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CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA EM POLÍTICAS DE
ESPORTE E DE LAZER DA REDE CEDES DO RIO GRANDE DO SUL Núcleo: UNISINOS
As experiências sociais de acessos, aprendizagens e práticas esportivas de jovens de São Leopoldo/RS
Prof. Dr. Ednaldo Pereira Filho
Ac. Claiton Nunes
Ac. Khrysalis Castro
1. JUSTIFICATIVA
O Estado brasileiro tem o compromisso de desenvolver as políticas públicas sob
a premissa maior de colaborar com o desenvolvimento nacional e humano, por sua vez,
o Ministério do Esporte para garantir a consonância de governo assumiu, outrora, a
missão de formular e implementar políticas públicas inclusivas e de afirmação do
esporte e do lazer como direitos sociais dos cidadãos. No entanto, mais do que nunca,
faz-se necessário assegurar e facilitar – a todos - os acessos, as aprendizagens e as
práticas esportivas1 e de lazer, como parte precípua desta responsabilidade de Estado e
como forma de minimizar o quadro de injustiças, exclusão e vulnerablidade social que
aflige a maioria da população brasileira.
A UNESCO também reconhece a importância do Esporte no desenvolvimento
dos povos na certeza de que o Esporte e a Educação Física podem contribuir,
satisfatoriamente, nas problemáticas de saúde e de bem-estar, na diminuição de
desigualdades, no resgate de valores e de princípios, entre outras questões. A
Declaração da IV Conferência Internacional2 apresenta questões prioritárias e
1 A acepção Esportivas é concebida – de maneira ampliada - neste projeto como todas as culturais corporais de movimento (jogos; lutas; ginásticas; danças e os esportes, propriamente ditos). 2 Declaração da IV Conferência Internacional de Ministros, Altos Funcionários e Responsáveis pela Educação Física e Esporte, UNESCO, em Atenas, 2004.
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recomenda aos governos que sejam essas implementadas em seus países políticas de
práticas esportivas para emular o desenvolvimento social.
Mas, o Brasil ainda está longe de assegurar o direito constitucional de acesso de
todos às práticas esportivas e de lazer. Por isso, torna-se imprescindível a indicação de
parâmetros para que a democratização do esporte e do lazer possa ser usufruída por todo
o conjunto da população Brasileira.
Segundo dados do Censo de Esporte (IBGE, 2003), as escolas públicas estaduais
que possuíam instalações esportivas correspondiam praticamente à metade de todo o seu
contingente de escolas brasileiras públicas estaduais. Realidade esta superada nas
Regiões Sul (67,0%) e Sudeste (64,9%); idêntico na Região Centro-Oeste (58,1%); e
que piorava, significativamente, nas Regiões Nordeste (31,6%) e Norte (29,1%). Ainda
que se encontrasse em situação bem superior à apresentada pelas escolas públicas
municipais com instalações esportivas (12,0%), ainda assim é reconhecido,
notoriamente, que pode ser considerado elevado o número de escolas públicas estaduais
que não possuíam instalações esportivas. Considerando-se que a escola é uma das mais
importantes instituições de socialização das crianças, com os esportes coletivos
exercendo um papel de suma importância nesse processo; que se constitui no imaginário
social como o embrião básico e fundamental para a iniciação esportiva; e que a prática
orientada de esportes na escola contribui, sobremaneira, na formação de crianças
cidadãs, os indicadores - anteriormente apresentados, recomendam a necessidade de
políticas públicas mais incisivas na área.
Segundo informações documentais do Ministério do Esporte, a participação
esportiva estudantil esteve, historicamente, restrita aos jogos escolares e universitários –
JEBs (Jogos Escolares Brasileiros) e JUBs (Jogos Universitários Brasileiros),
respectivamente, apesar dos esforços de reestruturação, em meados dos anos 80, que
visava ampliar a participação tendo a competição sob uma nova ótica3. Nos anos
subseqüentes se observou um declínio tanto dos preceitos democráticos da organização,
quanto da participação estudantil nos jogos. Nas décadas de 80 e 90 e, principalmente, a
partir de 1995, quando foram criados os Jogos da Juventude, a participação estudantil
3 Esporte na Escola: os XVII Jogos Escolares Brasileiros como marco reflexivo, 1989.
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situou-se na faixa média de 2.000 a 2.500 alunos4 por evento, para uma população
estudantil que oscilou entre 30 e 40 milhões de estudantes no ensino básico5.
Diante deste quadro problemático, a Política Nacional de Esporte (2005) deixa
explícita a intenção de inserir programas e ações que valorizem o esporte nas escolas
públicas de ensino fundamental e se cria uma grande rede de cooperação com entidades
esportivas e diversos Ministérios para democratizar e popularizar a prática esportiva na
comunidade e com isso intensificando a participação do Estado no investimento do
chamado esporte de base, criando a formação esportiva e paraesportiva, oportunizando
crianças e adolescentes a vivenciarem o esporte orientado, geralmente, pelo referencial
do alto rendimento.
Com este intuito agregado surgem diversas iniciativas protagonizadas,
principalmente, pelos Ministérios do Esporte, da Educação e da Cultura para
democratizar o esporte no âmbito da escola e que se expressam nos Programas:
Segundo Tempo, Mais Educação, Atleta na Escola, Ponto de Cultura e outros.
A questão que suscitamos nesta pesquisa é: Quais as experiências sociais de
acessos, aprendizagens e práticas esportivas de jovens de São Leopoldo/RS?
Sob a concepção teórica das “experiências sociais” de Dubet (1996)6
pretendemos estudar o acesso, a aprendizagem e a prática esportiva de jovens na
cidade de São Leopoldo como experiências sob as quais os sujeitos humanos podem
chegar a uma atitude positiva para com eles mesmos ao ponto de se identificarem com
seus objetivos e desejos, ou não. Esta investigação pretende se debruçar nas
representações sociais de jovens estudantes que usufruem ou não da prática esportiva a
fim de entender como esta combinatória de lógicas de ação que vinculam o ator social a
cada uma das dimensões de um sistema7 - chamada por Dubet de “experiência social” –
e se reflete no campo do esporte e lazer. Sendo assim, a “experiência social” é
concebida como maneira de perceber o mundo, ou seja, é “uma construção inacabada de
sentido”, que permite “se construir” através do conflito e do engajamento na ação
coletiva, e de “construir o mundo social” através de uma combinação de lógicas
diferentes. Para Dubet, o mundo social é um patchwork e existe uma multiplicidade de
4 Arquivos do Ministério do Esporte, 2004. 5 Censo Escolar -MEC/INEP, 2004. 6 DUBET, Francois. Sociologia da experiência. Porto Alegre: Instituto Piaget, 1996.
7 Para Dubet (1996), sistemas: Social; de Integração; de Interdependência; de Ação Histórica.
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abordagens e de tentativas de interpretações, onde o ator social articula estas lógicas de
ações diferentes e a dinâmica que resulta desta atividade constitui a subjetividade do
ator e sua reflexividade. Isso é o que também chamamos de exercício da cidadania no
âmbito do esporte e lazer e em prol do desenvolvimento nacional e humano.
Para este propósito da pesquisa contamos com a colaboração e parceria da 2ª
CRE (Coordenadoria Regional de Educação), que desde 2012, e em conjunto ao Curso
de Educação Física da UNISINOS desenvolvemos o Programa de Formação e
Pesquisa na Educação Física8, constituído por três projetos: a) Consórcio de Convênios
de Estágios Supervisionados na Educação Física Escolar; b) Forum Permanente de
Educação Física; c) Observatório de Educação Física Escolar.
Além desta inserção contamos – também, desde 2012 – com o Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), onde desenvolvemos com 8
escolas públicas estaduais e municipais das cidades de São Leopoldo/RS e Novo
Hamburgo/RS uma atividade intensa e engajada de formação inicial e continuada de
professores(as). Com isso fica facilitada toda intermediação necessária de comunicação
direta com as escolas públicas estaduais da cidade de São Leopoldo, bem como pela
carta de anuência (anexo 1) para formalizar todo o processo de investigação de campo.
Outrossim, contamos com a cooperação do Polo Regional de Desenvolvimento
do Esporte e Lazer da UNISINOS que foi uma iniciativa da FUNDERGS (Fundação
de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul) vinculada à extinta Secretaria Estadual do
Esporte e do Lazer para atender a demanda de articulação regional, contando com
infraestrutura e recursos humanos capacitados e qualificados para diagnosticar, analisar,
pesquisa e orientar ações na área do esporte e do lazer, celebrando parcerias com
instituições públicas e privadas e identificando vocações esportivas regionais. Mesmo
que atualmente estes Polos estejam “desativados” por força e circunstâncias da atual
gestão pública do Estado do Rio Grande do Sul, mas a infraestrutura do Centro de
Esporte e Lazer da UNISINOS continua sendo disponibilizada à comunidade em geral
para a prática esportiva. Em especial, destacamos as realizações de algumas etapas
municipais e ou regionais dos JERGS (Jogos Escolares do Rio Grande do Sul), portanto
8 PEREIRA FILHO, Ednaldo. Política de formação continuada, compartilhada e em rede na educação física escolar. Anais do XVIII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e V Congresso Internacional de Ciências do Esporte. 2013.
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é um local estratégico para investigar os acessos, as aprendizagens e as praticas
esportivas de jovens da cidade de São Leopoldo.
Observemos abaixo a composição e abrangências das Regiões dos Polos de
Desenvolvimento de Esporte e Lazer no Estado do Rio Grande do Sul.
Figura 1 – Mapa dos Polos de Desenvolvimento de Esporte e Lazer no Estado do Rio Grande do Sul, com sua composição no ano de 2013 (Fonte: FUNDERGS, 2013).
Por fim destacados a parceria com a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer de
São Leopoldo (SMEL) que nos facilitará o acesso aos arredores do Largo Rui Porto. O
Largo Rui Porto é uma área pública destinada a eventos culturais e esportivos, além de
oferecer atividades e espaço de lazer. Conta com quadras de futsal, o Ginásio Municipal
Celso Morbach, uma pista de skate, uma academia ao ar livre e um galpão crioulo. Sem dúvida, lugar privilegiado para o trânsito e permanência de alguns jovens da cidade.
O estudo se faz relevante, cientificamente, pois permitirá a investigação de
alguns impactos das políticas públicas de esporte e lazer através do contato direto com
atores sociais que demandam ao Estado o fomento destas políticas, portanto representa
uma grande possibilidade de diálogo entre Ciência e Política.
Outro aspecto relevante é o desenho metodológico que compatibiliza
ferramentas procedimentais e de analise de resultados das pesquisas qualitativas, com as
quantitativas permitindo um enriquecimento na geração de informações, bem como no
tratamento das mesmas. Um bom exercício de trânsito entre as fronteiras
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epistemológicas do conhecimento, o que reforçará as experiências das pesquisas quanti-
qualitativas, agora no âmbito do esporte e lazer.
2. OBJETIVOS
2.1 Geral
Identificar, analisar, descrever e interpretar as experiências sociais de acessos,
aprendizagens e práticas esportivas de jovens de São Leopoldo/RS.
2.2 Específicos
I - Identificar, caracterizar e descrever o perfil dos jovens vinculados às escolas públicas
estaduais que praticam, ou não, modalidades esportivas em São Leopoldo/RS;
II – Identificar e caracterizar os principais espaços públicos que sediam e oportunizam
as práticas esportivas em São Leopoldo/RS;
III – Descrever as representações sociais de jovens de suas experiências sociais de
acesso, aprendizagem e prática esportiva em São Leopoldo/RS.
3. FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA
3.1 EXPERIÊNCIA SOCIAL
A cultura esportiva historicamente vem sendo relacionada à juventude e se
constitui para Bourdieu (1983) num dos “objetos da luta política”9, portanto este
trabalho visa descrever algumas características da experiência social10 de jovens com ou
sem acesso às práticas esportivas – neste sentido - o campo11 de investigação
privilegiado será as escolas e os espaços públicos de esporte e lazer da cidade de São
Leopoldo/RS.
O conceito de experiência social foi trabalhado, recentemente, em Diehl et al
(2014) quando estabelecem uma discussão epistemológica e abordam “...como os
docentes constroem e dão sentido às suas experiências...” (p.2). Os autores entendem
que “...os conhecimentos desenvolvidos pelo professor de Educação Física no trabalho
9 In: BOURDIEU, Pierre. 1983. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero. p. 136-153. 10 Numa perspectiva dubetiana a experiência social como “condutas individuais e coletivas dominadas pela heterogeneidade dos seus princípios constitutivos, e pela atividade dos indivíduos que devem construir o sentido das suas práticas no próprio seio desta heterogeineidade” (Dubet, 1994, p. 15) 11 Numa perspectiva bourdieussiana de campo como um espaço de relações entre grupos com distintos posicionamentos sociais, espaço de disputa e jogo de poder.
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docente foi o que ele aprendeu, por meio da reflexão, tanto na formação inicial e
continuada, quanto, no período de escolarização e exercício da docência”. (p.10).
Vale destacar que Dubet (1994) chama atenção para o fato de que a experiência
social está sempre mergulhada num contexto cotidiano de diferentes condutas e
compreensões que disputam predominâncias entre si, mas desafia, invariavelmente, o
sujeito a tomar consciência do que vive e se posicionar diante dos fatos. Quando ele faz
isso, ao mesmo tempo incorpora (ou não) o mundo e, de sua maneira, o reconstrói. A
experiência social apresenta três características: a) a heterogeneidade de princípios -
onde os atores sociais adotam, simultaneamente, vários pontos de vistas diante dos
papéis sociais que enquadram os indivíduos; b) a distância subjetiva – é a percepção e
subjetivação dos atores sociais da distância que têm em relação ao seu papel social,
desta forma, são singulares muito mais pela distância do que deveriam ser, do que pela
total adesão de um papel, rótulo, estigma ou função social; c) a construção coletiva da
experiência – a concepção de mundo social só existe na medida em que é concebida,
reconhecida e compartilhada pelos outros, pois os indivíduos só existem em relação aos
outros.
Dubet (1996), quando analisa a ideia clássica de sociedade vai distinguir entre os
critérios que a define, o de ator social, que segundo ele é caracterizado pela
subjetividade do sistema, ou seja, são os sentimentos, opiniões e hábitos do indivíduo
integrado no sistema social e isso vai delinear os chamados papéis sociais – enquanto
condutas sociais objetivamente racionais – que os atores devem desempenhar. É a
lógica de que o ator é o sistema, e para justificar esta compreensão, o autor salienta de
que não existe, grosso modo, diferença entre objetividade e subjetividade, portanto o
ator social é configurado pelo seu papel e a sociedade é onde os indivíduos apreendem
estes papéis. Os atores sociais são verdadeiros personagens.
Por outro lado, reconsidera esta afirmação - quando delineando entre os
elementos constitutivos da crise da modernidade e, especificamente, tratando sobre as
organizações enquanto sistemas racionais - e percebe o contrário, ou seja, a vida social
não pode ser associada a uma peça teatral, onde os indivíduos decoram e desempenham
seus papéis, mas muito mais – eles criam a peça. Esta última compreensão - quando nos
dá margem para conceber que apesar da existência de regras racionais na sociedade
existem brechas, ou melhor, são criadas brechas para que as pessoas inventem seus
contextos sociais – evidencia a desconstrução da noção de ator social, juntamente, com
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a de sociedade, Estado e organização para dar lugar ao conceito de sujeito caracterizado
fortemente pela sua experiência de vida.
A concepção dubetiana de experiência social com suas principais características
(descritas acima) é aqui neste trabalho usada como categoria analítica para estabelecer
algumas aproximações com os acessos, as aprendizagens e as práticas esportivas de
jovens na cidade de São Leopoldo/RS.
3.2 JUVENTUDES
A abordagem sobre juventude é por demais porosa e objeto de estudo, há um
bom tempo, da sociologia da juventude e de diversas outras áreas de conhecimentos,
portanto nosso objetivo aqui é situar o tema da juventude no contexto das políticas
públicas e a noção de por que é estratégico para o desenvolvimento humano as políticas
públicas de juventude, e entre elas o papel que o esporte exerce.
Rocha (2008) em sua tese de doutorado apresenta um belo resgate conceitual e
histórico sobre os “caminhos e descaminhos da juventude” na qual destacamos algumas
compreensões importantes para introduzir esta secção do projeto de pesquisa. Primeiro
que o conceito de juventude vem recebendo, ao longo do tempo, traduções diferentes de
acordo com as ideologias correlatas aos diversos matizes de formações socioculturais.
Em seguida, apresenta “trechos das histórias de juventudes”, desde a idade antiga até a
contemporaneidade, para melhor elucidar a forte interferência do contexto histórico-
social nas compreensões valorativas da humanidade. Isto reforça o que já dissera
Bourdieu (1983) de que o conceito tem relação direta com o contexto social. E por fim,
propõe à luz de Dick (2003) e de outros que a melhor designação para juventude seria
Juventudes.
Lembra Bourdieu (1983) que seria um erro falar de juventude como se fosse
uma unidade social, um grupo compacto constituído, irmanados pelos mesmos
interesses, como se estes, fossem decorrentes apenas de uma determinada faixa etária.
Portanto, não existe uma juventude e sim, uma multiplicidade delas, tanto quanto as
“tribos” existentes.
Nesta mesma linha de raciocínio, porém agora buscando filtrar algumas
compreensões que possam nos aproximar mais do contexto da formulação de políticas
públicas voltadas à juventude recorremos a Reguillo (2000) e Mørch (1996) citados por
Dávila León (2004, tradução nossa) que dizem ser a concepção de juventude uma
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“invenção” do pós-guerra que diante de uma nova ordem internacional movida pelo
modo de produção industrial e com previsões ao consumo em escala passa a
desencadear novos padrões de vida, onde crianças e jovens são concebidos como
sujeitos de direitos e, especialmente, os jovens como sujeitos promissores ao consumo.
Assim, a emergência do capitalismo da época outorgou um espaço simbólico chamado
“juventude”.
Abad (2003) corrobora com esta ideia e diz que a valorização da juventude
guarda relação direta com o processo de ascensão da burguesia e da revolução
industrial, uma vez que, a permuta de uma sociedade rural para urbana e agrária para
industrial demandaria mão de obra qualificada oriunda da escolarização da adolescência
e da juventude voltada ao trabalho. Isso resulta na presença do Estado através de
legislações, instituições e políticas que criam e regulam uma identidade de juventude
como uma fase intermediária e direcionada à adultez, contrapondo-se ao entendimento
de conquista evolutiva do iluminismo e sendo, muito mais, uma necessidade do modo
de produção capitalista.
Enquanto uma categoria etária, a juventude é, comumente, compreendida dos 15
aos 29 anos de idade12, mesmo que, para efeito de algumas formulações de Políticas
Públicas setoriais, os países iberoamericanos13 façam oscilar esta faixa etária entre 12 a
35 anos, não obstante, que a UNESCO use o ciclo etário de 15 a 24 anos. É notório que
a categoria etária não é suficiente para analisar o que se denomina juventude, ela apenas
demarca algumas possíveis referências iniciais e básicas, mesmo que saibamos não
recomendável tratarmos como homogêneos os indivíduos que se encontrem numa
mesma idade.
Como já vimos, anteriormente, o conceito de juventude tem adquirido muitos
significados, serve para atribuir um estado de ânimo, qualificar novidade e atualidade. A
noção mais geral e usual para o termo juventude é relativa ao período de vida entre a
infância e a adultez, aquele que se caracteriza pela consolidação do desenvolvimento
12 Para esta nossa pesquisa esta é a referência de faixa etária que utilizaremos, pois corresponde ao marco legal do Estatuto da Juventude (Lei 12.852/2013). 13 Segundo a Comisión Econômica para América Latina y el Caribe - CEPAL e Organización Iberoamericana de Juventud – OIJ (2004 apud DÁVILA LEÓN, 2004, tradução nossa), em El Salvador de 7 a 18 anos; na Colombia de 12 a 26 anos; na Costa Rica de 12 a 35 anos; no México de 12 a 29 anos; na Argentina de 14 a 30 anos; na Bolívia, Equador, Peru e República Dominicana de 15 a 24 anos; na Guatemala e Portugal de 15 a 25 anos; no Chile, Cuba, Espanha, Panamá e Paraguai de 15 a 29 anos; na Nicaragua de 18 a 30 anos; em Honduras todos os menores de 25 anos e no Brasil de 15 a 24 anos (CAMARANO et al, 2004; INSTITUTO CIDADANIA, 2004 apud DÁVILA LEÓN, 2004, tradução nossa).
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físico e, no qual, ocorre uma série de transformações psicológicas e sociais. Segundo
ponderações estabelecidas por Dávila León (2004, tradução nossa), a juventude não é
um “dom” que se perde com o tempo e sim, uma condição social que se manifesta de
diferentes formas correspondentes às características sócio-culturais de cada indivíduo
em seu tempo histórico. Assim, não se pode estabelecer com tamanho rigor o critério da
idade universal como o único válido para cercar o conceito de juventude.
É importante reconhecer a heterogeneidade do juvenil a partir das diversas
realidades cotidianas em que se desenvolvem as distintas juventudes. Desta forma, é
possível assumir que no período juvenil tem plena vigência todas as necessidades
humanas básicas e outras específicas, isto supõe a possibilidade de observar a juventude
como uma etapa da vida que tem suas próprias oportunidades e limitações as
entendendo não somente como um período de moratória e preparação para a vida adulta.
Feitas estas considerações, podemos assinalar que para descrever o perfil dos
jovens que praticam, ou não, atividades esportivas é importante perceber que esse
processo se associa aos condicionantes individuais, familiares, sociais, culturais e se
distingue, simultaneamente, em diferentes níveis - pessoal, geracional, e social.
Dávila León (2004, tradução nossa), a partir de seus estudos, comenta que pelos
idos dos anos 70 do século passado, o Instituto Latinoamericano de Planejamento
Econômico e Social (ILPES), ressaltava a necessidade de recorrer aos conhecimentos de
distintas disciplinas envolvidas nas abordagens do fenômeno juvenil e, para tal,
apresentava uma síntese de seis enfoques disciplinares na perspectiva de melhor orientar
o planejamento das políticas públicas do setor.
E, neste intento, organizaram os seguintes enfoques sobre juventude:
a) enfoque psicobiológico – caracterizando a juventude como um período vital,
centrado nas trocas psicológicas e biológicas maturacionais do indivíduo;
b) enfoque antropológico-cultural – relevava a influência do contexto sócio-
cultural sobre os jovens;
c) enfoque psicossocial – abordava o quanto as motivações e atitudes
delineavam a personalidade juvenil;
d) enfoque demográfico – considerava a juventude como uma faixa etária da
população sob a qual deveriam ser feitos estudos sobre sua estrutura e
dinâmica das taxas vitais;
e) enfoque sociológico – outorgava especial atenção para o processo de
incorporação do jovem à vida adulta;
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f) enfoque político-social – cuidava com as formas de organização e ação dos
movimentos juvenis e sua influencia na dinâmica social.
Os processos de transição da etapa juvenil para a vida adulta estão sendo
debatidos entre os investigadores da temática juventude e si tornaram relevante nessas
discussões duas noções conceituais, quais sejam:
a) as “novas condições juvenis” – onde se questiona a organização linear da
vida em três momentos vitais (formação, atividade e júbilo) e se passa a
conceber um conjunto de trocas ao nível das vivencias e relacionamentos dos
jovens num novo cenário social que traz consigo certos elementos que
diferenciam as situações sociais dos jovens. A condição juvenil como
categoria sociológica e antropológica nos remete às analises territorial e
temporal concretas, priorizando o como os jovens vivem e experimentam sua
condição jovem, num espaço e tempo determinado;
b) as “trajetórias de vida” – parte do pressuposto de que a juventude é uma etapa
de transição, porém valoriza as trocas experimentadas, neste período, ao nível
de configuração e percepção da própria individualidade e subjetividade do
jovem que constituirão seus itinerários de vida e que, por sua vez,
representarão pluralidades juvenis. Irão sendo configurados projetos de vida
diferenciados entre os jovens na direção de sua vida adulta, de modo que, a
concepção de transição enfatize a aquisição de capacidades e direitos
associados à idade adulta e que o desenvolvimento pessoal e a
individualização, sejam vistos, como processos que se apóiam na
socialização, uma vez que, se aprende e interioriza determinadas normas
culturais. Todavia não se deve perder de vista que a individualização parte do
pressuposto que o jovem tem que construir sua biografia, sem ter que se
apoiar em contextos pretensamente estáveis.
Lembrando que o nosso propósito aqui é associar juventude à noção de por que é
estratégico para o desenvolvimento humano as políticas públicas de juventude
passamos, a seguir, a comentar o Informe sobre o Desenvolvimento Humano para o
Mercosul, intitulado “Inovar para incluir: jovens e desenvolvimento humano”
(PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO - PNUD,
2009), onde é assumido o conceito de “geração da tecno-sociabilidade” para os jovens
de 15 a 20 anos de idade, nos seus distintos contextos sócio-históricos.
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O PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, desde 1990,
lança este informe a fim de reafirmar valores fundamentais assumidos, em nível
mundial, para o desenvolvimento humano e nesta oportunidade reconhece que durante a
juventude começa um processo contínuo e permanente de decisões de emancipação que
influenciarão, de maneira específica, o futuro econômico e social de toda a sociedade.
Desta forma, as políticas públicas de juventude são vistas como de suma importância
para a obtenção da equidade e do desenvolvimento humano, pois é um pensar sobre um
futuro que desejamos ainda no presente, a partir destes atores fundamentais que são os
jovens.
O conceito de geração da tecno-sociabilidade vem da compreensão de que o
mundo jovem é caracterizado por um estilo de vida marcado por alternativas culturais e
estéticas onde, freqüentemente, os hábitos e costumes são mudados e novas propostas
surgem fazendo com que outras competências e habilidades para lidar com os
conhecimentos sejam engendradas no jeito de ser dos jovens. Associado a isso, é
reconhecida a facilidade dos jovens em lidarem com as inovações tecnológicas e
expandirem suas possibilidades de inserção numa sociedade que demanda maior
afinidade com mudanças globais. Um exemplo muito elucidado é a conectividade
virtual, aonde num contexto de urbanização acelerada esta ferramenta vem se tornando
básica. Em complementação característica deste universo heterogêneo e complexo das
mega-metrópoles aparecem mencionadas como suas principais barreiras os problemas
de exclusão, desfiliação institucional, discriminação e violência. Que podem ser
melhores especificados e identificados nos elevados índices de mortalidade juvenil por
causas externas, de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e AIDS, de gravidez na
adolescência; bem como a exposição ao uso e ao comércio de drogas; a exploração
sexual; ainda elevado número de jovens fora das escolas e fora das universidades;
analfabetismo; desemprego, entre outros emergentes.
O direito pleno e acesso real à educação é unanimidade em todos os setores e
países do Mercosul, onde a educação superior já se constituiu aspiração básica e o
pressuposto de que o fomento é obrigação do Estado. Não obstante, nas duas últimas
décadas com o discurso sintonizado na teoria do capital humano14 de que a educação
seria a solução dos problemas e o único caminho de mobilidade social se observou
verdadeira massificação dos diferentes níveis de ensino, sem que a mesma resposta
14 Tem relação com a criação da disciplina Economia da Educação, em torno de 1950, onde Theodore
Schultz da Universidade de Chicago é considerado seu principal formulador.
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fosse verificada no âmbito do mundo do trabalho. Se na educação se garantiu direitos,
no trabalho a vulnerabilidade e a ausência de cidadania decorreram da flexibilização e
perda de direitos trabalhistas.
Assim, percebe-se que educação sem trabalho não combinam, portanto é primaz
a elaboração de políticas públicas integradas que influam tanto em dimensões
estruturais quanto conjunturais. Outrossim, percebe-se que a situação é mais grave ainda
para aqueles que não acessam a educação, pois se “com ela” já não se tem garantia de
entrada no mundo do trabalho “sem ela” a situação é típica de exclusão social. Desta
forma, a garantia do acesso e a melhoria da qualidade da educação permanecem como
prioridades e desafios do Estado e agora - mais do que nunca - de maneira fundamental,
aparece a educação superior.
No Brasil, é importante este reconhecimento da posição estratégica que os
jovens têm na “sociedade de amanhã que já começou” para o pleno desenvolvimento do
país, sendo assim, devem ser reconhecidas também as importâncias que suas
organizações políticas, estudantis, culturais, religiosas ou esportivas têm como
engendradoras de direitos sociais.
São nas relações sociais que as pessoas estabelecem, correlativamente, direitos e
deveres. Sendo assim, para os jovens é estratégico que eles estabeleçam integrações
sociais e decidam com altivez sobre as coisas que afetam suas vidas, portanto ao invés
de “políticas para juventude” precisam de “políticas de juventude”, ou seja, aquelas
concebidas e elaboradas com a participação dos jovens. É o que fartamente vem sendo
propalado nos documentos das Nações Unidas como “autonomização da juventude” que
se caracterizaria por:
a) participação direta ou indireta dos jovens e suas organizações nas decisões;
b) acesso à informação relevante para poder acompanhar e fiscalizar as ações
governamentais;
c) aumento da capacidade dos jovens e de suas organizações defenderem seus
interesses, desejos e demandas a fim de evitarem exclusões, discriminações e
a pobreza, em qualquer de suas manifestações.
Todos estes pressupostos visam evitar que as políticas continuem meramente
paliativas e o Brasil alcance efetivamente as transformações que a sociedade exige. No
Brasil os nove principais desafios da Política Nacional da Juventude (BRASIL, 2006)
são:
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a) ampliar o acesso ao ensino e a permanência em escolas de qualidade;
b) erradicar o analfabetismo;
c) preparar para o mundo do trabalho;
d) gerar trabalho e renda;
e) promover uma vida saudável;
f) democratizar o acesso ao esporte, ao lazer, à cultura e à tecnologia da
informação;
g) promover os direitos humanos e as políticas afirmativas;
h) estimular a cidadania e a participação social;
i) melhorar a qualidade de vida dos jovens no meio rural e nas comunidades
tradicionais.
E para a implementação destes, o Governo Federal elaborou 19 programas
distribuídos em seis eixos temáticos:
1) elevação de escolaridade, capacitação profissional e cidadania,
2) qualificação e formação profissional,
3) educação,
4) financiamento e crédito rural,
5) cultura, esporte e lazer,
6) meio ambiente.
Diante deste quadro, julgamos importante considerar o eixo 5 como central para
destacar a relevância desta nossa proposta de pesquisa, uma vez que se enquadra, tanto
como uma ação prevista na Política Nacional de Esporte, quanto também, na Política
Nacional da Juventude.
As pesquisas de perfil tem sido uma grande ferramenta para a elaboração de
políticas públicas, neste tocante, descrevemos, a seguir, uma pesquisa desenvolvida
sobre o perfil da juventude brasileira e a correlacionamos com este nosso projeto de
pesquisa para estabelecer algumas aproximações e distanciamentos conceituais e
metodológicos de como propomos traçar o perfil dos jovens vinculados às escolas
públicas estaduais que praticam, ou não, modalidades esportivas em São Leopoldo/RS.
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Em 2003, por iniciativa do Projeto Juventude/Instituto Cidadania, com a parceria
do Instituto de Hospitalidade e do Sebrae foi traçado o perfil da juventude brasileira.
Esta pesquisa (INSTITUTO CIDADANIA, 2003) foi considerada pela Secretaria Geral
da República – instância que acolhe a Secretaria Nacional da Juventude - como um
valioso substrato de informações que representa, potencialmente, subsídio para qualquer
iniciativa de impacto, no âmbito das políticas públicas e dos projetos voltados ao
segmento jovem da população brasileira, a ser concebida e planejada por agentes da
iniciativa privada, dos órgãos vinculados aos poderes públicos e, igualmente, do
chamado terceiro setor. Tratou-se de um estudo quantitativo, realizado em áreas urbanas
e rurais de todo o território nacional, junto a jovens de 15 a 24 anos, de ambos os sexos
e de todos os segmentos sociais, perfazendo um total de 3.501 entrevistas, distribuídas
em 198 municípios, estratificadas por localização geográfica (capital e interior, áreas
urbanas e rurais), contemplando 25 estados da União.
Dentre as diversas informações contidas nesta pesquisa que pudessem traduzir o
que é ser jovem no Brasil - destaco para efeito de melhor associar com nosso recorte de
investigação - que entre as melhores coisas de ser jovem aparecem:
a) não ter preocupação ou responsabilidade (45%);
b) aproveitar a vida e viver com alegria (40%);
c) atividades de lazer e entretenimento (26%);
d) estudar e adquirir conhecimento (26%).
E quando lhes são perguntados: quais os assuntos que mais lhes interessam? São
expressos:
a) educação (38%);
b) emprego profissional (37%);
c) cultura e lazer (27%).
São recorrentes, portanto a aparição da educação e do lazer ou algumas de suas
dimensões características como elementos tradutores do perfil de ser jovem.
Outro aspecto importante é que pesquisas como essa do Perfil da Juventude
Brasileira cumprem um papel fundamental em macro análise sociológica da sociedade,
servindo de excelente instrumento para aferir tendências e subsidiando com dados na
elaboração de posteriores estratégias e/ou planos de trabalho voltados a determinado
grupo populacional. No entanto, é importante perceber alguns limites deste tipo de
-
investigação em relação a determinados objetos sociológicos. Taylor (1997) alerta que
pesquisas do tipo survey quando tentam investigar o perfil da juventude brasileira e para
isso perguntam ao indivíduo: “Quem é o jovem brasileiro?”, desconsiderando as auto-
interpretações e relações sociais do depoente.
Desta forma, optaremos na nossa investigação pelo instrumental metodológico de
característica quanti-qualitativa de estudo de caso para priorizar tanto macro quanto micro
análises sociológicas e preocupados em entender conceitualmente alguns elementos do
perfil dos jovens recorreremos ao Simmel (1983, p. 166) que faz referência sobre as pessoas
que agem e reagem entre si e “[...] a importância destas interações está no fato de obrigar os
indivíduos, que possuem aqueles instintos, interesses, etc. a formarem uma unidade –
precisamente uma ‘sociedade’ [...] tudo que está presente neles de maneira a engendrar ou
mediar influências sobre outros...”. E neste sentido, o autor alerta que - não são, em si
mesmo, sociais - os interesses e as preocupações, ou outras motivações, pois só se
constituem fatores de sociação15 quando o mero ajuntamento de indivíduos se transforma
em interações de ser com e para um outro. No entanto, considerar os interesses e
preocupações é valorizar elementos constituintes da base das sociedades humanas.
Sendo assim, quando os jovens dizem que têm interesse em educação; emprego
profissional; cultura e lazer; esportes e atividades físicas; relacionamentos amorosos;
família; saúde; segurança e violência; droga; governo e política; sexualidade; temas
gerais; religião; amizades; economia e finanças, isso diz nada especificamente se não
associado e interpretado de maneira mais relacional.
Tratar da relação do indivíduo com outros indivíduos ou grupos é, de certa
forma, trazer à tona a questão da moralidade. Simmel (1983, p. 102) vai dizer que
a moralidade se desenvolve no indivíduo através de um segundo sujeito que se confronta com ele no interior de si mesmo. Por meio da mesma divisão através da qual o eu diz a si mesmo ‘Eu sou’ – como sujeito que se conhece e se confronta consigo mesmo enquanto objeto conhecido – ele também diz a si mesmo ‘Eu devo’.
Esta atitude descrita, com as experiências sociais, constituirá nossas obrigações
morais e isso só é possível dentro de determinado contexto cultural, que neste caso, está
circunscrito na cultura moderna que desenvolveu historicamente concepções de
15 Tradução norte-americana da expressão alemã Vergellschaftung, que significa socialificação - cunhada
por Simmel para exprimir as formas assumidas no dinamismo constante do fazer, desfazer e refazer dos processos sociais nas suas múltiplas interações de indivíduos com os outros, contra os outros e pelos os outros. As motivações e as formas que elas assumem se configuram o processo básico da sociação.
-
individualismo16, onde a pessoa humana se apodera das coordenadas de si mesma e em
êxtase17 afirma independência das suas redes de interlocução que lhe deram a
originalidade, sem para isso negá-las, em absoluto (TAYLOR, 1997). Uma boa imagem
deste exercício de reflexão humana seria o anel de Moebius18 – sem dentro nem fora
como antíteses, mas como dimensões da totalidade.
É neste espaço moral que o animal humano se diferencia, pois ao traçar o sentido
da vida numa ação de autoconsciência as pessoas como self19 exercem incessantemente
a busca por coisas que lhes importam e para tal se movem em indagações consigo e com
os outros, aliás – segundo Taylor (1997, p. 53) “só se é um self no meio de outros. Um
self nunca pode ser descrito sem referência aos que o cercam” e para tal intento o autor
vai chamar atenção para a necessidade de se garantir uma rede de interlocução, onde a
linguagem tem papel fundamental, pois as pessoas só existem circunscritas em uma
determinada linguagem, ou são por elas constituídas relativamente.
Em se tratando de sociabilidade20 o que mais vai contar é o sucesso e a
lembrança do momento sociável onde, principalmente, as pessoas se encontram num
convívio social marcado pela amabilidade, cordialidade, satisfação, alegria e outras
fruições. Nada de maiores compromissos ou seriedades, aliás, quando os limiares da
sociabilidade21 são desconsiderados a experiência vivenciada passa a ser uma mera
formalidade.
4. METODOLOGIA
Esta investigação se caracteriza por ser descritiva-interpretativa de natureza
quanti-qualitativa de um estudo de caráter exploratório e de abordagem correlacional. O
estudo de campo será dividido em três momentos: a) Em escolas - a coleta de dados
através do survey; b) Em escolas - a coleta de informações qualitativas obtidas a partir 16 Dumont (1985) considera como um sistema de idéias e valores característicos da cultura moderna que
reconhece o indivíduo como um ser moral independente, autônomo e senhor de valores preponderantes na sociedade. Mauss (2003) e Taylor (1997) também discorrem historicamente sobre a gênese do individualismo.
17 Segundo Berger citado por Andacht (2004), é sair ou se elevar das rotinas, é quando nossa consciência da realidade não se intimida com suas obviedades e passa ousar possibilidades.
18 Metáfora do movimento recursivo que recebeu o nome de um matemático do século XIX que descobriu como a linearidade pode nos enganar
19 Segundo Taylor (1997, p. 50), palavra que expressa a “[...] profundidade e complexidade necessárias para ter (ou para estar empenhadas na descoberta de) uma identidade [...]”.
20 Simmel (1983, p. 169, grifo do autor) a traduz sociologicamente como a “forma lúdica da sociação”. 21 Simmel (1983) caracteriza-os como superiores e inferiores, tendo a objetividade e a subjetividade,
respectivamente, os principais aspectos motivacionais da interação do indivíduo. Sendo assim, a discreção é fundamental para transitar entre estes limites que não toleram o uso das qualificações objetivas dos papéis sociais do sujeito, nem de suas características puramente interiores e inteiramente subjetivas.
-
dos grupos focais; c) Em espaços públicos de esporte e lazer – a coleta de informações
através de entrevistas. Nas escolas, em primeiro lugar, trataremos da pesquisa
quantitativa e, posteriormente, do estudo qualitativo. Nos espaços públicos de esporte e
lazer priorizaremos a agenda de eventos dos locais.
A escolha pelo espaço físico da escola tem relação direta com a juventude, pois
se trata de um ambiente de vigilância constante, que absorve e veicula saberes como os
da mídia e das academias, por exemplo, saberes que circulam no espaço escolar através
de falas, gestos, movimentos e sensações, Nessa direção:
A escola é um espaço de relações sociais e não somente um espaço cognitivo (...) a escola [é] tanto um local de encontro entre os jovens quanto um local que tem relações com a mídia e outros espaços culturais. Um aspecto importante é pensar que são nesses espaços educativos culturais e de lazer dos estudantes que transparece a posição que a juventude ocupa hoje na cultura (SOARES e MEYER, 2003, p. 138)22.
Por considerarmos que é na escola que os jovens passam parte importante de seus dias, e pela maior facilidade de realizarmos os encontros é que optaremos fazê-los em escolas de São Leopoldo que desenvolvemos o PIBID da Educação Física da UNISINOS. Desta forma, o desenho amostral desta pesquisa se caracteriza como não-probabilística por acessibilidade (ou intencional), segundo Gil ou segundo Gaya
4.1 Nas escolas - Procedimentos de Coletas e Análises dos Resultados
4.1.1 População e Amostra do Estudo Quantitativo – Survey
A população deste estudo compreenderá o universo de 2.886 alunos de três escolas da
rede pública estadual de São Leopoldo/RS, correspondente à região da 2ª CRE
(Coordenadoria Regional de Educação), e que participam no PIBID da Educação Física
da UNISINOS. Participarão do inquérito os alunos com faixa etária de 15 a 29 anos que
compuserem as turmas selecionadas na amostra finita, aleatória, estratificada e
proporcional às características da população de estudantes, tais como: os níveis de
ensino, o gênero e outras identificadas, posteriormente, como relevantes ao objeto de
estudo. O instrumento base para a realização deste recorte será um inquérito sobre o
perfil de jovens vinculados às escolas públicas estaduais que praticam ou não atividades
22 SOARES, Rosângela de F. R; MEYER, Dagmar E. Estermann. O que se pode aprender com a “MTV de papel” sobre juventude e sexualidade contemporâneas? Revista Brasileira de Educação, Campinas, n. 23, p.136-148, maio/ago. 2003.
-
esportivas na cidade de São Leopoldo/RS. Esse instrumento é um questionário misto
(apêndice 1), composto por questões abertas e fechadas.
4.1.2 Procedimentos estatísticos
As informações obtidas permitirão criar um banco de dados que será submetido à
análise de freqüência através do programa estatístico SPSS (Statistical Packge for the
Social Sciences) para o Windows. Para verificar possíveis associações entre variáveis
nominais utilizar-se-á o teste estatístico Qui-quadrado para análise de tabela de
contingência e estabelecer-se-á como nível de significância 5% (p
-
representações sociais dos jovens estudantes sobre suas experiências sociais – ou não -
de acesso, aprendizagem e prática esportiva na cidade de São Leopoldo/RS.
Inspirada em técnicas de entrevistas não-direcionadas e técnicas grupais usadas
na psiquiatria, a técnica de grupo focal foi originalmente aplicada em pesquisas de
mercado e teve sua aplicação ampliada, para o contexto da pesquisa em ciências
humanas e sociais (OLIVEIRA, 2001)23.
A escolha do grupo focal justifica-se em decorrência de alguns argumentos,
quais sejam: as entrevistas com grupos focais podem ser utilizadas em todas as fases de
um trabalho de investigação; elas são apropriadas para estudos que buscam entender
atitudes, preferências, necessidades e sentimentos, ou quando se investigam questões
complexas de aspectos relacionados às dificuldades, necessidades ou conflitos não
claros ou pouco explicitados. Ainda, como referem Barbour e Kitzinger24 (1999, p. 04),
os grupos focais:
são muito apropriados para examinarmos como o conhecimento, as ideias, os
relatos, a auto-apresentação e os intercâmbios lingüísticos operam dentro de
um determinado contexto cultural. No grupo focal, os participantes da
pesquisa criam um público uns para os outros.
Além disso, apontamos o fato de o grupo focal permitirá a captação de zonas de
conflito, contradições e tensões nas falas dos estudantes, o que contribuirá para
potencializar a análise de conteúdo que será empreendida na pesquisa. No entanto, cabe
destacar que será utilizada para análise também uma série de falas individuais, porque
entendemos que elas só foram possíveis de serem enunciadas no contexto grupal, na
medida em que os estudantes se sentirão como se estivessem conversando entre
eles/elas, quase esquecendo que estarão sendo registradas pelo gravador ou até mesmo
na presença dos pesquisadores.
Serão formados grupos com até 10 participantes, que presenciarão um total de
cinco encontros cada um, com duração de 1 hora e 45 minutos cada. Todos os encontros
serão gravados para transcrição e análise, considerando o acordo firmado no TCLE que
23 OLIVEIRA, Dora Lucia Leidens de. Brazilian adolescent women talk about HIV/AIDS risk reconceptualizing risk sex: What implication for health promocion? London: University of London. Institute Educacion, 2001.
24 BARBOUR, R.S.; KITZINGER, J. Developing focus group research. London: Sage, 1999.
-
todas as participantes e seus responsáveis assinarão. A agenda desses encontros será
previamente planejada, compondo um roteiro de problematizações (apêndice 3). Esse
roteiro será flexibilizado à medida que as interações irão acontecendo ou quando a
temática proposta não puder ser suficientemente explorada.
Cada encontro será dividido em quatro etapas. A primeira etapa, chamada de
“atividade integradora”, terá como objetivo preparar a discussão e descontrair o grupo.
Em seguida, proporemos um tema para cada encontro, através de uma questão aberta,
para iniciar o debate e solicitar a participação de cada uma dos/das componentes do
grupo. Na segunda etapa, poderá se utilizar, ainda, temáticas da etapa anterior (atividade
integradora) e que deixaram de ser aprofundadas. No terceiro momento, haverá o
intervalo, com um lanche, previamente, combinado com as participantes. Na última
etapa, ocorrerá a retomada das ideias discutidas anteriormente, e serão feitas sugestões
de assuntos a serem tratados nos próximos encontros. Antes de finalizar o encontro,
deverá ser feita uma pequena avaliação do encontro.
É importante observar que a investigação não deverá ocasionar ônus financeiro
para os participantes em termos de despesas com deslocamento para os locais dos
encontros.
ANALISE DE CONTEÚDOS
4.2 Nos espaços públicos de esporte e lazer - Procedimentos de Coletas e
Análises dos Resultados
Trabalharemos com realizações de entrevistas (apêndice 4) com jovens presentes
e frequentadores de eventos esportivos em dois espaços públicos de esporte e lazer: o
Largo Rui Porto e o Centro de Esporte e Lazer da UNISINOS (CEL). Desde que,
também, expressem por escrito suas ciências e concordâncias em TCLE (apêndice 5).
O Largo Rui Porto, compreende os espaços do Ginásio Municipal Celso
Morbach, das quadras esportivas, da academia ao ar livre e da pista de skate, em suma, é
uma área pública destinada a eventos culturais e esportivos, além de oferecer espaço de
lazer. É onde ocorrem os maiores programas voltados ao esporte da SEMEL (Secretaria
Municipal de Esporte e Lazer de São Leopoldo), e possui 3 quadras, sendo a principal e
central onde são desenvolvidas as aulas de futsal, as laterais onde ocorrem as aulas de
vôlei, câmbio, basquete, basquete relógio, ginástica, dança, recreação e tênis. São
-
atendidas pessoas a partir dos 5 anos de idade e para os idosos existe o Programa Viver
Bem, e para as crianças e jovens são oferecidas as atividades de skate, tênis, futsal.
O skate ocorre na pista dentro do Largo Rui Porto e as crianças e adolescentes
são atendidas no contra turno escolar nas terças e quintas feiras das 8hrs e 30min às 10h
no turno da manhã e na tarde das 13h e 30min às 15h no turno da tarde, atualmente a
totalidade de participantes do projeto é de 50 alunos.
O tênis ocorre nas segundas feiras também no contra turno em umas das quadras
laterais, pela manhã das 11h às 12h e à tarde das 16h às 17h e a totalidade é de 10
crianças.
O futsal ocorre de terça a sexta feira com a totalidade de 200 alunos (14 meninas
e 186 meninos) divididos por categorias, “mamadeira” (de 5 a 7 anos não completos),
“fraldinha” (de 7 a 9 anos não completos), pré-mirin (de 9 a 11 anos não completos),
mirim (de 11 a 13 anos não completos), infantil (de 13 a 15 anos não completos) e sub
20 (de 15 a 20 anos não completos), essas turmas ocorrem duas vezes por semana com a
totalidade de 1hr e 15min em cada turma.
Hoje, o Ginásio Municipal Celso Morbach possui uma agenda para os horários
em que não são usados pelos projetos, e que é organizada pela SEMEL e basta solicitar
um horário e se o mesmo estiver vago se agenda o mesmo é reservado. Atualmente a
escola Gustavo Schereiber (futsal e handebol), sindicato dos contadores (vôlei), Sesc
(câmbio), grupo de cadeirantes (basquete cadeira de rodas) e para grupos de academias,
secretarias, associações, equipes amadoras e grupo de amigos conforme o agendamento.
Os eventos de esportivos de médio/grande porte ocorridos no ginásio são
eventos de futsal, basquete e vôlei (campeonatos e ligas), torneios de câmbio e basquete
relógio (terceira idade), rústicas, etapas estaduais de jiu-jitsu e judô, Copa Unisinos,
JERGS (Jogos Escolares do Rio Grande do Sul), CERGS (Campeonatos Estudantis do
Rio Grande do Sul) e JIRGS (Jogos Intermunicipais do Rio Grande do Sul).
O Centro de Esporte e Lazer da UNISINOS tem historicamente sediado várias
etapas dos JERGS, bem como do JEMUSA (Jogos Escolares do Município de Sapucaia)
envolvendo, em torno de, 100 a 400 jovens durante cada dia do evento em que a
Universidade sedia. O CEL e o Ginásio Celso Morbach são os dois principais locais que
acolhem os maiores eventos esportivos que envolvem jovens em São Leopoldo.
-
4.3 – Procedimentos éticos
Esse projeto será encaminhado para o Comitê de Ética da UNISINOS para que
siga a Resolução 466/12, considerando o respeito pela dignidade humana, autonomia e
vulnerabilidade dos participantes e assegurando o direito de permanecerem, ou não, na
pesquisa. Para tanto, será apresentado, antecipadamente - aos pais e/ou responsáveis,
bem como os próprios jovens - que participarão da pesquisa o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (Apêndices 2 e 5), que deixará claro que os dados coletados serão
utilizados exclusivamente para fins da investigação e a identidade dos participantes será
preservada. Ainda, no Termo constará que a qualquer momento o participante poderá
obter informações do andamento da pesquisa ou, se for de sua vontade, desistir da
mesma.
Além disso, contamos com total ciência e concordância da Coordenadora da 2ª
CRE, do Secretário de Esporte e Lazer de São Leopoldo e da Coordenação do Centro de
Esporte e Lazer da UNISINOS expressas, em respectivas, Cartas de Anuências (anexos
1, 2 e 3), formalizando a autorização da pesquisa nos respectivos locais.
Os riscos são mínimos e podem estar relacionados ao desconforto para os jovens
responderem algumas das perguntas formuladas. Os pesquisadores ficarão sempre
atentos a isso e, de maneira preventiva, interromperá o procedimento da coleta de dados
diante de qualquer intercorrência manifestada pelos colaboradores.
Os benefícios do estudo estão relacionados à identificação do perfil dos jovens de
São Leopoldo diante da prática esportiva e como os mesmos usufruem, ou não, dos
equipamentos de Esporte e Lazer desta cidade a fim de problematizar e qualificar - junto
aos setores competentes da Gestão Administrativa do Município - as propostas de
políticas públicas, especificamente deste setor e, extensivamente, a outros como
Educação, Saúde e Cultura.
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Cronograma
Atividades Meses/2017
Jan. Fev. Mar. Abr Mai jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Submissão ao CEP e reelaboração do projeto
xx xx xxxx xx
Revisão bibliográfica xx xxxx xxxx
Coleta de dados xx xxxx xxxx xxxx xxxx
Análise dos dados xxxx xxxx xxx
Estruturação e submissões de artigos
xxxx xxxx
Publicações xx xx
Referencias
ABAD, Miguel. Crítica política das políticas de juventude. In: FREITAS, Maria Virgínia de; PAPA, Fernanda de Carvalho (Org.). Políticas públicas: juventude em pauta. São Paulo: Cortez: Ação Educativa, 2003. p. 13-32.
BARBOUR, R.S.; KITZINGER, J. Developing focus group research. London: Sage, 1999.
BOURDIEU, Pierre. 1983. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero. p. 136-153.
BRASIL. Ministério da Educação – Secretaria de Educação Física e Desportos (SEED/MEC). Esporte na Escola: os XVII Jogos Escolares Brasileiros como marco reflexivo. Brasília/DF, 1989.
BRASIL. Ministério do Esporte. Política Nacional de Esporte. Brasília/DF, 2005.
BRASIL. Secretaria Nacional da Juventude. Guia de políticas públicas de juventude. Brasília: Secretaria-Geral da Presidência da República, 2006.
DÁVILA LEÓN, Oscar. Adolescencia y juventud: de las nociones a los abordajes. Última década, Valparaíso, v. 12, n. 21, p. 83-104, dez. 2004. Disponível em: . Acesso em: 10 nov. 2010.
DICK, Hilário. Gritos silenciosos, mas evidentes: jovens construindo juventude na história. São Paulo: Loyola, 2003.
-
DIEHL, Vera Regina Oliveira et al. O conceito de experiência no trabalho docente em Educação Física: contribuições de Edward Palmer Thompson e François Dubet. VII Congresso Sul Brasileiro de Ciências do Esporte. 2014
DUBET, Francois. Sociologia da experiência. Porto Alegre: Instituto Piaget, 1996.
DUBET, François. Sociologia da experiência. Lisboa: Instituto Piaget, 1994.
FUNDAÇÃO DE ESPORTE E LAZER DO RIO GRANDE DO SUL – FUNDERGS. Mapa dos Polos de Desenvolvimento de Esporte e Lazer no Estado do Rio Grande do Sul, com sua composição no ano de 2013. Porto Alegre/RS, 2013.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo de Esporte. Rio de Janeiro/RJ, 2003. INSTITUTO CIDADANIA. Perfil da juventude brasileira. São Paulo, 2003.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA – INEP. Censo Escolar. Brasília/DF, 2004. OLIVEIRA, Dora Lucia Leidens de. Brazilian adolescent women talk about HIV/AIDS risk reconceptualizing risk sex: What implication for health promocion? London: University of London. Institute Educacion, 2001.
PEREIRA FILHO, Ednaldo. Política de formação continuada, compartilhada e em rede na educação física escolar. Anais do XVIII Congresso Brasileiro de Ciências do Esporte e V Congresso Internacional de Ciências do Esporte. 2013.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO - PNUD. Inovar para incluir: jovens e desenvolvimento humano: informe sobre desenvolvimento humano para o Mercosul. Buenos Aires: Libros del Zorzal; Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, 2009.
ROCHA, Maria Aparecida. Processo de inclusão ilusória: a condição do jovem bolsista universitário. 2008. 264 f. Tese (Doutorado em Serviço Social) -- Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2008. Disponível em: < http://bdtd.ibict.br/>. Acesso em: 25 jan. 2011.
SIMMEL, Georg. Sociologia. São Paulo: Ed. 34, 1983.
SOARES, Rosângela de F. R; MEYER, Dagmar E. Estermann. O que se pode aprender com a “MTV de papel” sobre juventude e sexualidade contemporâneas? Revista Brasileira de Educação, Campinas, n. 23, p.136-148, maio/ago. 2003.
TAYLOR, Charles. As fontes do self. São Paulo: Loyola, 1997.
UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura). Declaração da IV Conferência Internacional de Ministros, Altos Funcionários e Responsáveis pela Educação Física e Esporte. Atenas, 2004.
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Apêndices e Anexos
Apêndice A – TCLE para Jovens com 18 ou mais anos
Termo de Consentimento e Livre Esclarecido
Nós - Claiton Nunes, Ednaldo Pereira Filho e Khrysalis Castro, pesquisadores do CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA EM POLÍTICAS DE ESPORTE E DE LAZER DA REDE CEDES DO RIO GRANDE DO SUL: Núcleo UNISINOS, convidamos você a participar da pesquisa intitulada “As experiências sociais de acessos, aprendizagens e práticas esportivas de jovens de São Leopoldo/RS”. Seu objetivo é identificar, analisar, descrever e interpretar as experiências sociais de acessos, aprendizagens e práticas esportivas de jovens de São Leopoldo/RS.
A pesquisa utilizará como procedimento uma entrevista semiestruturada com x
questões. As perguntas que vamos fazer não pretendem trazer nenhum desconforto ou
risco, já que são somente sobre suas opiniões em relação ao objetivo do estudo. As
entrevistas terão seu áudio gravado através de um gravador digital e serão transcritas.
Todos os arquivos das gravações e as transcrições ficarão armazenados sigilosamente
por três anos sob o cuidado do pesquisador e destruídos após este período. A identidade
do participante será preservada, pois não serão divulgados nomes ou informações. Os
dados obtidos serão utilizados apenas para os fins da investigação. Você poderá desistir
do estudo a qualquer momento, sem prejuízo algum como também sempre poderá obter
informações sobre o andamento da pesquisa e/ou seus resultados. A participação é
voluntária.
Outros esclarecimentos acerca deste estudo poderão ser obtidos junto aos
pesquisadores, pelo telefone (51) 999870719 ou pelo e-mail ednaldo@unisinos.br.
AUTORIZAÇÃO:
Eu, Sr(a) ................................................................................................................, fui
informado sobre a pesquisa e após ler este Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, concordo em participar da pesquisa, e assino este documento em duas vias,
sendo que uma fica em meu poder.
São Leopoldo/RS ...../......./.............
-
__________________________ ______________________________
Participante Pesquisador
Apêndice B – TCLE para Jovens com menos de 18 anos
Termo de Consentimento e Livre Esclarecido
Nós - Claiton Nunes, Ednaldo Pereira Filho e Khrysalis Castro, pesquisadores do CENTRO DE DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA EM POLÍTICAS DE ESPORTE E DE LAZER DA REDE CEDES DO RIO GRANDE DO SUL: Núcleo UNISINOS, convidamos você a participar da pesquisa intitulada “As experiências sociais de acessos, aprendizagens e práticas esportivas de jovens de São Leopoldo/RS”. Seu objetivo é identificar, analisar, descrever e interpretar as experiências sociais de acessos, aprendizagens e práticas esportivas de jovens de São Leopoldo/RS.
A pesquisa utilizará como procedimentos de investigação a realização de grupos
de discussões, onde seu filho(a) participará de maneira voluntária. As perguntas que
vamos fazer não pretendem trazer nenhum desconforto ou risco, já que são somente
sobre suas opiniões em relação ao objetivo do estudo, no entanto ficarei atenta para que
em qualquer momento de possível dificuldade de resposta e participação de seu filho(a)
que ele não se sinta obrigado a responder. As entrevistas terão seu áudio gravado
através de um gravador digital e serão transcritas. Todos os arquivos das gravações e as
transcrições ficarão armazenados sigilosamente por três anos sob o cuidado do
pesquisador e destruídos após este período. A identidade do participante será
preservada, pois não serão divulgados nomes ou informações. Os dados obtidos serão
utilizados apenas para os fins da investigação que pode gerar como benefício a melhora
da oferta e da qualidade de oportunidades relacionadas às práticas esportivas. O filho(a)
do senhor (a) poderá desistir do estudo a qualquer momento, sem prejuízo algum como
também sempre poderá obter informações sobre o andamento da pesquisa e/ou seus
resultados. Você pais/responsáveis também poderá obter informações sobre o
andamento da pesquisa e/ou seus resultados.
Outros esclarecimentos acerca deste estudo poderão ser obtidos junto aos
pesquisadores, pelo telefone (51) 999870719 ou pelo e-mail ednaldo@unisinos.br.
Livre e esclarecido será impresso em duas vias, uma delas será destinada a você
e aos seus pais/responsáveis e a outra ficará comigo – o pesquisador.
-
AUTORIZAÇÃO:
Eu,______________________________________________, (pai/responsável) do
aluno (a) ________________________________________, autorizo que o mesmo(a)
participe voluntariamente e contribua com a pesquisa do CENTRO DE
DESENVOLVIMENTO DE PESQUISA EM POLÍTICAS DE ESPORTE E DE
LAZER DA REDE CEDES DO RIO GRANDE DO SUL: Núcleo UNISINOS, sobre
“As experiências sociais de acessos, aprendizagens e práticas esportivas de jovens
de São Leopoldo/RS” após ter lido este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..
São Leopoldo/RS,___/______/_____
______________________________
Pai/Responsável pelo aluno
_______________________ _____________________________
Pesquisadora Professor Orientador
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Anexo 1 – Carta de Anuência da 2ª CRE ou das Escolas que participarão
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Anexo 2 – Carta de Anuência da SMEL
-
Anexo 3 – Carta de Anuência do Centro de Esporte e Lazer
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