annapurna sic online 07.04.2010

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16/07/13 SIC Online www.sic.aeiou.pt/online/admin/print?guid={C0934475-443D-4219-A265-E69AD882D042} 1/1 Publicação: 07-04-2010 15:56 João Garcia, a cobaia humana No Annapurna e nas últimas três expedições, João Garcia é o protagonista de um projecto científico inédito em Portugal. A Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa estuda no alpinista os efeitos da altitude num corpo habituado aos cumes mais altos do mundo. Aurélio Faria Fernando Pereira, doutorado em Fisiologia do Exercício é o coordenador do estudo, e da recolha de dados que são também trabalhados por Gomes Pereira, doutorado em Ciências do Desporto, e médico da equipa de futebol do Sporting, Gonçalo Vilhena, mestre em Ciências de Fisioterapia e pelo psicólogo António Rosado. A interacção entre a equipa multidisciplinar e o alpinista português permite a João, que nunca teve acampamento médico até este projecto, melhorar o desempenho em alta montanha. “Fico a conhecer melhor o meu corpo, posso melhorar a segurança nas minhas escaladas”. Antes da partida para o Annapurna, e para as ultimas três expedições, João esteve no laboratório da FMH, para testes físicos e análises clínicas. O alpinista tirou sangue, correu na passadeira, e fez um scan completo ao corpo, para conhecer a composição corporal e a percentagem exacta de gordura, musculo e osso. À chegada, os testes serão repetidos, para avaliar o impacto da permanência em alta altitude. Durante a expedição, um multi-sensor fisiológico regista dados sobre o desempenho de João. Além de testar equipamentos, o português testa ainda metodologias de avaliação em condições ambientais e pressão psicológica extremas. O alpinista preenche diariamente um questionário onde avalia o seu estado emocional. VÍDEO: João Garcia "cobaia" no Manaslu (Março de 2009) Nas últimas três expedições, os dados recolhidos permitiram já concluir que João tem um grau de ansiedade baixo e que as emoções positivas superam frequentemente as negativas. Cientistas e alpinistas partilham a mesma opinião: ”É a cabeça que manda!”

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Page 1: Annapurna sic online 07.04.2010

16/07/13 SIC Online

www.sic.aeiou.pt/online/admin/print?guid={C0934475-443D-4219-A265-E69AD882D042} 1/1

Publicação: 07-04-2010 15:56

João Garcia, a cobaia humana

No Annapurna e nas últimas três expedições, João Garcia é oprotagonista de um projecto científico inédito em Portugal. AFaculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica deLisboa estuda no alpinista os efeitos da altitude num corpohabituado aos cumes mais altos do mundo.

Aurélio Faria

Fernando Pereira, doutorado em Fisiologia do Exercício é o coordenador do estudo, e da recolha dedados que são também trabalhados por Gomes Pereira, doutorado em Ciências do Desporto, emédico da equipa de futebol do Sporting, Gonçalo Vilhena, mestre em Ciências de Fisioterapia epelo psicólogo António Rosado.

A interacção entre a equipa multidisciplinar e o alpinista português permite a João, que nunca teveacampamento médico até este projecto, melhorar o desempenho em alta montanha. “Fico aconhecer melhor o meu corpo, posso melhorar a segurança nas minhas escaladas”.

Antes da partida para o Annapurna, e para as ultimas trêsexpedições, João esteve no laboratório da FMH, para testesfísicos e análises clínicas. O alpinista tirou sangue, correu napassadeira, e fez um scan completo ao corpo, para conhecer acomposição corporal e a percentagem exacta de gordura,musculo e osso. À chegada, os testes serão repetidos, para avaliar o impacto dapermanência em alta altitude.

Durante a expedição, um multi-sensor fisiológico regista dados sobre o desempenho de João. Alémde testar equipamentos, o português testa ainda metodologias de avaliação em condiçõesambientais e pressão psicológica extremas. O alpinista preenche diariamente um questionário ondeavalia o seu estado emocional.

VÍDEO: João Garcia "cobaia" no Manaslu (Março de 2009)

Nas últimas três expedições, os dados recolhidos permitiram já concluir que João tem um grau deansiedade baixo e que as emoções positivas superam frequentemente as negativas.

Cientistas e alpinistas partilham a mesma opinião: ”É a cabeça que manda!”