondo kiu ne komprenas lin.

Helpadis li la genecesulojn, kvazaŭ farigus al liajsamsangafratoj. Zorgis li liaj pacientoj la, plimultomalriĉuloj, ĝis malfruegaj noktaj horoj ne palposturanteilin, fariĝante tiel pene lian monsituacio.

Sed triunfis Esperanto kaj, scias ni, ke simile okazis alĝia kreinto, kiun ricevas hodiaŭe en anĝelaj regionoj,profitojn el lia bone sukcesinta misio inter la Homaro.

Kiu estis Zamenhof?

Tradução: Quem foi Zamenhof?

esperantoEsperanto

Mediunidadeentrevista

Entrevista

Entrevista concedida por Roque JacinthoPergunta:

Resposta:

Dê-nos uma rápida definição sobre o que émédium e o que é mediunidade.

Mediunidade é a janela da alma, que, tendo porinstrumento de sua manifestação a glândula pineal, ouepífise cerebral, leva-nos ao encontro do mundo espiritualem que estamos imersos ou mergulhados. Essa faculdadenos integra ao plano da vida eterna. Rompendo as barreirasde nossas limitações de sentidos físicos, faz-nos participartambém, ativa e conscientemente, da espiritualidade,extinguindo o dualismo em que artificialmente nosseparávamos: o mundo dos encarnados e o mundo dosdesencarnados. Por essa faculdade, portanto, deixamos desubdividir o nosso mundo em dois planos distintos,retificando o erro de conceituação que nos levava a crer

tivéssemos duas realidades: a dos que retornaram ao seuverdadeiro estado, ou seja, reassumiram a espiritualidadecom a desencarnação, e a nossa vivência absolutamentetransitória, isto é, constrangidos ao educandário da carne. Afaculdade mediúnica, comum a todos os chamados a umestágio mais avançado de evolução, é o reajuste de nossosespíritos, levando-nos a descobrir que vivemos num mundoúnico, embora num estado diferenciado de matéria e deenergia. A mediunidade é o nosso sexto sentido, que, deestado latente, abre-nos a visão para os dois planos de vidaque interexistem e que se completam. Assim, médium comosinonímia de quem intermedia os dois planos da vida, todosnós somos. Por isso, o médium não é uma exceção de regrae sim alguém que já vive uma realidade mais integral.Através desse sentido nascente na espécie humana, aEspiritualidade superior, em nos examinando no estágioevolutivo que estamos alcançando, bate insistentemente àsportas de nossa razão e de nosso coração, buscandoinduzir-nos ao despertar de valores mais altos e

WilsonImagem: http://www.diadehoje.blogger.com.br/desencontros.jpg

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 13

permanentes, no campo de nossas conquistas eternas.Submetemo-nos presentemente a um pólo magnético degrande poder de atração, induzindo-nos para que noshumanizemos compulsoriamente e, por decorrência, paraque contribuamos com vastas parcelas de amor, nodepartamento das qualidades virtuais que, por origemdivina, temos dentro de nós mesmos. É o chamamento paraa evolução, ou seja, para que nos repletemos dos valoresnovos e permanentes, já que temos os pés na Terra, maserguemos a nossa cabeça, como antena sublime, buscandosempre o mais alto.

Qual deve ser a conduta do médium, para queseja sempre assistido por bons Espíritos?

Considerando que a conduta é a resultante dosprincípios com que alimentamos a nossa mente, formando onosso “hálito espiritual”, por certo, para receber assistênciade Espíritos sábios e profundamente amorosos, caberá aomédium buscar refletir-lhes as mesmas aspirações epropósitos. A instrução, via leitura e estudo das obrasbásicas e complementares das Doutrina Espírita, é umaetapa que corresponderia ao amanho da terra, no prenúncioda sementeira. Segue-se, após a instrução, a educação, ouseja, o burilamento de nossos sentimentos, através de nossaentrega incondicional ao campo do amor ao próximo, quecorresponde à etapa da semeadura. A partir, pois, dosurgimento dos primeiros brotos espirituais, cabe ao médiumo trato da seara f lorescente, empenhando-seardorosamente em levar luzes e esperanças a nossoscompanheiros confundidos com as trevas dos sentimentos,procedendo, em relação aos encarnados, com o mesmoamor, paciência e diligência com que agem os BenfeitoresEspirituais.A lei da afinidade é que nos traz, a quantos sejammédiuns, a presença de Espíritos Superiores, com base nocrescimento espiritual do próprio médium. Cada um terá aassistência espiritual que se empenhe por conquistar,espelhando a luz do mais alto, ou então envolvendo-se comos infelizes que perambulam pelas mesmas sombras quetrouxermos em nós mesmos. A conduta cristã é que nosdefine as companhias.

Médium produtivo é aquele que produzfenômenos mediúnicos a qualquer hora e em qualquerlugar?

Os fenômenos mediúnicos nem semprerepresentam a ação da Espiritualidade Superior, visto queEspíritos sem grande estofo moral também podem produzi-los, até mesmo de modo mais gritante, capaz de ocasionar aperplexidade a leigos. O fenômeno pelo fenômeno podelevar o médium e seus observadores a conclusões levianase até perversas, ridicularizando o cristianismo, quando não aprópria mediunidade. O médium produtivo é somente aqueleque dá os frutos do amor, bastas vezes exclusivamente viaintuição recolhida silenciosamente dos mentores da vidamais alta, ou então, consolando os aflitos, abrindo portas aosdecaídos no mal, socorrendo as viúvas aflitas, alimentando acriança desnutrida.Sabendo-se, pois, que Espiritismo é revivescência doCristianismo primitivo, tal qual nos ofereceu por herança onosso mestre Jesus, tenhamos a produtividade real domédium com ele se fazendo um espelho de Jesus, em todo oseu cotidiano. E, para isso, o fenômeno ostensivo não éabsolutamente necessário.

A mediunidade só é praticada no Espiritismo? Ouseja, todo médium é um espírita?

A religião dos Espíritos Superiores é o

fundamento do espírita, que nela busca a sua integraçãocom o mais alto, sem necessidade de ser portador damediunidade ostensiva. Já os que se voltam para amediunidade, nem sempre se ocupam das conseqüênciasmorais que a presença de Espíritos Superiores nos trazem e,por isso, podem ser medianeiros em busca de fenômenos,sem se ocuparem da implicação moral na sua vida. Contudo,esses que hoje são médiuns, mas que se fazem servidoresde pensamentos mágicos, por certo, em reencarnaçõesfuturas, após se libertarem da própria leviandade a que sejungiram, virão a ser espíritas-cristãos ou médiuns a serviçodo bem. Até lá, porém, cuidemos da seara a que nosincorporamos. Jesus assegurou-nos que, no tempo certo, oCeifeiro Divino recolheria o trigo saudável e bom, e confiariao joio à fornalha da vida, para que nos refizéssemos.

Muitas pessoas procuram os centros espíritasalegando serem portadoras de mediunidade. Como elasdevem ser tratadas?

Recebamo-las com muito carinho e atenção.Muitas delas chegam aos núcleos espíritas como portadorasde disfunções orgânicas ou espirituais e, sem cogitar seserão ou não médiuns, devem ser levadas ao encontro doEvangelho. Observemos, também, que disfunçõeshormonais, notadamente em quem está no climatério ou emciclo de menopausa, podem levar-nos a interpretar osfenômenos orgânicos como se fossem sinais demediunidade. Além de ouvi-los, pois, busquemos integrá-losem tarefas assistenciais e outras em que poderão realizar-se, mesmo quando em estado depressivo, ou quando dizemsentir alguém ou alguma coisa à sua volta, ou vozes, ouruídos insistentes. Um estado de consciência culposatambém poderá remeter-nos a julgar que temos traços demediunidade ostensiva, quando, na verdade, estamossimplesmente sendo chamados ao reajuste de nossosvalores. Sabendo-se, pois, que mediunidade é um encontrocom o cristianismo, patrocinemos esse encontro comosendo um estágio preliminar ou preparatório para umafunção de mediunato futuro. O desenvolvimento mediúniconão soluciona problemas de angústia, de depressão, deavitaminose espiritual e, por isso, não devemos colocá-locomo a principal e primeira necessidade dos que buscamorientação e consolo, algumas vezes por indicação depessoas que desconhecem o que seja a tarefa mediúnica.

Qual a melhor forma de desenvolver amediunidade? Isso pode acontecer fora do Centro Espírita?

A mediunidade não é faculdade privativa dosespíritas ou dos agrupamentos espíritas. Essa faculdade écomum na espécie humana. Convém, no entanto, quando secogite de seu desenvolvimento, que o candidato o façadentro de um agrupamento espírita-cristão, a fim de queaquele que quer a mediunidade-cristã não sofra osdesencantos de quem não soube procurar a escolaapropriada. O trato, pois, da mediunidade deverá ser onúcleo ajustado ao cristianismo, para que o fenômeno sejaconduzido por Espíritos sábios. No lar, que o candidato aomediunato dê saliência ao culto do Evangelho no lar,deixando para cuidar dos fenômenos espíritasexclusivamente nos agrupamentos ou núcleos doEspiritismo-cristão.

Como conciliar o exercício da mediunidade comos afazeres profissionais?

Que ninguém se faça profissional damediunidade! Assim, concilie o seu tempo, administrando assuas horas, a fim de servir mediunicamente nos momentosque criou para a educação de seus sentidos nobres.

Pergunta:

Resposta:

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Lembremo-nos de que a profissão disciplina a criatura.Nada, pois, justificaria alguém deixar de exercer a profissão,que lhe assegurará o pão de cada dia, nas oficinas, nosescritórios, nas indústrias, que nos abrem oportunidadessagradas. Não podemos envolver-nos na falsa e mentirosaalegação de que deveremos dedicar-nos exclusivamente àmediunidade. Alguém que faça da mediunidade umaespécie de profissão é, seguramente, alguém em que não sedeve confiar. Tomemos, a exemplo, Chico Xavier, que,apesar da extensão do seu mediunato, em tempo algumdeixou de exercer a sua atividade profissional, ajustando-seà sua missão espiritual sem tomar o desvio daprofissionalização de sua faculdade mediúnica.

Diante de tanto sofrimento que a humanidadeexperimenta no momento, nota-se uma grande corrida daspessoas em busca de abnegados servidores, portadores demediunidade. A faculdade mediúnica, então, atualmente,fundamenta-se na consolação?

Estamos em plena fase de evolução compulsóriae, por tal motivo, há um quê de insatisfação em cada homemque ainda não despertou para os valores permanentes daprópria alma. O progresso, na sua expressão de bensmateriais, trouxe-nos o conforto e a nossa liberação paraoutros valores que se encontram acima das coisas que nosservem. A evolução, contudo, que deverá ser a decorrêncianatural do procedimento de maturação da alma humana, criaum conflito nas criaturas, demarcado pela escravização aosbens perecíveis, e uma sensação de ausência de vida.Observemos, portanto, que os que registram esses conflitosnaturais deste estágio evolutivo, devem, antes de buscarmédiuns, buscar as bases da religião dos Espíritos, a fim deque se aclimatem mais rapidamente ao tempo do espírito. Averdadeira consolação, de que necessitam, não deve seraquela que animalha o espírito, sem despertá-lo para a suarealidade de vida eterna. Portanto, ao buscarem os médiunsespíritas, deverão esses médiuns abrir-lhes um horizonte

mais amplo, ajustando-os às atividades redentoras queprincipiam no exercício da caridade moral, sol ao longo donosso caminho. A faculdade mediúnica é um traço de uniãoentre as sombras de nossas inquietações e as luzes do maisalto, levando-nos a despertar para a nossa realidadepessoal. Não devemos, portanto, buscar tão-só consolação,sob o risco de assumirmos a posição de vítimas indefesas.Deveremos, isto sim, buscar respostas às nossasnecessidades de espíritos eternos.

O papel fundamental do Espiritismo é formarmédiuns para entrar em contato com o mundo espiritual?

O papel fundamental da Doutrina Espírita é levar-nos ao encontro do cristianismo redivivo e, por isso, temosde convencer-nos, através de acurada observação, que,hoje, o mundo espiritual é o universo em que já estamosvivendo. O médium, nesse contexto, é simplesmente umaponte que se estende do plano espiritual para o plano dosencarnados, criando-nos condições de nos analisarmos e,por decorrência, revelar-nos os esforços que temos deempreender para reajustar a nossa tábua de valoresespirituais. “Sois deuses”, afirmou Jesus. Se temos,portanto, o poder de criação em nós mesmos, cada umdeverá assumir-se a si próprio, fazendo-se um vanguardeiroda luz espiritual em favor daqueles que ainda nãodespertaram para si próprios. Neste estágio, portanto, aintuição é a grande faculdade. Por ela, em todos ossegundos de nossa vida, estamos a recolher informações deordem espiritual e, ao mesmo tempo, estamos sendoconvocados para contribuir abertamente para a realizaçãodo cristianismo em nossas vidas, mesmo sem necessidadede determos ou não a mediunidade ostensiva. Cada um denós tem a sua antena de intercomunicação silenciosaabrindo-se para o mundo espiritual, fundindo-se com essemesmo universo natural durante todas as horas de sua vida.Avançamos, assim, para a cristianização de nossahumanidade.

Pergunta:

Resposta:

Pergunta:

Resposta:

Bibliografia: Perguntando e Aprendendo - Waldenir Aparecido Cuin. Ed. EME.

atualidadeAtualidade

As relações entre encarnados e desencarnados atravésde médiuns conscientes têm sido objeto de estudos dosespíritas, há mais de 150 anos. Entretanto, dada a naturezado processo de intercâmbio, suas sutilezas e variadosmatizes, é sempre difícil o perfeito entendimento de umdeterminado ato mediúnico.

A qualidade das relações com o além está diretamenterelacionada ao potencial mediúnico do intermediário, à suaelevação espiritual, à persistência no caminho evangélico, àprática mediúnica, ao conhecimento doutrinário e à féraciocinada.

Esses atributos permitirão um desenvolvimento mediúnicotranqüilo possibilitando que o sensitivo alcance a plenitudede sua capacidade mediúnica

O fenômeno mediúnico é normalmente complexo. Poderealmente haver interferência maior ou menor do médium,através do seu subconsciente, modificando o teor dacomunicação psicofônica ou psicográfica.

As conseqüências dessas interferências são em geral semmaior importância. Há que se considerar que devemossubmeter todas as comunicações ao crivo da razão, julgar omérito de seu conteúdo, sobretudo, quando se tratarem de

esclarecimentos, orientações e previsões, lembrandosempre que o importante é o que foi dito e não quem disse. Ot raba lho evangé l i co não demanda pro fundosconhecimentos. O intuito de fazer o bem, sem olhar a quem;de ser útil sem recompensas; de agir no campo espiritual,com base no amor, são garantias de um bom trabalho, sob aproteção de entidades esclarecidas.

A não preocupação com os resultados é defesa seguracontra o orgulho e a vaidade, tão comuns entre osencarnados.

As sementes do amor guardadas no cofre do egoísmojamais florescerão, mas, lançadas em terreno aberto, mesmonos áridos, sempre poderão se desenvolver fertilizadas peloamor. O espírita deve ter confiança, fundada na certeza que aele cabe lançar a semente e ao terreno desenvolvê-la.

O arado do trabalho doutrinário deve sulcar a terra, semque o seareiro olhe para trás, consciente que toda sementede amor distribuída é potencial de luz que romperá um diailuminando a trajetória daqueles que a abrigaram em seuscorações, mesmo que não tenham percebido, oudevidamente valorizado, a dádiva, quando a receberam.

Há momentos na vida, mesmo das instituições, difíceis ecomplexos. Nessas ocasiões, com mais facilidade, a dúvidase insinua nos corações destruindo a confiança, dificultandoa ação da espiritualidade maior.

Confiança

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 15

Sabemos que o Universo é vibração. Conhecemos a lei daharmonia vibratória. O equilíbrio gera vibrações de altafreqüência, harmônicas com os planos espirituais maisevoluídos, dedicados ao bem. Todo pensamento contrário aobem gera desequilíbrio produzindo vibrações de baixafreqüência, compatíveis com as da espiritualidade inferior.

Vivemos onde colocamos nosso pensamento. Se for o dedúvida e incerteza se harmonizará com as esferas infelizes;se for o de confiança alcançará as esferas mais elevadas. Adúvida e a falta de confiança são sentimentos destruidorescomo a gota de água persistente: nada lhe resiste a ação, aolongo do tempo. O verdadeiro espírita deve ser como o bomservo do conto de Tuzitala, “A semeadura”, que passamos anarrar:

Como o bom servo, devemos, confiantes, lançar asemente do amor no terreno que o Pai nos entregou - mesmoque seja árido - confiantes que um dia ela brotará.

Homero Moraes Barros

Numa antiga herdade, o senhor chamou dois servos eentregou-lhes sacos de sementes determinando que ossemeassem no planalto do penhasco que dominava apropriedade.

Lá se foram os dois homens. Após longa e penosa jornada,por planície escaldante, sem água ou vegetação útil, chegaramao sopé da montanha e principiaram a rude subida por entre aspedras, que os feriam, tornando a caminhada muito penosa.

Chegaram ao topo da montanha; era um chapadão derochas, enegrecidas pelo tempo. Nenhuma vegetação.Somente uma brisa fresca denunciava movimento, lembrandovida. Do alto descortinavam o vale que impressionava por sua

beleza árida.O mais jovem, afoito, olhou a paisagem e monologou: —

Meu patrão está errado, da semeadura sobre pedra nadaresultará. Não a farei e levarei as sementes de volta para queele lhe dê melhor destino. E, regressou sem cumprir a tarefaque lhe fora atribuída.

O mais velho, pensou: As sementes sobre esta pedra não sedesenvolverão, mas elas pertencem ao patrão que é umhomem sábio e bom. Obedecerei às suas determinações, pois,é esse meu dever. E, imediatamente, principiou a semeadura.

Terminado o serviço, retirou-se feliz por ter cumprido suaobrigação.

Algumas horas depois, centenas de pássaros posaramsobre o rochedo, comeram todas as sementes e voaram para aplanície.

Dias depois, chuva dadivosa caiu sobre aquela terra que hámuito não recebia em seu seio o precioso líquido.

As sementes distribuídas sobre pedra, ingerida pelospássaros, devolvidas à terra, respondia com a explosão davida. Como um milagre da natureza surgiram milhares emilhares de brotos delicados, verdes e promissores,prenunciando abundante colheita.

Temos sido alertados pela Espiritualidade a respeito de“oportunidades” que nos são dadas assiduamente comvistas ao nosso crescimento moral.

Esses alertas chegam até nós através das reuniões deestudo doutrinário, das leituras que efetuamos sobre aDoutrina Espírita, bem como pelas mensagenspsicografadas que recebemos.

Embora tendo a Espiritualidade todo esse trabalhoprocurando nos auxiliar, nós agimos como se fôssemossurdos ou fingimos não ouvir para nós mesmos e, quandoouvimos, ficamos em posição de espera de umaoportunidade deslumbrante, para realizarmos algoespetaculoso. Desejamos que um Espírito se materialize ànossa frente, como o ocorrido a Paulo de Tarso em seuencontro com o Mestre Jesus, ou então, que alguém chegueaté nós nos informando “olha esta é a sua oportunidade, vocênão pode perder”, “este é o seu momento.”

Com certeza já atravessamos várias encarnações nessaexpectativa inoperante e, se não modificarmos nossamaneira de agir e pensar, perderemos mais esta encarnação,que, esta é sim uma grande oportunidade, ou melhor, a maiorde todas!

Vamos citar alguns exemplos os quais já conhecemospara refletir sobre o aproveitar ou não as oportunidades:

Caio Júlio César - Imperador Romano, Pôncio Pilatos -Procurador Romano e Napoleão Bonaparte, que se autocoroou Imperador da França, desviaram-se no caminho

perdendo suas oportunidades, conduzindo seus povos auma situação de dor e sofrimento coletivo; lembremos aindade Públio Lentulus Cornelius, Judas Iscariotes e Barrabásque tiveram o contato direto com o Cristo e tambémsucumbiram.

Tivemos um período conhecido como As Guerras Santas,nas quais seus dirigentes conduziram a humanidade a umasituação de extrema violência, usando como bandeira deseus equivocados ideais a Justiça Divina.

Citamos agora alguns exemplos os quais souberamaproveitar suas oportunidades: Sócrates, Paulo de Tarso,Maria de Magdala, Francisco de Assis, temos também oscristãos que eram colocados na arena a serem devoradospelos leões, os enfermos que o Cristo curou e seguiram-noposteriormente, bem como, aquele que estava na cruz aolado do Cristo e despertou para a Vida Maior em seu instantefinal daquela encarnação.

Fizemos a explanação desses exemplos porque são nelesque nós nos espelhamos, e ficamos no aguardo de que omesmo aconteça conosco e, do qual se acontecesseimaginamos que sairíamos vitoriosos, mas que na verdade ofracasso seria inevitável, tal a condição moral em que nósnos encontramos.

Vamos reflet ir então nas oportunidades quedesperdiçamos em nosso dia-a-dia e, para as quais somosalertados, como foi mencionado de início, as quais temoscondições de aproveitar. Quantas vezes poderíamos ficarcalados numa contenda e evitarmos inimizades e até mesmouma agressão física decorrente de uma resposta impensada;quantos dissabores poderíamos evitar dentro do nosso lar,ou mesmo, em nosso local de trabalho pelo mesmo motivo;

quantas vezes deixamos de dar atenção aalguém alegando algum compromisso,simplesmente para ficarmos a sós e não nossentirmos incomodados; quantas vezes nosafastamos das pessoas por fazermosinterpretações equivocadas de algo que nosfoi dito, ou que, muitas vezes as pessoas seafastam de nós por fazermos comentáriosimpensados que acabam por ofender o

Oportunidades

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Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”

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próximo; quantas vezes nos encolerizamos no trânsito, nafila do supermercado, num banco, ou aguardando umatendimento médico, ou esperando uma condução,situações nas quais deveríamos estar desenvolvendo apaciência que não temos; quantos convites recebemos coma finalidade de realizarmos algo de útil em nossos Templosde estudo doutrinário; quantas vezes já recebemos convitesde hospitais para realizarmos algum trabalho voluntário;quantos de nós deixam de estudar, tendo livros em casa;quantos de nós deixam de participar ou implantar oEvangelho no Lar; quantos de nós deixam de cumprir com osseus deveres dentro de casa, deixando tudo jogado para quealguém coloque no lugar aquilo que espalhamos; quantasvezes gritamos com nossos filhos, pais ou cônjugesdesequilibrando o ambiente do lar provocando a revolta ou amágoa destruidora.

Poderíamos continuar relacionando várias situações, mastalvez se tornaria muito depreciativo; entretanto, temos deser severos para conosco, enxergarmos o que somos,lutarmos contra nossas deficiências e, aproveitarmos esseconjunto de oportunidades as quais compõem a nossaencarnação e, quem sabe um dia após nos renovarmos,venhamos a ter condições de realizarmos algo além daquiloque hoje é apenas nossa obrigação - “essas oportunidades” -e, lembrar de recorrer ao Evangelho para não nos perdermosno caminho, lembrando que recorrer ao Evangelho é aplicá-lo em nós mesmos.

Fizemos esses apontamentos após refletirmos numa liçãoque abaixo segue “Por um pouco” do Livro “Fonte Viva” deEmmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier:

Roberto Cunha

“Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus doque por um pouco de tempo ter o gozo do pecado” Paulo(Hebreus, 11:25).

Nesta passagem refere-se Paulo à atitude de Moisés,abstendo-se de gozar por um pouco de tempo das

suntuosidades da casa do Faraó, a fim de consagrar-se àlibertação dos companheiros cativos, criando imagem sublimepara definir a posição do espírito encarnado na terra.

“Por um pouco”, o administrador dirige os interesses dopovo.

“Por um pouco”, o servidor obedece na subalternidade.“Por um pouco”, o infeliz padece privações.Ah! se o homem reparasse a brevidade dos dias de que

dispõe na Terra! se visse a exigüidade dos recursos com quepode contar no vaso de carne em que se movimenta!...

Certamente, semelhante percepção, diante da eternidade,dar-lhe-ia novo conceito da bendita oportunidade, preciosa erápida, que lhe foi concedida no mundo.

Tudo favorece ou aflige a criatura terrestre, simplesmentepor um pouco de tempo.

Muita gente, contudo, vale-se dessa pequenina fração dehoras para complicar-se por muitos anos.

É indispensável fixar o cérebro e o coração no exemplo dequantos souberam glorificar a romagem apressada nocaminho comum.

Moisés não se deteve a gozar, “por um pouco”, no climafaraônico, a fim de deixar-nos a legislação justiceira.

Jesus não se abalançou a disputar, nem mesmo “por umpouco”, em face da crueldade de quantos o perseguiam, demodo a ensinar-nos o segredo divino da Cruz comRessurreição Eterna.

Paulo não se animou a descansar “por um pouco”, depois deencontrar o Mestre às portas de Damasco, de maneira a legar-nos seu exemplo de trabalho e fé viva.

Meu amigo, onde estiveres, lembra-te de que aípermaneces “por um pouco” de tempo. Modera-te na alegria econforma-te na tristeza, trabalhando sem cessar, na extensãodo bem, porque é na demonstração do “pouco” quecaminharás para o “muito” de felicidade ou de sofrimento.

Bibliografia: Fonte Viva ,ª

- Francisco Cândido Xavier pelo espíritoEmmanuel. Ed. FEB. 30 ed., 2002.

Canal Abertocanal aberto

Era treva! Reinava na Terra a escuridão;Envolvida em crepe vacilava a humanidadeEm meio a treva trouxeste a “claridade”,Vertente, da mais cristalina Região...

Legaste-nos a Luz!Amainaste a tempestadeLouvam-te os humanos, a cada nova geração“Mola propulsora” da mais bela religiãoQue gira em Deus e Cristo e Caridade...

RIVAIL! Penetraste do sepulcro a profundezaCom a intrepidez do teu leonino estoicismo,E lhe desvendaste os “arcanos” com clareza!

Faze, oh exemplo desassombrado do IdealismoCom que os homens se congreguem na lhaneza,Que imortalizou sobre a Terra, o ESPIRITISMO.

Quando o mundo submergia no desespero e na aflição,E o ódio imperava e a descrença e a inoperância...

Disseste: Trabalho e Solidariedade e Tolerância,E codificaste, a augusta e coerente Religião...!

E o mundo tremeu; tremeu mas reconheceu-te a elegânciaE a transcendentalidade com que colimou-se a tua missãoOs humanos, tu os alcandoraste com a maior Revelação,E, foste dela, o Intérprete, sem orgulho ou arrogância!

MESTRE EMÉRITO! Pedagogo e Poliglota e Professor,ALuz Divina tu a projetaste por entre o Povo,E da Verdade foste o excelso e venerando tradutor!

Permita-me que esta homenagem simples te hipoteque,Oh intrépido Bandeirante do “EVANGELHO NOVO”...Oh missionário da NOVALUZ...ALLAN KARDEC...!

***

***O Espiritismo é a Ciência que estuda a origem, a natureza e

o destino dos Espíritos, e as relações que existem entre omundo corporal e o mundo espiritual.

Preferível recusar-se noventa e nove verdades, a aceitar-se uma só mentira! Hippolyte Léon Denizard Rivail

Texto enviado por Domingos A. Monzillo - São Bernardo do Campo - SP

Ao Bandeirante do Evangelho Novo:Allan Kardec

Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.Agradecemos todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.

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tema livreTema Livre

Temos o costume de ler e discutir a influência que osEspíritos exercem em nossa vida diária.

Algumas pessoas, quando têm conhecimento de algumato anormal de um companheiro, já emitem o parecerdizendo, inadvertidamente, que “Fulano agiu sob a influênciados espíritos.”

A Doutrina Espírita tem vasta coleção de livros que explicacomo se dá a influência dos espíritos em nossa vida diária.

Aqui, queremos tratar de outro tipo de influência, aquelaque se dá de encarnado para encarnado.

Quantos de nós não ficamos dando palpite na vida alheia,nos vestindo da capa de sabedoria (que não possuímos) eaconselhando os nossos companheiros nas atitudes aserem tomadas frente às situações que se apresentam?

Além dos conselhos, ficamos “buzinando” na cabeçadaquele que queremos influenciar, uma idéia ou uma atitudeque nós queremos que ele faça.

Vemos lares que são desfeitos por influência de estranhosque não suportam ver a felicidade de alguém.

Observamos companheiros tentando resistir aos vícios,mas de tanto os chamarem de volta, acabam cedendo ecaindo novamente naquilo a que eles fragilmente resistiam.

Ouvi, certa vez, a frase: “Para o erro há vários teconvidando, mas para uma reunião de estudo do Evangelho,poucos te chamam.”

Temos que vigiar a nossa língua, pois ela pode ser o

instrumento de nossa perdição.Quantos companheiros nossos estão vacilantes nas boas

resoluções, mas, ao invés de encontrarem palavras deânimo e incentivo, encontram o empurrão que derruba para oburaco.

Os livros espíritas, principalmente os romances, estãorepletos de histórias de personagens que ficam instigando omal no coração alheio, que se deixam levar e acabamcometendo atos de que se arrependem amargamente, poisprecisarão resgatá-los com muitas dores e sofrimentos.

Quantos há que não cometem o ato tresloucado de tirar avida do semelhante, mas ficam incitando outros através damaledicência, da palavra maliciosa que cria ou despertaverdadeiros monstros contra os quais lutamos para quefiquem sufocados dentro de nós.Aquele que sugere ou incitaé tão criminoso quanto aquele que levanta a mão e desfere ogolpe.Aos olhos de Deus nada escapa.

Precisamos ficar atentos se não estamos nos deixandolevar por estas influências perniciosas e resistirmos àsnossas próprias más tendências. Para isso é necessário oestudo do Evangelho, boas leituras, a oração que nos liga aDeus e a Jesus e a prática da caridade.

Somos responsáveis por nós mesmos. Pelo que fazemosou pelo que os outros façam por nossa sugestão.

Cabe sempre a advertência de Jesus: “ORAI E VIGIAI”Vitório

Influência Espiritual dos Encarnados

Que desfalecimento...Parece que me abismo em sonhos!Sonho ou pesadelo... nem sei!Este não pode ser, naturalmente, aquele mundo que

deixei inda ontem, para um breve sono. Não pode ser omesmo. Há tão esmagadoras e alucinantes diferenças queme atinge a alma esse gosto amargo de decepção...

Pois ainda ontem eu era rodeado de amigos!E onde estão?Mal me descubro enredado nessa inexplicável e terrível

trama que me envolve e abala e já os descortino afastando-se de mim, qual se distanciassem de misérrimo leproso!

E minha família...Onde estão os meus?Oh! Não! Agora me lembro que tantas preocupações a

atender não me permitiram nutri-Ia com a seiva da paz e daserenidade... E meus filhos?... E minha esposa?... Ondeestão?

E minhas esperanças...E minha auto-suficiência?Ah...É um vento glacial que me sopra no coração, crestando o

que sempre me parecera, até ontem, o mais belo campo douniverso, o mais fértil e generoso vale de todos os rincões...

Urna dor imensa me tritura!Tudo perde o sentido, o sabor! Meus sonhos se

transfiguram, esmaecem, qual paisagem vencida pela neveque aniquila os rebentos nutrientes.

E os dias se arrastam...

Sinto-me só! Imensamente só!Tenho fome...Uma fome de afeto, uma fome de compreensão,

uma fome de ternura... de ternura... que me fazchover lágrimas dos olhos e me faz soluçar torturado, qual semais não fora do que urna criancinha abandonada a rogarpelo olhar materno...

— Materno?!Minha mãe...Onde terei deixado a velhinha, que lembro agora, tão

acalentadora, cujos olhares tantas vezes censurei, por dizê-los doces demais... e, por doces, tolos demais!

Ficou numa enxerga... Ficou... Onde será que a deixei?!— Oh! Mãe... Oh! Mamãe...Ah! Positivamente deliro... Sei que mamãe morreu... No

entanto, estou a vê-la, esgazeada pelas minhas lágrimas ...Estou a vê-la e a senti-la juntando-me as mãos e pondo-megenuflexo... acariciando-me os cabelos com ternura... comternura...

Quero chorar em seu regaço!— Quem, mamãe? Ver o quê, mamãe?Sim! Lembro-me de já tê-la ouvido narrar esse

acontecimento... Mas, já vai tanto tempo! Por que lembrar-me agora dessa estrebaria a que não dei atenção e desseJesus de quem apenas eu recolhia tão vagas referências?Eram histórias de Natal...

Ela insiste brandamente!Contemplo, lacrimejando.No cenário singelo, destaca-se a manjedoura.Capim ressequido forra o tabuleiro usado para alimentar

os animais, que estão estranhamente aquietados. E Maria,pós envolver o filho num olhar de ternura, confia-o às palhas

Retrato de uma Alma

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 17

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Francisco Cândido Xavierpelo espírito Emmanuel

FEB - 216 páginas9ª edição

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da manjedoura...—Afugentemos a desesperação, filho meu!Avoz de mamãe vibra-me no imo.— Reveja o símbolo imortal do Evangelho. Jesus, ao

nascer, se ajustou à manjedoura para servir de alimento atodas as criaturas que atingissem a invernal estação da almae que não mais encontrassem no mundo a razão de seusustento. Quando todas as paisagens de nossas ilusõesforem varridas e a fome de espírito nos devorar as entranhas,surge a manjedoura, o tabuleiro em que Jesus se deixourepousar, convidando-nos a desvestir do manto do orgulho edo egoísmo e adentrarmos o estábulo da humildade paraalimentarmo-nos na Manjedoura da Vida.

Suas mãos me afagavam os cabelos.Chegou o inverno em sua alma. As suas ilusões foram

duramente varridas pelo vendaval que suas loucuras e suaspaixões desencadearam. No auge da tormenta, alegro-meem identificar-lhe a necessidade do alimento que você jamaisdesejou. Já o campo de sua antiga vida se tornou ressequidoe nada dele o alimenta. É a vez de Jesus...

Oh! Inusitada acuidade me visita!— Senhor!Embora indigno de rogar-te comiseração, permite-me

rever-te, pelas lentes de minha imaginação, naquelamanjedoura, oferecendo-se ao mundo por alimento que setoma, após crestadas as paisagens de nossas ilusões.

Não te compreendi, antes da dor.Não te compreendi, antes do sofrimento.Não te compreendi, Senhor, enquanto me julgava por

demais solicitado no mundo, amealhando os tesouros queme confiaste, guardando os bens que me doavas paraadministrar, dedicando apenas aos que me açulavam avaidade e me nutriam o orgulho...

Agora, Senhor, te compreendo!Desde o primeiro instante em nosso mundo, tu te ofertaste

por alimento aos que, como eu, teriam fome no inverno daalma, e, mesmo indigno, embora mendigo de compreensão eternura, ouso suplicar-te: ampara-me a mim, Senhor, e aosque, como eu, ainda não te compreenderam e queprosseguem em seus loucos pesadelos de possuir o mundo,quando na realidade o mundo nos possui...

Silêncio reverente!Mamãe também chora...Identifico-me genuflexo aos seus pés, em soluços de

reconhecimento, sentindo as lágrimas de minha Velhinha,que me alcançam e se tornam preciosas pérolas atremeluzirem dentro de meu próprio coração!

Roque Jacintho

Nesta edição, trazemos o comentário sobreo livro “Rumo Certo”, psicografado porFrancisco Cândido Xavier, ditado porEmmanuel, em 1971.

Como o próprio autor espiritual coloca naintrodução, não há “qualquer pretensão deordem pessoal no título deste livro”, ou seja,ele também, com humildade, se coloca comouma criatura falível e em evolução, como todasque estão sobre a face da Terra.

Dedica ele o livro para aqueles que já sereconhecem necessitados de paz interior, ouseja, buscando um rumo certo para se integrara Jesus.

Traz-nos conceitos edificantes, abordandotópicos do dia-a-dia, tais como o desânimo, lutas diárias,tentações,compromissos familiares.

Acima de tudo, é um livro que nos lembra das dificuldadesdo convívio com o nosso semelhante, mas, também, recorda

o seguinte: “Em todas as provas que te assaltemos dias, considera a quota das bênçãos que terodeiam, e, escorando-te na fé e na paciência,reconhecerás que a Divina Providência estáagindo contigo e por teu intermédio, sustentando-te, em meio dos problemas que te marcam aestrada, para dar-lhes a solução”.

É um livro que, sem fantasias ou ilusões, nosmostra os obstáculos que colocamos em nossocaminho e os atalhos tortuosos que teimamospercorrer, mas, em várias lições, lembra-nos doamparo constante que nos é oferecido por Deus,para que possamos adquirir virtudes e ainda nosrecomenda que “nos dias difíceis, reflete nosoutros dias difíceis, que já se foram”.

Esta obra é composta de 60 lições, em suamaioria de duas a três páginas, tornando-seassim, uma leitura fácil para os momentos de

descanso ou intervalos dos nossos trabalhos diários,proporcionando material riquíssimo para a nossa reflexão.

É, acima de tudo, um incentivo para perseverarmos nobem através do trabalho e da participação.

Família Amado

livro em focoLivro em Foco

Rumo Certo

Amiguinhos, quem ficou triste porque a Dona Borboletadesencarnou, agora poderá se alegrar, pois ela continuará acontar as histórias que ela vive.

Tudo isto porque a morte não existe.Logo depois que a Dona Borboleta desencarnou, ela foi

levada pelos amigos espirituais dela. Eram as borboletasque ela ajudou ou outros bichos que sempre foramcompanheiros dela.

Eram pássaros, lagartas, minhocas, abelhas e muitosoutros bichos que vieram acompanhá-la para o jardimespiritual onde ela ficaria para se adaptar à nova situação.

Levaram-na com muito carinho para uma enfermaria, poisela estava desacordada e não entendia o que se passava asua volta.

Passados alguns dias em que ficou sendo atendida pelosamigos, começou a conversar com eles. Falou para a Dona

Dona Borboleta no Mundo Espiritualcontos

Contos

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Abelha, que estava ao lado da sua cama:— Amiga Abelha, todos, quando desencarnam, vêm para

este hospital para serem tratados?— Não — respondeu a DonaAbelha — alguns não viveram

uma vida muito tranqüila, não se esforçaram para semelhorar, não praticaram a caridade. Estes, quandodesencarnam, se juntam aos que têm o mesmopensamento, ou seja, com bichos que estão em umasituação de infelicidade espiritual.

— E por que eu estou aqui? perguntou a Dona Borboleta,não se reconhecendo merecedora de tanto carinho por partedos amigos.

— Você, amiga, se esforçou para semear o bem à suavolta. Cada um que você ajudou num momento de tristeza,foi uma etapa de aprendizado. Você começou a aprender aviver no mundo espiritual quando começou a ajudar osbichos do jardim. Lembra quando você ajudou a família depássaros orientando-os a fazerem o Evangelho no Lar?

A nossa amiga borboleta relembrou que o passarinho eramuito rebelde e ela orientou o Senhor Pássaro a ensinar amoral cristã para o seu filho, e comentou:

— Mas eu não fiz nada, somente mostrei como podiamencontrar o entendimento entre eles, orando e conversandosobre os ensinamentos de Jesus.

— Pois é, amiga, mas graças ao seu incentivo e à suaorientação, eles puderam restabelecer a harmonia no lar.São estes pequenos gestos que nós fazemos por amor aonosso semelhante que nos fazem melhorar espiritualmente.

Dona Borboleta, após esta conversa, ainda ficou derepouso por mais alguns dias. Uma bela manhã, ao recebera visita da Dona Lagarta, perguntou a ela:

— Dona Lagarta, eu já estou cansada de ficar deitada,somente repousando. Aqui no mundo espiritual, nós nãotrabalhamos?

ADona Lagarta abriu um sorriso e respondeu:— Nada na natureza fica sem trabalhar. Se a borboleta não

for até a flor e buscar o seu alimento ela morre de fome.Aflor,por sua vez, busca o seu alimento através da suas raízes. Domesmo jeito que na Terra todos devem trabalhar, aqui não édiferente. Levarei você para dar uma volta pelo jardimespiritual.

Ambas, Dona Borboleta e Dona Lagarta, foram dar umavolta pelo jardim espiritual e viram que todos os bichostrabalhavam intensamente, mas de uma forma diferente. Nojardim da Terra, todos procuravam trabalhar somente para opróprio alimento. Já no jardim espiritual, os bichostrabalhavam para ajudar uns aos outros.

Dona Borboleta vendo tanto bicho ajudando, ficou feliz edisse:

— Quero ajudar no que puder. Na Terra sempre sentiafelicidade quando ajudava alguém que estava sofrendo.Quero continuar a ajudar para sentir a mesma felicidade.

A partir deste dia, Dona Borboleta não mais parou deajudar. Primeiro, trabalhava para os bichos que estavamdoentes na Terra. Vinha em espírito fazer orações ao ladodos bichos doentes, pedindo a Deus que os abençoasse.Depois, ia aos lares em que havia muita briga e discussão.Da mesma forma orava para que eles não brigassem mais efalava no ouvido deles sugerindo que fizessem o Evangelhono Lar. Algumas vezes os bichos não aceitavam estasugestão e continuavam brigando, outras vezes,

começavam a se acalmar e se entendiam depois de estudaros ensinamentos de Jesus.

Dona Borboleta não descansava. Quando sabia que algumbicho precisava de ajuda, lá ia ela tentar ajudar, mas semprefalava:

— Não faço nada demais. Somente oro a Deus para queEle ajude no problema.

Um dia, soube que uma flor estava em depressão. Era oSenhor Girassol. Vivia triste, com as folhas murchas, nemqueria mais abrir sua flor.

Dona Borboleta foi, em espírito, até ele e começou a intuirque ele reparasse na beleza do jardim à sua volta e dequanto bem ele poderia fazer para todos.

No começo o Senhor Girassol não sentia as sugestões daDona Borboleta, mas ela não desistiu. Voltava sempre para"assoprar" no ouvido dele sugestões boas. Até que um diaele começou a sentir o envolvimento amoroso da DonaBorboleta e começou a reparar na beleza do jardim. Depois aDona Borboleta começou a sugerir que ele ajudasse alguém.

O Senhor Girassol começou a se esforçar, mas tinha diaque ele ainda ficava desanimado.

Um belo dia de sol, Dona Borboleta chegou perto dogirassol e intuiu:

— Amigo, repare na beleza deste jardim, sinta como o solaquece a todos nós. Quando você recebe a água da chuvavocê fica todo limpo e o ar fica mais puro. Se você gosta detudo isto que recebe de Deus, por que não agradecer estasbênçãos ajudando aos outros bichos?

E o Senhor Girassol pensava:“Hoje estou me sentindo bem. Gostaria de ajudar alguém,

mas não sei como fazer.”Dona Borboleta logo "assoprou" para o Senhor Girassol:— Não precisa fazer nada demais. Somente faça o que

Deus lhe colocou para fazer.Depois de muito pensar o Senhor Girassol chegou a uma

conclusão:— Já sei, vou abrir uma flor bem grande e bonita para que

os pássaros possam ter bastante semente para se alimentar!E assim foi. O Senhor Girassol abriu uma grande flor e

vários pássaros que não estavam encontrando alimentocorreram para comer algumas sementes.

Os pássaros agradeciam cantando felizes e o SenhorGirassol se sentia bem e esquecia aquela tristeza.

Dona Borboleta ficou feliz por ajudar o Senhor Girassol eeste saiu da depressão e passou a sempreajudar a todos, seja com as suassementes ou com palavras deconfor to e ot imismo sempreagradecendo a Deus por todas asbênçãos que rodeavam atodos.

Assim, meus amigos,Dona Borboleta continuouno mundo espiritual,trabalhando para ajudara todos e semeando afelicidade nos coraçõesdos bichos que sofrem.Com isto ela sempreestava feliz e em paz.

Adolpho

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 19

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Jardim Donini - Diadema - SP

Tratamento Espiritual: 2ª e às 19h453 e às 14h45

4ªª 6ªAtendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas

Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniõesReuniões: 2ª, 4 e 5 às 20 horas3 e 6 às 15 horas

Domingo às 10 horas

ª ªª ª

Artesanato: Sábado das 10 às 16 horas

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