os franceses e o setor de moda e vestuário no rio de
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Os franceses e o setor de moda e vestuário no Rio de Janeiro durante os oitocentos
GISELLE PEREIRA NICOLAU*
Há tempos, a temática dos franceses no Brasil vem sendo contemplada na História,
em pesquisas que abordam a influência cultural exercida por esse grupo, ao longo do
século XIX. No interior dessas pesquisas, sobressaíram importantes esforços, em que se
buscou relacionar a imigração francesa e a moda, seja no campo literário, por meio das
crônicas, seja nas produções historiográficas. Este artigo se insere nessas discussões,
constituindo-se num recorte do trabalho realizado em tese de doutorado, defendida na
Universidade Federal Fluminense, em 2018, que se debruçou sobre o processo
imigratório francês para a capital do Império e, posteriormente, da República, entre os
anos de 1850 e 1914. Busca-se, então, refletir sobre a formação do setor de moda e
vestuário no Rio de Janeiro e a atuação dos imigrantes franceses nesse campo profissional
durante os oitocentos.
No alvorecer do século XIX, o Rio de Janeiro era um centro econômico dinâmico,
onde existia uma elite mercantil, que consumia produtos vindos de Portugal e de seu
império ultramarino, dentre eles, tecidos e artigos de moda. Com a vinda da Corte para o
Brasil, e, consequentemente, da abertura dos portos às nações amigas, observou-se um
maior movimento nas relações comerciais da Nova Lisboa com a Europa, envolvendo a
importação de objetos de luxo, gêneros alimentícios e vestimentas, elementos que
apontavam para o refinamento dos costumes, demarcando as hierarquias na sociedade
que se configurava. Em termos de comércio com o Brasil, indubitavelmente, a maior
beneficiada foi a Inglaterra, que havia superado as demais nações que mantinham relação
com a nova sede do governo lusitano, devido ao contexto de guerras napoleônicas, que
vinha desgastando tanto Portugal quanto a França.
Foi, portanto, após a Restauração dos Bourbons, em 1814, que, efetivamente, os
franceses se inseriram na dinâmica comercial com o Brasil. Diversas mercadorias
advindas dos portos de Havre e de Bordeaux passaram a adentrar os principais polos
comerciais da Corte, em especial o Rio de Janeiro, capital do reino. Para além de sua
* Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense e professora
do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-UERJ).
importância política e econômica, a cidade, que possuía dimensões cosmopolitas,
conforme assinalou Camila Borges (2010, p. 56), recebia influências diversas, inclusive
em relação à vestimenta, com destaque para a moda inglesa e a francesa, demandadas
por aqueles que possuíam maiores recursos.
Embora houvesse algumas iniciativas voltadas para a criação de espaços
destinados à confecção de tecidos, considerados de qualidade inferior, quando
comparados aos que eram produzidos na Europa, bem como de locais voltados para o
comércio de fazendas e artigos de indumentária europeia, não se pode afirmar que havia,
na primeira metade do século XIX, um setor de moda e vestuário propriamente dito. O
que existia, nas primeiras décadas dos oitocentos, era, no entanto, uma certa preeminência
inglesa nessa área, que, paulatinamente, passou a sofrer concorrência, a partir de 1815,
com os franceses, que, sob a designação “moda de Paris”, foram se firmando nas
atividades comerciais na cidade.
Em suas Memórias da Rua do Ouvidor, Joaquim Manuel de Macedo (1988)
destacou o protagonismo desempenhado pelas mulheres francesas, que chegaram à cidade
antes dos homens dessa mesma nacionalidade. As francesas designadas como modistas
se estabeleceram inicialmente na Rua da Direita, dos Ourives e do Cano, endereços que
ganhavam projeção no cenário urbano da Corte. Segundo o mesmo autor, no entanto, no
início da década de 1820, ocorreu a “hégira das modistas francesas para a Rua do Ouvidor,
momento de florescimento, de encantamento, de espavento e de esbanjamento”
(MACEDO, 1988, p.72). À medida que o mercado da moda se estabelecia nesse
logradouro, através da criação de lojas de fazendas e de objetos de indumentária, eram
também criadas lojas de perfumaria, salões de beleza e tabacarias, que fizeram desse local
a rua mais francesa do Rio de Janeiro.
Em 1826, Mme. Berthier, sob a denominação de “modista francesa na Rua do
Ouvidor”, veiculou seu anúncio no Diário do Rio de Janeiro. Avisava aos seus fregueses
sobre a chegada de fazendas “proximamente de Paris”, de chapéus de palha de Itália para
senhoras, com preços variados, além de bonés para meninos, chales de lã, lenços e demais
artigos de moda, bem como de quinquilharias, pomadas e cheiros etc. Oferecia, ainda, os
serviços de costura, destacando o asseio e a prontidão na confecção das roupas, por contar
com o auxílio de costureiras que trabalhavam com Mme. Gudin, modista que gozava de
boa reputação na Corte, e que havia retornado para a França, por razões de enfermidade.
A variedade de produtos vendidos no estabelecimento de Berthier, e o fato de oferecer
serviços de costura em sua loja, revelavam o seu desejo de conquistar o público da cidade
e, por conseguinte, de se afirmar no comércio local, associando o seu nome ao de uma
prestigiada costureira (Diário do Rio de Janeiro, 23/01/1826, p. 2)
Ao mesmo tempo em que havia anúncios de modistas que se estabeleciam na
Corte, era possível também observar, nas páginas do Diário do Rio de Janeiro,
publicações disponibilizando, para “alguma Snra. Francesa Modista”, o aluguel de
escravas que sabiam coser e bordar primorosamente. Tal divulgação revelou o interesse
despertado pelos proprietários de cativos na participação de um mercado que se
encontrava em expansão na cidade e que poderia gerar lucros (Diário do Rio de Janeiro,
18/08/1828, p. 3). Um indicativo que revelou que essa prática parece ter obtido êxito no
Rio de Janeiro foi a quantidade de anúncios publicados na década de 1830, de “raparigas
pretas” com habilidades para costura e que desejavam se vincular a “qualquer modista
francesa”, por já terem costurado em lojas francesas (Diário do Rio de Janeiro,
25/10/1837, p. 2). Outro anúncio que despertou atenção foi o da venda de “uma negrinha
de 14 a 16 anos”, que possuía atributos físicos, habilidades manuais e domésticas, e que
falava francês, tendo aprendido o idioma ao trabalhar com uma modista francesa (Diário
do Rio de Janeiro, 21/06/1839, p. 3). Pode-se aqui identificar, claramente, como as tais
imigrantes europeias se integravam à sociedade escravocrata então existente no Brasil.
Com efeito, durante a segunda metade do século XIX, a capital do Império
ressentia-se mais fortemente das mudanças que se operavam no país, em virtude dos
capitais liberados pelo fim do tráfico intercontinental de escravos e dos lucros advindos
da empresa cafeeira. O Rio de Janeiro, em especial, passou por intenso processo de
modernização de suas estruturas urbanas, sendo beneficiado pela criação de empresas
ligadas ao transporte e à infraestrutura, bem como de casas bancárias (Soares, 2002: 291).
Pela força da atração que exercia, e por seu dinamismo, a cidade passou a atrair ainda
mais investidores estrangeiros para o comércio que se expandia. Acompanhando esse
processo, verificou-se a constituição do setor de moda e vestuário na Corte.
Um importante instrumental para a comprovação desse processo é o Almanak
Laemmert, anuário onde estão listados os profissionais de diversos setores da economia.
Mediante a leitura da edição de 1850, por exemplo, constatou-se que havia 12 seções
ligadas à moda, nas quais estavam inscritos 367 anunciantes. Desse total, 91 eram
franceses, representando, portanto, um percentual de 24,79% deste conjunto. O número
de imigrantes de nacionalidade francesa era majoritário em lojas de modas e fazendas
francesas, alcançando a média de 90,9%, cujos estabelecimentos eram localizados à Rua
do Ouvidor. Nesse mesmo endereço, encontravam-se, ainda, profissionais da categoria
dos alfaiates; dos 18 franceses que anunciaram nessa área, 11 estavam ali localizados.
Tabela 1: Os profissionais do setor de moda segundo o Almanak
Laemmert de 1850.
Categorias
Total de
profissionais
Franceses
Percentual de
Franceses
Alfaiates 95 18 18, 94%
Cortadeiras de
camisas
4 2 50%
Costureiras-
modistas
25 21 84%
Fábricas de coletes 5 5 100%
Fábricas de chapéus
de palha
2 2 100%
Fábricas de chapéus
de sol
16 7 43,75%
Fábricas e lojas de
chapéus finos de
castor
27 8 29, 62%
Fábrica de primeira
ordem, de chapéus
finos
6 2 33, 33%
Lojas de calçados 17 2 11, 76%
Lojas de chapéus de
Chile
5
1
20%
Lojas de fazendas
143
3
2,097%
Lojas de modas e
fazendas francesas
22
20
90, 9%
Total 367 91 24,79%
Fonte: Almanak Laemmert
Já em outras atividades do setor de moda, ainda que se observe a mesma
predominância de profissionais de origem francesa à inscrição no espaço urbano, ela se
apresenta de forma muito diversa. Assim, as propagandas assinalam, nessa nacionalidade:
do conjunto das cortadeiras de camisas, 50%; das costureiras-modistas, 84%; e, quanto
aos fabricantes de coletes, era a totalidade, ou seja, 100%. Quanto aos endereços, apesar
de se registrarem alguns estabelecimentos à Rua do Ouvidor, a maioria das instalações se
localizavam em diversas ruas do centro da cidade, como da Ajuda, São José, Belas Artes,
São Pedro, do Cano, Matacavallos, Latoeiros, Quitanda, Alfandega, Ourives, revelando
que a geografia deste setor incluía outros logradouros. Seguindo essa mesma tendência,
as fábricas de calçados e acessórios, como chapéus finos, de palha e de seda, também se
encontravam em endereços diversificados, como a Rua do Sabão, do Rosário, do Espírito
Santo, Ourives, Largo do Capim, do Hospício, por exemplo.
Em 1850, Madame Fournel anunciou no Laemmert, em seção dedicada às
Fábricas de Coletes, um estabelecimento à Rua dos Ourives, 61, 1ª andar. Dez anos
depois, a mesma fabricante veiculou suas propagandas no Diário do Rio de Janeiro, em
mesmo logradouro, no prédio de número 56, à Imperial Fábrica de Coletes. Nesse
período, a francesa, que gozava de boa reputação, por fornecer vestes para a “S.M.
Imperatriz e cuja a casa era muito conhecida no Rio de Janeiro, informava seus inúmeros
fregueses, e aqueles que a quisessem honrar com a sua confiança, que havia estabelecido
relações com as casas mais afamadas de modas de Paris”, recebendo “ as fazendas
do último gosto, a saber: chapéus de seda para senhoras e crianças, ditos de palha de
Itália, ditos à amazona, ditos à pastora, manteletes de seda preta e cassa bordada,
basquines brancas e pretas, colarinhos de guipure brancos e pretos, flores finas e de
veludo, plumas e marabouts, e grande variedade de enfeites de cabelos de flores, veludo,
chenille e pérolas de todas as cores” (Diário do Rio de Janeiro, 11/06/1860, p. 4). Além
desses produtos, Mme. Fournel dispunha também da venda de “pulseiras, colares, pentes
e alfinetes de pérolas de fantasia”, oferecendo ainda a limpeza e o embelezamento de
chapéus usados. Observa-se, nesse intervalo, que compreende a publicação das
propagandas, que a imigrante ampliou seu comércio, vendendo outros artigos ligados à
moda, como chapéus, enfeites de cabelo, além de acessórios.
Madame Heruville, por exemplo, que anuncia no Almanak em 1850 (Almanak
Laemmert 1850, p. 389), como costureira-modista, estabelecida à Rua do Ouvidor,
número 25, aparece, igualmente, no mesmo ano, no setor de anúncios do jornal Diário do
Rio de Janeiro, solicitando “boas costureiras e também um preto cozinheiro” (Diário do
Rio de Janeiro, 05/02/ 1850, p. 4). Dez anos depois, anuncia no mesmo periódico, de
forma bem mais destacada, oferecendo serviços “às suas antigas freguesas”, ressaltando
a qualidade e pontualidade dos mesmos e especificando não apenas os materiais
disponíveis para a confecção, mas ainda a competência para a produção de trajes próprios
para ocasiões festivas, como “bailes, batizados e casamentos”. Observa-se, no entanto,
que seu estabelecimento situa-se à mesma Rua do Ouvidor, porém em outro prédio, de
número 46. Pode-se inferir que, em 1850, estaria se estabelecendo como costureira-
modista e que se manteve no ofício com sucesso por todo esse período.
Mme. Honorine Cabaret, por exemplo, destacava-se no setor de moda, por receber
mercadorias vindas de Paris em primeira mão. Publicou, em 1854, um anúncio, no Diário
do Rio de Janeiro, informando o respeitável público e, especialmente, seus fregueses, que
abria uma casa de Modas e fazendas francesas, à Rua dos Ourives, nº52, primeiro andar.
Vendia o mais “rico sortimento” de variedades que poderia ser encontrado em seu
estabelecimento, como “rendas pretas para manteletes, cortes de vestido de seda preta
ditos de cor, ricos babados de renda preta, barrége, cassa de lã, chapéus de seda, ditos de
palha, ricas grinaldas para baile, toucas, camisinhas de luto, luvas de seda, ditas de pelica
etc.” (Diário do Rio de Janeiro, 05/02/1850, p. 4). Além desses produtos, era possível
encontrar nessa mesma loja, “bordados de Nancy, lenços, colarinhos, camisinhas com
mangas, muito ricos entremeios, aviamentos para as modistas etc.” (Diário do Rio de
Janeiro, 03/05/1854, p. 3).
Conforme observado acima, a modista, antes de se estabelecer definitivamente na
Corte, já atuava nesse ramo, firmando-se com a criação de seu próprio estabelecimento.
Embora seus anúncios no Diário do Rio de Janeiro tenham sidos datados de 1854,
observou-se que foi apenas em 31 de março de 1856, que Honorine Cabaret requereu,
junto à Câmara Municipal, uma licença “para mascatear fazendas de algodão, linho, lã e
seda” (AGCRJ 58.3.54, Câmara Municipal, Série Casas de Negócios (1843-1894), p.
252) na cidade, o que sugere que essa profissional atuava sem o registro de autorização
da prefeitura. Ano em que, pela primeira vez, passou a veicular seus serviços, na seção
Armazéns e lojas de modas e fazendas francesas, permanecendo como anunciante desse
anuário nos anos subsequentes, quando, por volta da década de 1860, deixou de publicar
seus serviços (Jornal do Commercio, 11/02/1871, p. 2).
De acordo com a edição do Laemmert de 1870, a seção dedicada à moda era
composta por 810 anunciantes, demonstrando que esse setor, em comparação com os
números levantados na publicação de 1850, sofreu um aumento considerável de 120,7%.
Esse universo na cidade permanecia diversificado, sendo representado pelas modistas-
costureiras e alfaiates, compreendidos como o fonte da criação e da venda de vestimentas;
armazéns e lojas de modas, lojas de chapéus variados e de calçados nacionais e
estrangeiros, lojas de fazendas e de roupas de todas as qualidades, espaços voltados para
a compra e venda de vestuário e demais acessórios; fábricas de coletes, mas também de
enformar e produzir chapéus, lugares de produção de indumentária.
Tabela 2: Os profissionais do setor de moda segundo o Almanak
Laemmert de 1870.
Categorias Total de
profissionais
Franceses Percentual de
Franceses
Alfaiates
131
12
38,70%
Armazéns e lojas de
modas e fazendas
francesas de seda,
ditas em cassa
52
16
30, 76%
Fábricas de coletes
6 4 66,66%
Fábricas de primeira
ordem de chapéus
finos de seda, castor
e lebre de todas as
qualidades.
21
0
0%
Fábricas de
chapéus de sol
29 9 31,03%
Fábricas e
depósitos de
camisas
7 2 28,57%
Fábrica de
calçados
6 3 50%
Fábricas de enformar chapéus
de palha d`Italia e de todas as outras
qualidades
15 4 26,66%
Fábricas e lojas de chapéus finos de
castor, seda e lebre
de todas as
qualidades.
43 4 9,30%
Lojas de calçados
nacional e
estrangeiro de todas
as qualidades
81
2
2,46%
Lojas de chapéus de Chile, da Itália e
outras qualidades.
6
2
33,33%
Lojas de chapéus de
sol, bengalas.
5
4
80%
Lojas de fazendas e
roupas de todas as
qualidades
187
6
3,20%
Lojas de fazendas e roupas de todas as qualidades de seda, lã, algodão e linho, francesas, inglesas e
alemãs
163
9
5, 52%
Modistas e
costureiras
58
37
63, 79%
Total
810
114
14,07%
Fonte: Almanak Laemmert
Embora se tenha observado o crescimento desse setor na Corte, constatou-se que
o número de franceses variou pouco, sofrendo um pequeno aumento. Os imigrantes dessa
nacionalidade que estavam inscritos no Almanak totalizavam 114 anunciantes, o que
correspondia a um percentual de, aproximadamente, 14, 07% dos propagandistas. Nesse
sentido, foi possível compreender que tal acréscimo não foi proporcional à ampliação
desse campo, ainda que esse grupo permanecesse se sobressaindo frente aos demais
representantes do ramo, através do distintivo “moda francesa”.
A seção de modistas e costureiras do Laemmert de 1870, por exemplo, fornece
um panorama muito representativo da presença francesa no mundo da moda, de modo
que, dos 58 nomes inscritos, 37 eram de imigrantes dessa nacionalidade, o que
correspondia ao percentual de 63, 79 %. Em comparação com a edição do almanaque de
1850, verificou-se que, embora ainda majoritárias, estas profissionais já não
representavam mais a quase totalidade dessa categoria. Quanto à inscrição das
anunciantes francesas, foi observado que estavam localizadas em endereços
diversificados do centro urbano, especialmente às Ruas do Ouvidor, dos Ourives e Sete
de Setembro (Almanak Laemmert, 1870, p. 665-666)
Mme. Etienne Cannard, modista francesa que anunciava no Laemmert, iniciou sua
trajetória nesse setor nos anos de 1860, trazendo ao “respeitável público” e as suas
“numerosas freguesas” as últimas novidades de Paris. Possuía em seu estoque “chapéus
de todas as qualidades para meninos, meninas e senhoras”, além de “rendas, fitas,
veludos, botinas, meias e toucas para criança” (Diário do Rio de Janeiro, 01/12/1860, p.
4), dentre outros artigos ligados à indumentária. Inicialmente, estava estabelecida à Rua
dos Ourives, 35, local que permaneceu durante a década de 1860. Ao compararem-se os
anúncios veiculados sobre a profissional, no Diário do Rio de Janeiro, verificou-se que
houve uma variação na forma por meio da qual se apresentava aos leitores do jornal. Em
suas primeiras propagandas publicadas nesse periódico, a comerciante, que se encontrava
em fase de afirmação no mercado de trabalho da cidade, reforçava a procedência das
roupas e acessórios que vendia, indicando que se tratavam de modas francesas.
Posteriormente, o conteúdo dos reclames passou a vir em tamanhos menores, deixando
de lado o discurso que privilegiava o último gosto parisiense, informando às clientes que
tinha disponíveis “camisas, calças, saias bordadas, grenadines, nobrezas, colarinhos com
mangas, cetins flores, plumas fitas, carcasses” (Diário do Rio Janeiro, 03/09/ 1871, p. 4),
camisas de flanelas. Pode-se inferir que o abandono de tal estratégia indicava que Etienne
possuía certa projeção em sua profissão. Na edição de 1870 do almanaque, por exemplo,
Canard estava localizada em outro endereço, à Rua Sete de Setembro, 74, 1º andar
(Almanak Laemmert, 1870, p. 665). A mudança representava a inserção da profissional
em um espaço destinado à moda, visto que se tratava de um logradouro situado nas
imediações da Rua do Ouvidor.
Outros nomes que aparecem no Almanak em 1870 são os de Mme. Creten e Mme.
Eugenie Dol, cujas trajetórias estão intimamente ligadas, no universo da moda na cidade.
Ao buscar informações a respeito de ambas no Diário do Rio de Janeiro, verificou-se que
as modistas eram irmãs e que, em abril de 1855, desfizeram sua sociedade, de modo que
Creten ficou “desonerada de todo ativo e passivo da mesma sociedade” (Diário do Rio de
Janeiro, 28/04/1855, p. 4). Eugenie permaneceu à frente de sua Grande Fábrica de
camisas para homens, à Rua do Ouvidor, 110, enquanto sua irmã, já em maio do mesmo
ano, passou a anunciar na folha, como camiseira de S. M. o Imperador, em local modesto
da Rua do Ouvidor, na altura do canto dos Latoeiros, 81 (Diário do Rio de Janeiro,
09/05/1855, p. 4). Meses depois, a empreendedora passou a produzir fazendas brancas a
varejo e atacado (Diário do Rio de Janeiro, 08/10/1856, p. 4) , ampliando ainda mais o
seu negócio, passando a vender roupas masculinas e femininas, enxovais, além de tecidos
(Diário do Rio de Janeiro, 15/04/1857, p. 4). Em 1857, passou a produzir enxovais,
diversificando seu leque de possibilidades no setor de moda (Diário do Rio de Janeiro,
05/10/1857, p.4). Se seu diferencial, ao longo da década de 1850, era anunciar como
fabricante da Casa Imperial, ao final, passou a utilizar apenas o brasão do Império do
Brasil, veiculando o tipo de estabelecimento que dirigia, a Maison de blanc a l´instar de
Paris, com o novo nome, À la ville de Bruxelles, 133 B, mesma rua, porém em prédio de
número 133 (Diário do Rio de Janeiro, 05/06/1858, p. 4). Destacava, por meio deste
anúncio, a similitude entre a moda parisiense à produzida na capital belga, colocando-as
em pé de igualdade. O caso de Mme. Creten revela-se curioso, não só por seu processo
de afirmação nesse campo profissional, mas também por revelar sua nacionalidade apenas
depois que se consolidou enquanto fabricante e comerciante de produtos de vestuário.
Igualmente representativo, no que se pese à participação francesa nesse ramo, é a
quantidade de anúncios na seção do Laemmert dedicada aos Armazéns e lojas de modas
e fazendas francesas, de seda, ditas em cassa, morim etc., em que esses imigrantes
representavam o percentual de 30,76% do conjunto das propagandas (Almanak
Laemmert, 1870, p. 595 – 596). Ainda em relação ao comércio de moda, compreendeu-
se que havia, segundo as seções publicadas no almanaque, lojas de materiais para a
confecção e venda de vestimentas, contempladas em duas seções dedicadas a essa
finalidade.1 Ambas totalizavam 350 anúncios, dos quais 15 eram de estabelecimentos
dirigidos por franceses, o que corresponde a apenas 4,28 % desse conjunto.
No tocante ao setor fabril, havia fábricas destinadas à confecção de coletes e
chapéus dos mais variados modelos. Dessa maneira, as fábricas de coletes, permaneciam
dirigidas por mulheres, especialmente de origem francesa, as quais representavam
66,66% dos anúncios da seção dedicada a esse campo, em 1870. Embora as fabricantes
dessa nacionalidade mantivessem o seu protagonismo, foi possível observar que, em
relação à edição do Laemmert de 1850, houve uma pequena redução de,
aproximadamente, 33,34%. Quanto à produção de acessórios, observou-se, por exemplo,
que existiam estabelecimentos voltados para a confecção de chapéus variados,
compreendendo o processo de enformar e lavar. De acordo com o almanaque, os franceses
representavam 15,74% nesse ramo (Almanak Laemmert, 1870, p. 639-641)2, o que reflete
uma pequena participação em atividades manufatureiras, diferentemente da presença
desses imigrantes no modesto comércio dos produtos, que era significativa, alcançando a
média de 54,54 % (Almanak Laemmert, 1870, p. 577/579)3.
Quanto ao setor de calçados, contabilizaram-se 81 nomes no Laemmert, inscritos
1 A seção de Lojas de fazenda secas de todas as qualidades de seda, lã, algodão e linho francesas,
inglesas e alemãs, e Lojas de fazendas, e roupas de qualidades, p. 582- 589. 2 Considerou-se para este cálculo os anúncios referentes a todos fabricantes de chapéus, expostos na Tabela
2. 3 Para chegar ao percentual apresentado, utilizou-se todos comerciantes de chapéus, segundo a Tabela 2.
na seção Lojas de Calçado nacional e estrangeiro de todas as qualidades, sendo os
franceses pouco representativos, visto que alcançavam o diminuto percentual de 2, 46%
(Almanak Laemmert, 1870, p. 574-576). G. Villeroy, por exemplo, anunciava no anuário
como atacadista de calçados para senhoras, com estabelecimento à Rua do Ouvidor, 40
A. Já Gregório Garat & C., também propagandista da mesma edição, utilizava em seu
anúncio seu distintivo de produzir calçados pelo “sistema mais moderno de maquinismo”,
com comércio localizado à Rua da Alfândega, 184. De fato, a presença desses imigrantes
nesse ramo não era expressiva, frente ao número de luso-brasileiros que anunciavam no
almanaque. Ainda em relação à mesma listagem, verificaram-se exemplos de nacionais
como Campas & Filho e José Caetano Carreiro, que ostentavam suas respectivas
condecorações na Exposição Universal de Londres e de Paris, possuindo
estabelecimentos de calçados à Rua do Ouvidor (Almanak Laemmert, 1870, p. 574-575).
Por fim, os alfaiates franceses que anunciavam no mesmo manual, em 1870,
representavam 38,70 % dos inscritos nessa seção. Tais imigrantes estavam localizados
nas freguesias do centro, às Ruas do Ouvidor, dos Ourives, Sete de Setembro e da
Assembleia, endereços onde se concentravam tanto a moda masculina quanto a feminina
francesa na cidade. A listagem, por sua vez, era composta majoritariamente por alfaiates
luso-brasileiros, mas também alemães e belgas.
João Lacurte, renomado alfaiate na Corte, tornou-se anunciante no Diário do Rio
de Janeiro, nesse ramo, na década de 1850, veiculando através de propagandas as
novidades recebidas do último paquete do Havre, para o seu Grande depósito de camisas,
à Rua dos Ourives, 34 (Diário do Rio de Janeiro, 24/02/1855, p. 4). Ao longo dos anos
de 1860, Lacurte permaneceu desempenhando atividades, anunciando com frequência no
periódico, tornando-se uma referência para o vestuário masculino. Nessa época, as
propagandas veiculavam um novo endereço, Rua do Cano, 49. O estabelecimento outrora
pertencente a um único proprietário passou a ser administrado por ele e seu sócio, cuja
razão social permanecera, levando o nome do costureiro. De acordo com a publicação de
1863 do periódico, João Lacurte tinha acabado “de regressar da Europa, onde fez o mais
lindo e variado sortimento de fazendas que se podia desejar, mandando também fazer nas
primeiras casas de Paris roupas de qualidades e dos mais apurados gostos, sendo o
trabalho com tal perfeição, que por si só torna-se recomendável” (Diário do Rio de
Janeiro, 04/01/1864, p. 4). Vendia roupa feita, produzida em “pano, popelina, foulard-
laine e fustão”, camisas, gravatas “de seda e cetim”, de cores e feitios diversos, além de
produzir vestimentas sob medida.
No Almanak Laemmert, anuário em que passou a veicular suas propagandas, já na
década de 1850, os anúncios do alfaiate se destacavam pelo informativo de que ele recebia
mensalmente pelos paquetes, roupas das últimas modas de Paris (Almanak Laemmert,
1855, p. 560). Na edição de 1870, Lacurte permanecia utilizando o mesmo distintivo,
porém em novo endereço, à Rua Sete de Setembro, 49, esquina com a Rua dos Ourives,
inserindo-se em um espaço mais próximo à Rua do Ouvidor, em um espaço destinado ao
campo da moda e do vestuário (Almanak Laemmert, 1870, p. 615).
A Notre Dame de Paris e a Casa Raunier
“Cazaux, Décap & C. maisons de confections, modes et nouveatés, à ND de Paris”
era a forma pela qual a loja Notre Dame de Paris estava inscrita no Almanak Laemmert,
de 1850. Localizada à Rua do Ouvidor, 155, o estabelecimento aparece anunciado na
seção de Lojas de modas e fazendas francesas desse mesmo anuário. É Joaquim Manuel
de Macedo, que, nas já citadas Memórias da Rua do Ouvidor, revela o surgimento deste
negócio, destacando a modéstia e a simplicidade do local, “que começou com uma porta
e duas vidraças na antiga casa do Passos.” (MACEDO, 1988, p.129 ).
Em 20 de Janeiro de 1854, Cazaux Decap & Cia veiculou, no Diário do Rio de
Janeiro, o anúncio de sua Notre Dame de Paris, casa que podia oferecer, naquele
momento, um magnífico sortimento de sedas pretas de todas as qualidades. A loja, que
estava localizada na Rua do Ouvidor, 155, possuía um diferencial: oferecia nobreza de
todos os preços, dos mais variados tipos de fazendas de última moda e de primeira
qualidade.
Devido ao sucesso que vinha alcançando na capital do Império, em 1857, Dom
Pedro II concedeu à Notre Dame a mercê do título de fornecedores de S.M. a Imperatriz
e SS. AA. Imperiais. Era comum, entretanto, observar que a Notre Dame possuía relação
com o teatro francês que se desenvolvia na cidade do Rio de Janeiro, sendo ponto de
venda de ingressos de espetáculos teatrais, a exemplo da encenação da opereta
Barbebleue, de J. Offenbach, no Teatro Lírico Fluminense, interpretada pela famosa Mlle.
Aimée. Observa-se, portanto, lado a lado, loja e teatro reforçando a divulgação da cultura
francesa na cidade.
Joaquim Manuel Macedo destacou, ainda, a grandiosidade do empreendimento
que, com passar dos anos e sem ter para onde se expandir, avançava para o “fundo em
direção à Sé Velha ou à igreja do Rosário e, diante dela, abriu saída de importância
estratégica com uma fortaleza de portão de ferro” (MACEDO, 1988, p. 129-130). Décap
aparece em Macedo como um insaciável conquistador, que buscou aumentar os domínios
laterais, abrindo atrativa comunicação com a Praça São Francisco de Paula, para a qual
apresentava gracioso chalé. Se, na crônica, foi apontada a questão da expansão da loja,
nas páginas de jornal, subjaz, no endereço veiculado nos anúncios, a grandiosidade dessa
loja de departamentos, que se inscrevia no espaço da Rua do Ouvidor, Largo de São
Francisco e Travessa do Rosário.
Na década de 1910, por exemplo, é possível depararmo-nos com anúncios da
Notre Dame de Paris, oferecendo grandes saldos em todas as seções, a preços sem
precedentes. Além desse informativo, a loja oferecia, para quem interessasse, oficinas
para formação de alfaiates e chapéus para senhoras. Havia também anúncios oferecendo
empregos, o que demonstra que, com certa frequência, a empresa contratava auxiliares de
modistas, boas costureiras, assim como bons alfaiates para “tailleur”.
A Notre Dame de Paris teve vida longa na cidade do Rio de Janeiro, destacando-
se pela venda de importados e pela miríade de produtos ligados à moda. Se suas origens
se encontram no bojo das transformações possibilitadas pela expansão econômica e pela
urbanização, advindas da consolidação da ordem imperial e dos lucros do café, durante a
Belle Époque carioca, ela alimentou o desejo de consumo, de andar sempre de acordo
com a moda europeia, características de um modus vivendi tipicamente urbano,
materializado pelas elites cariocas.
Indubitavelmente, outro importante estabelecimento na cidade, nesse ramo, era a
Casa Raunier, loja que surgiu por iniciativa do alfaiate francês Eduardo João Raunier, nos
anos de 1850, como Raunier, Alfaiate. Localizada à Rua do Ouvidor, nº 46, primeiro
andar, a casa de moda veiculava, em seus anúncios, no Diário do Rio de Janeiro, que
contava com os melhores profissionais do ramo, tanto franceses quanto nacionais. As
roupas eram vendidas com preços “muito razoáveis” e “exatidão rigorosa”, qualidades
que garantiam confiabilidade entre os clientes na Corte (Jornal do Commercio,
27/04/1853, p. 3).
Segundo Ernesto Senna (2006, p. 239), Eduardo Raunier, inicialmente, conduziu
seu negócio sozinho, vindo, posteriormente, a se vincular ao lusitano João Lopes Ferreira
Cabral, por meio de uma sociedade, mudando, assim, a razão social para Raunier &
Cabral e/ou Raunier&C, indicando, assim, a possibilidade de estabelecimento de
parcerias entre pessoas de nacionalidades distintas. Em 1876, porém, Raunier, que, à
época, morava na Europa com seus familiares, falecera, deixando como herança a parte
que lhe cabia no negócio para seus filhos Achilles, Jorge, Gabriel e José Raunier.
A loja, que gozava de reputação na cidade, por ser símbolo máximo do smartismo,
aparece anunciada em mais de uma seção destinada ao setor de moda, de acordo com o
Almanak Laemmert, de 1870. Os negócios, que se avolumavam no Rio de Janeiro,
estimularam os proprietários da Casa Raunier a empreenderem seus esforços na abertura
de uma filial em São Paulo, no início do século XX. (Senna, 2006, p. 241).
A expansão da área, através da incorporação de novas seções destinadas à moda e
vestuário, na década de 1870, revela, portanto, o crescimento desse setor no Rio de
Janeiro, à medida que se expande o sistema capitalista e a afirmação dos padrões
burgueses na sociedade carioca. Estabelecimentos que surgiram na cidade, na década de
1850, de maneira modesta, tornaram-se, nos anos de 1870, lojas de maior projeção, a
exemplo da Raunier&C e da Notre Dame de Paris. Ambas tiveram uma sobrevida,
atravessando, inclusive a virada do XIX.
Considerações finais
Segundo as informações levantadas pelo censo de 1872, o primeiro esforço oficial
de mensuração da população brasileira, o Rio de Janeiro possuía 266.831 habitantes, dos
quais 82.279 eram imigrantes. Em relação aos números de franceses residentes no
Município Neutro, verificou-se que alcançavam a cifra de 2.884 indivíduos,
representando, portanto, 3,42% dos estrangeiros na cidade. O percentual da população
francesa, quando comparado ao dos lusitanos e ao contingente de povos originados da
África, não era expressivo, porém, como destacou Frédéric Mauro, a importância da
imigração francesa para o Brasil se deve mais pelo aspecto qualitativo do que pelo
quantitativo. Este fato, segundo o autor, “(...) pode ser explicado de diferentes maneiras,
mas uma das razões parece ser o prestígio da cultura francesa; era tal, que criava um a
priori favorável para qualquer um vindo da França, e o imigrante se beneficiava dessa
situação para, rapidamente, se fazer um lugar ao sol. [...]”.(MAURO, 1974 apud, LESSA
& SUPPO, 2009, p. 69/70
Esse brevíssimo retrospecto, que remeteu à segunda metade do século XIX,
constitui-se em exemplos metonímicos que remontam à constituição do setor de moda e
vestuário no Rio de Janeiro, bem como à participação francesa, que, apesar de pouco
quantitativa, era o modelo a ser seguido na capital do Império. Na década 1870,
acompanhando o processo de aburguesamento dos costumes na cidade, a área em questão
foi acrescentada por outras categorias, incorporando nacionais e imigrantes, inclusive
franceses. Sobre estes, convém destacar que o percentual de sua presença não era
proporcional ao crescimento do setor. A permanência e a pujança de estabelecimentos,
como a Notre Dame e a Raunier &C no cenário citadino, verdadeiros arautos da
modernidade, reforçaram o ideal de moda francesa, que se manteve vivo no imaginário
social, estimulando o fetichismo de mercadoria durante a Belle Époque.
Fontes:
Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro (AGCRJ)
Câmara Municipal, Série Casas de Negócios (1843-1894).
Biblioteca Nacional.
Almanak Laemmert
Jornal do Commercio
Diário do Rio de Janeiro
Censo de 1872, IBGE.
Referências bibliográficas:
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Brasil). 6ª ed. Rio de Janeiro: Bem-Te-Vi, 2013.
LESSA, Mônica Leite; SUPPO, Hugo Rogélio. “A emigração proibida: o caso França-
Brasil entre 1875 e 1908”. In: VIDAL, Laurent & DE LUCA, Tania Regina. Franceses
no Brasil: séculos XIX-XX. São Paulo: Editora UNESP, 2009, p.69-70.
MACEDO, Joaquim Manuel de. Memórias da Rua do Ouvidor. Brasília: Editora UnB,
1988.
MENEZES, Lená Medeiros de. Francesas no Rio de Janeiro: trabalho, sonhos e ousadias
(1816-1822). Caderno Espaço Feminino, v. 12, n. 15, p. 61-82, Ago./Dez. 2004.
NICOLAU, Giselle Pereira. Hasteando a bandeira tricolor em outros cantos: a imigração
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Federal Fluminense, Niterói, 2018.
SENNA, Ernesto. O velho comércio do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: G.Ermakoff Casa
Editorial, 2006.
SILVA, Camila Borges da. O símbolo indumentário: distinção e prestígio no Rio de
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SOARES, Luiz Carlos. “A indústria na sociedade escravista: as origens do crescimento
manufatureiro na região fluminense em meados do século XIX (1840-1860).” In:
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