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MARX E A HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO:
UM DEBATE SOBRE MÉTODO E IDEOLOGIA
(texto preliminar para apresentação no Seminário de Pesquisa do
IE/UFRJ)
Maria Mello de Malta1
Rodrigo Castelo
INTRODUÇÃO
Quando toca o sinal que anuncia o final dos cursos de apresentação
do pensamento de Marx, o Livro IV de O Capital ainda não foi lido e,
muitas vezes, nem mesmo mencionado. Neste texto vamos abordar
exatamente esta parte da referida obra – mais conhecida pelo título de
Teorias da Mais-valia – pois acreditamos que compreender o trabalho
de Marx em sua totalidade implica em entender o papel integrado de
seu estudo crítico da história do pensamento econômico (HPE).
O estudo do autor alemão da história do pensamento econômico
(HPE) perpassa toda sua obra, especialmente depois de seu contato
com o trabalho de Engels Esboço de uma Crítica da Economia Política
publicado no primeiro e único número dos Anais Franco-Alemães, de
fevereiro de 1844. Naquele período se completou a convergência do
que Lênin (1913) chamaria de as três fontes e as três partes
integrantes do marxismo, o socialismo francês, a filosofia alemã e a
economia política inglesa2.
1 Maria Mello de Malta e Rodrigo Castelo são ambos pesquisadores do LEMA/IE/UFRJ. Este texto é baseado em aulas preparadas para o curso Economia Política Marxista, oferecido pelo LEMA no âmbito do Programa Latino-americano de educação a distância (PLED). Os autores agradecem aos companheiros Mauro Iasi (ESS/UFRJ e NEP 13 de maio) e Luis Carlos Scapi (NEP 13 de maio) pelo debates acerca da temática apresentada a seguir, porém sem responsabiliza-los por quaisquer dos problemas que possam ter permanecido no trabalho. 2 “A doutrina de Marx é onipotente porque é exata. É completa e harmoniosa, dando aos homens uma concepção, integral do mundo, inconciliável com toda a superstição, com toda a reação, com toda a defesa da opressão burguesa. O marxismo é o sucessor legítimo do que de melhor criou a humanidade no
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Nesta época Marx realizou seu primeiro estudo de economia política.
Este trabalho completo foi posteriormente publicado em 1932 sob o
nome de Manuscritos Econômico-Filosóficos, também conhecidos como
Manuscritos de Paris.
A leitura dos Manuscritos é muito importante para a identificação do
processo que articula a evolução do pensamento de Marx com seus
estudos da HPE. É a partir da sua relação com os textos da economia
política clássica que o autor alemão dá corpo, no campo das idéias, a
sua percepção, já constituída por meio da prática política, do papel
central que a categoria trabalho tem no entendimento da sociedade
capitalista, elemento que marcará definitivamente sua obra.
No seu trabalho de redação de O Capital, Marx se dedica longamente
ao estudo dos autores clássicos e seus contemporâneos no campo da
economia política. Neste processo elaborou um imenso manuscrito
entre 1861 e 1863 onde constam as notas que foram referência para a
construção de Teorias da Mais-Valia, bem como os temas que se
transformaram nos livros I e III de O Capital.
Teorias da Mais-Valia é a maior e mais elaborada parte do referido
manuscrito, composto de 23 cadernos, com páginas numeradas de 1
a 1472. Aquele trabalho, também publicado sob o título de Uma
História do Pensamento Econômico, compreende os cadernos VI a XV e
o XVIII, além de mais umas 40 páginas espalhadas pelos cadernos
XX, XXI, XXII e XXIII (Rubin, 1929). Embora Marx tenha se dedicado,
naquele manuscrito, de forma mais abrangente e mais completa
exatamente a essa análise crítica das idéias dos economistas que lhe
precederam ou eram seus contemporâneos, acabou destinando-a a
ser o livro IV, o último, de O Capital.
Esta decisão de Marx parece ter fortalecido uma interpretação usual
de que a economia política clássica seria algo considerado
século XIX: a filosofia alemã, a economia política inglesa e o socialismo francês. Vamos deter-nos brevemente nestas três fontes do marxismo, que são, ao mesmo tempo, as suas três partes constitutivas.” (Lenin, 1913, p.1)
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definitivamente superado por ele, e neste sentido uma HPE, como
aquele que ele realizara, que buscasse reconstituir criticamente os
caminhos lógicos dos economistas políticos clássicos, não passaria de
uma curiosidade de eruditos. É exatamente esta interpretação que
pretendemos questionar.
A CONSTRUÇÃO DA INTERPRETAÇÃO CINDIDA ENTRE A HPE DE
MARX E SUA OBRA
De nosso ponto de vista, a idéia de que Marx teria rechaçado as
contribuições científicas da economia política inglesa enquanto base,
ainda que crítica, para os seus desenvolvimentos teóricos, origina-se
muito mais da influência da interpretação dominante de que o
trabalho de história do pensamento econômico não é parte do corpo
de desenvolvimento os novos caminhos da ciência, do que proveniente
de um estudo aprofundado do papel da HPE de Marx na totalidade de
sua obra.
Porém, como já dissemos há elementos importantes na própria
história de publicação das obras de Marx que possam ter dado espaço
para a instalação de tal interpretação como verdadeira. Já
mencionamos a decisão de Marx em posicionar seu estudo de HPE
como o livro IV de O Capital, mas ainda podemos destacar outra
questões.
Mais um elemento de reforço a esta concepção se deu por conta da
forma pela qual Teorias da Mais-Valia fora publicada. A primeira
edição do livro IV foi feita por Kautsky entre 1905-1910, portanto
mais de dez anos depois da publicação do livro III e mais de quarenta
anos depois do livro I. Além de carregar o distanciamento temporal do
restante da obra, tal versão foi posteriormente muito criticada em
virtude de seu editor ter alterado a organização dos temas conforme
indicados por Marx; a versão kautskiana também continha erros de
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interpretação associados a incompreensão da caligrafia do autor,
supressões injustificáveis de passagens do manuscrito, erros de
tradução para o alemão de passagens registradas originalmente em
outras línguas e alterações na terminologia empregada por Marx.
Assim, uma nova publicação da obra se fez necessária. Porém esta só
ocorreu cinco décadas depois, a partir do trabalho de duas décadas
realizado por pesquisadores da ex-União Soviética que se dedicaram a
estudos e investigações daquele manuscrito. O objetivo deste projeto
era levar ao público a obra seguindo os originais deixados por Marx,
além de sua orientação básica de ordenar as idéias de acordo com o
lugar que ocupavam no desenvolvimento do processo histórico, o que
não coincide necessariamente com a cronologia dos autores e obras
considerados em seu estudo. Dessa forma, Teorias da Mais-Valia
ganhou sua versão russa completa entre 1954 e 1961, enquanto a
versão alemã apareceu entre 1956 e 1962, marcando uma distância
de quase um século entre estas versões e a publicação do livro I. Note-
se, também, que boa parte do debate crítico à obra marxiana já havia
sido desenvolvido quando se tornou pública a versão mais completa
do trabalho de Marx sobre HPE.
Os problemas na publicação de Teorias da Mais-Valia, seja pela
demora de sua publicação, seja pela forma de apresentação de seu
conteúdo, não são os únicos motivos pelos quais esta parte do
trabalho de Marx fora sistematicamente colocado em segundo plano.
A visão mais tradicional de HPE a trata, conforme já afirmamos, como
uma curiosidade de eruditos, um relato conclusivo de “erros
passados” e muitas vezes até “um apêndice incômodo que precisa ser
neutralizado” (Tolipan, 1982, p.5). Não raro, foi visto assim também o
trabalho de Marx sobre o tema.
No entanto, possuímos uma outra perspectiva sobre esta questão.
Consideramos que o conhecimento da HPE é essencial para uma
compreensão aprofundada da economia política, e ainda mais
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importante no que se refere ao sistema teórico desenvolvido pelo
revolucionário alemão. Não foi a toa que, antes de escrever a sua
própria teoria, Marx estudou meticulosamente uma rica literatura
econômica, produto do trabalho de várias gerações de economistas
europeus entre os séculos XVII e XIX. Desde sua primeira página, O
Capital é carregado de referências a autores anteriores a sua obra e a
cada passo de sua exposição, tanto em texto como em nota de rodapé,
Marx apresenta pensamentos valiosos de economistas importantes da
história do pensamento até então estabelecida. Independentemente do
quão rudimentar ou ingênua seja uma idéia econômica, Marx adota
uma postura diante daquelas obras de atenção completa e análise
diligente, valorizando-as como uma preciosa semente que possa ter
passado despercebida a uma primeira vista.
O tratamento atento e paciente que Marx deu a seus predecessores
não é para ser tomado como um capricho diletante de um especialista
em escritos econômicos antigos, mas como o caminho de acesso ao
seu laboratório do pensamento. A partir da publicação dos Grundrisse
– publicado em alemão entre 1939-1941 – e, particularmente, das
Teorias da Mais-Valia este caminho se abriu. Assim, somos capazes
de compreender como cada breve referência a Smith, Ricardo ou outro
economista que Marx distribuiu entre as notas de rodapé de O
Capital, é um resumo parcimonioso de pesquisas altamente
detalhadas contidas naquela obra, o que as faz parte orgânica de seu
texto.
A partir desta perspectiva identificamos o quanto estava claro para
Marx o quão inseparável eram as tarefas de estudar os pensadores
anteriores e construir seu próprio sistema de pensamento. Podemos
ainda afirmar que o quanto mais profundamente penetrava no
trabalho dos clássicos, mais perto chegava de sua construção original.
O MÉTODO DE MARX PARA A HISTÓRIA DO PENSAMENTO
ECONÔMICO
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Ricardo Tolipan, um importante historiador brasileiro do pensamento
econômico, escreveu uma vez que fazer HPE é recuperar “o estímulo
acadêmico à imaginação teórica e à crítica irônica do dogma e deve-se
para isto analisar o modo de construção da ciência” (Tolipan, 1982,
p.10). Na leitura do trabalho de HPE de Marx podemos perceber esta
intenção.
O interesse de Marx era ir além do ponto de entender como as idéias
econômicas se desenvolvem a partir de sua própria lógica interna. Ele
quis conhecer os processos pelos quais certas formulações teóricas
foram sendo criadas em ambientes sociais específicos. Concebia o
conhecimento científico como um tipo de produto social, e rendeu-se
à importância de considerar os espaços concretos que organizavam
este conhecimento (Nunes e Bianchi, 1999).
Neste sentido, sua abordagem para estudar o pensamento econômico
constitui-se em encará-lo como resultado de um conjunto inseparável
de observação da realidade histórica e da visão de mundo sob a qual
esta observação se realiza. Sendo assim, não se pode operar com uma
distinção entre economia como análise pura e economia como visão
dos processos sociais da base material, sendo a primeira uma análise
isenta e a segunda aquela em que entram inevitavelmente tendências
e matizes ideológicos, tal como Schumpeter (1954) trabalha. “Tal
distinção não pode ser sustentada porque a teoria econômica, na
medida em que se pretende como afirmação substancial sobre as
relações reais da sociedade, não pode deixar de incorporar a intuição
histórica, a perspectiva e a visão social de mundo, em sua formulação
e no próprio ato de julgamento do seu grau de realismo” (Dobb, 1977,
p.52).
Desta forma, o seu método de pesquisa da HPE combina o estudo do
período histórico de referência (amplamente explorado no livro I de O
Capital) com um estudo da teoria econômica elaborada até então, de
modo a compreender a produção intelectual resultante destas
influências. Esta perspectiva tem como princípio o materialismo
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histórico, em contraponto com o idealismo hegeliano. O idealismo de
Hegel afirma ser possível existir idéias provenientes de um “espírito
absoluto” sem a necessidade de uma base material que as origine.
Marx, por sua vez, anota que as idéias de uma época são expressão
intelectual das relações sociais vigentes com todas as contradições e
as influências herdadas da história da política.
Em A Ideologia Alemã (1846) Marx e Engels apresentam um raciocínio
sintético que relaciona o pressuposto materialista com sua base
histórica, afirmando que foram “forçados a começar constatando que
o primeiro pressuposto de toda a existência humana e, portanto, de
toda a história, é que os homens devem estar em condições de viver
para poder ‘fazer história’. Mas, para viver, é preciso antes de tudo
comer, beber, ter habitação, vestir-se e algumas coisas mais. O
primeiro ato histórico é, portanto, a produção dos meios que
permitam a satisfação destas necessidades, a produção da própria
vida material, e de fato este é um ato histórico, uma condição
fundamental de toda a história, que ainda hoje, como há milhares de
anos deve ser cumprida todos os dias e todas as horas para manter os
homens vivos” (Marx e Engels, 1846, p.21). Donde concluem que a
existência precede a consciência.
Combinado com este pressuposto materialista está a lógica dialética,
esta sim incorporada de Hegel. A lógica de uma construção científica é
a forma de organizar o pensamento que a produz e nada impede que
argumentos científicos que sigam uma mesma lógica possam ter
pressupostos diferentes. A lógica dialética pretende superar a lógica
formal incorporando alguns de seus princípios. Por exemplo, a lógica
dialética também trabalha com identidade, porém a trabalha
enquanto identidade de contrários, ao invés da identidade como
contraponto à diferença, conforme faz a lógica formal (Iasi, 2007).
Interessa-nos, todavia, identificar alguns princípios gerais que
possam caracterizar a dialética. Em primeiro lugar, a lógica dialética
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busca o movimento próprio do objeto estudado, pois entende que para
se compreender qualquer objeto há que se captar seu movimento.
Uma forma não apenas é. Ela “era, é e tende a ser”, estando em
movimento contínuo. É necessário também compreender a
contradição presente em todos os objetos, pois é desta contradição
interna que depende o seu movimento. Portanto, toda estrutura é
uma união de contrários. Isto torna o movimento permanente, pois
cada forma traz em si o germe de sua superação, a sua contradição.
Desta maneira, cada forma pode ser ao mesmo tempo outra sem
deixar de ser o que é. Por isto pode ser representada como uma
identidade de contrários. Finalmente, o movimento se dá por
contradições que chegam a um ponto de ruptura no qual ocorre um
salto de qualidade. Neste momento surge uma nova forma, que
supera a antiga, mas carrega alguns de seus elementos, como
também se constitui em parte do germe que gerará a sua superação,
ou seja, sua negação. Note-se que esta última negação, será a
negação de uma negação da forma imediatamente anterior, portanto
uma negação da negação.
O próprio Marx já afirmou na famosa Introdução de 1857, que o
procedimento metodológico correto é iniciar a investigação pelo real,
pelo concreto, que é a pressuposição prévia e efetiva. No entanto,
afirma que graças a uma observação mais atenta, tomamos
conhecimento de que este processo é incompleto. Não basta observar
o concreto para desvelar suas partes constituintes. Assim, se
analisarmos somente o real como se apresenta em sua aparência,
teríamos uma representação caótica do todo.
É necessário apreendermos intelectualmente o real. A questão reside
no método de apreensão da realidade concreta. Segundo Marx, o
cientista social dispõe do poder de abstração para analisar com
profundidade a realidade, chegar ao seu âmago constituinte. Desta
forma, passaríamos do concreto a abstrações cada vez mais tênues
até atingirmos as mais simples determinações. Ao chegarmos a este
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ponto teríamos que fazer a viagem de volta até chegarmos ao
concreto, agora não mais como uma representação caótica do todo,
porém como uma rica totalidade de determinações e relações diversas.
Neste caso, o concreto é concreto porque é a síntese de múltiplas
determinações, isto é, uma unidade do diverso.
Por isso o concreto aparece no pensamento como síntese, como
resultado e não como ponto de partida, ainda que seja o ponto de
partida efetivo e, portanto o ponto de partida também da intuição e da
representação. No método exclusivamente analítico, usado pelos
economistas políticos, a representação plena se perde em
determinações abstratas; no método dialético marxiano, que une
análise e síntese, as determinações abstratas conduzem à reprodução
do concreto, agora compreendido, por meio do pensamento.
Marx nos ensinou que foi por este motivo que os idealistas dialéticos,
como Hegel, caíram na ilusão de conceber o real como resultado do
pensamento, identificando na idéia a origem de tudo. Nesta visão, o
pensamento aprofundar-se-ia em si mesmo, de forma independente
da realidade, implicando que seria no campo ideal que ocorreriam as
grandes mudanças e os grandes movimentos. Alerta-nos, no entanto,
que caminhar no sentido da síntese, ou seja, do abstrato ao concreto,
é a maneira de proceder para se apropriar do concreto, para
representá-lo como concreto pensado, ou seja, para compreendê-lo.
Porém este não é, de modo nenhum, o caminho de determinação de
sua origem. A origem, o pressuposto, é a existência. É ela que
determina a essência.
Além do próprio trabalho de Marx, os textos, por exemplo, de Vladimir
Lênin (vários escritos), Henri Lefebvre (1969) e Lucien Goldman (1956)
sobre a dialética nos mostram uma variedade de formas de apresentá-
la. Não pretendemos dar origem a uma nova explicação à lógica
dialética, até porque todos os autores citados realizaram trabalhos
que jamais superaríamos. Nosso objetivo é fazer com que o leitor
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perceba como o próprio método de Marx abre o espaço para
incorporação da dimensão da história na elaboração da ciência. O
momento histórico existe em sua dupla face: a materialidade das
relações sociais e sua expressão superestrutural. Por isso afirma que
a cada tipo de apresentação das formas de produção e reprodução
material da existência humana correspondem formas específicas de
estruturação social, além de valores e formas de apreensão da
realidade.
Fazer a história do pensamento econômico é compreender as formas
de apreensão da realidade econômica estruturada em cada tempo
histórico, fundamentalmente embebida em valores da época. Sendo
assim, o autor alemão não apenas admite a presença da visão social
de mundo na elaboração da ciência econômica, como também a revela
inseparável desta.
Marx pretendeu explicitar as formas existentes, em sua época, da
expressão das relações de produção e reprodução da vida, como
histórica e socialmente determinadas, diferentemente do que fizeram
os economistas políticos clássicos, que as naturalizaram. De seu
ponto de vista, não é entendendo as formas de pensamento que se
entende a história, mas é compreendendo a história, movida pela luta
de classes, que se compreende as formas de pensamento.
Se o método de Marx se estrutura incorporando a história como parte
essencial de sua formulação, não há como ignorarmos o papel da
história do pensamento econômico na formulação crítica da economia
política clássica que Marx pretendeu realizar. A construção intelectual
de Marx é uma composição que segue seu método e que carrega
dentro de si a economia política inglesa, sem com isso se tornar parte
dela, pois lhe agrega contradições (teóricas, históricas e política) que
dão origem ao movimento de seu pensamento sobre economia política.
A QUESTÃO DA IDEOLOGIA
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Afirmamos até agora que, de acordo com o próprio método utilizado
por Marx, a história do pensamento econômico por ele elaborada é
parte componente de seu pensamento. Há ainda um outro caminho
de afirmação do mesmo ponto de vista que amplia nosso debate para
além do campo do marxismo, abrindo uma batalha no âmbito da
própria tradição da história do pensamento econômico.
A visão mais tradicional da história do pensamento econômico é
essencialmente referenciada em Schumpeter (1954) a partir de sua
separação analítica fundante dos possíveis caminhos para se estudar
a HPE. Na concepção de Schumpeter, a história da análise econômica
se refere à história da “evolução” dos modelos analíticos de base para
a teoria econômica; a história dos sistemas de economia política
considera a seqüência temporal dos conjuntos de políticas
econômicas que os autores sustentam sob princípios normativos
unificadores; e finalmente a história do pensamento econômico seria a
soma total das opiniões e desejos referentes a assuntos econômicos,
especialmente relativos à política governamental, que correm pelo
espírito público em determinado tempo e espaço. A sua perspectiva
sustenta que a história da análise econômica concentra o que é
fundamental para o estudo da história da teoria, na medida em que é
um recorte “limpo” das influência ideológicas presentes nas outras
partes do pensamento econômico.
Além do que já está apontado quanto a construção do próprio método
de pesquisa de Marx o trabalho deste autor afirma abertamente uma
posição contrária a esta apresentada em Schumpeter (1954). No
clássico 18 de Brumário de Luis Bonaparte (1851), Marx afirma que
“os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como
querem, não fazem sob as circunstâncias de sua escolha e sim sob
aquelas com que se defrontam diretamente, ligadas e transmitidas
pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como
um pesadelo o cérebro dos vivos” (Marx, 1851, p.21).
Coloca-se então a pergunta de como a tradição de todas as gerações
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mortas oprime os vivos. Apresenta-se, assim, a questão da ideologia
para o nosso debate.
Se a existência determina a consciência como é que mortos oprimem
vivos? O ponto é exatamente que as idéias não apenas existem, mas
se materializam na forma dos elementos da superestrutura,
influenciando diretamente os elementos da base econômica. Ou seja,
as representações teóricas não são somente reflexo passivo da base
econômica, mas ajudam a determinar as configurações da própria
base.
A superestrutura política e jurídica e a consciência social são
representação muito concreta da forma histórica com que os seres
humanos se relacionam com a natureza e entre si. Apesar dos
elementos superestruturais serem uma expressão, uma noção
determinada intelectualmente, de certa conjuntura histórica, também
a condicionam e, por longo tempo, perpetuam as formas de relação
dominantes naquele período histórico. O pensamento econômico faz
parte da consciência social de sua época e deve ser reconhecido
enquanto tal.
Na seção 15 do capítulo IV de Teorias da Mais-Valia, Marx escreve que
“para observar a conexão entre produção intelectual e a material, é
fundamental antes de tudo apreender esta não como categoria geral,
mas como forma histórica definida. Assim, por exemplo, ao modo de
produção capitalista corresponde a produção intelectual de espécie
diferente daquela do modo de produção medieval. Se não se concebe a
própria produção na forma histórica específica, é impossível entender
o que é característico na produção intelectual correspondente e a
interação entre ambas” (Marx, 1905, p.267, grifos no original).
É bastante evidente que os modos de produção duram mais tempo
que as vidas individuais dos seres humanos. O mesmo ocorre com
sua produção intelectual. Assim, mortos assombram vivos por meio
da reprodução dos sistemas de relações sociais que incluem estrutura
e superestrutura.
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Considerando estas observações de Marx, vale a pena fazermos uma
pequena digressão sobre a concepção de ideologia. Inicialmente
podemos dizer que a expressão ideologia é comumente considerada
um sinônimo para conjunto de idéias. Se ideologia é apenas um
conjunto de idéias, se quisermos manter nosso pressuposto
materialista, coloca-se em questão quais são as relações sociais que
estão representadas neste conjunto de idéias.
A resposta mais comum é que as idéias são de uma época.
Expressam, portanto, um determinado período histórico. Como já
discutimos, a cada época histórica corresponde uma forma de
produzir e reproduzir relações sociais e a vida, porém é possível que
em cada época convivam formas diferentes de se realizar esta tarefa
social fundamental. Qual então será a forma considerada a
diferenciadora e a definidora daquele período específico?
Imediatamente pensamos: é claramente aquela maneira que for a
mais comum, a dominante. Assim, se a forma de produzir e
reproduzir a vida que representa uma época é aquela dominante,
também as idéias que a representarão serão as dominantes.
Levando em conta que a primeira forma de apresentação da
consciência social é o senso comum, fruto da alienação, por meio da
qual os indivíduos tomam as idéias instituídas como sua própria
consciência, então o conjunto de idéias dominantes de uma época se
torna sua ideologia, quando se utiliza da alienação para dominação. A
ideologia dominante é, portanto, a expressão ideal das relações
materiais dominantes.
Segundo Michael Löwy (1985), quando Marx encontra pela primeira
vez o termo ideologia nos debates da primeira metade do século XIX,
este está sendo usado no sentido de especulação metafísica que
ignorava a realidade. Ideologia ganha assim o sentido de ilusão, falsa
consciência, concepção idealista na qual a realidade é invertida e as
idéias aparecem como motor da vida real. Seria neste sentido que
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Marx utilizaria o termo em A Ideologia Alemã.
A partir desta conceituação Marx indica que o papel da ideologia é
formular concepções das relações sociais existentes nas quais elas
apareçam invertidas, naturalizá-las, obscurecer sua essência para
poder justificá-las, apresentando um interesse particular como
universal e criar o espaço para a manutenção da dominação. Para se
contrapor à ideologia, na concepção de nosso autor, existe a ciência. A
ciência teria o papel de compreender, revelar e historicizar as relações
sociais existentes, para com isso desinverter sua forma de
apresentação e abrir espaço para o questionamento da dominação.
No livro 18 de Brumário, Marx amplia o conceito de ideologia e fala
das formas ideológicas através das quais os indivíduos tomam
consciência da vida real. Ele as enumera como sendo a religião, a
filosofia, a moral, o direito, as doutrinas políticas, entre outras. Löwy
nos diz que “para Marx, claramente, ideologia é um conceito
pejorativo, um conceito crítico que implica ilusão, ou se refere à
consciência deformada da realidade que se dá através da ideologia
dominante: as idéias da classe dominante são as ideologias
dominantes na sociedade” (Löwy, 1985, p.12).
O conceito de ideologia segue um longo percurso na tradição marxista
e vai sendo modificado em cada nova acepção. Lênin e Gramsci são os
mais famosos autores marxistas que formulam novas concepções em
torno no termo ideologia. Neste sentido, não é simples abrir uma
discussão sobre ideologia em Marx sem se deixar influenciar pelo
andamento da discussão marxista. Afinal, estamos aqui afirmando
que a produção intelectual de cada época vai ser assombrada pelas
idéias e pela história que a precedeu e que lhes são contemporâneas.
Buscando respeitar o sentido que Marx deu ao termo ideologia,
gostaríamos aqui de usar um recurso didático estabelecendo dois
conceitos distintos para o nosso trabalho: ideologia e visão social de
mundo. O conceito de visão social de mundo se diferenciaria daquele
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de ideologia por não carregar em si o objetivo de dominação, porém
mantém a noção de historicidade e de perspectiva social em seu
significado. Neste sentido, ideologia e visão de mundo seriam
conceitos muito próximos, cuja única diferença seria o sentido de
dominação que o primeiro possuiria.
Tal recurso nos serve para afirmar que a Marx não escapa que a
ciência não tem como se separar da visão de mundo daquele que a
formula, sem implicar que todo cientista tenha um projeto de
dominação por trás de seu trabalho, ainda que alguns o possam ter.
Em sua crítica a Henri Storch, economista político francês da
primeira metade do século XIX, o posicionamento de nosso autor é
bem direto, pois afirma que:
“da forma específica da produção material resulta: 1)
determinada estrutura da sociedade e 2)
determinada relação dos homens com a natureza. As
duas determinam o governo e a visão intelectual dos
homens. Em conseqüência, também o gênero da
produção intelectual”. (Marx, 1905, p.267)
Neste contexto, Marx denuncia a incapacidade de Storch de
compreender a produção intelectual, até porque este autor a define
como associada às atividades profissionais relacionadas com a classe
dominante, sem compreender que estas últimas existem e se definem
especificamente naquela determinada estrutura histórica por ele
vivenciada. A partir disso Marx conclui que um historiador das idéias
que não concebe a própria produção material no domínio histórico e a
ultra-generaliza, priva-se da única base que o possibilitaria entender
os componentes ideológicos da classe dominante e ainda a produção
intelectual crítica a esta formação social.
A HISTÓRIA DO PENSAMENTO ECONÔMICO, POR KARL MARX
16
O trabalho de HPE de Marx é revolucionário em sua época dada a
complexidade de seu método e a sua consciência de que boa parte da
produção intelectual sobre economia não passava de uma produção
ideológica que rompia o compromisso científico. Neste sentido, o
estudo detalhado de autores das mais variadas origens e influências
era o caminho para reconstituir a linha científica da economia
política. Por isso, Marx fez questão de diferenciar os economistas
políticos clássicos dos economistas vulgares. Esta diferenciação está
presente no posfácio da 2ª edição alemã e em algumas notas de
rodapé de O capital, porém é mais claramente exposta no item 5 do
Adendo à terceira parte de Teorias da Mais-Valia.
Neste ponto de seu trabalho o autor alemão está se questionando
sobre as formas de apresentação de como são formados os preços das
mercadorias pelos clássicos e pelos vulgares. Marx aponta que os
clássicos buscam a identificação da origem dos rendimentos do
capital, do trabalho e da terra no reino da produção. Neste processo
acabam por identificar contradições nas relações sociais e no próprio
pensamento por eles construído, enfrentando as dificuldades de se
produzir ciência. Os economistas vulgares procuraram dar uma
aparência suave ao processo por meio do qual surgem os diferentes
tipos de rendimento. Preferiram falar em juros, ao invés de lucros,
para desconectar a relação entre produção e o rendimento do capital.
Acabaram por intencionalmente se tornarem apologetas e realizaram
tentativas extenuantes de apagar a existência das idéias que
contivessem contradições. O caminho de distanciamento da ciência
vai se tornando tão evidente que autores como Frederic Bastiat,
contemporâneo de Ricardo, vão recorrer a explicações divinas para
dar conta da origem da renda da terra, bem como se utilizam de
argumentações morais e religiosas para explicar a diferença existente
na distribuição da propriedade privada. Com este tipo de recurso os
economistas vulgares rompem inclusive com o projeto
liberal/iluminista de construção de uma ciência cujo modo de
entendimento da ordem econômica e social pretendia expulsar
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definitivamente a explicação divina de seu seio.
Marx, porém, realizava uma obra de crítica à economia política, o que
significava que os economistas clássicos não estavam salvos da
virulência de seus argumentos. A questão da economia política
clássica estava em outro âmbito. Havia sim um compromisso em
explicar a realidade no trabalho daqueles autores. Porém, não
estavam interessados em verificar como cada uma daquelas formas
sociais que estudavam haviam se materializado da exata maneira em
que se apresentavam para eles. Todos aqueles autores tomavam cada
um dos objetos que analisavam como premissas dadas, pontos de
partida inquestionáveis. Assim, “a falha dos economistas clássicos era
que não concebiam a forma básica do capital, isto é, a produção
desenhada para se apropriar do trabalho de outras pessoas, como
uma forma histórica, mas como uma forma natural da produção
social; a análise levada a frente pelos próprios economistas clássicos
acabou por pavimentar o caminho para a refutação desta concepção.”
(Marx, 1905, p. 1538, grifos no original)
A preocupação principal da obra de história do pensamento
econômico de Marx não era um confronto dos métodos em si. A
abertura de Teorias da Mais-Valia já nos indica o corte analítico
crítico por meio do qual será feito o trabalho de HPE de Marx. Em sua
Observação Geral, que consta no início do livro IV de O Capital, afirma
que todos os economistas incorrem no erro de não examinarem a
mais-valia enquanto tal, pura, mas nas formas especiais de lucro e de
renda fundiária. Sendo assim, torna-se explícito que estudar o
pensamento econômico para Marx tinha como função compreender as
formulações teóricas anteriores com o objetivo de identificar seus
limites, fazer a crítica e desenvolver sua própria teoria neste processo
de estudo.
As questões que buscou estudar nos clássicos podem ser
identificadas na longa lista de capítulos e adendos, todos divididos em
inúmeros subitens, que formam o livro IV. Apesar dos 24 capítulos e
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26 adendos, os temas perseguidos por Marx são poucos e bem
articulados: a abordagem da origem e da distribuição da renda, do
lucro, dos juros e dos salários em articulação com a questão do valor,
bem como a concepção do processo de acumulação e com ela as
noções da composição orgânica do capital e da produtividade. Não é
coincidência que estes sejam os mesmos temas presentes nos três
primeiros livros de O Capital, nos quais Marx expõe a sua própria
explicação crítica para a produção e reprodução do sistema
capitalista.
A pesquisa de HPE elaborada por Marx seguiu a estrutura teórico-
conceitual apresentada no pensamento econômico, primordialmente
científico, produzida entre os séculos XVII e XIX. Nela mapeou-se os
principais debates que Marx considerou fundamentais para construir
sua própria contribuição interpretativa e que são alguns dos
principais temas da economia política marxista até os dias atuais.
Teorias da Mais-Valia ganha este título porque busca identificar como
tantos autores se aproximaram da questão da mais-valia sem
identificá-la em sua complexidade. O conceito de excedente é a
primeira formulação que indica a presença de uma reprodução de
riqueza em volume maior que aquela que fora necessária para
produzi-la. Deste ponto de partida iniciam-se as questões sobre de
onde vem esta riqueza e, associada a ela, a pergunta sobre para quem
deve ir tal riqueza. As respostas a estas questões originárias do
projeto da economia política estão mapeadas desde as contribuições
de William Petty, dos fisiocratas e de David Hume passando, por
Adam Smith, James Steuart, chegando a David Ricardo, Rodbertus,
Thomas Malthus, Robert Torrens, James Mill e seu filho John Stuart
Mill. Nenhuma delas satisfaz a Marx, por isso se tornam sua
referência crítica.
Neste sentido, a proposta de leitura da HPE por Marx é parte
essencial de sua construção crítica. Estudar a forma de apreensão da
realidade capitalista expressa pelos cientistas sociais de sua época era
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o caminho de acesso à compreensão histórica dos problemas se sua
época. Sem abrir mão de ser um homem do seu tempo, Marx introduz
a contradição no pensamento dominante com que se confrontara e
constrói uma síntese única que se expressa em sua forma de
interpretação das relações sociais vigentes.
CONCLUSÃO
O Capital em seus quatro livros é o resultado do esforço de Marx de
propor uma nova leitura da realidade estrutural e superestrutural em
que vivia, abrindo a perspectiva de um questionamento das formas de
organização da produção e reprodução da vida no capitalismo e com
ela das idéias que a representam. Sua pesquisa da HPE é parte
constitutiva deste projeto, especialmente porque esta representa a
consciência e a ciência social do sistema que buscava compreender e
superar.
Esta compreensão integrada do trabalho de Marx torna fundamental
a tarefa de estudar a história do pensamento econômico elaborada
por ele, tanto para o entendimento contextualizado de sua obra,
quanto para inserí-lo de maneira adequada da HPE. Nosso autor é um
pensador do seu tempo, com os limites e as possibilidades que sua
visão de mundo abriram para ele. Também, como todo grande
cientista de seu tempo, contribuiu de maneira crítica para elaborar
uma interpretação do capitalismo. Tal interpretação permanece como
referência fundamental para compreender atualidade. Afinal, por mais
tempo que tenha passado entre a produção intelectual de Marx e os
dias de hoje, a ordem histórica vigente permanece sendo a ordem
capitalista.
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