trabalho de fim de curso uso de dosímetros termoluminescentes
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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituto de Física
Trabalho de Fim de Curso
Uso de Dosímetros Termoluminescentes no
Controle de Qualidade para a Avaliação do
Fator Filtro Dinâmico em Radioterapia
Laboratório de Dosimetria Termoluminescente
Programa de Qualidade em Radioterapia
Instituto Nacional de Câncer – INCA/MS
Vitor Nascimento de Carvalho Pinto
Orientador: Alfredo Viamonte Marin
Rio de Janeiro, RJ - Brasil
Janeiro, 2007
ii
Vitor Nascimento de Carvalho Pinto
Uso de Dosímetros Termoluminescentes no
Controle de Qualidade para a Avaliação do
Fator Filtro Dinâmico em Radioterapia
Trabalho de Fim de Curso para obtenção de
Grau de Bacharel em Física, com Habilitação
em Física Médica pelo Instituto de Física da
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Orientador: Alfredo Viamonte Marin PQRT /
INCA-MS
Rio de Janeiro – Brasil
Instituto de Física. Universidade Federal do Rio de Janeiro
Coordenação do Curso de Física Médica
2007
iii
Pinto, Vitor Nascimento de Carvalho
Uso de Dosímetros Termoluminescentes no Controle de
Qualidade para a Avaliação do Fator Filtro Dinâmico em
Radioterapia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2007.
iv
Vitor Nascimento de Carvalho Pinto
Uso de Dosímetros Termoluminescentes no Controle de Qualidade para a
Avaliação do Fator Filtro Dinâmico em Radioterapia
Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 2007.
_________________________________________
M.Sc. Alfredo Viamonte Marin – PQRT / INCA
_________________________________________
Profª.Dra. Simone Coutinho Cardoso – IF / UFRJ
_________________________________________
M. Sc. Roberto Salomon de Souza – PQRT / INCA
_________________________________________
Profª.Dra. Mônica Pereira Bahiana – IF / UFRJ
v
O presente trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Dosimetria Termoluminescente do
Programa de Qualidade em Radioterapia e no HCI do Instituto Nacional do Câncer, sob
orientação de Alfredo Viamonte Marin.
vi
À minha avó Antônia,
Ao meu avô Daniel,
Ao meu sobrinho Davi,
Para que fiquem orgulhosos.
vii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pois sem ele nenhum trabalho teria sido possível.
À minha avó Antônia, que viveu para ver o neto dela alcançar seus sonhos.
Aos meus pais, por toda a experiência de vida que me permitiram ter.
Aos meus irmãos, que sempre me ajudaram, mesmo quando não sabiam que estavam a
fazê-lo.
Ao meu orientador, Alfredo Viamonte Marin, que sempre teve muita paciência comigo e
pelas noites mal dormidas e feriados perdidos só para podermos trabalhar.
Ao Roberto Salomon de Souza e ao Cláudio C. B. Viegas, sempre dispostos a prestar
qualquer ajuda que pudessem fornecer, e também pelos conselhos sempre oportunos.
À Anna Maria Campos de Araujo, do Programa de Qualidade em Radioterapia do INCA,
que abriu esta porta para mim.
Ao Delano V. Santos Batista, sempre solícito para resolver nossas dúvidas quanto ao
acelerador linear.
Ao Luiz Carlos, não apenas por ter me ensinado a operar o sistema do filtro dinâmico, mas
também por valiosos esclarecimentos quanto à técnica.
Ao Joel Francisco Gonçalves pela revisão do abstract.
Aos residentes da Física Médica na área de Radioterapia do INCA, pelas orientações acerca
da dosimetria e do controle de qualidade na área.
À minha namorada, Alessandra, que abdicou da minha atenção para que eu pudesse me
dedicar exclusivamente a este trabalho.
Ao PQRT, ao INCA e à UFRJ, por permitir a execução deste projeto.
viii
RESUMO
O objetivo deste trabalho é determinar se o fator filtro dinâmico pode ser
avaliado com TLDs, e em caso positivo, inseri-lo no sistema de avaliação postal do
Programa de Qualidade em Radioterapia (PQRT – INCA/MS). Para tal, realizamos dois
conjuntos de medidas do fator filtro dinâmico no eixo central do feixe de radiação, um com
câmara de ionização e outro com TLDs, para compará-los.
As medidas foram feitas para quatro tamanhos de campo de radiação (5 cm x 10 cm,
10 cm x 10 cm, 15 cm x 10 cm e 20 cm x 10 cm), e para cinco valores de ângulo (10°, 15°,
30°, 45° e 60°) do filtro. Os potenciais aceleradores foram os disponíveis para feixes de
fótons (6 MV e 15 MV) no acelerador linear Clinac 2300 C/D fabricado pela Varian
Medical Systems e instalado no HCI/ INCA.
Após a obtenção dos dados, os mesmos foram comparados com os valores de fator filtro
dinâmico atualmente utilizados pelo HCI/INCA e com os de um trabalho de referência. Os
resultados mostram que a avaliação do fator filtro dinâmico é possível com os TLDs,
devido ao baixo desvio percentual entre as medidas realizadas com estes e com a câmara de
ionização.
ix
ABSTRACT
The objective of this work was determine if the Enhanced Dynamic Wedge Factor
(EDWF) could be evaluated by TLDs, and if it works, incorporate it to the postal system of
assessment of the Quality Program in Radiotherapy (PQRT – INCA/MS). For it, we
performed two sets of measurements to find the EDWF in the central axis of the radiation
beam, one with ionizing chamber and other with TLDs, to compare them.
The measurements were made to four field sizes (5 cm x 10 cm, 10 cm x 10 cm, 15
cm x 10 cm e 20 cm x 10 cm) and for five angles values (10°, 15°, 30°, 45° e 60°) of the
wedge. The energy beam was available for photons beams (6 MV e 15 MV) in the linear
accelerator Clinac 2300 C/D manufactured by Varian Medical Systems located at the HCI/
INCA.
After the data acquisition, the results were compared with the EDWF values
currently used in HCI/INCA and with a reference work. The results shows that the
assessment of the EDWF is possible with TLDs, due to the low percentual deviation
between the measurements made with them and that made with ionizing chambers.
x
ÍNDICE
1. Introdução ....................................................................................................... 1
2. Fundamentos Teóricos .................................................................................... 3
2.1. Controle de Qualidade ............................................................................. 3
2.2 Programa de Qualidade em Radioterapia (PQRT) ................................... 4
2.3 Sistema de Avaliação Postal do INCA .................................................... 5
2.4 Termoluminescência ....................................................................................... 6
2.4.1 Materiais Termoluminescentes .................................................................
2.4.2 Dosímetros Termoluminescentes - TLDs .................................................
2.4.3 Dosimetria com Materiais Termoluminescentes ......................................
2.4.4 Curva de Emissão TL ...............................................................................
2.4.5 Tratamentos Térmicos ..............................................................................
2.5 Filtros Físicos e Eletrônicos ............................................................................
2.6 Filtro Dinâmico da Varian - EDW ..................................................................
2.6.1 Parâmetros que Afetam o Fator Filtro Dinâmico ........................................
2.6.2 Parâmetros que não Afetam o Fator Filtro Dinâmico ..................................
3. Materiais e Métodos .......................................................................................
3.1Materiais .........................................................................................................
3.1.1 Acelerador Linear .....................................................................................
3.1.2 Conjunto Dosimétrico ...............................................................................
3.1.3 Dosímetros Termoluminescentes ..............................................................
3.1.4 Fantoma e Suporte ....................................................................................
3.1.5 O Sistema Leitor ......................................................................................
3.2 Métodos ........................................................................................................
3.2.1 Determinação do Fator Filtro Dinâmico com Câmara de Ionização ........
3.2.2 Determinação do Fator Filtro Dinâmico com TLDs ....................................
3.2.3 Avaliação das Incertezas ..............................................................................
xi
4. Resultados e Discussão .................................................................................
5. Conclusões ........................................................................................................
Referências Bibliográficas ....................................................................................
Apêndices
Apêndice A. Sistema de Avaliação Postal para Potenciais Aceleradores entre 4
e 18 MV ................................................................................................................
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Comparação entre os filtros físicos e dinâmicos ...........................................
Tabela 2. Fatores Filtro Dinâmico medidos com TLDs para o potencial acelerador de
6 MV, para os ângulos 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o colimador X fixo em 10 cm e
o colimador Y em 5 cm, 10, cm, 15 cm e 20 cm. .........................................................
Tabela 3. Fatores Filtro Dinâmico medidos com TLDs para o potencial acelerador de
15 MV, para os ângulos 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o colimador X fixo em 10 cm
e o colimador Y em 5 cm, 10, cm, 15 cm e 20 cm. .......................................................
Tabela 4. Fatores Filtro Dinâmico medidos com Câmara de Ionização para o
potencial acelerador de 6 MV, para os ângulos 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o
colimador X fixo em 10 cm e o colimador Y em 5 cm, 10, cm, 15 cm e 20 cm
........................................................................................................................................
Tabela 5. Fatores Filtro Dinâmico medidos com Câmara de Ionização para o
potencial acelerador de 15 MV, para os ângulos 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o
colimador X fixo em 10 cm e o colimador Y em 5 cm, 10, cm, 15 cm e 20 cm
........................................................................................................................................
xiii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Modelo de bandas de energia para um material termoluminescente sendo
irradiado. A radiação ionizante incide sobre o material, excitando os elétrons da banda
de valência para a banda de condução. ............................................................................
123
Figura 2. Modelo de bandas de energia para um material termoluminescente sendo
aquecido. No material aquecido, os elétrons escapam das armadilhas e retornam à
banda de valência, emitindo luz. ......................................................................................
Figura 3. Respostas do LiF:Mg,Ti para uma mesma dose e várias energias
normalizadas para a energia média do 60
Co. As energias dos feixes estão
caracterizadas pela razão D20/D10. ...................................................................................
Figura 4. Curva característica do LiF:Mg,Ti irradiado com 60
Co à temperatura
ambiente. O pico 5 é o normalmente utilizado para dosimetria. .....................................
Figura 5. Colimadores X e Y vistos de cima, com o colimador Y2 próximo ao gantry e
o colimador Y1 próximo à porta. O ângulo de rotação dos colimadores nesta
configuração é de 0°. .......................................................................................................
Figura 6. Acelerador Linear Clinac 2300C/D, fabricado pela Varian Medical Systems
e instalado no Hospital do Câncer I (HCI) do Instituto Nacional de Câncer (INCA). ....
Figura 7. Conjunto câmara de ionização – eletrômetro usado nas medidas de
referência. ........................................................................................................................
Figura 8. Copelas, cápsulas e dispensador utilizados para o manuseio do pó TL. Cada
cápsula comporta cerca de 30,2 g de material TL. ..........................................................
Figura 9. Fantoma, suporte com braço e uma cápsula de polietileno utilizados para as
medidas. ...........................................................................................................................
Figura 10. Leitora automática PCL3 utilizada nas leituras dos TLDs. ............................
Figura 11. Montagem experimental com câmara de ionização, indicando o filtro
gerado pelo movimento do colimador. ............................................................................
Figura 12. Suporte de acrílico utilizado pelo PQRT, com o TLD fixo no orifício
central do braço do suporte. .............................................................................................
Figura 13: Fatores Filtro Dinâmico, medidos com TLDs para o potencial acelerador de
xiv
6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e
20 cm e com o colimador X fixo em 10 cm. ....................................................................
Figura 14: Fatores Filtro Dinâmico, medidos com TLDs, para o potencial acelerador
de 15 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15
cm e 20 cm e com o colimador X fixo em 10 cm. ...........................................................
Figura 15: Fatores Filtro Dinâmico, medidos com Câmara de Ionização, para o
potencial acelerador de 6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, colimador Y em
5 cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm e com o colimador X fixo em 10 cm. ................................
Figura 16: Fatores Filtro Dinâmico, medidos com Câmara de Ionização, para o
potencial acelerador de 6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, colimador Y em
5 cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm e com o colimador X fixo em 10 cm. ................................
Figura 17. Desvios percentuais entre as medidas efetuadas com câmara de ionização e
com TLDs para o potencial acelerador de 6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e
60°, para o colimador X fixo em 10 cm e o colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20
cm. ....................................................................................................................................
Figura 18. Desvios percentuais entre as medidas efetuadas com câmara de ionização e
com TLDs para o potencial acelerador de 6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e
60°, para o colimador X fixo em 10 cm e o colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20
cm. ....................................................................................................................................
Figura 19. Desvios percentuais entre os fatores filtro dinâmico atualmente utilizados
pelo INCA e as medidas feitas com TLDs para o potencial acelerador de 6 MV, os
ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o colimador X fixo em 10 cm e o colimador
Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm. .................................................................................
Figura 20. Desvios percentuais entre os fatores filtro dinâmico atualmente utilizados
pelo INCA e as medidas feitas com TLDs para o potencial acelerador de 15 MV, os
ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o colimador X fixo em 10 cm e o colimador
Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm. .................................................................................
Figura 21. Desvios percentuais entre as medidas efetuadas com câmara de ionização,
por um trabalho de referência [2], e as obtidas com TLDs para o potencial acelerador
de 6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, para o colimador X fixo em 10 cm e
o colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm. ............................................................
xv
Figura 22. Desvios percentuais entre as medidas efetuadas com câmara de ionização,
por um trabalho de referência [2], e com TLDs para o potencial acelerador de 15 MV,
os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, para o colimador X fixo em 10 cm e o
colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm. ................................................................
xvi
LISTA DE SIGLAS
AIEA – Agência Internacional de Energia Atômica
DFS – Distância Fonte-Superfície
EDW – Enhanced Dynamic Wedge
FFD – Fator Filtro Dinâmico
HCI – Hospital do Câncer I
ICRU – International Commission on Radiation Units and Measurements
INCA – Instituto Nacional de Câncer
IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares
MLC – Multileaf Collimator
PC – Personal Computer
PQRT – Programa de Qualidade em Radioterapia
STT – Segmented Treatment Table
TEC-DOC – Technical Document
TL - Termoluminescente
TLD – Thermoluminescent Dosimeter
UM – Unidade Monitora
1
1. INTRODUÇÃO
O objetivo principal da radioterapia é a erradicação do tumor primário [1],
limitando a dose nos órgãos de risco e nos tecidos adjacentes. Como é extremamente difícil,
ou até mesmo impossível, na maioria dos casos, irradiar uma região do corpo humano
afetando apenas a região de interesse, é indispensável o rígido controle das doses
ministradas ao paciente.
Portanto, faz-se necessário, um programa de controle da qualidade que garanta que
a dose nominal distribuída pelos aparelhos de radioterapia durante os tratamentos seja a
real, dentro das margens de aceitação.
A incerteza recomendada na publicação 24 da ICRU (International Commission on
Radiation Units and Measurements) [1] para a dose absorvida pelo tumor, em um paciente
durante o tratamento radioterápico, é de ± 5%. Isto significa que devemos ter um controle
acurado não apenas das técnicas usadas no tratamento, mas também do trabalho dos
técnicos, da dosimetria, do sistema de planejamento, dos aceleradores lineares, etc.
O Fator Filtro Dinâmico (FFD) é um parâmetro utilizado no cálculo do
planejamento do tratamento de pacientes em radioterapia [2]. Utilizado nos aceleradores
lineares fabricados pela Varian Medical Systems que possuem a modalidade Filtro
Dinâmico (EDW – Enhanced Dynamic Wedge, em inglês), ele substitui o fator filtro físico,
o qual é gerado por cunhas metálicas interpostas entre o paciente e o feixe de radiação.
O Filtro Dinâmico é gerado pelo movimento dos colimadores e pela variação da
taxa de dose [2]. O fator filtro dinâmico é obtido através de tabelas que relacionam o
tamanho de campo de radiação, o potencial acelerador do feixe e o ângulo de filtro
desejado.
Para construir tais tabelas, é necessária a realização de diversas medidas relativas de
dose, para os diferentes ângulos do filtro. Visando a acurácia destas tabelas, deve ser feito
2
periodicamente o controle de qualidade do acelerador linear, conferindo se as medidas
obtidas para o fator filtro coincidem com as que constam nas tabelas utilizadas.
Apesar de o controle de qualidade em radioterapia ser comumente realizado com
câmaras de ionização, pode-se também fazer uso de outro tipo de detectores (filmes
radiográficos, dosímetros termoluminescentes, etc.) para realizar a dosimetria de
aceleradores lineares, desde que apenas com o intuito de comparar os resultados obtidos por
estes com aqueles obtidos por uma câmara de ionização.
Um tipo de detector normalmente utilizado para comparação por sistemas de
avaliação postal de diversos países com certo grau de desenvolvimento em radioterapia é o
dosímetro termoluminescente ou TLD (Thermoluminescent Dosimeter, em inglês) [3].
Este trabalho tem como objetivo determinar se o fator filtro dinâmico pode ser
avaliado com TLDs, e em caso positivo, inseri-lo no conjunto de parâmetros avaliados pelo
sistema de avaliação postal do Programa de Qualidade em Radioterapia do INCA (PQRT -
INCA/MS) [3].
Para corroborar os resultados obtidos com a dosimetria termoluminescente neste
trabalho, as medidas dos TLDs serão comparadas com as de uma câmara de ionização, com
as utilizadas pelo INCA em sua rotina de trabalho atualmente e com as obtidas em um
trabalho anterior de avaliação do fator filtro dinâmico no mesmo acelerador linear [2].
Como não foi encontrada na literatura nenhuma referência à avaliação do fator filtro
dinâmico feita com dosímetros TL, este estudo pretende além de comprovar a utilidade da
dosimetria TL para a avaliação deste fator, a implementação do mesmo na rotina do sistema
de avaliação postal realizada pelo PQRT.
3
2. FUNDAMENTOS TEÓRICOS
2.1.Controle de Qualidade
Desde que a radiação ionizante começou a ser utilizada pelo homem com fins
terapêuticos, muitos avanços tecnológicos têm sido alcançados. Na radioterapia, em geral, é
muito importante o controle permanente das doses administradas aos pacientes.
Em conseqüência disto, existe a necessidade de um método que verifique as
condições de irradiação. O método deve ser prático e simples de aplicar, de modo que não
interfira na rotina de trabalho dos serviços de radioterapia.
Estes métodos de verificação e controle das doses são conhecidos como Controle da
Qualidade. Eles, de uma forma ou de outra, estão sempre presentes em instituições que têm
serviços de radioterapia.
Existem diversos equipamentos e acessórios utilizados para a realização desses
testes, sendo que o principal deles, empregado em medidas de dose, é a câmara de
ionização.
4
2.2. Programa de Qualidade em Radioterapia (PQRT)
O Programa de Qualidade em Radioterapia (PQRT), é um programa do Instituto
Nacional de Câncer (INCA) criado em 1999, em âmbito nacional, que tem como objetivo
estimular e promover condições que permitam às instituições participantes a aplicação da
radioterapia com qualidade e eficiência assim como capacitar os profissionais vinculados à
radioterapia [4].
Para cumprir com esse objetivo, o PQRT desenvolve e implementa constantemente
atividades relacionadas ao controle de qualidade em radioterapia, para que os tratamentos
possam ser realizados tal como planejados e dentro dos padrões internacionais de segurança
e qualidade.
Entre estes controles se encontra o programa de avaliação postal de feixes de fótons
e o programa de visita in loco às instituições interessadas.
5
2.3. Sistema de Avaliação Postal do INCA
O PQRT desenvolveu um sistema de avaliação postal que foi implementado com o
objetivo de efetuar o controle de qualidade à distância nos aparelhos utilizados nos diversos
serviços de radioterapia do país, testando oito parâmetros dosimétricos: doses de referência,
doses em profundidade, doses para campos retangulares, fator bandeja lisa, fator filtro
físico, simetria, planura e índice de qualidade do feixe (a razão D20/D10 para aceleradores
lineares) [3].
Métodos semelhantes existem em outros países com alto grau de desenvolvimento
na radioterapia. A Agencia Internacional de Energia Atômica (AIEA) possui um sistema
similar, porém avalia apenas a dose na profundidade de referência e o índice de qualidade
[5].
O mesmo sistema da AIEA [5] já era aplicado no Brasil pelo Laboratório de
Dosimetria do Departamento de Física Médica (DEFISME) do Instituto de Radioproteção e
Dosimetria da Comissão Nacional de Energia Nuclear (IRD/CNEN) atendendo,
fundamentalmente, ao interesse de inspeção regulamentar destas instituições.
O sistema postal utiliza uma técnica de dosimetria com materiais
termoluminescentes, sendo o LiF:Mg,Ti em pó, o material escolhido para tal fim. Por ser
uma técnica de medida não imediata, a avaliação postal não deve substituir de forma
alguma os testes dosimétricos de rotina, feitos com câmara de ionização, e nem deve ser
entendida como uma calibração adicional do aparelho [3, 6,7].
No Apêndice A deste trabalho são descritos todos os procedimentos executados na
avaliação postal realizada pelo PQRT/INCA.
6
2.4. TERMOLUMINESCÊNCIA
O fenômeno da termoluminescência é apenas mais um processo dentro de uma
família de fenômenos conhecidos como Fenômenos Termicamente Estimulados. Como o
próprio nome sugere, a termoluminescência é toda e qualquer emissão luminosa que tenha
sido estimulada termicamente (por aquecimento) [6,8-10].
Apesar de o fenômeno ser conhecido há bastante tempo, ele só começou a ser
estudado e utilizado em dosimetria na medicina há cerca de 50 anos atrás. Como resultado
da irradiação de um material e seu posterior aquecimento, podemos explicar o efeito
termoluminescente (TL), de um modo qualitativo, em termos do modelo das bandas de
energia, usando a noção de armadilhas de elétrons ou buracos [6].
Os materiais TL, em geral, possuem uma banda de valência preenchida com
elétrons e uma banda de condução vazia, e entre estas, uma banda energética proibida.
Quando um isolante ou semicondutor é exposto à radiação ionizante, à temperatura
ambiente ou mais baixa, os elétrons da banda de valência absorvem energia e saltam para a
banda de condução, onde se movem livremente até serem capturados por uma das
armadilhas (figura 1).
7
Figura 1. Modelo de bandas de energia para um material termoluminescente sendo
irradiado. A radiação ionizante incide sobre o material, excitando os elétrons da banda de
valência para a banda de condução.
A existência de uma região de ocupação não permitida para os elétrons, indica que
os processos que regem a absorção de energia proveniente das radiações ionizantes são
dependentes desta mesma energia, ou seja, os elétrons só absorverão energia que seja no
mínimo suficiente para lhes permitir saltar da banda de valência para a banda de condução,
atravessando a região proibida.
Estas armadilhas de elétrons atuam como uma barreira de potencial, impedindo que
os elétrons retornem à banda de valência. Ao aquecermos o material posteriormente,
fornecemos aos elétrons energia suficiente para superar esta barreira e então retornar à
banda de valência, se recombinando com os buracos, ou serem recapturados em armadilhas
mais profundas, as quais atuam competitivamente aos buracos. Se a recombinação for
radiativa, teremos emissão termoluminescente (figura 2).
Figura 2. Modelo de bandas de energia para um material termoluminescente sendo
aquecido. No material aquecido, os elétrons escapam das armadilhas e retornam à banda de
valência, emitindo luz.
8
Um material TL que contenha impurezas apresenta estados de energia eletrônica
diferentes, que permanecem vazios até a irradiação do material, quando alguns elétrons
excitados passam a ocupar tais estados. Estes estados ocupados são chamados de defeitos
induzidos por radiação, os quais são definidos como qualquer excitação de elétrons ou de
espécies atômicas que ocorra no material após a irradiação, mas que não ocorria
previamente. Após a emissão TL, o material pode ser devolvido à sua condição inicial,
através de um tratamento térmico, que tem como função liberar todos os elétrons que ainda
estejam armadilhados.
2.4.1. Materiais Termoluminescentes.
Existem diversos materiais que apresentam propriedades termoluminescentes, mas
apenas alguns poucos possuem as características desejáveis para serem utilizados como
dosímetro. Tais materiais são fabricados em formatos diferentes para atender as mais
variadas aplicações. As formas mais comumente comercializadas são: pó, cristais cúbicos,
chips sinterizados, bastões, filmes finos e discos de Teflon impregnados.
Para poder ter algum uso prático, principalmente em dosimetria, os materiais TL
devem apresentar certo conjunto de características [6,8]:
Ter uma resposta linear para um amplo intervalo de dose;
Apresentar alta sensibilidade, mesmo para doses pequenas;
Ter uma resposta estável, mesmo sob condições climáticas diferentes;
Ter uma resposta pouco dependente da energia dos fótons;
Ser reprodutível, mesmo para pequenas doses;
Ter uma curva de emissão simples com um único pico bem resolvido.
Claro que nenhum material TL consegue reunir todas essas características em
conjunto. A escolha de cada material é feita com base no tipo de trabalho que se pretende
realizar.
9
Para uso no controle de qualidade em radioterapia, são desejáveis materiais que
sejam tecido-equivalentes, ou seja, materiais que apresentem número atômico efetivo
(média ponderada dos números atômicos dos elementos que constituem uma substância
composta) similar ao do tecido humano e interajam com a radiação ionizante de modo
aproximada a estes mesmos tecidos.
Dentre os materiais TL que são tecido-equivalentes, podemos mencionar o Borato
de Lítio ativado com Manganês - Li2B4O7:Mn, o Fluoreto de Cálcio ativado com Disprósio
- CaF2:Dy e o Fluoreto de Lítio ativado com Magnésio e Titânio - LiF:Mg,Ti. Na medicina,
o material TL mais comumente utilizado é o Fluoreto de Lítio ativado com Magnésio e
Titânio - LiF:Mg,Ti, também conhecido como TLD-100 [6,8].
Para feixes de fótons, o conceito de equivalência ao tecido está intimamente ligado
ao número atômico efetivo do material, pois as interações das radiações com a matéria
(efeito fotoelétrico, efeito Compton e produção de pares) são dependentes do número
atômico efetivo do material sendo irradiado.
A sensibilidade de um material TL é dependente das interações entre a radiação
incidente com o mesmo, ou seja, quanto maior o número de interações que ocorrem no
material, maior será a sua sensibilidade. Uma vez que as interações também são
dependentes da energia da radiação, pois apenas algumas transições de estados eletrônicos
são permitidas, podemos definir a sensibilidade como a intensidade do sinal TL por unidade
de dose absorvida, tendo em vista que a intensidade do sinal é diretamente proporcional ao
número de elétrons armadilhados.
Dentre os fatores que afetam a resposta do material TL, os ambientais são os mais
críticos. A temperatura é o fator que mais influencia essa resposta, sendo necessário
aumentar os cuidados durante o armazenamento e transporte do material [3]. Outro fator
muito importante é a umidade. O material deve estar protegido do calor e umidade, de
preferência em recipientes à prova de luz.
10
Para que o sinal TL seja considerado estável é necessário que o mesmo retenha a
informação por um tempo prolongado. Quando acontece a perda de sinal estamos diante de
um fenômeno conhecido como desvanecimento. Se um sinal TL é instável e diminui com o
tempo após a irradiação, o sinal é dito desvanecido.
O desvanecimento [3, 6,8], mais conhecido pela denominação em inglês, fading, é
uma característica de todo dosímetro TL, ou TLD (do inglês thermoluminescent dosimeter),
definido pela liberação espontânea dos elétrons de suas armadilhas, proporcionando
recombinações e a conseqüente emissão de luz pelo material. Este fenômeno pode ter várias
causas, mas a que prevalece é a de origem térmica. Por esta razão, um TLD irradiado nunca
vai reter 100% das cargas armadilhadas. Novamente, é importante conhecer o
comportamento do desvanecimento do TLD [3, 6,8], para realizar as devidas correções
quando necessário.
Embora os TLDs sejam tecido-equivalentes devido à proximidade dos valores de
numero atômico efetivo (LiF:Mg,Ti; Z = 8,2; tecido humano, Z = 7,4), existe uma pequena
dependência da resposta do TLD quanto as diferentes energias utilizadas para irradiação.
Este fato indica a necessidade de correções quando são utilizadas diferentes energias no
processo de irradiação. A figura 3 [3] mostra uma curva de dependência energética para o
TLD 100 (LiF:Mg,Ti), as respostas estão normalizadas para a energia do 60
Co.
0,980,991,001,011,021,031,041,051,061,071,081,09
0,45 0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Qualidade do Feixe (D20/D10)
Co
rreç
ão R
elat
iva
ao 6
0C
o
11
Figura 3. Respostas do LiF:Mg,Ti para uma mesma dose e várias energias
normalizadas para a energia média do 60
Co. As energias dos feixes estão caracterizadas pela
razão D20/D10.
2.4.2. Dosímetros Termoluminescentes - TLDs
Para compreendermos o funcionamento de um TLD, devemos antes de tudo
conhecer algumas das vantagens e desvantagens de sua utilização.
Vantagens na utilização:
Dimensões reduzidas – Detector pontual;
Equivalência ao tecido;
Detectores integradores de dose
Não são necessários cabos durante a medida;
Elevada sensibilidade. Intervalo dosimétrico amplo;
Detectores reutilizáveis e baratos;
Muitos materiais disponíveis para escolha;
Desvantagens:
Dimensões reduzidas – Dificuldades no manuseio;
Leitura não imediata;
Instrumentação necessária à avaliação dos detectores é cara;
Diferentes materiais e formas geométricas de detectores disponíveis
(Dificuldade na escolha do melhor detector para uma aplicação em
particular);
Ausência de registro permanente de dose no detector.
2.4.3. Dosimetria com materiais Termoluminescentes
12
O objetivo da dosimetria TL é determinar qual foi a dose absorvida pelo material no
processo de irradiação com a menor incerteza possível. Hoje em dia os métodos utilizados
apontam a dosimetria TL como um método seguro e confiável.
As maiores áreas de uso dos materiais TL incluem:
Dosimetria pessoal: O objetivo primário é o monitoramento de dose nos
trabalhadores devido à exposição ocupacional, podendo ser nas extremidades (mãos,
braços, pés), corpo inteiro (radiação penetrante) e tecidos em geral, e em tecidos (radiação
não penetrante). O maior requisito de um TLD para esta aplicação é ser tecido-equivalente.
Dosimetria ambiental: Averiguar os níveis de radiação da Terra, que vêm
sendo alterada pelo uso da radiação nuclear pelo homem, em usinas nucleares, testes com
bombas atômicas e acidentes radiativos. Também avalia os níveis de radiação do espaço
sideral, onde o nível de radiação devida aos raios cósmicos é muito elevado, sendo de
interesse principal para missões espaciais.
Dosimetria clínica: Para radioterapia a acurácia do TLD na estimativa de
dose é esperada como sendo menor ou igual a 5%, pois erros maiores podem afetar o
resultado do tratamento [9]. Em radioterapia, o objetivo da dosimetria é garantir que a dose
no volume alvo seja a prescrita pelo radioterapeuta, enquanto que a dose nos tecidos
normais circundantes seja a menor possível.
2.4.4. Curva de Emissão TL
A intensidade da luz emitida por um material TL vai depender da quantidade de
dose recebida durante o processo de irradiação e do tipo, número e distribuição das
diferentes impurezas dentro do próprio material, do aquecimento, do tipo de energia
utilizada e outros fatores como tempo, taxa de irradiação, temperatura de armazenamento,
etc. A curva de emissão TL é aquela que representa a intensidade de luz emitida pelo
material TL em função da temperatura ou do tempo de aquecimento. A resposta do
dosímetro é tomada como a área sob esta curva. Exemplo desta curva é visto na figura 4.
13
Figura 4. Curva característica do LiF:Mg,Ti irradiado com 60
Co à temperatura
ambiente. O pico 5 é o normalmente utilizado para dosimetria.
A forma da curva depende dos tipos de armadilhas e dos centros de luminescência
do material TL, da taxa de aquecimento e do aparelho detector utilizado. Em geral, ela é
formada por vários picos, cada um indicando a presença de tipos diferentes de armadilha no
material, e sendo caracterizados pela temperatura onde ocorre o máximo de emissão.
A curva de emissão de um material TL ideal deve ter uma resposta linear para uma
ampla faixa de dose, ou seja, a intensidade de luz emitida pelo material deve variar
linearmente com a dose absorvida pelo mesmo. Contudo a maioria dos materiais TL
apresenta respostas que não são inteiramente lineares, se tornando supralineares para um
determinado valor de dose, que vai depender do material empregado, e depois sublinear ao
atingir a saturação, razão pela qual se faz necessário realizar a devida correção por fatores
de calibração.
A região de resposta linear é a de maior interesse em dosimetria, uma vez que existe
proporcionalidade entre a luminescência apresentada pelo material e a dose de radiação à
qual este foi exposto, o que permite uma maior exatidão das medidas.
14
Na região supralinear, apesar de sua origem não ter sido ainda definitivamente
explicada e sua resposta TL não ser proporcional à dose, é possível ainda realizar medidas
de dose nesta região, mas a exatidão dos resultados é inferior àquela obtida na região linear.
Quando o uso destes dosímetros é feito na radioterapia quase sempre é necessário trabalhar
na região supralinear.
Para doses acima de 105 Gy, a curva de resposta da maioria dos TLDs atinge a
região de saturação. Este fenômeno é interpretado como uma diminuição do número de
armadilhas disponíveis para a captura dos elétrons. Esta região não tem utilidade em
dosimetria.
2.4.5. Tratamentos Térmicos
Todo material TL tem um sinal residual, proveniente de excitações do cristal. Antes
de ser utilizado, devemos tratar o material a fim de eliminar estes sinais indesejáveis, que
de outra forma iriam interferir nas medidas de dose realizadas. Este tratamento térmico é
feito de forma a estabilizar as armadilhas presentes no material, preparando-o para a
irradiação.
Diversos tratamentos térmicos têm sido propostos na literatura para os diferentes
materiais TL [3,6-12]. Cada um possui benefícios e desvantagens, dependendo de que
características do dosímetro se querem realçar. O reaproveitamento confiável de materiais
TL freqüentemente requer o uso de estritos procedimentos de tratamentos térmicos.
A resposta do LiF:Mg,Ti é muito sensível aos diferentes procedimentos térmicos
que envolvem seu uso, portanto, a repetição e reprodutibilidade desses procedimentos são
mais importantes que os próprios valores de temperatura padronizados.
15
2.5. FILTROS FÍSICOS e ELETRÔNICOS
Entende-se por filtro, seja físico ou dinâmico, um dispositivo que se coloca entre a
fonte de irradiação e o paciente com o objetivo, quando necessário, de transformar a
entrada do feixe no paciente, homogeneizando o perfil de dose.
Como conseqüência, esta modificação do feixe deve ser conhecida e aplicada nos
cálculos da dose a ser administrada ao paciente. É aqui que surge então o conceito de fator
filtro, ou seja, um valor numérico que mostra a relação da dose para um campo estabelecido
ou padronizado com e sem o filtro.
Na radioterapia, um filtro tem duas funções básicas [8]:
Atuar como compensador de tecido;
Modificar o feixe de radiação com a finalidade de homogeneizar a dose que
atinge a região tumoral e tecidos adjacentes;
Existem duas modalidades de filtros: os filtros físicos e, mais recentemente, os
chamados filtros eletrônicos. Na primeira, uma cunha metálica (filtro físico) é inserida no
cabeçote de um acelerador linear, alterando a distribuição da dose. Na segunda, as
distribuições de dose são alteradas pelo movimento de um dos colimadores que se
encontram no cabeçote do aparelho e pela variação da taxa de dose durante a irradiação [2,
13-16].
Os filtros eletrônicos são, em alguns casos, preferidos em relação aos físicos por
diminuírem o tempo de tratamento e por não ser necessária a inserção de um outro
elemento no cabeçote.
O filtro eletrônico é um filtro não físico que gera distribuições de dose com um
perfil oblíquo, ou seja, cria um gradiente de dose na direção de movimento do colimador. A
vantagem é permitir um número maior de ângulos, em vez dos tradicionais que
normalmente comportam até quatro tipos de ângulos diferentes [15].
16
Ao contrário dos filtros físicos, a utilização de filtros dinâmicos é mais prática e
flexível e permite uma melhor modelação da radiação à região doente, minimizando a dose
nos tecidos adjacentes ao tumor e nos órgãos de risco.
Um filtro não-físico gera uma distribuição espacial de dose similar àquela produzida
por um filtro físico, sem causar o endurecimento do feixe de fótons. Proposto no final dos
anos 70, os filtros não-fisicos têm sido implementados nos aceleradores de alguns
fabricantes, entre eles a Varian Medical Systems, que o denomina como filtro dinâmico
[17].
O filtro não-físico é criado pelo movimento de um dos colimadores Y, enquanto que
o outro colimador Y e ambos os colimadores X ficam estáticos; e pela variação da taxa de
dose, figura 5. Quando o movimento do colimador é na direção Y1 para Y2, dizemos que o
filtro está na direção Y1-IN. Se ele se move na direção contrária, ou seja, de Y2 para Y1, a
direção do filtro é dita Y2-OUT. Devido ao modo como o filtro é gerado, os tamanhos de
campo a serem utilizados podem ter limitações [17,18].
Figura 5. Colimadores X e Y vistos de cima, com o colimador Y2 próximo ao
gantry e o colimador Y1 próximo à porta. O ângulo de rotação dos colimadores nesta
configuração é de 0°.
17
Como o objetivo deste trabalho é avaliar o fator filtro dinâmico no eixo central do
feixe com TLDs, devemos entender primeiramente uma série de características do mesmo
nos aceleradores clínicos produzidos pela Varian Medical Systems [19-21], como podemos
ver a seguir:
O método de distribuição de dose é através da variação do movimento do
colimador e da taxa de dose;
A posição inicial dos colimadores é aberta, sendo a posição final do
colimador móvel a 0,5 cm do colimador fixo;
Os colimadores só se movimentam na direção Y1 (IN) e Y2 (OUT), sendo o
tratamento impedido se o colimador fixo estiver a mais de 0,5 cm além do
limite de movimento dos colimadores;
O movimento do colimador está limitado em até 10 cm após o eixo central
na direção do gradiente de dose, sendo ilimitado o movimento na direção X
(não-gradiente);
Sete valores de ângulo disponíveis: 10°, 15°, 20°, 25°, 30°, 45°e 60°.
O fator filtro é uma função fortemente dependente da energia, do ângulo do
filtro e do tamanho de campo selecionado;
A relação entre o movimento do colimador e as unidades monitoras é
determinada usando a chamada tabela STT;
As tabelas STT são as mesmas para todas as máquinas da Varian.
As tabelas de tratamento segmentadas (Segmented Treatment Table, STT, em
inglês) controlam a posição dos colimadores em relação ao número de unidades monitoras
executadas pelo acelerador linear. Para um dado campo de radiação filtrado, a posição do
movimento do colimador em qualquer instante é uma função do ângulo selecionado, do
tamanho do campo e da fração do número total das unidades monitoras selecionadas que
atravessam o filtro.
18
O movimento dos colimadores começa com o campo totalmente aberto e vai
fechando, até que o colimador móvel fique a apenas 0,5 cm do colimador estático. Em
geral, todo o tratamento com filtro dinâmico começa com alguma parcela da dose sendo
liberada com o campo de radiação aberto. Depois a fração apropriada da dose é liberada de
acordo com o movimento do colimador. A fração exata da dose que é liberada com o
campo aberto é uma função da energia, tamanho de campo e ângulo do filtro.
19
2.6. FILTRO DINÂMICO DA VARIAN – EDW
A técnica de filtro dinâmico (Enhanced Dynamic Wedge, EDW, em inglês),
implementada pela Varian [19-21], consiste na obtenção de um feixe com o perfil de um
filtro através do movimento controlado de um dos colimadores e, simultaneamente,
variando-se a taxa de dose. Dentre suas vantagens em relação ao filtro físico estão:
facilidade de programação, redução do tempo de irradiação e a maior diversidade de
ângulos.
O movimento do colimador é controlado por um PC e a relação entre a dose e o
colimador seguida neste tratamento é indicada pela tabela STT. A tabela é única e
determina o perfil de dose através do campo. O software usa a STT para checar o
tratamento dado em comparação com o número de unidades monitoras (UM) distribuídas
quando o colimador atinge uma posição específica com o número de UM que são na
verdade são emitidas quando o colimador já atingiu na realidade aquela posição [22].
O movimento do colimador para a formação do filtro dinâmico de fato introduz
pequenas imprecisões do ponto de vista dosimétrico, devido à velocidade do mesmo. Para
resolver este problema temos duas aproximações: a primeira é o método da fração de UM,
que estima um fator filtro efetivo para um campo particular, e a segunda é um método que
considera o feixe dinâmico como uma superposição de segmentos menores do feixe. A
fração de UM é fácil de implementar, mas falha em situações de campos grandes ou
assimétricos, ou quando os pontos de cálculo estão fora do centro [23].
Para campos grandes e/ou assimétricos e para grandes ângulos, os valores previstos
para o fator filtro dinâmico diferem dos reais em torno de 4%. Este resultado vem do fato
de o número de UM liberadas antes da metade do campo ser menor do que o liberado na
segunda metade [22,23].
20
Para determinar o fator filtro dinâmico são necessárias duas medidas: dose medida
durante irradiação com o filtro dinâmico e dose medida, no mesmo ponto, com a mesma
UM, mas sem o uso do filtro (campo aberto).
Uma característica inerente ao filtro dinâmico é a grande variação do fator filtro
dinâmico com o tamanho do campo na direção filtrada. Conforme o campo aumenta, o fator
filtro dinâmico pode diminuir em até 50% do valor inicial [24].
Uma comparação entre as características mais comuns dos filtros físico e dinâmico
é mostrada na Tabela 1 [17].
Tabela 1. Comparação entre os filtros físicos e dinâmicos.
Característica Filtro Físico Filtro Dinâmico
Campo Assimétrico Sim Sim
Ângulos 15°, 30°, 45° e 60°. 10°, 15°, 20°, 25°, 30°, 45° e
60°.
Definição de
Ângulos
D.B. Hughes et al.
[25]
ICRU 24
[1]
Limite de Campo 20 (15) cm para 15°, 30°, 45°,
(60°). 30 cm
Direções do filtro In, Out, Left, Right. Y1-IN, Y2-OUT.
Fator Filtro Suave, aproximadamente
constante. Suave
STT - Uma por energia dos fótons
1.6.1. Parâmetros que afetam o fator filtro dinâmico
Está comprovado que os parâmetros relatados a seguir, influenciam o fator
filtro dinâmico [2, 16-18]:
21
Tamanho de campo;
Ângulo Nominal do Filtro;
Abertura do colimador Y;
Profundidade fora do Eixo central;
1.6.2. Parâmetros que não afetam o fator filtro dinâmico
Da mesma forma os seguintes parâmetros não apresentam nenhuma influência sobre
o fator filtro dinâmico [2]:
Abertura do colimador X;
Profundidade no Eixo Central.
22
3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1 Materiais
3.1.1. Acelerador Linear
Para a realização deste trabalho, foi utilizado um acelerador linear Clinac 2300C/D
com potenciais aceleradores de 6 e 15 MV, número de série 209, fabricado pela Varian
Medical Systems dos Estados Unidos e instalado no Hospital do Câncer I (HCI) do
Instituto Nacional de Câncer (INCA), figura 6.
Figura 6. Acelerador Linear Clinac 2300C/D, fabricado pela Varian Medical
Systems e instalado no Hospital do Câncer I (HCI) do Instituto Nacional de Câncer
(INCA).
3.1.2. Conjunto Dosimétrico
As medidas dosimétricas de referência foram realizadas com uma câmara de
ionização PTW 30013 de 0,6 cm3, à prova de água, número de série 491, fabricada pela
empresa alemã PTW, com certificado de calibração em 12 de maio de 2006, emitido pelo
23
IPEN, e um eletrômetro Unidos E, número de série 279, calibrado junto com a câmara. O
conjunto é visto na figura 7.
Figura 7. Conjunto câmara de ionização – eletrômetro usado nas medidas de
referência.
3.1.2. Dosímetros Termoluminescentes
Foi utilizado o fluoreto de lítio LiF:Mg,Ti, em forma de pó e comercialmente
conhecido como TLD-100, o qual já foi caracterizado pelo laboratório de dosimetria TL do
PQRT [3]. Para a manipulação do pó foi utilizado um dispensador semi-automático e
pequenas copelas de aço inoxidável. Para sua irradiação, o pó TL é colocado em pequenas
cápsulas de polietileno [7,9], as mesmas utilizadas nas avaliações do PQRT pelo sistema
postal, (figura 8).
Figura 8. Copelas, cápsulas e dispensador utilizados para o manuseio do pó TL.
Cada cápsula comporta cerca de 30,2 g de material TL.
24
3.1.4. Fantoma e Suporte.
Para a realização das medidas de referência e irradiações dos TLDs na água, foi
utilizado um fantoma CNMC feito de Lucite, de dimensões internas 30,5 cm x 38 cm x 38
cm. O suporte utilizado para a irradiação dos TLDs foi o mesmo que o PQRT utiliza nas
suas avaliações postais [3], (figura 9).
Figura 9. Fantoma, suporte com braço e uma cápsula de polietileno utilizados para
as medidas.
3.1.5. O Sistema Leitor.
Para a leitura dos TLDs, uma vez irradiados e colocados nas copelas, é utilizada
uma leitora automática PCL3 [10], conforme pode se observar na figura 10, produzida pela
empresa francesa FIMEL. A leitora possui um programa de leitura PCL3 versão 3.62, que
controla o ciclo de leitura, fornecendo, ao final das
leituras os resultados na forma de contagens.
25
Figura 10. Leitora automática PCL3 utilizada nas leituras dos TLDs.
3.2 Métodos
3.2.1. Determinação do Fator Filtro Dinâmico com Câmara de Ionização
O fator filtro dinâmico é determinado, com câmara de ionização, através da média
das leituras com filtro para um dado tamanho de campo de radiação, dividida pela média
das leituras sem filtro para o mesmo tamanho de campo, como representado na Equação 1
[2].
A irradiação da câmara de ionização foi feita com 100 Unidades Monitoras (UM)
para os tamanhos de campo 5 cm x 10 cm, 10 cm x 10 cm, 15 cm x 10 cm e 20 cm x 10 cm
(colimador X = 10 cm, fixo) e para cada um destes com os ângulos de filtro de 10°, 15°,
30°, 45° e 60°.
Foram realizados dois conjuntos de medidas, cada um com cinco leituras, um com
o colimador Y1 (dinâmico) se movendo em direção ao colimador Y2 (estático) e outro com
o colimador Y2 (desta vez, dinâmico) se movendo em direção ao colimador Y1 (desta vez,
estático).
aberto campo Leituras
filtro com Leiturasdinâmico Filtro
Média
Média F (1)
26
A média das leituras com filtro foi calculada tomando-se a média aritmética entre as
médias das leituras na direção Y1 e das leituras na direção Y2. A média das leituras em
campo aberto foi calculada diretamente através das leituras.
Para a determinação do fator filtro dinâmico com câmara de ionização, montou-se o
arranjo experimental (figura 11), da mesma maneira que o utilizado para a realização das
dosimetrias de feixes de fótons [26,27]. Por se tratar de um parâmetro relativo, não foi
necessária a realização prévia de uma dosimetria física. A câmara foi alinhada
perpendicularmente à direção do movimento do colimador e ao eixo central do feixe.
Figura 11. Montagem experimental com câmara de ionização, indicando o filtro
gerado pelo movimento do colimador.
A câmara de ionização foi posicionada a 10 cm de profundidade na água, sendo o
ponto de referência seu centro geométrico. A distância fonte-superfície (DFS) utilizada foi
de 100 cm. Como mencionado acima, a posição da câmara é perpendicular ao sentido de
deslocamento do colimador dinâmico (Y).
Uma vez fixado o primeiro tamanho de campo a ser testado, realizamos as medidas
primeiramente com o campo aberto e em seguida aplicando o filtro dinâmico na direção
Y1-IN, e depois na direção Y2-OUT, simulando filtros dinâmicos de 10 em ambas as
direções.
27
As medidas, inicialmente feitas para o potencial acelerador de 6 MV, foram
repetidas para o potencial acelerador de 15 MV. Foram coletadas cinco leituras para cada
configuração testada (tamanho de campo de radiação e ângulo de filtro, quando o filtro era
utilizado). Os valores usados no cálculo do fator filtro eram as médias das leituras obtidas
com e sem o filtro dinâmico.
3.2.2. Determinação do Fator Filtro Dinâmico com TLDs.
O procedimento para a irradiação dos TLDs foi realizado seguindo a mesma
montagem experimental utilizada para a medida do fator filtro dinâmico com câmara de
ionização, sendo que no lugar da câmara foi colocado o suporte de acrílico que o PQRT usa
rotineiramente nas suas avaliações postais, com a cápsula de polietileno, contendo o pó TL,
inserida no orifício central do braço do mesmo, figura12, (Apêndice A).
Figura 12. Suporte de acrílico utilizado pelo PQRT, com o TLD fixo no orifício
central do braço do suporte.
Da mesma forma que com a câmara de ionização, foram realizadas irradiações em
todas as configurações propostas, sendo irradiados três TLDs em cada uma. O número de
unidades monitoras utilizado em todas as medidas e para cada um dos potenciais
aceleradores foi de 100 UM, sendo 50 UM na direção Y1-IN e as outras 50 UM na direção
Y2-OUT. A profundidade de medição foi a mesma utilizada para as leituras com câmara de
ionização, ou seja, 10 cm.
28
Antes de ser utilizado no processo de irradiação, o material TL, é tratado
termicamente com uma temperatura de 400 ºC durante uma hora, passando em seguida por
um resfriamento rápido de 30 minutos sobre uma placa de aço inoxidável, sendo por último
colocado em uma estufa a 80 ºC por 24 horas. Após este tratamento térmico, o material é
dispensado em cápsulas de polietileno e após 7 dias, está pronto para ser utilizado.
Após a irradiação dos TLDs, eles são armazenados por um intervalo de 72 horas,
antes de serem levados à leitora [3]. Isto permite que o material TL atinja seu equilíbrio
eletrônico, evitando assim valores de leitura não confiáveis. Para a leitura do dosímetro
utiliza-se a leitora PCL3. Cada cápsula com o material TL possui uma quantidade do pó
suficiente para encher até 5 copelas, as quais são colocadas no mecanismo automático da
leitora para sua avaliação. Uma vez lida, cada copela com o pó TL, gera um sinal luminoso
que é captado por uma fotomultiplicadora, a qual por sua vez, transforma este sinal
luminoso em contagens mediante um programa computadorizado.
As contagens são convertidas em valores de dose, mediante o processo de
calibração onde a contagem resultante da leitura de um TLD é comparada com a dose
medida por uma câmara de ionização, nas mesmas condições de irradiação (tamanho de
campo, profundidade de irradiação, tempo de irradiação).
3.2.3 Avaliação das Incertezas
As incertezas foram calculadas com o intuito de atestar a confiabilidade das
medidas feitas com TLD e para poder comparar estas com as leituras obtidas pela câmara
de ionização, bem como com os resultados atualmente utilizados pelo INCA em seu
Sistema de Planejamento de Tratamento e os resultados obtidos por um trabalho de
referência.
Foram avaliadas as médias das leituras feitas com câmara de ionização e com os
TLDs, bem como seus desvios padrões percentuais e as incertezas expandida e expandida
percentual para um intervalo de 95% de confiança [28].
29
Para o cálculo da média, usou-se a função simples:
n
xMédia
n
1 (2)
a qual fornece a média aritmética entre os n valores das medidas x.
Para o cálculo do desvio padrão percentual da média, usou-se:
Média
n
xx
s
n
i i
1
)(
%
2
1
(3)
onde xi é o valor da leitura e x é a média das leituras.
Para o cálculo da incerteza expandida, usou-se:
n
skU *95 (4)
onde s é o desvio padrão, n é o número de medidas e k é um valor dependente do número
de graus de liberdade de uma distribuição t de student e do intervalo de confiança desejado.
Como o intervalo de confiança é de 95% e o número de graus de liberdade é igual a n-1,
temos k = 2,26.
Para o cálculo da incerteza expandida percentual da média, usou-se:
Média
UU 95
95 % (5).
30
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos na avaliação do fator filtro dinâmico com TLDs e câmara de
ionização, bem como as comparações entre os resultados dos TLDs com os valores obtidos
com câmara de ionização, por um trabalho de referência [2] e os valores atualmente
utilizados pelo INCA são vistos logo abaixo em tabelas com os seus respectivos gráficos.
Os valores de fator filtro dinâmico foram calculados a partir da equação 1, descrita
no capítulo 3.
Tabela 2: Fatores Filtro Dinâmico medidos com TLDs para o potencial acelerador
de 6 MV, para os ângulos 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o colimador X fixo em 10 cm e o
colimador Y em 5 cm, 10, cm, 15 cm e 20 cm.
6 MV TLD
Campos
Ângulo 5 cm 10 cm 15 cm 20 cm
10° 0,9772 0,9527 0,9172 0,8735
15° 0,9529 0,9128 0,8810 0,8161
30° 0,9244 0,8419 0,7785 0,6806
45° 0,8876 0,7706 0,6645 0,5599
60° 0,8195 0,6556 0,5332 0,4263
31
Fator Filtro Dinâmico medido com TLD - 6 MV
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
5 cm 10 cm 15 cm 20 cm
Lado Y do Campo
Fa
tor
Fil
tro
Din
âm
ico
10° 15° 30° 45° 60°
Figura 13: Fatores Filtro Dinâmico, medidos com TLDs para o potencial acelerador
de 6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20
cm e com o colimador X fixo em 10 cm.
Tabela 3: Fatores Filtro Dinâmico medidos com TLDs para o potencial acelerador
de 15 MV, para os ângulos 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o colimador X fixo em 10 cm e o
colimador Y em 5 cm, 10, cm, 15 cm e 20 cm.
15 MV TLD
Campos
Ângulo 5 cm 10 cm 15 cm 20 cm
10° 0,9891 0,9714 0,9518 0,9081
15° 0,9886 0,9283 0,9288 0,8761
30° 0,9486 0,8740 0,8335 0,7495
45° 0,9166 0,8085 0,7288 0,6316
60° 0,8574 0,7135 0,6068 0,4993
32
Fator Filtro Dinâmico Medido com TLD - 15 MV
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
1,10
1,20
5 cm 10 cm 15 cm 20 cm
Lado Y do Campo
Fa
tor
Filtr
o D
inâ
mic
o
10° 15° 30° 45° 60°
Figura 14: Fatores Filtro Dinâmico, medidos com TLDs, para o potencial acelerador
de 15 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20
cm e com o colimador X fixo em 10 cm.
Tabela 4: Fatores Filtro Dinâmico medidos com Câmara de Ionização para o
potencial acelerador de 6 MV, para os ângulos 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o colimador X
fixo em 10 cm e o colimador Y em 5 cm, 10, cm, 15 cm e 20 cm.
6 MV Câmara de Ionização
Campos
Ângulo 5 cm 10 cm 15 cm 20 cm
10° 0,9800 0,9510 0,9164 0,8765
15° 0,9712 0,9267 0,8786 0,8234
30° 0,9390 0,8558 0,7700 0,6853
45° 0,8984 0,7732 0,6601 0,5585
60° 0,8359 0,6638 0,5311 0,4245
33
Fator Filtro Dinâmico medido com Câmara de Ionização -
6MV
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
5 cm 10 cm 15 cm 20 cm
Lado Y do Campo
Fa
tor
Fil
tro
Din
âm
ico
10° 15° 30° 45° 60°
Figura 15: Fatores Filtro Dinâmico, medidos com Câmara de Ionização, para o
potencial acelerador de 6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, colimador Y em 5
cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm e com o colimador X fixo em 10 cm.
Tabela 5: Fatores Filtro Dinâmico medidos com Câmara de Ionização para o
potencial acelerador de 15 MV, para os ângulos 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o colimador
X fixo em 10 cm e o colimador Y em 5 cm, 10, cm, 15 cm e 20 cm.
15 MV Câmara de Ionização
Campos
Ângulo 5 cm 10 cm 15 cm 20 cm
10° 0,9849 0,9618 0,9354 0,9075
15° 0,9772 0,9430 0,9060 0,8660
30° 0,9512 0,8848 0,8178 0,7506
45° 0,9187 0,8159 0,7210 0,6344
60° 0,8658 0,7186 0,5996 0,5018
34
Fator Filtro Dinâmico medido com Câmra de Ionização -
15 MV
0,40
0,50
0,60
0,70
0,80
0,90
1,00
5 cm 10 cm 15 cm 20 cm
Lado Y do Campo
Fa
tor
Fil
tro
Din
âm
ico
10° 15° 30° 45° 60°
Figura 16: Fatores Filtro Dinâmico, medidos com Câmara de Ionização, para o
potencial acelerador de 6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, colimador Y em 5
cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm e com o colimador X fixo em 10 cm.
Os resultados dos desvios percentuais entre os valores de fator filtro dinâmico
obtidos com câmara de ionização e TLDs podem ser vistos nas figuras 17 e 18, para os
potenciais aceleradores de 6 e 15 MV respectivamente.
Comparação Câmara x TLD - 6MV
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
10° 15° 30° 45° 60°
Ângulo do Filtro Dinâmico
Desvio
Perc
en
tual
5 x 10 10 x 10 15 x 10 20 x 10
35
Figura 17. Desvios percentuais entre as medidas efetuadas com câmara de ionização
e com TLDs para o potencial acelerador de 6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°,
para o colimador X fixo em 10 cm e o colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm.
Comparação Câmara x TLD - 15MV
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
10° 15° 30° 45° 60°
Ângulo do Filtro Dinâmico
Des
vio
Perc
en
tua
l
5 x 10 10 x 10 15 x 10 20 x 10
Figura 18. Desvios percentuais entre as medidas efetuadas com câmara de ionização
e com TLDs para o potencial acelerador de 6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°,
para o colimador X fixo em 10 cm e o colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm.
Os resultados dos desvios percentuais entre os valores de fator filtro dinâmico
utilizados atualmente pelo INCA e os obtidos com TLDs podem ser vistos nas figuras 19 e
20, para os potenciais aceleradores de 6 e 15 MV respectivamente.
36
Comparação INCA x TLD - 6 MV
-3,0
-2,0
-1,0
0,0
1,0
10° 15° 30° 45° 60°
Ângulo do Filtro Dinâmico
Desvi
o P
erc
entu
al
5 x 10 10 x 10 15 x 10 20 x 10
Figura 19. Desvios percentuais entre os fatores filtro dinâmico atualmente utilizados
pelo INCA e as medidas feitas com TLDs para o potencial acelerador de 6 MV, os ângulos
de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o colimador X fixo em 10 cm e o colimador Y em 5 cm,
10 cm, 15 cm e 20 cm.
Comparação INCA x TLD - 15 MV
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
10° 15° 30° 45° 60°
Ângulo do Filtro Dinâmico
Desvi
o P
ercen
tual
5 x 10 10 x 10 15 x 10 20 x 10
Figura 20. Desvios percentuais entre os fatores filtro dinâmico atualmente utilizados
pelo INCA e as medidas feitas com TLDs para o potencial acelerador de 15 MV, os
ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, com o colimador X fixo em 10 cm e o colimador Y em
5 cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm.
37
Os resultados dos desvios percentuais entre os valores de fator filtro dinâmico
obtidos por um trabalho de referência com câmara de ionização e as medidas com TLDs
podem ser vistos nas figuras 21 e 22, para os potenciais aceleradores de 6 e 15 MV
respectivamente.
Comparação Referência x TLD - 6 MV
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
10° 15° 30° 45° 60°
Ângulo do Filtro Dinâmico
Desvi
o P
ercen
tual
5 x 10 10 x 10 15 x 10 20 x 10
Figura 21. Desvios percentuais entre as medidas efetuadas com câmara de
ionização, por um trabalho de referência [2], e as obtidas com TLDs para o potencial
acelerador de 6 MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, para o colimador X fixo em 10
cm e o colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm.
38
Comparação Referência x TLD 15 MV
-2,0
-1,0
0,0
1,0
2,0
3,0
10° 15° 30° 45° 60°
Ângulo do Filtro Dinâmico
Desvi
o P
ercen
tual
5 x 10 10 x 10 15 x 10 20 x 10
Figura 22. Desvios percentuais entre as medidas efetuadas com câmara de
ionização, por um trabalho de referência [2], e com TLDs para o potencial acelerador de 15
MV, os ângulos de 10°, 15°, 30°, 45° e 60°, para o colimador X fixo em 10 cm e o
colimador Y em 5 cm, 10 cm, 15 cm e 20 cm.
39
5. CONCLUSÕES
Os resultados deste trabalho mostram que o uso de TLD é factível e viável para a
avaliação do parâmetro fator filtro dinâmico.
Os resultados mostram ainda, que a verificação do fator filtro dinâmico com TLD
pode ser mais uma ferramenta de controle para o físico da instituição, sempre que seja vista
como uma intercomparação independente dos controles dosimétricos rotineiros.
As discrepâncias entre os diferentes valores de referência podem estar relacionadas
a fatores estruturais do colimador, estando, portanto, de acordo com a literatura consultada
no referente à necessidade da verificação periódica do fator filtro dinâmico.
A verificação com TLD’s, não pode, em hipótese alguma, substituir a verificação
com câmara de ionização nos controles de qualidade, embora esta técnica possua uma
acurácia adequada.
De acordo com os resultados obtidos neste trabalho, recomenda-se a incorporação
da verificação do fator filtro dinâmico ao conjunto de parâmetros analisados pelo sistema
de avaliação postal do PQRT, visto que sua eficácia foi por este comprovada.
40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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28. ABNT, INMETRO, Guia para a expressão da incerteza de medição, 3ª edição
brasileira em língua portuguesa – Rio de Janeiro, 2003.
44
APÊNDICES
APÊNDICE A. SISTEMA DE AVALIAÇÃO POSTAL PARA POTENCIAIS
ACELERADORES ENTRE 4 E 18 MV
INSTRUÇÕES GERAIS PARA A IRRADIAÇÃO DOS TLDs
Material Necessário:
Objeto simulador de água com dimensões mínimas de 28 cm x 28 cm x 30 cm
(profundidade = 30 cm);
Nível de bolha.
A seguir detalhamos, passo a passo, os procedimentos de irradiação dos TLDs
relativos a cada teste. As folhas F-2 apresentam instruções para o preenchimento da tabela
de dados de irradiação e algumas recomendações adicionais.
Pedimos para manusear o suporte e o braço com muito cuidado !
ATENÇÃO: Todos os TLDs devem ser irradiados no mesmo dia.
1. Posicione o fantoma sobre a mesa de tratamento e encha-o com água até cerca de 5
cm da borda.
2. Certifique-se que o gantry e o colimador do irradiador estejam a 0o.
3. Posicionamento do sistema: O suporte deve ser afixado na lateral do fantoma de
modo que fique à direita do gantry (figura 1). Para aparelhos de 60
Co ou
aceleradores com feixes de fótons de até 9 MV, o braço deve ser colocado no 4o
orifício do suporte, contado da linha guia para baixo (a posição que garante uma
profundidade de 5 cm). Caso o equipamento seja um acelerador com feixe de
fótons acima de 9 MV, coloque o braço de acrílico no 5o orifício do suporte a partir
da guia (a posição que garante uma profundidade de 10 cm). Todo TLD, quando
posicionado, deverá estar apontando para o gantry.
45
Figura 1. Posicionamento do Sistema.
4. Coloque o suporte em umas das laterais do fantoma de modo que os orifícios do
braço apontem para o gantry do irradiador. Fixe o suporte com os parafusos tendo o
cuidado de apertá-los somente o necessário à fixação.
5. Nivele o fantoma de água sobre a mesa de tratamento.
6. Ajuste o nível da água de tal maneira que a superfície coincida com a linha guia
marcada no suporte. É importante que o nível esteja bem junto à guia, a fim de
evitar erros no posicionamento da distância fonte superfície (DFS) ou distância
fonte eixo (DFE).
7. Coloque um tamanho de campo de 10 cm x 10 cm.
8. Coloque a DFS ou DFE de calibração do irradiador (80 ou 100 cm).
9. Posicionamento dos TLDs no braço do suporte: todo TLD é encaixado no
orifício do braço através de sua tampa. Não é necessário que a tampa do TLD
seja inserida até o final do orifício. Insira apenas o suficiente para a fixação do
mesmo. Para a retirada do TLD puxe-o pela tampa e não pelo corpo a fim de
que a tampa e a cápsula não se separem, fazendo com que o pó TL seja
espalhado na água. Toda vez que se colocar um novo TLD, verifique a
horizontalidade do mesmo bem como a centralização no campo.
46
10. Dosímetro TL de referência: Insira o TLD-4 no orifício central do braço de
acrílico. Confira, visualmente, a horizontalidade do TLD. Tomando-o como
referência, centralize o sistema utilizando o reticulado e os lasers de maneira que o
centro do campo coincida com o centro do TLD. Veja a Figura 2.
11. Irradie o TLD-4 com uma dose de 200 cGy.
12. Escreva o valor da dose com duas casas decimais (Ex: 200,37 cGy ou 199,92 cGy),
o tempo (ou unidades de monitor – U.M.) de irradiação no quadro correspondente
da tabela da folha e o valor do percentual de dose profunda (PDP) utilizado no
quadro da tabela da folha F-2 respectiva ao irradiador.
13. Uma vez irradiado, retire o TLD-4 e coloque-o no respectivo quadro da folha dos
TLDs, F-1.
14. Verificação da simetria e planura: Posicione os TLDs 5a, 5b, 5c, 5d e 5e,
respectivamente nesta ordem a partir da extremidade livre do braço, conforme as
Figuras 3 e 4. Verifique, visualmente, a horizontalidade de cada TLD.
15. Irradie a série de TLD-5 concentrando uma dose de 200 cGy no TLD-5c (o
central), ou seja, a mesma do TLD-4.
16. Escreva o valor da dose com duas casas decimais e o tempo (ou U.M.) de irradiação
no quadro correspondente na tabela da folha F-2 respectiva ao irradiador.
47
Figuras 2 e 3. Posicionamento do TLD-4 (esquerda) e dos TLDs : 5a, 5b, 5c, 5d e 5e.
(direita). As figuras mostram como o sistema é visto quando se está entre o gantry e o
fantoma.
Figura 4. Posicionamento dos TLDs: 5a, 5b, 5c, 5d e 5e.
17. No momento da retirada dos TLDs é muito importante mantê-los na mesma ordem
para colocá-los nos respectivos quadros da folha F-1.
18. Verificação do fator de transmissão do filtro em cunha: Posicione no colimador
o filtro mais utilizado na rotina diária de tratamento.
19. Posicione o TLD-6 no orifício central e confira sua horizontalidade visualmente.
20. O TLD-6 deverá ser irradiado com o mesmo TEMPO ou U.M. com que foram
irradiados os TLDs anteriores ! Caso seu irradiador permita colocar o filtro nas
posições IN, OUT, RIGHT ou LEFT, utilize RIGHT e LEFT para irradiar o TLD-6.
Dessa forma, não será necessário girar o colimador (passos 21 e 22).
48
21. Gire o colimador a 90o e irradie o TLD com a metade do tempo ou metade das U.M.
utilizadas para fornecer 200 c Gy ao TLD-4. IMPORTANTE : Se o tempo ou as
U.M. utilizadas não forem divisíveis por 2, utilize dois valores consecutivos que,
somados, resultem no total. Exemplo: Para o caso de um aparelho de 60
Co onde o
tempo para dar 200 c Gy seja de 1,17 minutos, irradie com o colimador a 90o por
um tempo de 0,58 minutos e depois, com o colimador a 270o, irradie durante 0,59
minutos. Se for um acelerador em que sejam necessárias 235 U.M. para 200 cGy,
irradie primeiro com 117 U.M. e depois com 118 U.M.
22. Agora gire o colimador a 270o e irradie o TLD com a outra metade do tempo (ou
U.M.). Veja as Figuras 5 e 6.
23. Coloque o tipo de filtro e o fator filtro utilizado no quadro da tabela da folha F-2.
24. Coloque o colimador novamente a 0o e retire o filtro utilizado.
25. Retire o TLD-6 e coloque-o no respectivo quadro na folha F-1 dos TLDs.
Figuras 5 e 6. Posicionamento do TLD-6 a 90o (esquerda) e 270
o (direita).
26. Verificação do fator bandeja lisa: Pegue o TLD-7, coloque-o no orifício central e
confira sua horizontalidade visualmente (Figura 7).
27. Coloque a bandeja lisa utilizada na rotina do serviço.
28. Irradie o TLD-7 com o mesmo TEMPO (ou U.M.) com que foi irradiado o TLD-4.
49
29. Coloque o valor do fator bandeja lisa utilizado e o tempo de irradiação (ou U.M.) no
quadro da tabela da folha F-2 relativa ao feixe.
30. Retire o TLD-7 e coloque-o no respectivo quadro da folha F-1 dos TLDs.
31. Retire a bandeja lisa.
32. Verificação da dose no campo retangular: Coloque o tamanho de campo
especificado na tabela da folha F-2 relativa ao feixe.
33. Calcule o tamanho de campo equivalente e os valores de PDP e FAC (fator abertura
de colimador) para esse campo. Informe-os no respectivo quadro da tabela da folha
F-2, assim como o tempo ou U.M. utilizado.
34. Posicione o TLD-8 no orifício central e confira sua horizontalidade visualmente
(Figura 8).
35. Irradie o TLD-8 com uma dose de 200 cGy.
36. Retire o TLD-8 e coloque-o no respectivo quadro na folha F-1 dos TLDs.
37. Os TLD-9 e TLD-10 serão irradiados conforme uma das opções a seguir,
dependendo do tipo de irradiador.
Figuras 7 e 8. Posicionamento do TLD-7 e do TLD-8.
INSTRUÇÕES ESPECÍFICAS PARA IRRADIAÇÃO DOS DOSÍMETROS TL
50
Opção II: ACELERADOR LINEAR com Feixe de Fótons entre 4 e 9 MV.
38. Coloque novamente um campo de 10 cm x 10 cm.
39. Verificação de dose em profundidade: Coloque o braço no 5o orifício do suporte
contado a partir da guia, de forma a apresentar 10 cm de profundidade.
40. Posicione o TLD-9 no orifício central do braço e verifique sua horizontalidade
visualmente.
41. Irradie o TLD-9 com a mesma U.M. utilizada no TLD-4 (Figura 9).
42. Anote o valor da dose correspondente, além do valor de seu PDP na profundidade de 10
cm nos quadros correspondentes da tabela na folha F-2 AL 4-9 MV.
43. Retire o TLD-9 e coloque-o no respectivo quadro da folha F-1.
44. Verificação da qualidade do feixe de fótons (D20/D10): Coloque o braço no 6o orifício
do suporte, contado da guia para baixo, de forma a apresentar 20 cm de profundidade.
45. Posicione o TLD-10 no orifício central do braço e verifique sua horizontalidade
visualmente.
46. Irradie o TLD-10 com as mesmas U.M. com que foi irradiado o TLD-4 (Figura 10).
47. Anote o valor de dose correspondente a essas condições de irradiação além do valor de
seu PDP na profundidade de 20 cm nos quadros correspondentes da tabela na folha F-2
AL 4-9 MV.
48. Retire o TLD-10 e coloque-o no respectivo quadro da folha F-1.
49. Com cuidado, retire o braço e o suporte, seque-os e coloque-os na caixa junto às folhas
F-1 e F-2 AL 4-9 MV.
51
Figuras 9 e 10. Posicionamento do TLD-9 e do TLD-10.
INSTRUÇÕES ESPECÍFICAS PARA IRRADIAÇÃO DOS DOSÍMETROS TL
Opção III: ACELERADOR LINEAR com Feixe de Fótons entre 10 e 18 MV .
38. Coloque novamente um campo de 10 cm x 10 cm.
39. Verificação de dose em profundidade e qualidade do feixe de fótons (D20/D10):
Coloque o braço no 6o orifício do suporte, contado da guia para baixo, de forma a
apresentar 20 cm de profundidade.
40. Posicione o TLD-9 no orifício central do braço e verifique sua horizontalidade
visualmente.
41. Irradie o TLD-9 com as mesmas U.M. com que foi irradiado o TLD-4 (Figura 11).
42. Anote o valor de dose correspondente a essas condições de irradiação além do valor de
seu PDP na profundidade de 20 cm nos quadros correspondentes da tabela na folha F-2
AL 10-18 MV.
52
43. Retire o TLD-9 e coloque-o no respectivo quadro da folha F-1.
44. Com cuidado, retire o braço e o suporte, seque-os e coloque-os na caixa junto às folhas
F-1 e F-2 AL 10-18 MV.
Figura 11. Posicionamento do TLD-9 a 20 cm de profundidade.
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