patty freitas - perse.com.br é mera coincidência. Índice: encontros e desencontros 7 revelações...
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Patty Freitas
Vidas Paralelas
LIVRO I
SÉRIE VIDAS
2ª Edição
2016
São Paulo
Todos os direitos reservados e
protegidos pela Lei 9.610 de
19/02/1998.
Nenhuma parte deste livro,
poderá ser reproduzida ou transmitida
sejam quais forem os meios
empregados: eletrônicos, mecânicos,
fotográficos, gravação ou quaisquer
outros.
Esta é uma obra fictícia, qualquer
semelhança com pessoas vivas ou
mortas é mera coincidência.
Índice:
Encontros e Desencontros 7
Revelações 81
Especial Henry Donavel 140
Celebração ao Amor 144
Bônus " Vidas Entrelaçadas " 156
Biografia da Autora 159
Vidas Paralelas/ 7
Parte l
Encontros e Desencontros
A boate onde Sophie trabalhava
ficava em um lugar nobre de Washington.
A rua era muito movimentada à noite,
fazendo com que o giro de dinheiro
naquela região fosse alto.
Era luxuosa. Possuía dois
pavimentos. Logo na entrada, uma porta
dupla imponente de vidro filmado era
guardada por dois seguranças. Ao
adentrar pelas portas, ao lado esquerdo
ficava o bar, onde pessoas solitárias, na
sua grande maioria, homens na faixa dos
quarenta, tomavam seus drinks. Ao fundo
defronte ao palco, onde shows e
apresentações eram realizados, ficavam
algumas mesas dispostas no amplo salão.
O pavimento superior, possuía uma
ampla janela de vidro também filmada,
impedindo qualquer visão de quem
olhasse da parte de baixo, provavelmente,
a sala do chefe.
8 / Patty Freitas
Começara trabalhar na Beautiful
Night a cerca de um mês e meio. E toda
vez que chegava no centro das baladas
de Washington ainda sentia um amargor
descer pela garganta, mas não tinha outro
jeito, teria que ser assim.
Hoje era dia de apresentação,
Sophie acabaria de servir as mesas e
faria uma. A Beautiful Night de sexta-feira
é sempre muito movimentada, e por isso é
o dia perfeito para conseguir mais
informações.
— Ângela, assume essas mesas aqui pra mim, já está quase na hora do show.
— Claro. Vai e arrasa menina.
— Obrigada.
Entrou no vestiário e se arrumou.
Hoje iria dançar uma música da Beyoncé.
Geralmente deixava Tony, o gerente,
escolher todas são bem sensuais, e ela
gostava do fator surpresa. Ele dizia
somente qual o cantor ou banda que
escolheria para Sophie poder ao menos
saber qual o tipo de dança que teria que
apresentar. Uma maquiagem bem
provocativa com um batom vermelho foda
Vidas Paralelas/ 9
pra combinar com as unhas, cairia muito
bem.
A roupa também estava perfeita,
sensual ao extremo. Um micro shorts
preto por cima de uma meia calça
também preta, compunha o visual com a
blusa justa prateada.
Adorava dançar, tinha feito aulas de
dança durante anos. E todas às vezes
que dançava sentir-se leve. Uma
satisfação invadia sua alma, e por
momentos, conseguia esquecer de tudo,
de todos os problemas, até mesmo dos
que a trouxeram para a vida noturna. No
entanto, nessa situação era mais um
pretexto para atingir seu objetivo do que
propriamente satisfazer um gosto. E se
não fosse o nó no estômago e o gosto
amargo na boca que sentia toda vez ao
entrar na boate, diria até que o ambiente
era agradável, e de certa forma, que
gostava de tudo aquilo. Mas, essa não
era a realidade. Tinha que enfrentar;
passar por cima de todos os medos e
traumas para conseguir o que queria.
Tinha uma promessa a cumprir.
Quando terminou foi ovacionada, já
tinha caído nas graças dos admiradores,
10 / Patty Freitas
principalmente nas graças de um em
especial. Billy, um homem de estatura
média, branco, olhos verdes, bem
aparentado, estava lá como sempre
desde que tinha começado com as
apresentações há um mês. Sem falar
nada, somente observava.
Tão logo iniciou como garçonete,
Sophie convenceu Tony a deixá-la dançar
às sextas-feiras.
Precisava ser notada. Era um jogo
arriscado, mas era o único jeito; botar-se
de minhoca no anzol. E pelo jeito, seu
plano estava dado certo.
Tony, um homem loiro, olhos
claros, ombros largos, queixo quadrado,
um corpo bem definido, era o gerente da
Beautiful Night, e também o homem de
confiança do Todo-Poderoso, como era
chamado o chefe da boate, por vezes,
fazia o número com Sophie, e naquela
noite especificamente, dançavam juntos
ao som de Shaquira. A beleza de Sophie
contrastava com a beleza máscula, e até
um pouco rude de Tony no palco, fazendo
uma combinação interessante, o que
tornava o show muito sensual. Quem não
os conhecesse, diria com certeza, que
Vidas Paralelas/ 11
faziam isso há anos, tamanho era a
afinidade de ambos.
Entrou no vestiário e, se arrumou.
Hoje iria dançar uma música da Beyoncé.
Geralmente deixava Tony, o gerente,
escolher. Todas são bem sensuais, e ela
gostava do fator surpresa. Ele dizia-me
somente qual o cantor ou banda que
escolheria, para Sophie poder ao menos
saber qual o tipo de dança que teria que
apresentar. Uma maquiagem bem
provocativa com um batom vermelho
foda-me para combinar com as unhas,
cairia muito bem.
A roupa também estava perfeita.
Sensualmente provocante. Um micro
shorts jeans lavado por cima de uma meia
calça arrastão preta, compunha o visual
com a blusa justa prateada.
Adorava dançar, tinha feito aulas de
dança durante anos. E toda vez que
dançava se sentia leve. Uma satisfação
invadia sua alma, e por momentos,
conseguia esquecer de tudo, de todos os
problemas, até mesmo dos que a
trouxeram para a vida noturna. No
entanto, nessa situação era mais um
pretexto para atingir seu objetivo do que
12 / Patty Freitas
propriamente satisfazer um gosto. E se
não fosse o nó no estômago e o gosto
amargo na boca que sentia sinto toda vez
ao entrar na boate, diria até que o
ambiente era agradável, e de certa forma,
que gostava de tudo aquilo. Mas, essa
não era a realidade. Tinha que enfrentar;
passar por cima de todos os medos e
traumas para conseguir o que eu queria.
Tinha uma promessa a cumprir.
Geralmente Tony fazia o número
com ela, mas hoje ele estava muito
ocupado colocando o dono que havia
chegado de viagem a par das coisas. Há
horas ele havia sido chamado por
videoconferência e estava trancado no
escritório, na parte superior da boate; a
sala protegida pelo vidro fumê.
Quando terminou foi ovacionada, já
tinha caído nas graças dos admiradores,
principalmente de um em especial. Billy,
um homem de estatura média, moreno
claro, olhos castanhos, bem aparentado,
estava lá como sempre desde que eu
tinha começado com as apresentações há
um mês. Sem falar nada, somente
observava.
Vidas Paralelas/ 13
Terminou de arrumar as coisas,
limpar as bancadas, recolher os copos
que estavam espalhados se despediu de
Ângela, e saiu para pegar um táxi.
A noite estava quente. Um ou outro
bêbado perambulando pelas ruas, um
casal se beijava despudoradamente em
uma esquina, uma prostituta entrava em
um carro que buzinara. Criaturas
noturnas, comuns àquele ambiente.
Preferia não vir dirigindo para a
boate, o que talvez fosse mais seguro e
rápido, porém dessa forma facilitaria
algum tipo de abordagem. Desde que
começara com essa história, sabia dos
riscos que corria. E estava disposta a
pagar o preço que precisasse.
O carro preto de Billy era todo
filmado. Logo que saiu da boate o
percebera na esquina a observando.
Fingiu não vê-lo. Precisava esperar
algum tipo de abordagem. Mas ainda não
fora dessa vez. Entrou no táxi e foi
embora.
Sophie estava assoberbada. Na
segunda-feira iria começar sua dupla
jornada. Tinha conseguido uma vaga na
concorrida Shulman & Associates, mas
14 / Patty Freitas
ainda não tinha certeza se conciliaria com
a boate. No entanto tentaria com todas as
suas forças. Esse era o trabalho dos seus
sonhos. Desde que se formará, buscava
uma vaga como essa. Não poderia
perder, além do mais, precisava do
emprego. Na boate não ganhava muito,
se sujeitava ao baixo salário, pois tinha
seus propósitos. Talvez a solução seria
deixar a boate só para os finais de
semana, já tinha cativado um grande
número de admiradores, e o número dos
frequentadores aos finais de semana
crescera substancialmente semana a
semana. Por certo, Tony não se oporia.
Melhor contar com a morena de curvas
perigosas só aos finais de semana a
perdera de vez. Era um ponto a seu
favor.
Acordara cedo naquele sábado.
Começaria por organizar as coisas;
levaria as roupas à lavanderia,
abasteceria a dispensa que já estava em
petição de miséria, deixaria tudo na mais
perfeita ordem possível.
O centro de Washington não
distava muito do bairro que Sophie
morava. Escolhera este, exatamente por
sua proximidade com o centro, onde
Vidas Paralelas/ 15
poderia resolver esses problemas que a
vida moderna nos impõe.
A lavanderia ficava na mesma
calçada que o supermercado, facilitando
dessa forma as resoluções domésticas.
Morar em um bairro próximo a um
grande centro e que ao mesmo tempo
ainda conservava aquele ar de vilarejo,
tivera sido um verdadeiro achado.
Bowie era um bairro antigo,
tranquilo, estritamente residencial, de ruas
quase desertas. As casas eram na sua
maioria planas, com quintais e a maioria
sem portões. Era bem arborizado o que
fomentava a prática de esportes matinais,
principalmente caminhadas e corridas.
Sophie até gostava de caminhar pela
manhã, porém, agora com a dupla
jornada que assumiria, isso não faria mais
parte da sua rotina diária.
Ainda bem que tinha a dança para
compensar, pois logo na sua chegada a
Washington, a caminho do supermercado,
após sua saída da lavanderia, já passara
na lanchonete mais próxima e pegará um
muffin e um copo de milk shake, pura
gulodice, já havia tomado o desejum.
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