anÁlise custo-benefÍcio emergÉtico de duas usinas hidrelÉtricas do sudoeste de goiÁs: uhe caçu...
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ANÁLISE CUSTO-BENEFÍCIO EMERGÉTICO DE DUAS
USINAS HIDRELÉTRICAS DO SUDOESTE DE GOIÁS:
UHE Caçu e UHE Barra dos Coqueiros, no rio Claro,
afluente do rio Paranaíba *
Paulo A. de A. Sinisgalli - Doutorando em Economia Aplicada - Instituto
de Economia - UNICAMP ([email protected])
Wilson Cabral de Sousa Jr. - ITA - Instituto de Tecnologia Aeronáutica ([email protected])
* Projeto financiado pela Conservation International do Brasil
80% da energia elétrica gerada no país é proveniente de fontes
descritas como renováveis (usinas hidrelétricas);
De acordo com a ELETROBRÁS, o potencial hidrelétrico
atualmente em operação, cerca de 69,1 mil MW (incluindo as
usinas em construção em dezembro de 2000), representa
“apenas” 27% do potencial hidrelétrico total, estimado em 260,1
mil MW;
2/3 (63,7%) deste potencial encontra-se localizado na Região
Amazônica, principalmente nos rios Tocantins, Araguaia, Xingú e
Tapajós.
Introdução
Conseqüências:• destruição da biodiversidade, • a alteração do regime hidrológico, • aumento da evapotranspiração, • alteração do nível do lençol freático, • deslocamento da população local, • imigração espontânea, • pressão sobre a infra-estrutura local; entre outros
Introdução
Questão: Estes impactos levantam pontos como a própria definição de energia renovável com relação à hidroeletricidade, uma vez que não se incorporam nos projetos os custos ambientais decorrentes deste tipo de empreendimento.
Objetivo:Este trabalho tem com objetivo realizar uma análise de custo e benefício em termos eMergéticos dos materiais, energia e mão de obra necessários à construção e operação das usinas hidrelétricas em questão, de forma a subsidiar, não somente a própria avaliação das alternativas das hidrelétricas, mas promover uma abordagem distinta sobre a renovabilidade deste tipo de energia.
Introdução
A REGIÃOEstas duas usinas compõem o complexo hidrelétrico Caçu, em razão da proximidade dos aproveitamentos e, principalmente, da interdependência operativa entre ambos. Estes empreendimentos estão com o Licenciamento Ambiental suspenso.
A REGIÃO
METODOLOGIA
Análise eMergética
As informações utilizadas neste trabalho foram retiradas do Inventário da bacia do rio Claro, do Estudo de Viabilidade destas barragens e dos Estudos Ambientais disponíveis.
Fez-se a análise de cada empreendimento com base apenas na
quantificação física, sem qualquer conversão econômica
monetária, do material, equipamentos e mão de obra necessário para a construção e operação do empreendimento, comparando com o benefício final que é a geração de energia elétrica. Foram também incorporados nesta análise as alterações ambientais decorrentes da mudança de regime hídrico do rio e do uso e ocupação do solo, em função do estabelecimento do reservatório.
RESULTADOSENTRADAS (CUSTOS):
Energia Renovável (R) - a energia solar, as chuvas, a energia química do rio (com base na variação anual de vazão), a energia potencial do rio, as produções sacrificadas de culturas diversas e pastagem, bem como da produção florestal (cerrado e mata ciliar) e a contribuição da floresta para a manutenção do recurso hídrico;
Não Renováveis (N) – perda de solo pela atividade agropecuária e da vegetação natural, a biodiversidade e os materiais utilizados na construção da barragem (solo e rocha)
Contribuições da economia (F) – equipamentos e mão de obra.
BENEFÍCIO: Geração de energia elétrica durante 30 anos (vida útil da usina)
UHE BARRA DOS COQUEIROSFluxos Geral Sem Variação Q
R = 5,79E+23 8,02E+21N = 2,36E+18 2,36E+18I = 5,79E+23 8,02E+21
M = 3,39E+20 3,39E+20S = 6,15E+18 6,15E+18F = 3,45E+20 3,45E+20
Y = 5,79E+23 8,36E+21Tr = 3,17E+08 4,57E+06
B/C= 0,0156 1,0820
UHE CAÇUFluxos Geral Sem Variação Q
R = 5,49E+23 5,99E+21N = 8,05E+17 8,05E+17I = 5,49E+23 5,99E+21
M = 2,67E+20 2,67E+20S = 6,15E+18 6,15E+18F = 2,74E+20 2,74E+20
Y = 5,49E+23 6,26E+21Tr = 4,15E+08 4,73E+06
B/C= 0,0119 1,0466
CONCLUSÃO
Como resultado, segundo esta análise, tem-se que o fator preponderante para a geração de energia hidrelétrica, não é o potencial hidráulico, mas a perda do potencial químico da água em função da regularização de vazão do rio. Ou seja, a alteração do regime hídrico do rio, seguida da perda de produtividade primária da floresta a ser alagada, são os principais custos ambientais da geração de energia hidrelétrica.
A análise de custo benefício em termos eMergética destes dois empreendimentos, aponta para a sua inviabilidade uma vez que os custos são significativamente superiores aos benefícios gerados.