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RELATÓRIO FINAL I ANÁLISE DAS ENTREVISTAS COM OPERADORES NACIONAIS ESTUDO DE OPORTUNIDADE DE INVESTIMENTO EM TURISMO NO DISTRITO FEDERAL Brasília Junho, 2010 Relatório produzido com base em análise do discurso e conteúdo, relativo a pesquisa qualitativa com Operadores Nacionais.

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Relatório produzido com base em

análise do discurso e conteúdo, relativo

a pesquisa qualitativa com Operadores

Nacionais.

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Ficha Técnica

Documento integrante do “Estudo para o Levantamento das Oportunidades de Investimentos para o

Setor de Turismo no Distrito Federal “

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser fotocopiada, gravada,

reproduzida ou transmitida sob qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento dos

autores.

SEBRAE/DF

Presidente – ANTONIO ROCHA DA SILVA

DIRETORIA EXECUTIVA

José Carlos Moreira De Luca

Maria Eulalia Franco

Rodrigo de Oliveira Sá

CONSELHO DELIBERATIVO

Banco de Brasília S.A - BRB;

Banco do Brasil S.A.- BB;

Caixa Econômica Federal - CAIXA;

Companhia de Planejamento do Distrito Federal - CODEPLAN;

Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal - FAPE/DF;

Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Distrito Federal - FACI/DF;

Federação das Indústrias do Distrito Federal - FIBRA;

Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal - FECOMÉRCIO;

Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal - SDE;

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE;

Universidade de Brasília - UnB

Equipe Técnica do Sebrae/DF

Maria Eulalia Franco

Fernando Neves dos S. Filho

Roberto Faria Santos Filho

Aparecida Vieira Lima

Giana Maria Gagno

Maria Auxiliadora Umbelino de Souza

Consultora Técnica: Regina Célia Xavier dos Santos

CET - UnB

José Geraldo de Sousa Junior

Reitor da Universidade de Brasília

Neio Lúcio de Oliveira Campos

Diretor do Centro de Excelência em Turismo

Domingos Sávio Spezia

Assessoria Técnica do Centro de Excelência em Turismo

Maria de Lourdes Rollemberg Mollo

Coordenação do Núcleo de Economia do Turismo

Cléssios Renato Silveira Celestino

Coordenação de Projetos de Gastronomia

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Ariádne Pedra Bittencourt

Coordenação de Projetos em Hotelaria

Elisângela Aparecida Machado da Silva

Coordenação de Projetos em Turismo

Karen Furlan Basso

Luiz Carlos Spiller Pena

Davi Bimbatti

Ana Rosa Domingues dos Santos

Analistas de Projetos em Turismo

Milene Takasago

Responsável Técnica do Projeto

Sara Poletto

Responsável pela Análise de conteúdo e discurso

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Índice

1. Apresentação 05

2. Metodologia 06

3. Análise 10

4. Considerações Finais

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5.Bibliografia 19

6.Anexos

6.1. Roteiro das entrevistas

6.2. Degravação literal das entrevistas

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Apresentação

O Projeto Estudo para o Levantamento das Oportunidades de Investimentos

para o Setor de Turismo no Distrito Federal está sendo executado pela Fundação

Universidade de Brasília (FUB), por meio do Centro de Excelência em Turismo

(CET/UnB), para fornecer ao SEBRAE-DF e ao Ministério do Turismo os resultados de

uma pesquisa direcionada a oportunidades de investimento em turismo no Distrito

Federal. As informações prestadas ao fim da execução desse projeto deverão subsidiar

novos investimentos e ações com abordagem clara e confiável das potencialidades

existentes em curto e médio prazo, organizadas em fichas técnicas e relatórios

analíticos.

O estudo das oportunidades de investimento no setor do turismo no DF foi

contratado segundo especificações técnicas que envolvem análise ambiental e setorial,

pesquisas quantitativas e qualitativas, estudos comparados e prospecções,

levantamento de dados secundários para construção de um cadastro de

empreendimentos atuantes no setor turismo; visitas técnicas a atrativos e

empreendimentos turísticos; entre outros.

O presente relatório diz respeito, porém, a uma área especifica do projeto, que é

relativa à pesquisa qualitativa, realizada através de entrevistas de profundidade com

uma amostra de 10 (dez) representantes das principais empresas/operadoras do

turismo nacional.

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Metodologia

A pesquisa qualitativa foi realizada junto a uma amostra de dez representantes de

algumas das principais operadoras de turismo e organizadores nacionais de turismo de

diferentes categorias (hotelaria, eventos, transportes). A pesquisa foi realizada por meio

de entrevistas em profundidade com o objetivo de avaliar a percepção desses agentes

com relação ao Distrito Federal como destino turístico.

Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, não se buscou coletar dados

quantificáveis apenas noções gerais, particularidades e interpretações individuais que

auxiliassem na identificação de possíveis investimentos, novos negócios, oportunidades

e ameaças para o turismo no DF, por meio da identificação da imagem do destino

turístico Brasília segundo a percepção dos entrevistados.

Dessa forma, o CET-UnB optou pela realização de entrevistas individuais, aplicadas

por meio de um roteiro pré-concebido e aprovado tecnicamente pela consultora

técnica do SEBRAE-DF, gravadas em áudio e transcritas literalmente de forma a compor

o corpus da análise de conteúdo.

Para a seleção dos entrevistados, foi adotado um plano de amostragem não

probabilística por conveniência, que permitiu selecionar representantes de operadoras

e organizadoras do turismo nacional de diferentes categorias com objetivo de coletar

informações relevantes ao estudo, que considerasse uma gama diversa de percepções,

de acordo com as especificidades de cada categoria que integram o setor turismo.

A lista de empresas e representantes aprovada pelo SEBRAE-DF, no entanto,

precisou ser adapatada durante o processo de agendamento das entrevistas devido

à necessidade de dar prioridade às empresas que aceitaram participar da pesquisa no

período reservado para sua execução, não comprometendo o prazo de encerramento

do Projeto.

Importa destacar que na amostra foram consideradas empresas que comercializam

o DF e empresas que não o comercializam com o objetivo de compreender as razões

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para tal. Essa identificação trouxe à pesquisa informações muito ricas para o Estudo de

Oportunidade de Investimentos em Turismo uma vez que permitiram identificar alguns

entraves para a comercialização do destino Brasília no país e no exterior.

A listagem inicial envolvia o seguinte perfil de amostra e unidades amostrais:

- 2 operadoras nacionais. Uma que opera e outra que não opera Brasília, entre as

maiores do país (por exemplo: CVC, TAMVIAGEM, BANCORBRAS, BBTUR)

- 2 companhias aéreas entre as maiores que operam Brasília, sendo uma nacional e

outra internacional (por exemplo: TAM, GOL, VARIG, TAP, AA/DELTA airlines)

- 2 grandes locadoras de veículos (por exemplo: LOCALIZA, HERTZ entre outros)

- 2 representantes de grande Rede Hoteleira (por exemplo: MELIA, ACCOR, ATLÂNTICA

HOSTEL, SONESTA entre outros)

- 2 grandes captadora/organizadora de eventos. Uma que comercialize Brasília e outra

que não (por exemplo: Reed Exhibitions Alcantara Machado – REED, HOFFMANN entre

outros).

A partir desta lista, o CET/UnB contactou e agendou dez entrevistas com agentes

desses empreendimentos, levando em consideração a atuação das empresas em seus

respectivos setores e a composição de uma coleta qualitativa representativa.

Embora o SEBRAE-DF tenha recomendado identificar, preferencialmente nessa

ordem, os representantes do Departamento Comercial, do Departamento de Marketing

e da Assessoria de Imprensa (Relações Públicas), foi necessário entrevistar outros

profissionais, identificados como os responsáveis por planejar , executar, projetar e

controlar as metas e estratégias comerciais do empreendimento, mantendo o objetivo

da análise.

Identificar e agendar uma entrevista com esse profissional, especificamente, foi uma

das principais dificuldades enfrentadas pela equipe do projeto. Em algumas empresas o

profissional procurado integrava um departamento distinto dos selecionados, como na

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Rede Accor, por exemplo, onde foi-nos recomendado entrevistar o diretor do

departamento de Desenvolvimento de Novos Negócios.

O CET-UnB também encontrou dificuldade com relação à resistência e desconfiança

por parte das empresas contatadas em ceder informações e participar de entrevistas

gravadas. Porém, por meio de um processo formal e burocrático de aproximação com

os setores estratégicos das empresas listadas, as pessoas alvo foram contatadas e

sensibilizadas para o Estudo, principalmente devido à articulação e o apoio direto de

seus assessores.

A conciliação da agenda dos entrevistados com a agenda de execução do projeto

também foi alvo de desafios a serem superados para a realização dessa pesquisa.

Mesmo diante de um agendamento prévio (com dias de antecedência), em muitos

casos não foi possível encontrar uma data que conciliasse o prazo que tínhamos para a

realização da coleta com a agenda do empresário, sendo necessário substituí-lo.

Segundo os pesquisadores que realizaram a coleta, a realização das entrevistas

obteve maior sucesso quando o entrevistado havia compreendido os objetivos da

pesquisa, as razões pelas quais havia sido convidado e o breve roteiro de perguntas.

Isso se repetiu nos casos onde o agendamento havia sido feito com maior

antecedência. As entrevistas agendadas com poucos dias de antecedência em relação a

sua aplicação, segundo os pesquisadores, foram mais difíceis em termos de coleta de

dados qualitativos.

Grande parte da coleta (70%) foi realizada presencialmente em São Paulo (SP), entre

o dia 12 a 16 de abril de 2010, sendo o restante coletado em Brasília, compondo a

seguinte amostra:

1. Rede Atlântica - Hotelaria

Administradora hoteleira independente multimarcas da América do Sul com sede

em São Paulo e com empreendimentos em 40 cidades brasileiras, entre elas Brasília.

Possui mais de 11 mil apartamentos em mais de 70 hotéis, nas categorias

Econômico (Go Inn), MidClass (Sleep Inn, Comfort e Park Inn), Superior (Comfort

Suites, Quality, Park Suites), Luxo (Clarion – Four Points e Radisson) e Resorts. A

administradora ainda oferece para os hotéis que não possuem bandeira

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internacional e querem operar com seu padrão de qualidade, a bandeira Atlantica

Collection, aplicável a todas as categorias.

2. Rede Accor – Hotelaria

Empresa francesa com mais de quatro mil hotéis distribuídos pelo mundo, que tem

investido agressivamente no Brasil e em outros dois mercados emergentes (China e

Índia). Para ampliar a participação no mercado nacional, o grupo tem buscado

investidores para a construção das unidades hoteleiras, deixando a administração a

cargo da Accor. Atualmente opera 143 hotéis no Brasil, de um total de 180 em toda

a América Latina, empregando cerca de 6.800 pessoas diretamente. A rede Accor

trabalha com seis bandeiras de hotéis: Fórmula 1 (10 empreendimentos no país),

Ibis (49 empreendimentos), Mercure (68 empreendimentos), Novotel (12

empreendimentos), Pullman e Sofitel (4 empreendimentos). As três primeiras são

voltadas para um público corporativo econômico, enquanto o Pullman tem porte

cinco estrelas e o Sofitel é o padrão mais luxuoso.

3. Mobility on Line – Transportes

Central que integra diversas empresas locadoras de veículos com ampla

distribuição/ atendimento em todo o território nacional. Criada em maio de 2000, a

Mobility foi a primeira empresa a reunir em um só lugar locação de carros,

motocicletas, motorhomes, limousines e veículos Prestige – modelos conversíveis e

esportivos de luxo. Graças a parcerias firmadas com as principais locadoras de

carros do mundo – Avis, Budget, Hertz, Europcar, Dollar, Alamo, Sixt, Elite e outras –

a Mobility trouxe para o mercado brasileiro um conceito novo: o best-offer, que

possibilita pesquisar preços de todas as principais locadoras nacionais e

internacionais, considerando seguros e taxas obrigatórias, por telefone ou internet.

Mais de 3 mil agências de viagem, centenas de empresas e particulares, a Mobility

trabalha com as melhores locadoras, todos os tipos de veículos e uma variada

oferta de serviços.

4. Transportadoras União, Piracicabana e Princesa do Norte - Transporte

Rodoviário Nacional

Empresas pertencentes ao Grupo Reunidas (Empresas Reunidas Paulista de

Transportes Ltda), uma das maiores empresas de transporte rodoviários do estado

de São Paulo, que percorre varias cidades entre os estados de São Paulo, Rio de

Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. A Reunidas executa o transporte

rodoviário de passageiros em linhas regulares ou em fretamentos turísticos, além

de transportar encomendas.

5. Itapemirim - Transporte Rodoviário Nacional

A Viação Itapemirim está presente em todo o território nacional, atuando em 70%

dos estados brasileiros abrange mais de 85% do território nacional, interligando 21

estados e rodando mais de 28 milhões de quilômetros por mês em linhas de curta,

média e longa distâncias. Opera com uma frota de aproximadamente 1.300 ônibus

e atende cerca de 2.000 localidades.

A cada 300 quilômetros, em média, conta com um ponto de apoio, com refeições,

lanches, sanitários e com serviço de hotelaria. A Viação Itapemirim mantém o

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Programa de Qualidade dos Pontos de Apoio (PQPA), que garante a qualidade dos

restaurantes e pontos de apoio com os quais mantém parceria. Por esse

programa, a empresa avalia itens que vão desde a limpeza de banheiros até o

preço e qualidade das refeições. Além disso, a Itapemirim também oferece em

vários desses pontos de apoio a promoção Refeição Mais, que permite descontos

em vários produtos de alimentação. Nos pontos em que a Refeição Mais é

oferecida, há cartazes informando sobre a promoção. Temos aproximadamente

1200 Agências de Vendas de Passagens, abrangendo a maioria das cidades

atendidas e interligando o País de norte a sul.

A Linha Direta Itapemirim atende todos os dias cerca de 2.500 clientes, com picos

de cerca de 5.000 ligações por dia.

6. TAP Portugal - Cias. Aéreas Internacionais

A TAP Portugal é a companhia aérea Portuguesa líder de mercado e membro da

Star Alliance desde 14 Março de 2005. O seu Hub em Lisboa, plataforma

privilegiada de acesso na Europa, na encruzilhada com África, América do Norte e

do Sul. A Rede da TAP, líder na operação entre a Europa e o Brasil, cobre 64

destinos em 30 países a nível mundial.

Operando em média mais de 1.850 voos por semana, a TAP dispõe de uma

moderna frota de 55 aviões de fabrico Airbus, mais 16 ao serviço da PGA, sua

companhia regional, totalizando 71 aeronaves. Prosseguindo uma orientação

prioritariamente direccionada para o Cliente, a TAP investe continuamente em

inovação e na utilização das Novas Tecnologias.

No Brasil, a TAP opera em várias cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro,

Salvador e Brasília com destino a Lisboa e outros destinos da Europa, além da

parcerias com grandes redes de hotéis, transportadoras, como também outras

Companhias aéreas.

7. Azul - Companhias Aéreas Nacionais

O mapa do Brasil, estampado na cauda das aeronaves, simboliza o desejo de servir,

de aproximar e apresentar aos brasileiros, sem escalas, uma nova fase na história do

transporte aéreo do país.

A Azul começou a voar no dia 15 de dezembro de 2008, inicialmente ligando

Campinas a Porto Alegre e Campinas a Salvador, em frequências diárias, sem

escalas. Hoje a nova companhia aérea conecta 20 destinos: Campinas, Porto Alegre,

Curitiba, Maringá, Navegantes, Florianópolis, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo

Grande, Vitória, Salvador, Recife, Maceió, Fortaleza, Natal, Manaus, Goiânia, Porto

Seguro, São Paulo e Cuiabá. Com as linhas de ônibus, são 24 as cidades conectadas

pela Azul. A companhia é a única cuja frota é composta exclusivamente por jatos

100% brasileiros, os modernos E-Jets fabricados pela Embraer. Atualmente a Azul

conta com uma frota composta por 15 aeronaves Embraer 190 e Embraer 195.

Outras seis aeronaves Embraer 195 serão entregues este ano.

O planejamento de frota da companhia prevê a entrega de novas aeronaves ao

longo de três anos, chegando a 42 unidades no final de 2011 e 78 ao final de 2013.

Com apenas um ano de funcionamento a empresa hoje tem sua marca de 3

milhões de pessoas transportadas e em junho chega à Brasília e até 2012, a

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companhia deverá servir as principais cidades brasileiras, com uma frota de jatos

Embraer 190 e Embraer 195.

8. Bancorbrás - Operadoras Nacionais

Criada por funcionários aposentados do Banco do Brasil e do Banco Central, atua

nas áreas de consórcio, seguro e turismo. Líder de mercado e referência na

América Latina. São cerca de 4.000 hotéis conveniados no Brasil e no Exterior. Com

mais de 120 mil títulos, os clientes Clube utilizam mais de 600 mil diárias por ano.

Atua tanto como agência de viagens, quanto como operadora, na idealização de

pacotes com alternativas em excursões, transportes e hospedagens.

9. MGM Operadora

A MGM Operadora Turística é uma referência na área de vendas de pacotes

nacionais e internacionais, com milhares de clientes e fornecedores no Brasil e no

mundo. Foi fundada há 12 anos e neste tempo reuniu uma equipe altamente

especializada que utiliza tecnologia de ponta voltada ao turismo. A MGM é a

operadora de turismo que mais cresce no país. Em 2008 e 2009, foi escolhida entre

melhores operadoras de pacotes nacionais no prêmio Melhor da Viagem.

Os clientes contam com opções de pacotes turísticos, hotéis e passeios, como

também setores específicos para atender congressos, shows, grupos, viagens de

negócios, de aventura e exóticas.

10. Reed Exhibitions Alcantara Machado - Captadora/Organizadora de

Eventos

A Reed Exhibitions Alcantara Machado, uma das principais marcas mundiais do

setor, foi constituída a partir da joint venture entre a Reed Exhibitions, principal

marca mundial do mercado de feiras de negócios, que organiza em torno de 500

eventos, em 38 países, e a Alcantara Machado, maior empresa de eventos da

América Latina.

A parceria visa aperfeiçoar a qualidade dos serviços prestados aos públicos

expositor e visitante/comprador; estipular política de marketing mais agressiva nos

mercados nacional e internacional visando atrair mais expositores e compradores

de praças estratégicas; potencializar banco de dados, tendo acesso a novas

informações sobre expositores e visitantes/compradores de várias partes do

mundo; além de ampliar a rede de informações entre as empresas (exemplo: a Reed

possui 39 escritórios em diferentes continentes).

Com essa união, a Reed Exhibitions Alcantara Machado passou a ter um calendário

diversificado, constituído por mais de quarenta eventos, anuais e bienais, que

cobrem a maior parte dos segmentos econômicos - automotivo, agronegócios,

construção, beleza, energia, embalagem, imagem, imobiliário, manufatura,

mecânica, plástico, saneamento e meio ambiente, segurança, transporte e logística,

têxtil e turismo - e atraem compradores de mais de 100 países de todos os

continentes. Nos anos ímpares são ao todo 700 mil, e, nos anos pares, esse número

salta para milhão, entre brasileiros e estrangeiros. Já a quantidade de expositores

ultrapassa 5 mil empresas/ano, de várias partes do mundo.

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Análise

“O discurso é uma prática, uma ação do sujeito sobre o mundo. Quando

pronunciamos um discurso agimos sobre o mundo, marcamos uma posição. Sujeitos

falam de um lugar social” (Fernandes, 2005).

Analisar entrevistas implica no reconhecimento de que se está realizando a cada

segundo uma releitura, uma resignificação, como diria Geertz. “Começamos com as

nossas próprias interpretações do que pretendem nossos informantes, ou o que

achamos que eles pretendem, e depois passamos a sistematizá-las” (GEERTZ, 1978,

pág.25).

Nesse sentido é imprenscindível reforçar que a primeira e constante busca do

cientista é - uma vez reconhecendo que não conseguimos manter a neutralidade –

estar em constante vigilância epistemológica, ou seja, se manter alerta ao seu lugar de

fala, a sua posição social, acadêmica e cultural, para que elas interfiram o mínimo

possivel nas análises a serem realizadas (Barchelard, 1996).

Dessa maneira, reconheço aqui minha identidade de cientista social,

Antropóloga, professora universitária e consultora de processos participativos antes de

iniciar o processo que se segue, afinal como lembra Foucault (2005), o que define, de

fato, o sujeito é o lugar de onde fala. “Não importa quem fala, mas o que ele diz nao é

dito de qualquer lugar” (Foucault, 2005). No mesmo sentido, faz-se importante

reconhecer que nossos entrevistados são representantes de grandes empresas, com

atuação nacional e internacional e investidores em potencial. Alguns nunca estiveram

em Brasília, enquanto outros operam diretamente o destino e vivem na cidade.

Ressalto, também, que a aplicação das entrevistas em profundidade foram realizadas

por outros profissionais, dentro do roteiro pré estabelecido que encontra-se anexo

nesse documento.

A presente análise tem como o ponto focal, reconhecer as colocações

elucidadas sobre três questões centrais, a saber:

1. O que os investidores procuram no Distrito Federal?

2. O que há de mais impactante para compor o setor de turismo no Distrito

Federal?

3. Quais são as principais deficiências para o setor do turismo no Distrito

Federal?

Essa questões abarcam diversas categorias e subcategorias envolvidas com a

análise setorial e todas transitam pelas falas e, também, nesse relatório. São elas:

- meios de hospedagem;

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- Agências de turismo;

- Serviços de alimentação;

- Espaços, infra-estrutura para realização de eventos;

- Transportadoras turísticas;

- Empreedimentos de lazer;

- Serviço de transporte;

- Outros serviços

O relatório aqui subscrito traz uma leitura realizada através das falas de

representantes de operadoras e organizadoras do turismo nacional de diferentes

categorias a cerca de Oportunidade de Investimentos em Turismo no Distrito Federal. O

objetivo nessa etapa do trabalho foi dar voz a alguns personagens que vivenciam o

turismo como possibilidade de empreedimento em nosso país.

Essa amostra pretende ser representativa e assim pode-se afirmar que “quando

um discurso é proferido, ele já nasce filiado a uma rede tecida por outros discursos

com semelhantes escolhas e exclusões” ( Indursky e Ferreira, 2005). A fala sempre

reflete uma visão de mundo determinada, necessariamente vinculada à dos seus

autores e ao seu meio cultural. Como lembra Brandão (1993), “o sujeito nao é origem,

a fonte absoluta do sentido, porque na sua fala, outras falas se dizem”.

A Universidade de Brasília, através de seus pesquisadores, se comprometeu com

os entrevistados que suas identidades seriam mantidas em sigilo. Dessa maneira, faz-se

necessário informar que não são apresentados nomes ou qualquer informação ao final

das citações literais utilizadas.

Para dar início a sistematização das falas e discursos trazidos aqui por nossos

informantes, utiliza-se a teoria da análise de conteúdo, buscando sistematizar

estatísticamente os discursos, analisando numericamente a frequência de determinados

termos e referências que geram uma espécie de mapa mental, no qual todas as idéias

centrais presentes nos discursos se fazem vizualizar :

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Parece ser difícil pensar em Brasilia como um destino turístico propriamente

dito, uma vez que o país alimenta fortemente a imagem do turismo de sol e praia, além

de um turismo histórico cultural, no qual Brasília não estaria tão claramente envolvida.

O fato de falar da Capital Federal do país, atrai o que nossos entrevistados

chamaram de Turismo de negócios, business, eventos corporativos. Dentro desse mote

também assistimos a possibilidade de um desenvolvimento e aperfeiçoamento do

turismo cívico, que está solicitando guias especializados e que estejam prontos para

um atendimento internacional.

Consciente de que na medida em que retira-se de um discurso fragmentos e

insere-se em outro discurso, fazemos uma transposição de suas condições de

produção (Brandão, 1993), opta-se por elucidar todo o relatório com trechos retirados

das entrevistas degravadas.

“Brasília foi criada pra ser sede do Governo Federal, então, ela

não foi criada pra ter praia, não foi criada pra ter lago, não foi

criada pra ter campo, não foi criada pra ter piscinão(...) Lá você

vai ter o destino Business Federal, destino política (...) acho que

ninguém acorda de manhã numa sexta-feira, pega a esposa, a

patroa e fala: „Pô, acordei com vontade de ir pra Brasília, vamos

lá pra Brasília namorar, vamos curtir Brasília no final de semana‟.

Acho que é completamente diferente, eu acho que esse é o

propósito de Brasília: não é pra ser o sonho de consumo de

passar final de semana, de família, de tudo isso.”

Observa-se paralelamente ao reconhecimento da potencialidade do destino

para o turismo de negócios, um canal para investimento no viés histórico, com o intuito

de se reforçar o que vários chamaram de “patriotismo do brasilieiro” e ampliar os

conhecimentos sobre a história do país, bem como a construção da Capital Federal.

“(...) a grande atração é a cidade, eu creio que os roteiros

voltados para a arquitetura, para a cultura, para apreciação do

que significou esse último meio século no Brasil, são um dos

pontos fortes de atração turística da cidade de Brasília”.

“Acho que Brasília tem que se posicionar justamente do

jeito que ela está, com uma forcinha maior pra um turismo

histórico, um turismo da história do governo brasileiro, da

história dos monumentos, da importância de um parlamento

(...)”

“(...) é uma capital federal, são os destinos cívicos, são os

destinos públicos, toda magia que tem por trás disso (...) acho

que isso é pouco explorado. Você vai em qualquer lugar, você

nos Estados Unidos quer ir conhecer a Casa Branca, você vai

conhecer a Casa Rosada, na Argentina (...)”

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Apresentar Brasília como Capital Federal é a força maior de visibilidade do

destino, assim como o planejamento estratégico da cidade e sua arquitetura

diferenciada. Esses seriam os fatores que tornam a cidade competitiva a nível nacional,

mesmo que a comparação direta não seja, mais uma vez, com as ofertas de sol e praia

existentes no país.

Interessante pontuar que esteve muito forte nas falas o fato de Brasilia ser um

local de distribuição, lançamento e apreciação de música e arte. A indicação para a

necessidade de lançamento de novos roteiros - diurnos e noturnos - envolvem

justamente essas atividades, que seriam capazes de manter o turista por mais tempo

no destino. Operadoras de turismo nao conseguem propor roterios que mantenham o

turista mais de um dia na cidade.

“ É um pacote que realmente não tem retorno, por conta

de, falta em Brasília algo que chama a atenção pras pessoas

virem pra cá. Só o fato de ser a capital, hoje acredito que não é

mais. Então as pessoas passam por aqui, visitam ali rapidinho, o

coração, e vão embora no final do dia.(...) Então, quer dizer, elas

não vão se hospedar, elas não gastaram com restaurante, elas

simplesmente passaram por aqui”

“(...) Porque não o Festival de Brasília? O Festival de

Cinema de Brasília? Quer dizer, Brasília tem uma característica

cultural que eu acho que deveria ser explorada e ser

potencializada pra fora do Brasil inclusive, né, quer dizer, de se

criar um grande centro, né, enfim. Eu apostaria muito forte na

cultura em Brasília, porque eu acho que é um nicho fantástico”

Mesmo sendo vista como uma cidade bonita, segura, interessante no quesito

arquitetônico e histórico, não consegue atrair o Brasileiro para um período maior de

permanência. Uma das apostas de nossos entrevistados é de que a Secretaria e

Ministério do Turismo aprofundem a divulgação do destino, com a criação e veiculação

de materiais informativos e ilustrativos sobre as novas e diferentes oportunidades de

roteiros existentes na Capital Federal do país. A principal idéia é que ambos tenham

atenção em dar visibilidade a criação de novas atividades de lazer dentro da cidade,

durante o dia e noite - como a possibilidade de usufruir do lago Paranoá para

realização de esportes ou passeios, a promoção de shows, peças de teatro com artistas

nacionais e internacionais – para que o turista possa começar a ver Brasilia como um

local de descanso e lazer, além de conhecimento histórico e cultural.

O processo de divulgar o destino não se resume a roteiros internos, mas

também, ao reforço de locais que se encontram próximos, como é o caso da Chapada

dos Veadeiros, Pirenópolis e entorno de Brasília, no qual haveria o apelo para o

ecoturismo. O chamado é para que essa divulgação aconteça em todo país, em

aeroportos, hotéis, operadoras, sites, através de folders, vídeos, propagandas, entre

outros.

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“eu não vejo(..) uma propaganda de Brasília fora daqui.

(...)Eu nunca vi na televisão, eu estando fora de Brasília, ou num

outdor, ou numa revista, as pessoas chamando pra vim pra

Brasília”.

“Se você quiser agregar um pouco mais, né, as pessoas,

por exemplo, descerem lá e conhecerem a cidade e depois de 3,

4 dias, pegarem um ônibus e irem pra Chapada dos Veadeiros,

irem pra Pirenópolis, irem pro entorno de Brasília, pra desfrutar

de recursos naturais que a região oferece, você teria uma

permanência ai de 6 dias, por exemplo”.

Pelo fato de não ter, em palavra de nossos entrevistados, “lazer definido”,

Brasilia se configura como destino Business e, por essa razão não realiza concorrência

direta com Salvador, Rio de Janeiro, Pantanal, Amazônia, Foz do Iguaçu, entre outros

destinos de “lazer” do país. Retoma-se a caracterização de Brasília como local de

“negócios” para destacar um ponto apresentado por todas as pessoas aqui ouvidas, a

saber, a infra-estrutura hoteleira da cidade.

O investimento na área hoteleira parece ser imprescindível para a Capital

Federal do país, na visão dos representantes de operadoras. É importante ressaltar que

as únicas pessoas que disseram avaliar positivamente esse serviço na cidade,

reforçaram nao conhecê-la, mas apontam que já ouviram falar bem das acomodações.

Por outro lado, obervamos um questionamento quanto ao fato de não ter

acomodações suficientes para atender uma possível demanda de turistas que venha

conhecer a cidade e seu entorno.

“Hoje pra o corporativo, pra parte de eventos, ela fica

lotada a semana toda. Então acho que esquecem da parte do

turismo, né? Então ah, porque está tudo lotado, porque que a

gente vai fazer alguma coisa diferente?”

O contraponto parece se estabelecer entre um real interesse de receber uma

demanda diferente da Business, ou seja, voltada para o turismo de lazer, cultural e

histórico. As operadoras que vendem os eventos falam da dificuldade de se acomodar

outros turistas quando acontece alguma conferência maior na cidade, já que nao

existem vagas. Uma vez que estamos falando até agora de um turismo nacional, todos

avaliaram que Brasilia, não estaria pronta para atender uma demanda internacional.

“Nenhuma cidade brasileira está pronta com exceção de

São Paulo pra atender uma demanda internacional, nenhuma

cidade.”

“(...)Não temos essa infra-estrutura, não adianta, você não

tem rua, você não tem rodovia, você não tem aeroporto, você

não tem porto, você não tem nada estrutural pra isso, então o

que é uma pena. É, então acho que hoje nenhuma cidade,

Brasília especificamente, não está preparada por aeroporto, por

comunicação com o segundo idioma, a própria oferta hoteleira

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da cidade de Brasília ela tem poucas bandeiras internacionais

onde o gringo tem uma segurança, um reconhecimento maior,

é... É muito difícil você viajar internamente no Brasil. (...) eu acho

que não é um problema específico de Brasília, acho que é um

problema hoje nosso de não ter, não estar pronto pra atender

com qualidade e com profissionalismo essa demanda

internacional.”

Os serviços de recepcão ao turista não são vistos como adequados para acolher

o turista estrangeiro. Alimenta-se a visão de que o turista brasileiro é mais maleável e,

por viver aqui, compreende a demora nos atendimentos, as estradas ruins, a falta de

capacitação dos profissionais, entre outros. Nos hotéis, restaurantes, taxis não se fala

outra lingua, diferente do português. Nos roteiros não existem guias que possam se

expressar em outra língua ou mesmo que estejam tempo integral no local.

“Eu sou daquela que faço todos os passeios cívicos, levo

as pessoas pra conhecer pontos turísticos, e eu fiquei assim

decepcionadíssima. Esse final de semana mesmo eu cheguei ali

no final do eixo monumental, e, perto do Panteon da liberdade

ali. Então estavam arrumando, acho que mexendo lá, fazendo

alguma coisa, e as pessoas não tinham o cuidado de esperar os

turistas visitarem. (...) Mexendo com obra, a pessoa limpando lá

e jogando água em todo mundo. Então não tem, não tem uma

estrutura pra receber um turista de fora. Estrangeiro acho que é

pior, você não vê um guia, uma pessoa, assim, nos locais que

possam estar atendendo(...)”

“Cardápios em inglês, concierge de hotel falando em

inglês, taxista atendendo em espanhol, enfim, vai ser necessário

adequar a oferta de serviços para um público que tende a

começar a chegar.”

“(...)Na minha cabeça eu não consigo dissociar

investimentos em infra-estrutura com capacitação da mão de

obra pra poder atender essa demanda especificamente no

turismo, seja com taxista, seja com o concierge do hotel, seja,

enfim, no atendimento no aeroporto, nos restaurantes, e por aí

vai.”

A capacitação de mão de obra local, capacitação humana para atendimento ao

turista, desde o aeroporto, até os hotéis, restaurantes e pontos de visitação são

questões elucidadas a todo momento. Nesse caso, inclusive um dos representantes que

não conhece a cidade mas vende o destino Brasilia, colocou que a avaliação de seus

clientes foi de serviços falhos.

Mesmo sendo muito forte a necessidade de investimento em treinamento de

pessoal e na construção de hotéis na cidade, a última é vista como foco de maior

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dificuldade pelos investidores da área, uma vez que os terrenos na Capital Federal são

super valorizados e o retorno financeiro muito demorado.

“(...) valor do terreno hoje disponível é muito caro. Então a hora

que você for fazer a conta da viabilidade financeira de fazer um

investimento hoteleiro, não fecha a conta, quer dizer, você não

vai conseguir ter índices de taxa de retorno de 15 a 20% ao ano,

e daí não tem como você convencer o investidor a colocar 40,

50 milhões num prédio que ele não vai ter taxas de retorno de

no mínimo 12% ao ano, quer dizer, não dá.”

O transporte público coletivo também é apontado como fator limitande que

dificulta a venda de roteiros na capital e deveria ser investimento do Governo Federal.

Por outro lado, avaliam que o investimento em empresas de locação de veículos é uma

garantia de lucratividade. Como a cidade já passa por momentos do dia com

engarrafamentos, apontam que o ideal seria disponibilizar para os turistas transportes

coletivos de qualidade e que garantam agilidade e segurança no deslocamento.

O terceiro setor é vislumbrado como uma das possiblidades de se capacitar

mão de obra, juntamente com SEBRAE e Secretarias de Turismo. A criação de projetos

na área cultural e esportiva, são apresentadas como meios interessantes de inclusão

social, de criação de um ambiente mais seguro e, até de conscientização em relação ao

turismo local e de oxigenação de mão de obra qualificada.

A Capital Federal do país significa, segundo os operadores aqui ouvidos, uma

interessante potência no que diz respeito a investimentos para a infra-estrutura que

garante a manutenção e desenvolvimento de uma boa atividade turística. Todos os

pontos levantados por eles como deficientes são, ao mesmo tempo, ricas e reais

possiblidades de investimentos para os próximos cinco anos. Embora todos tenham

feito referência a copa do mundo e olimpíadas, reforçaram que nenhum evento de 30

ou até 60 dias garante rentabilidade suficiente para manter um negócio.

Essa questão merece destaque para que fique clara a intenção de investimento

real em Brasília como destino turístico. Mesmo apontando uma dificuldade de ação

devido a burocracia ou super valorização dos terrenos – quando falamos na construção

dos hotéis -, o mercado parece ser bem favorável e todos acreditam no crescimento

dele. O turismo de negócios pode ainda ser reforçado e andar ao lado de novos

convites para o turismo cultural, histórico, civico, ambiental e de lazer.

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Considerações finais

Aproveitar o status de uma Capital Federal é instigar os brasileiros e, também,

estrangeiros a permanecer nela por mais tempo, a compreender sua construção e ter

curiosidade em explorar seu entorno. O desafio maior parece mesmo criar novos

roteiros e atividades constantes que envolvam o lazer, atividades culturais, ambientais e

esportivas. Espera-se que esse viés seja divulgado para que cada pessoa tenha

curiosidade em conhecer Brasília, para explorar e reforçar a gastronomia, a cultura e a

história, apontados como imagens positivas já consolidadas do destino.

A copa do mundo e as olimpíadas são vistas como possíveis impulcionadores

do crescimento esperado, mas nunca como foco primeiro de investimentos. Esses

momentos seriam propícios para, principalmente o poder público investir na

divulgação do destino, em transporte público e capacitação de pessoal, que seriam

questões essenciais para insentivar o retorno desses turistas ao país e a Brasilia

especificamente. A construção de novos hotéis, de categoria superior e econômica,

parecem estar aguardando um momento de incentivo local e ou federal.

Interessante perceber como o destino Brasília pode ter uma dupla inserção no

cenário turístico, por assim dizer. Explica-se reforçando que a cidade de Brasília em si é

vista como local de cultura, história, turismo cívico, de negócios e com uma grande

possibilidade de “criar, produzir” roteiros de esporte e lazer no lago. Por outro lado, o

seu entorno é um forte chamariz para o ecoturismo e, também, turismo histórico

cultural, com as cidades de Pirenópolis, Chapada dos Veadeiros, entre outros.

Brasília é vislumbrada como local de crescimento, de investimentos, de

divulgação e exportação de cultura, de Business, de lazer, de história, de ecoturismo.

Para a consolidação desses espaços, enxerga-se a necessidade de melhoria no

atendimento ao turista - em hotéis, restaurantes, nos atrativos - , de ampliação no

número de leitos disponíveis na cidade - seja em categoria superior, seja econômica -,

de capacitação bilíngue para atendimento a uma possível demanda internacional, de

criação de roteiros de lazer diurnos e noturnos e, talvez a fala mais recorrente entre as

ditas seja, a de produzir materiais de divulgação sobre o destino e seus atrativos e

veicular em todos os meios possíveis de acesso aos brasileiros e estrangeiros vistos,

ambos, como turistas em potencial.

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Bibliografia

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Unicamp, 1993.

BACHELARD, Gaston. A Formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto,

1996..

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Ed 7ª. Tradução de Luiz Felipe Neves. Rio

de Janeiro: Forense Universitária, 2005.

GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Editora Guanabara,

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INDURSKY, Freda e FERREIRA,Maria Cristina (Org). Michel Percheur e a análise do

discurso: uma relação de nunca acabar. São Carlos: ClaraLuz, 2005.

LE GOFF, Jacques. História e memória. Tradução de Bernardo Leitão et al. Ed 2ª.

Campinas: Unicamp, 1992.

PERCHEUX, Michel. Línguas e instrumentos linguísticos. Campinas: Pontes, 1999.

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Anexos

6.1 Roteiro das entrevistas

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6.2 Degravação das entrevistas

Atlantica Hotels

Entrevista nº 1 – Realizada em São Paulo - SP

Data: 12/04/2010 – 16:40h

Entrevistador: Davi Bimbatti

Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida

(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo

(!!) Interrupções

Eu queria que você reiterasse pra mim o teu nome e o teu cargo que você ocupa aqui na

empresa.

Bom, primeiro eu espero poder agregar pra esse, pra essa pesquisa, pra esse trabalho, pra poder

ajudar a universidade, o Ministério do turismo e o SEBRAE a analisar esse mercado hoteleiro e

imobiliário, principalmente de Brasília. Eu sou diretor do movimento da Atlântica Hotels, nós

somos uma empresa de administração hoteleira, estamos no Bra... estamos operando a 12 anos,

temos hoje 72 empreendimentos em operação no Brasil no qual nós administramos, nós somos

uma empresa prestadora de serviço, nós somos uma empresa patrimonial, ou seja: desses 72

empreendimentos que nós administramos, todos nós somos prestadores de serviços, nós somos

contratados pelo proprietário, ou pelo pool de investidores para poder fazer a gestão hoteleira

ou condo-hoteleira do empreendimento. Especificamente em Brasília, já vou antecipando

algumas coisas, (!!)(Claro, fique a vontade.) ... Especificamente em Brasília nós já estamos

atuando a quase 10 anos, trabalhamos lá com o Metropólitan, que foi uma conversão, com o

Confort Suites, que é um apart-hotel, um empreendimento hoteleiro que nasceu o “Confort

Suites” como uma incorporação imobiliária. Temos na região metropolitana, vamos dizer assim,

em Taguatinga mais dois empreendimentos o “Confort inn”, o Confort Hotel”. E temos hoje um

contrato assinado pra um empreendimento em desenvolvimento, que está em construção

próximo ao aeroporto que vai ser um Confort Hotel.

Está bem. Você disse que a empresa existe a 72 anos...

Não, na verdade a Atlântica existe há 12 anos com 72 hotéis operando. Hoje nós administramos

72 hotéis em todas as regiões do Brasil, norte, nordeste, sul, sudeste e centro-oeste. Isto

equivale a mais ou menos 12.800 apartamentos que a gente opera.

Perfeito. Bem, eu queria que a gente deixasse um pouquinho a Atlântica de lado, vamos

falar de uma coisa bem mais abrangente, geral, eu quero a tua opinião sem pensar na

empresa. Eu quero a sua percepção no destino Brasília. Eu quero saber qual é a imagem

que você tem de Brasília.

Business, mercado business. Mercado que trabalha com política, não tem como fugir disso,

capital federal, então lá você tem movimentação grande de Business, principalmente focada na

política, é uma cidade que tem uma oferta hoteleira boa em quantidade, razoável em qualidade,

mas carente ainda.

Tá, se eu te perguntasse quais são os pontos fortes que você vê nesse destino, quais os

que você me diria? Quais seriam os pontos que você elencaria?

É uma cidade que, pra Hotelaria, é uma cidade que não tem problema de tarifa, eu acho que

isso é bom, não é uma cidade que precisa de tarifa de produto econômico, então lá é umas das

melhores cidades em termos de diária média. Você consegue vender ainda com, acima de

U$100,00 uma diária de um hotel superior, o que é muito bom e não é comum em São Paulo. É

uma cidade que depende do... De segunda a quinta, lá tem uma ociosidade significativa sexta,

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sábado e domingo, até porque ela não tem um turismo, não tem um lazer definido, eu acho que

isso é normal de qualquer grande destino Business. É...(!!)

A cidade como um todo, a cidade como destino mesmo, independente de focar na rede

hoteleira. Você vê algum outro ponto positivo que poderia ser visto como um ponto forte

desse destino? Então vamos ver quais são os pontos fracos: o que você vê como negativo

no destino? Quando eu te falo Brasília...

Eu acho que... O ponto negativo é que uma cidade que não tem lazer, então, quer dizer, é uma

cidade que você vai trabalhar com o apelo, que ela é uma capital federal, de você visitar os

prédios públicos, de você visitar o congresso nacional, quer dizer, o lazer dele é um lazer

político, eu acho que é como qualquer uma, qualquer outra, grande destino de uma capital

federal, então, é difícil falar positivo e negativo de Brasília. Brasília foi criada pra ser sede do

Governo Federal, então, ela não foi criada pra ter praia, não foi criada pra ter lago, não foi criada

pra ter campo, não foi criada pra ter piscinão, não, enfim, eu acho que a proposta de Brasília ta

bacana, então você tem que saber o que você ta fazendo. Lá você vai ter o destino Business

Federal, destino política, desculpe ficar reforçando isso, mas é, acho que ninguém acorda de

manhã numa sexta-feira, falar, pega a esposa, a patroa e fala: “Pô, acordei com vontade de ir pra

Brasília, vamos lá pra Brasília namorar, vamos curtir Brasília no final de semana.” Acho que é

completamente diferente, eu acho que esse é o propósito de Brasília, não é pra ser o sonho de

consumo de passar final de semana, de família, de tudo isso. Acho que Brasília tem que se

posicionar justamente do jeito que ela ta com uma forcinha maior pra um turismo histórico, um

turismo da história do governo brasileiro, da história dos monumentos, da importância de um

parlamento, quer dizer, um outro foco que talvez, isso é muito pouco explorado em virtude de

várias situações, de margem de congresso, que não é o caso a gente discutir isso, mas talvez o

turismo governamental, não de políticas mas o turismo do povo conhecer um pouquinho da

nossa história, da nossa cultura, nesse sentido eu acho que é uma coisa que inexiste e tem

potencial pra acontecer.

Ok. Na sua opinião você acredita que Brasília está, esteja pronta pra atender a uma

demanda turística nacional e internacional?

Nenhuma cidade brasileira está pronta com exceção de São Paulo pra atender uma demanda

internacional, nenhuma cidade. Por que? Infra-estrutura... É, você tem aeroportos que já estão

trabalhando no gargalo, isto com a nossa economia crescendo nada no ano passado, quer dizer,

se você projetar esse crescimento de 5, 6% ao ano eu não sei onde vai, eu acho que, na verdade

nós não crescemos mais porque não temos essa infra-estrutura, não adianta, você não tem rua,

você não tem rodovia, você não tem aeroporto, você não tem porto, você não tem nada

estrutural pra isso, então o que é uma pena. É, então acho que hoje nenhuma cidade, Brasília

especificamente, não está preparada por aeroporto, por comunicação com o segundo idioma, a

própria oferta hoteleira da cidade de Brasília ela tem poucas bandeiras internacionais onde o

gringo tem uma segurança, um reconhecimento maior, é... É muito difícil você viajar

internamente no Brasil, quer dizer, você tem uma demanda internacional que quer chegar por

Brasília, que quer conhecer o lado histórico de Brasília, de uma cidade criada pra ser uma capital

federal e depois ele quer aproveitar e conhecer o nordeste, quer dizer, pra fazer esses vôos,

fazer essas viagens é extremamente complicado, o cara pra ir de Salvador pra Aracaju ele faz em

vôo em V, ele tem que fazer uma conexão em Brasília e voltar, quer dizer, é uma coisa ainda

muito difícil pra ele visitar Foz de Iguaçu, Rio, Salvador que são os portais de entrada, é

cansativo, então, eu acho que não é um problema específico de Brasília, acho que é um

problema hoje nosso de não ter, não estar pronto pra atender com qualidade e com

profissionalismo essa demanda internacional.

Ok. E com relação a demanda turística nacional você acredita que Brasília esteja pronta

pra atender?

Eu acho que... Sim, porque o brasileiro doméstico tem um grau de tolerância maior. Então ele ta,

vai estar preparado pra uma rodovia ruim entre Goiás e algum lugar, ou sair de Brasília pra

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algum canto, então ele já está preparado pra ficar 2 horas no aeroporto se o vôo atrasar, fazer

um vôo em V, então nesse sentido eu acho que sim, e acho que ta preparado.

Ok. O que falta então a Brasília pra estar pronta? Além desses aspectos que você levanta

de infra-estrutura, de melhoria de aeroportos, de estradas, de idiomas...

Depois disso não falta mais nada... (risos) Não, to brincando (!!)(Sempre falta...) Acho que você,

a partir do momento que você começa a ter toda essa infra-estrutura, toda essa estrutura

projetada, atualizada, que respeite a pessoa, que respeite o turista, seja ele nacional ou

internacional, você vai criar uma demanda maior. Então daí você vai precisar estar estruturando,

daí tem que, a iniciativa privada participando, você tem que ter uma estrutura de mais

shopping, mais atrativo, mais hotel, mas tudo isso, mas é aquela... “Tostines vende mais porque

é... Tostines é crocante ou é crocante porque vende mais?” Então, é duro! Quer dizer, é uma

conseqüência, acho que na época que você conseguir ter tudo isso você automaticamente vai

ter investimentos de iniciativa privada, de próprios órgãos governamentais e estatais e afins.

Ok. Você considera Brasília um destino competitivo no mercado nacional?

Sim. Não tenha dúvida.

Por que?

Por ser a capital federal. Quando eu, vou deixar bem claro, na minha opinião muito pessoal, pra

mim Brasília é um destino Business, por isso que eu falei desde o começo, eu jamais vou

competir com Salvador, com Rio de Janeiro, com Foz do Iguaçu, com Pantanal e com a

Amazônia, não dá pra competir, não é esse acho que o objetivo, de Brasília não é esse.

Ok. Tá claro. Eu quero ouvir um pouquinho mais você sobre a tua opinião com relação a

uma avaliação dos serviços e produtos turísticos que Brasília oferece hoje. Com relação

com os equipamentos, atrativos, infra-estrutura, qualificação de mão de obra. Como você

avalia esses serviços em Brasília?

Acho que de razoável pra bom. Não tem o que questionar, acho que tanto a parte hoteleira

quanto a parte de infra-estrutura, infra-estrutura não, infra-estrutura não posso dizer, mas a

parte de prestação de serviço, que, em geral, digo, prestação de serviço desde taxista, hotelaria,

shopping Center, eu acho que existe uma satisfação razoável.

E onde poderia melhorar mais?

Complexo. Eu acho que tudo pode melhorar, é que ele falou, acho que hotelaria pode melhorar

com mercado (internac...) de novas bandeiras entrando, acho que Brasília hoje não tem um hotel

genuíno a 5 estrelas, não tem um Hilton, um Raiet, um Renascence, um Redson, quer dizer, falta

uma marca de porte pra receber os grandes chefes de estado, enfim, acho que tudo tem, tem

condições de melhorar um pouquinho e acho que é inevitável, isso vai acontecer.

Com relação aos atrativos, atrativos turísticos. Como você os vê?

O que você chama de atrativos turísticos? Não, é isso que eu te falo, eu conheço Brasília como

um trabalho.

Você se referiu aos atrativos do turismo cívico que realmente existe. Mas existem outros

atrativos...

É, eu não conheço, eu não posso palpitar, não posso falar. Desconheço por completo, nunca me

venderam e eu nunca busquei ir, e também nunca tive tempo.

Então com relação a atrativos turísticos de Brasília, o que você pode dizer que você

conhece, quais e qual sua opinião sobre eles?

Não conheço.

Ok. Você acredita que Brasília tem algum diferencial com relação aos demais destinos do

país e do exterior?

Acho que o principal diferencial, vou ficar batendo na mesma tecla, é uma capital federal, são os

destinos cívicos, são os destinos públicos, toda magia quem tem por trás disso, eu sou

apaixonado pelo Brasil e quando eu fui lá, visitei o congresso, eu acho que isso arrepia, acho

isso fantástico, acho que isso é pouco explorado. Você vai em qualquer lugar, você pros Estados

Unidos quer ir conhecer a Casa Branca, você vai conhecer a Casa Rosada, na Argentina, você

tem um monte de... O brasileiro faz isso facilmente lá fora e essa cultura nossa, não sei se é a

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própria, aí é o lado, todo o lado filosófico da vida, mas a falta de patriotismo talvez, não

fomenta esse tipo de destino, que seria, esse tipo de turismo que seria único. Quer dizer,

nenhuma outra capital, nenhum outro destino no Brasil, pode, só existe uma Capital Federal, e lá

são... Todos os projetos arquitetônicos dos, é Rui Otaqui, é, quer dizer, só tem fera que assina,

que são grandes cartões postais e a gente explora muito pouco isso, lado de turismo doméstico.

Então o que eu volto a falar, acho que se existe uma forma de explorar o turismo é isso, mas

talvez falta o interesse do brasileiro, a falta de conhecimento ou a falta de credibilidade desses

órgãos, dessas estruturas, aí é muito filosófico e complexo.

Ok. Gostaria de saber qual o cenário que você projeta para Brasília nos próximos 5 anos

com relação ao turismo e porque?

Bom, todos os nossos estudos, aí eu não posso falar, vou falar especificamente da hotelaria, ta?

Todos nossos estudos indicam que a hotelaria, de forma geral, crescimento extraordinário. Você

pega esse ano que a nossa economia cresceu 0, foi uma pequena retração de zero ponto

alguma coisa, é, a hotelaria cresceu 3% no ano 2009. As perspectivas de crescimento da

hotelaria bate 12, 13% nos próximos 10 anos. Isso num todo, a nível Brasil. Especificamente pra

Brasília o crescimento, a gente tende a acreditar que é um crescimento maior do que a média

Brasil, porque? Porque existe pouco desenvolvimento hoteleiro. A gente desconhece novas

ofertas na hotelaria, então o que acontece. Você tem uma demanda crescente com uma oferta

estável, então, natural que essa química só melhore a performance de tudo. Então nós somos

grandes, grandes esperança, estamos com muita esperanças, otimistas com o mercado hoteleiro

de Brasília, sabemos que o que dificulta muito o desenvolvimento hoteleiro em Brasília é o valor

do metro quadrado. Então o valor do terreno hoje disponível é muito caro. Então a hora que

você for fazer a conta da viabilidade financeira de fazer um investimento hoteleiro, não fecha a

conta, quer dizer, você não vai conseguir ter índices de taxa de retorno de 15 a 20% ao ano, e

daí não tem como você convencer o investidor a colocar 40, 50 milhões num prédio que ele não

vai ter taxas de retorno de no mínimo 12% ao ano, quer dizer, não dá. Então o grande problema

hoje da hotelaria lá é a matemática do valor do metro quadrado do terreno. É muito caro!

Ok. Tá claro. Agora eu queria considerar um pouquinho a atuação da Atlântica. Ok? Agora

vamos focar um pouco mais com relação a empresa. Vocês comercializam Brasília, na

verdade vocês operam, né, não são donos dos empreendimentos, é, existe alguma decisão

para fazer com que a cidade de Brasília seja um dos destinos de comercialização da

Atlântica, existe alguma, algum lema, alguma postura, porque comercializar Brasília?

Pela importância dela, pela demanda do business, por ser um segmento que a Atlântica trabalha

com maestria, nosso negócio não é operar lazer, nosso negócio é o Hotel Business e Brasília

está entre os 3 melhores destinos pro business, quer dizer, São Paulo, Rio e Brasília, São Paulo,

Porto Alegre e Brasília, quer dizer, está entre os Top 3. Tem uma demanda natural dos nossos

hóspedes, a gente tem mais ou menos por ano 2,5 milhões de hóspedes, então existe a procura

natural de Brasília, temos como missão ter mais 3 a 4 empreendimentos em Brasília, esse é

nosso objetivo, a gente precisa de um hotel econômico, a gente precisa de um hotel de luxo e a

gente precisa de mais 2 hotéis superiores. Existe essa demanda reprimida, temos condição de

trabalhar e que hoje a gente não consegue desenvolver por causa do metro quadrado do

terreno. O investido faz conta e hoje não vale a pena. Lembrando que isso é demanda business,

nosso foco em Brasília não é por causa de uma Copa do Mundo, não é por causa de Olimpíada,

nenhum evento por 30 ou 60 dias vai garantir qualquer rentabilidades.

Bem, eu acredito que no início você disse, mas vamos regravar, quantos anos vocês

comercializam Brasília?

Eu não me lembro de cabeça, mas se eu não me engano nosso primeiro Hotel em Brasília foi

inaugurado em 2001. Então nós estamos aí com 9 anos de operação em Brasília.

E com relação com essa comercialização específica no destino, como você compararia com

outros mercados receptores, a exemplo de Rio e de São Paulo?

Brasília sempre, o nosso empreendimento de Brasília sempre esteve entre os 5 melhores

performances da Atlântica, então, o Confort Suites Brasília sempre esteve entre os 5 melhores

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performances de todos os hotéis. Então se você colocar os 72 hotéis na nossa mesa ele vai estar

entre o Top 5, tem mês que ele pode estar em 3º, 2º, 1º, 5º, mas em média ele nunca deixou de

ser Top 5, “Top Five” em homenagem ao CQC.

Top Five. E a que fatores você atribui?

São vários. O destino é o destino business, é que a gente sabe trabalhar, nós somos uma

empresa que está presente em todas as regiões do Brasil, temos 150 pessoas vendendo os

hotéis da Atlântica. É, vendas cruzadas, que é aquela venda de hotel pra hotel, equivale a 50%

da nossa produção, então é força da Atlântica com a marca internacional, que o Confort Suites é

uma marca que está presente em todos os continentes, são mais de... A “Chihost” que é a

detentora dessa marca que nós somos máster franqueado aqui pra América do Sul, tem mais de

6 mil hotéis no mundo todo, então o conjunto de itens que assegura esse sucesso, porque o

que a gente tem no Confor Suites realmente é um sucesso, então nos “endorsers”, essa

segurança de ter um baita desempenho pro nosso investidor, gerando rentabilidade pra ele, e

uma baita performance de hotelaria pro nosso hóspede, pro nosso produto. Então não dá pra...

Se eu falar só um item eu estaria sendo injusto.

Houve crescimento, declínio ou estabilidade na comercialização de Brasília em 2009?

Houve, na verdade, o que aconteceu em 2009, nós tivemos uma queda mínima de diárias

vendidas, mas um aumento da diária média. Então na hora que você pega, nós chamamos de

“heavy par”, que é a receita total, a receita total aumentou, mas foi um equilíbrio de cair um

pouquinho a ocupação e aumentou muito, muito não, mas aumentou relativamente bem a

diária.

Ok. E com relação a atuação no mercado de Brasília, quais seria as principais ameaças e

oportunidades do empreendimento Atlântica?

Ameaças hoje da, de lá... Os nossos dois produtos estão bem consolidados, eu diria que, que

uma ameaça é algum problema na economia especificamente brasileira mesmo, não digo nem

mundial porque nós já tivemos um susto aí mundial e a economia brasileira conseguiu se

manter. Então hoje pelos dois produtos estarem muito bem consolidados e seguros e pela

atuação da Atlântica no Brasil, o conhecimento que nós temos, hoje eu acho que é difícil ter

alguma, de pontuar uma ameaça. Não sentimos, não temos uma ameaça real, não existe um

ponto. Parece uma prepotência mas é fato.

Você já me falou que a empresa pretende investir em Brasília, mas eu vou perguntar

agora de uma forma diferente. Pretende investir nos próximos 5 anos? E porque?

Na verdade nós, a Atlântica é “recursando”, ela não é patrimonial, então não é a Atlântica que

faz o investimento no tijolo, o que nós estamos buscando já há algum tempo, inclusive com

investidores patrimoniais de hotéis que nós administramos é viabilizar a construção de

empreendimentos lá, isso só não está acontecendo porque a conta não está fechando, é conta

matemática pura, é continha que eu brinco que é conta do padeiro. Quer dizer, o cara faz o

investimento, o valor do metro quadrado hoje do terreno em Brasília não fecha a conta pra uma

incorporação ou pra um investimento patrimonial hoteleiro. Então na hora que a gente

conseguir uma matemática que viabilize isso, que gere pro investidor taxas de retorno de no

mínimo de 12%, a 10, 12% ao ano, certamente nós vamos ter, vamos estar lá fazendo alguma

coisa com esses parceiros nossos.

Ok. E quando investe, ou por exemplo, esse investimento que poderia acontecer nos

próximos 5 anos, ou nos próximos anos, é quanto? Você consegue estimar em reais?

Eu posso dizer, se a gente partir pra um hotel econômico, vamos dizer um hotel Sleep inn, um

Confort, nós estamos falando aí de investimentos em torno de 12, 13 milhões de reais, sem

terreno. Aí vai depender do valor do terreno, precisamos de um terreno de no mínimo 2000

metros quadrados. Se a gente pensar num Headson, que é uma carência real hoje, é um

produto 5 estrelas, 4 estrelas, luxo superior, quer dizer “plus”, que tem um mercado violento,

fabuloso, uma demanda internacional e uma penetração muito forte, principalmente na Europa,

um Headson eu diria que estaria consumindo hoje em torno de 35 milhões de reais. Esses

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investidores existem, pra esse mercado brasileiro, o problema é que o terreno é ... um terreno ta

valendo quase 50% do valor do investimento em tijolo, então não adianta, não fecha a conta.

Ok. Tá claro... Deixar um pouquinho a Atlântica de fora novamente e pedir pra você me

citar quais as principais oportunidades de negócios em turismo que você consegue

visualizar pra Brasília, não necessariamente na rede hoteleira. Se eu te falar um pouquinho

em turismo pra Brasília, o que te vem na mente?

Infelizmente só hotelaria. (risos)

Vamos precisar trocar a ordem das (...) depois que ele falou da empresa dele ele não

consegue mais voltar. Vamos trazer isso pra cá. Não, mas, não consegue mesmo? Você

concebe algum outro tipo de oportunidade específica, porque você me disse que você vê

o mercado de Brasília como o de crescimento, muito, né? E aí, eu te pergunto: porque

alguma, algum negócio específico?

É, eu acho que essa pergunta ela é muito mais voltada pra quem ta no dia a dia lá em Brasília.

Então, isso talvez, eu precisaria ajudar com o meu gerente geral que ta lá que ele conhece a

necessidade, ou ele sabe onde pode melhorar, ou onde tem um prestador de serviço que se

fizer uma coisa melhoradinha fica rico do dia pra noite, to forçando a barra, to brincando de

ficar rico do dia pra noite, mas enfim, são prestadores de serviço que podem ter uma qualidade

melhor ou são nichos que vão aparecer em virtude de um crescimento normal da economia

local, da hotelaria normal lá. Hoje, por eu não, eu nunca, já fui gerente geral por dois, mais de

dez anos antes de vir pro corporativo, mas é um destino que eu pessoalmente não trabalhei e

as vezes que eu fui lá foram sempre pra conversar sobre oportunidades de negócios, então são

idas pontuais, com investidores e você acaba, e eu acabo não sentindo esse lado da cidade.

Então de tudo que eu usufruí, eu não posso reclamar de nada de Brasília, mas com certeza,

assim como você fala em São Paulo, (??) e sei de um monte de coisas que podem melhorar, e já

é uma cidade muito completa, eu acredito que Brasília também tem vários itens, mas eu não me

sinto apto pra poder palpitar nesse detalhe, mas...

Ok. Fica a tua dica pra que nós procuremos o teu...

Gerente geral. Você pode falar com o Sérgio do Confort Suites Brasília.

Ok. Obrigado. Em sua opinião quais as principais dificuldades, você já nos disse uma delas,

que os investidores e os empresários vêem e tem que superar pra investir no DF, além do

metro quadrado, na sua opinião?

Se eu falar de burocracia, acho que a burocracia ela faz parte do poder público, ela faz parte do

empreendorismo, de criar várias barreiras e enfim, eu não vou ficar batendo murro em ponta de

faca, eu acho que talvez em alguns momentos é exagerada, mas faz parte, infelizmente as vezes

ela não consegue inibir o ruim e acaba não deixando o bom fazer o desenvolvimento, mas

enfim não sou eu que vou resolver o problema do Brasil, infelizmente. É, e acho que hoje

bascamente o que precisa você ter hoje a limitação de onde poder construir, então você tem

um lado da limitação de áreas pré-definidas pra construção, tudo na vida tem seu lado positivo

e negativo, mas isso, para o desenvolvimento hoteleiro, é um lado negativo. Você tem o valor

do metro quadrado de construção, de terreno, e só, eu acho que o resto tudo muito positivo,

acho que se você demorar 6, 8 meses pra aprovar um projeto, você vai tocando e vai fazendo, é

uma aporrinhação, desanima, mas não é o grande, o grande obstáculo, entendeu? Eu vejo hoje

realmente é a viabilidade econômica como um grande ponto negativo.

Ok. A gente já ta quase terminando. É, sugestões, recomendações para investimentos no

DF, do teu, né, sobre o teu ponto de vista, com relação ao desenvolvimento turístico, mas

do ponto de vista do Governo, do investimento público, o que você teria a sugerir?

Primeira coisa é aeroporto. O aeroporto de Brasília já está no gargalo. Qualquer vôo que eu faço

pro norte e nordeste é sempre, é um Hub, é sempre, tem que descer lá e é insuportável, não

tem como, você não tem, você não tem lugar pra sentar, você não tem, fizeram lá o shopping lá,

mas o que precisa é cuidar do passageiro. Então a primeira coisa que se precisa é aeroporto. É,

pensando no governo próprio do Distrito, eu não me sinto apto pra poder palpitar por ter

experiências relâmpagos, quer dizer, eu vou 20 vezes por ano lá, mas são 20 dias só, então são

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experiências muito pontuais, é difícil pode falar o que eu sinto de falta na cidade, de, eu não

sinto falta de nada, eu acho que, o transito você tem no horário de hush, mas ainda você

consegue delimitar o pico, você sabe quais são os horários, diferente de São Paulo que não tem

mais horários, você tem trânsito em todo lugar, as vias são largas, a cidade chega dinheiro, você

conhece, sabe que a cidade de funciona de segunda-feira na parte da tarde até quinta, isso é

muito claro, quer dizer, então é muito difícil poder palpitar em relação ao poder público na

cidade, a única coisa que eu falo é como usuário de business, como usuário da cidade, quer

dizer, aquele cara que não é de Brasília e vai pra lá, eu acho que existe um gargalo muito grande

já de imediato no aeroporto.

Ok. Do ponto de vista de investimentos privados...

Ah, eu acho que tem bastante coisas pra fazer lá, um baita centro de convenções, modernizar.

Eu acho que tem, é, ainda muito, muita coisa pra parte da hotelaria pra desenvolver, querendo

ou não ainda é uma hotelaria que ta engatinhando se comparar com os grandes capitais

mundiais, com grandes, com outras cidades do Brasil, quer dizer, se comparar a hotelaria de

Brasília com a hotelaria de São Paulo, ela ainda é, deixa a desejar em quantidade, em qualidade,

em visibilidade, em profissionalismo, é... Enfim, acho que a iniciativa privada tem muita coisa pra

se fazer.

Como você vê o transporte urbano, o transporte público em Brasília?

Não sei.

Ok.

Todas as perguntas bem especificas da cidade, a minha grande, a minha sugestão mesmo é que

você, depois te passo o contato, te mando o e-mail, tudo direitinho, que você ligue pro nosso

gerente geral que ta lá, ele ficou lá 4 anos, saiu foi pra Niterói, voltou, já está 1 ano e meio de lá,

eu acho que ele vai poder contribuir muito com o cheiro dele, ligando o lado de contribuinte,

quer dizer, local, com o lado profissional hoteleiro, ele vai poder agregar muito mais do que eu,

eu to falando da forma de desenvolver hotel, completamente (!!) (Marketing!), exatamente, e

de usuário, ponto, usuário pontual.

Mas isso é o cerne da pesquisa realmente. E do ponto de vista do investimento do terceiro

setor, você vê alguma possibilidade para as ONGs, pro terceiro setor atuar com algum,

algum tipo de investimento, ou não consegue visualizar?

Não consigo visualizar.

Ok. É, pra finalizar de verdade, eu queria saber se você tem mais alguma contribuição que

você queira nos dar com relação a esse estudo que visa potencializar a tomada de decisões

de futuros investimentos naquele destino?

Uma preocupação nossa, eu digo de fazer negócio. Quer dizer, especificamente dentro da

Atlântica, a Atlântica hoje ela não precisa de quantidade, ela precisa de qualidade, nós já temos

mais de 100 contratos assinados, 72 hotéis, então, eu não preciso fazer 100 hotéis por dia, não é

esse o meu objetivo, mas eu respondo por essa área dentro da empresa, quer dizer, se eu não

produzir quem tem, eu sou um executivo contratado, eu não sou sócio, não sou filho de

ninguém, quer dizer, preciso dar resultado, mas a gente tem que ter responsabilidades. Como

nós não somos uma empresa patrimonial, nos prestamos serviço, a gente presta conta pros

investidores. Uma coisa que nos deixa muito assustados, e, pelo menos nos últimos, no último

ano, é a quantidade de idéias de fazer investimento por causa de Copa do Mundo ou de

Olimpíadas. Quer dizer, isso é uma coisa que nos deixa muito, muito assustados, e eu acho que

isso é uma obrigação das administradoras hoteleiras darem um breque, a gente hoje fala mais

não do que sim, eu acho que isso é uma responsabilidade das entidades que estão,

representam a hotelaria, de alertar os investidores, porque as vezes o investidor: “Pô, eu não

quero mais correr risco em bolsa, não quero mais, vou colocar em tijolo...” E pensa que a

hotelaria, porque está num momento bom já há 3, 4 anos seguidos, é um caminho, é, então a

única que eu posso tentar dar um sentimento muito pessoal e que, graças a Deus não é dá

Atlântica, é comum, é tomar cuidado na hora de se fazer um investimento, não pensar por causa

de uma Copa do Mundo, ou de uma Olimpíadas, nenhum negócio pode gerar por causa de 90

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dias de uma Copa do Mundo, 40 dias antes, sei lá, no máximo que gere uma Olimpíadas, não

existe, não tem como, todos os investimentos que nós validamos ao assinar um contrato é por

causa do Business, não é por causa de um evento pontual. Acho que agregar, agrega, não tenha

dúvida nenhuma, mas eu não vou falar assim: “vou fazer um hotel em Brasília por que Brasília é

sub-sede ou sede da Copa do Mundo”, jamais. Jamais vou falar pra um investidor meu: “Tira 30

milhões de qualquer negócio e põe lá dentro”. Jamais, porque esse cara nunca mais vai falar

comigo, esse cara nunca mais vai querer fazer outros negócios com a gente, então, é um lado

muito sensível que os empreendedores tem que ter. Até eu brinco, também o cara que faz um

investimento sem estudar, sem analisar, tem que perder 40 milhões por causa de uma Copa do

Mundo mesmo porque não é um grande empresário, é um louco quem faz isso. Mas a gente

tem que tomar cuidado de mostrar pra ele que não é por causa de 2 eventos que vai acontecer.

Acho que falar Brasília em investir, acho que é legal, porque a cidade trabalha, sempre precisa

de ocupação de segunda a quinta, ela tem uma demanda crescente agora com a economia

forte, ela tem um plano de aumentar algumas coisas que ta pra acontecer lá, então existem

pontos específicos pra justificar um investimento, e não uma Copa do Mundo, e não uma

Olimpíadas. É isso que eu falo, agregar, agrega, eu acho que dá visibilidade pro país, dá

visibilidade, vai aumentar o turismo internacional, vai aumentar, aconteceu com todas as outras,

não vai ser diferente com o Brasil, mas jamais fazer um investimento, construir um hotel dentro

do estádio Mané Garrincha por que vai ter a Copa do Mundo, esquece. Pediu pra... Depois o

cara vai falar que hotelaria não presta, que a administradora é ruim, que o governo não ajuda,

quer dizer, que não existe... Então acho que é o único apelo ou a única fala minha final é

justamente isso, é a responsabilidade de analisar e de indicar um investimento, parar de ir no

embalo de Copa do Mundo, ou no embalo de Olimpíadas, tem que ser uma coisa muito mais

responsável, pra mim ia ser muito fácil, só, olha ta chegando a Copa, assina aqui o contrato, a

gente ia estar hoje com, sei lá, 150 contratos e não 100, mas a gente sabe que tem que ter

responsabilidade, por isso que eu sou uma empresa séria, respeitada, não dá pra ir no embalo, e

sim racional, oportunista, então é isso que é minha fala final.

Muito obrigado.

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MGM Operadora Turística

Entrevista nº 2 – Realizada em São Paulo - SP

Data: 13/04/2010

Entrevistador: Davi Bimbatti

Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida

(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo

(!!) Interrupções

Ok. Hoje é dia 13 de abril de 2010, agora são onze horas da manha. Meu nome é Davi

Bimbatti e eu estou com a gerente geral da MGM operadora turística. Este é um estudo de

oportunidades para investimentos em turismo no DF e nós vamos conversar para ouvir

um pouco sobre a opinião que ela tem sobre o destino Brasília. Inicialmente, eu queria

agradecer muito por nos receber. Para a gente é muito importante e por isso mesmo nos

deslocamos de Brasília a são Paulo pra ouvir a opinião de algumas pessoas que o nosso

cliente considera que são importantes pra entender um pouquinho deste destino e das

oportunidades. Reforço que essas informações são absolutamente confidenciais pelo

centro de excelência de turismo da Universidade. As informações finais e gerais elas vão

contribuir para a elaboração de um relatório, um documento, um estudo que será

disponibilizado a público no final. Mas as entrevistas individuais, reforço, elas são

absolutamente confidenciais. Nos vamos utilizar um roteiro, uma pesquisa bem breve

com um roteiro que eu vou conduzir e basicamente a gravação que esta sendo feita em

áudio para que depois seja feita a degravação do conteúdo. Eu vou pedir para que você

mesma, de própria voz, diga o seu nome, seu cargo, e fale um pouquinho do nome da

empresa em que você atua?

Bom. Eu sou regente geral da MGM operadora e também agradeço a oportunidade de

contribuir com o projeto eu acho que ações como essa, com certeza, qualificam muito mais o

meio em que a gente trabalha que é o turismo. Então estou sempre à disposição para qualquer

outra faze, etapa ou outro projeto que seja para contribuir com o nosso setor.

A MGM, operadora turística, há quantos anos ela existe e há quanto tempo ela atua no

seguimento do turismo?

A MGM existe e atua a doze anos no seguimento.

Agora eu queria deixar um pouquinho a MGM de lado e queria ouvir da senhora um

pouquinho da percepção sobre o destino Brasília, sem pensar na empresa. Quando eu te

falo Brasília, qual é a imagem que te vem à mente, o que você pensa?

Política.

E o que mais. Ou como vem essa política?

É. Como vem... Quando penso em Brasília me reporta: Ministério do turismo, política,

corporativos. São essas palavras que me vem à mente.

Você conseguiria identificar alguns pontos fortes positivos quando eu te falo cidade

Brasília. O que vem a tua mente?

Uma cidade organizada e planejada. Muito mais do que isso não posso dizer porque não

conheço Brasília. Então não tenho uma impressão que eu possa embasar para poder falar da

cidade por não conhecer o destino. Mas claro, conheço da à gente vender, trabalhar, enfim, mas

não profundamente para te dizer uma impressão positiva. A idéia que eu tenho, positiva, é que

é uma cidade que não deixa de ser histórica, apesar de ser muito recente porque tem toda

historia vindo para o lado político, economia, enfim. E de planejamento por ser uma cidade

muito planejada, urbanizada, com grandes empresas. A própria UNB que pra mim é uma

referencia de estudo também. Então é isso que eu me reporta.

Em termos de pontos fracos, ou negativos, o que te vem a mente sobre Brasília?

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Pouca divulgação, no meu ponto de vista, no turismo. Não vejo como uma... Não vejo uma

divulgação, uma mídia que estimule, por exemplo, lazer tem, mas acho que não é divulgado,

enfim, acho é mais isso. Acho que um fator muito importante que eu vejo para desenvolver

melhor é uma atuação da secretaria de turismo bem mais atuante, participativa, desenvolvendo

parcerias, assim como as outras secretarias de estado, município, enfim. Porque lá não vejo e já

fiz contato, já tentei fazer alguma coisa especifica lá e não teve retorno nenhum.

Você tentou fazer uma coisa especifica com relação a?

Com a secretaria de turismo.

Com a secretaria, mas não teve retorno?

Não, mais de uma vez. Não agora recentemente. A gente também vai desenvolvendo outros

trabalhos e deixa, mas enfim. De nossa parte, eu, pessoalmente fiz contato, procurei, apresentei

propostas para a gente fazer um trabalho seja corporativo, seja no lazer e o retorno foi nenhum.

Ok. Mais algum ponto negativo, ou algum aspecto frágil, fraco que você perceba como

cidadã quando eu te digo Brasília. Alguma coisa te vem à mente?

Não, de negativo, fora isso, relacionado ao trabalho, não. E como pessoa, como eu te falei antes,

pra mim associa 90% a política.

E nesse sentido o que te vem à mente quando você fala assim: Brasília é uma cidade

política. O que é que te vem à mente? Qual a imagem que te vem?

Mais relacionado a isso mesmo. A questão dos poderes né, do legislativo, da organização de

todo o país ser centralizada em um cidade assim.

Ok. Muito bem. Você acredita que Brasília, nos estamos fazendo essa estudo do seu ponto

de vista e a MGM não operam o destino. Você fez um comentário dizendo que: “A gente

comercializa muito pouco o corporativo.” não é isso? Mas que praticamente é nulo, zero.

Então a nossa conversa ela parte do pressuposto de que, realmente, a senhora não

conhece Brasília, não vende o destino. Dentro dessa perspectiva, eu te pergunto: você

acredita que Brasília está pronta para atender a uma demanda turística nacional?

Se for ao corporativo sim. Se for ao lazer não.

Então vamos entender um pouquinho mais. Por que disso. No corporativo sim, por quê?

Porque tem uma bastante captação de eventos e eu acho que tem uma rede hoteleira que

atende e no lazer eu acho que não de novo pela falta de divulgação, não têm tantos, por

exemplo, uma praia, coisas que tem um apelo mais imediato. No nordeste é um destino que se

vende direto, tem praia, as pessoas querem praia, querem descansar, enfim, só que não se

resume a isso o lazer. Tem uma serie de outras coisas que poderia se desenvolver sei lá, a

capital do bem estar, trabalhar melhor, enfim, ter esse link com algum coisa que não fique só

corporativo, que é como eu vejo. Pode ser errado, pode ser uma visão que não é a correta, mas

é visão que eu tenho da cidade.

Ok. E você acredita que Brasília esta pronta para servir a uma demanda turística

internacional. Qual a sua opinião a respeito?

Fica difícil porque eu não conheço. Mas do que eu vejo, de novo, é um internacional corporativo

eu acredito que atenda. Um internacional de lazer eu sei que não atenderia. Porque o que

buscam são outras coisas, são muito voltados para natureza, enfim, esse tipo de coisa. Na minha

imagem, de novo, e pode não ser correta, não tem isso na cidade.

Então em síntese o que é que falta a Brasília?

Eu acho que desenvolver mais o lazer, pensando em turismo, né. Continuar com a captação para

eventos, que eu acho que gera mais renda para o setor e, de novo, divulgação eu acho que é

sempre fundamental. Estar envolvido em projetos, enfim, coisas que estimulem as pessoas

quererem visitarem Brasília.

Para investir e transformar num destino internacional, o que você acredita que deveria

investir na cidade de Brasília?

Em qualificação de profissionais capacitados para isso com o mínimo de pré-requisitos que isso

pede e mídia, muita mídia.

Ok. Você considera que Brasília é um destino competitivo no mercado nacional?

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De novo, no corporativo sim. No lazer não.

Porque no corporativo sim?

Pela demanda que tem de eventos, toda a estrutura. Porque é ao centro. Estão no cento, né.

Como você avalia os serviços e produtos turísticos que hoje são oferecidos pelo destino

Brasília. Gostaria da sua opinião sobre os atrativos, sobre os serviços, equipamentos, infra-

estrutura, qualificação de mão de obra, taxi, enfim. Se você não conhece, nos sabemos

que não, que não opera. Mas qual a sua imagem, como você avalia esses serviços, como

eles devem ser no destino Brasília?

De retorno que eu tive de passageiros o de serviços é que deixa a desejar.

E ele disse por que?

Assim, tipo, pegar um taxi, a pessoa fica dando volta. Varias vezes me relataram isso, mas como

acontece em outras cidades. Mas talvez como não temos uma demanda tão grande, as coisas

ressaltam, marcam muito né. Talvez um programa de capacitação, não sei se existe desse tipo

de profissional, é possível que exista. Mas isso é uma coisa que me marcou porque eu já ouvi de

várias pessoas falando a respeito de taxi, de não ter sido correto, enfim, e na própria hotelaria

também, em relação ao atendimento de hospedes no hotel.

Que deixou a desejar. Esta bom. O que é que você acredita que Brasília tenha de

diferencial com relação aos demais destinos do país ou ate mesmo do exterior. O que

Brasília tem de diferente, em sua opinião?

De diferente a questão do planejamento. Por ter sido uma cidade planejada construída com um

objetivo e a parte da política nacional.

Ok. O cenário que você projeta para Brasília nos próximos cinco anos com relação ao

turismo. Você imagina que esse cenário pode ser de crescimento, pode ser de

estabilidade, de declínio. Como você projeta e visualiza Brasília nos próximos cinco anos?

De estabilidade. Apesar da questão da copa eu não vejo, das coisas que eu acompanho, das

noções que eu vejo que são feitas, eu não vejo uma preocupação com o futuro, como o

crescimento, com o “vamos desenvolver” ou alguma outra coisa. Então não, aquilo parece que

sempre não foge. Então não vejo, do que eu acompanho, não tenho uma visão de crescimento.

Sobre a copa será uma coisa pontual. Acabou pronto. Deu um crescimento, com certeza vai ser

criado infra-estrutura e estrutura para atender isso, mas eu não vejo, tirando isso, uma linha de

crescimento, uma evolução, alguma coisa que puxe, como eu falei, para o destino.

Então você vê um cenário de estabilidade?

É de estabilidade. Não vejo uma evolução como eu vejo em outros destinos.

E essa estabilidade se deve principalmente ao que?

A falta de divulgação. A própria parceria com os próprios operadores, agencias ou ter iniciativas

como: “vamos fazer um pan tour promovendo...”. Eu nunca vejo esse tipo de ação. Coisa que pra

a gente é comum em outros destinos. E lá eu não vejo nenhum incentivo que envolve secretaria,

governo, empresas do setores, não vejo isso. Sempre nos procuram ou nos procuramos para

esse tipo de ação. Não vejo nada disso lá.

Com relação aos aspectos ainda externo, que nos poderíamos chamar de oportunidades e

ameaças eu pediria para você me citar as principais oportunidades de negocio de turismo

que você visualiza ou que você pensa para Brasília nos próximos cincos anos. Quais seriam

esses principais oportunidades na sua opinião?

Oportunidade de negocio, mas como assim?

Veja bem. Você me tratou que o cenário é um cenário de estabilidade, mas o setor do

turismo vai continuar se desenvolvendo. Então eu perguntaria para você, dentro desse

cenário de continuidade, de estabilidade, que tipo de negócios específicos, que tipo de

ramo de atividades você imagina que poderia ter oportunidades para se desenvolver o

turismo no distrito federal, na cidade de Brasília, nos próximos cinco anos?

Considerando que vai manter essa linha? Eu acho que grandes eventos, torneios, campeonatos,

mais esse tipo de coisas porque é uma cidade que tem condições de atender um publico maior,

tem locais especializados para isso.

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Empresas de eventos então?

Isso. Tem uma boa oferta de vôos interligando. Tem cidades que já não tem, apesar de ter

demanda, não tem essa oferta de vôos tão boa, né.

Onde mais você conviveria as principais oportunidades. Assim, se você vê alguma outra

oportunidades de negocios. Se eu tivesse um capital, eu fosse um investidor e quisesse

investir em Brasília, qual a sua impressão? Onde você imagina que eu poderia ter um

empreendimento rentável e me dar bem no destino Brasília. Para abrir o meu negocio e

empreender na cidade?

Eu acredito que em bares, restaurantes. Um serviço mais especializado em receptível. Uma

empresa de receptível mais, como é que eu vou dizer, mais e qualificado. A gente já teve alguns

problemas também com empresas de receptível lá. Por isso que eu digo, eu acho que o fator

humano, a capacitação, a conscientização das pessoas é importante para isso também. Não só a

questão da infra-estrutura, estrutura física, mas também do fator humano.

Em sua opinião, quais as principais dificuldades que os investidores e os empresários do

setor do turismo tem de superar para investir no DF e por quê?

A própria falta de incentivo dos órgãos que trabalham com a promoção do turismo. A MGM

mesmo tem agora e ainda complementando a resposta anterior nos temos intenções de abrir

uma MGM ou em Brasília, ou em Goiânia. Esta no nosso plano de crescimento. Pra isso eu

preciso ir lá, fazer uma pesquisa de mercado. Isso não será esse ano, talvez no próximo. Então,

nesse aspecto nos vemos uma oportunidade boa de trabalhar localmente. Não para receber

pessoas.

Ok. Você acredita que haja falta de vontade e parceria política? Há algum aspecto do

poder público que possa ser algo que crie dificuldade para o investidor?

Não. Parceria política não.

Bom. Eu gostaria de ouvir tuas sugestões ou recomendações para aqueles que forem

investir no DF com vista ao desenvolvimento do turismo. Do ponto de vista do governo,

quais seriam suas recomendações para o governo, secretarias, enfim?

Ter uma maior aproximidade. Eu falo operadora porque eu sei que com as outras também não

tem mesmo com as que vendem o destino. Das agencias também, criar incentivos para que o

setor veja Brasília como um destino turístico no sentido total da palavra. Então eu continuo

como eu já falei antes, achando que o fator mídia, parceria, apresentar projetos, sentar com

operadores, agencias, hotel, ver, ouvir e que também é o que esta sendo feito agora, não deixa

de ser, mas procurar estar mais próximo do setor.

Ok. Do ponto de vista do empresariado, investimentos privados. Quais seriam suas

sugestões, suas recomendações para quem fosse investir nos próximos investimentos?

Buscar fazer dentro da sua área de atuação coisas diferentes, como um hotel com um foco

diferente, como eu falei a questão do SPA, buscar alguma coisa que “link” a cidade, que puxe

para algum seguimento especifico.

Então um produto diferenciado da cidade?

Um produto diferenciado, com um atendimento diferenciado, com um hotel, vamos dar um

exemplo de um hotel, um hotel totalmente diferenciado.

Do ponto de vista do terceiro setor, você imagina que haja algum tipo de investimento,

alguma sugestão sua para um investimento no turismo no DF?

Não, essa eu não saberia te dizer.

Ok. Para a gente fechar. Eu gostaria de voltar um pouquinho à atuação da MGM, sua

empresa. Vou te perguntar: você comercializa Brasília?

Sim, mas muito pouco.

A gente esta num impasse, porque na verdade essa entrevista é para ser de alguém que

não opera Brasília. Então eu vou fazer o seguinte, eu vou pedir para você dizer dentro do

que você opera, o que você exatamente opera com Brasília, e assim: de 100% isso

representa quantos por cento? Só para a gente deixar isso gravado para eu poder seguir

na não comercialização.

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Eu tenho como olhar no meu sistema para eu poder dar uma informação melhor.

Pode, por favor...

Enquanto você busca esses dados para a gente eu perguntaria para você: como você

avalia o mercado de Brasília comparando com outros mercados receptores como São

Paulo ou mesmo Rio de Janeiro.

No sentido de (?)

Em todos os sentidos, como você avalia o mercado no que se refere no caso a sua

empresa, para você. Comparando o mercado de Brasília com outros mercados onde você

atua como no caso de São Paulo, Rio de janeiro. Como você valia.

Mas avalia em que sentido, eu não entendi?

No sentido de você procurar a sua imagem, porque nos estamos tratando do pondo de

vista de que você não comercializa o destino então qual a sua opinião formada?

Ta mas ai tem aquela questão que eu te falei, não é que a gente não comercializa. Comercializa,

é isso que eu quero falar os números para você.

Ok. Então vamos começar por isso.

Então, o destino que a gente mais vende que é salvador uma proporção de números de

nominais deste ano, ta, pegando uma coisa rápida só para ter algum embasamento.

Comparando de Brasília com salvador da entre 18 e 15% a participação de Brasília comparado

com Salvador que é um dos que mais sai. E isso assim, uma coisa desse ano, só uma referencia

né.

E o percentual, seria do coorporativo?

Do coorporativo.

Ok. Então vamos fazer e eu vou fechar a entrevista com você. Do perfil de que a MGM é

uma operadora que também comercializa Brasília e alias nos gostaríamos de saber de

onde é que saiu a informação de que ela não faz o destino, não comercializa. Eu vou

perguntar então a voce: para a MGM há a comercialização em Brasília?

Há comercialização. Poderia ser muito maior, poderia ser muito melhor, poderia ser diferente

como eu já falei

Quantos anos você comercializa Brasília?

Desde sempre a MGM trabalha com todos os destinos, há doze anos, desde o inicio da

empresa.

Eu vou perguntar então para que você avalie um pouquinho a comercialização de Brasília

com relação a esses outros mercados. Você já mostrou aqui os dados comparativos de

2010 com Salvador, mas alguma coisa a mais da sua opinião, dos aspectos qualitativos

quando você comercializa Brasília e os outros destinos, qual é a diferença para você? Você

disse para a gente: “Brasília não tem praia”... Ouve crescimento, declínio ou estabilidade

na comercialização de Brasília em 2009.

De 2008 para 2009?

No ano de 2009 você percebeu declínio...

Olha, praticamente a mesma coisa, uma diferença de 5% de um ano para o outro, de 2008 para

2009.

Para mais ou para menos?

Para mais.

Então um crescimento de 5%?

É.

E com relação a tua atuação no mercado de Brasília, como você avalia as principais

ameaças ou oportunidades para o teu empreendimento, para a MGM. Quais seriam as

oportunidades para a MGM e quais seriam as ameaças ao teu empreendimento?

Oportunidades já temos de antes. Nos temos inclusive a intenção de abrir uma filial da

operadora lá. Então isso já envolve uma seria de coisas. E ameaça é a falta de parceria, ai não só

secretaria, mas de todos: hotelaria, receptível. É um relacionamento diferente do relacionamento

de hotelaria no nordeste, no Rio, no sul.

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Você já me disse que pretende investir em Brasília nos próximos cinco anos, então eu vou

perguntar novamente. Porque investir lá?

Porque eu vejo potencial para colocar operadora lá, dentro da minha pesquisa inicial e da

cidade onde pretende abrir eu acho que atende os pré-requisitos.

Quanto, em media, você pretende investir, em reais, você tem alguma noção?

Não, como eu te falei é uma coisa superficial né. Eu preciso ir para lá, fazer um levantamento, ter

uma idéia de custo, enfim.

Para concluir, tem mais alguma coisa que você queira dizer, que você queira recomendar,

ou algum comentário em relação a tudo isso que a gente conversou, tendo em vista que

esse é um estudo para trazer oportunidades para novos investidores para que eles possam

tomar decisões mais acertadas com relação aos seus investimentos em Brasília e DF como

um todo. Tem alguma coisa que você queira, uma última contribuição a deixar?

A questão de desenvolver mais as parcerias, eu acho que isso é fundamental, o nosso trabalho

hoje é totalmente voltado para isso. O foco em parcerias, no trabalho no conjunto, ajuda mutua.

Quando você diz parceria, o que exatamente seria isso?

Parceria com os fornecedores, por exemplo, uma campanha de mídia como partida. Um projeto

que se apresente que tenha aprovação e tenha um investimento institucional que se trabalhe a

parte comercial e o institucional faça sua parte. Porque a gente não pode fazer um institucional,

né. Pra isso precisa do apoio da secretaria. Seja para fazer um evento para divulgar. Eu nunca vi,

em São Paulo, um evento promovendo Brasília, por exemplo. Nunca vi no Rio Grande do Sul um

evento promovendo Brasília. Ou em Curitiba, enfim, nas cidades que a gente atua mais. Nunca

vi. Pode ate ser que tenha. Mas aqui em São Paulo chega ter quatro eventos num dia. Amanha

tem um evento de Ceará.

Promovendo o destino.

Promovendo o destino. Não vejo ações como essas, a não serem participações tímidas em

feiras como “Salão do Turismo”. Ai existe alguém da secretaria, mas normalmente não são

pessoas que estão abertas, estão ali só para realizar seu papel para entregar folhetos e você

senta para conversar e propor alguma coisa não evolui. Essa é a visão que eu tenho do

institucional.

Eu agradeço muito a MGM que trouxe sua contribuição para o DF. Eu agradeço...

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Mobility On Line

Entrevista nº 3 – Realizada em São Paulo - SP

Data: 15/04/2010 – São Paulo – SP

Entrevistador: Davi Bimbatti

Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida

(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo

(!!) Interrupções

Meu nome é [...] da Mobility, uma empresa especializada em locação de veículos no Brasil e no

exterior. E essa informação preliminar que eu queria te passar, que a nossa empresa representa,

desde 1998, representou durante 2 anos uma locadora alemã aqui no Brasil, de 98 até 2000 a

gente representou a Sixt Rent a Car, que é a líder de mercado da Alemanha. Uma pequena

central de reservas que tinha como missão identificar potenciais e brasileiros que queriam

alugar carros na Alemanha e países onde a Sixt tem carros pra alugar. Nesses últimos, esse foi o

inicio da empresa, é, que depois culminou na conversão de nove, ao invés de sermos

representante de apenas uma locadora nós passamos a representar, no total 28 locadoras hoje.

A gente teve que criar, a gente tinha essa dependência de uma locadora apenas e abriu, criou

um software que possibilita comparar tarifas de diversas locadoras para que o cliente que,

geralmente vem através de agentes de viagem, tenha facilidade na busca de ofertas. Então, se

você tem a demanda, ou o seu agente, seu, você, através do seu agente de viagem tem uma

demanda de um carro 4x4 em Miami, é, os canais hoje são diversos, principalmente pela

internet, é bastante fácil e comum você acessar essas ofertas pela internet. Porém existem

também certas diferenças tarifárias que hoje são consideráveis se você é brasileiro alugando um

carro no exterior, é, se você comprova que é residente no Brasil a locadora oferece, para o

mercado brasileiro, ou para o mercado Chileno, tarifas menores do que se você é alemão e

aluga nos Estados Unidos. Então isso acaba possibilitando uma vantagem bastante grande se

você planeja sua viagem e reserva com antecedência, além da garantia de você encontrar o

carro que você quer na hora da sua viagem, seja a trabalho ou negócios. Então o software, ele

compara essas tarifas, compara também com as tarifas locais, negocia, a empresa negocia com

cada país, com cada locadora, além das tarifas (??) A vigentes, também outras tarifas, então

existe um universo aí de, um grande de tarifas, muitas vezes pra um país, trabalhando com 6

locadoras, nós temos que administrar 20, 30 tarifas diferentes, que são embaralhadas no nosso

sistema e quando cliente dá o (?) “input”, que pode ser por telefone ou por site, ele tem a

melhor tarifa.

Em 20 segundos?

Em 20 segundos.

Excelente.

E aí a, nosso suporte aqui que é especializado nesse tipo... (celular)

Fique a vontade.

É, nossa equipe é especializada para dar a solução, então pode ser que a oferta melhor não

esteja disponível ou não seja adequada para a demanda do cliente, que pode estar querendo

um carro de um modelo específico que uma locadora eventualmente não pode atender, ou

existe uma restrição de prazo... (celular) “Oi, eu posso te ligar daqui uma meia hora? Tá bom? Tô

no escritório... Tá, até já...” É, e aí durante muitos anos a Mobility não trabalhou com o mercado

brasileiro porque o foco é, além da dificuldade que o cliente tem de buscar ofertas em

locadoras que são locais, ou regionais, ou que não tem tanta visão de pulverizar isso para

internet, é, então acaba sendo, nós acabamos sendo um facilitador para o cliente chegar no

carro que ele deseja. E no Brasil isso, sei lá, pelo fato de a locadora estar próxima do cliente a

gente pode eventualmente negociar diretamente com isso. Antes, apesar de ainda existir uma

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demanda crescente, felizmente, de clientes que buscam essa mesma solução no Brasil, que não

querem ficar ligando de locadora em locadora. Mostro pela quantidade de clientes que temos,

é, evidentemente a tarifa que nós podemos negociar é melhor, porém o ticket médio, a tarifa

média de valor, acho que no Brasil é menor do que uma tarifa média nos EUA, no exterior,

porque o brasileiro acaba ficando mais tempo lá. Então acaba sendo mais rentável para a

empresa oferecer um produto internacional, mas o produto nacional acaba sendo uma

obrigação nossa, porque o mesmo cliente viaja pra Maceió também vai para outros lugares. E já

começam alguns problemas que a gente tem de estrutura, como você citou que é o tema, a

gente ainda ta bastante a quem do que o cliente brasileiro encontra fora do Brasil, em termos

de locação de veículos, e aí, no momento ele sentou no carro, ou até chegar no carro, quando

ele alugou o carro, se ele vai pra Monique ele leva, entre o balcão e o carro, ele leva talvez, entre

o momento de chegar no balcão apresentar o canhoto de reserva e sentar no carro, talvez ele

leve 7 minutos pra fazer isso, e aqui no Brasil leva 40 minutos. Então isso muitas vezes inviabiliza

a locação no Brasil e torna o taxi mais agradável ou mais interessante. Fora todos os problemas

estruturais que tem no Brasil, que... Mas assim, então esse é o, talvez o impedidor, o

impedimento grande da gente poder acelerar de fato nesse mercado, porque acaba gerando

reclamações e aí contamina, o cliente as vezes entende que o despachante, ou quem esta

dando a solução é culpado também porque o carro lá em Belo Horizonte não saiu na hora.

É, senhor, eu tenho um roteiro que eu gostaria de proceder, é, eu acho que agora

contextualizamos, sabemos um pouco mais sobre a Mobility. Esse estudo que está sendo

realizado pela universidade, ela vai focar o seu campo de visão no DF, dentro de Brasília.

Quer a empresa entrevistada atue ou não atue. Nós estamos entrevistando diferentes

segmentos, setores que movimentam o turismo nacional e internacional, com destino

cidade de Brasília, e nesse sentido nós precisamos falar com alguém de locação de

automóveis, e é por isso que, como vocês compreendem esse guarda-chuva maior, nós

acreditamos que se conversarmos com vocês e ouvirmos a opinião de vocês nós vamos

estar tendo algum tipo de termômetro desse mercado, ok? Então eu gostaria de saber,

nesse primeiro momento, há quantos anos a Mobility atua nesse segmentos de locação de

veículos e se ela tem alguma forma de atuação no DF em Brasília?

Há 10 anos. A Mobility existe a 10 anos e a 10 anos também aluga carros em Brasília.

Ok. Deixar um pouquinho a empresa de lado. Vamos começar, quando alguém te diz...

(Celular) Quando eu te digo Brasília, imagem e destino Brasília, o que é que te vem a

mente? Pontos fortes, pontos fracos, positivos, negativos, o que é que te vem? Cidade de

Brasília.

Não, na minha forma, não muitos pontos negativos na verdade, (??), espaço, distância, na

realidade me lembra bastante Miami, em termos de vantagem de alugar um carro, porque o

serviço público para o cliente que quer conhecer Brasília não é tão desenvolvido, então você

necessita de um carro, então isso fala a favor de alugar o carro, e muito óbvio, em Brasília

existem muitos potenciais turísticos, então eu acho que é um ótimo mercado para quem tem

uma locadora de veículos, que não é o meu caso né, eu levo o cliente até a locadora. Então,

pontos negativos eu não identifico.

Tá, na tua opinião, você acredita que Brasília é um destino que está preparado para

atender a uma demanda nacional ou internacional, por que?

Preparado pras duas demandas, na verdade a demanda internacional requerer mais qualificação

de, dos funcionários que estão na locadora e também na, toda estrutura turística, né, que aí

abrange não só a locação. Mas eu acho que as locadoras ainda não estão no ponto de poderem

receber estrangeiros porque falta qualificação para poder compreender o estrangeiro. Acho que

muitas vezes o funcionário nem fala inglês.

Então basicamente uma dificuldade na qualificação pela questão do idioma?

Sim.

No que investir, te ocorre alguma coisa em que investir na cidade de Brasília ou no seu

entorno para que tornemos esse destino um destino internacional?

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Eu acho que é...

Ou, em outras palavras, desculpe-me, o que falta em Brasília?

Falta, eu acho que tendo um pouco mais de profissionalidade, com relação ao entorno o que

me ocorre é a Chapada dos Veadeiros. E que atrai, quando, quando eu comento com o

estrangeiro que viaja para o Brasil eu tenho uma pessoa, inclusive, que comprou uma

propriedade na Chapada dos Veadeiros depois que conheceu, é, e tantos outros né, que vão

pela primeira vez pra lá e se encantam no entorno, porque não existe personalidade de

divulgação. Mas esse é um problema genérico, né, o Brasil vem tratando esses assuntos com

melhor, com menos ou mais sucesso de tirar o foco do Rio de Janeiro e de cartões postais

tradicionais, acho que isso é uma questão só de tempo e de posicionamento contínuo e de

esses destinos acolherem e receberem bem os turistas estrangeiros (??) nessa área. Mas o que

falta é uma melhor divulgação, uma divulgação mais contínua.

Ok. Você considera o destino Brasília competitivo no mercado nacional?

Depende do ponto de vista do que o cliente quer, evidentemente é um tipo, já restringe aquele

cliente que quer resort e mar, mas eu acho que tem o ponto de vista histórico e cultural

interessante só pelo fato da arquitetura e a questão natural de ter um parque nacional também

nas proximidades. Eu acho que é tem bastante potencial.

Ok. Como você avalia os serviços, os produtos e os próprios atrativos, a questão da infra-

estrutura dentro de Brasília?

Os serviços em geral?

Serviços em geral.

Acho que a hotelaria vem, eu não acompanho claramente assim, mas eu não tenho visto muitos

avanços na hotelaria. Acho que eu tenho, eu vejo a hotelaria um pouco decadente em Brasília,

mas deve ter um ou outro hotel que eu ainda tive a oportunidade de conhecer, mas tem aquela

rede do Paulo Otávio, ou o JK, né, tem aquele hotel... (!!)(Antigo Blue Tree) Blue Tree, exato. Na

verdade eu não tive, não tinham bons hotéis, mas também nunca me, pra uma estadia de

negócios ótimo, mas meio é 4 estrelas, não é, não tem nada que realmente vislumbre. Mas eu

posso, pode ser que eu não os conheci, então eu acho que ainda faltam, faltam, uma, ou de

melhor divulgação desse fato, né. Tenho acesso a literatura sobre isso, mas acabei não tomando

conhecimento. Então...

Na gastronomia...

Gastronomia deve ter, eu acabo, Brasília é uma cidade que eu vou com freqüência porque a

nossa empresa de tecnologia fica em Brasília, mas acabo me servindo do mesmo restaurante,

mas acredito que tenha uma excelente gastronomia, eles são muito bem falados, então, tive a

oportunidade de, recentemente ali perto dos lagos, fui conferir um bom restaurante, então eu

acredito que esteja bem servido.

Com relação a infra-estrutura de transporte, como você, as vias públicas mesmo, os

acessos, os pontos de estrangulamento, você tem alguma opinião a esse respeito? Ou ao

próprio aeroporto?

Não, eu acho que, em comparação a São Paulo a gente se sente muito mais livre, então, não

tenho nenhuma ressalva nesse sentido. É uma cidade brasileira com todas as limitações, com

problemas de pavimentação, não que agora as estradas são perfeitas, não é uma, ela não está

desgarrada do Brasil, tem todos os problemas endêmicos que existem em todas as capitais

brasileiras, mas tem menos transito pelo simples fato de ser melhor planejada.

Na tua opinião Brasília tem alguma coisa de diferente, algum diferencial que não está

presente em nenhuma outra cidade brasileira ou, talvez até mesmo algum outro destino

internacional, na tua opinião?

O diferencial é a própria arquitetura, o próprio conceito como foi criada a cidade.

Dentro dos próximos 5 anos a tua perspectiva, o teu cenário para Brasília, no que se refere

a desenvolvimento do turismo ou de negócios em turismo, é de estabilidade, crescimento

ou declínio?

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Crescimento como um todo no Brasil, e acompanhando Brasília. Acredito que Brasília não vá

crescer mais do que a média, acho que vai se beneficiar do crescimento, mais amplo que o

Brasil vai enfrentar, né, então nós vimos que Brasília seja a exceção que cresça mais do que

outros destinos.

E esse crescimento deve-se a que exatamente? Na tua opinião.

A uma convergência de fatores positivos que nesse momento gravitam em torno do Brasil. De

estrangeiros terem mais visibilidade, muito mais trafico de estrangeiros curiosos com o nosso

país e buscaram investimentos e buscarem desenvolvimento e de serem parte do brick e que

hoje movimenta 50% do crescimento da economia, então, evidentemente, isso já sozinho, já, se

você tem, dentro de todo bolo de investimentos, turismo certamente é um que tem potenciais

fortes de crescimento.

Perfeito. Agora voltando um pouco para a empresa, você me disse que a Moblility, ela

comercializa, ou ela faz uso dos seus conveniados na cidade de Brasília, há quantos anos?

10

Há 10 anos. Foi um destino que foi escolhido por algum motivo especial, ou é da natureza

da empresa abrir para todas as capitais....

Exato.

Segunda opção.

Não tem nenhum...

Nenhum diferencial, nenhuma escolha. Nesse sentido como você avalia a comercialização,

a locação no caso, ou, eu não sei como você chama, a comercialização, a atuação da

empresa dentro de Brasília? Qual é atua avaliação dentro disso? Se quiser, comparando

com outros destinos, outras cidades.

É eu não tenho nenhuma divulgação ativa de nenhum destino, seja Brasília, Curitiba, Rio,

Campinas, nenhum destino é promovido ativamente pela empresa, nós colocamos na prateleira

e o cliente que demanda conforme o que lhe convém. Então eu não tenho nenhum esforço

maior ou menor pra divulgar, “alugue um carro no Rio de Janeiro”, não tenho esse, eu não

tenho esse, dentro dá, não faz parte do nosso contexto.

Entendo, e de qualquer forma essa motivação essencial do visitante, ou no caso, de quem

aluga o carro, de quem busca o serviço da Mobility, essa motivação tem crescido nos

últimos 5 anos, você tem percebido, por Brasília, tem mantido estável, tem declinado,

você tem alguma informação nesse sentido?

Não tenho informação direcionada para Brasília. A motivação de se locomover com carro

alugado cresceu substancialmente. Essa quantidade, no universo de brasileiros e estrangeiros,

mas muito mais brasileiros, que alugam carros pra se locomover a lazer e trabalho, aumentou

expressivamente. E isso em Brasília também, mas eu não tenho agora, não me chama a atenção

de dizer que Brasília demandou boa parte dessa, dessa (??) tendência.

Ok. Mesmo assim eu vou insistir e vou te perguntar. Em 2009 a locação de veículos em

Brasília, declinou, manteve-se estável ou cresceu?

Cresceu.

Cresceu.

Todos anos cresceu.

Ok. Existe alguma ameaça ou algo que possa ser vislumbrado no teu segmento de atuação

com relação ao mercado de Brasília, algo que possa ser uma ameaça a atuação da

Moblility?

Nenhuma ameaça. A única restrição que nós temos hoje é, basicamente o custo do produto,

então se agora o custo da locação de veículos que, tradicionalmente, vem caindo é, pelo fato de

ter mais escala e mais demanda, então, na verdade não existe nenhuma ameaça, muito pelo

contrário, principalmente porque cidades como Belo Horizonte e Brasília que tem aeroportos

distantes, só a corrida de um taxi, eu não sei quanto que você paga, mas você deve pagar R$

60,00...

Do aeroporto até o plano piloto, em torno de 60, 50, 60 reais...

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Então, ida e volta são 100 reais, se é uma viagem de um dia, no mesmo dia uma locação de um

carro econômico com ar já é menos do que esse valor e o cliente ainda tem a comodidade de

não precisar depender de um terceiro. E ainda com o GPS ele tem independência. Então acaba

sendo... Eu estive ontem em Belo Horizonte, lá, o taxi custa de Confins até o centro 100 reais.

Bastante longe.

E aí são 200 reais para ir e voltar, numa diária com esse dinheiro você já consegue alugar um

carro bem superior. E tem o carro o dia inteiro.

Perfeito. Na contra parte, há alguma oportunidade que vocês estão buscando em Brasília,

ou alguma parceria, algo que você visualize para o teu mercado?

Nós buscamos uma, na realidade nós esperamos e não, já existiu no passado trabalho de se

aproximar de secretarias de turismo com mais afinco, mas aí, é um esforço que não rende, não

rendeu pelo menos o resultado que nós queríamos, mas não especificamente com a cidade de

Brasília. Nosso interesse seria de que as secretarias de turismo entendessem que o papel de

quem distribui locação de veículos ou o papel da locadora de veículos é subestimado. Que a

secretaria de turismos trabalhasse mais em sintonia né, de uma forma de gestão mais

profissional de entender que a locação de veículos pode abrir portas para outros mercados.

Porque a gente, no momento que põe a mão no volante, literalmente, ele assume a, ele toma as

decisões por conta própria e vai para destinos que ele não iria se tivesse com taxi. Então se a

secretaria de turismo de Brasília ou do Rio de Janeiro entender um pouco melhor como

funciona isso e o que se abre de perspectivas, isso acontece na África do Sul, isso acontece na, e

até outros países com as (??) faltas que já existem no Brasil, mas não são tão divulgados.

Perfeito. Poderíamos ver essa parceria como uma oportunidade...

Bastante grande.

... ao mercado bastante grande, nesse sentido de desenvolver o bem receber e ampliar a

economia local, porque acabará havendo maior retenção de renda, não é, do visitante.

Muito mais.

Muito mais. A empresa pretende investir de alguma forma em Brasília nos próximos 5

anos? Existe alguma ação nesse sentido?

Por acaso semana que, daqui a duas semanas a gente vai fazer um evento em Brasília, mas é

promovendo locação no exterior. É (???) no mercado de alta renda. Que é um mercado que nós

atuando também. Aí promovemos um desfile de moda masculina em conjunto com uma marca

de malas de viagem importada que... de poder aquisitivo alto, e Brasília tem se mostrado um

mercado bom pra isso. É fora isso se a gente se encontrasse e seria, puro acaso nesse momento,

com uma ou outra entidade de turismo que quisesse desenvolver em conjunto conosco, como

nós desenvolvemos já com turismo do Chile, turismo da Suíça, da Alemanha, eu vou agora

semana que vem pra Suíça pra divulgar melhor esses destinos, né. Nós trabalhamos muito

próximos com o turismo da Suíça, muito próximos com turismo da Califórnia, da Flórida,

justamente pensando nesse potencial que existe.

OK. Isso seria bem vindo.

Seria bem vindo e a gente com certeza investiria nesse mercado.

Perfeito. Quando, há alguma estimativa de investimento em reais, ou em qualquer outra

moeda/ano para esse destino especificamente, existe algo nesse sentido?

Não.

Não existe.

Não existe.

Do ponto de vista de locação, acho que a gente conversou um pouquinho, não é a nossa

intenção detalhar esses dados da empresa, eu penso em ainda explorar um pouco mais

sobre oportunidades de negócios em relação a turismo no Distrito Federal. Você nos disse

que há uma perspectiva natural de crescimento dentro da perspectiva natural brasileira

para Brasília, e nesse sentido que oportunidades específicas, ou que tipo de negócios você

imagina que tivessem possibilidades de serem criados no DF?

No DF, você diz todo entorno também?

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Plano e entorno, como um todo.

Sim, é, hotelaria em geral. De exploração, por exemplo lá na Chapada dos Veadeiros que eu,

pessoalmente conheço mais, estive lá 4 ou 5 vezes na minha vida, tem potenciais de se investir

um pouco mais em uma hotelaria mais profissional, de sair um pouco do nível de pousadas

mais simples, eu acho que tem pra toda gama de alta renda até baixa renda tem muito

potencial ali pra se investir, é porque não existe só a cidade de Alto Paraíso, existe todo...

São Jorge, Cavalcante...

Sim, e eu conheci só essa parte, pra mim todo resto é uma parte cinza do mapa, quando eu

penso em Brasília e entorno, o entorno pra mim é muito focado, né, eu tenho cor e eu tenho

base, por exemplo, na mente da Chapada, que é, certamente existe mais cor do que eu vejo, né.

E isso cabe a reportagens, matérias, mais divulgação, e aí oportunidades de negócios,

certamente se criam.

Ok. Com relação a Plano Piloto mesmo, a cidade e ali Brasília. Você vê algum tipo de

necessidade de negócio ou alguma possibilidade de investimento? Não necessária mente

com locação, de forma gera.

Aí, eu acho que é turismo de eventos, né. (?????) certamente a cidade vem se preparando. A

cidade é um, naturalmente é um Hub brasileiro, todos os vôos convergem, muitos vôos

convergem para Brasília e acaba sendo uma, e já é usada, mas poderia ser, certamente, mas

usada até para encontros internacionais que podem, poderiam ser lá, né. A acabam

acontecendo aqui em São Paulo.

Eu estava com o diretor da Alcântara, que agora é, ela é Reed Exibitions e Alcântara

Machado, e ele me disse exatamente isso, esse Hub que é Brasília e você pode imagina

que um visitante europeu ou americano, enfim, internacional, ele estando em Brasília ele

está a 2 horas das principais praias do nordeste. Então há uma possibilidade muito, um

apelo muito grande nesse sentido, né, desde que seja divulgado porque aí ele tem 2, 3

dias fazendo esse turismo cívico, monumental, histórico cultural e tem duas

possibilidades, ele pode ir pra Chapada ou ele pode subir, né, ir pro nordeste. Então está

tudo muito próximo, e realmente...

E é o que cidades como Las Vegas, né, Las Vegas tem nada mais do que jogos e aí poderia se

tirar um paralelo para uma cidade que tem atrativos numa direção que é a arquitetura, mas de

Las Vegas, Las Vegas é uma cidade, um centro de aglutinação, que, Las Vegas ou Atlanta (!!)

(Irradia.) É, quer dizer, de Las Vegas você vai para a costa leste ou pra costa oeste, fica mais

perto da Califórnia, evidentemente, mas você consegue distribuir bem e eles usam isso, os EUA,

os americanos já tem isso dentro do DNA deles de saber divulgar os destinos né, existem

associações, existem, eu ate faço parte de uma associação que recentemente abriu um capítulo

aqui no Brasil, ainda não é nem uma filial, chama “Meeting Planners International”, eles são 4600

profissionais no Mundo que se preocupam com planejamento de eventos. E o Brasil até há 1

ano atrás não era, não estava no radar de planejadores de eventos. Planejadores de eventos de

50 pessoas a 5000 e então agora começa a entrar no radar de empresas internacionais que

falam poxa, no Brasil poderia até fazer um evento, não preciso, porque fazer no México? Poderia

fazer no Brasil.

Entrou no cardápio.

É, exato.

Muito bem. Na tua opinião, um investidor hoje que queira realizar ou investir em um tipo

de negócio em Brasília, você acredita que vai encontrar algum tipo de dificuldade, algum

tipo de limitação? O que é que esse investidor deveria superar para fazer o seu negócio

acontecer?

Brasília cheira muito a burocracia governamental, então isso eu acho que, governo atrapalha

bastante, é, como no Brasil tem problemas burocráticos que são gerais e em Brasília me parece

que são maiores. Então, é, eu não sou candidato a ser investidor, não tenho esse perfil, mas

imagino que seja um grande, uma grande barreira que deva inibir, se eu fosse, se eu faço parte

aqui da câmara Brasil/Alemanha sou membro do clube alemão, sou de origem alemã, os

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alemães é são, tem... (!!) (São avessos.) ... são avessos a burocracia brasileira, né. Em especial,

vamos dizer... (Hun)... Cheira, tem vestígios de corrupção que hoje já, felizmente, já caíram, né,

felizmente já, é, já se melhorou, acho que na Rússia tem muito mais, mas as burocracias

ridículas, não, como hoje, por exemplo eu passei o dia inteiro resolvendo meu passaporte. Eu

tive que ir no exercito pra tirar uma declaração, depois o meu título de eleitor, são, aí depois

você vai num órgão e manda voltar depois de novo, isso a gente sente na pele com coisas

simples, imagina se você vem trazer investimentos com dinheiro no estrangeiro, (?) então

sofrem os estrangeiros, muitas vezes isso é atrasa pra depois de 1 ano, ou 2 anos de imersão de

sair de volta.

Ok.

A gente tem agora, eu tenho um contato com um empresário que ta participando de uma

licitação de estádio de futebol e ele ta quase saindo de novo, por causa disso, né, por causa de,

poxa, será que eu abro uma empresa no Brasil? E aí como é que fica a questão impostos, e bi-

tributação, então ainda tem muita coisa pra se simplificar.

Ok.

Então isso é percepção, não é nem nada concreto.

Muito bem. Então já me respondeu a pergunta seguinte que era do ponto de vista do

governo, o que é que o governo tem que fazer a lição de casa. E do ponto de vista de

investimentos privados, você tem alguma sugestão, alguma recomendação para esse tipo

de investimento no DF?

Eu acho que transporte público, certamente deve ser uma, deveria ser uma preocupação PPP,

né, enfim.

PPP?

Público/privado, Participação público/privado, porque o governo, evidentemente, como aqui em

São Paulo também, acaba fazendo rodovias em concessão, né. Eu acho que isso tem bastante

potencial, porque hoje eu não vejo o metrô, o transporte público em Brasília desenvolvido e isso

faz parte de uma cidade que quer ser (!!) (Receber.) vista como um centro. (Trecho inteligível)

Até uma vitrine pro país. A começar pelo aeroporto que não tem cara de aeroporto, muitos

aeroportos no Brasil... Se você desembarca em Calgeri, você vê, você já fica com vontade de

querer conhecer o Canadá, e se você desembarca em São Paulo você tem vontade de voltar, né,

da onde você veio (risos).

(risos) Porque é muito cinza. Perfeito. Do ponto de vista do terceiro setor, alguma

possibilidade de negócios, ou algum tipo de parceria para o desenvolvimento de negócios

em turismo, te ocorre algo? Com participação de ONGs, de Fundações...

Sim, em meio ambiente bastante, até no plano social, mas acho que meio ambiente com

certeza.

Ok. E para fechar. Imaginemos que temos investidores querendo colocar seu dinheiro e

abrir negócios relacionados a turismo na capital federal deste país. O que é que você diria

a essa pessoa, ou o que você traria para este investidor? Na tua percepção, o que é que

você diria a ele?

Que ele deve investir, antes que... Deve planejar bem, porque ele vai colher frutos, é, só que

demanda um planejamento minucioso , só ir no otimismo como se ele achasse que está

investindo na (???) “Boviera” é outra realidade.

Ok. Como um bom Alemão você pede planejamento.

Isso falta no Brasil.

Exigente.

Você ainda tem 2016 e 2014 e, infelizmente, as decisões vão ser tomadas em 2013, é, enfim, o

exemplo nós temos aí na África do Sul que também tem um DNA muito parecido com o nosso,

né, de não planejar, deixar as coisas acontecerem. Mas já ta melhorando, a gente não pode

reclamar, né. A gente tem que continuar reclamando porque tem que ficar muito atento e

cobrar, mas é, planejamento não é, não é, não faz parte da rotina brasileira.

Estamos aprendendo.

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Sim.

E temos um longo caminho pela frente.

Sim.

Quero agradecer....

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TAP – Transportes Aéreos

Entrevista nº 4 – Realizada em São Paulo - SP

Data: 13/04/2010 – São Paulo – SP

Entrevistador: Davi Bimbatti

Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida

(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo

(!!) Interrupções

Me diz de própria voz, teu nome, teu cargo e quantos anos você está na empresa?

Bom, meu nome é [...], abreviando, né, o primeiro e o último, é, eu, só uma correção, na

realidade eu sou Diretor de Marketing realmente, tá, responsável pela área, nós temos aqui na

empresa duas áreas distintas na área de marketing, é, eu sou diretor de marketing cuidando de

toda a parte de comunicação e imagem, quer dizer, de branding e a parte de publicidade e

existe um diretor de Inteligência de mercado, né, que cuida de toda uma outra parte de estudos

também, é, que me auxilia na tomada de decisão. É pra eu estar aqui, enfim, desenvolvendo

toda a estratégia de atuação da empresa, quer dizer, voltada para o marketing, né,

comunicação, e imagem. É, estou desde março de 2008 na empresa, né, acho que 2 anos e

pouco.

Ok. É importante que eu lhe diga que todas essas informações elas são confidenciais, do

ponto de vista das entrevistas individuais, o que nós vamos fazer, obviamente, é um

estudo, é um relatório e esse relatório final, que é o estudo em sim, ele traz então citações

dos nossos entrevistados, mas as entrevistas individuais elas são absolutamente sigilosas

da nossa parte. Há quantos anos a TAP está no mercado brasileiro e operando então em

turismo?

Operando, com operação direta a TAP está desde, no Brasil, né, desde 1965, se eu não me falha

a memória, é 1960 foi quando começou a operação do vôo, quer dizer, na realidade em 1960

começou a operação do vôo da amizade, que é um vôo em “code share”, em parceria com a

Panair, com a extinta Panair, que era o vôo que vinha Ilha do Sal, Recife, e Rio de Janeiro, né,

mas a aeronave TAP, efetivamente, ela em 1965 que ela começa a operar aqui no Brasil.

Em Brasília opera a partir de?

Em Brasília, foi, nós temos, foi 2007, né. 2007 quando nós começamos com o vôo direto, né.

Ok. Bem, eu vou deixar um pouquinho a TAP de lado e gostaria de lhe perguntar: Tua

percepção sobre o destinos Brasília, cidade Brasília, como cidadão Brasileiro, como

consumidor de turismo, qual é a imagem que você tem de Brasília? Tanto os pontos fortes

como os pontos fracos.

Ok, se eu tiver um olhar do consumidor doméstico, né, é, sobre o ponto de vista de história e

monumentos, né, eu acho que Brasília ele tem todos os atrativos para quem quer visitar uma

cidade por conta desse aspecto. Acho que ela foi uma cidade que foi construída de uma forma

única, né, totalmente planejada, enfim, que perdeu um pouquinho desse planejamento por

conta do próprio crescimento, mas que ainda preserva algumas particularidades que outras

capitais não tem, que é essa quantidade de monumentos hoje, de construções que são bem

características de Brasília, que eu acho que isso é um atrativo, né, pra quem quer fazer um

turismo interno, né, no caso. É, eu vejo um outro atrativo que hoje, quer dizer, hoje que eu digo,

nos últimos anos, ele cresceu bastante, um pouco mais organizado, que é ele servir de uma

ponte também para alguns projetos específicos, Brasília ele tem uma característica única

também que eu vejo no Brasil, quer dizer, que é a parte cultural de Brasília, Brasília sempre teve

muito forte na música, na arte, né, e tem uma série de eventos regulares, eu acredito que teve

um boom aí do final da década de 70 pra cá quando houve uma série, uma série de eventos e

festivais de música, exposições, que isso cresceu, então eu acho que por aí ele também, eu acho

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que é um caminho bem interessante para continuar e se trabalhar bem forte esse lado do

turismo, esse lado do turismo cultural, né. O turismo ambiental em que, eu acho que também

pode ser explorado pela própria periferia de Brasília e alguns lugares onde se pode trabalhar

bem essa questão de meio ambiente, enfim. O ponto negativo que eu acho é de Brasília estar

muito ligada a questão política, né, eu acho que isso tira do turista, no meu entendimento,

fazendo um juízo de valor aqui, acho que pode, pode tirar é ou reduzir esse desejo de fazer um

turismo nesse sentido de visitar a cidade por conta, é, dessa, dessa, da cidade estar

intrinsecamente ligada a essa questão política, né. Embora são duas coisas distintas eu não vou

visitar o senado, ou o congresso, ou a explanada dos ministérios, enfim, todos os monumentos

ali por conta da política, é por conta da arquitetura, da beleza arquitetônica, mas mesmo assim

as pessoas não conseguem dissociar esse processo, né, eu acho que quando olham, enfim...

Então eu acho que isso é um fator aí que pode reduzir e acredito que posso ter um nível

razoável de influência no processo de decisão de escolha, né, para esse... Agora, volto a dizer,

Brasília, quer dizer, Brasília sempre teve uma característica que eu acho que deve continuar e

deve trabalhar muito bem isso, que é a questão do, da atividade cultural. Brasília lançou, aí

posso, a maioria de , no período, assim, do rock nacional surgiram vários expoentes na música,

surgidos de Brasília, sejam nascidos ou que foram pra lá crianças e viveram boa parte da vida lá,

né, que trabalhou muito bem, assim, em festivais, enfim, a parte cultural, hoje você tem uma

fundação, por exemplo Athos Bulcão que é um centro fantástico que desenvolve uma série de

projetos interessantes e outros mais ali, enfim. Você tem uma grade regular de eventos culturais

muito interessantes em Brasília que eu acho que ainda não são do domínio nacional, que dizer,

que poderia extrapolar o universo do brasiliense e começar a mostrar para outros, para

despertar esse desejo porque são eventos extremamente interessantes, assim como outras

capitais, como São Paulo, como o Rio que conseguem trazer uma série de turistas por conta de

determinados eventos.

Muito bem. Na tua opinião Brasília está pronta para atender a uma demanda turística

nacional e internacional? Por que? E se não está, o que falta?

É, bom, fazendo só um complemento da pergunta anterior, tem a questão do turismo

internacional que eu acho que ainda precisa ser, é, bem trabalhado, também por este lado, mas

essencialmente pelo lado de cultura, arquitetura e meio-ambiente, que eu acho que isso pode

despertar o desejo do turista estrangeiro de estar visitando a capital federal que, eu acho que

tem uma demanda natural, todo mundo tem esse desejo pela característica, eu acho que este é

o grande mote, é o grande aí, argumento para se, quer dizer, de mostrar essa característica

arquitetônica que é única no país, né, e que esse é o, que é o que pode motivar, na minha

opinião, que pode ser o grande motivador do turismo internacional. Com relação ao que, ao

que... (###)(??)

Atender a demanda turística nacional e depois eu gostaria que você refletisse sobre a

internacional também.

Olha, eu vou te dar um, aí um depoimento como, como, é, como um profissional, ou como um

turista, um passageiro, um visitante de Brasília, é que hoje eu vejo Brasília com alguns

problemas que até então eu não via há alguns anos atrás, quer dizer, problemas de trânsito, né,

que eu acho que é um problema sério que precisa ser trabalhado lá, o trânsito hoje é um

trânsito que em determinados momentos fica caótico, em determinadas avenidas, e grandes

avenidas, né, eu acho que precisa se trabalhar melhor o transporte público que ainda não

atende como se deveria, que eu acho que isso é fundamental em termos de infra-estrutura de

transporte para você atender essa demanda que eu não posso pegar um turista, eu não posso é,

convidar o turista pra visitar minha cidade e não oferecer a ele um transporte público de

qualidade, né, que ele posso se locomover pra vários lugares sem, na dependência de um

transporte privativo, enfim, isso é meio complicado fazendo uma comparação a outros grandes

centros aonde isso existe, né, fazendo uma comparação com a Europa onde você roda a Europa

inteira de metrô, enfim, é, como Rio de Janeiro, como São Paulo, né, que você consegue ter isso.

Eu acho que Brasília precisa uma melhoria, no meu entendimento, forte aí no transporte

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público. É a outra questão eu coloco como a infra-estrutura hoteleira, né. Hoje Brasília tem uma

infra-estrutura bem razoável, uma parte eu acho que precisa de um, de uma reforma, você tem

uma série de hotéis que já estão ultrapassados, falando, é, fazendo uma análise competitiva, né,

você tem, é, alguns de ponta, instalados em Brasília, inclusive que capitalizam, trazem grandes

eventos e fazem excelentes shows, enfim, é, aquele complexo alí até que eu esqueci o nome

agora, que hoje é um complexo de vários hotéis...

Que fica próximo, fica na região central? No setor hoteleiro sul?

No setor hoteleiro, no setor hoteleiro, esqueci agora o nome, inclusive é ali perto do escritório

da TAP, né, onde fica lá a torre ali do escritório da TAP, do outro lado ali tem um complexo

hoteleiro ali que hoje abriga um, uma excelente infra-estrutura, inclusive para a parte de

workshops, de grandes eventos e tal, é, mas você tem um outro lado onde você tem hotéis que

já tiveram o seu glamour, como o JK lá o, coisa que hoje precisa de uma reforma, são hotéis,

então, eu vejo um lado buscando, aqui ao lado dos grandes grupos que estão olhando Brasília

de outra forma e estão, e conseguem oferecer um produto de qualidade como o Naume, outros

mais e vejo um outro lado de hotéis mais antigos que são aqueles hotéis que surgiram e já

tiveram o seu apogeu há muitos anos atrás que hoje eles precisam, ta, então assim a infra-

estrutura hoteleira, eu acho que hoje não tem esse equilíbrio como se deveria pra você oferecer

ao turista, né, seja o estrangeiro seja o nacional. (Ok) E parte dela já é bem ocupada, que eu

digo assim, quando você fala nesse fluxo que, aí da parte política e econômica, enfim, que

sempre vai a Brasília.

Principalmente de segunda a quinta...

De segunda a quinta, exatamente.

... não é? Ok. Você considera o destino Brasília competitivo no mercado nacional?

Olha Brasília tem um produto que eu diria que ele é, é segmentado, né, porque segmentado

que eu digo? Ele não tem o atrativo de algumas capitais onde a beleza natural ela é, ela se

sobrepõe, se destaca, como o Rio e várias capitais no Nordeste, do Sul do País, né, em que você

tem a beleza, o atrativo natural, não to dizendo que ela não tenha, né, mas assim, que não, eu

acho que não se coloca em evidência isso. Eu digo segmentada, por que? Porque ela tem uma,

voltando a característica arquitetônica, a beleza arquitetônica, que eu acho que faz com que

exista esse desejo, quer dizer, que desperte o desejo de olhar por esse lado histórico cultural.

Quer dizer, é muito mais na questão do lazer, do lazer pelo lazer, né, eu diria, a arte pela arte,

quer dizer, de poder buscar um turismo histórico cultural, que eu acho que extremamente, de

extremo valor, né, é único, você vê a arquitetura de Brasília, quer dizer, então, eu diria

competitivo nesse aspecto né.

Ok. Você avalia, como você avalia os serviços? Os serviços, a infra-estrutura, os

equipamentos, os taxistas, enfim. Daquilo que te vem a memória quando a gente fala

Brasília, como você avalia?

Olha, vou voltar aquela pergunta anterior, quer dizer, eu acho que Brasília é, nesses últimos anos

ela passou, tirando a questão política de lado, deixando a questão política de lado, é, Brasília

está passando por um processo de mudança, mudança de infra-estrutura, quer dizer, em termos

de investimentos e obras e tal. É, mas eu acho que ainda falta muito, ainda falta muito, de novo,

acho que o transporte público ele precisa, é, ele precisa se, no meu entendimento, de uma

revisão nessa questão do transporte público pra você ampliar essa tua oferta de possibilidades

de locomoção do turista dentro da cidade de Brasília, por conta da própria, do próprio projeto

de Brasília, sem isso fica extremamente complicado. Então, e eu já tive oportunidade de

presenciar vários projetos e várias propostas que são perfeitamente viáveis pra Brasília sem

alterar o desenho original, sem alterar a característica e a própria arquitetura, né, mas que aí

esbarra me outras questões que não cabem pra mim aqui julgar, esse é o primeiro ponto. O

segundo é a questão da infra-estrutura hoteleira que eu acho que ela precisa ter uma outra,

uma outra, um outro olhar, né, pra, porque hoje você tem, por exemplo quando você vai em

determinados grandes centros de turismo aqui no Brasil, você hoje tem uma oferta muito

grande, não só quantitativa, mas qualitativa de é, de hotéis que realmente atende as

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necessidades do médio ao alto turista, do poder, em termos de sócio-econômicos. E eu vejo

Brasília com uma disparidade nesse sentido, né, eu vejo alguns hotéis excelentes, né, que são de

grandes redes que chegaram em Brasília, como eu vejo outros com uma certa obsolescência, se

eu tiver esse olhar competitivo, né.

Eu estava conversando ontem com um grande investidor aqui em São Paulo e ele foi

muito taxativo, ele falou: “Davi, nós não conseguimos levar é, construir um prédio de 30

milhões, de 50 milhões por uma questão básica, o metro quadrado de Brasília é muito

alto, então nós não conseguimos convencer o investidos a investir esse porte sem uma

taxa de retorno de 12 a 15% mínima.” Então é uma questão pontual, né, a questão

imobiliária, o custo do metro quadrado é muito alto.

É, mas aí não é só o custo do metro quadrado, quer dizer, aí que você tem que ver é, é, e acho a

isso cabe uma revisão também, quer dizer, o custo de vida em Brasília ele é alto, quando você

quer demandar, eu to falando isso, eu posso perfeitamente comparar com uma série de cidades

européias hoje, ta, onde é, é, você consegue se locomover, onde você consegue alugar um

carro, onde você consegue comprar passes de transporte público, onde você consegue se

alimentar por valores reais, valores extremamente competitivos e frente ao real. Quer dizer,

então eu vejo Brasília hoje, é, com um custo de vida muito alta, o exemplo é, o exemplo é o

metro quadrado da construção. Quer dizer, hoje um apartamento, eu vejo isso, tenho amigos

que moram, você pega hoje sudoeste e novas áreas que estão surgindo que são apartamentos

de 2 milhões e, assim uma coisa...

É o mesmo valor dos apartamentos de, da avenida Atlântica.

Sim, alguns sim...

De frente pro mar.

De frente pro mar, é, exato.

E da frente do parque Olhos d’água custam, 3 dormitórios, 1 milhão e meio a 2 milhões de

reais. É um absurdo.

Sim, é, você ta falando aí de um valor assim bastante alto em termos de investimento, né.

Além de hotel e de transporte público, desculpa, o que mais falta a Brasília? Onde mais ela

pode melhorar? E aí eu vou perguntar, não quero te induzir, mas também quero saber a

tua opinião sobre qualificação e mão de obra.

É a qualificação da mão de obra ela vem em decorrência de um investimento, quando você faz

o investimento da infra-estrutura. Por isso é que eu acho aí que o papel de determinado órgãos

como o SENAC, é, especialmente o SENAC, é, eu vou te dar um exemplo clássico, né. Eu estive,

em 1987, eu estive em Canoa Quebrada no Ceará, que era uma aldeia de pescador, né, paraíso

turístico e tal, mas que era uma aldeia de pescador, então você tinha aquelas estruturas na praia

bem precárias, aqueles bares que chamamos de biroscas ali que ficavam na praia e tal. É, voltei a

Canoa Quebrada em mil novecentos e... em 2006, 2006, 2005 com a minha família, fui pro Ceará

e resolvi descer de carro até Canoa Quebrada para apresentar aos meus filhos Canoa Quebrada,

um lugar que eu fui a muitos anos atrás, cheguei lá tomei um susto, o processo né, virou uma

Urbe, enfim, mas que mantiveram uma certa característica, bem interessante, mas a

característica daqueles barzinhos na beira da areia, mantiveram bem simples, agora tinha uma

placa presa na parede lá da madeira do coisa dizendo que as pessoas que estavam atendendo

foram treinadas e capacitadas pelo SENAC. Quer dizer, então eu acho que determinados órgãos

tem um papel fundamental nesse processo, de capacitar, capacitar desde a chegada no

aeroporto, né, para ter um centro de atendimento ao turista e ali já apresentar um leque de

opções que ele possa ter, né, em termos de visitação e de orientação, enfim. É, e ir nos próprios

grandes centros, quer dizer, de ter essa, eu acho que a capacitação do, desse agente, né, esse

agente de turismo, né, esse rapaz que possa andar, a capacitação em restaurantes, nos hotéis,

eu acho que ela é importante, hoje não vejo isso com força.

Ok.

Não vejo, mas isso é, agora é, eu coloco isso como uma decorrência do próprio investimento na

infra-estrutura, né. Eu, na minha cabeça eu não consigo dissociar investimentos em infra-

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estrutura com capacitação da mão de obra pra poder atender essa demanda especificamente

no turismo, seja com taxista, seja com o consierge do hotel, seja, enfim, no atendimento no

aeroporto, nos restaurantes, e por aí vai.

Perfeito. Ok. Brasília tem algo que é diferente, tem algum outro diferencial com relação

aos demais destinos do país e do exterior?

Olha, tem, né, a capital federal eu acho que isso por si só desperta um desejo das pessoas

conhecerem a capital federal pela própria característica dela, né.

Desejo cívico.

É, eu acho que isso tem, assim, eu, isso eu sempre cultivei com os meus filhos, né, de que, falei

ó, vocês precisam ir à Brasília, a gente precisa ir à Brasília e os novos foram à Brasília, foram 3

vezes à Brasília, as vocês precisam ir a Brasília. Por que? Porque ali é a capital federal, é uma

questão nacionalista, né, de você conhecer como foi construído, porque foi construído, todo o

projeto, um projeto é, do avião, do plano piloto, é isso tudo é importante, acho que é civilidade

é, eu acho que por si só isso já deve ter um apelo, né, aliado ao fato, de novo, da questão da

beleza arquitetônica, de uma série de obras, né, arquitetônicas que são fantásticas, e assim,

que...

Qual o cenário que você visualiza para Brasília nos próximos 5 anos? Esse cenário ele é de

crescimento, é declínio, é de estabilidade, e por que?

Olha, é, vou fazer uma inferência aqui, é, em nome da TAP de Lisboa, né, é, eu parto da premissa

de que se a matriz abriu um vôo direto, é, de Brasília para Europa é porque ela acredita na

demanda. Não só na demanda, porque isso não existe. Quando você faz uma análise de uma

nova rota, você não pode analisar só um lado, ne. A demanda Brasília/Europa, mas você tem

que analisar Europa/Brasil, ta. Então, é, eu acredito, acredito sim que, é, Brasília tem toda a

condição hoje de figurar num cenário nos próximos aí 5, 10 anos de mudar isso, né, de

continuar esse processo aí de crescimento do turismo, agora, óbvio, atendendo a essas

prerrogativas aí que nós colocamos aí algumas no nosso bate papo, né.

Perfeito. Considerando um pouquinho mais agora a atuação da TAP Portugal no destino

Brasília eu perguntaria, ela comercializa Brasília desde...

2007.

2007, e como que é, como é a avaliação hoje dessa operação? Com relação principalmente

a outros destinos como São Paulo, Rio que a TAP opera.

Tá, você tem que analisar que 2007, nós estamos falando de dois anos e pouco, menos de, são

três anos praticamente de coisa, isso é um período muito pequeno, quer dizer, novo, né, mas

que é uma rota que já se mostrou viável. É, então, ela hoje, óbvio que a gente, nós não

podemos comparar ela com Rio e São Paulo pela própria demanda natural, é só você olhar que

nós temos 6 vôos, voltamos agora a 7 agora em junho, vamos voltar a 7 vôos, é um por dia em

Brasília, enquanto nos outros destinos nós temos 14, 15, quer dizer, pela própria demanda, né.

Os outros destinos que eu digo Rio e São Paulo, potencialmente. Mas é uma rota que já se

apresentou viável e nós estamos trabalhando ela para potencializar, para incentivar, tanto lá

como cá, incentivar o turismo, quer dizer hoje existe, desculpe, já existe um trabalho específico

de todas as nossas diretorias, é, de vendas nos países europeus onde nós operamos para poder

no seu hall de opções aí, ter o destino Brasília, né. E em Brasília também um trabalho aí forte

para que o brasiliense ele conheça a TAP como essa, na realidade nós somos a única opção para

a Europa, né, o que a gente precisa cada vez mais é estar divulgando e fazendo com que as

pessoas entendam que isso é a idéia e isso é um conforto que nós é, estamos oferecendo hoje

para Brasília de vôos diretos, não tenha dúvida. E, de novo, de uma rota que a gente considera

perfeitamente viável. Se não fosse assim nós não teríamos aberto esse vôo direto.

Em 2009 houve crescimento? Ou ficou estável?

Olha, 2009 foi um ano muito difícil...

A comercialização, né.

É, 2009 foi um ano muito difícil para todo o mercado do setor aéreo, né, mas a TAP, nós, é, o

presidente teve uma proposta bem interessante que eu considero que assim que foi

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fundamental para a sustentabilidade da empresa, né, é, no período que nós tivemos um ajuste

muito forte em 2009, um ajuste não só nas freqüências, é, em alguns destinos nós reduzimos as

freqüências mais, em outros menos, por exemplo, Brasília nós tiramos só uma freqüência, foi um

dia só, é, em outros mais, fizemos um ajuste, isso é um ajuste natural de demanda, né, em

função do problema instalado. Que se iniciou em meados de 2008, com a crise de petróleo, se

potencializou no final do ano com a crise econômica mundial, ta, e teve seu reflexo aí no

primeiro, principalmente no primeiro semestre de 2009. Então, com isso teve uma série de

ajuste de freqüências, é, uma revisão na gestão de custos aí e despesas da própria companhia

face ao prejuízo dos 2 anos que, de 2008 e 2009, então, mas que, por conta disso a TAP

conseguiu em 2009 é, ter uma queda muito menor do que o setor, do que a indústria, ta,

enquanto a indústria, agora de cabeça eu não me lembro, mas eu acho que nós reduzimos o

nosso volume de passageiro/ano, e aí a gente pode fazer uma média ponderada por cada

destinos que foi mais ou menos a mesma coisa, é, nós tivermos uma média ponderada aí, nessa

média, nós tivemos uma média aí de dois de meio, a três por cento em relação ao ano anterior,

se eu não me engano, mas que, a indústria caiu muito mais, a indústria, se não me falha a

memória, caiu acho que 17 ou 15%, enfim, posso...

Está claro.

Mas que nós, pelo nosso trabalho, nós tivemos uma queda muito menos do que a própria

indústria apresentou, o setor aéreo apresentou no geral em função desse trabalho, quer dizer,

então para nós não houve um impacto tão grande, né, que já se voltou aí a, 1, 2, um (?)

“loadspector” bem interessante, né, com um aproveitamento bem satisfatório aí nos nosso vôos,

no período, Brasília tem se apresentado muito bem, né, eu tenho acompanhado aí com a nossa

área de “pricing” os números e os números são bem interessantes de Brasília.

Ok. É, quais são as ameaças, que você vê com relação a continuidade da atuação no

mercado de Brasília? Você visualiza algum tipo de ameaça, algo?

Não, eu visualizo as variáveis incontroláveis de sempre, né.

Governo Federal, economia nacional, mundial...

É o Governo Federal, crise de petróleo, economia, crise mundial econômica, que aí são, por

exemplo, o preço do petróleo é uma variável aí incontrolável né para nós que isso prejudica

sobremaneira qualquer tipo de projeto e investimento que se faça, a médio, a curto, a médio e a

longo prazo. Porque você fica a mercê, que a gente (?????), aí eu volto a dizer, aí já depende

muito do governo, porque o aí o governo é que vai balizar esse plano de estabilidade e poder

tentar segurar isso, mas que como o nosso custo ele é em dólar, quer dizer, então eu dependo

também do mercado externo, dependendo do mercado externo, quer dizer, então se complica.

Você vê oportunidades, assim, claras para a TAP no destino Brasília? Você vê alguma

variável nova, alguma oportunidade de, empreendedora, de investimento que contribua

para a atuação da TAP?

Sim, vejo, turismo de negócios. Eu acho que Brasília tem uma big oportunidade por ser a capital

federal, já ter esse apelo natural. Eu acho que o crescimento na parte de eventos e de negócios,

né, congressos, seminários e tal em que você consegue trabalhar essa parte corporativa muito

forte e ter um alinhamento do turismo com isso, quer dizer, é, se Brasília trabalhar, né, com o

óbvio, de novo, continuando ou desenvolvendo um trabalho de investimento em infra-estrutura

para poder atender essa demanda, não adianta, mas eu vejo Brasília com um potencial enorme

por conta dessa beleza arquitetônica que Brasília tem, eu acho que seria um trabalho fantástico

de poder incrementar cada vez mais essas atividades de negócios, quer dizer, o turismo de

negócios, né.

A TAP pretende investir em Brasília nos próximos 5 anos?

Sim, continua investindo, quer dizer, a idéia, a empresa não pensa, e, pelo menos a informação

que nós obtivemos, não há nenhuma informação negativa com relação a descontinuidade do

vôo, pelo contrário é uma rota que se apresentou, como eu já falei, viável. Brasília é, nós

estamos agora em junho voltando a freqüência original, quer dizer, é prova de que a TAP

reafirma esse compromisso de estar, temos participado, a TAP tem investido sim, só esse anos

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nós temos participado, vamos participar, já participamos agora em Goiás da Centro-Oeste Tour,

em agosto temos outra Centro-oeste Tour em Brasília, é, temos com alguns operadores

“Kepnet” (?), então já parcerias para workshops lá de capacitação dos, a TAP continua investindo

e já temos um evento que nós fazemos já pelo 4º ano, se não me falha a memória, vai acontecer

esse ano de novo que é a Semana Gastronômica de Lisboa, o (??) Naum, né, então a TAP (????)

tem feito o seu dever de casa, de continuar, é nós temos a Semana Gastronômica de Lisboa...

De Lisboa, no Naum?

Isso, no Naum (?) que acontece sempre no final do ano, né, se não me falha a memória no início

de dezembro, né. É, e junto ao Trade Turismo a gente tem um trabalho regular de participação

em determinados eventos, é, não só como, sozinhos, como também em parceria com alguns

Tour operadores, é, e de visitas de capacitação junto ao Trade que nós fazemos regularmente.

Existe alguma, algum valor em reais que, algum numero que você tenha, Davi a TAP

pretende investir X milhões, ou X mil reais, neste próximo ano, ou ano, em neste destino

existe essa conta?

Não, não existe, não existe, agora o que nós fazemos é assim, a nossa verba, você não pode

esquecer que nós somos uma filial aqui, né, a matriz é em Lisboa. É uma filial que tem uma

estrutura, pela responsabilidade hoje do Brasil dentro do contexto da TAP, que tem toda uma,

nós temos aqui um Diretor Geral para a América Latina que é o Mario Carvalho, que atende

Brasil, atende Venezuela, enfim, e o outros GSAs espalhados na América do Sul, e uma estrutura

para poder atender essas 8, esses 8, 8 capitais onde a TAP hoje, né.

Na América do Sul.

Não Brasil, só Brasil.

Ah desculpe...

Dentro do Brasil nós somos 8 e vamos ser 9. A partir de 3 de julho nós começamos com

Campinas 3 vezes por semana. Então nós vamos chegar a 70 vôos semanais, vamos chegar a 70

vôos, hoje a TAP é a companhia aérea que mais opera do Brasil para a Europa.

Muito bem. Então assim...

...só complementando, fechando esse teu questionamento, é, nós não temos uma verba

específica assim em termos de investimentos, a gente analisa o mercado e dentro da nossa

verba de marketing a gente destina uma parte para ações específicas junto ao Trade,

capacitação, a gente tem uma preocupação muito grande de trabalhar a capacitação do

turismo, né, a capacitação do produto TAP e conseqüentemente de alguns destinos, né, destino

Europa, no caso aqui em Brasília divulgando o destino Europa.

Ok. Obrigado. Eu vou deixar um pouquinho a empresa de lado e volto a te perguntar.

Você me disse há pouco tempo que você vê Brasília e a própria atuação da empresa como,

na verdade o destino Brasília como um destino, nos próximos 5 anos, de crescimento.

Sim, é acredito...

A cidade, enfim.

A cidade.

Então, você veria, para quem quer investir em negócios de turismo em Brasília hoje, nos

próximos anos, algum tipo de oportunidade? Oportunidades especificas de negócios?

Você, o que te vem a mente, a cabeça?

Eventos. Eventos, eu investiria em Brasília em eventos. Eu transformaria, a, Brasília tem um, acho

que no seu DNA já tem uma história, né, muito forte ligada a música, por exemplo, as artes de

uma forma, cultura de uma forma geral. Então, eu investiria muito forte em eventos.

Ok.

Na minha opinião eu acho que é um investimento que atenderia não só a demanda natural de

Brasília, como atrairia o turismo interno e o próprio turismo externo, América do sul e tal, se

Brasília, eu vou te dar um exemplo, Brasília recentemente, quer dizer no final do ano passado

começou um boato de que Brasília traria nas comemorações do seu aniversário. Bom, começou

com Paul Mcartnei depois foi o U2, quer dizer, isso provocou um frenesi em várias capitais. Eu te

digo, por exemplo, no Rio e em São Paulo com várias pessoas que eu conheço que iriam para

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Brasília para assistir o show, que seria único. Minha filha é uma delas (risos). E já tinha dito: “pai,

se o Paul Mcartnei vier é certo que eu vou lá pra casa da minha tia pra ficar lá pra assistir o show

dele lá, e não interessa o dia que for.” Então assim, é, eu acho que Brasília por ter já essa

vocação, por ter lançado uma série, quer dizer, vários grupos, Legião Urbana, enfim, Nenhum de

Nós, é esse menino, Cachimbo,(!!)(Cassia Eller) é, vários, vários, Raimundos e vários que

surgiram de Brasília e despontaram aí pro Brasil e pro Mundo, é, porque não o Festival de

Brasília, o Festival de Cinema de Brasília, quer dizer, Brasília tem uma característica cultural que

eu acho que deveria ser explorada e ser potencializado pra fora do Brasil inclusive, né, quer

dizer e de se criar um grande centro, né, enfim. Eu apostaria muito forte na cultura em Brasília,

porque eu acho que é um nicho fantástico que não, acho difícil...

Que já está no cerne, no DNA da cidade.

... já ta no DNA da cidade...

Na tua opinião quais são as principais desafios ou dificuldades que estes investidores

encontrariam para se estruturar neste destino? Ou, que dificuldades esses investidores

deveriam superar, na tua opinião?

O primeiro é o custo de, custo de vida o custo do indivíduo para ele querer esse investimento

que é muito alto. O custo de vida em Brasília é muito alto, conseqüentemente, o custo de vida

alto o investimento também ele é muito alto, né, mão de obra, quer dizer, não muito pela mão

de obra, porque a mão de obra você tem, não fazendo com que essa seja a melhor ou a pior

solução mas você consegue a mão de obra, na questão da construção civil, no entorno bem

mais barato. Mas é, mas o custo mesmo de construção e de local, né, de área, isso é muito alto,

é muito caro, né, a capacitação que ainda é um custo alto, quando se fala aí em locais aonde

você não tem ainda isso bem estruturado, né, então eu vejo a parte de, desse do custo de vida

que dificultaria e da própria infra-estrutura que eu acho que dificulta ainda nesse processo pela

própria geografia da região.

Falta. Na tua opinião. Falta parceria política com o poder público?

Eu acho que, é, não sei se isso seria o, assim, o determinante. Eu vejo Brasília com uma força

dissociada a questão política se eu trabalhar de novo, to fazendo aqui uma, um juízo de valor

aqui nessa questão da Cultura, né. Eu acho que a cultura ela independe da política. É, Brasília

pode estar pegando fogo no seu governo, é, nas suas discussões de governo, mas que eu acho

que ela pode ter uma demanda natural por um outro víeis, por um outro caminho que é esse

caminho das atividades culturais. Assim, então as dificuldades que eu vejo do coisa, é óbvio que

essa questão em Brasília, e uma dificuldade política econômica que possa ser criada parar o

investidor, quer dizer, aí, isso também é um complicador. Quer dizer, se você tem um problema

político, como hoje Brasília vive um problema político muito sério, é óbvio que um investidor ele

vai pensar duas vezes, seja para iniciar alguma coisa ou seja para continuar alguma coisa que ele

estava investindo, porque fica na cabeça dele é...

O que?

É, um aumento, talvez assim, porque o mundo ele é movido pela percepção, infelizmente o

mundo é movido pela percepção, e hoje o que se vê é uma Brasília muito machucada né, assim,

por conta de toda uma, uma, e assim o brasiliense se sentindo traído, né, quer dizer é o que eu

me colocando no lugar de um morador de Brasília, eu acho que eu me sentiria traído por um

governo que falou e começou a querer fazer uma séria de coisas e na contra partida começa a

ter atos é, ali, paralelos que não condiziam com aquilo que se professou em público, né, pro

mercado. Quer dizer, com isso você deixa o investidor com uma certa dúvida, dúvida com

relação ao que vai acontecer politicamente com o governo, com o DF, e deixa o próprio

brasiliense, eu acho que com um pouco com seu orgulho ferido, um pouco machucado por

conta disso, né. Quer dizer, então eu acho que isso é um dificultador.

Na tua opinião então a instabilidade política ela geral uma...

Ela influencia, claro..

... Ela freia os investimentos no destino?

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É, não, não digo, é, não sei se ela freia, mas ela gera um certo, um certo temor. Não diria que a

pessoa chega a botar totalmente o pé no freio, mas eu acho que ele reduz a marcha. Entendeu,

se ele estava dirigindo em 5ª tranqüilo eu acho que ele passa uma 4ª, volta uma 3ª e vai

dirigindo, quer dizer, tem um trafego a frente e ele vai mais devagar.

Observando mais.

É, observando mais, entendeu. Não sei se ele chega a botar o pé no freio.

Ok, a gente ta quase fechando. Eu vou te perguntar o seguinte, do ponto de vista do

governo mesmo, da iniciativa do investimento público, quais são suas sugestões, suas

recomendações para que se tenha pros próximos investimentos em turismo no DF, do

ponto de vista do governo?

Olha, não é diferente em grandes capitais, eu acho que o governo, o papel do governo é prover

determinados serviços públicos de qualidade. Quer dizer, eu acho que o governo precisa fazer

isso, não precisa fazer mais nada, eu acho que se o governo ele tiver esse papel de oferecer uma

infra-estrutura viária decente, básica e decente, uma infra-estrutura nos transportes aí, também

condizente com aquilo que se propõe em termos de, não só de locomoção do brasiliense mas

para o crescimento e desenvolvimento socioeconômico, turístico, enfim, da capital. É, se ela

oferecer uma infra-estrutura de saúde condizente, digna, não só para o DF, mas que possa

também isso gerar, porque isso também é um ponto que é muito importante quando você fala

em desenvolvimento turístico, né, quer dizer, a pessoa tem um problema vai pra onde? Que

hospital que ela vai? Que clínica? Quer dizer ela vai depender sempre de uma clínica particular?

Quer dizer, ela não vai ter um atendimento, quer dizer um pronto atendimento em hospitais de,

não to dizendo que não haja, mas é uma coisa que você tem que continuar com um olhar, né. É

o investimento na educação, quer dizer então eu não diria assim, o governo ele não tem, ele

tem que prover daquela infra-estrutura que é básica para que o Estado funcione. O resto ele

vem naturalmente, ele vem com a iniciativa privada, ele vem com os investimentos privados.

E quais seriam as suas sugestões ou suas recomendações para investimentos exatamente

do ponto de vista da iniciativa privada? Você vê, você disse “setor de eventos”, mas existe

algo mais que você recomendaria? Ou veria como importante que a iniciativa privada

cuidasse na cidade de Brasília? Se te ocorrer.

É, não, eu acho que pode sim você criar, existem espaços ali, hoje Brasília tem alguns espaços

um pouco fora dos grandes centros onde você pode estar criando áreas, áreas de lazer, né,

algum parques, algumas coisas ligadas a meio-ambiente que eu acho que são muito legais, ou

muito interessantes isso, que isso sempre atrai, você diversifica né. (!!)(Amplia) (???) turística,

amplia um leque de opções até, na medida em que você tem, você amplia até a sua faixa, né, a

tua possibilidade ai desse tipo de turista que vai visitar Brasília. Quer dizer, então assim, não vejo

nada diferente nesse sentido. E a própria capacitação da mão de obra com projetos específicos,

projetos, aí eu não sei se existe hoje em Brasília, mas projeto de visita orientada, é, corredores

de visitação específicas.

Existe em algumas visitas orientadas para o turismo cívico, mas são bem poucas.

É, porque isso...

Câmara, plenário...

É, não, é, mas eu acho que deveria crescer isso fora, em fundações em outros projetos, até em

alguns lugares privados onde você tem uma arquitetura interessante, levar para outros lugares,

quer dizer, de se criar, por exemplo, no Rio você tem um circuito de igrejas no centro da cidade

que é fantástico, entendeu? Então, é criar produtos, né, intensificar essa questão de criar

produtos para intensificar esse turismo, né.

E do ponto de vista de investimentos no 3º setor, você vê alguma interface, alguma, te

ocorre?

Sim, claro, essa é uma área que eu conheço razoavelmente bem porque eu já participei de

muito projeto do 3º setor antes da TAP. É, hoje nós temos um grande problema no país que é

uma faixa entre 14 e 21 anos, que é a faixa que promove o maior desequilíbrio social que, no

meu entendimento, nós temos no país. Por que? É uma faixa hoje que ela se caracteriza no

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contexto da educação dentro da maior evasão escolar, né, é uma faixa que não se insere no

mercado de trabalho porque não tem capacitação, não tem qualificação, não tem educação

digna para poder estar se inserindo no mercado de trabalho, então ela vai por duas vias. Ou

para o sub-emprego, que é o que? É o flanelinha, é o lavador de carro, é o camelô, né, ou vai

pro tráfico. Quer dizer, então, isso não é diferente em nenhuma metrópole, e Brasília também

não é diferente, se você olhar os centros hoje de camelôs, se você olhar a periferia, as cidades

satélites de Brasília onde isso ocorre, onde você tem uma violência muito grande, né, acredito

até que a própria estrutura, uma estrutura voltada para essas atividades culturais mais intensas

em Brasília poderia contribuir para reduzir um pouco aquilo que nos últimos anos, na minha

opinião, se esvaziou um pouco em termos culturais e incentivou, ou indiretamente influenciou

no crescimento daquelas gangues de classe média dos guetos em Brasília, né? Por conta disso,

quer dizer, porque você não tem um “Cross entreteinement”, quer dizer, então você não tem

essa atividade de entretenimento se cruzando de várias áreas e as pessoas, é uma coisa mais

sociável, né, e isso não existe, e eu acho que tem, aí entra, aí eu acho que entra o governo que

poderia ter uma contribuição fantástica junto com os incentivos fiscais que ele oferece para

iniciativa privada pra estar trabalhando com projetos na periferia, projetos esportivos, projetos

sociais, enfim, que são... Quer dizer, então o 3º setor ele tem um papel sim, não só na

preservação da história, que dizer, na medida em que ele trabalha aspectos culturais na

preservação da memória e da história da capital, como no desenvolvimento de projetos que

ajude na capacitação desses jovens para a inserção no mercado de trabalho. E o turismo ele tem

um poder aí fantástico para isso, que pode auxiliar muito. Você imagina se na periferia do

aeroporto e nas outras cidades, que dizer, se Infraero e outras instituições mais, e as próprias

instituições privadas e fizessem um trabalho de pegar esses jovens e incentivá-los a voltar para

a escola e dar uma capacitação e depois pegar esse agente transformador e colocar eles em

parceria com uma série de operadores de turismo e tal, podendo oportunizar o estágio para

esses jovens estarem inseridos no mercado de trabalho, e (?) ta bom porque o turismo, através

do esporte, quer dizer, fazendo uma integração nisso eu acho que isso é...

Seria bastante sustentável...

É sustentável e é um investimento muito barato, né, é um investimento social muito barato face

ao retorno. Você tem uma série de iniciativas que você pode estar trabalhando fugindo da

cidade e indo para a periferia, indo para as cidades satélites. Você tem projetos de, por exemplo,

projeto de cinema, projetos de teatro, projetos esportivos, tudo que poderiam ser trabalhados

lá que se reverteria em resultado para própria capital federal como um todo, ne, porque você ta

inserindo esse jovem num mercado de trabalho, você está integrando ele com um jovem que

está na capital, que naturalmente já há segregação, quer dizer, você diminuiria, encurtaria né

esse “gap”, esse espaço que existe né, essa disparidade sócio-econômica aí e que isso só traz

benefício...

Não só para o turismo.

É.

Do ponto de vista deste estudo que visa criar subsídios para a tomada de decisões, né de

novos investidores, ne, empreendedores, na detecção mesmo de oportunidades para

desenvolvimento principalmente de negócios em turismo no DF, é, tem mais algum

comentário, essa, mais alguma última contribuição que você queira dizer? Ou disso tudo

que a gente conversou? Ou que não tenha nada a ver com isso tudo? Algo mais que você

queira dizer aí pra gente poder encerrar?

Olha, que, na realidade, o meu desejo é que esse estudo ele efetivamente, ele sirva de um

parâmetro para ações efetivas e mensuráveis, né, não só por parte do Ministério do Turismo,

por parte da Embratur, por parte da iniciativa privada, né, do Trade Turístico na região, que

possa contribuir para ações, de novo efetivas e mensuráveis, que a gente possa, daqui um

tempo, possa estar falando que esse trabalho ele foi um balizador para um novo olhar pro

turismo no DF. É o meu desejo, nesse sentido, que iniciativas como essas reverberem por outras

capitais. (risos)

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Queria agradecer muito...

Transportadora União

Entrevista nº 5 – Realizada em São Paulo - SP

Data: 15/04/2010

Entrevistador: Davi Bimbatti

Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida

(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo

(!!) Interrupções

PARTE 1

Meu nome completo é [...], é, nós somos transporte de cargas, né, e encomendas, ta, rodoviárias

e minha função é Despachante Líder.

Você pode falar pra gente o nome das empresas nas quais você trabalha?

A gente é a Princesa do Norte e Viação Piracicabana.

Ok. Queria te perguntar o seguinte: é, há quantos anos a Princesa do Norte, ela

comercializa, ela existe há quantos anos a empresa existe e atua nesse mercado?

A Princesa do Norte há aproximadamente 40 anos e a Viação Piracicabana aproximadamente

50 anos, com transporte de passageiros, turismo e encomendas rodoviárias.

E vocês fazem a cidade de Brasília?

Atendemos a cidade de Brasília para encomendas e cargas.

Eu queria perguntar pra você, é... Quando a gente fala cidade de Brasília o que vem na sua

cabeça? Quais são os aspectos positivos e negativos que você imagina que Brasília tem?

Brasília eu creio que é uma cidade satélite, né, de um bom giro de comércio, né, dentro da

atuação de turismo, né, e, contra eu não tenho nada a respeito de Brasília, ta? Só coisas boas.

Não vem nenhuma impressão negativa, nada na sua cabeça quando a gente fala Brasília?

Não, no momento não, assim, a única curiosidade né, de Brasília é o pessoal nordestino que

atua no local, né, assim, pelo que eu conheço, né, é a única curiosidade, mas nada contra nem

negativo.

O pessoal, o pessoal? Desculpe eu não entendi.

Nordestino, né.

Sim, ta. E você acha que Brasília está pronta pra atender a demanda turística, a procura

turística nacional e internacional?

Eu creio que sim, por ser um local tranqüilo, né, por ser um local tranqüilo eu creio que está

apto.

É, o que você acha que falta na cidade de Brasília?

Olha eu creio que assim, falta, olha pelo que eu conheço, eu não, eu acho que é uma cidade

completa, né, pelo que eu conheço é uma cidade completa.

É você considera que Brasília, ela é um destino assim que é competitiva no mercado

nacional? Ou seja, comparando Brasília com as outras capitais, com as outras cidades

grandes do Brasil, você acha que Brasília tem condições de competir? Porque?

Olha, pelo que eu conheço Brasília eu creio que, na área assim de comércio e de grandes

indústrias, né, eu acho que Brasília não tem muita atuação nisso, né. As outras capitais, as outras

cidades eu acho que tem mais, né. Tem bem mais.

Teria o que? Mais condições, mais o que?

É que Brasília parece que não oferece muito comércio, assim, muita indústria, é né, tudo isso aí

né.

Com relação aos serviços né, você conhece um pouquinho dos restaurantes, dos hotéis,

dos taxistas, enfim, serviços lá em, e os produtos turísticos que são oferecidos em Brasília,

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a parte de mão de obra e tal, como que você considera, assim, como que você avalia se

são bons, se não são, enfim, por que?

Olha, pelo que eu conheci da cidade de Brasília, eu conheci assim Sobradinho, né, então deu

pra ter uma noção boa assim da parte de taxi, é um local assim muito bom, atendimento bom, é

a parte de hotel também oferecem bastante segurança também, deu pra ter essa noção.

Você acha que pode melhorar em alguma coisa ainda que você perceba assim, alguma

sugestão sua no sentido de, ou de que nesses serviços aí, na infra-estrutura, enfim, você

teria algum lugar onde você acha que pode ser melhorado?

É, a, assim a parte de numeração de hotel, né. Teria que, eu creio que teria que ter mais vários

outros lugares, né, assim, mais hotel né pras pessoas terem mais opções, né.

Ter mais hotéis em outros lugares?

Isso, isso mesmo. Em outras localidades, né.

E como você acha que é o atendimento, assim, das pessoas lá dos serviços em Brasília?

Olha, eu gostei do atendimento, pelo que se vê é um pessoal que, bem capacitado, pessoal

bem assim experiente, né.

O que você acha que Brasília tem de diferente com relação com as outras, aos outros

destinos, as outras cidades do país e até mesmo do exterior, o que Brasília tem de

diferente?

Sim, é um bairro distante do outro né? Um bairro, assim, uma coisa que me chamou minha

atenção é um bairro distante do outro, assim né, de um bairro pro outro tem uma certa

localidade que, bem distante de um bairro pro outro, né.

Você acha que nos próximos 5 anos Brasília vai crescer, vai manter o mesmo padrão, uma

estabilidade, ou você acha que vai declinar, vai, enfim, declínio, crescimento ou uma certa

estabilidade no cenário pros próximos 5 anos com relação ao turismo?

É, a tendência é Brasília é crescer, é crescendo, isso ta bem declarado que a tendência ali é um

crescimento maior.

Porque que você acha que vai crescer?

Pela falta assim do comércio, ne, comércio e indústria, né, grandes comércio e indústrias, né,

então a tendência ali ta declarado que é crescer.

Beleza. Com relação a empresa agora, um pouquinho as duas empresas aqui que você está

nos representando que é a Princesa do Norte e a Viação Piracicabana, você acha que...

Vocês comercializam, vocês atuam em Brasília?

Isso, a gente atua em Brasília na área de encomendas, né, a gente pega de, a gente coletamos

em Curitiba, Londrina, Porto Alegre e a gente envia através dos ônibus né da Princesa do Norte,

da Viação Piracicabana, a gente envia encomenda pra Brasília, né.

Você também transportam passageiros ou só encomendas?

Não, nesse caso a gente atua nessas duas áreas, né, nessas três, né, que seria o turismo, né,

encomenda e transporte de passageiros, né.

Perfeito. E a quantos anos vocês comercializam, atuam na cidade de Brasília?

A Princesa do Norte é recente, né, porque teve uma, teve uma mudança aí quem atuava na

linha lá, Coritiba a Brasília, era a Penha, né, então foi, foi feito uma re-negociação aí e foi

passada pela Princesa do Norte há aproximadamente 2 anos.

E a outra empresa a Piracicabana já atua a quanto tempo?

Não a Piracicabana ela é so é intermediária, ela não chega até Brasília, né.

Perfeito. Quando a gente compara Brasília com as outras cidades, e com as outras capitais,

as outras cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, que vocês atuam, como que é a

comparação, é mais forte, é mais fraco? Como que você vê essa, como que você avalia

isso?

É as outras capitais são um negócio mais corrido, mais corrido, mais movimentado, né. Brasília

já é um pouco mais tranqüilo, né.

Você acha que em 2009, ano passado, teve crescimento, teve estabilidade ou teve declínio

na comercialização com Brasília?

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Não, continuou normal, ta estável.

E com relação a mercado de Brasília novamente, você acha que tem alguma ameaça, ou

alguma oportunidade pro negócio de vocês? Você vê alguma ameaça ou vê alguma

grande oportunidade pra vocês atuarem em Brasília?

É, conforme a empresa pede né, ela quer aumentar o faturamento nessa área aí, né.

Vocês vão continuar investindo na cidade de Brasília nos próximos 5 anos? Ou vocês vão,

a intenção é continuar atuando?

Ah, com certeza. Depende muito da nossa boa vontade aqui né pra estar enviando sempre

bastante carga pra Brasília e estar atendendo bem os clientes de Brasília, né.

O que que manda mais: carga ou passageiro?

Olha, isso é meio diversificado, né. Muitas vezes, tem semana que vai mais carga, tem semana

que vai mais passageiro, então é meio a meio.

Você saberia dizer pra gente quanto que a empresa investe nesse transporte pra Brasília

por mês ou por ano?

Olha, por mês a cidade de Brasília a gente ta com uma demanda de, total de frete de mais ou

menos uns 8000 reais, né, porque ta começando agora, né. Aproximadamente 2 anos. Então a

gente ta com essa demanda aí de 8000 a 10000 mais ou menos.

Isso é por mês?

Isso, é quinzenal, né.

Quinzenal, ok. Pra gente terminar queria que você imaginasse o seguinte: a gente ta

fazendo esse estudo para avaliar se tem oportunidades de negócios para investidores

novos que querem investir na cidade de Brasília na área de turismo, né, então seria, esse

estudo ele vai trazer as principais oportunidades pros próximos 5 anos em Brasília. Você

falou pra gente há pouquinho tempo atrás que você vê que essa cidade vai crescer nos

próximos 5 anos, você acha que os negócios são de crescimento. Então, que tipo de

negócio, ou de oportunidades, se você tiver, possuir um investidor e você fazer um

negócio novo em Brasília em que área, em que ramo você acha que isso seria bom, um

bom negócio a partir de hoje?

Eu creio que na área de auto-peças, comércio de auto-peças, confecção, né. Esse tipo de

industrialização aí que seria um bom negócio pra Brasília, né, crescimento, né, e investimento

também, seria um negócio bom nessa área aí.

Tá, na área de negócios em turismo, você vê algum tipo de segmento de oportunidade?

Eu creio que na área de turismo, por se tratar de um local aí de, um local assim que muita gente

não conhece, né, então está na curiosidade, né.

A gente já esta terminando, você acha que tem alguma dificuldade, por exemplo, o

investidor vai colocar o seu dinheiro, vai investir, vai montar um negócio em Brasília, você

acha que ele vai encontrar algum tipo de dificuldades que ele tem que superar lá pra

investir no DF?

Eu creio que não, né, devido a grande população, né. Então, nessa área, um negócio mais

conhecido, né, então eu creio que não, não tem nenhuma dificuldade não, qualquer investidor

acho que vai encontrar uma grande facilidade.

Você acha, o que você pensa a respeito da vontade e da parceria com o poder público,

com a política lá na cidade?

Ah, eu creio que é um negócio muito forte, né, negócio interessante, é um debate bom que

interessa muito ao Brasil.

Bem, pra gente fechar, você tem alguma sugestão, ou alguma recomendação pra quem

vai investir no DF com vista ao desenvolvimento no turismo, assim, do ponto de vista de

investimento público, né, do ponto de vista do Governo. O que você acha que o governo

deveria fazer para auxiliar os investidores da área lá pro DF?

É mais recurso e mais interesse né na parte do governo, né, porque isso interessa ao Brasil

todo, né.

E da parte dos empresários o que você acha que está faltando?

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É da parte dos empresários também, mais interesse também, né, investimento.

Você em alguma sugestão falar pro pessoal do 3º setor, para as ONGs, te ocorre alguma

coisa ou não?

Não, pra mim ta normal.

Então assim a última pergunta é o seguinte, imaginando que tem gente com dinheiro e

que quer colocar em Brasília, para investir em Brasília nos próximos 5 anos, o que você

falaria pelo que você conhece do seu setor e dos outros setores, bares e restaurantes,

hotéis, taxi, transporte, locadora de automóvel, serviços, receptivo, empresa de eventos,

enfim, de tudo que envolve o turismo, se tivesse alguém querendo investir em Brasília nos

próximos 5 anos quais seriam suas dicas, o que você falaria pra essa pessoa? Ou se essa

pessoa fosse você, o que você falaria pra você mesmo?

Ah, é um negócio bom, negócio muito bom, interessante, que tem um recurso, né, um recurso

muito bom e que vale a pena sim, vale a pena um investimento nessa área aí do DF.

Muito obrigado...

PARTE 2

15/04/2010

Entrevistado: encarregado do setor de encomendas da empresa Princesa do Norte e da Viação

Piracicabana

Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida

(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo

(!!) Interrupções

Meu nome completo é [...] e eu sou encarregado do setor de encomendas das empresas

Piracicabana e União Cargas e Princesa do Norte.

E a quanto tempo você está na empresa?

Eu trabalho há 12 anos.

A empresa, ou as empresas, elas existem há quantos anos?

Há mais de 50 anos.

E elas atuam transportando encomendas e passageiros há todo esse tempo ou de uns

tempos para cá?

Não, sempre foi encomendas e passageiros, atendendo o estado do Paraná, Brasília, Goiás, São

Paulo.

Então desde o início atende Brasília?

Desde o início, quem atende Brasília é a União, no caso, União Cargas, a União Transportes.

Então quem atende Brasília é a União Cargas Transportes Rodoviários que é do mesmo

grupo? É isso?

Exatamente.

A Piracicabana ela é, a Viação Piracicabana ela é transporte de?

Passageiros e encomendas também.

De passageiros e encomendas, e faz Brasília?

Não, estado de São Paulo só.

Ah, então a Piracicabana só faz Estado de São Paulo. E a Princesa do Norte?

Estado do Paraná.

Princesa do Norte faz o Estado do Paraná, então a gente ta falando de Brasília com a

participação de qual empresa?

União Transportes de passageiros e encomendas.

Então, na hora de degravar a gente precisa pegar esta, tanto a entrevista do [...]como a

entrevista do [...] e colocar que a empresa é União...

Transporte de passageiros e cargas LTDA.

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Ok. E ela é uma empresa que faz, passageiros e encomendas para Brasília, beleza. Paulo

quando eu falo destino Brasília, o que vem a sua cabeça?

Palácio do Planalto (risos).

O que mais?

Ah, rapaz, eu conheço muito pouco de Brasília, então é até difícil falar assim, né, porque como a

gente nunca foi lá, né.

Mas você vê algum ponto negativo quando a gente fala Brasília?

A gente sempre acompanha as notícias da violência, né, como em todo o estado, né, São Paulo,

Rio, né. Acho que o ponto negativo é a violência né que sempre está passando nos jornais, de

favelas e essas coisas todas, né.

E algum ponto positivo, algum ponto forte que você vê quando a gente fala Brasília?

A acho que é um ponto positivo é você saber que você está na capital do país, né. Você está (?)

visitando a capital do país eu acho que é um ponto positivo, porque eu acho que todo mundo

tem vontade de conhecer, né.

Perfeito. Na sua opinião Paulo, você acha que Brasília ta pronta para atender a demanda

turística, né, essa é uma pesquisa do turismo, né, por isso que a gente inclui a questão dos

passageiros, você acha que Brasília está pronta pra atender a demanda turística, tanto de

pessoas que vem do Brasil como de pessoas que vem do exterior?

É eu acredito que sim, até mesmo vai ter muitas melhorias, né, tanto Brasília como outros

estados aí que vão sediar a Copa, vão ter muitas melhorias. Eu acredito que Brasília ta entre uma

das melhores cidades para receber com tranqüilidade e com segurança.

Se você fosse investir é, você acha que investiria em que? No que investir para

transformá-la num destino melhor ainda para receber as pessoas de fora?

Ah, com certeza o turismo, né. Porque é uma, acho que é um, que atrai bastante as pessoas, o

turismo, assim, investir no esporte, é, futebol, educação também, né, acho que é primordial

também, né.

Você acha que Brasília ela tem competitividade, ela é um destino competitivo com relação

as outras cidades do Brasil e por que?

Não, eu acho que ela tem condições porque politicamente, politicamente ela é muito forte em

relação os outros estados e, então ela tem muitas condições, porque é uma capital forte em

termos de renda, de, sei lá, de condições de receber tranquilamente as pessoas de fora, as vezes

aqui do Brasil.

Tá, uma outra coisa. Como que você avalia os serviços e os produtos turísticos que são

oferecidos por Brasília hoje? Ou seja, com relação aos restaurantes, hotéis, os taxis, os

atrativos, a mão de obra, como que você acha que, como você avalia esses serviços aí?

Acho que é muito bom, é, Brasília é bem servido, se você ver governadores, os senadores, o

pessoal, eu acho que, você vê lá Brasília, politicamente é, você vê tudo bem servido, hotéis bons,

é, taxi, é, aeroporto, é tudo de primeira, eu acho que essa parte aí ta bem servida.

O que Brasília tem de diferencial com relação aos demais destinos do país e do exterior? O

que Brasília tem de diferente na sua opinião Paulo?

Ah, rapaz, aí, Brasília é, sei lá, o atrativo, sei lá, uma delas é a parte política mesmo que eu acho

que, que é diferenciado, que atrai aí a curiosidade da população.

Perfeito. Se a gente pensar nos próximos 5 anos, nos próximos 5 anos de Brasília, com

relação ao turismo, você acha que haverá crescimento, estabilidade ou declínio? E por

que?

Eu acho que vai ter um, uma estabilidade né, estabilidade porque é um estado que vai se

preparar né, ela vai estar preparada para receber, então eu acho que pra crescer muito ela não

tem muita área assim para crescer mais, pode se estabilizar, dá uma melhores condições de

hotéis, de aeroporto, de segurança.

Perfeito. A empresa de vocês comercializa Brasília, e ha quantos anos comercializa?

Ah, Brasília já estamos há mais de 20 anos, aquela linha lá.

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Ok. Como que você avalia essa comercialização de Brasília, da empresa de vocês,

comparando, por exemplo com outros mercados receptores, como São Paulo, Rio de

Janeiro?

Ah é uma linha muito boa essa aí de passageiros, encomendas, é, nós temos um bom, uma boa,

uma boa movimentação aí de passageiros e encomendas naquela região, é muito boa.

Em 2009, Paulo, teve crescimento, estabilidade ou declínio na comercialização de Brasília?

Estabilidade, teve estabilidade, porque nós passamos aquela crise, né, que pegou o país todo e

nós conseguimos manter aquela média de, nem perdemos, nem crescemos mais.

Perfeito. Com relação ainda a cidade de Brasília, ao mercado de Brasília, você vê algum

tipo de ameaça ou algum tipo de oportunidade para o negócio de vocês?

Não, eu acho que mais é oportunidade, né, porque esse ramo é um ramo, o de transporte,

principalmente, muito bom, se você vai, se você vai conquistando o cliente, cada dia, cada dia

que passa. Então é, o crescimento seria a palavra chave.

A empresa pretende investir nos próximos 5 anos em Brasília?

Sim, com certeza, vai investir bastante, principalmente em turismo, também que a gente faz

muito turismo com empresas que contrata os ônibus para estar fazendo turismo, Brasília/São

Paulo, Brasília/Belo Horizonte e aí vai.

Como que funciona esse turismo que a empresa de vocês fazem? Você falou a gente é

solicitado, fale um pouquinho como que funciona esse tipo de negócio de turismo?

O turismo é assim, é, tem uma determinada agência, contrata a empresa para, vamos supor,

vamos levar, vamos para Santa Catarina, aí eles vendem as passagens lá, 46 passageiros, lotam o

carro, eles locam o carro e a gente determina o valor, o valor X, eles pagam e o ônibus fica a

disposição. Vai pra Santa Catarina ficar 3, 4 dias, onde fica a disposição lá, o pessoal faz o

turismo deles...

Com o motorista?

... Com o motorista, fica a disposição, aí marca o dia da volta, volta e fica a disposição. É uma

locação de um ônibus que a gente (?) manda passageiro, o passageiro vai e desce, e no caso do

turismo ele vai lá e fica a disposição, ele ta alugado para aquele pessoal, para aquela agência.

Ele, o transporte de vocês, rodoviário, o ônibus com motorista ele é fretado, ele é

contratado por uma agência de turismo, no caso?

É uma agencia ou uma pessoa física também que faz aquele tipo de turismo que, Aparecida do

Norte, essa, qualquer pessoa pode locar um ônibus, né.

E, no caso pra Brasília vocês tem muita locação nesse sentido?

Ah, o turismo sim é um, o turismo é sempre é, sempre tem uma boa movimentação que ajuda

no orçamento aí dos passageiros, né.

Você acha que esse transporte de passageiros de turismo para Brasília vai crescer nos

próximos 5 anos?

Ah acredito que sim, vai crescer. A medida que vai crescendo a população, vai crescendo o

turismo também nessa área, né.

Paulo, você sabe me dizer quanto em média a empresa investe em reais por mês nesse

transporte para Brasília?

Não, aí eu não saberia te dizer porque é mais a parte financeira que controla isso aí.

Beleza, pra gente fechar eu queria saber o seguinte: você falou que pra Brasília você vê

um movimento de estabilidade, né. Você falou que Brasília não tem muito por onde

crescer, então você vê um cenário de estabilidade nos próximos 5 anos. Eu te perguntaria,

se alguém tivesse condições, ou recursos, ou quisesse investir em Brasília na área do

turismo para novas oportunidades de negócios, que tipo de oportunidades, que tipo de

negócios você vê que esse investidor poderia investir?

É Brasília hoje tem muitas coisas pra poder investir, é, no comércio, na indústria, auto-peça, é

hotel, vários negócios que poderiam hoje você abrir um negócio e ser bem sucedido, né.

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Fica a vontade... A gente só tem mais duas perguntas. Você acha que essa pessoa que vai

investir em Brasília no caso, quais seriam as principais dificuldades que esses investidores

e o empresário do setor do turismo eles teriam que superar para investir no DF?

A acho que a dificuldade é a questão do mercado, que ele tinha que competir, né, com aqueles

que já estão instalados lá e, acho que isso aí é um, é um serviço a longo prazo, mas que no final

ele vai ser bem sucedido. A competitividade que, normal de uma empresa que está chegando,

aquela que já está com vários anos aí no ramo e na cidade.

Na sua opinião falta vontade e parceria política?

Com certeza, com certeza, a política acho que é, tudo nesse país hoje, quer dizer, se eles

tivessem vontade, não só Brasília como o Brasil seria um país melhor, né.

Quais são suas sugestões para quem vai investir nos próximos investimentos no DF do

ponto de vista do Governo? Quais seriam suas sugestões ou recomendações para os

investimentos públicos?

Acho que o governos devia ajudar o pessoal, principalmente na questão da cobrança de

impostos, dá um desconto, melhorar isso aí, dá um investimento, é, que nem hoje você vê

muitas empresas saindo daqui de São Paulo e indo pro interior porque, com um imposto isento,

com propriedade, áreas que o pessoal põe, a prefeitura põe a disponibilidade das empresas,

eles instalam lá e levam mais emprego pras cidades, então eu acho que é por aí o governo tinha

que investir mais.

Beleza, fica a vontade... É Paulo, do ponto de vista dos empresários, o que você

recomendaria, o que você sugeriria para os investimentos privados?

É os empresários tem que, é, tem que investir bastante também, tem que soltar mais verba para,

é, arriscar mais né, as vezes eles ficam, o Brasil é um país que está muito, eles ficam com medo

de investir e depois tomar um maior prejuízo, acho que eles tinham que arriscar mais também,

acreditar no país, principalmente na educação dos funcionários, no treinamento, na questão do,

de investir no funcionário, né, no dia-a-dia para que ele tenha sucesso no final.

Você acha que é importante para os empresários, no caso, os investimentos privados, eles

sejam feitos no DF considerando uma taxa de risco maior, quer dizer, você acha que os

empresários deveriam se arriscar mais?

Com certeza, tem que se arriscar mais, porque o Brasil é um país que você vê que tudo dá certo,

né, tudo que o cara, que o cara pensa dá certo. Então eu acho que devia arriscar mais.

E com relação a qualificação da mão de obra, os investimentos da qualificação de

funcionários, é, você acha que Brasília tem, ou Brasília deve, não tem ou deve investir?

Como que você vê isso?

Não, Brasília tem, até mesmo Brasília como uma região ali, as cidades pertinhas, mão de obra é

barato né, então, eu acho que essa parte aí ta tranqüilo pra questão do investimento.

E do ponto de vista do terceiro setor, das ONGs, ó ene gês, você tem alguma coisa que

você veja que pode fazer para melhorar o turismo no DF, ou não te ocorre?

Não, não me ocorre não...

Então pra finalizar mesmo Paulo, a gente ta imaginando que vai ter pessoas nos próximos

anos, investidores que tem dinheiro para investir no turismo lá no DF, Brasília e entorno,

então o que você diria para essa pessoa? O que você gostaria de dizer, suas palavras

finais, algum comentário, alguma última contribuição para que essas pessoas pudessem

seguir em frente?

Eu diria que vamos, vamos em frente gente, vamos investir, vamos a luta porque você tem que

arriscar, quem não arrisca não vai ver se o resultado foi bom ou não. Acho que tem que investir

e arriscar e vá a luta, vamos pra frente.

Muito obrigado.

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Bancobrás

Entrevista nº 6 – Realizada em Brasília - DF

Entrevistadora: Karen Basso

Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida

(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo

(!!) Interrupções

Quantos anos a Bancobrás atua no mercado nacional?

Nós temos dois... As empresas Bancobrás, que é uma holding, nós temos dois segmentos de

turismo, né? Tem a Bancobrás Turismo e o Clube Bancobrás. Então a Bancobrás operadora, que

é agencia de viagens e operadora de turismo, nós estamos no mercado há 15 anos, mais ou

menos 15 anos. Perdão, perdão, são exatamente, acho que, 13 anos. E a Bancobrás, o Clube

Bancobrás há 26 anos. Este ano a gente faz 26 anos no mercado.

E comercializa Brasília desde sempre? Ou não comercializa Brasília?

Então, o Clube Bancobrás tem um movimento muito bom com Brasília, em fase, principalmente

final de semana, então, existe um documento, é, do, tanto do cliente de fora, ou mesmo

regional, interno, assim, próximos a Brasília, né, ou mesmo de outras cidades, que vem pra

Brasília e utilizam o Clube. A operadora já não, a gente não tem essa questão de estar com

pacotes pra cá, pra Brasília, a gente já, inclusive aproveitando agora o 21, né, aniversário de

Brasília 50 anos, tentamos fazer alguma coisa e tal, mas a gente vê que nesse histórico todo da,

nesse período todo, a gente não tem um movimento de vir pra Brasília. Ainda não... (!!)

Então, eu posso dizer que não, eu posso dizer que, que a Bancobrás operadora não

oferece roteiro pra capital... turista para Brasília nesse momento, não existe?

Não, não. Nós já tentamos por algumas vezes fazer alguma coisa, sempre que tem algum

atrativo a mais na cidade, então a gente lança, (?) sede da nossa revista, que tem uma

divulgação muito boa, nós mandamos no e-mail marketing, mas não, a gente não tem um

resultado de venda.

Ok. Eu vou voltar a falar sobre isso daqui a pouquinho. Então, de modo geral, como é que

você visualiza, o que você diria pra mim em relação a imagem de Brasília como destino?

Os principais pontos, como destino mesmo, pensando, é, tentar trazer o turista pra

Brasília. Qual seria a sua imagem, pontos positivos e pontos negativos de Brasília de um

modo geral?

Olha, é, eu acho que é muito específica, né, assim a questão das pessoas, eles passam, é um

destino pra passar por aqui. A gente tem, hoje a gente tem muito pouco a oferecer em Brasília,

a arquitetura é o grande, acho que do que chama mais a atenção, então seria um turismo

arquitetônico ou alguma coisa assim, né, que, eu acho que seria o mais interessante se focasse

nessa questão, porque, né, é uma cidade diferente, além de ser planejada, a arquitetura é

maravilhosa, é uma coisa, né, inovadora, e, então eu acredito que se focasse nessa questão a

gente poderia ter até, né... Assim, acaba sendo focado só nisso, o problema é esse, porque

acaba o turismo as vezes focado só nisso. Então as pessoas passam por aqui. Quando você vê, a

gente tem algumas, já algumas vezes alguns roteiro, as pessoas vem passam o final de semana,

ou, as vezes nem o final de semana, passa-se o dia e a noite já sai daqui. Porque realmente a

gente não tem muito atrativo aqui em Brasília pra segurar o cliente aqui na cidade. Hoje a gente

tem, a quantidade de hotéis aumentou bastante, né e tal, mas com a chegada do, com a

renovação do Centro de Convenções, né, hoje a gente tem problema de confirmar hotel aqui

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durante a semana em Brasília. É, sempre tivemos uma demanda de terça a quinta por conta dos

parlamentares, então a cidade estava cheia. Mas aí, depois do Centro de Convenções ela ta a

semana inteira, então a gente fica preocupado com essa questão da Copa, né, vai se construir

mais hotéis? Como é que vai ser atendida essa pa... nessa época, como é que vai ser? Porque

hoje, essa semana a cidade está lotada, você não consegue vaga em hotel nenhum na cidade,

né, e não tem um grande (?) presente, né, pra justificar porque tem um evento tal, né, então

lotou a cidade. A gente ta vendo que está constante.

E nessa, diante disso Kesia, você acha que, na sua opinião Brasília hoje está pronta pra

receber a demanda turística nacional?

Não.

Porque não?

Eu que...

Internacional então nem pensar? Se não ta pronta...

Não, falta muito. Eu sou uma pessoa apaixonada, nasci em Brasília e sou apaixonada por Brasília.

Todas as pessoas que vem pra Brasília, pra conhecer Brasília, eu faço questão, eu sou daquela

que faço todos os passeios cívicos, levo as pessoas pra conhecer pontos turísticos, e eu fiquei

assim decepcionadíssima, esse final de semana mesmo eu cheguei ali no final do eixo

monumental, e, perto do Panteon da Liberdade ali, então estavam arrumando, acho que

mexendo lá, fazendo alguma coisa, e as pessoas não tinham o cuidado de esperar os turistas

visitarem, mexendo com obra, a pessoa limpando lá e jogando água em todo mundo. Então não

tem, não tem uma estrutura pra receber um turista de fora. Estrangeiro acho que é pior, você

não vê um guia, uma pessoa, assim, nos locais que possam estar atendendo, né. O que a gente

tem hoje em Brasília assim, é, se for olhar aqui no eixo mesmo são muito poucos os

monumentos que você pode fazer final de semana, fazer um passeio, né, entrar, conhecer...

Então, ou está reformando, ou está fechado, ou, né, então...

O que você acha que faltaria em geral pra Brasília... você apontou várias coisas, mas o que

você diria? Que você acha pra Brasília ficar minimamente pronta pra atender essa

demanda?

A, eu acho que seria mais é o interesse mesmo dos Governos em estar fazendo a divulgação de

Brasília, né, não só pra...

Você acha que envolve capacitação também? Criar uma estrutura...

Capacitação. Justamente. A gente não vê pessoas, é, com, capacitadas a estar fazendo, é, a

divulgação, como é que se diz? Um guia né, mesmo. É, você chega num monumento desse não

tem ninguém que te explique, né. Então, as pessoas, principalmente o estrangeiro, ele quer, a

gente vê que ele chega num local e quer saber sobre aquilo ali, ele quer esmiuçar aquilo ali,

como é que foi construído, como é que, quer saber mesmo. A gente não tem isso. Quando você

chega na frente da catedral, você chega na frente dos ministérios, e, sabe? Se a pessoa não tiver

ali, ele mesmo lendo, quem que faz uma orientação? Não tem. Então acho que é investimento

mesmo, é, no turismo mesmo. Guias, é, assim toda uma estrutura pra atender o turista, né?

Ok. Considerando, agora vamos pensar um pouquinho nos outros destinos de modo

rápido, você acha que Brasília é competitiva no mercado nacional? Quando a gente pensa

nas outras capitais...

Olha, é, não. Ela deixa muito a desejar, né. Até, assim, é aquela estória está assim concentrado o

turismo em Brasília, eu acho que poderia explorar muito mais, mas as pessoas acham que é só o

eixo monumental, né? Só fica nisso aqui. Né, tem, se fala um pouquinho, falam do Catetinho,

então, mas quem é que vai lá, quem, existe alguma coisa, algum passeio, eu não vejo aí algum,

um incentivo pra pessoa sair daqui e ir até o Catetinho. Né, eu sou apaixonada pelo Catetinho, e

eu acho que você pergunta assim: aonde? Até o próprio, quem mora em Brasília não sabe, quer

dizer, muita gente não sabe onde é o Catetinho, né. Então falta, eu acredito que falta é, a gente

ta deixando a desejar muito aqui ainda pras demais cidades (?) que acreditem em turismo.

È, eu vou aprofundar um pouquinho e tentar saber da sua opinião, como é que a senhora

avalia hoje os serviços e os produtos turísticos, de modo mais pontual, oferecidos pelo

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destino Brasília hoje. Então, (?) como a gente, (?) por exemplo você pensa, comercializar

Brasília, como é que você avalia esses produtos que estão no mercado? Como é que você

avalia o destino Brasília produtos? E eu vou, eu entro, você falou bastante de atrativos,

mas eu vou entrar também em serviços, na hotelaria, na, em alimentos e bebidas, é, na

infra-estrutura geral como um todo, na prestação de serviço que a gente já pontuou...

É Brasília é um destino caro, né, você, a gente vê até mesmo por nós que moramos aqui, (???), é

um último caso, você não tem muitas opções, é o que você tem de opção são as opções mais

caras, se você quer um bom restaurante você vai pagar bem caro por ele, né, então é

complicado. Hotelaria a gente comentou, (???), falta é um hotel, são os hotéis, a gente trabalha

com muitos destinos, a gente vê que Brasília é um dos destinos mais caros que tem, né, e ta

faltando, porque? A procura hoje em relação a, o executivo, como é que fala, o corporativo, hoje

pra o corporativo, pra parte de eventos, hoje Brasília já ta, ela fica lotada a semana toda, então

acho que esquecem da parte do turismo, né, então, ah porque ta tudo lotado, porque que a

gente vai fazer alguma coisa diferente? Né, pra, você vai negociar uma tarifa pra fazer um

pacote não tem muito diferença. Então, é um destino caro, Brasília é um destino caro.

O que Brasília tem de diferencial com relação com os demais destinos do país e do

exterior? O que você acha quando a gente pensa no que está por aí, está na vitrine, o que

Brasília poderia oferecer de diferente?

Oferecer? Acho complicado. Acho que as pessoas conhecem ela assim, tipo, se encantam por

ser uma planejada, né, a propaganda é toda feita... Mas eu sempre falo, é, fica muito

centralizado nisso aqui só, né, é... Poderia oferecer...

Você fala no eixo monumental?

Eixo monumental, é, ali. Eu acredito assim que seria, assim, é, trazer mais shows, mais, (?) ou

algo que as pessoas além de estar aqui na cidade, de fazer os passeios cívicos, ter mais alguma,

né, atrações, mais restaurantes, mais, é... Algo que prendesse mais as pessoas, pra ficar mais

tempo aqui...

Eventos de um modo geral...

Eventos, é...

Ok. Nos próximos 5 anos, quando você pensa Brasília daqui 5 anos, qual é o cenário que

te vem em mente?

(??)

É o caos?

Caos.

Porque? Como é que visualiza isso é...

Transito ta impossível, ta, assim, pra gente na questão do turismo já é uma dificuldade hoje pra

você conseguir vaga na cidade, então eu falo, vai ter que construir muito hotel pra atender essa

demanda toda, eu não sei como é que vai ser feita a questão da Copa, porque realmente nós

não estamos preparados pra receber uma Copa, né. Tudo bem, daqui a 5 anos tem todo um

planejamento aí, é...

Daqui a 5 anos a gente já vai ter passado a Copa inclusive, né, se a gente pensar, o que

será que vai ter aumentado o turismo, será que vai ter diminuído, e como é que será...

Como é que você vê Brasília? De modo pessimista pelo jeito, né, você acha que já está um

caos.

É, a coisa está indo pro lado do caos mesmo, de... Era uma cidade (??) que a queda, né, aquela

estória do todo plane... do planejada, aquela coisa toda, mas, é, a gente já ta sentido que ta bem

confusa, né. Então eu fico com medo, eu espero que não, que eu esteja totalmente errada, mas

é...

Você acha que esse caos ele vai afetar o turismo também, a gente vai ter um declínio, uma

estabilização, uma estagnação do mercado, ou um aumento?

Não, então...

Se não criar estrutura?

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É, é complicado né. Já, a gente não vai conseguir trazer coisas diferentes pra cá, não adianta a

gente pensar se não tiver uma estrutura, né. A gente, a parte de, que a gente fala do

corporativa, é interessante, já, já, a cidade já tem aquela coisa né, mais assim, a parte de turismo

mesmo, de lazer, dessas, de cultural, a gente não tem na cidade, né, já é, fica muito a desejar. Eu

acho que é isso que falta para as pessoas virem mais a Brasília. Elas estão vindo para trabalhar,

tal, mas não se aproveita, né, a cidade em si, né, ficam, bom, vem pro seu evento e vão embora

e pronto.

Você comentou comigo aqui a Bancobrás, eu acho que eu vou fazer dois momentos disso

aqui, ta? Você comentou que a Bancobrás operadora não comercializa Brasília, então eu

vou te perguntar um pouquinho da razão disso e depois eu vou voltar pra isso de novo,

mas trazendo pro lado do Clube Bancobrás, que comercializa, ta? A Bancobrás operadora

ela não comercializa Brasília porque basicamente?

Tá, eu acredito que pelo preço, né, que é um pacote caro, né, as diárias dos hotéis são caras, a

gente quando eu falo na Bancobrás operadora eu olho totalmente pelo lado do lazer, que eu

não trabalho com o corporativo, então quando a gente, né, no meu caso, eu olho pro lazer.

Falta a opção de lazer, né, falta a... por ser um lazer caro também, né, então, e a, o pacote fica

inviável, né, fica uma coisa, um pacote caro. É, então, acho que é isso que ta faltando pra gente

estar comercializando. No caso do Clube Bancobrás é porque a gente tem diárias já pagas, né,

então as pessoas aproveitam isso e também elas aproveitam na parte corporativa também, não

que a gente comercializa, a gente não faz comercialização de um clube, mas ele, o associado

utiliza as diárias dele da forma que ele quiser, tanto pra vir pra trabalhar, pra... né, então a gente

tem um movimento em Brasília. Não é um movimento como a gente tem fora de Brasília, né,

que a gente consegue aí em Caldas, que é, entorno, né a gente consegue dar um movimento

muito melhor do que a gente (?) daria na capital.

E como você avalia o mercado de Brasília, comparando, e aí eu falo o mercado mesmo de

competitividade da operadora Bancobrás com as outras no mercado, comparando

também as vendas de Brasília com as vendas de São Paulo, com a venda do Rio de

Janeiro, quer dizer, você já contou que é baixíssimo...

É....

Fala um pouquinho...

É, (?) então, realmente, pra Brasília a gente não tem uma venda expressiva, a gente nem conta

como, ela não, praticamente a gente tem aqui algum grupo que vem, que é algum evento que

as agências nos pedem, algum assim, mas são coisas, é, não é o que a gente vende dia-a-dia,

né, não existe essa venda diária.

É, você comentou um pouquinho mas, eu vou perguntar novamente. Há alguma previsão

ou possibilidade da Bancobrás comercializar Brasília nos próximos...?

Sim, a gente sempre vem, tenta, né, tem alguma coisa diferente na cidade a gente corre e faz

alguns (?) roteiros, meche, tenta trazer eventos pra cá, né. Quando a gente está sempre, as

empresas nos procurando, mesmo a gente não trabalha com a parte corporativa, mas quando é

grupo a gente ta sempre tentando mobilizar e fazer alguma coisa e tal. Então nós temos um

interesse de estar, a gente não tem é demanda, né, a gente vê que não é uma, a tem.. acredito

que uma divulgação fora daqui. Eu, assim, é, viajo bastante e tal, eu não vejo fora as pessoas, é,

uma propaganda de Brasília fora daqui, né, em outras capitais. Como você vê as propagandas

aqui do nordeste, ta sempre, Bahia, Ceará, sempre fazendo uma propaganda que pra a pessoa ir

pra cidade, né, Brasília você não tem isso. Eu nunca vi na televisão, eu estando fora de Brasília,

ou num outdoor, ou numa revista, as pessoas chamando pra vim pra Brasília, né. Não tem

aquele apelo de você, né, vem, né, vem pra cá, lazer, alguma coisa.

Então, interesse...

Falta divulgação da cidade eu acredito. Se prende muito na questão que é capital do Brasil só,

mas aí, ela por si só não vende, né. Alguém tem que correr, os órgãos, eu acredito que a

secretaria, por mais que o pessoal começou, mudou com a (??) “Brasília Sul”, de uns anos pra cá

a gente vê que eles tem aparecido nas feiras de turismo tal, mas eu acredito que ainda, assim, é

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uma coisa muito tímida em relação ao que se precisa pra trazer pra cá, né, primeiro a gente vai

ter que estruturar aqui também, né.

E a própria Bancobrás tem alguma previsão, algum interesse, alguma previsão de

investimento nesse sentido de divulgação do destino Brasília, dos roteiros que possam vir

a ser formatados, enfim...

Não, assim, pelo menos a operadora, a gente não, realmente não tem nada planejado não.

Também não existe, existe ou não alguma previsão de investimento nos próximos 5 anos

no DF pra comercialização, pra ampliação da Bancobrás, da atuação da Bancobrás aqui no

DF?

Eu vou falar pra o perfil da operadora o Clube realmente aí eu não sei, como é que ta, como, o

Clube tem o seu movimento aqui, a nossa marca (?) vive a Brasília então eu acredito que tenha

algum interesse de estar fazendo alguma coisa. A operadora realmente não tem, para pacotes

turísticos, pra, de lazer a gente não tem nada planejado pra cá.

E porque?

É justamente, eu acho que falta isso, é um pacote que fica, assim, sem muito atrativo, né, você

lança, você faz, tenta divulgar, aquela coisa toda, mas a gente não tem retorno. É um pacote que

realmente não tem retorno, por conta de, falta em Brasília algo que chama a atenção pras

pessoas virem pra cá. Só o fato de ser a capital, hoje acredito que não é mais... É uma cidade

diferente, lógico, né, se vale a pena vir pra cá e conhecer e tal, mas vai ficar aquela estória, vai

passar por aqui.

Você pontuou durante a sua fala a questão dos atrativos de Brasília por si só, ela não tem

um apelo em termos de o que oferecer de atrativo turístico pra capital, uma demanda

nacional e internacional e ao mesmo tempo você falou que não tem estrutura, falta uma

estrutura, falta uma capacitação geral, falta o interesse do Governo, falta divulgação e

promoção, você acha que esse conjunto, e, existe um alto preço dos produtos, dos

serviços turísticos, que atualmente são existente, eu fui identificando o que você disse.

Você acha então que enquanto existir esse alto preço, essa falta de atratividade, não tem

como vender...

As pessoas vão passar por aqui. Vai ser um passeio de passar o dia, né, o pessoal faz uma escala

aqui, vem passa, faz o passeio aqui no eixo monumental, conhece o básico, né, tal, (?) vai lá no

palácio, pronto, né. Existe, eu acredito que poderia explorar muito mais né, a, e se você for

visitar, inclusive os pontos turísticos hoje, tirando lógico o JK, alguma coisa, mas se você for

passar assim no...

Jk que você fala é o me... (!!)

O Memorial JK, né, que eu acho que, eu acredito que seja o mais estruturado, né. Aí se você vai

na catedral, você não tem uma pessoa ali que te oriente, te guie e tal, então eu acho que existe,

a cidade quando a pessoa vai com alguém conhecido eu acho que as pessoas são assim, todo

mundo fica encantado com Brasília. Eu acredito que o brasiliense é apaixonado pela cidade, né,

eu mesmo faço uma propaganda danada da minha cidade, e quero, vou, mas eu chego lá eu

fico assim, poxa, mas não tem ninguém pra te orientar aqui nessa visita nem nada, então, é

estrutura, falta uma estrutura. Então as pessoas passam por aqui, visitam ali rapidinho, (?) o

coração, e vão embora no final do dia. Né, então, quer dizer, elas não vão se hospedar, elas não

gastaram com restaurante, elas, simplesmente elas passaram por aqui.

É verdade. Agora eu vou voltar pra, voltar pro geral, nossa percepção geral, tá, quer dizer

(?) ainda da Bancobrás também, em relação as oportunidade e ameaças pra Brasília.

Então, eu queria que você citasse algumas das principais oportunidades de negócios em

turismo, sei que é, visualiza pra Brasília nos próximos 5 anos, independente de ser em

operação, necessariamente, qualquer, quando você pensa numa estruturação de Brasília, o

que você vê como uma oportunidade de investimento aí por vir nos próximos anos em

turismo?

É, eu acho que no, indo pro lado real da situação, é, são eventos, né. Parte de lazer eu acho

muito difícil, vai demorar ainda, mas assim, pra 5 anos, são eventos mesmo. Trabalhar a questão

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de eventos, né. Eu acho, já ta ficando apertado aí porque isso ta mexendo com a forma de

hospedagem, só o Centro de Convenções hoje atende né, um evento de grande porte, inclusive

os eventos internacionais que a gente poderia estar trazendo pra cá, mas ainda, a gente fica um

pouco a desejar. Então, mais do que, na realidade, na parte real da situação, são eventos.

E aí, na sua opinião qual que é as principais dificuldades que o empresário, que o

investidor pode vir a encontrar em Brasília se ele vier desenvolver um negócio aqui?

Espaço pra realização do evento, né, tanto para o próprio evento como de hospedagem. Pra

hospedar, a parte hoteleira né, a parte toda hoteleira hoje ela é, a gente é, a cidade, se ela tiver

um evento, na cidade não comporta mais outro. Você não consegue estar trabalhando aí com

mais, com eventos de uma proporção maior, a cidade ela está sempre lotada, né ela esta

sempre cheia. Mas assim, e aquela parte, é... Eu acho que é por conta, ta cheia, mas é por conta

da quantidade de leitos que a gente tem na cidade. Então eu acredito que esbarraria nessa

parte de leitos e de espaços mesmo físicos pra realização desses eventos.

Se for alguma outra empresa, uma empresa de agendamento por exemplo, ou uma (????),

você acha que tem algum outro impeditivo que possa vir a, elas teriam algum, alguma

dificuldade, você visualiza alguma dificuldade?

Não.

Ok. Por fim, quais são sua sugestões e recomendações pros próximos, se você fosse dar

uma sugestão uma recomendação pros próximos investimentos no DF para o

desenvolvimento turístico, né do DF, do ponto de vista do investimento público, se você

fosse poder dar uma sugestão pro Governo, o que fazer? No que investir?

Qualificar, qualificar as pessoas aqui, né. Eu acredito que, a gente vê, a gente fica triste porque

você chega numa cidade do nordeste, e aqui, você vê lá, vem que, é assim, não é, não é, vamos

dizer assim, o ideal, mas existem as pessoas que sabem falar sobre a cidade, né, os guias, as

vezes até os guias mirins, tem alguns projetos e tal. Brasília você não vê nada disso, não existe é,

você não qualifica as pessoas de turismo aqui, né. Eu acredito que falta essa qualificação aqui

mesmo, investimento na divulgação, que eu acho que é o, na promoção, é, que pra trazer pra

cá, pra gente conseguir, quer dizer, né, estrutura, fazer uma estrutura aqui pra atender,

primeiramente, acho que a gente tem que se preparar, qualificar as pessoas, né, pra depois fazer

uma divulgação fora pra fazer que as pessoas venham pra Brasília.

Do ponto de vista dos investimentos privados, se você fosse fazer uma sugestão, uma

recomendação pra quem quer investir em Brasília, ou pra que Brasília cresça em termos

turísticos nos próximos 5 anos? Setor privado agora.

Ah, eu acho, (risos) que hotel. Hotel, e assim, é, casas de show, acho que falta, a gente hoje, até

pra trazer mesmo um evento pra cá, fica, o teatro nacional, algum é, né, uma, ali na academia de

tênis, então eu acho que falta... (!!) (Opção de lazer...) Opção de lazer, justamente,

entretenimento, justamente, eu acho que pode-se investir em entretenimento em Brasília.

E do ponto de vista do terceiro setor, ONGs, entidades de classe, que você acha, como é

que você acha, quais são as sugestões e recomendações pra que Brasília se desenvolva nos

próximos 5 anos?

Hum... Não sei te dizer assim...

Você acha que eles podem fazer alguma coisa? As ONGs podem fazer alguma coisa?

É, até mesmo pra essa capacitação ela poderia, justamente, começar com, né, com essa parte

de, de... Tirar as crianças da rua e dá um né, e estar ali interagindo elas com a cidade, com a

cultura da cidade, podia, de repente, né, a gente ta, a coisa está ficando meio assustadora aqui

no centro da cidade mesmo, né, então, poderia uma, no caso uma ONG mesmo pegar e reciclar

essas crianças pra, ne, pra estar, não, trabalhado mas né, uma, ocupando essas crianças com

alguma coisa ligada a cidade mesmo nessa parte turística.

Kesia, em relação a tudo que a gente comentou, teria mais alguma, algo que você gostaria

de pontuar, de comentar, de falar, pra que a gente possa analisar isso em gabinete

depois... Tem mais alguma coisa que você queira comentar?

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É, eu, é, não. Acho que a gente falou, assim, né, de repente eu vou ser um pouco repetitiva, mas

é, a estrutura em Brasília pra hoje, pra gente atender, se a gente tivesse, de repente, né, de um

dia pro outro a gente tivesse uma demanda aqui a gente não conseguiria atender. Então me

preocupa essa questão da gente estar se estruturando mesmo, estando com uma parte né de

como receber as pessoas aqui e tal, e qualificação, é, acredito que a gente precisa se estruturar

mesmo, né pra poder depois trazer, fazer uma divulgação grande de Brasília, falta essa questão

toda mesmo estar sendo divulgada fora daqui. Então eu acredito que seria mais ou menos isso

mesmo.

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Reed Exibitions / Alcântara Machado

Entrevista nº 7 – Realizada em São Paulo - SP

Data: 15/04/2010 – São Paulo-SP

Entrevistador: Davi Bimbatti

Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida

(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo

(!!) Interrupções

Eu vou pedir pra que ele próprio de viva-voz possa nos dar o seu nome, o seu cargo e a

empresa onde ele atua.

Diretor da Reed Exibitions Alcântara Machado, que é empresa organizadora e promotora de

feiras de negócios e eventos comerciais e técnicos de maneira geral.

Ok. Eduardo, em nome da Universidade de Brasília agradeço a tua, o teu, o aceite do teu

convite para conversar conosco sobre este estudo de oportunidades para o turismo em

Brasília-DF. E eu gostaria começar perguntando o nome, a quantos anos, na verdade, a

empresa atua no segmento de turismo em Brasília? Tá gravando...

Fizemos aqui em Brasília.

A empresa faz também em Brasília, não atua em Brasília (???) ... Depois a gente vai

degravar... Ok, então, fazendo a sua ratificação, não, a Alcântara não está atuando em

Brasília nesse momento então a gente parte do roteiro de que a promotora ela vai olhar o

destino apenas em perspectiva. Perfeito.

É a Reed Exibitions Alcântara Machado, é preciso explicar rapidamente a história dela. A Reed

Exibitions é a maior empresa mundial na área de feiras e eventos. Ela é uma empresa quase que

secular, fundada em Londres, é uma empresa Anglo-Holandesa, hoje atua em 50 países, faz

mais de 550 feiras por ano em 47 países. Atua em 32 setores de atividade econômica. É uma

empresa que fatura alguns bilhões de euros por ano, uma empresa de capital aberto. Tem ações

na bolsa, registradas em Nova York, Londres e Amsterdã. No Brasil a empresa começou suas

atividades em 2001, em 2005, decidiu construir uma parceria com a Alcântara Machado – Feiras

de negócios, que é uma empresa tradicional brasileira de mais de meio século e em 2007 acaba

por incorporar a Alcântara Machado, torna-se portanto Reed Exibitions Alcântara Machado no

Brasil. Portanto ela reúne essa experiência de meio século da Alcântara Machado com quase um

século da Reed Exibitions. Hoje no Brasil nós realizamos, temos um portfólio de quase 40 feiras

de negócios, algumas anuais, algumas bienais. É, estamos atuando em, praticamente todos os

setores importantes do país, da economia brasileira, é, no setor de automobilismo, no setor de

metal-mecânico, no setor agrícola, no setor de tecnologia, meio ambiente, construção civil,

habitação, fotografia e também estamos atuando no setor turismo. Os dois maiores eventos de

turismo do país são organizados pela nossa empresa: o Salão do Turismo – Roteiros do Brasil,

no primeiro semestre, e a Feira das Américas – Feira da ABAV, no segundo semestre. Já é o

terceiro ano que nós vamos organizar o salão do turismo e o segundo ano que vamos organizar

a feira das Américas.

Perfeito. Eduardo, então, só pra reforçar, há quantos anos efetivamente a Reed Exibitions

e a Alcântara Machado atua no segmento de turismo?

3 anos.

Há 3 anos. Ok. Vou deixar um pouquinho...

Minto! A Alcântara Machado mais, 5, porque a Alcântara Machado fez o 1º e o 2º Salão do

Turismo – Roteiros do Brasil.

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Ok. Vamos deixar um pouquinho a empresa de lado e eu gostaria de ter a tua percepção

do destino Brasília, como cidadão, como homem de negócios. Quando nós falamos

Brasília, destino Brasília, qual é a imagem que te vem a mente?

Uma cidade de primeiríssima qualidade. É, acho que transparente dizer que eu vivi em Brasília

alguns anos, então, também é impossível dissociar a minha opinião do fato que eu vivi na

cidade, né. Eu vivi pouco mais de 3 anos e meio em Brasília, quando eu estava trabalhando na

Embratur. Eu entendo que Brasília, é assim, seria muito lindo se todas as cidades do país

tivessem a qualidade que Brasília tem. Do ponto de vista urbano, do ponto de vista da

integração que ela permite entre as pessoas que vivem no plano piloto, quer dizer, o mesmo

não é verdadeiro para o entorno, né, o entorno é complicadíssimo, e do ponto de vista do que

ela oferta, né, porque o cuidado com o planejamento urbano, o cuidado com a construção da

cidade, a manutenção, pelo menos da maioria, das grandes, da esmagadora maioria das

grandes linhas do traçado e do plano organizados pelo Lucio Costa e pelo Niemeyer, dão uma

qualidade ambiental a Brasília que é fantástica, né? E eu acho que uma das vistas mais bonitas

do país é aquela esplanada, ou você olhar o céu em Brasília, né, eu acho que são coisas

maravilhosas. Penso a isso foi se agregando um conjunto de serviços e de possibilidades de

usufruto, né, de desfrute na cidade, que talvez tenham atingido seu ápice mais recentemente.

(???) de Brasília é uma cidade, que na minha opinião, tem oferta cultural, tem oferta

gastronômica e tem oferta comercial. É, portanto, eu entendo que é um destino que na medida

em que se consolidem duas questões, é, tende a alcançar um outro patamar no setor de

eventos. Essas duas questões são: as conexões aéreas internacionais, porque as nacionais já

estão consagradas, né, e a infra-estrutura para realização de eventos de porte um pouco maior

e com mais flexibilidade do que hoje a cidade consegue fazer.

Perfeito. Eu ainda vou insistir um pouquinho nesta percepção inicial. Você trouxe muitos

pontos favoráveis, e quais seriam alguns pontos fracos, ou negativos, se assim

pudéssemos dizer?

De Brasília?

Sim.

É muito difícil você se locomover a pé na cidade, ela não é uma cidade para caminhantes, ela é

uma cidade pra quem está de carro. É, acho que isso é uma coisa muito complicada. E acho que

ela tem, honestamente, é a única coisa que pra mim que é complicada em Brasília, entendeu?

Do ponto de vista do cidadão. Não estou falando do ponto de vista de quem vai organizar um

evento, aí tem outras complicações.

Vamos falar depois.

Mas do ponto de vista do destino, veja, a cidade é urbanizada, tem meio ambiente, tem verde,

você olha o céu, tem, sabe, oferta gastronômica hoje é riquíssimo, oferta cultural e lúdica é

riquíssima, oferta comercial, não falta mais nada. Sabe? Eu me lembro a 15, 20 anos, a primeira

vez que eu fui a Brasília foi nos anos 60, pra você ter uma idéia, eu fui nos anos 60, 70, 80, 90, eu

vi tudo aconte... Eu vi vários momentos de Brasília, eu tenho um tio que estudou na UNB nos

anos 60, eu fui várias vezes visitá-lo, ele se fixou em Brasília, eu fui várias vezes lá ao longo

desses anos. E em 2003, 4, quando eu passei a viver na cidade, sabe? Eu queria ir numa livraria,

tinha! Eu queria ir ao cinema, tinha! Eu queria ir ao teatro, eu achava, tinha show de música,

festival de cultura, é, sabe, a única coisa realmente complicada é que se você não tiver carro

você ta liquidado, esse pra mim é o complicador, né. E, ponto. Eu, sabe? Pro meu gosto pessoal,

as crianças adoram a cidade, os meus amigos, que hoje estão em Brasília que foram com os

filhos pequenos, quando falam em voltar pra trás, pra São Paulo ou pra outra cidade as crianças

quase que fazem uma revolta dentro de casa.

Ok. Obrigado.

Só uma coisa que eu acho que tem que ser muito honesto.

Pois não.

Quer dizer, do ponto de vista, se você aprofundar um pouco mais a análise do ponto de vista

social e tal, o complicado é não conseguir fazer a mesma qualidade no entorno. Quer dizer, o

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Distrito Federal não é a mesma coisa que o Plano Piloto. É bom deixar marcado essa diferença.

Acontece que pra perspectiva de eventos e turismo, quer dizer, o turista dificilmente vai a

Ceilândia, ou as outras cidades satélites, ele fica no Plano Piloto. E o Plano Piloto é, seria bom

que o Brasil inteiro fosse como o Plano Piloto.

Ok. Eduardo, Brasília, na sua opinião, está pronta pra atender a uma demanda turística

nacional e internacional? Porque?

Nacional sim. Ela já atende. Quer dizer, vamos entender que turista, aquele cara vai passear e

tirar foto só, esse é o turista de lazer. Tá? Brasília tem uma característica importante que é o

turismo de negócios e eventos. Ou seja, muita gente vai a Brasília por conta do peso

institucional da cidade, as pessoas vão a Brasília pra se relacionar com o Governo da República.

Segundo lugar, vão a Brasília pra comprar e vender e vão a Brasília por conta de atividades de

trabalho. Quer dizer, majoritariamente, eu não tenho dados comigo, mas eu imagino que

majoritariamente o público que desce em Brasília desce a trabalho. Certo? É um público

também majoritariamente nacional, brasileiro. Acho que Brasília atende, porque? Porque a

hotelaria tem qualidade. Provavelmente ela poderia crescer, ela pode crescer e pode melhorar?

Sempre pode. Certo? Você pode ter serviço de mais qualidade? Sempre pode. Mas é uma

cidade preparada, né? Ao longo desses últimos anos eu ouço raramente falar que não tem lugar

Brasília, ou, de vez em quando dá alguns picos, assim, algum momento de maior atividade no

congresso nacional, votação no congresso coincide com um seminário qualquer de alguma

entidade, aí dá algum nó, mas acho que não é, não acho que Brasília seja uma cidade em

Overbook. Do ponto de vista nacional acho que ela atende bem. Todas as capitais do país tem

acesso pra Brasília, você entra e sai, você chega, e tal. Do ponto de vista internacional eu acho

que Brasília agora começou a caminhar, né? Qual seja, você já tem uma ligação da TAP, né? E eu

sei que há demandas da ligação, já há pedidos, eu vi na imprensa inclusive esses dias, de

alguma companhia americana, não lembro agora qual foi, a American, Delta, né, pediu essa

ligação em Brasília. Eu acho que aí vai estar criada uma necessidade pra ser atendida, qual seja.

Cardápios em inglês, consierge de hotel falando em inglês, taxista atendendo em espanhol,

enfim, vai ser necessário adequar a oferta de serviços para um público que tende a começar a

chegar. Acho que vai haver uma outra questão ainda que é a seguinte: na medida em que esse

público comece a chegar ao coração do Brasil diretamente do norte, ou seja, o cara decola em

Nova York, Atlanta ou Los Angeles e desce em Brasília ele está duas horas mais perto de Recife

do que se sair de São Paulo. Então, é possível, a partir de Brasília, ou a criação de programas

que combinem negócios com lazer e é possível a articulação desses programas por parte das

operadoras brasileiras do setor corporativo para com o setor lazer. Hoje eu creio que não

dialoga em Brasília. E a oferta desse programa antes desse passageiro sair do seu país de

origem, pra quando ele chegue aqui ele já saiba que ele pode ficar 3 dias em Brasília, ou 4 no

seu congresso, no seu seminário, ou no seu trabalho e depois 2 dias em, na praia X, na praia Y,

ou ele vai a Pirenópolis, ou na Chapada dos Veadeiros que é ali perto. Ta certo? Eu acho que

este processo vai demandar um conjuntos de produtos, serviços, qualificação profissional e

equipamentos que ainda não estão organizados nem ordenados.

Ok. Voltando ao mercado nacional. Você diz que considera o destino competitivo.

Muito.

Próximo ou comparado as outras cidades, até mesmo Rio, São Paulo. Por que?

Eu não falei Rio, São Paulo. Eu não coloquei isso. Eu falei que ele é um destino competitivo e

qualificado, não to comparando com estes destinos.

Se nós comparássemos um pouquinho com, por exemplo, Rio, São Paulo, o que faltaria a

Brasília?

A envergadura e a diversidade e a qualidade dos serviços hoje ofertados no Rio e em São Paulo.

Brasília tem um patamar inferior a estes outros destinos. Agora, isso não denigre Brasília, ou não

a faz menor, apenas a coloca num estágio que é o estágio de desenvolvimento atual do

tamanho do seu mercado. Quer dizer, não dá, o que eu acho importante é o seguinte, não dá

pra você de repente inventar que uma cidade tem que ter um restaurante que ofereça um

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determinado tipo de comida e de serviço, que leve o preço lá pra cima do seu produto, se não

há mercado pra consumir isso. Entendeu? Então, eu acho que hoje Brasília tem uma oferta de

produto e serviço do tamanho da demanda que ela tem pra atender. O que eu acho positivo aí

é o seguinte, a medida que essa demanda cresça a cidade é capaz de se articular, foi isso que

nós vimos nesse meio século.

E é uma cidade nova. Ok. Do ponto de vista do serviços e desses produtos turísticos, como

você os vê, com relação, basicamente a equipamento, infra-estrutura e qualificação de

mão de obra?

Dos equipamentos turísticos?

Isto.

Nós estamos mencionando o que? O Parque da cidade, a Torre de TV, o Centro de Convenções?

Quer dizer os equipamentos.... (!!)

Algum parque, ou museus, ou roteiro cívico, ou roteiro monumental...

Veja, eu acho que eles estão no meio do caminho, né. Quer dizer, é diferenciado. Eu mesmo já

fiz esse roteiro, já fiz esse, pra ver como é que ele era, tava com os meus filhos e fui ver. Tem

lugares que funciona bem, por exemplo, a visita ao congresso é super legal, a visita ao Itamarati

é super legal, agora a Torre de Tv, quando eu fui fazer era um desastre, entendeu? Era muito

ruim pra subir, era tudo complicado, o entorno estava complicado, aquela ferinha, certo? Não

foi legal. Aquela, sabe? Catetinho foi super gostoso. Aquele museu Dom Bosco foi super legal.

Então eu acho que assim, a gente não pode passar uma régua e dizer que tudo é bom, tudo é

ruim, né. Aquilo que esta bem cuidado, aquilo que ta bem preservado, aquilo que tem gente

competente conduzindo, organizações interessantes, ta bem. Eu acho que isso está ligado,

inclusive ao volume de visitação e de ingressos, né, que a estrutura tem, quer dizer, acho que

isso está muito vinculado ao modelo de gestão de cada equipamento.

Ok. Com relação a qualificação da mão de obra e o serviço oferecido em hotéis,

restaurantes, enfim, todos os serviços.

Olha, eu morei num hotel, eu morei em dois hotéis. Eu morei lá um tempo no antigo Blue Tree,

que hoje mudou de nome, não sei mais que nome tem hoje e morei no Meliah Trip, naquele

Meliah menor, né. Não tenho nenhuma queixa tudo funcionou super bem. O que eu convivi foi

super legal.

OK. O que Brasília... (!!)

Uma coisa só uma atenção só. O serviço de atendimento em Brasília, a gente, de vez enquando

as pessoas reclamam do serviço nos restaurantes quando comparam com São Paulo. Puta aqui

em São Paulo, tal... Eu acho que isso é verdade, em alguns lugares você sente essa diferença,

mas não é verdade pra todos, acho que aqueles restaurantes que estão começando a receber

esse público mais exigente estão se adaptando, sabe? A minha visão é, é assim, acho que a

gente tem que reconhecer que tem um problema, mas eu não ficaria naquele “rami rami”, diz:

ah que horror! Não, eu acho que as coisas são do tamanho que elas podem ser e eu acho que a

gente tem que olhar pra frente.

Muito bom! Eu queria te perguntar a respeito do diferencial. Se nós pensássemos em

Brasília como destino turístico, o que é que Brasília tem de diferente?

Um Plano Piloto, os projetos do Niemeyer, a organização urbana da cidade. O diferencial em

Brasília é a cidade.

Ok. Cenário que você projeta pra Brasília nos próximos 5 anos. Estabilidade, declínio,

crescimento, do ponto de vista do turismo.

A, eu acho que isso, no caso de Brasília, isso está vinculado ao desempenho econômico do país.

Como Brasília, eu vejo Brasília majoritariamente nos próximos 5 anos como, dando seqüência ao

segmento negócio e eventos, eu acho que ela cresce se a economia do país continuar

crescendo. Se, por acaso, houver um problema no crescimento econômico do país, porque, que

Brasília vai sentir isso fortemente.

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Perfeito. Trazendo um pouquinho agora pra empresa. Você não atua diretamente em

Brasília, como já nos disse, mas eu pediria que você tentasse avaliar um pouquinho, como

vê esse mercado, comparando com outros mercados onde vocês atuam.

Eu vejo um mercado de um bom potencial, eu acho que no Centro Convenções Ulysses

Guimarães e o pavilhão de feiras, ali tem qualidade, creio que pra eventos de médio porte me

parecem bons equipamentos, é, nós não temos eventos em Brasília por uma questão de

contingência, né, não nos apareceu uma oportunidade de negócio que nos levasse a olhar esse

tema. Nós chegamos a ter uma idéia, aliás há um ano atrás, de um evento em Brasília mas não

prosperou.

Ok. Dentro dessa visão existe uma perspectiva de possível atuação em Brasília nos

próximos 5 anos?

Hoje não. Nós não temos nenhum projeto pra Brasília. Nós estamos, assim, não somos contra.

Não tiramos Brasília do mapa, de nenhuma forma, mas simplesmente não temos um projeto

aqui colocado por algum dos setores que estão conosco pra ir pra Brasília imediatamente.

Tivemos no ano passado, infelizmente, a gente quando pensou no projeto não haviam datas

disponíveis no Centro de Convenções que casassem com a demanda do projeto.

Então, vou aprofundar um pouquinho isso. O que faltaria para que houvesse a atuação da

empresa no destino?

Uma demanda dos setores econômicos que atuam conosco pela organização de um evento na

cidade.

E uma disponibilidade da infra-estrutura (!!) (Claro.) local. Para um grande evento.

Pra poder nos atender. Não, grande lá é o tamanho do Centro de Convenções, você não pode

fazer maior do que isso. Porque aquele outro Centro de Convenções, o antigo, ele não tem

condições de receber um evento como os que a gente faz. Ele precisaria, aliás se você me

pedisse uma coisa importante pra fazer em Brasília, seria avaliar da possibilidade de reformar o

antigo centro, aquele que está dentro do parque da cidade. O antigo pavilhão.

Ok. Acho que é uma proposta neste sentido. Principais oportunidades de negócios em

turismo na tua opinião? Você disse que provavelmente o cenário nos próximos anos

acompanha a demanda econômica nacional do governo. Nesse sentido...

Não é a demanda econômica do governo. Acompanha o desenvolvimento econômico do país.

Ok. Acompanha o desenvolvimento econômico e político do país.

Eu não falei político, eu falei desenvolvimento econômico do país, ponto.

Desenvolvimento econômico. Então imaginando...

Porque que eu não... Só pra explicar. Porque que eu não falei político? Porque eu entendo que,

do ponto de vista político, o país é um país democrático desde 1985 e isso não muda. Você

pode mudar quem ganha a eleição e quem perde, pode mudar o governo, certo? Mas a

estrutura política não muda, muda o presidente, muda eventualmente o partido, certo? Mas

você não muda os pilares institucionais.

Ok. E na tua opinião os negócios mais particularmente da área de eventos independem da

política local, na tua opinião?

Da política em Brasília?

É.

Não, não independem. Brasília, muitos dos fatores geradores de economia e negócios em

qualquer cidade brasileira são as demandas públicas também locais, certo? O poder público

sempre tem um papel, e um papel importante como indutor do desenvolvimento. Mas não era

disso que nós estávamos falando, você colocou isso agora na conversa. Vamos deixar muito

claro essa separação porque se não a gente pode ter confusão na análise. Uma coisa é nós

falarmos de desenvolvimento econômico e do fato de que o país, por conta de um processo, de

uma concepção de política econômica ta crescendo. Outra coisa é falarmos de desenvolvimento

político. Aí nós estamos falando de outro assunto.

Ok. Então vamos falar da primeira coisa. Com relação ao desenvolvimento econômico.

Perfeito.

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Que tipo de oportunidades de negócios para turismo você visualiza em Brasília?

Eu creio que na cidade, como eu, pra ser coerente com o que eu disse, como a grande atração é

a cidade, eu creio que os roteiros voltados para a arquitetura, para a cultura, para apreciação do

que significou esse último meio século no Brasil, são um dos pontos fortes de atração turística

da cidade de Brasília. Se você quiser agregar um pouco mais, né, as pessoas, por exemplo,

descerem lá e conhecerem a cidade e depois de 3, 4 dias, pegarem um ônibus e irem pra

Chapada dos Veadeiro, irem pra Pirenópolis, irem pro entorno de Brasília, pra desfrutar de

recursos naturais que a região oferece, você teria uma permanência ai de 6 dias, por exemplo,

na cidade. Mas eu creio que são esses dois eixos do turismo desvinculados de negócios e

eventos. Mas eu entendo que, na minha opinião, assim, eu acho que isso sempre será agregado

a negócios e eventos, eu não consigo ver ainda nos próximos 5 anos um processo de turismo

de lazer sendo preponderante na chegada de passageiros em Brasília.

Ótimo. Excelente. No final eu pergunto da outra questão. Quais principais desafios ou

dificuldades que esse investidor encontraria, na sua opinião, esse empresário novo, para o

negócio de turismo? Você imagina algum tipo de dificuldade que ele tenha de superar

para o seu investimento?

Olha, turismo é um negócio que não gera grandes mares de saída, né. Então o início de um

negócio nesse setor, a grande dificuldade é como obter capital e manter o mínimo de capital

seguro no processo de investimento até o negócio começar a girar.

Ok.

Não acho que hajam dificuldade de conseguir ônibus, hotel, gente pra fazer, guia, profissional

de turismo, acho que isso está colocado em Brasília.

Existe falta de parceria com o poder público?

Não sei.

Ok.

Não sei, eu não to lá pra avaliar.

Ok. Pra finalizar, Eduardo, quais seriam as suas sugestões ou recomendações para

investidores em turismo no DF, do ponto de vista do Governo?

Estadual ou Federal?

Federal.

Do ponto de vista do... não entendi sua pergunta.

Ah, o que seria necessário que o governo federal fizesse, ou mesmo o governo estadual, o

governo local, fizesse, o poder público para que esse investimento, ou esses investimentos

fossem mais viáveis ou fossem favorecidos? Há algo que o governo possa fazer?

Não, sempre há, né. Todo um processo de crescimento de investimento acaba batendo na porta

do Governo procurando apoio. Eu acho que tem uma lição de casa sempre importante pra você

conversar com o governo, de um lado, eu acho que é, primeiro, quer dizer, mantenham o

crescimento econômico, quer dizer, ninguém pode deixar isso correr risco. Dois, que o governo

local, isso o governo federal, crescimento econômico é federal, não é o governo local, segundo

que o governo local mantenha a qualidade de vida da cidade e fundamentalmente a qualidade

dos equipamentos voltados a serviços e terceiro, quer dizer, que na medida do possível, e é

necessário, que crie as condições, que crie condições fiscais as mais favoráveis possíveis para o

lançamento e para o início de novos negócios.

Ok. Na sua opinião o setor público, o governo, pode gerar uma demanda?

Claro. O governo gera uma demanda, Brasília é uma cidade gerada a partir de demanda do

governo. Né, eu não saberia te dizer o percentual, eu iria chutar, não é correto responder numa

pergunta da universidade, mas com certeza é uma demanda brutal de passageiros pra Brasília

se locomovem por conta do fato do governo central estar instalado em Brasília.

Ok. Do ponto de vista do empresariado. Quais seriam as tuas sugestões para

investimentos no setor privado?

Eu creio que, algo que pode crescer em Brasília ainda é hotelaria, e eu creio que equipamentos

culturais, né. É, e algum tipo de equipamento de entretenimento, voltado a crianças e jovens. Eu

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sinto falta em Brasília de um equipamento ou mais equipamentos que as crianças, é coisa meio

de pai, de quem tem filho, mas, é, eu acho que é importante, por exemplo, quando as minhas

crianças pequenas estavam lá eu tinha uma certa dificuldade, sabe? Tinham duas, três coisas pra

fazer e acabou! Então eu acho que isso seria importante, né.

OK. E do pondo de vista do 3º setor, há algo que você visualize como possível

investimento?

Defina 3º setor.

ONGs que estão ligadas a serviços e a prestação de serviço para o turismo.

Eu acho que é...

Fundações...

...procurar, eu acho que basicamente é buscar qualificação de um lado e compreensão de outro.

Qualificação não naquele sentido tradicional de formar garçom não, eu acho que isso tem uma

série de entidades já fazendo bem. Agora eu acho que é qualificar profissionais para essas

demandas mais complexas, porque o turista que está descendo em Brasília hoje, negócios,

eventos, no médio prazo esse vôo da TAP trazendo gente de Portugal, pouco mais pra frente

um eventual vôo dos Estados Unidos, vão trazer demandas mais complexas, vamos precisar

qualificar profissionais para tarefas mais complexas, né, então, isso numa mão. E na outra mão é

um pouco o trabalho que a Universidade vem desenvolvendo que é aprofundar a capacidade de

compreensão e reflexão sobre o destino pra poder traçar melhor cenários de perspectivas para

10 anos, ta certo? E aí poder dar um documento, por exemplo, pra quem está chegando em

Brasília, olha, isso aqui é o que, é o resultado da reflexão de 30 profissionais da universidade, 50

do mercado, 120 do governo, 350 entrevistados sobre Brasília nos próximos 10 anos, né.

Alguém que chegue e receba um documento como este, com dados, estatísticas, tendências, e

análises tecnicamente sustentadas, porra economizou ali um caminhão de dinheiro, um

caminhão de tempo e sabe apontar, não é, com a sua capacidade de investimento para onde as

coisas vão andar.

Pra finalizar de verdade. É, do ponto de vista deste estudo pretende gerar subsídios para

novos investidores no turismo em Brasília e no DF. Tem alguma outra contribuição que

você queira dizer, ou algo mais com relação a tudo que foi dito? O que é importante?

O que é importante?

Considerar.

Considerar. Rapaz. Uai, a não ser, acho assim, acho que as questões centrais eu coloquei, a única

questão que eu não mencionei aqui e que pra mim, pra mim pessoalmente ainda é uma

incógnita em Brasília, pra mim é uma solução não resolvida em Brasília é o transporte das

pessoas, certo? Eu acho que o transporte das pessoas que estão lá, eu sei que o metrô lá ta

andando a um ritmo lento, né, mas está em projeto, é, mas assim se a gente for fazer um

congresso, um seminário em Brasília precisa transportar, de repente 400 pessoas de um lado

pro outro na mesma hora, né. Eu acho que isso é um assunto ainda em aberto em Brasília, como

fazer as pessoas se deslocarem cotidianamente e como fazer gente se deslocar pra grandes

eventos, né? E, enfim, acho que isso é uma questão aberta para investigação, tanto da

academia, como dos empreendedores, como do governo.

Muito obrigado...

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Accor

Entrevista no. 8ª – Realizada por telefone em cumprimendo à dificuldade de agenda do

entrevistado.

Entrevistador: Davi Bimbatti

Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida

(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo

(!!) Interrupções

Eu coloquei um telefone no viva-voz e eu vou gravar suas respostas. Eu não sei se você

tem clareza de qual é o estudo que nós estamos desenvolvendo. Então eu queria dizer que

a Universidade de Brasília, nesse momento, através do Centro de Excelência em Turismo

recebeu uma demanda por parte do SEBRAE DF que por sua vez foi solicitado pelo próprio

ministério do turismo pra realizar um estudo de oportunidades em investimentos no

turismo aqui no DF. Essa fase da pesquisa a gente esta fazendo entrevistas qualitativas,

então é muito importante a opinião de diferentes seguimentos, setores da economia. Eu

estive em São Paulo na semana passada para poder coletar, então falei com o diretor da

TAP o pessoal da Rede Atlântica, locadora de automóveis. Enfim, de todos os

seguimentos, mas infelizmente agente não havia conseguido a opinião da ACCOR. E para

o próprio cliente essa voz, essa fala por parte da ACCOR é muito importante. Então eu

gostaria, nesse primeiro momento, de pedir para que você se apresentasse, dissesse o seu

nome do senhor completo, seu cargo, a empresa onde você atua.

...(problemas com a técnica da entrevista. O viva-voz não funcionou e eles arrumaram de

outra forma).

Então, só vou começar dizendo que hoje é dia vinte e seis de abril de 2010 e nós vamos

falar com o representante da rede ACCOR. Por favor.

Eu sou gerente de desenvolvimento de mercado e novos negócios da ACCOR, especificamente

para região nordeste, centro oeste e norte do Brasil.

Ok. Eu gostaria que você me desse então, quanto tempo você esta no seu cargo, dentro da

empresa, e de quais empreendimentos específicos você trata?

Eu trato de todas as marcas da ACCOR desde o seguimento super econômico, ate os

empreendimentos de luxo, que é a bandeira Sofitel, no caso o super econômico é o Formula 1. e

estou no cargo nessa função, nessa empresa a exatamente uma semana.

Que “bacana”! Por via das dúvidas eu vou retomar aqui, por conta do gravador, e vou

pedir pra você repetir seu nome, cargo, função e o nome da empresa que você esta

concedendo a entrevista.

Pois não. Meu nome é [...], eu sou gerente de desenvolvimento de mercado e novos negócios

da ACCOR Hospitality. E sou responsável pelo desenvolvimento da área centro-oeste, norte e

nordeste do Brasil

Legal. Há quantos anos a ACCOR atua no seguimento de turismo, ou pelo menos assim,

que você sabe? (problemas com a técnica)

Há 34 anos a ACCOR atua no seguimento no Brasil.

Ok. Acho que agora deu. Bem, vamos esquecer um pouquinho a ACCOR. Vamos deixar a

ACCOR de lado e eu vou te perguntar: quando eu te falo Brasília, destino Brasília, o que te

vem à mente, quais são as imagens que você tem desse destino?

Muito bem. Destino Brasília a ACCOR considera como a praça preferencial. É uma das “top”,

“top 10” do mercado. E por uma questão estratégica. É capital nacional e nós temos todo o

interesse em abrir outras bandeiras na capital. Estamos com dois empreendimentos da bandeira

Mercure e agente quer fazer uma abertura desse leque.

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Ta. Eu vou conversar com você sobre a ACCOR daqui a pouquinho. Mais eu estou

perguntando para o senhor mesmo. Quando eu te falo Brasília, destino, imagem de

Brasília, quais são os pontos fortes, fracos. O que te vem à cabeça, para você, como

cidadão mesmo.

Sei. Perfeito. Bom, ponto forte Brasília seria primeiro a capital, centro do poder. A capital federal

e é isso, o que a gente entende é Brasília como uma cidade planejada e apta para o turismo.

Te vem alguma imagem negativa, algum ponto negativo que você lembra quando fala

Brasília?

Tem sim David, os recentes casos de, enfim, que agente tem acompanhado, noticiados pela

mídia isso vem à tona sim e o que é lamentável. Mas vem isso como um ponto fraco sim.

Ok. Sobre sua opinião, você acredita que Brasília esta pronta para atender a uma demanda

turística nacional e internacional e porque?

Olha, eu acho que precisa de, no caso hotelaria, de empreendimentos de maior categoria,

categoria superior, no meu entendimento. Por que? Por uma questão estratégica. Capital federal

recebe muitos chefes de estado e torna-se importante essa abrangência de hotéis de categoria

superior e até mesmo categoria econômica em função da demanda.

Na sua opinião, você investiria em hotelaria para transformar lá num destino competitivo

nacional e internacional, é isto? E além de hotelaria, o que mais falta a Brasília, na tua

opinião?

Bom. Eu saberia dizer o que falta em hotelaria. Hotelaria especificamente seguimento

econômico de luxo.

Ok. Você considera que o destino Brasília, ele é competitivo no mercado nacional e por

quê?

Sim. Ele é competitivo sim. Brasília tem registrado boa taxa de ocupação. Isso média a ano, cai

um pouco em fevereiro, e é competitivo nesse sentido. Tem uma diária media razoável, bem

flexível, principalmente na baixa estação. E ai eu considero baixa estação o turismo corporativo,

janeiro e fevereiro onde os hotéis tem menor taxa de ocupação e as diárias são mais flexíveis. E

no resto do ano uma ótima taxa de ocupação e ótima diária media.

Ok. Como você avalia o serviços os produtos turísticos que são oferecidos por Brasília

hoje?

É, os produtos turísticos eu acredito que são de boa qualidade especificamente para hotelaria

agente tem bons produtos o que falta realmente é a abertura desse leque maior. Mais o destino

ele é muito importante. É uma praça boa. Existe motivação para que Brasília seja destino em si,

destino final.

Ok. Se eu te perguntar, eu não sei se você conhece a cidade, se você já esteve aqui, mas

com relação aos atrativos, aos serviços, equipamentos mesmo, infra-estrutura,

qualificação da mão de obra dos hotéis, restaurantes, taxistas. Você tem alguma imagem,

conceito formado em relação a isso tudo?

Bom, eu conheço Brasília sim. Já estive ai várias vezes. Já fiquei hospedado em hotéis, tanto

independentes como de rede, andei de taxi, restaurantes em almoços e jantas. E enfim, o que eu

acho é que é uma cidade um pouco cara, de fato é ate porque também ganha-se mais pra estar

aí, a distribuição per capta é mais elevada. Mas eu fui muito bem atendido em todos os serviço

que eu utilizei lincados aos serviços de hotelaria.

Ok. O que Brasília tem de diferente. Qual é o diferencial de Brasília com relação aos

demais destino do pais, e ate mesmo do exterior, na sua opinião?

O diferencial é a cidade que foi planejada, e é capital onde se concentra o poder.

Ok. E se eu pedir para você visualizar um cenário projetado para Brasília, nos próximos

cinco anos, com relação ao turismo, você viria um cenário de crescimento, estabilidade ou

de declínio, por quê?

Bom, como qualquer grande cidade do Brasil, agente prevê um crescimento. Basicamente em

função da estabilidade da economia nacional, basicamente em função de Brasília ser uma

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cidade sede da copa do mundo. Então são fatores contributivos para que a demanda turística só

aumente ano após ano.

Ok. Agora vamos inserir a rede ACCOR na nossa conversa. Eu perguntaria se a rede ACCOR

comercializa Brasília, há quanto tempo e como ela opera aqui no destino?

Sim. A ACCOR vende Brasília. Nós temos dois empreendimentos e os dois representam mais de

seiscentos apartamentos e agente quer expandir nossas operações em Brasília.

Há quantos anos? Você tem esse dado do tempo que estão atuando em Brasília?

Não. Esse dado eu teria que levantar, viu David. A idade dos empreendimentos (???) (???) na

categoria (???). Mas eu não tenho quando que começou especificamente esse empreendimento.

Ok. Sem problemas. Eu vou perguntar então, como que você avalia essa comercialização

de Brasília. Se possível comparando com outros mercados receptores como São Paulo, Rio

de Janeiro. Como você avalia, como você compara Brasília com esses demais mercados da

rede?

Olha. A gente trabalha com algumas cidades que a gente considera importante a gente estar

presente, e crescer. Brasília especificamente, como São Paulo e Rio, Salvador, Recife e Fortaleza

são cidades que a gente quer, que a gente já esta presente, a gente tem a fatia do mercado e a

gente quer crescer ainda mais. A grande vantagem de Brasília é por ser uma cidade que

demanda muito cliente a (??) da marca ACCOR ela acaba sendo institucionalizada na capital

federal. Esse é o grande diferencial.

Ok. No ano se 2009, você tem noção ou dados se houve crescimento, declínio ou

estabilidade na comercialização de Brasília por parte da rede?

Eu tenho os dados sim, a gente aumentou a nossa ocupação e a gente aumentou a nossa...

Deixa eu só comparar com o ano anterior... Aqui, é que saiu da tela. Sistema on-line nosso e já

compara aqui agora. Muito bem, a nossa ACCOR na praça de Brasília teve o aumento de

ocupação de 1.35% e a nossa diária media teve o aumento de 1.75% em relação ao ano de

2008. Assim a avaliação foi positiva, tanto na ocupação, quanto na diária media.

Perfeito. Com relação a essa atuação da rede aqui no mercado, você vê algum tipo de

ameaça ou então de oportunidade para a rede poder atuar?

Eu acho que a grande dificuldade de Brasília são os terrenos. Os terrenos estão caros,

certamente o retorno sobre o investimento ele não é tão rápido quando em algumas capitais

(???) (??), mas a gente acredita que isso já no médio prazo a curva ela torna-se menos

acentuada em função do aumento da demanda conforme repedido anteriormente.

Perfeito. Nesse sentido a empresa então teria interesse e como você disse há uma

possibilidade de um investimento aqui nos próximos cinco anos.

A ACCOR tem uma meta global, e trazendo para a America Latina, a gente tem uma meta de

303 empreendimentos na América Latina. Brasil, especificamente são aproximadamente 240, a

gente esta com hoje 170 e Brasília é uma praça prioritária.

Dentro dos próximos cinco anos?

Dentro dos próximos cinco anos, ate o ano de 2015 são os dados que eu citei.

Quanto em media, a ACCOR investiria em Brasília, você tem esses dados?

Não. Os dados de investimentos a gente não tem. O que a gente tem é que a gente procura no

primeiro momento parceiros locais pra desenvolvimento do projeto hoteleiro, então isso

depende, esse fluxo de volume a ser investido.

Obrigado. Então agora agente voltando a conversar com o senhor, cidadão também,

como homem de negócios, eu queria te perguntar assim, se você pensasse em turismo, ou

se você fosse um investidor e fosse desenvolver um... tivesse uma oportunidade de

negócios na capital nos próximos 5 anos, você disse que o cenário que você vê é um

cenário de crescimento por conta até da estabilidade política e econômica, e quais seriam

essas oportunidades, além da hotelaria, eu imagino, que te viriam como principais

oportunidades de negócios em turismo?

Bom, David, o setor de turismo ele tem aproximadamente 42 segmentos ligados a ele. A

hotelaria é um deles, mas eu vejo outros importantes no cenário de Brasília. Vamos lá.

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Companhia aérea é de suma importância, inclusive é o seguimento que mais fatura no setor de

turismo. E eu acho que Brasília, por ser o destino de alta demanda, sem duvida, companhias

aéreas. Segundo teria locadora de veículos e depois todos os serviços agregados, como serviço

de taxi, como restaurantes, e assim, mas nessa ordem seria, hotelaria, companhia aérea e

locadora de automóveis.

Perfeito. Na sua opinião quais seriam as principais dificuldades que no caso, o investidor,

ele encontraria para desenvolver seu negócio aqui na cidade do Distrito, e por que?

Bom. Eu não vou falar por outros seguimentos. Eu vou falar pela hotelaria. O terreno em Brasília

esta valorizado acima da media do Brasil, então o que dificulta as vezes retornos do

investimento no prazo de uma praça mediana no Brasil.

Ok. Na sua opinião falta parceria política?

Não, o que falta na verdade é para hotelaria especificamente é terreno disponível ao preço

menos oneroso para investimento.

Ok. Agente já esta finalizando e eu queria pedir algumas sugestões ou as suas

recomendações para que os próximos investidores no DF, como relação a

desenvolvimento turístico, do ponto de vista de um investidores públicos, ou seja, do

governo, o que você sugeriria.

Bom. O governo tem sinalizado já com carteira de financiamento possibilitando operadoras

hoteleiras e investidores captar esses recursos (???) (??) em hotelaria, por exemplo... só que

mesmo com a flexibilização e redução de juros a tomada desses recursos, a gente esta

precisando comprovar aproximadamente 130% como garantia para captação de recursos o que

de certa forma a gente tem como praxe, as empresas (???)... mesmo fazendo a alavancagem

torna-se difícil a comprovação porque o processo é burocrático e precisa comprovar tal

garantia, muitas vezes estão tentando provar que não precisamos pegar o financiamento. Isso

burocratiza um pouco o processo e torna o custo cada vez mais alto, o custo financeiro no caso,

permitindo que esse retorno fique mais longo. Então a gente precisa realmente diminuir as

garantias, não estou dizendo que não se deva ter, mas flexibilizar de forma a conhecer o

histórico de quem é um domador desses recursos e aí assim agente consegue amenizar esses

pontos vulneráveis à tomada de recursos.

Perfeito. Do ponto de vista do investidor do investimento privado, o que é necessário?

Justamente. Estar bem alinhado com o ponto de vista do governo, do público que oferta a linha

de credito e o investidor terá o acesso a essa linha de credito. Essa é a grande, esse vai ser o

grande monte para a retomada do crescimento hoteleiro nas grandes capitais e principalmente

em Brasília.

Do ponto de vista do terceiro setor você vê alguma possibilidade? Algum fator que você

acredita que possa facilitar no processo?

Ah. Sim, agora eu vou até falar como a ACCOR não como o senhor, como cidadão, mas a gente,

todas as atuações da ACCOR ela sempre participa do terceiro setor em todas as ações dela, seja

do ponto de vista de operação do hotel, quanto do ponto de vista da implantação do hotel.

Ok, para finalizar, você teria depois dessa conversa nossa, de tudo isso que te deu mais ou

menos um cenário de por onde caminha o nosso estudo tem algo mais que você considere

importante ou que você queira dizer, alguma última contribuição com relação a esse

estudo, que ele visa fornecer subsídios a investidores para negócios em turismo no

distrito federal.

Sim, David, o que eu tenho a comentar. Eu vou falar em defesa da classe, mas já falando

detalhadamente: hotelaria ela era vista até uns oito anos atrás como ela tinha que acontecer por

si só, seria um braço do turismo, e isso tem mudado com a entrada de grandes operadoras

hoteleiras no mercado. Então sem hotelaria é difícil, sem hotelaria de qualidade, é difícil receber

bem, principalmente numa capital federal. Você tem (??) hotel econômico, por exemplo, hotel

independente e é complicado, então as vezes a cadeia hoteleira ela consegue (?) tratamento

diferenciado para os chefes de estado, por exemplo. E é nesse sentido que a gente tenta

pleitear sempre melhores condições para atuação, seja em linhas de financiamento, seja na

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formação de mão de obra através de instituições como o SESC e SENAC. E ai esse é o nosso

pleito para que isso tudo melhore, até porque na Copa de 2014 e nas Olimpíadas a demanda vai

ser muito grande e a gente precisa formar mão de obra e precisa de novos meios de

hospedagem.

Perfeito, eu quero agradecer muito a tua participação, infelizmente não esta sendo

possível ser presencial, mas é um prazer e para agente é importante esse estudo, como eu

disse ele é totalmente sigiloso e as informações contidas elas ficam disponibilizadas

apenas no relatório final, globalizadas enquanto algumas opiniões de empreendedores

ou, enfim, pessoas do Trade e não isoladamente. Ou seja, a sua entrevista apesar de ser

transcrita ela individualmente não é acessada. Mesmo assim, eu vou precisar te

encaminhar, por email, um termo para que você me autorize a degravar a tua fala e possa

utilizar trechos dela nesse relatório final que será entregue aqui no SEBRAE do DF, pode

ser? Eu vou estar te encaminhando isso então logo mais, por e-mail, e acho que tenho em

mãos, mas de qualquer forma eu quero anotar aqui. Mais uma vez nos colocamos a

disposição. Eu estou na Universidade de Brasília dentro do centro de excelência em

turismo e você vai receber virtualmente o nosso contato caso precise qualquer coisa aqui

dentro da universidade eu fico a disposição.

Fico feliz pelo convite e fico a disposição para outras duvidas, esclarecimentos e o que for

necessário. É só me mandar um e-mail.

Está ok. Muito obrigado. Foi um prazer. Boa tarde.

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Azul – Companhia aérea

Entrevista no. 9 – Realizada por telefone pela dificuldade de locomoção em cumprimento à

agenda do entrevistado

Entrevistador: Davi Bimbatti

Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida

(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo

(!!) Interrupções

Eu queria te pedir pra que você mesmo se apresentasse, dissesse pra nós o teu nome, o

seu cargo aí na Azul, que você ocupa e a quanto tempo você está na empresa?

O meu nome é [...], eu sou diretor de relações institucionais da Azul Linhas Aéreas, eu fui

convidado pra trabalhar com o David em março de 2008, antes mesmo da fundação oficial da

empresa, estou oficialmente contratado pela Azul desde julho de 2008.

Ok. A Azul esta no mercado há quanto tempo?

A Azul começou voar no dia 15 de dezembro de 2008, portanto ela esta no mercado há 1 ano e

4 meses e meio.

Ok. Deixando um pouquinho a Azul de lado e tentando perceber um pouquinho como o

senhor identifica, o destino Brasília, quando falamos a cidade de Brasília o que é que lhe

vem a mente? Aspectos positivos e negativos.

Brasília é a capital do país, então, pra Brasília convergem diversos empresários que tem

negócios e dependem tanto das decisões do Governo Federal como as dos poder executivo,

como as do poder legislativo. Ela é um ponto absurdamente focal no Brasil, e será sempre um

dos principais destinos da malha de transporte aéreo.

Há alguma percepção negativa ou algum ponto fraco que o senhor identifique, aí até

mesmo como cidadão quando se fala em Brasília?

Brasília, tem alguns hotéis meio esquisitos, as vezes a gente algumas dificuldades do ponto de

vistas de viagem em Brasília, que são meio grandes. Mas eu não diria que nenhuma delas é um

ponto negativo, isso é mais uma questão de características da cidade, né?

Perfeito. Na opinião do senhor, a cidade está pronta pra atender uma demanda turística

nacional e internacional?

A cidade de Brasília já atende uma demanda turística fortíssima, é só ver o movimento que tem

no aeroporto, é só você ver o número de pessoas que se deslocam pela cidade toda semana. Ela

já tem, o problema é que normalmente é uma demanda pra viagens muito curtas, né, de um,

dois dias no máximo. É, mas é uma viagem, uma cidade que está sim preparada pra atender a

um grande número de pessoas.

Perfeito. O senhor considera Brasília um destino competitivo no cenário, no mercado

nacional e porque?

Competitivo em que sentido?

Competitivo no sentido de atrair investidores para negócios em turismo.

Claro, mas é óbvio. Só que serão investidores de negócios de turismo de negócios que é o que

Brasília é muito forte. Então realmente é muito competitiva nesse aspecto, aliás não é a toa que

ela vem atraindo uma série de investimentos aí na cidade, é, você ver um numero, grande

número de hotéis novos, um grande número de (??) “transportantes” novos, inclusive aquela

questão que eu comentei de alguns hotéis serem meio esquisitos, isso é uma coisa que está

mudando na medida que você tem novas opções.

Obrigado. No que se refere, por exemplo, aos serviços, aos produtos que são oferecidos

na cidade hoje e mais especificamente com relação aos serviços, qualificação de mão de

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obra, em restaurantes, hotéis, taxistas, e até mesmo do ponto de vista dos atrativos e da

infra-estrutura, enfim, considerando todo esse painel de componentes que são vistos e

utilizados pelo turismo, como que o senhor avalia esses serviços produtos hoje?

É, de uma maneira geral a mão de obra em Brasília não é muito atenciosa, poderia ser mais bem

treinada pra ser um pouco mais atenciosa com os clientes, mas isso eu to falando de uma

maneira geral. Tem lugares em que a gente é muito bem tratado e tem, e isso vale pra todos os

produtos que você mencionou. Eu quando vou pra Campinas, pra Brasília eu utilizo os serviços

de uma cooperativa de taxi que é excelente. Então você tem realmente muitas opções

interessantes em Brasília, não tem, eu não vejo assim nenhuma, eu acho que pode melhorar a

qualificação da mão de obra, sem dúvida nenhuma, mas vocês já tem um bom nível de serviços

na cidade.

Do ponto de vista dos atrativos turísticos e da infa-estrutura, como o senhor avalia?

Do ponto de vista de atrativo turístico, é uma cidade que vive do turismo cívico e do turismo de

negócio, como a gente conversou, né. No mais eu não vejo assim nenhum grande atrativo além

disso. Da região, o planalto central é uma região muito bonita, mas não tem muitos produtos

turísticos desenvolvidos pra ele e Brasília tem uma vida cultural que ainda precisa melhorar

bastante, então, nesse aspecto, acho que em termos de produtos ela tem muitas coisas pra

desenvolver.

Perfeito. O que Brasília tem de diferente? Qual é o diferencial com relação com os demais

destinos do país e até mesmo do exterior?

Do país.

Desculpe senhor, eu vou precisar gravar novamente.

É a capital do país.

Ok. Imaginemos um cenário de 5 anos a frente com relação ao turismo. Como o senhor

avalia? Seria um cenário de crescimento, declínio ou de estabilidade para negócios em

turismo na sua opinião?

Certamente de crescimento.

Ok. A Azul, agora incluindo um pouquinho a empresa, ela não comercializa o destino né,

neste momento, e, a, eu perguntaria como é que a Azul, no caso, ela avalia este mercado

comparando com outros mercados receptores como São Paulo, Rio, Goiânia, enfim.

Não dá pra comparar, são mercados totalmente diferentes que tem atrativos diferentes, é, não

vejo como comparar. Brasília, como eu falei, é um dos principais destinos do país e certamente a

Azul vai voar em Brasília um dia, é só uma questão da nossa conveniência de quando chegar um

momento, né.

Perfeito. Então existe a possibilidade, isso já me foi respondido, essa possibilidade, esse

investimento da Azul poderia acontecer nos próximos 5 anos?

Com certeza. Antes disso até.

Ok. Existe alguma numero de investimentos que o senhor teria condições de compartilhar

com relação a algum tipo de investimento da empresa no destino Brasília?

Não.

Ok. Com relação, estamos já na etapa final, com relação as principais oportunidades de

negócios que o senhor visualiza pro destino aqui nos próximos 5, o senhor se referiu que

o cenário seria de crescimento, em quais oportunidades específicas o senhor visualiza esse

investimento?

Em termos de oportunidades? Brasília é um destino muito bom, você tem oportunidade pra

investir em Brasília, não é uma cidade que vive de temporada, é uma cidade que tem um

turismo de negócios muito forte o ano inteiro, e como a gente falou, eu não tenho assim

nenhum grande atrativo que implique num turismo de, em grandes e diferentes produtos além

desse turismos cívico, né. Então, isso pelo menos como eu vejo, acho que ainda precisa

desenvolver algumas coisas a mais, né, se você quer ter algum produto turístico pontual, algum

grande evento, alguma grande feira, é algo que precisa de ser desenvolvido, hoje eu não me

lembro de nada que tenha esse perfil em Brasília.

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Na opinião do senhor quais são as principais dificuldades que os investidores e/ou os

empresários, eles enfrentariam aqui, teriam que superar pra investir no DF? Há alguma

específica que o senhor participa? E já aproveito pra lhe perguntar: existe falta de

vontade, ou falta de parceria política por parte do poder público?

Olha, eu não sei, não sei se Brasília é um destino que necessite de parceria com o poder público,

não me parece que seja o caso, sinceramente. O poder público poderia favorecer algumas

coisas Brasília, em termos tributários, em termos de formação e treinamento de mão de obra,

mas não me parece que isso seja assim primordial pro desenvolvimento do turismo na cidade.

Os investidores teriam que superar algum tipo de dificuldade, o senhor visualiza alguma

superação pra que se invista no DF?

Vejo em outros setores, né, na aviação eu não vejo nenhuma dificuldade específica.

Perfeito. E pra concluir. Quais seriam as recomendações ou, quais são as sugestões que o

senhor poderia oferecer ou contribuir pra que os próximos investidores em turismos no

DF pudessem acatar? Do ponto de vista do Governo o que é que o senhor comunicaria?

Bom, eu, do ponto de vista da aviação, eu não estou falando dos outros setores, ta? Mas do

ponto de vista da aviação seria interessante se o governo pudesse diminuir um pouco o

imposto ICMS sobre o combustível de aviação. Isso é uma coisa que certamente favoreceria o

desenvolvimento do transporte aéreo na cidade, que já é um pólo, um centro natural de

concentração de vôos, na medida em que você possa favorecer isso, a instalação de novas

empresas com o imposto um pouco menos sobre o combustível, você poderia ter um

crescimento mais rápido no setor aéreo. Mas eu acho que é necessário também uma

preocupação constante do governo estadual e também do governo federal, é claro pro ser a

capital do país, né, com a capacidade aeroportuária. Brasília o aeroporto, foi feito a segunda

pista do aeroporto de Brasília, portanto você tem uma boa capacidade lá de pista, mas isso não

vai durar pra sempre. Então, Brasília é importante que Brasília esteja preparada pro crescimento

que vai acontecer forçosamente em função do próprio desenvolvimento do país.

Ok. E do ponto de vista do investimento privado, dos empresários, o que o senhor

recomendaria?

Do investimento privado? A, no transporte aéreo o investimento é só no desenvolvimento de

novas linhas, né.

Perfeito. Há alguma possibilidade de parcerias, o senhor visualiza algum tipo de

investimento do terceiro setor?

Do terceiro setor em termos da aviação? Não. Não pro turismo, posso ver alguma coisa em

termos, por exemplo, de formação de mão de obra, formação de mão de obra específica para a

aviação, isso é uma possibilidade, mas em termos de, em termos de terceiro setor para novos

produtos da aviação não me parece que seja o caso não.

Ok. Senhor esse estudo ele visa oferecer subsídios para que os investimentos em Brasília

ou no DF, Brasília e entorno possam ter, possam estar embasados, enfim, numa real

situação de mercado. Então assim, de tudo isso que nós conversamos, existe algo mais

que o senhor queira dizer, ou alguma palavra final, porque essa seria, no caso, a voz do

mercado que hoje atua para os novos investimentos, o que o senhor gostaria de

compartilhar pra que a gente pudesse então fechar essa entrevista?

Acho que a gente já cobriu os principais aspectos, né, ao menos que você tenha alguma

preocupação particular que eu não tenha respondido me parece que, parece que a gente cobriu

os principais aspectos em termos, que é necessário em termos de investimentos aí dá, aí do, da

cidade de Brasília.

Perfeito. Então eu conversei com o senhor [...], que é diretor de relações institucionais da

Azul companhia aérea, em nome da Universidade agradeço ao senhor...

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Itapemirim

Entrevista no. 10 – Realizada por telefone devido à dificuldades de locomoção em cumprimento

da agenda do entrevistado.

Entrevistador: Davi Bimbatti

Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida

(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo

(!!) Interrupções

Bem. Hoje é dia 3 de maio de 2010 e eu estou com o senhor [...] que é gerente regional da

Itapemirim e nos vamos conversar com ele por conta da pesquisa qualitativa. O que eu

estava dizendo é que esse estudo é um estudo de oportunidades de negócios em turismo

que foi encomendado pelo SEBRAE DF e que por sua vez é uma pesquisa, uma demanda,

uma necessidade do ministério do turismo. O ministério do turismo e o SEBRAE DF estão

interessados em fazer um estudo, uma pesquisa, para saber: onde que os novos

investidores, a partir de agora, com copa do mundo e 2016 olimpíadas, então a partir de

agora, os investimentos aqui no DF, e esse entorno, precisam ser mais orientados. Então

nos estamos, a Universidade de Brasília foi convidada a fazer essa pesquisa, nos estamos

ouvindo todos os setores e seguimentos que estão relacionados com a atividade turística.

Correto.

Então nos estamos entrevistando diretores de hotéis, proprietários de restaurantes,

locadoras de automóveis, transportadoras, aeroportos, atrativos. São na verdade todas as

pessoas estão ligadas e que de alguma forma fazem o turismo funcionar e dentro desse

estudo a gente esta entrevistando então, você, como representante da Itapemirim

transportes e você vai poder falar um pouco sobre isso e vai ser muito importante por ser

uma pesquisa qualitativa e não se trata de buscar os números da Itapemirim. A gente quer

a opinião de vocês sobre o destino Brasília já que você atua nesse mercado.

Correto.

Só mais uma informação: a gente esta fazendo a gravação dessa entrevista em áudio e os

seus dados, as suas palavras elas são sigilosas, elas não serão publicadas individualmente.

O que nos vamos fazer é um estudo, um relatório final então esse relatório final vai trazer

as conclusões que são as conclusões baseadas nas opiniões dos nossos entrevistados, mas

a sua entrevista, individualmente, isoladamente é considerada sigilosa, você pode ficar

tranqüilo que em nenhum momento isso vai ser aberto. Ate porque nos nem vamos

fornecer isso para o SEBRAE e Ministério. O que a gente fornece é apenas o estudo final.

Então eu gostaria de começar te convidando a se apresentar. Falar seu nome, cargo,

enfim, sua função aqui na Itapemirim.

Ok. Meu nome , sou gerente regional da viação Itapemirim, uma empresa do ramo do

transporte, que esta atuando no mercado há 56 anos.

A Itapemirim esta há 56 anos aqui no DF?

Não, aqui nos estamos desde 1964.

Ok. E desde 64 ela esta atuando... Fala um pouquinho sobre qual que é a atuação da

Itapemirim. É carga, é passageiro?

A atuação da Itapemirim segue basicamente três modais, enquanto falamos transporte. Um que

é o transporte de passageiros de linhas regulares, que são aquelas linhas que saem de Brasília

com destino as demais cidades e vice versa. E temos o “fretamento” eventual, que o transporte

contratado por grupos, individualizados. Nos temos traslados no DF e temos viagens fretada

para fora do DF e temos o transporte de encomendas expressas tanto chegando quanto saindo

do DF.

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Desde quando a empresa, aqui em Brasília, em 64 ela já atua nesses três modais?

Correto.

Perfeito. Olha, vamos deixar um pouquinho a Itapemirim de lado, vou conversar com você

como cidadão, como uma pessoa, quando eu te falo destino Brasília, cidade de Brasília,

sem pensar na empresa, o que te vem a mente?

Olha, o destino Brasília, me vem à mente que é um destino mais focado ao destino executivo,

certo? Um destino mais político, um destino mais de negócios. Então isso que eu entendo que

seria o destino Brasília, o perfil para se ir a Brasília.

Pontos fortes. O que você considera como sendo pontos positivos dessa cidade, do DF?

Como ponto positivo, Brasília e o DF todo, tem a organização setorizada, a malha viária que esta

se consolidando agora com as novas obras, com o arcabouço histórico, recente, mas, digamos

assim, museus estruturados, parques estruturados. Então esses são os pontos fortes quando a

pessoa escolhe o destino Brasília.

E fracos. O que você vê de negativo no destino?

No destino Brasília, de negativo eu entendo o setor hoteleiro é um setor carente, tanto é que

quando há eventos de médios portes, você já tem uma lotação praticamente total dos hotéis e

tem que se deslocar pelo entorno e outras adjacências. Acho que isso é um ponto fraco e

Brasília deveria se estruturar melhor e seria basicamente isso. Falando em turismo, vamos dizer

executivo seria basicamente isso.

Perfeito. Você acredita que Brasília esta pronta para atender uma demanda turística

nacional ou ate mesmo internacional?

Olha, Brasília vem evoluindo ai com o passado extenso. Mas ela tem essa carência ainda, tanto

de transporte, e quando falo em transporte é o transporte urbano coletivo, que é um gargalo

que Brasília tem hoje, é a própria estrutura hoteleira que tem muito a crescer.

Nesse sentido, você acredita que ela esteja pronta, que ela já esta pronta para atender

uma demanda internacional, ou mesmo uma mesma demanda nacional?

Não, Brasília hoje não esta pronta. Ela teria que desenvolver esses pontos que eu me referi.

Transporte urbano e hotelaria. Basicamente isso.

Você acha que Brasília ela é uma cidade, um destino, que compete, ela tem

competitividade perante as outras grandes cidades, outros grandes destinos nacionais?

Brasília, com certeza disputa ai com grandes destinos nacionais, São Paulo, Rio e ate mesmo

regiões do nordeste, porque ela tem um apelo cultural muito interessante. É uma cidade que,

apesar de ter 50 anos, vem se desenvolvendo de uma velocidade muita rápida e isso aguça a

curiosidade de várias pessoas que vem a Brasília fazer essa visita e com certeza Brasília é um dos

destinos nacionais que eu entendo que esta na disputa com outros locais.

Alem dessa vertente cultural, histórica, você acha que Brasília tem mais alguma

característica para se tornar competitiva nesse mercado?

Você diz no mercado de...

No mercado turístico, é. Como um destino turístico, como uma cidade ou um destino, um

pólo que vai atrair visitantes, não é. Você se refere a uma história e uma cultura recente,

mas que esta se estruturando cada vez mais e que é local. Então, alem dessa historia,

dessa cultura, Brasília poderia atrair mais visitantes em função de que?

Olha.

Na sua opinião. Te ocorre... Se ocorrer.

Olha, minha opinião eu posso te dizer o seguinte: com o advento da copa e das olimpíadas e as

cidades que estão se estruturando pra isso ela poderia sim trazer um atrativo no mercado do

turismo esportivo. Nós temos o lago Paranoá, nos temos o Mané Garrincha, que vai passar por

reformulação, e tivemos recentemente um campeonato de vôlei de praia em plena esplanada

então seria uma vertente que poderia ser explorada esse ramo esportivo.

Perfeito. Na sua opinião, como você avalia os serviços, os produtos turísticos que Brasília

oferece hoje. Ou restaurantes, hotelaria, taxistas, a própria mão de obra, enfim, como

você vê esses serviços, essa mão de obra, esses produtos hoje na capital?

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Ok. Brasília nesse aspecto de qualidade de atendimento e estrutura de restaurantes e bares esta

muito bem atendido. O que a gente volta é dizer que o que a gente deveria estruturar melhor é

essa parte hoteleira. Quanto ao transporte, falando de taxi eu acho que Brasília esta muito bem

organizada. Por ser uma cidade setorizada em cada setor que você vai você tem uma demanda

de taxi para te atender sem problema nenhum. Nesse aspecto acho que Brasília tem uma

maturidade de bares, restaurantes, para atender uma demanda turística nacional e ate mesmo

internacional.

E como você avalia o serviço, a mão de obra?

Olha, mão de obra em Brasília é diversificada, você tem gente aqui do Brasil inteiro. Então isso

acaba que não temos um padrão de mão de obra. Mas a gente vê por ai, pela qualidade de

sérvios, principalmente restaurantes e bares, que é um serviço que tem qualidade, então eu

entendo que seria questão lapidar os profissionais desse ramo, com curso de inglês rápido e

básico, ou coisas desse tipo, para eles estarem prontos para atender uma demanda

internacional inclusive.

Em termos de atrativos, atrativos turísticos, como você avalia. O que você acha desses

atrativos de Brasília?

Brasília tem seus atrativos que são os próprios museus, teatros muito bem estruturados. Eu acho

que quem vem a Brasília pela primeira vez se encanta, porque tem uma seria de opções para se

fazer. Diferentemente daquela Brasília que a gente vê pelas televisões que o foco é o congresso.

Então quem vem a Brasília e conhece a estrutura que tem Brasília de teatros, enfim, de peças, de

eventos eu acho que Brasília não deve nada a nenhuma outra capital.

Do ponto de vista de infra-estrutura, onde você vê que pode melhorar?

Infra-estrutura a gente logo liga com o transporte. Hoje a gente esta com varias obras de infra-

estrutura na malha rodoviária de Brasília e tem trago alguns transtornos a própria sociedade, a

gente vê isso diariamente. Eu acho que é questão de algum tempo para que isso se resolva

porque são obras que estão em andamento. Mas a rede hospitalar, emergencial e a malha viária

ficando completa acho que infra-estrutura para Brasília vai estar completo.

O que Brasília tem de diferencial, em sua opinião, com relação ao que têm de diferente

em relação aos demais destinos, as demais cidades, do Brasil mesmo, ou ate mesmo do

exterior. O que nos temos que ninguém mais tem?

Aqui em Brasília nos temos, a gente escuta muito isso, por ser setorizada é uma cidade

diferenciada. Tem seus setores muito bem organizado. Setor hoteleiro, setor dos bancos, então

isso é um atrativo. O céu de Brasília, sem falsa demagogia, é um atrativo também. O lago

artificial que todo mundo quer conhecer como que funciona. Eu acho que Brasília tem essas

características que os outros locais não tem e isso desperta curiosidade dos turistas.

Perfeito. Se nos imaginássemos um cenário dos próximos cinco anos, aqui, com relação ao

turismo você veria algo de estabilidade, crescimento ou declínio e por quê?

Olha, eu vejo crescimento na demanda turística de Brasília. Porque Brasília é uma cidade que

esta amadurecendo ainda. Ela tem cinqüenta anos. Então, vários projetos, nesse sentido, estão

sendo implementados. Então, a gente intente que haverá uma progressão no turismo em

Brasília, tanto turismo executivo, com várias empresas de grande porte se instalando em Brasília

e no entorno. Temos agora diversas atividades esportivas. Então a gente vê uma demanda

crescente muito grande de turismo aqui em Brasília. Acho que Brasília não esta estagnada e

nem decrescendo.

Você vê um perfil de crescimento. Do ponto de vista agora da Itapemirim, vocês que

comercializam e estão em Brasília há 24 anos. Como você avalia a comercialização de

Brasília, no caso da atuação da Itapemirim, se nós fossemos comparar a atuação da

Itapemirim em Brasília, com outros mercados, como São Paulo, Rio, Goiânia, como que

está essa relação?

Você diz de proporcionalidade?

Exato. Em termos de proporcionalidade da comercialização, ou do volume de negócios da

Itapemirim nesse destino e por que esta assim?

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São mercados, e a gente da Itapemirim, costuma analisar cada mercado individualizado. São

mercados totalmente diferentes. Você tem São Paulo que é um das maiores capitais do mundo,

então o ramo de negócios lá é muito grande. O Rio de Janeiro tem um apelo turismo, em razão

das praias, muito grande. Brasília tem essa ligação mais com o setor público. Então, assim, eu

não gosto de comparar muito porque nos estaríamos, vamos dizer assim, pormenorizando o

destino Brasília. Porque são cidades com volume de gente e número de apelos muito maiores

do que Brasília que esta aqui no centro oeste. Brasília e nordeste também, nordeste tem

também o apelo das praias e o turismo mesmo, de famílias. Então assim, se eu botar na balança,

vou falar que Brasília esta na média. Nos temos o top alto que seria Rio, São Paulo, nordeste e

Brasília esta no meio.

E dentro daqueles três modais, que você me explicou no inicio, a avaliação e atuação em

Brasília, da Itapemirim, ela comercializa mais o que?

Hoje a gente comercializa, sem sobra dúvida mais passagens.

Transportes de passageiros?

Transporte de passageiros.

Ta. Houve crescimento, declínio ou estabilidade na atuação da Itapemirim no DF em 2009.

Como foi?

Em relação a 2010?

É. Em relação a 2010 e 2008. Houve um crescimento, declínio ou estabilidade no ano de

2009?

No ano de 2009 nos tivemos um crescimento no DF. O ano de 2008 foi um ano atípico, foi um

ano muito bom, mas mesmo assim, comparando 2009 com 2008 nos tivemos um crescimento

considerado.

Ok. E com relação a essa atuação aqui no mercado de Brasília, quais são as oportunidades,

e as principais ameaças para o negocio da Itapemirim?

Eu acho que na verdade Brasília tem um comercio projetado. Ela tem um limite de faturamento

regional. E ai a Itapemirim esta focando muito no entorno também que é uma demanda muito

crescente, uma população economicamente muito ativa. Então a gente esta focando nesse

aspecto.

Essa seria uma oportunidade.

Seria uma oportunidade. O que mais nos preocupa com olhos, meio que negativos, é a

quantidade de transporte clandestino que ronda a região de Brasília e entorno, então, tem

muito transporte clandestino e isso é uma preocupação nossa porque há um desvio de receita e

a gente sabe que quando a empresa é clandestina não tem todos os recolhimentos, todos os

pro formes que nos temos. Então isso é um aspecto bem negativo.

A empresa pretende investir em Brasília, nos próximos cinco anos?

Sim, a Itapemirim sempre apostou no mercado de Brasília, tanto é que hoje a gente esta aqui

fazendo essa entrevista em uma estrutura totalmente remodelada, com investimentos de alguns

milhões de reais, foi inaugurada agora no final de 2009, nos também estamos fazendo aquisição

de carros novos que também tem um investimento muito alto para atender a demanda e

atender a qualidade a contento da população de Brasília.

Porque a empresa esta investindo em Brasília? Porque continuar investindo?

Porque a empresa acredita no mercado de Brasília. O mercado de Brasília é um mercado em

ascendência e é uma população que tem uma renda per capta considerável frente aos outros

estados da federação. Além de estar sempre crescendo. A gente tem visto vários investimentos

vindo para Brasília. Agora estamos reestruturando uma nova bilheteria na nova rodoviária de

Brasília. Então a gente esta investindo porque a gente acredita que Brasília esta em ascendência.

Não só acredita, mas como os próprios números já mostram.

Você tem alguma expectativa e algum número que mostra quanto à empresa vai investir

em reais em Brasília ou quanto em média se investe por ano? Ah algum parâmetro que

possa ser divulgado nesse sentido?

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Não eu não tenho em números concretos qual que seria o valor aproximado de investimentos

em Brasília, só posso lhe afirmar que são investimentos da ordem de alguns milhões de reais.

Ok. Do ponto de vista externo, das oportunidades e ainda das ameaças. Se você imaginar

que existe alguém querendo investir aqui em Brasília, para algum tipo de negocio de

turismo, quais seriam as principais oportunidades que você, visualiza, e não

necessariamente na sua área, transporte. Que tipo de negocio dá dinheiro em Brasília, em

sua opinião?

O que dá dinheiro em Brasília é focado na área de serviços. Quando eu falo em serviço eu to

falando da própria rede hoteleira, da própria rede de restaurantes, ate a própria estrutura de

transporte de Brasília. Então esses são assim, o nicho de mercado de Brasília. Acho que esses

três itens ai são totalmente envolvidos com o turismo e como Brasília esta crescendo nesse

aspecto seria, com certeza, promissores.

E quais as principais dificuldades no caso, o que o investidor, na sua opinião, tem que

passar, superar, e passar por cima para fazer as coisas darem certo? Existe algum tipo de

dificuldade que você acha que ele precisa superar que é típico da nossa cidade, da nossa

região?

Não se tratando de transporte, você diz no geral?

E podendo, inclusive, incluir transporte, no caso.

No transporte eu diria que seria nosso calo hoje o transporte clandestino, sem duvida nenhuma.

Agora quanto aos demais modais eu acho que o principal desafio de quem quer montar um

negocio em Brasília tem que mondar um negocio diferenciado. Para se destacar daquilo que já

existe. Então é montar um restaurante, vai ter que montar um diferenciado, porque Brasília já

tem uma rede de restaurante praticamente completo. Um hotel tem que montar diferenciado.

Acho que é basicamente isso. Não é bem dificuldade é mais sentimento de mercado.

Você acha que falta vontade e parceria com o poder público local para que esse tipo de

investimento, de negocio dê certo?

Não, eu acho que não. Brasília tem ai o projeto Pró DF e a gente esta aqui no setor de cargas e

a gente vê aqui, num dos trechos, varias placas do Pró DF que incentiva o médio, pequeno e

grande investidor a ter seu espaço e ter sua oportunidade aqui no DF.

Para fechar. Quais seriam suas sugestões para esses investidores que vão investir no DF no

turismo nesses próprios anos. No ponto de vista do investimento público, do governo, o

que falaria. Quais seriam suas sugestões do poder público no sentido de auxiliar os

investidores?

Certo. O poder público sempre pode agregar valor ao futuro investidor. Eu acho que a gente

poderia falar na questão dos impostos que seria diferencial. Na própria questão das áreas que

por Brasília ser setorizada, algumas áreas estão saturadas então abrir novas áreas de

investimentos e a questão de se abrir novas áreas para investimentos você tem que ter

estrutura. Estrutura de transporte público e hoje nos estamos carente nesse setor aqui, temos

vários problemas de transporte coletivo. Seria basicamente isso.

Do ponto de vista da iniciativa privada, ou seja, de um empresário mesmo, que tipo de

sugestão você daria? Além da que você já deu, né!

Olha, antes de mais nada, para implantar ou abrir um novo negócio aqui em Brasília ele tem que

fazer no mínimo uma pesquisa de mercado para entender qual o tipo de atividade mais

adequada. Mas eu diria que Brasília hoje, com exceção de alguns pontos de que eu sugeri, ela

esta totalmente preparada para atender o investidor.

Perfeito. Do ponto de vista do terceiro setor, das ONG você vê algum nicho, uma

oportunidade para poder somar a esses investidores. Você pode fazer algum tipo de

ligação?

É. As ONGs são sempre bem vindas e elas estão cada dia mais ganhando confiabilidade no

mercado. Hoje eu acho que as ONGs mais relacionadas ao meio ambiente, ao transporte

irregular de animais elas estão ganhando espaço e a empresa que tiver essa bandeira

juntamente com as ONGs será uma empresa ecologicamente correta, que tem projetos de

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sustentabilidade e daí a pouco tempo, na hora que o cliente for buscar um produto e ela for ver

o selo de ecologia, o selo de um ONG que esta de parceria com certeza ela vai optar por esse

produto porque tem esse diferencial na imagem.

Do ponto de vista de tudo isso que a gente conversou e dentro do negocio da Itapemirim,

como que é o impacto do turista quando chega aqui. Ou seja, vamos analisar de dois

lados: qual é a maior reclamação do turista e qual a maior alegria dele quando ele olha

para a cidade de Brasília. Vocês que transportam passageiros e que é o lugar que mais

acontecem negócios aqui?

É. Dessas imagens mais negativas, vamos tirar essa imagem negativa agora que é a rodoviária. A

estrutura da rodo-ferroviária a primeira imagem do turista quando chega ali é de abandono.

Mas estamos migrando para uma nova rodoviária com um aspecto totalmente inovador, e

integrado ao metrô, de frente a um shopping, enfim, eu acho que essa imagem negativa esta

por ai e vai fazer parte do passado. Eu acho que o turista com destino a Brasília ele vê uma

imagem e vai passar a ver, a partir do próximo dia dez, que nos estaremos com a nova

rodoviária, mais organização, limpeza e uma cidade modelo para se viver. Brasília tem uma

qualidade de vida fora do normal e as pessoas quando entram elas sentem isso. Muito verde,

muita organização, enfim. Eu acho que Brasília desperta os olhos do cliente nessa forma.

Ok. Você, quando fala Brasília, você se refere ao plano piloto e entorno, cidade satélite ou

apenas plano piloto?

Plano piloto e cidades satélites.

Ok. E para fechar de verdade. De ultima estância, se esse estudo tivesse que recomendar

alguma coisa para os novos investidores aqui nas atividades de turismo do DF, qual seria

sua principal diretriz, sua principal afirmação nesse sentido. O que é preciso considerar, o

que é importante considerar?

O investidor que quer montar um negocio em Brasília hoje é importante ele considerar a nova

roupagem de Brasília. Ou seja, o novo rumo que Brasília esta dando a partir desse cinqüenta

anos. O povo de Brasília é um povo muito exigente por qualidade se serviço. Então o

empresariado tem que levar muito em conta isso. Às vezes a gente contrata um serviço aqui e

de repente não somos correspondidos como gostaríamos de ser. Ou em razão de prazo, ou em

razão da qualidade de serviço. Então o investidor tem que estar muito antenado a isso. Qual

que é a expectativa que a população quer no serviço e focar nisso. Porque o brasiliense é muito

exigente assim como o povo sulista, assim como o povo do sudeste e cada vez mais a gente vê

essa exigência desse consumidor brasiliense.

Ai os investidores devem estar atento para isso?

Pra isso.

Ok. Queria agradecer muito sua participação. É muito importante pra a gente. Eu vou

então em nome da Universidade de Brasília e do centro de excelência em turismo,

agradecer e fico a disposição para o que quer que você precisa lá dentro da UNB, você

tem ai meus contatos. Eu vou interromper...