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i
ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
Instituto de Geociências e Ciências Exatas
Campus de Rio Claro
ZONEAMENTO GEOAMBIENTAL DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL (SP) COM SENSORIAMENTO REMOTO
Tomoyuki Ohara
Orientador: Prof. Dr. Jairo Roberto Jiménez Rueda
Tese de Doutorado apresentada junto ao
Curso de Pós-graduação em Geociências -
Área de Concentração em Geologia Regional,
para obtenção do Título de Doutor em Geociências.
Rio Claro (SP)
1995
iii
B A N C A E X A M I N A D O R A
Prof. Dr. Jairo Roberto Jiménez Rueda - Orientador/Agrólogo
Prof. Dr. Juércio Tavares de Mattos - Geólogo
Dr. Athos Ribeiro dos Santos - Geólogo
Dr. Paulo Veneziani - Geólogo
Dra. Teresa Gallotti Florenzano - Geomorfóloga
Suplentes:
Prof. Dr. Antônio Misson Godoy - Geólogo
Dr. Edison Crepani - Geólogo
Dr. Mário Valério Filho - Agrônomo
Rio Claro, ___ de __________________ de 19___
Resultado:
_________________________________________________________________
iv
À Yolanda, minha esposa, e aos nossos
filhos Viviane, Fernando e Daniel,
dedico com sentimentos
de intenso amor e
imensa gratidão.
v
A G R A D E C I M E N T O S
Não poderia iniciar esta página sem antes agradecer à minha esposa Yolanda e aos nossos filhos
Viviane, Fernando e Daniel, pelo incondicional apoio e incentivo para não fraquejar
prematuramente, sem antes atingir o objetivo final do programa de doutoramento, além das
inúmeras horas de ausência ao convívio familiar.
Especial agradecimento deve ser consignado ao Prof. Dr. Jairo Roberto Jiménez Rueda, do Instituto
de Geociências e Ciências Exatas da UNESP de Rio Claro, pela aceitação em orientar-me, pelas
valiosas e essenciais sugestões e esclarecimentos técnico-científicos e pela amizade constituída.
Com a mesma intensidade, agradeço ao Prof. Dr. Paulo César Soares, do Departamento de Geologia
da UFPR, pela orientação inicial ao meu programa de doutoramento e pelo incentivo no
prosseguimento da carreira técnico-científica.
Ao amigo e colega de trabalho Juércio Tavares de Mattos, pelos constantes incentivos, apoio,
sugestões e esclarecimentos durante o desenvolvimento do projeto de pesquisa, o meu especial
muito obrigado.
Meus sinceros agradecimentos à Profª. Drª. Maria Margarita Torres Moreno e ao Prof. Antônio José
Ranalli Nardy, pela autorização de uso dos laboratórios de Química Analítica e de Espectrometria
de Fluorescência de Raios-X, assim como pelas valiosas contribuições nas determinações químicas
de amostras de rochas e de coberturas de alteração intempéricas.
Aos técnicos de laboratório Solange Dias de Oliveira e Vlademir Barbosa Júnior do Departamento
de Petrologia e Metalogenia e, Francisco Manuel Garcia Barrera ("Paco"), Cláudio Ribeiro da Silva
e Alan de Oliveira do Departamento de Geologia Aplicada, ambos departamentos do Instituto de
Geociências e Ciências Exatas da UNESP de Rio Claro.
Ao amigo Ricardo Vedovello pela ajuda e colaboração nas campanhas de campo.
Ao amigo Eymar Silva Sampaio Lopes pela paciente ajuda e colaboração na elaboração da
cartografia computadorizada, meus sinceros agradecimentos.
À estagiária Jane Delane Verona pelo inestimável e paciente trabalho de digitalização das
informações temáticas no Sistema Geográfico de Informações (SGI) e no Sistema de Processamento
vi
de Informações Georreferenciadas (SPRING), além da participação nos processamentos
informatizados dos dados de análises químicas.
Aos colegas da Divisão de Processamento de Imagens (DPI) do INPE, especialmente Ubirajara
Moura de Freitas, Lauro Tsutomu Hara, Juan Carlos Pinto de Garrido, Marina de Melo Ribeiro,
Silvana Amaral, Flávia Maria de Fátima Nascimento, pelas incontáveis consultas aos problemas de
geoprocessamento, sempre resolvidos.
Aos colegas Joaquim Godoi Filho e Sílvio Pereira Coimbra pelos excelentes trabalhos de desenho,
prontamente realizados.
Às colegas de trabalho do Laboratório de Tratamento de Imagens (LTID) do INPE, Iris de Marselha
e Souza e Valéria Abrão Pelodon Esteves, pelas inúmeras consultas a respeito de problemas
relacionados ao Sistema Geográfico de Informações (SGI), prontamente resolvidos.
Ao pessoal da secretaria do DSR/INPE, Maria Cristina dos S. Varlez, Vera Lúcia de Andrade e
Helen Borges da Silva, pelo inestimável apoio dado às solicitações realizadas.
Não poderia deixar de agradecer a todos aqueles professores que participaram do curso de pós-
graduação, durante o período do meu programa de doutoramento, os quais ministraram suas
disciplinas com afinco, honestidade e conhecimento.
Agradecimentos devem ser consignados ao Dr. Getúlio Teixeira Batista e à Dra. Thelma Krug, ex e
atual chefes da Divisão de Sensoriamento Remoto (DSR) do INPE, ao Dr. Luiz Alberto Vieira
Dias, chefe da Coordenadoria de Observação da Terra (OBT) do INPE, e a todos aqueles colegas
anônimos que de uma forma contribuíram, direta ou indiretamente, no desenvolvimento desta
pesquisa.
Agradeço ao Prof. Dr. Marcos Aurélio Farias de Oliveira, diretor do Instituto de Geociências e
Ciências Exatas da UNESP de Rio Claro e ao Engo Márcio Nogueira Barbosa, diretor do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais, pelas facilidades e as infra-estruturas oferecidas para a realização
da pesquisa e ao Programa de Formação de Recursos Humanos em Áreas Estratégicas (RHAE) do
CNPq pela bolsa de doutorado concedida.
E por fim, agradeço a Deus por chegar ao final de mais esta etapa de desenvolvimento progressivo
de minha existência.
vii
S U M Á R I O
Índice ............................................................................................................................................... viii
Índice de Tabelas ............................................................................................................................. xiv
Índice de Figuras .............................................................................................................................. xv
Resumo ............................................................................................................................................ xvi
Abstract .......................................................................................................................................... xvii
I - Introdução ........................................................................................................................ 01
II - A Área de Estudos........................................................................................................... 11
III - Materiais e Método de Estudo ...................................................................................... 23
IV - Discussão dos Resultados ............................................................................................. 49
V - Considerações Finais .................................................................................................... 131
VI - Referências Bibliográficas .......................................................................................... 149
Índice de Apêndices ....................................................................................................................... 163
Índice de Anexos ............................................................................................................................ 178
viii
Í N D I C E
I - INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 01
I.1 - Considerações gerais .............................................................................................................. 01
I.2 - Coberturas de alteração intempéricas .................................................................................. 02
I.3 - Objetivo da pesquisa .............................................................................................................. 04
I.4 - Concepção da pesquisa .......................................................................................................... 04
I.5 - Conceitos adotados ................................................................................................................. 05
I.5.1 - Zoneamento geoambiental ..................................................................................................... 05
I.5.2 - Termos fotointerpretativos ..................................................................................................... 07
II - A ÁREA DE ESTUDOS .............................................................................................. 11
II.1 - Considerações gerais ............................................................................................................. 11
II.2 - Aspectos climáticos ............................................................................................................... 13
II.3 - Aspectos geológicos compilados: uma visão regional ........................................................ 16
II.3.1 - O embasamento cristalino .................................................................................................... 16
II.3.2 - A bacia sedimentar de Taubaté ............................................................................................. 20
II.4 - Os grandes falhamentos: aspectos gerais ............................................................................ 21
III - MATERIAIS E MÉTODO DE ESTUDO ................................................................ 23
III.1 - Materiais utilizados ............................................................................................................. 23
III.2 - Método de estudo ................................................................................................................. 25
III.2.1 - Escolha do assunto (1.0) ..................................................................................................... 25
III.2.2 - Aquisição de dados existentes (2.0) .................................................................................... 27
III.2.2.1 - Aquisição de dados cartográficos (2.1) ............................................................................ 27
III.2.2.2 - Aquisição de dados bibliográficos (2.2) .......................................................................... 27
III.2.2.3 - Aquisição de dados de sensoriamento remoto (2.3) ......................................................... 28
III.2.3 - Adaptação e compatibilização (3.0) .................................................................................... 29
III.2.4 - Critérios fotointerpretativos (4.0) ....................................................................................... 29
III.2.5 - Compartimentação do meio físico (5.0) .............................................................................. 31
III.2.5.1 - Mapa de estruturas geológicas (5.1) ................................................................................ 32
III.2.5.2 - Mapa de morfoestruturas (5.2) ......................................................................................... 33
III.2.5.3 - Mapa de unidades fisiográficas (5.3) ............................................................................... 34
ix
III.2.5.4 - Mapa de unidades litológicas (5.4) .................................................................................. 36
III.2.6 - Trabalhos de campo (6.0) .................................................................................................... 37
III.2.7 - Determinações de números digitais (7.0) ............................................................................ 38
III.2.8 - Determinações de análises físicas (8.0) .............................................................................. 39
III.2.9 - Determinações de análises químicas (9.0) .......................................................................... 40
III.2.9.1 - Elementos trocáveis (9.1) ................................................................................................. 40
III.2.9.2 - Elementos totais (9.2) ....................................................................................................... 40
III.2.10 - Classificação dos produtos de alteração intempéricos (10.0) ........................................... 41
III.2.10.1 - Mapa de unidades geopedológicas (10.1) ...................................................................... 43
III.2.10.2 - Mapa de unidades e coberturas de alteração intempéricas (10.2) .................................. 44
III.2.11 - Integração dos resultados (11.0) ....................................................................................... 45
III.2.12 - O zoneamento geoambiental (12.0) .................................................................................. 45
III.2.12.1 - Mapa de zonas e subzonas geoambientais (12.1) ........................................................... 46
III.2.13 - Relatório final (13.0) ......................................................................................................... 47
IV - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................................... 49
IV.1 - O MAPA DE UNIDADES FISIOGRÁFICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL .......................................................................................................... 49
IV.2 - O MAPA DE UNIDADES LITOLÓGICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL .......................................................................................................... 52
IV.2.1 - Gnaisses com charnoquitos (ch) ......................................................................................... 52
IV.2.2 - Migmatitos estromatíticos ou gnaisses bandados (mgb) .................................................... 54
IV.2.3 - Granitos gnáissicos finos (ygf) ........................................................................................... 54
IV.2.4 - Migmatitos policíclicos homogêneos com charnoquitos (mch) ......................................... 55
IV.2.5 - Migmatitos estromatíticos com neossoma tonalítico (met) ................................................ 55
IV.2.6 - Gnaisses e migmatitos blastomiloníticos (gmb) ................................................................. 56
IV.2.7 - Gnaisses e quartzitos (gnq) ................................................................................................. 57
IV.2.8 - Biotita gnaisses migmatizados (bgm) ................................................................................. 57
IV.2.9 - Biotita gnaisses granodioríticos (bgn) ................................................................................ 58
IV.2.10 - Ectinitos síltico-argilosas (re) ........................................................................................... 59
IV.2.11 - Xistos e gnaisses (xgn) ...................................................................................................... 59
IV.2.12 - Migmatitos estromatíticos e gnaisses (meg) ..................................................................... 60
IV.2.13 - Migmatitos estromatíticos com paleossoma xistoso (mex) .............................................. 60
x
IV.2.14 - Biotita gnaisses bandados (bgb) ........................................................................................ 61
IV.2.15 - Biotita gnaisses finos (bgf) ............................................................................................... 61
IV.2.16 - Biotita gnaisses e xistos (bx) ............................................................................................ 62
IV.2.17 - Biotita gnaisses granitóides e xistos (bgx) ........................................................................ 62
IV.2.18 - Granitóides porfiróides (ygp) ............................................................................................ 63
IV.2.19 - Granitóides a duas micas (ydm) ........................................................................................ 64
IV.2.20 - Granitóides migmatíticos (ymp) ....................................................................................... 65
IV.2.21 - Granitóides foliados (grf) .................................................................................................. 66
IV.2.22 - Granitos equigranulares (gre) ........................................................................................... 66
IV.2.23 - Metaconglomerados (cm) ................................................................................................. 67
IV.2.24 - Sedimentos flúvio-lacustres (sfl) ...................................................................................... 68
IV.2.25 - Sedimentos fluviais (agar) ................................................................................................ 68
IV.2.26 - Sedimentos marinhos (qm) ............................................................................................... 69
IV.3 - O MAPA DE UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL .......................................................................................................... 70
IV.3.1 - UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS COM REGIME DE UMIDADE PERÚDICO (pr) ... 70
IV.3.1.1 - Latossolo Vermelho Amarelo (LVapr1; LVapr2) ........................................................... 70
IV.3.1.2 - Podzólico Vermelho Escuro (PVepr) ............................................................................... 72
IV.3.1.3 - Podzólico Vermelho Amarelo (PVapr) ............................................................................ 72
IV.3.1.4 - Cambissolo (Cpr) ............................................................................................................. 72
IV.3.1.5 - Cambissolo Húmico (CHpr) ............................................................................................ 72
IV.3.2 - UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS COM REGIME DE UMIDADE ÚDICO (ud) ......... 72
IV.3.2.1 - Latossolo Vermelho Escuro (LVeud1; LVeud2) ............................................................. 73
IV.3.2.2 - Latossolo Vermelho Amarelo (LVaud1; LVaud2; LVaud3; LVaud4) ............................ 73
IV.3.2.3 - Podzólico Vermelho Escuro latossolizado (PVelud) ....................................................... 74
IV.3.2.4 - Podzólico Vermelho Escuro (PVeud1; PVeud2) ............................................................. 74
IV.3.2.5 - Podzólico Vermelho Escuro com Podzólico Vermelho Amarelo em regime ústico
[PVeud(PVaus)] ................................................................................................................. 75
IV.3.2.6 - Podzólico Vermelho Amarelo a Vermelho Escuro (PVa/eud) ........................................ 75
IV.3.2.7 - Podzólico Vermelho Amarelo latossolizado (PValud) .................................................... 76
IV.3.2.8 - Podzólico Vermelho Amarelo com Latossolo Vermelho Escuro em regimes ústico e
údico [PVaud(LVeus; LVeus/ud)] ..................................................................................... 76
IV.3.2.9 - Podzólico Vermelho Amarelo (PVaud1; PVaud2; PVaud3; PVaud4; PVaud) ............... 77
xi
IV.3.2.10 - Podzólico Vermelho Amarelo e Cambissolo (PVaud+Cud) ......................................... 78
IV.3.2.11 - Cambissolo latossolizado (Clud1; Clud2; Clud3) .......................................................... 78
IV.3.2.12 - Cambissolo (Cud1; Cud2) .............................................................................................. 79
IV.3.3 - UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS COM REGIME DE UMIDADE ÚSTICO (us) ........ 79
IV.3.3.1 - Latossolo Vermelho Escuro (LVeus) ............................................................................... 79
IV.3.3.2 - Latossolo Vermelho Amarelo (LVaus) ............................................................................ 80
IV.3.3.3 - Podzólico Vermelho Escuro (PVeus1; PVeus2) .............................................................. 80
IV.3.3.4 - Podzol Hidromórfico (Hpus) ........................................................................................... 80
IV.3.3.5 - Cambissolo latossolizado (Clus) ...................................................................................... 81
IV.3.3.6 - Cambissolo (Cus) ............................................................................................................. 81
IV.3.4 - UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS COM REGIME DE UMIDADE ÁQUICO (aq) ....... 81
IV.3.4.1 - Hidromórfico Glei Húmico (HGHaq) .............................................................................. 81
IV.4 - O MAPA DE MORFOESTRUTURAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO PARAÍBA
DO SUL ............................................................................................................................. 82
IV.5 - O MAPA DE UNIDADES E COBERTURAS DE ALTERAÇÃO INTEMPÉRICAS DA
REGIÃO DO ALTO-MÉDIO PARAÍBA DO SUL ...................................................... 85
IV.6 - O MAPA DE ZONAS E SUBZONAS GEOAMBIENTAIS DA REGIÃO DO ALTO-
MÉDIO PARAÍBA DO SUL ........................................................................................... 88
IV.6.1 - ZONA GEOAMBIENTAL SEDIMENTOS (ZGSD) ........................................................ 90
IV.6.1.1 - Subzona Sedimentos Marinhos (SSDM) ......................................................................... 90
IV.6.1.2 - Subzona Sedimentos Fluviais (SSDF) ............................................................................. 91
IV.6.1.3 - Subzona Sedimentos Flúvio-Lacustres (SSDL1; SSDL2; SSDL3) ................................. 92
IV.6.2 - ZONA GEOAMBIENTAL METACONGLOMERADOS (ZGMC) ................................. 94
IV.6.3 - ZONA GEOAMBIENTAL BIOTITA GRANITOS (ZGBG) ............................................ 95
IV.6.3.1 - Subzona Granitos Equigranulares (SBGE) ...................................................................... 95
IV.6.3.2 - Subzona Granitóides Foliados (SBGF1; SBGF2; SBGF3;SBGF4) ................................ 97
IV.6.4 - ZONA GEOAMBIENTAL GRANITÓIDES (ZGGT) ....................................................... 98
IV.6.4.1 - Subzona Granitóides Migmatíticos (SGTM1, SGTM2, SGTM3, SGTM4) .................... 99
IV.6.4.2 - Subzona Granitóides a Duas Micas (SGTD1, SGTD2, SGTD3) .................................. 101
IV.6.4.3 - Subzona Granitóides Porfiróides (SGTP1; SGTP2) ...................................................... 103
IV.6.4.4 - Subzona Granitos Gnáissicos Finos (SGTX) ................................................................. 106
IV.6.5 - ZONA GEOAMBIENTAL GNAISSES (ZGGN) ............................................................ 107
IV.6.5.1 - Subzona Biotita Gnaisses Granitóides e Xistos (SGNG1, SGNG2) .............................. 107
xii
IV.6.5.2 - Subzona Gnaisses e Quartzitos (SGNQ) ....................................................................... 109
IV.6.5.3 - Subzona Biotita Gnaisses e Xistos (SGNX1; SGNX2) ................................................. 111
IV.6.5.4 - Subzona Biotita Gnaisses Finos (SGNF) ....................................................................... 112
IV.6.5.5 - Subzona Biotita Gnaisses Bandados (SGNB1; SGNB2) ............................................... 113
IV.6.5.6 - Subzona Gnaisses e Migmatitos Blastomiloníticos (SGNM) ........................................ 115
IV.6.5.7 - Subzona Biotita Gnaisses Granodioríticos (SGND1; SGND2) ..................................... 116
IV.6.5.8 - Subzona Biotita Gnaisses Migmatizados (SGNZ1; SGNZ2) ........................................ 117
IV.6.5.9 - Subzona Gnaisses com Charnoquitos (SGNH1; SGNH2) ............................................ 119
IV.6.6 - ZONA GEOAMBIENTAL ECTINITOS SÍLTICO-ARGILOSAS (ZGEC) ................... 120
IV.6.7 - ZONA GEOAMBIENTAL XISTOS E GNAISSES (ZGXG1; ZGXG2; ZGXG3) ......... 121
IV.6.8 - ZONA GEOAMBIENTAL MIGMATITOS (ZGMG) ..................................................... 123
IV.6.8.1 - Subzona Migmatitos Estromatíticos com Paleossoma Xistoso (SMGX) ...................... 123
IV.6.8.2 - Subzona Migmatitos Estromatíticos e Gnaisses (SMGG1; SMGG2) ........................... 124
IV.6.8.3 - Subzona Migmatitos Estromatíticos com Neossoma Tonalítico (SMGT) .................... 126
IV.6.8.4 - Subzona Migmatitos Estromatíticos ou Gnaisses Bandados (SMGB) .......................... 127
IV.6.8.5 - Subzona Migmatitos Policíclicos Homogêneos c/ Charnoquitos (SMGH1; SMGH2) . 128
V - CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 131
V.1 - DOS PRODUTOS E DA TECNOLOGIA DE SENSORIAMENTO REMOTO ................ 131
V.2 - DA METODOLOGIA E/OU SISTEMÁTICA UTILIZADA .............................................. 132
V.3 - DOS RESULTADOS OBTIDOS ......................................................................................... 133
V.4 - DA EXPERIÊNCIA ADQUIRIDA ...................................................................................... 145
V.5 - RECOMENDAÇÕES ........................................................................................................... 146
V.6 - CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 146
VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 149
ÍNDICE DE APÊNDICES ............................................................................................... 163
APÊNDICE I - SISTEMAS DE TRATAMENTO DE IMAGENS MULTIESPECTRAIS ............... I
APÊNDICE II - TECNOLOGIA DE SENSORIAMENTO REMOTO ORBITAL ....................... VII
APÊNDICE III - TÉCNICAS PEDOGEOQUÍMICAS ................................................................... IX
xiii
ÍNDICE DE ANEXOS ..................................................................................................... 178
ANEXO I - MAPA DE UNIDADES FISIOGRÁFICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL ............................................................................................................. #
ANEXO II - MAPA DE UNIDADES LITOLÓGICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL ............................................................................................................. #
ANEXO III - MAPA DE UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL ............................................................................................................. #
ANEXO IV - MAPA DE MORFOESTRUTURAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO PARAÍBA
DO SUL ................................................................................................................................ #
ANEXO V - MAPA DE UNIDADES E COBERTURAS DE ALTERAÇÃO INTEMPÉRICAS DA
REGIÃO DO ALTO-MÉDIO PARAÍBA DO SUL ............................................................ #
ANEXO VI - MAPA DE ZONAS E SUBZONAS GEOAMBIENTAIS DA REGIÃO DO ALTO-
MÉDIO PARAÍBA DO SUL ............................................................................................... #
(#) Os anexos encontram-se em volume separado.
xiv
Í N D I C E D E T A B E L A S
III.1 - Relação das cartas topográficas utilizadas ............................................................................. 24
III.2 - Divisões e/ou subdivisões com as abreviaturas utilizadas no mapa de unidades fisiográficas ... 36
III.3 - Nomenclatura e abreviaturas de unidades litológicas ............................................................ 37
III.4 - Nomenclatura e abreviaturas de unidades geopedológicas .................................................... 43
III.5 - Nomenclatura e abreviaturas de unidades e coberturas de alteração intempéricas ................ 45
III.6 - Nomenclatura e abreviaturas das zonas e subzonas geoambientais ....................................... 47
IV.1 - Distribuição relativa das unidades fisiográficas com as regiões geográficas ........................ 51
IV.2 - Distribuição relativa das unidades litológicas com as regiões geográficas e unidades
fisiográficas ........................................................................................................................ 53
IV.3 - Distribuição relativa das unidades geopedológicas com as regiões geográficas e unidades
fisiográficas ........................................................................................................................ 71
IV.4 - Distribuição relativa das morfoestruturas predominantes com as regiões geográficas e
unidades fisiográficas ......................................................................................................... 84
IV.5 - Distribuição relativa das unidades e coberturas de alteração intempéricas com as regiões
geográficas e unidades fisiográficas ................................................................................... 86
IV.6 - Relação das unidades e coberturas de alteração intempéricas com as unidades geopedo-
lógicas, fisiográficas, litológicas e com as morfoestruturas predominantes ...................... 87
IV.7 - Relação das zonas e subzonas geoambientais com as unidades litológicas, geopedológicas,
fisiográficas, anomalias de morfoestruturas, unidades e coberturas de alteração intempé-
ricas e paragênese de colóides ............................................................................................ 89
xv
Í N D I C E D E F I G U R A S
II.1 - A área do polígono estudado com as principais cidades e rodovias ....................................... 11
II.2 - Os tipos climáticos considerando-se a efetividade da precipitação (Jiménez-Rueda et alii,
1989b) ................................................................................................................................. 14
II.3 - Os regimes de umidade dos solos (Jiménez-Rueda et alii, 1989b) ......................................... 15
III.1 - A área do polígono estudado (hachurado) e a articulação das folhas topográficas editadas na
escala de 1:50.000 .............................................................................................................. 25
III.2 - Diagrama de fluxo de trabalho (DFT) do zoneamento geoambiental da região do alto-médio
Paraíba do Sul ..................................................................................................................... 26
xvi
R E S U M O
Este trabalho foi realizado na região do alto-médio Paraíba do Sul, situada no extremo leste do
estado de São Paulo, com a finalidade de desenvolver uma avaliação sistemática do meio físico,
utilizando-se de atributos espaciais de imagens TM/Landsat. A técnica consistiu na análise dos
elementos texturais de relevo e drenagem, com a delimitação ou compartimentação de áreas com
características fotointerpretativas, relativamente homogêneas e distintas das áreas adjacentes. A
confiabilidade na delimitação foi realizada através da análise de homogeneidade (verificação da
existência de heterogeneidades internas) e da análise de similaridade (verificação da existência de
unidades com características e/ou propriedades semelhantes). Através de propriedades observadas
nas imagens foi possível fazer a correlação com as litologias e solos predominantes, que somados
com informações de determinações laboratoriais de análises físicas e químicas de materiais
coletados ao longo de perfis de alteração intempéricos, realizou-se a determinação e cartografia das
diversas unidades e coberturas de alteração intempéricas. Por meio de uma avaliação integrada
dessas unidades e coberturas de alteração intempéricas com outras informções do meio físico, tais
como edafoclimáticas, de fisiografias e de anomalias morfoestruturais, pode-se discriminar
diferentes zonas e subzonas geoambientais, com a finalidade de fornecer subsídios técnicos para a
definição e prioridades em obras de engenharia, recursos hídricos, uso agrícola, planejamento
territorial, proteção ambiental e outros.
xvii
A B S T R A C T
This study was performed at the Upper and Middle Rio Paraíba do Sul valley, localized at the
eastern border of São Paulo State. Its objective was to develop a systematic evaluation of the
physical environment (Geology, Geomorphology and Soils), using spatial attributes of TM Landsat
images. The technique used consisted of an analysis of the textural characteristics of relief and
drainage elements, with the definition of homogeneous photogeologic zones. The conviction on
these definition was realized through the homogeneity analysis (to check the existence of internal
heterogeneity) and similarity analysis (to check the existence of units with analogous
characteristics). After the observation of TM Landsat images, a correlation was made with main
lithologies and soil types. Furthermore, with the informations of data from soils laboratory analysis
(physical and chemical) of material collected along weathering profiles, was produced the
determination and map-making of units and covers of weathering alteration. At last was realized the
integrated avaliation of these units and covers of weathering alteration with others informations of
physical environment, as well as edaphoclimatic information, and informations on physiographic
and morphostructural anomalies, with the determination of different geoenvironmental zones, with
purpose to supply the technical allowances to definition and priorities for engineering works,
technical evaluations of water resources, evaluations of land use, regional planning, environmental
protection issues, etc.
1
I - INTRODUÇÃO
I.1 - Considerações gerais
Visto que extensas regiões do território brasileiro se encontram sob a influência dos climas tropical
e subtropical, com índices pluviométricos consideráveis, o processo de decomposição ou alteração
das rochas é praticamente contínuo, e associado com a subseqüente pedogênese, favorece a
presença de consideráveis coberturas de alteração intempéricas, recobrindo as rochas subjacentes
por extensas regiões.
O estudo das coberturas de alteração intempéricas, freqüentemente pode auxiliar o conhecimento do
tipo de rochas subjacentes, inclusive de possíveis depósitos minerais.
Daí a necessidade em determinar as características física, química e mineralógica de horizontes
constituintes dos perfis pedogenéticos, e as interrelações das coberturas de alteração intempéricas
com o meio físico.
Dessa forma, procurar-se-á fazer a análise das coberturas de alteração intempéricas, em conjunto
com as informações litológicas, fisiográficas e morfoestruturais, de regiões com relevos
movimentados, para fins de estudos geoambientais.
Visto que o estudo das coberturas de alteração intempéricas, relativadas com as rochas subjacentes,
ainda é considerada recente, faz-se necessária continuar a pesquisa, procurando-se novas
alternativas e mesmo aprofundar-se nas técnicas já existentes. É necessário salientar que de
nenhuma forma pretende-se esgotar os diversos aspectos técnicos, relacionados com o assunto.
Uma das alternativas é o uso da tecnologia de sensoriamento remoto orbital, através de imagens
multiespectrais do “Themathic Mapper” do satélite Landsat (TM/Landsat), pela facilidade da visão
sinóptica dos elementos constituintes do meio físico.
Com a análise e a interpretação fotogeológica dos elementos de drenagem e de relevo, é possível
fazerem-se estudos integrados do meio físico, inclusive com o fornecimento de importantes
subsídios para a definição e prioridades em aplicações de múltiplos usos, tais como em obras de
engenharia, recursos hídricos, uso agrícola, planejamento territorial, proteção ambiental, entre
outros.
Procurou-se também, utilizar-se da técnica de geoprocessamento, com o uso de sistemas de
informações georreferenciadas, existentes em Sistemas de Informações Geográficas, e disponíveis
2
no SIstema de Tratamento de IMagens (SITIM/SGI) e no Sistema de PRocessamento de
INformações Georeferenciadas (SPRING). Alguns detalhes técnicos desses sistemas podem ser
encontrados no Apêndice I.
I.2 - Coberturas de alteração intempéricas
As coberturas de alteração intempéricas podem ser entendidas, como sendo a resultante de
processos específicos da interação dos fatores exógenos e endógenos de alteração intempérica, na
formação de solos.
Os fatores exógenos estão relacionados, principalmente com o clima, organismos, rochas, relevo,
tempo e tectônica; já os fatores endógenos correspondem aos ganhos, perdas, transformações e
translocações de elementos químicos, ocorridos durante os processos de alteração intempéricos.
As características fundamentais geopedológicas associadas às suas propriedades, definem os
volumes de intemperismo.
As características fundamentais geopedológicas são aquelas relacionadas com a cor, estrutura,
consistência e densidade.
As propriedades correspondem ao conhecimento da espessura, dos limites, da capacidade de
retenção d'água e da profundidade radicular no perfil de alteração.
As nossas rochas sofrem incessantemente a ação dos processos intempéricos, tanto químicos como
físicos e biológicos, os quais promovem a alteração, transformação e remanejamento dos seus
constituintes químicos e mineralógicos, originando materiais secundários, muitas vezes bastante
diferentes das rochas primitivas. Esses materiais secundários são marcadamente importantes, no
que diz respeito à morfologia e constituição química, os quais constituem-se em coberturas
superficiais de elementos friáveis ou secundariamente consolidados, e denominados de formações
superficiais por Dewolf (1965).
Dessa forma, os complexos rochosos podem ser destruídos por processos físicos e químicos, que ao
mesmo tempo, podem ser os responsáveis pela alteração. Os processos físicos ou mecânicos
normalmente produzem a destruição da estrutura das rochas, com a conseqüente liberação de
minerais pela desagregação da massa rochosa, e pelo aumento de fraturas e diáclases, resultando
fragmentos móveis facilmente carreados.
3
De outro lado, a alteração química tem na água o seu principal agente modificador. A infiltração da
água nas rochas prepara o caminho para a ação de outros agentes modificadores que atuam na
decomposição dos minerais menos resistentes.
Assim é que as ações do ácido carbônico, do próprio oxigênio e dos ácidos húmicos, aceleram a
dissolução e hidratação dos componentes químicos e mineralógicos da rocha.
Numa fase mais avançada do fenômeno intemperismo, os complexos rochosos sofrem os processos
de hidrólise e oxidação progressivos permitindo a alteração, transformação e o remanejamento dos
constituintes químico-mineralógicos, que são tanto mais rápidas quanto mais ativos forem os
elementos contidos na água (tais como CO2, O2 e ácidos húmicos) e pela própria renovação
contínua do fenômeno. Esses processos são, freqüentemente ligados aos processos biológicos que
ativam igualmente a destruição das rochas.
Assim, poder-se-ia resumir que o material derivado da decomposição das rochas, está intimamente
relacionado com os processos específicos da interação dos fatores internos e externos de alteração
intempérica, e sofre a ação dos agentes de intemperismo dos diferentes e sucessivos ciclos
morfoclimáticos, podendo-se exemplificar de modo genérico os dois extremos:
a) em regiões sob a influência de climas áridos, quentes ou frios, os processos físicos
apresentam-se bastantes eficientes; e,
b) em regiões sob a influência de climas quentes e úmidos, os processos químicos são
dominantes, atingindo-se a máxima amplitude de alteração das rochas.
Assim é que a camada de material mineral associado à matéria orgânica comporta um perfil
formado de vários horizontes, dos quais o horizonte mais superficial é o mais rico em matéria
orgânica, podendo-se apresentar uma fauna bastante diversificada.
As diferenciações na evolução do material mineral para se transformar num solo, sentido que lhes
dá o agrônomo, dependem essencialmente do clima e das condições inerentes ao relevo, em
condições onde não haja interferências antrópicas.
Portanto, o esclarecimento e compreensão dos fenômenos que determinaram a evolução de um
perfil de solo específico num determinado local, dependem não só do conhecimento dos fatores de
ordem morfoclimática, biológica e cronológica, mas também, de sua posição ocupada numa
paisagem, e especialmente a duração de sua existência e exposição aos vários ambientes.
4
As primeiras referências ao estudo das formações superficiais datam de 1912 e foram feitas por
Woodworth (Ab'Saber, 1969a); no entanto, os trabalhos de caráter sistemático realizados
recentemente, têm procurado esclarecer os aspectos de gênese e evolução, através da influência
decisiva de oscilações climáticas pretéritas.
A linha francesa de pesquisa das formações superficiais tem sido bastante difundida em nossa
comunidade científica, visto que inúmeros trabalhos foram realizados, principalmente em território
africano, onde as características morfoclimáticas em muito se assemelham com as nossas
(Ab'Saber, 1962; 1969a, b, c; Queiroz Neto, 1964; 1969; 1970; 1974; 1975; Melfi, 1967; Penteado,
1969; Melfi e Pedro, 1977; 1978, entre outros).
Recentemente, tem-se desenvolvido uma linha de pesquisa voltada ao conhecimento das coberturas
de alteração intempéricas, tanto da sua classificação como o seu relacionamento com as
características do meio físico; tem-se também, procurado fazerem-se estudos integrados com outras
técnicas e análises do meio físico, como por exemplo, o uso integrado com técnicas de
sensoriamento remoto orbital, análise morfoestrutural e índices pedogeoquímicos de alteração
intempérica (Jiménez-Rueda, 1980; Jiménez-Rueda et alii, 1988; 1989a, b; 1990; 1993; Mattos e
Jiménez-Rueda, 1989; 1990; Riedel, 1989a, b; Riedel et alii, 1989; Gonçalves, 1993; Volkmer,
1993).
I.3. - Objetivo da pesquisa
O objetivo fundamental desta pesquisa é fazer o estudo do zoneamento geoambiental da região do
alto-médio Paraíba do Sul (SP), com produtos de sensoriamento remoto orbital, através da análise
integrada das características do meio físico, principalmente de coberturas de alteração intempéricas,
fisiografias, litologias e informações edafoclimáticas e morfoestruturais.
I.4 - Concepção da pesquisa
A presente pesquisa foi concebida em função da existência, em nosso território, de extensas regiões
sob a influência de climas tropical e subtropical, com altos índices pluviométricos, freqüentemente
com consideráveis espessuras de material alterado e com diferentes estágios pedogenéticos. É
freqüente, encontrar-se situações onde essa cobertura de material alterado dificulta a realização de
5
estudos geológicos precisos e confiáveis, principalmente para aqueles especialistas que não se
interessam pelo conhecimento e estudo desse material alterado.
De outro lado, devido ao intenso e diversificado uso do espaço territorial existente na região do
conhecido eixo Rio-São Paulo, procurou-se fazer, nessa região, a caracterização do zoneamento
geoambiental para múltiplos usos.
Inicialmente, procurou-se obter alguns conhecimentos prévios, por meio de pesquisa bibliográfica,
cursos de especialização e troca de informações com pesquisadores e especialistas relacionados
com os assuntos, principalmente de coberturas de alteração intempéricas.
O passo seguinte foi a elaboração da sistemática para o desenvolvimento da presente pesquisa,
cujos detalhes são encontrados no item metodologia.
I.5 - Conceitos adotados
I.5.1 - Zoneamento geoambiental
O zoneamento geoambiental em seu sentido mais abrangente contempla a avaliação e
caracterização de fatores físicos, biológicos e sócioeconômicos.
No entanto, o zoneamento geoambiental realizado na região do alto-médio Paraíba do Sul, consistiu
na análise integrada das características de fatores do meio físico, particularmente dos componentes
relacionados com o clima, fisiografia, litologia, geopedologia, e ineditamente, de processos
específicos de alteração intempérica e/ou do tipo de colóide intempérico predominante (paragênese
de colóides) e anomalias de morfoestruturas.
O zoneamento geoambiental deve ter como meta, o fornecimento de subsídios técnicos para
orientar e elucidar a tomada de decisões na implementação de alternativas de desenvolvimentos
regionais, compatíveis com a sustentabilidade e vulnerabilidade dos sistemas ambientais.
Essa implementação de alternativas de desenvolvimento regional, como por exemplo, a formulação
de planos diretores municipais, deve ser acompanhada, complementarmente, de políticas públicas
coerentes, visando estimular os investimentos nas áreas mais propícias e inibir as ações de alto risco
econômico e ambiental.
O zoneamento geoambiental é uma parte do processo de planejamento de uso da terra, com a
definição de áreas territoriais homogêneas, segundo suas características naturais e avaliadas em
6
função de suas potencialidades e limitações, com o propósito de determinar suas necessidades de
manejo ou conservação e a sua tolerância às intervenções do homem.
Assinala-se que a condição desejável é a delimitação de unidades de zoneamento, as quais sejam
totalmente homogêneas em todos os seus fatores ambientais de relevância para o planejamento de
seu uso. No entanto, devido às características da variação natural, a probabilidade de identificar e
definir tal tipo é insignificante.
A homogeneidade ou uniformidade interna das unidades de zoneamento está relacionada com o seu
tamanho em termos de área. Usualmente, a homogeneidade interna das unidades está inversamente
relacionada com seu tamanho. A uniformidade interna é maior à medida que as unidades são
menores, e menor à medida que as unidades são maiores.
De outro lado, o aumento da homogeneidade interna das unidades ocasiona uma redução
considerável em seu tamanho, e este por sua vez, a uma redução na continuidade dessas unidades.
Dessa forma, as unidades maiores asseguram a continuidade da informação, quando representada
cartograficamente. Tais unidades são contínuas e para os propósitos práticos, representam uma
condição desejável. A homogeneidade e continuidade são inversamente relacionadas, e na prática e
para os propósitos de zoneamento, as unidades definidas são o resultado de um balanço adequado
de uniformidade ou homogeneidade e continuidade.
É importante, também, frisar que tanto a variabilidade espacial dos fatores ambientais, como a
uniformidade interna e a continuidade das unidades de zoneamento, estão em função das escalas da
imagem fotográfica e da cartografia final utilizadas.
A unidade de área homogênea é representada pela zona ou subzona geoambiental, a qual é
delimitada por ruptura de declive, geralmente associada ao limite litológico e/ou geológico, e
eventualmente, ao limite erosivo e descontinuidade estrutural (discordância e falhamento).
A zona geoambiental pode ser subdividida em função de algumas variáveis, as quais podem
condicionar a configuração das formas de relevo, com diferenciados graus de alteração
intempéricos.
As variáveis consideradas podem ser devido aos diferentes tipos de paisagens ou unidades
fisiográficas, de graus de dissecação, de unidades geopedológicas, de anomalias morfoestruturais,
de processos específicos de alteração intempérica, do tipo de colóide intempérico predominante
(paragênese do colóide), dentre outras.
7
I.5.2 - Termos fotointerpretativos
Faz-se necessário estabelecer os conceitos para os termos adotados, visto que diversos deles
possuem significados diferentes nos vários ramos da geologia. Os conceitos foram baseados nos
trabalhos de Rivereau (1970), Soares e Fiori (1976), Veneziani e Anjos (1982).
a) Elemento de textura ou elemento textural - é a menor superfície contínua e homogênea,
distinguível na imagem fotográfica e possível de repetição (Soares e Fiori, 1976). Uma das
propriedades do elemento textural é a repetição, com forma e dimensão definidos (Rivereau,
1970). Uma mudança de direção ou de forma, na linha de drenagem ou na superfície do relevo,
constitui uma mudança de elemento da textura (Soares e Fiori, 1976).
b) Textura na imagem fotográfica - corresponde ao padrão de arranjo dos elementos texturais e
representa a imagem de conjunto, dada pela disposição das menores feições que conservam sua
identidade na escala da imagem fotográfica.
c) Densidade de textura - são zonas com maior ou menor número de elementos texturais por
unidade de área; densidade de textura é o inverso da distância média entre elementos texturais.
As variações na textura de relevo e de drenagem constituem a propriedade fundamental na
análise da imagem fotográfica, pois permitem separar feições com significados diferentes ou
associar feições com o mesmo significado, dado por condições naturais. Por outro lado, podemos
ter texturas sem significado geológico, mas com significado florestal, sociológico, etc...
d) Estrutura na imagem fotográfica - é a lei que exprime a disposição espacial dos elementos de
textura (Rivereau, 1970); essa disposição pode ser ordenada ou aleatória, a qual define um
padrão de organização no espaço dos elementos texturais. Nesse conceito pode-se relacionar, por
exemplo, a estrutura com arranjo interno dos minerais de uma rocha (xistosidade, gnaissificação,
foliação cataclástica, estrutura maciça, etc...), ou das fraturas (juntas e falhas), ou do arranjo
radial dos elementos texturais (estrutura radial).
e) Grau de estruturação - refere-se à regularidade de organização dos elementos texturais (Soares
e Fiori, 1976). Assim, diz-se que uma forma é fracamente estruturada quando a lei de ordenação
é mal definida; pouco regular ou pouco precisa; e, fortemente estruturada em caso de disposição
regularmente ordenada.
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f) Ordem de estruturação - corresponde à qualificação da complexidade de organização dos
elementos texturais ou a superposição de padrões de organização (Soares e Fiori, 1976). Por
exemplo, tem-se uma estrutura de 1a. ordem quando apenas uma lei define o padrão de
ordenação, como no caso da disposição em linha reta de elementos texturais. Pode-se dizer que,
quanto maior é o grau e a ordem de estruturação dos elementos texturais em uma forma, menor a
possibilidade de ser casual.
g) Forma - exprime a disposição espacial de elementos texturais com propriedades comuns. Por
exemplo, se se identifica o elemento de textura como elemento de drenagem, e a estrutura como
radial, tem-se uma forma radial de drenagem. A forma pode ser caracterizada por cinco
propriedades: 1. dos elementos texturais; 2. densidade de textura; 3. estrutura; 4. grau de
estruturação (ou intensidade); 5. ordem de estruturação (ou grandeza).
h) Zonas homólogas (homogêneas) - são definidas pelas zonas de repartição dos elementos
texturais e sua organização, formadas pela repetição dos mesmos elementos texturais e a mesma
estrutura (Soares e Fiori, 1976). No trabalho de zoneamento geoambiental da região do alto-
médio Paraíba do Sul, esse termo foi substituído por zonas homogêneas.
i) Limites - são as separações das zonas da imagem com propriedades texturais e/ou estruturais
diferentes (Soares e Fiori, 1976). Quando um limite coincide com uma forma linear estruturada,
tem-se um limite definido pela propriedade desta forma. Considera-se limite progressivo quando
as propriedades de uma zona homóloga/homogênea são substituídas progressivamente pelas
propriedades de outra. Pode-se considerar, ainda, um limite envoltório, quando se tem a
separação de um conjunto com propriedades texturais e/ou estruturais diferentes sem que estas
propriedades cubram toda a zona limitada.
Observação - Todas essas propriedades fundamentais da imagem fotográfica dependem da escala
de observação. Seus valores são relativos, dentro do mesmo nível de investigação, variando com o
grau de resolução da análise e com a qualidade da imagem fotográfica (Soares e Fiori, 1976).
j) Rupturas de declive - as rupturas de declive são os elementos fundamentais na análise do relevo
para interpretação geológica. As pequenas rupturas de declive definem os elementos texturais do
relevo, caracterizados pelas menores variações bruscas da superfície do terreno e identificáveis
na imagem fotográfica. A disposição regular, definida no espaço, das rupturas de declive,
constitui estrutura do relevo considerada como quebras negativas ou quebras positivas, ou ainda,
lineações e alinhamentos de relevo. As quebras negativas são aquelas quebras com
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concavidades voltadas para cima, e são interpretadas como limites fotolitológicos e, as quebras
positivas que são aquelas quebras com concavidades voltadas para baixo correspondem aos
níveis de maior resistência à erosão. Nas imagens fotográficas sem a visão estereoscópica essas
rupturas de declive são identificadas pelo par luz-sombra alongado (Veneziani e Anjos, 1982).
k) Lineações de relevo e de drenagem - são pequenas feições lineares, pouco salientes no relevo,
fortemente estruturadas, retilíneas ou curvas. De acordo com a resolução da imagem fotográfica,
as feições de relevo e de drenagem correspondem aos elementos texturais fortemente
estruturados, os quais são interpretados como traço de fratura (lineações de drenagem), traço de
foliação e traço de acamamento. Os detalhes do significado desses traços podem ser encontrados
nos trabalhos de Lattman (1958), Lattman e Nickelsen (1958), Von Bandat (1962), Ray (1963),
Allum (1966), Rivereau (1970), Northfleet et alii (1971), Vergara (1971), Fiori e Soares (1974).
l) Alinhamentos de relevo e de drenagem - o termo alinhamento corresponde ao arranjo alinhado,
retilíneo ou arqueado de formas identificáveis na imagem fotográfica (Soares et alii, 1982).
Essas formas são caracterizadas por feições fortemente estruturadas dos elementos de relevo ou
de drenagem. Os alinhamentos de relevo ou de drenagem são interpretados como traço de
acamamento, traços de flancos de dobras, traços de clivagens tectônicas e traços de falhamentos.
As principais características de análise e interpretação dos alinhamentos são encontradas nos
trabalhos de Lueder (1959), Miller (1961), Allum (1966), Soares e Fiori (1976), Soares et alii
(1982), Veneziani e Anjos (1982).
m) Assimetria de relevo e de drenagem - considera-se relevo assimétrico quando as quebras
negativas e positivas separam zonas de declividade maior e menor, ou com propriedades de
relevo diferentes, alternadamente. A assimetria da rede de drenagem é caracterizada pela
presença de elementos com tamanho ou estrutura sistematicamente diferentes, de um lado e de
outro do elemento maior. As assimetrias de relevo e de drenagem são interpretadas como
indicadoras da posição espacial das camadas e/ou de estratos, e permitem definir classes de valor
dos mergulhos de camadas e foliações (Soares e Fiori, 1976). Nas imagens fotográficas sem a
visão estereoscópica a análise da assimetria de relevo é feita pela disposição alongada do par luz-
sombra e avaliada segundo a largura da região sombreada, comparada com a região iluminada
(Veneziani e Anjos, 1982).
n) Formas de encostas - estão relacionadas com os tipos de vertentes, os quais fornecem
indicações dos estágios erosivos e da resistência à erosão do maciço rochoso. Essas formas de
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encostas, de acordo com o potencial erosivo, foram classificadas em côncavas, côncava-retilínea-
convexas, côncava-convexas e convexas. As formas de encostas são de difícil caracterização em
imagens fotográficas, principalmente naquelas com ausência da visão estereoscópica. A
resistência à erosão pode ser analisada, em imagens fotográficas com ausência da visão
estereoscópica, através da comparação relativa de áreas com diferentes densidades texturais de
relevo e drenagem (Veneziani e Anjos, 1982).
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II - A ÁREA DE ESTUDOS
II.1 - Considerações gerais
A área de estudos tem o formato de um paralelogramo, cujos limites correspondem,
aproximadamente com as coordenadas de 22o35' a 23o35' de latitude sul e de 44o50' a 45o55' de
longitude oeste de Greenwich, perfazendo uma superfície aproximada de 9.000 quilômetros
quadrados (Fig. II.1). Ela abrange partes da serra da Mantiqueira e da serra do Mar, incluindo a
região litorânea setentrional paulista e a bacia do alto-médio rio Paraíba do Sul.
Figura II.1 - A area do polígono estudado com as principais cidades e rodovias.
A região do alto-médio Paraíba do Sul situa-se na porção leste do estado de São Paulo, e ocupa a
quarta posição no desempenho das atividades produtivas do estado. Esse desempenho tem sido
crescente a partir da década de 70, devido à desconcentração industrial da metrópole paulistana,
estimulada por decisões políticas governamentais.
Essa região, comparada com as demais regiões do estado, destaca-se pelo seu desempenho
industrial, ocupando a terceira posição. Essa industrialização provocou conseqüências negativas nos
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setores sócioeconômicos regionais, tal como o inevitável êxodo rural para suprir a mão de obra não
especializada das novas indústrias, cuja conseqüência foi o declínio da produção agropastoril.
Até o final do século passado a região foi uma importante produtora de café, atestado pela
existência de diversas mansões da aristocracia do café da época. Devido à perda de mão de obra
rural, inclusive com a abolição da escravatura, a decadência da atividade agrícola foi inevitável.
Somente no período posterior à segunda guerra mundial, a região foi se transformando pela
imigração de trabalhadores provenientes dos planaltos do sul do país e/ou do estado de Minas
Gerais, através de arrendamentos e/ou compras das terras abandonadas. Aos poucos a atividade
agrícola foi sendo transformada para a pastoril, esta atualmente, bastante extensiva e importante.
O desenvolvimento de diversos pólos industriais na região de estudo, foi bastante rápido e
importante, devido à localização estratégica entre os dois maiores centros consumidores do país,
conhecido como eixo Rio-São Paulo, e também pela existência do principal meio de escoamento da
produção regional, através da rodovia presidente Dutra (BR-116).
Se de um lado, esse desenvolvimento industrial trouxe benefícios sócioeconômicos através de
novos empregos, de outro lado, como já foi constatado por estudos realizados pela Secretaria do
Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 1988), tem-se a existência de mais de 150
indústrias com potencial poluidor por metais pesados ou por substâncias orgânicas, apresentando-se
dessa forma, como um grande potencial de possíveis acidentes com o sistema de tratamento e
contenção de efluentes industriais.
Outro agravante é a crescente expansão urbana da região, a qual é incompatível com a constatação
de que 25% do esgoto doméstico urbano (SÃO PAULO, 1988) não seja coletado por rede
apropriada; nesses casos, o efluente urbano é lançado no solo, podendo ocorrer a contaminação do
lençol freático, através da infiltração desse efluente nas áreas com material inconsolidado
permeável.
Outra fonte potencial de poluição do ambiente é a cada vez mais crescente quantidade de resíduos
sólidos urbanos, que normalmente são despejados em locais abertos (lixões ativos e inativos), sem
quase nenhuma preocupação com a proteção ambiental. No processo de decomposição biológica
desses resíduos sólidos urbanos é produzido um líquido de coloração escura, conhecida como
chorume, rico em matéria orgânica. Este líquido pode infiltrar-se no material inconsolidado e poluir
o lençol freático.
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Como pode ser constatado, é imprescindível fazer-se o estudo do meio físico para se conhecer as
reais condições do ambiente, com a indicação de locais apropriados para minimizar ou mesmo
evitar-se, por exemplo, a contaminação dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos.
O estudo de meio físico deve levar em consideração a caracterização das coberturas de alteração
intempéricas, dos litotipos subjacentes, da fisiografia, das feições morfoestruturais anômalas e/ou
regionais e de informações edafoclimáticas, com a finalidade de obter-se o zoneamento
geoambiental para múltiplos usos.
II.2 - Aspectos climáticos
Em função da presença de grandes diferenças de altitudes na área do alto-médio Paraíba do Sul,
desde 2.401 metros no pico dos Marins, verificadas a nordeste da cidade de Piquete, na serra da
Mantiqueira, até o nível do mar, os tipos climáticos são marcantes, e conseqüentemente importantes
influenciadores nos processos de alterações intempéricas e no modelado do relevo da região.
Para o presente estudo adotou-se a classificação do clima que tem em consideração a efetividade da
precipitação, cujo índice de umidade do clima foi obtido por cálculo que leva em conta as chuvas e
as temperaturas na mesma equação matemática.
Dessa forma, com o mesmo total de chuvas, o clima é mais úmido onde as temperaturas são mais
baixas, pois a evapotranspiração é menor, sobrando mais água para a decomposição das rochas,
erosão e lixiviação do solo, alimentação das águas subterrâneas e suprimento de água na vegetação.
Na região do alto-médio Paraíba do Sul tem-se a caracterização dos seguintes tipos climáticos
segundo a efetividade da precipitação (Fig. II.2), determinados por Jiménez-Rueda et alii (1989b):
Ccw - este tipo climático predomina na região do vale do rio Paraíba do Sul, ocupando cotas
altimétricas que variam entre 500 e 800 metros; é caracterizado por clima úmido sem
estiagem segundo a efetividade da precipitação (índice pluviométrico varia entre 1.100 mm e
1.700 mm anuais, decrescendo a precipitação no sentido para oeste), e subtropical em relação
ao aspecto térmico, cuja temperatura do mês mais frio é inferior a 18oC e a do mês mais
quente ultrapassa os 22oC. O clima é de inverno seco e verão chuvoso e, a estação seca
transcorre entre os meses de abril até setembro;
Ccr - a área de atuação desse tipo climático ocorre nas regiões mais elevadas ao longo do vale do
rio Paraíba do Sul, predominantemente nas regiões dos rios Paraitinga e Paraibuna. As cotas
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altimétricas variam entre 800 e 1.000 metros, cuja área é caracterizada pelo clima úmido com
estiagem no inverno (com totais pluviométricos anuais entre 1.300 mm e 1.700 mm) e pelo
aspecto térmico subtropical, onde a temperatura média varia entre 10oC e 22oC. O clima é
mesotérmico de inverno seco e verão ameno;
Figura II.2 - Os tipos climáticos considerando-se a efetividade da precipitação (Jiménez-Rueda et alii, 1989b).
Bcr - as áreas de acorrência desse tipo climático são ao longo das vertentes das serras do Mar e da
Mantiqueira, as quais são consideradas como zonas transicionais entre a prémontana e a
montana, ocupando cotas entre 1.000 e 1.200 metros de altitude, caracterizadas pelo clima
úmido (no mês mais seco as precipitações são superiores a 30 mm), subtropical de altitude a
temperado, onde a temperatura do mês mais quente é superior a 22oC;
Adr - as áreas de ocorrência desse tipo climático são verificadas nos pontos mais elevados das
serras da Mantiqueira e do Mar, correspondendo à região de montana, com altitudes
superiores a 1.300 metros. É caracterizado pelo tipo climático superúmido com índice
pluviométrico variável entre 1.100 mm e 1.200 mm anuais, e pelo aspecto térmico temperado,
onde a temperatura do mês mais quente não atinge os 22oC.
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Os aspectos climáticos do solo foram avaliados por Jiménez-Rueda et alii (1989b), em função da
temperatura e do armazenamento de água, ou período de seca na seção-controle do solo, de acordo
com o Soil Taxonomy (1975) e, em função de dados de precipitação/evaporação, foram
estabelecidos quatro regimes de umidade dos solos, cuja distribuição (Fig. II.3) se ajusta com a
macro subdivisão climática da região:
Figura II.3 - Os regimes de umidade dos solos (Jiménez-Rueda et alii, 1989b).
a) regime áquico - distribuído nas imediações do vale recente do rio Paraíba do Sul e
caracterizado por um meio redutor, em conseqüência da saturação do solo com água
praticamente sem oxigênio dissolvido;
b) regime ústico - ocupa o paleovale do rio Paraíba do Sul e as partes baixas das vertentes das
serras da Mantiqueira e do Mar, cujo regime é intermediário entre o áquico e o údico;
c) regime údico - encontra-se distribuído na região correspondente à zona pré-montana, e neste
regime, nenhuma parte da seção de controle do solo poderá permanecer seca por 90 ou mais
dias acumulativos durante o ano, na maioria dos anos;
d) regime perúdico - associado à zona montana
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O regime de temperatura do solo foi obtido de acordo com a equação de Comerma e Sanchez (1980
apud Jiménez-Rueda et alii, 1989b), com a avaliação da temperatura nas cotas altitudinais de 800,
1.000 e superior a 1.300 metros, correspondendo, respectivamente, às regiões do vale do rio Paraíba
do Sul juntamente com a prémontana baixa, prémontana alta e montanhosa. Os regimes de
temperatura obtidos para a região do alto-médio Paraíba do Sul foram: hipertérmico para aquelas
regiões com cotas altitudinais inferiores a 1.300 metros, e térmico para aquelas regiões com cotas
altitudinais superiores a 1.300 metros (Jiménez-Rueda et alii, 1989b).
II.3 - Aspectos geológicos compilados: uma visão regional
A região do alto-médio Paraíba do Sul está inserida na região de Dobramentos Sudeste
(Schobbenhaus et alii, 1984), a qual foi afetada pela mobilização tectônica brasiliana. As unidades
litoestruturais existentes, provavelmente foram acumuladas durante o Proterozóico Superior e
posteriormente afetadas pelo Ciclo Brasiliano, e os complexos litoestruturais foram consolidados no
Arqueano e Proterozóico Inferior e retrabalhados em ciclos termotectônicos pré- e sin-brasilianos.
Hasui et alii (1984) consideraram para essa região de dobramentos Sudeste, uma evolução
policíclica e polimetamórfica, evidenciada pelas transformações geodinâmicas e geoquímicas
ocorridas.
Diversos trabalhos geológicos foram efetuados na região do alto-médio Paraíba do Sul, destacando-
se os mapeamentos geológicos de diversas áreas correspondentes ao formato de folha topográfica
na escala 1:50.000 e financiados pelo programa Pró-Minério (Chieregati et alii, 1982; Oliveira et
alii, 1983; Sobreiro Neto et alii, 1983; Bistrichi et alii, 1990), inclusive o trabalho executado na
escala de 1:100.000, pelo IPT na folha São José dos Campos (Hasui et alii, 1978b).
Destaque também deve ser dado aos exaustivos relatórios de síntese, através da compilação,
padronização e integração de diversos trabalhos individuais e localizados, transformando-os em
preciosas informações geológicas regionais (Hasui et alii, 1978c; IPT/Pró-Minério, 1981;
Chieregati et alii, 1986; Menezes, 1986).
A geologia da região do alto-médio Paraíba do Sul é constituída, basicamente, por duas grandes
unidades tectônicas: o embasamento cristalino e a bacia sedimentar de Taubaté.
II.3.1 - O embasamento cristalino
17
Como a presente pesquisa não tem o objetivo de estudar as unidades litoestratigráficas e/ou
executar o mapeamento geológico, procurar-se-á nesse item situar o leitor com as informações dos
aspectos geológicos regionais existentes na bibliografia especializada, muitas vezes com
transcrições, identificadas entre aspas, de sínteses efetuadas, principalmente por Bistrichi et alii
(1990).
Nos diversos trabalhos efetuados no polígono estudado, tem-se “seguidas referências a um
predomínio de rochas proterozóicas de posição meso a catazonal, metamorfizadas extensivamente
em facies anfibolito e, localizadamente em facies granulito. Todo o conjunto está afetado, em maior
ou menor grau, por uma intensa deformação policíclica e marcadamente relacionada às diversas
faixas de cisalhamentos”.
“Ebert (1957, 1967, 1968) foi o primeiro a reconhecer uma estruturação para o sul de Minas Gerais,
que lhe permitiu propor em 1968, a existência de um cinturão metamórfico assíntico evoluído há
550 Ma e que, na altura do paralelo 22oS, se bifurca em dois ramos. A faixa que contorna a bacia do
São Francisco e segue rumo NW adentrando pelo sudeste de Goiás, chamou de Araxaídes, e a outra
que toma a direção SE e segue pelos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, denominou
Paraibides”.
“Ebert (1967, 1968) percebeu que este cinturão na região sudeste apresenta um zoneamento
estrutural, metamórfico e litoestratigráfico, propondo a divisão em zonas: de facies xisto verde sem
intrusões de granito, de facies anfibolito sem intrusões de granito, de facies anfibolito com intrusões
de granito e migmatização e, de facies granulito. Nessa divisão foi limitada a área de ocorrência do
Grupo Paraíba, como o domínio de facies anfibolito com intrusões graníticas e migmatização,
ocorrendo localmente rochas de facies granulito. Em sua formalização o Grupo Paraíba inclui as
séries Paraíba-Desengano e Serra dos Órgãos de Rossier (1965). A esta faixa estaria relacionada,
ainda, a ocorrência localizada de rochas de baixo grau metamórfico em calhas sinclinoriais”.
“O Grupo Paraíba constituiria os internides do cinturão assíntico, que na região do Vale do Paraíba
apresentaria vergência para norte em seu trecho setentrional, e para sul em sua porção meridional,
de acordo com uma divergência tectônica que ocuparia o vale do rio Paraíba do Sul. Desta forma,
os externides seriam representados pelas faixas de metamorfismo de mais baixo grau situadas a
norte”.
18
Aquele pesquisador formalizou o Grupo Paraíba constituído de paragnaisses, principalmente
escarnitos, quartzitos e ortognaisses subordinados, eventualmente associados com rochas
granulíticas.
“Almeida et alii (1973) definiram o Cinturão Paraíba do Sul como a porção evoluída
exclusivamente no Ciclo Transamazônico do cinturão anteriormente definido por Ebert (1967,
1968) e, que posteriormente foi afetado pela orogênese relacionada ao Ciclo Brasiliano. Esta faixa
deformada, na concepção desses autores, também seguiria rumo sul/sudeste pelos estados do
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”.
“Fyfe e Leonardos Jr. (1974) chamaram de Cinturão Atlântico toda a faixa de rochas metamórficas
que constituiriam a base de um cinturão de baixa pressão/temperatura (tipo Abukuma) orientada
paralelamente à margem atlântica. Esta faixa engloba também uma sucessão de rochas
charnoquíticas que afloram descontinuamente do Paraná ao Espírito Santo, margeando a linha de
costa. Litologicamente este cinturão seria constituído por sillimanita-cordierita gnaisses, granulitos,
charnoquitos, migmatitos e granitos, e encontraria correspondência quanto à natureza,
metamorfismo e idade (transamazônica) com o Cinturão Pré-Mayombien em Angola”.
“Almeida et alii (1976) denominaram Região de Dobramentos Sudeste todo o conjunto de faixas
dobradas e maciços medianos pré-cambrianos que ocorrem a sul do paralelo 21oS. Esses autores
reconhecem como característico para o setor da região ora estudada uma estrutura de blocos
limitados por falhas antigas, reativadas durante o final do Ciclo Brasiliano, segundo movimentação
transcorrente dextral”.
“Considerando apenas a área leste paulista, Hasui et alii (1978a) também destacaram a importância
dos grandes falhamentos que aí ocorrem e apresentaram uma compartimentação tectônica baseada
em blocos limitados por falhas. Nesse trabalho, o Cinturão Paraibides de Ebert (1967, 1968) não
mereceu maiores considerações pelos autores, que denominaram Grupo Paraíba a um pequeno e
restrito segmento de migmatitos junto ao limite com o estado de Minas Gerais”.
“Davino et alii (1986) reconheceram como característica da região leste do estado de São Paulo a
presença do Cinturão Paraíba, que ocupa a maior parte da área pré-cambriana que vai do litoral até
o Maciço de Guaxupé. Para essa região propuseram uma subdivisão na qual estão individualizados
um domínio marcado pela orogênese brasiliana e dois que são precursores da mesma. No domínio
associado ao Ciclo Brasiliano destacou-se uma extensa faixa de blastomilonitos que, na concepção
19
desses autores, representa uma zona de sutura gerada por colisão continental do tipo A no final
daquele ciclo. Para tanto reportaram-se a uma idade de 660 Ma obtida com rochas que aí afloram”.
“Tassinari (1988) denominou de Domínio Embu todo o conjunto de rochas compreendido entre os
falhamentos de Taxaquara e Cubatão, referindo-se a vários autores. Reafirmou a presença de
gnaisses e migmatitos com faixas de xistos ocupando calhas sinclinoriais, onde podem se associar
quartzitos, anfibolitos e dolomitos. Este conjunto de metassedimentos é em parte condicionado
pelos falhamentos que o delimitam. Para esse autor existe um embasamento de natureza
migmatítica que se apresenta em parte preservado da granitização mais recente, o qual analisado
radiometricamente (afloramento no km 16,0 da rodovia dos Tamoios, folha Jacareí) apresentou os
seguintes resultados: isócrona Rb/Sr obtida com melanossoma gnáissico de 2.473±46 Ma,
indicando protolito formado no início do Proterozóico inferior; e isócrona Rb/Sr obtida com
leucossomas migmatíticos de 1.497±46 Ma, indicando remobilização de material crustal precoce
com migmatização num evento anterior a 1.400 Ma, ou então possível mistura de uma idade
arqueana devido a rehomogeneização isotópica mais nova (brasiliana). As mesmas rochas
analisadas pela metodologia Pb/Pb forneceram uma isócrona de 1.275±240 Ma que, segundo esse
autor, torna a hipótese de abertura do sistema isotópico mais remota, favorecendo a idéia de
aquecimento crustal já no Proterozóico médio”.
“Esse mesmo autor fez também referências a dados K/Ar por ele obtidos, juntamente a outros já
existentes, que indicam um resfriamento regional ocorrido entre 550 - 450 Ma em anfibólios,
biotitas e moscovitas de diversas rochas do denominado domínio Embu. Tal como referido por
Davino et alii (1986), apresentou também uma curva concórdia U/Pb para zircões dos
blastomilonitos do Complexo Santa Isabel (apud Campos Neto e Basei, 1983) presentes no limite
norte do domínio Embu, junto aos falhamentos Buquira, Santa Luzia, Monteiro Lobato e Jaguari.
Os resultados obtidos por esta metodologia indicaram idade de 660±13 Ma para a formação dessas
rochas, como afirmado, por cristalização magmática. Tais blastomilonitos já haviam sido analisados
radiometricamente por Wernick et alii (1976) e, reinterpretados por aquele autor, forneceram uma
isócrona de 645±38 Ma, concordantes com a idade U/Pb”.
“Hasui et alii (1989) discutiram a estruturação geológica regional baseada em dados gravimétricos
referida diversas vezes em trabalhos anteriores (Haralyi e Hasui, 1982a, 1982b; Haralyi et alii,
1985; Hasui, 1986). Nesta nova abordagem foram reafirmadas as faixas gravimetricamente
anômalas que limitam blocos tectonicamente distintos, as quais representam antigas zonas de sutura
de uma colisão continental do tipo A”.
20
“Particularmente para a região leste do estado de São Paulo, a denominada Sutura Alterosa é o
principal elemento tectônico proposto por Hasui et alii (1989), e que é a limitante dos blocos São
Paulo a sul, e Brasília a norte. Seu prolongamento para leste aproxima-se da região limítrofe dos
estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro sem, no entanto, apresentar vinculação
evidente com as supracrustais aí presentes”.
II.3.2 - A bacia sedimentar de Taubaté
“A bacia sedimentar de Taubaté encontra-se inteiramente embutida no complexo cristalino pré-
cambriano do leste paulista, no bloco tectônico Paraíba do Sul de Hasui et alii (1978a), cujos
limites são dados pelas falhas do Buquira, a norte, e do Alto da Fartura, a sul. Dentro de um
contexto regional mais amplo, pode-se interpretá-la como parte de um conjunto de bacias
tafrogênicas, dispostas sobre uma faixa orientada segundo a direção E-NE, subparalela aos
principais traços estruturais e geomorfológicos da região sudeste do Brasil, denominado por
Almeida (1976) como Sistema de Rifts da Serra do Mar e, mais recentemente, por Riccomini
(1989) de Rift Continental do Sudeste do Brasil. Estas depressões encontram-se preenchidas por
sedimentos continentais de idade terciária, sendo que somente na bacia de Volta Redonda é que são
descritas rochas vulcânicas intercaladas aos sedimentos (Melo et alii, 1986)”.
“Apesar da disponibilidade de uma vasta literatura, versando sobre os mais diferentes temas
geológicos a respeito da bacia de Taubaté, poucos são os trabalhos que fornecem uma visão
integrada em termos de sua organização estrutural, preenchimento sedimentar e evolução no tempo
e no espaço. Neste contexto, destacam-se os trabalhos de Suguio (1969), Carneiro et alii (1976),
Hasui et alii (1978a), Hasui e Ponçano (1978), Melo et alii (1985, 1986), Riccomini et alii (1987) e
Riccomini (1989)”.
“A maioria desses trabalhos, entretanto, utilizaram para as suas interpretações regionais, dados
provenientes de mapeamentos geológicos de superfície, em geral realizados em escala regional,
integrados com dados de subsuperfície, provenientes de poços perfurados para captação de águas
subterrâneas e de sondagens para avaliação econômica dos folhelhos betuminosos. Em menor
escala, foram utilizadas algumas sondagens elétricas verticais (Frangipani e Pannuti, 1965; Davino
e Haralyi, 1973; Davino et alii, 1986; Frangipani et alii, 1986 e Padilha, 1989)”.
No trabalho de mapeamento sistemático de folhas topográficas na escala de 1:50.000, Bistrichi et
alii (1990) fizeram estudos detalhados da bacia sedimentar de Taubaté, através de etapas sugeridas
21
por Gama Jr (1989), as quais foram baseadas na chamada estratigrafia dinâmica, em que as análises
paleoambientais são hierarquizadas segundo análises estratinômica, de facies e de bacia.
Nesse trabalho de mapeamento sistemático, Bistrichi et alii (1990) dividiram a bacia sedimentar de
Taubaté em quatro seqüências deposicionais denominadas de Tremembé, Taubaté,
Pindamonhangaba e Vale do Paraíba.
II.4 - Os grandes falhamentos: aspectos gerais
As mais destacadas feições estruturais são as falhas transcorrentes, algumas delas investigadas em
detalhe, como a de Taxaquara (Hennies et alii, 1967), Cubatão (Almeida, 1953; Sadowski, 1974),
Buquira (Carneiro, 1977) e outras do extremo leste paulista (Algarte et alii, 1974; Hasui et alii,
1977; Cavalcante et alii, 1979; Silva et alii, 1977).
A falha de Cubatão foi estudada por Almeida (1953) na região homônima, e posteriormente
estendida por diversos pesquisadores (Coutinho, 1971; Rideg, 1974; Sadowski, 1974; Carneiro et
alii, 1980). O prolongamento para leste foi relacionado com a falha de Taxaquara, na região entre
Paraibuna e Cunha (Hasui et alii, 1978c).
A falha de Jundiuvira foi descrita pela primeira vez, na região entre Itu e Franco da Rocha (Hasui et
alii, 1969), sendo estendida para leste pelo sopé da serra da Mantiqueira até a região de Passa
Quatro (Hasui et alii, 1978c). Seu sinuoso, e às vezes, indefinido traçado, põe na região do alto-
médio Paraíba do Sul, em confronto as litologias dos grupos Paraíba do Sul e Açungui.
A falha de Taxaquara foi mapeada desde Pilar do Sul até a região oeste da cidade de São Paulo
(Hennies et alii, 1967), por onde prossegue sob os sedimentos da bacia de São Paulo. A sua
continuidade para leste foi reconhecida até Paraibuna, onde se confunde com a falha de Cubatão
(Rideg, 1974; Alves, 1975, Hasui et alii, 1978c).
No mapa geológico do estado de São Paulo, esses grandes falhamentos foram utilizados para
delimitar diferentes ambientes litoestratigráficos, como por exemplo, na região do alto-médio
Paraíba do Sul, a falha de Cubatão separa as litologias do Complexo Costeiro daqueles atribuídos
ao Grupo Açungui, que de outro lado tem seu limite setentrional, através da falha de Jundiuvira,
com as litologias migmatíticas relacionadas ao Complexo Paraíba do Sul (IPT/Pró-Minério, 1981).
22
23
III - MATERIAIS E MÉTODO DE ESTUDO
III.1 - Materiais utilizados
Para o desenvolvimento desta pesquisa utilizou-se de produtos e técnicas de sensoriamento remoto
orbital e de técnicas pedogeoquímicas, além da cartografia planialtimétrica disponível.
A tecnologia de sensoriamento remoto orbital encontra-se resumida no Apêndice II.
Os produtos de sensoriamento remoto orbital utilizados nesta pesquisa foram as imagens
multiespectrais do "Themathic Mapper" do satélite Landsat (TM/Landsat), identificadas pela
órbita/ponto-quadrante: 218/76-W, com datas de aquisição ou passagem do satélite, nos dias 17 de
julho de 1987 e 28 de julho de 1991.
A cena com passagem mais recente tem a presença de grandes manchas de nuvens na região de São
José dos Campos e Caçapava, e foi utilizada para fazerem-se as atualizações não identificadas na
cena de 1987. Essa última cena foi a melhor imagem TM/Landsat existente na época do início desta
pesquisa, tanto no aspecto referente à ausência de nuvens, como em condições adequadas de
ângulos de elevação e azimute solar.
As imagens TM/Landsat utilizadas foram adquiridas em ampliações fotográficas preto e branco na
escala de 1:100.000, nas bandas da região do visível (TM-3) e da região do infravermelho (TM-4,
TM-5 e TM-7), e em composição colorida (combinação das bandas TM-3, TM-4 e TM-5, com os
filtros coloridos azul, verde e vermelho, respectivamente).
Além desses produtos em papel fotográfico, foi utilizada essa mesma cena em formato digital,
gravada em fitas compatíveis ao computador. A cena mais recente (1991) foi adquirida em papel
fotográfico preto e branco, na escala de 1:100.000 e nas bandas TM-3 e TM-4.
Com referência ao material cartográfico disponível, utilizou-se de cartas topográficas editadas pela
Fundação IBGE, nas escalas de 1:250.000 e 1:50.000, totalizando 26 cartas topográficas
planialtimétricas, relacionadas na Tabela III.1, e cuja distribuição espacial em relação à area
estudada pode ser visualizada na Fig. III.1.
Utilizando-se de técnicas de geoprocessamento, realizou-se uma etapa complementar de cartografia
computadorizada e georreferenciada. Para a execução dessa etapa complementar foi necessário o
uso dos sistemas denominados de SITIM/SGI e SPRING. Alguns detalhes descritivos desses dois
sistemas de tratamento de dados georreferenciados encontram-se no Apêndice I.
24
TABELA III.1
RELAÇÃO DAS CARTAS TOPOGRÁFICAS UTILIZADAS
Nome da folha Escala Edição Codificação
Guaratinguetá 1:250.000 1985 SF-23-Y-B
Ilha Grande 1:250.000 1988 SF-23-Z-C
Santos 1:250.000 1977 SF-23-Y-D
Volta Redonda 1:250.000 1988 SF-23-Z-A
Campos de Cunha 1:50.000 1974 SF-23-Z-A-IV-3
Campos do Jordão 1:50.000 1984 SF-23-Y-B-V-2
Caraguatatuba 1:50.000 1986 SF-23-Y-D-VI-1
Cruzeiro 1:50.000 1988 SF-23-Z-A-IV-1
Cunha 1:50.000 1974 SF-23-Z-C-I-1
Delfim Moreira 1:50.000 1988 SF-23-Y-B-VI-1
Guaratinguetá 1:50.000 1982 SF-23-Y-B-VI-4
Ilha Anchieta 1:50.000 1974 SF-23-Y-D-VI-2
Jacareí 1:50.000 1974 SF-23-Y-D-II-3
Lagoinha 1:50.000 1973 SF-23-Y-D-III-2
Lorena 1:50.000 1986 SF-23-Y-B-VI-2
Monteiro Lobato 1:50.000 1973 SF-23-Y-B-V-3
Natividade da Serra 1:50.000 1974 SF-23-Y-D-III-3
Paraibuna 1:50.000 1973 SF-23-Y-D-II-4
Paraisópolis 1:50.000 1971 SF-23-Y-B-V-1
Picinguaba 1:50.000 1974 SF-23-Z-C-I-3
Pindamonhangaba 1:50.000 1988 SF-23-Y-B-VI-3
São José dos Campos 1:50.000 1973 SF-23-Y-D-II-1
São Luís do Paraitinga 1:50.000 1974 SF-23-Y-D-III-1
Taubaté 1:50.000 1973 SF-23-Y-D-II-2
Tremembé 1:50.000 1986 SF-23-Y-B-V-4
Ubatuba 1:50.000 1973 SF-23-Y-D-III-4
Quanto às técnicas de análises pedogeoquímicas utilizadas, estão descritas no Apêndice III e os
materiais ou instrumentos utilizados nas determinações laboratoriais são aqueles constantes em
Mojica et alii (1973), EMBRAPA/SNLCS (1979), Vilar e Bueno (1984).
25
Figura III.1 - A área do polígono estudado (hachurado) e a articulação das folhas topográficas editadas na escala de 1:50.000.
III.2 - Método de estudo
O presente estudo, desenvolvido na região do alto-médio Paraíba do Sul, utilizou-se de uma
abordagem metodológica que investiga e caracteriza os atributos espaciais de produtos de
sensoriamento remoto orbital, utilizando-se de técnicas de interpretação visual de dados.
A seqüência operacional do estudo foi executada conforme pode ser visualizada no diagrama de
fluxo de trabalho - DFT (Fig. III.2), cujas etapas são detalhadas a seguir.
III.2.1 - Escolha do assunto (1.0)
O zoneamento geoambiental da região do alto-médio Paraíba do Sul foi realizado devido a
necessidade de uma caracterização do meio físico, através de uma análise integrada das
características litológicas, fisiográficas, edafoclimáticas, morfoestruturais e das coberturas de
alteração intempéricas.
26
Figura III.2 - Diagrama de fluxo de trabalho (DFT) do zoneamento geoambiental da região do alto-médio Paraiba do Sul.
O estudo das coberturas de alteração intempéricas é de grande importância, visto que extensas
regiões do território brasileiro se encontram sob a influência dos climas tropical e subtropical, com
índices pluviométricos consideráveis, favorecendo dessa forma a decomposição das rochas e uma
pedogênese acelerada.
Essa contínua decomposição ou alteração das rochas e a subseqüente pedogênese, propiciam a
presença de apreciáveis coberturas de alteração intempéricas, recobrindo as rochas subjacentes por
extensas regiões, dificultando, por exemplo, para aquele especialista que não se preocupa com essas
coberturas, o estudo e o real conhecimento das características litológicas, quiçá de possíveis
depósitos minerais.
27
A constante presença de coberturas de alteração intempéricas proporciona a necessidade do
conhecimento das características física, química e pedogenética dos horizontes constituintes e suas
interrelações com o meio físico.
Visto que a sistemática de estudo das coberturas de alteração intempéricas, ainda é considerada
recente, faz-se necessário continuar as pesquisas, procurando-se novas alternativas e mesmo
aprofundar nas técnicas já existentes.
Uma das alternativas passível e justificável é o uso efetivo da tecnologia de sensoriamento remoto
orbital, pela facilidade de aquisição, disponibilidade e atualização de seus dados, assim como pela
excelente visão sinóptica dos elementos espaciais do meio físico. É interessante, também, aliar o
uso da cartografia computadorizada, com sistemas de informações georreferenciadas, existentes em
sistemas SITIM/SGI e/ou SPRING.
III.2.2 - Aquisição de dados existentes (2.0)
A visualização da oportunidade em desenvolver uma nova linha de pesquisa com o estudo das
coberturas de alteração intempéricas, é a fonte alimentadora de ansiedade e de expectativa por
novos conhecimentos, daí o grande interesse natural na seleção e aquisição de dados bibliográficos
existentes, tanto cartográficos como também de sensoriamento remoto.
A aquisição dos materiais bibliográficos e cartográficos foi realizada, logo após a definição do
assunto, de maneira mais completa possível; procurando-se manter, sempre que possível, com os
dados atualizados.
III.2.2.1 - Aquisição de dados cartográficos (2.1)
O material cartográfico disponível para a região do alto-médio Paraíba do Sul foi restrito a
exemplares impressos na escala de 1:250.000 e 1:50.000. Para recobrir, cartograficamente, a região
de estudo, foi necessário a aquisição de 4 cartas topográficas na escala de 1:250.000 e de 22 cartas
topográficas na escala de 1:50.000 (Tabela III.1 e Fig. III.1).
III.2.2.2 - Aquisição de dados bibliográficos (2.2)
28
Além dos trabalhos que tratam diretamente das coberturas de alteração intempéricas, procurou-se
fazer a aquisição de assuntos relacionados com a fisiografia, geomorfologia, geologia e estudos
geoambientais.
A seleção, no princípio, foi bastante exaustiva pela grande quantidade de trabalhos que trataram de
materiais inconsolidados, principalmente das formações superficiais, conforme estudados por
Ab'Saber (1962, 1969a, b, c, d), Queiroz Neto (1964, 1969, 1970, 1974, 1975), Dewolf (1965),
Melfi (1967), Pedro (1969), Melfi e Pedro (1977, 1978), entre diversos outros pesquisadores.
Uma outra linha de pesquisa desenvolvida recentemente estudou as coberturas de alteração
intempéricas através da análise dos fatores e processos de alteração, além das características
fundamentais associadas às propriedades que definem os volumes de intemperismo (Jiménez-
Rueda, 1980; Jiménez-Rueda et alii, 1988; 1989a, b; 1990; 1993; Mattos e Jiménez-Rueda, 1989;
1990; Riedel, 1989a, b; Riedel et alii, 1989; Gonçalves, 1993; Volkmer, 1993).
III.2.2.3 - Aquisição de dados de sensoriamento remoto (2.3)
O uso de produtos de sensoriamento remoto orbital (imagens TM/Landsat) foi estabelecido como
efetivo pela maior disponibilidade, facilidade de aquisição e pela possibilidade de atualização dos
dados, se comparados com outros produtos de sensoriamento remoto, como por exemplo, fotos
aéreas pancromáticas e as imagens do satélite francês SPOT ou imagens de radar, atualmente
existentes.
A aquisição das imagens multiespectrais do Themathic Mapper do satélite Landsat (TM/Landsat),
obedeceu alguns critérios previamente estabelecidos, como por exemplo, a época de imageamento
que deve ser da estação seca, com baixos ângulos de elevação solar, para facilitar a discriminação
de unidades fotointerpretadas, mesmo daquelas com pequenas variações de relevo.
Outro critério estabelecido foi a obtenção de pelo menos duas cenas de representação do espectro
eletromagnético, registradas em bandas previamente estabelecidas pelo sistema sensor. É
interessante a aquisição de uma banda na região do visível e outra na região do infravermelho
próximo, para facilitar a interpretação visual de dados, visto que algumas feições são naturalmente
realçadas em diferentes imagens. A aquisição da cena numa forma colorida é opcional.
A escala de ampliação de apresentação do produto fotográfico das imagens TM/Landsat foi
estabelecida como 1:100.000, para não perder a visualização sinóptica de toda área em conjunto.
29
III.2.3 - Adaptação e compatibilização (3.0)
Nesta etapa foram realizadas as avaliações, inicialmente do material bibliográfico, procurando-se
fazer uma seleção daqueles que envolviam aspectos de classificação e/ou análise conjunta com
outras técnicas de análise das coberturas de alteração intempéricas, assim como implicações
geológicas no modelado do relevo, critérios e métodos de fotointerpretação de áreas com relevo
movimentado, classificação e evolução de solos. Procurou-se sempre que possível fazer-se as
principais anotações, comentários e a listagem das referências bibliográficas, tanto adquiridas como
daquelas necessárias para aquisição futura.
Quanto ao material cartográfico, essa etapa de adaptação do material adquirido foi importante para
facilitar a etapa de cartografia dos mapas gerados ou produzidos. No caso da região do alto-médio
Paraíba do Sul, o material cartográfico disponível se restringiu, a exemplares de cartas topográficas
na escala de 1:250.000 e 1:50.000, com algumas edições já esgotadas.
A compatibilização do material cartográfico existente com as imagens TM/Landsat foi necessária,
devido a diferentes escalas de apresentação entre esses produtos. Realizou-se a compatibilização de
22 cartas topográficas na escala de 1:50.000, reduzindo-se fotograficamente para a escala de
1:100.000, em transparências positivas.
III.2.4 - Critérios fotointerpretativos (4.0)
A qualidade e a quantidade de informações obtidas na análise e interpretação de produtos de
sensoriamento remoto orbital dependem, tanto de fatores intrínsecos (resolução espacial, banda
espectral, aspectos sazonais, caráter sinóptico, ângulo de elevação e azimute solar) aos produtos
analisados, como de outros fatores referentes aos aspectos fisiográficos, vegetacionais, geológicos,
de uso da terra, etc...
Esses fatores intrínsecos estão relacionados com a fase de obtenção dos dados, a qual está
relacionado com os sistemas sensor e com a trajetória da plataforma. Por isso esses fatores devem
ser admitidos como constantes.
Detalhes complementares sobre esses fatores são encontrados em manuais de sensoriamento remoto
e de fotointerpretação, como por exemplo, os da American Society of Photogrammetry (1960 e
1975).
30
No entanto, em relação ao ângulo e azimute solar, pode ser feito uma seleção através da escolha de
uma época do ano, em que as características dos alvos de interesse estejam mais evidenciadas do
que em outros períodos do ano. Como exemplo, tem-se o período de inverno no hemisfério sul,
quando o ângulo solar é menor, favorecendo a percepção de rupturas de relevo não visíveis em
outras épocas do ano com ângulo solar maior.
Quanto aos fatores relacionados à técnica de análise dos produtos fotográficos de sensoriamento
remoto orbital, como por exemplo, a interpretação fotogeológica, estes são resultantes de constantes
pesquisas por especialistas, na busca do desenvolvimento de conceitos e critérios de sistematização
das evidências geológicas, tanto diretas como indiretas.
Diversos são os trabalhos que abordam os princípios, conceitos, critérios e técnicas para a análise
morfoestrutural de relevo e interpretação fotogeológica, como por exemplo, aqueles apresentados
por Abranms (1944), Ray (1955 e 1963), Lattman (1958), Lueder (1959), Von Bandat (1962), Guy
(1966), Allum (1966), Rivereau (1970), Vergara (1971), Bashenina et alii (1972), Soares e Fiori
(1976), Abreu (1982), Veneziani e Anjos (1982).
Dentre os diversos trabalhos que consideram o tema fotogeologia, foram selecionados aqueles que
tratam da abordagem analítica dos elementos e formas de relevo e da drenagem, como os de
Lattman (1958), Allum (1966), Rivereau (1970), Vergara (1971), Bashenina et alii (1972), Soares e
Fiori (1976), Abreu (1982) e Veneziani e Anjos (1982).
A seqüência de identificação dos elementos, a análise das formas e a interpretação através da
avaliação do significado, ou definição das propriedades do objeto, na prática é um processo
desenvolvido quase simultaneamente, visto que a análise foi feita acompanhada da busca do
significado da forma. Assim a imagem fotográfica vai sendo decifrada, compondo-se estruturas com
significado, cuja mensagem foi interpretada e traduzida em termos litológicos, fisiográficos,
geopedológicos, inclusive com as estruturas geológicas e morfoestruturais.
Dentre os diversos fatores que controlam as propriedades de textura e estrutura das formas,
considerou-se apenas os relacionados com as formas de relevo e de drenagem, principalmente
através dos elementos de textura e estrutura, rupturas de declive, assimetrias de relevo e drenagem,
formas de encosta, lineações de relevo e drenagem, e alinhamentos de relevo e drenagem, os quais
foram utilizados de acordo com os conceitos descritos no item I.5.2.
É importante salientar que os termos e seus respectivos significados, foram utilizados para a análise
do relevo da região do alto-médio Paraíba do Sul, a qual apresenta-se com intensas atividades
31
tectônicas de dobramentos e falhamentos. Dessa forma, verificou-se que nem todos os elementos,
anteriormente conceituados, puderam ser identificados ou serviram como diagnósticos diretos nas
interpretações, devido à presença de feições particulares, desenvolvidas em conseqüência dos
efeitos causados pelo intenso tectonismo da área.
III.2.5 - Compartimentação do meio físico (5.0)
A etapa de compartimentação do meio físico é uma da mais importantes em trabalhos de avaliação
de terrenos, com identificação de áreas mapeadas para fins determinados.
Um dos primeiros métodos de sistematização do terreno é atribuído a Bourne (1931) e a Unstead
(1933 apud Vedovello, 1993), os quais utilizaram para a compartimentação do meio físico o termo
“unidade de paisagem” como critério diferencial entre formas de ocorrência dos elementos
fisiográficos em uma determinada “área topográfica”.
Posteriormente, Christian e Stewart (1953) utilizaram o critério de compartimentação em função de
uma origem geomórfica comum. Esse critério apoiou-se no princípio de que terrenos com aspectos
fisiográficos similares e com determinadas ocorrências tectônica e climática, deveriam apresentar
comportamentos semelhantes.
Dentre as diversas propostas metodológicas de compartimentação do meio físico, utilizadas pelas
diversas áreas de ciência natural (geologia, pedologia, ecologia, geomorfologia, etc...), observou-se
que os princípios que nortearam o desenvolvimento das diferentes metodologias foram adaptações
das propostas de Bourne (1931) e Unstead (1933 apud Vedovello, 1993) ou de Christian e Stewart
(1953), ou ainda de conjugações híbridas de ambas.
A compartimentação do meio físico da região do alto-médio Paraíba do Sul, utilizou-se da análise
dos elementos texturais de relevo e drenagem, identificados na imagem TM/Landsat. Dessa forma,
a compartimentação consistiu na delimitação de áreas com características fotointerpretativas,
relativamente homogêneas e distintas das áreas adjacentes. A delimitação de áreas relativamente
homogêneas foi função da escala da imagem fotográfica utilizada, assim como da escala de
apresentação cartográfica das informações temáticas.
Para se ter uma maior confiabilidade nessa compartimentação, foi necessário fazer-se as análises de
homogeneidade e de similaridade.
32
A análise de homogeneidade consistiu em verificar a existência de heterogeneidades internas, nas
unidades que justifiquem sua subdivisão através de novos limites.
Com a análise de similaridade verificou-se a existência de unidades com características e/ou
propriedades semelhantes, e que devam ser classificadas sob a mesma denominação. No caso de
unidades adjacentes, identificadas como similares, o limite entre elas foi removido.
Dessa forma, a compartimentação do meio físico da região do alto-médio Paraíba do Sul é
representada por cinco mapas temáticos, aqui denominados de: estruturas geológicas,
morfoestruturas, unidades fisiográficas, unidades litológicas e unidades geopedológicas.
III.2.5.1 - Mapa de estruturas geológicas (5.1)
Esta etapa de trabalho foi desenvolvida essencialmente com o uso de imagens TM/Landsat,
principalmente com as bandas da região do infravermelho (TM-4, TM-5 e TM-7).
As estruturas geológicas foram obtidas através da interpretação de alinhamentos das feições lineares
de relevo e drenagem.
De acordo com Veneziani (1991) os tipos de falhamentos podem ser classificados em função de
características particulares, tais como:
a) As falhas transcorrentes podem ser avaliadas a partir do deslocamento relativo horizontal
(rejeito), com presença de feições de arrasto, representadas pelo encurvamento das feições
lineares.
b) As falhas inversas/empurrões podem ser reconhecidas pela presença de traços curvilíneos a
sinuosos, os quais são mais realçados quando os estratos estiverem mais horizontalizados.
c) As falhas normais/gravidade são reconhecidas por apresentarem traços retilíneos e pela
presença de zonas de juntas, regularmente espaçados, de extensão quilométrica.
d) Os lineamentos estruturais correspondem às fraturas de grande extensão, de dezenas até
centenas de quilômetros, que sofreram mais de um tipo de movimento relativo, ao longo de
sua história evolutiva.
A região do alto-médio Paraíba do Sul é intensamente recortada por extensas e contínuas estruturas
geológicas, freqüentemente com dezenas de quilômetros. Esses extensos lineamentos estruturais são
33
representados pelos sistemas de cisalhamento, denominados na literatura geológica de Taxaquara,
Cubatão, Natividade da Serra, Jundiuvira, do Buquira, entre outros.
III.2.5.2 - Mapa de morfoestruturas (5.2)
O mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul foi elaborado a partir da análise
e interpretação, das formas e intensidade de estruturação dos elementos texturais da drenagem e
relevo. A interpretação consistiu em decifrar o significado geológico das diferentes formas e
estruturações da drenagem, como elementos indicativos de estruturas geológicas.
Assim, acredita-se que quanto mais estruturada estiver uma forma, segundo um modelo idealizado
de anomalia morfoestrutural, mais ela estará próxima de um modelo geológico.
De acordo com Mattos et alii (1982), o modelo idealizado mais confiável é aquele classificado
como forma ramificada completa e fortemente estruturada, nas formas de textura de drenagem
radial, anelar, linear e assimétrica, as quais de acordo com os critérios de análise:
- a forma anelar é interpretada como um traço de acamamento, cuja forma arqueada reflete a
flexão das camadas, podendo representar tanto um alto como um baixo estrutural;
- a forma assimétrica reflete atitudes de acamamento que localmente podem definir a presença de
altos ou baixos estruturais, conforme sejam, respectivamente, indicativos de divergência ou
convergência de mergulhos;
- a forma radial reflete a direção geral do mergulho, e quando combinada com as formas anelar e
assimétrica, com certeza é indicativa do mergulho das camadas geológicas;
- outro importante critério de análise de drenagem é o alinhamento de seus elementos, que
similarmente às formas anelares e assimétricas, reflete descontinuidades estruturais, embora
com mergulhos elevados, sendo nesse caso, interpretado como fratura ou falha.
As formas assimétricas, anelares e radiais de drenagem, representam, pela intensidade de
estruturação de suas formas, o grau de controle estrutural que possuem. Para avaliar esse controle
foram analisadas algumas propriedades de suas formas, baseando-se na linearidade ou regularidade,
na extensão e densidade dos elementos, na angularidade da confluência da drenagem e no grau de
arqueamento das formas anelares (Mattos et alii, 1982).
34
A compilação da rede de drenagem foi extraída, primeiramente das cartas topográficas na escala de
1:100.000, obtidas pela redução de cartas na escala de 1:50.000. A complementação da rede de
drenagem, principalmente de 1a. e 2a. ordens, foi obtida através da análise de imagens TM/Landsat
e/ou da conjugação de reentranças das curvas de nível existentes nas cartas topográficas
planialtimétricas.
Um segundo passo, para a obtenção do mapa de morfoestruturas, foi a análise da rede de drenagem,
através da determinação de feições de drenagem com significado geológico-estrutural anômalo e/ou
importante, conforme o modelo idealizado, ou sejam as formas de textura de drenagem anelar,
radial, assimétrica e linear, esta última correspondendo aos principais alinhamentos de drenagem e
às zonas ou faixas de drenagem estruturadas unidirecionalmente.
O mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul foi o resultado da interpretação
integrada de todos os elementos analisados, realizando-se o traçado das linhas de formas, através
das disposições de indicações das assimetrias e formas anelares e radiais, conformando a tendência
regional do acamamento. Nas áreas com ocorrências de localizadas perturbações nos mergulhos
regionais, as linhas de formas refletirão a existência das estruturas perturbadoras, assim como a
disposição geométrica assumida em superfície.
A interpretação integrada foi complementada com as feições lineares representadas pelos “trends”,
alinhamentos de drenagem e lineamentos interpretados como falhas ou fraturas, principalmente
daquelas que causam deslocamentos ou truncamentos aparentes nas áreas morfoestruturais
anômalas.
As evidências indiretas que permitiram interpretá-los como possíveis reflexos em superfície, de
estruturas profundas (falhas), cujas movimentações são manifestadas nas camadas superiores, estão
relacionadas em função de suas extensões, distribuição, regularidade e das variações das indicações
de mergulho do acamamento regional, quando próximos a eles (Mattos et alii, 1982).
As linhas de formas morfoestruturais são feições virtuais qualitativas, sem nenhuma conotação
quantitativa. Esta sistemática de análise morfoestrutural foi intensivamente utilizada e sistematizada
pelos trabalhos realizados pelo Consórcio CESP/IPT (PAULIPETRO), em diversas áreas da Bacia
Sedimentar do Paraná (PAULIPETRO, 1981; Mattos et alii, 1982).
III.2.5.3 - Mapa de unidades fisiográficas (5.3)
35
O termo fisiografia, muitas vezes é confundido ou utilizado como sinônimo de outros termos com
significados semelhantes, tais como geomorfologia, geografia física, morfologia, dentre outros,
Goosen (1971) e Botero (1978) utilizaram o termo fisiografia como sendo a “geografia dos solos”, a
qual consideram tanto as características pedológicas, como os fatores externos ao solo (clima,
relevo, organismos vivos, etc...) que influenciaram na sua gênese e na sua evolução.
O mapa de unidades fisiográficas da região do alto-médio Paraíba do Sul é o resultado da
compartimentação em zonas homogêneas do meio físico, conjugado com as análises de
homogeneidade e de similaridade nas propriedades das formas dos elementos texturais,
identificados nas imagens TM/Landsat, juntamente com a análise morfométrica de hipsometria.
Em função das características fotointerpretativas observadas nas imagens TM/Landsat, conjugadas
com a pesquisa de trabalhos correlatos existentes, verificou-se que a área estudada pode ser dividida
em duas grandes unidades fisiográficas, denominadas de planalto (identificado pela letra P) e
planície (p).
Essa macrodivisão foi estabelecida para fazer-se a identificação daquelas zonas homogêneas do
meio físico, cujas propriedades de textura fotográfica, assimetria de relevo, isotropia e declividade,
possuem intensidades de regularidade de ocorrência nulas, daquelas não-nulas.
As zonas homogêneas do meio físico com intensidade de regularidade de ocorrência nula foram
identificadas na macrodivisão de planícies (p). Dessa forma, todas as outras zonas homogêneas
foram identificadas na macrodivisão de planaltos (P). As divisões e/ou subdivisões fisiográficas,
inclusive com as abreviaturas utilizadas, são mostradas na Tabela III.2.
Com a análise conjunta de informações morfométricas de hipsometria, verificou-se que na região de
ocorrência da macrodivisão de planaltos, podem ser identificados até cinco diferentes níveis
morfométricos bem definidos e constantes, e designados de muito alto (ma), alto (a), médio (m),
baixo (b) e muito baixo (mb).
Para cada um desses diferentes níveis morfométricos, foram estabelecidos diferentes graus de
estruturação na intensidade de dissecação das formas de relevo, adjetivados em fortemente
dissecado (Fd), moderadamente dissecado (md) e fracamente dissecado (fd).
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TABELA III.2
DIVISÕES E/OU SUBDIVISÕES COM AS ABREVIATURAS UTILIZADAS NO MAPA DE UNIDADES FISIOGRÁFICAS
P - planalto ma - muito alto Fd - fortemente dissecado o - orientado n - não orientado c - escarpado
md - moderadamente dissecadofd - fracamente dissecado
a - alto m - médio b - baixo mb - muito baixo
p - planície e - erosão l - litorâneoi - interplanáltico
a - acumulação
Finalmente, para completar a classificação dos diferentes níveis morfométricos, foi estabelecido a
ordem de estruturação, ou seja, a ordenação de feições texturais e/ou estruturais de isotropia. Dessa
forma foram identificados, com a análise das imagens TM/Landsat as feições orientadas (o), não-
orientadas (n) e as formas escarpadas (c).
No caso da macrodivisão denominada de planície, foi estabelecida uma divisão em dois tipos, sob o
ponto de vista genético, ou seja, de erosão (e) e de acumulação (a). Para cada um desses dois tipos
de planície foi subdividido em litorâneo (l) e em interplanáltico (i).
III.2.5.4 - Mapa de unidades litológicas (5.4)
O mapa de unidades litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul é o resultado da
interpretação das propriedades fotolitológicas de resistência à erosão, permeabilidade, plasticidade
e/ou ruptilidade e tropia, associadas com as informações coletadas em campo e bibliográficas,
constituindo-se em zonas litológicas homogêneas.
Deve-se destacar que essas zonas litológicas homogêneas foram agrupadas segundo relação de
equivalência e identificadas sob a mesma denominação litológica.
A classificação e as descrições das unidades litológicas (Tabela III.3) foram baseadas em
informações coletadas em trabalhos de campo, e em trabalhos geológicos efetuados na região do
alto-médio Paraíba do Sul, principalmente em Chieregati et alii (1982), Hasui et alii (1981a),
IPT/Pró-Minério (1981), dentre outros.
37
TABELA III.3
NOMENCLATURA E ABREVIATURAS DE UNIDADES LITOLÓGICAS
agar sedimentos fluviais mch migmatitos policíclicos homogêneos com charnoquitosbx biotita gnaisses e xistos meg migmatitos estromatíticos e gnaisses bgb biotita gnaisses bandados met migmatitos estromatíticos com neossoma tonalítico bgf biotita gnaisses finos mex migmatitos estromatíticos com paleossoma xistoso bgm biotita gnaisses migmatizados mgb migmatitos estromatíticos ou gnaisses bandados bgn biotita gnaisses granodioríticos qm sedimentos marinhos bgx biotita gnaisses granitóides e xistos re ectinitos síltico-argilosas ch gnaisses com charnoquitos sfl sedimentos flúvio-lacustres cm metaconglomerados xgn xistos e gnaisses gmb gnaisses e migmatitos blastomiloníticos ydm granitóides a duas micas gnq gnaisses e quartzitos ygf granitos gnáissicos finos gre granitos equigranulares ygp granitóides porfiróides grf granitóides foliados ymp granitóides migmatíticos
III.2.6 - Trabalhos de campo (6.0)
Esta etapa de trabalhos de campo foi essencial para definição das características fotogeológicas,
confirmando dessa forma as hipóteses levantadas na fase de fotointerpretação.
De outro lado, pode ocorrer, também, o surgimento de novas dúvidas ou incertezas, devendo-se
para isso recorrer, novamente a fotointerpretação e aos novos trabalhos de campo, até dirimir todas
as informações duvidosas.
Sempre que possível, é recomendável fazer-se uma primeira campanha de trabalho de campo, como
por exemplo, logo após a etapa de adaptação e compatibilização, para o reconhecimento da área de
trabalho.
Outras campanhas de trabalhos de campo devem ser planejadas, sendo a mais essencial aquela
realizada com os mapas fotointerpretados preliminares, principalmente com o planejamento dos
locais preferenciais para as observações de interesse e coletas de amostras para as análises
laboratoriais.
Dessa forma, as campanhas de trabalhos de campo na região do alto-médio Paraíba do Sul, foram
realizadas em 2 fases distintas, uma de reconhecimento e a outra, detalhada e com coletas de
amostras de perfis de alteração intempéricos e de rochas subjacentes.
A primeira fase dos trabalhos de campo teve o caráter de reconhecimento, com a finalidade de
fazer-se uma avaliação regional das principais características fisiográficas, litológicas e estruturais
da área de estudo.
38
Essa primeira fase foi executada em tres campanhas de campo, durante os meses de julho e agosto
de 1992, percorrendo-se, principalmente, ao longo das rodovias estaduais e federais da área de
estudo.
A segunda fase dos trabalhos de campo foi executada em sete campanhas durante os meses de
agosto, setembro, outubro e novembro de 1993, e percorreram-se, praticamente, todas as rodovias e
estradas de terra da área estudada.
Os trabalhos de campo dessa segunda fase foram realizados de uma forma dirigida, em locais
prédeterminados, escolhidos segundo as dificuldades e/ou incertezas verificadas nos mapas
fotointerpretados preliminares.
Nessa segunda fase, executou-se cerca de 600 quilômetros de perfis e 150 pontos de observação,
com descrições detalhadas da situação fisiográfica, constituição litológica e estrutural, tipo de uso
da terra, e amostragem ao longo de perfis de alteração intempéricos, inclusive das litologias
subjacentes.
Esse pequeno número de pontos de observação se deve ao planejamento prévio, realizado sobre os
mapas fotointerpretados e às dificuldades e/ou incertezas fotointerpretativas observadas em imagens
TM/Landsat.
As amostras coletadas foram preparadas para as determinações de análises físicas e análises
químicas, de elementos totais e elementos trocáveis, realizadas nos laboratórios do Instituto de
Geociências e Ciências Exatas da UNESP de Rio Claro (UNESP/IGCE).
III.2.7 - Determinações de números digitais (7.0)
Para o estudo do zoneamento geoambiental com o auxílio das coberturas de alteração intempéricas
e da tecnologia de sensoriamento remoto orbital, o uso de técnicas de processamento digital de
imagens multiespectrais é uma fase complementar.
A técnica de processamento digital realizada no Laboratório de Tratamento de Imagens Digitais, da
Divisão de Sensoriamento Remoto, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE/DSR/LTID), envolveu algumas etapas de manipulação de imagens, tais como a carga de
imagens com transferência de cenas ampliadas na escala de 1:100.000 e visualizadas no monitor de
vídeo.
39
Foi realizada, também, a localização visual detalhada e precisa, de todos os pontos de observações,
com descrições e/ou com amostragens de material alterado e de litologias subjacentes, para se obter
as coordenadas geográficas e planas georreferenciadas, além de diversos parâmetros estatísticos de
níveis de cinza ou números digitais.
As determinações de números digitais foram realizadas em áreas correspondentes a quatro “pixel”,
equivalentes a um polígono de 60 por 60 metros; essas determinações foram analisadas digitalmente
nos intervalos espectrais correspondentes às bandas 3, 4, 5 e 7, do sensor Thematic Mapper (TM)
do satélite Landsat.
Posteriormente, esses parâmetros estatísticos georreferenciados foram tratados computacionalmente
com o “software” Surfer 4.0, com a definição das linhas de isovalores com intervalos prédefinidos
para facilitar a sua análise, em conjunto com outras informações de determinações laboratoriais de
análises físicas e químicas, de materiais coletados ao longo de perfis de alteração intempéricos,
semelhantemente tratados por aquele “software”.
III.2.8 - Determinações de análises físicas (8.0)
As determinações de análises físicas foram realizadas no Laboratório de Análises Geotécnicas, do
Departamento de Geologia Aplicada do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP de
Rio Claro (UNESP/IGCE/DGA).
As determinações de interesse para o estudo dos produtos de alteração intempéricos, foram os
ensaios granulométricos, densidade aparente, densidade real, porosidade total e os limites de
consistência.
Os ensaios granulométricos foram realizados através do processo de peneiramento e sedimentação,
padronizados segundo normas da ABNT e de acordo com a metodologia de sedimentação e leituras
em densímetros, conforme Mojica et alii (1973).
A razão entre areia total e a argila total forneceu o índice de alteração física, cujo valor diminui com
o aumento da alteração física.
Outros detalhes desses índices podem ser encontrados no Apêndice III - Técnicas de Análises
Pedogeoquímicas.
40
III.2.9 - Determinações de análises químicas (9.0)
Esta etapa consistiu nas determinações quantitativas de elementos químicos constituintes do
material intemperizado, as quais podem fazer parte de relações e/ou equações especialmente
elaboradas e correlacionáveis com as diversas fases de evolução dos produtos de alteração
intempéricos.
Essas determinações foram realizadas em dois tipos de ensaios, sendo uma delas de elementos
trocáveis e a outra de elementos totais, cujos resultados se complementam na análise da
classificação e evolução dos produtos de alteração intempéricos.
As amostras coletadas nas campanhas de campo foram preparadas para as determinações de
análises químicas de elementos totais e elementos trocáveis, e realizadas no Laboratório de Química
Analítica e de Espectrometria de Fluorescência de Raios-X, do Departamento de Petrologia e
Metalogenia, do Instituto de Geociências e Ciências Exatas da UNESP de Rio Claro
(UNESP/IGCE/DPM).
III.2.9.1 - Elementos trocáveis (9.1)
Neste tipo de ensaio foram determinados as quantificações da umidade, pH, carbono orgânico,
nitrogênio, matéria orgânica, fósforo disponível, alumínio trocável e acidez e as bases trocáveis.
Através dessas determinações de elementos trocáveis individuais, foram realizadas diversas
interrelações mútuas, as quais constituíram-se em diversos índices químicos para auxiliar a
interpretação da classificação e evolução dos produtos de alteração intempéricos, tais como a soma
de bases (índice S), capacidade de troca catiônica (CTC), saturação em bases (V) e saturação em
alumínio (m).
III.2.9.2 - Elementos totais (9.2)
As determinações de elementos totais foram realizadas através da espectrometria de fluorescência
de raios X. A leitura dos elementos quantificados foi realizada em pastilhas, previamente
preparadas e com correções relativadas em amostras-padrões apropriadas. Foram realizadas as
determinações de 10 óxidos principais, quais sejam: SiO2, Al2O3, CaO, MgO, Fe2O3, TiO2, K2O,
Na2O, MnO, P2O5.
41
Esses valores obtidos através de leituras foram correlacionados entre si, de acordo com os diversos
índices para a avaliação das condições de alteração química intempérica. Como exemplo, as
relações moleculares SiO2/Al2O3 (índice Ki) e SiO2/(Al2O3 + Fe2O3) (índice Kii), referentes ao
horizonte B, foram empregadas em associações conjuntas com outros critérios avaliativos
(EMBRAPA/SNLCS, 1979).
Outros índices foram elaborados para auxiliar na avaliação das condições de alteração intempéricas,
cujos valores dos óxidos sempre foram relativados com os seus pesos moleculares, tais como: Kt,
WPI, IP, BASES, FATOR, CIA, CIA-K, CALC2, CALC4, CALC5, BASES2.
Os detalhes desses índices encontram-se descritos no Apêndice III - Técnicas de Análises
Pedogeoquímicas.
III.2.10 - Classificação dos produtos de alteração intempéricos (10.0)
A classificação dos produtos de alteração intempéricos está intimamente relacionada ao Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos (Camargo et alii, 1987), a qual utilizou-se das propriedades
morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas de horizontes diagnósticos superficiais (horizonte
A) e de horizontes diagnósticos subsuperficiais (horizonte B).
Para a definição do enquadramento nos diversos horizontes diagnósticos, utilizou-se de valores
quantificados e obtidos em determinações analíticas, tanto físicas como químicas.
No caso de horizontes diagnósticos superficiais, utilizaram-se da espessura (< ou >18 cm), carbono
orgânico (< ou >0,6%), saturação em bases (> ou <50%), P2O5 (>250 ppm), cores claras ou escuras.
Essas características são associadas aos horizontes denominados A chernozênico, A proeminente, A
antrópico, A moderado, A fraco e A húmico. As características e detalhes desses horizontes
diagnósticos superficiais são encontrados em Camargo et alii (1987).
Os critérios específicos para determinar os horizontes diagnósticos subsuperficiais são decisivos
para a classificação de produtos de alteração intempéricos, pela condição de relativa estabilidade
inata ao horizonte B, os quais consideram a presença de "cutans" de argila, >8% de argila, >4% de
minerais facilmente intemperizáveis, espessura > 50 cm, CTC (< ou >13 meq/100gr), relação
silte/argila (< ou >0,7, relação molecular SiO2/Al2O3 (< ou >2,2).
42
A associação dessas características pode definir horizontes específicos tais como: B textural, B
nátrico, B espódico, B incipiente, B latossólico. Outros horizontes específicos são denominados
plíntico, cálcico, petrocálcico, sulfúrico, fragipã, duripã, turfoso, E álbico, glei e sálico. Outros
detalhes podem ser encontrados em Camargo et alii (1987).
Outras propriedades diag nósticas específicas consideradas foram:
- cor da unidade geopedológica correlativa a componentes minerais, principalmente do
horizonte B;
- conteúdo de óxido de ferro, relação sílica-alumina e sílica-sesquióxidos referentes ao
horizonte B;
- atividade de argila alta ou baixa (CTC > ou <24 meq/100gr);
- alta saturação com alumínio (álico >50%);
- saturação por bases com caráter eutrófico ou distrófico (> ou <50%);
- saturação por sódio;
- presença de sais solúveis;
- presença de carbonato de cálcio.
Com a identificação das características dos horizontes diagnósticos, procedeu-se à classificação
propriamente dita do perfil considerado, através das classes de solo, tais como, por exemplo, o
Latossolo Vermelho Amarelo, que apresenta as seguintes propriedades diagnósticas: solo mineral,
não hidromórfico com horizonte B latossólico, precedido de qualquer tipo de horizonte A
diagnóstico exceto turfoso, cores vermelho, vermelho amarelo a bruno forte, relacionadas a baixos
conteúdos de Fe2O3 (7-11%), virtualmente sem atração magnética e índice Ki geralmente <1,5
(Camargo et alii, 1987).
Para uma classificação completa consideraram-se os regimes de umidade e temperatura do solo do
perfil analisado; dessa forma foi possível fazer-se a equivalência das principais fases de vegetação
primária usadas em levantamentos pedológicos de escalas médias e pequenas. Como exemplo dessa
equivalência pode-se citar a do regime de umidade e temperatura do solo denominado perudic
isothermic com a fase de vegetação primária denominada floresta subtropical perúmida (Camargo
et alii, 1987).
Na classificação dos produtos de alteração intempéricos levou-se ainda em consideração a análise
dos índices de alteração relativados com os correspondentes índices pedogeoquímicos de rochas
subjacentes. A descrição litológica da rocha subjacente é importante, assim como a situação do
perfil em relação ao relevo local.
43
A classificação da paragênese dos colóides predominantes foi realizada de acordo com as relações
moleculares de Ki, associadas com o tipo de colóides dos minerais aluminossilicáticos (tipo de
argila) presentes no horizonte B do perfil de alteração intempérico.
Finalmente, uma outra associação bastante interessante pesquisada foi a análise conjunta com as
informações de anomalias morfoestruturais da região de estudo, como tem demonstrado
recentemente Jiménez-Rueda et alii (1989a, 1990, 1993).
III.2.10.1 - Mapa de unidades geopedológicas (10.1)
O mapa de unidades geopedológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul é o resultado da análise
conjunta da interpretação de propriedades geopedológicas em imagens TM/Landsat, com as
informações coletadas em campo e com as determinações de análises laboratoriais dos perfis de
alteração intempéricos.
As descrições e a classificação das unidades geopedológicas foram realizadas, sempre se levando
em consideração a interação dos fatores e processos de desenvolvimento de solos (Tabela III.4).
Entretanto, a organização em clinosseqüências nas diversas regiões geológicas-geomorfológicas
(regiões da Serra da Mantiqueira, do Vale do Paraíba, do Paraitinga-Paraibuna e Costeira),
mostrou-se mais eficiente e apropriada, visto que se torna mais clara a compreensão da evolução
das alterações intempéricas e dos possíveis colóides presentes no processo geopedológico.
TABELA III.4
NOMENCLATURA E ABREVIATURAS DE UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS
LVapr - LVa + prLVa - Latossolo Vermelho Amarelopr - regime perúdico ud - regime údico us - regime ústico aq - regime áquico PVa - Podzólico Vermelho AmareloC - Cambissolo PVe - Podzólico Vermelho Escuro LVe - Latossolo Vermelho Escuro LVa - Latossolo Vermelho Amarelo CH - Cambissolo Húmico Cl - Cambissolo latossolizado HGH - Hidromórfico Glei Húmico HP - Podzol Hidromórfico
44
Dessa forma, as descrições de unidades geopedológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul,
foram agrupadas em quatro diferentes regimes de umidade de solos (perúdico, údico, ústico e
áquico).
III.2.10.2 - Mapa de unidades e coberturas de alteração intempéricas (10.2)
O mapa de unidades e coberturas de alteração intempéricas da região do alto-médio Paraíba do Sul
é o resultado da classificação do tipo de colóide intempérico predominante (paragênese de
colóides), único ou híbrido, conforme a predominância de colóides e/ou de processos específicos de
alteração intempérica, aliada às análises físico-químicas de perfis de alteração intempéricos.
A classificação das coberturas de alteração intempéricas está relacionada ao sistema brasileiro de
classificação de solos.
Tanto a unidade de alteração intempérica como a paragênese de colóides, pode ser constituído por
uma ou diversas unidades geopedológicas, classificadas pelo sistema brasileiro de solos elaborado
por Camargo et alii (1987).
Na região do alto-médio Paraíba do Sul foram identificadas quatro (04) diferentes coberturas de
alteração intempéricas (cai) e cinco (05) diferentes unidades de alteração intempéricas (uai).
As diferentes coberturas de alteração intempéricas (cai) foram denominadas de Latossólica (L),
Latossólica-Podzólica (LP), Podzólica-Cambissólica (PC) e Cambissólica (C).
E as unidades de alteração intempéricas (uai) foram denominadas de Alítica (A), Alítica-
Monossialítica (AM), Monossialítica (M), Monossialítica-Bissialítica (MB) e Bissialítica (B).
A nomenclatura e as abreviaturas utilizadas no mapa de unidades e coberturas de alteração
intempéricas foram resumidas na Tabela III.5.
45
TABELA III.5
NOMENCLATURA E ABREVIATURAS DE UNIDADES E COBERTURAS DE ALTERAÇÃO INTEMPÉRICAS
cai - cobertura de alteração intempéricaL = Latos - Latossólica P = Podz - Podzólica C = Camb - Cambissólica uai - unidade de alteração intempéricaA = Ali - Alítica M = Mono - Monossialítica B = Bi - Bissialítica paragênese de colóidesg = gibb - gibbsita c = caul - caulinita m = mont - montmorilonita
III.2.11 - Integração dos resultados (11.0)
A integração dos resultados foi realizada, visando a análise integrada para o zoneamento
geoambiental da região do alto-médio Paraíba do Sul.
Essa etapa de trabalho do fluxograma é na verdade uma sub-fase de cada etapa, visto que sempre é
realizada uma avaliação parcial para aquela etapa realizada ou em realização. Essas avaliações são
equivalente a tomadas de decisões (tanto parcial como final), com a finalidade de se obter a
otimização dos dados e/ou resultados, assim como para as técnicas utilizadas, podendo-se evitar
dessa maneira as possíveis redundâncias e/ou superposições de informações durante a execução dos
trabalhos planejados.
Sempre que necessário realizou-se a retomada de qualquer das etapas anteriores, desde as
reinterpretações das imagens e/ou de outras campanhas de trabalhos de campo.
Dessa forma, procurou-se atingir um nível de certeza dos resultados apresentados, de modo que
fossem analisados integralmente todos os produtos obtidos, com a finalidade de se realizar o
zoneamento geoambiental do alto-médio Paraíba do Sul.
Ainda nessa etapa de trabalho são incluídas as necessárias correções na cartografia final, inclusive
com o controle de qualidade do produto final, representados pelos mapas temáticos.
III.2.12 - O zoneamento geoambiental (12.0)
O zoneamento geoambiental foi obtido com a análise integrada das informações litológicas,
geopedológicas, fisiográficas, e de unidades e coberturas de alteração intempéricas. Essas
46
informações foram correlacionadas com as determinações laboratoriais de análises físicas e
químicas, de materiais coletados ao longo de perfis de alteração intempéricos, as quais resultaram
na determinação e cartografia das diversas zonas e subzonas geoambientais da região do alto-médio
Paraíba do Sul.
III.2.12.1 - Mapa de zonas e subzonas geoambientais (12.1)
Para a determinação e cartografia das diversas zonas e subzonas geoambientais foram
préestabelecidas algumas características mínimas necessárias, de acordo com os estudos realizados
por Jiménez-Rueda et alii (1993), os quais estabeleceram que:
a) as zonas geoambientais devem ser “regiões delimitadas por rupturas de declive (geralmente
associadas a limites geológicos e eventualmente a limites erosivos) e descontinuidades
estruturais (discordâncias e falhamentos)”;
b) as zonas geoambientais preferencialmente devem estar sempre associadas a unidades
geológicas e/ou unidades litológicas predominantes;
c) as zonas geoambientais podem ser subdivididas em função de algumas variáveis que
condicionam a configuração das formas de relevo e seus respectivos graus de alteração
intempéricos;
d) as variáveis consideradas podem ser as unidades fisiográficas ou tipos de paisagens, o grau de
dissecação, anomalias morfoestruturais, diferenças edafoclimáticas e morfométricas de
hipsometria;
e) as zonas geoambientais devem considerar os processos específicos de alteração intempérica
ou o tipo de colóide intempérico predominante (paragênese do colóide);
f) as zonas geoambientais podem ser representadas pela combinação de letras e números
romanos e arábicos, ou pela combinação de letras maiúsculas e minúsculas, préviamente
estabelecidos.
Entretanto, no caso da nomenclatura das zonas e subzonas geoambientais da região do alto-médio
Paraíba do Sul, esta foi emprestada da designação litológica predominante na unidade delimitada
(Tabela III.6).
47
TABELA III.6
NOMENCLATURA E ABREVIATURAS DAS ZONAS E SUBZONAS GEOAMBIENTAIS
RC ZGSD ZONA GEOAMBIENTAL SEDIMENTOS SSDM subzona sedimentos marinhos RVP SSDF subzona sedimentos fluviais SSDL subzona sedimentos flúvio-lacustres RSM ZGMC ZONA GEOAMBIENTAL METACONGLOMERADOS ZGBG ZONA GEOAMBIENTAL BIOTITA GRANITOS SBGE subzona granitos equigranulares RPP ZGBG ZONA GEOAMBIENTAL BIOTITA GRANITOS SBGF subzona granitóides foliados ZGGT ZONA GEOAMBIENTAL GRANITÓIDES SGTM subzona granitóides migmatíticos SGTD subzona granitóides a duas micas SGTP subzona granitóides porfiróides RC SGTX subzona granitos gnáissicos finos RPP ZGGN ZONA GEOAMBIENTAL GNAISSES SGNG subzona biotita gnaisses granitóides e xistos SGNQ subzona gnaisses e quartzitos RSM SGNX subzona biotita gnaisses e xistos RPP SGNF subzona biotita gnaisses finos SGNB subzona biotita gnaisses bandados RSM SGNM subzona gnaisses e migmatitos blastomiloníticos SGND subzona biotita gnaisses granodioríticos RPP SGNZ subzona biotita gnaisses migmatizados RC SGNH subzona gnaisses com charnoquitos RPP ZGEC ZONA GEOAMBIENTAL ECTINITOS SÍLTICO ARGILOSOS RSM ZGXG ZONA GEOAMBIENTAL XISTOS E GNAISSES RPP ZGMG ZONA GEOAMBIENTAL MIGMATITOS SMGX subzona migmatitos estromatíticos com paleossoma xistoso RSM SMGG subzona migmatitos estromatíticos e gnaisses SMGT subzona migmatitos estromatíticos com neossoma tonalítico RPP SMGB subzona migmatitos estromatíticos ou gnaisses bandados RSM SMGH subzona migmatitos policíclicos homogêneos com charnoquitos
RSM - região da Serra da Mantiqueira; RVP - região do Vale do Paraíba; RPP – região do Paraitinga-Paraibuna; RC - região Costeira.
O zoneamento geoambiental assim determinado pode ser relacionado com as múltiplas aplicações,
podendo inclusive fornecer importantes subsídios, por exemplo, para a definição de prioridades em
obras de engenharia, recursos hídricos, uso agrícola, planejamento territorial, proteção ambiental,
dentre outros.
III.2.13 - Relatório final (13.0)
Esta última etapa de trabalho é a mais essencial e importante, visto que o relatório deve ser claro,
simples, objetivo e com todas informações necessárias e esperadas pelo leitor, em conformidade
com os objetivos assinalados e em concordância com a metodologia adotada.
48
O relatório final aqui elaborado procurou atingir essa premissa, apesar de que algumas imperfeições
terem sido imperceptíveis para o autor.
49
IV - DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Este capítulo de discussão dos resultados, originalmente estava planejado para ser analisado
somente o resultado integrado de todas as informações e/ou dados obtidos, contemplado no mapa de
zonas e subzonas geoambientais da região do alto-médio Paraíba do Sul. No entanto, devido a
algumas incompatibilidades verificadas nessa fase de integração, principalmente àquelas
relacionadas com as informações fisiográficas, litológicas e de solos existentes no polígono
estudado, foi necessário fazer-se os mapas de unidades fisiográficas, de unidades litológicas e de
unidades geopedológicas.
IV.1 - O MAPA DE UNIDADES FISIOGRÁFICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL
O mapa de unidades fisiográficas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo I) foi o resultado
da compartimentação em zonas homogêneas do meio físico, conjugado com as análises de
homogeneidade e de similaridade nas propriedades das formas dos elementos texturais,
identificados nas imagens TM/Landsat, juntamente com a análise morfométrica de hipsometria.
Nesse mapa de unidades fisiográficas verificou-se que a macrodivisão de planaltos (identificados
pela letra P) foi subdividida em cinco (05) diferentes níveis morfométricos bem definidos,
designados de muito alto (ma), alto (a), médio (m), baixo (b) e muito baixo (mb), cujas
características são discutidas a seguir:
O nível morfométrico “muito alto” foi definido para aquelas regiões com cotas altitudinais
superiores a 1.300 metros, as quais correspondem com a zona montanhosa. Essas regiões
apresentam um clima, conforme a efetividade de precipitação, classificado como Adr e aspecto
climático do solo com regime perúdico, determinados por Jiménez-Rueda et alii (1989b).
O nível “alto” corresponde à zona pré-montana alta, com altitude entre 1.200 e 1.300 metros, onde
predominam, também o clima Adr com regime perúdico.
No intervalo entre 1.000 e 1.200 metros de altitude, foi caracterizado o nível “médio” que
corresponde à zona intermediária entre a pré-montana baixa e a pré-montana alta, com clima Bcr e
regime údico.
50
O nível morfométrico “baixo” foi identificado no intervalo altitudinal de 800 e 1.000 metros, onde
predomina o clima intermediário entre Ccr e Bcr, com regime údico em zona de pré-montana baixa.
Finalmente foi definido o nível “muito baixo” para classificar o intervalo altitudinal entre 100 e 800
metros, especificamente para aquela região com formas escarpadas e de serranias existentes na
província Costeira de Almeida (1964). Nessa região tem-se a predominância dos climas Bcr e Adr,
correspondendo aos regimes údico e perúdico e à zona de pré-montana muito baixa.
Como já assinalado no item III.2.5.3, para cada um desses diferentes níveis morfométricos, foram
estabelecidos diferentes graus de estruturação na intensidade de dissecação das formas de relevo,
adjetivados em fortemente dissecado (Fd), moderadamente dissecado (md) e fracamente dissecado
(fd).
E finalmente, para completar a classificação dos diferentes níveis morfométricos, foi estabelecido a
ordem de estruturação, ou seja, a ordenação de feições texturais/estruturais da isotropia. Dessa
forma foram identificados, na análise de imagens TM/Landsat as feições orientadas (o), não-
orientadas (n) e as formas escarpadas (c).
No caso da macrodivisão denominada de planície (identificada pela letra p) foi estabelecida uma
divisão em dois tipos, sob o ponto de vista genético, ou seja, de erosão (e) e de acumulação (a).
Para cada um desses dois tipos de planície foi subdividido em litorâneo (l) e em interplanáltico (i).
Assim a planície de erosão litorânea (pel) foi caracterizada no intervalo altitudinal entre 100 e 500
metros, onde se tem a predominância do clima Bcr, com regime de umidade dos solos údico. Existe
uma correspondência com a classe geomorfológica “morros isolados”.
A planície de erosão interplanáltico (pei) foi identificada na região do Vale do Paraíba, onde se têm
altitudes entre 600 e 800 metros e um clima de transição entre Ccr e Ccw. O regime de umidade
dos solos dessa planície é o ústico.
A planície de acumulação interplanáltica (pai) também foi caracterizada na região do Vale do
Paraíba, e corresponde a atual calha do rio Paraíba do Sul e seus paleovales. Essa planície atinge
cota altitudinais entre 500 e 600 metros, onde predomina o clima Ccw e o regime de umidade dos
solos áquico.
Por fim, a planície de acumulação litorânea (pal) foi classificada na região denominada de Costeira.
As cotas dessa planície são inferiores a 100 metros, onde se tem a predominância do clima de
transição entre Bcr e Ccr e aspecto climático ústico.
51
Fazendo-se uma análise no mapa de unidades fisiográficas da região do alto-médio Paraíba do Sul,
verifica-se a possibilidade do estabelecimento de quatro regiões geográficas regionais, aqui
denominadas de região da Serra da Mantiqueira (RSM), região do Vale do Paraíba (RVP), região
do Paraitinga-Paraibuna (RPP) e região Costeira (RC), cuja distribuição relativa pode ser
visualizada na Tabela IV.1.
TABELA IV.1
DISTRIBUIÇÃO RELATIVA DAS UNIDADES FISIOGRÁFICAS COM AS REGIÕES GEOGRÁFICAS
RSM RVP RPP RCo PmaFdo
Fd n c o
ma md n c o
fd n Pmafdnc o PaFdo PaFdo
Fd n PaFdnc PaFdco Pamdo Pamdo Pamdo Pamdo
P a md n c
l ofd n
a c o PmFdo PmFdo PmFdo PmFdo PmFdo PmFdo
n Fd n PmFdnc
a o Pmmdo Pmmdo Pmmdom md n Pmmdn Pmmdn Pmmdn
l c o
t fd n Pmfdnc
o o PbFdoFd n PbFdn PbFdn PbFdn
c (P) o Pbmdo Pbmdo Pbmdo
b md n Pbmdn Pbmdn Pbmdn Pbmdn Pbmdn c o Pbfdo
fd n Pbfdn Pbfdn c o
Fd n c PmbFdco
mb md n Pmbmdnc o
fd n c
Pla e l pel(isolado)ní i pei pei peicie a l pal(p) i pai
Exemplo: PmaFdo = Planalto (P) muito alto (ma), fortemente dissecado (Fd) e com feições texturais/estruturais orientadas (o). RSM: região da Serra da Mantiqueira, RVP: região do Vale do Paraíba, RPP: região do Paraitinga-Paraibuna, RC: região Costeira. Obs.: as abreviaturas utilizadas encontram-se na Tabela III.2.
A região da Serra da Mantiqueira (RSM) é caracterizada como uma região de planalto desde muito
alto até baixa, representada por todos os tipos de graus de dissecação, ou seja, desde fortemente
dissecado até fracamente dissecado. Nessa região tem-se também a representação de todas as
feições texturais/estruturais da isotropia, conforme pode ser verificado na Tabela IV.1.
52
A região do Vale do Paraíba (RVP) é uma planície interplanáltica, com variação altimétrica entre
500 e 800 metros acima do nível do mar, onde predominam climas dos tipos Ccw e Ccr-Ccw,
correspondendo ao regime de umidade áquico e ústico.
A região do Paraitinga-Paraibuna (RPP) é representada por aproximadamente metade da área do
polígono estudado, situando-se em sua metade sudeste, sendo constituída por planalto, com três
diferentes níveis morfométricos, desde alto até baixo. Observa-se o predomínio de feições
texturais/estruturais orientadas, forte e moderadamente dissecadas.
A região Costeira (RC) tem o seu limite setentrional nas quebras positivas da região escarpada da
serra do Mar, distribuindo-se arealmente no sentido para as águas do mar. Essa região é constituída
por um trecho de planalto muito baixo, tanto forte como moderadamente dissecados, e por um
trecho de planície de erosão e de acumulação.
IV.2 - O MAPA DE UNIDADES LITOLÓGICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL
O mapa de unidades litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo II) foi obtido
através da interpretação das propriedades fotolitológicas de resistência à erosão, permeabilidade,
plasticidade e/ou ruptilidade e tropia, associadas com as informações coletadas em campo e
bibliográficas.
A distribuição das unidades litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul, em relação às
unidades fisiogràficas e por região geográfica pode ser visualizada na Tabela IV.2.
As descrições das unidades litológicas regionais apresentadas a seguir, foram baseadas nos diversos
trabalhos geológicos efetuados na região do alto-médio Paraíba do Sul, principalmente em Bistrichi
et alii (1990), Chieregati et alii (1982), Hasui et alii (1981a), IPT/Pró-Minério (1981), dentre outros.
É interessante frisar que a legenda utilizada não obedece aos padrões litoestratigráficos
convencionais.
IV.2.1 - Gnaisses com charnoquitos (ch)
Essa unidade litológica constitui-se numa faixa alongada na região litorânea, bordejando as águas
do litoral norte do estado de São Paulo, e encontra-se parcialmente recoberta por sedimentos atuais
53
e subatuais marinhos, flúvio-marinho-lacustre e depósitos de mangue. Fisiograficamente, essa
unidade litológica corresponde aos morros isolados existentes na unidade denominada planície de
erosão litorânea (pel), e a planalto muito baixo, moderadamente dissecado e com feições
texturais/estruturais não-orientadas (Pmbmdn).
TABELA IV.2
DISTRIBUIÇÃO RELATIVA DAS UNIDADES LITOLÓGICAS COM AS REGIÕES GEOGRÁFICAS E UNIDADES FISIOGRÁFICAS
RSM RVP RPP RC o xgn
Fd n c o
ma md n c o
fd n cmc o γdm mex
Fd n xgnc gmbo bgn γmp re bgx
P a md n c
l ofd n
a c o meg meg bgx bgf bgm gnq
n Fd n bgbc
a o mch met grfm md n mch grf γgp
l c o
t fd n grec
o o bgmFd n mgb bgb grf
c (P) o xgn γmp γmp
b md n bx bx bgn grf γgpc o γdm
fd n γmp γdmc o
Fd n c γgf o
mb md n ch c o
fd n c
Pla e l chní i sfl sfl sflcie a l qm(p) i agar
Obs.: as abreviaturas utilizadas encontram-se nas Tabelas III.2 e III.3.
A descrição litológica dessa unidade foi baseada em Almeida et alii (1981), a qual é constituídas
por granulitos em bolsões, faixas e núcleos esparsos, representados de uma maneira geral, por
piroxênio granulitos, granulitos quartzo-feldspáticos, kinzigitos, charnoquitos e rochas granito
54
gnáissicas a hiperstênio, localmente migmatizadas, incluindo anfibolitos e serpentinitos associados.
A correspondência litoestratigráfica é com uma das unidades do Complexo Costeiro.
IV.2.2 - Migmatitos estromatíticos ou gnaisses bandados (mgb)
Esta unidade litológica foi individualizada em quatro faixas alongadas, com seus limites
irregularmente delineados, na região de topo das escarpas festonadas da serra do Mar. Os limites
setentrionais são feitos com a unidade de gnaisses e quartzitos, e os limites meridionais são
realizados com a unidade litológica de granitos gnáissicos finos.
Fisiograficamente, essas faixas alongadas individualizadas para essa unidade litológica
correspondem a planaltos baixos, fortemente dissecados e com feições texturais/estruturais não-
orientadas (PbFdn), também conhecidas como “morros arredondados ou mar de morros”.
As litologias predominantes são representadas por migmatitos marcadamente gnáissico,
normalmente classificadas em campo como gnaisses bandados ou migmatitos estromatíticos e
muitas vezes com feições miloníticas. O bandamento é formado pela alternância de granitóides
gnáissicos leucocráticos de grã fina a média, com biotita gnaisses e gnaisses porfiroblásticos. A
correspondência litoestratigráfica existente é com uma das três associações das rochas gnáissico
migmatíticas do Complexo Costeiro (Chieregati et alii, 1982).
IV.2.3 - Granitos gnáissicos finos (ygf)
Essa unidade litológica foi individualizada na porção sudeste da área de estudo (próximo da cidade
de Ubatuba), correspondendo à região de escarpa da serra do Mar, com limites irregulares e
parcialmente recobertos por sedimentos marinhos, flúvio-marinho-lacustre e depósitos de mangue.
A faixa irregular individualizada está grosseiramente orientada para nordeste. De acordo com o
mapa de unidades fisiográficas (Anexo I), essa unidade litológica corresponde às áreas de planalto
muito baixo, com formas de relevo fortemente dissecados e feições texturais/estruturais de
“escarpas em anfiteatro” (PmbFdc).
Litologicamente, essa unidade é representada por uma associação de litotipos graníticos, designados
de acordo com seu litotipo predominante. Assim, tem-se nessa unidade a predominância de biotita
granitos gnáissicos, leucocráticos, de granulometria média a fina, formada principalmente por
quartzo-feldspatos e com poucos máficos orientados ao acaso. Esse litotipo predominante forma
55
associações freqüentes com os gnaisses com estruturas oftalmíticas. Essa unidade litológica possui
correspondência parcial com o granitóide Caraguatatuba (Chieregati et alii, 1982).
IV.2.4 - Migmatitos policíclicos homogêneos com charnoquitos (mch)
Essas litologias foram identificadas no quadrante noroeste do polígono estudado, correspondendo a
duas áreas, uma no extremo noroeste, e a outra, contendo a serra de Pedra Mármore e o Parque
Estadual de Campos do Jordão e estendendo-se por uma faixa estreita até às proximidades da região
norte da cidade de Campos do Jordão.
Fisiograficamente, essa unidade litológica corresponde às unidades denominadas planalto médio,
com formas de relevo moderadamente dissecadas e com feições texturais/estruturais da isotropia
orientadas (Pmmdo) na região do extremo noroeste do polígono estudado, e planalto médio, com
formas de relevo moderadamente dissecadas e com feições texturais/estruturais não-orientadas
(Pmmdn), na segunda área individualizada. Localmente, na região do parque estadual de Campos
do Jordão foi caracterizada uma fisiografia de planalto médio, fortemente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (PmFdo), devido à influência de zona de falhamentos.
A descrição litológica corresponde ao embasamento remobilizado, constituído por rochas
consideradas como de idades transamazônicas ou mais antigas, remobilizadas pelos eventos
posteriores (Santos et alii, 1981). O domínio litológico é representado pela predominância de
migmatitos homogêneos de estruturas diversas, e subordinadamente por granitóides, com rochas
charnoquíticas subordinadas. Esse domínio litológico possui uma correspondência parcial com o
grupo Paraíba do Sul de Ebert (1958).
IV.2.5 - Migmatitos estromatíticos com neossoma tonalítico (met)
Esses migmatitos foram identificados no quadrante noroeste do polígono estudado, situando-se ao
norte da zona de cisalhamento Jundiuvira (na região da cidade de Monteiro Lobato) até ao norte da
cidade de São Bento do Sapucaí. Os limites orientais dessa unidade litológica chegam nas
imediações da cidade de Campos do Jordão, e os limites ocidentais, excedem os limites do polígono
estudado.
Fisiograficamente tem-se a presença de planalto médio, moderadamente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (Pmmdo), principalmente na região da cidade de São Bento do
56
Sapucaí. Localmente, na região a oeste da cidade de Santo Antônio do Pinhal as feições
texturais/estruturais são não-orientadas, com o predomínio de morros arredondados ou “mar de
morros”. De uma maneira generalizada, o relevo dessa unidade litológica apresenta-se bastante
arrasado.
O domínio litológico dessa unidade é representado por migmatitos e gnaisses freqüentemente com
sillimanita e muita granada. Os migmatitos apresentam estruturas, predominantemente
estromatíticas e localmente dobradas. O leucossoma é granodiorítico a granítico e de granulação
média; o melanossoma é rico em biotita, com sillimanita; e o mesossoma é cinzento e de biotita
gnaisses tonalíticos a granodioríticos, de granulação fina a média.
Localmente, os migmatitos estromatíticos gradam para tipos cinzentos de granulação média, com
estrutura “schlieren” ou difusamente bandada, e para biotita gnaisses com granulação fina a média,
homogêneos, cinzentos e com raros megacristais de K-feldspatos.
Ainda nesse domínio de migmatitos, foi reconhecido por Bistrichi et alii (1990), a presença de
encraves de granulitos intermediários em migmatitos estromatíticos dobrados, de cores cinzentas e
marrons, isótropas e ligeiramente orientados ou bandadas e discordantes dos migmatitos. Essa
descrição litológica corresponde à unidade individualizada como migmatitos estromatíticos do
Complexo Paraíba do Sul (Bistrichi et alii, 1990).
IV.2.6 - Gnaisses e migmatitos blastomiloníticos (gmb)
Essa unidade litológica foi delimitada na vertente meridional da serra da Mantiqueira, numa faixa
única, irregular, de aproximadamente 40 quilômetros de extensão e 6 a 7 quilômetros de largura,
situada ao sul da cidade de Campos do Jordão e orientada para a direção nordeste.
Fazendo-se uma relação com o mapa de unidades fisiográficas verifica-se que existe uma correlação
direta com a unidade classificada como planalto alto, fortemente dissecado e com feições
texturais/estruturais de “escarpas em anfiteatros” (PaFdc).
A descrição litológica corresponde aos gnaisses e migmatitos blastomiloníticos do Complexo
Paraíba do Sul (Bistrichi et alii, 1990), cujos litotipos mais freqüentes são biotita gnaisses graníticos
e granodioríticos, porfiroclásticos, por vezes granatíferos, em geral com bandas centimétricas de
composição anfibolítica.
57
Trata-se de rocha bandada, constituída por porfiroclastos subcentimétricos ou centimétricos de
feldspatos em matriz granoblástica, quartzo-feldspática, finamente bandada, com teores variáveis
em biotita, normalmente menores que 10%.
Localmente ocorrem rochas de composição intermediária, como por exemplo, biotita gnaisses
monzodioríticos blastomiloníticos e intercalações de biotita-hornblenda gnaisses tonalíticos,
hornblenda-granada gnaisses, biotita anfibolitos, anfibolitos e quartzitos sacaróides.
IV.2.7 - Gnaisses e quartzitos (gnq)
Basicamente, essa unidade litológica está representada por uma extensa faixa com seus limites
irregulares, localizada no quadrante sudeste da área estudada, contendo em sua maior parte, o leito
do rio Paraibuna. Na região a sudoeste da cidade de Cunha foi individualizado uma pequena zona
homogênea classificada como sendo também dessa unidade litológica. Fisiograficamente
corresponde à unidade individualizada como planalto médio, fortemente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (PmFdo). Localmente, desde a região NW de Ubatuba até a serra do
Indaiá tem-se a predominância de feições texturais/estruturais não-orientadas.
Litologicamente, essa unidade é constituída por rochas gnáissicas de feições texturais e
composicionais muito variáveis, contendo intercalações e/ou alternância de quartzitos, e em alguns
locais, níveis de micaxistos, quartzitos feldspáticos, rochas calcossilicatadas e metabasitos incluídos
na seqüência litológica. Basicamente, essa unidade litológica corresponde a duas das seis
associações litológicas do Complexo do Paraibuna, destacadas no mapa geológico apresentado por
Chieregati et alii (1982).
IV.2.8 - Biotita gnaisses migmatizados (bgm)
Essa unidade foi identificada em duas regiões, correspondentes a duas faixas alongadas e estreitas,
situadas nas vertentes meridionais da serra do Jambeiro (faixa sudoeste) e na extremidade sudoeste
da serra do Quebra-Cangalha (a sudeste de Taubaté).
Fisiograficamente, a primeira área possui correspondência com a unidade planalto baixo,
fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (PbFdo), e a segunda área foi
classificada como planalto médio, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais
58
orientadas (PmFdo). Essas feições texturais/estruturais orientadas são devidas às falhas Serra do
Jambeiro e Alto da Fartura, respectivamente.
Os tipos litológicos predominantes nessa unidade são gnaisses bandados, por vezes migmatizados e,
migmatitos de estruturas diversas (desde bandada até as mais homogêneas, nebulíticas), nos quais
aparecem com freqüência “boudins” anfibolíticos, calcossilicáticos e quartzíticos, além de lentes de
xistos. Intrusões pegmatíticas aparecem esparsas. Os litotipos gnáissicos e migmatíticos dessa
unidade litológica são de composição, predominantemente granítica a granodiorítica. Essa descrição
litológica foi baseada na principal unidade individualizada do Complexo Paraíba do Sul, conforme
a concepção de Bistrichi et alii (1990).
A faixa sudoeste dessa unidade litológica encontra-se afetada pela zona de cisalhamento Serra do
Jambeiro, enquanto que a segunda faixa está afetada pela falha do Alto da Fartura.
IV.2.9 - Biotita gnaisses granodioríticos (bgn)
Essa unidade foi identificada em duas áreas no quadrante noroeste do polígono estudado, sendo que
a maior faixa contém a cidade de Campos do Jordão, e a outra de dimensões relativas menores,
encontra-se situada na extremidade sudoeste da unidade litológica denominada gnaisses e
migmatitos blastomiloníticos.
Fisiograficamente, a unidade biotita gnaisses granodioríticos corresponde às unidades classificadas
como planalto alto, moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas
(Pamdo) devido à falha do Paiol Grande, e planalto baixo, moderadamente dissecado, com feições
não-orientadas (Pbmdn) e com textura fotográfica fina.
A descrição litológica corresponde a biotita gnaisses graníticos e granodioríticos, mesocráticos e
bandados, que passam gradualmente para variedades com bandeamento difuso, e porções bastante
homogêneas com freqüentes níveis inequigranulares com porfiroclastos lenticulares a ovalados e
subcentimétricos de K-feldspatos. Esses litotipos, no geral são moderadamente deformados e
apresentam texturas protomiloníticas e miloníticas. Essa descrição litológica possui
correspondência com os biotita gnaisses do Complexo Paraíba do Sul (Bistrichi et alii, 1990).
No planalto de Campos do Jordão, a intensa alteração intempérica torna difícil a identificação dos
litotipos, os quais se apresentam com aspecto xistoso.
59
IV.2.10 - Ectinitos síltico-argilosas (re)
Essa unidade foi caracterizada na região entre os rios Paraitinga e Paraibuna, em três faixas
irregulares, freqüentemente em zonas com “trends” de fraturas e em níveis topográficos elevados.
Fisiograficamente, essa unidade litológica foi classificada como planalto alto, moderadamente
dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (Pamdo), devido à influência da falha de
Natividade da Serra.
O domínio litológico é representado por uma associação predominante de micaxistos, com
participação subordinada de quartzitos, metarcósios e rochas calcossilicatadas, os quais se
intercalam compondo um bandeamento conspícuo. São ainda, observadas intercalações de termos
francamente gnáissicos (paragnaisses); também são incluídos nesse domínio litológico, os materiais
síltico-argilosos de coloração variegada e xistosidade incipiente. Essas descrições possuem
correspondência com uma das seis associações constituintes do Complexo do Paraibuna (Chieregati
et alii, 1982).
IV.2.11 - Xistos e gnaisses (xgn)
Essa unidade litológica foi identificada na região da serra da Mantiqueira, delimitada em três áreas,
sendo que a primeira está situada no topo da região de escarpas da serra da Mantiqueira, logo ao sul
da cidade de Campos do Jordão; essa área encontra-se interrompida pela cobertura de
metaconglomerado existente na região do Parque Estadual de Campos do Jordão. A segunda área
está situada na região da cidade de Santo Antônio do Pinhal, estendendo-se para sudoeste; a última
área foi delimitada na extremidade centro-oeste do polígono estudado, situando-se na vertente
noroeste das serras do Palmital e da Prefeitura.
Segundo o mapa de unidades fisiográficas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo I), a
primeira área no topo das escarpas encontra-se na unidade classificada como planalto muito alto,
fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (PmaFdo) pela influência da
falha Jundiuvira; a segunda área encontra-se na unidade fisiográfica denominada planalto alto,
fortemente dissecado e com feições não-orientadas (PaFdn), também conhecidos como “morros
arredondados ou mar de morros”, e a terceira e última área, foi classificada como planalto baixo,
moderadamente dissecado e com feições orientadas (Pbmdo) devido à falha do Buquira.
Apesar da diversidade de propriedades fotogeológicas verificadas nas três áreas dessa unidade
litológica, o domínio litológico é único e representado por mica-quartzo xistos, xistos
60
feldspatizados, gnaisses, gnaisses migmatizados e milonitizados, biotita-quartzo xistos, biotita
gnaisses tonalíticos e granodioríticos, gnaisses bandados. A maior parte dos afloramentos dos
litotipos dessa unidade litológica encontram-se intemperizados, e apresentam correspondência com
uma das unidades do Complexo Embu (Bistrichi et alii, 1990).
IV.2.12 - Migmatitos estromatíticos e gnaisses (meg)
Essa unidade litológica foi identificada na base das escarpas da vertente meridional da serra da
Mantiqueira, e representada em três áreas localizadas ao norte de Guaratinguetá-Aparecida,
Pindamonhangaba, e Taubaté-Caçapava, extrapolando os limites ocidentais do polígono estudado.
De acordo com o mapa de unidades fisiográficas, todas essas três áreas dessa unidade litológica,
encontram-se inseridas na unidade denominada de planalto médio, fortemente dissecado e com
feições texturais/estruturais orientadas (PmFdo), devido à existência das falhas de Piedade e do
Buquira, nas duas primeiras áreas, e do Ribeirão da Serra na última área (a norte de Taubaté-
Caçapava).
A descrição litológica foi baseada em Bistrichi et alii (1990), e corresponde aos migmatitos e
gnaisses do Complexo Embu. São representados por migmatitos com estruturas bastante variadas,
desde muito homogêneas, “schlieren” e nebulíticas, passando para termos bandados. Nos
migmatitos bandados, o leucossoma é quartzo-feldspático, esbranquiçado, as vezes róseo, de
granulação média a grossa. Basicamente, o mesossoma desses migmatitos, é constituído por biotita
gnaisses bandados com gradação para biotita xistos feldspáticos e biotita-quartzo xistos, de
granulação fina a média.
IV.2.13 - Migmatitos estromatíticos com paleossoma xistoso (mex)
Esta unidade litológica é representada por uma única faixa alongada, situada na porção central do
polígono estudado, e delimitada na vertente meridional das serras da Bandeira, da Boa Vista, do
Macuco, Fria ou dos Forrós e da Usina. Essas últimas três serras constituem em conjunto, parte da
serra do Quebra-Cangalha. O limite sul dessa unidade litológica coincide com a falha de Santa Rita.
Fisiograficamente corresponde à unidade denominado de planalto alto, fortemente dissecado e com
feições texturais/estruturais orientadas (PaFdo).
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A litologia predominante dessa unidade é constituída por migmatitos heterogêneos, com estruturas
bandadas, e localmente, com estruturas dobradas. É característica desses migmatitos a presença de
bandas melanocráticas xistosas, alternadas com bandas quartzo-feldspáticas. O paleossoma micáceo
apresenta raros porfiroblastos feldspáticos esparsos, e é comum a observação de migmatização nas
imediações de corpos graníticos, devido à injeção de veios pegmatíticos. De uma forma geral,
também ocorrem quartzitos, geralmente micáceos. Essa unidade litológica possui correspondência
com os migmatitos do Complexo Embu, conforme Sobreiro Neto et alii (1983).
IV.2.14 - Biotita gnaisses bandados (bgb)
Essa unidade encontra-se representada por duas áreas alongadas e irregulares, localizadas na região
de Aparecida-Guaratinguetá e na porção central da área de estudo, desde a região ao sul da cidade
de Jambeiro, passando por Lagoinha e Cunha. As duas faixas possuem seu extremo nordeste além
do limite oriental do polígono estudado.
De acordo com o mapa de unidades fisiográficas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo I),
a área individualizada na região de Aparecida-Guaratinguetá está inserida na unidade denominada
de planalto baixo, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (PbFdn),
também conhecidos como “mar de morros”. A outra área individualizada na porção central da área
de estudo foi classificada como planalto médio, fortemente dissecado e com feições
texturais/estruturais não-orientadas (PmFdn). No entanto, as extremidades sudoeste e nordeste da
faixa mais alongada, apresentam-se com as feições texturais/estruturais orientadas devido à falha
Alto da Fartura (serras das Pedrinhas e parte da serra do Quebra-Cangalha).
Em ambas as faixas, o domínio litológico é representado por biotita gnaisses, freqüentemente
granatíferos, parcialmente migmatizados. Ocorrem sistematicamente intercalados com biotita
xistos, quartzo xistos e granada-biotita xistos. É muito comum a presença de bolsões pegmatíticos
por toda área de ocorrência da unidade. Os gnaisses apresentam composição variável de
monzogranítica a tonalítica. Esse domínio litológico possui correspondência com a subunidade
“gnaisses bandados” do Complexo Embu (Bistrichi et alii, 1990).
IV.2.15 - Biotita gnaisses finos (bgf)
Essa unidade litológica está localizada na região central da área estudada, numa faixa alongada de
aproximadamente 30 quilômetros e orientada para nordeste, e corresponde à unidade fisiográfica
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planalto baixo, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (PbFdo) devido à
falha Alto da Fartura.
As rochas que compõem essa unidade litológica são biotita gnaisses finos, homogêneos a bandados,
com porções mais quartzo-feldspáticas alternadas com outras mais xistosas (biotíticas) e de
composição predominante granito a granodiorito. Contém, predominantemente, plagioclásio em
cristais angulosos, e mais raramente, microclínio em meio a agregados granoblásticos quartzosos.
Essas rochas apresentam texturas com feições indicativas da ação de processos cataclástico-
miloníticos (zona de cisalhamento Alto da Fartura) e a sua principal diferença com os xistos
adjacentes, com os quais se associam, está na maior quantidade de plagioclásio e na maior
incidência de K-feldspato (Bistrichi et alii, 1990). Tanto a sua distribuição como a sua descrição
litológica possui correspondência com uma das subunidades do Complexo Embu (Bistrichi et alii,
1990).
IV.2.16 - Biotita gnaisses e xistos (bx)
Essa unidade litológica foi individualizada em oito pequenas áreas, ao longo do limite setentrional
dos sedimentos da Bacia de Taubaté. Fisiograficamente essa unidade corresponde à área de planalto
baixo, moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pbmdn).
Ocorrem, freqüentemente, como rochas muito alteradas, de coloração avermelhada e aspecto
xistoso. São constituídos, predominantemente, por biotita gnaisses com gradações para xistos
feldspáticos, biotita xistos e quartzo xistos, por vezes deformados (miloníticos). Localmente estão
migmatizados, exibindo estruturas estromatítica, “schlieren” e nebulítica. Os biotita gnaisses
geralmente são bandados, granatíferos, de grã fina a média. A textura, geralmente, é granoblástica
granolepidoblástica com feldspato. Os biotita xistos, quartzo xistos e xistos feldspatizados, também
são normalmente granatíferos com quantidade variável de moscovita e freqüentemente a sillimanita
está presente (Bistrichi et alii, 1990). A correspondência dessa unidade litológica é feita com uma
das subunidades do Complexo Embu individualizadas por Bistrichi et alii (1990).
IV.2.17 - Biotita gnaisses granitóides e xistos (bgx)
Essa unidade litológica é representada por duas faixas individualizadas na porção sul da diagonal
maior nordeste da área de estudo.
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A faixa mais extensa tem seus limites e a largura irregulares, e tem uma orientação
aproximadamente leste-oeste. Na sua extremidade sudoeste contém a cidade de Santa Branca, e o
outro extremo, a região imediatamente ao sul da cidade de Cunha; na sua porção intermediária
contém as cidades de Redenção da Serra e São Luís do Paraitinga.
Fisiograficamente essa área se encontra na unidade classificada como planalto médio, fortemente
dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (PmFdo), em conseqüência ao sistema de
falhas Taxaquara/Cubatão. Na região a sudoeste da cidade de Redenção da Serra, as formas são
arrasadas e com menores amplitudes.
A segunda faixa dessa unidade litológica, menor em extensão, está situada no extremo nordeste da
área de estudo e possui uma orientação geral nordeste; foi individualizada no flanco meridional de
parte da serra do Quebra-Cangalha.
Fisiograficamente essa segunda área foi classificada como sendo de planalto alto, moderadamente
dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (Pamdo), em conseqüência da falha do
Quebra Cangalha.
De uma maneira geral, essa unidade litológica é representada por um conjunto de litologias, com
predominância de biotita gnaisses granitóides, por vezes de feição migmatítica, com passagens a
gnaisses biotíticos finos bastante foliados e a tipos porfiroblásticos e porfiroclásticos.
Associado a essas litologias tem-se a presença de sillimanita-granada-mica-quartzo xistos, com
variações para xistos biotíticos fortemente estirados. Localmente, tem-se a presença de faixas de
milonitos, ultramilonitos e cataclasitos de origem diversa, em grande parte recristalizados.
As descrições litológicas possuem correspondência com três dos quatro conjuntos litológicos do
Grupo Açungui, descritos por Chieregati et alii (1982), assim como com as descrições de rochas
miloníticas apresentadas por Bistrichi et alii (1990).
IV.2.18 - Granitóides porfiróides (ygp)
Essa unidade é constituída por duas longas, estreitas e irregulares faixas situadas na diagonal da
área de estudo, numa orientação aproximada leste-oeste; essas duas faixas são interrompidas pela
extremidade ocidental da serra Quebra-Cangalha, ao sul da cidade de Pindamonhangaba.
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Numa relação com o mapa de unidades fisiográficas, verifica-se que a faixa situada na porção
sudoeste da área estudada tem correlação com o planalto baixo, moderadamente dissecada e com
feições texturais/estruturais não-orientadas (Pmmdn).
A segunda área situada na porção nordeste do polígono estudado, tem uma correspondência com o
planalto médio, moderadamente dissecada e feições texturais/estruturais não-orietadas (Pmmdn).
Na região da serra Fria ou dos Forrós, o planalto atinge níveis morfométricos mais altos,
conseqüentemente com dissecação mais pronunciada, assim como as suas feições
texturais/estruturais tornam-se orientadas.
A descrição litológica é única, tanto para a faixa individualizada na porção sudoeste como para as
três regiões fotogeologicamente individualizadas na porção nordeste da área de estudo, cuja
representação é feita por granitóides gnáissicos porfiróides, caracteristicamente inequigranulares, de
granulação média a grosseira, com típica tendência porfiroblástica, devido aos fenocristais de
feldspato, em geral xenomórficos, imersos numa matriz mais fina, biotítica, gnaissóide.
Esses granitóides, em geral mostram uma maior diversidade textural e estrutural, constituindo-se
em corpos heterogêneos que incluem facies mais homogêneas, equigranulares e quase sem
orientação, considerados provavelmente como núcleos mais evoluídos (Sobreiro Neto et alii, 1983).
A composição dessas rochas é bastante variável, desde termos tonalíticos e granodioríticos, devido
ao aumento da porcentagem de porfiroblastos de feldspato potássico. Incluem-se encravamentos
gnáissico-migmatíticos, principalmente na serra Fria ou dos Forrós (a sudoeste da cidade de
Roseira); normalmente sustentando as maiores altitudes da região.
IV.2.19 - Granitóides a duas micas (ydm)
Essa unidade litológica é representada por três áreas individualizadas na porção inferior da área de
estudo, ou mais especificamente, em região contígua.
A área mais expressiva tem um formato alongado e irregular, grosseiramente orientada, próximo a
leste-oeste, ocupando as cotas mais elevadas da região. Fisiograficamente essa área é representada
por planalto alto, fortemente dissecado e feições texturais/estruturais orientadas (PaFdo), pela
presença da falha de Natividade da Serra.
A segunda e terceira áreas foram interrompidas pelo limite inferior da área estudada, com pequenas
representações nas regiões ao sul da cidade de Paraibuna e a sudeste da cidade de Santa Branca.
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Fisiograficamente essas duas áreas encontram-se em planalto baixo, fracamente dissecado. No
entanto, as feições texturais/estruturais são diferenciadas entre si, ou seja, na área ao sul de
Paraibuna as feições são orientadas (Pbfdo) devido à falha de Natividade da Serra, enquanto que a
outra área tem as feições não-orientadas (Pbfdn).
Essa unidade litológica é composta por granitos gnáissicos de grã fina a média, eventualmente
grossa e coloração cinza clara. É caracterizada pela sua associação mineralógica entre a moscovita e
a biotita, e a sericita é o mais comum mineral de alteração. Localmente apresenta com facies
porfiroblástica, especialmente nas bordas do corpo granítico, sugerindo para Chieregati et alii
(1982) uma fase metassomática subseqüente ao estágio sintectônico.
As áreas de ocorrência individualizadas correspondem parcialmente, àquela apresentada por
Chieregati et alii (1982). Esses autores relacionam essas rochas granitóides gnáissicas a duas micas
com as porções centrais homogêneas e mais evoluídas, da provável estrutura antiformal de
Natividade da Serra.
IV.2.20 - Granitóides migmatíticos (ymp)
Essa unidade litológica está localizada na porção inferior da área de estudo, entre os rios Paraitinga
e Paraibuna, numa faixa contínua e irregular, que se estende, grosseiramente, de leste para oeste até
as proximidades da área alagada da represa e ao redor de parte do reservatório de Paraitinga-
Paraibuna.
Essas áreas se encontram em regiões de planaltos moderadamente dissecados e com feições
texturais/estruturais orientadas. Fisiograficamente essas áreas são diferenciadas pelo seu nível
morfométrico. Dessa forma a área ao sul da cidade de São Luís do Paraitinga o nível morfométrico
é alto (Pamdo), enquanto que as áreas que contém as cidades de Natividade da Serra e Paraibuna
estão em nível morfométrico baixo (Pbmdo). Somente a pequena exposição areal ao sul da
barragem da represa Paraitinga-Paraibuna, foi classificada como planalto baixo, fracamente
dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pbfdn).
Todas as áreas dessa unidade litológica são representadas por rochas granitóides diversas, sendo
comuns os tipos inequigranulares grosseiros até porfiroblásticos. O caráter migmatítico se retrata
através de termos com estruturas nebulíticas, bem como pela presença de restitos de rocha básica e
mesmo migmatíticos. Localmente podem apresentar grande desenvolvimento da fase neossomática,
dando origem a termos com estrutura “schöllen” e agmatíticas.
66
Para Chieregati et alii (1982) as litologias dessa unidade correspondem, estruturalmente a uma
facies menos evoluída do granitóide Natividade da Serra.
O modo de ocorrência desses granitóides, comumente é na forma de matacões e blocos irregulares,
distribuídos pelas encostas das elevações, ou concentrados nas calhas das drenagens, assim como
também sob a forma de lajedos, aflorantes nos leitos de cursos d’água ou em encostas abrúptas.
IV.2.21 - Granitóides foliados (grf)
Essa unidade litológica acha-se representada em cinco áreas na região central do polígono estudado,
e situadas próxima a Jambeiro, próxima a Redenção da Serra, duas áreas ao norte de São Luís do
Paraitinga e a quinta área na cidade de Aparecida.
Fisiograficamente, tanto as duas áreas ao norte de São Luís do Paraitinga como a pequena área
próxima a Jambeiro são semelhantes, representados por planalto médio, moderadamente dissecado,
diferenciando-as entre si, pelas feições texturais/estruturais não-orientadas (Pmmdn) nas primeiras,
e pelas feições texturais/estruturais orientadas (Pmmdo) na área próxima a Jambeiro.
A área próxima a Redenção da Serra foi classificada, fisiograficamente como planalto baixo,
moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pbmdn). Já a área de
Aparecida é representada por planalto baixo, fortemente dissecado e com feições
texturais/estruturais não-orientadas (PbFdn), também conhecido como “mar de morros”.
A litologia predominante é o biotita granito, gnáissico, por vezes a moscovita apresenta-se com
conspícuas feições protomiloníticas a miloníticas, geralmente recristalizadas. São rochas de
coloração cinza, nos seus variados tons, com megacristais brancos e róseos. Sua estrutura é
invariavelmente orientada e a textura porfiróide, com matriz de granulação média e megacristais
subcentimétricos a centimétricos. Essa unidade litológica corresponde aos corpos graníticos da
Suíte Jambeiro (Bistrichi et alii, 1990), apesar das diferenças nas representações geográfica e
cartográfica entre esses estudos, naquele primeiro, a discriminação litológica foi baseada em
propriedades fotogeológicas observadas em imagens de satélite, associado com verificações de
campo.
IV.2.22 - Granitos equigranulares (gre)
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Essa unidade litológica encontra-se representada por quatro pequenas áreas situadas na porção
noroeste da área de estudo, cujas ocorrências se encontram na unidade fisiográfica de planalto
médio, fracamente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pmfdn).
Dessas áreas, duas estão localizadas entre as cidades de Campos do Jordão e Santo Antônio do
Pinhal, e as outras duas, entre Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí, próximos do limite
estadual entre São Paulo e Minas Gerais. No geral, esses corpos graníticos estão afetados por
falhamentos ou sistemas de falhas, como por exemplo, o corpo mais setentrional que se encontra
recortado pela falha do Paiol Grande.
A litologia predominante é o biotita granitos com variações transicionais para tipos graníticos, e
mais raramente, para granodioríticos e quartzo monzoníticos. São rochas equi- a inequigranulares
com textura porfirítica, caracterizado pela presença de megacristais, em geral centimétricos
idiomórficos, ou mais comumente, deformados na forma de porfiroclastos ovalados ou lenticulares
de microclíneo rosado ou cinza. A matriz é de granulação média ou fina, e apresenta composição
amplamente variável desde tipos essencialmente biotíticos ricos em apatita, titanita, epídoto e
allanita, até tipos essencialmente quartzosos.
Os litotipos dessa unidade são em geral moderadamente deformados, observando-se a formação de
texturas miloníticas, caracterizada por quartzo recristalizado na forma de agregados granoblásticos
poligonais (aspecto sacaroidal em escala mesoscópica), e feldspatos rompidos, cominuídos
juntamente com quartzo (Bistrichi et alii, 1990). Essa unidade litológica possui relação direta com
as características descritivas do granitóide Serra Preta (Bistrichi et alii, 1990).
IV.2.23 - Metaconglomerados (cm)
Essa unidade litológica é representada por duas áreas situadas na serra da Mantiqueira, sendo a
primeira, menor e localizada ao sul de Campos do Jordão, e a outra no extremo centro-norte da área
de estudo, a sudeste do Parque Estadual de Campos do Jordão. Esta última área extrapola os limites
estaduais com Minas Gerais e corresponde ao ponto altimétrico máximo da área de estudo,
atingindo cotas superiores a 2.000 metros.
Fisiograficamente essa unidade ocorre em região de planalto muito alto, fracamente dissecado e
com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pmafdn).
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Em 1979, Cavalcante e outros descreveram uma seqüência de rochas epimetamórficas com
distribuição lenticular, cujas litologias predominantes são representados por metaconglomerados
polimíticos, que transicionam para metarenitos arcoseanos, conglomeráticos a
microconglomeráticos, e metassiltitos e metarenitos finos arcoseanos com intercalações de
metapelitos (Bistrichi et alii, 1990).
Essa unidade litológica corresponde à Formação Pico de Itapeva, designada informalmente por
Cavalcante et alii (1979) e adotada por Bistrichi et alii (1990).
IV.2.24 - Sedimentos flúvio-lacustres (sfl)
Essa unidade litológica ocorre de modo geral de forma quase contínua, envolvendo a unidade
litológica Sedimentos Fluviais e ao longo da calha do rio Paraíba do Sul.
Fisiograficamente, a unidade litológica Sedimentos Flúvio-Lacustres é caracterizada por planície
com tipo genético de erosão interplanáltico (pei), representado por terraços e colinas constituídos
por sedimentos terciários.
As litologias predominantes dessa unidade são constituídas por sedimentos desde grosseiros até
finos, representados principalmente por conglomerados/arenitos conglomeráticos, arenitos médios,
alternância de arenitos lamíticos, lamitos arenosos e argilitos, siltitos argilosos laminados, argilitos
maciços, folhelhos papiráceos, calcários e ritmitos; localmente ainda ocorrem diamictitos, folhelhos
pirobetuminosos e linhitos.
De maneira geral as exposições superficiais das diversas litologias possuem umas gradações
laterais, sugerindo processos de interdigitação litológica em função dos diversos ambientes de
sedimentação da Bacia de Taubaté (Almeida et alii, 1981; Bistrichi et alii, 1990).
As diversas litologias dessa unidade correspondem aos sistemas lacustres, leques aluvial, fluvial
entrelaçado e fluvial meandrante das seqüências Tremembé, Taubaté e Pindamonhangaba (Bistrichi
et alii, 1990). Outra correspondência é com a área de ocorrência do Grupo Taubaté, constituído
pelas formações Tremembé e Caçapava (Almeida et alii, 1981).
IV.2.25 - Sedimentos fluviais (agar)
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Essa unidade litológica compreende, basicamente, o atual sistema fluvial do rio Paraíba do Sul e
seus tributários, inclusive os baixos terraços associados. No mapa de unidades fisiográficas da
região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo I) essa unidade litológica foi classificada como
pertencente à planície de acumulação interplanáltico (pai).
No relatório da “Geologia das folhas Jacareí, Tremembé, Taubaté e Pindamonhangaba” (Bistrichi et
alii, 1990) está registrado que as litologias dessa unidade são representadas por argilas maciças de
cores cinza e esbranquiçada, com até 2 metros de espessura, sobrepostos a arenitos grossos a finos,
esbranquiçados, estratificados, micáceos e de matriz arenosa.
Localmente, tem-se o acúmulo de matéria orgânica subsuperficial, constituindo-se em turfeiras,
cuja principal jazida atinge 20 quilômetros de extensão e uma espessura de até 10 metros, na região
entre São José dos Campos e Caçapava (CPRM, 1981).
Essa unidade litológica pode ser associada ao sistema fluvial meandrante da Seqüência Vale do
Paraíba (Bistrichi et alii, 1990).
IV.2.26 - Sedimentos marinhos (qm)
Essa unidade litológica ocorre na unidade fisiográfica denominada planície de acumulação litorânea
(pal), também conhecida como “planície costeira”, caracterizada por baixas altitudes, próximas ao
nível do mar, com drenagens meandrante e de baixa densidade, e anastomosado ou difuso nas áreas
de mangue.
As principais áreas delimitadas são aquelas correspondentes às baixas planícies dos rios Grande de
Ubatuba e Indaiá (regiões norte-noroeste e norte-nordeste da cidade de Ubatuba), na baía de
Ubatuba, rios Escuro e Comprido (região sudoeste), na baía da Fortaleza e rio Itamumbuca no
extremo oriental da área de estudo.
De maneira geral são constituídos por sedimentos arenosos caracterizados por estruturas de cordões
de regressão em superfície, e acham-se freqüentemente impregnados por materiais húmicos e
ferruginosos, que chegam a formar leitos de arenito pouco consolidado, com cor de café
característica.
São eventualmente capeados por campos de dunas (Ab’Saber, 1965; IPT, 1974). Localmente, onde
a erosão foi mais enérgica e acentuada, têm-se sedimentos argilo-arenosos flúvio-lagunares e
sedimentos arenosos lagunares (Suguio e Martin, 1978).
70
Essa unidade litológica pode ser associada aos sedimentos marinhos e flúvio-marinhos descritos no
Projeto Folhas Natividade da Serra e Caraguatatuba (Chieregati et alii, 1982).
IV.3 - O MAPA DE UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS DA REGIÃO DO ALTO-
MÉDIO PARAÍBA DO SUL
O mapa de unidades geopedológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo III) foi o
resultado da análise conjunta da interpretação de propriedades geopedológicas em imagens
TM/Landsat, com as informações coletadas em campo e com as determinações de análises
laboratoriais dos perfis de alteração intempéricos.
A organização em clinoseqüências nas diversas regiões geológicas-geomorfológicas (regiões da
Serra da Mantiqueira, do Vale do Paraíba, do Paraitinga-Paraibuna e Costeira), mostrou-se mais
eficiente e apropriada, visto que se torna mais clara a compreensão da evolução das alterações
intempéricas e dos possíveis colóides presentes no processo geopedológico.
As descrições das unidades geopedológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul foram
agrupadas em quatro diferentes regimes de umidade de solos, denominados de perúdico, údico,
ústico e áquico.
A distribuição relativa das unidades geopedológicas com as regiões geográficas e unidades
fisiográficas pode ser visualizada na Tabela IV.3.
IV.3.1 - UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS COM REGIME DE UMIDADE PERÚDICO (pr)
As unidades geopedológicas com regime de umidade perúdico ocorrem em regiões de montana a
pré-montana alta ou em regiões de planalto alto e/ou planalto muito alto, com altitudes superiores a
1.200 metros, onde predominam climas superúmido a temperado (Adr na classificação climática
que considera a efetividade da precipitação e o aspecto térmico do ambiente).
IV.3.1.1 - Latossolo Vermelho Amarelo (LVapr1; LVapr2) com argila de baixa atividade (Tb);
saturação por base (V) distrófica; baixas relações moleculares Ki (0,82; 0,62); relações silte/argila
<0,7 (0,25; 0,68); paragênese gibbsita; com horizonte B latossólico precedido de horizonte A
húmico; textura franco argilo arenoso; estrutura em blocos subangulares, pequenos e com
71
desenvolvimento moderado; vegetação primária com fase campo subtropical perúmido - vegetação
altimontana; substratos de:
a) xistos, xistos feldspatizados, gnaisses, gnaisses migmatizados e milonitizados, gnaisses
bandados (legenda xgn, cuja abreviatura utilizada encontra-se na Tabela III.3);
TABELA IV.3
DISTRIBUIÇÃO RELATIVA DAS UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS COM AS REGIÕES GEOGRÁFICAS E UNIDADES FISIOGRÁFICAS
RSM RVP RPP RCo LVapr2
Fd n c o
ma md n c o
fd n CHprc o PVapr Cud1
Fd n LVaud2c Cud2o PVepr Clud2 LVapr1 PVaud4
P a md n c
l ofd n
a c o PVelud PVeud2 PVaud(LVeus/ud) PVeud1 PVeud1 Clud1
n Fd n LVeud1c
a o PVaud+Cud PVaud LVaud4m md n PVaud+Cud LVaud4 PVeud1
l c o
t fd n LVeud2c
o o PVeud(PVaus)Fd n PVaud2 PVeud1 LVaud3
c (P) o Clud3 LVaud1 PVa/eud
b md n LVaus Clus PVeus2 LVaud4 PVaud(LVeus) c o PVaud3
fd n Clud2 PValud c o
Fd n c Cpro
mb md n PVaud1c o
fd n c
Pla e l PVaud1ní i Cus LVeus PVeus1cie a l HPus(p) i HGHaq
Obs.: as abreviaturas utilizadas encontram-se nas Tabelas III.2 e III.4.
b) rochas ectiníticas síltico-argilosas com associação de micaxistos calcossilicatadas,
paragnaisses e quartzitos (re).
A fisiografia é respectivamente de planaltos alto e muito alto, mediana (Pamdo) e fortemente
dissecados (PmaFdo) e com feições texturais/estruturais orientadas.
72
IV.3.1.2 - Podzólico Vermelho Escuro (PVepr) com argila de baixa atividade (Tb); saturação por
base distrófica; paragênese gibbsita a caulinita; com horizonte B textural precedido de horizonte A
húmico; vegetação primária com fase floresta tropical perúmida; substrato de biotita gnaisses
granodiorítico, localmente migmatizados (bgn); fisiografia de planalto alto, moderadamente
dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (Pamdo).
IV.3.1.3 - Podzólico Vermelho Amarelo (PVapr) com argila de baixa atividade (Tb); saturação
por base distrófica; média relação molecular Ki (2,57); relação silte/argila >0,7 (0,71); paragênese
caulinita a gibbsita; com horizonte B textural precedido de horizonte A moderado; textura franco
argilo arenoso; estrutura em blocos angulares a subangulares, pequenos e com desenvolvimento
moderado; vegetação primária com fase floresta tropical perenifólia; substratos de granito gnáissico
a duas micas (moscovita e biotita), localmente porfiroblástico (ydm); fisiografia de planalto alto,
fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (PaFdo).
IV.3.1.4 - Cambissolo (Cpr) com argila de média atividade (Tm); saturação por base distrófica;
média relação molecular Ki (4,12); relação silte/argila <0,7 (0,61); paragênese montmorilonita a
caulinita; com horizonte B incipiente precedido de horizonte A moderado; vegetação primária com
fase floresta tropical perúmida; substrato de biotita granitos gnáissicos de granulação fina a média,
com associação subordinada de gnaisses com estruturas oftalmíticas (ygf); fisiografia de planalto
muito baixo, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais de escarpas (PmbFdc).
IV.3.1.5 - Cambissolo Húmico (CHpr) com argila de baixa atividade (Tb); saturação por base
distrófica; paragênese caulinita; com horizonte B incipiente precedido de horizonte A húmico;
vegetação primária com fase campo subtropical perúmido - vegetação altimontana; substrato de
metaconglomerados polimíticos, metarenitos arcoseanos e metassiltitos (cm); a fisiografia dessa
unidade é de planalto muito alto, fracamente dissecado e com feições texturais/estruturais não-
orientadas (Pmafdn).
IV.3.2 - UNIDADES GEOPEDOLOGICAS COM REGIME DE UMIDADE ÚDICO (ud)
73
As unidades geopedológicas com regime de umidade údico, normalmente ocorrem em regiões de
pré-montana alta a pré-montana baixa ou regiões de planalto médio e/ou planalto alto,
freqüentemente com cotas altitudinais entre 800 e 1.100 metros, com totais pluviométricos anuais
ao redor de 1.300 mm e climas isotérmico (na região do Paraitinga-Paraibuna) e úmido subtropical
de altitude.
IV.3.2.1 - Latossolo Vermelho Escuro (LVeud1; LVeud2) com argila de baixa atividade (Tb);
saturação por base distrófica; relações moleculares Ki de 0,67 a 2,35; relações silte/argila <0,7
(0,42; 0,69; 0,58); paragêneses caulinita e caulinita a gibbsita; com horizonte B latossólico
precedido de horizontes A proeminente e A moderado; texturas franco argilo siltoso e franco
argiloso; estruturas em blocos subangulares, pequenos e de desenvolvimentos duro a ligeiramente
duro e moderadamente forte, e em blocos subangulares, pequenos e de desenvolvimento moderado
a forte; vegetação primária com fases de florestas tropicais perenifólia e subperenifólia; substratos
de:
a) biotita gnaisses com granada, em geral bandados e parcialmente migmatizados, localmente
homogêneos, com freqüentes intercalações de xistos feldspáticos a biotita e granada, quartzo
xistos, rochas calcossilicáticas e anfibolitos e bolsões pegmatíticos (bgb), predomínio de altos
estruturais;
b) biotita granitos equi- a inequigranulares com textura porfirítica, com porfiroclastos ovalados
ou lenticulares de microclíneo rosado ou cinza (gre).
A fisiografia é de planaltos médio, fortemente (PmFdn) e fracamente dissecados (Pmfdn) e com
feições texturais/estruturais não-orientadas.
IV.3.2.2 - Latossolo Vermelho Amarelo (LVaud1; LVaud2; LVaud3; LVaud4) com argila de
baixa atividade (Tb); saturação por base distrófica; relações moleculares Ki de 0,66 a 2,77; relações
silte/argila <0,7 (0,52; 0,52) e >0,7 (0,74); paragêneses caulinita e caulinita a montmorilonita; com
horizonte B latossólico precedido de horizontes A proeminente e A moderado; texturas franco
argilo arenoso e franco argilo siltoso; estruturas em blocos angulares e subangulares, pequenos a
muito pequenos e de desenvolvimentos muito duro a moderado; vegetação primária com fases de
florestas tropicais perenifólia e subperenifólia; substratos de:
74
a) rochas granitóides migmatíticas grosseiras, de caráter porfiroblástico dominante, com
freqüentes encraves de metabasitos e mais raros de biotita gnaisses e calcossilicatadas (ymp);
b) xistos, xistos feldspatizados, gnaisses, gnaisses migmatizados e milonitizados, biotita-quartzo
xistos a biotita gnaisses tonalíticos e granodioríticos, gnaisses bandados (xgn);
c) biotita granitóides foliados, inequigranulares a porfiróides, de granulação média a grossa,
cinza claro a médio, comumente afetados por faixas miloníticas, localmente gnáissicos (grf).
As fisiografias variam de planalto baixo, moderadamente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (Pbmdo) e não-orientadas (Pbmdn); planalto médio, moderadamente
dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (Pmmdo) e não-orientadas (Pmmdn);
planalto alto, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (PaFdn);
planalto baixo, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (PbFdn).
IV.3.2.3 - Podzólico Vermelho Escuro latossolizado (PVelud) com argila de baixa atividade (Tb);
saturação por base distrófica; relações moleculares Ki de 2,56 a 2,96; relações silte/argila <0,7
(0,54) e >0,7 (0,84); paragênese caulinita a montmorilonita; com horizonte B textural precedido de
horizonte A fraco; textura de argila; estrutura em blocos subangulares, pequenos a médios e de
desenvolvimento moderado; vegetação primária com fase floresta tropical subperenifólia; substrato
de migmatitos estromatíticos, com leucossoma róseo e mesossoma de biotita xistos e gnaisses, e
biotita gnaisses bandados (meg); fisiografia de planalto médio, fortemente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (PmFdo). Predominância de altos estruturais. Na porção sudoeste
tem-se Podzólico Vermelho Escuro associado à região de baixo estrutural.
IV.3.2.4 - Podzólico Vermelho Escuro (PVeud1; PVeud2) com argila de baixa atividade (Tb);
saturação por base distrófica; relações moleculares Ki de 0,69 a 3,40; relações silte/argila <0,7
(0,54; 0,61; 0,47; 0,23) e >0,7 (0,76); paragênese caulinita a montmorilonita; com horizonte B
textural precedido de horizonte A proeminente; texturas franco argilo-siltoso e franco argiloso;
estrutura em blocos subangulares, pequenos e de desenvolvimentos moderado e moderado a forte;
vegetação primária com fase de florestas tropicais perenifólia e subcaducifólia; substratos de:
a) granitóides gnáissicos heterogêneos, com textura porfiróide, composição granodiorítica a
tonalítica, com encraves de gnaisses e migmatitos (ygp);
75
b) biotita gnaisses finos com granada, fitados, miloníticos, de composição granítica a
granodiorítica, localmente bolsões de leucogranito e migmatização incipiente (bgf);
c) biotita gnaisses com granada, em geral bandados e parcialmente migmatizados, localmente
homogêneos, com freqüentes intercalações de xistos feldspáticos a biotita e granada, quartzo
xistos, rochas calcossilicáticas e anfibolitos e bolsões pegmatíticos (bgb);
d) biotita gnaisses bandados e migmatizados (no extremo ocidental, na região a sudeste de
Taubaté), migmatitos de estruturas diversas, desde bandada a “schlieren” e nebulítica,
extremamente deformados, transpostos, composição variada de granodiorítica a granítica,
localmente faixas miloníticas ou blastomiloníticas (bgm);
e) migmatitos estromatíticos, com leucossoma róseo e mesossoma de biotita xistos e gnaisses, e
biotita gnaisses bandados (meg);
A fisiografia é de planalto médio, tanto moderado como fortemente dissecados, e com feições
texturais/estruturais não-orientadas (Pmmdn) e orientadas (PmFdo); outras fisiografias são
representadas por planaltos baixo, fortemente dissecados e com feições texturais/estruturais
orientadas (PbFdo) e não-orientadas (PbFdn).
IV.3.2.5 - Podzólico Vermelho Escuro com Podzólico Vermelho Amarelo em regime ústico
[PVeud(PVaus)] com argila de baixa atividade (Tb); saturação por base distrófica; relações
moleculares Ki de 2,40 a 5,67; relações silte/argila >0,7 (0,70; 0,87); paragênese montmorilonita;
com horizonte B textural precedido de horizontes A proeminente e A fraco; textura franco argilo
arenoso; estruturas em blocos angulares e subangulares, pequenos e de desenvolvimento moderado
a forte, e em blocos subangulares, muito pequenos e de desenvolvimento moderado a fraco;
vegetação primária com fases de floresta tropicais perenifólia e subcaducifólia; substrato de biotita
gnaisses bandados e migmatizados, migmatitos de estruturas diversas, desde bandada a “schlieren”
e nebulítica, extremamente deformados, transpostos, composição variada de granodiorítica a
granítica, localmente faixas miloníticas ou blastomiloníticas (bgm); fisiografia de planalto baixo,
fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (PbFdo). Falhas do Rio
Comprido e Serra do Jambeiro.
IV.3.2.6 - Podzólico Vermelho Amarelo a Vermelho Escuro (PVa/eud) com argila de baixa
atividade (Tb); saturação por base distrófica; elevada relação molecular Ki (7,61); relação
76
silte/argila >0,7 (0,76); paragênese montmorilonita; com horizonte B textural precedido de
horizonte A proeminente; textura franco argilo-siltoso; estrutura em blocos subangulares, pequenos
e de desenvolvimento moderado a forte; vegetação primária com fase de floresta tropical
subperenifólia; substrato de rochas granitóides migmatíticas grosseiras, de caráter porfiroblástico
dominante, com freqüentes encraves de metabasitos e mais raros de biotita gnaisses e
calcossilicatadas, formando por vezes estruturas “schöllen” (ymp); fisiografia de planalto baixo,
moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (Pbmdo).
IV.3.2.7 - Podzólico Vermelho Amarelo latossolizado (PValud) com argila de baixa atividade
(Tb); saturação por base distrófica; média relação molecular Ki (3,15); relação silte/argila <0,7
(0,35); paragênese montmorilonita; com horizonte B textural precedido de horizonte A moderado;
textura franco argilo-arenoso; estrutura em blocos subangulares, pequenos e de desenvolvimento
moderado; vegetação primária com fase de floresta tropical subperenifólia; substrato de granito
gnáissico a duas micas (moscovita e biotita) localmente porfiroblástico (ydm); fisiografia de
planalto baixo, fracamente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pbfdn).
IV.3.2.8 - Podzólico Vermelho Amarelo com Latossolo Vermelho Escuro em regimes ústico e
údico [PVaud(LVeus; LVeus/ud)] com argila de baixa atividade (Tb); saturação por base
distrófica; variadas relações moleculares Ki (de 3,29 a 0,99); relações silte/argila >0,7 (0,87; 0,70;
0,99) e <0,7 (0,65; 0,49); paragêneses caulinita a montmorilonita e gibbsita a caulinita; com
horizontes B textural e B latossólico precedidos de horizontes A proeminente e A moderado;
texturas franco argilo-siltoso e franco argilo-arenoso; estruturas em blocos subangulares, pequenos
e pequenos a médios, e de desenvolvimentos moderado a forte e moderado; vegetação primária com
fases de florestas tropicais perenifólia, subcaducifólia e subperenifólia; substratos de:
a) granitóides gnáissicos heterogêneos, com textura porfiróide, composição granodiorítica a
tonalítica, com encraves de gnaisses e migmatitos (ygp);
b) biotita gnaisses granitóides, por vezes de feição migmatítica, com passagens a gnaisses
biotíticos finos, bastante foliados e a tipos porfiroblásticos e porfiroclásticos, sillimanita-
granada-quartzo xistos, com variações a xistos biotíticos fortemente estirados; localmente
faixas de milonitos, ultramilonitos e cataclasitos de origem diversa, em grande parte
recristalizados (bgx).
77
As fisiografias são de planaltos baixo, moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais
não-orientadas (Pbmdn), e médio, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais
orientadas (PmFdo).
IV.3.2.9 - Podzólico Vermelho Amarelo (PVaud1; PVaud2; PVaud3; PVaud4; PVaud) com
argila de baixa atividade (Tb); saturação por base distrófica; variadas relações moleculares Ki
(3,05; 3,31; 2,34; 2,28; 0,79; 2,81); relações silte/argila >0,7 (0,81) e <0,7 (0,37; 0,55; 0,48; 0,51;
0,69); paragêneses caulinita a montmorilonita e caulinita; com horizontes B textural e B incipiente
precedidos de horizontes A moderado, A fraco e A proeminente; texturas franco argilo-arenoso e
franco argilo-siltoso; estruturas em blocos subangulares, pequenos e de desenvolvimentos
moderado e moderado a forte; vegetação primária com fases de florestas tropicais perenifólia e
subperenifólia; substratos de:
a) charnoquitos com associação de piroxênio granulitos, granulitos quartzo-feldspáticos,
kinzigitos e rochas granito gnáissicas a hiperstênio, localmente migmatizados (ch);
b) migmatitos estromatíticos ou gnaisses bandados formados por alternâncias irregulares de
gnaisses com granitos gnáissicos finos, com freqüente associação de prováveis gnaisses
miloníticos (mgb);
c) granito gnáissico a duas micas (moscovita e biotita) localmente porfiroblástico (ydm);
d) biotita gnaisses granitóides, por vezes de feição migmatítica, com passagens a gnaisses
biotíticos finos, bastante foliados e a tipos porfiroblásticos e porfiroclásticos, sillimanita-
granada-mica-quartzo xistos, com variações a xistos biotíticos fortemente estirados;
localmente faixas de milonitos, ultramilonitos e cataclasitos de origem diversa, em grande
parte recristalizados (bgx);
e) migmatitos estromatíticos com neossoma tonalítico a granodiorítico; localmente hornblenda
gnaisses, anfibolitos, quartzitos e biotita xistos (met).
As fisiografias também são variadas desde planície de erosão litorânea (pel) com morros isolados,
até planaltos também variados de muito baixo, moderadamente dissecado e com feições
texturais/estruturais não-orientadas (Pmbmdn); baixos, fortemente dissecado e com feições
texturais/estruturais não-orientadas (PbFdn) e fracamente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (Pbfdo); alto, moderadamente dissecado e com feições
78
texturais/estruturais orientadas (Pamdo); e médio, moderadamente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (Pmmdo).
IV.3.2.10 - Podzólico Vermelho Amarelo e Cambissolo (PVaud+Cud) com argila de baixa
atividade (Tb); saturação por base distrófica; paragênese gibbsita; com horizontes B textural
precedido de horizonte A moderado; vegetação primária com fase floresta tropical perenifólia;
substrato de migmatitos policíclicos homogêneos de estruturas diversas, e subordinadamente
granitóides com rochas charnoquíticas (mch); fisiografia é de planalto médio, moderadamente
dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pmmdn) e orientadas (Pmmdo).
IV.3.2.11 - Cambissolo latossolizado (Clud1; Clud2; Clud3) com argila de baixa atividade (Tb);
saturação por base distrófica; baixa a média relações moleculares de Ki (0,86; 2,84; 0,77); relações
silte/argila >0,7 (0,73; 0,77; 0,84); paragêneses caulinita a montmorilonita e gibbsita; com
horizontes B incipientes precedidos de horizontes A moderado, A fraco e A proeminente; texturas
franco argilo-siltoso com alguns fragmentos de quartzo e franco siltoso; estruturas em blocos
subangulares, pequenos e de desenvolvimentos moderado a forte e moderado; vegetação primária
com fases de floresta tropical perenifólia; substratos de:
a) rochas gnáissicas de feições texturais e composicionais muito variáveis, intercalando níveis de
quartzitos, micaxistos, quartzitos feldspáticos, calcossilicatadas e metabasitos (gnq),
predomínio de altos estruturais;
b) rochas granitóides migmatíticas grosseiras, de caráter porfiroblástico dominante, com
freqüentes encraves de metabasitos e mais raros de biotita gnaisses e calcossilicatadas,
formando por vezes estruturas “schöllen” (ymp), predomínio de altos estruturais;
c) xistos, xistos feldspatizados, gnaisses, gnaisses migmatizados e milonitizados, biotita-quartzo
xistos a biotita gnaisses tonalíticos e granodioríticos, gnaisses bandados (xgn).
As fisiografias são de planaltos médio, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais
orientadas (PmFdo); alto, moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas
(Pamdo); e baixos, fracamente dissecado com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pbfdn) e
moderadamente dissecado com feições texturais/estruturais orientadas (Pbmdo).
79
IV.3.2.12 - Cambissolo (Cud1; Cud2) com argila de baixa atividade (Tb); saturação por base
distrófica; médias relações moleculares de Ki (2,64 e 3,56); relações silte/argila >0,7 (0,76) e <0,7
(0,39); paragêneses caulinita a montmorilonita e caulinita; com horizontes B incipientes precedidos
de horizontes A proeminente e A moderado; texturas franco argilo-siltoso e franco argilo-arenoso;
estruturas em blocos subangulares, pequenos e de desenvolvimento moderado; vegetação primária
com fase floresta tropical perenifólia; substratos de:
a) migmatitos estromatíticos heterogêneos de paleossoma xistoso e biotita gnaisses quartzosos de
granulação fina (paragnaisses), associados a quartzitos, rochas calcossilicáticas e anfibolitos,
incluindo faixas de micaxistos (mex);
b) gnaisses e migmatitos blastomiloníticos, biotita gnaisses por vezes com granada, com
porfiroclastos de K-feldspatos (gmb), predomínio de baixos estruturais em altos topográficos.
A fisiografia é de planalto alto, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas
(PaFdo) e em escarpas (PaFdc). Localmente tem-se a presença de Latossolo Vermelho Amarelo,
principalmente em áreas com relevo ondulado.
IV.3.3 - UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS COM REGIME DE UMIDADE ÚSTICO (us)
As unidades geopedológicas com regime de umidade ústico ocorrem ao longo do paleovale do rio
Paraíba do Sul, nas partes baixas da vertente meridional da serra da Mantiqueira e na planície de
acumulação litorânea. Essas regiões são caracterizadas por clima úmido e sem estiagem segundo a
efetividade da precipitação.
IV.3.3.1 - Latossolo Vermelho Escuro (LVeus) com argila de baixa atividade (Tb); saturação por
base distrófica; relação molecular de Ki (2,82); relação silte/argila <0,7 (0,38); paragênese caulinita
a montmorilonita; com horizonte B latossólico precedido de horizonte A proeminente; textura argila
siltosa com fragmentos de quartzo; estrutura em blocos subangulares, pequenos e de
desenvolvimento moderado; vegetação primária com fase floresta tropical subcaducifólia; substrato
de sedimentos flúvio-lacustres, tais como argilitos, folhelhos, arenitos, conglomerados, localmente
calcários (sfl); fisiografia de planície de erosão interplanáltica (pei).
80
IV.3.3.2 - Latossolo Vermelho Amarelo (LVaus) com argila de baixa atividade (Tb); saturação
por base distrófica; baixas relações moleculares de Ki (0,88; 1,16; 1,11); relações silte/argila <0,7
(0,56; 0,62) e >0,7 (0,81); paragênese caulinita; com horizonte B latossólico precedido de
horizontes A proeminente e A moderado; texturas franco argilo-arenoso e franco argilo-siltoso;
estruturas em blocos subangulares e granulares, desde pequeno a muito pequeno até médio e de
desenvolvimentos moderado e moderado a forte; vegetação primária com fase floresta tropical
subcaducifólia; substrato de biotita gnaisses com passagem transicional para moscovita-biotita
xistos com sillimanita (bx), freqüentes fraturamentos; fisiografia de planalto baixo, moderadamente
dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pbmdn).
Na região ao norte de Aparecida e Guaratinguetá tem-se Litossolo cambissólico saprolítico, situado
entre dois altos estruturais contíguos.
IV.3.3.3 - Podzólico Vermelho Escuro (PVeus1; PVeus2) com argila de baixa atividade (Tb);
saturação por base distrófica; baixa relação molecular de Ki (1,04); relação silte/argila >0,7 (0,80);
paragêneses caulinita a montmorilonita e montmorilonita; com horizonte B textural precedido por
horizonte A proeminente; textura franco argilo-siltoso; estrutura em blocos subangulares, pequenos
e de desenvolvimento moderada a forte; vegetação primária com fase de floresta tropical
subcaducifólia; substratos de:
a) sedimentos flúvio-lacustres, tais como argilitos, folhelhos, arenitos, conglomerados e
localmente calcários (sfl);
b) biotita gnaisses granodiorítico, localmente migmatizados (bgn).
As fisiografias foram classificadas de planície de erosão interplanáltico (pei), e de planalto baixo,
moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pbmdn).
IV.3.3.4 - Podzol Hidromórfico (HPus) com paragênese caulinita a montmorilonita; com
horizontes A proeminente e A moderado; vegetação primária com fase de vegetação de restinga -
floresta mesófila; substrato de sedimentos atuais a subatuais marinhos, flúvio-marinho-lacustre e
depósitos de mangue, representados por areias quartzosas, siltes e argilas (qm); fisiografia de
planície de acumulação litorânea (pal).
81
IV.3.3.5 - Cambissolo latossolizado (Clus) com argila de baixa atividade (Tb); saturação por base
distrófica; médias relações moleculares de Ki (2,81; 4,74); relações silte/argila >0,7 (0,83) e <0,7
(0,58); paragênese caulinita a montmorilonita; com horizonte B incipiente precedido de horizonte A
moderado; textura franco argilo-arenoso; estruturas em blocos subangulares, desde pequenos a
médios e de desenvolvimentos moderado a forte; vegetação primária com fase de floresta tropical
subcaducifólia; substrato de biotita gnaisses com passagem transicional para moscovita-biotita
xistos com sillimanita (bx); fisiografia de planalto baixo, moderadamente dissecado e com feições
texturais/estruturais não-orientadas (Pbmdn).
Localmente, em regiões com sistemas de fraturamentos, pode-se ter a presença de Podzólico
Vermelho Amarelo, como é o caso da região ao norte de Tremembé.
IV.3.3.6 - Cambissolo (Cus) com argila de baixa atividade (Tb); saturação por base distrófica;
médias e variáveis relações moleculares de Ki (2,69; 6,98; 4,42); relações silte/argila >0,7 (0,76;
0,74; 0,76); paragênese caulinita a montmorilonita; com horizonte B incipiente precedido de
horizontes A fraco e A moderado; texturas franco siltoso e franco argilo-arenoso; estruturas em
blocos subangulares, pequenos e pequenos a médios e de desenvolvimento moderado; vegetação
primária com fase de floresta tropical subcaducifólia; substrato de sedimentos flúvio-lacustres, tais
como argilitos, folhelhos, arenitos, conglomerados, localmente calcários (sfl); fisiografia de planície
de erosão interplanáltica (pei).
Na região sudoeste de São José dos Campos tem-se Latossolo Vermelho Amarelo, possivelmente
devido à presença de fraturamentos.
IV.3.4 - UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS COM REGIME DE UMIDADE ÁQUICO (aq)
As unidades geopedológicas com regime de umidade áquico foram identificados junto ao vale
recente do rio Paraíba do Sul.
IV.3.4.1 - Hidromórfico Glei Húmico (HGHaq) associado com solos Aluviais e com volumes
Orgânicos; com argila de baixa atividade (Tb); paragênese caulinita a montmorilonita; texturas
argilosa e média; vegetação primária com fase de campo tropical higrófilo de várzea; substrato de
argilitos e arenitos do sistema fluvial meandrante (agar); fisiografia de planície de acumulação
interplanáltica (pai).
82
IV.4 - O MAPA DE MORFOESTRUTURAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL.
O mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo IV) é o resultado da
análise e interpretação das formas e intensidade de estruturação dos elementos texturais da
drenagem e do relevo.
A intensidade de estruturação das formas assimétricas, anelares e radiais de drenagem, representa o
grau de controle estrutural que possuem. Para avaliar esse controle foram analisadas algumas
propriedades de suas formas, baseando-se, sobretudo na linearidade ou regularidade, na extensão e
densidade dos elementos, na angularidade de confluência da drenagem e no grau de arqueamento
das formas anelares.
Com a identificação e interpretação das formas assimétricas, anelares e radiais, procedeu-se a uma
análise, em princípio individualmente, das formas anelares e radiais, procurando-se definir a zona
de influência dessas formas, através da conjugacão com as formas de assimetria associadas.
Posteriormente, fez-se a interpretação das assimetrias, procurando-se congregar aquelas feições
unidirecionais e vizinhas, assinalando dessa forma as linhas morfoestruturais conjugadas com as
formas anômalas anelares e/ou radiais, anteriormente identificadas. Essas linhas morfoestruturais
são feições virtuais qualitativas, sem nenhuma conotação quantitativa.
Fazendo-se uma rápida observação no mapa de morfoestruturas (Anexo IV), constata-se que as
morfoestruturas negativas são as feições mais preservadas, se comparadas com as morfoestruturas
positivas. Estas últimas apresentam-se com formas mais arrasadas, e normalmente mais apertadas
ou espremidas entre dois baixos estruturais.
Nas morfoestruturas negativas, de modo geral as linhas de formas não-cotadas representam figuras
subconcêntricas, bastante amplas e fracamente alongadas. Essas amplas morfoestruturas negativas
ocorreram nas regiões de Paraibuna, Redenção da Serra, Lagoinha, entre São José dos Campos e
Paraibuna, ao sul e sudeste de Taubaté, ao sul de Roseira, a oeste e noroeste de Campos do Jordão.
Na área da Bacia Sedimentar de Taubaté, a maior estrutura negativa foi identificada na região entre
Pindamonhangaba e Aparecida. Outras amplas estruturas negativas foram observadas nas regiões de
Eugênio de Melo-Piedade, de Caçapava-Caçapava Velha e de Quiririm-leste de Caçapava Velha.
83
As morfoestruturas positivas ou altos estruturais mais interessantes são aquelas que sustentam as
serras de Natividade, do Quebra Cangalha e da Mantiqueira, de modo geral bastante espremidas e
alongadas.
O alto estrutural de Natividade é bastante interessante, visto que se apresenta como uma feição
alongada, aproximadamente leste-oeste e com características de redobramentos ortogonais,
aproximadamente norte-sul. No sentido para leste, desde a região da rodovia Osvaldo Cruz (SP-
125, que interliga as cidades de Taubaté e Ubatuba) até a serra Campo Grande, as estruturas
possuem uma orientação aproximadamente norte-sul; a leste da serra Campo Grande os eixos
maiores das estruturas se orientam no sentido nordeste.
Numa análise conjunta dessas estruturas com as estruturas geológicas principais, verificou-se que
nessas regiões de altos estruturais ocorreu uma série de falhamentos normais escalonados, com os
blocos ocidentais mais altos e inclinados para oeste. Esse escalonamento ocorre até a região da
barragem da represa Paraitinga-Paraibuna.
Outra morfoestrutura positiva, também bastante interessante é aquela da serra da Mantiqueira, que
na altura da rodovia que interliga as cidades de Quiririm a Campos do Jordão (SP-46), tanto o ramo
sudeste como o ramo nordeste, se convergem, indicando uma descontinuidade estrutural
aproximadamente norte-noroeste.
Na Bacia Sedimentar de Taubaté, as morfoestruturas positivas mais destacadas são aquelas
identificadas nas regiões de São José dos Campos (córrego Campestre-Vista Verde), entre
Caçapava e Quiririm, Tremembé-Taubaté, nordeste de Pindamonhangaba e noroeste de
Guaratinguetá.
Outras morfoestruturas, tanto negativas como positivas ocorrem na área estudada, de modo geral,
também conformando formas fechadas negativa e espremida, e estreitas e alongadas positivas, à
semelhança daquelas maiores e amplas, anteriormente assinaladas.
A Tabela IV.4 apresenta a distribuição relativa das morfoestruturas predominantes com as regiões
geográficas e unidades fisiográficas.
Como exemplo ilustrativo, para entender a tabela, tomar-se-á a primeira linha e a primeira coluna
de RSM: as morfoestruturas predominantes são os altos estruturais, os quais estão associados a
fisiografia de planalto muito alto, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais
orientadas (PmaFdo) e à região geográfica denominada de região da Serra da Mantiqueira (RSM).
84
TABELA IV.4
DISTRIBUIÇÃO RELATIVA DAS MORFOESTRUTURAS PREDOMINANTES COM AS REGIÕES GEOGRÁFICAS E UNIDADES FISIOGRÁFICAS
RSM RVP RPP RCo alto
Fd n c o
ma md n c o
fd n alto c o alto-baixo baixo
Fd n alto c baixo-alto o alto-baixo baixo-alto alto baixo-alto
P a md n c
l ofd n
a c o alto baixo-alto baixo-alto baixo-alto monoclinal alto
n Fd n alto-baixoc
a o baixo-alto baixo-alto alto-baixom md n baixo-alto alto-baixo alto
l c o
t fd n baixo c
o o baixoFd n baixo-alto baixo-alto alto-baixo
c (P) o baixo-alto alto baixo-alto
b md n alto baixo-alto monoclinal alto-baixo alto-baixo c o baixo
fd n baixo-alto baixo c o
Fd n c baixo-altoo
mb md n alto-baixoc o
fd n c
Pla e l alto-baixoní i baixo-alto alto alto-baixocie a l baixo(p) i baixo-alto
Obs.: as abreviaturas utilizadas encontram-se na Tabela III.2.
As possíveis qualificações de morfoestruturas foram: alto e baixo, como as extremas, e
intermediariamente, as qualificações alto-baixo e baixo-alto, conforme a predominância das
morfoestrutras na unidade fisiográfica/região geográfica. Uma outra qualificação utilizada foi a
monoclinal, para indicar as feições estruturais unidirecionais e paralelas.
Para não se tornar repetitiva, as análises e as relações com outros temas se encontram discutidas no
item IV.6 (O mapa de zonas e subzonas geoambientais da região do alto-médio Paraíba do Sul).
85
IV.5 - O MAPA DE UNIDADES E COBERTURAS DE ALTERAÇÃO
INTEMPÉRICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO PARAÍBA DO SUL
O mapa de unidades e coberturas de alteração intempéricas da região do alto-médio Paraíba do Sul
(Anexo V) foi o resultado da classificação do tipo de colóide intempérico predominante
(paragênese de colóides), único ou híbrido, conforme a predominância de colóides e/ou de
processos específicos de alteração intempérica, aliada às análises físico-químicas de perfis de
alteração intempéricos.
A classificação das coberturas de alteração intempéricas, como já mencionado no item III.2.10.2,
está intimamente relacionada ao sistema brasileiro de classificação de solos.
Na região do alto-médio Paraíba do Sul foram identificados quatro (04) diferentes coberturas de
alteração intempéricas (cai) e cinco (05) diferentes unidades de alteração intempéricas (uai), cuja
nomenclatura encontra-se resumida na Tabela III.5. A distribuição relativa das unidades e
coberturas de alteração intempéricas com as regiões geográficas e unidades fisiográficas, pode ser
visualizada na Tabela IV.5.
Com os resultados parciais obtidos foi possível fazer o relacionamento das unidades e coberturas de
alteração intempéricas (uai, cai) com as unidades geopedológicas (geopedo), fisiográficas (fisio),
litológicas (lito) e anomalias morfoestruturais (morfo) predominantes (Tabela IV.6).
A título de exemplo desse relacionamento entre as diversas informações do meio físico, far-se-á a
consideração da “cai” Latossólica (Lag):
- foi identificada tanto na região geográfica da Serra da Mantiqueira (RSM) como na Paraitinga-
Paraibuna (RPP);
- tem um relacionamento direto com a “uai” Alítica e/ou com a paragênese gibbsita;
- as representações geopedológicas na RSM são de Latossolo Vermelho Amarelo em regime
perúdico (LVapr2) e de Podzólico Vermelho Amarelo com Cambissolo em regime údico
(PVaud+Cud); na RPP é também de Latossolo Vermelho Amarelo em regime perúdico
(LVapr1) e de Cambissolo latossolizado em regime údico (Clud2);
86
TABELA IV.5
DISTRIBUIÇÃO RELATIVA DAS UNIDADES E COBERTURAS DE ALTERAÇÃO INTEMPÉRICAS COM AS REGIÕES GEOGRÁFICAS E UNIDADES FISIOGRÁFICAS
RSM RVP RPP RC o LAg Fd n c
o ma md n c
o fd n LPMc c
o LAMgc PCMBcm Fd n LPMc c LPMc
o LAMgc LAg LAg LPMc P a md n c
l o fd n
a c
o PCMBcm PBm LAMgc PCMBcm PCMBcm PCMBcmn Fd n LPMc c
a o LAg PCMBcm LPMc m md n LAg LPMc PCMBcm
l c
o t fd n LAMgc c
o o PBm Fd n PCMBcm PCMBcm PCMBcm c
(P) o PCMBcm LPMc PCMBcm b md n LPMc PCMBcm PBm LPMc PCMBcm c
o PCMBcm fd n LAg PCMBcm c
o Fd n c PCMBcm
o mb md n PCMBcm c
o fd n c
Pla e l PCMBcmní i PCMBcm PCMBcm PCMBcm
cie a l PCMBcm(p) i PCMBcm
Obs.: as abreviaturas utilizadas encontram-se nas Tabelas III.2 e III.5.
- as fisiografias do Latossolo Vermelho Amarelo são constituídas por planalto muito alto,
fortemente dissecadas (PmaFdo) e por planalto alto, medianamente dissecado (Pamdo) e com
feições texturais/estruturais orientadas; no Podzólico Vermelho Amarelo com Cambissolo é
constituído por planalto médio, medianamente dissecado, com feições texturais/estruturais
orientadas (Pmmdo) e não-orientadas (Pmmdn); na área de Cambissolo latossolizado a
fisiografia é constituída por planalto alto, medianamente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (Pamdo) e por planalto baixo, fracamente dissecado e com
feições texturais/estruturais não-orientadas (Pbfdn);
87
TABELA IV.6
RELAÇÃO DAS UNIDADES E COBERTURAS DE ALTERAÇÃO INTEMPÉRICAS COM AS UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS, FISIOGRÁFICAS, LITOLÓGICAS E COM AS MORFOESTRUTURAS PREDOMINANTES
região siglas cai uai paragênese geopedo fisio lito morfoRSM LAg Latos Ali gibb PVaud+Cud Pmmdn mch baixo-alto
Pmmdo RPP Clud2 Pamdo ymp
Pbfdn LVapr1 Pamdo re alto
RSM LVapr2 PmaFdo xgn RPP LAMgc Ali-Mono gibb-caul PVaud(LVeus/ud) PmFdo bgx baixo-altoRSM PVepr Pamdo bgn alto-baixoRPP PVapr PaFdo ydm RSM LVeud2 Pmfdn gre baixo
LPMc Latos-Podz Mono caul Cud2 PaFdc gmb baixo-altoLVaus Pbmdn bx altoCHpr Pmafdn cm
LVaud2 PaFdn xgn RPP LVaud1 Pbmdo ymp
LVaud4 Pmmdn grf alto-baixoPmmdo Pbmdn
LVeud1 PmFdn bgb PVaud4 Pamdo bgx baixo-alto
RSM PCMBcm Podz-Camb Mono-Bi caul-mont Clus Pbmdn bxPVaud Pmmdo met Clud3 Pbmdo xgn
RVP HGHaq pai agar Cus pei sfl
RPP PVaud2 PbFdn mgb PVeud1 bgb
PmFdo bgf bgm monoclinal
RSM Pmmdn ygp altoPVelud PmFdo meg
RVP LVeus pei sfl RPP Clud1 PmFdo gnq
PVaud3 Pbfdo ydm baixoCud1 PaFdo mex
RC HPus pal qm RPP LVaud3 PbFdn grf alto-baixo
PVaud(LVeus) Pbmdn ygp RVP PVeus1 pei sfl RC PVaud1 pel (isolado) ch
Pmbmdn Cpr PmbFdc ygf baixo-alto
RSM PBm Podz Bi mont PVeus2 Pbmdn bgn monoclinalPVeud2 PmFdo meg baixo-alto
RPP PVa/eud Pbmdo ymp PVeud(PVaus) PbFdo bgm baixo
PValud Pbfdn ydm Obs.: as abreviaturas utilizadas encontram-se nas Tabelas III.2, III.3, III.4 e III.5
- as anomalias morfoestruturais predominantes são de altos estruturais nas áreas representadas
por Latossolo Vermelho Amarelo, e de baixo-alto estruturais nas áreas representadas por
Podzólico Vermelho Amarelo com Cambissolo e por Cambissolo latossolizado;
88
- quanto às relações litológicas, verificou-se que tanto os ectinitos síltico-argilosos (re) como os
xistos e gnaisses (xgn) têm a predominância de altos estruturais e de Latossolos Vermelho
Amarelo; já os migmatitos policíclicos homogêneos com charnoquitos (mch) e granitóides
migmatíticos (ymp), apesar de ter a predominância de anomalias em baixo-alto estruturais, são
representados por unidades geopedológicas podzólicas e cambissólicas, respectivamente.
Para não se tornar repetitivo, da mesma forma que o item IV.4 (o mapa de morfoestruturas da
região do alto-médio Paraíba do Sul), as demais descrições e discussões das unidades e coberturas
de alteração intempéricas encontram-se no item IV.6 (O mapa de zonas e subzonas geoambientais
da região do alto-médio Paraíba do Sul).
IV.6 - O MAPA DE ZONAS E SUBZONAS GEOAMBIENTAIS DA REGIÃO DO
ALTO-MÉDIO PARAÍBA DO SUL
O mapa de zonas e subzonas geoambientais da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo VI) foi
o resultado do zoneamento obtido através da análise integrada das características de fatores do meio
físico, relacionados com o clima, fisiografia, litologia, geopedologia, processos específicos de
alteração intempérica e/ou do tipo de colóide intempérico predominante (paragênese de colóides) e
anomalias de morfoestruturas.
A relação entre as zonas e subzonas geoambientais com as unidades litológicas, geopedológicas,
fisiográficas, anomalias de morfoestruturas, unidades e coberturas de alteração intempéricas e
paragênese de colóides, pode ser visualizada na Tabela IV.7.
89
TABELA IV.7
RELAÇÃO DAS ZONAS E SUBZONAS GEOAMBIENTAIS COM AS UNIDADES LITOLÓGICAS, GEOPEDOLÓGICAS, FISIOGRÁFICAS, ANOMALIAS DE MORFOESTRUTURAS, UNIDADES E COBERTURAS DE ALTERAÇÃO INTEMPÉRICAS E PARAGÊNESE DE COLÓIDES
zona subzona região lito geopedo fisio morfo cai uai paragênese observaçõesZGSD SSDM RC qm HPus pal baixo Podz-Camb Mono-Bi caul-mont
SSDF RVP agar HGHaq pai baixo-altoSSDL1 sfl Cus peiSSDL2 LVeus altoSSDL3 PVeus1 alto-baixo
ZGMC RSM cm CHpr Pmafdn alto Latos-Podz Mono caul ZGBG SBGE gre LVeud2 Pmfdn baixo Latos Ali-Mono gibb-caul
SBGF1 RPP grf LVaud4 Pmmdn alto-baixo Latos-Podz Mono caul SBGF2 Pmmdo Pequena área próxima a JambeiroSBGF3 Pbmdn Área próxima a Redenção da SerraSBGF4 LVaud3 PbFdn Podz-Camb Mono-Bi caul-mont Granito Aparecida
ZGGT SGTM1 ymp Clud2 Pamdo baixo-alto Latos Ali gibb SGTM2 Pbfdn SW de ParaibunaSGTM3 PVa/eud Pbmdo Podz Bi mont ParaibunaSGTM4 LVaud1 alto Latos-Podz Mono caul RepresaSGTD1 ydm PVapr PaFdo alto-baixo Latos Ali-Mono gibb-caul Falha de Natividade da SerraSGTD2 PVaud3 Pbfdo baixo Podz-Camb Mono-Bi caul-mont SW de Paraibuna - Falha de Natividade da SerraSGTD3 PValud Pbfdn Podz Bi mont Santa BrancaSGTP1 ygp PVeud1 Pmmdn alto Podz-Camb Mono-Bi caul-mont PaFdo na região da serra Fria ou dos ForrósSGTP2 PVaud(LVeus) Pbmdn alto-baixoSGTX RC ygf Cpr PmbFdc baixo-alto
ZGGN SGNG1 RPP bgx PVaud(LVeus/ud) PmFdo Latos Ali-Mono gibb-caul Pbmdo c/ formas arrasadas e < amplitude a SW de Redenção - F. Taxaquara/CubatãoSGNG2 PVaud4 Pamdo Latos-Podz Mono caul Falha do Quebra CangalhaSGNQ gnq Clud1 PmFdo alto Podz-Camb Mono-Bi caul-mont PmFdn de NW de Ubatuba até a serra do Indaiá - Falha do IndaiáSGNX1 RSM bx LVaus Pbmdn Latos-Podz Mono caul Com textura finaSGNX2 Clus baixo-alto Podz-Camb Mono-Bi caul-mont Com textura finaSGNF RPP bgf PVeud1 PmFdo Falha Alto da Fartura
SGNB1 bgb LVeud1 PmFdn alto-baixo Latos-Podz Mono caul PmFdo próx. rio Paraitinga e extrem. SW - Falha Alto da Fartura - "Mar de Morros"SGNB2 PVeud1 PbFdn baixo-alto Podz-Camb Mono-Bi caul-mont "Mar de Morros" - região de AparecidaSGNM RSM gmb Cud2 PaFdc Latos-Podz Mono caul SGND1 bgn PVepr Pamdo alto-baixo Latos Ali-Mono gibb-caul PaFdo entre as serras da Coimbra e da Água Santa - Falha do Paiol GrandeSGND2 PVeus2 Pbmdn monoclinal Podz Bi mont Com textura finaSGNZ1 RPP bgm PVeud1 PmFdo Podz-Camb Mono-Bi caul-mont Falha Alto da Fartura - serra do Quebra CangalhaSGNZ2 PVeud(PVaus) PbFdo baixo Podz Bi mont Falha Serra do Jambeiro - serra do JambeiroSGNH1 RC ch PVaud1 pel (isolado) alto-baixo Podz-Camb Mono-Bi caul-montSGNH2 Pmbmdn
ZGEC RPP re LVapr1 Pamdo alto Latos Ali gibb Falha de Natividade da SerraZGXG ZGXG1 RSM xgn LVaud2 PaFdn Latos-Podz Mono caul
ZGXG2 LVapr2 PmaFdo Latos Ali gibb Falha JundiuviraZGXG3 Clud3 Pbmdo baixo-alto Podz-Camb Mono-Bi caul-mont Falha do Buquira
ZGMG SMGX RPP mex Cud1 PaFdo baixo Falha de Santa RitaSMGG1 RSM meg PVelud PmFdo alto Sul da serra do Palmital: formas escarpadas baixas - Falha do Ribeirão da SerraSMGG2 PVeud2 baixo-alto Podz Bi mont Idem para áreas estreitas e alongadas a NE de Pinda - Falha de Piedade e do BuquiraSMGT met PVaud Pmmdo Podz-Camb Mono-Bi caul-montSMGB RPP mgb PVaud2 PbFdn
SMGH1 RSM mch PVaud+Cud Pmmdn Latos Ali gibb PmFdo - região do Parque Estadual de Campos do JordãoSMGH2 Pmmdo
Obs.: as abreviaturas utilizadas encontram-se nas Tabelas III.2, III.3, III.4, III.5 e III.6.
90
IV.6.1 - ZONA GEOAMBIENTAL SEDIMENTOS (ZGSD)
Esta zona geoambiental é constituída por três subzonas geoambientais, individualizadas em função
de suas características e propriedades fotogeológicas, fisiográficas, litológicas, geopedológicas,
morfoestruturais e unidades e coberturas de alteração intempéricas. Essas três subzonas foram
denominadas de Sedimentos Marinhos, Sedimentos Fluviais e Sedimentos Flúvio-Lacustres.
IV.6.1.1 - Subzona Sedimentos Marinhos (SSDM)
Esta subzona ocorre na unidade fisiográfica denominada planície de acumulação litorânea (pal),
também conhecida como “planície costeira” (ver Anexo I - Mapa de unidades fisiográficas da
região do alto-médio Paraíba do Sul), caracterizada por baixas altitudes, próximas ao nível do mar,
com drenagens meandrantes e de baixa densidade, e anastomosado ou difuso nas áreas de mangue.
As principais áreas delimitadas são aquelas correspondentes às baixas planícies dos rios Grande de
Ubatuba e Indaiá (regiões norte-noroeste e norte-nordeste da cidade de Ubatuba, respectivamente),
na baía de Ubatuba, rios Escuro e Comprido (região sudoeste), na baía da Fortaleza e rio
Itamumbuca no extremo oriental da área de estudo.
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos dessa subzona foram caracterizados pela
ausência tanto na densidade de textura, assimetria de relevo, fraturamento e resistência à erosão,
assim como pela sua declividade praticamente nula, denotado pelo relevo plano e com altitudes de
alguns metros. Essa forma de relevo sempre está associada às planícies envolvidas pelas formas de
anfiteatros, os quais normalmente são resultantes de sistemas de fraturamentos presentes na região.
É nessa forma de relevo plano que a expansão de uso da terra se propaga rapidamente,
principalmente pelas construções residenciais de veranistas. Essa crescente população de veranistas,
muitas vezes não planejadas de acordo com planos de melhorias de infra-estruturas básicas, tem
ocasionado grandes transtornos tanto para os usuários como para os administradores locais,
principalmente pela deficiência de água potável.
De maneira geral são constituídos por sedimentos arenosos caracterizados por estruturas de cordões
de regressão em superfície, e acham-se freqüentemente impregnados por materiais húmicos e
ferruginosos, que chegam a formar leitos de arenito pouco consolidado, com cor de café
característica. São eventualmente capeados por campos de dunas (Ab’Saber, 1965; IPT, 1974).
Localmente, onde a erosão foi mais enérgica e acentuada, têm-se sedimentos argilo-arenosos flúvio-
lagunares e sedimentos arenosos lagunares (Suguio e Martin, 1978).
91
Esta unidade litológica identificada pela legenda qm no mapa de unidades litológicas da região do
alto-médio Paraíba do Sul (Anexo II), pode ser correlacionada aos sedimentos marinhos e flúvio-
marinhos descritos no Projeto Folhas Natividade da Serra e Caraguatatuba (Chieregati et alii, 1982).
Fazendo-se uma análise no mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo
IV), verifica-se que as regiões norte-nordeste, sudoeste e norte-noroeste da cidade de Ubatuba,
respectivamente, cabeceiras dos rios Indaiá e Comprido e o médio vale do rio Grande de Ubatuba,
estão em áreas com morfoestruturas sinformais (ou baixos estruturais), cujos locais são favoráveis à
retenção de cátions alcalinos e alcalinos terrosos.
Na análise das alterações intempéricas esta subzona tem relação com a cobertura de alteração
intempérica (cai) Podzólica-Cambissólica, e com a unidade de alteração intempérica (uai)
monossialítica a bissialítica e/ou com paragênese caulinita a montmorilonita (ver Anexo V - Mapa
de unidades e coberturas de alteração intempéricas da região do alto-médio Paraíba do Sul).
As unidades geopedológicas predominantes são constituídas pelo Podzol Hidromórfico em regime
ústico, com horizontes A proeminente e A moderado, textura arenosa, associada com Areias
Quartzosas Marinhas distróficas e com horizonte A moderado, Vegetação de Restinga - Floresta
Mesófila (legenda HPus, no Anexo V - Mapa de unidades geopedológicas da região do alto-médio
Paraíba do Sul).
IV.6.1.2 - Subzona Sedimentos Fluviais (SSDF)
Esta subzona compreende, basicamente, o atual leito do sistema fluvial do rio Paraíba do Sul e seus
tributários maiores, inclusive os baixos terraços associados, reunidos na unidade fisiográfica
classificada como planície de acumulação interplanáltica (pai) (ver Anexo I).
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos dessa subzona são caracterizados pela
densidade de textura, assimetria de relevo, fraturamento, resistência à erosão e declividade, todas
nulas, devido à uniformidade na sua exposição superficial, caracterizado por um relevo plano. É
bastante freqüente observar-se canais meandrantes abandonados ao longo de quase toda a extensão
dessa subzona, assim como inúmeras glebas de uso agrícola, principalmente para orizicultura.
No relatório da “Geologia das folhas Jacareí, Tremembé, Taubaté e Pindamonhangaba” (Bistrichi et
alii, 1990) está registrado que as litologias desta subzona são representadas por argilas maciças de
cores cinza e esbranquiçada, com até 2 metros de espessura, sobrepostos a arenitos grossos a finos,
92
esbranquiçados, estratificados, micáceos e de matriz arenosa. Localmente, tem-se o acúmulo de
matéria orgânica subsuperficial, constituindo-se em turfeiras, cuja principal jazida atinge 20
quilômetros de extensão e uma espessura de até 10 metros, na região entre São José dos Campos e
Caçapava (CPRM, 1981).
Esta unidade litológica, designada pela legenda agar no mapa de unidades litológicas da região do
alto-médio Paraíba do Sul, pode ser correlacionada ao sistema fluvial meandrante da Seqüência
Vale do Paraíba (Bistrichi et alii, 1990). Nesse relatório, os autores assinalam que os depósitos de
turfeiras possuem idade em torno de 5.000 anos AP, época essa que para Riccomini (1989) teria
ocorrido a última fase do sistema fluvial meandrante.
Fazendo-se uma análise no mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo
IV), verifica-se que a região dessa subzona, compreendida entre as cidades de Pindamonhangaba e
Aparecida, tem a influência direta de uma ampla morfoestrutura sinformal, cujo centro está
localizado próximo dos limites entre essa subzona e a subzona Sedimentos Flúvio-Lacustres,
situada entre as cidades de Pindamonhangaba e Roseira. Esta morfoestrutura contém três eixos
principais, irradiando de seu centro, nos rumos noroeste, leste-nordeste e sul-sudeste.
Na região imediatamente ao norte da cidade de Pindamonhangaba, tem-se um eixo principal de uma
morfoestrutura antiformal, orientada para sudeste. Já na região entre as cidades de
Pindamonhangaba e o nordeste de Caçapava, as linhas de formas não-cotadas, conformam
morfoestruturas monoclinais com caimento para sul. Essas feições monoclinais se repetem na
região ao norte de Lorena, também com caimento para sul.
No mapa de unidades e coberturas de alteração intempéricas, essa subzona é constituída pela cai
Podzólica-Cambissólica e uai monossialítica a bissialítica e/ou de paragênese caulinita a
montmorilonita. A unidade geopedológica é representada pelo Glei Húmico em regime áquico, Tb,
textura argilosa, associada com Solos Aluviais, Tb, textura média e volumes Orgânicos; Campo
Tropical Higrófilo de Várzea (legenda HGHaq).
IV.6.1.3 - Subzona Sedimentos Flúvio-Lacustres (SSDL1, SSDL2, SSDL3)
Esta subzona ocorre de forma quase contínua, envolvendo a subzona Sedimentos Fluviais e ao
longo da calha do rio Paraíba do Sul. Fisiograficamente, a subzona Sedimentos Flúvio-Lacustres é
caracterizada por uma planície de erosão interplanáltica (pei) com formas de terraços e colinas
constituídas por sedimentos terciários. O principal uso da terra nessa subzona é a pastagem,
93
incluindo a melhorada, principalmente na porção oriental dessa unidade; outros usos mais
freqüentes são para áreas urbanas e suburbanas, e reflorestamentos nas regiões de Caçapava,
Tremembé e Pindamonhangaba.
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos dessa subzona apresentam-se com a
densidade de textura, assimetria de relevo e fraturamento (ruptilidade) relativamente baixos,
enquanto que a tropia e a declividade são classificadas como de baixa a nula. Já a resistência à
erosão apresentou-se de baixa a média, com os principais vales de drenagens bastante entalhados e
alguns relativamente amplos. Quanto à tonalidade de cinza nas imagens de satélite Landsat, a banda
4 (TM-4 ou região do infravermelho próximo) apresentou-se com características medianas.
As litologias predominantes desta subzona são constituídas por sedimentos desde grosseiros até
finos, representados principalmente por conglomerados/arenitos conglomeráticos, arenitos médios,
alternância de arenitos lamíticos, lamitos arenosos e argilitos, siltitos argilosos laminados, argilitos
maciços, folhelhos papiráceos, calcários e ritmitos; localmente ainda ocorrem diamictitos, folhelhos
pirobetuminosos e linhitos. De maneira geral as exposições superficiais das diversas litologias
possuem umas gradações laterais, sugerindo processos de interdigitação litológica em função dos
diversos ambientes de sedimentação da Bacia de Taubaté (Almeida et alii, 1981; Bistrichi et alii,
1990).
As diversas litologias dessa subzona, designada pela sigla sfl correspondem aos sistemas lacustres,
leques aluviais, fluvial entrelaçado e fluvial meandrante das seqüências Tremembé, Taubaté e
Pindamonhangaba (Bistrichi et alii, 1990). Outra correspondência é com a área de ocorrência do
Grupo Taubaté, constituído pelas formações Tremembé e Caçapava (Almeida et alii, 1981). Ainda
segundo essa referência, o período de sedimentação das diversas seqüências discriminadas no
referido projeto, abrange um intervalo que vai desde o Eoceno superior até as reativações tectônicas
da serra do Mar ocorridas após Oligoceno.
Essa subzona encontra-se distribuída geograficamente em seis áreas, sendo que a maior delas se
estende desde São José dos Campos até Roseira e a menor está localizada a sudoeste de São José
dos Campos. A área maior (SSDL3) apresenta-se com feições alternadas de morfoestruturas
antiformais e sinformais, estas últimas, normalmente constituindo-se em braquissinformes, e com
unidades geopedológicas predominadas pelo Podzólico Vermelho Escuro em regime ústico
(PVeus1), Tb, A proeminente, Floresta Tropical Subcaducifólia, com processos de podzolização
94
generalizada e de latossolização em áreas localizadas, principalmente naquelas próximas de altos
estruturais, onde a circulação de água é mediana a alta.
A menor área dessa subzona (SSDL1), apresenta-se medianamente dissecada e com influência
parcial de uma morfoestrutura sinformal, localizada nos limites ocidentais do polígono estudado, e
de Cambissolo em regime ústico (Cus), Tb, A moderado, Floresta Tropical Subcaducifólia;
localmente tem-se a presença de Latossolo Vermelho Amarelo, Tb, A moderado, possivelmente
devido à presença de fraturamentos, os quais facilitaram a circulação de água no sistema
pedogenético.
Na margem esquerda do rio Paraíba do Sul, na região desde o norte-nordeste da cidade de São José
dos Campos até norte-noroeste de Taubaté, tem-se uma terceira área dessa subzona (SSDL1),
constituída por Cambissolo em regime ústico (Cus), Tb, A fraco, Floresta Tropical Subcaducifólia;
morfoestruturalmente tem-se a presença de uma alternância de antiformas e sinformas,
possivelmente com predomínio da influência de altos estruturais, motivo pelo qual os valores de Ki
são relativamente mais baixos daqueles valores apresentados na mancha menor, e anteriormente
caracterizada, o que sugere um processo de alteração intempérica mais avançado.
As outras três manchas dessa subzona (SSDL2), localizadas na extremidade nordeste da área de
estudo, foram classificadas como Latossolo Vermelho Escuro em regime ústico (LVeus), Tb, A
proeminente, Floresta Tropical Subcaducifólia; morfoestruturalmente corresponde ao domínio de
extensas antiformas, e com influência de uma única sinforma, onde possivelmente o processo de
podzolização é atuante.
Em todas as sete manchas dessa subzona a uai foi classificada como sendo monossialítica a
bissialítica e/ou de paragênese caulinita a montmorilonita, numa cai Podzólica-Cambissólica.
IV.6.2 - ZONA GEOAMBIENTAL METACONGLOMERADOS (ZGMC)
Esta zona geoambiental é representada por duas áreas situadas na serra da Mantiqueira, sendo a
primeira, menor e localizada ao sul de Campos do Jordão, e a outra no extremo centro-norte da área
de estudo, a sudeste do Parque Estadual de Campos do Jordão; esta última extrapola os limites
estaduais com Minas Gerais e corresponde ao ponto altimétrico máximo da área de estudo,
atingindo cotas superiores a 2.000 metros.
95
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos dessa zona geoambiental são
caracterizados por uma baixa a média densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo,
fraturamento e resistência à erosão. Quanto às características de tropia e declividade são
relativamente baixas, enquanto a tonalidade de cinza em imagens da banda 4 é média.
Em 1979, Cavalcante e outros descreveram uma seqüência de rochas epimetamórficas com
distribuição lenticular, cujas litologias predominantes são representadas por metaconglomerados
polimíticos, que transicionam para metarenitos arcoseanos, conglomeráticos a
microconglomeráticos, metassiltitos e metarenitos finos arcoseanos com intercalações de
metapelitos (Bistrichi et alii, 1990).
Estas litologias designadas pela sigla cm correspondem à Formação Pico de Itapeva, designada
informalmente por Cavalcante et alii (1979) e adotada por Bistrichi et alii (1990).
Observando-se o mapa de morfoestruturas, verifica-se que na região sudeste do Parque Estadual de
Campos do Jordão tem-se a influência de uma antiforma com a bifurcação de seu eixo principal,
com orientação para oeste e para sul, enquanto que na área localizada ao sul de Campos do Jordão,
a influência é praticamente de linhas de formas não-cotadas conformando uma característica
monoclinal para sudeste, resultante de uma área de transição entre uma antiforma conjugada com
uma sinforma.
Essa zona geoambiental foi classificada como uai monossialítica e/ou de paragênese caulinita e cai
Latossólica-Podzólica. A unidade geopedológica é representada pelo Cambissolo Húmico em
regime perúdico (CHpr), Tb, A húmico, Campo Subtropical Perúmido, vegetação altimontana.
IV.6.3 - ZONA GEOAMBIENTAL BIOTITA GRANITOS (ZGBG)
A zona geoambiental Biotita Granitos é constituída por duas subzonas geoambientais,
individualizadas em função de suas litologias predominantes e propriedades fotogeológicas e
fatores fotolitológicos característicos da unidade; essas subzonas foram denominadas Granitos
Equigranulares e Granitóides Foliados, as quais são descritas a seguir.
IV.6.3.1 - Subzona Granitos Equigranulares (SBGE)
Esta subzona encontra-se representada por quatro pequenas áreas situadas na porção noroeste do
polígono de estudo, cujas ocorrências se encontram na unidade fisiográfica de planalto médio,
96
fracamente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pmfdn). Dessas áreas, duas
estão localizadas entre as cidades de Campos do Jordão e Santo Antônio do Pinhal, e as outras duas,
entre Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí, próximo do limite estadual entre São Paulo e
Minas Gerais. No geral esses corpos graníticos estão afetados por falhamentos ou sistema de falhas,
como por exemplo, o corpo mais setentrional que se encontra recortado pela falha do Paiol Grande.
A delimitação desses corpos graníticos foi baseada nas propriedades fotogeológicas e nos fatores
fotolitológicos, observados nas imagens do satélite Landsat, os quais são caracterizadas por uma
baixa a média densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo e fraturamento. De outro lado,
tanto a tropia como a resistência à erosão apresentou-se com baixa freqüência, enquanto que a
declividade e a tonalidade de cinza na banda 4 do TM/Landsat constituíram-se numa média
freqüência em suas feições relativas.
A litologia predominante é de biotita granitos com variações transicionais para tipos graníticos, e
mais raramente, para granodioríticos e quartzo monzoníticos. São rochas equi- a inequigranulares
com textura porfirítica, caracterizado pela presença de megacristais, em geral centimétricos
idiomórficos, ou mais comumente deformados na forma de porfiroclastos ovalados ou lenticulares
de microclíneo rosado ou cinza. A matriz é de granulação média ou fina, e apresenta composição
amplamente variável desde tipos essencialmente biotíticos ricos em apatita, titanita, epídoto e
allanita, até tipos essencialmente quartzosos.
Os litotipos dessa unidade são em geral moderadamente deformados, observando-se a formação de
texturas miloníticas, caracterizada por quartzo recristalizado na forma de agregados granoblásticos
poligonais (aspecto sacaroidal em escala mesoscópica), e feldspatos rompidos, cominuídos
juntamente com quartzo (Bistrichi et alii, 1990). A legenda utilizada para representar
cartograficamente essa unidade litológica foi gre, possuindo relação direta com as características
descritivas com o granitóide Serra Preta (Bistrichi et alii, 1990).
Observando-se os contornos das linhas de formas não-cotadas do mapa morfoestrutural da área de
estudo, verificou-se que de modo geral os quatro corpos graníticos estão sob a influência de
morfoestruturas braquissinformais, principalmente as duas áreas mais internas, se se considerar a
disposição alinhada quase norte-sul. Já os corpos localizados nas extremidades desse alinhamento,
encontram-se, também, sob a influência de terminais de altos estruturais.
Através do mapa de unidades e coberturas de alteração intempéricas, verifica-se que essa subzona
foi classificada como uai alítica a monossialítica e/ou de paragênese gibbsita a caulinita, numa cai
97
Latossólica. A unidade geopedológica dessa subzona é constituída por Latossolo Vermelho Escuro
em regime údico (LVeud2), Tb, A moderado, Floresta Tropical Perenifólia.
IV.6.3.2 - Subzona Granitóides Foliados (SBGF1, SBGF2, SBGF3, SBGF4)
Essa subzona acha-se representada por cinco áreas: a primeira (SBGF3) a nordeste de Redenção da
Serra, próxima da serra da Redenção, tem a fisiografia representada por planalto baixo,
moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pbmdn); a segunda
área (SBGF2) ao sul da cidade de Jambeiro, apresenta-se com a fisiografia de planalto médio,
moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (Pmmdo); a terceira e
quarta áreas (SBGF1) na região ao norte de São Luís do Paraitinga, delimitadas com a fisiografia de
planalto médio, moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas
(Pmmdn), também conhecido como “mar de morros”; e a quinta área dessa subzona (SBGF4), com
a fisiografia de planalto baixo, fortemente dissecado, com feições texturais/estruturais não-
orientadas (PbFdn) e relacionado ao granito de Aparecida, próximo da cidade homônima.
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos dessa subzona são caracterizados por
uma baixa densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo, tropia, resistência à erosão e
declividade, e por um baixo a médio fraturamento e uma média a clara tonalidade de cinza na banda
4 de imagens TM/Landsat. Naquela área a nordeste de Redenção da Serra, apenas a declividade é
diferenciada, apresentando-se com características relativas de baixa a média declividade.
O corpo granítico de Aparecida apresentou-se com diversificadas propriedades fotogeológicas e
fatores fotolitológicos (média densidade de textura fotográfica, fraturamento e resistência à erosão,
além de uma média a baixa assimetria de relevo, tropia e declividade, e uma mesma tonalidade de
cinza), se comparado com aquelas descritas anteriormente, muito provavelmente devido à sua
variação altimétrica mais pronunciada, conseqüente de uma maior densidade de fraturamento.
A litologia predominante é o biotita granito, gnáissico, por vezes a moscovita apresenta-se com
conspícuas feições protomiloníticas a miloníticas, geralmente recristalizadas. São rochas de
coloração cinza, nos seus variados tons, com megacristais brancos e róseos. Sua estrutura é
invariavelmente orientada e a textura porfiróide, com matriz de granulação média e megacristais
subcentimétricos a centimétricos.
Essa unidade litológica foi representada no mapa de unidades litológicas da região do alto-médio
Paraíba do Sul através da legenda grf, e corresponde aos corpos graníticos da Suíte Jambeiro
98
(Bistrichi et alii, 1990), apesar das diferenças nas representações geográfica e cartográfica entre
esses estudos; naquele primeiro, a discriminação litológica foi baseada em propriedades
fotogeológicas observadas em imagens de satélite, associado com verificações de campo.
Quanto às características morfoestruturais presentes nessa subzona observou-se que o corpo
granítico localizado ao sul de Jambeiro, próxima da serra da Samambaia, tem um alto estrutural
truncado, no limite sudoeste do corpo, enquanto no restante tem-se uma pequena influência da
borda de baixo estrutural.
À semelhança do corpo anterior, tem-se uma maior influência de alto estrutural na porção sudeste
da área granítica localizada ao norte de São Luís do Paraitinga; nas porções norte e oeste desse
batólito observou-se também a influência de baixo estrutural, cujo “epicentro” está localizado além
dos seus limites.
O batólito situado próximo da serra da Redenção encontra-se sob a influência de borda de alto
estrutural; de outro lado, o limite setentrional do pequeno corpo existente ao sul da extremidade
ocidental da serra do Quebra-Cangalha, está sob a influência da extremidade ocidental de um
extenso baixo estrutural.
Finalmente, o batólito granítico de Aparecida encontra-se quase totalmente em alto estrutural, sendo
que somente a sua borda sudeste está sob a influência de baixo estrutural.
Através da análise do mapa de unidades e coberturas de alteração intempéricas verificou-se que
todos os corpos, com exceção daquele situado próximo à Aparecida, foram classificados como
pertencente a uai monossialítica e/ou de paragênese caulinita e cai Latossólica-Cambissólica. A
unidade geopedológica dessa subzona é constituída por Latossolo Vermelho Amarelo em regime
údico (LVaud4), Tb, A proeminente, Floresta Tropical Perenifólia. Já o corpo granítico de
Aparecida foi classificado como uai monossialítica a bissialítica e/ou de paragênese caulinita a
montmorilonita e cai Podzólica-Cambissólica, com predominância de Latossolo Vermelho Amarelo
em regime údico (LVaud3), Tb, A moderado, Floresta Tropical Subperenifólia.
IV.6.4 - ZONA GEOAMBIENTAL GRANITÓIDES (ZGGT)
A zona geoambiental Granitóides é constituída por quatro subzonas, individualizadas em função
das relações genéticas entre as características observadas nas imagens TM/Landsat (de relevo e
drenagem) e as propriedades da unidade fotogeológica (fatores litológicos e estruturais) distintivas
99
entre si. Dessa forma foram individualizadas a Subzona Granitóides Migmatíticos, a Subzona
Granitóides a Duas Micas, a Subzona Granitóides Porfiróides e a Subzona Granitos Gnáissicos
Finos, as quais serão individualmente discutidas.
IV.6.4.1 - Subzona Granitóides Migmatíticos (SGTM1, SGTM2, SGTM3, SGTM4)
Essa subzona está localizada na porção inferior da área de estudo, entre os rios Paraitinga e
Paraibuna, numa faixa contínua e irregular que se estende, grosseiramente, de leste para oeste até às
proximidades da área alagada da represa e ao redor de parte do reservatório de Paraitinga-
Paraibuna.
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos dessa subzona podem ser resumidos em
dois grupos, sendo que a área oriental, localizada entre os rios Paraitinga e Paraibuna, é
caracterizada por uma média intensidade na densidade de textura, assimetria de relevo, tropia,
resistência à erosão, declividade e tonalidade de cinza; somente a ruptilidade apresentou-se
diferenciado de todos o outro fator fotolitológicos, devido à ocorrência de fraturamento com média
a alta intensidade.
A outra área dessa subzona é caracterizada por uma mediana assimetria de relevo, assim como na
tropia e resistência à erosão; tanto a densidade de textura como a ruptilidade apresentaram-se com
intensidade média a alta, e concomitante, tem-se uma predominância de média a baixa declividade.
Nessa segunda área desta subzona, todas essas características fotogeológicas e fotolitológicas estão
associadas a uma predominância da intensidade média a clara em sua tonalidade de cinza.
As duas áreas dessa subzona são representadas por rochas granitóides diversas, sendo comuns os
tipos inequigranulares grosseiros até porfiroblásticos. O caráter migmatítico se retrata através de
termos com estruturas nebulíticas, bem como pela presença de restitos de rocha básica e mesmo
migmatíticos. Localmente podem apresentar grande desenvolvimento da fase neossomática, dando
origem a termos com estrutura “schöllen” e agmatíticas.
Para Chieregati et alii (1982) as litologias dessa subzona correspondem, estruturalmente, a uma
facies menos evoluída do granitóide Natividade da Serra. O modo de ocorrência desses granitóides,
comumente é na forma de matacões e blocos irregulares, distribuídos pelas encostas das elevações,
ou concentrados nas calhas das drenagens, assim como também sob a forma de lajedos, aflorantes
nos leitos de cursos d’água ou em encostas abrúptas.
100
No mapa de unidades litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul o domínio litológico dessa
subzona foi representado pela legenda ymp, comum às duas áreas individualizadas.
As características morfoestruturais dessa subzona, também se apresentam diferenciadas naquelas
áreas individualizadas tanto fotogeológica como fotolitologicamente. Dessa forma, na área
individualizada entre os rios Paraitinga e Paraibuna tem-se o predomínio de estruturas negativas,
distribuídas desde a região à leste da serra Alto do Chapéu até a região a sudoeste de São Luís do
Paraitinga; nas regiões ao norte da cidade de Catuçaba e ao norte da serra do Campo Grande, têm-se
dois pequenos e únicos altos estruturais, locais esses com possibilidades da presença de processos
de podzolização.
A segunda área, ao redor de parte do reservatório de Paraitinga-Paraibuna, constitui-se em um
grande e extenso alto estrutural com orientação, praticamente leste-oeste, e com as formas convexas
fechadas orientadas para o ocidente, justificando e confirmando a presença de latossolos, causados
pela intensa circulação d’água que favorece os processos de lixiviação dos elementos alcalinos e
alcalinos terrosos, podendo ocorrer processos especiais de hidrólise total e/ou de laterização.
Na região da margem esquerda do rio Paraibuna, logo abaixo da barragem do reservatório de
Paraitinga-Paraibuna, apesar de pequena representação areal dessa subzona, interrompido pelos
limites meridionais da área de estudo, observa-se no mapa morfoestrutural a presença formas
fechadas grosseiramente concêntricas e/ou ligeiramente alongadas segundo um eixo norte-noroeste
de braquissinformes, com pequenos e apertados altos estruturais.
Quanto às unidades e coberturas de alteração intempéricas, na área de ocorrência dos domínios de
granitóides migmatíticos, mais especificamente naquela área alongada (SGTM1) entre os rios
Paraitinga e Paraibuna, tem-se a presença de uai alíticas e/ou de paragênese gibbsita e cai
Latossólica, associado com Cambissolos latossolizados em regime údico, Tb, A proeminente,
Floresta Tropical Perenifólia e relevo montanhoso. Essas características ou propriedades descritas
são também válidas àquela pequena área (SGTM2), interrompida pelo limite meridional da área de
estudo, diferindo apenas no tipo de vegetação primária, ou seja, Floresta Tropical Subperenifólia e
relevo suave ondulado (legenda Clud2).
Na área ao redor de parte do reservatório de Paraitinga-Paraibuna (SGTM4) tem-se o predomínio de
uai monossialíticas e/ou de paragênese caulinita e cai Latossólica-Podzólica, associado com
Latossolo Vermelho Amarelo em regime údico, Tb, A proeminente, Florestas Tropical Perenifólia e
Tropical Subperenifólia (LVaud1) e relevos ondulado a suave ondulado e ondulado a montanhoso.
101
A área individualizada que contém a cidade de Paraibuna (SGTM3) na margem esquerda do rio
Paraibuna foi associado, àquela área parcialmente individualizada à sudeste da cidade de Santa
Branca, visto que ambas áreas são constituídas pela uai bissialítica e/ou de paragênese caulinita e
cai Podzólica, apesar de diferenças pedogenéticas e litológicas.
A primeira área é representada pelo Podzólico Vermelho Amarelo a Vermelho Escuro em regime
údico, Tb, A proeminente, Floresta Tropical Subperenifólia (PVa/eud) e relevo ondulado a suave
ondulado. A segunda área é constituída pelo Podzólico Vermelho Amarelo latossolizado em regime
údico, Tb, A moderado, Floresta Tropical Subperenifólia (PValud), e substrato granito gnáissico a
duas micas, localmente porfiroblástico (ydm) e relevo ondulado.
IV.6.4.2 - Subzona Granitóides a Duas Micas (SGTD1, SGTD2, SGTD3)
Esta subzona é representada por tres áreas individualizadas na porção inferior do polígono
estudado, à semelhança da subzona anterior, ou mais especificamente em região contígua. A área
mais expressiva tem um formato alongado e irregular (SGTD1), grosseiramente orientada próxima
à leste-oeste, ocupando as cotas mais elevadas da região. A segunda e terceira áreas foram
interrompidas pelo limite inferior da área estudada, com pequenas representações nas regiões ao sul
da cidade de Paraibuna (SGTD2) e a sudeste da cidade de Santa Branca (SGTD3); esta última já foi
descrita no parágrafo anterior, em associação com a subzona Granitóides Migmatíticos.
A primeira área foi fotogeologicamente individualizada em função do grau e ordem de estruturação
dos elementos texturais observados em imagens TM/Landsat, caracterizados por uma intensidade
mediana a baixa na densidade de textura, assimetria de relevo e tropia, além de uma mediana
ruptilidade, resistência à erosão, declividade e tonalidade de cinza na banda TM-4.
A área delimitada ao sul da cidade de Paraibuna foi caracterizada por uma média a baixa
intensidade na densidade de textura, assimetria de relevo, tropia, resistência à erosão e declividade;
o fraturamento (ruptilidade) da unidade individualizada é mediano e a tonalidade de cinza na banda
TM-4 apresentou-se com intensidade média a clara.
Numa simples análise das características apresentadas entre essas duas áreas, verifica-se que a
segunda possui uma resistência à erosão relativa menor, conseqüentemente formas de relevo mais
arrasadas e arredondadas.
102
Apesar desta subzona se apresentar com propriedades fotogeológicas um pouco diferenciadas, é
composta por granitos gnáissicos de grã fina a média, eventualmente grossa e coloração cinza clara.
É caracterizada pela sua associação mineralógica entre a moscovita e a biotita, e a sericita é o mais
comum mineral de alteração; localmente apresenta com facies porfiroblástica, especialmente nas
bordas do corpo granítico, sugerindo para Chieregati et alii (1982) uma fase metassomática
subseqüente ao estágio sintectônico.
A legenda utilizada no mapa de unidades litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul foi
ydm e as suas áreas de ocorrência individualizadas, correspondem, parcialmente, àquela
apresentada por Chieregati et alii (1982). Estes autores relacionam essas rochas granitóides
gnáissicas a duas micas com as porções centrais homogêneas e mais evoluídas, da provável
estrutura antiformal de Natividade da Serra.
Fazendo-se a análise do mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul, a área
mais expressiva desta subzona está situada em sua maior parte, sob a influência de formas anômalas
alongadas, alternadas e grosseiramente paralelas de altos e baixos estruturais; os altos estruturais
são mais expressivos e envolventes. Topograficamente, essa unidade corresponde a altos
topográficos.
Um fato interessante é a presença de uma descontinuidade estrutural que causa a mudança na
orientação das formas anômalas, as quais são freqüentes na direção nordeste, e na região do terço
oriental de sua faixa alongada e irregular (serra do Sertão, a leste da cidade de Catuçaba), essa
orientação toma o rumo leste-nordeste.
Das duas pequenas áreas parcialmente individualizadas na região de Paraibuna, aquela situada mais
próxima dessa cidade, está sob a influência direta de borda de duas formas concêntricas fracamente
ovaladas e estruturalmente negativas. Aquela a sudeste de Santa Branca tem uma pequena e
longínqua influência de um grande baixo estrutural.
As unidades e coberturas de alteração intempéricas dessas duas pequenas áreas, correspondem,
respectivamente, a uai monossialítica a bissialítica e/ou de paragênese caulinita a montmorilonita e
cai Podzólica-Cambissólica, e a uai bissialítica e/ou paragênese montmorilonita e cai Podzólica. As
unidades geopedológicas associadas a essas unidades são representadas, respectivamente, pelo
Podzólico Vermelho Amarelo em regime údico, Tb, A proeminente, Floresta Tropical
Subperenifólia (PVaud3) e com a fisiografia de planalto baixo, fracamente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (Pbfdo), e pelo Podzólico Vermelho Amarelo latossolizado em
103
regime údico, Tb, A moderado, Floresta Tropical Subperenifólia (PValud) e com a fisiografia de
planalto baixo, fracamente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pbfdn).
No caso da área mais expressiva dessa subzona, a alteração intempérica foi classificada como uai
monossialítica a alítica e/ou de paragênese caulinita a gibbsita e cai Latossólica. Essa unidade está
associada com Podzólico Vermelho Amarelo em regime perúdico, Tb, A moderado, Floresta
Tropical Perenifólia (PVapr) e com a fisiografia de planalto alto, fortemente dissecado e feições
texturais/estruturais orientadas (PaFdo).
IV.6.4.3 - Subzona Granitóides Porfiróides (SGTP1, SGTP2)
Essa terceira subzona da zona geoambiental Granitóides é constituída por duas longas, estreitas e
irregulares faixas situadas na diagonal da área de estudo, numa orientação aproximada leste-oeste.
Essas duas faixas são interrompidas pela extremidade ocidental da serra Quebra-Cangalha, ao sul da
cidade de Pindamonhangaba.
Numa relação com o mapa de unidades fisiográficas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo
I), verifica-se que a área situada na porção sudoeste do polígono estudado (SGTP2), tem correlação
com a unidade de planalto baixo, moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais não-
orientadas (Pbmdn). Da mesma forma, a segunda área situada na porção nordeste do polígono
estudado (SGTP1), tem uma correspondência com planalto médio, moderadamente dissecado e com
feições texturais/estruturais não-orientadas (Pmmdn), portanto com as altitudes mais elevadas da
região.
A faixa individualizada na porção sudoeste da área de estudo foi caracterizada por uma intensidade
mediana nas propriedades de densidade de textura, tropia, ruptilidade e resistência à erosão; a
assimetria de relevo foi caracterizada como tendo uma intensidade mediana a baixa, associada com
uma baixa declividade e tonalidade de cinza mediana a clara (na banda TM-4).
A outra faixa localizada na porção nordeste da área de estudo, apresentou-se com três regiões
fotogeologicamente distintas entre si, sendo que duas delas são mais extensas, a seguir discutidas:
a) a região mais ocidental dessa faixa, uma das mais extensas, que se estende desde a serra da
Bandeira (a sul de Pindamonhangaba) até as proximidades da rodovia SP-171 (interligação
Guaratinguetá-Cunha), foi caracterizada por uma intensidade mediana a alta na densidade de
textura fotográfica, na tropia, ruptilidade, resistência à erosão e declividade; somente a
104
assimetria de relevo apresentou-se com média intensidade. A tonalidade de cinza das
características fotogeológicas dessa região ocidental, em imagens TM-4 do Landsat,
apresentou-se, basicamente na intensidade de mediana a clara;
b) a região intermediária dessa faixa, também uma das mais extensas, que se estende desde às
proximidades da rodovia SP-171 até a serra da Boenina (próximo da extremidade nordeste da
área de estudo), foi caracterizada por uma mediana densidade de textura fotográfica, tropia,
ruptilidade, resistência à erosão e tonalidade de cinza na imagem TM-4 utilizada; tanto a
assimetria de relevo como a declividade da região apresentaram-se com uma intensidade
mediana a baixa;
c) a terceira região, a menor das três, foi identificada no extremo nordeste da área estudada, a
qual foi caracterizada por uma baixa a média intensidade nas propriedades fotogeológicas de
densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo, tropia e resistência à erosão; a
ruptilidade apresentou-se de baixa a média, enquanto que a declividade é baixa e a tonalidade
de cinza na imagem TM-4 foi caracterizada por uma intensidade de média a clara.
A descrição litológica é única, tanto para a faixa individualizada na porção sudoeste como para as
três regiões fotogeologicamente individualizadas na porção nordeste da área de estudo, cuja
representação é feita por granitóides gnáissicos porfiróides, caracteristicamente inequigranulares, de
granulação média a grosseira, com típica tendência porfiroblástica, devido aos fenocristais de
feldspato, em geral xenomórficos, imersos numa matriz mais fina, biotítica, gnaissóide.
Esses granitóides, em geral mostram uma maior diversidade textural e estrutural, constituindo-se
em corpos heterogêneos que incluem facies mais homogêneas, equigranulares e quase sem
orientação, considerados provavelmente como núcleos mais evoluídos (Sobreiro Neto et alii, 1983).
A composição dessas rochas é bastante variável, desde termos tonalíticos e granodioríticos, devido
ao aumento da porcentagem de porfiroblastos de feldspato potássico. Incluem-se encravamentos
gnáissico-migmatíticos, principalmente na serra Fria ou dos Forrós (a sudoeste da cidade de
Roseira); normalmente sustentam as maiores altitudes da região. A legenda utilizada no mapa de
unidades litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul, para representar essa unidade
litológica foi ygp.
Fazendo-se a análise no mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul,
observam-se evidências da influência diferencial do regime de esforços tectono-estruturais, entre as
duas faixas individualizadas nessa subzona de Granitóides Porfiróides.
105
Na faixa sudoeste dessa subzona, a influência é da presença de bordas seqüenciais de
morfoestruturas braquissinformais de conformações ovaladas, cujos eixos maiores estão orientados
para norte-noroeste. Entre cada duas morfoestruturas braquissinformais seqüenciais tem-se a
presença de pequenos núcleos antiformais, cuja presença foi observada somente na região ao longo
da serra do Jambeiro. A nordeste da serra da Piloa (ao sul da cidade de Taubaté), a influência da
presença de braquissinformas é praticamente plena, visto que os centros dessas morfoestruturas se
localizam ao longo da parte nordeste dessa faixa sudoeste da área de estudo.
Na segunda faixa dessa subzona, as linhas de formas não-cotadas observadas no mapa
morfoestrutural mostram a conformação de um alinhamento de diversos eixos alongados e extensos
de altos estruturais (antiformas), sempre com caimento para oeste-sudoeste, e aproximadamente
coincidentes com as partes mais elevadas da serra de Quebra-Cangalha, até encontrar-se com uma
região de descontinuidade, representada por uma faixa (de quase 5 quilômetros) que cruza na
direção aproximadamente noroeste e praticamente sem nenhuma informação morfoestrutural.
Após essa faixa de descontinuidade, no rumo para nordeste, tem-se uma morfoestrutura na forma de
uma braquiantiforme, com extensões de aproximadamente 15 por 4 quilômetros, cujo eixo principal
acompanha as partes mais elevadas de parte da serra de Quebra-Cangalha e da serra Palmital, e ao
longo da serra da Boenina, na região a sudeste da cidade de Lorena.
Fato interessante a ser registrado é a presença de uma anomalia na conformação regional das linhas
de formas não-cotadas, presente na região da serra Fria ou dos Forrós, cujas linhas de formas
mostram a provável rotação dos eixos da morfoestrutura antiformal com pequeno caimento para
noroeste; essa provável rotação dos eixos deve ter sido no sentido de oeste para noroeste.
À semelhança da descrição litológica, as unidades e coberturas de alteração intempéricas nas duas
faixas individualizadas nessa subzona, foram classificadas como sendo da mesma uai
monossialítica a bissialítica e/ou de paragênese caulinita a montmorilonita e cai Podzólica-
Cambissólica.
Entretanto, a unidade geopedológica na faixa sudoeste dessa subzona (legenda PVaud(LVeus)) é
representada pelo Podzólico Vermelho Amarelo em regime údico, Tb, A proeminente, Floresta
Tropical Perenifólia. Na região a nordeste da serra da Piloa, região com predominância de núcleos
de braquissinformas com “trends” de fraturamentos, têm-se a presença de Latossolo Vermelho
Escuro em regime ústico, Tb, A moderado, Floresta Tropical Subcaducifólia.
106
Já na faixa nordeste dessa subzona, a unidade geopedológica é representada pelo Podzólico
Vermelho Escuro em regime údico (PVeud1), Tb, A proeminente, Floresta Tropical Perenifólia.
IV.6.4.4 - Subzona Granitos Gnáissicos Finos (SGTX)
Essa subzona foi individualizada na porção sudeste da área de estudo (próximo da cidade de
Ubatuba), correspondendo à região de escarpa da serra do Mar, com limites irregulares e
parcialmente recobertos por sedimentos marinhos, flúvio-marinho-lacustre e depósitos de mangue.
A faixa irregular individualizada está grosseiramente orientada para nordeste.
De acordo com o mapa de unidades fisiográficas, essa subzona corresponde com a unidade planalto
muito baixo, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais de “escarpas em anfiteatro”
(PmbFdc).
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos observados nessa subzona foram
caracterizados pela alta intensidade na densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo,
resistência à erosão e declividade; em oposição, a tropia apresentou-se com uma intensidade baixa,
enquanto que a ruptilidade é mediana e a tonalidade de cinza em imagens TM-4 do Landsat
registrou uma reflectância mediana a baixa, ou seja, numa tonalidade de cinza média a escura.
Litologicamente essa subzona é representada por uma associação de litotipos graníticos, designados
de acordo com seu litotipo predominante; assim, tem-se nessa subzona a predominância de biotita
granitos gnáissicos, leucocráticos, de granulometria média a fina, formada principalmente por
quartzo-feldspatos e com poucos máficos orientados ao acaso. Esse litotipo predominante forma
associações freqüentes com os gnaisses com estruturas oftalmíticas. A legenda utilizada no mapa de
unidades litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul foi ygf e corresponde parcialmente ao
granitóide Caraguatatuba (Chieregati et alii, 1982).
Examinando-se o mapa morfoestrutural, observa-se grosseiramente que a nordeste da cidade de
Ubatuba tem-se a presença de duas sinformas com fechamento de seus eixos maiores, ora para sul,
ora para norte. Mais para nordeste nessa subzona tem-se também, uma maior influência de
sinformas parcialmente representadas, devido ao limite oriental da área de estudo; intercalado entre
essas sinformas parciais tem-se a presença de bordas de pequenos fechamentos de antiformas.
Nessa subzona, na região norte-noroeste de Ubatuba, foi identificada uma descontinuidade,
representada por duas estruturas, formando entre si, a representação do formato de uma cunha
107
interrompida em suas extremidades. Nessa parte, a subzona encontra-se num trecho de transição de
alto para baixo estrutural (no sentido de norte para sul).
Já na parte sudoeste, além dessa região de descontinuidade, tem-se a influência de grande parte do
núcleo de uma antiforma, cujo eixo principal está orientado no sentido leste.
Na análise das unidades e coberturas de alteração intempéricas, essa subzona foi classificada como
uai monossialítica a bissialítica e/ou de paragênese caulinita a montmorilonítica e cai Podzólica-
Cambissólica, associada à unidade geopedológica com predomínio de Cambissolo em regime
perúdico, Tm, A moderado, Floresta Tropical Perúmida (Cpr) e relevo escarpado.
IV.6.5 - ZONA GEOAMBIENTAL GNAISSES (ZGGN)
Essa zona geoambiental é a mais diversificada em número de áreas individualizadas, totalizando
nove (09) subzonas, denominadas de Biotita Gnaisses Granitóides e Xistos, Gnaisses e Quartzitos,
Biotita Gnaisses e Xistos, Biotita Gnaisses Finos, Biotita Gnaisses Bandados, Gnaisses e
Migmatitos Blastomiloníticos, Biotita Gnaisses Granodioríticos, Biotita Gnaisses Migmatizados e
Gnaisses com Charnoquitos.
IV.6.5.1 - Subzona Biotita Gnaisses Granitóides e Xistos (SGNG1, SGNG2)
Esta subzona se faz representada por duas faixas individualizadas na porção sul da diagonal maior
nordeste da área de estudo.
A faixa mais extensa (SGNG1) tem seus limites e a largura irregulares e tem uma orientação
aproximadamente leste-oeste. Na sua extremidade sudoeste contém a cidade de Santa Branca, e o
outro extremo, a região imediatamente ao sul da cidade de Cunha; na sua porção intermediária
contém as cidades de Redenção da Serra e São Luís do Paraitinga. A segunda faixa dessa subzona,
menor em extensão, está situada no extremo nordeste da área de estudo e possui uma orientação
geral nordeste; foi individualizada no flanco meridional de parte da serra do Quebra-Cangalha.
A individualização dessas duas faixas nessa subzona foram baseadas em propriedades
fotogeológicas distintas entre si, inclusive com a aplicação da relação de equivalência de zonas
homogêneas.
108
Dessa forma, a faixa mais extensa foi caracterizada pelas propriedades fotogeológicas e fatores
fotolitológicos com intensidade mediana em sua densidade de textura fotográfica, assimetria de
relevo, resistência à erosão e tonalidade de cinza observada em imagem TM-4 do Landsat utilizada.
Já, tanto a tropia dos elementos orientados como a ruptilidade ou fraturamento apresentaram-se com
intensidade mediana a alta; somente a declividade média geral da faixa foi classificada com
intensidade mediana a baixa.
A segunda faixa (SGNG2), menor, foi diferenciada, fotogeologicamente, em duas subzonas
homogêneas, e através da relação de equivalência, essas duas subzonas homogêneas foram
agrupadas em uma única zona homogênea.
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos na região centro-nordeste dessa faixa,
apresentaram-se com intensidade mediana a baixa na densidade de textura fotográfica, assimetria de
relevo, tropia, resistência à erosão e declividade; somente a ruptilidade foi classificada com
intensidade média, e a tonalidade de cinza média geral dessa região observada em imagem TM-4 do
Landsat foi mediana a clara.
De outro lado, a região sudoeste dessa segunda faixa, foi caracterizada pelas seguintes propriedades
fotogeológicas e fatores fotolitológicos: densidade de textura fotográfica, resistência à erosão e
declividade com intensidade mediana a baixa. A assimetria de relevo foi classificada como baixa a
média, enquanto que tanto a tropia como a ruptilidade apresentaram-se com intensidade mediana; a
tonalidade de cinza em imagem TM-4 do Landsat foi classificada, como na subzona homogênea
anterior, com intensidade mediana a clara.
De uma maneira geral, essa subzona é representada por um conjunto de litologias, com
predominância de biotita gnaisses granitóides, por vezes de feição migmatítica, com passagens a
gnaisses biotíticos finos bastante foliados e a tipos porfiroblásticos e porfiroclásticos. Associado a
essas litologias tem-se a presença de sillimanita-granada-mica-quartzo xistos, com variações para
xistos biotíticos fortemente estirados. Localmente, tem-se a presença de faixas de milonitos,
ultramilonitos e cataclasitos de origem diversa, em grande parte recristalizados.
A legenda utilizada no mapa de unidades litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul foi
bgx, cujas descrições litológicas possuem correspondência com três dos quatro conjuntos
litológicos do Grupo Açungui, descritos por Chieregati et alii (1982), assim como com as
descrições de rochas miloníticas apresentadas por Bistrichi et alii (1990).
109
Fazendo-se uma análise conjunta com as morfoestruturas, verifica-se que a faixa mais extensa dessa
subzona está, de modo geral, sob a influência de morfoestruturas sinformais com alternância de
antiformas, com seus eixos maiores orientados, em geral, para o quadrante nordeste. Dessas
estruturas, as sinformas são mais abrangentes e atuantes.
Ao longo dessa faixa mais extensa, tem-se a presença de duas estruturas braquissinformais, uma,
maior, localizada a nordeste da cidade de Redenção da Serra, e a outra, menor, ao norte da cidade
de Catuçaba.
Outro fato interessante verificado é a constante orientação dos fechamentos dos eixos maiores; no
caso das sinformas é para o rumo sul, enquanto que as antiformas estão direcionadas para o rumo
norte.
No caso da segunda faixa, existente no extremo nordeste da área estudada, a metade inferior da sua
extensão está sob a influência da borda meridional de uma grande morfoestrutura braquissinformal,
e de uma pequena morfoestrutura sinformal interrompida por uma zona de descontinuidade com
orientação noroeste e sem informações morfoestruturais. A outra metade superior dessa segunda
faixa, está sob a influência da borda setentrional de uma grande morfoestrutura braquiantiformal.
As unidades e coberturas de alteração intempéricas foram classificadas em uai alítica a
monossialítica e/ou de paragênese gibbsita a caulinita e cai Latossólica (para a faixa mais extensa),
e em uai monossialítica e/ou de paragênese caulinita e cai Latossólica-Podzólica (para a segunda
faixa dessa subzona geoambiental).
Associado a essas uai tem-se as unidades geopedológicas representadas na faixa mais extensa,
genericamente pela legenda PVaud(LVeus/ud), cuja predominância é de Podzólico Vermelho
Amarelo em regime údico, Tb, A moderado; na porção ocidental dessa faixa tem-se, também, a
ocorrência mais freqüente de Latossolo Vermelho Escuro tanto em regime údico como ústico, Tb,
A proeminente, Floresta Tropical Perenifólia e Subperenifólia.
Na segunda faixa dessa subzona tem-se o Podzólico Vermelho Amarelo em regime údico, Tb, A
proeminente e A moderado, Floresta Tropical Perenifólia e Subperenifólia (PVaud4). Na
extremidade nordeste dessa segunda faixa, tem-se associado, a ocorrência local de Cambissolo
latossolizado em regime údico, Tb, A proeminente, em relevo ondulado.
IV.6.5.2 - Subzona Ganisses e Quartzitos (SGNQ)
110
Basicamente, essa subzona está representada por uma extensa faixa com seus limites irregulares,
localizada no quadrante sudeste da área estudada, contendo em sua maior parte, o leito do rio
Paraibuna. Na região a sudoeste da cidade de Cunha foi individualizada uma pequena zona
homogênea, classificada como sendo também, dessa subzona.
Fisiograficamente corresponde à unidade individualizada como planalto médio, fortemente
dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (PmFdo).
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos caracterizados na extensa faixa são
representados por uma mediana densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo, tropia,
resistência à erosão e tonalidade de cinza na imagem TM-4 do Landsat utilizada; a ruptilidade tem a
intensidade mediana a alta, enquanto que a declividade média geral dessa faixa apresentou-se no
intervalo de intensidade baixa a média. Na pequena área dessa subzona, as propriedades são
equivalentes àquelas acima caracterizadas, diferindo na sua ruptilidade que é mediana a alta, na sua
declividade que é baixa a mediana e na tonalidade de cinza mediana.
Litologicamente essa subzona é constituída por rochas gnáissicas de feições texturais e
composicionais muito variáveis, contendo intercalações e/ou alternância de quartzitos, e em alguns
locais, níveis de micaxistos, quartzitos feldspáticos, rochas calcossilicatadas e metabasitos incluídos
na seqüência litológica. Para identificar essas litologias foi utilizada, no mapa de unidades
litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul, a legenda gnq. Basicamente, essa unidade
litológica corresponde a duas das seis associações litológicas do Complexo do Paraibuna,
destacadas no mapa geológico apresentado por Chieregati et alii (1982).
Na análise conjunta com o mapa morfoestrutural da área estudada, verificou-se que, de uma
maneira geral, os limites dessa subzona estão sob a influência de diversos terminais de
morfoestruturas antiformais. A influência de morfoestruturas sinformais foi observada somente em
três áreas, sendo duas no limite meridional da extensa faixa alongada, situadas a noroeste e a
nordeste da cidade de Ubatuba; a terceira sinforma foi identificada ao sul da serra do Alto Grande,
próximo da extremidade oriental da área de estudo. Das morfoestruturas assinaladas nessa subzona,
acredita-se que a região de sua extremidade sudoeste, assim como aquela área a noroeste de
Ubatuba, são as mais importantes, visto que os núcleos e os eixos maiores das antiformais ocorrem
plenamente na subzona geoambiental.
A unidade e cobertura de alteração intempérica foi classificada como uai monossialítica a
bissialítica e/ou de paragênese caulinita a montmorilonita e cai Podzólica-Cambissólica, e as
111
unidades geopedológicas predominantes são representadas por Cambissolo latossolizado em regime
údico, Tb, A moderado, Floresta Tropical Perenifólia (Clud1).
IV.6.5.3 - Subzona Biotita Gnaisses e Xistos (SGNX1, SGNX2)
Essa subzona foi individualizada em oito pequenas áreas, ao longo do limite setentrional dos
sedimentos da Bacia de Taubaté.
Das oito áreas delimitadas nessa subzona, somente uma área, situada além do limite setentrional da
Bacia de Taubaté, foi caracterizada com propriedades diferentes das demais, ou seja, com baixa
intensidade em quase todas propriedades analisadas (densidade de textura fotográfica, assimetria de
relevo, tropia, ruptilidade, resistência à erosão e declividade); somente a tonalidade na imagem TM-
4 do Landsat foi classificada como cinza média a clara.
As outras demais áreas dessa subzona, apresentaram-se com mediana a baixa intensidade nas
características de densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo, tropia, ruptilidade e
resistência à erosão. A declividade média geral foi considerada relativamente baixa, e a tonalidade
em imagem TM-4 foi, também, classificada como cinza média a clara.
Ocorrem, freqüentemente, como rochas muito alteradas, de coloração avermelhada e aspecto
xistoso. São constituídos, predominantemente, por biotita gnaisses com gradações para xistos
feldspáticos, biotita xistos e quartzo xistos, por vezes deformados (miloníticos). Localmente estão
migmatizados, exibindo estruturas estromatítica, “schlieren” e nebulítica.
Os biotita gnaisses geralmente são bandados, granatíferos, de grã fina a média. A textura,
geralmente, é granoblástica a granolepidoblástica com feldspato. Os biotita xistos, quartzo xistos e
xistos feldspatizados também são normalmente granatíferos com quantidade variável de moscovita,
e freqüentemente a sillimanita está presente (Bistrichi et alii, 1990).
Para representar essas litologias foi utilizada a legenda bx, as quais possuem correspondência com
as descrições de uma das subunidades do Complexo Embu, individualizadas por Bistrichi et alii
(1990).
Visto que as áreas individualizadas são relativamente pequenas e estreitas, somente nas regiões
contendo os limites centro-oeste e centro-norte, sofreram a influência de morfoestruturas. Dessa
forma, desde o limite centro-oeste até a região ao norte de Caçapava, tem-se influência de dois
pares alternados de morfoestruturas sinformais e antiformais, com seus eixos maiores orientados
112
para oeste-noroeste. Já na extremidade centro-norte da área de estudo, aproximadamente ao norte
das cidades de Aparecida e Guaratinguetá, tem-se a presença de duas morfoestruturas antiformais
concêntricas e contíguas.
As áreas situadas a sudoeste da longitude de Tremembé (SGNX2), foram classificadas como
unidades monossialíticas a bissialíticas de alteração intempéricas e/ou de paragênese caulinita a
montmorilonita e cai Podzólica-Cambissólica. Associado a essa uai tem-se as unidades
geopedológicas representadas, predominantemente por Cambissolo latossolizado em regime ústico,
Tb, A moderado, Floresta Tropical Subcaducifólia (Clus). Localmente em regiões com sistemas de
fraturamentos, pode-se ter a presença de Podzólico Vermelho Amarelo, como é o caso da região ao
norte de Tremembé.
As demais áreas situadas a nordeste dessa longitude (SGNX1), foram classificadas como
pertencentes à uai monossialíticas e/ou de paragênese caulinita e cai Latossólica-Podzólica. As
unidades geopedológicas presentes nessas áreas são representadas por Latossolo Vermelho Amarelo
em regime ústico, Tb, A proeminente e A moderado, Floresta Tropical Subcaducifólia (LVaus). Na
região ao norte de Aparecida e Guaratinguetá tem-se a ocorrência de Litossolo cambissolizado
saprolítico, Tb, A fraco, possivelmente devido aos núcleos de altos estruturais presentes no local.
IV.6.5.4 - Subzona Biotita Gnaisses Finos (SGNF)
Essa subzona está localizada na região central da área estudada, numa faixa alongada de
aproximadamente 30 quilômetros e orientada para nordeste, e corresponde à unidade fisiográfica
planalto médio, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (PmFdo).
Fotogeologicamente essa subzona foi caracterizada por uma densidade de textura fotográfica
mediana a alta, assimetria de relevo média a baixa e uma intensidade mediana para a tropia,
ruptilidade, resistência à erosão, declividade e tonalidade de cinza.
As rochas que compõem esta subzona são biotita gnaisses finos, homogêneos a bandados, com
porções mais quartzo-feldspáticas alternadas com outras mais xistosas (biotíticas) e de composição
predominante granito a granodiorito. Contém, predominantemente, plagioclásio em cristais
angulosos, e mais raramente, microclínio em meio a agregados granoblásticos quartzosos. Essas
rochas apresentam texturas com feições indicativas da ação de processos cataclástico-miloníticos
(zona de cisalhamento Alto da Fartura) e a sua principal diferença com os xistos adjacentes, com os
113
quais se associam, está na maior quantidade de plagioclásio e na maior incidência de K-feldspato
(Bistrichi et alii, 1990).
A legenda utilizada para representar essa unidade litológica foi bgf, e tanto a sua distribuição como
a descrição litológica possui correspondência com uma das subunidades do Complexo Embu
(Bistrichi et alii, 1990).
Apesar das dimensões, relativamente reduzidas, especialmente nos dois terços a sudoeste da faixa
delimitada, observa-se uma certa influência de uma ampla morfoestrutura sinformal, abortada em
sua borda sul pela zona de cisalhamento Alto da Fartura. Já o terço nordeste dessa faixa está sob a
influência de parte da borda sul de uma pequena braquiantiforma. Acredita-se que a influência da
zona de cisalhamento tenha sido bastante importante, visto que se identificou uma região de
discordância morfoestrutural bastante acentuada.
Essa subzona geoambiental foi determinada como de uai monossialítica a bissialítica e/ou de
paragênese caulinita a montmorilonita e cai Podzólica-Cambissólica. A unidade geopedológica é
representada por Podzólico Vermelho Escuro em regime údico, Tb, A moderado, Floresta Tropical
Subperenifólia (PVeud1); o relevo é suave ondulado na metade sudoeste da faixa delimitada,
enquanto que na outra metade tem-se o relevo mais movimentado ou mais dissecado.
IV.6.5.5 - Subzona Biotita Gnaisses Bandados (SGNB1, SGNB2)
Essa subzona encontra-se representada por duas áreas alongadas e irregulares, localizadas na região
de Aparecida-Guaratinguetá, e na porção central da área de estudo, desde a região ao sul da cidade
de Jambeiro e passando por Lagoinha e Cunha.
As duas áreas alongadas possuem seu extremo nordeste, além do limite oriental do polígono
estudado.
As duas faixas possuem em comum as propriedades de densidade de textura fotográfica, ruptilidade
e resistência à erosão, com intensidade mediana para todas elas. A faixa menor situada na região de
Aparecida-Guaratinguetá (SGNB2), apresenta um relevo menos dissecado, se comparado com a
outra faixa mais extensa (SGNB1). Aquela faixa foi caracterizada, além daquelas propriedades
fotogeológicas e fatores fotolitológicos em comuns, com uma intensidade mediana a baixa na
assimetria de relevo e na tropia. Já a declividade média nessa faixa foi classificada como baixa,
enquanto que a tonalidade apresentada em imagem TM-4 utilizada foi de cinza média a clara.
114
A faixa mais extensa foi caracterizada adicionalmente àquelas em comuns entre as duas faixas, pela
assimetria de relevo, tropia e a tonalidade de cinza com intensidade mediana; somente a declividade
média nessa faixa foi considerada como sendo mediana a baixa.
Em ambas as faixas o domínio litológico é representado por biotita gnaisses, freqüentemente
granatíferos, parcialmente migmatizados. Ocorrem sistematicamente intercalados com biotita
xistos, quartzo xistos e granada-biotita xistos. É muito comum a presença de bolsões pegmatíticos
por toda área de ocorrência da unidade. Os gnaisses apresentam composição variável de
monzogranítica a tonalítica. A legenda litológica utilizada foi representada pelas letras bgb e a sua
descrição corresponde com a subunidade “gnaisses bandados” do Complexo Embu (Bistrichi et alii,
1990).
Fazendo-se a análise das linhas de formas não-cotadas e delineadas no mapa de morfoestruturas da
região do alto-médio Paraíba do Sul, observa-se que a faixa situada na região de Aparecida-
Guaratinguetá (SGNB2) tem uma predominância de morfoestruturas sinformais, de forma geral
amplas e com seus eixos maiores orientados para norte-noroeste.
Na outra faixa cuja extensão é mais alongada (SGNB1), na região entre a longitude de Redenção da
Serra e Lagoinha, tem-se a intercalação de diversas morfoestruturas ovaladas antiformais e
sinformais, com seus eixos maiores oscilando numa orientação entre norte-noroeste e norte-
nordeste.
Já, no extremo sudoeste dessa faixa (região situada a noroeste da cidade de Redenção da Serra),
assim como na porção da faixa situada à nordeste da cidade de Lagoinha, as morfoestruturas
assumem uma forma alongada e estreita, normalmente orientadas de acordo com os limites da faixa,
ou seja, leste-oeste e nordeste, respectivamente. De modo geral, nessa faixa tem-se a ocorrência
alternada de morfoestruturas alongadas antiformais e sinformais.
Quanto às unidades e coberturas de alteração intempéricas, na faixa situada na região de Aparecida-
Guaratinguetá (SGNB2) a uai foi classificada como monossialítica a bissialítica e/ou de paragênese
caulinita a montmorilonita e cai Podzólica-Cambissólica. Geopedologicamente é representada por
Podzólico Vermelho Amarelo em regime údico, Tb, A moderado e A proeminente, Floresta
Tropical Subperenifólia (PVeud1). Localmente, como na região a sudeste da cidade de
Guaratinguetá, tem-se a ocorrência de Cambissolo em relevo suave ondulado.
Na outra faixa mais extensa e alongada (SGNB1), a uai foi classificada como monossialítica e/ou
de paragênese caulinítica e cai Latossólica-Podzólica, associado a unidade geopedológica
115
representada por Latossolo Vermelho Escuro em regime údico, Tb, A proeminente, Florestas
Tropical Perenifólia e Tropical Subperenifólia (LVeud1).
IV.6.5.6 - Subzona Gnaisses e Migmatitos Blastomiloníticos (SGNM)
Essa subzona foi delimitada na vertente meridional da serra da Mantiqueira, numa faixa única,
irregular, de aproximadamente 40 quilômetros de extensão e 6 a 7 quilômetros de largura, situada
ao sul da cidade de Campos do Jordão e orientada na direção nordeste. Fazendo-se uma relação com
o mapa de unidades fisiográficas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo I), verifica-se que
existe uma correlação com a unidade planalto alto, fortemente dissecado e com feições
texturais/estruturais de “escarpas em anfiteatros” (PaFdc).
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos dessa subzona foram caracterizados pela
alta intensidade de densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo, resistência à erosão e
declividade média. Tanto a tropia como a ruptilidade apresentaram-se com mediana intensidade,
enquanto que a tonalidade na imagem TM-4 utilizada foi considerada de cinza média a escura.
A descrição litológica corresponde aos gnaisses e migmatitos blastomiloníticos do Complexo
Paraíba do Sul (Bistrichi et alii, 1990), cujos litotipos mais freqüentes são biotita gnaisses graníticos
e granodioríticos, porfiroclásticos, por vezes granatíferos, em geral com bandas centimétricas de
composição anfibolítica.
Trata-se de rocha bandada, constituída por porfiroclastos subcentimétricos ou centimétricos de
feldspatos em matriz granoblástica, quartzo-feldspática, finamente bandada, com teores variáveis
em biotita, normalmente menores que 10%. Localmente, ocorrem rochas de composição
intermediária, como por exemplo, biotita gnaisses monzodioríticos blastomiloníticos e intercalações
de biotita-hornblenda gnaisses tonalíticos, hornblenda-granada gnaisses, biotita anfibolitos,
anfibolitos e quartzitos sacaróides. A legenda litológica utilizada para essa subzona foi gmb.
O domínio dessa subzona no mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul
(Anexo IV), corresponde a uma influência quase dominante de morfoestruturas sinformais, com
exceção da porção intermediária da faixa de ocorrência dessa subzona, que é dominada por uma
ampla morfoestrutura antiformal, aproximadamente ovalada, com seu eixo maior orientado para
norte-noroeste e fechamento das morfoestruturas no quadrante norte-noroeste.
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A uai é monossialítica e/ou de paragênese caulinita e cai Latossólica-Podzólica, associado
geopedologicamente com Cambissolo em regime údico, Tb, A moderado, Floresta Tropical
Perenifólia (Cud2) em relevo escarpado em anfiteatro. Localmente, tem-se a presença de Latossolo
Vermelho Amarelo, principalmente em área com influência de descontinuidade estrutural, como
aquela na extremidade nordeste dessa subzona.
IV.6.5.7 - Subzona Biotita Gnaisses Granodioríticos (SGND1, SGND2)
Essa subzona foi identificada em duas áreas no quadrante noroeste do polígono de estudo, sendo
que a maior faixa (SGND1) contém a cidade de Campos do Jordão, e a outra de dimensões relativas
menores (SGND2), encontra-se situada na extremidade sudoeste da subzona anterior (Gnaisses e
Migmatitos Blastomiloníticos).
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos predominantes são representados por
uma intensidade mediana na densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo, tropia,
ruptilidade, resistência à erosão e declividade média; somente a tonalidade de cinza na imagem
TM-4 utilizada foi classificada como mediana a escura. Na região sudeste de Campos do Jordão,
essas propriedades e fatores foram um pouco diferenciados em sua intensidade, ou seja, com
intensidade mediana a baixa na densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo, tropia e
ruptilidade, assim como a tonalidade corresponde ao cinza médio; os outros fatores fotolitológicos
(resistência à erosão e declividade média) ficaram constantes ou semelhantes aos anteriores.
A segunda área identificada nessa subzona apresentou-se com densidade de textura fotográfica,
ruptilidade, resistência à erosão e tonalidade com intensidade mediana; tanto a assimetria de relevo
como a tropia teve uma intensidade mediana a baixa, enquanto que a declividade média dessa área
foi baixa.
A descrição litológica corresponde à biotita gnaisses graníticos e granodioríticos, mesocráticos e
bandados, que passam gradualmente para variedades com bandeamento difuso, e porções bastante
homogêneas com freqüentes níveis inequigranulares com porfiroclastos lenticulares a ovalados e
subcentimétricos de K-feldspatos. Esses litotipos, no geral são moderadamente deformados e
apresentam texturas protomiloníticas e miloníticas. A legenda utilizada no mapa de unidades
litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo II), para representar essa unidade
litológica foi bgn e a sua descrição corresponde aos biotita gnaisses do Complexo Paraíba do Sul
(Bistrichi et alii, 1990).
117
No planalto de Campos do Jordão, a intensa alteração intempérica torna difícil a identificação dos
litotipos, os quais se apresentam com aspecto xistoso.
A região ao norte de Campos do Jordão apresenta características morfoestruturais de antiformas
com eixos maiores orientados para nordeste e fechamentos de suas morfoestruturas para sudoeste; a
morfoestrutura antiformal mais setentrional encontra-se interrompida por uma descontinuidade
nordeste.
Na região ao sul de Campos do Jordão, como pode ser observado no mapa de morfoestruturas da
região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo IV), tem-se a presença de uma extensa morfoestrutura
sinformal, com seu eixo maior orientado para nordeste, e também com o fechamento das
morfoestruturas para nordeste.
Já a área situada mais ao sul, na extremidade da subzona anterior, as morfoestruturas são
monoclinais com caimento para sul.
A uai predominante é alítica a monossialítica e/ou de paragênese gibbsita a caulinita e cai
Latossólica, associado a unidade geopedológica em regime perúdico, Podzólico Vermelho Escuro,
Tb, A húmico, Floresta Tropical Perúmida (PVepr), em área com fisiografia de planalto alto,
moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (Pamdo), devido à
influência da falha do Paiol Grande. Tem-se localmente, nessa região a influência de processos
latossólicos, devido à presença de fraturamentos.
Uma segunda uai é representada pela característica bissialítica e/ou de paragênese montmorilonita e
cai Podzólica, característica essa estendida e associada a outras duas faixas alongadas e situadas na
base das escarpas da serra da Mantiqueira.
Essa associação de mesma uai possui as mesmas unidades geopedológicas, porém litologias
diferentes. Dessa forma, as unidades geopedológicas predominantes nessa associação são
representadas por Podzólico Vermelho Escuro em regime ústico, Tb, A proeminente, Floresta
Tropical Subcaducifólia (PVeus2), em área com fisiografia de planalto baixo, moderadamente
dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (Pbmdn). A litologia dessas outras duas
faixas alongadas e associadas é representada por migmatitos estromatíticos e biotita gnaisses
bandados.
IV.6.5.8 - Subzona Biotita Gnaisses Migmatizados (SGNZ1, SGNZ2)
118
Essa subzona foi identificada em duas regiões, correspondentes a duas faixas alongadas e estreitas,
situadas nas vertentes meridionais da serra do Jambeiro (faixa sudoeste, SGNZ2) e na extremidade
sudoeste da serra do Quebra-Cangalha (a sudeste de Taubaté, SGNZ1).
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos comuns às duas faixas alongadas são a
densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo, tropia e resistência à erosão, com intensidade
mediana para todas essas propriedades. A ruptilidade na faixa sudoeste é mediana a alta enquanto
que na outra faixa, essa intensidade é mediana a baixa. Essa última intensidade foi dimensionada
para a declividade média da segunda faixa, enquanto que tanto a declividade da faixa sudoeste
como a tonalidade de cinza da segunda faixa é mediana. A tonalidade da faixa sudoeste, na imagem
TM-4 utilizada, apresentou-se em cinza médio a claro.
Os tipos litológicos predominantes nessa subzona são gnaisses bandados, por vezes migmatizados,
e migmatitos de estruturas diversas (desde bandada até as mais homogêneas, nebulíticas), nos quais
aparecem com freqüência “boudins” anfibolíticos, calcossilicáticos e quartzíticos, além de lentes de
xistos. Intrusões pegmatíticas aparecem esparsas. Os litotipos gnáissicos e migmatíticos dessa
subzona são de composição, predominantemente granítica a granodiorítica. A legenda litológica
utilizada para essa subzona foi bgm e a sua descrição foi baseada na principal unidade
individualizada do Complexo Paraíba do Sul, conforme a concepção de Bistrichi et alii (1990).
A faixa sudoeste dessa subzona (SGNZ2) encontra-se afetada pela zona de cisalhamento Serra do
Jambeiro, enquanto que a segunda faixa (SGNZ1) está afetada pela falha do Alto da Fartura.
A influência predominante de morfoestruturas é devido à presença, de pequenas sinformas ovaladas
com seus eixos maiores orientados para norte, nas regiões centrais e nordeste da faixa sudoeste; no
extremo sudoeste dessa faixa tem-se a influência de uma única antiforma.
A segunda faixa não apresenta influência de morfoestruturas anômalas; as linhas de formas não-
cotadas apresentam uma disposição monoclinal com caimento para norte-noroeste, devido à forte
influência da descontinuidade representada pela falha do Alto da Fartura.
A faixa sudoeste dessa subzona (SGNZ2) foi classificada como pertencente à unidade bissialítica de
alteração intempérica e/ou de paragênese montmorilonita e cai Podzólica, com associação de
Podzólico Vermelho Escuro em regime údico, Tb, A proeminente, Floresta Tropical Perenifólia
[PVeud(PVaus)] em área de planalto baixo, fortemente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (PbFdo). Na porção ocidental dessa faixa tem-se o Podzólico
119
Vermelho Amarelo em regime ústico, Tb, A fraco, Floresta Tropical Subcaducifólia, com presença
de importantes feixes de fraturas e relevo ondulado a suave ondulado.
A outra faixa situada a sudeste de Taubaté (SGNZ1) foi classificada como unidade monossialítica a
bissialítica de alteração intempérica e/ou de paragênese caulinita a montmorilonita e cai Podzólica-
Cambissólica, associada com Podzólico Vermelho Escuro em regime údico, Tb, A proeminente,
Floresta Tropical Perenifólia (PVeud1), em área de planalto médio, fortemente dissecado e com
feições texturais/estruturais orientadas (PmFdo).
IV.6.5.9 - Subzona Gnaisses com Charnoquitos (SGNH1, SGNH2)
Esta subzona constitui-se numa faixa alongada na região costeira, bordejando as águas do litoral
norte do estado de São Paulo, e recobertas por sedimentos atuais e subatuais marinhos, flúvio-
marinho-lacustre e depósitos de mangue.
Fisiograficamente tem a predominância de planalto muito baixo, moderadamente dissecado e com
feições texturais/estruturais não-orientadas (Pmbmdn) na subzona Gnaisses com Charnoquitos
(SGNH2). Localmente, tem-se uma única área (SGNH1), na representação do presente estudo, com
a fisiografia classificada em planície de erosão litorânea com morros isolados (pel/isolado).
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos característicos dessa subzona foram
definidos pela densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo, ruptilidade, resistência à
erosão e declividade média, todas com intensidade baixa a mediana. Somente a tropia da subzona
foi baixa e a tonalidade foi de cinza média a clara.
A descrição litológica dessas subzonas é única e foi baseada nas descrições efetuadas por Almeida
et alii (1981), a qual são constituídas por granulitos em bolsões, faixas e núcleos esparsos,
representados de uma maneira geral, por piroxênio granulitos, granulitos quartzo-feldspáticos,
kinzigitos, charnoquitos e rochas granito gnáissicas a hiperstênio, localmente migmatizadas,
incluindo anfibolitos e serpentinitos associados. A legenda utilizada foi ch e corresponde a uma das
unidades do Complexo Costeiro.
As linhas de formas não-cotadas puderam configurar morfoestruturas, na região imediatamente a
oeste de Ubatuba, com a presença de um par alternado de antiforma e sinforma, com seus eixos
maiores orientados para nordeste.
120
A uai é representada pela monossialítica a bissialítica e/ou de paragênese caulinita a
montmorilonita e cai Podzólica-Cambissólica, associada a Podzólico Vermelho Amarelo em regime
údico, Tb, A moderado, Floresta Tropical Perenifólia (PVaud1).
IV.6.6 - ZONA GEOAMBIENTAL ECTINITOS SÍLTICO-ARGILOSAS (ZGEC)
A zona geoambiental Ectinitos Síltico-Argilosas (ZGEC) foi caracterizada na região entre os rios
Paraitinga e Paraibuna, em três áreas irregulares, freqüentemente em zonas com “trends” de fraturas
e em níveis topográficos elevados. Fisiograficamente, essa zona geoambiental está localizada na
unidade denominada planalto alto, moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais
orientadas (Pamdo).
Todas as três áreas dessa zona geoambiental foram classificadas segundo as mesmas propriedades
fotogeológicas e fatores fotolitológicos. Dessa forma, tanto a densidade de textura fotográfica,
como também a assimetria de relevo, a tropia, a resistência à erosão e a declividade, apresentaram-
se com uma intensidade baixa a mediana em seus elementos de relevo e drenagem; já a ruptilidade
dessa zona foi classificada com médio fraturamento e a tonalidade observada em imagem TM-4
utilizada, foi de cinza médio.
O domínio litológico é representado por uma associação predominante de micaxistos, com
participação subordinada de quartzitos, metarcósios e rochas calcossilicatadas, os quais se
intercalam compondo um bandeamento conspícuo. São ainda observadas intercalações de termos
francamente gnáissicos (paragnaisses); também são incluídos nesse domínio litológico, os materiais
síltico-argilosos de coloração variegada e xistosidade incipiente. Utilizou-se da sigla re para
representar essa associação litológica, no mapa de unidades litológicas da região do alto-médio
Paraíba do Sul (Anexo II), e essas descrições correspondem a uma das seis associações
constituintes do Complexo do Paraibuna (Chieregati et alii, 1982).
Através da análise no mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo IV),
verifica-se que essa zona geoambiental, de modo geral está sob a influência de morfoestruturas
antiformais, com localizadas e tênues influências de pequenas sinformas. Fato interessante é a
morfoestrutura antiformal, existente na região ao norte de Natividade da Serra, que se apresenta
com a superposição de regimes de esforços tectônicos, compressivos, inicialmente na direção norte-
sul, e posteriormente na direção leste-oeste, possivelmente contemporâneos às zonas de
cisalhamentos de Taxaquara, Cubatão, Natividade da Serra.
121
A uai foi classificada como alítica e/ou de paragênese gibbsita e cai Latossólica. Associado tem-se
a predominância de Latossolo Vermelho Amarelo em regime perúdico, Tb, A proeminente, Floresta
Tropical Perenifólia (LVapr1), com “trends” de fraturamentos.
IV.6.7 - ZONA GEOAMBIENTAL XISTOS E GNAISSES (ZGXG1, ZGXG2, ZGXG3)
A zona geoambiental Xistos e Gnaisses foi identificada na região da serra da Mantiqueira e
delimitada em três áreas:
A primeira (ZGXG2) está situada no topo da região de escarpas da serra da Mantiqueira, logo ao sul
da cidade de Campos do Jordão; essa área encontra-se interrompida pela cobertura de
metaconglomerados existente na região do Parque Estadual de Campos do Jordão.
A segunda área (ZGXG1) está situada na região da cidade de Santo Antônio do Pinhal, estendendo-
se para sudoeste.
A última área (ZGXG3) foi delimitada na extremidade centro-oeste do polígono estudado, situando-
se na vertente noroeste das serras do Palmital e da Prefeitura.
De acordo com o mapa de unidades fisiográficas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo I),
a primeira área encontra-se na unidade planalto muito alto, fortemente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (PmaFdo); a segunda área encontra-se na unidade fisiográfica de
planalto alto, fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (PaFdn),
também conhecido como “mar de morros”; e a terceira e última área, encontra-se em região de
planalto baixo, moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (Pbmdo).
As intensidades do grau e ordem de estruturação das propriedades fotogeológicas e fatores
fotolitológicos das três áreas foram classificadas de modo diferente entre si. Dessa forma, a
primeira área (ZGXG2) que ocupa, à semelhança da zona geoambiental metaconglomerados, o
ponto altimétrico máximo da área de estudo, atingindo cotas superiores a 2.000 metros, foi
classificada por uma mediana intensidade na densidade de textura, assimetria de relevo, tropia,
ruptilidade e resistência à erosão; somente a declividade média foi classificada como baixa e numa
tonalidade de cinza média.
A densidade de textura fotográfica com intensidade mediana a baixa e a tonalidade de cinza média a
clara, foram as propriedades fotogeológicas comuns tanto para a segunda como para a terceira área
dessa zona geoambiental. As outras características classificadas para a segunda área (ZGXG1),
122
apresentaram-se com mediana intensidade na assimetria de relevo, na resistência à erosão e na
declividade média; as propriedades de tropia e ruptilidade dessa segunda área foram classificadas
como mediana a baixa.
Na terceira área dessa zona (ZGXG3), a assimetria de relevo e a resistência à erosão foram
classificadas com intensidade mediana a baixa, enquanto que tanto a tropia como a ruptilidade
apresentaram-se com mediana intensidade, em uma área com declividade baixa.
Apesar da diversidade de propriedades fotogeológicas e fatores fotolitológicos verificados nas três
áreas dessa zona geoambiental, o domínio litológico é único e representado por mica-quartzo xistos,
xistos feldspatizados, gnaisses, gnaisses migmatizados e milonitizados, biotita-quartzo xistos,
biotita gnaisses tonalíticos e granodioríticos, gnaisses bandados. A maior parte dos afloramentos
dos litotipos dessa zona geoambiental encontram-se intemperizados e miloníticos. Para a
representação cartográfica desse domínio litológico utilizou-se da sigla xgn, e corresponde a uma
das unidades do Complexo Embu (Bistrichi et alii, 1990).
Fazendo-se a análise do mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo
IV), verifica-se que a primeira área dessa zona geoambiental (ZGXG2) encontra-se praticamente ao
longo do núcleo de uma extensa morfoestrutura antiformal, cujo eixo principal está orientado para
sudoeste, inclusive o fechamento das suas linhas de formas não-cotadas. A segunda área dessa zona
(ZGXG1), também se encontra numa região de uma morfoestrutura alongada antiformal, cujo eixo
está localizado na serra da Mantiqueira, por onde se tem a zona de cisalhamento Jundiuvira. A
terceira área (ZGXG3) encontra-se parcialmente diferenciada em seus aspectos morfoestruturais,
em relação às outras duas áreas dessa zona, devido à presença de duas pequenas e adjacentes
morfoestruturas sinformais, com seus eixos principais e o fechamento das linhas de formas
orientadas para leste-sudeste; a região do limite sudoeste dessa terceira área encontra-se no núcleo
de uma morfoestrutura antiformal com seu eixo principal orientado para sudoeste.
As uai estão diretamente relacionadas com as morfoestruturas, ou seja, que nas áreas primeira e
segunda, a presença das morfoestruturas antiformais aceleraram ou favoreceram, respectivamente a
constituição de unidades alíticas (e/ou de paragênese gibbsita e cai Latossólica) e monossialítica
(e/ou de paragênese caulinita e cai Latossólica-Podzólica); ambas uai estão associadas a Latossolo
Vermelho Amarelo, com características próprias relacionadas à efetividade da precipitação dos
ambientes climáticos predominantes das áreas individualizadas.
123
Dessa forma, na primeira área, o Latossolo Vermelho Amarelo é de regime perúdico, Tb, A húmico,
de Campo Subtropical Perúmido, vegetação altimontana (LVapr2). Já na segunda área dessa zona o
Latossolo Vermelho Amarelo é de regime údico, com Tb, possível A proeminente, Floresta
Tropical Perenifólia (LVaud2).
A terceira área individualizada nessa zona foi classificada como uma uai monossialítica a
bissialítica e/ou de paragênese caulinita a montmorilonita e cai Podzólica-Cambissólica, associada
a Cambissolo latossolizado em regime údico, Tb, A proeminente, Floresta Tropical Perenifólia
(Clud3).
IV.6.8 - ZONA GEOAMBIENTAL MIGMATITOS (ZGMG)
A zona geoambiental Migmatitos é constituída por cinco subzonas denominadas de: Migmatitos
Estromatíticos com Paleossoma Xistoso, Migmatitos Estromatíticos e Gnaisses, Migmatitos
Estromatíticos com Neossoma Tonalítico, Migmatitos Estromatíticos ou Gnaisses Bandados e
Migmatitos Policíclicos Homogêneos com Charnoquitos.
IV.6.8.1 - Subzona Migmatitos Estromatíticos com Paleossoma Xistoso (SMGX)
Essa subzona é representada por uma única faixa alongada, situada na porção central do polígono
estudado. Essa faixa foi delimitada na vertente meridional das serras da Bandeira, da Boa Vista, do
Macuco, Fria ou dos Forrós e da Usina; essas últimas três serras constituem em conjunto, parte da
serra do Quebra-Cangalha. O limite sul dessa subzona coincide com a falha de Santa Rita.
Fisiograficamente corresponde à unidade planalto alto, fortemente dissecado e com feições
texturais/estruturais orientadas (PaFdo).
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos dessa subzona foram caracterizados por
uma intensidade mediana a alta na densidade de textura fotográfica, tropia, ruptilidade e
declividade; tanto a assimetria de relevo como a resistência à erosão foi caracterizada por uma
mediana intensidade. Todas essas propriedades em conjunto, resultam em uma tonalidade, em
imagem TM-4 utilizada, de cinza médio a escuro.
A litologia predominante dessa subzona é constituída por migmatitos heterogêneos (terminologia de
caráter descritivo para aqueles de paleossoma essencialmente xistoso), com estruturas bandadas, e
localmente, com estruturas dobradas. É característica desses migmatitos a presença de bandas
124
melanocráticas xistosas, alternadas com bandas quartzo-feldspáticas. O paleossoma micáceo
apresenta raros porfiroblastos feldspáticos esparsos, e é comum a observação de migmatização, nas
imediações de corpos graníticos, devido a injeção de veios pegmatíticos. De uma forma geral,
também ocorrem quartzitos, geralmente micáceos. A legenda utilizada para representar essas
litologias dessa subzona foi mex, e possui correspondência com os migmatitos do Complexo Embu,
conforme Sobreiro Neto et alii (1983).
Na análise das morfoestruturas, essa subzona corresponde, parcialmente, ao extenso núcleo de uma
estrutura braquissinformal, cujo eixo está orientado para nordeste.
A uai é monossialítica a bissialítica e/ou de paragênese caulinita a montmorilonita e cai Podzólica-
Cambissólica, associado à predominância de Cambissolo em regime údico, Tb, A proeminente,
Floresta Tropical Perenifólia (Cud1).
IV.6.8.2 - Subzona Migmatitos Estromatíticos e Gnaisses (SMGG1, SMGG2)
Essa subzona foi identificada na base das escarpas da vertente meridional da serra da Mantiqueira, e
está representada em três áreas localizadas ao norte de Guaratinguetá-Aparecida,
Pindamonhangaba, e Taubaté-Caçapava, extrapolando os limites ocidentais do polígono estudado.
De acordo com o mapa de unidades fisiográficas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo I),
as tres áreas dessa subzona encontram-se em região de planalto médio, fortemente dissecado e com
feições texturais/estruturais orientadas (PmFdo).
Por meio da análise do arranjo textural de elementos de relevo e drenagem, foi possível fazer-se a
caracterização fotogeológica dessa subzona através da densidade de textura fotográfica, assimetria
de relevo e resistência à erosão, todas com grau e ordem de estruturação mediana a alta. Já, tanto a
tropia como a ruptilidade apresentaram-se com intensidade mediana, enquanto que a declividade
média geral nessa subzona foi classificada como mediana a baixa. Tanto essas propriedades
fotogeológicas como esses fatores fotolitológicos em conjunto, foram observados na imagem TM-4
do Landsat e apresentaram-se numa tonalidade de cinza mediana a clara.
A região das serras da Buquira, Trabiju e da Fazendinha, a nordeste de Monteiro Lobato, foi
caracterizada por uma forma de relevo mais arrasada, e representada pelas propriedades de
densidade de textura fotográfica, ruptilidade, resistência à erosão, declividade e tonalidade, todas
125
com intensidade mediana. Somente a assimetria de relevo e a tropia da região foi classificada como
de intensidade mediana a alta.
A descrição litológica foi baseada em Bistrichi et alii (1990) e corresponde aos migmatitos e
gnaisses do Complexo Embu. São representados por migmatitos com estruturas bastante variadas,
desde muito homogêneas, “schlieren” e nebulíticas, passando para termos bandados. Nos
migmatitos bandados, o leucossoma é quartzo-feldspático, esbranquiçado, as vezes róseo, de
granulação média a grossa. Basicamente, o mesossoma desses migmatitos, é constituído por biotita
gnaisses bandados com gradação para biotita xistos feldspáticos e biotita-quartzo xistos, de
granulação fina a média. A legenda utilizada para representar esse domínio litológico foi meg.
Observando-se o mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo IV),
verifica-se que a faixa mais nordeste dessa subzona, em conjunto com as outras unidades
adjacentes, devido a sua relativa estreita faixa, encontra-se numa área de influência de uma extensa
e ampla morfoestrutura sinformal, com seu eixo maior orientado para norte-noroeste, desde os
limites setentrionais da cidade de Guaratinguetá até os limites entre os sedimentos da Bacia de
Taubaté com as rochas do seu embasamento. Nessa região, o eixo maior dessa morfoestrutura sofre
uma bifurcação, com um de seus subeixos seguindo rumo para norte, enquanto o outro acompanha a
orientação das estruturas regionais, no caso, para o rumo oeste-sudoeste.
A região centro-nordeste da segunda faixa dessa subzona, de conformação mais estreita e alongada,
sofre pequena influência da borda de uma ampla morfoestrutura antiformal, com seu eixo maior
orientado para noroeste.
A terceira área situada ao norte de Taubaté-Caçapava encontra-se sob a influência direta de
morfoestruturas antiformais, principalmente na sua região centro-ocidental; os eixos maiores dessas
morfoestruturas estão orientados na direção nordeste.
Essa subzona sob ponto de vista de uai, foi classificada em bissialítica e/ou de paragênese
montmorilonita e cai Podzólica (SMGG2), e em monossialítica a bissialítica e/ou de paragênese
caulinita a montmorilonita e cai Podzólica-Cambissólica (SMGG1). A primeira uai já foi discutida
na subzona Biotita Gnaisses Granodioríticos.
A uai monossialítica a bissialítica dessa terceira área, está associada à predominância de Podzólico
Vermelho Escuro latossolizado em regime údico, Tb, A fraco, Floresta Tropical Subperenifólia
(PVelud). Localmente, tem-se a presença de Podzólico Vermelho Escuro, Tb, A moderado,
provavelmente associado à região com pequena morfoestrutura sinformal.
126
A outra área com uai bissialítica (SMGG2) encontra-se associada à predominância de Podzólico
Vermelho Escuro em regime údico (PVeud2), Tb, A proeminente, Floresta Tropical
Subcaducifólia.
IV.6.8.3 - Subzona Migmatitos Estromatíticos com Neossoma Tonalítico (SMGT)
Essa subzona foi delimitada no quadrante noroeste do polígono estudado, situando-se ao norte da
zona de cisalhamento Jundiuvira (na região da cidade de Monteiro Lobato) até ao norte da cidade
de São Bento do Sapucaí; os limites orientais dessa subzona chegam nas imediações da cidade de
Campos do Jordão, e os limites ocidentais, excedem os limites do polígono estudado.
De acordo com o mapa de unidades fisiográficas essa subzona foi associado a planalto médio,
moderadamente dissecado e com feições texturais/estruturais orientadas (Pmmdo).
Essa subzona apresenta, de uma maneira generalizada, com relevo bastante arrasado e formas
positivas arredondadas. Apesar da existência de propriedades fotogeológicas e fatores
fotolitológicos, localmente diferenciados, essa subzona pode ser classificada pela predominância de
densidade de textura fotográfica e ruptilidade com intensidade mediana, enquanto que a assimetria
de relevo, a tropia e a resistência à erosão apresentaram-se com intensidade mediana a baixa. A
declividade representativa dessa subzona foi classificada como baixa e a tonalidade geral foi
identificada como sendo mediana a clara.
O domínio litológico dessa subzona é representado por migmatitos e gnaisses freqüentemente com
sillimanita e muita granada. Os migmatitos apresentam estruturas, predominantemente
estromatíticas e localmente dobradas. O leucossoma é granodiorítico a granítico e de granulação
média; o melanossoma é rico em biotita, com sillimanita; e o mesossoma é cinzento e de biotita
gnaisses tonalíticos a granodioríticos, de granulação fina a média.
Localmente, os migmatitos estromatíticos gradam para tipos cinzentos de granulação média, com
estrutura “schlieren” ou difusamente bandada, e para biotita gnaisses com granulação fina a média,
homogêneos, cinzentos e com raros megacristais de K-feldspatos. Ainda nesse domínio de
migmatitos, foi reconhecido por Bistrichi et alii (1990), a presença de encraves de granulitos
intermediários em migmatitos estromatíticos dobrados, de cores cinzentas e marrons, isótropas e
ligeiramente orientados ou bandadas e discordantes dos migmatitos.
127
Utilizou-se da legenda met para representar esse domínio litológico dessa subzona, no mapa de
unidades litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo II). Essa descrição litológica
corresponde à unidade individualizada como migmatitos estromatíticos do Complexo Paraíba do
Sul (Bistrichi et alii, 1990).
O mapa morfoestrutural evidencia nessa subzona a presença alternada de morfoestruturas
sinformais e antiformais, sendo que as primeiras apresentam-se mais atuantes e amplas, chegando-
se até à conformação de dois braquissinformas, localizadas entre as cidades de Sapucaí Mirim e
Campos do Jordão. Os eixos principais dessas morfoestruturas estão orientados para a direção leste-
nordeste. As antiformas presentes nessa subzona são de dimensões relativas bem menores e
encontram-se localizados entre duas sinformas seqüenciais.
Visto que essa subzona apresenta-se com diversidade tanto em seus componentes litológicos como
de formas de relevo, possivelmente devem coexistir diversas unidades de alteração intempéricas, no
entanto, a predominância é a uai monossialítica a bissialítica e/ou de paragênese caulinita a
montmorilonita e cai Podzólica-Cambissólica, associado com o predomínio de Podzólico Vermelho
Amarelo em regime údico, Tb, A moderado, Floresta Tropical Subperenifólia (PVaud).
IV.6.8.4 - Subzona Migmatitos Estromatíticos ou Gnaisses Bandados (SMGB)
Essa subzona foi individualizada na região correspondente ao topo das escarpas festonadas da serra
do Mar, em quatro faixas alongadas e com limites irregularmente delineados. Os limites
meridionais são realizados com a subzona Granitos Gnáissicos Finos, e os limites setentrionais são
feitos com a extensa subzona Gnaisses e Quartzitos.
O mapa de unidades fisiográficas assinala para essa subzona, a predominância de planalto baixo,
fortemente dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas (PbFdn), também
conhecidas como “mar de morros”.
As propriedades fotogeológicas e os fatores fotolitológicos dessa subzona foram classificados de
acordo com o grau e ordem de estruturação dos elementos de relevo e drenagem presentes. Dessa
forma verificou-se que a densidade de textura fotográfica, assimetria de relevo e resistência à
erosão apresentaram-se com intensidade baixa a mediana; a declividade média na subzona foi
classificada como sendo mediana a baixa. De outro lado, tanto a tropia como a ruptilidade foram
classificados com mediana intensidade, enquanto que a tonalidade apresentada em imagem TM-4
utilizada foi de cinza médio.
128
As litologias predominantes nessa subzona são representados por migmatitos marcadamente
gnáissico, normalmente classificados em campo como gnaisses bandados ou migmatitos
estromatíticos e muitas vezes com feições miloníticas. O bandeamento é formado pela alternância
de granitóides gnáissicos leucocráticos de grã fina a média, com biotita gnaisses e gnaisses
porfiroblásticos. Utilizou-se da legenda mgb para representar essas litologias no mapa de unidades
litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul (Anexo II), e a sua correspondência é feita com
uma das três associações das rochas gnáissico migmatíticas do Complexo Costeiro (Chieregati et
alii, 1982).
Fazendo-se uma análise no mapa de morfoestruturas da área estudada, verifica-se que a porção
central da faixa mais sudoeste dessa subzona encontra-se sob a influência de uma ampla
morfoestrutura sinformal, com seu eixo maior orientado paralelamente às falhas da região, ou seja,
na direção leste-noroeste; essa morfoestrutura é interrompida por uma zona de discordância
bastante extensa orientada para noroeste. Após essa zona de discordância, no rumo para nordeste,
tem-se a presença de uma morfoestrutura antiformal com seu eixo maior orientado para nordeste,
que é novamente interrompida por uma outra zona de discordância, de extensão bem menor. A
partir dessa outra zona de discordância, tem-se uma seqüência de morfoestruturas antiformais
alternado por uma sinformal, intermediária; os seus eixos maiores estão orientados para norte-
nordeste.
À semelhança da subzona Gnaisses e Quartzitos, contígua, a uai foi classificada como sendo
monossialítica a bissialítica e/ou de paragênese caulinita a montmorilonita e cai Podzólica-
Cambissólica. No entanto, uma das diferenciações está na unidade geopedológica associada, ou
seja, nessa subzona é representada pela predominância de Podzólico Vermelho Amarelo em regime
údico, Tb, A fraco, Floresta Tropical Perenifólia (PVaud2).
IV.6.8.5 - Subzona Migmatitos Policíclicos Homogêneos com Charnoquitos (SMGH1,
SMGH2)
Essa subzona foi identificada no quadrante noroeste do polígono estudado, correspondendo a duas
áreas individualizadas, uma no extremo noroeste (SMGH2) e a outra, contendo a serra de Pedra
Mármore e o Parque Estadual de Campos do Jordão (SMGH1), e estendendo-se numa faixa estreita
até as proximidades da região norte da cidade de Campos do Jordão.
129
Fisiograficamente, essa subzona apresenta-se praticamente, com uma única diferenciação entre as
duas áreas individualizadas, através das feições texturais/estruturais não-orientadas (SMGH1) e
orientadas (SMGH2), em seu planalto médio, moderadamente dissecado (Pmmdn e Pmmdo,
respectivamente).
Tanto a densidade de textura fotográfica como a resistência à erosão, com intensidade mediana, são
comuns às duas áreas da subzona Migmatitos Policíclicos Homogêneos com Charnoquitos. Na área
do extremo noroeste, a assimetria de relevo e a ruptilidade apresentaram-se com intensidade
mediana; a tropia baixa, a declividade mediana e uma tonalidade de cinza mediana a clara foram as
outras propriedades complementares.
Comparativamente, a segunda área apresentou-se com as intensidades, relativamente mais elevadas;
dessa forma a assimetria de relevo e a ruptilidade foram classificadas como mediana a alta,
enquanto que a tropia e a tonalidade de cinza apresentaram-se com uma intensidade mediana; a
declividade média dessa segunda área foi classificada como baixa.
A descrição litológica dessa subzona corresponde ao embasamento remobilizado, constituído por
rochas consideradas como de idades transamazônicas ou mais antigas, remobilizadas pelos eventos
posteriores (Santos et alii, 1981). O domínio litológico dessa subzona é representado pela
predominância de migmatitos policíclicos homogêneos de estruturas diversas, e subordinadamente
por granitóides, com rochas charnoquíticas subordinadas. A legenda adotada para representar esse
domínio litológico foi mch, e as rochas descritas foram atribuídas ao grupo Paraíba do Sul por
Ebert (1958).
A área do extremo noroeste do polígono estudado contém a borda de duas morfoestruturas
antiformais, enquanto que a segunda área contém uma série alternada de morfoestruturas sinformais
e antiformais, principalmente na região próxima dos limites setentrionais do polígono estudado. Na
porção central do apêndice ou faixa alongada dessa segunda área, tem-se uma morfoestrutura
sinformal.
A uai dessa subzona foi considerada como alítica e/ou de paragênese gibbsita e a cai é Latossólica,
com predominância de Podzólico Vermelho Amarelo e Cambissolo em regime údico, Tb, A
moderado, Floresta Tropical Perenifólia (PVaud+Cud).
130
131
V - CONSIDERAÇÕES FINAIS
V.1 - DOS PRODUTOS E DA TECNOLOGIA DE SENSORIAMENTO REMOTO
O zoneamento geoambiental foi realizado na região do alto-médio Paraíba do Sul com o uso de
produtos e tecnologias de sensoriamento remoto orbital, com o intuito do aprimoramento nas
sistemáticas e/ou novas alternativas existentes, como por exemplo, o estudo das unidades e
coberturas de alteração intempéricas de regiões constituídas por formas diversificadas de relevo.
A região do alto-médio Paraíba do Sul é fisiograficamente representada por planaltos e planícies, e
constituída por litologias diversificadas e complexas, tanto do ponto de vista de sua mineralogia
como de suas estruturas geológicas, impostas pela tectônica de cisalhamentos presente nessa porção
do estado de São Paulo.
Visto que a região do Vale do Paraíba tem tido um crescimento sócioeconômico bastante acelerado,
é grande o interesse nos estudos de zoneamentos geoambientais, por parte dos planejadores de
órgãos privados e/ou estatais. Daí a relevância do presente estudo.
Os critérios fotointerpretativos utilizados para o estudo do meio físico com os produtos de
sensoriamento remoto orbital, no caso específico de imagens TM/Landsat, foram muito
importantes, visto que a análise dos seus atributos espaciais forneceu as informações das
propriedades de diversas feições temáticas de interesse, tais como fisiográficos, litológicos,
geopedológicos, morfoestruturais, unidades e coberturas de alteração intempérica, as quais foram
obtidas com relativa facilidade.
O estudo do meio-físico realizado foi bastante criterioso e detalhado, no entanto sem perder a
principal característica das imagens TM/Landsat, que é a visão sinóptica da área analisada.
Ao final do presente estudo, verificou-se que é de vital importância as etapas de compartimentação
do meio físico e de definição dos critérios fotointerpretativos, com a discriminação e definição das
zonas homogêneas. Esta etapa da sistemática de estudo deve ser a mais cuidadosa, criteriosa e
sistematizada, visto que a caracterização das zonas homogêneas do meio físico é a base
fundamental, para a correlação e associação com os diversos temas interrelacionados com o
zoneamento geoambiental da região do alto-médio Paraíba do Sul.
132
Quanto à tecnologia de sensoriamento remoto orbital, atualmente encontra-se bastante difundida na
comunidade científica e técnica, visto que tanto os produtos como os equipamentos afins são de
fácil aquisição e manuseio.
No caso das imagens TM/Landsat as quais recobrem, numa única cena, uma superfície superior a
32.000 quilômetros quadrados, equivalente a um polígono de 180 quilômetros em cada lado, um
fato importante é a constante correção (eletrônica e fotográfica) realizada em todas as cenas, de
maneira que exista um controle bastante rigoroso no sistema de coordenadas de todos os pontos da
imagem. Portanto não é necessário fazer-se a “restituição fotográfica” como nas fotografias aéreas.
A falta da visão estereoscópica nas imagens, pode ser substituída pela análise das feições
conjugadas do par luz-sombra. Uma outra característica das imagens TM/Landsat, também
relevante, é a possibilidade de fazer-se análises espectrais nos diversos intervalos, predeterminados,
do espectro eletromagnético. Portanto a substituição dos produtos de aeronaves é possível, de
acordo com a escala trabalhada. Nos estudos de detalhes as fotos aéreas continuam insuperáveis.
Atualmente é freqüente o uso da cartografia computadorizada, devido ao incentivo imposto pela
mídia e pelas tecnologias informatizadas, através da utilização de programas computacionais
específicos, como é o caso de CAD/CAM, SITIM, SPRING e SIG dentre outros.
No zoneamento geoambiental da região do alto-médio Paraíba do Sul com sensoriamento remoto,
optou-se pela cartografia computadorizada com sistemas de informações georreferenciadas,
existentes em sistemas SITIM/SGI e/ou SPRING, como uma forma para avaliar a possibilidade de
seu uso em trabalhos com multi-informações temáticas, como é o caso de zoneamentos
geoambientais do meio físico.
Salienta-se que dentre as atividades necessárias, a mais cansativa foi a fase de digitalização das
informações por meio de mesas apropriadas. Uma das vantagens da cartografia computadorizada é
a possibilidade da conjugação de diversos temas existentes nos diversos planos de informações com
relativa facilidade, assim como a possibilidade da saída de cartas nas escalas de interesse e com os
temas coloridos.
V.2 - DA METODOLOGIA E/OU SISTEMÁTICA UTILIZADA
133
A metodologia e/ou sistemática utilizada neste estudo foi planejada de forma que as suas atividades
fossem interrelacionadas e essenciais para o zoneamento geoambiental em escala regional, com
objetivos direcionados para dar suporte técnico aos planejadores do meio ambiente.
A abordagem metodológica procurou investigar e caracterizar os atributos espaciais de produtos de
sensoriamento remoto orbital, utilizando-se de técnicas de interpretação visual de dados.
Como já mencionado, a atividade que sempre deve ter uma atenção redobrada foi a fase de
discriminação, definição e caracterização das zonas homogêneas, sempre qualificadas em função da
intensidade e/ou regularidade de organização (ou grau de estruturação), assim como da grandeza
e/ou complexidade de organização dos elementos texturais (ou ordem de estruturação).
Uma outra etapa ou fase, também bastante importante e necessário foi a obtenção do mapa de
morfoestruturas, com diversas linhas morfoestruturais conjugadas com as formas anômalas anelares
e/ou radiais, fortemente estruturadas. Essas anomalias encontram-se relacionadas com os diversos
temas, auxiliando na sua análise e/ou interpretação de feições ou características localizadas. Dessa
forma a análise conjunta das unidades temáticas com as anomalias morfoestruturais, forneceram
importantes informações necessárias aos planejadores.
A presença de anomalias morfoestruturais conjugadas com outros dados temáticos pode fornecer
informações, como por exemplo, se determinado sítio é favorável ou não para a implantação de
obras de engenharia, para estudos de recursos hídricos, proteção ambiental, uso agrícola
direcionado, planejamento territorial, dentre outras aplicações.
V.3 - DOS RESULTADOS OBTIDOS
No estudo do zoneamento geoambiental da região do alto-médio Paraíba do Sul, conforme
sistemática planejada, obteve-se diversos resultados, tanto preliminares e/ou básicos para a
obtenção de outros resultados temáticos, assim como diversas determinações laboratoriais de
análises físicas, químicas e espectrais de número digital, para complementar os resultados
temáticos.
Dessa forma geraram-se sete mapas básicos e/ou temáticos, quais sejam:
- mapa de estruturas geológicas,
- mapa de unidades fisiográficas,
- mapa de unidades litológicas,
134
- mapa de unidades geopedológicas,
- mapa de morfoestruturas,
- mapa de unidades e coberturas de alteração intempéricas, e
- mapa de zonas e subzonas geoambientais.
A) O mapa de estruturas geológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul foi obtido através
da análise e interpretação de alinhamentos das feições lineares de relevo e drenagem, observados
em imagens TM/Landsat, principalmente com as bandas espectrais da região do infravermelho.
A classificação das estruturas geológicas pode ser efetuada em função de características
particulares, tais como:
- pela presença de traços retilíneos e de zonas de juntas regularmente espaçadas e de extensão
quilométrica (classificados em falhas normais/gravidade);
- pelo relativo deslocamento horizontal, com a presença de feições de arrasto, representados pelo
encurvamento das feições lineares (falhas transcorrentes);
- pela presença de traços curvilíneos a sinuosos, os quais são mais realçados em estratos mais
horizontalizados (falhas inversas/empurrões);
- aquelas fraturas de grande extensão (até centenas de quilômetros) que sofreram diversos tipos
de movimentos relativos (classificados em lineamentos estruturais).
No entanto, essa classificação das estruturas geológicas não foi realizada no presente zoenamento
geoambiental.
A região do alto-médio Paraíba do Sul apresentou-se intensamente recortada por extensas e
contínuas estruturas geológicas, freqüentemente com dezenas de quilômetros. Esses extensos
lineamentos estruturais são representados pelos sistemas de cisalhamentos, denominados na
literatura geológica de Taxaquara, Cubatão, Natividade da Serra, do Buquira, entre outros.
B) O mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul foi o resultado da
análise e interpretação das formas e intensidade de estruturação dos elementos texturais da
drenagem e do relevo.
A intensidade de estruturação das formas assimétricas, anelares e radiais de drenagem representam
o grau de controle estrutural que possuem. Para avaliar esse controle foram analisadas algumas
propriedades de suas formas, baseando-se, sobretudo na linearidade ou regularidade, na extensão e
135
densidade dos elementos, na angularidade de confluência da drenagem e no grau de arqueamento
das formas anelares.
As anomalias conformadas por linhas de formas não-cotadas foram classificadas em altos e baixos
estruturais e monoclinal. Existiram situações onde ocorrem dois diferentes tipos morfoestruturais,
como é o caso de situações com alto e baixo estruturais, e com baixo e alto estruturais. Essas duas
situações são os casos de ocorrências mais comuns, com a primeira morfoestrutura indicando a sua
predominância de anomalias sobre a segunda classificação.
O mapa de morfoestruturas da região do alto-médio Paraíba do Sul mostra a conformação de
quarenta e sete anomalias classificadas em cinco diferentes tipos de morfoestruturas.
Numa análise conjunta das morfoestruturas com as informações de fisiografias, litologias e de
unidades geopedológicas, observou-se que:
a) as áreas com predominância de anomalias morfoestruturais positivas:
- totalizam dez ocorrências, das quais cinco na região geográfica da Serra da Mantiqueira, uma
na região do Vale do Paraíba e quatro na região do Paraitinga-Paraibuna;
- desse total de ocorrências, nove encontram-se em áreas de planaltos e somente uma em área de
planície;
- as ocorrências em área de planalto estão igualmente distribuídas: com duas ocorrências em
planalto muito alto, planalto alto e planalto baixo; somente na unidade fisiográfica planalto
médio tem-se três ocorrências de altos estruturais;
- as feições texturais/estruturais orientadas são predominantes nesses planaltos, com cinco
ocorrências de alto estruturais, enquanto que as não-orientadas totalizaram quatro ocorrências;
- das seis diferentes classificações de unidades geopedológicas, tem-se a predominância de
Latossolo Varmelho Amarelo, relacionados com litologias de xistos e gnaisses (xgn);
- o regime de umidade údico é predominante, com cinco ocorrências.
b) em áreas com predominância de anomalias morfoestruturais negativas:
- foram totalizadas seis ocorrências, predominantemente na região geográfica do Paraitinga-
Paraibuna com quatro ocorrências;
- não existe predominância entre as seis unidades geopedológicas;
- duas ocorrências estão relacionadas com litologias de granito a duas micas (ydm) e as outras
ocorrências estão relacionadas com quatro diferentes litologias;
136
- existe uma preferência de ocorrência na unidade fisiográfica planalto baixo, fracamente
dissecado, com três casos;
- tem-se o predomínio do regime de umidade údico, com cinco ocorrências.
c) em áreas com linhas de formas não-cotadas monoclinais (sem conformar anomalias anelares e/ou
radiais):
- somente duas áreas foram assim classificadas, com o predomínio total de Podzólico Vermelho
Escuro relacionado com biotita gnaisses (bgn, bgm);
- uma ocorrência encontra-se em área de planalto médio e a outra em planalto baixo,
respectivamente com moderada e forte dissecação;
- os regimes de umidade dos solos é údico e ústico.
d) em áreas com predomínio de altos e baixos estruturais:
- tem-se o total de dezenove áreas, distribuídas principalmente pela região geográfica do
Paraitinga-Paraibuna, com sete ocorrências, e pela região Costeira com duas ocorrências;
- nessas regiões geográficas têm-se as ocorrências predominantes de Latossolo Vermelho
Amarelo e Podzólico Vermelho Amarelo, todas em regime de umidade údico, cada um com
quatro ocorrências, e relacionadas com as unidades litológicas granitóides foliados (grf) e
gnaisses com charnoquitos (ch), respectivamente;
- as ocorrências se apresentaram preferencialmente em regiões de planalto médio, medianamente
dissecado e com feições texturais/estruturais não-orientadas.
e) e finalmente, em áreas com predomínio de baixos e altos estruturais:
- tem-se o total de dezoito ocorrências, distribuídas preferencialmente pelas regiões geográficas
do Paraitinga-Paraibuna (com oito ocorrências), da Serra da Mantiqueira (com sete
ocorrências) e do Vale do Paraíba (com duas ocorrências);
- as unidades fisiográficas com maiores freqüências são o planalto baixo (sete ocorrências),
planalto médio (cinco ocorrências) e planalto alto (três ocorrências);
- os graus de dissecação mais freqüentes foram o moderadamente dissecado (oito ocorrências) e
o fortemente dissecado (sete ocorrências);
- as feições texturais/estruturais com maiores freqüências foram àquelas orientadas (nove
ocorrências), não-orientadas (cinco ocorrências) e em escarpas (com duas ocorrências);
- as predominâncias de unidades geopedológicas são representadas por Cambissolo latossolizado
(quatro ocorrências), Cambissolo (três ocorrências), Podzólico Vermelho Amarelo e Podzólico
137
Vermelho Escuro (cada um com três ocorrências), além do Podzólico Vermelho Amarelo com
Cambissolo (duas ocorrências);
- as litologias foram bastante diversificadas, existindo uma pequena predominância das litologias
migmatíticas (ymp, mch) e de biotita gnaisses com xistos (bgx);
- tem-se uma grande freqüência (catorze ocorrências) de áreas com umidade de solos údico.
C) O mapa de unidades fisiográficas da região do alto-médio Paraíba do Sul foi o resultado da
compartimentação em zonas homogêneas do meio físico, conjugado com as análises de
homogeneidade e de similaridade nas propriedades das formas dos elementos texturais,
identificados nas imagens TM/Landsat, juntamente com a análise morfométrica de hipsometria.
Nesse mapa as unidades fisiográficas foram classificadas em áreas de planaltos e de planícies.
Os planaltos foram qualificados em muito alto, alto, médio, baixo e muito baixo; cada uma dessas
qualificações foram classificadas em forte-, moderada- e fracamente dissecados; e por fim para cada
uma dessas qualificações foram consideradas a tropia e/ou formas de encostas.
As planícies foram classificadas de acordo com a sua gênese, em: de erosão e de acumulação. Para
cada uma dessas classificações realizou-se a qualificação em litorânea e interplanáltica.
Em função dos limites fisiográficos identificados, verificou-se que a grande maioria das unidades
fisiográficas encontra-se alongadas e orientadas, como conseqüência de zonas de falhas cisalhantes.
Verificou-se também a possibilidade em fazer-se um agrupamento das unidades fisiográficas
predominantes em regiões geográficas, denominadas de: região da Serra da Mantiqueira, região do
Vale do Paraíba, região do Paraitinga-Paraibuna e região Costeira.
D) O mapa de unidades litológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul foi obtido através da
interpretação das propriedades fotolitológicas de resistência à erosão, permeabilidade, plasticidade
e/ou ruptilidade e tropia, associadas com as informações coletadas em campo e bibliográficas.
Nesse mapa foram identificadas vinte e seis unidades litológicas, sendo que catorze delas estão
afetadas por sistemas de falhas cisalhantes, os quais foram delineados e cartografados, assim como
outras estruturas geológicas. Essas estruturas geológicas delineiam traços contínuos, muitas vezes
por dezenas de quilômetros e normalmente orientados para o quadrante nordeste.
138
Localmente observou-se também, a existência de estruturas contínuas orientadas para o quadrante
noroeste, principalmente na região geográfica do Paraitinga-Paraibuna e Costeira.
Numa análise conjunta entre os mapas de unidades fisiográficas e litológicas (Tabelas IV.1 e IV.2),
verificou-se que:
a) na unidade fisiográfica planalto muito alto ocorrem somente duas unidades litológicas
denominadas de “xistos e gnaisses (xgn)” e “metaconglomerados (cm)”, todas na região
geográfica da Serra da Mantiqueira, sendo que a unidade xgn tem ocorrência comum, também
nas unidades fisiográficas de planaltos alto e baixo;
b) na unidade fisiográfica planalto alto ocorrem oito unidades litológicas, sendo três unidades na
região geográfica da Serra da Mantiqueira e outras cinco unidades na região do Paraitinga-
Paraibuna; as ocorrências comuns aconteceram nas unidades fisiográficas de planaltos médio
(com a unidade litológica bgx) e baixo (com as unidades litológicas bgn, ymp, ydm);
c) na unidade fisiográfica planalto médio tem-se a maior quantidade de unidades litológicas,
totalizando onze ocorrências, sendo quatro unidades distribuídas na região geográfica da
Serra da Mantiqueira, enquanto que sete encontram-se na região do Paraitinga-Paraibuna;
todas as ocorrências comuns aconteceram na unidade fisiográfica de planalto baixo, nas
seguintes unidades litológicas: bgm, bgb, grf e ygp;
d) na unidade fisiográfica planalto baixo foram identificadas dez unidades litológicas, sendo três
unidades na região geográfica da Serra da Mantiqueira, enquanto que as outras sete unidades
litológicas ocorreram na região do Paraitinga-Paraibuna;
e) na unidade fisiográfica planalto muito baixo que corresponde à região geográfica Costeira,
tem-se a ocorrência de somente duas unidades litológicas, sendo que a unidade litológica ch
tem ocorrências comuns nas unidades fisiográficas de planícies de erosão, tanto litorânea
como interplanáltica;
f) na região Costeira foram identificadas duas unidades fisiográficas, denominadas planície de
erosão litorânea e planície de acumulação litorânea; em cada uma das unidades fisiográficas
tem-se a ocorrência de uma única unidade litológica;
g) na região geográfica Vale do Paraíba foram também identificadas duas unidades fisiográficas,
denominadas planície de erosão interplanáltica e planície de acumulação interplanáltica; à
139
semelhança da região Costeira, também se tem uma ocorrência litológica em cada unidade
fisiográfica;
h) do total de vinte e seis ocorrências litológicas, a região geográfica do Paraitinga-Paraibuna é a
mais diversificada em ocorrências litológicas, totalizando doze diferentes ocorrências,
enquanto que na região da Serra da Mantiqueira têm-se nove ocorrências, e nas regiões
Costeira e Vale do Paraíba tem, respectivamente três e duas diferentes ocorrências litológicas;
E) O mapa de unidades geopedológicas da região do alto-médio Paraíba do Sul foi o resultado
da análise conjunta da interpretação de propriedades geopedológicas em imagens TM/Landsat, com
as informações coletadas em campo e com as determinações de análises laboratoriais dos perfis de
alteração intempéricos.
Nesse mapa foram identificadas quarenta e sete ocorrências de unidades geopedológicas, sendo que
foram reunidas em vinte e quatro diferentes tipos de unidades geopedológicas e correlacionadas
com 26 litologias diferentes.
As ocorrências de unidades geopedológicas encontram-se assim distribuídas:
a) duas ocorreram na unidade fisiográfica planalto muito alto e foram relacionadas com a região
geográfica da Serra da Mantiqueira;
b) oito ocorrências foram identificadas na unidade fisiográfica planalto alto, sendo que três
ocorreram na região da Serra da Mantiqueira e as outras cinco na região do Paraitinga-
Paraibuna;
c) catorze ocorrências de unidades geopedológicas foram registradas na unidade fisiográfica
planalto médio, sendo que seis estão na região da Serra da Mantiqueira e as outras oito estão
na região do Paraitinga-Paraibuna;
d) a unidade fisiográfica planalto baixo é a predominante com quinze ocorrências de unidades
geopedológicas, distribuídas pelas regiões geográficas da Serra da Mantiqueira e do
Paraitinga-Paraibuna, com respectivamente quatro e onze ocorrências;
e) na região geográfica Costeira foram identificadas quatro ocorrências de unidades
geopedológicas, as quais foram associados com as unidades fisiográficas planalto muito baixo
140
(duas ocorrências) e planícies litorâneas de erosão (com morros isolados) e de acumulação,
com uma ocorrência em cada uma;
f) nas unidades planícies interplanálticas de erosão e de acumulação, foram identificadas
respectivamente três e uma ocorrências, relacionadas com a região geográfica Vale do
Paraíba;
g) a distribuição por regiões geográficas ficou assim relacionada: quinze ocorrências na região
da Serra da Mantiqueira, vinte e quatro ocorrências na região do Paraitinga-Paraibuna, quatro
em cada uma das regiões Costeira e do Vale do Paraíba;
h) de acordo com os regimes de umidade dos solos, os vinte e quatro diferentes tipos de unidades
geopedológicas ficaram assim distribuídos: cinco no regime perúdico, doze no údico, seis no
regime ústico e uma no regime áquico.
Quanto às ocorrências de unidades geopedológicas verificou-se que a unidade Podzólico Vermelho
Amarelo (PVaud) foi a que apresentou maior variedade com cinco diferentes ocorrências de
unidades geopedológicas. Outras unidades geopedológicas com mais de duas diferentes variedades
foram: Latossolo Vermelho Amarelo (LVaud), Cambissolo latossolizado (Clud), Latossolo
Vermelho Escuro (LVeud) e Cambissolo (Cud), todas com regime údico; a única unidade
geopedológica com regime ústico foi Podzólico Vermelho Escuro (Pveus).
F) O mapa de unidades e coberturas de alteração intempéricas da região do alto-médio
Paraíba do Sul foi o resultado da classificação do tipo de colóide intempérico predominante
(paragênese de colóides), único ou híbrido, conforme a predominância de colóides e/ou de
processos específicos de alteração intempérica, aliada às análises físico-químicas de perfis de
alteração intempéricos.
Na região do alto-médio Paraíba do Sul foram identificadas quatro diferentes coberturas de
alteração intempéricas denominadas de latossólica, latossólica-podzólica, podzólica-cambissólica e
podzólica, as quais estão relacionadas com cinco diferentes unidades de alteração intempéricas e/ou
paragêneses de colóides.
A relação entre unidades e coberturas de alteração intempéricas e paragênese de colóides com as
unidades geopedológicas, fisiográficas, litológicas e anomalias morfoestruturais, encontra-se
resumida na Tabela IV.6.
141
G) O mapa de zonas e subzonas geoambientais da região do alto-médio Paraíba do Sul foi o
resultado do zoneamento obtido através da análise integrada das características de fatores do meio
físico, relacionados com o clima, fisiografia, litologia, geopedologia, processos específicos de
alteração intempérica e/ou do tipo de colóide intempérico predominante (paragênese de colóides) e
anomalias de morfoestruturas.
Esse mapa é a integração final de todas informações obtidas em resultados parciais, cujas zonas e
subzonas geoambientais apresentam as potencialidades e suporte do meio físico, em função dos
condicionadores naturais e dos modificadores sócioeconômicos regionais.
Nesse mapa foram definidos oito zonas e quarenta e sete subzonas geoambientais intimamente
relacionadas com as características do meio físico (Tabela IV.7).
Numa análise conjunta do Anexo VI e da Tabela IV.7 foi possível fazer as seguintes considerações:
a) o processo de latossolização é dominante nas regiões fisiográficas representadas por planaltos
desde muito alto, alto, até o médio;
b) nas regiões fisiográficas de planaltos baixo e muito baixo, o processo de podzolização é
dominante, com localizadas áreas de latossolização, como na subzona granitóides migmatíticos
(SGTM);
c) nas regiões geográficas do Vale do Paraíba e Costeira não ocorre o processo de latossolização,
tendo-se a predominância do processo de podzolização com localizada cambissolização na
subzona granitos gnáissicos finos (SGTX);
d) as regiões geográficas da Serra da Mantiqueira e do Paraitinga-Paraibuna são dominadas pelos
edafoclimas údico e perúdico, e caracterizadas pelos tipos climáticos muito úmido e superúmido,
com a permanência mais constante da substância água nos solos, favorecendo dessa forma o
processo de alteração intempérica durante a maior parte do ano. Na região da Serra da
Mantiqueira tem-se também a influência do edafoclima ústico, principalmente nas áreas de
planalto baixo, onde a estiagem de inverno se faz presente, favorecendo a deficiência hídrica nas
unidades geopedológicas da região, como pode ser atestado pela presença de Cambissolos
latossolizados em região com morfoestruturas negativas e positivas, e com litologias de biotita
gnaisses e xistos. Outras unidades geopedológicas classificadas com esse edafoclima ústico
foram: Podzólico Vermelho Escuro e Latossolo Vermelho Amarelo;
142
e) a região do Vale do Paraíba é essencialmente caracterizado pelos edafoclimas ústico e áquico,
favorecendo a formação de Cambissolos, Latossolos Vermelho Escuro e Podzólico Vermelho
Escuro, provenientes da decomposição de sedimentos flúvio-lacustres e caracterizando unidades
mono a bissialíticas;
f) na região intermediária entre a cidade de Natividade da Serra e a rodovia Osvaldo Cruz (SP-125),
a subzona granitóides migmatíticos apresenta-se com uma “discordância geopedológica”, devido
à presença de falhamento normal orientado para norte-noroeste, individualizando subzonas
distintas em sua porção oriental (SGTM1) e na porção ocidental (SGTM4).
Fazendo-se uma análise integrada, nessa região, das informações fisiográficas, geopedológicas,
morfoestruturais, e de unidades e coberturas de alteração intempéricas, verificou-se que o bloco
oriental sofreu um abatimento relativo com mergulho aparente para norte-noroeste, atestado pela
presença de baixo estrutural na extremidade ocidental da subzona SGTM1.
Essa região do bloco oriental encontra-se representada por uma cobertura latossólica, à
semelhança da zona geoambiental ectinitos síltico argilosos (ZGEC), existente mais ao sul. No
entanto, as unidades geopedológicas são diferenciadas, sendo que a subzona SGTM1 é
representada por Cambissolo latossolizado e a zona ZGEC por Latossolo Vermelho Amarelo em
região de alto estrutural. Essa situação sugere uma retomada pós-falhamento, no processo
geopedogenético regional dos latossolos outrora existentes.
g) caso semelhante ocorreu na região entre a cidade de Paraibuna e a represa do Paraitinga-
Paraibuna, onde também foi identificado um falhamento normal orientado para norte-noroeste,
com o bloco ocidental (subzona SGTM3) abatido em relação ao bloco oriental (subzona
SGTM4), e com mergulho aparente para sul-sudoeste, sentido inverso do caso anterior.
As linhas de formas não-cotadas do bloco ocidental apresentaram-se conformando diversas
morfoestruturas negativas fechadas e parcialmente fechadas, as quais indicam um ambiente
redutor e uma hidrólise parcial, e atestados pela presença de Cambissolo latossolizado e
Podzólicos Vermelho Amarelo.
Fato interessante é a associação inversa das coberturas de alteração intempéricas com essas
unidades geopedológicas, visto que o Cambissolo latossolizado foi classificado como uma
cobertura latossólica e com unidade de alteração intempérica alítica, enquanto que o Podzólico
Vermelho Amarelo/Escuro foi classificado como cobertura podzólica e com unidade de alteração
143
intempérica bissialítica, sugerindo também uma retomada pós-falhamento, no processo
geopedogenético dos latossolos outrora existentes.
h) o bloco central, se relacionado com os dois blocos abatidos nas suas extremidades,
estruturalmente é um bloco elevado e representado por morfoestruturas positivas alongadas no
rumo grosseiramente leste-oeste.
As linhas de formas não-cotadas desse bloco elevado assinalam a superposição de um outro
evento com esforços compressivos ortogonais às morfoestruturas positivas, indicando um
redobramento no sentido norte-sul.
Nesse bloco elevado e morfoestruturalmente positivo fica provado o processo de latossolização
generalizada, com ocorrência localizada do processo de laterização, principalmente nos locais de
altos estruturais e altos topográficos. Nessas regiões ocorrem intensos processos de lixiviação
dos elementos alcalinos e alcalinos terrosos, os quais favorecem a hidrólise total, com a
conseqüente concentração das formas oxídicas dos elementos metálicos no perfil de alteração
intempérico.
i) das quarenta e sete subzonas individualizadas na região do alto-médio Paraíba do Sul, vinte e
duas subzonas (quase a metade) encontraram-se afetados por “trends” de fraturamentos,
normalmente relacionados aos diversos sistemas de falhas cisalhantes existentes na área de
estudo, os quais resultaram variados graus de intemperismo e freqüentemente formas de relevo
mais antigas e dissecadas. Abaixo são mostrados a relação das subzonas com os “trends” de
fraturamentos; as relações com outras informações temáticas, tais como de fisiografia, de
litologia, de unidades geopedológicas, de unidades e coberturas de alteração intempéricas e de
anomalias morfoestruturais, as quais encontram-se resumidas na Tabela IV.7.
Na região geográfica da Serra da Mantiqueira seis subzonas de três zonas geoambientais foram
afetadas por “trends” de fraturas:
1. subzona SMGG1 com os “trends” da falha do Ribeirão da Serra e da falha Jundiuvira;
2. as falhas de Piedade e do Buquira afetaram as subzonas SMGG2 e ZGXG3;
3. subzona ZGXG2 foi afetada pela falha Jundiuvira e por outras estruturas geológicas sem
identificações, e no geral, orientadas ao redor da direção leste-oeste;
144
4. outras estruturas geológicas sem identificações orientadas próximas de leste-oeste, também
afetaram as subzonas SMGH2 e SMGT;
5. por fim, a subzona denominada SGND1 foi afetada pela falha do Paiol e por outras
estruturas geológicas também orientadas ao redor de leste-oeste.
Na região geográfica do Paraitinga-Paraibuna foram identificadas treze subzonas afetadas por
diversos “trends” de fraturamentos, as quais são relacionadas a cinco diferentes zonas
geoambientais e abaixo relacionadas:
1. a subzona SGNQ está relacionada com a falha do Indaiá;
2. a falha de Natividade da Serra afetou as subzonas SGTD1, SGTD2, ZGEC;
3. a falha de Naitividade da Serra em conjunto com a falha de Cubatão afetou a subzona
SGTM4;
4. as subzonas SGNG1, SGTM1, SGTM3 estão relacionadas com as falhas de Taxaquara e de
Cubatão;
5. as falhas Serra do Jambeiro e do Rio Comprido afetaram a subzona SGNZ2;
6. as subzonas SGNG2 e SMGX encontram-se relacionadas com a falha de Quebra Cangalha;
7. e por fim, as falhas do Alto da Fartura e de Santa Rita afetaram as subzonas SGNB1, SBNF,
SGNZ1 e SBGF2.
j) As zonas e subzonas geoambientais, como foram determinadas, ou seja, por meio de uma
avaliação integrada de unidades e coberturas de alteração intempéricas, com outras informações
do meio físico, tais como edafoclimáticas, de fisiografias, litologias, unidades geopedológicas e
morfoestruturais, fornecem importantes subsídios para a definição e prioridades para diversas
aplicações em:
1. obras de engenharia, tais como implantação de rodovias e grandes edificações são
recomendadas em zonas/subzonas com predominância de morfoestruturas positivas, e
moderadamente indicadas em áreas com alto e baixos estruturais. Dessa forma as subzonas
mais indicadas são SSDL2 e SSDL3, em função da intensa expansão urbana e industrial
existente na região do Vale do Paraíba;
145
2. estudos de recursos hídricos subterrâneos são indicados, principalmente em áreas com
morfoestruturas negativas, onde a circulação d’água é alta e direcionada. Na região do Vale
do Paraíba a área mais indicada para obtenção de recursos hídricos subterrâneos é a região
entre as cidades de Pindamonhangaba e Roseira, onde foi detectada uma ampla
morfoestrutura negativa nas subzonas SSDL3 e SSDF;
3. uso agrícola direcionado deve estar relacionado com a alta e média fertilidade atual e
potencial, tais como nas áreas com baixo estrutural, como é o caso, também da região entre
as cidades de Pindamonhangaba e Roseira, como atestado pela presença nessa região de
área-piloto da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo;
4. planejamento territorial urbano é adequado em áreas com altos estruturais e altos
topográficos, como é o caso das regiões de São José dos Campos (córrego Campestre-Vista
Verde), entre Caçapava e Quiririm, Tremembé-Taubaté, nordeste de Pindamonhangaba e
noroeste de Guaratinguetá, nas subzonas SSDL3 e SSDL2;
5. proteção ambiental deve estar relacionada com as cabeceiras de bacias hidrográficas,
correspondendo normalmente a altos topográficos, como é o caso das serras do Jambeiro
(região entre as subzonas SGTP2 e SGNZ2) e do Palmital (região entre as subzonas
SMGG1 e ZGXG3), respectivamente ao sul e norte das cidades de São José dos Campos,
Caçapava e Taubaté;
6. aterros sanitários para efluentes líquidos e sólidos devem ser indicados em áreas com baixo
estrutural e alto topográfico, onde a circulação de líquidos é baixa e direcionada e a
percolação é mediana, apesar do grande potencial de erosão da área. Na região de São José
dos Campos a área mais indicada situa-se a cerca de 2 a 3 quilômetros ao sul da Granja
Itambi, mais especificamente entre o lago da Maranata e a fazenda Capuava.
Evidentemente, para a implantação de qualquer dessas aplicações nas áreas aqui mencionadas,
devem ser executados outros trabalhos com maiores detalhes e direcionados para cada atividade de
interesse, inclusive com o envolvimento de outras técnicas afins, tais como trabalhos de sondagens
geofísicas para o conhecimento, por exemplo, da espessura do manto de alteração, nível freático,
dentre outras.
V.4 - DA EXPERIÊNCIA ADQUIRIDA
146
A curiosidade, vestida de interesse técnico-científico, é a alavanca para a aquisição de novas
experiências, principalmente num tema ou assunto pouco conhecido, como é o caso do estudo das
unidades e coberturas de alteração intempéricas com sensoriamento remoto, para fins de
zoneamento geoambiental do meio físico.
A experiência adquirida foi facilitada pela união de esforços com dois outros especialistas do
assunto, os quais já trabalhavam e pesquisavam o assunto há algum tempo, inclusive com a
orientação de outras dissertações e teses de pesquisa.
Só tenho a agradecer essa união, e espero que perdure por muitos anos para conseguir testar os
resultados obtidos, inclusive com especializações em outras técnicas afins.
V.5 - RECOMENDAÇÕES
As recomendações já foram assinaladas ao longo da explanação desse relatório, quais sejam:
a) necessidade de integrar os resultados com outras técnicas analíticas, como por exemplo, de
sondagens geofísicas e trabalhos mais detalhados em áreas indicadas como de interesse;
b) necessidade de novos parceiros para o desenvolvimento da sistemática utilizada ou adequação
da sistemática com novas idéias e ferramentas;
c) implantação de um banco de dados georreferenciados;
d) desenvolvimento sistemático da cartografia computadorizada dos resultados;
e) adequação melhorada das rotinas e subrotinas computacionais do subsistema
SPRINGCARTA, principalmente daquelas que apresentaram problemas técnicos, durante o
desenvolvimento da geração das cartas temáticas com esse subsistema;
f) planejamento real das necessidades em equipamentos informatizados e materiais afins, tais
como atualizações de microcomputadores pessoais, e materiais necessários para a conclusão
das pesquisas sem interrupções e/ou atrasos devido à falta dos mesmos.
V.6 - CONCLUSÕES
Mais uma vez, os produtos e a tecnologia de sensoriamento remoto mostraram a sua viabilidade
técnica, dessa vez para o estudo do zoneamento geoambiental, relacionado com as informações
147
obtidas com aqueles produtos, de temas afins, principalmente de fisiografias, litologias, de unidades
geopedológicas, de unidades e coberturas de alteração intempéricas e de anomalias
morfoestruturais, em escala regional.
A sistemática metodológica executada mostrou-se bem planejada, com suas atividades
interrelacionadas, e dependentes de uma perfeita discriminação e definição das zonas homogêneas
do meio físico, obtidas pelo estudo integrado dos atributos espaciais de produtos de sensoriamento
remoto orbital, por meio da análise do arranjo textural de elementos de relevo e drenagem.
Essa interrelação das atividades foi bastante interessante, visto que os resultados parciais obtidos
nas diversas fases da sistemática foram integrados com razoável facilidade, tanto para a obtenção
do mapa de unidades e coberturas de alteração intempéricas, como do mapa de zonas e subzonas
geoambientais da região do alto-médio Paraíba do Sul.
A delimitação e cartografia de unidades e coberturas de alteração intempéricas com o uso de
sensoriamento remoto orbital, como realizado na região do alto-médio Paraíba do Sul, é um fato
inédito, e em funcão dessa premissa, possível a modificações e/ou mesmo a erros, daí a necessidade
de novas pesquisas e/ou novas interações com outros pesquisadores afins.
O zoneamento geoambiental do meio físico obtido com sensoriamento remoto orbital mostrou-se
bastante adequado para ser utilizado por diversos planejadores, inclusive com a exposição de
subsídios técnicos para a definição e prioridades para estudos de obras de engenharia, de recursos
hídricos, uso agrícola direcionado, planejamento territorial, proteção ambiental, dentre outras
aplicações relacionadas com o meio físico.
Quanto às informações consideradas “de base” ou essenciais, como é o caso de litologias e de
unidades geopedológicas, devido às dificuldades surgidas na fase de integração dos resultados, foi
necessário realizar uma nova cartografia dessas informações, para uma perfeita adequação com as
informações fisiográficas obtidas.
148
149
VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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162
163
Í N D I C E D E A P Ê N D I C E S
APÊNDICE I - SISTEMAS DE TRATAMENTO DE IMAGENS MULTIESPECTRAIS ...... I
I.1 - O SITIM ..................................................................................................................................... I
A) SITIM/SSR .................................................................................................................................... I
B) SITIM/SGI .................................................................................................................................. III
I.2 - O SPRING ............................................................................................................................... V
A) Modelagem digital de terreno .................................................................................................. V
B) Análise espacial e acesso ao banco de dados ........................................................................... V
C) Processamento de imagem ...................................................................................................... VI
D) Visualização ............................................................................................................................. VI
E) Produção de mapas ................................................................................................................. VI
F) Projeções cartográficas ........................................................................................................... VI
APÊNDICE II - TECNOLOGIA DE SENSORIAMENTO REMOTO ORBITAL ............. VII
APÊNDICE III - TÉCNICAS PEDOGEOQUÍMICAS ............................................................ IX
III.1 - ANÁLISE FÍSICA ............................................................................................................. IX
A) Ensaio granulométrico ............................................................................................................ IX
B) Determinação de densidade (aparente e real) e porosidade total ....................................... IX
C) Limites de consistência ............................................................................................................ X
III.2 - ANÁLISE QUÍMICA ........................................................................................................ X
III.2.1 - ANÁLISE DOS ELEMENTOS TROCÁVEIS ................................................................ XI
A) Soma de bases (S) ................................................................................................................... XI
164
B) Capacidade de troca catiônica (CTC) .................................................................................. XI
C) Saturação em bases (V%) ..................................................................................................... XI
D) Saturação em alumínio (m%) ............................................................................................... XI
III.2.2 - ANÁLISE DOS ELEMENTOS TOTAIS ........................................................................ XI
III.2.3 - ANÁLISE DE PERDAS E GANHOS ............................................................................ XII
A) Isoalumínio ............................................................................................................................ XII
B) Isoferro .................................................................................................................................. XIII
C) Isotitânio ............................................................................................................................... XIII
D) Isovolume .............................................................................................................................. XIII
I
APÊNDICE I
SISTEMAS DE TRATAMENTO DE IMAGENS MULTIESPECTRAIS
Os sistemas de tratamento de imagens multiespectrais são constituídos por equipamentos de informática que se utilizam
de "softwares" especialmente desenvolvidos para o tratamento automático e interativo de imagens multiespectrais.
Atualmente têm-se dois sistemas de tratamento de imagens denominados SITIM e SPRING.
I.1 - O SITIM
A denominação corresponde a junção das principais iniciais de SIstema de Tratamento de IMagens e, como o própria
nome indica é um sistema orientado para o tratamento de imagens multiespectrais obtidos por satélites. No entanto, o
processamento de imagens não é restrito àquelas obtidos por satélites, visto que são aplicáveis em diversas áreas da
atividade humana, tais como o entretenimento, propaganda, controle de qualidade industrial, observações da terra e do
corpo humano (Souza et alii, 1986)
O ambiente operacional é integrado a partir de um processador Intel 386 utilizando MS-DOS. Possui processadores
gráficos e numéricos especiais que, em conjunto, garantem desempenho excepcional para as aplicações desejadas.
O SITIM tem à disposição dois conjuntos de programas específicos denominados Sistema de Sensoriamento Remoto
(SSR) e Sistema Geográfico de Informações (SGI), cujos aplicativos são dirigidos por "menus", não exigindo do
usuário qualquer conhecimento específico de computação.
A) SITIM/SSR
No caso de processamento de imagens multiespectrais obtidos pelo satélite Landsat, o SITIM/SSR realiza basicamente
a extração de informações, as quais podem ser na forma qualitativa, através da observação de imagens realçadas pelo
sistema, ou de na forma quantitativa, através da utilização de procedimentos de classificação automática, cujas saídas
são imagens temáticas e tabelas associadas a cada classe discriminada na imagem.
O acesso da imagem a ser analisada é feito através da leitura de fitas magnéticas ou discos flexíveis e armazenada em
disco rígido, para que possa ser visualizada a qualquer momento na tela de vídeo, na escala desejada pelo usuário; a
partir daí é possível realizar-se os procedimentos de pré-processamento e de classificação.
O objetivo do pré-processamento é destacar particularidades da imagem pelo aumento de contraste e realce de suas
características espaciais e/ou espectrais.
A classificação baseia-se em dois princípios gerais:
a) cada componente da imagem pode ser caracterizada pelo conjunto de suas respostas em regiões distintas do
espectro eletromagnético, também conhecido como "assinatura espectral";
b) objetos de mesma classe têm assinaturas espectrais similares, o que não acontece para classes distintas.
II
Dessa forma uma imagem classificada é uma imagem temática, onde cada classe discriminada na imagem
multiespectral está associada a uma cor na tela de vídeo.
Os aplicativos de pré-processamento constantes no SITIM/SSR são:
- Operações aritméticas e lógicas: obtenção de imagens a partir de operações aritméticas e lógicas sobre outras
imagens;
- Detecção de bordas: detecção de bordas de regiões de uma imagem utilizando operadores de vizinhança;
- Realce de contraste: realce de contraste de imagens utilizando diversos processos como realce linear e
equalização de histograma;
- Filtragem espacial: alteração da imagem para realce de contornos ou supressão de ruídos, utilizando máscaras
convolucionais e mediana;
- Principais componentes: redução da dimensionalidade de imagens multiespectrais utilizando métodos de
distância estatística;
- Registro: superposição de imagens com mapas ou com outras imagens;
- Transformação IHS: transformação dos canais originais RGB (cores primárias correspondentes ao vermelho
("Red"), verde ("Green") e azul ("Blue")) nos canais IHS ("Intensity-Hue-Saturation") e vice-versa com o
objetivo de realçar a imagem;
- Realce por decorrelação: realce de uma imagem transformando os canais originais em novos canais, cujos
histogramas ocupam todo o espaço característico maximizando o número de cores da imagem.
De modo análogo, os aplicativos de classificação existentes no SITIM/SSR são:
- Treinamento: aquisição, apresentação e análise dos parâmetros para classificação; o treinamento pode ser
supervisionado e não-supervisionado;
- Classificação por "célula única": identificação de pontos contidos em intervalos pré-determinados pelo usuário,
em diversas bandas;
- Fatiamento: atribuição de cores a intervalos de níveis de cinza de uma imagem mono-espectral;
- Classificação por máxima verossimilhança: associação de cada ponto da imagem a classe que possua maior
probabilidade de contê-la;
- Distância Euclidiana: identificação de classes utilizando o método da distância Euclidiana;
- Uniformização de classes: modificação de pontos de determinadas classes que possuem pouca representatividade
em uma determinada região
Para o estudo das coberturas de alteração intempéricas, com o uso de técnicas de processamento digital de imagens
multiespectrais, em função das necessidades esperadas, realizou-se algumas etapas de manipulação de imagens, quais
III
sejam: carga de imagens com transferência de cenas ampliadas na escala de 1:100.000 e visualizadas no monitor de
vídeo; localização visual detalhada e precisa de todos os pontos conhecidos, visitados e/ou amostrados; determinação
de coordenadas geográficas e planas, além de diversos parâmetros estatísticos de níveis de cinza (ou número digital)
nos intervalos espectrais correspondentes às bandas 3, 4, 5 e 7 do sensor Thematic Mapper (TM) do satélite Landsat.
B) SITIM/SGI
O SITIM dispõe ainda de um conjunto de programas destinado a aplicações em Sistemas de Informações Geográficas,
denominado SGI, perfeitamente integrado aos aplicativos orientados para sensoriamento remoto.
O SITIM/SGI permite adquirir, analisar, combinar e reproduzir informações codificadas espacialmente, e seus
principais objetivos são:
- Integrar numa única base de dados, por exemplo, as informações provenientes de cartas, dados censitários e
cadastrais, imagens de satélite, levantamentos de campo e outros possíveis dados;
- Permitir a visualização conjunta de imagens, mapas, etc. facilitando tarefas de atualização de cartas;
- Gerar mapeamentos derivados através da combinação de informações;
- Produzir documentos na forma de cartas ou relatórios;
- Integrar dados gráficos e informações armazenadas em bancos de dados alfanuméricos.
Para cada estudo ou trabalho executado pelo SITIM/SGI sempre é realizado o armazenamento numa base única de
dados denominado de projeto. Nesse projeto ativo, o usuário pode criar inúmeros planos de informações (PIs)
correspondentes aos diferentes dados necessários ao trabalho. Exemplos de PIs podem ser o mapa de solos, mapa de
dados altimétricos, uma banda de imagem de satélite, etc.
Em um determinado PI só se podem reunir informações de uma mesma categoria ou de mesma natureza geométrica
(áreas, modelo numérico de terreno - MNT e imagem)
A categoria áreas é utilizada para representar as regiões delimitadas por linhas poligonais (arcos) e permitem criar
mapas temáticos, mapa de drenagem, mapa com divisões políticas, etc.
O MNT é utilizado para tratar superfícies tridimensionais a partir de amostras 3D (valores nos eixos x, y, z) e curvas de
isovalores.
As informações da categoria imagem são aquelas provenientes de satélites (por exemplo, a transferência de imagens do
sistema SITIM/SSR para o SITIM/SGI), além das imagens temáticas.
Paralelamente a essas categorias, pode-se fazer o posicionamento e edição de textos e símbolos no PI ativo.
O SITIM/SGI é de fácil operação e seu uso é controlado por meio de "menus" que realizam o acionamento dos
diferentes módulos (de definição, entrada, conversão, manipulação, saída).
IV
Módulo definição - contém funções para a criação e inicialização de projetos e planos de informações. Este módulo
também permite controlar a exibição de PIs, textos, convenções cartográficas (símbolos) e traçado de curvas de
nível.
Módulo entrada - reúne opções para entrada de áreas, MNT e imagens, textos e símbolos.
Módulo conversão - inclui funções para a conversão do formato vetorial para o matricial (varredura ou "raster") e
vice-versa.
Módulo manipulação - contém funções que permitem realizar entrecruzamentos de PIs, reclassificar um PI,
combinar um PI com informações de um banco de dados alfanuméricos e calcular mapas de declividades e de
distâncias.
Módulo saída - reúne opções para obter produtos de saída, tais como cartas, blocos diagramas, imagens sintéticas,
relatórios e gerar perfis a partir de um MNT.
V
I.2 - O SPRING
O SPRING é proveniente da junção das iniciais de Sistema de PRocessamento de INformações Geo-referenciadas e,
permite adquirir, armazenar, combinar, analisar e recuperar informações codificadas espacial- e não-espacialmente.
Pode fazer a combinação de funções de processamento de imagens, de análise espacial e de modelagem numérica de
terreno, em um único ambiente interativo.
O SPRING tem como principais objetivos:
- Fornecer ao usuário um ambiente interativo para edição, visualização e manipulação de imagens e dados
cartográficos;
- Estar integrado a um ambiente de banco de dados para arquivar e recuperar dados tanto espaciais como não-
espaciais relacionados;
- Prover a funcionalidade adicional na geração de documentos cartográficos e entrada de dados com outros formatos
de dados.
As funções do SPRING incluem a combinação daquelas usualmente disponíveis em sistemas geográficos de
informações, processamento de imagens e modelos numéricos de terreno.
O SPRING foi estruturado em três módulos denominados GEOCOD, SPRING e SPRINGCARTA.
O módulo GEOCOD possui as funções específicas para a leitura de fitas magnéticas de imagens (TM/Landsat,
HRV/SPOT), conversão de imagem do formato matricial (imagem "rowdata" do SITIM) para o formato de imagem do
SPRING, e a geocodificação de imagem através do registro tipo imagem-mapa e imagem-imagem.
O módulo SPRING tem as funções relacionadas à criação, manipulação e consulta ao banco de dados, assim como as
funções de entrada de dados, processamento digital de imagens, modelagem numérica de terreno e análise geográfica
de dados.
O módulo SPRINGCARTA possui as funções de editar uma carta e gerar um arquivo para impressão, com dados
trabalhados no módulo SPRING.
O SPRING fornece ao usuário um conjunto abrangente de aplicações para processamentos de informações geográficas,
tais como:
A) Modelagem digital de terreno - onde os cálculos de modelagem de terreno incluem a plotagem de contornos,
geração de mapas de declividade e aspecto, determinação de perfis e volume, e visualização tridimensional,
gradeada ou sobreposta com imagens ou mapas temáticos.
B) Análise espacial e acesso ao banco de dados - as funções de análise disponíveis no SPRING incluem tanto
operações espaciais (tais como superposição de polígonos) quanto "queries" de atributos no banco de dados.
VI
O usuário pode definir relações de atributos no banco de dados, que pode ser usado para operações de "queries"
espaciais.
A conversão "raster-to-vector" assegura o mapeamento entre a operação rasterizada e a representação
topologicamente estruturada.
C) Processamento de imagem - funções completas de realce de imagens multiespectrais e de análise estão
disponíveis para manipulação de histograma, filtragem espacial, classificadores de máxima verossimilhança e de
segmentação, transformação IHS-RGB e análise de principais componentes.
D) Visualização - a superposição de imagens e cartas no SPRING é complementada por facilidade de "zooming".
Imagens multiespectrais são mostradas em "displays" padrão 8-bits usando um método sofisticado de compressão
de cores.
E) Produção de mapas - a produção de mapas de alta qualidade é assegurada para composição e preparo de mapas,
incluindo o gerenciamento de uma biblioteca de símbolos. Os símbolos podem ser importados de programas
populares de CAD no formato DXF. O sistema pode gerar saída gráfica para "plotters" eletrostáticos, de
transparência térmica e de caneta e dispositivo "postscript".
F) Projeções cartográficas - o SPRING fornece 12 padrões de projeções cartográficas; a transformação entre
projeções é feita automaticamente pelo sistema, sempre que solicitado.
VII
APÊNDICE II
TECNOLOGIA DE SENSORIAMENTO REMOTO ORBITAL
A tecnologia de sensoriamento remoto orbital foi adotada pelo Brasil, praticamente com o lançamento do primeiro
satélite americano Landsat-1 em 1971.
Atualmente encontra-se em operação o quinto satélite dessa série (Landsat-5); outros satélites operam com
características técnicas e sistemas de operação diversos, tais como o satélite francês SPOT com a possibilidade de se
conseguir produtos fotográficos em pares estereoscópios, além de outros sensores remotos que operam na faixa de
microondas, tais como MOS do Japão, ERS do consórcio europeu.
No nosso país, os produtos de sensoriamento remoto mais difundido e usado são aqueles obtidos pelo satélite
americano Landsat, devido a sua característica de repetitividade e baixo custo relativo de aquisição.
O sistema Landsat foi desenvolvido e aperfeiçoado de modo a permitir a aquisição de dados espaciais, espectrais e
temporais da superfície do planeta, de forma global, sinóptica e repetitiva.
Os dados coletados, quando transmitidos às estações terrenas de recepção, são gravados e processados eletrônica e
fotograficamente, tornando-se disponíveis aos usuários do sistema, sob a forma de imagens multiespectrais fotográficas
e/ou gravadas em fitas compatíveis ao computador.
A aquisição de dados de sensoriamento remoto poderia ser resumida como a interação de um fluxo de radiação
eletromagnético (REM), no caso do sistema Landsat proveniente do sol, com objetos e superfícies, sendo por estes
refletido, absorvido e mesmo reemitido.
As variações que essas interações produzem no fluxo considerado dependem fortemente das propriedades físico-
químicas dos elementos irradiados, e o fluxo resultante constitui-se numa valiosa fonte de informações a respeito
daqueles objetos ou superfícies. Essas informações adquiridas são analisadas por especialistas na busca de dados que os
auxiliem no desenvolvimento de projetos de pesquisa e controle de recursos naturais.
A qualidade e a quantidade de informações obtidas numa análise em produtos de sensoriamento remoto orbital, por
especialistas de informações geoambientais do meio físico, dependem de vários fatores, tanto intrínsecos aos produtos
analisados, como por exemplo, a resolução espacial, banda espectral, aspectos sazonais, caráter sinóptico, ângulo de
elevação e azimute solar, como outros fatores referentes a aspectos fisiográficos, vegetacionais, geológicos,
deformacionais, de uso da terra.
Esses fatores intrínsecos evidentemente estão relacionados com a fase de obtenção dos produtos utilizados, os quais
estão relacionados com os sistemas sensores e com a trajetória da plataforma. Portanto esses fatores devem ser
admitidos como constantes; no entanto o aspecto relacionado ao ângulo e azimute solar pode ser feito uma seleção ou a
escolha de uma época do ano, em que as características dos alvos de interesse estejam mais evidenciados do que em
outros períodos.
VIII
No caso do território brasileiro, a melhor época do ano é o trimestre maio-junho-julho, cuja elevação solar favorece o
realce de feições fisiográficas com pequenas diferenças de alturas relativas.
Nesse trimestre, em geral tem-se também o favorecimento nos aspectos sazonais, pela ausência de nuvens entre o
sensor e o alvo de interesse. De outro lado, pode-se ter um fator negativo dessa época que é a ocorrência de inúmeras e
extensas queimadas, cuja conseqüência é a indesejável bruma de fumaça, principalmente nas bandas espectrais da
região do visível do espectro eletromagnético.
Quanto aos fatores relacionados à técnica de análise dos produtos fotográficos de sensoriamento remoto orbital, como
por exemplo, a interpretação fotogeológica, estes são resultantes de constantes pesquisas por especialistas, na busca do
desenvolvimento de conceitos e critérios de sistematização das evidências geológicas, tanto diretas como indiretas nos
produtos analisados.
IX
APÊNDICE III
TÉCNICAS PEDOGEOQUÍMICAS
As técnicas pedogeoquímicas podem ser agrupadas em análise física e em análise química, cujas determinações
laboratoriais fornecem diversos índices de intemperismo, os quais podem ser visualizados em curvas de isovalores dos
índices, para se ter o conhecimento da tendência regional dos índices pedogeoquímicos analisados.
III.1 - ANÁLISE FÍSICA
Dentre as diversas determinações analíticas de caráter físico das amostras selecionadas e analisadas, as de interesse
imediato para o estudo das coberturas de alteração intempéricas, são aquelas relacionadas às análises granulométricas e
índice de alteração física, as determinações de densidades aparente e real, da porosidade total e limites de consistência.
A) Ensaio granulométrico - este ensaio foi obtido através dos processos de peneiramento e sedimentação,
padronizados segundo normas da ABNT.
No processo de peneiramento são obtidos os pesos em gramas de material retido em diversas malhas de peneiras, cujos
valores são relativados em percentuais acumulados, conhecendo-se dessa forma a granulometria relativa para areia
total.
O processo de sedimentação dos materiais finos é utilizado para a determinação das frações silte e argila através da
metodologia de sedimentação e leituras em densímetros, conforme Mojica et alii (1973).
Essa metodologia consiste na leitura do densímetro aos 40 segundos e uma segunda leitura às 2 horas; essas leituras são
corrigidas (l.c.) de acordo com a temperatura ambiente na hora da leitura e utilizadas para a determinação do silte [%
silte = (l.c.40" - l.c.2h) * 100 / quantidade em gramas de amostra seca inicial] e argila grossa [% argila grossa = (l.c.2h)
* 100 / quantidade em gramas de amostra seca inicial]. A argila fina é obtida através da somatória da areia total, silte e
argila grossa, subtraída de 100; a argila total é obtida da soma entre a argila grossa e a argila fina.
O índice de alteração física pode ser calculado pela relação entre a areia total(%) / argila total(%). Esse índice de
alteração física está relacionado com o avanço da alteração do material analisado, ou seja, com a diminuição do valor
do índice, a alteração do material cresce e a porcentagem de argila no sistema aumenta (Cortêz-Lombana et alii, 1973).
B) Determinação de densidade (aparente e real) e porosidade total - A determinação da densidade aparente é obtido
através do uso de anéis volumétricos tipo Kopecky; após o conhecimento da massa úmida com anel, massa seca com e
sem anel, tara do anel, volume do anel, pode ser conhecido a quantidade de água em gramas na amostra no momento da
coleta da amostra, a umidade natural e a densidade aparente (gr/cm3) através da razão entre a massa seca sem anel e o
valor do volume do anel.
X
A densidade real pode ser calculada através do método do balão volumétrico. Os detalhes nos procedimentos
laboratoriais para a obtenção de densidades aparente e real, estão descritos em EMBRAPA/SNLCS (1979).
A determinação da porosidade total é obtida através da relação (densidade real - densidade aparente) / densidade real *
100, conforme descrito em EMBRAPA/SNLCS (1979).
Através das diversas determinações laboratoriais de análise física, podem-se fazer outras interrelações para a obtenção
de índices especialmente elaborados para o auxílio no conhecimento de algumas variáveis das condições atuais das
coberturas de alteração intempéricas, como por exemplo, os índices AAT(%) (areia total/argila total), SAT(%) (silte
total/argila total), ATAD(%) (argila total/argila fina).
C) Limites de consistência - esses ensaios geotécnicos foram introduzidos para caracterizar um solo quanto a sua
plasticidade, e são realizados de acordo com as especificações técnicas da ABNT. Os limites de consistência são teores
de umidade que separam dois estados de consistência de um solo; tem-se o limite de consistência líquida e limite de
consistência plástica.
O limite de consistência líquida indica a fronteira convencional entre o estado líquido e o estado plástico (Vilar e
Bueno, 1984). Para a obtenção dos valores desse limite é utilizado o aparelho denominado cinzel de Casagrande,
conforme descrito em EMBRAPA/SNLCS (1979).
Os altos valores do limite de consistência líquida indicam a necessidade de grande quantidade de água para que
determinado solo se liqüefaça, cuja conseqüência é a instabilidade do relevo; portanto altos valores do limite de
consistência líquida deverão estar associados a relevos estáveis, devido à maior resistência ao transporte de materiais
inconsolidados, cuja conseqüência é a maior resistência à erosão.
Da mesma forma, o limite de consistência plástica representa o teor de umidade que determina a fronteira entre o estado
plástico e o semi-sólido (Vilar e Bueno, 1984) e, também tem relação com a erodibilidade dos materiais inconsolidados.
Os altos valores do limite de consistência plástica devem estar associados à predominância de argilas expansivas (do
tipo 2:1), principalmente as montmorilonitas. Como as argilas montmorilonitas são mais facilmente transportadas pela
águas pluviais, as áreas contendo esse tipo de argila possuem uma tendência de maior dissecação do seu relevo (Riedel,
1989b).
Através da diferença entre os limites de consistência líquida e plástica é obtido o índice de plasticidade. Este índice de
plasticidade está relacionado com o tipo de mineral argiloso e atividade de argila.
III.2 - ANÁLISE QUÍMICA
Para complementar o estudo das coberturas de alteração intempéricas é necessário o conhecimento quantitativo do
conteúdo dos elementos químicos constituintes do material intemperizado e inconsolidado. Esse conhecimento é feito
através de ensaios de análise química específicos, cujas determinações químicas podem fazer parte de relações e/ou
equações de índices particularmente elaboradas e correlacionáveis às diversas fases de evolução das coberturas de
alteração intempéricas.
XI
De uma maneira mais usual, determinadas quantificações de elementos químicos, são utilizadas para a classificação de
diferentes tipos de solos, os quais dependendo das características globais do solo, pode-se ter o conhecimento prévio da
necessidade ou não, por exemplo, da aplicação correta de determinados fertilizantes para uso agrícola ou agro-pastoril.
Dessa forma pode-se ter o conhecimento das condições químicas dos diferentes horizontes de solos e/ou de coberturas
de alteração intempéricas, através de determinações da umidade, do pH, do carbono orgânico, do nitrogênio, da matéria
orgânica, do fósforo disponível, do alumínio trocável e acidez e de bases trocáveis. Uma outra forma de obtenção de
informações químicas é através da quantificação dos elementos totais, através da análise de espectrometria de
fluorescência de raios-X.
III.2.1 - ANÁLISE DOS ELEMENTOS TROCÁVEIS
De posse dos dados de elementos químicos quantificados, pode-se fazer diversos cálculos com a interrelação entre
determinados elementos químicos, tais como soma de bases (S), capacidade de troca catiônica (CTC), saturação em
bases (V), saturação em alumínio (m).
A) Soma de bases (S) é calculada através da soma dos teores de cálcio, magnésio, sódio e potássio, com resultados
apresentados em miliequivalentes por 100 gramas (meq/100gr). A soma de bases (S) pode ser correlacionado com o
índice MPFA (minerais primários facilmente alteráveis), cujo valor se menor ou maior que 3% pode ser diagnóstico de
horizonte óxico ou câmbico, respectivamente.
B) Capacidade de troca catiônica (CTC) é obtida pela soma de bases adicionada com o valor da acidez tituláveis. O
limiar de 24 meq/100gr para o valor de CTC corresponde ao limite entre argila de alta e de baixa atividade. Se o valor
de CTC for de 13 meq/100gr corresponde ao limite de horizonte B latossólico, enquanto o valor igual ou abaixo de 6,5
meq/100gr corresponde ao limite de horizonte B latossólico muito intemperizado (Camargo et alii, 1987).
C) Saturação em bases (V %) é calculada pela relação entre a soma de bases (S) com a capacidade de troca catiônica
(CTC) e multiplicada por 100. O valor de 50% define o limite entre o caráter eutrófico e o caráter distrófico (menor
que 50%).
D) Saturação em alumínio (m %) é obtida pela equação 100 * Al3+ / (Al3+ + S). O termo álico é usado para definir
classes de solo com saturação por alumínio maior ou igual a 50% e um mínimo de 3 meq de Al extraível no horizonte
B; epiálico designa a presença do caráter álico na parte superior do sólum.
III.2.2 - ANÁLISE DOS ELEMENTOS TOTAIS
Este ensaio pode ser realizado através da espectrometria de fluorescência de raios X, cuja leitura dos valores são
realizados em pastilhas prensadas contendo o material a ser analisado. Esses valores obtidos são calculados e
relativados e/ou calibrados com amostras-padrões apropriados. Normalmente são realizadas as determinações de 10
óxidos principais (SiO2, Al2O3, CaO, MgO, Fe2O3, TiO2, K2O, Na2O, MnO, P2O5)
Esses valores obtidos através de leituras, normalmente são relacionados entre si de acordo com diversos índices para a
avaliação das condições de alteração química intempérica. Como exemplo, as relações moleculares SiO2/Al2O3 (índice
XII
Ki) e SiO2/(Al2O3 + Fe2O3) (índice Kr), referentes ao horizonte B, têm sido empregados em associação com outros
critérios distintivos (EMBRAPA/SNLCS, 1979).
Outro índice elaborado para auxiliar na avaliação das condições de alteração intempéricas, é o índice de Parker obtido
pela equação 100(K/0,25+Na/0,35+Ca/0,7+Mg/0,9) (Parker, 1969).
Diversos outros índices utilizam os valores dos óxidos sempre relativados com o peso molecular dos seus óxidos, tais
como:
. Kt = SiO2#/R2O3 (Jenny, 1941).
. índice de alteração potencial (WPI) = 100(+bases-H2O)/(+bases+SiO2#+(+R2O3)) (Reiche, 1943).
. índice de produto (PI) = 100(SiO2#)/(SiO2
#+(+R2O3)) (Reiche, 1943).
onde: +bases = (CaO+MgO+K2O+Na2O)
SiO2# = SiO2/60
R2O3 = (Al2O3/102+Fe2O3/160+TiO2/80).
Outros índices foram anexados ao programa computacional denominado informalmente de GEOLO3 (Mattos e
Jiménez-Rueda, 1990), tais como:
. BASES = (+bases)/(Al2O3/102)
. FATOR = (K2O/94+Na2O/62)/SiO2/60
. CIA = (Al2O3/102)/(Al2O3/102+CaO/56+Na2O/62+K2O/94)*100
. CIA-K = (Al2O3/102)/(Al2O3/102+CaO/56+Na2O/62)*100
. CALC2 = (Al2O3+Fe2O3+TiO2)/2
. CALC4 = (SiO2/60)/(Fe2O3/160)
. CALC5 = (+bases)/R2O3
. BASES2 = (CaO+MgO+K2O+Na2O)/2
Para facilitar a análise integrada desses índices de avaliação das condições intempéricas, deve-se fazer uso da
padronização, como por exemplo, através da representação de curvas de isofreqüência dos valores de cada índice. Para
essa representação podem ser utilizados os sistemas existentes tais como o SGI/MNT, SPRING/MNT, SURFER entre
outros.
III.2.3 - ANÁLISE DE PERDAS E GANHOS
A partir das composições químicas, em porcentagens e obtidas nas análises, calculam-se as perdas e ganhos dos óxidos
em relação ao material original, no decorrer do processo de intemperismo, conforme metodologia descrita em
Krauskopt (1972).
Os cálculos podem ser feitos em:
A) Isoalumínio - considera-se os teores de Al2O3 como constantes durante o intemperismo e as variações dos outros
óxidos são analisadas em relação a eles;
XIII
B) Isoferro - considera a somatória dos teores Fe2O3 + FeO constantes;
C) Isotitânio - TiO2 constante;
D) Isovolume - calcula-se a variação do volume da rocha durante o intemperismo;
178
Í N D I C E D E A N E X O S
ANEXO I - MAPA DE UNIDADES FISIOGRÁFICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL ............................................................................................................. #
ANEXO II - MAPA DE UNIDADES LITOLÓGICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL ............................................................................................................. #
ANEXO III - MAPA DE UNIDADES GEOPEDOLÓGICAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO
PARAÍBA DO SUL ............................................................................................................. #
ANEXO IV - MAPA DE MORFOESTRUTURAS DA REGIÃO DO ALTO-MÉDIO PARAÍBA
DO SUL ................................................................................................................................ #
ANEXO V - MAPA DE UNIDADES E COBERTURAS DE ALTERAÇÃO INTEMPÉRICAS DA
REGIÃO DO ALTO-MÉDIO PARAÍBA DO SUL ............................................................ #
ANEXO VI - MAPA DE ZONAS E SUBZONAS GEOAMBIENTAIS DA REGIÃO DO ALTO-
MÉDIO PARAÍBA DO SUL ............................................................................................... #
(#) Os anexos encontram-se em volume separado.
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