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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Centro de Ciências Sociais Aplicadas Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis ANÁLISE EMPÍRICA SOBRE A GESTÃO E A AVALIAÇÃO DE MARCAS EM EMPRESAS BRASILEIRAS Ricardo Cavalcanti Alves São Paulo 2011

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Centro de Ciências Sociais Aplicadas

Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

ANÁLISE EMPÍRICA SOBRE A GESTÃO E A AVALIAÇÃO DE MARCAS EM EMPRESAS BRASILEIRAS

Ricardo Cavalcanti Alves

São Paulo 2011

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Ricardo Cavalcanti Alves

ANÁLISE EMPÍRICA SOBRE A GESTÃO E A AVALIAÇÃO DE MARCAS EM EMPRESAS BRASILEIRAS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Presbiteriana Mackenzie para a obtenção do título de Mestre em Controladoria Empresarial.

Orientador: Prof. Dr. Marco Antonio Figueiredo Mila ni Filho

São Paulo 2011

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Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Professor Dr. Benedito Guimarães Aguiar Neto

Decano de Pesquisa e Pós-Graduação

Professor Dr. Moisés Ari Zilber

Diretor do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas

Professor Dr. Sérgio Lex

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

Professora Dra. Maria Thereza Pompa Antunes

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A474a Alves, Ricardo Cavalcanti. Análise empírica sobre a gestão e a avaliação de marcas em empresas brasileiras / Ricardo Cavalcanti Alves. – 2011. 129 f. : il.; 30 cm. Dissertação (Mestrado em Controladoria Empresarial) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2011. Bibliografia: f. 106-110.

1. Ativo Intangível. 2. Avaliação de Marcas. 3. Gestão de marcas. 4. Survey. 5. Escala Likert. 6. Qui-Quadrado de Pearson. I. Título. CDD 658.827

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“É muito melhor ousar fazer coisas grandiosas,

triunfar gloriosamente, mesmo que com alguns

fracassos no meio do caminho, do que se igualar

àquelas pobres almas que não aproveitam nem

sofrem muito, pois vivem na penumbra cinza de

quem não sabe o que é a vitória nem a derrota”

(Theodore Roosevelt)

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À minha esposa, à minha mãe e ao meu irmão,

fontes de inspiração e de incentivo

o tempo todo.

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AGRADECIMENTOS

À pessoa mais importante do mundo, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Por ele

vivo, para ele faço meu melhor, por causa dele minha esperança é chama permanente. O

mundo jamais experimentará convivência com ninguém que se possa comparar.

Ao Prof. Dr. Marco Milani, pela orientação assertiva, respeitosa, e proativa. Sua

técnica é diretamente proporcional à sua humildade. Muito obrigado por ambas.

Aos demais componentes da banca examinadora, Prof. Dr. Luiz Carlos Jacob Perera,

da Universidade Mackenzie, e Prof. Dr. Márcio Borinelli, da Universidade de São Paulo,

Obrigado pelos conselhos e pelas palavras. Tudo serviu muito bem ao meu trabalho e às

minhas pretensões na pesquisa profissional-acadêmica.

E aos demais professores do Mestrado Profissional em Controladoria Empresarial do

Mackenzie. Passamos momentos únicos, dos quais talvez mais me lembre do que vocês de

mim.

Aos colegas de classe. Haverá turma mais “gente fina” que essa? Provavelmente, não.

Em especial ao Rafael, Cidnei, Felipe e Carlos. Não que os outros colegas não me foram

importantes. Foram sensacionais. Estes mais próximos, porém, me encorajaram.

E Rafa: você foi um grande amigo, desde o primeiro dia com sua simpatia e

simplicidade, não restritas à época das aulas. Muito obrigado, Rafa.

A todos respondentes de minha sondagem, sua paciência e dedicação de tempo foram

absolutamente fundamentais para mim, meu muito obrigado.

Aos colegas de trabalho e companheiros de vários momentos, mesmo correndo o risco

de omitir alguém caro a mim: Michelle, Thaís, Sidney, Eduardo, Ângelo, Rosane, Kedma,

Rodrigo, Nelson, Richard. Vocês se preocuparam bastante comigo, e me ajudaram. Só posso

agradecer.

Ainda falta citar os colegas Luís Garçom e Fernandão. Como as coisas seriam sem

vocês? Difícil imaginar, vocês são especiais. E Cláudio, amigo, chefe, conselheiro, referência

e parceiro? Só Deus pode retribuí-los. “Delego”, portanto, tal tarefa a Ele.

Aos meus amigos Alcebíades, Serginho, Artur, Carlinhos, Fabinho, Pr. Paulo e Pr.

Nelson: nosso Deus preparou vocês para me fazer uma pessoa um pouco melhor. Muito

obrigado.

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Vou reiterar os merecimentos da família: Adriana, minha esposa, por ser a pessoa

única e insubstituível que é; Sonia, minha mãe, pelo bom humor, por seu amor e beleza de

toda ordem; Carlos Eduardo, meu irmão, amigo visceral e intelectual admirável; Otacílio, meu

pai, sua inteligência e charme exclusivos, saiba que pensei em você em bom número das

menções que fiz neste trabalho. Vocês não são perfeitos, claro, mas suas virtudes por vezes

“tentam” negar essa afirmação.

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RESUMO

Nas últimas décadas o mundo tem assistido à grande proliferação de marcas poderosas, local e

mundialmente conhecidas, avaliadas não raramente em bilhões de dólares, levando a vendas

em massa de produtos e serviços a elas associadas. E nesse contexto é notório o impacto do

valor intrínseco do ativo intangível ‘marca’ no valor das empresas em movimentos de fusões

e aquisições. Hoje sabe-se que um valuation conta com parte relevante de seu montante

relacionado a ativos intangíveis e, entre tais, as marcas possuem significativo destaque. Este

trabalho objetivou investigar qual é a percepção geral, o método de controle e a avaliação das

marcas em companhias em operação no Brasil, a partir de levantamento de informações sobre

as empresas em que trabalhavam estudantes e recém egressos de cursos de pós-graduação

profissional em áreas ligadas à administração de negócios. Assim, da amostra pesquisada de

134 companhias atuantes no país, foram extraídos detalhes de cinco dimensões da marca:

percepção sobre sua importância, avaliação financeira, reconhecimento contábil de seu valor,

gestão desse ativo intangível e de seu uso como indicador de performance tática e estratégica.

A metodologia utilizada foi um levantamento (ou survey) que, a partir de testes estatísticos –

qui-quadrado de Pearson –, permitiu a constatação de que não há relacionamento significativo

entre o fato das empresas comercializarem produtos e serviços e aspectos ligados a cada uma

das cinco dimensões estudadas. Outras variáveis comparadas estatisticamente pelo teste de

qui-quadrado resultaram para as companhias da amostra, entre outras constatações, a

significativa correlação entre as empresas de grande porte e o fato das empresas avaliarem

marcas ou as negociarem. O estudo também levou em conta o critério de escores de atitudes

dos respondentes baseado na escala Likert. Os dados resultantes revelam que as marcas

carecem ainda de maior atenção por parte das empresas. É minoritária na amostra estudada a

incidência de avaliação financeira da marca, assim como o devido enfoque em relatórios

contábeis e gerenciais. Os controles internos de gestão da marca e o sistema de remuneração

variável baseado em indicadores da marca, embora existam, mostraram-se itens pouco

observados nas companhias da amostra.

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ABSTRACT

In the last decades the world has seen great dissemination of powerful brands, local and

world-known, not infrequently assessed in billions of dollars, leading to massive sales of

products and services associated with them. And in that context it is clear the impact of the

intrinsic value of the intangible assets ”brand” of companies in mergers and acquisitions.

Nowadays, it has been clear that a Company valuation has a relevant amount related to

intangible assets and, among these, brands have significant importance. This study aimed to

investigate what is the general perception, the control method and the valuation of brands on

companies operating in Brazil, by gathering information about the companies where students

and recent graduates of post-graduate in business administration related courses used to work.

Thus, from the sample group of 134 companies operating in Brazil, were extracted details of

five dimensions of brand: awareness about its importance, financial valuation of the brand,

accounting recognition of brand value, management of this intangible asset and its use as a

tactical and strategic performance ratio. The methodology used was a survey that, from

statistical tests – Chi-square Pearson test – led to the conclusion that there is no significant

relationship between the fact that companies sell products and services and aspects relating to

each of the five dimensions studied. Other variables statistically compared by using the chi-

square test meant for the sample companies, among other findings, the significant correlation

between large companies and the fact that companies evaluate brands or negotiate them. Also,

the study took into account the criteria of attitude scores of respondents based on the Likert

scale. The resulting data reveal that the brands are still in need of greater attention from

companies. It is a minority in the sample studied the incidence of financial valuation of the

brand, as well as the proper focus on accounting and management reports. Internal control

over brand management and variable compensation system based on ratios of the brand,

though present, such items were observed in low intensity in the sample companies.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................... 17

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO............................................................................ 17

1.2. QUESTÃO DE PESQUISA......................................................................... 19

1.3. OBJETIVOS DA PESQUISA...................................................................... 19

1.3.1. OBJETIVO GERAL..................................................................................... 19

1.3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS....................................................................... 19

1.4. JUSTIFICATIVAS E CONTRIBUIÇÕES.................................................. 20

2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................... 23

2.1. ATIVOS INTANGÍVEIS............................................................................ 23

2.2. MARCA: CONCEITO E AVALIAÇÃO.................................................... 25

2.2.1. ASPECTOS CONCEITUAIS..................................................................... 25

2.2.2. PATRIMÔNIO DA MARCA (BRAND EQUITY)..................................... 26

2.2.3. MENSURAÇÃO DO PATRIMÔNIO DA MARCA................................ 29

2.2.4. MODELOS DE AVALIAÇÃO DO BRAND EQUITY............................. 31

2.2.4.1. MODELO MILLWARD BROWN........................................................... 36

2.2.4.2. MODELO INTERBRAND....................................................................... 37

2.2.4.3. OUTROS MODELOS............................................................................... 39

2.3. DIMENSÕES DO ESTUDO.................................................................... 40

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS......................................... 41

3.1. TIPO E MÉTODO DE PESQUISA.......................................................... 41

3.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA.................................................................. 42

3.3. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS.................................... 43

3.4. PROCEDIMENTOS DE TRATAMENTO DOS DADOS...................... 44

3.4.1. ANÁLISE DE CORRELAÇÕES ESTATÍSTICAS ENTRE

VARIÁVEIS........................................................................................... 44

3.4.2. REALIZAÇÃO DE PRÉ-TESTE............................................................ 47

3.5. RESUMO DA TIPOLOGIA DA PESQUISA........................................ 48

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS.................... 48

4.1. COMENTÁRIOS SOBRE POPULAÇÃO E AMOSTRA..................... 48

4.2. PERFIL DAS COMPANHIAS E DOS RESPONDENTES DA

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AMOSTRA............................................................................................. 49

4.3. PRIMEIRA DIMENSÃO: PERCEPÇÃO GERAL DA MARCA........ 59

4.4. SEGUNDA DIMENSÃO: AVALIAÇÃO DA MARCA...................... 67

4.4.1. ANÁLISE CRÍTICA DOS IMPACTOS SOBRE A MARCA............. 77

4.4.2. CORRELAÇÕES ESTATÍSTICAS RELACIONADAS À SEGUNDA

DIMENSÃO - AVALIAÇÃO DA MARCA........................................ 80

4.5. TERCEIRA DIMENSÃO: RECONHECIMENTO CONTÁBIL E

GERENCIAL DO VALOR DAS

MARCAS.............................................................................................. 83

4.5.1. CORRELAÇÃO ESTATÍSTICA RELACIONADA À TERCEIRA

DIMENSÃO - RECONHECIMENTO CONTÁBIL E GERENCIAL DO

VALOR DAS MARCAS............................................................,........ 86

4.6. QUARTA DIMENSÃO: CONTROLE E GESTÃO DA MARCA..... 87

4.6.1. CORRELAÇÃO ESTATÍSTICA RELACIONADA À QUARTA

DIMENSÃO: CONTROLE E GESTÃO DA MARCA....................... 93

4.7. QUINTA DIMENSÃO: INDICADORES DE PERFORMANCE DA

MARCA............................................................................................... 94

4.7.1. CORRELAÇÕES ESTATÍSTICAS RELACIONADAS À QUINTA

DIMENSÃO - INDICADORES DE PERFORMANCE DA

MARCA............................................................................................... 98

4.8. OUTRAS CORRELAÇÕES: EMPRESAS DE SEGMENTOS DE

PRODUTOS E SERVIÇOS................................................................ 100

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................... 102

REFERÊNCIAS................................................................................ 106

APÊNDICES...................................................................................... 111

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Critérios de Avaliação de marcas................................................................. 32

Figura 2 Sistemática de cálculo do modelo Millward Brown..................................... 37

Figura 3 Metodologia de cálculo do modelo Interbrand............................................. 39

Figura 4 Frequência por Setor Econômico na Amostra.............................................. 51

Figura 5 Participação na Amostra por Setor Econômico............................................ 52

Figura 6 Frequência por Porte de Empresa na Amostra.............................................. 54

Figura 7 Participação na Amostra por Porte de Empresa............................................ 55

Figura 8 Frequência por Departamento de Atuação dos Respondentes da Amostra.. 55

Figura 9 Participação na Amostra por Departamento de Atuação dos Respondentes 56

Figura 10 Frequência das Posições Ocupadas pelos Respondentes da Amostra.......... 57

Figura 11 Participação na Amostra por Posições Ocupadas pelos Respondentes........ 57

Figura 12 Frequência do Tempo de Empresa dos Respondentes da Amostra.............. 58

Figura 13 Participação na Amostra por Tempo de Empresa dos Respondentes........... 59

Figura 14 Compreensão dos Gastos com as Marcas – Frequência na Amostra............ 60

Figura 15 Compreensão dos Gastos com as Marcas – Participação na Amostra.......... 61

Figura 16 Despesas Incorridas Relacionadas às Marcas – Frequência das Empresas

da Amostra (múltiplas respostas possíveis).................................................. 63

Figura 17 Despesas Incorridas Relacionadas às Marcas – Participação das Empresas

na Amostra (múltiplas respostas possíveis).................................................. 63

Figura 18 Frequência das Empresas que Negociaram ou não suas Marcas.................. 64

Figura 19 Participação na Amostra de Empresas que Negociaram ou não suas

Marcas.......................................................................................................... 65

Figura 20 Circunstância em que as Empresas Negociaram suas Marcas (base

amostral: 58 companhias)............................................................................. 66

Figura 21 Opinião Sobre Como Deve Ser a Mensuração do Valor da Marca.............. 67

Figura 22 Empresas que Realizaram Avaliação Financeira da Marca......................... 68

Figura 23 Motivos da Não Realização de Avaliação das Marcas (base amostral: 82

companhias).................................................................................................. 69

Figura 24 Periodicidade de Realização de Avaliação das Marcas (base amostral: 30

companhia)................................................................................................... 70

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Figura 25 Utilização da Avaliação das Marcas (base amostral: 30 companhias)......... 71

Figura 26 Método Utilizado para a Avaliação Financeira das Marcas (base amostral:

30 companhias – múltiplas respostas possíveis)........................................... 73

Figura 27 Fatores de Importância na Escolha do Método de Avaliação de Marcas

(base amostral: 30 companhias)................................................................... 74

Figura 28 Itens de Impacto sobre a Marca na Realidade das Empresas (múltiplas

respostas possíveis)....................................................................................... 78

Figura 29 Itens de Maior Influência no Valor da Marca (múltiplas respostas

possíveis)....................................................................................................... 79

Figura 30 Itens de Maior e Menor Dedicação de Atenção pelas Empresas (múltiplas

respostas possíveis)....................................................................................... 80

Figura 31 Observação ao Pronunciamento Técnico CPC-04 do Comitê de

Pronunciamentos Contábeis – CPC, para o Registro do Valor do ativo

intangível marca........................................................................................... 83

Figura 32 Utilização do Valor da Marca em Relatórios Gerenciais.............................. 84

Figura 33 Empresas que Realizam Conversão dos Demonstrativos Financeiros para

Princípios Contábeis Norte-Americanos....................................................... 85

Figura 34 Observação ao SFAS-141 e SFAS-142 de Statement of Financial

Accounting Standards – SFAS, para o Registro do Valor do Ativo

Intangível ‘Marca’ (base amostral 42 companhias)...................................... 86

Figura 35 Empresas em que a Gestão e o Controle das Marcas são Formalmente

Atribuídos a um Departamento ou Unidade de Negócio Específica........... 88

Figura 36 Departamento ou Unidade de Negócio Responsável pela Gestão e

Controle das Marcas (base amostral: 73 companhias – múltiplas respostas

possíveis)....................................................................................................... 89

Figura 37 Ocorrência de Remuneração Variável aos Gestores da Marca (número de

respondentes)............................................................................................... 95

Figura 38 Ocorrência de Remuneração Variável aos Gestores da Marca

(participação na amostra)............................................................................. 96

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Exemplos de Ativos intangíveis identificáveis............................................. 24

Quadro 2 Matriz de conteúdo – brand equity............................................................... 29

Quadro 3 Modelos Millward Brown e Interbrand....................................................... 33

Quadro 4 Estrutura teórica dos quesitos do questionário............................................. 41

Quadro 5 Maximização da Significância das Correlações Estatísticas entre

Variáveis Categóricas................................................................................... 46

Quadro 6 Resumo da tipologia da pesquisa.................................................................. 48

Quadro 7 Primeira Correlação Relacionada à Segunda Dimensão – Avaliação da

Marca............................................................................................................. 81

Quadro 8 Segunda Correlação Relacionada à Segunda Dimensão – Avaliação da

Marca............................................................................................................ 81

Quadro 9 Terceira Correlação Relacionada à Segunda Dimensão – Avaliação da

Marca.......................................................................................................... 82

Quadro 10 Quarta Correlação Relacionada à Segunda Dimensão – Avaliação da

Marca............................................................................................................ 82

Quadro 11 Correlação Relacionada à Terceira Dimensão – Reconhecimento Contábil

e Gerencial do Valor das Marcas.................................................................. 87

Quadro 12 Correlação Relacionada à Quarta Dimensão – Controle e Gestão da

Marca............................................................................................................ 94

Quadro 13 Primeira Correlação Relacionada à Quinta Dimensão – Indicadores de

Performance da Marca.................................................................................. 99

Quadro 14 Segunda Correlação Relacionada à Quinta Dimensão – Indicadores de

Performance da Marca.................................................................................. 100

Quadro 15 Correlações Relacionadas à Distinção entre Segmentos de Produtos e de

Serviços......................................................................................................... 101

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Marcas brasileiras mais valiosas em 2010 (valores em milhares de reais) 34

Tabela 2 Marcas globais mais valiosas em 2010 (valores em milhares de dólares

norte americanos........................................................................................... 35

Tabela 3 Estratificação da Amostra em Empresas de Produtos e de Serviços............ 50

Tabela 4 Estratificação da Amostra Segundo o Setor Econômico.............................. 53

Tabela 5 Detalhe da utilização da Avaliação das Marcas (base amostral: 30

companhias).................................................................................................. 72

Tabela 6 Detalhe dos Fatores de Importância na Escolha do Método de Avaliação

de Marcas (base amostral: 30 companhias).................................................. 75

Tabela 7 Nível de Concordância com Afirmações Propostas..................................... 76

Tabela 8 Importância Dedicada para o Controle e Gestão das Marcas (base

amostral: 73 companhias)............................................................................. 90

Tabela 9 Frequência de Realização de tarefas Relacionadas ao Controle e Gestão

das Marcas (base amostral: 73 companhias)................................................. 90

Tabela 10 Intensidade de Ênfase de Aspectos da Gestão Estratégica da Marca (base

amostral: 73 companhias)............................................................................. 92

Tabela 11 Intensidade de Ênfase de Aspectos da Gestão Tática da Marca (base

amostral: 73 companhias)............................................................................. 93

Tabela 12 Frequência de Cálculo/Estimação de Indicadores de Performance Ligados

às Marcas...................................................................................................... 97

Tabela 13 Frequência de Utilização de Indicadores de Performance Ligados às

Marcas em Plano de Remuneração Variável aos Gestores da Marca (base

amostral: 9 companhias)............................................................................... 98

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INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

De acordo com Temporal (2010, p. 2), a era das grandes marcas data do final dos anos

1980, quando marcas poderosas, administradas por profissionais experientes em gestão de

marcas, começaram a escolher certos mercados para dominar. Mas, a fragmentação do perfil

de consumo do mercado tem levado os profissionais, gestores das marcas, a mudar sua

atenção para produtos customizados aos diferentes segmentos de mercado, com altos lucros

para as empresas que entenderam corretamente a complexidade dos mercados.

Uma marca corporativa de nome forte traz consigo uma força financeira adicional que

pode ser mensurada e usada de diversas formas. Algumas delas são: fusões e aquisições (pelo

conhecimento de que o preço da transação inclui um ativo intangível valioso); relações com

investidores externos (que se interessam por marcas que agreguem valor); comunicação

interna (valor da marca como fator de motivação aos seus gestores); alocações orçamentárias

(a noção do valor apoia a tomada de decisões); gestão do chamado endomarketing (avaliação

de estratégias e resultados); informação contábil (princípios contábeis de certos países

permitem o registro do valor da marca); licenciamentos e franquias (a noção do valor da

marca ajuda no estabelecimento dos preços a serem cobrados); empréstimos securitizados (o

valor da marca serve como garantia e argumento para captação de recursos); suporte aos

litígios (o valor da marca oferece uma visão do que requerer em casos de uso indevido do

nome da marca por terceiros); análise do custo/benefício da marca (importante para a empresa

avaliar seus investimentos na marca); planejamento tributário (empresas podem planejar o

domicílio das marcas onde a tributação de royalties for mais conveniente); avaliação de novos

produtos e mercados, o que ajuda a analisar melhores mercados e perfis de consumidores

(TEMPORAL, 2010, p. 3-4).

Já as análises estratégicas da marca contribuem para sua identidade, como acentuado

por Aaker (1996, p. 1). Baseadas nas características da empresa, tais análises geram agregação

de valor tanto para a marca e sua credibilidade, como para o relacionamento do cliente com a

marca, seu posicionamento e colocação em campo.

Em muitos modelos de negócio o nome da marca e o que ele representa são seus ativos

importantes – a base para a vantagem competitiva e a expectativa de lucros futuros (AAKER,

1991, p. 14).

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Nesse contexto, o valor da marca e de outros bens intangíveis tem tido grande

importância, posto que hoje são drivers significativos do desempenho da empresa como um

todo e de seu valor de mercado, contribuindo até mais que o valor das vendas e dos lucros.

“[...] Nas últimas cinco décadas o valor intangível das empresas foi ficando cada vez maior

em relação ao valor total da empresa – diferença entre o valor de mercado e seu valor

contábil” (GERZEMA e LEBAR, 2009, p. 9-10).

Pinho (1996, p. 43-44) afirma que a gestão de marcas é uma preocupação de

marketing surgida nos anos 1990 com a responsabilidade de construir uma imagem da marca

com valores e atributos coerentes e atrativos para o mercado, de forma que o chamado brand

equity ou patrimônio da marca seja estabelecido como valor financeiro da empresa e como

valor agregado à marca. Mas Khauaja (2008, p. 79) alerta que o mercado tem mudado, e que

as empresas demoram a reagir às mudanças e alterar a forma de gerenciamento de suas

marcas.

Cabe ressaltar, também, que variações no valor da marca trazem impactos na variação

do valor de mercado das empresas, como demonstrado por Barth et al. (1998, p. 42).

Neal e Strauss (2008, p. 72) mencionam que a maioria das metodologias de avaliação

das marcas usa os números atuais para criar estimativas de lucros operacionais futuros,

usando o valor presente líquido dos lucros que provavelmente (grifo dos autores) serão

gerados pelas marcas sob análise. Mas há, segundo os autores, muitos problemas nessa

abordagem.

E o aspecto mais problemático de estudos de avaliação, acentua Temporal (2010, p.

310), é a falta de concordância entre as maiores empresas de avaliação se o valor das marcas

individuais está crescendo ou diminuindo ano após ano.

Um efetivo controle da marca requer a consideração de uma visão de longo prazo das

decisões de comercialização, e o reconhecimento de que quaisquer mudanças na sustentação

do plano de marketing para a marca podem, pela mudança da consciência do consumidor,

afetar o sucesso de futuros programas de marketing. Uma visão de longo prazo também dita

estratégias proativas desenhadas para manter e melhorar o brand equity ao longo do tempo

face às mudanças externas no ambiente de mercado e às mudanças internas nos programas e

objetivos de marketing da empresa (KELLER, 2008, p. 582).

De acordo com Keller (2008, p. 583), a estratégia para o sentido de reforço da marca

depende da natureza das associações da marca, focando, basicamente, fortalecer o

conhecimento e a imagem desta. Já as estratégias para revitalização da marca visam a

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atualizar antigas fontes do brand equity bem como criar novas fontes. O autor, ainda, resume

o aspecto-chave da gestão do brand equity como sendo a estratégia apropriada da marca.

Aaker (1996, p. 1) reforça que a análise estratégica da marca compreende a análise do

cliente em suas tendências, motivações, necessidades não contempladas e segmentação.

Acrescente-se, ainda, a análise do concorrente, pela imagem/identidade da marca, forças,

estratégias e vulnerabilidades. Por último, a auto-análise, semelhante à análise do concorrente,

considerando-se, contudo, os valores organizacionais.

1.2. Questão de Pesquisa

A situação-problema se relaciona às dúvidas sobre como as empresas brasileiras estão

gerindo suas marcas, seja em termos de controle tático, estratégico e organizacional, seja no

que tange à avaliação financeira das marcas corporativas.

A questão de pesquisa que orienta este estudo é: como o ativo intangível ‘marca’ é

percebido, administrado e mensurado nas empresas em operação no Brasil?

1.3. Objetivos da Pesquisa

1.3.1 Objetivo Geral

Este estudo objetiva investigar qual é a percepção geral, o método de controle e a

avaliação do ativo intangível ‘marca’ nas empresas em operação no Brasil.

1.3.2. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do presente estudo são:

a) Conhecer a percepção dos gestores das empresas selecionadas sobre a importância

do ativo intangível ‘marca’;

b) Levantar se as empresas estão avaliando suas marcas e, em caso afirmativo, com

que finalidade e qual método utilizam;

c) Identificar como tem sido o reconhecimento do valor da marca em informes

contábeis, e também sua utilização em controles gerenciais;

d) Examinar o controle que é efetuado sobre a marca, abordando a existência de

departamentos, unidades e profissionais responsáveis pela gestão da marca, e suas

características;

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e) Verificar se e como as empresas utilizam a avaliação da marca como indicador de

performance tática e estratégica.

1.4. Justificativas e Contribuições

A discussão do valor da marca remonta à multiplicação internacional de operações de

fusões e aquisições nos anos 1980, o que motivou a criação de conceitos de mensuração a

partir daquela época. Valores de marcas têm sido atribuídos por agências especializadas, e

têm sido objeto de questionamentos desde então. Constatou-se, assim, que a avaliação na

mensuração das marcas afetava as decisões de concorrência (KHAUAJA e PRADO, 2008, p.

17-23).

Como publicado por PwC (2011), o movimento de fusões e aquisições em 2010 é de

relevância histórica. “Com um recorde absoluto de transações anunciadas em um único mês

(89 transações em dezembro de 2010), o ano completa-se com um acumulado de 787

transações e crescimento de 22% em relação a 2009. Além de confirmar o excelente momento

vivido pelo Brasil e sua economia, o recorde histórico de transações anunciadas no ano de

2010 dá início a um novo patamar no universo de fusões e aquisições. [...]. Em referência ao

ano de 2007 – bom movimento vivido pela economia mundial ‘pré-crise’, com alta liquidez, e

elevado nível de investimentos em ativos do mercado de capitais, e de fusões e aquisições – o

ano de 2010 apresentou um crescimento de 9%” (PWC, 2011). Registra-se, entretanto, que

essas transações referem-se apenas às operações divulgadas na imprensa, sem incluir acordos.

Contextualizando a importância do tema, Keller (2008, p. 673) pondera que as

concepções de negócios vencedores no século XXI serão aquelas que têm profissionais que de

forma bem sucedida constroem, avaliam, e administram o brand equity.

Kayo et al. (2006, p. 76) citam que “[...] os ativos intangíveis são importantes fatores

de diferenciação e, dessa forma, contribuem sobremaneira para a obtenção de importantes

vantagens competitivas. Isso se deve à característica fundamental de todo ativo intangível: sua

singularidade”. Na mesma linha, Aaker (1991, p.13) menciona a marca como sendo não só

um ativo estratégico, mas também provedora de vantagem competitiva estratégica que é

sustentável para uma empresa.

Tomazoni e Menezes (2004, p. 34) reforçam a importância e o impacto das marcas ao

afirmarem que a subjetividade do prestígio e da confiabilidade da marca dificulta uma análise

criteriosa na avaliação da empresa.

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De acordo com Kapferer (2004, p. 444), as avaliações devem ser divulgadas

contabilmente para se mostrarem válidas, coerentes e reproduzíveis. Mas, o fato da

contabilidade ser regida pelo princípio do conservadorismo determina que as marcas sejam

reconhecidas contabilmente apenas se forem adquiridas individualmente, ou como parte do

preço da empresa adquirida.

Segundo Neal e Strauss (2008, p. 69-70) uma avaliação de marca pode ser realizada

por três motivos:

- Fins contábeis: normas contábeis internacionais indicam que o goodwill em um

processo de aquisição seja alocado no ativo intangível. Também, as regras de avaliação de

ativos a valor de mercado (impairment) requer que o valor em excesso em relação ao mercado

seja reduzido. Isso significa que a avaliação da marca tem se tornado parte da diligência legal

e contábil em um processo de aquisição de empresa (due diligence).

- Transações: como a securitização para empréstimos (marca como garantia), o

planejamento tributário (marcas consideradas em locais em que tributariamente seja mais

vantajoso), os licenciamentos (o que gera pagamento de royalties e direitos) e as aquisições de

empresa.

- Gestão e liderança da marca: a avaliação da marca permite que sejam

desenvolvidas métricas usadas para medir a performance da marca.

Kapferer (2004, p. 446) estende as possibilidades, elencando diferentes

motivos para se realizar a avaliação, dependendo de seus objetivos:

- o valor de liquidação em caso de uma venda forçada;

- o valor contábil para se reconhecer;

- o valor necessário para motivar bancos a emprestar recursos;

- o valor de perdas ou prejuízos sofridos pela marca;

- o valor do controle administrativo, que depende da motivação dos gestores;

- o valor para a venda parcial de ativos;

- o valor em caso de mudança do controle societário de uma empresa através de

compra de ações (takeover), ou de fusões e aquisições.

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O objetivo da pesquisa não aponta para a proposição de um modelo específico de

gestão e controle de marcas, mas sim verificar se estão sendo contemplados nas empresas

brasileiras a importância e os impactos que o controle estratégico e a mensuração da marca

têm. Não foram abordados todos ativos intangíveis existentes, nem tampouco todas as

empresas detentoras de marcas no país. O estudo enfoca exclusivamente cinco dimensões a

serem exploradas: Percepção geral da marca; Avaliação da marca; Reconhecimento contábil e

gerencial do valor das marcas; Controle e gestão da marca; Indicadores de performance.

Nesse contexto, e por estas cinco dimensões, cabe mencionar o papel da área de

Controladoria na gestão da marca, na forma como ela é considerada/negociada, sua avaliação

financeira, o reconhecimento de seu valor em informes contábeis e gerenciais, a importância

de seu controle, e a possibilidade de se gerar indicadores de performance em relação à marca.

Entretanto, a despeito da relação estreita da gestão e avaliação das marcas corporativas

com o organismo de Controladoria, este trabalho não trata de detalhes e critérios para o

reconhecimento contábil das marcas (como por exemplo, o escopo das diretrizes emanadas do

Comitê de Pronunciamentos Contábeis – os chamados CPCs).

Günther e Kriegbaum-Kling (2001, p. 263-294) conduziram estudo semelhante a este

em companhias alemãs, e apuraram que àquela época a maioria das companhias da população

estudada não mantinha controles apropriados à importância de suas marcas e, por vezes, nem

sequer havia levantado avaliação do valor de suas marcas.

A abordagem do presente trabalho, sendo aplicada a empresas brasileiras quanto às

marcas detidas por elas, e à luz dos objetivos enunciados nesta pesquisa, pretende levantar

informações-chave sobre a gestão da marca, ativo ao qual tem sido atribuído alto valor

financeiro, evidenciado pelo seu impacto em transações entre corporações. Assim, espera-se

que os resultados deste trabalho possam oferecer aos profissionais de Controladoria e de

outras áreas afins, destaques relevantes sobre a importância dos impactos relativos à avaliação

e à gestão das marcas. Espera-se, enfim, que este estudo chame a atenção das empresas sobre

o retorno que o investimento no ativo intangível marca pode oferecer, inclusive contribuindo

para o valuation da empresa.

Outros trabalhos que também ressaltaram a relevância dos ativos intangíveis e

buscaram investigar suas características, impacto e tratamento nas empresas, foram

conduzidos por Antunes e Martins (2002 e 2007), Kayo et al. (2006), Louro (2000), Salinas e

Ambler (2009), Stride (2006) e Simon e Sullivan (1993).

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Ativos intangíveis

Os ativos intangíveis, pela definição de Neal e Strauss (2008, p. 69), consistem em

algo de natureza não-física, como patentes, goodwill, propriedade intelectual, relacionamento

com clientes, brand equity, entre outros elementos.

Hendriksen e Van Breda (1999, p. 388) destacam que os ativos intangíveis formam

uma das áreas mais complexas da Teoria da Contabilidade, em parte devido às dificuldades de

definição, mas principalmente por causa das incertezas a respeito da mensuração de seus

valores e da estimação de suas vidas úteis.

De acordo com o Statement SFAS-142 de Statement of Financial Accounting

Standards – SFAS (2001, p. 105) e com o Pronunciamento Técnico CPC-04 do Comitê de

Pronunciamentos Contábeis – CPC (2008, p. 6), o ativo intangível é um ativo não monetário

identificável e sem substância física.

O mesmo CPC-04 (2008, p. 6) ainda dispõe que tais recursos intangíveis podem ser

conhecimento científico ou técnico, desenho e implantação de novos processos ou sistemas,

licenças, propriedade intelectual, conhecimento mercadológico, nome, reputação, imagem e

marcas registradas (incluindo nomes comerciais e títulos de publicações).

Prossegue o CPC-04 (2008, p. 7) mencionando que o ativo intangível deve ser

identificável, separável, para diferenciá-lo do ágio derivado da expectativa de rentabilidade

futura (goodwill – ativo que representa benefícios econômicos futuros gerados por outros

ativos adquiridos em uma combinação de negócios).

Pelo ponto de vista das normas internacionais de contabilidade – IAS (International

Accounting Standards), um ativo intangível pode ser registrado se os controles desse registro

garantem a proteção dos direitos legais do ativo, se ele for transferível (separável) e se for a

fonte de uma receita futura específica que se estende além do exercício contábil anual

(KAPFERER, 2004, p. 451).

Reforça ainda Seethamraju (2003, p. 231) que, além de serem identificáveis, os ativos

intangíveis devem deter algumas características, como a definição da forma de aquisição ou

desenvolvimento do intangível, ter a sua vida útil estabelecida (ou admitida como

indeterminada) e poder ser transferido por compra ou venda – especialmente os direitos sobre

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marcas e patentes. Caso contrário, alerta o autor, o valor do intangível é considerado como

goodwill.

Damodaran (2004, p. 85) comenta que os ativos intangíveis incluem uma ampla gama

de ativos, desde patentes e marcas registradas até a boa imagem da empresa no mercado.

O SFAS-141 (2007, p. 41-47) cita exemplos de ativos intangíveis identificáveis e os

agrupa em quatro características, como exibido no Quadro 1: ativos intangíveis relacionados a

marketing e promoções, a clientes, baseados em contratos e baseados em tecnologia.

Quadro 1: Exemplos de ativos intangíveis identificáveis

Relacionados a Marketing

Relacionados a Clientes Baseados em Contratos Baseados em Tecnologia

. Marcas e nomes

comerciais

. Lista da carteira de

clientes

. Licenciamentos, royalties

. Tecnologia patenteada

. Embalagens comerciais

. Contratos com clientes

. Contratos publicitários . Tecnologia não-

patenteada

. Nomes de periódicos . Relações com clientes . Contratos de arrendamento

. Softwares e mask works

. Domínios de internet . Pedidos de vendas . Contratos de franquia . Bancos de dados

. Acordos com concorrentes

. Pedidos de produção . Contratos de hipoteca . Trade secrets (fórmulas, processos, prescrições)

. Contratos de trabalho

. Direitos de uso diversos

Fonte: Statement of Financial Accounting Standards – SFAS 141 (2007, p. 41-47)

Antunes e Leite (2008, p. 26) ratificam a relevância do papel dos ativos intangíveis, e

avaliam que sua valorização emerge como fator preponderante e adicional nos processos de

avaliação de empresas. Em complemento, Arnosti (2008, p. 48) pondera que nas últimas duas

décadas a ênfase nas empresas passou a ser bem maior no ativo intangível, o que tem imposto

à Contabilidade o desafio de aferição e mensuração dos ativos intangíveis.

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2.2. Marca: conceito e avaliação

2.2.1. Aspectos conceituais

Para Kapferer (2004, p. 15), marca é um nome que influencia consumidores e, ainda,

que a fonte dessa influência é um conjunto de associações mentais e relacionamentos

construídos ao longo do tempo com os consumidores.

De acordo com a American Marketing Association apud Pinho (1996, p. 14), marca é

“[...] um nome, termo, sinal, símbolo, desenho, ou uma combinação dos mesmos, que

pretende identificar os bens e serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-

los daqueles dos concorrentes.” Pinho (1996, p. 43) também afirma que esse conceito

restringe-se ao plano estático, pois as marcas se tornaram mais que simples nomes.

Complementarmente, Khauaja e Prado (2008, p. 24-27) mencionam que a abordagem

do conceito de marca como disciplina é bastante recente e, por isso, não possui um corpo

teórico definido, mas aspectos tais como o que envolve a compra do produto pela expectativa

que ele pressupõe e o que atrela a identificação da marca ao cotidiano dos consumidores. Os

mesmos autores ainda sugerem que quando se deseja abordar a força de uma marca, deve-se

levar em conta uma seleção de afirmações realizadas por diversos autores de que uma marca é

forte quando: é lembrada por consumidores potenciais, traz vantagens diferenciais ao

consumidor-alvo, é relevante no longo prazo para um grupo, há coerência entre a imagem da

marca e a identidade da empresa, cria um vínculo de fidelidade com o consumidor-alvo,

garante a lucratividade da empresa, e possui valor patrimonial elevado.

Comentando alguns aspectos de valoração da marca, Pinho (1996, p. 43) sugere que

uma marca extrapola os limites do produto ou serviço a ela atrelado, pois incorpora um

conjunto de valores tangíveis e intangíveis relevantes que leva o público a consumir

determinado produto ou serviço em detrimento de seus concorrentes. A marca é,

provavelmente, o mais óbvio ativo mercadológico de que a maioria das pessoas tem ciência

(BROOKING, 1996, p. 20).

Famá e Perez (2003, p. 56) ressaltam que as marcas registradas estão incluídas no

conceito do goodwill contábil, que de acordo com a teoria de finanças é o conjunto de

características, qualidades e diferenciais de uma empresa expressos por sua capacidade de

produção futura de riquezas. Nesse diapasão, Almeida e Hagi (1997, p. 10) explicam que “[...]

o goodwill comercial surge em função dos serviços de apoio, da qualidade do produto em

relação ao preço e do reconhecimento da demanda em relação ao nome da empresa ou marca

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do produto decorrente da propaganda”. Ainda, Monteiro e Coelho (2001, p. 10) reforçam que

a marca é um ativo de existência indeterminada, não possui uma duração definida.

Keller (2008, p. 176) menciona que os elementos da marca são dispositivos

comercializáveis que a identificam e diferenciam. Assim, os principais elementos da marca

são seu nome, logotipos e símbolos, características, slogans e jingles, e embalagens. Esses

elementos, prossegue o autor (2008, p. 178), são afetados por critérios de avaliação por parte

do mercado consumidor, quais sejam, memória da marca, significado, herança ou

comparabilidade, transferibilidade, adaptabilidade e proteção.

Caso emblemático da presença de parte desses elementos, como memória da marca,

herança ou comparabilidade, e transferibilidade, é relatado por Câmara et. al (2009, p. 396),

citando o ocorrido no ano de 1995, quando a empresa Colgate começa a se expandir em

mercados de rápido crescimento, adquire o negócio de cuidados bucais da Kolynos na

América Latina, e lança o creme dental líder de mercado – Sorriso. Os autores prosseguem

ponderando que a força da marca Kolynos era tão grande, que apenas em 2003, quando

indagados por uma pesquisa que tinha o objetivo de tabular as marcas mais lembradas na

cabeça do consumidor (Top of Mind), a Kolynos perdeu a primeira posição justamente para

sua substituta, a Sorriso.

É importante separar o conceito de valor da marca e de patrimônio da marca.

Temporal (2010, p. 4) afirma que ambos os conceitos são frequentemente confundidos. Por

valor da marca, interpreta o autor, deve-se entender o seu real valor financeiro. Já o termo

patrimônio da marca, ou brand equity, deve ser usado para refletir a força da marca na

percepção do consumidor, assim como para referir-se a aspectos descritivos da marca – seja

símbolos, imagem ou associações feitas pelos consumidores.

2.2.2. Patrimônio da marca (brand equity)

Patrimônio da marca (brand equity) é um termo relativamente recente na literatura

especializada de marketing, que pode ser definido como os atributos intangíveis da marca

para ofertar produtos ou serviços da empresa, sendo associados positivamente à marca e

conferindo à oferta o grau de prestígio e distinção no mercado. Com o avanço do estudo no

assunto, autores como David Aaker e Kevin Keller propuseram modelagens específicas para o

conceito de brand equity (FURRIER, 2008, p. 133).

O brand equity é um subconjunto do valor da marca de produtos ou serviços, e de seu

valor corporativo. É a parte do valor da marca que mais pode criar uma vantagem

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diferenciada sustentável e, portanto, fluxos futuros de caixa (NEAL e STRAUSS, 2008, p.

74).

Como afirma Aaker (1991, p. 15-16) o patrimônio da marca pode ser definido como

um conjunto de ativos e passivos da marca, a ela ligado como ao seu nome e símbolo, que

agrega ou subtrai valor de um produto ou serviço, seja para a empresa detentora da marca,

seja quanto aos clientes dessa empresa. Esses ativos e passivos são usualmente agrupados em

cinco categorias: lealdade à marca, conhecimento do nome da marca, qualidade percebida,

associações da marca (em função da percepção da qualidade) e outros ativos próprios da

marca (como patentes, marcas registradas, canais de relacionamento, entre outros).

Essas características agregam valor aos clientes, melhorando sua satisfação e

confiança, bem como sua interpretação e processamento da informação. Entregam também

valor à própria empresa, melhorando a eficiência e a eficácia dos programas de marketing, a

lealdade à marca, os preços e margens, as extensões da marca, a alavancagem dos negócios e

a vantagem competitiva (AAKER, 1991, p. 16).

Conforme cita Temporal (2010, p. 4-5), há diversas dimensões do brand equity, ao

contrário do que ocorre com o valor da marca. Alguns desses aspectos-chave da força ou

performance da marca são: mais valia ou premium-price (o preço a mais que o cliente aceita

pagar pela marca), satisfação/lealdade (que ajuda a evitar reações aos preços cobrados),

qualidade percebida (em comparação com outras marcas), liderança (participação de

mercado), valor percebido (fatores intangíveis considerados pelo mercado), personalidade da

marca (diferencial para as concorrentes), associações mentais (especialmente a confiança),

conhecimento e reconhecimento da marca (mensuração do nível de conhecimento da marca

no mercado), participação de mercado (volume e posicionamento), preço de mercado

(aceitação do premium-price pelo mercado), e a cobertura de distribuição.

Quanto às associações da marca, Keller (2008, p. 311) cita que certas empresas podem

ser levadas a criá-las, o que ocorre quando vinculam a marca a outras empresas com seu

próprio conjunto de associações. Destaca o autor que oito diferentes formas de alavancar

associações secundárias para construir o brand equity são conectar a marca aos seguintes

aspectos: à companhia fabricante do produto, ao país onde o produto é originado, a varejistas

ou outros canais de vendas dos produtos, a outras marcas, a produtos licenciados, a

palestrantes reconhecidos e representantes de entidades, a eventos e a terceiras fontes.

Há, de acordo com Kapferer (2004, p. 14-15), uma consequência condicional entre os

ativos da marca e o valor da marca. Ou seja, ativos da marca como conhecimento da marca,

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reputação, personalidade, valores, imagem, preferência, conexões, direitos e patentes, geram a

força da marca (a participação de mercado, liderança, penetração, fidelização, premium-price)

que por sua vez direciona ao valor da marca.

Pinho (1996, p. 45-46) entende que a avaliação do valor e da força de uma marca leva

em conta sete quesitos: liderança, intencionalidade, estabilidade, mercado, tendências, suporte

e proteção. Dessa forma, o valor patrimonial da marca presente no conceito de brand equity

está presente na diferença entre o valor líquido do patrimônio da empresa e o valor pelo qual

ela poderá ser vendida. Mas Gerzema e Lebar (2009, p. 256) advertem que uma marca,

independentemente do valor contábil atribuído a ela, só tem algum valor efetivo se os

consumidores desejarem comprar repetidas vezes os produtos a ela associados.

Isso sugere que o valor da marca não pode ser dissociado da ideia de seu potencial

perene de consumo, mais que qualquer outro fator que se possa atrelar à determinação do

valor de uma marca.

Aaker (1996, p. 30-31) conclui propondo algumas questões práticas para as empresas

levarem em conta sobre a gestão de uma marca:

- Bases do brand equity: No que o brand equity deve estar baseado? Que

associações deveriam formar a base do posicionamento? Quão importante é o conhecimento

da marca? Entre quais segmentos? Podem ser criadas marcas para se tentar evitar que

concorrentes cooptem clientes fiéis?

- Criação do brand equity: Como o brand equity é criado? Quais são os

direcionadores determinantes?

- Administração do brand equity: Como a marca deveria ser controlada ao longo

do tempo? Que ações afetam significativamente os elementos do brand equity, especialmente

as associações e a fidelidade? Reduções em verbas para propaganda prejudicam o brand

equity? Como é determinado o impacto de promoções e outros programas de marketing?

- Previsão do desgaste do brand equity: Como o desgaste do brand equity e

outros problemas futuros podem ser previstos?

- Decisão de extensão: Para quais produtos a marca deve ser estendida?

- Criação de novos nomes: Como deve ser a decisão entre criar uma nova marca,

ou estender a marca existente para outros produtos? Quantos nomes de marca o negócio pode

suportar?

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A seguinte matriz de conteúdo define de forma sumária os principais atributos

relacionados ao brand equity (Quadro 2):

Quadro 2: Matriz de conteúdo – brand equity

Categoria Descrição Autores

Definição de brand equity

É um subconjunto do valor da marca de produtos ou serviços, e do valor corporativo da marca; pode criar fluxos futuros de caixa.

Neal e Strauss (2008, p. 74)

É um conjunto de ativos e passivos da marca, a ela ligado como nome e símbolo, que agrega ou subtrai valor de um produto ou serviço.

Aaker (1991, p. 15-16)

Características de brand equity

Promove: satisfação, confiança, lealdade, extensões, alavancagem dos negócios, vantagem competitiva, eficiência/eficácia em marketing.

Aaker (1991, p. 16)

Há diversos aspectos-chave da força ou performance da marca. Temporal (2010,

p. 4-5)

Ativos da marca geram a força da marca, que por sua vez direciona ao valor da marca.

Kapferer (2004, p. 14-15)

Valor de brand equity

O conceito de valor do brand equity está presente na diferença entre o valor líquido do patrimônio da empresa e seu valor de mercado.

Pinho (1996, p.45-46)

Uma marca só tem valor efetivo se consumidores comprarem repetidas vezes os produtos a ela associados.

Gerzema e Lebar (2009, p. 256)

Gestão de brand equity

Questões práticas sobre gestão de brand equity: suas bases, criação, administração, previsão de desgaste, decisão de extensão.

Aaker (1996, p. 30-31)

Fonte: elaborado pelo autor

2.2.3. Mensuração do patrimônio da marca

O conceito de brand equity se formou nos anos 1980, época em que o movimento de

fusões e aquisições envolvendo altos valores se intensificou sobremaneira entre empresas

detentoras de marcas bastante conhecidas. A avaliação de valor de marcas com intuito de

negócios foi preconizada prioritariamente pelo empresário australiano Rupert Murdoch, em

1984, quando levantava recursos no mercado financeiro para iniciar o que viria a ser seu

império no setor de comunicação – ele encomendou um estudo que medisse o valor das

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marcas dos jornais e revistas emitidos por sua empresa, registrou-o nos livros contábeis, e

ofereceu como garantia pelos empréstimos (PINHO, 1996, p. 44).

O valor de uma marca pode ser medido se as fontes desse valor podem ser

encontradas; em outras palavras, medir é entender. O primeiro passo para identificar o valor

da marca é entender o que isso significa, o que realmente contribui para o valor da marca

(AAKER, 1991, p. 15; KAPFERER, 2004, p. 446).

Furrier (2008, p. 159) comenta que há vários métodos que acadêmicos e consultores

desenvolveram para a avaliação do patrimônio das marcas, tendendo às vezes para o efeito

financeiro do uso da marca – fluxos incrementais descontados a uma taxa de risco – ou para

fatores que contribuem com o patrimônio da marca – como consciência da marca,

relacionamento do consumidor com a marca, percepções dos usuários etc. “Todos os métodos

apresentam pontos fortes e fracos conforme for sua utilização, mas contribuem na

comprovação da importância da marca [...]”.

Mas a mensuração de uma marca não é simples. Arnosti (2008, p. 50) ressalta que por

carecer de substância, os ativos intangíveis são difíceis de se medir, tornando-se assim uma

das partes mais complexas da Teoria da Contabilidade, especialmente pela incerteza de

estimação de suas vidas úteis.

Neal e Strauss (2008, p. 125-127) citam que valor é geralmente definido como uma

medida sobre se algo é compensatório, ou seja, os benefícios menos os custos. Assim, o valor

da marca poderia ser entendido como a soma de benefícios tangíveis (em produtos, serviços e

canais de vendas) e intangíveis, subtraindo-se, então, os custos.

Os mesmos autores (2008, p. 74) entendem que há diferentes classes de valor para a

marca:

- valor da marca comercial: proteção legal de uma marca comercial, logotipo

etc.;

- valor da marca de um produto ou serviço: direitos de propriedade intelectual

associados a anúncios e descrições do produto ou serviço;

- valor corporativo da marca: os direitos legais acima mais o contexto específico

(cultura, valores, pessoas, programas), que criam valor baseado na confiança que um

stakeholder tem que a marca ira corresponder às expectativas.

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Pelo ponto de vista de Aaker (1991, p. 21-22), desenvolver abordagens para atribuir

um valor à marca é importante por diversos motivos. Primeiramente, de ordem prática, visto

que marcas são compradas e vendidas, sendo que precisa ser identificada a abordagem que

fizer mais sentido para essa valorização. Em segundo lugar, para verificar se os investimentos

na marca para melhorar o brand equity estão também melhorando o valor da marca, ajudando

assim os gestores na tomada das decisões de investimento. Finalmente, a avaliação da marca

fornece percepções adicionais ao conceito de brand equity.

Continua Aaker (1991, p 22-26) pontuando que ao menos cinco abordagens genéricas

para mensurar o valor do brand equity têm sido propostas. Uma é baseada no premium-price

que o nome da marca sustenta. A segunda é o impacto do nome da marca na preferência do

consumidor. A terceira aparece como o custo de reposição da marca, ou seja, o custo de uma

marca comparável (ao nome da marca e ao ramo de negócio) já estabelecida. A quarta é

baseada no valor de mercado da ação da empresa detentora da marca, dado que o mercado de

ações ajustaria o valor da ação da empresa para refletir o potencial de suas marcas. A quinta

refere-se ao potencial de geração de lucro de uma marca, descontado a valor presente.

E é esta quinta abordagem que tem sido utilizada na composição dos rankings

disponíveis de valor das marcas de empresas brasileiras, como comentado na seção

imediatamente seguinte a esta.

2.2.4. Modelos de avaliação do brand equity

Kapferer (2004, p. 452-459) afirma que diversos métodos de avaliação de marcas têm

sido propostos para definir o valor reconhecido no balanço patrimonial quando uma marca é

parte dos ativos de uma companhia adquirida ou em qualquer outra situação em que a

avaliação for necessária. Esses métodos são: avaliação pelos custos históricos, avaliação por

custos de reposição, avaliação pelo valor de mercado, avaliação pelos royalties, avaliação por

lucros futuros e avaliação pelos lucros atuais.

Mas como salientado por Tomiya (2009, p. 23), há certa vulnerabilidade da utilização

de um só critério para estabelecimento do modelo de avaliação do valor de uma marca, dentre

os diversos modelos para determinação do valor de marca utilizados por empresas

especializadas. Conforme observado na Figura 1, o autor classifica em três grupos os critérios

de avaliação, de maneira um tanto análoga ao procedimento que é feito na precificação de

valor de empresas: baseada no custo, no negócio e no mercado.

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32

O primeiro grupo envolve o custo incorrido dos investimentos já realizados na marca,

sendo que na analogia com um processo de due diligence este é o valor patrimonial ajustado.

O segundo é baseado nas estimativas de lucros gerados pela marca obtidos a partir do fluxo de

caixa atual do negócio, fornecendo assim o valor econômico da marca. Já o terceiro grupo

reflete o valor potencial de mercado, o qual pode ser determinado por premium price, royalty

ou múltiplos de mercado.

Destaca-se a advertência que Salinas e Ambler (2009, p. 40) fazem ao mencionar que,

além da mensuração da força de mercado, outros fatores, como o planejamento tributário para

os ganhos esperados com a marca, devem também impactar o desenvolvimento dos modelos

de avaliação das marcas.

Figura 1: Critérios de avaliação de marcas

Fonte: Adaptado de Tomiya (2009, p. 23)

As empresas de consultoria especializada se valem do segundo grupo entre os

preconizados acima para estimação do valor das marcas corporativas, qual seja o modelo de

avaliação baseada no negócio. Tomiya (2009, p. 24) sumariza o referido modelo em quatro

etapas: Análise Financeira – resultados financeiros dos intangíveis; Análise de Mercado –

destacamento da parcela do lucro dos ativos intangíveis atribuída à marca; Análise da Marca –

taxa de desconto ou quantidade de múltiplos de lucro, com base no mercado e na força da

marca; e Valor da Marca – o cálculo que é o produto dessas três etapas.

Dentre as empresas especializadas mais citadas em trabalhos acadêmicos, em

periódicos da área e em publicações nacionais sobre ranking de valor de marcas, destacam-se

as consultorias Millward Brown e Interbrand. Apesar da diferença entre certos aspectos dos

Baseada em operações similares de mercado e em valor potencial da marca

Baseado na expectativa de lucros futuros atualizados por

taxa de risco

Baseado no volume de investimento realizado pela

marca

BASEADA NO CUSTO

BASEADA NO NEGÓCIO

BASEADA NO

MERCADO

Custo Incorrido Uso Econômico

Premium-Price Royalties

Múltiplos de Mercado

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33

métodos, ambos estimam o valor presente da expectativa de lucros futuros atribuíveis à

marca, descontado pela estimativa da taxa de risco associada à marca.

Assim, os passos para avaliação da marca se dividem essencialmente em duas

vertentes. Em ambas o lucro líquido associado à marca é isolado e são estimados os fluxos de

caixa futuros com base na análise estratégica da marca e de seu mercado. Mas em uma delas,

notadamente usada pela agência Interbrand e geralmente adotada para fins externos, prevalece

o fluxo de caixa descontado da marca como ponto principal do valor para sua avaliação. Já

pela outra vertente, usada predominantemente para fins internos, e também pelos bancos e

analistas financeiros, é levantada a pontuação da força da marca, que por sua vez determina

múltiplos a serem indexados pelo valor presente do lucro associado à marca, fornecendo

assim o valor da marca (KAPFERER, 2004, p. 457, MILLWARD BROWN, 2011;

INTERBRAND, 2011).

O Quadro 3 a seguir discrimina de forma sintetizada ambos os modelos. Em suma, o

valor da marca nos dois casos equivale à multiplicação de três fatores: lucro dos intangíveis,

parcela do lucro referente às marcas, taxa de desconto ou aplicação de múltiplos. Entretanto,

os modelos apresentam diferenças de critérios de composição de todos os fatores.

Quadro 3: modelos Millward Brown e Interbrand

Modelo Lucro dos Intangíveis

Extração da Parcela Relativa às Marcas

Desconto / Múltiplos

Millward Brown Lucro Contábil

Corrente Brand Contribution

Aplicação de Múltiplos de Lucro

Interbrand Ganhos Econômicos

Futuros Papel da Marca

Desconto à taxa de risco

Fonte: elaborado pelo autor

A diferença material entre ambos os critérios pode ser notada nas avaliações das

marcas exibidas na Tabela 1, que mostra o posicionamento das vinte e cinco marcas mais

valiosas do Brasil, conforme avaliação realizada em relação ao ano de 2010 pelas consultorias

BrandAnalytics/Millward Brown e Interbrand.

Nota-se que é necessário listar trinta e quatro marcas para se contemplar as vinte e

cinco mais valiosas, segundo levantamento de ambas as consultorias especializadas. Não há

acordo quanto à primeira colocação, nem quanto às variações em relação ao ano anterior.

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34

Tabela 1: Marcas brasileiras mais valiosas em 2010 (valores em milhões de reais)

BrandAnalytics/Millward Brown Interbrand

Posição Valor Variação Posição Valor Variação

no em em relação no em em relação

Marca ranking 2010 a 2009 ranking 2010 a 2009

Petrobrás 1 23.612 39% 3 11.608 7%

Itaú 2 16.889 44% 1 24.296 18%

Bradesco 3 15.130 15% 2 13.633 10%

Banco do Brasil 4 14.530 49% 4 11.309 8%

Natura 5 8.114 51% 6 5.666 22%

Skol 6 8.056 68% 5 7.277 10%

Brahma 7 3.512 59% 7 4.351 21%

Sadia 8 3.464 142% (b) - -

Perdigão 9 3.446 90% (b) - -

Vale 10 3.429 178% 8 2.656 (a)

Porto Seguro 11 2.375 323% (b) - -

Casas Bahia 12 1.705 2% 20 447 (a)

Vivo 13 1.508 6% 10 1.700 16%

Ipiranga 14 1.478 189% (b) - -

TAM 15 1.414 131% (b) - -

Antarctica 16 1.409 49% 9 2.013 15%

Oi 17 1.246 -8% 17 514 9%

Americanas 18 1.191 58% 12 703 17%

NET 19 1.159 49% 23 323 10%

Cielo 20 1.126 73% 14 604 (a)

Multiplus 21 1.112 (a) (b) - -

Redecard 22 1.085 65% (b) - -

Extra 23 1.056 88% 19 496 (a)

Totvs 24 1.036 82% (b) - -

Gol 25 1.029 162% (b) - -

Hering 29 718 (a) 25 209 45%

Cyrela 30 702 51% 15 587 8%

Pão de Açúcar 31 688 80% 22 389 (a)

Lojas Renner 33 679 109% 11 835 7%

Embratel 34 667 -6% 13 619 -15%

Banrisul 37 605 (a) 18 501 -22%

Caixa (b) - - 16 563 (a)

Braskem (b) - - 21 422 -6%

Ponto Frio (b) - - 24 232 (a) Fonte: Manzoni Jr. (2011) e Interbrand (2011) - (a) avaliação de marca não constante no

ranking do ano anterior; (b) marca não se enquadra nos critérios de mensuração para o modelo ou está

posicionada em faixa inferior à disponível no ranking.

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Ressalve-se que as empresas constantes desse ranking restringem-se àquelas de capital

aberto, e que portanto disponibilizam informações que permitem segregar os resultados de

cada marca, e que tenham controle predominantemente brasileiro, ou então, que tenha no

Brasil a sua maior operação (BRANDANALYTICS, 2011; INTERBRAND, 2011).

Quanto às avaliações das marcas globais no ano de 2010 realizadas por Millward

Brown e Interbrand, cujos critérios também limitam a abrangência a marcas detidas por

companhias de capital aberto, nota-se igualmente discrepâncias de valor, posicionamento no

ranking e variação em relação ao ano imediatamente anterior. A Tabela 2 mostra que é

necessário incluir catorze marcas para se abranger as dez mais valiosas em ambos os

rankings.

Tabela 2: Marcas globais mais valiosas em 2010 (valores em milhões de dólares norte

americanos)

Millward Brown Interbrand

Posição Valor Variação Posição Valor Variação

No em em relação no em em relação

Marca ranking em 2010 a 2009 ranking em 2010 a 2009

Apple 1 153.285 84% 17 21.143 37%

Google 2 111.498 -2% 4 43.557 36%

IBM 3 100.849 17% 2 64.727 7%

McDonald's 4 81.016 23% 6 33.578 4%

Microsoft 5 78.243 2% 3 60.895 7%

Coca Cola 6 73.752 8% 1 70.452 2%

AT&T 7 69.916 (a) (b) - -

Marlboro 8 67.522 18% 18 19.961 5%

China Mobile 9 57.326 9% (b) - -

GE 10 50.318 12% 5 42.808 -10%

Intel 58 13.904 -2% 7 32.015 4%

Nokia 81 10.735 -28% 8 29.495 -15%

Disney 38 17.290 15% 9 28.731 1%

HP 18 35.404 -11% 10 26.867 12% Fonte: Millward Brown (2011) e Interbrand (2011) - (a) avaliação de marca não constante no

ranking do ano anterior; (b) marca não se enquadra nos critérios de mensuração para o modelo ou está

posicionada em faixa inferior à disponível no ranking.

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36

2.2.4.1. Modelo Millward Brown

Para Temporal (2010, p. 309), trata-se de uma metodologia mais finamente apurada e

aplicada para marcas menores. É baseada numa combinação de efeitos de dados financeiros

históricos e em estudos junto aos consumidores. A base da abordagem é a brand voltage, que

é o potencial de aumento futuro da participação de mercado.

Como citado por Sambrana (2010), a primeira etapa do critério utilizado pela

Millward Brown é a mensuração da força da marca, por meio de uma pesquisa realizada sobre

o relacionamento de consumidores com as marcas e entrevistas com analistas de mercado e

investidores pessoas físicas. A conclusão sobre a marca mais forte é obtida como resultado do

processamento das pesquisas, que ao final consideram duas variáveis, chamadas de presença

(índice que reflete o conhecimento da marca) e brand voltage (métrica que reflete o sucesso

de sua marca em converter o conhecimento do consumidor em níveis de lealdade). Do

produto da variável presença pela variável brand voltage tem-se o índice de força da marca.

Castanheira (2009) e Manzoni Jr. (2011) esclarecem que a força da marca

tradicionalmente é refletida pelo aspecto top of mind dos consumidores. Esse conhecimento o

modelo chama de presença e atribui um índice que o reflete. E a esse conceito foram

adicionados parâmetros que refletem a conversão do conhecimento em preferência e em

lealdade, o citado brand voltage. Ambas as medições, em suas escalas e critérios atribuídos

pelo modelo para formá-las, são multiplicadas para se compor o índice de força da marca.

Prossegue Sambrana (2010) mencionando que são calculados, então, os lucros da

marca pelo cálculo do valor dos ativos intangíveis (o valor de mercado da empresa menos o

valor dos ativos tangíveis), e a contribuição da marca – consumidor final (dados de pesquisa

quantitativa que busca compreender o relacionamento dos consumidores com as marcas). A

partir do resultado das pesquisas, através de um modelo estatístico, apura-se quantos

consumidores possuem um relacionamento mais emocional com as marcas e os que possuem

um relacionamento mais racional.

Com base neste procedimento é estimado o papel da marca na geração de resultados

da empresa, chamado de brand contribution (pergunta-se: quanto a empresa perderia se

ficasse sem a marca?), cujo cálculo deriva da porcentagem de lucros estabelecidos em uma

pirâmide de lealdade à marca e da projeção de lucro dos intangíveis. Obtêm-se daí os lucros

exclusivos da marca.

Concluindo, Millward Brown (2011) define sua metodologia de cálculo como sendo o

valor da marca resultado da multiplicação dos lucros futuros intangíveis pelo percentual de

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brand contribution, e pelos múltiplos de lucros atribuídos à marca (de acordo com projeções

financeiras e dados de consumidores, de forma alinhada aos métodos usados por analistas de

mercado). A Figura 2 abaixo exemplifica a forma de cálculo do modelo.

Figura 2: Sistemática de cálculo do modelo Millward Brown

Fonte: adaptado de Millward Brown (2011)

2.2.4.2. Modelo Interbrand

Como salienta Temporal (2010, p. 308), a abordagem Interbrand limita o método a

marcas grandes e fortes, e usa a média ponderada de três anos de lucro após impostos. Apenas

fatores que se relacionam diretamente à identidade das marcas são considerados. Então, o

multiplicador é aplicado no cálculo levando em conta sete componentes da força da marca:

mercado, estabilidade, liderança, tendência, suporte, diversificação e proteção.

Aaker (1996, p. 29) pondera que um multiplicador relativamente alto será apropriado

quando há força nas mais importantes categorias de ativo, e quando essa força é explorada e

protegida. O multiplicador será mais baixo quando a força nos ativos-chave está se perdendo

ou quando as forças não estão sendo protegidas e exploradas.

Kapferer (2004, p. 459) comenta que o modelo Interbrand adota a premissa segundo a

qual se o negócio ainda não tem lucros realizados, então não há que se falar em marca. A

Interbrand confia exclusivamente em três períodos (o ano anterior, o ano corrente e o ano

seguinte) para apoiar seus cálculos.

Valor da

Marca

Lucros Intangíveis

Brand Contribution

(%)

Múltiplos da Marca

Lucros corporativos de cada marca, baseado nos relatórios da companhia

e de analistas, em estimativas de receita,

entre outros.

Parcela dos lucros intangíveis atribuída

às marcas.

Múltiplos de lucros da marca, baseados em mensurações de mercado, potencial de crescimento da marca e no Brand

voltage

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Lindemann (apud Fehle et al., 2008, p. 25-26) resume o modelo Interbrand em cinco

passos, a saber: 1) segmentação de mercado – as marcas influenciam a escolha do

consumidor, mas sua influência depende do mercado em que operam; assim o valor da marca

deve ser ponderada pelo valor em cada segmento; 2) análise do papel da marca – os lucros dos

intangíveis gerados pela marca em cada segmento são identificados e projetados; 3) análise da

força da marca – determina que proporção dos lucros dos intangíveis seja atribuível à marca,

pela identificação dos vários drivers de demanda da marca e do grau em que cada driver é

influenciado pela marca; 4) benchmarking com a concorrência – forças e fraquezas da marca

determinarão a taxa de desconto que faz face ao risco dos lucros futuros esperados,

envolvendo estabilidade, posição de liderança, tendência de crescimento, mapeamento

geográfico e amparo legal; 5) cálculo do valor da marca – corresponde ao valor presente dos

lucros futuros com a marca, descontado pela taxa de risco da marca.

A Figura 3 a seguir exibe a sistemática de cálculo do valor da marca, segundo os

critérios do modelo.

Comenta Aaker (1996, p. 313-314) que a abordagem do modelo Interbrand foi iniciada

identificando-se as marcas mais fortes sob um conjunto de critérios escolhidos

subjetivamente, conjunto esse que compreende liderança, estabilidade, mercado,

internacionalização, tendência, suporte e proteção da marca.

Mas desde 2010, visando a contemplar as mudanças no ambiente social e econômico,

como cidadania corporativa, design de produtos, capacidade de proteção, mídias sociais, etc.,

o modelo Interbrand atualizou sua forma de determinação da chamada força da marca,

atribuindo dez fatores em suas pesquisas. Tais fatores são reconhecidos como autenticidade,

clareza, comprometimento, proteção, capacidade de resposta, consistência, diferenciação,

relevância, presença e entendimento (INTERBRAND, 2011).

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39

Figura 3: Metodologia de cálculo do modelo Interbrand

Fonte: adaptado de Interbrand (2011)

2.2.4.3. Outros modelos

Louro (2000, p.30) enumera três bases de medição para se mensurar o brand equity.

São elas: medições indiretas – inputs (relacionadas com a gestão e comunicação das ações de

publicidade e marketing da empresa, em considerando a concorrência), medições diretas

(relacionadas com as memórias cognitivas e afetivas de cada consumidor) e medições

indiretas – outputs (baseadas no resultado de mercado pelo efetivo comportamento dos

consumidores).

Valor da

Marca

Ganhos Econômicos

Papel da Marca (%)

Taxa de Desconto

Análise Financeira - Previsão das receitas

atribuíveis aos produtos ou serviços que usam a marca, subtraídas dos custos operacionais e

impostos, e descontadas da remuneração do

capital empregado na operação. As projeções são feitas com base em relatórios de bancos e

analistas.

Esta é uma medida de como a marca

influencia a demanda durante o processo

de compra, estabelecida a partir

de critérios individuais para as

marcas ante os benchmarks de suas

respectivas indústrias.

Pontuação da Força da Marca -

Mensuração da capacidade que uma

marca tem de assegurar demanda e ganhos futuros, com base em preferência, lealdade, recompra e retenção. O modelo permite encontrar

uma taxa de desconto que ajuste os lucros previstos

aos riscos, baseados no patamar de

demanda que essa marca é capaz de

garantir.

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Com base nessa segmentação, identifica ainda Louro (2000, p. 33) três tipos de

modelos para avaliação de marcas, quais sejam os modelos unidimensionais, bidimensionais e

tridimensionais, conforme envolverem uma, duas ou as três bases de medição. Os modelos

unidimensionais baseiam-se especialmente nas medições diretas ou indiretas–outputs. Os

bidimensionais numa combinação de ambos. E os tridimensionais, nestes e também nas

medições indiretas–inputs (por exemplo, suporte e proteção).

Conclui a mesma autora citando exemplos de modelos pertencentes a cada tipo de

modelo para avaliação de marcas. Como unidimensionais, Brand Asset, Valuator, Consumer

Brand Equity, The Conversion Model, DBB Nedham World Wide e Image Power. Como

bidimensionais, Brand Equity Index, EquiTrend e Equity Monitor. E como tridimensional,

Top Brands.

O modelo Top Brands é exatamente o desenvolvido e utilizado pela agência

Interbrand, portanto, tridimensional. Pela análise das bases de medição da consultoria

BrandAnalytics/Millawrd Brown, amparadas no cálculo de brand voltage e brand

contribution, tais bases podem ser consideradas como envolvendo medições diretas e

indiretas–outputs, ou seja, infere-se que se trata de um modelo bidimensional.

2.3. Dimensões do Estudo

Este estudo, de acordo com seus objetivos e amparado no referencial teórico

levantado, está estruturado em cinco dimensões a serem pesquisadas e analisadas conforme os

procedimentos para a coleta de dados descrita no item 3.4 adiante, resumidamente

apresentadas no Quadro 4 a seguir:

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Quadro 4: Estrutura teórica dos quesitos do questionário

Dimensão Quesitos do Apêndice 2

Tema Central Autores

Percepção Geral da Marca

7 Como a marca é considerada Kapferer (2004, p. 15); Aaker (1991, p.

15-16)

8 Gastos incorridos com a

marca Almeida e Hagi (1997, p. 10); Temporal

(2010, p. 4-5)

9, 10 Compra/venda de marca Seethamraju (2003, p. 231); Aaker (1991,

p. 21-22)

Avaliação da Marca

11, 12, 13, 14 Avaliação financeira da

marca

Temporal (2010, p. 4); Aaker (1991, p. 15); Kapferer (2004, p. 446); Kapferer

(2004, p. 14-15)

15 Propósitos da avaliação Neal e Strauss (2008, p. 69-70); Kapferer

(2004, p. 446)

16, 17 Métodos de avaliação Furrier (2008, p. 159); Kapferer (2004, p.

452-459)

18 Uso corporativo do valor da

marca Temporal (2010, p. 3-4)

19 Aspectos da avaliação da

marca

Damodaran (2004, p. 85); Khauaja e Prado (2008, p. 24-27); Furrier (2008,

p.133); Keller (2008, p. 176)

Reconhecimento Contábil e

Gerencial da Marca

20, 21 Tratamento contábil e

gerencial CPC-04 (2008, p. 7); Keller (2008, p. 583)

22, 23 Registro sob outros princípios

contábeis SFAS-141 (2001, p. 105); SFAS-141

(2007, p. 41-47)

Controle e Gestão da Marca

24, 25, 26, 27 Administração geral da marca Neal e Strauss (2008, p. 74); Keller (2008,

p. 178); Aaker (1996, p. 30-31)

28, 29 Gestão estratégica e tática Temporal (2010, p. 4); Khauaja e Prado

(2008, p. 79); Aaker (1991, p. 16)

Indicadores de Performance

30, 31, 32 Identificação de indicadores

da marca Neal e Strauss (2008, p. 125-127); Keller

(2008, p. 582)

Fonte: elaborado pelo autor

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1. Tipo e Método de Pesquisa

No tocante à abordagem do problema de pesquisa e à natureza dos dados, o presente

estudo é considerado quantitativo, pois além de realizar survey ou levantamento quanto ao

procedimento de coleta de dados, sua tendência é produzir dados quantitativos e se valer de

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instrumentos estatísticos como base do processo de análise do problema (COLLINS e

HUSSEY, 2005, p.53, 70-71; RICHARDSON, 1999, p. 70).

A natureza do problema, portanto, e ainda a propósito do pólo metodológico desta

pesquisa, se enquadra como empírica, uma vez que é orientada por delineamentos

experimentais que usam o pré-teste da amostra (MARTINS, 1994, p. 59).

Os objetivos desta pesquisa indicam que este trabalho é de tipologia descritiva, pois

utiliza técnicas padronizadas de coletas de dados, visando a identificar e descrever

características de determinada população ou fenômeno, além de contar a frequência da

população permitindo melhor visualização do processo estudado. Neste estudo busca-se

observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los, o que tem se

mostrado de grande importância na área contábil para se esclarecer determinados aspectos

inerentes a ela (COLLINS e HUSSEY, 2005, p.71; RAUPP e BEUREN, 2008, p. 81-82;

GONSALVES, 2007, p. 67-68).

3.2. População e Amostra

Considerando os objetivos previamente definidos, a população-alvo deste trabalho é

constituída pelas empresas que atuam no Brasil e que possuem, ao menos, uma marca

registrada.

Como critério de seleção, adotou-se intencionalmente o conjunto de empresas que

possuíam gestores inscritos ou recém-egressos de cursos de pós-graduação (Lato e Stricto

Sensu) em áreas de administração de negócios, nas seguintes instituições de ensino:

Universidade Presbiteriana Mackenzie, Universidade Metodista de Piracicaba, Fundação Dom

Cabral, Fundação Getúlio Vargas e FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis,

Atuariais e Financeiras.

A amostra pesquisada é, portanto, não probabilística, de maneira que seus resultados

não podem ser generalizados à totalidade da população, limitando-se às empresas da amostra.

As companhias foram classificadas quanto ao porte, expresso pela faixa de receita

operacional bruta no último exercício social, de acordo com a classificação do Banco de

Desenvolvimento Econômico e Social, carta circular nº 10/2010 (BNDESa, 2010).

No que se refere ao critério de segmentação por ramo de atividade das empresas da

amostra pesquisada nos termos do Apêndice 2, a classificação foi extraída das fontes

BM&FBovespa e BNDES, combinada e adaptada para efeitos desta pesquisa

(BM&FBOVESPA, 2010; BNDESb, 2010).

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43

O resultado do levantamento alvo desta pesquisa permite verificar o nível de aderência

das empresas selecionadas às melhores práticas de controle estratégico da marca e

mensuração de seu valor.

3.3. Procedimentos de Coleta de Dados

Nesta pesquisa foi realizada distribuição de questionários por correio eletrônico (vide

Apêndice 1), identificando características gerais das empresas e respondentes pesquisados

(vide Apêndice 2), com direcionamento de acesso a aplicativo específico de internet contendo

os quesitos a serem questionados.

É, portanto, uma pesquisa de campo quanto ao ambiente de pesquisa. Lopes (2006, p.

215) define pesquisa de campo como aquela em que se realiza coleta de dados por meio de

entrevistas e/ou questionários e observações in loco, para análise de resultados posteriores.

Quanto ao procedimento de coleta de dados, este trabalho caracteriza-se

predominantemente como uma pesquisa de levantamento ou survey, pois busca identificar a

percepção e controle acerca do ativo intangível “marca”, privilegiando a abrangência.

Consiste em questionário com perguntas estruturadas e fechadas – de múltipla escolha, como

visto no Apêndice 2. A tipologia levantamento ou survey é importante no campo contábil por

identificar informações que podem ser úteis em estudos futuros (MARTINS e THEÓPHILO,

2008, p. 6; COLLINS e HUSSEY, 2005, p.160; RAUPP e BEUREN, 2008, p. 86).

A coleta de dados baseia-se em fontes primárias, posto que os respondentes aos

quesitos questionados são colaboradores localizados nas próprias empresas da amostra. O

encaminhamento do link a ser acessado para se responder à pesquisa refere-se ao respondente

como sendo preferencialmente profissional do órgão de Controladoria da empresa.

Os quesitos são divididos em cinco grandes grupos, além de duas questões finais, a

saber (Apêndice 2): Percepção geral da marca; Avaliação da marca; Reconhecimento contábil

e gerencial do valor das marcas; Controle e gestão da marca; Indicadores de performance.

O questionário usado nesta pesquisa foi estabelecido com questões de múltipla escolha

ou usando a escala likert. Para sua aplicação, foi idealizado no decorrer do questionário um

fluxo de condições para questões posteriores, cujo esquema lógico está apresentado no

Apêndice 3.

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3.4. Procedimentos de Tratamento dos Dados

O estudo visa a extrair conclusões das respostas ao questionário de quesitos (Apêndice

2), e com base em tais respostas permitir comparação com estudo de natureza semelhante

realizado em empresas alemãs por Günther e Kriegbaum-Kling (2001, p. 263).

Além disso, esta pesquisa realiza tratamento estatístico – estimações de correlação e

tratamento de escores em escalas Likert de 5 pontos – para explorar criticamente o resultado

do levantamento realizado na amostra e verificar a relação existente entre parte das variáveis

aqui utilizadas, devido à diversidade de variáveis e à suposta conexão entre algumas delas.

Bezerra (2007, p. 77) ressalta que a correlação estatística avalia o grau de

relacionamento entre as variáveis, e Hair et. al (2005, p. 24, 30) concluem que a estimativa do

grau em que o fenômeno estudado existe na população é baseado na correlação entre as

variáveis.

De acordo com Collins e Hussey (2005, p. 185-186), na análise de dados quantitativos

a estatística é muito importante, sendo recomendada a utilização de um software de estatística,

mesmo que a análise não compreenda grandes quantidades de dados quantitativos. Nesta

pesquisa é utilizado o software SPSS Statistics, versão 17.0 (Statistical Package for the Social

Science).

Em referência à escala Likert, Ghiglione e Matalon (1995, p. 292) comentam que o

preconizador desta propôs um método de cálculo do resultado final através de uma média

ponderada das respostas dadas, atribuindo em cada item um peso por nível de concordância

expresso pelo sujeito.

Esses pesos são calculados e demonstrados na apresentação e análise dos resultados

dos quesitos do questionário que foram baseados na escala (seção 4 deste estudo).

Cunha (2007, p. 50) avalia que dos tipos de escalas de atitudes que se tem utilizado

ultimamente, sem dúvida a escala Likert é a mais divulgada.

3.4.1. Análise de Correlações Estatísticas entre Variáveis

Dado que as variáveis cujo relacionamento é abordado neste estudo são categóricas,

foi realizado para as estimações de correlação o teste Qui-quadrado de Pearson que, como

pontuado por Field (2009, p. 607), é uma estatística extremamente elegante, baseada na idéia

simples de comparar frequências observadas em certas categorias, com frequências que se

espera conseguir nessas categorias ao acaso. Assim, a equação para se estimar a significância

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da correlação entre as variáveis usando o teste Qui-quadrado de Pearson (ou simplesmente,

χ2) é:

χ2 = ∑[(Observadoij– Modeloij)²/Modeloij], onde:

- Observadoij: frequências observadas;

- Modeloij = (Total da Linhai x Total da Colunaj) / n;

- Total da Linha: soma das frequências da linha, na tabela de contingência;

- Total da Coluna: soma das frequências da coluna, na tabela de contingência;

- Tabela de Contingência: tabela com as frequências das variáveis em

comparação;

- n: quantidade total de observações.

Por questão de praticidade, mitigação de possibilidade de equívocos e fornecimento de

dados extras, os cálculos de χ2 desta pesquisa são realizados com o auxílio do software SPSS

Statistics, versão 17.0 (Statistical Package for the Social Science).

Conti (2009, p. 1-2) explica que o princípio básico do método de Qui-quadrado é

comparar proporções, isto é, as possíveis divergências entre as frequências observadas e

esperadas para um certo evento e que, assim, o teste é utilizado para verificar se a frequência

com que um determinado acontecimento observado em uma amostra se desvia

significativamente ou não da frequência esperada.

Todos os cálculos de χ2 foram realizados com grau de liberdade (gl) = 1, ou seja, com

tabela de contingência das frequências em análise de cada correlação contendo igual número

de linhas e colunas – são comparadas as variáveis duas a duas, resultando assim na chamada

tabela de contingência 2x2 (duas variáveis categóricas, cada variável com somente duas

categorias). É relatado também o P Value (probabilidade de significância, ou simplesmente

p).

O Risco Relativo, que é a razão entre frequências das variáveis, resultando uma nova

razão, efetuando-se tais cálculos a partir da tabela de contingência, é usado neste trabalho

como dado complementar para medir a dimensão do efeito da relação entre as variáveis, como

preconizado por Field (2009, p. 616-617). Quanto mais essa razão se distanciar de 1, maior é

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o efeito de relação entre as variáveis; portanto, sendo próxima ou igual a 1, a relação é

insignificante.

Dessa forma, é imperativo para a compreensão deste estudo, esclarecer que a

checagem da significância das correlações está sempre relatada contendo os parâmetros acima

qualificados, sendo que a classificação da intensidade da correlação entre as variáveis obedece

aos critérios demonstrados no Quadro 5 a seguir.

O Quadro 5 exibe os fatores de intensidade da significância da correlação estatística

entre as variáveis do estudo, de acordo com a Escala de Significância de Fisher para P Value e

com os valores críticos de χ² para a distribuição em gl = 1:

Quadro 5: Maximização da Significância das Correlações Estatísticas entre Variáveis Categóricas

P Value 0,100 0,050 0,025 0,010 0,005 0,001

Escala de significância de Fischer

Natureza da evidência

marginal moderada substancial forte muito forte fortíssima

Distribuição Qui-

quadrado

Valor crítico de χ² para

gl=1 2,706 3,841 5,024 6,635 7,879 10,827

P Value % 10,0% 5,0% 2,5% 1,0% 0,5% 0,1% Fonte: adaptado de Bussab e Morettin (2010, p. 350, 512)

Para efeitos do presente trabalho, dado que todas as correlações são em gl = 1, é

adotado que a correlação é considerada significativa entre as variáveis categóricas

comparáveis sempre que p ≤ 5% e χ² ≥ 3,841.

Esclarece Conti (2009, p. 2) que ao tomar o Qui-quadrado como critério de teste o

pesquisador trabalha com duas hipóteses, a Hipótese nula e a Hipótese alternativa. A hipótese

nula (ou simplesmente H0), é aquela em que as frequências observadas não são diferentes das

frequências esperadas, não existe diferença entre as frequências (contagens) dos grupos –

portanto, não há associação entre os grupos. Na hipótese alternativa, ao contrário, as

frequências observadas são diferentes das esperadas, e consequentemente há associação entre

os grupos.

Então, o χ² calculado é obtido a partir dos dados experimentais, levando-se em

consideração os valores observados e os esperados, tendo em vista a hipótese.

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Neste estudo, os valores de χ2 esperados são os valores críticos tabelados na matriz

distribuição de qui-quadrado. O χ² tabelado depende do número de graus de liberdade e do

nível de significância adotado (para efeitos deste trabalho, adotou-se sempre gl = 1).

Conclui-se assim que a tomada de decisão é feita comparando-se os dois valores de χ²:

- Se χ² calculado ≥ χ² tabelado para gl=1: Rejeita-se H0;

- Se χ² calculado < χ² tabelado para gl=1: Aceita-se H0.

Convencionou-se para o presente estudo que é admitida uma correlação como

significativa se p ≤ 5% de significância mínima, e consequentemente χ² ≥ 3,841.

Assim, este trabalho tratou nas correlações estatísticas entre variáveis categóricas

sempre neste conceito: se χ² calculado for menor que χ² atribuído como valor crítico na tabela

de distribuição para gl=1 em p ≤ 5% (χ² ≥ 3,841), rejeita-se a hipótese nula de ausência de

associação entre as variáveis estudadas; porém, se ao contrário, χ² calculado for maior que χ²

atribuído como valor crítico na tabela de distribuição para gl=1 (ou seja, se χ² < 3,841 e p >

5%) aceita-se hipótese alternativa de que há portanto correlação significativa entre as

variáveis em análise. Esses parâmetros balizam todas as correlações estatísticas analisadas

entre variáveis nominais neste estudo.

Todas as correlações estatísticas calculadas e apresentadas neste estudo relatam:

variáveis em análise, base amostral, χ², p, risco relativo e natureza da evidência (de acordo

com a escala de significância de Fisher exibida no Quadro 5).

3.4.2. Realização de Pré-teste

Para se obter melhor noção da aplicabilidade do questionário, foi realizado pré-teste

com três organizações, uma do ramos de serviços, e duas industriais. Todas detentoras de

marcas próprias, e consideradas empresas grandes, nos termos apontados na classificação do

Banco de Desenvolvimento Econômico e Social, carta circular nº 10/2010 (BNDESa, 2010) –

ou seja, apresentaram no último exercício social faturamento bruto superior a R$300 milhões.

Os respondentes declinaram os cargos ocupados em suas companhias, entre outros,

Gerente de Controladoria, Gerente Contábil e Diretor Administrativo e Financeiro. Todos

retornaram impressões úteis para a disponibilização do questionário às empresas da amostra.

Suas respostas foram válidas, compreenderam integralmente os quesitos do questionário e

puderam, assim, ser aproveitadas no bojo da amostra pesquisada.

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48

3.5. Resumo da Tipologia da Pesquisa

Em resumo, a tipologia desta pesquisa pode ser sumarizada como disposto no Quadro

6 a seguir:

Quadro 6: Resumo da tipologia da pesquisa

Aspectos de enquadramento da

pesquisa

Classificação atribuída para esta dissertação

Autores

Quanto à abordagem do problema

de pesquisa

Qualitativa na origem dos dados, mas quantitativa no

tratamento

Collins e Hussey (2005, p.53, 70-71); Richardson (1999, p. 70)

Quanto à natureza do problema de pesquisa

Empírica Martins (1994, p. 59)

Quanto aos objetivos da pesquisa

Descritiva Collins e Hussey (2005, p.71); Gonsalves

(2007, p. 67-68); Raupp e Beuren (2008, p. 81-82)

Quanto ao ambiente da pesquisa

Pesquisa de campo Lopes (2006, p. 215)

Quanto ao procedimento de coleta de dados

Levantamento (ou survey) Martins e Theóphilo (2008, p. 6); Collins e

Hussey (2005, p.160); Raupp e Beuren (2008, p. 86)

Fonte: elaborado pelo autor

4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1. Comentários Sobre População e Amostra

A população de companhias pesquisadas resultou em 252 pessoas contatadas e que

visualizaram o questionário. Destas, 61 não efetuaram qualquer resposta e 57 respondentes

iniciaram o preenchimento dos quesitos, mas não concluíram o questionário. De todos os que

visualizaram o formulário online, portanto, houve 134 respondentes que completaram o

preenchimento do questionário (53,2% dos que o visualizaram). Algumas companhias

manifestaram expressamente interesse em ter contato com a comparação de suas respostas

com o restante do universo pesquisado – muito embora já tivesse o respondente declinado

seus dados para receber o material em campo específico do formulário online.

Como se pode observar no Apêndice 3, o próprio esquema lógico do questionário

levava ao encerramento do levantamento os respondentes cujas companhias em que

trabalhavam não detinham ao menos uma marca a partir da qual comercializava seus produtos

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49

ou serviços. Assim, pode-se afirmar que a integralidade dos respondentes validados para

efeito dos resultados desta pesquisa (134 respondentes) lidava em suas empresas com marcas

comerciais detidas pelas mesmas.

4.2. Perfil das Companhias e dos Respondentes da Amostra

Toda a nomenclatura utilizada neste trabalho no que concerne ao critério de

segmentação por ramo de atividade de classificação das empresas, está baseada na forma de

apresentação sugerida por BM&FBovespa e BNDES, de forma adaptada e resumida para ser

usada nesta pesquisa (BM&FBOVESPA, 2010; BNDESb, 2010).

A estrutura de todos os segmentos de atuação pesquisados na amostra revela que os

grupos de empresas que comercializam suas marcas agregando-as em produtos ou em

serviços respondem, respectivamente, por 50,7% e 49,3% da amostra total, como

demonstrado na Tabela 3 – portanto, aproximadamente a mesma quantidade de empresas

participantes em cada um dos dois grupos. Estão distribuídos nas 134 respostas da amostra 36

segmentos de atuação, listadas na Tabela 3 e na Tabela 4 a seguir.

Em tais tabelas, na categoria de empresas que comercializam suas marcas em

produtos, as empresas são de cunho industrial, a exceção da menção ao segmento Comércio

em Geral.

O segmento designado como de Construção e Engenharia está classificado como

negociador de produtos e não de serviços, pois, embora haja prestação de serviços associados

à venda dos respectivos produtos, estes sim são o objeto de comercialização e das transações

financeiras relacionadas – e os serviços embutidos são, por conseguinte, parte do preço das

operações.

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50

Tabela 3: Estratificação da Amostra em Empresas de Produtos e de Serviços

Segmento de Atuação Fre-

quência % na

Amostra Produtos/ Serviços

Fre-quência

% na Amostra

Construção e Engenharia 9 6,7%

Produtos 68 50,7%

Automóveis e Autopeças 9 6,7%

Indústria - Outros 7 5,2%

Elétrico e Eletrônico 7 5,2%

Comércio em Geral 5 3,7%

Agropecuária/Agricultura 4 3,0%

Alimentos Processados 3 2,2%

Petróleo, Gás e Biocombustíveis 3 2,2%

Siderurgia e Metalurgia 3 2,2%

Metalmecânica 2 1,5%

Produtos de Uso Pessoal e Limpeza 2 1,5%

Tecidos, Vestuário e Calçados 3 2,2%

Mineração - Minerais Metálicos 2 1,5%

Químicos 2 1,5%

Máquinas e Equipamentos 1 0,7%

Bebidas 1 0,7%

Lazer/Bicicletas/Brinquedos/Jogos 1 0,7%

Medicamentos e Outros Produtos 1 0,7%

Madeira e Papel 1 0,7%

Embalagens 1 0,7%

Computadores e Equipamentos de T.I. 1 0,7%

Serviços de Consultoria 13 9,7%

Serviços 66 49,3%

Servs. Educac., Editoras e Gravadoras 11 8,2%

Serviços - outros 10 7,5%

Programas e Serviços de Tecn. da Info 7 5,2%

Bancos e Intermediadores 6 4,5%

Transporte/Apoio/Explor. de Rodovias 3 2,2%

Telecomunicações - Telefonia Fixa 3 2,2%

Serviços de Lazer 2 1,5%

Saúde / Servs.Hospitalares / Bem Estar 3 2,2%

Previdência, Seguros e Corretoras 2 1,5%

Energia, Água, Saneamento, Gás 2 1,5%

Aluguel de Carros, Segurança Patrimonial 1 0,7%

Serviços de Mídia 1 0,7%

Serviços de Hotelaria e Restaurantes 1 0,7%

Holdings Diversificadas 1 0,7%

Total 134 100,0% Total 134 100,0% Fonte: elaborado pelo autor

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A Figura 4, a Figura 5

representados na amostra.

Figura 4: Frequência por Setor Econômico na Amostra

O setor de Bens de Consumo está presente na amostra com 87 companhias (64,9%),

entre empresas de Serviços, Comerciais e Industriais. O Setor de Infra

representado por 24 organizações (17,9% da amostra)

Materiais Básicos. Outras 22 empresas de

Serviços Financeiros e de Utilidade Pública

amostral, nota-se 1 companhia do Setor de Bens Industriais (0,7%), atuando no Segmento de

Máquinas e Equipamentos.

4240

, a Figura 5 e a Tabela 4 mostram a variedade de Setores E

Figura 4: Frequência por Setor Econômico na Amostra

O setor de Bens de Consumo está presente na amostra com 87 companhias (64,9%),

entre empresas de Serviços, Comerciais e Industriais. O Setor de Infra

representado por 24 organizações (17,9% da amostra) das áreas de Construção, Transporte e

ateriais Básicos. Outras 22 empresas de Tecnologia e Serviços de Telecomunicações,

Financeiros e de Utilidade Pública respondem por 16,4% da amostra. Da base

se 1 companhia do Setor de Bens Industriais (0,7%), atuando no Segmento de

Máquinas e Equipamentos.

12 12 119

5

51

e Setores Econômicos

Figura 4: Frequência por Setor Econômico na Amostra

O setor de Bens de Consumo está presente na amostra com 87 companhias (64,9%),

entre empresas de Serviços, Comerciais e Industriais. O Setor de Infra-estrutura está

de Construção, Transporte e

Tecnologia e Serviços de Telecomunicações,

respondem por 16,4% da amostra. Da base

se 1 companhia do Setor de Bens Industriais (0,7%), atuando no Segmento de

2 1

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52

Figura 5: Participação na Amostra por Setor Econômico

Considerando a classificação adotada pelo Banco de Desenvolvimento Econômico e

Social, em sua carta circular nº 10/2010 (BNDESa, 2010), 62 empresas da amostra (46,3%)

são consideradas grandes, com receita operacional bruta no último exercício excedendo 300

milhões de reais. Empresas consideradas como médias-grandes, ou seja, com receita

operacional bruta no último exercício maior que 90 milhões de reais e menor ou igual a 300

milhões de reais, são 20 neste trabalho (14,9%). Frequência próxima (19 companhias, 14,2%

do total) a de empresas consideradas médias, com receita operacional bruta no último

exercício maior que 16 milhões de reais e menor que ou igual a 90 milhões de reais. Pequenas

empresas, que perceberam no último exercício receita operacional bruta maior que 2,4

milhões de reais e menor que ou igual a 90 milhões de reais, são 14 do total da amostra

(10,4%). E respondentes de 19 microempresas (14,2%), cuja receita operacional bruta no

último exercício foi menor que 2,4 milhões de reais, retornaram integralmente preenchidos o

questionário de pesquisa.

Consumo - Serviços31,3%

Consumo -Indústria29,9%

Construção e Transporte

9,0%Materiais Básicos

9,0%

Tecnologia e Telecomunicações

8,2%

Serviços Financeiros

6,7%

Consumo -Comércio

3,7%

Utilidade Pública1,5%

Bens Industriais0,7%

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53

Tabela 4: Estratificação da Amostra Segundo o Setor Econômico

Segmento de Atuação Fre-

quência % na

Amostra Setor

Econômico Fre-

quência % na

Amostra

Serviços de Consultoria 13 9,7%

Consumo - Serviços

42 31,3%

Servs. Educac., Editoras e Gravadoras 11 8,2%

Serviços - outros 10 7,5%

Saúde / Servs.Hospitalares / Bem Estar 3 2,2%

Serviços de Lazer 2 1,5%

Serviços de Mídia 1 0,7%

Serviços de Hotelaria e Restaurantes 1 0,7%

Aluguel de Carros, Segurança. Patrimonial 1 0,7%

Automóveis e Autopeças 9 6,7%

Consumo - Indústria

40 29,9%

Indústria - Outros 7 5,2%

Elétrico e Eletrônico 7 5,2%

Agropecuária/Agricultura 4 3,0%

Alimentos Processados 3 2,2%

Produtos de Uso Pessoal e Limpeza 2 1,5%

Tecidos, Vestuário e Calçados 3 2,2%

Metalmecânica 2 1,5%

Bebidas 1 0,7%

Medicamentos e Outros Produtos 1 0,7%

Lazer/Bicicletas/Brinquedos/Jogos 1 0,7%

Construção e Engenharia 9 6,7% Construção/Transporte

12 9,0% Transporte/Apoio/Explor. de Rodovias 3 2,2%

Petróleo, Gás e Biocombustíveis 3 2,2%

Materiais Básicos

12 9,0%

Mineração - Minerais Metálicos 2 1,5%

Siderurgia e Metalurgia 3 2,2%

Químicos 2 1,5%

Embalagens 1 0,7%

Madeira e Papel 1 0,7%

Programas e Serviços de Tecn. da Info 7 5,2% Tecnologia/Telecomu-nicações

11 8,2% Telecomunicações - Telefonia Fixa 3 2,2%

Computadores e Equipamentos de T.I. 1 0,7%

Bancos e Intermediadores 6 4,5% Serviços

Financeiros 9 6,7% Previdência, Seguros e Corretoras 2 1,5%

Holdings Diversificadas 1 0,7%

Comércio em Geral 5 3,7% Comércio 5 3,7%

Energia, Água, Saneamento, Gás 2 1,5% Utilidades 2 1,5%

Máquinas e Equipamentos 1 0,7% Bens Ind. 1 0,7%

Total 134 100,0% Total 134 100,0%

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Assim, 82 das companhias da amostra (

grandes, e 52 empresas (38,

Figura 7 demonstram o porte das empresas pesquisadas.

Figura 6: Frequência por Porte de Empresa na Amostra

Os questionários foram na maioria (

representantes dos Departamentos

do Departamento de Controladoria

– 20,1%,).

Microempresas

Pequena empresas

Médias empresas

Médias-grandes empresas

Grandes empresas

das companhias da amostra (61,2%) são consideradas grandes e médias

empresas (38,8%) como médias, pequenas e microempresas

Figura 7 demonstram o porte das empresas pesquisadas.

Figura 6: Frequência por Porte de Empresa na Amostra

Os questionários foram na maioria (44,0% ou 59 respondentes

epartamentos de Controladoria e Finanças das empresas

do Departamento de Controladoria – 23,9% e 27 respondentes do Departamento de Finanças

19

14

19

20

54

%) são consideradas grandes e médias-

médias, pequenas e microempresas. A Figura 6 e a

Figura 6: Frequência por Porte de Empresa na Amostra

ou 59 respondentes) preenchidos por

as empresas (32 respondentes

23,9% e 27 respondentes do Departamento de Finanças

62

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Figura 7: Participação na Amostra por Porte de Empresa

Figura 8: Frequência por Departamento

Os respondentes atuantes na Alta Administração das companhias da amostra foram 30

(22,4%). Do Departamento Comercial/Marketing, houve retorno de 22 respostas (16,4%). Os

Médias empresas 14,2%

Médias-grandes empresas14,9%

Outros Departamentos

Comercial/Marketing

Alta Administração

Controladoria e Finanças

Figura 7: Participação na Amostra por Porte de Empresa

Figura 8: Frequência por Departamento de Atuação dos Respondentes da Amostra

Os respondentes atuantes na Alta Administração das companhias da amostra foram 30

(22,4%). Do Departamento Comercial/Marketing, houve retorno de 22 respostas (16,4%). Os

Microempresas14,2%Pequena empresas

10,4%

Médias empresas

grandes

Grandes empresas46,3%

23

22

30

55

Figura 7: Participação na Amostra por Porte de Empresa

de Atuação dos Respondentes da Amostra

Os respondentes atuantes na Alta Administração das companhias da amostra foram 30

(22,4%). Do Departamento Comercial/Marketing, houve retorno de 22 respostas (16,4%). Os

Grandes empresas46,3%

59

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56

demais, 17,2% dos respondentes da amostra, declararam atuar em áreas variadas da empresa,

tendo sido 3 respondentes (2,2% do total) do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, 3

(2,5%) do Departamento de Operações, 3 (2,2%) do Departamento de Tecnologia da

Informação, 2 (1,5%) do Departamento Jurídico, 2 (1,5%) do Departamento de Auditoria, 2

(1,5%) do Departamento de Supply Chain. Outros 8 departamentos foram citados (6,0% do

total, em conjunto).

A Figura 8 e a Figura 9 demonstram os departamentos de origem dos respondentes.

Figura 9: Participação na Amostra por Departamento de Atuação dos Respondentes

Como demonstrado na Figura 10 e na Figura 11, os respondentes desta pesquisa que

informaram ocupar nas companhias em que atuam cargos como Presidente, Vice-Presidente

ou Diretor foram 42 (31,3%) e como Gerente e outras posições de chefia, 70 (52,2%).

Outros Departamentos

17,2%Comercial/Marketing

16,4%

Alta Administração22,4%

Controladoria e Finanças44,0%

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Figura 10: Frequência das Posições Ocupadas pelos Respondentes da Amostra

Analistas que participaram desta pesquisa foram 16 (11,9%) e os outros 6 cargos

citados (4,5%, em conjunto) foram

de Diretoria, Consultor de Marketing e Consultor de Finanças.

Figura 11: Participação na Amostra por Posições Ocupadas pelos Respondentes

51

Figura 10: Frequência das Posições Ocupadas pelos Respondentes da Amostra

Analistas que participaram desta pesquisa foram 16 (11,9%) e os outros 6 cargos

citados (4,5%, em conjunto) foram: Administrador, Auditor, Executivo de Contas, Assessor

de Diretoria, Consultor de Marketing e Consultor de Finanças.

Figura 11: Participação na Amostra por Posições Ocupadas pelos Respondentes

36

55

5 9

1

16

Presidente, Vice-Presidente ou

Diretor31,3%

Gerente e outras posições de chefia

52,2%Analista11,9%

Outros cargos4,5%

57

Figura 10: Frequência das Posições Ocupadas pelos Respondentes da Amostra

Analistas que participaram desta pesquisa foram 16 (11,9%) e os outros 6 cargos

Administrador, Auditor, Executivo de Contas, Assessor

Figura 11: Participação na Amostra por Posições Ocupadas pelos Respondentes

16

6

Outros cargos4,5%

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Os respondentes atuavam nas respectivas empresas

respondentes ou 41,8% do total). Informaram trabalhar na companhia há mais de 10 anos

profissionais (27,6%), 27 entre 6 e 10 anos (

Figura 12: Frequência do Tempo de Empresa dos R

Quase metade da amostra, portanto (47,8%), é formada por respondentes com mais de

5 anos de atuação em suas respectivas empresas. A Figura 12 e a Figura 13 ilustram a

distribuição dos respondentes por tempo de atuação nas empresas.

Há menos de 1 ano

Entre 1 e 5 anos

Entre 6 e 10 anos

Há mais de 10 anos

Os respondentes atuavam nas respectivas empresas, na maioria

% do total). Informaram trabalhar na companhia há mais de 10 anos

entre 6 e 10 anos (20,1%) e apenas 14 há menos de 1 ano (

Figura 12: Frequência do Tempo de Empresa dos Respondentes da Amostra

Quase metade da amostra, portanto (47,8%), é formada por respondentes com mais de

5 anos de atuação em suas respectivas empresas. A Figura 12 e a Figura 13 ilustram a

distribuição dos respondentes por tempo de atuação nas empresas.

14

27

37

58

ia, entre 1 e 5 anos (56

% do total). Informaram trabalhar na companhia há mais de 10 anos 37

há menos de 1 ano (10,4%).

espondentes da Amostra

Quase metade da amostra, portanto (47,8%), é formada por respondentes com mais de

5 anos de atuação em suas respectivas empresas. A Figura 12 e a Figura 13 ilustram a

56

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59

Figura 13: Participação na Amostra por Tempo de Empresa dos Respondentes

4.3. Primeira Dimensão: Percepção Geral da Marca

A literatura especializada apresentada no Referencial Teórico deste trabalho mostrou

diversas definições para o ativo ‘marca’. A Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996, que regula

direitos e obrigações relativas à propriedade industrial (INPI, 2011), cita no Título III,

Capítulo I, Seção I, Artigo 123, Inciso I, que marca de um produto ou serviço é “[...] aquela

usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem

diversa”. Um dos objetivos específicos desse trabalho, contudo, é colher a percepção das

companhias quanto às marcas por elas detidas, e essa percepção é manifesta na forma como a

companhia entende os gastos que tem com suas marcas.

Há menos de 1 ano10,4%

Entre 1 e 5 anos41,8%

Entre 6 e 10 anos20,1%

Há mais de 10 anos27,6%

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Figura 14: Compreensão dos Gastos com as Marcas

A Figura 14 e a Figura 15 mostram se os gastos com as marcas têm para as

companhias que as detêm um caráter de investimento com

companhias trabalham com as marcas considerando os gastos a elas relacionados apenas

como despesas correntes;

parte significativa da amostra (26,9%) considera os ga

como despesas correntes, embora se trate de parcela inferior àquela que considera os gastos

com as marcas um investimento que deve redundar em retorno futuro (38,1%).

Na Figura 15 observa

caráter de investimento visando

Kling (2001, p. 271) em referência a companhias abertas alemãs no início dos anos 2000, tal

abordagem foi observada àquela época em 95,8%

bem maior à diagnosticada no presente estudo.

Nenhum dos anteriores / Não sabe

Como despesas correntes da empresa

Como um investimento com provável retorno no futuro

Figura 14: Compreensão dos Gastos com as Marcas - Frequência na Amostra

A Figura 14 e a Figura 15 mostram se os gastos com as marcas têm para as

companhias que as detêm um caráter de investimento com provável retorno futuro

companhias trabalham com as marcas considerando os gastos a elas relacionados apenas

; se ambos ou nenhum dos aspectos estão presentes. Not

parte significativa da amostra (26,9%) considera os gastos com as marcas da empresa apenas

como despesas correntes, embora se trate de parcela inferior àquela que considera os gastos

com as marcas um investimento que deve redundar em retorno futuro (38,1%).

observa-se que, ao todo, 66,5% enxergam nos gastos com as marcas um

caráter de investimento visando a retornos. No trabalho conduzido por Günther

, p. 271) em referência a companhias abertas alemãs no início dos anos 2000, tal

abordagem foi observada àquela época em 95,8% da amostra pesquisada, portanto

bem maior à diagnosticada no presente estudo.

Nenhum dos anteriores / Não sabe

Ambos

Como despesas correntes da empresa

Como um investimento com provável retorno no

9

60

Frequência na Amostra

A Figura 14 e a Figura 15 mostram se os gastos com as marcas têm para as

provável retorno futuro; se as

companhias trabalham com as marcas considerando os gastos a elas relacionados apenas

os aspectos estão presentes. Note-se que

stos com as marcas da empresa apenas

como despesas correntes, embora se trate de parcela inferior àquela que considera os gastos

com as marcas um investimento que deve redundar em retorno futuro (38,1%).

nos gastos com as marcas um

Günther e Kriegbaum-

, p. 271) em referência a companhias abertas alemãs no início dos anos 2000, tal

da amostra pesquisada, portanto, proporção

38

36

51

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61

Figura 15: Compreensão dos Gastos com as Marcas - Participação na Amostra

Kapferer (2004, p. 15) assevera que a marca exerce influência em consumidores e que

a fonte dessa influência é um conjunto de associações mentais e relacionamentos construídos

ao longo do tempo com os consumidores. Ou seja, está pressuposta uma característica de

longo prazo, de investimento. À medida que a pesquisa retornou um terço de respostas

(33,5%) de que os gastos com as marcas são considerados apenas despesas da empresa, ou

mesmo nem isso, verifica-se que a visão das empresas da amostra não contempla implicações

e retornos de longo prazo.

Ao definir patrimônio da marca, Aaker (1991, p. 15-16) cita cinco categorias que

adicionam ou subtraem valor à marca: lealdade à marca, conhecimento do nome da marca,

qualidade percebida, associações da marca, outros ativos próprios da marca (como patentes,

marcas registradas e canais de relacionamento). Uma visão de curto prazo certamente não

permite à companhia observar tais pontos e por eles zelar.

As empresas realizam diversos gastos relacionados ao seu esforço de comercialização,

o que é parte dos planejamentos mais elementares para se alcançar as vendas desejadas. Mas

os cuidados com as marcas, realizados de forma dissociada ou não dos produtos e serviços

que as acompanham, são também normais na administração das diversas companhias. Sobre

esse respeito, é colocada no levantamento realizado nesta pesquisa a seguinte indagação: que

Nenhum / Não sabe6,6%

Ambos28,4%

Como despesas correntes da

empresa26,9%

Como um investimento com

provável retorno no futuro38,1%

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62

tipo de despesa relacionada às marcas a empresa tem realizado? Foi permitida no questionário

a escolha de tantas opções quantas o respondente entendesse adequadas.

Verifica-se, então, pela Figura 16 e pela Figura 17 que é significativa a parcela das

companhias pesquisadas que realiza gastos dirigidos com propaganda, proteção de marcas e

patentes e melhoria na qualidade do produto (respectivamente, 71,6%, 59,7% e 55,2% das

empresas investigadas). Dentre os gastos menos considerados pelas empresas, e que afetam de

alguma forma as marcas, estão a assistência em campo / serviços de pós-venda (32,8% das

empresas), a produção de produtos acabados (20,9% da amostra) e os gastos com embalagens

e rótulos (20,1%). Os gastos com gestão interna da qualidade são executados por 49,3% das

empresas, parcela pouco superior àquela que incorre em gastos de pesquisa de mercado

(47,0%). Já despesas com pesquisa e desenvolvimento do produto são realizadas em 46,3%

das empresas. São citadas também (9,0% das empresas, no total) despesas com produtos

inovadores, com projetos de redução de custos, com sustentabilidade / responsabilidade social

/ gestão da reputação, com tecnologia / inovação, com qualidade nos eventos, com controle de

etapas que impactam em aspectos valorizados pelos clientes, com auxílio a lojistas e com

pesquisa e desenvolvimento de novos serviços.

Assim, conclui-se que sendo a marca raramente considerada como um ativo

independente e intangível, destituído dos produtos e serviços atrelados às marcas que os

acompanham, na maioria dos casos as decisões sobre marcas são sempre ligadas às decisões

que afetam o produto, como demonstram a Figura 16 e a Figura 17.

Nota se faz à coincidência entre a finalidade mais lembrada para o gasto com marcas,

as atividades de propaganda, com 71,6% de citações, e a assertiva de Almeida e Hagi (1997,

p. 10), dando conta que a origem do chamado goodwill comercial está atrelada ao

reconhecimento da demanda decorrente da propaganda.

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Figura 16: Despesas Incorridas Relacionadas às Marcas

Almeida e Hagi (1997, p. 10)

marca, a qualidade percebida

a melhorias na qualidade do produto e 49,3% para a gestão interna da qualidade)

disponibilidade de serviços de apoio

campo / pós-venda, com 32,8% de respostas).

Figura 17: Despesas Incorridas Relacionadas às Marcas

Embalagens ou rótulos

Produção de produtos acabados

Assistência em campo / pós

Pesquisa e desenvolvimento do produto

Pesquisa de mercado

Gestão interna de qualidade

Melhoria na qualidade do produto

Proteção das marcas e patentes

Propaganda

Embalagens ou rótulos

Produção de produtos acabados

Assistência em campo / pós

Pesquisa e desenvolvimento do produto

Pesquisa de mercado

Gestão interna de qualidade

Melhoria na qualidade do produto

Proteção das marcas e patentes

Propaganda

Figura 16: Despesas Incorridas Relacionadas às Marcas – Frequência das Empresas da Amostra

(múltiplas respostas possíveis)

Almeida e Hagi (1997, p. 10) citam ainda, como causadores de impacto no intangível

marca, a qualidade percebida – e essa finalidade foi também bastante lembrada (55,2% quanto

a melhorias na qualidade do produto e 49,3% para a gestão interna da qualidade)

iços de apoio – finalidade essa menos mencionada (a

, com 32,8% de respostas).

Figura 17: Despesas Incorridas Relacionadas às Marcas – Participação das Empresas na

Amostra (múltiplas respostas possíveis)

Outros

Embalagens ou rótulos

Produção de produtos acabados

Assistência em campo / pós-venda

Pesquisa e desenvolvimento do produto

Pesquisa de mercado

Gestão interna de qualidade

Melhoria na qualidade do produto

Proteção das marcas e patentes

Propaganda

12

27

28

44

62

Outros

Embalagens ou rótulos

Produção de produtos acabados

Assistência em campo / pós-venda

Pesquisa e desenvolvimento do produto

Pesquisa de mercado

Gestão interna de qualidade

Melhoria na qualidade do produto

Proteção das marcas e patentes

Propaganda

9,0%

20,1%

20,9%

32,8%

46,3%

47,0%

49,3%

63

Frequência das Empresas da Amostra

citam ainda, como causadores de impacto no intangível

e essa finalidade foi também bastante lembrada (55,2% quanto

a melhorias na qualidade do produto e 49,3% para a gestão interna da qualidade) – e a

finalidade essa menos mencionada (assistência em

Participação das Empresas na

62

63

66

74

80

96

46,3%

47,0%

49,3%

55,2%

59,7%

71,6%

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Uma possível explicação para as

consideram e executam os gastos relacionados às próprias marcas,

experiência de tais companhias

produtos ou serviços.

Figura 18: Frequência das Empresas que Negociaram ou não suas Marcas

O levantamento mostra que mais da metade, 69 das companhias investigadas

nunca realizaram qualquer transação de compra ou venda de marcas, enquanto 58 empresas

da amostra (43,3%) já compraram, venderam, ou compraram e venderam marcas, e 7

respondentes (5,2%) não souberam dar tal informação (Figura 18 e Figura 19).

Não sabe

Comprou e Vendeu

Vendeu

Comprou

Nunca comprou nem vendeu

icação para as divergências sobre como as companhias da amostra

consideram e executam os gastos relacionados às próprias marcas,

de tais companhias em comprar ou vender marcas de forma dissociada d

Figura 18: Frequência das Empresas que Negociaram ou não suas Marcas

O levantamento mostra que mais da metade, 69 das companhias investigadas

nunca realizaram qualquer transação de compra ou venda de marcas, enquanto 58 empresas

) já compraram, venderam, ou compraram e venderam marcas, e 7

respondentes (5,2%) não souberam dar tal informação (Figura 18 e Figura 19).

Não sabe

Comprou e Vendeu

Vendeu

Comprou

Nunca comprou nem vendeu

7

18

4

36

64

divergências sobre como as companhias da amostra

consideram e executam os gastos relacionados às próprias marcas, pode ser a pouca

de forma dissociada dos

Figura 18: Frequência das Empresas que Negociaram ou não suas Marcas

O levantamento mostra que mais da metade, 69 das companhias investigadas (51,5%)

nunca realizaram qualquer transação de compra ou venda de marcas, enquanto 58 empresas

) já compraram, venderam, ou compraram e venderam marcas, e 7

respondentes (5,2%) não souberam dar tal informação (Figura 18 e Figura 19).

69

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65

Figura 19: Participação na Amostra de Empresas que Negociaram ou não suas Marcas

Das 58 companhias que já compraram, venderam, ou compraram e venderam marcas,

29 o fizeram juntamente com a transação de compra ou venda da companhia (50,0% do

universo de empresas que já negociaram marcas), 21 realizaram as negociações de forma

dissociada e independente da compra ou venda da companhia detentora da marca (36,2%) e 8

respondentes (13,8%) alegaram não saber o contexto da transação entre as marcas, como

indicado na Figura 20.

A atenção ao enfoque que a companhia deseja ter em relação às suas marcas e o

planejamento dos gastos atrelados a elas são decisões que antecedem a eventual negociação

de uma ou mais marcas da companhia. O movimento de fusões e aquisições no mercado

brasileiro tem sido de grande relevância, representando recordes sucessivos nos últimos anos

PwC (2011), a despeito de crises globais conjunturais.

Nenhum / Não sabe5,2%

Comprou e Vendeu13,4%

Vendeu3,0%

Comprou26,9%

Nunca comprou nem vendeu

51,5%

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Figura 20: Circunstância em que as Empresas Negociaram suas Marcas (base amostral: 58

E o Brasil insere-se realmente de forma consistente nessa realidade de transações

corporativas, uma vez que tem

inegável. Como relatado por Interbrand (2011),

estrela, praticamente não afetada pela crise financeira global. Com um fluxo estável de

investimentos locais e estrangeiros, o país tem experimentado uma onda de fusões e

aquisições nos setores de processamento de alimentos, telecomunicações,

varejo, o que tem refletido diretamente em impacto em parte das mais valiosas marcas

envolvidas.” Prossegue a publicação, citando que “

bancos de varejo em operação no país (Itaú e Santander) submeteram

mudanças em suas marcas, após fusões que efetivamente eliminaram uma marca para

fortalecer a outra.”

Seethamraju (2003, p. 231) e Aaker (1991, p. 21

aquisições de empresas são significativamente afetadas pelo valor encerrado nas marcas

detidas por uma empresa a ser comprada ou vendida.

A importância que reside sobre a

são negociados produtos e serviços pode, portanto, trazer influências significativas em ações

de negociações corporativas.

Comprou ou vendeu em outra circunstância

Comprou ou vendeu juntamente com a transação de compra ou venda da companhia

Figura 20: Circunstância em que as Empresas Negociaram suas Marcas (base amostral: 58

companhias)

se realmente de forma consistente nessa realidade de transações

vez que tem sido considerado um mercado emergente de importância

. Como relatado por Interbrand (2011), “[...] na América Latina, o Brasil tem sido a

estrela, praticamente não afetada pela crise financeira global. Com um fluxo estável de

estrangeiros, o país tem experimentado uma onda de fusões e

aquisições nos setores de processamento de alimentos, telecomunicações,

varejo, o que tem refletido diretamente em impacto em parte das mais valiosas marcas

e a publicação, citando que “[...] a título de exemplo, dois dos maiores

bancos de varejo em operação no país (Itaú e Santander) submeteram

mudanças em suas marcas, após fusões que efetivamente eliminaram uma marca para

Seethamraju (2003, p. 231) e Aaker (1991, p. 21-22) lembram que as negociações de

aquisições de empresas são significativamente afetadas pelo valor encerrado nas marcas

detidas por uma empresa a ser comprada ou vendida.

A importância que reside sobre a consideração e percepção das marcas sob as quais

são negociados produtos e serviços pode, portanto, trazer influências significativas em ações

de negociações corporativas.

Não sabe

Comprou ou vendeu em outra circunstância

Comprou ou vendeu juntamente com a transação de compra ou venda da companhia

13,8%

36,2%

8

66

Figura 20: Circunstância em que as Empresas Negociaram suas Marcas (base amostral: 58

se realmente de forma consistente nessa realidade de transações

ergente de importância

a América Latina, o Brasil tem sido a

estrela, praticamente não afetada pela crise financeira global. Com um fluxo estável de

estrangeiros, o país tem experimentado uma onda de fusões e

aquisições nos setores de processamento de alimentos, telecomunicações, agronegócio e de

varejo, o que tem refletido diretamente em impacto em parte das mais valiosas marcas

a título de exemplo, dois dos maiores

bancos de varejo em operação no país (Itaú e Santander) submeteram-se a significantes

mudanças em suas marcas, após fusões que efetivamente eliminaram uma marca para

22) lembram que as negociações de

aquisições de empresas são significativamente afetadas pelo valor encerrado nas marcas

consideração e percepção das marcas sob as quais

são negociados produtos e serviços pode, portanto, trazer influências significativas em ações

50,0%

21

29

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4.4. Segunda Dimensão: Avaliaç

A compreensão das fontes

por Aaker (1991, p. 15) e

identificar o valor de uma marca. Assim, o caráter quantitativo

são a base para que ela seja rea

Para a grande maioria das empresas pesquisadas na amostra (

83,6% da amostra) a mensuração do valor

qualitativa. Somente 12 respondentes (

basicamente financeira e 8 (

respondente não entende haver bons motivos para se avaliar uma marca (

soube retornar sobre o assunto (

amostra a respeito.

Figura 21: Opinião Sobre Como Deve Ser a M

Embora a Figura 21 mostre que é expressiva a opinião no sentido de que a avaliação

monetária da marca deva incluir

maioria das companhias que responderam

investimento para provável retorno n

anteriormente), apenas 30 respond

Não há bons motivos para se avaliar uma marca

Deve ser basicamente qualitativa

Deve ser basicamente financeira

Deve ser financeira e qualitativa

Segunda Dimensão: Avaliação da Marca

as fontes que realmente contribuem para o valor da marca é atribuída

15) e Kapferer (2004, p. 446) como sendo o primeiro passo para se

identificar o valor de uma marca. Assim, o caráter quantitativo e o qualitativo da avaliação

a base para que ela seja realizada de forma mais consistente.

Para a grande maioria das empresas pesquisadas na amostra (

mensuração do valor de uma marca deve ser financeira e também

respondentes (9,0%) entendem que a avaliação da marca deveria ser

basicamente financeira e 8 (6,0%) que a avaliação deve ser essencialmente qualitativa. Já um

respondente não entende haver bons motivos para se avaliar uma marca (

soube retornar sobre o assunto (0,7%). A Figura 21 mostra a impressão dos respondentes da

Figura 21: Opinião Sobre Como Deve Ser a Mensuração do Valor da Marca

Figura 21 mostre que é expressiva a opinião no sentido de que a avaliação

da marca deva incluir a mensuração financeira (92,5% da amostra) e apesar da

maioria das companhias que responderam esta pesquisa considerar

provável retorno no futuro (38,1% da amostra, como exibido na Figura 15

30 respondentes (22,4%) afirmaram que as marcas

Não sabe

Não há bons motivos para se avaliar uma marca

Deve ser basicamente qualitativa

Deve ser basicamente financeira

Deve ser financeira e qualitativa

0,7%

0,7%

6,0%

9,0%

83,6%

1

1

8

12

67

contribuem para o valor da marca é atribuída

) como sendo o primeiro passo para se

qualitativo da avaliação

Para a grande maioria das empresas pesquisadas na amostra (112 respondentes, ou

ser financeira e também

avaliação da marca deveria ser

%) que a avaliação deve ser essencialmente qualitativa. Já um

respondente não entende haver bons motivos para se avaliar uma marca (0,7%) e outro não

ura 21 mostra a impressão dos respondentes da

ensuração do Valor da Marca

Figura 21 mostre que é expressiva a opinião no sentido de que a avaliação

% da amostra) e apesar da

considerarem marcas como

como exibido na Figura 15

afirmaram que as marcas de suas companhias

83,6%

112

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68

sofreram avaliações financeiras nos últimos 5 anos – Figura 22. Responderam que não têm

realizado avaliação financeira da marca 82 pesquisados (61,2%) e que não sabem a respeito,

22 (16,4%).

Levando-se em conta apenas os 82 respondentes que afirmaram que suas empresas não

realizam avaliação financeira de suas marcas, e os 30 que afirmaram o contrário temos então

uma base amostral de 112 empresas representadas – ou seja, todas da amostra excetuando-se

aquelas cujos respondentes alegaram não saber o que responder. Dessa forma, temos que

73,2% das empresas dessa base amostral ajustada não realizam avaliação financeira de suas

marcas. No trabalho desenvolvido por Günther e Kriegbaum-Kling (2001, p. 278) em

companhias abertas alemãs, o resultado foi de menor desprezo à avaliação da marca, 62,8%

das 129 companhias da amostra.

Figura 22: Empresas que Realizaram Avaliação Financeira da Marca

As razões que os 82 pesquisados (61,2% da amostra) alegaram para que suas

companhias não tivessem realizado avaliação financeira de suas marcas são variadas. Chama

a atenção que, destes, 32 (39,0%) alegaram não saber o motivo de não ter sido realizada

avaliação financeira das marcas ou não haver um motivo específico para tal omissão –

simplesmente não tem ocorrido a mensuração do valor das marcas da companhia. Alegaram

que não há um método adequado para a avaliação das marcas 20 respondentes (24,4% das

Sim22,4%

Não61,2%

Não sabe16,4%

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companhias que não tem realizado avaliação financeira). Para

porém, a avaliação das marcas, embora

dinheiro. E 8 respondentes (9,

avaliada. Esse resultado está expresso na Figura 23.

Figura 23: Motivos da Não Realização de Avaliação das Marcas

A atividade de se avaliar uma marca envolve a complexidade dos critérios dos

métodos disponíveis e a consequente implicação em investimento de tempo e dinheiro para a

avaliação. Isso é corroborado pela afirmação de

mais variados ativos da marca geram

desses ativos: conhecimento da marca, reputação, personalidade, valores, imagem,

preferência, conexões, direitos e patentes.

Na amostra pesquisada, efetivamente poucas empresas têm histórico de avaliação de

suas marcas e 61% das 82 companhias que não realizaram av

cinco anos citaram os motivos pelos quais entendem não ser a avaliação algo que compense as

dificuldades em realizá-la.

Os 30 pesquisados (2

avaliação financeira de suas marcas declinaram a periodicidade com a qual isso ocorre

conforme descrito na Figura 24

amostra que realizam avaliação financeira de suas marcas) não h

Não há um método adequado para a avaliação de marcas

Não há utilidade em se ter uma marca avaliada

A avaliação de marcas, embora útil, consome muito tempo

A avaliação de marcas, embora útil, consome muito dinheiro

A avaliação de marcas, embora útil, consome muito tempo e dinheiro

companhias que não tem realizado avaliação financeira). Para 22 respondentes (2

a avaliação das marcas, embora reconhecida como útil, consome

respondentes (9,8%) entendem que não haja utilidade em se ter uma marca

Esse resultado está expresso na Figura 23.

23: Motivos da Não Realização de Avaliação das Marcas (base amostral: 82 companhias)

A atividade de se avaliar uma marca envolve a complexidade dos critérios dos

consequente implicação em investimento de tempo e dinheiro para a

avaliação. Isso é corroborado pela afirmação de Kapferer (2004, p. 14

ativos da marca geram sua força, e esta direciona ao seu

conhecimento da marca, reputação, personalidade, valores, imagem,

preferência, conexões, direitos e patentes.

Na amostra pesquisada, efetivamente poucas empresas têm histórico de avaliação de

e 61% das 82 companhias que não realizaram avaliação das marcas nos últimos

cinco anos citaram os motivos pelos quais entendem não ser a avaliação algo que compense as

Os 30 pesquisados (22,4% da amostra) que informaram que as companhias efetuaram

avaliação financeira de suas marcas declinaram a periodicidade com a qual isso ocorre

conforme descrito na Figura 24. Para 12 dessas companhias (ou 40% das companhias da

amostra que realizam avaliação financeira de suas marcas) não há um padrão pré

Nenhum / Não sabe

Não há um método adequado para a avaliação de marcas

Não há utilidade em se ter uma marca avaliada

A avaliação de marcas, embora útil, consome muito

A avaliação de marcas, embora útil, consome muito dinheiro

A avaliação de marcas, embora útil, consome muito tempo e dinheiro

9,8%

1,2%

8,5%

17,1%

69

respondentes (26,8%),

útil, consome muito tempo e

haja utilidade em se ter uma marca

(base amostral: 82 companhias)

A atividade de se avaliar uma marca envolve a complexidade dos critérios dos

consequente implicação em investimento de tempo e dinheiro para a

Kapferer (2004, p. 14-15), ao citar que os

seu valor. São exemplos

conhecimento da marca, reputação, personalidade, valores, imagem,

Na amostra pesquisada, efetivamente poucas empresas têm histórico de avaliação de

aliação das marcas nos últimos

cinco anos citaram os motivos pelos quais entendem não ser a avaliação algo que compense as

companhias efetuaram

avaliação financeira de suas marcas declinaram a periodicidade com a qual isso ocorre,

Para 12 dessas companhias (ou 40% das companhias da

á um padrão pré-definido.

39,0%

24,4%

17,1%

Page 70: ANÁLISE EMPÍRICA SOBRE A GESTÃO E A …tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/894/1/Ricardo...marcas em companhias em operação no Brasil, a partir de levantamento de informações

70

Outras 10 empresas (33,3%) realizam avaliação em bases anuais, 1 empresa (3,3%) em

intervalos maiores, superiores a dois anos, e as demais 7 empresas (23,3%) em intervalos

inferiores a um ano entre uma e outra mensuração.

Figura 24: Periodicidade de Realização de Avaliação das Marcas (base amostral: 30

companhias)

Esses mesmos 30 pesquisados (22,4% da amostra) que declararam que as companhias

efetuaram mensuração financeira de suas marcas responderam sobre a utilização da avaliação

das marcas pela empresa. Foram-lhes oferecidas oito opções, a saber: a) Para fins de controle

interno; b) Prática do "premium price" na venda dos produtos; c) Cálculo de valores a pagar

por royalties e licenças de uso; d) Para usar marcas como garantia de operações; e) Decisões

do orçamento de gastos com a marca; f) Verificação de mau uso ou subestimação da marca;

g) Para movimentos de fusões, aquisições, “joint-ventures” ou “spin-off”; h) Para cálculo de

remuneração variável de gestores. Para cada opção, o respondente poderia atrelar atividade a

uma escala de utilização que variava entre Muito Baixa, Baixa, Média, Alta e Muito Alta.

Atribuindo-se valor 1 para o grau de utilização Muito Baixo, 5 para o Muito Alto, e de forma

sequencial números inteiros aos graus intermediários, tem-se o resultado constante da Figura

25 e detalhado na Tabela 5.

Mensalmente16,7%

Trimestralmente3,3%

Semestralmente3,3%

Anualmente33,3%

A cada dois ou mais anos

3,3%

Não há um padrão40,0%

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Figura 25: Utilização da Avaliação das Marcas

Percebe-se que a utilização mais frequente (grau 3,7

marcas são para a estimação com vistas a movimentos societários e acordos

aquisições, “joint-ventures” ou “spin

efeitos de cálculo de valores a pagar por

remuneração variável de gestores

ocorrem em grau considerado Médio nas empresas da amostra que realizam avaliação de

marcas. Nota-se que nenhuma das utilizações propostas para o valor

considerada em conjunto Muito Baixa ou Muito Alta, todas estão em graus de utilização

intermediários.

A lembrança mais frequente para a utilização da avaliação da marca (transações

societárias) coincide com as menções tanto de Neal e Straus

Kapferer (2004, p. 446) sobre os motivos pelos quais a avaliação da marca é realizada, ou

seja, como parte da diligência legal e contábil em um processo de aquisição de empresa. Os

outros itens citados pelos respondentes em menor

fonte autoral, mas não por ambas

empréstimos, que ambas contemplam.

Cálculo de remuneração variável

F&A, “joint- ventures” ou “spin

Verificação de mau uso da marca

Decisões do orçamento com a marca

Para usar como garantia de operações

Cálculo de royalties e licenças de uso

Prática do "premium price"

Para fins de controle interno

Figura 25: Utilização da Avaliação das Marcas (base amostral: 30 companhias)

se que a utilização mais frequente (grau 3,7 – Alto) para a aval

marcas são para a estimação com vistas a movimentos societários e acordos

ventures” ou “spin-off”. Já o uso menos frequente da amostra tem sido para

álculo de valores a pagar por royalties e licenças de us

remuneração variável de gestores (em ambos os casos grau 2,4 - Baixo). Os demais usos

ocorrem em grau considerado Médio nas empresas da amostra que realizam avaliação de

se que nenhuma das utilizações propostas para o valor

considerada em conjunto Muito Baixa ou Muito Alta, todas estão em graus de utilização

A lembrança mais frequente para a utilização da avaliação da marca (transações

societárias) coincide com as menções tanto de Neal e Strauss (2008, p. 69

Kapferer (2004, p. 446) sobre os motivos pelos quais a avaliação da marca é realizada, ou

seja, como parte da diligência legal e contábil em um processo de aquisição de empresa. Os

outros itens citados pelos respondentes em menor intensidade são lembrados por uma ou outra

fonte autoral, mas não por ambas – à exceção do uso do valor da marca como garantia para

empréstimos, que ambas contemplam.

Cálculo de remuneração variável

ventures” ou “spin-off”

Verificação de mau uso da marca

Decisões do orçamento com a marca

Para usar como garantia de operações

Cálculo de royalties e licenças de uso

Prática do "premium price"

Para fins de controle interno

2,4

2,4

71

(base amostral: 30 companhias)

Alto) para a avaliação das

marcas são para a estimação com vistas a movimentos societários e acordos – fusões,

off”. Já o uso menos frequente da amostra tem sido para

e licenças de uso e para cálculo de

Baixo). Os demais usos

ocorrem em grau considerado Médio nas empresas da amostra que realizam avaliação de

se que nenhuma das utilizações propostas para o valor das marcas foi

considerada em conjunto Muito Baixa ou Muito Alta, todas estão em graus de utilização

A lembrança mais frequente para a utilização da avaliação da marca (transações

s (2008, p. 69-70) como de

Kapferer (2004, p. 446) sobre os motivos pelos quais a avaliação da marca é realizada, ou

seja, como parte da diligência legal e contábil em um processo de aquisição de empresa. Os

intensidade são lembrados por uma ou outra

à exceção do uso do valor da marca como garantia para

2,4

3,7

3,1

3,4

3,3

2,4

3,5

3,3

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72

Tabela 5: Detalhe da utilização da Avaliação das Marcas (base amostral: 30 companhias)

Utilização Não

responderam Responderam

Valor ponderado dos

que responderam

Grau de utilização

que mais se aproxima

Para fins de controle interno 3 27 3,3 Médio

Prática do "premium price" na venda dos produtos

4 26 3,5 Médio

Cálculo de valores a pagar por royalties e licenças de uso

4 26 2,4 Baixo

Para usar marcas como garantia de operações

3 27 3,3 Médio

Decisões do orçamento de gastos com a marca

1 29 3,4 Médio

Verificação de mau uso ou subestimação da marca

4 26 3,1 Médio

Para movimentos de fusões, aquisições, “joint-ventures” ou “spin-

off” 3 27 3,7 Alto

Para cálculo de remuneração variável de gestores

3 27 2,4 Baixo

Aspecto relevante na avaliação financeira das marcas é o método escolhido para a

mensuração financeira, frente às metodologias de cálculo disponíveis e suas diferenças, seja

em cálculos realizados externa ou internamente. As companhias da amostra que realizam

avaliação de marcas (30, ou 22,4% do total) informaram o método de avaliação utilizado.

Mais de uma resposta é possível, pois pode haver mais de uma fonte de cálculo sendo

utilizada pelas empresas – por exemplo, a utilização de um modelo fornecido por consultoria

externa e, em paralelo, a avaliação interna pelos custos de aquisição associados à marca. A

Figura 26 exibe os métodos utilizados.

Os resultados podem indicar a diversidade de oferta de empresas de consultoria

utilizando modelos diversos dos mais populares Interbrand e BrandAnalytics/Millward

Brown. Podem indicar também que empresas de auditoria valem-se de seus conhecimentos,

dos fatores que são levados em conta para se avaliar uma marca, para oferecer às empresas o

serviço de mensuração do valor de suas marcas. Percebe-se, ainda, que a avaliação interna

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está presente na amostra pesquisada, se

seja pela comparação com o valor de marcas congêneres.

Figura 26: Método Utilizado para a Avaliação Financeira das Marcas

companhias

Esta pesquisa também buscou investigar a importância de certos fatores na escolha do

método de avaliação, tais sejam: a) Reputação do método no mercado; b) Coerência dos

critérios do método; c) Objetividade do método; d) Possibilidade de checagem dos cálcu

e) Relação custo x benefício do gasto com a avaliação. E para cada opção, de acordo com a

importância do fator na determinação do método utilizado, o respondente poderia vincular a

importância de cada fator a uma escala de variação entre

Muito Alta. Atribuindo-se valor 1 para

forma sequencial números inteiros

Figura 27 e detalhado na Tabela 6.

Avaliação interna -comparação com marcas congêneres

Avaliação interna -(valor da marca = custo de aquisição da marca)

Modelo proposto por empresa de Auditoria

Modelo de outras empresas de consultoria especializada em marcas

Modelo Interbrand ou BrandAnalytics/Millward Brown

está presente na amostra pesquisada, seja pela consideração dos custos de aquisição da marca,

seja pela comparação com o valor de marcas congêneres.

Figura 26: Método Utilizado para a Avaliação Financeira das Marcas

companhias – múltiplas respostas possíveis)

Esta pesquisa também buscou investigar a importância de certos fatores na escolha do

método de avaliação, tais sejam: a) Reputação do método no mercado; b) Coerência dos

critérios do método; c) Objetividade do método; d) Possibilidade de checagem dos cálcu

e) Relação custo x benefício do gasto com a avaliação. E para cada opção, de acordo com a

importância do fator na determinação do método utilizado, o respondente poderia vincular a

importância de cada fator a uma escala de variação entre Muito Baixa,

se valor 1 para a importância Muito Baixa, 5 para Muito Alt

números inteiros aos graus intermediários, tem-se o resultado constante da

Figura 27 e detalhado na Tabela 6.

Outro / Não sabe

comparação com marcas congêneres

(valor da marca = custo de aquisição da marca)

Modelo proposto por empresa de Auditoria

Modelo de outras empresas de consultoria especializada em marcas

Modelo Interbrand ou BrandAnalytics/Millward

2

10

8

73

ja pela consideração dos custos de aquisição da marca,

Figura 26: Método Utilizado para a Avaliação Financeira das Marcas (base amostral: 30

Esta pesquisa também buscou investigar a importância de certos fatores na escolha do

método de avaliação, tais sejam: a) Reputação do método no mercado; b) Coerência dos

critérios do método; c) Objetividade do método; d) Possibilidade de checagem dos cálculos;

e) Relação custo x benefício do gasto com a avaliação. E para cada opção, de acordo com a

importância do fator na determinação do método utilizado, o respondente poderia vincular a

, Baixa, Média, Alta e

, 5 para Muito Alta, e de

se o resultado constante da

10

12

15

16

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Figura 27: Fatores de Importância na Escolha do Método de Avaliação de Marcas

Pode-se verificar que todos os aspectos elencados para a determinação do método de

avaliação equivaleram ou superaram o grau 4,0 (Alto) de importância, valor est

os respondentes da questão. Comparativamente

menor importância para os respondentes a r

Os fatores mais importantes para a determinação do método

respondentes, são a coerência dos critérios do método

cálculos – este podendo indicar eventualmente que as companhias se interessariam em

atualizar a avaliação de suas marcas reproduzindo

então utilizados.

A divergência entre métodos usados e os motivos para a escolha do método vão ao

encontro do comentário de Furrier (2008, p. 159) que, ao citar que há vários métodos que

acadêmicos e consultores dese

métodos apresentam pontos fortes e fracos conforme for sua utilização, mas reconhece que

todos contribuem na comprovação da importância da marca.

Relação custo x benefício do gasto com a avaliação

Possibilidade de checagem dos cálculos

Objetividade do método

Coerência dos critérios do método

Reputação do método no mercado

es de Importância na Escolha do Método de Avaliação de Marcas

amostral: 30 companhias)

se verificar que todos os aspectos elencados para a determinação do método de

avaliação equivaleram ou superaram o grau 4,0 (Alto) de importância, valor est

os respondentes da questão. Comparativamente, entre os próprios fatores,

menor importância para os respondentes a relação custo x benefício do gasto com a avaliação

Os fatores mais importantes para a determinação do método de avaliação, segundo a visão dos

oerência dos critérios do método e a possibilidade de checagem dos

este podendo indicar eventualmente que as companhias se interessariam em

atualizar a avaliação de suas marcas reproduzindo os critérios de cálculo dos métodos até

A divergência entre métodos usados e os motivos para a escolha do método vão ao

encontro do comentário de Furrier (2008, p. 159) que, ao citar que há vários métodos que

acadêmicos e consultores desenvolveram para a avaliação das marcas, entende que todos os

métodos apresentam pontos fortes e fracos conforme for sua utilização, mas reconhece que

todos contribuem na comprovação da importância da marca.

Relação custo x benefício do gasto com a

Possibilidade de checagem dos cálculos

Objetividade do método

Coerência dos critérios do método

Reputação do método no mercado

4,0

4,2

74

es de Importância na Escolha do Método de Avaliação de Marcas (base

se verificar que todos os aspectos elencados para a determinação do método de

avaliação equivaleram ou superaram o grau 4,0 (Alto) de importância, valor este médio para

entre os próprios fatores, foi considerado de

elação custo x benefício do gasto com a avaliação.

de avaliação, segundo a visão dos

ossibilidade de checagem dos

este podendo indicar eventualmente que as companhias se interessariam em

os critérios de cálculo dos métodos até

A divergência entre métodos usados e os motivos para a escolha do método vão ao

encontro do comentário de Furrier (2008, p. 159) que, ao citar que há vários métodos que

nvolveram para a avaliação das marcas, entende que todos os

métodos apresentam pontos fortes e fracos conforme for sua utilização, mas reconhece que

4,4

4,2

4,4

4,3

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75

Tabela 6: Detalhe dos Fatores de Importância na Escolha do Método de Avaliação de

Marcas (base amostral: 30 companhias)

Fator de escolha do método de avaliação

Não responderam

Responderam

Valor ponderado dos

que responderam

Grau de escolha que

mais se aproxima

Reputação do método no mercado 1 29 4,3 Alto

Coerência dos critérios do método 1 29 4,4 Alto

Objetividade do método 2 28 4,2 Alto

Possibilidade de checagem dos cálculos

2 28 4,4 Alto

Relação custo x benefício do gasto com a avaliação

2 28 4,0 Alto

Algumas afirmações foram colocadas aos respondentes, independentemente das

companhias realizarem ou não avaliação financeira de suas marcas. Foram cinco afirmações,

sendo uma vinculada à primeira dimensão deste estudo (Percepção Geral da Marca) e quatro

que relacionavam a avaliação da marca a outros aspectos. À medida que os respondentes

entendessem ser aplicável cada afirmação, atribuíam valores a cada uma, em uma escala de

variação entre aplicabilidade Muito Baixa, Baixa, Média, Alta e Muito Alta. Atribuindo-se

valor 1 para a aplicabilidade Muito Baixa, 5 para Muito Alta, e de forma sequencial números

inteiros aos graus intermediários. A Tabela 7 demonstra as afirmações propostas e as

respectivas atribuições dos respondentes para cada afirmação.

Dentre os respondentes da amostra (praticamente todos os 134 responderam a este

quesito), a concordância com as afirmações em média é considerada alta para todas as

afirmações, exceto a que menciona que “o valor da marca como indicador de performance

deve ser fator de remuneração variável aos responsáveis pela gestão da marca”. A média das

respostas desta afirmação indica que o nível de concordância com a mesma é médio (grau 3,4,

em média). As demais afirmações obtiveram na média um grau de concordância considerado

alto.

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76

Tabela 7: Nível de Concordância com Afirmações Propostas

Afirmação Proposta Não

responderam Responderam

Valor ponderado dos

que responderam

Grau de concordância que mais se aproxima

Um processo de budget que considera gastos e retorno com as marcas em seu bojo leva a companhia a um

melhor uso de recursos.

1 133 3,7 Alto

A avaliação da marca incentiva o investimento na gestão e

desenvolvimento da marca, pois a marca seria vista como um ativo da

empresa.

2 132 4,2 Alto

O valor da marca como indicador de performance dos responsáveis pela gestão da marca traz motivação aos

mesmos.

2 132 3,9 Alto

O valor da marca como indicador de performance deve ser fator de

remuneração variável aos responsáveis pela gestão da marca.

4 130 3,4 Médio

A avaliação da marca promove uma maior interação entre os

departamentos de marketing, finanças e controladoria.

3 131 3,8 Alto

A afirmação de maior grau médio de concordância (4,2, em média) defende que “a

avaliação da marca incentiva o investimento na gestão e desenvolvimento da marca, pois a

marca seria vista como um ativo da empresa”. A preponderância do nível de concordância

dessa afirmação está alinhada com o resultado de uma das questões da dimensão Percepção

Geral da Marca, que retornou dos respondentes a visão de que os gastos com as marcas são

um investimento do qual deve emergir retorno futuro (de forma majoritária, com 38,1% da

amostra – Figura 15).

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77

Percebe-se que, apesar da menção que Temporal (2010, p. 3-4) faz à contribuição da

avaliação da marca à comunicação interna, dado que o valor da marca seria fator de

motivação aos seus gestores, a afirmação de menor incidência na indicação de importância

dada pelos respondentes é a que relaciona o valor da marca como indicador de performance e

fator de remuneração variável (portanto, de motivação) aos responsáveis pela gestão da

marca. Entretanto, a primeira lembrança na lista de itens de contribuição do valor da marca

que o autor menciona é também o item de maior incidência nas afirmações propostas na

Tabela 7, que é a relevância da marca como um ativo da companhia (“A avaliação da marca

incentiva o investimento na gestão e desenvolvimento da marca, pois a marca seria vista como

um ativo da empresa”).

4.4.1. Análise Crítica dos Impactos sobre a Marca

Foram disponibilizados aos respondentes quinze componentes que, de acordo com a

literatura especializada, se relacionam com o brand equity – conforme sumarizado no Quadro

2, seção 2.2.2. Patrimônio da marca (brand equity), e no Quadro 4, seção 2.3 Dimensões do

Estudo (quesito 19 – Aspectos da avaliação da marca). Os respondentes foram convidados a

responder se entendem que em suas companhias tais componentes influenciam o valor da

marca, e se as respectivas empresas têm destinado atenção a esses mesmos componentes.

Múltiplas respostas foram admitidas. A incidência de cada retorno para os componentes

mencionados está retratada na Figura 28.

Nota-se que no senso comum dos respondentes, as respectivas companhias

representadas na amostra entendem que os componentes elencados neste quesito do

questionário influenciam o valor da marca, mas não necessariamente a empresa tem a eles

dedicado a devida atenção. À exceção do potencial de imitação da marca, em todos os demais

componentes o número de respondentes que enxergam influência do componente no valor da

marca é maior que o número dos que admitem que a respectiva empresa tenha dedicado

atenção.

Essa constatação denota que embora os atributos tenham importância reconhecida para

a avaliação das marcas, nem sempre eles têm recebido atenção nas mesmas empresas que

admitem tal importância.

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Figura 28: Itens de Impacto sobre a Marca na Realidade das Empresas (múltiplas respostas

Entre os atributos mais considerados pelos respondentes como exercendo influência

sobre o valor das marcas estão a imagem da marca (citado por 91,0% dos respondent

qualidade do produto (lembrado por 90,3%) e a satisfação do cliente (88,8%). Os atributos

menos citados pelos respondentes como responsáveis por influenciar o valor das marcas

foram o potencial de imitação da marca por terceiros (38,1%), possibilida

marca a terceiros (42,5%) e “premium price” em

demonstrado pela Figura 29.

Potencial de imitação da marca

Possibilidade de venda da marca

“Premium-price” frente à concorrência

Preços dos produtos da marca

Despesas com propaganda

Proteção das marcas e patentes detidas

Portfólio de produtos da marca

Lealdade à marca

Participação de mercado

Conhecimento da marca

Imagem da empresa

Satisfação do cliente

Qualidade do produto

Imagem da marca

A empresa tem dado ATENÇÃO

: Itens de Impacto sobre a Marca na Realidade das Empresas (múltiplas respostas

possíveis)

Entre os atributos mais considerados pelos respondentes como exercendo influência

sobre o valor das marcas estão a imagem da marca (citado por 91,0% dos respondent

qualidade do produto (lembrado por 90,3%) e a satisfação do cliente (88,8%). Os atributos

menos citados pelos respondentes como responsáveis por influenciar o valor das marcas

foram o potencial de imitação da marca por terceiros (38,1%), possibilida

marca a terceiros (42,5%) e “premium price” em relação à concorrência (56,0%), conforme

demonstrado pela Figura 29.

Potencial de imitação da marca

Possibilidade de venda da marca

price” frente à concorrência

Idade da marca

Preços dos produtos da marca

Despesas com propaganda

Proteção das marcas e patentes detidas

Portfólio de produtos da marca

Lealdade à marca

Participação de mercado

Conhecimento da marca

Imagem da empresa

Satisfação do cliente

Qualidade do produto

Imagem da marca

51

57

75

78

79

79

85

54

37

62

53

76

78

75

79

75

89

88

A empresa tem dado ATENÇÃO INFLUENCIA o valor da marca

78

: Itens de Impacto sobre a Marca na Realidade das Empresas (múltiplas respostas

Entre os atributos mais considerados pelos respondentes como exercendo influência

sobre o valor das marcas estão a imagem da marca (citado por 91,0% dos respondentes), a

qualidade do produto (lembrado por 90,3%) e a satisfação do cliente (88,8%). Os atributos

menos citados pelos respondentes como responsáveis por influenciar o valor das marcas

foram o potencial de imitação da marca por terceiros (38,1%), possibilidade de venda da

relação à concorrência (56,0%), conforme

85

104

106

108

115

116

119

121

122

89

88

104

106

101

105

INFLUENCIA o valor da marca

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Figura 29: Itens de Maior e Menor Influência no Valor da Marca

Já quanto aos atributos ma

atenção por suas empresas

e a imagem da empresa

respondentes como recebedores d

venda da marca a terceiros (

marca por terceiros (40,3%)

E nota-se aí a incoerência entre a postu

Qualidade do produto consta entre os itens compreendidos como maiores motivadores de

influência no valor da marca, mas não consta entre os itens para os quais as companhias mais

têm doado atenção.

Mas Damodaran (2004,

ampla gama de ativos, ressalta

um dos mais citados pelas

Khauaja e Prado (2008, p. 24

importância da imagem da marca e da satisfação dos clientes, itens identificados pelos

respondentes tanto como geradores de influência no valor da marca

de atenção por parte das companhias representadas no levantamento.

Potencial de imitação da marca

Possibilidade de venda da marca

“Premium-price” frente à concorrência

Satisfação do cliente

Qualidade do produto

Figura 29: Itens de Maior e Menor Influência no Valor da Marca (múltiplas respostas possíveis)

Já quanto aos atributos mais reconhecidos pelos respondentes como

atenção por suas empresas estão a satisfação do cliente (79,1%), a imagem da marca (

e a imagem da empresa (lembrado por 77,6%). E os atributos menos citados pelos

recebedores da devida atenção por suas empresas foram

venda da marca a terceiros (27,6%), a idade da marca (39,6%) e o potencial de imitação da

marca por terceiros (40,3%), como se pode verificar na Figura 30.

se aí a incoerência entre a postura dos entrevistados, visto que o item

Qualidade do produto consta entre os itens compreendidos como maiores motivadores de

influência no valor da marca, mas não consta entre os itens para os quais as companhias mais

Damodaran (2004, p. 85), ao afirmar que os ativos intangíveis incluem uma

ressalta a questão da boa imagem da empresa no mercado

s empresas da amostra como merecedores de atenção. Também,

p. 24-27) deixam claro o vínculo entre a força da marca e a

da imagem da marca e da satisfação dos clientes, itens identificados pelos

respondentes tanto como geradores de influência no valor da marca, quanto

te das companhias representadas no levantamento.

Potencial de imitação da marca

Possibilidade de venda da marca

price” frente à concorrência

Satisfação do cliente

Qualidade do produto

Imagem da marca

38,1%

42,5%

79

(múltiplas respostas possíveis)

pelos respondentes como recebedores de

a imagem da marca (78,4%)

s atributos menos citados pelos

foram a possibilidade de

e o potencial de imitação da

ra dos entrevistados, visto que o item

Qualidade do produto consta entre os itens compreendidos como maiores motivadores de

influência no valor da marca, mas não consta entre os itens para os quais as companhias mais

que os ativos intangíveis incluem uma

oa imagem da empresa no mercado; e este item é

como merecedores de atenção. Também,

27) deixam claro o vínculo entre a força da marca e a

da imagem da marca e da satisfação dos clientes, itens identificados pelos

quanto como recebedores

42,5%

56,0%

88,8%

90,3%

91,0%

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Figura 30: Itens de Maior e Menor Dedicação de Atenção pelas Empresas (múltiplas respostas

4.4.2. Correlações Estatísticas Relacionadas à Segunda Dimensão

Testes estatísticos foram realizados para examinar a correlação entre

presentes no questionário

Avaliação da Marca.

Primeiramente, foi estimada

empresas que avaliaram suas marcas nos últimos 5 anos (

Apêndice 2) e aquelas que entendem os gastos com as marcas como um investimento para

provável futuro retorno (Figura 14;

que não há correlação significativa entre tais grupos de empresas

dessa forma aceita-se H0 (ausência de correlação significativa entre as variáveis estudadas),

embora o Risco Relativo demonstre que comp

tenham 2,4 vezes mais probabilidade

investimento para a empresa.

Possibilidade de venda da marca

Idade da marca

Potencial de imitação da marca

Imagem da empresa

Imagem da marca

Satisfação do cliente

Figura 30: Itens de Maior e Menor Dedicação de Atenção pelas Empresas (múltiplas respostas

possíveis)

Correlações Estatísticas Relacionadas à Segunda Dimensão – Avaliaç

Testes estatísticos foram realizados para examinar a correlação entre

presentes no questionário relacionados à segunda dimensão das marcas nest

foi estimada na amostra total a significância

que avaliaram suas marcas nos últimos 5 anos (Figura 22 anterior

Apêndice 2) e aquelas que entendem os gastos com as marcas como um investimento para

Figura 14; Questão 7 do Apêndice 2). O Quadro 7

que não há correlação significativa entre tais grupos de empresas (p > 0,05

se H0 (ausência de correlação significativa entre as variáveis estudadas),

embora o Risco Relativo demonstre que companhias da amostra que avaliam suas marcas

probabilidade de considerar seus gastos em marcas como um

investimento para a empresa.

Possibilidade de venda da marca

Idade da marca

Potencial de imitação da marca

Imagem da empresa

Imagem da marca

Satisfação do cliente

27,6%

39,6%

40,3%

80

Figura 30: Itens de Maior e Menor Dedicação de Atenção pelas Empresas (múltiplas respostas

Avaliação da Marca

Testes estatísticos foram realizados para examinar a correlação entre certos quesitos

segunda dimensão das marcas neste estudo, a da

a significância da relação entre as

anterior; Questão 12 do

Apêndice 2) e aquelas que entendem os gastos com as marcas como um investimento para

O Quadro 7 a seguir mostra

(p > 0,05 e χ² < 3,841), e

se H0 (ausência de correlação significativa entre as variáveis estudadas),

anhias da amostra que avaliam suas marcas

de considerar seus gastos em marcas como um

77,6%

78,4%

79,1%

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81

Quadro 7: Primeira Correlação Relacionada à Segunda Dimensão – Avaliação da Marca

Variáveis em Análise Base Amostral χ² p Risco

Relativo Natureza da

evidência

Empresas que Avaliam Marcas / Marcas como

Investimento 134 3,197 0,074 2,400

entre marginal e moderada

Fonte: elaborado pelo autor, a partir de resultados de saída do SPSS

As empresas que realizam avaliação de suas marcas também foram comparadas com o

porte das companhias da amostra, segundo a receita operacional bruta do último exercício

(Figura 6; Questão 3 do Apêndice 2). A checagem de correlação foi com as maiores empresas,

incluídas em tal análise as empresas grandes e médias-grandes – com faturamento bruto anual

superior a R$90 milhões – de acordo com a classificação adotada pelo Banco de

Desenvolvimento Econômico e Social, em sua carta circular nº 10/2010 (BNDESa, 2010). O

Quadro 8 a seguir demonstra que há correlação extremamente significativa entre as variáveis

analisadas, com um Qui-quadrado χ2 = 16,813 e p < 0,001, valendo assim dizer que as

empresas de maior porte na amostra são as que mais realizam avaliação financeira de suas

marcas – como revela o Risco Relativo, há quase 13 vezes mais probabilidade de uma

empresa de maior porte avaliar sua marca do que as empresas menores fazê-lo. Rejeita-se

claramente, portanto, a hipótese H0 de ausência de associação entre as variáveis (pois p ≤

0,05 e χ² ≥ 3,841).

Quadro 8: Segunda Correlação Relacionada à Segunda Dimensão – Avaliação da Marca

Variáveis em Análise Base Amostral χ² p Risco

Relativo Natureza da

evidência

Empresas que Avaliam Marcas / Empresas de

Porte Grande 134 16,813 0,000 12,963 fortíssima

Fonte: elaborado pelo autor, a partir de resultados de saída do SPSS

Outro relacionamento analisado a respeito do porte da empresa refere-se às que em

algum momento já negociaram marcas no bojo da negociação de compra ou venda de

companhia detentora da marca (Figura 20; Questão 10 do Apêndice 2). Valendo-se do mesmo

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critério da análise de correlação anterior, ou seja, maiores empresas da amostra em termos de

faturamento bruto, verifica-se que há relacionamento bastante significativo entre as variáveis.

O Quadro 9 demonstra que as variáveis são correlacionadas, isto é, a chance de uma empresa

da amostra que transacionou marcas juntamente com a transação da companhia ser de maior

porte é mais de 3 vezes maior que ser de menor porte (p ≤ 0,05 e χ² ≥ 3,841, o que implica na

rejeição de H0).

Quadro 9: Terceira Correlação Relacionada à Segunda Dimensão – Avaliação da Marca

Variáveis em Análise Base Amostral χ² p Risco

Relativo Natureza da

evidência

Empresas que Negociaram Marcas /

Empresas de Porte Grande

134 9,265 0,002 3,143 entre muito

forte e fortíssima

Fonte: elaborado pelo autor, a partir de resultados de saída do SPSS

Para as empresas que realizam avaliação financeira das marcas ainda foi analisada a

relevância da correlação com aquelas cujos respondentes alegaram que a imagem da marca

influencia seu valor (Figura 28; Questão 19 do Apêndice 2). Paradoxalmente, não há uma

correlação significativa entre as variáveis, ou seja, se o respondente de uma empresa da

amostra admite que a imagem da marca afeta o valor dessa marca, essa mesma empresa não

mediu necessariamente esse valor para suportar tal afirmação, como expresso pelos detalhes

do Quadro 10 (p > 0,05 e χ² < 3,841), em que se pode notar a evidência insignificante de

correlação, e consequentemente aceita-se a hipótese nula – de ausência de associação

significativa entre as variáveis em análise.

Quadro 10: Quarta Correlação Relacionada à Segunda Dimensão – Avaliação da Marca

Variáveis em Análise Base Amostral χ² p Risco

Relativo Natureza da

evidência

Empresas que Avaliam Marcas / Respondentes

que afirmam que imagem da marca

influencia seu valor

134 0,248 0,618 1,489 insignificante

Fonte: elaborado pelo autor, a partir de resultados de saída do SPSS

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83

4.5. Terceira Dimensão: Reconhecimento Contábil e Gerencial do Valor das Marcas

Os respondentes foram questionados acerca da forma de reconhecimento do valor das

marcas, enquanto ativo intangível, nos informes contábeis e gerenciais de suas empresas.

Para o questionamento sobre se a contabilidade local leva em conta o Pronunciamento

Técnico CPC-04 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, que discorre sobre ativos

intangíveis, a maioria (58 respondentes ou 43,3% da amostra) alegou simplesmente

desconhecer o pronunciamento. Já 26 profissionais (19,4%) responderam que sim, que levam

em conta o referido pronunciamento, pois suas empresas contabilizam ou contabilizaram

apenas o reflexo de transações de compra ou de venda de marca. Houve 16 respondentes

(11,9%) que afirmaram que suas empresas registraram contabilmente o valor de marcas

geradas pelas próprias empresas, não observando assim o pronunciamento. Um número de 14

respondentes (10,4%) alegou não saber bem ao certo, mas o tema é trabalhado como parte do

escopo de revisão dos auditores independentes da companhia. Os restantes 20 profissionais

(14,9%) não sabem ou não se enquadram em nenhuma das alternativas oferecidas (Figura 31).

Figura 31: Observação ao Pronunciamento Técnico CPC-04 do Comitê de Pronunciamentos

Contábeis – CPC, para o Registro do Valor do Ativo Intangível ‘Marca’

Não sei bem ao certo, mas o tema

faz parte do escopo de revisão de

nossos auditores independentes

10,4%

Não, pois contabiliza(ou) valor de marca

gerada pela própria companhia

11,9%

Nenhuma das anteriores

14,9%

Sim, pois contabiliza(ou)

apenas o reflexo de transações de compra ou de

venda de marca19,4%

Desconheço o pronunciamento

43,3%

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O CPC-04 (2008, p. 7) menciona que o ativo intangível deve ser identificável,

separável, para diferenciá-lo do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura (goodwill

– ativo que representa benefícios econômicos futuros gerados por outros ativos adquiridos em

uma combinação de negócios). O registro contábil, dessa forma, deveria acompanhar a

instrução.

Quando questionados se suas companhias usam o valor da marca em relatórios

gerenciais, não necessariamente vinculados aos contábeis, apenas 24 respondentes (17,9% do

total) afirmaram que sim, que suas empresas utilizam o valor da marca em relatórios

gerenciais. A grande maioria, 94 respondentes (70,1%) informaram que o valor da marca não

é utilizado em relatórios gerenciais em suas empresas, e 16 profissionais (11,9%) não

souberam responder ao questionamento. Keller (2008, p. 583) relaciona a estratégia para o

sentido de reforço da marca como dependente da natureza das associações da marca, e tal

estratégia deve visar à atualização de antigas fontes do brand equity, bem como criar novas

fontes. A Figura 32 sumariza os resultados.

Figura 32: Utilização do Valor da Marca em Relatórios Gerenciais

Os profissionais que responderam à pesquisa foram também questionados se as

respectivas companhias realizam conversão dos demonstrativos financeiros para os princípios

contábeis norte-americanos determinados pelo Statement of Financial Accounting Standards

Não70,1%

Sim17,9%

Não sei11,9%

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85

– SFAS, cujos padrões de reconhecimento dos ativos intangíveis são determinados de forma

análoga aos CPCs brasileiros – Figura 33. Do total da amostra, 78 respondentes (58,2%)

informaram não realizar conversão dos demonstrativos financeiros para os princípios

contábeis norte-americanos, 42 (31,3%) informaram realizar a conversão e os restantes 14

respondentes (10,4%) não souberam precisar uma ou outra opção.

Figura 33: Empresas que Realizam Conversão dos Demonstrativos Financeiros para Princípios

Contábeis Norte-Americanos

Aos 42 respondentes que afirmaram que as respectivas empresas realizam conversão

dos demonstrativos financeiros para princípios contábeis norte-americanos, foi-lhes

questionado se nos critérios de conversão é observado o disposto no SFAS-141 e no SFAS-

142 de Statement of Financial Accounting Standards – SFAS, sendo ambos os

pronunciamentos ligados à definição e ao reconhecimento dos ativos intangíveis. A Figura 34

mostra um equilíbrio nas respostas. Ou seja, 12 respondentes (28,6% dos que informaram que

suas companhias realizam a conversão dos demonstrativos) alegam desconhecer o SAFS,

outros 12 (28,6%) responderam que sim, que observam os respectivos pronunciamentos do

SFAS por terem a informação que o SFAS acompanha o CPC nesse tema. Da base amostral

de 42 empresas que convertem seus demonstrativos, 13 respondentes (31,0%) informaram não

saberem ao certo, mas têm conhecimento de que o tema faz parte do escopo de revisão dos

Não58,2%

Sim31,3%

Não sei10,4%

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auditores independentes, e os restantes 5 profissionais (11,9%) responderam que não se

enquadram em nenhuma das alternativas oferecidas.

O reconhecimento do impacto do valor das marcas em demonstrativos contábeis

elaborados de acordo com os princípios contábeis norte-americanos (USGAAPs) é regido por

pronunciamento específico para companhias que dessa forma reportam a investidores e

usuários da informação em geral. O SFAS-142 de Statement of Financial Accounting

Standards – SFAS (2001, p. 105) e o SFAS-141 (2007, p. 41-47) dão conta que o ativo

intangível é um ativo não monetário identificável e sem substância física, e que exemplos de

ativos intangíveis identificáveis podem ser agrupados em quatro características: ativos

intangíveis relacionados a marketing e promoções, a clientes, baseados em contratos e

baseados em tecnologia.

Figura 34: Observação ao SFAS-141 e SFAS-142 de Statement of Financial Accounting Standards

– SFAS, para o Registro do Valor do Ativo Intangível Marca (base amostral: 42 companhias)

4.5.1. Correlação Estatística Relacionada à Terceira Dimensão – Reconhecimento

Contábil e Gerencial do Valor das Marcas

Foi analisada a significância da correlação estatística entre as empresas que observam

o disposto nos CPCs quanto ao reconhecimento contábil do valor das marcas (Figura 31;

Questão 20 do Apêndice 2), e aquelas cujos respondentes pertencem aos órgãos de

Não sei bem ao certo, mas o tema

faz parte do escopo de revisão de

nossos auditores independentes

31,0%

Sim, pois tenho a informação que o

SFAS acompanha o CPC nesse tema

28,6%

Desconheço o SFAS28,6%

Nenhuma das anteriores

11,9%

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Controladoria ou de Finanças da empresa (Figura 8; Questão 4 do Apêndice 2). O resultado

dos testes estatísticos (Quadro 11) revela que é significativa a correlação entre as variáveis,

que há quase 3 vezes mais chances do respondente nessas condições afirmar que segue os

CPCs (p < 0,05 e χ² > 3,841, implicando na rejeição de H0). Isso demonstra, possivelmente,

que os respondentes de tais órgãos responderam afirmativamente à questão porque o assunto é

pertinente às suas atividades, e que talvez outras companhias cujos respondentes atuam em

outras áreas podem ter maior incidência de adesão aos CPCs, quanto ao reconhecimento

contábil do valor das marcas.

Quadro 11: Correlação Relacionada à Terceira Dimensão – Reconhecimento Contábil e

Gerencial do Valor das Marcas

Variáveis em Análise Base Amostral χ² p Risco Relativo

Natureza da evidência

Empresas que observam os CPCs / Respondentes

de Controladoria e Finanças

134 5,970 0,015 2,968 entre

substancial e forte

Fonte: elaborado pelo autor, a partir de resultados de saída do SPSS

4.6. Quarta Dimensão: Controle e Gestão da Marca

A gestão da marca nas empresas pertencentes à amostra também foi objeto de inclusão

nos quesitos investigados. O enfoque dado, de acordo com a revisão da literatura pertinente,

foi quanto à importância de elementos básicos ligados ao tema (a própria marca, o produto, a

categoria/família de produtos e o mercado) e quanto à frequência e à intensidade que

atividades de gestão tática e estratégica da marca estão sendo tratadas nas companhias da

amostra.

Primeiramente, os participantes da pesquisa foram questionados se a responsabilidade

pela gestão e controle das marcas está formalmente atribuída a um departamento ou unidade

de negócio específica, como demonstrado na Figura 35. A maior parte dos respondentes

(54,5% ou 73 profissionais) informou que em suas empresas a gestão e o controle das marcas

estão formalmente atribuídos a um departamento ou unidade de negócio específica, enquanto

47 respondentes (35,1%) afirmaram que não há essa atribuição em suas companhias, e 14

respondentes (10,4%) não souberam responder se a atividade está ou não atribuída

especificamente a algum órgão interno da empresa. Estudo semelhante realizado por Günther

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e Kriegbaum-Kling (2001, p. 273) em companhias alemãs detectou maior incidência nesse

quesito: 70,2% das empresas pesquisadas possuíam uma unidade organizacional para a qual

era atribuída a administração da marca.

Figura 35: Empresas em que a Gestão e o Controle das Marcas são Formalmente Atribuídos a

um Departamento ou Unidade de Negócio Específica

Às 73 empresas (54,5% da amostra total) cuja responsabilidade pela gestão e controle

das marcas está formalmente atribuída a um departamento ou unidade de negócio específica,

foi questionado qual é tal departamento ou unidade. A Figura 36 demonstra as respostas

recebidas – múltiplas respostas foram possíveis, para que fosse permitido aos respondentes

mencionar responsabilidades compartilhadas (não exclusivas de um único órgão da empresa).

Na maioria dessas 73 companhias o Departamento de Marketing de Produtos é o

responsável ou um dos responsáveis pelo controle e gestão das marcas corporativas (47

companhias ou 64,4%). A Alta Administração da Companhia foi o segundo órgão mais

citado, estando envolvida na gestão das marcas em 27 companhias na amostra (37,0% das 73

companhias). O órgão menos citado é o Departamento Financeiro (5 companhias ou 6,8%), e

a responsabilidade quase exclusivamente atribuída a uma agência externa de publicidade foi

mencionada por apenas 1 companhia (1,4%). Outros órgãos citados foram Departamento de

Marketing – Promoção (27,4%), Departamento Jurídico (23,3%), Departamento de Marcas e

Sim54,5%

Não35,1%

Não sei10,4%

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Patentes (17,8%), Departamento de Controladoria (16,4%),

empresa (13,7%), Departamento de Gestão da Qualidade e Departamento de Vendas (ambos

citados por 11,0% dos respondentes). Houve 7 retornos (9,6%) atribuindo a responsabilidade

pela gestão e controle de marcas a outros departamentos, todos cita

Comunicação.

Figura 36: Departamento ou Unidade de Negócio Responsável pela Gestão e Controle da

Marcas (base amostral: 73 companhias

Os respondentes de

controle e gestão de marcas

questionados sobre a importância

assumido em tal departamento/u

questionados sobre a frequência

9). Para ambas as questões vale a seguinte graduação:

= 3,0, Alta = 4,0 e Muito Alta

Todos os elementos elencados para que os respondentes avaliassem qual a importância

dedicada no departamento/unidade responsável pelo c

grau de importância atribuído como alto pelos respondentes. Isso demonstra que embora

apenas pouco mais da metade das companhias da amostra total

Agência Externa de Publicidade

Departamento Financeiro

Departamento de Vendas

Departamento de Gestão da Qualidade

Unidade matriz/controladora da empresa

Departamento de Controladoria

Departamento de Marcas e Patentes

Departamento Jurídico

Departamento de Marketing

Alta Administração da Companhia

Departamento de Marketing

Patentes (17,8%), Departamento de Controladoria (16,4%), Unidade matriz/controladora da

(13,7%), Departamento de Gestão da Qualidade e Departamento de Vendas (ambos

espondentes). Houve 7 retornos (9,6%) atribuindo a responsabilidade

pela gestão e controle de marcas a outros departamentos, todos citando

Figura 36: Departamento ou Unidade de Negócio Responsável pela Gestão e Controle da

(base amostral: 73 companhias – múltiplas respostas possíveis)

Os respondentes dessas mesmas 73 companhias em que a

controle e gestão de marcas é atribuída a um departamento ou unidade de negócio foram

importância que certos elementos básicos ligados às marcas

departamento/unidade responsável pelas marcas (Tabela 8). Também, foram

frequência com a que certas tarefas têm sido abordadas no órgão (Tabela

questões vale a seguinte graduação: Muito Baixa = 1,0

Muito Alta = 5,0.

Todos os elementos elencados para que os respondentes avaliassem qual a importância

dedicada no departamento/unidade responsável pelo controle e gestão das marcas tiveram

grau de importância atribuído como alto pelos respondentes. Isso demonstra que embora

apenas pouco mais da metade das companhias da amostra total tenha

Outros

Agência Externa de Publicidade

Departamento Financeiro

Departamento de Vendas

Departamento de Gestão da Qualidade

Unidade matriz/controladora da empresa

Departamento de Controladoria

Departamento de Marcas e Patentes

Departamento Jurídico

Departamento de Marketing – Promoção

Alta Administração da Companhia

Departamento de Marketing – Produto

7

1

5

8

8

10

12

13

17

20

27

89

Unidade matriz/controladora da

(13,7%), Departamento de Gestão da Qualidade e Departamento de Vendas (ambos

espondentes). Houve 7 retornos (9,6%) atribuindo a responsabilidade

ndo o Departamento de

Figura 36: Departamento ou Unidade de Negócio Responsável pela Gestão e Controle das

múltiplas respostas possíveis)

ssas mesmas 73 companhias em que a responsabilidade pelo

é atribuída a um departamento ou unidade de negócio foram

básicos ligados às marcas têm

nidade responsável pelas marcas (Tabela 8). Também, foram

ido abordadas no órgão (Tabela

1,0, Baixa = 2,0, Média

Todos os elementos elencados para que os respondentes avaliassem qual a importância

ontrole e gestão das marcas tiveram

grau de importância atribuído como alto pelos respondentes. Isso demonstra que embora

tenha formalmente um

27

47

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departamento/unidade responsável pelo controle e gestão das marcas (73 empresas 54,5% do

total), tais companhias dedicam importância a elementos básicos da marca.

Tabela 8: Importância Dedicada para o Controle e Gestão das Marcas (base amostral:

73 companhias)

Elementos considerados no departamento/unidade responsável

pelas marcas

Não responderam

Responderam

Valor ponderado dos

que responderam

Grau de importância que mais se aproxima

A marca 0 73 4,3 Alta

O produto 2 71 4,2 Alta

A categoria/família de produtos 3 70 3,7 Alta

O mercado 1 72 4,1 Alta

O item atribuído como de maior importância é foco na marca propriamente dita

(86,3% de respostas de importância alta – 4,0 – ou muito alta – 5,0). A categoria/família de

produtos, ainda que de grau de importância ponderado considerado como alto, foi mencionada

como a de menor importância dentre as opções oferecidas (56,2% de respostas de importância

alta – 4,0 – ou muito alta – 5,0).

Tabela 9: Frequência de Realização de tarefas Relacionadas ao Controle e Gestão das

Marcas (base amostral: 73 companhias)

Tarefas abordadas no departamento/unidade responsável

pelas marcas

Não responderam

Responderam

Valor ponderado dos

que responderam

Grau de frequência que

mais se aproxima

Desenvolvimento da estratégia da marca

6 67 3,8 Alta

Análise de retorno sobre investimento nas marcas

7 66 3,0 Média

Acompanhamento da performance dos produtos relacionados à marca

6 67 3,4 Média

Cooperação com agência de publicidade

7 66 3,4 Média

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Já quanto à frequência com que certas tarefas atinentes ao departamento/unidade

responsável pelo controle e gestão das marcas são realizadas, apenas uma das respostas

oferecidas teve valor médio ponderado próximo do grau alto (desenvolvimento da estratégia

da marca – 3,8). As demais atividades tiveram frequência indicada como média, como pode

ser observado na Tabela 9. A tarefa atribuída como de maior importância, portanto, é o

desenvolvimento da estratégia da marca, com 58,9% de respostas de frequência alta de

realização da atividade – 4,0 – ou muito alta – 5,0. Mas a análise de retorno sobre

investimento nas marcas (cuja média ponderada de frequência de realização da atividade é

3,0) teve apenas 30,1% de respostas de frequência para tal atividade consideradas como alta –

4,0 – ou muito alta – 5,0. As atividades de acompanhamento da performance dos produtos

relacionados à marca, e de cooperação com agência de publicidade, tiveram frequência de

realização atribuída pelos respondentes em grau médio 3,4.

Finalmente, os representantes das 73 companhias, em que a responsabilidade pelo

controle e gestão de marcas é atribuída a um departamento ou unidade de negócio, tiveram a

oportunidade de responder acerca da intensidade com que tais companhias têm enfatizado

certos itens da gestão estratégica e tática da marca.

A reforçar a importância do adequado e estrito controle e gestão da marca, estão Neal

e Strauss (2008, p. 74), uma vez que ressaltam que o brand equity é a parte do valor da marca

que mais pode criar uma vantagem diferenciada sustentável e, portanto, fluxos futuros de

caixa. Assim, os principais elementos da marca são o nome da marca, logotipos e símbolos,

características, slogans e jingles, e embalagens. Keller (2008, p. 176), em concordância com

tais fatores, ainda pontua que critérios de avaliação por parte do mercado consumidor levam

em conta a memória da marca, seu significado, herança ou comparabilidade, transferibilidade,

adaptabilidade e proteção. E ainda em consonância com esse impacto, Aaker (1996, p. 30-31)

conclui propondo pontos básicos e práticos para as empresas levarem em conta sobre a gestão

de uma marca, tais sejam as bases do brand equity, sua criação (direcionadores

determinantes), sua administração, a previsão do desgaste do brand equity, a decisão de

extensão e a criação de novos nomes,

Sobre a gestão estratégica da marca (Tabela 10), os quesitos oferecidos foram a análise

da concorrência, a análise crítica do portfólio de produtos da marca, a análise do ciclo de vida

do produto e a análise “swot” da marca (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças). E sobre

a gestão tática da marca (Tabela 11), os quesitos disponibilizados foram a análise do “break-

even” – ponto de equilíbrio – para os gastos com a marca, a análise das variações no valor de

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avaliação da marca, a análise das variações na força da marca e a relação custo x benefício de

ações que impactam na marca. A graduação de intensidade com que os aspectos oferecidos

têm sido enfatizados na companhia novamente é: Muito Baixa = 1,0, Baixa = 2,0, Média =

3,0, Alta = 4,0 e Muito Alta = 5,0.

Tabela 10: Intensidade de Ênfase de Aspectos da Gestão Estratégica da Marca (base

amostral: 73 companhias)

Aspectos da gestão estratégica da marca

Não responderam

Responderam

Valor ponderado dos

que responderam

Grau de concordância que mais se aproxima

A análise da concorrência 3 131 3,6 Alto

A análise crítica do portfólio de produtos da marca

5 129 3,6 Alto

A análise do ciclo de vida do produto 6 128 3,2 Médio

A análise “swot” da marca (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças)

8 126 3,5 Alto

A análise crítica do portfólio de produtos da marca foi o item apontado como de maior

ênfase quanto à gestão estratégica da marca – valor ponderado médio de 3,6 (alto) e 56,0% de

respostas classificadas como alto ou muito alto. O item de menor ênfase na gestão estratégica

da marca foi a análise do ciclo de vida do produto – valor ponderado médio de 3,2 (médio) e

38,1% de respostas classificadas como alto ou muito alto. A análise da concorrência e a

análise “swot” da marca (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) foram classificadas com

intensidade alta de abordagem pelas companhias (respectivamente, graus médios ponderados

de 3,6 e 3,5 – 54,5% e 47,0% de respostas classificadas como alto ou muito alto).

Quanto à gestão tática da marca, todos os aspectos oferecidos foram classificados, em

média, como de intensidade média de ênfase nas companhias pesquisadas. A relação custo x

benefício de ações que impactam na marca foi o item apontado como de maior ênfase quanto

à gestão tática da marca – valor ponderado médio de 3,1 (médio) e 41,8% de respostas

classificadas como alto ou muito alto. O item de menor ênfase na gestão tática da marca foi a

análise das variações no valor de avaliação da marca – valor ponderado médio de 2,5 (médio)

e apenas 20,1% de respostas classificadas como alto ou muito alto. A análise do “break-even”

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93

– ponto de equilíbrio – para os gastos com a marca e a análise das variações na força da marca

também foram classificadas como intensidade média de abordagem pelas companhias

(respectivamente, graus médios ponderados de 2,7 e 2,8 – 23,9% e 28,4% de respostas

classificadas como alto ou muito alto).

Tabela 11: Intensidade de Ênfase de Aspectos da Gestão Tática da Marca (base

amostral: 73 companhias)

Aspectos da gestão tática da marca Não

responderam Responderam

Valor ponderado dos

que responderam

Grau de concordância que mais se aproxima

A análise do “break-even” – ponto de equilíbrio – para os gastos com a

marca 9 125 2,7 Médio

A análise das variações no valor de avaliação da marca

11 123 2,5 Médio

A análise das variações na força da marca

10 124 2,8 Médio

A relação custo x benefício de ações que impactam na marca

6 128 3,1 Médio

Khauaja (2008, p. 79), ao referir-se à abordagem dada pela empresa às marcas detidas,

alerta que o mercado tem mudado e que as empresas demoram a reagir às mudanças e alterar

a forma de gerenciamento de suas marcas. Aaker (1991, p. 16) acentua a necessidade de

enfoque na satisfação e confiança do cliente em relação à marca/produto consumida(o), o que

entrega valor à própria empresa, melhorando a eficiência e a eficácia dos programas de

marketing, a lealdade à marca, os preços e margens, as extensões da marca, a alavancagem

dos negócios e a vantagem competitiva.

4.6.1. Correlação Estatística Relacionada à Quarta Dimensão: Controle e Gestão da

Marca

As empresas que realizam avaliação financeira de suas marcas foram analisadas em

relação àquelas que em seus controles internos de gestão consideram a análise das variações

no valor da marca (Tabela 11 acima; Questão 29-b). Para esta variável, cujas respostas

basearam-se na escala Likert, foram admitidos para efeito dessa análise de correlação os

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94

respondentes que atribuíram intensidade de uso alta ou muito alta para a gestão da análise das

variações no valor da marca. O Quadro 12 demonstra que é de fato significativa a correlação

entre as variáveis (p < 0,05 e χ² > 3,841). Dessa forma, rejeita-se a hipótese nula de ausência

de correlação no caso, posto que é grande a probabilidade de que as empresas da amostra que

realizam avaliação financeira da marca monitorem as variações no valuation de suas marcas.

Quadro 12: Correlação Relacionada à Quarta Dimensão – Controle e Gestão da Marca

Variáveis em Análise Base Amostral χ² p Risco

Relativo Natureza da

evidência

Empresas que Avaliam Marcas / Empresas que

incluem em seus controles internos a análise do valor da

marca

134 9,647 0,002 3,956 entre muito

forte e fortíssima

Fonte: elaborado pelo autor, a partir de resultados de saída do SPSS

4.7. Quinta Dimensão: Indicadores de Performance da Marca

A pesquisa procurou verificar se certos atributos da marca são utilizados nas

companhias da amostra como indicadores de performance, e se são tais indicadores utilizados

como fator de cálculo para critérios de remuneração variável aos gestores dos departamentos

ou unidades responsáveis pela gestão e controle da marca.

Pôde ser identificado que em apenas 9 companhias da amostra (6,7%) indicadores de

performance são calculados com base em atributos da marca, e são tais indicadores utilizados

para remuneração variável aos gestores da marca. A maioria dos respondentes (representantes

de 75 companhias ou 56,0% da amostra) informou não haver remuneração variável aos

gestores da marca. Outros 26 respondentes (19,4%) declararam que embora haja remuneração

variável aos gestores da marca, ela não é calculada com base em critérios que levam em conta

indicadores da marca. Da amostra sondada, 24 respondentes (17,9%) informaram não se

enquadrar em nenhuma dessas opções ou mesmo desconhecer o tema – remuneração variável

aos gestores da marca – em suas companhias. A Figura 37 e a Figura 38 retratam essa

posição.

Ainda que se admitisse que a cifra correspondente aos que alegaram desconhecer o

tema em suas empresas fosse relativa a companhias em que há remuneração variável

calculada com base nos indicadores da marca, esse total seria 24,6% da amostra do presente

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trabalho. Mesmo assim, esse índice seria inferior ao verificado em pesquisa elaborada por

Günther e Kriegbaum-Kling

da amostra pesquisada referiam

pagamento de seus gestores,

Figura 37: Ocorrência de Remuneração Variável aos Gestores da Marca (número de

Aos participantes da pesquisa foi questionado c

de performance ligados às marcas

7 indicadores, a saber: Receita da marca ou de seus produtos; Rentabilidade da marca ou

seus produtos; Participação de mercado de produtos associados à marca; ROI

investment” – da marca; Valor atribuído à companhia (“valuation” da empresa); Valor

atribuído à marca (“valuation” da marca); Força da marca. A graduação de intensi

frequência com que tais indicadores são levantados pela companhia foi assim disponibilizada:

Muito Baixa = 1,0, Baixa = 2,0, Média = 3,0, Alta = 4,0 e Muito Alta = 5,0.

Nenhuma das anteriores / Não sei

Há remuneração variável, e ela é calculada com base em indicadores da marca

Há remuneração variável, mas ela não é calculada com indicadores da marca

Não há remuneração variável aos gestores da marca

trabalho. Mesmo assim, esse índice seria inferior ao verificado em pesquisa elaborada por

Kling (2001, p. 289) em companhias alemãs, que apontou que 28,0%

eferiam-se a empresas que usam incentivos financeiros para o

pagamento de seus gestores, e são tais incentivos relacionados à gestão de marcas

Figura 37: Ocorrência de Remuneração Variável aos Gestores da Marca (número de

respondentes)

participantes da pesquisa foi questionado com que frequência

de performance ligados às marcas são calculados/estimados na companhia

7 indicadores, a saber: Receita da marca ou de seus produtos; Rentabilidade da marca ou

seus produtos; Participação de mercado de produtos associados à marca; ROI

da marca; Valor atribuído à companhia (“valuation” da empresa); Valor

atribuído à marca (“valuation” da marca); Força da marca. A graduação de intensi

frequência com que tais indicadores são levantados pela companhia foi assim disponibilizada:

Muito Baixa = 1,0, Baixa = 2,0, Média = 3,0, Alta = 4,0 e Muito Alta = 5,0.

Nenhuma das anteriores / Não sei

Há remuneração variável, e ela é calculada com base em indicadores da marca

Há remuneração variável, mas ela não é calculada com indicadores da marca

Não há remuneração variável aos gestores da

24

9

26

95

trabalho. Mesmo assim, esse índice seria inferior ao verificado em pesquisa elaborada por

, p. 289) em companhias alemãs, que apontou que 28,0%

incentivos financeiros para o

gestão de marcas.

Figura 37: Ocorrência de Remuneração Variável aos Gestores da Marca (número de

om que frequência certos indicadores

são calculados/estimados na companhia. Foram oferecidos

7 indicadores, a saber: Receita da marca ou de seus produtos; Rentabilidade da marca ou de

seus produtos; Participação de mercado de produtos associados à marca; ROI – “return on

da marca; Valor atribuído à companhia (“valuation” da empresa); Valor

atribuído à marca (“valuation” da marca); Força da marca. A graduação de intensidade da

frequência com que tais indicadores são levantados pela companhia foi assim disponibilizada:

Muito Baixa = 1,0, Baixa = 2,0, Média = 3,0, Alta = 4,0 e Muito Alta = 5,0.

75

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96

Figura 38: Ocorrência de Remuneração Variável aos Gestores da Marca (participação na

amostra)

Os resultados sinalizaram (Tabela 12) que para todos indicadores, a frequência com

que são calculados nas companhias teve valor médio ponderado considerado como médio

(portanto, próximo a 3,0). A avaliação ou ”valuation” da marca foi o item em menor

frequência calculado/estimado pelas companhias em geral, com valor médio ponderado de 2,7

(apenas 27,6% de respostas de frequência para cálculo de tal indicador considerado como alta

– 4,0 – ou muito alta – 5,0). A participação de mercado de produtos associados à marca foi

apontada, dentre os indicadores oferecidos, como o indicador levantado pelas companhias da

amostra com maior frequência, com um valor médio ponderado de 3,5 (com 50,7% de

respostas de frequência para cálculo desse indicador considerado como alta – 4,0 – ou muito

alta – 5,0).

Nenhuma das anteriores / Não sei

17,9%

Há remuneração variável, e ela é

calculada com base em indicadores da

marca6,7%

Há remuneração variável, mas ela não é calculada

com indicadores da marca19,4%

Não há remuneração variável aos

gestores da marca56,0%

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97

Tabela 12: Frequência de Cálculo/Estimação de Indicadores de Performance Ligados às

Marcas

Indicadores de performance relacionados à marca

Não responderam

Responderam

Valor ponderado dos

que responderam

Grau de concordância que mais se aproxima

Receita da marca ou de seus produtos 10 124 3,3 Médio

Rentabilidade da marca ou de seus produtos

10 124 3,3 Médio

Participação de mercado de produtos associados à marca

7 127 3,5 Médio

ROI – “return on investment” – da marca

12 122 2,7 Médio

Valor atribuído à companhia (“valuation” da empresa)

9 125 3,0 Médio

Valor atribuído à marca (“valuation” da marca)

10 124 2,7 Médio

Força da marca 7 127 3,3 Médio

Esses mesmos 7 indicadores foram disponibilizados aos 9 respondentes indicados na

Figura 37, que afirmaram que suas empresas utilizam indicadores de performance para

remuneração variável aos gestores da marca. O intuito foi levantar a frequência com que tais

indicadores são utilizados com esse fim. A Tabela 13 apresenta os valores médios de

frequência de uso desses indicadores em planos de remuneração variável aos gestores da

marca, sob a mesma escala de frequência usada nos tópicos anteriores (Muito Baixa = 1,0,

Baixa = 2,0, Média = 3,0, Alta = 4,0 e Muito Alta = 5,0).

Percebe-se que a participação de mercado de produtos associados à marca, além de ser

o indicador calculado/estimado com maior frequência, é também o mais utilizado em planos

de remuneração variável aos gestores da marca, com valor médio ponderado de 4,4 (notou-se

88,9% de respostas de frequência para uso desse indicador em remuneração variável aos

gestores da marca consideradas como alta – 4,0 – ou muito alta – 5,0). O valor atribuído à

companhia (“valuation” da empresa) foi o indicador apontado como o de menor utilização em

planos de remuneração variável, com valor médio ponderado entre as empresas respondentes

de 3,0 (apenas 44,4% de respostas de frequência para uso desse indicador em remuneração

variável aos gestores da marca consideradas como alta – 4,0 – ou muito alta – 5,0).

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98

Tabela 13: Frequência de Utilização de Indicadores de Performance Ligados às Marcas

em Plano de Remuneração Variável aos Gestores da Marca (base amostral: 9 companhias)

Indicadores de performance relacionados à marca

Não responderam

Responderam

Valor ponderado dos

que responderam

Grau de concordância que mais se aproxima

Receita da marca ou de seus produtos 0 9 3,9 Alto

Rentabilidade da marca ou de seus produtos

0 9 3,9 Alto

Participação de mercado de produtos associados à marca

0 9 4,4 Alto

ROI – “return on investment” – da marca

0 9 3,2 Médio

Valor atribuído à companhia (“valuation” da empresa)

0 9 3,0 Médio

Valor atribuído à marca (“valuation” da marca)

0 9 3,2 Médio

Força da marca 0 9 3,4 Médio

Cabe pontuar sob esse parâmetro o alerta que Neal e Strauss (2008, p. 125-127)

reforçam, na direção de que o valor da marca poderia ser entendido como a soma de

benefícios tangíveis (em produtos, serviços e canais de vendas) e intangíveis, subtraindo-se,

então, os custos. E, ainda, participando do mesmo senso de materialidade do tema, Keller

(2008, p. 582) acentua que uma visão de longo prazo ditaria, assim, estratégias proativas

desenhadas para manter e melhorar o brand equity ao longo do tempo face às mudanças

externas no ambiente de mercado e às mudanças internas nos programas e objetivos de

marketing da empresa.

4.7.1. Correlações Estatísticas Relacionadas à Quinta Dimensão – Indicadores de

Performance da Marca

Para os indicadores de performance igualmente foi analisada a existência de

correlações significativas. A primeira correlação verificada foi entre as empresas que realizam

avaliação financeira de suas marcas e aquelas que utilizam esses valores apurados como

indicadores de desempenho na companhia (Tabela 12; Questão 30 do Apêndice 2). Vale

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99

observar que foram tidas como empresas que utilizam o valor da marca como indicador de

desempenho aquelas cuja frequência com que alegaram fazê-lo é alta ou muito alta. Como se

pode notar no Quadro 13, é bastante significativa a correlação entre as variáveis, com p <

0,001 e altíssimo χ². Assim, pode-se afirmar que para os casos em análise rejeita-se H0, e que

na amostra estudada as empresas que avaliam suas marcas geralmente consideram seu valor

como indicador de performance a ser utilizado.

Quadro 13: Primeira Correlação Relacionada à Quinta Dimensão – Indicadores de Performance

da Marca

Variáveis em Análise Base Amostral χ² p Risco

Relativo Natureza da

evidência

Empresas que Avaliam Marcas / Empresas que usam o valor da marca

como indicador de performance

134 27,033 0,000 10,235 fortíssima

Fonte: elaborado pelo autor, a partir de resultados de saída do SPSS

Em segundo lugar, analisou-se o relacionamento estatístico entre empresas que

monitoram sua participação de mercado, dando assim atenção a este ponto (Figura 28;

Questão 30 do Apêndice 2), e as companhias que utilizam a participação de mercado como

um indicador de desempenho válido (Tabela 12; Questão 30 do Apêndice 2). Novamente, a

utilização do indicador foi considerada nessa análise para as respostas como ocorrendo em

frequência alta ou muito alta. O resultado expresso no Quadro 14 deixa claro que é

significativa a correlação entre as variáveis analisadas, que a probabilidade (Risco Relativo)

de uma companhia que dedica atenção à participação de mercado usar tal métrica como

indicador de performance é mais de 3 vezes maior de que não usar. Está neste caso rejeitada a

hipótese nula, de ausência de associação entre as variáveis, visto que se observa p ≤ 0,05 e χ²

≥ 3,841.

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100

Quadro 14: Segunda Correlação Relacionada à Quinta Dimensão – Indicadores de Performance

da Marca

Variáveis em Análise Base Amostral χ² p Risco

Relativo Natureza da

evidência

Empresas que monitoram sua

participação de mercado X Empresas que usam

participação de mercado como indicador de

performance

134 8,945 0,003 3,086 entre muito

forte e fortíssima

Fonte: elaborado pelo autor, a partir de resultados de saída do SPSS

4.8. Outras Correlações: Empresas de Segmentos de Produtos e de Serviços

A seção 4.2 deste estudo comenta a estrutura de todos os segmentos de atuação

pesquisados na amostra, mostrando que os grupos de empresas que comercializam suas

marcas agregando-as em produtos e em serviços respondem, respectivamente, por 50,7% e

49,3% da amostra total. A Tabela 3 mostra tais grupos e subgrupos, e pode-se notar que,

aproximadamente, a mesma quantidade de empresas participantes refere-se a empresas

negociadoras de produtos e de serviços.

Para verificar se o fato da empresa comercializar produtos ou serviços é

estatisticamente significativo em relação a determinadas variáveis estudadas, algumas

verificações de correlação foram aplicadas.

As análises de correlação revelaram que nenhuma das variáveis consideradas possui

relacionamento estatisticamente significativo com o fato de a empresa atuar comercializando

produtos ou serviços. Em todos pares de variáveis analisados, as saídas do SPSS

determinaram p > 0,05 e χ² < 3,841. Para todos os pares, portanto, aceita-se a hipótese nula de

ausência de associação significativa.

As variáveis que foram comparadas, e a respectiva significância da correlação relativa

a elas, estão listadas a seguir:

- Empresas cujos gastos com as marcas são considerados como investimento, com

provável retorno futuro (Figura 14; Questão 7 do Apêndice 2): não há qualquer correlação;

- Empresas que negociaram suas marcas em algum momento (Figura 20; Questão 10

do Apêndice 2): a correlação não é estatisticamente significativa;

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101

- Empresas que realizam avaliação financeira de suas marcas (Figura 22; Questão 12

do Apêndice 2): a correlação não é estatisticamente significativa;

- Empresas que possuem um organismo específico responsável pela gestão das marcas

(Figura 35; Questão 24 do Apêndice 2): a correlação não é estatisticamente significativa;

- Empresas em que há remuneração variável aos gestores das marcas corporativas

(Figura 37; Questão 31 do Apêndice 2): a correlação não é estatisticamente significativa.

O Quadro 15 resume os resultados das correlações estatísticas comentadas:

Quadro 15: Correlações Relacionadas à Distinção entre Segmentos de Produtos e de

Serviços

Variáveis em Análise Base Amostral χ² p Risco Relativo

Natureza da evidência

Empresa de Serviços ou Produtos / Marcas como

Investimento 134 0,004 0,952 1,022 insignificante

Empresa de Serviços ou Produtos / Empresas que

Negociaram Marcas 134 1,548 0,213 0,647 insignificante

Empresa de Serviços ou Produtos / Empresas que

Avaliam Marcas 134 0,850 0,357 1,468 insignificante

Empresa de Serviços ou Produtos / Existência de Depto Responsável por

Marcas

134 1,051 0,305 0,700 insignificante

Empresa de Serviços ou Produtos / Existência de Remuneração Variável

para Gestores das Marcas

134 0,978 0,323 0,492 insignificante

Fonte: elaborado pelo autor, a partir de resultados de saída do SPSS

O comportamento das companhias da amostra quanto às variáveis das dimensões do

ativo intangível ‘marca’ aqui estudadas e descritas no Quadro 15, portanto, não tem nenhuma

correlação significativa com o fato de serem tais companhias de segmentos de atuação que

vendem produtos ou que prestam serviços.

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102

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho objetivou investigar qual é a percepção geral, o método de controle e a

avaliação do ativo intangível ‘marca’ em empresas em operação no Brasil. Assim, da amostra

pesquisada de 134 companhias atuantes no Brasil, foram extraídos detalhes de cinco

dimensões da marca: percepção sobre sua importância, avaliação financeira, reconhecimento

contábil de seu valor, gestão desse ativo intangível e de seu uso como indicador de

performance tática e estratégica.

A primeira dimensão da marca que o estudo abordou foi a Percepção Geral da Marca.

Embora 66,5% da amostra enxergassem nos gastos com as marcas um caráter de investimento

visando a retornos, parte importante (26,9%) considera os gastos com as marcas da empresa

apenas como despesas correntes, o que denota o possível desinteresse das companhias em

executar ações relacionadas às marcas, já que estas não redundariam em retornos financeiros.

Os gastos ligados à marca mais citados pelos respondentes referem-se à propaganda, proteção

de marcas e patentes e melhoria na qualidade do produto, itens lembrados por mais da metade

da amostra (respectivamente, 71,6%, 59,7% e 55,2% das empresas investigadas). São itens

diretamente ligados aos produtos. Pouco mais da metade (51,5%) das companhias

investigadas nunca realizou qualquer transação de compra ou venda de marcas, enquanto

21,6% negociaram suas marcas juntamente com transação de compra ou venda da companhia,

e 15,7% negociaram marcas independentemente de movimentos societários. Os testes

estatísticos demonstraram que é significativa a correlação entre as empresas de grande porte e

a negociação de marcas. Tais números revelam que embora marcas não sejam um tema

desprezado nas empresas, sua importância e potencial de retornos ainda são subestimados.

A Avaliação da Marca, segunda dimensão estudada, é entendida por 92,5% das

organizações da amostra como uma atividade que deve incluir a mensuração financeira.

Entretanto, 77,6% das empresas não realizam avaliações financeiras de suas marcas. Dentre as

empresas que avaliam suas marcas (apenas 30 empresas, 22,4% da amostra), elas o fazem

principalmente para uso em movimentos societários e acordos, e se utilizam de métodos

variados para a avaliação. É estatisticamente significativa a correlação entre as empresas de

maior porte e as empresas que realizam avaliação de suas marcas, mas não é significativo o

relacionamento entre elas e as que admitem que gastos com as marcas são um investimento

para posterior retorno. Na visão das 134 empresas consultadas, os itens que mais impactam o

valor da marca são a imagem da marca, a qualidade do produto e a satisfação do cliente,

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103

aspectos lembrados por cerca de 90,0% dos consultados; mas as empresas admitem que não

têm doado a devida atenção a eles na mesma proporção em que os consideram importantes.

Aspectos ligados à avaliação financeira da marca não são, portanto, prioritários para a maior

parte das empresas estudadas.

Quanto ao Reconhecimento Contábil e Gerencial do Valor das Marcas – terceira

dimensão estudada – foi constatado que é a maioria das companhias sondadas não estão a par

do adequado registro contábil do valor das marcas; apenas 19,4% dos respondentes afirmaram

conhecer e acompanhar o devido pronunciamento técnico. A utilização do valor da marca em

relatórios gerenciais também não é majoritário na amostra, tendo estado restrito a 17,9% das

companhias pesquisadas. Da amostra total, 31,3% realiza conversão das peças contábeis para

princípios norte-americanos e, destes, 28,6% observam o devido pronunciamento técnico.

Para a maioria das empresas da amostra, além de não mensurado o valor da marca recebe

também pouco enfoque em relatórios contábeis e gerenciais.

A quarta dimensão deste trabalho tratou do Controle e Gestão das Marcas. Foi

detectado que 54,5% das empresas da amostra possuíam um órgão de gestão interna

responsável pelo controle das marcas, sendo em 64,4% de tais companhias o Departamento de

Marketing de Produto o órgão responsável pela gestão das marcas corporativas. Os escores da

escala Likert apontaram que a tarefa mais frequentemente efetuada no órgão é o

desenvolvimento da estratégia da marca, e a menos realizada é a análise de retorno dos

investimentos realizados na marca – apesar de dois terços da amostra alegar perceber os

gastos com a marca como um investimento. Considerando a ênfase às atividades de gestão em

todas as empresas da amostra, os escores resultaram para todas atividades listadas média ou

alta intensidade de atitude, sendo que os escores mais altos apontaram as análises da

concorrência e do portfólio de produtos quanto à gestão estratégica da marca. Quanto à gestão

tática, os maiores escores se relacionaram ao estudo do custo x benefício nas ações relativas à

marca. Pôde ser verificado também na amostra que empresas que avaliam suas marcas têm

maior probabilidade de incluir em seus controles internos a análise das variações do valor da

marca, sendo a correlação entre ambas variáveis significativa. Muito embora pouco mais da

metade das companhias sondadas tenha um órgão responsável pela gestão das marcas, vê-se

que as empresas observadas têm de alguma forma gerido internamente aspectos ligados às

marcas.

Esta pesquisa, por fim, abordou uma quinta dimensão da marca, os Indicadores de

Performance da Marca. Somente 6,7% das companhias da amostra trabalham com

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104

remuneração variável calculada com base em indicadores da marca. Os escores da escala

Likert usada na amostra para aferir a frequência de utilização de determinados indicadores de

performance demonstraram o mesmo resultado para ambos os grupos, os que oferecem

remuneração variável com base em indicadores da marca e os que não oferecem. Embora com

pesos diferentes, os resultados foram semelhantes: os escores mais altos sugeriram maior

frequência de uso do indicador que mede a participação de mercado dos produtos associados à

marca. A diferença reside no fato que, embora as empresas da amostra alegassem calculá-lo

frequentemente, somente para 9 das 134 companhias tal indicador é usado para remunerar os

responsáveis pela gestão do ativo intangível ‘marca’.

Das 134 companhias pesquisadas, 68 comercializavam produtos e 66 comercializavam

serviços, e entre tais subgrupos a sondagem resultou respectivamente 21 e 15 setores de

atividade representados. Os testes estatísticos mostraram que não há relacionamento

significativo entre o fato das empresas comercializarem produtos e serviços e aspectos ligados

a cada uma das cinco dimensões estudadas. Ou seja, embora atualmente se veja grandes e

muitas empresas que prestam serviços especializados, as empresas prestadoras de serviços na

amostra não demonstraram dispensar tratamento diferenciado às marcas.

Dignas de nota são as respostas dadas à uma última questão colocada aos respondentes

do levantamento realizado nesta pesquisa. A pergunta foi: “Ao concluir esse questionário, o

Sr. (Sra.) entende que a companhia deve dedicar maior atenção ao ativo ‘marca’?”. Da base

amostral de 134 empresas, respondentes de 113 companhias (84,3%) afirmaram que sim, que

suas companhias devem dedicar maior atenção às marcas. Um número expressivo, que indica

que as próprias empresas reconhecem o déficit entre o cuidado que deveria ser dedicado às

marcas e aquilo que tem sido a realidade de tais empresas.

No levantamento efetuado neste trabalho, pôde-se verificar que a maioria das

empresas observadas dedica pouca atenção ao ativo intangível ‘marca’. Verificou-se também

que a avaliação financeira das marcas não é praticada pela maioria das companhias da

amostra. Entre as que avaliam monetariamente suas marcas, não há uma incidência

majoritária de nenhum modelo de avaliação em particular.

O presente estudo baseou-se em amostra não probabilística, portanto não

generalizável, e não pretende esgotar o tema, mas chega a conclusões semelhantes ao estudo

realizado há uma década em empresas alemãs por Günther e Kriegbaum-Kling (2001, p. 263-

294). Assim, fornece “insights” que podem vir a ensejar novos estudos a respeito, por

exemplo, a abordagem do cotejo entre avaliações da marca de uma mesma companhia

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realizada sob dois modelos diferentes de avaliação. Outra possibilidade para futuros trabalhos

é a análise da variação nos valores das marcas em empresas que exercem controle mais rígido

sobre as marcas, e nas que não o fazem.

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APÊNDICES

Apêndice 1 – Mensagem eletrônica de encaminhamento da pesquisa Apêndice 2 – Questionário Apêndice 3 – Esquema lógico dos quesitos do questionário

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Apêndice 1 – Mensagem eletrônica de encaminhamento da pesquisa

Para: XXX De: Ricardo Cavalcanti Alves Data: XX/XX/XXXX XX:XX Assunto: Pesquisa sobre Avaliação e Gestão de Marcas ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Caro colega, profissional de Finanças ou Controladoria: Sou mestrando do Curso de Controladoria da Universidade Presbiteriana Mackenzie, e estou realizando uma pesquisa sobre a Avaliação e a Gestão de Marcas em empresas. Nesse sentido, entro em contato para pedir ao colega que participe desta pesquisa, acessando o link a seguir: https://www.survs.com/survey/C8IG8BEXNP Trata-se de um questionário online, com perguntas de múltipla escolha e tempo estimado de preenchimento de 15 minutos. Não haverá identificação nominal do respondente, para manter-se a respectiva confidencialidade. Ao concluir as respostas, por favor cite se deseja receber o resultado do levantamento. Meu muito obrigado! Ricardo Cavalcanti Alves Mestrado Profissional em Controladoria Empresarial Orientador: Prof. Dr. Marco Milani Universidade Presbiteriana Mackenzie Julho/Agosto de 2011

� (19) 9104-8971 � [email protected]

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Apêndice 2 – Questionário adaptado a partir do leiaute online

QUESTÃO INICIAL As informações aqui coletadas serão tratadas de forma confidencial. Toda análise e compilação do trabalho ocorrerão apenas de forma conjunta, nunca individual. Nos últimos anos, as relações de consumo e as negociações corporativas (alterações de controle, fusões, aquisições, cisões, etc.) têm motivado maior atenção às MARCAS, símbolos e nomes nas empresas. 1.Sua empresa é detentora de pelo menos uma marca, com a qual comercializa seus produtos ou serviços?

a) SIM b) NÃO

BLOCO 0 - IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA E DO RESPONDENTE 2.Qual setor econômico / segmento em que a empresa atua? Petróleo, Gás e Biocombustíveis Mineração - Minerais Metálicos Siderurgia e Metalurgia Químicos Madeira e Papel Embalagens Bens Industriais - Material de Transporte Bens Industriais - Equipamentos Elétricos Bens Industriais - Máquinas e Equipamentos Construção e Engenharia Serviços de Transporte, Apoio e Exploração de Rodovias Indústria - Agropecuária/Agricultura Indústria - Alimentos Processados Indústria - Bebidas Indústria - Fumo Indústria - Prods. de Uso Pessoal e de Limpeza Indústria - Medicamentos e Outros Produtos Indústria - Tecidos, Vestuário e Calçados Indústria - Utilidades Domésticas Indústria - Automóveis e autopeças Indústria - Elétrico e Eletrônico Indústria - Metalmecânica

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Indústria - Lazer/Bicicletas/Brinquedos/Jogos Indústria - Outros Comércio em Geral Serviços de Saúde, Hospitalares e de Bem Estar Serviços de Mídia Serviços de Hotelaria e Restaurantes Serviços de Lazer Serviços de Consultoria Serviços Educacionais, Editoras e Gravadoras Serviços de Aluguel de Carros, Segurança Patrimonial Serviços - outros Tecnologia da Informação - Computadores e Equipamentos Tecnologia da Informação - Programas e Serviços Telecomunicações - Telefonia Fixa Telecomunicações - Telefonia Móvel Utilidade Pública - Energia, Água, Saneamento, Gás Serviços Financeiros - Bancos e Intermediadores Serviços Financeiros - Securitizadoras de Recebíveis Serviços Financeiros - Fundos Serviços Financeiros - Previdência, Seguros e Corretoras Serviços Financeiros - Holdings Diversificadas Serviços Financeiros - Outros 3.Qual faixa de faturamento bruto da empresa no último exercício? Menor que R$ 2,4 milhões Entre R$ 2,4 milhões e R$ 16 milhões Entre R$ 16 milhões e R$ 90 milhões Entre R$ 90 milhões e R$ 300 milhões Maior que R$ 300 milhões 4.Em qual área ou departamento o Sr. (Sra.) trabalha? Controladoria Finanças Comercial Jurídico Alta Administração – sócio ou diretor da companhia Outro, favor especificar: 5.Qual seu cargo na área ou departamento em que atua? Presidente Vice-Presidente Diretor Gerente Supervisor Coordenador Chefe de Departamento Analista

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Assistente Outro, favor especificar: 6.Há quanto tempo o Sr. (Sra.) trabalha na empresa? Há menos de 1 ano Entre 1 e 5 anos Entre 6 e 10 anos Há mais de 10 anos BLOCO 1 - PERCEPÇÃO GERAL DA MARCA 7.Em sua avaliação, como a companhia em que trabalha entende os gastos que tem com suas marcas? a) Como despesas correntes da empresa b) Como um investimento com provável retorno no futuro c) Ambos d) Nenhum dos anteriores / Não sei 8.Em sua visão, que tipo de despesa relacionada às marcas a empresa tem realizado (assinale tantas opções quantas entender adequado)? a) Proteção das marcas e patentes b) Propaganda c) Pesquisa de mercado d) Assistência em campo / serviços de pós-venda e) Pesquisa e desenvolvimento do produto f) Melhoria na qualidade do produto g) Embalagens ou rótulos h) Gestão interna de qualidade i) Produção de produtos acabados j) Outro - favor especificar: 9.A empresa já negociou (adquiriu ou vendeu) MARCAS? a) Comprou b) Vendeu c) Comprou e Vendeu d) Nunca comprou nem vendeu e) Não sei 10.Visto então que a empresa já adquiriu ou vendeu marcas, a empresa: a) Comprou ou vendeu juntamente com a transação de compra ou venda da companhia b) Comprou ou vendeu em outra circunstância c) Não sei

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BLOCO 2 - AVALIAÇÃO DA MARCA 11.Avaliação da marca: em sua visão, como deveria ser a mensuração do VALOR das marcas? a) Deve ser basicamente financeira b) Deve ser basicamente qualitativa c) Deve ser financeira e qualitativa d) Não há bons motivos para se avaliar uma marca e) Nenhuma das opções anteriores / Não sei 12.A empresa realizou avaliação financeira da marca nos últimos 5 anos? a) Sim b) Não c) Não sei 13.Em sua opinião, quais são os motivos pelos quais a avaliação das marcas NÃO tem sido realizada? a) Não há um método adequado para a avaliação de marcas b) Não há utilidade em se ter uma marca avaliada c) A avaliação de marcas, embora útil, consome muito tempo d) A avaliação de marcas, embora útil, consome muito dinheiro e) A avaliação de marcas, embora útil, consome muito tempo e dinheiro f) Nenhuma das anteriores / Não sei 14.Com que frequência é realizada a avaliação das marcas da empresa? a) Mensalmente b) Trimestralmente c) Semestralmente d) Anualmente e) A cada dois ou mais anos f) Não há um padrão 15.Que utilização a avaliação das marcas tem tido na empresa? Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta Não sei Para fins de controle interno Prática do "premium price" na venda dos produtos Cálculo de valores a pagar por royalties e licenças de uso Para usar marcas como garantia de operações Decisões do orçamento de gastos com a marca

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Verificação de mau uso ou subestimação da marca Para movimentos de fusões, aquisições, “joint-ventures” ou “spin-off” Para cálculo de remuneração variável de gestores 16.Que método – ou métodos – tem sido usado para a avaliação das marcas da companhia (assinale tantas opções quantas entender adequado)? a) Avaliação realizada pela empresa de consultoria especializada INTERBRAND b) Avaliação realizada pela empresa de consultoria especializada MILLWARD BROWN c) Avaliação realizada por outra empresa de consultoria especializada em marcas d) Avaliação realizada por empresa de Auditoria e) Avaliação interna - Levantamento do custo da marca adquirida (valor da marca = custo de aquisição da marca) f) Avaliação interna - Comparação com valor de marca de outras empresas do ramo de atividade Outro, favor especificar: 17.Em sua visão, qual é a importância das características a seguir, na determinação do método de avaliação das marcas? Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta Não sei Reputação do método no mercado Coerência dos critérios do método Objetividade do método Possibilidade de checagem dos cálculos Relação custo x benefício do gasto com a avaliação 18.Em que grau o Sr. (Sra.) entende serem verdadeiras as afirmações a seguir: Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto Não sei a) Um processo de budget que considera gastos e retorno com as marcas em seu bojo leva a companhia a um melhor uso de recursos. b) A avaliação da marca incentiva o investimento na gestão e desenvolvimento da marca, pois a marca seria vista como um ativo da empresa. c) O valor da marca como indicador de performance dos responsáveis pela gestão da marca traz motivação aos mesmos. d) O valor da marca como indicador de performance deve ser fator de remuneração variável aos responsáveis pela gestão da marca.

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e) A avaliação da marca promove uma maior interação entre os departamentos de marketing, finanças e controladoria. 19.Em sua visão: A- Quais itens abaixo INFLUENCIAM o valor da marca? B- Para quais itens abaixo a companhia tem dedicado ATENÇÃO? (Marque para cada item: "A", "B", em ambos, ou em nenhum) A - INFLUENCIA o valor da marca B - a empresa tem dado ATENÇÃO Imagem da marca Conhecimento da marca Lealdade à marca Idade da marca “Premium-price” em relação à concorrência Proteção das marcas e patentes detidas Potencial de imitação da marca por terceiros Possibilidade de venda da marca a terceiros Qualidade do produto Portfólio de produtos da marca Preços dos produtos da marca Participação de mercado Imagem da empresa Satisfação do cliente Despesas com propaganda BLOCO 3 - RECONHECIMENTO CONTÁBIL E GERENCIAL DO VALOR DAS MARCAS 20.A contabilidade local leva em conta o Pronunciamento Técnico CPC-04 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, que discorre sobre ativos intangíveis? a) Sim, pois contabiliza(ou) apenas o reflexo de transações de compra ou de venda de marca b) Não, pois contabiliza(ou) valor de marca gerada pela própria companhia c) Não sei bem ao certo, mas o tema faz parte do escopo de revisão de nossos auditores independentes d) Desconheço o pronunciamento e) Nenhuma das anteriores 21.A companhia usa o valor da marca em relatórios gerenciais, não necessariamente vinculados aos contábeis? a) Sim b) Não c) Não sei

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22.A companhia realiza conversão dos demonstrativos financeiros para princípios contábeis norte-americanos? a) Sim b) Não c) Não sei

23.Nos critérios de conversão para princípios contábeis norte-americanos, foram o observados o disposto no SFAS-141 e SFAS-142 de Statement of Financial Accounting Standards – SFAS? a) Sim, pois tenho a informação que o SFAS acompanha o CPC nesse tema b) Não sei bem ao certo, mas o tema faz parte do escopo de revisão de nossos auditores independentes c) Desconheço o SFAS d) Nenhuma das anteriores BLOCO 4 - CONTROLE E GESTÃO DA MARCA 24.A responsabilidade pela gestão e controle das marcas está formalmente atribuída a um departamento ou unidade de negócio específicos? a) Sim b) Não c) Não sei 25.Qual é este departamento ou unidade responsável pela gestão e controle das marcas (assinale tantas opções quantas entender adequado)? a) Departamento de Marketing – Produto b) Departamento de Marketing – Promoção de Vendas c) Departamento de Marcas e Patentes d) Departamento de Vendas e) Departamento de Controladoria f) Departamento Financeiro g) Departamento Jurídico h) Departamento de Gestão da Qualidade i) Alta Administração – sócio(s) ou diretor(es) da companhia j) Unidade matriz/controladora da empresa k) Fica a cargo quase exclusivo de agência externa de publicidade Outro, favor especificar: 26.Em sua visão, qual importância os elementos a seguir têm assumido no departamento/unidade responsável pelas marcas? Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta

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Não sei A marca O produto A categoria/família de produtos O mercado 27.Com que frequência as seguintes tarefas têm sido abordadas no departamento/unidade responsável pelas marcas? Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta Não sei Desenvolvimento da estratégia da marca Análise de retorno sobre investimento nas marcas Acompanhamento do performance dos produtos relacionados à marca Cooperação com agência de publicidade 28.Em sua visão, com que intensidade a gestão ESTRATÉGICA da marca em sua companhia tem enfatizado os seguintes aspectos: Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta Não sei a) A análise da concorrência b) A análise crítica do portfólio de produtos da marca c) A análise do ciclo de vida do produto d) A análise “swot” da marca (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) 29.Em sua visão, com que intensidade a gestão TÁTICA da marca em sua companhia tem enfatizado os seguintes aspectos: Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta Não sei a) A análise do “break-even” – ponto de equilíbrio – para os gastos com a marca b) A análise das variações no valor de avaliação da marca c) A análise das variações na força da marca d) A relação custo x benefício de ações que impactam na marca

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BLOCO 5 - INDICADORES DE PERFORMANCE 30.Com que frequência os seguintes indicadores são calculados/estimados na companhia? Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta Não sei Receita da marca ou de seus produtos Rentabilidade da marca ou de seus produtos Participação de mercado de produtos associados à marca ROI – “return on investment” – da marca Valor atribuído à companhia (“valuation” da empresa) Valor atribuído à marca (“valuation” da marca) Força da marca 31.Há remuneração variável aos gestores ligados às marcas? Ela é calculada com base em indicadores da marca? a) Há remuneração variável, e ela é calculada com base em indicadores da marca b) Há remuneração variável, mas ela não é calculada com indicadores da marca c) Não há remuneração variável aos gestores da marca d) Nenhuma das anteriores / Não sei 32.Com que frequência os indicadores a seguir são considerados em planos de remuneração aos gestores responsáveis pelas marcas? Muito baixa Baixa Média Alta Muito alta Não sei Receita da marca ou de seus produtos Rentabilidade da marca ou de seus produtos Participação de mercado de produtos associados à marca ROI – “return on investment” – da marca Valor atribuído à companhia (“valuation” da empresa) Valor atribuído à marca (“valuation” da marca) Força da marca QUESTÕES FINAIS

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33.Ao concluir esse questionário, o Sr. (Sra.) entende que a companhia deve dedicar maior atenção ao ativo ‘marca’? a) Sim b) Não c) Não sei 34.NÃO haverá qualquer identificação de sua companhia. Apenas para controle da pesquisa, peço por favor citar o nome de sua empresa. Obrigado. 35.Caso deseje receber sumário do resultado desta pesquisa, favor preencher os campos a seguir. Nome: Email: AGRADECIMENTO OBRIGADO por ter respondido a este questionário! Por favor, clique em "Terminar".

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Apêndice 3 – Esquema lógico dos quesitos do questionário

sim

não

1.Sua empresa é detentora de pelo menos uma marca, com a qual

comercializa seus produtos ou serviços?

2.Qual setor econômico / segmento em que a empresa atua?

3.Qual faixa de faturamento bruto da empresa no último exercício?

4.Em qual área ou departamento o Sr. (Sra.) trabalha?

5.Qual seu cargo na área ou departamento em que atua?

6.Há quanto tempo o Sr. (Sra.) trabalha na empresa?

BLOCO 0 - IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA E DO RESPONDENTE

G

A

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9. A empresa

já negociou (adquiriu ou vendeu) MARCAS?

não

sim

BLOCO 1 – PERCEPÇÃO GERAL DA MARCA

7.Em sua avaliação, como a companhia em que trabalha entende os gastos que tem com suas marcas?

8.Em sua visão, que tipo de despesa relacionada às marcas a empresa tem realizado?

10.Visto então que a empresa já adquiriu ou vendeu marcas, a empresa...:

A

B

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sim

12. A empresa realizou

avaliação financeira da marca nos

últimos 5 anos?

11.Avaliação da marca: em sua visão, como deveria ser a mensuração do VALOR das marcas?

13.Em sua opinião, quais são os motivos pelos quais a avaliação das marcas NÃO tem sido realizada?

14.Com que frequência é realizada a avaliação das marcas da empresa?

15.Que utilização a avaliação das marcas tem tido na empresa?

16.Que método – ou métodos – tem sido usado para a avaliação das marcas da companhia?

17.Em sua visão, qual é a importância das características a seguir, na determinação do método de avaliação das marcas?

18.Em que grau o Sr. (Sra.) entende serem verdadeiras as afirmações a seguir:

19.Em sua visão: A- Quais itens abaixo INFLUENCIAM o valor da marca? B- Para quais itens abaixo a companhia tem dedicado ATENÇÃO?

BLOCO 2 – AVALIAÇÃO DA MARCA

B

C

não

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sim

não

22. A companhia realiza conversão dos

demonstrativos financeiros para

princípios contábeis norte-americanos?

20.A contabilidade local leva em conta o Pronunciamento Técnico CPC-04 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, que discorre sobre ativos intangíveis?

21.A companhia usa o valor da marca em relatórios gerenciais, não necessariamente vinculados aos contábeis?

23.Nos critérios de conversão para princípios contábeis norte-americanos, foram o observados o disposto no SFAS-141 e SFAS-142 de Statement of Financial Accounting Standards – SFAS?

BLOCO 3 – RECONHECIMENTO CONTÁBIL E GERENCIAL DO VALOR DAR MARCAS

C

D

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sim

não

24. A responsabilidade

pela gestão e controle das marcas está formalmente atribuída a um

departamento ou unidade de negócio específicos?

BLOCO 4 – CONTROLE E GESTÃO DA MARCA

25.Qual é este departamento ou unidade responsável pela gestão e controle das marcas?

26.Em sua visão, qual importância os elementos a seguir têm assumido no departamento/unidade responsável pelas marcas?

27.Com que frequência as seguintes tarefas têm sido abordadas no departamento/unidade responsável pelas marcas?

28.Em sua visão, com que intensidade a gestão ESTRATÉGICA da marca em sua companhia tem enfatizado os seguintes aspectos:

29.Em sua visão, com que intensidade a gestão TÁTICA da marca em sua companhia tem enfatizado os seguintes aspectos:

D

E

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31.Há remuneração

variável aos gestores ligados às marcas? Ela é calculada com base em

indicadores da marca?

sim

não

BLOCO 5 – INDICADORES DE PERFORMANCE

30.Com que frequência os seguintes indicadores são calculados/estimados na companhia?

32.Com que frequência os indicadores a seguir são considerados em planos de remuneração aos gestores responsáveis pelas marcas?

E

F

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QUESTÕES FINAIS

34. NÃO haverá qualquer identificação de sua companhia. Apenas para controle da pesquisa, peço por favor citar o nome de sua empresa. Obrigado.

35. Caso deseje receber sumário do resultado desta pesquisa, favor preencher os campos a seguir.

33. Ao concluir esse questionário, o Sr. (Sra.) entende que a companhia deve dedicar maior atenção ao ativo ‘marca’?

OBRIGADO por ter respondido a este

questionário! Por favor, clique em "Terminar".

F

G