unidade 03 composição química e maturação das sementes

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Composição Química e

Maturação das Sementes

Função da semente

• Perpetuação da espécie

• Armazenar substâncias nutritivas

(nutrientes e energia) para garantir a

sobrevivência da própria semente e da

futura planta no processo de germinação

A habilidade de armazenar substâncias

nutritivas torna a semente valiosa para a

humanidade como alimento

• Grande parte dos componentes químicos

da semente não difere qualitativamente

dos constituintes encontrados em outras

partes da planta, entretanto a diferença é

quantitativa para alguns

– Ex: Proteínas e Lipídios =>maior quantidade

Composição química da semente

Composição Química e Qualidade

da Semente

• Para garantir a boa formação da semente é necessário o acúmulo de quantidade suficiente de reserva

• De modo geral, sementes bem formadas são mais vigorosas e tem maior potencial de armazenamento

• Condições adversas durante a formação de sementes podem comprometer a qualidade do lote

Composição Química das

sementes

• A composição química das sementes varia entre

espécies e dentro de espécies (cultivares) e até

dentro da mesma cultivar (posição em relação

ao fruto ou inflorescência)

• É controlada geneticamente

– Melhoramento genético

• Influenciada pelo ambiente

– Condições climáticas

– Nutrição mineral

– Disponibilidade hídrica

– Etc.

Em que parte da semente ocorre

armazenamento?

• Partes constituintes da semente

– Embrião (Eixo embrionário + cotilédones)

– Endosperma

– Perisperma

– Tegumento

• Importante!

RESERVAS de nutrientes estão normalmente presentes na semente

inteira!

1) Algumas reservas podem ser encontradas em diferentes tecidos da

semente

2) Um tecido pode conter a maior parte da reserva da semente

3) Diferentes reservas coexistem num mesmo tecido

Composição química da semente

• Constituintes normais (presentes em outras partes da planta)

• Substâncias de reserva

– Carboidratos

– Lipídios

– Proteínas

• Compostos secundários

CLASSIFICAÇÃO (RESERVA)

Amiláceas a principal reserva é o amido (trigo, arroz, aveia,

cevada)

Aleuro-amiláceas acumulam amido e proteína (feijão, ervilha e

leguminosas em geral)

Oleaginosas predominam lipídios (girassol, gergelim, linhaça)

Aleuro-oleaginosas armazenam lipídios e proteínas (soja e algodão)

Córneas reservas celulósicas (tremoço, café)

Poucos são os casos de sementes que apresentam

proteínas como principal componente - Soja

Tabela 1. Principais reservas armazenadas em sementes de algumas

espécies de interesse econômico (Adaptado de Crocker & Barton, 1957;

Bewley & Black, 1985)

Espécie Proteínas % Lipídios % Carboidratos % Estrutura

Algodão 39 33 15 Embrião

Amendoim 31 48 12 Embrião

Arroz 8 2 65 Endosperma

Cevada 12 3 76 Endosperma

Dendê 9 49 28 Endosperma

Feijão 23 1 56 Embrião

Girassol 17 46 19 Embrião

Mamona 18 64 0 Endosperma

Milho 10 5 80 Endosperma

Soja 37 17 26 Embrião

CARBOIDRATOS – HIDRATOS DE CARBONO /

GLUCÍDIOS (CH2O)n

• Função – fornecimento de energia para a retomada de desenvolvimento do embrião durante a germinação.

• Constituem aproximadamente 83% da matéria seca total da semente de trigo, cevada, centeio, milho, sorgo e arroz e cerca de 79% na aveia.

Carboidratos

Monossacarídeos Oligossacarídeos Polissacarídeos

Amido

Hemicelulose

Celulose

Sacarose

Lactose

Maltose

Refinose

Estaquiose

Glicose

Frutose

Galactose

AMIDO

• Substância metabolicamente inativa

Armazenamento Endosperma Embrião

Depositados Amiloplastos

Amido

20-25%

amilose e 50-

75%

amilopectina

Nutrientes armazenados

• Carboidratos

Estrutura do amido na semente

Digerida em partes pela

alfa-amilase

Cora-se de vermelho

púrpura na presença de

iodo

Digerida quase

completamente pela

alfa-amilase

Cora-se de azul na

presença de iodo

Amilose

Amilopectina

200-1000 unidades de

glicose unidas por

ligações α-1,4

glucosídeo

20-25 unidades de

glicose por

ramificação, unidas

tanto por ligações α-

1,4 como por α-1,6

glucosídeo

CELULOSE

Polímero da

glucose

Principal constituinte

da parede celular –

Fibra Bruta

A maior % de fibra em uma

semente encontra-se no

tegumento.

Embrião e endosperma são pobres

em fibras.

HEMICELULOSE

Polissacarídeo não pertencente ao grupo do amido;

Encontrada na reserva da parede celular

Sua presença torna duro o endosperma de algumas espécies = palmeira jarina, tamareira,

etc.

Não existe organela armazenadora

Classificação

Mananos

Xiloglucanos

Galactanos

Mananos

Restrição para a protrusão da raiz

primária

Redução da velocidade de germinação

Além de atuarem como reservas,

conferem resistência, exercendo proteção

contra injúrias mecânicas

LIPÍDIOS OU GORDURAS

Insolúveis em água e solúveis em

solventes orgânicos

Tipos

Glicerídeos

Cerídeos

Esterídeos

Representados na

forma de

triglicerídeos

Encontram-se

em organelas

esféricas =

Esferossomos

Ocorrência

Fonte de energia, reserva e

estrutural.

Embrião

PROTEÍNAS

Polímeros de aminoácidos

Sensíveis a altas temperaturas

Função: Estrutural, enzimática,

nutritiva, transporte, reguladores de

processos fisiológicos e defesa.

Proteínas

metabolicamente

inativas

Proteínas

metabolicamente

ativas

Enzimas

Nucleoproteínas

Albuminas

Globulinas

Glutelinas

Prolaminas

Espécie Albuminas Globulinas Prolaminas Glutelinas

Arroz 5 10 5 80

Aveia 11 9 56 24

Cevada 13 12 52 23

Milho 4 2 55 39

Sorgo 6 10 46 38

Trigo 9 5 40 46

Tabela 2. Composição percentual média das proteínas presentes em sementes de

cereais (Bewley & Black, 1985)

OUTROS COMPONENTES

• Papéis dos hormônios durante o desenvolvimento e atividades das sementes:

1. Gerenciamento do acúmulo de matéria seca, incluindo o repouso no final da maturação.

2. Divisão e expansão celular.

3. Indução à formação e liberação de enzimas.

4. Desenvolvimento de tecidos extra-seminais

5. Armazenamento para uso futuro (germ. e des. plântula)

6. Controle da dormência

Reguladores de Crescimento

Compostos Fosforados

• Encontrado na camada de aleurona do endosperma

ou em cotilédones.

• Interferem no balanço entre substâncias promotoras e

inibidoras da germinação.

• Podem representar obstáculo à difusão de gases em sementes umedecidas.

• Atuam na manutenção do estado de dormência.

Compostos Fenólicos

FATORES QUE AFETAM A

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Genótipo

Posição da semente em relação à inflorescência

ou ao fruto

Condições climáticas

Melhoramento

genético

FATORES QUE AFETAM A

COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Estádio de maturação

Idade

Fertilidade do solo e nutrição da planta-mãe

Práticas culturais (épocas de semeadura, de

colheita, adubação,...).

Maturação das Sementes

Introdução

O desenvolvimento e a maturação das sementes são aspectos importantes a serem

considerados na TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO DE SEMENTES, pois entre os

fatores que determinam a qualidade das sementes estão as condições de ambiente

predominantes na fase de florescimento/frutificação e a colheita na época

adequada.

Portanto, o conhecimento de como se processa a maturação das sementes e dos

principais fatores envolvidos é de fundamental importância para a orientação dos

produtores de sementes, auxiliando no controle de qualidade, principalmente no

que se refere ao planejamento e a definição da época ideal de colheita, visando

qualidade e produtividade.

Introdução

A ORIGEM DO PROCESSO DE MATURAÇÃO

O processo de maturação tem início logo após a polinização, que é o transporte do grão de

pólen até o estigma (parte feminina) da flor.

Ocorre então a fertilização, que nada mais é que a união do gameta masculino, liberado pelo

pólen, com o gameta feminino que está localizado no óvulo.

O óvulo, uma vez fecundado, se desenvolverá e originará a semente, que na maioria das

espécies está contida no interior do fruto, o qual resulta do desenvolvimento do ovário da

flor.

A partir desta união de gametas, ocorre uma série de transformações morfológicas e

fisiológicas que vão dar origem ao embrião, ao tecido de reserva e ao envoltório (casca) da

semente.

Assim, o processo de maturação inicia-se com a fertilização do óvulo e se estende até o

ponto em que a semente atinge a maturidade fisiológica, isto é, quando cessa a

transferência de nutrientes da planta para a semente.

Introdução

Em Tecnologia de Sementes objetivo do estudo da maturação???

Determinar o ponto ideal de colheita

visando a produção e a qualidade das

sementes.

Harrington (1972), chama a atenção para o fato de que o armazenamento, ao contrário do

que comumente se acredita, não começa depois que coloca a semente no armazém, mas

desde o momento em que ela atinge a maturidade fisiológica. Pois, a partir deste estádio,

a semente está, praticamente, desligada da planta, dela recebendo nada ou quase nada.

Essa semente, ligada fisicamente, pode ser considerada como armazenada.

Na prática, é viável?

Introdução

Se a semente atinge um determinado estádio no qual a qualidade fisiológica

é máxima, por que não proceder a colheita imediatamente?

Esse ponto de máxima qualidade fisiológica (máximo de germinação e

vigor) é também chamado de ponto de maturidade fisiológica, e o estudo da

maturação das sementes visa determinar, para cada espécie, como e

quando ele é atingido.

O ponto de maturidade fisiológica dentro de cada espécie pode variar em relação ao

momento de sua ocorrência, em função da cultivar e das condições ambientais (clima,

nutrição, hídrica, edáfica, etc)

Índices de Maturação

Índices visuais

Aspecto Externo - Coloração dos frutos, sementes, hilo, fendas, brilho, etc.

Índices de natureza física e fisiológica Tamanho

Teor de água

Conteúdo de matéria seca

Germinação

Vigor

Índices bioquímicos

Açúcares

Ácidos Graxos

Lipídeos

Nitrogênio

Taxa de respiração

Índices de Maturação

Coloração

Figura 2. Coloração dos frutos de pimentão dos 20 aos 70 dias após a antese.

Índices de Maturação

Em soja a maturidade fisiológica pode ser caracterizada por:

início da redução do tamanho das sementes, ausência de sementes verde-

amareladas e hilo não apresentando mais a mesma coloração do tegumento.

Em milho uma característica que pode estar correlacionada

à maturidade fisiológica é o desaparecimento de

"linha de leite".

Outra característica de fácil identificação em

campo é a formação de uma camada de cor

negra na região de inserção da semente no

sabugo. Esta camada escura nada mais é do

que uma cicatriz desenvolvida a partir da

paralisação do fluxo de nutrientes da planta para

a semente.

Em outras gramíneas, como o trigo,

aveia e arroz, a maturidade pode estar

relacionada com mudanças da

coloração verde para amarelada nas

glumas e no pedicelo (pedúnculo que

une a semente ao fruto).

Índices de Maturação

Figura 4. Modificações nos teores de proteína e óleo durante o

desenvolvimento e maturação de sementes de girassol

(Helianthus annuus L.).

Índices de Maturação

Figura 5. Modificações na capacidade de absorção de oxigênio e no número

de células nos cotilédones durante o desenvolvimento e maturação

de sementes de feijão (Phaseolus vulgaris L.).

Índices de Maturação

Tamanho da semente

Após a fertilização, o tamanho da semente aumenta rapidamente, atingindo o máximo em curto período

de tempo em relação à duração total do período de maturação.

Este rápido crescimento é devido à multiplicação e ao desenvolvimento das células do embrião e do

tecido de reserva.

Após atingir o máximo, o tamanho vai diminuindo devido à perda de água pelas sementes e esta redução

é variável com a espécie; em soja, por exemplo, é acentuada, enquanto que em milho é bem pequena.

Figura 6. Modificações no tamanho das sementes durante o processo de maturação.

Tabela 1. Tempo, após o início do florescimento, para sementes de algumas

espécies atingirem o tamanho máximo.

Figura 7. Modificações no tamanho de sementes

durante o desenvolvimento.

Algodão

Índices de Maturação

Teor de água das sementes

Logo após a formação alto teor de água (70-80%).

Ocorre uma pequena elevação, em seguida, lento decréscimo.

Oscila com os valores da URar planta-mãe não exerce mais controle.

Figura 8. Modificações no conteúdo de água de sementes de frutos secos, durante o

processo de maturação.

Tabela 2. Decréscimo no teor de água da semente desde a fertilização (± 80 oC) até o equilíbrio com a atmosfera.

Figura 9. Modificações no teor de água de

sementes de algodão e milho

durante o processo de maturação.

Índices de Maturação

Conteúdo de matéria seca das sementes

Paralelamente, os produtos formados nas folhas, pela fotossíntese, são encaminhados para a semente

em formação, onde são transformados e aproveitados para a formação de novas células, tecidos e como

futuro material de reserva.

Na realidade, o que denominamos "matéria seca" da semente são as proteínas, açúcares, lipídios e

outras substâncias que são acumuladas nas sementes durante o seu desenvolvimento.

Logo após a fertilização, o acúmulo de matéria seca se processa de maneira lenta, pois as divisões

celulares predominam, ou seja, está ocorrendo um aumento expressivo no número de células.

Em seguida, verifica-se um aumento contínuo e rápido na matéria seca acompanhado por um aumento

na germinação e no vigor, até atingir o máximo.

Desse modo, pode-se afirmar que, em geral, a semente deve atingir a sua máxima qualidade fisiológica

quando o conteúdo de matéria seca for máximo.

Figura 10. Modificações no conteúdo de massa seca de sementes, durante o

processo de maturação.

Figura 11. Modificações no conteúdo de massa seca

durante o desenvolvimento e maturação de

sementes de girassol e de feijão.

Helianthus annuus L.

Phaseolus vulgaris L.

Índices de Maturação

Germinação das sementes

Difícil avaliação efeito da dormência.

Figura 12. Modificações na capacidade de germinação de sementes durante o processo de maturação.

Índices de Maturação

Germinação das sementes

Difícil avaliação efeito da dormência.

Figura 12. Modificações na capacidade de germinação de sementes durante o processo de maturação.

Observa-se que a dormência é induzida

nas sementes logo após terem elas

atingido um determinado estádio,

visando, evitar que germinem no próprio

fruto. Ocorre frequentemente em

espécies nas quais as sementes

adquirem muito cedo a capacidade de

germinar. Período de dormência

relativamente curta. Coincidindo com o

início da fase de rápida desidratação,

voltam a capacidade de germinação.

Ocorre em espécies cujas sementes

adquirem a capacidade de germinação

somente após um período mais longo.

Decréscimo no teor de água mais

acentuado capacidade de

germinação cresce ininterruptamente

até ponto máximo germinar no

próprio fruto é bem menor.

Contudo, cuidar com ocorrência de

chuvas.

Tabela 3. Número de dias, após a ântese, exigido por algumas espécies para

que as sementes apresentem alguma germinação (Toledo &

Marcos Filho, 1977).

Figura 13. Modificações no poder germinativo de sementes de

grama-do-campo-crespa (Agropyron cristatum durante o

desenvolvimento e maturação.

Figura 14. Modificações no poder germinativo de sementes de

algodão (Gossypium hirsutum L.) durante o

desenvolvimento e maturação.

Índices de Maturação

Vigor das sementes

Acompanha a evolução do acúmulo de matéria seca.

Figura 15. Modificações no vigor de sementes durante o processo de maturação.

Figura 16. Modificações no vigor (peso de massa seca das

plântulas e capacidade de emergência) durante o

desenvolvimento e maturação de sementes de sorgo

(Sorgum bicolor (L.) Moench.

Análise das modificações

Figura 17. Modificações em algumas características fisiológicas de sementes

durante o processo de maturação.

Figura 18. Associação entre índices de maturação para determinar o ponto de

maturidade fisiológica de sementes de Myroxylon balsamum.

Teor de água

Tamanho dos frutos

Germinação

Massa seca dos frutos

Figura 19. Modificações nos teores de água e peso da matéria

seca, poder germinativo e no vigor durante a

maturação de sementes de capim pensacola

(Paspalum notatum Flugge).

Figura 20. Modificações nos teores de água e matéria seca, no

poder germinativo, e no vigor (peso da massa seca

das plântulas) durante o desenvolvimento e maturação

de sementes de capim cevadinha (Bromus inermis L.).

Maturidade e Colheita

O reconhecimento prático da maturidade fisiológica tem grande importância, pois

caracteriza o momento em que a semente deixa de receber nutrientes da planta, passando

a sofrer influência do ambiente.

Inicia-se então um período de armazenamento no campo, que pode comprometer a

qualidade da semente, já ela que fica exposta às intempéries, o que se torna especialmente

grave em regiões onde o final da maturação coincide com períodos chuvosos.

O ponto de maturidade fisiológica seria, teoricamente, o mais indicado para a colheita, pois

representa o momento em que a qualidade da semente é máxima.

Evidentemente, a colheita das sementes nesta fase se torna difícil, uma vez que a planta

ainda apresenta grande quantidade de ramos e folhas verdes, o que dificultaria a colheita

mecânica. Além disso, o alto teor de água ocasionaria danos mecânicos e haveria ainda a

necessidade de utilização de um método rápido e eficiente de secagem, que na prática nem

sempre é possível.

Maturidade e Colheita

Fica claro que a colheita realizada por ocasião da maturidade fisiológica seria ideal, mas

encontra uma série de problemas a serem contornados.

Em virtude destas dificuldades, as sementes permanecem no campo até atingirem um nível

de umidade adequado para a operação de colheita.

Assim, o intervalo entre a maturidade e a colheita pode variar de alguns dias a várias

semanas, sendo que, neste período, as condições climáticas nem sempre são favoráveis

para a preservação da qualidade das sementes.

Maturidade e Colheita

Exemplos:

A soja é uma espécie cujas sementes são bastante sensíveis a tais condições. Assim,

quanto maior o atraso na colheita, maior é a probabilidade de ocorrência de deterioração no

campo. A presença de rugas nos cotilédones, na região oposta ao hilo, é um sintoma típico

de deterioração por umidade no campo. Para minimizar este problema, as sementes devem

ter o seu grau de umidade monitorado, para que sejam colhidas quando atingirem, pela

primeira vez, umidade entre 16 e 18 % durante o processo natural de secagem no campo. A

antecipação da colheita pode ser realizada mediante o uso de produtos químicos

dessecantes ou desfolhantes, como o paraquat.

Para o milho, é possível se realizar a colheita próximo à maturidade fisiológica se houver a

possibilidade de se realizar a colheita em espiga, que implica em uso de maquinário e

secador adequados. Neste caso, as sementes podem ser colhidas mais úmidas, com até

cerca de 35% de umidade, reduzindo-se os riscos da deterioração no campo e obtendo-se

sementes de maior qualidade. Já a colheita à granel das sementes de milho deve ser feita

quando estas apresentarem, no máximo, 24% de umidade.

Maturidade e Colheita

Em espécies de crescimento indeterminado, como o algodão, a determinação da

maturidade fisiológica bem como a colheita são mais problemáticas, pois o florescimento e

a maturação das sementes ocorrem sucessivamente no tempo. Assim, as sementes dos

capulhos localizados na parte inferior da planta completam a maturação bem antes do que

aquelas dos capulhos da parte superior. Em função disto, até certo tempo atrás, a colheita

das sementes era feita parceladamente, à medida que ocorria a abertura dos capulhos, de

modo que a deterioração no campo limitava-se a poucas semanas. Atualmente, realiza-se

uma única colheita mecânica, que normalmente é retardada até que a maioria dos capulhos

estejam abertos. Isto implica na exposição das sementes à deterioração de campo por

períodos variáveis. Para contornar este problema, as sementes devem ser produzidas em

regiões onde a maturação coincida com a ocorrência de um período seco bem definido,

minimizando os efeitos prejudiciais da deterioração.

Tabela 4. Momento e teor de água na maturidade fisiológica

das sementes de algumas espécies cultivadas.

Considerações

Conhecer e entender o processo de desenvolvimento/maturação das sementes

bem como as principais mudanças que ocorrem desde a sua formação até a

maturidade fisiológica se constitui em importante suporte para que os problemas

típicos desta fase da vida da semente possam ser contornados e as sementes

colhidas apresentem elevado padrão de qualidade.

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