tese - estudo cefalometrico de classe iii
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Tânia Keiko Akimoto
ESTUDO CEFALOMÉTRICO COMPARATIVO EM
JOVENS BRASILEIROS PORTADORES DE MÁ OCLUSÃO
DE CLASSE III DE ANGLE
MARÍLIA 2004
Tânia Keiko Akimoto
ESTUDO CEFALOMÉTRICO COMPARATIVO EM
JOVENS BRASILEIROS PORTADORES DE MÁ OCLUSÃO
DE CLASSE III DE ANGLE
Dissertação apresentada à Universidade de Marília -
UNIMAR, Faculdade de Ciências Odontológicas, para a
obtenção do Título de Mestre em Clínica Odontológica,
Área de concentração em Ortodontia.
Orientador: Prof. Dr. Paulo César Tukasan
Co-orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy
MARÍLIA 2004
Akimoto, Tânia Keiko A315e Estudo cefalométrico comparativo em jovens brasileiros portadores de má oclusão de classe III de Angle / Tânia Keiko Akimoto. – Marília:UNIMAR, 2004. f. 190 Dissertação (Mestrado). – Faculdade de Ciências Odontológicas da Universidade de Marília, Unimar, 2004.
1. Ortodontia 2. Cefalometria 3. Classe III 4. Prognatismo mandibular 5. Retrognatismo maxilar 6. Diagnóstico I. Akimoto, Tânia Keiko II. Estudo cefalométrico comparativo em jovens brasileiros portadores de má oclusão de Classe III de Angle.
CDD – 617.643
Reitor: Dr. Márcio Mesquita Serva
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Pró-Reitor: Prof. Dr. Sosígenes Victor Benfatti
Faculdade de Ciências Odontológicas
Diretor: Dr. Valdir Gouveia Garcia
Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica
Área de Concentração em Ortodontia
Coordenador: Prof. Dr. Sosígenes Victor Benfatti
Orientador: Prof. Dr. Paulo César Tukasan
Co-orientador: Prof. Dr. Acácio Fuziy
BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO
(TÂNIA KEIKO AKIMOTO)
“ESTUDO CEFALOMÉTRICO COMPARATIVO EM JOVENS BRASILEIROS
PORTADORES DE MÁ OCLUSÃO DE CLASSE III DE ANGLE”
Banca Examinadora
Profª. Drª. Heloísa Cristina Valdrighi – UNIARARAS – Araras-SP
Assinatura:......................................................................................
Prof. Dr. Acácio Fuziy – UNIMAR – Marília-SP
Assinatura:......................................................................................
Prof. Dr. Paulo César Tukasan – UNIMAR – Marília-SP
Assinatura:......................................................................................
Data da Defesa: 10/12/2004
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho especialmente ...
A Deus, ...Pela alegria deste momento e por todo conhecimento que me possibilitou adquirir. ...Que a cada dia eu possa encontrá-Lo, no sorriso dos meus semelhantes, na grandeza do pôr-do-sol e no encanto de um novo amanhecer. Que todas as minhas preces possam ser ouvidas, e mesmo que não sejam atendidas imediatamente eu possa saber que não foi em vão Te entregar o meu caminho. E que meu espelho possa ser o reflexo de todas as bênçãos enviadas por Ti. Aos meus queridos e amados pais,
Massuo e Marico ... Que sempre me incentivaram desde os primeiros passos no caminho do conhecimento e sempre me fizeram perceber que a vida é um eterno aperfeiçoamento. Sei que sou a síntese do melhor de vocês. Que seus sonhos se completarão a cada dia com a realização de meus ideais. Não importando o tempo, a distância e nem mesmo a eternidade. Sei que guardo em mim o melhor exemplo e as lembranças mais especiais, que contribuíram para que este momento de minha carreira profissional fosse uma grande conquista. E acima de qualquer coisa uma retribuição a tudo que vocês investiram em mim. Até mesmo todas as palavras são poucas para expressar meu verdadeiro amor e gratidão. Obrigada! Aos meus queridos irmãos, Lucy, Aldo, Luciene, e Wilson, Vocês fazem a diferença em minha vida, sempre me incentivando. Agradeço toda atenção, amizade e apoio, com os quais eu sempre pude contar. Com muito carinho e gratidão. Aos meus amados sobrinhos, Alberto e Jackeline, que sempre tiveram em mim um referencial e que sempre terão meu apoio incondicional tanto em suas vidas pessoais como profissionais.
Ao meu querido cunhado, Pedro , pela atenção e apoio que sempre demonstrou, com sua sensibilidade e extrema educação que me possibilitaram conhecer novos horizontes. À minha querida Érika... Metade E que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que eu anseio... E que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca... Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio... Que a música que soa longe seja linda ainda que tristeza... Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada mesmo que distante... Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade... Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor, apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem mudado de sentimento... Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo... Que essa minha vontade de ir embora, se transforme na calma e na paz que eu mereço... Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada... Porque metade de mim é o que penso, e a outra metade é um vulcão... Que o medo da solidão se afaste ... que o convívio comigo mesmo se torna ao menos suportável... Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso que me lembra o internato na infância... Por que metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei... Não que seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito... E que o teu silêncio me fale cada vez mais... Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço... Que a arte nos aponte uma resposta mesmo que ela não saiba... E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer... Porque metade de mim é a platéia e a outra metade é canção... E que a minha loucura seja perdoada... Porque metade de mim é Amor... e a outra metade... também.
Oswaldo Montenegro O meu mais sincero reconhecimento, Ao meu orientador, Professor Doutor Paulo César Tukasan pelos conhecimentos que foram compartilhados e pela especial atenção, paciência e dedicação que fizeram com que fosse possível a conclusão deste trabalho. Acreditando que sempre o mestre se realiza nas conquistas de seus discípulos, aqui empenho meu conhecimento e profissionalismo. Sabendo o quanto foi importante passar por mais esse desafio e que o conhecimento foi capaz de iluminar novas oportunidades para o meu crescimento profissional e humano. Obrigada por estar sempre me auxiliando e acima de tudo por compartilhar seus conhecimentos com o carinho e a atenção que somente os grandes mestres dispensam aos seus discípulos. O meu mais sincero agradecimento,
Ao Coordenador do Curso de Pós-Graduação em Ortodontia, nível Mestrado, Professor Doutor Acácio Fuziy ...que participou da elaboração deste trabalho contribuindo para enriquecer ainda mais meus conhecimentos. Que no decorrer desta nova fase profissional, eu possa utilizar todo conhecimento que compartilhamos nessa caminhada, que apesar de breve, foi de grande aprendizado. Meus agradecimentos ao seu apoio, amizade e dedicação.
Aos bons Amigos,
... que tanto contribuíram para que eu pudesse concretizar meus sonhos, a todos vocês os meus agradecimentos pelos momentos que participaram dos meus sorrisos, dividiram lágrimas e plantaram sementes em minha história. Porque nesta vida tenho a certeza de que todos os que se encontram deixam um pouco de si e levam um pouco de nós. Sou a síntese de todos esses sentimentos bons, transcritos em grandes momentos e celebrados em eternas recordações.
AGRADECIMENTOS
Os mais sinceros agradecimentos À UNIMAR, na pessoa do Digníssimo Reitor Professor Doutor Márcio Mesquita Serva, que por meio de seu trabalho e dedicação nos proporciona um contato mais intenso com o mundo do conhecimento. Tornando esta Instituição de Ensino mais dinâmica e produtiva, sendo um expoente de peso na vida profissional e acadêmica de todos que por aqui passaram.
Ao Digníssimo Professor Doutor Sosígenes Victor Benfatti, Pró-Reitor e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Clínica Odontológica, pela competência com que me proporcionou conhecimentos específicos nos mais diferentes segmentos, reconhecendo que o saber é sempre eternizado quando é compartilhado com novos especialistas e mestres, que no decorrer do tempo tornam-se discípulos naturais daqueles que possuem a sabedoria eterna. Ao Digníssimo Professor Doutor Valdir Gouveia Garcia, Diretor da Faculdade de Ciências Odontológicas da Universidade de Marília, por todos os momentos que esteve acompanhando e engrandecendo com seus conhecimentos o excelente nível de ensino desta instituição; Aos Professores Doutores do Curso de mestrado em Ortodontia, “um sonho que se sonha sozinho é somente um sonho, mas sonho que se compartilha, torna-se realidade”. Obrigada por compartilharem o melhor de vocês;
Ao Professor Doutor Júlio Araújo Gurgel, pela atenção e carinho, sabendo que o melhor da vida é que cada pessoa que passa em nosso caminho deixa um pouco de si e leva um pouco de nós; Ao Professor Doutor Sebastião M. R. Carvalho, que ao passarmos por mais essa etapa no caminho do conhecimento nosso profissionalismo nos conduza a novos horizontes. Obrigada por todo seu empenho e dedicação; Ao Professor Doutor Luis Anselmo Mariotto, pela prestimosa contribuição na correção no exame de qualificação; Aos Professores da Graduação, do Curso de Odontologia, pela transmissão de conhecimentos e por todas às vezes, que estivemos reunidos em nome do saber; Aos Alunos da Graduação em Odontologia da Universidade de Marília, por de certa forma, fazerem parte de meu aprimoramento profissional; Aos Professores da disciplina de Odontopediatria do Curso de Graduação de Odontologia da Universidade de Marília, em especial à Professora Regina Kazue Morihisa, que por meio da sua gentileza nos faz lembrar que em cada sorriso de uma criança encontramos um motivo a mais para plantármos boas sementes para o futuro. A todos vocês o meu muito obrigada;
Ao Professor Doutor José Eduardo Corrente, pela paciência e atenção na realização da Análise Estatística dos resultados deste trabalho; À Professora Carla Salati Almeida Ghirello Pires, Coordenadora do Curso de Fonoaudiologia do Centro Universitário de Maringá — CESUMAR, pelo incentivo e por todas às vezes que me auxiliou para que mais esta etapa da minha carreira profissional pudesse ser concluída; À Professora Blacy Cella Gulfier, Coordenadora do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade Adventista Paranaense — FAP, pela paciência e compreensão a mim depositada durante o desenvolvimento deste trabalho; Às minhas queridas fonoaudiólogas e amigas Ana Paula Labigalini, Ângela Narciso e Gláucia Maruiti, pela amizade, carinho e apoio depositados em mim, por essa jornada profissional, minha gratidão e admiração; Ao Professor Wilson de Matos Silva, Magnífico Reitor do Centro Universitário de Maringá — CESUMAR, pelo investimento e incentivo científico, durante o desenvolvimento deste trabalho. Pois através de seu exemplo e dinamismo sempre trilhou novos caminhos e possibilitou a muitas pessoas o acesso ao conhecimento e ao aperfeiçoamento educacional; Aos meus Alunos da Graduação em Fonoaudiologia do Centro Universitário de Maringá — CESUMAR e da Faculdade Adventista Paranaense — FAP, que por meio deles encontrei estímulo e inspiração para aprimorar meu conhecimento científico;
Aos meus Alunos de Pós-Graduação em Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares, pelo apoio e reconhecimento que sempre me serviram de estímulo para buscar cada vez mais conhecimento. Sabendo que a cada dia teremos novos desafios e novas conquistas; À minha querida Amiga de todas as horas Eliane Franqui Barbiero. Obrigada por sua amizade e sinceridade que sempre me motivaram nessa caminhada de aperfeiçoamento profissional e pessoal. Sinto-me cada vez mais privilegiada por desfrutar de sua convivência e carinho; Aos meus queridos amigos Gustavo e Andréia Grilli, que me apoiaram nessa jornada, minha amizade e gratidão;
Aos amigos do Mestrado, Após este período de convivência sabemos que mais uma etapa de nosso aprimoramento profissional foi vencida. Certamente, em nossas vidas teremos vários discípulos, que seguirão o caminho que estaremos indicando. Que todos vocês possam saber que contribuíram para deixar minha vida ainda mais completa. Com carinho, minha homenagem aos amigos: Vera Parelli, José Walmer de Oliveira, Edmilson Kaneshima, Marcus Danilo Siqueira, Marcos Eduardo Guilherme, Thomas Piacsek, Rosilaine Pacífico, Renata José, Marcello Semaan, José Antônio Caricati, Décio Hissanaga, Clóvis Tsubono, Fabrício Machado, César Antonio Bigarella. Em especial... Roberto Giogi Takayama, grande amigo, que aos poucos foi capaz de me cativar, provando que grandes amizades são realmente presentes divinos. Obrigada Rô, pois você me provou que tudo realmente é possível quando acreditamos em nossos objetivos;
José Badaoui Sahyon, que por meio do conhecimento, nossa vida profissional e nossa amizade se fortaleça cada dia mais. Obrigada Bão, por todos os momentos difíceis que passamos juntos e pela sua imensa compreensão; Silvio Zílio, obrigada por sua confiança, amizade e disponibilidade, que entre esses conhecimentos que adquirimos nesse período, a amizade seja a cada dia uma prioridade em nossas vidas. Obrigada por tudo; À minha Amiga Ivana Martins, minha sincera admiração pelo dom da palavra, tornando este trabalho uma preciosidade. Meus agradecimentos pela sua amizade, dedicação, apoio e cuidados para com a minha felicidade pessoal e profissional; À Roselene Faker, minha amiga e assessora direta para assuntos profissionais, minha mais sincera e eterna gratidão pela paciência, atenção e cuidados para com o meu desempenho profissional durante a realização desse trabalho; À Fabiana Alvares, que em pouco tempo provou ser a pessoa ideal para auxiliar na minha luta diária profissional, minha gratidão e amizade; À Luciana Bisco Ferreira, obrigada pelo auxílio nas traduções de artigos, para a realização deste trabalho; À Isabel Cristina Villan pelo auxílio na versão do resumo para língua inglesa; À Professora Valéria Bitar Marques pela especial atenção depositada na realização da revisão o texto;
Ao Antonio Marcos Ferreira, pela colaboração no campo da informática, tornando palpável a realização desse trabalho; Ao Alex Fabiano Garcia pela colaboração no campo visual; Aos Funcionários da ROM — Radiologia Odontológica de Marília, obrigada pelos serviços prestados durante a realização deste trabalho; Aos Amigos Dr. Benedito Villela de Andrade Júnior e Dra. Sandra Mara Perin Villela de Andrade, pela colaboração e empenho na elaboração da documentação fotográfica deste trabalho; Aos Funcionários da Pós-Graduação, em especial a Andréia Infante Hermínio, obrigada pela atenção, dedicação e amizade que demonstrou no transcorrer desse trabalho; Ao Sr. Ademir Borges Rodrigues, que sempre esteve à disposição colaborando e ajudando no que foi possível. Minha gratidão e amizade; Enfim, a todos aqueles que contribuíram, direta ou indiretamente, para realização deste trabalho, os meus mais sinceros agradecimentos...
RESUMO
Resumo
No presente estudo foram analisadas 67 telerradiografias em norma lateral,
de jovens brasileiros de ambos os gêneros, na faixa etária entre 10 e 17 anos, que
não receberam tratamento ortodôntico, divididos em dois grupos: Grupo Classe III,
com 39 telerradiografias em norma lateral de indivíduos portadores de má oclusão
Classe III, sendo 16 do gênero feminino e 23 do gênero masculino; e o Grupo
Controle, com 28 telerradiografias, em norma lateral, de indivíduos portadores de
oclusão clinicamente aceitável, sendo 15 do gênero feminino e 13 do gênero
masculino, amostra obtida no município de Marília-SP. Foram empregadas
medidas cefalométricas derivadas das análises cefalométricas de USP,
McNamara e Ricketts, com o intuito de determinar os componentes craniofaciais e
dentários envolvidos no estabelecimento da má oclusão de Classe III. O objetivo
também foi determinar os valores das grandezas cefalométricas dos grupos
estudados, o seu relacionamento entre si, a tendência de crescimento facial e a
presença do dimorfismo entre os gêneros. Os resultados demonstraram que
esqueleticamente, no Grupo Classe III, a maxila apresentou-se retruída em
relação à base do crânio e diminuída em seu comprimento, a mandíbula
apresentou-se protruída em relação à base do crânio, e aumentada em seu
comprimento; dentariamente, os incisivos superiores apresentaram-se
vestibularizados e protruídos, os incisivos inferiores apresentaram-se lingualizados
e retruídos; o padrão de crescimento facial apresentou-se com tendência de
crescimento vertical; e funcionalmente, as vias aéreas superiores apresentaram-
se normais, houve a presença de dimorfismo entre os gêneros para as grandezas
cefalométricas: Co-A, Co-Gn, SN.GoGn, e Eixo Facial, e as demais grandezas
não apresentaram significância estatisticamente para o Grupo Classe III.
Palavras-chave: 1. Ortodontia; 2. Cefalometria; 3. Classe III; 4. Prognatismo mandibular; 5. Retrognatismo maxilar; 6. Diagnóstico.
ABSTRACT
Abstract
In the present study we analysed 67 lateral teleradiographies of male and
female young Brazilians from the city of Marília (SP), with chronological ages
ranging from 10 to 17 years that haven’t received orthodontic treatment. The
examined material comprised two series: (1) the Class III Malocclusion Group with
39 films subdivided into 2 samples – 16 female and 23 male individuals and the
Control Group with 28 films of individuals with clinically acceptable occlusion also
subdivided into 2 samples – 15 females and 13 males. Among the several
cephalometric techniques available, in this study the USP and the McNamara &
Ricketts analysis were chosen with the purpose to disclose whether this
malocclusion was related to mandibular prognathism, maxilar retrognathism or
both, considering that this kind of malocclusion is not restricted only to dental
dysplasia. The purpose was also to determine the cephalometric measurement
values and their relationships, the facial growth tendency and indicate the
occurrence of dimorphism between males and females. The results showed that
concerning to the skeleton in the Class III Group the maxilla was retruded relating
to the cranial base and decreased on its length while the mandible was protruted
related to the cranial base and increased on its length. Dentally the upper incisors
were vestibular positioned and protruded and the inferior incisors were lingually
positioned and retruded. The facial growth standard presented vertical growth
tendency even though there was no airway impairment and dimorphism occurred
between male and female individuals considering the cephalometric
measurements Co-A, Co-Gn, SN.GoGn and facial axis although the other
measurements were not statistically significant for the Class III Group.
Key Words: 1. Orthodontics; 2. Cephalometry; 3. Class III; 4. Mandibular prognathism; 5. Maxilar retrognathism; 6. Diagnosis.
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS
Lista de Símbolos e Abreviaturas
mm = milímetros cm = centímetros m = metros ° = grau
a = primeira et al. = e colaboradores % = por cento NS = não significante kV = kilovoltagem mA = miliamperagem DP = desvio padrão > = maior < = menor S = sela N = násio Or = orbitário Po = pório A = subespinhal
B = supramentoniano D = ponto D Pg = pogônio Gn = gnátio Co = condílio Ba = básio Ptm = ptérigomaxilar Nfa = nasofaringe anterior Nfp = nasofaringe posterior Bfa = bucofaringe anterior Bfp = bucofaringe posterior Go = gônio Me = mentoniano ENA = espinha nasal anterior ° C = grau centígrado perp = perpendicular + = mais ou menos FMA = Frankfort Mandibular Plane Angle AFAI = Altura Facial Ântero-Inferior IMPA = Incisor Mandibular Plane Angle
LISTA DE FIGURAS
Lista de Figuras
Figura 1-
Fotografias extrabucais frontal e lateral – Classe III 81
Figura 2-
Fotografia intrabucal frontal – Classe III
82
Figura 3-
Fotografias intrabucais vista lateral direita e esquerda – Classe III
82
Figura 4-
Fotografias intrabucais vista oclusal superior e inferior – Classe III
82
Figura 5-
Fotografias extrabucais frontal lateral – Oclusão clinicamente aceitável
83
Figura 6-
Fotografia intrabucal frontal – Oclusão clinicamente aceitável
84
Figura 7-
Fotografias intrabucais vista lateral direita e esquerda – Oclusão clinicamente aceitável
84
Figura 8-
Fotografias intrabucais vista oclusal superior e inferior – Oclusão clinicamente aceitável
84
Figura 9-
Estruturas anatômicas
88
Figura 10-
Pontos cefalométricos
92
Figura 11-
Linhas e planos cefalométricos
95
Figura 12-
SNA
96
Figura 13-
A-Nperp
97
Figura 14-
Co-A 98
Figura 15-
SNB 99
Figura 16-
SND
100
Figura 17-
Pg-Nperp
101
Figura 18-
Co-Gn
102
Figura 19-
SN.GoGn
103
Figura 20-
FMA
104
Figura 21-
Eixo Facial
105
Figura 22-
AFAI
106
Figura 23-
.NA
107
Figura 24-
-NA
108
Figura 25-
.NB
109
Figura 26-
-NB
110
Figura 27-
IMPA
111
Figura 28-
.NS
112
Figura 29-
Nfa-Nfp
113
Figura 30-
Bfa-Bfp
114
Gráfico 1- Box Plot para a variável SNA para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
135
Gráfico 2- Box Plot para a variável A-Nperp para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
136
Gráfico 3- Box Plot para a variável Co-A para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
137
Gráfico 4- Box Plot para a variável SNB para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
138
Gráfico 5- Box Plot para a variável SND para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
139
Gráfico 6- Box Plot para a variável Pg-Nperp para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
140
Gráfico 7- Box Plot para a variável Co-Gn para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
141
Gráfico 8- Box Plot para a variável SN.GoGn para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
142
Gráfico 9- Box Plot para a variável FMA para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
143
Gráfico 10- Box Plot para a variável Eixo Facial para o Grupo Classe
III e Grupo Controle
144
Gráfico 11- Box Plot para a variável AFAI para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
145
Gráfico 12- Box Plot para a variável .NA para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
146
Gráfico 13- Box Plot para a variável -NA para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
147
Gráfico 14- Box Plot para a variável .NB para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
148
Gráfico 15- Box Plot para a variável -NB para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
149
Gráfico 16- Box Plot para a variável IMPA para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
150
Gráfico 17- Box Plot para a variável .NS para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
151
Gráfico 18- Box Plot para a variável Nfa-Nfp para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
152
Gráfico 19- Box Plot para a variável Bfa-Bfp para o Grupo Classe III
e Grupo Controle
153
LISTA DE TABELAS
Lista de Tabelas
TABELA 1- Comparação para as variáveis do Grupo Classe III,
para o primeiro e segundo momentos
121
TABELA 2- Comparação para as variáveis do Grupo Controle,
para o primeiro e segundo momentos
123
TABELA 3- Comparação para as variáveis do Grupo Classe III,
para os gêneros masculino e feminino
125
TABELA 4- Comparação para as variáveis Co-A, Co-Gn,
SN.GoGn, Eixo Facial, do Grupo Classe III
e Grupo Controle para o gênero feminino
127
TABELA 5- Comparação para as variáveis Co-A, Co-Gn,
SN.GoGn, Eixo Facial, do Grupo Classe III
e Grupo Controle para o gênero masculino
128
TABELA 6- Comparação para as variáveis do Grupo Controle,
para os gêneros masculino e feminino
130
TABELA 7- Comparação para as variáveis do Grupo Classe III
e Grupo Controle
132
SUMÁRIO
Sumário 1 INTRODUÇÃO 44 2 REVISÃO DA LITERATURA 49 3 PROPOSIÇÃO 78 4 MATERIAL E MÉTODO 80 4.1 Material 80 4.2 Método 85 4.2.1 Obtenção das telerradiografias 85 4.2.2 Elaboração do cefalograma 85 4.2.2.1 Desenho das estruturas anatômicas de
Interesse 86
4.2.2.2 Marcação dos pontos cefalométricos 89 4.2.2.3 Linhas e planos cefalométricos 93 4.2.3 Obtenção das grandezas cefalométricas e interpretação 96 4.2.4 Análise ou método estatístico 115 4.2.4.1 Avaliação do erro do método cefalométrico 115 4.2.4.2 Avaliação dos resultados 116 5 RESULTADOS 119 5.1 Análise do Cálculo do Erro para o Grupo Classe III 120 5.2 Análise do Cálculo do Erro para o Grupo Controle 122 5.3 Análise do Grupo Classe III 124 5.3.1 Comparação do Grupo Classe III com o Grupo Controle
para as variáveis Co-A, Co-Gn, SN.GoGn e Eixo Facial, para o gênero feminino
126
5.3.2 Comparação do Grupo Classe III com o Grupo Controle para as variáveis Co-A, Co-Gn, SN.GoGn e Eixo Facial, para o gênero masculino
127
5.4 Análise do Grupo Controle 128 5.5 Comparação do Grupo Classe III com o Grupo Controle 131 5.6 Distribuição gráfica 133 6 DISCUSSÃO 155 7 CONCLUSÃO 169 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 172 APÊNDICE 178 ANEXO 189
INTRODUÇÃO
Introdução 40
1 Introdução
Segundo Angle, em 1899, baseado na relação oclusal dos dentes,
classificou as más oclusões considerando o primeiro molar permanente superior
como chave para a oclusão. A má oclusão de Classe III foi caracterizada pela
relação mesial dos dentes inferiores em relação aos dentes superiores, ou seja, o
sulco mésio-vestibular do primeiro molar permanente inferior se relacionava
mesialmente com a cúspide mésio-vestibular do primeiro molar permanente
superior, definindo uma relação mesial da mandíbula em relação à maxila. Em
1907, na 7ª edição de seu livro, Angle relatou que a má oclusão de Classe III, se
desenvolvia de forma mais severa.
Em 1931, com o desenvolvimento do cefalostato, Broadbent e Hofrath
possibilitaram a padronização das telerradiografias e a cefalometria radiográfica
passou a ser um método com apoio científico no estudo do crescimento e
desenvolvimento craniofacial, visando não somente o sentido sagital, mas também
o vertical. A radiografia cefalométrica tornou-se imprescindível no estudo do
crescimento craniofacial, no diagnóstico, planejamento do tratamento e avaliação
dos casos tratados, além do que, complementou a classificação das más oclusões
proposta por Angle (1899), restringindo apenas as estruturas dentárias. Os termos
“prognatismo mandibular” e “má oclusão de Classe III”, não raramente, são
considerados como sinônimos na literatura odontológica, dando mais ênfase ao
Introdução 41
relacionamento oclusal do que à relação esquelética. Assim sendo, foram
apresentadas inúmeras análises cefalométricas para proporcionar informações
sobre a morfologia craniofacial adequando-a à parte dentária.
Em 1946, Tweed descreveu um método prático de tratamento e
prognóstico, por meio do plano horizontal de Frankfurt com o plano mandibular, e
no ano seguinte, a primeira análise cefalométrica foi desenvolvida por Wylie,
permitindo a avaliação ântero-posterior da maxila e mandíbula em tamanho e
posição. Em 1969, Ackerman e Proffit empregaram a classificação de Angle e
avaliaram cinco características da má oclusão e o seu relacionamento, como
alinhamento e simetria dos arcos dentários, tipos de perfil facial, problemas no
sentido ântero-posterior, transversal e vertical, dentro de um diagrama de Venn.
Segundo os autores, não sugeriram que o sistema de Angle fosse descartado,
mas, por meio da síntese de dois esquemas de classificação, de Angle e Venn,
com objetivo de superar as fraquezas principais do sistema de Angle e no auxílio
de visualização da complexidade da má oclusão, para um correto planejamento e
tratamento.
Estudos mais atuais, baseados em análises cefalométricas, mostraram que
a má oclusão de Classe III diferenciou do modelo clássico, ou seja, ocorreram
diversas combinações dos componentes esqueléticos e dentários, contribuindo
para a distinção do tipo de má oclusão de Classe III, visando a um direcionamento
do tratamento.
O desenvolvimento da oclusão foi considerado como o resultado das
interações entre os fatores geneticamente determinados, e vários fatores
ambientais externos e internos, incluindo a função orofacial. Pesquisas com
amostras em faixas etárias precoces garantiram que a má oclusão de Classe III,
Introdução 42
surgiu precocemente, à partir da dentadura decídua, e com características
observadas em muitas faces com uma aparência proeminente na Classe III.
Em 1997, Silva Filho, Magro e Ozawa declararam que a tendência média
encontrada para a morfologia facial de Classe III, incluiu o prognatismo
mandibular, a redução do comprimento maxilar, redução da convexidade facial e
um aumento na altura facial ântero-inferior, e baseado nisto, foi caracterizada por
uma real discrepância ântero-posterior entre as bases apicais.
Em geral, os ortodontistas concordaram que a má oclusão de Classe III,
constitui a má oclusão mais difícil de ser tratada, uma vez que este tipo de má
oclusão não se restringe apenas às displasias dentárias, sendo freqüentemente
acompanhadas por problemas esqueléticos e também mediante um
comprometimento da estética facial. As análises cefalométricas podem indicar se
a origem do problema foi devido ao prognatismo mandibular, à retrusão maxilar ou
uma combinação de ambos. Clinicamente, esses indivíduos apresentam um perfil
facial côncavo, uma retrusão na área nasomaxilar e uma proeminência no terço
inferior da face.
Com a evolução da Ortodontia, existem várias filosofias diferentes, mas não
se pode dizer qual seria a melhor, ou qual traria resultados mais vantajosos,
porém, atualmente muitas técnicas de tratamento estão disponíveis para o
profissional, por isso, é de fundamental importância à elaboração correta do
diagnóstico diferencial para a determinação dos componentes que estão
envolvidos na má oclusão, para que o tratamento seja direcionado seguindo as
necessidades do caso em questão. Logo, a proposta desse trabalho foi de
investigar cefalometricamente as características de determinadas estruturas
esqueléticas e dentárias, à partir de uma amostra do município de Marília-SP, de
Introdução 43
indivíduos portadores de má oclusão de Classe III, comparados aos indivíduos
com oclusão clinicamente aceitável.
REVISÃO DA LITERATURA
Revisão da Literatura 45
2 Revisão da Literatura
Angle (1899) com base na relação oclusal dos dentes, considerou o
primeiro molar permanente superior como a “chave” para a oclusão, classificando
assim as más oclusões. A classificação da má oclusão era, em relação a posição
ântero-posterior do primeiro molar superior, fator determinante para essa
classificação. Na oclusão considerada normal, a cúspide mésio-vestibular do
primeiro molar superior permanente oclui no sulco mésio-vestibular do primeiro
molar inferior permanente. Angle, baseado nesse princípio, classificou as más
oclusões em três tipos: Classe I, Classe II e Classe III, e nos casos da má oclusão
de Classe II, dividiu em 1ª e 2ª divisões, podendo se subdividir. Para a má
oclusão de Classe III, foi caracterizada pela relação mesial dos dentes inferiores
em relação aos dentes superiores, ou seja, o sulco mésio-vestibular do primeiro
molar inferior permanente posiciona-se mesialmente com a cúspide mésio-
vestibular do primeiro molar superior permanente.
Em 1900, na sexta edição do seu livro texto “Malocclusion of the teeth”,
Angle definiu a má oclusão de Classe III como o relacionamento mésio-distal
anormal dos arcos dentários, na qual a mandíbula e, conseqüentemente, os
dentes inferiores, ocluíam numa posição mesial ao normal, o correspondente à
largura de um pré-molar. Entretanto, na sétima edição do citado livro, em 1907,
Revisão da Literatura 46
Angle modificou sua definição para “uma posição mesial ao ideal de mais que a
metade de uma cúspide”.
Björk (1947) em seu trabalho, mediante à análise cefalométrica, em um
grupo de 603 indivíduos, sendo 322 indivíduos com 12 anos de idade e 281
adultos, ambos do gênero masculino, concluiu que o prognatismo foi a
característica que determinou a forma geral do perfil facial e distinguiu o
prognatismo facial do prognatismo alveolar, sendo que o primeiro refere-se ao
grau de protrusão das estruturas faciais em seu conjunto, e o segundo, à
proeminência dos processos alveolares além das bases ósseas. Com base no
grau de prognatismo, determinou quatro pontos para se medir o prognatismo:
1) prognatismo da base da maxila: ângulo formado pela linha anterior à base do
crânio (N-S) e a linha do perfil (N-ENA); 2) prognatismo alveolar superior: ângulo
formado pela linha anterior à base do crânio (N-S) e a linha (N-Pr); 3) prognatismo
alveolar inferior: ângulo formado pela linha anterior à base do crânio (N-S) e a
linha (N-infradental) e 4) prognatismo da base da mandíbula: ângulo formado pela
linha anterior à base do crânio (N-S) e a linha (N-Pg). Instituíram-se ainda
relações entre a arquitetura facial e a oclusão dos dentes, particularmente dos
incisivos, e concluiu que o grau variável de prognatismo de indivíduos do mesmo
grupo racial dependia da configuração da base do crânio, que era determinada
pelos ângulos Násio-Sela-Articular e Násio-Sela-Básio.
Wylie (1947) em seu estudo, por meio de telerradiografias, utilizou uma
amostra de indivíduos com idade média de 11 anos e 06 meses, o qual
apresentou uma análise cefalométrica capaz de avaliar a harmonia entre as partes
Revisão da Literatura 47
componentes do complexo craniofacial. Segundo o autor, as diversas
combinações entre as partes do conjunto crânio e face, consideradas
individualmente normais, poderiam formar uma combinação indesejável no
conjunto. Seu método de avaliação, por meio de diversas projeções em relação às
estruturas no plano de Frankfurt, permitiu investigar no sentido ântero-posterior, as
discrepâncias no tamanho das partes ósseas faciais, o qual torna possível uma
análise da displasia ântero-posterior, podendo ser zero, negativa ou positiva,
sendo que nos casos de prognatismo mandibular, essa contagem se torna
positiva.
Adams (1948) por meio de 140 telerradiografias em norma lateral realizou
um estudo com o objetivo de verificar se havia diferença no formato da mandíbula
nos vários tipos de má oclusão. Como resultado, o autor concluiu que nos casos
de má oclusão de Classe III, o ângulo goníaco apresentou-se aumentado, ângulo
gnátio apresentou diminuído, plano oclusal apresentou mais agudo com o bordo
inferior da mandíbula e a relação ântero-posterior do ramo foi significantemente
menor nos indivíduos em relação ao outro grupo.
Stapf (1948) avaliou 37 telerradiografias em norma lateral de indivíduos
diagnosticados clinicamente com má oclusão de Classe III, sem a preocupação
relacionada ao gênero, idade e severidade da má oclusão. O padrão Classe III foi
comparado com o padrão de oclusão normal, o qual constituiu de 31
telerradiografias em norma lateral de indivíduos com 08 anos de idade. As
diferenças na idade do padrão Classe III e oclusão normal foram
desconsideradas, uma vez que o autor considerou o padrão angular imutável após
Revisão da Literatura 48
os três meses de vida. O autor concluiu que as diferenças entre o padrão normal
e Classe III foram encontradas no ângulo formado pela sínfise e borda inferior da
mandíbula, sendo que o aumento nasal foi encontrado sendo da mesma
percentagem da altura total da face na Classe III, assim como no padrão normal
de 08 anos em (43%), ao passo que a porção mandibular do aumento da altura da
face inferior aumentou mais consideravelmente na Classe III, do que no padrão
normal, com menor contribuição da altura facial inferior pela maxila. Concluiu-se
que existem duas teorias que procuraram explicar o problema relacionado a essa
má oclusão, ou seja, o crescimento dá-se além dos limites normais e ocorre
alteração no padrão facial. Todos os indivíduos portadores de má oclusão de
Classe III têm um padrão facial distinto, a maior característica deles é o
alongamento facial, excedendo o normal em altura, o qual a representação do
padrão facial Classe III apresentou como sendo independente do gênero e idade.
Björk (1951a) por meio de estudos cefalométricos de seus trabalhos
anteriores, analisou a natureza do prognatismo facial em relação à oclusão
normal, em uma amostra de 603 suecos – 281 adultos e 322 crianças; e 400
indivíduos da Rodésia-África. O autor chegou à conclusão de que o prognatismo
facial poderia ocorrer em conseqüência de: 1) encurtamento da base do crânio; 2)
deflexão angular da base do crânio; 3) modificações na forma do esqueleto facial
como causa de uma diminuição no ângulo entre o ramo e a base craniana e 4)
aumento no comprimento da maxila e da mandíbula.
Björk (1951b) realizou um estudo cefalométrico com 1003 indivíduos, de
trabalhos anteriores, com o objetivo de determinar o grau de prognatismo facial.
Revisão da Literatura 49
Segundo o autor, o prognatismo aumentou durante o crescimento devido a uma
maior velocidade de aumento do comprimento das bases ósseas, comparados
com o crescimento da base craniana. Observou também que essa diferença das
bases ósseas era causada por alterações no tamanho e posição da maxila e
mandíbula.
Riedel (1952) realizou um estudo cefalométrico a partir de uma amostra
composta por radiografias cefalométricas de 52 indivíduos adultos com oclusão
excelente, na faixa etária de 18 a 36 anos; 24 indivíduos jovens com oclusão
excelente, na faixa etária de 07 a 11 anos; 32 indivíduos portadores de má
oclusão de Classe II, 1ª divisão, 10 indivíduos com Classe II, 2ª divisão, e 09
indivíduos com má oclusão de Classe III. O autor teve como intuito analisar a
posição ântero-posterior da maxila e mandíbula em relação à base do crânio. Não
houve diferença significativa na posição ântero-posterior da maxila em relação à
base do crânio em indivíduos com oclusão normal e má oclusão, mas notou-se
que existiu uma tendência da maxila se tornar mais prognata com o crescimento
quando o grupo mais jovem foi comparado com o adulto. A relação ântero-
posterior da mandíbula com a base craniana foi encontrada como sendo
significantemente diferente em indivíduos com oclusão excelente quando
comparada com indivíduos portadores de má oclusão, e a diferença da relação
ântero-posterior dos pontos A e B na maxila e mandíbula apresentou-se
significamente no grupo da má oclusão.
Sanborn (1955), com o intuito de determinar se existia ou não diferenças
significativas entre o padrão esquelético facial da má oclusão de Classe III e
Revisão da Literatura 50
oclusão normal, analisou uma amostra de 42 telerradiografias em norma lateral de
indivíduos adultos portadores de má oclusão de Classe III, leucodermas, sendo 26
indivíduos do gênero masculino e 16 indivíduos do gênero feminino, com idade
média de 21,83 anos. A amostra controle constituiu de 35 telerradiografias de
indivíduos adultos portadores de oclusão excelente, leucodermas, sendo 26
indivíduos do gênero masculino e 09 indivíduos do gênero feminino, com idade
média de 24,65 anos. Concluiu que a má oclusão de Classe III não implica em um
padrão dento-esquelético típico, que vários tipos de perfil esquelético estão
associados à má oclusão de Classe III, que a maxila da Classe III, tende a ser
menos prognata em comparação à oclusão normal, e a mandíbula na Classe III,
tende a ser mais prognata do que a normal, o ponto pogônio estava localizado
mais a frente na Classe III, em relação à base do crânio, a borda inferior da
mandíbula estava mais inclinada do que o normal, o ângulo goníaco era mais
obtuso na Classe III, o incisivo superior estava inclinado mais labialmente em
relação ao palato e plano oclusal na Classe III, e o incisivo inferior estava inclinado
mais lingualmente em relação à borda inferior da mandíbula e plano oclusal na
Classe III. Em relação ao comprimento do corpo mandibular e ramo mandibular
não houve diferença significante entre a Classe III e oclusão normal.
Mills (1966), com o propósito de avaliar as alterações que ocorriam nas
posições dos incisivos superiores e incisivos inferiores como resultados do
tratamento ortodôntico nos casos de má oclusão de Classe III, analisou 44
indivíduos com má oclusão de Classe III, com idade média inicial de 12 anos e 02
meses, e final 18 anos e 02 meses, e como grupo controle, 24 indivíduos com
idade média inicial de 13 anos e 10 meses, e final 18 anos e 11 meses. Como
Revisão da Literatura 51
resultados, concluiu que não houve nenhuma evidencia de que o tratamento da
má oclusão de Classe III tivera qualquer efeito permanente no padrão facial
esquelético, e que o melhor método de tratamento para a Classe III, suave, seria
inclinar os incisivos superiores e retroinclinar os incisivos inferiores de tal forma
que permanecessem numa posição muscular de equilíbrio.
Nouer (1966) em um estudo analisou 1523 jovens, sendo 754 do gênero
masculino e 769 do gênero feminino, divididos em leucodermas, melanodermas e
xantodermas, na faixa etária entre 07 e 12 anos. Com o intuito de determinar as
prevalências de oclusão normal e má oclusão de Angle, o autor concluiu que a
prevalência da má oclusão foi bastante elevada em relação à prevalência de
oclusão normal que se apresentou baixa, e, segundo a classificação de Angle, a
Classe I, apresentou-se com 91% dos casos, seguida a Classe II, com 8,5% dos
casos, e nos casos da má oclusão de Classe III, apenas 0,4% da amostra
analisada.
Björk (1969) em uma pesquisa com 100 jovens analisou a rotação
mandibular durante o crescimento por meio de um estudo longitudinal com
implantes metálicos. Sabendo que o sucesso do tratamento de algumas más
oclusões dependia do controle de alguns aspectos morfológicos da face, relatou
que a análise do crescimento consistia essencialmente na avaliação de três itens:
desenvolvimento da forma facial; sentido do crescimento facial e na média
individual de maturação. Dentre esses itens, encontrou maiores conhecimentos
sobre o padrão de crescimento mandibular e confirmou que o crescimento em
comprimento mandibular ocorreu essencialmente nos côndilos. A porção anterior
Revisão da Literatura 52
do mento mostrou-se estável, sem ocorrência de crescimento, o aumento na
espessura da sínfise, normalmente ocorreu pela aposição em sua porção
posterior. Quanto ao padrão de crescimento mandibular, geralmente se encontrou
caracterizado pela curvatura discreta para frente ou ocasionalmente para trás,
sempre acompanhada pela remodelação na região do ângulo goníaco e da
sínfise.
Horowitz, Converse e Gerstman (1969) com o intuito de analisar as
medições obtidas por meio de procedimentos univariados e multivariados,
realizaram um estudo mediante dois critérios: o desfiguramento facial no geral, no
qual a porção inferior da face era individualmente proeminente e a presença da
má oclusão de Classe III de Angle. Foram realizadas telerradiografias em norma
lateral de 52 indivíduos adultos com prognatismo mandibular, sendo 16 indivíduos
com mordida aberta e 36 sem mordida aberta, e como grupo controle, 15
indivíduos do gênero masculino e 15 indivíduos do gênero feminino, sem
tratamento ortodôntico prévio, com padrão facial normal e presença de Classe I de
Angle. Concluíram que a base craniana e o complexo maxilar são menores em
média no prognatismo mandibular. Ao passo que a mandíbula não é
significantemente maior no grupo Classe III, ela estava situada mais
anteriormente, e a altura facial difere nos casos de indivíduos com e sem mordida
aberta. Mostraram também que o prognatismo mandibular poderia ser
descriminado da população geral por meio de diferentes maneiras: tamanho da
base craniana, tamanho, forma e posição mandibular, e a posição maxilar.
Revisão da Literatura 53
Sassouni (1969) em seu estudo analisou as estruturas do complexo
dentofacial em que estas poderiam levar aos diferentes tipos faciais. A
permanente variação do tamanho, posição, forma e proporção do complexo
estrutural dentofacial têm influência na oclusão; e os dentes, músculos e ossos
interagem intimamente durante o crescimento aumentando ou mascarando as
deformidades dentofaciais iniciais. Classificou dois tipos principais de portadores
de desproporções verticais (mordida aberta e sobremordida profunda
esqueléticas) e desproporções ântero-posteriores (Classe II e Classe III
esqueléticas), e afirmou que seria síndrome com características que poderiam
criar determinada deformidade facial, tipos faciais de uma natureza
multidimensional de combinações e dimensões ântero-posteriores, sendo que na
maioria dos casos de má oclusão de Classe III, esquelética, a maxila encontra-se
diminuída em seu tamanho e a mandíbula encontra-se aumentada.
Dietrich (1970) em um estudo com 172 telerradiografias, em norma lateral
de indivíduos portadores de má oclusão de Classe III, dividiu em três níveis de
maturação baseado na erupção dentária: dentadura decídua, mista e permanente,
foram comparados com um grupo de indivíduos Classe I. Concluiu que na fase de
dentadura permanente 37,5% da amostra de Classe III, apresentou uma retrusão
maxilar, sem prognatismo mandibular, 31% dos casos apresentou prognatismo
mandibular com um posicionamento normal da maxila, 24% dos casos, com
maxila e mandíbula dentro do índice de variação normal de proeminência, 6% dos
casos apresentou uma retrusão maxilar e mandibular e 1,5% uma combinação de
retrusão maxilar com protrusão mandibular.
Revisão da Literatura 54
Horowitz e Doylie (1970) analisaram uma amostra composta de 718 jovens,
na faixa etária entre 10 e 12 anos, sendo que 397 jovens eram do tipo racial
melanodermas e 321 jovens, leucodermas. Os autores concluíram que na raça
negra, 76,8% apresentaram uma relação molar de Classe I, 11,4% dos jovens
apresentaram Classe II e apenas 6,3% dos jovens apresentaram má oclusão de
Classe III; e na raça branca, a prevalência de Classe I, foi de 53,6%, nos casos de
Classe II, foi de 33,6% e os jovens portadores de má oclusão de Classe III
apresentaram em 4,7% dos casos nos leucodermas.
Litton et al. (1970) propuseram em seu estudo diagnosticar o prognatismo
mandibular da má oclusão de Classe III, com a mandíbula em relação cêntrica, o
qual foram analisados 51 indivíduos portadores de má oclusão de Classe III,
sendo que 13% exibiram uma forte influência genética na transmissão da
Classe III. Os resultados não confirmaram o modo de transmissão autossômica
dominante simples, não confirmaram também a transmissão recessiva
autossômica simples. A explicação mais compatível parecia ser o método
poligênico de transmissão dependente de um limiar, além dos quais os indivíduos
estavam em risco. A possibilidade de diferentes métodos de transmissão existia
em diferentes famílias ou populações.
Rakosi (1970) analisou indivíduos portadores de má oclusão de Classe III,
por meio de um estudo cefalométrico, e agrupou dois tipos de má oclusão
Classe III: esquelética e funcional. Mediante aos resultados, o autor identificou na
má oclusão esquelética dois tipos de anomalias, sendo a mandíbula bastante
desenvolvida e com um subdesenvolvimento maxilar, e nos casos da má oclusão
Revisão da Literatura 55
funcional, três tipos foram diferenciados, sendo a pseudo Classe III, a má oclusão
verdadeira e a Classe III esquelética verdadeira com guia forçado devido às
posições dos incisivos superiores e inferiores.
Ridell, Söremark e Lundberg (1970) em um estudo com 58 indivíduos da
Escola de Odontologia da Universidade de UMEA, portadores de protrusão
mandibular, sendo 31 indivíduos do gênero feminino e 27 indivíduos do gênero
masculino, na faixa etária entre 18 e 35 anos, sendo a maioria com 23 anos de
idade, e como grupo controle, 92 estudantes de odontologia e assistentes
odontológicos, com padrão facial normal, sendo 48 indivíduos do gênero feminino
e 44 indivíduos do gênero masculino, na faixa etária entre 20 e 26 anos, tinham
como finalidade de medir e comparar algumas distâncias e ângulos nos indivíduos
com prognatismo e perfil facial normal, para descobrir quais desses mostraram
diferenças estatisticamente significantes entre indivíduos do gênero masculino e
feminino com prognatismo e normais. Os resultados mostraram que para todas as
diferenças observadas entre os grupos: normal e protrusiva, não ocorreram na
mandíbula diferenças significativas em relação à inclinação dos incisivos
superiores. Nos casos protrusivos, os incisivos inferiores apresentaram ângulos
maiores, se comparados ao normal, estando associados à protrusão ao passo que
a parte anterior da maxila não estava envolvida. A altura facial no gênero feminino
era menor e em relação à mandíbula, esta era menor que no gênero masculino.
Jacobson et al. (1974) com o intuito de identificar os vários tipos de padrões
esqueléticos da má oclusão de Classe III, analisaram telerradiografias em norma
lateral de indivíduos com má oclusão de Classe III, comparados com indivíduos
Revisão da Literatura 56
com oclusão normal, compararam também as mudanças de crescimento e
padrões esqueléticos prognatas entre indivíduos jovens e adultos. Na amostra de
Classe III, foram utilizadas 149 telerradiografias, sendo que 32 de indivíduos
adultos do gênero masculino e 34 do gênero feminino, além de 30 indivíduos
jovens do gênero masculino e 53 do gênero feminino, na faixa etária dos 06 aos
16 anos. Na amostra controle, 112 telerradiografias de indivíduos com oclusão
excelente, sendo que 22 indivíduos do gênero masculino eram adultos e 25 do
gênero feminino, 37 jovens do gênero masculino e 28 do gênero feminino, na faixa
etária dos 06 aos 16 anos. O padrão mais comum encontrado na má oclusão de
Classe III foi que a maxila estava dentro dos níveis normais de prognatismo, ao
passo que a mandíbula estava além desse nível. Aproximadamente um quarto da
amostra da Classe III mostrou uma relativa deficiência maxilar. A diferença mais
significativa entre a má oclusão de Classe III e a oclusão normal foi o ângulo ANB,
que poderia ser atribuído principalmente à mandíbula da Classe III ser mais
prognata. Também contribuiu para essa diferença a base anterior do crânio ser
mais curta na má oclusão de Classe III, que na rotação, tende a afetar uma
relativa deficiência maxilar. O ângulo goníaco apresentou-se mais obtuso, e a
dominância do crescimento mandibular foi demonstrada pela comparação dos
casos de má oclusão de Classe III em indivíduos jovens e adultos. Inclinações
incisais apresentaram mudanças como uma conseqüência desse crescimento. O
dimorfismo entre os gêneros estava principalmente refletido no gênero masculino
na Classe III, e embora as proporções craniofaciais dos casos de Classe III, no
gênero masculino e feminino se encontravam similares, os indivíduos do gênero
feminino tiveram uma leve tendência a um padrão do tipo divergente.
Revisão da Literatura 57
Irie e Nakamura (1975) com a finalidade de oferecer evidências
substanciais para considerar a eficácia de forças ortopédicas, estudaram casos
severos de má oclusão de Classe III, com um subdesenvolvimento maxilar e um
desenvolvimento maior mandibular, os quais foram tratados na fase de dentadura
mista por meio de forças ortopédicas. Foram classificados em três grupos: Tipo A,
B e C, e os resultados mostraram que o tipo mais freqüente foi o Tipo A com 59%
dos casos, considerado má oclusão de Classe III funcional, e com 34% dos casos
o Tipo B, com má oclusão de Classe III esqueletal, e o Tipo C com 7% dos casos,
diferenciando posteriormente do Tipo B, no posicionamento mandibular e dentário.
Os autores concluíram que a força ortopédica deve ser usada num estágio de
crescimento precoce e que a alteração na direção de crescimento ou a retardação
do potencial de crescimento foram efetivos nos indivíduos em crescimento, no
qual as forças ortopédicas, para alterar a direção de crescimento precisariam de
um curto prazo de tempo e as forças para retardar o potencial de crescimento
deveriam ser aplicadas por longo período.
Takahashi (1975) em seu estudo analisou mestiços, leucodermas e
xantodermas, com a finalidade de determinar a prevalência da oclusão normal e
má oclusão, em ambos os gêneros. Os resultados mostraram que os mestiços
apresentaram em 9,8% oclusão normal e 90,2% de má oclusão sendo que 3,92%
apresentaram a má oclusão de Classe III; nos leucodermas, 9,68% dos casos
apresentaram oclusão normal e 90,31% de má oclusão, sendo que 1,05%
apresentou a má oclusão de Classe III; e nos xantodermas a oclusão normal foi de
8,42% e 91,58% de má oclusão, sendo que a Classe III apresentou em 9,7% dos
casos.
Revisão da Literatura 58
Schulhof, Nakamura e Williamson (1977) selecionaram 14 indivíduos
portadores de má oclusão de Classe III, esquelética, que tinham registros
longitudinais avaliados por um período de aproximadamente quatro anos, sendo
que desses 14 indivíduos, 13 tiveram o tratamento concluído. Com o intuito de
determinar o tipo de crescimento facial concorrendo para o desenvolvimento da
má oclusão de Classe III, o qual teria uma predição de crescimento normal ou
anormal, a relação molar, deflexão craniana, localização do Po e posição do ramo
mandibular foram mensuradas e comparadas aos padrões. Os resultados
indicaram que as quantidades de desvios padrões das medidas foram
significantes em casos com crescimento mandibular maior, por essa razão, esses
fatores são significantes para predição de crescimento em casos de Classe III.
Uma relação significante foi mostrada entre crescimento anormal e normal em
quatro análises cefalométricas. Nos casos normais, foi verificado que o
crescimento da base craniana foi proporcional ao da mandíbula e nos casos de
má oclusão de Classe III, houve um aumento proporcionalmente maior na
mandíbula que na base do crânio.
Bryant (1981) em uma amostra com 21 telerradiografias de indivíduos
portadores de má oclusão de Classe III, com trespasse horizontal reverso, sendo
13 indivíduos do gênero masculino e 08 do gênero feminino, tinha como finalidade
avaliar antes, durante e após tratamento, o efeito de rotação na dimensão vertical
e na relação da mandíbula no sentido ântero-posterior, sendo que a idade média
no início do tratamento era de 11 anos, final de tratamento 13 anos, e radiografia
final aos 16 anos e 04 meses. Segundo os resultados, os casos de Classe III, com
trespasse horizontal reverso e baixo ângulo maxilo-mandibular, demonstraram
Revisão da Literatura 59
uma rotação de abertura mandibular durante o tratamento para corrigir a relação
incisal. Essa rotação foi mais do que revertida após tratamento, e 17 dos 21 casos
podiam ter sido descritos como uma rotação anterior total, durante o período
estudado.
Mitani (1981) em seu estudo analisou as alterações de crescimento da face
associadas ao prognatismo mandibular durante o período antes da puberdade,
com a finalidade de determinar o comportamento de crescimento da mandíbula
prognata sobre o tamanho mandibular. Baseado em dois grupos de garotas
japonesas, sendo 18 garotas do grupo experimental, portadoras de má oclusão de
Classe III e 22 garotas do grupo controle, com oclusão normal ou suave má
oclusão de Classe I, o qual foram realizados telerradiografias em norma lateral, e
que consistiu de séries de 4 anos nas idades de 07 a 10 anos. A análise foi feita
com a obtenção de tamanhos anuais de vários componentes faciais nos dois
grupos. O autor observou: 1) um prognatismo mandibular com uma mandíbula de
tamanho aumentado, associado ao retroposicionamento maxilar e ao tamanho
normal da maxila; 2) alterações incrementais em tamanho obtidas na mandíbula
prognática assim como a maxila retroposicionada mostrava uma maneira de
aumento relativamente similar à observação na face normal antes da puberdade;
3) aumento total de crescimento na mandíbula prognática de tamanho aumentado
era quase a mesma de mandíbula normal e não indicava nenhum surto de
crescimento peculiar, nem maxilar nem mandibular; 4) nem o crescimento do
corpo mandibular ou o seu avanço posicional acontecia para alcançar ou se
ajustar à mandíbula de tamanho aumentado prognatismo na face; 5) o
prognatismo mandibular parecia ter sido estabelecido precocemente e uma vez
Revisão da Literatura 60
estabelecido o seu incremento de crescimento anual e velocidade, mostrou uma
maneira claramente similar a da face normal antes da puberdade.
Jamison et al. (1982), com o intuito de descrever com base anual de 08 à
17 anos de idade as alterações ântero-posteriores no tamanho maxilar as
alterações ântero-posteriores na relação maxila-base craniana, as alterações
ântero-posteriores da maxila em relação à mandíbula e as alterações entre as
relações na altura em repouso com relação aos parâmetros citados acima,
analisaram cefalogramas laterais bi-anualmente nas idades entre 05 e 12 anos e
anualmente nas idades de 17 anos, com oclusão clinicamente aceitável, sendo 20
indivíduos do gênero masculino e 15 indivíduos do gênero feminino. Os resultados
mostraram que o perfil de crescimento e as alterações na altura em repouso e os
vários parâmetros faciais foram significativos entre os dois gêneros, sendo
também significativamente diferente para o comprimento maxilar, o qual foi maior
no período máximo de crescimento e para a relação maxilo-mandibular, essas
alterações não foram significativas e o perfil de crescimento teve pouco valor de
prognatismo na determinação do perfil de crescimento de qualquer outro
parâmetro.
Vigorito e Mitri (1982), com o intuito de verificar os padrões mediante as
grandezas cefalométricas, analisaram 40 telerradiografias, em norma lateral, de
indivíduos leucodermas em ambos os gêneros, na faixa etária entre 12 à 17 anos,
portadores de oclusão normal. Como resultados, os autores constataram padrões
médios de normalidade no posicionamento da maxila e mandíbula, sendo que os
valores encontrados para os ângulos SNA e SNB demonstraram a viabilidade do
Revisão da Literatura 61
emprego desses padrões como referência na avaliação ântero-posterior das
bases apicais.
Silva e Araújo (1983), com o intuito de determinar a prevalência das más
oclusões, fundamentado na classificação de Angle, examinaram 600 crianças, na
faixa etária de 05 à 07 anos, sendo 351 do gênero masculino e 249 do gênero
feminino, os quais consideraram três grupos étnicos: brancos, mulatos e negros.
Concluíram que 69,2% dos casos apresentaram má oclusão, sendo que 54,7%
apresentaram má oclusão de Classe I, 13% de Classe II e finalmente a má
oclusão menos prevalente, a Classe III de Angle que atingiu 1,5% dos casos.
Bishara, Peterson e Bishara (1984) em um estudo analisaram 35 jovens,
sendo 20 do gênero masculino e 15 do feminino, por meio de telerradiografias em
norma lateral, com o intuito de quantificar as alterações dimensionais e o
relacionamento dos componentes faciais. Foram divididos em três grupos:
Grupo I – dos 05 aos 10 anos; Grupo II – dos 10 aos 15 anos e Grupo III – dos 15
aos 25 anos. Analisaram as medidas relativas à altura facial anterior, à altura
facial posterior e a relação entre as duas alturas, e segundo os autores a maioria
das alterações no gênero feminino ocorreu nos Grupos I e II e no gênero
masculino houve distribuição nos três períodos de crescimento.
Ellis e McNamara (1984) avaliaram 302 pacientes adultos, mediante
telerradiografias em norma lateral, portadores de má oclusão de Classe III, com o
intuito de identificar as relações dentárias e esqueléticas na má oclusão de
Classe III, nas quais foram analisadas a posição esqueletal da maxila e mandíbula
Revisão da Literatura 62
e a posição maxilo-dento-alveolar e mandibular. Os resultados mostraram que não
houve diferenças significativas, com exceção da altura facial ântero-inferior que se
apresentou aumentada, a maxila retruída, mandíbula protruída, os incisivos
superiores protruídos e inferiores retruídos.
Gravely (1984), com a finalidade de analisar pacientes com relação de má
oclusão de Classe III, para descobrir a extensão de qualquer deslocamento
mandibular ocorrido durante o fechamento do ponto inicial do contato incisal a um
ponto no qual os dentes posteriores ocluem, o autor estudou 50 casos da má
oclusão de Classe III. Confirmou-se que alterações na relação vertical são
aproximadamente associadas a alterações do ponto B à medida que a mandíbula
se fecha na posição incisal e inicial de contato para um trespasse horizontal
reverso. Concluiu-se que há um pequeno ou nenhum deslocamento mandibular na
Classe III, quando os dentes posteriores estão em oclusão.
Lavelle (1984), em seu estudo, analisou três amostras iguais de 30
indivíduos do gênero feminino, totalizando 90 indivíduos, com idade variando entre
12 e 15 anos, por meio de telerradiografias em norma lateral, com o intuito de
comparar a forma mandibular nos indivíduos com Classe I, II e III de Angle.
Houve, entretanto, contrastes incluindo o grau de separação coronóide e condilar,
e orientação do ramo mandibular relativo ao corpo mandibular. Tal constância da
forma mandibular derivou dessa técnica de investigação e foi em contraste
marcante com os dados dos estudos cefalométricos tradicionais que combinaram
o tamanho à forma. Esse estudo demonstrou que a forma parece menos variável
do que o tamanho, sendo que o comprimento do eixo axial foi maior no Classe III,
Revisão da Literatura 63
em relação ao Classe I, e menor no Classe II, os ângulos entre os eixos axiais
foram menores no Classe III, comparados à Classe I, posicionando assim mais
para anterior do processo condilar.
Guyer et al. (1986) realizaram um estudo cefalométrico com 144
telerradiografias em norma lateral de indivíduos portadores de má oclusão de
Classe III, na faixa etária dos 05 aos 15 anos, em ambos os gêneros, com a
finalidade de comparar as características dentárias e esqueléticas de Classe I e
Classe III, em quatro idades consecutivas de desenvolvimento mental, e também
com a finalidade de avaliar a variabilidade esqueletal dentre os indivíduos com má
oclusão de Classe III em cada um dos quatro grupos de idades em
desenvolvimento. Concluíram que as características da má oclusão de Classe III
já estavam presentes na idade precoce e relataram que nesses casos de má
oclusão, a maxila encontrava-se retruída e a mandíbula protruída, sendo que o
prognatismo mandibular e a Classe III não eram sinônimos na opinião deles.
Comparando ainda as duas Classes I e III, encontraram um comprimento efetivo
maxilar mais curto no Classe III, um comprimento efetivo mandibular maior no
Classe III, altura facial inferior no Classe III foi maior e os incisivos superiores
protruídos e inferiores retruídos.
Aidar (1987) em seu estudo, analisou uma amostragem de 200
telerradiografias em norma lateral, obtidas de pacientes brasileiros, leucodermas,
em ambos os gêneros, na faixa etária de 11 anos e 02 meses a 19 anos e 10
meses, não tratados ortodonticamente, com o intuito de contribuir com o estudo da
avaliação cefalométrica dos padrões de crescimento facial. A amostra foi dividida
Revisão da Literatura 64
em cinco grupos, quanto ao tipo de oclusão, sendo um grupo de pacientes
portadores de oclusão normal e quatro grupos de pacientes portadores de más
oclusões, segundo os conceitos de Angle, sendo que cada grupo foi dividido
igualmente quanto ao gênero. O autor concluiu que estatisticamente não houve
dimorfismo entre os gêneros dentro de cada grupo, e em relação ao grupo de
pacientes portadores de má oclusão de Classe III apresentaram um padrão de
crescimento equilibrado.
Kerr e TenHave (1988) com o intuito de analisar cefalometricamente o
posicionamento mandibular na má oclusão de Classe III, analisaram 66
telerradiografias em norma lateral, caracterizadas também pelo posicionamento
retroinclinado dos incisivos superiores, os quais foram comparados com um grupo
controle. Foram realizadas medições para estabelecer a parte desempenhada
sobre o fechamento e deslocamento anterior da mandíbula na Classe III, e
concluíram que a Classe III apresentou uma dimensão vertical reduzida e
presença de prognatismo mandibular, o deslocamento anterior mandibular e o
sobrefechamento estavam presentes na Classe III, sendo que o sobrefechamento
foi significantemente maior comparado ao deslocamento anterior mandibular.
Silva Filho, Freitas e Cavassan (1989) em seus estudos, analisaram 2416
crianças, no município de Bauru-SP, na faixa etária entre 07 e 11 anos, em ambos
os gêneros. Os autores concluíram que apenas 11,47% apresentaram
características de oclusão normal, e 88,53% apresentaram má oclusão, sendo
55% de Classe I, 42% de Classe II, e uma baixa porcentagem de má oclusão de
Classe III, com 3% dos casos analisados.
Revisão da Literatura 65
Toms (1989) analisou 500 indivíduos da Arábia Saudita, os quais foram
selecionados 47 casos de má oclusão Classe III, sendo 21 indivíduos do gênero
feminino e 26 do gênero masculino, com idade variando entre 10 e 21 anos, e
idade média de 13 anos e 5 meses. Como grupo controle de 453 indivíduos
analisados, foram selecionados 47 casos portadores de oclusão normal, com
idade média de 13 anos e 5 meses. A finalidade desse estudo foi analisar
cefalometricamente os casos de má oclusão de Classe III, comparados ao grupo
controle e como resultado o autor relatou que o prognatismo mandibular foi a
causa mais comum da má oclusão de Classe III, e com um comprimento
mandibular aumentado, um retrognatismo e comprimento reduzido da maxila,
altura facial anterior e posterior foram maiores, e os incisivos superiores e
inferiores apresentaram um grau marcante de compensação dento-alveolar.
Moyers (1991) dizia que a má oclusão Classe III era caracterizada
esqueleticamente por um prognatismo mandibular, uma deficiência maxilar, ou a
combinação de ambos, e, dentariamente, uma relação molar Classe III de Angle, e
os incisivos inferiores se portavam labialmente aos incisivos superiores.
Considerava a Classe III uma displasia esquelética bem definida, se bem que
existam Classes III funcionais. Os tratamentos para a má oclusão de Classe III,
quando tratados precocemente, em fase de crescimento facial, produzem bons
resultados, mas a correção na fase adulta, é mais complicada ortodonticamente,
tentando camuflar o problema, isto é, quando possível, caso contrário seria feita a
correção por meio de cirurgia ortognática.
Revisão da Literatura 66
Mackay et al. (1992) realizaram um estudo com 50 indivíduos adultos
portadores de má oclusão de Classe III, por meio de telerradiografias em norma
lateral, o qual foram identificados cinco subgrupos. O objetivo do estudo foi
determinar os vários subtipos de forma facial dos indivíduos Classe III e
estabilidade dos casos. Segundo os resultados, os autores encontraram no
Grupo 1 a maxila retruída e mais curta em seu tamanho, a mandíbula suavemente
protruída e os incisivos inferiores retroinclinados; no Grupo 2, a maxila
apresentou-se normal, a mandíbula suavemente protruída e a altura facial anterior
inferior menor; no Grupo 3, a maxila apresentou-se normal em sua posição, a
mandíbula severamente protruída, o comprimento mandibular aumentado e
incisivos inferiores retroinclinados; o Grupo 4 foi similar ao Grupo 2, apenas o
comprimento mandibular nesse grupo apresentou-se aumentado e a altura facial
anterior inferior aumentada; e no Grupo 5, a maxila apresentou-se normal com um
prognatismo moderado mandibular, sendo que o comprimento mandibular
apresentou-se aumentado e o incisivos superiores, vestibularizados. Concluíram
que todos os casos de Classe III apresentaram um grau de prognatismo
mandibular, enquanto que 14% dos casos tinham retrognatismo maxilar, e uma
altura facial inferior foi vista em 58% dos casos.
Hashim e Sarhan (1993) examinaram 150 indivíduos britânicos, na faixa
etária de 09 a 12 anos, sem que estes teriam passado por um tratamento
ortodôntico. Foram selecionados 27 indivíduos, sendo 15 do gênero masculino e
12 do gênero feminino, com idade de 10 anos e portadores de má oclusão de
Classe III. Foram realizadas telerradiografias em norma lateral, cuja finalidade do
estudo foi investigar a má oclusão de Classe III em indivíduos com protrusão
Revisão da Literatura 67
mandibular e normal e caracterizar os significados de parâmetros comparados à
média populacional. Concluíram que dentre os indivíduos analisados, uma
porcentagem de 51,8% dos casos de Classe III apresentaram um posicionamento
normal mandibular e que 48,2% dos casos apresentaram uma protrusão
mandibular.
Lew e Foong (1993) analisaram cefalometricamente 80 chineses adultos,
divididos igualmente em ambos os gêneros, com idade média de 21 anos e 08
meses, portadores de má oclusão de Classe III verdadeira, e que necessitavam de
tratamento ortodôntico cirúrgico. Foram analisadas as bases esqueletais maxilar e
mandibular usando critérios angulares e lineares, e segundo os autores na maioria
dos casos a maxila apresentou-se bem posicionada, e com um desenvolvimento
maior mandibular, sendo que na maioria dos indivíduos do gênero masculino,
compreendeu uma maxila bem posicionada e mandíbula aumentada e no gênero
feminino, um posicionamento normal mandibular e maxila subdesenvolvida, sendo
que o dimorfismo entre os gêneros foi estatisticamente significante e que não
ocorreram diferenças significativas nas bases esqueletais – SNA e SNB e
medidas lineares.
Mitani, Sato e Sugawara (1993), com o intuito de se conseguir informações
a partir de registros de amostras não tratadas ortodonticamente, de como a forma
esqueletal da mandíbula prognata contribuiu para a face e que o remanescente de
crescimento facial prognata diferiu da face normal após o pico de crescimento
pubertal, os autores analisaram dois grupos de indivíduos, sendo um com má
oclusão de Classe III, com 34 indivíduos (14 do gênero masculino e 20 do gênero
Revisão da Literatura 68
feminino) e o outro com oclusão normal, denominado de grupo controle, com 36
indivíduos (16 do gênero masculino e 20 do gênero feminino), na qual a faixa
etária foi de 15 a 18 anos para o gênero masculino e 14 a 17 anos para o gênero
feminino. Cada grupo consistiu em intervalos de 03 anos, em que foram realizados
telerradiografias em norma lateral e como complemento a radiografia carpal – de
mão e punho, para determinar os estágios de maturação do crescimento pubertal
pelos eventos de ossificação. Os resultados indicaram uma associação da
Classe III, com um aumento no corpo mandibular, sem deficiência maxilar e que
as características morfológicas do prognatismo mandibular que foram
estabelecidas antes do pico de crescimento pubertal foram fortemente mantidas
durante o período estudado, entretanto, o prognatismo mandibular mostrou uma
maneira de crescimento similar àquela do normal após o pico de crescimento
pubertal.
Tollaro et al. (1994) analisaram por meio de telerradiografias em norma
lateral a morfologia craniofacial de 69 indivíduos com má oclusão de Classe III,
sendo 36 indivíduos do gênero masculino e 33 do gênero feminino, os quais foram
comparados a um grupo de 60 indivíduos com oclusão normal, sendo 32
indivíduos do gênero masculino e 28 do gênero feminino, ambos na fase de
dentadura decídua, e cada grupo foi dividido em três subgrupos de idades: 4, 5 e
6 anos. A finalidade do estudo foi comparar as características craniofaciais nas
crianças com má oclusão de Classe III e oclusão normal com o intuito de
identificar se era possível qualquer sinal esqueletal precoce na Classe III, e se o
padrão craniofacial na Classe III era diferente da Classe I, na fase de dentadura
decídua. Os resultados mostraram que sinais precoces de desarmonia esquelética
Revisão da Literatura 69
da má oclusão de Classe III estavam presentes durante a fase da dentadura
decídua, o comprimento do corpo mandibular na Classe III apresentou aumentado
com uma protrusão mandibular, a base anterior do crânio diminuída e indicou um
padrão craniofacial distinto na Classe III, baseado em um conceito biológico.
Ferreira (1999) relatou o que Angle preconizou em seus estudos, quando
determinou que a má oclusão de Classe III era a relação de mesioclusão do
primeiro molar permanente inferior, e que ainda hoje, essa é a classificação mais
utilizada pelos ortodontistas. Na Classe III, algumas características determinantes
são presentes, como: o perfil facial côncavo, um desequilíbrio muscular,
normalmente é acompanhado de mordida cruzada anterior e, com freqüência, a
mordida cruzada posterior. Acompanham-se também problemas de falta ou
excesso de espaços, mordida aberta anterior ou mordida profunda e más posições
individuais.
Mouakeh (2001) com o intuito de investigar as características morfológicas
do complexo craniofacial de jovens indivíduos portadores de má oclusão de
Classe III, selecionou uma amostra de 69 telerradiografias em norma lateral,
baseados na relação molar, sendo 23 do gênero masculino e 46 do gênero
feminino e comparados com jovens portadores de Classe I, como grupo controle.
O autor concluiu que a base anterior do crânio estava significantemente mais curta
do que o normal no grupo da Classe III, o comprimento maxilar apresentava-se
diminuído, e com um retroposicionamento maxilar. A mandíbula apresentava-se
protruída e com um aumento no comprimento mandibular nos casos de Classe III.
Revisão da Literatura 70
Os incisivos superiores apresentavam protruídos e os inferiores retruídos, e com
uma altura facial ântero-inferior reduzida.
Ishii, Deguchi e Hunt (2002) em seu estudo analisaram mediante
telerradiografias, em norma lateral, dois grupos raciais: xantodermas e
leucodermas, sendo 28 indivíduos japoneses e 24 indivíduos britânicos, ambos
portadores de má oclusão de Classe III. Com o intuito de esclarecer as diferenças
morfológicas craniofaciais dos dois grupos raciais, os autores relataram que no
grupo da raça japonesa a base anterior do crânio apresentava-se mais curta, o
ângulo goníaco obtuso, um alto ângulo do padrão facial, conseqüentemente a
altura facial ântero-inferior aumentada e os incisivos superiores, vestibularizados.
Não houve diferenças nas dimensões mandibulares entre os grupos estudados,
mas as características da raça xantoderma pareciam levar a um prognóstico
menos favorável para correção do padrão esquelético da Classe III, em relação à
raça leucoderma.
Kuramae (2002) em sua pesquisa avaliou uma amostra de 20
telerradiografias em norma lateral de indivíduos adultos, sendo que 09 indivíduos
eram do gênero masculino e 11 do gênero feminino, na faixa etária de 17 a 36
anos, brasileiros, leucodermas, de ambos os gêneros, que teve como intuito de
realizar um estudo cefalométrico de indivíduos portadores da má oclusão de
Classe III de Angle, buscando valores médios para as grandezas cefalométricas e
verificando as diferenças entre os gêneros. Os resultados demonstraram que
houve diferença estatiscamente significante entre os gêneros, o posicionamento
ântero-posterior, fornecido pelas grandezas cefalométricas SNA e SNB,
Revisão da Literatura 71
demonstraram a maxila bem posicionada em relação à base anterior do crânio e a
mandíbula protruída em relação à base anterior do crânio, os quais tiveram
relação com um comprimento maxilar normal e um comprimento mandibular
aumentado. Ficou evidente a predominância do crescimento no sentido vertical,
por meio da grandeza cefalométrica FMA, e em relação ao padrão dentário,
avaliado pelas grandezas cefalométricas IMPA, .NA, -NA, .NB e -NB
mostraram a presença de compensações dentárias.
Kaneshima (2004) analisou uma amostra de 4913 indivíduos em ambos os
gêneros na faixa etária de 07 a 16 anos, de escolas da rede de ensino público do
município de Marília, por meio de um estudo epidemiológico durante a fase de
dentadura mista e permanente com a finalidade de determinar o índice de má
oclusão. Posteriormente, a amostra foi constituída por 4599 indivíduos, sendo que
314 indivíduos foram excluídos, por terem concluído tratamento ortodôntico, por
apresentarem-se em tratamento ortodôntico atualmente, por perda ou agenesia
dos primeiros molares permanentes e por não ter sido possível estabelecer uma
relação oclusal dos dentes. Segundo os resultados, o autor concluiu em seu
estudo que apenas 13,52% da amostra apresentaram oclusão clinicamente
aceitável, e 86,48 apresentaram algum tipo de má oclusão segundo a
classificação de Angle. Para a má oclusão de Classe III, foi observada uma
prevalência de 6,14% da amostra, sendo que 1,68% apresentavam mordida
cruzada anterior.
Pacífico (2004) avaliou uma amostra de 20 estudantes brasileiros, com
idade entre 12 e 16 anos, de ambos os gêneros, portadores de oclusão dentária
Revisão da Literatura 72
normal, que possuíam relação molar de Classe I e pelo menos três chaves de
oclusão das propostas por Andrews, verificando-se a presença das Seis Chaves
de Oclusão de Andrews (relações interarcos, angulação da coroa, inclinação da
coroa, ausência de rotações, contatos interproximais justos e curva de Spee ).
Verificou-se que nenhum modelo apresentou as seis chaves simultaneamente, no
entanto, mais da metade apresentou quatro chaves. Em menores freqüências
foram encontrados modelos com cinco chaves, sendo que apenas quatro modelos
apresentaram três chaves. Em ordem decrescente de presença, obteve-se: a
angulação da coroa e curva de Spee, igualmente satisfatórias em todos os
modelos; a Chave I (relação interarcos), composta por sete itens, foi encontrada
em quase todos os modelos, com exceção de quatro; a inclinação também se
apresentou adequada em mais da metade da amostra, sendo a rotação a chave
que demonstrou os maiores problemas.
Zilio (2004) em seu estudo analisou 4897 crianças com idade cronológica
entre 07 e 16 anos em ambos os gêneros com o intuito de abordar a abrangência
do tratamento ortodôntico em escolares da rede pública de ensino da cidade de
Marília. Conclui-se que apenas 0,35% da amostra haviam recebido algum tipo de
tratamento ortodôntico, 4,76% se encontravam sob algum tipo de intervenção
ortodôntica sendo que 72,1% dos tratamentos eram realizados em clínicas e
consultórios particulares e 24,9% realizado em universidade. Segundo a
classificação de Angle, os escolares que se encontravam sob tratamento
ortodôntico, apresentaram uma má oclusão de Classe III de 8,15%.
PROPOSIÇÃO
Proposição 74
3 Proposição
O intuito dessa pesquisa foi analisar, cefalometricamente, indivíduos
portadores de má oclusão de Classe III de Angle e indivíduos portadores de
oclusão clinicamente aceitável em jovens brasileiros de ambos os gêneros. O
estudo consistiu em determinar os seguintes aspectos, no Grupo Classe III:
� Determinar o comportamento das grandezas cefalométricas;
� Determinar o padrão de crescimento facial;
� Verificar a presença de dimorfismo entre os gêneros.
MATERIAL E MÉTODO
Material e Método 76
4 Material e Método
4.1 Material
A amostra constituiu-se de 67 telerradiografias em norma lateral, de
indivíduos brasileiros de ambos os gêneros, na faixa etária entre 10 e 17 anos,
não tratados ortodonticamente, o qual foi dividida em dois grupos distintos: o
primeiro grupo, denominado de Grupo Classe III, com 39 telerradiografias de
indivíduos portadores de má oclusão de Classe III, com idade média de 14 anos e
07 meses, 16 do gênero feminino e 23 do gênero masculino, obtidas de clínica
odontológica particular da cidade de Marília – SP, e o segundo grupo, denominado
Grupo Controle, com 28 telerradiografias de indivíduos portadores de oclusão
clinicamente aceitável, com idade média de 13 anos e 10 meses, 15 do gênero
feminino e 13 do gênero masculino, matriculados nas escolas municipais e
estaduais da rede pública de ensino de Marília – SP. O critério para a seleção da
amostra do Grupo Classe III foi por meio da visualização nas telerradiografias em
norma lateral, o qual foi verificado a relação de mesioclusão em primeiros molares
e caninos permanentes, segundo a classificação preconizada por Angle (1899),
assim como a presença da mordida cruzada anterior, mediante às Figuras 1 , 2, 3
e 4, observou-se a má oclusão de Classe III. Para o Grupo Controle, mediante as
Figuras 5 , 6, 7 e 8, foi observada a presença de oclusão clinicamente aceitável
Material e Método 77
(Pacífico 2004), seguindo os critérios de visualização por meio de telerradiografias
em norma lateral, verificando-se a relação de normoclusão em primeiros molares
e caninos permanentes, segundo a classificação de Angle (1899), e também por
meio da visualização em modelos de estudos.
Figura 1 – Fotografias extrabucais frontal e lateral – Classe III
Material e Método 78
Figura 2 – Fotografia intrabucal frontal – Classe III
Figura 3 – Fotografias intrabucais vista lateral direita e esquerda – Classe III
Figura 4 – Fotografias intrabucais vista oclusal superior e inferior – Classe III
Material e Método 79
Figura 5 – Fotografias extrabucais frontal e lateral – Oclusão Clinicamente Aceitável
Material e Método 80
Figura 6 – Fotografia intrabucal frontal – Oclusão clinicamente aceitável
Figura 7 – Fotografias intrabucais vista lateral direita e esquerda – Oclusão clinicamente aceitável
Figura 8 – Fotografias intrabucais vista oclusal superior e inferior – Oclusão clinicamente aceitável
Material e Método 81
4.2 Método
Por razões didáticas, o método foi dividido em :
4.2.1 Obtenção das Telerradiografias
As telerradiografias, em norma lateral, foram obtidas no centro de
documentação ortodôntica ROM (Radiologia Odontológica de Marília) sempre por
um único técnico. Para obtenção dessas radiografias, foi empregado o aparelho
de raio X, modelo Ortophos CD da marca Siemens, utilizando os fatores de
exposição de 60 a 90 Kv, 12 mA e tempo de exposição de 0,64”, variando-se em
função do biótipo do indivíduo. O paciente foi posicionado no cefalostato do tipo
Margolis e a distância foco-filme foi de 1, 52 m. Todas as telerradiografias foram
obtidas empregando-se filmes radiográficos MXG-plus da marca Kodak, do
mesmo lote de fabricação, sendo que o processamento das telerradiografias foi
realizado por meio da processadora Macrotec Mx-2, em temperatura de 60° C e
no tempo de 2,5 minutos.
4.2.2 Elaboração do Cefalograma
Após a obtenção das telerradiografias, o material utilizado para elaboração
dos cefalogramas e obtenção das medidas empregadas foi: papel “ultraphan” com
Material e Método 82
espessura de 0,07mm e tamanho 18cm X 24cm, lapiseira com grafite HB de
diâmetro 0,3mm, borracha macia, régua 30cm, esquadro, transferidor, template
dos dentes, protractor e negatoscópio como fonte de iluminação. Sobre cada
telerradiografia, adaptou-se uma folha de papel “ultraphan”, sobre a qual foi
delineado o cefalograma utilizando o negatoscópio como fonte de iluminação, em
uma sala escura. Os cefalogramas foram traçados pelo mesmo operador,
seguindo-se a seqüência:
4.2.2.1 Desenho das estruturas anatômicas de interesse;
4.2.2.2 Demarcação dos pontos cefalométricos;
4.2.2.3 Linhas e planos cefalométricos;
4.2.2.1 Desenho das estruturas anatômicas de interesse
O desenho anatômico observado na Figura 09 foi obtido dos trabalhos
descritos por Interlandi (1968), Ferreira (1999), e foi constituído por:
1) Osso esfenóide: compreendendo sela turca, apófise clinóide anterior e
posterior, lâmina quadrilátera, face superior da pequena asa do
esfenóide e face endocraniana da grande asa do esfenóide (porção
vertical e horizontal);
2) Osso occipital: compreendendo a face endocraniana e face exocraniana
da base occipital;
3) Perfil da glabela;
4) Ossos próprios do nariz: compreendendo a borda anterior, borda
posterior endonasal e sutura frontonasal;
Material e Método 83
5) Contorno das faces superior e inferior do palato ósseo;
6) Contorno da espinha nasal anterior e região subespinhal;
7) Contorno da região supramentoniana;
8) Contorno da borda posterior da mandíbula;
9) Contorno do incisivo central superior;
10) Contorno do incisivo central inferior;
11) Contorno do primeiro molar superior;
12) Contorno do primeiro molar inferior;
13) Contorno da órbita;
14) Meato acústico externo;
15) Fissura pterigomaxilar;
16) Contorno do perfil tegumentar facial;
17) Contorno da bucofaringe;
18) Contorno da nasofaringe;
19) Contorno da borda inferior da mandíbula;
20) Sínfise mentoniana;
21) Processo coronóide;
22) Cabeça da mandíbula.
Material e Método 84
Figura 09- Estruturas anatômicas
1 - Osso esfenóide: sela turca 12 - Primeiro molar inferior 2 - Osso occipital 13 - Órbita 3 - Perfil da glabela 14 - Meato acústico externo 4 - Ossos próprios do nariz 15 - Fissura pterigomaxilar 5 - Contorno do palato ósseo 16 - Perfil mole 6 - Contorno da espinha nasal anterior e
região subespinhal 17 - Bucofaringe
7 - Contorno da região supramentoniana 18 - Nasofaringe 8 - Borda posterior da mandíbula 19 - Borda inferior da mandíbula 9 - Incisivo central superior 20 - Sínfise mentoniana
10 - Incisivo central inferior 21 - Processo coronóide 11 - Primeiro molar superior 22 - Cabeça da mandíbula
4.2.2.2 Demarcação dos Pontos Cefalométricos
1
3
4
2 5 6
7
8 9
10
11
12
13
14 15
16 18
17
19 20
21 22
Material e Método 85
Os pontos cefalométricos referenciais empregados para a construção das
linhas e planos podem ser observados na Figura 10 e são:
1) Ponto S (Sela Turca)
É o ponto virtual localizado no centro geométrico da sela turca;
2) Ponto N (Násio)
Ponto mais anterior localizado na sutura fronto-nasal;
3) Ponto Or (Orbitário)
Ponto mais inferior da margem infraorbitária;
4) Ponto Po (Pório)
Ponto mais superior do meato acústico externo;
5) Ponto A (Subespinhal)
Ponto mais profundo da concavidade anterior da maxila;
6) Ponto B (Supramentoniano)
Ponto mais profundo da concavidade anterior da mandíbula;
7) Ponto D
Ponto localizado na parte central da sínfise mentoniana;
8) Ponto Pg (Pogônio)
Material e Método 86
Ponto mais proeminente do mento ósseo;
9) Ponto Gn (Gnátio)
Ponto mais inferior e mais anterior do contorno do mento;
10) Ponto Co (Condílio)
Ponto mais superior e posterior do côndilo mandibular;
11) Ponto Ba (Básion)
Ponto mais inferior do processo basilar do osso occipital;
12) Ponto Ptm (Pterigomaxilar)
Ponto mais superior e posterior da fissura pterigomaxilar;
13) Ponto Nfa (Nasofaringe anterior)
Ponto localizado na metade anterior do limite posterior do palato
mole;
14) Ponto Nfp (Nasofaringe posterior)
Ponto localizado na parede posterior da faringe;
15) Ponto Bfa (Bucofaringe anterior)
Ponto localizado na intersecção entre o limite inferior da mandíbula e
a borda posterior da língua;
16) Ponto Bfp (Bucofaringe posterior)
Material e Método 87
Ponto localizado na parede posterior da faringe;
17) Ponto Go (Gônio)
Ponto mais inferior e posterior do contorno do ângulo goníaco;
18) Ponto Me (Mentoniano)
Ponto localizado no limite mais inferior do contorno da curva da
sínfise mentoniana, na confluência da margem inferior da sínfise com a
linha da base mandibular;
19) Ponto ENA (Espinha Nasal Anterior)
Ponto mais anterior do assoalho das fossas nasais.
Material e Método 88
Figura 10- Pontos cefalométricos
1 - Ponto S: Sela turca 11 - Ponto Ba: Básion 2 - Ponto N: Násio 12 - Ponto Ptm: Pterigomaxilar 3 - Ponto Or: Orbitário 13 - Ponto Nfa: Nasofaringe anterior 4 - Ponto Po: Pório 14 - Ponto Nfp: Nasofaringe posterior 5 - Ponto A: Subespinhal 15 - Ponto Bfa: Bucofaringe anterior 6 - Ponto B: Supramentoniano 16 - Ponto Bfp: Bucofaringe posterior 7 - Ponto D 17 - Ponto Go: Gônio 8 - Ponto Pg: Pogônio 18 - Ponto Me: Mentoniano 9 - Ponto Gn: Gnátio 19 - Ponto ENA: Espinha Nasal Anterior
10 - Ponto Co: Condílio 4.2.2.3 Linhas e Planos Cefalométricos
1 2
4
3
6
5
7 8
9
10
11
12
14
13
16 15
18
17
19
Material e Método 89
As linhas e planos cefalométricos estão ilustrados na Figura 11 e são:
1) S-N: Base Anterior do Crânio - Linha determinada pela união dos
pontos S (sela) e N (násio);
2) N-A: Linha determinada pela união dos pontos N (násio) e A
(subespinhal);
3) N-perp: Linha vertical a partir do ponto N (násio) cruzando
perpendicularmente o Plano Horizontal de Frankfurt (Po-Or);
4) Co-A: Linha que une os pontos Co (condílio) e A (subespinhal);
5) N-B: Linha determinada pela união dos pontos N (násio) e B
(supramentoniano);
6) N-D: Linha determinada pela união dos pontos N (násio) e D (ponto D);
7) Co-Gn: Linha que une os pontos Co (condílio) e Gn (gnátio);
8) Ptm-Gn: Eixo “Y” de crescimento - Linha determinada pela união dos
pontos Ptm (pterigomaxilar) e Gn (gnátio);
9) Go-Gn: Plano mandibular - Linha que une os pontos Go (Gônio) e Gn
(Gnátio);
Material e Método 90
10) ENA – Me: Altura Facial Anterior Inferior - Linha que une os pontos
ENA (espinha nasal anterior) e Me (mentoniano);
11) : Linha do longo eixo do incisivo central superior, cujos pontos de
referência são borda incisal e ápice do respectivo dente;
12) : Linha do longo eixo do incisivo central inferior, cujos pontos de
referência são borda incisal e ápice do respectivo dente;
13) Go-Me: Plano mandibular - união dos pontos Go (gônio) e Me
(mentoniano);
14) Po-Or: Plano horizontal de Frankfurt - união dos pontos Po (pório) e Or
(orbital);
15) Ba-Na: Plano que une os pontos Ba (Básio) e Na (Násio), o qual
constitui o limite entre a face e o crânio;
Material e Método 91
Figura 11- Linhas e Planos cefalométricos
1 - S-N: Base Anterior do Crânio 9 - Go-Gn Plano Mandibular 2 - N-A 10 - AFAI: Altura Facial Anterior Inferior 3 - N-perp 11 - : Longo eixo do incisivo central superior 4 - Co-A: Comprimento efetivo da maxila 12 - : Longo eixo do Incisivo central inferior 5 - N-B 13 - Go-Me: Plano mandibular 6 - N-D 14 - Po-Or: Plano horizontal de Frankfurt 7 - Co-Gn: Comprimento efetivo da
Mandíbula 15 - Ba-Na
8 - Ptm-Gn: Eixo “Y” de crescimento
4.2.3 Obtenção das Grandezas Cefalométricas e Interpretação
1
2 3 4
5
6
7 8
10
11 12
9 13
14 15
Material e Método 92
As grandezas cefalométricas empregadas nessa pesquisa foram:
1) SNA: Ângulo formado pela intersecção das linhas S-N (sela-násio) e
N-A (násio-subespinhal), representado pela Figura 12 , o qual define a
posição ântero-posterior da maxila.
Figura 12- SNA
2) A-Nperp: Relaciona a maxila com a base do crânio, por meio da
medição linear a partir de uma linha vertical traçado do ponto Násio,
perpendicularmente ao plano horizontal de Frankfurt, representado na
(Figura 13) .
SNA
Material e Método 93
Figura 13 - A-Nperp
3) Co-A: Esta linha mede linearmente o comprimento efetivo da maxila por
meio dos pontos Co (condílio) e ponto A (subespinhal). Deve-se levar
em consideração a posição do ponto A em relação à linha N-perp,
representado pela (Figura 14) . Se o ponto A estiver localizado
corretamente, a medição do comprimento efetivo da maxila será feita
A-Nperp
.
Material e Método 94
sem correções, caso o ponto A esteja protruído ou retruído em relação à
norma clínica e houver a possibilidade de alteração ântero-posterior do
mesmo pela mecânica ortodôntica/ortopédica, estimaremos sua posição
pós-correção, para então calcularmos as demais medidas.
Figura 14- Co-A
4) SNB: Ângulo formado pela intersecção das linhas S-N (sela-násio) e
N-B (násio-supramentoniano), representado pela Figura 15 , o qual
define a posição ântero-posterior da mandíbula, representada pelo
ponto B, em relação à base do crânio (S-N).
Co-A
Material e Método 95
Figura 15- SNB
5) SND: Ângulo formado pela intersecção das linhas S-N (sela-násio) e
N-D (násio-ponto D), representado pela Figura 16 , o qual fornece
informações a respeito do posicionamento mandibular em relação à
base do crânio (S-N). Steiner (1959) adotou este ângulo porque
entendeu ser ele menos suscetível às ações mecânicas, na ânsia de
SNB
Material e Método 96
proporcionar uma grandeza que representasse com mais exatidão o
posicionamento mandibular durante a mecanoterapia, sendo este
ângulo somente alterado devido ao crescimento.
Figura 16- SND
6) Pg-Nperp: Relaciona a mandíbula com a base do crânio, por meio da
medição linear a partir de uma linha vertical traçado do ponto Pogônio,
perpendicularmente ao plano horizontal de Frankfurt representado na
(Figura 17) .
SND
Material e Método 97
Figura 17- Pg-Nperp
7) Co-Gn: Esta linha mede linearmente o comprimento efetivo da
mandíbula por meio dos pontos Co (condílio) e Gn (gnatio),
representado na (Figura 18) . Existe uma proporcionalidade entre o
comprimento efetivo da maxila e da mandíbula, independentemente da
idade e gênero. Para um determinado tamanho de maxila, existe um
tamanho de mandíbula, diretamente proporcional, e à medida que se
Pg-Nperp
Material e Método 98
tem uma maxila menor, a diferença entre o comprimento dela e da
mandíbula será proporcionalmente menor.
Figura 18- Co-Gn
8) SN.GoGn: Ângulo formado pela base anterior do crânio (S-N) e a linha
Go-Gn, representado na (Figura 19) . Este ângulo determina o padrão
do esqueleto cefálico.
Co-Gn
Material e Método 99
Figura 19- SN.GoGn
9) FMA: Denominado também de “Frankfort Mandibular Plane Angle”
(ângulo súpero-anterior), este ângulo é formado pelo plano horizontal de
Frankfurt (Po-Or) e plano mandibular (Go-Me), representado na
(Figura 20) . Este ângulo evidencia a direção do crescimento facial.
SN-GoGn
Material e Método 100
Figura 20- FMA
10) Eixo Facial: É o ângulo formado pelo eixo facial (Ptm-Gn) e pelo plano
(Ba-Na), e está representado na (Figura 21) . Este ângulo descreve a
direção de crescimento do mento constituindo uma referência para o
estudo da posição, da rotação e do crescimento mandibular, indicando
ou não um crescimento harmônico.
FMA
Material e Método 101
Figura 21- Eixo Facial
11) AFAI: Determinado pela união dos pontos espinha nasal anterior (ENA)
e mentoniano (Me), obtido por meio de medida linear o qual denomina a
altura facial ântero-inferior ou dimensão vertical, e está representado na
(Figura 22) . Essa medida linear também está correlacionada com a
maxila a qual aumenta com o avanço da idade. A correlação entre
EIXO FACIAL
Material e Método 102
maxila e mandíbula corresponde a um aumento ou diminuição da altura
facial ântero-inferior.
Figura 22- AFAI
12) .NA: É o ângulo formado pelo cruzamento das linhas do longo eixo do
incisivo central superior e a linha N-A, representado na (Figura 23) .
Esta grandeza revela a inclinação do incisivo superior em relação à linha
N-A, mostrando se o incisivo está verticalizado, inclinado para vestibular
ou palatino.
AFAI
Material e Método 103
Figura 23- .NA
13) -NA: Esta grandeza representa a distância linear medida da face
vestibular do incisivo superior até a linha N-A, a qual está representada
na (Figura 24) . Esta grandeza mostra se o mesmo está bem
posicionado, protruído ou retruído em relação à sua base apical.
1.NA
Material e Método 104
Figura 24- -NA
14) .NB: É o ângulo formado pelo cruzamento das linhas do longo eixo do
incisivo central inferior e a linha N-B, representado na (Figura 25) . Esta
grandeza revela a inclinação do incisivo inferior em relação à linha N-B,
mostrando se o incisivo está verticalizado, inclinado para vestibular ou
lingual.
1-NA
Material e Método 105
Figura 25- .NB
15) -NB: Esta grandeza determina a distância linear medida da face
vestibular do incisivo superior até a linha N-B, representado na
(Figura 26) . Esta grandeza mostra se o mesmo está bem posicionado,
protruído ou retruído em relação à sua base apical.
1.NB
Material e Método 106
Figura 26- -NB
16) IMPA: Denominado também de “Incisor Mandibular Plane Angle”
(ângulo inferior), esse ângulo é formado pelo plano mandibular (Go-Me)
e a linha do longo eixo do incisivo central inferior, o qual está
representado na (Figura 27) .
1-NB
Material e Método 107
Figura 27- IMPA
17) .NS: Este ângulo é obtido pelo encontro da linha S-N com a linha do
longo eixo do incisivo superior, o qual a medida angular mostra a
inclinação do incisivo superior em relação à base craniana, e está
representado na (Figura 28) .
IMPA
Material e Método 108
Figura 28- .NS
18) Nasofaringe: Nfa-Nfp – Também chamada faringe superior, é uma
grandeza utilizada para avaliar as vias aéreas superiores por meio de
uma medida linear de um ponto médio da parede posterior do palato
mole até a parede posterior da faringe, onde há maior fechamento da
passagem aérea, determinando a largura da nasofaringe, e nesse local
1.NS
Material e Método 109
se localizam as tonsilas faríngeas (adenóides), identificadas pela
diminuição da largura da nasofaringe, representado na (Figura 29) .
Figura 29 - Nfa-Nfp
19) Bucofaringe: Bfa-Bfp – Esta grandeza é avaliada pela largura da faringe
no ponto onde, radiograficamente, a borda posterior da língua cruza
com a borda inferior da mandíbula até a parede posterior da faringe,
determinada pela distância linear, representado na (Figura 30) .
Nfa-Nfp
Material e Método 110
Figura 30- Bfa-Bfp
4.2.4 Análise ou Método Estatístico
O planejamento estatístico desta pesquisa foi realizado em duas etapas:
Bfa-Bfp
Material e Método 111
4.2.4.1 Avaliação do Erro do Método Cefalométrico
Este cálculo teve como intuito avaliar o erro de mensuração durante a
realização dos traçados dos cefalogramas desse estudo, com o objetivo de
verificar a confiabilidade na sua totalidade. Os traçados foram elaborados por um
mesmo operador, sob as mesmas condições ambientais e instrumentais de
trabalho. Foram selecionadas aleatoriamente, num período de 30 dias da
realização dos traçados cefalométricos, 12 telerradiografias, em norma lateral, de
indivíduos do grupo de má oclusão de Classe III, 08 do gênero masculino e 04 do
gênero feminino correspondendo a 30% da amostra estudada, com a finalidade de
realizar novas medições, obtendo-se um segundo grupo de medidas
cefalométricas que foram comparadas ao primeiro grupo de medidas, o qual foram
realizadas por meio do teste de Friedman, empregando-se um nível de
significância de 5% e 1% de probabilidade (TABELA 1) . É um teste não
paramétrico, o qual existe uma dependência entre os dados, e neste caso, o
número de observações para cada momento deve ser o mesmo, e com isso, o
teste é feito com a ordenação dos dados e a atribuição de postos para cada um
dos momentos em separados e é calculada uma estatística para o teste, que
possui novamente uma distribuição aproximada qui-quadrado. Assim, o teste
rejeita a igualdade entre as médias para os momentos se o valor da estatística de
Friedman for maior que o valor tabelado da distribuição qui-quadrado.
Foi realizado para o grupo com oclusão clinicamente aceitável o mesmo
cálculo de avaliação do erro cefalométrico, sendo que 30% da amostra
Material e Método 112
correspondia a 08 telerradiografias, 03 do gênero masculino e 05 do gênero
feminino (TABELA 2) .
4.2.4.2 Avaliação dos Resultados
Foram calculados a média e o desvio padrão de cada grandeza
cefalométrica do grupo de má oclusão de Classe III de Angle, denominado de
Grupo Classe III, e do grupo com oclusão clinicamente aceitável, denominado de
Grupo Controle. Após a realização da análise estatística do erro foi aplicado o
teste de Wilcoxon com o intuito de comparar as médias das variáveis observadas
em ambos os gêneros, representando um nível de significância de 5% e 1% de
probabilidade, para a verificação da existência de dimorfismo entre os gêneros
(TABELAS 3 e 6). Confirmando a presença de dimorfismo entre os gêneros, para
o Grupo Classe III, foi realizado por meio do teste de Wilcoxon, a comparação
entre os grupos Classe III e Controle para as variáveis que apresentaram
diferença estatisticamente significativa, comparando separadamente os gêneros
feminino e masculino (TABELAS 4 e 5).
Para as variáveis entre os Grupos Classe III e Controle, foi aplicado
novamente o teste de Wilcoxon verificando a existência de diferença significativa
entre os indivíduos com má oclusão Classe III, e os indivíduos com oclusão
clinicamente aceitável (TABELA 7) . É um teste também conhecido como Mann-
Whitney, não paramétrico, o qual é uma alternativa ao teste t-Student para o caso
de duas amostras independentes. Como não existe a pressuposição de
distribuição de dados, a estatística do teste é baseada na amostra ordenada, em
Material e Método 113
que são atribuídos postos aos valores ordenados. Assim, de posse dos dados
referentes às duas amostras independentes, faz-se uma ordenação da amostra
conjunta. O teste rejeita a igualdade entre as médias se a soma dos pontos de
uma das amostras for maior que a soma dos pontos da outra amostra. Quando o
tamanho das amostras for pequeno, o teste terá nível de significância exato, e
quando a amostra aumentar de tamanho, uma aproximação para a distribuição
normal será realizada.
RESULTADOS
Resultados 115
5 Resultados
Os resultados apresentados a seguir compreendem as avaliações
estatísticas, compostas por médias, desvios-padrão e a significância dos valores
analisados, representados mediante tabelas e gráficos.
5.1 Análise do Cálculo do Erro para o Grupo Classe III (TABELA 1) ;
5.2 Análise do Cálculo do Erro para o Grupo Controle (TABELA 2) ;
5.3 Análise do Grupo Classe III (TABELA 3) ;
5.3.1 Comparação do Grupo Classe III com o Grupo Controle para
as variáveis Co-A, Co-Gn, SN.GoGn e Eixo Facial, para o
gênero feminino (TABELA 4) ;
5.3.2 Comparação do Grupo Classe III com o Grupo Controle para
as variáveis Co-A, Co-Gn, SN.GoGn e Eixo Facial, para o
gênero masculino (TABELA 5) ;
5.4 Análise do Grupo Controle (TABELA 6) ;
5.5 Comparação do Grupo Classe III com o Grupo Controle (TABELA 7) ;
5.6 Distribuição gráfica.
5.1 Análise do Cálculo do Erro para o Grupo Classe III
Resultados 116
Dos 39 indivíduos do Grupo Classe III, para o primeiro momento, dos quais
16 indivíduos eram do gênero feminino e 23 indivíduos do gênero masculino, foi
retirada uma amostra de 30% do grupo estudado de maneira aleatória,
denominado de segundo momento, com o intuito de verificar o erro de
mensuração entre os dois momentos. Por meio da aplicação do teste de
Friedman, foram realizadas medições das variáveis: SNA, A-Nperp, Co-A, SNB,
SND, Pg-Nperp, Co-Gn, SN.GoGn, FMA, Eixo Facial, AFAI, .NA, -NA, .NB,
-NB, IMPA, .NS, Nfa-Nfp e Bfa-Bfp. Os resultados obtidos constam da tabela
abaixo.
Resultados 117
TABELA 1 - Comparação para as variáveis do Grupo Classe III, para o primeiro e segundo Momentos
Variável Qui-
quadrado De Friedman
p-valor Média 1ºmomento
DP 1ºmomento
Média 2ºmomento
DP 2ºmomento
SNA 0,3333333 0,56371 (NS) 82,86 4,57 82,60 4,64
A-Nperp 0,3333333 0,56371 (NS) 3,22 5,49 3,27 5,47
Co-A 0,0909091 0,76303 (NS) 90,61 7,70 89,62 7,44
SNB 0 1,00000 (NS) 83,87 5,26 83,99 5,12
SND 0 1,00000 (NS) 80,74 4,97 80,70 4,83
Pg-Nperp 0,33333 0,56371 (NS) 8,86 10,11 10,13 10,54
Co-Gn 0,5 0,47951 (NS) 125,67 9,08 125,50 8,48
SN.GoGn 0 1,00000 (NS) 31,96 7,59 32,09 5,89
FMA 0 1,00000 (NS) 24,47 6,57 24,01 5,80
Eixo Facial 3 0,08327 (NS) 90,67 6,32 92,08 5,92
AFAI 3 0,08327 (NS) 73,67 4,84 72,90 4,31
.NA 0,3333333 0,56371 (NS) 28,12 5,55 27,73 7,91
-NA 3 0,08327 (NS) 5,79 3,00 6,38 3,53
.NB 0,3333333 0,56371 (NS) 26,41 4,94 25,43 4,80
-NB 3 0,08327 (NS) 6,20 2,76 5,73 3,07
IMPA 1,333333 0,24822 (NS) 90,52 4,36 88,33 5,85
.NS 0 1,00000 (NS) 111,46 9,18 110,32 10,68
Nfa-Nfp 3 0,08327 (NS) 13,26 3,87 12,11 2,86
Bfa-Bfp 1,333333 0,24822 (NS) 11,41 2,53 11,93 2,22
(NS) – não significativo
Segundo os resultados obtidos na TABELA 1, mediante ao teste de
Friedman, foi realizado o cálculo do erro, o qual se notou que não houve diferença
Resultados 118
estatisticamente significativa entre as grandezas cefalométricas do Grupo
Classe III, para o primeiro e segundo momentos.
5.2 Análise do Cálculo do Erro para o Grupo Controle
Dos 28 indivíduos do Grupo Controle, para o primeiro momento, dos quais
13 indivíduos eram do gênero feminino e 15 indivíduos do gênero masculino, foi
retirada uma amostra de 30% do grupo estudado, também de maneira aleatória,
denominado de segundo momento, com o intuito de verificar o erro cometido entre
os dois momentos. Por meio da aplicação do teste de Friedman, foram realizadas
medições das variáveis: SNA, A-Nperp, Co-A, SNB, SND, Pg-Nperp, Co-Gn,
SN.GoGn, FMA, Eixo Facial, AFAI, .NA, -NA, .NB, -NB, IMPA, .NS,
Nfa-Nfp e Bfa-Bfp. Os resultados obtidos constam da tabela abaixo.
TABELA 2 - Comparação para as variáveis do Grupo Controle para o primeiro e segundo momentos
Resultados 119
Variável Qui-
quadrado De Friedman
p-valor Media 1ºmomento
DP 1ºmomento
Média 2ºmomento
DP 2ºmomento
SNA 2 0,15731 (NS) 85,13 4,14 84,09 3,83
A-Nperp 0 1,00000 (NS) 4,28 2,21 5,13 3,61
Co-A 0 1,00000 (NS) 93,31 6,57 92,57 6,00
SNB 0,5 0,47951 (NS) 80,39 3,78 79,69 3,20
SND 0,5 0,47951 (NS) 76,47 3,38 76,06 2,56
Pg-Nperp 0,5 0,4795 (NS) 0,22 3,92 0,22 2,70
Co-Gn 0 1,0000 (NS) 115,25 7,57 115,13 7,72
SN.GoGn 0,5 0,47951 (NS) 29,76 4,06 29,96 4,20
FMA 0 1,00000 (NS) 22,99 3,21 22,68 3,16
Eixo Facial 2 0,15731 (NS) 89,93 5,16 90,54 3,50
AFAI 2 0,15731 (NS) 69,38 6,76 68,76 5,47
.NA 0,5 0,47951 (NS) 22,06 4,14 21,69 3,99
-NA 0 1,00000 (NS) 3,83 1,54 3,80 1,34
.NB 0 1,00000 (NS) 30,77 2,66 30,94 3,45
-NB 0,5 0,47951 (NS) 6,70 1,21 6,31 1,72
IMPA 0,5 0,47951 (NS) 100,62 4,22 100,36 3,57
.NS 2 0,15731 (NS) 107,19 5,04 105,79 3,37
Nfa-Nfp 0,5 0,47951 (NS) 11,20 3,23 10,62 2,52
Bfa-Bfp 0,5 0,4795 (NS) 10,41 1,82 10,45 1,69
(NS) – não significativo
Segundo os resultados obtidos na TABELA 2 , mediante ao teste de
Friedman, foi realizado o cálculo do erro, o qual se notou que não houve diferença
Resultados 120
estatisticamente significativa entre as grandezas cefalométricas do Grupo Controle
para o primeiro e segundo momentos.
5.3 Análise do Grupo Classe III
Dos 39 indivíduos do Grupo Classe III, dos quais 16 indivíduos eram do
gênero feminino e 23 indivíduos do gênero masculino, por meio do teste de
Wilcoxon foram realizadas medições das variáveis: SNA, A-Nperp, Co-A, SNB,
SND, Pg-Nperp, Co-Gn, SN.GoGn, FMA, Eixo Facial, AFAI, .NA, -NA, .NB,
-NB, IMPA, .NS, Nfa-Nfp e Bfa-Bfp para o primeiro momento, com o objetivo
de verificar a presença de dimorfismo entre os gêneros. Os resultados obtidos
constam da tabela abaixo.
Resultados 121
TABELA 3 - Comparação para as variáveis do Grupo Classe III, para os gêneros feminino e masculino
Variável Z p-valor Média Feminino
DP Feminino
Média Masculino
DP Masculino
SNA -1,69893 0,0893 (NS) 79,73 3,12 82,07 4,06
A-Nperp -1,0126 0,3108 (NS) 1,69 3,23 3,52 4,58
Co-A -4,26853 0,0001 ** 84,33 3,51 92,44 5,18
SNB -1,44195 0,1493 (NS) 80,92 3,93 83,28 4,07
SND -1,57044 0,1163 (NS) 77,70 3,77 80,17 3,95
Pg-Nperp -1,0136 0,3108 (NS) 6,61 6,12 10,28 8,86
Co-Gn -3,26121 0,0011** 119,13 5,00 128,30 8,99
SN.GoGn 2,01292 0,0441 * 36,71 5,93 32,21 5,75
FMA 1,8416 0,0655 (NS) 27,37 4,66 23,80 5,27
Eixo Facial 1,98436 0,0472 * 93,90 4,51 90,40 4,71
AFAI -0,756628 0,4493 (NS) 72,71 6,16 74,39 7,18
.NA 1,1278 0,2594 (NS) 32,47 4,24 30,04 5,66
-NA 0,299796 0,7643 (NS) 7,36 1,97 6,85 2,84
.NB 1,1278 0,2594 (NS) 26,44 5,03 24,43 6,02
-NB 0,899388 0,3684 (NS) 6,03 2,43 5,55 2,89
IMPA -0,014277 0,9886 (NS) 88,80 4,23 88,83 6,53
.NS 0,071384 0,9431 (NS) 112,23 5,64 112,36 7,96
Nfa-Nfp -1,42775 0,1564 (NS) 10,67 2,75 12,32 3,87
Bfa-Bfp -0,756782 0,4492 (NS) 11,78 2,33 12,90 3,64
(*) significativo a 5% de probabilidade (**) significativo a 1% de probabilidade (NS) não significativo com relação aos níveis considerados
Segundo os resultados obtidos na TABELA 3 , por meio do teste de
Wilcoxon, nota-se que existe diferença significativa para Co-A, Co-Gn, SN.GoGn e
Resultados 122
Eixo Facial. Para as demais variáveis do Grupo Classe III não difere
significativamente para os gêneros feminino e masculino.
5.3.1 Comparação do Grupo Classe III com o Grupo Controle para as variáveis Co-A, Co-Gn, SN.GoGn e Eixo Facial, para o gênero feminino
Devido a verificação da presença de dimorfismo entre os gêneros no Grupo
Classe III para as variáveis: Co-A, Co-Gn, SN.GoGn, Eixo Facial, foi realizado por
meio do teste de Wilcoxon, para o primeiro momento, uma análise comparativa
entre o Grupo Classe III e Grupo Controle para o gênero feminino, para as
respectivas variáveis citadas anteriormente. Os resultados obtidos constam da
tabela abaixo.
TABELA 4- Comparação para as variáveis Co-A, Co-Gn, SN.GoGn, Eixo Facial, do Grupo Classe III e Grupo Controle para o gênero feminino
Variável
Z
p-valor Média Grupo
Classe III
DP Grupo
Classe III
Média Grupo
Controle
DP Grupo
Controle
Co-A 3,60 0,00** 84,33 3,51 91,06 4,48
Co-Gn -1,68 0,09 (NS) 119,13 5,00 115,47 6,31
Resultados 123
SN.GoGn -2,93 0,00** 36,71 5,93 30,34 4,00
Eixo Facial -1,66 0,10 (NS) 93,90 4,51 91,07 2,67
(**) significativo a 1% de probabilidade (NS) não significativo com relação aos níveis considerados
Segundo os resultados obtidos na TABELA 4 , por meio do teste de
Wilcoxon, nota-se que existe diferença significativa entre os grupos para o gênero
feminino para as variáveis Co-A e SN.GoGn.
5.3.2 Comparação do Grupo Classe III com o Grupo Controle para as variáveis Co-A, Co-Gn, SN.GoGn e Eixo Facial, para o gênero masculino
Devido a verificação da presença de dimorfismo entre os gêneros no Grupo
Classe III para as variáveis: Co-A, Co-Gn, SN.GoGn, Eixo Facial, foi realizado por
meio do teste de Wilcoxon, para o primeiro momento, uma análise comparativa
entre o Grupo Classe III e Grupo Controle para o gênero masculino, para as
respectivas variáveis citadas anteriormente. Os resultados obtidos constam da
tabela abaixo.
TABELA 5- Comparação para as variáveis Co-A, Co-Gn, SN.GoGn, Eixo Facial, do Grupo Classe III e Grupo Controle para o gênero masculino
Variável
Z
p-valor Média Grupo
Classe III
DP Grupo
Classe III
Média Grupo
Controle
DP Grupo
Controle
Resultados 124
Co-A 1,75 0,08 (NS) 92,44 5,18 95,14 3,75
Co-Gn -2,31 0,02** 128,30 8,99 121,54 3,86
SN.GoGn -0,81 0,42(NS) 32,21 5,75 30,92 4,62
Eixo Facial 1,30 0,19(NS) 90,40 4,71 92,13 4,65
(**) significativo a 1% de probabilidade (NS) não significativo com relação aos níveis considerados
Segundo os resultados obtidos na TABELA 5 , por meio do teste de
Wilcoxon, nota-se que existe diferença significativa entre os grupos para o gênero
masculino para a variável Co-Gn.
5.4 Análise do Grupo Controle
Considerando 28 indivíduos portadores de oclusão clinicamente aceitável,
denominados de Grupo Controle; sendo 13 indivíduos do gênero feminino e 18
indivíduos do gênero masculino, por meio do teste de Wilcoxon foram realizadas
medições das variáveis SNA, A-Nperp, Co-A, SNB, SND, Pg-Nperp, Co-Gn,
SN.GoGn, FMA, Eixo Facial, AFAI, .NA, -NA, .NB, -NB, IMPA, .NS,
Nfa-Nfp e Bfa-Bfp para o primeiro momento, com o objetivo de verificar a presença
de dimorfismo entre os gêneros. Os resultados obtidos constam da tabela abaixo.
Resultados 125
TABELA 6 - Comparação para as variáveis do Grupo Controle, para os gêneros feminino e masculino
Variável Z p-valor Média Feminino
DP Feminino
Média Masculino
DP Masculino
SNA -0,193 0,8465 (NS) 86,17 4,35 83,40 3,87
Resultados 126
A-Nperp 0,9682 0,3329 (NS) 4,65 2,01 3,65 2,84
Co-A 1,4846 0,1376 (NS) 92,93 4,70 93,94 10,29
SNB -0,0645 0,9485 (NS) 81,34 4,10 78,80 3,22
SND -0,0645 0,9485 (NS) 77,71 3,62 74,39 1,84
Pg-Nperp 0,3227 0,7469 (NS) 0,87 3,21 -0,88 5,51
Co-Gn 1,8781 0,0604 (NS) 114,00 6,52 117,33 10,26
SN.GoGn 1,3555 0,1752 (NS) 28,11 4,40 32,52 0,89
FMA 1,2264 0,2200 (NS) 21,76 2,90 25,05 3,01
Eixo Facial 1,6137 0,1066 (NS) 87,80 5,53 93,49 1,28
AFAI 2,3883 0,0169 * 67,04 5,43 73,27 8,05
.NA -0,1936 0,8455 (NS) 22,08 5,22 22,03 2,37
-NA 0,8391 0,4014 (NS) 4,07 1,90 3,44 0,85
.NB 1,2264 0,2200 (NS) 31,93 1,93 28,83 2,86
-NB 1,0973 0,2725 (NS) 6,80 0,81 6,55 1,93
IMPA 0,4518 0,6514 (NS) 102,48 2,43 97,51 5,23
.NS 0,1936 0,8465 (NS) 108,25 5,80 105,43 3,74
Nfa-Nfp 0,0645 0,9485 (NS) 11,44 3,97 10,81 2,15
Bfa-Bfp 0,3233 0,7463 (NS) 9,73 1,97 11,53 0,89
(*) significativo a 5% de probabilidade (**) significativo a 1% de probabilidade (NS) não significativo com relação aos níveis considerados
Segundo os resultados obtidos na TABELA 6 , mediante à realização do
teste de Wilcoxon, observamos que para o Grupo Controle, existe diferença
significativa apenas para a variável AFAI para os gêneros feminino e masculino, e
as demais variáveis não apresentaram diferença estatisticamente significativa.
Resultados 127
5.5 Comparação do Grupo Classe III com o Grupo Controle
Considerando o Grupo Classe III, com 39 indivíduos portadores de má
oclusão de Classe III de Angle e o Grupo Controle, com 28 indivíduos portadores
de oclusão clinicamente aceitável, foi realizado o teste de Wilcoxon para as duas
amostras aproximadas para a distribuição normal, por meio das variáveis SNA,
A-Nperp, Co-A, SNB, SND, Pg-Nperp, Co-Gn, SN.GoGn, FMA, Eixo Facial, AFAI,
.NA, -NA, .NB, -NB, IMPA, .NS, Nfa-Nfp e Bfa-Bfp com o objetivo de
comparar os dados do Grupo Classe III e Grupo Controle, verificando se havia
diferença significativa e considerando os níveis de significância de 5% e 1% de
probabilidade. Os resultados constam da tabela abaixo.
TABELA 7 - Comparação para as variáveis do Grupo Classe III e Grupo Controle
Variável Z p-valor Média Grupo
Classe III
DP Grupo
Classe III
Média Grupo
Controle
DP Grupo
Controle
SNA 2,82856 0,0047 ** 82,86 4,57 85,13 4,14
A-Nperp 2,54249 0,0110 ** 3,22 5,49 4,28 2,21
Co-A 2,79674 0,0052 ** 90,61 7,7 93,31 6,57
SNB -2,44031 0,0348 * 83,87 5,26 80,39 3,78
Resultados 128
SND -2,35825 0,0184 * 80,74 4,97 76,47 3,38
Pg-Nperp -2,37723 0,0174 * 8,86 10,11 0,22 3,92
Co-Gn -2,77675 0,0055 * 125,67 9,08 115,25 7,57
SN.GoGn -2,48528 0,0129 * 31,81 7,07 29,76 4,06
FMA -2,25644 0,0240 * 24,47 6,57 22,99 3,21
Eixo Facial -1,97041 0,8438 (NS) 90,67 6,32 89,93 5,16
AFAI -1,34752 0,1778 (NS) 73,67 4,84 69,38 6,76
.NA -5,30739 0,0001 ** 28,12 5,55 22,06 4,14
-NA -3,8964 0,0001 ** 5,79 3 3,83 1,54
.NB 3,29885 0,0010 ** 26,41 4,94 30,77 2,66
-NB 0,476717 0,6336 (NS) 6,2 2,76 6,7 1,21
IMPA 5,87951 0,0001 ** 90,52 4,36 100,62 4,22
.NS -3,52138 0,0004 ** 111,46 9,18 107,19 5,04
Nfa-Nfp -0,279693 0,7797 (NS) 13,26 3,87 11,2 3,23
Bfa-Bfp -1,1951 0,2320 (NS) 11,41 2,53 10,41 1,82
(*) significativo a 5% de probabilidade (**) significativo a 1% de probabilidade (NS) não significativo com relação aos níveis considerados
Segundo os resultados obtidos na TABELA 7 , mediante a realização do
teste de Wilcoxon, nota-se que houve diferença significativa entre Grupo Classe III
e o Grupo Controle para as variáveis SNA, A-Nperp, Co-A, SNB, SND, Pg-Nperp,
Co-Gn, SN.GoGn, FMA, .NA, -NA, .NB, IMPA, .NS. As demais variáveis
não apresentaram diferença significativa.
Resultados 129
5.6 Distribuição Gráfica
Por meio do Box-plot, foi realizada a distribuição gráfica considerando o
Grupo Classe III e o Grupo Controle, o qual foram produzidos dezenove gráficos
representando cada variável estudada.
O gráfico do tipo Box-plot é uma forma de verificar a distribuição dos dados
coletados de uma população. Para a sua construção, é preciso calcular 1o. e 3o.
quartis, que correspondem, respectivamente, aos valores referentes a 25% e 75%
da amostra e, a mediana, que corresponde ao valor referente a 50% da amostra.
A representação do Box-plot é feita mediante à colocação dos valores máximo e
mínimo ligados por uma caixa constituída dos valores referentes aos quartis
(1o., 3o. e mediana). O box-plot pode ser construído com ou sem a presença de
observações discrepantes (outliers), sendo opcional nos mais diversos softwares
estatísticos. Se a distribuição dos dados é simétrica, as distâncias entre os valores
mínimo e 1o. quartil, 1o. quartil e mediana, mediana e 3o. quartil e 3o. quartil e o
máximo deve ter distâncias próximas. A simetria é importante para o caso de
aplicações de testes paramétricos aos parâmetros envolvidos na população. Caso
não haja simetria, o teste paramétrico é menos poderoso e deve-se optar por um
similar não paramétrico.
Resultados 130
Resultados 131
Gráfico 1- Box-plot para a variável SNA (em graus) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 132
Gráfico 2- Box-plot para a variável A-Nperp (em mm) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 133
Gráfico 3- Box-plot para a variável Co-A (em mm) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Gênero feminino Gênero masculino
Grupo Controle
Grupo Classe III
Grupo Controle
Grupo Classe III
Resultados 134
Gráfico 4- Box-plot para a variável SNB (em graus) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 135
Gráfico 5- Box-plot para a variável SND (em graus) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 136
Gráfico 6- Box-plot para a variável Pg-Nperp (em mm) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grup o Controle
Resultados 137
Gráfico 7- Box-plot para a variável Co-Gn (em mm) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Gênero feminino Gênero masculino
Grupo Controle
Grupo Classe III
Grupo Controle
Grupo Classe III
Resultados 138
Gráfico 8- Box-plot para a variável SN.GoGn (em graus) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Gênero feminino Gênero masculino
Grupo Controle
Grupo Classe III
Grupo Controle
Grupo Classe III
Resultados 139
Gráfico 9- Box-plot para a variável FMA (em graus) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 140
Gráfico 10- Box-plot para a variável Eixo Facial (em graus) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Gênero feminino Gênero masculino
Grupo Controle
Grupo Classe III
Grupo Controle
Grupo Classe III
Resultados 141
Gráfico 11- Box-plot para a variável AFAI (em mm) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 142
Gráfico 12- Box-plot para a variável 1.NA (em graus) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 143
Gráfico 13- Box-plot para a variável 1-NA (em mm) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 144
Gráfico 14- Box-plot para a variável 1.NB (em graus) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 145
Gráfico 15- Box-plot para a variável 1-NB (em mm) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 146
Gráfico 16- Box-plot para a variável IMPA (em graus) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 147
Gráfico 17- Box-plot para a variável 1.NS (em graus) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 148
Gráfico 18- Box-plot para a variável Nfa-Nfp (em mm) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
Resultados 149
Gráfico 19- Box-plot para a variável Bfa-Bfp (em mm) para o Grupo Classe III e Grupo Controle
Grupo Classe III Grupo Controle
DISCUSSÃO
Discussão 151
6 Discussão
Atualmente, o método mais utilizado na avaliação do crescimento
craniofacial é a cefalometria radiográfica. Na década de 20, um dos métodos
utilizados era a craniometria, cujas medidas eram obtidas diretamente de crânios
secos, contudo tal método proporcionava apenas dados transversais do
crescimento, e que posteriormente uma nova técnica foi desenvolvida, a
radiografia cefalométrica (BROADBENT, 1931; HOFRATH, 1931).
Em 1948, Downs formulou uma das primeiras análises cefalométricas para
a correção do tratamento ortodôntico, o qual estabeleceu um padrão para o
esqueleto facial, afirmando que existia uma média de padrão facial para indivíduos
com oclusão clinicamente aceitável.
Estudos de prevalência foram efetuados para determinar o índice da má
oclusão de Classe III, baseados na classificação da má oclusão de Angle, em
1899, a relação oclusal dos primeiros molares, utilizado até os dias atuais, sendo
que a má oclusão de Classe III, avaliada nesse trabalho, foi caracterizada pela
relação mesial dos dentes inferiores em relação aos dentes superiores. Em 1907,
Angle modificou sua definição para uma posição mesial ao ideal de mais que a
metade de uma cúspide, e segundo alguns trabalhos de prevalência que foram
efetuados para determinar o índice da má oclusão de Classe III, citamos NOUER
(1966), o qual a má oclusão de Classe III, apresentou apenas 0,4% da amostra
Discussão 152
analisada; HOROWITZ e DOYLIE (1970), concluíram que a má oclusão de Classe
III, na raça melanoderma, teve uma prevalência de 6,3% dos casos e na raça
leucoderma, uma prevalência de 4,7% dos casos; TAKAHASHI (1975) em seu
estudo apresentou 3,92% dos casos em leucodermas a má oclusão de Classe III;
SILVA e ARAÚJO (1983) apresentaram a má oclusão menos prevalente da
amostra analisada, a Classe III, que atingiu 1,5% dos casos; SILVA FILHO,
FREITAS e CAVASSAN (1989) também apresentaram uma baixa porcentagem de
má oclusão de Classe III, com 3% dos casos analisados e KANESHIMA (2004)
em sua pesquisa apresentou uma má oclusão de Classe III, de 6,14% da amostra.
Alguns pesquisadores (SANBORN, 1955; JACOBSON et al., 1974; ELLIS e
MCNAMARA, 1984; GUYER et al., 1986) se preocuparem principalmente com o
equilíbrio ântero-posterior do complexo craniofacial, o que se tornou possível o
esclarecimento de que muitas más oclusões de Classe III resultam de relações
maxilo-mandibulares discrepantes e não somente na simples visualização de
dentes mal posicionados, ou seja, pode estar presente com várias combinações
de componentes esqueléticos e dentários sendo assim, é de suma importância
para o diagnóstico da má oclusão, conseqüentemente para o sucesso do
tratamento.
Em estudos, Ackerman e Proffit (1969) avaliaram cinco características da
má oclusão e o seu relacionamento, como alinhamento e simetria dos arcos
dentários, tipos de perfil facial, problemas no sentido ântero-posterior, transversal
e vertical. Jacobson et al., (1974) relataram que a má oclusão de Classe III, conta
com a menor porcentagem de qualquer grupo de má oclusão dentro da
população, com incidência variando de 1,2% a 12,2%, o qual a maioria das más
oclusões ântero-posteriores é de origem de um desenvolvimento vertical e
Discussão 153
transversal anormal, e que são agravados pelo mesmo. Em razão de inúmeros
dados fornecidos pelo trabalho e da complexidade em se estudar variáveis de
diversas análises cefalométricas, visando aspectos esqueléticos, dentários e
funcionais, o intuito de interpretar e confrontar nesse capítulo os resultados
obtidos desse estudo juntamente com a literatura, procurou-se para melhor
entendimento e compreensão do leitor, analisar cada variável e, na medida do
possível, no total do complexo craniofacial.
Para analisar-se o complexo maxilar, foram empregadas as variáveis SNA
e A-Nperp com o intuito de mostrar se a maxila está protruída, retruída ou bem
posicionada em relação à base anterior do crânio, e também a variável Co-A que
determina o comprimento efetivo da maxila. Nesse estudo, o valor médio
encontrado para o ângulo SNA para o Grupo Classe III, foi de 82,86º e o valor
médio obtido para o Grupo Controle, foi de 85,13º, portanto, os resultados
demonstraram que a posição da maxila está retruída em relação à base do crânio.
Na maioria dos casos de Classe III, a maxila encontra-se retruída em relação à
base do crânio, semelhantes aos resultados encontrados por (SANBORN, 1955;
HOROWITZ, CONVERSE e GERSTMAN, 1969; DIETRICH, 1970; JACOBSON et
al., 1974; MITANI, 1981; ELLIS e MCNAMARA, 1984; GUYER et al., 1986; TOMS,
1989; MOYERS, 1991; MACKAY et al., 1992; LEW e FOONG, 1993; MOUAKEH,
2001), sendo que os autores (GUYER et al., 1986; SANBORN, 1955; JACOBSON
et al., 1974; ELLIS e MCNAMARA, 1984) encontraram em seus estudos, 25% dos
casos de Classe III, a retrusão maxilar, o que confere com os mesmos resultados
dos autores citados anteriormente, os resultados encontrados nesse estudo.
Alguns autores (RIEDEL, 1952; JACOBSON et al., 1974; VIGORITO e MITRI,
1982; LEW e FOONG, 1993; KURAMAE, 2002) encontraram uma maxila bem
Discussão 154
posicionada em relação à base anterior do crânio, outros, encontraram a base
anterior do crânio diminuída em seu comprimento (BJÖRK, 1951a; HOROWITZ,
CONVERSE e GERSTMAN, 1969; JACOBSON et al., 1974; TOLLARO et al.,
1994; MOUAKEH, 2001; ISHII, DEGUCHI e HUNT 2002) e, (GUYER et al., 1986)
encontraram uma base craniana aumentada, o que poderia ocorrer alterações nos
resultados em relação ao posicionamento maxilar, tanto se a base anterior do
crânio apresentasse diminuída ou aumentada.
A variável A-Nperp, relacionou-se também a maxila em relação à base do
crânio, e segundo McNamara, quando o ponto A estiver atrás da linha N-perp, a
medição linear levará sinal negativo, considerando que a maxila estará retruída
em relação à base do crânio, mas se o ponto A estiver à frente da linha N-perp, o
sinal será positivo, o qual indicará por exemplo em uma protrusão maxilar. Nos
casos de Classe III, devido à base anterior do crânio encontrar-se reduzida,
poderá ocorrer uma retrusão do ponto N, e a construção da linha N-perp se tornar
incorreta, assim como o posicionamento da maxila e mandíbula. Nesse estudo, o
Grupo Classe III apresentou um valor médio para a variável A-Nperp de 3,22mm e
o Grupo Controle obteve um valor médio de 4,28mm. Isso significa que a maxila
está retruída em relação à base do crânio e segundo os resultados de
(SANBORN, 1955; HOROWITZ, CONVERSE e GERSTMAN, 1969; DIETRICH,
1970; JACOBSON et al., 1974; MITANI, 1981; ELLIS e MCNAMARA, 1984;
GUYER et al., 1986; TOMS, 1989; MOYERS, 1991; MACKAY et al., 1992; LEW e
FOONG, 1993; MOUAKEH, 2001) foram semelhantes seus estudos, com os
resultados desse trabalho.
Para a grandeza cefalométrica Co-A representada por McNamara de
comprimento efetivo da maxila, o valor médio encontrado nesse estudo para o
Discussão 155
Grupo Classe III, considerado o grupo da má oclusão, foi de 90,61mm, e o valor
médio considerado como norma clínica, foi de 93,31mm para o Grupo Controle.
Pode-se concluir que a maxila encontra-se com seu comprimento efetivo
diminuído, característico de uma má oclusão de Classe III, e segundo os
resultados dos autores (HOROWITZ, CONVERSE e GERSTMAN, 1969;
SASSOUNI, 1969; JACOBSON et al., 1974; GUYER et al., 1986; TOMS, 1989;
SILVA FILHO, MAGRO e OZAWA, 1997; MOUAKEH, 2001) e, segundo os
autores (MITANI, 1981; MITANI, SATO e SUGAWARA 1993; KURAMAE, 2002)
encontraram um tamanho normal da maxila, e os autores (BJÖRK, 1951a;
JAMISON et al., 1982) encontraram um tamanho aumentado da maxila.
Para analisar-se o complexo mandibular, foram relacionadas as variáveis
SNB, SND e Pg-Nperp, as quais mostram se a mandíbula está protruída, retruída
ou bem posicionada em relação à base anterior do crânio, e também a variável
Co-Gn que determina o comprimento efetivo da mandíbula. Na maioria das más
oclusões de Classe III, a mandíbula encontra-se numa posição protruída em
relação à base do crânio, com valores maiores que a norma, e mediante esse
estudo, o valor médio para o ângulo SNB no Grupo Classe III foi de 83,87º e o
valor médio obtido para o Grupo Controle foi de 80,39º, demonstrando que a
mandíbula encontra-se protruída em relação à base do crânio, e segundo os
resultados dos autores (BJÖRK, 1947; WYLIE, 1947; BJÖRK, 1951a; BJÖRK,
1951b; SANBORN, 1955; SCOTT, 1958; BJÖRK, 1969; HOROWITZ, CONVERSE
e GERSTMAN, 1969; DIETRICH, 1970; LITTON et al., 1970; RIDELL,
SÖREMARK e LUNDBERG, 1970; JACOBSON et al., 1974; SCHULHOF,
NAKAMURA e WILLIAMSON, 1977; BRYANT, 1981; MITANI, 1981; ELLIS e
MCNAMARA, 1984; GRAVELY, 1984; LAVELLE, 1984; GUYER et al., 1986;
Discussão 156
KERR e TENHAVE, 1988; TOMS, 1989; MOYERS, 1991; MACKAY et al., 1992;
HASHIM e SARHAN, 1993; MITANI, SATO e SUGAWARA, 1993; LEW e FOONG,
1993; TOLLARO et al., 1994; SILVA FILHO, MAGRO e OZAWA, 1997;
MOUAKEH, 2001; ISHII, DEGUCHI e HUNT, 2002; KURAMAE, 2002) também
encontraram em seus estudos uma mandíbula protruída em relação à base do
crânio.
O ângulo SND também fornece informações a respeito do posicionamento
da mandíbula em relação à base anterior do crânio, sendo um ângulo que é
somente alterado devido ao crescimento. No Grupo Classe III, esse valor foi de
80,74º e no Grupo Controle, o valor médio obtido foi de 76,46º do qual pode-se
concluir que ocorreu um prognatismo mandibular, confirmando com os resultados
obtidos nesse estudo em relação ao ângulo SNB, que apresentou um prognatismo
mandibular e também semelhante aos resultados encontrados nos trabalhos de
(BJÖRK, 1947; WYLIE, 1947; BJÖRK, 1951a; BJÖRK, 1951b; SANBORN, 1955;
SCOTT, 1958; MILLS, 1966; HOROWITZ, CONVERSE e GERSTMAN, 1969;
DIETRICH, 1970; LITTON et al., 1970; RIDELL, SÖREMARK e LUNDBERG,
1970; JACOBSON et al., 1974; IRIE e NAKAMURA, 1975; SCHULHOF,
NAKAMURA e WILLIAMSON, 1977; BRYANT, 1981; MITANI, 1981; RAKOSI e
SCHILLI, 1981; ELLIS e MCNAMARA, 1984; GRAVELY, 1984; LAVELLE, 1984;
GUYER et al., 1986; KERR e TENHAVE, 1988; TOMS, 1989; MOYERS, 1991;
MACKAY et al., 1992; HASHIM e SARHAN, 1993; LEW e FOONG, 1993; MITANI,
SATO e SUGAWARA, 1993; TOLLARO et al., 1994; SILVA FILHO, MAGRO e
OZAWA, 1997; MOUAKEH, 2001; ISHII, DEGUCHI e HUNT, 2002; KURAMAE,
2002).
Discussão 157
Para a grandeza cefalométrica Pg-NPerp, segundo McNamara, notou-se
que quando o ponto Pg estiver atrás da linha N-perpendicular a medição linear
levará sinal negativo, e se estiver à frente levará o sinal positivo. Nesse estudo, a
variável Pg-Nperp, no Grupo Classe III, foi de 8,86mm, sendo que para o Grupo
Controle , essa medida foi de 0,22mm; podendo-se concluir que o ponto pogônio
se localiza à frente da linha N-perp, nos casos de má oclusão de Classe III,
confirmando também o prognatismo mandibular.
Para a grandeza cefalométrica Co-Gn, representada por McNamara de
comprimento efetivo da mandíbula, o valor médio encontrado no Grupo Classe III
foi de 125,67mm e para o Grupo Controle nesse estudo foi de 115,25mm, o qual
obteve um comprimento maior da mandíbula para o Grupo Classe III,
característico na má oclusão de Classe III, e que segundo os resultados
encontrados nos trabalhos dos autores (BJÖRK, 1951a; SASSOUNI, 1969;
RAKOSI, 1970; SCHULHOF, NAKAMURA e WILLIAMSON, 1977; MITANI, 1981;
LAVELLE, 1984; GUYER et al., 1986; TOMS, 1989; LEW e FOONG, 1993;
MITANI, SATO e SUGAWARA, 1993; TOLLARO et al., 1994; MOUAKEH, 2001;
KURAMAE, 2002) também encontraram um comprimento aumentado da
mandíbula, confirmando assim os mesmos resultados encontrados nesse
trabalho. Alguns autores encontraram um comprimento mandibular normal
(SANBORN, 1955; HOROWITZ, CONVERSE e GERSTMAN, 1969).
Para o estudo relacionado ao padrão esquelético, foram utilizadas as
grandezas cefalométricas: SN.GoGn, FMA, Eixo Facial e AFAI, o qual, para o
ângulo do plano mandibular SN.GoGn, se apresentar aumentado, estará
geralmente associado com a mordida aberta anterior e um padrão facial de
crescimento vertical, contrariamente, se o valor apresentar-se diminuído estará
Discussão 158
associada à sobremordida e um padrão de crescimento mandibular horizontal,
sendo que o ângulo aumentado pode resultar de um ramo ascendente curto,
ângulo goníaco obtuso, extensa altura da face anterior, ou qualquer combinação
dessas, e no caso se apresentar um ângulo diminuído resulta de um ramo
ascendente longo, ângulo goníaco agudo, pequena altura da face anterior ou uma
combinação dessas. Os resultados nesse estudo para SN.GoGn, o Grupo Classe
III, teve como valor médio de 31,81º e para o Grupo Controle, o valor obtido foi de
29,76º, o qual sugere que houve uma tendência maior de crescimento no sentido
vertical, e segundo os autores (ADAMS, 1948; STAPF, 1948; SANBORN, 1955;
ALTEMUS, 1960; JACOBSON et al., 1974; ELLIS e MCNAMARA, 1984; GUYER
et al., 1986; TOMS, 1989; MACKAY et al., 1992) encontraram também em seus
estudos, uma maior tendência de crescimento no sentido horário, mas, segundo
os autores (KERR e TENHAVE, 1988) encontraram uma altura facial diminuída,
ou seja, tendendo a um crescimento horizontal.
Na variável FMA - “Frankfort Mandibular Plane Angle” (ângulo súpero-
anterior), o grupo da má oclusão, considerado Grupo Classe III, apresentou nesse
estudo um valor médio de 24,47º sendo que o valor médio obtido no Grupo
Controle foi de 22,99º, sugerindo uma tendência de crescimento no sentido
vertical, e alguns autores (ADAMS, 1948; STAPF, 1948; SANBORN, 1955;
ALTEMUS, 1960; JACOBSON et al., 1974; BISHARA, PETERSON e BISHARA,
1984; ELLIS e MCNAMARA, 1984; GUYER et al., 1986; TOMS, 1989;
MACKAY et al., 1992; KURAMAE, 2002) encontraram em seus estudos uma
tendência de crescimento no sentido horário, confirmando os resultados obtidos
nesse trabalho.
Discussão 159
O ângulo do Eixo Facial, que determina a direção de crescimento do
mento, ou seja, do crescimento mandibular, apresentou um valor médio para o
Grupo Classe III, de 90,67º e para o Grupo Controle, o valor obtido foi de 89,93º,
indicando assim uma tendência de crescimento harmônico, dentro da
normalidade. Mas quando o Eixo Facial apresentar um valor menor que a norma,
isso indicará uma tendência de crescimento vertical e o sinal será negativo ao
valor angular da diferença, e se apresentar com uma angulação maior que a
norma indicará uma tendência de crescimento no sentido horizontal e o sinal será
positivo. Conforme relatado anteriormente em algumas grandezas, o Grupo
Classe III apresentou nesse estudo uma tendência de crescimento no sentido
vertical, ou seja, um padrão esquelético vertical, mas para a grandeza Eixo Facial,
que determina também a direção do crescimento mandibular, os resultados
confirmam que o crescimento ocorreu de maneira harmônica, padrão equilibrado
(AIDAR, 1987).
A altura facial ântero-inferior – AFAI, o qual determina a dimensão vertical,
para o Grupo Classe III, obteve como valor médio nesse estudo, 73,67mm ao
passo que para o Grupo Controle, o valor médio foi de 69,38mm, o que significa
que a mandíbula rotacionou no sentido horário, para baixo e para trás, havendo
um aumento da AFAI, ocasionando assim uma aparência menor da mandíbula do
que realmente era possivelmente devido à inclinação para baixo e para trás e
também deixando o ponto pogônio mais distante da linha N-perp, e que segundo
os autores (ADAMS, 1948; STAPF, 1948; SANBORN, 1955; ALTEMUS, 1960;
JACOBSON et al., 1974; ELLIS e MCNAMARA, 1984; GUYER et al., 1986;
TOMS, 1989; MACKAY et al., 1992; SILVA FILHO, MAGRO e OZAWA, 1997;
ISHII, DEGUCHI e HUNT, 2002) também encontraram em seus estudos uma
Discussão 160
tendência de crescimento no sentido vertical. Na hipótese do avanço da mesma,
rotacionando-a no sentido anti-horário, com conseqüente adiantamento do ponto
Pg, a altura facial ântero-inferior apresentaria diminuída e a mandíbula pareceria
maior, no entanto, ela apresentou o mesmo tamanho de antes. Nos casos de
Classe III, possivelmente temos um AFAI diminuído, sendo que a mandíbula
poderá estar bem posicionada ou protruída, segundo os resultados obtidos nos
trabalhos de (RIDELL, SÖREMARK e LUNDBERG, 1970; KERR e TENHAVE,
1988; MOUAKEH, 2001).
Steiner (1959) relacionou os incisivos com suas bases apicais por meio das
linhas NA e NB, aplicando medidas angulares e lineares. Cabe às grandezas
angulares .NA e .NB identificar a inclinação axial desses dentes dentro do
osso alveolar levando a uma inclinação para vestibular ou lingual dos incisivos, e
cabe à grandeza linear diagnosticar a posição ântero-posterior do incisivo em
relação à sua base apical, mediante às distâncias -NA e -NB, sendo que um
incisivo pode estar bem posicionado ântero-posteriormente na sua base apical, ou
estar protruído ou retruído. Para a grandeza angular .NA, o valor médio do
Grupo Classe III foi de 28,12º e para o Grupo Controle foi de 22,06º. Isso mostrou
que no grupo da má oclusão os incisivos superiores estão inclinados para
vestibular, o que confirma os resultados dos autores (BJÖRK, 1947; SANBORN,
1955; ALTEMUS, 1960; ELLIS e McNAMARA, 1984; GUYER et al., 1986;
MOYERS, 1991; ISHII, DEGUCHI e HUNT, 2002). Para a medida linear, a variável
-NA no Grupo Classe III, obteve um valor médio de 5,79mm, e no Grupo
Controle foi de 3,83mm, o que podemos concluir que para os incisivos superiores
além de uma vestibularização, ocorreu uma protrusão dentária, e segundo os
resultados obtidos nos trabalhos dos autores (SANBORN, 1955; MILLS, 1966;
Discussão 161
ELLIS e McNAMARA, 1984; GUYER et al., 1986; MOYERS, 1991;
MOUAKEH, 2001).
O ângulo .NS indica a inclinação do incisivo superior em relação à base
craniana, e quando o valor obtido apresentar maior que a norma, indicará uma
inclinação vestibular do incisivo superior e uma inclinação lingual quando esse
valor apresentar diminuído em relação à norma. No Grupo Classe III, o valor
médio encontrado foi de 111,46º e para o Grupo Controle, o valor médio para esse
ângulo foi de 107,19º, isso indica que ocorreu uma inclinação vestibular do incisivo
superior em relação à base craniana, e segundo os estudos de (SANBORN, 1955;
ELLIS e McNAMARA, 1984; GUYER et al., 1986; ISHII, DEGUCHI e HUNT,
2002).
Para os incisivos inferiores, a grandeza angular .NB teve como valor
médio para o Grupo Classe III um valor de 26,41º e para o Grupo Controle foi de
30,77º, podendo-se concluir que os incisivos inferiores estavam lingualizados,
segundo os autores (SANBORN, 1955; ELLIS e McNAMARA, 1984; GUYER et al.,
1986; MOYERS, 1991) e para a medida linear desses incisivos inferiores, no caso
da variável -NB no Grupo Classe III, obteve como valor médio para esta variável
6,2mm, e para o Grupo Controle, 6,7mm, isso significa que além dos incisivos
inferiores estarem lingualizados, estavam também retruídos, e segundo os
resultados dos autores (SANBORN, 1955; ELLIS e McNAMARA, 1984; GUYER et
al., 1986; MOYERS, 1991; MOUAKEH, 2001).
Com o advento da cefalometria, a atenção dos pesquisadores voltou-se
para o posicionamento dos incisivos inferiores na face e na base apical e sua
possível influência sobre a oclusão, estética facial e estabilidade dos casos
tratados ortodonticamente, criando diferentes métodos para avaliação da sua
Discussão 162
posição e concebendo fórmulas científicas para o posicionamento mais correto
desses dentes. O ângulo IMPA – Incisor Mandibular Plane Angle, tornou-se um
dos alicerces da análise de Tweed, e o próprio Tweed percebeu que a posição
dos incisivos inferiores era muito estática, e analisando as pesquisas de
crescimento facial, principalmente de Broadbent (1931), pôde-se constatar que
uma nova variável deveria merecer a atenção do pesquisador, o “padrão facial”.
Notou-se que a morfologia mandibular era muito variável, podendo encontrar uma
maior ou menor abertura do plano mandibular, dependendo do tipo do
crescimento facial, se vertical ou horizontal, sendo que em números, a grandeza
que mereceu maior destaque foi a inclinação do plano mandibular. No Grupo
Classe III, o valor médio foi de 90,52º e no Grupo Controle, 100,62º, podendo-se
então concluir que ocorreu uma inclinação lingual dos incisivos inferiores,
confirmando os mesmos resultados encontrados nos resultados anteriores e
segundo os autores (SANBORN, 1955; ELLIS e McNAMARA, 1984; GUYER et al.,
1986; MOYERS, 1991).
Na avaliação funcional das vias aéreas, foi analisada a nasofaringe e a
bucofaringe, sendo que a grandeza nasofaringe teve como valor médio para o
Grupo Classe III 13,26mm e para o Grupo Controle, 11,20mm, o que significa que
não houve a diminuição do espaço aéreo nessa região. Na bucofaringe, o valor
médio para o Grupo Classe III foi de 11,41mm e o valor obtido para o Grupo
Controle foi de 10,41mm, significando que nesse caso poderá indicar um
posicionamento anterior da língua, que pode ter sido de ordem postural ou
provocado por uma hipertrofia de amígdalas, levando ao prognatismo mandibular,
mordida cruzada anterior ou biprotrusão. Nos casos de Classe III, normalmente
ocorre um prognatismo mandibular, confirmando os resultados desse estudo e os
Discussão 163
resultados dos autores (BJÖRK, 1947; BJÖRK, 1951a; BJÖRK, 1951b;
SANBORN, 1955; SCOTT, 1958; HOROWITZ, CONVERSE e GERSTMAN, 1969;
DIETRICH, 1970; LITTON et al., 1970; RIDELL, SÖREMARK e LUNDBERG,
1970; JACOBSON et al., 1974; SCHULHOF, NAKAMURA e WILLIAMSON, 1977;
BRYANT, 1981; MITANI, 1981; ELLIS e MCNAMARA, 1984; GRAVELY, 1984;
LAVELLE, 1984; GUYER et al., 1986; KERR e TENHAVE, 1988; TOMS, 1989;
MACKAY et al., 1992; HASHIM e SARHAN, 1993; LEW e FOONG, 1993; MITANI,
SATO e SUGAWARA, 1993; TOLLARO et al., 1994; SILVA FILHO, MAGRO e
OZAWA, 1997; MOUAKEH, 2001; ISHII, DEGUCHI e HUNT, 2002).
CONCLUSÃO
Conclusão 165
7 Conclusão
Segundo as condições em que o trabalho foi desenvolvido e diante dos
resultados obtidos, julga-se lícito concluir que:
� O Grupo Classe III apresentou a maxila retruída em relação à base do
crânio e com seu comprimento diminuído, a mandíbula protruída em
relação à base do crânio e com seu comprimento aumentado, os
incisivos superiores com inclinação vestibular e protruídos, e os
incisivos inferiores com inclinação lingual e retruídos;
� O Grupo Classe III apresentou um padrão de crescimento mais
vertical;
� Houve a presença de dimorfismo entre os gêneros para as grandezas
cefalométricas: Co-A, Co-Gn, SN.GoGn, e Eixo Facial; e as demais
grandezas não apresentaram significância estatisticamente para o
Grupo Classe III.
Conclusão 166
Considerações Finais
O trabalho realizado analisou características cefalométricas de uma
amostra de indivíduos portadores da má oclusão de Classe III de Angle
comparados a indivíduos portadores de oclusão clinicamente aceitável, baseados
nas análises cefalométricas do Padrão USP, McNamara e Ricketts, dos quais
foram extraídas algumas grandezas cefalométricas. Mediante estes métodos foi
possível determinar que a má oclusão de Classe III apresentou esqueleticamente
uma maxila reduzida e com um posicionamento retruído, a mandíbula com seu
comprimento aumentado e protruída, ambos em relação à base do crânio;
dentariamente apresentou alterações em seus posicionamentos e o padrão
esquelético apresentou-se com uma tendência de padrão vertical. Baseados
nestas análises demonstraram ser excelentes meios para determinar o padrão de
crescimento facial do indivíduo, as relações dentárias e auxiliando de forma
significativa para um bom e correto diagnóstico.
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APÊNDICE
Apêndice 174
Apêndice A
Valores das grandezas cefalométricas pertencentes aos jovens do Grupo Classe III
S-N.A A-N Perp. Co-A S-N.B S-N.D
Pog-N Perp. Co-Gn
SN. GoGn FMA
Eixo Facial Nº
em ° mm mm em ° em ° mm mm em ° em ° em ° 1 81 1 83 82 80 7 123 35 27 92 2 83 6 90 81 77 10 125 41 30 94 3 84 6 88 85 82 18 126 30 19 87 4 74 -3 87 74 71 -5 120 41 30 100 5 77 6 88 77 74 12 122 47 31 100 6 80 4 83 81 78 9 119 38 27 94 7 80 3 82 84 79 11 116 37 27 87 8 81 -1 82 81 79 0 112 26 20 94 9 85 1 81 85 81 3 111 33 29 96
10 78 -1 81 83 80 9 118 30 21 90 11 79 3 81 79 75 7 111 40 29 98 12 80 -3 83 87 83 5 120 35 32 90 13 77 1 87 77 73 2 121 43 32 98 14 84 4 90 87 83 14 127 30 21 88 15 76 -1 80 78 76 5 119 44 34 98 16 76 -2 84 76 72 -3 116 38 29 97 17 80 1 94 81 79 9 132 31 23 89 18 92 15 100 97 93 32 141 19 13 80 19 84 5 88 84 80 8 125 39 32 97 20 80 1 91 83 80 9 123 30 22 87
Média 80,61 2,44 86,11 81,99 78,76 8,19 121,35 35,29 26,38 92,74
Apêndice 175
Apêndice A
Valores das grandezas cefalométricas pertencentes aos jovens do Grupo Classe III
AFAI .NA -NA .NB -NB IMPA .NS Nfa-Nfp Bfa-Bfp Nº
mm em ° mm em ° mm em ° em ° mm mm 1 76 30 7 25 8 89 110 11 13 2 78 31 7 26 7 85 114 13 12 3 71 29 6 27 4 92 113 7 10 4 80 24 5 18 3 83 98 10 13 5 89 36 8 27 6 84 113 13 14 6 69 31 6 33 8 94 112 10 10 7 69 36 9 26 5 85 117 14 10 8 66 29 4 20 3 93 110 8 9 9 70 34 6 28 7 91 119 12 9
10 67 31 8 17 1 84 110 7 8 11 67 31 5 30 6 91 110 5 11 12 67 40 12 27 8 86 120 12 16 13 77 29 8 30 10 90 106 16 15 14 69 36 7 24 5 87 119 9 15 15 75 34 10 34 8 92 109 12 11 16 74 39 9 31 6 97 115 11 12 17 76 27 7 21 3 89 107 13 10 18 77 33 8 32 11 95 131 22 13 19 80 38 11 32 12 89 122 13 19 20 63 34 6 21 4 88 114 8 11
Média 72,96 32,55 7,47 26,49 6,27 89,13 113,48 11,35 12,09
Apêndice 176
Apêndice A
Valores das grandezas cefalométricas pertencentes aos jovens do Grupo Classe III
S-N.A A-N Perp. Co-A S-N.B S-N.D
Pog-N Perp. Co-Gn
SN. GoGn FMA
Eixo Facial Nº
em ° mm mm em ° em ° mm mm em ° em ° em ° 21 77 -1 90 78 75 -1 114 36 27 89 22 80 -1 92 82 80 7 124 29 22 93 23 79 -3 88 79 76 -6 125 42 35 99 24 80 0 91 82 78 4 130 35 27 95 25 77 -2 81 82 78 6 116 34 25 91 26 78 1 90 80 76 6 120 35 24 88 27 87 5 95 89 87 15 135 26 20 88 28 83 6 96 83 81 16 133 31 20 86 29 85 5 89 83 81 8 118 30 22 90 30 77 1 89 81 78 12 126 33 22 92 31 77 -1 91 78 76 4 130 39 29 94 32 84 5 89 83 80 9 135 41 33 94 33 82 4 97 80 76 3 126 36 27 94 34 81 4 98 84 82 21 143 28 18 91 35 82 3 86 86 82 2 120 22 20 92 36 88 7 93 86 83 13 124 28 21 93 37 81 10 103 83 80 28 151 37 22 91 38 88 12 102 88 83 21 135 27 16 79 39 84 5 95 84 81 10 125 35 27 87
Média 81,63 3,12 92,27 82,66 79,58 9,39 127,89 32,75 24,09 90,88
Apêndice 177
Apêndice A
Valores das grandezas cefalométricas pertencentes aos jovens do Grupo Classe III
AFAI .NA -NA .NB -NB IMPA .NS Nfa-Nfp Bfa-Bfp Nº
mm em ° mm em ° mm em ° em ° mm mm 21 67 32 6 30 6 95 109 6 21 22 68 20 3 22 3 91 100 14 8 23 81 26 3 27 6 86 105 15 12 24 80 40 10 36 9 100 120 12 13 25 66 24 6 14 1 79 100 7 12 26 64 36 7 22 3 87 114 16 16 27 79 31 7 23 4 88 118 18 12 28 75 25 5 21 3 87 108 9 20 29 71 32 9 29 8 96 117 8 11 30 70 31 6 19 2 85 109 13 9 31 81 31 8 17 4 81 108 11 13 32 85 30 6 21 8 77 114 10 14 33 75 16 -1 27 7 91 98 8 15 34 85 35 10 19 4 87 116 14 11 35 68 26 6 20 5 92 109 13 7 36 72 34 8 32 6 98 121 10 11 37 88 34 12 20 5 80 115 18 14 38 74 30 8 34 10 99 118 13 8 39 67 28 7 22 4 82 113 13 15
Média 74,48 29,44 6,63 23,96 5,19 88,49 111,07 11,95 12,82
Apêndice 178
Apêndice B
Valores das grandezas cefalométricas pertencentes aos jovens do Grupo Controle
S-N.A A-N Perp. Co-A S-N.B S-N.D
Pog-N Perp. Co-Gn
SN. GoGn FMA
Eixo Facial Nº
em ° mm mm em ° em ° mm mm em ° em ° em ° 1 79 1 84 75 73 -2 106 32 22 92 2 78 8 93 78 74 15 123 34 18 89 3 89 8 95 86 81 8 119 26 20 88 4 81 5 88 79 76 7 114 32 20 91 5 86 2 94 83 79 1 118 25 21 90 6 77 2 87 76 73 4 111 34 22 92 7 89 6 94 83 79 1 110 22 17 88 8 89 8 93 84 81 8 121 32 26 94 9 84 11 99 79 75 13 127 32 18 94
10 84 4 85 79 75 -2 108 36 29 96 11 84 2 97 80 77 -1 117 29 23 87 12 81 1 90 80 77 2 118 31 23 90 13 80 3 88 76 73 -2 106 32 21 90 14 84 2 91 83 81 4 120 25 20 90 15 85 5 88 80 77 2 114 32 24 94 16 85 6 89 82 80 10 116 29 19 91 17 84 5 97 81 78 8 125 29 21 91 18 82 7 92 80 77 24 125 32 21 94 19 87 8 95 79 75 0 116 37 30 99 20 78 -3 94 75 73 -10 116 28 21 93 21 84 4 99 79 77 0 126 34 26 93 22 86 7 93 82 74 5 120 33 26 94 23 86 7 93 86 83 16 121 21 11 89 24 83 5 94 81 77 4 119 32 23 93 25 82 9 95 77 75 8 125 37 23 97 26 92 7 98 87 83 6 123 25 23 79 27 85 3 105 79 76 -5 126 32 28 94 28 80 0 93 80 77 6 122 32 24 92
Média 83,75 4,74 92,96 80,35 76,96 4,54 118,29 30,61 22,21 91,57
Apêndice 179
Apêndice B
Valores das grandezas cefalométricas pertencentes aos jovens do Grupo Controle
AFAI .NA -NA .NB -NB IMPA .NS Nfa-Nfp Bfa-Bfp Nº
mm em ° mm em ° mm em ° em ° mm mm 1 66 23 3 28 4 101 102 13 11 2 67 30 6 28 5 96 109 7 18 3 68 20 3 29 4 97 109 5 12 4 67 30 6 29 6 98 111 11 13 5 67 22 3 27 3 99 108 11 13 6 63 20 3 25 2 95 97 8 11 7 62 16 1 30 6 104 105 8 13 8 76 25 4 35 7 98 113 14 8 9 82 20 6 33 9 102 104 9 7
10 70 26 6 29 7 95 110 11 15 11 68 23 4 31 7 101 107 17 9 12 68 25 5 23 3 92 106 13 11 13 61 28 6 34 8 106 108 14 9 14 74 25 7 32 5 104 110 15 11 15 68 18 3 34 7 101 103 9 9 16 62 20 3 27 4 96 104 14 11 17 70 22 4 24 4 94 106 12 13 18 76 19 3 24 4 92 101 8 13 19 78 17 3 39 11 102 105 8 10 20 76 29 7 29 6 106 107 10 9 21 78 16 4 35 8 102 99 16 11 22 72 23 4 27 7 91 110 10 13 23 72 27 7 32 4 106 112 8 11 24 75 28 7 29 7 97 111 16 16 25 78 28 7 42 10 108 110 13 10 26 75 27 6 32 7 100 118 9 9 27 82 19 3 32 8 100 104 9 11 28 73 28 9 26 4 94 107 15 19
Média 71,19 23,30 4,76 30,17 5,93 99,21 107,01 11,24 11,59
Apêndice 180
Apêndice C
Valores das grandezas cefalométricas pertencentes aos jovens do Grupo Classe III, Cálculo do Erro (2º momento)
S-N.A A-N Perp. Co-A S-N.B S-N.D
Pog-N Perp. Co-Gn
SN. GoGn FMA
Eixo Facial Nº
em ° mm mm em ° em ° mm mm em ° em ° em ° 1 81 1 98 82 79 4 132 28 21 89 2 81 2 83 83 81 9 122 32 28 95 3 91 12 97 96 92 29 140 23 15 84 4 79 -1 90 81 79 7 125 33 25 93 5 76 -4 83 79 76 -1 125 41 36 102 6 81 -1 82 82 79 1 113 28 21 96 7 85 2 83 85 81 3 112 33 29 96 8 86 4 93 89 86 16 134 26 20 90 9 76 -2 81 78 76 1 119 40 25 97
10 81 5 94 79 75 3 125 38 27 94 11 88 13 103 88 84 20 134 27 16 80 12 85 9 90 86 82 10 125 33 24 90
Média 82,60 3,27 89,62 83,99 80,70 8,56 125,50 31,79 24,01 92,08
Apêndice 181
Apêndice C
Valores das grandezas cefalométricas pertencentes aos jovens do Grupo Classe III, Cálculo do Erro (2º momento)
AFAI .NA -NA .NB -NB IMPA .NS Nfa-Nfp Bfa-Bfp Nº
mm em ° mm em ° mm em ° em ° mm mm 1 74 24 4 22 1 91 106 13 12 2 75 31 8 25 8 86 113 10 13 3 71 41 13 27 11 88 132 18 13 4 67 19 3 22 3 87 98 12 10 5 80 30 7 24 5 81 106 12 12 6 66 27 4 22 3 93 107 10 10 7 70 22 3 25 6 86 106 11 10 8 79 34 9 21 3 87 120 17 13 9 73 33 9 31 8 88 109 12 13 10 76 11 -1 32 7 95 93 7 16 11 73 34 9 35 10 99 122 13 10 12 70 28 8 19 4 78 113 11 17
Média 72,90 27,73 6,38 25,43 5,73 88,33 110,32 12,11 12,27
Apêndice 182
Apêndice D
Valores das grandezas cefalométricas pertencentes aos jovens do Grupo Controle, Cálculo do Erro (2º momento)
S-N.A A-N Perp. Co-A S-N.B S-N.D
Pog-N Perp. Co-Gn
SN. GoGn FMA
Eixo Facial Nº
em ° mm mm em ° em ° mm mm em ° em ° em ° 1 78 1 82 74 72 -3 104 33 23 92 2 89 6 94 84 79 2 108 22 17 87 3 87 10 94 82 78 3 120 33 25 94 4 81 1 94 79 75 -2 118 29 22 88 5 82 3 88 77 74 -2 108 32 22 90 6 87 10 98 82 79 4 123 26 21 85 7 84 5 89 80 76 1 115 33 25 94 8 85 5 101 79 76 -2 125 32 27 94
Média 84,09 5,13 92,57 79,69 76,06 0,22 115,13 29,96 22,68 90,54
Apêndice 183
Apêndice D
Valores das grandezas cefalométricas pertencentes aos jovens do Grupo Controle, Cálculo do Erro (2º momento)
AFAI .NA -NA .NB -NB IMPA .NS Nfa-Nfp Bfa-Bfp Nº
mm em ° mm em ° mm em ° em ° mm mm 1 66 26 4 28 4 101 103 11 12 2 64 18 2 27 4 101 107 8 11 3 72 21 3 29 6 92 109 10 12 4 68 26 6 29 6 102 107 14 10 5 61 26 5 30 8 102 108 14 10 6 72 22 4 33 8 101 109 8 7 7 68 15 3 33 6 99 100 8 9 8 79 19 3 37 9 104 104 12 11
Média 68,76 21,69 3,80 30,94 6,31 100,36 105,79 10,62 10,45
ANEXO
Anexo 185
ANEXO A
CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
De modo a colaborar na evolução do diagnóstico e tratamento odontológico
e auxiliar na difusão do conhecimento odontológico e científico, por meio desta,
autorizo o Dr.______________________________________, Cirurgião-dentista,
CRO _________,Estado de ______________________,devidamente qualificado,
a realizar e a publicar, exibir ou usar de outras maneiras as fotografias, modelos
de estudo, radiografias ou diapositivos feitos de minha pessoa ou do menor sob
minha responsabilidade legal, quer anterior ou posterior à data desta autorização
e vinculadas à Odontologia, à qual nos submetemos (submeteremos), de modo
adequado, única e exclusivamente para fins de divulgação científica na área
odontológica. Entendi e concordo que meu nome não será revelado ou utilizado
de nenhuma outra forma que não seja relacionado à divulgação científica.
Marília, ____de ____________________de ________.
____________________________________________
Assinatura (responsável legal)
Nome por extenso: __________________________________________________
Nome do Responsável Legal: __________________________________________
Endereço: _________________________________________________________
R. G. __________________________Telefone: ___________________________
Anexo 186
ANEXO B
AUTORIZAÇÃO PARA REPRODUÇÃO
Eu, Tânia Keiko Akimoto , autora da Dissertação intitulada "Estudo
cefalométrico comparativo em jovens brasileiros por tadores de má oclusão
de Classe III de Angle" , apresentada como requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Clínica Odontológica com ênfase em Ortodontia, em 10 de
Dezembro de 2004, autorizo a reprodução desta obra a partir do prazo abaixo
estabelecido, desde que seja citada a fonte.
(X) após 6 meses da defesa pública
( ) após 12 meses da defesa pública
Marília, 10 de Dezembro de 2004.
________________________________________
Tânia Keiko Akimoto
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