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Teoria da Argumentação Jurídica

Prof.: José Neres

www.joseneres.com

Seção 3.1 → livro-texto

Tópico:

Estudo do parágrafo.

Atenção!!!

• “No campo jurídico a oratória e a escrita possuemmuita relevância”;• “A comunicação verbal é imprescindível no que

tange à defesa dos clientes perante os juízes”;• “Um dos princípios mais invocados nos juizados

especiais atualmente é o da oralidade”;• “Além de se comunicar bem oralmente, é

imprescindível que um profissional do ramo doDireito saiba desenvolver e articular um bom texto”.

Características de um bom texto

CLAREZA → o texto deve se claro e objetivo

CONCISÃO→ Dizer o máximo com o mínimo de palavras

CORREÇÃO → atenção à estrutura gramatical

COESÃO → o texto deve estar todo interligado

COERÊNCIA – as ideias do texto deve ter sentido.

“O jurista vive do Direito e da língua portuguesa, pois um erro em petição,

sentença ou acórdão pode retirar a autoridade do profissional e espelhar a sua incapacidade

técnica”. (Sabbag, 2014)

O profissional do Direito deve saber FALAR e ESCREVER bem.

CONCEITOS DE PARÁGRAFO

“Parágrafo é uma unidade de compreensão textualdotada de uma ideia central à qual se juntam ideiassecundárias em uma mensagem”. (Regina Toledo Damiãoe Antônio Henrique)

Conjunto de frases coesas que servem para expressar um pensamento ou ideia central num texto. (FONTE: internet)

Curiosidade

O símbolo do parágrafo é representadopelo sinal gráfico §, que representa aexpressão latina signum sectiōnis ("sinal decorte"). Antigamente, este sinal era utilizadopara indicar o início de um parágrafo, masentrou em desuso, sendo substituído peloespaço. No entanto, o § continua a ser usadoem textos legais, como em artigos de lei,indicando o desdobramento oucomplemento de um artigo. (Fonte: Internet)

Qualidades de um bom parágrafo

UNIDADE

“É necessário haver um único raciocínio e uma ideiacentral permeando todo o parágrafo.”

Em um bom texto, cada parágrafo deve trazer umaideia central (tópico frasal) e as ideias periféricas, bemcomo os exemplos devem girar em torno desse pontocentral.

“Para Carolina Tomassi e João Bosco Medeiros (2010, p.93), a ausência de unidade acarreta a incompletude notexto, impossibilitando-o de ser constituído. Nesseesteio, há unidade quando se verifica que o autortratou do mesmo tema do início ao fim de seuparágrafo”.

“o autor deve evitar agrupar mais de um conteúdo ouassuntos antagônicos ao redigir um parágrafo, vez queisso indubitavelmente denota ausência de unidaderedacional”

Coerência

Todo texto deve primar por uma lógica (interna eexterna) para que o leitor possa apreender osentido do conteúdo discutido.

Para que um texto seja coerente é necessário quehaja a interação entre diversos fatores, como, porexemplo:

1 •Conhecimento linguístico

2 •Conhecimento de mundo

3 •Questões dialógicas

4 • Fatores extra-textuais

Ênfase

“As palavras devem ser escolhidas com o objetivo dedar ênfase à ideia central defendida no parágrafo.”

É importante notar que a escolha lexical pode fazer adiferença na busca da ênfase em determinadoparágrafo ou texto. Por exemplo, ao optar por“ocupação de terra” ou “invasão de terra”, o redatorpode alterar a percepção do leitor de determinadotexto.

Conciso

“Um parágrafo deve ser preciso, isto é, o autordeve sintetizar as suas palavras a fim de que nãofique demasiadamente extenso e distante daideia principal. Costuma-se dizer que o autor devedizer o máximo com o mínimo possível depalavras.”

Clareza

“Ao escrever um parágrafo, o autor deve sepreocupar se aquela ideia que pretendetransmitir está suficientemente clara para o leitor.Será claro um texto que não cause dúvida quantoao seu conteúdo e que não gere nenhum tipo deambiguidade”

Como construir um parágrafo?

1º passo → Pesquisar/ler sobre o tema a ser explorado;2º passo → Definir qual será o tópico frasal do parágrafo, ou seja, a frase em torno da qual irão girar os argumentos;3º passo → Definir quais são as ideias e argumentos que darão sustentação e coerência ao tópico frasal;4º passo → decidir como concluir o parágrafo de forma que ele se ligue com os parágrafo seguintes

Exemplo de parágrafo descritivo

Não havia ali nenhuma simetria, naquelaface, nem mesmo a temível simetria dofocinho do tigre; eu buscava em vão algumaharmonia. Não era a grande harmonia dasesferas que eu procurava, um pequeno estroharmônico já me seria suficiente, mas nemisso eu obtinha, porque havia um conflitonaquele rosto, a boca destoando do nariz, asorelhas destoando entre si.

Exemplo de parágrafo narrativo

Entrei em casa e ouvi a voz de Érica noquintal. Estava sentada na soleira, dandomiolo de pão para o porco. Ele está comfome, ela disse. Érica passava a mão nasgordurinhas do Gorba como se gostassedele. Fui para a cozinha, peguei água nageladeira. Érica veio atrás, sentou-se emcima da mesa, balançando as pernas. Pernasbonitas. Braços bonitos.

Exemplo de texto dissertativo

As leis, em seu significado mais extenso,são as relações necessárias que derivamda natureza das coisas, e, neste sentido,todos os seres têm suas leis; a Divindadepossui suas leis, o mundo material possuisuas leis, as inteligências superiores aohomem possuem suas leis, os animaispossuem suas leis, os homens possuemsuas leis.

FÁBULA

A raposa administrava o galinheiro. De vez em quando comia uma galinha, às vezes duas. Depois limpava tudo, distribuía ração, anunciava um feriadozinho qualquer, promovia jogos.

O dono do galinheiro apreciava. Não gostava da raposa, precisava dela para que as coisas andassem bem.

Até que houve um dia quando a raposa foi além nas medidas da comilança. O dono apareceu com um cachorro enorme. A raposa decidiu manter o cachorro preso, alegando que poderia prejudicar a produção dos ovos. O dono aprovou, desconfiado. Por via das dúvidas, envenenou algumas galinhas... A raposa criou o hábito de antes de comê-las, dar uma provinha ao cachorro, porque afinal era um princípio religioso valorizado dividir alguma galinha com o próximo.

Pois houve então um dia em que o dono instalou uma CPI no galinheiro. Uma investigação demorada transmitida pela TV do Senado Galináceo para todo o galinheiro.

Em breve chegou-se à conclusão evidente de que o cachorro era o culpado. Algumas galinhas, assustadas, acusaram a si mesmas. Depois descobriram um velho porco que vivia nos fundos do galinheiro e que se alimentava de sobras. Foi imediatamente preso.

Resta que o dono do galinheiro e as galinhas deram-se por contentes e se acalmaram. A CPI terminava. Houve festa. Comeram o porco e dançaram até bem tarde.

A raposa fez um discurso emocionado acabando, teatralmente, por beijar um pintinho e lambendo discretamente os lábios. Por decreto, baixou alguns impostos.

E assim, com todas estas mudanças, as coisas puderam seguir, solenemente, as mesmas.

(Revista Filosofia e vida, v. 03)

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