programa da cdu às eleições autárquicas 2013
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PROGRAMA ELEITORAL DA CDU
PARA O CONCELHO DE OVAR
SETEMBRO DE 2013
COLIGAÇÃO DEMOCRÁTICA UNITÁRIA – PCP-PEV
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INTRODUÇÃO
A CDU - Coligação Democrática Unitária apresenta-se às eleições autárquicas no Concelho
de Ovar no ano de 2013 com um projecto político autárquico próprio, enraizado nas
aspirações da população e que surge como séria alternativa às políticas dos executivos
PS/PSD que estagnaram o concelho nas mais variadas áreas.
A força da CDU reside fundamentalmente no trabalho colectivo, no seu projecto próprio e
no contacto permanente com a população. Um projecto nacional com realizações concretas
em inúmeras localidades do nosso país e que decorrem de uma matriz comum assente em
valores que importa salientar:
Uma gestão democrática e participada orientada para o desenvolvimento e para a melhoria
da qualidade de vida das populações;
Uma defesa intransigente do carácter público dos serviços prestados às populações, e a
dignificação dos trabalhadores das autarquias locais;
Um combate contra as políticas de direita que procuram há décadas desvirtuar o poder local
democrático nascido no 25 de Abril.
A CDU faz da participação e do empenhamento das populações uma das várias marcas
distintivas em relação à presente realidade política. Assim, os conteúdos programáticos aqui
presentes serão reflexo da auscultação, intervenção e participação em variados meios e nas
diversas realidades que compõem a sociedade.
As listas da CDU, ampla frente de luta
A CDU apresenta-se a estas eleições com listas renovadas, com gente da terra,
profundamente conhecedora dos seus problemas e motivada pela sua resolução.
Dos 116 candidatos que concorrem nas listas da coligação, 59% são militantes do PCP ou
do PEV, correspondendo os restantes 41% a várias dezenas de independentes que, não
sendo militantes de nenhum partido, se revêm no projecto autárquico da CDU. Esta
capacidade de mobilização e alargamento é marca distintiva da grande frente de luta que
representa a CDU no plano político quer nacional, quer local.
Quarenta por cento dos candidatos são mulheres, um valor que se aproxima dos 50%. A
idade média é de 48 anos, incluindo 21 jovens com menos de 30 anos. De salientar ainda
os 40 novos candidatos relativamente às eleições autárquicas de 2009, reflectindo uma taxa
de renovação de 35% e a capacidade da CDU de encontrar pontes em amplos sectores da
população.
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1. BREVE CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA DO CONCELHO
Ovar é hoje um concelho envelhecido, estagnado demograficamente e onde milhares de
famílias sofrem diariamente o drama do desemprego
A população de Ovar – tal como a do resto do País – também está a envelhecer: nos Censos
de 2011 do INE, o número de pessoas com mais de 65 anos já é maior que o dos jovens
entre os 0 e os 15 anos. Em 2030, esta relação será, provavelmente, de 2,5 idosos para
cada jovem.
É preciso fazer alguma coisa. Ovar tem recursos, desde que bem geridos, para atrair jovens
casais e criar condições para a sua fixação: garantir qualidade de vida e emprego com
direitos.
Para tal é necessário implementar políticas de fomento à habitação, garantir o emprego
com direitos, garantir a prestação de serviços (saúde, educação), democratizar o acesso
à cultura e ao desporto e garantir adequados padrões de mobilidade.
2. SAÚDE
Hospital de Ovar
É hoje consensual que o Hospital de Ovar presta um serviço insubstituível à população de
Ovar, apesar das sucessivas perdas de valências de que foi alvo pelos governos da direita,
que lhe retiraram a Maternidade, a Pediatria e o Serviço de Urgência. Conta, actualmente,
com serviços nas áreas de Anestesiologia, Cardiologia, Cirurgia Geral, CTAO
(Hipocoagulados), Diabetologia, Dietética, Fisiatria, Medicina Interna, Pediatria,
Oftalmologia, Ortopedia, Otorrinolaringologia, Psicologia Clínica, Urologia, Podologia e
Dermatologia.
Na visão da CDU este hospital deve continuar a ser um hospital de proximidade, em
plena articulação com as Unidades de Saúde Familiar. A população vareira deve ver o
Hospital de Ovar como o seu hospital, aquele a que deve recorrer em primeiro lugar e que
deve responder pelo menos à grande maioria das principais necessidades de saúde no
concelho.
Importa não esquecer que o Hospital de Ovar continua ameaçado de privatização pelo
governo PSD/CDS – forças que concorrem também no plano local.
Este processo mereceu, desde o início, o mais vivo repúdio por parte da CDU, já que, como
tem demonstrado a história, as privatizações são acompanhadas de relevantes subidas de
custos (seja para os utentes, seja para o Estado); de degradação dos serviços; de
diminuição da sua oferta; de precarização e aumento dos níveis de exploração dos
trabalhadores.
Marca distintiva da CDU relativamente às forças concorrentes é a de sempre ter defendido
- nas palavras e nos actos - um Serviço Nacional de Saúde como serviço público, geral,
universal e gratuito, como garantia de acesso em qualidade aos cuidados de saúde. Fê-lo
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com toda a coerência, mantendo a sua posição seja no passado, seja no presente, seja
nas instituições locais ou nas instituições nacionais.
E tal como o fez no passado, fá-lo-á no futuro: com uma maioria CDU, os vareiros podem
contar com as instituições municipais para defender intransigentemente o seu hospital,
sem as contradições, jogos de cintura e cumplicidades com o poder central que têm sido
prática no PS, PSD e CDS.
Cuidados de Saúde Primários
Lutaremos para que a Rede de Cuidados de Saúde Primários no concelho conte com os
profissionais de saúde em falta (nomeadamente nos casos de Maceda e Válega), bem como
pela reabilitação dos edifícios da Extensão de Saúde de Maceda e da Unidade de Saúde
Familiar em Válega.
3. ÁGUA E SANEAMENTO
Quanto pagamos a mais depois da Câmara Municipal de Ovar conceder a exploração da
distribuição de água e da gestão do saneamento à ADRA? O dobro!
Actualmente, os Munícipes de Ovar pagam mais 10€ por
mês que a média dos portugueses! Seremos mais ricos que
os outros?
Somos o 24º município mais caro do Continente (em 283)!
Os dados são da Entidade Reguladora dos Serviços de
Água e Resíduos (ERSAR). Só entre 2011 e 2013 o preço
por m3 subiu 99%. Com estes aumentos já seria possível
cobrir todo o Concelho com rede de águas residuais.
Ao contrário de muitas autarquias CDU, onde o
problema do saneamento foi resolvido já no século
passado, Ovar continua a ser um concelho onde as obras
de saneamento têm sido sucessivamente adiadas e
utilizadas como recorrente promessa eleitoral. Não é
admissível que apenas em vésperas de eleições se avance
com as obras de saneamento, privando as populações
deste importante serviço durante anos!
A exemplo das autarquias onde somos maioria, comprometemo-nos a totalizar a
cobertura de saneamento em todo o concelho.
Por isso temos de voltar a colocar os serviços de água e saneamento na esfera
municipal.
17,51
27,37
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
Média do País Ovar
Custo mensal da água e do saneamento (120 m3/ano)
Fonte: ERSAR, 2012
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4. CÂMARA AMIGA DOS CIDADÃOS
A relação entre os munícipes de Ovar e a sua Câmara Municipal tem de mudar. A Câmara
não pode ser um serviço onde se vai com a expectativa de perder muito tempo e não ser
devidamente atendido(a). Pelo contrário, ir tratar de qualquer assunto à Câmara tem de
constituir um acto agradável e normal da vida quotidiana.
Os munícipes terão acesso ao prazo exacto para a emissão de qualquer documento,
evitando deslocações desnecessárias. A informação será transparente e todos os cidadãos
terão tratamento rigorosamente igual.
Com a CDU os serviços que são actualmente entregues a empresas privadas regressarão
à Câmara Municipal, a administração será desburocratizada e os trabalhadores
camarários serão devidamente valorizados.
Os documentos aprovados nos órgãos municipais, bem como aqueles apresentados pelos
grupos municipais no decorrer dos trabalhos da Assembleia Municipal, estarão todos
disponíveis numa plataforma online a que qualquer cidadão possa aceder de forma fácil
e intuitiva.
5. ENVOLVER A POPULAÇÃO NO ORÇAMENTO
Com a CDU a população será ouvida e envolvida, particularmente na decisão da parte do
orçamento municipal que respeita às despesas de capital (investimento). Quem melhor do
que os próprios beneficiários dos investimentos para saber quais as prioridades? Porque
confiamos no saber dos vareiros, vamos criar os mecanismos para pôr em prática a
participação de todos no destino a dar ao dinheiro que é de todos.
6. POLÍTICA DE HABITAÇÃO
É absolutamente necessário aumentar a oferta de casas para arrendamento. Para isso
propomos:
Recuperação do Centro de Ovar, através de incentivos para a reabilitação urbana
que tornem o centro da cidade num lugar apetecível, dinâmico, e que valorize a
tradição arquitectónica vareira – nomeadamente as fachadas em azulejo.
Penalização de proprietários imobilistas através de alterações na tributação.
Os jovens têm de poder arrendar casas: daremos apoio para que vivam na cidade
e pugnaremos pela alteração do Porta 65 Jovem, que veio dificultar o arrendamento
jovem.
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Habitação social
Existem, no concelho de Ovar, famílias em condições absolutamente degradantes de
habitação (Válega, Bairro do SAAL em Cortegaça, etc), situação que apesar da sua
gravidade têm apenas contado com a passividade da Câmara. A CDU compromete-se desde
já a dar resposta da máxima urgência a estes casos, construindo habitação social condigna.
7. SERVIÇOS PÚBLICOS E EQUIPAMENTOS COLETIVOS
Apoio à infância
Daremos importância ao reforço da oferta pública de infantários de acesso universal, assim
como de pré-escolar e ATL.
É preocupante o agravamento da situação social das crianças. Segundo dados da Comissão
para a Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ), houve nesta instituição um aumento de 20%
do número de processos abertos do ano 2011 para 2012, um crescimento superior ao
nacional e ao do distrito. No presente ano, o número de processos abertos no primeiro
semestre correspondia já a 70% do número total de processos abertos no ano anterior,
perspectivando-se mais um ano negro para as crianças do concelho-
Neste contexto, é fundamental reforçar a cooperação com a CPCJ, dotando-a dos meios
necessários à sua actividade. Importa também priorizar a criação de um Centro de Apoio
Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP), onde se possa intervir no contexto
familiar e ajudar as famílias a potencializar os recursos necessários à manutenção das
crianças e jovens nos seus agregados de origem, dando resposta à necessidade de
respostas sociais que consigam trabalhar as problemáticas da família.
Paralelamente, prepararemos a candidatura de Ovar a “Cidade Amiga das Crianças”,
respondendo ao apelo da UNICEF de 1996 no sentido de criar condições para uma atenção
e sensibilização primordial à situação de cada criança no respeito pelo seu bem-estar e pela
universalidade dos seus direitos.
Desporto
A CDU entende que qualquer política desportiva terá que passar por uma autêntica
democratização da sua prática, evitando a segregação social no seu acesso. A CDU defende
um modelo desportivo baseado numa lógica de necessidades, que contemple a realidade
do concelho na sua globalidade a aproveite acima de tudo as dinâmicas associativas locais,
sem deixar de intervir de uma forma descomplexada em áreas carentes de iniciativas. Um
modelo onde o papel social do clube, como estrutura comunitária dinamizadora e difusora
do desporto e da cultural, não deixará de ocupar o devido destaque.
Daremos nova dinâmica à utilização dos equipamentos já existentes, nomeadamente nas
escolas, criando protocolos para o seu acesso universal e gratuito por parte da população
em geral, nos horários não lectivos. É inadmissível que jovens tenham de pagar quantias
elevadas para praticar desporto nas escolas que são de todos!
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Avançaremos com a construção do Parque Desportivo Municipal que contemple uma pista
de atletismo, um circuito de manutenção e a Casa Municipal do Desporto que servirá de
ponto de encontro a toda a comunidade desportiva de Ovar.
Programação cultural
A CDU sempre defendeu uma ampla democratização da cultura, que deve ser diversificada
e envolver os agentes culturais locais, atraindo gente de fora e adequando-se aos gostos
variados dos residentes. Assim:
Daremos continuidade à política de dinamização dos pólos da biblioteca municipal;
Asseguraremos uma programação de qualidade do Centro de Artes, que permita à
população de Ovar ter acesso a programas de qualidade sem ter que sair do
concelho;
Incluiremos uma programação de cinema variado e de qualidade, com o que de
melhor existe na sétima arte;
Promoveremos uma política de oferta regular e equilibrada, contemplando a
totalidade das freguesias, envolvendo os agentes locais e rentabilizando melhor os
equipamentos existentes;
Daremos um novo impulso à Rede Museológica de Ovar, que contará com reforçado
apoio financeiro, logístico e na divulgação de iniciativas, correspondendo desta
forma aos esforços que têm realizado os Museus em dinamizar os seus espaços;
Criaremos uma equipa para uma adequada e acima de tudo atempada divulgação
dos eventos culturais, área na qual o actual executivo municipal tem falhado de
forma estrondosa.
Apoio aos idosos
Apoiaremos o aumento dos lugares em lares e centros de dia e do apoio domiciliário, com
acesso para todos.
Daremos início a um levantamento sistemático do número de idosos solitários e criaremos
uma Comissão de Proteção de Idosos em Risco, que trabalhe em rede com as organizações
já no terreno, como a Associação de Apoio à Vítima (APAV).
8. ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E AMBIENTE
Revisão do Plano Director Municipal (PDM)
É urgente proceder a esta revisão uma vez que o PDM em vigor data de 1995! Das
consequências deste monumental atraso resultam prejuízos enormes e alguns irreversíveis
para o nosso concelho. Não é possível continuar a orientar o desenvolvimento estratégico
- e em particular o urbanístico – a partir de um documento desactualizado e que foi
elaborado numa época de expansão urbana que hoje não se verifica.
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O novo plano deve ser claro quanto à definição de estratégias de desenvolvimento do
território e à definição da estrutura ecológica do Concelho, de forma a evitar que as
requalificações realizadas nos espaços verdes se convertam em meras ilhas verdes; pelo
contrário, devem constituir partes de um contínuo vegetal – corredores verdes para
utilização dos cidadãos.
Relatório sobre o estado do ordenamento do território
Com a CDU a Câmara Municipal apresentará à Assembleia Municipal o Relatório sobre o
estado do ordenamento do território, de dois em dois anos e de acordo com a Lei, com
ampla participação dos cidadãos interessados.
Ria de Aveiro
Acompanharemos a execução das obras no âmbito do Polis Litoral – Ria de Aveiro, pelas
quais tantos nos debatemos, e que finalmente vemos adjudicadas: Reordenamento e
qualificação de frente lagunar de Ovar: praia do Areiinho, Cais da Ribeira e Foz do Rio
Cáster e Reordenamento e qualificação de frente lagunar de Ovar: Azurreira.
Lutaremos pela criação da Área de Paisagem Protegida da Foz do Cáster. Desde a
década de noventa que se insiste na sua criação, tendo os técnicos do ICN dado um parecer
positivo do mesmo; desde 2008 existem instrumentos legais que possibilitam à autarquia
criar áreas protegidas, por proposta do Executivo e, após consulta pública, aprovação pela
Assembleia Municipal. A CDU continuará a apoiar este projecto e a exercer pressão para
que vá avante.
Preservação ambiental
A CDU valoriza a construção do Parque Urbano de Ovar, mas esta não está isenta de erros.
Destruir vegetação em período de nidificação, criar barreiras ao fluxo de biodiversidade
(açudes, emparedamento de margens, etc.), construir açudes que ponham em causa a
estabilidade das margens a jusante, não são propriamente intervenções sustentáveis do
ponto de vista ambiental. Além disso, subsistem problemas de conectividade ecológica
exterior, isto é, não estabelece um corredor ecológico tanto a jusante como a montante do
rio Cáster. Neste momento, o Parque Urbano de Ovar, não é mais que uma “ilha verde”.
Mas este é apenas o exemplo mais marcante de um problema que afecta um pouco todo o
concelho, fruto de um planeamento pouco cuidado por parte da Câmara Municipal, pouco
preocupada com as questões ambientais. Com todas as restrições orçamentais que possam
existir, não é boa política ambiental, nem mesmo financeira, criar defesas que apenas
defendem e mal pessoas e bens, também não é boa política ambiental a troco de mais
algumas opções cicláveis, pedonais e de lazer destruir e adulterar de forma drástica áreas
a proteger.
A CDU corrigirá estes problemas desencadeados pelo anterior executivo, e terá, em todas
as obras que realizar, elevado sentido de responsabilidade ambiental.
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A Barrinha de Esmoriz
A Barrinha de Esmoriz é um ecossistema importantíssimo para abrigo e nidificação de
algumas espécies de aves de grande valor ambiental, e que é inclusivamente é sítio Rede
Natura 2000. O grupo parlamentar do PCP já apresentou por duas vezes, na Assembleia da
República, uma proposta para que a Barrinha de Esmoriz obtivesse o estatuto de Reserva
Natural, ao abrigo do DL 19/93, ainda sem sucesso. Continuaremos nesta luta.
É importante e urgente o desassoreamento da Barrinha: a CDU bater-se-á para que ele
seja uma realidade.
Orla costeira
Priorizaremos a defesa dos nossos areais, com particular atenção à protecção das áreas
habitadas em risco, baseados na actual evidência científica mas ouvindo também todos os
utilizadores, em particular os pescadores de Arte Xávega.
Recolha selectiva de Resíduos Sólidos Urbanos – RSU
É com preocupação que encaramos o problema da recolha seletiva de Resíduos Sólidos
Urbanos, pois embora tenham melhorado, os índices de reciclagem continuam com níveis
muito baixos, já que em Ovar rondam os 6,57% relativamente ao total de Resíduos
Sólidos Urbanos recolhidos no nosso concelho.
No entanto, é importante referir que a CDU apadrinhou e lutou desde a primeira hora pelo
aproveitamento dos óleos para produção de biodiesel, apelando vivamente pela
implementação de um sistema de recolha de óleos, não só para este efeito, mas também
para diminuir o seu impacto na contaminação dos solos e recursos hídricos. Trabalharemos
no sentido de melhorar efectivamente estes indicadores.
Educação ambiental
A CDU promete dar um novo impulso na educação ambiental, formando e apoiando o
emprego nesta área, dado que não basta criar infraestruturas e equipamentos que
aproximem as populações da natureza: as pessoas têm que ser preparadas para os valorizar
e conservar. A promoção da educação ambiental é uma medida essencial para a
preparação desta geração, e das gerações vindouras, para os desafios que põem em
causa não só a sobrevivência de milhões de espécies que envolvem o homem como para a
sua própria sobrevivência.
9. PLANO DE MOBILIDADE
Ligação entre as freguesias do Concelho
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A população de Ovar sofre diariamente com a ausência total de uma rede de transportes a
que a Câmara ainda não quis dar resposta. De facto, em hoje em dia muitas autarquias do
país prestam serviço de transporte urbano às suas populações, um serviço acessível às
contas da autarquia e de valor incalculável na qualidade de vida dos munícipes.
Comprometemo-nos, pois, a desenvolver uma rede pública de transportes colectivos
municipais a preços acessíveis à população numa perspectiva de efectiva mobilidade entre
as freguesias e o centro da cidade.
Teremos em consideração a necessidade de transportes pendulares, como o transporte
escolar e as ligações diárias entre a residência e o trabalho, nomeadamente as Zonas
Industriais.
Mobilidade sustentável
Ovar tem condições para ser uma região ímpar na utilização de modos de deslocação
amigos do ambiente, em particular os modos pedonal e ciclável; para isso tem de passar
a encarar a bicicleta como um meio de transporte diário e não apenas de lazer; tem de criar
interfaces intermodais, nomeadamente com o comboio, e avançar para uma rede pública
de bicicletas; alargar a rede de ciclovias, definindo percursos contínuos com origem e
destino claros; requalificar ruas – como exemplo a R. Visconde de Ovar – para garantir
segurança e conforto a peões e ciclistas.
Transporte ferroviário
É opinião unânime entre a população que a Estação de Ovar não responde, actualmente,
aos requisitos mínimos de segurança e conforto exigíveis, considerando a grande
quantidade diária de utilizadores.
Insistiremos, junto da REFER, para que seja efectuada a requalificação da Estação de Ovar,
sem esquecer o belíssimo património de azulejos na sua fachada.
10. ECONOMIA E DESENVOLVIMENTO
O concelho de Ovar representa o exemplo acabado de um modelo de desenvolvimento
falhado, que apostou tudo em empresas multinacionais com vocação exportadora e pouco
na promoção e apoio das PME’s, que representam mais de 95% do emprego. Entregaram-
se milhões de apoios a grandes empresas que são hoje responsáveis pela maior parte dos
cerca de 4200 desempregados existentes no Concelho.
Uma Câmara de maioria CDU nunca terá a atitude passiva que teve o actual executivo
perante as deslocalizações de multinacionais do Concelho que culminaram no despedimento
de centenas de trabalhadores, mas colocar-se-á corajosamente do lado destes e do seu
direito ao emprego.
Agricultura, pecuária e pescas
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Promoveremos e estimularemos estas actividades tradicionais e de grande importância para
o Concelho, tanto no plano económico como no da preservação ambiental. Coordenaremos
e desenvolveremos o funcionamento de mercados para o escoamento de produtos agrícolas
e do pescado.
Agência Local de Desenvolvimento
Insistimos uma vez mais na criação desta entidade que congregue a autarquia e os agentes
sociais e económicos locais e regionais, como as associações empresariais, os sindicatos,
as universidades e politécnicos, as escolas com ensino profissional e outros, no sentido de
definir estratégias para o desenvolvimento económico e de criação de emprego; melhor
aproveitamento dos recursos endógenos e captação de investimentos.
Centro de Serviços de apoio à atividade empresarial
Uma entidade de grande utilidade, sobretudo para micro e pequenas empresas, no sentido
de lhes prestar apoio em áreas especializadas para as quais ainda não têm dimensão para
desenvolver serviços com recursos próprios (apoio jurídico, internacionalização,
comunicação, etc.).
Acessibilidades nas Zonas Industriais
Exigiremos, junto do poder central, melhores ligações das zonas industriais aos grandes
eixos viários. Exigiremos a renovação da via férrea, e proporemos às entidades
responsáveis (Ministério da Economia e Refer) a construção de um ramal da linha de
caminho de ferro que sirva a zona industrial.
Turismo
Ao contrário da prática actual, com uma maioria CDU o turismo terá a relevância que as
enormes potencialidades turísticas do concelho permitem.
Partindo de uma estratégia de valorização dos recursos naturais do concelho (ria, praias e
matas) por forma a torná-los acessíveis a toda a população e a quem nos visita, criaremos
uma Roteiro Verde de Ovar, que inclua a marcação de trilhos para passeios a pé, a
colocação de painéis informativos sobre a fauna e a flora ou a construção de
observatórios de Aves na Ria ou na Barrinha.
Toda a informação turística do concelho, incluindo as suas belezas naturais, será
disponibilizada online numa plataforma moderna, acessível e completa.
11. ASSOCIATIVISMO
Gestão participada
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Os equipamentos culturais e desportivos públicos devem ser cogeridos pela autarquia e
pelas associações que os utilizam; através da gestão conjunta, a Aldeia do Carnaval e outros
equipamentos podem ter melhor aproveitamento pela criação de sinergias entre os seus
utilizadores; a política de afetação de recursos financeiros deve também fazer parte das
matérias a tratar nestes órgãos de gestão.
Transparência
Os critérios de atribuição de subsídios serão transparentes e baseados nos planos de
actividade e orçamentos das associações e colectividades, tornando mais justa e equitativa
a sua distribuição.
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CONCLUSÃO
A CDU tem sabido manter uma atitude de grande serenidade e responsabilidade. Sempre
recusamos embarcar em polémicas estéreis, valorizando sobretudo o aspecto construtivo
na nossa intervenção.
O voto na CDU é um voto diferente, mas nunca será um voto no desconhecido. Com um
património autárquico invejável a nível nacional (são os índices oficiais que assim o
atestam), mas também com sólidas marcas na sua intervenção local, a CDU assume-se
como uma alternativa credível para todas aqueles que estão convencidos que é possível e
desejável ter um Poder Local de esquerda também em Ovar.
Convém no entanto lembrar que à CDU não lhe basta ter razão ou um projecto autárquico
exequível. É importante, acima de tudo, que o poder lhe seja dado através do voto, pois só
com mais mandatos será possível à CDU cumprir os seus mais altos objectivos: defender e
representar dignamente as populações.
São as populações as que mais perdem nas autarquias onde a CDU está pouco
representada, tornando-se mais difícil – mas ainda assim não impossível – erguer a voz
contra a hegemonia institucional dos partidos da direita.
É por isso do mais alto interesse do povo português dar mais força à CDU, força do povo,
para o povo. Temos gente com vontade e capacidade para assumir quaisquer
responsabilidades que nos venham a ser conferidas pelo resultado eleitoral.
O prestígio da gestão CDU não é palavra oca, mas uma realidade reconhecida em dezenas
de autarquias por todo o país. Vamos fazer crescer a CDU também em Ovar!
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