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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ANÁLISE DOS IMPACTOS DA OPERAÇÃO URBANA PORTO MARAVILHA NA MOBILIDADE DO CENTRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO REBECA LEMOS DE CARVALHO MAFFRA 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ANÁLISE DOS IMPACTOS DA OPERAÇÃO URBANA PORTO MARAVILHA NA

MOBILIDADE DO CENTRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

REBECA LEMOS DE CARVALHO MAFFRA

2019

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ANÁLISE DOS IMPACTOS DA OPERAÇÃO URBANA PORTO MARAVILHA NA

MOBILIDADE DO CENTRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

REBECA LEMOS DE CARVALHO MAFFRA

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Paulo Cezar Martins

Ribeiro

RIO DE JANEIRO

Março de 2019

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ANÁLISE DOS IMPACTOS DA OPERAÇÃO URBANA PORTO MARAVILHA NA

MOBILIDADE DO CENTRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

REBECA LEMOS DE CARVALHO MAFFRA

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

________________________________________________

Prof. Paulo Cezar Martins Ribeiro, Ph.D.

______________________________________________

Prof. Giovani Manso Ávila, D.Sc.

________________________________________________

Prof. Luiz Afonso Penha de Sousa, M.Sc.

RIO DE JANEIRO

Março de 2019

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Maffra, Rebeca Lemos de Carvalho

Análise dos impactos da Operação Urbana Porto Maravilha na

mobilidade no Centro do Cidade do Rio de Janeiro/ Rebeca

Lemos de Carvalho Maffra – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola

Politécnica, 2019.

xvi, 70 p.:il.; 29,7 cm.

Orientador: Paulo Cezar Martins Ribeiro

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Civil, 2019.

Referências Bibliográficas: p. 3-46

1. Introdução 2. Região Central do Rio de Janeiro 3.

Fundamentação Teórica 4. Modelagem da Rede de Tráfego 5.

Apresentação e Análise dos Resultados 6. Conclusão

I. Ribeiro, Paulo Cezar Martins; II. Universidade Federal do

Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil.

III. Engenheira Civil

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“Dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários.”

C.S Lewis

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Dedico este trabalho aos meus pais, aos

meus irmãos e aos meus amigos por todo o

apoio e compreensão durante toda esta

caminhada.

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vii

AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a minha família: a minha mãe, Irani, ao meu pai,

Waldeck, e aos meus irmãos, Caetano e Gabriel por estarem a todos os momentos ao meu

lado, me dando apoio e motivação, mesmo nos momentos que precisei estar ausente

devido à responsabilidades acadêmicas.

Agradeço ao meu orientador, Paulo Cezar, por ter me dado a oportunidade de

conhecer e me aprofundar na área de Engenharia de Transportes, através da iniciação

científica, que iniciei em 2014 no laboratório RioBus do Programa de Engenharia de

Transportes – PET/ COPPE. Além do conhecimento transmitido, agradeço a amizade

durante todos os 5 anos de convivência. No PET também tive o prazer de fazer grandes

amigos, os quais agradeço as trocas de experiências, suporte e conselhos, sempre de

maneira proativa.

Ao longo de toda a graduação fui uma estudante muito inquieta, e na UFRJ tive a

oportunidade de conhecer muitas vertentes distintas: equipe de competição,

empreendedorismo social, centro acadêmico, pesquisa acadêmica, aulas de francês, aulas

de inglês. Todas as experiências muito diferentes, mas que me agregaram e me fizeram

crescer profissionalmente e pessoalmente, apresentando-me à diferentes conceitos e

pessoas, com diferentes pensamentos e costumes.

A UFRJ é hoje uma universidade heterogenia, que auxiliou o meu

desenvolvimento não somente como aluna, pesquisadora e profissional, mas também

como ser humano. Foram anos, apesar de difíceis e corridos, felizes. Foram tempos de

muito estudo, de noites mal dormidas, mas também de muitas comemorações. Levarei

amizades para uma vida inteira, não somente nascidas nos corredores do curso de

Engenharia Civil, mas também no da Elétrica, Naval, Metalúrgica... Desde a Copiadora

até às salas de aula. Amigos estes, que estiveram comigo nos estudos, na pressa de todos

os dias, nos almoços, que foram meu despertador por algumas vezes, que me ouviram e

foram ouvidos por tantas vezes nesta graduação. Amigos que estiveram juntos deste as

lamentações às infinitas festas.

Finalizo aqui meus agradecimentos, sendo grata aos docentes, que me passaram

grande parte do conteúdo acadêmico que me forma hoje, a Engenheira que sou.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como

parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

ANÁLISE DOS IMPACTOS DA OPERAÇÃO URBANA PORTO MARAVILHA NA

MOBILIDADE DO CENTRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO

REBECA LEMOS DE CARVALHO MAFFRA

Março de 2019

Orientador: Paulo Cezar Martins Ribeiro

O aumento acelerado dos congestionamentos tem se tornado um grande problema em

todo mundo. Em vista disso, o planejamento de transporte tem obtido cada vez mais

importância com o passar dos anos.

Este trabalho visa analisar o tráfego na região central do Rio de Janeiro, que é uma área

majoritariamente empresarial, com os deslocamentos principais por motivo trabalho. No

ano de 2014, ocorreu nesta região as obras do Porto Maravilha, que provocaram mudanças

relevantes na rede viária local, com destaque aos indicadores de tráfego – velocidade

média e tempo de viagem.

Com o auxílio de microssimulações foram analisados os impactos decorrentes das obras

do Porto Maravilha, com o objetivo de identificar as alterações das características do

tráfego na localidade. Os fluxos de veículos foram obtidos por meio de pesquisas de

campo anteriormente, durante e após as obras, e foram analisados neste estudo,

modelados e simulados através do software de microssimulação TSIS-CORSIM.

Dados de evolução da demanda por passageiros nos transportes públicos não rodoviários

foram analisados, bem como os indicadores de tráfego provindos das microssimulações

a fim de avaliar o impacto das obras para o usuário e para a rede de tráfego.

Palavras-chave: Engenharia de Tráfego; Fluxo de Veículos; Volume de Tráfego;

Microssimulação; TSIS-CORSIM; Planejamento de Transportes; Rio de Janeiro.

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ix

Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment

of the requirements for the degree of Engineer.

ANALYSIS OF THE IMPACTS TO THE PORTO MARAVILHA URBAN

OPERATION ON THE MOBILITY IN THE CENTER OF THE CITY RIO DE

JANEIRO

REBECA LEMOS DE CARVALHO MAFFRA

March 2019

Adviser: Paulo Cezar Martins Ribeiro

The increase of traffic jam has become a major problem all over the word. In that way,

transport planning has become more important over the years.

This study aims to analyze the traffic in the central region of Rio de Janeiro, which is a

predominantly business district, with the main journeys for work purpose. In 2014, in this

neighborhood the works of Porto Maravilha took place in this region, which caused

significant changes in the local road network, highlighting traffic indicators - average

speed and travel time.

With the aid of micro-simulations, the impacts of the works of Porto Maravilha were

analyzed, aiming to identify the changes in traffic characteristics in the locality. Vehicle

flows were obtained through field surveys previously, during and after the works, and

were analyzed in this study, modeled and simulated using TSIS-CORSIM

microsimulation software.

Data on the evolution of the demand for passengers in non-road public transport were

analyzed, as well as the traffic indicators from the microsimulations in order to assess the

impact of the works for the user and the traffic network.

Keywords: Traffic Engineering; Flow of Vehicles; Traffic Volume; Microsimulation;

TSIS-CORSIM; Transportation Planning; Rio de Janeiro.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Áreas de Planejamento da Cidade do Rio de Janeiro ...................................... 5

Figura 2 - Áreas de Planejamento e Regiões Administrativas da Cidade do RJ .............. 5

Figura 3 - Bairros Pertencentes à AP1.............................................................................. 6

Figura 4 - Regiões Administrativas na AP1 ..................................................................... 7

Figura 5 - Mapa Ampliado do Centro do Rio de Janeiro ................................................. 8

Figura 6 - Área de Especial Interesse Urbanístico (AEIU) da Região Portuária do RJ ... 9

Figura 7- Terceira Etapa da Retirada do Elevado da Perimetral .................................... 12

Figura 8 – Quinta Etapa da Retirada do Elevado da Perimetral ..................................... 13

Figura 9 - Malha Ferroviária com Estações de Parada do VLT ..................................... 17

Figura 10 - Estação de Trem Central do Brasil .............................................................. 19

Figura 11 - Estações de Metrô que Impactam na Região de Estudo .............................. 23

Figura 12 - Linhas de Transporte Hidroviário que Ligam ao Centro do RJ ................... 25

Figura 13 - Relação entre Velocidade e Volume ............................................................ 31

Figura 14 - Relação entre Velocidade e Densidade ........................................................ 32

Figura 15 - Relação entre Volume e Densidade ............................................................. 32

Figura 16 - Contador Manual para Levantamento de Fluxos ......................................... 33

Figura 17 - Resumo Geral Relatório de Dados Interface CORSIM ............................... 41

Figura 18 - Interface Gráfica TRAFED .......................................................................... 41

Figura 19 - Detalhe Interface Gráfica TRAFED ............................................................ 42

Figura 20 - Animação Interface TRAFVU ..................................................................... 42

Figura 21 - Detalhe Animação Interface TRAFVU ....................................................... 43

Figura 22 - Área de Estudo com a Demarcação das Principais Vias Arteriais .............. 47

Figura 23 - Exemplo de Ficha de Campo ....................................................................... 51

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Evolução dos Passageiros Por Modo na Cidade do Rio de Janeiro ............. 14

Gráfico 2 - Viagens Diárias na RMRJ ............................................................................ 15

Gráfico 3 - Proporção dos Passageiros de Trem Segundo Subsistema .......................... 19

Gráfico 4 - Evolução da Quantidade de Passageiros nos Trens do RJ ........................... 20

Gráfico 5 - Evolução da Quantidade de Passageiros Transportados pelo Metrô ........... 22

Gráfico 6- Passageiros Transportados pelo Metrô nas Estações da Rede de Estudo ..... 24

Gráfico 7 - Evolução da Quantidade de Passageiros Transportados nas Barcas ............ 25

Gráfico 8 - Frota de Veículos por Tipo na Cidade do RJ ............................................... 30

Gráfico 9 - Evolução dos Fluxos Totais nas Entradas e Saídas no Horário de Pico ...... 58

Gráfico 10 - Distância Total Percorrida (Km) ................................................................ 59

Gráfico 11 - Tempo de Viagem (h) ................................................................................ 60

Gráfico 12 - Velocidade Média da Rede ........................................................................ 61

Gráfico 13 - Eficiência da Rede ..................................................................................... 62

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Extensão dos Corredores BRS no Centro do Rio de Janeiro ........................ 16

Tabela 2- Pesquisa de Origem e Destino nas Regiões Administrativas ......................... 21

Tabela 3 - Interseções Cenário 1 (ano 2009) .................................................................. 52

Tabela 4 - Interseções Cenário 2 (ano 2014) .................................................................. 53

Tabela 5 - Interseções Cenário 3 (ano 2018) .................................................................. 55

Tabela 6 - Classificação das Entradas na Rede no Horário de Pico da Manhã .............. 56

Tabela 7 - Classificação das Saídas na Rede no Horário de Pico da Manhã .................. 56

Tabela 8 - Classificação das Saídas na Rede no Horário de Pico da Manhã .................. 57

Tabela 9 - Resumo dos Indicadores de Tráfego ............................................................. 59

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

3D – Três Dimensões

AEIU – Área Especial de Interesse Urbanístico

ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos

AP – Área de Planejamento

BRS – Bus Rapid System

CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias

CDURP – Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto

CET-RIO – Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro

CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

COPPE – Instituto Alberto Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia

CORSIM - Corridor Simulation

DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes

DT - Densidade

FHP – Fator Hora-Pico

FMT – Fluxo Médio do Trecho

FRESSIM – Freeway Simulation

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPR – Instituto de Pesquisas Rodoviárias

ITDP – Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento

ITE – Institute of Traffic Engineering

NETSIM – Network Simulation

PDTU – Plano Diretor de Transporte Urbano

PET – Programa de Engenharia de Transportes

PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio

RA – Região Administrativa

RMRJ – Região Metropolitana do Rio de Janeiro

SMTr – Secretaria Municipal de Transportes

TRAFVU – Traffic Visualization Utility

TSIS - Traffic Software Integrated System

UCP – Unidade Carro de Passeio

UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro

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UTM – Unidade de Tráfego Misto

V15 – Maior Volume em 15 Minutos da Hora-Pico

VH – Volume Horário

VHP – Volume Horário de Pico

VLT – Veículo Leve Sobre Trilhos

VMT – Velocidade Média do Trecho

VPD – Veículos por Dia

VPH – Veículos por Hora

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1

1.1 OBJETIVO ........................................................................................................ 2

1.2 METODOLOGIA .............................................................................................. 2

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................................... 2

2. REGIÃO CENTRAL DO RIO DE JANEIRO 4

2.1 REGIÃO DE ESTUDO .......................................................................................... 4

2.2 REVITALIZAÇÃO DO CENTRO DO RIO.......................................................... 8

2.2.1. PRINCIPAIS MUDANÇAS DE TRÁFEGO ................................................. 9

2.3 SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO .......................................................... 13

2.3.1 RODOVIÁRIO .............................................................................................. 15

2.3.2 FERROVIÁRIO ............................................................................................ 16

2.3.3 HIDROVIÁRIO ............................................................................................ 24

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 27

3.1 CARACTERÍSTICAS DO TRÁFEGO ............................................................... 29

3.2 CAPACIDADE DAS VIAS ................................................................................. 32

3.3 PESQUISA DE TRÁFEGO ................................................................................. 33

3.4 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS VIAS ................................................... 34

3.5 MODELOS DE SIMULAÇÃO DE TRÁFEGO .................................................. 36

3.5.1 MODELAGEM MACROSCÓPICA ............................................................. 38

3.5.2 MODELAGEM MESOSCÓPICA ................................................................ 38

3.5.3 MODELAGEM MICROSCÓPICA .............................................................. 39

3.6 PACOTE TSIS 6.0 ............................................................................................... 40

3.7 INDICADORES TSIS CORSIM ......................................................................... 44

3.7.1 DISTÂNCIA PERCORRIDA ....................................................................... 44

3.7.2 TEMPO DE VIAGEM .................................................................................. 44

3.7.3 VELOCIDADE MÉDIA ............................................................................... 45

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xvi

3.7.4 EFICIÊNCIA DA REDE ............................................................................... 46

4. MODELAGEM DA REDE DE TRÁFEGO 47

4.1. PESQUISA DE CAMPO ................................................................................. 47

4.2. DEFINIÇÃO DOS CENÁRIOS ...................................................................... 48

4.2.1 CENÁRIO 1 – ANO 2009 ............................................................................. 48

4.2.2. CENÁRIO 2 – ANO 2014 ............................................................................ 48

4.2.3. CENÁRIO 3 – ANO 2018 ............................................................................ 49

4.3. LEVANTAMENTO DE DADOS ................................................................... 50

5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS 56

5.1. COMPARAÇÃO ENTRE OS FLUXOS DE TRÁFEGO ............................... 56

5.2. INDICADORES DE TRÁFEGO ..................................................................... 58

5.2.1. DISTÂNCIA TOTAL PERCORRIDO .................................................... 59

5.2.2. TEMPO TOTAL DE VIAGEM ............................................................... 60

5.2.3. VELOCIDADE MÉDIA .......................................................................... 61

5.2.4. EFICIÊNCIA DA REDE .......................................................................... 61

6. CONCLUSÃO 63

BIBLIOGRAFIA 64

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1

1. INTRODUÇÃO

O crescimento das cidades influencia de forma direta no aumento da demanda por

transportes. De forma dependente, o transporte também influencia o desenvolvimento das

cidades, possibilitando a atração de pessoas, empresas e cargas. De acordo com o Institute

of Traffic Engineers - ITE (1999), o transporte é um dos principais fatores que

influenciam à sociedade e à qualidade de vida da população. A mobilidade urbana é de

suma importância para o desenvolvimento humano - na educação, turismo, lazer –,

econômico – para recebimento de investimentos nacionais e internacionais,

desenvolvimento comercial e industrial.

Historicamente, com o incentivo da indústria automobilística no Brasil, houve um

aumento desordenado na quantidade de veículos nas ruas, o que tornou-se um problema

à locomoção por rodovias, diminuindo, como consequência, a produtividade dos usuários,

que perdem tempo em congestionamentos nas grandes metrópoles, além da diminuição

do rendimento dos modais rodoviários, serviços e redução do conforto do usuário.

A falta de decisões estruturadas e gestão dos assuntos relacionados à transportes

tem agravado os congestionamentos no Brasil. O Planejamento de Transportes é uma

ferramenta importante para organização, melhoria e criação de novas soluções para o

sistema. Ele tem como objetivo adequar a demanda de transportes ao desenvolvimento

das cidades, de acordo com suas características estruturais, de maneira a possibilitar o

transporte de pessoas e cargas, de maneira eficiente, proporcionando a satisfação aos

usuários.

O incentivo à utilização de transportes públicos, que movimentem grandes

volumes de passageiros, tem se tornado uma tendência mundial, com o propósito de

reduzir a saturação das vias urbanas e a diminuição da poluição do meio ambiente. O

Plano Diretor de Transporte Urbano – PDTU (2016) caracterizou as viagens na Região

Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ) como sendo 49% por transporte coletivo. No

entanto, a situação do tráfego na cidade encontra-se alarmante.

A região central do Rio de Janeiro, objeto de estudo deste trabalho, nos últimos

anos passou por mudanças significativas em relação ao uso de solo e estrutura da rede de

tráfego devido à Operação Urbana Porto Maravilha. Como escopo das obras da Operação,

foram feitas mudanças nos trajetos das viagens, como a inversão dos sentidos da Avenida

Rio Branco, um dos principais acessos à região central, além da implantação de um novo

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transporte público de massa – o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), já conhecido em

outros países como França, Holanda e Tunísia.

1.1 OBJETIVO

Este trabalho tem como objetivo analisar os impactos da Operação Urbana Porto

Maravilha no tráfego da área Central da Cidade do Rio de Janeiro através de comparativos

com cenários antes, durante e depois das obras de infraestrutura viária, destacando-se os

pontos de mudanças na rede. Além disso, também tem a finalidade de avaliar o impacto

destas alterações para o usuário, especificamente, no aumento da demanda por transportes

públicos.

1.2 METODOLOGIA

As mudanças viárias da rede de tráfego serão avaliadas por meio de simulações,

do tipo microscópica, com o software TSIS-CORSIM, por conterem mais detalhes e

resultarem em dados mais confiáveis dos indicadores de tráfego.

Para possibilitar a modelagem do sistema viário, foi realizado levantamento de

fluxo em campo no ano de 2018. Os dados de fluxo de tráfego dos anos de 2009 e 2014

foram disponibilizados pelo Programa de Engenharia de Transportes (PET) da COPPE/

UFRJ. Ainda com estes dados, serão analisados os dados de entrada e saída na rede, de

maneira classificada, a fim caracterizar as viagens quanto a sua permanência no sistema.

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho foi estruturado em 5 capítulos, que abordam os assuntos descritos

abaixo:

Capítulo 1: Introdução – Descreve as motivações para a elaboração do trabalho, assim

como os objetivos e a metodologia do estudo;

Capítulo 2: Região Central do Rio de Janeiro – Neste capítulo é apresentado um histórico

dos sistemas de transportes públicos na região, abordando dados de evolução do fluxo de

passageiros por modal não rodoviário – metrô e barcas -, além da caracterização da área

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3

de estudo, expondo as principais obras, interdições e realizações na rede viária realizadas

durante a Operação Urbana;

Capítulo 3: Fundamentação Teórica – Este capítulo aborda a base teórica para o

entendimento do trabalho, aludindo os temas principais da Engenharia de Tráfego e de

microssimulações, com enfoque no TSIS CORSIM, utilizado no estudo;

Capítulo 4: Modelagem – Descreve detalhadamente a etapa de levantamento de dados e

a rede de tráfego a ser estudada, quantitativa e qualitativamente, bem como suas

mudanças ao longo dos Cenários propostos;

Capítulo 5: Apresentação e Análise dos Resultados – Apresenta a análise crítica dos

resultados e a comparação entre o antes e depois das obras da Operação Urbana Porto

Maravilha, através de dados levantados e de indicadores de tráfego microssimulados

resultantes do TSIS CORSIM;

Capítulo 6: Conclusões e Recomendações – Neste capítulo são apresentadas às

conclusões acerca do trabalho e propostas para trabalhos futuros.

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4

2. REGIÃO CENTRAL DO RIO DE JANEIRO

O processo de urbanização do Brasil se deu a partir do progresso das indústrias,

no século XX. Com isso, o deslocamento da população em busca de emprego foi

direcionado, de forma acelerada, das áreas rurais para as áreas urbanas - fenômeno este

chamado de êxodo rural. Até a década de 60, mesmo com este desenvolvimento, o Brasil

era um país predominantemente rural. Dados atuais da Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios - PNAD de 2015, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE,

indicam que a população urbana brasileira equivale a 85% dos habitantes, e na região

Sudeste, 93% vivem fora do campo.

As cidades são desenvolvidas, em geral, por sua atratividade – natureza e

intensidade das atividades desenvolvidas. A RMRJ evoluiu comercialmente com a

produção de açúcar, o que se deu devido a sua boa localização e características naturais

– cortada por rede de rios navegáveis, permitindo a entrada e saída de pessoas e cargas.

Segundo Andrade (2010), a primeira via terrestre de circulação intensa – Estrada Real de

Santa Cruz – foi projetada para fazer a conexão entre a maior fazenda de produtos

agrícolas e pecuários do Rio de Janeiro com o Centro da cidade.

Atualmente, o Centro do Rio de Janeiro é uma região predominantemente

comercial, alojando muitas das maiores empresas do Brasil. Além disso, o turismo na

região também é incentivado e demandando devido ao histórico relevante da região no

desenvolvimento do país.

2.1 REGIÃO DE ESTUDO

A cidade do Rio de Janeiro é a segunda maior metrópole do Brasil, em termos de

desenvolvimento. Para organização municipal, a cidade era dividida em apenas 4 regiões,

conhecidas como: Zona Sul, Zona Norte, Zona Oeste e Centro.

Por determinação da prefeitura, em 1981, para melhorar a gestão, a cidade foi

subdividida em setores denominados “área de planejamento” (AP) e “regiões

administrativas” (RA) e “bairros”. Desta forma, o planejamento e a execução dos serviços

de infraestrutura e urbano puderam ser melhores coordenados (PREFEITURA DO RIO

DE JANEIRO, 2010).

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5

Esta estruturação da cidade em setores permanece até a atualidade, tendo passado

por alguns ajustes ao longo dos anos, como atualizações e correções das divisões,

incluindo bairros dentro de comunidades. Hoje, o Rio de Janeiro é subdividido em 5 áreas

de planejamento e diversas regiões administrativas e bairros, conforme ilustrado na

Figura 1 e Figura 2, sendo cada uma destas áreas definidas por diferentes características.

Figura 1 - Áreas de Planejamento da Cidade do Rio de Janeiro

Fonte: Prefeitura do RJ – Legislação Bairro a Bairro (2010)

Figura 2 - Áreas de Planejamento e Regiões Administrativas da Cidade do RJ

Fonte: Prefeitura do RJ – Mapas Legislação Bairro a Bairro (2010)

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6

A AP1, área onde está localizado o Centro, é formada por 15 bairros e 6 regiões

administrativas. É um local de ocupação antiga, incluindo o Centro Histórico da Cidade.

De acordo com as especificações da Prefeitura do Rio de Janeiro, os bairros

pertencentes a AP1, conforme ilustrados na Figura 3, são Caju, Vasco da Gama, Benfica,

Mangueira, São Cristóvão, Santo Cristo, Gamboa, Saúde, Lapa, Cidade Nova, Estácio,

Catumbi, Rio Comprido, Santa Teresa e Centro.

Figura 3 - Bairros Pertencentes à AP1

Fonte: Google Earth (2018)

De maneira mais abrangente, as RA’s pertencentes a AP1 são a região Portuária,

Centro, Rio Comprido, São Cristóvão, Santa Tereza e a Ilha de Paquetá, conforme Figura

4:

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Figura 4 - Regiões Administrativas na AP1

Fonte: Google Earth (2018)

De acordo com o Anexo I – Informações Sobre Todas as Áreas de Planejamento,

a AP1 é composta por 4,6% da população da cidade, composta por 268.280 habitantes

(CENSO, 2000 apud Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, 2010) e 2,8% do território

da metrópole (34,39 Km²), com uma densidade líquida de 7.801 habitantes/ Km².

A AP1, com enfoque à região Central do Rio de Janeiro, é um local de atração de

viagens, por motivo trabalho, principalmente nos horários de pico da manhã. O

Centro é o bairro de maior influência na região metropolitana.

No ranking municipal, o Centro ocupou no ano 2000 a sétima posição, sendo

assim considerado uma região administrativa de alto desenvolvimento dentre as

pertencentes à Cidade. A Figura 5 mostra o mapa do Centro do Rio de Janeiro ampliado,

com as principais vias do bairro, e lugares.

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Figura 5 - Mapa Ampliado do Centro do Rio de Janeiro

Fonte: Google Earth (2018)

2.2 REVITALIZAÇÃO DO CENTRO DO RIO

De acordo com a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do

Rio de Janeiro - CDURP (2010), apesar da AP1 ser uma região de grande atração de

pessoas, no passado sofreu com a diminuição da população residente e com o e falta de

manutenção das áreas públicas e privadas. A “Operação Urbana”, como foi chamado o

Planejamento das Obras do Porto Maravilha, surgiu com a motivação e promessa de

revitalizar a infraestrutura urbana, dos transportes e dos patrimônios histórico e cultural

da Região Portuária, impactando, desta forma, de maneira direta e indireta, em bairros

que compõem a AP1.

As obras do Porto Maravilha foram realizadas nos bairros de Santo Cristo,

Gamboa, Saúde, e partes do Centro, Caju, Cidade Nova e São Cristóvão. Está região

composta pelos bairros supracitados foi denominada como Área Especial de Interesse

Urbanístico (AEIU), delimitada pela Avenida Brasil, Avenida Francisco Bicalho,

Avenida Rodrigues Alves, Avenida Rio Branco e Avenida Presidente Vargas, conforme

ilustrada na Figura 6:

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Figura 6 - Área de Especial Interesse Urbanístico (AEIU) da Região Portuária do RJ

Fonte: CDURP (2010)

De acordo com a CDURP (2012), as leis municipais que criaram a Operação

Urbana e a criação da própria CDURP foram sancionadas em 2009. Em junho de 2011

foram iniciadas as obras de infraestrutura do Porto Maravilha.

Além dos objetivos já citados da Operação Urbana, a implantação do projeto

também preparou a cidade para a Copa do Mundo FIFA 2014 e os Jogos Olímpicos de

Verão 2016.

O projeto foi realizado e executado pelo consórcio Porto Novo, formado pelas

empresas Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia, sob coordenadoria da CDURP -

empresa criada pela prefeitura com a finalidade de centralizar os serviços da Operação.

2.2.1. PRINCIPAIS MUDANÇAS DE TRÁFEGO

As principais mudanças, entre serviços e obras, realizadas pela Operação Urbana,

de acordo com o artigo “Porto Maravilha: Permanências e Mudanças” da CDURP, estão

listadas abaixo:

Serviços:

o Conservação e manutenção do sistema viário;

o Conservação e manutenção de áreas verdes e praças;

o Manutenção e reparo de iluminação pública e calçadas;

o Execução de serviços de limpeza urbana;

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o Implantação de coleta seletiva de lixo;

o Manutenção da rede de drenagem e de galerias universais;

o Manutenção da sinalização de trânsito;

o Instalação e conservação de bicicletários;

o Manutenção e conservação de pontos e monumentos turísticos, históricos

e geográficos;

o Atendimento ao cidadão.

Obras:

o Construção de 4 km de túneis (Túnel Rio 450, Túnel Prefeito Marcello

Alencar e Túnel da Via Binário);

o Reurbanização de 70 km de vias e 650.000 m² de calçadas;

o Reconstrução de 700 km de redes de infraestrutura urbana (água, esgoto,

drenagem, elétrica, gás natural, telecomunicações e iluminação pública);

o Implantação de 17 km de ciclovias;

o Plantio de 15 mil árvores;

o Demolição e Remoção do Elevado da Perimetral (4,79 Km).

Abaixo seguem detalhes das principais obras de infraestrutura de transporte:

Via Binário do Porto: inaugurada em novembro de 2013 e faz a ligação entre a

Rodoviária Novo Rio (sentido Avenida Brasil/ Ponte Rio-Niterói) e a Avenida

Rio Branco em um dos sentidos e Rua Primeiro de Março. A Via também conecta

o Gasômetro à Praça Mauá nas duas mãos. É composto por três faixas de

rolamento por sentido e várias saídas para a distribuição interna do trânsito na

Região Portuária em seus 3,50 Km de extensão;

Túnel Rio 450: inaugurado em março de 2015 com galeria única, três faixas de

rolamento e 1,480 Km de extensão, partindo da Rua Primeiro de Março em

direção a Rodoviária, terminando na Rua Antônio Laje;

Via Expressa: inaugurada em junho de 2016, com três faixas de rolamento em

cada sentido e 6,8 Km de extensão. O Túnel Prefeito Marcello Alencar faz parte

da Via Expressa e é composto por duas galerias, três faixas de rolamento em cada

uma delas e extensão de 3,370 Km, ligando a Avenida Brasil e a Ponte Rio-Niterói

ao Aterro do Flamengo.

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As Vias Binário do Porto e Expressa substituem a Avenida Rodrigues Alves e

Elevado da Perimetral, que teve o início da sua retirada em 2012, conforme abordado no

histórico abaixo:

Elevado da Perimetral

De acordo com informações divulgadas pela Concessionária Porto Novo (2014),

em outubro de 2012 foi retirado o primeiro acesso ao Elevado pela Avenida Barão de

Tefé. Em fevereiro de 2013 foi interditado o acesso pela Rua Antônio Laje, na Gamboa.

Em novembro de 2013 foi inaugurada a Via Binário do Porto e um dia antes foi fechado

definitivamente o trecho do Elevado da Perimetral entre a Praça Mauá e Gasômetro.

Abaixo seguem as etapas da retirada definitiva do Elevado da Perimetral, com destaque

aos trechos implodidos na Figuras 7 e 8, de acordo com a Concessionária Porto Novo

(2016):

o 1𝑎 Etapa: outubro de 2012 – remoção da primeira rampa da Perimetral na

altura da Avenida Barão de Tefé;

o 2𝑎 Etapa: fevereiro de 2013 – retirada da primeira viga de sustentação da

rampa na altura da Avenida Barão de Tefé;

o 3𝑎 Etapa: novembro de 2013 – implosão de 1.050 metros na Avenida

Rodrigues Alves entre a Avenida Professor Pereira Reis e Rua Silvino

Montenegro, conforme ilustrado na Figura 7:

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Figura 7- Terceira Etapa da Retirada do Elevado da Perimetral

Fonte: CDURP (2013)

o 4𝑎 Fase: fevereiro de 2014 – retirada, por desmonte a frio, de 1.689 metros,

entre a Rua Visconde de Inhaúma, na altura da Praça Mauá, e o III Comar

na Praça XV, próximo à entrada do Aterro do Flamengo;

o 5𝑎 Fase: abril de 2014 – implosão de 300 metros na Praça Mauá, conforme

ilustrado na Figura 8:

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Figura 8 – Quinta Etapa da Retirada do Elevado da Perimetral

Fonte: CDURP (2014)

o 6𝑎 Etapa: julho de 2014 – demolição de 650 metros entre a Avenida

Professor Pereira Reis e a Rodoviária Novo Rio;

o 7𝑎 Etapa: dezembro de 2014 – retirada dos últimos dois pilares do Elevado

da Perimetral.

2.3 SISTEMA DE TRANSPORTE PÚBLICO

O transporte do Rio de Janeiro é muito diversificado no que diz respeito a seus

modais. Há linhas de transporte público rodoviário, ferroviário e hidroviário, que foram

se desenvolvendo ao longo dos anos. A partir de meados do século XIX já haviam

transportes coletivos no estado, porém eram muito limitados e a população ficava restrita

a área central da cidade, locomovendo-se com bondes de tração animal.

A partir da “Revolução dos Transportes”, no fim do século XIX, foi caracterizada

a expansão dos transportes públicos. Nesta época, foram implantados os trens, bondes e

as barcas de Niterói. O transporte é uma das principais formas de integração entre regiões,

e com sua expansão, os cidadãos puderam deslocar-se para outras regiões com maior

facilidade, desenvolvendo e habitando, a partir daí, as regiões Norte, Sul e Oeste da

cidade.

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No início do século XX foram abertas novas vias rodoviárias, durante o governo

do então prefeito Pereira Passos (1902 a 1906), e durante este mesmo período, a classe

operária foi instalada no subúrbio da cidade, expandindo a localização da população.

Hoje, a matriz de transportes a nível Brasil, é prioritariamente rodoviária. Este

cenário mantém-se constante deste a década de 1920, porém, segundo Dutton (2012 apud

Lima e Teixeira, 2015), neste período houve o maior crescimento no número de

passageiros de trens e bondes no Rio de Janeiro, estabilizando na década de 1950.

A política de desenvolvimento e modernização do presidente Juscelino

Kubitschek, de 1956 a 1961 aumentou ainda mais a utilização do modal rodoviário para

transportes coletivos e privados. De acordo com Sindipeças (2009 apud Lima e Teixeira,

2015), o Brasil passou de 56 mil carros em 1960 para 1375 mil em 1970, sendo o Rio de

Janeiro uma das cidades mais urbanizadas e ricas do país. O metrô foi implementado no

Rio de Janeiro somente ao final da década de 1970 e expandido em 1990.

A caracterização dos transportes públicos no Rio de Janeiro é ilustrada no Gráfico

1 abaixo, de acordo com dados da Tabela 440 do Portal Data.Rio “Movimento de

Passageiros Segundo os Transportes Rodoviário, Ferroviário, Hidroviário e Aeroviário

no Município do Rio de Janeiro”:

Gráfico 1 - Evolução dos Passageiros Por Modo na Cidade do Rio de Janeiro

Fonte: Data.Rio (2018)

200 000

400 000

600 000

800 000

1 000 000

1 200 000

1 400 000

2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Qn

t. d

e P

assa

geir

os

(n°

em 1

.00

0)

Anos

Evolução dos Passageiros Por Modo

Ônibus Metrô Trem

Bonde Hidroviário Aeroviário

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15

De acordo com dados do PDTU, a disposição das viagens na Região

Metropolitana do Rio de Janeiro se dá, majoritariamente, por meio de transporte coletivo,

seguido pelo transporte individual, conforme ilustrado No Gráfico 2:

Gráfico 2 - Viagens Diárias na RMRJ

Fonte: PDTU (2016)

Atualmente, o sistema de transporte público no Centro do Rio de Janeiro é

composto dos modos rodoviários (ônibus), ferroviários (trens, metrô e VLT) e

hidroviários (barcas e catamarãs). No itens subsequentes deste estudos serão abordados

de maneira mais detalhada a atuação de cada uns destes na região.

2.3.1 RODOVIÁRIO

Conforme já abordado, o sistema de transportes do Brasil é majoritariamente

rodoviário. A região Central do Rio de Janeiro conta com diversas linhas diferentes de

ônibus em sua composição.

Em 2011 foram implementados os corredores rápidos para ônibus intermunicipais

no Rio de Janeiro, o BRS (Bus Rapid Service), composto de seis linhas. As pistas que

fazem parte deste serviço são prioritárias para o tráfego de ônibus, sendo compartilhada

apenas com táxis ou com outros tipos de veículos quando estes necessitem fazer

conversões à direita, entrar em prédios ou estacionamentos. Além disso, a pista de BRS

20,00%

49,00%

29,00%

2,00%

Viagens Diárias RMRJ

Transporte Individual Transporte Coletivo A Pé Bicicleta

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é prioritária no período de grande fluxo de veículos na região. Em horário de pequenas

movimentações, as pistas são compartilhadas com outros tipos de veículos.

O BRS tem como objetivo de diminuir o tempo de viagem dos ônibus, a oferta

excessiva de linhas de ônibus, dar maior fluidez no tráfego, e dar preferência aos

transportes de massa, visando, assim, a mitigação dos congestionamentos. Além disso,

esse sistema segue a tendência mundial de diminuição dos transportes individuais, a fim

de diminuir a incidência de gases prejudiciais ao meio ambiente.

De acordo com Leite et al. (2015) os corredores preferenciais de ônibus do BRS

são interessantes devido a pequena alteração viária, intervenções e desapropriações. Para

sua implementação é utilizada praticamente a infraestrutura existente, sendo necessária

apenas as mudanças na organização das linhas de ônibus, locação dos pontos de parada e

do sistema de informação ao usuário. Desta forma, o BRS é considerado uma boa solução

para melhoria da mobilidade urbana para a maioria das cidades por ser uma solução de

baixo custo e de fácil adaptação.

A microssimulação realizada neste trabalho considera as pistas e paradas de BRS

na Avenida Rio Branco, 1𝑜de Março/ Avenida Presidente Antônio Carlos, inauguradas

em dezembro de 2011 e na Avenida Presidente Vargas, inaugurada em março e abril de

2012. Abaixo é apresentado na Tabela 1 a extensão das pistas de BRS no Centro do Rio

de Janeiro.

Tabela 1 - Extensão dos Corredores BRS no Centro do Rio de Janeiro

BRS Extensão

Av. Rio Branco 1,3 Km

Rua 1° de Março/ Av. Antônio Carlos 1,2 Km

Av. Presidente Vargas Pistas Centrais 3 Km

Av. Presidente Vargas Pistas Laterais 3 Km

Fonte: Leite et al. (2015)

2.3.2 FERROVIÁRIO

O transporte ferroviário na região Central do Rio de Janeiro é composto por trens,

metrôs e após a Operação Urbana, também pelo VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos).

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VLT:

A proposta do VLT é de fazer conexão entre os diversos pontos de chegada à

região central da cidade do Rio de Janeiro, de forma otimizada. Integrações entre trens,

metrôs, barcas, teleférico, porto, ônibus, rodoviária, aeroporto Santos Dumont e áreas

culturais com museus tornaram-se viáveis.

Seguindo a proposta das obras do Porto Maravilha, o VLT, assim como o BRS,

segue a tendência de transportes sustentáveis. De acordo com a concessionária VLT

Carioca, ele opera com energia elétrica em um sistema denominado APS (Alimentação

Pelo Solo) - uma solução de mobilidade que não só dispensa combustíveis fósseis, mas

também preserva a paisagem urbana.

Segundo Mobilize (2018), o número de passageiros do VLT do Rio de Janeiro,

desde sua inauguração em junho de 2016, aumentou em cerca de 85%. Este contempla os

bairros Centro, Santo Cristo, Gamboa e Saúde. Os 28 Km da rede já implantada, com

suas três linhas, além de suas estações em operação estão ilustrados na Figura 9:

Figura 9 - Malha Ferroviária com Estações de Parada do VLT

Fonte: Google Earth (2018)

Trem

A malha ferroviária de trem foi implantada no Rio de Janeiro em 1852, e hoje é

composta por cinco subsistemas: Deodoro, Santa Cruz, Saracuruna, Belford Roxo e

Japeri. As estações pertencentes a cada linha estão dispostas abaixo:

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o Deodoro: Central do Brasil, Praça da Bandeira, São Cristóvão, Maracanã,

Mangueira, São Francisco Xavier, Riachuelo do Rio, Sampaio, Engenho

Novo, Silva Freire, Méier, Engenho de Dentro, Piedade, Quintino

Bocaiúva, Cascadura, Madureira, Oswaldo Cruz, Bento Ribeiro, Marechal

Hermes e Deodoro;

o Santa Cruz: Vila Militar, Cel. Magalhães, Realengo, Padre Miguel,

Guilherme Silveira, Bangu, Senador Camará, Santíssimo, Augusto

Vasconcelos, Campo Grande, Benjamin do Monte, Inhoaíba, Cosmos,

Paciência, Tancredo Neves e Santa Cruz;

o Saracuruna: Triagem, Manguinhos, Bonsucesso, Ramos, Olaria, Penha,

Penha Circular, Brás de Pina, Cordovil, Parada de Lucas, Vigário Geral,

Duque de Caxias, Corte Oito, Gramacho, Campos Elíseos, Jardim

Primavera, Sacacuruna;

o Belford Roxo: Jacarezinho, Del Castilho, Cintra Vidal, Tomás Coelho,

Cavalcante, Mercadão de Madureira, Rocha Miranda, Honório Gurgel,

Barros Filho, Costa Barros, Pavuna, Vila Rosali, Agostinho Porto, Coelho

da Rocha, Belford Roxo, São Mateus;

o Japeri: Ricardo Albuquerque, Anchieta, Olinda, Nilópolis, Edson Passos,

Mesquita, Presidente Juscelino, Nova Iguaçu, Comendador Soares,

Austin, Queimados, Engenho Pedreira, Japeri, Lages e Paracambi.

O subsistema de Deodoro faz ligação entre o Centro do Rio de Janeiro e Deodoro.

A extensão de sua malha viária é de 22,93 Km, contemplando 20 estações de parada,

enquanto o de todo o sistema é de 169,34 Km e 84 paradas. A estação da Central do Brasil

é a mais próxima da região de estudo deste trabalho, e é responsável por transportar 32%

dos passageiros do subsistema Deodoro, que é incumbido por 47% de todo o sistema,

conforme proporção abaixo, de acordo com os dados mais atuais, do ano de 2018,

disponibilizados na Tabela 1264 do Portal Data.Rio “Movimento Anual de Passageiros

Embarcados por Estações e Subsistemas do Sistema Ferroviário”:

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Gráfico 3 - Proporção dos Passageiros de Trem Segundo Subsistema

Fonte: Data.Rio (2019)

A localização da Estação Central do Brasil em relação a região do Centro está

ilustrada abaixo:

Figura 10 - Estação de Trem Central do Brasil

Fonte: Google Earth (2018)

A evolução da quantidade de passageiros transportados por todo sistema de trem

do Rio de Janeiro, e especificamente, do subsistema de Deodoro e da Estação de metrô

47%

16%

13%

4%

20%

Sistema de Trens - Passageiros Transportados

Deodoro Santa Cruz Sacacuruna Belfod Roxo Japeri

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Central do Brasil, entre os anos 2011 e 2018, está ilustrada no Gráfico 4 abaixo,

disponibilizado na Tabela 1264 do Portal Data.Rio:

Gráfico 4 - Evolução da Quantidade de Passageiros nos Trens do RJ

Fonte: Data.Rio (2019)

A quantidade de passageiros nos trens permaneceu estável na Estação Central do

Brasil com o passar dos anos, não demonstrando nenhum impacto significativo das

intervenções da Operação Urbana na quantidade de usuário de trem na Cidade.

Metrô

O metrô é um dos meios de transporte mais utilizados para a chegada ao Centro

do Rio de Janeiro. Sua malha viária é configurada em 3 linhas: Linha 1, Linha 2 e Linha

4. As estações pertencentes a cada uma delas estão apresentadas abaixo:

o Linha 1: Uruguai, Saens Peña, São Francisco Xavier, Afonso Pena,

Estácio, Praça Onze, Central, Presidente Vargas, Uruguaiana, Carioca,

Cinelândia, Glória, Catete, Largo do Machado, Flamengo, Botafogo,

Cardeal Arcoverde, Siqueira Campos, Cantagalo e General Osório.

o Linha 2: Cidade Nova, Estácio, São Cristóvão, Maracanã, Triagem,

Maria da Graça, Del Castilho, Inhaúma, Engenho da Rainha, Tomás

Coelho, Vicente de Carvalho, Irajá, Colégio, Coelho Neto, Fazenda

Botafogo, Engenheiro Rubens Paiva e Pavuna.

20 000

40 000

60 000

80 000

100 000

120 000

140 000

160 000

180 000

200 000

2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Qnt.

de

Pas

sagei

ros

(n°

em 1

.00

0)

Ano

Evolução dos Passageiros nos Trens

Sistema Subsistema - Deodoro Estação Central do Brasil

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o Linha 4: Nossa Senhora da Paz, Jardim de Alah, Antero de Quental, São

Conrado e Jardim Oceânico.

De acordo com as informações fornecidas pela Prefeitura do Rio de Janeiro,

através do portal online Data.Rio, as estações Cardeal Arcoverde (Linha 1), Pavuna, Irajá,

Fazenda Botafogo, Engenheiro Rubens Paiva, Coelho Neto e Colégio (Linha 2) foram

inauguradas em 1998. No ano de 2003 foi inaugurada a estação Siqueira Campos, em

Copacabana (Linha 1).

Na Linha 1, em 2007 foi inaugurada a estação Cantagalo e em 2009 foi inaugurada

a estação General Osório, em Ipanema. Na Linha 2, a estação Cidade Nova foi inaugurada

em 2010. E a Linha 4, foi inaugurada em 30 de julho de 2016, para as operações especiais

para as olímpiadas e paralímpicas em 05 de agosto de 2016, e inaugurado para operação

comercial em 19 de setembro de 2016, de acordo com o Instituto de Políticas de

Transporte e Desenvolvimento - ITDP Brasil (2018).

A pesquisa com usuário realizada pela ITDP Brasil (2018) aponta para resultados

positivos em relação ao tempo médio de viagem dos passageiros, reduzindo em cerca de

16% com a implementação da Linha 4 do metrô. Abaixo, a pesquisa de Origem-Destino

em relação as regiões administrativas da cidade, apresenta que e o Centro é o bairro que

mais atrai viagens na Linha 4 do Metrô:

Tabela 2- Pesquisa de Origem e Destino nas Regiões Administrativas

Fonte: ITDP Brasil (2018)

A partir de dados do portal Data.Rio, Tabela 1267, “Passageiros Transportados

no Metrô, Segundo as Estações e Linha do Município do Rio de Janeiro”, foi elaborado

o Gráfico 5, com a evolução do número de passageiros transportados por ano, segundo

cada Linha da malha metroviária.

RA Centro Botafogo Lagoa Copacabana Tijuca RMRJBarra da

Tijuca

Outras

RAJPA

São

CristóvãoPavuna Irajá Total

Barra da Tijuca 14% 11% 4% 2% 1% 0% 0% 1% 0% 0% 0% 0% 33%

Lagoa 8% 4% 3% 4% 2% 4% 2% 1% 2% 0% 1% 1% 32%

Rocinha 2% 1% 4% 3% 1% 0% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 12%

Jacarepaguá 4% 3% 2% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 10%

Guaratiba 2% 0% 2% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 5%

Santa Cruz 2% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1% 0% 0% 4%

Realengo 0% 0% 1% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 2%

Outras RA 0% 0% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1%

Campo Grande 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Madureira 0% 0% 1% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 1%

RMRJ 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%

Total 32% 20% 18% 12% 4% 4% 3% 2% 2% 1% 1% 1% 100%

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Gráfico 5 - Evolução da Quantidade de Passageiros Transportados pelo Metrô

Fonte: Data.Rio (2019)

De 23 de fevereiro de 2013 a 11 de dezembro de 2013, a estação General Osório

ficou fechada para as obras de extensão da Linha 4, que iniciou em março de 2010 na

Barra da Tijuca, de acordo com o ITDP Brasil (2018). Neste período os ônibus de

integração foram deslocados para a estação Siqueira Campos, justificando a redução do

número de passageiros na estação General Osório e aumento do número de passageiros

na estação Siqueira Campos durante este período.

Os dados apresentados no Gráfico 5, consideram o total de passageiros

transportados na Linha 4 levando em consideração as transferências realizadas em

General Osório com destino à Linha 4. Além disso, estão considerando as transferências

dos passageiros que vêm da Linha 1 e 2.

A fonte dos dados, até março de 1998 foram disponibilizados ao Data.Rio pela

Companhia do Metropolitano do Rio de Janeiro. A partir de abril de 1998 foram

disponibilizados pelo MetrôRio, consorcio responsável desde então pelo TMA

(Transporte de Média e Alta Capacidade). A partir de 1998 foram consideradas as

entradas de passageiros beneficiários de gratuidade nos dados.

20 000

40 000

60 000

80 000

100 000

120 000

140 000

160 000

180 000

1995 1998 2001 2004 2007 2010 2013 2016

Qnt.

de

Pas

sagei

ros

(nº

em 1

.00

0)

Passageiros Transportados em Cada Linha de Metrô do RJ

Linha 1 Linha 2 Linha 4

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As estações impactadas com as obras da Operação Urbana do Porto Maravilha,

que situam-se na região estudada, pertencem a Linha 1, e estão destacadas abaixo e

ilustradas na Figura 11 abaixo:

Uruguaiana;

Carioca;

Cinelândia.

Figura 11 - Estações de Metrô que Impactam na Região de Estudo

Fonte: Google Earth (2018)

A evolução do número de passageiros, pelos dados fornecidos na Tabela 1267 do

portal Data.Rio, de acordo com as estações impactadas pela Operação Urbana entre os

anos de 2009 e 2017 estão apresentados abaixo, no Gráfico 6 abaixo:

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Gráfico 6 - Passageiros Transportados pelo Metrô nas Estações da Rede de Estudo

Fonte: Data.Rio (2019)

Pode-se observar, com a evolução do número de passageiros na rede, que Carioca

é a estação com a maior incidência de passageiros. Além disso, o crescimento do número

de passageiros nas estações citadas aumentou consideravelmente entre os anos de 2009 e

2014.

No período durante e pós as obras na rede de tráfego, entre os anos de 2014 e

2017, pode-se constatar uma crescente em relação à procura dos metrôs, justificando,

assim, a maior procura dos usuários por outros meios de transporte que não sejam

rodoviários, a fim de evitar congestionamentos provindos das obras do Porto Maravilha.

2.3.3 HIDROVIÁRIO

A operação de transporte de passageiros pelo sistema hidroviário do estado do Rio

de Janeiro é composta por cinco estações, sendo duas destas na cidade do Rio de Janeiro

(Cocotá e Praça XV), uma em Paquetá e duas na cidade de Niterói (Praça Arariboia e

Charitas), operadas atualmente pela concessionária CCR Barcas.

O sistema hidroviário possui os seguintes trajetos disponíveis, todos como base

de chegada ou partida a Praça XV (Rio), ilustrados na Figura 12:

1 000

6 000

11 000

16 000

21 000

2009 2014 2017

Qnt.

de

Pas

sagei

ros

(nº

em 1

.00

0)

Passeiros Transportados por Metrô nas Estações da

Rede

Uruguaiana

Carioca

Cinelândia

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Figura 12 - Linhas de Transporte Hidroviário que Ligam ao Centro do RJ

Fonte: Google Earth (2018)

De acordo com os dados fornecidos pela Prefeitura do Rio de Janeiro, através do

Portal Data.Rio, Tabela 1269 “Passageiros Transportados, por Trajeto, no Sistema

Hidroviário no Município do Rio de Janeiro”, a evolução do transporte de passageiros,

por ano, no sistema viário se dá da seguinte forma, de acordo com o Gráfico 7:

Gráfico 7 - Evolução da Quantidade de Passageiros Transportados nas Barcas

Fonte: Data.Rio (2019)

150

5 150

10 150

15 150

20 150

25 150

2009 2012 2015

Qnt.

de

Pas

sagei

ros

(No

em

1.0

00

)

Passageiros Transportados Anualmente no Sistema

Hidroviário

Pç. XV - Araribóia - Pç. XV

Pç. XV - Paquetá - Pç. XV

Pç. XV - Cocotá - Pç. XV

Pç. XV - Charitas - Pç. XV

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O trecho Pç.XV-Charitas-Pç.XV, é navegado somente por catamarãs e teve o

início das suas operações em 2004, operando apenas em dias úteis.

O motivo do grande aumento no número de passageiros no trajeto Pç. XV-Cocotá-

Pç. XV (antigo Pç XV-Ribeira-Pç. XV) no ano de 2013 se justifica pelas obras da Avenida

Brasil neste período.

A partir de 2013 o volume de passageiros diminuiu consideravelmente no

percurso Pç.XV-Arariboia-Pç.XV devido ao quadro econômico ruim do país (CCR

BARCAS, 2017 apud Teixeira 2017). Além disso, pode-se justificar também pela

insatisfação do usuário com o aumento da tarifa do transporte acima da inflação, atrasos

e irregularidades constantes nos horários das embarcações, falta de manutenção ou

manutenção precária das embarcações e o descumprimento de cláusulas do contrato de

concessão, como o cancelamento dos serviços durante a madrugada (PACÍFICO, 2013

apud Fernandes et al., 2014).

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo o Manual de Estudos de Tráfego do DNIT/IPR (Departamento Nacional

de Infraestrutura de Transportes/ Instituto de Pesquisas Rodoviárias) (2006), “o objetivo

dos estudos de tráfego é obter, através de métodos sistemáticos de coleta, dados relativos

aos cinco elementos fundamentais do tráfego (motorista, pedestre, veículo, via e meio

ambiente) e seu inter-relacionamento”. Desta forma, podendo realizar ações mútuas que

mitiguem e solucionem congestionamentos, e estabelecendo meios construtivos para

melhoria da mobilidade, e equilíbrio entre os elementos fundamentais de tráfego.

De acordo com Soares (1975), a Engenharia de Tráfego ganhou importância no

que diz respeito a ordenação do trânsito no fim do século XIX com o advento do

automóvel e sua expansão pelo mundo a partir do ano 1900. A necessidade de controlar

o tráfego desordenado nas vias urbanas, surgiu nos EUA, devido ao crescimento e

desenvolvimento acelerado do país.

O progresso da indústria automobilística aumentou de maneira considerável a

quantidade de veículos nas ruas, trazendo como consequência grandes

congestionamentos, aumento do tempo de viagem, dos acidentes de trânsito e aumento

do consumo de combustível, desencadeando problemas ambientais, além de diminuição

da satisfação e do bem estar do usuário. Estes fatores afetam a função normal das cidades,

principalmente das metrópoles, e no desenvolvimento sustentável destas.

Dentre as diversas linhas de pesquisa da Engenharia de Transportes, como Cidade

e Mobilidade, Gestão e Operação de Transportes, Logística e Transporte Sustentável, a

Gestão e Operação de Transportes é a área da Engenharia de Transportes que será

utilizada como elemento teórico para o embasamento deste estudo, com enfoque no

tráfego rodoviário de veículos. A definição oficial de Engenharia de Tráfego, pelo ITE

(1999) é apresentada abaixo:

Engenharia de Tráfego é a fase da engenharia de

transportes relacionada com o planejamento, com o

desenho geométrico e com as operações de tráfego das

estradas, suas redes, terminais e terrenos adjacentes,

inclusive a integração de todos os modos e tipos de

transportes, visando proporcionar a movimentação

segura, eficiente e conveniente das pessoas e das

mercadorias.

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Segundo a ANTP (1997), a Engenharia de Tráfego tem como propósito

estabelecer formas de utilização de vias e calçadas para pessoas e mercadorias. A

engenharia (planos de circulação e sinalização), a operação (acompanhamento do

comportamento do trânsito), o policiamento e a fiscalização (controle do comportamento

do usuário do sistema), a educação (orientação para os usuários de como se reportar) e a

administração (recolhimento de dados gerais do trânsito) são os temas principais tratados.

De acordo com Soares (1975), os pilares da Engenharia de Tráfego, para que um

programa de melhoria se torne efetivo, de acordo com a experiência nos EUA são:

educação, policiamento e engenharia. A educação envolve o motorista e o pedestre, a fim

de dar ciência aos usuários sobre as sanções e comportamentos necessários para a

integração equilibrada entre os dois; o policiamento tem como objetivo a vigilância,

advertência e punição para usuários que não obedeçam as leis de trânsito; por fim, a

engenharia tem a finalidade de otimizar a rede de tráfego, através do aumento da

capacidade de escoamento das vias públicas e a aplicação de condições técnicas para

orientar e ordenar o tráfego, e aumentar a segurança rodoviária. Desta forma, é necessária

a integração entre os três pilares para uma efetiva solução para os problemas de tráfego

nas cidades.

Desta forma, a Engenharia de Tráfego tem como objetivo administrar os conflitos

de deslocamento, otimizando o uso do sistema viário através do planejamento das redes

viárias, proporcionando o bem estar do usuário através de viagens eficientes e serviços

de qualidade no transporte de bens e serviços.

Os órgãos responsáveis pelo planejamento de transportes rodoviário a nível

federal são o Ministério dos Transportes e Ministério das Cidades para os assuntos de

infraestrutura e DNIT e DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) para veículos

e terminais. Para a cidade do Rio de Janeiro, no âmbito de infraestrutura, a representação

se dá pela CET-RIO (Companhia de Engenharia de Tráfego), SMO (Secretaria de Obras

da Prefeitura do Rio de Janeiro) e SMTr (Secretaria Municipal de Transportes). Para os

veículos e terminais, na cidade do Rio de Janeiro, os órgãos responsáveis pelo

planejamento são a SMTU (Secretaria Municipal de Transportes Urbanos do Rio de

Janeiro e a SMTr. Na Operação Urbana a gestão e operação das obras do Porto Maravilha,

especificamente, é de responsabilidade da CDURP.

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Serão apresentados neste capítulo os conceitos, definições e aplicações da

Engenharia de Tráfego necessários ao entendimento deste trabalho.

3.1 CARACTERÍSTICAS DO TRÁFEGO

O volume, a velocidade e a densidade são três parâmetros de suma importância à

análise da fluidez do tráfego e ao dinamismo da mobilidade na rede de tráfego. As

definições, são apresentadas abaixo:

Volume:

O Volume ou Fluxo de Tráfego, é definido como o número de veículos que passam

por uma seção de uma via, ou de uma determinada faixa, durante uma unidade de tempo.

É expresso normalmente em veículos/dia (VPD) ou veículos/hora (VPH) (DNIT/ IPR,

2006).

O conceito de Volume Horário (VH) também é importante ser entendido, pois é

baseado nele que são dadas as entradas de dados nos microssimuladores. Desta forma, de

acordo com o DNIT/ IPR (2006), o VH é o número total de veículos trafegando em uma

determinada hora.

Volume Horário de Projeto (VHP) é o fluxo de veículos (número de veículos por

hora) que deve ser atendido em condições adequadas de segurança e conforto pelo projeto

da via em questão (DNIT/ IPR, 2006).

Para fluxos representados pela soma dos veículos, independentemente de suas

categorias, ele deve expresso em Unidades de Tráfego Misto (UTM). Para fluxos

representados por diferentes tipos de veículos, deve-se representar o volume pela Unidade

Carro de Passeio (UCP), utilizando fatores de equivalência para cada tipo de veículo, a

fim de diferenciar seu tamanho, peso, velocidade e impacto nos congestionamentos

(DNIT/ IPR, 2006). Neste trabalho foi utilizado a UCP para entrada dos dados no

microssimulador.

Segundo o DENATRAN (2019), atualmente a frota característica da cidade do Rio de

Janeiro, é de 83% de automóveis, seguido por motocicletas e posteriormente caminhões

e ônibus.

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Gráfico 8 - Frota de Veículos por Tipo na Cidade do RJ

Fonte: DENATRAN (2019)

O Volume de Pico é caracterizado como o maior fluxo de veículos num espaço de

tempo. Desta forma, também é necessário o entendimento do indicador Fator Hora Pico,

explicitado abaixo:

o Fator Hora Pico

Segundo DNIT/ IPR (2006), o fator hora pico (FHP) é o volume da hora de pico

do período de tempo considerado (𝑉ℎ), dividido pelo quádruplo do volume do período de

quinze minutos da hora de pico com maior fluxo de tráfego (𝑉15), conforme apresentado

na fórmula abaixo:

𝐹𝐻𝑃 = 𝑉ℎ

4𝑉15

Velocidade:

Velocidade é a relação entre o espaço percorrido por um veículo (d) e o tempo

gasto em percorrê-lo (t).

A Velocidade Diretriz ou Velocidade de Projeto, é a velocidade selecionada para

fins de projeto, da qual se derivam os valores mínimos de determinadas características

físicas diretamente vinculadas à operação e ao movimento dos veículos. Em geral, é a

maior velocidade em que o trecho pode ser percorrido com segurança, quando submetido

apenas às limitações geométricas da via. É esta velocidade que é adotada para

83%

3% 13%

1%

Frota de Veículos por Tipo

Automóvel Caminhão Motocicleta Ônibus

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dimensionamento de projetos geométricos, de sinalização, nível de serviço e operação

das vias (DNIT/ IPR, 2006).

De acordo com definição do DNIT/ IPR (2006), a Velocidade de Fluxo Livre é a

velocidade média dos veículos de uma determinada via, quando apresenta volumes baixos

de tráfego e não há imposição de restrições quanto às suas velocidades, nem por interação

veicular, nem por regulamentação de trânsito.

Densidade:

É o número de veículos por unidade de comprimento da via. Pode ser medida em

campo, ou através da fórmula (DNIT/ IPR, 2006):

𝐷𝑡 = 𝐹𝑚𝑡

𝑉𝑚𝑡

Onde:

𝐷𝑡 – densidade (veic/ Km);

𝐹𝑚𝑡 – fluxo médio no trecho (veic/h);

𝑉𝑚𝑡 – velocidade média no trecho (Km/h).

A densidade caracteriza o nível de aproximação entre os veículos. Quanto maior

o valor deste parâmetro, maior o nível e aproximação entre os veículos e menor o grau de

liberdade de manobra.

As relações entre velocidade e volume, velocidade e densidade e volume e

densidade são apresentadas nas Figuras 13, 14 e 15, respectivamente:

Figura 13 - Relação entre Velocidade Média e Velocidade Média por Faixa

Fonte: DNIT/ IPR (2006)

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Figura 14 - Relação entre Velocidade e Densidade

Fonte: DNIT/ IPR (2006)

Figura 15 - Relação entre Volume e Densidade

Fonte: DNIT/ IPR (2006)

3.2 CAPACIDADE DAS VIAS

Segundo definição do DNIT/ IPR (2006), a capacidade é o número máximo de

veículos que poderá passar por um determinado trecho de uma faixa ou pista durante um

período de tempo indeterminado, sob as condições reais predominantes na via de tráfego.

Dados referentes a espaçamento e intervalo de tempo entre veículos são

necessários para o cálculo da capacidade viária, caracterizando a disposição longitudinal

dos veículos no fluxo de tráfego. De acordo com o DNIT/ IPR (2006), o espaçamento é a

medida entre dois veículos sucessivos, medidos entre mesmo ponto de referência e o

intervalo de tempo ou headway, é o tempo transcorrido entre a passagem de dois veículos

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sucessivos por um determinado ponto. Estes parâmetros influenciam na velocidade

adotada pelo condutor na via, na liberdade de manobra, distância entre veículos e

segurança viária.

3.3 PESQUISA DE TRÁFEGO

As pesquisas de tráfego têm como objetivo classificar qualitativamente e

quantitativamente a região de estudo. Estes levantamentos de dados podem ser feitos

através de entrevistas diretas com os usuários e condutores ou por meio de observação.

As entrevistas, em geral, são realizadas com o auxílio de formulários com

categorias fechadas de respostas, a fim de reconhecer o padrão dos tipos de viagens, como

por exemplo, as pesquisas de Origem e Destino.

Já os levantamentos de fluxo de tráfego, podem ser feitos automáticos, com o

auxílio de aplicativos, tubos pneumáticos, dispositivos magnéticos, sonoros, videoteipe,

entre outros, ou pode ser realizado manualmente. Para as contagens manuais, são

utilizados contadores como o da Figura 16 abaixo:

Figura 16 - Contador Manual para Levantamento de Fluxos

De acordo com o DNIT/ IPR (2006), para o planejamento da pesquisa de campo,

são necessários o conhecimento das seguintes informações: horário de pico de tráfego

(por histórico da região ou observação da rede viária), característica dos veículos de

grande porte nas interseções, identificação de sazonalidade nos postos de coleta de dados,

identificação de elementos que sejam capazes de possibilitar o cálculo do Volume Médio

Diário (VMD) das interseções e o levantamento de valores de crescimento (estudos

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econômicos ou estudos de tráfego). As contagens podem ser feitas de maneira

classificada, por tipo de veículo, ou geral.

3.4 CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DAS VIAS

As vias podem ser caracterizadas como urbanas ou rurais, e o espaço onde se

localiza a via que a define. Desta forma, vias que pertencem a locais com imóveis

edificados por toda sua área, são caracterizadas como urbanas, e são elas que serão

tratadas neste estudo.

A Classificação Funcional das Vias Urbanas, de acordo com o Anexo I e art. 61

do Código Brasileiro de Trânsito (CTB), é feita de acordo com as descrições abaixo:

Vias Expressas ou Vias de Trânsito Rápido: “aquela caracterizada por acessos

especiais com trânsito livre, sem interseções em nível, sem acessibilidade direta

aos lotes lindeiros e sem travessia de pedestres em nível”. São vias em escala

metropolitana; sua velocidade máxima permitida é de 80 Km/h, com elevado

padrão de fluidez, destinadas a atender grandes volumes de tráfego de média e

longa distância, além de interligar as regiões urbanas e rurais; Estes tipos de vias

são subdivididos da seguinte forma, de acordo com o Manual de Projeto

Geométrico de Travessias Urbanas – DNIT/ IPR (2010):

o Primária: possui duas pistas separadas por canteiro central; tem no mínimo

duas faixas de tráfego em cada sentido, com controle total de acesso;

o Secundária: via de capacidade e velocidade alta restrita, por ação de

eventual interseções em nível e permissão de acesso a determinados tipos

de uso do solo.

Vias Arteriais: “aquela caracterizada por intersecções em nível, geralmente

controlada por semáforo, com acessibilidade aos lotes lindeiros e às vias

secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade”.

São vias em escala metropolitana e de zonas; sua velocidade máxima permitida é

de 60 Km/h. Estes tipos de vias são subdivididos da seguinte forma, de acordo

com DNIT/ IPR (2010):

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o Primária – seu traçado é aproximadamente contínuo; redistribui o tráfego

das vias expressas para os seus destinos, até o nível das arteriais

secundárias.

o Secundária – recebe o tráfego das vias arteriais primárias, com menor nível

de mobilidade que ela.

Vias Coletoras: “aquela destinada a coletar e distribuir o trânsito que tenha

necessidade de entrar ou sair das vias de trânsito rápido ou arteriais, possibilitando

o trânsito dentro das regiões da cidade”.

São vias em escala de bairros; sua velocidade máxima é de 40 Km/h; é

caracterizada por contemplar um trânsito de passagem.

Vias Locais: “aquela caracterizada por intersecções em nível não semaforizadas,

destinada apenas ao acesso local ou a áreas restritas”.

São vias em escala de unidade de vizinhança, com a finalidade de conectar os

usuários das vias coletoras às suas residências; sua velocidade máxima é de

30Km/h.

As principais vias na região da Operação Urbana Porto Maravilha, de acordo com

as classificações apresentadas acima, antes das obras, são (CDURP, 2010):

Via Expressa:

o Avenida Perimetral – elevado que ligava o bairro do Caju à Praça XV no

Centro do Rio de Janeiro, passando por São Cristóvão, Santo Cristo,

Gamboa e Saúde; permitia o acesso à Avenida Brasil e a Ponte Rio-

Niterói; avenida com duas pistas e duas faixas de rolamento em cada

sentido;

Vias Arteriais:

o Avenida Francisco Bicalho – dois sentidos, com seis faixas de rolamento

em cada sentido;

o Avenida Rodrigues Alves – dois sentidos, com duas pistas em cada

sentido e três faixas de rolamento em cada uma;

o Avenida Presidente Vargas – dois sentidos, com duas pistas em cada

sentido e oito faixas de rolamento em cada sentido.

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Vias Coletoras:

o Rua Professor Pereira Reis – situada no bairro Santo Cristo, com dois

sentidos e três faixas de rolamento em cada sentido;

o Rua Barão de Tefé – situada no bairro Saúde, com sentido único e quatro

faixas de rolamento;

o Rua Sacadura Cabral – situada no Centro do Rio, com sentido único e

três faixas de rolamento;

o Rua Camerino - situada no Centro do Rio, com sentido único e de três a

quatro faixas de rolamento.

Os limites de velocidades aqui apresentados tratam-se de definições, podendo-se

ser diferentes em específicas vias da cidade caso seja imposta tal alteração pela prefeitura.

3.5 MODELOS DE SIMULAÇÃO DE TRÁFEGO

Segundo Tavares e Pereira (2015), modelos de simulação de tráfego podem

desempenhar um importante papel nos estudos de congestionamentos e tomada de

decisões devido, sobretudo, ao alto custo e a dificuldade de implementar experiências em

escala real e possíveis implicações a nível de segurança, além da possibilidade de testar,

prever, analisar e comparar diversas opções de estruturação da rede viária antes de coloca-

las em prática.

O planejamento viário através de simulações de tráfego são altamente indicados

para vias urbanas, onde o impacto das alterações na rede pode impactar em longos

congestionamentos e saturação das vias.

As simulações de tráfego têm como objetivo representar a localização e a

distribuição das viagens, de forma dinâmica e classificada, caracterizando a rede viária a

fim de prever o impacto das decisões e analisar a região estudada, reproduzindo cenários

reais e futuros.

Segundo Ferreira (2008 apud Tavares e Pereira, 2015), alguns dos campos de

aplicação são citados abaixo:

Análise do funcionamento de um sistema existente;

Determinação de deficiências de um sistema existente;

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Desenvolvimento e teste de sistemas alternativos;

Estabelecimento de prioridades no desenvolvimento de sistemas alternativos;

Estudo do efeito de novos polos geradores de tráfego;

Informação para projeto, análises ambientais, energéticas e económicas.

São resultados das simulações as estimativas de volume de tráfego, velocidades e

atrasos de cada link que compõem a rede viária. Além disso, também são estimados para

a rede completa dados como a velocidade média de operação, atraso total, emissão de

gases e consumo de combustíveis. É possível a identificação visual e analítica de links e

regiões congestionadas. Para a representação mais fiel possível dos cenários desejados,

considerando erros admissíveis, e maiores chances de sucesso para o plano de tráfego, as

seguintes fases devem ser respeitadas: formulação da rede, construção, calibração,

validação dos dados e aplicação na prática.

Segundo Paravisi et al. (2006), as simulações de tráfego têm três elementos

básicos: vias, cruzamentos e veículos.

Vias – segmentos de ruas em que os veículos compartilham propriedades como

velocidade permitida, sentido e direção das pistas, largura e comprimento, além

da canalização;

Cruzamentos – local de encontro de vias, onde há compartilhamento das

propriedades dos veículos;

Veículos – podem ser modelados como agentes ou estruturas de dados.

No microssimulador utilizado neste estudo, as vias são identificadas como “links”

e os cruzamentos são identificados como “nós”.

Os modelos de simulação de tráfego são classificados, de acordo com nível de

detalhes, em três tipos: microscópicos, mesoscópicos e macroscópicos. A definição do

tipo de modelo adotado depende do objetivo do estudo. Estes são apresentados nos itens

abaixo.

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38

3.5.1 MODELAGEM MACROSCÓPICA

Simulações modeladas macroscopicamente descrevem as interseções em baixo

nível de detalhes.

Nelas, os fluxos de tráfego levam em consideração as características de um

conjunto de indivíduos, como a velocidade, fluxo em direção e sentido e a velocidade.

Para isto, são utilizados equacionamentos para definir a conservação do volume de tráfego

e analisar como possíveis distúrbios são propagados como “ondas” no sistema

(PARAVISI et al., 2006).

Na escala macroscópica o comportamento dos veículos é comparado ao fluxo de

um fluído. Neste modelo o estado do sistema é retratado por quantidades médias

localmente calculadas, a densidade, o momento linear e a energia cinética dos

automóveis. Os modelos referentes a esta escala são baseados no fundamento de

hidrodinâmica de fluídos e são reproduzidos por sistemas de equações diferenciais

(GRAMINI, 2010 apud Neves et al., 2017).

São exemplos de macrossimuladores de tráfego os softwares: Satum, Visum, Autos,

Corflo, Metanet e Texas.

3.5.2 MODELAGEM MESOSCÓPICA

Simulações modeladas mesoscopicamente têm menor consistência que

microssimuladas, apesar de ser uma técnica eficiente de análise de tráfego. É resultante

da combinação das propriedades provindas da modelagem macroscópica e microscópica

(PARAVISI et al., 2006).

Na escala mesoscópica, a identificação do posicionamento e da velocidade dos

automóveis é realizada por uma distribuição apropriada de probabilidade sobre o estado

microscópico considerado como uma variável aleatória. Os modelos matemáticos

concernentes a esta escala são baseados em equações íntegro-diferenciais similares a

equação de Boltzmann (GRAMINI, 2010 apud Neves et al., 2017).

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39

Neste modelo o comportamento do condutor e do veículo não se dá

individualmente e nem é o mesmo para toda a rede, mas sim em grupos de veículos.

São exemplos de mesossimuladores de tráfego os softwares: Cube Avenue,

DynaMit, DynaNemo e DynaSmart-P e Transyt-7F.

3.5.3 MODELAGEM MICROSCÓPICA

Na escala microscópica todos os veículos são avaliados individualmente. O

posicionamento e a velocidade de cada automóvel definem o estado do sistema. A

modelagem referente a esta abordagem, é realizada por meio de um sistema de equações

diferenciais ordinárias representando as leis da mecânica newtoniana (GRAMINI, 2010

apud Neves et al., 2017).

Simulações modeladas microscopicamente simulam as redes viárias com os

fluxos interagindo baseado no método car-following. Através deste tipo de modelo de

simulação de tráfego é possível validar condições de tráfego congestionado, complexas

configurações espaciais das vias e os impactos das alterações na estrutura de transporte

(PARAVISI et al., 2006).

Segundo Tavares (2010), o car-following foi criado nos anos 60, e baseia-se no

fato de um veículo “perseguir” o outro, o que significa que se o veículo líder (frente)

acelera, o veículo que está seguindo (atrás), deve acelerar também, entre outras ações.

A cada passo da simulação a posição de cada veículo é atualizada, assim, o

software calcula a posição na rede, além da velocidade e aceleração. Com isso, é decidido

a próxima ação na simulação de cada veículo do sistema.

Este é o modelo mais detalhado dentre os três de simulação de tráfego. Neste, as

características individuais dos condutores é levada em consideração, diferentemente do

macroscópico, onde é adotado um mesmo padrão para todos os usuários. Desta forma,

pode-se obter uma melhor representação do tráfego urbano real com microssimulações.

Nestas, o destino de cada veículo é definido na entrada da rede e os veículos que vão girar

já são alocados nas faixas mais adequadas, enquanto, os que vão seguir em frente

procuram as faixas de menor ocupação.

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40

São exemplos de microssimuladores de tráfego os softwares: AimSum,

Integration, MatSim, MitSim, Paramics, Sim Traffic, Sumo, TranSims, TransModeler,

VisSim, FreSim e o Corsim.

O simulador utilizado neste estudo é o TSIS CORSIM 6.0. A escolha se deu pela

disponibilidade da licença do software na Universidade. O funcionamento dele está

abordado de maneira mais pormenorizada no item subsequente.

3.6 PACOTE TSIS 6.0

O TSIS (Traffic Software Integrated System) é um ambiente de desenvolvimento

integrado que permite aos usuários realizar análises de operações de tráfego, elaborado

na University of Florida, pela McTrans Center. Construído usando diversos

componentes, o TSIS é uma caixa de ferramentas que permitem ao usuário definir e

gerenciar projetos de análise de tráfego, definir redes de tráfego e criar entradas para

análise de simulação, além de executar modelos de simulação de tráfego e interpretar os

resultados desses modelos (ITT, 2006).

O TSIS é um pacote de programas para o sistema operacional Windows, que tem

integração com o Pacote Office. É composto por três interfaces: CORSIM (Corridor

Simulation) - FRESSIM (Freeway Simulation) e NETSIM (Network Simulation) -

TRAFED e TRAFVU (TRAF Visualization Utility). O CORSIM é um conjunto integrado

com dois pacotes distintos - as vias expressas são representadas pelo FRESSIM e as vias

de tráfego urbano pelo NETSIM. O TRAFED é a interface gráfica do software, modelada

pelo usuário, que ativa todas as interfaces do pacote TSIS, codificando os arquivos

gráficos em arquivos de entrada do CORSIM. O TRAFVU é a interface de animação do

pacote, e permite a identificação de congestionamento na rede de tráfego de maneira mais

eficiente e ilustrativa. Além disso, há o TRANSLATOR, também incluso no pacote TSIS,

que converte o arquivo CORSIM em arquivo TRAFED e vice-versa (ITT, 2006).

A Figura 17 abaixo, representa o output do CORSIM, com os indicadores de

tráfego da rede viária representada.

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41

Figura 17 - Resumo Geral Relatório de Dados Interface CORSIM

Fonte: Output TSIS CORSIM (MCTRANS)

As Figura 18 ilustra a interface gráfica de modelagem TRAFED, com os nós

identificados por números e links representados. Além disto, são representados em roxo

as rotas e com retângulos azuis as estações de ônibus na rede viária. Na Figura 19 é

ilustrada a rede viária mais próxima da interseção semaforizada.

Figura 18 - Interface Gráfica TRAFED

Fonte: TSIS TRAFED (MCTRANS)

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42

Figura 19 - Detalhe Interface Gráfica TRAFED

Fonte: TSIS TRAFED (MCTRANS)

A Figura 20 ilustra a interface de animação do pacote TSIS. Nela está

representado os veículos (retângulos brancos e verdes), semáforos (setas verdes e

vermelhas), rotas de ônibus (cada rota tem uma cor de linha diferente), estação de ônibus

(retângulos azuis) e nomenclatura de cada link.

Na Figura 21 pode-se observar mais de perto os componentes da rede viária.

Figura 20 - Animação Interface TRAFVU

Fonte: TSIS TRAFVU (MCTRANS)

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43

Figura 21 - Detalhe Animação Interface TRAFVU

Fonte: TSIS TRAFVU (MCTRANS)

Os dados de input, necessários para a modelagem da rede viária no TRAFED, são

as tipologias do sistema de faixa de rodagem (links e nós), geometria de cada componente

da faixa de rodagem, linha de canalização, volumes de entrada no sistema, giro dos

veículos ou dados de origem e destino e tempos semafóricos.

O TSIS CORSIM é um modelo de simulação microscópica de tráfego para redes

de tráfego compostas por interseções semaforizadas e corredores. Simula faixas

exclusivas para ônibus (aplicadas neste trabalho com as faixas de BRS), com ou sem

ponto de embarque e desembarque. O software apresenta algumas limitações, como a

implantação das cabines de pedágio, representação de pontes, prioridade de semáforos,

implantação do VLT e dados de capacidade, que podem ser adaptadas com elementos

básicos do CORSIM, além da visualização em 3D (three dimensions), que não é uma

ferramenta deste pacote.

O relatório final gerado pelo CORSIM, após rodada a microssimulação, é no

formato OUT, podendo ser também apresentado em planilha XLS. Este gera dados

minuciosos, de cada interseção, analisando de maneira detalhada a rede de tráfego.

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44

Os indicadores de desempenho da rede completa do CORSIM são os outputs da

microssimulação após a codificação do sistema no TRAFED. Estes serão abordados no

item subsequente.

3.7 INDICADORES TSIS CORSIM

É de suma importância o entendimento do significado de cada um dos indicadores

relatório, a fim de poder identificar o real impacto dos fluxos levantados nos

congestionamentos da rede viária. No Manual de Uso do TSIS CORSIM - “CORSIM

User’s Guide” (ITT, 2006) obteve-se as definições abaixo, para cada indicador de tráfego.

3.7.1 DISTÂNCIA PERCORRIDA

Distância Percorrida Total é o somatório de todas as distâncias percorridas pelos

veículos que circulam pela rede. No relatório numérico do CORSIM a unidade de

distância é apresentada em milhas.

O aumento no valor deste parâmetro representa uma maior demanda de viagens

ou viagens mais longas no sistema, podendo representar uma piora no desempenho da

rede, saturando vias e congestionando o sistema.

3.7.2 TEMPO DE VIAGEM

O Tempo de Viagem Total é um indicador representado pela soma do Tempo de

Atraso com o Tempo em Movimento de todos os veículos da rede, somado todos os

trajetos percorridos dentro do sistema, conforme a fórmula abaixo. Todos os três

parâmetros são representados por hora no relatório numérico do CORSIM.

𝑇𝑉 (ℎ) = 𝑇𝑀(ℎ) + 𝑇𝐴(ℎ)

Onde:

TV: Tempo Total de Viagem;

TM: Tempo Total de Movimento;

TA: Tempo Total de Atraso.

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45

Este parâmetro indica uma melhoria no desempenho da rede quanto menor seu

valor.

Tempo de Atraso:

De acordo com o DNIT/ IPR (2006), a pesquisa de atraso e tempo de viagem tem

o objetivo de medir a velocidade e o retardamento de uma corrente de tráfego ao longo

de uma via, a fim de conhecer a dificuldade da mesma para percorrê-la.

Os atrasos, representam o tempo que os veículos não puderam trafegar na

velocidade de fluxo livre (ITT, 2006).

Segundo Coelho (2016), o atraso, de maneira geral, serve para identificar locais

nas vias onde ocorre uma diminuição da velocidade, ou até mesmo parada do veículo, por

algum motivo. Estes podem ser classificados da seguinte maneira:

o Atraso: tempo perdido quando o tráfego é impedido por algum elemento

sobre o qual o motorista não tem controle, como por exemplo, acidentes

na via;

o Atraso operacional: causado pela interferência de atrito lateral com

veículos estacionados, pedestres ou outros objetos, bem como

congestionamentos, redução de capacidade, manobras, que causam

redução da velocidade de fluxo livre na rede;

o Atraso fixo: causado pelos controles de tráfego, como semáforos e

sinalizações de tráfego;

o Atraso parado: quando o veículo está realmente parado durante o trajeto;

o Atraso de tempo de viagem: consequência da aceleração e desaceleração,

decorrente de congestionamentos.

3.7.3 VELOCIDADE MÉDIA

De acordo com Coelho (2016), as pesquisas de velocidade/ retardamento (variável

dependente do tempo de atraso) em conjunto tem como objetivo a análise de desempenho

de uma rota e a efetividade em atender o tráfego de maneira a não causar

congestionamentos; analisar o impacto de mudanças, das mais variáveis, de tráfego na

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rede viária; levantamento dos tempos de percurso nos limites do sistema, para uso nos

modelos de distribuição e alocação de tráfego.

A velocidade de percurso ou em movimento, levando em consideração todas as

restrições de tráfego, como congestionamentos, velocidade características das vias,

sinalização, semáforos, descreve melhor as condições de operação nos elementos do

sistema viário.

O aumento deste indicador representar uma melhoria na eficiência do sistema

viário, e consequentemente uma melhoria nos congestionamentos globais.

No CORSIM a Velocidade Média é calculada da forma expressa abaixo:

𝑉𝑚é𝑑𝑖𝑎 (𝑚𝑖

ℎ) =

𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑃𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 (𝑚𝑖)

𝑇𝐴 (ℎ) + 𝑇𝑀 (ℎ)

3.7.4 EFICIÊNCIA DA REDE

A Eficiência da Rede é medida através do indicador 𝑇𝑇𝑀𝑇𝑇𝑉⁄ .

Onde:

TTM: Tempo Total em Movimento (h);

TTV: Tempo Total de Viagem (h).

Quanto mais próximo o indicador estiver da unidade, mais eficiente o sistema

viário estará rodando e se aproximando da situação ideal de tráfego.

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4. MODELAGEM DA REDE DE TRÁFEGO

Neste capítulo será abordado o procedimento para a realização da pesquisa de

campo e levantamento de dados. Além disso, também serão definidos os cenários de

estudo, e caracterizado cada um deles, apresentando as mudanças da rede viária com o

passar dos anos.

4.1. PESQUISA DE CAMPO

A área de estudo selecionada para esta pesquisa foi definida a partir das vias

arteriais mais carregadas no centro da cidade do Rio de Janeiro – Avenida Rio Branco e

Avenida Presidente Vargas. Então, foram incorporados os corredores que impactam ou

são impactados diretamente pelo tráfego nessas vias arteriais, desde o local onde

ocorreram as obras do Porto Maravilha (Praça Mauá) ao Aterro do Flamengo (Avenida

Beira Mar).

Desta forma, os limites da rede viária foram definidos longitudinalmente pela

Praça Mauá e Avenida Beira Mar, e transversalmente pela Avenida Primeiro de Março/

Avenida Presidente Antônio Carlos e Avenida Passos/ Avenida República do Paraguai,

conforme exposto na Figura 22:

Figura 22 - Área de Estudo com a Demarcação das Principais Vias Arteriais

Fonte: Google Earth (2018)

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Para analisar o impacto das obras do Porto Maravilha na mobilidade urbana da

região, foram avaliados os fluxos de entrada e saída, contidos no perímetro da rede viária,

de forma a identificar os veículos que permanecem no sistema e os que saem no horário

de pico, através de microssimulações.

4.2. DEFINIÇÃO DOS CENÁRIOS

Para que fosse possível a análise da influência das obras na região central do Rio

de Janeiro, foram simulados, com o auxílio do software TSIS CORSIM, três cenários:

● Cenário 1: pesquisa de campo realizada em setembro e outubro de 2009, quando

ainda não tinha nenhuma intervenção no tráfego para o início das obras do Porto

Maravilha na área de estudo;

● Cenário 2: pesquisa de campo realizada em outubro de 2014, durante as obras do

Porto Maravilha, com muitas intervenções na área de estudo (sentido dos fluxos

de tráfego nas ruas invertido, ruas fechadas);

● Cenário 3: pesquisa de campo realizada em novembro e dezembro de 2018,

quando as mudanças na rede viária já consolidadas.

Nos itens a seguir, são apresentados os cenários no microssimulador TSIS, em seu

ambiente de edição da rede na interface TRAFED.

4.2.1 CENÁRIO 1 – ANO 2009

A rede viária estudada, no ano de 2009 é composta por 52 interseções

semaforizadas, sendo 16 entradas e 18 saídas.

A partir deste cenário serão comparadas as características qualitativas e

quantitativas da evolução do sistema viário da região.

4.2.2. CENÁRIO 2 – ANO 2014

A rede viária estudada, no ano de 2014 é composta por 43 interseções

semaforizadas, sendo 16 entradas e 17 saídas.

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O levantamento de dados durante a pesquisa de campo foi realizado durante as

obras do Porto Maravilha, e sofreu impactos das obras para inauguração das Vias Binário

e Expressa, além do Túnel Prefeito Marcello de Alencar e Túnel 450. Ainda como

intervenção na rede viária do período, houve a remoção do Elevado da Perimetral,

iniciada em 2013 e finalizada em 2014 (com a interdição total do Elevado em fevereiro

de 2014), além da interdição do Mergulhão da Praça XV também em fevereiro de 2014.

Para possibilitar a mobilidade em às obras, a Avenida Rio Branco passou a ser

mão dupla em fevereiro de 2014, desde a Avenida Presidente Vargas à Avenida Beira

Mar.

Além das intervenções das Obras do Porto Maravilha, no final de 2011 e início de

2012 foram inaugurados os corredores de BRS da Avenida Rio Branco, Avenida

Presidente Antônio Carlos, Rua Primeiro de Março e Avenida Presidente Vargas. Todos

estes corredores foram considerados na microssimulação.

4.2.3. CENÁRIO 3 – ANO 2018

A rede viária estudada, no ano de 2018 é composta por 14 interseções

semaforizadas, sendo 15 entradas e 15 saídas.

Com os impactos das Obras do Porto Maravilha já consolidados, tem-se as

seguintes alterações da rede em relação a 2014:

Avenida Rio Branco passou a ser mão única, sentido Aterro do Flamengo, até a

Rua Nilo Peçanha. A partir da Rua Nilo Peçanha, a Avenida Rio Branco passa a ser um

calçadão para pedestres. Além disso, o VLT encontra-se em operação na Avenida Rio

Branco e Rua da Assembleia (em direção à Praça XV).

A Avenida Visconde de Inhaúma passa a mão única, sentido Avenida Passos,

desde a Avenida Rio Branco. A Rua Sete de Setembro tem seu sentido invertido, sentido

Rua Primeiro de Março, passando assim a ser uma entrada da rede de tráfego em estudo.

A Rua República do Paraguai torna-se mão dupla a partir da Rua da Carioca. Não há mais

entrada no sistema viário pelo Aterro do Flamengo (interseção Avenida Rio Branco x

Avenida Beira Mar), apenas saída. Por fim, a Avenida Presidente Antônio Carlos passa a

ter duas pistas seguindo em direção à Praça Mauá e apenas uma em direção ao Aterro do

Flamengo.

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50

4.3. LEVANTAMENTO DE DADOS

Para o Cenário 1 e Cenário 2 – Ano de 2009 e 2014, respectivamente – foram

utilizados como base os dados Relatório de Fluxos de Tráfegos Classificados, elaborado

pelo PET – COPPE/ UFRJ em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPQ), e publicados em janeiro de 2010 e janeiro de 2015,

com o título de “Estudo da Área Central da Cidade do Rio de Janeiro”. Foram englobadas

todas as interseções semaforizadas, com fluxos consideráveis, no interior e perímetro da

rede.

Para o Cenário 3 – Ano de 2018 – foi realizado o levantamento em campo, apenas

dos volumes de tráfego de entrada e saída, no perímetro da rede viária em estudo, devido

a questões de tempo e verba disponíveis para a pesquisa. Para fins de comparação, na

microssimulação as interseções no interior da rede tiveram sua distribuição segundo os

percentuais de giro do levantamento realizado no ano de 2014.

Todos os Cenários seguiram a sequência de levantamento de dados abaixo:

● Espacial - Definição da área de estudo;

● Temporal - Definição do período de levantamento de dados;

● Prática - Realização efetiva dos levantamentos em campo (contagens);

● Tabulação dos dados obtidos.

A área de estudo foi previamente decidida e em seguida, foram listadas e

catalogadas as interseções a serem levantados os fluxos.

Foram estabelecidas prioridades e dimensionadas as equipes de contagens para

cada interseção (o número de pesquisadores é em função do número de movimentos – foi

alocado um pesquisador para cada dois movimentos não simultâneos). Quando o volume

da via em questão era expressivamente maior que os outros, os movimentos de

automóveis e táxi foram divididos para um pesquisador, e, ônibus, vans e caminhões para

outro. Foram otimizados os deslocamentos a pé dos pesquisadores entre as interseções a

serem levantadas, a fim de reduzir a ociosidade das equipes.

Foram utilizados contadores industriais manuais afixados a pranchetas, e os dados

transcritos em planilha pelas equipes de colaboradores, conforme Figura 23:

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Figura 23 - Exemplo de Ficha de Campo

Os levantamentos dos volumes de tráfego, in situ, foram realizadas no período da

manhã, em duas faixas de horário – de 08:00h às 10:00h e de 10:00h às 12:00h. Os

volumes foram classificados em: automóvel, ônibus, van/ kombi, táxi e caminhão.

Na etapa de tabulação e análise de dados, os volumes foram convertidos em

Unidade de Carro de Passeio (UCP) para serem incluídos no microssimulador, da

seguinte forma, de acordo com o Relatório de Fluxos de Tráfego Classificados (PET-

COPPE/UFRJ, 2010 e 2015):

● Automóvel – UCP: 1,0;

● Ônibus – UCP: 2,0;

● Van/ Kombi – UCP: 1,0;

● Táxi – UCP: 1,0;

● Caminhão – UCP: 2,3.

O levantamento de dados em 2009 ocorreu no período de 21 de setembro a 05 de

outubro de 2009 (com exceção apenas ao dia 23 de setembro, que foi decretado o Dia

Mundial Sem Carro, impactando no fluxo veicular da região). Participaram da pesquisa

de campo 12 pesquisadores, para 52 interseções semaforizadas, especificadas abaixo:

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Tabela 3 - Interseções Cenário 1 (ano 2009)

Cód* Interseção

Movimentos Pesquisadores Via 1 Via 2

17 Av. Passos R. Buenos Aires 4 3

18 Av. Passos R. da Alfândega 1 2

19 Av. Presidente Vargas Av. Passos 10 10

20 Av. Marechal Floriano Rua Camerino 6 3

24 Av. Presidente Vargas Rua Uruguaiana 10 9

25 Av. Marechal Floriano Rua Uruguaiana 7 3

29 Av. Rodrigues Alves Av. Rio Branco 7 4

30 Av. Rio Branco R. do Acre 5 4

31 Av. Rio Branco R. Dom Gerardo 4 3

32 Av. Rio Branco

R. Visconde de Inhaúma 5

3

33 Av. Rio Branco Av. Presidente Vargas 12 8

34 R. 1° de Março

R. Visconde de Inhaúma 4

2

35 R. 1° de Março Av. Presidente Vargas 11 6

79 Pça Tiradentes Pedestres 3 3

81 Av. Passos Pça Tiradentes 4 3

82 R. da Carioca Pça Tiradentes 4 3

83 R. da Carioca

Av. República do Paraguai 2

1

84 Av. República do Paraguai

(Pedestres) 2

2

85 Av. Marechal Câmara Av. Franklin Roosevelt 4 4

86 R. 1° de Março R. do Ouvidor 1 2

87 R. 1° de Março R. Sete de Setembro 2 2

88 R. 1° de Março R. da Assembleia 2 3

89 R. 1° de Março R. São José 3 2

90 Av. Pres. Antônio Carlos

Av. Erasmo Braga 5

4

91 Av. Pres. Antônio Carlos

Av. Almirante Barroso 11

7

92 Av. Pres. Antônio Carlos

R. Araújo Porto Alegre 6

4

93 Av. Pres. Antônio Carlos

R. Santa Luzia 8

4

94 Av. Pres. Antônio Carlos

Av. Franklin Roosevelt 12

6

95 Av. Nilo Peçanha Av. Graça Aranha 7 3

96 Av. Almte. Barroso Av. Graça Aranha 7 3

97 R. Araújo Porto Alegre Av. Graça Aranha 4 2

98 R. Santa Luzia Av. Graça Aranha 4 2

99 Av. Presidente Wilson Av. Calógeras 6 2

100 Av. Beira Mar Av. Calógeras 5 3

101 R. México Av. Almte. Barroso 6 3

102 R. México R. Araújo Porto Alegre 4 2

103 R. México R. Santa Luzia 4 2

104 R. México Av. Presidente Wilson 4 3

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53

Tabela 4 (continuação) - Interseções Cenário 1 (ano 2009)

105 Av. Rio Branco R. Buenos Aires 4 3

106 Av. Rio Branco R. do Rosário 1 2

107 Av. Rio Branco R. do Ouvidor 1 2

108 Av. Rio Branco R. Sete de Setembro 1 2

109 Av. Rio Branco R. da Assembleia 4 3

111 Av. Rio Branco Av. Nilo Peçanha 4 3

112 Av. Rio Branco Av. Almte. Barroso 6 4

114 Av. Rio Branco R. Evaristo da Veiga 4 3

116 Av. Rio Branco R. Santa Luzia 4 3

117 Av. Rio Branco Av. Presidente Wilson 9 5

118 Av. Rio Branco Av. Beira Mar 6 4

119 R. Senador Dantas R. Evaristo da Veiga 4 2

120 R. Senador Dantas R. do Passeio 4 2

123 Av. República do Paraguai

R. Evaristo da Veiga 6

3

O levantamento de dados em 2014 ocorreu no período de 6 de outubro a 30 de

outubro de 2014. Participaram da pesquisa de campo 18 pesquisadores, para 43

interseções semaforizadas,

Tabela 5 - Interseções Cenário 2 (ano 2014)

Cód* Interseção

Movimentos Pesquisadores Via 1 Via 2

17 Av. Passos R. Buenos Aires 4 2

18 Av. Passos R. da Alfândega 1 2

19 Av. Presidente Vargas Av. Passos 10 5

20 Av. Marechal Floriano Rua Camerino 6 3

24 Av. Presidente Vargas Rua Uruguaiana 10 6

25 Av. Marechal Floriano Rua Uruguaiana 7 3

29 Av. Rodrigues Alves Av. Rio Branco 9 4

30 Av. Rio Branco R. do Acre 5 2

31 Av. Rio Branco R. Dom Gerardo 4 2

32 Av. Rio Branco

R. Visconde de Inhaúma 5

3

33 Av. Rio Branco Av. Presidente Vargas 12 5

34 R. 1° de Março

R. Visconde de Inhaúma 4

2

35 R. 1° de Março Av. Presidente Vargas 11 5

79 Pça Tiradentes Pedestres 3 1

81 Av. Passos Pça Tiradentes 4 2

82 R. da Carioca Pça Tiradentes 4 2

83 R. da Carioca

Av. República do Paraguai 2

1

84 Av. República do Paraguai

(Pedestres) 2

2

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Tabela 6 (continuação) - Interseções Cenário 2 (ano 2014)

85 Av. Marechal Câmara Av. Franklin Roosevelt 6 4

86 R. 1° de Março R. do Ouvidor 1 2

87 R. 1° de Março R. Sete de Setembro 2 2

88 R. 1° de Março R. da Assembleia 2 2

89 R. 1° de Março R. São José 3 2

90 Av. Pres. Antônio Carlos

Av. Erasmo Braga 4

4

91 Av. Pres. Antônio Carlos

Av. Almirante Barroso 13

3

92 Av. Pres. Antônio Carlos

R. Araújo Porto Alegre 6

3

93 Av. Pres. Antônio Carlos

R. Santa Luzia 8

4

94 Av. Pres. Antônio Carlos

Av. Franklin Roosevelt 11

4

95 Av. Nilo Peçanha Av. Graça Aranha 5 2

96 Av. Almte. Barroso Av. Graça Aranha 7 3

97 R. Araújo Porto Alegre Av. Graça Aranha 4 2

98 R. Santa Luzia Av. Graça Aranha 4 2

99 Av. Presidente Wilson Av. Calógeras 4 2

100 Av. Beira Mar Av. Calógeras 4 2

101 R. México Av. Almte. Barroso 6 3

102 R. México R. Araújo Porto Alegre 4 2

103 R. México R. Santa Luzia 4 2

104 R. México Av. Presidente Wilson 4 3

105 Av. Rio Branco R. Buenos Aires 4 3

106 Av. Rio Branco R. do Rosário 1 2

107 Av. Rio Branco R. do Ouvidor 1 2

108 Av. Rio Branco R. Sete de Setembro 1 2

109 Av. Rio Branco R. da Assembleia 4 3

111 Av. Rio Branco Av. Nilo Peçanha 4 3

112 Av. Rio Branco Av. Almte. Barroso 6 4

114 Av. Rio Branco R. Evaristo da Veiga 4 3

116 Av. Rio Branco R. Santa Luzia 4 2

117 Av. Rio Branco Av. Presidente Wilson 9 4

118 Av. Rio Branco Av. Beira Mar 6 3

119 R. Senador Dantas R. Evaristo da Veiga 4 2

120 R. Senador Dantas R. do Passeio 4 2

123 Av. República do Paraguai

R. Evaristo da Veiga 6

2

O levantamento de dados de 2018 ocorreu no período de 28 de novembro a 04 de

dezembro. Participaram da pesquisa 13 pesquisadores, para 14 interseções semaforizadas,

no perímetro da rede, especificadas abaixo:

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55

Tabela 7 - Interseções Cenário 3 (ano 2018)

Cód* Interseção

Movimentos Pesquisadores Via 1 Via 2

17 Av. Passos R. Buenos Aires 4 1

19 Av. Presidente Vargas Av. Passos 10 3

20 Av. Marechal Floriano Rua Camerino 2 1

30 Av. Rio Branco Rua do Acre 3 1

81 Av. Passos Pça Tiradentes 3 1

82 R. da Carioca Pça Tiradentes 2 1

85 Av. Marechal Câmara Av. Franklin Roosevelt 6 3

94 Av. Pres. Antônio Carlos Av. Franklin Roosevelt 5 2

100 Av. Beira Mar Av. Calógeras 4 2

112 Av. Rio Branco Av. Almte. Barroso 2 2

117 Av. Rio Branco Av. Presidente Wilson 4 2

118 Av. Rio Branco Av. Beira Mar 3 2

120 R. Senador Dantas R. do Passeio 2 1

123 Av. República do

Paraguai R. Evaristo da Veiga 2 2

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56

5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

A partir dos dados da pesquisa de campo realizadas nos anos de 2009, 2014 e

2018, pode-se obter os dados dos fluxos nas interseções da rede em estudo, além dos

fluxos de entrada e saída do sistema. Ainda com esses dados, utilizados como input na

microssimulação com o TSIS CORSIM, foi possível obter dados de indicadores de

tráfego como output do software, abordados em sequência.

5.1. COMPARAÇÃO ENTRE OS FLUXOS DE TRÁFEGO

A região em estudo, por ser predominantemente comercial, tem os automóveis e

táxis como destaque na classificação dos fluxos, em detrimento das vans e caminhões.

Desta forma, foi estudada a evolução dos volumes de entrada e saída da rede, nos três

cenários em questão, a fim de caracterizar a mudança ou permanência dos tipos de viagens

no horário de pico da manhã (08:00h às 10:00h).

As Tabelas 6 e 7 abaixo representam a classificação dos veículos nos fluxos de

entrada e saída, respectivamente, nos três cenários estudados.

Tabela 8 - Classificação das Entradas na Rede no Horário de Pico da Manhã

ANO Nº

ENTRADAS

∑ ENTRADAS

AUTOMÓVEIS TÁXIS TOTAL

2009 16 7.306 3.487 10.793

2014 16 7.120 4.046 11.166

2018 15 7.385 2.479 9.864

Tabela 9 - Classificação das Saídas na Rede no Horário de Pico da Manhã

ANO Nº SAÍDAS ∑ SAÍDAS

AUTOMÓVEIS TÁXIS TOTAL

2009 18 6.689 4.242 10.931

2014 17 5.192 4.079 9.271

2018 15 4.637 2.218 6.855

Entradas:

O número de entradas em 2018 diminuiu em relação aos anos de 2009 e 2014

devido a interseção semaforizada entre a Rua Sete de Setembro x Avenida Passos. Em

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57

2018 a Rua Sete de Setembro teve seu sentido alterado, tornando-se uma saída da rede

viária em estudo.

Em relação a quantidade de veículos entrando na rede de tráfego, pode-se observar

a estabilidade da quantidade de automóveis e um aumento do número de táxis entre 2009

e 2014 e redução de aproximadamente 50% do número de táxis entre 2014 e 2018. Pode-

se justificar esta redução com a implantação e da expansão em 2014 dos aplicativos de

viagens particulares (Uber, 99Táxis, entre outros) no Rio de Janeiro, diminuindo assim a

demanda de passageiros por táxis.

Saídas:

Analisando as saídas, constata-se uma redução de uma saída de 2009 para 2014,

e de três saídas, de 2014 para 2018. Em 2009 havia a saída da rede de tráfego pela

interseção semaforizada Avenida Rodrigues Alves x Avenida Rio Branco, que em 2014

estava interditada. Em 2018 a interseção Avenida Rio Branco x Rua Dom Gerardo deixou

de ser uma saída, como em 2014, passando a ser uma entrada da rede viária, devido a

mudança de sentido do tráfego da Avenida Rio Branco. A interseção da Avenida

Marechal Floriano x Rua Camerino também deixou de ser uma saída no sistema, passando

a ser um entrada, devido a mudança de sentido da Rua Camerino.

A quantidade de automóveis saindo da rede de tráfego entre os três anos em

estudo, decaiu ao longo do tempo, e a saída de táxis reduziu pouco entre 2009 e 2014, e

em 2018 sofreu uma redução considerável, justificando a menor oferta de táxis na região

em decorrência da maior oferta e demanda de carros de viagens particulares (Uber,

99Táxis, entre outros).

Desta forma, chega-se à conclusão que em 2009, antes da Operação Urbana, o

fluxo de veículos saindo da rede de tráfego era maior que o de entrada. Diferentemente

dos fluxos de 2014 e 2018, onde a entrada na rede viária foi maior que a saída, acarretando

em maior número de veículos circulando na rede nos Cenários 2 e 3, conforme resumido

na Tabela 8 abaixo:

Tabela 10 - Classificação das Saídas na Rede no Horário de Pico da Manhã

ANO ENTRADA – SAÍDA

AUTOMÓVEIS TÁXI TOTAL

2009 617 -755 -138

2014 1.928 -33 1.895

2018 2.748 261 3.009

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58

De maneira geral, houve um saldo positivo dos automóveis em todo o período

estudado. Para os táxis houve mais saída do que entrada em 2009 e 2014, e mais entrada

na rede de tráfego do que saída em 2018.

Na coluna “Total”, pode-se constatar que mais veículos permaneceram na rede de

tráfego, acarretando assim em possíveis aumentos de congestionamentos.

A evolução da quantidade de veículos na rede (saída subtraída da entrada), nos

Cenários 1, 2 e 3 é ilustrada na Gráfico 9:

Gráfico 9 - Evolução dos Fluxos Totais nas Entradas e Saídas no Horário de Pico

5.2. INDICADORES DE TRÁFEGO

Com os Cenários devidamente modelados no TSIS, com a mesma calibração e

configurações em todas as redes, a fim de poder obter valores comparativos relevantes e

satisfatórios, foram obtidos resultados em diferentes interfaces: animação e relatório.

Os dados apresentados na Tabela 9 abaixo, são todos provenientes do relatório

numérico do TSIS CORSIM. O software por ter origem americana, utiliza unidades

americanas, e não as do SI (Sistema Internacional). Por isso, foram feitas todas as

conversões para unidades do SI, para ter-se o melhor entendimento e mensuração dos

parâmetros, apresentados em sequência.

10.793 11.166

9.864

10.931

9.271

6.113

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

1 2 3

de

Veí

culo

s

Cenários

Evolução das Entradas e Saídas de Veículos na Rede

Entrada Saída

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59

Tabela 11 - Resumo dos Indicadores de Tráfego

ANO

Dist. Total

Percorrida

(mi)

Dist. Total

Percorrida

(Km)

Tempo de

Movimento

(h)

TTA (h) TTV (h)

V

Média

(mi/h)

V

Média

(Km/h)

TTM/TTV

2009 17435,0 28070,46 586,88 978,20 1565,08 11,12 17,90 0,37

2014 10192,2 16409,52 344,91 1228,70 1573,61 6,46 10,40 0,22

2018 5499,9 8854,81 187,45 1291,91 1479,36 3,73 6,00 0,13

5.2.1. DISTÂNCIA TOTAL PERCORRIDA

O Gráfico 10 abaixo representa a evolução da distância total percorrida entre os

Cenários 1, 2 e 3, em quilômetros, adotando-se a conversão de 1,0 mi = 1,61 Km.

Gráfico 10 - Distância Total Percorrida (Km)

Fonte: Output TSIS CORSIM (MCTRANS)

Pode-se observar que ao longo dos anos que a distância total percorrida diminuiu

significativamente, caracterizando viagens mais curtas entre as entradas e saídas dos

veículos. Cerca de 68% do somatório total dos trajetos Origem e Destino na rede de

tráfego foram reduzidos, comparando-se o Cenário 1 e o Cenário 3.

28070,5

16409,5

8854,8

0,0 5000,0 10000,0 15000,0 20000,0 25000,0 30000,0

1

2

3

Distância (Km)

Cen

ário

s

Distância Total Percorrida na Rede

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60

5.2.2. TEMPO TOTAL DE VIAGEM

O CORSIM, em seu relatório numérico, calcula o Tempo de Atraso como a

subtração entre o Tempo de Viagem e o Tempo em Movimento, considerando apenas os

atrasos fixos e atrasos de tempo de viagem. O Gráfico 11 ilustra a evolução do tempo de

viagem nos três Cenários estudados:

Gráfico 11 - Tempo de Viagem (h)

Fonte: Output TSIS CORSIM (MCTRANS)

O aumento dos indicadores de Tempo de Atraso e Tempo de Viagem representam

uma piora na mobilidade do sistema, no que diz respeito ao tráfego veicular rodoviário.

Como pode-se observar, comparando o antes e depois das obras da Operação

Urbana Porto Maravilha, o Cenário 2 teve um acréscimo no Tempo Total de Viagem e

no Tempo de Atraso, e consequentemente uma redução no Tempo de Movimento,

equivalente a 59%, quando comparado com o Cenário 1.

Comparando os Cenários 1 e 3, pode-se constatar uma piora nos indicadores

Tempo de Movimento, reduzindo em 32%, e Tempo de Atraso, aumentado em 24%,

caracterizando uma piora na mobilidade rodoviária após as Obras.

Devido ao levantamento de dados do ano de 2018 não ter sido feito em todas as

interseções semaforizadas do sistema, como em 2009 e 2014, os giros dos fluxos de

587

978

1565

345

1229

1574

187

1292

1479

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

Movimento Atraso Tempo de Viagem

Tem

po

de

Via

gem

(h)

Dados por Cenários

Tempo de Viagem na Rede

1 2 3

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61

tráfego foram estimados, acarretando em menor tempo total de viagem e menor distância

total percorrida (origem e destino das viagens menor). Desta forma, os indicadores de

Tempo de Movimento (menos tempo em movimento) e Tempo de Atraso (mais tempo

parado) tornam-se mais confiáveis em relação a sua redução, do que o indicador de

Tempo Total de Viagem.

5.2.3. VELOCIDADE MÉDIA

A ilustração da evolução da Velocidade Média é exposta abaixo, no Gráfico 12:

Gráfico 12 - Velocidade Média da Rede

Fonte: Output TSIS CORSIM (MCTRANS)

Observa-se que houve uma piora significativa entre o Cenário 1 e o Cenário 3,

representada por 66% de redução da Velocidade Média entre antes e depois da Operação

Urbana Porto Maravilha, acarretando em maiores congestionamentos e diminuição do

conforto do usuário dentro do sistema viário.

5.2.4. EFICIÊNCIA DA REDE

No Gráfico 13 está ilustrada a evolução da eficiência da rede viária nos Cenários

estudados.

17,9

10,4

6,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

20,0

1 2 3

Vel

oci

dad

e M

édia

(K

m/h

)

Cenário

Velocidade Média da Rede

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62

Gráfico 13 - Eficiência da Rede

Fonte: Output TSIS CORSIM (MCTRANS)

Todos os 3 Cenários estudados apresentam uma eficiência baixa quando

comparado com o cenário ideal (𝑇𝑇𝑀𝑇𝑇𝑉⁄ = 1). Ainda assim, pode-se observar a redução

da Eficiência da rede com o passar dos anos, diminuindo a mobilidade na região, e

acarretando no aumento dos congestionamentos, em cerca de 65% quando comparado o

Cenário 1 e o Cenário 3.

0,37

0,22

0,13

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

1 2 3

TT

M/

TT

V

Cenários

Eficência da Rede Viária

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63

6. CONCLUSÃO

Ao comparar os dados de velocidade média da rede viária, pode-se constatar uma

crescente redução da mobilidade na Região Central do Rio de Janeiro, em termos de

transporte rodoviário. O aumento da saturação de vias importantes, faz com o tempo de

atraso torne-se cada vez maior. Como consequência disto, a redução da eficiência do

sistema viário em estudo diminuiu consideravelmente.

Houve um aumento da procura por transportes coletivos e não rodoviários, como

barcas e metrôs, conforme abordado no Capítulo 2, caracterizando assim, a procura do

usuário por uma viagem mais veloz, com mais conforto, de maneira a escapar dos grandes

congestionamentos.

Conclui-se, assim, que as pesquisas de planejamento de tráfego demonstram ainda

mais importância quando são realizadas obras de infraestrutura robustas em uma região,

como a do Porto Maravilha, onde há a inserção de polos geradores de tráfego, tendo o

aumento de demanda de viagens na região. As microssimulações são uma ferramenta de

planejamento eficaz para representação dos cenários atuais, quando modeladas com todos

seus detalhes. Estas, associadas a estudos de previsões de viagens, podem retratar de

maneira confiável o impacto de alterações em sistemas viários a serem implementados.

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