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BBrraassíílliiaa
JJuunnhhoo,, 22001100
Relatório produzido com base em
análise do discurso e conteúdo, relativo
a pesquisa qualitativa com Operadores
Nacionais.
EELLAABBOORRAADDOO PPEELLAA CCOOOORRDDEENNAAÇÇÃÃOO DDEE PPRROOJJEETTOOSS DDEE TTUURRIISSMMOO CCEETT//UUNNBB
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Ficha Técnica
Documento integrante do “Estudo para o Levantamento das Oportunidades de Investimentos para o
Setor de Turismo no Distrito Federal “
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser fotocopiada, gravada,
reproduzida ou transmitida sob qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento dos
autores.
SEBRAE/DF
Presidente – ANTONIO ROCHA DA SILVA
DIRETORIA EXECUTIVA
José Carlos Moreira De Luca
Maria Eulalia Franco
Rodrigo de Oliveira Sá
CONSELHO DELIBERATIVO
Banco de Brasília S.A - BRB;
Banco do Brasil S.A.- BB;
Caixa Econômica Federal - CAIXA;
Companhia de Planejamento do Distrito Federal - CODEPLAN;
Federação da Agricultura e Pecuária do Distrito Federal - FAPE/DF;
Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Distrito Federal - FACI/DF;
Federação das Indústrias do Distrito Federal - FIBRA;
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal - FECOMÉRCIO;
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal - SDE;
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE;
Universidade de Brasília - UnB
Equipe Técnica do Sebrae/DF
Maria Eulalia Franco
Fernando Neves dos S. Filho
Roberto Faria Santos Filho
Aparecida Vieira Lima
Giana Maria Gagno
Maria Auxiliadora Umbelino de Souza
Consultora Técnica: Regina Célia Xavier dos Santos
CET - UnB
José Geraldo de Sousa Junior
Reitor da Universidade de Brasília
Neio Lúcio de Oliveira Campos
Diretor do Centro de Excelência em Turismo
Domingos Sávio Spezia
Assessoria Técnica do Centro de Excelência em Turismo
Maria de Lourdes Rollemberg Mollo
Coordenação do Núcleo de Economia do Turismo
Cléssios Renato Silveira Celestino
Coordenação de Projetos de Gastronomia
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Ariádne Pedra Bittencourt
Coordenação de Projetos em Hotelaria
Elisângela Aparecida Machado da Silva
Coordenação de Projetos em Turismo
Karen Furlan Basso
Luiz Carlos Spiller Pena
Davi Bimbatti
Ana Rosa Domingues dos Santos
Analistas de Projetos em Turismo
Milene Takasago
Responsável Técnica do Projeto
Sara Poletto
Responsável pela Análise de conteúdo e discurso
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Índice
1. Apresentação 05
2. Metodologia 06
3. Análise 10
4. Considerações Finais
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5.Bibliografia 19
6.Anexos
6.1. Roteiro das entrevistas
6.2. Degravação literal das entrevistas
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Apresentação
O Projeto Estudo para o Levantamento das Oportunidades de Investimentos
para o Setor de Turismo no Distrito Federal está sendo executado pela Fundação
Universidade de Brasília (FUB), por meio do Centro de Excelência em Turismo
(CET/UnB), para fornecer ao SEBRAE-DF e ao Ministério do Turismo os resultados de
uma pesquisa direcionada a oportunidades de investimento em turismo no Distrito
Federal. As informações prestadas ao fim da execução desse projeto deverão subsidiar
novos investimentos e ações com abordagem clara e confiável das potencialidades
existentes em curto e médio prazo, organizadas em fichas técnicas e relatórios
analíticos.
O estudo das oportunidades de investimento no setor do turismo no DF foi
contratado segundo especificações técnicas que envolvem análise ambiental e setorial,
pesquisas quantitativas e qualitativas, estudos comparados e prospecções,
levantamento de dados secundários para construção de um cadastro de
empreendimentos atuantes no setor turismo; visitas técnicas a atrativos e
empreendimentos turísticos; entre outros.
O presente relatório diz respeito, porém, a uma área especifica do projeto, que é
relativa à pesquisa qualitativa, realizada através de entrevistas de profundidade com
uma amostra de 10 (dez) representantes das principais empresas/operadoras do
turismo nacional.
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Metodologia
A pesquisa qualitativa foi realizada junto a uma amostra de dez representantes de
algumas das principais operadoras de turismo e organizadores nacionais de turismo de
diferentes categorias (hotelaria, eventos, transportes). A pesquisa foi realizada por meio
de entrevistas em profundidade com o objetivo de avaliar a percepção desses agentes
com relação ao Distrito Federal como destino turístico.
Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, não se buscou coletar dados
quantificáveis apenas noções gerais, particularidades e interpretações individuais que
auxiliassem na identificação de possíveis investimentos, novos negócios, oportunidades
e ameaças para o turismo no DF, por meio da identificação da imagem do destino
turístico Brasília segundo a percepção dos entrevistados.
Dessa forma, o CET-UnB optou pela realização de entrevistas individuais, aplicadas
por meio de um roteiro pré-concebido e aprovado tecnicamente pela consultora
técnica do SEBRAE-DF, gravadas em áudio e transcritas literalmente de forma a compor
o corpus da análise de conteúdo.
Para a seleção dos entrevistados, foi adotado um plano de amostragem não
probabilística por conveniência, que permitiu selecionar representantes de operadoras
e organizadoras do turismo nacional de diferentes categorias com objetivo de coletar
informações relevantes ao estudo, que considerasse uma gama diversa de percepções,
de acordo com as especificidades de cada categoria que integram o setor turismo.
A lista de empresas e representantes aprovada pelo SEBRAE-DF, no entanto,
precisou ser adapatada durante o processo de agendamento das entrevistas devido
à necessidade de dar prioridade às empresas que aceitaram participar da pesquisa no
período reservado para sua execução, não comprometendo o prazo de encerramento
do Projeto.
Importa destacar que na amostra foram consideradas empresas que comercializam
o DF e empresas que não o comercializam com o objetivo de compreender as razões
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para tal. Essa identificação trouxe à pesquisa informações muito ricas para o Estudo de
Oportunidade de Investimentos em Turismo uma vez que permitiram identificar alguns
entraves para a comercialização do destino Brasília no país e no exterior.
A listagem inicial envolvia o seguinte perfil de amostra e unidades amostrais:
- 2 operadoras nacionais. Uma que opera e outra que não opera Brasília, entre as
maiores do país (por exemplo: CVC, TAMVIAGEM, BANCORBRAS, BBTUR)
- 2 companhias aéreas entre as maiores que operam Brasília, sendo uma nacional e
outra internacional (por exemplo: TAM, GOL, VARIG, TAP, AA/DELTA airlines)
- 2 grandes locadoras de veículos (por exemplo: LOCALIZA, HERTZ entre outros)
- 2 representantes de grande Rede Hoteleira (por exemplo: MELIA, ACCOR, ATLÂNTICA
HOSTEL, SONESTA entre outros)
- 2 grandes captadora/organizadora de eventos. Uma que comercialize Brasília e outra
que não (por exemplo: Reed Exhibitions Alcantara Machado – REED, HOFFMANN entre
outros).
A partir desta lista, o CET/UnB contactou e agendou dez entrevistas com agentes
desses empreendimentos, levando em consideração a atuação das empresas em seus
respectivos setores e a composição de uma coleta qualitativa representativa.
Embora o SEBRAE-DF tenha recomendado identificar, preferencialmente nessa
ordem, os representantes do Departamento Comercial, do Departamento de Marketing
e da Assessoria de Imprensa (Relações Públicas), foi necessário entrevistar outros
profissionais, identificados como os responsáveis por planejar , executar, projetar e
controlar as metas e estratégias comerciais do empreendimento, mantendo o objetivo
da análise.
Identificar e agendar uma entrevista com esse profissional, especificamente, foi uma
das principais dificuldades enfrentadas pela equipe do projeto. Em algumas empresas o
profissional procurado integrava um departamento distinto dos selecionados, como na
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Rede Accor, por exemplo, onde foi-nos recomendado entrevistar o diretor do
departamento de Desenvolvimento de Novos Negócios.
O CET-UnB também encontrou dificuldade com relação à resistência e desconfiança
por parte das empresas contatadas em ceder informações e participar de entrevistas
gravadas. Porém, por meio de um processo formal e burocrático de aproximação com
os setores estratégicos das empresas listadas, as pessoas alvo foram contatadas e
sensibilizadas para o Estudo, principalmente devido à articulação e o apoio direto de
seus assessores.
A conciliação da agenda dos entrevistados com a agenda de execução do projeto
também foi alvo de desafios a serem superados para a realização dessa pesquisa.
Mesmo diante de um agendamento prévio (com dias de antecedência), em muitos
casos não foi possível encontrar uma data que conciliasse o prazo que tínhamos para a
realização da coleta com a agenda do empresário, sendo necessário substituí-lo.
Segundo os pesquisadores que realizaram a coleta, a realização das entrevistas
obteve maior sucesso quando o entrevistado havia compreendido os objetivos da
pesquisa, as razões pelas quais havia sido convidado e o breve roteiro de perguntas.
Isso se repetiu nos casos onde o agendamento havia sido feito com maior
antecedência. As entrevistas agendadas com poucos dias de antecedência em relação a
sua aplicação, segundo os pesquisadores, foram mais difíceis em termos de coleta de
dados qualitativos.
Grande parte da coleta (70%) foi realizada presencialmente em São Paulo (SP), entre
o dia 12 a 16 de abril de 2010, sendo o restante coletado em Brasília, compondo a
seguinte amostra:
1. Rede Atlântica - Hotelaria
Administradora hoteleira independente multimarcas da América do Sul com sede
em São Paulo e com empreendimentos em 40 cidades brasileiras, entre elas Brasília.
Possui mais de 11 mil apartamentos em mais de 70 hotéis, nas categorias
Econômico (Go Inn), MidClass (Sleep Inn, Comfort e Park Inn), Superior (Comfort
Suites, Quality, Park Suites), Luxo (Clarion – Four Points e Radisson) e Resorts. A
administradora ainda oferece para os hotéis que não possuem bandeira
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internacional e querem operar com seu padrão de qualidade, a bandeira Atlantica
Collection, aplicável a todas as categorias.
2. Rede Accor – Hotelaria
Empresa francesa com mais de quatro mil hotéis distribuídos pelo mundo, que tem
investido agressivamente no Brasil e em outros dois mercados emergentes (China e
Índia). Para ampliar a participação no mercado nacional, o grupo tem buscado
investidores para a construção das unidades hoteleiras, deixando a administração a
cargo da Accor. Atualmente opera 143 hotéis no Brasil, de um total de 180 em toda
a América Latina, empregando cerca de 6.800 pessoas diretamente. A rede Accor
trabalha com seis bandeiras de hotéis: Fórmula 1 (10 empreendimentos no país),
Ibis (49 empreendimentos), Mercure (68 empreendimentos), Novotel (12
empreendimentos), Pullman e Sofitel (4 empreendimentos). As três primeiras são
voltadas para um público corporativo econômico, enquanto o Pullman tem porte
cinco estrelas e o Sofitel é o padrão mais luxuoso.
3. Mobility on Line – Transportes
Central que integra diversas empresas locadoras de veículos com ampla
distribuição/ atendimento em todo o território nacional. Criada em maio de 2000, a
Mobility foi a primeira empresa a reunir em um só lugar locação de carros,
motocicletas, motorhomes, limousines e veículos Prestige – modelos conversíveis e
esportivos de luxo. Graças a parcerias firmadas com as principais locadoras de
carros do mundo – Avis, Budget, Hertz, Europcar, Dollar, Alamo, Sixt, Elite e outras –
a Mobility trouxe para o mercado brasileiro um conceito novo: o best-offer, que
possibilita pesquisar preços de todas as principais locadoras nacionais e
internacionais, considerando seguros e taxas obrigatórias, por telefone ou internet.
Mais de 3 mil agências de viagem, centenas de empresas e particulares, a Mobility
trabalha com as melhores locadoras, todos os tipos de veículos e uma variada
oferta de serviços.
4. Transportadoras União, Piracicabana e Princesa do Norte - Transporte
Rodoviário Nacional
Empresas pertencentes ao Grupo Reunidas (Empresas Reunidas Paulista de
Transportes Ltda), uma das maiores empresas de transporte rodoviários do estado
de São Paulo, que percorre varias cidades entre os estados de São Paulo, Rio de
Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins. A Reunidas executa o transporte
rodoviário de passageiros em linhas regulares ou em fretamentos turísticos, além
de transportar encomendas.
5. Itapemirim - Transporte Rodoviário Nacional
A Viação Itapemirim está presente em todo o território nacional, atuando em 70%
dos estados brasileiros abrange mais de 85% do território nacional, interligando 21
estados e rodando mais de 28 milhões de quilômetros por mês em linhas de curta,
média e longa distâncias. Opera com uma frota de aproximadamente 1.300 ônibus
e atende cerca de 2.000 localidades.
A cada 300 quilômetros, em média, conta com um ponto de apoio, com refeições,
lanches, sanitários e com serviço de hotelaria. A Viação Itapemirim mantém o
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Programa de Qualidade dos Pontos de Apoio (PQPA), que garante a qualidade dos
restaurantes e pontos de apoio com os quais mantém parceria. Por esse
programa, a empresa avalia itens que vão desde a limpeza de banheiros até o
preço e qualidade das refeições. Além disso, a Itapemirim também oferece em
vários desses pontos de apoio a promoção Refeição Mais, que permite descontos
em vários produtos de alimentação. Nos pontos em que a Refeição Mais é
oferecida, há cartazes informando sobre a promoção. Temos aproximadamente
1200 Agências de Vendas de Passagens, abrangendo a maioria das cidades
atendidas e interligando o País de norte a sul.
A Linha Direta Itapemirim atende todos os dias cerca de 2.500 clientes, com picos
de cerca de 5.000 ligações por dia.
6. TAP Portugal - Cias. Aéreas Internacionais
A TAP Portugal é a companhia aérea Portuguesa líder de mercado e membro da
Star Alliance desde 14 Março de 2005. O seu Hub em Lisboa, plataforma
privilegiada de acesso na Europa, na encruzilhada com África, América do Norte e
do Sul. A Rede da TAP, líder na operação entre a Europa e o Brasil, cobre 64
destinos em 30 países a nível mundial.
Operando em média mais de 1.850 voos por semana, a TAP dispõe de uma
moderna frota de 55 aviões de fabrico Airbus, mais 16 ao serviço da PGA, sua
companhia regional, totalizando 71 aeronaves. Prosseguindo uma orientação
prioritariamente direccionada para o Cliente, a TAP investe continuamente em
inovação e na utilização das Novas Tecnologias.
No Brasil, a TAP opera em várias cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro,
Salvador e Brasília com destino a Lisboa e outros destinos da Europa, além da
parcerias com grandes redes de hotéis, transportadoras, como também outras
Companhias aéreas.
7. Azul - Companhias Aéreas Nacionais
O mapa do Brasil, estampado na cauda das aeronaves, simboliza o desejo de servir,
de aproximar e apresentar aos brasileiros, sem escalas, uma nova fase na história do
transporte aéreo do país.
A Azul começou a voar no dia 15 de dezembro de 2008, inicialmente ligando
Campinas a Porto Alegre e Campinas a Salvador, em frequências diárias, sem
escalas. Hoje a nova companhia aérea conecta 20 destinos: Campinas, Porto Alegre,
Curitiba, Maringá, Navegantes, Florianópolis, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo
Grande, Vitória, Salvador, Recife, Maceió, Fortaleza, Natal, Manaus, Goiânia, Porto
Seguro, São Paulo e Cuiabá. Com as linhas de ônibus, são 24 as cidades conectadas
pela Azul. A companhia é a única cuja frota é composta exclusivamente por jatos
100% brasileiros, os modernos E-Jets fabricados pela Embraer. Atualmente a Azul
conta com uma frota composta por 15 aeronaves Embraer 190 e Embraer 195.
Outras seis aeronaves Embraer 195 serão entregues este ano.
O planejamento de frota da companhia prevê a entrega de novas aeronaves ao
longo de três anos, chegando a 42 unidades no final de 2011 e 78 ao final de 2013.
Com apenas um ano de funcionamento a empresa hoje tem sua marca de 3
milhões de pessoas transportadas e em junho chega à Brasília e até 2012, a
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companhia deverá servir as principais cidades brasileiras, com uma frota de jatos
Embraer 190 e Embraer 195.
8. Bancorbrás - Operadoras Nacionais
Criada por funcionários aposentados do Banco do Brasil e do Banco Central, atua
nas áreas de consórcio, seguro e turismo. Líder de mercado e referência na
América Latina. São cerca de 4.000 hotéis conveniados no Brasil e no Exterior. Com
mais de 120 mil títulos, os clientes Clube utilizam mais de 600 mil diárias por ano.
Atua tanto como agência de viagens, quanto como operadora, na idealização de
pacotes com alternativas em excursões, transportes e hospedagens.
9. MGM Operadora
A MGM Operadora Turística é uma referência na área de vendas de pacotes
nacionais e internacionais, com milhares de clientes e fornecedores no Brasil e no
mundo. Foi fundada há 12 anos e neste tempo reuniu uma equipe altamente
especializada que utiliza tecnologia de ponta voltada ao turismo. A MGM é a
operadora de turismo que mais cresce no país. Em 2008 e 2009, foi escolhida entre
melhores operadoras de pacotes nacionais no prêmio Melhor da Viagem.
Os clientes contam com opções de pacotes turísticos, hotéis e passeios, como
também setores específicos para atender congressos, shows, grupos, viagens de
negócios, de aventura e exóticas.
10. Reed Exhibitions Alcantara Machado - Captadora/Organizadora de
Eventos
A Reed Exhibitions Alcantara Machado, uma das principais marcas mundiais do
setor, foi constituída a partir da joint venture entre a Reed Exhibitions, principal
marca mundial do mercado de feiras de negócios, que organiza em torno de 500
eventos, em 38 países, e a Alcantara Machado, maior empresa de eventos da
América Latina.
A parceria visa aperfeiçoar a qualidade dos serviços prestados aos públicos
expositor e visitante/comprador; estipular política de marketing mais agressiva nos
mercados nacional e internacional visando atrair mais expositores e compradores
de praças estratégicas; potencializar banco de dados, tendo acesso a novas
informações sobre expositores e visitantes/compradores de várias partes do
mundo; além de ampliar a rede de informações entre as empresas (exemplo: a Reed
possui 39 escritórios em diferentes continentes).
Com essa união, a Reed Exhibitions Alcantara Machado passou a ter um calendário
diversificado, constituído por mais de quarenta eventos, anuais e bienais, que
cobrem a maior parte dos segmentos econômicos - automotivo, agronegócios,
construção, beleza, energia, embalagem, imagem, imobiliário, manufatura,
mecânica, plástico, saneamento e meio ambiente, segurança, transporte e logística,
têxtil e turismo - e atraem compradores de mais de 100 países de todos os
continentes. Nos anos ímpares são ao todo 700 mil, e, nos anos pares, esse número
salta para milhão, entre brasileiros e estrangeiros. Já a quantidade de expositores
ultrapassa 5 mil empresas/ano, de várias partes do mundo.
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Análise
“O discurso é uma prática, uma ação do sujeito sobre o mundo. Quando
pronunciamos um discurso agimos sobre o mundo, marcamos uma posição. Sujeitos
falam de um lugar social” (Fernandes, 2005).
Analisar entrevistas implica no reconhecimento de que se está realizando a cada
segundo uma releitura, uma resignificação, como diria Geertz. “Começamos com as
nossas próprias interpretações do que pretendem nossos informantes, ou o que
achamos que eles pretendem, e depois passamos a sistematizá-las” (GEERTZ, 1978,
pág.25).
Nesse sentido é imprenscindível reforçar que a primeira e constante busca do
cientista é - uma vez reconhecendo que não conseguimos manter a neutralidade –
estar em constante vigilância epistemológica, ou seja, se manter alerta ao seu lugar de
fala, a sua posição social, acadêmica e cultural, para que elas interfiram o mínimo
possivel nas análises a serem realizadas (Barchelard, 1996).
Dessa maneira, reconheço aqui minha identidade de cientista social,
Antropóloga, professora universitária e consultora de processos participativos antes de
iniciar o processo que se segue, afinal como lembra Foucault (2005), o que define, de
fato, o sujeito é o lugar de onde fala. “Não importa quem fala, mas o que ele diz nao é
dito de qualquer lugar” (Foucault, 2005). No mesmo sentido, faz-se importante
reconhecer que nossos entrevistados são representantes de grandes empresas, com
atuação nacional e internacional e investidores em potencial. Alguns nunca estiveram
em Brasília, enquanto outros operam diretamente o destino e vivem na cidade.
Ressalto, também, que a aplicação das entrevistas em profundidade foram realizadas
por outros profissionais, dentro do roteiro pré estabelecido que encontra-se anexo
nesse documento.
A presente análise tem como o ponto focal, reconhecer as colocações
elucidadas sobre três questões centrais, a saber:
1. O que os investidores procuram no Distrito Federal?
2. O que há de mais impactante para compor o setor de turismo no Distrito
Federal?
3. Quais são as principais deficiências para o setor do turismo no Distrito
Federal?
Essa questões abarcam diversas categorias e subcategorias envolvidas com a
análise setorial e todas transitam pelas falas e, também, nesse relatório. São elas:
- meios de hospedagem;
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- Agências de turismo;
- Serviços de alimentação;
- Espaços, infra-estrutura para realização de eventos;
- Transportadoras turísticas;
- Empreedimentos de lazer;
- Serviço de transporte;
- Outros serviços
O relatório aqui subscrito traz uma leitura realizada através das falas de
representantes de operadoras e organizadoras do turismo nacional de diferentes
categorias a cerca de Oportunidade de Investimentos em Turismo no Distrito Federal. O
objetivo nessa etapa do trabalho foi dar voz a alguns personagens que vivenciam o
turismo como possibilidade de empreedimento em nosso país.
Essa amostra pretende ser representativa e assim pode-se afirmar que “quando
um discurso é proferido, ele já nasce filiado a uma rede tecida por outros discursos
com semelhantes escolhas e exclusões” ( Indursky e Ferreira, 2005). A fala sempre
reflete uma visão de mundo determinada, necessariamente vinculada à dos seus
autores e ao seu meio cultural. Como lembra Brandão (1993), “o sujeito nao é origem,
a fonte absoluta do sentido, porque na sua fala, outras falas se dizem”.
A Universidade de Brasília, através de seus pesquisadores, se comprometeu com
os entrevistados que suas identidades seriam mantidas em sigilo. Dessa maneira, faz-se
necessário informar que não são apresentados nomes ou qualquer informação ao final
das citações literais utilizadas.
Para dar início a sistematização das falas e discursos trazidos aqui por nossos
informantes, utiliza-se a teoria da análise de conteúdo, buscando sistematizar
estatísticamente os discursos, analisando numericamente a frequência de determinados
termos e referências que geram uma espécie de mapa mental, no qual todas as idéias
centrais presentes nos discursos se fazem vizualizar :
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Parece ser difícil pensar em Brasilia como um destino turístico propriamente
dito, uma vez que o país alimenta fortemente a imagem do turismo de sol e praia, além
de um turismo histórico cultural, no qual Brasília não estaria tão claramente envolvida.
O fato de falar da Capital Federal do país, atrai o que nossos entrevistados
chamaram de Turismo de negócios, business, eventos corporativos. Dentro desse mote
também assistimos a possibilidade de um desenvolvimento e aperfeiçoamento do
turismo cívico, que está solicitando guias especializados e que estejam prontos para
um atendimento internacional.
Consciente de que na medida em que retira-se de um discurso fragmentos e
insere-se em outro discurso, fazemos uma transposição de suas condições de
produção (Brandão, 1993), opta-se por elucidar todo o relatório com trechos retirados
das entrevistas degravadas.
“Brasília foi criada pra ser sede do Governo Federal, então, ela
não foi criada pra ter praia, não foi criada pra ter lago, não foi
criada pra ter campo, não foi criada pra ter piscinão(...) Lá você
vai ter o destino Business Federal, destino política (...) acho que
ninguém acorda de manhã numa sexta-feira, pega a esposa, a
patroa e fala: „Pô, acordei com vontade de ir pra Brasília, vamos
lá pra Brasília namorar, vamos curtir Brasília no final de semana‟.
Acho que é completamente diferente, eu acho que esse é o
propósito de Brasília: não é pra ser o sonho de consumo de
passar final de semana, de família, de tudo isso.”
Observa-se paralelamente ao reconhecimento da potencialidade do destino
para o turismo de negócios, um canal para investimento no viés histórico, com o intuito
de se reforçar o que vários chamaram de “patriotismo do brasilieiro” e ampliar os
conhecimentos sobre a história do país, bem como a construção da Capital Federal.
“(...) a grande atração é a cidade, eu creio que os roteiros
voltados para a arquitetura, para a cultura, para apreciação do
que significou esse último meio século no Brasil, são um dos
pontos fortes de atração turística da cidade de Brasília”.
“Acho que Brasília tem que se posicionar justamente do
jeito que ela está, com uma forcinha maior pra um turismo
histórico, um turismo da história do governo brasileiro, da
história dos monumentos, da importância de um parlamento
(...)”
“(...) é uma capital federal, são os destinos cívicos, são os
destinos públicos, toda magia que tem por trás disso (...) acho
que isso é pouco explorado. Você vai em qualquer lugar, você
nos Estados Unidos quer ir conhecer a Casa Branca, você vai
conhecer a Casa Rosada, na Argentina (...)”
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Apresentar Brasília como Capital Federal é a força maior de visibilidade do
destino, assim como o planejamento estratégico da cidade e sua arquitetura
diferenciada. Esses seriam os fatores que tornam a cidade competitiva a nível nacional,
mesmo que a comparação direta não seja, mais uma vez, com as ofertas de sol e praia
existentes no país.
Interessante pontuar que esteve muito forte nas falas o fato de Brasilia ser um
local de distribuição, lançamento e apreciação de música e arte. A indicação para a
necessidade de lançamento de novos roteiros - diurnos e noturnos - envolvem
justamente essas atividades, que seriam capazes de manter o turista por mais tempo
no destino. Operadoras de turismo nao conseguem propor roterios que mantenham o
turista mais de um dia na cidade.
“ É um pacote que realmente não tem retorno, por conta
de, falta em Brasília algo que chama a atenção pras pessoas
virem pra cá. Só o fato de ser a capital, hoje acredito que não é
mais. Então as pessoas passam por aqui, visitam ali rapidinho, o
coração, e vão embora no final do dia.(...) Então, quer dizer, elas
não vão se hospedar, elas não gastaram com restaurante, elas
simplesmente passaram por aqui”
“(...) Porque não o Festival de Brasília? O Festival de
Cinema de Brasília? Quer dizer, Brasília tem uma característica
cultural que eu acho que deveria ser explorada e ser
potencializada pra fora do Brasil inclusive, né, quer dizer, de se
criar um grande centro, né, enfim. Eu apostaria muito forte na
cultura em Brasília, porque eu acho que é um nicho fantástico”
Mesmo sendo vista como uma cidade bonita, segura, interessante no quesito
arquitetônico e histórico, não consegue atrair o Brasileiro para um período maior de
permanência. Uma das apostas de nossos entrevistados é de que a Secretaria e
Ministério do Turismo aprofundem a divulgação do destino, com a criação e veiculação
de materiais informativos e ilustrativos sobre as novas e diferentes oportunidades de
roteiros existentes na Capital Federal do país. A principal idéia é que ambos tenham
atenção em dar visibilidade a criação de novas atividades de lazer dentro da cidade,
durante o dia e noite - como a possibilidade de usufruir do lago Paranoá para
realização de esportes ou passeios, a promoção de shows, peças de teatro com artistas
nacionais e internacionais – para que o turista possa começar a ver Brasilia como um
local de descanso e lazer, além de conhecimento histórico e cultural.
O processo de divulgar o destino não se resume a roteiros internos, mas
também, ao reforço de locais que se encontram próximos, como é o caso da Chapada
dos Veadeiros, Pirenópolis e entorno de Brasília, no qual haveria o apelo para o
ecoturismo. O chamado é para que essa divulgação aconteça em todo país, em
aeroportos, hotéis, operadoras, sites, através de folders, vídeos, propagandas, entre
outros.
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“eu não vejo(..) uma propaganda de Brasília fora daqui.
(...)Eu nunca vi na televisão, eu estando fora de Brasília, ou num
outdor, ou numa revista, as pessoas chamando pra vim pra
Brasília”.
“Se você quiser agregar um pouco mais, né, as pessoas,
por exemplo, descerem lá e conhecerem a cidade e depois de 3,
4 dias, pegarem um ônibus e irem pra Chapada dos Veadeiros,
irem pra Pirenópolis, irem pro entorno de Brasília, pra desfrutar
de recursos naturais que a região oferece, você teria uma
permanência ai de 6 dias, por exemplo”.
Pelo fato de não ter, em palavra de nossos entrevistados, “lazer definido”,
Brasilia se configura como destino Business e, por essa razão não realiza concorrência
direta com Salvador, Rio de Janeiro, Pantanal, Amazônia, Foz do Iguaçu, entre outros
destinos de “lazer” do país. Retoma-se a caracterização de Brasília como local de
“negócios” para destacar um ponto apresentado por todas as pessoas aqui ouvidas, a
saber, a infra-estrutura hoteleira da cidade.
O investimento na área hoteleira parece ser imprescindível para a Capital
Federal do país, na visão dos representantes de operadoras. É importante ressaltar que
as únicas pessoas que disseram avaliar positivamente esse serviço na cidade,
reforçaram nao conhecê-la, mas apontam que já ouviram falar bem das acomodações.
Por outro lado, obervamos um questionamento quanto ao fato de não ter
acomodações suficientes para atender uma possível demanda de turistas que venha
conhecer a cidade e seu entorno.
“Hoje pra o corporativo, pra parte de eventos, ela fica
lotada a semana toda. Então acho que esquecem da parte do
turismo, né? Então ah, porque está tudo lotado, porque que a
gente vai fazer alguma coisa diferente?”
O contraponto parece se estabelecer entre um real interesse de receber uma
demanda diferente da Business, ou seja, voltada para o turismo de lazer, cultural e
histórico. As operadoras que vendem os eventos falam da dificuldade de se acomodar
outros turistas quando acontece alguma conferência maior na cidade, já que nao
existem vagas. Uma vez que estamos falando até agora de um turismo nacional, todos
avaliaram que Brasilia, não estaria pronta para atender uma demanda internacional.
“Nenhuma cidade brasileira está pronta com exceção de
São Paulo pra atender uma demanda internacional, nenhuma
cidade.”
“(...)Não temos essa infra-estrutura, não adianta, você não
tem rua, você não tem rodovia, você não tem aeroporto, você
não tem porto, você não tem nada estrutural pra isso, então o
que é uma pena. É, então acho que hoje nenhuma cidade,
Brasília especificamente, não está preparada por aeroporto, por
comunicação com o segundo idioma, a própria oferta hoteleira
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da cidade de Brasília ela tem poucas bandeiras internacionais
onde o gringo tem uma segurança, um reconhecimento maior,
é... É muito difícil você viajar internamente no Brasil. (...) eu acho
que não é um problema específico de Brasília, acho que é um
problema hoje nosso de não ter, não estar pronto pra atender
com qualidade e com profissionalismo essa demanda
internacional.”
Os serviços de recepcão ao turista não são vistos como adequados para acolher
o turista estrangeiro. Alimenta-se a visão de que o turista brasileiro é mais maleável e,
por viver aqui, compreende a demora nos atendimentos, as estradas ruins, a falta de
capacitação dos profissionais, entre outros. Nos hotéis, restaurantes, taxis não se fala
outra lingua, diferente do português. Nos roteiros não existem guias que possam se
expressar em outra língua ou mesmo que estejam tempo integral no local.
“Eu sou daquela que faço todos os passeios cívicos, levo
as pessoas pra conhecer pontos turísticos, e eu fiquei assim
decepcionadíssima. Esse final de semana mesmo eu cheguei ali
no final do eixo monumental, e, perto do Panteon da liberdade
ali. Então estavam arrumando, acho que mexendo lá, fazendo
alguma coisa, e as pessoas não tinham o cuidado de esperar os
turistas visitarem. (...) Mexendo com obra, a pessoa limpando lá
e jogando água em todo mundo. Então não tem, não tem uma
estrutura pra receber um turista de fora. Estrangeiro acho que é
pior, você não vê um guia, uma pessoa, assim, nos locais que
possam estar atendendo(...)”
“Cardápios em inglês, concierge de hotel falando em
inglês, taxista atendendo em espanhol, enfim, vai ser necessário
adequar a oferta de serviços para um público que tende a
começar a chegar.”
“(...)Na minha cabeça eu não consigo dissociar
investimentos em infra-estrutura com capacitação da mão de
obra pra poder atender essa demanda especificamente no
turismo, seja com taxista, seja com o concierge do hotel, seja,
enfim, no atendimento no aeroporto, nos restaurantes, e por aí
vai.”
A capacitação de mão de obra local, capacitação humana para atendimento ao
turista, desde o aeroporto, até os hotéis, restaurantes e pontos de visitação são
questões elucidadas a todo momento. Nesse caso, inclusive um dos representantes que
não conhece a cidade mas vende o destino Brasilia, colocou que a avaliação de seus
clientes foi de serviços falhos.
Mesmo sendo muito forte a necessidade de investimento em treinamento de
pessoal e na construção de hotéis na cidade, a última é vista como foco de maior
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dificuldade pelos investidores da área, uma vez que os terrenos na Capital Federal são
super valorizados e o retorno financeiro muito demorado.
“(...) valor do terreno hoje disponível é muito caro. Então a hora
que você for fazer a conta da viabilidade financeira de fazer um
investimento hoteleiro, não fecha a conta, quer dizer, você não
vai conseguir ter índices de taxa de retorno de 15 a 20% ao ano,
e daí não tem como você convencer o investidor a colocar 40,
50 milhões num prédio que ele não vai ter taxas de retorno de
no mínimo 12% ao ano, quer dizer, não dá.”
O transporte público coletivo também é apontado como fator limitande que
dificulta a venda de roteiros na capital e deveria ser investimento do Governo Federal.
Por outro lado, avaliam que o investimento em empresas de locação de veículos é uma
garantia de lucratividade. Como a cidade já passa por momentos do dia com
engarrafamentos, apontam que o ideal seria disponibilizar para os turistas transportes
coletivos de qualidade e que garantam agilidade e segurança no deslocamento.
O terceiro setor é vislumbrado como uma das possiblidades de se capacitar
mão de obra, juntamente com SEBRAE e Secretarias de Turismo. A criação de projetos
na área cultural e esportiva, são apresentadas como meios interessantes de inclusão
social, de criação de um ambiente mais seguro e, até de conscientização em relação ao
turismo local e de oxigenação de mão de obra qualificada.
A Capital Federal do país significa, segundo os operadores aqui ouvidos, uma
interessante potência no que diz respeito a investimentos para a infra-estrutura que
garante a manutenção e desenvolvimento de uma boa atividade turística. Todos os
pontos levantados por eles como deficientes são, ao mesmo tempo, ricas e reais
possiblidades de investimentos para os próximos cinco anos. Embora todos tenham
feito referência a copa do mundo e olimpíadas, reforçaram que nenhum evento de 30
ou até 60 dias garante rentabilidade suficiente para manter um negócio.
Essa questão merece destaque para que fique clara a intenção de investimento
real em Brasília como destino turístico. Mesmo apontando uma dificuldade de ação
devido a burocracia ou super valorização dos terrenos – quando falamos na construção
dos hotéis -, o mercado parece ser bem favorável e todos acreditam no crescimento
dele. O turismo de negócios pode ainda ser reforçado e andar ao lado de novos
convites para o turismo cultural, histórico, civico, ambiental e de lazer.
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Considerações finais
Aproveitar o status de uma Capital Federal é instigar os brasileiros e, também,
estrangeiros a permanecer nela por mais tempo, a compreender sua construção e ter
curiosidade em explorar seu entorno. O desafio maior parece mesmo criar novos
roteiros e atividades constantes que envolvam o lazer, atividades culturais, ambientais e
esportivas. Espera-se que esse viés seja divulgado para que cada pessoa tenha
curiosidade em conhecer Brasília, para explorar e reforçar a gastronomia, a cultura e a
história, apontados como imagens positivas já consolidadas do destino.
A copa do mundo e as olimpíadas são vistas como possíveis impulcionadores
do crescimento esperado, mas nunca como foco primeiro de investimentos. Esses
momentos seriam propícios para, principalmente o poder público investir na
divulgação do destino, em transporte público e capacitação de pessoal, que seriam
questões essenciais para insentivar o retorno desses turistas ao país e a Brasilia
especificamente. A construção de novos hotéis, de categoria superior e econômica,
parecem estar aguardando um momento de incentivo local e ou federal.
Interessante perceber como o destino Brasília pode ter uma dupla inserção no
cenário turístico, por assim dizer. Explica-se reforçando que a cidade de Brasília em si é
vista como local de cultura, história, turismo cívico, de negócios e com uma grande
possibilidade de “criar, produzir” roteiros de esporte e lazer no lago. Por outro lado, o
seu entorno é um forte chamariz para o ecoturismo e, também, turismo histórico
cultural, com as cidades de Pirenópolis, Chapada dos Veadeiros, entre outros.
Brasília é vislumbrada como local de crescimento, de investimentos, de
divulgação e exportação de cultura, de Business, de lazer, de história, de ecoturismo.
Para a consolidação desses espaços, enxerga-se a necessidade de melhoria no
atendimento ao turista - em hotéis, restaurantes, nos atrativos - , de ampliação no
número de leitos disponíveis na cidade - seja em categoria superior, seja econômica -,
de capacitação bilíngue para atendimento a uma possível demanda internacional, de
criação de roteiros de lazer diurnos e noturnos e, talvez a fala mais recorrente entre as
ditas seja, a de produzir materiais de divulgação sobre o destino e seus atrativos e
veicular em todos os meios possíveis de acesso aos brasileiros e estrangeiros vistos,
ambos, como turistas em potencial.
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Bibliografia
BRANDÃO, Maria Helena. Introdução a análise do discurso. Ed 2ª. Campinas, SP: Ed da
Unicamp, 1993.
BACHELARD, Gaston. A Formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto,
1996..
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Ed 7ª. Tradução de Luiz Felipe Neves. Rio
de Janeiro: Forense Universitária, 2005.
GEERTZ, Clifford. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Editora Guanabara,
1978.
INDURSKY, Freda e FERREIRA,Maria Cristina (Org). Michel Percheur e a análise do
discurso: uma relação de nunca acabar. São Carlos: ClaraLuz, 2005.
LE GOFF, Jacques. História e memória. Tradução de Bernardo Leitão et al. Ed 2ª.
Campinas: Unicamp, 1992.
PERCHEUX, Michel. Línguas e instrumentos linguísticos. Campinas: Pontes, 1999.
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Anexos
6.1 Roteiro das entrevistas
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6.2 Degravação das entrevistas
Atlantica Hotels
Entrevista nº 1 – Realizada em São Paulo - SP
Data: 12/04/2010 – 16:40h
Entrevistador: Davi Bimbatti
Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida
(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo
(!!) Interrupções
Eu queria que você reiterasse pra mim o teu nome e o teu cargo que você ocupa aqui na
empresa.
Bom, primeiro eu espero poder agregar pra esse, pra essa pesquisa, pra esse trabalho, pra poder
ajudar a universidade, o Ministério do turismo e o SEBRAE a analisar esse mercado hoteleiro e
imobiliário, principalmente de Brasília. Eu sou diretor do movimento da Atlântica Hotels, nós
somos uma empresa de administração hoteleira, estamos no Bra... estamos operando a 12 anos,
temos hoje 72 empreendimentos em operação no Brasil no qual nós administramos, nós somos
uma empresa prestadora de serviço, nós somos uma empresa patrimonial, ou seja: desses 72
empreendimentos que nós administramos, todos nós somos prestadores de serviços, nós somos
contratados pelo proprietário, ou pelo pool de investidores para poder fazer a gestão hoteleira
ou condo-hoteleira do empreendimento. Especificamente em Brasília, já vou antecipando
algumas coisas, (!!)(Claro, fique a vontade.) ... Especificamente em Brasília nós já estamos
atuando a quase 10 anos, trabalhamos lá com o Metropólitan, que foi uma conversão, com o
Confort Suites, que é um apart-hotel, um empreendimento hoteleiro que nasceu o “Confort
Suites” como uma incorporação imobiliária. Temos na região metropolitana, vamos dizer assim,
em Taguatinga mais dois empreendimentos o “Confort inn”, o Confort Hotel”. E temos hoje um
contrato assinado pra um empreendimento em desenvolvimento, que está em construção
próximo ao aeroporto que vai ser um Confort Hotel.
Está bem. Você disse que a empresa existe a 72 anos...
Não, na verdade a Atlântica existe há 12 anos com 72 hotéis operando. Hoje nós administramos
72 hotéis em todas as regiões do Brasil, norte, nordeste, sul, sudeste e centro-oeste. Isto
equivale a mais ou menos 12.800 apartamentos que a gente opera.
Perfeito. Bem, eu queria que a gente deixasse um pouquinho a Atlântica de lado, vamos
falar de uma coisa bem mais abrangente, geral, eu quero a tua opinião sem pensar na
empresa. Eu quero a sua percepção no destino Brasília. Eu quero saber qual é a imagem
que você tem de Brasília.
Business, mercado business. Mercado que trabalha com política, não tem como fugir disso,
capital federal, então lá você tem movimentação grande de Business, principalmente focada na
política, é uma cidade que tem uma oferta hoteleira boa em quantidade, razoável em qualidade,
mas carente ainda.
Tá, se eu te perguntasse quais são os pontos fortes que você vê nesse destino, quais os
que você me diria? Quais seriam os pontos que você elencaria?
É uma cidade que, pra Hotelaria, é uma cidade que não tem problema de tarifa, eu acho que
isso é bom, não é uma cidade que precisa de tarifa de produto econômico, então lá é umas das
melhores cidades em termos de diária média. Você consegue vender ainda com, acima de
U$100,00 uma diária de um hotel superior, o que é muito bom e não é comum em São Paulo. É
uma cidade que depende do... De segunda a quinta, lá tem uma ociosidade significativa sexta,
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sábado e domingo, até porque ela não tem um turismo, não tem um lazer definido, eu acho que
isso é normal de qualquer grande destino Business. É...(!!)
A cidade como um todo, a cidade como destino mesmo, independente de focar na rede
hoteleira. Você vê algum outro ponto positivo que poderia ser visto como um ponto forte
desse destino? Então vamos ver quais são os pontos fracos: o que você vê como negativo
no destino? Quando eu te falo Brasília...
Eu acho que... O ponto negativo é que uma cidade que não tem lazer, então, quer dizer, é uma
cidade que você vai trabalhar com o apelo, que ela é uma capital federal, de você visitar os
prédios públicos, de você visitar o congresso nacional, quer dizer, o lazer dele é um lazer
político, eu acho que é como qualquer uma, qualquer outra, grande destino de uma capital
federal, então, é difícil falar positivo e negativo de Brasília. Brasília foi criada pra ser sede do
Governo Federal, então, ela não foi criada pra ter praia, não foi criada pra ter lago, não foi criada
pra ter campo, não foi criada pra ter piscinão, não, enfim, eu acho que a proposta de Brasília ta
bacana, então você tem que saber o que você ta fazendo. Lá você vai ter o destino Business
Federal, destino política, desculpe ficar reforçando isso, mas é, acho que ninguém acorda de
manhã numa sexta-feira, falar, pega a esposa, a patroa e fala: “Pô, acordei com vontade de ir pra
Brasília, vamos lá pra Brasília namorar, vamos curtir Brasília no final de semana.” Acho que é
completamente diferente, eu acho que esse é o propósito de Brasília, não é pra ser o sonho de
consumo de passar final de semana, de família, de tudo isso. Acho que Brasília tem que se
posicionar justamente do jeito que ela ta com uma forcinha maior pra um turismo histórico, um
turismo da história do governo brasileiro, da história dos monumentos, da importância de um
parlamento, quer dizer, um outro foco que talvez, isso é muito pouco explorado em virtude de
várias situações, de margem de congresso, que não é o caso a gente discutir isso, mas talvez o
turismo governamental, não de políticas mas o turismo do povo conhecer um pouquinho da
nossa história, da nossa cultura, nesse sentido eu acho que é uma coisa que inexiste e tem
potencial pra acontecer.
Ok. Na sua opinião você acredita que Brasília está, esteja pronta pra atender a uma
demanda turística nacional e internacional?
Nenhuma cidade brasileira está pronta com exceção de São Paulo pra atender uma demanda
internacional, nenhuma cidade. Por que? Infra-estrutura... É, você tem aeroportos que já estão
trabalhando no gargalo, isto com a nossa economia crescendo nada no ano passado, quer dizer,
se você projetar esse crescimento de 5, 6% ao ano eu não sei onde vai, eu acho que, na verdade
nós não crescemos mais porque não temos essa infra-estrutura, não adianta, você não tem rua,
você não tem rodovia, você não tem aeroporto, você não tem porto, você não tem nada
estrutural pra isso, então o que é uma pena. É, então acho que hoje nenhuma cidade, Brasília
especificamente, não está preparada por aeroporto, por comunicação com o segundo idioma, a
própria oferta hoteleira da cidade de Brasília ela tem poucas bandeiras internacionais onde o
gringo tem uma segurança, um reconhecimento maior, é... É muito difícil você viajar
internamente no Brasil, quer dizer, você tem uma demanda internacional que quer chegar por
Brasília, que quer conhecer o lado histórico de Brasília, de uma cidade criada pra ser uma capital
federal e depois ele quer aproveitar e conhecer o nordeste, quer dizer, pra fazer esses vôos,
fazer essas viagens é extremamente complicado, o cara pra ir de Salvador pra Aracaju ele faz em
vôo em V, ele tem que fazer uma conexão em Brasília e voltar, quer dizer, é uma coisa ainda
muito difícil pra ele visitar Foz de Iguaçu, Rio, Salvador que são os portais de entrada, é
cansativo, então, eu acho que não é um problema específico de Brasília, acho que é um
problema hoje nosso de não ter, não estar pronto pra atender com qualidade e com
profissionalismo essa demanda internacional.
Ok. E com relação a demanda turística nacional você acredita que Brasília esteja pronta
pra atender?
Eu acho que... Sim, porque o brasileiro doméstico tem um grau de tolerância maior. Então ele ta,
vai estar preparado pra uma rodovia ruim entre Goiás e algum lugar, ou sair de Brasília pra
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algum canto, então ele já está preparado pra ficar 2 horas no aeroporto se o vôo atrasar, fazer
um vôo em V, então nesse sentido eu acho que sim, e acho que ta preparado.
Ok. O que falta então a Brasília pra estar pronta? Além desses aspectos que você levanta
de infra-estrutura, de melhoria de aeroportos, de estradas, de idiomas...
Depois disso não falta mais nada... (risos) Não, to brincando (!!)(Sempre falta...) Acho que você,
a partir do momento que você começa a ter toda essa infra-estrutura, toda essa estrutura
projetada, atualizada, que respeite a pessoa, que respeite o turista, seja ele nacional ou
internacional, você vai criar uma demanda maior. Então daí você vai precisar estar estruturando,
daí tem que, a iniciativa privada participando, você tem que ter uma estrutura de mais
shopping, mais atrativo, mais hotel, mas tudo isso, mas é aquela... “Tostines vende mais porque
é... Tostines é crocante ou é crocante porque vende mais?” Então, é duro! Quer dizer, é uma
conseqüência, acho que na época que você conseguir ter tudo isso você automaticamente vai
ter investimentos de iniciativa privada, de próprios órgãos governamentais e estatais e afins.
Ok. Você considera Brasília um destino competitivo no mercado nacional?
Sim. Não tenha dúvida.
Por que?
Por ser a capital federal. Quando eu, vou deixar bem claro, na minha opinião muito pessoal, pra
mim Brasília é um destino Business, por isso que eu falei desde o começo, eu jamais vou
competir com Salvador, com Rio de Janeiro, com Foz do Iguaçu, com Pantanal e com a
Amazônia, não dá pra competir, não é esse acho que o objetivo, de Brasília não é esse.
Ok. Tá claro. Eu quero ouvir um pouquinho mais você sobre a tua opinião com relação a
uma avaliação dos serviços e produtos turísticos que Brasília oferece hoje. Com relação
com os equipamentos, atrativos, infra-estrutura, qualificação de mão de obra. Como você
avalia esses serviços em Brasília?
Acho que de razoável pra bom. Não tem o que questionar, acho que tanto a parte hoteleira
quanto a parte de infra-estrutura, infra-estrutura não, infra-estrutura não posso dizer, mas a
parte de prestação de serviço, que, em geral, digo, prestação de serviço desde taxista, hotelaria,
shopping Center, eu acho que existe uma satisfação razoável.
E onde poderia melhorar mais?
Complexo. Eu acho que tudo pode melhorar, é que ele falou, acho que hotelaria pode melhorar
com mercado (internac...) de novas bandeiras entrando, acho que Brasília hoje não tem um hotel
genuíno a 5 estrelas, não tem um Hilton, um Raiet, um Renascence, um Redson, quer dizer, falta
uma marca de porte pra receber os grandes chefes de estado, enfim, acho que tudo tem, tem
condições de melhorar um pouquinho e acho que é inevitável, isso vai acontecer.
Com relação aos atrativos, atrativos turísticos. Como você os vê?
O que você chama de atrativos turísticos? Não, é isso que eu te falo, eu conheço Brasília como
um trabalho.
Você se referiu aos atrativos do turismo cívico que realmente existe. Mas existem outros
atrativos...
É, eu não conheço, eu não posso palpitar, não posso falar. Desconheço por completo, nunca me
venderam e eu nunca busquei ir, e também nunca tive tempo.
Então com relação a atrativos turísticos de Brasília, o que você pode dizer que você
conhece, quais e qual sua opinião sobre eles?
Não conheço.
Ok. Você acredita que Brasília tem algum diferencial com relação aos demais destinos do
país e do exterior?
Acho que o principal diferencial, vou ficar batendo na mesma tecla, é uma capital federal, são os
destinos cívicos, são os destinos públicos, toda magia quem tem por trás disso, eu sou
apaixonado pelo Brasil e quando eu fui lá, visitei o congresso, eu acho que isso arrepia, acho
isso fantástico, acho que isso é pouco explorado. Você vai em qualquer lugar, você pros Estados
Unidos quer ir conhecer a Casa Branca, você vai conhecer a Casa Rosada, na Argentina, você
tem um monte de... O brasileiro faz isso facilmente lá fora e essa cultura nossa, não sei se é a
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própria, aí é o lado, todo o lado filosófico da vida, mas a falta de patriotismo talvez, não
fomenta esse tipo de destino, que seria, esse tipo de turismo que seria único. Quer dizer,
nenhuma outra capital, nenhum outro destino no Brasil, pode, só existe uma Capital Federal, e lá
são... Todos os projetos arquitetônicos dos, é Rui Otaqui, é, quer dizer, só tem fera que assina,
que são grandes cartões postais e a gente explora muito pouco isso, lado de turismo doméstico.
Então o que eu volto a falar, acho que se existe uma forma de explorar o turismo é isso, mas
talvez falta o interesse do brasileiro, a falta de conhecimento ou a falta de credibilidade desses
órgãos, dessas estruturas, aí é muito filosófico e complexo.
Ok. Gostaria de saber qual o cenário que você projeta para Brasília nos próximos 5 anos
com relação ao turismo e porque?
Bom, todos os nossos estudos, aí eu não posso falar, vou falar especificamente da hotelaria, ta?
Todos nossos estudos indicam que a hotelaria, de forma geral, crescimento extraordinário. Você
pega esse ano que a nossa economia cresceu 0, foi uma pequena retração de zero ponto
alguma coisa, é, a hotelaria cresceu 3% no ano 2009. As perspectivas de crescimento da
hotelaria bate 12, 13% nos próximos 10 anos. Isso num todo, a nível Brasil. Especificamente pra
Brasília o crescimento, a gente tende a acreditar que é um crescimento maior do que a média
Brasil, porque? Porque existe pouco desenvolvimento hoteleiro. A gente desconhece novas
ofertas na hotelaria, então o que acontece. Você tem uma demanda crescente com uma oferta
estável, então, natural que essa química só melhore a performance de tudo. Então nós somos
grandes, grandes esperança, estamos com muita esperanças, otimistas com o mercado hoteleiro
de Brasília, sabemos que o que dificulta muito o desenvolvimento hoteleiro em Brasília é o valor
do metro quadrado. Então o valor do terreno hoje disponível é muito caro. Então a hora que
você for fazer a conta da viabilidade financeira de fazer um investimento hoteleiro, não fecha a
conta, quer dizer, você não vai conseguir ter índices de taxa de retorno de 15 a 20% ao ano, e
daí não tem como você convencer o investidor a colocar 40, 50 milhões num prédio que ele não
vai ter taxas de retorno de no mínimo 12% ao ano, quer dizer, não dá. Então o grande problema
hoje da hotelaria lá é a matemática do valor do metro quadrado do terreno. É muito caro!
Ok. Tá claro. Agora eu queria considerar um pouquinho a atuação da Atlântica. Ok? Agora
vamos focar um pouco mais com relação a empresa. Vocês comercializam Brasília, na
verdade vocês operam, né, não são donos dos empreendimentos, é, existe alguma decisão
para fazer com que a cidade de Brasília seja um dos destinos de comercialização da
Atlântica, existe alguma, algum lema, alguma postura, porque comercializar Brasília?
Pela importância dela, pela demanda do business, por ser um segmento que a Atlântica trabalha
com maestria, nosso negócio não é operar lazer, nosso negócio é o Hotel Business e Brasília
está entre os 3 melhores destinos pro business, quer dizer, São Paulo, Rio e Brasília, São Paulo,
Porto Alegre e Brasília, quer dizer, está entre os Top 3. Tem uma demanda natural dos nossos
hóspedes, a gente tem mais ou menos por ano 2,5 milhões de hóspedes, então existe a procura
natural de Brasília, temos como missão ter mais 3 a 4 empreendimentos em Brasília, esse é
nosso objetivo, a gente precisa de um hotel econômico, a gente precisa de um hotel de luxo e a
gente precisa de mais 2 hotéis superiores. Existe essa demanda reprimida, temos condição de
trabalhar e que hoje a gente não consegue desenvolver por causa do metro quadrado do
terreno. O investido faz conta e hoje não vale a pena. Lembrando que isso é demanda business,
nosso foco em Brasília não é por causa de uma Copa do Mundo, não é por causa de Olimpíada,
nenhum evento por 30 ou 60 dias vai garantir qualquer rentabilidades.
Bem, eu acredito que no início você disse, mas vamos regravar, quantos anos vocês
comercializam Brasília?
Eu não me lembro de cabeça, mas se eu não me engano nosso primeiro Hotel em Brasília foi
inaugurado em 2001. Então nós estamos aí com 9 anos de operação em Brasília.
E com relação com essa comercialização específica no destino, como você compararia com
outros mercados receptores, a exemplo de Rio e de São Paulo?
Brasília sempre, o nosso empreendimento de Brasília sempre esteve entre os 5 melhores
performances da Atlântica, então, o Confort Suites Brasília sempre esteve entre os 5 melhores
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performances de todos os hotéis. Então se você colocar os 72 hotéis na nossa mesa ele vai estar
entre o Top 5, tem mês que ele pode estar em 3º, 2º, 1º, 5º, mas em média ele nunca deixou de
ser Top 5, “Top Five” em homenagem ao CQC.
Top Five. E a que fatores você atribui?
São vários. O destino é o destino business, é que a gente sabe trabalhar, nós somos uma
empresa que está presente em todas as regiões do Brasil, temos 150 pessoas vendendo os
hotéis da Atlântica. É, vendas cruzadas, que é aquela venda de hotel pra hotel, equivale a 50%
da nossa produção, então é força da Atlântica com a marca internacional, que o Confort Suites é
uma marca que está presente em todos os continentes, são mais de... A “Chihost” que é a
detentora dessa marca que nós somos máster franqueado aqui pra América do Sul, tem mais de
6 mil hotéis no mundo todo, então o conjunto de itens que assegura esse sucesso, porque o
que a gente tem no Confor Suites realmente é um sucesso, então nos “endorsers”, essa
segurança de ter um baita desempenho pro nosso investidor, gerando rentabilidade pra ele, e
uma baita performance de hotelaria pro nosso hóspede, pro nosso produto. Então não dá pra...
Se eu falar só um item eu estaria sendo injusto.
Houve crescimento, declínio ou estabilidade na comercialização de Brasília em 2009?
Houve, na verdade, o que aconteceu em 2009, nós tivemos uma queda mínima de diárias
vendidas, mas um aumento da diária média. Então na hora que você pega, nós chamamos de
“heavy par”, que é a receita total, a receita total aumentou, mas foi um equilíbrio de cair um
pouquinho a ocupação e aumentou muito, muito não, mas aumentou relativamente bem a
diária.
Ok. E com relação a atuação no mercado de Brasília, quais seria as principais ameaças e
oportunidades do empreendimento Atlântica?
Ameaças hoje da, de lá... Os nossos dois produtos estão bem consolidados, eu diria que, que
uma ameaça é algum problema na economia especificamente brasileira mesmo, não digo nem
mundial porque nós já tivemos um susto aí mundial e a economia brasileira conseguiu se
manter. Então hoje pelos dois produtos estarem muito bem consolidados e seguros e pela
atuação da Atlântica no Brasil, o conhecimento que nós temos, hoje eu acho que é difícil ter
alguma, de pontuar uma ameaça. Não sentimos, não temos uma ameaça real, não existe um
ponto. Parece uma prepotência mas é fato.
Você já me falou que a empresa pretende investir em Brasília, mas eu vou perguntar
agora de uma forma diferente. Pretende investir nos próximos 5 anos? E porque?
Na verdade nós, a Atlântica é “recursando”, ela não é patrimonial, então não é a Atlântica que
faz o investimento no tijolo, o que nós estamos buscando já há algum tempo, inclusive com
investidores patrimoniais de hotéis que nós administramos é viabilizar a construção de
empreendimentos lá, isso só não está acontecendo porque a conta não está fechando, é conta
matemática pura, é continha que eu brinco que é conta do padeiro. Quer dizer, o cara faz o
investimento, o valor do metro quadrado hoje do terreno em Brasília não fecha a conta pra uma
incorporação ou pra um investimento patrimonial hoteleiro. Então na hora que a gente
conseguir uma matemática que viabilize isso, que gere pro investidor taxas de retorno de no
mínimo de 12%, a 10, 12% ao ano, certamente nós vamos ter, vamos estar lá fazendo alguma
coisa com esses parceiros nossos.
Ok. E quando investe, ou por exemplo, esse investimento que poderia acontecer nos
próximos 5 anos, ou nos próximos anos, é quanto? Você consegue estimar em reais?
Eu posso dizer, se a gente partir pra um hotel econômico, vamos dizer um hotel Sleep inn, um
Confort, nós estamos falando aí de investimentos em torno de 12, 13 milhões de reais, sem
terreno. Aí vai depender do valor do terreno, precisamos de um terreno de no mínimo 2000
metros quadrados. Se a gente pensar num Headson, que é uma carência real hoje, é um
produto 5 estrelas, 4 estrelas, luxo superior, quer dizer “plus”, que tem um mercado violento,
fabuloso, uma demanda internacional e uma penetração muito forte, principalmente na Europa,
um Headson eu diria que estaria consumindo hoje em torno de 35 milhões de reais. Esses
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investidores existem, pra esse mercado brasileiro, o problema é que o terreno é ... um terreno ta
valendo quase 50% do valor do investimento em tijolo, então não adianta, não fecha a conta.
Ok. Tá claro... Deixar um pouquinho a Atlântica de fora novamente e pedir pra você me
citar quais as principais oportunidades de negócios em turismo que você consegue
visualizar pra Brasília, não necessariamente na rede hoteleira. Se eu te falar um pouquinho
em turismo pra Brasília, o que te vem na mente?
Infelizmente só hotelaria. (risos)
Vamos precisar trocar a ordem das (...) depois que ele falou da empresa dele ele não
consegue mais voltar. Vamos trazer isso pra cá. Não, mas, não consegue mesmo? Você
concebe algum outro tipo de oportunidade específica, porque você me disse que você vê
o mercado de Brasília como o de crescimento, muito, né? E aí, eu te pergunto: porque
alguma, algum negócio específico?
É, eu acho que essa pergunta ela é muito mais voltada pra quem ta no dia a dia lá em Brasília.
Então, isso talvez, eu precisaria ajudar com o meu gerente geral que ta lá que ele conhece a
necessidade, ou ele sabe onde pode melhorar, ou onde tem um prestador de serviço que se
fizer uma coisa melhoradinha fica rico do dia pra noite, to forçando a barra, to brincando de
ficar rico do dia pra noite, mas enfim, são prestadores de serviço que podem ter uma qualidade
melhor ou são nichos que vão aparecer em virtude de um crescimento normal da economia
local, da hotelaria normal lá. Hoje, por eu não, eu nunca, já fui gerente geral por dois, mais de
dez anos antes de vir pro corporativo, mas é um destino que eu pessoalmente não trabalhei e
as vezes que eu fui lá foram sempre pra conversar sobre oportunidades de negócios, então são
idas pontuais, com investidores e você acaba, e eu acabo não sentindo esse lado da cidade.
Então de tudo que eu usufruí, eu não posso reclamar de nada de Brasília, mas com certeza,
assim como você fala em São Paulo, (??) e sei de um monte de coisas que podem melhorar, e já
é uma cidade muito completa, eu acredito que Brasília também tem vários itens, mas eu não me
sinto apto pra poder palpitar nesse detalhe, mas...
Ok. Fica a tua dica pra que nós procuremos o teu...
Gerente geral. Você pode falar com o Sérgio do Confort Suites Brasília.
Ok. Obrigado. Em sua opinião quais as principais dificuldades, você já nos disse uma delas,
que os investidores e os empresários vêem e tem que superar pra investir no DF, além do
metro quadrado, na sua opinião?
Se eu falar de burocracia, acho que a burocracia ela faz parte do poder público, ela faz parte do
empreendorismo, de criar várias barreiras e enfim, eu não vou ficar batendo murro em ponta de
faca, eu acho que talvez em alguns momentos é exagerada, mas faz parte, infelizmente as vezes
ela não consegue inibir o ruim e acaba não deixando o bom fazer o desenvolvimento, mas
enfim não sou eu que vou resolver o problema do Brasil, infelizmente. É, e acho que hoje
bascamente o que precisa você ter hoje a limitação de onde poder construir, então você tem
um lado da limitação de áreas pré-definidas pra construção, tudo na vida tem seu lado positivo
e negativo, mas isso, para o desenvolvimento hoteleiro, é um lado negativo. Você tem o valor
do metro quadrado de construção, de terreno, e só, eu acho que o resto tudo muito positivo,
acho que se você demorar 6, 8 meses pra aprovar um projeto, você vai tocando e vai fazendo, é
uma aporrinhação, desanima, mas não é o grande, o grande obstáculo, entendeu? Eu vejo hoje
realmente é a viabilidade econômica como um grande ponto negativo.
Ok. A gente já ta quase terminando. É, sugestões, recomendações para investimentos no
DF, do teu, né, sobre o teu ponto de vista, com relação ao desenvolvimento turístico, mas
do ponto de vista do Governo, do investimento público, o que você teria a sugerir?
Primeira coisa é aeroporto. O aeroporto de Brasília já está no gargalo. Qualquer vôo que eu faço
pro norte e nordeste é sempre, é um Hub, é sempre, tem que descer lá e é insuportável, não
tem como, você não tem, você não tem lugar pra sentar, você não tem, fizeram lá o shopping lá,
mas o que precisa é cuidar do passageiro. Então a primeira coisa que se precisa é aeroporto. É,
pensando no governo próprio do Distrito, eu não me sinto apto pra poder palpitar por ter
experiências relâmpagos, quer dizer, eu vou 20 vezes por ano lá, mas são 20 dias só, então são
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experiências muito pontuais, é difícil pode falar o que eu sinto de falta na cidade, de, eu não
sinto falta de nada, eu acho que, o transito você tem no horário de hush, mas ainda você
consegue delimitar o pico, você sabe quais são os horários, diferente de São Paulo que não tem
mais horários, você tem trânsito em todo lugar, as vias são largas, a cidade chega dinheiro, você
conhece, sabe que a cidade de funciona de segunda-feira na parte da tarde até quinta, isso é
muito claro, quer dizer, então é muito difícil poder palpitar em relação ao poder público na
cidade, a única coisa que eu falo é como usuário de business, como usuário da cidade, quer
dizer, aquele cara que não é de Brasília e vai pra lá, eu acho que existe um gargalo muito grande
já de imediato no aeroporto.
Ok. Do ponto de vista de investimentos privados...
Ah, eu acho que tem bastante coisas pra fazer lá, um baita centro de convenções, modernizar.
Eu acho que tem, é, ainda muito, muita coisa pra parte da hotelaria pra desenvolver, querendo
ou não ainda é uma hotelaria que ta engatinhando se comparar com os grandes capitais
mundiais, com grandes, com outras cidades do Brasil, quer dizer, se comparar a hotelaria de
Brasília com a hotelaria de São Paulo, ela ainda é, deixa a desejar em quantidade, em qualidade,
em visibilidade, em profissionalismo, é... Enfim, acho que a iniciativa privada tem muita coisa pra
se fazer.
Como você vê o transporte urbano, o transporte público em Brasília?
Não sei.
Ok.
Todas as perguntas bem especificas da cidade, a minha grande, a minha sugestão mesmo é que
você, depois te passo o contato, te mando o e-mail, tudo direitinho, que você ligue pro nosso
gerente geral que ta lá, ele ficou lá 4 anos, saiu foi pra Niterói, voltou, já está 1 ano e meio de lá,
eu acho que ele vai poder contribuir muito com o cheiro dele, ligando o lado de contribuinte,
quer dizer, local, com o lado profissional hoteleiro, ele vai poder agregar muito mais do que eu,
eu to falando da forma de desenvolver hotel, completamente (!!) (Marketing!), exatamente, e
de usuário, ponto, usuário pontual.
Mas isso é o cerne da pesquisa realmente. E do ponto de vista do investimento do terceiro
setor, você vê alguma possibilidade para as ONGs, pro terceiro setor atuar com algum,
algum tipo de investimento, ou não consegue visualizar?
Não consigo visualizar.
Ok. É, pra finalizar de verdade, eu queria saber se você tem mais alguma contribuição que
você queira nos dar com relação a esse estudo que visa potencializar a tomada de decisões
de futuros investimentos naquele destino?
Uma preocupação nossa, eu digo de fazer negócio. Quer dizer, especificamente dentro da
Atlântica, a Atlântica hoje ela não precisa de quantidade, ela precisa de qualidade, nós já temos
mais de 100 contratos assinados, 72 hotéis, então, eu não preciso fazer 100 hotéis por dia, não é
esse o meu objetivo, mas eu respondo por essa área dentro da empresa, quer dizer, se eu não
produzir quem tem, eu sou um executivo contratado, eu não sou sócio, não sou filho de
ninguém, quer dizer, preciso dar resultado, mas a gente tem que ter responsabilidades. Como
nós não somos uma empresa patrimonial, nos prestamos serviço, a gente presta conta pros
investidores. Uma coisa que nos deixa muito assustados, e, pelo menos nos últimos, no último
ano, é a quantidade de idéias de fazer investimento por causa de Copa do Mundo ou de
Olimpíadas. Quer dizer, isso é uma coisa que nos deixa muito, muito assustados, e eu acho que
isso é uma obrigação das administradoras hoteleiras darem um breque, a gente hoje fala mais
não do que sim, eu acho que isso é uma responsabilidade das entidades que estão,
representam a hotelaria, de alertar os investidores, porque as vezes o investidor: “Pô, eu não
quero mais correr risco em bolsa, não quero mais, vou colocar em tijolo...” E pensa que a
hotelaria, porque está num momento bom já há 3, 4 anos seguidos, é um caminho, é, então a
única que eu posso tentar dar um sentimento muito pessoal e que, graças a Deus não é dá
Atlântica, é comum, é tomar cuidado na hora de se fazer um investimento, não pensar por causa
de uma Copa do Mundo, ou de uma Olimpíadas, nenhum negócio pode gerar por causa de 90
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dias de uma Copa do Mundo, 40 dias antes, sei lá, no máximo que gere uma Olimpíadas, não
existe, não tem como, todos os investimentos que nós validamos ao assinar um contrato é por
causa do Business, não é por causa de um evento pontual. Acho que agregar, agrega, não tenha
dúvida nenhuma, mas eu não vou falar assim: “vou fazer um hotel em Brasília por que Brasília é
sub-sede ou sede da Copa do Mundo”, jamais. Jamais vou falar pra um investidor meu: “Tira 30
milhões de qualquer negócio e põe lá dentro”. Jamais, porque esse cara nunca mais vai falar
comigo, esse cara nunca mais vai querer fazer outros negócios com a gente, então, é um lado
muito sensível que os empreendedores tem que ter. Até eu brinco, também o cara que faz um
investimento sem estudar, sem analisar, tem que perder 40 milhões por causa de uma Copa do
Mundo mesmo porque não é um grande empresário, é um louco quem faz isso. Mas a gente
tem que tomar cuidado de mostrar pra ele que não é por causa de 2 eventos que vai acontecer.
Acho que falar Brasília em investir, acho que é legal, porque a cidade trabalha, sempre precisa
de ocupação de segunda a quinta, ela tem uma demanda crescente agora com a economia
forte, ela tem um plano de aumentar algumas coisas que ta pra acontecer lá, então existem
pontos específicos pra justificar um investimento, e não uma Copa do Mundo, e não uma
Olimpíadas. É isso que eu falo, agregar, agrega, eu acho que dá visibilidade pro país, dá
visibilidade, vai aumentar o turismo internacional, vai aumentar, aconteceu com todas as outras,
não vai ser diferente com o Brasil, mas jamais fazer um investimento, construir um hotel dentro
do estádio Mané Garrincha por que vai ter a Copa do Mundo, esquece. Pediu pra... Depois o
cara vai falar que hotelaria não presta, que a administradora é ruim, que o governo não ajuda,
quer dizer, que não existe... Então acho que é o único apelo ou a única fala minha final é
justamente isso, é a responsabilidade de analisar e de indicar um investimento, parar de ir no
embalo de Copa do Mundo, ou no embalo de Olimpíadas, tem que ser uma coisa muito mais
responsável, pra mim ia ser muito fácil, só, olha ta chegando a Copa, assina aqui o contrato, a
gente ia estar hoje com, sei lá, 150 contratos e não 100, mas a gente sabe que tem que ter
responsabilidade, por isso que eu sou uma empresa séria, respeitada, não dá pra ir no embalo, e
sim racional, oportunista, então é isso que é minha fala final.
Muito obrigado.
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MGM Operadora Turística
Entrevista nº 2 – Realizada em São Paulo - SP
Data: 13/04/2010
Entrevistador: Davi Bimbatti
Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida
(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo
(!!) Interrupções
Ok. Hoje é dia 13 de abril de 2010, agora são onze horas da manha. Meu nome é Davi
Bimbatti e eu estou com a gerente geral da MGM operadora turística. Este é um estudo de
oportunidades para investimentos em turismo no DF e nós vamos conversar para ouvir
um pouco sobre a opinião que ela tem sobre o destino Brasília. Inicialmente, eu queria
agradecer muito por nos receber. Para a gente é muito importante e por isso mesmo nos
deslocamos de Brasília a são Paulo pra ouvir a opinião de algumas pessoas que o nosso
cliente considera que são importantes pra entender um pouquinho deste destino e das
oportunidades. Reforço que essas informações são absolutamente confidenciais pelo
centro de excelência de turismo da Universidade. As informações finais e gerais elas vão
contribuir para a elaboração de um relatório, um documento, um estudo que será
disponibilizado a público no final. Mas as entrevistas individuais, reforço, elas são
absolutamente confidenciais. Nos vamos utilizar um roteiro, uma pesquisa bem breve
com um roteiro que eu vou conduzir e basicamente a gravação que esta sendo feita em
áudio para que depois seja feita a degravação do conteúdo. Eu vou pedir para que você
mesma, de própria voz, diga o seu nome, seu cargo, e fale um pouquinho do nome da
empresa em que você atua?
Bom. Eu sou regente geral da MGM operadora e também agradeço a oportunidade de
contribuir com o projeto eu acho que ações como essa, com certeza, qualificam muito mais o
meio em que a gente trabalha que é o turismo. Então estou sempre à disposição para qualquer
outra faze, etapa ou outro projeto que seja para contribuir com o nosso setor.
A MGM, operadora turística, há quantos anos ela existe e há quanto tempo ela atua no
seguimento do turismo?
A MGM existe e atua a doze anos no seguimento.
Agora eu queria deixar um pouquinho a MGM de lado e queria ouvir da senhora um
pouquinho da percepção sobre o destino Brasília, sem pensar na empresa. Quando eu te
falo Brasília, qual é a imagem que te vem à mente, o que você pensa?
Política.
E o que mais. Ou como vem essa política?
É. Como vem... Quando penso em Brasília me reporta: Ministério do turismo, política,
corporativos. São essas palavras que me vem à mente.
Você conseguiria identificar alguns pontos fortes positivos quando eu te falo cidade
Brasília. O que vem a tua mente?
Uma cidade organizada e planejada. Muito mais do que isso não posso dizer porque não
conheço Brasília. Então não tenho uma impressão que eu possa embasar para poder falar da
cidade por não conhecer o destino. Mas claro, conheço da à gente vender, trabalhar, enfim, mas
não profundamente para te dizer uma impressão positiva. A idéia que eu tenho, positiva, é que
é uma cidade que não deixa de ser histórica, apesar de ser muito recente porque tem toda
historia vindo para o lado político, economia, enfim. E de planejamento por ser uma cidade
muito planejada, urbanizada, com grandes empresas. A própria UNB que pra mim é uma
referencia de estudo também. Então é isso que eu me reporta.
Em termos de pontos fracos, ou negativos, o que te vem a mente sobre Brasília?
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Pouca divulgação, no meu ponto de vista, no turismo. Não vejo como uma... Não vejo uma
divulgação, uma mídia que estimule, por exemplo, lazer tem, mas acho que não é divulgado,
enfim, acho é mais isso. Acho que um fator muito importante que eu vejo para desenvolver
melhor é uma atuação da secretaria de turismo bem mais atuante, participativa, desenvolvendo
parcerias, assim como as outras secretarias de estado, município, enfim. Porque lá não vejo e já
fiz contato, já tentei fazer alguma coisa especifica lá e não teve retorno nenhum.
Você tentou fazer uma coisa especifica com relação a?
Com a secretaria de turismo.
Com a secretaria, mas não teve retorno?
Não, mais de uma vez. Não agora recentemente. A gente também vai desenvolvendo outros
trabalhos e deixa, mas enfim. De nossa parte, eu, pessoalmente fiz contato, procurei, apresentei
propostas para a gente fazer um trabalho seja corporativo, seja no lazer e o retorno foi nenhum.
Ok. Mais algum ponto negativo, ou algum aspecto frágil, fraco que você perceba como
cidadã quando eu te digo Brasília. Alguma coisa te vem à mente?
Não, de negativo, fora isso, relacionado ao trabalho, não. E como pessoa, como eu te falei antes,
pra mim associa 90% a política.
E nesse sentido o que te vem à mente quando você fala assim: Brasília é uma cidade
política. O que é que te vem à mente? Qual a imagem que te vem?
Mais relacionado a isso mesmo. A questão dos poderes né, do legislativo, da organização de
todo o país ser centralizada em um cidade assim.
Ok. Muito bem. Você acredita que Brasília, nos estamos fazendo essa estudo do seu ponto
de vista e a MGM não operam o destino. Você fez um comentário dizendo que: “A gente
comercializa muito pouco o corporativo.” não é isso? Mas que praticamente é nulo, zero.
Então a nossa conversa ela parte do pressuposto de que, realmente, a senhora não
conhece Brasília, não vende o destino. Dentro dessa perspectiva, eu te pergunto: você
acredita que Brasília está pronta para atender a uma demanda turística nacional?
Se for ao corporativo sim. Se for ao lazer não.
Então vamos entender um pouquinho mais. Por que disso. No corporativo sim, por quê?
Porque tem uma bastante captação de eventos e eu acho que tem uma rede hoteleira que
atende e no lazer eu acho que não de novo pela falta de divulgação, não têm tantos, por
exemplo, uma praia, coisas que tem um apelo mais imediato. No nordeste é um destino que se
vende direto, tem praia, as pessoas querem praia, querem descansar, enfim, só que não se
resume a isso o lazer. Tem uma serie de outras coisas que poderia se desenvolver sei lá, a
capital do bem estar, trabalhar melhor, enfim, ter esse link com algum coisa que não fique só
corporativo, que é como eu vejo. Pode ser errado, pode ser uma visão que não é a correta, mas
é visão que eu tenho da cidade.
Ok. E você acredita que Brasília esta pronta para servir a uma demanda turística
internacional. Qual a sua opinião a respeito?
Fica difícil porque eu não conheço. Mas do que eu vejo, de novo, é um internacional corporativo
eu acredito que atenda. Um internacional de lazer eu sei que não atenderia. Porque o que
buscam são outras coisas, são muito voltados para natureza, enfim, esse tipo de coisa. Na minha
imagem, de novo, e pode não ser correta, não tem isso na cidade.
Então em síntese o que é que falta a Brasília?
Eu acho que desenvolver mais o lazer, pensando em turismo, né. Continuar com a captação para
eventos, que eu acho que gera mais renda para o setor e, de novo, divulgação eu acho que é
sempre fundamental. Estar envolvido em projetos, enfim, coisas que estimulem as pessoas
quererem visitarem Brasília.
Para investir e transformar num destino internacional, o que você acredita que deveria
investir na cidade de Brasília?
Em qualificação de profissionais capacitados para isso com o mínimo de pré-requisitos que isso
pede e mídia, muita mídia.
Ok. Você considera que Brasília é um destino competitivo no mercado nacional?
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De novo, no corporativo sim. No lazer não.
Porque no corporativo sim?
Pela demanda que tem de eventos, toda a estrutura. Porque é ao centro. Estão no cento, né.
Como você avalia os serviços e produtos turísticos que hoje são oferecidos pelo destino
Brasília. Gostaria da sua opinião sobre os atrativos, sobre os serviços, equipamentos, infra-
estrutura, qualificação de mão de obra, taxi, enfim. Se você não conhece, nos sabemos
que não, que não opera. Mas qual a sua imagem, como você avalia esses serviços, como
eles devem ser no destino Brasília?
De retorno que eu tive de passageiros o de serviços é que deixa a desejar.
E ele disse por que?
Assim, tipo, pegar um taxi, a pessoa fica dando volta. Varias vezes me relataram isso, mas como
acontece em outras cidades. Mas talvez como não temos uma demanda tão grande, as coisas
ressaltam, marcam muito né. Talvez um programa de capacitação, não sei se existe desse tipo
de profissional, é possível que exista. Mas isso é uma coisa que me marcou porque eu já ouvi de
várias pessoas falando a respeito de taxi, de não ter sido correto, enfim, e na própria hotelaria
também, em relação ao atendimento de hospedes no hotel.
Que deixou a desejar. Esta bom. O que é que você acredita que Brasília tenha de
diferencial com relação aos demais destinos do país ou ate mesmo do exterior. O que
Brasília tem de diferente, em sua opinião?
De diferente a questão do planejamento. Por ter sido uma cidade planejada construída com um
objetivo e a parte da política nacional.
Ok. O cenário que você projeta para Brasília nos próximos cinco anos com relação ao
turismo. Você imagina que esse cenário pode ser de crescimento, pode ser de
estabilidade, de declínio. Como você projeta e visualiza Brasília nos próximos cinco anos?
De estabilidade. Apesar da questão da copa eu não vejo, das coisas que eu acompanho, das
noções que eu vejo que são feitas, eu não vejo uma preocupação com o futuro, como o
crescimento, com o “vamos desenvolver” ou alguma outra coisa. Então não, aquilo parece que
sempre não foge. Então não vejo, do que eu acompanho, não tenho uma visão de crescimento.
Sobre a copa será uma coisa pontual. Acabou pronto. Deu um crescimento, com certeza vai ser
criado infra-estrutura e estrutura para atender isso, mas eu não vejo, tirando isso, uma linha de
crescimento, uma evolução, alguma coisa que puxe, como eu falei, para o destino.
Então você vê um cenário de estabilidade?
É de estabilidade. Não vejo uma evolução como eu vejo em outros destinos.
E essa estabilidade se deve principalmente ao que?
A falta de divulgação. A própria parceria com os próprios operadores, agencias ou ter iniciativas
como: “vamos fazer um pan tour promovendo...”. Eu nunca vejo esse tipo de ação. Coisa que pra
a gente é comum em outros destinos. E lá eu não vejo nenhum incentivo que envolve secretaria,
governo, empresas do setores, não vejo isso. Sempre nos procuram ou nos procuramos para
esse tipo de ação. Não vejo nada disso lá.
Com relação aos aspectos ainda externo, que nos poderíamos chamar de oportunidades e
ameaças eu pediria para você me citar as principais oportunidades de negocio de turismo
que você visualiza ou que você pensa para Brasília nos próximos cincos anos. Quais seriam
esses principais oportunidades na sua opinião?
Oportunidade de negocio, mas como assim?
Veja bem. Você me tratou que o cenário é um cenário de estabilidade, mas o setor do
turismo vai continuar se desenvolvendo. Então eu perguntaria para você, dentro desse
cenário de continuidade, de estabilidade, que tipo de negócios específicos, que tipo de
ramo de atividades você imagina que poderia ter oportunidades para se desenvolver o
turismo no distrito federal, na cidade de Brasília, nos próximos cinco anos?
Considerando que vai manter essa linha? Eu acho que grandes eventos, torneios, campeonatos,
mais esse tipo de coisas porque é uma cidade que tem condições de atender um publico maior,
tem locais especializados para isso.
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Empresas de eventos então?
Isso. Tem uma boa oferta de vôos interligando. Tem cidades que já não tem, apesar de ter
demanda, não tem essa oferta de vôos tão boa, né.
Onde mais você conviveria as principais oportunidades. Assim, se você vê alguma outra
oportunidades de negocios. Se eu tivesse um capital, eu fosse um investidor e quisesse
investir em Brasília, qual a sua impressão? Onde você imagina que eu poderia ter um
empreendimento rentável e me dar bem no destino Brasília. Para abrir o meu negocio e
empreender na cidade?
Eu acredito que em bares, restaurantes. Um serviço mais especializado em receptível. Uma
empresa de receptível mais, como é que eu vou dizer, mais e qualificado. A gente já teve alguns
problemas também com empresas de receptível lá. Por isso que eu digo, eu acho que o fator
humano, a capacitação, a conscientização das pessoas é importante para isso também. Não só a
questão da infra-estrutura, estrutura física, mas também do fator humano.
Em sua opinião, quais as principais dificuldades que os investidores e os empresários do
setor do turismo tem de superar para investir no DF e por quê?
A própria falta de incentivo dos órgãos que trabalham com a promoção do turismo. A MGM
mesmo tem agora e ainda complementando a resposta anterior nos temos intenções de abrir
uma MGM ou em Brasília, ou em Goiânia. Esta no nosso plano de crescimento. Pra isso eu
preciso ir lá, fazer uma pesquisa de mercado. Isso não será esse ano, talvez no próximo. Então,
nesse aspecto nos vemos uma oportunidade boa de trabalhar localmente. Não para receber
pessoas.
Ok. Você acredita que haja falta de vontade e parceria política? Há algum aspecto do
poder público que possa ser algo que crie dificuldade para o investidor?
Não. Parceria política não.
Bom. Eu gostaria de ouvir tuas sugestões ou recomendações para aqueles que forem
investir no DF com vista ao desenvolvimento do turismo. Do ponto de vista do governo,
quais seriam suas recomendações para o governo, secretarias, enfim?
Ter uma maior aproximidade. Eu falo operadora porque eu sei que com as outras também não
tem mesmo com as que vendem o destino. Das agencias também, criar incentivos para que o
setor veja Brasília como um destino turístico no sentido total da palavra. Então eu continuo
como eu já falei antes, achando que o fator mídia, parceria, apresentar projetos, sentar com
operadores, agencias, hotel, ver, ouvir e que também é o que esta sendo feito agora, não deixa
de ser, mas procurar estar mais próximo do setor.
Ok. Do ponto de vista do empresariado, investimentos privados. Quais seriam suas
sugestões, suas recomendações para quem fosse investir nos próximos investimentos?
Buscar fazer dentro da sua área de atuação coisas diferentes, como um hotel com um foco
diferente, como eu falei a questão do SPA, buscar alguma coisa que “link” a cidade, que puxe
para algum seguimento especifico.
Então um produto diferenciado da cidade?
Um produto diferenciado, com um atendimento diferenciado, com um hotel, vamos dar um
exemplo de um hotel, um hotel totalmente diferenciado.
Do ponto de vista do terceiro setor, você imagina que haja algum tipo de investimento,
alguma sugestão sua para um investimento no turismo no DF?
Não, essa eu não saberia te dizer.
Ok. Para a gente fechar. Eu gostaria de voltar um pouquinho à atuação da MGM, sua
empresa. Vou te perguntar: você comercializa Brasília?
Sim, mas muito pouco.
A gente esta num impasse, porque na verdade essa entrevista é para ser de alguém que
não opera Brasília. Então eu vou fazer o seguinte, eu vou pedir para você dizer dentro do
que você opera, o que você exatamente opera com Brasília, e assim: de 100% isso
representa quantos por cento? Só para a gente deixar isso gravado para eu poder seguir
na não comercialização.
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Eu tenho como olhar no meu sistema para eu poder dar uma informação melhor.
Pode, por favor...
Enquanto você busca esses dados para a gente eu perguntaria para você: como você
avalia o mercado de Brasília comparando com outros mercados receptores como São
Paulo ou mesmo Rio de Janeiro.
No sentido de (?)
Em todos os sentidos, como você avalia o mercado no que se refere no caso a sua
empresa, para você. Comparando o mercado de Brasília com outros mercados onde você
atua como no caso de São Paulo, Rio de janeiro. Como você valia.
Mas avalia em que sentido, eu não entendi?
No sentido de você procurar a sua imagem, porque nos estamos tratando do pondo de
vista de que você não comercializa o destino então qual a sua opinião formada?
Ta mas ai tem aquela questão que eu te falei, não é que a gente não comercializa. Comercializa,
é isso que eu quero falar os números para você.
Ok. Então vamos começar por isso.
Então, o destino que a gente mais vende que é salvador uma proporção de números de
nominais deste ano, ta, pegando uma coisa rápida só para ter algum embasamento.
Comparando de Brasília com salvador da entre 18 e 15% a participação de Brasília comparado
com Salvador que é um dos que mais sai. E isso assim, uma coisa desse ano, só uma referencia
né.
E o percentual, seria do coorporativo?
Do coorporativo.
Ok. Então vamos fazer e eu vou fechar a entrevista com você. Do perfil de que a MGM é
uma operadora que também comercializa Brasília e alias nos gostaríamos de saber de
onde é que saiu a informação de que ela não faz o destino, não comercializa. Eu vou
perguntar então a voce: para a MGM há a comercialização em Brasília?
Há comercialização. Poderia ser muito maior, poderia ser muito melhor, poderia ser diferente
como eu já falei
Quantos anos você comercializa Brasília?
Desde sempre a MGM trabalha com todos os destinos, há doze anos, desde o inicio da
empresa.
Eu vou perguntar então para que você avalie um pouquinho a comercialização de Brasília
com relação a esses outros mercados. Você já mostrou aqui os dados comparativos de
2010 com Salvador, mas alguma coisa a mais da sua opinião, dos aspectos qualitativos
quando você comercializa Brasília e os outros destinos, qual é a diferença para você? Você
disse para a gente: “Brasília não tem praia”... Ouve crescimento, declínio ou estabilidade
na comercialização de Brasília em 2009.
De 2008 para 2009?
No ano de 2009 você percebeu declínio...
Olha, praticamente a mesma coisa, uma diferença de 5% de um ano para o outro, de 2008 para
2009.
Para mais ou para menos?
Para mais.
Então um crescimento de 5%?
É.
E com relação a tua atuação no mercado de Brasília, como você avalia as principais
ameaças ou oportunidades para o teu empreendimento, para a MGM. Quais seriam as
oportunidades para a MGM e quais seriam as ameaças ao teu empreendimento?
Oportunidades já temos de antes. Nos temos inclusive a intenção de abrir uma filial da
operadora lá. Então isso já envolve uma seria de coisas. E ameaça é a falta de parceria, ai não só
secretaria, mas de todos: hotelaria, receptível. É um relacionamento diferente do relacionamento
de hotelaria no nordeste, no Rio, no sul.
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Você já me disse que pretende investir em Brasília nos próximos cinco anos, então eu vou
perguntar novamente. Porque investir lá?
Porque eu vejo potencial para colocar operadora lá, dentro da minha pesquisa inicial e da
cidade onde pretende abrir eu acho que atende os pré-requisitos.
Quanto, em media, você pretende investir, em reais, você tem alguma noção?
Não, como eu te falei é uma coisa superficial né. Eu preciso ir para lá, fazer um levantamento, ter
uma idéia de custo, enfim.
Para concluir, tem mais alguma coisa que você queira dizer, que você queira recomendar,
ou algum comentário em relação a tudo isso que a gente conversou, tendo em vista que
esse é um estudo para trazer oportunidades para novos investidores para que eles possam
tomar decisões mais acertadas com relação aos seus investimentos em Brasília e DF como
um todo. Tem alguma coisa que você queira, uma última contribuição a deixar?
A questão de desenvolver mais as parcerias, eu acho que isso é fundamental, o nosso trabalho
hoje é totalmente voltado para isso. O foco em parcerias, no trabalho no conjunto, ajuda mutua.
Quando você diz parceria, o que exatamente seria isso?
Parceria com os fornecedores, por exemplo, uma campanha de mídia como partida. Um projeto
que se apresente que tenha aprovação e tenha um investimento institucional que se trabalhe a
parte comercial e o institucional faça sua parte. Porque a gente não pode fazer um institucional,
né. Pra isso precisa do apoio da secretaria. Seja para fazer um evento para divulgar. Eu nunca vi,
em São Paulo, um evento promovendo Brasília, por exemplo. Nunca vi no Rio Grande do Sul um
evento promovendo Brasília. Ou em Curitiba, enfim, nas cidades que a gente atua mais. Nunca
vi. Pode ate ser que tenha. Mas aqui em São Paulo chega ter quatro eventos num dia. Amanha
tem um evento de Ceará.
Promovendo o destino.
Promovendo o destino. Não vejo ações como essas, a não serem participações tímidas em
feiras como “Salão do Turismo”. Ai existe alguém da secretaria, mas normalmente não são
pessoas que estão abertas, estão ali só para realizar seu papel para entregar folhetos e você
senta para conversar e propor alguma coisa não evolui. Essa é a visão que eu tenho do
institucional.
Eu agradeço muito a MGM que trouxe sua contribuição para o DF. Eu agradeço...
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Mobility On Line
Entrevista nº 3 – Realizada em São Paulo - SP
Data: 15/04/2010 – São Paulo – SP
Entrevistador: Davi Bimbatti
Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida
(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo
(!!) Interrupções
Meu nome é [...] da Mobility, uma empresa especializada em locação de veículos no Brasil e no
exterior. E essa informação preliminar que eu queria te passar, que a nossa empresa representa,
desde 1998, representou durante 2 anos uma locadora alemã aqui no Brasil, de 98 até 2000 a
gente representou a Sixt Rent a Car, que é a líder de mercado da Alemanha. Uma pequena
central de reservas que tinha como missão identificar potenciais e brasileiros que queriam
alugar carros na Alemanha e países onde a Sixt tem carros pra alugar. Nesses últimos, esse foi o
inicio da empresa, é, que depois culminou na conversão de nove, ao invés de sermos
representante de apenas uma locadora nós passamos a representar, no total 28 locadoras hoje.
A gente teve que criar, a gente tinha essa dependência de uma locadora apenas e abriu, criou
um software que possibilita comparar tarifas de diversas locadoras para que o cliente que,
geralmente vem através de agentes de viagem, tenha facilidade na busca de ofertas. Então, se
você tem a demanda, ou o seu agente, seu, você, através do seu agente de viagem tem uma
demanda de um carro 4x4 em Miami, é, os canais hoje são diversos, principalmente pela
internet, é bastante fácil e comum você acessar essas ofertas pela internet. Porém existem
também certas diferenças tarifárias que hoje são consideráveis se você é brasileiro alugando um
carro no exterior, é, se você comprova que é residente no Brasil a locadora oferece, para o
mercado brasileiro, ou para o mercado Chileno, tarifas menores do que se você é alemão e
aluga nos Estados Unidos. Então isso acaba possibilitando uma vantagem bastante grande se
você planeja sua viagem e reserva com antecedência, além da garantia de você encontrar o
carro que você quer na hora da sua viagem, seja a trabalho ou negócios. Então o software, ele
compara essas tarifas, compara também com as tarifas locais, negocia, a empresa negocia com
cada país, com cada locadora, além das tarifas (??) A vigentes, também outras tarifas, então
existe um universo aí de, um grande de tarifas, muitas vezes pra um país, trabalhando com 6
locadoras, nós temos que administrar 20, 30 tarifas diferentes, que são embaralhadas no nosso
sistema e quando cliente dá o (?) “input”, que pode ser por telefone ou por site, ele tem a
melhor tarifa.
Em 20 segundos?
Em 20 segundos.
Excelente.
E aí a, nosso suporte aqui que é especializado nesse tipo... (celular)
Fique a vontade.
É, nossa equipe é especializada para dar a solução, então pode ser que a oferta melhor não
esteja disponível ou não seja adequada para a demanda do cliente, que pode estar querendo
um carro de um modelo específico que uma locadora eventualmente não pode atender, ou
existe uma restrição de prazo... (celular) “Oi, eu posso te ligar daqui uma meia hora? Tá bom? Tô
no escritório... Tá, até já...” É, e aí durante muitos anos a Mobility não trabalhou com o mercado
brasileiro porque o foco é, além da dificuldade que o cliente tem de buscar ofertas em
locadoras que são locais, ou regionais, ou que não tem tanta visão de pulverizar isso para
internet, é, então acaba sendo, nós acabamos sendo um facilitador para o cliente chegar no
carro que ele deseja. E no Brasil isso, sei lá, pelo fato de a locadora estar próxima do cliente a
gente pode eventualmente negociar diretamente com isso. Antes, apesar de ainda existir uma
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demanda crescente, felizmente, de clientes que buscam essa mesma solução no Brasil, que não
querem ficar ligando de locadora em locadora. Mostro pela quantidade de clientes que temos,
é, evidentemente a tarifa que nós podemos negociar é melhor, porém o ticket médio, a tarifa
média de valor, acho que no Brasil é menor do que uma tarifa média nos EUA, no exterior,
porque o brasileiro acaba ficando mais tempo lá. Então acaba sendo mais rentável para a
empresa oferecer um produto internacional, mas o produto nacional acaba sendo uma
obrigação nossa, porque o mesmo cliente viaja pra Maceió também vai para outros lugares. E já
começam alguns problemas que a gente tem de estrutura, como você citou que é o tema, a
gente ainda ta bastante a quem do que o cliente brasileiro encontra fora do Brasil, em termos
de locação de veículos, e aí, no momento ele sentou no carro, ou até chegar no carro, quando
ele alugou o carro, se ele vai pra Monique ele leva, entre o balcão e o carro, ele leva talvez, entre
o momento de chegar no balcão apresentar o canhoto de reserva e sentar no carro, talvez ele
leve 7 minutos pra fazer isso, e aqui no Brasil leva 40 minutos. Então isso muitas vezes inviabiliza
a locação no Brasil e torna o taxi mais agradável ou mais interessante. Fora todos os problemas
estruturais que tem no Brasil, que... Mas assim, então esse é o, talvez o impedidor, o
impedimento grande da gente poder acelerar de fato nesse mercado, porque acaba gerando
reclamações e aí contamina, o cliente as vezes entende que o despachante, ou quem esta
dando a solução é culpado também porque o carro lá em Belo Horizonte não saiu na hora.
É, senhor, eu tenho um roteiro que eu gostaria de proceder, é, eu acho que agora
contextualizamos, sabemos um pouco mais sobre a Mobility. Esse estudo que está sendo
realizado pela universidade, ela vai focar o seu campo de visão no DF, dentro de Brasília.
Quer a empresa entrevistada atue ou não atue. Nós estamos entrevistando diferentes
segmentos, setores que movimentam o turismo nacional e internacional, com destino
cidade de Brasília, e nesse sentido nós precisamos falar com alguém de locação de
automóveis, e é por isso que, como vocês compreendem esse guarda-chuva maior, nós
acreditamos que se conversarmos com vocês e ouvirmos a opinião de vocês nós vamos
estar tendo algum tipo de termômetro desse mercado, ok? Então eu gostaria de saber,
nesse primeiro momento, há quantos anos a Mobility atua nesse segmentos de locação de
veículos e se ela tem alguma forma de atuação no DF em Brasília?
Há 10 anos. A Mobility existe a 10 anos e a 10 anos também aluga carros em Brasília.
Ok. Deixar um pouquinho a empresa de lado. Vamos começar, quando alguém te diz...
(Celular) Quando eu te digo Brasília, imagem e destino Brasília, o que é que te vem a
mente? Pontos fortes, pontos fracos, positivos, negativos, o que é que te vem? Cidade de
Brasília.
Não, na minha forma, não muitos pontos negativos na verdade, (??), espaço, distância, na
realidade me lembra bastante Miami, em termos de vantagem de alugar um carro, porque o
serviço público para o cliente que quer conhecer Brasília não é tão desenvolvido, então você
necessita de um carro, então isso fala a favor de alugar o carro, e muito óbvio, em Brasília
existem muitos potenciais turísticos, então eu acho que é um ótimo mercado para quem tem
uma locadora de veículos, que não é o meu caso né, eu levo o cliente até a locadora. Então,
pontos negativos eu não identifico.
Tá, na tua opinião, você acredita que Brasília é um destino que está preparado para
atender a uma demanda nacional ou internacional, por que?
Preparado pras duas demandas, na verdade a demanda internacional requerer mais qualificação
de, dos funcionários que estão na locadora e também na, toda estrutura turística, né, que aí
abrange não só a locação. Mas eu acho que as locadoras ainda não estão no ponto de poderem
receber estrangeiros porque falta qualificação para poder compreender o estrangeiro. Acho que
muitas vezes o funcionário nem fala inglês.
Então basicamente uma dificuldade na qualificação pela questão do idioma?
Sim.
No que investir, te ocorre alguma coisa em que investir na cidade de Brasília ou no seu
entorno para que tornemos esse destino um destino internacional?
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Eu acho que é...
Ou, em outras palavras, desculpe-me, o que falta em Brasília?
Falta, eu acho que tendo um pouco mais de profissionalidade, com relação ao entorno o que
me ocorre é a Chapada dos Veadeiros. E que atrai, quando, quando eu comento com o
estrangeiro que viaja para o Brasil eu tenho uma pessoa, inclusive, que comprou uma
propriedade na Chapada dos Veadeiros depois que conheceu, é, e tantos outros né, que vão
pela primeira vez pra lá e se encantam no entorno, porque não existe personalidade de
divulgação. Mas esse é um problema genérico, né, o Brasil vem tratando esses assuntos com
melhor, com menos ou mais sucesso de tirar o foco do Rio de Janeiro e de cartões postais
tradicionais, acho que isso é uma questão só de tempo e de posicionamento contínuo e de
esses destinos acolherem e receberem bem os turistas estrangeiros (??) nessa área. Mas o que
falta é uma melhor divulgação, uma divulgação mais contínua.
Ok. Você considera o destino Brasília competitivo no mercado nacional?
Depende do ponto de vista do que o cliente quer, evidentemente é um tipo, já restringe aquele
cliente que quer resort e mar, mas eu acho que tem o ponto de vista histórico e cultural
interessante só pelo fato da arquitetura e a questão natural de ter um parque nacional também
nas proximidades. Eu acho que é tem bastante potencial.
Ok. Como você avalia os serviços, os produtos e os próprios atrativos, a questão da infra-
estrutura dentro de Brasília?
Os serviços em geral?
Serviços em geral.
Acho que a hotelaria vem, eu não acompanho claramente assim, mas eu não tenho visto muitos
avanços na hotelaria. Acho que eu tenho, eu vejo a hotelaria um pouco decadente em Brasília,
mas deve ter um ou outro hotel que eu ainda tive a oportunidade de conhecer, mas tem aquela
rede do Paulo Otávio, ou o JK, né, tem aquele hotel... (!!)(Antigo Blue Tree) Blue Tree, exato. Na
verdade eu não tive, não tinham bons hotéis, mas também nunca me, pra uma estadia de
negócios ótimo, mas meio é 4 estrelas, não é, não tem nada que realmente vislumbre. Mas eu
posso, pode ser que eu não os conheci, então eu acho que ainda faltam, faltam, uma, ou de
melhor divulgação desse fato, né. Tenho acesso a literatura sobre isso, mas acabei não tomando
conhecimento. Então...
Na gastronomia...
Gastronomia deve ter, eu acabo, Brasília é uma cidade que eu vou com freqüência porque a
nossa empresa de tecnologia fica em Brasília, mas acabo me servindo do mesmo restaurante,
mas acredito que tenha uma excelente gastronomia, eles são muito bem falados, então, tive a
oportunidade de, recentemente ali perto dos lagos, fui conferir um bom restaurante, então eu
acredito que esteja bem servido.
Com relação a infra-estrutura de transporte, como você, as vias públicas mesmo, os
acessos, os pontos de estrangulamento, você tem alguma opinião a esse respeito? Ou ao
próprio aeroporto?
Não, eu acho que, em comparação a São Paulo a gente se sente muito mais livre, então, não
tenho nenhuma ressalva nesse sentido. É uma cidade brasileira com todas as limitações, com
problemas de pavimentação, não que agora as estradas são perfeitas, não é uma, ela não está
desgarrada do Brasil, tem todos os problemas endêmicos que existem em todas as capitais
brasileiras, mas tem menos transito pelo simples fato de ser melhor planejada.
Na tua opinião Brasília tem alguma coisa de diferente, algum diferencial que não está
presente em nenhuma outra cidade brasileira ou, talvez até mesmo algum outro destino
internacional, na tua opinião?
O diferencial é a própria arquitetura, o próprio conceito como foi criada a cidade.
Dentro dos próximos 5 anos a tua perspectiva, o teu cenário para Brasília, no que se refere
a desenvolvimento do turismo ou de negócios em turismo, é de estabilidade, crescimento
ou declínio?
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Crescimento como um todo no Brasil, e acompanhando Brasília. Acredito que Brasília não vá
crescer mais do que a média, acho que vai se beneficiar do crescimento, mais amplo que o
Brasil vai enfrentar, né, então nós vimos que Brasília seja a exceção que cresça mais do que
outros destinos.
E esse crescimento deve-se a que exatamente? Na tua opinião.
A uma convergência de fatores positivos que nesse momento gravitam em torno do Brasil. De
estrangeiros terem mais visibilidade, muito mais trafico de estrangeiros curiosos com o nosso
país e buscaram investimentos e buscarem desenvolvimento e de serem parte do brick e que
hoje movimenta 50% do crescimento da economia, então, evidentemente, isso já sozinho, já, se
você tem, dentro de todo bolo de investimentos, turismo certamente é um que tem potenciais
fortes de crescimento.
Perfeito. Agora voltando um pouco para a empresa, você me disse que a Moblility, ela
comercializa, ou ela faz uso dos seus conveniados na cidade de Brasília, há quantos anos?
10
Há 10 anos. Foi um destino que foi escolhido por algum motivo especial, ou é da natureza
da empresa abrir para todas as capitais....
Exato.
Segunda opção.
Não tem nenhum...
Nenhum diferencial, nenhuma escolha. Nesse sentido como você avalia a comercialização,
a locação no caso, ou, eu não sei como você chama, a comercialização, a atuação da
empresa dentro de Brasília? Qual é atua avaliação dentro disso? Se quiser, comparando
com outros destinos, outras cidades.
É eu não tenho nenhuma divulgação ativa de nenhum destino, seja Brasília, Curitiba, Rio,
Campinas, nenhum destino é promovido ativamente pela empresa, nós colocamos na prateleira
e o cliente que demanda conforme o que lhe convém. Então eu não tenho nenhum esforço
maior ou menor pra divulgar, “alugue um carro no Rio de Janeiro”, não tenho esse, eu não
tenho esse, dentro dá, não faz parte do nosso contexto.
Entendo, e de qualquer forma essa motivação essencial do visitante, ou no caso, de quem
aluga o carro, de quem busca o serviço da Mobility, essa motivação tem crescido nos
últimos 5 anos, você tem percebido, por Brasília, tem mantido estável, tem declinado,
você tem alguma informação nesse sentido?
Não tenho informação direcionada para Brasília. A motivação de se locomover com carro
alugado cresceu substancialmente. Essa quantidade, no universo de brasileiros e estrangeiros,
mas muito mais brasileiros, que alugam carros pra se locomover a lazer e trabalho, aumentou
expressivamente. E isso em Brasília também, mas eu não tenho agora, não me chama a atenção
de dizer que Brasília demandou boa parte dessa, dessa (??) tendência.
Ok. Mesmo assim eu vou insistir e vou te perguntar. Em 2009 a locação de veículos em
Brasília, declinou, manteve-se estável ou cresceu?
Cresceu.
Cresceu.
Todos anos cresceu.
Ok. Existe alguma ameaça ou algo que possa ser vislumbrado no teu segmento de atuação
com relação ao mercado de Brasília, algo que possa ser uma ameaça a atuação da
Moblility?
Nenhuma ameaça. A única restrição que nós temos hoje é, basicamente o custo do produto,
então se agora o custo da locação de veículos que, tradicionalmente, vem caindo é, pelo fato de
ter mais escala e mais demanda, então, na verdade não existe nenhuma ameaça, muito pelo
contrário, principalmente porque cidades como Belo Horizonte e Brasília que tem aeroportos
distantes, só a corrida de um taxi, eu não sei quanto que você paga, mas você deve pagar R$
60,00...
Do aeroporto até o plano piloto, em torno de 60, 50, 60 reais...
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Então, ida e volta são 100 reais, se é uma viagem de um dia, no mesmo dia uma locação de um
carro econômico com ar já é menos do que esse valor e o cliente ainda tem a comodidade de
não precisar depender de um terceiro. E ainda com o GPS ele tem independência. Então acaba
sendo... Eu estive ontem em Belo Horizonte, lá, o taxi custa de Confins até o centro 100 reais.
Bastante longe.
E aí são 200 reais para ir e voltar, numa diária com esse dinheiro você já consegue alugar um
carro bem superior. E tem o carro o dia inteiro.
Perfeito. Na contra parte, há alguma oportunidade que vocês estão buscando em Brasília,
ou alguma parceria, algo que você visualize para o teu mercado?
Nós buscamos uma, na realidade nós esperamos e não, já existiu no passado trabalho de se
aproximar de secretarias de turismo com mais afinco, mas aí, é um esforço que não rende, não
rendeu pelo menos o resultado que nós queríamos, mas não especificamente com a cidade de
Brasília. Nosso interesse seria de que as secretarias de turismo entendessem que o papel de
quem distribui locação de veículos ou o papel da locadora de veículos é subestimado. Que a
secretaria de turismos trabalhasse mais em sintonia né, de uma forma de gestão mais
profissional de entender que a locação de veículos pode abrir portas para outros mercados.
Porque a gente, no momento que põe a mão no volante, literalmente, ele assume a, ele toma as
decisões por conta própria e vai para destinos que ele não iria se tivesse com taxi. Então se a
secretaria de turismo de Brasília ou do Rio de Janeiro entender um pouco melhor como
funciona isso e o que se abre de perspectivas, isso acontece na África do Sul, isso acontece na, e
até outros países com as (??) faltas que já existem no Brasil, mas não são tão divulgados.
Perfeito. Poderíamos ver essa parceria como uma oportunidade...
Bastante grande.
... ao mercado bastante grande, nesse sentido de desenvolver o bem receber e ampliar a
economia local, porque acabará havendo maior retenção de renda, não é, do visitante.
Muito mais.
Muito mais. A empresa pretende investir de alguma forma em Brasília nos próximos 5
anos? Existe alguma ação nesse sentido?
Por acaso semana que, daqui a duas semanas a gente vai fazer um evento em Brasília, mas é
promovendo locação no exterior. É (???) no mercado de alta renda. Que é um mercado que nós
atuando também. Aí promovemos um desfile de moda masculina em conjunto com uma marca
de malas de viagem importada que... de poder aquisitivo alto, e Brasília tem se mostrado um
mercado bom pra isso. É fora isso se a gente se encontrasse e seria, puro acaso nesse momento,
com uma ou outra entidade de turismo que quisesse desenvolver em conjunto conosco, como
nós desenvolvemos já com turismo do Chile, turismo da Suíça, da Alemanha, eu vou agora
semana que vem pra Suíça pra divulgar melhor esses destinos, né. Nós trabalhamos muito
próximos com o turismo da Suíça, muito próximos com turismo da Califórnia, da Flórida,
justamente pensando nesse potencial que existe.
OK. Isso seria bem vindo.
Seria bem vindo e a gente com certeza investiria nesse mercado.
Perfeito. Quando, há alguma estimativa de investimento em reais, ou em qualquer outra
moeda/ano para esse destino especificamente, existe algo nesse sentido?
Não.
Não existe.
Não existe.
Do ponto de vista de locação, acho que a gente conversou um pouquinho, não é a nossa
intenção detalhar esses dados da empresa, eu penso em ainda explorar um pouco mais
sobre oportunidades de negócios em relação a turismo no Distrito Federal. Você nos disse
que há uma perspectiva natural de crescimento dentro da perspectiva natural brasileira
para Brasília, e nesse sentido que oportunidades específicas, ou que tipo de negócios você
imagina que tivessem possibilidades de serem criados no DF?
No DF, você diz todo entorno também?
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Plano e entorno, como um todo.
Sim, é, hotelaria em geral. De exploração, por exemplo lá na Chapada dos Veadeiros que eu,
pessoalmente conheço mais, estive lá 4 ou 5 vezes na minha vida, tem potenciais de se investir
um pouco mais em uma hotelaria mais profissional, de sair um pouco do nível de pousadas
mais simples, eu acho que tem pra toda gama de alta renda até baixa renda tem muito
potencial ali pra se investir, é porque não existe só a cidade de Alto Paraíso, existe todo...
São Jorge, Cavalcante...
Sim, e eu conheci só essa parte, pra mim todo resto é uma parte cinza do mapa, quando eu
penso em Brasília e entorno, o entorno pra mim é muito focado, né, eu tenho cor e eu tenho
base, por exemplo, na mente da Chapada, que é, certamente existe mais cor do que eu vejo, né.
E isso cabe a reportagens, matérias, mais divulgação, e aí oportunidades de negócios,
certamente se criam.
Ok. Com relação a Plano Piloto mesmo, a cidade e ali Brasília. Você vê algum tipo de
necessidade de negócio ou alguma possibilidade de investimento? Não necessária mente
com locação, de forma gera.
Aí, eu acho que é turismo de eventos, né. (?????) certamente a cidade vem se preparando. A
cidade é um, naturalmente é um Hub brasileiro, todos os vôos convergem, muitos vôos
convergem para Brasília e acaba sendo uma, e já é usada, mas poderia ser, certamente, mas
usada até para encontros internacionais que podem, poderiam ser lá, né. A acabam
acontecendo aqui em São Paulo.
Eu estava com o diretor da Alcântara, que agora é, ela é Reed Exibitions e Alcântara
Machado, e ele me disse exatamente isso, esse Hub que é Brasília e você pode imagina
que um visitante europeu ou americano, enfim, internacional, ele estando em Brasília ele
está a 2 horas das principais praias do nordeste. Então há uma possibilidade muito, um
apelo muito grande nesse sentido, né, desde que seja divulgado porque aí ele tem 2, 3
dias fazendo esse turismo cívico, monumental, histórico cultural e tem duas
possibilidades, ele pode ir pra Chapada ou ele pode subir, né, ir pro nordeste. Então está
tudo muito próximo, e realmente...
E é o que cidades como Las Vegas, né, Las Vegas tem nada mais do que jogos e aí poderia se
tirar um paralelo para uma cidade que tem atrativos numa direção que é a arquitetura, mas de
Las Vegas, Las Vegas é uma cidade, um centro de aglutinação, que, Las Vegas ou Atlanta (!!)
(Irradia.) É, quer dizer, de Las Vegas você vai para a costa leste ou pra costa oeste, fica mais
perto da Califórnia, evidentemente, mas você consegue distribuir bem e eles usam isso, os EUA,
os americanos já tem isso dentro do DNA deles de saber divulgar os destinos né, existem
associações, existem, eu ate faço parte de uma associação que recentemente abriu um capítulo
aqui no Brasil, ainda não é nem uma filial, chama “Meeting Planners International”, eles são 4600
profissionais no Mundo que se preocupam com planejamento de eventos. E o Brasil até há 1
ano atrás não era, não estava no radar de planejadores de eventos. Planejadores de eventos de
50 pessoas a 5000 e então agora começa a entrar no radar de empresas internacionais que
falam poxa, no Brasil poderia até fazer um evento, não preciso, porque fazer no México? Poderia
fazer no Brasil.
Entrou no cardápio.
É, exato.
Muito bem. Na tua opinião, um investidor hoje que queira realizar ou investir em um tipo
de negócio em Brasília, você acredita que vai encontrar algum tipo de dificuldade, algum
tipo de limitação? O que é que esse investidor deveria superar para fazer o seu negócio
acontecer?
Brasília cheira muito a burocracia governamental, então isso eu acho que, governo atrapalha
bastante, é, como no Brasil tem problemas burocráticos que são gerais e em Brasília me parece
que são maiores. Então, é, eu não sou candidato a ser investidor, não tenho esse perfil, mas
imagino que seja um grande, uma grande barreira que deva inibir, se eu fosse, se eu faço parte
aqui da câmara Brasil/Alemanha sou membro do clube alemão, sou de origem alemã, os
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alemães é são, tem... (!!) (São avessos.) ... são avessos a burocracia brasileira, né. Em especial,
vamos dizer... (Hun)... Cheira, tem vestígios de corrupção que hoje já, felizmente, já caíram, né,
felizmente já, é, já se melhorou, acho que na Rússia tem muito mais, mas as burocracias
ridículas, não, como hoje, por exemplo eu passei o dia inteiro resolvendo meu passaporte. Eu
tive que ir no exercito pra tirar uma declaração, depois o meu título de eleitor, são, aí depois
você vai num órgão e manda voltar depois de novo, isso a gente sente na pele com coisas
simples, imagina se você vem trazer investimentos com dinheiro no estrangeiro, (?) então
sofrem os estrangeiros, muitas vezes isso é atrasa pra depois de 1 ano, ou 2 anos de imersão de
sair de volta.
Ok.
A gente tem agora, eu tenho um contato com um empresário que ta participando de uma
licitação de estádio de futebol e ele ta quase saindo de novo, por causa disso, né, por causa de,
poxa, será que eu abro uma empresa no Brasil? E aí como é que fica a questão impostos, e bi-
tributação, então ainda tem muita coisa pra se simplificar.
Ok.
Então isso é percepção, não é nem nada concreto.
Muito bem. Então já me respondeu a pergunta seguinte que era do ponto de vista do
governo, o que é que o governo tem que fazer a lição de casa. E do ponto de vista de
investimentos privados, você tem alguma sugestão, alguma recomendação para esse tipo
de investimento no DF?
Eu acho que transporte público, certamente deve ser uma, deveria ser uma preocupação PPP,
né, enfim.
PPP?
Público/privado, Participação público/privado, porque o governo, evidentemente, como aqui em
São Paulo também, acaba fazendo rodovias em concessão, né. Eu acho que isso tem bastante
potencial, porque hoje eu não vejo o metrô, o transporte público em Brasília desenvolvido e isso
faz parte de uma cidade que quer ser (!!) (Receber.) vista como um centro. (Trecho inteligível)
Até uma vitrine pro país. A começar pelo aeroporto que não tem cara de aeroporto, muitos
aeroportos no Brasil... Se você desembarca em Calgeri, você vê, você já fica com vontade de
querer conhecer o Canadá, e se você desembarca em São Paulo você tem vontade de voltar, né,
da onde você veio (risos).
(risos) Porque é muito cinza. Perfeito. Do ponto de vista do terceiro setor, alguma
possibilidade de negócios, ou algum tipo de parceria para o desenvolvimento de negócios
em turismo, te ocorre algo? Com participação de ONGs, de Fundações...
Sim, em meio ambiente bastante, até no plano social, mas acho que meio ambiente com
certeza.
Ok. E para fechar. Imaginemos que temos investidores querendo colocar seu dinheiro e
abrir negócios relacionados a turismo na capital federal deste país. O que é que você diria
a essa pessoa, ou o que você traria para este investidor? Na tua percepção, o que é que
você diria a ele?
Que ele deve investir, antes que... Deve planejar bem, porque ele vai colher frutos, é, só que
demanda um planejamento minucioso , só ir no otimismo como se ele achasse que está
investindo na (???) “Boviera” é outra realidade.
Ok. Como um bom Alemão você pede planejamento.
Isso falta no Brasil.
Exigente.
Você ainda tem 2016 e 2014 e, infelizmente, as decisões vão ser tomadas em 2013, é, enfim, o
exemplo nós temos aí na África do Sul que também tem um DNA muito parecido com o nosso,
né, de não planejar, deixar as coisas acontecerem. Mas já ta melhorando, a gente não pode
reclamar, né. A gente tem que continuar reclamando porque tem que ficar muito atento e
cobrar, mas é, planejamento não é, não é, não faz parte da rotina brasileira.
Estamos aprendendo.
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Sim.
E temos um longo caminho pela frente.
Sim.
Quero agradecer....
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TAP – Transportes Aéreos
Entrevista nº 4 – Realizada em São Paulo - SP
Data: 13/04/2010 – São Paulo – SP
Entrevistador: Davi Bimbatti
Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida
(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo
(!!) Interrupções
Me diz de própria voz, teu nome, teu cargo e quantos anos você está na empresa?
Bom, meu nome é [...], abreviando, né, o primeiro e o último, é, eu, só uma correção, na
realidade eu sou Diretor de Marketing realmente, tá, responsável pela área, nós temos aqui na
empresa duas áreas distintas na área de marketing, é, eu sou diretor de marketing cuidando de
toda a parte de comunicação e imagem, quer dizer, de branding e a parte de publicidade e
existe um diretor de Inteligência de mercado, né, que cuida de toda uma outra parte de estudos
também, é, que me auxilia na tomada de decisão. É pra eu estar aqui, enfim, desenvolvendo
toda a estratégia de atuação da empresa, quer dizer, voltada para o marketing, né,
comunicação, e imagem. É, estou desde março de 2008 na empresa, né, acho que 2 anos e
pouco.
Ok. É importante que eu lhe diga que todas essas informações elas são confidenciais, do
ponto de vista das entrevistas individuais, o que nós vamos fazer, obviamente, é um
estudo, é um relatório e esse relatório final, que é o estudo em sim, ele traz então citações
dos nossos entrevistados, mas as entrevistas individuais elas são absolutamente sigilosas
da nossa parte. Há quantos anos a TAP está no mercado brasileiro e operando então em
turismo?
Operando, com operação direta a TAP está desde, no Brasil, né, desde 1965, se eu não me falha
a memória, é 1960 foi quando começou a operação do vôo, quer dizer, na realidade em 1960
começou a operação do vôo da amizade, que é um vôo em “code share”, em parceria com a
Panair, com a extinta Panair, que era o vôo que vinha Ilha do Sal, Recife, e Rio de Janeiro, né,
mas a aeronave TAP, efetivamente, ela em 1965 que ela começa a operar aqui no Brasil.
Em Brasília opera a partir de?
Em Brasília, foi, nós temos, foi 2007, né. 2007 quando nós começamos com o vôo direto, né.
Ok. Bem, eu vou deixar um pouquinho a TAP de lado e gostaria de lhe perguntar: Tua
percepção sobre o destinos Brasília, cidade Brasília, como cidadão Brasileiro, como
consumidor de turismo, qual é a imagem que você tem de Brasília? Tanto os pontos fortes
como os pontos fracos.
Ok, se eu tiver um olhar do consumidor doméstico, né, é, sobre o ponto de vista de história e
monumentos, né, eu acho que Brasília ele tem todos os atrativos para quem quer visitar uma
cidade por conta desse aspecto. Acho que ela foi uma cidade que foi construída de uma forma
única, né, totalmente planejada, enfim, que perdeu um pouquinho desse planejamento por
conta do próprio crescimento, mas que ainda preserva algumas particularidades que outras
capitais não tem, que é essa quantidade de monumentos hoje, de construções que são bem
características de Brasília, que eu acho que isso é um atrativo, né, pra quem quer fazer um
turismo interno, né, no caso. É, eu vejo um outro atrativo que hoje, quer dizer, hoje que eu digo,
nos últimos anos, ele cresceu bastante, um pouco mais organizado, que é ele servir de uma
ponte também para alguns projetos específicos, Brasília ele tem uma característica única
também que eu vejo no Brasil, quer dizer, que é a parte cultural de Brasília, Brasília sempre teve
muito forte na música, na arte, né, e tem uma série de eventos regulares, eu acredito que teve
um boom aí do final da década de 70 pra cá quando houve uma série, uma série de eventos e
festivais de música, exposições, que isso cresceu, então eu acho que por aí ele também, eu acho
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que é um caminho bem interessante para continuar e se trabalhar bem forte esse lado do
turismo, esse lado do turismo cultural, né. O turismo ambiental em que, eu acho que também
pode ser explorado pela própria periferia de Brasília e alguns lugares onde se pode trabalhar
bem essa questão de meio ambiente, enfim. O ponto negativo que eu acho é de Brasília estar
muito ligada a questão política, né, eu acho que isso tira do turista, no meu entendimento,
fazendo um juízo de valor aqui, acho que pode, pode tirar é ou reduzir esse desejo de fazer um
turismo nesse sentido de visitar a cidade por conta, é, dessa, dessa, da cidade estar
intrinsecamente ligada a essa questão política, né. Embora são duas coisas distintas eu não vou
visitar o senado, ou o congresso, ou a explanada dos ministérios, enfim, todos os monumentos
ali por conta da política, é por conta da arquitetura, da beleza arquitetônica, mas mesmo assim
as pessoas não conseguem dissociar esse processo, né, eu acho que quando olham, enfim...
Então eu acho que isso é um fator aí que pode reduzir e acredito que posso ter um nível
razoável de influência no processo de decisão de escolha, né, para esse... Agora, volto a dizer,
Brasília, quer dizer, Brasília sempre teve uma característica que eu acho que deve continuar e
deve trabalhar muito bem isso, que é a questão do, da atividade cultural. Brasília lançou, aí
posso, a maioria de , no período, assim, do rock nacional surgiram vários expoentes na música,
surgidos de Brasília, sejam nascidos ou que foram pra lá crianças e viveram boa parte da vida lá,
né, que trabalhou muito bem, assim, em festivais, enfim, a parte cultural, hoje você tem uma
fundação, por exemplo Athos Bulcão que é um centro fantástico que desenvolve uma série de
projetos interessantes e outros mais ali, enfim. Você tem uma grade regular de eventos culturais
muito interessantes em Brasília que eu acho que ainda não são do domínio nacional, que dizer,
que poderia extrapolar o universo do brasiliense e começar a mostrar para outros, para
despertar esse desejo porque são eventos extremamente interessantes, assim como outras
capitais, como São Paulo, como o Rio que conseguem trazer uma série de turistas por conta de
determinados eventos.
Muito bem. Na tua opinião Brasília está pronta para atender a uma demanda turística
nacional e internacional? Por que? E se não está, o que falta?
É, bom, fazendo só um complemento da pergunta anterior, tem a questão do turismo
internacional que eu acho que ainda precisa ser, é, bem trabalhado, também por este lado, mas
essencialmente pelo lado de cultura, arquitetura e meio-ambiente, que eu acho que isso pode
despertar o desejo do turista estrangeiro de estar visitando a capital federal que, eu acho que
tem uma demanda natural, todo mundo tem esse desejo pela característica, eu acho que este é
o grande mote, é o grande aí, argumento para se, quer dizer, de mostrar essa característica
arquitetônica que é única no país, né, e que esse é o, que é o que pode motivar, na minha
opinião, que pode ser o grande motivador do turismo internacional. Com relação ao que, ao
que... (###)(??)
Atender a demanda turística nacional e depois eu gostaria que você refletisse sobre a
internacional também.
Olha, eu vou te dar um, aí um depoimento como, como, é, como um profissional, ou como um
turista, um passageiro, um visitante de Brasília, é que hoje eu vejo Brasília com alguns
problemas que até então eu não via há alguns anos atrás, quer dizer, problemas de trânsito, né,
que eu acho que é um problema sério que precisa ser trabalhado lá, o trânsito hoje é um
trânsito que em determinados momentos fica caótico, em determinadas avenidas, e grandes
avenidas, né, eu acho que precisa se trabalhar melhor o transporte público que ainda não
atende como se deveria, que eu acho que isso é fundamental em termos de infra-estrutura de
transporte para você atender essa demanda que eu não posso pegar um turista, eu não posso é,
convidar o turista pra visitar minha cidade e não oferecer a ele um transporte público de
qualidade, né, que ele posso se locomover pra vários lugares sem, na dependência de um
transporte privativo, enfim, isso é meio complicado fazendo uma comparação a outros grandes
centros aonde isso existe, né, fazendo uma comparação com a Europa onde você roda a Europa
inteira de metrô, enfim, é, como Rio de Janeiro, como São Paulo, né, que você consegue ter isso.
Eu acho que Brasília precisa uma melhoria, no meu entendimento, forte aí no transporte
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público. É a outra questão eu coloco como a infra-estrutura hoteleira, né. Hoje Brasília tem uma
infra-estrutura bem razoável, uma parte eu acho que precisa de um, de uma reforma, você tem
uma série de hotéis que já estão ultrapassados, falando, é, fazendo uma análise competitiva, né,
você tem, é, alguns de ponta, instalados em Brasília, inclusive que capitalizam, trazem grandes
eventos e fazem excelentes shows, enfim, é, aquele complexo alí até que eu esqueci o nome
agora, que hoje é um complexo de vários hotéis...
Que fica próximo, fica na região central? No setor hoteleiro sul?
No setor hoteleiro, no setor hoteleiro, esqueci agora o nome, inclusive é ali perto do escritório
da TAP, né, onde fica lá a torre ali do escritório da TAP, do outro lado ali tem um complexo
hoteleiro ali que hoje abriga um, uma excelente infra-estrutura, inclusive para a parte de
workshops, de grandes eventos e tal, é, mas você tem um outro lado onde você tem hotéis que
já tiveram o seu glamour, como o JK lá o, coisa que hoje precisa de uma reforma, são hotéis,
então, eu vejo um lado buscando, aqui ao lado dos grandes grupos que estão olhando Brasília
de outra forma e estão, e conseguem oferecer um produto de qualidade como o Naume, outros
mais e vejo um outro lado de hotéis mais antigos que são aqueles hotéis que surgiram e já
tiveram o seu apogeu há muitos anos atrás que hoje eles precisam, ta, então assim a infra-
estrutura hoteleira, eu acho que hoje não tem esse equilíbrio como se deveria pra você oferecer
ao turista, né, seja o estrangeiro seja o nacional. (Ok) E parte dela já é bem ocupada, que eu
digo assim, quando você fala nesse fluxo que, aí da parte política e econômica, enfim, que
sempre vai a Brasília.
Principalmente de segunda a quinta...
De segunda a quinta, exatamente.
... não é? Ok. Você considera o destino Brasília competitivo no mercado nacional?
Olha Brasília tem um produto que eu diria que ele é, é segmentado, né, porque segmentado
que eu digo? Ele não tem o atrativo de algumas capitais onde a beleza natural ela é, ela se
sobrepõe, se destaca, como o Rio e várias capitais no Nordeste, do Sul do País, né, em que você
tem a beleza, o atrativo natural, não to dizendo que ela não tenha, né, mas assim, que não, eu
acho que não se coloca em evidência isso. Eu digo segmentada, por que? Porque ela tem uma,
voltando a característica arquitetônica, a beleza arquitetônica, que eu acho que faz com que
exista esse desejo, quer dizer, que desperte o desejo de olhar por esse lado histórico cultural.
Quer dizer, é muito mais na questão do lazer, do lazer pelo lazer, né, eu diria, a arte pela arte,
quer dizer, de poder buscar um turismo histórico cultural, que eu acho que extremamente, de
extremo valor, né, é único, você vê a arquitetura de Brasília, quer dizer, então, eu diria
competitivo nesse aspecto né.
Ok. Você avalia, como você avalia os serviços? Os serviços, a infra-estrutura, os
equipamentos, os taxistas, enfim. Daquilo que te vem a memória quando a gente fala
Brasília, como você avalia?
Olha, vou voltar aquela pergunta anterior, quer dizer, eu acho que Brasília é, nesses últimos anos
ela passou, tirando a questão política de lado, deixando a questão política de lado, é, Brasília
está passando por um processo de mudança, mudança de infra-estrutura, quer dizer, em termos
de investimentos e obras e tal. É, mas eu acho que ainda falta muito, ainda falta muito, de novo,
acho que o transporte público ele precisa, é, ele precisa se, no meu entendimento, de uma
revisão nessa questão do transporte público pra você ampliar essa tua oferta de possibilidades
de locomoção do turista dentro da cidade de Brasília, por conta da própria, do próprio projeto
de Brasília, sem isso fica extremamente complicado. Então, e eu já tive oportunidade de
presenciar vários projetos e várias propostas que são perfeitamente viáveis pra Brasília sem
alterar o desenho original, sem alterar a característica e a própria arquitetura, né, mas que aí
esbarra me outras questões que não cabem pra mim aqui julgar, esse é o primeiro ponto. O
segundo é a questão da infra-estrutura hoteleira que eu acho que ela precisa ter uma outra,
uma outra, um outro olhar, né, pra, porque hoje você tem, por exemplo quando você vai em
determinados grandes centros de turismo aqui no Brasil, você hoje tem uma oferta muito
grande, não só quantitativa, mas qualitativa de é, de hotéis que realmente atende as
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necessidades do médio ao alto turista, do poder, em termos de sócio-econômicos. E eu vejo
Brasília com uma disparidade nesse sentido, né, eu vejo alguns hotéis excelentes, né, que são de
grandes redes que chegaram em Brasília, como eu vejo outros com uma certa obsolescência, se
eu tiver esse olhar competitivo, né.
Eu estava conversando ontem com um grande investidor aqui em São Paulo e ele foi
muito taxativo, ele falou: “Davi, nós não conseguimos levar é, construir um prédio de 30
milhões, de 50 milhões por uma questão básica, o metro quadrado de Brasília é muito
alto, então nós não conseguimos convencer o investidos a investir esse porte sem uma
taxa de retorno de 12 a 15% mínima.” Então é uma questão pontual, né, a questão
imobiliária, o custo do metro quadrado é muito alto.
É, mas aí não é só o custo do metro quadrado, quer dizer, aí que você tem que ver é, é, e acho a
isso cabe uma revisão também, quer dizer, o custo de vida em Brasília ele é alto, quando você
quer demandar, eu to falando isso, eu posso perfeitamente comparar com uma série de cidades
européias hoje, ta, onde é, é, você consegue se locomover, onde você consegue alugar um
carro, onde você consegue comprar passes de transporte público, onde você consegue se
alimentar por valores reais, valores extremamente competitivos e frente ao real. Quer dizer,
então eu vejo Brasília hoje, é, com um custo de vida muito alta, o exemplo é, o exemplo é o
metro quadrado da construção. Quer dizer, hoje um apartamento, eu vejo isso, tenho amigos
que moram, você pega hoje sudoeste e novas áreas que estão surgindo que são apartamentos
de 2 milhões e, assim uma coisa...
É o mesmo valor dos apartamentos de, da avenida Atlântica.
Sim, alguns sim...
De frente pro mar.
De frente pro mar, é, exato.
E da frente do parque Olhos d’água custam, 3 dormitórios, 1 milhão e meio a 2 milhões de
reais. É um absurdo.
Sim, é, você ta falando aí de um valor assim bastante alto em termos de investimento, né.
Além de hotel e de transporte público, desculpa, o que mais falta a Brasília? Onde mais ela
pode melhorar? E aí eu vou perguntar, não quero te induzir, mas também quero saber a
tua opinião sobre qualificação e mão de obra.
É a qualificação da mão de obra ela vem em decorrência de um investimento, quando você faz
o investimento da infra-estrutura. Por isso é que eu acho aí que o papel de determinado órgãos
como o SENAC, é, especialmente o SENAC, é, eu vou te dar um exemplo clássico, né. Eu estive,
em 1987, eu estive em Canoa Quebrada no Ceará, que era uma aldeia de pescador, né, paraíso
turístico e tal, mas que era uma aldeia de pescador, então você tinha aquelas estruturas na praia
bem precárias, aqueles bares que chamamos de biroscas ali que ficavam na praia e tal. É, voltei a
Canoa Quebrada em mil novecentos e... em 2006, 2006, 2005 com a minha família, fui pro Ceará
e resolvi descer de carro até Canoa Quebrada para apresentar aos meus filhos Canoa Quebrada,
um lugar que eu fui a muitos anos atrás, cheguei lá tomei um susto, o processo né, virou uma
Urbe, enfim, mas que mantiveram uma certa característica, bem interessante, mas a
característica daqueles barzinhos na beira da areia, mantiveram bem simples, agora tinha uma
placa presa na parede lá da madeira do coisa dizendo que as pessoas que estavam atendendo
foram treinadas e capacitadas pelo SENAC. Quer dizer, então eu acho que determinados órgãos
tem um papel fundamental nesse processo, de capacitar, capacitar desde a chegada no
aeroporto, né, para ter um centro de atendimento ao turista e ali já apresentar um leque de
opções que ele possa ter, né, em termos de visitação e de orientação, enfim. É, e ir nos próprios
grandes centros, quer dizer, de ter essa, eu acho que a capacitação do, desse agente, né, esse
agente de turismo, né, esse rapaz que possa andar, a capacitação em restaurantes, nos hotéis,
eu acho que ela é importante, hoje não vejo isso com força.
Ok.
Não vejo, mas isso é, agora é, eu coloco isso como uma decorrência do próprio investimento na
infra-estrutura, né. Eu, na minha cabeça eu não consigo dissociar investimentos em infra-
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estrutura com capacitação da mão de obra pra poder atender essa demanda especificamente
no turismo, seja com taxista, seja com o consierge do hotel, seja, enfim, no atendimento no
aeroporto, nos restaurantes, e por aí vai.
Perfeito. Ok. Brasília tem algo que é diferente, tem algum outro diferencial com relação
aos demais destinos do país e do exterior?
Olha, tem, né, a capital federal eu acho que isso por si só desperta um desejo das pessoas
conhecerem a capital federal pela própria característica dela, né.
Desejo cívico.
É, eu acho que isso tem, assim, eu, isso eu sempre cultivei com os meus filhos, né, de que, falei
ó, vocês precisam ir à Brasília, a gente precisa ir à Brasília e os novos foram à Brasília, foram 3
vezes à Brasília, as vocês precisam ir a Brasília. Por que? Porque ali é a capital federal, é uma
questão nacionalista, né, de você conhecer como foi construído, porque foi construído, todo o
projeto, um projeto é, do avião, do plano piloto, é isso tudo é importante, acho que é civilidade
é, eu acho que por si só isso já deve ter um apelo, né, aliado ao fato, de novo, da questão da
beleza arquitetônica, de uma série de obras, né, arquitetônicas que são fantásticas, e assim,
que...
Qual o cenário que você visualiza para Brasília nos próximos 5 anos? Esse cenário ele é de
crescimento, é declínio, é de estabilidade, e por que?
Olha, é, vou fazer uma inferência aqui, é, em nome da TAP de Lisboa, né, é, eu parto da premissa
de que se a matriz abriu um vôo direto, é, de Brasília para Europa é porque ela acredita na
demanda. Não só na demanda, porque isso não existe. Quando você faz uma análise de uma
nova rota, você não pode analisar só um lado, ne. A demanda Brasília/Europa, mas você tem
que analisar Europa/Brasil, ta. Então, é, eu acredito, acredito sim que, é, Brasília tem toda a
condição hoje de figurar num cenário nos próximos aí 5, 10 anos de mudar isso, né, de
continuar esse processo aí de crescimento do turismo, agora, óbvio, atendendo a essas
prerrogativas aí que nós colocamos aí algumas no nosso bate papo, né.
Perfeito. Considerando um pouquinho mais agora a atuação da TAP Portugal no destino
Brasília eu perguntaria, ela comercializa Brasília desde...
2007.
2007, e como que é, como é a avaliação hoje dessa operação? Com relação principalmente
a outros destinos como São Paulo, Rio que a TAP opera.
Tá, você tem que analisar que 2007, nós estamos falando de dois anos e pouco, menos de, são
três anos praticamente de coisa, isso é um período muito pequeno, quer dizer, novo, né, mas
que é uma rota que já se mostrou viável. É, então, ela hoje, óbvio que a gente, nós não
podemos comparar ela com Rio e São Paulo pela própria demanda natural, é só você olhar que
nós temos 6 vôos, voltamos agora a 7 agora em junho, vamos voltar a 7 vôos, é um por dia em
Brasília, enquanto nos outros destinos nós temos 14, 15, quer dizer, pela própria demanda, né.
Os outros destinos que eu digo Rio e São Paulo, potencialmente. Mas é uma rota que já se
apresentou viável e nós estamos trabalhando ela para potencializar, para incentivar, tanto lá
como cá, incentivar o turismo, quer dizer hoje existe, desculpe, já existe um trabalho específico
de todas as nossas diretorias, é, de vendas nos países europeus onde nós operamos para poder
no seu hall de opções aí, ter o destino Brasília, né. E em Brasília também um trabalho aí forte
para que o brasiliense ele conheça a TAP como essa, na realidade nós somos a única opção para
a Europa, né, o que a gente precisa cada vez mais é estar divulgando e fazendo com que as
pessoas entendam que isso é a idéia e isso é um conforto que nós é, estamos oferecendo hoje
para Brasília de vôos diretos, não tenha dúvida. E, de novo, de uma rota que a gente considera
perfeitamente viável. Se não fosse assim nós não teríamos aberto esse vôo direto.
Em 2009 houve crescimento? Ou ficou estável?
Olha, 2009 foi um ano muito difícil...
A comercialização, né.
É, 2009 foi um ano muito difícil para todo o mercado do setor aéreo, né, mas a TAP, nós, é, o
presidente teve uma proposta bem interessante que eu considero que assim que foi
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fundamental para a sustentabilidade da empresa, né, é, no período que nós tivemos um ajuste
muito forte em 2009, um ajuste não só nas freqüências, é, em alguns destinos nós reduzimos as
freqüências mais, em outros menos, por exemplo, Brasília nós tiramos só uma freqüência, foi um
dia só, é, em outros mais, fizemos um ajuste, isso é um ajuste natural de demanda, né, em
função do problema instalado. Que se iniciou em meados de 2008, com a crise de petróleo, se
potencializou no final do ano com a crise econômica mundial, ta, e teve seu reflexo aí no
primeiro, principalmente no primeiro semestre de 2009. Então, com isso teve uma série de
ajuste de freqüências, é, uma revisão na gestão de custos aí e despesas da própria companhia
face ao prejuízo dos 2 anos que, de 2008 e 2009, então, mas que, por conta disso a TAP
conseguiu em 2009 é, ter uma queda muito menor do que o setor, do que a indústria, ta,
enquanto a indústria, agora de cabeça eu não me lembro, mas eu acho que nós reduzimos o
nosso volume de passageiro/ano, e aí a gente pode fazer uma média ponderada por cada
destinos que foi mais ou menos a mesma coisa, é, nós tivermos uma média ponderada aí, nessa
média, nós tivemos uma média aí de dois de meio, a três por cento em relação ao ano anterior,
se eu não me engano, mas que, a indústria caiu muito mais, a indústria, se não me falha a
memória, caiu acho que 17 ou 15%, enfim, posso...
Está claro.
Mas que nós, pelo nosso trabalho, nós tivemos uma queda muito menos do que a própria
indústria apresentou, o setor aéreo apresentou no geral em função desse trabalho, quer dizer,
então para nós não houve um impacto tão grande, né, que já se voltou aí a, 1, 2, um (?)
“loadspector” bem interessante, né, com um aproveitamento bem satisfatório aí nos nosso vôos,
no período, Brasília tem se apresentado muito bem, né, eu tenho acompanhado aí com a nossa
área de “pricing” os números e os números são bem interessantes de Brasília.
Ok. É, quais são as ameaças, que você vê com relação a continuidade da atuação no
mercado de Brasília? Você visualiza algum tipo de ameaça, algo?
Não, eu visualizo as variáveis incontroláveis de sempre, né.
Governo Federal, economia nacional, mundial...
É o Governo Federal, crise de petróleo, economia, crise mundial econômica, que aí são, por
exemplo, o preço do petróleo é uma variável aí incontrolável né para nós que isso prejudica
sobremaneira qualquer tipo de projeto e investimento que se faça, a médio, a curto, a médio e a
longo prazo. Porque você fica a mercê, que a gente (?????), aí eu volto a dizer, aí já depende
muito do governo, porque o aí o governo é que vai balizar esse plano de estabilidade e poder
tentar segurar isso, mas que como o nosso custo ele é em dólar, quer dizer, então eu dependo
também do mercado externo, dependendo do mercado externo, quer dizer, então se complica.
Você vê oportunidades, assim, claras para a TAP no destino Brasília? Você vê alguma
variável nova, alguma oportunidade de, empreendedora, de investimento que contribua
para a atuação da TAP?
Sim, vejo, turismo de negócios. Eu acho que Brasília tem uma big oportunidade por ser a capital
federal, já ter esse apelo natural. Eu acho que o crescimento na parte de eventos e de negócios,
né, congressos, seminários e tal em que você consegue trabalhar essa parte corporativa muito
forte e ter um alinhamento do turismo com isso, quer dizer, é, se Brasília trabalhar, né, com o
óbvio, de novo, continuando ou desenvolvendo um trabalho de investimento em infra-estrutura
para poder atender essa demanda, não adianta, mas eu vejo Brasília com um potencial enorme
por conta dessa beleza arquitetônica que Brasília tem, eu acho que seria um trabalho fantástico
de poder incrementar cada vez mais essas atividades de negócios, quer dizer, o turismo de
negócios, né.
A TAP pretende investir em Brasília nos próximos 5 anos?
Sim, continua investindo, quer dizer, a idéia, a empresa não pensa, e, pelo menos a informação
que nós obtivemos, não há nenhuma informação negativa com relação a descontinuidade do
vôo, pelo contrário é uma rota que se apresentou, como eu já falei, viável. Brasília é, nós
estamos agora em junho voltando a freqüência original, quer dizer, é prova de que a TAP
reafirma esse compromisso de estar, temos participado, a TAP tem investido sim, só esse anos
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nós temos participado, vamos participar, já participamos agora em Goiás da Centro-Oeste Tour,
em agosto temos outra Centro-oeste Tour em Brasília, é, temos com alguns operadores
“Kepnet” (?), então já parcerias para workshops lá de capacitação dos, a TAP continua investindo
e já temos um evento que nós fazemos já pelo 4º ano, se não me falha a memória, vai acontecer
esse ano de novo que é a Semana Gastronômica de Lisboa, o (??) Naum, né, então a TAP (????)
tem feito o seu dever de casa, de continuar, é nós temos a Semana Gastronômica de Lisboa...
De Lisboa, no Naum?
Isso, no Naum (?) que acontece sempre no final do ano, né, se não me falha a memória no início
de dezembro, né. É, e junto ao Trade Turismo a gente tem um trabalho regular de participação
em determinados eventos, é, não só como, sozinhos, como também em parceria com alguns
Tour operadores, é, e de visitas de capacitação junto ao Trade que nós fazemos regularmente.
Existe alguma, algum valor em reais que, algum numero que você tenha, Davi a TAP
pretende investir X milhões, ou X mil reais, neste próximo ano, ou ano, em neste destino
existe essa conta?
Não, não existe, não existe, agora o que nós fazemos é assim, a nossa verba, você não pode
esquecer que nós somos uma filial aqui, né, a matriz é em Lisboa. É uma filial que tem uma
estrutura, pela responsabilidade hoje do Brasil dentro do contexto da TAP, que tem toda uma,
nós temos aqui um Diretor Geral para a América Latina que é o Mario Carvalho, que atende
Brasil, atende Venezuela, enfim, e o outros GSAs espalhados na América do Sul, e uma estrutura
para poder atender essas 8, esses 8, 8 capitais onde a TAP hoje, né.
Na América do Sul.
Não Brasil, só Brasil.
Ah desculpe...
Dentro do Brasil nós somos 8 e vamos ser 9. A partir de 3 de julho nós começamos com
Campinas 3 vezes por semana. Então nós vamos chegar a 70 vôos semanais, vamos chegar a 70
vôos, hoje a TAP é a companhia aérea que mais opera do Brasil para a Europa.
Muito bem. Então assim...
...só complementando, fechando esse teu questionamento, é, nós não temos uma verba
específica assim em termos de investimentos, a gente analisa o mercado e dentro da nossa
verba de marketing a gente destina uma parte para ações específicas junto ao Trade,
capacitação, a gente tem uma preocupação muito grande de trabalhar a capacitação do
turismo, né, a capacitação do produto TAP e conseqüentemente de alguns destinos, né, destino
Europa, no caso aqui em Brasília divulgando o destino Europa.
Ok. Obrigado. Eu vou deixar um pouquinho a empresa de lado e volto a te perguntar.
Você me disse há pouco tempo que você vê Brasília e a própria atuação da empresa como,
na verdade o destino Brasília como um destino, nos próximos 5 anos, de crescimento.
Sim, é acredito...
A cidade, enfim.
A cidade.
Então, você veria, para quem quer investir em negócios de turismo em Brasília hoje, nos
próximos anos, algum tipo de oportunidade? Oportunidades especificas de negócios?
Você, o que te vem a mente, a cabeça?
Eventos. Eventos, eu investiria em Brasília em eventos. Eu transformaria, a, Brasília tem um, acho
que no seu DNA já tem uma história, né, muito forte ligada a música, por exemplo, as artes de
uma forma, cultura de uma forma geral. Então, eu investiria muito forte em eventos.
Ok.
Na minha opinião eu acho que é um investimento que atenderia não só a demanda natural de
Brasília, como atrairia o turismo interno e o próprio turismo externo, América do sul e tal, se
Brasília, eu vou te dar um exemplo, Brasília recentemente, quer dizer no final do ano passado
começou um boato de que Brasília traria nas comemorações do seu aniversário. Bom, começou
com Paul Mcartnei depois foi o U2, quer dizer, isso provocou um frenesi em várias capitais. Eu te
digo, por exemplo, no Rio e em São Paulo com várias pessoas que eu conheço que iriam para
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Brasília para assistir o show, que seria único. Minha filha é uma delas (risos). E já tinha dito: “pai,
se o Paul Mcartnei vier é certo que eu vou lá pra casa da minha tia pra ficar lá pra assistir o show
dele lá, e não interessa o dia que for.” Então assim, é, eu acho que Brasília por ter já essa
vocação, por ter lançado uma série, quer dizer, vários grupos, Legião Urbana, enfim, Nenhum de
Nós, é esse menino, Cachimbo,(!!)(Cassia Eller) é, vários, vários, Raimundos e vários que
surgiram de Brasília e despontaram aí pro Brasil e pro Mundo, é, porque não o Festival de
Brasília, o Festival de Cinema de Brasília, quer dizer, Brasília tem uma característica cultural que
eu acho que deveria ser explorada e ser potencializado pra fora do Brasil inclusive, né, quer
dizer e de se criar um grande centro, né, enfim. Eu apostaria muito forte na cultura em Brasília,
porque eu acho que é um nicho fantástico que não, acho difícil...
Que já está no cerne, no DNA da cidade.
... já ta no DNA da cidade...
Na tua opinião quais são as principais desafios ou dificuldades que estes investidores
encontrariam para se estruturar neste destino? Ou, que dificuldades esses investidores
deveriam superar, na tua opinião?
O primeiro é o custo de, custo de vida o custo do indivíduo para ele querer esse investimento
que é muito alto. O custo de vida em Brasília é muito alto, conseqüentemente, o custo de vida
alto o investimento também ele é muito alto, né, mão de obra, quer dizer, não muito pela mão
de obra, porque a mão de obra você tem, não fazendo com que essa seja a melhor ou a pior
solução mas você consegue a mão de obra, na questão da construção civil, no entorno bem
mais barato. Mas é, mas o custo mesmo de construção e de local, né, de área, isso é muito alto,
é muito caro, né, a capacitação que ainda é um custo alto, quando se fala aí em locais aonde
você não tem ainda isso bem estruturado, né, então eu vejo a parte de, desse do custo de vida
que dificultaria e da própria infra-estrutura que eu acho que dificulta ainda nesse processo pela
própria geografia da região.
Falta. Na tua opinião. Falta parceria política com o poder público?
Eu acho que, é, não sei se isso seria o, assim, o determinante. Eu vejo Brasília com uma força
dissociada a questão política se eu trabalhar de novo, to fazendo aqui uma, um juízo de valor
aqui nessa questão da Cultura, né. Eu acho que a cultura ela independe da política. É, Brasília
pode estar pegando fogo no seu governo, é, nas suas discussões de governo, mas que eu acho
que ela pode ter uma demanda natural por um outro víeis, por um outro caminho que é esse
caminho das atividades culturais. Assim, então as dificuldades que eu vejo do coisa, é óbvio que
essa questão em Brasília, e uma dificuldade política econômica que possa ser criada parar o
investidor, quer dizer, aí, isso também é um complicador. Quer dizer, se você tem um problema
político, como hoje Brasília vive um problema político muito sério, é óbvio que um investidor ele
vai pensar duas vezes, seja para iniciar alguma coisa ou seja para continuar alguma coisa que ele
estava investindo, porque fica na cabeça dele é...
O que?
É, um aumento, talvez assim, porque o mundo ele é movido pela percepção, infelizmente o
mundo é movido pela percepção, e hoje o que se vê é uma Brasília muito machucada né, assim,
por conta de toda uma, uma, e assim o brasiliense se sentindo traído, né, quer dizer é o que eu
me colocando no lugar de um morador de Brasília, eu acho que eu me sentiria traído por um
governo que falou e começou a querer fazer uma séria de coisas e na contra partida começa a
ter atos é, ali, paralelos que não condiziam com aquilo que se professou em público, né, pro
mercado. Quer dizer, com isso você deixa o investidor com uma certa dúvida, dúvida com
relação ao que vai acontecer politicamente com o governo, com o DF, e deixa o próprio
brasiliense, eu acho que com um pouco com seu orgulho ferido, um pouco machucado por
conta disso, né. Quer dizer, então eu acho que isso é um dificultador.
Na tua opinião então a instabilidade política ela geral uma...
Ela influencia, claro..
... Ela freia os investimentos no destino?
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É, não, não digo, é, não sei se ela freia, mas ela gera um certo, um certo temor. Não diria que a
pessoa chega a botar totalmente o pé no freio, mas eu acho que ele reduz a marcha. Entendeu,
se ele estava dirigindo em 5ª tranqüilo eu acho que ele passa uma 4ª, volta uma 3ª e vai
dirigindo, quer dizer, tem um trafego a frente e ele vai mais devagar.
Observando mais.
É, observando mais, entendeu. Não sei se ele chega a botar o pé no freio.
Ok, a gente ta quase fechando. Eu vou te perguntar o seguinte, do ponto de vista do
governo mesmo, da iniciativa do investimento público, quais são suas sugestões, suas
recomendações para que se tenha pros próximos investimentos em turismo no DF, do
ponto de vista do governo?
Olha, não é diferente em grandes capitais, eu acho que o governo, o papel do governo é prover
determinados serviços públicos de qualidade. Quer dizer, eu acho que o governo precisa fazer
isso, não precisa fazer mais nada, eu acho que se o governo ele tiver esse papel de oferecer uma
infra-estrutura viária decente, básica e decente, uma infra-estrutura nos transportes aí, também
condizente com aquilo que se propõe em termos de, não só de locomoção do brasiliense mas
para o crescimento e desenvolvimento socioeconômico, turístico, enfim, da capital. É, se ela
oferecer uma infra-estrutura de saúde condizente, digna, não só para o DF, mas que possa
também isso gerar, porque isso também é um ponto que é muito importante quando você fala
em desenvolvimento turístico, né, quer dizer, a pessoa tem um problema vai pra onde? Que
hospital que ela vai? Que clínica? Quer dizer ela vai depender sempre de uma clínica particular?
Quer dizer, ela não vai ter um atendimento, quer dizer um pronto atendimento em hospitais de,
não to dizendo que não haja, mas é uma coisa que você tem que continuar com um olhar, né. É
o investimento na educação, quer dizer então eu não diria assim, o governo ele não tem, ele
tem que prover daquela infra-estrutura que é básica para que o Estado funcione. O resto ele
vem naturalmente, ele vem com a iniciativa privada, ele vem com os investimentos privados.
E quais seriam as suas sugestões ou suas recomendações para investimentos exatamente
do ponto de vista da iniciativa privada? Você vê, você disse “setor de eventos”, mas existe
algo mais que você recomendaria? Ou veria como importante que a iniciativa privada
cuidasse na cidade de Brasília? Se te ocorrer.
É, não, eu acho que pode sim você criar, existem espaços ali, hoje Brasília tem alguns espaços
um pouco fora dos grandes centros onde você pode estar criando áreas, áreas de lazer, né,
algum parques, algumas coisas ligadas a meio-ambiente que eu acho que são muito legais, ou
muito interessantes isso, que isso sempre atrai, você diversifica né. (!!)(Amplia) (???) turística,
amplia um leque de opções até, na medida em que você tem, você amplia até a sua faixa, né, a
tua possibilidade ai desse tipo de turista que vai visitar Brasília. Quer dizer, então assim, não vejo
nada diferente nesse sentido. E a própria capacitação da mão de obra com projetos específicos,
projetos, aí eu não sei se existe hoje em Brasília, mas projeto de visita orientada, é, corredores
de visitação específicas.
Existe em algumas visitas orientadas para o turismo cívico, mas são bem poucas.
É, porque isso...
Câmara, plenário...
É, não, é, mas eu acho que deveria crescer isso fora, em fundações em outros projetos, até em
alguns lugares privados onde você tem uma arquitetura interessante, levar para outros lugares,
quer dizer, de se criar, por exemplo, no Rio você tem um circuito de igrejas no centro da cidade
que é fantástico, entendeu? Então, é criar produtos, né, intensificar essa questão de criar
produtos para intensificar esse turismo, né.
E do ponto de vista de investimentos no 3º setor, você vê alguma interface, alguma, te
ocorre?
Sim, claro, essa é uma área que eu conheço razoavelmente bem porque eu já participei de
muito projeto do 3º setor antes da TAP. É, hoje nós temos um grande problema no país que é
uma faixa entre 14 e 21 anos, que é a faixa que promove o maior desequilíbrio social que, no
meu entendimento, nós temos no país. Por que? É uma faixa hoje que ela se caracteriza no
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contexto da educação dentro da maior evasão escolar, né, é uma faixa que não se insere no
mercado de trabalho porque não tem capacitação, não tem qualificação, não tem educação
digna para poder estar se inserindo no mercado de trabalho, então ela vai por duas vias. Ou
para o sub-emprego, que é o que? É o flanelinha, é o lavador de carro, é o camelô, né, ou vai
pro tráfico. Quer dizer, então, isso não é diferente em nenhuma metrópole, e Brasília também
não é diferente, se você olhar os centros hoje de camelôs, se você olhar a periferia, as cidades
satélites de Brasília onde isso ocorre, onde você tem uma violência muito grande, né, acredito
até que a própria estrutura, uma estrutura voltada para essas atividades culturais mais intensas
em Brasília poderia contribuir para reduzir um pouco aquilo que nos últimos anos, na minha
opinião, se esvaziou um pouco em termos culturais e incentivou, ou indiretamente influenciou
no crescimento daquelas gangues de classe média dos guetos em Brasília, né? Por conta disso,
quer dizer, porque você não tem um “Cross entreteinement”, quer dizer, então você não tem
essa atividade de entretenimento se cruzando de várias áreas e as pessoas, é uma coisa mais
sociável, né, e isso não existe, e eu acho que tem, aí entra, aí eu acho que entra o governo que
poderia ter uma contribuição fantástica junto com os incentivos fiscais que ele oferece para
iniciativa privada pra estar trabalhando com projetos na periferia, projetos esportivos, projetos
sociais, enfim, que são... Quer dizer, então o 3º setor ele tem um papel sim, não só na
preservação da história, que dizer, na medida em que ele trabalha aspectos culturais na
preservação da memória e da história da capital, como no desenvolvimento de projetos que
ajude na capacitação desses jovens para a inserção no mercado de trabalho. E o turismo ele tem
um poder aí fantástico para isso, que pode auxiliar muito. Você imagina se na periferia do
aeroporto e nas outras cidades, que dizer, se Infraero e outras instituições mais, e as próprias
instituições privadas e fizessem um trabalho de pegar esses jovens e incentivá-los a voltar para
a escola e dar uma capacitação e depois pegar esse agente transformador e colocar eles em
parceria com uma série de operadores de turismo e tal, podendo oportunizar o estágio para
esses jovens estarem inseridos no mercado de trabalho, e (?) ta bom porque o turismo, através
do esporte, quer dizer, fazendo uma integração nisso eu acho que isso é...
Seria bastante sustentável...
É sustentável e é um investimento muito barato, né, é um investimento social muito barato face
ao retorno. Você tem uma série de iniciativas que você pode estar trabalhando fugindo da
cidade e indo para a periferia, indo para as cidades satélites. Você tem projetos de, por exemplo,
projeto de cinema, projetos de teatro, projetos esportivos, tudo que poderiam ser trabalhados
lá que se reverteria em resultado para própria capital federal como um todo, ne, porque você ta
inserindo esse jovem num mercado de trabalho, você está integrando ele com um jovem que
está na capital, que naturalmente já há segregação, quer dizer, você diminuiria, encurtaria né
esse “gap”, esse espaço que existe né, essa disparidade sócio-econômica aí e que isso só traz
benefício...
Não só para o turismo.
É.
Do ponto de vista deste estudo que visa criar subsídios para a tomada de decisões, né de
novos investidores, ne, empreendedores, na detecção mesmo de oportunidades para
desenvolvimento principalmente de negócios em turismo no DF, é, tem mais algum
comentário, essa, mais alguma última contribuição que você queira dizer? Ou disso tudo
que a gente conversou? Ou que não tenha nada a ver com isso tudo? Algo mais que você
queira dizer aí pra gente poder encerrar?
Olha, que, na realidade, o meu desejo é que esse estudo ele efetivamente, ele sirva de um
parâmetro para ações efetivas e mensuráveis, né, não só por parte do Ministério do Turismo,
por parte da Embratur, por parte da iniciativa privada, né, do Trade Turístico na região, que
possa contribuir para ações, de novo efetivas e mensuráveis, que a gente possa, daqui um
tempo, possa estar falando que esse trabalho ele foi um balizador para um novo olhar pro
turismo no DF. É o meu desejo, nesse sentido, que iniciativas como essas reverberem por outras
capitais. (risos)
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Queria agradecer muito...
Transportadora União
Entrevista nº 5 – Realizada em São Paulo - SP
Data: 15/04/2010
Entrevistador: Davi Bimbatti
Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida
(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo
(!!) Interrupções
PARTE 1
Meu nome completo é [...], é, nós somos transporte de cargas, né, e encomendas, ta, rodoviárias
e minha função é Despachante Líder.
Você pode falar pra gente o nome das empresas nas quais você trabalha?
A gente é a Princesa do Norte e Viação Piracicabana.
Ok. Queria te perguntar o seguinte: é, há quantos anos a Princesa do Norte, ela
comercializa, ela existe há quantos anos a empresa existe e atua nesse mercado?
A Princesa do Norte há aproximadamente 40 anos e a Viação Piracicabana aproximadamente
50 anos, com transporte de passageiros, turismo e encomendas rodoviárias.
E vocês fazem a cidade de Brasília?
Atendemos a cidade de Brasília para encomendas e cargas.
Eu queria perguntar pra você, é... Quando a gente fala cidade de Brasília o que vem na sua
cabeça? Quais são os aspectos positivos e negativos que você imagina que Brasília tem?
Brasília eu creio que é uma cidade satélite, né, de um bom giro de comércio, né, dentro da
atuação de turismo, né, e, contra eu não tenho nada a respeito de Brasília, ta? Só coisas boas.
Não vem nenhuma impressão negativa, nada na sua cabeça quando a gente fala Brasília?
Não, no momento não, assim, a única curiosidade né, de Brasília é o pessoal nordestino que
atua no local, né, assim, pelo que eu conheço, né, é a única curiosidade, mas nada contra nem
negativo.
O pessoal, o pessoal? Desculpe eu não entendi.
Nordestino, né.
Sim, ta. E você acha que Brasília está pronta pra atender a demanda turística, a procura
turística nacional e internacional?
Eu creio que sim, por ser um local tranqüilo, né, por ser um local tranqüilo eu creio que está
apto.
É, o que você acha que falta na cidade de Brasília?
Olha eu creio que assim, falta, olha pelo que eu conheço, eu não, eu acho que é uma cidade
completa, né, pelo que eu conheço é uma cidade completa.
É você considera que Brasília, ela é um destino assim que é competitiva no mercado
nacional? Ou seja, comparando Brasília com as outras capitais, com as outras cidades
grandes do Brasil, você acha que Brasília tem condições de competir? Porque?
Olha, pelo que eu conheço Brasília eu creio que, na área assim de comércio e de grandes
indústrias, né, eu acho que Brasília não tem muita atuação nisso, né. As outras capitais, as outras
cidades eu acho que tem mais, né. Tem bem mais.
Teria o que? Mais condições, mais o que?
É que Brasília parece que não oferece muito comércio, assim, muita indústria, é né, tudo isso aí
né.
Com relação aos serviços né, você conhece um pouquinho dos restaurantes, dos hotéis,
dos taxistas, enfim, serviços lá em, e os produtos turísticos que são oferecidos em Brasília,
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a parte de mão de obra e tal, como que você considera, assim, como que você avalia se
são bons, se não são, enfim, por que?
Olha, pelo que eu conheci da cidade de Brasília, eu conheci assim Sobradinho, né, então deu
pra ter uma noção boa assim da parte de taxi, é um local assim muito bom, atendimento bom, é
a parte de hotel também oferecem bastante segurança também, deu pra ter essa noção.
Você acha que pode melhorar em alguma coisa ainda que você perceba assim, alguma
sugestão sua no sentido de, ou de que nesses serviços aí, na infra-estrutura, enfim, você
teria algum lugar onde você acha que pode ser melhorado?
É, a, assim a parte de numeração de hotel, né. Teria que, eu creio que teria que ter mais vários
outros lugares, né, assim, mais hotel né pras pessoas terem mais opções, né.
Ter mais hotéis em outros lugares?
Isso, isso mesmo. Em outras localidades, né.
E como você acha que é o atendimento, assim, das pessoas lá dos serviços em Brasília?
Olha, eu gostei do atendimento, pelo que se vê é um pessoal que, bem capacitado, pessoal
bem assim experiente, né.
O que você acha que Brasília tem de diferente com relação com as outras, aos outros
destinos, as outras cidades do país e até mesmo do exterior, o que Brasília tem de
diferente?
Sim, é um bairro distante do outro né? Um bairro, assim, uma coisa que me chamou minha
atenção é um bairro distante do outro, assim né, de um bairro pro outro tem uma certa
localidade que, bem distante de um bairro pro outro, né.
Você acha que nos próximos 5 anos Brasília vai crescer, vai manter o mesmo padrão, uma
estabilidade, ou você acha que vai declinar, vai, enfim, declínio, crescimento ou uma certa
estabilidade no cenário pros próximos 5 anos com relação ao turismo?
É, a tendência é Brasília é crescer, é crescendo, isso ta bem declarado que a tendência ali é um
crescimento maior.
Porque que você acha que vai crescer?
Pela falta assim do comércio, ne, comércio e indústria, né, grandes comércio e indústrias, né,
então a tendência ali ta declarado que é crescer.
Beleza. Com relação a empresa agora, um pouquinho as duas empresas aqui que você está
nos representando que é a Princesa do Norte e a Viação Piracicabana, você acha que...
Vocês comercializam, vocês atuam em Brasília?
Isso, a gente atua em Brasília na área de encomendas, né, a gente pega de, a gente coletamos
em Curitiba, Londrina, Porto Alegre e a gente envia através dos ônibus né da Princesa do Norte,
da Viação Piracicabana, a gente envia encomenda pra Brasília, né.
Você também transportam passageiros ou só encomendas?
Não, nesse caso a gente atua nessas duas áreas, né, nessas três, né, que seria o turismo, né,
encomenda e transporte de passageiros, né.
Perfeito. E a quantos anos vocês comercializam, atuam na cidade de Brasília?
A Princesa do Norte é recente, né, porque teve uma, teve uma mudança aí quem atuava na
linha lá, Coritiba a Brasília, era a Penha, né, então foi, foi feito uma re-negociação aí e foi
passada pela Princesa do Norte há aproximadamente 2 anos.
E a outra empresa a Piracicabana já atua a quanto tempo?
Não a Piracicabana ela é so é intermediária, ela não chega até Brasília, né.
Perfeito. Quando a gente compara Brasília com as outras cidades, e com as outras capitais,
as outras cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, que vocês atuam, como que é a
comparação, é mais forte, é mais fraco? Como que você vê essa, como que você avalia
isso?
É as outras capitais são um negócio mais corrido, mais corrido, mais movimentado, né. Brasília
já é um pouco mais tranqüilo, né.
Você acha que em 2009, ano passado, teve crescimento, teve estabilidade ou teve declínio
na comercialização com Brasília?
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Não, continuou normal, ta estável.
E com relação a mercado de Brasília novamente, você acha que tem alguma ameaça, ou
alguma oportunidade pro negócio de vocês? Você vê alguma ameaça ou vê alguma
grande oportunidade pra vocês atuarem em Brasília?
É, conforme a empresa pede né, ela quer aumentar o faturamento nessa área aí, né.
Vocês vão continuar investindo na cidade de Brasília nos próximos 5 anos? Ou vocês vão,
a intenção é continuar atuando?
Ah, com certeza. Depende muito da nossa boa vontade aqui né pra estar enviando sempre
bastante carga pra Brasília e estar atendendo bem os clientes de Brasília, né.
O que que manda mais: carga ou passageiro?
Olha, isso é meio diversificado, né. Muitas vezes, tem semana que vai mais carga, tem semana
que vai mais passageiro, então é meio a meio.
Você saberia dizer pra gente quanto que a empresa investe nesse transporte pra Brasília
por mês ou por ano?
Olha, por mês a cidade de Brasília a gente ta com uma demanda de, total de frete de mais ou
menos uns 8000 reais, né, porque ta começando agora, né. Aproximadamente 2 anos. Então a
gente ta com essa demanda aí de 8000 a 10000 mais ou menos.
Isso é por mês?
Isso, é quinzenal, né.
Quinzenal, ok. Pra gente terminar queria que você imaginasse o seguinte: a gente ta
fazendo esse estudo para avaliar se tem oportunidades de negócios para investidores
novos que querem investir na cidade de Brasília na área de turismo, né, então seria, esse
estudo ele vai trazer as principais oportunidades pros próximos 5 anos em Brasília. Você
falou pra gente há pouquinho tempo atrás que você vê que essa cidade vai crescer nos
próximos 5 anos, você acha que os negócios são de crescimento. Então, que tipo de
negócio, ou de oportunidades, se você tiver, possuir um investidor e você fazer um
negócio novo em Brasília em que área, em que ramo você acha que isso seria bom, um
bom negócio a partir de hoje?
Eu creio que na área de auto-peças, comércio de auto-peças, confecção, né. Esse tipo de
industrialização aí que seria um bom negócio pra Brasília, né, crescimento, né, e investimento
também, seria um negócio bom nessa área aí.
Tá, na área de negócios em turismo, você vê algum tipo de segmento de oportunidade?
Eu creio que na área de turismo, por se tratar de um local aí de, um local assim que muita gente
não conhece, né, então está na curiosidade, né.
A gente já esta terminando, você acha que tem alguma dificuldade, por exemplo, o
investidor vai colocar o seu dinheiro, vai investir, vai montar um negócio em Brasília, você
acha que ele vai encontrar algum tipo de dificuldades que ele tem que superar lá pra
investir no DF?
Eu creio que não, né, devido a grande população, né. Então, nessa área, um negócio mais
conhecido, né, então eu creio que não, não tem nenhuma dificuldade não, qualquer investidor
acho que vai encontrar uma grande facilidade.
Você acha, o que você pensa a respeito da vontade e da parceria com o poder público,
com a política lá na cidade?
Ah, eu creio que é um negócio muito forte, né, negócio interessante, é um debate bom que
interessa muito ao Brasil.
Bem, pra gente fechar, você tem alguma sugestão, ou alguma recomendação pra quem
vai investir no DF com vista ao desenvolvimento no turismo, assim, do ponto de vista de
investimento público, né, do ponto de vista do Governo. O que você acha que o governo
deveria fazer para auxiliar os investidores da área lá pro DF?
É mais recurso e mais interesse né na parte do governo, né, porque isso interessa ao Brasil
todo, né.
E da parte dos empresários o que você acha que está faltando?
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É da parte dos empresários também, mais interesse também, né, investimento.
Você em alguma sugestão falar pro pessoal do 3º setor, para as ONGs, te ocorre alguma
coisa ou não?
Não, pra mim ta normal.
Então assim a última pergunta é o seguinte, imaginando que tem gente com dinheiro e
que quer colocar em Brasília, para investir em Brasília nos próximos 5 anos, o que você
falaria pelo que você conhece do seu setor e dos outros setores, bares e restaurantes,
hotéis, taxi, transporte, locadora de automóvel, serviços, receptivo, empresa de eventos,
enfim, de tudo que envolve o turismo, se tivesse alguém querendo investir em Brasília nos
próximos 5 anos quais seriam suas dicas, o que você falaria pra essa pessoa? Ou se essa
pessoa fosse você, o que você falaria pra você mesmo?
Ah, é um negócio bom, negócio muito bom, interessante, que tem um recurso, né, um recurso
muito bom e que vale a pena sim, vale a pena um investimento nessa área aí do DF.
Muito obrigado...
PARTE 2
15/04/2010
Entrevistado: encarregado do setor de encomendas da empresa Princesa do Norte e da Viação
Piracicabana
Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida
(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo
(!!) Interrupções
Meu nome completo é [...] e eu sou encarregado do setor de encomendas das empresas
Piracicabana e União Cargas e Princesa do Norte.
E a quanto tempo você está na empresa?
Eu trabalho há 12 anos.
A empresa, ou as empresas, elas existem há quantos anos?
Há mais de 50 anos.
E elas atuam transportando encomendas e passageiros há todo esse tempo ou de uns
tempos para cá?
Não, sempre foi encomendas e passageiros, atendendo o estado do Paraná, Brasília, Goiás, São
Paulo.
Então desde o início atende Brasília?
Desde o início, quem atende Brasília é a União, no caso, União Cargas, a União Transportes.
Então quem atende Brasília é a União Cargas Transportes Rodoviários que é do mesmo
grupo? É isso?
Exatamente.
A Piracicabana ela é, a Viação Piracicabana ela é transporte de?
Passageiros e encomendas também.
De passageiros e encomendas, e faz Brasília?
Não, estado de São Paulo só.
Ah, então a Piracicabana só faz Estado de São Paulo. E a Princesa do Norte?
Estado do Paraná.
Princesa do Norte faz o Estado do Paraná, então a gente ta falando de Brasília com a
participação de qual empresa?
União Transportes de passageiros e encomendas.
Então, na hora de degravar a gente precisa pegar esta, tanto a entrevista do [...]como a
entrevista do [...] e colocar que a empresa é União...
Transporte de passageiros e cargas LTDA.
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Ok. E ela é uma empresa que faz, passageiros e encomendas para Brasília, beleza. Paulo
quando eu falo destino Brasília, o que vem a sua cabeça?
Palácio do Planalto (risos).
O que mais?
Ah, rapaz, eu conheço muito pouco de Brasília, então é até difícil falar assim, né, porque como a
gente nunca foi lá, né.
Mas você vê algum ponto negativo quando a gente fala Brasília?
A gente sempre acompanha as notícias da violência, né, como em todo o estado, né, São Paulo,
Rio, né. Acho que o ponto negativo é a violência né que sempre está passando nos jornais, de
favelas e essas coisas todas, né.
E algum ponto positivo, algum ponto forte que você vê quando a gente fala Brasília?
A acho que é um ponto positivo é você saber que você está na capital do país, né. Você está (?)
visitando a capital do país eu acho que é um ponto positivo, porque eu acho que todo mundo
tem vontade de conhecer, né.
Perfeito. Na sua opinião Paulo, você acha que Brasília ta pronta para atender a demanda
turística, né, essa é uma pesquisa do turismo, né, por isso que a gente inclui a questão dos
passageiros, você acha que Brasília está pronta pra atender a demanda turística, tanto de
pessoas que vem do Brasil como de pessoas que vem do exterior?
É eu acredito que sim, até mesmo vai ter muitas melhorias, né, tanto Brasília como outros
estados aí que vão sediar a Copa, vão ter muitas melhorias. Eu acredito que Brasília ta entre uma
das melhores cidades para receber com tranqüilidade e com segurança.
Se você fosse investir é, você acha que investiria em que? No que investir para
transformá-la num destino melhor ainda para receber as pessoas de fora?
Ah, com certeza o turismo, né. Porque é uma, acho que é um, que atrai bastante as pessoas, o
turismo, assim, investir no esporte, é, futebol, educação também, né, acho que é primordial
também, né.
Você acha que Brasília ela tem competitividade, ela é um destino competitivo com relação
as outras cidades do Brasil e por que?
Não, eu acho que ela tem condições porque politicamente, politicamente ela é muito forte em
relação os outros estados e, então ela tem muitas condições, porque é uma capital forte em
termos de renda, de, sei lá, de condições de receber tranquilamente as pessoas de fora, as vezes
aqui do Brasil.
Tá, uma outra coisa. Como que você avalia os serviços e os produtos turísticos que são
oferecidos por Brasília hoje? Ou seja, com relação aos restaurantes, hotéis, os taxis, os
atrativos, a mão de obra, como que você acha que, como você avalia esses serviços aí?
Acho que é muito bom, é, Brasília é bem servido, se você ver governadores, os senadores, o
pessoal, eu acho que, você vê lá Brasília, politicamente é, você vê tudo bem servido, hotéis bons,
é, taxi, é, aeroporto, é tudo de primeira, eu acho que essa parte aí ta bem servida.
O que Brasília tem de diferencial com relação aos demais destinos do país e do exterior? O
que Brasília tem de diferente na sua opinião Paulo?
Ah, rapaz, aí, Brasília é, sei lá, o atrativo, sei lá, uma delas é a parte política mesmo que eu acho
que, que é diferenciado, que atrai aí a curiosidade da população.
Perfeito. Se a gente pensar nos próximos 5 anos, nos próximos 5 anos de Brasília, com
relação ao turismo, você acha que haverá crescimento, estabilidade ou declínio? E por
que?
Eu acho que vai ter um, uma estabilidade né, estabilidade porque é um estado que vai se
preparar né, ela vai estar preparada para receber, então eu acho que pra crescer muito ela não
tem muita área assim para crescer mais, pode se estabilizar, dá uma melhores condições de
hotéis, de aeroporto, de segurança.
Perfeito. A empresa de vocês comercializa Brasília, e ha quantos anos comercializa?
Ah, Brasília já estamos há mais de 20 anos, aquela linha lá.
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Ok. Como que você avalia essa comercialização de Brasília, da empresa de vocês,
comparando, por exemplo com outros mercados receptores, como São Paulo, Rio de
Janeiro?
Ah é uma linha muito boa essa aí de passageiros, encomendas, é, nós temos um bom, uma boa,
uma boa movimentação aí de passageiros e encomendas naquela região, é muito boa.
Em 2009, Paulo, teve crescimento, estabilidade ou declínio na comercialização de Brasília?
Estabilidade, teve estabilidade, porque nós passamos aquela crise, né, que pegou o país todo e
nós conseguimos manter aquela média de, nem perdemos, nem crescemos mais.
Perfeito. Com relação ainda a cidade de Brasília, ao mercado de Brasília, você vê algum
tipo de ameaça ou algum tipo de oportunidade para o negócio de vocês?
Não, eu acho que mais é oportunidade, né, porque esse ramo é um ramo, o de transporte,
principalmente, muito bom, se você vai, se você vai conquistando o cliente, cada dia, cada dia
que passa. Então é, o crescimento seria a palavra chave.
A empresa pretende investir nos próximos 5 anos em Brasília?
Sim, com certeza, vai investir bastante, principalmente em turismo, também que a gente faz
muito turismo com empresas que contrata os ônibus para estar fazendo turismo, Brasília/São
Paulo, Brasília/Belo Horizonte e aí vai.
Como que funciona esse turismo que a empresa de vocês fazem? Você falou a gente é
solicitado, fale um pouquinho como que funciona esse tipo de negócio de turismo?
O turismo é assim, é, tem uma determinada agência, contrata a empresa para, vamos supor,
vamos levar, vamos para Santa Catarina, aí eles vendem as passagens lá, 46 passageiros, lotam o
carro, eles locam o carro e a gente determina o valor, o valor X, eles pagam e o ônibus fica a
disposição. Vai pra Santa Catarina ficar 3, 4 dias, onde fica a disposição lá, o pessoal faz o
turismo deles...
Com o motorista?
... Com o motorista, fica a disposição, aí marca o dia da volta, volta e fica a disposição. É uma
locação de um ônibus que a gente (?) manda passageiro, o passageiro vai e desce, e no caso do
turismo ele vai lá e fica a disposição, ele ta alugado para aquele pessoal, para aquela agência.
Ele, o transporte de vocês, rodoviário, o ônibus com motorista ele é fretado, ele é
contratado por uma agência de turismo, no caso?
É uma agencia ou uma pessoa física também que faz aquele tipo de turismo que, Aparecida do
Norte, essa, qualquer pessoa pode locar um ônibus, né.
E, no caso pra Brasília vocês tem muita locação nesse sentido?
Ah, o turismo sim é um, o turismo é sempre é, sempre tem uma boa movimentação que ajuda
no orçamento aí dos passageiros, né.
Você acha que esse transporte de passageiros de turismo para Brasília vai crescer nos
próximos 5 anos?
Ah acredito que sim, vai crescer. A medida que vai crescendo a população, vai crescendo o
turismo também nessa área, né.
Paulo, você sabe me dizer quanto em média a empresa investe em reais por mês nesse
transporte para Brasília?
Não, aí eu não saberia te dizer porque é mais a parte financeira que controla isso aí.
Beleza, pra gente fechar eu queria saber o seguinte: você falou que pra Brasília você vê
um movimento de estabilidade, né. Você falou que Brasília não tem muito por onde
crescer, então você vê um cenário de estabilidade nos próximos 5 anos. Eu te perguntaria,
se alguém tivesse condições, ou recursos, ou quisesse investir em Brasília na área do
turismo para novas oportunidades de negócios, que tipo de oportunidades, que tipo de
negócios você vê que esse investidor poderia investir?
É Brasília hoje tem muitas coisas pra poder investir, é, no comércio, na indústria, auto-peça, é
hotel, vários negócios que poderiam hoje você abrir um negócio e ser bem sucedido, né.
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Fica a vontade... A gente só tem mais duas perguntas. Você acha que essa pessoa que vai
investir em Brasília no caso, quais seriam as principais dificuldades que esses investidores
e o empresário do setor do turismo eles teriam que superar para investir no DF?
A acho que a dificuldade é a questão do mercado, que ele tinha que competir, né, com aqueles
que já estão instalados lá e, acho que isso aí é um, é um serviço a longo prazo, mas que no final
ele vai ser bem sucedido. A competitividade que, normal de uma empresa que está chegando,
aquela que já está com vários anos aí no ramo e na cidade.
Na sua opinião falta vontade e parceria política?
Com certeza, com certeza, a política acho que é, tudo nesse país hoje, quer dizer, se eles
tivessem vontade, não só Brasília como o Brasil seria um país melhor, né.
Quais são suas sugestões para quem vai investir nos próximos investimentos no DF do
ponto de vista do Governo? Quais seriam suas sugestões ou recomendações para os
investimentos públicos?
Acho que o governos devia ajudar o pessoal, principalmente na questão da cobrança de
impostos, dá um desconto, melhorar isso aí, dá um investimento, é, que nem hoje você vê
muitas empresas saindo daqui de São Paulo e indo pro interior porque, com um imposto isento,
com propriedade, áreas que o pessoal põe, a prefeitura põe a disponibilidade das empresas,
eles instalam lá e levam mais emprego pras cidades, então eu acho que é por aí o governo tinha
que investir mais.
Beleza, fica a vontade... É Paulo, do ponto de vista dos empresários, o que você
recomendaria, o que você sugeriria para os investimentos privados?
É os empresários tem que, é, tem que investir bastante também, tem que soltar mais verba para,
é, arriscar mais né, as vezes eles ficam, o Brasil é um país que está muito, eles ficam com medo
de investir e depois tomar um maior prejuízo, acho que eles tinham que arriscar mais também,
acreditar no país, principalmente na educação dos funcionários, no treinamento, na questão do,
de investir no funcionário, né, no dia-a-dia para que ele tenha sucesso no final.
Você acha que é importante para os empresários, no caso, os investimentos privados, eles
sejam feitos no DF considerando uma taxa de risco maior, quer dizer, você acha que os
empresários deveriam se arriscar mais?
Com certeza, tem que se arriscar mais, porque o Brasil é um país que você vê que tudo dá certo,
né, tudo que o cara, que o cara pensa dá certo. Então eu acho que devia arriscar mais.
E com relação a qualificação da mão de obra, os investimentos da qualificação de
funcionários, é, você acha que Brasília tem, ou Brasília deve, não tem ou deve investir?
Como que você vê isso?
Não, Brasília tem, até mesmo Brasília como uma região ali, as cidades pertinhas, mão de obra é
barato né, então, eu acho que essa parte aí ta tranqüilo pra questão do investimento.
E do ponto de vista do terceiro setor, das ONGs, ó ene gês, você tem alguma coisa que
você veja que pode fazer para melhorar o turismo no DF, ou não te ocorre?
Não, não me ocorre não...
Então pra finalizar mesmo Paulo, a gente ta imaginando que vai ter pessoas nos próximos
anos, investidores que tem dinheiro para investir no turismo lá no DF, Brasília e entorno,
então o que você diria para essa pessoa? O que você gostaria de dizer, suas palavras
finais, algum comentário, alguma última contribuição para que essas pessoas pudessem
seguir em frente?
Eu diria que vamos, vamos em frente gente, vamos investir, vamos a luta porque você tem que
arriscar, quem não arrisca não vai ver se o resultado foi bom ou não. Acho que tem que investir
e arriscar e vá a luta, vamos pra frente.
Muito obrigado.
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Bancobrás
Entrevista nº 6 – Realizada em Brasília - DF
Entrevistadora: Karen Basso
Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida
(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo
(!!) Interrupções
Quantos anos a Bancobrás atua no mercado nacional?
Nós temos dois... As empresas Bancobrás, que é uma holding, nós temos dois segmentos de
turismo, né? Tem a Bancobrás Turismo e o Clube Bancobrás. Então a Bancobrás operadora, que
é agencia de viagens e operadora de turismo, nós estamos no mercado há 15 anos, mais ou
menos 15 anos. Perdão, perdão, são exatamente, acho que, 13 anos. E a Bancobrás, o Clube
Bancobrás há 26 anos. Este ano a gente faz 26 anos no mercado.
E comercializa Brasília desde sempre? Ou não comercializa Brasília?
Então, o Clube Bancobrás tem um movimento muito bom com Brasília, em fase, principalmente
final de semana, então, existe um documento, é, do, tanto do cliente de fora, ou mesmo
regional, interno, assim, próximos a Brasília, né, ou mesmo de outras cidades, que vem pra
Brasília e utilizam o Clube. A operadora já não, a gente não tem essa questão de estar com
pacotes pra cá, pra Brasília, a gente já, inclusive aproveitando agora o 21, né, aniversário de
Brasília 50 anos, tentamos fazer alguma coisa e tal, mas a gente vê que nesse histórico todo da,
nesse período todo, a gente não tem um movimento de vir pra Brasília. Ainda não... (!!)
Então, eu posso dizer que não, eu posso dizer que, que a Bancobrás operadora não
oferece roteiro pra capital... turista para Brasília nesse momento, não existe?
Não, não. Nós já tentamos por algumas vezes fazer alguma coisa, sempre que tem algum
atrativo a mais na cidade, então a gente lança, (?) sede da nossa revista, que tem uma
divulgação muito boa, nós mandamos no e-mail marketing, mas não, a gente não tem um
resultado de venda.
Ok. Eu vou voltar a falar sobre isso daqui a pouquinho. Então, de modo geral, como é que
você visualiza, o que você diria pra mim em relação a imagem de Brasília como destino?
Os principais pontos, como destino mesmo, pensando, é, tentar trazer o turista pra
Brasília. Qual seria a sua imagem, pontos positivos e pontos negativos de Brasília de um
modo geral?
Olha, é, eu acho que é muito específica, né, assim a questão das pessoas, eles passam, é um
destino pra passar por aqui. A gente tem, hoje a gente tem muito pouco a oferecer em Brasília,
a arquitetura é o grande, acho que do que chama mais a atenção, então seria um turismo
arquitetônico ou alguma coisa assim, né, que, eu acho que seria o mais interessante se focasse
nessa questão, porque, né, é uma cidade diferente, além de ser planejada, a arquitetura é
maravilhosa, é uma coisa, né, inovadora, e, então eu acredito que se focasse nessa questão a
gente poderia ter até, né... Assim, acaba sendo focado só nisso, o problema é esse, porque
acaba o turismo as vezes focado só nisso. Então as pessoas passam por aqui. Quando você vê, a
gente tem algumas, já algumas vezes alguns roteiro, as pessoas vem passam o final de semana,
ou, as vezes nem o final de semana, passa-se o dia e a noite já sai daqui. Porque realmente a
gente não tem muito atrativo aqui em Brasília pra segurar o cliente aqui na cidade. Hoje a gente
tem, a quantidade de hotéis aumentou bastante, né e tal, mas com a chegada do, com a
renovação do Centro de Convenções, né, hoje a gente tem problema de confirmar hotel aqui
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durante a semana em Brasília. É, sempre tivemos uma demanda de terça a quinta por conta dos
parlamentares, então a cidade estava cheia. Mas aí, depois do Centro de Convenções ela ta a
semana inteira, então a gente fica preocupado com essa questão da Copa, né, vai se construir
mais hotéis? Como é que vai ser atendida essa pa... nessa época, como é que vai ser? Porque
hoje, essa semana a cidade está lotada, você não consegue vaga em hotel nenhum na cidade,
né, e não tem um grande (?) presente, né, pra justificar porque tem um evento tal, né, então
lotou a cidade. A gente ta vendo que está constante.
E nessa, diante disso Kesia, você acha que, na sua opinião Brasília hoje está pronta pra
receber a demanda turística nacional?
Não.
Porque não?
Eu que...
Internacional então nem pensar? Se não ta pronta...
Não, falta muito. Eu sou uma pessoa apaixonada, nasci em Brasília e sou apaixonada por Brasília.
Todas as pessoas que vem pra Brasília, pra conhecer Brasília, eu faço questão, eu sou daquela
que faço todos os passeios cívicos, levo as pessoas pra conhecer pontos turísticos, e eu fiquei
assim decepcionadíssima, esse final de semana mesmo eu cheguei ali no final do eixo
monumental, e, perto do Panteon da Liberdade ali, então estavam arrumando, acho que
mexendo lá, fazendo alguma coisa, e as pessoas não tinham o cuidado de esperar os turistas
visitarem, mexendo com obra, a pessoa limpando lá e jogando água em todo mundo. Então não
tem, não tem uma estrutura pra receber um turista de fora. Estrangeiro acho que é pior, você
não vê um guia, uma pessoa, assim, nos locais que possam estar atendendo, né. O que a gente
tem hoje em Brasília assim, é, se for olhar aqui no eixo mesmo são muito poucos os
monumentos que você pode fazer final de semana, fazer um passeio, né, entrar, conhecer...
Então, ou está reformando, ou está fechado, ou, né, então...
O que você acha que faltaria em geral pra Brasília... você apontou várias coisas, mas o que
você diria? Que você acha pra Brasília ficar minimamente pronta pra atender essa
demanda?
A, eu acho que seria mais é o interesse mesmo dos Governos em estar fazendo a divulgação de
Brasília, né, não só pra...
Você acha que envolve capacitação também? Criar uma estrutura...
Capacitação. Justamente. A gente não vê pessoas, é, com, capacitadas a estar fazendo, é, a
divulgação, como é que se diz? Um guia né, mesmo. É, você chega num monumento desse não
tem ninguém que te explique, né. Então, as pessoas, principalmente o estrangeiro, ele quer, a
gente vê que ele chega num local e quer saber sobre aquilo ali, ele quer esmiuçar aquilo ali,
como é que foi construído, como é que, quer saber mesmo. A gente não tem isso. Quando você
chega na frente da catedral, você chega na frente dos ministérios, e, sabe? Se a pessoa não tiver
ali, ele mesmo lendo, quem que faz uma orientação? Não tem. Então acho que é investimento
mesmo, é, no turismo mesmo. Guias, é, assim toda uma estrutura pra atender o turista, né?
Ok. Considerando, agora vamos pensar um pouquinho nos outros destinos de modo
rápido, você acha que Brasília é competitiva no mercado nacional? Quando a gente pensa
nas outras capitais...
Olha, é, não. Ela deixa muito a desejar, né. Até, assim, é aquela estória está assim concentrado o
turismo em Brasília, eu acho que poderia explorar muito mais, mas as pessoas acham que é só o
eixo monumental, né? Só fica nisso aqui. Né, tem, se fala um pouquinho, falam do Catetinho,
então, mas quem é que vai lá, quem, existe alguma coisa, algum passeio, eu não vejo aí algum,
um incentivo pra pessoa sair daqui e ir até o Catetinho. Né, eu sou apaixonada pelo Catetinho, e
eu acho que você pergunta assim: aonde? Até o próprio, quem mora em Brasília não sabe, quer
dizer, muita gente não sabe onde é o Catetinho, né. Então falta, eu acredito que falta é, a gente
ta deixando a desejar muito aqui ainda pras demais cidades (?) que acreditem em turismo.
È, eu vou aprofundar um pouquinho e tentar saber da sua opinião, como é que a senhora
avalia hoje os serviços e os produtos turísticos, de modo mais pontual, oferecidos pelo
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destino Brasília hoje. Então, (?) como a gente, (?) por exemplo você pensa, comercializar
Brasília, como é que você avalia esses produtos que estão no mercado? Como é que você
avalia o destino Brasília produtos? E eu vou, eu entro, você falou bastante de atrativos,
mas eu vou entrar também em serviços, na hotelaria, na, em alimentos e bebidas, é, na
infra-estrutura geral como um todo, na prestação de serviço que a gente já pontuou...
É Brasília é um destino caro, né, você, a gente vê até mesmo por nós que moramos aqui, (???), é
um último caso, você não tem muitas opções, é o que você tem de opção são as opções mais
caras, se você quer um bom restaurante você vai pagar bem caro por ele, né, então é
complicado. Hotelaria a gente comentou, (???), falta é um hotel, são os hotéis, a gente trabalha
com muitos destinos, a gente vê que Brasília é um dos destinos mais caros que tem, né, e ta
faltando, porque? A procura hoje em relação a, o executivo, como é que fala, o corporativo, hoje
pra o corporativo, pra parte de eventos, hoje Brasília já ta, ela fica lotada a semana toda, então
acho que esquecem da parte do turismo, né, então, ah porque ta tudo lotado, porque que a
gente vai fazer alguma coisa diferente? Né, pra, você vai negociar uma tarifa pra fazer um
pacote não tem muito diferença. Então, é um destino caro, Brasília é um destino caro.
O que Brasília tem de diferencial com relação com os demais destinos do país e do
exterior? O que você acha quando a gente pensa no que está por aí, está na vitrine, o que
Brasília poderia oferecer de diferente?
Oferecer? Acho complicado. Acho que as pessoas conhecem ela assim, tipo, se encantam por
ser uma planejada, né, a propaganda é toda feita... Mas eu sempre falo, é, fica muito
centralizado nisso aqui só, né, é... Poderia oferecer...
Você fala no eixo monumental?
Eixo monumental, é, ali. Eu acredito assim que seria, assim, é, trazer mais shows, mais, (?) ou
algo que as pessoas além de estar aqui na cidade, de fazer os passeios cívicos, ter mais alguma,
né, atrações, mais restaurantes, mais, é... Algo que prendesse mais as pessoas, pra ficar mais
tempo aqui...
Eventos de um modo geral...
Eventos, é...
Ok. Nos próximos 5 anos, quando você pensa Brasília daqui 5 anos, qual é o cenário que
te vem em mente?
(??)
É o caos?
Caos.
Porque? Como é que visualiza isso é...
Transito ta impossível, ta, assim, pra gente na questão do turismo já é uma dificuldade hoje pra
você conseguir vaga na cidade, então eu falo, vai ter que construir muito hotel pra atender essa
demanda toda, eu não sei como é que vai ser feita a questão da Copa, porque realmente nós
não estamos preparados pra receber uma Copa, né. Tudo bem, daqui a 5 anos tem todo um
planejamento aí, é...
Daqui a 5 anos a gente já vai ter passado a Copa inclusive, né, se a gente pensar, o que
será que vai ter aumentado o turismo, será que vai ter diminuído, e como é que será...
Como é que você vê Brasília? De modo pessimista pelo jeito, né, você acha que já está um
caos.
É, a coisa está indo pro lado do caos mesmo, de... Era uma cidade (??) que a queda, né, aquela
estória do todo plane... do planejada, aquela coisa toda, mas, é, a gente já ta sentido que ta bem
confusa, né. Então eu fico com medo, eu espero que não, que eu esteja totalmente errada, mas
é...
Você acha que esse caos ele vai afetar o turismo também, a gente vai ter um declínio, uma
estabilização, uma estagnação do mercado, ou um aumento?
Não, então...
Se não criar estrutura?
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É, é complicado né. Já, a gente não vai conseguir trazer coisas diferentes pra cá, não adianta a
gente pensar se não tiver uma estrutura, né. A gente, a parte de, que a gente fala do
corporativa, é interessante, já, já, a cidade já tem aquela coisa né, mais assim, a parte de turismo
mesmo, de lazer, dessas, de cultural, a gente não tem na cidade, né, já é, fica muito a desejar. Eu
acho que é isso que falta para as pessoas virem mais a Brasília. Elas estão vindo para trabalhar,
tal, mas não se aproveita, né, a cidade em si, né, ficam, bom, vem pro seu evento e vão embora
e pronto.
Você comentou comigo aqui a Bancobrás, eu acho que eu vou fazer dois momentos disso
aqui, ta? Você comentou que a Bancobrás operadora não comercializa Brasília, então eu
vou te perguntar um pouquinho da razão disso e depois eu vou voltar pra isso de novo,
mas trazendo pro lado do Clube Bancobrás, que comercializa, ta? A Bancobrás operadora
ela não comercializa Brasília porque basicamente?
Tá, eu acredito que pelo preço, né, que é um pacote caro, né, as diárias dos hotéis são caras, a
gente quando eu falo na Bancobrás operadora eu olho totalmente pelo lado do lazer, que eu
não trabalho com o corporativo, então quando a gente, né, no meu caso, eu olho pro lazer.
Falta a opção de lazer, né, falta a... por ser um lazer caro também, né, então, e a, o pacote fica
inviável, né, fica uma coisa, um pacote caro. É, então, acho que é isso que ta faltando pra gente
estar comercializando. No caso do Clube Bancobrás é porque a gente tem diárias já pagas, né,
então as pessoas aproveitam isso e também elas aproveitam na parte corporativa também, não
que a gente comercializa, a gente não faz comercialização de um clube, mas ele, o associado
utiliza as diárias dele da forma que ele quiser, tanto pra vir pra trabalhar, pra... né, então a gente
tem um movimento em Brasília. Não é um movimento como a gente tem fora de Brasília, né,
que a gente consegue aí em Caldas, que é, entorno, né a gente consegue dar um movimento
muito melhor do que a gente (?) daria na capital.
E como você avalia o mercado de Brasília, comparando, e aí eu falo o mercado mesmo de
competitividade da operadora Bancobrás com as outras no mercado, comparando
também as vendas de Brasília com as vendas de São Paulo, com a venda do Rio de
Janeiro, quer dizer, você já contou que é baixíssimo...
É....
Fala um pouquinho...
É, (?) então, realmente, pra Brasília a gente não tem uma venda expressiva, a gente nem conta
como, ela não, praticamente a gente tem aqui algum grupo que vem, que é algum evento que
as agências nos pedem, algum assim, mas são coisas, é, não é o que a gente vende dia-a-dia,
né, não existe essa venda diária.
É, você comentou um pouquinho mas, eu vou perguntar novamente. Há alguma previsão
ou possibilidade da Bancobrás comercializar Brasília nos próximos...?
Sim, a gente sempre vem, tenta, né, tem alguma coisa diferente na cidade a gente corre e faz
alguns (?) roteiros, meche, tenta trazer eventos pra cá, né. Quando a gente está sempre, as
empresas nos procurando, mesmo a gente não trabalha com a parte corporativa, mas quando é
grupo a gente ta sempre tentando mobilizar e fazer alguma coisa e tal. Então nós temos um
interesse de estar, a gente não tem é demanda, né, a gente vê que não é uma, a tem.. acredito
que uma divulgação fora daqui. Eu, assim, é, viajo bastante e tal, eu não vejo fora as pessoas, é,
uma propaganda de Brasília fora daqui, né, em outras capitais. Como você vê as propagandas
aqui do nordeste, ta sempre, Bahia, Ceará, sempre fazendo uma propaganda que pra a pessoa ir
pra cidade, né, Brasília você não tem isso. Eu nunca vi na televisão, eu estando fora de Brasília,
ou num outdoor, ou numa revista, as pessoas chamando pra vim pra Brasília, né. Não tem
aquele apelo de você, né, vem, né, vem pra cá, lazer, alguma coisa.
Então, interesse...
Falta divulgação da cidade eu acredito. Se prende muito na questão que é capital do Brasil só,
mas aí, ela por si só não vende, né. Alguém tem que correr, os órgãos, eu acredito que a
secretaria, por mais que o pessoal começou, mudou com a (??) “Brasília Sul”, de uns anos pra cá
a gente vê que eles tem aparecido nas feiras de turismo tal, mas eu acredito que ainda, assim, é
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uma coisa muito tímida em relação ao que se precisa pra trazer pra cá, né, primeiro a gente vai
ter que estruturar aqui também, né.
E a própria Bancobrás tem alguma previsão, algum interesse, alguma previsão de
investimento nesse sentido de divulgação do destino Brasília, dos roteiros que possam vir
a ser formatados, enfim...
Não, assim, pelo menos a operadora, a gente não, realmente não tem nada planejado não.
Também não existe, existe ou não alguma previsão de investimento nos próximos 5 anos
no DF pra comercialização, pra ampliação da Bancobrás, da atuação da Bancobrás aqui no
DF?
Eu vou falar pra o perfil da operadora o Clube realmente aí eu não sei, como é que ta, como, o
Clube tem o seu movimento aqui, a nossa marca (?) vive a Brasília então eu acredito que tenha
algum interesse de estar fazendo alguma coisa. A operadora realmente não tem, para pacotes
turísticos, pra, de lazer a gente não tem nada planejado pra cá.
E porque?
É justamente, eu acho que falta isso, é um pacote que fica, assim, sem muito atrativo, né, você
lança, você faz, tenta divulgar, aquela coisa toda, mas a gente não tem retorno. É um pacote que
realmente não tem retorno, por conta de, falta em Brasília algo que chama a atenção pras
pessoas virem pra cá. Só o fato de ser a capital, hoje acredito que não é mais... É uma cidade
diferente, lógico, né, se vale a pena vir pra cá e conhecer e tal, mas vai ficar aquela estória, vai
passar por aqui.
Você pontuou durante a sua fala a questão dos atrativos de Brasília por si só, ela não tem
um apelo em termos de o que oferecer de atrativo turístico pra capital, uma demanda
nacional e internacional e ao mesmo tempo você falou que não tem estrutura, falta uma
estrutura, falta uma capacitação geral, falta o interesse do Governo, falta divulgação e
promoção, você acha que esse conjunto, e, existe um alto preço dos produtos, dos
serviços turísticos, que atualmente são existente, eu fui identificando o que você disse.
Você acha então que enquanto existir esse alto preço, essa falta de atratividade, não tem
como vender...
As pessoas vão passar por aqui. Vai ser um passeio de passar o dia, né, o pessoal faz uma escala
aqui, vem passa, faz o passeio aqui no eixo monumental, conhece o básico, né, tal, (?) vai lá no
palácio, pronto, né. Existe, eu acredito que poderia explorar muito mais né, a, e se você for
visitar, inclusive os pontos turísticos hoje, tirando lógico o JK, alguma coisa, mas se você for
passar assim no...
Jk que você fala é o me... (!!)
O Memorial JK, né, que eu acho que, eu acredito que seja o mais estruturado, né. Aí se você vai
na catedral, você não tem uma pessoa ali que te oriente, te guie e tal, então eu acho que existe,
a cidade quando a pessoa vai com alguém conhecido eu acho que as pessoas são assim, todo
mundo fica encantado com Brasília. Eu acredito que o brasiliense é apaixonado pela cidade, né,
eu mesmo faço uma propaganda danada da minha cidade, e quero, vou, mas eu chego lá eu
fico assim, poxa, mas não tem ninguém pra te orientar aqui nessa visita nem nada, então, é
estrutura, falta uma estrutura. Então as pessoas passam por aqui, visitam ali rapidinho, (?) o
coração, e vão embora no final do dia. Né, então, quer dizer, elas não vão se hospedar, elas não
gastaram com restaurante, elas, simplesmente elas passaram por aqui.
É verdade. Agora eu vou voltar pra, voltar pro geral, nossa percepção geral, tá, quer dizer
(?) ainda da Bancobrás também, em relação as oportunidade e ameaças pra Brasília.
Então, eu queria que você citasse algumas das principais oportunidades de negócios em
turismo, sei que é, visualiza pra Brasília nos próximos 5 anos, independente de ser em
operação, necessariamente, qualquer, quando você pensa numa estruturação de Brasília, o
que você vê como uma oportunidade de investimento aí por vir nos próximos anos em
turismo?
É, eu acho que no, indo pro lado real da situação, é, são eventos, né. Parte de lazer eu acho
muito difícil, vai demorar ainda, mas assim, pra 5 anos, são eventos mesmo. Trabalhar a questão
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de eventos, né. Eu acho, já ta ficando apertado aí porque isso ta mexendo com a forma de
hospedagem, só o Centro de Convenções hoje atende né, um evento de grande porte, inclusive
os eventos internacionais que a gente poderia estar trazendo pra cá, mas ainda, a gente fica um
pouco a desejar. Então, mais do que, na realidade, na parte real da situação, são eventos.
E aí, na sua opinião qual que é as principais dificuldades que o empresário, que o
investidor pode vir a encontrar em Brasília se ele vier desenvolver um negócio aqui?
Espaço pra realização do evento, né, tanto para o próprio evento como de hospedagem. Pra
hospedar, a parte hoteleira né, a parte toda hoteleira hoje ela é, a gente é, a cidade, se ela tiver
um evento, na cidade não comporta mais outro. Você não consegue estar trabalhando aí com
mais, com eventos de uma proporção maior, a cidade ela está sempre lotada, né ela esta
sempre cheia. Mas assim, e aquela parte, é... Eu acho que é por conta, ta cheia, mas é por conta
da quantidade de leitos que a gente tem na cidade. Então eu acredito que esbarraria nessa
parte de leitos e de espaços mesmo físicos pra realização desses eventos.
Se for alguma outra empresa, uma empresa de agendamento por exemplo, ou uma (????),
você acha que tem algum outro impeditivo que possa vir a, elas teriam algum, alguma
dificuldade, você visualiza alguma dificuldade?
Não.
Ok. Por fim, quais são sua sugestões e recomendações pros próximos, se você fosse dar
uma sugestão uma recomendação pros próximos investimentos no DF para o
desenvolvimento turístico, né do DF, do ponto de vista do investimento público, se você
fosse poder dar uma sugestão pro Governo, o que fazer? No que investir?
Qualificar, qualificar as pessoas aqui, né. Eu acredito que, a gente vê, a gente fica triste porque
você chega numa cidade do nordeste, e aqui, você vê lá, vem que, é assim, não é, não é, vamos
dizer assim, o ideal, mas existem as pessoas que sabem falar sobre a cidade, né, os guias, as
vezes até os guias mirins, tem alguns projetos e tal. Brasília você não vê nada disso, não existe é,
você não qualifica as pessoas de turismo aqui, né. Eu acredito que falta essa qualificação aqui
mesmo, investimento na divulgação, que eu acho que é o, na promoção, é, que pra trazer pra
cá, pra gente conseguir, quer dizer, né, estrutura, fazer uma estrutura aqui pra atender,
primeiramente, acho que a gente tem que se preparar, qualificar as pessoas, né, pra depois fazer
uma divulgação fora pra fazer que as pessoas venham pra Brasília.
Do ponto de vista dos investimentos privados, se você fosse fazer uma sugestão, uma
recomendação pra quem quer investir em Brasília, ou pra que Brasília cresça em termos
turísticos nos próximos 5 anos? Setor privado agora.
Ah, eu acho, (risos) que hotel. Hotel, e assim, é, casas de show, acho que falta, a gente hoje, até
pra trazer mesmo um evento pra cá, fica, o teatro nacional, algum é, né, uma, ali na academia de
tênis, então eu acho que falta... (!!) (Opção de lazer...) Opção de lazer, justamente,
entretenimento, justamente, eu acho que pode-se investir em entretenimento em Brasília.
E do ponto de vista do terceiro setor, ONGs, entidades de classe, que você acha, como é
que você acha, quais são as sugestões e recomendações pra que Brasília se desenvolva nos
próximos 5 anos?
Hum... Não sei te dizer assim...
Você acha que eles podem fazer alguma coisa? As ONGs podem fazer alguma coisa?
É, até mesmo pra essa capacitação ela poderia, justamente, começar com, né, com essa parte
de, de... Tirar as crianças da rua e dá um né, e estar ali interagindo elas com a cidade, com a
cultura da cidade, podia, de repente, né, a gente ta, a coisa está ficando meio assustadora aqui
no centro da cidade mesmo, né, então, poderia uma, no caso uma ONG mesmo pegar e reciclar
essas crianças pra, ne, pra estar, não, trabalhado mas né, uma, ocupando essas crianças com
alguma coisa ligada a cidade mesmo nessa parte turística.
Kesia, em relação a tudo que a gente comentou, teria mais alguma, algo que você gostaria
de pontuar, de comentar, de falar, pra que a gente possa analisar isso em gabinete
depois... Tem mais alguma coisa que você queira comentar?
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É, eu, é, não. Acho que a gente falou, assim, né, de repente eu vou ser um pouco repetitiva, mas
é, a estrutura em Brasília pra hoje, pra gente atender, se a gente tivesse, de repente, né, de um
dia pro outro a gente tivesse uma demanda aqui a gente não conseguiria atender. Então me
preocupa essa questão da gente estar se estruturando mesmo, estando com uma parte né de
como receber as pessoas aqui e tal, e qualificação, é, acredito que a gente precisa se estruturar
mesmo, né pra poder depois trazer, fazer uma divulgação grande de Brasília, falta essa questão
toda mesmo estar sendo divulgada fora daqui. Então eu acredito que seria mais ou menos isso
mesmo.
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Reed Exibitions / Alcântara Machado
Entrevista nº 7 – Realizada em São Paulo - SP
Data: 15/04/2010 – São Paulo-SP
Entrevistador: Davi Bimbatti
Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida
(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo
(!!) Interrupções
Eu vou pedir pra que ele próprio de viva-voz possa nos dar o seu nome, o seu cargo e a
empresa onde ele atua.
Diretor da Reed Exibitions Alcântara Machado, que é empresa organizadora e promotora de
feiras de negócios e eventos comerciais e técnicos de maneira geral.
Ok. Eduardo, em nome da Universidade de Brasília agradeço a tua, o teu, o aceite do teu
convite para conversar conosco sobre este estudo de oportunidades para o turismo em
Brasília-DF. E eu gostaria começar perguntando o nome, a quantos anos, na verdade, a
empresa atua no segmento de turismo em Brasília? Tá gravando...
Fizemos aqui em Brasília.
A empresa faz também em Brasília, não atua em Brasília (???) ... Depois a gente vai
degravar... Ok, então, fazendo a sua ratificação, não, a Alcântara não está atuando em
Brasília nesse momento então a gente parte do roteiro de que a promotora ela vai olhar o
destino apenas em perspectiva. Perfeito.
É a Reed Exibitions Alcântara Machado, é preciso explicar rapidamente a história dela. A Reed
Exibitions é a maior empresa mundial na área de feiras e eventos. Ela é uma empresa quase que
secular, fundada em Londres, é uma empresa Anglo-Holandesa, hoje atua em 50 países, faz
mais de 550 feiras por ano em 47 países. Atua em 32 setores de atividade econômica. É uma
empresa que fatura alguns bilhões de euros por ano, uma empresa de capital aberto. Tem ações
na bolsa, registradas em Nova York, Londres e Amsterdã. No Brasil a empresa começou suas
atividades em 2001, em 2005, decidiu construir uma parceria com a Alcântara Machado – Feiras
de negócios, que é uma empresa tradicional brasileira de mais de meio século e em 2007 acaba
por incorporar a Alcântara Machado, torna-se portanto Reed Exibitions Alcântara Machado no
Brasil. Portanto ela reúne essa experiência de meio século da Alcântara Machado com quase um
século da Reed Exibitions. Hoje no Brasil nós realizamos, temos um portfólio de quase 40 feiras
de negócios, algumas anuais, algumas bienais. É, estamos atuando em, praticamente todos os
setores importantes do país, da economia brasileira, é, no setor de automobilismo, no setor de
metal-mecânico, no setor agrícola, no setor de tecnologia, meio ambiente, construção civil,
habitação, fotografia e também estamos atuando no setor turismo. Os dois maiores eventos de
turismo do país são organizados pela nossa empresa: o Salão do Turismo – Roteiros do Brasil,
no primeiro semestre, e a Feira das Américas – Feira da ABAV, no segundo semestre. Já é o
terceiro ano que nós vamos organizar o salão do turismo e o segundo ano que vamos organizar
a feira das Américas.
Perfeito. Eduardo, então, só pra reforçar, há quantos anos efetivamente a Reed Exibitions
e a Alcântara Machado atua no segmento de turismo?
3 anos.
Há 3 anos. Ok. Vou deixar um pouquinho...
Minto! A Alcântara Machado mais, 5, porque a Alcântara Machado fez o 1º e o 2º Salão do
Turismo – Roteiros do Brasil.
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Ok. Vamos deixar um pouquinho a empresa de lado e eu gostaria de ter a tua percepção
do destino Brasília, como cidadão, como homem de negócios. Quando nós falamos
Brasília, destino Brasília, qual é a imagem que te vem a mente?
Uma cidade de primeiríssima qualidade. É, acho que transparente dizer que eu vivi em Brasília
alguns anos, então, também é impossível dissociar a minha opinião do fato que eu vivi na
cidade, né. Eu vivi pouco mais de 3 anos e meio em Brasília, quando eu estava trabalhando na
Embratur. Eu entendo que Brasília, é assim, seria muito lindo se todas as cidades do país
tivessem a qualidade que Brasília tem. Do ponto de vista urbano, do ponto de vista da
integração que ela permite entre as pessoas que vivem no plano piloto, quer dizer, o mesmo
não é verdadeiro para o entorno, né, o entorno é complicadíssimo, e do ponto de vista do que
ela oferta, né, porque o cuidado com o planejamento urbano, o cuidado com a construção da
cidade, a manutenção, pelo menos da maioria, das grandes, da esmagadora maioria das
grandes linhas do traçado e do plano organizados pelo Lucio Costa e pelo Niemeyer, dão uma
qualidade ambiental a Brasília que é fantástica, né? E eu acho que uma das vistas mais bonitas
do país é aquela esplanada, ou você olhar o céu em Brasília, né, eu acho que são coisas
maravilhosas. Penso a isso foi se agregando um conjunto de serviços e de possibilidades de
usufruto, né, de desfrute na cidade, que talvez tenham atingido seu ápice mais recentemente.
(???) de Brasília é uma cidade, que na minha opinião, tem oferta cultural, tem oferta
gastronômica e tem oferta comercial. É, portanto, eu entendo que é um destino que na medida
em que se consolidem duas questões, é, tende a alcançar um outro patamar no setor de
eventos. Essas duas questões são: as conexões aéreas internacionais, porque as nacionais já
estão consagradas, né, e a infra-estrutura para realização de eventos de porte um pouco maior
e com mais flexibilidade do que hoje a cidade consegue fazer.
Perfeito. Eu ainda vou insistir um pouquinho nesta percepção inicial. Você trouxe muitos
pontos favoráveis, e quais seriam alguns pontos fracos, ou negativos, se assim
pudéssemos dizer?
De Brasília?
Sim.
É muito difícil você se locomover a pé na cidade, ela não é uma cidade para caminhantes, ela é
uma cidade pra quem está de carro. É, acho que isso é uma coisa muito complicada. E acho que
ela tem, honestamente, é a única coisa que pra mim que é complicada em Brasília, entendeu?
Do ponto de vista do cidadão. Não estou falando do ponto de vista de quem vai organizar um
evento, aí tem outras complicações.
Vamos falar depois.
Mas do ponto de vista do destino, veja, a cidade é urbanizada, tem meio ambiente, tem verde,
você olha o céu, tem, sabe, oferta gastronômica hoje é riquíssimo, oferta cultural e lúdica é
riquíssima, oferta comercial, não falta mais nada. Sabe? Eu me lembro a 15, 20 anos, a primeira
vez que eu fui a Brasília foi nos anos 60, pra você ter uma idéia, eu fui nos anos 60, 70, 80, 90, eu
vi tudo aconte... Eu vi vários momentos de Brasília, eu tenho um tio que estudou na UNB nos
anos 60, eu fui várias vezes visitá-lo, ele se fixou em Brasília, eu fui várias vezes lá ao longo
desses anos. E em 2003, 4, quando eu passei a viver na cidade, sabe? Eu queria ir numa livraria,
tinha! Eu queria ir ao cinema, tinha! Eu queria ir ao teatro, eu achava, tinha show de música,
festival de cultura, é, sabe, a única coisa realmente complicada é que se você não tiver carro
você ta liquidado, esse pra mim é o complicador, né. E, ponto. Eu, sabe? Pro meu gosto pessoal,
as crianças adoram a cidade, os meus amigos, que hoje estão em Brasília que foram com os
filhos pequenos, quando falam em voltar pra trás, pra São Paulo ou pra outra cidade as crianças
quase que fazem uma revolta dentro de casa.
Ok. Obrigado.
Só uma coisa que eu acho que tem que ser muito honesto.
Pois não.
Quer dizer, do ponto de vista, se você aprofundar um pouco mais a análise do ponto de vista
social e tal, o complicado é não conseguir fazer a mesma qualidade no entorno. Quer dizer, o
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Distrito Federal não é a mesma coisa que o Plano Piloto. É bom deixar marcado essa diferença.
Acontece que pra perspectiva de eventos e turismo, quer dizer, o turista dificilmente vai a
Ceilândia, ou as outras cidades satélites, ele fica no Plano Piloto. E o Plano Piloto é, seria bom
que o Brasil inteiro fosse como o Plano Piloto.
Ok. Eduardo, Brasília, na sua opinião, está pronta pra atender a uma demanda turística
nacional e internacional? Porque?
Nacional sim. Ela já atende. Quer dizer, vamos entender que turista, aquele cara vai passear e
tirar foto só, esse é o turista de lazer. Tá? Brasília tem uma característica importante que é o
turismo de negócios e eventos. Ou seja, muita gente vai a Brasília por conta do peso
institucional da cidade, as pessoas vão a Brasília pra se relacionar com o Governo da República.
Segundo lugar, vão a Brasília pra comprar e vender e vão a Brasília por conta de atividades de
trabalho. Quer dizer, majoritariamente, eu não tenho dados comigo, mas eu imagino que
majoritariamente o público que desce em Brasília desce a trabalho. Certo? É um público
também majoritariamente nacional, brasileiro. Acho que Brasília atende, porque? Porque a
hotelaria tem qualidade. Provavelmente ela poderia crescer, ela pode crescer e pode melhorar?
Sempre pode. Certo? Você pode ter serviço de mais qualidade? Sempre pode. Mas é uma
cidade preparada, né? Ao longo desses últimos anos eu ouço raramente falar que não tem lugar
Brasília, ou, de vez em quando dá alguns picos, assim, algum momento de maior atividade no
congresso nacional, votação no congresso coincide com um seminário qualquer de alguma
entidade, aí dá algum nó, mas acho que não é, não acho que Brasília seja uma cidade em
Overbook. Do ponto de vista nacional acho que ela atende bem. Todas as capitais do país tem
acesso pra Brasília, você entra e sai, você chega, e tal. Do ponto de vista internacional eu acho
que Brasília agora começou a caminhar, né? Qual seja, você já tem uma ligação da TAP, né? E eu
sei que há demandas da ligação, já há pedidos, eu vi na imprensa inclusive esses dias, de
alguma companhia americana, não lembro agora qual foi, a American, Delta, né, pediu essa
ligação em Brasília. Eu acho que aí vai estar criada uma necessidade pra ser atendida, qual seja.
Cardápios em inglês, consierge de hotel falando em inglês, taxista atendendo em espanhol,
enfim, vai ser necessário adequar a oferta de serviços para um público que tende a começar a
chegar. Acho que vai haver uma outra questão ainda que é a seguinte: na medida em que esse
público comece a chegar ao coração do Brasil diretamente do norte, ou seja, o cara decola em
Nova York, Atlanta ou Los Angeles e desce em Brasília ele está duas horas mais perto de Recife
do que se sair de São Paulo. Então, é possível, a partir de Brasília, ou a criação de programas
que combinem negócios com lazer e é possível a articulação desses programas por parte das
operadoras brasileiras do setor corporativo para com o setor lazer. Hoje eu creio que não
dialoga em Brasília. E a oferta desse programa antes desse passageiro sair do seu país de
origem, pra quando ele chegue aqui ele já saiba que ele pode ficar 3 dias em Brasília, ou 4 no
seu congresso, no seu seminário, ou no seu trabalho e depois 2 dias em, na praia X, na praia Y,
ou ele vai a Pirenópolis, ou na Chapada dos Veadeiros que é ali perto. Ta certo? Eu acho que
este processo vai demandar um conjuntos de produtos, serviços, qualificação profissional e
equipamentos que ainda não estão organizados nem ordenados.
Ok. Voltando ao mercado nacional. Você diz que considera o destino competitivo.
Muito.
Próximo ou comparado as outras cidades, até mesmo Rio, São Paulo. Por que?
Eu não falei Rio, São Paulo. Eu não coloquei isso. Eu falei que ele é um destino competitivo e
qualificado, não to comparando com estes destinos.
Se nós comparássemos um pouquinho com, por exemplo, Rio, São Paulo, o que faltaria a
Brasília?
A envergadura e a diversidade e a qualidade dos serviços hoje ofertados no Rio e em São Paulo.
Brasília tem um patamar inferior a estes outros destinos. Agora, isso não denigre Brasília, ou não
a faz menor, apenas a coloca num estágio que é o estágio de desenvolvimento atual do
tamanho do seu mercado. Quer dizer, não dá, o que eu acho importante é o seguinte, não dá
pra você de repente inventar que uma cidade tem que ter um restaurante que ofereça um
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determinado tipo de comida e de serviço, que leve o preço lá pra cima do seu produto, se não
há mercado pra consumir isso. Entendeu? Então, eu acho que hoje Brasília tem uma oferta de
produto e serviço do tamanho da demanda que ela tem pra atender. O que eu acho positivo aí
é o seguinte, a medida que essa demanda cresça a cidade é capaz de se articular, foi isso que
nós vimos nesse meio século.
E é uma cidade nova. Ok. Do ponto de vista do serviços e desses produtos turísticos, como
você os vê, com relação, basicamente a equipamento, infra-estrutura e qualificação de
mão de obra?
Dos equipamentos turísticos?
Isto.
Nós estamos mencionando o que? O Parque da cidade, a Torre de TV, o Centro de Convenções?
Quer dizer os equipamentos.... (!!)
Algum parque, ou museus, ou roteiro cívico, ou roteiro monumental...
Veja, eu acho que eles estão no meio do caminho, né. Quer dizer, é diferenciado. Eu mesmo já
fiz esse roteiro, já fiz esse, pra ver como é que ele era, tava com os meus filhos e fui ver. Tem
lugares que funciona bem, por exemplo, a visita ao congresso é super legal, a visita ao Itamarati
é super legal, agora a Torre de Tv, quando eu fui fazer era um desastre, entendeu? Era muito
ruim pra subir, era tudo complicado, o entorno estava complicado, aquela ferinha, certo? Não
foi legal. Aquela, sabe? Catetinho foi super gostoso. Aquele museu Dom Bosco foi super legal.
Então eu acho que assim, a gente não pode passar uma régua e dizer que tudo é bom, tudo é
ruim, né. Aquilo que esta bem cuidado, aquilo que ta bem preservado, aquilo que tem gente
competente conduzindo, organizações interessantes, ta bem. Eu acho que isso está ligado,
inclusive ao volume de visitação e de ingressos, né, que a estrutura tem, quer dizer, acho que
isso está muito vinculado ao modelo de gestão de cada equipamento.
Ok. Com relação a qualificação da mão de obra e o serviço oferecido em hotéis,
restaurantes, enfim, todos os serviços.
Olha, eu morei num hotel, eu morei em dois hotéis. Eu morei lá um tempo no antigo Blue Tree,
que hoje mudou de nome, não sei mais que nome tem hoje e morei no Meliah Trip, naquele
Meliah menor, né. Não tenho nenhuma queixa tudo funcionou super bem. O que eu convivi foi
super legal.
OK. O que Brasília... (!!)
Uma coisa só uma atenção só. O serviço de atendimento em Brasília, a gente, de vez enquando
as pessoas reclamam do serviço nos restaurantes quando comparam com São Paulo. Puta aqui
em São Paulo, tal... Eu acho que isso é verdade, em alguns lugares você sente essa diferença,
mas não é verdade pra todos, acho que aqueles restaurantes que estão começando a receber
esse público mais exigente estão se adaptando, sabe? A minha visão é, é assim, acho que a
gente tem que reconhecer que tem um problema, mas eu não ficaria naquele “rami rami”, diz:
ah que horror! Não, eu acho que as coisas são do tamanho que elas podem ser e eu acho que a
gente tem que olhar pra frente.
Muito bom! Eu queria te perguntar a respeito do diferencial. Se nós pensássemos em
Brasília como destino turístico, o que é que Brasília tem de diferente?
Um Plano Piloto, os projetos do Niemeyer, a organização urbana da cidade. O diferencial em
Brasília é a cidade.
Ok. Cenário que você projeta pra Brasília nos próximos 5 anos. Estabilidade, declínio,
crescimento, do ponto de vista do turismo.
A, eu acho que isso, no caso de Brasília, isso está vinculado ao desempenho econômico do país.
Como Brasília, eu vejo Brasília majoritariamente nos próximos 5 anos como, dando seqüência ao
segmento negócio e eventos, eu acho que ela cresce se a economia do país continuar
crescendo. Se, por acaso, houver um problema no crescimento econômico do país, porque, que
Brasília vai sentir isso fortemente.
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Perfeito. Trazendo um pouquinho agora pra empresa. Você não atua diretamente em
Brasília, como já nos disse, mas eu pediria que você tentasse avaliar um pouquinho, como
vê esse mercado, comparando com outros mercados onde vocês atuam.
Eu vejo um mercado de um bom potencial, eu acho que no Centro Convenções Ulysses
Guimarães e o pavilhão de feiras, ali tem qualidade, creio que pra eventos de médio porte me
parecem bons equipamentos, é, nós não temos eventos em Brasília por uma questão de
contingência, né, não nos apareceu uma oportunidade de negócio que nos levasse a olhar esse
tema. Nós chegamos a ter uma idéia, aliás há um ano atrás, de um evento em Brasília mas não
prosperou.
Ok. Dentro dessa visão existe uma perspectiva de possível atuação em Brasília nos
próximos 5 anos?
Hoje não. Nós não temos nenhum projeto pra Brasília. Nós estamos, assim, não somos contra.
Não tiramos Brasília do mapa, de nenhuma forma, mas simplesmente não temos um projeto
aqui colocado por algum dos setores que estão conosco pra ir pra Brasília imediatamente.
Tivemos no ano passado, infelizmente, a gente quando pensou no projeto não haviam datas
disponíveis no Centro de Convenções que casassem com a demanda do projeto.
Então, vou aprofundar um pouquinho isso. O que faltaria para que houvesse a atuação da
empresa no destino?
Uma demanda dos setores econômicos que atuam conosco pela organização de um evento na
cidade.
E uma disponibilidade da infra-estrutura (!!) (Claro.) local. Para um grande evento.
Pra poder nos atender. Não, grande lá é o tamanho do Centro de Convenções, você não pode
fazer maior do que isso. Porque aquele outro Centro de Convenções, o antigo, ele não tem
condições de receber um evento como os que a gente faz. Ele precisaria, aliás se você me
pedisse uma coisa importante pra fazer em Brasília, seria avaliar da possibilidade de reformar o
antigo centro, aquele que está dentro do parque da cidade. O antigo pavilhão.
Ok. Acho que é uma proposta neste sentido. Principais oportunidades de negócios em
turismo na tua opinião? Você disse que provavelmente o cenário nos próximos anos
acompanha a demanda econômica nacional do governo. Nesse sentido...
Não é a demanda econômica do governo. Acompanha o desenvolvimento econômico do país.
Ok. Acompanha o desenvolvimento econômico e político do país.
Eu não falei político, eu falei desenvolvimento econômico do país, ponto.
Desenvolvimento econômico. Então imaginando...
Porque que eu não... Só pra explicar. Porque que eu não falei político? Porque eu entendo que,
do ponto de vista político, o país é um país democrático desde 1985 e isso não muda. Você
pode mudar quem ganha a eleição e quem perde, pode mudar o governo, certo? Mas a
estrutura política não muda, muda o presidente, muda eventualmente o partido, certo? Mas
você não muda os pilares institucionais.
Ok. E na tua opinião os negócios mais particularmente da área de eventos independem da
política local, na tua opinião?
Da política em Brasília?
É.
Não, não independem. Brasília, muitos dos fatores geradores de economia e negócios em
qualquer cidade brasileira são as demandas públicas também locais, certo? O poder público
sempre tem um papel, e um papel importante como indutor do desenvolvimento. Mas não era
disso que nós estávamos falando, você colocou isso agora na conversa. Vamos deixar muito
claro essa separação porque se não a gente pode ter confusão na análise. Uma coisa é nós
falarmos de desenvolvimento econômico e do fato de que o país, por conta de um processo, de
uma concepção de política econômica ta crescendo. Outra coisa é falarmos de desenvolvimento
político. Aí nós estamos falando de outro assunto.
Ok. Então vamos falar da primeira coisa. Com relação ao desenvolvimento econômico.
Perfeito.
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Que tipo de oportunidades de negócios para turismo você visualiza em Brasília?
Eu creio que na cidade, como eu, pra ser coerente com o que eu disse, como a grande atração é
a cidade, eu creio que os roteiros voltados para a arquitetura, para a cultura, para apreciação do
que significou esse último meio século no Brasil, são um dos pontos fortes de atração turística
da cidade de Brasília. Se você quiser agregar um pouco mais, né, as pessoas, por exemplo,
descerem lá e conhecerem a cidade e depois de 3, 4 dias, pegarem um ônibus e irem pra
Chapada dos Veadeiro, irem pra Pirenópolis, irem pro entorno de Brasília, pra desfrutar de
recursos naturais que a região oferece, você teria uma permanência ai de 6 dias, por exemplo,
na cidade. Mas eu creio que são esses dois eixos do turismo desvinculados de negócios e
eventos. Mas eu entendo que, na minha opinião, assim, eu acho que isso sempre será agregado
a negócios e eventos, eu não consigo ver ainda nos próximos 5 anos um processo de turismo
de lazer sendo preponderante na chegada de passageiros em Brasília.
Ótimo. Excelente. No final eu pergunto da outra questão. Quais principais desafios ou
dificuldades que esse investidor encontraria, na sua opinião, esse empresário novo, para o
negócio de turismo? Você imagina algum tipo de dificuldade que ele tenha de superar
para o seu investimento?
Olha, turismo é um negócio que não gera grandes mares de saída, né. Então o início de um
negócio nesse setor, a grande dificuldade é como obter capital e manter o mínimo de capital
seguro no processo de investimento até o negócio começar a girar.
Ok.
Não acho que hajam dificuldade de conseguir ônibus, hotel, gente pra fazer, guia, profissional
de turismo, acho que isso está colocado em Brasília.
Existe falta de parceria com o poder público?
Não sei.
Ok.
Não sei, eu não to lá pra avaliar.
Ok. Pra finalizar, Eduardo, quais seriam as suas sugestões ou recomendações para
investidores em turismo no DF, do ponto de vista do Governo?
Estadual ou Federal?
Federal.
Do ponto de vista do... não entendi sua pergunta.
Ah, o que seria necessário que o governo federal fizesse, ou mesmo o governo estadual, o
governo local, fizesse, o poder público para que esse investimento, ou esses investimentos
fossem mais viáveis ou fossem favorecidos? Há algo que o governo possa fazer?
Não, sempre há, né. Todo um processo de crescimento de investimento acaba batendo na porta
do Governo procurando apoio. Eu acho que tem uma lição de casa sempre importante pra você
conversar com o governo, de um lado, eu acho que é, primeiro, quer dizer, mantenham o
crescimento econômico, quer dizer, ninguém pode deixar isso correr risco. Dois, que o governo
local, isso o governo federal, crescimento econômico é federal, não é o governo local, segundo
que o governo local mantenha a qualidade de vida da cidade e fundamentalmente a qualidade
dos equipamentos voltados a serviços e terceiro, quer dizer, que na medida do possível, e é
necessário, que crie as condições, que crie condições fiscais as mais favoráveis possíveis para o
lançamento e para o início de novos negócios.
Ok. Na sua opinião o setor público, o governo, pode gerar uma demanda?
Claro. O governo gera uma demanda, Brasília é uma cidade gerada a partir de demanda do
governo. Né, eu não saberia te dizer o percentual, eu iria chutar, não é correto responder numa
pergunta da universidade, mas com certeza é uma demanda brutal de passageiros pra Brasília
se locomovem por conta do fato do governo central estar instalado em Brasília.
Ok. Do ponto de vista do empresariado. Quais seriam as tuas sugestões para
investimentos no setor privado?
Eu creio que, algo que pode crescer em Brasília ainda é hotelaria, e eu creio que equipamentos
culturais, né. É, e algum tipo de equipamento de entretenimento, voltado a crianças e jovens. Eu
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sinto falta em Brasília de um equipamento ou mais equipamentos que as crianças, é coisa meio
de pai, de quem tem filho, mas, é, eu acho que é importante, por exemplo, quando as minhas
crianças pequenas estavam lá eu tinha uma certa dificuldade, sabe? Tinham duas, três coisas pra
fazer e acabou! Então eu acho que isso seria importante, né.
OK. E do pondo de vista do 3º setor, há algo que você visualize como possível
investimento?
Defina 3º setor.
ONGs que estão ligadas a serviços e a prestação de serviço para o turismo.
Eu acho que é...
Fundações...
...procurar, eu acho que basicamente é buscar qualificação de um lado e compreensão de outro.
Qualificação não naquele sentido tradicional de formar garçom não, eu acho que isso tem uma
série de entidades já fazendo bem. Agora eu acho que é qualificar profissionais para essas
demandas mais complexas, porque o turista que está descendo em Brasília hoje, negócios,
eventos, no médio prazo esse vôo da TAP trazendo gente de Portugal, pouco mais pra frente
um eventual vôo dos Estados Unidos, vão trazer demandas mais complexas, vamos precisar
qualificar profissionais para tarefas mais complexas, né, então, isso numa mão. E na outra mão é
um pouco o trabalho que a Universidade vem desenvolvendo que é aprofundar a capacidade de
compreensão e reflexão sobre o destino pra poder traçar melhor cenários de perspectivas para
10 anos, ta certo? E aí poder dar um documento, por exemplo, pra quem está chegando em
Brasília, olha, isso aqui é o que, é o resultado da reflexão de 30 profissionais da universidade, 50
do mercado, 120 do governo, 350 entrevistados sobre Brasília nos próximos 10 anos, né.
Alguém que chegue e receba um documento como este, com dados, estatísticas, tendências, e
análises tecnicamente sustentadas, porra economizou ali um caminhão de dinheiro, um
caminhão de tempo e sabe apontar, não é, com a sua capacidade de investimento para onde as
coisas vão andar.
Pra finalizar de verdade. É, do ponto de vista deste estudo pretende gerar subsídios para
novos investidores no turismo em Brasília e no DF. Tem alguma outra contribuição que
você queira dizer, ou algo mais com relação a tudo que foi dito? O que é importante?
O que é importante?
Considerar.
Considerar. Rapaz. Uai, a não ser, acho assim, acho que as questões centrais eu coloquei, a única
questão que eu não mencionei aqui e que pra mim, pra mim pessoalmente ainda é uma
incógnita em Brasília, pra mim é uma solução não resolvida em Brasília é o transporte das
pessoas, certo? Eu acho que o transporte das pessoas que estão lá, eu sei que o metrô lá ta
andando a um ritmo lento, né, mas está em projeto, é, mas assim se a gente for fazer um
congresso, um seminário em Brasília precisa transportar, de repente 400 pessoas de um lado
pro outro na mesma hora, né. Eu acho que isso é um assunto ainda em aberto em Brasília, como
fazer as pessoas se deslocarem cotidianamente e como fazer gente se deslocar pra grandes
eventos, né? E, enfim, acho que isso é uma questão aberta para investigação, tanto da
academia, como dos empreendedores, como do governo.
Muito obrigado...
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Accor
Entrevista no. 8ª – Realizada por telefone em cumprimendo à dificuldade de agenda do
entrevistado.
Entrevistador: Davi Bimbatti
Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida
(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo
(!!) Interrupções
Eu coloquei um telefone no viva-voz e eu vou gravar suas respostas. Eu não sei se você
tem clareza de qual é o estudo que nós estamos desenvolvendo. Então eu queria dizer que
a Universidade de Brasília, nesse momento, através do Centro de Excelência em Turismo
recebeu uma demanda por parte do SEBRAE DF que por sua vez foi solicitado pelo próprio
ministério do turismo pra realizar um estudo de oportunidades em investimentos no
turismo aqui no DF. Essa fase da pesquisa a gente esta fazendo entrevistas qualitativas,
então é muito importante a opinião de diferentes seguimentos, setores da economia. Eu
estive em São Paulo na semana passada para poder coletar, então falei com o diretor da
TAP o pessoal da Rede Atlântica, locadora de automóveis. Enfim, de todos os
seguimentos, mas infelizmente agente não havia conseguido a opinião da ACCOR. E para
o próprio cliente essa voz, essa fala por parte da ACCOR é muito importante. Então eu
gostaria, nesse primeiro momento, de pedir para que você se apresentasse, dissesse o seu
nome do senhor completo, seu cargo, a empresa onde você atua.
...(problemas com a técnica da entrevista. O viva-voz não funcionou e eles arrumaram de
outra forma).
Então, só vou começar dizendo que hoje é dia vinte e seis de abril de 2010 e nós vamos
falar com o representante da rede ACCOR. Por favor.
Eu sou gerente de desenvolvimento de mercado e novos negócios da ACCOR, especificamente
para região nordeste, centro oeste e norte do Brasil.
Ok. Eu gostaria que você me desse então, quanto tempo você esta no seu cargo, dentro da
empresa, e de quais empreendimentos específicos você trata?
Eu trato de todas as marcas da ACCOR desde o seguimento super econômico, ate os
empreendimentos de luxo, que é a bandeira Sofitel, no caso o super econômico é o Formula 1. e
estou no cargo nessa função, nessa empresa a exatamente uma semana.
Que “bacana”! Por via das dúvidas eu vou retomar aqui, por conta do gravador, e vou
pedir pra você repetir seu nome, cargo, função e o nome da empresa que você esta
concedendo a entrevista.
Pois não. Meu nome é [...], eu sou gerente de desenvolvimento de mercado e novos negócios
da ACCOR Hospitality. E sou responsável pelo desenvolvimento da área centro-oeste, norte e
nordeste do Brasil
Legal. Há quantos anos a ACCOR atua no seguimento de turismo, ou pelo menos assim,
que você sabe? (problemas com a técnica)
Há 34 anos a ACCOR atua no seguimento no Brasil.
Ok. Acho que agora deu. Bem, vamos esquecer um pouquinho a ACCOR. Vamos deixar a
ACCOR de lado e eu vou te perguntar: quando eu te falo Brasília, destino Brasília, o que te
vem à mente, quais são as imagens que você tem desse destino?
Muito bem. Destino Brasília a ACCOR considera como a praça preferencial. É uma das “top”,
“top 10” do mercado. E por uma questão estratégica. É capital nacional e nós temos todo o
interesse em abrir outras bandeiras na capital. Estamos com dois empreendimentos da bandeira
Mercure e agente quer fazer uma abertura desse leque.
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Ta. Eu vou conversar com você sobre a ACCOR daqui a pouquinho. Mais eu estou
perguntando para o senhor mesmo. Quando eu te falo Brasília, destino, imagem de
Brasília, quais são os pontos fortes, fracos. O que te vem à cabeça, para você, como
cidadão mesmo.
Sei. Perfeito. Bom, ponto forte Brasília seria primeiro a capital, centro do poder. A capital federal
e é isso, o que a gente entende é Brasília como uma cidade planejada e apta para o turismo.
Te vem alguma imagem negativa, algum ponto negativo que você lembra quando fala
Brasília?
Tem sim David, os recentes casos de, enfim, que agente tem acompanhado, noticiados pela
mídia isso vem à tona sim e o que é lamentável. Mas vem isso como um ponto fraco sim.
Ok. Sobre sua opinião, você acredita que Brasília esta pronta para atender a uma demanda
turística nacional e internacional e porque?
Olha, eu acho que precisa de, no caso hotelaria, de empreendimentos de maior categoria,
categoria superior, no meu entendimento. Por que? Por uma questão estratégica. Capital federal
recebe muitos chefes de estado e torna-se importante essa abrangência de hotéis de categoria
superior e até mesmo categoria econômica em função da demanda.
Na sua opinião, você investiria em hotelaria para transformar lá num destino competitivo
nacional e internacional, é isto? E além de hotelaria, o que mais falta a Brasília, na tua
opinião?
Bom. Eu saberia dizer o que falta em hotelaria. Hotelaria especificamente seguimento
econômico de luxo.
Ok. Você considera que o destino Brasília, ele é competitivo no mercado nacional e por
quê?
Sim. Ele é competitivo sim. Brasília tem registrado boa taxa de ocupação. Isso média a ano, cai
um pouco em fevereiro, e é competitivo nesse sentido. Tem uma diária media razoável, bem
flexível, principalmente na baixa estação. E ai eu considero baixa estação o turismo corporativo,
janeiro e fevereiro onde os hotéis tem menor taxa de ocupação e as diárias são mais flexíveis. E
no resto do ano uma ótima taxa de ocupação e ótima diária media.
Ok. Como você avalia o serviços os produtos turísticos que são oferecidos por Brasília
hoje?
É, os produtos turísticos eu acredito que são de boa qualidade especificamente para hotelaria
agente tem bons produtos o que falta realmente é a abertura desse leque maior. Mais o destino
ele é muito importante. É uma praça boa. Existe motivação para que Brasília seja destino em si,
destino final.
Ok. Se eu te perguntar, eu não sei se você conhece a cidade, se você já esteve aqui, mas
com relação aos atrativos, aos serviços, equipamentos mesmo, infra-estrutura,
qualificação da mão de obra dos hotéis, restaurantes, taxistas. Você tem alguma imagem,
conceito formado em relação a isso tudo?
Bom, eu conheço Brasília sim. Já estive ai várias vezes. Já fiquei hospedado em hotéis, tanto
independentes como de rede, andei de taxi, restaurantes em almoços e jantas. E enfim, o que eu
acho é que é uma cidade um pouco cara, de fato é ate porque também ganha-se mais pra estar
aí, a distribuição per capta é mais elevada. Mas eu fui muito bem atendido em todos os serviço
que eu utilizei lincados aos serviços de hotelaria.
Ok. O que Brasília tem de diferente. Qual é o diferencial de Brasília com relação aos
demais destino do pais, e ate mesmo do exterior, na sua opinião?
O diferencial é a cidade que foi planejada, e é capital onde se concentra o poder.
Ok. E se eu pedir para você visualizar um cenário projetado para Brasília, nos próximos
cinco anos, com relação ao turismo, você viria um cenário de crescimento, estabilidade ou
de declínio, por quê?
Bom, como qualquer grande cidade do Brasil, agente prevê um crescimento. Basicamente em
função da estabilidade da economia nacional, basicamente em função de Brasília ser uma
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cidade sede da copa do mundo. Então são fatores contributivos para que a demanda turística só
aumente ano após ano.
Ok. Agora vamos inserir a rede ACCOR na nossa conversa. Eu perguntaria se a rede ACCOR
comercializa Brasília, há quanto tempo e como ela opera aqui no destino?
Sim. A ACCOR vende Brasília. Nós temos dois empreendimentos e os dois representam mais de
seiscentos apartamentos e agente quer expandir nossas operações em Brasília.
Há quantos anos? Você tem esse dado do tempo que estão atuando em Brasília?
Não. Esse dado eu teria que levantar, viu David. A idade dos empreendimentos (???) (???) na
categoria (???). Mas eu não tenho quando que começou especificamente esse empreendimento.
Ok. Sem problemas. Eu vou perguntar então, como que você avalia essa comercialização
de Brasília. Se possível comparando com outros mercados receptores como São Paulo, Rio
de Janeiro. Como você avalia, como você compara Brasília com esses demais mercados da
rede?
Olha. A gente trabalha com algumas cidades que a gente considera importante a gente estar
presente, e crescer. Brasília especificamente, como São Paulo e Rio, Salvador, Recife e Fortaleza
são cidades que a gente quer, que a gente já esta presente, a gente tem a fatia do mercado e a
gente quer crescer ainda mais. A grande vantagem de Brasília é por ser uma cidade que
demanda muito cliente a (??) da marca ACCOR ela acaba sendo institucionalizada na capital
federal. Esse é o grande diferencial.
Ok. No ano se 2009, você tem noção ou dados se houve crescimento, declínio ou
estabilidade na comercialização de Brasília por parte da rede?
Eu tenho os dados sim, a gente aumentou a nossa ocupação e a gente aumentou a nossa...
Deixa eu só comparar com o ano anterior... Aqui, é que saiu da tela. Sistema on-line nosso e já
compara aqui agora. Muito bem, a nossa ACCOR na praça de Brasília teve o aumento de
ocupação de 1.35% e a nossa diária media teve o aumento de 1.75% em relação ao ano de
2008. Assim a avaliação foi positiva, tanto na ocupação, quanto na diária media.
Perfeito. Com relação a essa atuação da rede aqui no mercado, você vê algum tipo de
ameaça ou então de oportunidade para a rede poder atuar?
Eu acho que a grande dificuldade de Brasília são os terrenos. Os terrenos estão caros,
certamente o retorno sobre o investimento ele não é tão rápido quando em algumas capitais
(???) (??), mas a gente acredita que isso já no médio prazo a curva ela torna-se menos
acentuada em função do aumento da demanda conforme repedido anteriormente.
Perfeito. Nesse sentido a empresa então teria interesse e como você disse há uma
possibilidade de um investimento aqui nos próximos cinco anos.
A ACCOR tem uma meta global, e trazendo para a America Latina, a gente tem uma meta de
303 empreendimentos na América Latina. Brasil, especificamente são aproximadamente 240, a
gente esta com hoje 170 e Brasília é uma praça prioritária.
Dentro dos próximos cinco anos?
Dentro dos próximos cinco anos, ate o ano de 2015 são os dados que eu citei.
Quanto em media, a ACCOR investiria em Brasília, você tem esses dados?
Não. Os dados de investimentos a gente não tem. O que a gente tem é que a gente procura no
primeiro momento parceiros locais pra desenvolvimento do projeto hoteleiro, então isso
depende, esse fluxo de volume a ser investido.
Obrigado. Então agora agente voltando a conversar com o senhor, cidadão também,
como homem de negócios, eu queria te perguntar assim, se você pensasse em turismo, ou
se você fosse um investidor e fosse desenvolver um... tivesse uma oportunidade de
negócios na capital nos próximos 5 anos, você disse que o cenário que você vê é um
cenário de crescimento por conta até da estabilidade política e econômica, e quais seriam
essas oportunidades, além da hotelaria, eu imagino, que te viriam como principais
oportunidades de negócios em turismo?
Bom, David, o setor de turismo ele tem aproximadamente 42 segmentos ligados a ele. A
hotelaria é um deles, mas eu vejo outros importantes no cenário de Brasília. Vamos lá.
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Companhia aérea é de suma importância, inclusive é o seguimento que mais fatura no setor de
turismo. E eu acho que Brasília, por ser o destino de alta demanda, sem duvida, companhias
aéreas. Segundo teria locadora de veículos e depois todos os serviços agregados, como serviço
de taxi, como restaurantes, e assim, mas nessa ordem seria, hotelaria, companhia aérea e
locadora de automóveis.
Perfeito. Na sua opinião quais seriam as principais dificuldades que no caso, o investidor,
ele encontraria para desenvolver seu negócio aqui na cidade do Distrito, e por que?
Bom. Eu não vou falar por outros seguimentos. Eu vou falar pela hotelaria. O terreno em Brasília
esta valorizado acima da media do Brasil, então o que dificulta as vezes retornos do
investimento no prazo de uma praça mediana no Brasil.
Ok. Na sua opinião falta parceria política?
Não, o que falta na verdade é para hotelaria especificamente é terreno disponível ao preço
menos oneroso para investimento.
Ok. Agente já esta finalizando e eu queria pedir algumas sugestões ou as suas
recomendações para que os próximos investidores no DF, como relação a
desenvolvimento turístico, do ponto de vista de um investidores públicos, ou seja, do
governo, o que você sugeriria.
Bom. O governo tem sinalizado já com carteira de financiamento possibilitando operadoras
hoteleiras e investidores captar esses recursos (???) (??) em hotelaria, por exemplo... só que
mesmo com a flexibilização e redução de juros a tomada desses recursos, a gente esta
precisando comprovar aproximadamente 130% como garantia para captação de recursos o que
de certa forma a gente tem como praxe, as empresas (???)... mesmo fazendo a alavancagem
torna-se difícil a comprovação porque o processo é burocrático e precisa comprovar tal
garantia, muitas vezes estão tentando provar que não precisamos pegar o financiamento. Isso
burocratiza um pouco o processo e torna o custo cada vez mais alto, o custo financeiro no caso,
permitindo que esse retorno fique mais longo. Então a gente precisa realmente diminuir as
garantias, não estou dizendo que não se deva ter, mas flexibilizar de forma a conhecer o
histórico de quem é um domador desses recursos e aí assim agente consegue amenizar esses
pontos vulneráveis à tomada de recursos.
Perfeito. Do ponto de vista do investidor do investimento privado, o que é necessário?
Justamente. Estar bem alinhado com o ponto de vista do governo, do público que oferta a linha
de credito e o investidor terá o acesso a essa linha de credito. Essa é a grande, esse vai ser o
grande monte para a retomada do crescimento hoteleiro nas grandes capitais e principalmente
em Brasília.
Do ponto de vista do terceiro setor você vê alguma possibilidade? Algum fator que você
acredita que possa facilitar no processo?
Ah. Sim, agora eu vou até falar como a ACCOR não como o senhor, como cidadão, mas a gente,
todas as atuações da ACCOR ela sempre participa do terceiro setor em todas as ações dela, seja
do ponto de vista de operação do hotel, quanto do ponto de vista da implantação do hotel.
Ok, para finalizar, você teria depois dessa conversa nossa, de tudo isso que te deu mais ou
menos um cenário de por onde caminha o nosso estudo tem algo mais que você considere
importante ou que você queira dizer, alguma última contribuição com relação a esse
estudo, que ele visa fornecer subsídios a investidores para negócios em turismo no
distrito federal.
Sim, David, o que eu tenho a comentar. Eu vou falar em defesa da classe, mas já falando
detalhadamente: hotelaria ela era vista até uns oito anos atrás como ela tinha que acontecer por
si só, seria um braço do turismo, e isso tem mudado com a entrada de grandes operadoras
hoteleiras no mercado. Então sem hotelaria é difícil, sem hotelaria de qualidade, é difícil receber
bem, principalmente numa capital federal. Você tem (??) hotel econômico, por exemplo, hotel
independente e é complicado, então as vezes a cadeia hoteleira ela consegue (?) tratamento
diferenciado para os chefes de estado, por exemplo. E é nesse sentido que a gente tenta
pleitear sempre melhores condições para atuação, seja em linhas de financiamento, seja na
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formação de mão de obra através de instituições como o SESC e SENAC. E ai esse é o nosso
pleito para que isso tudo melhore, até porque na Copa de 2014 e nas Olimpíadas a demanda vai
ser muito grande e a gente precisa formar mão de obra e precisa de novos meios de
hospedagem.
Perfeito, eu quero agradecer muito a tua participação, infelizmente não esta sendo
possível ser presencial, mas é um prazer e para agente é importante esse estudo, como eu
disse ele é totalmente sigiloso e as informações contidas elas ficam disponibilizadas
apenas no relatório final, globalizadas enquanto algumas opiniões de empreendedores
ou, enfim, pessoas do Trade e não isoladamente. Ou seja, a sua entrevista apesar de ser
transcrita ela individualmente não é acessada. Mesmo assim, eu vou precisar te
encaminhar, por email, um termo para que você me autorize a degravar a tua fala e possa
utilizar trechos dela nesse relatório final que será entregue aqui no SEBRAE do DF, pode
ser? Eu vou estar te encaminhando isso então logo mais, por e-mail, e acho que tenho em
mãos, mas de qualquer forma eu quero anotar aqui. Mais uma vez nos colocamos a
disposição. Eu estou na Universidade de Brasília dentro do centro de excelência em
turismo e você vai receber virtualmente o nosso contato caso precise qualquer coisa aqui
dentro da universidade eu fico a disposição.
Fico feliz pelo convite e fico a disposição para outras duvidas, esclarecimentos e o que for
necessário. É só me mandar um e-mail.
Está ok. Muito obrigado. Foi um prazer. Boa tarde.
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Azul – Companhia aérea
Entrevista no. 9 – Realizada por telefone pela dificuldade de locomoção em cumprimento à
agenda do entrevistado
Entrevistador: Davi Bimbatti
Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida
(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo
(!!) Interrupções
Eu queria te pedir pra que você mesmo se apresentasse, dissesse pra nós o teu nome, o
seu cargo aí na Azul, que você ocupa e a quanto tempo você está na empresa?
O meu nome é [...], eu sou diretor de relações institucionais da Azul Linhas Aéreas, eu fui
convidado pra trabalhar com o David em março de 2008, antes mesmo da fundação oficial da
empresa, estou oficialmente contratado pela Azul desde julho de 2008.
Ok. A Azul esta no mercado há quanto tempo?
A Azul começou voar no dia 15 de dezembro de 2008, portanto ela esta no mercado há 1 ano e
4 meses e meio.
Ok. Deixando um pouquinho a Azul de lado e tentando perceber um pouquinho como o
senhor identifica, o destino Brasília, quando falamos a cidade de Brasília o que é que lhe
vem a mente? Aspectos positivos e negativos.
Brasília é a capital do país, então, pra Brasília convergem diversos empresários que tem
negócios e dependem tanto das decisões do Governo Federal como as dos poder executivo,
como as do poder legislativo. Ela é um ponto absurdamente focal no Brasil, e será sempre um
dos principais destinos da malha de transporte aéreo.
Há alguma percepção negativa ou algum ponto fraco que o senhor identifique, aí até
mesmo como cidadão quando se fala em Brasília?
Brasília, tem alguns hotéis meio esquisitos, as vezes a gente algumas dificuldades do ponto de
vistas de viagem em Brasília, que são meio grandes. Mas eu não diria que nenhuma delas é um
ponto negativo, isso é mais uma questão de características da cidade, né?
Perfeito. Na opinião do senhor, a cidade está pronta pra atender uma demanda turística
nacional e internacional?
A cidade de Brasília já atende uma demanda turística fortíssima, é só ver o movimento que tem
no aeroporto, é só você ver o número de pessoas que se deslocam pela cidade toda semana. Ela
já tem, o problema é que normalmente é uma demanda pra viagens muito curtas, né, de um,
dois dias no máximo. É, mas é uma viagem, uma cidade que está sim preparada pra atender a
um grande número de pessoas.
Perfeito. O senhor considera Brasília um destino competitivo no cenário, no mercado
nacional e porque?
Competitivo em que sentido?
Competitivo no sentido de atrair investidores para negócios em turismo.
Claro, mas é óbvio. Só que serão investidores de negócios de turismo de negócios que é o que
Brasília é muito forte. Então realmente é muito competitiva nesse aspecto, aliás não é a toa que
ela vem atraindo uma série de investimentos aí na cidade, é, você ver um numero, grande
número de hotéis novos, um grande número de (??) “transportantes” novos, inclusive aquela
questão que eu comentei de alguns hotéis serem meio esquisitos, isso é uma coisa que está
mudando na medida que você tem novas opções.
Obrigado. No que se refere, por exemplo, aos serviços, aos produtos que são oferecidos
na cidade hoje e mais especificamente com relação aos serviços, qualificação de mão de
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obra, em restaurantes, hotéis, taxistas, e até mesmo do ponto de vista dos atrativos e da
infra-estrutura, enfim, considerando todo esse painel de componentes que são vistos e
utilizados pelo turismo, como que o senhor avalia esses serviços produtos hoje?
É, de uma maneira geral a mão de obra em Brasília não é muito atenciosa, poderia ser mais bem
treinada pra ser um pouco mais atenciosa com os clientes, mas isso eu to falando de uma
maneira geral. Tem lugares em que a gente é muito bem tratado e tem, e isso vale pra todos os
produtos que você mencionou. Eu quando vou pra Campinas, pra Brasília eu utilizo os serviços
de uma cooperativa de taxi que é excelente. Então você tem realmente muitas opções
interessantes em Brasília, não tem, eu não vejo assim nenhuma, eu acho que pode melhorar a
qualificação da mão de obra, sem dúvida nenhuma, mas vocês já tem um bom nível de serviços
na cidade.
Do ponto de vista dos atrativos turísticos e da infa-estrutura, como o senhor avalia?
Do ponto de vista de atrativo turístico, é uma cidade que vive do turismo cívico e do turismo de
negócio, como a gente conversou, né. No mais eu não vejo assim nenhum grande atrativo além
disso. Da região, o planalto central é uma região muito bonita, mas não tem muitos produtos
turísticos desenvolvidos pra ele e Brasília tem uma vida cultural que ainda precisa melhorar
bastante, então, nesse aspecto, acho que em termos de produtos ela tem muitas coisas pra
desenvolver.
Perfeito. O que Brasília tem de diferente? Qual é o diferencial com relação com os demais
destinos do país e até mesmo do exterior?
Do país.
Desculpe senhor, eu vou precisar gravar novamente.
É a capital do país.
Ok. Imaginemos um cenário de 5 anos a frente com relação ao turismo. Como o senhor
avalia? Seria um cenário de crescimento, declínio ou de estabilidade para negócios em
turismo na sua opinião?
Certamente de crescimento.
Ok. A Azul, agora incluindo um pouquinho a empresa, ela não comercializa o destino né,
neste momento, e, a, eu perguntaria como é que a Azul, no caso, ela avalia este mercado
comparando com outros mercados receptores como São Paulo, Rio, Goiânia, enfim.
Não dá pra comparar, são mercados totalmente diferentes que tem atrativos diferentes, é, não
vejo como comparar. Brasília, como eu falei, é um dos principais destinos do país e certamente a
Azul vai voar em Brasília um dia, é só uma questão da nossa conveniência de quando chegar um
momento, né.
Perfeito. Então existe a possibilidade, isso já me foi respondido, essa possibilidade, esse
investimento da Azul poderia acontecer nos próximos 5 anos?
Com certeza. Antes disso até.
Ok. Existe alguma numero de investimentos que o senhor teria condições de compartilhar
com relação a algum tipo de investimento da empresa no destino Brasília?
Não.
Ok. Com relação, estamos já na etapa final, com relação as principais oportunidades de
negócios que o senhor visualiza pro destino aqui nos próximos 5, o senhor se referiu que
o cenário seria de crescimento, em quais oportunidades específicas o senhor visualiza esse
investimento?
Em termos de oportunidades? Brasília é um destino muito bom, você tem oportunidade pra
investir em Brasília, não é uma cidade que vive de temporada, é uma cidade que tem um
turismo de negócios muito forte o ano inteiro, e como a gente falou, eu não tenho assim
nenhum grande atrativo que implique num turismo de, em grandes e diferentes produtos além
desse turismos cívico, né. Então, isso pelo menos como eu vejo, acho que ainda precisa
desenvolver algumas coisas a mais, né, se você quer ter algum produto turístico pontual, algum
grande evento, alguma grande feira, é algo que precisa de ser desenvolvido, hoje eu não me
lembro de nada que tenha esse perfil em Brasília.
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Na opinião do senhor quais são as principais dificuldades que os investidores e/ou os
empresários, eles enfrentariam aqui, teriam que superar pra investir no DF? Há alguma
específica que o senhor participa? E já aproveito pra lhe perguntar: existe falta de
vontade, ou falta de parceria política por parte do poder público?
Olha, eu não sei, não sei se Brasília é um destino que necessite de parceria com o poder público,
não me parece que seja o caso, sinceramente. O poder público poderia favorecer algumas
coisas Brasília, em termos tributários, em termos de formação e treinamento de mão de obra,
mas não me parece que isso seja assim primordial pro desenvolvimento do turismo na cidade.
Os investidores teriam que superar algum tipo de dificuldade, o senhor visualiza alguma
superação pra que se invista no DF?
Vejo em outros setores, né, na aviação eu não vejo nenhuma dificuldade específica.
Perfeito. E pra concluir. Quais seriam as recomendações ou, quais são as sugestões que o
senhor poderia oferecer ou contribuir pra que os próximos investidores em turismos no
DF pudessem acatar? Do ponto de vista do Governo o que é que o senhor comunicaria?
Bom, eu, do ponto de vista da aviação, eu não estou falando dos outros setores, ta? Mas do
ponto de vista da aviação seria interessante se o governo pudesse diminuir um pouco o
imposto ICMS sobre o combustível de aviação. Isso é uma coisa que certamente favoreceria o
desenvolvimento do transporte aéreo na cidade, que já é um pólo, um centro natural de
concentração de vôos, na medida em que você possa favorecer isso, a instalação de novas
empresas com o imposto um pouco menos sobre o combustível, você poderia ter um
crescimento mais rápido no setor aéreo. Mas eu acho que é necessário também uma
preocupação constante do governo estadual e também do governo federal, é claro pro ser a
capital do país, né, com a capacidade aeroportuária. Brasília o aeroporto, foi feito a segunda
pista do aeroporto de Brasília, portanto você tem uma boa capacidade lá de pista, mas isso não
vai durar pra sempre. Então, Brasília é importante que Brasília esteja preparada pro crescimento
que vai acontecer forçosamente em função do próprio desenvolvimento do país.
Ok. E do ponto de vista do investimento privado, dos empresários, o que o senhor
recomendaria?
Do investimento privado? A, no transporte aéreo o investimento é só no desenvolvimento de
novas linhas, né.
Perfeito. Há alguma possibilidade de parcerias, o senhor visualiza algum tipo de
investimento do terceiro setor?
Do terceiro setor em termos da aviação? Não. Não pro turismo, posso ver alguma coisa em
termos, por exemplo, de formação de mão de obra, formação de mão de obra específica para a
aviação, isso é uma possibilidade, mas em termos de, em termos de terceiro setor para novos
produtos da aviação não me parece que seja o caso não.
Ok. Senhor esse estudo ele visa oferecer subsídios para que os investimentos em Brasília
ou no DF, Brasília e entorno possam ter, possam estar embasados, enfim, numa real
situação de mercado. Então assim, de tudo isso que nós conversamos, existe algo mais
que o senhor queira dizer, ou alguma palavra final, porque essa seria, no caso, a voz do
mercado que hoje atua para os novos investimentos, o que o senhor gostaria de
compartilhar pra que a gente pudesse então fechar essa entrevista?
Acho que a gente já cobriu os principais aspectos, né, ao menos que você tenha alguma
preocupação particular que eu não tenha respondido me parece que, parece que a gente cobriu
os principais aspectos em termos, que é necessário em termos de investimentos aí dá, aí do, da
cidade de Brasília.
Perfeito. Então eu conversei com o senhor [...], que é diretor de relações institucionais da
Azul companhia aérea, em nome da Universidade agradeço ao senhor...
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Itapemirim
Entrevista no. 10 – Realizada por telefone devido à dificuldades de locomoção em cumprimento
da agenda do entrevistado.
Entrevistador: Davi Bimbatti
Legenda: (?) Trecho ou palavra inaudível/dúvida
(#) Entrevistado (a) e entrevistador (a) falam ao mesmo tempo
(!!) Interrupções
Bem. Hoje é dia 3 de maio de 2010 e eu estou com o senhor [...] que é gerente regional da
Itapemirim e nos vamos conversar com ele por conta da pesquisa qualitativa. O que eu
estava dizendo é que esse estudo é um estudo de oportunidades de negócios em turismo
que foi encomendado pelo SEBRAE DF e que por sua vez é uma pesquisa, uma demanda,
uma necessidade do ministério do turismo. O ministério do turismo e o SEBRAE DF estão
interessados em fazer um estudo, uma pesquisa, para saber: onde que os novos
investidores, a partir de agora, com copa do mundo e 2016 olimpíadas, então a partir de
agora, os investimentos aqui no DF, e esse entorno, precisam ser mais orientados. Então
nos estamos, a Universidade de Brasília foi convidada a fazer essa pesquisa, nos estamos
ouvindo todos os setores e seguimentos que estão relacionados com a atividade turística.
Correto.
Então nos estamos entrevistando diretores de hotéis, proprietários de restaurantes,
locadoras de automóveis, transportadoras, aeroportos, atrativos. São na verdade todas as
pessoas estão ligadas e que de alguma forma fazem o turismo funcionar e dentro desse
estudo a gente esta entrevistando então, você, como representante da Itapemirim
transportes e você vai poder falar um pouco sobre isso e vai ser muito importante por ser
uma pesquisa qualitativa e não se trata de buscar os números da Itapemirim. A gente quer
a opinião de vocês sobre o destino Brasília já que você atua nesse mercado.
Correto.
Só mais uma informação: a gente esta fazendo a gravação dessa entrevista em áudio e os
seus dados, as suas palavras elas são sigilosas, elas não serão publicadas individualmente.
O que nos vamos fazer é um estudo, um relatório final então esse relatório final vai trazer
as conclusões que são as conclusões baseadas nas opiniões dos nossos entrevistados, mas
a sua entrevista, individualmente, isoladamente é considerada sigilosa, você pode ficar
tranqüilo que em nenhum momento isso vai ser aberto. Ate porque nos nem vamos
fornecer isso para o SEBRAE e Ministério. O que a gente fornece é apenas o estudo final.
Então eu gostaria de começar te convidando a se apresentar. Falar seu nome, cargo,
enfim, sua função aqui na Itapemirim.
Ok. Meu nome , sou gerente regional da viação Itapemirim, uma empresa do ramo do
transporte, que esta atuando no mercado há 56 anos.
A Itapemirim esta há 56 anos aqui no DF?
Não, aqui nos estamos desde 1964.
Ok. E desde 64 ela esta atuando... Fala um pouquinho sobre qual que é a atuação da
Itapemirim. É carga, é passageiro?
A atuação da Itapemirim segue basicamente três modais, enquanto falamos transporte. Um que
é o transporte de passageiros de linhas regulares, que são aquelas linhas que saem de Brasília
com destino as demais cidades e vice versa. E temos o “fretamento” eventual, que o transporte
contratado por grupos, individualizados. Nos temos traslados no DF e temos viagens fretada
para fora do DF e temos o transporte de encomendas expressas tanto chegando quanto saindo
do DF.
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Desde quando a empresa, aqui em Brasília, em 64 ela já atua nesses três modais?
Correto.
Perfeito. Olha, vamos deixar um pouquinho a Itapemirim de lado, vou conversar com você
como cidadão, como uma pessoa, quando eu te falo destino Brasília, cidade de Brasília,
sem pensar na empresa, o que te vem a mente?
Olha, o destino Brasília, me vem à mente que é um destino mais focado ao destino executivo,
certo? Um destino mais político, um destino mais de negócios. Então isso que eu entendo que
seria o destino Brasília, o perfil para se ir a Brasília.
Pontos fortes. O que você considera como sendo pontos positivos dessa cidade, do DF?
Como ponto positivo, Brasília e o DF todo, tem a organização setorizada, a malha viária que esta
se consolidando agora com as novas obras, com o arcabouço histórico, recente, mas, digamos
assim, museus estruturados, parques estruturados. Então esses são os pontos fortes quando a
pessoa escolhe o destino Brasília.
E fracos. O que você vê de negativo no destino?
No destino Brasília, de negativo eu entendo o setor hoteleiro é um setor carente, tanto é que
quando há eventos de médios portes, você já tem uma lotação praticamente total dos hotéis e
tem que se deslocar pelo entorno e outras adjacências. Acho que isso é um ponto fraco e
Brasília deveria se estruturar melhor e seria basicamente isso. Falando em turismo, vamos dizer
executivo seria basicamente isso.
Perfeito. Você acredita que Brasília esta pronta para atender uma demanda turística
nacional ou ate mesmo internacional?
Olha, Brasília vem evoluindo ai com o passado extenso. Mas ela tem essa carência ainda, tanto
de transporte, e quando falo em transporte é o transporte urbano coletivo, que é um gargalo
que Brasília tem hoje, é a própria estrutura hoteleira que tem muito a crescer.
Nesse sentido, você acredita que ela esteja pronta, que ela já esta pronta para atender
uma demanda internacional, ou mesmo uma mesma demanda nacional?
Não, Brasília hoje não esta pronta. Ela teria que desenvolver esses pontos que eu me referi.
Transporte urbano e hotelaria. Basicamente isso.
Você acha que Brasília ela é uma cidade, um destino, que compete, ela tem
competitividade perante as outras grandes cidades, outros grandes destinos nacionais?
Brasília, com certeza disputa ai com grandes destinos nacionais, São Paulo, Rio e ate mesmo
regiões do nordeste, porque ela tem um apelo cultural muito interessante. É uma cidade que,
apesar de ter 50 anos, vem se desenvolvendo de uma velocidade muita rápida e isso aguça a
curiosidade de várias pessoas que vem a Brasília fazer essa visita e com certeza Brasília é um dos
destinos nacionais que eu entendo que esta na disputa com outros locais.
Alem dessa vertente cultural, histórica, você acha que Brasília tem mais alguma
característica para se tornar competitiva nesse mercado?
Você diz no mercado de...
No mercado turístico, é. Como um destino turístico, como uma cidade ou um destino, um
pólo que vai atrair visitantes, não é. Você se refere a uma história e uma cultura recente,
mas que esta se estruturando cada vez mais e que é local. Então, alem dessa historia,
dessa cultura, Brasília poderia atrair mais visitantes em função de que?
Olha.
Na sua opinião. Te ocorre... Se ocorrer.
Olha, minha opinião eu posso te dizer o seguinte: com o advento da copa e das olimpíadas e as
cidades que estão se estruturando pra isso ela poderia sim trazer um atrativo no mercado do
turismo esportivo. Nós temos o lago Paranoá, nos temos o Mané Garrincha, que vai passar por
reformulação, e tivemos recentemente um campeonato de vôlei de praia em plena esplanada
então seria uma vertente que poderia ser explorada esse ramo esportivo.
Perfeito. Na sua opinião, como você avalia os serviços, os produtos turísticos que Brasília
oferece hoje. Ou restaurantes, hotelaria, taxistas, a própria mão de obra, enfim, como
você vê esses serviços, essa mão de obra, esses produtos hoje na capital?
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Ok. Brasília nesse aspecto de qualidade de atendimento e estrutura de restaurantes e bares esta
muito bem atendido. O que a gente volta é dizer que o que a gente deveria estruturar melhor é
essa parte hoteleira. Quanto ao transporte, falando de taxi eu acho que Brasília esta muito bem
organizada. Por ser uma cidade setorizada em cada setor que você vai você tem uma demanda
de taxi para te atender sem problema nenhum. Nesse aspecto acho que Brasília tem uma
maturidade de bares, restaurantes, para atender uma demanda turística nacional e ate mesmo
internacional.
E como você avalia o serviço, a mão de obra?
Olha, mão de obra em Brasília é diversificada, você tem gente aqui do Brasil inteiro. Então isso
acaba que não temos um padrão de mão de obra. Mas a gente vê por ai, pela qualidade de
sérvios, principalmente restaurantes e bares, que é um serviço que tem qualidade, então eu
entendo que seria questão lapidar os profissionais desse ramo, com curso de inglês rápido e
básico, ou coisas desse tipo, para eles estarem prontos para atender uma demanda
internacional inclusive.
Em termos de atrativos, atrativos turísticos, como você avalia. O que você acha desses
atrativos de Brasília?
Brasília tem seus atrativos que são os próprios museus, teatros muito bem estruturados. Eu acho
que quem vem a Brasília pela primeira vez se encanta, porque tem uma seria de opções para se
fazer. Diferentemente daquela Brasília que a gente vê pelas televisões que o foco é o congresso.
Então quem vem a Brasília e conhece a estrutura que tem Brasília de teatros, enfim, de peças, de
eventos eu acho que Brasília não deve nada a nenhuma outra capital.
Do ponto de vista de infra-estrutura, onde você vê que pode melhorar?
Infra-estrutura a gente logo liga com o transporte. Hoje a gente esta com varias obras de infra-
estrutura na malha rodoviária de Brasília e tem trago alguns transtornos a própria sociedade, a
gente vê isso diariamente. Eu acho que é questão de algum tempo para que isso se resolva
porque são obras que estão em andamento. Mas a rede hospitalar, emergencial e a malha viária
ficando completa acho que infra-estrutura para Brasília vai estar completo.
O que Brasília tem de diferencial, em sua opinião, com relação ao que têm de diferente
em relação aos demais destinos, as demais cidades, do Brasil mesmo, ou ate mesmo do
exterior. O que nos temos que ninguém mais tem?
Aqui em Brasília nos temos, a gente escuta muito isso, por ser setorizada é uma cidade
diferenciada. Tem seus setores muito bem organizado. Setor hoteleiro, setor dos bancos, então
isso é um atrativo. O céu de Brasília, sem falsa demagogia, é um atrativo também. O lago
artificial que todo mundo quer conhecer como que funciona. Eu acho que Brasília tem essas
características que os outros locais não tem e isso desperta curiosidade dos turistas.
Perfeito. Se nos imaginássemos um cenário dos próximos cinco anos, aqui, com relação ao
turismo você veria algo de estabilidade, crescimento ou declínio e por quê?
Olha, eu vejo crescimento na demanda turística de Brasília. Porque Brasília é uma cidade que
esta amadurecendo ainda. Ela tem cinqüenta anos. Então, vários projetos, nesse sentido, estão
sendo implementados. Então, a gente intente que haverá uma progressão no turismo em
Brasília, tanto turismo executivo, com várias empresas de grande porte se instalando em Brasília
e no entorno. Temos agora diversas atividades esportivas. Então a gente vê uma demanda
crescente muito grande de turismo aqui em Brasília. Acho que Brasília não esta estagnada e
nem decrescendo.
Você vê um perfil de crescimento. Do ponto de vista agora da Itapemirim, vocês que
comercializam e estão em Brasília há 24 anos. Como você avalia a comercialização de
Brasília, no caso da atuação da Itapemirim, se nós fossemos comparar a atuação da
Itapemirim em Brasília, com outros mercados, como São Paulo, Rio, Goiânia, como que
está essa relação?
Você diz de proporcionalidade?
Exato. Em termos de proporcionalidade da comercialização, ou do volume de negócios da
Itapemirim nesse destino e por que esta assim?
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São mercados, e a gente da Itapemirim, costuma analisar cada mercado individualizado. São
mercados totalmente diferentes. Você tem São Paulo que é um das maiores capitais do mundo,
então o ramo de negócios lá é muito grande. O Rio de Janeiro tem um apelo turismo, em razão
das praias, muito grande. Brasília tem essa ligação mais com o setor público. Então, assim, eu
não gosto de comparar muito porque nos estaríamos, vamos dizer assim, pormenorizando o
destino Brasília. Porque são cidades com volume de gente e número de apelos muito maiores
do que Brasília que esta aqui no centro oeste. Brasília e nordeste também, nordeste tem
também o apelo das praias e o turismo mesmo, de famílias. Então assim, se eu botar na balança,
vou falar que Brasília esta na média. Nos temos o top alto que seria Rio, São Paulo, nordeste e
Brasília esta no meio.
E dentro daqueles três modais, que você me explicou no inicio, a avaliação e atuação em
Brasília, da Itapemirim, ela comercializa mais o que?
Hoje a gente comercializa, sem sobra dúvida mais passagens.
Transportes de passageiros?
Transporte de passageiros.
Ta. Houve crescimento, declínio ou estabilidade na atuação da Itapemirim no DF em 2009.
Como foi?
Em relação a 2010?
É. Em relação a 2010 e 2008. Houve um crescimento, declínio ou estabilidade no ano de
2009?
No ano de 2009 nos tivemos um crescimento no DF. O ano de 2008 foi um ano atípico, foi um
ano muito bom, mas mesmo assim, comparando 2009 com 2008 nos tivemos um crescimento
considerado.
Ok. E com relação a essa atuação aqui no mercado de Brasília, quais são as oportunidades,
e as principais ameaças para o negocio da Itapemirim?
Eu acho que na verdade Brasília tem um comercio projetado. Ela tem um limite de faturamento
regional. E ai a Itapemirim esta focando muito no entorno também que é uma demanda muito
crescente, uma população economicamente muito ativa. Então a gente esta focando nesse
aspecto.
Essa seria uma oportunidade.
Seria uma oportunidade. O que mais nos preocupa com olhos, meio que negativos, é a
quantidade de transporte clandestino que ronda a região de Brasília e entorno, então, tem
muito transporte clandestino e isso é uma preocupação nossa porque há um desvio de receita e
a gente sabe que quando a empresa é clandestina não tem todos os recolhimentos, todos os
pro formes que nos temos. Então isso é um aspecto bem negativo.
A empresa pretende investir em Brasília, nos próximos cinco anos?
Sim, a Itapemirim sempre apostou no mercado de Brasília, tanto é que hoje a gente esta aqui
fazendo essa entrevista em uma estrutura totalmente remodelada, com investimentos de alguns
milhões de reais, foi inaugurada agora no final de 2009, nos também estamos fazendo aquisição
de carros novos que também tem um investimento muito alto para atender a demanda e
atender a qualidade a contento da população de Brasília.
Porque a empresa esta investindo em Brasília? Porque continuar investindo?
Porque a empresa acredita no mercado de Brasília. O mercado de Brasília é um mercado em
ascendência e é uma população que tem uma renda per capta considerável frente aos outros
estados da federação. Além de estar sempre crescendo. A gente tem visto vários investimentos
vindo para Brasília. Agora estamos reestruturando uma nova bilheteria na nova rodoviária de
Brasília. Então a gente esta investindo porque a gente acredita que Brasília esta em ascendência.
Não só acredita, mas como os próprios números já mostram.
Você tem alguma expectativa e algum número que mostra quanto à empresa vai investir
em reais em Brasília ou quanto em média se investe por ano? Ah algum parâmetro que
possa ser divulgado nesse sentido?
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Não eu não tenho em números concretos qual que seria o valor aproximado de investimentos
em Brasília, só posso lhe afirmar que são investimentos da ordem de alguns milhões de reais.
Ok. Do ponto de vista externo, das oportunidades e ainda das ameaças. Se você imaginar
que existe alguém querendo investir aqui em Brasília, para algum tipo de negocio de
turismo, quais seriam as principais oportunidades que você, visualiza, e não
necessariamente na sua área, transporte. Que tipo de negocio dá dinheiro em Brasília, em
sua opinião?
O que dá dinheiro em Brasília é focado na área de serviços. Quando eu falo em serviço eu to
falando da própria rede hoteleira, da própria rede de restaurantes, ate a própria estrutura de
transporte de Brasília. Então esses são assim, o nicho de mercado de Brasília. Acho que esses
três itens ai são totalmente envolvidos com o turismo e como Brasília esta crescendo nesse
aspecto seria, com certeza, promissores.
E quais as principais dificuldades no caso, o que o investidor, na sua opinião, tem que
passar, superar, e passar por cima para fazer as coisas darem certo? Existe algum tipo de
dificuldade que você acha que ele precisa superar que é típico da nossa cidade, da nossa
região?
Não se tratando de transporte, você diz no geral?
E podendo, inclusive, incluir transporte, no caso.
No transporte eu diria que seria nosso calo hoje o transporte clandestino, sem duvida nenhuma.
Agora quanto aos demais modais eu acho que o principal desafio de quem quer montar um
negocio em Brasília tem que mondar um negocio diferenciado. Para se destacar daquilo que já
existe. Então é montar um restaurante, vai ter que montar um diferenciado, porque Brasília já
tem uma rede de restaurante praticamente completo. Um hotel tem que montar diferenciado.
Acho que é basicamente isso. Não é bem dificuldade é mais sentimento de mercado.
Você acha que falta vontade e parceria com o poder público local para que esse tipo de
investimento, de negocio dê certo?
Não, eu acho que não. Brasília tem ai o projeto Pró DF e a gente esta aqui no setor de cargas e
a gente vê aqui, num dos trechos, varias placas do Pró DF que incentiva o médio, pequeno e
grande investidor a ter seu espaço e ter sua oportunidade aqui no DF.
Para fechar. Quais seriam suas sugestões para esses investidores que vão investir no DF no
turismo nesses próprios anos. No ponto de vista do investimento público, do governo, o
que falaria. Quais seriam suas sugestões do poder público no sentido de auxiliar os
investidores?
Certo. O poder público sempre pode agregar valor ao futuro investidor. Eu acho que a gente
poderia falar na questão dos impostos que seria diferencial. Na própria questão das áreas que
por Brasília ser setorizada, algumas áreas estão saturadas então abrir novas áreas de
investimentos e a questão de se abrir novas áreas para investimentos você tem que ter
estrutura. Estrutura de transporte público e hoje nos estamos carente nesse setor aqui, temos
vários problemas de transporte coletivo. Seria basicamente isso.
Do ponto de vista da iniciativa privada, ou seja, de um empresário mesmo, que tipo de
sugestão você daria? Além da que você já deu, né!
Olha, antes de mais nada, para implantar ou abrir um novo negócio aqui em Brasília ele tem que
fazer no mínimo uma pesquisa de mercado para entender qual o tipo de atividade mais
adequada. Mas eu diria que Brasília hoje, com exceção de alguns pontos de que eu sugeri, ela
esta totalmente preparada para atender o investidor.
Perfeito. Do ponto de vista do terceiro setor, das ONG você vê algum nicho, uma
oportunidade para poder somar a esses investidores. Você pode fazer algum tipo de
ligação?
É. As ONGs são sempre bem vindas e elas estão cada dia mais ganhando confiabilidade no
mercado. Hoje eu acho que as ONGs mais relacionadas ao meio ambiente, ao transporte
irregular de animais elas estão ganhando espaço e a empresa que tiver essa bandeira
juntamente com as ONGs será uma empresa ecologicamente correta, que tem projetos de
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sustentabilidade e daí a pouco tempo, na hora que o cliente for buscar um produto e ela for ver
o selo de ecologia, o selo de um ONG que esta de parceria com certeza ela vai optar por esse
produto porque tem esse diferencial na imagem.
Do ponto de vista de tudo isso que a gente conversou e dentro do negocio da Itapemirim,
como que é o impacto do turista quando chega aqui. Ou seja, vamos analisar de dois
lados: qual é a maior reclamação do turista e qual a maior alegria dele quando ele olha
para a cidade de Brasília. Vocês que transportam passageiros e que é o lugar que mais
acontecem negócios aqui?
É. Dessas imagens mais negativas, vamos tirar essa imagem negativa agora que é a rodoviária. A
estrutura da rodo-ferroviária a primeira imagem do turista quando chega ali é de abandono.
Mas estamos migrando para uma nova rodoviária com um aspecto totalmente inovador, e
integrado ao metrô, de frente a um shopping, enfim, eu acho que essa imagem negativa esta
por ai e vai fazer parte do passado. Eu acho que o turista com destino a Brasília ele vê uma
imagem e vai passar a ver, a partir do próximo dia dez, que nos estaremos com a nova
rodoviária, mais organização, limpeza e uma cidade modelo para se viver. Brasília tem uma
qualidade de vida fora do normal e as pessoas quando entram elas sentem isso. Muito verde,
muita organização, enfim. Eu acho que Brasília desperta os olhos do cliente nessa forma.
Ok. Você, quando fala Brasília, você se refere ao plano piloto e entorno, cidade satélite ou
apenas plano piloto?
Plano piloto e cidades satélites.
Ok. E para fechar de verdade. De ultima estância, se esse estudo tivesse que recomendar
alguma coisa para os novos investidores aqui nas atividades de turismo do DF, qual seria
sua principal diretriz, sua principal afirmação nesse sentido. O que é preciso considerar, o
que é importante considerar?
O investidor que quer montar um negocio em Brasília hoje é importante ele considerar a nova
roupagem de Brasília. Ou seja, o novo rumo que Brasília esta dando a partir desse cinqüenta
anos. O povo de Brasília é um povo muito exigente por qualidade se serviço. Então o
empresariado tem que levar muito em conta isso. Às vezes a gente contrata um serviço aqui e
de repente não somos correspondidos como gostaríamos de ser. Ou em razão de prazo, ou em
razão da qualidade de serviço. Então o investidor tem que estar muito antenado a isso. Qual
que é a expectativa que a população quer no serviço e focar nisso. Porque o brasiliense é muito
exigente assim como o povo sulista, assim como o povo do sudeste e cada vez mais a gente vê
essa exigência desse consumidor brasiliense.
Ai os investidores devem estar atento para isso?
Pra isso.
Ok. Queria agradecer muito sua participação. É muito importante pra a gente. Eu vou
então em nome da Universidade de Brasília e do centro de excelência em turismo,
agradecer e fico a disposição para o que quer que você precisa lá dentro da UNB, você
tem ai meus contatos. Eu vou interromper...