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A BO

Dom30 de setem24 A Bola ao CENTRO

CIÊNCIAdos super-heróisPavilhão do Conhecimento transformou-se num estádio olímpico com muita tecnologia à misturaà importância da alimentação ou a história do campeão olímpico com pouca visão... dSurpreenda

COMO é lógico, sem atletasnão há desporto. Estes sãoos principais responsáveispelos resultados que al-cançam. Mas é cada vez

mais evidente que treinar muito outer características apropriadas paradeterminada modalidade, por si só,não chega. O mundo está em cons-tante evolução, os gritos da tecno-logia surpreendem-nos, quase, semdarmos conta e, como tal, o des-porto não é exceção. Na passadasexta-feira, no âmbito da Noite Eu-ropeia dos Investigadores, o Pavilhãodo Conhecimento, em Lisboa, ves-tiu-se a rigor para comprovar que aciência ajuda, sim, e muito, os des-portistas. Torna-os Super-heróis.

BARCOS DOS MEDALHADOSEmanuel Silva e Fernando Pi-

menta conquistaram a medalha deprata nos Jogos de Londres em K21000 aos comandos de um barco fa-bricado pela empresa Nelo, cons-trutora de 75 por cento das embar-cações presentes na competição eresponsável por 25 das 36 medalhasconquistadas. Foi, sem dúvida, umaajuda para os portugueses.

«O Nelo dá-nos tudo aquilo queé conforto, durabilidade, beleza dobarco e assistência nas provas. Preo-cupa-se em adotar o barco às nos-sas características não só em ter-mos estéticos, mas na autoestima»,garante o medalhado olímpico, aolado de um técnico de desenvolvi-mento da empresa lusa, Nuno Ra-mos, que apresentou uma nova evo-lução do fabricante português.Trata-se de uma aplicação para te-lemóveis que permite gerir o treino,calculando a potência, frequênciada braçada, o esforço e o tempo.Embora, Emanuel ainda não tenhaexperimentado, garante que será«uma grande ajuda», pelo conhe-cimento que tem de outras inovaçõesda construtora: «Tem um programaque nos ajudou muito para os Jo-gos. Permite-nos saber se precisa-mos de estar colocados mais atrás ouà frente no barco, para termos maisvelocidade.»

FÍSICA ATÉ PARA QUEM VÊ POUCOAlém dos equipamentos des-

portivos, também os estudos emdiversas áreas da ciência são, cadavez mais, um trunfo.

No tiro com arco, por exemplo,a pouca evolução da modalidade noPaís faz com que não existam in-vestigadores nessa área. Mas os téc-nicos fazem-se à vida! «Falta apro-ximar a ciência do desporto. O queas pessoas que gostam da modali-dade fazem é pesquisar o que se fazlá fora. Os meus estudos direcio-nam-se para o posicionamento doarqueiro que é fundamental», escla-rece o técnico Adriano Dias, quedeixa um exemplo: «O coreano quevenceu os Jogos é o exemplo de quea estabilidade é muito importante.

Por

ANDRÉ LEITÃO

Tem 20 por cento de visão, mas averdade é que foi campeão e bateuo recorde do Mundo.»

AS LEIS DO BILHARO bilhar é outra modalidade que

carece (e muito) de estudos cientí-ficos. Em Portugal não há. Mas, on-tem, os organizadores do evento de-cidiram juntar o físico PedroBrogueira e o heptacampeão euro-peu de bola 10, Henrique Correia,

para uma troca de experiências. Enão é que não faltam pormenores emcomum? «Há duas disciplinas base.A física, que nos permite jogar abola branca à bola objeto com mui-ta mais precisão na utilização dosefeitos, e a geometria, para nos guiarnas tabelas. Mas a verdade é que naformação devíamos ter algum inves-tigador que explicasse isto com maisrigor, juntamente com alguém quepudesse demonstrar. Era o ideal.Basicamente é o que estamos a fa-zer aqui hoje», rematou Henrique.

COMER BEM E CORRER MELHORNesta noite dedicada à ciência e

ao desporto, a alimentação, atravésdo espaço a cozinha é um laborató-rio, também esteve, como não po-deria deixar de ser, em destaque.

ALEXANDRE PONA/ASF

Francis Obikwelu, David Grachat e Simone Fragoso deram ‘dicas’ sobre uma boa alimentação

Pedro Salgado, campeão do Mundo de ‘parkour’ (velocidade), tratou de divulgar a modalidade durante o evento

Noite Europeia dosInvestigadores decorreuem 300 locais da Europa,27 dos quais em Portugal

Desporto e Ciência

25OLA

mingombro de 2012 A Bola ao CENTRO

Desporto e Ciência

fA escolhado desportoA Noite Europeia dos Investigadoresdecorreu na passada sexta-feira em300 locais da Europa, 27 dos quaisem Portugal. O País seguiu o temaCiência, Corpo e Desporto, sendoque a capital lusa decidiu aliar aciência ao desporto. «2012 é o anodo desporto. Tivemos o Europeu defutebol, os Jogos Olímpicos e osParalímpicos. Por trás do desporto hámuita ciência e tecnologia», explicoua coordenadora geral, Luísa Lavado

Os estudosno râguebiPedro Passos, atual coordenadortécnico do râguebi do Sporting e doEstádio Universitário nos escalõesde formação, aliou, na sua tese dedoutoramento, a ciência com orâguebi. Gostou do resultado e nãomais parou na investigação. «Oprincipal objetivo é a coordenaçãointerpessoal, ou seja, tentarperceber as tomadas de decisãodentro de campo. Por exemplo,quando um atacante se aproximado defesa porque é que pretendepassar ou seguir em frente», avaliao professor, prosseguindo: «Otreino vem sofrendo alterações aolongo da década. Cada vez há maisgente formada no terreno, que cadavez se preocupa em encontrarexercícios semelhantes a fases dejogo. Os jogadores também estãopreparados e aceitam porque otreino é muito melhor.»

Testes fazemdiferençaO judo também teve o seu cantinhono Pavilhão do Conhecimento e arepresentante foi Yahima Ramirezque, depois de uma paragem apósos jogos olímpicos, regressou aostreinos na passada semana, já como próximo ciclo olímpico em vista. Ajudoca também aproveitou ainiciativa para destacar aimportância da ciência namodalidade. «Fazemos muitostestes de força, que nos permitemperceber algumas das nossascapacidades. Também damos muitaimportância ao ginásio. Na alturanão ligamos muito a estas coisasporque estamos focados nacompetição, mas faz diferença»,alerta a judoca da categoria -78 kgque assume «não ser o melhorexemplo na alimentação», porpertencer a «uma categoria maiselevada, embora seja um tabuporque a dieta não é só paraemagrecer, mas também paracomer bem.»

a dDesde a influência dos equipamentosa-se com os resultados e testemunhos

Francis Obikwelu, ainda em recu-peração, garante: parado ou a trei-nar os cuidados não mudam.

«Sou eu que cozinho para mim.Habituei-me desde pequeno. Ago-

ra só faço ginásio, não posso comertanto porque não faço tanto exercí-cio, mas os cuidados são os mes-mos», garante o velocista. A nada-dora paralímpica Simone Fragoso,por seu turno, nem sempre conse-gue fazer a melhor alimentação e,garante, faz diferença. «Com a mi-nha vida de professora, aluna e des-portista nem sempre consigo fazera alimentação que queria. Quandoestou numa grande competição,como os Paralímpicos, os cuidadossão muito maiores. E sinto umagrande diferença. O rendimento émuito mais elevado», garante.

De uma coisa ninguém tem dú-vidas: Falamos de grandes atletas,pois claro, mas a ciência é, sem dú-vida, a capa que os transforma emsuper-heróis.

j DESPORTO, CIÊNCIA E... DESENHOS. Pedro Cabral é um dos cerca de 300membros do blogue Urban Sketchers que, por ‘hobby’, começaram a combinarexposições ou eventos para pintar e partilhar experiências. A constante qualidade dostrabalhos valeu-lhes um convite da organização para ‘pintar’ o desporto e a ciência

ALEXANDRE PONA/ASF

Emanuel Silva, prata nos Jogos Olímpicos, reconhece importância do apoio no treino

ALEX

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EPON

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ALEX

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EPON

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Simone Fragoso falou com A BOLA sobre a vida de atleta e não só...

Um salto das rochas para o topojPedroSalgado,campeãodoMun-do de ‘parkour’ (velocidade), con-ta como se iniciou na modalidade

UmadasexibiçõesnestaNoiteEu-ropeia dos Investigadores, ainda quesem qualquer investigador no terre-no, foi o parkour. Uma modalidadequeestáaindaadarosprimeirospas-sos em Portugal mas... na qual temosum campeão do Mundo. É verdade,PedroSalgadodetémotítulomundialemvelocidadeeiniciou-senamoda-lidade há cerca de seis anos.

«Não posso dizer que escolhi oparkour. Quando era pequeno o meu

pai levava-me para praias com ro-chas e ficava a vê-lo saltar. Natural-mente, comecei a seguir o parkour ea praticar com um amigo meu no sí-tio onde moro, na Amora», relembraPedro, garantindo que o caminho atéao topo foi natural e sem grande di-ficuldade: «Quando fazemos o quegostamosacabamosporevoluirenemsempretemosdenosesforçaraomá-ximo para conseguir os objetivos.»

Em relação à aliança da ciênciaao desporto, o campeão não temdúvidas: «Ao estudarem os nossosmovimentos podemos chegar ain-da mais longe.»

Yahima Ramirez sempre disponível para ‘pequenas’ aulas

ALEXANDRE PONA/ASF

ALEXANDRE PONA/ASF

Falta investigação no bilhar, em Portugal

ALEXANDRE PONA/ASF

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