ano i - no 09 · ano viii – n° 85 ... revisão: grupo pet-geografia impresso pelo grupo...
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Ano VIII – N° 85 Junho de 2014
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO TUTORIAL
PETGeo INFORMATIVO
ISSN: 1982-517X
Editorial
Caro leitor!
Entre os dias 10 de maio e 10 junho o PET Geografia esteve envolvido em diversas
atividades. No mês de maio o grupo concluiu a atividade de extensão “Cartografia para
Crianças”, realizada no Centro Educacional Universo. Após a conclusão deste
começamos a aplicar o projeto “Educação Ambiental”, coordenado pela bolsista de
extensão Maria Maria da Rocha Lamas, na Escola Básica Municipal Beatriz de Souza
Brito. Este projeto ainda está em andamento e será concluído durante o mês de junho.
No próximo informativo apresentaremos um relato completo da Educação Ambiental
para que os leitores possam acompanhar as atividades desempenhadas pelo grupo PET
Geografia. Além disso, tivemos a participação de nossos bolsistas no 6º CBEU,
realizado em Belém do Pará, cujo relato segue abaixo neste informativo junto com a
síntese de participação na IV Jornada de Linguagem, realizada em Florianópolis/SC.
Outro destaque do mês foi o “PET Pré Vestibular Solidário”, que propiciou ao grupo
uma nova experiência, uma parceria com outro centro da UDESC, o Centro de
Educação Superior da Foz de Itajaí – CESFI. Os trabalhos têm sido intensos e as
atividades empolgantes e desafiadoras... e a educação tutorial funcionando a pleno
vapor!!!! Convidamos o leitor a conhecer nossas atividades e acompanhar nosso
crescimento!
PetGeo FAED/UDESC
Expediente:
Bolsistas: Angel Albano, Filipe Aderbal da Silva, Francine Sagas Florindo, Gabriel
Luiz de Miranda, Giovani Silveira dos Santos, João Daniel Barbosa Martins, Júlia
Bastos Barcelos, Lucas Gonzaga Coelho, Marina Pinho Bernardes, Matheus Júlio
Pereira, Raphael Meira Knabben, Weslley Luan Soares e Prof.ª Vera Lucia Nehls
Dias.
Edição: Angel Albano
Revisão: Grupo PET-Geografia
Impresso pelo Grupo PET-Geografia FAED/UDESC, em tamanho A4, fonte Times
New Roman. Sugestões, reclamações, convites, opiniões: [email protected]
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Grupo PET-Geografia FAED/UDESC
Nessa edição: Página
Geografia Escolar: O Petróleo e sua Formação...............................................................03
Relato do 6º CBEU..........................................................................................................13
Relato da IV Jornada de Linguagem...............................................................................15
PET Indica.......................................................................................................................12
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GEOGRAFIA ESCOLAR: O PETRÓLEO E SUA FORMAÇÃO
Yasmim Rizzolli Fontana dos Santos1
Resumo
O exercício de análise de um tema/conteúdo que compõe o currículo da Geografia
escolar aparece nesse texto como uma experimentação, um exercício de situações e
percursos que envolvem a formação de um professor pesquisador. Um problema:
planejar e simular uma aula de Geografia a partir de um tema de interesse. Um início: a
pesquisa do tema escolhido nos Parâmetros Curriculares Nacionais, em livros didáticos
e mídia em geral. Este trabalho é composto por essas observações iniciais, por trechos
em que é possível problematizar uma Geografia que circula nesses escritos e imagens e
o que se faz com eles ao planejar uma aula. Parte-se da problematização da formação do
petróleo e dos elementos que envolvem esse processo, assim como a abordagem do
conceito e questões mais complexas relacionadas ao tema. Verificou-se, através da
pesquisa, que os livros didáticos pouco tratam de abordar os processos de formação do
petróleo, petróleo e as dinâmicas que a envolvem tratando-o na maioria das vezes
apenas como recurso, como principal matriz energética, encaminhando para a pesquisa
em diferentes fontes. A leitura e análise da Geografia no currículo oficial e,
consequentemente nos livros didáticos pode ser um primeiro contato para uma
problematização das geografias que circulam nos espaços escolares, uma geografia
dentre tantas outras possíveis.
Palavras-chave: Petróleo, Geologia, Livro didático, Parâmetros Curriculares
Nacionais.
1. INTRODUÇÃO
Baseado em análises de livros didáticos de Geografia do Ensino Fundamental e
Médio e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de Geografia, o presente artigo
pretende problematizar os conteúdos inseridos nestes materiais que referenciam o
petróleo, enfocando as condições e processos envolvidos em sua formação.
A pesquisa do tema objetivou um olhar para além do petróleo como matriz
energética ou matéria-prima para fabricação de objetos consumidos no cotidiano, mas
como produto de processos biológicos e geológicos de uma escala de milhares de anos.
1 Acadêmica da 4ª fase do curso de Licenciatura em Geografia da Universidade do Estado de Santa
Catarina – UDESC. Bolsista do PET Geografia – Programa de Educação Tutorial.
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Ao mesmo tempo, procurou visualizar em que ciclos, eixos e propostas de temas dos
Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino de Geografia o tema aparecia ou
poderia ser contemplado a partir da leitura e análise do documento e sua possível
abordagem numa aula de geografia do Ensino Fundamental ou Médio.
Por fim, procurou visualizar a explicação dos processos da formação do petróleo
na mídia em geral, no que chamamos no exercício de fontes alternativas de pesquisa.
O exercício de análise do tema foi parte das atividades realizadas na disciplina
de Didática Geral. A pesquisa foi tomada como ponto de partida e como processo no
percurso de formação do educador, abriu espaço para a experimentação do
planejamento e da regência, para discussões do que pode ser uma aula, situações muitas
vezes vivenciadas e comentadas pelos acadêmicos em formação somente nos períodos
de estágios.
2. A PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA A PARTIR DA PESQUISA
Foram analisados 10 livros didáticos de fases escolares, autores e editoras
aleatórias em que era possível encontrar alguma menção direta ao tema ou a assuntos
relacionados.
Quadro 1 – Livros Didáticos utilizados na pesquisa temática.
Livro Autores Fase Editora
Geografia, Homem &
Espaço
Elian Alabi Lucci
e Anselmo
Lazaro Branco
5ª e 8ª série Saraiva
Geografia do mundo
industrializado
J. William
Vesentini e Vânia
Vlach
8º ano Ática
Geografia – Construção do
Espaço Geográfico Brasileiro
Melhem Adas 7º ano Moderna
Geografia, Espaço e
Vivência
Levon Boligan,
Wanessa Garcia,
Rogério Martinez
e Andressa Alves
9º ano Saraiva
Geografia Valquíria &
Beluce
8º ano Scipione
Geografia Geral e o Brasil Lúcia Marina
Alves de
Almdeida e
Tércio Barbosa
Regolin
Volume Único
do Ensino
Médio
Ática
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Geografia Geral e do Brasil Paulo Roberto
Moraes
Volume único,
sem definição de
série ou ano
Harbra
Projeto Araribá Geografia Diversos 6º ano Moderna
Geografia, Coleção de
Perspectivas
Cláudia
Magalhães,
Lilian Sourient,
Marcos
Gonçalves e
Roseni Rudek
9º ano Editora do
Brasil
Já no sumário destes materiais verifica-se uma ordem semelhante, colocando a
petróleo dentro de tópicos ou capítulos referentes à questão energética ou a apresentação
da diferença entre recursos renováveis e não renováveis. Em nenhum dos livros
analisados encontrou-se o assunto associado diretamente aos tipos de rochas ou ao
fundo oceânico.
De maneira geral os livros possuem um conceito padrão de petróleo, um “líquido
oleoso de cor preta à marrom, importante recurso energético atual”, em poucas situações
havia menção sobre sua composição orgânica, de hidrocarbonetos; e raras citações sobre
existir outra a hipótese de origem, a inorgânica. Os desenrolar do tema, após a
introdução e o conceito, é enfatizando o petróleo como a maior fonte de energia do
mundo, os seus derivados, como a gasolina, querosene, asfalto e borracha e um pouco
do histórico do petróleo brasileiro.
A questão da formação e das condições geológicas que proporcionam o
aparecimento do óleo foi encontrada em apenas dois dos dez livros analisados. Em
Geografia Geral e do Brasil de Paulo Roberto Moraes, por exemplo, através de esquema
presente na figura 1.
Figura 1 – Abordagem das condições geológicas no processo de formação do
petróleo.
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Fonte: MORAES, P. R. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo, 2001.
No segundo, também chamado Geografia Geral e do Brasil, volume único do
Ensino Médio de Lúcia Marina de Almeida e Tércio Regolin, o tema aparece mais
aprofundado, os autores mencionam que a teoria mais aceita é a da origem orgânica e,
além disso, abordam/apresentam os processos através de uma imagem que apresenta os
estágios da formação do óleo
Figura 2 – Esquema das etapas da formação de petróleo e gás natural
Fonte: ALMEIDA, L. M.; REGOLIN, T. B. Geografia Geral e do Brasil. São Paulo, 2005.
O esquema não deixa totalmente claro todos os processos, há uma lacuna entre
as imagens 2 e 3 e em como ocorrem os procedimentos apresentados na terceira etapa.
Contudo, analisando a imagem da terceira etapa é possível observar uma abordagem
mais complexa, quando, por exemplo, os autores apresentam os conceitos de anticlinal,
dobra, rocha permeável, que podem ser instigantes para os alunos e interessantes para o
professor trabalhar, até relacionar com outras disciplinas.
Outra exceção ao padrão analisado aparece no livro de Melhem Adas. Neste
apresenta-se uma abordagem dos subprodutos do petróleo, sua localização e quantidade
no Brasil, incluindo um mapa das refinarias da Petrobrás e Cone Sul, também menciona
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a plataforma continental com uma imagem onde identifica o talude, fundo oceânico e
vulcões submarinos, mas nada que aprofundasse na geologia da crosta oceânica e
condições para formação do petróleo.
É interessante ressaltar um caso curioso da coleção Geografia, Homem &
Espaço. Em uma unidade do livro da 8ª série observa-se os mesmos conteúdos gerais
citados inicialmente, no livro da 5ª série também tem e é mais simplificado, no entanto
trás uma figura (figura 3), não vista em outros livros, o esquema do refino do petróleo
para se obter seus derivados. Apesar de explicar os três tipos de rochas (ígnea,
metamórfica e sedimentar), as dorsais oceânicas e as placa tectônicas, a unidade da 5ª
série não aborda formação do petróleo.
Figura 3 – Produtos do refinamento do Petróleo.
Fonte: LUCCI, E A.; BRANCO, A. L. Geografia Homem & Espaço. São Paulo, 2005.
Numa segunda etapa, direcionando as análises aos Parâmetros Curriculares
Nacionais de Geografia (Brasil, 1998), do 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental, ou
seja, de 5ª a 8ª séries ou 6º a 9º anos é possível constatar que não há menção ou tópico
que detalhe qualquer assunto sobre petróleo, ressalva-se um único parágrafo do 3º ciclo,
encontrado no tema “O papel do Estado e das classes sociais e a sociedade urbano-
industrial brasileira” do Eixo 3 chamado “O Campo e a Cidade como formações
socioespaciais”
O colapso desse modelo de crescimento econômico [modernização conservadora], a partir dos anos 70 levado pelo aguçamento das contradições internas do sistema, foi agravado pela crise na
conjuntura internacional que o capitalismo passou a viver com a crise do petróleo,
principalmente a de 1973, com o embargo do petróleo pelos países árabes e com o crescimento dos juros internacionais agravando mais ainda a dívida externa do Brasil.” (Brasil, 1998, p. 72)
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A referência ao petróleo na citação é somente relacionada aos reflexos da crise
do mesmo em 1973, portanto, nada relacionado com o objetivo desta pesquisa.
Há raros eixos que tratam da Geografia Física “pura”, o que é necessário para
discutir a formação do petróleo, o pouco que os Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCNs) possuem desta vertente geográfica é encontrado no 3º ciclo, Eixo 2, “O estudo
da natureza e sua importância para o homem”, mais precisamente no tema “Os
fenômenos naturais, sua regularidade e possibilidade de previsão pelo homem” o
mesmo privilegia a climatologia, apesar de comentar sobre a vegetação e o solo, várias
vezes menciona ou exemplifica com massas de ar, a dinâmica do tempo atmosférico,
fenômenos catastróficos (furações, tempestades...) e a interferência do homem.
Exatamente sobre geologia, somente sugere um item “Litosfera e movimentos
tectônicos: existem terremotos no Brasil?”, em outras citações deixa implícito como
“Por exemplo, é fundamental relacionar o clima e a vegetação, os solos e o relevo, ou
ainda como clima, solos e relevo se inter-relacionam.” (PCNs, 1998, p. 62), é evidente
que antes do solo e relevo tem a geologia, apesar de ser algo complexo para a faixa
etária, algo propício para trazer, pelo menos, seria os tipos de rochas, metamórficas,
ígneas e sedimentares.
No entanto, existem algumas lacunas onde o petróleo e sua formação poderiam
ser abordados, isto também se observa no Eixo 2, no tema “Águas e terras no Brasil”,
contudo seria uma interpretação além do que é proposto pelo item , mas não deixa de
ser uma brecha para a introdução do assunto sobre oceanos, como geologia, a vida no
fundo oceânico e o petróleo, até abranger assuntos como o pré-sal.
Considerando a análise dos livros didáticos do ensino fundamental, onde de
maneira geral, o máximo abordado é o conceito de petróleo e seus derivados, não era
mais do que o esperado conter muito pouco sobre o assunto também nos PCNs do
Ensino Fundamental. Os PCNs são direcionados, sobretudo ao conteúdo humano, a
indústria, globalização e questões socioambientais, e principalmente a urbanização.
Pode-se notar que sempre na apresentação dos temas há a associação da interferência
humana e/ou o meio urbano.
Já analisando os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, parte IV
Ciências Humanas e suas Tecnologias, depara-se com a seguinte definição
No Ensino Fundamental, o papel da Geografia é ‘alfabetizar’ o aluno espacialmente em suas
diversas escalas e configurações, dando-lhe suficiente capacitação para manipular noções de
paisagem, espaço, natureza, Estado e sociedade. No Ensino Médio, o aluno deve construir competências que permitam a análise do real, revelando as causas e efeitos, a intensidade, a
heterogeneidade e o contexto espacial dos fenômenos que configuram cada sociedade. A
distinção que aqui se faz é que não se deve compreender o Ensino Médio apenas dentro da ótica
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de simples continuação do Fundamental ou da redução de um curso de graduação. O Ensino
Médio é o momento de ampliação das possibilidades de um conhecimento estruturado e mediado
pela escola que conduza à autonomia necessária para o cidadão do próximo milênio. (Brasil, 2000, p. 30)
Na “ótica da simples continuação do Fundamental”, os conceitos-chave
estabelecidos pelo documento já foram tratados no PCNs do Fundamental, tais
concepções são de paisagem, lugar, território e territorialidade, e globalização, técnicas
e redes. Os temas e sugestões destes PCNs (ensino médio) não são tão detalhados
quanto no anterior, as habilidades a serem desenvolvidas giram entorno dos conceitos-
chave, sem referência a um conteúdo da área física da Geografia, portanto nada que
remete ao petróleo, além de, evidentemente, questões econômicas e políticas.
Tais constatações contrariam alguns livros didáticos avaliados, eles possuem os
termos acima, entretanto é observada bastante geografia física, evidentemente o clima,
mas também a vegetação e geologia, comparativamente, de longe as proporções da
cartografia, questões econômicas e urbanas são bem maiores.
3. AS CONDIÇÕES ESPECÍFICAS PARA FORMAÇÃO DO PETRÓLEO
O petróleo, conceito já citado em sua forma genérica neste artigo, é um líquido
oleoso, composto de hidrocarbonetos (carbono e hidrogênio, também há percentagem
quase insignificante, menos de 5% de oxigênio e nitrogênio), pode possuir de cor preta
à marrom e tem densidade menor que a água. Inserido neste óleo, também se encontram
hidrocarbonetos em proporção sólida (betume) e gasosa (gás natural, composto de
metano, etano e propano).
Aqui trataremos de sua formação na concepção mais aceita atualmente, a de
origem orgânica, mas vale lembrar que existem outras teorias, como formação de
compostos inorgânicos e cósmica. Para a formação deste óleo é preciso alta produção de
matéria orgânica necessariamente marinha, como zooplâncton, fitoplâncton e algas em
ambiente de baixa oxigenação e alta sedimentação, ambiente com tais condicionantes é
o fundo oceânico, contudo pode encontrar-se em áreas continentais, desde que em
algum momento da combinação de placas tectônicas da Terra, tal porção de terra tenha
entrado em contato com o oceano. Seguindo as condições ditas, a matéria orgânica
depositada no fundo oceânico é mistura e recoberta por sedimentos finos, assim sendo
protegida da decomposição total, as bactérias anaeróbias fazem somente uma
decomposição inicial, que é fundamental para formação o gás natural e o Querogênio
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(hidrocarbonetos), ao fim deste processo está constituída a rocha-mãe ou rocha
geradora, esta que combinada com o tempo, pressão e temperatura.
O tempo, pressão temperatura são os fatores essenciais que decidirão a
percentagem de gás e de óleo que se originará a partir da rocha-mãe, pois começar a
formação em petróleo é necessário a temperatura mínima de 50ºC e no máximo 150ºC;
profundidade mínima de 500m e no máximo 4000m, contados a partir das planície
abissal (fundo oceânico); este intervalo se chama Zona do Óleo, processos onde ocorre a
Catagênese, o querogêneio, através da perda de voláteis e concentração do carbono
(craqueamento) se transformará em petróleo, excedendo as condições o óleo irá gerar
gás natural, processo denominado Metagênese, o último estágio dos hidrocarbonetos. O
tempo é o fator mais importante e mais relativo, pois depende de cada bacia sedimentar,
se soterrada a 50ºC por 30 milhões de anos o querogênio não irá transforma-se em
petróleo, bem como, se estiver sob 150º por 10 milhões de anos se terá somente gás
natural.
Figura 4 – Zona de formação de óleo e gás natural
Fonte: TEIXEIRA, et
al. Decifrando a
Terra. São Paulo: Oficina
de Textos, 2000
Como é possível perceber pela figura 4, a Zona do Óleo é muito específica, bem
como é a armazenagem deste óleo,
a compactação dos sedimentos orgânicos lamosos, que são fonte as fonte de hidrocarbonetos,
força os fluidos e os gases que os contêm a se deslocarem para as camadas permeáveis (como
arenitos e calcários porosos), que são denominadas de reservatórios de petróleo. A baixa densidade desses bens energéticos faz com que eles ascendam até as partes mais altas,
porventura possam alcançar, onde, então, flutuam no topo da água que quase sempre ocupa os
poros das formações permeáveis. (PRESS, et tal. 2006, p. 554)
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Quando o óleo migra da rocha-mãe é chamado de Migração Primária, conforme
a permeabilidade das rochas acima dela, pode haver uma Migração Secundária, irá
ocorrer do petróleo chegar a superfície caso não encontre pelo trajeto uma Rocha
Capeadora ou Selante, também chamado de Armadilhas de Petróleo, são geralmente
folhelhos argilosos, pois são impermeáveis, esta fator é que possibilita a acumulação de
petróleo, qual poderá ser explorada posteriormente.
Outra Armadilha do Petróleo é em relação à deformação estrutural das rochas,
não se adentrará no assunto, mas é válido citá-las, há quatro tipos, a Armadilha
Anticlinal, (deformação em crista), Armadilha de Falha, Armadilha Estratigráfica e
Armadilha em Domo de Sal.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após as análises aqui apresentadas, bem como do que foi encontrado em fontes
específicas sobre a formação do petróleo, conclui-se que poucos livros didáticos
explicam a origem do petróleo, sendo que nenhum deles contempla totalmente todos os
processos (Diagênese, Catagênese e Metagênese), a maioria permanece num mesmo
modelo, conceito comum de petróleo, citação dos seus derivados que está presente no
dia a dia e um breve histórico do petróleo no Brasil, em outras breves situações, o
associa a gráficos de quantidade de barris em determinado país ou a exportação, ou a
mapas de onde se localiza as refinarias, mas nada que ultrapasse dois exemplos. A falta
deste conteúdo é curiosa, se for ponderar o quanto é discutido sobre o fim do petróleo, o
“recurso energético não renovável” tratado nos livros, se não se sabe como é o
procedimento de formação do mesmo, como compreender que não é renovável.
Quanto aos PCNs, há entre os temas propostos possibilidades de se inserir
assuntos diversos considerando o contexto de cada situação escolar. Nota-se que para o
assunto escolhido é necessário uma pesquisa detalhada em diferentes fontes para a
preparação de uma aula que contemple os processos que envolvem a formação do
petróleo, e para dar esta aula, devido a complexidade dos procedimentos e termos
usados, seria mais propício ser para o ensino médio.
O exercício proposto na disciplina possibilitou-nos problematizar elementos que
envolvem a didática da Geografia, que envolvem a preparação de uma aula menos
informativa e, mais conectada a assuntos de interesse do professor em formação. A
leitura e análise da Geografia no currículo oficial e, consequentemente nos livros
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didáticos pode ser um primeiro contato as geografias que circulam nos espaços
escolares.
5. REFERÊNCIAS
PRESS, F. et tal. Para Entender a Terra. 4ª ed.; Porto Alegre, Bookman, 2006.
STRAHLER, A. N. Geología Física. Ediciones Omega, S.A. Barcelona, 1992.
TEIXEIRA, W. et al. (org) Decifrando a Terra. Oficina de Textos, São Paulo, 2000.
Planos Curriculares Nacionais de Geografia, Secretaria de Educação Fundamental.
MEC, Brasília, 1998.
Fonte Eletrônica
http://www.dct.uminho.pt/geoforum/resumo_pacheco.html
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciah.pdf
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Relato do 6º Congresso Brasileiro de
Extensão Universitária
Por Filipe Aderbal da Silva
Entre os dias 19 e 22 de Maio, foi realizado na cidade de Belém – mais
precisamente – no campus da Universidade Federal do Pará (UFPA), no estado do Pará,
o 6º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. A temática deste ano “ Diálogos de
extensão: saberes tradicionais e inovação científica” refletiu sobre a relação entre os
diferentes elementos presentes na construção do conhecimento e nas ações
extensionistas: a sabedoria popular e a pesquisa acadêmica.
Nesta edição, o Centro de Ciências Humanas e da Educação (FAED) foi
representado por dois discentes, bolsistas do Grupo PET Geografia, Filipe Aderbal da
Silva e Lucas Gonzaga Coelho. O trabalho apresentado por Filipe Aderbal no 6º CBEU
é de autoria conjunta dos bolsistas Angel Albano e João Daniel Barbosa Martins, e é
oriundo das experiências destes acerca do projeto “A Geografia como profissão”. O
título do trabalho, “A Geografia como profissão: trabalhando a valorização do curso e
do profissional”, resume bem um dos trabalhos desenvolvidos por todo o grupo PET
Geografia na valorização e luta por real reconhecimento acerca do curso e da profissão
Licenciado ou Bacharel em Geografia.
O bolsista Lucas Gonzaga Coelho, juntamente ao bolsista Filipe Aderbal,
executou a Oficina “Educação Ambiental: os ecossistemas da Ilha de Santa Catarina”.
Esta oficina, bem como o artigo de mesmo título, foi submetida ao evento com a autoria
de Gabriel Luiz de Miranda, Giovani Silveira dos Santos e Lucas Gonzaga Coelho,
bolsistas do Grupo PET Geografia. Este trabalho é desenvolvido anualmente em duas
oportunidades, uma no primeiro e outra no segundo semestre, e tem como objetivo
construir reflexões junto aos alunos, do 4º e 5º ano do ensino fundamental, acerca da
importância, com apelo a preservação das espécies e dos habitats, dos diferentes
ecossistemas presentes no Bioma Mata Atlântica, no qual a Ilha de Santa Catarina está
situada. Resultado das experiências destes bolsistas com este projeto, essa oficina foi
realizada com 17 alunos, de variados cursos (como Biologia, Aquicultura e Engenharia
Ambiental) de distintas Universidades do país. Ao final das atividades, foi entregue aos
participantes uma avaliação sobre a execução do projeto e, posteriormente, ao fazerem a
leitura destas avaliações, os dois bolsistas que ministraram a oficina puderam ratificar a
eficácia da mesma. Além disso, Lucas Gonzaga Coelho também apresentou o artigo,
com o mesmo título que a oficina, que foi enviado e aprovado pela organização do
vento.
Apesar das dificuldades encontradas por todos os participantes em relação a
logística e organização do Congresso – como a greve dos servidores da Universidade
que sediou o evento, que acarretou em diversos problemas nos serviços oferecidos pelo
6º CBEU, o “saldo” foi positivo. A participação de dois discentes do Centro de Ciências
Humanas e da Educação da Universidade do Estado de Santa Catarina, em um evento
de porte nacional, como este, denota, a princípio, reconhecimento da qualidade dos
trabalhos desenvolvidos pelo Grupo PET Geografia por parte do próprio Centro
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Universitário, sobretudo, da Direção de Extensão. Além disso, esta participação
estimula não somente os alunos que viajaram, mas toda a comunidade acadêmica, que
se vê assim desafiada a desenvolver mais pesquisas e atividades extensionistas, em
virtude da crescente valorização por parte da Direção de Extensão acerca destes
trabalhos. E, por fim, demonstra o quão importante são as atividades de extensão para o
desenvolvimento da sociedade, tendo em vista o vasto número de projetos apresentados
neste evento que impactam direta ou indiretamente milhares de pessoas em nosso país.
Para os participantes da comunidade civil que, na maioria das vezes, carecem de
informações e conhecimentos, esta é uma oportunidade da Universidade, sobretudo as
públicas, darem um retorno justo e concreto do investimento feito pela sociedade, por
meio de seus impostos e outros insumos.
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Relato da IV Jornada de Linguagem
Por: Marina Pinho Bernardes
Nos dias 22 e 23 de maio de 2014, o grupo PET Geografia da UDESC participou
da IV edição da Jornada de Linguagem, que ocorreu no Centrosul, em Florianópolis,
contando com a presença de inscritos de todo o Brasil.
Este evento visa contribuir para a formação continuada de professores da
educação básica, no tocante ao ensino e à aprendizagem da língua(gem) escrita, oral e
audiovisual, assim como ao processo de alfabetização e letramento.
O bolsista Gabriel Luis de Miranda apresentou o projeto de Educação
Ambiental, enquanto Marina Pinho Bernardes e Matheus Julio Pereira apresentaram o
projeto Cartografia para Crianças. Diante do convite apresentado pelos organizadores,
os bolsistas João Daniel Barbosa Martins, Marina Pinho Bernardes, Matheus Julio
Pereira e Raphael Meira Knabben, ministraram o minicurso Cartografia escolar e
alfabetização.
Este minicurso contou com a participação de oito inscritos, para quem foram
apresentados conteúdos relacionados à cartografia, mostrando a origem de diferentes
tipos de mapa, além de serem aplicadas atividades para facilitar o entendimento.
Atividades como a do “globinho” ou da “laranja”, que abordam o conceito de projeção e
distorção no mapa e outras como a da representação do corpo, que ajuda a compreender
escalas, reduzindo e ampliando desenhos foram usadas no minicurso, cuja avaliação dos
participantes foi bastante positiva.
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PET-Indica (sugestão de filmes, livros, etc.)
Sinopse Livro: A Geografia da Felicidade
Um escritor rabugento. Dez países. Será
que algum deles o fará feliz? Muitos
autores já tentaram descrever a
felicidade, mas poucos nos mostraram,
como faz Eric Weiner, onde ela está, por
que alguns lugares parecem mais felizes
que outros, e como uma troca de
endereço pode mudar o seu humor.
Weiner testemunhou catástrofes em mais
de trinta países. Em A geografia da
felicidade, decidiu contar o outro lado da
história. Para isso, visitou alguns dos
lugares com maior índice de satisfação
do mundo, como o Butão, onde o rei
prioriza a Felicidade Nacional Bruta, e a
Islândia, que apesar de gélida está entre
os países mais felizes do mundo. A
aventura do autor, relatada no livro,
realiza a proeza de deixar o leitor mais
feliz.
Fonte:
http://www.livrariasaraiva.com.br
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Música: Norte Nordeste Me Veste
Compositor: Rapadura
Fonte: http://www.overmundo.com.br/
Para acessar o vídeo:
http://www.vagalume.com.br/
O NORDESTE É POESIA Deus quando fez o mundo
Fez tudo com primazia
Formando o céu e a terra
Cobertos com fantasia
Para o Sul, deu a riqueza
Para o Planalto, a beleza
Pro Nordeste, a poesia
Como o som duma seresta
Fez tudo com harmonia:
Dos pássaros fez a orquestra
Deu à mata sinfonia
Deu ao Sul o boiadeiro,
O Norte ao aventureiro,
Ao Nordeste, a poesia
Ao juiz se dá a toga
Ao padre a freguesia
Ao bispo e ao cardeal
Dá-se a eles a prelazia
Tudo nasce ou é criado
Só o poeta é formado
Pela sua poesia
Dotou a mãe-natureza
Com tanta filosofia
Fez o sol e a lua
O sol quente e a lua fria
Para o Sul deu a fartura
Para o Centro, a agricultura
Pro Nordeste, a poesia
Ao doutor deu a ciência
Ao filosofo, a filosofia
O astrônomo estuda os astros
O profeta profecia
O poeta exalta e canta
Essa terra boa e santa
Com sua poesia
Esse mundo foi feito
Diz a santa profecia
E a natureza divina
Fez a sua primazia
O poeta com certeza
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Eventos
II EnpegSul
Informações: http://enpegsul2014.blogspot.com.br/
X AnpedSul – FAED - UDESC
Informações: http://xanpedsul.faed.udesc.br/
XVII ENDIPE
Informações: http://www.uece.br/eventos/xviiendipe.
Seminário Plano Diretor Participativo de Florianópolis
Dia: 27/06/14
Local: Auditório da Celesc
Informações: http://www.causc.gov.br/?p=11759
VI SEMINÁRIO DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL
I SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL
E PRÁTICAS DE MEDIAÇÃO LITERÁRIA
Período de realização 15, 16 e 17 de outubro de 2014
Universidade Federal de Santa Catarina - Campus Trindade – Florianópolis – SC
Informações: http://literaturainfantilejuvenil.wordpress.com
VII Congresso Brasileiro de Geógrafos (CBG)
Data: 06/07 a 12/07/2014
Local: Vitória – Espírito Santo
Informações: http://www.agb.org.br/index.php/56-informes/agb/103-1-circular-do-cbg-
2014
Sétimo Encontro Latino-americano de Estudantes de Geografia (ELEG)
Data: Outubro de 2014
Local: Pontifícia Universidade Católica de Valparaíso (PUCV) - Chile
Informações: http://www.elegchile2014.pucv.cl/
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II Seminário Latino-americano de Geografia e Gênero
Data: 8/10 a 12/10/2014
Local: UNIR (Universidade Federal de Rondônia)
Informações: http://www.gete.net.br/ocs/index.php/ugi/slagg
Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica
Data: 14/10 a 17/10/2014
Local: UFPR – Curitiba – Paraná
Informações: http://www.abclima.ggf.br/eventos.php
XVII ENDIPE – Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino
Data: 11/11 a 14/11/2014
Promoção: UECE
Local: SEBRAE/Hotel Praia Centro/Hotel Blue Tree Premium
Informações: http://endipe.pro.br/site/