pto. - cehr-ucp - portal de história...
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AVENÇA
Pto. D. l.l.ü•Ia .. Ia r r: çta F r~--e ·~a
Huo. d s Flor · !lt 281 P o n ~, o
Qu•inzenári.oQ * 25 de Setembro dJe 1976 An'<> XXXIII- N. 0 849- PreÇO' 2$50
Obra de Rapazes, para Rapazes, pelos R~pazes _ , Fundador: Padre AmArico * Director: Padre Luiz - -
r
APESAR OE TUDO ... NOSSO JORNAL
<<A'S orgia~ desmQTalizam; .são fontes rde revolta e fazem
revoltados». (PAI AM~RICO)
«Sim., estamos num tempo em que a V1ilda humana nada .signilfilaa.~~». !São ;pal~aJVr~aiS eX"traídaJs d:e uma das alocuções odo Senhor Bispo do P.ort-o, que, no mesmo ne::rto, ci tand:o R. Fotlereau, .con:clui: <~Sim, De:us no fiiiJgorflfáco dá como resui)Jtado a dviliZíação da náusea e do desespero.»
Sem se ape.11ceber, a pourco e .pouoo, de degr.au em degrau, amdlecido pelia água mdle da devassitlã'O e do egoí·smo, o homem vai descendo aos abismos maJis ca:1arrniltosos da íind~~ddade e da ser.vidão, nesta ho11a trágiCa da Hi:stória, em que à Palla'Vra, revelação sal'v'Efica péll:t'la toldos nós, a pedir o nosso .a!OO'llhimento e o n:osso comp11omisso práltJico e coerente, se sab1repãem as pallratVr.aJs sem sentido de pseudo-meSISi,as ,pa!ll'laldores e inoonsequen'tes. E se <~a:I1I'Umamos o EVaiJllgellbo nas .pr.atelretr,a~s e o Bom Deus no f11i:gon'"'fico» (R.F.) não podemos esperar .senão a desoridem ou o caos, oom todo o cortejo de negações e de mi'sérias.
tA pomorgr.alfrira desoarr:alda; a bus,c:a do .p:mzer e da vo!}upboosidade; a daf.esa e a .práiÍiioa . do nudismo, do abor.to ·e do :amor liiV.ne; a f,aci'l,irdade com que esquecem os -comp.:romi~&sos con!tf.aídos no malttíimónio, pe~a di'V'u~gação e o !fá!ctl acesso ao divór:oio; o a'V.i.l'téllmento do senltildo da dignidade do sexo f,eminino em nome de pseu'do-promoções da Mulher e d!a rSUa Hber:tação; os actos ou maniltestaçães .i:n'deoorosos reaJlizados em .pleno dia, à ffilaJneir•a rinstintiva das Simples besta~s; as baiCaJnais, fazend0 esquecer ,as da antJirga Roma, em oasas pa:rtl:ilowlares ou a~u:gad1as par·a o ef:eito, que não já em ·simlples <fuoi1tes» ou <ocilubes» especí1firoos; tudo isto, e o mais que se podreda .acrescenltar, sã·P sé;>;.i.a~
razões ,para que em •boa lóg.i10a, o v;er'dadeiro sen:tido da vida humana se vá eSboroando e a desgrtaça e os crimes maiJS hediondos .se vão processando. Se ajuntarmos ao r~e:r.ido, ent-re outras, .as sequelas do uso da droga, do desemprego e da pouca v-onl1Jad.1e de ;trn;baJibar de muitos, fáreH é toonaluilf do desespero e da f.irustr'ação da n>OS·Sa sdciedade, ·que só ,poldem conduz·irJ e inequiirvooamente, «à nálusea» e ao <«<eseSipero».
Continua l1la QUARTA página
--------------------~-------J
Tão velho comQ .ele é este seu eará·cter de jol'lnai possuído pelos leitore$ - possuído pelo gosto Ida sua frui~ão e assumido em 1respon:sabUidade por todos pa,ra quem ete é, de quem ele é, por quem, afinal também é.
Nele se eonrf·itma a fórmul·a eminentemente actiw t<de .•• , para ... , por •.• », que Pai Américo quis realaar com os R_,apazes, com os ~Doentes e, ainda antes no tempo, com os Presos que assistia na Penitenciária de Coimbra,_ o que ·lhe v·aleu a e.xJPUilsã'O dela por ~atrevido e inconveniente. Não sai um número que não traga presenç-a dos ·L.eitores; e .tão importante a julgamos e tão querida nQs é que,. em cada ano, no número de raniversário1 esta presença tem um lugar relevante, é o centro vital da celebração da efemtérlde.
INiadOilJaíl1imdo, pois, no sentido mais genuino da palavra, quando nacionalização era ainda um ltenno estranho ao léxico corrente, O GAIATO vive onrtQlogicamente adoptado :zlê . Povo: é dEle e pal'la Ele; e, mergtdhandQ profundamente na sua consciênci·a, mais dQ que aquela qualifica~ão, pretende justifiear a de Uiilliv.ersalizado porque tooo .~ só Q seu interesse é o Homem 1e entre os homens «Os mai·s caidos1 os mais abandonâdoS)). Não ·hã segundo sen.t1do, não lhá outra inten~ão - 10 Povo sabe-o na sua intuição. Por isso se
Entrada principal das noss{])S oficinas de Setúbal
nos adi31Jl1ta em matéria de preocupa~ões e nos &z ·atender 'a problemas em que1 recentemente, não .tínhamos aind·a reparadQ.
Sa!boreiem esta carta:
<~eus bons Ami.gos As nossws entti'dades que su
rperJntenldem na imlprensa estta'titsalda, informar~ que a parti.r de 1 de Setemlbro, os jornai1s pass·am a custar Bs·c. 6$00 (is·to é, 50% de aUJmento!) e jusnilf~aam~se oom o elevado 'Custo do papel.
IErrnlhona nra imprensa diá,r·ia, o ClliS'to do péllpel atinja v~erha ·elevada, não creio ter sido 1sso 'a p:rin'Cilpal determinante de um tão gt'lande aumento, anltes sou }ev,ado a crer que a base
r
é o cus1o .e_x~cesSJivo do conjunto - <~administl'lação - redacção - IOOrnlpOSição, etc».
&e, neste sector, as nos·sas en'tirlra'des não tomarem as mea ditd'as a.dequad,as, não faltarão de lfulturo maí's e maiores au"' m·enrt:os, senão sulbsíd:ios que seremos nós a pagar qJUer compremos o jornal quer não.
Oom o nosso <dFarrnoso» já não é assim. O oonjunlto aJtrás re~eriklo não IC'Onta pllalticamentte. O cuSto do pape'l sim, e quatquer aumento do · ·seu preço, retfl<et:Je-se na mesma proporção no custo- do jornal.
Procurando suavimr ta:l Si• ltuação, eis a r.azão do pequeno y;ale de correio jrmlto, e se to-
Conlt. na 4. • pág.
Calvário A montanha impõe-se por aqui. E nela, em cada vale,
a verdura das árvores ·e a frescura do rio. Em todos os cumes, a diversidade da pe<fra, da 1tonalidad:e, do aro11UJi. E as l,nÚvens gostam ·de os roçar com l'rW~guice.
A estrada sinuosa, em descida íngreme, /Jeva-nos lentamente às águas 1/;ranquilas da barragem. Passadas as du.as pontes, ·o ·arvoredo adensa-se. A estrada, agora com 'TTU!nDS
visibilidade, mostra-nos aos poucos todos os recantos do Gerez. Não tardam as rtermas. Neste domingo de Agosto, um .
m·wndo de ge·nte e de 'Cor passeia-se com Jentidão temwl ·no fundo :verde escwro da paisagem. A água e ·o \centro de atracç.:Uo. O motivo .que dizem restar ~Sempre ·na origem 'destas peregrinax;ões anUOJis. Hoje, para muitos, ttalvez ·seja ape-nas o pre· texfJIJ. A bvcluz. para ·dela se medicarem, consoante a prescrição, é comprida :e pacient'e, ·se bem qwe palradora. Contemplo.
É a primeira 1vez ·que aqui ·me .encontro. iV enho por mão de pessoas frequen"[,a(}oms deste paraíso de •repouso. É que, vindo às águas, aquelas deram com 'Owtra 'água no ventre inchado duma pobre muther já acamada e sem forças e quiseram que ·eu a vis;e .tantbém ·e desse a mãe paro a ajudarm.os '1 tirar dali.
A casita onde mora é modesta e de favor, ren;te ao Hotel. Estendida no divã, a Doente já não quer mais viver. ·Mas é preciso ajudá·la.
A ajuda começa pela abertura .da carteira ·de alguém que me acompanha. A pobre 'enferma 'arregala os ollws e 'respira fundo ao ve.r o montante de suas dívidas saJldado num instctnte. E, com das quites, já podemos dar-lhe alento, não digo para viver longo tempo, mas para viver mais em paz.
A vida é tão cunta, qzbe ·se não nos dispomos a dar a mão, multidões passam por nós e . nada ~ucram com a ITWSS<;t passa· gem. E ·a' mão amiga que se estende é .sempre auxilio bené· fico. Importa é que seja mão amiga.
Falamos agora ·da ida para o Calvátrio. É uma libertação, além ·do mais, das preocupaçõ:es diárias mais elementares. É
mão amiga que se dá. Uns vão às termas para repousar. Outros de·param ali com motivo para não mais poderem
descansar. Assim foi desta vez. Pe. Barptist:a
~~--------------~------~
2/0 GAIATO
>C O .MP ANHEIROS - Pelo que se
diz, os pássaros são a'llrimais engra
çad~s que, com o sem ohiíJ..roar, nos
conv.1dam no tempo do ca.J.Qil", a ir com e les voar ... vO'ar ... Pocie, é a pm
pósito de5tas aves qu-e vos vou hoje
f alar.
As p~des ex:'t'e'l.iiores -da nossa
casa-·rnãe são cOberitas com trepa1dei
ra'S. Os passal'itos aproveiJNltm e fiarem
ah os seus ninhos b em pôi-:tío de
nós. Se esta.mos na oração da ~arde,
lá os ouvimos a clhi1rear e os vemo~
a 00'1 tlÍit&r, procunail11do com~da pelo
~hãot>. - Com o hico dh'eio diilrci<gem-se
.aos ninhos 011-de seus fiJJ:.átos oope
l'am o a1im·e.nto.
'lsto, bastanltes vezes segulilda~. Eru, e ore1o que marirs a!l.1~lS dle .nós, con
templaffilos e a'dmi'llll!lllOS essas tão quer.i!dats aves. AH penmBlllec·errn meses a fli10 sem n:ingu•ém lhes f.az:er ma!!.
Cá om Oasa, a não ser os maro
t'Os das fisg.a:s, não há caç.adoo:es ...
PRAIAS - Está o Ú!bb1rno tllJl1lliO na
praia e nem uma lllOii:ÍLCia de algum
turno 111nter.ior. iEstou equi!Vocado; ainJda agom ouv~
di:oer que ia saritr uma cróniiCa sobre
Azurar.a.
Será verd111de? !
Deus queiire que s im e vamos lá ver o q•u'e o 4.0 e úllt'itmo turno nos
r eserva.
TRABALHO Os m estres dra t~rp.ogra.iliia es t!Wiam tod'Os pa.ra férias,
menos o J úr1io . O núrrnero anter'Íor
d t, O GAIAI'f.O Vinlha de seu: fe~to.
, Não hourye o'bstáculo pa.fla os rB~pa
ze:; d'a oiii!di.na. E:1e ena o .Má<r.io na
lntertyp•e, o J úliiiO e o IVI<irguel a pa
gin·ar e O GALA TO lá ia a:nJdarudo. Na impressão, era o } alilin-e e o Ti
nooo, tomando amboo con:ta da: má
quin·a. A malta lá se desenrasoou! IEntret~rnll:o, e d·ypoli:S do jorna'l estar
pr o11:to, fornos dhamad~s a Í[' trahal'hal' pru-'a a nossa mata de Ca!l<ves.
Nós , os tiipógma.fi~ hal:rirt;uarlos a
p gaT em coisas leVeS, fonws g.Blllhiar bolhas nas mã'Os. Tudo aca!hou e es ta
mos de novo na of1i1Citn•a.
C01 )ViVJiO D.OMINIJÜAJL - Foi nv domingo, 12 de ~tettnibro, que
r ecebemJOs um·a carav.ana de Meires. Alg umas p essoas vieram só como
vis i tantes ; ou:t11a.s, porém, as mra·is no
vas, vie ra.m para con·v'irver connosco e !llqui passaram o dli'a.
De mar hã, p.or volta dJas 9 h oras,
rch egaratm e :liorrlllrn rtecebl~cLas por vá
:rlios dos n o ;os Rarpaz.es. Pomos à Ca~pela ()nde tivemos um eill&a.io dos
cânJuicos que , Mlllito nós como eles,
ti ríamos oantar.
De se~~ldla fomos p:a.ra as esool•as, 0 1 de, r euni·dios, disou1tJimos d:1vel"SSe!
te ma , e11-tTe eles, a e'durc.açã'O hoje
em d i<a,
Ao me io-;dlila foi a Missa. To-dos
ailegres partrioi,pamos ; fui urm powco
.dri:fereJ]te, pelo menos no que to'ca
ao:; câiJ.:IiÍ<cos, p'ois estav;rumr presentes
os j ovens de Me1r~.
T erminada a M•issa, fo.i o almoço
de confl'albernizaçâlo. Juntámo--nos no
poman-, oTl!d·e a m lva fresca n•os co'll
vi•d'Ou a senta'l.', a fim de p~Yd'ermos
alm'Oçru mais oomod.amente .
IHüuve muliiba am~Z'a:de. Se nos ap·e
reoi-a este p e ttisoo, oomíam10s; se ll'OS
ap·e'!Jeclia '() do wmnrhro, pois íamos lá e COilll a devirda licença ti!rávamos o
que des dávamos. Estáv:armos num
ambiente mesmo fiamii~ilar.
D ôp<Yis fonam as danças de roida. O
que c.swagou tudo Eoi a dhuva que
nos obri~u a 1.1eooliher no ruosso
salão de restas O·nde, pú'r volta das
17 h., houve um espedtácu'l:o d!e va
r iedades. C<Ylalhorámos nós e c011.alhoraram eles.
6eguiu-.se o baiil•e, mas já nãlo de
r o1d1a, rruas sinn aos prures. Dançou-se
·e bli'i'rou-se 81r.é não se p;oider mais.
!Por v<>l ta das 19,30 h. esta'Va tllldo
t ermliln.&do.
ifroi um 'd'i.a cheio .pai a nós e quem
nos dera que houvesse mu1itoo dias como es~. Oxtalá qllle atinda ven:hram!
Foi urm di:a de ocmvív.i~.
A CRJlANQA - <<Nas guerras há sempre imqm•ves. As Crirmç.as são
·as ma.iores vÍ't'Ílmas de sl~tuações in
j u <i tas. Foi J]O Congo, fO'i nro V•ie tn.am,
.foi no Bialfra . Hoje é em Angola.
Que futUJTo prepara o mun.cLo pama
es tJas C:ria nças ? E·l:as sá'O i.m:o·cen•res,
j.r11o:fensivas , deslllrmadas. PO'rque é que
se hão ... de armru: pallll api10llder a ma
taD>
E s tias P'a."Itav-ras li~115 e nunca ma·is m e saíram dra me11rte. Os homens
fazem a guer.r.as e as Ciiianças sem
· culrpa ~8Jmlbém p8!deoem cO'lll suas pró
prias v<idas.
!Não é só com a s guerras que as
Cúanqas morrem; é trurnbém. coon en
venenall11Jelll,tos~ faJtas dle cu~dado dos
P'a!is , uma bomba que foú enc:ontrada
e que se 81pnhou para br.mdar, drogas venooos as que se ing<e~riram, e tc., faJ_tas de cuidado dos pais.
·O diLL 16 de 1uúho, aniversário da passagem de .Pai Américo para a Vida, foi por nós .jestejcido.
O pa1i:s sabem que as Cl-'ianças são
mexil1hon.as , que gos tam d:e ver como
as cois as são fui1tas.
É preciso ver se há mais ouilda.do
t- r p eillo pe1as C1oianç:..a.s.
<<.Marcelino»
ealidade ou son o!
En sei de jovens calmos Que sofrem na carne e na alnw, As in justiças e repressões De homens severamente mandões.
Eu sei.. de Crianças belas Que são maltrat!adas Pela fome e pela guerra.
Suas bocás pequenas, são aliirnentadas De pão m1w,rgo, da negra terra.
En sei tde mulheres grávidas Que vivem na desgraça.
Neto têm cidades com jardins viçosos, Nem aldeias oom campos airosos Onde possam colher flores Para .oferecer aos seus anwres.
Eu sei d e lwmens bons Que estão presos e condena<Ws,
Por terem ideias novCliS e -J;iferentes. Suas vidas repletas de ju.ventude, ]amais verão u.ma Pr.imavera florir.
E as estrelas, à noite, a saltitar e a rir.
M-anue1 AmândtiJO
AU110~00NSTRUÇÃ.0 - Não é primeil a vez que, aos drooningos
.de manhã, paramos na ladeiÍ<Ia de
um monte a ver um homem de rija
tê'mlpera canoluin'do a sua m001ad1ia.
!Em remp'Os, já recebeu ,dias nossas
mãos tLrn pequen'O auxílio.
~rumentou o ,prédio. Ampliou quar
·,tos e sala. E, ag~()M., como não po·dia
1deixa:r de- .ser, telimiina o quarrto de
banho, benn a~prov:eá.taldo, com louça:
muito giTa.
- ó homem, como é possível
fazer ttaruto! ?
- .Com mui<to trabaillho e mtti•tas
econ.orruias . . .
Não é um proletário burguês. Tfflll o sentJi.do .d·a auster·i•daJde, .dia econo
mia. É um Revolucionário parcífico.
Um símboJo do País novo oOim que
todo 5onhamos.
Nesres oasos, coono rhallntuaiJ.men•te,
a Mullher d e5dobr.a-se entre a co:ú
nha, a taloCiha dia massa e outms
€.erviç.os iDJdispensálvre>is. Estas mul'he-
res .dão uma gran1de lição às ~ótiicas
lib-er!Jinas do emancipalismo! .. .
- A gore, Silm; dá gosto viver ... ! Moradi>a q•wase 'Pl'oota, coan saori
;fírcios de tod•a a orldem. Fe~l·izes. Ora se não!
lEstes qualdros ·druliarll1J ainda ense
j<J para esc1arooer, in loco, os res
ponsáveis p·eLo prohlema -da habiv~
ção, ad.go d'efu11rna!dos pelo m:acrdC-e
fa~iBmo reinarute.
25 de Setembro/I 976
SETOBAL- A praia e eles. Binómio que se repete todcs os arws.
Ev:ilde ntemente, •a AruJ~o-!Cionstru.ção
pon tân t:~a nã.o é uma ohra vistosa.
M as !itll'd.isp·ensá'Verl à solução d:as inú
meras oarêno~as existe111t es.
Daí, quaruJbas vezes Il!OS en't'liisrece
mos •por não se av•a'l'~wrenn estas acções
com os olhos a'berbüs e irute~igência
esdarecJilda; com uma ,co:Jiaihooação
adequada e serm qu•arisquer gniJlh~tas.
Quanto não tem IPertLildo o País!!
A Auto-Construção espoll'tânrea, no
mesi·o rural, nãro p olde ser esqu~i·d·a.
n em e bar à arueooê de planos conce
h-irdos só para quem possa fazer uma
obma doo pés à oaheça, sem imrpas
scs. ·Precisa rqure os responsáivdis e os
·t:écn·icos qlllle elaborBllll pliafl],()S ld'e in
vesti:menlto, estu-dem os casos parti
(mlares. E venham P'M1a o in:teoor
do .País dar a mão aos Auto-C<l'lls
rtrnrtores! Alpilanar-rlhes o oa:milll!ho; -fuc H it g_ ~1 "'Ut ma.tedaJis a: baixo custo;
ceder-'l'hes oapliltal >a j'u!ro insignmoan-l!e; e até mesmo (porque não?!)
collice'd!er.Jhes Ullll pequ~no auxmo !Il!O
:netál'i'O. lncen!bivo que mereoem. (E)
não é fruy,or ne nhum. Mas obriga
ção ptYlítiim e socia!l. Assim, mendi
garíamos lá fofla murito menos para
a solrução dlo complexo problema da !hta:bitação, ICOm ilrwestÍlmerutos qu-e são
prata da casa.
Thna.. ~i:ruguagem não é rnu.ito a-oes
BÍ<vel. tÉ malis fácii, a'i!rudia .hoje, oons-
n-uir torres üU btci.rros nos meios
urbruws; ou conoooder créditos retin
tamente da.pi•taítistas pra:ra a compra de habitações!!... Dá menoo trahalho. E, :n.o fim, quem lucra? Os que
:podem. A marginalização dos Pobres
con:cinua. E a:s migrações, também.
lJernos, há diias, em conceituado
semanário, uma ver1dalde iiiniplío~ta em
O GAIATO !desde que Tl!asceu:
-<<Ü Praís precisa, neste momento,
que se faça rum levaJJ.tamento dos gra.n!des pro'Meii}.as que o afligem,
que esses prob1lemas sejam equ·a!Cio
nados em tUo'<Las ou no máximo d~
suas facertas, qu~ se 111p0ntem sO'luções, mas soluçõe.s realis.t.as, que se mohri'Lire a p.opulação para as groan.des
tarefas de rec()nrstrução nao:ionarl.»
rN este I08SO especllfi'OC> dlirrí.amos ser impresoindive;l e fuTl!dame.n.tal mobil~
Z'llt: os resp·on-sávois p·uar a descoberta
da AIU to-Construção nos meios ruMia,
no seníttido de definirem imediatamente um concreto plano de apoio, a nível
nacional e regional, aos heróiros
Auto-Constm!JOires. ,EJles sacrificam o
estômago, a sa:úde, os tempos Livres . ••
e rll acção de t:ranscenlden oo valor par·a
n progresso sociral do País.
1 úlw M enxles
Do três turnos que já gozllll"S.m a Uél$ féri-as em Azunu1a, somen:te o
pen ú'h ·imo - este - é que dá notí
~ia J e co mo deOO'l'reu.
DGle fizeram p!láte 36 R:wpa7.les, m a
um deles -- o «i0ma din.ho» - nã.o
eh egxm a pas::.ar lliS três sema:n·a.s que
C!it.avam no nosso programa, perden-
dv uma, em favor do serviço mhl'iltar.
E m f&ri as doote llirp,o, em que do-is Hapaz,es é qu.e têm qU'e assum~.r a
ohefia, os alborredi!menlbos têm que
:exi t•ir. E mlbora não sej.a de gt'!ande
~ .ll1lportrul1'ci.a, .p8tl'e1Ce-me que são de
r e>a:lçaT. Os alborjjooimen1tos furam va
r..ia doo, en:do de mr&ÍIOr iunportância
o q ue tive ram como l'.a~z, rapazes
do turn o e pessoas d<a.qU'i de Paço
de Sousa. Daqueles qure a<COnl!eícemnn
en t Az ur·ara não são. nooessárt'!ios friza r, ú llo nãJo ~ausarem pr:ohlerua ·
d <: maior. Aquel-es qrue llliverarn raiz
a.qtl'i, e, e sim, mereoc:em ser conhe·
C'itdos .
Um deles, o mais i·~rumte, ~foi
o , egurilJlte : o clh'efe do turno - co~~ Jhe co~._petia - fazJ!a a lis ta dos ali
m entos que seriam n ecessários p!ail'a .a
nossa ' u1bsi. tênoila e en.t:r.egaVl!l-a ~o , r. Pc. Carlos ou a qu'OOl lá fosse d'f'> cá. O q ue aoonJt:ecia era que quan
do lá Íiilm · a m aJior f>'éill'lle dos aLümen
tos que e tJinhra:m pedi:do não iam,
nd10 .subs~ituídos por oo1ms que nã~ ram precisos.
Isso d erpo.is vinha a or ig1in.ar C()Tisas
desnecessárrias, ; s e d~de o princiJpio
'tu do tive-sse ~do collliO d.ev.]a, já n qs
não n cessiitáv,amos ck:J anda.r -a gastar
dün1hci:ro ooqu.il10 que preoieáv.amos.
O tempo não qu.ia nada coThllosco.
Q uase duas semrBlllas fol'l8llll d'e temp o
rtri t , em .que a clhu V1ll. e o finiJo foram
a. prl.nd p ari:s oarooterí'sti:oas.
A p esat" de tudo isoo, o que faJ,ta
·dtizer é que o tu:rnro COOTeu d81 .me
-lhor m 1m i·ra, ernbo11a. o chefe tri'Vesse
25 de Setembro/1976
sal para ser mais fácil a entrada». É fáciJ de compreender o sentido da palavra- entrada. Pude verificar,. na visita que fiz a uma comuna de Sesimbra que outros elementos estrangeiros do mesmo Movi-mento pernoitavam em abso
A terra onde esta nossa Casa que uma peça teatral de autor luta promiscuidade. Vi-os tra-está 1implantada é, como sabemos, uma das que sofreu mais impacto da sugestão !l'evolucionário do após 25 de Abril. Todavi.a o cariz pacato da cidade é ·o mesmo de há muitos anos. É ~ssa ideia que .nos aflora ao es.pírito,_ ~Rto depararmos a par -e passo com tabernas que extrav-asam de frequentadores até ·aos passeios contíguos, lo-go ·pel•a manhã. As ruas apertadas fazem-nos passar ombro a ombro por homens parados, aparentemente, a ver se o tempo passa,. se a sede volta ou se as pernas en-direitam.
Dizia-se, antigamen,te, que para a burguesia da terra a cidade era em Lisboa. No sector comercial ainda o é em grande parte. Em algo, porém, emparceira. A aglomeração nas bilheteiras do cinema é notória, para .ver filmes que o 25
de Abdl libertou da escrav·ização da moral,_ para o mito do sexo louco 1e consequente exploração do homem pelo homem . . :Aqueles que mais clamam d-est~ ~São os mai·s v-erticalmente iludidos. Disseram-me
e tado wm pouco solh!recarrega•do de
vido ao dlesiln.teresse de quase me11a
de da mallta e que esper,wmos padrovolta'l' para o ano seguin:te.
Morgado
FALTA DE AGUA - É comum
esta fr.ase em to-do o '11i'do. Fazemos
um esforço pau-a que 1a pouca que
o poço nQ's vaá dando ohegue um
poU'co para todas as da&s deste
nos.so agregaruo. Mas, por ve:ues, há
afluso'S e até outros asp·Odtos que
no <> fiazem sorl'ir. É o oaso de pas-
. $&'mos perto de wm quoa:rto de banho e ouvilfmos ágwa a correr de
uma torneira. ETa um dos <<'tÍpicos»
Doentes a ver a água a correr ...
- .O que está a fazer. - IThtou a lavar as mão .
- •E a oa:ra? - Só a hw() no sáhado !
Mas o mais curioso, é qu,e a preo
c upação mi8Jior é só qua.nrdo ·va-i para
o refeitório ou pare a owma!
ICOM!PIARTI!IJIMR - Trenho por
·companihe.iíros de mesa, afém de .ou
tT05 que aünd-a oonsegu~m coaner por
uas própr.i·as mãos, uan oae.al, 81illbos d:~ 82 anos. U['tlima:men.Jte tem havJ!do
fmt.a às refe ições. Como não têm
de l]te's, têm c<etita dm•culdrude e:m Í!Il
gerli-llm. Há dilllS, ao pBJrlli.r umas pêna:s,
de formru a fa:cJiilri:mr•lhes o total apro
veitamento, um deles disse :
- NÓs andávamos lá por fora, já há tanl'o tempo, a vi'Ver da:qu,ilo que
russo, levada à cena por companhi'a de Lisboa, logo na estrela viu, estupefacta, a sala deserta 'e teve de regressar à capitlall.
Não admira, pois'- que de Setúbal cheguem aqui contínuos e diários apelos para recebermos crianças abandonadas. A degradação moral segue em linha crescente e o direito primário de toda ·a criança a um lar,. esbarra em muitas consciências embrutecidas.
Quem diria até que um Ins.tituto {}e FamíU.a e Acção So
cial, nos meteu em Casa, a ·tí
tulo de ·ajuda Ilias tarefas desempenhadas un·icamente pelos Rapazes, <mm· !Cas·alinho francês}) do Movimento dos Cristãos para a Paz,. que de cristão nada tinha e de casal enamol"ado tinha tudo,_ 'desde que s_ con~1ecera~ na véspera de aqui entrar? Os Rapazes souberam isso de imediato, menos o ·Pe. Acílio, que mal tomou conhecimento inte~lou a assistente social responsável e esta l!he respondeu desonestamente que {cvieram como ca-
1103 davam m olhar se era bom
ou mail .para n' . E, ag()ra que temos
co i a tão boas, oomo esta :liruta que
se oome bem, mesmo oon:u c~a, o
enhoT a·inda e'Stá oom trabalho de a preparar pat'IB nós oomel'Il'l.IOO. Certas p soas deV1i1aan ver para ruoreldi.
tar que IlÓS agoca não somos uns
«coi~alel i nho » como nos tra.tava !Janta
gente !
Sem comentários ...
S.A1CUD1DELAS - Há reiv·in.d.ica
ções das mais d·iversrus que nos fazem e tre(mecer. Nã10 peLo fiacto ele sermos
contra ou a favor. Mas silffil, porque
os deveres e responsabilltioodes tão
longe a.nd'am, de mãos d-adas com o
bom seno.
balbar, é ·certo e ombro a ombro com as camponesas da terra na debulha do trigo. Estas ·protegidas do sol até ·aos olhos, em contraste com as duas peças Teduzidas tias estrangeiras. Do mais que faziam não pOfiSO testemunhar, mas 13penas pôr com ;verdade em dúvida a ·inten~ão ide par.tilbar da vidá da no·ss·a gente simples e sã. Que terá de cristão rtal movimento e a que paz nos quererá mover?
E quando é que nós mesmos, cristãos que nos dizemos1 nos movimentamos verdadeiramente !Para uma cruz·ada de saúde famHiar na sociedade onde vivemos?
Padre José M•aria
(( A nos· Os postais RSF vêm che
gando em catadupas. Além de sol'iciltar:em o 1. o v<Ylume do <cP ÃO DOS POBRES», .Assinanrt:es ihã que aproveitam ,para actualizarem a oolecção de obras da nossa Editorial.
Nesse sentido, o 2. 0 e 3.0 volumes do <~ÃO DOS POBRES» têm sido um voar. E não tardarão a fkar esgatados.
É um amor ver o nosso <<!Papagaio» a despachar encomendas! Dã um grande exempllo a muirt:os trabalhadores diitos
revolucionãdos. «PaJPagaio» veio da Rua. Sa
be como sã'O duros os espinhos da montureira ... Daí, ~aprende,
com o seu traJba!lho, como o nosso País só poderá subsistir com o trabal!ho dos portu-
O egoí mo campei.a. Há aqui mui- gueses. rtaa aouclidcla para quem duvid8Jl". Os nossos correios têm sido E retratam-nas pequenos f!IJOtos d-e -himalaias! E ,só com mu.il'to amor que .~,?mos testemunhas.
Eu nã,o sei se os n (}SS{)s Lei,rores,
em e..9pecia.l aque<l•es de longa da.ta,
e recol'dam da Mll([iJa Al~'Ce que
-ca u ou foi'te s!liÍ!I!Il.â'O a muilllas pes
as ao er «d~esoobertla» da fo11ma comD foi, descdta na devilcLa altrura.
Pois da e tá d:ifenmte. Não por
oonl~irnuar a ter sintomas irrecuperá
vcis, que é sempre um srufa:n.ã,o para
que m nos qu& , ooruhecer, mas sim
por ouvirmos fr-ases coono esta: «Hoje
não merencLo p orque duran1e a tarde
não tra'halhei» ! O murud'o tem de ter llll!a.is Justiça
e Paz, dizem, mas :frul'ta. o Airnor. Será que só com esta e out11as
Alices os homens encon'tlra:rão o ver
(la.deiTo rurruo? Pelo menos de sa;oodiiJdelas preclisa!
Manuel Simões
e força de vontade poderão ficar em dia, como desejamos. Numa rálpilda ;vi&ta d'ollhos pelo monte de cor.respondência repescãmos à sorte, a:lguns ex!traooos signiftcaüvos, que revelam como o 1. 0 volume do <<!PÃO DOS PO-BRES» v.em pela maiol'>ia.
sendo
Rio de Mouro:
aoo 1lh i'do
«Muit-o obrigado pelo «PAO DOS POBRES». Acabei de o ler. Chorei por várias vezes! Mas é bom chorar; fez bem. Deus abençoe 1a vossa Obra •.• »
Braga:
«Recebi 10 vosso livro e apres-
3/0 GAIATO
<<Diante de casos assim, ajoelha mais eu ... (PA I AMÉR ICO)
<<'Fazer o Bem sem olihar a quem» é uma máxima do Povo que muiJto nos agrada pelos seus res,saibos evangé!i.cos. Jogando no Homem, 1criatura de Deus, independentemente da cen:eza de ê:xri.to, mesmo quando, aJté, as possibilidades de su<;esso n ::>s parecem diminutas, temos a convicção profunida. de qu-e vale sempre a pena .realizar o Bem. Daí que nem as in~om;:n· 3-nsões ou os apalientes ou reaiJs fracassos da nossa acçã:o possJ.m abaJar a:quillo que deve ser pra.pósâ'to fir:me ·e constante da vida: amar .os Irmãos, sem tl"etic'ências ou à espera de agradecimentos. Seria, poflém, estu!lltíoia ou d·esafo:r:o -aJfirmar que somos insensí veis às man,iJfestações de justiça, porv·entura, de gra tidão, mesmo anónimas. Pa!la lá das v;irtudes ou dos sentimentos nos ser.em caros, hã que ,considerar o infiluxo ps~ioológico daí resulltante, por mor!tais que somos
Alguém, ainda novo, escr·eve-nos a carta que a seguir transcrev;emos, a propós1to da recepção do pri.níeiro vo~·um2 do <<!PÃO DOS POBRES»:
<eMeus bons amigos: Estas · simples letras par·a -vos agradecer o. envio de
mais lll'111'8 extraordtinária obra, obra essa que ,para mim 1tem um duplo valor, pois nessa obra encontro -relatados casos.
que me dizem directamente respeito, pois .-sou, felizmente, um dos muitos · que rfoi beneficiado com -as colónias de fé-
)\ das naquele tempo promovi-'1 das p1elo !Saudo5Q Pai Américo.
Sou IUm dos muitos que não tinham qualquer p·oss-ibilidade
. de comer :t'wtamente, ·quanto so,..me a agradecer-vos. Quan- ·mais para passar fédas; mas do 0 •recebi deu-me um nó na como dizia Pai 1Américo,_ era
dos que esperava ansiosamengarganta, não só por me lem- te pelos meses de 'Verão para brar outros que já li,_ hâ ·anos, mais uma Colónia, onde 'Ü'S Raem Angola e também escritos pazes da Rua iriam ter as suas pelo Padre Américo, como por férias, onde se aprendia algusaber do seu recheio. Nesse dia ma 'cois·a, pois reconheço que
era muito difícil segura-r tan-fui passear e lev.ei-o comigo. Serviu-m.e de ({travãm) e frequentemente 'O lembrava quan-
tos rapazes novos, alguns cheios de vídos e !habituados a um certo modo de vida,. más
do ficava «cheia>) da bele~a que com a orientação d ada1 tudo corria razoav-elmen te, para não
me cercava, avaJ.iando :a dor dizer bem. daqueles que passam U!Jila vida Apr(}veito a oportunidade inteira sem sentirem o gosto para vos •enviar X para ajudar de uns dias de paz, de Hber- a T'eali~ar o ·vosS·O sonho e: dade, ·e assim nunca encontra- para que continuem a sair'
mais obras, . que . eu ~eSperarei rem Deus na Natureza. pois tenho a cert:e~a mas en-
Agradeço-vos, pois,_ muito sincer-amente, ·a vossa lembrança. Ela é mais um ferrão a fazer-me lembrar que sou ((rica>>
por .Deus me dar s·aúde,_ filhos sãos e algum tempo para vi
ver a Natureza. O VIOSSO Uvro, e o fim foi esse, s-erve para nos mostrar -que a noss-a dor e sofrimento nada é ao lado de tantos calvários. Na verdade, as vezes ·em que me senti realmente ((grande>) e ainda me
sinto, é quando me esqueço
de mim ·para pensar nos Ou
tros; e quantas vezes me sinto
humilhada!
A vossa oferta não caiu em
saco sem fundo. Peço a Deus,
mais uma vez, que me dê for
ças para caminhar e agrade
ço-Lhe o amor manifestado; o
d-izer-me que me não esquece
a c .pôr nas mi-nhas mãos, . de
novo, aquilo que me mostra o
viarão. Com um abraço do amigo
certo ..• »
Bem haja, Amigo. Nós nada somos. Temos, .pol'>ém) presente que «Os padres da rua só po- . dem crescer e .oa;-,inh1r, na medida em que se convençam das mara'VIi1has que Deus opera pelas suas pa:ssadas e as preguem 1ao Mundo» (Pai Américo). Que as suas palavras nos ajudem a <~orescer e cam.inhan> na perspeotJiva ex'Pressa na frase citada, extpurgando de nós tudo aqui~ o q1ue pos,sa · ser impedimento ou .esitowo de pregar ao Mundo as mara'V!illihas do Al'to.
que é Eterno - darmo-nos com amor sem sep>€rar nada para nós.)>
IAlqui ,temos, como o «PÃO DOS POBRBS» mexe e remexe as almas!
Júlio Mendes
AVENCA
Pto . T" \ .... .., .. .. . . D • l.IJ. l" i a • r I 1''- r:~ a r ~,.e • ~a
{UO. d s F 1 o."' 3 t 281 P O R 1, O
Q wi'llZenário .25 de Set:ennbro de 1976 .Am<o XXXIII - N. o 849 - Preço· 2$50
Obra de Rapazes, para Rapazes, pelos R~pazes. , Fun~ador: Padre AmArico * Director: Padre Luiz . .
r
APESAR DE TUDO .. ~ NOSSO JORNAL
~<AIS orgia:s desmcralizam; :são fontes ·de revolta e fazem
revoltados>> . (PAI AMÉRICO)
«Sim, estamos num tempo em que a vdld:a humana nada signilfiilaa.~-». /São pal'alV•J.'\aiS e~tr:aídas d:e uma das a-locuções do Senhor Bispo do Portt<>, que, no m·esmo teJct:o, citando R. Follereau, .conclui: <~Sim, Deus no flii!gorflfàco dá como res~ a cirv.ilizJação da náusea ·e do desespero.»
tSem .se a:pef!ceber, a pou<co e .pouco, de de.gr.au em degrau, amo'lecido pela água mdle da d<evassiidã'O e do egoí·smo, o 'hom·em vai descenldo aos albi·smos mais calamiltosos da 1ind~gnd.dalde e da serwidão, nesta hoT<a 1Jrá!gilca da Hi:&tória, em que à Pa!larv·ra, rmr.elaçã'O sailiv'Efica paJ.'\a tokios nós, a pedir o nosso .a!oo'llhimenltQ e o n:osso cotnJpromisso práltJico e coer.ente, se oobrepõem as pall•alVI1aJS sem sentido de pseudo-messi:as ,palll'laJdores e inroons·equen'tes. E se <m!'lrumamos o Evangellbo nas .pr.a'telreirlaJs e o Bom Deus no fnigon'fi'co» (R.F.) não podemos esperar .senão a desorldem ou o caos, oom todo o cortejo de negações e de mi'sérias.
IA pomQgraliiita desoarr:alda; a busca do .pr.azer e da vo'lu:ptJoolsidalde; a d~esa e .a .prá~tioa do nudismo, do aborto ·e do :amor lirvne; a f·acm.idade com que esquecem os -oomp.:romiiS•SOs contraídos no maltr1imónio, pela di'V'u~gação e o !fádl aoesso ao divónoio; o arv.tltamento do senJtildo da dignildade do sexo f,em~nino em nome de pseu'do-promoções da Mulher e da ·sua }ilber.tação; os actos ou man~fiestações indecorosos J:"erulizados em ,pJeno dia, à maneira ânstintiva das Simples besta!s; as baiC'aJnai'S, fazendo -esqueoor ,as da antJiga Roma, em oas:as parti!Ollll:ares ou a~ugaldas par·a o efeito, que não jã em ·simlples <Cboites» ou <<:dlubes» especnfitoos; tJudo isto, e o mais que se podleria .acrescenltar, sã·!' sé:r..i.a~ razões .para que em boa lógilca, o ver'<:ladeir.o sentido da vida humana se vã eSboroando e a desgmça e os crimes mai.JS hediondos .se vão rprooessando. Se ajuntarmos ao refer,ido, ent-re outras, as sequel•as do uso da drOiga, do desemprego e da pouca vonltlade de tmbaJihar de muit-os, fácil é fO()Ilaluili' do desespero e da firustração da nos·sa sdciedade, .que só .poldem conduz,ir, e ineqUiirvooamente, «à náJUsea>> e aro <«<:esesipero».
Continua na QUARTA página
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Tão velho como ele é este seu caráder de jornal possuído pelos leitores - possuído pelo gosto Ida sua fruição e assumido em respon:sabUidade por todos para quem ele é, de quem ele é, por quem, afinal tambétn é.
Nele se conrf.i.mla a fórmula eminentemente acti<V'a t<de ..• , pélt'a •.• , JPOI' ••• », que .Pai Américo quis rearlizar com 'OS Rapazes, com os ·Doentes e, ainda antes no tempo, com os Presos que assistia na Penitenciária de Coimbra,_ o que ·lhe v-aleu ·a expulsão dela por atrevido e inconveniente. Não sai um número que não traga presença dos ·L'eitores; e .tão importante a julgamos e itão .querida nos é ·que,. em cada 1300, n-o número de •an·iversádo1 esta presença tem um lugar relevante, é o centro vital da celebração da efeméride.
INa'CiiQ'llall,iZJaldo, pois, no sentido mais genuino da palavra, quando nadonal·imção era ainda um termo estranho ao léxico corrente, O GAIATO vive ontologicamente adoptado Zlê Povo: é dEle e para Ele; e, mergurl!hando profundamente na sua consciênci·a, m·ais do que aquela qualificação, pretende justifiear a de U!Illirv:ersalizado porque todo .~ só o seu interesse é o Homem re entre os homens «Os mai·s caídos1 os ma·is abandonidoS)). Não ·há segundo sen.tido, não !hã outra intenção - 10 Povo sabe-:o na sua in•tuição. Por isso se
Entrada principal das noSS(JJ$ oficinas de Setúbal
nos ad:ian1ta em m•atéria de preocupações e nos !iiaz ·atender ·a !Problemas em que,_ recentemente, não tínhamos ainda reparado.
Salboreiem esta carta:
<~eus bons Ami.gos As nossrus enltidades que su
!{rerJntenldem na imprensa esltatilsalda, i:nformar<am que a partir de 1 de Setembro, os jornairs pa.ssam a cus1Jar Es'C. 6$00 (i·s·to é, 50% de aumen·to!) e justilfilcam~se oom o elervado cuSito do .papel.
IE!mlhona na impr.ensa diãT<ia, o cus•to do papel atinja ver.ba ·elervada, não creio ter sido isso 1a pr-i.nc~pal deberminante de um tão gJ.'\ande aumento, anltes sou }erv·a'<io a crer que a base
é o custo .e.x1cessrivo do conjunto - <~administ•r,ação - red:acção - oomJpOSição, etc».
Se, .neste sector, as nos·sas enttilda~es não tomJarlem as m~ di,d'as adequatdas, não faltarão de fulturo ma~s e maiores au!l m·enltos, senão subsídios que seremos nós a pagar qruer compremos o jornal q~ não.
Oom o nosso <~amoso» jã não é asrs·im. O oonjuntto aJtris refierildo não !conta pmlticamenlte. O cuSto do papel sim, e quaillquer aumento do ··seu 1preço, re!flete-se na mesma proporção no custo- do jornal.
Procurando suaviZia!I' ta:l Si• rtuação, eis a razão do pequeno v-ale . de correio jrmlto, e se to-
Oont. na 4. • pâg.
Calvário A montanha impõe-se por aqui. E nela, em cada vale,
a verdura das árvO'res 'e a frescura do rio. Em todos os cumes, a diversídaàe da pedra, da •tonalida&e, do aroma. E as ~úvens gostam ·de os roçar com Tl'W~gudce.
A estrada sinuosa, em descida íngreme, leva-nos lentamente às águas rtranquiln,5 da barragem. Passadas as dwas pontes, o arvoredo adensa-se. A estrada, agora com menos visibilidade, mostra-nos (J;()S poucos todos os recantos do Gerez.
Não tardam as ltermas. Neste domingo de Agosto, um _ mundo de ge·nte e de -cor passeia-se com Je-ntidão termal ·no funik> :verde escuro da paisagem. A água e :o \centro de atracçâio. O matavo .que dizem >estar ~Sempre ·na .origem !destas peregrinações anuais. Hoje, para muitos, ltalvez .seja ap'e·na.s o pre· textJO. A bvcha para dela se medicarem, consoante a prescrição, é comprida e pacierot'e, se bem qwe palradora. Contemplo.
É a prime·ira 1vez •que aqui ·me .encontro. Wenlw por mão de pessoas frequenta..doms deste paraíso de ·repouso. É que, vindo às águas, aquelas deram com 'Outra 'água no ventre inchado duma pobre muther já acamada e sem 1orças e quiseram que ·eu a visse .tantbém 'e desse a máeJ 1/)ara a ajudarTTWs ~tirar dali.
A ·casita onde mora é modesta e de favor, renJte ao Hotel. Estendida no divã, a Doente já não qu.er mais viver. Mas é preciso ajudá-la.
A ajuda começa pela abertura .da carteira ·de alguém q_ue me acompanha. A pobre 'enferma arregala os olhos e respLra fundo ao ve·r o montante de suas dívidas saldado nu_m i~tante. E, com ·elas quites, já podemos dar-lhe aleTI!to, nao -d~go para viver .Z·ongo tempo, mas para viver mais em paz. _
A vida é tão cunta, ·qzbe ·s.e não nos dispomos a dar a mao, multidões passam por nós e. nada ~ucram com a rnossÇL passagem. E a· mão amiga que se estende é .sempre auxílio benéfico. Importa é que seja mão amiga. · Falamos agora ·da ida para o Calvário. É uma .Zibertação, além ·do mais, das preocupaçÕ'es diária5 mais elementares. É mão amiga que se dá.
Uns vão às termas para repousar. Outros deparam ali com motivo para não Tnalis poderem
descansar. Assim foi desta vez. Pe. Ba1ptista
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