plano de interconexÃo energetica matriz organica eng. a. padovani
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PLANO DE INTERCONEXÃO ENERGETICA
MATRIZ ORGANICA
Eng. A. Padovani
Projeto ERA GVCBelo Horizonte, 2014
Plano realizado em parceria
com Winrock Brasil
No âmbito do Programa Interconexão energética entre Municípios. Inclusão da agroenergia nas estratégias d
e interconexão energética no eixo agroeconômico Brasil-Argentina.
DCI-ENV-2010-221-050
Os parceiros
Co-financiador
Índice
PARTE A1234
4.14.2
5
PARTE B7
7.17.27.37.4
INTRODUÇÃO AO BIOGASBenefícios do biodigestorO que é um biodigestor?.Histórico dos biodigestores no BrasilManejo do solo: uso de biofertilizanteSolos e nutrição de plantas
BiofertilizanteEnergia renovável: o biogás
Dimensionamento e instalação de biodigestoresDimensionamento do biodigestorProcedimentos para instalação do biodigestorCondução do biogásOperação diária
8. Referências
PLANO INTERCOENXAO ENERGETICA COM SUINOCULTURA NO VALE DO PIRANGA
EMATER EmpresadeAssistênciaTécnicaeExtensãoRural
GEE GasesdoEfeito-Estufa
GLP GásLiquefeitodePetróleo
NERG NúcleodeEnergiadaUFPB
pH PotencialdeHidrogênio
PV PesoVivo
PVC PolicloretodeVinila
TRH TempodeRetençãoHidráulica
UFPB UniversidadeFederaldaParaíba
VB VolumedoBiodigestor
VC VolumedaCargaDiária
Tabela de Abreviaturas
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Parte A. Introdução
A escassez de fontes energéticas para fins produtivos, cocção, resfriamento,aquecimento e iluminação é um grave problema enfrentado pelos produtores rurais.A lenha é a fonte de calor mais comum para uso na cozinha, mas é um recursoescasso e que deve ser preservado. O desmatamento agrava a seca, a perda desolo por erosão e coloca em perigo a flora e a fauna do ecossistema. Além disso, aqueima de lenha para uso doméstico causa graves problemas de saúde,principalmente em mulheres e crianças, que ficam expostas diariamente à fumaça.
A aquisição de gás liquefeito de petróleo (GLP), ou gás de cozinha, representa umitem de custo significativo no orçamento familiar. Já o uso de querosene parailuminação, além do alto custo, também polui o ar dentro de casa, enquanto aspilhas usadas para rádios e outros fins, têm alto custo e causam poluição do solo eda água quando são descartadas.
As principais fontes de energia1 para consumo no segmento agropecuário do Brasilsão:
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óleo diesel (58%);lenha (26%);energia elétrica (15%);outros (1%).
No triênio 2002-2004, dados oficiais disponíveis mostraram a elevação dos preçospagos pela energia, de 30 a 50%, dependendo da fonte energética. Os impactos daelevação do custo de energia fazem-se sentir com maior intensidade no setor ruralde mais baixa renda, em geral, menos capitalizado e com menores condições dearcar com essa elevação de custos, tanto no que diz respeito ao consumodoméstico, quanto para as atividades de produção.
O manejo inadequado dos dejetos é um problema grave, freqüentemente atuandocomo vetor de doenças, contaminando a água e o solo. No Brasil, é freqüente aaplicação dos dejetos sem tratamento no campo. Essa prática pode acarretar:
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na queima das plantas;poluição ambiental;seqüestro de nitrogênio para decomposição da celulose (presente em grandequantidade no esterco), causando deficiência nas plantas;disseminar sementes de plantas daninhas;conter microrganismos patogênicos.
Entretanto, com o tratamento adequado, o esterco animal pode trazer importantesbenefícios para o produtor. A biodigestão anaeróbia dos dejetos é uma tecnologiaeficiente no aproveitamento de resíduos agropecuários que contribui nosaneamento ambiental, produção de adubo para segurança alimentar e geração dobiogás, usado como fonte energética. Com isso, aumenta a produção agrícola,permite a integração das atividades agropecuárias e a transformação dos produtos,agregando valor, organizando a produção, beneficiando a conservação dos produtose melhorando a logística.
ESPERANCINI et al. (2007), ao avaliarem o fornecimento de energia elétrica etérmica a partir do biogás, para cinco domicílios e atividades produtivas da agrovilado Assentamento de Trabalhadores Rurais, no município de Itaberá, São Paulo, noano de 2005, obtiveram benefícios anuais no valor de R$ 3.698,00 e R$ 9.080,57,
1 Fonte: Balanço Energético Nacional (2005).
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nos biodigestores para os domicílios e produção, respectivamente; bem como oequivalente a R$ 1.478,28 por ano, referentes à produção de biofertilizante, sendoque o custo anual do processo foi de R$ 1.218,50 em cada biodigestor e os prazosde recuperação do investimento de 2,5 anos e 11 meses, para a produção debiogás nos domicílios e na área de produção, respectivamente.
A comunidade científica mundial e a população têm discutido a mudança do modeloenergético mundial, de energia fóssil e nuclear para sistemas que incluam asenergias renováveis, alternativas e limpas. O debate internacional está pautadopela necessidade de práticas sustentáveis de aproveitamento dos recursos naturaisexistentes e de medidas para reduzir a taxa de aquecimento global.
1. Benefícios do biodigestor
A biodigestão anaeróbia (sem a presença de oxigênio) permite o aproveitamento doesterco animal para produção de biogás e biofertilizante, com benefícios noaumento de produtividade, preservação do meio ambiente e na saúde humana eanimal (Figura 1).
Figura 1: Benefícios do biodigestor
Entre os benefícios alcançados com a utilização do biodigestor, destacam-se:•
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lampiões;geladeiras;campânulas;chocadeiras;
geração de biogás, energia renovável e limpa. Substituinte ao gás de cozinha, aqueima do biogás não desprende fumaça e não deixa resíduos nas panelas,facilitando a vida da agricultora dona de casa. A sua utilização sistemáticareduz os custos do gás, incluído o produto, transporte e armazenagem.
O biogás pode ser utilizado, por exemplo, em:o fogões; o secadores diversos;
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motores de combustão interna;conjuntos moto-bomba;geradores de energia elétrica.
• produção de biofertilizante: o biofertilizante, material oriundo do esterco decaprinos, ovinos, suínos, ou bovinos, após ser fermentado no biodigestor,
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pode ser utilizado como adubo na produção de forragem para os animais ede alimentos para as pessoas, aumentando o rendimento agrícola.
O biofertilizante apresenta alta qualidade, devido:
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à redução do teor de carbono (C) do material. A matéria orgânicadigerida libera o carbono na forma de metano (CH4) e dióxido decarbono (CO2);ao aumento no teor de nitrogênio (N) e demais nutrientes, emconseqüência da liberação do carbono;à diminuição da relação carbono/nitrogênio (C/N) da matériaorgânica, que melhora a utilização agrícola;à maior facilidade da utilização do biofertilizante pelosmicrorganismos do solo, devido ao avançado grau de decomposição;à solubilização parcial de alguns nutrientes, deixando-os maisfacilmente disponíveis às plantas;ao biofertilizante que também pode ser utilizado no controle pragas edoenças de culturas agrícolas.
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melhoria das condições de higiene para os animais e as pessoas. A limpezadiária das instalações para recolher o esterco e seu tratamento adequadoreduzem a contaminação do ambiente por microrganismos nocivos eparasitos e reduz também a proliferação de moscas e mortalidade dosanimais, aumentando, conseqüentemente, a produção de leite e o ganho depeso, bem como a qualidade dos produtos.
benefícios ambientais:o redução da emissão de gases causadores do efeito estufa (GEE);o preservação da flora e fauna nativas. O biogás, como substituinte da
olenha reduz a necessidade do corte de árvores;redução de odores desagradáveis. Os odores provém principalmentedos estágios secundários da decomposição dos dejetos sob manejoinadequado.
• benefícios sociais e econômicos:o o biogás gera economia de GLP, óleo diesel e lenha, além da redução
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na demanda da produção e distribuição de energia elétrica;aumenta a produção e o tempo de conservação de alimentos;beneficia as mulheres do campo, as quais se queixam dalaboriosidade do corte de lenha, da limpeza das panelas e da cozinha,enegrecidas fortemente pela fuligem, além da dificuldade paraacender o fogo, no período mais úmido.
• tecnologia sustentável: permite o máximo aproveitamento dos recursoslocais e integra as atividades rurais. A deposição de dejetos sem tratamentopode comprometer o meio ambiente (solo, plantas, cursos d’água, lençolfreático e o homem).
2. O que é um biodigestor?
Biodigestor é uma câmara fechada onde é colocado material orgânico paradecomposição. Pode ser um tanque revestido e coberto por manta impermeável dePVC, o qual, com exceção dos tubos de entrada e saída, é totalmente vedado,criando um ambiente anaeróbio (sem a presença de oxigênio).
Quanto à forma de abastecimento, os biodigestores são classificados em: bateladae contínuos. Os biodigestores em batelada recebem o carregamento de matéria
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orgânica, que somente é substituído após o período adequado à digestão de todo olote. Os biodigestores contínuos são construídos de tal forma que podem serabastecidos diariamente, permitindo que a cada entrada de substrato orgânico aser processado, exista saída de material já tratado.
O processo de biodigestão anaeróbia é depende da ação de bactérias e ocorre emtrês fases: hidrólise ou redução do tamanho das moléculas; produção de ácidosorgânicos e produção de metano. O metano é o principal componente do biogás enão tem cheiro, cor, ou sabor, mas os outros gases presentes conferem-lhe ligeiroodor de ovo podre ou alho. O peso do metano é pouco mais que a metade do pesodo ar. O poder calorífico do biogás é de 5.000 a 7.000 kcal/m3. Cada m3 de biogásé equivalente a: 0,55 L de óleo diesel, 0,45 L de gás de cozinha, ou 1,5 kg delenha. Apesar de parecer complexo, este processo de fermentação ocorrenaturalmente e continuamente dentro do biodigestor, desde que o sistema sejamanejado corretamente.
Biogás
BiofertilizanteEsterco
Curral
Caixa ou Tonelde Entrada
Caixa deSaídaBiodigestor
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Figura 2: Esquema do biodigestor em manta impermeável
No aproveitamento dos dejetos utilizando biodigestores, devem ser observados osseguintes aspectos:
1. curral ou esterqueira com pavimentação para reduzir a quantidade de terra nobiodigestor;
2. caixa ou tonel de entrada, onde o dejeto é misturado com água antes de sercolocado no biodigestor;
3. tubulação de entrada, permitindo a entrada da mistura no interior dobiodigestor;
4. biodigestor: revestido e coberto por manta plástica;5. tubulação de saída de biofertilizante, levando o material líquido já fermentado à
caixa de saída;6. tubulação de saída de biogás, canalizando-o para fogão, motor, etc.;7. caixa de saída: onde é armazenado o biofertilizante até ser aplicado nos cultivos.
3. Histórico dos biodigestores no Brasil
Com a crise do petróleo na década de 70, os biodigestores foram trazidos para oBrasil. Os principais modelos implantados foram o Chinês e o Indiano (Figura 3),quase que exclusivamente orientados para produção do biogás. Na região nordeste,foram implantados vários programas de difusão dos biodigestores e a expectativaera muito grande, mas os resultados não foram satisfatórios.
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Modelo de biodigestor IndianoModelo de biodigestor Chinês
Modelo de biodigestor em manta de laminado de PVC
Figura 3: Modelos de biodigestores
Na Paraíba, por exemplo, na década de 80, a EMATER (Empresa de AssistênciaTécnica e Extensão Rural) conseguiu, através de convênio com o Ministério deMinas e Energia, implantar de cerca de 200 biodigestores em propriedades ruraisdaquele estado. Segundo avaliação recente do NERG (Núcleo de Energia da UFPB),deste universo de biodigestores implantados, apenas 4,6% estão emfuncionamento. Quase metade dos suinocultores da região sul afirmou que a baixautilização de biodigestores se deve a falta informação, enquanto o restante atribuiuao custo elevado o maior limitante à replicação dessa tecnologia social.
Em retrospectiva, fica claro que a combinação de fatores técnicos, humanos eeconômicos foi responsável pelo abandono das iniciativas de divulgação datecnologia de biodigestão. Um dos motivos que dificultou a difusão dosbiodigestores foi a falta de ênfase nos benefícios do biofertilizante, cujo valor naprodutividade agropecuária é tão importante quanto as vantagens do biogás. Outroponto foi quanto à adaptabilidade dos modelos implantados. No modelo Indiano –que foi o mais difundido – a campânula do biodigestor, quase na sua totalidadeconfeccionada em aço, aumenta muito o custo e oxida com bastante facilidade,exigindo manutenções constantes. Considerando o modelo chinês, os maioresproblemas são de estanqueidade, pois, devido às características dos nossos solos eclima, ocorrem constantes rachaduras em sua cúpula, com conseqüente perda degás. Faltam, ainda, esforços sistemáticos de difusão, capacitação dos usuários eassistência técnica aos produtores.
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A preocupação com meio ambiente concomitantemente aos avanços na legislaçãoambiental, atenção à poluição de recursos hídricos e medidas mitigatórias dos efeitosdas ações do homem sobre o clima global, tem despertado na população uminteresse para produção de energias renováveis e biocombustíveis. Portanto, osbiodigestores constituem-se em alternativa a ser implementada na agriculturasustentável.
Atualmente, o modelo de biodigestor mais difundido no Brasil é aquele feito demanta de PVC, de menor custo e fácil instalação, em relação aos modelos antigos ecom a vantagem de poder ser usado tanto em pequenas, quanto grandespropriedades e projetos agro-industriais. O setor privado, contando com o apoio deuniversidades e entidades de pesquisa, tem sido o responsável no desenvolvimentodo mercado desse tipo de biodigestor.
4. Manejo do solo: uso de biofertilizante
Solos e nutrição de plantas
O solo consiste de sólidos, de líquido e de uma mistura de gases, numa proporçãode 50, 15 e 25% respectivamente. A fase sólida, constituída pelas frações mineral eorgânica do solo, é o reservatório de nutrientes para as plantas e regula aconcentração dos elementos na solução do solo.
A matéria orgânica é o resultado de transformações sofridas por restos de plantas,animais e microrganismos, tendo a relação C / N = 10/1, C / P = 100/1 e C / S =100/1. A matéria orgânica representa uma grande fonte de N para as plantas,aumentam a capacidade de troca de cátions, aumentam a quantidade de poros,tem papel na estrutura do solo e aumentam a capacidade de retenção de água.
A adequada nutrição das plantas melhora a produção e a qualidade dos produtosagrícolas que são fontes de alimentos. Os alimentos contêm macro emicroelementos, proteínas e vitaminas essenciais à vida humana e outroscomponentes funcionais que previnem doenças.
Os elementos essenciais são divididos em dois grandes grupos, dependendo daquantidade exigida pelas plantas:
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macrominerais: N, P, K, Ca, Mg e S;microminerais: B, Cl, Cu, Fe, Mn, Mo, Zn e Co.
Na ausência do elemento essencial, a planta não completa seu ciclo de vida. Ossintomas de deficiência dos macronutrientes primários (N, P e K) apresentadospelas plantas são:
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N: folhas amareladas, redução no perfilhamento, senescência precoce emenor número de folhas verdes;P: cor amarelada nas folhas, menor perfilhamento, número reduzido defrutos e sementes, atraso no florescimento;K: amarelecimento da margem das folhas, crescimento não uniforme dasfolhas das plantas, murchamento e morte de gemas terminais, deformaçãodos tubérculos, pequena frutificação ou produção de frutos anormais, compequena ou nula produção de sementes.
Biofertilizante
Após a digestão anaeróbica no interior do biodigestor, o material se transforma embiofertilizante, que apresenta alta qualidade para uso agrícola, com teores médios
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de 1,5 a 2,0% de nitrogênio (N), 1,0 a 1,5% de fósforo (P) e 0,5 a 1,0% depotássio (K). Trata-se de um adubo orgânico, isento de agentes causadores dedoenças e pragas às plantas e contribui de forma extraordinária noreestabelecimento do teor de húmus do solo, funcionando como melhorador desuas propriedades químicas, físicas e biológicas, que tem importante papel na suaestruturação e fixação de nitrogênio atmosférico.
O biofertilizante apresenta características peculiares que o torna interessante parauso agrícola:
Figura 4: Aplicação dobiofertilizante
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pH (potencial de hidrogênio) em torno de 7,5: o biofertilizante funciona comocorretivo de acidez, liberando o fósforo e outros nutrientes para solução dosolo. Alem disso, o aumento do pH dificulta a multiplicação de fungospatogênicos às culturas;o biofertilizante tem grande aproveitamento na nutrição das plantas, poisapresentam os nutrientes em formas facilmente absorvíveis;melhora a estrutura do solo, deixando-o mais fácil de ser trabalhado efacilitando a penetração das raízes, alcançando camadas mais profundas,proporcionando maior tolerância das plantas a períodos secos;melhora a agregação das partículas do solo, resistindo mais à açãodesagregadora da água, absorvendo-a mais rapidamente, evitando a erosão.a estrutura mais porosa do solo adubado com biofertilizante, permite maiorpenetração do ar, na zona explorada pelas raízes, facilitando sua respiração,obtendo melhores condições de desenvolvimento da planta.o biofertilizante também favorece multiplicaçãodas bactérias, dando vida a solos já degradados;aumenta a produtividade das lavouras;se o biodigestor for operado corretamente, obiofertilizante está completamente estabilizadona caixa de saída, ou seja não tem mais o perigode fermentar, logo não possui odordesagradável, não é poluente e não promovecondições de proliferação de moscas e outrosinsetos.diminui o poder germinativo de sementes deplantas daninhas com a fermentação do materialno biodigestor, não havendo perigo dedisseminação nas lavouras;reduz a presença de coliformes fecais dosdejetos e elimina a presença e viabilidade dosovos dos principais vermes que parasitam orebanho.
Figura 4: Aplicação do biofertilizanteNa agricultura pode ser aplicado diretamente no solo em forma líquida ou seca.Para aplicação direta nas plantas, coloca-se um 1 litro de biofertilizante para cada10 litros de água, passa-se a mistura por uma peneira fina e realiza-se a aplicação.
Os efeitos do biofertilizante no controle de pragas e doenças de plantas têm sido bemevidenciados. Efeitos fungistático, bacteriostático e repelente sobre insetos já foramconstatados.
5. Energia renovável: o biogás
O biogás é uma combinação de metano, gás carbônico e outros constituintesproduzidos pela digestão anaeróbica de hidrocarbonetos. Foi durante a revoluçãoindustrial, que começou em meados do século XVIII, que foi descoberto o poder e aversatilidade dos combustíveis fósseis. A partir daquele período, o carvão, e logo
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depois os combustíveis derivados do petróleo (diesel, gasolina, GLP, querosene)passaram a ocupar o primeiro lugar como fonte de energia. Hoje, 90% da energiaconsumida no mundo é de origem fóssil.
Os combustíveis fósseis são fontes de energia não-renováveis, ou seja, uma vezesgotados, não tem volta. Além disso, o carvão e o petróleo são altamentepoluidores, geram chuva ácida, contaminam o ar, o solo, o mar, os rios e as águassubterrâneas durante o processo de extração e como conseqüência dos freqüentesvazamentos, e produzem os “gases de efeito estufa” que contribuem para oaquecimento global. Politicamente, há guerras e conflitos internacionais causadas nabriga pelo controle das fontes de petróleo.
Por todas essas razões, é imprescindível para a sustentabilidade do ser humano edo nosso planeta ampliar o uso das energias renováveis, tais como energia solar,eólica, hidráulica e biomassa. As energias renováveis são provenientes de ciclosnaturais de conversão da radiação solar, que é a fonte primária de quase todaenergia disponível na terra. Por isso, são praticamente inesgotáveis e não alteram obalanço térmico do planeta. No caso da biodigestão, temos a produção de biogás,um combustível renovável, produzido a partir dos resíduos agropecuários, que sãoum tipo de biomassa.
O biogás é um gás subproduto da fermentação anaeróbia da matéria orgânica. Essegás é combustível renovável e de queima limpa, composto principalmente demetano. Ele é usado como combustível, constituindo-se em uma fonte alternativade energia. O seu poder calorífico é de 5.000 a 7.000 kcal/m3. Em relação a outrasfontes de energia, 1 m3 de biogás equivale a:
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0,610,580,55
litro de gasolina;litro de querosene;litro óleo diesel;
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0,451,500,79
litro gás de cozinha;quilo de lenha;litro de álcool hidratado.
O biogás, ao contrário do álcool da cana-de-açúcar e de óleos extraídos de outrasculturas, não compete com a produção de alimentos em busca de terrasdisponíveis. Afinal, ele pode ser inteiramente obtido de resíduos agrícolas, oumesmo de excrementos de animais e das pessoas. Assim, ao contrário de ser fatorde poluição, transforma-se em auxiliar do saneamento ambiental. Os excrementosdos animais constituem-se no substrato mais indicado, pelo fato de já saírem dosseus intestinos carregados de bactérias anaeróbicas.
A composição do biogás varia de acordo com a natureza da matéria-primafermentada e ao longo do processo de fermentação, mas proporcionalmenteapresenta maiores proporções de metano e gás carbônico (Tabela 1).
Tabela 1: ComposiçãoGasesMetano (CH4)Dióxido de carbono (CO2)Nitrogênio (N2)Hidrogênio (H2)Oxigênio (O2)Gás sulfídrico (H2S)Vapor d’água
do biogás2%
50 a 7030 a 400 a 100a50a 10a10,3
2 Fonte: Adaptado de WALSH JR. et al. (1988) e BRETON et al. (1994)
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Organismos Temperatura(°C)
Tempodedigestão(Dias)
Destruídos(%)
Poliovirus 35 2 98,5
Salmonellaspp. 2a37 6a20 82-98
Salmonellatyphosa 22a37 6 99
Mycobacteriumtuberculosis 30 100
Ascaris 29 15 90
Cistosdeparasitos 30 10 100
3 Fonte: National Academy of Science, 1977, citado por MASSOTTI (2002)
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ELABORADO NA BASE DADISPONIBILIDADE DE DEJETOS DE SUÍNOS
VALE DO RIO PIRANGA - MINAS GERAIS
Para interconexão energética através biodigestor
PARTE B
PLANO DE INTERCOENXÃO ENERGETICA COM SUINOCULTURA NO VALE DO PIRANGA
Relatório sobre disponibilidade de dejetos de suínos em granjas do Valedo Piranga
Vista parcial de uma granja no Vale do Piranga
Introdução:
Há mais de cinco décadas a atividade suinícola é desenvolvida na região do Vale doPiranga, localizada na Zona da Mata de Minas, distante cerca de 200 km de BeloHorizonte. Fruto do pioneirismo de criadores e intensa busca por tecnologia, asuinocultura regional ocupa o primeiro lugar no Estado (em número de matrizes) e aquarta no País. O avanço na produção de suíno tipo carne (com baixo percentual degordura) se deu também pelo fato da região estar situada na zona de influência daUniversidade Federal de Viçosa (UFV), uma das mais importantes instituições deensino, pesquisa e extensão do Brasil na área de ciências agrárias.
Mesmo distante dos centros produtores de insumos (soja, milho, sorgo), a regiãoganha competitividade por estar próxima a grandes cidades e áreas metropolitanascomo Belo Horizonte, Vale do Aço, Vitória, Juiz de Fora e Rio de Janeiro. A proximidadecom importantes aglomerados urbanos e a alta tecnologia empregada na produção,garantem o sucesso da atividade. E na medida em que aumenta o consumo da carnesuína por parte da população brasileira (isso vem crescendo na última década), atendência é de expansão da atividade.
Perfil das granjas e dos suinocultores:
A região do Vale do Piranga possui aproximadamente 85 granjas, distribuídas em18 municípios, totalizando uma população com cerca de 300 mil habitantes. Exceto,Piranga e Rio Pomba, os municípios ficam próximos, num raio máximo de 50 km. Asgranjas são muito bem equipadas, tanto com relação às edificações como demaquinário e mão de obra capacitada. O acesso a elas se dá por estradas asfaltadas etrechos não pavimentados, mas muito bem conservados, permitindo tráfego em todosos períodos do ano e com veículos de grande porte. Outro fator que chama atenção éa formação dos suinocultores. Cerca de 90% que responderam o questionário têmnível superior, sendo que a maioria na área de ciências agrárias. A suinocultura é aatividade agropecuária mais importante da região.
Mapa do Vale do Piranga - Minas Gerais
Municípios NúmerodeGranjas NúmerodeMatrizes
AbreCampo 04 3.100
Acaiaca 01 6.000animais(*)
AmparodoSerra 02 430
Coimbra 01 4.000
Guaraciaba 01 350
Jequeri 17 24.925
Matipó 01 200
Oratórios 06 4.480
PiedadedePonteNova 06 3.950
Piranga 06 3.300
PonteNova 09 12.380
RaulSoares 01 1.000
RioCasca 10 3.730
SantaCruzdoEscalvado 04 3.280
Teixeiras 02 1.987
Viçosa 01 2.000
Urucânia 20 19.420
Total 88.527
(*) Granja de terminação - não foi somado ao número de matrizes.
Fonte: ASSUVAP
Observações:
Para a realização da pesquisa, com o preenchimento dos questionários, contamoscom o apoio incondicional da Associação dos Municípios da Microrregião do Vale doRio Piranga (AMAPI), do Consórcio Intermunicipal Multissetorial do Vale do Piranga(CIMVALPI), Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga (ASSUVAPI) e daCooperativa dos Suinocultores de Ponte Nova e Região (COOSUIPONTE). AASSUVAPI/COOSUIPONTE enviou, por e-mail, o questionário para todos os seusassociados e fizemos contado, por telefone e pessoalmente, com cerca de 68% dossuinocultores, contudo nem todos responderam. Todos os associados queresponderam o questionário demonstraram interesse em participar de projeto degeração de energia. Um pequeno percentual de produtores consegue utilizar todo odejeto produzido em geração de energia e fertirrigação. O número de matrizes ébaseado nas informações da ASSUVAP e dos suinocultores.
Proprietário NomedaGranja NúmerodeMatrizes
Município
AfrânioBrettasLeite BomJardim 1.300 Teixeiras
AloísioLannaMoreiraJúnior SãoJosé 650 RioCasca
ArmandoBarretoCarneiro Realce 1.200 PonteNova
ArmandoBarretoCarneiro SãoJoão 450 Oratórios
ArmandoBarretoCarneiro VistaAlegre(terminação)
5.000cabeças
PonteNova
DomingosSávioTeixeiraLanna NossaSenhoradaConceição
1.700 PonteNova
EustáquioMartinsBraga VargemAlegre 2.500cabeças
Jequeri
FernandoCésarSoares Soares 750 Urucânia
FernandoGomesMartins SãoFrancisco 800 Oratórios
GeraldoFialhodeResendeFilho SantaMaria 200 RioCasca
HamiltonMoreiraLeite ÁguaLimpa 1.250 Jequeri
JoãoTrivellatoFilho Itajubá 1.300 Oratórios
JoséHélioSilvaAraújo União/Sertão 450 Piranga(*)
KleberCheloni Bocaina 500 SantaCruzdoEscalvado
LucianoSalgadoArantes BelaVista 6.360cabeças
Urucânia
LucianoSalgadoArantes VistaAlegre 2.160cabeças
PonteNova
LucianoSalgadoArantes Panorama 9.208cabeças
Teixeiras
ManoelLisardoGomes Laranjeiras 1.000 SantaCruzdoEscalvado
MárcioPiuzanaBrumeoutros Recreio 200 SantaCruzdoEscalvado
MaurícioGraciani Areal 1.000 Jequeri
NélioLeopoldoSoares Pimenteira 1.100 PonteNova
SérgioBomtempoMartins Duduca 250 RioPomba(*)
TarcísioAraújoMiranda Cassimiro 700 PonteNova
TarcísioAraújoMiranda Barrinha 700 AmparodoSerra
TarcísioAraújoMiranda Moinho(terminação)
6.000cabeças
Acaiaca
Relação de granjas que responderam o questionário
(*) Municípios a mais de 100 km de Ponte Nova
Categoria Esterco(Kg/dia) Esterco+Urina(Kg/dia)
DejetosLíquidos(litros/dia)
Suínos(25-100kg) 2,30 4,90 7,00
Porcagestação 3,60 11,00 16,00
Porcalactação+leitões
6,40 18,00 27,00
Cachaço 3,00 6,00 9,00
Leitõesnacreche 0,35 0,95 1,40
Estimativa do volume de dejetos
A quantidade total de esterco produzida por um suíno varia de acordo com o seudesenvolvimento ponderal, mas apresenta valores decrescentes de 8,5 a 4,9% emrelação a seu peso vivo/dia para a faixa de 15 a 100 kg. Cada suíno adulto produz emmédia 7-8 litros de dejetos líquidos/dia ou 0,21 - 0,24m3 de dejetos por mês.
Produção média diária de dejetos nas diferentes fases produtivas dos suínos:
Fonte: Coletânea de tecnologias sobre dejetos suínos: Roberto Diesel - Cláudio Rocha Miranda -Carlos Cláudio Perdomo - adaptado de Oliveira (1993) - Boletim Informativo de Pesquisa -Embrapa Suínos e Aves e Extensão -EMATER/RS - Nº 14 (Agosto/2002).
Considerações finais:
Entrevistamos as principais lideranças do setor suinícola do Vale do Piranga. Elasforam capazes de traçar um panorama da atividade, destacando fatores que podempermitir avanços e retrocessos da suinocultura regional. Ficou claro que a destinaçãocorreta de dejetos continua sendo um grande desafio, mesmo com soluções técnicassurgidas e adotadas nos últimos anos. A expansão da suinocultura no Vale do Pirangade Minas Gerais depende, dentro outros fatores, da destinação correta de dejetos. Umprojeto de utilização desse efluente para geração de energia é visto com bons olhospelos produtores, porém é necessário maior confiança num programa dessa natureza.
Essa confiança está intimamente ligada ao desenvolvimento do projeto e que seuselaboradores sejam capazes de apresentarem aos produtores os caminhos práticosque serão seguidos. Há ainda muita desconfiança e desconhecimento da legislação querege o aproveitamento comercial da energia gerada por criadores. Um ponto quepodemos destacar nesta pesquisa foi o bom nível empresarial dos criadores, portandosempre abertos às novas tecnologias.
Outro aspecto a ser ressaltado é a proximidade dos municípios com granjas desuínos. A situação mais favorável está entre Jequeri, Urucânia e Oratórios.
450 kg de peso vivo (PV)
7. Dimensionamento e instalação de biodigestores
Dimensionamento do biodigestor
Alguns parâmetros devem ser considerados na localização de um biodigestor:
••••
Condições locais do solo;Facilidades na obtenção, preparo e armazenamento da biomassa;Facilidades na remoção e utilização do biofertilizante;Distância de utilização do biogás.
Figura 5: Massa de esterco,sem cama, expressa em
toneladas (ton), produzidapor ano por 450 kg de peso
vivo4
••
•
VB = Volume do biodigestor (m3);VC = Volume da carga diária (dejetos +água) (m3/dia);TRH = Tempo de retenção hidráulica (dias).
A facilidade de acesso é importante na escolha do local de implantação dobiodigestor, porém o equipamento deve ser protegido de animais e as criançasdevem ser educadas a conservá-lo, evitando danos. Deve-se evitar instalar obiodigestor embaixo e ao lado de árvores, pois as raízes podem perfurar a manta.
Em biodigestores contínuos modelo canadense, ou da marinha, constituídos tanquee gasômetro basicamente por manta em laminado de PVC (policloreto de vinila)flexível, o biogás terá pouca pressão e poderá ser conduzido até, no máximo, 50metros. Contudo, para maior segurança, mantenha distância mínima de 10 metrosentre o biodigestor e quaisquer edificações.
Existem vários modelos de biodigestores. Os mais simples possuem um únicoestágio, alimentação contínua e sem agitação. O tempo de retenção dos dejetosdepende da capacidade das bactérias em degradar amatéria orgânica.
Um método prático de estimar o tamanho dobiodigestor é calculando será calculado pelo produtoda carga diária e do tempo de retenção, conforme afórmula:
VB = VC X TRH
Os animais produzem considerável quantidade deesterco. Uma vaca leiteira com 450 kg de peso vivo(PV), por exemplo, produz anualmente 12 toneladas.Esse mesmo PV constituído de suínos e ovinos,resultaria em 16 e 6 toneladas/ano, respectivamente(Figura 5).
Figura 5: Massa de esterco, sem cama, expressa em toneladas (ton), produzida por ano por
4
Para calcular o volume da carga diária, é necessárioconhecer a média da massa de dejetos produzida esomar a quantidade de água, observando a relaçãoesterco/água (Tabela 3).
4 Fonte: Ensminger (1990) citado por LUCAS JÚNIOR (2005).
10
Espécieanimal Estercoporanimal
(kg)
Quantidadedeanimais
Totaldeesterco
(kg)
Relaçãoesterco:água
Volumedeágua
35
(m)
Volumedacarga3
(m)
A B C=AxB D E=CxD F=C+E
6
Caprino/ovino0,5 1:4a5
Vaca 7 1:1
7
Vacaleiteira25 1:1
6
Bezerro2 1:1
7
Boi15 1:1
7
Suíno4 1:1,3
Total
Volume3
(m)
Profundidade(m)
ComprimentomaiorC1(m)
LarguramaiorL1(m)
ComprimentomenorC2(m)
LarguramenorL2(m)
3 1,0 3,5 1,2 3,0 0,7
7 1,0 6,0 2,0 4,8 0,8
15 1,4 7,0 2,5 5,5 1,0
20 1,5 8,0 3,0 6,0 1,0
30 1,5 10,0 3,5 8,0 1,5
Tabela 3: Planilha de cálculo do volume de carga
Considerando os dejetos da caprino-ovinocultura, o tempo de retenção hidráulica é de45 dias. Entretanto, para bovinos e suínos é de 35 dias e cama-de-aviário, 60 dias.A caixa de entrada poderá ser um tonel plástico, ou tanque de alvenaria,dependendo do volume da carga diária. Todavia, não é recomendando a utilizaçãode tonéis de metal, pois enferrujam rapidamente. A caixa de saída deve serdimensionada com no mínimo três vezes o volume da carga diária para permitirarmazenamento do biofertilizante.A escavação é realizada conforme os cálculos do dimensionamento abaixo (Figura6). Não é necessário revestimento em alvenaria, mas pode ser utilizado objetivandoa perfeita colocação e manutenção da manta.As medidas de escavação para alguns volumes de biodigestor estão dispostas na Tabela 4.
C1C2
L1 L2
Figura 6: Planta de topo da escavação e dimensionamento da manta.
Tabela 4: Dimensionamento do biodigestor de acordo com o volume
5
6
7
1 m3 de água = 1000 litros.Preso à noite.Confinado. 11
Linha Item Operação Unidade Valor
1 Totaldeesterco/dia ValorobtidonaTabela3C kg
2 Totaldebiogás/dia Valordalinha1multiplicadopelodadodaTabela6
3
m/dia
3 Totaldebiogás/mês Valordalinha2multiplicadopor30 3
m/mês
4 Equivalênciaembotijãode13kgdeGLP
Dividirovalordalinha3por333
(33mbiogás=1botijãodeGLP)
botijão/mês
5 Equivalenteemenergiaelétrica(kWh)
Multiplicarovalordalinha3por5,53
(1mbiogás=5,5kWh)
kWh/mês
Espécie 3
mdebiogás/kgesterco3
mdebiogás/100kgesterco
Caprino/ovino 0,040-0,061 4,0-6,1
Bovinosdeleite 0,040-0,049 4,0-4,9
Bovinosdecorte 0,040 4,0
Suínos 0,075-0,089 7,5-8,9
Frangosdecorte 0,090 9,0
Poedeiras 0,100 10,0
Codornas 0,049 4,9
3
Volume(m)2
Áreatotal(m)8
Preço(R$)
3 43 712,00
7 68 1.127,00
15 99 1.640,00
20 127 2.104,00
30 161 2.666,00
Relação de Material para construção de um biodigestor
••••
••
Tonel de plástico (volume igual ao VC)Manta plástica de revestimento PVC flexível 0,8 mmManta plástica de cobertura PVC flexível 1,0 mmTubulação PVC 150 mm para esgoto (branca) para entrada de dejetos e saída debiofertilizanteTubulação e conexões PVC 40 mm para água (marrom) para condução do biogásCaixa de alvenaria ou fibra para armazenamento do biofertilizante
Proporcionalmente, o maior custo do biodigestor é representado pela aquisição da manta, de 1 mm de espessura, para revestimento do tanque e gasômetro. Seu preço depende da área total, conforme Tabela 5.
Tabela 5: Área total e preço da manta de laminado de PVC flexível
A produção de biogás depende do tipo de substrato, sendo que o esterco animalconta com grande população de bactérias nos dejetos, favorecendo a fermentação. As espécies animais diferem quanto à estimativa da produção diária de biogás, em relação à massa de esterco (Tabela 6). Todavia, ela é influenciada também por outros fatores, como a época do ano e o tipo de alimento fornecido.
Tabela 6: Potencial de produção de biogás a partir de dejetos animais9
A estimativa da produção de biogás pode ser obtida utilizando a planilha de cálculosdisposta na Tabela 7. Com base nesses dados, são necessários 33 caprinos/ovinos,ou 3 bovinos adultos, presos à noite, para produção de 1m3 de biogás/dia.Quantidade equivalente de biogás seria produzida por 3 suínos confinados.
Tabela 7: Cálculo da produção de biogás
8
9
SANSUY (janeiro/2008).Fonte: LUCAS JÚNIOR (2005) e QUADROS et al. (2007).
12
Junto ao biogás sempre existe vapor d’água, quepor condensação se deposita nos pontos maisbaixos e, com o tempo, impedem a passagem dobiogás. A tubulação que conduz o biogás deve terpontos mais baixos com dreno, que funciona comoválvula de segurança. O dreno pode ser feito comconexão “T” do fundo da qual sai um pedaço detubo, ou mangueira, que deve ser mergulhado emágua dentro de, por exemplo, uma garrafa, oucaixa de concreto, mais fundo que a pressão dobiogás. Quando o gás borbulhar dentro do dreno,
Figura 7: Dreno
indica que o gasômetro está cheio e o biogás deveser utilizado para aliviar a pressão na manta.
Figura 7: Dreno
Quantos animais são necessários para produzir 1m3 de biogás por dia?
3 vacas – presas à noite33 caprinos ou ovinos – presos à noite3 suínos confinados
Procedimentos para instalação do biodigestor
1. Escavar um buraco no solo, com as medidas definidas no projeto dedimensionamento;
2. Escavar um buraco menor, na saída do biodigestor, para acomodar o tonelou caixa de saída de biofertilizante;
3. Abrir a manta plástica de PVC sobre o buraco;4. Colocar tubos e colar mangas da manta no biodigestor;5. Fixar o perímetro da manta plástica, enterrando-o, ou com um selo d’agua;6. Instalar tubulação de biogás;7. Iniciar carga.
Atenção: Risco de Explosão
O biodigestor só apresenta risco de explosão quando o biogás estámisturado com oxigêncio no seu interior. Esta situação acontece no inícioda operação. Por isso, é de fundamental importância que a produçãoinicial de biogás seja liberada, e não queimada.
Prossiga da seguinte forma: mantenha o registro de saída do biogásfechado durante a operação inicial. Uma vez que a manta esteja inflada,abra o registro de gás e libere todo o conteúdo (que é uma mistura debiogás e ar), fechando o registro em seguida. Mantenha o registrofechado até que o biodigestor infle novamente. A partir desse momento,o biogás poderá ser usado em segurança, e desde que o biodigestorcontinue em operação, não entrará mais ar no seu interior.
Observação: Como o biogás está sob pressão, mesmo que hajapequenos vazamentos na manta, o ar não entrará no biodigestor. Dequalquer forma, é importante ficar atento a vazamentos e consertá-losassim que detectados.
13
Condução do biogás
Para conduzir o gás na linha principal, usa-se tubo plástico flexível de paredegrossa (mangueira preta) ou rígido PVC colável (marrom-para água), com oseguinte diâmetro:
a)b)
1” quando usamos o biodigestor para motor.3/4 “ quando usamos o biodigestor para outros equipamentos.
Não improvise a tubulação de gás porque é perigoso por ser explosivo. Todas asemendas rígidas devem ser feitas com selante (cola ou fita branca) ou quandoflexível, com braçadeiras. Faça o teste de vazamento banhando todas as junçõescom água e sabão.
Operação diária
Figura 8: Manejo diário do biodigestor
1.2.3.4.5.6.
Manter os animais presos no curral durante uma parte do dia ou à noite;Coletar esterco pela manhã e depositar na caixa de entrada;Adicionar água na proporção correta, de acordo com a Tabela 3 acima;Misturar e liberar para o biodigestor;Retirar e aplicar o biofertilizante nas hortas;Utilizar o biogás para cozinhar, para ligar motores, etc.
Adaptação de equipamentos para o funcionamento a biogás
A seguir apresentamos algumas possíveis adaptações de equipamentos parafuncionamento a biogás.
Adaptação dos queimadores superiores do fogão a gás
Figura 9: Adaptação de queimador para biogás
14
1. Abrir o giclê (injetor de gás) a partir de 1 e 1/2mm;2. Fechar aos poucos a entrada de ar, até que a chama funcione bem;3. Demonstrar o botão do fogão e abrir para 1 mm o furinho do fogo baixo
(furo menor).
Observações:
a)
b)
c)
d)
Sempre deixar entrar um pouco de ar primário até conseguir uma chamaazulada. A correta admissão do ar primário aumenta em muito a eficácia dachama.A chama deverá ficar em forma de “chama de vela” e apresentar um chiadocaracterístico. Isto se consegue regulando (abrindo ou fechando) a entrada dear e alargando aos poucos o giclê.O melhor é fechar a entrada de ar, embutindo um pedaço de mangueiraplástica flexível do tipo cristal ou preta, no local de entrada do ar.Fazer a entrada do ar primário com 2 furos opostos de 2 mm com pregoquente.• Em certos tipos de fogões, ao se abrir o giclê (injetor de gás) acontece da
chama não ficar “consistente”, ou seja, fica balançando e apaga comfacilidade.
•
•
Nesse caso coloca-se dentro e no terço superior do caminho, uma tampinhametálica de garrafa com 6 furos pequenos, ou uma moeda com recortes naborda.O fluxo do biogás é melhor distribuído e o fogão funciona melhor, pois achama é bem distribuída.
ATENÇÃO
•
•
Não pode haver nenhum cheiro de biogás. Se houver, o fogão está maladaptado.Num fogão mal adaptado, a eficiência da chama chega no máximo até400ºC, enquanto que no bem adaptado chega até 800ºC.
Adaptação do motor estacionário à gasolina de quatro tempos
Figura 10: Adaptação de motor estacionário a gasolina para biogás
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Especificação
Diâmetro(polegadas)
Motoraté3cv
Motorde3a8cv
Motorde8a12cv
TubulaçãoPlástica 1/2'' 3/4'' 1''
TubulaçãoPlásticaFlexível(1/2metro) 3/8'' 1/2'' 3/4''
RegistroGlobodePlástico 3/8'' 1/2'' 3/4''
TubodeAdmissãodeferrosoldadonocoletor 3/8'' 1/2'' 3/4''
Tabela 8: Especificações técnicas para adaptação de motores
•
•
••
•
Retira-se o conjunto do carburador e filtro de ar no bloco do motor, e emuma oficina se faz as adaptações;Fazer um furo no coletor na parte superior e soldar um tubo de admissãode ferro de 10 cm de comprimento;Regulagem da borboleta de controle de ar: retirar a mola;Fazer com que a regulagem manual externa fique bem apertada paraevitar que a trepidação desregule a relação biogás e ar;Para que a trepidação do motor não desregule o registro do globo para obiogás, é necessário se colocar meio metro de mangueira entre o tubo deadmissão e o registro.
Funcionamento:
•
•
•
Dá-se a partida com gasolina. Fecha-se a torneira de gasolina. Quando omotor começar a falhar, abre-se o biogás e fecha-se a borboleta.Procura-se, então, a melhor regulagem do ar; Também é possível se dar àpartida com gás de cozinha (GLP), trocando em seguida para o biogás:Para voltar a trabalhar somente com gasolina, retirar a mangueira ecolocar um tampão no tubo de admissão.
Observações:
•
•
•
É importante que o motor esteja funcionando bem com gasolina, antes dese iniciar a adaptação para biogás;A bobina e a vela devem estar boas. De preferência, compre uma velanova;Verifique o nível de óleo todos os dias.
16
PROPOSTA PLANO DE INTERCONEXAO COM 5 PEQUENAS USINAS DE 500 KW
NA BASE DA LOCALIZAÇÃO DAS GRANJAS DE SUÍNOS
VALE DO RIO PIRANGA
Eng. A. Padovani
ANEXO II
QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS
( 25 GRANJAS)
Levantamento de Granjas de Suínos do Vale do Piranga
GVC/Brasil - AMAPI - CIMVALPI - ASSUVAP/COOSUIPONTE
Nome da Granja:Fazenda Nossa Senhora da Conceição
Endereço:Rodovia MG 329, sentido Ponte Nova – Rio Casca, Km 126
Município: Ponte Nova
Fone: (31) 9989-0849
Localidade: Lagoa Seca
E-mail: granjasnsc@gmail.com
Distância da Sede do Município: 12 KmCondições da estrada:AsfaltoProprietário:Domingos Sávio Teixeira Lanna Fone: (31) 9989-0849Gerente/Responsável:
Fone: (31) 9593-93391Associada: Sim (X ) Não ( )Associação: ASSUVAPCoordenadas - Latitude: 20º 21’ 13” S Longitude: 42º 48’ 5” WNº de Matrizes: 1700Projeto de Ampliação: Sim ( ) Não ( X) - Quantidade de Matrizes:
Sistema de Tratamento de Resíduos (resumido): Sistema de tratamento de efluentesconstituído por biodigestores anaeróbios seguidos por lagoas anaeróbias, de onde osefluentes seguem para prática de fertirrigação de áreas de cultivos agrícolas (pastagens). Nãohá separação de fases (sólidos e líquidos).Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$Possui biodigestor: Sim (X) Não ( )Quando foi construído: 2006 Gera energia: Sim (X) Não ( ) Quanto:Obs:Principais problemas na gestão de resíduos (resumido): Ver item “Problemas Ambientais”.Problemas ambientais: O uso indiscriminado de efluentes mesmo que tratados emprática de fertirrigação de áreas de cultivos agrícolas pode acarretar problemasrelacionados à saturação do solo. Características topográficas da região dificultam omanejo diário de dejetos. Da mesma forma características hidrográficas da regiãolimitam a utilização de dejetos para fertirrigação.Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim (X ) Não ( )Por que: Interesse em mais um gerador, mais eficiente e moderno para outra unidade debiodigestor já existente.
Gasto mensal com energia elétrica: R$Obs:
EUSTÁQUIO MARTINS BRAGA
Nome da Granja: GRANJA VARGEM ALEGREEndereço: FAZENDA VARGEM ALEGRE, S/Nº ZONA RURALMunicípio: Localidade: JEQUERI / MGFone: (31) 3877-1230 E-mail: granjavalegre@hotmail.com - Distância da Sede: 11 KmCondições da estrada: BoaProprietário: Fone: (31) 9941-1366 / (31)3877-1230 – Eustáquio Martins BragaGerente/Responsável: Marcelo Baião de Sousa Fone: (31) 9685-0088 / (31)3877-1230Associada: Sim ( X ) Não ( )Associação: ASSUVAPCoordenadas - Latitude: Longitude:Nº de Matrizes: 2.500 CABEÇASProjeto de Ampliação: Sim ( X ) Não ( ) - Quantidade de Matrizes:Sistema de Tratamento de Resíduos: BIODIJESTOR / FERTIRRIGAÇÃOCusto Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$Possui biodigestor: Sim ( X) Não ( )Quando foi construído: Gera energia: Sim ( X ) Não ( ) Quanto:Obs: FOI CONSTRUIDO NO ANO 2007Principais problemas na gestão de resíduos:Problemas ambientais: NÃOInteresse em participar de projeto de biodigestor: Sim ( X) Não ( )Por que:Gasto mensal com energia elétrica: R$ 15.000,00Obs: TENHO GERADOR Á GÁS
Levantamento de Granjas de Suínos do Vale do Piranga
GVC/Brasil - AMAPI - CIMVALPI - ASSUVAP/COOSUIPONTE
Nome da Granja: Granja SoaresEndereço: Córrego Manoel Antônio, S/N – Zona Rural – Cep: 34.380-000Município: Localidade: UrucâniaFone: (31) 8653 6503 E-mail: fpolesca@yahoo.com.br Distância da Sede: 7 KmCondições da estrada: BoaProprietário: Fernando Cesar Soares Fone: (31) 8788 6494Gerente/Responsável: Felipe Polesca Fone: (31) 8653 6503Associada: Sim (X ) Não ( )Associação: ASSUVAPCoordenadas - Latitude: Longitude:Nº de Matrizes: 750Projeto de Ampliação: Sim ( ) Não (X) - Quantidade de Matrizes:Sistema de Tratamento de Resíduos:Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$ -Possui biodigestor: Sim ( X ) Não ( )Quando foi construído: 2008 Gera energia: Sim (X) Não ( ) Quanto:Obs:Principais problemas na gestão de resíduos: DestinaçãoProblemas ambientais:Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim (X ) Não ( )Por que:Gasto mensal com energia elétrica: R$ 3.000,00Obs:
Levantamento de Granjas de Suínos do Vale do Piranga
GVC/Brasil - AMAPI - CIMVALPI - ASSUVAP/COOSUIPONTE
Nome da Granja:
GRANJA SÃO FRANCISCOEndereço:
Estrada Ponte Nova – Oratórios s/ nºMunicípio: Localidade:
Oratórios - MGFone: (31) 3881-7223 E-mail: fmartins1208@gmail.com
Distância da Sede do Município: 4 KmCondições da estrada:AsfaltoProprietário: Fernando Gomes Martins.
Fone: (31) 3881-7223.Gerente/Responsável: Juninho
Fone: (31) 3881-7223.Associada: Sim ( X ) Não ( )Associação: ASSUVAP
20° 48’ 18’’ S Longitude: 42° 48’ 39’’ WCoordenadas - Latitude:Nº de Matrizes: 800Projeto de Ampliação: Sim ( ) Não ( X ) - Quantidade de Matrizes:Sistema de Tratamento de Resíduos (resumido): Biodigestor e fertirrigação
Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$ 12.500,00 / anoPossui biodigestor: Sim ( X ) Não ( )Quando foi construído: 2007 Gera energia: Sim ( X ) Não ( ) Quanto:
Obs: Um gerador de 150 KVA
Principais problemas na gestão de resíduos (resumido): Distribuição do dejeto após oBiodigestor, Manutenção do gerador
Problemas ambientais:
Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim (X ) Não ( )Por que: Ver novidades
Gasto mensal com energia elétrica: R$ 6.000,00 /mêsObs:
Levantamento de Granjas de Suínos do Vale do Piranga
GVC/Brasil - AMAPI - CIMVALPI - ASSUVAP/COOSUIPONTE
Nome da Granja: GRANJA SANTA MARIA
Endereço: ZONA RURAL
Município: RIO CASCA - MG Localidade: sentido São Pedro dos Ferros
Fone: (31) 3871-1859 E-mail: dinho.fialho@hotmail.com Distância da Sede: .......... Km Não temsede
Condições da estrada: BOA
Proprietário: GERALDO FIALHO DE REZENDE FILHO E OUTROS Fone: (31) 9802-6405
Gerente/Responsável: ANA MARIA RUSSO LANA FIALHO Fone: (31) 9752-5662
Associada: Sim ( X ) Não ( )
Associação: ASSUVAP E CCOSUIPONTE
Coordenadas - Latitude: S:20°11'32.1" Longitude: NO:42°36'09.9"
Nº de Matrizes: 200
Projeto de Ampliação: Sim ( X ) Não ( ) - Quantidade de Matrizes:
Sistema de Tratamento de Resíduos: BOMBEAMENTO PARA POÇO NO MORRO
Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$ NÃO SABE INFORMAR
Possui biodigestor: Sim ( ) Não (X )
Quando foi construído: Gera energia: Sim ( ) Não ( ) Quanto:
Obs:
Principais problemas na gestão de resíduos: QUANDO A BOMBA DA DEFEITO E QUANDO OCANO ESTOURA.
Problemas ambientais: NÃO TEMOS
Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim ( ) Não (X )
Por que: O VOLUME É PEQUENO
Gasto mensal com energia elétrica: R$NÃO SABEMOS INFORMAR REFERENTE AO DEJETO, POISNÃO É SEPARADO
Obs:
Levantamento de Granjas de Suínos do Vale do PirangaGVC/Brasil - AMAPI - CIMVALPI - ASSUVAP/COOSUIPONTE
Nome da Granja: ÁGUA LIMPA
Endereço: ZONA RURAL
Município: JEQUERI Localidade: MG
Fone: (31) 3877-1867 E-mail: a.limpa@terra.com.br Distância da Sede: .......... Km
Condições da estrada: CASCALHADA
Proprietário: HAMILTON MORERIRA LEITE Fone: (31) 3877-1867
Gerente/Responsável: JOÃO CARLOS BRETAS LEITE Fone: (31) 8873-1013
Associada: Sim ( X ) Não ( )
Associação: ASSUVAP
Coordenadas - Latitude: Longitude:
Nº de Matrizes: 1.250
Projeto de Ampliação: Sim ( ) Não ( X ) - Quantidade de Matrizes:
Sistema de Tratamento de Resíduos: BIO DIGESTOR E FERTIRRIGAÇÃO
Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$
Possui biodigestor: Sim ( ) Não ( )
Quando foi construído: 2006 Gera energia: Sim ( X ) Não ( ) Quanto:2 GERADORES DE 120KVA
Obs:
Principais problemas na gestão de resíduos: SEM MUITOS PROBLEMAS
Problemas ambientais: NÃO
Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim ( ) Não ( )
Por que: QUAL O OBJETIVO?
Gasto mensal com energia elétrica: R$
Obs:
Levantamento de Granjas de Suínos do Vale do Piranga
GVC/Brasil – AMAPI – CIMVALPI – ASSUVAP/COOSUIPONTE
Nome da Granja: Itajubá
Endereço: Caixa Postal 11Município: OratóriosFone: (31) 8876-9176
Localidade: Às margens do Ribeirão OratóriosE-mail: fazendaitajuba@hotmail.com
Distância da Sede: 1 kmCondições da estrada: boa - apenas 500 metros de estrada de terraProprietário: João Trivellato Filho Fone: (31) 8467-8193Gerente/Responsável: Anderson Capobiango Vieira Fone: (31) 8462-1125Associada: Sim (x) Não ( )Associação: ASUUVAPCoordenadas – Latitude: 20º 25’ 37” S Longitude: 42º 48’ 52” WNº de Matrizes: 1.300Projeto de Ampliação: Sim (x) Não ( ) - Quantidade de Matrizes: 1.500
Sistema de Tratamento de Resíduos: Usa-se biodigestor e lagoas facultativasCusto Mensal de Tratamento de Resíduos: R$ --------Possui biodigestor: Sim (x) Não ( )Quando foi construído: 09 anos Gera energia: Sim (x) Não ( ) Quanto:Obs:Principais problemas na gestão de resíduos: falta de espaço na propriedade, grande volumede dejetos gerado e a topografia muito acidentada.Problemas ambientais: estão resolvidosInteresse em participar de projeto de biodigestor c/ geração de energia: Sim (x) Não ( )Por que? Diminuir a poluição, produzir adubo e gerar energia (buscar alto suficiência)Gasto mensal com energia elétrica: R$ 2.500,00 (antes da instalação do sistema gastava maisou menos R$ 12.000,00)Consumo diário de água: quantidade não levantadaObs: busca meios de melhorar a quantidade e a qualidade de água – desenvolve projeto decaptação de água bruta para tratamento no Ribeirão Oratórios.
JOSÉ HÉLIO SILVA
Levantamento de Granjas de Suínos do Vale do Piranga
GVC/Brasil - AMAPI - CIMVALPI - ASSUVAP/COOSUIPONTE
Nome da Granja: GRANJA BOCÂINAEndereço: SÍTIO BOCÂINA – ESTRADA SANTA CRUZ KM 10Município: SANTA CRUZ DO ESCALVADO Localidade: ANTÔNIO JOAQUIMFone: (31) 9989 1332 E-mail: kleber@supermixnutricao.com.brDistância da Sede: ...10....... KmCondições da estrada: 2 km estrada de terra cascalhadaProprietário: Fone: (31) 3881 5555 / 9989 1332 – Kleber CheloniGerente/Responsável: Arlindo Anísio Bento Fone: (31) 8396 9332Associada: Sim (X) Não ( )Associação: ASSUVAPCoordenadas - Latitude: 20 30 8113182 Longitude: 42 82 6695505Nº de Matrizes: 500Projeto de Ampliação: Sim (X) Não ( ) - Quantidade de Matrizes: 800Sistema de Tratamento de Resíduos:Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$Possui biodigestor: Sim (X) Não ( )Quando foi construído: Gera energia: Sim ( ) Não (X) Quanto:Obs:Principais problemas na gestão de resíduos:Problemas ambientais:Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim ( ) Não ( )Por que:Gasto mensal com energia elétrica: R$ 4.000,00Obs:
Levantamento de Granjas de Suínos do Vale do Piranga
GVC/Brasil - AMAPI - CIMVALPI - ASSUVAP/COOSUIPONTE
Nome da Granja: Granja LaranjeirasEndereço: Rodovia MG 123 (Ponte Nova à Dom Silvério) ; KM579Município: Localidade: Santa Cruz do Escalvado - MGFone: (31) 3881-2512 E-mail: granjalaranjeiras@hotmail.com Distância da Sede: 28KmCondições da estrada: ÓtimaProprietário: Manoel Lizardo Gomes Fone: (31) 3881-2512Gerente/Responsável: Fernando Lizardo Fone: (31) 9989-2512Associada: Sim (x ) Não ( )Associação: ASSUVAP / Coosuiponte
Coordenadas - Latitude: 20° 19’ 29 40” Longitude: 042° 52’ 38” WNº de Matrizes: 1000
Projeto de Ampliação: Sim (x ) Não ( ) - Quantidade de Matrizes: 300Sistema de Tratamento de Resíduos: Biodigestor, trata o efluente, depois segue paraum tanque e bombeia para as pastagens realizando a fertirrigação.Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$6000,00Possui biodigestor: Sim (x ) Não ( )Quando foi construído: 2006 Gera energia: Sim ( ) Não (x) Quanto:Obs:Principais problemas na gestão de resíduos: Necessidade de mão de obra específica,alto custo de energia elétrica, bombeamento de dejeto até as pastagens devido amanutenção das bombas e canalização.Problemas ambientais: Vazamentos de dejetos e gasto excessivo de água.Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim (x) Não ( )Por que: Geração de energia elétrica e aproveitamento da parte sólida do dejeto.Gasto mensal com energia elétrica: R$7.500,00Consumo diário de água: 162000 Litros
Obs.:
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Nome da Granja: Recreio
Endereço: Fazenda do Recreio
Localidade:E-mail: mpbvet@bol.com.br
Município: Santa Cruz do EscalvadoFone: (31) 3883-1226Distância da Sede: 0,3 KmCondições da estrada: Sempre boaProprietário: Márcio Piuzana Brum e OutrosFone: (31) 8441-8495Gerente/Responsável: Mário Piuzana BrumFone: (31) 8334-7074Associada: Sim ( X ) Não ( )Associação:Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga - ASUVAP
Longitude:42” 47’ 11,5” oesteCoordenadas - Latitude:20”13’ 43,6 sulNº de Matrizes: 200Projeto de Ampliação: Sim (X ) Não ( ) - Quantidade de Matrizes: 100
Sistema de Tratamento de Resíduos: Represa e bombeamento para pastagem
Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$1000,00Possui biodigestor: Sim ( ) Não ( X )Quando foi construído: Gera energia: Sim ( ) Não ( X ) Quanto:Obs:
Principais problemas na gestão de resíduos: Disciplina diária no bombeamento e dospontos de irrigação nas pastagens.
Problemas ambientais:
Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim ( X ) Não ( )Por que: Para possível geração de energia, alem de uma maior segurança no tratamentodos dejetos.
Gasto mensal com energia elétrica: R$2200,00Obs:
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Nome da Granja:PimenteiraEndereço:Sítio PimenteiraMunicípio: Ponte Nova Localidade: Barro BrancoFone: (31) 3819-3604 E-mail: tullio@neliosoares.com.brDistância da Sede do Município: 20 KmCondições da estrada: boaProprietário:Náelio Leopoldo SoaresFone: (31) 3819-3604Gerente/Responsável:Tullio Garavini SoaresFone: (31) 3819-3604Associada: Sim ( x ) Não ( )Associação:ASSUVAPCoordenadas - Latitude: 20º23’04,60” S Longitude:43º00’57,69”ONº de Matrizes:1100Projeto de Ampliação: Sim ( ) Não ( x ) - Quantidade de Matrizes:Sistema de Tratamento de Resíduos (resumido):peneira estática, caixa de gordura, caixa de areia, lagoas anaeróbicas e lagoas aeróbicas.Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$3000,00Possui biodigestor: Sim ( ) Não ( x )
Quando foi construído: Gera energia: Sim ( ) Não ( x ) Quanto:Obs:
Principais problemas na gestão de resíduos (resumido): sem problemasProblemas ambientais: Não
Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim ( ) Não ( x )Por que: Não vi motor de sistema de cogeração de energia à biogás que funcione bem.Gasto mensal com energia elétrica: R$13.000,00Obs:
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SÉRGIO BOM TEMPO
Nome da Granja: Granja DuducaBom jardim – Zona ruralMunicípio: Rio Pomba- MGFone: (32)3571 1152 E-mail: sergiobomtempo@gmail.comDistância da Sede: 7 KmCondições da estrada: BoaProprietário: Fone: (32)8416 3707Gerente/Responsável: Fone: (31)Associada: Sim ( x) Não ( )Associação:ASSUVAPCoordenadas - Latitude: Longitude:Nº de Matrizes:250Projeto de Ampliação: Sim ( X) Não ( ) - Quantidade de Matrizes:250Sistema de Tratamento de Resíduos:peneira estática,lagoas e fertirrigaçaoCusto Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$Possui biodigestor: Sim ( ) Não (X )Quando foi construído: Gera energia: Sim ( ) Não ( ) Quanto:Obs:Principais problemas na gestão de resíduos:BombeamentoProblemas ambientais:vazamentos acidentaisInteresse em participar de projeto de biodigestor: Sim ( X Não ( )Por que:Possibilidade de usar os gasesGasto mensal com energia elétrica: R$2000,00Obs:
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Nome da Granja: GRANJA BARRINHA
Endereço: Estrada Oratórios x Amparo do Serra – Zona Rural
Município: AMPARO DO SERRA Localidade: BARRINHA
Fone:(31) 38817266 Email: mirandatarcisio@hotmail.com - Distância da Sede: ... Km
Condições da estrada: Boa
Fone: (31) 3881 7266
Fone: (31) 8305 4878
Proprietário: TARCISIO ARAUJO MIRANDA
Gerente/Responsável: ARLINDO GUILHERME
Associada: Sim (x ) Não ( )
Associação: ASSUVAP
Longitude: 42° 48’ 28,7’’Coordenadas - Latitude: 20° 28’ 28,8’’
Nº de Matrizes: 700
Projeto de Ampliação: Sim ( ) Não ( X ) - Quantidade de Matrizes:
Sistema de Tratamento de Resíduos: REPRESA DE DECANTAÇÃO
Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$2.500,00
Possui biodigestor: Sim ( x ) Não ( )
Quando foi construído: 2006 Gera energia: Sim ( ) Não ( x ) Quanto:
Principais problemas na gestão de resíduos: TOPOGRAFIA
Problemas ambientais: NENHUM
Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim ( x ) Não ( )
Por que: PRODUÇÃO DE ENERGIA
Gasto mensal com energia elétrica: R$ 3.500,00
Obs:
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Nome da Granja: GRANJA CASSIMIRO
Endereço: Lagoa Seca – Zona Rural
Município: PONTE NOVA Localidade: LAGOA SECA
Fone:(31) 38817266 Email: mirandatarcisio@hotmail.com - Distância da Sede: ... Km
Condições da estrada: Boa
Fone: (31) 3881 7266
Fone: (31) 9585 0620
Proprietário: TARCISIO ARAUJO MIRANDA
Gerente/Responsável: JOSE NILTON
Associada: Sim (x ) Não ( )
Associação: ASSUVAP
Longitude: 42° 48’ 55,9’’Coordenadas - Latitude: 52° 20’ 48,1’’
Nº de Matrizes: 700
Projeto de Ampliação: Sim ( ) Não ( X ) - Quantidade de Matrizes:
Sistema de Tratamento de Resíduos: REPRESA DE DECANTAÇÃO
Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$3.000,00
Possui biodigestor: Sim ( x ) Não ( )
Quando foi construído: 2006 Gera energia: Sim ( ) Não ( x ) Quanto:
Principais problemas na gestão de resíduos: TOPOGRAFIA
Problemas ambientais: NENHUM
Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim ( x ) Não ( )
Por que: PRODUÇÃO DE ENERGIA
Gasto mensal com energia elétrica: R$ 4.600,00
Obs:
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Nome da Granja: GRANJA MOINHO
Endereço: Estrada Ponte Nova – Acaiaca – Km 18 – Zona Rural
Município: ACAIACA Localidade:
Fone:(31) 38817266 Email: mirandatarcisio@hotmail.com - Distância da Sede: ... Km
Condições da estrada: Boa
Fone: (31) 3881 7266
Fone: (31) 8417 8967
Proprietário: TARCISIO ARAUJO MIRANDA
Gerente/Responsável: JOSE CONEGUNDES
Associada: Sim (x ) Não ( )
Associação: ASSUVAP
Coordenadas - Latitude: 20° 24’ 31’’ S Longitude: 43° 5’ 16’’ W
Nº de Matrizes: GRANJA DE TERMINAÇÃO – PLANTEL DE 6.000 SUINOS
Projeto de Ampliação: Sim ( ) Não ( X ) - Quantidade de Matrizes:
Sistema de Tratamento de Resíduos: REPRESA DE DECANTAÇÃO
Custo Mensal de Tratamento dos Resíduos: R$2.000,00
Possui biodigestor: Sim ( ) Não ( x )
Quando foi construído: Gera energia: Sim ( ) Não ( x ) Quanto:
Principais problemas na gestão de resíduos: TOPOGRAFIA
Problemas ambientais: NENHUM
Interesse em participar de projeto de biodigestor: Sim ( x ) Não ( )
Por que: PRODUÇÃO DE ENERGIA
Gasto mensal com energia elétrica: R$ 1.200,00
Obs:
9. Referências
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AMORIM, A.C. Avaliação do potencial de impacto ambiental e do uso dacompostagem e biodigestão anaeróbia na produção de caprinos. 2005.Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Universidade Estadual Paulista(Tese – Doutorado em Zootecnia). Jaboticabal. 2005. 107p.BRETON, J. et al. Renewable energy sources and technologies on farmsystems: focusing on Danish scenario. The Royal Veterinary and AgriculturalUniversity, Denmark:Department of Agricultural Sciences, 2004. 126p.COMASTRI FILHO, J.A. Biogás: independência energética do pantanal mato-grossense. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA Pantanal.Corumbá:EMBRAPA. Circular técnica, n.9. 1981. 53p.ESPERANCINI, M.S.T. et al. viabilidade técnica e econômica da substituição defontes convencionais de energia por biogás em assentamento rural do estado deSão Paulo. Engenharia Agrícola, v.27, n.1, p.110-118, 2007.LUCAS JÚNIOR, J. Laminados de PVC – solução para biodigestores. In:CONGRESSO BRASILEIRO DO PVC, São Paulo, 2005. Anais... São Paulo:SãoPaulo. 2005. disponível em: <<http://www.institutodopvc.org/congresso/>>.Acesso em: 05-02-07.MALAVOLTA, E. Elementos de nutrição mineral de plantas. São Paulo:EditoraAgronômica Ceres 1980. 251.MASSOTTI, Z.M. Viabilidade técnica e econômica do biogás a nível de propriedade.In: CELANT, T.M.B. et al. (Eds.) Curso de capacitação em práticas ambientaissustentáveis: treinamentos 2002. Concórdia: Embrapa Suínos e Aves -Programa Nacional do Meio Ambiente II. 2002. p 102-108.MEDEIROS, M.B.; LOPES, J.S. Biofertilizantes líquidos e sustentabilidade agrícola.Bahia Agrícola, v.7, n.3, p.24-26, 2006.OLIVEIRA, R.A. Efeito da concentração de sólidos suspensos do afluente nodesempenho e características do lodo de reatores anaeróbios de fluxoascendente com manta de lodo tratando águas residuárias desuinocultura. 1997. Tese (Doutorado em Hidráulica e Saneamento) - Escola deEngenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1997. 359p.PELL, A. Manure and microbes: public and animal health problem? Journal DairyScience, v.80, n.10, p.2673-2681, 1997.POLPRASERT, C. Organic waste recycling. Chichester:Jonh Willey & Sons Inc.1989.QUADROS, D.G. et al. Biodigestão anaeróbica de dejetos da caprino-ovinoculturapara produção de biogás e biofertilizante no semi-arido: 1. produção e composiçãode biogás. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE AGROENERGIA EBIOCOMBUSTÍVEIS, Teresina. Anais... EMBRAPA Meio Norte:Teresina. 2007a.(CD-ROM)ROSTON, D.M. Manejo e disposição de resíduos gerados pela bovinocultura leiteira.In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, 2001.Piracicaba. Anais... Piracicaba:FEALQ. 2001. p. 383-394.SIMAS, J.M., NUSSIO, C.M.B. Reciclagem de nutrientes do esterco tendo em vista ocontrole da poluição do meio ambiente. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADEBRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38, 2001. Piracicaba. Anais... Piracicaba:FEALQ.2001. p. 383-394.TURDERA, M.V., YURA, D. Estudo da viabilidade de um biodigestor nomunicípio de Dourados. Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS.Disponível em: <<www.uems.br/gaslab/doc/pdf/Campinasagrener.pdf>> Acessoem: 19-03-2007.WALSH JR., J.L. et al. Handbook on biogas utilization. U.S. Departament ofenergy. 1998. 156p.
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Esta publicação foi produzida com o apoio da União Europeia.O conteúdo desta publicação é da exclusiva responsabilidade do GVC
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