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ANÁLISE INTEGRADA DO MEIO FÍSICO E USO DO SOLO NA BACIA DO RIBEIRÃO SOZINHA (GO).
José Carlos de Souza IESA/UFG
[email protected] Claudia Valéria de Lima IESA/UFG
Resumo A proposta deste trabalho é apresentar os resultados preliminares de uma pesquisa que está sendo realizada junto ao Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás. O objetivo do trabalho é realizar uma análise integrada do meio físico da bacia do Ribeirão Sozinha e avaliar a suscetibilidade a erosão decorrentes do tipo de uso e ocupação do solo. Foi feita a caracterização do meio físico da bacia com a elaboração dos mapas de geomorfologia, hipsometria, solos e geologia. A partir da análise integrada desses parâmetros foram identificados três compartimentos morfopedológicos (CM-I, CM-II, CM-III). Com a definição dos compartimentos fez-se uma avaliação das fragilidades levando em consideração o tipo de solo, a declividade do relevo e o tipo de uso. Os tipos de uso identificados foram: agricultura, pastagem, área urbana e vegetação e a classificação dos solos quanto a suscetibilidade a erosão são: Gleissolos – nula; Latossolos e Plintossolos Pétricos – baixa; Argissolos – média e Cambissolos e Neossolos Litólicos - alta. Os mapas temáticos foram confeccionados em uma escala de 1:100.000 e as fontes utilizadas forma: SRTM da NASA, Agência Rural de Goiás, SIEG-GO e Imagens de Satélite Landsat 5. Palavras-chave: Bacia hidrográfica, Uso do solo, Suscetibilidade a erosão. Abstract The purpose of this paper is to present preliminary results of a search being conducted with the Instituto de Estudos SocioAmbientais da Universidade Federal de Goiás. The objective is to achieve an integrated analysis of the physical environment of the basin of river Sozinha and assess the susceptibility to erosion resulting from the type of use and occupation of the soil. Was performed to characterize the physical environment of the basin and the intersection of information, geomorphology, hypsometric, soils and geology identified three compartments morphopedologics (CM-I, CM-II, CM-III). With the definition of the compartments has become an assessment of the weaknesses taking into account the type of soil, slope of the topography and type of use. The types of use were identified: agriculture, grazing, urban and vegetation and classification of soils for susceptibility to erosion are: Gleisols - null; Latosols and Plinthosols Petric - low; Argisols - average and Cambisols and Neosols Lithol – high. The thematic maps were prepared on a scale of 1:100,000 and sources used form: SRTM- NASA, Agencia Rural de Goiás, SIEG-GO and Satellite Images of Landsat 5. keywords: Hidrographic basin, Use of the soil, Erosion susceptibility. Introdução
O solo é um dos recursos naturais mais utilizados pelo homem e é um dos que mais apresenta
impactos em função do uso não planejado. Com o processo de expansão das atividades
humanas sobre o mesmo, como a agricultura, pecuária, construção de cidades entre outros, os
processos erosivos tem se acelerado causando sérios impactos.
Nas regiões tropicais em função da concentração das chuvas em determinado período do ano
e do intenso e múltiplo uso do solo, tem se deflagrado a ocorrência de erosão hídrica de
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caráter linear e laminar. A erosão linear é resultado do fluxo superficial concentrado
removendo o solo e formando incisões na superfície do terreno. Segundo Salomão (1999)
inicia-se em forma de pequenos sulcos que vão evoluindo, por aprofundamento, para ravinas.
Caso a erosão se desenvolva por influência não somente do escoamento superficial, mas
também pelo escoamento subsuperficial (lençol freático), configura-se o processo mais
conhecido como voçoroca.
Para Infanti Jr e Fornasari Filho (1998) e Salomão (1999) a erosão laminar é resultado do
escoamento difuso das águas das chuvas que promove a remoção progressiva e relativamente
uniforme dos horizontes superficiais do solo. Neste caso o processo não é fácil de ser
identificado, porém é evidenciado por tonalidades mais claras dos solos. Observa-se também
o abaixamento da cota do terreno (exposição de raízes) e queda da produtividade agrícola.
Algumas metodologias tem sido desenvolvidas para subsidiar as pesquisas sobre os processos
erosivos, dentre elas esta a técnica elaborada pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São
Paulo - IPT (1990) para se definir a suscetibilidade a erosão.
As técnicas de geoprocessamento e tratamento de imagens também têm contribuído para o
diagnóstico de degradação dos solos e tem se tornado instrumentos indispensáveis em estudos
de análise integrada do meio físico. Essas técnicas têm contribuído para uma análise
ambiental com maior eficácia, possibilitando a elaboração de diagnósticos aplicáveis a gestão
e planejamento de bacias hidrográficas.
A bacia hidrográfica é uma importante unidade para estudos geográficos em função da
possibilidade de se fazer uma inter-relação entre os elementos da paisagem e os processos que
atuam na sua esculturação, apresentando-se como uma unidade ideal para planejamento de
uso da terra (BOTELHO, 1999).
Segundo Christofoletti (1999) uma bacia hidrográfica é um sistema não-isolado aberto onde
há a troca de matéria e energia, em vista disso, se constitui como espaço ideal para um estudo
de análise integrada para se entender a dinâmica dos elementos que a compõe e os impactos
causados pelo uso antrópico dos recursos.
O objetivo do trabalho é realizar uma análise integrada do meio físico da bacia do Ribeirão
Sozinha e avaliar a suscetibilidade a erosão decorrentes do tipo do uso e ocupação.
A bacia hidrográfica do Ribeirão Sozinha compõe o sistema hidrográfico da bacia do Rio
Meia Ponte, localiza-se entre às coordenadas planas (700.600/720.000m W e
8.185.200/8.141.100m S) e compreende uma área de aproximadamente 452 Km². A bacia
abrange parte dos municípios de Leopoldo de Bulhões, Anápolis, Goianápolis, Bonfinópolis,
Goiânia, Senador Canedo, Caldazinha e Bela Vista de Goiás (Figura 1).
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Figura 1: Localização de Bacia Hidrográfica do Ribeirão Sozinha, GO.
Materiais e Métodos Para a confecção dos mapas hipsométrico e de declividades foi utilizada como base
cartográfica o SRTM, desenvolvido pela NASA. O mapa hipsométrico foi elaborado com o
fatiamento do relevo em 9 classes que variam de 658 a 1158 metros de altitude. Para o mapa
de declividades foram definidas seis classes (0 – 3%, 3,1 – 8%, 8,1 – 12%, 12,1 – 20%, 20,1 –
45 e > 45 ). A drenagem utilizada foi elaborada pela Agência Rural do Estado de Goiás.
Para a elaboração dos mapas de solo, geologia e geomorfologia utilizou-se a base do SIEG
(Sistema de Informações Estatísticas e Geográficas do Estado de Goiás). Os mapas foram
confeccionados em uma escala de 1:100.000, no software ArcGis 9.2.
A classificação dos tipos de uso do solo se deu através da composição RGB das bandas 5, 4 e
3 das imagens Landsat 5, segmentada e classificada no SPRING 5.0. Foram definidas 4
classes: pastagem, agricultura, área urbana e vegetação.
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Para a identificação dos compartimentos morfopedológicos utilizou-se a metodologia
proposta por Castro e Salomão (2000). A partir da sobreposição dos mapas de geologia,
geomorfologia, solos e hipsometria delimitou-se as áreas homogêneas onde foram
identificados preliminarmente três compartimentos: CM-I, CM-II e CM-III.
Para a definição das classes de erodibilidade, cruzou-se as informações de textura e
declividade dos solos sendo estabelecidas 4 classes: nula, baixa, média e alta.
A analise integrada do meio físico foi baseada nos trabalho de Tricart (1977) e Christofoletti
(1999).
Caracterização do Meio Físico Geologia A geologia da bacia hidrográfica do Ribeirão Sozinha é formada em seu alto curso por
granulitos orto e paraderivados e granitóides do Complexo Granulítico Anápolis-Itaúçu,
datados do Arqueano e Proterozóico e cobertura laterítica formada no Terciário. O complexo
está em contato tectônico, marcado por extensas zonas de cisalhamento transcorrentes
contracionais, com o grupo Araxá e zonas de cisalhamento transcorrentes com a sequência
Silvânia e o granito Jurubatuba (MOREIRA, et. al., 2008).
No médio e baixo cursos da bacia estão as formações Proterozóicas do Grupo Araxá Sul de
Goiás formado por rochas metassedimentares, compostas principalmente por quartzitos,
xistos, filitos, anfibolitos, gnaisses, granadas, ortognaisses, migmatitos, metacalcário e outras
(MOREIRA, et. al., 2008).
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Figura 2: Mapa Geológico da Bacia do Ribeirão Sozinha, GO.
Geomorfologia O relevo da bacia do Ribeirão Sozinha é caracterizado pelo predomínio de superfícies planas
e suavemente onduladas e onduladas. Como pode ser observado no mapa de declividades
(figura 5) há um predomínio de áreas com declividades que variam de 0 a 12%. Há também a
ocorrência de relevo forte ondulado e montanhoso onde há o predomínio de solos como os
câmbicos e litólicos. Essas áreas declivosas estão associadas a áreas intensamente dissecadas
pela drenagem e às altitudes do relevo que variam de 880 a 1102 metros (Figuras 3 e 4).
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Figura 3: Mapa Hipsométrico da Bacia do Ribeirão Sozinha, GO,
Figura 4: Mapa de Declividades (%) da Bacia do Ribeirão Sozinha, GO.
Segundo Goiás (2006), todo o relevo da bacia se insere nas superfícies regionais de
aplainamento (IIA e IIIA) associadas a um sistema denudacional (figura 5). Nesse
mapeamento foram identificadas duas áreas distintas: o alto e médio cursos caracterizados
como Superfície Regional de Aplainamento (IIA) com cotas entre 900 a 1158 metros, que se
desenvolve sobre as formações proterozóicas menos resistentes. Há a ocorrência de morros e
colinas com forte controle estrutural e dissecação de média a forte. No baixo curso ocorre a
Superfície Regional de Aplainamento (IIIA) com cotas entre 600 e 800 metros com padrão de
dissecação médio, desenvolvida sobre rochas do Grupo Araxá Sul de Goiás. Ocorrem crostas
lateríticas e colúvios nas vertentes dos vales e áreas de sedimentação restrita onde se
acumulam sedimentos aluviais.
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Figura 5: Mapa Geomorfológico da bacia do Ribeirão
Sozinha, GO.
Solos Os solos da bacia do Ribeirão Sozinha são constituídos pelos Latossolos Roxo e Vermelho-
Escuro ambos distróficos e de textura argilosa que são predominantes em relevos plano e
suave ondulado; Argissolos Vermelho-Escuro e Vermelho-Amarelo, ambos eutróficos de
textura media/argilosa e em relevos ondulados; Cambissolos, a classe mais representativa da
bacia, e os Neossolos Litólicos, ambos distróficos, de textura média argilosa que predominam
em relevos forte ondulado e montanhoso; Gleissolos que são distróficos com textura argilosa
e muito argilosa em relevo plano e suave ondulado e os Plintossolos Pétricos que estão nas
cotas mais altas da bacia em relevos plano e suave ondulado (Figura 6).
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Figura 6: Mapa de Solos da bacia do Ribeirão Sozinha, GO.
Resultados e discussão Uso e Ocupação do Solo Múltiplas atividades se desenvolvem na bacia, dentre as principais estão a agricultura, a
pecuária e as áreas urbanas. Mas também ocorrem atividades como turismo rural,
agroindústrias, extração de laterita, piscicultura entre outras. O mapa de uso do solo apresenta
as quatro principais classes de uso: agricultura, pecuária, área urbana e vegetação (Figura 7).
A agricultura e a pastagem são os usos mais representativos da bacia, sendo que na
agricultura predominam as lavouras de grãos como soja, milho e arroz nos relevos mais
planos onde ocorrem os latossolos. Há também o cultivo de hortaliças, principalmente nos
argissolos. Nas áreas de pastagem há a criação de gado leiteiro e de corte.
A bacia possui quatro áreas urbanas sendo a área total do município de Bonfinópolis e parte
dos municípios de Anápolis, Senador Canedo e Goianápolis.
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A cobertura vegetal acompanha os cursos d’água em um percentual que é preocupante para o
equilíbrio ecológico, em muitos casos não se obedeceu a extensão de APP’s, em algumas
áreas e o leito do rio encontra-se completamente desmatado. As ocorrências de vegetação
mais densa se encontram nos índices mais altos de declividade, acima de 20%, declives que
impediram de alguma forma o uso e ocupação.
Figura 7: Mapa de uso do solo na bacia do Ribeirão Sozinha, GO.
Nas pesquisas de campo pode-se observar alguns pontos de degradação do solo como
processos de ravinamento na cabeceira de drenagem em conseqüência do desmatamento para
expansão urbana e para o cultivo de lavouras e processos erosivos em área de empréstimo
abandonada em relevos de altos declives (Figura 8). Foi observado também o processo de
compactação dos solos por pisoteio de gado e/ou pelo trânsito de maquinas pesadas.
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A.
B.
Figura 8: Ocorrências de degradação no solo: (A) erosões na cabeceira de drenagem; (B)
erosões em área de empréstimo abandonada;
Compartimentos Morfopedológicos Foram definidos três compartimentos morfopedológicos, nomeados como CM-I, CM-II e
CM-III (figura 9).
Figura 9: Mapa de Compartimentos Morfopelógicos da bacia do Ribeirão Sozinha, GO.
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Com o cruzamento das informações de erodibilidade dos solos, da declividade das encostas e
do tipo de uso, faz-se a seguinte análise quanto à suscetibilidade a erosão:
A classe de gleissolos foi considerada nula em função do alto teor de argila, por estar em
declividades de 0 a 5%, e pelo uso que varia de cobertura vegetal a pequenas lavouras. Esta
classe de solos é encontrada somente no compartimento CM-III nas mais baixas cotas da
bacia acompanhando o leito do rio, configurando assim áreas de agradação.
Os Latossolos e Plintossolos Pétricos apresentam-se com baixa suscetibilidade a erosão. São
encontrados na bacia o Latossolo Roxo e o Vermelho-Escuro ambos de textura argilosa. Estas
classes de solos estão em declividades que variam de 0 a 5% e o uso predominante é
agricultura e pastagem. As áreas que são usadas para a agricultura são potencialmente mais
susceptíveis em função do solo ser revolvido no mínimo uma vez por ano em caso de
agricultura de ciclo curto, deixando o mesmo exposto aumentando a suscetibilidade. Os
principais cultivares são o milho e a soja. Estas classes de solo são encontradas nos três
compartimentos sendo que as áreas mais representativas estão nos compartimentos CM-I e
CM-II.
Na bacia ocorrem duas classes de Argissolos, o Vermelho-Escuro e o Vermelho-Amarelo
ambos de textura média e argilosa, estes solos estão em declividades que variam de 8 a 11 % e
foram considerados com média suscetibilidade a erosão. Eles ocorrem nos compartimentos
CM-I e CM-II sendo que no CM-II as ocorrências são mais extensas. Os usos predominantes
variam de pastagem a agricultura, sendo que nestes solos são mais comuns as culturas de
ciclos curtos como os hortifrutigranjeiros. Nesse tipo de uso o solo comumente é revolvido
duas vezes ao ano, aumentado assim o potencial erosivo da chuva. Estes solos ocorrem na
bacia, em sua maioria, mais próximos as drenagens facilitando assim a deposição dos
sedimentos diretamente nos canais agravando os casos de assoreamento.
Os Cambissolos e os Neossolos Litólicos são as classes identificadas com alta suscetibilidade
à erosão. Os Cambissolos são de textura média e argilosa e as declividades variam de 24 a
35%, os Neossolos Litólicos estão em declividades que vão de 35 a 45%. Os Cambissolos são
encontrados nos compartimentos CM-I e CM-III sendo predominantes no compartimento
CM-III. Os Neossolos Litólicos são encontrados em pequenas extensões nos compartimentos
CM-II e CM-III. Os usos nestas classes de solos são: área urbana (Bonfinópolis e Senador
Canedo); agricultura de ciclo longo e curto e pastagens. Há também significativas áreas de
vegetação tipo Cerradão e Cerrado Típico. Estas classes de solos estão nas áreas mais bem
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drenadas da bacia, onde estão os principais afluentes do Ribeirão Sozinha: os Córregos
Bonsucesso e Dois-Irmãos.
Tabela 1: Principais características dos compartimentos morfopedológicos da bacia do Ribeirão Sozinha.
Características
Compartimentos Morfopelógicos
CM-I CM-II CM-III
Solos Cambissolos, Latossolo Vermelho-Escuro, Argissolo Vermelho-Escuro e Plintossolos Pétricos Concrecionários.
Argissolo Vermelho-Amarelo, Latossolo-Roxo, Latossolo Vermelho-Escuro e Plintossolos Pétricos Concrecionários.
Cambissolos, Latossolo Vermelho-Escuro e Gelissolos.
Geologia Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu e Cobertura Detrito Laterítica.
Complexo Granulítico Anápolis-Itauçu e Granitóides.
Grupo Araxá Sul de Goiás.
Formas de relevo SRA-II A – dissecação forte, formas planas, suavemente onduladas e onduladas. As cotas variam de 880 a 1.158m.
SRA-II A – dissecação média, formas suavemente onduladas, onduladas, fortemente onduladas e montanhosas. As cotas variam de 825 a 991m.
SRA-II A e SRA-III A – dissecação média, formas suavemente onduladas, onduladas, fortemente onduladas. As cotas variam de 658 a 936m.
Declividades predominantes
3,1 a 8 % 3,1 a 20 % 3,1 a 20 %
Uso e cobertura de solo predominante
Área urbana (parte dos municípios de Anápolis e Goianápolis,
agricultura e pastagem.
Agricultura, pastagem e vegetação.
Área Urbana (Bonfinópolis e Senador Canedo) agricultura, o uso predominante, pastagem e vegetação.
Suscetibilidade a erosão
Varia de baixa a alta De média a baixa De nula a alta
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Conclusões A bacia do ribeirão Sozinha, em função do intenso e diversificado uso de seus recursos
naturais, necessita passar por um planejamento e gestão socioambiental mais rigoroso que
considere as fragilidades apresentadas em cada compartimento.
A bacia vem perdendo de forma acelerada sua cobertura vegetal e isso inclui até mesmo as
Áreas de Preservação Permanente comprometendo o equilíbrio da drenagem e tornando o solo
mais susceptível a erosão. Outro fator que precisa ser considerado nas ações de planejamento
e gestão é que a bacia está inserida em uma das áreas mais dinâmicas do estado no que se
refere ao crescimento populacional e expansão de áreas urbanizadas, eixo Anápolis-Goiânia.
Uma grande parte da bacia encontra-se localizada na região metropolitana de Goiânia, região
que já enfrenta problemas de escassez de água. Estes fatores justificam a importância de se
compreender os aspectos socioambientais da bacia para proceder a um planejamento do uso e
ocupação de forma que mitigue os impactos no solo e na rede de drenagem. A análise
integrada do meio físico pode ser um subsidio não só para entender os processos de
degradação como também para elaboração de políticas de uso sustentável dos recursos.
No que se refere à metodologia da pesquisa, considera-se eficaz a análise integrada do meio
físico e a abordagem morfopedológica como instrumentos aplicáveis ao estudo de
suscetibilidade a erosão em bacias hidrográficas.
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