revista business portugal | setembro '15
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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EDITORIAL
Editorial
De norte a sul
ALGARVE DE EXCELÊNCIA24 - Município de Vila do Bispo30 - Comissão Vitivinícola do Algarve44 - Quinta do Morgado
CIDADE DO FUNDÃO54 - Junta de Freguesia de Alcaide62 - Misericórdia de Alpedrinha
Percorremos Portugal de ‘fio a pavio’ para trazermos às nossas páginas um país exemplar, um país empenhado e,
acima de tudo, um país no qual temos orgulho. Procuramos abordar temáticas que mostram o quão bons somos
naquilo que fazemos.
Sabia que Portugal é o 12º produtor de vinho a nível mundial e que ocupa o 9º lugar no ranking do comércio
internacional de vinhos? E que 45 por cento é a percentagem de produção de vinho exportada? Baseados nestes
números, e também nos aromas e sabores que nos proporcionam, nesta edição apresentamos-lhe alguns dos
melhores produtores nacionais da Beira Interior e também do Algarve.
E porque falamos no Algarve, sabia que a região esteve em destaque nos World Travel Awards e conquistou o
galardão de melhor destino de praia da Europa pelo terceiro ano consecutivo? O prémio conquistado é fruto dos
votos de milhões de turistas e profissionais do sector espalhados por todo o mundo.
Um pouco mais a norte encontramos a vila de Arouca. Reconhecida há muito pela sua gastronomia e doces
conventuais, Arouca renasceu no país com os já mundialmente conhecidos Passadiços do Paiva, a “natureza em
estado puro”, como aclama o seu slogan. Falamos de um passadiço na margem esquerda do Rio Paiva, que
proporcionam um passeio único, de uma beleza sem igual, junto a descidas de águas bravas, cristais de quartzo
e espécies em extinção na Europa. Diria mesmo que é um passeio magistral e nesta edição trazemos-lhe já um
pouco daquilo que por lá poderá encontrar na sua visita.
A cidade do Fundão também merece destaque nesta edição da Revista Business Portugal. Famosa pela sua
cereja, o coração da Cova da Beira, entre a Serra da Estrela e a Serra da Gardunha, é uma das regiões mais
históricas de Portugal.
Não, não nos ficamos por aqui. A propósito do Dia Mundial da Visão, falamos com os principais players desta área
e revelamos-lhe como está a visão dos portugueses e quais os principais avanços que se têm notado nesta área.
A inovação sob as cores nacionais continuam a figurar as nossas páginas e o design e a decoração de interiores
vêm trazer um novo colorido à edição deste mês.
Finalmente, falamos da administração e gestão de condomínios, uma temática sempre actual e que a todos
interessa. Conheça algumas empresas da área que se mostram verdadeiras mais-valias para que sejam cada vez
mais fácil viver em harmonia e comodidade.
Estas são apenas algumas das razões pelas quais o convidamos a folhear a nova edição da Revista Business
Portugal.Diana Ferreira não segue o novo acordo ortográfico
FICHA TÉCNICA
Diretor
Fernando Silva
EDITORA
Diana Ferreira
(diana.ferreira@revistabusinessportugal.pt)
REDAÇÃO
Elisabete Teixeira
Francisca Paiva
Kathleen Araújo
Rita Carreira
Sílvia Pinto Correia
Vera Pinho
Ana Miguel Lopes
Marta Caeiro
Rita Burmester
Rui Roque
Sílvia Martins
(redacao@revistabusinessportugal.pt)
PROJETO GRÁFICO, PAGINAÇÃO E DESIGN
Tiago Rodrigues
SECRETARIADO
Paula Assunção
(paula@revistabusinessportugal.pt)
GESTÃO DE COMUNICAÇÃO
Cátia Fernandes
Fernando Lopes
Filipe Amorim
Isabel Brandão
José Machado
José Alberto
Luís Branco
Luís Silva
Manuel Fernando
Paulo Padilha
Pedro Duarte
Rui Diogo
EDIÇÃO, REDAÇÃO E PUBLICIDADE
Rua Engº Adelino Amaro da Costa nº15 6ºandar sala 6.1/6.2
4400-134 - Mafamude
(geral@revistabusinessportugal.pt)
CONTACTOS
Tlf: 223 754 806 (Geral)
A REVISTA BUSINESS PORTUGAL NAS REDES SOCIAS
DISTRIBUIÇÃO
Gratuita no Jornal i - Dec. Regulamentar 8/99-9/6 Artº 12º nº. ID
Depósito Legal: 374969/14
Edição de setembro
Por Diana Ferreira
alguns destaques da edição de setembro
10 - OpHtec
MUNICÍPIOS EM DESTAQUE78 - Município de S. João da Pesqueira82 - Junta de Freguesia do Vimeiro
ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS88 - Apegac91 - Raquel Silva - Gestão de Condomínios44 - Apuramnento Home
INOVAR PARA CRESCER106 - BP Portugal112 - BabeliUM
04 - Microsegur
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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TEMA DE CAPA
A MICROSEGUR é uma empresa aeronáutica que fechou contrato com os aeroportos de Portugal, com o fornecimento de 74 detetores
de vestígios de explosivos. Além das questões de inspeção, também oferecem soluções de engenharia ao nível da segurança, que
podem ser aplicadas em diferentes tipos de infraestruturas públicas de grande dimensão, com o principal intuito zelar pela segurança
pública. A Revista Business Portugal tentou conhecer melhor a empresa, que já conta com 18 anos de experiência, através do seu CEO
Arménio Santos.
microsegur
“Dream the future, we protect the present”
Para que possamos contextualizar os nossos
leitores, começava a entrevista por lhe pedir
que partilhasse connosco como surgiu a
MICROSEGUR e, também, o seu percurso até
então.
A Microsegur –Soluções de Engenharia, Lda. iniciou
a sua atividade em 1997, e surgiu como resultado
da capacidade empreendedora e visão do seu sócio
fundador, focando-se desde logo em nichos de
mercado, muito embora a atividade fosse abrangente,
de Sistemas de Segurança Electrónica.
O Sistemas de Inspeção de pessoas, objetos, correio
e carga, quer no âmbito da aviação civil, quer fora,
em portos, ministérios, prisões, entre outros, foram
áreas fulcrais para o desenvolvimento da atividade, que
tiveram um forte crescimento desde 2001. A par do
fornecimento e instalação das Soluções de Segurança,
ainda desenvolvemos, complementarmente, a formação
técnica especializada, para os operadores de Raio-X.
As últimas décadas extremamente marcadas por
eventos no campo das altas tecnologias de segurança,
vigilância e proteção pessoal, têm impulsionado a
MICROSEGUR, enquanto grupo, a inovar, o que explica
a constante atualização da informação no que se
refere às novas tecnologias, com o objetivo prioritário
de estar preparada para apresentar aos seus clientes,
as melhores e mais adequadas soluções em Sistemas
de Segurança. Uma das apostas da MICROSEGUR foi
a sua internacionalização, desde 2003, nos PALOP’s,
nomeadamente em Angola. A nova realidade estratégica
com que o grupo MICROSEGUR se posiciona, faz-nos
surgir como uma empresa diferenciadora, com um
conjunto distinto de especialidades, permitindo-nos
continuar a alargar a oferta dos nossos serviços.
Sendo especialistas em segurança eletrónica,
Arménio santosCEO
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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TEMA DE CAPA
quais são as soluções de engenharia de
segurança que oferecem e qual é o vosso
público alvo?
Juntando as soluções de engenharia, instalação
e manutenção de sistemas de segurança, somos
especialistas em adequar as novas tecnologias,
aplicando-as à segurança, formação, projeto e
consultoria, nomeadamente nas áreas:
* Sistemas de Inspecção (Detecção de Metais, Raio-X,
Detecção de Explosivos, Deteção de radioatividade,
Deteção de substancias químicas e deteção de
narcóticos);
* Sistemas de Segurança Electrónica (Detecção
Automática de Incêndios, Gás, Intrusão, Controlo de
Acessos e Sistemas de Videovigilância);
* Integração de Sistemas;
Quais as condições reunidas pela Microsegur
que visam a prestação de um serviço de
excelência?
A aposta na inovação, em contato próximo com os
últimos desenvolvimentos tecnológicos, reduzindo os
custos e os níveis de risco dos clientes. A confiança,
oferecida aos clientes, colaboradores e parceiros através
dos valores da nossa empresa. A responsabilização,
sendo que confiamos plenamente nos nossos
colaboradores, a sua vocação e serviço são a chave
para garantir a solução mais adequada às necessidades
de cada cliente.
Os dois pilares que sustentam a nossa filosofia,
proximidade com o cliente e a especialização, estão
intimamente relacionados. Esta aproximação contínua
com os nossos clientes, permite uma fluidez na prestação
dos nossos serviços, bem como, facilita a comunicação
entre ambos. A proximidade e especialização são termos
bem conhecidos pelos nossos colaboradores, que com
base numa adequada formação, experiência ativa e
coesa, permite-nos avançar na procura das melhores
soluções para satisfazer as necessidades dos nossos
Clientes.
Qual é a estratégia com a qual a Microsegur
se posiciona no mercado? Como caracteriza
o mercado português nestas tecnologias
certificadas, confiáveis e rápidas?
A Microsegur aposta na inovação tecnológica e na
integração de Sistemas de Segurança, e nos Sistemas
de Inspeção (Homeland Security), habitualmente
utilizados para o controlo e verificação de pessoas,
bagagem, correio e carga, em termos de ameaças,
como explosivos, radiação, agentes químicos e
narcóticos.
O mercado português, em termos de instalações de
risco ou críticas, procura soluções tecnologicamente
evoluídas e fiáveis, tem respondido bem às potenciais
ameaças, no entanto ainda existe um grande espaço
para crescer.
Tendo a Microsegur fornecido sistemas de
deteção de vestígios de explosivos nos 5
aeroportos portugueses, de que forma a
Microsegur pode ser um contributo fulcral na
prevenção de ameaças à segurança nacional?
A decisão de compra, face aos diversos critérios e
exigências muito rigorosas da parte foi do cliente, que
após uma análise técnica muito criteriosa aos quatro
fabricantes mundiais, optou pela Microsegur e o
equipamento MorphoDetection.
Certamente vai haver um incremento na segurança da
aviação civil, e o nosso contributo será o de manter
sempre operacionais e com um nível de prontidão
elevado, na manutenção dos equipamentos.
Qual é o impacto a nível de segurança pública
nacional e global com a implementação desta
tecnologia de ponta?
Os aeroportos têm um nível de segurança igual ou
superior a qualquer aeroporto na Europa e cumprem
criteriosamente a regulamentação europeia. A nossa
função é acompanhar os requisitos e solicitações dos
clientes e dar respostas as necessidades, como foi o
caso. Mas, certamente o impacto é positivo e a imagem
e segurança nacional muito boa.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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Qual é a grande inovação que o produto
Itemiser 4 DX, desenvolvido pela líder mundial,
Morpho Detection, em sistemas de segurança e
representado e distribuído pela Microsegur em
Portugal, traz a nível logístico?
A grande inovação, está no facto de o equipamento não
possuir fonte de radioatividade para operar e no software
certificado pela entidade Europeia, ECAC.
Este produto é fruto de aperfeiçoamentos ao longo dos
últimos quase 30 anos.
Permite além da inspeção de passageiros e bagagem
de mão, a inspecção de carga e também de narcóticos.
Os resultados da delegação da Microsegur em
Angola e Moçambique estão a corresponder aos
esperados? Futuramente, pretendem expandir-
se para outros pontos estratégicos?
Este mercados, como é do conhecimento público,
têm um enquadramento económico e político, de
altos e baixos, assim como a nossa atividade, já
teve os mesmos momentos. Têm de ser muito bem
acompanhados. Estamos a planear outros marcados
africanos, francófonos.
Uma vez que os vossos produtos de última
geração podem definir o sucesso ou fracasso
nos aeroportos, contribuindo para a segurança
pública, sentem uma responsabilidade acrescida
na defesa dos interesses nacionais?
Uma vez que a nossa visão é estar cada vez mais junto
dos decisores que necessitam de ajuda nas soluções
tecnológicas, que contribuem para o incremento
da segurança pública, em certa medida a nossa
responsabilidade como fornecedores e prestadores de
serviços é muito grande, obrigando-nos a prestações de
serviços e níveis de SLA, muito elevados. Tal como já
sentimos em várias decisões no passado, dentro e fora
do âmbito da aviação civil, como sendo o fornecimento
de equipamentos para deteção de líquidos Explosivos,
equipamento para inspeção de carga e correio aéreo,
deteção de explosivos no correio, equipamento para a
Inspecção de bagagem e pessoas nos portos.
Quais são as metas que a Microsegur tenciona
atingir no futuro? Estão a desenvolver algum
projeto?
Tornarmo-nos líderes em termos de Sistemas de
Inspecção e sermos uma referência a nível nacional.
Aumentar o leque de oferta neste âmbito de soluções,
a par da formação dos operadores dos sistemas. Em
termos de internacionalização, tencionamos não estar tão
dependentes de mercados como Angola e diversificar.
TEMA DE CAPA
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dia
mun
dial
da
visã
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Quando se fala de saúde associamos, naturalmente, à medicina e normalmente, à medicina curativa.
Mas esta vai muito para além do significado que, muitas vezes, o senso comum lhe atribui. A
medicina é, todavia, bem mais do que isso, pois a sua preocupação maior é a prevenção de
doenças.
Quem acha que os olhos não merecem uma atenção especial estão muito enganados, pois afinal de contas
é uma região sensível, onde podem acontecer diversos tipos de problemas e surgir diversas doenças. Assim,
é necessário que, cada vez mais, sejam realizadas ações de sensibilização com divulgação e rastreios de
problemas oftalmológicos.
No próximo dia 8 de outubro celebra-se o Dia Mundial da Visão que foca, principalmente, a atenção em
relação à cegueira global, pois a cada cinco segundos uma pessoa fica cega no mundo. Números que
podiam diminuir, visto que uma elevada percentagem da cegueira resulta de causas previsíveis ou tratáveis.
Nesta data, médicos, pacientes, autoridades e comunidades realizam ações em busca de respostas para
diminuir o número de cegos por causas que poderiam ser evitadas.
Deverá, por isso, emergir um novo paradigma, onde a promoção da saúde e de atitudes mais assertivas por
parte das pessoas permitam prevenir a doença, com enormes benefícios para a sua saúde, conseguindo
melhorar a qualidade de vida e o bem-estar.
Outra importante intervenção é a realização de rastreios, tendo em vista a deteção precoce e prevenção de
doenças ou lesões, de modo a levar os indivíduos a viver mais saudáveis. Para o efeito é necessário que as
pessoas se consciencializem da importância da visita regular ao médico, ainda que se sintam saudáveis.
E, não devemos confundir rastreio com prevenção. Ambos se destinam a pessoas que não apresentam
sintomas, podendo-se integrar, assim, na promoção da saúde, tendo em vista uma vida saudável. Grande parte
das doenças oculares, tanto em crianças como em adultos, pode ser reversível se detetada precocemente e
aplicado o devido tratamento.
A organizar a Semana da Visão, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) vai celebrar o Dia Mundial da
Visão com iniciativas que alertam para os problemas visuais dos portugueses. Pretendem com estas iniciativas
consciencializar e incentivar a população para a prevenção.
Nesta edição de setembro, a Revista Business Portugal dá destaque também à Ophtec Portugal, empresa
líder mundial de lentes intra-oculares e uma referência no universo da oftalmologia devido aos seus produtos
inovadores e aos seus significativos avanços nesta área, incluindo a prevenção de doenças oculares.
OPHTEC BV Schweitzerlaan 15, 9728 NR Groningen The NetherlandsT: +31 50 525 1944 ••• F: +31 50 525 4386 ••• E: info@ophtec.com
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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DIA MUNDIAL DA VISÃO
É notável o vasto portefólio de produtos inovadores, desde do âmbito da catarata até à cirurgia refrativa, que a OPHTEC PORTUGAL
tem ao dispor dos seus clientes. Para percebermos a importância dos significativos avanços no universo da oftalmologia, incluindo a
prevenção de doenças oculares, falamos com Sandra Bayan, general manager da Ophtec Portugal.
Ophtec Portugal
LÍDER MUNDIAL DE LENTES INTRA-OCULARES
Sendo já reconhecida mundialmente pela sua
vertente inovadora, a OPHTEC já lançou novos
produtos para 2015. Quais são e quais as suas
mais-valias?
Apresentamos este ano uma nova plataforma
que combina três produtos do nosso portefólio;
‘Comprehensive platform for management of
astigmatism’, isto é, uma plataforma que permite uma
melhor gestão do astigmatismo (imagens distorcidas ou
desfocadas).
Trata-se de uma solução dirigida principalmente
para os médicos oftalmologistas que se dedicam
maioritariamente às áreas de cirurgia de catarata e
refrativa, e que implantam lentes premium.
As lentes premium são lentes intra-oculares que
permitem em simultâneo tratar a catarata e corrigir
astigmatismos.
A cirurgia de catarata (substituição do cristalino ou
lente natural do olho por opacificação) é um dos
procedimentos cirúrgicos mais frequentes em todo o
mundo, sendo talvez um dos mais seguros e satisfatórios.
É também um dos que apresenta maior crescimento
a nível mundial, devido ao envelhecimento geral da
população (faixa etária acima dos 65 anos), bem como
à procura por parte de pacientes de faixas etárias mais
jovens, entre os 45-55 anos que desejam submeter-se
a cirurgia de catarata/refrativa para se libertarem do uso
de óculos ou lentes de contacto, pois começam a sentir
dificuldade na visão de perto.
A expectativa destes pacientes é elevada, pois
dependendo da sua profissão ou atividades diárias,
privilegiam soluções cirúrgicas que lhes tragam uma
visão quase perfeita, e é a este segmento específico
que se adequam as lentes premium.
Como referi, são pacientes com um grau elevado de
exigência, pelo que o diagnóstico e escolha de qual a
lente intra-ocular que melhor se adequa a cada um, tem
de ser feita de forma extremamente cuidadosa.
A nossa plataforma, dispõe de tecnologia inovadora, que
permite ao cirurgião aferir qual a melhor solução que
conduzirá a um resultado pós cirúrgico quase perfeito.
Sobre a 7th International Conference on Ocular
Infections (ICOI 2015) que decorreu em Barcelona
(Espanha) no dia 3 e 4 de setembro deste ano, e
tendo em conta a presença de especialistas de
todo o mundo, a fim de fornecer a mais recente
pesquisa clínica para ajudar a enfrentar os
desafios da infeções oculares, que benefícios é
que este evento trouxe para a OPHTEC?
O ESCRS tem vindo a tornar-se num dos congressos
com maior relevância a nível internacional no mundo
da oftalmologia. Este ano, contou com cerca de 9 mil
médicos inscritos dos quais cerca de 200 portugueses.
Este evento destaca-se no panorama internacional, pela
qualidade das sessões científicas que têm lugar durante
4 dias.
Portugal tem uma presença muito forte que se comprova
pela quantidade e qualidade de trabalhos apresentados
por médicos nacionais.
Ao nível das empresas, estão aqui representadas
todas as grandes marcas e empresas que operam no
mercado da oftalmologia. É normalmente no decorrer
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DIA MUNDIAL DA VISÃO
deste evento, que são apresentados novos produtos, desde novas lentes intra-oculares,
novos dispositivos para as diversas sub-especialidades da oftalmologia, bem como
novos equipamentos de tratamento e diagnóstico.
A Ophtec aposta bastante neste congresso, e deu continuidade a uma iniciativa
que iniciou no ano passado no congresso de Londres, o Speakers corner no nosso
stand. Trata-se de uma área reservada para a apresentação de trabalhos científicos
desenvolvidos com os nossos produtos, por médicos de diversos países. Estes
trabalhos ficam disponíveis para visualização, após o Congresso, no YouTube, Canal
Ophtec.
Apresentámos também uma nova plataforma para o diagnóstico e tratamento da
catarata e refrativa, da qual falei anteriormente.
A Ophtec esteve também presente no 33º congresso da Sociedade Europeia de
Cirurgia de Catarata e Refrativa que decorreu em Barcelona (ESCRS), entre 5 e 9 de
setembro.
Relativamente ao projeto pioneiro sobre a “Rastreabilidade e Identificação
Única dos Dispositivos Médicos” que a OPHTEC estava a desenvolver para
implementar no mercado nacional, em que ponto da situação se encontra
esta iniciativa?
Continuamos empenhados neste ambicioso e atrativo projeto. Trata-se de facto, de
uma iniciativa pioneira em Portugal, pelo que temos dedicado muito do nosso tempo
na seleção dos melhores parceiros, uma vez que para a execução deste projeto, é
necessário reunir uma série de empresas, com valências diversas.
Precisamente porque se trata de algo novo, deparámo-nos no início com alguns
contratempos que temos vindo a contornar, e contamos para breve, anunciar o início
do primeiro projeto.
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DIA MUNDIAL DA VISÃO
A que se deve o atual sucesso da empresa e
quais os valores que vos definem?
A inovação e a oferta de soluções diferenciadas é, e
foi desde sempre, a principal preocupação da Ophtec,
e o motor que nos tem levado a investir em todos os
projetos nos quais temos apostado.
Todos os produtos que desenvolvemos, têm como
finalidade, por um lado, colmatar lacunas detetadas nos
produtos já existentes no mercado, por outro, poder
servir segmentos para os quais poucas ou nenhumas
soluções existem.
A Ophtec surge precisamente, nesta sequência. Há
mais de 30 anos, o Prof. Worst (médico oftalmologista
e cientista Holandês) apercebeu-se de que as soluções/
técnicas existentes à época, para resolver algumas
cataratas e miopias, não eram satisfatórios nem
previsíveis. Desenvolveu então uma lente intra-ocular
que apresentava características distintivas das demais,
a lente Artisan®. Estas lentes são fixadas na iris através
dos seus claws ou sistema ‘pata de lagosta’ como
inicialmente foram designadas pelo seu criador, Jan
Worst.
O sucesso que obteve nas primeiras cirurgias que realizou,
motivou os seus pares a reconhecerem o sucesso da
sua criação e a incentivarem o desenvolvimento de
outros produtos baseados no mesmo princípio.
Privilegiamos a colaboração com os principais KOLs
mundiais, especialistas nas diversas sub-especialidades
da oftalmologia, no estudo e desenvolvimento de novas
soluções/produtos, pois ninguém melhor do que eles,
nos podem indicar em quais devemos apostar.
Ao longo do tempo, foram-se desenvolvendo, sempre
mantendo a plataforma original, novas aplicações para a
lente Artisan® e dispomos hoje de nove modelos, entre
versões rígidas e flexíveis, que permitem a correção
de todos os erros refrativos (miopia, hipermetropia e
astigmatismo).
Continuaremos a desenvolver novas soluções com
base nesta plataforma, que após 30 anos e milhares
de implantes em todo o mundo, já deu provas da sua
eficácia e segurança.
São estas as palavras de ordem que regem a nossa
atividade.
A contribuição para a melhoria da qualidade de vida
da população em geral, é para nós motivo de grande
satisfação.
Para o futuro, a OPHTEC já tem projetos
inovadores em desenvolvimento?
Estamos a trabalhar ativamente na extensão da nossa
linha de produtos nas duas áreas core da nossa
empresa: refrativa e catarata.
Temos uma série de produtos em fase final de registo
nas entidades competentes e outros em fase final de
estudos clínicos, pelo que no curto e médio prazo,
estaremos em condições de apresentar algumas
novidades, que certamente trarão benefícios acrescidos
para os cirurgiões e seus pacientes.
Uma outra área onde a empresa se destaca é na oferta
de produtos para cirurgia traumática e de reconstrução.
Dispomos atualmente para este segmento, de um
conjunto de soluções que podem ser customizadas
atendendo à especificidade dos casos, de acordo com
as necessidades de cada paciente.
Para que ser mais específica, estamos a falar de
próteses coloridas, que permitem a reconstrução total
ou parcial da íris - parte colorida do olho - que pode
estar danificada devido a acidentes vários (trauma) ou
problemas congénitos.
Estas próteses possibilitam ao cirurgião e ao paciente
obter excelentes resultados quer a nível estético quer a
nível funcional.
No entanto, queremos que estas reconstruções sejam
o mais fidedignas possível, e o mais próximo do real,
pelo que estamos a estudar várias hipóteses que nos
permitirão oferecer em termos de cor, uma solução
única para cada paciente.
Em breve, complementaremos a nossa plataforma para
astigmatismo, com um novo equipamento, que deverá
ser apresentado ao mercado português no primeiro
trimestre de 2016.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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DIA MUNDIAL DA VISÃO
Sendo uma referência científica na área ocular em Portugal, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) tem mantido um padrão de
qualidade supremo no que toca aos avanços e inovações das técnicas oftalmológicas médicas e cirúrgicas. Em entrevista a Maria João
Quadrado, presidente da SPO, exploramos a posição da Sociedade no panorama nacional.
Sociedade Portuguesa de Oftalmologia
EXCELÊNCIA OCULAR ALIADA AOS ÚLTIMOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS
A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia
(SPO) tem como objetivo contribuir para o
desenvolvimento da Oftalmologia nos seus
diferentes aspetos. Nesse sentido, como
analisam os avanços nas cirurgias oculares nos
últimos anos?
Estamos numa era tecnológica em que muitos
problemas passaram a ter correção cirúrgica com
LASER e outras tecnologias, mas simultaneamente
os avanços no conhecimento e diagnóstico permitem
agora que graves perdas de visão possam ser evitadas.
Gostaríamos de realçar que nas últimas décadas, a
Oftalmologia portuguesa tem mantido um nível de
excelência, com cuidados assistenciais de elevada
qualidade. Realizam-se em Portugal todas as técnicas
oftalmológicas médicas e cirúrgicas mais avançadas.
Na investigação científica, a Oftalmologia portuguesa
atingiu nível internacional, com centros de investigação
oftalmológica multidisciplinar com íntima colaboração
entre ciência básica, laboratorial e ciência clínica.
Qual o(s) problema(s) ocular(es) mais frequente
nos portugueses?
A grande maioria das deficiências visuais podem ser
evitadas e/ou tratadas. Os problemas oculares mais
frequentes, como a miopia, hipermetropia, astigmatismo
e presbiopia, podem ser corrigidos com óculos, lentes
de contacto ou cirurgia refrativa. Outros problemas
como a catarata, a degenerescência macular da idade,
a retinopatia diabética e o glaucoma merecem cuidados
mais específicos e atempados.
Como pensam assinalar o Dia Mundial da Visão
no próximo dia 8 de outubro?
O Dia Mundial da Visão serve para lembrar que as
principais causas de cegueira no mundo poderiam ser
prevenidas e/ou tratadas se as populações tivessem
acesso a cuidados de saúde adequados. A cada cinco
segundos uma pessoa fica cega no mundo e uma
criança a cada minuto. O Programa da Visão 2020
pretende a prevenção das doenças evitáveis até 2020,
de forma a oferecer a todos o direito à visão. Enquadrado
no Dia Mundial da Visão, que este ano se celebra a 8
de outubro, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia
organiza a ‘Semana da Visão’ com iniciativas que alertam
para os problemas visuais dos portugueses. O principal
objetivo é a consciencialização sobre causas de cegueira
preveníveis e o incentivo a esta prevenção.
Nesta semana da Visão, a SPO irá organizar rastreios no
Porto, Coimbra e Lisboa, acompanhados pela distribuição
de folhetos informativos sobre patologias como o
glaucoma, a ambliopia, as cataratas, a degenerescência
macular da idade (DMI), a retinopatia diabética e o olho
seco. Serão também distribuídos cartazes pelos centros
de saúde, alertando para a possibilidade de evitar a
cegueira através da prevenção.
A população será também sensibilizada para importância
de vigiar a saúde dos olhos através um suplemento
que vamos divulgar, bem como de uma campanha de
esclarecimento na rádio e televisão.
Que projetos a Sociedade Portuguesa de
Oftalmologia tem delineados para melhorar a
saúde ocular dos portugueses?
A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, como
Sociedade Científica, tem o objetivo de promover e
contribuir para o desenvolvimento da Oftalmologia nos
seus diferentes aspetos: comunitário e profiláctico,
assistencial e curativo, científico, pedagógico e de
investigação. Múltiplos projetos surgem anualmente para
a informação ao público geral, a realização de programas
de rastreio, a formação médica, o intercâmbio científico
e o incentivo a investigação.
O Dia do Glaucoma, a Semana da Visão, o Dia da
Diabetes, etc, são exemplos destes projetos. Todas estas
medidas visam, em última análise, melhorar a saúde
ocular dos portugueses.
maria joão quadradoPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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DIA MUNDIAL DA VISÃO
A Proóptica posiciona-se como uma empresa de soluções integradas e são pioneiros na prestação de serviços, que fazem todo o
sentido quando aliados, no mercado oftalmológico. Com um papel tão ativo e empenhados na qualidade e excelência, desenvolvendo
produtos personalizados, como a decoração de espaços, são um importante protagonista na sensibilização para o Dia Mundial da Visão,
a comemorar em breve. Foi neste contexto que explicaram o que os move, em conversa com a Revista Business Portugal, assumindo:
“Queremos fazer mais, somos empreendedores compulsivos! Inovamos!”
proóptica
Uma empresa na vanguarda do mercado ótico
Como e quando surgiu a ideia de aliar à venda de produtos oculares, o design
e a remodelação de interiores de óticas?
A ideia de desenvolver uma nova área de negócios, Design + Arquitetura surgiu em
2013, para assinalar o 20º aniversário da empresa, com o objetivo primordial de
posicionar a Proóptica como uma empresa de soluções integradas.
A área Design + Arquitectura é especializada em remodelação de interiores de óticas,
sendo uma alternativa credível na decoração e complementos. Esta nova área nasceu
conciliando a experiência de uma equipa de profissionais dedicada, com a credibilidade
da Proóptica nos mercados onde atua, procurando satisfazer a necessidade latente da
empresa em inovar e adaptar-se ao mercado ótico com uma oferta mais alargada de
produtos e serviços.
Acreditamos que nesta área, o conhecimento que temos do mercado e do negócio
dos nossos parceiros é fundamental para traduzir ideias em soluções ideais, criando
valor com propostas chave na mão. Esta área é sinónimo de qualidade e criatividade
no desenvolvimento de designs notáveis com soluções inteligentes que otimizam a
estética e a funcionalidade.
Também têm o serviço de consultoria para ajudar o cliente a encontrar
equipamentos que otimizem o seu trabalho. Como funciona esse processo e
o com que é que o cliente pode esperar?
Outra área da nossa empresa são os acessórios de oficina e complementos de
consumo, que reforçam o nosso posicionamento de integração. O serviço de
consultoria que disponibilizamos nesta área consiste na realização de um diagnóstico
real das necessidades do cliente através de uma visita ao ponto de venda, permitindo
a identificação de soluções para melhorar o seu trabalho em oficina.
Com esta análise pormenorizada, desenvolvemos e viabilizamos um projeto de
otimização da oficina do cliente, com oferta de melhores ferramentas, formações sobre
equipamentos e dicas de como incrementar a performance no seu dia-a-dia.
No momento em que um cliente pretende abrir um novo espaço, também são
desenvolvidos projetos precisos e customizados, com a disponibilização de um leque
de equipamentos que necessita para as atividades do dia-a-dia em oficina.
luís justinoDiretor Geral
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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DIA MUNDIAL DA VISÃO
Para estes projetos de consultoria de equipamentos,
apresentamos um catálogo completo, de fácil utilização,
com uma qualidade de produtos exemplar, garantida
pela marca alemã Breitfeld & Schiekert.
De que forma é visto, atualmente, o dia Mundial da
Visão comparativamente há 17 anos atrás?
O 17º aniversário do Dia Mundial da Visão começa a
produzir os seus resultados, o consumidor revela uma
preocupação crescente para a necessidade de realizar
exames de prevenção e de diagnóstico. A visão é um
dos sentidos mais importantes e requer muitos cuidados,
com ações preventivas, as principais doenças da visão
podem ser evitadas.
Campanhas como a do Dia Mundial da Visão são muito
relevantes para consciencializar a população sobre a
necessidade de um acompanhamento especializado
e rigoroso, para evitar que os problemas dos olhos
se agravem e acabem em cegueira, que poderia ser
evitada em cerca de 80% dos casos.
Muitas doenças relacionadas com a visão não
apresentam sintomas, quando são descobertas, já estão
em estados bastante avançados e de difícil regressão.
É o caso do glaucoma, a maior causa de cegueira no
mundo.
Ao longo destes anos, notamos que o consumidor
está mais atento à qualidade do produto e das lentes
oftálmicas e é mais exigente com a sua Saúde Visual!
Enquanto empresa ligada ao ramo há duas
décadas, como vêm o Dia Mundial da Visão?
O Dia Mundial da Visão tem extrema relevância para a
Proóptica, é um dia de sensibilização da população para
os problemas visuais, alertando que as principais causas
de cegueira a nível mundial são possíveis de prevenir, e
por isso, deve-se vigiar a saúde dos olhos para manter
a qualidade da visão. Procuramos assinalar a data com
comunicações de sensibilização à realização de exames
periódicos.
Em Portugal, como noutros países do Mundo Ocidental,
as principais causas de baixa visão e/ou cegueira são
a degenerescência macular associada à idade (DMI), a
retinopatia diabética e o glaucoma. As visitas periódicas
a um especialista são fundamentais, assim como a
observação dos olhos nas várias fase da vida, como
por exemplo nas crianças para despiste da ambliopia,
vulgo “olho preguiçoso”, das mulheres grávidas ou
em menopausa, cujas alterações hormonais possam
provocar doença ocular, de todos os indivíduos na faixa
etária dos 40 aos 50 anos em que surge a presbiopia,
vulgo “vista cansada” e nas faixas etárias mais avançadas
para despiste de catarata e DMI.
Que tipos de retorno têm tido com este modelo de
fornecimento de serviço integrado?
O balanço que fazemos destes 2 anos de integração
é bastante positivo, conseguimos atuar no mercado
contrariando a crise económica, mantendo os
clientes fidelizados através de um relacionamento de
proximidade e conquistando novos clientes. O feedback
sentido dos nossos clientes tem sido bastante positivo e
entusiasta, valorizam as propostas de valor acrescentado
e as soluções inovadoras com base na integração das 4
áreas: Armações e Óculos de Sol, Acessórios de oficina,
Lentes e Arquitetura e Design.
Os nossos clientes sabem que podem contar com uma
empresa madura, de confiança, séria, comprometida,
proativa, dinâmica e com uma equipa dedicada nas
quatro áreas de negócio que desenvolvemos.
Quais são as mais valias para o cliente ao optar
pela vossa marca?
A Proóptica é uma empresa com maturidade, que
se afirma como parceiro de soluções completas e
integradas, através da oferta de um portefólio bem
estruturado e diferenciado de marcas e serviços.
A integração de 4 áreas de negócio diferentes mas
complementares é uma das principais vantagens
competitivas e permite responder às necessidades dos
nossos clientes de uma forma completa e integrada,
com preços justos, qualidade irrepreensível e focada no
serviço e na relação de proximidade.
A Proóptica actua no mercado tendo sempre em
mente o cliente, somos efetivamente preocupados
com os nossos parceiros, dialogamos, encontramos
soluções conjuntas, melhoramos o sell out em loja.
Procuramos o vínculo com os nossos clientes, somos
leais e procuramos desenvolver relações profundas
e duradouras. Cooperamos com os nossos clientes,
ajudando-os no desenvolvimento do seu negócio.
Há algum projeto para o futuro breve ou a longo
prazo? Pretendem expandir-se para território
internacional?
Hoje a internalização já representa uma quota
importante nas vendas da empresa e continuará a ser
o focus da nossa estratégia integrada. Desenvolvemos
a internacionalização de uma forma sustentada e
comprometida com os mercados onde atuamos
preferencialmente: Espanha, Marrocos, Angola, Cabo
Verde e Moçambique.
A Proóptica inova constantemente na forma como
atua no mercado. Queremos ser percebidos como
uma empresa que disponibiliza soluções integradas,
comprometida em encontrar soluções e novas
oportunidades para os seus parceiros. Nos próximos
tempos, continuaremos a apostar na sustentação
do mercado nacional com o lançamento de marcas
e produtos de relevo e na conquista de mercados
internacionais emergentes.
Queremos fazer mais, somos empreendedores
compulsivos! Inovamos! Da aposta na Moda Portuguesa,
às lentes Nikon, à Tag Heuer, aos Acessórios, à
internalização em Marrocos, Espanha, Angola, Cabo
Verde e com a nova área de Arquitetura.
Somos ativos e queremos fazer a diferença!
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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DIA MUNDIAL DA VISÃO
A Carl Zeiss Vision é uma marca centenária que cresceu e acompanhou todos os desenvolvimentos tecnológicos impostos pela evolução
natural do mercado oftalmológico. Uma coisa é cerca, sempre manteve o posicionamento firme baseado na excelência. Começaram por
produzir todo o tipo de lentes, como as microscópias. Hoje, fabricam produtos como lentes de alta qualidade que aumentam a transmissão
da luz para uma melhor nitidez visual. A inovação e o progresso e a responsabilidade social são as premissas da multinacional. Aliás, um
dos lemas da Zeiss é: “o momento em que a sua visão não tem limites, este é o momento para que trabalhamos”.
carl zeiss
Um Grupo com o foco no Progresso
O Dia Mundial da Visão é assinalado a 13 de outubro e procura sensibilizar
a sociedade para as causas da cegueira global e para os fatores que podem
provocar problemas de baixa visão. Sendo a ZEISS um grupo tecnológico
internacional do setor da óptica e optoeletrônica, quais as soluções que tem
no mercado que podem contribuir para facilitar a vida daqueles que sofrem
de distúrbios visuais?
Os aparelhos de grande precisão ZEISS OCT (Tomografia de Coerência Óptica) ajudam
diariamente os oftalmologistas a prevenirem a cegueira a milhares de pessoas em todo
o Mundo.
ZEISS apresenta soluções para Retinopatias Diabéticas e alguns casos de DMI através
dos seus sistemas de sub-Visão, Galileu e Kepler e ainda, Retinopatias Pigmentosas
através de filtros especiais que através de comprimentos de onda específicos,
permitem obter um melhor contraste em pacientes com Deuteranopatia, Protanopia
ou Acromasia.
Apresentam várias soluções ao nível dos cuidados visuais, através de uma
aposta muito forte em produtos inovadores de base tecnológica. Como é
desenvolvido este trabalho de investigação e pesquisa?
Com uma forte e estreita colaboração com Universidades e Institutos da Visão, médicos
Oftalmologistas e naturalmente, com uma empreendedora equipa de pesquisa e
investigação da Carl Zeiss onde anualmente são gastos cerca de 370 milhões de
euros somente para esta finalidade.
A ZEISS está organizada em seis grupos de negócios: Metrologia Industrial,
Microscopia, Tecnologia Médica, Vision Care, Óptica para o Consumidor e
Tecnologia de Produção de Semicondutores. Para além das soluções já
apresentadas, que outros produtos comercializam?
Comercializamos Máscaras de Neve, e acessórios de limpeza para as lentes - toalhetes
e spray.
As lentes das Máscaras de Neve possuem tecnologia ZEISS e existe a possibilidade de
serem colocados adaptadores ópticos com lentes graduadas.
Os acessórios de limpeza – toalhetes e spray - foram submetidos a diversos testes de
qualidade para existir a certeza que estes produtos seriam um reflexo da marca ZEISS,
produtos de qualidade e premium.
Falando especificamente do mercado português, como é desenvolvido o
trabalho da empresa em território nacional? Onde podemos encontrar os
produtos ZEISS?
Em território nacional, o trabalho da marca ZEISS varia consoante a área de negócio.
Por exemplo, o Vision Care é desenvolvido através dos seus clientes, as Ópticas. Por
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
19
DIA MUNDIAL DA VISÃO
isso, qualquer consumidor final poderá adquirir umas
lentes oftálmicas ZEISS, recorrendo a uma Óptica.
A ZEISS é líder mundial do mercado, para
contextualizar os nossos leitores, importa
perceber como surgiu a empresa e como se
posiciona atualmente no contexto global, já que
está presente em mais de 40 países?
A ZEISS tal como hoje é reconhecida pelo seu nível
de qualidade, foi fundada por Carl Zeiss em 1846 na
cidade de Jena na Alemanha, inicialmente através do
fabrico de microscópios, os quais desde logo marcaram
a diferença dos que existiam até essa altura, devido á
sua excelente qualidade óptica.
Mais tarde Carl Zeiss convidou o Dr. Ernst Abbe e o Dr.
Otto Schott para o fabrico de lentes oftálmicas, o que
deu origem de 1912 ao lançamento da primeira lente
oftálmica de alta qualidade construída ponto a ponto o
que lhe conferia um maior campo visual para o utilizador
de lentes graduadas.
Ao longo de mais de 100 anos, a Carl Zeiss Vision
continua empenhada em continuar a oferecer a melhor
qualidade em lentes oftálmicas quer sejam lentes
monofocais, como sobretudo em lentes progressivas
dirigindo-as para as mais diversas necessidades do
dia a dia do utilizador, desde as lentes ZEISS DIGITAL,
apropriadas para quem utiliza durantes várias horas por
dia o seu smartphones evitando o cansaço visual, ou
as lentes ZEISS DriveSafe para evitar o stress visual de
quem conduz, sobretudo á noite ou em condições de
forte ou de fraca iluminação, sempre acompanhadas
por capas anti-reflexo de alta qualidade que evitam
os reflexos parasitas nas superfícies das lentes, e que
aumentam a transmissão da luz para uma melhor nitidez
visual.
Ainda sobre o futuro, mas no aspeto empresarial,
a ZEISS pretende expandir-se para novos países
e crescer ou consolidar a posição nos mercados
onde está atualmente?
A ZEISS pretende crescer e em simultâneo consolidar
a posição nos mercados onde está actualmente. A
consolidação da posição nos mercados pretende-se
que seja em aumento de vendas e de notoriedade junto
dos consumidores.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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MEDICAMENTOS GENÉRICOS
Paulo Lilaia, Presidente da Direção da APOGEN, falou com a Revista Business Portugal sobre a responsabilidade ativa da Associação
Portuguesa de Medicamentes Genéricos e Biossimilares, e faz um balanço acerca deste setor em Portugal.
apogen
O mercado dos genéricos em território português
A APOGEN orgulha-se do trabalho realizado ao longo destes 12 anos,
começa por nos dizer. “Consideramos que só o diálogo regular e o trabalho
conjunto de todos os intervenientes do setor permite encontrar as melhores
soluções para o Sistema de Saúde.”
Como tal, a APOGEN funciona nos moldes de uma organização de âmbito nacional
e independente, sem fins lucrativos, constituída por 17 empresas da indústria
farmacêutica dedicadas à produção e comercialização de medicamentos genéricos
e biossimilares, mas não só. O seu trabalho debruça-se, também, na monitorização,
estudo e análise de todos os aspetos científicos, legais, técnicos e económicos que
tenham impacto na atividade comum dos seus associados. A APOGEN tem como
missão divulgar os conceitos de medicamento genérico e biossimilar, contribuindo para
o desenvolvimento deste mercado em Portugal.
Neste sentido, desenvolve esforços perante os organismos oficiais competentes, para
melhorar a produção e comercialização assim como a distribuição e venda destes
medicamentos, ao mesmo tempo que representa as empresas associadas diante da
opinião pública. Em 2014, a APOGEN passou também a representar as empresas
que comercializam medicamentos biossimilares, o que reforçou o apoio social dado à
política da saúde.
Paulo Lilaia explica-nos a evolução dos medicamentos genéricos, globalmente e no
caso específico de Portugal, na última década, começando por dizer que este mercado
cresceu de forma acentuada. Porém, “a quota de mercado dos medicamentos
genéricos em território nacional, que é hoje de cerca de 47% no setor ambulatório,
está ainda muito longe das quotas de mercado de outros países europeus como
os nórdicos e a Alemanha, em que mais de 60% dos medicamentos utilizados são
medicamentos genéricos.”
De acordo com Paulo Lilaia, é preocupante depararmo-nos com uma tendência
decrescente no setor ambulatório, não só em valor mas também em volume de
medicamentos genéricos, o que não coincide com o objetivo do Estado para a sua
quota de mercado, para o final de 2014, que são os 60 %. Perante esta realidade,
a APOGEN prevê que “há ainda muito caminho a percorrer”, partilha o Presidente da
Associação, ainda que acreditem que grande parte da população “está consciente de
que os medicamentos genéricos são equivalentes terapêuticos dos medicamentos de
referência, com a mesma qualidade, segurança e eficácia”.
Este esclarecimento é muito positivo. A população já sabe que a única diferença entre
os medicamentos de referência e os genéricos é “o fator preço, uma vez que os
medicamentos genéricos são disponibilizados a um preço mais acessível”, explica
Paulo Lilaia.
Tentámos perceber que medidas podem ser tomadas para incrementar a utilização
dos medicamentos genéricos para que esta se implemente como um contributo para
paulo lilaiaPresidente
Fazemos história...na Saúde em todo o mundo
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Jul
15 3
3004
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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economia nacional. A APOGEN considera que “seria
positivo que novas campanhas de divulgação fossem
realizadas, como meio de incentivar a utilização de
medicamentos genéricos e contrariar a tendência de
estagnação”, observa Paulo Lilaia.
Quando questionado sobre as vantagens da aposta nos
genéricos na gestão da economia familiar, Paulo Lilaia
afirma perentoriamente que sim, há vantagens e é uma
mais valia no orçamento.
Também o Sistema Nacional de Saúde beneficia com
os genéricos. Paulo Lilaia esclarece-nos quanto a
estes números. “Relativamente ao SNS, o setor dos
medicamentos genéricos e biossimilares, é hoje o maior
fornecedor em unidades (cerca de 47% em ambulatório
e superior a 67% no setor hospitalar). No entanto,
representa apenas cerca de 24,3 % dos encargos
do SNS com medicamentos no sector ambulatório e
22,5% dos encargos do SNS com medicamentos no
sector hospitalar.”
Apesar de os Medicamente Genéricos serem os que
entram em maior número, as despesas do Sistema
Nacional de Saúde não se coadunam com esses
valores. São muito maiores as despesas noutro
tipo de medicamentos ou tratamentos. Paulo Lilaia
acrescenta que “numa altura em que as exigências
face aos cuidados de saúde são cada vez maiores, os
medicamentos genéricos e biossimilares representam
um importante benefício para os doentes, ao garantir um
acesso mais alargado e numa fase mais precoce das
suas doenças.”
A par disso, este setor da indústria farmacêutica é, hoje
em dia, parte da solução para a contenção e diminuição
da despesa do Estado com medicamentos, contribuindo
já, de forma significativa, através das poupanças que
permitem gerar ao Estado, para a sustentabilidade
e preservação do Sistema Nacional de Saúde e para
o controlo orçamental. Só resta colmatar a, ainda
existente, falta de divulgação para a sensibilização ao uso
de genéricos, “para que o Estado possa libertar verbas
tão necessárias para o financiamento de tratamentos
com medicamentos inovadores, como por exemplo
a Hepatite C, e o principal beneficiário seja o utente”,
explica Paulo Lilaia. É necessário investir ainda mais na
promoção dos medicamentos genéricos e biossimilares.
Por outro lado, o Presidente da Direção da APOGEN
alerta para o facto de que “estar num mercado
pequeno, com preços muito baixos, cria grandes
desafios e dificuldades às empresas que comercializam
Medicamentos Genéricos.”
Com o intuito de que os genéricos sejam cada vez
mais um crucial contributo ao acesso à saúde por
parte de doentes em estado precoce de doença, “os
preços dos medicamentos genéricos não podem
nem devem, ser tão baixos ao ponto de, contribuírem
para que as empresas não sejam financeiramente
viáveis e se retirem do mercado, ou contribuírem para
que determinados produtos não sejam lançados ou
deixem de ser comercializados, até porque, grande
parte das alternativas de marca desses medicamentos
genéricos retirados do mercado, têm um preço muito
mais elevado. É opinião da APOGEN que o Governo
se tem esforçado muito para defender os interesses e
necessidades do Estado e dos utentes, mas a ‘fatura’
tem sido pesada para a indústria de medicamentos
genéricos e biossimilares, que, não esqueçamos, é
um dos pilares da sustentabilidade do SNS, pela sua
já significativa contribuição, através das poupanças que
permite gerar ao Estado”, conclui Paulo Lilaia.
MEDICAMENTOS GENÉRICOS
A Aurovitas é uma companhia global que apostano desenvolvimento, produção e comercialização de medicamentos genéricos.
Através de uma rede comercial alargada a Aurovitas marca presença em Portugal com um portefólio de produtos genéricos, marcas e OTC proporcionando soluções acessíveis e de qualidade nas mais impor-tantes áreas terapêuticas.
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alga
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Não é de todo despropositado falar sobre um Algarve que, cada vez mais, é considerado de
excelência, quando no próximo dia 27 de setembro se comemora o dia mundial do Turismo. Ainda
menos despropositado o é, quando o ano de 2015 foi muito forte para a região algarvia no que
diz respeito ao retorno económico da oferta turística que a região tem para oferecer, sobretudo na
época alta, assim como no que concerne aos prémios de honra que foi acarretando.
O Algarve é cada vez mais reconhecido a nível internacional. Naquela que foi a 22ª edição dos “óscares do
turismo”, o World Travel Awards, a região conquistou o 1º lugar na categoria Melhor Destino de Praia Europeu.
Também no mês de setembro, no evento equivalente no panorama nacional, o Portugal Travel Awards, o
Algarve foi distinguido, entre outros galardões, com o melhor hotel 5 estrelas.
Aquele que para muitos já é considerado o “segredo mais famoso da europa”, tem além das praias paradisíacas
de quilómetros, um património vitivinícola que tem alcançado, a par disso, um enorme prestígio internacional.
O Algarve, além da oferta hoteleira e turística que tem, como o Golfe, a Ria Formosa, o Mercado de Olhão ou
a possibilidade de fazer birdwatching em Sagres, e que é declaradamente incentivada, com o apoio da Região
do Turismo do Algarve, tem outros pontos de interesse. Uma das apostas mais recentemente contempladas
no plano de marketing estratégico são as rotas de vinhos da região.
A cultura vitivinícola no Algarve é muito forte e o clima mediterrânico muito favorável à produção. Com estas
particularidades, como é o exemplo da proteção assegurada pela barreira montanhosa de Monchique e a
própria localização meridional de toda a região, faz com que os vinhos sejam aclamados com denominação de
origem protegida, sendo um selo de qualidade. Como não há iguais, os vinhos das várias adegas cooperativas
que pertencem ao DOP Lagos, DOP Lagoa, DOP Portimão e DOP Tavira, são outro produto de ouro que a
região do Algarve tem para brilhar perante os olhos e paladar dos turistas.
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Vila do Bispo – O município do ano
O concelho de Vila do Bispo, localizado no Algarve, na ponta mais extrema da Europa continetal, foi distinguido com o prémio UM
Cidades - Município do Ano de Portugal 2015, entre 36 nomeados escrutinados de 80 candidaturas representativas das regiões Norte,
Centro, Alentejo, Área Metropolitana do Porto, Área Metropolitana de Lisboa, região do Algarve e regiões autónomas.
festival de observação de aves
A UM Cidades define-se como uma plataforma
que, além de premiar o melhor município do
ano, propõe uma academia de formação
destinada aos executivos municipais,
desenvolvida na Universidade do Minho, com a missão
de promover a troca de conhecimentos de gestão e
estratégia entre cidades e regiões.
Ao premiar e destacar as cidades que desenvolveram um
trabalho assinalável a nível territorial, social e económico,
através de um evento com impacto nacional, o projeto
UM Cidades também produz uma ação de sensibilização
para as boas práticas no desenvolvimento sustentável,
materializadas e avaliadas nas candidaturas a concurso.
Na segunda edição dos Prémios Município do Ano, que
decorreu no passado dia 9 de setembro, numa gala no
Teatro Circo em Braga, foi Vila do Bispo que arrecadou
a distinção na categoria regional, mas também o 1.º
prémio a nível nacional - município do ano 2015 -, com
a aclamação do projeto ‘Festival de Observação de Aves
de Sagres & Atividades de Natureza’. Trata-se de uma
projeto iniciado em 2010 e que este ano decorrerá
entre 1 a 4 de outubro.
De facto, além de anualmente reconhecer o empenho
e sucesso em projetos desenvolvidos pelos municípios,
um dos principais objetivos da plataforma UM Cidades é
colmatar lacunas existentes e incentivar a apresentação
de algo inovador, quer seja um produto, um serviço,
um programa, uma infraestrutura, um equipamento ou
uma ação de sensibilização que tenha impacto territorial
a diversos níveis. E também dar visibilidade, tanto às
grandes cidades, como às regiões de baixa densidade.
No caso da Vila do Bispo, os resultados advindos da
boa gestão, valorização, comunicação e divulgação dos
pontos de interesse turísticos da região estão à vista!
N sua 6.ª edição, o ‘Festival de Observação de Aves
& Atividades de Natureza’ é promovido pela Câmara
Municipal de Vila do Bispo, sendo a Almargem
(Associação de Defesa do Património Cultural e
Ambiental do Algarve) e a SPEA (Sociedade Portuguesa
para o Estudo das Aves) os copromotores. O evento vai
mais uma vez acontecer na freguesia de Sagres, não
esquecendo outros pontos de interesse no território
concelhio, e tem um programa muito alargado – mais
de 200 atividades programadas.
Ao longo do festival é possível participar em atividades
na sua grande maioria gratuitas, requerendo, contudo,
inscrição prévia. Desde vivenciar experiências como a
observação de aves numa viagem de Jeep ou de barco,
ALGARVE DE EXCELÊNCIAcr
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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ALGARVE DE EXCELÊNCIA
à observação de aves marinhas e golfinhos, passeios
a pé ou de cavalo, tudo em plena costa vicentina, da
qual Vila do Bispo faz parte. Mas não só de natureza
se faz a oferta programática. Também se pode
apreciar, conhecer e desfrutar das paisagens chamadas
‘partilhadas’, uma vez que se envolve, num só espaço, o
contato com a biodiversidade, a geologia, a arqueologia,
a história, a etnografia. Outro exemplo de atividade
estabelecida no programa do evento é a observação
das flores do outono, típicas da região. Também à noite
o programa oferece saídas para experienciar a audição
de aves migratórias ou observar as inscrições simbólicas
dos menires de Vila do Bispo.
O conselho de Vila do Bispo, pela sua especial
localização geográfica, é o único do país que possui
dois tipos de costa separadas pelo cabo de São Vicente:
a meridional e a ocidental. A norte do cabo, imponentes
arribas rochosas, a sul, praias mais mediterrânicas de
águas mais calmas. Essas características fazem com
que o património natural seja de uma diversidade e de
incontestável interesse. Ao longo de toda a nossa costa
podem ser visitadas 19 praias. A gastronomia, por sua
vez, também é caracterizadora do concelho, pois baseia-
se no que o mar tem para oferecer, designadamente o
marisco e o peixe.
Uma boa oportunidade para conhecer de uma forma
mais detalhada o concelho algarvio de Vila do Bispo
é associar a visita ao “Festival de Observação de Aves
& Atividades da Natureza” com os grandes trilhos que
atravessam todo o Algarve, como por exemplo, a Ecovia,
uma ciclovia desde Vila do Bispo até Vila Real de Santo
António, com uma extensão total de 214 km. Aqui
pode-se encontrar zonas de pinhais, planaltos e falésias
rodeadas de uma extraordinária vegetação e de rocha
escura, as dunas e a costa selvagem de área protegida,
vales encaixados, ribeiros de água límpida, montados
e prados. Existe, aliás, o projeto “Rota Vicentina”, uma
grande roto entre o Cabo de São Vicente e Santiago do
Cacém que tem vindo a ser amplamente reconhecido
como uma mais-valia para a Região do Algarve,
contando já com seis prémios desde que foi planeado,
em 2012. Ao longo da costa Algarvia também se
estende a grande Via Algarviana, entre o Cabo de São
Vicente e Vila Real de Santo António.
No último trimestre de 2015, Vila do Bispo conta com
a passagem de muitos turistas pelas freguesias do
conselho. Ainda que não coincida com a tradicional
época alta do turismo, a alternativa oferta cultural e
natural é de uma grande dimensão e diversidade,
com iniciativas para os mais velhos e os mais novos,
interessados pela fauna, pela flora e pela beleza costeira,
neste que é um território cercado, a ocidente pelo grande
Oceano, e a sul pelo desaguadoiro do Mediterrâneo.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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ALGARVE DE EXCELÊNCIA
A região esteve em destaque nos World Travel Awards 2015 onde arrecadou o galardão de melhor destino de praia da Europa. É a
terceira vez que o Algarve vence nesta categoria, os votos de milhões de turistas e de profissionais do setor, de todo o mundo, valeram
ainda mais quatro prémios à região. No ano em que a Região de Turismo do Algarve comemora 45 anos, entrevistámos Desidério Silva,
presidente da instituição responsável pela zona mais importante do turismo nacional.
turismo do algarve
Algarve: Muito mais do que praia e golfe
Reconhecido internacionalmente como um
destino de férias por excelência, onde as
praias e o golfe são a principal atração, o
Algarve tem vindo a consolidar a sua posição
mundialmente e, exemplo disso, são os prémios que
tem vindo a arrecadar. Os últimos foram na cerimónia
dos World Travel Awards, os óscares da indústria do
turismo, que se realizaram, na Sardenha, Itália. Para
além de ter sido eleito o Melhor Destino de Praia da
Europa, o Algarve contou com mais distinções: o Conrad
foi considerado o Europe’s Leading Luxury Resort &
Spa, pelo 3º ano consecutivo; o Vila Joya foi eleito o
Melhor Boutique Hotel; o Hotel Quinta do Lago recebeu
a distinção de Melhor Resort de Praia, o Monte Santo
Resort ganhou o prémio de Resort Mais Romântico e a
Marina de Vilamoura foi escolhida como a Melhor Marina
Internacional 2015. Prémios que colocam a região e o
país no topo do turismo mundial e que são o reflexo
do trabalho de diversos agentes ligados a esta indústria. desidério silvaPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
29
ALGARVE DE EXCELÊNCIA
Questionado sobre a importância dos prémios e aquilo
que representam para o Algarve, Desidério Silva,
presidente da Região de Turismo do Algarve destaca
que “procurámos alavancar a região porque ela tem sido
importante no contexto da economia e do turismo, em
Portugal. Estes prémios têm muito a ver com o esforço
e o papel dos empresários, dos municípios e do Turismo
do Algarve, naquilo que representa a promoção e a
valorização da região. Neste ano dos 45 anos do Turismo
do Algarve, há um conjunto de iniciativas e de prémios
que vêm confirmar o estatuto da região do Algarve
como a mais importante do turismo nacional, aquela
que mais contribui para o orçamento geral do Estado,
aquela que cria mais riqueza, aquela, que no fundo,
acaba por alavancar a economia e tem sido fundamental
até para um país que teve este tempo todo em processo
de ajustamento”. A nível nacional, o Algarve também
foi palco, em setembro, dos Portugal Travel Awards,
organizados em parceria com o Turismo do Algarve,
onde esteve em destaque o que de melhor se faz no
país, nesta área. No discurso de abertura Desidério
Silva fez questão de destacar o desenvolvimento e o
crescimento do turismo da região, “depois de em 2014
terem sido batidos alguns recordes, em termos de
resultados, a título de exemplo, refira-se que passámos
por larga margem os 16 milhões de dormidas, tivémos
quase 4 milhões de hóspedes e foram movimentados
mais de 6 milhões de passageiros no Aeroporto de
Faro e, em 2015, felizmente, este processo evolutivo
segue uma curva ascendente com o verão a encerrar
de uma forma muito positiva”, o que leva a crer que os
resultados deste ano vão superar os de 2014. O turismo
no Algarve está a consolidar a sua posição de excelência
internacionalmente e para tal foi muito importante “o
trabalho de todos os parceiros, procuramos trabalhar
em conjunto, uma coisa que antes não acontecia muito
na região”, refere o responsável pela Região de Turismo
do Algarve, referindo ainda que “é um processo natural
para a consolidação de uma região que é claramente
diferenciadora, onde os prémios que têm sido atribuídos
à região, não são prémios comprados, são prémios
entregues em função das votações de milhões de
pessoas, de todo o mundo, e concretamente, sobre
destinos que são concorrentes connosco, o que faz toda
a diferença para a marca Algarve no exterior”, conclui.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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ALGARVE DE EXCELÊNCIA
Principal desafio: Combater a sazonalidade
O turismo da região continua a registar grandes
diferenças entre o verão e o inverno, “a questão da
sazonalidade é difícil de esbater, temos uma época
muito forte e portanto há que procurar que os outros
meses do ano sejam potenciados e subam naquilo que
é a sua capacidade de ocupação. Quando registamos
mais de 4 milhões de dormidas em agosto e depois
temos 350 mil em janeiro há que procurar saber as
razões e os motivos para intervir no território”, explica
o presidente da Região de Turismo do Algarve. Neste
contexto, há uma série de soluções que estão a ser
pensadas e colocadas em prática e que passam por
diversificar a oferta em termos de atividades, que não
contemplem apenas o sol e o golfe, determinantes para
o verão algarvio. Os meses de outono e inverno têm
outras atrações “em fevereiro e março ninguém faz
praia, mas temos o turismo de natureza, a observação
das aves, as caminhadas, passeios de bicicleta, o
turismo desportivo, o turismo de saúde, a gastronomia,
a rota dos vinhos, o património e a cultura, produtos que
podem marcar a diferença e que se podem interligar”,
explica Desidério Silva, mostrando “um Algarve tranquilo”
e diferente. No que toca ao turismo de saúde, existem
já uma série de protocolos entre as unidades hoteleiras
e unidades de saúde públicas e privadas envolvendo os
mercados alemão, holandês e inglês, numa oferta que
contempla cuidados e tratamentos, “associado a isso há
um conjunto de spas e ginásios, ofertas diferenciadoras
e de qualidade que estão a aparecer cada vez mais
na região, um mercado que tem muito interesse, até
porque, em termos de custos, atinge um nível médio alto
o que é importante para o desenvolvimento do Algarve”,
explica o presidente da Região de Turismo algarvia. O
turismo de natureza, o desporto, as atividades náuticas
e o enoturismo são as apostas para elevar e potenciar o
destino Algarve, enquanto região de excelência durante
todo o ano.
Futuro: Mais certezas para o setor
Os números são muito favoráveis para o turismo algarvio
e Desidério Silva considera que no futuro é necessário
“tudo fazer para que haja uma grande interligação
entre todos os agentes do público e do privado, um
trabalhar em rede onde os investimentos sejam feitos
naquilo que é a requalificação, a inovação, a formação,
para que o nosso destino marque a diferença pela
qualidade, oferecendo emoções e experiências, uma
ação diferenciadora que não encontram noutros sítios,
o turismo é isso, as pessoas levarem na memória o
que experienciaram”, destaca o interlocutor. Em 2016,
pretendem consolidar posições e para tal o futuro é de
muito trabalho “em 2016, seremos destino convidado
na BTL e queremos aproveitar essa montra do turismo
em Portugal para mostrar diversidade concentrada que
nos caracteriza, mas que muitos ainda desconhecem.
Os projetos que temos estado a trabalhar em parceria
com públicos e privados no âmbito do turismo de
natureza, turismo desportivo, turismo náutico, turismo
de saúde, para além da valorização de recursos
patrimoniais e culturais e a nossa rica gastronomia. É
também em 2016, que vamos retomar o conceito do
Algarve Convida, uma feira e uma mostra dedicada
inteiramente à oferta turística algarvia que terá lugar em
Lisboa”, destaca o presidente da Região de Turismo do
Algarve, concluindo que compete também ao Estado
apoiar e “atribuir ao Algarve aquilo que ele merece em
termos da importância que tem no turismo nacional
dando mais certezas para o setor”.
festival de observação de aves
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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ALGARVE DE EXCELÊNCIA
Os vinhos do Algarve estão a afirmar-se no panorama nacional e internacional. A aposta de várias entidades privadas no setor valeram
à região o surgimento de vinhos distintos de qualidade superior. A Comissão Vitivinícola do Algarve está empenhada na promoção e,
prova disso, são os prémios que têm reconhecido a excelência do produto tanto em Portugal, como no exterior. Para ficarmos a conhecer
um pouco mais este setor, que também se quer afirmar como uma opção turística na região, entrevistámos o presidente da Comissão
Vitivinícola do Algarve, Carlos Gracias.
Comissão Vitivinícola do Algarve
Vinhos de excelência do Algarve para o Mundo
Os vinhos do Algarve são reconhecidos, quer
pela qualidade, quer pelo desenvolvimento e
crescimento do setor na região. Neste contexto,
qual o papel desempenhado pela Comissão
Vitivinícola do Algarve (CVA)?
A CVA entrou numa nova fase, em 2010, com a
entrada no processo de certificação pelo IPAC - Instituto
Português de Acreditação. A nova direção tentou criar
uma nova dinâmica, incentivando a produção no
setor privado. Registámos um crescimento brutal das
adegas privadas. De 2010 até ao presente, duplicaram
praticamente os agentes económicos, agora temos
cerca de 30 produtores a certificar, apesar da produção
total de volume certificado não ter aumentado, manteve-
se com um ligeiro crescimento. Houve uma transferência
da produção do setor cooperativo para o setor privado.
Importa salientar que a região não se pretende assumir
pela quantidade mas sim pela qualidade dos seus vinhos.
Produzimos vinhos de autor, onde existe o incremento
do produtor o que lhe confere alguma diferenciação.
Produzimos cerca de 1 milhão de garrafas por ano, o
que implica um trabalho acrescido de mostrar que os
nosso vinhos têm qualidade. Nos últimos quatro anos
arrecadámos entre 40 a 50 de medalhas de ouro, prata
carlos graciasPresidente
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ALGARVE DE EXCELÊNCIA
e bronze, em concursos nacionais e internacionais.
Convém salientar que nos concursos internacionais são
seguidas as normas da OIV - Organização Internacional
da Vinha e do Vinho, através da prova cega. Se os vinhos
do Algarve estão entre os melhores neste concurso é
um sinal de qualidade.
A partir de 2010 existe então uma aposta forte
na qualidade, quais os vinhos que importa
destacar?
A região está com uma aposta muito forte nos vinhos
brancos, temos vindo a aconselhar os nossos agentes a
apostar nesta produção, pois a região tem boas condições
edafo-climáticas, conferindo um bom equilíbrio entre os
açucares e a acidez, assim como na parte aromática.
Contudo, os vinhos de uva branca representam apenas
30% da produção da região, mas tem vindo a ser feito
um esforço com vista ao seu incremento, há produtores
a reconverter parte das uvas tintas em uvas brancas e
o surgimento de novas plantações. A CVA está a fazer
também algum trabalho de dinamização da casta Negra
Mole, um pouco esquecida. Penso que com o trabalho
dos produtores e enólogos e com as novas técnicas
de vinificação poderemos obter bons vinhos através da
Negra Mole, diferenciadores e muito característicos da
região.
Estamos na fase das vindimas, como está a
decorrer a colheita na região e quais são as
expectativas de região em termos de produção?
As vindimas começaram no início de agosto com as uvas
brancas, correram bem. Ainda em agosto e princípio de
setembro decorreram as vindimas para os vinhos tintos.
Este ano a qualidade da uva é boa, com um grau muito
interessante o que perspetiva um ano com vinhos de
grande qualidade com um aumento da produção de
vinho para certificar o que é muito importante para a
região.
A Rota dos Vinhos do Algarve veio dar mais
visibilidade às adegas e uma nova dinamização
ao setor?
A Rota dos Vinhos é um projeto muito interessante
com uma grande mais valia para a região. A CVA
envolveu-se nesse processo com alguma determinação
e em parceria com o Turismo do Algarve e a empresa
Darquefalar de Loulé realizámos um plano de
comunicação da Rota dos Vinhos. Inicialmente o projeto
contou com sete adegas, que reuniam as condições
mínimas essenciais para pertencer à Rota: instalações
sanitárias, sala de provas, loja com vendas dos produtos
e espaço suficiente para acolher um autocarro. De
momento há mais adegas a aderir à Rota e irá ser
produzido um novo passaporte. A CVA empenhou-se no
lançamento da Rota e deixou posteriormente o processo
com a recém criada Associação da Rota dos Vinhos do
Algarve. A CVA continua a colaborar, mas a gestão está a
cargo da associação. A Rota é importante porque quem
nos visita procura este tipo de produto. A oferta deve
ser organizada em parceria com os grupos hoteleiros
e agências de viagens. Esta ligação é fundamental na
promoção de um produto complementar que ajuda a
“combater” a sazonalidade.
Em breves palavras, por onde passa o futuro dos
vinhos do Algarve?
A aposta deve continuar a ser na qualidade e num
incremento da produção a curto e médio prazo,
visando atingir a produção certificada de 2 a 3 milhões
de garrafas de Vinho Regional Algarve por ano. Há
capacidade para crescer e há até interesse de grandes
produtores nacionais em instalarem-se, demonstrando
que o Algarve tem potencial.
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ALGARVE DE EXCELÊNCIA
Algarve é sinónimo de sol e praia mas é muito mais que isso. É uma região pautada por tradições e atividades económicas que a
dinamizaram ao longo de séculos e que se mantêm até aos dias de hoje. Um desses setores, pouco conhecido entre os portugueses, é
a produção vitivinícola.
Adega Cooperativa do Algarve - única
A única Adega Cooperativa do Algarve
AAdega Cooperativa do Algarve (Única),
criada em 2009, resultou da junção das
Adegas Cooperativas de Lagoa e Lagos
numa única unidade produtora, tendo
como objectivo a rentabilização dos vários serviços,
meios e equipamentos disponibilizados aos viticultores,
melhoramento dos sistemas de gestão e controlo,
quer do ponto de vista financeiro, quer em relação ao
produto. Aumentar a eficiência comercial dentro e fora
da região e, consequentemente, renascer a fama que já
teve em tempos passados.
Uma tradição secular
Antigamente, começa por explicar Fernando Leitão,
presidente da Adega Cooperativa do Algarve, o que se
pretendia no vinho era grau em deterioramento do vinho
de mesa. Os vinhos no Algarve adquiriam um volume
alcoólico elevado derivado à exposição das suas uvas
ao sol quente. Era assim o suporte da falta de vinho
altamente graduado que não existia no Douro para o
vinho do Porto dado que não havia nesta região uvas
com a graduação pretendida.
“As adegas cooperativas foram criadas para a produção
em massa e a Única não foi exceção, contribuindo com
quase 70 por cento do vinho que seguia em navios
para alimentar as ex-colónias. Nos anos 50, foi criada a
nossa adega mas nos anos 60 houve a necessidade de
ampliá-la para uma capacidade de armazenamento de
12.000.000 litros. Infelizmente o escoamento do vinho
começou a tornar-se difícil, não estava a ser rentável e
as pessoas começaram a procurar novas atividades na
construção, no turismo. No setor vitivinícola a qualidade
é o que dá rendimento às pessoas e associamos sempre
qualidade a rendimento. Ninguém produz para ter
prejuízo, quando se tem um negócio ou uma atividade é
necessário adaptar-se”, explica Fernando Leitão.
Trabalho árduo e muita dedicação
Desde 2006 que a Adega Cooperativa do Algarve
atravessa algumas contrariedades financeiras
nomeadamente na falta de pagamento aos sócios.
Dificuldades de tesouraria que rapidamente quiseram
resolver através da venda do edifício da adega.
“Nessa altura foi feita uma avaliação deste imóvel,
tendo em vista a realização da candidatura aos fundos
comunitários do Proder para a construção de uma nova
unidade produtora, mais pequena, moderna e adaptada
à atual realidade. Este era o nosso foco, o nosso objetivo
no fundo, era obter as ajudas comunitárias, bem como
a venda das antigas instalações que resultariam num
encaixe financeiro que permitiria pagarmos a nossa
dívida à banca, aos sócios e claro concretizar o projeto
na nova adega e ainda sobrava dinheiro”, ressalva.
O projeto estava aprovado, mas veio a crise de 2009 e
o não se concretizou.
Posteriormente, em 2010, 2011 a adega teve que
se reorganizar, reduzindo custos em todos os sectores
porque não havia rendimento da sua atividade.
“Começamos a pagar aos sócios que nos iam
entregando as uvas de forma a manter a atividade da
adega e daqueles que estariam a produzir uva. Desde
então, estamos a aguentar a tesouraria desde 2007. Em
2008 entraram dois milhões de quilos de uvas na nossa
Entrega de prémio Concurso de vinhos do Algarve
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ALGARVE DE EXCELÊNCIA
adega, há dois anos 360 mil e no ano passado não chegou a 200mil quilogramas Isto
deve-se ao facto de ex-associados se terem reorganizado enquanto produtores privados.
Os sócios acharam que a cooperativa era um risco e não quiseram arriscar mais”, revela
Fernando Leitão.
Começaram assim a surgir novos produtores, um ponto positivo e dinamizador de
empreendedorismo do setor na região do aAgarve, segundo o presidente da Única - Adega
Cooperativa do Algarve.
Constrangimentos a contra tempo
Aquando da intenção de venda das instalações, Fernando Leitão descobriu que parte do
edifício ampliado nos anos 70 não estava licenciado e há mais de um ano que espera por
essa licença.
“Estamos à espera que nos regulamentem a parte não licenciada porque ninguém vai
querer comprar uma coisa sem estar tudo em conformidade”.
A Câmara Municipal de Lagoa tem ajudado, dentro das suas possibilidades, mas estes
processos são complicados e demoram o seu tempo.
“Sentimos que temos o apoio da câmara e queremos fazer parte da resolução deste
processo, que é uma parte significativa do centro de Lagoa”, diz Fernando Leitão
reafirmando o seu otimismo.
“Sou uma pessoa positiva e espero que até ao final do ano esta casa tenha uma solução”.
Uma nova realidade de futuro
Um dos principais objetivos da Única adega cooperativa do Algarve centra-se na procura
de novos parceiros de modo a continuar a funcionar de forma minimalista, mantendo a
sua história, isto é, uma entidade que queira investir em outros negócios nas instalações
da adega. Outro dos objetivos passa por continuar a ser um suporte aos vinicultores e que
todo o seu espaço envolvente seja valorizado.
“O nosso objetivo foi libertar espaços para fazer exposições de arte, de fotografia,
dinamizando-o e trazendo pessoas à adega para conhecerem a nossa realidade porque
muita gente não a conhece. Apesar dos muitos constrangimentos que enfrentamos,
aumentamos a nossa qualidade (mérito do nosso enólogo João do Ó Marques) e
continuamos a ter vinhos medalhados, no entanto o nosso objetivo passa por valorizar o
nosso espaço”, diz Fernando Leitão ressalvando a importância da revitalização da adega
até para a própria região porque o Algarve é a montra onde se vende mais vinho no país.
Para além de exposições de fotografia e arte, a adega disponibiliza igualmente visitas
guiadas e está inserida na Rota da Vinha e do Vinho.
“Não queremos desistir e queremos cada vez mais potenciar a nossa adega como ‘única’
da região. Agora, só precisamos de criar rendimento”, finaliza Fernando Leitão.
Em 2015, a Única já foi galardoada
LAGOA DOP RESERVA TINTO 2013
Medalha de Prata no Concurso Internacional Selezione Del Sindaco 2015 e
Medalha de Prata no VIII Concurso de Vinhos do Algarve 2015
PORCHES IGP TINTO 2013
Medalha de Ouro VIII no Concurso de Vinhos do Algarve 2015
CONDE DE LIPPE SELEÇÃO 2013
Medalha de Prata no Concurso Wine Masters Challenge 2015 e Medalha de Vinho
Recomendado no Iinternational Wine Challenge 2015
LAGOA DOP RESERVA BRANCO 2014
Medalha de Bronze no VIII Concurso de Vinhos do Algarve 2015
LICOROSO ALGARDOCE
Medalha de Ouro no Concurso Internacional Selezione Del Sindaco 2014 e
Medalha de Bronze no Concurso de Vinhos 7ª Grande Amostra de Vinhos de
Portugal - Confraria BACCHUS 2015
LICOROSO ALGARMOSCATEL
Medalha de Prata no Concurso Internacional Selezione Del Sindaco 2014
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Com 162 hectares, a exploração agrícola localizada no Sítio da Penina, em Alvor, tem uma história vinícola que remonta a meados do
século XX. Contudo, a vinha esteve relegada para segundo plano, durante várias décadas, mas desde o final dos anos 90, a Quinta do
Morgado da Torre expandiu a produção de vinho, contando atualmente com 17 hectares.
Quinta do Morgado da Torre
Vinhos algarvios com paixão
Inserida na Região Demarcada do Algarve, zona
vitivinícola de Portimão, a vinha administrada por
João Mendes, trabalha na produção própria de
vinho, desde 1999, através da criação da Adega
do Morgado da Torre. No passado, os vinhos eram
produzidos na Adega Cooperativa de Portimão, criada
em julho de 1955, com capacidade para um milhão
de litros, tendo atingido a produção máxima, em
1980, com cerca de 459 mil litros de vinho. Nos
anos 80, o envelhecimento das vinhas, os subsídios
da União Europeia para o redimensionamento do
setor e a elevada procura de terrenos para o turismo,
levaram ao abandono de muitas vinhas, diminuindo
significativamente a produção. Desde 1999, a Quinta do
Morgado da Torre tomou um novo rumo e foi “a primeira
adega a certificar vinho de quinta no Algarve”, revela
João Mendes, administrador da Quinta do Morgado da
Torre. Segundo o proprietário, a região apresenta uma
ALGARVE DE EXCELÊNCIA
série de vantagens que propiciam o cultivo da vinha,
“acreditamos que o Algarve, com os seus terrenos, a
exposição solar e o mercado turístico tem razões para
fazer vinhos diferentes, por isso, implementámos novas
castas portuguesas e internacionais. Começámos a fazer
vinhos diferentes, através de novas tecnologias, utilizadas
tanto na vinha como na adega, passámos a ter produtos
diferentes e a conquistar algum mercado”. A Quinta do
Morgado da Torre segue o lema ‘vinhos com paixão’ e
tem no mercado os seguintes produtos: Alvor Branco
Singular, Alvor Rose Selection, Alvor Tinto Colheita
Selecionada, Alvor Reserva Tinto, Tapada da Torre
Reserva Branco, Tapada da Torre Reserva Tinto, Alcalar
Premium Tinto. Para além do vinho, importa também
referir que nos 162 hectares de terreno são cultivados
citrinos, cortiça, cereais e frutos secos, no passado, eram
produzidos maioritariamente figos, amêndoa e alfarroba.
Em Portugal, o Algarve é a região turística de excelência,
o surgimento de novas adegas, com produção própria
de vinho, também está a ser realizada pelos estrangeiros
que elegem a região para usufruírem do tempo
disponível, sobretudo reformados “neste momento estão
a aparecer novos produtores, a comprar propriedades
para a produção de vinho, especialmente, suíços,
belgas, norugueses, finlandeses e alemães. Há pessoas
reformadas com poder de compra a investir na vinha do
Algarve, investidores de classe alta que se reformaram
mais cedo, adquirem uma quinta, constroem uma casa
e fazem quatro ou cinco hectares de vinha com adega
própria, o que faz com que 30 por cento dos produtores
de vinho do Algarve sejam estrangeiros”, revela o
responável pela Quinta do Morgado da Torre. Os vinhos
do Algarve são comercializados, sobretudo, no mercado
nacional, neste momento, cerca de 15 por cento destes
produtos são para exportação, “que tem aparecido por
intermédio do turista”. À semelhança do que se passa
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ALGARVE DE EXCELÊNCIA
na região, “também a Quinta do Morgado da Torre
produz vinhos de grande qualidade, replantou vinha, nos
últimos anos, a região tornou-se mais homogénea, entre
os produtores não há muitas diferenças e estão todos
a um nível médio alto, as vinhas não têm ainda idade
suficiente para produzirem grandes vinhos, embora se
esteja num bom caminho e com excelentes vinhos”,
explica João Mendes, acrescentando que, na sua adega
há a aposta numa nova vertente, devido ao aumento da
“procura de brancos e rosés, temos novas plantações
de castas de uva branca, podendo assim surgir
monocastas internacionais de branco”. O interlocutor
ressalva que, neste momento, “os custos de produção
do vinho do Algarve são os mais elevados de Portugal”.
Os produtores estão direcionados para a qualidade,
resultante das novas vinhas, os vinhos são vendidos e
divulgados através da restauração e da venda na grande
distribuição.
Enoturismo no Algarve
Na Quinta do Morgado da Torre “as provas de vinhos
e as visitas guiadas para pequenos grupos” são uma
realidade, no local, para além dos vinhos, existem à
venda os produtos regionais, como o mel, compotas,
licores, conservas, olaria, entre outros. O sol, a praia e
o cultivo da vinha, devem resultar no entender de João
Mendes, num novo tipo de turismo, é por isso, que em
setembro a Quinta do Morgado da Torre vai iniciar um
“projeto de enoturismo, para criar alojamento, através de
pequenas vivendas, com piscina, os visitantes podem
depois fazer as provas de vinhos, visitar a adega e
outras adegas da região, trazer a família e estarem num
ambiente diferente”. Através destes complementos,
passam a atrair outros turistas para o Algarve, fora do
verão, quebrando a sazonalidade, criando novos pontos
de interesse, para além do sol e praia que tão bem
caracterizam a região sul do país.
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TEMA
vinh
os d
a be
ira
inte
rior T
Tendo em conta a entrevista facultada por Rodolfo Queirós, presidente da Comissão Vitivinícola da
Região Beira Interior, vimos dar a conhecer as peculiaridades e conquistas destes vinhos que são
já uma referência em Portugal.
Nesse sentido, importa frisar que este ano foram a concurso 75 vinhos de 29 produtores da Beira
Interior, tendo sido atribuídas 12 medalhas de prata e 10 de Ouro, sendo que o melhor vinho deste concurso
foi o Casas do Côro Family Harvested 2011 Tinto DOC Beira Interior.
E entre os vários propósitos do Concurso de Vinhos da Beira Interior, pode-se salientar a importante promoção
regional e nacional dos vinhos, e a saudável competição entre os diferentes operadores da região, que faz
com que a qualidade geral dos vinhos produzidos na Beira Interior esteja, ano após ano, a crescer a distintos
patamares.
Prova disso são as vendas que se registaram a nível nacional no último ano apontando para os 3 milhões
de garrafas, e as exportações que têm vindo gradualmente a crescer registando um aumento de 8,6% em
2014. Neste momento as exportações representam cerca de 22 por cento dos vinhos certificados na Região
como DOC Beira Interior ou Vinhos Regionais Terras da Beira.
Sabendo da importância das várias feiras dedicadas ao setor, a Comissão Vitivinícola da Região Beira Interior
já marcou presença no SISAB 2015, um evento dedicado exclusivamente à exportação. Para além deste,
também garantem a sua participação no Encontro com o Vinho 2015 em Lisboa, que é o maior certame de
vinhos realizado em Portugal.
Posto isto, o futuro dos vinhos da Beira Interior passará por uma maior implantação dos mesmos no mercado
nacional e, por outro lado, um maior reforço no que toca às exportações. Hoje em dia, apesar da qualidade
destes vinhos ser uma evidência, ainda falta percorrer um caminho de reconhecimento dos consumidores
para com os vinhos da Beira Interior, tendo em conta que são vinhos de altitude mais frescos e aromáticos e
com grande vocação gastronómica, que não deixam ninguém indiferente.
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VINHOS DA BEIRA INTERIOR
beira serra
um vinho definidor da região
Bem no interior do país, no distrito da Guarda, podemos encontrar uma
Adega Cooperativa, de seu nome Beira Serra, como gostam somente
e carinhosamente de designar os seus sócios, que produz vinhos com
“características muito bem definidas”. Em conversa com a Revista Business
Portugal, o diretor Joaquim Gamboa confidenciou que a adega, que se localiza em
Vila Franca das Naves tem cerca de 1.060 sócios inscritos, dos quais 600 ativos.
Com um peso significativo na economia local e na dignificação do território, as 4,5
toneladas de uvas que se prevê virem a ser entregues nos lagares da Adega Beira
Serra, dão origem a vinhos que se distinguem pela influência de diversos fatores, tais
como as caracteristicas próprias da região da Beira Interior: solos graníticos, altitude,
invernos frios e verões muito quentes, em suma : um microclima que permite obter
vinhos brancos jovens, aromáticos, muito frescos e frutados, com predomínio da casta
regional síria. Os tintos são também aromáticos , corpo médio, com taninos firmes e
macios. Não é por acaso que o vinho ‘Fora de Jogo’ foi premiado com uma Medalha
de Prata na categoria de Branco 2014, no concurso de vinhos da Beira Interior. Mas
é o vinho Beira Serra, o rosto da adega que é o que mais se vende, embora logo de
seguida venha o ‘Fora de Jogo’, tanto o branco como o tinto, que também já tinha
sido medalhado. De acordo com Joaquim Gamboa, a relação qualidade-preço dos
vinhos produzidos na Beira Serra, espumante ‘Sou do Alto’, ‘Óptima Pergunta’, ‘Boa
Pergunta’, ‘Maria Moura’ e ‘Fora de Jogo’, assim como os frisantes, branco e rosé,
são uma mais valia que enaltece a Beira Interior e o próprio país. “Dentro das nossas
possibilidades temos feito um grande esforço para ir modernizando e equipando a
nossa adega”. Porém, Joaquim Gamboa esclarece que “tem sido a nossa intenção ter
sempre bons vinhos, mesmo que seja o corrente”.
Outro investimento da adega é a formação direcionada aos associados e aos
trabalhadores, para que através do conhecimento, seja elevada a qualidade do produto.
No que diz respeito à equipa que constitui a adega, a Beira Serra conta também com
enólogos de valor altamente reconhecido e contam com a colaboração da Vines &
Wines radicada no Dão para consultoria técnica na “feitura do vinho”.
O Vinho Beira Serra
O vinho mais produzido é o Beira Serra, o vinho corrente que o cliente comum
pode encontrar quer na plataforma online, que tem funcionado muito bem, quer em
minimercados ou restaurantes. O vinho pode ser comprado no sistema de box ou
engarrafado. “Mas a grande novidade é o ‘Beira Serra Seleção dos Sócios’, que tem
uma qualidade um pouco acima do normal”. vinho este , comercializado em garrafa
e em box de 3 litros.
Colocar o vinho mais longe
Relativamente aos desafios que se avizinham, a Beira Serra perspetiva chegar
mais longe. Embora a exportação tenha um peso considerável, uma vez que estão
presentes em mercados externos, é importante que a divulgação e comercialização
em Portugal se alargue, abrangendo todo o território nacional. Todos os elementos
da direção acreditam que a divulgação dos vinhos da Beira Interior não é tão grande
quanto a do Douro e do Alentejo, porque em tempos, esses estavam mais expostos
à oportunidade de serem conhecidos pelo grande público. Desta forma, “estamos a
apostar em comissionistas para venderem o nosso vinho e dá-lo a conhecer. No norte
do país, temos agentes através dos quais o nosso vinho é comercializado. Temos
um vendedor que presta assistencia a estes agentes e promove os nossos vinhos
em novos mercados internos”. Apesar destas medidas, Joaquim Gamboa acredita
que é importante frisar que o ministério da agricultura não conhece a província e as
dificuldades no terreno. “Ninguém nos reconhece, estamos a trabalhar numa atividade
social, estamos a trabalhar para 600 famílias”, alerta a direção da Beira Serra. Na
opinião de Joaquim Gamboa, o país desenvolvia-se de uma forma mais uniforme e sem
criar disparidades entre as pessoas, se houvesse mais apoios ao sector cooperativo.
Eventos promovidos pela Beira Serra
No dia 25 de outubro realizar-se à nas instalações da Beira Serra a primeira festa das
vindimas de Vila Franca das Naves. O evento irá decorrer no pátio da Adega, com
pequenos setores de expositores de produtos regionais e o vinho da cooperativa
e enquadra-se numa iniciativa cultural da qual fazem parte o Rancho Folclorico de
Vila Franca das Naves, a Junta de Freguesia de Vila Franca das Naves e a Câmara
Municipal de Trancoso. Nesta festa, a Beira Serra irá proceder ao lançamento do novo
vinho ‘Beira Serra Seleção dos Sócios’ branco e Tinto. “Convidamos todos os nossos
amigos, clientes e consumidores a visitarem a adega, oferecendo uma pequena
atenção/desconto no preço tabelado dos vinhos, além da simpatia da receção”.
Joaquim gamboaAdministrador
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VINHOS DA BEIRA INTERIOR
No coração da Cova da Beira são produzidos, desde os finais dos anos 90, vinhos de excelente qualidade merecedores de vários
prémios. O nome Quinta dos Currais e a produção vitivinícola da região está a afirmar-se em Portugal e além frontreiras. A vinha
administrada por Maria de Fátima Tomás, é um excelente exemplo de como a região da Cova da Beira pode vingar no setor.
Quinta dos Currais
“Apostamos sempre na qualidade”
Alocalidade da Capinha, no concelho do
Fundão, viu nascer de raiz, há quase 20
anos, a Quinta dos Currais, “um projeto
familiar, que nasceu do zero. Os terrenos não
eram originariamente de vinha, mas de cereais”, revela
Maria de Fátima Tomás. A Quinta está distribuída por
uma área de 130 hectares, dos quais 30 são dedicados
à vinha, 30 ao olival e os restantes à floresta. A produção
vitivinícola assume a maior expressão neste projeto. A
vinha, resguardada entre a Serra da Gardunha e a Serra
da Estrela, produz vinhos de referência, através de uma
“aposta nas castas regionais”, como explica Maria de
Fátima Tomás.
Para a produção de vinho branco, as castas
selecionadas foram Arinto, Síria e Fonte-Cal; quanto ao
vinho tinto, a escolha recaiu sobre o Castelão, Touriga
Nacional, Tinta Roriz, Jaen e Rufete. Os 30 hectares de
vinha foram plantados para tirarem o máximo partido
da exposição solar norte-sul e do solo xistoso, com
afloramentos de quartzo. “Temos, por enquanto, uma
só referência de vinho que é a Quinta dos Currais”,
explica a administradora, “com quatro vinhos disponíveis
nas variedades, Branco, Tinto, Tinto Reserva e Branco
Síria”. O projeto Quinta dos Currais cedo começou a
dar frutos e o primeiro caso de sucesso, reconhecido
internacionalmente, foi atribuído ao Quinta dos Currais
Tinto Reserva 2002, eleito por Jamie Goode como um
dos “50 Melhores Vinhos Portugueses para Inglaterra”,
decorria o ano de 2008. Em 2010, foi a vez de Sarah
Ahmed premiar no mesmo concurso o Branco Colheita
Selecionada 2007, bem como, o Quinta dos Currais
Tinto Reserva 2003. Para além destas distinções, há
ainda a destacar “a duas medalhas de ouro no Concurso
Internacional de Bruxelas” atribuídas ao Quinta dos
Currais Tinto, a primeira em 2012 e a mais recente
este ano, relativas às colheitas de 2010 e 2013,
respectivamente. Os prémios sublinham a excelência e a
qualidade com que são produzidos os vinhos.
Questionada sobre o segredo do sucesso, a interlocutora
esclarece que “apostámos desde o início na qualidade,
o que exige um rigor muito grande na produção, que
começa com o tratamento das vinhas ao longo do ano,
mantendo assim a qualidade das videiras. Procuramos,
igualmente, o apoio de técnicos especializados na
área da enologia e para tal contamos com a preciosa
maria de fátima tomásAdministradora
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VINHOS DA BEIRA INTERIOR
colaboração da equipa da ‘Vines and Wines, Lda’ de
Viseu”. A responsável, conclui que “para se produzir um
bom vinho tem de haver uma boa qualidade de uva”.
Promoção da Beira Interior
A Quinta dos Currais está presente no mercado
português, mas a exportação já representa uma fatia
importante do negócio: “vendemos parte da nossa
produção em Portugal, entre 40 a 50 por cento,
dependendo dos anos, vendemos muito para os países
da União Europeia: Inglaterra, França, Bélgica, Holanda,
Alemanha e Luxemburgo, entre outros. Temos ainda
clientes no Brasil, Angola e Estados Unidos”, esclarece
a nossa entrevistada, revelando que a presença em
feiras e certames, dedicados ao setor, em Portugal e no
estrangeiro, dão visibilidade e fazem prosperar o negócio.
Neste ponto, destaca também o excelente trabalho que
está a ser feito pela Comissão Vitivinícola Regional da
Beira Interior (CVRBI), com o presidente João Carvalho,
através da aposta na divulgação dos vinhos produzidos
na região. A Quinta dos Currais tem marcado presença
na ExpoVinis, em São Paulo, na London Wine Fair, em
Inglaterra e em Nova Iorque, com a ViniPortugal, bem
como em diversos eventos a nível nacional. Maria de
Fátima Tomás esclarece que o objetivo da participação
nestes certames é “estabelecer novos contactos com
potenciais clientes, dando a conhecer o vinho e a
região”, mostrando as potencialidades da Cova da Beira
em termos de gastronomia, património e natureza,
captando, desta forma, novos públicos e turistas para
a Beira Interior.
Futuro promissor
A Quinta dos Currais está a preparar para este ano o
lançamento de um novo vinho, ‘Talabara’, que pretende
ser um topo de gama. Este deve ficar disponível no
mercado a partir de outubro.
Atualmente, a vinha está a ser alvo de um trabalho de
reestruturação, e o futuro da Quinta dos Currais passa
por novos produtos, como o azeite. “Vamos renovar
a nossa área de olival, uma vez que o azeite da Beira
Interior também é um produto de excelência e por isso
muito procurado no mercado nacional e internacional”.
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A Região da Beira Interior tem uma história vitivinícola que remonta à fundação da nacionalidade portuguesa, uma região de solos
graníticos e de grande amplitude térmica, características muitos específicas que se traduzem em vinhos de grande personalidade e um
carácter muito vincado e diferenciador.
SABE-Sociedade Agrícola da Beira
Perceber o vinho
José Almeida Garrett, que dirige a SABE-
Sociedade Agrícola da Beira SA, um dos
produtores de referência desta região, tem
nos seus vinhos a prova de que a Beira Interior
tem todas as condições para se afirmar como uma
região vitivinícola de excelência. Está lá a singularidade
do terroir e a qualidade dos vinhos, falta uma maior
divulgação e um reconhecimento mais alargado,
especialmente em Portugal.
O nosso interlocutor faz o ponto da situação.“A afirmação
da Região da Beira Interior no mercado nacional tem
sido difícil. É um mercado pequeno, muito competitivo
e com uma oferta muito grande, o que por vezes faz
com que o consumidor adopte um comportamento
mais conservador no momento da decisão e opte
pelas regiões que melhor conhece, que são o Douro, o
Alentejo e os Vinhos Verdes”. Por contraste, continua o
produtor, “temos tido uma aceitação fantástica lá fora”.
Cá dentro, o administrador identifica alguns dos
obstáculos que os produtores têm encontrado na
divulgação da região. “Desde logo, a diminuição do
poder de compra e depois as margens praticadas
pela grande distribuição e, especialmente, pelo canal
Horeca, margens que tornam os preços proibitivos para
o consumidor”. Apontando ao canal Horeca, a metáfora
utilizada pelo nosso entrevistado é esclarecedora: “o
consumidor quando pede uma garrafa de vinho num
restaurante, é mais uma pessoa que se senta à mesa”.
Os vinhos Almeida Garrett
Os vinhos produzidos pela Sociedade Agrícola da Beira,
se os quisermos enquadrar em segmentos de mercado,
começam com o Entre Serras, branco e tinto, uma gama
de entrada com uma excelente relação qualidade/preço.
Para segmentos mais altos, os vinhos apresentam rótulo
em nome próprio, Almeida Garrett, com castas regionais
na gama média e um blend com castas internacionais
para os vinhos de topo.
“Temos uma gama média elaborada com castas
regionais, muito centrada na Touriga Nacional, na Tinta
Roriz, na Trincadeira e na Tinta Barroca e depois, nos
vinhos de topo, apostamos num blend com castas
internacionais, desde o Merlot, o Cabernet, a Syrah e a
Alicante Bouschet”, explica o produtor.
No que diz respeito às castas, importa destacar a
Chardonnay, “a nossa casta branca de eleição”, refere
José Almeida Garrett, uma casta que se confunde
com a história da família do produtor. “Aquando da
implementação da 1ª República, a família emigrou para
o sul de França e quando regressou trouxe as primeiras
varas de Chardonnay, enxertadas depois em Portugal e
que já estão nas nossas vinhas há mais de cem anos”.
Só este ano, os vinhos Almeida Garrett já conquistaram
duas medalhas de ouro no Mundial de Bruxelas, duas
de prata no Mundus Vini e várias medalhas de bronze,
tanto no Decanter como no International Wine Challenge.
Um reconhecimento internacional que, refere o nosso
entrevistado “nos catapultou para outros mercados
e outros níveis de comercialização, o que nos dá
excelentes perspectivas de desenvolvimento.”
Perceber o vinho
“As pessoas têm que perceber o vinho, saber prová-
lo, perceber que o vinho é um produto especial, de
momentos, de associação à gastronomia”. A afirmação
de José Almeida Garrett reflecte a importância que a
educação do consumidor tem para o desenvolvimento
do mercado dos vinhos, uma realidade que, de resto, tem
norteado algumas ações que têm sido desenvolvidas
junto do público.
“Temos realizado algumas formações de introdução à
prova e à identificação das características do vinho, para
que o público saiba como diferenciar o vinho e quais são
as harmonizações perfeitas para cada vinho. São ações
que temos feito aqui na região, que tem tido uma boa
aceitação e que queremos promover mais no futuro”,
VINHOS DA BEIRA INTERIOR
josé almeida garrettAdministrador
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VINHOS DA BEIRA INTERIOR
esclarece o nosso entrevistado.
Outro dos fatores que se tem revelado essencial para
a divulgação dos vinhos é o Enoturismo, uma aposta
recente do administrador, com uma unidade de turismo
rural a funcionar em harmonia com a adega. “As pessoas
que nos têm visitado gostam muito de experimentar
os vinhos com os vários tipos de gastronomia que
lhes apresentamos. E quando as pessoas conhecem
a fundo os vinhos de um produtor, fica a curiosidade
de descobrir outros produtores e é a região que sai a
ganhar”.
E é aqui que poderá estar o essencial da divulgação dos
vinhos da Beira Interior, quando a ação de um produtor
não é pensada isoladamente e sim no contexto geral
da região. Para rematar, fica o repto de José Almeida
Garrett: “Só faz sentido promover a região se for em
conjunto.”
O espumante
Do portefólio de vinhos da Sociedade Agrícola das Beiras, o espumante tem sido uma das estrelas da
companhia. Um Bruto Natural branco, produzido com uvas da casta Chardonnay, um espumante obtido
através do método champanhês, resultando num espumante de grande qualidade, que tem obtido
excelentes resultados no mercado internacional.
No início de todo este processo está sempre uma vindima muito bem controlada e um
acompanhamento muito próximo da maturação da uva, para que a vindima se faça no preciso momento
em que se pode tirar o maior partido da qualidade das uvas.
Segue-se a fermentação em barricas de carvalho francês usadas, onde o vinho estagia durante 12 a 14
meses. Faz-se então a tiragem para a garrafa, com novo estágio de três a quatro anos. E depois é no
copo que se comprova o resultado de todo este processo.
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VINHOS DA BEIRA INTERIOR
Os vinhos das Casas Altas são vinhos de autor. É este o ponto de partida. Está lá o terroir distintivo da Beira Interior, os solos de origem
granítica, a elevada altitude e a grande amplitude térmica. Está lá a matriz da região a servir de base à visão do produtor. Está lá o cunho
pessoal de José Madeira Afonso. E é aqui que os vinhos se tornam únicos.
casas altas
Vinhos com identidade
O conceito é simples. José Madeira Afonso
faz os vinhos que gosta e por isso não
se estranha que de Souropires, em Pinhel,
saiam brancos das castas Riesling e
Chardonnay, moldados pela paixão do produtor pelos
vinhos alemães e pela região francesa da Borgonha.
“Eu gosto muito da vinha e dos vinhos e uma região
que gosto particularmente é a Borgonha e essa é uma
influência que transporto para os vinhos das Casas
Altas”, refere o produtor.
A escolha das castas segue a mesma lógica. A Riesling
e Chardonnay, já vimos, são um gosto pessoal e dão
origem a dois brancos monovarietais, dois vinhos
com uma excelente acidez e um grande potencial de
envelhecimento em garrafa. Ainda nos brancos, os
vinhos das Casas Altas trazem também o cunho das
castas portuguesas – Síria, Arinto e Malvasia – castas
mais típicas da região da Beira Interior, sem esquecer
o Verdelho, a aposta do produtor para a criação de um
colheita tardia.
Em relação aos tintos, as castas variam consoante o
tipo de vinha, como nos explica José Madeira Afonso.
“Neste momento temos dois tipos de vinhas – vinhas
mais modernas, em que optámos pelas castas Touriga
Nacional, Tinta Roriz e Rufete, e depois temos entre 8 a 9
hectares de vinhas centenárias, onde existe uma mistura
de várias castas. Nestas vinhas, num levantamento que
fizemos, cepa a cepa, constatámos que as castas mais
predominantes são a Baga, Rufete e Folha Figueira, que
são castas tintas muito próprias desta região”.
Os brancos e os tintos estão apresentados, falta trazer
para a mesa os espumantes. Um branco e um rosé,
este último elaborado a partir da casta Rufete e depois
voltamos ao Chardonnay, a casta rainha do champanhe
e que dá vida ao espumante branco produzido pelas
Casas Altas.
As vindimas: dois meses de festa
“Uma festa de dois meses”, é desta forma que o nosso
entrevistado caracteriza o período das vindimas e que,
de resto, reflete a paixão do produtor pela vinha e por
todo o processo que depois culmina no prazer de
saborear o vinho.
“As vindimas começam no princípio de Setembro, para
o Chardonnay, que é uma casta em que a maturação
é mais precoce, e só acabam em Outubro, já com os
tintos”. Dois meses de vindima, conforme esclarece o
produtor, uma vindima que termina bastante tarde, facto
que tem a ver com a altitude das vinhas, entre os 600 e
os 700 metros, onde a maturação das uvas é mais lenta.
“Nós estamos a fazer vinho no limite daquilo que é
possível”, realça José Madeira Afonso, esclarecendo que
“no Inverno temos o perigo das geadas e nas vindimas
temos o perigo da chuva, porque terminamos muito
tarde”. São estas condições, é a aparente fragilidade
deste equilíbrio que dá aos vinhos da Beira Interior uma
personalidade que não encontramos em nenhuma outra
região.
“Nós conseguimos vinhos muito gastronómicos, muito
equilibrados e com uma excelente acidez. São vinhos
que envelhecem muito bem”, destaca José Madeira
Afonso, ao mesmo tempo que sublinha a potencialidade
da região da Beira Interior na produção de vinhos de
grande qualidade. Há, no entanto, um senão - “falta na
região a capacidade de se promover, especialmente
dentro do país”. A solução, remata o produtor, passa
por “uma maior união dos produtores e o delinear de
uma estratégia comum”. O essencial já lá está, que é a
qualidade dos vinhos.
josé madeira afonsoAdministrador e produtor
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VINHOS DA BEIRA INTERIOR
É com vista para um cenário esplêndido do vale do Zêzere, que encontramos em Caria, concelho de Belmonte, a sociedade 2.5 Vinhos
de Belmonte Lda. Tudo começou pela força e vontade de cinco sócios, viticultores na região há vários anos, que tendo por base o lema
«a união faz a força», não perderam tempo e rapidamente se uniram em torno de um projeto comum.
2.5 Vinhos de Belmonte
Vinhos 2.5 galardoados com distinção
Desta feita, de forma a ganhar escala, os
viticultores agregaram as suas produções
para que a transformação e comercialização
pudesse ser uma mais-valia e traduzir um
produto comercialmente capaz e com grande potencial
para o mercado.
Assim, a empresa arrancou em 2009, com a edificação
da adega e a implementação de todo o processo
produtivo. Atualmente, com uma capacidade de
produção anual de 1.000.000 garrafas, a 2.5 Vinhos
de Belmonte Lda desenvolve os seus vinhos sob a
orientação dos enólogos Anselmo Mendes e Patricia
Santos.
Importante é ainda referir que a área de produção vitícola
desta sociedade é de 60 hectares de solos arenosos
e está distribuída por duas freguesias do concelho de
Belmonte.
E de onde surge o nome do vinho ‘2.5’? O que
representa este numerário? Foi esta a questão que
colocamos a Isabel Paiva, que nos explicou que 2.5 diz
respeito às duas freguesias do concelho de Belmonte
onde se localizam as vinhas dos cinco sócios “e assenta
no facto de o numérico ser mais facilmente memorizável
que o alfabético, ser legível internacionalmente (o nome
está inscrito no rotulo em cinco línguas, incluindo Braille),
bem como na simbologia do número dois (harmonia,
convívio) e do número cinco (aventura, mudança),
inscrita na cápsula da garrafa”, refere Isabel Paiva.
Relativamente à natureza dos 2.5 vinhos de Belmonte, a
administradora revela que estes são fiéis à região, com
características minerais e de altitude, que se conseguem
distinguir pela sua harmonia e elegância e que, por sua
vez, conferem uma qualidade acima da média.
Quanto às variedades regionais Isabel Paiva destaca nos
tintos: a Touriga Nacional, Tinta Roriz, Jaen, Trincadeira,
Alfrocheiro, Syrah e com destaque para o Rufete.
Esta última variedade apresenta um potencial elevado
produzindo vinhos muito peculiares.
Já nos brancos produzem essencialmente o Arinto,
Cabernet Sauvignon e a Síria, variedade muito usada
nos brancos da Beira Interior produz vinhos frescos de
altitude e muito minerais. “Ainda nos brancos temos o
nosso monovarietal Fonte Cal, variedade exclusiva da
região”, salienta a interlocutora.
Deste modo, os vinhos ‘dois ponto cinco’, todos DOC,
abrangem os vinhos correntes, Tinto, Branco e Rose, os
vinhos especiais como o Tinto Touriga Nacional, o Tinto
Alfrogeiro/Sirah e o Branco Síria e os vinhos topo como
é o caso do ‘Reserva Tinto’ o ‘Branco Fonte Cal’ e o
‘Tinto Rufete Vinhas Velhas’.
Neste sentido, Isabel Paiva faz questão de salientar: “os
vinhos produzidos nas nossas vinhas foram galardoados
na década de 40 e 50 com sucessivos prémios, entre
os quais uma taça de prata atribuída pela Junta Nacional
de Vinhos ao melhor vinho tinto de 1947”.
As vendas da empresa quer no mercado nacional quer
internacional, apresentam um crescimento de cerca de
20 por cento ao ano, o que constitui um forte argumento
para a continuação da estratégia comercial e de produto.
Entre os mercados internacionais para onde os vinhos
2.5 são exportados, pode-se evidenciar: França, Suíça,
Angola e China.
De acordo com a administradora, o futuro próximo passa
por mais trabalho e promoção: “Temos que trabalhar
muito a todos os níveis, e um dos nossos objetivos
futuros é promover mais os nossos vinhos, uma vez que
é através da excelência continuada dos mesmos que a
Beira Interior tem vindo a ser reconhecida como região
vitivinícola preferencial”, finaliza.
Este ano a empresa viu, uma vez
mais, os seus produtos premiados,
tendo o Tinto Alfrojeiro/Syrah 2011
recebido a medalha de ouro no
8º Concurso da Beira Interior e o
Tinto Rufete Vinhas Velhas 2011
a medalha de ouro no Concurso
Internacional Arribe 2015.
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VINHOS DA BEIRA INTERIOR
Sendo o ex-líbris da Cova da Beira por ter dos melhores vinhos produzidos no país, a Quinta de São Tiago situada em Dominguiso,
Covilhã, possui 75 hectares de vinha e 25 hectares de cerejeiras selecionadas entre as melhores variedades
Quinta de São Tiago
Quando adquirida, a aposta seria transformá-
la num campo de golfe mas por razões
meramente políticas o projeto não avançou.
Em forma de plano b construiu-se aquela
que é a principal referência da região em qualidade de
serviços e de produtos. Na Quinta de São Tiago cada
pormenor foi pensado no sentido de se tornar único e
diferenciador. “Temos um conjunto de sinergias que dão
um valor acrescentado à própria quinta que passa pela
produção de cereja, em maio e junho e pela envolvente
de enoturismo que neste momento está numa fase de
desenvolvimento”, começa por nos contar José Costa
Pais, administrador da Quinta de São Tiago.
A quinta dispõe também de um restaurante, onde o
requinte e o bom gosto imperam e em que o preço
médio é de 40€, e uma loja para venda ao público com
todos os produtos que são comercializados pela Quinta
de São Tiago como azeite, fumeiro, queijo e compotas.
“Temos três quintas, uma na Covilhã, que produz vinho e
cereja, temos uma segunda quinta em Penamacor onde
produzimos queijo e azeite e temos uma outra quinta na
região de Figueira de Castelo Rodrigo onde produzimos
vinho branco e espumante. Produzimos cerca de 400 mil
garrafas e uma grande parte é colocada na distribuição
moderna, concretamente no Pingo Doce e Recheio,
onde é vendida a marca Tranca na Barriga”, explica o
empresário que começou por abrir um supermercado
nos anos 90, abrindo posteriormente cerca de 40 com
a insígnia Monteverde.
Com toda a produção vendida, o objetivo passa por
todos os pormenores para criar momentos inesquecíveis
decrescer a produção aumentando a qualidade e o
preço médio do produto.
“Não vamos a concurso nacionais e internacionais
porque toda a nossa produção esta consumada e
realizada em termos de vendas. Todos os dias recebo
20 telefonemas de pessoas a questionarem onde
podem adquirir as nossas marcas, que são a Tranca na
Barriga, o Quinta de São Tiago e o Tapada da Cereja”,
revela.
A internacionalização foi o passo seguinte e hoje os seus
produtos pode ser adquiridos em 14 países: Espanha,
França, Itália, Suíça, Suécia, Luxemburgo, Angola,
Polónia, entre outros.
“Eu não quero vender mais, quero mais qualidade e
para isso estamos a apostar no enoturismo e não na
produção. Temos três salas, uma com capacidade
para 70 pessoas, outra para 150 e outra para 510.
Mensalmente recebemos na nossa loja cerca de 5
mil pessoas”, explica o administrador destacando a
dimensão da Quinta de São Tiago.
“Temos das melhores cerejas do mundo e só nesta
quinta trabalham 20 pessoas. Estamos numa maratona e
falta-nos um terço para terminar. Não estou preocupado
em colocar o nosso vinho no mercado porque ele já
lá está”.
Segundo o empresário, no que diz respeito à distribuição
dos produtos, hoje o consumidor goza de um estatuto
que até aqui não tinha.
“Hoje, o consumidor tem produtos de alta qualidade a
preços nunca vistos, isto deve-se não só à qualidade
dos nossos vinhos mas também à estratégia comercial
dos distribuidores do nosso país, nomeadamente o
Grupo Jerónimo Martins que é de longe uma estrutura
que merece ser acompanhada porque há pouca gente
com a capacidade de ver os problemas e o país deve
muito à Jerónimo Martins, que é um exemplo”,realça,
deixando um convite.
“Quem quiser vir conhecer a quinta tem que vir de
carro ou comboio porque estamos no centro geodésico
entre a Serra da Estrela e da Gardunha. Quem quiser
vir passar um fim de semana, quem quiser saborear o
cabrito dos nossos pastos, aconselho a ligarem pelo
caminho porque podem encontrar a sala lotada”, finaliza.
Pacheca The Wine House Hotel ****Cambres, 5100-424 Lamego, Portugal / +351 254 331 229 reservas@quintadapacheca.com www.quintadapacheca.com
2015
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ENOTURISMO
A Quinta da Pacheca é um espaço paradisíaco nas margens do rio Douro entre a Régua e Lamego. Para além dos bons vinhos a aposta
passa também pelo enoturismo. Este ano, o hotel integrado na propriedade venceu o prémio de “Melhor Enoturismo 2015” atribuído
pelo guia Boa Cama Boa Mesa.
quinta da pacheca
Quinta da Pacheca, o paraíso na terra
Numa propriedade rodeada de vinhas, o
edifício principal do The Wine House Hotel foi
construído no século XVIII. Recentemente, foi
requalificado mantendo a arquitetura original.
É composto de 15 quartos, todos eles diferentes, com
pormenores decorativos onde impera o bom gosto e o
conforto, num ambiente sóbrio e romântico. A qualidade
do empreendimento tem vindo a ser alvo de distinções,
a mais recente foi o prémio de “Melhor Enoturismo
2015”, do guia Boa Cama Boa Mesa. Em janeiro deste
ano, foi também eleito como o melhor “Alojamento” no
concurso mundial “Best of Wine Tourism”. A Quinta é
administrada por Maria do Céu Gonçalves e Paulo
Pereira, empresários portugueses radicados em França.
Numa visita pela propriedade, Paulo Pereira revelou
todos os encantos e potencialidades de uma das mais
emblemáticas quintas do Douro. Os vinhos, a vinha, o
restaurante e o hotel estão instalados ao longo de 54
hectares de terreno, proporcionando várias experiências,
como as “visitas guiadas finalizadas com provas de
vinhos de diferentes tipologias. Na wineshop estão
disponíveis vinho, azeite e compotas. Oferecemos
experiências gastronómicas indissociáveis dos vinhos,
nomeadamente workshops de gastronomia regional
e piqueniques no meio da vinha. Durante a época
das vindimas, proporcionamos todo um conjunto de
experiências genuínas relacionadas com o corte e a
pisa das uvas”, esclarece o proprietário, destacando
que, para além “de apostar na qualidade dos vinhos, há
que destacar a gastronomia, porque temos de vender
os nossos regionalismos e tradições. Os estrangeiros
querem descobrir a nossa gastronomia, gostam da
cozinha típicamente portuguesa”. E podem encontrá-la
no restaurante da Quinta da Pacheca. Neste momento,
a quinta tem três cozinhas, para poder dar resposta aos
vários eventos que aqui acontecem e que vão desde
casamentos, festas privadas ou empresariais, etc.
O alojamento tem uma taxa de ocupação média
bastante elevada e, olhando para o futuro, a Quinta da
Pacheca conta com reservas já para 2016. “Este ano
temos estado quase sempre lotados, o que é bastante
significativo. Depois das vindimas, vamos começar
obras criando mais 20 quartos, mantendo sempre
o mesmo espírito, não queremos desvirtuar”, realça
o proprietário Paulo Pereira. Mantendo a tradição e a
vertente pioneira que tão bem caracteriza a Quinta da
Pacheca, pretende-se criar “quartos em pipos de vinho,
em cima da vinha, estamos a ultimar o projeto com os
arquitetos, o primeiro protótipo estará pronto no final do
ano”. A Quinta da Pacheca foi uma das pioneiras no
enoturismo e, neste contexto, “queremos continuar a ser
os primeiros, queremos sempre fazer melhor”, esclarece
o nosso interlocutor. O vinho produzido na Pacheca
está a ter um grande sucesso a nível internacional, o
que se reflete no aumento do volume de vendas. No
sentido de acompanhar esta procura “comprámos mais
45 hectares de vinha aqui ao lado para aumentar a
produção e assim conseguir responder às necessidades
do mercado”, revelou o administrador Paulo Pereira. Em
breve, a wineshop também vai ser ampliada, as cozinhas
remodeladas e a Quinta da Pacheca vai ter também uma
piscina, aumentando o leque de experiências e ofertas,
dotando o espaço de uma nova infraestrutura. O melhor
do Douro está à sua espera na Quinta da Pacheca. paulo pereiraProprietário
TEMA
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cida
de d
o fu
ndão
Localizada no sopé da Serra da Gardunha, no planalto da Cova da Beira, o Fundão é uma cidade, sede
de concelho, a cerca de 500 metros de altitude. Com cerca de 30.000 habitantes, o concelho do
Fundão é uma região de terrenos férteis, sabiamente explorados ao longo dos séculos, onde grandes
produções de fruta são famosas, como a cereja do Fundão.
A Gastronomia desta região beirã é rica, destacando-se a perdiz de escabeche, o cabrito estonado, os
biscoitos de azeite, e os vegetais e frutas de grande qualidade, produzidos nesta zona.
A região, onde o produto ex-libris é a cereja, tem como principal atividade económica o comércio: com zonas
rurais, vocacionadas para as explorações agrícola, pastorícia e florestal, para a produção de fruta, azeite e
vinho, e ainda, para a existência de um importante foco de atividade mineira, designadamente na exploração
de volfrâmio.
Quem ali vai, depara-se com o elemento natural principal do concelho, a Serra da Gardunha. Para além da
paisagem singular que desperta, está no coração de uma oferta turística variada que combina a história, as
tradições e a identidade do concelho com programas para visitar os ativos patrimoniais mais relevantes do
mesmo.
Para complementar esta oferta foram criados percursos pedestres, cerca de 12, de pequena dimensão, que
podem ser percorridos a pé em apenas um dia.
São traçados ao longo de vários caminhos e trilhos da Serra da Gardunha, proporcionando a observação da
fauna e da flora existentes na serra e a observação da paisagem.
Junto ao Parque de Campismo do Fundão está localizado um centro de BTT no coração de um Parque
Aventura onde é possível percorrer um circuito de manutenção, praticar arborismo, entre outros.
As aldeias de xisto são a marca desta região. Com cerca de 27 aldeias de xisto distribuídas pela região,
estas destacam-se pela apresentação de produtos, serviços e profissionais de excelência, na produção
gastronómica, no artesanato, no alojamento singular e na animação cultural. Aí encontram-se produtos da
terra, pistas de canoagem, circuitos de BTT e trekking, praias fluviais de água pura, monumentos, castelos e
museus para ver.
Mas continuemos à descoberta do que melhor podemos encontrar no concelho de Fundão. A Rede de Casas
da Floresta, todas elas temáticas, pedagógicas e turísticas, foram criadas para preservar tradições e modos
de produzir artesanais de elevada qualidade.
Da Festa da Cereja aos Chocalhos, passando pela Quadragésima, a Festa do Queijo, os Míscaros, e a Maúnça,
o concelho oferece uma programação cultural diversa com a realização de grandes eventos anuais, fatores de
atração turística e que constituem um cartão-de-visita do concelho. Venha conhecer algumas das freguesias
da região de excelência da cerejeira.
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CIDADE DO FUNDÃO
Quando chegou ao cargo de Presidente, José Manuel Gravito já conhecia bem a realidade da freguesia de Lavacolhos e o que esta
necessitava, isto porque já havia sido tesoureiro da mesma em dois mandatos anteriores. Porém, tinha ideias diferentes para Lavacolhos
de acordo com o potencial da freguesia.
junta de freguesia de lavacolhos
Lavacolhos: a Casa do Bombo
Com todas as infraestruturas básicas
necessárias como o saneamento, água ao
domicílio e a pavimentação de todas as ruas
era altura de novos projetos, “infraestruturas
apetecíveis e que trazem alguma economia para a
freguesia”, explica José Manuel Gravito. Assim, a
freguesia dispõe de uma praia fluvial, “um espaço de
lazer aprazível, que prima pela qualidade, afirmando-se
cada vez mais no contexto regional”, afirma o presidente.
O espaço é constituído por balneários, um bar, um
relvado, e uma área com potencial, para no futuro, se
converter num pequeno espaço para campismo.
Mas, é pelos bombos que Lavacolhos é conhecida. Na
freguesia encontramos a Casa do Bombo a funcionar na
antiga escola primária, um local que foi de aprendizagem
para muitas gerações “por isso pretendemos que esse
espaço continue a ser um espaço de aprendizagem”,
diz-nos José Manuel Gravito. O presidente pretende que
a Casa do Bombo se apoie em dois pilares: por um lado,
o da aprendizagem musical “para não se perder este
saber tradicional que tem sido transmitido de geração
em geração e cativar os mais jovens a entrarem para
aprenderem a música do bombo”; e, por outro lado, ser
uma escola de artesanato, isto porque, em Lavacolhos
fabricam-se os próprios bombos. Por isso, adiantou-nos
José Manuel Gravito, a freguesia está a candidatar-se
para a elevação dos bombos de Lavacolhos a Património
Cultural e Imaterial de Portugal. A par desta coletividade,
há ainda a Associação Recreativa de Lavacolhos que
todos os anos organiza uma ceia de Natal, conhecida
como a ‘Couvada de Natal’, uma ceia para quem quiser
juntar-se naquela noite aos sócios. Promovem também,
há cerca de 17 anos, uma caminhada pelas serras de
Lavacolhos, a 10 de junho.
Tradição
Na noite de quinta-feira Santa, por volta da meia-noite,
sai da igreja Matriz uma procissão com os ‘penitentes’.
A iluminação pública é previamente desligada e os
participantes com um lençol branco, descalços, de rosto
encoberto, saem de forma ordeira e sob a vigilância
dos guardas (agasalhados e com um varapau para
manter a ordem e o silêncio dos espetadores). Cada
‘penitente’ tem uma função na procissão, havendo
um par responsável pela ladainha a que outros devem
responder. Esta é uma tradição secular, estudada por
antropólogos, que pretende dramatizar o percurso
de Cristo até ao Calvário acompanhado do seu povo
sofredor.
A par desta tradição, Lavacolhos tem como festa principal
a festa de Santo Amaro, o padroeiro da freguesia, que
se comemora a 15 de Janeiro. Há, ainda, a festa do
Divino Espírito Santo realizado no sétimo domingo após
a Páscoa com a duração de dois dias. Por fim, a festa
do Senhor da Saúde e Mártir São Sebastião, a festa dos
emigrantes, que se realiza no terceiro fim de semana do
mês de agosto durante três dias.
Futuro
Em mãos, o presidente já tem alguns projectos
pensados para a freguesia, que pretende candidatar.
Pretende remodelar a Casa do Bombo para tornar o
espaço num museu onde possa estar exposto todo o
espólio relacionado com os bombos, visto que estes são
um instrumento musical e um elemento estruturante de
identidade local do território.
Adquiriram um espaço para ser uma ‘Casa Memória’
alusiva às personalidades ilustres de Lavacolhos. Uma
casa com salas temáticas dedicadas a cada uma dessas
personagens. Como é o caso do Padre Joaquim Guerra,
um dos maiores sinólogos de sempre, autor de um
dicionário de Português-Chinês e Chinês-Português;
Carlos Gravito, um etnomusicólogo que fez um estudo
sobre os bombos de Lavacolhos e Helena Frade, uma
arqueóloga com créditos firmados em Portugal e nos
estrangeiro.
josé manuel gravitoPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
53
CIDADE DO FUNDÃO
No âmbito da reforma administrativa nacional, Janeiro de Cima e Bogas de Baixo uniram-se, e hoje são uma freguesia portuguesa do
concelho de Fundão com 46,36 km² de área e 500 habitantes. Esta é uma das 24 aldeias incluídas na rede das Aldeias de Xisto e situa-
se nas margens do rio Zêzere. Para conhecermos melhor a freguesia contamos com a entrevista de Ilídio Martins, atual presidente da
União de Freguesias de Janeiro de Cima e Bogas de Baixo.
União de freguesias Janeiro de Cima e Bogas de baixo
UMA FREGUESIA A DESCOBRIR NAS MARGENS DO RIO ZÊZERE
Inicialmente, incidindo na área do turismo, Ilídio Martins
salienta que a sua freguesia é rica em paisagens e
em turismo rural, e dispõe de atividades desportivas,
contando com rotas pedestres para os amantes da
natureza ou para aqueles que preferem um programa
mais relaxante, podem usufruir das piscinas públicas (em
Bogas de Baixo) e praia Fluvial de Janeiro de Cima.
Neste contexto, o presidente revela que todas as
infraestruturas contam com o trabalho das várias
associações.
E quando falamos em festas e eventos, a freguesia
de Janeiro de Cima e Bogas de Baixo tem muito para
apresentar.
Para além destas festas religiosas, os membros da Junta
de Freguesia também organizam atividades a fim de
dotar a freguesia de eventos culturais que sirvam de
mais-valia à população local.
Desde que está à frente da Junta, Ilídio Martins diz que a
sua prioridade foi dar apoio ao Centro de Dia de Janeiro
de Cima e o Lar de Bogas de Baixo, para criar melhores
condições ao nível de instalações. De seguida o
presidente relata que teve a necessidade de pavimentar
algumas ruas da freguesia, que estavam danificadas.
Para finalizar, Ilídio Martins não esconde o amor que
sente pela terra que o viu crescer e nesse sentido
garante que tudo fará para criar valor à freguesia “estou
agora a tentar usufruir do quadro 2020 para avançar
com alguns projetos.”
União de Freguesias de Janeiro de
Cima e Bogas de Baixo
Rua da Liberdade nº 11
6185-120 Janeiro de Cima
Telef.: 272 745 234
Telemovel: 932 813 025
E-mail: janeirodecima@gmail.com
ilídio martinsPresidente
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54
CIDADE DO FUNDÃO
Inserida na zona do Pinhal do concelho do Fundão, a freguesia Bogas de Cima é composta por cinco aldeias, Bogas de Cima, Boxinos,
Malhada Velha, Bogas do Meio e Descoberto, e reúne mais de 300 habitantes residentes. Numa entrevista com Filipe Gonçalves,
presidente da Junta de Freguesia, a Revista Business Portugal foi conhecer as valências da região e as suas potencialidades turísticas.
junta de freguesia de bogas de cima
UMA FREGUESIA COM HISTÓRIA E TRADIÇÃO
Tradicionalmente, Bogas de Cima destaca-se
pelo linho e pela sua tecelagem que estão
intimamente ligados à história da freguesia,
havendo documentação desta atividade
datada de 1892. Para além disso, ainda no universo
do artesanato, esta aldeia marca história nas mantas de
retalhos, tapeçaria, rendas e bordados regionais.
Estando composta por várias casas de xisto, sendo a
Casa Redonda um emblema da freguesia, motivo de
orgulho para o presidente e para toda a população, uma
vez que é uma das suas imagens de marca.
E apesar da crescente desertificação das aldeias rurais,
o presidente revela-nos que, felizmente, ainda há
emprego em Bogas de Cima, “sendo a freguesia de
Bogas de Cima composta quase totalmente por floresta,
esse sector é o que mais gera emprego tendo um papel
fundamental no desenvolvimento da nossa freguesia sem
esquecer as empresas de construção civil, empresas
de serviços, lar, uma associação local, que empregam
muita gente sendo insuficiente a população residente”
salienta o presidente, acrescentando alguns dos ramos
de atividade que predominam na freguesia: agricultura,
construção civil, serralharia, pequeno comércio, indústria
de transformação de madeiras, apicultura e turismo.
Relativamente à gastronomia, Filipe Gonçalves indica-
nos que esta é bastante apreciada por quem visita,
sendo o prato típico o chamado “coelho no azeite”.
Mas para além deste, há outros pratos regionais como
maranhos, cabrito estufado, caldo verde, filhós, chanfana,
entre outros, que podem ser degustados com qualidade.
E porque a gastronomia desempenha um papel
importante na freguesia, o presidente fez questão de
mencionar a ‘Feira Sabores de Bogas’, que decorre de
dois em dois anos, em que as várias associações locais
participam expondo e fazendo-se valer daqueles que
são os seus produtos regionais.
Do património arquitetónico, o presidente identifica
a Igreja Matriz, a Capela de São Sebastião, a Casa
Redonda, as emblemáticas Casas de Xisto e as casas
temáticas do mel e do cogumelo. Para quem visita, Filipe
Gonçalves também sugere alguns locais de interesse,
como a Ribeira de Bogas. No entanto adianta que “toda
a freguesia é composta por uma património paisagístico
digno de ser admirado”.
Deste modo, o presidente também avivou que as
associações culturais e desportivas têm um papel
fundamental para dinamizar a freguesia e mantê-
la viva, distinguindo, a Pinus Verde associação de
desenvolvimento, o Clube Desportivo Boguense, a
Associação Cultural e Recreativa da Malhada Velha, a
Associação de Bogas do Meio, a Associação de apoio a
Jovens e Idosos de Bogas de Cima e o Clube Boxinos -
Associação Cultural, Recreativa e Desportiva.
Para o futuro Filipe Gonçalves avança que tudo fará para
melhorar a freguesia e as condições da população.
Filipe gonçalvesPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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CIDADE DO FUNDÃO
Geograficamente bem situada, a freguesia de Souto da Casa encontra-se a 5km do Fundão, numa inigualável paisagem natural, na
encosta norte da Serra da Gardunha de frente para Serra da Estrela.
Junta de Freguesia Souto da Casa
PReSERVAR A HISTÓRIA E A TRADIÇÃO
Atualmente com cerca de 1200 habitantes
e com 29,37 km² de área, a presidente
da Junta de Freguesia, Maria das Dores
Ladeira, começa por realçar a riqueza da sua
freguesia no que toca ao património religioso e cultural
da mesma. Começando pela Casa Museu, que retrata
os antigos ofícios das gentes da aldeia, nomeadamente,
o trabalho do sapateiro, do latoeiro, da tecedeira, do
ferreiro, do carpinteiro, do ganhão e da Azenha.
Quanto às festividades locais, a presidente assinala a
Festa do Senhor da Saúde, que decorre sempre no
4º fim de semana de agosto, e que conta com uma
procissão de grande ato de fé, onde participam muitos
maria das dores ladeiraPresidente
emigrantes e peregrinos de toda a região. Para além
desta festa religiosa, Maria das Dores fala-nos de um
evento organizado pela Junta de freguesia e pela Câmara
Municipal do Fundão, chamado ‘Serões N’Aldeia’, Festa
do Pão e da Àgua, que decorre no 2º fim de semana
de julho. Neste evento pode encontrar-se pratos típicos,
com especial atenção ao pão, à água e ao tradicional
feijão no forno, além dos produtos regionais. A par
disso, os Serões N’Aldeia, são o reviver das conversas
com os vizinhos ou em família, das noites de Verão, as
tasquinhas, a animação de rua, o toque dos bombos
sendo este um dos principais meios de dinamização da
economia local, “passando por este evento cerca de 8
mil a 10 mil pessoas”.
Neste sentido, acrescenta a presidente da Junta, que em
colaboração com a Câmara Municipal do Fundão, estão
a desenvolver esforços de forma a criar nesta freguesia
o Centro Interpretativo do Ciclo da Água.
Da carteira de projetos em prol da freguesia, a presidente
faz questão de frisar a continuação da construção
do Parque de Lazer, um projeto a decorrer que visa
potenciar o turismo e criar melhores condições de
espaços de lazer. para fixação dos jovens principalmente
em tempo de férias.
Sobre as suas ambições atuais, Maria das Dores
revela que a Junta de Freguesia está, de momento,
concentrada em apostar em ações de formação que
permitam não só ocupar as pessoas da terceira idade,
mas também que sirvam de complemento pedagógico
para os mais jovens, conhecerem as profissões antigas
e tradicionais. Destacou ainda que durante o ano
corrente, estão a decorrer as Comemorações dos 125
anos da Tomada do Carvalhal, fazendo um resumo dos
mesmos acontecimentos:
Na quarta-feira de 12 de fevereiro de 1890, o
Povo do Souto da Casa, juntou-se pela manhã no
Carvalhal (Serra da Gardunha). Depois do regedor dar
o costumeiro tiro para o ar, houve a correria habitual
onde cada participante com uma enxada nas mãos
baliza com cavadelas a parcela de terreno que pretendia
amanhar. Porém, neste ano de 1890, o ritual coletivo
de marcação das terras de cultivo (glevas) teve a frontal
oposição do Dr Garrett, o qual deu ordem ao seu feitor,
Aquém, para impedir esta ocupação. Pretensão esta que
foi ignorada pela população.
Não satisfeito com esta atitude, o representante dos
interesses do Dr. Garrett regressou ao Carvalhal alguns
dias depois, na quarta-feira do dia 26 do mesmo mês,
acompanhado por testemunhas intimidando os que ali
se encontravam a trabalhar a terra.
Como consequência deste toque de alarme, alguns
populares armados, avançaram serra acima para agarrar
o infeliz feitor e com gestos e gritos ameaçadores
abriram uma cova, supostamente para aí o enterrarem.
Só quando, depois de muito cansado, rodeado de toda
a população, cedeu finalmente e deu a resposta tão
desejada de: «– É nosso!... », logo repetido pelo clamor
de todos: – «O Carvalhal é nosso»!
Afinal, o Carvalhal não era nem jamais poderia vir a ser
propriedade de uma só pessoa. Mas sim, de todo o
Povo do Souto da Casa.
Sempre atenta às necessidades da sua população,
a presidente explica: “A nossa política tem que ser
de proximidade para com o povo, porque só assim
conseguimos atingir os nossos objetivos e melhorar as
freguesias”.
56
REVISTA BUSINESS PORTUGALCIDADE DO FUNDÃO
Alcaide é uma freguesia do município do Fundão que se destaca pela sua história e pela dinâmica da sua contemporaneidade social
e cultural. De acordo com Daniel Cruz, presidente da Junta, para além da oferta gastronómica e da aposta nos seus produtos de ouro,
o Alcaide conta com diversos eventos anuais de grande relevância e desenvolve o apoio necessário às diferentes faixas etárias da
população, com projetos concretizados e em desenvolvimento que têm em vista a dinamização e a projeção da freguesia, bem como a
salvaguarda da vivência local, em todas as suas contingências.
junta de freguesia de alcaide
um exemplo de dinamismo
Como caracteriza, em termos populacionais,
geográficos/territoriais e económicos a
freguesia?
A Freguesia de Alcaide tem uma área de 16,72 km2
e está localizada num contraforte da vertente norte da
Serra da Gardunha com uma vista privilegiada para a
Serra da Estrela. Tem aproximadamente 650 habitantes
e a sua força económica concentra-se essencialmente
na agricultura, em que predomina a produção de cereja.
É das terras do Alcaide que sai grande parte da cereja
produzida na Cova da Beira.
Ao nível da ação social que tipo de apoios e
programas têm desenvolvido?
Na área da saúde, temos vindo a investir na prevenção:
de três em três meses, na sede da Junta de Freguesia,
todos os alcaidenses podem gratuitamente fazer um
rastreio à Glicémia, Colesterol e Avaliação da Pressão
Arterial. Pelo segundo ano consecutivo, vamos oferecer
os manuais escolares a todos os alunos que frequentam
o 1.º Ciclo no Alcaide. Pretendemos contribuir para uma
poupança significativa que poderá ser aplicada noutras
necessidades da vida familiar e ajudar a fixar alguma
população. Além destes investimentos, temos vindo a
organizar uma viagem anual para todos os maiores de
60 anos.
O que de melhor tem esta freguesia para
oferecer quer aos que a visitem, assim como
quem gostaria de cá viver?
Num pequeno passeio pelo Alcaide, além da
deslumbrante paisagem, poderão apreciar-se a
arquitetura de vários monumentos, residências de
algumas personalidades, parques, jardins, fontes e
chafarizes. Quem gosta de desporto poderá fazer
uma caminhada pela Rota da Portela ou usar o recinto
desportivo da Liga dos Amigos do Alcaide… Os mais
radicais poderão aventurar-se num percurso de BTT
na Serra da Gardunha com paisagens magníficas...
Estes serão aspetos turísticos permanentes. Saliente-
se, porém, que, ao longo do ano, se desenvolvem
atividades diversas, de índole gastronómica, cultural,
etnográfica e religiosa, que se constituem como fortes
fatores atrativos. O Alcaide é uma aldeia que, nos últimos
tempos, tem vindo a ser descoberta para o turismo.
Alguns investidores têm-no visitado com interesse em
instalarem-se na freguesia. Atualmente, encontra-se em
obras um empreendimento turístico para alojamento
numa das maiores casas agrícolas da região que
pertencia a D. Fernando de Almeida.
Que eventos marcam, anualmente, a freguesia?
As festas populares acontecem no terceiro fim de
semana a seguir à Pascoa em honra a São Macário e
em junho para celebração do São Pedro, padroeiro do
Alcaide. Estes festejos são tradicionais e são organizados
pelas respetivas comissões de festas, com algum apoio
financeiro e logístico da Junta de Freguesia.
Na organização de atividades e eventos, saliento o
trabalho que tem vindo a ser realizado pela coletividade
Liga dos Amigos do Alcaide, uma mistura de juventude
com experiência, que tem dinamizado imenso o Alcaide.
A título de exemplo, salientaria o Dia da Mulher, Prova de
Vinhos, já com sete edições, Raid Fotográfico, atividades
culturais e desportivas no verão para os mais novos,
Agosto no Alcaide com música ao vivo e teatro ao ar
daniel cruzPresidente
57
REVISTA BUSINESS PORTUGALCIDADE DO FUNDÃO
livre e, claro, os Míscaros, uma marca do Alcaide desde
há seis anos.
Como caracteriza a gastronomia?
Este ano vamos para a sétima edição do festival Miscaros
– Festival do Cogumelo que decorre de 11 a 15 de
novembro e que é único no país. Este é organizado
pela Liga dos Amigos do Alcaide, Junta de Freguesia
de Alcaide e Câmara Municipal do Fundão. É nesta
altura que os habitantes do Alcaide abrem as portas
das suas casas a cerca de 40.000 visitantes nacionais
e internacionais. Os visitantes poderão participar em
passeios micológicos pela Serra da Gardunha, degustar
diferentes formas da confeção de cogumelos e outros
produtos agroalimentares da região nas tasquinhas
típicas, especialmente preparadas na aldeia.
Com este festival, pretendemos explorar e valorizar o
forte património fúngico que existe na Serra da Gardunha
assim como toda a paisagem protegida. Estamos
confiantes de que este recurso endógeno poderá abrir
portas a uma nova economia nesta freguesia e no
concelho.
Ainda este ano vai ser inaugurado no antigo edifício da
cantina escolar um Centro de Recolha de Cogumelo,
de modo a ser possível escoar este produto de um
modo seguro e para outros mercados. É nossa intenção
apostar na formação para que o risco da apanha de
cogumelos venenosos seja nulo.
Quais os projetos que estão previstos a medio
prazo?
Na área social, temos como grande objetivo dotar o
Alcaide com um lar de idosos, uma vez que, com a
população a envelhecer, é primordial que os alcaidenses
consigam passar o resto dos seus dias na sua terra-
natal, perto dos seus familiares e amigos. O sucesso
deste projeto depende da atribuição de algumas
verbas comunitárias e da boa vontade das instituições
envolvidas. Uma certeza já temos: a Junta de Freguesia
e Câmara Municipal querem que esta obra seja uma
realidade.
Na área cultural, gostaríamos que fosse reativado o
Rancho Folclórico e o Grupo de Bombos. Lanço aqui o
desafio a todos os que gostam de participar neste tipo
de atividades culturais. O apoio da Junta de Freguesia
estará garantido.
Outra das nossas prioridades é manutenção e valorização
dos nossos recursos naturais. Nesta área, vamos iniciar
ainda em setembro a limpeza da Ribeira do Alcaide e
estamos a trabalhar numa candidatura para a limpeza
na nossa área florestal em cerca de 190 hectares. O
objetivo é diminuir o risco de incêndios, preservando
assim as nossas paisagens, rotas e recursos micológicos.
rota da portela
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
58
CIDADE DO FUNDÃO
A cumprir o primeiro mandato como presidente da Junta de Freguesia de Pêro Viseu, Pedro Mesquita, garante ser “um vendedor da
freguesia”. Com vários projetos para a freguesia, o autarca deu a conhecer à Revista Business Portugal um pouco mais desta região e
das suas potencialidades.
Junta de Freguesia de Pêro Viseu
Uma freguesia em transformação
Inserida no concelho do Fundão, distrito de Castelo
Branco, Pêro Viseu é uma freguesia portuguesa
com cerca de 728 habitantes e cerca de dezanove
quilómetros quadrados de área.
A freguesia é constituída por um conjunto de paisagens
rurais que lhe dão uma dinâmica única. A 12 quilómetros
do Fundão e a 16 quilómetros da Covilhã, na estrada
que liga a Penamacor a aldeia de Pêro Viseu em termos
geográficos “é a freguesia que está mais bem localizada
no concelho do Fundão, o que também nos traz algumas
vantagens”, salienta o presidente.
A Junta dispõe de diversos equipamentos públicos
de teor social, desportivo e de serviço à população,
tais como uma extensão de saúde; serviço de
correios; um centro escolar com ensino primário e
jardim-de-infância; polidesportivo; serviço de entrega
medicamentos ao domicílio ou na junta “onde está a
técnica de farmácia que explica como é que a pessoa
deve tomar o medicamento, para além disso também
fazemos, uma vez por semana, as triagens básicas
de glicemia, colesterol, tensão arterial”. A par destes
equipamentos, a população de Pêro Viseu tem acesso
a uma rede de intervenção social; zona de lazer com
circuito de manutenção – campo de basquetebol,
voleibol, ténis e circuito para caminhadas; aulas de
manutenção física nas instalações da Junta freguesia;
academia de taekwondo, Grupo de Dança e, quatro
coletividades – Banda Filarmónica, Clube de Caça,
Associação Desportiva e Associação de São Bartolomeu
- que ajudam a tornar mais eclética a própria resposta
cultural, recreativa e desportiva da freguesia, “esta é uma
freguesia que qualifica a vida de quem cá reside”.
Atualmente, tem como principais atividades económicas
a agricultura, a indústria e o comércio de carnes, bem
como o pequeno comércio, essencialmente artesanal,
um hotel rural e um restaurante.
Relativamente a locais de interesse histórico, património
edificado e natural da freguesia podemos visitar a Ponte
Romana que liga Pêro Viseu a Valverde, o miradouro
“com uma vista fantástica para toda a Cova da Beira”
e algum património religioso, como a igreja matriz e
capelas.
Em termos de gastronomia a freguesia tem alguma
tradição no fabrico artesanal de enchidos.
Já no que toca à ação social a aldeia tem uma assistente
social nas instalações da junta de freguesia e, ainda um
centro de dia.
Festividades
Numa política de valorização das tradições e costumes
da freguesia, realizam-se alguns certames com algum
impacto local.
O São Bartolomeu no dia 24 e 25 de agosto, a
caminhada da primavera que em duas edições já reuniu
mais de 400 pessoas e o mercado natal.
Este ano, realizar-se-á a festa dos 125 anos da Banda
Filarmónica, em novembro.
E ainda, ‘Pêro Viseu na Rua’, nos dias 29 e 30 de agosto,
uma iniciativa da Junta de Freguesia de Pêro Viseu, com
o objetivo de promover a freguesia, os seus espaços,
as suas gentes, os seus costumes, o seu património,
os produtos tradicionais artesanais, agroalimentares,
restauração e bebidas.
“Com o objetivo de promover Pêro Viseu, dar a conhecer
Pêro Viseu, perceber Pêro Viseu enquanto freguesia
atrativa, moderna e ambiciosa”.
Projetos futuros
Relativamente a projetos futuros pretendem constituir
uma IPSS na freguesia, devido ao grande número de
idosos que a freguesia possui. Sendo que a questão
de apoio domiciliário é fundamental, pois têm um
grande número de habitantes descentralizados. E ainda,
pedro mesquitaPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
59
CIDADE DO FUNDÃO
aproveitar o edifício de uma antiga escola, de momento
inativa, para construir ‘uma casa da comunidade’.
Balanço do mandato
Até ao dia de hoje, o edil faz um balanço positivo deste
mandato. “Requalificamos e melhoramos as condições
a sede da junta de freguesia que estava bastante
degradada; criamos uma zona de lazer, o Parque de
Lazer do Cerrado; requalificamos vários espaços na
freguesia; fizemos uma pequena requalificação tanto no
jardim-de-infância como na escola primária; realizamos
a pavimentação do caminho da Sancha que além de
pertencer ao perímetro urbano, faz com que a freguesia
esteja ligada sem que se tenha de usar a estrada
nacional; reparamos o caminho do Rolo, fundamental
para o acesso de veículos pesados”. Acrescenta
ainda que foram melhorados os caminhos rurais, a
as ruas devidamente sinalizadas através da sinalética.
“hoje temos uma freguesia devidamente sinalizada e
ordenada, com disponibilização de internet gratuita e
vencemos outra das nossas grandes batalhas ao nível da
limpeza urbana, com colocação de papeleiras, reforço
de zonas de recolha de resíduos e criação do serviço
interno de recolha de monstros” Atualmente temos uma
freguesia limpa e digna para habitantes e visitantes”,
enumera o presidente.
“Se o meu mandato terminasse agora, sentir-me-ia
realizado e com sentimento de dever cumprido, em
menos de dois anos, realizamos várias obras, incutimos
dinâmica na freguesia, mas principalmente, cumprimos
todos os dias o fundamental da causa e do serviço
público, os valores da proximidade” conclui.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
60
CIDADE DO FUNDÃO
A estação de medição de ar está na freguesia de Três Povos e no ano de 2014, em todo o Portugal, foi a região com a melhor qualidade
do ar, por isso é provado cientificamente este slogan, pelo que é sob esta máxima, de terem o ar mais puro de Portugal, que a freguesia
de Três Povos, na cidade do Fundão, se apresenta ao mundo. Luís Manuel Cerdeira é o presidente desta Junta de Freguesia e em
conversa com a Revista Business Portugal explicou o porquê deste ser um lugar de passagem obrigatória para quem vem até à Beira
Baixa.
junta de freguesia de três povos
Três Povos, A freguesia com o ar mais puro de Portugal
Eporquê Três Povos?”, começamos por
questionar. Há que recuar um pouco na
história para o perceber. Constituída pelas
aldeias de Escarigo, Salgueiro e Quintãs, e
pela proximidade entre as três, desde sempre que um
qualquer natural daqui, quando questionado sobre a sua
naturalidade, limita-se a responder ser dos Três Povos
daí que, aquando da última reforma administrativa das
freguesias, e por vontade própria das populações o
executivo tenha adotado esta toponímia. “No Fundão
e em todo o distrito de Castelo Branco fomos sempre
conhecidos como os Três Povos pelo que atualmente
são três povoações numa única freguesia, a freguesia
de Três Povos”, começa por nos elucidar Luís Manuel
Cerdeira, acrescentando que aqui é também o coração
do regadio da Cova da Beira, “foi aqui que nasceu”.
Com cerca de 1.300 habitantes e 77 km2 de área, Três
Povos é um lugar privilegiado pela sua proximidade das
sedes de concelho Fundão, Covilhã, Belmonte, Sabugal
e Penamacor.
Questionado sobre o que motivou a agarrar o desafio
de ser presidente da Junta de Freguesia de Três Povos,
Luís Manuel Cerdeira afirma adorar a sua aldeia e ser
um orgulho que dá muito de si à sua terra e que, por
isso mesmo, age sempre de modo a conseguir o melhor
para a sua população. O edil conta já três mandatos com
a antiga freguesia do Salgueiro e cumpre atualmente o
seu primeiro mandato em Três Povos.
Terra de ar puro, mas também de sabores
A agricultura continua a ser um dos principais da
fatores económicos de Três Povos, ou não fosse
este o coração do regadio da Cova da Beira. Além
da chamada agricultura de subsistência que grande
parte da população pratica, é em Três Povos que se
localizam alguns dos maiores produtores de fruticultura
da região, mas também do país. “Existe aqui uma grande
empresa que se dedica à produção de frutas num
terreno com um total de 180 hectares, onde não falta
a cereja, característica da região”, diz-nos o edil. “Mais
recentemente, uma grande empresa de fruticultura, com
sede em Moimenta da Beira, alugou uma grande quinta
em Três Povos e já avançaram com o tratamento das
terras para a nova plantação, sendo que o seu fruto de
excelência é a maçã”, acrescenta. “Temos muita área
ainda para plantar, terra de uma qualidade excelente,
assim como muita água, ou seja, reunimos as condições
necessárias para criar grandes plantações. Faltam-nos
as empresas e os empreendedores que aproveitem
estas terras e que tragam novos postos de trabalho, não
só para Três Povos, mas para toda a região”, afirma Luís
Manuel Cerdeira. A fábrica BIOFUN de concentrados
de fruta, principalmente maçã está sediada na área da
freguesia.
Para miúdos e graúdos
Como acontece na grande maioria das regiões do
interior do país, a freguesia de Três Povos também
tem sofrido com o fenómeno da desertificação. Desde
2001, e de acordo com o nosso interlocutor, esta
freguesia do Fundão perdeu entre 12 a 15 por cento da
sua população; “os jovens vão à procura de alternativas
e os mais idosos partem, é a lei da vida”.
Contudo, a Junta de Freguesia faz questão de
Luís Manuel cerdeiraPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
61
CIDADE DO FUNDÃO
proporcionar as melhores condições para aqueles que
ainda escolhem Três Povos como a sua casa, sejam
eles miúdos ou graúdos. O Centro de Assistência
Social conta com 31 camas em serviço de lar, acolhe
20 idosos na valência de centro de dia e presta apoio
domiciliário a 18 pessoas.
Para os mais novos, estão ao dispor as valências de
creche, pré-escolar e atividades de tempos livres (ATL).
Mas Luís Manuel Cerdeira deixa o alerta: “Temos 23
alunos a frequentar o primeiro ciclo, pelo que cumprimos
os rácios mínimos para não sermos ameaçados com
encerramento da escola, mas no Centro temos apenas
13 crianças, são muito poucas crianças para as
instalações e condições que oferecemos”. O centro
funciona numas instalações dignas, bem equipadas
e com um quadro de pessoal exigido por lei tendo
em conta o número de utentes. Por isso mesmo, e
também pela questão burocrática e exigências a nível
das entidades competentes, o edil afirma, com alguma
tristeza na voz, não saber o que reserva o futuro ao
centro nas valências dedicadas aos mais novos. “Talvez
passemos a ter apenas uma ou duas valências, mas
ainda não sabemos. Vamos aguardar”, diz.
A visitar
Quem vem a Três Povos encontra uma freguesia dotada
de todos os equipamentos essenciais a uma vida
com qualidade e de sublimidade. Além do Centro de
Assistência Social já referido, Três Povos tem ao dispor
um complexo desportivo com campo de relva sintético
e instalações para as atividades dos mais jovens, uma
extensão de saúde bem equipada, quartel de bombeiros,
posto de farmácia, posto de combustível, entre outros
equipamentos.
Se vem para ficar mais do que um dia, saiba que pode
pernoitar em agroturismo ou turismo rural. Aproveite
essa estadia para visitar a Zona de lazer da Barragem
de Escarigo conhecer o Museu da Pastorícia, que
possui instrumentos musicais e utilitários fruto da criação
no âmbito da arte pastoril ou com ela relacionados,
assim como registos audiovisuais de entrevistas com
os pastores em relação às suas memórias, às suas
práticas e aos percursos de transumância, bem como
levantamentos fotográficos sob a forma de exposição.
O Solar das Quintãs, ou Solar do Conde, também
merecem uma visita mais atenta. Esta construção
datada do século XVIII, apesar de possuir características
arquitetónicas do século anterior, foi casa de habitação de
uma família abastada e foi doada ao povo das Quintãs. A
Junta de Freguesia já conseguiu fazer a recuperação do
exterior do edifício com o apoio da Câmara Municipal,
da associação de desenvolvimento local RUDE, com
uma candidatura no âmbito do PRODER, e está em fase
de projeto a candidatura da recuperação do interior do
futuro Solar da Comunidade. Se o projeto for a avante,
o edil pretende mudar toda a estrutura da Junta de
Freguesia para o 1º piso, nomeadamente a instalação
do Balcão do Cidadão, biblioteca, ludoteca, salas de
exposições permanentes e temporárias. No rés-do-chão
terá lugar a criação de uma incubadora de empresas
no âmbito agrícola com a possibilidade de empresas se
instalarem um auditório e sala de formação, instalações
sanitárias cozinha e refeitório
Conheça ainda a Casa Museu Nuno Miguel Henriques,
também denominada de Pátio das Ideias, as igrejas
matrizes, capelas o Solar do Doutor Albano no Salgueiro
os vários chafarizes de traça antiga que percorrem
toda a freguesia, ainda vários portados quinhentistas e
principalmente “a afabilidade e hospitalidade da nossa
terra e da nossa gente”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
62
CIDADE DO FUNDÃO
“Cada habitante merece de nós uma atenção individual. O grande desafio passa por criar as condições necessárias à população,
nunca perdendo naturalmente de vista a continuação do bem público”. Quem o afirma é Carlos Alberto Ventura, em entrevista à Revista
Business Portugal, presidente da Junta de Freguesia de Alpedrinha e responsável pelo comando dos destinos da terra.
junta de freguesia de alpedrinha
Uma freguesia com identidade
Alpedrinha é uma freguesia portuguesa do
concelho do Fundão, distrito de Castelo
Branco, com 16 quilómetros quadrados de
área e cerca de 984 habitantes.
Situada a 556 metros de altitude, a sul da Serra da
Gardunha, é apelidada por “Sintra da Beira” devido à sua
beleza natural – reclinada numa encosta da serra – e ao
seu património monumental.
Atravessada pela EN18 e junto à A23 tem transportes
diários para Castelo Branco, Fundão e Covilhã e ainda,
uma estação de caminho-de-ferro, na linha da Beira
Baixa, a 600 metros da vila.
“Geograficamente estamos muito bem situados, diria
até, que estamos num ponto estratégico, é um local
de passagem para quase tudo, e isso em termos
económicos tem o seu impacto”, comenta o presidente.
Com bastantes equipamentos públicos de teor social e
de serviço à população, tais como posto de correios,
farmácia, centro de saúde, posto de combustível,
banco, estabelecimento de ensino (Colégio Externato
de Santiago de Carvalho), escola de 1º ciclo, jardim-
de-infância, Santa Casa da Misericórdia, Fundação
Gamboa Pina Ferrão “com diversas valências que fazem
um serviço digno à nossa população” e ainda, seis
coletividades - Liga dos Amigos de Alpedrinha, Casa do
Povo, Escuteiros, Clube de Teatro, Associação de Caça e
o Grupo de Bombos – que ajudam a tornar mais eclética
a própria resposta cultural, recreativa e desportiva
da freguesia, esta é uma freguesia com “respostas
fundamentais às necessidades da população”.
Tendo como principal atividade económica a agricultura
e a fruticultura, embora não seja uma zona industrial, tem
também nos seus domínios algumas empresas como a
Beirabaga – Produção e Comercialização de Pequenos
Frutos. “Temos muitos habitantes com pomares de
cereja, maça, pera e pêssego, é basicamente nisso que
se centra a atividade económica local”, conta o Carlos
Alberto Ventura.
Do ponto de vista turístico pode-se visitar as vias
antigas em Alpedrinha como a Capela do Leão e fonte
monumental, o Pelourinho de Alpedrinha, o Teatro de
Alpedrinha, o Centro histórico de Alpedrinha, o Museu
de Arte Sacra, o Museu Etográfico da Liga dos Amigos
de Alpedrinha, o Museu da Música/Casa da Família
Osório, a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia – que
63
REVISTA BUSINESS PORTUGALCIDADE DO FUNDÃO
se situa no centro da vila e é contígua ao lar da terceira
idade da Santa Casa da Misericórdia, que outrora foi um
hospital, as várias capelas da freguesia, como a de São
Sebastião; a de Santo António; a Igreja Matriz e a capela
do Anjo da Guarda. E ainda, as várias casas senhoriais:
Casa da Comenda, Palácio do Picadeiro, Casa do Pátio,
Casa do Barreiro, Casa do Cardeal e Casa da Câmara.
“Temos um património religioso muito rico, não só
edificado, como também em termos de paramentos
relativos ao século XVII”, refere.
Quem visita a freguesia tem muito para visitar e vários
sabores para experimentar, tais como a Torta da D. Maria
José as Cristas e empadas da D. Delfina, o Cabrito
Estonado, e muitos outros, “ícones gastronómicos locais
muito apreciados em todo o país”.
Festividades
Numa política de valorização dos produtos endógenos
realizam-se alguns certames com algum impacto local
e até regional. Festejam o Santo Anjo da Guarda no
terceiro fim de semana de agosto, dias 14, 15 e 16
de agosto; no dia 29 de agosto têm a preparação
para a edição da Festa dos Chocalhos; e de 18 a 20
de setembro, realizam o Festival dos Caminhos da
Transumância (Festa dos Chocalhos) que conta com
animação de rua, concertos e diversas tasquinhas
que permitem valorizar e potenciar o artesanato e a
gastronomia local, este ano irá também estar presente
um chefe de cozinha conceituado para preparar a
tradicional chanfana de cabrito e borrego.
Projetos futuros
“Numa perspetiva de fixação de pessoas, que tem de
ser esse um dos objetivos de uma autarquia, sobretudo
do interior, o que nós pretendemos é criar medidas
que permitam que quem cá esteja consiga continuar
por cá, que não saia mais gente do que já saiu e que
tenham uma vida condigna com uma qualidade de vida
acima do que têm neste momento. Para isso, temos em
mente iniciar um projeto para aproveitar as águas da
serra, ou seja pretendemos criar bolsas de água, de
maneira a que estas possam abastecer as barragens.
Novas nascentes para abastecer os depósitos de água
à população. Pretendemos reabilitar o edifício do posto
da GNR. E ainda, temos a decorrer uma parceria com
a Universidade da Beira Interior relativa às termas da
Touca, de maneira a, futuramente, poderem utilizar as
águas das termas”, conclui o presidente. carlos alberto venturaPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
64
CIDADE DO FUNDÃO
Fundada em 1501, segundo o documento mais antigo a que esta instituição teve acesso, a Santa Casa da Misericórdia de Alpedrinha,
no concelho do Fundão, é uma das mais antigas instituições do país. Com as valências de lar, creche e jardim de infância, a Misericórdia
destaca-se ainda pelo seu apoio à população com uma cantina social, uma comissão de proteção de crianças e jovens, uma rede social
e por uma comissão local de acompanhamento do rendimento mínimo garantido. Carlos Bragança é o provedor desta casa desde 2008
e em entrevista à Revista Business Portugal demonstrou o porquê da crescente importância desta instituição em Alpedrinha.
santa casa da misericórdia de alpedrinha
Cariz social exemplar em Alpedrinha
Na terra onde não há por do sol, onde apenas
há tardes de frescura longas e amenas, ou
então um calor reconfortante do sol nascente
de inverno, podemos encontrar uma
instituição repleta de história e de bastante importância
para a população. A Santa Casa da Misericórdia de
Alpedrinha presta serviço a cerca de 150 utentes nas
suas diversas valências, oriundas de todo o concelho do
Fundão, sendo também a maior empregadora na zona
sul deste concelho.
A creche e o jardim de infância, a funcionarem há
mais de 50 anos, contam com cerca de 80 crianças,
“um número bastante significativo numa região
como a nossa”, refere o provedor. Provindas de
aproximadamente 10 freguesias do Fundão, a sul da
Gardunha, esta valência funciona num solar do século
XVIII, devidamente adaptado para esta função, “mas que
tem mantido as suas características originais, pois trata-
se de um edifício único, um palacete sem igual”.
Já a estrutura residencial para idosos tem lugar no
antigo hospital, edifício pertencente à Santa Casa,
transformado em lar, restando do antigo edifício apenas
as paredes. Este complexo recuperado foi inaugurado
em 2001.
Estrutura Residencial para Idosos
Sob o propósito de garantir aos seus utentes uma
vida confortável e um ambiente humanizado, o Lar
de Terceira Idade da Santa Casa da Misericórdia de
Alpedrinha conta com uma equipa multifacetada, que
integra uma assistente social que é simultaneamente
diretora técnica, uma animadora cultural, um médico,
um enfermeiro e quatro auxiliares de enfermagem, um
fisioterapeutas, uma psicóloga, uma encarregada de
serviços gerais, 18 ajudantes de lar e centro de dia,
duas ajudantes de lavandaria, quatro cozinheiras e uma
ajudante de cozinha, além da equipa administrativa,
composta por três elementos.
Reconhecido pelo seu carácter inovador e como uma
instituição indispensável em Alpedrinha, esta estrutura
residencial recebe atualmente 60 idosos “oriundos de
todo o concelho do Fundão”, diz-nos o provedor. “Aqui,
acolhemos e atendemos pessoas com idade superior a
65 anos e, para além da área residencial, garantimos
os cuidados básicos de saúde, higiene e conforto com
todas as condições facilitadoras de integração e bem
estar”, acrescenta Carlos Bragança.
A título de curiosidade, esta casa tem presentemente
duas centenárias cheias de vida e até janeiro este
número poderá crescer para três.
Património sem igual
A Santa Casa da Misericórdia de Alpedrinha tem uma
das maiores coleções nacionais de móveis embutidos,
“se não a maior”, diz o nosso interlocutor. Arte também
conhecida como marchetaria ou marquetaria, que no
francês significa embutir ou ornamentar móveis com a
aplicação de outros materiais.
São cerca de três dezenas de móveis de pequena
e grande dimensão, “deixados em testamento à
Misericórdia de Alpedrinha pela família de José Santos
Pinto”. Atualmente, os mesmos continuam na casa desta
família, mas que pertence à Misericórdia no denominado
Salão de Arte. Se tudo correr como planeado, no
próximo ano a Santa Casa terá o tão aguardado espaço
para exposição deste mobiliário. “Estamos a trabalhar
para a criação de um núcleo dos móveis embutidos na
antiga Pensão Clara, património da Santa Casa, doada
pela família Caldeira Proença de Alpedrinha”, explica
Carlos Bragança, acrescentando que “este será o maior
núcleo de móveis embutidos no país”.
Cardeal de Alpedrinha imortalizado
No passado mês de julho, a estátua do Cardeal D. Jorge
da Costa, conhecido como Cardeal de Alpedrinha,
deixou o espaço da Santa Casa da Misericórdia e
passou a figurar no Largo da Misericórdia. A cerimónia
teve lugar no dia 5, data em que se celebra o dia da
instituição. “É importante referir que o Cardeal foi mentor
da criação das Misericórdias junto da rainha D. Leonor e,
só por esse feito merece todo o nosso reconhecimento.
Além disso, o Cardeal tem uma importância sem igual na
história de Portugal. Nenhum outro Cardeal é conhecido
e identificado pela sua terra natal, mas sim pelo local de
onde é Cardeal”, refere Carlos Bragança, acrescentando
que esta estátua foi oferta da Câmara Municipal do
Fundão aquando das comemorações dos 500 anos do
falecimento do Cardeal.
Projetos futuros
O dia da instituição não foi apenas marcado pela
inauguração da estátua do Cardeal de Alpedrinha, mas
também pelo anunciar do projeto de alargamento do
atual lar para a antiga Estalagem de S. Jorge. O atual lar
e a estalagem vão ser ligados e surgirão mais quartos,
de modo a receber mais utentes, além de uma sala de
ginástica, sala de fisioterapia, um salão nobre e vários
refeitórios que darão apoios aos eventos realizados
em Alpedrinha, “não apenas da responsabilidade
da Misericórdia, mas de todos os eventos que aqui
aconteçam”, garante o provedor. “Acreditamos que
este projeto trará uma maior qualidade de vida para
os nossos utentes, que poderão desfrutar de uma vista
imensa sobre Alpedrinha e a zona da Raia sem saírem
dos edifícios, o que é excelente”, finaliza.
carlos bragançaProvedor
TEMA
66
Sendo já um concelho conhecido e admirado por muitos, Arouca rege-se, entre muitos outros
aspetos, pelos seus elevados padrões de qualidade turística e pela grande oferta que convida por
um lado, a visita dos mais aficionados pela natureza e por outro, alguns visionários a investir na
região.
Para além dos 14 caminhos pedestres da Serra da Freita, todos eles homologados pela federação de
Montanhismo, Arouca deu um passo em frente inaugurando os “famosos” Passadiços do Rio Paiva, numa
extensão de oito quilómetros localizados na margem esquerda do rio.
São oito quilómetros que proporcionam um passeio inesquecível aos visitantes aventureiros, que se veem
envolvidos de belas e incomparáveis paisagens, num verdadeiro cenário natural, junto a descidas de águas
bravas, cristais de quartzo e espécies em extinção na Europa.
Com uma distância média de 8700m, este percurso inclui uma viagem até à biologia, geologia e arqueologia
que ficará na memória e na lista de experiências dos viajantes apaixonados pela beleza natural.
Mas Arouca não se confina aos belos passeios turísticos. Vai mais além e presenteia-nos com uma saborosa
gastronomia como é o caso da carne arouquesa (vitela), de uma qualidade superior, que por sua vez esgotou
nos restaurantes arouquenses aquando da recente atração de turistas aos Passadiços.
A par disso, os doces conventuais também são um alvo bastante apetecido. São exemplo as morcelas doces,
o pão-de-ló de Arouca, os melindres, as cavacas, também as castanhas e os charutos doces e uma das mais
recentes criações dos doceiros locais: as pedras parideiras.
E porque Arouca também é um concelho rico em património geológico, é possível darmos um salto ao
“Arouca Geopark”, pelo seu excecional património geológico de relevância internacional, com destaque para
as Trilobites gigantes de Canelas, para as Pedras Parideiras da Castanheira e ainda para os Icnofósseis do
Vale do Paiva.
Desta feita, se ainda não conhece Arouca, tem aqui uma boa oportunidade de descobrir um pouco do que
são as suas valências para mais tarde visitar.
VILA
DE A
ROUC
A
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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VILA DE AROUCA
Arouca volta a festejar a Feira das Colheitas, que de acordo com Margarida Belém, faz parte do ADN da cidade. A Vice-Presidente
da Câmara fala-nos sobre a importância do renascimento do folclore arouquense e de outras atividades que vão fazer parte das
comemorações. Faz referência ao notável património geológico de Arouca, o Geopark, bem como um balanço do antes e depois dos
passadiços do Paiva, dando a conhecer o que poderá acontecer agora, após o incêndio.
Munícipio de arouca
Feira das Colheitas: “um evento que traduz a dinâmica local”
A 71.ª edição da Feira das Colheitas decorre de 24
a 27 de setembro de 2015. O que representa este
evento para o município de Arouca?
Para compreendermos a dimensão da Feira das
Colheitas, temos de recuar até aos tempos da II
Guerra Mundial. Portugal assumiu uma posição de
neutralidade, mas um conflito à escala europeia tem
sempre repercussões. Arouca sentiu a escassez de bens
alimentares, com impactos sociais muito graves. Foi então
que o Grémio da Lavoura (que viria a dar origem, mais
tarde, à Cooperativa Agrícola), com o apoio da Câmara
Municipal, lançou a ideia de criar a Feira das Colheitas,
como impulso à produção agrícola. Começou com
quatro concursos: Melhor Seara, Melhor Fruta, Melhor
Adega e Melhor Linho. Foi também integrado na Feira o
já criado Concurso da Raça Bovina Arouquesa, passando
estes cinco concursos a ser o fundamento do certame.
O objetivo acabou por ser alcançado plenamente: não
só a produção sofreu um enorme aumento, como
também se criou uma dinâmica de troca de experiências
entre os concorrentes, visitas às searas premiadas e
debates entre produtores para o melhoramento de
técnicas. Ao mesmo tempo, promoveram-se exposições
agrícolas e de artesanato, iniciativas que despertaram
grande interesse, e que, desde então, têm evoluído,
adaptando-se aos tempos que correm. Por outro lado,
e devido à situação social, também as antigas tradições
populares, características dos lugares e das aldeias,
se foram perdendo. Era fundamental recuperar-se as
desfolhadas, as espadeladas e as ceifas, com os seus
cantos e gestos particulares, e ressuscitar o folclore.
Com base no conhecimento dos usos e costumes que
os mais velhos das suas aldeias e lugares possuíam,
cinco grupos, de outras tantas freguesias, deram corpo
à primeira manifestação desta ressurreição do folclore
local. A partir de então, novos grupos foram surgindo um
pouco por todo o concelho, ao ponto de, hoje, haver um
dia inteiro dedicado ao folclore arouquense, oferecendo
o palco aos ranchos locais. Nas primeiras edições, foi
também incluída uma vertente mais religiosa, sobretudo
com a bênção dos campos e do gado e com o famoso
Cortejo dos Açafates, a que temos dado uma dimensão
muito especial. Portanto, a Feira das Colheitas faz parte
da nossa identidade, do nosso ADN. É um evento
que traduz a dinâmica local, outrora mais ligada aos
aspetos rurais (matriz que ainda conservamos), mas
hoje mais vocacionada para a indústria e os serviços.
Este equilíbrio entre passado e futuro está, de resto,
bem patente na nossa estratégia de desenvolvimento
sustentável, corporizada no Arouca Geopark.
O que podem encontrar os arouquenses e
quem visitar a região nesta edição da Feira das
Colheitas?
Podem, sem qualquer dúvida, encontrar um povo
generoso, que irá acolher todos os que nos visitam
de braços abertos. A Feira das Colheitas vive-se
essencialmente na rua. É uma das melhores formas de
nos poderem conhecer. Da gastronomia ao artesanato,
do folclore aos concertos, as forças vivas (associações
e empresas) do concelho estão sempre, de alguma
forma, representados nos espaços do evento. Haverá
exposições temáticas variadas, desde a etnografia, à arte
contemporânea, ao artesanato e aos produtos do campo.
Também a raça arouquesa terá um lugar de destaque,
não só nas tasquinhas gastronómicas, como também no
tradicional concurso de gado. Haverá outros concursos,
nomeadamente para a melhor broa e o melhor vinho.
Os bailes e as desfolhadas voltam a realizar-se, como
antigamente. Depois, há os concertos, desde o mais
popular Augusto Canário, ao Mikkel Solnado e ao Paulo
Gonzo. Teremos as filarmónicas do concelho e os
ranchos folclóricos. E no domingo, queremos encher as
ruas da vila com um grandioso cortejo de açafates e um
desfile etnográfico belíssimo. Mas, mais do que elencar
aqui o que vamos ter no programa, o melhor mesmo é
visitar Arouca e viver, experimentar e sentir todas estas
coisas.
margarida belémVice-Presidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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VILA DE AROUCA
Arouca sai à rua para comemorar mais uma Feira das Colheitas e nesta edição
da feira uma das novidades é a apresentação do projeto ‘EcoCasa - Sistema
Gomos’. De que se trata este projeto?
O projeto ‘Ecocasa’, também conhecida como ‘Sistema Gomos’ permite, com rapidez
e simplicidade, a montagem de uma habitação, de forma modular, com todos os
acabamentos e infraestruturas necessários, aliados a um design moderno. É, para nós
arouquenses, motivo de enorme orgulho, porque se trata de um projeto que parte
do know-how local, mobiliza o empreendedorismo regional, e terá, certamente, um
impacto nacional.
O Sistema Gomos tem a particularidade de ter sido desenvolvido no seio
da Associação Empresarial de Cambra e Arouca (AECA) e é um dos dez
finalistas da edição 2015 do Prémio Nacional das Indústrias Criativas. Qual a
importância deste feito para o município?
De facto, este projeto suscitou-nos enorme interesse desde o primeiro momento, e
quisemos, desde o início, fazer parte dele, com o todo apoio possível. A questão do
conhecimento local é, aqui, o grande foco. Trata-se de um projeto desenvolvido por
uma equipa multidisciplinar, que desafia empresas de ramos diversos e de escalas
diferentes a trabalharem de forma complementar. É esse o espírito que devemos
fomentar. A Câmara não tem de se substituir à iniciativa privada, mas não pode deixar
de apoiar projetos que potenciem as sinergias, que sejam inovadores e que possam
trazer benefícios à população.
Os conhecidos passadiços do Paiva em Arouca que têm sido uma forte
atração turística do concelho foram atingidos por um incêndio florestal que
deflagrou no passado dia 7 de setembro. Qual o impacto deste acontecimento
para o concelho?
Queiramos ou não, há claramente uma realidade diferente, antes e depois dos
Passadiços do Paiva. O carácter inovador deste equipamento traduziu-se num enorme
sucesso, com impacto enorme na dinâmica económica do território. Durante o período
em que tivemos os Passadiços a funcionar, tivemos visitantes de todo o país, mas
também da Alemanha, de Espanha, França e Inglaterra. O fluxo de turistas no Arouca
Geopark aumentou significativamente, muito por força da oferta organizada que
procuramos sempre promover. Os números apontavam, a determinada altura, para
um crescimento de turistas estrangeiros superior a 50%, e para taxas de ocupação
próximas dos 100%. Houve unidades de alojamento que alargaram o número de
camas, e os estabelecimentos de restauração os lugares à mesa, sempre mantendo
o rigor e a qualidade a que sempre habituámos quem nos visita. Entretanto, sofremos
o revés que todos conhecem, mas será uma questão de pouco tempo. Em breve
voltaremos a ter a oferta turística em pleno, e faremos todos os esforços para que
quem tem curiosidade em conhecer o nosso território possa continuar a fazê-lo,
porque há muito para conhecer para além dos Passadiços do Paiva.
Em termos turísticos, o que está a autarquia pensar fazer até à reconstrução
do troço do passadiço?
No imediato, é imperioso avançarmos com a parte de construção civil. Avaliar o
impacto dos estragos, perceber o que é aproveitável e complementar com o que
é necessário para repormos o funcionamento normal da infraestrutura. Entretanto,
temos dado continuidade à divulgação que fazemos das potencialidades do Arouca
Geopark. Temos uma oferta diversificada e apelativa que nos caracteriza (Rota dos
Geossítios, espaços museológicos, gastronomia, atividades de turismo de natureza,
etc.), que convida a uma estada prolongada, num espaço diferenciador, que marca
pela qualidade e pela dinâmica de sustentabilidade.
70
REVISTA BUSINESS PORTUGALVILA DE AROUCA
A reforma administrativa levada a cabo pelo governo, após deliberação dos autarcas locais, ditou que duas das maiores e mais populosas
freguesias do concelho de Arouca se unissem. Fernando Brandão Mendes, empresário arouquense com 57 anos, actual presidente
da Junta da União de Freguesias de Arouca e Burgo, com 8.000 habitantes e 5.000 eleitores, após ter cumprido dois mandatos como
presidente da junta de Freguesia do Burgo, deparou-se com uma realidade bem diferente mas sentiu-se com capacidade para “fazer
mais e melhor pela população”.
união de freguesias de arouca e burgo
Uma Aposta Ganha
Seguindo o lema “Trabalho, Trabalho e mais
Trabalho”, Fernando Mendes e a sua equipa
reorganizaram-se burocraticamente e
administrativamente, para lidar com
maiores responsabilidades, um orçamento maior, mais
necessidades por parte da população, e segundo as
palavras do próprio “O início do mandato não foi fácil
devido às imposições legais exigidas pelo processo
da reforma administrativa mas sinto que o Burgo é
hoje uma freguesia mais central, com maior ligação ao
centro de Arouca, que se alargou e também ganhou
muito com este processo. Esta união representa cerca
de um terço dos habitantes do concelho de Arouca”.
A curiosidade aumenta à medida que se ouvem as
palavras de entusiasmo do presidente quando fala da
sua bem amada terra: “Arouca é um privilégio que a
natureza nos proporcionou e que deve ser aproveitado.
Arouca, pela sua riqueza histórica e cultural, natural e
geológica, gastronómica pode ser considerada um local
único em Portugal”. São vários os pontos de interesse
que merecem visita em Arouca, dos quais se destacam
“A Sra. da Mó, que do alto observa, ilumina e abençoa
todo o vale de Arouca, acompanhada pela Serra da Freita
que esconde por detrás do seu manto florestal uma
riqueza geológica e Natural única, onde se destacam
as Pedras parideiras, fenómeno geológico único no
Mundo, a Frecha da Mizarela, a Pena da Forcada, um
miradouro que permite uma perspetiva sobre todo o
vale”. Quando se desce ao vale, o Convento de Arouca,
situado mesmo no centro da vila, chama a atenção pela
sua grandiosidade, sendo considerado inclusive “o ex
libris do nosso concelho, o maior aglomerado granítico
da Europa”. Conhecido por ter sido casa de Rainha
Santa Mafalda, pelo seu cadeiral majestoso, tem ainda o
Museu de Arte Sacra, com inúmeras riquezas do tempo
monárquico, associadas à vida do Mosteiro, da vila e do
país. Nos últimos tempos, sobretudo desde o início do
Verão, Arouca tem sido autenticamente invadida por
turistas de todas as partes do país que pretendem visitar
os “Passadiços do Rio Paiva”, estruturas de madeira que
permitem aos mais interessados por paisagens naturais,
percorrer uma distância de cerca de nove quilómetros
ao longo do rio Paiva. Tem sido muito proveitoso para
a região a nível turístico e económico e o presidente
Fernando Mendes vê com bons olhos esta obra: “É
uma excelente obra assente no aproveitamento de
um dos melhores recursos que existe em Arouca,
que é a água, os rios. O Rio Paiva já foi considerado
há uns anos o rio mais limpo da Europa. É notório no
nosso quotidiano que a dinâmica da nossa terra se
agitou com a construção dos passadiços e a vinda de
tantos turistas diariamente. No entanto, existem ainda
problemas a solucionar para que este fenómeno não
seja sazonal, nomeadamente, construção de estruturas
de apoio, casas de banho, caixotes do lixo, parques de
estacionamento, e criar uma equipa de manutenção
e vigilância para que a multidão mantenha sempre a
regra e o respeito pela natureza e pela obra”.A mesma
alegria não se verifica quando se fala no Rio Marialva,
outra das atrações do centro do vale, rio que percorre
a vila de Arouca e que vive a amargura da poluição.
“É vergonhoso que em pleno século XXI exista um rio
nestas condições, com descargas domésticas contínuas
a poluírem. Há muitos anos que luto pela limpeza do
Rio Marialva e pela construção e alargamento da rede
de saneamento a todo o concelho”. Segundo afirmou
o presidente Fernando Mendes com indignação: “é
uma questão de respeito e de saúde pública!” e vê com
pouca esperança a resolução desta questão ambiental
nos próximos tempos a não ser que, como pretende “o
saneamento seja encarado como uma urgência, que de
facto é”.
Questionado sobre as principais obras realizadas durante
o seu mandato, Fernando Mendes realçou o alargamento
da rede de acessibilidades, com construção de novas
estradas em locais de difícil acesso e alargamento de
estradas pré existentes estreitas, com piso degradado,
bem como a limpeza contínua da freguesia; a distribuição
gratuita dos livros do primeiro ciclo de ensino a uma
grande parte da população; o apoio social prestado
aos habitantes, desde os mais novos aos mais velhos,
sendo que segundo as palavras do presidente, “Arouca
e Burgo tem infraestruturas capazes de prestar um apoio
social de todos os tipos e permanente à população mais
velha, com lares, centros de dia, apoio ao domicílio para
que todos se sintam parte da sociedade 365 dias por
ano”, às quais se junta o Passeio Anual dos Idosos,
que complementa o apoio social prestado pela Junta
de Freguesia.
Para Fernando Mendes “as associações são responsáveis
pela vida das freguesias e tem inclusive uma dinâmica
de excelência, desde as Bandas Musicais de Arouca e
fernando mendesPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
71
VILA DE AROUCA
Figueiredo, que é inclusive a Banda Musical mais antiga
do país, às associações desportivas, recreativas, que
envolvem a população com actividades constantes e
muito interessantes”. A Junta de freguesia desenvolve o
seu trabalho sempre em articulação com as mesmas e
com proximidade às actividades populares promovidas,
acompanhando de perto o trabalho elaborado por
“pessoas com garra e determinação”, conforme
descreve Fernando Mendes.
No que diz respeito ao futuro, Fernando Mendes apontou
alguns problemas que precisam de ser resolvidos com
rapidez para que Arouca se consiga afirmar como um
território de excelência com a riqueza do interior para
competir com a oferta do litoral: “a construção da
totalidade da rede de saneamento para que sejamos
um território amigo do ambiente; a despoluição do Rio
Marialva e aproveitamento das suas margens para fins
turísticos, à semelhança do Rio Paiva; o desenvolvimento
de um projecto de reabilitação para a Senhora da Mó,
bem como para a zona histórica das minas de Regoufe
e Rio de Frades”. Fernando Mendes salienta ainda a
importância da Agricultura para um concelho do interior
como Arouca, que segundo o próprio “perdeu muito
com o novo sistema de quotas após a entrada na União
Europeia, mas ainda assim, graças à perspicácia dos
nossos agricultores, consegue-se produzir ainda em
Arouca o suficiente para alimentar toda a população,
quer seja leite, legumes, frutos, ou a maravilhosa
raça arouquesa, a melhor do país, que todos estão
convidados a provar”.
Arouca tem perdido população nos últimos tempos
e esse dado é para o presidente Fernando Mendes
um problema “muito preocupante” e que merece
total atenção: “não se pode considerar Arouca um
concelho sustentável porque a população tem vindo
a decrescer. Faltam oportunidades para a juventude,
que contrariamente ao que muitos dizem erradamente,
é a geração melhor preparada para encarar os novos
desafios do futuro. Os nossos filhos deixam a sua terra
aos 18 anos para estudarem nas faculdades e quando
terminam o seu curso superior não pensam em voltar
para Arouca e exercer a sua profissão. Há que criar
condições e incentivos para que os jovens regressem
a Arouca, criem as suas famílias, as suas casas, o seu
património, e contribuam para que Arouca se desenvolva
de forma sustentável e contínua no futuro”.
Existe ainda “a mãe de todas as obras”, a assim
chamada ‘variante’, estrada que ligaria Arouca aos
grandes centros, e que segundo Fernando Mendes
“continua a ser uma prioridade até que seja concluída.
Foi prometida enganosamente pelo antigo primeiro-
ministro, José Sócrates, que fechou a avenida principal
da vila de Arouca, e até hoje, apesar do esforço dos
autarcas, continua no papel. São as empresas que
precisam de levar os seus produtos mais rapidamente,
de deslocarem os seus funcionários para obras fora
do concelho, são os turistas que teriam a sua vida
facilitada para chegar a Arouca, são os arouquenses que
merecem respeito e seriedade. A Variante, muito mais
que uma questão económica, é já uma questão de pura
justiça para com os arouquenses”.
Por último, Fernando Mendes desafia ainda todos
os portugueses a visitarem Arouca já nos próximos
dias 24, 25 e 26 de setembro, fim de semana em
que se realizará a 71ª Feira das Colheitas, com um
programa cultural elaborado ao pormenor, com carácter
histórico, cultural, associativo, gastronómico. “Visitem
Arouca, um magnífico concelho com uma população
tremendamente acolhedora, viva, com oportunidades
para bons momentos entre gerações, de alegria, de
amor”.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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VILA DE AROUCA
Sendo uma das regiões mais visitadas do país nos últimos tempos, a União de Freguesias de Canelas e Espiunca é particularmente
conhecida pelos famosos passadiços do Paiva. Joaquim Cunha, presidente da junta de freguesia, começa por nos apresentar aquela que
é uma “freguesia essencialmente direcionada para a natureza, caracterizada por grandes paisagens e por pessoas de muito trabalho”.
união de freguesias de canelas e espiunca
Um passadiço de história e tradição
Crescimento exponencial
Apesar da forte vaga de emigração que o país atravessa, não sendo a União de Canelas
e Espiunca imune, a freguesia tem crescido de forma exponencial e sustentável devido,
em parte, aos milhares de pessoas que têm visitado a região e que cada vez mais
revelam interesse por um turismo de natureza e aventura.
“O decréscimo de emprego obriga as pessoas a procurarem outras opções fora
do país mas de qualquer forma considero que esta é uma das freguesias que ao
longo dos anos deu cartas e cresceu. Apesar de tudo fixou a população e tem muita
importância para o concelho neste momento”, enaltece o autarca.
Com empresas do ramo de construção civil e de extração de lousa sediadas na
freguesia, os habitantes da União de Freguesia de Canelas e Espiunca trabalham
igualmente nos campos, nas matas e no setor das madeiras, tendo uma série de mão
de obra com alguma qualificação.
“Temos um nível de vida aceitável. Crescemos muito na parte habitacional e em riqueza.
Há uns anos era notório que era uma freguesia muito mais pobre mas disparou e foi
uma das freguesias do concelho que mais cresceu daí termos um polo escolar novo,
fruto desse crescimento”, revela Joaquim Cunha.
Locais de interesse e de paragem obrigatória
Mas a União de Freguesias de Canelas e Espiunca é também uma região pautada
por tradições centenárias e conhecida pelos seus fosséis, as trilobites, que foram o
joaquim cunhaPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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VILA DE AROUCA
embrião do GeoPark Arouca, sendo o autarca um dos
seus fundadores.
Na freguesia existem também várias praias fluviais,
das melhores do concelho, nomeadamente a praia do
Areínho e a praia de Espiunca, duas zonas com uma
paisagem ímpar e visitadas todos os anos por milhares
de pessoas e a zona de recreio e lazer do Vau, um local
paradisíaco, que fica mais ou menos a meio do percurso
nos passadiços do Paiva.
No Centro de Interpretação Geológico de Canelas, onde
é possível visualizar as trilobites com 400 milhões de
anos, existe também um Museu diferente e particular,
muito visitado.
As casas tradicionais da freguesia, com telhados em
lousa, são fruto da extração que se ramificou depois
para vários sítios e, em termos turísticos, é igualmente
um ponto de grande procura sendo parte integrante da
identidade e tradição da freguesia.
“O turismo é uma aposta que deve estar no centro das
atenções porque são milhares de pessoas que vão
continuar a passar por aqui e se lhes dermos meios para
cá pararem, eles param, consomem e criam riqueza”,
afirma Joaquim Cunha.
Em termos de hotelaria, existem dois restaurantes: O
Trilobite e o Paiva à Vista, ambos em Canelas. Também
temos duas casas de turismo rural: a “Casa do Pinto” em
Canelas e a “Casa do Paúl” em Espiunca.
“Para uma localidade com 1200 habitantes, ter dois
restaurantes já é algo considerável”, reclama o autarca
acrescentando que, apesar disso, ainda há muito a fazer.
“Neste setor, como o da hotelaria, ainda há muito a fazer
nesta freguesia. Devido ao turismo em massa que temos
recebido, é preciso encarar isto de outra forma, não só
nas vias rodoviárias mas, como por exemplo, caracterizar
o centro da nossa freguesia para que incentivem as
pessoas a parar”, explica.
Uma freguesia para todas as idades
Questionado sobre a população local, Joaquim Cunha
mostra-se redundante e acredita que o futuro será
risonho para os habitantes da freguesia.
“Somos uma das freguesias com maior percentagem
de jovens, tivemos alguma perda mas agora estamos a
recuperar. Este ano vai haver um número significativo de
nascimentos”, diz, confiante.
“A nossa faixa idosa esta acompanhada, temos neste
momento uma IPSS que está a construir um lar para
idosos centro de dia e, apesar de termos pouca
população, a freguesia começa a ter bases para ter um
pouco de tudo, estamos bem equipados”, reafirma o
autarca.
Trabalho árduo por amor à terra
Tendo os presidentes de junta um papel essencial
na comunicação das necessidades da população à
autarquia, Joaquim Cunha iniciou-se na política muito
novo começando por fazer parte da JSD (Juventude
Social Democrata) estando sempre ligado a várias
associações, e concorrendo posteriormente à liderança
da junta da sua freguesia.
“Costumo dizer que os presidentes de junta não são
políticos porque trabalham por gosto. Quando chegou
a altura em que percebi que seria uma mais valia, fui
candidato e mereci o voto de confiança. Em dez anos,
penso que já fiz mais do que o que pensava fazer e
orgulho-me disso. Apesar de nunca ter sido a favor desta
reforma administrativa, porque acho que não veio trazer
nada de especial e nada de novo, apenas mais trabalho
a quem cá está, aceitei o desafio e estou satisfeito”.
O futuro, segundo o autarca, passará pela criação de
parques de estacionamento, pelo melhoramento das vias
de comunicação e essencialmente em criar condições
para que Espiunca possua saneamento básico. A criação
de emprego é também uma realidade bem como o
contínuo apoio à cultura.
“Temos uma fábrica de calçado sediada na freguesia e
se tivessemos mais uma, seria ótimo porque o nosso
objetivo passa por fixar as pessoas na região. Queremos
também, através de várias iniciativas, incentivar a
cultura e para isso apoiamos as várias associações da
freguesia”, finaliza.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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VILA DE AROUCA
“Viver mais Alvarenga”
AFreguesia de Alvarenga tem cerca de 1230
habitantes distribuídos por 39 km2, o que
faz da região uma das maiores freguesias do
concelho de Arouca. Em termos económicos,
as atividades predominantes são a agricultura, a floresta
e o turismo, “são os três pilares desta freguesia. A
agricultura ainda se pode desenvolver mais, através
da raça arouquesa, carne de excelência que abastece
os talhos e restaurantes da região”, refere Luís Filipe
Teles, presidente da Freguesia de Alvarenga. O bife de
Alvarenga é conhecido pela excelente qualidade sendo
um dos pratos fortes que leva milhares de turistas à
freguesia durante todo o ano. A gastronomia, a beleza
natural da montanha e do Rio Paiva, bem como, a
hospitalidade dos alvarenguenses são fatores que
permitem atrair mais turistas para a região em qualquer
altura do ano. No verão, as praias fluviais são um dos
destinos que mais visitantes tem levado à região a par da
nova infraestrutura, os Passadiços do Paiva, inaugurada
este ano, que se estende por oito quilómetros ao longo
da margem esquerda do Rio Paiva, onde parte do
percurso é feito na freguesia. Alvarenga está dotada
de unidades de turismo rural prontas para acolher e
mostrar aos visitantes a beleza da região. O setor da
floresta também desempenha um papel fundamental no
desenvolvimento da região “temos uma área grande de
floresta, essencialmente eucalipto, que apesar de não ser
das espécies que mais se gosta, tem sido importante na
criação de emprego e no sustento das familias”, explica
o presidente, contribuindo para o crescimento da região.
Neste seguimento, o responsável pela freguesia Luís
Filipe Teles conclui que “estão reunidas as condições
para se dar um grande salto na região”.
Obras e infraestruturas de apoio
O centro de Alvarenga está a ser alvo de obras de
reestruturação e beneficiação, como a intervenção no
entroncamento central. “Vamos melhorar os passeios
até à zona da feira, ficando mais agradável para as
caminhadas. Criámos alguns jardins no sentido de
melhorar a estética. Estamos a trabalhar também no
melhoramento e limpeza dos caminhos. Essencialmente,
o que se tem procurado fazer é tentar manter a
freguesia limpa”, ressalva o presidente da Freguesia
de Alvarenga. Existem duas infraestruturas essenciais
para o desenvolvimento da região, a escola, com alunos
até ao 4º ano e o Lar de Idosos da Casa do Povo de
Santa Cruz de Alvarenga, que dá emprego a pelos
menos 30 pessoas, “dando conforto aos mais idosos
e aos que mais precisam através do apoio domiciliário”,
Conhecida como a capital do bife, Alvarenga tem ainda muito mais para oferecer, a beleza natural da paisagem da Serra de Montemuro,
por onde passa o Rio Paiva, tornam o território um destino de excelência para os amantes do turismo da natureza.
junta de freguesia de alvarenga
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
75
VILA DE AROUCA
refere o interlocutor. Tanto a escola como o lar são
agentes importantes no que à “fixação da população
diz respeito”, afirma o presidente Luís Filipe Teles,
acrescentando também que “a escola não tem muitos
alunos, é uma questão que me preocupa porque, se por
acaso, a escola fecha a freguesia não tem mais por onde
crescer. É fundamental mantermos a escola, e quem
sabe aumentar para o 6º ano”, evidencia o presidente.
Associativismo, festividades e lazer
Na freguesia existem associações que se dedicam à
dança, música e desporto, envolvendo toda a população
em atividades que promovem a cultura e a tradição.
“Temos o Grupo Desportivo de Santa Cruz de Alvarenga,
a Banda Filarmónica de Alvarenga, o Rancho Folclórico
Santa Cruz de Alvarenga. A Banda Filarmónica de
Alvarenga tem uma escola de música e a Casa do Povo
o Rancho Infantil, que tem fomentado atividades junto
das nossas crianças, sendo uma mais-valia na educação
das mesmas, criando um espírito de camaradagem
e ao mesmo tempo proporcionando espetáculos à
freguesia, contribuindo para o bem-estar geral”, refere
Luís Filipe Teles, presidente da Freguesia de Alvarenga.
As coletividades ajudam também na dinamização das
festividades, este ano, no final de julho, a Semana Cultural
de Alvarenga contou com diversas iniciativas como a
“noite de Fados, o dia do teatro e da poesia, o baile à
moda antiga, horas dedicadas ao desporto, culminando
com o Festival de Folclore Sénior e de realçar o I Festival
Infantil do Rancho Folclórico Santa Cruz de Alvarenga.
Ainda ligado à tradição arouquesa decorreu a tradicional
chega de bóis. No recinto existiam ainda as barriquinhas
das associações”, onde a gastronomia da região esteve
em destaque, revela o édil. Outra grande festividade que
importa destacar “é a Senhora do Monte, considerada
a celebração da família, em que as pessoas pegam no
farnel e vão à Senhora do Monte confraternizar”, explica
o presidente da freguesia.
No que toca ao futuro, os objetivos passam por manter
“a escola, o médico e enfermeiro que vão duas vezes
por semana à freguesia. Criar zonas de lazer, mais
emprego, atrair pessoas que possam investir em
Alvarenga. Estamos a contar com os alvarenguenses
que estão fora, queremos desenvolver Alvarenga dentro
da sua ruralidade”, refere Luís Filipe Teles, concluindo
que “a prioridade é dar conforto à população, permitir
que vivam melhor, que vivam felizes, é essa a nossa
missão”.
luís filipe telesPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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VILA DE AROUCA
Um conceito atual e inovador no centro de Arouca
Pratos para todos os gostos
Pizzas, pastas, saladas, kebab e a típica francesinha são
apenas alguns dos pratos que poderá encontrar neste
espaço, pensado ao pormenor e pautado por detalhes
diferenciadores e modernos.
“Em França trabalho com pizzarias e sempre quis abrir
um negócio desse género no meu país. Queria abrir
uma coisa diferente, inovadora, com pratos diferentes
porque não existia um espaço assim em Arouca.
Existiam restaurantes com pizzas mas não existia uma
verdadeira pizzaria”, explica o empresário.
Em termos de sobremesas, a pizza de banana, a
pizza de chocolate ou o crepe com fruta são das
mais procuradas por serem tão diferentes das típicas
sobremesas portuguesas e são a melhor maneira de
terminar a refeição.
Recetividade para além das expetativas
Sem dúvida que o objetivo era ter sempre casa cheia,
mas, como nos revela o empresário, durante as primeiras
semanas desde a abertura do restaurante, que ele e a
sua equipa não tinham mãos a medir. Casa lotada e filas
com uma hora e meia de espera, foram uma enorme
surpresa para Ângelo Paiva.
“As pessoas estão a gostar, foi uma boa ideia que eu tive
e uma boa aposta. Todas as pessoas de Arouca estavam
curiosas sobre o que seria este espaço, sabiam que iria
ser uma pizzaria mas não sabiam em concreto todos os
nossos pratos e serviços e estavam bastante recetivas”.
O espaço em si, em termos de decoração, foi idelizado
pelo empresário, um espaço amplo, com bastantes
mesas e sofás, atual e distinto.
“A nossa vila necessitava de um espaço assim. Devia
ter sido um pouco maior mas não havia espaço para
mais. Fiz uma coisa à minha maneira, sozinho, apesar
da minha arte não ser esta. Muita gente me dizia que
ia mudar das pedras para as pizzas, mas é uma coisa
diferente e que sempre quis experimentar”, conta.
Qualidade é a principal aposta
Os produtos utilizados na confeção dos pratos são de
altíssima qualidade e a maior parte provém de outros
países.
“Nas nossas pizzas começamos a trabalhar com uma
massa fina, típica de Itália. O maior segredo da nossa
massa é mesmo o gosto pelo serviço em si que é
fazer a massa, fina, estaladiça, com bons ingredientes
e isso é o mais importante. Trabalhamos também com
pão de alho, a nossa receita é siciliana. O nosso kebab
trouxe de França, onde é muito usado, porque comi em
Portugal em vários sítios e não tinha nada a ver com o
que comíamos lá e apostei num kebab alemão de perú
e vitela e que no meu entender é o melhor que existe.
Pedreiro de profissão, há 31 anos decidiu emigrar para França na esperança de conseguir melhores condições de vida para si e para a
sua família. Abriu uma empresa, ligada à construção civil, sempre com o objetivo de um dia regressar a Portugal. Assim, Ângelo Paiva,
inaugurou no passado mês de agosto aquele que é o negócio do momento em Arouca, a Aroupizza. No espaço de um mês mais de cinco
mil pessoas já visitaram o restaurante.
aroupizza
cristina coelho, ângelo paiva e sónia coelhoAdministradores e gerente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
77
VILA DE AROUCA
É difícil encontrar um bom kebab aqui em Portugal, em
Arouca nem sequer existia. Depois, vamos trabalhar
com o de frango e de borrego com alguns picantes para
tentar perceber se os clientes gostam”, diz Ângelo Paiva
revelando que o objetivo passa também pela constante
inovação nos seus pratos e receitas.
O propósito passa assim por trabalhar com o sistema
francês mas há moda italiana, onde se fazem as
melhores pizzas e pastas do mundo.
Objetivos a curto, médio prazo
Com seis pessoas na sua equipa, ainda durante este
mês ou no próximo, o empresário pretende abrir a
parte de churrascaria take away ao lado da pizzaria
para proporcionar ainda mais opções de pratos aos
seus clientes e quiçá se continuar a trabalhar da mesma
forma até então, admite poder abrir outro restaurante
num sítio diferente mas com o mesmo conceito.
“Na parte interior do restaurante temos capacidade para
68 pessoas e na parte exterior capacidade para mais
60. Em termos da restauração local, devido ao enorme
fluxo de pessoas que se deslocam ao nosso restaurante,
outros espaços da vila estão a tentar introduzir a parte de
confeção de pizzas mas penso que as pessoas não irão
deixar de comer uma boa pizza aqui por outras que não
são a mesma coisa”, declara o empresário.
Mas o seu principal objetivo é regressar de vez a
Portugal, talvez daqui a um, no máximo dois anos.
“Já são 31 anos em França e o meu país é o meu país.
Gostaria de um dia passar este negócio aos meus filhos
e eles darem seguimento ao meu trabalho. O negócio
agora esta mais calmo mas com o ínicio do ano escolar,
vamos voltar ao mesmo ritmo. Quando não estou é a
minha esposa e a minha sobrinha que tomam conta do
negócio. Tem sido um desafio e apesar de não gostar de
estar fechado, tem tudo corrido para além das nossas
expetativas, o que é ótimo”, conclui Ângelo Paiva.
REVISTA BUSINESS PORTUGALTEMA
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mun
icíp
ios e
m d
esta
que
Nesta edição da Revista Business Portugal,
as dinâmicas autárquicas merecem
especial relevo, uma vez que evidenciam
os bons exemplos que se vislumbram
no nosso país e contribuem para a sua afirmação
e valorização.
S. João da Pesqueira apresenta-se como o “Coração
do Douro Vinhateiro”, detendo uma vista privilegiada
para o Património Mundial da Humanidade, por isso
mesmo o turismo assume-se como uma âncora
estratégica para o desenvolvimento do concelho.
Por sua vez, Vila Verde tem também o turismo
como pilar estratégico para o desenvolvimento do
concelho. A projeção dos Lenços dos Namorados
como um ex-libris de Vila Verde tem contribuído
para a atração e fidelização de turistas, nacionais
e estrangeiros. Neste contexto, o projeto ‘Namorar
Portugal’ distingue-se e afirma-se pela sua
estratégia de salvaguarda, revitalização e promoção
do património cultural e é uma porta aberta à cultura
e à defesa de tradições que continuam bem vivas e
com crescente projeção em Vila Verde.
Na freguesia de Vimeiro, as praias e o turismo termal,
de aventura e o religioso, aliados à história e cultura
são os pontos-chave para atrair visitantes a esta que
é a mais antiga freguesia do concelho da Lourinhã.
Em evidência está também a União de Freguesias
de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim, cujo
executivo quer potenciar e melhorar a qualidade
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
de vida de todos os habitantes, através da criação
de oportunidades que promovem a empregabilidade
local e dar apoio aos jovens empresários e, para tal o
desiderato é construir uma “incubadora de empresas”.
Esta edição lança ainda um olhar sobre a União de
Freguesias de Gulpilhares e Valadares, concretamente
para os projetos de ampliação dos edifícios sede de
duas coletividades de grande prestígio e notoriedade:
Orfeão de Valadares e Rancho Regional de Gulpilhares,
que permitirão garantir as estratégias das duas
instituições, em termos de futuro.
REVISTA BUSINESS PORTUGALTEMA
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
Em todo o Alto Douro Vinhateiro, Património Mundial da Humanidade, S. João da Pesqueira é o concelho que detém maior área
classificada, cerca de 20 por cento, reunindo uma parcela importante da riqueza patrimonial desta região. É por isso que, com toda a
justiça, S. João da Pesqueira surge como o “Coração do Douro Vinhateiro”. Uma expressão que tem ser olhada para além da simples
geografia e que caracteriza também a força e a resiliência das gentes da Pesqueira, que contribuem para o pulsar da região.
município de S. João da Pesqueira
O pulsar do Douro
Com esta vista privilegiada para o Património
Mundial da Humanidade, é natural que o
turismo surja como uma âncora estratégica
para o desenvolvimento do concelho. A cultura
do vinho, o rio Douro e as suas encostas desenhadas em
socalcos, esta é a matéria-prima sobre a qual a autarquia
de S. João da Pesqueira tem vindo a desenvolver um
conjunto de iniciativas e projetos fundamentais para a
promoção do concelho e da região. O recém inaugurado
Museu do Vinho de S. João da Pesqueira é um exemplo
do dinamismo da autarquia e ponto de partida para uma
conversa com José Tulha, presidente da Câmara de S.
João da Pesqueira.
“O Museu do Vinho faz parte de uma rede que tem como
âncora o Museu do Douro, na Régua, é um projeto que
começou a ser idealizado pelo anterior executivo e
que faz todo o sentido estar em S. João da Pesqueira,
sendo este o concelho que reúne o maior número de
produtores de vinho do Porto e do Douro. O projeto foi
implementado e concretizado já pelo atual executivo e
foi inaugurado em Dezembro de 2014, aniversário do
Alto Douro Vinhateiro”.
O Museu do Vinho é uma obra de referência, não só
na Pesqueira mas também na região, é um espaço de
celebração do Douro e que, para além de uma exposição
permanente ligada à cultura do vinho, tem também uma
sala de provas, uma loja de vinhos e um wine bar. O
museu ainda não está a funcionar na sua plenitude,
o objetivo, conforme nos esclarece o presidente da
autarquia, é que isso aconteça de forma sustentada.
“A área de exposição está a funcionar, assim como os
serviços educativos e a loja, faltam dois espaços, a sala
de provas e o wine bar, que estamos a trabalhar para
que abram rapidamente, mas de forma a funcionarem
com continuidade”.
O Museu do Vinho, apesar de recente, foi já distinguido
com uma menção honrosa, atribuída pela Associação
Portuguesa de Museologia, na categoria que distingue o
melhor museu português do ano. Este reconhecimento é
partilhado pelo público que tem visitado o museu e que
tem deixado um feedback bastante positivo.
Este ano, o Museu do Vinho foi também uma peça
central no programa da Vindouro – Festa Pombalina,
um evento que é já uma referência na região e que
se realizou no primeiro fim de semana de setembro. As
atividades relacionadas com o vinho tiveram lugar no
museu, com destaque para as lagaradas tradicionais,
nos lagares existentes na parte adjacente ao museu.
Quanto à Festa Pombalina, que está ligada à figura do
Marquês de Pombal, mentor da região do Douro, as
atividades decorreram na parte antiga da vila.
“A festa fica mais abrangente e mais representativa de
todo o concelho, envolvendo mais a vila, as associações,
a restauração, o comércio e os produtores”, refere
José Tulha, realçando que S. João da Pesqueira “não
se resume ao vinho, há também que destacar os
produtores de amêndoa, de azeite, de castanha e de
maçã”.
Efetivamente, o vinho tem um peso determinante na
economia do concelho, cerca de 80 por cento do tecido
económico está ligado ao vinho, mas importa também
destacar outros setores produtivos que têm tradições
José tulhaPresidente
81
REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE
no concelho e cuja atividade está em desenvolvimento.
“Está-se a apostar novamente no azeite, quase todos
os produtores de vinho e engarrafadores têm a mesma
marca para o azeite, existindo já três cooperativas de
transformação de azeitona”. Neste momento, continua
o presidente da autarquia, “há também grandes
investimentos em amendoais”.
A produção de maçã é também um sector em
crescimento, principalmente na parte sul do concelho.
A produção, diz-nos José Tulha, “tem estado a deslocar-
se para concelhos vizinhos, nomeadamente Armamar e
Moimenta da Beira, zonas mais propícias à produção por
terem também outras capacidades de armazenamento,
condições que ainda não temos aqui, mas que já
estamos a trabalhar para que se possa construir uma
cooperativa e um espaço onde os produtores possam
acondicionar devidamente a maçã”.
Vinho, azeite, maçã, amêndoa, gastronomia, cultura,
natureza, a simpatia e o bem receber das gentes da
Pesqueira, este é um património inigualável. É mais do
que o coração do Douro Vinhateiro, é o pulsar de toda
uma região. É para visitar, para conhecer, para viver e
para voltar com o Douro no coração.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
82
MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
Conhecida pelo artesanato com os seus distintos Lenços dos Namorados, Vila Verde é uma vila minhota pertencente ao distrito de Braga.
Em entrevista à Revista Business Portugal, António Vilela, presidente da Câmara Municipal, fala-nos da importância da promoção e da
valorização do meio rural.
município de vila verde
“O turismo é um pilar estratégico para o desenvolvimento do concelho”
A VI Rota das Colheitas que está a decorrer
desde agosto terá o seu ponto alto de 9 a 18
de outubro com a Festa das Colheitas 2015 –
XXIV Feira Mostra de Produtos Regionais. O que
podem encontrar os visitantes no certame?
A Festa das Colheitas insere-se numa vasta programação
que decorre de agosto a novembro e destina-se a
promover, de uma forma integrada, a valorização do
mundo rural. Nesta XXIV edição, uma das novidades é a
Festa do Cogumelo, com a participação da cooperativa
recentemente constituída - Real Cooperativa Agrícola
- que envolve os produtores locais. Em matéria de
inovação merece ainda destaque a realização da 1ª
edição do Encontro de Cavaquinhos de âmbito regional,
complementada com a dinamização de uma exposição
com a presença de ‘construtores’ deste instrumento
musical. À semelhança do ano transato, a Festa das
Colheitas terá a duração de dez dias, durante os quais
os Vilaverdenses e todos os nossos visitantes poderão
desfrutar da original e muito atrativa Festa do Caurdo,
assistir ao Encontro de Concertinas, ao Festival de
Folclore, a diversos espetáculos musicais, à recriação
das práticas agrícolas com a realização da pisada de
uvas, da desfolhada de milho e do magusto típico. É
de realçar, ainda, a realização de concursos e a mostra
e venda de produtos do nosso genuíno artesanato,
produtos agrícolas, fumeiro e vinho.
A iniciativa da autarquia conta com o
envolvimento das associações culturais
recreativas e desportivas, grupos de folclore,
instituições e escolas. Como avalia a importância
desta colaboração para a projeção do concelho?
Esta conjugação de sinergias em nome da promoção
de uma imagem positiva de Vila Verde e da melhor
divulgação das excelentes potencialidades do nosso
território, das nossas tradições seculares, do nosso rico e
multifacetado artesanato, do dinamismo, da criatividade
e da grande capacidade de trabalho das nossas gentes
tem sido determinante para a atração de um número
crescente de projetos de investimento, para a fixação de
novas empresas e atração de novos residentes.
antónio vilelaPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
83
MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
O setor ganhou um novo impulso com a marca
‘Namorar Portugal’. No que consiste este
conceito e qual a sua importância?
O turismo é um pilar estratégico para o desenvolvimento
do concelho. A projeção dos Lenços dos Namorados
como um ex-libris de Vila Verde tem contribuído para a
atração e fidelização de turistas, nacionais e estrangeiros.
Assim, o projeto ‘Namorar Portugal’ distingue-se
e afirma-se pela sua estratégia de salvaguarda,
revitalização e promoção do património cultural e é
uma porta aberta à cultura e à defesa de tradições que
continuam bem vivas e com crescente projeção em Vila
Verde.
A marca ‘Namorar Portugal’ está a transformar-se num
dos grandes ícones da promoção turística do concelho
e tem o seu ponto alto na programação do Mês do
Romance.
O mês de fevereiro - Mês do Romance - é um dos
momentos mais importantes do nosso quotidiano pela
forma como o concelho se prepara para atrair os focos
do país e para cativar inúmeros visitantes; pela dinâmica
industrial e comercial direta e indiretamente associada a
um programa intenso e multifacetado; pelo envolvimento
conseguido em redor do Centro de Dinamização
Artesanal, da Aliança Artesanal e pelo forte estímulo que
representa à criatividade e ao empreendedorismo dos
artesãos.
O município de Vila Verde aposta na divulgação
e dinamização da cultura minhota. Que outros
eventos há a destacar ao longo do ano?
Ao longo do ano promovemos importantes iniciativas
de dinamização sociocultural e económica, como a
Bienal Internacional de Arte Jovem; a programação
Vila Verde Vila Criativa, programação multifacetada que
conta com a participação ativa das escolas do concelho
e da comunidade educativa, tendo como parceiros a
Associação D’Arte e o IPDJ, e integra um conjunto de
exposições, workshops, ateliers e outras manifestações
culturais, com destaque para a Bienal na Escola; as
Festas Concelhias em honra de Santo António e o
evento ‘Sá de Miranda por Terras de Vila Verde – Feira
Quinhentista’, uma outra importante parceira com os
estabelecimentos de ensino e que é enriquecida por
uma Ceia Quinhentista, uma Sarau Cultural e uma Feira
Quinhentista e Desfile Histórico.
Quais são os principais desafios da autarquia no
presente e no futuro?
Um dos grandes desafios que temos pela frente é o
reforço da coesão social e o crescimento da economia,
na perspetiva da criação de condições para o aumento
do número de empregos, visando assim tornar o território
mais atrativo e com elevados níveis de competitividade,
tendo em vista a fixação da população e a captação
de novos residentes. O orçamento municipal para o
ano de 2016 deverá, uma vez mais, incluir medidas
amigas das famílias e das empresas, de forma a gerar
condições favoráveis ao investimento económico e
ao crescimento do setor empresarial. Propomo-nos
a implementar medidas que apoiem as famílias mais
numerosas, nomeadamente a redução da Taxa do
Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Estamos ainda a
implementar um tarifário especial nos serviços de água
e saneamento, bem como a isenção do pagamento de
taxas de construção de habitação própria para famílias
carenciadas.
Que mensagem final gostaria de deixar aos seus
munícipes?
Os munícipes sabem que Vila Verde se encontra numa
trajetória de crescimento sustentado e afirma-se cada
vez mais pela positiva, fruto do trabalho de todos. Assim,
além de uma mensagem de confiança de que a Câmara
Municipal vai continuar a trabalhar para a concretização
de projetos estruturantes para o desenvolvimento do
território concelhio, deixo aos Vilaverdenses um repto
no sentido de que continuem a inspirar e a estimular
o nosso trabalho, apresentando-nos sugestões e
propostas que ajudem a irmos ao encontro dos anseios
dos nossos concidadãos que queremos servir sempre
mais e melhor.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
Situada no coração do oeste, a freguesia de Vimeiro tem também como mais-valia o seu fácil acesso a Lisboa e a proximidade de prais
de referencia nacional. Tem ainda ofertas de turismo histórico, termal, aventura e religioso, tudo ponto-chave para atrair visitantes ao
Vimeiro.
junta de freguesia de vimeiro
Freguesia do vimeiro – 500 anos de História
Os mais antigos documentos históricos que
aludem ao Vimeiro reportam a uma carta de
foral, datada do séc.XII. A freguesia de Vimeiro
é a mais antiga do concelho da Lourinhã, e
é composta por três aglomerados habitacionais: Vimeiro,
Toledo, Vale Vite e alguns pequenos Casais.
Diz a tradição que esta terra cedo se tornou famosa,
com visitas e hospedagem da Rainha Santa Isabel que
vinha usufruir das águas termais, para seu bem-estar
e saúde.
Na nossa freguesia em 1808 decorreu um episódio
histórico nacional, a Batalha do Vimeiro, onde, com a
ajuda das tropas inglesas, foi colocado um ponto final
à primeira invasão francesa aquando das invasões
napoleónicas. Para assinalar os 100 anos dessa
batalha, o rei Dom Manuel II , Mandou erguer um
obelisco comemorativo do centenário, monumento esse
classificado do interesse publico em 1982.
Há 27 anos um pequeno grupo de pessoas,
entendeu que a freguesia não podia deixar esquecer
tão importante facto histórico e organizou-se, para
anualmente comemorar esta data, o que deu origem
ás grandes comemorações dos 200 anos da batalha.
Nestas comemorações do bicentenário foi inaugurado o
Centro de Interpretação Batalha do Vimeiro e iniciaram-
se as recriações históricas. Este edifício construído junto
ao obelisco, têm-se tornado visita obrigatória tanto
de turistas, como de escolas locais, regionais e até
nacionais.
Também baseado na historia da Freguesia e no ano
dessas comemorações, foi inaugurado o Caminho
Pedestre PR3 “Rota da Batalha do Vimeiro”.
Na Freguesia existem três associações, que proporcionam
actividades culturais, recreativas e desportivas ao longo
do ano, a ultima destas associações a ser criada, foi
precisamente a Associação para a Memória da Batalha
do Vimeiro, onde está integrado um grupo de recreação
histórica que representa o antigo Regimento nº19.
Rui santosPresidente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
Atualmente no 3º fim-de-semana de julho, com a
participação do grupo de recreação e da população
local vistida à época, acompanhada por figurantes
militares nacionais, Ingleses, Espanhóis e Franceses é
feita a recriação histórica de dois momentos da Batalha:
a tomada da igreja e a própria batalha junto ao momento.
Para complementar o evento, é feita uma feira oitentista
onde existe animação de rua, com artesões locais e um
conjunto de actividades que tem vindo a despertar cada
vez mais o interesse dos turistas.
Os novos desafios que se colocam, são a tentativa de
melhorar a qualidade de vida das nossas populações,
de forma a sermos atractivos quer do ponto de vista
turístico, quer para a fixação de novos moradores.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
A União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim tem cerca de 50 mil habitantes distribuídos por 26 km2. O atual
executivo quer potenciar e melhorar a qualidade de vida de todos os habitantes, através da criação de oportunidades que promovem
a empregabilidade local e consequentemente o acréscimo de emprego para os habitantes e em particular para os mais jovens onde o
flagelo do desemprego é maior.
União de Freguesias de Gondomar (São Cosme), Valbom e Jovim
Uma União ao serviço da população
Empregabilidade e ação social em Gondomar
Gondomar é uma terra com forte componente histórica,
os primeiros vestígios de civilização naquela zona
remontam à pré-história. Conhecida a nível nacional por
ser uma região que se dedica fortemente à ourivesaria,
e em pormenor, à nobre arte da filigrana, que resulta
da herança que já vem do tempo dos Romanos que
se dedicavam à exploração de ouro nesta região, deixa
todos gondomarenses orgulhosos. É a arte que faz parte
da sua identidade.
Atualmente, com a reorganização administrativa do
território, a União de Freguesias de Gondomar (São
Cosme), Valbom e Jovim é uma das maiores do país,
agregando três freguesias com características distintivas
das demais, onde a filigrana e o Rio Douro são o
denominador comum.
Em termos económicos, a freguesia “não é um dormitório,
as pessoas trabalham cá, temos bastantes empresas
na área da ourivesaria, somos conhecidos por termos
muitos ourives, principalmente na área da filigrana,
pequenas e médias empresas de cariz familiar, mas que
são responsáveis por muitos postos de trabalho”, revela
o presidente da União de Freguesias de Gondomar (São
Cosme), Valbom e Jovim, José António Macedo.
No entanto, a região também sofreu o flagelo do
desemprego e no sentido de combater esse problema
ou ir ao encontro de soluções efetivas para atenuar
os seus efeitos, esta União de Freguesias tem vindo a
desenvolver um conjunto de medidas especificas para o
efeito e tem-nas feito sempre em parceria com diversas
entidades, entre elas, destacam-se o Cindor - Centro
de Formação Profissional da Indústria de Ourivesaria e
Relojoaria, e o projeto Jobtown - projeto europeu do
programa URBACT II.
É um projeto inserido no Programa Europeu de Cooperação
Territorial que decorreu entre 2012 e maio deste ano
com o objetivo de criar oportunidades de emprego para
os jovens nas áreas da ourivesaria e turismo industrial,
visando também o empreendedorismo local. “Tudo isto,
associado à inovação e as características atuais e globais,
como forma de aumentar a empregabilidade na região”.
Este projeto europeu está a dar resultados, na
medida em que já existem duas turmas formadas
na ourivesaria/filigrana no Cindor com conteúdos
programáticos inovadores e que respondem às
exigências da atualidade neste setor específico e para
mercados exteriores.
“Acreditamos que assim é possível trabalhar para
a criação do próprio emprego, e já estão previstas
novas inscrições este ano letivo para este percurso
formativo específico e inovador para o setor”, explicou
o responsável pela União de Freguesias, José António
Macedo.
A par destas medidas, a preocupação com as
dificuldades dos cidadãos levou a esta União de
Freguesias a criar novas infraestruturas de apoio através
da ação social.
Neste sentido, implementaram uma horta de
subsistência, introduziram uma cozinha comunitária,
uma loja social, um refeitório social e ainda, em parceria
com o Banco Alimentar Contra a Fome, a distribuição
de produtos alimentícios a famílias carenciadas,
como explica o interlocutor: “há pouco tempo
criámos uma horta de subsistência onde trabalham
pessoas carenciadas que usufruem dos produtos por
si cultivados. Temos 58 talhões já atribuídos, mas
podemos atribuir até 100 talhões”.
Desde que implementaram, em 2012, uma cozinha
comunitária, as pessoas têm levado a comida para
josé antónio macedoPresidente
casa, “é um kit refeição composto por sopa, fruta,
iogurtes, neste modelo, apoiamos cerca de 80 famílas”.
Existe também o refeitório semanal que apoia entre
23 a 27 pessoas, sobretudo, as que vivem sozinhas.
“Não gostamos do nome sem-abrigo, mas também não
podemos deixá-los à margem da sociedade”. E é por
isso, que esta União de Freguesias implementou em
parceria, uma Casa de Acolhimento Temporário, onde
alberga, neste momento, seis pessoas.
Através do Banco Alimentar Contra a Fome, apoiam
cerca de 200 famílias, revela o presidente José António
Macedo, rematando que “se existe alguém a passar fome
na freguesia ou é por vergonha ou por desconhecimento
do Executivo, que está sempre disposto a dar a mão aos
mais carenciados, enquanto “não conseguem arranjar
emprego”, ressalva o édil.
Mas fora da ação social, existem outros projetos que
procuram ir de encontro às necessidades da população
e em específico relacionadas com demografia atual. O
que merece especial destaque aqui, por envolver grande
parte da população mais idosa, é a Universidade Sénior
de Gondomar, criada em 2006, “que tem 350 alunos,
50 professores, 51 disciplinas, como música, pintura,
fotografia, inglês, francês, alemão” entre outras, destaca
o autarca José António Macedo.
Festividades, turismo e artesanato em Gondomar
A freguesia vive muito da tradição das festas e romarias
associadas à religião e às manifestações populares. São
inúmeras as festividades que se realizam durante todo
o ano, a principal é a Romaria de Nossa Senhora do
Rosário, São Cosme e São Damião também conhecida
por Festa das Nozes. Este ano realiza-se de 12 de
setembro a 11 de outubro, em Gondomar (S.Cosme).
Na freguesia existem 72 coletividades e associações que
desempenham um papel fundamental na dinamização
da localidade, ao nível cultural e desportivo.
No que toca ao desporto, existem várias coletividades
e associações importantes na região, com especial
destaque às que se dedicam às atividades náuticas
através da prática da canoagem e remo no Rio Douro –
Clube Infante D. Henrique e Clube Náutico de Marecos.
Estas entidades têm contribuído para a formação de
muitos atletas de alta competição reconhecidas nacional
e mundialmente.
Já como principais pontos turísticos existe o Monte
Crasto, com uma vista fabulosa sobre Gondomar e
Porto. No local, no topo, existe uma capela bonita e mais
abaixo na envolvência um restaurante onde quem quiser
pode deliciar-se com a gastronomia local e paisagens
tornando-se num lugar prazível.
Outro ponto de referência é a Casa Branca de Gramido,
em Valbom, imóvel histórico que representa o local que
coloca o fim às guerras entre liberais e absolutistas, é
outro local de interesse na história nacional a visitar.
Já, em Jovim no verão, a Praia de Marecos, à beira do
rio Douro, é uma área de repouso, lazer e de convívio
familiar recomendada a todos.
Futuramente, a principal preocupação do Executivo
continua a ser o combate ao flagelo do desemprego,
para tal, irá surgir com novos projetos europeus
que possibilitem outras formas de aumentar a
empregabilidade no território, ações que permitem dar
apoio aos jovens empresários e ao empreendedorismo.
O presidente da União de Freguesias revela que
pretendem construir uma incubadora de empresas.
Em Gondomar, no presente e no futuro, a “freguesia
trabalha para o bem estar dos cidadãos e para a
melhoria da qualidade de vida”, conclui o presidente.
REVISTA BUSINESS PORTUGALMUNICÍPIOS EM DESTAQUE
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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MUNICÍPIOS EM DESTAQUE
Em entrevista à Revista Business Portugal, Alcino Lopes, presidente da União de Freguesias de Gulpilhares e Valadares, relevou a
importância das colectividades para garantir o futuro das tradições que acompanham a história das freguesias. “A Junta de Freguesia
vai apoiar o Rancho de Gulpilhares e o Orfeão de Valadares, impulsionando os projetos de ampliação dos seus edifícios sede”, avançou
o autarca, mostrando a sua total disponibilidade.
A riqueza cultural em Gulpilhares e Valadares
Alavancar projetos para garantir futuro
Valentina Peres, presidente do Orfeão de
Valares deu a conhecer o percurso da
colectividade que se iniciou em 1927, com
o objectivo de desenvolver a cultura e a
promoção do recreio. Os seus fundadores
tinham como premissa “promover o encontro das
pessoas. Inicialmente,foram criados o grupo coral, um
grupo cénico, um quarteto de jazz, artes circenses e
palestras”.
Ao longo de 88 anos, o Orfeão de Valadares teve os seus
altos e baixos, mas foi crescendo e renovando o seu
espaço à medida das suas necessidades. Actualmente
com 400 sócios, a oferta abrange o grupo coral com 70
elementos, escola de música, escola de dança, equipa
de ténis de mesa, uma sala de estudo e um grupo de
cavaquinhos com 40 elementos.
As instalações atuais são constituídas pela biblioteca,
bar, sala de convívio e salão nobre com palco, com o
projeto de ampliação surge um primeiro piso com cinco
novos espaços. “O investimento vai permitir uma melhor
gestão, melhor resposta aos associados e uma oferta
mais diversificada”, garantiu. O arquiteto responsável
pelo projeto, Adelino Gomes, explicou que a ampliação
contempla um primeiro piso, valoriza a casa da frente
e a sua frontaria e o espaço de esplanada. “Há um
carácterde grande polivalência, que permite quintuplicar
as atividades a serem desenvolvidas”,salientou.
Por seu lado, Carlos Valente, presidente da Associação
Desportiva Recreativa e Cultural do Rancho Regional de
Gulpilhares, aludiu à sua fundação em 27 de Dezembro
de 1936, por “um punhado de homens” que tendo
conseguido recolher e arquivar com a maior fidelidade,
todo o riquíssimo e vasto folclore da freguesia de Santa
Maria de Gulpilhares deram início a uma atividade
profícua em apresentações públicas de alto nível e a um
percurso repleto de êxitos. Dos seus 79 anos de história,
destaca-se a participação, em 1937, no “Grande
Cortejo Folclórico e Etnográfico” organizado pela
Emissora Nacional, em Lisboa, na Exposição do Mundo
Português, em 1939, em Lisboa, e a participação no
filme a Costureirinha da Sé, em 1958.
Desde 1962, a associação organiza o Festival
Internacional de Folclore, que tem a duração de dez dias
e um orçamento de vários milhares de euros. “Há 37
edições que o evento tem o apoio financeiro e logístico
da Câmara de Gaia, como reconhecimento do trabalho
desenvolvido e da projeção dada ao Município, e conta
também com o apoio da Junta”, desvendou o dirigente.
“Este ano decorreu a 51ª edição, com grupos da
Argentina, Holanda e Croácia”, revelou, acrescentando
que o objetivo é chegar aos cinco grupos, de acordo
com as regras do CIOFF (Conselho Internacional
das Organizações de Festivais de Folclore e Artes
Tradicionais).
O Rancho tem cerca de 60 elementos e já efetuou
dezenas de digressões a países estrangeiros, mas a
associação não se esgota no folclore, tem ainda um
grupo de cordas com 30 elementos, aulas de ballet,
fitness, pilates e zumba.
É organizador do “Concurso da Quadra Popular ao
Senhor da Pedra”, que vai já na 40ª edição, tem três
obras editadas e várias gravações das suas músicas.
“A ampliação do edifício sede inclui a criação de
espaços para um arquivo de tratamento fotográfico
e documental, recuperação de trajes, realização de
seminários e espaço de balneários”, referiu Carlos
Valente.
Por sua vez, o arquiteto disse:“Foi projetado o primeiro
andar com espaços polivalentes e de apoio logístico
durante a realização do festival de folclore”.
O Orfeão de Valadares e o Rancho Regional de
Gulpilhares são duas instituições de grande prestígio,
abertas à comunidade, cujas direções demonstram
coragem em abraçar projetos que visam o seu
crescimento.
adelino gomes, carlos valente, valentina peres e alcino lopes
planta do projeto de ampliação da sede do rancho de gulpilhares
projeto de ampliação da sede do orfeão de valadares
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adm
inis
traç
ão e
gest
ão d
e con
dom
ínio
s
Quando se fala em Gestão e Administração de Condomínios há toda uma informação adjacente a
este assunto. Sabem as pessoas viver em condomínio? Sabem os condóminos o que está por
detrás de uma administração de condomínios? Sabem os administradores gerir conflitos entre
condóminos a par dos aspetos jurídicos, económicos e sociais com que lidam diariamente? Os
condóminos estão a par dos seus direitos e deveres?
Nesta edição de setembro, a Revista Business Portugal leva os nossos leitores até ao mundo de uma atividade
cada vez mais qualificada e formada bem com, dá algumas respostas às questões anteriores.
Quando se vive numa casa integrada num condomínio, diz-nos respeito algo mais do que o espaço que
habitamos: as escadas, os terraços, os elevadores pertencem, conjuntamente, a todos os condóminos. Isso
significa que há direitos e deveres, relativamente a esses espaços, que afetam de igual forma todos os
proprietários. Por outro lado, o simples facto de viverem em condomínio faz com que, mesmo quando se
encontram nas suas próprias casas, tenham de respeitar um certo número de regras indispensáveis a uma
boa convivência.
Quanto à administração de um condomínio, esta pode ser feita por qualquer condómino que tenha,
paralelamente, outra profissão, desde que reconhecido como pessoa idónea e que detenha a aprovação da
maioria dos restantes condóminos em assembleia.
Mas cada vez mais, têm surgido empresas que se dedicam inteiramente a esta área prestando, a par da
administração, os mais diversos serviços.
Neste sentido, a Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios tem
desenvolvido, pontualmente, formações relativas ao setor e apoiado as empresas associadas para que estas
representem uma atividade credível e qualificada.
Venha connosco dar uma espreitadela a algumas empresas de administração de condomínios e ficar a par
dos serviços que as mesmas prestam aos condomínios por elas geridas.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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Criada em 2004, a Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios (Apegac) tem como grande
propósito a profissionalização e a credibilização da sua atividade.
Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios
Associação aposta na qualificação dos seus profissionais
Com cerca de 200 associados, a Apegac tem
vindo a desenvolver ações de formação e
workshops para qualificar cada vez mais os
seus profissionais por se entender que é
essencial que estes estejam habilitados a desenvolver a
sua actividade e responder aos vários assuntos que lhe
são colocados, desde questões jurídicas e económicas
até às questões sociais. Tanto mais que uma grande
parte destes profissionais não desempenham as funções
de administrador de condomínio de forma exclusiva,
tendo outras actividades paralelas, de forma a suportar
os custos operacionais.
Vítor Amaral, presidente da direção da Apegac, recebeu
a equipa da Revista Bussiness Portugal para nos falar dos
desafios atuais que esta atividade enfrenta, bem como
as medidas e os projetos que têm vindo a desenvolver
no sentido de terem no mercado profissionais bem
preparados no setor da administração de condomínios.
A pouco tempo do término do seu mandato, Vítor Amaral
explica que há um problema que tem vindo a arrastar-se
desde a criação da associação: a regulamentação da
atividade. “Não há interesse político na aprovação desta
vítor amaralPresidente
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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lei”, comenta Vítor Amaral. “Temos vindo a tentar que a
lei que regulamenta a atividade seja aprovada, inclusive,
a proposta já terá sido apresentada a conselho de
ministros pelo Instituto da Construção e do Imobiliário
(INCI) com a garantia que até Maio deste ano seria
aprovada, mas a resposta que nos foi dada e que já não
seria aprovada nesta legislatura”, explica o presidente.
A autorregulação
Neste sentido, a Apegac decidiu enveredar por outro
caminho: a autorregulação. Para a associação, esta
alternativa é uma mais-valia enquanto não há uma lei
que regulamente a atividade.
Das primeiras preocupações com que a associação
se deparou quando se pensou na regulamentação da
atividade foi o facto de achar imprescindível as empresas
de administração de condomínios estarem obrigada ao
cumprimento de determinados requisitos e formação
para exercerem a atividade, de forma a credibilizá-la.
Para Vítor Amaral, “o facto de o mercado ficar a saber
que há empresas de administração de condomínios que
são membros da associação do setor que se autorregula,
que impõe determinadas regras, que as pune quando
tem de punir, dá mais segurança às pessoas na altura de
escolherem com que empresa querem trabalhar”.
Medidas e objetivos
A Apegac propõe-se a continuar a sua política de levar
a cabo ações de formação pontuais na linha do que já
tem vindo a fazer. Neste sentido, têm já previstas ações
de formação nas diversas áreas de atuação da atividade.
Na área empresarial é importante, nas palavras de Vítor
Amaral, que os administradores saibam primeiramente
gerir os problemas internos das suas empresas para,
consequentemente, prestarem um bom serviço aos
seus clientes. “Ninguém poderá ser um bom gestor
de um condomínio se não for um bom gestor da sua
empresa”, adiantou o presidente da APEGAC.
A par destas formações, a Apegac irá avançar também
duas ações de esclarecimento promovidas pela
Autoridade Tributária para que os administradores
tenham, igualmente, conhecimento das suas obrigações
fiscais. Isto porque, “entendemos que não se pode ser
bom profissional se não se souber minimamente aquilo
que se está a fazer. Formação adequada à atividade,
para se saber como funcionam as assembleias, resolver
os problemas dos condomínios e gerir conflitos entre
condóminos”, salienta o presidente acrescentando que
“as empresas de administração têm mesmo de ter
formação porque esta atividade é transversal a vários
sectores, como jurídico, económico e social”.
Assim, a associação tem, ainda, um protocolo com
uma empresa de formação na área imobiliária que irá
ministrar duas a três ações de formação por ano aos
seus associados, para além dos protocolos com as
Faculdades de Direito e Engenharia da Universidade
do Porto que têm dado alguns seminários e colóquios
relativos à atividade.
Futuro
A credibilização da atividade com a sua regulamentação
irá continuar a ser o principal desafio da Apegac. Para
Vítor Amaral o facto de não existir obrigatoriedade das
empresas possuírem alvará e estas não serem punidas
pela tutela em caso de incumprimento, bem como não
ser obrigatório ter um seguro de responsabilidade civil,
é um dos principais problemas deste setor que urge
mudar, “dependendo do governo porque se continuar
a faltar vontade política, o sector continuará a merecer
a desconfiança dos seus clientes, que são cerca de
cinco milhões de pessoas que vivem sob o regime da
propriedade horizontal”, adiantou.
Contudo, a associação vai apoiar-se no facto das funções
do administrador do condomínio estarem patentes no
código civil e no facto de a Apegac deter um código
deontológico que, de acordo com as declarações do
presidente, vão começar a ser aplicadas com rigor
juntamente com outras medidas e sanções para levar
avante o caminho da autorregulação, da credibilização
da atividade e do aumento da confiança dos condóminos
para com as empresas administradoras.
Outro objetivo da Apegac, segundo o presidente da
associação, é aumentar o número de associados para
conseguirem ter uma representatividade maior junto
do INCI e, assim, terem mais força para que a lei que
regulamenta a atividade seja aprovada.
Balanço positivo
Para concluir, Vítor Amaral fala do número de associados
que considera ser bastante pequeno. Para o presidente
é natural que as empresas que não queiram seguir
os requisitos da associação não se tornem membros
da mesma, “mas esses requisitos serão, com a
autorregulação, um crivo que cada vez deve ser mais
apertado e, quem se associar dá um primeiro sinal de
exercer dignamente a sua actividade”, acrescentou.
Fala ainda da desilusão por terminar o seu mandato no
final deste ano sem conseguir o que se tinha proposto
fazer: a regulamentação da atividade. No entanto, faz
um balanço positivo da Apegac desde a sua criação,
“ao longo destes anos levamos a cabo muitas ações de
formação, contribuímos para a existência de um setor de
atividade com melhor formação e preparação para estar
no mercado. Esse contributo que devia ser do estado foi
nosso” conclui o presidente.
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
92
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS
A exercer atividade há década e meia, a Casacondomínio começou por prestar serviços na área da contabilidade, assumindo a
administração de condomínios pouco tempo depois, quer face às necessidades de mercado, bem como, potenciando as condições já
possuidas. Implementados na área do grande Porto administram já cerca de duas mil frações.
No mercado da gestão de condomínios há 12 anos, a IBA GEST tem registado um crescimento sólido, assente em premissas de
honestidade e transparência, garantindo assim a satisfação dos seus clientes.
casa condomínio
IBA GEST – Administração de Bens Imóveis
“A clareza e a transparência é a nossa forma de estar”
Honestidade e transparência
Aexercer atividade há década e meia,
a Casacondomínio (CC) começou por
prestar serviços na área da contabilidade,
assumindo a administração de condomínios
pouco tempo depois, rentabilizando as condições
já possuídas face às necessidades de mercado.
Implementados na área do Grande Porto administram
cerca de duas mil frações. Para além da administração
de condomínios, a CC disponibiliza serviços de
limpeza, jardinagem e manutenção, paralelamente às
funções de contabilidade e mediação de seguros. Em
conversa com a Revista Business Portugal, Manuel
Freitas, responsável operacional da CC, afirma que
esta atividade tem ainda muito para explorar e serviço
a prestar, estando condicionada pelas dificuldades
que a população vem sentindo, nomeadamente,
económicas. A Casacondomínio vê como vantajoso ser
Associada da APEGAC – Associação Portuguesa de
Empresas de Gestão e Administração de Condomínios
Advogada de profissão, Isaura Bastos decidiu,
em 2003, abraçar também a área de negócio
da gestão e administração de condomínios, e
assim criou a IBA GEST – Administração de
Bens Imóveis, vocacionando-a para a administração, não
só do património mobiliário, mas também imobiliário.
Sedeada em Matosinhos, a IBA GEST assegura a gestão
de 40 prédios, contudo “os serviços necessários no
condomínio são subcontratados, o que nos permite
procurar o melhor serviço e o melhor preço”.
Ciente de que mais do que o património, gere
relações interpessoais, Isaura Bastos acredita que um
administrador de condomínio exerce igualmente um
–, potenciando aquela alguma uniformidade e apoio
orientado aos requisitos legais dos associados e uma
filosofia de trabalho assente na ética, alicerçando a
necessária relação de confiança entre condóminos
e os seus administradores. A empresa, no serviço
que presta, considera-se reflexo da conjuntura atual,
pois quem administra condomínios, diz-nos Manuel
Freitas, sabe que “os condóminos, com necessidades
extremas, optam por deixar de pagar o que consideram
ser menos urgente, como é o caso do condomínio”. A
par dos aspetos jurídicos e económicos com os quais
um administrador lida, há ainda o aspeto humano
a privilegiar. “A administração de um condomínio é
também um conselheiro”, afirma Manuel Freitas. “O mais
difícil de lidar e gerir na atividade é a correlação humana.
A regulamentação da atividade será uma mais-valia para
a atividade, potenciando competências e capacidades
aos administradores para lidar com estes aspetos”,
conclui. Quanto aos valores que a empresa defende,
papel social, assumindo-se como “um psicólogo” dos
seus clientes. A existência desta proximidade com
os clientes, nem sempre é fácil de gerir, segundo a
empresária, contudo considera-a bastante gratificante.
Honestidade e transparência são os valores primordiais
da empresa, que permitiram alargar a sua influência a
Vila Nova de Gaia, Porto e Paredes.
Contudo, Isaura Bastos lamenta a falta de consciência
do que é um condomínio, por isso defende: “Antes de
poderem adquirir um apartamento, as pessoas deveriam
ter uma formação sobre o que significa comprar um
imóvel em mão comum, sobre a sociedade em que
estão a participar, porque depois não a reconhecem,
Manuel Freitas avança que “a clareza e a transparência
são a forma de estar perante os condóminos”.
Explica que todos os anos apresentam, detalhadamente,
aos condóminos todas as despesas relacionadas com
o condomínio que administram. “Nas assembleias
expomos os documentos oficiais para justificar cada
despesa que foi feita, todas as contas são apresentadas.
São elaboradas atas, relatórios pormenorizados
acompanhados de fotografias visando esclarecer
dúvidas, obras e/ou trabalhos realizados ou a efetuar”,
Sabendo-se da morosidade da Justiça, lamenta que os
sucessivos Governos ignorem legislação que imponha
prévio aval das Administrações dos Condomínios nas
transações de imóveis, impedindo a cobrança célere de
eventuais valores em dívida por quem vende, originando
mais despesa e espera na recuperação de tais valores,
remata Manuel Freitas.
nem os deveres que têm para com os outros sócios”.
Num olhar pelo sector, a empresária admite que a
regulamentação da atividade não estará para breve,
até porque “será difícil impor uma lei numa área em
que os dinheiros não são muito fáceis de cobrar e de
reconhecer”.
Com olhos postos no futuro, Isaura Bastos mostra-se
otimista quanto ao crescimento e desenvolvimento da
IBA GEST – Administração de Bens Imóveis, contudo
acredita que chegará o dia em que o negócio da gestão
de condomínios se tornará um monopólio.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS
Com novas instalações no coração de Santo Tirso, a Raquel Silva – Gestão de Condomínios, tem como missão garantir o conforto a todos
os seus condóminos através da prestação de um serviço de qualidade e de proximidade, pautado igualmente pela transparência e rigor.
Raquel Silva – Gestão de Condomínios
A excelência e o rigor são a chave do sucesso
Com presença no mercado desde 2007,
a Raquel Silva – Gestão de condomínios
nasceu da admiração que Raquel Silva
sentiu pelo papel do administrador de
condomínios quando participou na sua primeira reunião
de condomínio, após a aquisição de um apartamento. A
admiração deu lugar à vontade de abraçar esta área de
negócio e assim nasceu este projeto.
Os últimos nove anos foram pautados por um
crescimento contínuo, durante os quais a Raquel Silva –
Gestão de Condomínios foi conquistando novos prédios,
sem nunca perder nenhum condomínio, o que constitui
um verdadeiro motivo de orgulho. “O sucesso alcançado
deixa-nos muito orgulhosos, até porque superou todas
as nossas expectativas”, revelou a empresária.
A Raquel Silva – Gestão de Condomínios está
vocacionada exclusivamente para a gestão de
condomínios, por isso o único serviço que salvaguarda
de forma gratuita é a manutenção simples dos edifícios,
designadamente através de uma vistoria semanal, no
sentido de antecipar qualquer eventualidade.
“Os restantes serviços que sejam necessários no
condomínio são subcontratados, o que nos permite
procurar o melhor serviço e o melhor preço para garantir
a satisfação dos nossos clientes”, adiantou.
Para Raquel Silva, administrar condomínios e gerir
condomínios são conceitos bastante distintos, que não
podem, de maneira nenhuma, ser confundidos, por
isso mesmo emprestou o seu nome à empresa, dando
assim a conhecer a sua forma transparente e honesta
de estar no mercado. “O nosso trabalho passa também
por defender os interesses reais dos nossos clientes,
tendo em conta que uma habitação é o bem que mais
representa e pesa no orçamento de qualquer família, de
qualquer estatuto”, esclareceu.
O maior desafio da atividade de gestão de condomínios
é o papel social que o administrador acaba por
personificar e a gestão de conflitos.
Atualmente, a Raquel Silva – Gestão de Condomínios
conta com a dedicação de três colaboradores e tem a
seu cargo a organização de 48 contabilidades distintas,
o que se traduz em cerca de 1700 frações que estão
distribuídas por diversos edifícios na área do Grande
Porto.
A esfera de influência geográfica da empresa há muito
que ultrapassou as barreiras do concelho de Santo Tirso,
chegando a Famalicão, Maia e Trofa, “que constitui neste
momento o nosso maior mercado”.
Raquel Silva entende que é uma vantagem ser
Associada da APEGAC – Associação Portuguesa de
Empresas de Gestão e Administração de Condomínios,
por isso com orgulho desvendou que a sua empresa é
a única associada de Santo Tirso, adiantando que este
organismo faz um trabalho de excelência a nível da
formação e informação neste ramo de atividade.
“As formações são imperativas, porque permitem a
nossa atualização, no que concerne às mais diversas
temáticas que giram em torno da nossa atividade”.
Num olhar pelo sector da gestão de condomínios,
Raquel Silva acredita no potencial desta área de negócio,
por isso lamenta a inexistência de uma regulamentação
da atividade, que permita ‘separar o trigo do joio’, até
porque “cada vez mais ficamos com prédios de pessoas
que os administram a nível amador, sem salvaguardar os
direitos dos condóminos”.
Com os olhos postos no futuro, Raquel Silva que
começou este projeto empresarial sozinha e, que mais
tarde, contou com a colaboração do seu pai, gostaria de
transmitir a paixão que sente pela sua atividade a outra
pessoa e tornar a Raquel Silva – Gestão de Condomínios
num negócio de família.
raquel silvaAdministradora
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
94
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS
A Prado Condomínios nasceu em 2002, no concelho de Mafra, começando por desenvolver atividade na área da mediação imobiliária,
estendendo-se posteriormente para a administração de condomínios. Em 2008, devido à crise no imobiliário, fixou todo o se esforço na
área da administração de condomínios residenciais e empresariais, transferindo a sua sede para o Parque das Nações e alargando a
sua zona de atuação na área da Grande Lisboa.
prado condomínios
Compromisso com a qualidade de serviços prestados
Em 2015 abriu um segundo escritório na zona de Vilamoura, estendendo a sua
atuação a toda a região do Algarve.
Especializou-se no segmento de classe média alta, alta e fundamentalmente
em condomínios de grande dimensão, prestando um serviço completo, na
Gestão de Condomínios, Manutenção e Limpeza das Áreas comuns, jardins e piscinas.
“O nosso tipo de trabalho é mais abrangente, sobretudo diferente porque a exigência
do mercado onde nos fixamos obriga-nos a aumentar a capacidade de resposta
e qualidade dos serviços prestados. Investimos na formação dos nossos recursos
humanos, na nossa área de logística, e nas novas tecnologias, estes fatores tornaram-
nos numa equipa competitiva e muito especializada”, começa por nos contar Francisco
Dias, diretor geral da Prado Condomínios.
O principal objetivo da empresa é criar uma ligação de proximidade com os seus
condóminos para que estes “estejam onde estiverem, sabem que podem contar
connosco”, reconhece o empresário.
Em termos de legislação e profissionalização da atividade prestada por este tipo de
empresa, Francisco Dia é perentório na resposta.
“A legislação está desatualizada e tem que haver a consciência que administração
de um condomínio deve ser uma das poucas atividades que não obriga a uma
contabilidade organizada e por isso existe algum laxismo e muita desigualdade em
quem se obriga a cumprir pagando os seus impostos e outros que não o fazem.
Se olharmos para o código civil, não está minimamente adaptado aquilo que é a
realidade de hoje da administração e gestão de condomínios. A Administração de um
condomínio já não pode ser gerida de forma amadora pelos próprios condóminos que
se reúnem uma vez por ano para acertarem as contas, a falta de tempo e as exigências
cada vez maiores obrigam a uma gestão atenta e profissionalizada. O edifício tem que
ser gerido como se fosse uma pequena empresa. ”, admite.
Estando a começar a implementar-se no Algarve, por ser um mercado apetecível para
a sua atividade, tornando-a mais interessante, a Prado Condomínios possui equipas
locais, que trabalham 24 horas por dia e o empresário reconhece, orgulhoso, “podemos
dizer que não há empresa com resposta mais rápida que a nossa, e o Algarve é o local
onde nos apetece estar e onde estamos a criar as bases para que possamos crescer”.
A Prado Condomínios explica Francisco Dias, é uma empresa que atua 80% do
mercado residencial e 20% de mercado empresarial e o objetivo passa por fixarem-se
em patamares similares nomeadamente nas áreas de apoio às empresas através dos
serviços de limpeza e manutenção, nos serviços de receção e portaria, de jardinagem,
de apoio logístico, entre outros.
“Para além desse equilíbrio que queremos estabelecer estamos também muito atentos
aquilo que se passa no mercado de arrendamento, nomeadamente, no arrendamento
temporário e turístico e algo que queremos fazer é contribuir para que os nossos
condóminos rentabilizem o seu património”, conclui.
francisco diasDiretor Geral
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
95
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS
A Administradora dos Senhorios Mário Prazeres dedica-se à prestação de serviços na área dos condomínios, desde 1970, oferecendo
um vasto conjunto de soluções que respondam com eficácia às exigências dos seus clientes.
Administradora dos Senhorios Mário Prazeres, Lda.
Qualidade, rigor e exigência
A Administradora dos Senhorios Mário
Prazeres é uma das mais antigas empresas
de administração de condomínios da cidade
de Lisboa. Antes de 1969, dedicava-
se apenas à administração de prédios alheios. “O
proprietário chamava-se Mário Prazeres, e a dada altura,
decidiu criar uma sociedade com os seus colaboradores
mais próximos como é o caso Leopoldo Correia.
Desde 1970, vocacionada para a gestão de
condomínios, a empresa foi crescendo e desenvolvendo
a sua atividade com uma gestão rigorosa, tendo
atualmente, como administradores, Leopoldo Correia e
Ana Cristina Pereira.
A empresa preconiza a administração de prédios
na vertical e na horizontal, detendo a gestão de 300
prédios, mas “gerir condomínios hoje em dia, não é a
mesma coisa que administrar condomínios há 30 ou 40
anos, até porque as exigências são cada vez maiores e
os serviços disponibilizados têm necessariamente que
ser mais abrangentes”, entende Ana Cristina Pereira.
Na Administradora dos Senhorios Mário Prazeres, há uma
contabilidade organizada por cada prédio e, de acordo
com os administradores, toda a informação relevante é
disponibilizada on line. Todos os clientes condóminos
podem entrar na área de clientes do site da empresa
com o código de utilizador e palavra-chave, e acederem
à sua conta corrente ou à situação das contas do seu
condomínio, bem como à comparação da evolução das
mesmas em relação ao orçamento. “A nossa empresa
trabalha de uma forma muito clara e transparente, uma
forma de atuação que se diferencia, num mercado onde
existem muitas empresas de vão de escada”, adiantou
Ana Cristina Pereira, salientando que “os clientes que
nos procuram foram sempre recomendados por outros,
o que para nós constitui um motivo de grande orgulho”.
Com 13 colaboradores, a Administradora dos Senhorios
Mário Prazeres apresenta-se como uma empresa
dinâmica, com um elevado sentido de responsabilidade,
que ambiciona tornar-se um ponto de referência no
sector de administração de condomínios.
Em entrevista à Revista Business Portugal, Ana Cristina
Pereira e Leopoldo Correia consideraram fundamental a
criação de uma legislação adequada e a profissionalização
da atividade. “Não temos legislação para salvaguardar as
empresas, o que permite o aparecimento de empresas
de vão de escada”, adiantou o administrador, lembrando
que os valores que a Administradora dos Senhorios
Mário Prazeres apresenta não podem ser comparáveis
com essas empresas, porque a qualidade e as valências
são completamente diferentes.
Leopoldo Correia e Ana Cristina Pereira consideram
que na prossecução dos objetivos de regulamentação
da atividade, a APEGAC - Associação Portuguesa de
Empresas de Gestão e Administração de Condomínios
deveria ter um papel mais ativo. “É essencial que a
APEGAC tenha uma força maior e uma voz mais
opinante, até porque esta questão da regulamentação
da atividade já se fala há meia dúzia de anos e nada foi
feito”, disseram, relevando a importância da criação de
um estatuto próprio para salvaguardar as empresas que
funcionam bem e oferecem soluções de qualidade.
Ao mesmo tempo, defenderam uma maior
responsabilização das empresas de gestão do
condomínio na prossecução da sua atividade.
Em relação ao futuro, os administradores são categóricos
ao afirmar que os seus objetivos passam por um
crescimento e desenvolvimento sustentável, mantendo
sempre os padrões de qualidade, rigor e exigência.
equipa
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
96
ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE CONDOMÍNIOS
Surgiu há dois anos e tornou-se num ponto de viragem no trabalho já desempenhado pela Apuramento-Contabilidade. Márcio Lopes
juntamente com o seu padrinho, Manuel Lopes, decidiram em 2013 “separar as águas” e criar uma empresa apenas dedicada para a
adimistração e gestão de condomínios, a Apuramento Home. Duas áreas que se complementam, no entender de Márcio Lopes.
apuramento home
“O nosso serviço de proximidade é um fator que nos distingue”
Proximidade com os condóminos
“A nossa empresa surgiu há dois anos, somos uma
empresa recente e surgiu como um complemento
da empresa que já tínhamos que era a Apuramento-
Contabilidade”, começa por explicar o empresário,
acrescentando que a existência de um nicho de
mercado enorme e a sua necessidade de ser potenciado
e melhorado em determinados aspetos, foram fatores
determinantes para criação da sua empresa.
Em termos de valências, a Apuramento Home presta
uma vasta panóplia de serviços, desde a administração
de condomínios e gestão do mesmo, até à a sua
manutenção, limpeza e efetuam ainda alguns pequenos
trabalhos quando os condóminos necessitam.
“Queremos promover um serviço de proximidade com o
cliente e trabalhamos muito no terreno e no escritório. Eu
consigo através do sistema interagir com tudo, ou seja,
há uma anomalia no condomínio, tiro fotografia e trato
logo de tudo e chego aqui à sede com tudo tratado, se
for preciso fazer um recibo, faço no local, pagamentos
também e isso é um fator que reduz diretamente o custo
para os condomínio”, frisa Márcio Lopes .
A Apuramento Home administra cerca de 30
condomínios e atua em Lisboa, Sintra, Amadora, Queluz
e Barreiro e o empresário admite, orgulhoso, que “o
melhor feedback que podemos tirar é o passa a palavra
e se fazemos um bom trabalho vamos ser reconhecidos
por isso mais tarde ou mais cedo”.
Duas empresas, um objetivo em comum: a satisfação
dos seus clientes
Márcio Lopes admite no entanto que já ter uma empresa
ligada à contabilidade foi uma mais valia no que toca à
angariação de novos clientes para a Apuramento Home
mas reconhece que ainda há muitos condóminos que
não reconhecem o trabalho desempenhado por este
tipo de empresa.
“Há muita gente que ainda não entende o nosso trabalho,
não compreendem que existem certos regulamentos e
leis a cumprir, tanto da nossa parte como da constituição
e às vezes torna-se complicado explicar isso em
assembleias de condomínio, onde fazemos um papel de
mediadores”.
Porém, as empresas não legalizadas continuam a existir
e merecem no entender do empresário, mais e melhor
atenção, tendo que ser implementadas novas leis e
regras na regulamentação e profissionalização do setor.
“Continua a existir muita administração de vale de escada,
continuam a existir condomínios com administração
interna e os próprios prédios não evoluem. Um
condómino que é administrador e o mesmo que paga
ou não paga uma quota está desde logo a influenciar o
seu prédio quando há uma obra, por exemplo. Têm que
haver leis que salvaguardam a nossa atividade”.
Futuro promissor
Em relação ao ano passado a Apuramento Home
cresceu e para o próximo ano as perspetivas são
ainda melhores, facto que enaltece o bom trabalho
desempenhado por toda a sua equipa
“Estamos aqui para trabalhar mais e melhor e temos que
trabalhar e aprender uns com os outros mas a evolução
tem sido positiva. Como em todos os setores há maus
e bons profissionais e nós acreditamos que estamos
no lado bom e queremos ser ainda melhores”, conta
Márcio Lopes.
É o contato direto com todos os condóminos e a
segurança transmitida que distinguem esta empresa.
“Os nossos contatos estão afixados em todos os
condomínios que administramos e esperamos
administrar ainda mais condomínios no futuro”, conclui
o empresário.
márcio lopesAdministrador
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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desi
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
O desafio de desenhar o ambiente interior envolve vários critérios, variáveis e elementos que interligam várias áreas do saber,
desde processos técnicos e científicos até aspetos criativos e individuais. Assim, torna-se decisivo um conhecimento
alargado em diferentes sectores, de onde se destacam: a organização do espaço e da forma, a gestão de áreas e funções,
a escolha de materiais e sistemas de construção, a aplicação de condicionantes legais, as dinâmicas dos estilos, da cor
e da criatividade, o dimensionamento do mobiliário e dos objetos. O design de interiores intervém na criação e caracterização dos
espaços habitados. Interpreta-os e reformula-os, agindo de forma crítica sobre a envolvente edificada. Partilha com a arquitetura
o processo de exploração e desenvolvimento de projeto baseado no desenho, na pesquisa teórica e na construção de soluções
inovadoras e sustentáveis.
O Intercasa é um evento de referência no sector, que aposta na promoção de soluções globais para interiores e exteriores da casa
através de uma oferta diversificada, qualificada e organizada em ambientes e conceitos de decoração de encontro aos vários estilos
de vida. Do tradicional ao contemporâneo, a Intercasa é a montra dinâmica do design e de soluções inovadoras enquanto novas
formas de estar e viver a casa.
Por outro lado, o Lisboa Design Show, enquanto evento multidisciplinar e criativo, tem como objetivo comunicar a identidade dos
designers, empresas, culturas, sociedades, estilos de vida, o prazer, a arte de viver, potenciando uma rede de contactos e negócios,
num único espaço, que colocam o design no centro da discussão e na agenda dos players e promotores do design.
Fique a conhecer algumas das empresas cujo core business se centra no design e na decoração de interiores.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
100
DESIGN E DECORAÇÃO
A Urban-Art é uma empresa de decoração de interiores que se dedica a transportar para espaços fechados, como a casa ou o trabalho,
a arte urbana. Projeto recente mas com uma panóplia de artistas de renome e já com obras internacionais, a Urban-Art tem também
um objetivo social, como não poderia deixar de ser, tendo em conta o próprio conceito que enaltecem, o graffiti como uma expressão
artística.
Urban-Art
Arte moderna em sua casa
Sendo um projeto relativamente recente, que
se iniciou no início de abril deste ano, pedia-lhe
para apresentar o Urban-Art.
A Urban-Art é uma plataforma digital que tem como
principal objetivo levar a arte urbana às casas e aos
escritórios dos seus clientes, mudando o paradigma
da decoração de interiores em Portugal e no mundo.
Para isso, conta com alguns dos melhores artistas
nacionais e internacionais, com obras reconhecidas pelo
público em geral e também no meio artístico de arte
urbana. Na sua plataforma digital, www.urban-art.com, a
Urban-Art inclui uma galeria dos seus artistas, com um
vasto reportório das suas obras, na maior parte murais
interiores e exteriores. Importante ainda salientar a forte
componente social da empresa, com uma percentagem
das suas vendas a reverterem para projetos de cariz
social ligados à arte urbana.
Consiste num site online que compila de certa
forma alguma da melhor arte que se faz, só em
Lisboa ou pelo país?
A Urban-Art é internacional, contando com artistas
nacionais e internacionais que realizam obras em todo
o território português, mas também no estrangeiro. De
destacar que a maior parte dos seus artistas têm um
vasto reportório internacional.
A nível fotográfico, o conteúdo que disponibilizam
é exclusivamente da equipa do Urban-
Art ou são as pessoas que vos enviam?
O conteúdo fotográfico das obras da Urban-
Art é disponibilizado pelos artistas ou pela
própria equipa da Urban-Art.
Quantos artistas, de momento, exibem
o seu trabalho no vosso site e são
necessários alguns requisitos para
o fazer ou qualquer artista se pode
registar?
Urban-Art conta com aproximadamente 30
artistas. O critério de admissão de artistas
é muito exigente, sendo que os mesmos
têm de ter obras reconhecidas pelo público
em geral ou no meio artístico da Urban-Art.
Uma das condições exigidas é o artista ter
no seu curriculum obras de graffiti, ainda
joão falcão, alexandra barbosa e octávio pinhoConsultor e sócios fundadores
que atualmente utilize outras técnicas de pintura, como
o aerossol ou o pincel. A Urban-Art privilegia artistas
com um curriculum internacional. É importante referir
que um dos fundadores da Urban-Art, Octávio Pinho, e
presidente da Associação de Arte Urbana de Portugal é
também um artista conceituado de arte urbana, com o
nome artístico Slap. O seu papel tem sido fundamental
na seleção dos artistas da Urban-Art.
Qual tem sido a recetividade por parte do
público?
A recetividade tem sido excelente. A título de exemplo,
a página de facebook da Urban Art já alcançou mais de
32.000 likes em apenas cinco meses. De referir que
iniciou a sua atividade apenas a 1 de Abril deste ano.
Relativamente a obras, estas têm sido efetuadas por
todo o país e já temos uma encomenda para o Brasil.
Os clientes têm sido tanto do segmento de particulares
como de empresas.
Como foi receber a primeira encomenda e em
que consistia o projeto?
A primeira encomenda foi para um cliente em
Espinho, numa moradia residencial, e consistia numa
‘Floating Universe’ | artista: Ram | 600cm x 500 cm (empresa no Seixal)
REVISTA BUSINESS PORTUGALDESIGN E DECORAÇÃO
101
reinterpretação de uma pintura do Picasso numa parede
da sala. Não tivemos muito tempo para celebrar, pois
logo de seguida tivemos várias outras encomendas
quase em simultâneo.
Como os vossos clientes podem encomendar
um mural de um artista específico?
O processo é muito simples, basta contactarem-nos
através do nosso site www.urban-art.com, por e-mail ou
por telefone. Percebemos o tipo de obra que o cliente
deseja, selecionamos um artista, caso o cliente não
tenha nenhuma preferência, e fazemos um orçamento,
no prazo máximo de 48 horas. O passo seguinte é a
marcação da visita do artista para combinar os últimos
detalhes e efetuar a obra.
A Equipa da Urban-Art apoia uma ação social
ligada à arte urbana, o projeto ‘Encontrarte’, que
consiste na produção e lançamento do álbum
‘Desabafo’, do Grupo MC’s, em parceria com a
Associação Cultural do Moinho da Juventude,
em que 1 por cento das vossas vendas reverte
para este projeto. Apoiar este tipo de iniciativa é
uma das vossas prioridades?
Sem dúvida. A ação social faz parte do DNA da arte
urbana, a qual nasceu em bairros desfavorecidos e
que muitas vezes era, e ainda continua a ser, a forma
de fazer chegar a arte, a cor e a esperança às vidas
das pessoas que neles habitavam. Hoje em dia, a arte
urbana já é reconhecida também noutros meios, tendo
já chegado às maiores leiloeiras de arte do mundo,
como a Christie’s, com transações a atingirem os muitos
milhares de euros.
Quais são os vossos grandes projetos de futuro
e qual a dimensão que gostariam que a Urban
Art atingisse?
O nosso grande objetivo de futuro é continuar a inovar,
nomeadamente através da associação destas duas
grandes tendências, a arte urbana e o mundo digital,
tentando criar o máximo valor para os nossos clientes
e marcando a diferença num mercado cada vez mais
global, mas também cada vez mais exigente. A nossa
ambição relativamente à dimensão é também o nosso
lema: ‘uma casa, um mural’.
‘Um Caos com Sentido’ | artista: Exas | 640cm x 275 cm (parede de sala no Estoril)
‘Guernica by Slap’ | artista: Slap | 600cm x 230 cm (parede de sala em Lisboa) ‘Fundo do Mar Nemo’ | artista: Utopia | 400cm x 200 cm (parede de quarto em Lisboa)
‘O Beijo by Slap’ | artista: Slap | 560cm x 240 cm (parede de quarto em Lisboa)
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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DESIGN E DECORAÇÃO
Odília Peixoto é a líder de um atelier de confeção própria que tem ao dispor do cliente inúmeros tecidos e opções de decoração. Um
trabalho pautado pela exclusividade, rigor, excelência e proximidade, através de um atendimento personalizado ao domicílio, dando
resposta às exigências do cliente.
O Novo Cortinado
Decoração de excelência há mais de 30 anos
Oatelier de Odília Peixoto produz cortinados e
todos os artigos de decoração acessórios,
como tapetes, almofadas, toalhas ou
edredons à medida do cliente. O Novo
Cortinado está situado em Águeda e presta serviços
em todo o país e além-fronteiras. A responsável explica
que veio parar a este negócio por acaso, antes de se
dedicar à confeção era empregada de escritório. Natural
de Vila Real, encontrou o trabalho da sua vida quando
se mudou para Águeda. “Havia uma casa de cortinados
que estava a pedir uma pessoa para o balcão, fui lá e
comecei a trabalhar no dia seguinte. Um ano depois era
encarregada geral. Quando comecei não sabia costurar,
não sabia coser à máquina”, explica a entrevistada, que
meses depois percebeu que tinha finalmente encontrado
a profissão certa e, 30 anos depois, lidera uma equipa de
excelentes profissionais. O Novo Cortinado conta com a
experiência comprovada na arte da decoração, seguindo
sempre as últimas tendências e novidades. A filosofia
seguida pela responsável Odília Peixoto possibilita a
criação de soluções originais e personalizadas garantindo
a criação de um espaço ao gosto de cada um, no qual
as pessoas se sintam confortáveis. “É raro um cliente
entrar nesta porta e não ficar, quando vêm à procura de
algo original encontram aqui, tenho poder de resposta
para todo o tipo de clientes”, explica a interlocutora.
Os artigos confecionados destinam-se a diversas áreas
como a restauração, hotelaria, escolas, autarquias e
habitações. “Todos os produtos são feitos por medida,
o atelier dispõe ainda de outros serviços como o apoio
decorativo, entrega dos artigos ao domicílio e sua
colocação. Tenho sempre o cuidado de não repetir o
mesmo modelo, são pormenores que diferenciam
o trabalho”, explica Odília Peixoto, responsável pelo
atelier O Novo Cortinado. Existem exemplos do trabalho
personalizado, elaborado a partir de Águeda, um pouco
por todo o país, desde o Algarve, passando pelo
Alentejo, Lisboa, Coimbra, Anadia, Aveiro, Vila Real ou
Vila Nova de Gaia. O segredo do sucesso reside no
‘passa a palavra’, através de um trabalho de qualidade
e excelência que fez as confeções de Odília Peixoto
ultrapassarem fronteiras. “Faço muitos trabalhos para
fora do país, mas não vou lá colocar pessoalmente como
faço em Portugal. Confeciono para França, Inglaterra,
Suíça, Alemanha, Brasil, EUA e Espanha. Os espanhóis
vêm cá durante as férias”, o mesmo se passa com os
restantes clientes estrangeiros ou emigrantes, revela a
responsável. Para além dos clientes particulares, O Novo
Cortinado trabalha ainda em parceria com arquitetos
e decoradores de todo o país. Neste momento, Odília
Peixoto revela que está a passar por uma nova fase, uma
vez que, ultimamente “tem recusado alguns trabalhos, as
solicitações estão a aumentar”, mas a preferência pela
excelência e satisfação dos clientes está em primeiro
lugar. Atualmente, também o tipo de cliente está a sofrer
alterações. “Antes tinha pessoas entre os 40 e os 60
anos, agora são mais jovens, acompanho gerações, avós,
mães e netas, são laços de amizade que ficam”, revela,
com entusiasmo, Odília Peixoto, concluindo que “dá um
enorme prazer no final de um trabalho estar concluído
ver a satisfação do cliente, é muito motivante”. O Novo
Cortinado garante um atendimento personalizado ao
gosto de cada um há mais de 30 anos e, no futuro, o
objetivo é para manter, acompanhando sempre as novas
tendências do setor.
odília peixotoAdministradora
104
REVISTA BUSINESS PORTUGALDESIGN E DECORAÇÃO
O Atelier d’Arquitetura J. A. Lopes da Costa está sediado em Ovar, desde 1989, um projeto iniciado por José António Lopes da Costa.
O gabinete tem uma vasta experiência na elaboração de projectos de arquitectura e urbanismo, bem como de arquitetura de interiores,
recuperações, remodelações e paisagismo.
J.A Lopes da Costa – Atelier D’ Arquitetura
“Arquitetura racionalista, contemporânea mas inconformista”
O arquiteto e responsável pelo atelier é
natural de Ovar, mas completou a formação
enquanto arquiteto em França, “fiz a minha
formação e a minha licenciatura em Bordéus,
os meus pais proporcionaram-me a opção de ir para
fora, foi uma experiência muito interessante. Tinha um
gosto grande pelo desenho que vinha da minha mãe.
Durante o curso fiz um estágio no Brasil e depois voltei
para Portugal, mas estive sempre muito ligado à escola
do Porto. Mesmo longe houve sempre uma curiosidade
da minha parte pelo que estava a ser feito em Portugal”,
esclarece o nosso interlocutor. Questionado sobre
a definição do seu estilo, já que teve contacto com
realidades distintas, José Lopes da Costa entende que
procura seguir “uma arquitetura de base racionalista,
com o rigor do desenho, há uma procura constante
na boa execução e nas boas práticas de exercer. Diria
que é uma arquitetura racionalista, contemporânea
mas inconformista, já que ao mesmo tempo, tentamos
sempre inovar”. Olhando para a realidade do mercado
atual, tendo em conta, a crise que nos últimos anos
afetou o setor da construção em Portugal, o atelier
J.A. Lopes da Costa procurou “ajustar e readptar o
negócio, reduzindo os custos e mantendo sempre a
capacidade de resposta. Procurámos outros mercados,
como o Brasil, onde temos dois projetos, temos também
projetos em Moçambique e estamos ainda com
trabalhos em França, um mercado que penso que possa
progredir. Neste momento, em França, trabalhamos na
remodelação de dois hotéis”, explica o arquiteto José
Lopes da Costa. Uma nova área que está a impulsionar
o desenvolvimento da arquitetura é a reabilitação “neste
momento, essa vertente, está muito focada no Porto e
em Lisboa, devido à procura turística. Mas isto é muito
importante se estivermos a recuperar os centros das
cidades para as pessoas, para os seus habitantes. Neste
momento, estamos com cinco projetos de reabilitação no
Porto”, revela o interlocutor. O mercado português está
mais virado para a requalificação, mas existem também
trabalhos de raiz a serem executados. Neste contexto,
importa perceber se existem alterações na forma de
pensar a habitação em Portugal, o arquiteto José Lopes
da Costa revela que “não mudou tanto assim, a maior
parte dos espaços funcionais mantêm-se. No que se
refere às cidades assiste-se a um retorno das periferias
para os centros, uma vez que a geração mais jovem os
procura porque está tudo mais perto, a forma de viver a
cidade mudou, a vida está muito mais cosmopolita. Há
um paradigma que mudou, agora nem toda a gente tem
de ser proprietário, o mercado de arrendamento está em
expansão, os empregos têm cada vez mais mobilidade e
isso reflete-se na forma de pensar a habitação”, conclui.
Quanto ao futuro do setor, em Portugal, o arquiteto José
Lopes da Costa espera que “a crise comece de facto a
desaparecer, admitindo que há uma maior consciência
dos custos e dos gastos e que a sustentabilidade tem
de prevalecer”. No que toca ao trabalho do gabinete,
sediado em Ovar pretendem continuar a trabalhar nos
“projetos de raiz e de reabilitação tanto na habitação
como na área da industria e comércio. O atelier está à
procura de novos mercados e novos clientes, sempre
numa linha de dar uma resposta mais global, desde os
investimentos à arquitetura de interiores, buscando a
satisfação dos clientes”, conclui o arquiteto José Lopes
da Costa.
josé lopes da costaArquiteto
REVISTA BUSINESS PORTUGALTEMA
106
inov
ar pa
ra c
resc
er Omote da inovação serve de base para mais uma edição da Revista Business Portugal falou.
A BP combustíveis é pioneira nos segmentos em que opera e contribui para a modernização
de Portugal através das boas práticas ambientais. Um dos últimos lançamentos da marca são
os combustíveis Premium, desenvolvido na Alemanha, que garantem, se sentir na qualidade da
condução e a salvaguarda das peças e remoção de resíduos. Fique a conhecer mais aprofundadamente os
novos investimentos e o que coopera no posicionamento firme ao longo dos anos da marca em Portugal.
Outra entidade que podemos conhecer melhor é a Aritsoma, uma empresa na vanguarda dos serviços de
contabilidade e gestão. Sob o lema de que ‘tudo o que for medido e observado, melhora’, a empresa dotada
de um vasto e reconhecido conhecimento, faz consultoria de gestão e enquadrando-se nas iniciativas para o
desenvolvimento da União Europeia.
Com depoimentos consideravelmente valorativos para a compreensão do que se faz em Portugal para inovar
e crescer, encontra-se também nesta temática, o Centro de Línguas Europeu. Com duas escolas em Lisboa,
o único em Portugal que coleciona reconhecimentos como do Ministério da Educação ou da Universidade
de Cambridge, desenvolvem ações de formação em todo o país. Também com a atribuição de um selo de
qualidade europeu, o centro de línguas fala-nos do que fazem para estar perto dos progressos no ensino de
línguas.
Também com uma preocupação notória no que diz respeito à importância das línguas na vida de um cidadão,
a BabelUM é uma recente escola de línguas, que pertence à Universidade do Minho. Pioneira neste tipo de
serviço no meio académico, acredita numa estratégia de política de internacionalização, nos serviços que
presta.
Por último, fomos conhecer a Vallispack, uma empresa familiar que começou por produzir embalagens de
alumínio para take away. Hoje, a empresa oferece um leque de produtos para a restauração e outros setores
de negócio. Com esta indústria, Portugal cresce economicamente e ressalva-se o que de melhor se faz no
país, sempre com a qualidade como padrão.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
Motores em formachegam mais longe.
Motores limpos dão mais rendimento.*Em testes de consumo de diferentes situações de condução realizados no Centro Técnico BP, BP Ultimate Diesel percorreu até 42 km mais por depósito cheio em comparação com o gasóleo convencional e BP Ultimate Gasolina, conseguiu até 38 km mais por depósito comparando com gasolina sem chumbo simples.
Com BP Ultimate o seu motor chega mesmo mais longe. A sua fórmula avançada limpa e protege ativamente contra a formação de resíduos no coração do seu carro - o motor.E um motor em boa forma pode fazer até mais 42 km*por depósito que um motor menos saudável.
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REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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INOVAR PARA CRESCER
Com 17 por cento de quota no mercado dos combustíveis e 345 postos de abastecimento, a BP é a primeira petrolífera multinacional
a operar em Portugal e a segunda maior no mercado. A propósito da sua gama Premuim, a Revista Business Portugal foi conhecer um
pouco melhor esta empresa que está a caminho do seu 87º aniversário em Portugal.
bp portugal
Empresa premium, produtos premium
Quando falamos na BP, falamos de uma empresa
que caminha a largo passo para um século de
existência no país. Que balanço faz deste já longo
percurso da BP em Portugal?
A BP está em Portugal desde janeiro de 1929 com o
nascimento da Companhia Portuguesa dos Petróleos
Atlantic, ou seja, está a caminho de cumprir o seu 87º
aniversário. É um longo percurso que tem acompanhado
a própria evolução de Portugal e onde a empresa tem
marcado presença em vários dos momentos mais
marcantes do país. Naturalmente, o saldo é bastante
positivo. Ao longo deste caminho fomos deixando uma
forte pegada de pioneirismo em matéria de inovação.
São disso exemplo a introdução da gasolina sem
chumbo nos anos 90, e o lançamento dos combustíveis
de 2ª e de 3ª geração.
Quais os vossos elementos distintivos num
mercado tão competitivo como este em que estão
inseridos?
A aposta no segmento Premium e o foco numa agenda
de inovação e de qualidade tem sido e continuará a
ser o posicionamento que distingue a BP em qualquer
mercado onde opera. Portugal obviamente não é
exceção.
Olhando para o passado recente, a BP tem-
se destacado no segmento Premium dos
combustíveis líquidos. Qual tem sido o papel destes
novos combustíveis no vosso posicionamento de
mercado?
É efetivamente um segmento de mercado no qual a BP
tem sido líder e onde sente diariamente o reconhecimento
dos seus clientes. Os combustíveis Premium da BP
presentemente comercializados, concretamente a
gama Ultimate, foram desenhados para dar resposta
às necessidades dos novos motores automóveis e
têm acrescentado valor a todos os clientes que os
têm escolhido. Em termos de propriedades, destacam-
se essencialmente ao nível da limpeza e da proteção
do motor. Se por um lado evidenciam-se na remoção
de resíduos existentes, por outro são particularmente
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
109
INOVAR PARA CRESCER
eficazes contra o desgaste dos principais componentes
do motor e na salvaguarda das peças contra os efeitosde
corrosão. Em termos práticos aumentam a performance
destes motores e a autonomia até 40 quilómetros por
depósito.
Como chegaram a esta nova oferta?
Esta oferta Premium resulta de um trabalho de
investigação que decorreu no Global Fuel Technology
Center da BP, na Alemanha, ao longo de cinco anos.
Concretamente, o combustível de terceira geração
foi desenvolvido e testado por meia centena de
investigadores e comercializado pela primeira vez em
Portugal em 2005 .
Que novidades podemos esperar da BP Portugal
ainda este ano?
A BP Portugal tem vindo a implementar, desde 2015,
uma estratégia de crescimento com vista a aumentar
a sua rede de postos em Portugal. Tendo como meta
chegar aos 400 postos até ao final de 2016, a BP está
focada em melhorar a segurança da sua rede e em
entregar mais e melhor aos seus clientes. Por essa razão
avançou recentemente com a implementação de uma
solução de combate à fuga, que está a ser desenvolvida
em conjunto com o ISEL. Em fase piloto nos últimos
meses, são já seis o número de postos na Grande
Lisboa que têm a solução em teste esperando-se que a
mesma seja rapidamente implementada a nível nacional.
Qual a missão e objetivos da BP, não só em
Portugal, mas no mundo?
O negócio da BP está organizado no sentido de
entregar produtos energéticos de alta qualidade em
todo o mundo. É uma agenda obrigatória num percurso
focado em acrescentar valor aos seus clientes através
de um portefólio sólido, inovador, assente em operações
seguras.
Presentes em mais de 100 países pelos 5
continentes, e com a colaboração de mais de 92
mil pessoas, o que faz, efetivamente, a BP?
A operação do grupo BP divide-se essencialmente
entre os segmentos upstream e downstream. Enquanto
que o segmento upstream é responsável pelas nossas
atividades de exploração e refinação de petróleo e de gás
natural, o nosso segmento de downstream, a atividade
mais visível do grupo, está focado na distribuição
e comercialização de produtos como combustíveis
líquidos, lubrificantes e petroquímicos. Com uma forte
agenda de inovação, a BP tem consistentemente
elevado o valor dos mercados onde marca presença
no segmento do downstream com negócios de alta
qualidade. Esta tem sido uma evidência no mercado
nacional ao longo de todo o seu percurso no país.
Para finalizar: BP é sinónimo de…
...Renovação do futuro
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
110
INOVAR PARA CRESCER
A Aritmosoma é uma empresa que oferece aos seus clientes uma vasta gama de serviços direcionados para as áreas de Contabilidade
e Gestão mas com soluções paralelas para o crescimento sustentável das empresas.
Aritmosoma
Primor em consultoria financeira e fiscal
Presente em Aveiro, Coimbra, Figueira da Foz e
Pombal (Meirinhas), surgiu da vontade de sete
sócias em criar algo verdadeiramente diferente
aliado à experiência profissional de vários anos.
Assim, em 8 de janeiro de 2002 surge a Aritmosoma,
uma empresa consolidada, com o objetivo de crescer
cada vez mais.
A base do sucesso alcançado, no entender de Susana
Velázquez, sócia da Aritmosoma, é a dedicação aos seus
clientes, assim como a rápida resolução das exigências
num mercado cada vez mais exigente e competitivo.
A Aritmosoma em Aveiro, está integrada num espaço
de cowork (FUSIONcowork) e para a empresária esta
junção faz todo o sentido pois a cidade possui um
tecido empresarial empreendedor que em parte se deve
à Universidade de Aveiro, sendo uma grande instituição
de criação de empresas.
“Aguardamos sempre por quem precisa de apoio e este
é o sítio perfeito. Nas outras cidades, (Coimbra, Figueira
da Foz e Meirinhas) temos escritórios próprios, aqui
decidimos que esta seria a melhor opção. O cowork tem
muitos eventos de networking, formações e tem muita
notoriedade em Aveiro, é como se fosse um roteiro da
cidade de Aveiro, uma vez que este foi o quarto espaço
de cowork a ser feito a nível nacional”.
Os clientes com a Aritmosoma têm sempre uma reunião
preliminar, gratuita para ter a certeza se a empresa é
viável, se é um mercado em que vale a pena apostar
e onde são estabelecidas algumas decisões que sejam
necessárias tomar ou algumas mudanças de ideias ou
de estratégia para que tudo esteja de acordo com o
pretendido.
“Cada vez mais as pessoas recorrem a este tipo de
serviço e normalmente não aceitamos clientes sem uma
reunião preliminar. Digo ao cliente como está o mercado,
o que necessita mudar e quais os custos que o negócio
lhe irá trazer, isto porque normalmente as pessoas não
sabem. Depois, numa segunda reunião, os clientes já
vêm com outras estratégias, as quais eu auxilio”, revela
Susana Velázquez.
Com uma equipa de 12 profissionais e com cerca de 40
clientes só na região de Aveiro (160 no total), Susana
equipa aritmosoma
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
111
INOVAR PARA CRESCER
Velázquez garante que conciliar todo o trabalho se deve
a muita entreajuda entre a equipa e a um bom sistema
de CRM (Customer Relationship Management).
“Na nossa área é importante estarmos em constante
atualização, tudo o que sai de novo, notificamos toda a
equipa sobre qual a nova legislação, quais as novidades,
e logo a colega fica alertada para as mudanças e tem
um conhecimento prévio das mesmas. Conseguimos
manter-nos atualizadas, assim como a contabilidade do
cliente, pelo facto de termos os documentos ao mês”,
assegura.
Um dos focos da Aritmosoma são jovens
empreendedores. “Apesar de existirem pessoas
com 60 anos ainda bastante jovens, procuramos
pessoas que sabemos que estão nas conferências de
empreendedorismo porque não querem avançar de
cabeça, sem saberem o mínimo dos negócios e é esse
o nosso público-alvo. Participamos em muitas ações
aqui em Aveiro para apoiar esse público”.
No entanto, admite: “Já perdemos clientes numa primeira
reunião por acharmos que a sua ideia de negócio
não iria ser sustentável, eles desistiram e meses mais
tarde trouxeram novas propostas de negócio e aí sim,
avançaram. É a nossa maneira de mudar mentalidades.
O importante nos negócios é a inovação e estarmos em
constante sintonia com o mercado, diferenciando-o”.
A questão do financiamento por parte da banca não é
na perspetiva de Susana Velázquez o maior entrave à
constituição de novas empresas.
“Os bancos hoje estão impenetráveis mas a verdade
é que se apresentando um bom projeto, bem
fundamentado, eles não dizem que não. Antigamente
disponibilizavam mais dinheiro, mas agora só o fazem se
o plano de negócios for viável e com um bom plano de
ação e de marketing com uma boa estratégia comercial.
Além de existirem muitas outras fontes de financiamento
que não as instituições bancárias. O empreendedorismo
não significa apenas abrir empresas, uma pessoa pode
ser empreendedora dentro de uma empresa que não a
sua, para progredir na carreira. Por vezes penso que às
vezes o problema não é apenas uma crise financeira,
mas também alguma crise de valores”, explica.
Atuando essencialmente em Portugal, a Aritmosoma
abriu fronteiras e hoje já trabalha com alguns clientes
internacionais.
“Temos clientes estrangeiros com uma visão de negócio
totalmente diferente, com objetivos estratégicos bem
delineados e com tudo muito bem planeado”, destaca
a empresária revelando as principais diferenças entre
trabalhar com clientes nacionais e internacionais.
Mas também é de desafios que vive esta equipa e um
dos objetivos futuros passa por contratar mais pessoas
para prestar o melhor serviço possível, serviços que
normalmente outras empresas semelhantes não
prestam.
“Estamos neste momento a desenvolver Vales de
Inovação e Empreendedorismo em várias empresas de
norte a sul do país, onde as queremos apoiar no sentido
de as fazer crescer ainda mais e para outras vertentes
de negócio. Porquê? Porque para nós é um desafio,
queremos ser muito bem sucedidos, e que as empresas
verdadeiramente cresçam. Estamos já certificados
perante o Portugal 2020 como empresa consultora na
área dos Vales e este é apenas um dos nossos grandes
projetos futuros”, finaliza Susana Velázquez.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
112
INOVAR PARA CRESCER
Sediada em Ermesinde, a empresa distribui embalagens, de alumínio, plástico e cartão e ainda produtos e acessórios de higiene e
limpeza essenciais aos ramos da restauração e hotelaria. O próximo passo é alargar ainda mais a oferta.
vallispack - a loja da embalagem
“O importante é a satisfação do cliente”
A empresa familiar fundada em 1992, com
a designação, Mário da Silva Oliveira –
Sistemas de Embalagem, surgiu “após
16 anos de atividade num restaurante.
Terminaram a ligação ao restaurante e começaram esta
aventura, no início focado nas embalagens de alumínio
para take away”, explica Mário Vale Oliveira, filho dos
fundadores e atual diretor comercial da Vallispack.
O interlocutor revela que o pai Mário da Silva Oliveira
sempre foi um excelente “gestor financeiro” mas perante
as contrariedades, inerentes ao ramo empresarial, a
positividade, energia e o apoio da mãe Luisa Vale Oliveira,
fizeram a diferença para a construçao e crescimento do
projecto. A empresa oferece, atualmente um composto
de produtos para a restauração, hotelaria e pastelaria e
diversos sectores de negócio, estando pronta a satisfazer
todas as necessidades do cliente. O crescimento da
Vallispack levou ao desenvolvimento de uma estrutura
mais sólida, “a partir de 2000 apostamos na construção
de uma equipa de profissionais que começou a ganhar
uma forma mais consistente entre 2007/2008. A
qualidade destes vê-se no crescimento verificado. A
partir desta altura a estrutura orgânica ganhou forma,
o meu pai com o departamento financeiro a minha
mãe com o administrativo e eu com o comercial”, a
criação de um departamento de design próprio, que
conta com a colaboração “out sourcing” da minha irmã,
Andreia Oliveira, vem reforçar o nosso posicionamento,
ir ao encontro das expectativas dos clientes. ressalva
o diretor comercial, com formação superior nas áreas
do marketing e gestão. Mais recentemente, em 2010,
adquiriram novas instalações e, em 2013, entraram
no ramo da indústria com a aquisição de uma unidade
industrial em Gândra, Paredes, onde “neste momento
produzimos caixas, brancas, kraft ou personalizadas, e
uma infinidade de produtos à base de cartolina, muito
focadas no sector alimentar”, esclarece o entrevistado.
Com esta aquisição são muitos os desafios que a
empresa tem pela frente estando “a avançar com o novo
projeto de mordernização da fábrica, implementando
uma série de normas que são fundamentais para esta
indústria, o objetivo é ficarmos bem posicionados
entre os melhores, atingindo o nível de exigência de
qualquer cliente Mundial”, ressalva Mário Vale Oliveira,
acrescentando que “com esta modernização o objetivo
é internacionalizar” a Vallispack. Através da inovação, a
empresa pretende um novo posicionamento no mercado,
para tal, estão a ser realizados “vários processos em
simultâneo, como a divulgação para as feiras, a inovação
na fábrica, a melhoria do processo produtivo, dos
serviços de distribuição, dos serviços administrativos
e a implementação do novo software” para a gestão,
esclarece o interlocutor. Futuramente, a Vallispack vai
apostar mais na “formação dos recursos humanos,
na organização da estrutura interna e infraestrutura,
criando mecanismos que permitam ter mais qualidade
no trabalho”, contribuindo para o bem-estar dos
trabalhadores e, consequentemente, para uma maior
satisfação dos clientes, ressalva o diretor comercial,
Mário Oliveira. Uma outra novidade é que muito em
breve, os produtos da Vallispack vão estar disponíveis
na nova loja online, que deve ser lançada no início de
2016, com o intuito de “facilitar o acesso dos clientes
aos nossos produtos. Estamos a aprimorar a logística,
há clientes que podem passar a receber os produtos
no dia seguinte, o nosso serviço online vai permitir
estarmos mais perto do cliente e num horário bastante
mais alargado”, realça o diretor comercial. O futuro
da Vallispack passa pela modernização, lançamento
de novos produtos, internacionalização, crescimento e
desenvolvimento da empresa, tendo sempre como foco
principal “a satisfação do cliente,”, conclui Mário Vale
Oliveira, diretor comercial, continuando o trabalho de
compromisso e confiança em busca da excelência que
vem sendo feito desde 1992.
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
113
Fundado pela conhecida especialista em línguas estrangeiras Pilar Pantoja em 1982, o Centro Europeu de Línguas arrancou com o
objetivo de “tentar fazer uma abordagem diferente que pudesse ser usufruída por todos e ir ao encontro de todos” explica John Walker,
diretor pedagógico. E assim surgiu a ideia de ensinar línguas estrangeiras duma forma personalizada e específica, destinada a jovens
e adultos. Atualmente o Centro tem duas escolas em Lisboa (Areeiro e Amoreiras) e desenvolve ações de formação em todo o país.
centro europeu de línguas
Tratamento personalizado no ensino de línguas
Uma vez que as línguas que aprendemos no
ensino regular nem sempre são suficientes
para que as pessoas saiam aptas para
dialogar à vontade numa determinada língua
estrangeira, John Walker considera que é essencial
complementar as bases gerais que temos de uma língua
com um ensino mais aprofundado. Daí ser “urgente que
haja possibilidade das pessoas aprenderem estratégias
de comunicação relevantes no seu quotidiano”.
Relativamente aos alunos, o diretor revela que o Centro
se destina a crianças, jovens e sobretudo a adultos,
proporcionando um percurso que acompanha o aluno
ao longo da vida, incluindo aprendizagem para fins
profissionais. Deste modo, agrega vários trabalhadores e
gestores de empresas e instituições públicas e privadas,
nacionais e multinacionais.
Neste sentido, os trabalhadores sairão preparados
para comunicar com os seus colegas e clientes
estrangeiros através da realização de reuniões, envio
de emails, telefonemas, apresentações, e todo o tipo de
comunicação empresarial.
Mas a importância de aprender línguas não se confina
à necessidade profissional, o diretor pedagógico realça
que os cidadãos têm necessidades específicas no dia-a-
dia porque a comunicação é essencial à vida de qualquer
pessoa: nas viagens, nos hotéis, nos restaurantes, nos
transportes, na farmácia, etc.
Entre as diversas línguas lecionadas no Centro Europeu
de Línguas, John Walker esclarece que o inglês continua
no topo da tabela mas o espanhol também tem tido
um crescimento significativo, seguindo-se do francês,
português, italiano, alemão, holandês, russo, entre outras.
Importa ainda referir que atualmente o Centro reúne
cerca de 1200 alunos.
Os cerca de 60 formadores da equipa do Centro
Europeu de Línguas possuem qualificações próprias
para o ensino de línguas. Para além disso, esta escola é
acreditada oficialmente em Portugal para lecionar cursos
de Formação de Formadores em Línguas: “o professor
é fundamental não só para orientar o processo de
aprendizagem, mas também para motivar as pessoas a
exigirem cada vez mais de si” frisa o diretor pedagógico.
Surgiu, em 1987, a oportunidade de colaborar com
os programas de Educação e Formação da Comissão
Europeia. E nesta matéria John Walker explica que a
escola trabalha em três áreas distintas: mobilidade – uma
preparação específica para a experiência de trabalho na
União Europeia; investigar necessidades de formação
em línguas para fins profissionais; e, finalmente, criar
novas ferramentas de aprendizagem de línguas para
uma determinada área profissional.
Para o futuro, John Walker garante que o grande objetivo
é ajudar as pessoas a aprenderem cada vez mais e
melhor outras línguas. Já que as pessoas têm cada
vez menos tempo para conjugar este tipo de formação
com o seu trabalho e com a vida pessoal, este ano o
Centro já arrancou com um novo projeto, sem restrições
a horários, que se chama “Inglês sem limites”, “em que
vamos ter sempre um professor disponível para receber
o aluno a qualquer hora que este puder ir, dando-lhe
sempre uma aprendizagem individualizada” esclarece o
diretor.
Em forma de conclusão John Walker não deixa de
salientar que a grande diferença da equipa que constitui
o Centro Europeu de Línguas é, sem dúvida alguma, o
tratamento individual que presta porque “cada aluno é
único e a nossa experiência na orientação da escolha
do curso mais aconselhável para cada formando marca
a diferença”.
john walkerDiretor Pedagógico
INOVAR PARA CRESCER
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
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Criado a 26 de setembro de 2009, dia Europeu das Línguas, o BabeliUM – Centro de Línguas procura responder à crescente necessidade
de aprendizagem de línguas estrangeiras, através de um grande leque de ações de formação na área das línguas, tanto para a
comunidade académica, como para o público em geral.
BabeliUM
Universidade do Minho promove centro de línguas
O nome BabeliUM escolhido pelo professor
Orlando Grossegesse, fundador do
BabeliUM, faz alusão ao mito da torre
de Babel. Porém, em vez de entender a
confusão das línguas como um castigo divino, adota
uma outra interpretação, surgida a partir do Iluminismo,
segundo a qual a diversidade linguística e cultural é vista
como uma dádiva. “E é com esta visão que o BabeliUM
se propõe contribuir para que a Universidade do Minho
seja uma universidade multilingue aberta ao mundo”,
afirma Cristina Álvares, diretora.
Entre as instituições de Ensino Superior em Portugal, a
Universidade do Minho (UM) é pioneira na introdução de
cursos livres de línguas e culturas estrangeiras.
“Criado para dar um enquadramento institucional
coerente à oferta educativa extracurricular do Instituto
de Letras e Ciências Humanas, o BabeliUM é o maior
projeto de interação com a sociedade que esta Escola
da Universidade do Minho possui. Ao mesmo tempo é
o executor prioritário da política de multilinguismo da
universidade”, conta a diretora.
O BabeliUM oferece vários cursos com qualidade,
lecionados por docentes competentes e qualificados,
que têm a língua que ensinam como língua materna, a
preços bastante acessíveis.
Assume-se assim como um centro de difusão de
línguas e culturas, estimulando um ensino de qualidade,
fundamentado na qualificação dos seus recursos
humanos e na prestação de serviços à comunidade.
Política de Multilinguismo
Consiste em dotar a comunidade académica e
a comunidade envolvente de competências de
comunicação em línguas necessárias à vida num mundo
cada vez mais globalizado. “A política do multilinguismo
é um vetor crucial da dinamização da Universidade do
Minho como instituição internacionalizada, aberta à
pluralidade das línguas e das culturas, em consonância
INOVAR PARA CRESCER
cristina álvaresDiretora
REVISTA BUSINESS PORTUGAL
115
com as políticas do Conselho de Europa e da União
Europeia, e como pólo dinamizador de uma região
também ela aberta ao mundo. Através de uma grande
diversidade de ações, eventos e serviços procura dar
ênfase à importância das línguas como ferramentas
de cognição, comunicação e convivência intercultural,
uma vez que o conhecimento de línguas aumenta
competências transversais num mundo multilingue;
promover a convivência intercultural como elemento
essencial da cidadania em democracia, contrariando
tendências xenófobas e de exclusão social; apoiar a
consciência generalizada acerca da importância da
língua portuguesa e das suas valências no contexto
europeu e internacional, nomeadamente através de
programas do ensino e da aprendizagem do português
como língua estrangeira”.
Oferta formativa
A Instituição promove um amplo e diversificado
programa de formação, dinamizando um espaço de
formação multilingue e intercultural e demonstrando
uma enorme flexibilidade em ajustar a oferta formativa
às necessidades do mercado empregador.
Assim o BabeliUM ministra cursos de Inglês, Francês,
Espanhol, Italiano, Japonês, Alemão que nos últimos
anos tem registado muita procura e ainda, Árabe, Turco,
Polaco, Checo, Galego, Russo, Romeno e Linguagem
Gestual Portuguesa, ainda que estas últimas línguas,
ultimamente, não tenham tido muita procura.
No BabeliUM também é possível aprender português
língua não materna (PLE/PL2). O curso contém três
modalidades: o curso anual, que para além das aulas
lecionadas tem um programa de atividades e de visitas
de estudo; o curso semestral, em horário pós- laboral
direcionado sobretudo para os alunos Erasmus e ainda
o curso de verão com 72 horas com um programa
de atividades culturais em paralelo, executadas com a
colaboração da European Student Network que tem na
Universidade do Minho o seu núcleo mais dinâmico.
Outros serviços
Para além de toda a oferta formativa existente o
BabeliUM também presta serviços de tradução,
interpretação, legendagem e revisão de textos, não só
a nível académico como para a comunidade em geral.
Importância do domínio das línguas
“Saber comunicar em outras línguas que não apenas a
língua materna é muito bom e positivo em vários aspetos.
É uma necessidade no mundo global, aliás sabemos que
a possibilidade de emprego e de bom emprego aumenta
com a competência em línguas estrangeiras, mas
também porque as línguas estrangeiras são ferramentas
muito importantes de conhecimento, de comunicação e
de convivência intercultural, portanto eu acho que esse
é um aspeto bastante importante e desejável no mundo
global em que vivemos. Enquanto cidadãos europeus é
suposto falarmos três línguas, a nossa língua materna e
pelo menos mais duas estrangeiras.
Em Portugal as pessoas acham que basta saber inglês,
mas as outras línguas representam uma mais-valia
importantíssima, porque, à medida que as empresas e
as instituições se internacionalizam e têm de comunicar
com clientes e públicos de diferentes países e culturas,
precisam cada vez mais de um quadro multilingue de
recursos humanos. Por isso, tentamos persuadir as
pessoas dessa vantagem”, refere Cristina Álvares.
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