anÁlise comparativa de reguladores de crescimento de insetos...
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ANÁLISE COMPARATIVA DE REGULADORES DE CRESCIMENTO DE INSETOS
NO CONTROLE DE Coptotermes gestroi (ISOPTERA: RHINOTERMITIDAE)
FABIANA CORREA BUENO
Orientador: Dra. FABIANA ELAINE CASARIN
Co-orientador: Dr. ODAIR CORREA BUENO
Monografia apresentada ao Instituto de
Biociências do Campus de Rio Claro,
Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho, como parte dos requisitos
para obtenção do título de Especialista em
Entomologia Urbana: Teoria e Prática.
Agosto - 2008
iii
É proibido chorar sem aprender, Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças. É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer, Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade. É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor. É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas, Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você, Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo, Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos, Não viver cada dia como se fosse um último suspiro. É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se desencontraram, Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas, Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte. É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida, Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira. É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva, Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.
Pablo Neruda
iv
AGRADECIMENTOS
♣ Ao Prof. Dr. Odair Correa Bueno pela co-orientação, confiança e apoio no
desenvolvimento deste trabalho.
♣ À Dra. Fabiana Elaine Casarin pela orientação e amizade durante a realização
deste trabalho.
♣ Ao amigo João Paulo Reato Nascimento pelo carinho e auxílio na realização dos
experimentos.
♣ À Universidade Estadual Paulista, Campus de Rio Claro, em especial ao Centro
de Estudos de Insetos Sociais, pelo acesso aos laboratórios e equipamentos de
informática.
♣ À Necis Miranda de Lima, pelo auxílio, compreensão e amizade.
♣ Aos amigos do CEIS, Carlos, Eduardo Diniz, Andrigo, João Paulo, Marcela, Ita,
Aline, Sandra, Taís e Cintia, pela amizade e momentos de diversão.
♣ À Cintia Gonçalves Oliveira, pela grande amizade e companheirismo ano após
ano.
♣ Aos amigos do Curso de Especialização em Entomologia Urbana pela convivência
e aprendizado.
♣ Aos meus pais Odair e Sônia, pelo apoio e oportunidade de concretizar mais uma
etapa de minha vida.
♣ Aos meus irmãos Adriana e Luciano, pelos seus ensinamentos, conselhos e
cumplicidade.
♣ Ao meu sobrinho Leonardo, pela paz e alegria que traz à minha vida.
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SUMÁRIO
Página
1. RESUMO .......................................................................................................... 01
2. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 03
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 06
3.1. Coleta de Coptotermes gestroi .................................................................. 06
3.2. Ingredientes ativos ..................................................................................... 07
3.3. Preparação das iscas ................................................................................ 08
3.4. Avaliação do consumo das iscas ............................................................... 08
3.5. Bioensaios de toxicidade ........................................................................... 09
3.6. Análise dos dados ...................................................................................... 10
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 11
4.1. Piriproxifem ................................................................................................ 11
4.2. Lufenurom .................................................................................................. 15
5. CONCLUSÕES ................................................................................................. 19
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 20
1
1. RESUMO
Das 2.864 espécies de cupins descritas no mundo, aproximadamente 300
ocorrem no Brasil. Entre as espécies de cupins subterrâneos, Coptotermes gestroi é
considerada praga na área urbana, principalmente na região sudeste do país.
O tratamento do solo por inseticidas piretróides ou organofosforados é um dos
métodos mais utilizados no controle de cupins subterrâneos, embora não elimine a
colônia e apenas funcione como barreira química entre a área construída e os
cupins. Além disso, o uso excessivo de inseticidas provoca sérios problemas de
contaminação ambiental.
Uma alternativa para o uso indiscriminado de compostos químicos para o
combate aos cupins é a utilização de iscas tóxicas, onde o ingrediente ativo é
incorporado a substratos que contenham celulose. Os reguladores de crescimento
de insetos (IGRs) têm uma ação gradual e cumulativa e por isso se mostram
adequados para serem incorporados em iscas para o controle de cupins.
Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi verificar comparativamente a
eficiência de reguladores de crescimento que atuam em alvos distintos: piriproxifem
– um análogo do hormônio juvenil (juvenóide) e lufenurom – um inibidor da síntese
de quitina no controle de Coptotermes gestroi, em condições de laboratório.
Para tal, os ingredientes ativos foram diluídos em acetato de etila nas
concentrações 1.000 ppm (0,1%), 10.000 ppm (1%) e 20.000 ppm (2%) e
impregnados em quadrados de papelão corrugado. Os papelões corrugados foram
oferecidos aos cupins através de bioensaios, utilizando-se unidades experimentais
compostas por 2 recipientes plásticos de 250 mL, conectados por meio de um cano
2
plástico. Em cada unidade experimental foram colocados 1 g de operários e 15
soldados.
No 14º, 21º, 28º e 35º dia de experimento, quatro unidades experimentais de
cada tratamento foram analisadas, sendo que os operários sobreviventes foram
pesados, os soldados foram contados e o consumo da isca foi estimado.
O piriproxifem provocou redução no consumo das iscas em todos os períodos
avaliados e a mortalidade total de Coptotermes gestroi ocorreu no 21º dia de
experimento para as três concentrações testadas. Além disso, não foi possível
observar a formação de pré-soldados, indicando que as concentrações testadas
foram elevadas e que o efeito tóxico foi maior que o da indução de pré-soldados.
O lufenurom também provocou redução no consumo das iscas em todos os
períodos avaliados e a mortalidade total de Coptotermes gestroi ocorreu no 14º
dia de experimento para as três concentrações testadas. Além disso, não foi
possível observar deformações nas cutículas dos cupins, indicando que as
concentrações testadas foram elevadas e que o efeito tóxico foi maior que o da
interrupção da muda.
3
2. INTRODUÇÃO
Os centros urbanos nas regiões tropicais enfrentam hoje sérios problemas
e grandes prejuízos com pragas. Das principais pragas que ocorrem nas cidades,
os cupins, especialmente aqueles de hábito subterrâneo, representam uma séria
ameaça ao patrimônio individual, público e histórico, bem como ao próprio
ambiente urbano, pelo intenso ataque à diferentes materiais e pelo uso
indiscriminado de inseticidas para o seu controle (ROMAGNANO, 2004).
Os cupins estão distribuídos desde as florestas úmidas até as savanas,
podendo ser encontrados em regiões áridas (LEE & WOOD, 1971; COSTA-
LEONARDO, 2002). Há 2.864 espécies descritas, sendo que no Brasil ocorrem
aproximadamente 300 espécies, pertencentes às famílias Kalotermitidae,
Serritermitidae, Rhinotermitidae e Termitidae (CONSTANTINO, 2008).
A família Rhinotermitidae compreende os cupins conhecidos como
“subterrâneos” pelo fato de construírem seus ninhos sob o solo. Muitos deles são
considerados pragas de importância econômica por infestarem madeira, plantas
cultivadas, árvores ornamentais e por serem encontrados em residências,
danificando forros, móveis, batentes e livros (COSTA-LEONARDO, 2002).
Entre as espécies pragas de Rhinotermitidae, Coptotermes gestroi é uma
espécie introduzida da Ásia e tem causado grandes prejuízos econômicos nas áreas
urbanas, principalmente na região sudeste do Brasil (LELIS, 1994; FONTES, 1995;
COSTA-LEONARDO, 2002). Somente na cidade de São Paulo, os valores gastos
com tratamentos, reparos e substituições de peças atacadas por essa espécie
variam de US$ 10 a 20 milhões por ano (MILANO & FONTES, 2002).
4
A forma tradicional de controle de cupins subterrâneos é feito por meio de
barreiras químicas, que consiste na injeção de inseticidas líquidos em perfurações
realizadas ao redor das residências e, portanto, grande quantidade de substância
química persiste no ambiente (SU & SCHEFFRAHN, 1988a).
Uma alternativa para o uso indiscriminado de compostos químicos para o
combate aos cupins é a utilização de iscas, nas quais o ingrediente ativo é
incorporado a substratos que contenham celulose, como blocos de madeira ou
diversos tipos de papel. Esse ingrediente ativo não pode ser repelente e sua ação
deve ser lenta para que os cupins forrageiros se alimentem da isca e vivam o
suficiente para transportar o inseticida para o ninho e distribuí-lo por meio da
trofalaxia, causando o enfraquecimento da colônia ou mesmo sua eliminação (SU &
SCHEFFRAHN, 1988b; GRACE et al., 1989; COSTA-LEONARDO, 1996).
O dodecacloro foi um dos primeiros inseticidas incorporados em iscas para
utilização no controle de Reticulitermes flavipes (ESENTHER & GRAY, 1968).
Estudos subseqüentes, utilizando blocos de madeiras contendo dodecacloro,
mostraram que o uso contínuo dessas iscas poderiam suprimir a atividade forrageira
de espécies de Reticulitermes spp. (SU & SCHEFFRAHN, 1996). Porém, o
dodecacloro possui grande persistência e estabilidade em ambientes naturais, além
de se acumular nos tecidos adiposos de animais (WATERS et al., 1977).
Em 1974, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos proibiu o
emprego do dodecacloro em território americano (WATERS et al., 1977). No Brasil, a
proibição do uso dos inseticidas organoclorados foi estabelecida em 1985 (MILANO
& FONTES, 2002). Com essas proibições, surgiu a necessidade de se testarem
novas substâncias para o emprego em iscas a serem utilizadas no controle de
cupins subterrâneos. Desde então, novos ingredientes ativos têm sido testados,
entre eles, os reguladores de crescimento de insetos (SU & SCHEFFRAHN, 2000;
COSTA-LEONARDO, 2002).
Os reguladores de crescimento de insetos (IGRs) têm ação gradual e
cumulativa e por isso parecem ser adequados para serem incorporados em iscas
utilizadas no controle de cupins. Esses ingredientes ativos apresentam dois alvos
distintos de ação e por isso estão divididos em duas classes, os juvenóides
(substâncias análogas ao hormônio juvenil) e os inibidores da síntese de quitina (SU
& SCHEFFRAHN, 2000).
5
Para a maioria das espécies de insetos, os juvenóides são responsáveis por
desequilibrar o sistema hormonal, retendo as formas imaturas, mas em cupins,
também regulam a formação de soldados. Nos cupins, a casta de soldados é
dependente dos operários para alimentação. Assim, a aplicação do hormônio juvenil
ou de seus análogos leva a formação excessiva de soldados, o que deve causar um
colapso nutricional na colônia (SU e SCHEFFRAHN, 2000; KORB & HARTFELDER,
2008).
Estudos recentes, como o desenvolvido por HRDÝ et al. (2001), indicam um
futuro promissor para o uso de análogos do hormônio juvenil no controle de cupins,
pois esses ingredientes ativos possuem persistência adequada, baixa toxicidade ao
ambiente e não causam diminuição na quantidade de isca consumida pelos cupins
ao longo do tempo.
Os inibidores da síntese de quitina impedem a formação de cutícula nos
insetos e, consequentemente, retardam ou interrompem a muda. Esses ingredientes
ativos provavelmente inibem a formação da quitina sintetase a partir de seu
zimógeno, por meio da interferência em alguma protease responsável pela ativação
da quitina sintetase (TAKAHASHI-DEL-BIANCO, 2002; BRASIL, 2008).
Diante disso, o objetivo do presente trabalho foi verificar comparativamente a
eficiência de reguladores de crescimento que atuam em alvos distintos: piriproxifem
– um análogo do hormônio juvenil (juvenóide) e lufenurom – um inibidor da síntese
de quitina no controle de Coptotermes gestroi, em condições de laboratório.
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3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Coleta de Coptotermes gestroi
Os forrageiros de Coptotermes gestroi foram coletados de colônias
localizadas no Instituto de Biociências da Unesp de Rio Claro por meio de
armadilhas compostas por um pedaço de papelão corrugado de 2,5 m de
comprimento e 16 cm de largura, enrolado e colocado em meia embalagem plástica
de refrigerante de 2 litros.
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Figura 1. Armadilha de papelão corrugado utilizada para a coleta de Coptotermes gestroi.
As armadilhas foram umedecidas e colocadas verticalmente no solo, a uma
profundidade de 20 cm, com o papelão corrugado voltado para baixo, respeitando
uma distância de 3 metros entre cada armadilha.
Após 40 dias de exposição, as armadilhas foram retiradas do campo e
levadas ao laboratório para serem triadas. Os cupins foram separados e mantidos
em embalagens plásticas contendo novo papelão corrugado umedecido e
armazenados em temperatura ambiente até a montagem dos bioensaios.
3.2. Ingredientes Ativos
Os ingredientes ativos piriproxifem e lufenurom, analisados no presente
trabalho para Coptotermes gestroi, estão caracterizados a seguir. As informações
básicas foram obtidas do THE MERCK INDEX (1989), das monografias depositadas
no MINISTÉRIO DA SAÚDE BRASIL (2008) e do COMPENDIM OF PESTICIDE
COMMON NAMES (2008).
Nome comum: Piriproxifem (“Pyriproxyfen”)
8
Nome químico: 4-phenoxyphenyl (RS)-2-(2-pyridyloxy)propyl ether
Fórmula molecular: C20H19NO3
Fórmula estrutural:
Grupo químico: Éter piridiloxipropílico
Classificação toxicológica: Classe IV (pouco tóxico)
Nome comum: Lufenurom (“Lufenuron”)
Nome químico: (RS)-1-[2,5-dichloro-4-(1,1,2,3,3,3-hexafluoropropoxy)phenyl]-3-(2,6-
difluorobenzoyl)urea
Fórmula molecular: C17H8Cl2F8N2O3
Fórmula estrutural:
Grupo químico: Benzoiluréia
Classificação toxicológica: Classe III (mediamente tóxico)
3.3. Preparação das iscas
Os ingredientes ativos Piriproxifem e Lufenurom foram diluídos em acetato de
etila nas concentrações 1.000 ppm (0,1%), 10.000 ppm (1%) e 20.000 ppm (2%).
Posteriormente, os quadrados de papelão corrugado de 25 cm2 foram imersos
9
nessas soluções durante 30 segundos, sendo mantidos em capela, por 24 horas,
para total evaporação do solvente (CASARIN, 2007).
Os controles foram constituídos de papelão corrugado imerso em água
destilada (Controle I) e papelão corrugado imerso em acetato de etila (Controle II).
3.4. Avaliação do consumo das iscas
Os quadrados de papelão corrugado foram colocados em estufa à 60º C por
24 horas (metodologia modificada de ZHU et al., 2001) para a determinação de seu
peso inicial, antes de serem impregnados com as soluções e expostos aos cupins.
Após o término do experimento, os pedaços restantes do papelão corrugado
foram secos novamente em estufa à 60ºC durante 24 horas e, a seguir, pesados
novamente. O consumo foi calculado pela diferença entre o peso seco inicial e o
peso seco final.
3.5. Bioensaios de toxicidade
Para a realização dos bioensaios de toxicidade dos ingredientes ativos foram
utilizadas unidades experimentais compostas por 2 recipientes plásticos de 250 mL
conectados por meio de um cano plástico de 9 cm de comprimento e 1 cm de
diâmetro. Um recipiente foi utilizado para abrigar a população forrageira (câmara
“ninho”) e o outro recipiente foi utilizado para receber o papelão corrugado (câmara
“alimento”). A câmara “ninho” foi forrada com 25 mL de areia esterelizada,
umedecida com 2,5 mL de água destilada e a câmara “alimento” foi forrada com 15
mL de areia esterelizada, umedecida com 1,5 mL de água destilada (CASARIN,
2007) (Figura 2).
Em cada unidade experimental foram colocados 1 grama de operários
(aproximadamente 300 indivíduos) e 15 soldados, os quais foram deixados sem
alimento por 48 horas. Após esse período, as iscas (pedaços de papelão corrugado
imersos nas soluções testadas) foram oferecidas diretamente na câmara de
“alimento”.
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Figura 2: Unidade experimental utilizada nos bioensaios de toxicidade para Coptotermes gestroi.
Para cada um dos ingredientes ativos foram utilizadas 80 unidades
experimentais, sendo:
► 16 repetições para o controle I, que recebeu o papelão corrugado impregnado
com água destilada;
► 16 repetições para o controle II, que recebeu o papelão corrugado impregnado
com acetato de etila;
► 16 repetições para a concentração 1.000ppm (0,1%);
► 16 repetições para a concentração 10.000ppm (1%);
► 16 repetições para a concentração 20.000ppm (2%).
No 14º, 21º, 28º e 35º dia de experimento, quatro unidades experimentais de
cada tratamento foram analisadas, sendo que os operários sobreviventes foram
pesados, os soldados foram contados e o pedaço de papelão corrugado não
consumido foi seco em estufa e posteriormente pesado (CASARIN, 2007).
3.6. Análise dos dados
CÂMARA “NINHO”
CÂMARA “ALIMENTO”
11
Os valores obtidos de consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes
gestroi foram acumulados para as 4 repetições e transformados em porcentagem,
sendo apresentados em tabelas e gráficos.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos para cada bioensaio estão apresentados através das
tabelas e análises gráficas que resumem a porcentagem média de consumo das
iscas e a porcentagem média de mortalidade de Coptotermes gestroi.
4.1. Piriproxifem
12
No 14º dia de experimento houve uma redução no consumo de iscas
relacionada ao aumento na concentração de piriproxifem, sendo que a
porcentagem média de consumo das iscas foi de 11% para a concentração 1.000
ppm, 4,4% para a concentração 10.000 ppm e 0% para a concentração 20.000
ppm (Tabela 1, Figura 3). A porcentagem média de mortalidade de Coptotermes
gestroi foi de 22,3% para a concentração 1.000 ppm e 100% para as
concentrações 10.000 ppm e 20.000 ppm (Tabela 2, Figura 3).
Após 21 dias do oferecimento de piriproxifem, a porcentagem média de
consumo das iscas foi de 12,9% para a concentração 1.000 ppm, 5% para a
concentração 10.000 ppm e 1,3% para a concentração 20.000 ppm (Tabela 1,
Figura 4). Em relação à mortalidade de Coptotermes gestroi, 100 % dos indivíduos
estavam mortos nas três concentrações testadas (Tabela 2, Figura 4).
No 28º dia de experimento, a porcentagem média de consumo das iscas
contendo piriproxifem foi de 13,4% para a concentração 1.000 ppm, 6% para a
concentração 10.000 ppm e 5,5% para a concentração 20.000 ppm (Tabela 1,
Figura 5), sendo que a porcentagem média de mortalidade de Coptotermes gestroi
foi de100 % para as três concentrações testadas (Tabela 2, Figura 5).
Ao final do experimento (35º dia), a porcentagem média de consumo das
iscas contendo piriproxifem foi de 13,5% para a concentração 1.000 ppm, 6,3%
para a concentração 10.000 ppm e 3,2% para a concentração 20.000 ppm (Tabela
1, Figura 6), sendo que a porcentagem média de mortalidade de Coptotermes
gestroi foi de100 % para as três concentrações testadas (Tabela 2, Figura 6).
Segundo Su et al. (1985), os juvenóides provocam baixa mortalidade em
operários de cupins e estimulam ainda mais a produção de pré-soldados.
Entretanto, no presente trabalho, o piriproxifem provocou a mortalidade total dos
forrageiros de Coptotermes gestroi no 21º dia de experimento e não foi possível
observar a formação de pré-soldados, indicando que as concentrações testadas
foram elevadas e que o efeito tóxico foi maior que o da indução de pré-soldados.
Tabela 1: Consumo de iscas contendo piriproxifem por Coptotermes gestroi, em condições de
laboratório.
Porcentagem média de consumo (± desvio padrão)
Tratamento 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias
Controle I 29,5 ± 2,8 33,2 ± 3,6 21,9 ± 1,5 36,2 ± 1,6
13
Controle II 20,2 ± 1,5 22,1 ± 2,6 27,4 ± 5,0 37,3 ± 5,5
Piriproxifem 1.000 ppm 11,0 ± 3,0 12,9 ± 0,4 13,4 ± 1,1 13,5 ± 0,9
Piriproxifem 10.000 ppm 4,4 ± 0,7 5,0 ± 1,5 6,0 ± 0,7 6,3 ± 1,2
Piriproxifem 20.000 ppm 0 1,3 ± 1,1 5,5 ± 3,0 3,2 ± 2,2
Controle I = água; Controle II = acetato de etila
Tabela 2: Mortalidade de Coptotermes gestroi submetidos ao tratamento com iscas contendo
piriproxifem, em condições de laboratório.
Porcentagem média de mortalidade (± desvio padrão)
Tratamento 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias
Controle I 22,8 ± 4,9 28,6 ± 4,6 29,0 ± 6,6 34,0 ± 4,5
Controle II 22,8 ± 4,4 36,8 ± 2,8 41,3 ± 3,1 42,4 ± 4,5
Piriproxifem 1.000 ppm 22,3 ± 7,3 100 100 100
Piriproxifem 10.000 ppm 100 100 100 100
Piriproxifem 20.000 ppm 100 100 100 100
Controle I = água; Controle II = acetato de etila
0
20
40
60
80
100
Controle 1.000 ppm 10.000 ppm 20.000 ppm
MO
RTA
LID
ADE
(%)
0
10
20
30
40
CO
NS
UMO
(%)
Mortalidade Consumo
Figura 3: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 14o dia de tratamento com
piriproxifem em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
14
0
20
40
60
80
100
Controle 1.000 ppm 10.000 ppm 20.000 ppm
MO
RTA
LID
ADE
(%)
0
10
20
30
40
CO
NS
UMO
(%)
Mortalidade Consumo
Figura 4: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 21o dia de tratamento com
piriproxifem em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
0
20
40
60
80
100
Controle 1.000 ppm 10.000 ppm 20.000 ppm
MO
RTA
LID
ADE
(%)
0
10
20
30
40
CO
NS
UMO
(%)
Mortalidade Consumo
Figura 5: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 28o dia de tratamento com
piriproxifem em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
15
0
20
40
60
80
100
Controle 1.000 ppm 10.000 ppm 20.000 ppm
MO
RTA
LID
ADE
(%)
0
10
20
30
40
CO
NS
UMO
(%)
Mortalidade Consumo
Figura 6 Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 35o dia de tratamento com
piriproxifem em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
4.2. Lufenurom
No 14º dia de experimento houve uma redução no consumo de iscas
relacionada ao aumento na concentração de lufenurom, sendo que a porcentagem
média de consumo das iscas foi de 1,9% para a concentração 1.000 ppm e 0%
para as concentrações 10.000 ppm e 20.000 ppm (Tabela 5, Figura 7). A
porcentagem média de mortalidade de Coptotermes gestroi foi de 100% para
todas as concentrações testadas (Tabela 6, Figura 7).
Após 21 dias do oferecimento de lufenurom, a porcentagem média de
consumo das iscas foi de 1,99% para a concentração 1.000 ppm, 2,6% para a
concentração 10.000 ppm e 0% para a concentração 20.000 ppm (Tabela 5,
Figura 8). Em relação à mortalidade de Coptotermes gestroi, 100 % dos indivíduos
estavam mortos nas três concentrações testadas (Tabela 6, Figura 8).
No 28º dia de experimento, a porcentagem média de consumo das iscas
contendo lufenurom foi de 2,6% para a concentração 1.000 ppm, 1,2% para a
concentração 10.000 ppm e 0% para a concentração 20.000 ppm (Tabela 5,
16
Figura 9), sendo que a porcentagem média de mortalidade de Coptotermes gestroi
foi de100 % para as três concentrações testadas (Tabela 6, Figura 9).
Ao término do experimento (35º dia), a porcentagem média de consumo
das iscas contendo piriproxifem foi de 5,7% para a concentração 1.000 ppm, 3,2%
para a concentração 10.000 ppm e 0% para a concentração 20.000 ppm (Tabela
5, Figura 10), sendo que a porcentagem média de mortalidade de Coptotermes
gestroi foi de100 % para as três concentrações testadas (Tabela 6, Figura 10).
Os dados de consumo das iscas contendo lufenurom demontraram que
ocorreu diminuição na alimentação de Coptotermes gestroi. A mortalidade total
dos forrageiros ocorreu no 14º dia de experimento e não foi possível observar
deformações nas cutículas dos cupins, indicando que as concentrações testadas
foram elevadas e que o efeito tóxico foi maior que o da interrupção da muda.
Tabela 5: Consumo de iscas contendo lufenurom por Coptotermes gestroi, em condições de
laboratório.
Porcentagem média de consumo (± desvio padrão)
Tratamento 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias
Controle I 30,6 ± 4,6 30,4 ± 14,4 42,8 ± 8,2 38,9 ± 5,5
Controle II 19,6 ± 2,7 25,4 ± 4,7 33,9 ± 8,9 31,8 ± 7,1
Lufenurom 1.000 ppm 1,9 ± 1,3 1,99 ± 0,8 2,6 ± 1,8 5,7 ± 1,5
Lufenurom 10.000 ppm 0 2,6 ± 1,6 1,2 ± 1,7 3,2 ± 1,7
Lufenurom 20.000 ppm 0 0 0 0
Controle I = água; Controle II = acetato de etila
17
Tabela 6: Mortalidade de Coptotermes gestroi submetidos ao tratamento com iscas contendo
lufenurom, em condições de laboratório.
Porcentagem média de mortalidade (± desvio padrão)
Tratamento 14 dias 21 dias 28 dias 35 dias
Controle I 24,1 ± 6,6 25,0 ± 5,5 40,0 ± 6,0 37,5 ± 7,8
Controle II 36,0 ± 5,0 33,3 ± 9,5 29,7 ± 6,3 42,0 ± 8,5
Lufenurom 1.000 ppm 100 100 100 100
Lufenurom 10.000 ppm 100 100 100 100
Lufenurom 20.000 ppm 100 100 100 100
Controle I = água; Controle II = acetato de etila
0
20
40
60
80
100
Controle 1.000 ppm 10.000 ppm 20.000 ppm
MO
RTA
LID
ADE
(%)
0
10
20
30
40
CO
NS
UMO
(%)
Mortalidade Consumo
18
Figura 7: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 14o dia de tratamento com
lufenurom em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
0
20
40
60
80
100
Controle 1.000 ppm 10.000 ppm 20.000 ppm
MO
RTA
LID
ADE
(%)
0
10
20
30
40
CO
NS
UMO
(%)
Mortalidade Consumo
Figura 8: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 21o dia de tratamento com
lufenurom em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
19
0
20
40
60
80
100
Controle 1.000 ppm 10.000 ppm 20.000 ppm
MO
RTA
LID
ADE
(%)
0
10
20
30
40
CO
NS
UMO
(%)
Mortalidade Consumo
Figura 9: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 28o dia de tratamento com
lufenurom em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
0
20
40
60
80
100
Controle 1.000 ppm 10.000 ppm 20.000 ppm
MO
RTA
LID
ADE
(%)
0
10
20
30
40
CO
NS
UMO
(%)
Mortalidade Consumo
Figura 10: Consumo de iscas e mortalidade de Coptotermes gestroi no 35o dia de tratamento com
lufenurom em diferentes concentrações (Controle = acetato de etila).
20
5. CONCLUSÕES
O piriproxifen, em concentrações superiores a 1.000 ppm, não induz a
formação de pré-soldados em Coptotermes gestroi e provoca alta taxa de
mortalidade nos forrageiros. Portanto, novos bioensaios com piriproxifem, em
concentrações inferiores a 1.000 ppm, devem ser realizados a procura da
concentração adequada para o controle de cupins subterrâneos pela formação de
pré-soldados.
O lufenurom, em concentrações superiores a 1.000 ppm, não interrompe a
muda em Coptotermes gestroi e provoca alta taxa de mortalidade dos forrageiros.
Portanto, novos bioensaios com lufenurom, em concentrações inferiores a 1.000
ppm, devem ser realizados a procura da concentração adequada para o controle
de cupins subterrâneos pela interrupção da muda.
21
6. REFERÊNCIAS
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