anexo 1 diários de campo das formações e reuniões · reuniões do 2.º andar ± departamento...
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Anexo 1 – Diários de campo das formações e reuniões
Datas
28 setembro 2015
29 setembro 2015
05 outubro 2015
14 dezembro 2015
08 outubro 2015
10 novembro 2015
27 janeiro 2016
05 fevereiro 2016
03 março 2016
22 março 2016
28 abril 2016
06 maio 2016
Formação sobre os dados estatísticos referentes à Avaliação Externa das Escolas
28 setembro 2015
No dia 28 de setembro, a convite do Dr. HG e da Dra. L, dirigimo-nos à sala de
reuniões do 2.º andar – departamento ATISul – pelas 10h40. Trata-se de uma
formação/reunião do grupo de trabalho constituído por dois Inspetores da ATISul, dois
Inspetores da ATINorte, dois Inspetores da ATICentro, seis funcionários da IGEC (Dr.
HG, Dra. L e outros quatro colaboradores).
Antes de iniciarem o tema que originou o encontro, o Dr. HG faz questão de nos
identificar como estagiárias, pedindo que nos apresentemos dizendo o nosso nome e a
faculdade onde estudamos; em consequência, cada um dos presentes apresentou-se
também, dizendo o seu nome e o cargo que ocupa.
Depois de nos enquadrar, o Dr. HG inicia a sua apresentação: dados estatísticos obtidos
mediante a análise de questionários que foram aplicados aos Inspetores e aos peritos
externos acerca: 1) do número de Inspetores/peritos externos alocados à atividade de
AEE; 2) ao período (duração) dedicado à atividade de AEE; 3) a apresentação das
conclusões da AEE à escola; 4) as consequências da AEE; 5) o relatório de AEE:
estrutura e metodologia adotadas (tendo em conta que a metodologia varia consoante a
zona do país); 6) outros comentários sobre a AEE (campo de resposta aberta onde os
Inspetores e os peritos externos apontaram sugestões como: “as escolas deviam
conhecer melhor os critérios de avaliação” ou “os avaliadores deviam ter acesso aos
documentos atualizados das escolas dias antes à AEE”. A maioria dos aspetos satisfaz
as expectativas da IGEC, já que os Inspetores e os peritos externos mostram-se
satisfeitos com a AEE, na generalidade).
O Dr. HG conclui, depois de expor algumas respostas aos questionários, que a maioria
dos inquiridos se mostra Concordante/Muito Concordante com todos os seis parâmetros
abordados no questionário e, na maioria das vezes, escrevem sugestões de melhoria ou
elogiam a AEE em cada questão.
Entretanto o Inspetor 1 intervém, discutindo o conceito de “referente”, defendendo que
este deve ser definido como “a medida da coisa”. Esta discussão surgiu do comentário
redigido na resposta aberta do questionário: um inquirido referiu, como área de
melhoria da IGEC, “a maior explicitação dos critérios/referentes para as escolas, ou
seja, a escola não sabe ao certo o que terá que ser e fazer para ter uma boa
classificação”.
O Dr. HG concorda com o Inspetor 1 e com o inquirido, dizendo que realmente falta
alguma informação às escolas no que diz respeito aos referentes adotados pela IGEC na
AEE: “o único referente que a escola tem neste momento é o valor esperado”, diz.
O Inspetor 1 continua o raciocínio, referindo que a utilização de referentes claros
beneficia muito o avaliado (a escola) que, com acesso ao relatório da AEE e aos
referentes explícitos, pode melhorar antes da próxima AEE.
Todos parecem concordar, e a apresentação do Dr. HG continua.
O Dr. HG apresenta outro estudo (referente a uma escola específica com o propósito de
ilustrar as explicações que vai ministrando) composto pelos seguintes campos de
análise: 1) número de alunos; 2) distribuição pela idade e pelo sexo; 3) a progressão dos
resultados dos alunos do 6.º para o 9.º ano em Português e Matemática no ano letivo de
2014/2015 (aqui pretende-se apurar se a progressão dos alunos é relativa positiva,
neutra – quando o aluno mantem a nota -, ou relativa negativa: estes dados permitiram
calcular o valor acrescentado e a média).
Segue-se a exposição dos mesmos dados, mas de uma escola diferente. O Dr. HG
esclarece que as escolas ainda não têm acesso a estes documentos, os restantes
confirmam, porém garantem conhecer bem cada escola e cada contexto ao longo do país
e, por isso, muitos não se mostram surpreendidos com os resultados que vão analisando
nesta apresentação.
O Dr. HG esclarece que os resultados esperados são calculados consoante o contexto da
escola e os resultados que obteve anteriormente (porém estes resultados têm um
desfasamento de dois anos: para o ano letivo 2015/2016 têm-se em consideração os
resultados obtidos no ano letivo 2013/2014).
Terminada a análise dos dados trazidos pelo Dr. HG, a equipa de reflexão resolve fazer
a pausa para almoçar.
À tarde, pelas 14h45, já todos se encontravam reunidos na sala onde, além dos 12
participantes iniciais, se juntaram mais dois: a Doutora LL e o Doutor J, responsáveis
pela área da estatística em educação (desenvolvem indicadores que objetivam reduzir ao
máximo as variáveis que podem influenciar o resultado dos alunos e das escolas,
aquando das avaliações externas).
O Doutor J inicia a sua apresentação referindo o indicador medidor da progressão do
aluno, tendo em conta as notas externas (dos exames nacionais) do 9.º e do 12.º anos de
escolaridade; este indicador foi criado para evitar o peso do contexto que circunda a
escola. Posteriormente refere e explica em pormenor outro indicador medidor da
progressão: as notas dos exames nacionais do aluno A no 6.º ano é X; este aluno deve
ser comparado com os alunos B, C e D que, nos exames nacionais do 6.º ano,
conseguiram também a classificação X. Passados, supostamente, dois anos letivos: o
aluno A, agora no 9.º ano, consegue, nos exame nacionais, a nota Y. O objetivo é
perceber se os alunos B, C e D também conseguiram, nos exames nacionais do 9.º ano,
obter a classificação de Y. Se sim: a progressão foi positiva; se não: a progressão
considera-se negativa. Aqui, refere o Doutor J, “mede-se se o aluno foi aprovado no 7.º
e 8.º anos e teve positiva nos dois exames do 9.º ano (Português e Matemática). Isto é
ótimo porque fornece resultados em tempo útil (dois meses depois dos exames
nacionais) e evita que as escolas retenham alunos com o objetivo de garantir uma boa
média no ranking, já que a progressão só é considerada positiva se o aluno não
reprovar”. O Doutor J esclarece ainda que os indicadores de valor esperado, progressão
e ranking devem ser analisados tendo em conta a taxa de retenção, e todos os presentes
se mostram concordantes.
Com o decorrer da formação/reunião outras questões foram abordadas porém, por
questões de confidencialidade, não devem constar no presente relatório de estágio.
Formação sobre as Escolas Europeias e a Whole School Inspection, e sobre a
conferência SICI: Evaluating School Leadership
29 setembro 2015
No dia 29 de setembro de 2015, pelas 11h00, voltámos à sala de reuniões da ATISul
com o objetivo de assistir a uma formação dividida em duas partes e, por isso, em dois
temas: primeiro, pela Dra. HC, uma formação acerca das Escolas Europeias (EE) e da
Whole School Inspection (WSI); em segundo, pelo Inspetor JP, uma formação relativa à
Conferência SICI: Evaluating School Leadership.
Na sala estão reunidos Inspetores da IGEC.
A Dra. HC inicia a sua apresentação elucidando que a origem das EE remonta à
Comunidade do Carvão e do Aço e foram criadas com o objetivo de oferecer uma
educação multicultural aos filhos dos funcionários das instituições europeias; prossegue
acrescentando que as EE obedecem ao governo dos 28 Estados membros da União
Europeia e são fortemente centralizadas, reguladas e centralizadoras.
Passa, posteriormente, à apresentação da WSI, referindo que esta surgiu da Convenção
Relativa ao Estatuto das EE, ratificada em Portugal pelo D-L n.º 1/97, 3 janeiro. O
primeiro ciclo de atividade WSI é, diz, realizado entre 2011 e 2015, completando o
ciclo – previamente estabelecido - de quatro anos. Segundo a Dra. HC, a WSI tem como
objetivos: 1) garantir a qualidade do ensino, mediante a atuação do Conselho de
Inspeção; 2) promover boas práticas; 3) incentivar a autoavaliação das/nas EE; e 4)
promover a melhoria dos resultados.
O grande objetivo da WSI é, segundo a oradora, “plantar na escola os planos plurianuais
e anual feitos mediante a autoavaliação, para que as escolas reflitam sobre as suas
práticas e as melhorem”.
Pretendendo esclarecer o processo de avaliação externa às EE, a Dra. HC aponta as
etapas desta atividade: 1) a WSI envia os critérios e os indicadores que utilizam na
avaliação externa para que a própria escola reflita e realize a sua autoavaliação; 2) existe
a intervenção da WSI; 3) elaboração do relatório/feedback; 4) existe uma discussão
acerca das conclusões do relatório, em comparação com a perspetiva dos professores e
dos alunos; e 5) realiza-se novamente a autoavaliação tendo em vista a conceção do
plano de melhoria.
Assim, segundo o exposto, os critérios de avaliação externa são: Gestão e Organização,
Currículo e Plano de Atividades, Ensino e Aprendizagem, Apoio Educativo, Recursos,
Avaliação e Qualidade e Ethos e Clima da Escola.
A Dra. HC continua a sua apresentação, todos os presentes se mostram interessados e
compenetrados, mais preocupados em acompanhar todas as informações expostas do
que em intervir.
A Dra. HC não demora a referir a composição do relatório da WSI. A saber: o relatório
é composto por três páginas. A primeira página é standard e contém o nome dos
integrantes da equipa inspetiva, a metodologia de avaliação que seguem, entre outros
pormenores de caráter identificativo/informativo. As segunda e terceira páginas
esclarecem os pontos fortes e as áreas de melhoria de forma clara, sintética e
transparente que evitar que hajam dúvidas por parte das escolas. Aquando do envio do
relatório, a WSI envia para as escolas um formulário; neste formulário a escola deve
elaborar um plano de melhoria em resposta às geralmente cinco/seis recomendações
feitas pela WSI no relatório de avaliação externa. A WSI responde e reenvia o
formulário, apoiando/incentivando as medidas propostas pela EE, ou propondo outras
diretrizes de melhoria. Dois anos depois, o mesmo formulário é reenviado à escola para
que, após autoavaliação, a EE reflita e conclua se ocorreu, efetivamente, uma mudança
positiva e se o plano de melhoria foi efetivado, como meio de perceber que aspetos
ainda não foram assegurados.
A Dra. HC segue a sua apresentação com a clarificação de dois conceitos: Follow-up:
Ocorre, por exemplo, quando a escola não reenvia o formulário ou não lhe responde de
forma adequada. Refere-se ao momento em que os Inspetores se dirigem à EE e existe
um contacto presencial; e Desk research: Dá-se quando os Inspetores analisam o
formulário ou os documentos enviados pela escola. É designado como o trabalho de
secretária e de pesquisa. Quanto a este tópico a Dra. HC esclarece que a WSI pode
solicitar documentos adicionais às EE quando o grupo diretor analisa a resposta da
escola e, apesar disso, precisa de evidências factuais: o envio de documentos por parte
da escola (como os planos de ação, plurianuais, anual, entre outros) é fundamental, já
que prova mais do que uma entrevista; as entrevistas aos agentes educativos servem o
principal propósito de confirmar algum facto percebido, contudo não apresentam
informações específicas e comprováveis/contáveis.
Segundo a Dra. HC, a WSI pode realizar, caso se justifique, alterações no relatório,
contudo estás modificações só são possíveis com recurso a provas factuais – todos os
aspetos que constem no relatório e se apoiem em julgamentos/impressões/apreciações
não são alteráveis, uma vez que dependem da análise e da observação do Inspetor, um
profissional consciente e competente.
Concluída a apresentação referente às EE e à WSI, todos os presentes fazem questão de
elogiar o trabalho desenvolvido, neste âmbito, a nível internacional. Dizem ser um
modelo de avaliação externa que, na sua generalidade, poderia representar vantagens, se
implementado em Portugal. A Dra. HC fala orgulhosamente destes temas e teve um
discurso conciso e fluido que permitiu a anotação de diversos pormenores que
constituem novidade para a maior parte da audiência, especialmente para as estagiárias.
O grupo decide fazer uma pausa para o almoço e combina regressar à sala pelas 14h00 a
fim de abordar o segundo tópico proposto.
A segunda parte do encontro é gerida pelo Inspetor JP e centra-se na conferência SICI:
Evaluating School Leadership que ocorreu em Belgrado, na Sérvia, entre 15 a 19 de
setembro de 2015.
O Inspetor inicia a sua exposição esclarecendo que pretende descrever, de modo geral,
os conteúdos referidos na conferência e o clima de multiculturalidade e trabalho em
grupo que lá se desenvolveu. Assim sendo, o orador começa por referir que observou
duas aulas – enquanto lecionavam, os docentes procuravam traduzir para inglês o que ia
ocorrendo, de modo a esclarecer o Inspetor -, durante 20 minutos cada. Essa observação
serviu, diz, para preencher um formulário fundamentalmente dedicado à liderança do
professor em sala de aula. Além disto, o Inspetor pôde também realizar entrevistas a
professores e a alunos.
Depois de cinco dias a trabalhar as questões da avaliação da liderança na escola, o
Inspetor retirou as seguintes notas: 1) a maior parte dos países adota como componente
da avaliação externa a observação de aulas, mas não diretamente a liderança do
professor; 2) a prestação de contas leva ao desenvolvimento da eficiência e da eficácia;
3) o Diretor deve ser o facilitador das práticas de liderança na escola; 4) os Inspetores
devem ter em consideração a qualidade das lideranças intermédias; 5) os
Diretores/coordenadores devem falar diretamente com cada professor sobre o processo
de ensino-aprendizagem; e 6) os alunos são parte da tripulação, e não apenas
passageiros: também são e devem ser críticos e líderes.
Depois de apresentar as suas conclusões, o Inspetor fez questão de mostrar várias
fotografias tiradas ao espaço onde se realizou a maioria dos trabalhos de grupo, e referiu
a importância de conhecer outros Sistemas Educativos – como as EE apresentadas pela
Dra. HC – como meio de poder transportar práticas que favoreçam o Sistema Nacional.
Formação sobre a avaliação institucional: processos integrados de (auto)avaliação
(Parte I)
05 outubro 2015
No dia 05 de outubro de 2015 dirigimo-nos à sala de reuniões do rés-do-chão da IGEC,
a convite com Dr. HG e da Dra. L com o objetivo de assistir à primeira parte de uma
formação que juntou, naquela sala, muitos Inspetores de vários pontos do país.
A apresentação, ministrada pela Dra. EC e pela Dra. MA, foca-se no tema da
autoavaliação das escolas: Quem a realiza? Segue os métodos adequados? Promove
uma mudança efetiva na escola ou não é devidamente aproveitada?
As oradoras detêm uma vasta experiência nesta área e, informam-nos, os seus serviços
são frequentemente requeridos por instituições educativas que não sabem como realizar
a autoavaliação.
A apresentação é iniciada com a lógica que perceciona as escolas não como filiais do
ME mas como entidade com personalidade própria. Esta perceção, segundo as oradoras,
promove: 1) a preocupação com a eficiência (gestão de recursos); 2) a prestação de
contas (rankings, estudos internacionais, etc.), 3) a responsabilidade sobre a prestação
de contas e sobre os resultados alcançados; e 4) novos parâmetros relativamente às
relações que as escolas estabelecem com os seus pares, com outros atores no terreno e
com as autoridades governamentais.
Atualmente, a nível europeu, são estabelecidas diretrizes quanto à autoavaliação e aos
resultados a alcançar: esta política favorece a responsabilidade das escolas.
Depois de concederem mais algumas informações no que se refere às Estratégias de
Lisboa (pelo Parlamento Europeu, 2000) e ao Decreto-Lei 31/2002, Artigo 3.º (onde são
referidos os objetivos do Sistema Educativo Nacional), as oradoras sugerem a junção
dos Inspetores em grupos de cinco elementos, com o objetivo de promover uma
atividade de brainstorming onde os Inspetores devem discutir aspetos como o know-
how e as dificuldades reais que já puderam perceber nas escolas, aquando da
análise/avaliação da autoavaliação durante a AEE.
Assim, cada grupo deve refletir sobre os seguintes tópicos: 1) como Inspetor, o que
valoriza no relatório de autoavaliação da escola; 2) o que procura perceber quando
reúne com o painel de autoavaliação; 3) o que podemos fazer para apoiar o
desenvolvimento dos processos de autoavaliação (com vista a melhorar as
aprendizagens dos alunos e a sua experiência na escola).
As principais conclusões apontadas pelos grupos são: aquando da AEE, a) há que
atentar à organização/estrutura do relatório de autoavaliação, também é fundamental
que se perceba como foi feito o diagnóstico e quais são as metas, as prioridades e as
ações de melhoria que pretendem alcançar e concretizar; b) é importante perceber o
comprometimento dos órgãos da gestão com o processo de autoavaliação; c) o painel
deve servir como complemento, já que é suposto que o relatório de autoavaliação
contenha todos os esclarecimentos acerca dos tópicos apontados em a); e d) os
Inspetores avaliam as ações de melhoria que as escolas propõem e tentam perceber
quem faz a monitorização destas ações: será que a autoavaliação é elaborada pela escola
ou por recurso a uma avaliação externa, mediante empresas contratadas para esse fim?
Este último aspeto causou inquietação nos presentes; como forma de voltar a conseguir
a atenção dos Inspetores, as oradoras centraram o seu discurso exatamente na existência
de empresas externas contratadas para apoiar na elaboração dos relatórios de
autoavaliação: por um lado pode ser positivo porque apoiam as escolas, fornecendo-lhes
instrumentos e metodologias, por outro lado, não tão positivo, porque as escolas não se
apropriam do processo de autoavaliação e, além disso, os professores podem apresentar
descontentamento e discordância quanto às conclusões retiradas e redigidas por estas
entidades externas, uma vez que estas últimas não têm em conta a realidade da sala de
aula. Assim, a autoavaliação acaba por não contribuir efetivamente para a melhoria do
processo de ensino-aprendizagem, referem.
Os Inspetores concordam e participam ativamente nesta discussão, frisando
constantemente o caráter superficial e não funcional desta autoavaliação por empresas
contratadas. Em consequência, referem também que as escolas não possuem know-how,
que não sabem guiar ou exercer a autoavaliação: na generalidade dos casos a Direção
nomeia os professores que estão mais disponíveis, não significando que estes sejam os
mais competentes para realizar a autoavaliação. Conforme um dos Inspetores: “as
escolas procuram um receituário, mas as especificidades perdem-se quando contratam
empresas externas”.
O debate continua, e outro Inspetor demonstra a sua opinião: “estas empresas são muito
úteis dos pontos de vista técnico, metodológico e de tratamento de dados, porém não
concedem qualquer know-how às escolas”. No fundo, dizem, as empresas trabalham
para as escolas e não com as escolas. Concluem concordando que “os profissionais da
escolar têm que ser vinculados ao processo de autoavaliação”.
As oradoras optam por introduzir uma nova questão à discussão: a escola vê a
autoavaliação como obrigação ou benefício? Um dos Inspetores responde prontamente
que “não melhoramos se não nos conhecermos”, outros complementam dizendo que o
relatório de autoavaliação tem que clarificar os processos de autoconhecimento por que
a escola passa, caso contrário, o relatório não espelha a realidade escolar e é
“meramente cosmético”. Como complemento a esta intervenção, a Dra. EC acrescenta
que a autoavaliação é um processo altamente formativo e que, por isso, os resultados
(processo sumativo), por si só, não bastam para impulsionar a melhoria das escolas.
Sem perspetivas que contestem o que foi referido até então, as orientadoras dão
continuidade à formação, completando tudo o que foi dito com a ideia de que “o
processo de autoavaliação contribui para o desenvolvimento organizacional e, por
consequência, beneficia a garantia da eficiência e da eficácia”. O ideal, dizem, é que
exista uma articulação curricular baseada na interação e na partilha de conhecimentos e
de situações concretas (que ocorrem ao nível da sala de aula) entre os professores para
que não se criem “tribos”/ilhas com linguagem e cultura próprias no seio da escola:
como meio de evitar esta situação, todos os docentes devem utilizar verbos diretores
(linguagem) comuns, independentemente das disciplinas que lecionam.
Segue-se a realização de outra atividade em grupo: as oradoras apresentam um caso real
que ilustra o plano de autoavaliação de uma determinada escola cujas dimensões de
avaliação são lidas e analisadas, em conjunto, pelos Inspetores e pelas oradoras. Depois
da análise do plano e do contexto da escola, foi criado um conjunto de tópicos que
representam as fragilidades detetadas: 1) falta de consenso quanto aos objetivos do
processo de autoavaliação; 2) confusão entre objetivos do processo de autoavaliação e
os objetivos e tomada de decisão (com repercussões na melhoria das fragilidades); 3)
dispersão nas dimensões de análise; 4) duplicação de processos, falta de simplificação e
uniformização de instrumentos e procedimentos; 5) problemas de comunicação
(linguagem, conceitos, divulgação); 6) carência de formação; 7) carência de condições
de trabalho (flexibilidade organizativa); 8) problemas de legitimação da equipa de
autoavaliação; 9) fraca responsabilização e comprometimento de outros atores
educativos; 10) maior enfoque na recolha de dados do que na reflexão sobre os mesmos;
e 11) dificuldades ao nível da seleção e aplicação de técnicas, e da construção de
instrumentos de recolha e análise de dados.
Conforme esclareceram os Inspetores, a maioria destas fragilidades é comum a grande
parte das escolas avaliadas, e, por isso, torna-se cada vez mais urgente que os
estabelecimentos de ensino recebam/procurem a formação necessária acerca da
autoavaliação, muitas vezes menosprezada e realizada sem o verdadeiro objetivo de
alcançar a melhoria das práticas.
Formação sobre a avaliação institucional: processos integrados de (auto)avaliação
(Parte II)
14 dezembro 2015
A segunda parte do encontro dedicado ao estudo dos processos de autoavaliação
praticados nas escolas portuguesas atualmente teve lugar no dia 14 de dezembro de
2015 no Instituto de Educação, pelas 10h00, com as mesmas oradoras: Dra. EC e Dra.
MA.
Na sala estavam reunidos os Inspetores que assistiram à primeira parte da formação, no
dia 05 de outubro.
Depois do momento quebra-gelo que pretendeu captar a atenção dos Inspetores e
motivá-los para a reflexão e participação, a Dra. EC inicia a formação abordando os
conceitos de regulação autónoma/situacional (interpretação da legislação) e de
regulação normativa (controlo burocrático) e a sua interação (multiregulação).
Avança, referindo que os processos avaliativos têm que garantir uma geometria
variável: que tenha em consideração todos os fatores, especialmente as características da
cultura e do clima da escola, a cultura docente, as representações e perceções da escola
e da restante comunidade educativa: o uso de uma linguagem comum.
A Dra. MA toma a palavra afirmando que a perspetiva que advoga a formação da escola
e dos indivíduos nos contextos de reflexão, de partilha e até de formação externa ganha
cada vez mais adeptos e tem uma procura crescente. O tipo de cultura que deve ser
transmitido/impulsionado mediante formação opõe-se ao individualismo – “tribos” –
que mete demasiados entraves à criação e à adoção de uma cultura única de escola.
Prosseguindo a apresentação, agora abordando uma perspetiva política, as oradoras
focam os constructos de teoria declarada/processada versus teoria em uso/praticada:
Enquanto a teoria declarada/processada diz respeito aos aspetos oficialmente
estipulados e é representada na estrutura, nas regras e nas estratégias da organização; a
teoria em uso refere-se aos aspetos de facto praticados, à ação apoiada pela reflexão, e
está habitualmente relacionada com a identidade da organização, representando a sua
cultura organizacional. No fundo, a primeira representa o que se declara, enquanto a
segunda afigura o que se pratica. As teorias declaradas são “muitas vezes partilhadas
por toda a escola, levando à falta de consenso e de coerência entre as declaradas e as em
uso. A autoavaliação ajuda a perceber esta diferença vendo, por exemplo, o regulamento
interno da escola já que, por vezes, o que lá estabelecem não é aplicável naquele
contexto, com aquela comunidade”, diz a Dra. MA.
No âmbito do estudo destas teorias, as oradoras apresentam, em seguida, três níveis de
aprendizagem organizacional:
1) ciclo simples de aprendizagem (single-loop): surge quando a escola recolhe um
conjunto de dados – através de análise SWOT – relacionados com os pontos
fortes e as áreas de melhoria, e incluem essa descrição no relatório de
autoavaliação: realizam o diagnóstico mas não tentam apurar a razão dos
problemas que constituem as áreas de melhoria;
2) ciclo duplo de aprendizagem (double-loop): acontece quando as escolas
identificam os pontos fortes e as áreas de melhoria e procuram perceber as suas
causas, como forma de resolver os problemas e de manter as boas práticas;
3) Aprendizagem deutero (deutero-loop): desenvolve-se num contexto ideal e, por
isso, é mais difícil de encontrar na realidade das escolas portuguesas. Dá-se
quando a escola questiona e analisa os seus mecanismos de autoavaliação
(metavaliação do seu processo) e a sua política de autoavaliação.
Depois de discutirem mais alguns conceitos com os Inspetores e de exporem situações
concretas e reais, as oradoras ditam o fim da formação.
Formação sobre o Ensino Experimental das Ciências
08 outubro 2015
No dia 08 de outubro de 2015 dirigimo-nos, pelas 10h00, à sala de reuniões do 1.º andar
da IGEC com o propósito de conhecer em profundidade a nova atividade do projeto de
Acompanhamento da IGEC, referente à educação Pré-Escolar e ao 1.º e 2.º ciclos do
Ensino Básico: o Ensino Experimental das Ciências.
Esta formação foi ministrada por vários professores e dedicou-se aos Inspetores da
IGEC e a professores dos três ciclos de ensino mencionados (os docentes asseguraram a
sua presença através de uma pré-inscrição).
A apresentação começa com o facilitador do debate, Dr. A, licenciado em Biologia e
mestre em Ensino, que esclarece que esta nova atividade nasceu dos resultados baixos e
insatisfatórios que grande parte dos alunos obtém nas disciplinas de Ciências, Físico-
Química e Matemática, tendo em conta os dados apresentados pelo PISA, a AEE e as
notas dos exames nacionais.
Com o tema introduzido, o Dr. A avança, felicitando a IGEC por poder promover a
Ciência no Ensino Básico e dando a conhecer o programa de hoje: 1) Investigação e
didática das Ciências; 2) Ensino das Ciências; 3) Formação de professores; 4)
Administração em Educação; e 5) Trabalho desenvolvido no âmbito das Ciências no
Ensino Básico. Está previsto que a professora G, professora do IE e investigadora da
área a nível internacional, fale no início da tarde; e que a professora SF e a professora
MF ministrem um workshop, também à tarde.
O Dr. A começa por discutir o conceito de “trabalho experimental”, dizendo que este
significa “discussão” e que “envolve experimentação e exploração”.
O conceito de atividade prática, segundo as palavras do mesmo, pode definir-se como
“a atividade realizada pelos alunos que interagem com instrumentos, muitas vezes com
a intervenção/ajuda do professor, envolvendo experimentação, reflexão e discussão”. O
Dr. A esclarece ainda que o professores devem ter objetivos específicos para cada uma
das práticas que adotam: que tipo de atividade escolhem, qual é a exigência intelectual
envolvida e qual é a metodologia a que se adequa, tendo em conta que se pretende a
discussão e a troca de experiências frequente.
Pelas 11h20 começa a falar o primeiro orador: o professor PR, professor do Ensino
Básico, dizendo que a reflexão é fundamental para o desenvolvimento da cidadania, já
que se relaciona com a discussão: “só nos pronunciamos sobre algo que conhecemos, e
só conhecemos se pensarmos sobre isso”, refere. Inicia a sua apresentação – intitulada
“As atividades práticas e a construção de conceções sem a Ciência, a tecnologia e a
sociedade” – com a definição de pressupostos que são obrigatórios quando se educa em
Ciência. Segundo o professor, são eles: 1) conhecimentos de Ciência; 2) capacidades
(de reflexão, observação, entre outras); e 3) atitudes.
“Os miúdos veem a Ciência como algo factual, uma verdade absoluta que vem nos
livros. Além disso, perspetivam o cientista e a Ciência como algo louco, secreto,
inalcançável, esotérico”, diz o professor PR enquanto passa slides com desenhos e
testemunhos escritos de crianças, que tendem a desenhar e a descrever o cientista como
habitualmente se vê nos desenhos animados: de óculos, cabelo arrepiado, ar tresloucado
e com muitos frascos com líquidos de várias cores.
O desafio para os educadores, diz, é facilitar a construção de ideias sobre o que é a
Ciência: algo observável (evidências experimentais) mas provisório, envolvendo
diversas metodologias. Para isso, os educadores podem desmontar os estereótipos das
crianças através da análise dos seus desenhos e depoimentos escritos, levando-as a
centros de investigação e a conhecer cientistas, sugere o professor PR.
Segundo o docente, e em resposta à questão “como ensinar o que é a Ciência?”, os
educadores devem beneficiar a diversidade nas tarefas e no contexto em que são
realizadas: podem optar, por exemplo, por propor aos alunos a execução de observações
simples e a execução de atividades experimentais. O professor continua a exposição da
sua perspetiva, referindo que o objetivo dos educadores – e da escola no geral – deve ser
promover a cidadania com poder e autonomia intelectual, o aluno deve poder ser
questionado e questionador, e o professor deveria evitar que o discente o visse como
superior, inquestionável e dono da verdade. Os professores devem, na sua opinião,
garantir oportunidades de sucesso a todos os alunos, através de “perguntas
improdutivas” – apenas verbais e visando a partilha e a reflexão – e de questões
“produtivas” – com o encontro de uma solução para um problema, dando ênfase ao
processo e à experiência. Além disto, o educador deve ensinar a saber esperar – deixar
os alunos a pensar, após uma pergunta, e só depois pedir-lhes a resposta que deve ser
apresentada de forma completa e fundamentada. Este procedimento evita que sejam
sempre os mesmos alunos a participar nas aulas – para este efeito, caso seja necessário,
o professor deve dirigir as perguntas aos alunos que menos participam e que, por hábito,
já estão à espera das respostas dos colegas. O professor PR defende ainda que todas as
tarefas devem ser avaliadas, quantitativa ou qualitativamente.
Terminada esta apresentação, chega a intervenção da professora PS que vem falar
acerca da “Avaliação do trabalho prático em Ciências”. O seu discurso basear-se-á,
esclarece desde logo, 1) nos desafios que se colocam a um professor de Ciências; 2) no
papel do professor: da realidade ao desejável; e 3) a na importância da avaliação na
promoção da aprendizagem.
No início da sua apresentação, a professora PS identifica dois polos indesejáveis quanto
à ação do professor em sala:
1) valorização da aprendizagem pela (auto)descoberta, reduzindo o papel do
professor a solucionador de conflitos, aquele que apenas dita o ritmo do trabalho
dos alunos.
2) transmissão de factos e informações descontextualizados, que apelam
fundamentalmente à memorização.
Estes polos, defende, levam ao desinteresse e à desistência face a dificuldades. Ambos
exigem, assim, o repensar do papel do professor.
Nesta linha de pensamento, a professora PS aborda dois conceitos de Vygotsky: o do
desenvolvimento pessoal (que caracteriza a capacidade de resolver os problemas
individualmente), e o da aprendizagem assistida (em que a aprendizagem é mediada por
um adulto que introduz um determinado tema ao aluno), fazendo referência aos polos 1)
e 2), respetivamente.
A professora pede a opinião da audiência frequentemente, todos concordam com o que é
dito e ninguém admite ter dúvidas.
A professora prossegue a sua apresentação, agora dirigida à avaliação. No seu entender,
avaliar significa recolher e interpretar evidências através de técnicas e de instrumentos
diversos. Podemos ter a avaliação formativa ou a avaliação sumativa.
A avaliação formativa objetiva “guiar o processo de ensino-aprendizagem: «quando o
cozinheiro prova a sopa», dá-se um autoconhecimento”, a avaliação sumativa tem a
função de “sumarizar o desempenho, comparar e reportar a outros: «quando os outros
provam a sopa»”, esclarece, para concluir a sua intervenção.
O grupo decide fazer uma pausa para almoço, para cumprimento do programa, e
combina regressar pelas 15h00.
Às 15h00, conforme combinado, deu-se início à segunda parte do encontro.
A primeira oradora foi a professora CG, professora catedrática do IE, com o tema
“Atividades práticas no panorama europeu: A aposta em atividades de Inquiry”.
A professora começa por apresentar a definição de Inquiry do Projeto SAILS: “é o
processo intencional de diagnosticar problemas, criticar experiências, testar hipóteses,
procurar informações, construir modelos e debatê-los com outros, elaborando
argumentos coerentes”; e passa à explicação das atividades Inquiry que se definem
como as “experiências (vivências) que permitem aos alunos o desenvolvimento da
compreensão acerca dos aspetos científicos relacionados com o que os rodeia”, fazendo
uma alusão à experimentação como meio para a aprendizagem, conforme outros
professores também defenderam anteriormente.
A professora CG passou, depois, à caracterização destas atividades, apontando-lhes uma
série de qualidades: As atividades Inquiry permitem que os alunos: 1) desenvolvam
competências de organização e interpretação de dados e resultados; 2) proponham
explicações e faça previsões com base em evidências; 3) trabalhem num ambiente
colaborativo, comuniquem e respeitem ideias; 4) se expressem através de linguagem
científica adequada; 5) desenvolvam discussões públicas em defesa do seu trabalho; 6)
apliquem as aprendizagens a contextos reais; e 7) reflitam acerca das estratégias
utilizadas e dos resultados obtidos nas suas investigações. Estas são, no fundo, as
competências exigidas para o século XXI: o pensamento crítico e a resolução de
problemas, a comunicação efetiva, a colaboração e a criatividade e inovação. Segundo a
professora CG, as atividades Inquiry seguem o Modelo Teórico dos 5 E’s: Engage
(motivar), Explore (explorar), Explain (explicar), Extend (ampliar) e Evaluate (avaliar).
Todos os presentes se mostram interessados na metodologia da atividade e, pelo que me
pareceu, nenhum deles estava a par das informações transmitidas e sujeitas a muitos
elogios.
A última intervenção do encontro ficou ao encargo da professora SF e da professora
MA, professoras do ensino superior que tiveram como objetivo ministrar um workshop
cujo tema é a “Complexidade do trabalho prático em currículos e manuais escolares do
Ensino Básico”, e é iniciado pelo conceito de “trabalho prático”: “é a atividade de
ensino-aprendizagem em que o aluno esteja ativamente envolvido, permitindo a
mobilização das suas capacidades”, refere a professora MA, dando os seguintes
exemplos ilustrativos: “como por exemplo o trabalho laboratorial, a simulação em
recursos digitais, visitas de estudo e a discussão orientada”.
Depois de esclarecidos os conceitos principais, as professoras promovem a execução de
um trabalho realizado a pares. A audiência deve analisar as Metas Curriculares de
Ciências Naturais do 6.º ano, respondendo aos tópicos: 1) identificar os descritivos que
evidenciam, claramente, o trabalho prático; 2) observar quais são as metas que incluem
atividades práticas.
As conclusões foram unanimes: muito poucas metas apontam o trabalho prático como
metodologia. Este contexto dá-se, opina uma professora da audiência, devido às poucas
condições que a maioria das escolas possui no que se refere aos recursos materiais
disponíveis. Todos concordam com esta perspetiva e mostram interesse em ensinar os
alunos através de atividades práticas que mobilizem física e cognitivamente os
discentes.
Formação Avaliação Externa das Escolas e a Liderança nas Escolas
10 novembro 2015
No dia 10 de novembro de 2015 dirigimo-nos à Faculdade de Farmácia da Universidade
de Lisboa com o objetivo de observar e prestar assistência a uma formação/conferência,
composta por vários oradores – sendo o Dr. AG, Inspetor da Ofsted, o convidado mais
aguardado -, acerca de múltiplas questões relacionadas com a AEE e a liderança das
escolas nos casos português e inglês. Esta formação dedicou-se a professores e a
Diretores de vários agrupamentos do país.
As funções que devíamos desempenhar aquando da formação foram-nos esclarecidas
pelo Dr. HG no passado dia 26 de outubro de 2015, e consistem em: 1) fazer o
reconhecimento do espaço; 2) transportar o microfone até aos elementos da audiência
que pretendam realizar perguntas no tempo a isso dedicado; 3) tirar fotografias da
formação/conferência a partir da câmara do Dr. HG; e 4) assegurar que, a cada mudança
de painel, as águas de cada orador sejam retiradas e repostas.
Chegado o dia da formação, pelas 10h00, demos início à primeira atividade que nos foi
incumbida: percebemos onde são as portas do auditório, e onde se encontram os
serviços, como as casas de banho, a papelaria e o bar, de modo a esclarecer os oradores
e a audiência caso fosse necessário.
A conferência começou pelas 10h45 com a intervenção do Sr. Inspetor-Geral da
Educação e Ciência com o tema “Avaliação Externa das Escolas”. Na mesa estão
também a Dra. L e o Dr. HG. O objetivo deste grupo é abordar a temática da liderança
pedagógica (que não confere condições para a aprendizagem) e a sala de aula (onde se
dá a aprendizagem). A Dra. L dá início à exposição da sua perspetiva: primeiro
apresenta um quadro que explícita o número de escolas avaliadas externamente no
período 2011-2015 no Norte, Centro e Sul; em seguida apresenta o número de escolas
que beneficiarão de AEE nos anos letivos 2015/2016 e 2016/2017. Em sequência, a
Dra. L informa que as escolas que conseguiram uma avaliação baixa aquando do
acompanhamento da ação educativa, são acompanhadas pela IGEC desde 2013. Dá a
conhecer, em seguida, quantas escolas com contrato de autonomia serão avaliadas nos
letivos 2015/2016 e 2016/2017.
Estamos no 5.º ano do 2.º ciclo da AEE, esclarece a Dra. L, o próximo ano letivo
(2016/2017) traz consigo o início do 3.º ciclo de AEE pela IGEC, para o qual já se
estabeleceram três pressupostos. São eles, à voz do Dr. HG: 1) a AEE tem impacto nas
escolas: antes (preparação), durante (interação dos Inspetores/peritos externos com as
escolas) e depois (o que fica da presença da equipa avaliativa: o plano de melhoria); 2)
melhorar o 3.º ciclo com o conhecimento adquirido dos dois ciclos de AEE anteriores; e
3) articulação entre a AEE e a avaliação de professores e a avaliação desenvolvida pelas
autarquias.
O Dr. HG informa ainda que a AEE promove a prestação de contas e a melhoria da
qualidade do ensino e da aprendizagem; na AEE produzem-se juízos avaliativos que
contribuem para a reflexão das escolas sobre o seu próprio desempenho.
O painel é alterado pelas 11h00 e dá lugar à intervenção do Dr. AG, Inspetor da Ofsted.
Em inglês, o Dr. AG inicia a apresentação com a questão “Porque é que fazemos
inspeções das/nas escolas?” cuja resposta é, segundo refere, “para proteger jovens
vulneráveis (os líderes devem proteger as crianças)”.
É comum, diz, que as escolas recebam uma má avaliação ainda que as práticas que
desenvolvem e fomentem sejam boas, devido, por exemplo, ao incumprimento das leis
governamentais. Segundo a sua experiência na Ofsted, é mais importante inspecionar as
escolas privadas, no sentido em que é preciso prestar contas aos contribuintes acerca do
dinheiro que empregam na educação; além disto, a prestação de contas pretende
também justificar o elevado salário atribuído aos responsáveis de escola (headteachers):
privilegia-se, assim, a abordagem da eficiência.
Posto isto, os conceitos que regem a atividade inspetiva da Ofsted são: Safety,
Compliance (law), Efficiency e Accountability.
As funções dos Inspetores consistem no aconselhamento e apoio ministrado às escolas:
“as boas escolas atraem os bons alunos”, fomentam a competitividade e garantem a
sobrevivência; as escolas não tão boas acabam por cerrar portas, devido à multiplicidade
de instituições de ensino.
Em algumas escolas, refere o Dr. AG, é publicado o relatório da avaliação externa para
consulta livre da comunidade escolar, porém, em alguns estados, não é obrigatório
publicar este relatório, logo não se prestam contas aos interessados. A inspeção, neste
caso, funciona como um “tampão” que “esconde” escândalos e problemas provenientes
da falta de controlo do Governo, e tem como finalidade dar a conhecer as políticas
educativas ao Governo, e as decisões governamentais às Direções das escolas.
Segundo o Dr. AG, a estrutura da liderança em Inglaterra é composta por:
Central Government (Governo central): controla financeiramente, estabelece leis
e controla as estruturas das escolas
Local authorities (Autoridades locais): partilha alguns fundos e gere
necessidades especiais
Academy trusts (fundos da academia): criados para reduzir o papel das
autoridades locais, são diretamente financiadas pelo Governo central
Governing body: emprega o headteacher, contrata professores e gere as finanças
Academy board: pode delegar alguns poderes ao local governing body
A Ofsted tem o poder de inspecionar todas as autoridades acima mencionadas, à
exceção dos academy trusts. O papel da inspeção é, sobretudo, avaliar as escolas a nível
individual.
Referindo-se ao papel desempenhado pelo headteacher, o Dr. AG esclarece que estes
professores: 1) devem promover dinamismo, liderança e efetividade tendo em vista a
promoção de todo o potencial do aluno; 2) detêm muito poder decisional, porém têm
que responder perante o Governo, já que o poder arrasta consigo a necessidade de
prestar contas; 3) têm a obrigação de acompanhar os desenvolvimentos em todas as
salas de aula, de modo a dirigir o progresso da aprendizagem e também a atividade
docente; e 4) possuem o poder de recomendar ou empregar professores.
Os Inspetores nunca podem identificar uma falha ou uma situação problemática que não
tenha já sido observada por um headteacher porque esta função exige a observação
constante, tal como a presença em todas as salas de aula.
O Dr. AG continua, retratando o caso inglês: na Inglaterra as escolas possuem um alto
nível de autonomia, e recebem cerca de £5. 000, 000 por ano, provenientes de fundos
públicos; a prestação de contas deve ser realizada mediante a autoavaliação da
performance da gestão: se a autoavaliação não se apresentar satisfatória, podem
proceder ao encerramento da escola e/ou ao despedimento do headteacher.
A Ofsted conta com 25 anos de experiência. No início, opinavam sobre a gestão escolar
e tinham como objetivos primordiais verificar a eficiência da escola e o currículo que lá
se lecionava.
Em 2005 a Ofsted alterou a sua metodologia e, com isso, o seu foco avaliativo:
passaram a avaliar/inspecionar o desempenho dos docentes e dos órgãos de
gestão/administração das escolas, ao invés de atentarem apenas ao headteacher a nível
individual.
Em 2009 a Ofsted providenciou a autoavaliação online; com o objetivo de apurar
evidências e conceder a monitorização, os Inspetores integraram a atividade de
observação de aulas na inspeção. Assim sendo, ao invés de se dirigirem sozinhos às
salas de aula, os Inspetores iam acompanhados pelo headteacher que realizava também
a sua avaliação.
Em 2010, com a alteração do Governo, seguiu-se a mudança de paradigma: antes a
avaliação externa seguia oito propósitos, agora segue apenas quatro: 1) The achievement
of pupils at the school; 2) The quality of teaching in the school; 3) The behavior and
safety of pupils in the school; 4) The quality of Leadership and management of the
schools.
No relatório criado a partir da inspeção, a Ofsted acrescenta informações e pormenores
com o objetivo de contribuir para a orientação das práticas da escola. O nível de detalhe
destas inspeções é elevado, o Dr. AG admite, a este respeito, que a inspeção é de tal
forma minuciosa que os Inspetores avaliam até os professores que viram o seu salário
aumentado, de modo a constatar se esse aumento se deve, de facto, à eficácia
comprovada dos profissionais.
Geralmente os relatório de autoavaliação descreve os problemas, porém não identifica
as suas causas. Neste âmbito, é da competência dos Inspetores perceber e enumerar
essas causas, propondo-lhe soluções; é inconcebível que apenas concordem com as
conclusões da escola e reafirmem o problema sem lhe apresentar antecedentes.
O Dr. AG e a audiência concordam em fazer um pequeno intervalo que se iniciou pelas
11h50 e teve fim às 12h20.
O Dr. AG recomeça a sua apresentação com a questão “Terá a inspeção algum efeito?”.
Para responder a esta pergunta foi realizada uma investigação quatro meses após a
inspeção, concedendo tempo suficiente à escola pra refletir acerca do que foi
aconselhado aquando da avaliação externa. O resultado dessa investigação apresentou-
se satisfatório já que, segundo o Dr. AG, a maioria dos Diretores e dos responsáveis de
escola afirmou que é útil explicar ao staff onde e como melhorar, é neste aspeto que o
relatório pormenorizado marca a diferença, assumindo um papel fundamental.
Outra questão investigativa relacionava-se com o tempo que a escola precisou para
implementar as mudanças desde a inspeção: a maioria das escolas afirmou que
procederam às alterações logo imediatamente após a intervenção inspetiva.
Os relatórios da avaliação externa visam promover a melhoria, assim, qualquer escola
pode considerá-los úteis: “até mesmo as boas escolas podem progredir e melhorar, é
nisso que o relatório ajuda, definindo as prioridades de ação”, refere.
Entretanto, por indicação do Dr. HC, as estagiárias começaram a distribuir as folhas de
presença.
O Dr. AG continua, apesentando outras conclusões que se retiraram da investigação:
quando questionados sobre quais os aspetos que mais ajudaram aquando das visitas
inspetivas, os headteachers consideraram o feedback dado ao staff, as recomendações e
o diálogo explicativo durante a inspeção. Por outro lado, o aspeto que consideraram
menos positivo diz respeito ao feedback final que é apresentado perante poucas pessoas.
À questão referente às alterações feitas depois da inspeção, a maioria das escolas
responde que as alterações foram relativas à gestão do ensino e da qualidade.
A intervenção do Dr. AG proporcionou um espaço para questões onde a audiência,
composta essencialmente por professores e Diretores de escola, pôde participar. Esta
apresentação finalizou-se pelas 13h12. Chegada a hora de almoço, fez-se uma
interrupção de quase duas horas.
A formação iniciou novamente pelas 14h50 com a intervenção da Dra. HC,
coordenadora do grupo diretor da Whole School Inspection (WSI), que aborda a
“Atividade inspetiva da WSI nas Escolas Europeias”.
A Dra. HC refere que a WSI valoriza e incentiva a autoavaliação das escolas como
forma de lhes conceder autonomia e responsabilidade perante as conclusões que retiram
acerca das suas ações e, numa fase posterior – após a análise das recomendações feitas
no relatório de avaliação externa – sobre as decisões de melhoramento que pretendem
efetivar. Na atividade da WSI os órgãos de gestão e administração são avaliados como
equipa - embora cada membro seja avaliado individualmente pelo Secretário-Geral das
EE – não se observando, assim, a existência de uma figura líder nas EE; a liderança está
presente na avaliação externa pela WSI, porém como conceito implícito.
Terminada a exposição da Dra. HC que brevemente caracterizou o conceito de liderança
nas EE, inicia-se a intervenção do Dr. JP, Inspetor da IGEC, com a temática
“Evaluating School Leadership”. A sua apresentação, esclarece, baseia-se num
workshop onde participou, na Sérvia (ver diário de campo de 29 de setembro de 2015).
Fundamenta a sua exposição nas conclusões que pôde apurar, são elas: 1) a grande
maioria das inspeções dos países que estiveram presentes no workshop não tem
implementado um sistema direto de avaliação das lideranças; 2) a avaliação das
lideranças surge aquando de uma avaliação externa das escolas especialmente concebida
para esse efeito; 3) a perspetiva que encara o professor como líder na sala de aula
(Teacher’s Leadership) e os órgãos de liderança de topo como motores para o
desenvolvimento da organização educativa; 4) a liderança pode ser percebida através da
observação da ação diária dos professores que se mostram recetivos à participação em
ações inovadoras e adeptos da inclusão da comunidade educativa no quotidiano da
escola; 5) aspetos como a qualidade do trabalho desenvolvido pelos professores e a sua
contribuição para a reforma do sistema educativo constituem as principais alavancas
para o desenvolvimento positivo da escola; 6) a capacidade de liderança deve ser um
objetivo primordial aquando da formação ministrada a todos os profissionais da
educação: possibilita-lhes intervir como agentes de mudança na escola; 7) a qualidade
dos professores e da sua ação revelam-se essenciais para a concretização da liderança na
escola; 8) o diretor deve assumir o papel de facilitador das práticas de liderança no
contexto escolar; 9) a qualidade das lideranças intermédias deve estar no foco da
atividade avaliativa; e 10) a prestação de contas é definida pelo orador como “pré-
condição para o desenvolvimento da eficiência/eficácia das organizações escolares”.
A Dra. L toma a palavra, pretendendo apresentar as conclusões que retirou do simpósio
“Excellence, Equality and Equity: Improving the Quality of Education for all” realizado
na Suíça, de 02 a 04 de setembro.
O discurso da Dra. L foi iniciado pelas características que os Diretores devem possuir,
segundo a perspetiva dos professores. Assim, os Diretores devem ser:
Solidários: demonstrando o seu apoio, de modo imparcial, aos professores,
alunos, encarregados de educação e à restante comunidade educativa;
Organizados e acessíveis: assumindo uma posição de líder perante as várias
equipas que se estabelecem no contexto escolar; delineia tarefas e garante a sua
execução de modo metódico e assertivo; mostra-se sensível e recetível ao
acolhimento de novos membros na escola;
Conhecedores: devem ser qualificados academicamente, conhecedores das
atividades diárias das escolas e detentores de know-how para resolverem
problemas que surjam no âmbito escolar;
Respeitadores: agindo em conformidade e equidade com todos os agentes
educativos.
Segundo a Dra. L, o conceito de liderança colaborativa consiste “num processo aberto,
complexo e adaptável” que deve ser construído mediante o esforço conjunto da
comunidade educativa. Pelo que apurou no simpósio, a Dra. L pôde reunir dez
constructos chave relativamente à liderança pedagógica nas escolas, são eles: polifonia
(consenso), interação, experiência, flexibilidade, compromisso, responsabilidade,
negociação, tomada de decisão, controlo baseado na confiança e avaliação.
A liderança, esclarece a Dra. L, envolve a reflexão produtiva e diferenciada,
constituindo um trabalho intelectual complexo mas fundamental. A complexidade
assenta essencialmente na necessidade de conjugar ações de coordenação e de
planeamento que sejam, em simultâneo, flexíveis devido à ambiguidade dos contextos.
A Dra. L adianta esta ideia, referindo que “a liderança é dinâmica, evolutiva, pessoal e,
ao mesmo tempo, coletiva” e pode ser aprendida ou desenvolvida mediante a
autoavaliação e o autoconhecimento. Assim, o Diretor deve ser um líder com
disponibilidade para aprender, capacidade para construir, consciência acerca do papel de
deve desempenhar e, sobretudo, perspetivar-se como um agente de mudança que se
adapta a qualquer contexto, regendo-se por princípios morais.
O próximo orador, o professor MR, Diretor de uma escola, abordou o tema “Impacto
das Lideranças no quotidiano da Escola”. O professor começou por focar o impacto da
liderança sobre as práticas educativas. Neste âmbito, apresentou quatro eixos de atuação
prioritários na ação educativa da escola: 1) Melhoria das Aprendizagens; 2) Prevenção
do abandono, absentismo e indisciplina; 3) Gestão e Organização e 4) Relação
Escola/Famílias e Comunidade.
O Diretor referiu que, no seu agrupamento, é realizada uma análise SWOT àqueles que
foram os pontos fortes, as áreas de melhoria, as ameaças, os constrangimentos e a
oportunidades apontados aquando da AEE.
Dentro da temática da AEE relacionada com a valorização das lideranças na escola, o
orador enalteceu a importância de existir um amigo crítico, externo à escola, que
aconselha e apoia a atuação do agrupamento, que dá pistas para a conceção de planos de
melhoria ajustáveis à realidade de cada escola, que gere o compromisso escolar por
metas e que promove a discussão de partilha intraescola e o trabalho em equipa, com a
participação em microrredes escolares.
Baseando o seu discurso na experiência profissional que possui, o Diretor adianta que a
gestão pedagógica integrada do agrupamento envolve a gestão do percurso escolar do
aluno (relativamente ao currículo, ao enriquecimento curricular e extracurricular) e a
gestão de recursos e de tomada de decisão (que se referem, respetivamente, aos recursos
humanos/financeiros e a uma gestão participada que rege a sua ação consoante os
princípios e a missão da escola).
O acompanhamento das práticas pedagógicas, esclarece, é garantido mediante uma
monitorização que tem como base a regulação pelos resultados, a melhoria contínua e a
recolha de evidências que pretendem garantir a prestação de contas às entidades
avaliativas externas.
Segue-se outra apresentação, desta vez pela coordenadora dos Diretores de turma dos
cursos profissionais, professora SS. O tema mantém-se e, a esse propósito, a professora
garante que a atividade inspetiva da IGEC tem contribuído para a melhoria do serviço
educativo já que conferiu à escola um plano de acompanhamento da ação educativa e
facilitou a identificação dos pontos fortes e das áreas de melhoria.
O plano de acompanhamento deste agrupamento estabelece diversas metas, entre as
quais: o crescente envolvimento dos Diretores de turma, pais/encarregados de educação
e docentes, a execução do programa de tutorias, o envolvimento e implicação dos
alunos e a coadjuvação de aulas. A maioria destas metas, garante, já foram alcançadas.
No que se refere ao impacto das lideranças, a professora fez referência às competências
que, na sua perspetiva, devem constituir um bom líder em contexto educativo: a
autonomia, a assertividade, a capacidade para gerir conflitos, a capacidade de adaptação
à mudança e a abertura a novas ideias.
Muda-se o painel e, com isso, os oradores. Este painel dedicou-se aos “Efeitos da
Avaliação Externa na liderança do agrupamento de escolas” e foi apresentado por três
coordenadores de departamento do 1.º ciclo.
A exposição é iniciada com o impacto da avaliação externa na liderança do
agrupamento que vêm representar; sobre este ponto referem algumas das ações
desenvolvidas no 1.º ciclo: 1) as permutas (no 3.º e 4.º anos); 2) a coadjuvação; 3) os
testes intermédios (internos à escola); 4) a ação “Ler num minuto”; assessorias de
Português e Matemática (no 2.º ciclo); 5) turmas de perfil (do 5.º ao 8.º ano); 6)
“Oficina Consigo” em Português e Matemática (no 7.º e 8.º anos); 7) o reforço
curricular nas disciplinas de exame e 8) supervisão pedagógica.
Em tom de agradecimento, a coordenadora do 1.º ciclo confessa que a inspeção ajudou à
monitorização, à reflexão e à (re)orientação de estratégias, promovendo a melhoria do
processo ensino-aprendizagem.
Aproveitando esta ideia, os oradores esclarecem que o cumprimento das metas e a
concretização da missão da escola devem ser apoiados pelo exercício da liderança de
topo, reconhecendo também as responsabilidades afetas à liderança intermédia, à
importância de conhecer a realidade educativa e ao trabalho colaborativo e partilhado.
Assim, “a emergência de lideranças eficientes são essenciais para criar boas dinâmicas
que conduzam à melhoria nas aprendizagens dos alunos e, consequentemente, ao
sucesso escolar”.
Por requisição da audiência foi realizado um breve intervalo.
O regresso ao auditório foi marcado pela intervenção da Doutora LL e do Doutor. J
(referenciados na formação de 28 de setembro) que trouxeram o tema “Modelos de
comparação estatística dos resultados escolares: Modelos para comparação estatística
dos resultados académicos em escolas de contexto análogo e Modelos para análise da
progressão académica dos alunos em escolas básicas e secundárias”.
A exposição foi iniciada pela Doutora LL que começou por referir o desfasamento
temporal de dois anos na comparação estatística dos alunos, o que afeta a AEE.
Apresentou os modelos para comparação estatística e admite que as variáveis se
mantêm no ano letivo 2015/2016.
O Doutor J tomou a palavra, apresentando os indicadores estatísticos adotados e
presentes no site InfoEscolas: 1) demográficos – número de alunos por ano curricular e
distribuição dos alunos por idade e sexo e 2) acerca do desempenho da escola –
indicador da progressão dos alunos entre o 6.º ano e o 9.º ano, a taxa de retenção ou a
desistência dos alunos, indicador dos resultados no 9.º ano em contexto e indicador da
promoção do sucesso escolar.
A formação terminou pelas 18h00, após um espaço dedicado à discussão de
determinados conceitos trabalhados durante o dia. As estagiárias transportaram os
microfones até à audiência e, terminada a sessão, ajudaram na arrumação do auditório e
na recolha e organização das folhas de presenças.
Reunião sobre a AEE: Memorando da equipa de reflexão
27 janeiro 2016
No dia 27 de janeiro de 2016 reunimo-nos, pelas 10h00, na sala de reuniões da ATISul
com o objetivo de tratar questões relativas à AEE, através da elaboração conjunta da
matriz de referência que esclarece o papel de cada um dos intervenientes na AEE e a
metodologia que esta atividade segue. Estão presentes dez Inspetores da IGEC, estes
profissionais formam a equipa de reflexão que se encontra frequentemente para discutir
questões de natureza diversa, consoante as situações que surjam.
O Dr. HG assume o comando da reunião e pede que os presentes só interfiram ao final
de cada temática de modo a garantir que todos recebem as informações e podem
participar de forma ordenada, depois.
Fala-se, primeiramente, da formação dos Inspetores e dos peritos externos que se realiza
anualmente, aborda um quadro de referência e envolve uma metodologia prática. Em
seguida aborda-se a composição da equipa de AEE, atualmente constituída por dois
Inspetores e um perito externo proposto pelas instituições de ensino superior e cuja
formação se relaciona ou não com a área da educação: porém tem que estar
familiarizado com o mundo da educação e do ensino. Estes peritos externos podem ser
também Diretores e docentes do ensino não superior: deve ser criada uma bolsa
heterogénea de peritos, e a equipa de AEE deve ter em consideração as especificidades
de cada escola (atentando, por exemplo, às diferenças entre uma escola que ministra
ensino regular e outra que proporciona ensino profissional). Assim, o primeiro aspeto
reformulado na matriz diz respeito à bolsa de peritos externos, onde se acrescenta:
“alargar a bolsa de peritos externos a outros profissionais com vasto conhecimento das
escolas e do sistema educativo”.
Quanto às funções do coordenador/relator da AEE (um dos dois Inspetores da AEE)
escreve-se: “O coordenador de equipa assume a responsabilidade de redigir o texto do
relatório: a estratégia de redação do relatório deve ser definida em conjunto, com a
equipa.”, de mais adianta: “O coordenador, em articulação com a equipa, estabelece a
estratégia de apresentação das conclusões provisórias à escola. O relatório é assinado
pela equipa.”.
A discussão entre os elementos do grupo de trabalho é constante, alteram-se conceitos
mediante a reflexão conjunta.
Passam, em seguida, ao campo referente à responsabilidade do perito externo onde
esclarecem: “O perito externo deve participar na OPL (Observação da Prática Letiva)”
e, por isso, “deve receber formação para o efeito”.
Discutindo os procedimentos prévios à intervenção inspetiva relativamente à seleção
das escolas e aos ciclos de avaliação decide-se: a definição das escolas a avaliar deve
ser feita a partir da Análise de Risco: diferenciar os ciclos de avaliação de cada escola
em função dos resultados da AEE anterior: priorização das escolas/ciclos de avaliação.
Relativamente ao quadro de referência em que constava: “O quadro de referência é
composto por Domínios, Campos e análise, Objetos de avaliação, Referentes e
Indicadores”, passou a constar: “O quadro de referência é composto por Domínios,
Campos e análise, Objetos de avaliação e Indicadores”. Esta alteração tem o objetivo de
garantir uma pormenorização progressiva que evite o questionamento acerca da
definição dos conceitos utilizados.
Na revisão dos Resultados Académicos – primeiro domínio de avaliação/campo de
análise tido em conta aquando da AEE – estabelece-se que os agora Objetos de
avaliação devem consistir: “1) Resultados internos, 2) Resultados externos, 3)
Qualidade do sucesso, 4) Resultados de outras ofertas formativas e no abandono e
desistência”.
A este propósito um dos elementos do grupo de trabalho levanta a questão: O que é a
qualidade do sucesso? Espera-se que a matriz de referência clarifique esse conceito.
Todos acedem e continuam.
No que diz respeito aos Resultados Sociais - segundo domínio de avaliação/campo de
análise tido em conta aquando da AEE -, o grupo de trabalho estabelece como Objetos
de avaliação: “1) Participação na vida da escola, assunção de responsabilidade e
cumprimento de regras e disciplina, 2) Impacto da escola na vida dos alunos, 3) Formas
de solidariedade (cujo indicador ainda deve ser criado), e 4) Prevenção do bullying.
Relativamente ao Reconhecimento da Comunidade - terceiro domínio de
avaliação/campo de análise tido em conta aquando da AEE – decidem-se como Objetos
de avaliação: “1) Grau de satisfação da comunidade educativa; 2) Formas de
valorização dos sucessos dos alunos, 3) Contributo da escola para o desenvolvimento da
comunidade envolvente”.
Pelas 13h00 a reunião é interrompida para almoço, e somos informadas de que não é
necessário assistir à segunda parte do encontro porque o grupo de trabalho deve tratar
questões que, segundo o Dr. HG, podem não representar interesse para as estagiárias e
que, além disso, possuem um caráter confidencial.
Formação sobre a Observação de práticas em sala de aula
05 fevereiro 2016
No dia 05 de fevereiro de 2016, a convite do Dr. HG e da Dra. RM (Inspetores da AEE
que pudemos observar), eu e a minha colega Soraia dirigimo-nos ao auditório da Escola
Superior de Educação com o objetivo de assistir a uma formação ministrada pelo
professor PR, professor e supervisor no 1.º, 2.º e 3.º ciclos e atualmente docente do IE,
acerca da observação de práticas em sala de aula. A audiência junta Inspetores de todas
as zonas do país.
O Dr. PR começa por esclarecer os pressupostos da sessão, são eles: 1) a qualidade da
ação educativa tem um impacto positivo nas aprendizagens dos alunos; 2) a observação
e a discussão de aulas constituem fatores decisivos na promoção da reflexão sobre a
prática, no desenvolvimento profissional dos professores e, consequentemente na
melhoria da ação educativa; 3) tanto professores observados como observadores
beneficiam da observação e da discussão de aulas.
Apresentados os pressupostos, o Dr. PR pede a colaboração da audiência, perguntando
as suas expectativas quanto à sessão, de modo a orientar a sua exposição nesse sentido.
Em resposta, os Inspetores expõem as suas dúvidas, essencialmente relativas à
observação de práticas em sala de aula: “Como fazer, porquê e o que observar?”, “O
momento da reflexão sobre a prática observada é fundamental. O que é refletir? Como
fazê-lo?”.
O Dr. PR toma nota dos comentários que foram sendo proferidos e inicia a sua
exposição dizendo que a aprendizagem dos alunos depende, em grande parte, da ação
do professor e que a formação de professores sugere um desejo de mudança
(nomeadamente quando os alunos não atingem os objetivos), proporciona a adoção de
práticas e metodologias benéficas ao desenvolvimento do aluno, estas novas aquisições
do professor devem ser observadas, discutidas e refletidas: o Dr. PR refere que a
observação, por si só, não se mostra suficiente e que, por isso, deve existir alguém que
levante questões (um amigo crítico) e que sensibilize o professor para aspetos
diferentes.
Assim, o diagnóstico de problemas ou de práticas inovadoras é essencial.
O Dr. PR levanta a questão: “Como definir os focos de observação e os planos de
ação/melhoria? O objetivo da observação é avaliar: o que, como e porquê observar?”
Para responder a esta questão, o orador propõe aos Inspetores que definam, a pares,
quais são os focos de observação e como é que podem criar práticas, numa perspetiva de
acompanhamento ou supervisão.
Após ouvir a resposta dos grupos, o orador apresentou as suas próprias conclusões,
baseadas em três pontos:
1) a observação da prática letiva deve focar-se na clareza e explicitação dos
conteúdos; na gestão da aula/turma; na diversidade de metodologias e materiais;
na gestão do comportamento da turma e a interação professor-aluno-aluno; na
avaliação permanente que permita constatar a eficácia do processo de ensino-
aprendizagem.
2) a criação de novas práticas deve ter em consideração a diferenciação pedagógica
em sala de aula. Esta diferenciação pode e deve ser promovida pela realização de
reuniões de ano/disciplina onde exista uma partilha das características dos
alunos tendo em vista o planeamento conjunto de estratégias benéficas à
aprendizagem: como tarefas diversificadas e diferentes instrumentos de
avaliação. Depois de testadas as estratégias, os professores devem reunir-se
novamente a fim de refletir acerca dos resultados obtidos.
3) a observação em sala de aula deve apurar o modelo utilizado por cada professor
aquando da prática de aula (os modelos adotados por um professor são retirados
da sua experiência enquanto aluno ou da sua formação inicial: assim, há
tendência para se perpetuarem os modelos) e questionar “que sistema educativo
queremos?”.
Referindo-se aos tipos de observação de aulas, o Dr. PR refere que existem três tipos de
observação em sala de aula:
1) a observação de práticas consideradas interessantes com o objetivo de promover,
por exemplo, o contacto com uma diversidade de abordagens, metodologias,
atividades e comportamentos específicos. Neste caso, a observação e a discussão
das informações recolhidas destinam-se a ampliar os conhecimentos e as
capacidades profissionais do observador, constituindo um catalisador importante
de aprendizagem e mudança.
2) a observação em que o professor observado tem a possibilidade de selecionar
tanto o foco da observação como a pessoa que considera mais qualificada para o
observar e apoiar o seu desenvolvimento profissional. Pretende-se a criação de
um clima de respeito, apoio e desenvolvimento mútuos. O foco da observação
centra-se em aspetos relativamente aos quais o professor observado deseja obter
comentários e sugestões de melhoria. Por vezes, os professores observam as
aulas um do outro, alternando os papéis de observador e observado.
3) a observação que pretende criar comunidades de aprendizagem compostas pelos
professores da escola que fomentem a cooperação e a colaboração, não só entre
colegas da mesma disciplina, como também de disciplinas diferentes. Estas
comunidades permitem a partilha de metodologias e a alteração dos papéis de
observador e observado.
Acerca da observação e dos processos supervisivos, o Dr. PR apresenta quatro pontos,
são eles:
um período probatório ou um processo de indução profissional, para promover a
integração do docente na comunidade educativa e nas funções a desempenhar;
um estágio de iniciação à prática profissional, para proporcionar o contacto com
práticas de ensino particularmente interessantes ou permitir a observação, a
reflexão e o desenvolvimento de competências profissionais dos estagiários com
o apoio de um supervisor;
processos informais de apoio e desenvolvimento profissional nas escolas,
envolvendo grupos de professores na observação, análise e discussão recíprocas
de aulas;
processos formais de avaliação do desempenho docente, que reconheçam o
mérito, constituam um desafio para o desenvolvimento dos professores e apoiem
a identificação e superação de fragilidades.
O Dr. PR prossegue, abordando os benefícios, as limitações e a aplicabilidade da
observação formal e informal. Para responder a este tópico organiza o seu discurso em
cinco tópicos:
1) É preciso que a escola se perspetive como aprendente: tem que estar motivada
para progredir e alterar práticas. Na observação informal, a limitação diz
respeito à falta de foco, logo a reflexão não será suficientemente específica
2) Quando pensamos na atividade da IGEC, pensamos mais na observação e
análise do funcionamento da organização do que da sala de sala. A observação
formal permite reforçar a coesão da organização
3) Como é que, do ponto de vista da IGEC, podemos ajudar as escolas a criar essa
cultura? Na escola, os professores não percebem a razão da observação. Mais
importante do que a observação do professor, é a observação do impacto da ação
do professor na totalidade dos alunos – assim começa-se a perceber a
importância da ação do professor nos resultados dos alunos. O grande desafio é
conseguir que os professores percebam que a observação é benéfica para a
colegialidade entre os professores e para a aprendizagem dos alunos
4) Existem situações em que os professores recusam coadjuvação e participação
externa na sala. Torna-se fundamental alterar a consciência do corpo docente. E
esta consciência só será alterada com a experimentação, não com diálogos
puramente motivadores. A IGEC não tem que estar isolada nesta tarefa, os
agrupamentos têm parcerias com instituições do ensino superior que podem
ajudar a implementar este tipo de iniciativa: é preciso naturalizar o ato de
observar e mostrar a utilidade do feedback que também deve enaltecer os aspetos
positivos percebidos
5) Na observação formal de curta duração sem foco e formalização de reuniões,
podem surgir algumas contrariedades, já que pode ser feita uma conclusão pouco
criteriosa e mais impressionista, devido ao curto espaço de tempo
Dada a hora, o Dr. PR propõe uma pausa para o almoço, e todos os presentes apoiam a
ideia. Combinam estar de volta pelas 14h30.
A segunda parte do encontro foi iniciada pela apresentação de cinco benefícios da
definição de metas de aprendizagem e desenvolvimento. São eles:
1) uma oportunidade de discussão e negociação entre professores e mentores ou
supervisores;
2) um foco claro para o trabalho do professor;
3) um foco claro para o apoio dos mentores ou supervisores;
4) uma oportunidade para se definirem prioridades em relação às tarefas e à
utilização de recursos;
5) uma oportunidade para o posterior reconhecimento da concretização dos
objetivos propostos.
O Dr. PR expõe, em seguida, seis estágios de desenvolvimento de uma prática reflexiva:
1) identificar um aspeto da prática profissional que suscite particular interesse ou
preocupação;
2) focar a ação e a reflexão num aspeto que suscite particular interesse ou
preocupação;
3) conceber uma estratégia de ação/melhoramento;
4) implementar essa estratégia de ação/melhoramento e recolher evidências do seu
impacto nos alunos, na escola, etc.;
5) avaliar a estratégia com base nas evidências recolhidas;
6) fundamentar uma proposta de mudança da prática com base nos resultados
obtidos.
Assim, conclui, “qualquer processo supervisivo procura reforçar a capacidade das
escolas contribuírem de forma mais eficaz para a educação e para o sucesso académico
de cada um dos seus alunos, através da promoção da interação, da capacidade de
resolução de problemas e do desenvolvimento profissional dos professores”.
As estratégias de supervisão referidas abrangem 1) Tutoria ou Mentorado; 2)
Desenvolvimento profissional autodirigido; 3) Investigação-Ação; 4) Grupos de
desenvolvimento colegial.
A Tutoria ou Mentorado são proporcionados por um professor experiente que facilita a
indução de um professor em início de carreira.
O Desenvolvimento profissional autodirigido diz respeito ao trabalho individual e,
segundo o Dr. PR, instrumentaliza-se quando se pede ao professor que enumere um
aspeto que pretende melhorar enquanto profissional e o docente tem o
comprometimento de melhorar, apoiado por formação.
A Investigação-Ação dá-se a par do diagnóstico e identificação de um problema e
objetiva encontrar e promover estratégias de resolução do problema; o sucesso das
medidas de resolução apura-se pela posterior avaliação. Este processo pode exigir vários
ciclos, uma vez que o objetivo é encontrar soluções totalmente eficazes.
Os Grupos de desenvolvimento colegial preveem um percurso “mais ou menos
individual”, pretendem identificar problemas e criar as respetivas soluções; segundo o
Dr. PR, estes grupos podem envolver profissionais de áreas específicas e benéficas à
resolução de problemas.
Como forma de terminar a sua intervenção, o Dr. PR clarifica que todas as estratégias
apresentadas ao longo do dia podem contribuir para a resolução de problemas já que,
por incentiva ao trabalho colaborativo docente que abrange um maior número de grupos
disciplinares com o propósito de avaliar o seu próprio desempenho e, posteriormente,
construir metas que guiem e definam a sua ação pedagógica; este trabalho em grupo
permite uma reflexão alargada e beneficia, além da reflexão das próprias práticas, a
difusão de boas práticas.
Reunião do grupo de trabalho acerca da Avaliação Externa das Escolas
03 março 2016
No dia 03 de março de 2016 assistimos, a convite do Dr. HG, à reunião da equipa de
reflexão composta por Inspetores da ATINorte, ATICentro e ATISul. Pelas 10h30, e
com o objetivo de assistir ao ponto de situação do trabalho realizado pelo grupo,
dirigimo-nos à sala de reuniões do 4.º andar da IGEC.
Esta é a primeira reunião do grupo no ano letivo 2015/2016. A reunião inicia, por
concordância de todos os presentes, pela voz de um Inspetor da ATISul que esclarece
que para o presente ano letivo estão previstas 52 atividades de AEE, destas faltam
realizar 16. Até então já produziram 26 relatórios, sendo que 13 já foram enviados para
as escolas e não receberam ainda nenhum contraditório. O processo de intervenção nas
escolas está a decorrer calmamente, garante.
A Dra. L, coordenadora do EMEE, toma a palavra, abordando as recomendações
escritas nos relatórios de AEE, uma vez que – diz – notam-se muitas diferenças entre a
estrutura e a elaboração das mesmas; o Inspetor da ATIN diz, como modo de
complementar a ideia da Dra. L, que é frequente que as áreas de melhoria sejam
semelhantes em escolas que obtiveram classificações diferentes, logo torna-se
necessário explicitar/clarificar quais são as áreas onde cada escola deverá efetivamente
investir. O Dr. HG entra na argumentação, referindo que, por vezes, noutros países, as
equipas avaliativas evitam as recomendações - dado que existem aspetos que a escola
não pode/consegue alterar per si – e focam-se nos pontos fortes e nas áreas de melhoria.
Os elementos grupo discutem o conceito de recomendação; esclarecem que
normalmente uma recomendação vem antecedida por um “deverá” que não fornece
exatamente uma solução mas sim a identificação das áreas a melhorar. O grupo continua
a apresentar dúvidas a este propósito e, por isso, é analisado um relatório sugerido pela
Dra. L.
O Inspetor da ATISul defende é difícil evitar as recomendações, contudo devem
procurar evitar vocabulário que possa induzir a ação, como o “deverá”. Levanta a
questão do número de pontos fortes face ao número de áreas de melhoria apontados,
perguntando, retoricamente, se tem que existir um equilíbrio. Não – conclui -, não tem,
mesmo que o objetivo seja dar um reforço positivo (através dos pontos fortes) à escola.
A Inspetora da ATISul expõe também a sua perspetiva, referindo que existem relatórios
formatados que terão pouca ou nenhuma praticidade na escola.
A Dra. L esclarece que os relatórios estão globalmente bem elaborados, todavia, por
vezes, falta-lhes juízo avaliativo e predomina o descritivo: quando, a nível da IGEC,
elaboram comentários acerca deste pormenor, as equipas avaliativas mostram-se
recetivas e procuram alterar este aspeto, melhorando a sua prática.
A Inspetora da ATISul mostra-se preocupada acerca dos relatórios que, quando
elaborados pela mesma equipa, são idênticos. O Inspetor da ATINorte defende que
essas similitudes têm a ver com o estilo de escrita de quem elabora os relatórios.
O Inspetor da ATICentro dá por concluído o tópico referente aos relatórios e inicia a
exposição dos seus dados quanto à AEE: durante o presente ano letivo, os Inspetores da
ATICentro estão responsáveis por avaliar 19 agrupamentos, e têm também que proceder
à avaliação de escolas com contratos de autonomia. Acrescenta dizendo que, como os
agrupamentos do Centro são recentes, as equipas têm algumas dificuldades em calcular
a evolução e o progresso das escolas; para colmatar esta dificuldade, os Inspetores do
Centro realizam reuniões periódicas onde discutem os resultados, nomeadamente os do
domínio Resultados académicos. O Inspetor da ATICentro admite também sentir
dificuldades no que concerne à análise dos documentos enviados pelas escolas, devido à
quantidade (“é um número excessivo de documentos”). Adianta ainda que as áreas de
melhoria devem ser apresentadas com clareza e questiona: “Não será importante
questionar as escolas acerca da AEE e, no final do 2.º ciclo de avaliação externa, tentar
perceber o impacto da AEE nas escolas?”, este seria um trabalho que vai além dos
questionários já enviados aos Diretores.
A discussão arrasta-se por mais algum tempo, e são novamente focados os números de
pontes fortes e de áreas de melhoria.
O grupo dá a reunião por terminada pelas 12h40.
Formação acerca da Avaliação dos Contratos de Autonomia (ACA)
22 março 2016
No dia 22 de março de 2016 dirigimo-nos à sala de reuniões do 2.º andar com o
propósito de ouvir falar sobre a Avaliação dos Contratos de Autonomia (ACA). Esta
formação dedica-se aos 20 Inspetores e chefes de equipa presentes, e teve início pelas
10h30.
O tema é introduzido pelo Subinspetor-Geral que faz a apresentação da ordem de
trabalhos e, no decorrer, informa que a IGEC estabeleceu um dia para a elaboração do
relatório a ser realizado no domicílio profissional.
O Dr. HG informa-nos, entretanto, que se seguirá a apresentação do Dr. CM que fará
um enquadramento interessante, acedemos.
O Dr. CM inicia a sua apresentação referindo que o seu propósito é preparar os
Inspetores para a realidade escolar. Começando por defender que a democracia trouxe
um discurso a favor da descentralização e da autonomia das escolas, porém, na prática,
o Estado não abdicou da quase total regulação, criando um sistema administrativo
central, com grande dimensão e peso.
Apresenta, como meio de justificar a sua afirmação, o regime jurídico da autonomia das
escolas dos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico e do Ensino Secundário, constante do
Decreto-Lei n.º 43/89, de 3 de fevereiro.
A ACA é um contrato interadministrativo – garante - já que é celebrado entre pessoas
do Estado constituindo, no fundo, um acordo. A autonomia, não estando definida na lei,
muda consoante o legislador. Como forma de ilustrar a sua perspetiva, o Dr. CM
apresenta diferentes definições do conceito de autonomia. Entre as quais dá a conhecer a
sua própria conceção do constructo: “Autonomia pode ser definida como a concessão de
poder às escolas – concretamente aos seus órgãos de direção, administração e gestão,
por um período a definir, a fim de que estas possam desenvolver a sua atividade de
prestação do serviço público de educação”, concluindo a definição com a pergunta
retórica: “Poder lato ou pequenas liberdades?”
A apresentação avançou, agora com a definição dos conceitos de descentralização e de
desconcentração.
Segundo Dr. CM, o conceito de descentralização diz respeito, “do ponto de vista
jurídico, a um processo de atribuição de competências a pessoas coletivas territoriais
para além do Estado, maxime as autarquias locais, as quais prosseguem fins próprios”.
Por sua vez, “a desconcentração de competências significa, do ponto de vista jurídico,
um processo de descongestionamento de competências dentro da mesma pessoa
coletiva, conferindo-se a funcionários ou agentes subalternos certos poderes decisórios,
os quais numa administração concentrada estariam reservados exclusivamente ao nível
superior”, esclarece.
Esta fundamentação teórica teve em vista a apresentação, em pormenor, dos contratos
de autonomia e da respetiva avaliação, com recurso aos normativos.
O regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos públicos da
educação Pré-escolar e dos ensinos Básico e Secundário (RAAG) constam no Decreto-
Lei n.º 75/2008, de 22 de abril; e no Decreto-Lei n.º 137/2012, de 2 de julho.
Posto isto, foram citados os seguintes pontos (Decreto-Lei 137/2012; Portaria n.º
265/2012, de 30 de agosto):
Contratos de autonomia
Artigo 9.º - Instrumentos de autonomia
“3 - O contrato de autonomia constitui o instrumento de desenvolvimento e
aprofundamento da autonomia dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas.”
Decreto-Lei 137/2012
Capítulo VII:
Artigo 56.º - Desenvolvimento da autonomia
“1 — A autonomia dos agrupamentos de escolas e das escolas não agrupadas
desenvolve-se e aprofunda-se com base na sua iniciativa e segundo um processo ao
longo do qual lhe podem ser reconhecidos diferentes níveis de competência e de
responsabilidade, de acordo com a capacidade demonstrada para assegurar o respetivo
exercício.”
Artigo 57.º - Contratos de autonomia
“1 — Por contrato de autonomia entende-se o acordo celebrado entre a escola, o
Ministério da Educação e Ciência, a câmara municipal e, eventualmente, outros
parceiros da comunidade interessados, através do qual se definem objetivos e se fixam
as condições que viabilizam o desenvolvimento do projeto educativo apresentado pelos
órgãos de administração e gestão de uma escola ou de um agrupamento de escolas.”
Artigo 58.º - Atribuição de competências
“1 — O desenvolvimento da autonomia processa-se pela atribuição de competências
nos seguintes domínios:
a) Gestão flexível do currículo, com possibilidade de inclusão de componentes regionais
e locais, respeitando os núcleos essenciais definidos a nível nacional;
b) Oferta de cursos com planos curriculares próprios, no respeito pelos objetivos do
sistema nacional de educação;
c) Gestão de um crédito global de horas de serviço docente, incluindo a componente
letiva, não letiva, o exercício de cargos de administração, gestão e orientação educativa
e ainda o desenvolvimento de projetos de ação e inovação;
d) Adoção de normas próprias sobre horários, tempos letivos, constituição de turmas ou
grupos de alunos e ocupação de espaços;
e) Recrutamento e seleção do pessoal docente e não docente, nos termos da legislação
aplicável;
f) Extensão das áreas que integram os serviços técnicos e técnico -pedagógicos e suas
formas de organização;
g) Gestão e execução do orçamento, através de uma afetação global de meios;
h) Possibilidade de autofinanciamento e gestão de receitas que lhe estão consignadas;
i) Aquisição de bens e serviços e execução de obras, dentro de limites a definir;
j) Adoção de uma cultura de avaliação nos domínios da avaliação interna da escola, da
avaliação dos desempenhos docentes e da avaliação da aprendizagem dos alunos,
orientada para a melhoria da qualidade da prestação do serviço público de educação.”
Portaria n.º 265/2012, de 30 de agosto
Artigo 2.º - Âmbito de aplicação
“A presente portaria aplica-se às escolas da rede pública de educação pré-escolar e dos
ensinos básico e secundário que, querendo assumir e desenvolver maior autonomia
pedagógica, curricular, administrativa e cultural, manifestem interesse em celebrar com
o Ministério da Educação e Ciência, e eventualmente outros parceiros e entidades, um
contrato de autonomia, nos termos previstos no Decreto- -Lei n.º 75/2008, de 22 de
abril, na redação dada pelo Decreto -Lei n.º 137/2012, de 2 de julho, e definidos no
presente diploma.”
Artigo 6.º - Requisitos
“A celebração do contrato de autonomia está sujeita ao preenchimento das seguintes
condições:
a) Aprovação pelo conselho geral de um plano de desenvolvimento da autonomia que
vise melhorar o serviço público de educação, potenciar os recursos da escola e superar
de modo sustentado as suas debilidades, materializado na aprovação prévia da minuta
do contrato a celebrar;
b) A apresentação de um projeto educativo contextualizado, consistente e
fundamentado;
c) A conclusão do procedimento de avaliação externa nos termos da lei e demais normas
regulamentares aplicáveis;
d) Adoção por parte da escola de dispositivos e práticas de autoavaliação adequadas e
consequentes.”
Avaliação dos Contratos de Autonomia
Artigo 10.º - Avaliação dos resultados
“1 — A avaliação dos resultados dos contratos de autonomia incumbe à Inspeção-Geral
de Educação e Ciência, no quadro das competências de avaliação externa das escolas
que lhe estão legalmente atribuídas.
2 — Sem prejuízo do quadro de referência de avaliação externa utilizado pela Inspeção-
Geral da Educação e Ciência, na avaliação do cumprimento do contrato, são
especialmente considerados a evolução dos resultados escolares obtidos pelos alunos
em avaliação externa, nomeadamente Provas Finais de Ciclo e Exames, a eficácia na
gestão dos recursos atribuídos à escola, o conteúdo do relatório de progresso, bem como
o parecer da comissão de acompanhamento a que se refere o artigo anterior.”
Artigo 11.º - Renovação dos contratos
“1 — Os contratos de autonomia podem, por acordo expresso de ambas as partes, ser
renovados por período igual ou diferente do inicialmente ajustado, mas nunca inferior a
um ano escolar, nos termos previstos na presente portaria, e tendo ainda presente o
disposto no número seguinte.
2 — A renovação dos contratos de autonomia depende, entre outras, de avaliação
positiva: a) Do grau de cumprimento dos objetivos constantes do projeto educativo; b)
Do grau de cumprimento dos objetivos e dos planos de ação e de atividades
apresentados e demais compromissos decorrentes do contrato, da presente portaria e ou
de outros normativos aplicáveis, quando os houver; c) Da evolução dos resultados
escolares e do abandono escolar.”
Depois de apresentada a legislação referente aos contratos de autonomia e à sua
avaliação, que teve como objetivo contextualizar os Inspetores, o Dr. HG adianta que
construíram um roteiro para a ACA; este roteiro foi aplicado na fase piloto.
O Dr. CM procedeu à apresentação do guião para ACA. Este documento esclarece os
objetivos da atividade de avaliação. São eles:
“Apreciar o conteúdo de relatórios de progresso, bem como o parecer da
comissão de acompanhamento, no que concerne à adequação das medidas e dos
procedimentos adotados pelos estabelecimentos de ensino, face aos contratos de
autonomia.
Identificar pontos fortes e áreas de melhoria a partir da avaliação do
desenvolvimento dos contratos de autonomia, enquanto instrumentos essenciais
de desenvolvimento e aprofundamento da autonomia das escolas.
Estimular uma atitude crítica e de autoquestionamento que aprofunde a
autonomia, garanta a equidade e promova a cidadania, a inclusão e o
desenvolvimento social através da melhoria dos resultados escolares e
diminuição do abandono escolar.
Contribuir para a regulação da educação, dotando os responsáveis pelas políticas
educativas e pela administração das escolas de informação pertinente.”
Segundo o Dr. CM, os documentos fundamentais de apoio à ACA são, para além do
guião que orienta a ACA:
“Contrato de autonomia da escola
Adenda(s) ao contrato de autonomia
Dados da DGEEC – taxas de abandono escolar da escola; evolução do valor
observado na escola face ao valor esperado (apenas para comentário adicional)
Dados do IAVE sobre a avaliação externa de alunos da escola referente ao
período do contrato (para aferir com as médias contextualizadas) e médias
adicionais
Pareceres da comissão de acompanhamento sobre os relatórios anuais de
progresso
Planos de Atividades – alínea d) do n.º 1 do art.º 3.º da Portaria n.º 265/2012, de
30 de agosto)
Projeto educativo de escola
Regulamento interno de funcionamento da comissão de acompanhamento – n.º 3
do art.º 9º da Portaria n.º 265/2012
Relatórios anuais de progresso da escola”
O Dr. CM passou, em seguida, à exposição dos domínios da autonomia abrangidos pelo
contrato (alíneas a) a g) do n.º 3 do art.º 4.º da Portaria 265/2012, de 30 de agosto). São
eles:
“a) Desenvolvimento de projetos de excelência, de melhoria e inovação orientados para
padrões elevados de eficácia, dos resultados escolares e da qualidade do serviço público
de educação, direcionados para diferentes perfis de alunos; b) Promoção de condições
para a melhoria do sucesso escolar e educativo das crianças e jovens, tendo em vista a
prevenção da retenção, do absentismo e do abandono escolar, através da adaptação e
diversificação das ofertas formativas; c) Criação de modalidades flexíveis de gestão do
currículo e dos programas disciplinares e não-disciplinares de modo a atuar
precocemente sobre o risco de abandono e insucesso escolar; d) Ligação ao mundo do
trabalho por via da cooperação entre escolas, instituições e serviços de apoio e
encaminhamento vocacional e profissional, e organizações de trabalho, de forma a
orientar o ensino para o empreendedorismo nas diferentes áreas de exercício
profissional; e) Inclusão de componentes regionais e locais, respeitando os núcleos
essenciais definidos a nível nacional; f) Oferta de cursos com planos curriculares
próprios, no respeito pelos objetivos do sistema nacional de educação; g) Adoção de
procedimentos inovadores e diferenciados de gestão pedagógica, estratégica,
patrimonial, administrativa e financeira.”
Depois de apresentar outras aspetos referentes à ACA ratificada pelo Decreto-Lei n.º
265/2012, de 30 de agosto e de ter clarificado algumas dúvidas, o Dr. CM põe fim ao
encontro, pelas 12h25.
Observação de entrevistas de seleção para as EE (Primeira Entrevista)
28 abril 2016
No dia 28 de abril de 2016 dirigimo-nos, a convite do Dr. HG e da Dra. HC, à sala de
reuniões do departamento EMEE (5.º andar) com o objetivo de observar a entrevista de
seleção de uma professora de Matemática para a das Escolas Europeias de Bruxelas II.
A entrevista teve início pelas 14h00 e, além das três estagiárias, estavam presentes na
sala a Dra. HC, como representante do Conselho de Inspeção do ciclo Secundário das
Escolas Europeias, a Dra. CB, no papel de Inspetora com excelente domínio do francês
e o Dr. LP, um Inspetor cuja formação inicial é da área da didática para a qual se
pretende selecionar o professor candidato.
A Dra. HC trata de apresentar a professora, bem como os membros do júri e as três
estagiárias, pedindo-lhe permissão para a nossa presença; a professora concordou que
observássemos.
A Dra. HC dá a conhecer as vagas disponíveis na EE e apressa-se a iniciar a entrevista,
realizando as seguintes questões:
“Quais são as razões que motivaram o interesse da sua candidatura?”
“O que pode dar à EE e o que pensa receber que contribua para o seu
desenvolvimento profissional?”
“O que significa para si ensinar Matemática?”
“Como convence uma turma que não gosta de Matemática a aprender?”
“Na EE encontra-se a diversidade de 28 Estados membros. Como seria a sua
postura para mostrar que respeita a diferença na comunidade educativa?”
“Imagine que teria uma turma indisciplinada e pais a queixarem-se. Como
agiria?”
“Considera-se boa professora? Porquê?”
A professora foi respondendo a todas as questões com otimismo, referindo que está
habituada a contextos análogos e que não existem receitas, a sua atuação depende do
contexto observado. Considera-se uma ótima profissional, porém admite que todos
podem ser melhores: está disposta a melhorar, pretende integrar um projeto desafiador e
está disposta a disponibilizar todo o seu tempo ao ensino na EE.
O Dr. LP, professor de Matemática e membro do grupo de seleção, inicia a abordagem
didática com questões específicas sobre o programa de Matemática das EE (a professora
teve acesso ao programa antes da entrevista).
A professora mostra-se confortável com o programa e aponta apenas dois ou três
conteúdos a que não está tão habituada – já que não constam do programa Português.
Diz que domina completamente a maior parte dos conteúdos, mas compromete-se a
estudá-los até que o domínio seja completo.
O Dr. LP lança: “Em 30 segundos diga porque é que é a profissional indicada para a EE
de Bruxelas.”
A professora responde sem reticências, mostrando-se determinada como até então.
Depois das duas fases passadas, a professora é agora testada ao nível das competências
linguísticas através de uma pequena conversa com a Dra. CB, em francês.
A conversa baseia-se na utilização de vocabulário e temas do dia-a-dia, e, como questão
final, é pedido à professora que se apresente oralmente ao diretor da EE, em francês.
A professora tem algumas dificuldades com o idioma, todavia promete apostar na língua
durante o verão, e mostra-se certa no seu progresso quando estiver no contexto, com
profissionais e alunos que comunicam em francês.
A entrevista é terminada, a professora agradece a oportunidade e o grupo de seleção
agradece a presença da professora.
Os elementos do grupo pedem a opinião das estagiárias: “Qual foi a vossa impressão?”
e esclarecem, entretanto, que a maior dificuldade da professora é, aparentemente, ao
nível da comunicação, porém esta competência é rápida e facilmente desenvolvida nas
EE.
Observação de entrevistas de seleção professores para as EE (Segunda e Terceira
Entrevistas)
06 maio 2016
Primeira Entrevista:
No dia 06 de maio de 2016 dirigimo-nos à sala de reuniões do departamento EMEE (5.º
andar) a convite do Dr. HG e da Dra. HC com o objetivo de observar a entrevista de
seleção de um professor de Geografia para a Escola Europeia do Luxemburgo I.
A entrevista teve início pelas 10h00 e, além das três estagiárias, estavam presentes na
sala a Dra. HC (no papel de Inspetora nacional), o Dr. HG (no papel de Inspetor com
domínio do inglês) e a Dra. X (no papel de profissional da didática de Geografia).
A Dra. HC, à semelhança do que acontecera anteriormente, trata de apresentar o
professor, bem como os membros do grupo de seleção e as três estagiárias, pedindo-lhe
permissão para a nossa presença; o professor concordou que observássemos.
A Dra. HC dá início à entrevista, realizando as seguintes questões:
“O que é para si ensinar Geografia?”
“Como motivar os alunos a aprender Geografia?”
“Como é que se imagina numa turma com alunos de várias nacionalidades,
embora todos falem inglês?”
“Como imagina a sua postura perante colegas de diferentes nacionalidades,
quando estiverem a discutir programas, conteúdos, etc.?”
O professor refere que já possui muita experiência enquanto docente, opta por não
ser sintético nas respostas, dando pormenores concretos em tudo o que é respondido.
Informa que pretende motivar todos os alunos, independentemente da sua
nacionalidade, e que as metodologias a utilizar para garantir a aprendizagem da
disciplina de Geografia centram-se na abordagem lata da geografia a nível europeu
e, caso seja necessário para prender a atenção dos alunos, focar-se-á na geografia do
país de onde provêm os discentes, tendo sempre em consideração a sensibilidade da
temática num contexto onde se encontram várias nacionalidades. O professor
considera-se muito bem informado no que diz respeito à cultura geral e defende ser
capaz de se adaptar a qualquer contexto.
A Dra. X, Inspetora e professora de Geografia, inicia a segunda parte da entrevista
relativa aos conhecimentos didáticos da disciplina. Procede às seguintes questões:
“Faça um comentário crítico relativamente ao currículo dos 10.º e 11.º anos.”
“O que poderia modificar ou acrescentar no desenvolvimento de alguns
conteúdos?”
“Quais são as principais diferenças entre estes princípios didáticos do programa
da EE e os do programa português?”
“Que recursos didáticos utiliza nas aulas?”
“O que considera dos objetivos de aprendizagem do programa?”
“Como promoveria a competência da criação de recursos de apoio à
aprendizagem por parte dos alunos?”
“Como iria desenvolver o tema da natalidade, por exemplo? Que estratégias iria
adotar uma vez que não há um manual, e que estratégias de diferenciação
pedagógica adotaria?”
“E quanto às formas de avaliação?”
“Como integraria a avaliação proposta no decorrer das atividades?”
O Dr. HC é o responsável por testar as competências linguísticas do professor,
elaborando uma série de questões em inglês:
“Sente-se confortável em comunicar em inglês?”
“Onde aprendeu inglês?”
“Não lhe é difícil entender os diferentes sotaques em inglês?”
“Imagine que é o seu primeiro dia na EE e tem que se apresentar ao Diretor.
Como é que faz essa apresentação? Quem é, o que faz ali, a sua proficiência em
Geografia…”
“Diga-lhe [ao Diretor] algo sobre o seu passado, a nível pessoal, académico e
profissional.”
O professor mostra-se à vontade com o idioma, porém com algumas dificuldades
relacionadas, explica, com o pouco uso que lhe dá. Informa que a sua esposa é
professora de inglês e que se compromete a dominar a língua até ao seu ingresso na EE.
A Dra. HC volta a intervir perguntando “Sendo casado, será complicado para si ir para o
Luxemburgo?” O professor afirma que não, a Dra. HC acede.
Terminada a entrevista, o grupo de trabalho agradece a disponibilidade do professor e
garante entrar em contracto ainda durante o decorrente dia.
Os elementos do grupo pedem a nossa opinião e notam que o professor não tinha
espírito de síntese mas que possui muita experiência docente e que domina o inglês de
maneira aceitável.
Segunda Entrevista:
A segunda entrevista a uma professora de Geografia para a EE do Luxemburgo I
aconteceu no mesmo dia, 06 de maio de 2016, pelas 14h00.
A vaga para que concorre esta professora é a mesma a que se candidatou o professor de
Geografia, anteriormente apresentado.
A decisão sobre quem vai ocupar a função na EE deve ser tomada ao longo desta tarde.
Os entrevistadores permanecem os mesmos, bem como as formalidades da apresentação
da professora, do próprio grupo de seleção e das estagiárias.
A Dra. HC inicia a primeira parte da entrevista com as seguintes questões:
“Quais são as razões que a levaram a manifestar interesse por esta vaga?”
“O que é para si ensinar Geografia?”
“Como consegue motivar os alunos para a aprendizagem da Geografia?”
A professora, um pouco nervosa, garante que está preparada para assumir o
compromisso e tem consciência de que nas EE não há uma Geografia nacional, por isso
a sua ação será orientada com cautela. Adianta ainda que, apesar de ser religiosa e
carregar um cruxifico, não dará qualquer indício da sua religião nem pretende abordar
temas que possam melindrar, de alguma forma, a relação que procura desenvolver com
os alunos.
A Dra. X, Inspetora e professora de Geografia, inicia a segunda parte da entrevista
relativa aos conhecimentos técnicos da disciplina. Procede às seguintes questões:
“O que considera mais relevante na Geografia?”
“Parece-lhe que este programa está adequado a nível de conteúdos?”
“Como abordaria o tema da agricultura, por exemplo?”
“O que tem a dizer sobre os princípios didáticos enunciados no programa?”
“Quanto aos objetivos de aprendizagem, o que seria desafiante para si?”
“Que formas de avaliação adotaria?”
“Que conceitos não integrados no programa lhe parecem fundamentais?”
A terceira parte da entrevista está sob a responsabilidade do Dr. HG que deve aferir as
competências linguísticas da professora, elaborando as seguintes questões formuladas
em inglês:
“Onde aprendeu inglês?”
“Como se apresentaria ao Diretor da EE? Nome, profissão, motivação para o
cargo, experiências passadas…”
“Quando começar a lecionar o tema da agricultura, quais são os conceitos chave
que aborda? Que materiais solicita ao aluno?”
A professora demonstra um bom nível de inglês, referindo que durante muitos anos
frequentou um instituto onde pôde desenvolver o idioma; o seu vocabulário é
privilegiado pela frequência de várias conferências internacionais em que participou:
numas, como espetadora, noutras como oradora.
Os entrevistadores mostram-se satisfeitos com as informações prestadas e agradecem a
presença da professora, esclarecendo que a resposta sobre a ocupação da vaga será dada
até ao final do dia.
Depois de a professora sair da sala, o grupo de seleção pede a nossa opinião e comenta o
bom nível de inglês demonstrado, acrescentando que apesar do nervosismo, a professora
tem ótimas referências e um currículo repleto de pormenores interessantes.
Anexo 2 - Análise de conteúdo das entrevistas
Tema
Subtema
Indicadores
Unidades de Registo
Escolas Europeias
Caracterização das
Escolas Europeias
Legislação e
Regulamentação
“As EE, todas elas, as 14 que existem atualmente, disseminadas pela
Europa, têm leis, regulamentos, normas muito específicas que são todas
aprovadas pelo Conselho Superior…. Discutidas, analisadas pelo
Conselho Superior. O que é o Conselho Superior? O Conselho Superior é
um Conselho que é constituído pelos representantes dos Ministros da
Educação de cada Estado membro da União Europeia. No caso português,
o nosso representante é o atual Senhor Inspetor-Geral do Ensino e da
Educação. E esse Conselho Superior tem como funções toda a orgânica e
toda a organização e constituição das EE. Portanto, se ele [o Conselho
Superior] não aprovar qualquer regulamento ou qualquer norma, eles
[regulamentos e normas] não vão entrar em vigor. Digamos que é uma
espécie de Conselho Geral de uma entidade da UE, neste caso EE, que
define a política educativa e que aprova os regulamentos que vão, peço
desculpa pelo pleonasmo, regular toda a atuação das EE no âmbito
Caracterização do
corpo docente das
Escolas Europeias
_________________
Processos de seleção
e destacamento de
professores
pedagógico, administrativo, ah… financeiro, jurisdicional.” (Dra. HC)
“Seguem diretrizes comuns. As escolas de tipo 1 seguem as diretrizes da
Comissão Europeia, há pequenas nuances, às vezes, que têm a ver com
os… os países onde estão localizadas, até por causa de feriados nacionais
e tudo, seguem as regulamentações do país onde estão localizadas, mas
genericamente, a nível de currículo, a nível do estatuto do pessoal docente,
e a maior parte das leis fundamentais das EE, são leis próprias e únicas.”
(Dr. HG)
____________________________________________________________
“A legislação: o pessoal que vai para as EE rege-se pelo estatuto do
pessoal das EE (…). Os Estados membros não têm o mesmo
procedimento, mas há algumas parecenças (…). Nós temos um despacho
do Secretário de Estado sobre essa situação e o modelo que foi adotado e
foi despachado positivamente segue os seguintes passos, se assim
podemos dizer: primeiro é publicitado o horário disponível para um
professor em mobilidade, afeto aos quadros nacionais; depois é feito um
aviso, um anúncio, no site da IGEC, e ao mesmo tempo publicado em dois
jornais de expansão nacional para a manifestação de interesse, e podem
apresentar o seu interesse no preenchimento dessa vaga professores dos
quadros de agrupamento, quadros de escola; depois haverá um processo de
análise dos currículos e analisar o perfil, se o perfil é adequado ou não
para o exercício daquelas funções, nós conhecemos bem o trabalho que é
desenvolvido nas secções. De entre os interessados, que têm um perfil
próximo daquilo que se pretende, convidamos para uma reunião, falamos
com eles para ver o seu interesse e também para ver a sua disponibilidade,
porque entretanto as mobilidades podem estender-se até nove anos, há
pessoas que pensam que é só por um ano ou dois e que depois
regressam… e pronto, o que interessa é alguma estabilidade do corpo
docente para a Comissão Europeia também, e então, a partir daí,
seleciona-se o docente que tem o perfil mais de acordo com os nossos
critérios.” (Dr. HG)
“[fazem parte do grupo de seleção e destacamento de professores] o
Inspetor nacional, posso ser eu ou a Inspetora do Secundário – como a
presidir esse grupo de trabalho -, há sempre também alguém da área das
didáticas – se, por exemplo, a nível do maternal temos sempre um Inspetor
com um passado em experiência como Educador de Infância; se for o
Primário, com um background do Primário; se for do Secundário, Física,
imaginemos, será um Inspetor que tenha sido professor de Física… ou
seja, com um bom conhecimento da didática -, ou também poderíamos
convidar um perito externo para isso, e um Inspetor com uma formação
em línguas – seja o inglês, seja o francês, de acordo com a língua de
trabalho da secção portuguesa – para testar os conhecimentos, porque será
necessário que o professor que vai para essa secção dominar a língua de
trabalho, porque terá que interagir com os restantes colegas, não dentro da
secção mas com os das outras secções, e há muito trabalho transversal
onde terá que interagir em inglês ou francês, portanto o conhecimento das
línguas também é importante.” (Dr. HG)
“nós fazemos a seleção [e] Fazemos o destacamento. Ou seja, são
professores que, em Portugal, a… já fazem parte do sistema, já fazem
parte dos quadros de escolas, já lecionam, e nós o que pretendemos é
escolher a nata da nata. Não é? Portanto, face ao perfil de um docente, que
vai lecionar uma disciplina em língua portuguesa, numa EE, tem que
representar um país e tem que demonstrar mérito, capacidade de
adaptação, de integração em trabalhos de equipa, atualização didática e
pedagógica, e… dominar, pelo menos, uma língua estrangeira. Uma língua
veicular: ou o francês, ou o inglês. Se for as duas, ótimo! Portanto, a
Inspeção-Geral de Educação e Ciência é a entidade que tutela as EE, o
Senhor Inspetor-Geral representa o Ministro do Conselho Superior, o Dr.
JR é o representante português do Comité Orçamental, o inspetor HG é o
representante português no Conselho de Inspeção Pré-Escolar e Primária,
e eu sou representante portuguesa no Conselho de Inspeção Secundário.
Portanto a IGEC, na sua página, estabelece os critérios, os requisitos
necessários, as pessoas manifestam o seu interesse, apresentam os seus
currículos, nós temos a… digamos que uma ficha curricular onde
pontuamos diferentes atividades curriculares que os professores têm, e
depois, desses [professores], há uns quantos que são selecionados para
terem uma reunião connosco. E então aí fazemos perguntas de caráter
geral para ver o perfil do docente, fazemos perguntas sobre a disciplina –
principalmente a didática e a metodologia – que eles vão lecionar, e depois
também vemos a competência linguística.” (Dra. HC)
“Este processo [de destacamento] geralmente começa no primeiro
trimestre do ano para que o professor inicie funções na secção em
Setembro. Descontando o período de Julho, Agosto que é o período de
férias escolares normalmente, portanto o processo poderá começar em
Fevereiro, Março… mas não existe um prazo específico… e tem alguma
continuidade, depende do número de manifestações de interesse que
_________________
Pré-requisitos
exigidos aos
professores
recebemos, e depois de algumas agendas, mas geralmente o processo
demora uns três, quatro meses.” (Dr. HG)
____________________________________________________________
“(…) atualização pedagógico-didática, capacidade de integração em
trabalho de equipa, espírito de síntese, capacidade de argumentação, mas
simultaneamente capacidade de saber escutar, saber ouvir, saber
compreender o outro. A… perfil de saber trabalhar e saber estar e
compreender um ambiente multicultural e multilinguístico, a… por outro
lado também capacidade de diálogo e de disponibilidade face à direção, e
por outro lado também, toda a disponibilidade para participar em todas as
atividades que a escola organiza. Espírito de iniciativa também, para poder
também dar ideias a… informações, a… relativamente a situações
relacionadas com a escola. Pontualidade, assiduidade, sentido de
responsabilidade (…) Deverá ter, no mínimo, dez anos como professor do
quadro duma escola.” (Dra. HC)
“têm que ser professores do quadro, do grupo que é indicado. Esses são os
requisitos obrigatórios. Portanto quem não for do quadro, até por questões
de remuneração – os vencimentos lá são como um complemento de
remuneração, portanto têm que ser professores que tenham um vencimento
cá… (…) Portanto é ser do quadro de agrupamento, poderá ser do quadro
de admissão provisória, mas de qualquer forma um quadro de zona, ou
quadro de agrupamento, mas terá que pertencer a um quadro. E depois
uma experiência que é indicada em cada anúncio, portanto nuns casos
poderá ser dez anos de experiência na docência, noutros casos poderá ser
sete, oito anos, depende. Isso depois é anunciado e tem a ver com a
situação específica. Depois há outros critérios que entretanto são
acrescentados, têm a ver com o currículo, no fundo. E tem a ver com o
perfil que é pretendido. (…) Tem que ter o domínio ao nível da
comunicação. Não é ser fluente, é um domínio ao nível da comunicação,
ser capaz de comunicar, ser capaz de ler um texto e compreender o sentido
do texto. Porque depois lá terá a possibilidade de desenvolver mais
competências através das aulas ou através da prática do dia-a-dia. Agora a
nível do domínio, peço que tenha competências de comunicação, que
coloquemos questões de trabalho ou outras questões e que seja capaz de
compreender do que é que se está a falar.” (Dr. HG)
Nacionalidade dos
professores
____________
Mobilização e
distribuição, por
nacionalidade, dos
professores
“Olhe, todas [as nacionalidades]. Todas desde os 28 estados membros.
Porquê? Porque nós temos, em termos das EE, um primado que é a defesa
da língua materna. Ora, temos alunos de 28 estados membros, agora com o
novo Estado membro, a Croácia, não é verdade? Portanto, temos que ter
pelo menos os 28 Estados membros a lecionar Língua Materna, porque
tem caráter obrigatório que todos os alunos, filhos de funcionários de
instituições europeias, para quem as EE foram feitas, aprendam,
obrigatoriamente, a sua língua materna.” (Dra. HC)
“28, é de todos os Estados membros, ainda contando com o Reino Unido.”
(Dr. HG)
____________________________________________________________
“[Cada Estado membro deve selecionar] um mínimo, exatamente. Na
medida em que, vamos lá ver, temos cinco alunos, por exemplo, temos
cinco alunos da… Letónia, numa EE e que estão inscritos numa secção
inglesa, porque o número de alunos não justifica a organização de uma
turma, não vamos organizar uma turma com cinco alunos, mas que têm a
Professores
portugueses
destacados
obrigação, se quiserem, de aprender a língua materna. Por causa desses
cinco alunos, a Letónia pode destacar, ou a escola tem a obrigação de ver
um professor para lecionar letão.” (Dra. HC)
“[O Estado membro seleciona o número de professores] De acordo com as
secções que tem, sim… Não há um número certo porque, por exemplo,
Portugal tem duas secções, mas depois Portugal tem um programa de
partilha com mais professores além das secções, noutros países: tem em
Varese, Itália, e em Alicante, Espanha. No que diz respeito às secções
inglesas, eles têm em todas as escolas, e são muitas turmas… por isso a
dimensão é completamente diferente. Se for, por exemplo, para a Croácia,
que é o Estado membro mais novo, eles não têm secção nenhuma e têm
apenas um pequeno núcleo, portanto terão menos professores.” (Dr. HG)
“31. Portanto, 30 lecionam, 1 é diretor da escola de Alicante, Espanha.”
(Dra. HC)
“temos, no Ensino Primário, a… lecionam, em Bruxelas II, na secção
portuguesa, e em Luxemburgo I, nestas duas grandes escolas onde temos
secção. No Ensino Secundário lecionam nestas duas escolas onde temos
secção disciplinas como Língua Materna – Ensino Secundário -, Filosofia,
Física, Química – separadamente -, Matemática, Ciências da Natureza e
Biologia. Depois temos a ensinar em Alicante, nas línguas veiculares, um
professor de Educação Artística, tal como em Bruxelas III. Temos a
ensinar em Varese um professor destacado, Língua Materna. Outro
professor, também destacado, a ensinar Educação Física. E temos um
conselheiro de educação português em Alicante, destacado. Só estou a
falar dos destacados. E o conselheiro de educação é uma espécie de um
diretor de turma destinado só ao ensino secundário. Tem mais ou menos
a… as atribuições e competências de um diretor de turma em Portugal,
sem ter atribuição de turmas, ele não leciona, só orienta os alunos. Só
regista pontualidade, problemas disciplinares, contacto com pais,
professores e direção.” (Dra. HC)
“(…) da Primária que lecionam em duas escolas: Luxemburgo I e
Bruxelas II; os do Secundário sei que estão em quatro escolas: Alicante,
Varese, Luxemburgo I e Bruxelas II. Estamos a falar dos professores em
mobilidade, porque depois nós temos outros professores que também
lecionam em português, mas nas outras escolas todas.” (Dr. HG)
Professores
portugueses: a
carreira que integram
“Os… contratos são estabelecidos pelo estatuto do pessoal destacado das
EE. E os contratos são… Os contratos não são bem contratos. Portanto são
por nove anos. Todas as nacionalidades.” (Dr. HG)
“[De acordo com a lei portuguesa não há possibilidade de renovação] (…)
Porque o estatuto da carreira docente só diz que o professor têm que lá
estar nove anos. De acordo com o estatuto do pessoal destacado das EE,
no superior interesse da escola, o destacamento pode ser relevante por
mais um ano. Portanto os professores podem ficar, no total, dez anos.”
(Dra. HC)
“[Os contratos podem ser anulados] A pedido dos professores, por
exemplo, eles podem ter uma doença grave… podem ter necessidade de
voltar ao país de origem, e, de acordo com esse estatuto, a qualquer
momento. De acordo com o estatuto da carreira docente em Portugal, de
ano a ano também, não é? Portanto, a… e também podem sair caso a
avaliação – e aí sim, fazemos uma avaliação qualitativa das aulas – for de
tal modo que se veja que eles são perfeitamente incompetentes para
lecionar. Mas isso é um processo moroso… mas que está regulamentado.”
(Dra. HC)
Caracterização dos
alunos e das turmas
nas Escolas Europeias
Construção das
turmas: os critérios
que orientam
“as EE (…) foram feitas, inicialmente, para os alunos de categoria I, ou
seja, para os filhos dos funcionários das instituições europeias. Portanto,
são destinadas a essa população escolar. O número total de alunos por
turma não podem ultrapassar os 28, total. Mas, por exemplo, disciplinas
do Ensino Secundário que exigem trabalho laboratorial… essa turma de 25
a 28 alunos é dividida. E vamos ter, por exemplo, um 4.º A e um 4.º B na
Química e na Física, principalmente nas atividades laboratoriais, é
impensável ter 28 meninos com a professora a fazer experiências de
química.” (Dra. HC)
“[Aquando da constituição das turmas] Importam, como variáveis a… o
ano, como é óbvio, não é? Importa a língua estrangeira dominante, e a
secção nacional a que os alunos pertencem. Portanto, vamos imaginar, nós
temos um conjunto de 50 alunos no 5.º ano do Ensino Secundário da
secção portuguesa. Vamos lá ver, desses 50 alunos, quantos meninos têm
como língua dominante estrangeira o inglês, o francês e o alemão a… para
depois serem orientados para as disciplinas nessas línguas, não é verdade?
E quantos meninos, no Secundário, escolhem Química, escolhem Física,
escolhem… Biologia, ou Atividades Laboratoriais? E, portanto, são essas
as variáveis: as opções, a língua estrangeira dominante e o ano de
escolaridade. E por outro lado, a língua materna, para constituir as
secções.” (Dra. HC)
“[O agrupamento dos alunos] tem a ver com a secção e a língua materna,
língua I. Os alunos portugueses vão para a secção portuguesa, nem vão
para a secção inglesa ou para a secção alemã quando existe a secção
portuguesa. Isso é o primeiro critério, tem a ver com a nacionalidade de
pelo menos um dos pais porque há muitos casais que são de duas
nacionalidades diferentes e com a língua I adotada, portanto vão para essa
secção. Depois há normas que têm a ver com a organização de um dos
grupos, portanto, de acordo com o número de alunos inscritos são
organizadas as turmas que podem ir até 30 alunos. E assim são
constituídos os grupos. Também são constituídos os subgrupos que têm a
ver com a língua II; na língua II no Primário – estou a falar do Primário
que é aquilo que eu conheço melhor – há uns que vão frequentar Inglês,
depois outros que frequentam Alemão, o Francês… aí é que são
constituídos pequenos subgrupos, mas pertencente à mesma turma I.” (Dr.
HG)
“[A criação das turmas] Tem a ver com a escolha de disciplinas, por
exemplo, nós temos opções que vão desde a aprendizagem do Grego
Antigo, do Latim, a… de uma terceira língua estrangeira, de uma quarta
língua estrangeira… de Economia, da aprendizagem da disciplina de
História… quatro tempos por semana ou dois tempos por semana… de
Geografia, de Biologia, de acordo com a profundidade que eles querem
apresentar… ou Língua Portuguesa, há meninos que escolhem o curso
geral de Língua Portuguesa, há meninos que escolhem o curso de
aprofundamento de Língua Portuguesa. Portanto tem muito a ver com isso,
as variáveis são imensas. E digo-lhe sinceramente: não é nada fácil
construir os horários das EE, eu não sou responsável por isso, é dentro das
EE que há equipas responsáveis para o efeito, gente que tem programas de
computadores específicos para isso porque as variáveis são terríveis. E às
vezes por causa dessas variáveis, as variáveis pedagógicas não podem ser
as que são mais seguidas. Eu lembro-me que no meu tempo, quando eu
fazia inspeção cá em Portugal, uma disciplina que não podia ser lecionada
a seguir à hora de almoço era Educação Física, lá, às vezes, Educação
Física é lecionada a seguir à hora do almoço. Por exemplo, não tínhamos
Matemática como último tempo de sexta-feira à tarde, lá, às vezes, temos.
As variáveis são tantas… É muito complicado. Mas também eles têm um
horário que é um horário dito normal, eles entram às 08h00 e saem às
_________________
Constituição das
turmas: peso das
variáveis
Nacionalidade e
Crença
16h00. Não há desdobramento, de manhã numa escola e à tarde noutra.
(…) E portanto os meninos têm todas as facilidades, são meninos que do
ponto de vista do estrato económico-financeiro - económico-financeiro, eu
não estou a dizer cultural -, são meninos de um estrato elevado, portanto
há aí uma certa facilidade…” (Dra. HC)
“[Os alunos do Primário] Têm a língua II, é a única opcional. Muitas
vezes tem a ver com a nacionalidade de um dos pais, mas podemos
considerar opcional porque aí, realmente, eles separam-se em grupos
diferentes.” (Dr. HG)
____________________________________________________________
“[Turmas] De uma só nacionalidade existe, de Língua Materna,
Matemática, Biologia, Física e Química… lecionadas nas línguas
maternas. Isso existe. A… credo… as EE não têm graves problemas com o
credo, pelo contrário: tentam abrir um naipe de aprendizagem religiosa
para as diferentes religiões: a muçulmana, a católica, a cristã protestante, a
ortodoxa e a judaica. E para essas religiões têm horários muito específicos
e aí não são várias as nacionalidades, pronto, porque aí predomina o
credo…” (Dra. HC)
Alunos admitidos nas
EE
“Crença não, crença… nem se coloca essa questão nas EE, portanto
ninguém sabe quais são as crenças dos alunos. É um ensino laico,
totalmente laico. Agora de uma só nacionalidade é difícil, porque há
alunos que têm duas e três nacionalidades: Por exemplo, o pai é português,
a mãe é sueca, o aluno nasceu na Bélgica… Os pais já lá residiam, já
tinham dupla nacionalidade e podiam adotar a terceira nacionalidade…
portanto há casos que têm três nacionalidades. A maior parte tem uma
nacionalidade, e muitos com duas nacionalidades. Por isso eles são
colocados na secção da nacionalidade de um dos pais.” (Dr. HG)
“Em primeiro lugar os alunos que podem frequentar as EE são filhos de
funcionários da Comissão Europeia. Foi esse o primeiro objetivo quando
foram criadas as EE: destinavam-se, sobretudo, a filhos de funcionários.
Depois, quando existem vagas, há muitas instituições que têm protocolos
com a Comissão Europeia, como multinacionais. Esses são os alunos de
categoria II, que são filhos de funcionários de empresas ou instituições que
têm acordos com a Comissão Europeia. Esses alunos entram, e são as
instituições que pagam as propinas dos alunos. Depois, quando existem
vagas, qualquer particular pode colocar lá os seus filhos, pagando a
respetiva propina. Portanto, os categoria I, que são também os alunos de
direito, filhos de funcionários da Comissão Europeia, em primeiro lugar;
entram, a seguir, os que são os categoria II, filhos de funcionários de
empresas que têm protocolos muito específicos nesta área; e depois podem
entrar também particulares quando existem vagas. Por exemplo no
Luxemburgo há essa possibilidade nalguns casos – nem sempre, depois há
algumas normas -, em Bruxelas II é completamente impossível porque só
os alunos de categoria I ocupam quase tudo.” (Dra. HC)
“A… nas EE de Bruxelas e do Luxemburgo I, onde se verifica maior
concentração de instituições europeias, elas [as EE] prioritariamente
aceitam esses meninos, tanto assim que para Bruxelas há aliás uma
chamada política de inscrições. E raramente sobram vagas para alunos que
não sejam filhos de funcionários de instituições europeias, muito
raramente! Por exemplo, um dos filhos do Dr. Durão Barroso andou na
escola de Bruxelas II na secção portuguesa. A… agora noutras escolas eles
aceitam os chamados alunos de categoria II, que são filhos de funcionários
da NATO, filhos de funcionários de multinacionais, e nesse caso as
multinacionais pagam as propinas dos alunos – que são muitíssimo caras –
como também aceitam, se tiverem vaga, a última categoria, os filhos de
Caracterização do
currículo
Definição do
currículo
particulares e de diplomatas. Os filhos de diplomatas não têm prioridade
nas EE, o que os aborrece bastante…” (Dra. HC)
“Portanto [o número de alunos] é variável, no fundo podemos ter as 28
nacionalidades.” (Dr. HG)
“O currículo é fixo, não é verdade? O currículo é comum para todos.
Depois há um currículo obrigatório que vai desde a Língua Materna, à
Matemática, à Educação Física, à Educação Artística, a… à aprendizagem
de duas línguas estrangeiras pelo menos, isso é obrigatório para todas.
Depois, em cada EE variam as opções. E cada EE vai ao encontro, na
oferta das opções, das suas próprias possibilidades, e depois, no fundo, do
entendimento da oferta e da procura.” (Dra. HC)
“[Os modelos de ensino, as metodologias e a gestão do processo ensino-
aprendizagem são comuns] Até porque a própria avaliação individual dos
docentes é feita através de critérios que são comuns que correm todo o
sistema… (…) É comum, os programas são comuns… portanto nesse
campo não há qualquer divergência.” (Dra. HC)
“O currículo é negociado, é construído, por grupos de trabalho, e
apresentado nos Comités de Inspeção e no Comité Pedagógico. Mas, nos
currículos, há um tronco que é mais ou menos comum na Europa que
depois através do estudo que vamos fazendo, vamos conhecendo. E é
através da negociação, portanto, há algumas sensibilidades que têm que
ser respeitadas, sobretudo quando entramos em áreas de História e
Política… Mas é um currículo construído em conjunto e tem que ter a
aprovação de todos os Estados membros. (…) Tem que haver consenso
mesmo sobre os conteúdos, a metodologia, e mesmo a estrutura: as
disciplinas… Tudo isso é consensualizado. (…) O programa das
disciplinas opcionais é igual em toda a parte, só uma é que não é, que é a
Língua Materna, a língua I. A língua I é que segue de próximo o currículo
do próprio país. O programa dado na língua materna lá, é igual ao nosso
programa cá. Tem que estar mais ou menos alinhado. (…) Há algumas
orientações que são genéricas, a nível de avaliação, por exemplo… há
algumas orientações também genéricas que surgem através da formação
das diferentes áreas curriculares… as escolas, a título individual, podem
dar também as suas orientações, é por isso que existem coordenadores de
Instrumentos e
Metodologias de
avaliação dos
discentes
Avaliação dos alunos
disciplina que são transversais a todas as secções; estes coordenadores de
disciplina têm como função também, de alguma forma, harmonizar na
escola. Podemos falar de dois níveis de orientações: i) são as que
decorrem de alguns documentos base que existem nas EE, como por
exemplo a nível da avaliação formativa e sumativa, determinando
orientações que devem ser seguidas; ii) e depois existem orientações mais
específicas a nível de escola, porque as escolas também têm alguma
autonomia e podem tomar essas decisões – e aí há um trabalho dos
coordenadores, exatamente na procura de harmonizar essas orientações
através das muitas secções de uma escola – porque uma escola pode ter
sete, dez secções.” (Dr. HG)
“[Os alunos] Têm sempre uma avaliação contínua. (…) Há o exame, que é
o BAC, que é no final mesmo – equivale ao nosso 12.º ano. O BAC é
elaborado por equipas de peritos nacionais de diferentes países. Agora o
que existem são avaliações de testes que são elaborados ou pelo professor,
ou, em alguns casos, poderão ser elaborados a nível de escola também.”
(Dr. HG)
“[Os alunos, após a aprovação no BAC, podem candidatar-se] Às
universidades nacionais e internacionais, portanto é como se tivesse
concluído cá o nosso 12.º ano. É reconhecido por outros países da UE, faz
parte da Convenção. Aliás, o objetivo é que o BAC seja reconhecido por
todos os Estados membros.” (Dr. HG)
Whole School
Inspection
Caracterização da
equipa Whole School
Inspection
Composição da
equipa efetiva de
avaliação
Composição da
equipa de Inspetores
que desenvolvem a
atividade de avaliação
esporadicamente
“neste momento temos… um, dois, três, quatro inspetores, e um
representante dos diretores.” (Dra. HC)
“Eu não tenho ideia do número. Eu sei que, para cada WSI, se calhar
metade dos elementos serão desses Inspetores que participam
esporadicamente. E que há alguma rotatividade.” (Dr. HG)
Seleção e
mobilização dos
Inspetores Whole
School Inspection
Nacionalidade e
formação académica
dos inspetores
Processo de seleção
dos inspetores
“Eles são de todas as nacionalidades, de qualquer nacionalidade, um
Inspetor que faça parte do Conselho de Inspeção pode ser convidado para
uma WSI. A formação académica é a mais diversa que possa imaginar,
mas são todos licenciados.” (Dr. HG)
“(…) eles têm todos cursos superiores, experiência de inspeção. Temos
um holandês, uma finlandesa, uma irlandesa, e uma portuguesa. E o
diretor que por acaso também é holandês.” (Dra. HC)
“[É a Dra. HC e o grupo diretor que decidem] E depois damos informação
ao Comité Pedagógico e ao Conselho de Inspetores Misto Pré-Escolar,
Primário e Secundário, e informamos de que fulano tal faz parte do
grupo.” (Dra. HC)
“falo eu, visto que sou a responsável do grupo, depois de auscultar o
grupo diretor e os colegas do grupo diretor, falo com colegas que nos
parecem possuir o perfil adequado… se estão disponíveis, se não estão, se
__________________
Pré-requisitos
exigidos aos
Inspetores
estão interessados ou se não estão.” (Dra. HC)
“Há propostas que vêm do tal núcleo duro, fazem proposta à presidência –
que é rotativa – das EE e ao Secretário-Geral para que esses elementos
integrem as equipas.” (Dr. HG)
____________________________________________________________
“os Inspetores têm que dominar, pelo menos, como língua veicular o
inglês. Porque se um domina só francês é uma desgraça porque a
finlandesa e o holandês não dominam o francês, e portanto é complicado.
Primeiro critério: dominar o inglês. Depois, segundo critério: ter
experiência, no seu país, de avaliação de escolas, se não, não tem jeito
nenhum… Não vamos lá, como dizia a minha colega irlandesa, we are not
carrying the passengers, nós não transportamos passageiros! Nós
queremos gente ativa e interventiva.” (Dra. HC)
“o que nós queremos saber essencialmente é: tem experiência, no seu país,
de avaliação de escolas? Fala inglês? Quer pertencer ao grupo diretor?”
(Dra. HC)
__________________
Inspetores: a carreira
que integram
“(…) também tem a ver com umas opções que os Inspetores preencheram
quando entraram nas EE, áreas preferidas de trabalho. Se calhar também
são tidas em consideração.” (Dr. HG)
____________________________________________________________
“Os Inspetores integram as suas carreiras nacionais, lá estão em regime de
mobilidade, não há uma carreira de Inspetores das EE. Chamava-se
destacamento, mas isto nem é bem destacamento… exercem-se funções lá,
ou melhor, a figura jurídica é ter o seu tempo inspetivo alocado às EE. A
minha colega do secundário tem 100% dedicado às EE, esporadicamente
colabora com atividades nacionais; o meu tempo e 50 a 60% alocado às
EE, portanto nem sequer é uma mobilidade… Isto é o tempo que eu dou
para as EE.” (Dr. HG)
“Nós não temos carreira nas EE. Nós somos também destacados pelas
inspeções nacionais, ou seja, de acordo com a chamada convenção que o
protocolo que foi feito entre os diferentes países, entre os diferentes
Estados membros, e o Secretariado-Geral das EE e a Comissão
Europeia… incumbe às inspeções de cada país destacar um elemento para
o Secundário, um elemento para o Pré-escolar e para o Primário. Durante
__________________
Inspetores com
participação
esporádica
o tempo que a entidade nacional entender. Não compete à Comissão
Europeia dizer o que quer que seja ou ter qualquer influência que seja no
destacamento dos Inspetores nacionais… é com a entidade nacional.”
(Dra. HC)
____________________________________________________________
“Quer dizer, não cai muito bem se, por exemplo, for convidado a
participar e… em algumas eu tenho que participar obrigatoriamente
porque são algumas reuniões das avaliações estatutais que são avaliações
de professores e sobre o agrupamento, por exemplo. Há outras que… se
sou Inspetor das EE tenho um leque de responsabilidades, não posso dizer
que faço isto e não faço aqueloutro. Colaboro em grupos de trabalho,
colaboro em comités, realizo as WSI, faço outras atividades junto das
escolas… sempre que sou solicitado para isso e algumas, inclusivamente,
também parte de iniciativa pessoal, de uma proposta: por que razão é que
não se faz um estudo sobre isto ou aqueloutro? E, aí, fazer esse
determinado estudo, há várias formas. Há uma que é obrigatória, as outras
é por convite – dirigido pelo Secretário-Geral e pela presidência das EE -,
há outras que podem ser de iniciativa própria, se tiver concordância do
Secretário-Geral, posso fazer então.”
1.º e 2.º ciclos de
avaliação Whole
School Inspection
Caracterização do 1.º
ciclo de avaliação
Whole School
Inspection
Entidades
responsáveis pelo
apuramento das
consequências do 1.º
ciclo
“(…) nós temos, na WSI, um grupo, como aqui na Inspeção, existe um
grupo diretor de suporte e de capacidade da definição da política, como
por exemplo, ah… temos a Dra. L, o Dr. H, a Dra. T, penso eu… Portanto,
nós também temos um grupo diretor que é constituído por um Inspetor do
Ensino Secundário holandês, um Inspetor do Ensino Secundário finlandês,
um Inspetor do Ensino Primário irlandês, um representante dos diretores –
por acaso também é um holandês que é o diretor da EE de Munique -, e eu
própria, portuguesa, que sou a coordenadora do grupo de trabalho e que
sou, digamos assim, a… líder da implementação da política educativa
relacionada com a WSI. Portanto, foi este grupo diretor que, lendo e
analisando, todos os relatórios correspondentes à 1.ª fase da WSI, fez uma
síntese dos diferentes quadros e eu, aqui no meu gabinete - que já que eu
sou a coordenadora não é só de nome, também tenho que trabalhar – e,
portanto, fiz isso com a ajuda, neste caso, do nosso colega CR, fiz um
apanhado de todos os quadros, de todos os campos e de todos os domínios
que foram analisados, e fiz também um apanhado de todas as conclusões e
recomendações. Sumariei, resumi, e fui eu que apresentei ao Conselho de
Inspeção Misto – que tem os Inspetores do Pré-escolar e Secundário –
todas essas conclusões e… enfim… e verificações que se fizeram no final
da 1.ª fase que decorreu entre 2011 e 2015.” (Dra. HC)
__________________
Metodologia utilizada
para avaliar o 1.º ciclo
“(…) esse é um trabalho que está a ser feito, porque o 1.º ciclo concluiu-se
agora, há um relatório que foi feito por uma equipa – não sei se já foi
aprovado ou não -, esse trabalho foi feito por essa equipa que eu não
integro, que é a equipa nuclear da WSI que fez um balanço dos resultados.
Entretanto foram sendo feitas avaliações intermédias, ah… quando as
follow-up foram desenvolvidas iam sendo reportadas e agora, sim, está a
ser feito um balanço geral (…).” (Dr. HG)
____________________________________________________________
“Foi precisamente através da análise dos relatórios e da sumula, do
conjunto, de relatórios: vendo o que era comum, ou mais comum, e, no
fundo, todas as situações muito específicas à realidade local, situações
muito específicas a cada uma das escolas, nós não mencionamos, porque
já tinham sido mencionadas diretamente à própria escola. Portanto, foi
mais uma indicação para o Conselho Superior, verificar uma fotografia do
que se passa no sistema, no conjunto das escolas, o que é comum, o que é
mais grave em todo o sistema, o que é que se poderá fazer… Também
para o Secretário-Geral, o Secretário-Geral Adjunto e para outras pessoas
dos serviços centrais, e para os inspetores em geral, diretores de escola em
geral, associações de pais em geral…” (Dra. HC)
__________________
Consequências do 1.º
ciclo
“A análise do 1.º ciclo foi através da situação de partida que foi detetada
na primeira avaliação que fizeram da WSI, e depois através do desk
research, através daquela follow-up em avaliação intermédia sobre o
progresso… Nesta altura, pronto, o balanço terá sobretudo influência, se
calhar, no follow-up… e ver o ponto de partida e o que é que tinha
acontecido nas escolas nesses dois anos de implementação.” (Dra. HC)
____________________________________________________________
“as escolas, como também estão representadas no Comité Pedagógico,
pelo menos os diretores de cada escola – também não são muitas, são só
14, não é? – estão representados no Comité Pedagógico… Tomaram
conhecimento desse relatório. E nós achámos por bem que têm que ser as
escolas, internamente, a encontrarem as respostas. E, portanto, são as
escolas que vão responder aos Inspetores, durante a 2.ª fase ou 2.º ciclo da
WSI, todos os desenvolvimentos e todas as situações de melhoria que
decorreram entre a 1.ª WSI e a 2.ª. Portanto, nós não mandamos
especificamente para a escola a solicitar que a escola respondesse, porque
a escola já tinha conhecimento antecipado do seu próprio relatório, muito
especifico, já tinha sido solicitada e motivada a ir ao encontro das
recomendações feitas, portanto digamos que era mais interessante para o
Relatório final do 1.º
ciclo Whole School
Inspection
__________________
Entidade responsável
pela conceção e
publicação do
relatório final
sistema, para o Secretariado Geral e para os Inspetores, para o Conselho
Superior, para o Comité Pedagógico… na sua geral o que é o sistema em
termos de resultados finais na WSI do que propriamente cada escola desse
uma resposta.” (Dra. HC)
“Das consequências do 1.º ciclo, não [tenho conhecimento]. Sei que as
escolas, quando se faz a follow-up, a avaliação intermédia é verificar se as
escolas cumpriram as orientações e as recomendações… através de um
desk research – uma espécie de investigação à distância. Se cumpriram as
recomendações da avaliação externa que foi desenvolvida, da WSI. E se
não cumpriram as recomendações, o porquê. Portanto, à partida, a maioria
das recomendações terá sido cumprida.” (Dr. HG)
____________________________________________________________
“(…) o relatório oficial foi oficialmente elaborado por esse grupo diretor,
grupo central formado por Inspetores e um diretor que eu tenho muita…
honra em coordenar… Oficiosamente foi feito neste gabinete, nesta
secretária, por mim… com a ajuda para os gráficos e para outras situações
técnicas mais específicas do nosso colega CR.” (Dra. HC)
__________________
Campos focados no
relatório final
“O relatório foi realizado por um núcleo que é coordenado por um
Inspetor português, a Dra. HC. Foi realizado pelo núcleo duro, digamos, o
núcleo que coordena as WSI nas EE.” (Dr. HG)
“Esse documento já foi tornado público. Quando ele entra no site das EE,
após apresentação ao Conselho Superior, que foi feita em Abril do ano
passado, porque ele foi apresentado aos órgãos pedagógicos em Outubro
de 2015, vai precisamente fazer um ano, ele é apresentado ao público.”
(Dra. HC)
____________________________________________________________
“São, no fundo, os critérios e os indicadores… não é? E que foram os
critérios e os indicadores que, pelos Inspetores, foram analisados junto de
cada direção de cada escola. Management e Organização, a… Curriculum
and Planning, Resources – Material Resources, specially -, Teaching and
Learning - que, a… penso que como está organizada em Portugal, o
ensino e a aprendizagem é no seu geral, tem a ver com uma visão global
do ensino e da aprendizagem, sendo o resultado a sumula de umas quantas
aulas analisadas, nunca vamos ver nem nunca vamos avaliar cada
professor per si, portanto, o que nós vemos é um resultado geral de como é
2.º ciclo de avaliação
Whole School
Inspection
__________________
Razões que estiveram
na base das alterações
para o 2.º ciclo
o ensino-aprendizagem -, Assessment and Achievements – portanto os
resultados da avaliação -, Educational Support – que eu cá em Portugal
não sei muito bem… portanto, é todo o apoio… destinado a… alunos com
deficiências e com… dificuldades de aprendizagem -, e Quality Assurance
and Development – que… penso que é a garantia da… da qualidade.
Portanto, o relatório geral, também capítulo por capítulo, através de
gráficos, apresentava uma conclusão e uma sumula relativamente ao que
se passava nas escolas, portanto são oito campos, oito domínios que foram
analisados.” (Dra. HC)
____________________________________________________________
“Nós, a princípio, não fizemos fortes alterações do ponto de vista da
metodologia, e do ponto de vista dos indicadores. Relativamente ao guião,
foi mais uma alteração metodológica, ou seja, a nós o que nos interessa
neste 2.º ciclo das Escolas Europeias é que, como as escolas são só 14, e
elas tiveram conhecimento de todos os resultados da WSI do 1.º ciclo, e
inclusivamente nós fizemos o follow-up – portanto, uma ação de
seguimento em que fomos ver às escolas a… o que é que as escolas
fizeram e como concretizaram as recomendações feitas – nós agora o que
pretendemos, como eu já disse à Patrícia há pouco, é que as escolas – às
__________________
Alterações previstas
no 2.º ciclo, tendo em
conta o 1.º ciclo
equipas que vão fazer o 2.º ciclo da WSI – nos apresentem os pontos
fortes, os pontos que necessitam de melhoria face ao 1.º ciclo. Portanto, o
ponto forte neste 2.º ciclo é uma apresentação que cada escola vai fazer
relativamente àquilo que entendem que são pontos fortes que
conseguiram, ultrapassaram – claro que tudo precisa de desenvolvimento -
, e aqueles pontos que ainda não conseguiram ultrapassar e porquê.” (Dra.
HC)
____________________________________________________________
“[A escola deve apresentar os pontos fortes e os pontos que ainda
necessita ultrapassar, tendo em conta as recomendações dadas pela WSI
aquando da última inspeção] A partir daí, será feito o trabalho do Inspetor.
Depois, em termos do guião, e em termos destes oito domínios, destes oito
campos analisados, apenas fizemos a… uma maquilhagem, ou seja,
eliminamos alguns indicadores por serem demasiado específicos e por
serem demasiado minuciosos… a… eliminámos a escala de classificação,
uma escala de classificação de… 1 a 4, em que o 1 era o menos bom e o 4
o melhor, e que dava muita confusão às escolas, algumas pareciam
crianças ao serem classificadas: eu tenho 3, aquele tem 4 aqui, porque é
que eu sou tão bom como aquele, porque é que ele tem 4 e eu tenho 3?!
Bom, e então também modificámos esse aspeto. Agora as escolas
apresentam um… Not Achieved, Partially Achieved, Sufficiently Achieved,
e Totally Achieved. Torna-se mais fácil para nós. E… e o relatório final
anexa esse guião dos diferentes domínios com uma conclusão geral por
domínio, portanto por capítulo, e depois fazemos uma sumula muito breve
dos factos – dos pontos fortes, dos pontos a melhorar e das recomendações
-, tentámos agilizar o mais possível a leitura dos resultados e as
conclusões.” (Dra. HC)
“No fundo, uma grelha que, sobre cada domínio, a… apenas apresenta
uma página, tendo em conta os critérios - que são os mesmos -, seguindo,
claro, os grandes campos dos regulamentos das EE, e os indicadores, de
forma a que a leitura seja fácil, seja rápida, não traga confusão e que as
escolas percebam o que é que nós pretendemos.” (Dra. HC)
“(…) às vezes falávamos aqui informalmente mas são conversas de
gabinete e discussões entre nós… por exemplo, uma alteração, portanto,
que foi feita, foi a participação dos diretores nas equipas de avaliação.
Portanto, há uma equipa de avaliação e vem um diretor de uma outra
escola participar na equipa… Portanto, há uma avaliação à escola A, vem
Expectativas
referentes ao 2.º ciclo
de avaliação
__________________
Efeitos esperados no
2.º ciclo
um diretor de uma escola B ou C participar na equipa que vai fazer a
avaliação da escola A. Isto, pronto, é para promover uma maior
participação, uma maior abertura das WSI, e também para promover uma
mais fácil disseminação dos resultados… Este aqui nós sabemos, foram
questões debatidas.” (Dr. HG)
____________________________________________________________
“Agora o 2.º ciclo vai durar quatro anos, e, portanto, será entre 2016 e
2020. Agora a… se eu ainda continuar como coordenadora, será fazer
precisamente uma comparação entre o relatório final do 1.º ciclo e o que
dará o relatório final do 2.º ciclo, face à análise dos relatórios individuais
de escola. Houve realmente uma melhoria geral em determinados campos?
Porquê? Porque é que noutros campos não foi possível? Situações
endógenas à escola? Exógenas? Situações que são resultado do próprio
sistema? Situações que são resultado de umas EE que, sendo centralistas,
por outro lado também choca a influencia dos países onde estão sediadas?
Porque nós temos escolas que vão desde Espanha até à Alemanha e
portanto que também têm que seguir, em certa medida, as características
educativas por uma questão de… de cordialidade e de relacionamento das
escolas onde estão, de maneira que seria interessante saber como é que
houve a evolução e as razões de uma evolução positiva e as razões de uma
eventual evolução negativa.” (Dra. HC)
Percurso profissional
dos entrevistados nas
Escolas Europeias e na
Whole School
Inspection
Caracterização do
percurso profissional
da Dra. HC
Acesso e admissão à
equipa da WSI
“Olhe, eu entrei para a equipa já… há muitos anos. Primeiro, há 11 anos,
durante a presidência holandesa, foi apresentado, no Conselho de Inspeção
Misto, pelo então Inspetor Presidente holandês, que faz parte desta
inspeção também, a… uma hipótese de trabalho conjunto de diferentes
Inspetores que pudessem fazer avaliações a escolas, mas só no Ensino
Secundário. E eu, como membro do Conselho de Inspeção, levantei o
braço e disse aquilo que eu entendia… o meu colega concordou e,
automaticamente, fiz parte da equipa dele. Ele era o presidente na altura.
Na altura chamava-se Joint Inspection. Uma das disciplinas que era, ou
que foi, analisada em termos de avaliação de escolas que fizemos, na
altura, através da participação de diferentes disciplinas, era a História. E
eu sou responsável pela disciplina de História. E a disciplina de História
só é lecionada em inglês, francês ou alemão. Portanto, íamos assistir às
aulas das disciplinas de História, Geografia, Economia… e depois
fazíamos um resumo mais baseado no ensino aprendizagem. E o Primário
__________________
Funções
desempenhadas na
equipa WSI
fazia uma coisa semelhante. Havia, portanto, duas equipas distintas. Com
a continuação dos tempos, passados quatro, cinco anos, verificou-se que
era interessante juntar, como em alguns países faziam, a… o Pré-Escolar,
o Primário e o Secundário numa só equipa. Entretanto o meu colega
holandês, que era o presidente da equipa do Secundário, passou a ser
diretor de escola, e eu era a mais antiga… e, automaticamente, passei eu a
ser a presidente. Quando nós juntámos os três ciclos de ensino, como eu
era a mais antiga e já tinha experiência, e, diga-se entre parenteses,
também não dei muitos maus resultados em termos do trabalho, então
quase que tacitamente entenderam como presidente do grupo, e tenho sido
aceite, felizmente, ora bem!”
____________________________________________________________
“Eu, do grupo diretor, sou responsável pelos três ciclos, visto que sou
presidente de um grupo que engloba os três ciclos. Mas eu, como
Inspetora, sou do Ensino Secundário. Represento Portugal, Ensino
Secundário.”
“A… no fundo sou eu que tenho que delinear a crítica, no fundo, não é?
Tenho que delinear a política, tenho que apresentar aos meus colegas a
decisão final de todas essas ideias, tenho que elaborar os relatórios, tenho
que elaborar a agenda de trabalho, tenho que escolher – com o grupo, mas
de qualquer forma -, tenho que apresentar propostas, sugestões, propostas
de solução, a… propostas de decisão… que serão sempre tomadas em
regime de colegialidade, mas sou eu que tenho que o fazer.”
“Por exemplo, eu elaboro os documentos, corrijo o documento, mando por
email inicialmente e antes das reuniões, para eles, quando chegarem às
reuniões, já terem as suas propostas. (…) Depois tudo o que for aprovado,
escrito, regulamentado, por esse grupo diretor, vai ser apresentado ao
Comité de Inspeção Misto – onde estão representados os inspetores dos
três ciclos de ensino – e ao Comité Pedagógico, que aprova. Ou não. Se
não aprovar volta para trás e temos que reformular de acordo com as
orientações dadas.”
“[As minhas funções no grupo diretor são] fazer a crítica analítica, ou a
análise crítica, da inspeção realizada, face a isso, preparar e definir a outra
inspeção e, organizando os documentos de trabalho consoante a evolução
das situações, tudo aquilo que se pode fazer sem ter que ir para aprovação
dos Conselhos, e analisar os relatórios que as escolas enviam dando
cumprimento às recomendações. Porque isto é o chamado a… trabalho de
__________________
Meios de
comunicação com a
restante equipa WSI
__________________
Participação no 2.º
ciclo de inspeções
investigação. Porque é desk research, portanto é feito à secretária. Nós… é
uma análise documental. É esse o trabalho que nós fazemos, o que nos
ocupa bastante.”
____________________________________________________________
“Sempre por email. Mas nós temos cerca de três a quatro reuniões
presenciais anualmente. Porque… para, por exemplo, nós não somos
native speakers, não é? Exceto o colega irlandês. Mas… e o grupo de
trabalho funciona em inglês, e tudo é feito em inglês, embora existam três
línguas veiculares nas EE: o inglês, o francês e o alemão, nós sabemos que
o inglês é e há-de ser sempre a língua veicular mundial. E portanto as
coisas são em inglês. Portanto, através de reuniões presenciais e através de
email, troca de documentos: por exemplo, eu elaboro os documentos,
corrijo o documento, mando por email inicialmente e antes das reuniões,
para eles, quando chegarem às reuniões, já terem as suas propostas.”
____________________________________________________________
“Sim senhora, já houve uma WSI, a primeira deste 2.º ciclo, à EE da
Alemanha, perto de Frankfurt. Onde se aplicaram todos os instrumentos de
WSI
trabalho: o novo guião, a nova grelha, as novas grelhas para reuniões e
para entrevistas com pais, encarregados de educação… alunos,
coordenadores, direção.”
Caracterização do
percurso profissional
do D. HG
Acesso e admissão à
equipa da WSI
“É uma coisa interessante. (risos) Eu participei em três WSI: a primeira foi
um mero acaso porque estava já uma equipa constituída para fazer – creio
que foi a segunda escola que foi avaliada -, e havia uma Inspetora
holandesa na altura, do Primário, que foi para diretora de uma escola
acreditada na Holanda… e houve uma emergência de substituir, no espaço
de duas semanas, essa Inspetora. Tinha que ser um Inspetor do Primário.
Creio que eu era o Inspetor que estava mais à mão, digamos assim, porque
quem coordenava essa equipa era a Inspetora – acho que não era a
Inspetora HC, mas era a Dra. HC já estava envolvida na equipa. Mas, de
qualquer forma, conhecendo o meu passado aqui ao nível da avaliação
externa, a familiarização com o trabalho de avaliação de escolas, então fui
contactado - como já sabe nas EE – para participar nessa equipa. Para
substituir a tal Inspetora holandesa. Depois fui convidado mais duas vezes
para participar… porque há um núcleo duro que participa regularmente, e
__________________
Funções
desempenhadas na
equipa WSI
depois são convidados Inspetores, rotativamente ou quase rotativamente,
para integrar essas equipas. Mas a primeira foi um mero acaso, e a partir
daí, pronto, fui convidado mais duas vezes.”
“[A primeira vez] Creio que foi em 2012… Foi logo no primeiro ano de
2012, final de 2012 ou princípio de 2013 que foi feita essa avaliação… foi
a segunda escola que foi avaliada.
____________________________________________________________
“Fazer parte da subequipa de Primário, portanto, aquilo que nós fazemos
depois já não há propriamente uma divisão de funções… o que nós
fazemos é realizar entrevistas ao diretor adjunto do Primário, por exemplo,
realizamos entrevistas a alunos do Primário, a professores do Primário e
Maternal, pronto… colaboramos depois com os do Secundário nas
entrevistas aos representantes do pessoal, ao diretor… portanto fazemos
visitas – observação de aulas, muitas observações de aulas no Primário e
Maternal -, e depois trabalhamos os dados que já temos relativamente ao
Primário e ao Maternal que, juntamente com os do Secundário, depois
contribui para a avaliação global da escola.”
Meios de
comunicação com a
restante equipa WSI
“Nós contactamos nos Conselhos de Inspeção porque somos Inspetores de
países diferentes… o núcleo duro mantém contacto regular porque tem
muitas reuniões dos grupos de trabalho; os Inspetores que colaboram
esporadicamente só praticamente contactam nessa altura uns com os
outros… um vem de Portugal, outro pode vir da Suécia, outro vem de
Itália… e a nossa preparação começa uma semana ou duas semanas antes
da inspeção, e reunimo-nos no primeiro dia - que está previsto para o
trabalho de inspeção – para distribuir algum trabalho entre nós, como por
exemplo a observação da prática letiva – quem vai ver a aula A, B, C -,
depois as várias reuniões que vamos ter – quem é que coordena, dinamiza,
as várias reuniões e entrevistas que temos com os interlocutores -, portanto
o trabalho é mais na ocasião da avaliação externa do que propriamente
anterior ou mesmo posterior. Com a equipa nuclear mantemos um
contacto mais regular com o coordenador da avaliação.”
“[Esse contacto é feito através] De email, porque cada um vive no seu
país, portanto… muitas vezes está fora do seu país… é muito difícil, como
se deve recordar. Contactamos sempre por email onde quer que estejamos,
uma ou outra vez via Skype, e por telefone muito raramente, só mesmo em
caso de emergência.”
Participação no 2.º
ciclo de inspeções
WSI
__________________
Funções
desempenhadas foram
do âmbito da WSI:
IGEC e EE
“Pretender participar, pretendo. Isso sem dúvida alguma. O nível de
ensino é o Primário e o Maternal… sou inspetor representante nacional no
Conselho de Inspeção Primário e Maternal, e nos restantes órgãos da
estrutura das EE… mas é sobretudo aí que eu realizo o meu trabalho.”
____________________________________________________________
“Aqui na IGEC há dois tipos de trabalho, e há um trabalho que eu realizo
nas EE mesmo fora da WSI: participo nas equipas de avaliação de
diretores, de diretores adjuntos, de professores da secção portuguesa,
participo nos comités de seleção, participo em grupos de trabalho dos
apoios educativos, por exemplo, há um trabalho agora sobre
diferenciação… portanto participo em vários grupos de trabalho.
Participamos também em algumas iniciativas que surgem, e nos Conselhos
de Inspeção que são realizados regulamente. A nível nacional participo na
AEE, tenho também a parte dos processos internacionais, o ano passado
também foi desenvolvida a avaliação dos contratos de autonomia,
colaboro numa ou outra atividade que entretanto surja cá… mas
regularmente é mais a AEE.”
Anexo 3 – Propinas aplicadas aos alunos das Categorias II e III nas Escolas Europeias
Tabela 1: Propinas aplicadas aos alunos de Categoria II (acordos financeiros) -
Escolas Europeias
Propinas por aluno (2015/2016)
Escola Inscrição antes de 2003-
2004
Inscrição depois de 2004-
2005
Alicante 11,729.36 EUR 12,184.82 EUR
Bergen 15,789.42 EUR 16,244.87 EUR
Bruxelas 9,481.78 EUR 9,937.24 EUR
Culham 14,257.54 EUR 14,713.00 EUR
Frankfurt 8,993.29 EUR 9,448.75 EUR
Karlsruhe 13,490.64 EUR 13,946.10 EUR
Luxemburgo 9,470.89 EUR 9,926.34 EUR
Mol 15,338.14 EUR 15,793.60 EUR
Munique 10,830.77 EUR 11,286.23 EUR
Varese 13,491.23 EUR 13,946.69 EUR
Fonte: Office of the Secretary-General of the European Schools. School fees. Acedido
em http://www.eursc.eu/en/European-Schools/enrolments/school-fees.
Tabela 2: Propinas aplicadas aos alunos de Categoria III no ano letivo de 2016/2017 -
Escolas Europeias
a) Propinas aplicáveis aos alunos inscritos na Categoria III, depois do ano letivo 2013/2014
Escola
Pré-Escolas Primário Secundário
Alicante 3,656.95 EUR
5,028.36 EUR 6,856.85 EUR
Bergen 3,510.67 EUR 4,827.23 EUR 6,582.58 EUR
Bruxelas 3,656.95 EUR 5,028.36 EUR 6,856.85 EUR
Culham - - 4,618.48 GBP
Frankfurt 3,656.95 EUR 5,028.36 EUR 6,856.85 EUR
Karlsruhe 3,510.67 EUR 4,827.23 EUR 6,582.58 EUR
Luxemburgo 3,510.67 EUR 4,827.23 EUR 6,582.58 EUR
Mol 3,656.95 EUR 5,028.36 EUR 6,856.85 EUR
Munique 3,656.95 EUR 5,028.36 EUR 6,856.85 EUR
Varese 3,510.67 EUR 4,827.23 EUR 6,582.58 EUR
b) Propinas aplicáveis aos alunos inscritos na Categoria III no ano letivo
2012/2013
Ciclo Quantia
Pré-Escolar 2,984.07 EUR
Primário 4,103.14 EUR
Secundário 5,595.19 EUR (Culham: 3,952.65 GBP)
Fonte: Office of the Secretary-General of the European Schools. School fees. Acedido
em http://www.eursc.eu/en/European-Schools/enrolments/school-fees.
Anexo 4 – Formulário de avaliação da Whole School Inspection
Follow-up of the Whole School Inspection (WSI)
Developments since the WSI visit in
School:
Date:
Inspectors:
I. Recommendation from the WSI report
A. Activities planned by the
school to make progress in
the areas of
recommendations
(Filled in by the school 6
weeks after receiving the
report on the WSI).
B. School’s self-evaluation:
activities taken and
outcomes of actions
(critical judgement about
the progress made).
(Filled in by the school two
years after the inspection).
C. Comments and feedback
concerning column B.
(Filled in by the inspection
team as a respond to the self-
evaluation results).
Anexo 5 - Exemplo do programa de uma Whole School Inspection às
Escolas Europeias
FOLLOW-UP SCHOOL X – WHOLE SCHOOL INSPECTION
Program for the inspection visit – 13th
and 14th
March 2014
13th
March 2014
9h30
to
11h15
Meeting with management regarding the 4 recommendations
presented at the final report.
Current general situation of the school.
Quality Assurance and Development, cyclical procedure for school
self evaluation and pupils’ evaluation and assessment.
Implemented measures (constraint situations).
Coffee Break
11h30
to
13h00
Meeting with Deputies Heads (by cycles) to be informed more in
detail about implemented school Action Plan activities and school
self evaluation: impact of the activities/difficulties.
(Decision about relevant coordinators’ meeting and Principal
educational advisor’s meeting).
Lunch Time
14h00
to
17h00
Meeting with Deputies Heads (by cycles).
Eventual meeting (if necessary) with relevant coordinators/staff’s
representatives, Principal educational adviser to analyse in detail
pedagogical issues (e.g. cooperation and coordination within and
between sections, exchange of professional experiences, teaching
differentiation) and curriculum and planning.
Analysis of school’s documents.
14th
March 2014
9h30
to
13h00
Analysis of school’s documents.
Elaboration of the report.
Lunch Time
14h00
to
15h30
Debriefing meeting with Management.
Anexo 6 - Atividades referidas no Capítulo III – Atividades desenvolvidas no estágio
Atividades
Realizadas na EMEE
(5.º andar)
Realizadas na ATISul
(2.º andar)
Realizadas no âmbito da
Avaliação Externa das Escolas
Observação de formações e
reuniões
Outras atividades
Planeamento das visitas do Dr.
HG às Escolas Europeias de
Bruxelas II e Luxemburgo I
Organização dos peritos
externos por Universidade, e
organização dos Pagamentos
dos peritos externos por
Universidade
Tratamento de questionários de
satisfação aplicados à
comunidade educativa
Formação sobre os dados
estatísticos referentes à
Avaliação Externa das Escolas
Trabalho académico
Análise de 21 contraditórios
Atualização das bases de dados
relativas aos Inspetores e aos
peritos externos que realizam a
AEE
Acompanhamento e observação
de uma AEE a um agrupamento
da zona da grande Lisboa
Formação sobre as Escolas
Europeias e a Whole School
Inspection, e sobre a
conferência SICI: Evaluating
School Leadership
Observação de três entrevistas
de seleção para as EE
Organização e esclarecimento
das atividades realizadas por
cada uma das estagiárias no
estágio na IGEC
Elaboração do relatório baseado
nos questionários aplicados aos
Inspetores acerca das suas
intervenções na AEE
Colaboração na redação do
capítulo Avaliação do Processo
pelas escolas e pelos
avaliadores do Relatório Global
de AEE do ano letivo
2014/2015
Formação sobre a avaliação
institucional: processos
integrados de (auto)avaliação
(Partes I e II)
Formação sobre o Ensino
Experimental das Ciências
Formação sobre a Avaliação
Externa das Escolas e a
Liderança nas Escolas
Reunião sobre a AEE:
Memorando da equipa de
reflexão
Formação sobre a Observação
de práticas em sala de aula
Reunião do grupo de trabalho
acerca da Avaliação Externa
das Escolas
Formação acerca da Avaliação
dos Contratos de Autonomia
(ACA)
Anexo 7 - Calendarização de todas as atividades desenvolvidas no estágio
Setembro 2015
Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo
1 2 3 4 5 6
7 8 9 10 11 12 13
14 15 16 17
- Visita às instalações
da IGEC e apresentação
de alguns dos
funcionários e das
respetivas funções
(Início).
18
- Visita às
instalações da
IGEC e
apresentação de
alguns dos
funcionários e das
respetivas funções
(Fim);
- Configuração,
nos
computadores,
19 20
das contas
igec.mec das
estagiárias.
21
- Leitura de
documentos sobre a
Avaliação Externa
das Escolas.
22
- Leitura de
documentos sobre a
Avaliação Externa das
Escolas.
23
- Leitura de
documentos sobre a
Avaliação Externa das
Escolas.
24
- Reunião com o Dr.
HG: 1) Esclarecimento
do ponto de situação; 2)
Esclarecimento da
calendarização dos
próximos eventos
(formações e início da
expedição de
questionários de
satisfação para as
escolas); 3) Definição
do horário do estágio;
4) Definição do período
de colaboração de cada
estagiária com a
ATISul;
25 26 27
- Exploração do site da
IGEC.
28
Formação sobre
dados estatísticos
referentes à
Avaliação Externa
das Escolas.
29
Formação sobre as EE e
a WSI e sobre a
conferência SICI:
Evaluating School
Leadership.
30
Conversa com o Dr.
HG: Esclarecimento de
dúvidas acerca da
formação sobre dados
estatísticos referentes à
Avaliação Externa das
Escolas.
Outubro 2015
Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo
1
- Leitura de
documentos:
plano de
atividades,
2 3 4
balanço social e
relatório geral de
atividades da
IGEC.
5
- Formação sobre
a avaliação
institucional:
processos
integrados de
(auto)avaliação
(Parte I).
6
- Leitura de
documentos:
plano de
atividades,
balanço social e
relatório geral de
atividades da
IGEC.
7
- Reunião com a
Dra. L:
1) Esclarecimento
de questões
relacionadas com
a aplicação dos
questionários de
satisfação;
2) Explicação de
como se
selecionam as
amostras: os
cálculos e as
prioridades na
escolha de turmas.
8
- Formação sobre
o Ensino
Experimental das
Ciências.
9 10 11
12
- Início da seleção
das amostras a
responder aos
questionários de
satisfação.
13
- Seleção das
amostras a
responder aos
questionários de
satisfação;
- Esclarecimento
de dúvidas, com a
Dra. L, sobre este
processo;
- Preparação das
amostras na grelha
Word.
14
- Seleção das
amostras a
responder aos
questionários de
satisfação;
- Preparação das
amostras na grelha
Word.
15
- Início da
atividade de
contagem dos
questionários de
satisfação e dos
respetivos
envelopes.
16 17 18
19
- Contagem dos
questionários de
satisfação e dos
20
- Contagem dos
questionários de
satisfação e dos
21
- Solicitação, por
parte do Dr. HG,
da realização da
22
- Início da
atividade:
planeamento das
23 24 25
respetivos
envelopes;
- Redação e
impressão das
moradas para
onde são enviados
os questionários
de satisfação.
respetivos
envelopes;
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio.
atividade de
planeamento das
visitas às EE de
Bruxelas II e
Luxemburgo I.
visitas às EE de
Bruxelas II e
Luxemburgo I.
26
- Envio, por email
ao Dr. HG, do
planeamento da
visita às EE de
Bruxelas II e
Luxemburgo I e
receção de
feedback.
27
- Conversa com o
Dr. HG sobre a
atividade de
planeamento da
visita às EE de
Bruxelas II e
Luxemburgo I:
feedback
presencial;
- Leitura de
documentos:
28
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio.
29
- Receção e
abertura dos
questionários de
satisfação;
- Esclarecimento
do modo de
funcionamento do
sistema de
tratamento dos
questionários, pela
Dra. L e pela Dra.
30 31
pesquisa para o
relatório de
estágio.
AP.
Novembro 2015
Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo
1
2
- Tratamento dos
questionários de
satisfação no
sistema:
digitalização,
classificação e
validação.
3
- Tratamento dos
questionários de
satisfação no
sistema:
digitalização,
classificação e
validação.
4
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio.
5
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio;
- Reunião com o
Dr. HG acerca das
tarefas de apoio a
executar na
6
- Tratamento e
exportação dos
questionários de
satisfação no
Excel (devido a
problemas com o
sistema).
7 8
formação
Avaliação Externa
das Escolas, na
faculdade de
farmácia da UL.
9
- Digitalização, no
scanner, das
questões de
resposta aberta
dos questionários
de satisfação;
- Tratamento e
exportação dos
questionários de
satisfação no
Excel (devido a
problemas com o
sistema).
10
- Formação sobre
a Avaliação das
Escolas e a
Liderança nas
Escolas, na
Faculdade de
Farmácia da UL.
11
- Digitalização, no
scanner, das
questões de
resposta aberta
dos questionários
de satisfação;
- Tratamento e
exportação dos
questionários de
satisfação no
Excel (devido a
problemas com o
sistema).
12
- Digitalização, no
scanner, das
questões de
resposta aberta
dos questionários
de satisfação;
- Tratamento e
exportação dos
questionários de
satisfação no
Excel (devido a
problemas com o
sistema).
13 14 15
16
- Digitalização, no
scanner, das
questões de
resposta aberta
dos questionários
de satisfação;
- Tratamento e
exportação dos
questionários de
satisfação no
Excel (devido a
problemas com o
sistema).
17 18
- Reunião com o
Dr. HG para fazer
o ponto de
situação, expor
dúvidas e
esclarecer
objetivos sobre o
relatório de
estágio.
19 20 21 22
23
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio.
24
- Reunião com a
Dra. L para fazer
o ponto de
situação acerca do
relatório de
25
- Seleção das
amostras a
responder aos
questionários de
satisfação.
26
- Conversa com a
Dra. L acerca do
trabalho de
seleção das
amostras a
27 28 29
estágio;
- Seleção das
amostras a
responder aos
questionários de
satisfação.
responder aos
questionários de
satisfação;
- Divisão, entre as
estagiárias, das
folhas com os
dados da escola
com o objetivo de
agilizar o processo
de seleção das
amostras.
30
- Contagem dos
questionários de
satisfação e dos
respetivos
envelopes;
- Embalamento
dos questionários
de satisfação e dos
respetivos
envelopes.
Dezembro 2015
Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo
1
- Contagem dos
questionários de
satisfação e dos
respetivos
envelopes.
- Preparação das
amostras na grelha
Word.
2
- Preparação das
amostras na grelha
Word.
3
- Preparação das
amostras na grelha
Word.
4 5 6
7
- Contagem dos
questionários de
satisfação e dos
8 9
- Seleção das
amostras a
responder aos
10
- Seleção das
amostras a
responder aos
11
- Observação de
duas
apresentações de
12 13
respetivos
envelopes;
- Envio de
amostras já
selecionadas à
Dra. L para efeitos
de correção.
questionários de
satisfação.
questionários de
satisfação;
- Reunião com a
Dra. L acerca do
trabalho
desenvolvido e a
desenvolver na
atividade dos
questionários de
satisfação.
relatórios de
estágio realizados
no âmbito da
IGEC,
apresentados no
IE, a convite da
Dra. L.
14
- Formação sobre
A avaliação
institucional:
processos
integrados de
(auto)avaliação
(Parte II).
15
- Conversa com o
Dr. HG. e a Dra. L
acerca do capítulo
I do relatório de
estágio: ponto de
situação;
- Preparação das
amostras na grelha
Word.
16
- Preparação das
amostras na grelha
Word;
- Organização do
dossier (da
atividade
relacionada com
os questionários
de satisfação) por
17
- Preparação das
amostras na grelha
Word;
- Envio das
amostras na grelha
Word à Dra. L
para efeitos de
correção;
- Participação e
18 19 20
área territorial e
datas de
Avaliação
Externa;
- Conversa com a
Dra. L acerca da
atividade
relacionada com
os questionários
de satisfação:
ponto de situação.
convívio no
almoço de Natal
da IGEC, a
convite de todos
os funcionários da
EMEE.
21 22 23
24 25 26 27
28 29 30
31
Janeiro 2016
Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo
1 2 3
4
- Digitalização, no
scanner, das
questões de
resposta aberta
dos questionários
de satisfação;
- Tratamento e
exportação dos
questionários de
satisfação no
Excel (devido a
problemas com o
sistema).
5
- Conversa com a
Dra. AP acerca
dos problemas do
sistema de
tratamento e
exportação dos
questionário de
satisfação;
- Conversa com a
Dra. F com o
objetivo de adiar a
minha
colaboração com a
ATISul, e de
prolongar a da
6
- Conversa com o
Dr. H
relativamente às
expectativas
quanto à atividade
de Avaliação
Externa das
Escolas que
vamos observar.
7
- Observação da
apresentação de
um relatório de
estágio realizado
no âmbito da
IGEC,
apresentado no IE,
a convite da Dra.
L.
8 9 10
minha colega
Soraia (que,
devido à
priorização do
tratamento dos
questionários de
satisfação, teve
que colocar o
trabalho na
ATISul em
espera).
11
- Contagem dos
questionários de
satisfação e dos
respetivos
envelopes;
- Elaboração e
impressão das
moradas para
12
- Contagem dos
questionários de
satisfação e dos
respetivos
envelopes;
- Elaboração e
impressão das
moradas para
13
- Conclusão da
contagem dos
questionários de
satisfação e dos
respetivos
envelopes;
- Revisão de
amostras e adição
14
- A pedido do Dr.
H, as estagiárias
refletiram acerca
das atividades já
realizadas no
estágio;
- Conversa com o
Dr. H acerca de
15 16 17
onde são enviados
os questionários
de satisfação.
onde são enviados
os questionários
de satisfação.
de envelopes em
falta, por ordem
da Dra. L;
- Não iniciei a
minha
colaboração com a
ATISul (2.º
andar), conforme
estava previsto,
porque a Dra. F.
não chegou à
IGEC durante o
período do
estágio.
aspetos referentes
ao estágio: a
existência de
apenas dois
computadores
para três
estagiárias e a
necessidade de
realizar
entrevistas para o
relatório;
- Conversa com a
Dra. F. no sentido
de agendar o
início da minha
colaboração com a
ATISul: a Dra. F
solicitou a
execução da
primeira e da
segunda tarefas:
Pagamento dos
peritos externos
por Universidade,
e Organização
dos peritos
externos por
Universidade.
18
- Início da minha
colaboração com a
ATISul:
Realização das
atividades
Pagamento dos
peritos externos
por Universidade,
e Organização
dos peritos
externos por
19
- Foi-nos dada a
conhecer a escola
sujeita à
Avaliação Externa
que devemos
observar e os
respetivos
materiais de apoio
à atividade;
- Conclusão e
envio das
20
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio.
21
22 23 24
Universidade
(ATISul).
atividades
Pagamento dos
peritos externos
por Universidade,
e Organização
dos peritos
externos por
Universidade à
Dra. F.
(ATISul).
25
- Análise de novos
materiais relativos
à atividade de
Avaliação Externa
das Escolas,
concedidos pelo
Dr. H.
26
- Conversa com a
Dra. F com os
objetivos de obter
um feedback
acerca das duas
atividades já
concluídas e de
solicitar mais
tarefas: fiquei
27
- Reunião sobre a
Avaliação Externa
das Escolas:
Memorando da
equipa de
reflexão.
28
- Realização da
atividade
Atualização das
bases de dados
relativas aos
Inspetores e aos
peritos externos
que realizam a
AEE
29
- Preparação da
atividade de
Avaliação Externa
das Escolas com
os Inspetores Dr.
H, a Dra. RM e o
perito externo, Dr.
PR.
30 31
encarregue da
Atualização das
bases de dados
relativas aos
Inspetores e aos
peritos externos
que realizam a
AEE
(ATISul).
(ATISul).
Fevereiro 2016
Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo
1
- Faltei ao
primeiro dia de
Avaliação Externa
por motivos de
saúde.
2
- Observação da
atividade de
Avaliação Externa
das Escolas a um
agrupamento de
3
- Observação da
atividade de
Avaliação Externa
das Escolas a um
agrupamento de
4
- Observação da
atividade de
Avaliação Externa
das Escolas a um
agrupamento de
5
- Formação sobre
a Observação de
práticas em sala
de aula.
6 7
escolas da zona da
grande Lisboa.
escolas da zona da
grande Lisboa.
escolas da zona da
grande Lisboa.
8 9 10
- Reflexão acerca
dos pontos fortes
e das áreas de
melhoria
percebidos pelas
estagiárias
aquando da
atividade de
Avaliação Externa
das Escolas com o
objetivo de
colaborar na
elaboração do
relatório de AEE.
11
- Envio, por email
ao Dr. H, dos
pontos fortes e das
áreas de melhoria
percebidos pelas
estagiárias
aquando da
atividade de
Avaliação Externa
das Escolas com o
objetivo de
colaborar na
elaboração do
relatório de AEE.
12 13 14
15
- Seleção das
amostras a
responder aos
questionários de
satisfação.
16
- Conclusão e
envio da atividade
Atualização das
bases de dados
relativas aos
Inspetores e aos
peritos externos
que realizam a
AEE
(ATISul).
17
- Seleção das
amostras a
responder aos
questionários de
satisfação.
18
- Seleção das
amostras a
responder aos
questionários de
satisfação.
19 20 21
22
- Seleção das
amostras a
responder aos
questionários de
satisfação.
23
- Ida aos CTT
levantar quatro
caixas (de quatro
agrupamentos de
escolas);
- Contagem dos
questionários de
satisfação e dos
24
- Conversa com a
Dra. F, juntamente
com a minha
colega Soraia, a
propósito das
poucas atividades
que a Soraia
executou para na
25
- Conversa com a
Dra. L com o
objetivo de
esclarecer em que
ponto da situação
estão os trabalhos
já realizados e
quais são os
26 27 28
respetivos
envelopes para um
agrupamento;
- Tratamento dos
questionários de
satisfação no
sistema:
digitalização,
classificação e
validação de um
agrupamento.
ATISul (devido à
prioridade
atribuída ao
tratamento dos
questionários de
satisfação). A Dra.
F mostrou-se
compreensiva e
propôs-nos a
execução de uma
tarefa realizada
em conjunto: o
tratamento
estatístico – que
deve resultar num
relatório - dos
questionários
aplicados aos
Inspetores acerca
das suas
trabalhos a
realizar no âmbito
da EMEE (5.º
andar);
- Continuação da
realização da
atividade
relacionada com o
relatório
(ATISul).
intervenções na
Avaliação Externa
das Escolas;
- Esclarecemos
pormenores
metodológicos
com a Dra. F e
demos início ao
trabalho proposto.
29
- Continuação da
realização da
atividade
relacionada com o
relatório
(ATISul).
Março 2016
Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo
1
- Receção, por
parte do Dr. HG e
da Dra. L, da
proposta de
trabalho
relacionado com a
análise dos
contraditórios a
realizar pelas três
estagiárias.
2
- Realização da
atividade
relacionada com a
análise dos
contraditórios
(EMEE).
3
- Observação da
reunião do grupo
de trabalho
(constituído por
Inspetores) acerca
da Avaliação
Externa das
Escolas.
4 5 6
7
- Contagem e
embalamento dos
questionários de
satisfação e dos
8
- Continuação da
realização da
atividade
relacionada com o
9
- Continuação da
realização da
atividade
relacionada com o
10
- (Nova)
atualização e
envio da atividade
Atualização das
11 12 13
respetivos
envelopes.
relatório
(ATISul).
relatório:
refletimos acerca
das estratégias de
apresentação do
relatório
(ATISul).
bases de dados
relativas aos
Inspetores e aos
peritos externos
que realizam a
AEE por
solicitação da Dra.
F
(ATISul).
14
- Continuação da
realização da
atividade
relacionada com o
relatório:
refletimos acerca
das estratégias de
apresentação do
relatório;
- Divisão de
15
- Continuação da
realização da
atividade
relacionada com o
relatório:
preenchimento da
grelha
(ATISul).
16
- Continuação da
realização da
atividade
relacionada com o
relatório:
preenchimento da
grelha
(ATISul).
17
- Continuação da
realização da
atividade
relacionada com o
relatório:
preenchimento da
grelha
(ATISul).
18 19 20
tarefas: três
questões para a
Soraia e três
questões para
mim;
- Construção da
grelha de análise
de conteúdo das
respostas abertas;
- Início do
preenchimento da
grelha
(ATISul).
21 22
- Formação acerca
da Avaliação dos
Contratos de
Autonomia
(ACA).
23 24 25 26 27
28 29
- Continuação da
realização da
atividade
relacionada com o
relatório:
conversa com a
Soraia a fim de
fazer o ponto da
situação acerca da
grelha de análise
de conteúdo
(ATISul).
30
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio.
31
- Continuação do
preenchimento da
grelha de análise
de conteúdo
(ATISul).
Abril 2016
Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo
1 2 3
4
- Contagem dos
questionários de
satisfação;
- Conversa com a
Dra. HC para
solicitar mais
documentos
acerca da
atividade de
Avaliação Externa
desenvolvida pela
WSI.
5
- Visita do Sr.
Ministro da
Educação e
Ciência, Dr. Tiago
Rodrigues, à
IGEC;
- Conclusão da
grelha de análise
de conteúdo
(ATISul).
6
- Introdução dos
gráficos
(referentes ao
tratamento
estatístico
realizado para as
questões de
resposta fechada)
com as respetivas
descrições no
relatório
(ATISul).
7
- Revisão do texto
da análise de
conteúdo para o
relatório (tarefa
da Patrícia);
- Continuação da
introdução dos
gráficos com as
respetivas
descrições (tarefa
da Soraia);
- Contagem e
adição de
questionários de
satisfação (a Dra.
8 9 10
L denotou a falta
de alguns
questionários);
- Retificação de
algumas amostras;
- Receção de um
novo modelo da
folha de rosto para
os questionários:
preenchimento,
impressão e
colocação das
folhas para
identificação dos
agrupamentos
para onde serão
enviados os
questionários de
satisfação;
- Elaboração e
impressão das
moradas para
onde são enviados
os questionários
de satisfação.
11
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio.
12
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio.
13
- Revisão do
conteúdo do
relatório e da
grelha de análise
de conteúdo das
respostas abertas
(ATISul).
14
- Conclusão dos
últimos
pormenores do
relatório e entrega
do mesmo à Dra.
F
(ATISul).
15 16 17
18
- Elaboração
conjunta
(estagiárias
Soraia, Margarida
e Patrícia) do
documento
19
- Abertura dos
questionários de
satisfação.
20
- Tratamento dos
questionários de
satisfação no
sistema:
digitalização,
classificação e
21
- Deteção de
problemas com o
sistema de
tratamento de
questionários de
satisfação:
22 23 24
relativo às
atividades
realizadas no
estágio até ao
momento, por
solicitação do Dr.
HG;
- Abertura dos
questionários de
satisfação.
validação;
- Abertura dos
questionários de
satisfação.
reportámos a
situação à Dra. L
e à Dra. AP;
- Realização do
ponto de situação
acerca dos
agrupamentos de
escolas já tratados
e por tratar;
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio.
25 26
- Tratamento dos
questionários de
satisfação no
sistema:
digitalização,
27
- Tratamento dos
questionários de
satisfação no
sistema:
digitalização,
28
- Tratamento dos
questionários de
satisfação no
sistema:
digitalização,
29 30
classificação e
validação;
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio.
classificação e
validação.
classificação e
validação do
último
agrupamento;
- Reunião com o
Dr. HG com os
seguintes
objetivos: 1) fazer
o ponto de
situação acerca
dos relatórios de
estágio, 2)
solicitar a
realização do
planeamento das
visitas às EE de
Bruxelas II e
Luxemburgo I –
conferindo todos
os materiais
necessários -, 3)
convidar-nos para
assistir à
entrevista de
seleção uma
professora de
Matemática para a
EE de Bruxelas II,
neste dia à tarde;
- Assistência à
entrevista seleção
de uma professora
de Matemática
para a EE de
Bruxelas II.
Maio 2016
Segunda-Feira Terça-Feira Quarta-Feira Quinta-Feira Sexta-Feira Sábado Domingo
1
2
- Estipulámos (as
três estagiárias)
que dedicaríamos
o dia à leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio, e que
realizaríamos a
tarefa de
planeamento das
visitas às EE de
Bruxelas II e
Luxemburgo I no
dia seguinte.
3
- Início da
atividade de
planeamento das
visitas às EE de
Bruxelas II e
Luxemburgo I;
- Envio de
dúvidas, via
email, ao Dr. HG
acerca desta
tarefa;
- Conclusão da
tarefa adiada
devido às dúvidas.
4
- Análise da
explicação do Dr.
HG acerca da
atividade de
planeamento das
visitas às EE de
Bruxelas II e
Luxemburgo I;
- Continuação da
execução da tarefa
do planeamento
das visitas.
5
- Conclusão e
envio da atividade
de planeamento
das visitas às EE
de Bruxelas II e
Luxemburgo I.
6
- Observação de
duas entrevistas
de seleção para a
disciplina de
Geografia para a
EE de
Luxemburgo I.
7 8
9
10
- Observação da
apresentação de
um relatório de
estágio realizado
no âmbito da
IGEC,
apresentado no IE,
a convite da Dra.
L.
11
- Leitura de
documentos:
pesquisa para o
relatório de
estágio.
12
- Receção de um
email do Dr. HG a
informar que o
planeamento das
visitas às EE de
Bruxelas II e
Luxemburgo I
teria que ser
alterado, uma vez
que surgiram
outros
compromissos
profissionais;
- Procedemos às
alterações deste
planeamento;
- Envio da versão
13 14 15
atualizada do
planeamento das
visitas às EE de
Bruxelas II e
Luxemburgo I.
16
- Solicitação, por
parte da Dra. L, da
atividade de
colaboração na
elaboração do
capítulo iv.
Avaliação do
processo pelas
escolas e pelos
avaliadores,
incluído no
relatório de
Avaliação Externa
17
- Planificação do
trabalho a realizar
na atividade de
colaboração no iv.
capítulo:
organização dos
comentários das
escolas e dos
avaliadores e
divisão do
trabalho pelas três
estagiárias com o
objetivo de
18
- Início da
atividade de
colaboração na
elaboração do
capítulo iv.
Avaliação do
processo pelas
escolas e pelos
avaliadores,
incluído no
relatório de
Avaliação Externa
das Escolas 2014-
19
20 21 22
das Escolas 2014-
2015.
- Receção e
análise dos
documentos
relativos ao
capítulo.
agilizar o
trabalho.
2015.
23
- Continuação da
atividade de
colaboração na
elaboração do
capítulo iv.
Avaliação do
processo pelas
escolas e pelos
avaliadores,
incluído no
relatório de
Avaliação Externa
24
- Continuação da
atividade de
colaboração na
elaboração do
capítulo iv.
Avaliação do
processo pelas
escolas e pelos
avaliadores,
incluído no
relatório de
Avaliação Externa
25
- Continuação da
atividade de
colaboração na
elaboração do
capítulo iv.
Avaliação do
processo pelas
escolas e pelos
avaliadores,
incluído no
relatório de
Avaliação Externa
26
- Continuação da
atividade de
colaboração na
elaboração do
capítulo iv.
Avaliação do
processo pelas
escolas e pelos
avaliadores,
incluído no
relatório de
Avaliação Externa
27 28 29
das Escolas 2014-
2015.
das Escolas 2014-
2015.
das Escolas 2014-
2015.
das Escolas 2014-
2015.
30
- Revisão do
trabalho para o
capítulo iv.
Avaliação do
processo pelas
escolas e pelos
avaliadores,
incluído no
relatório de
Avaliação Externa
das Escolas 2014-
2015.
31
- Revisão do
trabalho para o
capítulo iv.
Avaliação do
processo pelas
escolas e pelos
avaliadores,
incluído no
relatório de
Avaliação Externa
das Escolas 2014-
2015.
Anexo 8 – Guião da Entrevista
Guião da Entrevista
Tema: Escolas Europeias (EE) e Whole School Inspection (WSI)
Objetivo Geral:
compreender o papel da WSI nas EE
Objetivos específicos:
caracterizar as orientações para a ação – regulamentação, políticas de ação - nas
EE;
analisar o primeiro ciclo de WSI, e identificar os propósitos que estão na base da
construção do segundo ciclo de avaliação externa;
caracterizar o papel do entrevistado enquanto Inspetor da WSI;
caracterizar/descrever o processo de seleção e destacamento de professores para
as EE;
identificar a metodologia em que assenta a construção de turmas nas EE;
identificar a composição e as características profissionais da equipa de avaliação
externa nas EE.
Ficha de caracterização do entrevistado
Sexo: F ( ) M ( )
Área da formação de base: _________________________________________
Funções desempenhadas na IGEC: ___________________________________
Funções desempenhadas nas Escolas Europeias: ________________________
Dimensões Objetivos Questões Tópicos
A
Legitimar a
Informar o
entrevistado sobre a
Proporcionar ao
entrevistado um
Legitimação da
entrevista
entrevista
Motivar o
entrevistado
temática e a
finalidade da
entrevista
Sublinhar a
importância da
participação do
entrevistado para o
sucesso do trabalho
Salientar o carácter
restrito do uso das
informações
prestadas.
Referir a
disponibilidade
para fornecer os
resultados do
trabalho.
ambiente que lhe
permita estar à
vontade e falar
livremente sobre os
seus pontos de vista
Pedir autorização
para gravar a
entrevista
B
Escolas Europeias
Conhecer e
caracterizar a
legislação, a
regulamentação e a
política de ação
- As EE possuem
legislação e
regulamentação
próprias [cada EE
se rege segundo os
princípios
estabelecidos pelo
governo do próprio
país ou seguem
diretrizes comuns]?
Se sim, perceber
quem define e
como são definidas
essas orientações
para a ação.
Se não,
compreender quais
são – e quem as
estabeleceu - as
diretrizes que todas
as EE seguem.
C
Whole School
Conhecer as
consequências do
1.º ciclo de
- Quem apurou e
caracterizou as
consequências
Inspection: 1.º e
2.º ciclo
funcionamento WSI
Conhecer as
metodologias de
avaliação utilizadas
para apurar as
consequências do
1.º ciclo.
Conhecer e
caracterizar as
identidades que
elaboram o
relatório final do 1.º
ciclo.
Perceber quais são
as questões
avaliativas às quais
o relatório final do
decorrentes do 1.º
ciclo?
- Quais foram as
consequências do
1.º ciclo?
- Como foi feita a
análise/avaliação do
1.º ciclo?
- Por quem foi
realizado o relatório
oficial que
apresenta as
consequências do
1.º ciclo de
avaliação?
- Este documento
será tornado
público?
– Quanto tempo
após a finalização
de cada ciclo e
mediante que
meios?
- Em linhas gerais,
quais são os
campos que
merecem destaque
Reflexos
(mudanças e
respostas) nas
escolas
Metodologias de
avaliação utilizadas
para perceber as
consequências do
1.º ciclo.
Quem e como pode
ter acesso ao
relatório.
Quais são os
tópicos abordados e
as questões
avaliativas a
1.º ciclo pretende
responder.
Conhecer as razões
que estão na base
das alterações
adotadas para o 2.º
ciclo de avaliação
WSI.
no relatório final?
- Que razões
estiveram na base
das alterações
adotadas no 2.º
ciclo de avaliação?
considerar aquando
da elaboração do
relatório final de
atividade.
D
Comparação entre
o 1.º e o 2.º ciclo de
avaliação WSI
Conhecer as
principais
diferenças entre o
1.º e o 2.º ciclo
Saber quais são as
expectativas
relativamente ao 2.º
ciclo de avaliação
WSI
- Quais são as
principais
diferenças entre o
1.º e o 2.º ciclo?
- Quais são os
efeitos e as
consequências que
se esperam do 2.º
ciclo de avaliação
WSI?
Perceber as
eventuais alterações
de metodologias, de
referenciais e do
papel dos atores.
Ao nível das
escolas e dos
restantes atores
implicados no
processo.
E
Papel do
Saber como
decorreu o processo
de entrada do
- Como entrou para
a equipa da WSI?
Entrevistado entrevistado na
WSI
Conhecer as
funções que o
entrevistado ocupa
na equipa de
avaliação WSI
Compreender a
organização do
trabalho e da
comunicação
- Quais são as
funções por si
desempenhadas na
equipa da WSI?
- Mantém um
diálogo/contacto
constante e
próximo com os
restantes membros
da equipa?
- Como organiza o
seu trabalho com os
restantes membros
da equipa?
- Realiza inspeções
às EE?
Apurar as razões
(porquê?) e o meio
de comunicação
(como?) entre os
membros da equipa
WSI.
Apurar como é
assegurada a
comunicação e a
distribuição de
tarefas; Perceber se
é ou não realizada
alguma
calendarização
Se sim, perceber
em que nível de
ensino se foca
habitualmente;
Saber se tem
participado nos
processos
avaliativos no 1.º
ciclo e se pretende
participar nos
mesmos, no 2.º
ciclo
Conhecer o
trabalho
desenvolvido pela
equipa de avaliação
WSI
- Enquanto não
realiza inspeções às
EE, qual é o
trabalho
desenvolvido pela
equipa?
Apurar em que
consiste essa
participação
Perceber que
trabalho é
desenvolvido antes
e após o período da
visita
F
Contratação de
professores
Caracterizar o
processo de seleção
e destacamento dos
professores para as
EE
Caracterizar a
população docente
- Como se processa
e quem faz a
seleção dos
professores para as
EE? Que legislação
suporta essa seleção
e o destacamento?
- Quais são os pré-
requisitos exigidos
aos professores
aquando da
contratação?
- Atualmente,
quantas
Saber com quanto
tempo de
antecedência (desde
a realização da
primeira entrevista
até à confirmação,
por parte do
selecionado, da
ocupação da vaga)
dão início ao
processo de
recrutamento;
Perceber de
onde/quem provêm
as diretrizes a
respeitar na fase de
recrutamento.
Perceber quais são
os idiomas e os
anos de
serviço/carreira
exigidos
Se possível,
descriminar o
internacional das
EE
Conhecer o perfil
dos professores
portugueses que
lecionam nas EE
nacionalidades
lecionam nas 14
EE?
- Cada estado
membro deve
selecionar um
número mínimo de
docentes?
- Neste momento,
quantos professores
portugueses
lecionam nas EE?
Em quantas escolas
e em quantas áreas?
- Que tipo de
carreira integram?
número de docentes
por escola
Perceber a
durabilidade dos
contratos, a
(im)possibilidade
de renovação e as
condições sobre
quais podem ser
anulados
G
Turmas/Alunos
Saber como se
processa a
construção das
turmas
- Quais são os
critérios que
orientam a
construção das
turmas?
Compreender se
variáveis como a
nacionalidade, a
idade dos discentes,
o nível de ensino, a
língua materna, ou
a escolha de
disciplinas
opcionais pesam na
Conhecer os
contornos gerais do
currículo e dos
modelos de ensino
nas EE
- Existem turmas
compostas por
alunos de uma só
nacionalidade ou
crença? Porquê?
- Quais são os
alunos que podem
matricular-
se/frequentar (n)as
EE?
- Atualmente,
quantas
nacionalidades
frequentam as 14
EE?
- O currículo é
definido em função
de quê?
- Existem diretrizes
para todas as EE
sobre a gestão do
processo ensino-
aprendizagem?
construção das
turmas
Perceber se cada
EE é responsável
por definir quais
são as disciplinas
fixas e opcionais
lecionadas aos
alunos
Apurar se os
modelos de ensino
[metodologias
propostas,
estratégias de
ensino-
aprendizagem
utilizadas, possíveis
teorias que servem
________________
H
Equipa de
Inspetores WSI
________________
Conhecer a
composição da
equipa de avaliação
WSI
Saber as
características
profissionais
exigidas e
proporcionadas aos
inspetores WSI
________________
- Por quantos
inspetores é
composta a equipa
de avaliação?
- Quais são as
nacionalidades e as
formações
académicas destes
inspetores?
- Como e por quem
são selecionados os
inspetores? Quais
são os pré
requisitos exigidos
para a/na sua
contratação?
- Que tipo de
carreira integram?
de base à ação
educativa]
proporcionados
pelas EE são
decididos e
adotados de forma
diferenciada por
cada EE ou se
existem diretrizes
comuns que todas
devem respeitar e
seguir
________________
Conhecer aspetos
como os anos de
carreira – em que
área profissional
Perceber a
durabilidade dos
contratos, a
(im)possibilidade
de renovação e as
condições sobre
quais podem ser
anulados
Anexo 9 – Protocolo da entrevista à Dra. HC
PROTOCOLO DA ENTREVISTA
Entrevista realizada à Inspetora responsável pelo Conselho de Inspeção do Ciclo
Secundário e Coordenadora da atividade Whole School Inspection nas Escolas
Europeias
Tema: Escolas Europeias (EE) e Whole School Inspection (WSI)
Entrevistador: Primeiro devia avisá-la que a entrevista vai ser gravada…
Entrevistado: Vai, mas isso eu já sei, a Patrícia já me deu essa indicação.
Entrevistador: Pronto, então é assim, eu gostaria de saber primeiro, quanto às Escolas
Europeias (EE)…
Entrevistado: Sim…
Entrevistador: Se as EE possuem legislação e regulamentação próprias, ou seja, se
cada EE se rege segundo princípios estabelecidos pelo governo do próprio país ou se
todas se regem segundo o mesmo regulamento.
Entrevistado: Não… As EE, todas elas, as 14 que existem atualmente, disseminadas
pela Europa, têm leis, regulamentos, normas muito específicas que são todas aprovadas
pelo Conselho Superior…. Discutidas, analisadas pelo Conselho Superior. O que é o
Conselho Superior? O Conselho Superior é um Conselho que é constituído pelos
representantes dos Ministros da Educação de cada Estado membro da União Europeia.
Ficha de caracterização do entrevistado
Sexo: F (X) M ( )
Área da formação de base: História
Funções desempenhadas na Whole School Inspection: Representante portuguesa no
Conselho de Inspeção Secundário; Coordenadora do grupo diretor.
No caso português, o nosso representante é o atual Senhor Inspetor-Geral do Ensino e
da Educação. E esse Conselho Superior tem como funções toda a orgânica e toda a
organização e constituição das EE. Portanto, se ele [o Conselho Superior] não aprovar
qualquer regulamento ou qualquer norma, eles [regulamentos e normas] não vão entrar
em vigor. Digamos que é uma espécie de Conselho Geral de uma entidade da UE, neste
caso EE, que define a política educativa e que aprova os regulamentos que vão, peço
desculpa pelo pleonasmo, regular toda a atuação das EE no âmbito pedagógico,
administrativo, ah… financeiro, jurisdicional. Respondi à sua pergunta?
Entrevistador: Respondeu. Muito obrigada.
Entrevistado: Muito bem.
Entrevistador: Agora, e referente à Whole School Inspection…
Entrevistado: Sim…
Entrevistador: Eu gostaria de saber quem apurou e caracterizou as consequências
decorrentes do 1.º ciclo de avaliação…
Entrevistado: Sim! Foi o… nós temos, na WSI, um grupo, como aqui na Inspeção,
existe um grupo diretor de suporte e de capacidade da definição da política, como por
exemplo, ah… temos a Dra. L, o Dr. H, a Dra. T, penso eu… Portanto, nós também
temos um grupo diretor que é constituído por um Inspetor do Ensino Secundário
holandês, um Inspetor do Ensino Secundário finlandês, um Inspetor do Ensino Primário
irlandês, um representante dos diretores – por acaso também é um holandês que é o
diretor da EE de Munique -, e eu própria, portuguesa, que sou a coordenadora do grupo
de trabalho e que sou, digamos assim, a… líder da implementação da política educativa
relacionada com a WSI. Portanto, foi este grupo diretor que, lendo e analisando, todos
os relatórios correspondentes à 1.ª fase da WSI, fez uma síntese dos diferentes quadros e
eu, aqui no meu gabinete - que já que eu sou a coordenadora não é só de nome, também
tenho que trabalhar – e, portanto, fiz isso com a ajuda, neste caso, do nosso colega CR,
fiz um apanhado de todos os quadros, de todos os campos e de todos os domínios que
foram analisados, e fiz também um apanhado de todas as conclusões e recomendações.
Sumariei, resumi, e fui eu que apresentei ao Conselho de Inspeção Misto – que tem os
inspetores do Pré-escolar e Secundário – todas essas conclusões e… enfim… e
verificações que se fizeram no final da 1.ª fase que decorreu entre 2011 e 2015.
Entrevistador: Muito bem. E pode dizer-me quais foram as consequências da 1.ª fase,
ou seja os reflexos, as mudanças e as respostas nas escolas?
Entrevistado: Ah… Nós mandamos para… ou seja, as escolas, como também estão
representadas no Comité Pedagógico, pelo menos os diretores de cada escola – também
não são muitas, são só 14, não é? – estão representados no Comité Pedagógico…
Tomaram conhecimento desse relatório. E nós achámos por bem que têm que ser as
escolas, internamente, a encontrar as respostas. E, portanto, são as escolas que vão
responder aos Inspetores, durante a 2.ª fase ou 2.º ciclo da WSI, todos os
desenvolvimentos e todas as situações de melhoria que decorreram entre a 1.ª WSI e a
2.ª. Portanto, nós não mandamos especificamente para a escola a solicitar que a escola
respondesse, porque a escola já tinha conhecimento antecipado do seu próprio relatório,
muito especifico, já tinha sido solicitada e motivada a ir ao encontro das recomendações
feitas, portanto digamos que era mais interessante para o sistema, para o Secretariado
Geral e para os Inspetores, para o Conselho Superior, para o Comité Pedagógico… na
sua geral o que é o sistema em termos de resultados finais na WSI do que propriamente
cada escola desse uma resposta.
Entrevistador: E como é que foi feita a análise e a avaliação do 1.º ciclo? Foi
precisamente através…
Entrevistado: Foi precisamente através da análise dos relatórios e da sumula, do
conjunto, de relatórios: vendo o que era comum, ou mais comum, e, no fundo, todas as
situações muito específicas à realidade local, situações muito específicas a cada uma das
escolas, nós não mencionamos, porque já tinham sido mencionadas diretamente à
própria escola. Portanto, foi mais uma indicação para o Conselho Superior, verificar
uma fotografia do que se passa no sistema, no conjunto das escolas, o que é comum, o
que é mais grave em todo o sistema, o que é que se poderá fazer… Também para o
Secretário-Geral, o Secretário-Geral Adjunto e para outras pessoas dos serviços centrais,
e para os Inspetores em geral, diretores de escola em geral, associações de pais em
geral… É mais nesse sentido.
Entrevistador: Muito bem. E dentro deste mesmo tópico, por quem foi realizado o
relatório oficial que apresenta as consequências do 1.º ciclo de avaliação?
Entrevistado: Portanto, o relatório oficial foi oficialmente elaborado por esse grupo
diretor, grupo central formado por Inspetores e um diretor que eu tenho muita… honra
em coordenar… Oficiosamente foi feito neste gabinete, nesta secretária, por mim…
com a ajuda para os gráficos e para outras situações técnicas mais específicas do nosso
colega CR (risos).
Entrevistador: E este documento está tornado público?
Entrevistado: Esse documento já foi tornado público. Quando ele entra no site das EE,
após apresentação ao Conselho Superior, que foi feita em Abril do ano passado, porque
ele foi apresentado aos órgãos pedagógicos em Outubro de 2015, vai precisamente fazer
um ano, ele é apresentado ao público.
Entrevistador: Muito bem. E, em linhas gerais, quais são os campos que merecem
destaque no relatório final?
Entrevistado: Em linhas gerais são todos os campos, todos os campos foram
mencionados a… e que são analisados junto das escolas. Eu vou-lhe dizer quais são os
campos que é para ser mais fácil… Ora bem, então temos… Posso dizer em inglês?
Entrevistador: Pode sim!
Entrevistado: Muito bem. Temos o… São, no fundo, os critérios e os indicadores…
não é? E que foram os critérios e os indicadores que, pelos inspetores, foram analisados
junto de cada direção de cada escola. Management e Organização, a… Curriculum and
Planning, Resources – Material Resources, specially -, Teaching and Learning - que,
a… penso que como está organizada em Portugal, o ensino e a aprendizagem é no seu
geral, tem a ver com uma visão global do ensino e da aprendizagem, sendo o resultado a
sumula de umas quantas aulas analisadas, nunca vamos ver nem nunca vamos avaliar
cada professor per si, portanto, o que nós vemos é um resultado geral de como é o
ensino aprendizagem -, Assessment and Achievements – portanto os resultados da
avaliação -, Educational Support – que eu cá em Portugal não sei muito bem…
portanto, é todo o apoio… destinado a… alunos com deficiências e com… dificuldades
de aprendizagem -, e Quality Assurance and Development – que… penso que é a
garantia da… da qualidade. Portanto, o relatório geral, também capítulo por capítulo,
através de gráficos, apresentava uma conclusão e uma sumula relativamente ao que se
passava nas escolas, portanto são oito campos, oito domínios que foram analisados.
Entrevistador: Muito bem… E agora, que razões estiveram na base das alterações
adotadas no 2.º ciclo de avaliação?
Entrevistado: As razões… Nós, a princípio, não fizemos fortes alterações do ponto de
vista da metodologia, e do ponto de vista dos indicadores. Relativamente ao guião, foi
mais uma alteração metodológica, ou seja, a nós o que nos interessa neste 2.º ciclo das
EE é que, como as escolas são só 14, e elas tiveram conhecimento de todos os
resultados da WSI do 1.º ciclo, e inclusivamente nós fizemos o follow-up – portanto,
uma ação de seguimento em que fomos ver às escolas a… o que é que as escolas
fizeram e como concretizaram as recomendações feitas – nós agora o que pretendemos,
como eu já disse à Patrícia há pouco, é que as escolas – às equipas que vão fazer o 2.º
ciclo da WSI – nos apresentem os pontos fortes, os pontos que necessitam de melhoria
face ao 1.º ciclo. Portanto, o ponto forte neste 2.º ciclo é uma apresentação que cada
escola vai fazer relativamente àquilo que entendem que são pontos fortes que
conseguiram, ultrapassaram – claro que tudo precisa de desenvolvimento -, e aqueles
pontos que ainda não conseguiram ultrapassar e porquê. A partir daí, será feito o
trabalho do Inspetor. Depois, em termos do guião, e em termos destes oito domínios,
destes oito campos analisados, apenas fizemos a… uma maquilhagem, ou seja,
eliminamos alguns indicadores por serem demasiado específicos e por serem demasiado
minuciosos… a… eliminámos a escala de classificação, uma escala de classificação
de… 1 a 4, em que o 1 era o menos bom e o 4 o melhor, e que dava muita confusão às
escolas, algumas pareciam crianças ao serem classificadas: eu tenho 3, aquele tem 4
aqui, porque é que eu sou tão bom como aquele, porque é que ele tem 4 e eu tenho 3?!
Bom, e então também modificámos esse aspeto. Agora as escolas apresentam um… Not
Achieved, Partially Achieved, Sufficiently Achieved, e Totally Achieved. Torna-se mais
fácil para nós. E… e o relatório final anexa esse guião dos diferentes domínios com uma
conclusão geral por domínio, portanto por capítulo, e depois fazemos uma sumula muito
breve dos factos – dos pontos fortes, dos pontos a melhorar e das recomendações -,
tentámos agilizar o mais possível a leitura dos resultados e as conclusões.
Entrevistador: Portanto, a próxima pergunta seria exatamente quais são as principais
diferenças entre o 1.º e o 2.º ciclo, já está respondido…
Entrevistado: Pronto, é isso. No fundo, uma grelha que, sobre cada domínio, a…
apenas apresenta uma página, tendo em conta os critérios - que são os mesmos -,
seguindo, claro, os grandes campos dos regulamentos das EE, e os indicadores, de
forma a que a leitura seja fácil, seja rápida, não traga confusão e que as escolas
percebam o que é que nós pretendemos.
Entrevistador: Ok. E agora, quais são os efeitos e as consequências que se esperam do
2.º ciclo de WSI?
Entrevistado: Agora o 2.º ciclo vai durar quatro anos, e, portanto, será entre 2016 e
2020. Agora a… se eu ainda continuar como coordenadora, será fazer precisamente uma
comparação entre o relatório final do 1.º ciclo e o que dará o relatório final do 2.º ciclo,
face à análise dos relatórios individuais de escola. Houve realmente uma melhoria geral
em determinados campos? Porquê? Porque é que noutros campos não foi possível?
Situações endógenas à escola? Exógenas? Situações que são resultado do próprio
sistema? Situações que são resultado de umas EE que, sendo centralistas, por outro lado
também choca a influencia dos países onde estão sediadas? Porque nós temos escolas
que vão desde Espanha até à Alemanha e portanto que também têm que seguir, em certa
medida, as características educativas por uma questão de… de cordialidade e de
relacionamento das escolas onde estão, de maneira que seria interessante saber como é
que houve a evolução e as razões de uma evolução positiva e as razões de uma eventual
evolução negativa.
Entrevistador: Muito obrigada. Agora vamos passar para uma esfera um pouco mais
pessoal…
Entrevistado: Vamos!
Entrevistador: Que tem a ver com… como é que entrou para a equipa da WSI?
Entrevistado: Olhe, eu entrei para a equipa já… há muitos anos. Primeiro, há 11 anos,
durante a presidência holandesa, foi apresentado, no Conselho de Inspeção Misto, pelo
então Inspetor Presidente holandês, que faz parte desta inspeção também, a… uma
hipótese de trabalho conjunto de diferentes inspetores que pudessem fazer avaliações a
escolas, mas só no ensino secundário. E eu, como membro do Conselho de Inspeção,
levantei o braço e disse aquilo que eu entendia… o meu colega concordou e,
automaticamente, fiz parte da equipa dele. Ele era o presidente na altura. Na altura
chamava-se Joint Inspection. Uma das disciplinas que era, ou que foi, analisada em
termos de avaliação de escolas que fizemos, na altura, através da participação de
diferentes disciplinas, era a História. E eu sou responsável pela disciplina de História. E
a disciplina de História só é lecionada em inglês, francês ou alemão. Portanto, íamos
assistir às aulas das disciplinas de História, Geografia, Economia… e depois fazíamos
um resumo mais baseado no ensino-aprendizagem. E o primário fazia uma coisa
semelhante. Havia, portanto, duas equipas distintas. Com a continuação dos tempos,
passados quatro, cinco anos, verificou-se que era interessante juntar, como em alguns
países faziam, a… o Pré-escolar, o Primário e o Secundário numa só equipa. Entretanto
o meu colega holandês, que era o presidente da equipa do secundário, passou a ser
diretor de escola, e eu era a mais antiga… e, automaticamente, passei eu a ser a
presidente. Quando nós juntámos os três ciclos de ensino, como eu era a mais antiga e já
tinha experiência, e, diga-se entre parenteses, também não dei muitos maus resultados
em termos do trabalho, então quase que tacitamente entenderam como presidente do
grupo, e tenho sido aceite, felizmente, ora bem! (risos)
Entrevistador: Felizmente! Então e quais são as funções por si desempenhadas na
equipa? Portanto é a coordenação…
Entrevistado: Sou… Olhe, digamos que sou quem mais trabalha! (risos)
Entrevistador: (risos) Já percebi que sim!
Entrevistado: A… no fundo sou eu que tenho que delinear a crítica, no fundo, não é?
Tenho que delinear a política, tenho que apresentar aos meus colegas a decisão final de
todas essas ideias, tenho que elaborar os relatórios, tenho que elaborar a agenda de
trabalho, tenho que escolher – com o grupo, mas de qualquer forma -, tenho que
apresentar propostas, sugestões, propostas de solução, a… propostas de decisão… que
serão sempre tomadas em regime de colegialidade, mas sou eu que tenho que o fazer.
Entrevistador: Muita coisa, portanto!
Entrevistado: Hmm, bastantes!
Entrevistador: E no meio de tanto trabalho, como é que mantém um diálogo ou um
contacto próximo com os restantes membros da equipa?
Entrevistado: Sempre por email. Mas nós temos cerca de três a quatro reuniões
presenciais anualmente. Porque… para, por exemplo, nós não somos native speakers,
não é? Exceto o colega irlandês. Mas… e o grupo de trabalho funciona em inglês, e tudo
é feito em inglês, embora existam três línguas veiculares nas EE: o inglês, o francês e o
alemão, nós sabemos que o inglês é e há-de ser sempre a língua veicular mundial. E
portanto as coisas são em inglês. Portanto, através de reuniões presenciais e através de
email, troca de documentos: por exemplo, eu elaboro os documentos, corrijo o
documento, mando por email inicialmente e antes das reuniões, para eles, quando
chegarem às reuniões, já terem as suas propostas.
Entrevistador: Muito bem…
Entrevistado: Depois tudo o que for aprovado, escrito, regulamentado, por esse grupo
diretor, vai ser apresentado ao Comité de Inspeção Misto – onde estão representados os
Inspetores dos três ciclos de ensino – e ao Comité Pedagógico, que aprova. Ou não. Se
não aprovar volta para trás e temos que reformular de acordo com as orientações dadas.
Entrevistador: Muito bem, e neste momento realiza inspeções às EE?
Entrevistado: Sim senhora, já houve uma WSI, a primeira deste 2.º ciclo, à EE da
Alemanha, perto de Frankfurt. Onde se aplicaram todos os instrumentos de trabalho: o
novo guião, a nova grelha, as novas grelhas para reuniões e para entrevistas com pais,
encarregados de educação… alunos, coordenadores, direção.
Entrevistador: E neste momento está responsável pelo Ensino Secundário, certo…?
Entrevistado: Eu, do grupo diretor, sou responsável pelos três ciclos, visto que sou
presidente de um grupo que engloba os três ciclos. Mas eu, como Inspetora, sou do
Ensino Secundário. Represento Portugal, Ensino Secundário.
Entrevistador: E enquanto não realiza inspeções às EE, qual é o trabalho desenvolvido
pela equipa?
Entrevistado: Ah, portanto… pela equipa, pelo grupo diretor?
Entrevistador: Sim, sim.
Entrevistado: É fazer a crítica analítica, ou a análise crítica, da inspeção realizada, face
a isso, preparar e definir a outra inspeção e, organizando os documentos de trabalho
consoante a evolução das situações, tudo aquilo que se pode fazer sem ter que ir para
aprovação dos Conselhos, e analisar os relatórios que as escolas enviam dando
cumprimento às recomendações. Porque isto é o chamado a… trabalho de investigação.
Porque é desk research, portanto é feito à secretária. Nós… é uma análise documental.
É esse o trabalho que nós fazemos, o que nos ocupa bastante.
Entrevistador: Ok. Agora vamos mudar de tema outra vez…
Entrevistado: Muito bem!
Entrevistador: Para o recrutamento de professores…
Entrevistado: Sim senhora!
Entrevistador: Ok? Então a primeira pergunta é: Como se processa e quem faz a
seleção dos professores para as EE? E que legislação suporta essa seleção e o
recrutamento?
Entrevistado: Muito bem, nós fazemos a seleção, mas não fazemos a contratação.
Fazemos o destacamento. Ou seja, são professores que, em Portugal, a… já fazem parte
do sistema, já fazem parte dos quadros de escolas, já lecionam, e nós o que pretendemos
é escolher a nata da nata. Não é? Portanto, face ao perfil de um docente, que vai lecionar
uma disciplina em língua portuguesa, numa EE, tem que representar um país e tem que
demonstrar mérito, capacidade de adaptação, de integração em trabalhos de equipa,
atualização didática e pedagógica, e… dominar, pelo menos, uma língua estrangeira.
Uma língua veicular: ou o francês, ou o inglês. Se for as duas, ótimo! Portanto, a
Inspeção-Geral de Educação e Ciência é a entidade que tutela as EE, o Senhor Inspetor-
Geral representa o Ministro do Conselho Superior, o Dr. JR é o representante português
do Comité Orçamental, o Inspetor HG é o representante português no Conselho de
Inspeção Pré-Escolar e Primária, e eu sou representante portuguesa no Conselho de
Inspeção Secundário. Portanto a IGEC, na sua página, estabelece os critérios, os
requisitos necessários, as pessoas manifestam o seu interesse, apresentam os seus
currículos, nós temos a… digamos que uma ficha curricular onde pontuamos diferentes
atividades curriculares que os professores têm, e depois, desses [professores], há uns
quantos que são selecionados para terem uma reunião connosco. E então aí fazemos
perguntas de caráter geral para ver o perfil do docente, fazemos perguntas sobre a
disciplina – principalmente a didática e a metodologia – que eles vão lecionar, e depois
também vemos a competência linguística.
Entrevistador: Portanto, os professores quando são selecionados a partir de Portugal,
irão lecionar em língua portuguesa…
Entrevistado: Exatamente. Exceto algumas exceções que foram definidas pelo
Conselho Superior.
Entrevistador: Ok, e quais é que são os pré-requisitos exigidos aos professores
aquando do destacamento? Além da questão da língua…
Entrevistado: Muito bem. Então, atualização pedagógico-didática, capacidade de
integração em trabalho de equipa, espírito de síntese, capacidade de argumentação, mas
simultaneamente capacidade de saber escutar, saber ouvir, saber compreender o outro.
A… perfil de saber trabalhar e saber estar e compreender um ambiente multicultural e
multilinguístico, a… por outro lado também capacidade de diálogo e de disponibilidade
face à direção, e por outro lado também, toda a disponibilidade para participar em todas
as atividades que a escola organiza. Espírito de iniciativa também, para poder também
dar ideias a… informações, a… relativamente a situações relacionadas com a escola.
Pontualidade, assiduidade, sentido de responsabilidade, penso que já chega, não é?
Entrevistador: Pronto, já chega. (risos) E anos de serviço, ou carreira…?
Entrevistado: Deverá ter, no mínimo, dez anos como professor do quadro duma escola.
Entrevistador: Muito bem. E atualmente quantas nacionalidades – de professores –
lecionam nas 14 EE?
Entrevistado: Olhe, todas. Todas desde os 28 estados membros. Porquê? Porque nós
temos, em termos das EE, um primado que é a defesa da língua materna. Ora, temos
alunos de 28 estados membros, agora com o novo estado membro, a Croácia, não é
verdade? Portanto, temos que ter pelo menos os 28 estados membros a lecionar língua
materna, porque tem caráter obrigatório que todos os alunos, filhos de funcionários de
instituições europeias, para quem as EE foram feitas, aprendam, obrigatoriamente, a sua
língua materna.
Entrevistador: Muito bem, então cada estado membro deve selecionar um número
mínimo de docentes?
Entrevistado: Sim! Um mínimo, exatamente. Na medida em que, vamos lá ver, temos
cinco alunos, por exemplo, temos cinco alunos da… Letónia, numa EE e que estão
inscritos numa secção inglesa, porque o número de alunos não justifica a organização de
uma turma, não vamos organizar uma turma com cinco alunos, mas que têm a
obrigação, se quiserem, de aprender a língua materna. Por causa desses cinco alunos, a
Letónia pode destacar, ou a escola tem a obrigação de ver um professor para lecionar
letão.
Entrevistador: Ok, e neste momento quantos professores portugueses lecionam nas
EE?
Entrevistado: 31. Portanto, 30 lecionam, 1 é diretor da escola de Alicante, Espanha.
Entrevistador: E em quantas escolas e em quantas áreas?
Entrevistado: Muito bem, temos, no Ensino Primário, a… lecionam, em Bruxelas II, na
secção portuguesa, e em Luxemburgo I, nestas duas grandes escolas onde temos secção.
No Ensino Secundário lecionam nestas duas escolas onde temos secção disciplinas
como língua materna – Ensino Secundário -, Filosofia, Física, Química – separadamente
-, Matemática, Ciências da Natureza e Biologia. Depois temos a ensinar em Alicante,
nas línguas veiculares, um professor de Educação Artística, tal como em Bruxelas III.
Temos a ensinar em Varese um professor destacado, Língua Materna. Outro professor,
também destacado, a ensinar Educação Física. E temos um conselheiro de educação
português em Alicante, destacado. Só estou a falar dos destacados. E o conselheiro de
educação é uma espécie de um diretor de turma destinado só ao ensino secundário. Tem
mais ou menos a… as atribuições e competências de um diretor de turma em Portugal,
sem ter atribuição de turmas, ele não leciona, só orienta os alunos. Só regista
pontualidade, problemas disciplinares, contacto com pais, professores e direção.
Entrevistador: Muito bem! E que tipo de carreira integram? Ou seja, a durabilidade
dos contratos…
Entrevistado: Sim! Os… contratos são estabelecidos pelo estatuto do pessoal
destacado das EE. E os contratos são… Os contratos não são bem contratos. Portanto
são por nove anos. Todas as nacionalidades.
Entrevistador: E há possibilidade de renovação?
Entrevistado: De acordo com a lei portuguesa, não. Porque o estatuto da carreira
docente só diz que o professor tem que lá estar nove anos. De acordo com o estatuto do
pessoal destacado das EE, no superior interesse da escola, o destacamento pode ser
relevante por mais um ano. Portanto os professores podem ficar, no total, dez anos.
Entrevistador: E sobre quais condições é que podem ser anulados esses contratos? Ou
seja, durante esses nove anos…
Entrevistado: A pedido dos professores, por exemplo, eles podem ter uma doença
grave… podem ter necessidade de voltar ao país de origem, e, de acordo com esse
estatuto, a qualquer momento. De acordo com o estatuto da carreira docente em
Portugal, de ano a ano também, não é? Portanto, a… e também podem sair caso a
avaliação – e aí sim, fazemos uma avaliação qualitativa das aulas – for de tal modo que
se veja que eles são perfeitamente incompetentes para lecionar. Mas isso é um processo
moroso… mas que está regulamentado.
Entrevistador: Agora falando sobre os alunos e sobre a constituição de turmas: quais
são os critérios que orientam a construção das turmas?
Entrevistado: Bom, as EE, como eu já disse, foram feitas, inicialmente, para os alunos
de categoria I, ou seja, para os filhos dos funcionários das instituições europeias.
Portanto, são destinadas a essa população escolar. O número total de alunos por turma
não pode ultrapassar os 28, total. Mas, por exemplo, disciplinas do Ensino Secundário
que exigem trabalho laboratorial… essa turma de 25 a 28 alunos é dividida. E vamos
ter, por exemplo, um 4.º A e um 4.º B na Química e na Física, principalmente nas
atividades laboratoriais, é impensável ter 28 meninos com a professora a fazer
experiências de Química.
Entrevistador: Exatamente. E aquando dessa construção das turmas, quando os alunos
são agrupados, importam variáveis como a nacionalidade…
Entrevistado: Importam, como variáveis a… o ano, como é óbvio, não é? Importa a
língua estrangeira dominante, e a secção nacional a que os alunos pertencem. Portanto,
vamos imaginar, nós temos um conjunto de 50 alunos no 5.º ano do Ensino Secundário
da secção portuguesa. Vamos lá ver, desses 50 alunos, quantos meninos têm como
língua dominante estrangeira o inglês, o francês e o alemão a… para depois serem
orientados para as disciplinas nessas línguas, não é verdade? E quantos meninos, no
secundário, escolhem Química, escolhem Física, escolhem… Biologia, ou Atividades
Laboratoriais? E, portanto, são essas as variáveis: as opções, a língua estrangeira
dominante e o ano de escolaridade. E por outro lado, a língua materna, para constituir as
secções.
Entrevistador: Ok. E quando diz as opções, tem a ver com a escolha de disciplinas…
Entrevistado: Tem a ver com a escolha de disciplinas, por exemplo, nós temos opções
que vão desde a aprendizagem do Grego Antigo, do Latim, a… de uma terceira língua
estrangeira, de uma quarta língua estrangeira… de Economia, da aprendizagem da
disciplina de História… quatro tempos por semana ou dois tempos por semana… de
Geografia, de Biologia, de acordo com a profundidade que eles querem apresentar… ou
Língua Portuguesa, há meninos que escolhem o curso geral de Língua Portuguesa, há
meninos que escolhem o curso de aprofundamento de Língua Portuguesa. Portanto tem
muito a ver com isso, as variáveis são imensas. E digo-lhe sinceramente: não é nada
fácil construir os horários das EE, eu não sou responsável por isso, é dentro das EE que
há equipas responsáveis para o efeito, gente que tem programas de computadores
específicos para isso porque as variáveis são terríveis. E às vezes por causa dessas
variáveis, as variáveis pedagógicas não podem ser as que são mais seguidas. Eu lembro-
me que no meu tempo, quando eu fazia inspeção cá em Portugal, uma disciplina que
não podia ser lecionada a seguir à hora de almoço era Educação Física, lá, às vezes,
Educação Física é lecionada a seguir à hora do almoço. Por exemplo, não tínhamos
Matemática como último tempo de sexta-feira à tarde, lá, às vezes, temos. As variáveis
são tantas… É muito complicado. Mas também eles têm um horário que é um horário
dito normal, eles entram às 08h00 e saem às 16h00. Não há desdobramento, de manhã
numa escola e à tarde noutra. Não sei como é que é atualmente, mas no meu tempo era
assim, quando eu era Inspetora. E portanto os meninos têm todas as facilidades, são
meninos que do ponto de vista do estrato económico-financeiro - económico-financeiro,
eu não estou a dizer cultural -, são meninos de um estrato elevado, portanto há aí uma
certa facilidade…
Entrevistador: E existem algumas turmas compostas por alunos de uma só
nacionalidade ou crença? Porquê?
Entrevistado: De uma só nacionalidade existe, de Língua Materna, Matemática,
Biologia, Física e Química… lecionadas nas línguas maternas. Isso existe. A… credo…
as EE não têm graves problemas com o credo, pelo contrário: tentam abrir um naipe de
aprendizagem religiosa para as diferentes religiões: a muçulmana, a católica, a cristã
protestante, a ortodoxa e a judaica. E para essas religiões têm horários muito específicos
e aí não são várias as nacionalidades, pronto, porque aí predomina o credo…
Entrevistador: Ok. E… quais é que são os alunos que podem matricular-se ou
frequentar as EE? Apenas os filhos…
Entrevistado: A… nas EE de Bruxelas e do Luxemburgo I, onde se verifica maior
concentração de instituições europeias, elas [as EE] prioritariamente aceitam esses
meninos, tanto assim que para Bruxelas há aliás uma chamada política de inscrições. E
raramente sobram vagas para alunos que não sejam filhos de funcionários de
instituições europeias, muito raramente! Por exemplo, um dos filhos do Dr. Durão
Barroso andou na escola de Bruxelas II na secção portuguesa. A… agora noutras
escolas eles aceitam os chamados alunos de categoria II, que são filhos de funcionários
da NATO, filhos de funcionários de multinacionais, e nesse caso as multinacionais
pagam as propinas dos alunos – que são muitíssimo caras – como também aceitam, se
tiverem vaga, a última categoria, os filhos de particulares e de diplomatas. Os filhos de
diplomatas não têm prioridade nas EE, o que os aborrece bastante…
Entrevistador: E atualmente quantas nacionalidades de alunos frequentam as 14
escolas?
Entrevistado: Portanto é variável, no fundo podemos ter as 28 nacionalidades.
Entrevistador: Muito bem. E o currículo é definido em função de quê? Ou seja, cada
EE define o seu…
Entrevistado: Não. O currículo é fixo, não é verdade? O currículo é comum para todos.
Depois há um currículo obrigatório que vai desde a Língua Materna, à Matemática, à
Educação Física, à Educação Artística, a… à aprendizagem de duas línguas estrangeiras
pelo menos, isso é obrigatório para todas. Depois, em cada EE variam as opções. E cada
EE vai ao encontro, na oferta das opções, das suas próprias possibilidades, e depois, no
fundo, do entendimento da oferta e da procura.
Entrevistador: Exatamente. E, portanto, existem diretrizes para todas as EE sobre a
gestão do processo ensino-aprendizagem? Ou seja, os modelos de ensino, as
metodologias, as estratégias de ensino aprendizagem…
Entrevistado: Sim, isso é comum. Exatamente. Até porque a própria avaliação
individual dos docentes é feita através de critérios que são comuns que correm todo o
sistema…
(A entrevista foi brevemente interrompida por uma visita)
Entrevistado: E, e portanto… a… peço desculpa, agora perdi-me.
Entrevistador: Estava a dizer que é comum… os modelos de ensino, as metodologias,
o processo de ensino-aprendizagem…
Entrevistado: Sim, sim, sim. Exatamente! Sim, sim. É comum, os programas são
comuns… portanto nesse campo não há qualquer divergência.
Entrevistador: Ok, muito bem. Agora vamos à equipa de inspetores da WSI.
Entrevistado: Muito bem!
Entrevistador: Pronto, por quantos inspetores é composta a equipa de avaliação?
Entrevistado: Portanto, neste momento temos… um, dois, três, quatro inspetores, e um
representante dos diretores.
Entrevistador: Muito bem, quais são as nacionalidades destes inspetores?
Entrevistado: Portanto, eles são todos… eles têm todos cursos superiores, experiência
de inspeção. Temos um holandês, uma finlandesa, uma irlandesa, e uma portuguesa. E o
diretor que por acaso também é holandês.
Entrevistador: Ok, e como e por quem são selecionados os Inspetores?
Entrevistado: Ora bem… os Inspetores têm que dominar, pelo menos, como língua
veicular, o inglês. Porque se um domina só francês é uma desgraça porque a finlandesa
e o holandês não dominam o francês, e portanto é complicado. Primeiro critério:
dominar o inglês. Depois, segundo critério: ter experiência, no seu país, de avaliação de
escolas, se não, não tem jeito nenhum… Não vamos lá, como dizia a minha colega
irlandesa, we are not carrying the passengers, nós não transportamos passageiros! Nós
queremos gente ativa e interventiva. E depois falamos, falo eu, visto que sou a
responsável do grupo, depois de auscultar o grupo diretor e os colegas do grupo diretor,
falo com colegas que nos parecem possuir o perfil adequado… se estão disponíveis, se
não estão, se estão interessados ou se não estão.
Entrevistador: E têm algum número mínimo de anos de experiência?
Entrevistado: Não como Inspetor das EE, porque o que nós queremos saber
essencialmente é: tem experiência, no seu país, de avaliação de escolas? Fala inglês?
Quer pertencer ao grupo diretor?
Entrevistador: Ok. E é a Dra. HC e o grupo que selecionam…
Entrevistado: Exatamente. E depois damos informação ao Comité Pedagógico e ao
Conselho de Inspetores Misto Pré-Escolar, Primário e Secundário, e informamos de que
fulano tal faz parte do grupo.
Entrevistador: Ok. E, por último, que tipo de carreira integram? Ou seja, interessa-me
perceber a durabilidade dos contratos…
Entrevistado: Ah, isso é muito… Nós não temos carreira nas EE. Nós somos também
destacados pelas inspeções nacionais, ou seja, de acordo com a chamada convenção que
o protocolo que foi feito entre os diferentes países, entre os diferentes Estados membros,
e o Secretariado-Geral das EE e a Comissão Europeia… incumbe às inspeções de cada
país destacar um elemento para o Secundário, um elemento para o Pré-Escolar e para o
Primário. Durante o tempo que a entidade nacional entender. Não compete à Comissão
Europeia dizer o que quer que seja ou ter qualquer influência que seja no destacamento
dos inspetores nacionais… é com a entidade nacional.
Entrevistador: Pronto, muito obrigada! E terminámos a entrevista!
Entrevistado: Ah, muito bem!
Entrevistador: Até foi rápido!
Entrevistado: Foi rápido, gostei imenso de responder!
Entrevistador: Muito obrigada!
Anexo 10 – Protocolo da entrevista ao Dr. HG
PROTOCOLO ENTREVISTA
Entrevista realizada ao responsável pelo Conselho de Inspeção dos Ciclos Pré-
Escolar e Primário e Inspetor da atividade da Whole School Inspection nas Escolas
Europeias
Tema: Escolas Europeias (EE) e Whole School Inspection (WSI)
Entrevistador: Começando por abordar as Escolas Europeias (EE): eu gostaria de saber
se as EE têm legislação e regulamentação próprias, ou seja, se cada EE se rege segundo
os princípios estabelecidos pelo governo do próprio país ou se seguem diretrizes
comuns.
Entrevistado: Não, seguem diretrizes comuns. As escolas de tipo 1 seguem as
diretrizes da Comissão Europeia, há pequenas nuances, às vezes, que têm a ver com
os… os países onde estão localizadas, até por causa de feriados nacionais e tudo,
seguem as regulamentações do país onde estão localizadas, mas genericamente, a nível
de currículo, a nível do estatuto do pessoal docente, e a maior parte das leis
fundamentais das EE, são leis próprias e únicas.
Entrevistador: Agora referente à Whole School Inspection (WSI) eu gostaria de saber
quem apurou e caracterizou as consequências decorrentes do 1.º ciclo de avaliação.
Entrevistado: Ah… esse é um trabalho que está a ser feito, porque o 1.º ciclo concluiu-
se agora, há um relatório que foi feito por uma equipa – não sei se já foi aprovado ou
Ficha de caracterização do entrevistado
Sexo: F () M (X)
Área da formação de base: Inglês
Funções desempenhadas na IGEC: Inspetor
Funções desempenhadas nas Escolas Europeias: Representante português no Conselho
de Inspeção Pré-Escolar e Primária
não -, esse trabalho foi feito por essa equipa que eu não integro, que é a equipa nuclear
da WSI que fez um balanço dos resultados. Entretanto foram sendo feitas avaliações
intermédias, ah… quando as follow-up foram desenvolvidas iam sendo reportadas e
agora, sim, está a ser feito um balanço geral mas eu ainda não tenho conhecimento
destes resultados finais porque o relatório ainda não foi aprovado.
Entrevistador: Ok. Portanto não tem conhecimento das consequências do 1.º ciclo…
Entrevistado: Das consequências do 1.º ciclo, não. Sei que as escolas, quando se faz a
follow-up, a avaliação intermédia é verificar se as escolas cumpriram as orientações e as
recomendações… através de um desk research – uma espécie de investigação à
distância. Se cumpriram as recomendações da avaliação externa que foi desenvolvida,
da WSI. E se não cumpriram as recomendações, o porquê. Portanto, à partida, a maioria
das recomendações terá sido cumprida. Agora, não conheço um balanço geral que terá
sido efetuado.
Entrevistador: E sabe como foi feita a análise e avaliação do 1.º ciclo? Através dos
follow-up…
Entrevistado: Sim, sim, sim. A análise do 1.º ciclo foi através da situação de partida
que foi detetada na primeira avaliação que fizeram da WSI, e depois através do desk
research, através daquela follow-up em avaliação intermédia sobre o progresso… Nesta
altura, pronto, o balanço terá sobretudo influência, se calhar, no follow-up… e ver o
ponto de partida e o que é que tinha acontecido nas escolas nesses dois anos de
implementação.
Entrevistador: E por quem é que foi realizado esse relatório?
Entrevistado: O relatório foi realizado por um núcleo que é coordenado por um
Inspetor português, a Dra. HC. Foi realizado pelo núcleo duro, digamos, o núcleo que
coordena as WSI nas EE.
Entrevistador: Ok… E o Dr. HG tem conhecimento dos campos que merecem
destaque no relatório final?
Entrevistado: Não, não tenho. Ainda estou a aguardar.
Entrevistador: E tem conhecimento de que razões estiveram na base das alterações
adotadas no 2.º ciclo?
Entrevistado: Não tenho conhecimento, às vezes falávamos aqui informalmente mas
são conversas de gabinete e discussões entre nós… por exemplo, uma alteração,
portanto, que foi feita, foi a participação dos diretores nas equipas de avaliação.
Portanto, há uma equipa de avaliação e vem um diretor de uma outra escola participar
na equipa… Portanto, há uma avaliação à escola A, vem um diretor de uma escola B ou
C participar na equipa que vai fazer a avaliação da escola A. Isto, pronto, é para
promover uma maior participação, uma maior abertura das WSI, e também para
promover uma mais fácil disseminação dos resultados… Este aqui nós sabemos, foram
questões debatidas. Outras questões não foram assim debatidas, portanto não são do
meu conhecimento.
Entrevistador: Portanto não está ao corrente das alterações metodológicas…?
Entrevistado: Não, não, não. Não estou.
Entrevistador: Ok.
Entrevistado: Formalmente, não estou. Há outras que eu não sei se concretizaram ou
não…
Entrevistador: Então agora, um pouco mais pessoal, gostaria de saber como é que o
Dr. HG entrou para a equipa da WSI.
Entrevistado: É uma coisa interessante. (risos) Eu participei em três WSI: a primeira
foi um mero acaso porque estava já uma equipa constituída para fazer – creio que foi a
segunda escola que foi avaliada -, e havia uma Inspetora holandesa na altura, do
Primário, que foi para diretora de uma Escola Acreditada na Holanda… e houve uma
emergência de substituir, no espaço de duas semanas, essa Inspetora. Tinha que ser um
Inspetor do Primário. Creio que eu era o Inspetor que estava mais à mão, digamos
assim, porque quem coordenava essa equipa era a Inspetora – acho que não era a
Inspetora HC, mas a Dra. HC já estava envolvida na equipa. Mas, de qualquer forma,
conhecendo o meu passado aqui ao nível da avaliação externa, a familiarização com o
trabalho de avaliação de escolas, então fui contactado - como já sabe nas EE – para
participar nessa equipa. Para substituir a tal Inspetora holandesa. Depois fui convidado
mais duas vezes para participar… porque há um núcleo duro que participa
regularmente, e depois são convidados Inspetores, rotativamente ou quase
rotativamente, para integrar essas equipas. Mas a primeira foi um mero acaso, e a partir
daí, pronto, fui convidado mais duas vezes.
Entrevistador: E a primeira foi em que ano?
Entrevistado: Creio que foi em 2012… Foi logo no primeiro ano de 2012, final de
2012 ou princípio de 2013 que foi feita essa avaliação… foi a segunda escola que foi
avaliada.
Entrevistador: Muito bem. E quais é que são as funções por si desempenhadas na
equipa da WSI?
Entrevistado: Fazer parte da subequipa de Primário, portanto, aquilo que nós fazemos
depois já não há propriamente uma divisão de funções… o que nós fazemos é realizar
entrevistas ao diretor adjunto do Primário, por exemplo, realizamos entrevistas a alunos
do Primário, a professores do Primário e Maternal, pronto… colaboramos depois com
os do Secundário nas entrevistas aos representantes do pessoal, ao diretor… portanto
fazemos visitas – observação de aulas, muitas observações de aulas no Primário e
Maternal -, e depois trabalhamos os dados que já temos relativamente ao Primário e ao
Maternal que, juntamente com os do Secundário, depois contribui para a avaliação
global da escola.
Entrevistador: E mantém contacto e diálogo constante com os restantes membros da
equipa?
Entrevistado: É assim, como é que eu posso dizer? Nós contactamos nos Conselhos de
Inspeção porque somos Inspetores de países diferentes… o núcleo duro mantém
contacto regular porque tem muitas reuniões dos grupos de trabalho; os Inspetores que
colaboram esporadicamente só praticamente contactam nessa altura uns com os
outros… um vem de Portugal, outro pode vir da Suécia, outro vem de Itália… e a nossa
preparação começa uma semana ou duas semanas antes da inspeção, e reunimo-nos no
primeiro dia - que está previsto para o trabalho de inspeção – para distribuir algum
trabalho entre nós, como por exemplo a observação da prática letiva – quem vai ver a
aula A, B, C -, depois as várias reuniões que vamos ter – quem é que coordena,
dinamiza, as várias reuniões e entrevistas que temos com os interlocutores -, portanto o
trabalho é mais na ocasião da avaliação externa do que propriamente anterior ou mesmo
posterior. Com a equipa nuclear mantemos um contacto mais regular com o
coordenador da avaliação.
Entrevistador: E como é que é feito esse contacto? Através de email, reuniões
presenciais…?
Entrevistado: De email, porque cada um vive no seu país, portanto… muitas vezes está
fora do seu país… é muito difícil, como se deve recordar. (risos) Contactamos sempre
por email onde quer que estejamos, uma ou outra vez via Skype, e por telefone muito
raramente, só mesmo em caso de emergência.
Entrevistador: Muito bem. E então o Dr. HG realiza inspeções às EE. E eu quero saber
em que nível de ensino e se pretende participar no 2.º ciclo de avaliação.
Entrevistado: Pretender participar, pretendo. Isso sem dúvida alguma. O nível de
ensino é o Primário e o Maternal… sou Inspetor representante nacional no Conselho de
Inspeção Primário e Maternal, e nos restantes órgãos da estrutura das EE… mas é
sobretudo aí que eu realizo o meu trabalho.
Entrevistador: E enquanto não realiza inspeções nas EE, qual é que é o trabalho
realizado pela equipa de inspetores e pelo Dr. HG? Ou seja, sendo na IGEC, sendo nas
EE…
Entrevistado: Aqui na IGEC há dois tipos de trabalho, e há um trabalho que eu realizo
nas EE mesmo fora da WSI: participo nas equipas de avaliação de diretores, de diretores
adjuntos, de professores da secção portuguesa, participo nos comités de seleção,
participo em grupos de trabalho dos apoios educativos, por exemplo, há um trabalho
agora sobre diferenciação… portanto participo em vários grupos de trabalho.
Participamos também em algumas iniciativas que surgem, e nos Conselhos de Inspeção
que são realizados regulamente. A nível nacional participo na AEE, tenho também a
parte dos processos internacionais, o ano passado também foi desenvolvida a avaliação
dos contratos de autonomia, colaboro numa ou outra atividade que entretanto surja cá…
mas regularmente é mais a AEE.
Entrevistador: Ok. E agora falando um pouco da seleção de professores para as EE:
como se processa e quem faz a seleção dos professores para as EE? E tem conhecimento
de que legislação suporta essa seleção e destacamento?
Entrevistado: Essa é uma pergunta assim um pouco complexa… A legislação: o
pessoal que vai para as EE rege-se pelo estatuto do pessoal das EE, portanto, quando
estão lá. Os Estados membros não têm o mesmo procedimento, mas há algumas
parecenças, como se poderia dizer; há algumas semelhanças relativamente a isso. Nós
temos um despacho do Secretário de Estado sobre essa situação e o modelo que foi
adotado e foi despachado positivamente segue os seguintes passos, se assim podemos
dizer: primeiro é publicitado o horário disponível para um professor em mobilidade,
afeto aos quadros nacionais; depois é feito um aviso, um anúncio, no site da IGEC, e ao
mesmo tempo publicado em dois jornais de expansão nacional para a manifestação de
interesse, e podem apresentar o seu interesse no preenchimento dessa vaga professores
dos quadros de agrupamento, quadros de escola; depois haverá um processo de análise
dos currículos e analisar o perfil, se o perfil é adequado ou não para o exercício
daquelas funções, nós conhecemos bem o trabalho que é desenvolvido nas secções. De
entre os interessados, que têm um perfil próximo daquilo que se pretende, convidamos
para uma reunião, falamos com eles para ver o seu interesse e também para ver a sua
disponibilidade, porque entretanto as mobilidades podem estender-se até nove anos, há
pessoas que pensam que é só por um ano ou dois e que depois regressam… e pronto, o
que interessa é alguma estabilidade do corpo docente para a Comissão Europeia
também, e então, a partir daí, seleciona-se o docente que tem o perfil mais de acordo
com os nossos critérios.
Entrevistador: E quem é que faz parte do grupo que seleciona?
Entrevistado: É o Inspetor nacional, posso ser eu ou a Inspetora do Secundário – como
a presidir esse grupo de trabalho -, há sempre também alguém da área das didáticas – se,
por exemplo, a nível do Maternal temos sempre um Inspetor com um passado em
experiência como Educador de Infância; se for o Primário, com um background do
Primário; se for do Secundário, Física, imaginemos, será um Inspetor que tenha sido
professor de Física… ou seja, com um bom conhecimento da didática -, ou também
poderíamos convidar um perito externo para isso, e um Inspetor com uma formação em
línguas – seja o inglês, seja o francês, de acordo com a língua de trabalho da secção
portuguesa – para testar os conhecimentos, porque será necessário que o professor que
vai para essa secção dominar a língua de trabalho, porque terá que interagir com os
restantes colegas, não dentro da secção mas com os das outras secções, e há muito
trabalho transversal onde terá que interagir em inglês ou francês, portanto o
conhecimento das línguas também é importante.
Entrevistador: Muito bem, e com quanto tempo de antecedência é que se dá início ao
processo de destacamento?
Entrevistado: Este processo geralmente começa no primeiro trimestre do ano para que
o professor inicie funções na secção em Setembro. Descontando o período de Julho,
Agosto que é o período de férias escolares normalmente, portanto o processo poderá
começar em Fevereiro, Março… mas não existe um prazo específico… e tem alguma
continuidade, depende do número de manifestações de interesse que recebemos, e
depois de algumas agendas, mas geralmente o processo demora uns três, quatro meses.
Entrevistador: E quais é que são os principais pré-requisitos exigidos aos professores,
aquando do destacamento?
Entrevistado: Os professores têm que ser professores do quadro, do grupo que é
indicado. Esses são os requisitos obrigatórios. Portanto quem não for do quadro, até por
questões de remuneração – os vencimentos lá são como um complemento de
remuneração, portanto têm que ser professores que tenham um vencimento cá… peço
desculpa, a pergunta era…
Entrevistador: Sobre os pré-requisitos…
Entrevistado: Sim, sim. Portanto é ser do quadro de agrupamento, poderá ser do
quadro de admissão provisória, mas de qualquer forma um quadro de zona, ou quadro
de agrupamento, mas terá que pertencer a um quadro. E depois uma experiência que é
indicada em cada anúncio, portanto nuns casos poderá ser dez anos de experiência na
docência, noutros casos poderá ser sete, oito anos, depende. Isso depois é anunciado e
tem a ver com a situação específica. Depois há outros critérios que entretanto são
acrescentados, têm a ver com o currículo, no fundo. E tem a ver com o perfil que é
pretendido.
Entrevistador: Muito bem. E é obrigatório dominar uma das línguas veiculares ou
depende do caso?
Entrevistado: Tem que ter o domínio ao nível da comunicação. Não é ser fluente, é um
domínio ao nível da comunicação, ser capaz de comunicar, ser capaz de ler um texto e
compreender o sentido do texto. Porque depois lá terá a possibilidade de desenvolver
mais competências através das aulas ou através da prática do dia-a-dia. Agora a nível do
domínio, peço que tenha competências de comunicação, que coloquemos questões de
trabalho ou outras questões e que seja capaz de compreender do que é que se está a
falar.
Entrevistador: Normalmente quem vê ou percebe se o professor consegue ou não
dominar a comunicação é o Dr. HG…
Entrevistado: Poderei ser eu porque eu dou Inglês, é a minha formação de base,
pronto… se for francês convida-se outro Inspetor para fazer a entrevista em francês, um
Inspetor que tenha a sua formação de Francês e que seja um falante muito bom mesmo
de língua francesa, ou então de língua inglesa, exato…
Entrevistador: E sabe quantas nacionalidades de professores lecionam atualmente nas
14 EE?
Entrevistado: 28, é de todos os estados membros, ainda contando com o Reino Unido.
Entrevistador: Portanto, cada estado membro deve selecionar um número mínimo de
docentes?
Entrevistado: De acordo com as secções que tem, sim… Não há um número certo
porque, por exemplo, Portugal tem duas secções, mas depois Portugal tem um programa
de partilha com mais professores além das secções, noutros países: tem em Varese,
Itália, e em Alicante, Espanha. No que diz respeito às secções inglesas, eles têm em
todas as escolas, e são muitas turmas… por isso a dimensão é completamente diferente.
Se for, por exemplo, para a Croácia, que é o estado membro mais novo, eles não têm
secção nenhuma e têm apenas um pequeno núcleo, portanto terão menos professores.
Entrevistador: E neste momento quantos professores portugueses lecionam nas EE,
sabe?
Entrevistado: A nível do Primário são dez professores, a nível do Pecundário penso
que são onze, e um diretor de escola.
Entrevistador: E em quantas escolas e em quantas áreas?
Entrevistado: Eu posso-lhe falar dos da Primária que lecionam em duas escolas:
Luxemburgo I e Bruxelas II; os do Secundário sei que estão em quatro escolas:
Alicante, Varese, Luxemburgo I e Bruxelas II. Estamos a falar dos professores em
mobilidade, porque depois nós temos outros professores que também lecionam em
português, mas nas outras escolas todas.
Entrevistador: Agora falando das turmas e dos alunos, quais é que são os critérios que
orientam a construção das turmas? Ou seja, a nacionalidade, a idade, a língua materna…
Entrevistado: Isso tem a ver com a secção e a língua materna, língua I. Os alunos
portugueses vão para a secção portuguesa, nem vão para a secção inglesa ou para a
secção alemã quando existe a secção portuguesa. Isso é o primeiro critério, tem a ver
com a nacionalidade de pelo menos um dos pais porque há muitos casais que são de
duas nacionalidades diferentes e com a língua I adotada, portanto vão para essa secção.
Depois há normas que têm a ver com a organização de um dos grupos, portanto, de
acordo com o número de alunos inscritos são organizadas as turmas que podem ir até 30
alunos. E assim são constituídos os grupos. Também são constituídos os subgrupos que
têm a ver com a língua II; na língua II no Primário – estou a falar do Primário que é
aquilo que eu conheço melhor – há uns que vão frequentar Inglês, depois outros que
frequentam Alemão, o Francês… aí é que são constituídos pequenos subgrupos, mas
pertencente à mesma turma I.
Entrevistador: Então os alunos do Primário têm disciplinas opcionais?
Entrevistado: Têm a língua II, é a única opcional. Muitas vezes tem a ver com a
nacionalidade de um dos pais, mas podemos considerar opcional porque aí, realmente,
eles separam-se em grupos diferentes.
Entrevistador: E existem turmas compostas por alunos de uma só nacionalidade ou
crença? Porquê?
Entrevistado: Crença não, crença… nem se coloca essa questão nas EE, portanto
ninguém sabe quais são as crenças dos alunos. É um ensino laico, totalmente laico.
Agora de uma só nacionalidade é difícil, porque há alunos que têm duas e três
nacionalidades: Por exemplo, o pai é português, a mãe é sueca, o aluno nasceu na
Bélgica… Os pais já lá residiam, já tinham dupla nacionalidade e podiam adotar a
terceira nacionalidade… portanto há casos que têm três nacionalidades. A maior parte
tem uma nacionalidade, e muitos com duas nacionalidades. Por isso eles são colocados
na secção da nacionalidade de um dos pais.
Entrevistador: Ok. E quais é que são os alunos que podem matricular-se ou frequentar
as EE?
Entrevistado: Em primeiro lugar os alunos que podem frequentar as EE são filhos de
funcionários da Comissão Europeia. Foi esse o primeiro objetivo quando foram criadas
as EE: destinavam-se, sobretudo, a filhos de funcionários. Depois, quando existem
vagas, há muitas instituições que têm protocolos com a Comissão Europeia, como
multinacionais. Esses são os alunos de categoria II, que são filhos de funcionários de
empresas ou instituições que têm acordos com a Comissão Europeia. Esses alunos
entram, e são as instituições que pagam as propinas dos alunos. Depois, quando existem
vagas, qualquer particular pode colocar lá os seus filhos, pagando a respetiva propina.
Portanto, os categoria I, que são também os alunos de direito, filhos de funcionários da
Comissão Europeia, em primeiro lugar; entram, a seguir, os que são os categoria II,
filhos de funcionários de empresas que têm protocolos muito específicos nesta área; e
depois podem entrar também particulares quando existem vagas. Por exemplo no
Luxemburgo há essa possibilidade nalguns casos – nem sempre, depois há algumas
normas -, em Bruxelas II é completamente impossível porque só os alunos de categoria
I ocupam quase tudo.
Entrevistador: E sabe quantas nacionalidades de alunos frequentam atualmente as 14
escolas?
Entrevistado: As 28.
Entrevistador: E o currículo é definido em função de quê?
Entrevistado: O currículo é negociado, é construído, por grupos de trabalho, e
apresentado nos Comités de Inspeção e no Comité Pedagógico. Mas, nos currículos, há
um tronco que é mais ou menos comum na Europa que depois através do estudo que
vamos fazendo, vamos conhecendo. E é através da negociação, portanto, há algumas
sensibilidades que têm que ser respeitadas, sobretudo quando entramos em áreas de
História e Política… Mas é um currículo construído em conjunto e tem que ter a
aprovação de todos os Estados membros.
Entrevistador: Portanto esse currículo é construído através de concordância…
Entrevistado: Sim, sim. Tem que haver consenso mesmo sobre os conteúdos, a
metodologia, e mesmo a estrutura: as disciplinas… Tudo isso é consensualizado.
Entrevistador: As disciplinas opcionais é que podem ser alteradas consoante as
escolas, dependendo das necessidades dos alunos…?
Entrevistado: O programa das disciplinas opcionais é igual em toda a parte, só uma é
que não é, que é a Língua Materna, a língua I. A língua I é que segue de próximo o
currículo do próprio país. O programa dado na Língua Materna lá, é igual ao nosso
programa cá. Tem que estar mais ou menos alinhado.
Entrevistador: E, portanto, existem diretrizes para todas as EE sobre a gestão do
processo ensino-aprendizagem, ou seja as metodologias propostas…?
Entrevistado: Há algumas orientações que são genéricas, a nível de avaliação, por
exemplo… há algumas orientações também genéricas que surgem através da formação
das diferentes áreas curriculares… as escolas, a título individual, podem dar também as
suas orientações, é por isso que existem coordenadores de disciplina que são
transversais a todas as secções; estes coordenadores de disciplina têm como função
também, de alguma forma, harmonizar na escola. Podemos falar de dois níveis de
orientações: i) são as que decorrem de alguns documentos base que existem nas EE,
como por exemplo a nível da avaliação formativa e sumativa, determinando orientações
que devem ser seguidas; ii) e depois existem orientações mais específicas a nível de
escola, porque as escolas também têm alguma autonomia e podem tomar essas decisões
– e aí há um trabalho dos coordenadores, exatamente na procura de harmonizar essas
orientações através das muitas secções de uma escola – porque uma escola pode ter sete,
dez secções.
Entrevistador: E já agora quanto à avaliação: os alunos têm uma avaliação contínua,
certo?
Entrevistado: Têm sempre uma avaliação contínua, exato.
Entrevistador: E depois os exames são elaborados pelos professores da própria EE?
Entrevistado: Há o exame, que é o BAC, que é no final mesmo – equivale ao nosso
12.º ano. O BAC é elaborado por equipas de peritos nacionais de diferentes países.
Agora o que existem são avaliações de testes que são elaborados ou pelo professor, ou,
em alguns casos, poderão ser elaborados a nível de escola também.
Entrevistador: E quando os alunos terminam o nosso 12.º ano, podem candidatar-se a
que instituições?
Entrevistado: Às universidades nacionais e internacionais, portanto é como se tivesse
concluído cá o nosso 12.º ano. É reconhecido por outros países da UE, faz parte da
Convenção. Aliás, o objetivo é que o BAC seja reconhecido por todos os Estados
membros.
Entrevistador: Muito bem, e agora quanto à equipa de Inspetores: disse que havia um
núcleo duro…
Entrevistado: Sim, na WSI. Mas existe em todo o lado. Há um grupo de trabalho que
coordena e às vezes é solicitada a colaboração de Inspetores. Mas existe lá o núcleo
duro que é coordenado pela inspetora HC.
Entrevistador: E aqueles Inspetores que participam esporadicamente, não é? Tem ideia
de quantos são ou pode variar muito…?
Entrevistado: Eu não tenho ideia do número. Eu sei que, para cada WSI, se calhar
metade dos elementos serão desses inspetores que participam esporadicamente. E que
há alguma rotatividade.
Entrevistador: E tem ideia das nacionalidades e da formação académica desses
inspetores?
Entrevistado: Eles são de todas as nacionalidades, de qualquer nacionalidade, um
Inspetor que faça parte do Conselho de Inspeção pode ser convidado para uma WSI. A
formação académica é a mais diversa que possa imaginar, mas são todos licenciados.
Entrevistador: E como e por quem são selecionados os Inspetores?
Entrevistado: Há propostas que vêm do tal núcleo duro, fazem proposta à presidência –
que é rotativa – das EE e ao Secretário-Geral para que esses elementos integrem as
equipas.
Entrevistador: Existem alguns pré-requisitos?
Entrevistado: Se existem eu não conheço…
Entrevistador: Tem mais a ver com as opções da coordenação…
Entrevistado: E também tem a ver com umas opções que os inspetores preencheram
quando entraram nas EE, áreas preferidas de trabalho. Se calhar também são tidas em
consideração.
Entrevistador: E que tipo de carreira integram?
Entrevistado: Os inspetores integram as suas carreiras nacionais, lá estão em regime de
mobilidade, não há uma carreira de inspetores das EE. Chamava-se destacamento, mas
isto nem é bem destacamento… exercem-se funções lá, ou melhor, a figura jurídica é ter
o seu tempo inspetivo alocado às EE. A minha colega do Secundário tem 100%
dedicado às EE, esporadicamente colabora com atividades nacionais; o meu tempo e 50
a 60% alocado às EE, portanto nem sequer é uma mobilidade… Isto é o tempo que eu
dou para as EE.
Entrevistador: Portanto o Dr. HG participa na WSI quando é convidado ou demonstra
interesse em… Não há nenhum tipo de contrato que estabeleça que tem que participar X
vezes…
Entrevistado: Quer dizer, não cai muito bem se, por exemplo, for convidado a
participar e… em algumas eu tenho que participar obrigatoriamente porque são algumas
reuniões das avaliações estatutais que são avaliações de professores e sobre o
agrupamento, por exemplo. Há outras que… se sou Inspetor das EE tenho um leque de
responsabilidades, não posso dizer que faço isto e não faço aqueloutro. Colaboro em
grupos de trabalho, colaboro em comités, realizo as WSI, faço outras atividades junto
das escolas… sempre que sou solicitado para isso e algumas, inclusivamente, também
parte de iniciativa pessoal, de uma proposta: por que razão é que não se faz um estudo
sobre isto ou aqueloutro? E, aí, fazer esse determinado estudo, há várias formas. Há uma
que é obrigatória, as outras é por convite – dirigido pelo Secretário-Geral e pela
presidência das EE -, há outras que podem ser de iniciativa própria, se tiver
concordância do Secretário-Geral, posso fazer então.
Entrevistador: Dr. HG, damos então por terminada a nossa entrevista, muito obrigada!
Entrevistado: Obrigado, Patrícia!