anais da mostra de c&t da 7ª bienal da une
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Ocorrida entre os dias 18 e 23 de janeiro de 2011, no Rio de Janeiro.TRANSCRIPT
ISBN 978-85-61839-06-2
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA
ISBN 978-85-61839-06-2
União Nacional dos Estudantes Associação Nacional de Pós-Graduandos
Anais da Mostra Científica da 7º Bienal da UNE / Eleonora Rigotti (org.), Theófilo Codeço Machado Rodrigues (org.) / Thiago Oliveira Custódio(org.) – Rio de Janeiro: UNE & ANPG, 2011.
Anais da 7º Bienal da UNE
Organizadores: Eleonora Rigotti Theófilo Codeço Machado Rodrigues Thiago Oliveira Custódio Anais da 7º Bienal da UNE – UNE: RJ, 2011.
ISBN: 978-85-61839-06-2 Organizadores: Eleonora Rigotti, Theófilo Codeço Machado, Thiago Oliveira Custódio.
1. Cultura 2. Educação 3. Ciência e Tecnologia 4. Ciências Humanas 5. Educação e Políticas 6. Meio Ambiente 7. Saúde – Anais. I. Custódio, Thiago Oliveira. II. Rigotti, Eleonora. III. Machado, Theófilo Codeço Machado. IV. União Nacional dos Estudantes. V. Associação Nacional de Pós-Graduandos.
ISBN 978-85-61839-06-2
UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES
Presidente Augusto Chagas Vice-Presidente Tiago Ventura Primeiro Vice-Presidente Sandino Patriota Segundo Vice-Presidente Bruno da Mata Terceiro Vice-Presidente Tassio Brito Tesouraria Geral Harlen Oliveira Primeiro Tesoureiro Sergio Gabriel Pinto Cruz Secretaria Geral Antonio Henrique Diretor de Comunicação André Vitral Primeiro Diretor de Comunicação Vicente Siluzio Diretor de Relações Internacionais Daniel Iliescu Primeiro Diretor de Relações Internacionais Lucelio de Moura Diretor de Relações Institucionais Marcela Rodrigues Diretor de Políticas Educacionais Wallison Brandão Primeiro Diretor de Políticas Educacionais Lais Gouveia Diretor de Movimentos Sociais Vitor Lucena Diretor de Escolas Particulares Joanna Parolli Diretor de Cultura Fellipe Redó Diretor Jurídico Luis Felipe Maciel Segundo Diretor de Relações Internacionais Renan Alencar Diretor de Desporto Universitário Emival Dalat
7º BIENAL DA UNE
Coordenador geral Felipe Redó Coordenadora de áreas Eleonora Rigotti Coordenador de mobilização Rafael Buda Coordenador de artes cênicas Thiago Pondé Coordenadora de artes visuais Andressa Argenta Coordenador de música Guilherme Barcelos Coordenador de literatura Elisa Ferreira Coordenador de ciência e tecnologia Theófilo Rodrigues Coordenadora da mostra CUCA Cássia Olival Comunicação Blog e TV CUCA Rafael Gomes Produção geral Contra Regras
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUANDOS
Presidente Elisangela Lizardo Vice-presidente Carolina Pinho Tesoureira Carliana Rabelo Secretário-Geral Rodrigo Cavalcanti Diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação Vasco Rodrigo Diretora de Relações Institucionais Angélica Müller Diretora de Comunicação Luana Bonone Vice-presidente Regional Centro-Oeste Tamara Naiz Vice-presidente Regional Nordeste Maíra Gentil Vice-presidente Regional Norte Thiago Oliveira Vice-presidente Regional São Paulo André Cardoso Vice-presidente Regional Sudeste Josué Medeiros Vice-presidente Regional Sul Gabriele Gottlieb 1º Diretor de Relações Institucionais Thiago Matsushita 2º Diretor de Relações Institucionais João Carlos Azuma Diretor de Políticas Educacionais Júlio Neto Diretor Acadêmico-Científico Gustavo Siqueira Diretor de Saúde Pedro Tourinho Diretor de Cultura e Eventos Científicos Marcelo Ramos Diretor de Direitos dos Pós-Graduandos Ilton Robl Filho Diretor de Instituições Estaduais Marcelo Fabiano Diretor de Instituições Públicas Reinaldo César Diretora de Instituições Particulares Érica Giardulli Diretor de Lato-Sensu Luiz Carlos Fernandes Diretora de Ensino à Distância (EAD) Alessandra Millezi Diretor de Movimentos Sociais Fábio Plutt Diretor de Políticas de Emprego João Alex Costa Carneiro Diretor de Políticas de Juventude Tiago Magaldi Diretor de Relações Internacionais Joelson Conceição Souza Diretora de Mulheres Anne Benevides Diretor de Tecnologias da Informação e da Comunicação Thiago Oliveira Custódio
ANAIS DA MOSTRA CIENTÍFICA
Organizadores Eleonora Rigotti Theófilo Rodrigues Thiago Oliveira Custódio
ISBN 978-85-61839-06-2
APRESENTAÇÃO
Representando os milhões de estudantes
universitários brasileiros e figurando entre as
principais instituições da história do país, a União
Nacional dos Estudantes (UNE) tem 73 anos de
protagonismo e participação ativa nos destinos do
povo brasileiro. A UNE é uma organização
democrática de encontro das diversas juventudes e
lutas pela educação de qualidade, soberania
nacional, tolerância, inclusão, justiça social e
também pela valorização da diversidade
sociocultural no Brasil.
Fundada em 1937, lutou contra a ditadura do Estado
Novo, contra o movimento nazifascista durante a
segunda guerra mundial e a favor do patrimônio
nacional nos anos 50, quando realizou a campanha
“O Petróleo é Nosso”, sucedida pela criação da
Petrobrás. Desde o início da década de 60, o
movimento estudantil milita também pelas grandes
reformas sociais no Brasil, entre elas a reforma
universitária.
No entanto, todas as atividades do movimento
estudantil foram perseguidas e combatidas pela
ditadura militar, instaurada pelo golpe de 1964. Uma
das primeiras atitudes do regime ditatorial, ainda no
dia primeiro de abril desse ano, foi invadir,
metralhar e incendiar a sede da UNE na Praia do
Flamengo, Rio de Janeiro. A UNE e a União Brasileira
dos Estudantes Secundaristas (UBES) foram postas
na ilegalidade, seus representantes perseguidos,
torturados ou assassinados como Honestino
Guimarães, presidente da UNE no final dos anos 60.
O movimento estudantil não recuou e tentou se
organizar como pode, em ações como o Congresso
de Ibiúna (SP), em 1968, que foi invadido pelos
militares e teve todos seus representantes presos.
As universidades eram vigiadas, intelectuais e
artistas eram perseguidos, o Brasil escurecia. Porém,
a UNE resistiu e conseguiu se reestruturar em 1979,
no Congresso de Salvador (BA). Em 1984, os
estudantes participaram ativamente da Campanha
das “Diretas Já” e apoiaram a candidatura de
Tancredo Neves à Presidência da República.
Com a força recuperada, o movimento estudantil,
representado pela UNE e pela UBES (União Brasileira
dos Estudantes Secundaristas), foi o primeiro a
levantar a bandeira pela ética na política em 1992,
durante as manifestações pró-impeachment de
Fernando Collor com o movimento dos “cara-
pintadas”. Durante o governo Fernando Henrique
Cardoso, a UNE resistiu ao movimento de
privatizações e sucateamento da universidade
pública, opondo-se ao neoliberalismo e às
consequências negativas da globalização.
A partir do governo de Luis Inácio Lula da Silva, a
UNE conseguiu fazer valer algumas de suas antigas
reivindicações, como a ampliação do acesso ao
ensino superior e da assistência estudantil,
participando ativamente da criação de programas
como o Prouni e o Reuni. Rodou o Brasil em
caravanas pela educação e saúde, ampliou a sua
participação internacional nos movimentos sociais e
de juventude, além de ter recuperado, em 2007, a
sua antiga sede na Praia do Flamengo, retirada pela
ditadura em 1964. Atualmente a UNE participa do
Conselho Nacional de Juventude e do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social do Brasil.
A UNE E A CULTURA
Uma das características do movimento estudantil
brasileiro é ser precursor de importantes
movimentos culturais no país. Entre eles, destaca-se
o histórico Centro Popular de Cultura da UNE (CPC
da UNE) nos anos 60, por onde passaram figuras
como Vinícius de Moraes, Cacá Diegues, Ferreira
Goulart, Vianinha e Arnaldo Jabor.
O CPC tornou-se um marco ao unir artistas,
intelectuais e estudantes à cultura popular
brasileira, chegou a fundar um selo de discos, uma
editora de livros e teve, entre seus principais
produtos, o filme Cinco Vezes Favela. A partir do
final da década de 90, a UNE retomou a sua
atividade cultural com sua primeira Bienal de
Cultura, Arte e Ciência em 1999, na cidade de
Salvador e dois anos depois com o projeto CUCA da
UNE (Circuito Universitário de Cultura e Arte).
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A BIENAL
Com 12 anos de idade e chegando à sua sétima
edição, a Bienal da UNE se consolida hoje como o
principal encontro da juventude brasileira. A 7ª
Bienal teve como sede a cidade do Rio de Janeiro. As
atividades foram realizadas entre os dias 18 e 23 de
janeiro de 2011.
Reunir as diversas expressões artísticas, valorizar a
identidade nacional e conectar as produções juvenis
de todas as regiões do país são algumas das
propostas que envolvem este grande projeto,
considerado hoje o maior festival estudantil da
América Latina.
A Bienal abriu a série de grande projetos e
megaeventos que serão realizados nesta década no
Rio de Janeiro, quando a cidade receberá a Copa de
2014 e as Olimpíadas de 2016. Foram cerca de 10
mil jovens de todo o Brasil e também do exterior,
que se integraram à comunidade carioca somando
um público de mais de 50 mil pessoas em uma
intensa programação de atividades culturais,
científicas e esportivas em diversos espaços da
capital.
Além de ser o principal instrumento para o
mapeamento e difusão da produção desenvolvida
por jovens de todo o país, a Bienal sempre apresenta
um qualificado rol de convidados entre pensadores,
artistas, ativistas e outras figuras públicas em
debates, grandes shows, exposições e atos públicos.
Já participaram da Bienal personagens como
Gilberto Gil, Oscar Niemeyer, Ariano Suassuna,
Ziraldo, Jorge Mautner, Serginho Groisman, Abdias
do Nascimento, Sérgio Amaral, Jards Macalé, Alceu
Valença, Marcelo D2, Martinho da Vila, Racionais
MC, Beth Carvalho, Lenine, O Rappa, Tom Zé, Mr
Catra e Naná Vasconcelos.
Esta edição do evento teve como tema “Brasil no
estandarte, o samba é meu combate”. Ao longo de
11 anos, as bienais já pautaram a herança africana
na cultura do país, os vínculos do Brasil com a
América Latina, a cultura popular e as raízes de
formação do povo brasileiro. A 7ª Bienal representa
um amadurecido trajeto em busca dessa
compreensão privilegiando o samba como elemento
icônico da brasilidade, buscando, para além da sua
história musical, entender como se apresenta nas
dimensões sociais, críticas e estéticas da nação.
O festival propôs um olhar sobre o samba que
ultrapasse sua imagem puramente festiva ou
carnavalesca. Inspira-se no gênero musical tido
como uma marca de trocas sociais, uma
possibilidade autêntica de valorização da
brasilidade, o estilo de vida, os lugares e os
personagens que fazem do samba o seu relato mais
íntimo do dia-a-dia e a sua manifestação maior de
combate. Muito mais do que música, samba é o jeito
de viver, gingar, pensar e decidir do povo brasileiro.
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INTRODUÇÃO
Com cerca de 100 trabalhos inscritos, a mostra científica da 7ª Bienal de Cultura da UNE foi um dos espaços mais ricos de todo o evento. Além da rica troca de experiências o encontro homenageou o cientista brasileiro José Marcio Ayres. A principal ideia defendida por Ayres era a de que as reservas de desenvolvimento sustentável deviam ser geridas pelos próprios moradores. O que isso quer dizer? Quer dizer que não é retirando a população de lá que salvaremos a Amazônia, mas sim empoderando esta população. Uma frase desse pesquisador que ilustra bem seus pensamentos é “a Amazônia está melhor protegida quando seus moradores, ao invés de serem parte do problema, passam a ser parte da solução”. Ao homenagearmos um ambientalista na mostra científica, reafirmamos o compromisso da UNE, da ANPG e dos estudantes brasileiros com o meio ambiente e as gerações futuras.
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SUMÁRIO
I. CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
.....................................................12
1. INCLUSÃO DIGITAL .................................. 12
A. IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA
INCLUSÃO DIGITAL UTILIZANDO SOFTWARE
LIVRE EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE
SOBRAL ...................................................... 12
2. CIÊNCIAS DA SAÚDE ................................ 13
A. A NANOTECNOLOGIA NA BUSCA DO
TRATAMENTO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA
NANOMEDICINA ......................................... 13
3. HISTÓRIA DA CIÊNCIAS ............................ 14
A. INTELIGÊNCIA E ENGENHOSIDADE
GERARAM UM PESADELO ÉTICO A BOMBA
ATÔMICA .................................................... 14
4. CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO ...................... 16
A. SISTEMAS DE TV DIGITAL: UMA ANÁLISE
COMPARATIVA ENTRE OS PRINCIPAIS
PADRÕES EXISTENTES ................................. 16
5. CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA .................. 17
A. PROPRIEDADES OPTO-ELETRÔNICAS DE
JUNÇÕES P-I-N INJETORAS DE SPIN .............. 17
6. SOFTWARE LIVRE .................................... 18
A. ARTE DIGITAL COM SOFTWARE LIVRE .. 18
7. CIÊNCIAS AGRÁRIAS ................................ 18
A. AVALIAÇÃO SENSORIAL E DO
RENDIMENTO DE HAMBÚRGUERES BOVINOS
ENRIQUECIDOS COM AVEIA ........................ 18
8. CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA .................. 20
A. ALTERNATIVAS PARA A GERAÇÃO DE
ENERGIA EM PEQUENAS PROPRIEDADES
RURAIS EM ARAÇATUBA-SP ........................ 20
9. SAÚDE COLETIVA ..................................... 21
A. ESTABELECENDO INTEGRAÇÃO ENTRE A
EQUIPE DE SAÚDE E A COMUNIDADE LOCAL:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ....................... 21
II. CIÊNCIAS HUMANAS ..................... 24
1. DIREITO ................................................... 24
A. O DIREITO ACHADO NO SAMBA: A
MÚSICA E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL COMO
EXPRESSÕES DA REALIDADE POPULAR ......... 24
B. A PROGRAMATICIDADE DAS NORMAS
CONSTITUCIONAIS SOB A ÓTICA DE JOSÉ
AFONSO DA SILVA ....................................... 25
C. A INFLUÊNCIA DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS
NA FORMAÇÃO DA LEI Nº 11.096/2005 –
PROUNI ...................................................... 26
2. LITERATURA E COMUNICAÇÃO ................. 27
D. REVISITANDO A HISTÓRIA DO BRASIL
COM AS LENTES DA CONTEMPORANEIDADE
EM DIÁRIO DO FAROL, DE JOÃO UBALDO
RIBEIRO ...................................................... 27
B. A POESIA NO SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE
DE NOME DE ARNALDO ANTUNES ............... 29
E. PROGRAMAS JORNALISTICOS DE
TELEVISÃO COMO INSTRUMENTO DE
PERSUASÃO DO ELEITORADO SINOPENSE .... 30
F. DIÁLOGOS ENTRE JULIO CORTÁZAR E
GABRIEL GARCIA MARQUES:
APROPINCUAÇÕES DOS ROMANCES DO BOOM
31
3. PSICOLOGIA............................................. 32
G. AS VIVÊNCIAS DE SEXUALIDADE NA
TERCEIRA IDADE: IDOSOS DO PROJETO
'CABELOS DE PRATA' DE BOA VISTA – RR ..... 32
4. ECONOMIA .............................................. 33
H. ANÁLISE DA RECENTE REDUÇÃO DA
POBREZA NO BRASIL: GOVERNO FHC E LULA 34
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I. RESERVAS INTERNACIONAIS DO BRASIL:
UMA ANÁLISE DE INDICADORES
MACROECONÔMICOS DE 2000 – 2009 ......... 35
J. ANÁLISE DE ÍNDICES DE
DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL: SERGIPE .. 37
5. ARTES VISUAIS ........................................ 38
K. MAQUETE DO BINHO: A FANTÁSTICA
CIDADE DE BRINQUEDOS ............................ 38
6. CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS .................. 39
A. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. DESVENDANDO
SEPARAÇÃO DE CASAIS ATENDIDOS NO PÓLO
AVANÇADO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
AMAZONAS ................................................ 39
B. TRABALHO FEMININO: REFLEXÕES SOBRE
O ASSENTAMENTO SANTA MARIA NO ACARÁ -
PA 44
7. CIÊNCIAS SOCIAIS .................................... 46
A. O JOVEM FLORESTAN FERNANDES (1941-
1958): UM LEITOR DOS LIMITES DE
TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
46
B. A CENSURA POLITICA NA IMPRENSA
BAURUENSE DURANTE A DITADURA MILITAR
(1968-1970) ................................................ 47
C. DO REGGAE AO SAMBA: A DIVERSIDADE
CULTURAL DO MARANHÃO ......................... 48
D. VELHOS E NOVOS SAMBAS: FUZILEIROS
DA FUZARCA ONTEM, HOJE E SEMPRE ......... 49
E. INSTRUMENTOS MUSICAIS AFRO-
BRASILEIROS ............................................... 51
F. "MEMÓRIAS, POÉTICAS E AROMAS" O
TRAJETO ANTROPOLÓGICO DAS VENDEDORAS
DE ERVA DO VER-O-PESO ............................ 52
G. ASTRONOMIA E URBANISMO NA
COMUNIDADE INDÍGENA ............................ 54
H. BREGA S/A: A POPULARIZAÇÃO DA
TECNOLOGIA E A REINVENÇÃO DO BREGA ... 55
I. PROFUSÃO E REPRESSÃO DAS
MANIFESTAÇÕES AFROS NO SÉCULO XIX: DO
BATUQUE AO “SAMBA” .............................. 57
J. O SAMBA NA MINHA TERRA: UM
PARALELO ENTRE O SAMBA DO RIO E O
SAMBA NO MARANHÃO .............................. 58
K. REFLETINDO SOBRE O SER BRASILEIRO: O
NACIONALISMO NO BRASIL PÓS-COPA DO
MUNDO ...................................................... 60
L. MERCOSUL: UMA ANÁLISE DO
FORTALECIMENTO DA INTEGRAÇÃO
REGIONAL ATRAVÉS DO OLHAR DA CULTURA
64
M. GÊNERO, DIVERSIDADE E FAMÍLIA: UMA
QUEBRA DE PARADIGMAS NO ÂMBITO
ESCOLAR ..................................................... 64
N. SER DIFERENTE, SER IGUAL - CONCEITOS
OU PRECONCEITOS? .................................... 65
O. “AGONIZA, MAS NÃO MORRE”:
CARNAVAL, SAMBA E RESISTÊNCIA NA
CONSTRUÇÃO DE UM ESPAÇO NEGRO NA
SOCIEDADE TERESINENSE (1958-2008) ......... 66
III. EDUCAÇÃO E POLÍTICAS ................ 69
1. ÉTICA ...................................................... 69
A. O CONCEITO DE FELICIDADE NA
CONCEPÇÃO KANTIANA .............................. 69
2. GEOMETRIA E TOPOLOGIA ....................... 70
A. EDUCAÇÃO- APRENDIZAGEM DE
GEOMETRIA COM RECURSO VISUAL:UMA
EXPERIÊNCIA EM SOBRAL ............................ 70
B. FUTEBOL É PURA MATEMÁTICA ............... 71
3. CIÊNCIAS DA SAÚDE ............................. 72
A. MUSEU DE ANATOMIA HUMANA DA
UFCSPA. EDUCAÇÃO EM SAÚDE ATRAVÉS DA
ARTE .............................................................. 72
B. VISITA A ESCOLA EXPERMENTAL:
CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA ESPORTIVA NO
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM ............ 74
4. MATEMÁTICA .......................................... 75
C. CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS EM TODA
PARTE: O ENSINO DA GEOMETRIA ATRAVÉS
DA PRÁTICA ................................................ 75
5. ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS ................ 76
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A. CULTURA E EDUCAÇÃO: ONG DARUÊ
MALUNGO, ESPAÇO DE TRANSFORMAÇÃO
SOCIAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA
COMUNIDDE CHÃO DE ESTRELAS NA CIDADE
DO RECIFE. .................................................. 76
B. A PARTICIPAÇÃO DOS PROGRAMAS DE
TRANSFERÊNCIA CONDICIONADA DE RENDA
NA QUEDA DA DESIGUALDADE DE RENDA NAS
MACRORREGIÕES BRASILEIRAS PÓS 2000 .... 78
C. AMAZÔNIA, FRONTEIRA E FORÇAS
ARMADAS: O CASO DA 2ª FROTA DO
NORTE/AMAZÔNIA ..................................... 79
D. SISTEMA DE PROTEÇÃO E VIGILÂNCIA NA
AMAZÔNIA ................................................. 81
E. POBREZA NO BRASIL: UMA ANÁLISE DOS
ANOS 1992 -2005 ........................................ 82
F. RELAÇÕES INTERNACIONAIS E AS
CIDADES ..................................................... 84
G. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO TEMA
JUVENTUDE APÓS A 1ª CONFERÊNCIA
NACIONAL DE JUVENTUDE .......................... 85
H. CENSO DA EDUCAÇÃO INFANTIL .......... 86
I. A REDE DE PONTOS DE CULTURA E SAÚDE
COMO FORMA DE EMANCIPAÇÃO SOCIAL ... 87
J. GESTÃO DE CUSTOS NA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA BRASILEIRA ................................... 88
6. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO ......................... 89
K. EDUCAÇÃO PARA ABOLIÇÃO: AS
CHARGES DE ÂNGELO AGOSTINI NO SEGUNDO
REINADO. ................................................... 89
7. ENSINO E APRENDIZAGEM ....................... 90
L. METODOLOGIA PEDAGÓGICA DO
PROGRAMA SEGUNDO TEMPO/SOBRAL-CE . 90
IV. MEIO AMBIENTE ........................... 91
1. DESENVOLVIMENTO E SUSTENABILIDADE 91
A. DO GARIMPO A SOJA: A LÓGICA DA
PRODUÇÃO CAPITALISTA DO ESPAÇO E A
DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE
ALTO GARÇAS ............................................. 91
B. DESAFIOS PARA SUSTENTABILIDADE E
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NA SAÚDE
93
V. SAÚDE .......................................... 95
1. NUTRIÇÃO FUNCIONAL ............................ 95
A. CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPORTANCIA
DA ALIMENTAÇÃO NA MANUTENÇÃO DOS
PROCESSOS DE MEMÓRIA ........................... 95
2. SAÚDE PÚBLICA ....................................... 95
A. ATIVIDADE OCUPACIONAL COM EQUIPE
DE UM POSTO DE SAÚDE DE PORTO ALEGRE 95
B. O QUE É SAÚDE? O OLHAR DO
PROFISSIONAL DA MEDICINA DOTADO DE
SIGNIFICADO: UMA ANÁLISE À LUZ DE MAX
WEBER ........................................................ 96
C. O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO
TRABALHO EM SAÚDE DO TRABALHADOR:
RELATO DE ATIVIDADE EXTENSIONISTA EM
UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE
PETROLINA-PE ............................................. 97
D. A PRODUÇÂO STRICTO SENSU SOBRE
TERAPIA COMUNITÁRIA NO PORTAL CAPES . 99
ÍNDICE DE AUTORES ......................... 101
ISBN 978-85-61839-06-2
ISBN 978-85-61839-06-2
CIÊNCIA TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
12
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I. CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
1. INCLUSÃO DIGITAL
A. IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA INCLUSÃO DIGITAL UTILIZANDO SOFTWARE LIVRE EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DE SOBRAL
Cilândia Nágela Morais Silveira1
Plácido Marinho Dias2
INTRDOUÇÃO
A velocidade do surgimento de novas tecnologias de
informação, assim como o seu desenvolvimento, torna a
inclusão digital um processo necessário na vida de
qualquer indivíduo. Essa necessidade tornou-se tão
aparente que muitas ONG’s e associações começaram a
realizar projetos com o intuito de diminuir a exclusão
digital. A idéia é transformar essa inclusão em política
pública, partindo do pressuposto que esta não se resume
apenas no papel desempenhado pelo Estado. As escolas
da rede pública estão sendo equipadas com laboratórios
de informática e sendo alvo de projetos com a doação de
materiais sobre software livre. Neste contexto a
implantação do Programa Inclusão Digital – PID em uma
escola no município de Sobral surge com o objetivo de
amenizar a carência de informação nesta área e
possibilitar a integração dos alunos da rede pública com o
mundo do software livre.
METODOLOGIA
Através da pró-reitoria de assuntos estudantis e da pró-
reitoria de extensão, a Universidade Estadual Vale do
1 Autora, Graduanda em Ciências da Computação na Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA; 2 Orientador, Mestrado em Sistema de Informação e Banco de Dados na Universidade Federal do Ceará - UFC.
Acaraú lançou o programa inclusão digital que utilizou o
laboratório de informática de uma escola municipal em
Sobral para repassar aos alunos informações sobre a
definição de software livre e como usá-lo. Os
computadores da escola tem o Linux Educacional e o
pacote BrOffice.org instalado, sendo estes os softwares
abordados durante as aulas. De forma expositiva,
utilizando um material desenvolvido para este programa,
as aulas aconteciam aos sábados com duração de duas
horas e tinham como público alvo os estudantes do
ensino médio. Cada aluno recebeu a apostila mantendo a
posse da mesma até o fim do curso e durante as aulas
tinham acesso a um computador, onde seguiam as
instruções de utilização do mesmo, através da
visualização em data show. As avaliações aconteciam ao
fim de cada assunto que era considerado como um
módulo, totalizando em cinco, sendo estes: sistema
operacional Linux Educacional, Writer, Calc, Impress e
navegador Mozilla Firefox. As notas e presenças foram
consideradas como critério de avaliação do conhecimento
do aluno e condição para o recebimento do certificado
após a conclusão do programa. No encerramento das
aulas foi realizado uma enquete a fim de saber a opinião
dos alunos sobre o programa e a aceitação do mesmo,
sendo essas informações a base para uma possível
continuidade ou término do programa.
RESULTADOS
Os alunos participaram de forma assídua e contribuíram
para o desenvolvimento do programa, sendo eles os mais
beneficiados com tal ação. Todos receberam os
certificados de conclusão do programa inclusão digital,
sendo especificada a utilização dos softwares livres
abordados em aula. Isso comprova a aceitação do
referido programa por parte dos alunos e sucesso na
iniciativa, já que todos os objetivos foram alcançados.
CONCLUSÃO
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A ausência de alunos nos laboratórios não se dava pela
falta de interesse dos mesmos em utilizá-los, mas por não
deter o conhecimento necessário em informática. Depois
do início do programa, os laboratórios começaram a ser
mais procurados pelos alunos durante o intervalo das
aulas, assim como em outros turnos, o que não acontecia
anteriormente. Essa ausência era atribuída à falta de
internet, mas esse resultado nos remete que inclusão
digital não se refere apenas a utilização da rede na troca
de emails ou contas em sites de relacionamento,
geralmente acessadas em lan houses, mas utilizar as
tecnologias como forma de garantir o espaço em mundo
cada vez mais digital.
PALAVRAS CHAVE: INCLUSÃO DIGITAL; SOFTWARE LIVRE; ESCOLA.
2. CIÊNCIAS DA SAÚDE
A. A NANOTECNOLOGIA NA BUSCA DO TRATAMENTO DE DOENÇAS ATRAVÉS DA NANOMEDICINA
Leonardo B. Pires3
Márcio Nascimento4
INTRDOUÇÃO
Estamos vivendo uma época de novas descobertas no
campo da medicina e da tecnologia. A nanomedicina é a
aplicação da nanotecnologia na medicina. A unidade de
trabalho que tratamos aqui é o nanômetro que mede o
equivalente a bilionésima parte do metro. Ou seja, os
problemas de saúde serão resolvidos no âmago da
questão. No entanto, essa área não avança sozinha.
Depende de todo um conjunto de saberes
interdisciplinares. Avanços na medicina, na biologia
molecular, na engenharia, na química supramolecular,
dentre outras áreas que atuam nestas descobertas. Visa-
se construir estruturas inteligentes menores que células
para operar dentro do organismo humano realizando
3 Autor, Grad. em BI em Saúde na UFBA - BA. 4 Prof de Nanotecnologia da UFBA - BA.
funções bem específicas e resolvendo problemas de
saúde comuns ao século 20. Trago estudos já feitos por
alguns cientistas. Mostrando que obteve-se sucesso na
fabricação de nanodispositivos. E muitos testes vem
sendo realizado em animais de laboratório. O resultado
de tudo isso é uma ótima qualidade de vida para todos
num futuro não muito distante.
METODOLOGIA
Na elaboração deste trabalho, utilizou-se como base
teórica textos científicos que tratam da Medicina e da
Nanotecnologia como meios de tratar doenças. Além
destes textos, consultou-se também sites disponíveis na
internet que tratavam deste assunto. Analisou-se nestes
textos o avanço da tecnologia e a aplicação da mesma na
busca da cura de doenças como a AIDS e o câncer, visto
que essas doenças movem as pesquisas nesta área.
RESULTADOS
A nanomedicina visa à cura através de nanorobôs e
outros elementos a nível nanométrico. É possível
diagnosticar pequenos cânceres, antes de tratá-los com
medicamentos fortes, aplicados apenas no local do
tumor. É possível reduzir quaisquer efeitos colaterais.
Essas possibilidades de tratamento podem ser
comparadas aos que são feitos por fármacos, porém,
eficazes e potentes, isso permite a capacidade de
respostas mais rápido diante das doenças. A
nanomedicina permitirá um controle diferente da saúde
dos pacientes. O homem possui máquinas biológicas,
como as hemácias, as proteínas, a mitocôndria, entre
várias outras. A nanomedicina busca criar robôs que
sejam parecidos ou que exerçam o mesmo papel dessas
máquinas biológicas. Os nanorobôs poderiam ser
injetados no corpo através da via oral ou intravenosa
identificando e destruindo células cancerosas e infectadas
por vírus. Além de regenerar tecidos e fazer uma
infinidade de coisas que os remédios baseados em
química, não conseguem ou demoram para conseguir.
Estudos com hemácias mostram a possibilidade de
14
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utilização de um sangue sintético. Pesquisadores
conseguiram incorporar ferro-porfirínico em albuminas.
Essas proteínas modificadas conseguem imitar a
hemoglobina e deverão ser utilizadas na fabricação de
sangue artificial.
CONCLUSÃO
Esses estudos nos permite visualizar a medicina do futuro.
As doenças não serão tratadas com medicamentos ou
cirurgias e sim com reparos nos nossos próprios átomos.
Isso significa que dentre toda a história, os seres humanos
atuais serão os mais saudáveis de todos os tempos. Pois
com os avanços da nanomedicina será possível a
reorganização de átomos e moléculas de todas as
maneiras possíveis oferecidas pelas leis da física. Estas
informações podem parecer banais e longe da realidade.
Mas já está sendo construído dispositivos nanométricos
ou nanorobôs menores que células humanas dotadas de
chips inteligentes com capacidade de reconhecer defeitos
mínimos e realizar reparos. Estima-se que dentro da
próxima década, a nanotecnologia esteja sendo usada no
reparo e na reorganização da estrutura molecular das
células vivas. Hoje, alguns cientistas já estão sendo bem-
sucedidos em aplicar a nanomedicina em animais de
laboratório.
PALAVRAS CHAVE: NANOMEDICINA, NANOTECNOLOGIA, NANODISPOSITIVOS
3. HISTÓRIA DA CIÊNCIAS
A. INTELIGÊNCIA E ENGENHOSIDADE GERARAM UM PESADELO ÉTICO A BOMBA ATÔMICA
Geraldo Franscisco Neto5
Eduardo Martins Filho6
Eliezer Reis7
5 Autor, Graduando em Química Industrial na Universidade Federal de Uberlândia – MG. 6 Co-autor Colégio Profissional, Uberlândia – MG.
Ítalo Caetano de Melo8
INTRDOUÇÃO
Em 1939, o mundo estava sob extrema tensão todos
estavam com os olhos voltados à Europa especialmente
na Alemanha Nazista comandada pelo ditador Adolf
Hitler. Do outro lado do oceano pacífico Albert Einstein e
seu amigo Leó Szilard preocupados com a iminência de
uma guerra escreveram uma carta ao presidente
americano Franklin Delano Roosevelt. “Senhor
Presidente, o elemento químico Urânio pode ser
convertido em uma nova e importante fonte de energia
no futuro imediato. Certos aspectos da presente situação
parecem pedir cautela e se necessário uma rápida ação
da parte do governo. Bombas Extremamente poderosas
de um novo tipo, agora podem ser construídas.” A carta
tratava de uma aplicação da famosa equação de Einstein
E=mc^2 na fissão nuclear e do medo que os nazistas a
usassem para fabricar super bombas. Esta carta
desencadeou numa série de fatos que posteriormente
destruiu as cidades de Hiroshima e Nagasaki no Japão e
mudou o mundo. Este trabalho trata-se da interligação
dos fatores que desencadearam a descoberta e utilização
de elementos radioativos como o isótopo 235 do Urânio
na fabricação de bombas arrasadoras.
METODOLOGIA
O levantamento de dados para o presente trabalho foi
feito em alguns sites, livros de história sobre a Segunda
Guerra Mundial e juntamente com informações de alguns
documentários dos canais The History Channel, BBC e
Discovery Channel os documentários “O Projeto
Manhattan”, “O homem e a máquina – Oppenheimer e a
Bomba Atômica”, “Tecnologia Nuclear” e “A história da
bomba de Hiroshima” foram imprescindíveis para o
7 Co-autor Colégio Profissional, Uberlândia – MG, 8 Co-autor Graduando em Química Industrial na Universidade Federal de Uberlândia – MG.
15
ISBN 978-85-61839-06-2
trabalho, de posse dessas informações foi possível reunir
dados relevantes sobre o mesmo.
RESULTADOS
Ás vésperas da segunda guerra mundial o cientista mais
famoso do mundo Albert Einstein encontrava-se acuado
na Alemanha pela repressão Nazista, decidiu então se
refugiar em algum lugar da costa de Nova Iorque. Seu
verão foi interrompido por uma visita um amigo e
também cientista Leó Szilard, Húngaro, que também
estava nos Estados Unidos fugindo dos Nazistas. Tinham-
se informações de que cientistas da Alemanha haviam
dividido o átomo bombardeando o Urânio com nêutrons
que causavam uma instabilidade no núcleo do Urânio, na
divisão perdeu-se massa convertida em energia cinética
assim foi descoberta a fissão nuclear que poderia gerar
uma grande quantidade de energia e então Leó Szilard
concluiu que esta tecnologia e poderia ser utilizada na
fabricação de bombas extremamente poderosas. Leó
Szilard preocupado com isso conseguiu convencer Albert
Einstein a redigir uma carta ao presidente Roosevelt, que
posteriormente aprovou um projeto intitulado
“Manhattan" com o objetivo de criarem a bomba atômica
antes da Alemanha. Os Japoneses estavam com a marinha
e seus aviões destruídos, entretanto não pediram a
rendição. Nesse intervalo de tempo duas bombas ficaram
prontas uma chamava-se LittleBoy e a outra Bigboy os
generais e políticos americanos acreditavam que as
bombas trariam um fim ao conflito sangrento. Assim
escolheram o primeiro alvo Hiroshima, para testarem o
poder de destruição do LittleBoy. Em uma manha de
agosto de 1945 a primeira bomba atômica foi lançada e
então um nêutron deu inicio a reação em cadeia. E
finalmente o mundo conheceu o poder da equação
E=mc^2, os prédios desapareceram junto com a
vegetação, transformando Hiroshima num campo
deserto. Num raio de dois quilômetros, do hipocentro da
explosão, tudo ficou destruído. Uma onda de calor
intenso emitia raios térmicos, como a radiação
ultravioleta. Os sobreviventes vagavam sem saber o que
havia atingido a cidade. Quem estava a um quilômetro do
hipocentro da explosão, morreu na hora. Alguns tiveram
seus corpos desintegrados. Quem sobreviveu, foi
obrigado a conviver com males terríveis. O calor intenso
queimou a roupa e a pele de quase todas as vítimas ao
passo que vários incêndios foram causados pelos intensos
raios de calor emitidos pela explosão. Uma chuva preta,
oleosa e pesada, caiu ao longo do dia. Essa chuva
continha grande quantidade de poeira radioativa,
contaminando áreas mais distantes do hipocentro.
Mesmo com essa intensa destruição dois dias após essa
catástrofe outra bomba foi lançada no Japão o segundo
alvo escolhido foi Nagasaki.
CONCLUSÃO
Grandes cientistas Europeus eram judeus e em 1933
quando Hitler chegou ao poder na Alemanha eles se
viram ameaçados pela expansão ideológica da Suástica,
então vários deles encontraram refúgio em universidades
dos Estados Unidos. Com a união destes cientistas aos
americanos e com a famosa carta que Einstein escreveu
alertando para uma aplicação de sua equação E=mc^2
pelos inimigos a bomba foi construída antes da Segunda
Guerra Mundial ter acabado e infelizmente ela foi
utilizada mudando o curso da história e da vida de todos
os que participaram diretamente do projeto Manhattan e
também dos Japoneses que sofreram e sofrem com as
consequências da radiação das Bombas lançadas sobre as
cidades de Hiroshima e Nagasaki. Após este episódio
Einstein sempre se sentiu culpado pela morte de milhões
de pessoas afinal ele assinou a carta que possibilitou que
a bomba fosse construída. E logo após a guerra surgiu no
mundo a corrida armamentista em que milhares de
bombas foram construídas e aprimoradas. E assim
finalmente a espécie humana inventou um meio de se
autodestruir.
PALAVRAS CHAVE: EINSTEIN, URÂNIO E BOMBA
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4. CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO A. SISTEMAS DE TV DIGITAL: UMA ANÁLISE
COMPARATIVA ENTRE OS PRINCIPAIS PADRÕES EXISTENTES
Carlos Augusto Ribeiro Mantovani9
Rodolfo Miranda de Barros10
INTRDOUÇÃO
O novo padrão de televisão que está sendo implantado
gradativamente no Brasil: o Sistema Brasileiro de TV
Digital (SBTVD) pode ser tratado como a tecnologia que
indica o início da terceira geração televisiva do Brasil,
visto que a TV analógica monocromática (de 1950 a 1972)
e a TV analógica em cores (de 1972 a atualidade) marcam
as duas primeiras gerações. Por englobar características
dos outros sistemas de TV digital existentes no mundo, o
SBTVD pode ser considerado o mais evoluído entre os
padrões. No entanto, o desenvolvimento de conteúdo,
programação, aplicações interativas, entre outros, ainda
são escassos. Este trabalho tem por objetivo apresentar
as características dos principais padrões digitais
existentes: o americano Advanced Television Systems
Committee (ATSC), o europoeu Digital Video Broadcasting
(DVB) e o japonês Integrated Services Digital Broadcasting
(ISDB), a fim de realizar uma análise comparativa com o
Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD).
METODOLOGIA
Sistemas de televisão digital são baseados em uma
arquitetura de referência que, assim como o modelo para
redes de computadores, Open System Interconnection
(OSI), também é dividida em camadas. O que os membros
dos comitês desenvolvedores dos padrões fazem é
preparar documentos que descrevam quais tecnologias
serão utilizadas em seu padrão para cada camada da
9 Autor, Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Estadual de Londrina – PR. Carlos Augusto Ribeiro Mantovani é bolsista da CAPES. 10 Orientador, Professor Doutor do Departamento de Computação da Universidade Estadual de Londrina – PR.
arquitetura de referência. Para fins de comparação entre
os sistemas avaliados, analisaram-se as particularidades
das tecnologias componentes das camadas da arquitetura
de referência: transmissão, transporte, compressão,
middleware e aplicação. A camada de transmissão pode
ser dividia em três subcamadas: i)Transmissão e
recepção, responsável pelo envio do sinal digital pelo
difusor e recebimento pelo receptor; ii) Modulação
(deslocamento da faixa de frequência original para uma
outra faixa no emissor) e demodulação (inverte o
processo de modulação no receptor); iii) Codificação e
decodificação dos sinais de vídeo, áudio e dados através
de codecs. A camada de transporte realiza a
multiplexação dos dados e agrupa áudio, vídeo e dados
em um único fluxo em uma mesma base de tempo,
enquanto a Camada de compressão realiza a operação de
compressão/descompressão dos sinais digitais de áudio,
vídeo e dados. Já a camada de middleware provê uma
Application Programming Interface (API) que possibilita
que as aplicações sejam executadas independentemente
do hardware existente e, por fim, a camada de aplicação é
responsável pela interação com o usuário final.
RESULTADOS
O padrão ATSC adota o modo de transmissão 8-VSB, que
é um padrão de modulação semelhante ao utilizado na
televisão analógica. O modo de transporte é o MPEG-2-
TS. Na camada de compressão encontram-se dois modos
diferentes: o MPEG-2-HDTV, para realizar a compressão
de vídeo e o Dolby-AC3, para realizar a compressão de
áudio. Já o middleware adotado é o DTV Application
Software Enviroment (DASE). O padrão de transmissão do
DVB é o COFDM. A camada de compressão divide-se em:
de vídeo, utilizando o MPEG-2-SDTV e de áudio que utiliza
o MPEG-2 BC. Para a camada de middleware emprega-se
o Multimedia Home Plataform (MHP). No padrão ISDB o
sistema da camada de transmissão também é o CODFM.
Os padrões de compressão de vídeo são: o MPEG-2-HDTV
e o H.264. Para a compressão de áudio, são utilizados: o
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MPEG-2 AAC, o AIFF e o MPEG-4 Audio. O middleware é o
da Association of Radio Industries and Businesses (ARIB).
O sistema utilizado para a camada de transmissão do
SBTVD é o COFDM, assim como nos padrões DVB e ISDB.
A camada de compressão se equivale à do ISDB no
quesito compressão de áudio, já na compressão de vídeo,
utiliza-se exclusivamente o MPEG-4, por meio do H.264,
que também foi incorporado nas últimas versões do ISDB.
Na camada de middleware encontra-se o maior
diferencial do SBTVD em relação ao ISDB: o Ginga. Quanto
ao módulo de aplicação, todos os sistemas possuem
suporte a dois paradigmas de programação: o procedural
e o declarativo.
CONCLUSÃO
Este trabalho procurou mostrar as principais
características dos sistemas de televisão digital. Ao
compará-los, pôde-se perceber algumas similaridades,
como por exemplo a tecnologia MPEG-2-TS, que é
empregada na camada de transporte de ambos os
sistemas. De maneira oposta, observou-se que cada um
deles possui o seu próprio middleware. Dado o fato que
cada padrão de televisão digital foi aperfeiçoando os
sistemas pré-existentes, aqueles desenvolvidos mais
recentemente têm se mostrado mais acessíveis e
versáteis. O pioneiro ATSC, por exemplo, não possui
transmissão para dispositivos móveis e
multiprogramação, o que já podia ser encontrado no DVB.
Da mesma forma, o ISDB e o SBTVD, sistemas mais novos,
possuem mobilidade e flexibilidade, atributos que
permitem a recepção portátil móvel, o que não pode ser
obtido com o DVB. A compressão de vídeo também foi
aperfeiçoada com a evolução dos sistemas, sendo que
atualmente, por meio do MPEG-4, obtém-se uma maior
taxa de compressão e qualidade de imagem, quando
comparado ao MPEG-2. De modo geral, todos os sistemas
de TV digital analisados, possuem suporte para canal de
retorno, já o número de camadas de exibição é
especificado no middleware que nestes sistemas são
diferentes entre si. Além disso, para os desenvolvedores
de aplicações, é importante destacar que os set-top boxes
possuem uma arquitetura com recursos de hardwares
limitados e algumas funções e características pré-
estabelecidas pelo middleware que incorpora.
PALAVRAS CHAVE: SISTEMA BRASILEIRO DE TV DIGITAL; PADRÕES DE TELEVISÃO DIGITAL; INTERATIVIDADE; APLICAÇÕES INTERATIVAS
5. CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
A. PROPRIEDADES OPTO-ELETRÔNICAS DE JUNÇÕES P-I-N INJETORAS DE SPIN
Carlos Eduardo De Almeida Brito
11
Eduardo Adriano Cotta12
INTRDOUÇÃO
No trabalho foi analisado as propriedades
optoeletrônicas de uma heteroestrutura semicondutora,
formada de uma junção p-i-n contendo um poço quântico
de GaAs e barreiras de AlAs com dois tipos de contatos
metálicos (Barreira Schottky e ôhmico) desta forma foi
possível passar pela amostra um campo elétrico externo
(efeito Stark) e verificar o comportamento da tensão
versus corrente (ixV) na amostra .
METODOLOGIA
Na caracterização elétrica foram utilizados contatos de In
e “Tinta Pata”. Nessa parte dos testes comparamos a
dependência da corrente versus tensão (ixV) para ambos
os contatos. O experimento consistiu na análise da
corrente passando pela superfície da amostra e também a
atravessando a amostra, foi utilizado para a análise um
gerador de funções arbitrárias. Outra análise foi verificar
11 Autor, aluno de Bacharele em Fisíca na Universidade Federal Do Amazonas; bolsista CNPq- PIBIC. 12 Co-Autor. Dr. em Física Pela Universidade Federal De Minas Gerais-UFMG.
18
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a dependência da corrente escura (ie) em função da
potencia de bombeio.
RESULTADOS
Foi levantado diferentes curva ixV para os dois materiais
utilizados, onde a “tinta prata” demonstrou
comportamento Schottky e o In comportamento ôhmico.
Na a análise da curva ixV para diferentes potencias de
bombeio tivemos registros da fotocorrente de escuro e
para a curva iexP verificou-se um comportamento linear.
CONCLUSÃO
Constatamos que o contato de In diminui a barreira
Schottky mais que a “tinta prata”, sendo a melhor escolha
para uma análise detalhada da amostra. Registros da
fotocorrente de escuro mostram um comportamento
linear com a potência de bombeio e independente da
polarização do fóton incidente.
PALAVRAS CHAVE: SPIN, OPTOELETRONICA, SEMICONDUTOR
6. SOFTWARE LIVRE
A. ARTE DIGITAL COM SOFTWARE LIVRE
Valessio Soares de Brito13
INTRDOUÇÃO
Software Livre são programas de computador
desenvolvido de forma colaborativa e não detem poder
de copyright, sendo permitido então a sua cópia e
utilização para qualquer fim. O objetivo dessa
apresentação é mostrar quais ferramentas e
possibilidades existe para produção de Arte Digital com
software livre. Irei abordar software para edição vetorial
2D, editoração eletrônica, edição de imagens e fotográfias
digitais, até softwares livre para manipulação 3D.
13 Graduando em Comunicação Social pela Universidade Salvador – BA, bolsista FAPEX, Programa Onda Digital (UFBA), projeto EducanDow.
METODOLOGIA
Durante 5 anos utilizando Software Livre para produção
visual, reuni anotações sobre softwares livres e suas
técnicas, comparando-a com possibilidade de reprodução
das técnicas comum para produção de arte digital.
RESULTADOS
Muitos trabalhos realizado por artistas do software livre
receberam prêmios importantes, como sendo
considerado um reconhecimento do potencial dessas
ferramentas.
CONCLUSÃO
Não se aplica. Temos vasto conteúdo na internet sobre
esses software livre, acho pertinente a disseminação e
utilização desses softwares para produção de artes
gráfica.
PALAVRAS CHAVE: ARTE DIGITAL; CULTURA DIGITAL;
SOFTWARE LIVRE.
7. CIÊNCIAS AGRÁRIAS A. AVALIAÇÃO SENSORIAL E DO RENDIMENTO
DE HAMBÚRGUERES BOVINOS ENRIQUECIDOS COM AVEIA
Thaisla Ribeiro Martins Teixeira14
,
Fernanda Barbosa Borges Jardim15
Danielle Oliveira Borges16
Natalia Amaral e Silva17
,
Camila Pereira Gomes dos Santos18
,
Francesca Magnabosco Lobato19
,
14 Autor, graduando em Engenharia de Alimentos na FAZU – MG. 15 Orientador, Mestrado em Tecnologia de Alimentos na UNICAMP-SP. 16 Co-autor, graduando em Engenharia de Alimentos na FAZU – MG. 17 Co-autor, graduando em Engenharia de Alimentos na FAZU – MG. 18 Co-autor, graduando em Engenharia de Alimentos na FAZU – MG, bolsista FAPEMIG.
19
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INTRDOUÇÃO
O hambúrguer é um produto cárneo industrializado
processada com adição ou não de tecido adiposo e de
ingredientes, moldado e submetido a processos
tecnológicos adequados (QUEIROZ et al, 2005). Apresenta
elevado teor de lipídeos, sendo que seu consumo
exagerado pode levar ao acréscimo de quantidade de
gordura saturada no organismo, podendo resultar em
doenças cardiovasculares. A aveia é um cereal rico em
vários minerais, proteínas e fibras, sendo que suas fibras
solúveis relacionam-se a um bom funcionamento
intestinal, manutenção de níveis colesterolêmicos e
diminuição da absorção do colesterol LDL. Entrando em
contato com a água, forma géis que tornam o bolo fecal
maior e mais viscoso, ocorrendo uma menor absorção de
glicose e colesterol (QUEIROZ et al., 2005). A fibra
alimentar é um grupo de constituintes do alimento que
resiste a hidrólise pelas enzimas endógenas do trato
digestivo humano, trazendo benefícios à saúde. Elas são
desejáveis pelas propriedades nutricionais e funcionais.
Além disso, a fibra é usada para melhorar textura,
rendimento e nutrição do produto (CAMPAGNOL et al.,
2006). O presente experimento teve como objetivo
analisar o rendimento após o cozimento e as
características sensoriais de hambúrgueres bovinos
formulados com diferentes concentrações de aveia.
METODOLOGIA
Para a elaboração de 3 formulações de hambúrguer
bovino, utilizou-se toucinho e paleta moídos e resfriados,
além dos condimentos e água gelada. Para cada uma das
formulações, foram adicionadas, respectivamente, 0%,
2% e 4% de aveia em flocos finos. A carne foi moída e
adicionada dos ingredientes das respectivas formulações.
Os hambúgueres foram levados à câmara fria a -18ºC.
Foram efetuadas análises de rendimento e sensoriais de
19 co-autor, Graduando em Engenharia de Alimentos na FAZU – MG, bolsista FAPEMIG.
acordo com aceitação e preferência, com 40 provadores
não treinados. As amostras foram codificadas utilizando-
se números com três dígitos, ao acaso, e servidas à
temperatura de 25ºC, em horários não muito próximos
das refeições principais (MEILGAARD; CIVILLE; CARR,
1991; ABNT, 1994). Na análise de rendimento, retirou-se
2 amostras de cada formulação. Determinou-se a massa
inicial das amostras e em seguida foram assadas em forno
a 180ºC por 20 min., quando a temperatura no centro do
hambúrguer atingiu 65ºC. As amostras permaneceram no
forno desligado até atingirem a temperatura de 25ºC para
a determinação da massa final. A diferença percentual
entre a massa inicial e a massa final das amostras foi
determinada para a obtenção do rendimento após o
cozimento, expresso em porcentagem, das 3 formulações.
RESULTADOS
Para o teste de preferência foi verificado o número
mínimo de respostas para o número total de provadores.
O percentual de preferência foi maior para o hambúrguer
sem adição de aveia, porém os resultados foram
próximos, com exceção da formulação com 4% de aveia
que obteve menor preferência. No teste de aceitação,
constatou-se que não houve diferenças significativas
entre as amostras em relação a todos os atributos
analisados. Através dos resultados, pode-se afirmar que
os provadores não perceberam diferenças entre as
formulações com e sem aveia e que as médias obtidas
para os atributos foram superiores a 7 para todas as
formulações, sendo o resultado bastante satisfatório. A
porcentagem de aveia nos hambúrgueres influenciou no
rendimento final dos produtos, já que a formulação com
4% de aveia apresentou menor perda de água após o
cozimento e conseqüentemente, maior rendimento,
enquanto o hambúrguer com 0% de aveia apresentou
menor rendimento. Estes resultados podem ser
explicados pela ação da aveia que, ao entrar em contato
com a água, forma géis resultando em uma maior
20
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retenção de água e lipídeos do alimento (QUEIROZ et al.,
2005).
CONCLUSÃO
Em relação aos resultados sensoriais, houve uma maior
proporção de escolha pelos hambúrgueres com 0% e 2%
de aveia no teste de preferência. Entretanto, no teste de
aceitação, não houve diferenças significativas entre os
hambúrgueres considerando os atributos aroma, cor,
sabor e impressão global. O hambúrguer com 4% de aveia
destacou-se como a formulação com o maior rendimento
após o cozimento, devido à capacidade da aveia em
formar géis retendo umidade e lipídeos. Adicionalmente,
a aveia proporciona um funcionamento intestinal regular
e um esvaziamento gástrico, que tem como resultado
uma maior saciedade. Em geral, os hambúrgueres bovinos
com adição de aveia apresentaram bom rendimento e
boa aceitação sensorial, agregando, portanto, vantagens
nutricionais em relação aos hambúrgueres do mercado.
PALAVRAS CHAVE: AVEIA, FIBRA, HAMBÚRGUER, SENSORIAL.
8. CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA A. ALTERNATIVAS PARA A GERAÇÃO DE
ENERGIA EM PEQUENAS PROPRIEDADES RURAIS EM ARAÇATUBA-SP
Andréa Meiado Chiarioni20
Marcel Ricardo da Silva21
Giuliano Pierre Estevam22
INTRDOUÇÃO
20 Autora, graduanda em Tecnologia em Biocombustíveis na Fatec Prof. Fernando Amaral de Almeida Prado – SP. 21 Co-autor, graduando em Tecnologia em Biocombustíveis na Fatec Prof. Fernando Amaral de Almeida Prado – SP. 22 Orientador, doutorado em Engenharia Elétrica na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP-SP.
As atividades agropecuárias necessitam de combustível ,
seja para o bombeamento de água de irrigação, preparo
do solo ou transporte. A produção de oleaginosas garante
não só o óleo a ser utilizado na alimentação humana, mas
também um farelo rico em nutrientes e, por fim, tem-se o
resíduo do óleo usado na cocção de alimentos que poderá
ser reciclado e utilizado como biodiesel. A reciclagem de
gorduras e óleos residuais de origem orgânica através da
fabricação de biodiesel também é um modo de proteger o
meio ambiente do descarte inadequado desse material
altamente poluente e de diminuir as despesas dos
municípios com a manutenção das galerias de esgoto
decorrente de entupimentos provocados por incrustações
em tubulações. Na cidade de Araçatuba-SP existem 268
famílias assentadas sem acesso a rede elétrica. A
possibilidade da instalação de uma mini usina de biodiesel
utilizando como matéria prima óleos e gorduras residuais
de restaurantes e bares da cidade e o uso desse biodiesel
em geradores, mitigariam duas situações: a carência de
energia elétrica e o descarte inadequado desse material
altamente poluente.
METODOLOGIA
Foram coletados dados em 31 estabelecimentos do ramo
alimentício na cidade de Araçatuba, com o intuito de se
fazer conhecer o quanto produzem de óleos e gorduras
residuais e qual o destino dado a esse material . Foi feita
uma cotação de preços de motogeradores e de diversos
modelos de mini usinas a fim de verificar quais materiais
seriam os mais adequados a necessidade da comunidade.
RESULTADOS
Existem 236 estabelecimentos cadastrados no sindicato
de hotéis, bares e similares de Araçatuba. Se
multiplicarmos 236 x 102,46 (média da quantidade de
óleo residual produzidos pelos 31 estabelecimentos),
podemos estimar que produzam em torno de 24.180,56 L
de óleos residuais mensalmente.
CONCLUSÃO
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Verificou-se que é viável a implantação da mini usina
dado do volume de óleo descartado pelos bares e
restaurantes de Araçatuba, que o uso de motogeradores
enquanto não é instalada a rede elétrica poderia
proporcionar melhor qualidade de vida as famílias que
residem nesse assentamento e ainda, utilizando o
biodiesel fabricado a partir da transesterificação de óleo
de fritura, um grave problema ambiental seria
minimizado.
PALAVRAS CHAVE: BIODIESEL, ÓLEO RESIDUAL, MICROGERAÇÃO
9. SAÚDE COLETIVA A. ESTABELECENDO INTEGRAÇÃO ENTRE A
EQUIPE DE SAÚDE E A COMUNIDADE LOCAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Diana da Costa Pagliarini23
Amanda Chlalup Linn24
Elise Botteselle de Oliveira25
INTRDOUÇÃO
A importância do vínculo entre os profissionais que atuam
com a população local no âmbito da Atenção Primária à
Saúde é fundamental para que as práticas de saúde sejam
efetivas. O Ministério da Saúde, através do Programa
Humaniza SUS, preconiza o fortalecimento do vínculo
para construção de um serviço mais acolhedor, ágil e
resolutivo. Criar um ambiente que permita a interação
entre os indivíduos é um passo considerável no processo
de integração entre a equipe de saúde e a comunidade,
assim, um passo definitivo no processo de saúde, situação
que não encontrada na ESF Esperança Cordeiro devido à
mudança da equipe de profissionais da unidade e, por
conseguinte, implementação de novas regras afim de um
melhor funcionamento da unidade. Ao selecionar o
23 Autor, Estudante de Enfermagem, UFCSPA, RS, bolsista PET-Saúde. 24 Co-autor, Estudante de Enfermagem, UFCSPA, RS, bolsista PET-Saúde. 25 Mestranda em Epidemiologia, UFRGS, RS, bolsista PET-Saúde.
problema da ESF Esperança cordeiro objetivou-se
trabalhar a integração entre os profissionais da Unidade e
a comunidade de forma efetiva, alicerçado à teoria do
Programa Humaniza SUS.
METODOLOGIA
Relato de experiência que teve embasamento teórico
(Programa Humaniza SUS), planejamento de atividades e
execução. As atividades foram realizadas através do
Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-
Saúde) na Estratégia de Saúde da Família Esperança
Cordeiro, Porto Alegre. Através da problematização
realizada por intermédio do Método do Arco (método
preconizado pela Universidade Federal de Ciências da
Saúde de Porto Alegre – UFCSPA – na disciplina de Saúde
Comunitária a qual integra todos os cursos existentes na
instituição, foram identificados pontos chaves para uma
possível intervenção e mudança de realidade. Observou-
se que o problema maior e potencial para todos os
pontos levantados, era a falta de um forte vínculo entre a
equipe e a população local. Optou-se então, pela
realização de uma Festa Junina com a idéia de criar um
ambiente descontraído e informal, no qual a equipe da
unidade pudesse interagir com a comunidade. A festa,
denominada “Arraiá da Saúde”, teve como atrações
diversas atividades e brincadeiras, como o jogo das
argolas saudáveis, casa de acidentes domésticos,
verificação da pressão arterial e Hemoglicoteste. Os
organizadores da Festa Junina foram estudantes dos
cursos de enfermagem, nutrição e medicina, além das
quatro monitoras do PET-Saúde e profissionais da ESF. Os
organizadores foram divididos nas atividades propostas,
de acordo com o curso que estivesse realizando, a
exemplo os discentes de nutrição que ficaram
responsáveis pelo jogo das argolas saudáveis.
RESULTADOS
O evento foi realizado dez de julho de 2010, contando
com a participação de 107 pessoas da comunidade
abrangida pela ESF Esperança Cordeiro, sendo
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predominantes as crianças já que os jogos eram mais
direcionados a elas. Todos ganhavam brindes após
jogarem e recebiam instruções de educação para saúde
como sobre higiene, acidentes domésticos, alimentação,
postura. Na barraca da memória da postura foram 33
participantes, já nas argolas saudáveis foram 45
participantes, na pescaria da saúde 72 participantes, na
casinha de acidentes 38 participantes, medida de pressão
arterial 29 participantes, medida de HGT 27 participantes
e tenda da dengue 40 participantes.
CONCLUSÃO
A aceitação e a adesão ficaram evidentes com a grande
presença do público, participação e atenção de todos em
relação aos assuntos abordados nas barracas de atividade
relacionadas à saúde, como nas vestimentas e nas
conversas informais, no entanto, a participação poderia
ter sido maior mas no mesmo dia havia outras festas
juninas em escolas, sendo mais típicas com comidas
típicas também o que não havia no “Arraial”. Como os
efeitos da prática do projeto serão vistos à longo prazo,
ainda sabe-se a magnitude dos resultados e quanto isso
contribuirá na melhoria do relacionamento da Unidade
com seus usuários, no entanto satisfizemos com a
aceitação e participação do público. Pode ser observado
devido às mudanças já observadas pela equipe, como
comparecimento aos grupos e consultas, bem como a
melhora das relações pessoais, acredita-se que esse foi
um passo determinante no processo de estabelecimento
do vínculo sólido entre os profissionais da saúde e
população local. Este trabalho não foi importante só para
a comunidade e a equipe de saúde, mas certamente foi
extremamente enriquecedor para os discentes que o
realizaram e fará parte da formação profissional,
formando profissionais mais humanos, mais humildes e
mais conscientes sobre a necessidade de virtudes e
acolhimento na tentativa de promoção da saúde.
PALAVRAS CHAVE: Saúde Coletiva, Humanização,
Integração
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CIÊNCIAS HUMANAS
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II. CIÊNCIAS HUMANAS
1. DIREITO A. O DIREITO ACHADO NO SAMBA: A MÚSICA
E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL COMO EXPRESSÕES DA REALIDADE POPULAR
Allyne Macedo26
Jéssika Rufino27
Mário Maia28
INTRDOUÇÃO
O presente trabalho consiste em uma analise das
composições de importantes sambistas brasileiros
comparando-as com o conteúdo positivado em nossa
Constituição federal. O Samba, fruto da miscigenação
cultural que caracteriza a formação do Brasil, faz parte da
realidade brasileira e relata com maestria o pensamento
da periferia de nosso país sendo, portanto, expressão das
relações sociais e representação de um padrão cultural. A
Constituição Federal, com seu corpo de normas que se
encontram no topo da pirâmide hierárquica do
ordenamento jurídico brasileiro, garante à nação os
Direitos Fundamentais para uma vida digna. Esses
Dispositivos legais são avanços conquistados através da
participação democrática popular - expressa pelo poder
constituinte originário - devendo, por isso, refletir o que a
sociedade tem como objetivos, bem como suas crenças e
valorações. Por serem as normas jurídicas reflexos da
sociedade, faz-se necessária a análise de fenômenos
sociais para uma correta compreensão do Direito.
26 Autora, estudante de Direito –FARN, bolsista de iniciação ciêntifica da FARN. 27 Co-autora, estudante de Direito – FARN. 28 Co-autor/orientador, Titulo de Mestre pela UFPB.
Partindo-se das premissas de que a constituição emana
do povo e o samba é a expressão da realidade social, esta
pesquisa se propõe a verificar se existem nas letras dos
sambas brasileiros elementos que se relacionam com o
texto constitucional com o intuito de verificar se os
Direitos Fundamentais positivados em nossa Carta Magna
correspondem ao pensamento do povo brasileiro,
refletido no conteúdo presente nas composições de
artistas populares.
METODOLOGIA
O trabalho metodológico da presente pesquisa se inicia
através da analise dos textos bibliográficos de síntese
teórica, em especial: Almanaque do samba (DINIZ, 2006),
Sociologia do Direito: o fenômeno jurídico como fato
social (ROSA, 1978), Lições de sociologia do Direito
(MASCARO, 2007), O que é Direito? (FILHO, 2010), Curso
de Direito Constitucional (BONAVIDES, 2010), Curso de
Direito Constitucional positivo (SILVA, 2010) e
Constituição Federal Brasileira, bem como das letras de
importantes sambistas brasileiros como Cartola, Bezerra
da Silva, Paulinho da Viola, Demônios da garoa, Martinho
da Vila, Zé Keti, dentre outros. Utiliza-se, em grande
parte do raciocínio dedutivo e dos métodos de
procedimento histórico e comparativo. Trata-se,
portanto, de pesquisa bibliográfica e documental que se
vincula a vertente critica da sociologia jurídica.
RESULTADOS
A partir da análise minuciosa das composições de
importantes sambistas brasileiros pudemos constatar que
o povo canta através do samba o cotidiano da periferia,
relatando suas alegrias, crenças e valores. Além disso,
também são muito bem expostas nas letras de samba as
dificuldades oriundas da pobreza que assola as camadas
mais desfavorecidas da população, bem como os
caminhos para a solução dos problemas sociais no Brasil.
Nas letras analisadas encontramos diversas passagens
que traduzem a necessidade de efetivação de Direitos
básicos como assistência médica, alimentação de
25
ISBN 978-85-61839-06-2
qualidade, emprego digno, moradia e lazer para que haja
uma sociedade menos violenta. Outro ponto bastante
observado durante essa pesquisa diz respeito à
valorização da malandragem, que pode ser explicada
como uma negação ao trabalho compulsório. Depois de
entendermos a relação entre a realidade brasileira e o
samba, passamos a verificar se as normas constitucionais
correspondem ao pensamento exposto nas composições
analisadas, e encontramos diversas semelhanças entre os
Direitos fundamentais constitucionais e o pensamento do
nosso povo refletido nas letras de importantes sambistas
brasileiros.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos nessa pesquisa nos levaram a
conclusão de que há relação entre as composições dos
sambas brasileiros e a Constituição Federal do Brasil, e
que isso se dá devido ao fato de ambos se manifestarem
como reflexo das realidades observáveis em nossa
sociedade. As normas constitucionais positivadas em
nossa Carta Magna e os Sambas brasileiros são, portanto,
construções sociais que refletem o complexo de conceitos
éticos e finalísticos do nosso povo.
PAVALAVRAS CHAVE: SAMBA; DIREITOS SOCIAIS; CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
B. A PROGRAMATICIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS SOB A ÓTICA DE JOSÉ AFONSO DA SILVA
Allyne Macedo29
Mário Maia30
INTRDOUÇÃO
O presente trabalho consiste em uma análise da obra de
José Afonso da Silva acerca da classificação das normas
constitucionais no que se refere à sua aplicabilidade. O
29 Autora, estudante de Direito –FARN, bolsista de iniciação ciêntifica da FARN. 30 Co-autor/orientador, Titulo de Mestre pela UFPB.
ambiente neo-constitucionalista é caracterizado pelo
fortalecimento dos princípios, dos direitos fundamentais
e da supremacia constitucional, favorecendo, assim, a
justiciabilidade dos Direitos Sociais. Entretanto, devido ao
caráter abstrato das normas programáticas, um dos
principais problemas do constitucionalismo
contemporâneo concentra-se, justamente, no grau de
eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais.
Embora a pioneira obra de José Afonso tenha sido
formulada na década de 1960, sua análise se faz
extremamente presente no direito constitucional
brasileiro sendo objeto de estudo de diversos
pesquisadores na contemporaneidade. A pesquisa analisa
sua paradigmática classificação com o objetivo de
verificar a sua atualidade e na tentativa de contribuir para
a superação da dicotomia entre normas políticas e
jurídicas. Sob um prisma mais amplo busca-se contribuir
para a ampliação das possibilidades de justiciabilidade de
direitos a partir das normas programáticas.
METODOLOGIA
O trabalho metodológico da presente pesquisa se
desenvolve preponderantemente a partir da analise dos
textos bibliográficos de síntese teórica, em especial: A
Aplicabilidade das normas constitucionais (SILVA,2007), El
constitucionlismo de los derechos (SANCHIS,2007) e
Curso de Direito Constitucional (BONAVIDES,2010).
Utiliza-se, em grande parte do raciocínio dedutivo e dos
métodos de procedimento histórico e comparativo. Trata-
se, portanto, de pesquisa bibliográfica e documental que
se vincula a vertente critica da pesquisa jurídica.
RESULTADOS
Os resultados obtidos a partir do recorte temático
proposto devem ser entendidos considerando o norte
mais amplo da pesquisa intitulada “Os direitos sociais
para além do programático: uma análise do estado da
justiciabilidade na jurisprudência brasileira do STF pós –
1988” em andamento no âmbito da iniciação científica da
FARN. Apresenta-se como conclusivo o entendimento da
26
ISBN 978-85-61839-06-2
importância da classificação de José Afonso da Silva no
contexto do constitucionalismo social brasileiro,
principalmente, pelo reconhecimento resultante da
juridicidade das normas programáticas positivadoras de
direitos sociais. Em verdade o grau de juridicidade
reconhecido se deve ao desenvolvimento da chamada
eficácia negativa das referidas normas. Na Classificação
de Silva, as normas programáticas possuem força jurídica
por possuírem uma eficácia negativa que, ao menos,
impede o adicionamento de normas ao ordenamento
jurídico brasileiro que com elas sejam conflitantes.
CONCLUSÃO
Concluímos que a eficácia negativa presente na
classificação das normas programáticas sob a ótica de
José Afonso da Silva, embora tenha contribuído de forma
significativa para a teoria constitucional e para o
fortalecimento jurídico das normas programáticas, ainda
é insuficiente para garantir a efetivação dos Direitos
Sociais. Entendemos que para ser possível a concretização
da justiça social é necessário buscarmos uma aplicação
direta e uma eficácia positiva de todas as normas
constitucionais. Ainda importa dizer que se pode inferir, a
partir da teoria estudada, o reconhecimento da
politização do Direito. Embora o autor busque a eficácia
jurídica das normas programáticas, ele não nega o caráter
político-ideologico que permeia o texto constitucional,
muito pelo contrário, fica claro em sua obra a
necessidade de se estudar as normas programáticas
sempre vinculadas à disciplina das relações econômico-
sociais.
PALAVRAS CHAVE: NORMAS PROGRAMATICAS; EFICÁCIA NEGATIVA; DIREITOS SOCIAIS.
C. A INFLUÊNCIA DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS NA FORMAÇÃO DA LEI Nº 11.096/2005 – PROUNI
Virgínia da Silva Corrêa31
,.
31 Pós-graduada em Política e Representação Parlamentar, Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados.
Professor Rildo Cosson32
INTRDOUÇÃO
As audiências públicas são instrumentos de participação
democrática, nas quais os atores (pessoas que atuam na
área ou serão afetados pela matéria em análise) têm a
possibilidade de expressar sua opinião quanto ao que está
sendo proposto. Esse direito está garantido na
Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelo
Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Dentre os
tantos temas de grande relevância nacional e
internacional discutidos nas audiências públicas,
escolhemos para análise o Programa Universidade para
Todos – PROUNI. A escolha se deu devido a importância
da educação na vida dos cidadãos e na prática da
democracia. Dessa forma, a fim de verificar a atuação da
sociedade no processo de formulação das leis, utilizando-
se de um dos instrumentos institucionais de participação
democrática que é a audiência pública, a pesquisa buscou
analisar a influência dos atores (institucionais ou não) na
finalização da Lei nº 11.096/2005, comparando as
contribuições expressas nas audiências públicas com o
que foi aprovado pelo Congresso Nacional e promulgadas
pelo Presidente da República. Vale destacar que o
Programa tramitou no Congresso Nacional em menos de
um ano, e teve audiências públicas com a participação de
diversos atores.
METODOLOGIA
Para realizar o estudo, foi feito um levantamento
bibliográfico sobre audiência pública, PROUNI e
democracia participativa, uma pesquisa dentro dos
órgãos da Câmara dos Deputados e do site referente às
audiências públicas realizadas no período de 2003 a 2004
e uma análise das notas taquigráficas das audiências
públicas convocadas para discutir o projeto do PROUNI. O
32 Orientador.
27
ISBN 978-85-61839-06-2
estudo está dividido em seis capítulos, onde busca-se
conceituar audiência pública, abordando seu
embasamento legal e os órgãos que se utilizam desse
mecanismo, priorizando a utilização da audiência pública
pela Câmara dos Deputados, explicando com ela
funciona. Contextualizamos o PROUNI, a situação da
educação superior no Brasil e do acesso da população
mais carente à educação superior, explicamos como
atualmente se dá o referido programa, como foi a
tramitação dele no Congresso Nacional. Foi feito um
relato das audiências públicas realizadas para tratar do
projeto do PROUNI e da posição dos atores/participantes.
Também foi definido o que é ator e apresentado aqueles
que participaram das audiências públicas. Levantamos as
propostas expressas nas audiências públicas e se estas
foram incorporadas ao projeto final. Encerramos o estudo
com algumas considerações sobre audiências públicas e o
PROUNI.
RESULTADOS
O Governo encaminhou a Câmara dos Deputados o PL nº
3582/2004, com pedido de urgência constitucional, foi
constituído uma comissão especial que realizou três
audiências públicas, e uma foi por iniciativa da Comissão
de Educação e Cultura. Participarão das audiências vários
atores como: governo, políticos, especialistas, entidades
de Classe - Gerais e Nacionais e organizações de classe.
Esses atores levantaram várias propostas, das
incorporadas a lei temos: a assistência estudantil, as
bolsas parciais, as bolsas para alunos bolsistas, as bolsas
para professores, o processo de seleção realizado pela
Instituição, a comissão para verificar a documentação
referente a situação socioeconômica, a não punição, por
parte do MEC as instituições que não quisessem aderir ao
programa, a inclusão no cálculo o percentual de evasão
escolar e de inadimplência, a fiscalização pelo MEC e ou
controle social e a implantação do projeto de forma
gradativa. Tivemos proposta acatadas parcialmente e
outras que não foram incluídas. É importante ressaltar
que o relatório da Comissão Especial já estava, quando o
Governo retirou a urgência constitucional, publicou e
apresentou a MP nº 213/2004, que foi votada no
Congresso Nacional e regulamentada através da Lei nº
11.096/2005.
CONCLUSÃO
No que diz respeito à atuação dos atores envolvidos nas
audiências públicas, podemos concluir que o grupo dos
especialistas apresentou posições divergentes, no que diz
respeito a inconstitucionalidade. Já os atores da
sociedade civil organizada, tivemos o ANDES e a ANDIFES
se posicionando contra o projeto. Podemos dizer que, dos
vinte e cinco deputados (atores públicos) participantes
nas quatro audiências públicas, sete eram contra o
projeto, pediam a ampliação das universidades públicas e
a discussão da reforma universitária como um todo, e
outros quatro deputados não se posicionaram contra ou a
favor, mas pediram que fosse retirada a urgência
constitucional do projeto para que o Congresso Nacional
pudesse debater melhor o assunto. Dentre as
ponderações apresentadas nove foram incorporadas, três
apenas parcialmente e seis não foram incorporadas.
Desta forma, podemos dizer que no caso do PROUNI a
audiência pública foi um mecanismo de participação
efetiva, na qual a sociedade organizada, o Governo e os
parlamentares puderam apresentar as suas ponderações
sobre o tema proposto e determinar melhorias no projeto
apresentado, e construindo um consenso sobre o tema.
PALAVRAS CHAVE: Centro de Formação, Treinamento e
Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados
2. LITERATURA E COMUNICAÇÃO
D. REVISITANDO A HISTÓRIA DO BRASIL COM AS LENTES DA CONTEMPORANEIDADE EM DIÁRIO DO FAROL, DE JOÃO UBALDO RIBEIRO
Heder Junior dos Santos33
33 Graduado em Letras pela Unimar - SP, mestrando em Letras pela Unesp/Assis - SP, graduando em Filosofia pela Unesp/Marília – SP.
28
ISBN 978-85-61839-06-2
Roberto Aparecido Teixeira34
INTRDOUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo analisar o romance
Diário do Farol (2002), de João Ubaldo Ribeiro. Essa
narrativa contemporânea revisita o período ditatorial
iniciado em 1964 no Brasil através de um narrador
ensimesmado, cínico, arbitrário e coercitivo.
Aparentemente desvinculado de engajamento político, de
esquerda ou direita, esse narrador-anônimo nos conta
sua trajetória anti-heróica que vai do rural ao urbano, do
relacionamento coletivo (família, seminário e carreira
episcopal na cidade) ao isolamento num farol na ilha de
Água Santa, perpassando os conturbados anos de
chumbo. Em essência, tal narrador vai revelando nas
entre-linhas uma forma de agir que remete às práticas
sociais e políticas das relações de patriarcalismo oriundas
do período Colonial e da Velha República. Todavia,
estamos nos anos de 1960, e é justamente sobre esse
embricamento entre a tradição social baseada nas
relações de mando e favor e as modernas formas
democráticas que nos fala o romance de João Ubaldo.
Configura-se nessa história um panorama do Brasil sob o
olhar esquizofrênico de um jovem filho de proprietário de
terras perturbado em suas relações e em crise com as
instituições sociais que o cercam. Nesse sentido, a obra
aqui analisada compõe uma leitura particular que aglutina
uma tradição patriarcal esfacelada e deslocada de seu
contexto originariamente rural e uma modernização sem
modernidade como elementos para se pensar, entre
outros aspectos, a violência legitimada no cerne das
relações sociais no Brasil.
METODOLOGIA
Por meio do romance Diário do Farol (2002),
pretendemos investigar o retorno ao contexto histórico
34 co-autor, mestrando em Ciências Sociais pela Unesp/Marília - SP e graduando Ciências Sociais pela mesma instituição, bolsista CAPES.
do período ditatorial no Brasil, munidos das perspectivas
de um narrador sem as “clássicas” aspirações políticas de
direita ou esquerda, destoando da característica essencial
que marcou a sociedade daquele momento e as
produções culturais que dela emanavam. Com o método
socio-histórico de investigação dialética, partimos da
conjunção analítica definida por Antonio Candido (1967)
em Literatura e sociedade, que defende que a
compreensão do fenômeno literário deve considerar a
aglutinação do conteúdo e da forma na obra de arte, para
desse modo compreender a representação social no texto
literário e seu condicionamento narrativo feito de fatores
internos e externos. Também partimos das interpretações
de Roberto Schwarz (2000; 2000) em Ao vencedor as
batatas e Um mestre na periferia do capitalismo:
Machado de Assis, no tocante a sua análise sócio-literária
da produção machadiana, afim de identificar os
elementos e aspectos que brotam do solo das relações
materiais e de classe e se instalam nas relações entre
sujeitos e instituições, e que por fim, são incorporadas
pelo escritor na forma de sua obra literária.
RESULTADOS
Os resultados compõem um quadro de constatações e
perspectivas sobre a influência da tradição – relações de
clientelismo, mando e favor – na construção de processos
sociais modernos no país. No Brasil radiografado por
Diário do Farol parece ainda não valer a tese de Marx que
deu nome ao livro de Marshall Berman, e tudo que é
sólido ao que parece não desmancha no ar! Enquanto
“Fausto luta contra o velho mundo, de que ele se libertou,
transformando-se em um novo tipo de pessoa
*…+”(BERMAN, 2007, p. 75), o narrador-personagem
desse romance é o mesmo indivíduo violento do velho
mundo patriarcal, cujo poder foi ampliado e incorporado
ao Estado “moderno”. Se no Fausto temos um
movimento da modernidade demolindo com a tradição,
no Brasil representado pelo romance de Ubaldo, temos a
tradição incorporando a si apenas a parte das
29
ISBN 978-85-61839-06-2
modernidades que lhe interessa à manutenção do
arcaísmo.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que Diário do Farol aponta para o
presente a partir do passado. O Brasil moderno é uma
composição nada simples de ser decifrada, que aglutina
uma tradição patriarcal esfacelada e uma modernização
sem modernidade. Enquanto no plano do incremento
tecnológico o país conseguiu absorver e implantar
modernas técnicas de produção, nas relações sociais o
antigo domínio patriarcalista com base na violência
transferiu-se para o Estado. A tese levantada é essa,
embora esteja dispersa pela construção narrativa e
estruturada muitas vezes de maneira confusa sob a forma
das memórias de um sádico assassino. O solo histórico
fértil de uma democracia, cuja origem já se encontra
degradada, ainda dá ensejo a conhecida violência de
classe das elites rurais brasileiras. Assim, a obra em
questão nos traz a possibilidade, não de uma análise do
golpe em suas características políticas, mas de descortinar
o solo histórico que alimentou e continua alimentando
práticas violentas oriundas de relações sociais arcaicas da
elite rural brasileira e sua simbiose com os aparatos do
Estado “moderno” que legitimam tais práticas.
PALAVRAS CHAVE: Tradição e modernidade; Literatura e sociedade; Literatura brasileira contemporânea.
B. A POESIA NO SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE DE NOME DE ARNALDO ANTUNES
Andreia Da Silva Santos35
Luciano Barbosa Justino36
INTRDOUÇÃO
35 Mestranda em Literatura e Interculturalidade- Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), bolsista CAPES. 36 Orientador, doutor em Literatura- coordenador do Mestardo em Literatura e Interculturalidade –UEPB.
O livro não é mais o único meio para se conceber e para
se “consumir” poesia, ela vem transitando para outros
suportes, como é o caso dos videopoemas, objetos
híbridos que agregam som, imagem e palavras e são
podem ser veiculados em suportes eletrônicos,
transgredindo dessa forma o cânone literário. Com isso, a
comunicação pretende fazer uma abordagem acerca do
lugar ou lugares da poesia na contemporaneidade.
Observando dessa forma como se apresenta atualmente a
relação entre a literatura e os meios de comunicação
eletrônicos e o que a crítica tem abordado sobre as novas
formas de artes. Para tanto, utilizou-se como corpus de
análise o projeto multimídia Nome (2005) de Arnaldo
Antunes, composto de livro, Compact Disc (CD) e vídeo.
Ao inserir uma discussão sobre a literatura
contemporânea em diálogo com as novas tecnologias
pretende-se observar de que modo o uso destas se traduz
em inovações estéticas nas narrativas atuais, ou seja,
como se dá a transição entre a página e a tela.
METODOLOGIA
Para atingir os objetivos propostos neste projeto de
pesquisa utilizamos a metodologia de pesquisa
bibliográfica, este tipo de pesquisa se caracteriza,
essencialmente pela leitura, análise e interpretação de
livros, periódicos e outros documentos. Optamos por este
caminho metodológico por acreditarmos que esta seria a
melhor forma de responder ao nosso problema, pois a
pesquisa bibliográfica tem por objetivo conhecer as
diferentes contribuições científicas disponíveis sobre
determinado tema. A análise dos videopoemas da obra
Nome (2005) foi realizada de forma interrelacional, para
isso, utilizamos obras que abordam temáticas como a
teoria da poesia, semiótica, artes visuais, comunicação e
de outras áreas que a pesquisa exigiu.
RESULTADOS
De forma parcial, após a análise da obra Nome (2005)
pode-se perceber que a literatura se relaciona de forma
harmônica com as novas tecnologias eletrônicas. Através
30
ISBN 978-85-61839-06-2
do objeto em estudo observamos que o autor se utiliza
dessas ferramentas digitais para complementar e
enriquecer sua produção, desse modo não há perda no
fazer poético, pois o videopoeta ao se usar tais
mecanismos desfaz a antiga tradição que poesia só pode
ser pensada e produzida a partir de bases livrescas. O
estudo de Nome mostra como a poesia e a literatura
podem dialogar de forma fecunda com as diversas
ferramentas postas à disposição do poeta e do escritor
contemporâneo, sem constituir uma perda ou um
nivelamento da prática artística, como sugerem alguns
críticos.
CONCLUSÃO
A pesquisa sobre os videopoemas de Arnaldo Antunes
parece fundamental para se criar novos paradigmas de
abordagem destes objetos que dialogam com a literatura
vão além dela e exigem uma visão interdisciplinar, que dê
conta tanto da mídia, quanto das novas ancoragens
semióticas que a escrita no vídeo porta. Dessa forma, o
vídeo é um espaço privilegiado para a poesia e para a
prosa, esta, sobretudo na forma digital, assim percebe-se
o vídeo necessita de novas formas de abordagem tanto
da literatura quanto da escrita como um todo, além de
trazer consigo uma nova relação interpretativa e um novo
horizonte de recepção. O estudo dos videopoemas é de
relevância por tentar elucidar as possibilidades
comunicativas da poesia num meio eletrônico. Sabendo
que essa temática vem ganhando espaço nos debates e
pesquisas nas áreas de Literatura, Arte Mídia,
Comunicação Social e outras áreas afins.
PALAVRAS CHAVE: VIDEOPOESIA, NOME, POESIA CONTEMPORÂNEA
E. PROGRAMAS JORNALISTICOS DE TELEVISÃO COMO INSTRUMENTO DE PERSUASÃO DO ELEITORADO SINOPENSE
Maria Gabriela Melo37
37 Autora, acadêmica de Jornalismo da FASIPE/MT
Miguel Rodrigues Netto38
INTRDOUÇÃO
A televisão, que está presente diariamente nos lares
brasileiros, predomina dentre os meios de comunicação
como instrumento de formação da opinião pública. Nas
décadas em que o Brasil era governado pelo militarismo
as concessões de sinais expandiram no país sendo
dominadas por famílias hegemônicas afim de um
interesse, defender o sistema. Anos se passaram e no
século XXI pouco mudou, as famílias dominadoras de
sinais de televisão utilizam o poder da caixa mágica para
seu próprio interesse, persuadir o telespectador,
conquistá-lo para ganhar votos e assim um cargo eletivo.
O que traz riscos a democracia com os enquadramentos
utilizados pelos editores em seus respectivos jornais. Na
cidade de Sinop, norte do Estado de Mato Grosso, as
emissoras de televisão também se concentram em quatro
famílias concessoras deste poder. Dentre as quatro duas,
mais visivelmente se enquadram no contexto ‘televisão
poder político’, onde personagens políticos usam a sua
influência dentro da televisão, a titulo de concessionado,
para expor sua vida como político e falar de promessas
para o próximo pleito. Utilizando um veículo social para
fazer propaganda eleitoral fora de época.
METODOLOGIA
Para delimitar o assunto pesquisas teóricas estão sendo
analisadas com aprofundamento em livros sobre as
teorias da comunicação, jornalismo e política. A revisão
bibliográfica permite traçar um caminho histórico e
teórico sobre a participação mais influente da política no
jornalismo. Além desse panorama, também mostrará
como atua a política dentro dos jornais locais e o
comportamento de personagens políticos, com cargos
eletivos ou não, no uso de veículos de comunicação para
beneficio próprio ou partidário. Para completar a
38 Co-autor, prof. FASIPE/MT. Mestrando em Política Social/UFMT.
31
ISBN 978-85-61839-06-2
pesquisa entrevistas com assessores de políticos e os
próprios personagens da pesquisa serão realizados. Com
os assessores será abordado assunto da maneira que eles
utilizam para ‘montar’ o personagem político e como o
ensinam a importância do relacionamento com a
imprensa. Os personagens políticos entrevistados
traçarão um panorama desse comportamento, se eles
sabem e acreditam no poder da comunicação através da
televisão.
RESULTADOS
A pesquisa ainda não está concluída, mas através de
estudos preliminares é possível perceber a forte relação e
ligação da política com a mídia, não somente em nível
nacional, mas municipal e estadual. Essa ligação se vê
através de personagens políticos que detêm veículo de
comunicação, televisão e, usam esse poder como
beneficio próprio ou partidário. Com a concessão em
nome da família usa espaços dentro de programas
jornalísticos noticiosos para divulgarem decisões, ações e
anunciarem novas promessas. O espaço, geralmente
grande, onde ele é entrevistado pelo apresentador (a) ou
em uma matéria sobre determinado assunto político por
ele desenvolvido. Muitas vezes sabem que o peso de uma
matéria jornalística ou aparição no programa, é maior.
CONCLUSÃO
As conclusões ainda são preliminares, mas já é possível
mostrar até aqui que os personagens políticos evoluíram
nas últimas décadas e perceberam a importância da
relação com a mídia. Vindo, praticamente de uma
tradição, onde famílias poderosas economicamente
detêm a concessão de emissoras de televisão no país
visando os benefícios que está proporcionará. Como de
acordo com Herman e Chomsky (2003) que afirmam que
o conteúdo midiático defende “determinadas agendas
econômica, social e política dos grupos privilegiados que
dominam a sociedade nacional e o Estado”. (2003: 360)
apud televisão e política. Onde uma das teorias que
explicam a projeção desse material político na população
é a hipótese da agenda-setting (Teoria do Agendamento)
onde os assuntos agendados pela televisão viram
assuntos entre amigos, promovendo cada vez mais o
nome de determinado personagem político.
PALAVRAS CHAVE: PODER, POLÍTICA, MÍDIA.
F. DIÁLOGOS ENTRE JULIO CORTÁZAR E GABRIEL GARCIA MARQUES: APROPINCUAÇÕES DOS ROMANCES DO BOOM
Revison José Silva dos Santos39
INTRDOUÇÃO
O jogo da amarelinha (1963), obra inovadora do argentino
Julio Cortázar que inovou no começo dos anos 60
escrevendo um livro onde o leitor sai do seu papel
habitual de leitor passivo e entra em um livro que pode
ser lido de várias maneiras: linear ou saltando os capítulos
como é informado ao final de cada capítulo, para o qual
ele deve passar. È como um jogo da amarelinha,
brincadeira infantil onde o jogador pode passar de várias
casas de acordo onde a pedra cai o participante deve
pular até ela, é um jogo mais conhecido entre as crianças
das décadas passadas. A tradução em português contém
639 páginas nas quais podemos nos deliciar com as 639
páginas distribuídas em 155 capítulos desse romance
poema também considerado o primeiro anti-romance
mundial nesses capítulos existem poemas, indagações
sobre a literatura, o leitor, amor, loucura, solidão,
suicídio, e várias questões sobre a arte que sempre levam
o leitor ao questionamento. No romance os personagem
principais são: Horácio Oliveira e Maga Lucía um casal que
vive aos encontros e desencontros e tem como pano de
fundo a espetacular cidade de Paris. Com esse livro
Cortázar abusa do surrealismo e cria uma narrativa única.
Cem anos de solidão, o pontapé inicial para o Boom
39 Cujo docente coordenador é a Professora Adriana de Borges Gomes Mestre em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia.
32
ISBN 978-85-61839-06-2
literário dos anos 60. Gabriel Garcia Marques transporta
seus leitores para o mundo mágico de Mancodo dando o
pontapé inicial para o Boom Literário um fenômeno que
alavancou a venda de livros hispano-americanos para
todo mundo além de consagrar vários escritores novos e
consolidar escritores como Gabriel Garcia Marques. Com
uma narrativa que explora o realismo fantástico esses
escritores inovaram e desde então servem de modelo
para novas gerais de escritores de todo mundo. Os
personagens deste livro fogem ao modelo atual das
narrativas, vivendo em uma terra mágica fundada pelo
patriarca da família José Arcádio Buendía e enfrento
várias questões sociais e mágicas. Quando se trata de
questões mágicas essa família não se espanta com
facilidade, atitude que corrobora parra o fascínio dos seus
leitores.
METODOLOGIA
Nossa metodologia foi a leitura crítica e fichamento dos
livros além da leitura de obras críticas sobre eles e de
vários textos já publicados por críticos literários, reuniões
com os demais integrantes feitas na Universidade
Estadual da Bahia da com e sem a presença da
orientadora.
RESULTADOS
De acordo com nossas pesquisas encontramos indícios
explícitos e implícitos desta indagação. Esse plano de
trabalho também tem como objetivo analisar a primeira
obra citada e os elementos que incitaram a sua
consagração por partes de escritores e leitores em todo
mundo. Entre esses dois autores existe a semelhança de
que as respectivas obras estudadas foram escritas fora de
sua terra natal. Nos dois livros constatamos uma
literatura incomum para a época com personagens que
tem vários nomes e que esses nomes influenciam em sua
personalidade, e no início das obras existe um guia onde
o leitor pode consultar no caso de O Jogo da Amarelinha o
leitor pode consultar um tabuleiro que informa quais
capítulos ele deverá pular se optar por ler o livro de forma
não linear, e em Cem Anos de Solidão como os
personagem tem nomes derivados de outros personagens
há a árvore genealógica, um recurso muito útil. Também
vemos que nas duas obras os autores escolhem logo no
primeiro capitulo começar a recordação de um
personagem trazendo para o leitor a nostalgia de uma
lembrança simples, calma, sem os conflitos que serão
levantados no decorrer das obras. No livro Cem Anos de
solidão vemos a citação de um personagem que contem
no Jogo da Amarelinha e o local onde esse personagem,
(Rocamandur), morreu além de semelhanças no primeiro
capítulo, no mesmo ambos começam sua prosa com a
lembrança de um personagem, antecipando os conflitos
que virão.
CONCLUSÃO
Concluímos que o Jogo da Amarelinha foi uma das
principais obras publicada por um escritor latino
americano na década de 60 e que impulsionou o
fenômeno literário intitulado de Boom literário dos anos
60, movimento esse que levou a cultura da América
Latina para todo o mundo, e incentivou vários escritores a
utilizar o realismo fantástico em suas obras.
PALAVRAS CHAVE: Recepção, Cortázar, García Márquez
3. PSICOLOGIA G. AS VIVÊNCIAS DE SEXUALIDADE NA
TERCEIRA IDADE: IDOSOS DO PROJETO 'CABELOS DE PRATA' DE BOA VISTA – RR
Andressa Silva Rebouças40
Andreza Evangelista G. Tavares41
Levine Carvalho dos Santos autora42
40 Autora, graduanda em Psicologia na Universidade Federal de Roraima – UFRR. 41 Autora, graduanda em Psicologia na Universidade Federal de Roraima – UFRR. 42 Graduanda em Psicologia na Universidade Federal de Roraima – UFRR, bolsista institucional da UFRR.
33
ISBN 978-85-61839-06-2
Raylane Paula C. Santiago43
MSc.Tatiana Saldanha44
INTRDOUÇÃO
O presente estudo teve como objeto de intervenção a
sexualidade na terceira idade. Com isso, o objetivo deste
estudo foi compreender a sexualidade neste período com
os idosos, acima de 60 anos, participantes do projeto
'Cabelos de Prata' da Prefeitura Municipal de Boa Vista –
RR. Segundo alguns teóricos, a sexualidade na terceira
idade é freqüentemente baseada em velhos estereótipos
privados de significados. O desconhecimento da própria
sexualidade e os preconceitos e tabus difundidos levam
os idosos a considerar inadequado expressar emoções
quanto à sexualidade.
METODOLOGIA
Participaram da pesquisa, que tem caráter qualitativo, os
idosos do Projeto Cabelos de Prata da Prefeitura
Municipal de Boa Vista. Foram realizadas cinco
entrevistas, já que é procedimento mais utilizado nesse
vigor. As entrevistas foram aplicadas a quatro mulheres e
um homem. Foram realizadas na praça de uma igreja,
onde funciona uma das sedes do projeto. Cada entrevista
teve duração média de 25 minutos. Essas foram do tipo
semi-estruturadas, realizadas com idosos acima de 60
anos. Recolhemos os relatos de depoimentos e fatos
ocorridos relacionados à sexualidade, com a utilização de
um gravador. e uma máquina fotográfica, na qual
registramos a participação dos idosos realizando as
atividades oferecidas pelo projeto Cabelos de Prata e
obtermos imagens como dados materiais
complementares para a pesquisa. Após gravação, as
entrevistas foram transcritas e delas fizemos uma
ordenação dos dados com o uso do mapa temático, de
acordo com Minayo (1994). Todos os dados que foram
43 Autora, graduanda em Psicologia na Universidade Federal de Roraima – UFRR. 44 Orientadora, Psicóloga, Profª. Do departamento de Psicologia na Universidade Federal de Roraima.
obtidos no trabalho de pesquisa em campo foram
distribuídos em categorias específicas que serviram para
orientar a análise dos dados.
RESULTADOS
Por meio das nossas entrevistas, pudemos comprovar que
devido o preconceito à sexualidade na velhice, oriunda da
sociedade em geral, ainda não é dada a verdadeira
importância para a discussão e abordagem desse tema.
De acordo com os dados provenientes das mesmas, os
entrevistados afirmaram que muitas pessoas do seu
convívio social alegam que o idoso, por ser velho, não
serve mais para ter atividade sexual. Três de nossos
entrevistados ouvem diariamente que os idosos já
viveram tudo o que tinham para viver no sexo quando
eram jovens e conseqüentemente, mesmo sem querer,
acabam internalizando essa idéia. Sendo assim, apesar da
experiência adquirida ao longo de suas vidas, procuram
não demonstrar a vontade, se esta aparecer com
freqüência. No lugar disso, acabam desenvolvendo outras
atividades, vistas como mais tranqüilas e aceitáveis para
um idoso realizar, como: crochê, música, costura e
trabalhos manuais em geral.
CONCLUSÃO
Após nossa análise, apontamos uma série de fatores que
fazem com que os idosos deixem o sexo de lado, estes
são: informações insuficientes sobre sexualidade, perda
da beleza do corpo com a idade, idéia de que sexo é para
jovens, associação à algumas doenças, perda do cônjuge e
medo de doenças sexualmente transmissíveis. Tudo isso
diminui a vontade, não tornando alguns sexualmente
ativos, pois os que praticam ainda tem o prazer de desejar
e ser desejados, é tudo uma questão de cumplicidade,
respeito e amor.
PALAVRAS CHAVE: TERCEIRA IDADE; SEXUALIDADE; PRECONCEITO.
4. ECONOMIA
34
ISBN 978-85-61839-06-2
H. ANÁLISE DA RECENTE REDUÇÃO DA POBREZA NO BRASIL: GOVERNO FHC E LULA
Magalí Alves de andrade45
Magila Souza Santos46
Andersonn Souza Gonçalves47
Thiago Souza Gonçalves48
INTRDOUÇÃO
O combate a pobreza precisa ser política de governo para
conseguir atingir da melhor forma os resultados
necessários. A redução da pobreza é uma das Metas do
Milênio, pois a sua redução significa a redução da
mortalidade infantil, melhoria na qualidade de vida,
acesso à saúde, educação e etc. Todas essas necessidades
básicas, inclusive alimentação que é um problema
enfrentado no dia-a-dia da população mais pobres do
Brasil, são garantidas pela Constituição de 1988. A política
de distribuição de renda não é condição suficiente para a
redução da pobreza nem de geração de desenvolvimento,
porém é necessária para que esses dois objetivos sejam
atingidos. Sociedades muito desiguais geraram sempre
condições de pobrezas, sem a capacidade de retirada das
pessoas de tais condições. Dessa forma, o objetivo desse
trabalho é estudar o comportamento e
comprometimento dos dois últimos governos brasileiros,
Fernando Henrique Cardoso (FHC) e Luiz Inácio Lula da
Silva (Lula), com a redução da pobreza e extrema pobreza
45 Autora, Mestranda em Economa da Universidade Federal da Bahia-UFBA 46 co-autora, Mestranda em Economa da Universidade Federal da Bahia-UFBA, bolsista CNPq. 47 Co-autor, Especialista pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), bolsista CNPq. 48 Co-autor, Mestrando em Economa pela Universidade Federal de Sergipe-UFS.
assim como observar se houve redução da desigualdade
de rendimentos da sociedade, o que significaria maior
inclusão social e o primeiro passo na busca do
desenvolvimento econômico e social.
METODOLOGIA
Dessa forma, o objetivo desse trabalho é estudar o
comportamento e comprometimento dos dois últimos
governos brasileiros, Fernando Henrique Cardoso (FHC) e
Luiz Inácio Lula da Silva (Lula), com a redução da pobreza
e extrema pobreza assim como observar se houve
redução da desigualdade de rendimentos da sociedade, o
que significaria maior inclusão social e o primeiro passo
na busca do desenvolvimento econômico e social. Os
dados escolhidos para essa análise foram: O número de
pessoas pobres, o número de pessoas em extrema
pobreza, número de domicílios em extrema pobreza e
coeficiente de Gini, distribuição da renda. Disponíveis no
site do IPEADATA, tendo como fonte o IBGE e a Pnad para
os anos que vão de 1993 até 2009. Uma das análises
feitas compreende a herança recebida por cada
presidente e deixada por ele, para FHC 1993 é
considerada a herança que ele recebeu, já que 1994 não
está disponível, o fim do seu mandato foi em 2002. Este
ano é considerada a herança deixada por FHC para Lula, o
último ano do governo de Lula é considerado 2009, já que
não estão disponíveis os dados de 2010.
RESULTADOS
O Coeficiente de Gini, que mede a desigualdade da renda
entre os que recebem mais e os que recebem menos,
apresentou reduções robustas na período Lula, enquanto
apenas variações foram observadas no governo
FHC.Número de domicílios em situação de extrema
pobreza, esse indicador mostra a quantidade de
domicílios no Brasil que estavam e permaneceram na
pobreza extrema no Governo FHC e quantas estão ou
sobraram no governo Lula.Número de pobres e de
extremamente pobres. Quem estava pobre em 1995
continuava pobre ou extremamente pobre no final do
35
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Governo de FHC, 2002. Enquanto no Governo Lula, mais
de 20 milhões de pessoas saíram da pobreza e mais de 10
milhões de pessoas deixaram de está na pobreza
extrema.Em resumo, os dois governos podem ser
análisados pelos dados disponíveis pelo IBGE, IPEADATA e
Pnad, mostram que no combate a pobreza e na
distribuição de renda o governo Lula fez mais que o dobro
do governo FHC. Essas variações representam o quanto
cada indicador foi reduzido em cada gestão.
CONCLUSÃO
O número de pessoas em situação de extrema pobreza
está ligada com maior índices de analfabetismo,
mortalidade infantil, menor espectativa de vida, falta de
saneamento básico e fragilidade alimentar. Essas
situações “sub-humanas” são amenizadas ao passo que as
pessoas são restiradas dessa situação, se configurando
em políticas de extrema urgência, pois a permanência do
cidadão nessa situação pode resultar em morte. A
redução da pobreza é a possibilidade de oferecer
expectativa de futuro para uma grande parcela da
sociedade que ainda se encontra à margem da sociedade.
Essa população não tem acesso à bens de consumo,
educação e saneamento básico, portanto o atendimento
dessas necessidades é um dos passos para conseguir
diminuir a pobreza. Da mesma forma a quantidade de
domicílios em estado de pobreza representa a
necessidade dessa parcela da população. Entretanto,
apenas auferir tais indicadores não mostrar todas as
mudanças que a sociedade está passando e nem que
mostram a mais absoluta verdade. A análise desses
indicadores ajudam a compreender qual o caminho que a
economia está seguindo, vista através da parcela mais
pobre da sociedade, a que possui mais necessidades a ser
atendida.
PALAVRAS CHAVE: POBREZA; DISTRIBUIÇÃO DE RENDA; REDUÇÃO DA POBREZA.
I. RESERVAS INTERNACIONAIS DO BRASIL: UMA ANÁLISE DE INDICADORES MACROECONÔMICOS DE 2000 – 2009
Magila Souza Santos49
Magalí Alves de andrade50
Jamilly Dias dos Santos51
INTRDOUÇÃO'
O Brasil entre os países emergentes, está assumindo
posição de destaque diante dos grandes investidores
estrangeiros. São inúmeros os motivos para esta mudança
de paradigma, um dos destaques é o aumento
considerável das reservas internacionais brasileiras. Com
base nesse contexto, o objetivo desse trabalho é
investigar o comportamento das reservas internacionais
fazendo um comparativo com alguns indicadores
macroeconômicos, utilizando o período de 2000 à 2009.
Nas décadas de 60 e 70, período que mais tiveram
produções sobre o tema, Heller (1966), com análise de
custo-benefício para a escolha ótima da razão
reservas/importações. Os pioneiros a utilizar técnicas
econométricas foram Kenen e Yudin (1965). Autores
como Frankel e Jovanovic (1981), desenvolveram um
modelo de reservas ótimas baseado no papel das reservas
como "buffers"(amortecedores). Flood e Garber (1984),
discutiram o papel das reservas como mecanismo de
adiar as crises. Ben-Bassat e Gottlieb (1992), com um
modelo que media o efeito das reservas na probabilidade
de crise. Dentre esses modelos várias foram as aplicações
e extensões, como Jeanne e Ranciére (2006). Além de
autores como Cavalcante e Vonbun (2007;2008) e a
análise da relação custo-benefício.
49
Autora, Mestranda em Economa da Universidade Federal da Bahia-UFBA 50
Co-autora, Mestranda em Economa da Universidade Federal da Bahia-UFBA; Jamilly Dias dos Santos, co-utora, Mestranda em Economa da Universidade Federal da Bahia-UFBA 51
Co-autora, Mestranda em Economa da Universidade Federal da Bahia-UFBA
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METODOLOGIA
Para atingir o objetivo proposto o procedimento
metodológico utilizado foi uma pesquisa bibliográfica e
uma análise de dados secundários. A pesquisa
bibliográfica foi constituída de livros, publicações
periódicas, artigos científicos, relatórios técnicos
divulgados pelo Banco Central do Brasil e alguns
impressos. Já a pesquisa documental foram utilizados
documentos e dados disponíveis em sites como os do
IBGE, IPEADATA, Banco Central do Brasil. A pesquisa
bibliográfica foi utilizada para dar o aprofundamento
teórico e a documental, para através dos dados,
comprovar as hipóteses estudadas. Os principais
indicadores utilizados, para fazer a análise, foram os
montantes de reservas internacionais, a partir do
conceito liquidez internacional e do conceito caixa,
importações brasileiras, o Ibovespa como proxy da
confiança dos investidores estrangeiros, rentabilidade das
reservas internacionais, dívida externa, Produto Interno
Bruto (PIB) entre outros. Em alguns casos foram
calculadas as relações entre eles, como por exemplo,
Reservas Internacionais/PIB no Brasil, na América Latina e
no Mundo. A base de dados, como já supracitado, foi de
2000 à 2009
RESULTADOS
Ao relacionar as reservas internacionais brasileiras com
PIB percebe-se que desde 1990 esses indicadores seguem
trajetória crescente e concomitante, apresentando
descolamento a partir de 1998, como resultado da crise
asiática em 1997 e a crise na Rússia em 1998, onde as
reservas atingem 5,2% do PIB. Nesse período o governo
brasileiro recorre a empréstimos junto ao Fundo
Monetário Internacional (FMI), e em 1999 desvaloriza o
Real o que elevou o nível de reservas em porcentagem do
PIB, refletindo na queda do valor do PIB em dólar, devido
à desvalorização da moeda brasileira. A partir desse
contexto, apesar de todas essas medidas, o Brasil só
retoma o patamar anterior a crise, em meados de 2000,
quando as reservas retomam a trajetória ascendente. O
crescimento efetivo do acumulo das reservas evidenciou-
se entre os anos de 2006 e 2007, apresentando uma
variação de 110%, chegando a representar 150% das
importações e 75% da dívida externa brasileira. Dessa
forma, as reservas internacionais tem acompanhado a
tendência, de certo modo, crescente do PIB com um leve
descolamento apenas no ano de 2009 quando o PIB
apresentou retração de 0,2% devido a ultima crise
mundial, enquanto que as reservas internacionais
bateram recorde histórico de US$ 209,224 bilhões.
CONCLUSÃO
Sabe-se que as reservas internacionais de um país
representam o total de moeda estrangeira mantido pelo
Banco Central (BCB). A maior parte desses recursos é
aplicada em títulos da dívida de outros países e tem como
origem os superávits do balanço de pagamentos, de
forma que quando ocorre mais entrada de divisas que
saídas, o Banco Central acumula reservas tornando o país
superavitário. Analogamente, o país é deficitário quando
há uma saída de reservas que o BCB cobre utilizando as
divisas acumuladas. Apesar da divergência entre
correntes a respeito do acumulo de reservas, ora como
um seguro contra crise, ou gerando custos fiscais. A
manutenção das reservas internacionais serviram como
proteção contra crises financeiras internacionais e na
diminuição da variabilidade externa, refletidos na menor
queda do PIB e do consumo interno durante crises
internacionais. Contudo, frente a aparente "robustez" da
economia percebe-se que o acumulo de reservas
internacionais tem conseqüências negativas como
abdicação dos retornos ao deixar de investir em algumas
aplicações alternativas, como o investimento produtivo.
Entretanto alguns pontos positivos podem ser
observados, como diminuição da vulnerabilidade do país
e suavização dos impactos causados por crises
internacionais.
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PALAVRAS CHAVE: RESERVAS INTERNACIONAIS, PRODUTO INTERNO BRUTO, INDICADORES MACROECONÔMICOS.F.
J. ANÁLISE DE ÍNDICES DE DESENVOLVIMENTO MUNICIPAL: SERGIPE
Magalí Alves de andrade52
Magila Souza Santos53
Andersonn Souza Gonçalves54
Thiago Souza Gonçalves55
INTRDOUÇÃO
O tema desenvolvimento é discutido na teoria econômica
a muitos anos e sempre junto com essa temática é
levantada a questão da mensuração desse
desenvolvimento. Muitas tentativas de mensurar o
desenvolvimento de forma menos distorcida são feitas e
refeitas dentro da literatura econômica. Esse trabalho
tem como objetivo analisar alguns indicadores de
desenvolvimento a nível municipal que melhor retratem a
realidade dessas localidade. Para isso foi necessária a
busca de alguns índices ou indicadores que pretendem
mensurar o desenvolvimento, ou a pobreza, como
antagonista do desenvolvimento. O Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) é uma dessas medidas
de desenvolvimento bastante utilizadas no Brasil. Tendo
como proxy a renda, a educação e a esperança de vida, é
uma das formas mais utilizadas de mensurar o
desenvolvimento econômico e o bem-estar da sociedade.
No início dos anos 90, ano em que o IDH foi criado,
algumas variações desse indicador vêm sendo testadas,
52 Autora, Mestranda em Economa da Universidade Federal da Bahia-UFBA. 53 Co-autora, Mestranda em Economa da Universidade Federal da Bahia-UFBA; 54 Co-autor, Especialista pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR); 55 Co-autor, Mestrando em Economa pela Universidade Federal de Sergipe-UFS.
como o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
(IDH-M), Índice de Pobreza Humana (IPH) e Índice de
Pobreza Humana Municipal (IPH-M). Existem também
outros tipos de indicadores que tentam mensurar o
desenvolvimento elaborado pelos Estados, é o caso do
Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), Índice
Desenvolvimento Municipal (IDM), Índice de
Desenvolvimento Social de Oferta (IDS-O), Índice de
Desenvolvimento Social de Resultado (IDS-R) e Índice de
Desenvolvimento Social do BNDES (IDS do BNDES). Todos
esses indicadores apresentam indicadores determinantes
do desenvolvimento com significados muito próximos.
Dessa forma, medem o desenvolvimento a partir de
alguns indicadores de riqueza, de educação, saúde,
moradia, conforto, segurança, bem-estar, entre outros. O
que muda, na maioria dos casos, é a composição dos
indicadores.
METODOLOGIA
Foram analisados diversos índices: IDH, IDH-M, IPH, IPH-
M, IPRS, IDM, IDS-R e IDS-O, e ,IDS do BNDES e IDS-M do
BNDES. Foi feito um levantamento das metodologias
utilizadas por cada índice e foram selecionados dois
índices para serem aplicados a nível municipal no Estado
de Sergipe. Os índices escolhidos foram o IDH-M, IDS-M
do BNDES e IPH-M. Um dos primeiros critérios para a
seleção desses indicadores está na composição. O IDH-M,
IDS-M do BNDES e IPH-M, montam seus indicadores em
três dimensões: Renda, Educação e Saúde. A base de
dados é fornecida pelo PNUD Brasil, pelo IBGE e pelo
IPEADATA, alguns dos índices já estavam disponibilizado
em sua forma final, ou seja, com o índice calculado, e
outros feito o cálculo a partir dos dados disponibilizados.
Apesar de mensurarem coisas diferentes, os IDS-M do
BNDES e IDH-M comparados com o IPH-M, onde o último
tentará mensurar a pobreza da região, diferente dos
demais que buscam o desenvolvimento. O contraponto
desses indicadores remete ao paradoxo enfrentado nos
dias atuais por grande parte dos municípios brasileiros.
38
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Onde apesar de apresentarem elevados ou consideráveis
índices de desenvolvimento, apresentam elevados índices
de pobreza também. Ou seja, apesar de estarem mais
desenvolvidos a incidência de pobreza se mantém
elevada.
RESULTADOS
Os resultados do IDH-M nos municípios de Sergipe no ano
2000 são apresentados de forma comparativa com outros
dois índices: IDS-M do BNDES e o IPH-M. Essa comparação
entre índices que fazem uso de indicadores diferenciados,
e que, no entanto, mensuram nas mesmas dimensões,
mostra que a utilização de indicadores diferenciados pode
representar melhor a realidade dos municípios. Alguns
resultados interessantes podem ser observados, Aracaju,
capital do estado apresentou os melhores índices,desde
os de desenvolvimento, como o menor, ou seja, melhor
IPH-M, outros como o município de Itabaiana, que
apresenta pouca diferença entre o IDS-M do BNDES em
relação ao IDH-M, ficando entre a 5ª e 6º mais
desenvolvidos. O que representa apenas a 15º melhor
IPH-M. Já entre os 10 últimos colocados nos índices de
desenvolvimento percebe-se que municípios com menor
desenvolvimento, nem sempre apresentam os maiores
índices de pobreza como seria de se esperar. Alguns
exemplos são: Santana do São Francisco, Nossa Senhora
de Aparecida e Porto da Folha que estão entre os dez
piores índices do IDH-M mas não fazem parte dos dez
piores índices do IDS-M do BNDES, nem do IPH-M, exceto
Nossa Senhora de Aparecida.
CONCLUSÃO
A utilização de indicadores a nível municipal permite uma
robustez maior, por se referirem a unidades geográficas
menores e com características parecidas. No entanto, os
municípios de um mesmo Estado apresentam-se díspares,
tornando-se necessária uma análise mais detalhada. Com
a utilização de mais de um índice ou de índices que seja o
mais robusto possível e que seja composto por uma boa
quantidade de indicadores. Essa é uma observação
importante quando se trata de uma perspectiva de
desenvolvimento, pois o crescimento desigual não gerará
desenvolvimento, mas sim um aprofundamento das
discrepâncias socioeconômicas do município. O IDH-M,
por ser mais conhecido e amplamente utilizado por
governantes e pelos tomadores de decisão, já o IDS-M do
BNDES possui uma escala de valores mais criteriosa, ou
seja, permite a capitação das disparidades entre os
municípios Sergipanos, mas o IPH-M, que mede a
escassez no atendimento às necessidades básicas é a
percepção contrária ao desenvolvimento, medindo aquilo
que não existe e os quais todos deveriam possuir. Essa
análise de índices municipais de desenvolvimento e de
pobreza apresenta com maior clareza a diferença entre os
índices e auxilia no desenvolvimento de diagnósticos mais
precisos e até mesmo na criação de algum índice sintético
que compreenda a utilização dos indicadores dos três
índices. Criando um índice sintético mais robusto e com
maior representatividade.
PALAVRAS CHAVE: Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal; Desenvolvimento Municipal; Indicadores de
Desenvolimento
5. ARTES VISUAIS K. MAQUETE DO BINHO: A FANTÁSTICA
CIDADE DE BRINQUEDOS
Fábio Luís Caires Coelho56
,
INTRDOUÇÃO
A Maquete do Binho é uma arte conceitual, cuja técnica
empregada é a mista re conjunto de obras artísticas
trabalhadas artesanalmente com sucatas, emborrachado
vinílico, peças de brinquedo, miniaturas e material
reciclado. Obra temática assinada pelo desenhista e
56 Autor, estudante do 7º período em Artes Visuais e 3º período em Música, ambos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), bolsista do PIBID.
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artista plástico Fábio Caires, que se inspirou no parque
temático do cartunista Maurício de Sousa, o célebre
criador da Turma da Mônica. A Exposição Temática A
exposição temática é o ápice do trabalho desenvolvido. É
o momento mais importante, onde são apresentados
todos os tópicos da maquete; levando o amigo visitante
de um a forma diferente, a viajar pela cultura e temas
expressos neste trabalho. Através década tópico, o
visitante pode observar minuciosamente a arte
trabalhada, e apreciar uma belíssima visão panorâmica,
através da maquete filosófica, cuja tradição é transformar
com estilo e muita criatividade, o simples em mundo
imaginário.
METODOLOGIA
A metodologia deste trabalho é analisar e apresentar de
forma teória e emppirica a obra Maquete do Binho. São
objetivos principais da Maquete Despertar nas crianças e
adolescentes o interesse pela arte, desenvolvendo as
faculdades mentais e intelectuais, através da sua
capacidade imaginativa e criadora. Incentivar o gosto pela
via miniaturismo, levando o visitante bem próximo da
realidade e do imaginário, através de uma cidade
cenográfica em pequena escala, expressando valores
culturais, morais e educativos. Conscientizar o visitante à
preservação do meio ambiente, reaproveitando do lixo
materiais úteis para a confecção de brinquedos
educativos e artesanais. Mostrar que arte é um dom de
Deus. Que é o céu de todo aquele que encontra na arte
um arco-íris para a sua vida.
RESULTADOS
Imagine fazer do lixo um fábrica de brinquedos!
Transformar uma lâmpada em um colorido balão ou
confeccionar uma casinha decorada com botões, clipes,
lápis, brinquedos e até CD’s! Esta é a principal atração da
Maquete do Binho. Uma tradição que transforma muita
coisa simples em um universo mágico e criativo. Um
cenário especial. Reciclar, cortar, colar, montar,
desenhar...enfim, juntando tudo isso e muita criatividade
e dedicação a maquete foi surgindo e crescendo,
ganhando a forma cenográfica e o colorido especial. Das
técnicas utilizadas, destacam-se a mista reciclagem e o
miniaturismo. Há também o trabalho com peças de
brinquedos, sucatas e emborrachado vinílico. Hoje, são
mais de 50 peças que compõe toda a maquete, que
preenche uma dimensão de 5m2.
CONCLUSÃO
A maquete é uma forma didática onde é possível
aproximar da realidade através da tridimiensionalidade
da obra, podendo mostra a hisória, sua filosofia, e todo
um conjunto de elementos visuais e artísticos. Tupo
arquitetonicamente perfeito e sicronizado para
dsencadear no espectador a sua capacidae imaginativa e
criaora. Não só pelo seu caráter artístico e conceitual.
PALAVRAS CHAVE: Arte; maquete, reciclagem
6. CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS A. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. DESVENDANDO
SEPARAÇÃO DE CASAIS ATENDIDOS NO PÓLO AVANÇADO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
Aghata Teixeira Silva57
Iraildes Caldas Torres58
INTRDOUÇÃO
Este estudo se ocupa da verificação da violência contra a
mulher, como um dos principais fatores de
desestruturação familiar e separação dos casais, na
cidade de Manaus. Elege como categoria de análise as
relações de gênero, família e violência doméstica que
iluminarão as discussões e diálogos travados na rede de
conversação sobre o objeto de estudo. A pesquisa será
realizada no Pólo Avançado da Universidade Federal do
57 Autora, Aluna pesquisadora graduanda da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), bolsista do CNPq. 58 Orientadora, Professora Doutora da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
40
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Amazonas, órgão responsável por audiências de Pensão
Alimentícia, Divórcio, Separação, Reconhecimento e
Dissolução de Sociedade de Fato, Investigação de
Paternidade, Guarda e Responsabilidade e
Regulamentação de Visitas. Trata-se de um dos eixos do
projeto maior intitulado “Formação de professores em
Diversidade Sexual e Gênero no Amazonas”, coordenado
pela orientadora deste PIBIC, com o apoio da Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
República e da SECAD/MEC (Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade). Este estudo se
justifica não só pelo reconhecimento científico que
poderá dar às atividades do Pólo Avançado da
Universidade Federal do Amazonas, mas, sobretudo
porque identificará a atual situação da mulher que sofre
violência no âmbito doméstico na cidade de Manaus.
METODOLOGIA
Este estudo tomará como parâmetro conceitual a
categoria das relações de gênero, ancorada em autores,
como: Foucault (2006), Scott (1991), Giordani (2006),
Vitale e Acosta (2005), Ramos (2003), Torres (2005)
dentre outros. A pesquisa de campo assumirá o aporte
metodológico das abordagens qualitativas sem excluir os
aspectos quantitativos. Logo, a trilha metodológica da
pesquisa obedecerá aos seguintes passos: 1º Momento:
Pesquisa Bibliográfica - Dar-se-á ênfase à pesquisa
bibliográfica, cuja revisão da literatura – feita a partir de
leitura e fichamentos de livros e textos –, dará
sustentação ao quadro de referencial teórico da pesquisa.
Este será um processo contínuo de ir e vir do estudo em
questão. 2º Momento: Pesquisa Documenta - Nesta fase
do trabalho, será realizada a pesquisa documental,
momento em que serão examinados os prontuários e
outros arquivos relativos aos assuntos voltados para a
violência doméstica, objeto de discussão do estudo. O
contato com esse material permitirá identificar os sujeitos
da pesquisa e definir o universo a ser pesquisado,
conforme prevê o terceiro momento a seguir. 3º
Momento: Identificação dos sujeitos da pesquisa - Há, em
média, 600 (seiscentos) processos anualmente relativos
aos atendimentos de demanda que procura o Pólo
Avançado. No entanto, são 150 (cento e cinqüenta) os
processos acompanhados totalmente pela equipe
interdisciplinar que compõe Pólo Avançado. É com base
nesses 150 (cento e cinqüenta) projetos que será possível
identificar os sujeitos da pesquisa, visto que o objeto
violência doméstica só se torna evidente em processos
cujos relatórios trazem no seu parecer o diagnóstico
Psicossocial. Com base nesse número de processos,
tomou-se por amostra a porcentagem normativa que
deve ser de 11% de todo o universo, tendo-se 15 (quinze)
objetos a serem investigados. Ora, se 15 processos
correspondem ao total dos objetos violência doméstica,
significa que há 30 pessoas envolvidas, das quais 15 são
mulheres, vítimas do ato de violência doméstica; Desse
número, pretende-se trabalhar com uma demanda de 12
casais e, portanto, 24 sujeitos, pertencente a diferentes
04 locais de zoneamento Urbano e Rural, assim
distribuídos: 08 casais do perímetro urbano, sendo 04
(quatro) casais da Zona Leste e 04 (quatro) casais da Zona
Sul. Os outros 04 casais serão aqueles que constam no
processo jurídico como moradores da Zona Rural, cujos
municípios – de preferência limítrofes –, serão
posteriormente identificados por via da pesquisa
documental. A diferenciação de locais por certo
qualificará a pesquisa, visto que tal abrangência deve
identificar uma diversidade de valores, culturas e
costumes característicos de cada local habitado por esses
sujeitos da pesquisa. A pesquisa estender-se-á, ainda, a
03 (três) profissionais da equipe multiprofissional
(advogado, psicólogo e assistente social), sendo um de
cada área, para a obtenção de informações sobre
encaminhamentos, acordos e outros instrumentos
conciliatórios assumidos pelo Pólo Avançado. 4º
Momento: Instrumento de campo - Aplicação do Pré-
teste: será elaborado um questionário que permita
através da aplicação do pré-teste redimensionar questões
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de acordo com a veracidade dos fatos. Serão elaborados
dos questionários: um contendo perguntas fechadas e
outro em formato de roteiro, contendo de perguntas
abertas ou semi-estruturadas. Tais documentos deverão
ser previamente elaborados e testados. Trata-se de um
momento crucial, pois as informações apreendidas serão
fundamentais para as análises futuras, permitindo a
afirmação ou negação de hipóteses, dependendo de cada
situação, bem como podem primar pela consolidação
e/ou refutação de aspectos teóricos, criteriosamente
construídos ao longo do trabalho. 5º Momento: Pesquisa
de Campo - Este momento se refere ao início da pesquisa
de campo propriamente dita, visto que se estenderá à
demanda atendida pelo Pólo Avançado da Universidade
Federal do Amazonas e, que tem por objetivo tratar de
assuntos relativos à guarda e conciliação das relações
familiares. 6º Momento: Análise e interpretação dos
dados - Esta fase da pesquisa será reservada à análise,
sistematização das informações que consubstanciarão o
Relatório Final da Pesquisa e, posteriormente, a
Elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso – TCC e,
portanto, nele constará tanto a análise quanto a
interpretação propriamente dita dos dados da pesquisa
como um todo. Critérios de exclusão: 1.Mulheres
menores de 18 anos; 2.Mulheres que tem mais de cinco
filhos; 3.União estável menos de cinco anos de vivencia.
Critérios de Inclusão: 1.Mulheres maiores de 18 anos;
2.União estável a partir de cinco anos; 3.Mulheres que
tenham ate três filhos; 4.Mulheres que procuram o Pólo
Avançado. Critérios para suspender ou encerrar a
pesquisa: 1.Se as mulheres constrangidas ou em
desconforto poderão se retirar da pesquisa em qualquer
momento; 2.Se os informantes se recusarem a informar.
Critérios Para chegarmos aos sujeitos: Processos de
Divórcio Consensual/Litigioso, Separação
Litigiosa/Consensual, ou Reconhecimento e Dissolução de
União Estável; Processos onde as mulheres sejam
requerentes; Processos que na petição indique índices de
violência doméstica; Processos da comarca de Manaus.
RESULTADOS
A primeira grande mudança sobre a ruptura conjugal
aconteceu com a promulgação da Lei do Divórcio. O início
do século XX representou um marco, visto que tal
rompimento provocou profundas mudanças naqueles
valores familiares, até então concebidos como verdadeiro
preconceito. Essa ruptura marca o início da autonomia
feminina, visto que o poder de decisão permitiu à mulher
opinar e decidir sobre o seu próprio futuro conjugal.
Surge, assim, a necessidade de o Poder Judiciário
implantar as Varas de Família para que os direitos sejam
garantidos de forma equânime e direcionados à família
que se encontra em processo de reestruturação. Com
base nessa concepção, inaugura-se o Pólo Avançado do
Núcleo de Conciliação das Varas de Família – PANCVF,
cujo Programa tem por objetivo “promover o livre e fácil
acesso da população inserida em situação de
vulnerabilidade sócio-econômica. Visa-se, com isso,
garantir o sagrado direito à cidadania e à dignidade
humana, por meio de ações articuladas envolvendo a área
jurídica e psicossocial”. Trata-se de um de Programa de
Extensão da Universidade Federal do Amazonas, oriundo
de Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a UFAM
e o Tribunal de Justiça do Amazonas, em 23 de setembro
de 2008. Em 19 de maio de 2009, a Defensoria Pública do
Estado do Amazonas integra-se ao Programa, através da
assinatura de um Termo Aditivo. O Pólo Avançado está
localizado à Rua Coronel Sérgio Pessoa, n.º 147, Centro de
Manaus, sediado no histórico prédio onde durante mais
de um século funcionou a Faculdade de Direito da
Universidade Federal do Amazonas. As atividades
inerentes ao Programa funcionam de segunda à sexta
feira, no horário das 08h às 14h. O atendimento ao
público é realizado por meio de uma equipe
multidisciplinar composta por profissionais operadores do
Direito, Defensores Públicos, Assistentes Sociais e
Psicólogos. Concebido, também, como um espaço de
atividades pedagógicas, o Pólo Avançado conta com os
acadêmicos da UFAM, pertencentes dos cursos de Direito,
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Serviço Social e Psicologia e que desenvolvem atividades
de Estágio Curricular numa íntima articulação entre teoria
e prática. Os processos que tramitam no Pólo Avançado
dizem respeito aos seguintes atos jurídicos: Pensão
Alimentícia, Divórcio, Separação, Reconhecimento e
Dissolução de Sociedade de Fato, Investigação de
Paternidade, Guarda e Responsabilidade e
Regulamentação de Visitas. Assim, conforme prevê o
Programa do Pólo Avançado, entre outras coisas,
pretende-se: capacitar tais acadêmicos ao manejo das
técnicas de conciliação como mecanismos válidos para
solução de conflitos de famílias. Quanto aos impactos
sociais promovidos em relação ao público beneficiado, a
proposta tem por objetivo: promover o fortalecimento
dos beneficiados, por meio da sensibilização acerca do
conceito que se tem de cidadania; fomentar a reflexão
crítica, incentivando o protagonismo popular; estimular a
capacidade de cada membro da comunidade em resolver
os conflitos interpessoais; solucionar efetivamente os
próprios conflitos no âmbito judicial com rapidez e
gratuidade. A Secretaria do Pólo é responsável pela
entrada dos processos oriundos do Núcleo de Prática
Jurídica/UFAM e Defensoria Pública, sendo distribuídos
por meio de processo eletrônico e, posteriormente,
digitalizados. Após a remessa eletrônica, os processos
segundo suas classes são enviados para os setores
competentes, que deverão atuar sobre os mesmos. Os
estagiários do Curso de Direito da UFAM (10 discentes),
atuam como Conciliadores, além de exercerem as funções
cartorárias próprias da Secretaria, como na digitalização
dos processos. Os serventuários que compõem a
secretaria do Pólo são pela seguinte ordem e atribuição:
Antonio Carlos Conde Holanda – Secretário Geral,
Bacharel em Direito e Servidor do quadro efetivo do
Tribunal de Justiça do Amazonas, o qual realiza a
interlocução direta com o coordenador Geral do TJAM;
Maria Lúcia de Alcantara Lima e Andrea Renata Virginio
de Souza, ambas, bacharéis em Direito e servidoras do
quadro da Defensoria Pública do Amazonas. As referidas
servidoras são Gerentes da Defensoria Pública do Estado
que compõem também a Secretaria e encaminham as
petições ao Defensor Público; Ieda Meireles Petrola
Feitoza – Bacharel em Direito, servidora pública federal,
do quadro de pessoal da Universidade Federal do
Amazonas, que exerce a função de secretária pedagógica
da UFAM, realizando interlocução direta com a
coordenação geral da UFAM. Setor psicossocial: O setor
psicossocial, composto por profissionais e estagiários de
serviço social e psicologia, desenvolve trabalho
conjuntamente, executando sua função em consonância
com a Secretaria. Ações como Guarda e Regulamentação
de Visitas passam pela avaliação do setor psicossocial,
que após minuciosa análise e estudo sobre os fatos e as
partes envolvidas na ação, fornece laudo técnico para o
embasamento de decisão judicial. Contudo, ressalta-se
que a intervenção do setor psicossocial não limita-se
nessas ações, pois sempre que necessário atuam de
formar interdisciplinar fomentando melhores estratégias
de mediação de conflitos para outras ações no âmbito do
Direito de Família, participando inclusive de audiências de
conciliação. Os profissionais e estagiários de Serviço Social
e Psicologia participam do processo de trabalho sócio-
jurídico do PANCVF mediante a realização de visitas
técnicas domiciliares às partes, entrevistas psicossociais,
encaminhamentos à rede sócio-assistencial do Estado e
Município, atendimentos psicológicos, observação lúdica
de crianças em disputa e sob suspeita de abuso ou
violência, além da construção em conjunto de laudos e
pareceres técnicos, posteriormente juntados ao processo.
O setor psicossocial é composto pelos seguintes
servidores: Taciana de Almeida Costa, Assistente Social,
membro servidora da Defensoria Pública do Estado;
Sandro Haxovell de Lira, Assistente Social, servidor
público federal, do quadro de pessoal da Universidade
Federal do Amazonas; Ilmar Costa Lima, Psicólogo,
servidor público estadual, do quadro efetivo do Tribunal
de Justiça do Amazonas; Estagiários. Em se tratando de
um Programa de Extensão da Universidade Federal do
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Amazonas, participam efetivamente da rotina diária de
trabalho, alunos da UFAM que realizam seus estágios
curriculares e/ou voluntários. Os estagiários são em
número de trinta (30), sendo dez (10) por área de
conhecimento. Dez estagiários de Direito, dez de Serviço
Social e dez de Psicologia. Todos são alunos regularmente
matriculados na Universidade Federal do Amazonas e sob
supervisão direta de Professores (coordenadores de área)
e técnicos de nível superior de suas respectivas áreas.
Cumpre destacar, que cada área acadêmica tem definido
seu projeto pedagógico de ação do estágio no Pólo
Avançado. Os referidos projetos compõem este Programa
de extensão, os quais são implementados pelas
respectivas coordenações pedagógicas das áreas de
Direito, Serviço Social e Psicologia.Quanto à capacitação
profissional, o Programa possui uma política pedagógica
em que está previsto a realização de Seminários e Ciclos
de Palestras. Como se trata de um Programa de extensão
da UFAM que articula o ensino e a pesquisa, sendo
realizado em parceria com o Tribunal e a Defensoria,
sistematicamente o Pólo está propiciando cursos de
capacitação em Mediação Familiar e outras palestras em
temas ligados ao Direito de Família. Procedimentos gerais
realizados no PANCVF pela Secretaria envolvendo os
profissionais e estagiários da área de Direito. ATIVIDADES
QUANTIDADE: Atendimentos realizados pela Defensoria
Pública (primeiro atendimento realizado no Pólo/ entrada
das ações) 1890; Cadastramento e digitalização de
processos oriundos do Núcleo de Prática Jurídica e
Defensoria Pública 482; Audiências Pautadas 552;
Audiências realizadas 342; Audiências c/ acordo 328;
Audiências s/ acordo 09; Homologações de Acordo 75;
Reconciliações 06; Redistribuição de processos para uma
das varas de família 396; FONTE: Dados da secretaria
geral do Pólo Avançado, 2010. Atividades da equipe
interdisciplinar de Serviço Social e Psicologia (profissionais
e estagiários); Visitas Técnicas 30; Atendimentos
Psicossociais 61; Avaliações Psicossociais 13; Observações
Lúdicas 04; Contatos com Redes de apoio Psicossociais 31;
Encaminhamentos a Redes de apoio Psicossociais 27;
Acordos em Atendimentos Psicossociais 23; Participação
em Audiências de Conciliação; 16; Primeiro atendimento
671. AÇÕES QUANTIDADE: Divórcio consensual 224;
Divórcio litigioso 27; Separação consensual 23; Separação
litigiosa 17; Reconhecimento e dissolução de união
estável 27; Guarda e modificação de guarda 27;
Regulamentação de visitas 02; Fixação de Alimentos 95;
Oferta de alimentos 01; Alimentos gravídicos 02;
Revisional de alimentos 04; Homologação de acordos 79;
Investigação de paternidade 29; TOTAL 557. FONTE: Setor
Psicossocial do PANCVF, 2010. Ações de competência do
PANCVF que foram registradas e processadas no período
de setembro de 2008 a setembro de 2009. AÇÕES
QUANTIDADE: Divórcio consensual 224; Divórcio litigioso
27; Separação consensual 23; Separação litigiosa 17;
Reconhecimento e dissolução de união estável 27; Guarda
e modificação de guarda 27; Regulamentação de visitas
02; Fixação de Alimentos 95; Oferta de alimentos 01;
Alimentos gravídicos 02; Revisional de alimentos 04;
Homologação de acordos 79; Investigação de paternidade
29. TOTAL557. Ressalta-se ainda que até o momento
entrou-se em contato com as mulheres que rrequereram
açao de dissoluçao que totalizaram 98 mulheres, teve-se
uma mini entrvista via telefone, que mostrou que 90%
dessas mulheres separaram-se por motivos de violencia
doméstica.
CONCLUSÃO
Em entrevistas realizadas com o Diretor de Secretaria do
PANCVF Dr. Carlos Conde, podemos ratificar a
importância dessa pesquisa pois segundo o mesmo: “Aqui
no Pólo nos temos muitos processos que encontramos
Boletins de Ocorrências com relatos de violência
doméstica, feitos pelas requerentes, sem contar nos
processos que ao mesmo tempo que correm aqui, correm
também na Vara Maria da Penha” Percebemos dessa
forma que a pesquisa tem grande relevância. Por já
termos contato com o PANCVF, entendemos também que
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estes números já coletados nos dizem muito, pois
geralmente nos casos em que encontramos relatos de
violência doméstica a requerente (quem entra com o
processo) é a mulher, se com as mesmas partes já existe
outro processo na Vara Maria da Penha, é provável que já
se tenham medidas protetivas à mulher, desta forma o
agressor, ora requerido (a outra parte do processo),
percebendo que poderá ser preso e sentindo-se
ameaçado acaba cedendo. Isso se comprova em números
quando observamos a quantidade de divórcios e
separações consensuais feitas pelo PANCVF, no período
pesquisado (setembro – 2008 à setembro 2009) que de
trezentas e quarenta e duas (342) audiências de
separação realizadas, apenas nove (09) não tiveram
conciliação (acordo). Percebemos também que vários
processos de Guarda são requeridos pelo genitor, no
entanto o PANCVF funciona com uma equipe
multiprofissional, que visa o melhor interesse da criança e
do adolescente, a partir de procedimentos metodológicos
(visitas domiciliares, visitas à escola, atendimentos,
encaminhamentos e orientações às partes que culminam
em Relatório Técnico que subsidiará a decisão judicial).
Ressaltando que como se trata de um Pólo Avançado do
Núcleo de Conciliação das Varas de Família, as partes vão
chegar ao consenso da melhor forma de se resolver a
conflitiva, não sendo como comumente no âmbito judicial
arbitrado pelo Juiz. Pontua-se ainda que a violência
doméstica acaba ficando encoberta na mairia dos
processos de dissolução que tramitam no pólo e até o
momento constatou-se que 90% dos processos onde as
mulheres são requerentes, o fator é violência doméstica.
Infelizmente não são todas as mulheres que sofrem com
violência doméstica que procuram buscar seus direitos, e
ficam a mercê de seus agressores, sendo encarceradas,
violentadas e reprimidas por estes ainda tendo que
dormir ao seu lado todas as noites, esperamos que nossa
pesquisa possa acima de tudo encorajar a estas mulheres
aprisionadas, e mostrar-lhes que apesar de termos uma
democracia apenas dita e não vivida, temos direitos e
devemos fazer estes serem válidos e efetivados, pois sim
temos voz e vez. Vale ressaltar que este encontra-se em
processo de construção.
PALAVRAS CHAVE: Família, Gênero e Violência doméstica
B. TRABALHO FEMININO: REFLEXÕES SOBRE O ASSENTAMENTO SANTA MARIA NO ACARÁ - PA
Gisely de Nazaré Freitas da Silva59
Rogério da Costa Sousa60
Alessandra Sardinha Carvalho61
Milane Monteiro Ribeiro62
Heribert Schmitz63
INTRDOUÇÃO
Trabalho é a aplicação de forças humanas para alcançar
determinado fim através de atividade coordenada (de
caráter físico ou intelectual) necessários à realização de
uma tarefa que garanta remuneração. Sociologicamente,
está relacionado à infraestrutura que é a base econômica
da sociedade, mas determina a superestrutura, dividida
em ideológica (idéias políticas, religiosas, morais,
filosóficas) e política (Estado, polícia, exército, leis,
tribunais). Portanto, nossa visão de mundo é reflexo da
base econômica da sociedade. As idéias surgem ao longo
da história e explicam-se pelas sociedades nas quais estão
inseridas. Dessa forma, o homem é fruto do meio, que
59 Autora, graduanda do curso de ciencias sociais da universidade federal do pará -UFPA, Belém-PA 60 Autor, graduando do curso de ciencias sociais da universidade federal do pará -UFPA, Belém-PA, bolsista da FAPESPA. 61 Co-autora, graduanda do curso de ciencias sociais da universidade federal do pará -UFPA, Belém-PA 62 Co-autora, graduanda do curso de ciencias sociais da universidade federal do pará -UFPA, Belém-PA 63 Orientador,Profº Dr. do Curso de Ciências Sociais e do MAFDS - Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável no Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural da universidade federal do pará- UFPA, Belém-PA.
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deve ser moldado de forma a servi-lo, em acordo às
necessidades das classes sociais. Contudo, existem
indivíduos excluídos desse modo de produção,
denominado capitalismo, e atuam sobrevivendo de modo
coletivo, onde a divisão de tarefas entre sexo e gênero
permite a lógica sustentável ao modo de produção local
através da extração de matérias-primas, do plantio, da
caça, da pesca e do incentivo ao trabalho comunitário. A
pesquisa aponta as relações de trabalho e formas de
sustentabilidade observadas durante visita de campo ao
Assentamento Santa Maria na região do Baixo Acará – PA,
em que foi possível enfatizar a importância do trabalho
feminino na produção da farinha.
METODOLOGIA
Foi proposta uma visita ao assentamento Santa Maria,
localizado na Região do Acará para melhor observar as
relações que envolvem esse universo complexo chamado
meio rural. Na visita ao assentamento Santa Maria,
ocorrido em julho de 2010, foi visualizado através de uma
breve pesquisa que os assentamentos possuem uma
infra-estrutura mínima se comparadas às moradias
localizadas nos centros das cidades, especialmente, nas
das grandes metrópoles. Têm uma vida social distribuída
por gêneros e sexo. Vale ressaltar que, alguns refletem o
caráter de sociedade patriarcal de países como o próprio
Brasil, que mantém até hoje resquícios de uma sociedade
patriarcal e tradicionalista em inúmeras relações (sociais,
econômicas, políticas). Através de diálogos informais com
a população local pode-se perceber que são realizadas
nos assentamentos várias produções de gêneros
agropecuários, e que alguns vivem em situações
regulares, outros consideram satisfatórios e outros
consideram a vida precária nos assentamentos. Não há
uma unanimidade quanto à qualidade de vida de seus
habitantes. Com isso faz-se necessário o entendimento
dessas relações para compreendermos como os atores
sociais compõem essas relações tão conflituosas. Aqui
será exposto o cotidiano no Assentamento Santa Maria,
visitado para pesquisa e melhor exposição deste assunto,
através de depoimentos, relatos, conversas informais e
observações de pessoas que vivem na localidade, além de
registros fotográficos.
RESULTADOS
Foi constatado que a comunidade tem 22 anos e loca 145
famílias e conta com um passado de luta dentro do
assentamento com episódio de assassinato de
moradores, o que acabou gerando relações com o INCRA
– Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
para tentar amenizar a situação e assentar oficialmente
essas famílias. O INCRA foi responsável pela construção
de cada moradia por assentado através da contratação de
uma construtora, além do projeto das estradas para
atender os moradores do assentamento. A organização
ocorre da seguinte forma, cada assentado é responsável
pelo seu lote e com o cultivo para seu sustento, além da
venda de produtos excedentes. No caso de abandono, é
necessário devolver o lote de terra para a Associação
Comunitária.
A produção da farinha inicia com a prática de “corte-e-
queima” que prepara o local para a plantação da
mandioca, onde atuam homens e meninos (geralmente, a
partir dos 10 anos). No momento da colheita, homens e
crianças participam do recolhimento, no entanto,
geralmente as mulheres ficam com as mães preparando o
maquinário (tipiti) para extração da matéria-prima, a
massa da mandioca. Vale ressaltar essa divisão de gênero
entre o sexo masculino e feminino, homens e meninos
saem para colher ou preparar o local de plantação, e as
mulheres e meninas dão conta do maquinário. Assim
funciona para a maioria das atividades, sobretudo na
produção da farinha, que envolve um maior número de
pessoas. Além disso, após a extração da massa, no
momento de usar a assadeira para receber a massa de
mandioca, são os homens também que conduzem a
produção através da força para movimentar a quantidade
de massa.
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CONCLUSÃO
Após breve síntese do cenário do assentamento sob
diversos aspectos, é necessário deixar claro a importância
ás relações de trabalho e formas de sustentabilidade,
sobretudo das mulheres. O papel desempenhado na
produção de farinha, além da forma como conduzir seu
lar e outras relações no desenvolvimento dessa tarefa. A
mulher e trabalhadora aqui socialmente analisada
resultam numa figura versátil e eficiente que garante uma
renda para o lar, colabora com os serviços domésticos e
ainda é capaz de cuidar do marido, dos filhos. Ela então
assume diversos papéis como: mãe, trabalhadora,
produtora e colaboradora na administração da pequena
produção.
Podemos a partir dessa perspectiva entender a relação de
trabalho e produção nessa comunidade como coletiva,
sustentável e divisória quanto ao gênero, que envolve o
desempenho fundamental da mulher sob diversos
aspectos (socioeconômicos e político-ideológicos).
PALAVRAS CHAVE: TRABALHO; PRODUÇÃO;
ASSENTAMENTO SANTA MARIA.
7. CIÊNCIAS SOCIAIS
A. O JOVEM FLORESTAN FERNANDES (1941-1958): UM LEITOR DOS LIMITES DE TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
Ricardo Ramos Shiota64
.
Aluísio Schumacher65
.
INTRDOUÇÃO
Florestan Fernandes (1920-1995) é um distinto intelectual
e agente político brasileiro. O seu espólio é uma vasta
produção intelectual, dentro e fora da universidade, e
uma história de vida exemplar. Ele contribuiu com
64 Mestre em sociologia pela UNESP/FFC - SP. 65 Orientador.
interpretações profundas e inovadoras acerca da
formação e do desenvolvimento da sociedade brasileira
até os seus últimos dias de vida. Também se engajou na
luta política pela resolução de grandes questões de
interesse público e exerceu dois mandatos parlamentares
entre 1987 e 1994. Como intérprete do Brasil e sujeito
histórico, ele posicionou-se em defesa das classes
subalternas que formam o povo brasileiro e ao longo dos
anos, foi se tornando cada vez mais convicto da
necessidade de uma revolução socialista no Brasil. Neste
trabalho são apresentados alguns dilemas, presentes no
processo de transformação social brasileiro, identificados
pelo autor no começo de sua formação intelectual na
universidade, por isso a designação jovem Florestan
Fernandes. Pretende-se recuperar seus diagnósticos de
tempo elaborados, nos quais dilemas e obstáculos da
sociedade brasileira foram apontados. No período, o
processo social de “demora cultural” foi hipótese
constante nas análises florestanianas dos problemas
brasileiros. Em contrapartida, a ciência, a sociologia e a
educação foram vistos como meio de fomentar uma
consciência social democrática e de promover uma
sociedade mais justa no Brasil.
METODOLOGIA
A leitura interna das publicações de Florestan Fernandes
inspirou-se na ideia de “modelo crítico”: uma referência
analítica que permite a apreensão do vínculo imanente da
teoria com o seu tempo histórico por meio do resgate dos
diagnósticos e prognósticos elaborados em função da
“perspectiva da distância que separa o que existe das
possibilidades melhores nele embutidas e não realizadas,
vale dizer, à luz da carência do que é frente ao que
melhor pode ser” (NOBRE, 2004, p.56). A historicidade do
real e do pensamento que se debruça sobre ele impõe
restrições para se pensar a formulação conceitual
originária da teoria crítica, tal como proposta por Max
Horkheimer (1975), os sentidos do “comportamento
crítico” e da “orientação para a emancipação” assumem
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novos significados em outros tempos e outros espaços,
porquanto em teoria crítica os diagnósticos de tempo
(incluindo aí o contexto deste diagnóstico) sempre orienta
novas formulações66
.
RESULTADOS
A vinculação do pensamento de Florestan Fernandes aos
dilemas da sociedade brasileira, no período em análise,
teve inicialmente como pressuposto explicativo
fundamental a tese funcionalista clássica da mudança
social: a “demora cultural”, que oferecia uma explicação
para a ausência de organicidade no desenvolvimento do
país, nítida no contraste existente entre centros urbanos -
marcados pela secularização e individuação, o Brasil
“moderno” -, e, as culturas de folk, espalhadas pelo país,
que representavam um Brasil “arcaico”, caracterizado por
formas de controle tradicionais, constituído por relações
pré-capitalistas homogêneas, de solidariedade grupal e de
tradição oral. Os obstáculos do processo de mudança
social brasileiro foram apontados por Florestan Fernandes
com base na hipótese da “demora cultural”, que foi sendo
aprimorada conforme o ponto de vista estrutural e dos
“tipos-ideais” de Karl Mannheim e passa a ser entendida
como heterogeneidade de situações histórico-sociais
numa mesma “estrutura social” que se desenvolvia no
plano econômico, mas era barrada no âmbito cultural e
político. No estudo do folclore, do preconceito de cor e da
democracia no Brasil, ele apresentou esta concepção
histórico-estrutural de explicação, que indicava estreiteza
no horizonte intelectual médio brasileiro, dado o alcance
limitado das mudanças sociais no sentido do processo de
racionalização e de secularização da mentalidade dos
sujeitos.
CONCLUSÃO
66 “A ideia de modelo crítico pretende ressaltar que não há teses determinadas, com conteúdos fixos, a que alguém tenha de aderir se quiser fazer parte do campo crítico” (NOBRE, 2008, p.19). Visto que, para Horkheimer, a validez ou o caráter significativo de um pensamento está relacionado com sua função social progressiva ou regressiva (RUSCONI, 1969, p.203).
Tais empecilhos apontam para a necessidade do
pensamento racional, identificado com a educação
sistemática e com a ciência, como fatores de construção
de uma sociedade democrática. Esta nascia dos
escombros da velha ordem escravocrata-senhorial,
fundada na dominação patrimonialista e patriarcal, cujo
processo de desagregação delineou os limites do
desenvolvimento da democracia no Brasil. Florestan
Fernandes identificou pelo menos quatro dilemas da
sociedade brasileira, em relação à questão da
desorganização social indígena, à questão do negro e do
preconceito de cor, à questão do folclore, da educação,
da ciência e da democracia no país. A efetivação desta,
para ele, tinha na sociologia a possibilidade de construção
da autoconsciência dos cidadãos; na ciência e na
tecnologia a possibilidade de superar o
subdesenvolvimento; e na educação a função de formar
personalidades democráticas e interessadas no
“planejamento democrático” da sociedade.
Enfim, Florestan Fernandes nos anos 50 do século XX
acreditava na possibilidade histórica de o Brasil se tornar
uma sociedade “moderna, legal e igualitária”. Sob este
horizonte intelectual e político e determinadas filiações
teóricas, ele elaborou diagnósticos de tempo, os quais
permitem concebê-lo como um teórico crítico de seu
tempo, não obstante o caráter histórico de suas
contribuições.
PALAVRAS CHAVE: Florestan Fernandes. Dilemas da
sociedade brasileira. Anos 1950
B. A CENSURA POLITICA NA IMPRENSA BAURUENSE DURANTE A DITADURA MILITAR (1968-1970)
Camila Fernandes67
Terezinha Santarosa Zanlochi68
67 Autora, Universidade Sagrado Coração- USC, Bauru/SP. 68 Orientadora, doutora em História Social Universidade de São Paulo- USP
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INTRDOUÇÃO
Este projeto de pesquisa teve como objetivo geral
investigar a reação da imprensa bauruense, frente à
censura militar, e as influências que o Ato Institucional nº
5 instaurou na redação do jornal, por meio da análise de
conteúdo das edições quinzenais de 13 de dezembro de
1968 a 13 de dezembro de 1970 do Diário de Bauru, bem
como levantar informações sobre a reação da imprensa
no interior paulista, mais propriamente em Bauru/SP, no
jornal Diário de Bauru,investigar como se deu a produção
das matérias por meio das experiências relatadas pelos
jornalistas da época e analisar as influências que o AI 5
teve na construção dos textos do jornal analisado.
METODOLOGIA
Coleta de dados. A- bibliográficos: inicialmente, uma
revisão de literatura feita a partir de resenhas e
fichamentos,focalizou as obras do período em questão,
contextualizando o objeto de estudo. Em seguida,um
rastreamento foi feito nos exemplares do jornal Diário de
Bauru no período focado. B- Documentação Oral: utilizou
a técnica da documentação oral para coletar os
depoimentos de interlocutores, tais como historiadores e
jornalistas que vivenciaram a época. Faremos um
questionário para as entrevistas que serão filmadas.
Posteriormente, digitados os textos, serão devidamente
assinados pelos depoentes, assim como a autorização de
direitos de uso de seus depoimentos. Coletados os dados,
fez-se uma análise de conteúdo das informações frente
aos objetivos propostos. Tendo em mãos as publicações
do jornal Diário de Bauru, datados entre 13 de Dezembro
de 1968 a 13 de Dezembro de 1970, a pesquisa fez,
durante o período quinzenal, a análise qualitativa e
quantitativa prezando: a) Matérias; b) Imagens; c)
Editoriais; d) Notas.
RESULTADOS
Golpeando a nação, o AI-5, como ficou conhecido, foi um
instrumento de poder que deu aos governantes poderes
absolutos para administrar o país sob a força dos
decretos-lei como fechar o congresso nacional por tempo
indeterminado, suspender direitos políticos por dez anos,
intervir nos estados e nos municípios, demitir
funcionários públicos e, sobretudo, instalar a censura nas
redações dos jornais brasileiros. Todos os meios de
comunicação sofreram um desgaste em sua autonomia.
Na mesma noite em que o Ato foi publicado, censores
ocuparam as redações dos principais jornais, rádios,
revistas e emissoras de televisão para controlarem as
informações públicas. Era o fim da liberdade de
expressão. O assombroso período durou exato dez anos e
dez dias.
CONCLUSÃO
Os períodos de resistência e reação dos jornais a censura
imposta, uns tanto pelo ufanismo, outros por coragem e
ideologia, fizeram da imprensa brasileira, o grande
estorvo para os militares. Assim, restava à opção de
buscar caminhos alternativos para chegar ao leitor
noticias sobre os acontecimentos do país. A
intencionalidade do ocultamento pode ser sentida com
clareza na forma como agiam os mecanismos censórios
para os periódicos que aceitavam trabalhar no limite da
censura. Atuava por meio de recados telefônicos e
bilhetes sem identificação certa, como por exemplo ‘de
ordem superior’, ‘Polícia Federal’. Os responsáveis pelos
periódicos tinham consciência que o não cumprimento da
‘ordem, implicava represálias. Na redação do jornal
bauruense ‘Diário de Bauru’, não poderia ser diferente,
notas simples e comentários camuflados foram
publicados sobre o que ocorria no país.
PALAVRAS CHAVE: Imprensa. Ditadura Militar. AI -5.
Censura. Linha editorial.
C. DO REGGAE AO SAMBA: A DIVERSIDADE CULTURAL DO MARANHÃO
49
ISBN 978-85-61839-06-2
Anderson boas Viana69
Naylce Gonçalves Rocha70
Letícia Machado Verde71
Jania Cunha Machado72
Eduardo Alex73
Laura Rosane74
Talita Rivana Campos Cavalcante75
INTRDOUÇÃO
A capital maranhense completa 398 anos, convivendo
com uma diversidade cultural que passeia do bumba-
meu-boi, ao reggae, do tambor de crioula, ao rock, do
cacuriá ao blues, do coco ao samba, da quadrilha ao rap,
do Divino ao forró, do Lelê ao Jazz, da dança de terreiros
ao Samba. Essa variedade rítmica e de manifestações
converge pacificamente entre os músicos. Grande parte
da categoria reconhece, valoriza essa convivência, mas
diverge ao necessitar um olhar mais reflexivo,
visualizando novos horizontes e os ideais instituídos em
pleno século XXI. Para Chris Santana, vocalista da banda
Sou Soul, por mais que façamos um trabalho distante do
que é conceituado de Cultura Popular do Maranhão,
jamais poderemos negar a originalidade, a identidade e o
diferencial onipresente nessas raízes, nessas
manifestações. O objetivo da pesquisa é mostrar a
diversidade cultural do maranhã e o seu potencial
turístico que fomenta o turismo e ainda cria laços de
identidade.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para elaboração deste trabalho,
quanto aos fins é a pesquisa descritiva, que segundo
Vergara (2004), consiste numa pesquisa que descreverá
uma ideia, ou melhor, descreverá como o turismo vem
69 Graduando em Artes na Universidade Federal do Maranhão. 70 Graduanda em Serviço Social na Universidade Federal do Maranhão. 71 Graduanda em Teatro na Universidade Federal do Maranhão. 72 Graduanda em Artes na Universidade Federal do Maranhão. 73 Graduando em Direito na Ceuma. 74 Graduanda em Artes na Universidade Federal do Maranhão. 75 Graduanda em Filosofia na Universidade Federal do Maranhão.
sendo trabalhado em meio a diversidade cultural de São
Luís. Ainda quanto aos fins, a pesquisa é exploratória, que
segundo Gil (2002), consiste em uma pesquisa que tem
por objetivo o aprimoramento de ideias ou a descoberta
de intuições, visto que na área da pesquisa há pouco
conhecimento sistematizado. Já quanto aos meios, a
pesquisa é bibliográfica, que segundo Vergara (2004),
consiste em pesquisa em base material, principalmente
livros e artigos científicos. Se a História da Humanidade
nos possibilitou a visita de vários povos que contribuíram
com os nossos costumes, valores sociais, econômicos,
político, gastronômico e na arte, cabe aqui definir e
quebrar paradigmas de que a nossa identidade não é só
maranhense, mas sim também com a miscigenação.
RESULTADOS
Dentre os inúmeros resultados que poderiam ser citados,
dá-se destaque ao reconhecimento da diversidade como
identidade cultural; além de mostrar peculiaridades dessa
mistura de ritmos.
CONCLUSÃO
No processo de elaboração deste estudo se obteve o
entendimento de que São Luís é uma terra onde índios,
negros, portugueses, holandeses, franceses e demais
povos da face da Terra contribuíram para o seu
desenvolvimento, fica difícil não compreendê-la como
uma ilha cheia de peculiaridades e ao mesmo tempo
cosmopolitana. No campo do entretenimento isto já pode
ser observado com a receptividade do público, em
diversas faixas etárias, que saem na noite em busca da
tribo com a qual se identifica.
PALAVRAS CHAVE: DIVERSIDADE CULTURA; IDENTIDADE; REGGAE; PAGODE.
D. VELHOS E NOVOS SAMBAS: FUZILEIROS DA FUZARCA ONTEM, HOJE E SEMPRE
Andrea Luisa Frazão Silva76
76 Autor, Graduando em Educação Artística Na Universidade Federal Maranhão- São Luis- MA.
50
ISBN 978-85-61839-06-2
Larissa de Fatima Martins77
Luis Felix de Barros Vieira Rocha78
Rosiane de Jesus Cardoso79
INTRDOUÇÃO
Presente trabalho baseia-se em estudos e pesquisas sobre
o samba no Maranhão, a resistência e a importância do
grupo de samba Fuzileiros da Fuzarca para historia do
samba no Maranhão. Este grupo foi fundado em 11 de
fevereiro de 1936, no centro de São Luís, os Fuzileiros da
Fuzarca são um dos blocos de samba mais antigos do
Carnaval de São Luís. Surgiu em decorrência da criação do
estilo musical samba, criado em 1917, o grande
transformador do Carnaval carioca. Que com o passar de
tantos anos ainda mantém o estilo das primeiras Escolas
de Samba do Rio de Janeiro, o bloco está entre os
primeiros depois foram chamados de Turmas de Sambas
de São Luís. A pesquisa se debruça na identidade e
manutenção da tradição dos antigos sambas que somente
os Fuzileiros da Fuzarca mantêm com suas composição,
forma de cantar e tocar . O ritmo inequívoco dos
Fuzileiros da Fuzarca, a cadência reporta ao batuque do
samba tradicional transmite a melodia dos carnavais de
outrora. A batucada particular do bloco, sua voz marcante
ao som dos tamborins, cuícas, pandeiros e ritintas
instrumento típico do samba tradicional, tambor
pequeno, amarrado à cintura, tocado com duas baquetas
cadenciam o eco em uníssono dos mestres da batucada.
Os fuzileiros da fuzarca são tradicionais são na verdade a
velha guarda do samba maranhense a expressão da
cultura de um povo que o tempo não conseguiu extingui.
77 Co-Autor, Graduando em Artes Visuais Na Universidade Federal Maranhão- São Luis- MA. 78 Co-Autor, Graduando em Artes Visuais Na Universidade Federal Maranhão- São Luis- MA. 79 Co-Autor, Graduando em Artes Visuais na Universidade Federal Maranhão- São Luis- MA.
Este é sem duvida Sinônimo de resistência cultural cujo
real interesse é cultivo de uma identidade coletiva.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a realização da pesquisa
sobre os Fuzileiros da Fuzarca foi à pesquisa participante.
Partimos para a coleta de dados sobre o samba no
Maranhão ao estudo bibliográfico específico e
monografico. Entrevistas com os compositores e
membros do grupo além do registro fotográfico dos
ensaios e apresentações.
RESULTADOS
Na apreciação das entrevistas observamos que a maioria
tem mais de sessenta anos de idade, muitos começaram a
participar do grupo na juventude as composições falam
de sentimentos como amor, amizade e bairrismo pelo
samba tradicional e pelo Maranhão. Esse Bairrismo e
amor pelo samba tradicional fazem com que esse grupo
mantenha sua essência. O bloco tem 74 anos de
fundação, de carnavais e sambas. Quanto à perpetuação
e conservação da manifestação fica a cargo dos filhos e
netos dos brincantes. Notamos na questão musical o uso
de instrumentos de fabricação própria e recobertos de
couro de animais. A bateria é formada somente por um
surdo chamado de tambor de marcação que dá a
marcação, ritintas dita o ritmo frenético, tambor de mão,
pandeiros, roca, ganzá, cabaça, tambor onça a mesma
cuíca e um apito que comanda a batucada. O símbolo do
bloco é a Estrela com as iniciais do bloco "FF" O grupo
começou com 60 pessoas, todos homens, na Rua São
João, em 1936. Os figurinos são confeccionados pelos
integrantes, nas cores pretas e brancas, em homenagem à
madrinha do bloco. Depois do seu falecimento, não
quiseram mais mudar as cores. . Estas informações nos
levam a essência do samba de um grupo, agremiação,
bloco que mantém esse intacta a expressão artística e
cultura dos antigos sambas .
CONCLUSÃO
51
ISBN 978-85-61839-06-2
O estudo focaliza na cultura, identidade, e resistência do
samba tradicional e cadenciado no Maranhão muito bem
representado pelos Fuzileiros da Fuzarca bloco com mais
de setenta anos de historia no samba com composições
que se eternizaram no carnaval e no coração do povo que
admira há anos e anos essa batucada que perpetua e que
é peculiarmente maranhense.
PALAVRAS CHAVE: SAMBA, IDENTIDADE, RESISTENCIA
E. INSTRUMENTOS MUSICAIS AFRO-BRASILEIROS
Fábio Luís Caires Coelho80
Juvino Alves dos Santos Filho81
INTRDOUÇÃO
A música é um aspecto muito valorizado da cultura
brasileira, especialmente pela grande variedade de nossos
ritmos. Muitos deles são, também, herança africana.
Somos agraciados pela diversidade de ritmos e gêneros
musicais, tais como o frevo, jongo, partido alto, côco,
lundu, axé, tambor de crioula, baião e por que não o
‘samba’. Cada povo nos legou os instrumentos musicais
que usava nas suas terras de origem, naturalmente
adaptando-os aos materiais que foram por aqui
encontrados. É rica a lista de instrumentos musicais afro-
brasileiros e que estão presentes na cultura brasileira.
Dentre eles, encontramos o afoxé, o berimbau, o agogô,
reco-reco, caxixi, tambor, cuíca, e outros instrumentos de
grande importância para a nossa cultura, assim como o
pandeiro, herança dos mouros do norte da África, de uso
muito generalizado no Brasil, sendo indispensável nas
baterias das escolas-de-samba, como em outros estilos e
ritmos brasileiros.
METODOLOGIA
80 Autor, estudante em Artes Visuais e Música, ambos na Universidade Federal do Maranhão – UFMA, bolsista PIBID. 81 Orientador, Professor de Música na Universidade Federal do Maranhão – UFMA.
Na elaboração do presente instrumento, utilizou-se como
base teórica fontes bibliográficas e pesquisas
selecionadas e coletadas na Internet. A nível, prático
todas as informações e imagens coletadas dizem respeito
de forma sucinta e panorâmica aos instrumentos
apresentados na exposição do trabalho.
RESULTADOS
Na pesquisa, encontrou-se na internet, uma variedade de
instrumentos afro-brasileiros e suas notáveis
características e execuções. É fundamental entender a
diversidade que a cultura brasileira apresenta com este
tema e como cada instrumento é construído,
confeccionado e preparado. Desde o mais simples
instrumento artesanal ao mais complexo e exótico
instrumento fabricado. Muitos sofrem mudanças e
recebem um novo design. Mas a tradição sobrevive em
diversos instrumentos musicais afro-brasileiros. São
aqueles que ainda não sofreram mutação pela indústria
cultural.
CONCLUSÃO
É importante não perder de vista a importância desta
grande herança que faz parte da história cultural do nosso
país. Podemos constatar que através das exposições
realizadas com os painéis, uma grande parcela do publico
não tem contato ou conhecimento a respeito dos
instrumentos musicais apresentados, bem como a sua
história e suas principais características. E como eixo
norteador, esta temática pode desencadear interesse
para um estudo educacional pedagógico, podendo assim
empregar de forma didática, o lúdico, o jogo, o ritmo, a
cultura, a tradição e o conhecimento da grande riqueza
cultural que é agraciada a nossa nação, pela sua
diversidade musical.
PALAVRAS CHAVE: DIVERSIDADE E CULTURA; CULTURA AFRO-BRASILEIRA; INSTRUMENTOS MUSICAIS AFRO-BRASILEIROS.
52
ISBN 978-85-61839-06-2
F. "MEMÓRIAS, POÉTICAS E AROMAS" O TRAJETO ANTROPOLÓGICO DAS VENDEDORAS DE ERVA DO VER-O-PESO
Bárbara Dias dos Santos82
Maria Ana Oliveira de Azevedo83
INTRDOUÇÃO
O presente trabalho é fruto do Projeto de conclusão de
Curso, com o tema central “Ervas Performáticas: A
performance das Vendedoras de erva do Mercado do ver-
o-peso na cidade de Belém do Pará”, sendo este um
desdobramento dos primeiros diálogos teóricos que
sustentarão esta pesquisa.Tem como objetivo estabelecer
uma relação entre o fazer cotidiano cultural e a leitura da
performance.E para isso registros fotográficos,
vídeos,entrevistas livres e observações, são realizados
para se compreender este universo e chegar aos nossos
objetivos finais.O trajeto antropológico como um dos
principais resultados alcançados neste momento foi
apontado para se penetrar no imaginário amazônico e dar
inicio a este mergulho imbricado de poética e tradição.
METODOLOGIA
Aponto como metodologia, a investigação do Cotidiano.
Através da observação e experimentação da realidade
dessas mulheres. Dendo sido documentado com
fotografias,filmagens, questionários Tudo para resultar
em um apanhado sobre as vivencias das vendedoras no
Mercado do Ver-o-peso em Belém.Em especial de
Robertina Suares da Silva, 41 anos, solteira, mãe de
quatro filhos, vendedora de ervas.
RESULTADOS
Mangueiras, onde a flor cheira na beira do Guajará.
Belém do mormaço após a chuva da tarde. É considerada
82 Autora, técnica em dança pela Universidade Federal do Pará e acadêmica do curso de Licenciatura Plena em dança-UFPA. 83 Orientadora, Mestrado em artes pela UFBA, Professora no curso de Licenciatura Plena em Dança-UFPA
a maior cidade na linha do Equador, a segunda cidade
mais populosa da região Norte e a maior Região
Metropolitana do Norte, é conhecida como "Metrópole
da Amazônia". A cidade possui o maior IDH entre as
capitais nortistas e concentra Belém do Pará e sua
poética, a cidade Morena, da chuva da tarde. Belém
cidade das a maior população metropolitana da
região.Belém também é a mãe dos interiores, e deles
todos os gostos e sabores. E onde aportam? Onde mais
seria senão no soberano mercado. Mercado esse ponto
de encontro, troca e venda. É o Ver-o-peso. O mercado é
um ponto turístico da cidade de Belém, situado às
margens da Baía do Guajará. O nome "Ver-o-Peso" tem
sua origem no período colonial, quando funcionava a Casa
do Haver-o-Peso, a mercadoria vinda do interior era toda
pesada lá, também eram cobrados os impostos devidos à
Coroa Portuguesa. O mercado faz parte de um complexo
arquitetônico e paisagístico que compreende uma área de
35 mil metros quadrados, com uma série de construções
históricas, dentre elas o Mercado de Ferro, o Mercado da
Carne, a Praça do Relógio, a Doca, a Feira do Açaí, a
Ladeira do Castelo e o Solar da Beira. O conjunto foi
tombado pelo IPHAN em 1997 ,é considerada a maior
feira livre da América Latina. Mas o Ver-o-peso está além
de ser somente arquitetura e patrimônio, ele reúne
histórias de vida que se entremeiam aos cheiros, à lama
que fica depois que a “maré” seca, os vendedores que
ganham seus clientes no grito, aos barqueiros que
abastecem nossas mesas. E em meio a todo esse
entrelace de pessoas, gestos, sensações. Escutamos o um
chamar acolhedor e amigável. “Amiga venha cá,conhecer
os mistérios das ervas que curam, atraem e afastam.” Elas
são donas dos aromas, da fala conquistadora, dos banhos
atrativos e de descarrego. São as senhoras que
manipulam os destinos e as finanças, que preparam as
mandingas pros males da saúde. Seus perfumes inebriam
quem os sente, pois trazem naqueles pequenos frascos o
mistério da floresta. Suas ervas tem tradição, carregadas
de misticismo, revelam o nosso conhecimento popular.
53
ISBN 978-85-61839-06-2
Todo esse universo encontra-se nas vendedoras de Ervas
do mercado do Ver-o-peso. Elas possuidoras de um
gestual único carregado de elemento espetacular, nos
envolvem com suas maneiras de nos abordar e nos
colocar em contato com as crenças populares. E no
entremear de todo esse universo das Mulheres
Mandingueiras, perguntas surgem no intuito de entender
a significação dessa representação viva da cultura
amazônica. Pergunto-me de onde vem essa tradição?
Como as Erveiras obtiveram esse conhecimento? O que as
plantas, folhas, galhos e raízes representam em suas
vidas?E suas famílias? Como participam desse contesto?
No intuito de responder algumas dessas inúmeras
inquietações, fui buscar o conceito do trajeto
antropológico do francês Gilbert Durand, Professor de
filosofia, professor titular e professor emérito de
sociologia e de antropologia da Universidade de
Grenoble. Conceitua o trajeto antropólogico como sendo:
“A constante troca que existe ao nível do imaginário
entre as pulsões subjetivas e assimiladoras, e as
intimações objetivas emanadas do meio cósmico e
social.” Outro teórico que busquei foi o Paraense João de
Jesus Paes Loureiro, escritor, poeta, professor de Estética,
História da Arte e Cultura Amazônica, na Universidade
Federal do Pará. Em sua contextualização, o trajeto
antropológico: “É todo percurso que fazemos pela cultura
e que provoca um intercâmbio entre nosso mundo
interior e o mundo exterior. As experiências adquiridas
em nosso projeto antropológico nos abastecem de
informações e constitui nossa individuação”. Após
identificar os conceitos que sustentariam as indagações,
fui ao encontro de Robertina Suares da Silva, mulher de
41 anos, solteira, mãe de quatro filhos, vendedora de
ervas no Mercado do Ver-o-peso. Roberta, como se
denomina, começou seu trabalho com ervas no mercado
com 16 anos de idade, juntamente com suas irmãs, tias e
avó. Revela que essa tradição entrou na sua família
através de seu Avô materno, o Sr Miguel da Silva,
trabalhador da Feira no tempo em que não havia um
lugar fixo para a venda das ervas, o complexo do Ver-o-
peso não possuía infra-estruturar, por isso as vendas
eram feitas no chão em meio ao sujo e as enchentes. Foi
ele o responsável pela manutenção dessa tradição dentro
da família da Silva, pois repassou para sua esposa os
segredos dos banhos atrativos e das ervas de cura,
entregando-lhe os saberes populares para que a mesma
repassasse para suas filhas em um constante fluxo, como
um grande Rio com seus afluentes. Roberta aprendiz de
sua mãe, narra que desde pequena foi ensinada as
orações para cada banho, era algo comum dentro de casa
o convívio com a fabricação de garrafadas e remédios. Em
sua narrativa conta: “A minha mãe sempre levava para
casa as ervas, lavávamos as garrafas, cortávamos as
raízes. Crescemos vendo ela e minhas tias mais minha avó
com meu avô fazendo as garrafadas e os perfumes. Eles
nem perguntaram se nós queríamos, ensinaram e
pronto”.
Assim cresceu ao lado de suas irmãs detendo o
conhecimento passado de geração em geração. Hoje
educa seus filhos com os mesmo saberes, eles aprendem
desde jovens para o que cada erva serve. São eles que a
ajudam na fabricação dos produtos que vende na sua
barraca. Roberta decorre sobre a importância dessa
tradição dentro da família. Pois a maior parte da sua
família está envolvida com venda de ervas no mercado do
Ver-o-peso, o seu sustento sempre foi retirado da feira,
mesmo com todas as dificuldades apontadas: “Chego aqui
no ver-o-peso umas 5h30min. Para arrumar tudo e
receber as ervas e saio umas 18h00min. A vida da gente
não é fácil não, mas já melhorou muito. Eu digo pros
meus filhos estudarem, eles estudam, mas não tem
serviço não. E aqui é pra sempre, minha mãe foi criada
com o dinheiro daqui, eu fui criada aqui também, meus
filhos estão sendo criados aqui e meus netos serão
também. Porque isso aqui é um conhecimento nosso, e
vai ser assim até o fim.”
CONCLUSÃO
54
ISBN 978-85-61839-06-2
Sem perceber a importância da sua fala, ela deixava claro
esse trajeto que foi percorrido. Pois como compreendo o
trajeto antropológico na perspectiva abordada por Paes
Loureiro, vejo esse intercambio muito claro entre os
mundos, o interior e o exterior. Onde Robertina Suares da
Silva traz em sua particularidade, em sua tradição
familiar, algo que é universal, um conhecimento tido
popular e de domínio público. Existe a troca constante
entre o imaginário e as pulsões tida como subjetivas por
Durand. Nota-se que as vivências adquiridas no percurso
traçado pela vendedora Roberta hoje formam o que
chamamos de individuação da mesma. Em seu trajeto
antropológico traz o fator memória e ancestralidade
bastante presente e a questão da perpetuação disso que
se dará com seus filhos, e esta realidade imbricada de
poesia sempre terá um fluxo, pois se perpetuará com seus
descendentes. Encerrando aqui momentaneamente o
tracejar de uma tradição de mistérios, segredos e
crendices – “Se eu pudesse ver o peso que a Vida tem. Eu
passaria a minha Vida a ver-o-peso em Belém”(Max
Martins).
PALAVRAS CHAVE: CULTURA, POÉTICA, TRAJETO
G. ASTRONOMIA E URBANISMO NA COMUNIDADE INDÍGENA
Guilherme Rosa De Almeida 84
INTRDOUÇÃO
Este trabalho apresenta como os diferentes saberes sobre
o céu (astronomia) e sobre o espaço de convivência
humana (arquitetura e urbanismo) estão intimamente
relacionados dentro da comunidade indígena.
Trabalharemos com o exemplo da etnia caiapó. Os índios
mantêm uma relação de proximidade e respeito aos
aspectos da natureza, o nascer e pôr do sol, marcando o
tempo e o desenho do espaço, as lendas ao redor das
84 Estudante de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT- Campus Cuiabá.
figuras existentes no céu que fazem parte da sua
mitologia. A astronomia é considerada a ciência mais
antiga da humanidade, encontram-se registros muito
antigos de estudos do céu, entre os sumérios estes
registros são de 3.500 a.c.,. A astronomia nasce associada
a dois eixos; um prático, e outro interpretativo de cunho
místico. No primeiro ajuda a marcar a cronologia dos
eventos, a época chuvosa, o clima frio, o bom momento
da colheita, a orientação espacial nas viagens, etc. Em
outro eixo é associada ao poder que os astros e seus
movimentos supostamente possuem sobre o
comportamento humano e os acontecimentos do
cotidiano.Em todas as diferentes manifestações culturais
pelo mundo existe a forte relação com os astros. a
atividade humana de ocupação do espaço para
convivência em sociedade não escapa a este costume.de
associar aos astros uma importância substancial.
METODOLOGIA
Uma pesquisa bibliográfica foi a base da pesquisa aqui
tratada.O autor foi o principal responsável pela pesquisa
cujo tema é pouco tratado em livros e revistas
especializadas. Existe uma carência enorme sobre o tema
de textos científicos. O principal autor sobre o tema o
professor Germano Afonso (UFPR) foi à literatura básica e
outras reportagens sobre o tema. O grupo de divulgação
da Astronomia no Pantanal coordenado pela professora
Dr. Telma Couto da UFMT foi consultado e contribuiu
significativamente com explicações sobre os astros e suas
diversas interpretações: a etnoastronomia. Os
professores de urbanismo com os conceitos de
territorialidade e simbologia dos espaços foram essenciais
para compressão de como se traduz a linguagem celeste
em desenhos do espaço planejado pelo grupo indígena.
RESULTADOS
Ao olhar para o céu e criar ou identificar símbolos para
resolver seus problemas cotidianos, as pessoas estão
exteriorizando um vasto universo cultural e imaginário. As
constelações para quem as criou e seus grupos sociais são
55
ISBN 978-85-61839-06-2
mais que um agrupamento de estrelas, são as
representações simbólica de um conjunto de valores,
crenças e costumes, a compressão destes chamamos de
etnoastronomia, onde é possível perceber esta
pluralidade cultural representada no céu. Etnoastronomia
é a ciência que estuda, por intermédio dos costumes de
um povo, os seus conhecimentos astronômicos
(MOURÃO, 1995).Um ponto fundamental na
compreensão do espaço e as relações que se criam com
esta ocupação é o conceito de territorialidade, O
professor Paul E. Little ao tratar do tema diz: “Defino a
territorialidade como o esforço coletivo de um grupo
social para ocupar, usar, controlar e se identificar com
uma parcela específica de seu ambiente biofísico,
convertendo-a assim em seu “território” ou
homeland”.Através destes dois conceitos,
etnoastronomia e territorialidade, podemos identificar as
diferentes relações que os povos mantém com o espaço
ao seu redor, em vários níveis. Esta relação é possível de
encontrar nas comunidades caiapó que com uma
etnoastronomia própria a identifica com o seu espaço
construído. Céu,astros e desenho por onde os corpos
caminham possuem uma identificação
CONCLUSÃO
Podemos identificar então que existe uma interligação
entre espaço, tempo e cultura com o conhecimento
construído sobre o Cosmo, e que estas interligações estão
presentes na forma de convivência das pessoas, com seu
espaço social e natural. Enfatiza-se, desta forma, a
necessidade de se pensar o mundo numa perspectiva
relativa ou plural, de forma a propiciar o respeito às
diferenças. Estas diferenças podem ser ricos meios de se
conhecer outras culturas como a caiapó e outras etnias
indígenas, mas também podem ser meios de sensibilizar
através da estética que estes povos possuem. Esta
sensibilidade ajuda a compreender os próprios símbolos e
estratégias dos diversos membros da nossa sociedade
para planejar seu espaço.
PALAVRAS CHAVE: ETNOASTRONOMIA, URBANISMO.
H. BREGA S/A: A POPULARIZAÇÃO DA TECNOLOGIA E A REINVENÇÃO DO BREGA
Lucas Silva Moreira85
Pérola Virgínia de Clemente Mathias86
Antônio da Silva Câmara87
INTRDOUÇÃO
O objetivo deste artigo, fruto do projeto de pesquisa
sobre as representações sociais no cinema documentário,
é investigar nesta categoria fílmica a refiguração de
aspectos da realidade social. Aqui analisaremos o filme
Brega S/A, que remonta ao fenômeno do tecnobrega na
cidade de Belém do Pará. O filme busca reconstruir a
história do brega enquanto gênero, que tem origem na
década de 1970 e sofreu várias modificações com a ampla
popularização da tecnologia, inclusive modificando o
modo das pessoas escutarem esse tipo de música. Serão
analisados os aspectos sociológicos que permeiam o
tecnobrega tanto enquanto um gênero musical passível
de análise estética, quanto como um fenômeno social
característico daquela região, que se caracteriza por uma
particularidade no que diz respeito à forma de produção,
de consumo e de distribuição. As análises aqui
explicitadas partirão de uma investigação do filme,
resultado final de um processo artístico que se apresenta
enquanto forma materializada de símbolos que
denunciam a realidade social. Filmado entre os anos de
2006 e 2008 a película evidenciará como em uma
realidade economicamente insuficiente, com uma
estrutura social amplamente caótica, a estrutura dos
shows apresenta-se enquanto uma possibilidade de
acesso à modernidade, bem como a criação de um
movimento organizado de produção musical que não se
85 Universidade Federal da Bahia – UFBa, pesquisador voluntário 86 Pesquisadora voluntária. 87 Orientador.
56
ISBN 978-85-61839-06-2
encontra no circuito oficial. O tecnobrega parte de uma
base musical computadorizada e semi-pronta, cujos
arranjos são feitos num software. Assim, o trabalho do
artista é simplificado, restringindo-se basicamente à
composição de uma letra que se adapte ao ritmo.
METODOLOGIA
O processo de trabalho se dá com a análise da linguagem
cinematográfica, após ter-se assistido o filme,
decompondo-o e recompondo-o segundo uma
determinada ótica de análise. Esta ótica é embasada pelos
estudos acerca das teorias referentes ao cinema,
principalmente o cinema documentário, e a sociologia da
arte. A relação do filme com as categorias de produção e
reprodução artística e sua relação com determinado
público, leva-nos a desenvolver a discussão de T. Adorno
sobre a indústria cultural, relacionando-a com as
considerações de W. Benjamin em “A obra de arte na era
da reprodutibilidade técnica”. Além disso, buscamos
ainda as contribuições da filosofia hegeliana, tendo como
objetivo uma reflexão acerca de suas categorias estéticas.
RESULTADOS
O brega enquanto gênero, apesar de dificuldade de ser
conceituado, surge aproximadamente na década de 1970
e caracteriza-se pelo forte apelo sentimental de suas
letras românticas e pelo arranjos simples da melodia. O
tecnobrega é uma “atualização”, por assim dizer, deste
brega romântico. Ele coloca como pano de fundo uma
base eletrônica, reduzindo ao máximo o trabalho criativo
do músico. Sobrepõe-se a um ritmo predeterminado
letras de rima fácil e pouco apuradas que em uma
semana, ou menos, encherão os camelôs da cidade de
Belém do Pará. Assim, ocorre uma simplificação do
gênero musical, implicando no empobrecimento das
composições como um todo. É essa nova forma de
conceber tanto as letras, quanto o ritmo que ocasionará
uma mudança da forma de fruição. Os salões são
substituídos por uma arena iluminada por lasers e os
espectadores, desse espetáculo que mistura variações da
música eletrônica européia aos acordes básicos do
teclado, pulam freneticamente embalados por uma letra
nem sempre romântica. A ruptura maior do tecnobrega
com o brega se dá principalmente pela assimilação de
novos conteúdos que transformará o “cafona” em pop. A
popularização da tecnologia possibilita uma produção
massiva do tecnobrega, a garantia de um mercado
sempre em movimento. O destino de todas as produções
da região é o mercado paralelo, ilegal, atuando como
segmento marginal da “indústria cultural”. Ele não
aparece aqui como uma alternativa a um circuito oficial e
institucionalizado, ele já é de inicio o lugar pensado para a
distribuição dos milhares de bregas tecnificados. Neste
circuito são preservadas as mesmas características do
entretenimento massivo surgido no século XX. No Pará tal
tipo de música é comercializada pelas vias da economia
informal.
CONCLUSÃO
As artes em geral constituem importante fonte de
conhecimento e apreensão da realidade social. O filme,
em particular, o faz através das representações que
contém. O filme-documentário Brega S/A além de
descortinar o cenário do tecnobrega, torna possível a
reflexão de que a produção exagerada deste gênero,
correspondente ao “lixo cultural”, é maior do que a
capacidade de absorção dos ouvintes. Os próprios
“artistas” se questionam quanto a necessidade do que
produzem, admitindo que eles, de fato, não podem
acrescentar nada substancial à sociedade. Mas, como a
venda deste produto de necessidade e qualidade
questionáveis é garantida, surge no lugar da expressão
artística uma atividade comercial de subsistência. Assim,
vemos a espetacularização desse gênero nas grandes
arenas luminosas e “modernas”, em contraste com o
“caos” social, urbano e econômico de Belém; e a perda da
autenticidade artística, não pela reprodutibilidade em si,
mas pela forma como ela é utilizada – não existe fixidez
57
ISBN 978-85-61839-06-2
ou substância artística e a falta de reflexão torna tal
matéria efêmera.
PALAVRAS CHAVE: CINEMA; REPRESENTAÇÃO SOCIAL; TECNOBREGA.
I. PROFUSÃO E REPRESSÃO DAS MANIFESTAÇÕES AFROS NO SÉCULO XIX: DO BATUQUE AO “SAMBA”
Marcelo Ferreira Lemos Filho88
INTRDOUÇÃO
As manifestações culturais dos negros sempre foram
malvistas pelas elites brancas da época colonial, imperial
e na república até meados do século XX, estas elites
acusavam a estes sons de serem “afrontamento aos seus
ouvidos”, e que fugiam das “normas e dos bons
costumes” da época, estas “normas e bons costumes” era
importada da Europa. Com isso as manifestações por
muito foram perseguidas, com decretos de leis que
proibiam o culto das manifestações musicais que eram
provenientes dos negros, denominados genericamente de
batuques, que mais tarde passaria também a se chamar
ainda de forma genérica de samba. Neste trabalho
procuro abordar e, apesar das limitações historiográficas,
explicar porque das proibições das camadas mais
abastadas de folguedos dos negros – que mais tarde
passaria a ser praticadas não somente pelos negros mais
também pelas classes mais baixas – e como se deu a sua
profusão diante de tanta polêmica e perseguição, desta
manifestação que é afro-diásporica. Este artigo é a
primeira produção do projeto de Iniciação Cientifica sobre
a História e Tradição do Samba de Roda, que ainda esta
em fase inicial. Este artigo consiste em revisões
bibliográficas de livros, artigos, dissertações e teses sobre
o tema. Com estas bibliografias, já foi possível mapear
algumas fontes primárias como artigos de jornais, para
88 Graduando do curso de Licenciatura Plena em História pela Universidade do Esado da Bahia – UNEB, bolsista da FAPESB.
que seja dada continuidade ao andamento do projeto,
que a entrada em arquivo público. Esta revisão
bibliográfica fez com que novas questões fossem
levantadas e respondidas, como porque houve repressão
dos sons produzidos pelos negros? E também trouxe
desafios que é identificar o samba de roda dentro desse
contexto de repressão e dificuldade de nomenclatura – já
que todos os sons produzidos pelos negros eram
chamados de batuques. Todo este trabalho esta sendo
acompanhado de perto pelo orientador da pesquisa Ari
Lima, que esta norteando estas discussões e fazendo com
que consiga focar no objeto de pesquisa, e uma
elaboração de um projeto para o Trabalho de Conclusão
de Curso, além de fornecer um arcabouço teórico-
metodológico para poder prosseguir com a pesquisa. Esta
revisão bibliográfica também pôde abastecer-me para o
mapeamento e caracterização dos sambas de Alagoinhas
em termo de performance, repertório e instrumentos
musicais, já que uma das ultimas fases da minha pesquisa
será um trabalho de observação etnográfica junto a
alguns sambas, pretendendo assim fazer um trabalho
além de histórico, também um trabalho de cunho sócio-
antropológico
METODOLOGIA
A execução deste projeto implica em pesquisa em
arquivos públicos, biblioteca, centro de estudos e bancos
de dissertações e teses no sentido da busca de
referências ao samba na Bahia. Para a elaboração deste
trabalho, foi feita uma revisão bibliográfica, que envolveu
trabalhos de pesquisadores importantes como José
Ramos Tinhorão, historiador Pós-graduado pela USP, do
antropólogo doutor pela Unb Ari Lima. Devido aos limites
historiográficos do tema e com o amparo que a história
cultural tem na interdisciplinaridade, este trabalho
também contou com estudos de outras áreas das ciências
humanas, como trabalhos etnográficos de viajantes dos
séculos passados, e até mesmo de trabalhos
antropológicos contemporâneos, como o do antropólogo
58
ISBN 978-85-61839-06-2
Jocélio Teles dos Santos e de Katharina Döring. Este
trabalho buscou entender como as manifestações afros
eram praticadas no século XIX, como sobreviveu ao
repúdio e a repressão, e também como conseguiu se
difundir por outros meios sociais, que somente não fosse
as senzalas ou as fazendas.
RESULTADOS
Que o Samba não é uma manifestação dos negros, e sim
faz parte de uma mistura de ritmos, e que os brancos
tiveram a sua contribuição, para a resistência e
reinvenção desta manifestação. As manifestações Afros
não foram abolidas da sociedade pois se reinventavam
para resistir; Os estudos não retratam o porque da
substituição do nome de Batuques para Samba, sendo
que os dois tratavam das mesma coisa; Para se tratar de
Samba no século XIX, tem que tratar de todas as
manifestações culturais dos negros, dos mestiços e
brancos das classes menos abastadas, como um todo.
CONCLUSÃO
A manifestação dos negro-africanos vem sendo contada -
apesar em baixíssima escala e de forma mais informal –
desde o século XVII, com desenhos, pinturas e fato
ocorridos, pelos viajantes que pelo Brasil passavam. Com
o passar do tempo veio ganhando mais espaços na
sociedade, com algumas transformações que foram
cruciais para a sua sobrevivência e que perdurassem até
os dias de hoje. Dentre estas a adesão das camadas de
classe média baixa e o êxodo rural, que ao chegarem nas
cidades aquelas pessoas que viviam e trabalhavam no
campo mudou, de forma significante, o cotidiano das
pessoas que ali moravam, que já tinham os seus costumes
e procuravam um padrão importado da Europa. Dentro
desse contexto de fins do século XVIII inicio do século XIX
os batuques foram sendo introduzidos na sociedade
urbana, e essa manifestação sofreu mutações pelas
pessoas que iam aderindo a ela, como o lundu sendo
integrante do termo genérico, a introdução da viola, de
determinadas cantorias, a forma com que eram cultuadas
pelos novos simpatizantes, que fez com que os batuques
saíssem de um cunho mais religioso e representativo -
como era no campo – para algo muito mais lúdico e quase
sem compromisso com nenhuma religião na área urbana.
Deve-se salientar também que os batuques e/ou samba
tomou uma proporção tão grande que começou a
incomodar as pessoas da zona urbana, fazendo com que
Resoluções fossem criadas para o combate legal destas
manifestações, que agora não era mais de determinado
grupo étnico e sim de uma classe social menos abastada.
É nesse contexto que o samba, samba de roda vem se
desenhando ao longo dos séculos, desde o seqüestro dos
negros na África até a adesão da camada menos
favorecida da sociedade, que fez com que a industria
cultural da zona urbana desse maior visibilidade (apesar
das perseguições e repressões), a esta manifestação antes
de tudo afro-diásporica e de resistência às discriminações.
PALAVRAS CHAVE: PERSEGUIÇÃO; BATUQUES; SAMBA.
J. O SAMBA NA MINHA TERRA: UM PARALELO ENTRE O SAMBA DO RIO E O SAMBA NO MARANHÃO
Rutti Suelma Cutrim Costa89
Heriverto Nunes Mendonça Júnior90
INTRDOUÇÃO
Partindo da diversidade cultural do Brasil e das
confluências culturais existentes na tríade luso-afro-
ameríndia, o ensaio proposto toma o Samba como objeto
de estudo e suas etnoinfluências no Maranhão, por ser
um gênero musical carioca que, pela reminiscência e re-
significações e/ou hibridismos culturais, tem seus
fragmentos encontrados em produções culturais
maranhenses. Aspectos desse ritmo carioca são
89 Autora, Estudante de Turismo Bacharelado na Universidade Federal do Maranhão – UFMA. 90 Co-autor, Estudante de Licenciatura em Teatro na Universidade Federal do Maranhão – UFMA, bolsista CNPq.
59
ISBN 978-85-61839-06-2
encontrados no samba dos grupos carnavalescos Blocos
Tradicionais, na fé e na festa do Tambor de Crioula em
louvor a São Benedito e na obrigação de fé ao Caboclo
Boiadeiro do Samba de Angola, ritual do Candomblé de
Caboclo da Casa Fanti-Ashanti de São Luís (MA). Ciente de
que as migrações culturais apontadas resultam em
peculiaridades de costumes, crenças, experiências e
produções sociais, que ora são pontuais e identitárias de
espaços sociais e geográficos, ora se confluem, gerando
interações etnoculturais, sem deslegitimar as origens e
essências de cada um, objetiva-se averiguar o que
provoca tais interações, o resultado dessa confluência de
idéias, costumes e símbolos e o que esse fenômeno
musical é para as pessoas e suas produções
lúdico/religiosas, identificando a idiossincrasia do samba
carioca no Maranhão.
METODOLOGIA
Para a compreensão dos elementos fundamentais do
fenômeno samba em outros espaços supostamente
alheios ao seu campo original, e das manifestações
maranhenses, são consideradas suas bases históricas,
sociológicas e culturais para o apontamento de suas
características musicais, estéticas e performáticas,
considerando estes aspectos definidores da natureza
genuína do gênero musical estudado. Por trata-se de uma
pesquisa multidisciplinar, de interpretação
descritivo/comparativa, os instrumentos definidos para o
alcance do que se propõem foram a observação direta
não-participante, estruturada por visitas de campo aos
fatos sociais acessíveis; coleta de dados subjetivos e
primários, por meio de entrevistas não-estruturada;
levantamento de dados audiovisuais das produções
culturais acessíveis e não acessíveis ao contato direto;
levantamento e apreciação de referenciais teóricos por
meio de leituras especializadas encontradas em livros e
periódicos. Ente os referenciais teóricos, dá-se foco aos
estudos da etnomusicologia, da história e da antropologia
cultural.
RESULTADOS
Tratando-se de um estudo em andamento, o resultado
esperado balizou-se no alcance de parâmetros de
identificação das interações etnoculturais e dos aspectos
peculiares ao samba carioca e às manifestações da cultura
popular maranhense, apontando os reflexos de co-
existirem em espaços sociais e geográficos diversos ao
seu natural, fundamentando o estudo comparativo
substancial quanto as semelhanças e resistências. Para
tanto, os dados já coletados preliminarmente dentro dos
recursos bibliográficos e audiovisuais permitiu a
identificação de semelhanças existentes e,
aparentemente, ausência de um processo
descaracterizador de ambos os fenômeno sociais
apontados. Este dado ainda precisa ser complementado.
Entrevistas e observação direta estão sendo realizadas
para a análise comparativa aos dados já coletados, e
entre os fenômenos sociais estudados. Espera-se ainda
captar o posicionamento dos atores das produções da
cultura popular maranhense entrelaçadas ao samba
carioca, quanto ao pertencimento, legitimidade e
descaracterização envolvidas no complexo cultural objeto
de estudo, samba/Rio e samba/Maranhão, ratificando o
hibridismo cultural existente, pautado em unidades e
universalidades culturais que fazem do Brasil um país de
rica diversidade cultural.
CONCLUSÃO
Diante de tudo que tem sido observado e
problematizado, as interações etnoculturais aqui
elencadas, não deslegitimam a naturalidade carioca que é
empregada ao samba, tão pouco ao fato cultural onde
este fenômeno social acaba por ser inserido, voluntaria
ou involuntariamente. Ao contrário, a re-significação do
samba em outros espaços sociais e geográficos pode ser
poro de ratificação de sua legitimidade enquanto símbolo
nacional, pois não é descaracterizado e não
descaracteriza as essências de ambas as produções,
mantendo seu caráter identitário e representativo da
60
ISBN 978-85-61839-06-2
sociedade brasileira. A confluência de idéias, costumes e
símbolos se re-significam em outros espaços para
complementar e tornar ainda mais relevantes os
significados deste complexo cultural, afinal “o samba foi
recheio, por vezes inspiração, de quase todos os
movimentos musicais desta terra carnavalesca” (DINIZ,
2006, p. 15), tão logo recheio também para outras
construções culturais.
PALAVRAS CHAVE: SAMBA; IDIOSSINCRASIA; CULTURA POPULAR MARANHENSE.
K. REFLETINDO SOBRE O SER BRASILEIRO: O NACIONALISMO NO BRASIL PÓS-COPA DO MUNDO
Lucas Sousa Galindo91
INTRDOUÇÃO
Passada – um pouco antes do previsto – a euforia
instalada no Brasil em meio à Copa do Mundo de futebol,
tem-se a impressão de que a agonia decorrente da volta
antecipada da seleção brasileira para casa já não tem
mais o mesmo dissabor de outros tempos. Não que as
duas eliminações consecutivas já nas quartas-de-final, em
2006 e 2010, tenham sido capazes de preparar para ou
mesmo acostumar os brasileiros a esse tipo de frustração.
No entanto, é notório que paira nos ares deste imenso
país um sentimento generalizado de “sigamos em frente”,
pois o jogo não acabou. Ou seja, “ainda temos a tarefa de
continuar construindo essa nação”. Isso não significa que
a centralidade do período de uma Copa do Mundo,
enquanto momento de maior expressão concreta do
nacionalismo brasileiro, esteja ameaçada. Expressão esta,
aliás, que é particularmente uníssona nesse tipo de
situação, exatamente por ser uma das características da
formação da identidade nacional a necessidade de
diferenciar positivamente determinada comunidade,
pretensamente “superior”, das “alheias”. Portanto,
natural que ele fique mais vigoroso num espaço em que é
91 Autor, graduando em Línugas Estrangeiras Aplicadas às Negociações Internacionais na Universidade Estadual de Santa Cruz.
nítido esse destaque sobre os demais – caso do futebol
brasileiro, com seus numerosos e constantes êxitos. A
propósito, por uma série de condicionantes políticas e
históricas, coube a esta modalidade esportiva simbolizar
aquele que é um dos fenômenos sociais mais
emblemáticos verificados entre os seres humanos na
atualidade. Tanto por representar a correlação de
diversos elementos internos, comuns ou não (desde as
tradições culturais à ideologia política) e a elevação deles
a uma esfera mais “sublime”, quiçá intocável; quanto pela
essência subjetiva do fenômeno. Conforme
observávamos, ainda que não haja uma perspectiva de
modificação do referido quadro no curto prazo, é
perceptível uma significativa diferença no
comportamento do povo brasileiro diante de um mau
resultado no futebol. Contribui para isso o fato de um
bom número de outras modalidades disputarem mais
acirradamente a atenção dos cidadãos nos últimos anos,
marcadamente após a construção exitosa dos Jogos
Panamericanos do Rio de Janeiro em 2007, que por sua
vez foi o cartão de visitas necessário para credenciar o
Brasil como sede de dois outros megaeventos esportivos:
a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
A realização dessas importantes atividades em território
brasileiro constitui, inclusive, a base do fatos que
decisivamente corrobora com a mudança de atitude aqui
citada: a materialização da idéia de que bons
desempenhos em competições têm mais valor se
associados a um potencial mais completo, que vá muito
além de simplesmente comemorar os troféus
conquistados. Afinal, além dos holofotes, tais
acontecimentos trazem consigo grandes volumes de
patrocínios, prestígio internacional, turismo alavancado,
dentre outros ganhos. O mais importante deles, aliás, não
vem incluso neste pacote – ao contrário, só será obtido
com uma efetiva participação dos diversos segmentos
sociais: a continuidade do processo de transformação das
oportunidades estratégicas (como essa) em avanços reais
para o conjunto da população brasileira. Com isso, é
61
ISBN 978-85-61839-06-2
possível afirmar que o nacionalismo brasileiro vai
deixando de ser apenas ocasional, preso a uma limitante
periodicidade quadrienal. Consequentemente, ganha
força para impulsionar as vitórias almejadas. Espera-se, é
lógico, que elas aconteçam nos mais variados campos:
educação, saúde, desenvolvimento sustentável, inclusão
social, combate à pobreza e tantos mais. Se daqui até
2014 surgirem sinais ainda mais claros da concretização
deste sonho nacional, certamente não fará muita
diferença se a seleção finalmente sacramentar o
hexacampeonato ou se ela for eliminada ainda na
primeira fase da Copa de 2014.
METODOLOGIA
Passada – um pouco antes do previsto – a euforia
instalada no Brasil em meio à Copa do Mundo de futebol,
tem-se a impressão de que a agonia decorrente da volta
antecipada da seleção brasileira para casa já não tem
mais o mesmo dissabor de outros tempos. Não que as
duas eliminações consecutivas já nas quartas-de-final, em
2006 e 2010, tenham sido capazes de preparar para ou
mesmo acostumar os brasileiros a esse tipo de frustração.
No entanto, é notório que paira nos ares deste imenso
país um sentimento generalizado de “sigamos em frente”,
pois o jogo não acabou. Ou seja, “ainda temos a tarefa de
continuar construindo essa nação”. Isso não significa que
a centralidade do período de uma Copa do Mundo,
enquanto momento de maior expressão concreta do
nacionalismo brasileiro, esteja ameaçada. Expressão esta,
aliás, que é particularmente uníssona nesse tipo de
situação, exatamente por ser uma das características da
formação da identidade nacional a necessidade de
diferenciar positivamente determinada comunidade,
pretensamente “superior”, das “alheias”. Portanto,
natural que ele fique mais vigoroso num espaço em que é
nítido esse destaque sobre os demais – caso do futebol
brasileiro, com seus numerosos e constantes êxitos. A
propósito, por uma série de condicionantes políticas e
históricas, coube a esta modalidade esportiva simbolizar
aquele que é um dos fenômenos sociais mais
emblemáticos verificados entre os seres humanos na
atualidade. Tanto por representar a correlação de
diversos elementos internos, comuns ou não (desde as
tradições culturais à ideologia política) e a elevação deles
a uma esfera mais “sublime”, quiçá intocável; quanto pela
essência subjetiva do fenômeno. Conforme
observávamos, ainda que não haja uma perspectiva de
modificação do referido quadro no curto prazo, é
perceptível uma significativa diferença no
comportamento do povo brasileiro diante de um mau
resultado no futebol. Contribui para isso o fato de um
bom número de outras modalidades disputarem mais
acirradamente a atenção dos cidadãos nos últimos anos,
marcadamente após a construção exitosa dos Jogos
Panamericanos do Rio de Janeiro em 2007, que por sua
vez foi o cartão de visitas necessário para credenciar o
Brasil como sede de dois outros megaeventos esportivos:
a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
A realização dessas importantes atividades em território
brasileiro constitui, inclusive, a base do fatos que
decisivamente corrobora com a mudança de atitude aqui
citada: a materialização da idéia de que bons
desempenhos em competições têm mais valor se
associados a um potencial mais completo, que vá muito
além de simplesmente comemorar os troféus
conquistados. Afinal, além dos holofotes, tais
acontecimentos trazem consigo grandes volumes de
patrocínios, prestígio internacional, turismo alavancado,
dentre outros ganhos. O mais importante deles, aliás, não
vem incluso neste pacote – ao contrário, só será obtido
com uma efetiva participação dos diversos segmentos
sociais: a continuidade do processo de transformação das
oportunidades estratégicas (como essa) em avanços reais
para o conjunto da população brasileira. Com isso, é
possível afirmar que o nacionalismo brasileiro vai
deixando de ser apenas ocasional, preso a uma limitante
periodicidade quadrienal. Consequentemente, ganha
força para impulsionar as vitórias almejadas. Espera-se, é
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lógico, que elas aconteçam nos mais variados campos:
educação, saúde, desenvolvimento sustentável, inclusão
social, combate à pobreza e tantos mais. Se daqui até
2014 surgirem sinais ainda mais claros da concretização
deste sonho nacional, certamente não fará muita
diferença se a seleção finalmente sacramentar o
hexacampeonato ou se ela for eliminada ainda na
primeira fase da Copa de 2014.
RESULTADOS
Passada – um pouco antes do previsto – a euforia
instalada no Brasil em meio à Copa do Mundo de futebol,
tem-se a impressão de que a agonia decorrente da volta
antecipada da seleção brasileira para casa já não tem
mais o mesmo dissabor de outros tempos. Não que as
duas eliminações consecutivas já nas quartas-de-final, em
2006 e 2010, tenham sido capazes de preparar para ou
mesmo acostumar os brasileiros a esse tipo de frustração.
No entanto, é notório que paira nos ares deste imenso
país um sentimento generalizado de “sigamos em frente”,
pois o jogo não acabou. Ou seja, “ainda temos a tarefa de
continuar construindo essa nação”. Isso não significa que
a centralidade do período de uma Copa do Mundo,
enquanto momento de maior expressão concreta do
nacionalismo brasileiro, esteja ameaçada. Expressão esta,
aliás, que é particularmente uníssona nesse tipo de
situação, exatamente por ser uma das características da
formação da identidade nacional a necessidade de
diferenciar positivamente determinada comunidade,
pretensamente “superior”, das “alheias”. Portanto,
natural que ele fique mais vigoroso num espaço em que é
nítido esse destaque sobre os demais – caso do futebol
brasileiro, com seus numerosos e constantes êxitos. A
propósito, por uma série de condicionantes políticas e
históricas, coube a esta modalidade esportiva simbolizar
aquele que é um dos fenômenos sociais mais
emblemáticos verificados entre os seres humanos na
atualidade. Tanto por representar a correlação de
diversos elementos internos, comuns ou não (desde as
tradições culturais à ideologia política) e a elevação deles
a uma esfera mais “sublime”, quiçá intocável; quanto pela
essência subjetiva do fenômeno. Conforme
observávamos, ainda que não haja uma perspectiva de
modificação do referido quadro no curto prazo, é
perceptível uma significativa diferença no
comportamento do povo brasileiro diante de um mau
resultado no futebol. Contribui para isso o fato de um
bom número de outras modalidades disputarem mais
acirradamente a atenção dos cidadãos nos últimos anos,
marcadamente após a construção exitosa dos Jogos
Panamericanos do Rio de Janeiro em 2007, que por sua
vez foi o cartão de visitas necessário para credenciar o
Brasil como sede de dois outros megaeventos esportivos:
a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
A realização dessas importantes atividades em território
brasileiro constitui, inclusive, a base do fatos que
decisivamente corrobora com a mudança de atitude aqui
citada: a materialização da idéia de que bons
desempenhos em competições têm mais valor se
associados a um potencial mais completo, que vá muito
além de simplesmente comemorar os troféus
conquistados. Afinal, além dos holofotes, tais
acontecimentos trazem consigo grandes volumes de
patrocínios, prestígio internacional, turismo alavancado,
dentre outros ganhos. O mais importante deles, aliás, não
vem incluso neste pacote – ao contrário, só será obtido
com uma efetiva participação dos diversos segmentos
sociais: a continuidade do processo de transformação das
oportunidades estratégicas (como essa) em avanços reais
para o conjunto da população brasileira. Com isso, é
possível afirmar que o nacionalismo brasileiro vai
deixando de ser apenas ocasional, preso a uma limitante
periodicidade quadrienal. Consequentemente, ganha
força para impulsionar as vitórias almejadas. Espera-se, é
lógico, que elas aconteçam nos mais variados campos:
educação, saúde, desenvolvimento sustentável, inclusão
social, combate à pobreza e tantos mais. Se daqui até
2014 surgirem sinais ainda mais claros da concretização
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deste sonho nacional, certamente não fará muita
diferença se a seleção finalmente sacramentar o
hexacampeonato ou se ela for eliminada ainda na
primeira fase da Copa de 2014.
CONCLUSÃO
Passada – um pouco antes do previsto – a euforia
instalada no Brasil em meio à Copa do Mundo de futebol,
tem-se a impressão de que a agonia decorrente da volta
antecipada da seleção brasileira para casa já não tem
mais o mesmo dissabor de outros tempos. Não que as
duas eliminações consecutivas já nas quartas-de-final, em
2006 e 2010, tenham sido capazes de preparar para ou
mesmo acostumar os brasileiros a esse tipo de frustração.
No entanto, é notório que paira nos ares deste imenso
país um sentimento generalizado de “sigamos em frente”,
pois o jogo não acabou. Ou seja, “ainda temos a tarefa de
continuar construindo essa nação”. Isso não significa que
a centralidade do período de uma Copa do Mundo,
enquanto momento de maior expressão concreta do
nacionalismo brasileiro, esteja ameaçada. Expressão esta,
aliás, que é particularmente uníssona nesse tipo de
situação, exatamente por ser uma das características da
formação da identidade nacional a necessidade de
diferenciar positivamente determinada comunidade,
pretensamente “superior”, das “alheias”. Portanto,
natural que ele fique mais vigoroso num espaço em que é
nítido esse destaque sobre os demais – caso do futebol
brasileiro, com seus numerosos e constantes êxitos. A
propósito, por uma série de condicionantes políticas e
históricas, coube a esta modalidade esportiva simbolizar
aquele que é um dos fenômenos sociais mais
emblemáticos verificados entre os seres humanos na
atualidade. Tanto por representar a correlação de
diversos elementos internos, comuns ou não (desde as
tradições culturais à ideologia política) e a elevação deles
a uma esfera mais “sublime”, quiçá intocável; quanto pela
essência subjetiva do fenômeno. Conforme
observávamos, ainda que não haja uma perspectiva de
modificação do referido quadro no curto prazo, é
perceptível uma significativa diferença no
comportamento do povo brasileiro diante de um mau
resultado no futebol. Contribui para isso o fato de um
bom número de outras modalidades disputarem mais
acirradamente a atenção dos cidadãos nos últimos anos,
marcadamente após a construção exitosa dos Jogos
Panamericanos do Rio de Janeiro em 2007, que por sua
vez foi o cartão de visitas necessário para credenciar o
Brasil como sede de dois outros megaeventos esportivos:
a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.
A realização dessas importantes atividades em território
brasileiro constitui, inclusive, a base do fatos que
decisivamente corrobora com a mudança de atitude aqui
citada: a materialização da idéia de que bons
desempenhos em competições têm mais valor se
associados a um potencial mais completo, que vá muito
além de simplesmente comemorar os troféus
conquistados. Afinal, além dos holofotes, tais
acontecimentos trazem consigo grandes volumes de
patrocínios, prestígio internacional, turismo alavancado,
dentre outros ganhos. O mais importante deles, aliás, não
vem incluso neste pacote – ao contrário, só será obtido
com uma efetiva participação dos diversos segmentos
sociais: a continuidade do processo de transformação das
oportunidades estratégicas (como essa) em avanços reais
para o conjunto da população brasileira. Com isso, é
possível afirmar que o nacionalismo brasileiro vai
deixando de ser apenas ocasional, preso a uma limitante
periodicidade quadrienal. Consequentemente, ganha
força para impulsionar as vitórias almejadas. Espera-se, é
lógico, que elas aconteçam nos mais variados campos:
educação, saúde, desenvolvimento sustentável, inclusão
social, combate à pobreza e tantos mais. Se daqui até
2014 surgirem sinais ainda mais claros da concretização
deste sonho nacional, certamente não fará muita
diferença se a seleção finalmente sacramentar o
hexacampeonato ou se ela for eliminada ainda na
primeira fase da Copa de 2014.
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PALAVRAS CHAVE: NACIONALISMO, BRASIL, COPA DO MUNDO.
L. MERCOSUL: UMA ANÁLISE DO FORTALECIMENTO DA INTEGRAÇÃO REGIONAL ATRAVÉS DO OLHAR DA CULTURA
Paula Gomes Moreira92
INTRDOUÇÃO
O início do século XXI na América do Sul foi marcado por
intensas mudanças na política, na economia e na
sociedade. Buscando seu lugar no mundo a integração
regional veio a se constituir na alternativa principal dos
países para promoção de seu desenvolvimento. Visando
superar os entraves históricos enraizados às identidades
da região, a cultura aparece como o seu eixo principal. A
percepção de que somente por meio da interdependência
seria possível transformar a realidade de distanciamento
entre os povos, fez com que as práticas culturais fossem
fortalecidas. Assim, o Mercosul que inicialmente
objetivava apenas interesses comercias, hoje volta-se
para o fortalecimento da sociedade civil, principalmente,
por meio da esfera cultural. Ainda que seja um esboço
daquilo que o real integracionismo deveria ser, aponta
para o futuro do continente.
METODOLOGIA
Análise de literatura especializada no tema, assim como
periódicos e sites de organismos supranacionais,
movimentos sociais e do governo brasileiro.
RESULTADOS
Como resultados é importante apresentar as práticas que
se estabeleceram nos últimos anos dentro da esfera de
atuação do Mercosul, tais como: agricultura familiar,
economia solidária, parlasul e mercocidades. Todas essas
iniciatiavs expressam a mudança que ocorreu no eixo de
92 Mestranda em Relações Internacionais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – RJ.
atuação do organismo, de modo a privilegiar as práticas
sociais e dar menor destaque para a área comercial.
Assim, há uma valorização das vertentes culturais de
forma a proximar os países integrantes do bloco.
CONCLUSÃO
Como consequência das diversas iniciativas de cunho
mais social, há uma valorização das vertentes culturais de
forma a proximar os países integrantes do bloco. Essa
valorização pode ser vista por meio da música, do
artesanato, entre outras.
PALAVRAS CHAVE: AMÉRICA DO SUL, INTEGRAÇÃO REGIONAL, IDENTIDADE.
M. GÊNERO, DIVERSIDADE E FAMÍLIA: UMA QUEBRA DE PARADIGMAS NO ÂMBITO ESCOLAR
Michele Janaína dos Santos Cardoso93
,
Maria do Carmo Gonçalo Santos94
INTRDOUÇÃO
A pesquisa se deu a partir da análise de algumas práticas
pedagógicas com as quais tive contato desde criança,
associando-as à temática de gênero e família, logo surgiu
o desejo de pesquisar acerca do tema, pois a sociedade
vem passando por diversas transformações, que
estimulam a escola a “re” pensar seu conceito de família e
“re” significar suas práticas relativas à gênero. Essa
discussão é relevante para a sociedade, pois a escola é
local de convivência coletiva, onde as temáticas que
envolvem gênero e família têm condições de estarem
inseridas no currículo. Propondo a possibilidade de
contribuição com reflexão na comunidade educacional
acerca da diversidade existente na escola. O presente
93 Autora, Graduanda em Letras na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Caruaru – PE, bolsista do PIBIC/CNPq. 94 Orientadora, Mestra em Educação na Universidade Federal – PE.
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ISBN 978-85-61839-06-2
trabalho aspira a identificação das concepções de gênero
e família na escola, além de investigar as situações de
conflitos geradas pela diversidade de gênero na escola
analisando as práticas pedagógicas relativas às relações
de gênero e aos conceitos de família. Ratifica-se a
relevância das pesquisas que englobam diversidade e
escola, pois os estudos colaboram para uma redefinição
de conceitos que desmistificam preconceitos atenuando a
intolerância.
METODOLOGIA
A organização do trabalho teve como fundamentação
teórica a análise empírica, bibliográfica e documental,
abrangendo os clássicos da literatura científica do tema
em estudo, além de artigos on-line. Através de pesquisa
de campo realizada em escola pública e particular,
entrevistei professores/as, coordenadores/as e alunos/as.
A pesquisa foi qualitativa e o instrumento utilizado para
coleta de dados foi um questionário com seis perguntas,
sendo três estruturadas e três feitas de acordo com as
respostas das três anteriores. Confrontando ao final as
respostas com o levantamento bibliográfico.
RESULTADOS
Identificou-se que as maiores dificuldades encontradas
partiram das indagações feitas pelos/as professores/as
que ainda se sentem despreparados para lidar com a
diversidade em sala de aula, alunos/as relataram o medo
de permanecer na escola após descobrirem sua
sexualidade, alegam não encontram lugar para eles/as na
escola, pois as ofensas são constantes. Professores/as
apontam ainda a forte influência da mídia nas questões
de sexualidade, uma vez que os adolescentes assistem
aos conteúdos em um dia e chegam repletos de
perguntas e comentários no dia seguinte, assustando os
sujeitos da escola e da família que não estão preparados
para discutir o tema.
CONCLUSÃO
A homofobia e a discriminação de gênero dão margem à
intolerância, esse preconceito velado pela sociedade
causa medo, e esse medo gera a evasão escolar. A
ausência de informações sobre o assunto tratado na
pesquisa aponta para a necessidade de uma reflexão
sobre os conceitos e preconceitos que maculam a
sociedade. Todos os sujeitos devem ter acesso e garantia
de permanência na escola, pois trata-se de um direito
resguardado pela Constituição Federal de 1988, pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente e pela Lei de
Diretrizes e Bases, além do Plano Nacional de Educação
em Direitos Humanos.
PALAVRAS CHAVE: GÊNERO; FAMÍLIA; EDUCAÇÃO.
N. SER DIFERENTE, SER IGUAL - CONCEITOS OU PRECONCEITOS?
Fabiane Klering 95
Luciana Costa Marra96
Nádia Rosa97
Ottmar Teske98
INTRDOUÇÃO
Como estudantes da universidade, passamos a maior
parte do nosso tempo convivendo e relacionando-nos
com pessoas desconhecidas, mas que passamos a
conhecer um pouco mais, devido o convívio diário nas
aulas, nos corredores dos prédios, no pátio e porque não,
no banheiro da universidade. E não é preciso conviver
para reconhecer que somos todos diferentes, mesmo
possuindo semelhanças. Nas aulas as diferenças, podem
acentuar-se, em discussões e opiniões diferentes, entre
os alunos e também entre alunos e professores. Na
formação de grupos de estudo e elaboração de trabalhos,
a escolha geralmente é feita de acordo com a afinidade,
podendo surgir sentimentos negativos em relação a
95 Graduanda do Curso de Psicologia, da Universidade Luterana do Brasil. 96 Graduanda do Curso de Teologia, da Universidade Luterana do Brasil. 97 Graduanda do Curso de Ed. Física, da Universidade Luterana do Brasil. 98 Orientador, Mestre em Educação e Graduado em Ciências Sociais.
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pessoas ou grupos específicos. Segundo Max Weber, o
indivíduo é responsável pelas ações que toma. Uma
atitude hostil ou negativa em relação a um determinado
grupo, pode ser classificada como preconceito. O
preconceito está geralmente relacionado com a ausência
de conhecimento acerca de determinado assunto. Muitos
dos conceitos que hoje assumimos como nossos, nos
foram na realidade legados através de confortáveis
estereótipos transmitidos de geração em geração. Nesse
sentido, este trabalho busca estudar os conceitos ou
preconceitos dos universitários da ULBRA sobre o tema da
diversidade. Cabe neste espaço duvidar, desconfiar,
contestar esses estereótipos, não com o objetivo de
buscar respostas próprias, mas principalmente para
perceber os conceitos que povoam o cotidiano individual.
Objetivo geral: Analisar os diferentes conceitos da
diferença sob o olhar dos acadêmicos da ULBRA –
Universidade Luterana do Brasil. Objetivos específicos:
Verificar o grau de compreensão desse conceito no
cotidiano desses estudantes. Refletir as dimensões que os
conceitos de diferença e igualdade possuem entre os
universitários.
METODOLOGIA
Optou-se por trabalhar com perguntas abertas, sendo a
análise realizada a partir da pesquisa qualitativa e
descritiva. Traçar um perfil dos estudantes da ULBRA em
relação à sociedade contemporânea, pois nossa hipótese
trabalha com a visão de que esses estudantes são
formadores de opinião em seu espaço profissional,
familiar e estudantil.
RESULTADOS
Questionário: 1)o que você quer ser e fazer no seu
futuro?; 2)para você o que é ser normal?; 3)para você o
que é ser diferente?; 4)para você o que é ser igual?
Público alvo: acadêmicos: - Jovens do gênero masculino e
feminino (18 a 29 anos); - Adultos do gênero masculino e
feminino (30 a 59 anos); - Idosos do gênero masculino e
feminino (60 anos ou mais); O instrumento de pesquisa
foi respondido por 54 estudantes de diversos cursos da
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), realizado na
cidade de Canoas/RS (Brasil). Ao analisar as respostas dos
entrevistados observamos que a maioria conceituam
diferenças e percebem e interpretam o mundo de formas
distintas e carregados de preconceitos, dando significados
e sentidos ao objeto pesquisado bem próprios e
singulares e por vezes descriminatórios. Foi possível
observar que a faixa etária não influenciou na elaboração
dos conceitos.
CONCLUSÃO
Percebermos que temos diferenças e semelhanças, isto
faz parte da vida humana, somos ao mesmo tempo seres
individuais e coletivos e esta é a beleza da existência
humana. Acreditamos que é necessário uma educação
para sensibilizar a aceitação das diferenças, isso ajudará
os acadêmicos a refletirem mais sobre o assunto, não
reduzir os conceitos, para que eles possam olhar de forma
menos parcial e preconceituosa para o contexto em que
vivem e consequentemente agirem com menos
preconceitos e com mais respeito e responsabilidade com
a diversidade.
PALAVRAS CHAVE: DIFERENÇAS; DIFERENÇAS INDIVIDUAIS.
O. “AGONIZA, MAS NÃO MORRE”: CARNAVAL, SAMBA E RESISTÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DE UM ESPAÇO NEGRO NA SOCIEDADE TERESINENSE (1958-2008)
Solimar Oliveira Lima99
Uaglyson Rodrigo Oliveira Ferreira100
Ivana Campelo Cabral101
INTRDOUÇÃO
99 Orientador, Prof. Dr. Depto. de Economia da Universidade Fedreal do Piauí –UFPI. 100 Autor, Graduando do Curso de Licenciatura Plena em História da Universidade Federal do Piauí – UFPI. 101 Co-autor, Graduada em História pela Universidade Federal do Piauí – UFPI, em 2010.
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Dos Blocos de Rua às Escolas de Samba. O carnaval
teresinense se caracterizou, pelo menos nos primórdios,
como uma manifestação cultural genuinamente negra e
pobre, já que de meados da década de 1960 em diante,
foi apadrinhado pela elite teresinense fazendo-o perder
aos poucos sua capacidade criativa e transgressora. Os
sambistas e seus “seguidores” eram mal vistos por uma
boa parcela da sociedade, por congregar nos seus corsos
pessoas de “vida fácil”, negros, boêmios e prostitutas,
enfim, indivíduos que faziam parte das classes mais baixas
da sociedade. Estabelecer um espaço de
discussão/problematização sobre o papel do carnaval
teresinense, mais precisamente dos sambas e,
consequentemente, dos sambistas, para a constituição de
um espaço negro/pobre na sociedade teresinense, bem
como para a construção e consolidação da cultura
piauiense, observando os possíveis diálogos entre este e a
literatura que forjou e consolidou pelo viés elitista a
cultura piauiense.
METODOLOGIA
Neste ensejo, analiso as letras dos sambas-enredo do
carnaval de Teresina limitando-me aos anos que pude ter
acesso, assim como os discursos desses sujeitos sobre o
carnaval, principalmente por meio de entrevistas com
grandes personalidades do samba em Teresina – diga-se
de passagem, em sua maioria negra.
RESULTADOS
Eis que ainda resta um tanto de “revoltosos”, aqueles cuja
ancestralidade africana, agora genuinamente
afrobrasileira, é mais forte e imprescindível do que
qualquer tipo de lucro proporcionado pela venda de
produtos musicais de consumo de massa. Aqueles que
prezam por suas raízes, por sua cor, por sua cultura viva,
mesmo mediante à explosão comercial proposta pela
indústria fonográfica.
CONCLUSÃO
É no samba, justamente nos sambas-enredo, ainda
melhor, nas representações e simbologias trazidas pelo
carnaval, que percebemos a importância dada à produção
de discursos em relação à África e seus expressivos
sujeitos: os negros.
PALAVRAS CHAVE: CARNAVAL. SAMBA-ENREDO.
TERESINA.
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EDUCAÇÃO E POLÍTICAS
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III. EDUCAÇÃO E POLÍTICAS
1. ÉTICA
A. O CONCEITO DE FELICIDADE NA CONCEPÇÃO KANTIANA
Hellen Caroliny Cordovil Ribon102
Pedro Paulo Corôa103
INTRDOUÇÃO
O objetivo deste tema consiste em tratar da questão
sobre a “felicidade”, que a principio parece algo simples a
ser esclarecido, mas que se observarmos de perto, torna-
se um pouco complexo dado às divergências de opiniões
acerca do seu conceito. O que nos interessa, neste
momento, é esclarecer a tese kantiana em relação a este
tema, devido à grande importância do seu conceito. Na
obra "Fundamentação da Metafísica dos Costumes", Kant
pretende fundar uma filosofia moral pura, embora o
homem não consiga realizá-la plenamente. Nesta obra o
filósofo pressupõe que o bem, ou melhor, a boa vontade,
é aquilo sem o que os dons naturais e o próprio
merecimento de ser feliz não têm nenhum valor, logo,
Kant se distancia do suporte moral da felicidade. Mas por
que discutir sobre a felicidade? Qual a importância desta
palavra para o homem? É algo que exige alguma
definição? Se formos notar com mais cuidado, veremos
que este é o principal objetivo do ser humano, em relação
a tudo o que ele faz, tendo em vista sempre, no fim,
102 Graduanda em Filosofia na Universidade Federal do Pará – UFPA, , bolsista em Projeto de Iniciação à Docência pela Capes. 103 Doutor em Filosofia na Universidade Federal do Pará - UFPA.
alcançar aquilo que mais possa satisfazê-lo, ou seja, a
felicidade. Mas, Kant faz uma divisão dos fins visados pelo
homem, o que vai se refletir na diferença entre
imperativos categóricos e imperativos hipotéticos. O
primeiro representa a necessidade de se alcançar um fim,
o segundo promove uma ação dependente da inclinação,
logo tem um fim natural. Nisto consiste a questão a ser
tratada. A diferença entre as regras que conduzem o
homem a obter um fim ou outro. É sobre esses dois tipos
de determinações de fins que o filósofo se dedica a
esclarecer.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada é referente ao estudo
bibliográfico, especialmente em relação à obra
"Fundamentação da Metafísica dos Costumes", do
filósofo alemão Immanuel Kant, além de outras obras de
sua autoria, tal como a "Crítica da Razão Prática" e
"Crítica da Razão Pura".
RESULTADOS
Ao se tratar da felicidade, Kant questiona seus
fundamentos. Para isso, apresenta na obra
“Fundamentação da Metafísica dos Costumes” todo um
processo referente à moral, onde divide a ação humana
em dois momentos nos quais o homem direciona suas
atitudes. Estes momentos se convertem em deveres e,
estes deveres se tornam mandamentos, constituindo dois
imperativos. O primeiro imperativo é o hipotético, o
segundo é categórico. O primeiro imperativo consiste a
um fim natural, o segundo diz respeito ao fim moral, onde
neste último descansa a plena e considerável ação
humana de acordo com a lei moral, esta responsável por
fazer com que o homem aja através de máximas em que
suas ações se desviem de tendências, desejos e
inclinações, que apenas o levam a escolhas distantes da
liberdade e satisfatórias momentaneamente, podendo
causar danos aos seus semelhantes. Quando se fala em
tendências, desejos e inclinações, as ações incidem no
imperativo hipotético, por dados da experiência e, é neste
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que a felicidade estaciona, pois para Kant o homem
agindo pela boa ação pode ser digno da felicidade, mas
jamais alcançá-la, haja vista ela não ser um fim em si
mesmo que concorde com a lei moral, mas ao contrário,
leva o homem ao seu estado natural, isto é, em
satisfações imediatas correspondentes ao imperativo
hipotético. Como conclusão, a felicidade deve ser
sacrificada em nome da atuação moral, pois a felicidade
pessoal não faz parte da lei moral.
CONCLUSÃO
De acordo com a análise do tema e nas nossas
perspectivas pessoais, é válido que acreditemos na
possibilidade da existência da felicidade, pois este desejo
é comum a todos os homens como o bem maior e último
que após tantas conquistas unitárias, que juntando ao
final, damos o nome de "felicidade". Muitos filósofos
discutiram este assunto, levados a diversas
interpretações, mas Kant em especial desconsidera a
felicidade, colocando-a oposta às nossas perspectivas, se
fizermos esta observação. E o que é viável aqui, até então
é que pensador expõe sua teoria pra termos base de
reflexão em nossas vidas e aí sim sabermos conduzir da
melhor maneira a "nossa felicidade".
PALAVRAS CHAVE: BEM, DEVER, IMPERATIVO.
2. GEOMETRIA E TOPOLOGIA A. EDUCAÇÃO- APRENDIZAGEM DE
GEOMETRIA COM RECURSO VISUAL:UMA EXPERIÊNCIA EM SOBRAL
Francisco Jeovane do Nascimento104
Raylane Mayara Neres de Sousa105
Miguel Jocélio Alves da Silva106
104 Autor, graduando em Matemática na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, bolsista do PIBID/CAPES. 105 Co-autora, graduanda em Matemática na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.
INTRDOUÇÃO
O trabalho desenvolvido busca compreender a aplicação
prática e teórica de conceitos de geometria plana e
espacial, a partir da produção de materiais com os
estudantes, tendo como referência o cotidiano da cidade
de Sobral, uma cidade que tem vários prédios tombados
pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional - IPHAN.
Realizamos atividades com os estudantes da Escola Padre
Osvaldo Carneiro Chaves, de Educação Infantil e Ensino
Fundamental, localizada na Zona Urbana de Sobral,
pertencente à Rede Municipal de ensino. Estas atividades
foram realizadas, a partir da produção de materiais de
geometria plana e espacial, além de visitas a alguns
prédios do patrimônio histórico, onde buscamos
identificar formas geométricas presentes e relacionar com
as figuras planas e espaciais, presentes no estudo da
geometria.
METODOLOGIA
Escolhemos para a realização das atividades, a sala do 7°
Ano C, no turno vespertino da Escola Padre Osvaldo
Carneiro Chaves de Educação Infantil e Ensino
Fundamental. Esta turma tinha 35 estudantes
matriculados, mas apenas 30 estavam frequentando
regularmente as aulas. Ao conversamos com o docente da
sala, este nos relatou a dificuldade de compreensão
geométrica dos alunos, o que constatamos '' in loco ''
,através da observação de atividades propostas pelo
professor, durante duas seções de 30 minutos, realizadas
em dias diferentes. Após conversamos sobre as
observações feitas em sala e discutirmos sobre a melhor
forma de encaminharmos as atividades, decidimos fazer
encontros semanais com os alunos. As atividades foram,
predição sobre os conteúdos que os alunos já sabiam,
produção de materiais geométricos com material
106 Orientador, Professor do curso de Matemática na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.
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reciclado, visitas a prédios históricos da cidade, escolhidos
anteriormente, além de observações do espaço escolar,
para identificar formas geométricas presentes.
RESULTADOS
Propomos aos alunos a utilização de outras formas de
estudo, objetivando a visualização das mais variadas
formas geométricas existentes nos mais diversos lugares.
Pedimos aos alunos que trouxessem materiais recicláveis
como papel, papelão, palitos de picolé, canudos de
refrigerante, etc. Estes materiais foram utilizados para
construção em sala de aula, de algumas figuras
geométricas planas. Após uma breve explicação oral e
com a utilização de outros recursos, como retroprojetor,
recorte de jornais, revistas e objetos geométricos já
construídos, propusemos que os alunos construíssem
com o material que trouxeram de casa, figuras planas que
conheciam. Visitamos alguns dos principais monumentos
históricos da cidade, que compõem o conjunto
arquitetônico de Sobral, tombado pelo IPHAN, buscando
encontrar a presença de formas geométricas, a fim de
verificarmos com os estudantes a forma como a
geometria está presente em várias atividades humanas
que não só a matemática.
CONCLUSÃO
Considerando a Geometria como uma das principais áreas
de estudo da Matemática, percebemos com o término do
trabalho, que a mesma pode ser ensinada através de
recursos variados, aplicando métodos que estejam ao
alcance dos estudantes e que é possível uma transição
menos traumática do não-saber ao saber, na perspectiva
da inclusão e da aprendizagem curricular qualificada.
Acreditamos que com esse projeto, conseguimos gerar
idéias e afirmar que crianças e jovens são capazes de
aprender geometria.
PALAVRAS CHAVE: GEOMETRIA, COMPREENSÃO, APRENDIZAGEM.
B. FUTEBOL É PURA MATEMÁTICA
Francisco Jeovane do Nascimento107
Raylane Mayara Neres de Sousa108
Márcio Nascimento da Silva109
INTRDOUÇÃO
A Matemática é vista como um conteúdo curricular de
difícil compreensão na escola, uma vez que parte
considerada dos conceitos, formulações e objetos desta
disciplina, são abordados de maneira superficial, sem
significado e vínculo com a realidade do educando. O
estudo da Geometria, que é parte integrante da
matemática escolar, pode desenvolver nos estudantes
uma percepção visual e espacial apuradas, desde que as
atividades realizadas dentro e fora da sala de aula sejam
significativas. A experiência demonstrada neste trabalho
visa uma melhor compreensão da Geometria Plana e
Espacial, através do uso de elementos presentes no
futebol, esporte popular presente no cotidiano deste
imenso Brasil. Utilizando formas e figuras presentes nos
espaços desta prática esportiva, a aprendizagem da
Geometria pode tornar-se estimulante ao proporcionar
com praticidade, atividades que relacionem o meio social
com o meio escolar, através da organização e realização
de atividades em que haja uma visualização e
identificação das figuras geométricas, suas características,
seus conceitos e fundamentos, além de uma discussão
sobre as suas relações com as respectivas representações
simbólicas.
METODOLOGIA
O trabalho pedagógico foi desenvolvido com os
estudantes do 1º ano (turmas A e B – Tarde), um total de
107 Autor, graduando em Matemática na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, bolsista do PIBID/CAPES. 108 Co-autora, graduanda em Matemática na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. 109 Orientador, Professor do curso de Matemática na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA.
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70 jovens da Escola de Ensino Médio Elza Goersch,
localizada no município de Forquilha, região norte do
estado do Ceará, situada a 208 km da capital Fortaleza.
Neste trabalho abordamos a Geometria Plana e Espacial
utilizando figuras geométricas como retângulo, quadrado
e círculo, entre outras, identificadas em um campo de
futebol, onde utilizamos imagens ilustrativas. Com
encontros semanais propusemos e realizamos formas de
estudo que objetivavam a visualização das mais variadas
formas geométricas existentes num campo de futebol, a
partir da observação detalhada neste espaço esportivo,
diálogo e debate sobre as formas identificadas, além de
discutirmos cada espaço do campo e suas respectivas
funções num jogo de futebol. Realizamos uma oficina de
produção de material didático-pedagógico, feita de forma
coletiva e com uso de material reciclável (papel, papelão,
palitos de picolé, canudos, etc.) tendo como tema as
formas encontradas no campo de futebol. Utilizamos
outros recursos como o laboratório de informática, para
buscar encontrar a presença de formas geométricas em
outros ambientes do convívio social dos estudantes,
pretendendo com isto aproximar a Geometria deste
universo.
RESULTADOS
No caso de trabalho de extensão este item pode ser
deixado em branco
CONCLUSÃO
Considerando a geometria como uma das principais áreas
da matemática escolar, percebemos com o andamento do
trabalho, que a mesma pode ser trabalhada através de
recursos variados, aplicando métodos que estejam ao
alcance dos estudantes, e que é possível uma transição
menos traumática do não-saber ao saber, na perspectiva
da inclusão e da aprendizagem curricular qualificada. Ao
final do trabalho concluímos nossa idéia inicial de
desenvolver nos alunos uma percepção e capacidade de
observação mais apurada, primeira ação da atividade
matemática e geométrica. Olhando para as idéias iniciais
do projeto, que surgiram ainda sem nitidez e sem clareza,
podemos vislumbrar, hoje, mudanças no meio do
percurso, dúvidas que nos fizeram parar para estudar e
refletir que as idéias não nascem prontas e acabadas, mas
que é necessário dar a elas conseqüência ,colocá-las em
movimento e não se conformar com a paralisia, que por
muitas vezes toma conta do sistema educacional. Este
projeto fará de nós, estudantes e professores melhores,
mais cuidadosos e interessados em conhecer cada vez
mais, para oferecermos aos estudantes da escola pública
as melhores condições de aprendizagem.
PALAVRAS CHAVE: Futebol; Matemática;Aprendizagem.
3. CIÊNCIAS DA SAÚDE A. MUSEU DE ANATOMIA HUMANA DA
UFCSPA. EDUCAÇÃO EM SAÚDE ATRAVÉS DA ARTE
Rodrigo Ferrari Zeni110
Andréa Oxley da Rocha111
Leandro Totti Cavazolla112
Raphael Canto113
Celto Dalla Vechia114
Rafael Schwab115
110 Autor, Graduando em Medicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA, bolsista do Programa de Iniciação à Docência (PID). 111 Orientadora, Professora de Anatomia Humana da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA. 112 Co-autor, Professor de Anatomia Humana da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA. 113 Co-autor Granduando em Biomedicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA. 114 Co-autor, Graduando em Medicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA, , bolsista do Programa de Iniciação à Docência (PID). 115 Co-autor, Graduando em Medicina na Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – UFCSPA.
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INTRDOUÇÃO
A importância, a beleza e a curiosidade inerentes ao
estudo do corpo humano motivam a reserva de um
espaço especial para tal. O Museu de Anatomia se
configura em uma forma peculiar de abordar os
conhecimentos anatômicos, despertando a curiosidade
dos visitantes. Além disso, serve de estímulo à aquisição
de habilidades cirúrgicas e conhecimento científico para
os alunos que o preparam. A anatomia que na atualidade
vem sendo tratada como um conhecimento técnico, teve
em tempos passados uma relação estreita com a arte e o
conceito de beleza. Nomes de artistas como Leonardo da
Vinci, que foi o pioneiro neste campo descrevendo o
esqueleto, os músculos, os nervos e os vasos, e Andreas
Vesalius, que foi autor do primeiro tratado anatômico no
sentido moderno “De Humani Corporis Fabrica” (1543),
ilustram bem a união da ciência com a arte em torno da
anatomia. A disciplina de anatomia abrange a base
teórica e prática inicial de todos os cursos da área da
saúde e é de suma importância que seu estudo seja
estimulado não só dentro do meio acadêmico, mas
também na comunidade em geral.
METODOLOGIA
Através de uma exposição de peças anatômicas visamos
promover o ensino de anatomia humana, aberto a toda a
comunidade acadêmica e publico leigo. A busca constante
por conhecimento anatômico no ano de 2010 culminou
com a criação da Oficina de Dissecação. Esta consiste em
curso semanal organizado pela disciplina para o
desenvolvimento de técnicas de dissecação e produção
de material para exposição. O material biológico humano
utilizado foi oriundo do Depertamento Médico Legal e de
doações da “Campanha de Doação de Corpos” um outro
projeto da disciplina, o pioneiro no Brasil nestes moldes.
Foi utilizada a técnica de injeção-corrosão para
elaboração de peças que objetivavam mostram estruturas
vasculares. É realizada também por forma de edital uma
seleção de alunos tutores que são os encarregados de
acolher e guiar os visitantes, bem como sanar suas
dúvidas. A montagem de museu é feita pelos Professores
e alunos tutores no laboratório de anatomia para uma
exposição de 4 dias. Esta tem periodicidade anual e está,
em 2010, na sua 3ª edição. São montadas estações que
tratam dos temas: esqueleto, membros superiores,
membros inferiores, neuroanatomia, tórax, abdome e
pelve. Há ainda uma estação interativa que simula uma
sala de cirurgia com equipamento de videolaparoscopia.
RESULTADOS
A exposição realizada em 2009 teve 292 visitas
representando um aumento de 71,7 % em comparação à
2008 sendo os registros de opiniões no caderno de visitas
muito positivos. Na avaliação feita com o uso das peças
durante as aulas da Disciplina constatou-se que os alunos
preferem as peças do museu às disponibilizadas
normalmente para as aulas devido à alta qualidade do
material produzido. Durante todo o ano letivo observa-se
um envolvimento maior dos alunos e monitores da
disciplina no estudo e na dissecação das peças. Cada
aluno recebe uma peça para preparar e a ocasião de
exposição desta peça no museu motiva uma dissecação
mais cuidadosa. Há um aumento de rendimento
principalmente nas aulas praticas com a maior
disponibilização de material didático.
CONCLUSÃO
O fato de o museu receber visitas de alunos de escolas
públicas de ensino fundamental e médio e de membros
de variadas classes sociais prova o caráter plural e de
extensão do projeto. Isso permite uma troca de
experiências entre diferentes instituições e comunidades
e a democratização do conhecimento. A utilização do
corpo humano após a morte em laboratórios de anatomia
ainda é visto com preconceito por grande parte da
população leiga. A desmistificação o uso de cadáveres
para ensino e a conscientização da importância da doação
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de corpos para ciência são provados pelo sensível
aumento do número de doações em vida que a
“Campanha de Doação de Corpos” recebe após o Museu.
Essa interação com o público externo e o crescente
número de doações gera uma conscientização dos alunos,
que passam a tratar com mais respeito os corpos que lhes
servem de material de estudo. Isso motivou no ano de
2010 a realização de um culto ecumênico em homenagem
aos doadores e seus familiares. Há uma constante
pesquisa de novos métodos de preparo de peças, vem
sendo empregada desde 2009 a técnica de injeção-
corrosão que objetiva mostar estruturas vasculares e vem
sendo estudada a técnica de plastinação.
PALAVRAS CHAVE: MUSEU, ANATOMIA, EDUCAÇÃO.
B. VISITA A ESCOLA EXPERMENTAL: CONTRIBUIÇÕES DA PRÁTICA ESPORTIVA NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM
Marcelo Tavares116
Elayne Cristine de Oliveira117
Ana Cláudia Palhares118
Carlos Henrique Cavalcanti119
INTRDOUÇÃO
No Brasil, hoje em dia, nota-se numa parcela dos
profissionais de educação, a baixa qualidade
metodológica do ensino, de maneira geral e,
principalmente, da educação física. Alguns fatores como:
formação acadêmica e continuada dos professores,
condições de trabalho, políticas sociais e educacionais e
116 Orientador, Doutor em Educação na Unversidade Federal de Pernabuco – PE. 117 Autor, Graduanda em Educação Física na Universidade de Pernambuco – PE. 118 Co-autor, Graduanda em Educação Física na Universidade de Pernambuco – PE. 119 Co-autor, Graduando em Educação Física na Universidade de Pernambuco - PE.
salário contribuem diretamente para o atual quadro de
descaso da educação física. Este pode ser os motivos que
dificultam o processo de ensino-aprenizagem do aluno,
levando os conteúdos próprios da Educação Física de uma
maneira não pedagógica, não tratando seus conteúdos de
maneira a formar indivíduos críticos reflexivos diante da
sociedade,ou seja, não tem sentido/significado para o
aluno estudar Educação Física. Diante da situação em
questão, o presente estudo tem como objetivo mostrar
que a Educação Física, por meio do esporte
(especificamente o Basquete), um dos conteúdos da E.F.,
é importante no processo de ensino-aprendizagem dos
seus participantes.
METODOLOGIA
A partir de um resgate da situação atual da educação
física, sentimos a necessidade de nos inserirmos no
contexto, indo à prática, vivenciando e relatando as
experiências vividas diretamente por nós, em uma
pesquisa qualitativa de observação participante, com
alunos do 2º ano do ensino médio de uma escola
experimental do Recife e unimos isso a uma pesquisa
bibliográfica subsidiada por livros e artigos relacionados a
prática pedagógica da Educação Física, relação
professor/aluno, a prática do esporte na escola entre
outros. As aula foram realizadas na quadra coberta da
escola, dspondo de todo matrial necessário para a prática
esportiva em questão. Utilizou-se de atividades
recreativas, buscando o resgate hístórico do esporte em
questão; Logo depois, a cada dia eram realizadas
atividades mais complexas, dando a situação/problema
para os alunos realizassem a tarefa de acordo com o
esperado.
RESULTADOS
Notamos que através de nossas observações e
intervenções nas aulas de Educação Física, o alunos
interagiam mais entre si, procurando sempre durante as
atividades uma boa relação para atingir o objetivo
desejado. Para isso, eles tiveram que despertar, neles
75
ISBN 978-85-61839-06-2
mesmos, o coletivismo, buscar soluções em grupos,
traçando estratégias, táticas para realizar a tarefa. Além
de promover o acesso ao aprendizado motor, possibilitou
ao alunado o reconhecimento de que através do esporte,
se pode alcançar objetivos de forma honesta, limpa e com
esforço próprio e coletivo.
CONCLUSÃO
Com toda essa experiência vivenciada, percebemos que
diante do novo contexto histórico, a concepção de
Educação Física e seus objetivos na escola devem ser
repensados, juntamente com a sua modificação da
prática pedagógica. A Educação Física tem, obrigação,
assim como as demais disciplinas, de assumir a
responsabilidade na formação de cidadãos capazes de
posicionarem-se criticamente diante da sociedade de
maneira geral, tornando imprescindível a adoção, por
parte da escola e dos professores, de uma pedagogia que
valorize a educação integral do aluno, que desenvolva
não apenas a aptidão física, mas também o cognitivo, o
social e o afetivo, que priorize o lúdico ao invés do
rendimento, que respeite os limites do corpo e dê prazer
aos seus praticantes. Podemos perceber essas atitudes
através da prática esportiva, onde os alunos perceberam
que dentro do jogo existe o comportamento coletivo,
integrador, estratégico, tático para poder alcançar um
objetivo. Nos leva a perceber que o esporte vai bem mais
além do rendimento, trás grande parte do processo de
formação cidadã dum indivíduo.
PALAVRAS CHAVE: ESPORTE, ENSINO-APRENDIZAGEM.
4. MATEMÁTICA C. CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS EM TODA
PARTE: O ENSINO DA GEOMETRIA ATRAVÉS DA PRÁTICA
Italândia F de Azevedo120
César M N Lucas121
120 Autor, Graduanda Matemática na Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA-CE, bolsista PIBID/CAPES.
Maria D. Moreira122
Márcio Nascimento da Silva123
INTRDOUÇÃO
O ensino de Geometria no ensino fundamental ocorre, na
maioria das escolas públicas, de forma muito abstrata e
teórica, com isso os alunos não conseguem absorver as
idéias dos elementos geométricos e acabam confundindo
os nomes das formas geométricas. Confundem, por
exemplo, um cubo com um quadrado, um paralelepípedo
com um retângulo, não sabendo diferenciar formas
geométricas planas de formas geométricas espaciais. Para
levar o ensino da Geometria de maneira mais prazerosa,
interessante e divertida para um grupo de alunos do 7º e
8º ano da Escola Maria do Carmo Carneiro em Massapê-
CE, os autores desse projeto, bolsistas do
PIBID/UVA/Matemática (Programa Institucional de Bolsa
de Iniciação a Docência, Curso de Matemática da
Universidade Estadual Vale do Acaraú), realizaram o
projeto “CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS EM TODA PARTE:
O Ensino da Geometria através da prática”, onde foram
construídas formas geométricas observadas em nosso
cotidiano.
METODOLOGIA
O projeto desenvolveu-se na forma de oficina de
produção de sólidos geométricos espaciais construídos a
partir de figuras planas. Iniciamos cada encontro
apresentando vídeos do MEC mostrando formas
geométricas presentes em diversos setores da sociedade.
Após o vídeo, levantamos discussões sobre as formas
geométricas presentes e observadas pelos alunos em sua
cidade. Para uma melhor compreensão sobre as figuras
planas e espaciais, planejamos para cada encontro
121 Co-autor ; Graduando Matemática na Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA-CE, bolsista PIBID/CAPES. 122 Co-autor, Graduanda Matemática na Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA-CE, bolsista PIBID/CAPES. 123 Orientador, Mestre em Matemática, UFC.
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atividades das mais fáceis para as mais difíceis. Cada
encontro teve foco em uma figura plana e a partir dessa,
foram construídos sólidos espaciais. No processo de
construção os alunos perceberam as diferenças existentes
entre formas bidimensionais e tridimensionais. Utilizamos
os sólidos platônicos como uma referência para as
construções geométricas devido a sua importância dentro
do estudo das formas geométricas espaciais no ensino
médio.
RESULTADOS
No início da oficina observamos que os alunos tinham
pouco conhecimento sobre geometria plana e
principalmente sobre geometria espacial, não
identificavam formas geométricas presentes ao seu redor
e apresentavam também grande dificuldade de trabalho
em equipe. No decorrer da oficina percebemos que eles
começaram a conhecer as formas geométricas espaciais e
diferenciá-las das figuras planas, também passaram a
visualizar geometria por onde passavam, identificavam
formas geométricas em cada lugar que olhavam. Outro
fator positivo é que no final do projeto os meninos
mostravam-se mais companheiros e cavalheiros, com
espírito de equipe. Esse trabalho reforçou, para os
autores, a importância de usar formas alternativas para
auxílio no ensino de Matemática, formas que estimulem a
aprendizagem, que permitam aos alunos a construção de
seu próprio conhecimento.
CONCLUSÃO
A Matemática de forma geral é tida como uma disciplina
difícil, e a Geometria não fica de fora, então mostramos
com esse projeto que existem alternativas que podem
mudar ou amenizar essa situação, formas que podem
tornar a matemática uma disciplina palpável,
compreensível, menos aterrorizante. “CONSTRUÇÕES
GEOMÉTRICAS EM TODA PARTE: O ensino da Geometria
através da prática” foi uma experiência bem sucedida e
gratificante para os autores, pois perceberam nos alunos
a satisfação de fazerem parte do grupo (oficina), de
realizarem as atividades, de serem pontuais, de gostarem
de “brincar” de construir geometria, “matemática”. Ficou
para nós autores, que material concreto é uma alternativa
que deve ser usada em sala de aula para auxiliar no
processo de ensino aprendizagem, e que além dessa,
existem outras formas que também devem ser utilizadas
para que o ensino venha se tornar menos precário, e que
as pessoas possam conhecer essa disciplina que é tão
fascinante para alguns e ao mesmo tempo tão
aterrorizante para outros.
PALAVRAS CHAVE: SÓLIDOS GEOMÉTRICOS,
CONSTRUÇÕES, APRENDIZAGEM
5. ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS
A. CULTURA E EDUCAÇÃO: ONG DARUÊ MALUNGO, ESPAÇO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES DA COMUNIDDE CHÃO DE ESTRELAS NA CIDADE DO RECIFE.
Gabriela Alexandre Teixeira Lopes124
Tereza Cristina Oliveira da Silva Santiago125
INTRDOUÇÃO
O presente trabalho apresenta a fase inicial da pesquisa
que vem sendo analisada a realidade da ONG Daruê
Malungo situada na comunidade Chão de Estrelas Estrelas
no bairro de Campina do Barreto em Recife. Tendo por
referência as manifestações da cultura através da música
(percussão) e educação, numa perspectiva educativa e
não apenas artística, já que a educação figura tanto como
direito social – artigo 6º da Constituição Federal – quanto
cultural – artigo 205 à 214 - para que assim sejam
disseminados elementos que estimulem a compreensão e
percepção de mundo. Essas expressões são significativas,
124 Autora, Graduanda do 7º período de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, PE. 125 Co-autora, Graduanda do 7º de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, Recife, PE, bolsista de Assistência Estudantil (DAE/PROACAD).
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pois constroem amplas possibilidades de aprendizagens.
Nesse estudo, está sendo investigada a cultura e a
educação popular na perspectiva de formação, cidadania
e transformação social de jovens e crianças desta
comunidade. Nessa perspectiva, objetiva-se investigar
como a cultura e a educação estão sendo abordadas na
formação desse público-alvo e como essa identidade se
manifesta como símbolo de resistência às demais culturas
hegemônicas. A música através da percussão e a
educação são assim compreendidas como uma forma de
manifestação de uma identidade individual e coletiva
desses jovens e crianças as quais servem como estratégia
de integração destes com o contexto local e regional,
visando na participação dos mesmos a história da
comunidade e propostas de transformação social, por
isso, esse estudo visa contribuir com a produção de
conhecimentos relevantes para a área de educação
popular, artística e cultural.
METODOLOGIA
Seguindo uma análise na perspectiva dialética, a pesquisa
é de natureza qualitativa, a qual: “considera que há uma
relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é,
um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a
subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em
números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição
de significados são básicas no processo de pesquisa
qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para
coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave”.
(SILVA, 2001). Será realizada sob a perspectiva explicativa,
que visa identificar os fatores que determinam ou
contribuem para a ocorrência dos fenômenos e
aprofundar o conhecimento da realidade ao explicar a
razão, o “porquê” das coisas (SILVA, 2001), método
compatível para efetivação dos objetivos traçados.
Realizada nas ciências sociais, a pesquisa explicativa
requer o uso do método observacional, nesse caso, a
observação participante, na qual o pesquisador tem
contato direto com o fenômeno observado para obter
informações sobre a realidade dos atores sociais em seus
próprios contextos. Também serão utilizadas conversas
informais que proporcionam troca de idéias, discussões e
respostas (“feedbacks”) sobre a pesquisa desenvolvida.
Como o nome já expressa, a conversa informal possui um
“ar” mais descontraído, o que facilita a obtenção de
informações, pois descaracteriza a idéia de formalidade
de uma entrevista.
RESULTADOS
Este trabalho apresenta o resultado dos estudos da
cultura através da ONG como estratégia de educação
intercultural que sensibiliza e valoriza a cultura como
mecanismo de valorização e perpetuação das raízes afro-
descendentes como foco de identidade e resistência. No
segundo momento por reconhecer que boa parte da
manifestação cultural desse grupo se expressam nos
calendários festivos como o Carnaval, Páscoa, São João e
Natal, nós iremos acompanhar as suas apresentações
culturais no calendário carnavalesco em 2011, para
análise dos fatos.
CONCLUSÃO
Este estudo teve por objetivo evidenciar o potencial da
cultura, através do maracatu, como um meio para a
transformação social numa comunidade popular, na qual
os principais agentes dessa transformação são jovens e
crianças que não tiveram a oportunidade de escolher
outra vida a não ser a da exclusão. A integração e atuação
da ONG nessa comunidade possuem um papel voltado
para a quebra de paradigmas frente aos desafios
impostos pelo modo de produção capitalista, que a cada
dia deixa a população, que é menos privilegiada
economicamente, mais desigual e distante de
oportunidades e de direitos sociais.
Este trabalho apresenta o resultado dos estudos da
cultura através da ONG como estratégia de educação
intercultural que sensibiliza e valoriza a cultura como
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mecanismo de valorização e perpetuação das raízes afro-
descendentes como foco de identidade e resistência.
Podemos concluir com este trabalho que através dessa
valorização possamos incluir estas manifestações com
seus contextos festivos nas práticas da Educação popular
e acadêmica, contribuindo para que os estudantes
possam ampliar seus saberes e experiências com os
saberes culturais relevantes para a identificação com o
local que traz os sentidos e significados de sua própria
cultura.
PALAVRAS CHAVE: CULTURA, TRANSFORMAÇÃO SOCIAL, PARTICIPAÇÃO
B. A PARTICIPAÇÃO DOS PROGRAMAS DE TRANSFERÊNCIA CONDICIONADA DE RENDA NA QUEDA DA DESIGUALDADE DE RENDA NAS MACRORREGIÕES BRASILEIRAS PÓS 2000
Juliana Carolina Frigo Baptistella126
Solange de Cássia Inforzato de Souza127
INTRDOUÇÃO
O Brasil tem passado nos últimos anos por modificações
significativas nas suas características distributivas. Entre
2001 e 2008 a queda na concentração de renda foi de
8,4%, o que significa uma taxa média de redução de 1,2%
ao ano. Concomitantemente, ocorreu uma notável
expansão dos programas de transferência de renda que,
passaram a integrar a agenda governamental nos anos 90,
mas se consolidaram no início do século XXI após a
unificação dos programas preexistentes e modificações
nos critérios de seleção, concessão e coordenação dos
benefícios. Contudo, a distribuição dos rendimentos no
país permanece ainda em níveis muito desiguais, de
modo que essa intensidade da queda na disparidade de
126 Autora, Graduada em Economia pela Universidade Estadual de Londrina-PR, bolsista CAPES. 127 Orientadora, Professora adjunta do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Londrina-PR.
renda deve continuar por um longo período, para que o
Brasil possa sair do topo do ranking da desigualdade
mundial. Assim, identificar os principais determinantes da
redução da disparidade de renda no país pode contribuir
para avaliar as políticas sociais adotadas pelo governo e
verificar se os recursos gastos com essas políticas estão
gerando efeito significativo sobre a desigualdade, ou, se
devem ser alocados em outras medidas cujo impacto
sobre a desigualdade seja maior. Diante disso, este
trabalho tem por objetivo investigar o peso dos
programas de transferência condicionada de renda na
composição do rendimento domiciliar per capita, com a
intenção de descobrir em que medida esses programas
contribuíram para o declínio da desigualdade de renda no
Brasil e em suas macrorregiões no pós 2000.
METODOLOGIA
Foram utilizados os dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios de 2001 a 2006 para realizar a
decomposição do índice de Gini e calcular os indicadores
de participação das fontes de renda domiciliar per capita
e suas razões de concentração. A partir da participação
percentual de cada componente no rendimento
domiciliar per capita, analisou-se a contribuição do
rendimento advindo de programas de transferências de
renda na composição da renda das macrorregiões
brasileiras e, através da razão de concentração
investigou-se a contribuição desse componente para a
desigualdade de renda nessas regiões. O coeficiente de
Gini utilizado na decomposição do rendimento domiciliar
per capita é uma medida de concentração de renda que
varia entre 0 e 1, sinalizando menor disparidade
distributiva ao aproximar-se de 0 e completa
desigualdade de renda ao igualar-se a 1. Sabe-se que um
componente contribui para reduzir a disparidade na
distribuição de renda quando sua razão de concentração
é menor que o índice de Gini total, e apresenta o
comportamento oposto quando a razão de concentração
supera o Gini total. Calculou-se ainda a variação do índice
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de Gini de 2001 a 2006, ponderada pela participação de
cada componente do rendimento domiciliar per capita,
com a intenção de descobrir qual o peso de cada um
deles na redução do Gini das macrorregiões brasileiras no
período.
RESULTADOS
No período analisado, a participação média das
transferências condicionadas de renda na composição do
rendimento domiciliar per capita do Brasil foi de 1,5%.
Quanto às regiões, foi mais elevada no Nordeste (2,5%),
do que no Norte (1,5%), Sul (1,5%), Centro-Oeste (1,3%) e
Sudeste (1,2%). Entretanto, apresentou crescimento
expressivo em todas as regiões. No Norte aumentou de
0,62% do rendimento em 2001 para 3,1% em 2006, no
Nordeste de 1,2% para 4,2%, no Centro-Oeste de 0,8%
para 2,1%, no Sudeste de 0,8% para 1,5% e no Sul de 1,3%
para 2,1%. No Brasil, a participação desse componente
passou de 0,9% em 2001 para 2,2 % em 2006. De maneira
oposta, a razão de concentração dessa fonte de renda
reduziu-se expressivamente ao longo do período. Na
Região Norte caiu 92,5%, na Centro-Oeste 85,8%, na
Nordeste 82,2%, na Sudeste 58,5%, na Sul 51,2% e no
Brasil 77,4%. Essa razão de concentração esteve abaixo do
Gini total em todos os anos nas regiões Centro-Oeste,
Norte e Nordeste. No Sul esse comportamento foi
registrado em 5 dos 6 anos analisados e no Sudeste em 4
dos 6 anos. Ou seja, as transferências condicionadas de
renda colaboraram para a diminuição da disparidade na
distribuição de renda no Brasil e em suas macrorregiões
na maioria do período analisado. Verificou-se ainda que
as transferências condicionadas de renda foram
responsáveis por 69% da queda do índice de Gini no
Nordeste, contribuição superior à registrada no Norte
(35,1%), Centro-Oeste (30,4%), Sudeste (15,7%), Sul
(14,4%) e inclusive no Brasil (29,6%).
CONCLUSÃO
Por meio da composição da renda domiciliar per capita
notou-se que a participação das transferências
condicionadas de renda cresceu de forma significativa
entre 2001 e 2006. Esse expressivo aumento é associado
à expansão das políticas de proteção social ocorridas nos
anos 2000 e especialmente à criação do Programa Bolsa
Família, responsável pela maior parcela dos recursos
destinados à Assistência Social. A partir da decomposição
do índice de Gini mostrou-se que esse rendimento
colaborou para reduzir a desigualdade na distribuição de
renda das macrorregiões brasileiras em quase todo o
período. Diante da magnitude do Bolsa Família na esfera
dos programas de transferência condicionada de renda,
tudo indica que esse programa teve participação especial
na recente queda da disparidade de renda, especialmente
após a ampliação da cobertura e focalização de seus
beneficiários. Constatou-se também que as transferências
condicionadas de renda tiveram pesos diferentes na
redução do Gini em cada macrorregião. O Nordeste foi a
única região onde esse componente colaborou com a
maior parcela de queda do índice. Nas outras regiões
apesar de significativa, a participação desse componente
foi em níveis menores, especialmente nas regiões Sul e
Sudeste. Portanto, pode-se concluir que as transferências
condicionadas de renda tiveram papel importante na
queda da disparidade do rendimento domiciliar per
capita, especialmente nas regiões mais desiguais e pobres
do país, onde a contribuição foi ainda mais expressiva.
PALAVRAS CHAVE: DESIGUALDADE DE RENDA, PROGRAMAS DE TRANSFERÊNCIA CONDICIONADA DE RENDA, BOLSA FAMÍLIA.
C. AMAZÔNIA, FRONTEIRA E FORÇAS ARMADAS: O CASO DA 2ª FROTA DO NORTE/AMAZÔNIA
Regiane Ribeiro128
Augusto Cleybe Silva da Costa129
128 Autora, Graduanda do Curso de Ciências Sociais - Universidade Federal do Pará. 129 Co-autor, Graduando de Ciências Sociais - Universidade Federal do Pará.
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INTRDOUÇÃO
Ao longo das duas últimas décadas o Ministério da Defesa
(MD) tem buscado alterar o padrão de organização e
estruturação das forças militares no Brasil e
especialmente na Amazônia brasileira, principalmente na
Faixa de Fronteira da área em torno da Foz do Rio
Amazonas, jurisdição do 4º Distrito Naval (Amapá, Pará,
Maranhão e Piauí). Evidências dessa iniciativa podem ser
verificadas efetivamente em seus discursos e
pronunciamentos, sobretudo na política migratória de
contingentes militares para municípios localizados na
fronteira a exemplo de Tabatinga e São Gabriel da
Cachoeira, no estado do Amazonas. Com o propósito de
analisar a lógica estratégico-militar efetuada pelo MD,
busca-se avaliar a atuação da Marinha no processo
decisório que culminou com a escolha da baía de São
Marcos, no estado do Maranhão, ao invésde Belém (PA),
para a instalação da 2ª Frota do Norte/Amazônia
(SIQUEIRA, 2010; EUGÊNIO, 2010; MONTEIRO, 2010;
TROTTE, 2010), no contexto do debate acerca da
reativação da 4ª Frota na América Latina pelas Forças
Armadas dos EUA (GOMES, 2009), a fim de identificar e
avaliar os motivos pelos quais os decisores no âmbito da
política de espacialização da presença da Marinha no
território nacional. O objetivo consiste em analisar o
comportamento da Marinha na Faixa de Fronteira da
área em torno da Foz do Rio Amazonas, jurisdição do 4º
Distrito Naval. O fato é que a partir da observação dessas
estratégias e políticas pensadas à nossa época, a
Amazônia nesse aspecto, e por seu alto grau valorativo é
a região do Brasil estratégica e que está no epicentro do
debate sobre possíveis “ameaças”. Nesse processo de
fortalecimento das bases da Marinha na fronteira ao
Norte, principalmente na Faixa de Fronteira, ela tem
buscado proteger as vias fluviais de acesso à navegação
com relativa segurança, bem como incrementado o
controle das embarcações e seu policiamento, sobretudo
por meio dos Serviços de Patrulha Costeira Fluvial.
METODOLOGIA
O procedimento metodológico adotado consiste em uma
pesquisa documental e bibliográfica. Na pesquisa
documental, consta fontes de documentos de arquivos
públicos, publicações parlamentares, para a legitimação
dos discursos promulgados pelas Forças Armadas, onde
estes dificilmente podem ter sua fidedignidade
questionada (Marconi e Lakatos, 2002). A pesquisa
bibliográfica, por sua vez, teve suas fontes pautadas na
imprensa escrita – jornais e revistas -, material
cartográfico – mapas com divisão política e de localização
de dados variáveis, como bases navais, batalhões da
marinha, etc. - e publicações – livros, teses, monografias,
publicações avulsas, pesquisas, etc. – sendo essa pesquisa
de extrema importância, pois a partir dessa que se
verificou, com os dados compilados, a atuação do ator
estudado, se está ou não de acordo com o discurso que
este emprega. A pesquisa consiste, então, na consulta e
análise de material que aborde o caso da instalação da 2ª
Frota do Norte/Amazônia da Marinha do Brasil e sua
localização estratégica face aos discursos das Forças
Armadas, sendo principal fonte a bibliografia militar,
composta por discursos, entrevistas, revistas e jornais
contendo depoimento de especialistas e de membros da
Marinha sobre o objeto em foco.
RESULTADOS
Provavelmente, o Brasil manterá sua posição político-
militar de independência e autonomia no plano regional
seguindo os preceitos da Constituição de 1988.
Explicitamente é o que se pode visualizar na Política de
Defesa Nacional (PDN) e na Estratégia Nacional de Defesa
(END). Aqui na região do Cone Sul, a consolidação das
democracias liberais, após décadas de autoritarismo,
repôs a questão do padrão estratégico a ser
desempenhado pelas FA no processo de realinhamento
mundial. A Marinha enquanto componente indissociável
das FA integra a malha de defesa na fronteira política. A
Marinha do Brasil, assim com as demais forças, requer um
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conjunto de ações que viabilizem a efetivação das
políticas pensadas para o Brasil, e em especial para a
Amazônia verde e Amazônia Azul (ALBUQUERQUE, 2010;
ALMEIDA, 2010; SILVA, 2010), sendo essa última uma
jurisdição territorial que merece atenção redobrada,
considerando a moderna delimitação do mar territorial
brasileiro. A partir da observação dessas estratégias e
políticas pensadas à nossa época, identifica-se a
introdução de uma nova abordagem do conceito de
defesa em relação aos de outrora encontrados nos
ministérios militares (NASCIMENTO, 2007).
CONCLUSÃO
A proposta de instalação de mais uma Frota, na
Amazônia, somando-se às outras duas a 1ª Frota Sudeste
– Rio de Janeiro – e 3ª Frota Nordeste – Bahia nos
pareceu convincente à luz da magnitude que adquire a
Defesa do Brasil neste século de difícil catalogação quanto
aos potenciais riscos e ameaças para a Amazônia, em
particular. O incremento de programas de natureza de
defesa e de segurança, entendendo esses conceitos de
forma bastante elástica, como o de Amazônia Azul e o de
Amazônia Segura, revela a intencionalidade das
autoridades situadas em arenas decisórias no MD para
criar, ou fortalecer o quadro existente, através de uma
rede institucional para dissuadir quaisquer pretensões
hegemonistas sobre o patrimônio nacional.
PALAVRAS CHAVE: Brasil, Amazônia, Defesa Nacional,
Marinha do Brasil
D. SISTEMA DE PROTEÇÃO E VIGILÂNCIA NA AMAZÔNIA
Augusto Cleybe Silva da Costa130
Regiane Ribeiro131
130 Autor, graduando no 8° semestre do Curso de Ciência Sociais da Universidade Federal do Pará; Belém-Pará. 131 Co-autora, no 8° semestre do Curso de Ciência Sociais da Universidade Federal do Pará; Belém-Pará.
INTRDOUÇÃO
O trabalho a seguir, expõe a implementação estatal do
Sistema de Proteção e Vigilância da Amazônia que vem
sofre sucessivas críticas e novas ameaças, tanto por parte
dos agentes internos e externos. Após um levantamento
histórico, que mostra o porquê do Império Português ter
optado pela forma belicista para ocupação da região na
época, e seus desdobramentos para os processos de
ocupação da Amazônia legal na contemporaneidade. O
estudo da construção do Sistema de Proteção da
Amazônia (SIPAM) e Sistema de vigilância da Amazônia
(SIVAM) na manutenção e aplicação dos instrumentos de
segurança. E, portanto, na manutenção dos interesses
nacionais, e com isso, a análise dos métodos e
gerenciamentos governamentais na área da segurança
pode demonstrar elementos que refutam teses ou
assertiva debates de idéias acerca do tema. O objetivo
constitui-se na demonstração das ações estatais em
contraponto a manifestação de organizações não-
governamentais e outros agentes, sejam na perspectiva
econômica, na ótica dos povos tradicionais ou para
manutenção e na aplicação dos instrumentos de
segurança, em especial dos modernos sistemas de
vigilância e proteção da Amazônia legal. No que se refere
aos objetivos gerais para o tema torna-se relevante a
explorar as temáticas da geopolítica, ambientalista,
mineralógica para comercio mundial e demais
conseqüências e a discurso a respeito da soberania do
Brasil e na Amazônia Legal num contexto internacional.
Nesse sentido, é relevante a comparar os discursos dos
organismos internacionais em dicotomia as doutrinas
nacionais.
METODOLOGIA
Na abordagem metodológica o ponto de inicial está na
realidade concreta acerca da estrutura estatal, normais,
legislação, categorias agentes civis e militares; faz
necessárias as capturas das análises compreensivas e
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simbólicas que permeiam as relações entre os atores
sociais e o sistema de segurança que o Estado brasileiro
apresenta na Amazônia legal. Levantamento das
informações organização das matérias recolhidos e
estudo das elaborações teóricas concretas já existentes
acerca do tema; - Visita e entrevistas dos atores descritos
na problemática da pesquisa, buscar de documentos
relevantes para substanciar as argumentações ao tema; -
Buscar orientações para a aplicação da pesquisa no
campo; - Conseguir documentos que demonstre as
posições em ambos os lados e como os discursos se
relacionam; - Recolher os documentos juntos ao
SIVAM/SIPAM, as ONG’S, Setores militares e instituições
militares circunscritas ao tema; - Observação dos
comportamentos e interesses que presentes nos atores
sociais envolvidos; - Analise, formatação das informações
e documentos conseguidos juntos aos atores sociais.
RESULTADOS
O Censipam trabalha em parceria com diversos órgãos
que utilizam a nfraestrutura do Sipam para a geração de
conhecimento e informações a cerca da Região
Amazônica. Visando um melhor acompanhamento desta
proposta, o Censipam desenvolveu uma série de
indicadores que utilizam a capacidade de atendimento
das demandas dos órgãos parceiros, nas atividades
caracterizadas como as de maior valor agregado, como
medida da integração entre órgãos de governo com
atuação na Amazônia, e do provimento de informações
integradas. O indicador do Programa representa uma
média aritmética simples das taxas de satisfação das
demandas das atividades de meteorologia,
sensoriamento remoto, inteligência, varia de 0 a 100, e
seu valor representa o percentual de demandas de órgãos
parceiros, nas áreas citadas, que puderam ser atendidas
pelo Censipam. O Censipam tem como meta, expressa no
PPA 2008-2011, atingir taxa média de satisfação de 80%
em 2008. Neste ano, o Censipam atingiu taxa média de
satisfação de 99,8%.
CONCLUSÃO
O estudo da construção do Sistema de Proteção da
Amazônia (SIPAM) e Sistema de vigilância da Amazônia
(SIVAM) demonstrou a necessidade da presença do
Estado numa região rarefeita da presença humana
organização enquanto instituições em proporção cuja
área território representa um desafio de ocupação de
assentamentos humanos e a constituição do Estado
Brasileiro propriamente dita. A partir dos dados e
informações que ante do projeto era rarefeita, e depois
se tornou circulante no meio das instituições e
comunidade acadêmica, isso veio promover a articulações
dos meios científico, estatal e sociedade civil organizada.
Por outro lado, podemos perceber um reforça na
estrutura de segurança e vigilância produzida pelos
instrumentos tecnológicos que dispõem SIPAM/SIVAM
para o conhecimentos das diversas Amazônias dentro da
Amazônia legal.
PALAVRAS CHAVE: SEGURANÇA; VIGILÂNCIA; SOBERANIA; ESTRUTURA; PROTEÇÃO.
E. POBREZA NO BRASIL: UMA ANÁLISE DOS ANOS 1992 -2005
Gepherson Macêdo Espínola132
Magila Souza Santos133
Magalí Alves de Andrade134
INTRDOUÇÃO
O debate acerca da pobreza e das desigualdades sociais
têm se destacado no cenário nacional, tendo em vista a
busca de soluções para a persistência de um grande
contingente populacional em condições precárias de vida.
De fato, a despeito de todo o progresso alcançado pelas
132 Autor, graduado em Ciências Econômicas na Universidade Estadual de Feira de Santana. 133 Co-autora;Mestranda em Ciências Econômicas pela Universidade Federal da Bahia, bolsista CAPES. 134 Co-autora, Mestranda em Ciências Econômicas pela Universidade Federal da Bahia.
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sociedades contemporâneas, observa-se, ainda, um
elevado grau de concentração de renda e,
conseqüentemente, um disparate muito grande em
relação à qualidade de vida. As disparidades de renda e o
desenvolvimento territorial desigual surgem enquanto
evidências da concentração econômica e espacial do
processo de desenvolvimento do país. Expressam, ainda,
o relativo atraso social e econômico, haja vista as
diferenças entre as condições socioeconômicas das
regiões e classes sociais. O presente trabalho tem como
objetivo estudar o comportamento recente da pobreza e
da desigualdade no Brasil, com recortes espaciais (sempre
que possível).
METODOLOGIA
Esse texto apoiou-se, fundamentalmente, em fontes
secundárias de investigação. Utilizaram-se pesquisas
estatísticas elaboradas por instituições oficiais que tratam
da pobreza e da desigualdade, bem como textos que
discutem o papel das políticas públicas no combate à
pobreza. A análise do comportamento da pobreza será
pautada, prioritariamente, nas tabulações
disponibilizadas pelo Instituto de Estudos do Trabalho e
Sociedade (IETS) com base nos processamentos feitos a
partir dos microdados da Pesquisa Nacional de Amostra
por Domicílios (PNAD). Na maioria das vezes, apresenta-
se uma série histórica longa, 1992-2005, com o intuito de
evidenciar transformações ocorridas no período, noutras
são feitas comparações entre 2004 e 2005. Cabe salientar
que a área rural da Região Norte do país só passou a
integrar a amostra da PNAD em 2004, todavia as
comparações aqui feitas incluindo os anos de 2004 e 2005
estão harmonizadas com a cobertura geográfica existente
até 2003. A eleição das dimensões e dos indicadores
segue uma estratégia pragmática e empírica, pautadas na
disponibilidade e confiabilidade das informações
acessíveis. Daí extrai-se a explicação da recorrente
utilização da renda como uma forte medida de
mensuração da pobreza e estabelecimento do bem-estar,
frente à dificuldade de agregação de diferentes
dimensões não monetárias para caracterizar a qualidade
de vida.
RESULTADOS
A partir dos dados derivados da PNAD percebe-se uma
queda sustentada da proporção de pobres na população
brasileira no período 1995-2005, sofrendo oscilações
positivas apenas em 1997, 1999 e 2003. Entre 2004 e
2005, a proporção cai mais de dois e meio pontos
percentuais, de 31,68% para 29,08%, saindo de 57,7
milhões em 2004 para 53,6 milhões de pobres em 2005 –
o que representa uma redução absoluta de 4,0 milhões
de pessoas consideradas pobres nesse último ano. Já a
proporção de indigentes cai de 12,33%, em 2004, para
10,76% em 2005, o que corresponde a um contingente de
19,8 milhões de pessoas vivendo na extrema pobreza –
menos 2,6 milhões do que em 2004. A redução da
desigualdade e da pobreza nos últimos anos,
diferentemente do período pós-estabilização, pode ser
explicada, em que pese à ausência de um aumento
expressivo da renda, pela melhoria distributiva. Se entre
1993 e 1995 a melhoria do bem-estar decorrente do
aumento da renda e da redução da proporção de pobres
e indigentes se deu em virtude do crescimento e
estabilização , a dos anos recentes explica-se pela
melhora no nível de distribuição de rendimentos, onde as
políticas de transferência de renda, como o Programa
Bolsa Família (PBF), desempenham um papel significativo.
CONCLUSÃO
Em síntese, sob a perspectiva da análise unidimensional
que privilegia o indicador renda, a análise dos dados
derivados da PNAD revela uma redução da proporção de
pobres e indigentes e da desigualdade no Brasil, nos anos
recentes. Explicadas não por um crescimento econômico
balanceado e significativo, mas sim por melhoras na base
de distribuição em que políticas de transferência de
renda, como o Programa Bolsa Família, apresentam papel
singular.
84
ISBN 978-85-61839-06-2
O impacto da queda é percebido de maneiras diferentes
pelos estratos urbano, metropolitano e rural. A redução
na proporção de pobres rurais evidencia a urbanização e a
metropolização da pobreza, haja vista a significativa
diferença da população entre as áreas e o maior
dinamismo socioeconômico destas últimas. Por outro
lado, verifica-se que a Região Nordeste ainda apresenta
as maiores proporções de pobres e indigentes, ratificando
a herança do desenvolvimento desigual.
Por fim, e tendo em vista os dados e análises
apresentadas, pode-se inferir que, embora a
problemática de medição e aferição da pobreza e da
desigualdade envolva diferentes perspectivas analíticas e
metodológicas, é inegável que o período recente do
desenvolvimento do Brasil, tem sido marcado tanto pela
redução da pobreza, como pela queda no nível de
desigualdade econômica e social.
PALAVRAS CHAVE: POBREZA. DESIGUALDADE. POLÍTICAS PÚBLICAS.
F. RELAÇÕES INTERNACIONAIS E AS CIDADES
Michael Gomes de Oliveira Genofre135
INTRDOUÇÃO
Também conhecida como Paradiplomacia, a atuação
internacional das cidades não é necessariamente uma
novidade. Porém, o tema tem se tornado recorrente
entre os profissionais e analistas internacionais por ser
um novo campo de atuação, complexo e que necessita de
novos profissionais, novas teorias e práticas bastante
próprias. O objetivo deste trabalho é o de apresentar o
que já se tem desenvolvido nesta área e fazer
apontamentos sobre como a atuação internacional das
cidades poderá ser mais ampla, democrática, obtendo
ganhos não apenas para a administração pública, mas
para a população como um todo.
135 Autor, Graduando em Relações Internacionais. Faculdade Internacional de Curitiba - Facinter; Curitiba/PR.
METODOLOGIA
O trabalho foi uma busca de referências sobre o tema
Cooperação Descentralizada, Cooperação Intermunicipal,
Paradiplomacia, Atuação Internacional Estratégica entre
Cidades, Atuação de Atores Internacionais Não-Centrais.
Dentre elas, foi possível identificar um padrão orientador
pelo qual pode-se estabelecer algumas esruturas e
aportes teóricos para a atuação internacional das cidades.
Após, foram levantadas as experiências principais
voltadas para a atuação internacional das cidades,
principalmente na atuação de "irmanamentos" e "redes e
consórcios" de cidades. Os principais documentos foram
encontrados em outros trabalhos acadêmicos, além dos
bancos de dados da Mercocidades e do URB-AL.
RESULTADOS
Após uma série de análises, foi possível observar que há
uma atuação internacional possível para todas as cidades,
independentemente seu tamanho. Que houveram
mudanças na forma de se atuar internacionalmente, mas
que ainda tem como principal motivador a captação de
recursos. E que há a possibilidade de se fazer tal atuação
de maneira mais democrática, com ganhos não apenas
financeiros, mas principalmente sociais com tal atuação. E
que, desde que o Presidente Lula trouxe para o Itamaraty
esta modalidade de atuação internacional, a atuação das
cidades em relações exteriores tem sido realizada no
Brasil com mais força, ainda que em poucas cidades.
CONCLUSÃO
Ainda que a principal motivação seja a captação de
recursos, as cidades possuem atualmente a possibilidade
de atuar internacionalmente com motivações distintas -
influência política, cultural, tecnológicos ou solidariedade
internacional. O que diferencia a atuação de uma cidade
para a outra é a capacidade de investimento em uma
atuação estratégica e a formação de sua equipe, além de
um desenho institucional que favoreça a atuação
internacional. A população pode participar com força,
85
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uma vez que a leitura da cidade, essencial para o
desenvolvimento de projetos, poderá ter como fonte a
sociedade organizada e as entidades do movimento
social.
PALAVRAS CHAVE: RELAÇÕES INTERNACIONAIS, PARADIPLOMACIA, ATUAÇÃO INTERNACIONAL DE CIDADES.
G. A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO TEMA JUVENTUDE APÓS A 1ª CONFERÊNCIA NACIONAL DE JUVENTUDE
Grazielle Vital Da Silveira
136
Patrícia Simone Nogueira137
Maria Das Graças Martins Silva138
INTRDOUÇÃO
Este trabalho busca fazer um resgate das prioridades
estabelecidas pela 1ª Conferência Nacional de Juventude,
tendo em vista verificar os avanços obtidos a partir da
aprovação deste evento para o debate das Políticas
Públicas de Juventude. A juventude é uma categoria social
(GROPPO, 2000; IANNI, 1968), que, na modernidade, com
o desenvolvimento do sistema capitalista, se colocou
como uma força decisiva em vários embates sociais
(IANNI, 1968). O jovem historicamente participa das lutas,
ou seja, dos embates políticos no país. A sua participação
política juventude ocorre na forma de uma militância
múltipla (MISCHE, 1997). Em 2007, o Conselho Nacional
de Juventude e a Secretaria Nacional de Juventude
lançaram a Conferência Nacional de Políticas Públicas de
136
Graduada em Letras pela UNIR, Estudante do curso de História da
UFMT. 137
Graduada em Nutrição pela UFMT, Mestranda em Educação do
Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMT. 138 Doutora em Educação, Professora do Programa de Pós-Graduação
em Educação da UFMT.
Juventude, intitulada “Levante a sua bandeira”, que teve
como objetivo geral contribuir para a construção e o
fortalecimento da Política Nacional de Juventude. Nessa
conferência foram estabelecidas vinte e duas prioridades
para a juventude brasileira, dentre elas duas ligadas à
temática “fortalecimento institucional”, as quais
analisamos o seu possível cumprimento.
METODOLOGIA
Para a construção deste estudo, foi realizada pesquisa
bibliográfica abordando as temáticas: Juventude,
Participação Política, Políticas Públicas de Juventude. Gil
(apud Raupp & Beuren, 2004, p. 87) explica que a
pesquisa bibliográfica é desenvolvida mediante material
já elaborado, principalmente livros e artigos científicos.
Além da pesquisa bibliográfica foi feita uma pesquisa
documental. Na 1ª Conferência Nacional de Políticas de
Juventude foram aprovadas setenta resoluções, destas
vinte e duas foram eleitas como prioridades para as
políticas de juventude. Antes de ocorrer a Conferência
Nacional, em abril de 2008, realizaram-se etapas
municipais, estaduais, consulta às populações tradicionais
e conferências livres. Este trabalho fez um recorte nas
prioridades ligadas à temática “fortalecimento
institucional”. Nesse eixo definiram-se duas prioridades,
os quais apuramos se houve (ou não) a concretização das
propostas.
RESULTADOS
A pesquisa fez o levantamento das prioridades do tema
“fortalecimento institucional”. Houve duas propostas
para efetivar essa demanda: a) aprovação, pelo Congresso
Nacional, do marco legal da juventude, referentes ao
regime de urgência da PEC nº 138/2003, ao Plano
Nacional de Juventude - PL 4530/2004 e ao Estatuto da
Juventude PL 4529/2004; b) criar o Sistema Nacional de
Juventude, que confira status de Ministério à Secretaria
Nacional de Juventude, exigindo que a adesão de estados
e municípios seja condicionada a existência de órgão
gestor específico e respectivo conselho de juventude.
86
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Nessa segunda proposta consta que a partir de dezembro
de 2009 os recursos do Fundo Nacional de Juventude, do
ProJovem e demais programas de juventude, apenas
continuarão a ser repassados aos estados e municípios
que aderirem ao Sistema. Das duas propostas
apresentadas, a primeira conseguiu ser implementada
parcialmente, visto que apenas a PEC nº 138/2003 (que
tem o objetivo de incluir a expressão ‘jovem’ na
constituição brasileira e garante aos jovens entre 15 e 29
anos proteção dos direitos econômicos, sociais e
culturais) foi aprovada pela Câmara dos Deputados, em
agosto de 2010.
CONCLUSÃO
A institucionalização do tema “juventude” fez intensificar
o debate sobre políticas públicas de juventude,
acarretando, assim, a conquista de um espaço destacado
na agenda política do país, empoderando os jovens e as
jovens a serem sujeitos transformadores da realidade. O
presente estudo apresenta dados preliminares, o que
requer maior busca de dados, como, por exemplo, sobre
o sistema de juventude em estados e municípios. É
possível identificar ganhos na constituição de espaços
institucionais e na aprovação da PEC nº 138/2003,
todavia, é preciso deixar claro que esses estão aquém das
demandas estabelecidas como prioridades. Cabe ressaltar
que neste ano, foi lançada a 2ª Conferência Nacional de
Políticas Públicas de Juventude, sendo importante
reconhecer a necessidade de avanços, na perspectiva de
construção de políticas de juventude. Para isso, as
prioridades estabelecidas na 1ª Conferência devem ser
implementadas.
PALAVRAS CHAVE: JUVENTUDE, POLÍTICA, FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL
H. CENSO DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Jéssica Querolin Goes Da Silva
Danielly Couto de Freitas
Keyla Laura de Souza Mota
Arminda Rachel Botelho Mourao
INTRDOUÇÃO
Traçar o perfil das Instituições que trabalham com a
Educação Infantil no Município de Manaus(bem como:
Público/Privado, Situação das Escolas, Estrutura Física,
Estrutura Pedagógica, Formação de Professores), visando
construir políticas públicas que garantam o atendimento
quantitativo e qualitativo deste nível de Ensino, de acordo
com a LDBEN n° 9.394/96, art. 29, 30 e 31 em
consonância com a lei n° 11.494/07 FUNDEB.
METODOLOGIA
1° - SELEÇÃO DOS BOLSISTAS -> 46 Alunos/matutino e
Vespertino sendo (1- Edital, 2- Seleção por currículo, 3-
treinamento, 4- entendimento do projeto). Sujeitos
participantes: Coordenadores do projeto, C.M.E.e alunos
selecionados Equipamentos: foi utilizado questionario
estruturado como instrumento da coleta de dados e
mapas da cidade. Ambientes: instituicoes publicas e
privadas de educaçãoinfantil localizadas nas zonas
urbana, rural e ribeirinha da cidade de Manaus.
RESULTADOS
Trabalho de extensao
CONCLUSÃO
a pesquisa constataou que deve ser realizada a
construção de creches e escolas de educação infantil,
melhorar as condições físicas das escolas/creches, realizar
concursos públicos para aumentar a demanda de
professores para esses niveis de ensino e ter um maior e
melhor acompanhamento pedagógico por equipe
multidisciplinar. os resultados obtidos nos mostraram a
necessidade de um novo olhar na qualidade do nivel da
educacao infantil, bem como todas as suas carencias.
87
ISBN 978-85-61839-06-2
PALAVRAS CHAVE: CENSO; EDUCAÇÃO INFANTIL, QUALIDADE DE ENSINO
I. A REDE DE PONTOS DE CULTURA E SAÚDE COMO FORMA DE EMANCIPAÇÃO SOCIAL
Luiza de Almeida Bezerra139
INTRDOUÇÃO
O presente estudo discute a questão da exclusão social,
partindo da premissa de que uma maneira de se chegar à
emancipação social se dá através da existência de Pontos
de Cultura nas comunidades. Esta é uma política pública
do Ministério da Cultura (MinC), na qual, através de
editais, entidades são selecionadas para receberem
recursos a fim de potencializar as ações já desenvolvidas
em determinada comunidade. Os Pontos a serem
estudados no presente trabalho fazem parte da Rede de
Pontos de Cultura e Saúde do Grupo Hospitalar Conceição
(GHC), primeira experiência do Brasil unindo saúde e
cultura em Pontos. Visa-se com este trabalho identificar
as potencialidades e as dificuldades encontradas pela
política, a fim de ajudarmos no aperfeiçoamento da
mesma. Esta pesquisa será relevante para ajudar os
Pontos de Cultura e suas comunidades na busca da
emancipação social.
METODOLOGIA
Será utilizado o método qualitativo, através da aplicação
de entrevistas semi-estruradas, obtendo, assim, a
possibilidade de o pesquisador conduzir a entrevista, mas,
ao mesmo, de não deixá-la restrita às perguntas. Realizar-
se-á um estudo de caso, tendo como objeto o Ponto do
Samba, da cidade de Porto Alegre. As entrevistas serão
aplicadas nos Coordenadores do Ponto e nos Agentes de
Cultura e Saúde, bem como em algum Oficineiro.
Também irão ser entrevistados Oficinandos do Ponto, os
quais são moradores da comunidade. O principal
139
Graduanda de Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul – UFRGS.
embasamento teórico da pesquisa serão os trabalhos do
Professor Boaventura de Sousa Santos, posto que Santos
desenvolve uma teoria que é, ao mesmo tempo, otimista
e realista a respeito do contexto atual - de globalização
neoliberal hegemônica -, uma vez que o referido autor
acredita no poder da luta contra-hegemônica e
cosmopolita subalterna. Ao mesmo tempo, suas
categorias abrem a perspectiva de que podemos interferir
na sociedade, melhorando-a. Além disso, será usado a
teoria desenvolvida por Célio Turino, um dos mentores da
política pública dos Pontos de Cultura, a fim de
verificarmos se os conceitos e objetivos iniciais do
Programa Cultura Viva estão conseguindo sucesso no
Ponto de Cultura e Saúde a ser estudado.
RESULTADOS
Tendo em vista que este é um trabalho em fase inicial,
uma vez que tem origem em um Projeto de Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC), houve apenas uma primeira
aproximação com o objeto descrito acima. Assim, não
possui até o memento resultados definitivos. No entanto,
através dessa primeira saída de campo, sustento a
confirmação das hipóteses propostas: a) Há associação
entre a existência do Ponto de Cultura e maior qualidade
de vida na comunidade; b) Quanto maior a comunicação
com outros Pontos e com as Unidades de Saúde (US),
maior a influência do Ponto na comunidade; c) Quanto
menor a disponibilidade de recursos (materiais e
simbólicos), menor a articulação do Ponto de Cultura com
a comunidade e com outros Pontos.
CONCLUSÃO
Este estudo visa potencializar as ações dos Pontos de
Cultura, por acreditar que este é um modelo de política
pública que dá certo, pois se investe nas pessoas,
acreditando que através da mudança de mentalidade é
possível mudar nossa sociedade. Intenta, portanto,
contribuir no fomento da autonomia, protagonismo e
88
ISBN 978-85-61839-06-2
empoderamento da população, influenciando no
surgimento de uma nova cultura política, que vise cada
vez mais valorizar os potenciais de nosso povo ao invés
das carências. Apesar de o estudo estar centrado em
apenas um Ponto, ele pretende buscar as potencialidades
e dificuldades da política, podendo servir ao restante da
Rede de Cultura e Saúde.
PALAVRAS CHAVE: PONTO DE CULTURA; EMANCIPAÇÃO SOCIAL; POLÍTICAS PÚBLICAS
J. GESTÃO DE CUSTOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA
Alegria dos Santos Leite
Luciana Cristina Romeu da Silva
INTRDOUÇÃO Este trabalho destina-se a salientar a
importância de um Sistema de Custos para a gestão
pública afim de que se possa subsidiar a tomada de
decisão, a definição orçamentária, a política de
investimentos e o planejamento das atividades
operacionais. Avaliando a eficiência operacional, o melhor
uso dos ativos para a qualidade no serviço, possibilitar a
troca de informações e a comparação de resultados entre
instituições além de realizar prestação de contas, visando
maior transparência ao controle social. É abordado o
motivo da intensificação do uso do sistema de custos nas
entidades públicas, ressaltando também os atrativos que
a intensificação do uso e análise do sistema de custos traz
para a administração pública e a sociedade. Analisando os
conceitos de custos e os tipos de custos, seus métodos de
custeio ressaltando as vantagens e desvantagens que se
apresentam dependendo da atividade da organização;
além de citar a qualidade que aparece no serviço público
caso se utilize adequadamente determinados
métodos/sistemas de custos proporcionando o
aparecimento e intensificação da eficiência, eficácia e
economicidade da Administração Pública no país.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho
foi essencialmente a pesquisa qualitativa, que permitiu
descrever os componentes de um sistema, foram usadas
fontes formais, tais como a bibliográfica e de análise
documental, que contribuíram para o entendimento e
aquisição de novos conhecimentos, uma vez que foram
analisados livros e artigos científicos.
RESULTADOS
A Gestão Pública necessita de um modelo de gestão que
vise um resultado econômico positivo para a organização
e a criação do valor aos usuários do serviço prestado.
Assim, deve-se calcar em uma gestão estratégica
(maximizar os resultados econômicos a longo
prazo).Partindo desse pressuposto, uma entidade pública
deve utilizar-se de uma estratégia genérica de liderança
em custo e de um modelo de gestão baseado na criação
de valor. Meirelles (1999) acrescenta que a administração
pública está consubstanciada em seis princípios de
observância permanente e obrigatória do administrador:
legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e
eficiência. A avaliação de desempenho do gestor público
deve ser direcionada a apuração da eficiência econômica
da Atividade Pública, respaldada na LRF, que impôs ao
gestor atuar com responsabilidade na gestão fiscal. O
modelo de Gestão Pública é normativo, ou seja, o gestor
só pode agir conforme a legislação. O Art.165 da
constituição Federal institui os instrumentos que são: (i)
PPA (plano plurianual); (ii)LDO (lei de diretrizes
orçamentárias); (iii)LOA (lei orçamentária anual) que é o
resultado final do planejamento operacional.
CONCLUSÃO
A qualidade nos serviços públicos é algo que deve ser
perseguido com extremo afinco pelos gestores públicos e
reivindicado veementemente pela sociedade. Um
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destacado mecanismo que incentiva a melhoria da gestão
das atividades no serviço público é o uso adequado das
informações de custos. O uso dos diversos métodos de
custeio amoldado para a atividade que a administração
pública exercita, tende a intensificar o controle dos
gastos, mede o desempenho organizacional e permite
que as instituições acompanhem o andamento dos
indicadores de desempenho. A gestão de Custos mostra
ao gestor onde devem ser investidas as receitas para agir
com eficiência que é a capacidade de uma organização
em obter o máximo de produto a partir de um dado
conjunto de insumos, eficácia que seria a obtenção de
resultados dentro dos objetivos propostos e
economicidade, pressupõe a obtenção e a utilização exata
de recursos nas quantidades necessárias e suficientes no
momento adequado, sem desperdícios e observando as
alternativas mais econômicas no mercado. Trazendo o
Resultado Econômico que é o valor que o cidadão exige
como remuneração pelo seu capital investido na entidade
pública, sob forma de impostos.
PALAVRAS CHAVE: gestão pública, custos e sociedade
6. HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO K. EDUCAÇÃO PARA ABOLIÇÃO: AS
CHARGES DE ÂNGELO AGOSTINI NO SEGUNDO REINADO.
Thiago Vasconcellos Modenesi140
Edilson Fernandes de Souza141
INTRDOUÇÃO
Nosso trabalho estuda a formação da corrente
abolicionista mais amplamente no contexto do Segundo
Reinado do Império brasileiro, onde a educação era
voltada para a minoria, enquanto a maior parte da
população continuava analfabeta. Naquele período
140 Autor, Mestrando em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE; 141 Orientador, Professor Doutor do Centro de Educação da UFPE.
poucos alunos chegavam ao ensino secundário e as
universidades eram um privilégio da elite. Esta situação
educacional encontrou um contraponto nas publicações
de preço acessível e com riqueza de imagens. Isso se dava
nos periódicos, mas também no segmento de revistas
ilustradas que combinavam poesias, charges (à época
chamada simplesmente de caricaturas), críticas e textos
literários muito atrativos para os que sabiam ler pouco ou
nada. O conjunto do que foi produzido nas charges e
histórias em quadrinhos do século XIX era de caráter
contestador, com críticas evidentes ao status quo, sem
subjetividade e feito de maneira direta, com posição
ideológica clara e expressa. Dito conjunto de produções
cumpriu papel de formar opinião em setores da
sociedade imperial, tendo alcance mais largo do que a
escola tradicional.
METODOLOGIA
Nosso objeto de estudo são charges publicadas na
imprensa brasileira que circulava no Segundo Reinado,
este material encontra-se arquivado no Senado Federal e
desenvolvo, a partir deste, pesquisas na perspectiva da
educação. Busco responder a seguinte questão: como as
charges contribuíram para a abolição da escravidão no
Brasil? Para tanto, faço um levantamento através da
análise de 52 exemplares da Revista Illustrada, quatro de
cada ano do Segundo Reinado brasileiro, analisando as
charges ali contidas entre os anos de 1876 e 1888. Além
disso, pesquiso jornais da época, livros diversos sobre a
arte, a política e a sociedade no Império do Brasil. O
corpo documental será utilizado para entender e
dimensionar o papel das charges partindo de avaliações e
comentários feitos por abolicionistas e personalidades do
Império sobre as mesmas, respondendo às questões
levantadas na investigação sobre a influência desse
material como instrumento educacional não oficial e
informal. A análise será realizada a partir da teoria
elisiana, sob a qual repousa a idéia de processo
civilizacional e da circulação de ideias. A teoria de Norbert
90
ISBN 978-85-61839-06-2
Elias nos ajudará a compreender a conduta dos homens
do Império, bem como sua relação com a sociedade
escravocrata e a construção de uma civilização brasileira.
RESULTADOS
Até o presente a pesquisa aponta para a grande presença
de histórias em quadrinhos e, em particular, charges nas
revistas e jornais que circulavam pelo Segundo Reinado
do Império Brasileiro. Entre os diversos desenhistas em
vários estados do país, tem relevância Ângelo Agostini,
cujo material circulava em São Paulo e na capital federal,
o Rio de Janeiro. Agostini cumpria papel crítico à política
e, em particular, à figura do Imperador. Seu trabalho
enquadrava-se na categoria de pintura com reproduções
detalhadas de passagens e personagens da política e
destacava a necessidade da abolição, com críticas a
escravidão, embora o fizesse mais sobre a ótica política
do que humana.
CONCLUSÃO
A pesquisa vem apontando para o melhor
aprofundamento do estudo do material representado
pelas charges como instrumentos educacionais não
formais e não intencionais, aprofundaremos o
levantamento de seu alcance para melhor identificar o
papel que cumpriu. Busco, ainda, contribuir com mais
estudos que ajudem a entender os detalhes tanto da
abolição da escravatura no Brasil como do Segundo
Reinado, para que possamos estudar melhor como essas
facetas de nossa história se deram em sua plenitude,
considerando que ambos os fatos contam com pouca
documentação além da produzida pela Corte. As charges
podem ser consideradas como fonte a ser utilizada para
um melhor entendimento do período em questão, bem
como para o estudo da influência das mesmas sobre certa
parte da configuração imperial. Nossa pesquisa objetiva
tratar a educação como algo que não se encerra na
relação cotidiana entre docentes e discentes, assim como
evidenciar seu caráter transformador, no que concerne à
capacidade de, gradativamente, exercer influência,
através de fontes alternativas como as charges, sobre a
opinião daqueles que eram a parte excluída do sistema
oficial de ensino e do núcleo de poder do Império.
PALAVRAS CHAVE: Charges, abolição, educaçãoEducação
7. ENSINO E APRENDIZAGEM L. METODOLOGIA PEDAGÓGICA DO
PROGRAMA SEGUNDO TEMPO/SOBRAL-CE
Amanda de Melo Oliveira142
Anaisa Alves de Moura143
INTRDOUÇÃO
Em Sobral através do Programa Segundo Tempo, o
esporte tem sido usado como eficiente instrumento para
o processo da inclusão social, observando-se as
possibilidades de vivências em grupo e das relações
sociais que podem ser estabelecidas e orientadas por
meio dele. Uma parceria do Ministério do Esporte
estabelecida com a Prefeitura Municipal de Sobral, a
partir do convênio firmado entre as partes em dezembro
de 2003, com o objetivo de ofertar atividades esportivas
para crianças e adolescentes expostos aos riscos sociais,
oferecendo momentos de lazer, socialização,
desenvolvimento da aprendizagem através do esporte,
possibilitando a descoberta de talentos esportivos. Sua
execução teve início em janeiro de 2004, atendendo a
6.000 crianças, adolescentes e jovens na faixa etária de 05
a 18 anos, atendidos em 30 núcleos. O Programa Segundo
Tempo prevê que além das atividades esportivas, os
alunos beneficiados possam participar ainda das
chamadas atividades complementares: reforço escolar
(um acompanhamento pedagógico específico aos alunos
que apresentam dificuldades cognitivas prejudiciais a sua
aprendizagem e a sua intervenção social), xadrez, dança,
142 Autor, estudante do 3º período de Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA)- CE. 143 Orientadora, Especialista em Gestão Escolar pelas Faculdades INTA- CE.
91
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capoeira e skate. Essas atividades são ações sistemáticas
que ocorrem logo após, ou antes, da realização das
atividades esportivas.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a efetivação da pesquisa
sobre o processo pedagógico do reforço escolar do
Programa Segundo Tempo foi visitação de endereço
eletrônico, banco de fotografias, de folders, acesso a
proposta pedagógica do reforço escolar e conversa com
os responsáveis pelo programa no Município. Pesquisa
presencial em algumas escolas.
RESULTADOS
TRABALHO DE EXTENSÃO.
CONCLUSÃO
O Reforço Escolar, conteúdo inserido no Programa
Segundo Tempo de Sobral como atividade complementar
sistemática desde o segundo convênio, refere-se à área
da Educação e buscará “possibilidades de estabelecer
uma relação permanente com o aprendizado escolar, de
forma a oferecer aos participantes a confiança necessária
para superar as barreiras que estejam enfrentando no
processo de ensino aprendizagem...” (Programa Segundo
Tempo Padrão: Diretrizes e orientações para
estabelecimento de parcerias, 2009, p. 18.)Enquanto
atividade complementar do Programa Segundo Tempo,
com o objetivo de oferecer um acompanhamento
pedagógico específico aos alunos das escolas públicas do
município de Sobral, que apresentem dificuldades
cognitivas prejudiciais a sua aprendizagem e intervenção
social, buscando também contribuir com a sua autonomia
frente ao processo de aprendizagem, oferecendo-lhes um
momento a mais e significativo para a construção do
conhecimento, e não apenas a mera apropriação daquele
saber que já está pronto. Propondo trabalhar em função
da implementação/manutenção do “currículo
multicultural” (BEZERRA, acessado em 18/jun/2010),
considera as diferenças entre os indivíduos e os vários
tipos de cultura, valorizando o que o diferente pode
contribuir para enriquecer ou contestar.
PALAVRAS CHAVE: APRENDIZAGEM; ESPORTE;INCLUSÃO
SOCIAL.
IV. MEIO AMBIENTE
1. DESENVOLVIMENTO E SUSTENABILIDADE
A. DO GARIMPO A SOJA: A LÓGICA DA PRODUÇÃO CAPITALISTA DO ESPAÇO E A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL NO MUNICÍPIO DE ALTO GARÇAS
Ana Paula Konrad144
Weder Rogério da Costa Vieira Dias145
INTRDOUÇÃO
No passado, a população do Estado de Mato Grosso que
vivia nas áreas de cerrado praticavam pouco mais que a
agricultura de subsistência, abrindo pequenas clareiras
nas matas de galerias, extraindo carvão, e praticando a
pesca, caça e garimpagem. Hoje e o Estado mais afetado
pelo ato do desmatamento, o qual assume proporções
preocupantes, após os anos de 1980, a produção no
campo passa a produzir uma nova cultura, conhecida
como a sojicultura, esta se expande tomando o lugar da
produção de arroz e da criação de gado existente na
região. Na mesorregião sudeste mato-grossense, com a
decadência do garimpo a partir de 1980 “abrem-se novas
perspectivas de mudança no modelo de ocupação,
podendo se intensificar o ritmo da degradação e acarretar
impactos irreversíveis sobre um dos mais importantes
biomas do país” o cerrado. (MONTEIRO, 2006, p.11). Pois
144 Autora, Mestranda do programa de Pós-Graduação em Geografia na
Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT. 145
Co-autor, Estudante do curso de Biologia na Universidade Federal de
Mato Grosso - UFMT.
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uma das atividades mais impactante é a agricultura, como
no cultivo da soja commodities, que rompe com a
biodiversidade, convertendo o ecossistema em um agro
ecossistema. E com a chegada da soja que o município de
Alto Garças passa por um novo modelo econômico visado
estritamente o lucro e passando por cima das questões
ambientais. Portanto este artigo tem como objetivo
discutir sobre a nova lógica capitalista no município e as
conseqüências ocasionadas no meio ambiente.
METODOLOGIA
Deste modo a pesquisa foi efetuada através de revisão
bibliográfica de dissertações de doutorado, mestrado e
monografias de graduação e especialização, e demais
obras sobre a temática; a lógica da produção capitalista e
a degradação ambiental. Realizaram-se trabalhos de
campo objetivando colher dados in loco e dados na base
estatística do IBGE e SEPLAN-MT. Utilizou-se da confecção
de mapas através de imagens de satélites mostrando a
expansão da agricultura na área do município. Essas
imagens foram do LANDSAT 5 TM geoprocessadas no Arc.
Gis 9.2.
RESULTADOS
Compreendendo o processo de produção no território
mato-grossense através da técnica e da ciência condiz
entender a questão ambiental a relação entre homem é
natureza, sociedade é natureza que estimulados pelos
lucros em curto espaço de tempo não se voltou a atenção
para os recursos naturais, passando por cima dos limites
para atingir a expansão e o lucro máximo. Segundo dados
da SEPLAN MT em 1999 o município de Alto Garças tinha
62,27% do seu total de áreas desmatadas. Pois de acordo
com Lemos (1994) apud (Viera Neto) 2003, na lógica de
especulação capitalista é necessario destrutir a natureza
para converté-la em mercadoria. Em 2003 quatro anos
mais tarde esse percentual cresce para 70,79% e por fim o
último dado disponível no anuário nos mostra o
crescimento de 2,64% no ano de 2006 que chega a atingir
73,43% (SEPLAN MT) da sua área desmatada, para cultivo
da agricultura e pecuária. Assim podemos ver através das
imagens de satéites a expanssão da agropecuária que foi
a responsavél pelo desmatamento no município, que não
possui nenhuma reserva ambiental. E essa falta de áreas
verdes é reservas ambientais prejudica diretamente na
qualidade de vida da população, principalmente naquela
com menor poder aquisitivo, que se encontra na periferia
da cidade.
CONCLUSÃO
Observa-se que existe uma forte tendência da soja
expandir-se nas áreas de cerrado, provavelmente devido
ao relevo ser plano, a fácil correção química do solo e ao
apoio técnico-científico oferecido pelo governo, além da
alta rentabilidade deste cultivo. Conclui-se que a soja está
sendo a principal causa da mudança do uso da terra neste
bioma. Assim através dos dados e mapas vemos que o
município em estudo já foi muito desmatado devido o
crescimento agrícola, sendo hoje um dos maiores
produtores de soja para sementes do Estado, mas toda
sua riqueza acaba concentrando-se apenas nas mãos de
uma minoria. No entanto é presciso se pensar em
políticas para criar áreas de preservação ambiental, áreas
de lazer para a população, é preciso tomar medidas
ugentes e oferecer uma melhora na qualidade de vida da
população. E se pensar na questão ambiental pois esse e
mais um modelo produtivo que não demonstra
sustentabilidade ambiental a longo prazo, são projetos
que se baseiam na intensa exploração até o esgotamento
total dos recursos, além de ser concentrador de renda. O
desmatamento foi aumentando com o decorrer dos anos
no município, ocasionado pela nova lógica de produção,
esses fatores fazem com que ocorra no município novos
re-arranjos espaciais oriundos das etapas e dos ciclos
produtivos. O território passa dessa forma a ser
transformado não sendo mais das galinhas, da laranja do
limão, do feijão, arroz, da vaca leiteira, mas sim de uma
monocultura a soja, que torna idêntico os vastos campos
que antes eram ocupados pelo cerrado, acabando com os
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rios as matas e expulsando os trabalhadores para as
cidades.
PALAVRAS CHAVE: TRANSFORMAÇÕES NO RURAL,
PROBLEMAS AMBIENTAIS.
B. DESAFIOS PARA SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NA
SAÚDE
Mônica Sacramento146
INTRDOUÇÃO
A contribuição do Consumo sustentável dentro da política
de economia nos ajuda a compreender problemas sociais
de saúde e meio ambiente em sua relação com os
processos e modelos de desenvolvimento econômico de
um território, ou região. Os processos econômicos e os
processos de organização da natureza com seus fluxos de
energia e materias na produção da vida, A utilização de
combustivéis fosséis não renováveis que aceleram
processos de entropias global no planeta, as
características desse regime de energia aliado aos
padrões de produção e consumo de sociedades
capitalistas contemporaneas, geram intensos fluxos de
materiais incompativéis com a natureza ecológica.
Processos de desorganização dos ecossistemas e da
própria vida, acentuada pela pela urgência dos chamados
riscos ecológicos globais, mudanças climáticas, assim a
sustentabilidade do planeta com recursos limitados como
a Terra depende tanto da mudança de padrões de
produção e consumo. Esta compreensão tende a
influenciar as classes sociais, ONG's e novos movimentos,
com novas práticas cientifícas e institucionais passam a
exercer um papel fundamental na criação de novos rumos
para o desenvolvimento e a democracia a partir dos
conflitos e crises existenciais.
METODOLOGIA
146 Autora, Graduanda em BI Saúde na UFBA.
Fora realizada leitura de textos na internet e artigos
científicos oriundos de fontes como o Google Acadêmico,
Sciello, BVS, entre outros. Analisou-se estes documentos
e adicionou-se fontes jornalísticas televisional.
RESULTADOS
Extensão.
CONCLUSÃO
A intensificação dos conflitos socioambientais
decorrentes desse modelo, ao mesmo tempo que é
inevitável, apresenta possibilidades de criação de
movimentos sociais e espaços públicos de discussão que
poderão contribuir para uma transição com bases mais
justas e sustentáveis. É inevitável que os países mais
pobres e periféricos conseguirão aumentar seus PIBs sem
contribuirem para as tragédias sócioambientais, é
necessário que políticas públicas, bem como em
pesquisas, como nas propostas da ciência cidadã e de
processos dialógicos.
PALAVRAS CHAVE: DESENVOLVIMENTO,
SUSTENTABILIDADE, SAÚDE.
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SAÚDE
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V. SAÚDE
1. NUTRIÇÃO FUNCIONAL
A. CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPORTANCIA DA ALIMENTAÇÃO NA MANUTENÇÃO DOS PROCESSOS DE MEMÓRIA
Deivid Diego de Oliveira Freire147
Rogéryo Fernandes Da Costa148
,
Rosana Christine Cavalcanti Ximenes149
INTRDOUÇÃO
Com o passar dos anos, nota-se que a capacidade do ser
humano de reter informações diminui. Esse fenômeno é
chamado de perda de memória. Muitos estudos já foram
feitos para avaliar seus aspectos etiológicos, mas não
foram totalmente conclusivos. No entanto, alguns autores
afirmaram que a alimentação pode retardar estados de
perda de memória, que a partir da meia idade se torna
mais grave, podendo progredir ou não para o mal de
Alzheimer
METODOLOGIA
O estudo foi elaborado a partir de análise sistemática de
artigos dos bancos de dados da BIREME e PUBMED (2000
– 2010) e de livros de referência no assunto.
RESULTADOS
A perda de memória é um indesejável processo que
ocorre gradativamente por morte de células do
hipocampo, umas das regiões cerebrais que envolvem a
integração de informações. Pode ser acelerado pelo stress
e outras patologias ligados a problemas neurológicos, mas
que pode ser retardado por certas substâncias como
147
Autor, Acadêmico de Nutrição na Faculdade Maurício de Nassau-PE. 148
Co-autor, Acadêmico de Nutrição,Faculdade Maurício de Nassau-PE. 149
Co-autora ,Drª em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento
pela Universidade Federal de Pernambuco-PE.
antioxidantes que estão presente naturalmente em
alimentos que contém fontes de vitamina C e E.
CONCLUSÃO
O resultado permite observar que a perda de memória é
um acontecimento fisiológico e que pode ser acelerado
por certos distúrbios da atualidade. Em contrapartida,
pode ser retardado pela introdução de alimentos que
contenham substâncias como antioxidantes em sua
composição.
PALAVRAS CHAVE: MEMÓRIA, ANTIOXIDANTES E
RADICAIS LIVRES.
2. SAÚDE PÚBLICA
A. ATIVIDADE OCUPACIONAL COM EQUIPE DE UM POSTO DE SAÚDE DE PORTO ALEGRE
Eduarda de Oliveira Fin150
Mariana Córdova151
Diana da Costa Pagliarini152
Rochelle de Carli Silva153
Keron dos Santos Sanches154
Anna Paula Aquino Corrêa155
INTRDOUÇÃO
150
Autor, Estudante de Ensino Superior, Graduação em Enfermagem
pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – RS, bolsista do programa PET-SAÚDE do Governo. 151
Co-autor, Estudante de Ensino Superior, Graduação em Nutrição
pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – RS, bolsista do programa PET-SAÚDE do Governo. 152
Co-autor, Estudante de Ensino Superior, Graduação em Enfermagem
pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – RS, bolsista do programa PET-SAÚDE do Governo. 153
Co-autor, Estudante de Ensino Superior, Graduação em Enfermagem
pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – RS. 154
Co-autor, Estudante de Ensino Superior, Graduação em Enfermagem
pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – RS. 155
Co-autor, Estudante de Ensino Superior, Graduação em Enfermagem
pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre – RS.
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Na rotina de um posto de saúde, nas interações do
trabalho em equipe, a convivência interpessoal pode se
tornar bastante complicada e estressante. Dessa forma
percebemos a importância de existir alguma atividade de
descontração, um momento que os profissionais possam
deixar as preocupações de lado e cuidar da sua saúde
mental. Para a escolha da atividade fizemos uma pesquisa
para conhecer as formas mais eficazes de descontração
em grupo. O objetivo principal do trabalho foi
proporcionar a equipe do ESF momentos de descontração
e relaxamento através de atividades ocupacionais,
ocasionando, assim, uma maior união dos profissionais de
saúde daquele posto.
METODOLOGIA
A atividade aconteceu em um posto da Estratégia de
Saúde da Família de Porto Alegre - Rio Grande do Sul,
realizada pelas monitoras da disciplina do PET-Saúde. A
atividade foi realizada através de uma oficina de pintura
em potes de vidro, na qual os alunos que organizaram a
atividade providenciaram as tintas, os potes e os pincéis,
bem como jornais e materiais de limpeza para o final da
atividade.
RESULTADOS
Uma avaliação quantitativa nós pareceu inviável devido às
fortes características qualitativas da medida de
intervenção, mas de acordo com a avaliação dos
acadêmicos e da enfermeira do posto, a qual estava
acompanhando os alunos nessa atividade do PET-Saúde,
foi uma atividade muito proveitosa para os integrantes da
equipe do posto, de forma que puderam aproveitar e
relaxar do estresse que pode ser causado pela
convivência diária. e relaxar do estresse que pode ser
causado pela convivência diária.
CONCLUSÃO
Podemos perceber que os integrantes da equipe de saúde
obtiveram resultados positivos da atividade,
considerando que a situação daqueles profissionais
estava tensa, por isso, e a atividade foi muito bem
recebida pela equipe. É nessas pequenas atividades que
se nota a necessidade desse tipo de acontecimento em
postos de saúde, pois há toda uma preocupação com os
pacientes e como melhorar a saúde da população e
muitas vezes quem mais precisa de uma atitude saudável
são os prestadores da saúde.
PALAVRAS CHAVE: SAÚDE, PROFISSIONAL, INTEGRAÇÃO.
B. O QUE É SAÚDE? O OLHAR DO PROFISSIONAL DA MEDICINA DOTADO DE SIGNIFICADO: UMA ANÁLISE À LUZ DE MAX WEBER
Aline Risoleta do Nascimento Rios156
Silmara Fontenele Aragão157
silmaragã[email protected]
Denise Nascimento158
INTRDOUÇÃO
Compreender a natureza da saúde e da doença humana é
um tema muito instigante. Desde explicações mais
simplórias até elaboradas teorias, o homem sempre
procurou significados para explicar o que sente. Conceitos
sobre saúde e doença são continuamente reformulados
tanto no campo científico quanto no leigo. O interesse
por estes conceitos parece mais presente do que nunca. A
saúde da população mundial é preocupante, a escassez
de recursos é grande e as repercussões trazem a tona
questões éticas em relação ao planejamento e melhor
utilização dos haveres disponíveis. Weber enfatiza que a
ação da sociedade deve ser visto como um histórico. Para
entendê-lo não se pode desconectar a linha de presente,
156 Autora, Acadêmica do Curso de Fisioterapia no Instituto Superior de Teologia Aplicada - INTA Sobral-Ce. 157 Co-autora, Acadêmica do Curso de Fisioterapia no Instituto Superior de Teologia Aplicada- INTA Sobral-Ce. 158 Orientadora, Doutora em Sociologia da Universidade Federal do Ceará-UFC Sobral- Ce.
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passado e futuro. A análise histórica de cada um é o
resultado do que vivemos com os outros. Toda conduta
humana é dotada de significados subjetivos, dado por
quem a executa e quem orienta essa ação. Tais condutas
são mais racionais quanto menor for sua submissão do
agente aos costumes e afetos e quanto mais ele se
adéqüe a situação. Ressalta-se que o significado deve ser
aceito sócio-culturalmente pelos semelhantes para que
seja legitimado pelo indivíduo. A maior sensibilidade do
médico quanto ao sofrimento do paciente assim como a
transformação da prática médica em uma medicina mais
humana requer uma maior compreensão sobre a
percepção da doença pelo paciente. Considerando a
importância da abordagem do significado da saúde e
doença este trabalho envolve tal visão de médicos e
acadêmicos da Faculdade Federal de Medicina do Ceará,
Campus Sobral. Objetivando avaliar os significados
atribuídos aos termos saúde e doença na área dos futuros
e atuais profissionais da saúde, relacionando às formas de
assistência à saúde.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada na Faculdade de Medicina - UFC-
campus Sobral/Ceará. Foram sete informantes, de
diferentes sexo e semestre. Utilizou-se o método
qualitativo de pesquisa analisando o conteúdo dos
discursos dos entrevistados. A abordagem ocorreu após o
consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, com os
depoimentos da pesquisa colhidos através de entrevistas
abertas, semi-estruturadas. A interpretação dos
depoimentos se deu por análise temática das entrevistas.
Quatro categorias temáticas foram delimitadas: duas
centrais, saúde e “doença”; e duas secundárias; o “sentir-
se doente” e “formas de assistência à saúde”. Em seguida
elaboramos as perguntas para a entrevista. Foi usado
gravador com posterior transcrição alternativa da
entrevista e anotações do depoimento ao mesmo tempo.
RESULTADOS
Existe um diferencial nas respostas que vão de acordo
com o nível de conhecimento da saúde e formação dos
estudantes de medicina que se dá dentro de uma relação
de Dominação Carismática entre estudante e mestre.
CONCLUSÃO
Embasados nos textos dos entrevistados percebe-se que
o significado da saúde varia de indivíduo para individuo
de acordo com o contexto vivenciado. A possibilidade de
entender a estrutura e a superestrutura social enfatizado
por Max Weber como um conjunto de lógica diversa,
oferece para análise da sociedade várias perspectivas
para enfatizar a dominação de carisma existente dentro
do contexto apresentado.
PALAVRAS CHAVE: SOCIOLOGIA; HUMANIZAÇÃO E CARÍSMA.
C. O PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PELO TRABALHO EM SAÚDE DO TRABALHADOR: RELATO DE ATIVIDADE EXTENSIONISTA EM UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE PETROLINA-PE
Mayara Castro Lustosa Moura Granja
159
Abel da Costa Neto160
Ivanessa de Souza Brito161
Luciana Pessoa Maciel162
Sílvia Raquel Santos de Morais163
INTRDOUÇÃO
159 Autor, Discente do curso de Enfermagem na Universidade Federal do Vale do São Francisco, bolsista do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde do Trabalhador (PET-Saúde). 160 Co-autor, Discente do curso de medicina na Universidade Federal do Vale do São Francisco, bolsista do Programa PET-Saúde do Trabalhador. 161 Co-autor, Discente do curso de Psicologia na Universidade Federal do Vale do São Francisco, bolsista do Programa PET-Saúde do Trabalhador. 162 Co-autor, Enfermeira da Unidade de Saúde da Família Rosa Maria Ribeiro, Petrolina – PE. 163 Orientador, Docente do curso de Psicologia da Universidade federal do Vale do São Francisco.
98
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Nos últimos anos assiste-se a desafios crescentes no
cenário dos trabalhadores em saúde pública, como
situações de violência, assédio moral, síndrome de
exaustão e esgotamento (burnout), doenças
ocupacionais, absenteísmo, dentre outras. Isso pode ser
contemplado através de noticiários, de pesquisas
científicas e também a partir do grande índice de
sofrimento psíquico, doenças de cunho somático
relacionadas ao trabalho, e às vezes, transparece até
mesmo nas freqüentes queixas dos usuários contra
trabalhadores. No contexto da rede de saúde pública se
discute muito os processos de saúde-doença do
trabalhador usuário do SUS, entretanto há um
esquecimento e marginalização do trabalhador das
equipes de saúde do SUS desse processo, seja no
contexto hospitalar, da atenção primária a saúde (APS), e
em outros dispositivos. Nesse sentido, recai sobre os
profissionais da equipe de saúde uma grande cobrança e
responsabilidade por uma promoção integral à saúde do
usuário, mas por outro lado, assiste-se a condições de
trabalho e à não atenção à saúde dos cuidadores. É
praticamente inviável pensar como os trabalhadores da
APS, irão trabalhar com a prevenção/promoção da saúde
junto aos usuários se esses profissionais encontram-se,
não raras vezes, adoecidos e desmotivados frente às
condições precárias de trabalho, aos fatores de risco e às
problemáticas político-sanitárias. Isso acaba afetando o
desempenho produtivo, comprometendo a qualidade do
atendimento prestado e conseqüentemente, minando a
saúde dos cuidadores. No âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS), as ações em saúde do trabalhador têm se
desenvolvido de forma isolada e fragmentada, tendo em
vista a dicotomia na atuação dos órgãos responsáveis, em
particular o Ministério da saúde, o Ministério da
Previdência e Assistência Social e o Ministério do
Trabalho e Emprego. E ainda tendo em vista outros
órgãos aos quais compete melhor atuação e maior
visibilidade, observa-se um padecimento e uma visão
estreita da saúde do trabalhador (LACAZ, 2003).
METODOLOGIA
A metodologia centra-se da ação-problematização-ação
em saúde (FREIRE, 1984; TOZONI-REIS, 2006) de modo a
construir conhecimentos com base na inserção no campo
prático com posterior questionamento das características
apresentadas pelo mesmo, e vice-versa, através de um
movimento dialético. As estratégias escolhidas para a
implantação do PET/ST na Unidade do Gercino Coelho
foram: reuniões de mini-equipe e da equipe geral, visitas
à UBS com observações e anotações do campo, visitas
domiciliares com os Agentes Comunitários de Saúde,
estudos bibliográficos da área e discussão semanal. A
mini-equipe PET-ST da UBS em questão iniciou seus
trabalhos em abril de 2010 através de observação
participante in loco, de uma entrevista contendo cinco
questões aplicado pelos estudantes com X trabalhadores,
um questionário sócio-demográfico e uma oficina de
socialização visando compreender as expectativas e
demandas dos trabalhadores desta UBS.
RESULTADOS
Os trabalhadores participantes da entrevista avaliam
negativamente alguns aspectos das condições de trabalho
no contexto da ESF. No que concerne aos recursos
humanos foi detectado uma insuficiência de capacitações,
educação permanente e no quadro de profissionais da
equipe, proporcionando uma sobrecarga de
trabalho/funções prejudicando a assistência a saúde dos
usuários como também a saúde do próprio trabalhador,
este fato foi observado em todas as entrevistas
realizadas. A ausência constante de recursos materiais e
instrumentos básicos para a execução do trabalho da
equipe também foi destacado, como, por exemplo, a falta
de materiais de limpeza, vacina, medicamentos e no caso
dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS), o relato de que
não recebem os instrumentos necessários para trabalhar;
a saber, protetor solar e boné, aumentando a exposição e
a vulnerabilidade ao sol, bem como a falta de fardamento
o que dificulta a identificação destes profissionais pela
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comunidade. Ademais, no que diz respeito aos ACSs, foi
identificada uma insegurança relacionada ao seu vínculo
empregatício, supostamente estável, pois o mesmo foi
resultado de concurso público, tendo em vista que a atual
gestão não quer reconhecer a veracidade do concurso
público efetivado pelo estado, levando a um desestímulo
pelo trabalho por parte destes funcionários. Referente à
parte da entrevista que questionava a respeito do que,
para a equipe de saúde, era o programa PET, alguns
profissionais correlacionaram-no com experiências de
outros grupos PET passados, fazendo alusão à saúde
mental, que foi a linha de pesquisa desenvolvida na ESF.
Além de questionários, a realização da oficina de
apresentação do programa se mostrou de fundamental
importância para aquisição de dados e elaboração de
medidas representativas e eficazes de solucionar a
problemática enfrentada nesta unidade básica, sejam elas
de cunho estrutural ou no que diz respeito aos aspectos
humanos do trabalho em equipe, ponto chave da oficina.
Os profissionais destacaram que a relação da equipe com
os usuários/comunidade é bastante conflituosa, pois há
cobrança e incompreensão por parte da comunidade
devido à ausência de recursos humanos e materiais
(vacina, medicamentos, médicos, dentista, exames);
assim os usuários da USF, culpam a equipe por demandas
que não cabem a esses profissionais solucionar. Dessa
maneira, a interação entre trabalhadores e comunidade
parece afetar o bem estar e saúde não só desse
trabalhador, mas também a dos próprios usuários da APS.
Os resultados da pesquisa apontam para um alto nível de
stress, insatisfação e cansaço pela maioria dos
trabalhadores frente às demandas prementes no
contexto de trabalho da ESF. Identificou-se que grande
parte dos profissionais sofre de doenças ocasionadas pelo
trabalho, as mais citadas foram reações alérgicas,
lombalgia e dores articulares. Nesse sentido, frente a essa
série de adversidades, percebeu-se que estes não
consideram o ambiente de trabalho, no contexto da ESF,
como sendo saudável e produtor de bem estar. Não
obstante, as representações sociais demonstraram que a
maioria dos profissionais entrevistados se sentem
realizados com a profissão que exercem, entretanto não
estão satisfeitos, contemplados com as condições
impostas de trabalho.
CONCLUSÃO
A partir das vivências desta mini-equipe do PET-ST
observou-se que este programa não visa apenas apoiar o
ensino da graduação em saúde, mas vai além na medida
em que aproxima a Universidade do contexto social,
articula as redes de saúde da região, instiga o diálogo
entre as diversas áreas de saber, proporcionando
aprendizado coletivo, intercâmbio de conhecimentos e
desenvolvimento de estratégias condizentes com as
propostas do SUS no contexto da APS.
PALAVRAS CHAVE: SAÚDE DO TRABALHADOR, PET SAÚDE, ATENÇÃO PRIMÁRIA
D. A PRODUÇÂO STRICTO SENSU SOBRE TERAPIA COMUNITÁRIA NO PORTAL CAPES
Cintia Poleto Buzeli164
Christianne M. Casoni Cardoso165
Daniely Beatrice Ribeiro do Lago166
Aldenan Lima Ribeiro Correa da Costa167
Sonia Ayako Tao Maruyama168
INTRODUÇÃO
A Terapia Comunitária (TC) foi desenvolvida em 1987,
como uma nova ferramenta de cuidado a população
carente. A TC está embasada em quatro pilares
fundamentais como a teoria sistêmica, a teoria da
comunicação, a antropologia cultural e a resiliência.
164 Autora, Mestrado em Enfermagem na UFMT; bolsista da FAPEMAT. 165 Autora, Mestrado em Enfermagem UFMT. 166 Autora, Mestrado em Enfermagem UFMT. 167 Orientadora. 168 Orientadora .
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Partindo desses pressupostos e motivadas pelo interesse
de conhecer práticas humanizadas de cuidar, escolhemos
investigar as produções acadêmicas sobre a TC.
METODOLOGIA
é um estudo de revisão bibliográfica de caráter
quantitativo. O levantamento bibliográfico deste estudo
foi através Portal Capes (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Ensino de Nível Superior). A palavra-
chave utilizada para a busca foi “terapia comunitária”
como expressão exata.
RESULTADOS
fizeram parte dessa análise 8 (oito) dissertações. Todos os
estudos apresentaram uma abordagem qualitativa. As
principais palavras chaves encontradas nas teses foram:
Terapia Comunitária 62,5% (5), Saúde Mental 37,5% (3),
Enfermagem 22,2% (2) e termos relativos à atenção
primária a saúde ou estratégia saúde da família 37,5%
(3).Em geral as dissertações apresentaram a TC como uma
nova tecnologia do cuidado.
CONCLUSÃO Em geral as dissertações apresentaram a TC
como uma nova tecnologia do cuidado. Apontamos a
necessidade de uma pesquisa no Estado de Mato Grosso
sobre esta prática, onde e como acontece, visto que,
identificamos uma centralização dos estudos nas regiões
de São Paulo e da Paraíba.
PALAVRAS CHAVE: ENFERMAGEM EM SAÚDE PÚBLICA;
COMUNIDADE TERAPÊUTICA; HUMANIZAÇÃO DA
ASSISTÊNCIA; TRABALHO .
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ÍNDICE DE AUTORES
Abel da Costa Neto ................................. 97 Aghata Teixeira Silva .............................. 39 Aldenan Lima Ribeiro Correa da Costa .... 99 Alegria dos Santos Leite .......................... 88 Alessandra Sardinha Carvalho................. 44 Aline Risoleta do Nascimento Rios .......... 96 Allyne Macedo .................................. 24, 25 Aluísio Schumacher ................................ 46 Amanda Chlalup Linn .............................. 21 Amanda de Melo Oliveira ....................... 90 Ana Cláudia Palhares .............................. 74 Ana Paula Konrad ................................... 91 Anaisa Alves de Moura ........................... 90 Anderson boas Viana .............................. 49 Andersonn Souza Gonçalves .............. 34, 37 Andrea Luisa Frazão Silva........................ 49 Andréa Meiado Chiarioni ........................ 20 Andréa Oxley da Rocha ........................... 72 Andreia Da Silva Santos .......................... 29 Andressa Silva Rebouças......................... 32 Andreza Evangelista G. Tavares .............. 32 Anna Paula Aquino Corrêa ...................... 95 Antônio da Silva Câmara ......................... 55 Arminda Rachel Botelho Mourao ............ 86 Augusto Cleybe Silva da Costa ........... 79, 81 Bárbara Dias dos Santos ......................... 52 Camila Fernandes ................................... 47 Camila Pereira Gomes dos Santos ........... 18 Carlos Augusto Ribeiro Mantovani .......... 16 Carlos Eduardo De Almeida Brito ............ 17 Carlos Henrique Cavalcanti ..................... 74 Celto Dalla Vechia .................................. 72 César M N Lucas ..................................... 75 Christianne M. Casoni Cardoso ............... 99 Cilândia Nágela Morais Silveira ............... 12 Cintia Poleto Buzeli................................. 99 Danielle Oliveira Borges.......................... 18 Danielly Couto de Freitas ........................ 86 Daniely Beatrice Ribeiro do Lago ............ 99 Deivid Diego de Oliveira Freire................ 95 Denise Nascimento ................................. 96 Diana da Costa Pagliarini ................... 21, 95 Edilson Fernandes de Souza .................... 89 Eduarda de Oliveira Fin ........................... 95 Eduardo Adriano Cotta ........................... 17 Eduardo Alex .......................................... 49 Eduardo Martins Filho ............................ 14 Elayne Cristine de Oliveira ...................... 74 Eliezer Reis ............................................. 14 Elise Botteselle de Oliveira ..................... 21 Fabiane Klering ....................................... 65 Fábio Luís Caires Coelho .................... 38, 51
Fernanda Barbosa Borges Jardim ............ 18 Francesca Magnabosco Lobato ............... 18 Francisco Jeovane do Nascimento...... 70, 71 Gabriela Alexandre Teixeira Lopes .......... 76 Gepherson Macêdo Espínola .................. 82 Geraldo Franscisco Neto ......................... 14 Gisely de Nazaré Freitas da Silva ............. 44 Giuliano Pierre Estevam ......................... 20 Grazielle Vital Da Silveira ........................ 85 Guilherme Rosa De Almeida ................... 54 Heder Junior dos Santos ......................... 27 Hellen Caroliny Cordovil Ribon ............... 69 Heribert Schmitz..................................... 44 Heriverto Nunes Mendonça Júnior ......... 58 Iraildes Caldas Torres ............................. 39 Italândia F de Azevedo ........................... 75 Ítalo Caetano de Melo ............................ 14 Ivana Campelo Cabral ............................. 66 Ivanessa de Souza Brito .......................... 97 Jania Cunha Machado ............................. 49 Jéssica Querolin Goes Da Silva ................ 86 Jéssika Rufino ......................................... 24 Juliana Carolina Frigo Baptistella ............ 78 Juvino Alves dos Santos Filho ................. 51 Keron dos Santos Sanches ...................... 95 Keyla Laura de Souza Mota ..................... 86 Larissa de Fatima Martins ....................... 50 Laura Rosane .......................................... 49 Leandro Totti Cavazolla .......................... 72 Leonardo B. Pires ................................... 13 Letícia Machado Verde ........................... 49 Levine Carvalho dos Santos autora ......... 32 Lucas Silva Moreira ................................ 55 Lucas Sousa Galindo ............................... 60 Luciana Costa Marra ............................... 65 Luciana Cristina Romeu da Silva .............. 88 Luciana Pessoa Maciel ............................ 97 Luciano Barbosa Justino ......................... 29 Luis Felix de Barros Vieira Rocha ............. 50 Luiza de Almeida Bezerra ........................ 87 Magalí Alves de andrade ................... 34, 37 Magalí Alves de Andrade ........................ 82 Magila Souza Santos .................... 34, 37, 82 Marcel Ricardo da Silva .......................... 20 Marcelo Ferreira Lemos Filho ................. 57 Marcelo Tavares ..................................... 74 Márcio Nascimento ................................ 13 Márcio Nascimento da Silva............... 71, 75 Maria Ana Oliveira de Azevedo ............... 52 Maria D. Moreira .................................... 75 Maria Das Graças Martins Silva............... 85 Maria do Carmo Gonçalo Santos ............. 64
Maria Gabriela Melo .............................. 30 Mariana Córdova ................................... 95 Mário Maia ....................................... 24, 25 Mayara Castro Lustosa Moura Granja ..... 97 Michael Gomes de Oliveira Genofre ....... 84 Michele Janaína dos Santos Cardoso ...... 64 Miguel Jocélio Alves da Silva .................. 70 Miguel Rodrigues Netto ......................... 30 Milane Monteiro Ribeiro ........................ 44 Mônica Sacramento ............................... 93 MSc.Tatiana Saldanha ............................ 33 Nádia Rosa ............................................. 65 Natalia Amaral e Silva ............................ 18 Naylce Gonçalves Rocha ......................... 49 Ottmar Teske ......................................... 65 Patrícia Simone Nogueira ....................... 85 Paula Gomes Moreira ............................. 64 Pedro Paulo Corôa ................................. 69 Pérola Virgínia de Clemente Mathias ...... 55 Plácido Marinho Dias ............................. 12 Professor Rildo Cosson ........................... 26 Rafael Schwab ........................................ 72 Raphael Canto ........................................ 72 Raylane Mayara Neres de Sousa ........ 70, 71 Raylane Paula C. Santiago ...................... 33 Regiane Ribeiro ................................. 79, 81 Revison José Silva dos Santos ................. 31 Ricardo Ramos Shiota............................. 46 Roberto Aparecido Teixeira .................... 28 Rochelle de Carli Silva ............................ 95 Rodolfo Miranda de Barros .................... 16 Rodrigo Ferrari Zeni................................ 72 Rogério da Costa Sousa .......................... 44 Rogéryo Fernandes Da Costa .................. 95 Rosana Christine Cavalcanti Ximenes ...... 95 Rosiane de Jesus Cardoso ....................... 50 Rutti Suelma Cutrim Costa ...................... 58 Silmara Fontenele Aragão ...................... 96 Sílvia Raquel Santos de Morais ............... 97 Solange de Cássia Inforzato de Souza...... 78 Solimar Oliveira Lima ............................. 66 Sonia Ayako Tao Maruyama ................... 99 Talita Rivana Campos Cavalcante ........... 49 Tereza Cristina Oliveira da Silva Santiago 76 Terezinha Santarosa Zanlochi ................. 47 Thaisla Ribeiro Martins Teixeira ............. 18 Thiago Souza Gonçalves .................... 34, 37 Thiago Vasconcellos Modenesi ............... 89 Uaglyson Rodrigo Oliveira Ferreira ......... 66 Valessio Soares de Brito ......................... 18 Virgínia da Silva Corrêa .......................... 26 Weder Rogério da Costa Vieira Dias ........ 91