ana maria o b r a s r a r a s

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OBRAS RARAS em busca de consenso para uma definição

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OBRAS RARAS

em busca de consenso para uma definição

A RARIDADE E SUAS GRADAÇÕES

raridade absoluta - a propriedade não só de qualquer livro de edição muito pequena, mas daquele cujo total de exemplares sobreviventes é definitivamente conhecido e reduzido.

raridade relativa - baseada no número dos que restaram e na associação deste quesito à frequência com que aparecem no mercado e são procurados pelos colecionadores.

CARTER, John. ABC for book-collectors. London: Rupert Hart-Davis, 1952. p. 148-149.

Liber chronicarum (1493)

Xilogravuras de Wohlgemuth e Pleydenwurf, cujo número excessivo é, no juízo de Pollard, quase “um atentado contra o bom gosto”.

POLLARD, Alfred W. - Early illustrated books: a history of the decoration and illustration of books in the 15th and 16th centuries. London: Kegan Paul, Trench, Trübner & Co., 1893. p. 63.

Livro de Thevet, Les singularitez de la France Antarctique (1558), um dos mais belos livros franceses do século XVI, com notáveis xilogravuras (atribuídas, em parte, a Jean Cousin) cujo valor artístico só é superado pelo seu interesse como documento etnográfico.

MORAES, Rubens Borba de. Bibliographia brasiliana: rare books about Brazil published from 1504 to 1900 and works by Brazilian authors of the Colonial period. Revised and enlarged edition. Los Angeles; Rio de Janeiro: University of California; Kosmos, 1983. p. 857-858. (UCLA Latin American Center Publications, Reference Series, 10)

DIFICULDADE DE

ENCONTRAR x

ANTIGUIDADE

Novvs Orbis, seu, Descriptionis

Indiae Occidentalis, de Johannes de

Laet (1633)

Ilustração de Portinari para publicação dos 100 Bibliófilos do Brasil

Material de vida

efêmera e em grande

parte destruído

Material produzido fora do circuito

comercial

CONTEÚDO

QUALIDADE DOCUMENTAL

Nova genera et species plantarum quas in itinere per Brasiliam, de Von Martius (1823-1832)

Expédition dans les parties centrales de l’Amérique du Sud, de Castelnau (1850)

Voyage Pittoresque au Brésil, de Rugendas (1835)

CARÁTER INAUGURAL

Primeiro jornal de Goiás (1830)

Estudos para a localização da nova capital

PRESTÍGIO E RENOME DE DETERMINADOS AUTORES

Frei José Mariano da Conceição Veloso (1742-1811)

Antônio Carlos Gomes (1836-1896)

Gravura do holandês Theodore De Bry que retrata ritual de canibalismo entre os índios tupinambás, em Americae Tertia Pars (1592)

CONTRASTE COM PRÁTICAS ATUAIS

LIGAÇÃO COM CERTOS FATOS E EPISÓDIOS

CAPACIDADE DE EVOCAR O COTIDIANO, OS HÁBITOS E COSTUMES

Voyage pitoresque et historique au Brésil, de Jean-Baptiste Debret (1834-1839)

PREFERÊNCIA POR PRIMEIRAS EDIÇÕES

POR DIFERENTES ESTÁGIOS DE ELABORAÇÃO DA OBRA

manuscritos originais de Alice no país das maravilhas, de Lewis Carroll (1864)

POR OBRAS ILUSTRADAS E MONUMENTAIS

Historia naturalis Brasiliae, de Willem Piso e George Marcgraf (1648)

Um exagero na louvação aos poderosos…

PELO CONTEÚDO INUSITADO

EXEMPLARES REPRESENTATIVOS DAS VÁRIAS TÉCNICAS DE IMPRESSÃO

XILOGRAVURA

Ex-Libris criado por Eliseu Visconti (1903)

LITOGRAVURA A PARTIR DE DESENHO

Panoramas de la ville de Rio de Janeiro, de Iluchar Desmons (1855)

LITOGRAVURA A PARTIR DE FOTO

Brazil pittoresco, de Charles Ribeyrolles e Victor Frond (1861)

MIMEOGRAFIA

Trabalhos de autoria de Nicolas Behr (nascido em Cuiabá, em 1958, e residente em Brasília desde 1974), ilustrativos da chamada Geração Mimeógrafo, que desenvolveu nos anos 70 a poesia marginal.

Consta que Iogurte com Farinha, lançado em 1977 por um selo denominado Pobrás – Pobreza Brasileira, chegou a vender, de mão em mão, 8 mil exemplares.

O LIVRO TAMBÉM PODE GANHAR NOTORIEDADE PELOS DEFEITOS QUE OSTENTA

OU POR AFRONTAR A ESTÉTICA VIGENTE

MARCAS EXTERNAS TAMBÉM CONFEREM VALOR ESPECIAL ÀS OBRAS

COMO AS DE COMERCIALIZAÇÃO

AS DE PROPRIEDADE

O LIVRO COMO ARTEFATO

O primeiro trabalho da série de

“poemóbiles” é um poema de

Augusto de Campos que acompanha

a edição do livro Objetos de Julio

Plaza, publicado pelo argentino Julio

Pacello em 1969.

“Colecionar é uma arte”. (Rubens Borba de Morais)