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André Ledier da Silva Felix Luciana Regina Silva Perna Perfil funcional dos pacientes atendidos no setor de fisioterapia do Ambulatório de Deficiência Mental Casas André Luiz, com o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) e do Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI). São Paulo, 2012

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André Ledier da Silva Felix

Luciana Regina Silva Perna

Perfil funcional dos pacientes atendidos no setor de fisioterapia

do Ambulatório de Deficiência Mental – Casas André Luiz, com o

Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) e do

Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI).

São Paulo, 2012

André Ledier da Silva Felix

Luciana Regina Silva Perna

Perfil funcional dos pacientes atendidos no setor de fisioterapia

do Ambulatório de Deficiência Mental – Casas André Luiz, com o

Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) e do

Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI).

São Paulo, 2012

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao curso de Fisioterapia da

Faculdades Metropolitanas Unidas,

orientado por Silvia Regina Pinheiro

Malheiros, como requisito parcial para

obtenção do titulo de bacharel em

Fisioterapia.

Felix, André Ledier da Silva; Perna, Luciana Regina Silva

Perfil funcional dos pacientes atendidos no setor de fisioterapia do Ambulatório de deficiência mental – Casas

André Luiz, com o Sistema de classificação da função motora grossa (GMFCS) e do Inventário da avaliação

pediátrica de incapacidade (PEDI) / Felix, André Ledier da Silva; Perna, Luciana Regina Silva

VI. 37f.

Monografia – Faculdades Metropolitanas Unidas. Curso de Fisioterapia.

Titulo em inglês: Functional profile of patients treated at physiotherapy of Ambulatório de deficiência mental - Casas

Andre Luiz, with the Gross motor function classification system (GMFCS) and the Pediatric Evaluation of disability

inventory (PEDI).

1. Paralisia Cerebral; 2. Habilidades funcionais; 3. Função motora grossa; 4. Avaliação.

I

Sumário

Capa

Folha de rosto

Ficha Catalogada

Sumario ......................................................................................................... I

Lista de figuras ............................................................................................ III

Lista de tabelas .......................................................................................... IV

Lista de abreviaturas e símbolos ................................................................ V

Resumo ....................................................................................................... VI

1. Introdução .................................................................................................... 1

2. Objetivos ...................................................................................................... 5

2.1 Objetivo geral ........................................................................................ 5

2.2 Objetivos específicos ............................................................................ 5

3. Métodos ...................................................................................................... 6

3.1 População alvo ..................................................................................... 6

3.1.1 Critérios de inclusão ................................................................... 6

3.1.2 Critérios de exclusão .................................................................. 6

3.2 Instrumentos ......................................................................................... 6

3.3 Local de realização da pesquisa e infraestrutura necessária .............. 7

3.4 Procedimento ....................................................................................... 7

3.5 Riscos e benefícios .............................................................................. 8

3.6 Analise de dados .................................................................................. 8

4. Resultados ................................................................................................. 9

5. Discussão .................................................................................................. 13

6. Implicações do estudo .............................................................................. 19

7. Limitações do estudo ............................................................................... 19

8. Conclusão .................................................................................................. 20

9. Anexos e Apêndices ................................................................................. 21

II

Anexo I – formulários de Avaliação GMFCS .............................................. 21

Anexo II – formulários de avaliação PEDI.................................................. 24

Anexo III – Mapas de Itens PEDI ............................................................... 27

Apêndice I – Autorização para uso de prontuários médicos ...................... 29

Apêndice II – Cronograma ......................................................................... 30

Apêndice III – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................... 31

Apêndice IV – Avaliação Inicial .................................................................. 32

Apêndice V – Autorização para uso da Instituição, Materiais e

equipamentos.............................................................................................. 33

Apêndice VI – Declaração de Curriculum Lattes ........................................ 34

Apêndice VII – Mapas de itens com as médias obtidas no PEDI .............. 35

10. Referencias bibliográficas .......................................................................... 37

11. Abstract ............................................................................................................... 40

III

Lista de Figuras:

Figura 1 – Fluxograma de pacientes avaliados .................................................... 6

IV

Lista de Tabelas:

Tabela 1 – Descrição das variáveis cor, sexo e causa da PC a amostra .............. 9

Tabela 2 – Analise das variáveis Topografia corporal,

Disfunção cinética e GMFCS ................................................................................ 10

Tabela 3 – Resultados da I parte do PEDI relacionado a

todos pacientes e aos GMFCS classificados na amostra ..................................... 11

V

Lista de abreviaturas e símbolos:

PC = Paralisia Cerebral

GMFCS = Sistema de Classificação da Função Motora Grossa

PEDI = Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade

ANOVA = Analise de variância

MACS = Sistema de classificação de habilidade manual

GMFM = Medida de função motora grossa

VI

Resumo: Introdução: Paralisia Cerebral (PC) descreve um grupo de distúrbios

permanentes do desenvolvimento do movimento e postura, que acarreta em

limitação da atividade. Existe a necessidade de instrumentos padronizados para

avaliação desses pacientes, o GMFCS e PEDI são instrumentos utilizados para

avaliar função motora de portadores de PC, publico atendido no Ambulatório de

Deficiência mental – Casas André Luiz, o objetivo do trabalho foi caracterizar a

população atendida nessa instituição e identificar variabilidades significativas entre

comprometimento da função motora grossa e desempenho nas habilidades

funcionais. Método: Realizou-se uma pesquisa analítica de corte transversal com

23 pacientes/famílias, com idades de 2 a 12 anos, por meio do PEDI e o GMFCS.

A analise de dados foi descritiva e por meio da ANOVA. Resultados: Os resultados

indicam que a instituição atende pacientes predominantemente da cor branca,

gênero masculino, com etiologia de anóxia e com graves comprometimentos da

função motora grossa e desempenho nas habilidades funcionais, indicaram

também variabilidades funcional das crianças com PC nos diferentes níveis de

comprometimento da função motora grossa, observada nas escalas autocuidado,

mobilidade de função social. Conclusão: Os pacientes atendidos na instituição

definem um grupo homogêneo de pacientes com grande comprometimento motor

e dificuldades no limitações desempenho de habilidades funcionais. Diante a

variabilidade apresentada pela amostra nos níveis de comprometimento da função

motora grossa e desempenho nas habilidades funcionais, percebe-se que a

aplicação do PEDI e do GMFCS aumenta o entendimento sobre a relação de

comprometimento da função motora grossa e habilidades funcionais.

Palavras-chave: Paralisia cerebral; habilidades funcionais; função motora grossa;

avaliação.

1

1. Introdução

Paralisia Cerebral (PC) descreve um grupo de distúrbios permanentes do

desenvolvimento do movimento e postura, que acarreta em limitação da atividade.

Essa limitação é atribuída a distúrbios não progressivos que ocorreram no cérebro

durante o desenvolvimento fetal ou infantil. As desordens motoras são

frequentemente acompanhadas por distúrbios de sensação, percepção, cognição,

comunicação e comportamento. 1

A PC foi descrita pela primeira vez em 1843, quando William John Little, um

ortopedista inglês, descreveu 47 crianças portadoras de rigidez espástica.2 Este

definiu que a patologia estava ligada a diferentes causas e características. Em

1862, estabeleceu a relação entre esse quadro e o parto anormal.2;3

O diagnóstico tem se referido, historicamente, à falta de oxigênio ou a

alguma lesão relacionada com cérebro ocorrida antes, durante ou logo após o

nascimento. 2;4

Os distúrbios motores são tipicamente diferenciados e classificados na

clínica de acordo com a parte comprometida do corpo (hemiparesia, diparesia e

quadriparesia) e com características clinicas do tônus muscular e com os

movimentos involuntários (espástica, atáxica, atetóide e formas mistas).3;4

A forma espástica ocorre por lesão no neurônio motor superior. Caracteriza-

se por hiperreflexia, fraqueza muscular, padrões motores anormais e diminuição

da destreza. A forma atetósica apresenta sinais de comprometimento do sistema

extrapiramidal, sendo manifestada por presença de movimentos involuntários

(atetose), distonia e, em alguns casos, rigidez muscular. A forma atáxica tem

como local de lesão o cerebelo, sendo esse manifestado por ataxia e é

considerado raridade no paciente com PC. Existem também formas mistas, na

quais há uma mistura entre as formas espástica, atetóide e atáxica.3;5

Existem pacientes que apresentam hipotonia, sendo observável com

depressão da função motora e fraqueza muscular. É muito comum no lactente e

tem caráter transitório. Estes, mais tardiamente se tornam espásticos ou

atetóides.3;5

2

De acordo com a distribuição do comprometimento motor, classifica-se

também a PC em quadriplégica, hemiplégica e diplégica. A monoplegia e a

triplegia pura provavelmente não existe, embora alguns casos pareçam

enquadrar-se nessas categorias. 3;5

O PC quadriplégico é caracterizado por comprometimento dos quatros

membros de forma homogênea. O PC hemiplégico é caracterizado pelo

comprometimento do membro superior e inferior do mesmo dimídio. Já na diplegia

ocorre o acometimento dos quatro membros, mas existe um predomínio nos

membros inferiores. A triplegia se caracteriza por comprometimento dos membros

inferiores e somente de um membro superior. 5

Até recentemente não havia instrumentos ou medidas padronizadas para

classificar a PC em relação aos tipos de PC e área da lesão topográfica. 6 Devido

as recentes descobertas relacionadas a lesão no cérebro imaturo, surgiu a

necessidade de desenvolver instrumentos de classificação e avaliação para

portadores de PC.6

O Sistema de classificação da função motora grossa (GMFCS) é um

sistema de classificação internacional desenvolvido pela Canchild – Centre for

Chilldhood Disability Research, no Canadá. É um instrumento padronizado que

avalia a função motora grossa de crianças com PC classificando-as em 5 (cinco)

níveis, variando do nível I (maior habilidade) até o nível V (maior limitação). A

versão expandida e revisada (GMFCS – E & R) de 2007 enfatiza conceitos

inerentes á Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde

(CIF) da Organização Mundial de Saúde (OMS). 7;8

O foco está em determinar qual nível melhor representa as habilidades

atuais da criança e as limitações da função motora, não levando em consideração

a qualidade do movimento ou o potencial de melhora. Ele é baseado apenas nos

movimentos voluntários, concentrando a maioria no controle de tronco sentado e

mobilidade funcional, levando em consideração o desempenho do dia-a-dia, em

preferência a maior capacidade. 9

3

O Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI) é um

instrumento de avaliação infantil, desenvolvido por Haley e validado para a

população brasileira por Mancini, para fornecer uma ferramenta de avaliação

global para programas de intervenção pediátrica, para serviços ambulatoriais e

fornecer um mecanismo para a comunicação de incapacidade pediátrica. 10;11;12

O PEDI consiste em um questionário estruturado com os propósitos de

fornecer uma descrição detalhada do desempenho funcional de crianças na faixa

etária entre 6 meses e 7 anos e 11 meses de idade, predizer seu desempenho

futuro e documentar as mudanças longitudinais no seu desempenho funcional. 11

Constituído três partes que informam sobre aspectos importantes da

funcionalidade da criança no seu ambiente doméstico. As habilidades da criança

(Parte I), informando as habilidades funcionais nas três áreas da função:

autocuidado, mobilidade e função social. A influência do cuidador (Parte II),

documentando o desempenho da criança nas tarefas de alimentação, higiene

pessoal, banho, vestir, uso do toalete e controle esfincteriano. E as características

do ambiente físico (parte III), documentando as modificações do ambiente

utilizadas pela crianças no desempenho de tarefas de autocuidado, mobilidade e

função social. 11

Um escore total bruto pode ser obtido em cada uma das três escalas da

Parte I do teste PEDI, este escore é resultado do somatório de todos os itens

pontuados em cada escala. A comparação entre áreas ou domínios de números

de função fica bastante limitada pelo fato de cada escala ser constituída por um

número diferentes de itens. Para possibilitar este tipo de comparação, os escores

total bruto são transformados em escores padronizados normativos e escores

padronizados contínuos. 11

O escore padronizado normativo é aquele que informa sobre o desempenho

esperado de crianças da mesma faixa etária, com desenvolvimento normal, sendo

que um escore normativo de 30 a 70 é considerado dentro do intervalo de

normalidade. 11

4

O escore continuo é aquele que fornece a informação sobre o nível de

capacidade da criança não se levando em consideração a idade da mesma,

podendo ser utilizado para analisar o perfil de crianças com a idade cronologia

superior ao limite etário compreendido pelo PEDI. Este tipo de escore padronizado

informa sobre o desempenho funcional da criança ao longo de um continuo de

itens eu compõe a escala, sendo utilizado para traçar os mapas de itens de cada

uma das escalas que compões o PEDI. 11

Os mapas de itens apresentam um detalhamento do escore continuo obtido

pela criança, ilustrando os itens ou escores, que fazem parte do repertório

funcional da criança, bem como aqueles que não fazem parte. Em cada mapa, os

conteúdos da escala são dispostos hierarquicamente no continuo de 0 a 100.

Baseado no modelo probabilístico da metodologia Rasch, itens localizados

próximo ao valor 0 (zero) de cada continuo apresentam nível de dificuldade

relativa baixo, enquanto itens localizados próximos ao valor 100 (cem) contínuo

apresentam níveis de dificuldade relativamente altos. Com base na lógica

hierárquica de cada continuo da criança no mapa, com a respectiva banda de erro

padrão ao redor deste escore, todos os itens que estiverem localizados à

esquerda deste intervalo apresentam uma complexidade relativa menor do que o

desempenho funcional demonstrado pela criança, e os itens dispostos a direita do

intervalo traçado no mapa apresentam a complexidade relativa superior ao

desempenho apresentado pela criança e, consequentemente, não são esperados

de comporem o repertório funcional da mesma. 11

Na literatura existem trabalhos que propõem a combinação do PEDI e do

GMFCS para aprimorar a avaliação das crianças portadoras de PC em termos de

funcionalidade. 12;13;14

O Ambulatório de Deficiência Mental – Casas André Luiz, situado no

município de Guarulhos – SP, atua há mais de 20 anos na reabilitação de crianças

e adultos com Deficiência Mental. No serviço de Reabilitação são atendidas

crianças e adolescentes com diferentes distúrbios neuromotores, entre eles a

Paralisia Cerebral.

5

2. Objetivo

2.1. Objetivo Geral

O objetivo geral desta pesquisa foi traçar o perfil funcional dos pacientes

com paralisia cerebral atendidos no setor de fisioterapia do Ambulatório de

Deficiência Mental – Casas André Luiz.

2.2. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos foram:

- Classificar a função motora grossa dos pacientes inseridos no tratamento

fisioterapêutico;

- Caracterizar o desempenho funcional dos pacientes inseridos no

tratamento fisioterapêutico em relação ao autocuidado, mobilidade e função social;

- Identificar se há diferenças significativas entre habilidades funcionais e os

níveis comprometimento da função motora grossa.

6

3. Métodos

3.1. População Alvo

No setor de fisioterapia do ambulatório de deficiência mental – Casas André

Luiz são atendidos 52 pacientes, no qual 36(69%) são portadores de PC.

Durante a triagem inicial foram excluídos 6 pacientes(1 associado a

Sindrome de Down; 1 Associado a Sindrome de Dandy-Walker; 2 associados a

síndrome genética desconhecida; e 2 por terem idade superior a 13 anos) e 7

pacientes não compareceram a data para a avaliação(Figura 1).

Figura 1 - Fluxograma de pacientes avaliados

3.1.1. Critérios de inclusão:

Portadores de PC, associados ou não a deficiência intelectual;

Idade entre 2 a 12 anos, de ambos os sexos;

Inseridos em atendimento fisioterapêutico no Ambulatório de

Deficiência Mental – Casas André Luiz.

3.1.2. Critérios de exclusão:

Ocorrência de outras patologias associadas como síndromes

genéticas, distúrbios metabólicos e doenças degenerativas.

3.2. Instrumentos

Como instrumento foi utilizado o GMFCS e a primeira parte do questionário

do PEDI.

36 pacientes portadores de PC

23 foram avaliados

13 pacientes foram excluidos

6 associados a síndromes

7 não compareceram a

avaliação

7

3.3. Local de realização da pesquisa e infraestrutura necessária.

A coleta de dados foi realizada no setor de fisioterapia do Ambulatório de

Deficiência Mental – Casas André Luiz.

3.4. Procedimento

Os pesquisadores foram autorizados ao acesso aos prontuários pela instituição

(Apêndice I).

Para definição dos casos elegíveis para a pesquisa, foi realizada uma triagem

inicial realizada pelos pesquisadores pelo diagnóstico médico. Esta informação

consta em prontuário médico do paciente inserido em atendimento no ambulatório,

ou com documentos comprobatórios, portados pelos familiares.

A partir da triagem inicial, todas as atividades foram organizadas, como pode

ser visto cronograma (Apêndice II).

Todos responsáveis e/ou cuidadores foram convidados pelos pesquisadores a

participar da pesquisa e só foram incluídos aqueles que, após esclarecimento

sobre a proposta do trabalho e concordância na participação voluntariamente

assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice III), conforme

Resolução 196/96 da CONEP.

O convite para o cuidador e/ou responsável legal participar da pesquisa foi feito

pelos pesquisadores durante horário de atendimento. Os pesquisadores

explicaram os procedimentos da pesquisa e deixaram claro que, caso não

houvesse interesse de seu responsável e ainda do cuidador em participar da

pesquisa não acarretaria qualquer constrangimento ou prejuízo no tratamento.

Após esta triagem inicial e consentimento do cuidador foi realizada uma

avaliação inicial (Apêndice IV) onde se pesquisou dados de identificação do

paciente, dados e informações relativas ao diagnóstico médico e fisioterapêutico, e

histórico de tratamento no ambulatório.

A avaliação com o paciente aconteceu em 1 (um) encontro no setor de

fisioterapia do Ambulatório de Deficiência Mental – Casas André Luiz, após os

pesquisadores serem autorizados a usar os materiais e equipamentos (Apêndice

8

V), durante o horário de atendimento do paciente. O avaliador fez a leitura das

questões e o responsável pela criança respondeu, e o avaliador anotou as

respostas.

Para a classificação do GMFCS foi aplicado ao cuidador o questionário

estruturado do GMFCS (Anexo I) adequado para a idade do paciente, inserindo-o

ao nível motor que melhor o corresponde aos itens da escala.

Para a avaliação do PEDI, se fez necessária uma entrevista estruturada

com o responsável e/ou cuidador, onde foi consultada a primeira parte do

formulário de pontuação do PEDI (Anexo II).

3.5. Riscos e benefícios

Os riscos na participação da pesquisa foram mínimos, pois somente foi

realizada a entrevista com o cuidador, o maior risco é um possível desconforto do

informante em conversar sobre as limitações da criança.

O maior benefício foi a análise do nível do funcional, que servirá para

nortear futuras intervenções terapêuticas e demonstrar quais as atividades

motoras e funcionais o paciente consegue realizar fidedignamente.

3.6. Análise dos dados

A analise estatística foi realizada pelo programa Microsoft Excel 2010.

Nas variáveis qualitativas (cor, sexo, etiologia, topografia da lesão,

disfunção cinética, tônus, idade, GMFCS e escore padronizado continuo do PEDI)

foi feito uma analise descritiva.

Foi utilizada a Análise de variância (ANOVA) para identificar existência de

diferenças significativas entre os níveis de comprometimento da função motora

grossa e o desempenho nas habilidades funcionais, atribuindo-se significância

estatística menor do que 0,05(5%)

9

4. Resultados

Dentre os 23 pacientes avaliados, verificou-se que 12(52%) pertencem ao

sexo masculino (Tabela 1). A idade dos participantes variou entre 2 a 13 anos,

com média 5 e desvio padrão 2,84.

Nas variaveis qualitativas identificou-se: que a cor branca(87%) teve maior

predominio em relação a cor parda(13%), não se identificou pacientes da cor

negra. (Tabela 1)

Entre as diversas causas da PC, na amostra do presente estudo, a mais

comum é a anóxia neonatal(78%), seguida da citomegalovirose(9%), sequela de

parada cardio-respiratória(9%) e sequela de meningite(4%). (Tabela 1)

Tabela 1 - Descrição das variáveis cor, sexo e causa da PC a amostra

Variável n f (%)

Cor Branco 20 87%

Pardo 3 13%

Sexo Masculino 12 52%

Feminino 11 48%

Causa Anóxia neonatal 18 78%

Parada cardio-respiratória 2 9%

Citomegalovirose 2 9%

Meningite 1 4%

A classificação topografica mais frequente foi quadriparesia(78%), em

relação a diparesia(22%), e não foram encontradas outras topografias. A

disfunção cinetica da maioria dos pacientes é a espástica(87%), seguido da

coreoatetóide(13%), e não indentificou-se nenhum paciente com caracteristas

ataxicas. (Tabela 2)

10

Em relação ao GMFCS, a maior parte dos pacientes foram classificados no

nível V(60,87%), seguindo do III(21,74%) e do IV(17,39%). (Tabela 2)

Tabela 2 - Analise das variáveis Topografia corporal,

Disfunção cinética e GMFCS

Variavel n f (%)

Topografia Quadriparesia 18 78%

Dipearesia 5 22%

Disfunção Espástica 20 87%

cinetica Coreoatetóide 3 13%

GMFCS

V 14 60,87%

IV 4 17,39%

III 5 21,74%

Na avaliação do PEDI, se usou o escore padronizado continuo. A média

obtida com a pontuações de todo os participante foi 26,90 para autocuidado

(desvio padrão = 15,98), 17,41 para mobilidade (desvio padrão = 11,04) e 34,67

para função social (desvio padrão = 12,07). A partir desses valores foram traçados

os mapas de itens das três escalas compreendidas. (Apêndice VII)

A análise das habilidades funcionais apontou variabilidade da amostra

quando relacionadas ao nível de comprometimento da função motora grossa,

como observado na Tabela 3.

Dos pacientes classificados no nível III do GMFCS, na escala de

autocuidado, os escores padronizados continuos variaram entre 20,24 a 57,88,

com a média de 48,06 para autocuidado (desvio padrão = 19,5). Em mobilidade os

escores variaram entre 18,35 e 33,61, com a média de 45,42 (devio padrão =

11

12,2). E em função social, os escores variaram entre 22,82 e 61,08, com média de

47,17(desvio padrão = 16,17). (Tabela 3)

Os pacientes classificados no nível IV do GMFCS, na escala de

autocuidado escores padronizados continuos variaram entre 28,52 a 39,35, com a

média de 32,75(desvio padrão = 6,8). Os escores para mobilidade variaram entre

16,47 a 34,45, com a média de 24,96(devio padrão = 8,2). E na escala de função

social os escores variaram entre 34,24 a 48,32, com a média de 40,38(desvio

padrão = 5,92). (Tabela 3)

Para os pacientes classificados no nível V do GMFCS, na escala de

autocuidado, os escores padronizados continuos variaram entre 7,72 a 27,07, com

a média de 17,68(desvio padrão = 5,52). Na escala de mobilidade, os escores

variaram entre 6,97 a 11,38, com a média de 10,63 para mobilidade (devio padrão

= 2,12). E em função social os escores variaram entre 12,6 a 38,27, com a média

de 28,57(desvio padrão = 6,93). (Tabela 3)

Tabela 3 – Resultados obtidos com escore continuo nas áreas de autocuidado,

mobilidade e função foscal, por nível de comprometimento da função motora

grossa.

Todos Nível III Nível IV Nível V

(n=23) (n= 5) (n= 4) (n= 14)

Habilidades

Funcionais

Autocuidado

Média 26,9 48,06 32,75 17,68

Desvio padrão 15,98 19,5 6,8 5,52

Mediana 20,24 45,42 33,1 18,15

Mobilidade

Média 17,41 31,17 24,96 10,63

Desvio padrão 11,04 12,2 8,2 2,12

Mediana 11,38 32,75 24,47 11,38

Função

Social

Média 34,67 47,17 40,38 28,57

Desvio padrão 12,07 16,17 5,92 6,93

Mediana 30,08 46,56 39,48 30,08

12

Os resultados da ANOVA revelaram que dentro das habilidades funcionais

há diferenças significativas entre as escalas autocuidado(p=0,002),

mobilidade(p=0,002) e função social(p=0,002) em relação ao nível de

comprometimento da função motora grossa.

13

5. Discussão

Os resultados deste estudo indicaram quer o setor de fisioterapia do

Ambulatório de deficiência mental – Casas André Luiz atende uma população de

portadores de PC em média aos 5 anos de idade, com predomínio do gênero

masculino, cor branca e com etiologia de anóxia, tendo como classificação

topográfica prevalente a quadriparesia e disfunção cinética predominantemente a

espástica.

Para discutir tais resultados buscou-se na literatura trabalhos que

caracterizam a prevalência e da diversidade epidemiológica da PC em populações

assistidas em serviços de reabilitação. 15; 16; 17; 18; 19

Segundo Yeargin-Allsoppe et al.,15 que realizaram uma vigilância no Autism

and Developmental Disabilities Monitoring Network no norte do Alabama, a cor negra é

prevalente em portadores de PC. Eles atribuíram isso ao fato a essa população ter

um nível socioeconômico baixo. Resultado semelhante ao encontrado por Murphy

et al.16, que realizou uma levantamento de prontuários na cidade de Atlanta. A

amostra do presente estudo teve como cor predominante a branca, que contraria

os estudos citados. Embora a clientela seja uma população atendida em

instituição filantrópica que oferece tratamento sem custos financeiros e

provavelmente também se trata de pacientes de baixo nível socioeconômico.

Em relação ao sexo, o estudo de Murphy et al.16, já citado anteriormente,

apresentou a prevalência do gênero masculino na proporção de 1,1:1 em relação

ao feminino. Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Yeargin-

Allsoppe et al.15, que obteve prevalência do sexo masculino na proporção de 1,5:1

em relação ao feminino. A amostra do presente estudo mostrou prevalência do

gênero masculino na proporção 1,2:1 em relação ao feminino.

Em relação à etiologia da PC, Sankar et al.17 realizou uma revisão

bibliográfica sobre a definição, classificação e etiologia da PC. Anóxia neonatal foi

a causa mais comum da PC, representa 75% a 80% dos casos. Os resultados do

estudo de Shevell et al.18, que pesquisou a etiologia da PC em 217 pacientes

atendidos em uma universidade, demonstraram que a anóxia neonatal representa

14

a segunda causa mais comum da PC, logo após a leucomalácia que foi causa

mais comum. Já o estudo de Lawson19, que realizou uma revisão bibliográfica, diz

que a anóxia neonatal representa somente de 5% a 10% dos casos da PC. Sua

etiologia seria atribuída a causas multifatoriais. Entre as diversas etiologias da PC,

a anóxia neonatal foi a mais frequente neste estudo, representando 78% dos

casos. A hipótese da etiologia da PC ser multifatorial não pode descartada, porém

nos prontuários não foi sugerida nenhuma outra possível causa associada para a

PC.

No estudo de Yeargin-Allsoppe et al.15, os resultados revelam que a

quadriparesia é a classificação topográfica mais comum (70% dos casos), assim

como a disfunção cinética espástica (77% dos casos). Resultados semelhantes

também foram encontrados no estudo de Odding et al.20, que realizou uma revisão

bibliográfica, definindo a quadriplegia e a forma espástica da PC como a mais

comum, e associando-a a alterações cognitivas. A classificação topográfica mais

frequente em nossa amostra foi a quadriparesia (78% dos casos), intimamente

associada à disfunção cinética espástica (87% dos casos), corroborando com

dados da literatura já discutidos.

Além dos resultados já apresentados, o presente estudo também

demonstra que as crianças participantes da amostra apresentam grave

comprometimento da função motora grossa e no desempenho das habilidades

funcionais nas três escalas investigadas (autocuidado, mobilidade e função

social). Indicaram também variância significativa (p=0,002 nas três escalas) no

desempenho das habilidades funcionais e níveis de comprometimento da função

motora grossa, ou seja, crianças com menor nível de comprometimento da função

motora grossa têm menores dificuldades na realização das habilidades funcionais.

Para discutir tais resultados, buscou-se na literatura trabalhos que

caracterizam o comprometimento da função motora grossa através do GMFCS,

limitações no desempenho das habilidades funcionais pelo PEDI e analisam a

variabilidade do desempenho nas habilidades funcionais e comprometimento da

função motora grossa. 7;13;16;21;22;23;24;25

15

Alguns trabalhos7;21 fazem relação do GMFCS, com a lesão topográfica e o

nível de função motora. No estudo Pfeifer et al.21, que tinha como objetivo avaliar a

relação entre gênero, idade, disfunção cinética e comprometimento da função

motora grossa, as crianças hemiplégicas pertenciam em sua maioria ao nível I do

GMFCS, as diparéticas ao nível III do GMFCS e as quadriparéticas ao nível V do

GMFCS. Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Beckung et

al7., que tinha como objetivo explorar o desenvolvimento de crianças portadoras

de PC através das curvas de desenvolvimento para PC, lesões topográficas e

níveis de comprometimento da função motora grossa. Os resultados

demonstraram que crianças com hemiparesia pertenciam em sua maioria ao nível

I do GMFCS, crianças com diparesia pertenciam em sua ao nível II do GMFCS e

crianças com tetraparesia pertenciam ao nível V do GMFCS. Na amostra do

presente trabalho, os resultados foram semelhantes, considerando que a maioria

dos pacientes avaliados eram quadriparéticos e o GMFCS mais prevalente foi o

nível V. Porém, diferindo dos estudos citados, os pacientes diparéticos foram

classificados no nível III do GMFCS, provavelmente devido ao distúrbio cognitivo

que leva a um maior comprometimento motor22.

Mancini et al.23 realizaram um trabalho que consistia em avaliar o nível

funcional de 175 crianças, entre 3 a 8 anos, normais e portadoras com PC

utilizando o PEDI. Na escala de autocuidado os resultados sugerem que os

pacientes portadores de PC apresentam grande dificuldade em realizar as

atividades relacionadas à autocuidado. No presente trabalho observou-se que

todos os participantes da amostra, com a idade de 2 a 12 anos, também obtiveram

escores padronizados contínuos baixos em autocuidado. O estudo de Macini et. al

não abrangeu as escalas de mobilidade e função social, no qual os participantes

do presente estudo também obtiveram escores padronizados contínuos baixos,

evidenciando dificuldades e limitações na realização das habilidades funcionais

abrangidas pelas escalas.

Vasconcelos et al.13 realizaram uma pesquisa, que inspirou o delineamento

do presente trabalho. Avaliaram 70 crianças que possuíam PC com o PEDI

16

usando as escalas de autocuidado, mobilidade e função social e relacionou com o

GMFCS. Os resultados deles também encontraram variância significativa no

desempenho das habilidades funcionais e níveis de comprometimento da função

motora grossa. Concluíram que crianças com comprometimentos graves em

função motora grossa (níveis III, IV/V do GMFCS) possuíam mais limitações no

desempenho das habilidades funcionais, quando comparadas a crianças menos

comprometidas na parte de motricidade grossa (níveis I e II do GMFCS). Os

resultados foram significativos, assim como no presente estudo, porém o estudo

de Vasconcelos et al. não distinguiu diferença entre o nível IV e V, considerando-

os em uma única categoria de análise. No presente estudo, foi mantida a distinção

entre os níveis IV e V, e foi identificada uma variância significativa nas habilidades

funcionais de ambos. As médias encontradas nas escalas de autocuidado e

mobilidade na categoria de níveis IV/V do GMFCS do estudo de Vasconcelos et al.

se aproximam das medias encontradas no nível IV do GMFCS no presente

estudo.

Chagas et al.24 realizaram uma pesquisa com 30 PC, utilizando o PEDI,

GMFCS, Sistema de classificação de habilidade manual (MACS) e a Medida de

função motora grossa (GMFM), separando os participantes em grupos: leve(nível I

e II do GMFCS), moderado (nível III do GMFCS) e grave (nível IV e V do GMFCS).

A pesquisa também evidenciou uma variância significativa no desempenho das

habilidades funcionais em relação aos níveis de comprometimento da função

motora grossa nas três escalas do PEDI. Entretanto não foram encontradas

diferenças entre o nível e moderado (nível I/II e III do GMFCS). Assim como no

estudo de Chagas et al., os pacientes participantes classificados no nível IV e V

tiveram uma variância significativa nas habilidades funcionais em comparação aos

pacientes classificados no nível III, entretanto em nosso estudo não se abrangeu

pacientes com níveis I e II.

O trabalho de Ohrvall et al.25 consistiu em avaliar 195 crianças portadoras

de PC com o objetivo de avaliar a aquisição de habilidades funcionais de

autocuidado e mobilidade em relação ao comprometimento na função motora fina

17

e grossa. Os resultados demonstraram que crianças com nível I e II do GMFCS

têm maiores pontuações no questionário PEDI do que crianças com nível III, IV do

GMFCS. Segundo os pesquisadores, os resultados demonstram que crianças que

apresentam um maior comprometimento da função motora grossa têm menor

aquisição e desempenho nas habilidades funcionais de autocuidado e mobilidade.

Assim como o trabalho de Ohrvall et al., os resultados do presente estudo também

demonstraram que maior comprometimento na função motora grossa reflete

menor desempenho nas habilidades funcionais. Porém o trabalho de Ohrvall et al.

não abrangeu a escala de função social em seu trabalho, também de maneira

distinta ao trabalho de Ohrvall et al., o presente estudo não avaliou a função

motora fina dos participantes da amostra.

18

6. Implicações do estudo

As contribuições do presente estudo são:

A classificação sistematizada dos pacientes inseridos em

atendimento no Ambulatório de deficiência mental – Casa André Luiz, com o

intuito de definir as características funcionais desta população, servirá para traçar

programas específicos de intervenção, e facilitar a comunicação entre os

profissionais da equipe e as famílias acerca das habilidades da criança com

relação ao autocuidado, mobilidade e função social;

Entendimento de como o nível de comprometimento da função

motora grossa influencia no desempenho das habilidades funcionais relacionadas

à autocuidado, mobilidade e função social, subsidiando a avaliação para

intervenções especificas.

19

7. Limitações do estudo

O presente estudo apresentou as seguintes limitações:

Durante as entrevistas, o entrevistado pode não ter interpretado

corretamente as perguntas realizadas pelo avaliador, respondendo-as

erroneamente;

O trabalho não abrangeu a variabilidade do comprometimento da

função motora grossa e desempenho nas habilidades funcionais nos níveis I e II

do GMFCS.

20

8. Conclusão

A população atendida no Ambulatório de Deficiência Mental - Casas André

Luiz constitui de um grupo homogêneo de crianças portadoras de PC com

etiologia de anóxia, com quadro de quadriparesia espástica e com grave

comprometimento da função motora grossa e limitações no desempenho de

habilidades funcionais.

O grande comprometimento na função motora grossa define que são

pacientes transportados em cadeira de rodas manual, com restrição dos

movimentos voluntários e limitações funcionais importantes no sentar e ficar em

pé, compatível ao nível V do GMFCS.

A limitação no desempenho funcional encontrada nas três escalas de

função (autocuidado, mobilidade e função social) define uma população com

dificuldades em tarefas atividades de vida diária simples como levantar copo para

beber, abrir boca para higienização dos dentes, auxiliar empurrando os braços

para vestir a camisa, rolar ou arrastar, uso de gestos para de comunicar e indicar

brincadeiras.

Houve variância significativa entre os níveis de comprometimento da função

motora grossa e desempenho nas habilidades funcionais. A utilização das

avaliações PEDI e GMFCS aumenta o entendimento sobre como o

comprometimento da função motora grossa está relacionado ao desempenho nas

habilidades funcionais.

21

ANEXO I – Formulários de avaliação GMFCS

22

23

24

ANEXO II – Formulários de avaliação PEDI

25

26

27

ANEXO III – Mapas de itens PEDI

28

29

CENTRO ESPÍRITA NOSSO LAR CASAS ANDRÉ LUIZ

Apêndice I - Autorização para uso de Prontuários Médicos

O Diretor Dr. Wagner Morandini autoriza o uso dos prontuários (n=30) dos

pacientes que farão parte da casuística do projeto de pesquisa “Perfil

funcional dos pacientes atendidos no setor de fisioterapia do

Ambulatório de Deficiência Mental – Casas André Luiz, com

através do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa

(GMFCS) e do Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade

(PEDI)”, durante período estipulado no cronograma de pesquisa (06 meses) dos

autores André Ledier da Silva Félix e Luciana Regina Silva Perna, orientados pela

Profa. Sílvia Regina Pinheiro Malheiros. Os pesquisadores serão responsáveis

pela preservação das identidades e sigilo das informações.

Dr. Wagner Morandini

Diretor Técnico

RG 7.880.42

30

CENTRO ESPÍRITA NOSSO LAR CASAS ANDRÉ LUIZ

Apêndice II - Cronograma

Perfil funcional dos pacientes atendidos no setor de fisioterapia do

Ambulatório de Deficiência Mental – Casas André Luiz, com do Sistema de

Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) e do Inventário de

Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI)

O cronograma de realização das atividades encontra-se na Tabela abaixo:

Cronograma de execução das atividades.

Mês

1

Mês

2

Mês

3

Mês

4

Mês

5

Mês

6

Coleta e tabulação de dados

X X

Análise estatística

X

Descrição dos resultados

X

Discussão

X

Redação do relatório final

X

31

Apêndice III – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Guarulhos, _____ de _____________ de ________.

Perfil dos pacientes atendidos no setor de fisioterapia do Ambulatório de Deficiência Mental-

Casas André Luiz, com do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) E

Inventário de Avaliação Pediatrica de Incapacidade(PEDI).

Senhor (a) pai ou responsável, solicitamos a gentileza de avaliar a possibilidade da

participação de _______________________________, RG __________________ no projeto de

pesquisa que visa classificar o perfil dos pacientes atendidos no setor de fisioterapia no

Ambulatório de Deficiência Mental- Casas André Luiz. Este estudo trás como justificativa a

importância de definir as características desta população, traçar programas específicos de

intervenção, e facilitar a comunicação entre os profissionais da equipe e as famílias acerca do

quadro motor do paciente. A pesquisa será desenvolvida pelo FT Silvia Regina Pinheiro Malheiros

e consistirá de resposta a um questionário e avaliações sistematizadas através do GMFCS, que é

uma escala para determinar o comprometimento na função motora grossa em crianças com

paralisia cerebral, e PEDI, uma avaliação que avalia a incapacidade, funcionalidade e assistência

da criança deficiente. Essa avaliação acontecerá em 1 (um) encontro na sala de fisioterapia

durante o horário de atendimento do paciente e constará de uma ficha onde haverá o questionário,

a avaliação e locais para a anotação da observação destes pacientes. Todos os dados serão

computados mantendo-se sigilo sobre a identificação do paciente e serão utilizados apenas para

esta pesquisa. Os riscos são mínimos, o máximo será um desconforto ao comentar sobre as

limitações da criança. O benefício será a análise do nível funcional, que servirá para nortear

possíveis intervenções terapêuticas e demonstrar quais as atividades motoras e funcionais o

paciente consegue realizar fidedignamente. O projeto será somente utilizado para apresentações

em eventos científicos e publicação em revista cientifica. Não há despesas pessoais para o

participante em qualquer fase do estudo e também não há compensação financeira relacionada à

sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da

pesquisa. A qualquer momento o Sr (a) pode entrar em contato com o pesquisador no telefone

abaixo, para esclarecer dúvidas. A não participação na pesquisa não implica em nenhum prejuízo

ao atendimento do paciente e mesmo após consentir pode retirar este consentimento. Caso

autorize a participação favor assinar:

Assinatura do responsável

Nome do responsável:

R.G. do responsável:

Pesquisador responsável

Ft. Silvia Regina Pinheiro Malheiros

CREFITO: 10206/F

Tel. (11) 2452-4033 Ramal: 209

32

Apêndice IV - Avaliação Inicial

Data: ___/___/_____

Nome: ___________________________________________________________

Informante: _______________________________________________________

Data de Nascimento: ___/___/_____ Idade na avaliação: ____

Sexo: ( ) Masculino / ( ) Feminino Cor: _________

Diagnóstico Médico: __________________________________________

Etiologia: ___________________________________________________

Classificação quanto à topografia: ____________________________________

Classificação quanto à disfunção motora: ______________________________

Tempo de tratamento:

No ambulatório desde ____________

No setor de fisioterapia desde _____________

Equipamentos auxiliares? Quais?

Obs:

33

CENTRO ESPÍRITA NOSSO LAR CASAS ANDRÉ LUIZ

Apêndice V - Autorização para uso da Instituição, materiais e equipamentos

Autorizo os pesquisadores André Ledier da Silva Félix e Luciana Regina Silva Perna, orientados pela

Profa. Sílvia Regina Pinheiro Malheiros, autores do projeto “Perfil funcional dos pacientes

atendidos no setor de fisioterapia do Ambulatório de Deficiência Mental – Casas André

Luiz, com do Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS) e do

Inventário de Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI)”, a utilizar as dependências do

Ambulatório de Deficiência Mental - Centro Espírita Nosso Lar - Casas André Luiz, bem como os

materiais e equipamentos da Instituição necessários para realização do estudo.

Dr. Wagner Morandini

Diretor Técnico

RG 7.880.427

34

Apêndice VI– Declaração de curriculum lattes

Declaro que meu currículo encontra-se cadastrado na base Lattes do CNPq.

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4728855P4

Sílvia Regina Pinheiro Malheiros

35

Apêndice VII – Mapas de itens com as médias obtidas no PEDI

36

37

10. Referencias Bibliográficas

1. Rosenbaum P, Paneth N, Leviton A, Goldistein M, Bax M. A report: the definition

and classification of cerebral palsy. Abril, 2006.

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function classifications. Developmental Medicine & Child Neurology 2010, 52:

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40

11. Abstract

Introduction: Cerebral Palsy (CP) describes a group of permanent disturbs of

development of the movement and posture, which entails the activity limitations. The GMFCS

and PEDI are instruments used to evaluate the motor function of patients with CP, which is

the public attended at the Ambulatório de deficiência mental – Casas André Luiz. The

objective of the work was to characterize the population attended at Casas Andre Luiz and

identify significant variability between impairment of gross motor function and performance in

functional skills. Method: An analytical cross-sectional study was conducted among 23

children and their families, with ages between 2 and 12, through the PEDI and the GMFCS.

The data analysis was descriptive and through ANOVA. Results: The results show that the

patients are mostly white males with etiology of anoxia and with severe impairment of the

gross motor function and performance in functional skills, the analysis also indicated

functional variability of the children with CP on different levels of impairment of the gross

motor function, observed on self-care, mobility and social function scales. Conclusion: The

patients attended at the institution define a homogeneous group of patients with severe motor

impairment and difficulties in performance limitations of functional skills. Given the variability

shown by the sample in levels of impaired gross motor function and performance in functional

skills, it is clear that the application of PEDI and the GMFCS increases the level of

understanding about the relationship between gross motor function and functional skills.

Keywords: Cerebral palsy; functional skills, gross motor function; evaluation.