vacinaÇÃo na avicultura de corte prof. dr. levy rei de frança
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VACINAÇÃO NA VACINAÇÃO NA
AVICULTURA DE CORTEAVICULTURA DE CORTE
Prof. Dr. Levy Rei de FrançaProf. Dr. Levy Rei de França
História Natural e Ecologia das doenças, ou seja,
Epidemiologia
DoençaNewcastle
Fase da Criação
Pinteiro Recria Produção
Doença respiratóriaMortalidade elevada
Ooforite queda de produção
atrofia oviduto
MycoplasmaGallisepticum
Espirros DCR Salpingite queda de produçãocasca depreciada
(+/-) E.coliBronquiteInfecciosa
Raro Espirrosurolitíase
Coriza Raro Edema facial Toxemia ooforite queda de produção
EDS 76 Assintomática Salpingite quedade produção / casca
depreciada
Marek Imunodepressão Perda de pernas(paralisia)
Tumor
Bouba Raro Varíola Raro
Gumboro Imunodepressão MortalidadeImunodepressão
Princípios e Fundamentos
Para melhor elaborar um programa de prevenção é oportuno conhecer alguns princípios e fundamentos de patogenia das doenças:
1. Doenças dependem da resistência dos animais (vacinações), mas dependem da quantidade e virulência dos agentes de doenças.
2. A maioria dos agentes de doença chega na granja por pessoas, aves silvestres, equipamentos e aves de outras granjas.
3. São importantes mas reduzidas as transmissões ovarianas (M. gallisep-ticum), via ovo (salmonelloses) ou por contaminação em incubatórios (Aspergilose).
4. Transmissão pelo ar é ainda mais reduzida, exceção às áreas de alta densidade avícola.
5. A resistência dos agentes fora das aves varia desde horas ou dias (H. galinarum – M. gallisepticum) até semanas (Vírus da D. de Marek e D. New-Castle) ou meses (Gumboro, Eimérias e Ectoparasitas).
6. Existe resistência especial nas linhagens comerciais, sem muito efeito prático e restrito à Leucose Linfóide e D. de Marek.
7. Pele, mucosas e secreções, compõem a resistência geral que pode se romper por estresses, toxinas, deficiências nutricionais, poeira e mesmo doenças.
8. Anticorpos conferem imunidade específica mas só aparecem 4 a 5 dias após infecção ou vacina e atingem o máximo 21 a 25 dias depois, entre eles;
- Anticorpos Humorais – Anticorpos do sangue circulante (IgG) e são medidos nos testes sorológicos.
- Anticorpos Tissulares – São encontrados nos tecidos (IgA) ou locais de infecção.
9. As aves têm sistema de “memória”, por isso a produção de anticorpos é agilizada no segundo contato com doença ou vacinação. Esta capacidade de produzir anticorpos é destruída por infecções na Bolsa de Fabricius (Vírus de Gumboro e D. de Marek).
10. Os agentes de doenças podem modificar sua patogenia e resistência como vem ocorrendo com a “Marek Tardia” e alguns ectoparasitas resistentes.
Indústria avícola moderna:
• alta competitividade
• diminuição dos custos, sem redução da qualidade
• vacinação eficaz - muito importante
VIAS DE VACINAÇÃOVIAS DE VACINAÇÃO
Em incubatórios:• Vacinação “in ovo”• Vacinação subcutânea• Vacinação por spray
Em galpões:• Vacinação via água de bebida• Vacinação via ocular• Vacinação por spray• Vacinação intramuscular (avós e matrizes)• Vacinação na membrana da asa (avós e matrizes)
Independente da via de vacinação algumas Independente da via de vacinação algumas
recomendações devem ser seguidas:recomendações devem ser seguidas:
• Testes sorológicos: grau de imunização do lote (anticorpos
maternos)
• Adequado manejo de estocagem e administração da vacina
e diluentes vacinais
• Consumir toda vacina no prazo máximo de 2horas
• Certificar-se de que o maior número de aves possível foi
vacinado
• Utilizar mão de obra treinada
VACINAÇÃO EM VACINAÇÃO EM
INCUBATÓRIOSINCUBATÓRIOS
Vacinação “in ovo”Vacinação “in ovo” (Marek, Bouba Aviária, Gumboro, NewCastle)
(Marek, Bouba Aviária, Gumboro, Bronquite infecciosa BRF)
• Realizada no momento da transferência
• Vacinação de toda a bandeja de incubação ao mesmo tempo
• Método bastante eficiente: vacinação de 100% das aves
• Realização da transferência e vacinação na mesma ocasião
• Alto custo de instalação
Vacinação subcutânea (Marek, Bouba Aviária, Gumboro, Encefalomielite Aviária)
• Método mais utilizado
• Consiste em vacinar os pintos, um a um, na região do
pescoço
• Pode haver falha de vacinação de até 3% do lote.
• O diluidor de vacina geralmente possui pigmentante,
permitindo que os pintos vacinados fiquem marcados
Vacinação por spray (Bronquite infecciosa, Coccidiose)
• Vacinação realizada ao final das atividades da sala de
pintos
• separar o lote que será vacinado dos outros existentes
na sala de pintos, evitando contaminação de lotes que
não sejam vacinados
• A vacina é aspergida sobre cada caixa de transporte
VACINAÇÃO DOS
LOTES EM
GALPÕES
Via água de bebida (Gumboro, New Castle, Bronquite, Encefalomielite)
• É o método mais utilizado por ser o mais prático
e rápido
• A eficiência desta via de vacinação dependerá do
tempo de jejum hídrico e do estímulo para que as
aves bebam água
Requer alguns cuidados especiais como:
• Jejum hídrico de no mínimo 2 horas
• Lavagem dos bebedouros (caso sejam pendulares ou
copo de pressão)
• Esgotamento da água dos bebedouros
• Realização da vacinação nos horários mais frescos do
dia
• Andar entre o lote para estimular as aves a beber água
• Consumo de toda solução vacinal entre 2 a 2,5 horas
Fatores que afetam a vacinação via água
Resposta da ave:
• Imunocompetência
• Consumo de água
• Níveis de anticorpos maternos
• Ordem social
• Doenças intercorrentes
Fatores que afetam a vacinação via água
Vacina:
• Estabilidade do vírus na água
• Disseminação do vírus vacinal
• Imunogenicidade da vacina
• Tempo de vacinação
• Concentração do vírus na solução vacinal
Fatores que afetam a vacinação via água
Administração:
• Disponibilidade da solução vacinal
• Tempo de jejum hídrico
• Qualidade da água
• Espaço e tipo de bebedouro
• Método de distribuição
Solução para os problemas de vacinação via água
Problema Consequência Solução
Tempo prolongado A estabilidade da vacina Drenar a água
até que a solução é colocada em risco. residual do sistema,
vacinal seja Parte das aves vão preenchendo as
disponibilizada para saciar a sede com tubulações com água
todas as aves água sem vacina com água sob pressão
Excesso de água Atraso na distribuição Carregar o sistema
residual na da vacina com solução vacinal,
tubulação utilizando o Hi-light, enquanto se drena a
água residual
Solução para os problemas de vacinação via água
Problema Consequência Solução
A solução vacinal é consumida em menos de
1h após o início da vacinação
Presença de ar nas tubulações
Aplicação desuniforme da
vacina
Predominância de aves dominantes no
acesso ao bebedouros
Quantidade elevada de aves não vacinadas
Vacinação desuniforme do lote
Atraso na distribuição da
vacina
Aumentar o volume de solução vacinal
Reduzir o período de jejum hídrico
Levar as linhas de bebedouros durante
o jejum hídrico
Solução para os problemas de vacinação via água
Problema Consequência Solução
A solução vacinal não é totalmente
consumida após 2h do inicio da vacinação
Espaço insuficiente nos bebedouros
Subdosagem da vacina
Desuniformidade na resposta imunológica
Maior competição entre as aves pelo
acesso à água
Muitas aves não vacinadas
Diminuir a dosagem da solução vacinal
Estimular a sede das aves,
aumentando o período de jejum
hídrico
Aumentar a sede das aves
Disponibilizar novos equipamentos ou redimensionar os
utilizados atualmente
Existem produtos utilizados para colorir a água, possibilitando uma estimativa de eficiência de vacinação
Estimativa de eficiência da vacinaçãoEstimativa de eficiência da vacinação
Estimativa de eficiência da vacinaçãoEstimativa de eficiência da vacinação
Vacinação via ocular (New Castle, Gumboro, Bronquite)
• Método bastante eficiente
• Consiste em pingar gotas de vacina diretamente nos olhos
das aves
• Exige treinamento e prática para não causar danos às aves
• Pouco utilizada para frangos de corte pois requer tempo e
mão de obra
• Utilização mais frequente em avós e matrizes
Vacinação via spray (Bronquite Aviária, Encefalomielite Aviária)
• Consiste em aspergir a solução vacinal sobre todo o lote
• Utilização dos bicos aspersores existentes no galpão
• Em galpões onde não existem bicos aspersores a solução
vacinal pode ser aplicada utilizando-se uma bomba costal
Ao utilizar esta via de vacinação devemos ficar
atentos para alguns detalhes como:
• Esgotar toda água da tubulação – evitar o contato da
vacina com água clorada
• Fechar as cortinas do galpão – evitando que a vacina
seja levada com o vento
Vacinação intra-muscular(Gumboro, Bronquite, New Castle, Reovírus, Rinotraqueíte)
• Método utilizado exclusivamente para avós e matrizes
• Consiste em aplicar a vacina , com seringa, no peito das
aves
• Requer treinamento pra evitar danos às aves
• Associação de vacina para várias doenças
• Vacinas aplicadas são oleosas
Vacinação Membrana da asa(Reovírus, Bouba, Encefalomielite, Anemia)
• Método utilizado exclusivamente para avós e matrizes
• Consiste em perfurar a membrana da asa com uma agulha
que foi submersa na solução vacinal
• Requer treinamento pra evitar danos às aves
• Associação de vacina para várias doenças
Programa de vacinação sugerido para Frangos de Corte
Idade (dias) Tipo de vacina Administração
0 (18,5 dias de incubação)
MarekGumboro (1ª dose)
BoubaIn Ovo
1 MarekGumboro
Bouba Bronquite
Injeção Subcutânea
Spray7-10 New CastleBouba
Gumboro (2ª dose)Água de bebida
12 Bronquite Spray
18-20 Gumboro (3ª dose) Água de bebida
Idade Doença Via de aplicação
0 dia Marek, BoubaCoccidiose
SubcutâneaSpray
14 dias Gumboro, Bronquite, New Castle
Ocular
6 semanas Gumboro, BronquiteNew Castle
Ocular
8 semanas Reovírus, Bouba, Anemia, Encefalomielite
Membrana da asa
10 semanas Gumboro, BronquiteNew Castle
Oral
11 semanas Rinotraqueíte Spray
12 semanas E. Coli Subcutânea
15 semanas Gumboro, BronquiteNew Castle
Oral
19 semanas E. Coli Subcutânea
20 semanas Gumb., Bronq., N.Castle, Reovírus, Rinotraqueíte
Intra-muscular
Programa de vacinação sugerido para Matrizes Pesadas
Idade Doença Via de aplicação
1 dia Bouba Subcutânea
Pneumovírus/Rinotraqueíte Spray
15 dias Enterite hemorrágica Água de bebida
por adenovírus
Programa de vacinação sugerido para perus
Tipos de Vacinas
As vantagens das vacinas vivas, em relação às inativadas, são:
• Permitem uma aplicação em massa;
• Produzem imunidade local (IgA);
• Podem ser administradas por várias vias: ocular, oral...;
• Em geral são mais baratas que as inativadas;
• Requerem menor manipulação das aves;
• Menor necessidade de mão-de-obra;
As desvantagens das vacinas vivas são:
• Poder provocar doenças, se usadas inadequadamente;
• Disseminar a doença aos plantéis susceptíveis;
• A resposta humoral é menor, comparada com as inativadas.
Escolha de Cepas
Proteção local, sistêmica e tissular
Baixa duração
+
Proteção sistemática e tissular
Aumenta a intensidade e duração
VIAS DE APLICAÇÃO:
Para escolher a via de aplicação, devemos partir do princípio de que:
Cepa viva Aplicação oral ou naso ocular simula infecção natural
Aplicação parenteral simula septicemia
Cepa inativada aplicação parenteral simula septicemia
Cepas vivas
Cepas inativadas
Doença Proteção desejada Alternativas de aplicação
NewcastleBronquite
Coriza
EDS – 76Bouba Marek
Gumboro
Local (IgA)Sistêmica (IgM e IgG)
Tissular (celular)
Local Sistemática
Tissular
Sistêmica e tissular
Local e tissular
- oral / naso ocular - parenteral
Parenteral / bacterinaNão temos cepas atenuadas
para uso oro-naso-ocularExceto exposição controlada
Parenteral (sempre)
oro/naso/ocular
MODELOS:
DOENÇA DE MAREKIdade de vacinação Mínimo Máximo
1 dia HVT 1 dose HVT + SB1ou
HVT + Rispens
BOUBA AVIÁRIA
Idade de vacinação
Mínimo Máximo
1 dia Suave Suave
4-6 semanas Suave ou Forte Forte
14-16 semanas -- Forte
NEWCASTLE – BRONQUITE INFECCIOSA
Idade de vacinação Mínimo Máximo
7 dias -- H-120 / B1
2 semanas H-120 / B1 H-120 / B1 ou LaSota
4 semanas H-120 / B1 ou LaSota H-120 / LaSota
8 semanas H52 ou H120 / B1 ou LaSota H120 ou H52 / LaSota
12 semanas -- H120 / LaSota
15 semanas Oleosa dupla ND + BIGou tríplice
ND + BIG + EDS – 76
oleosa dupla ou tríplice
30 semanas -- H-120 / LaSota ou B1
45 semanas -- H-120 / LaSota ou B1
GUMBORO
Idade de vacinação Mínimo Máximo
1 dia -- Suave
7 dias (1 semana) Intermediária Intermediária
15 dias (2 semanas) -- Intermediária
21 dias (3 semanas) Intermediária Intermediária ou forte
7-8 semanas -- Intermediária ou forte
CORIZA
Idade Mínimo Máximo
4-5 semanas Hidróxido de Alumínio Hidróxido de Alumínio
10-12 semanas Oleosa Oleosa
30 semanas -- Oleosa
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