os desafios da escola pÚblica paranaense na perspectiva do ... · movimento retilíneo uniforme...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica - Turma 2014
Título: MOVIMENTO: CONSTRUÇÃO, ANALISE E INTERPRETAÇÃO DE GRÁFICOS
Autor: ALEJANDRO M. GALLEGOS HERRERA
Disciplina/Área: FÍSICA
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
COLEGIO ESTADUAL “TEOTHÔNIO BRANDÃO VILELA”.
Município da escola: IBIPORÃ
Núcleo Regional de Educação: LONDRINA
Professor Orientador: Prof. Dr. CARLOS EDUARDO LABURÚ
Instituição de Ensino Superior: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Relação Interdisciplinar:
Resumo:
A presente proposta consiste em uma sequência de
atividades didáticas de ensino, voltada para a
aprendizagem significativa, fundamentada na
multimodalidade representacional na perspectiva das
representações semióticas.
Nessa perspectiva, objetiva-se, estudar o movimento
uniforme, construir, analisar e interpretar gráficos, a partir de
uma atividade experimental construída com materiais de
baixo custo, complementada com atividades que envolvem
a conversão, trânsito e integração entre as diferentes formas
de representação semiótica.
Estas atividades complementares convidam o aluno a
incorporar as múltiplas formas de representação e
relaciona-las, ao realizar várias conversões entre as
representações semióticas.
Serão realizadas conversões da representação sinestésica
experimental para representações figurativa, tabular gráfica
e textual; da representação tabular para gráfica, textual,
figurativa e algébrica; da representação gráfica para a
tabular, algébrica, figurativa e textual.
O intuito de realizar as diferentes conversões entre as múltiplas
representações é satisfazer os distintos perfis individuais,
cognitivos e subjetivos, assim como, aproximar os alunos
dos conteúdos de física de uma forma mais dinâmica e
menos complicada.
Nesse sentido as representações semióticas oportunizam
aos estudantes criarem novas representações que, ajudam
a formar redes de conexão mais claras a respeito do
conhecimento.
Palavras-chave: Multimodos; Múltiplas representações; Semiótica; Movimento.
Formato do Material Didático:
Público: Alunos do primeiro ano de ensino médio
Introdução
A proposta aqui apresentada consiste em uma sequência de atividades
didáticas de ensino, voltada para a aprendizagem significativa, fundamentada
na multimodalidade representacional na perspectiva das representações
semióticas.
Nessa perspectiva, objetiva-se, por meio desse trabalho apresentar uma
unidade didática para o estudo do movimento uniforme, a partir de uma
atividade experimental construída com materiais de baixo custo,
complementada com atividades que envolvam o trânsito e integração entre as
diferentes formas de representação semiótica.
Estas atividades complementares convidam o aluno a incorporar as
múltiplas formas de representação e relaciona-las, ao realizar várias
conversões entre as representações semióticas. Serão realizadas conversões
da representação sinestésica experimental para representações figurativa,
tabular gráfica e textual; da representação tabular para gráfica, textual,
figurativa e algébrica; da representação gráfica para a tabular, algébrica,
figurativa e textual, com o intuito de satisfazer os distintos perfis individuais,
cognitivos e subjetivos, assim como, aproximar os alunos dos conteúdos de
física de uma forma mais dinâmica e menos complicada.
Nesse sentido as representações semióticas oportunizam aos
estudantes criarem novas representações mentais que, quando convertidas em
outras formas de representação, ajudam a formar redes de conexão internas
mais claras a respeito do conhecimento.
De acordo com Laburú & Silva, 2011, p.27, uma proposta pedagógica
baseada nos multimodos representacionais conjuga, simultaneamente,
aspectos cognitivos e subjetivos fundamentais, ambos essenciais para uma
aprendizagem com maior significado, e estabelece uma aproximação potencial
com as suas estruturas cognitivas, com as suas particulares dimensões
psicológicas e estilos subjetivos de aprendizagem.
Para eles, oportunidades educacionais que combinam modos e formas
representacionais variados, favorece a construção de novos entendimentos e
permite maior aprofundamento cognitivo, fugindo de uma instrução
estereotipada, mecânica e pouco significativa (LABURU et. al. 2011, p. 482).
A aplicação das atividades propostas é sugerida para as turmas do 1º
ano do ensino médio, pois acredita-se que se aplicadas antes do estudo das
leis de Newton melhorará os resultados na aprendizagem.
Objetivos Gerais
Contribuir no aprimoramento da aprendizagem da cinemática
proporcionando ao aluno ferramentas que permitam realizar uma leitura correta
de textos contendo funções algébricas, gráficos cartesianos, tabelas e
desenhos relacionados ao movimento, de tal forma que possa manipular e
converter tal aprendizagem para as diferentes áreas de conhecimento.
Analisar o processo de aprendizagem através da multimodalidade e as
múltiplas representações sobre a perspectiva semiótica e favorecer no
aprimoramento da aprendizagem do movimento uniforme.
Objetivos Específicos
A presente unidade didática tem como objetivos:
Promover no aluno a aprendizagem dos conceitos científicos
relacionados à cinemática de forma eficaz;
Contribuir para o aprimoramento do aluno quanto à construção,
interpretação e conversão entre as diferentes representações
semióticas: experimental, gráfica, tabular, figurativa, textual e algébrica;
O aluno interpretar os diferentes tipos de movimento nas diferentes
formas de representação;
O aluno reconhecer e utilizar adequadamente, na forma oral e escrita
símbolos, códigos e nomenclaturas da linguagem científica.
Conteúdo
A presente sequencia didática tem como eixo central o estudo do
movimento retilíneo uniforme sob a visão semiótica da multimodalidade
representacional.
Uma das formas de estudar os movimentos é por meio da descrição,
tarefa realizada pela Cinemática, que por sua vez, procura identificar a posição
ocupada por um objeto em movimento, a cada instante, ao longo de sua
trajetória, sem se preocupar com as causas que o levam a realizar o
movimento.
Existe um grande número de acontecimentos de interesse real que
podem ser respondidas com as ferramentas da cinemática, sem necessidade
de recorrer a modelos dinâmicos muito complicados.
Sabe-se que o estudo do movimento é de fundamental importância,
entretanto, deve ser abordado partindo de situações reais. Assim, através de
aulas expositivas, simulações e uma experiência montada com materiais de
baixo custo, se realizará o estudo do movimento uniforme em uma situação
real e prática próxima do cotidiano do aluno, a experiência a se realizar servirá
de base para efetuar diferentes conversões entre as múltiplas formas de
representação.
Devido à necessidade de o aluno ter conhecimento prévio de conceitos
relacionados com cinemática: movimento, repouso, referencial, trajetória do
movimento, espaço, deslocamento e velocidade média, sugere-se a aplicação
desta unidade didática no Primeiro Ano de Ensino Médio.
Desenvolvimento
Aulas 01 a 08
Ao iniciar a sequência, explicar aos alunos que para o estudo do
movimento retilíneo uniforme seguiremos um plano organizado da seguinte
forma:
Aula 01 e 02
Estudo dos conceitos relacionados com a cinemática, com ênfase nos
conceitos de velocidade escalar média e velocidade escalar instantânea;
Aulas 03 e 04
Estudo experimental e análise do Movimento Uniforme de uma bolha de
ar confinada em um tubo de vidro com água-representação experimental;
tomada e tratamento de dados. Será solicitado gravar uma vez o movimento da
bolha de ar da primeira até a última marca.
Aulas 05 e 06
Analise do Movimento apresentado pela bolha confinada, características
do movimento; conversão entre representações: figurativas – tabulares;
tabulares - gráficas (S x t) e (V x t);
Aula 07 e 08
Construção da Função Horária do Movimento Uniforme conversão entre
representações: tabular – algébrica e textual; gráfica - algébrica e textual. Será
solicitada a tarefa de acessar no site:
http://web.educastur.princast.es/proyectos/fisquiweb/Cinematica/menu2.htm, realizar
simulações e relatar pelo menos uma das simulações em forma de exercício-
representação textual.
HORA DE APRENDER
MOVIMENTO UNIFORME
VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA E
VELOCIDADE INSTANTÂNEA
Lembrando da aula experimental ou assistindo ao vídeo do movimento
de uma bolha de ar confinada num tubo de vidro previamente gravado e
disponibilizado em: https://www.dropbox.com/home?preview=MRU+06.mp4. O professor
poderá formular hipóteses do movimento da bolha jogando valores de
deslocamentos e tempos a exemplo: 10 cm. a cada 2 s. e incitar ao aluno para
intuitivamente montar uma tabela do movimento com pelo menos 5 valores de
posição-tempo.
Após obter a tabela, discutir sobre o significado de “uniforme” e pedir
para observar o que tem de igual no movimento, chegar ao conceito de
movimento uniforme e assim, dar o significado de velocidade constante.
QUANDO UM CORPO SE DESLOCA COM VELOCIDADE CONSTANTE, AO
LONGO DE UMA TRAJETÓRIA, DIZEMOS QUE O MOVIMENTO É
UNIFORME.
Onde uniforme tem o significado de velocidade igual, ou seja, a velocidade
não muda, então chamamos de velocidade constante.
Com o exemplo do movimento da bolha de ar, e auxílio da tabela
construída pode-se conceituar velocidade escalar média, calcular a velocidade
e concluir que a bolha se movimenta 5cm. a cada intervalo de 1 s. o que indica
uma velocidade média de 5 cm/s.
VELOCIDADE ESCALAR MÉDIA (vm) DE UM CORPO REALIZANDO UM
DETERMINADO PERCURSO É DADA PELA RELAÇÃO ENTRE O
DESLOCAMENTO ESCALAR ΔS REALIZADO PELO CORPO E O
INTERVALO DE TEMPO Δt UTILIZADO NA AÇÃO.
vm = ΔS / Δt
Onde:
vm = Velocidade Média
ΔS = (Sfinal - Sinicial)
→ Intervalo do deslocamento = (posição final – posição inicial).
Δt = (tfinal - tinicial)
→ Intervalo de tempo = (tempo final – tempo inicial).
Reescrevendo a equação temos:
𝓥𝒎 =𝑺𝒇 − 𝑺𝟎
𝒕𝒇 − 𝒕𝟎
Se diminuirmos os intervalos de tempo para valores muito próximos de
zero, mesmo assim, a velocidade escalar média se manterá constante, nesse
instante infinitamente pequeno, infinitamente próximo de zero, a velocidade
poderá ser considerada como velocidade instantânea.
Então, como exemplo, pode-se citar que a velocidade que o velocímetro
do carro mostra representa a Velocidade Instantânea do carro, ou seja, a
velocidade que o carro está no exato momento em que se olha para o
velocímetro.
VELOCIDADE INSTANTÂNEA DE UM MÓVEL É DETERMINADA QUANDO SE
CONSIDERAR UM INTERVALO DE TEMPO (Δt) INFINITAMENTE PEQUENO, OU
SEJA, QUANDO O INTERVALO DE TEMPO TENDER A ZERO (Δt→0). ENTÃO EM
UM MOVIMENTO VARIADO, A VELOCIDADE INSTANTÂNEA É DADA POR:
v= ΔS / Δt, SENDO Δt O MENOR POSSÍVEL
Podemos então concluir que:
UM MÓVEL REALIZA MOVIMENTO UNIFORME EM DETERMINADO
INTERVALO DE TEMPO QUANDO SUA VELOCIDADE ESCALAR
INSTANTÂNEA FOR CONSTANTE E DIFERENTE DE ZERO.
REPRESENTAÇÕES:
REPRESENTAÇÃO
FIGURATIVA
Neste momento com as hipóteses levantadas inicialmente, pode-se pedir
para os alunos desenharem um esquema relacionando posições e tempos
(conversão tabular-figurativa), substituindo a bolha de ar por qualquer objeto ou
corpo (pessoa, carro, bicicleta, etc.).
Pode-se aproveitar a oportunidade para explicar o movimento que a
bolha faz indo para frente e para traz descrevendo o sentido do movimento e
classificando-o em:
Movimento progressivo o móvel caminha na mesma direção e sentido da
orientação da trajetória, e movimento retrógrado o móvel caminha no sentido
contrário ao da orientação da trajetória.
Assim como, explicar o significado da velocidade:
Velocidade positiva v > 0, movimento progressivo.
Velocidade negativa v < 0, movimento retrógrado.
Velocidade zero v = 0, instante em que o móvel muda de sentido.
SE O MÓVEL PERCORRE A TRAJETÓRIA NO SENTIDO DE SUA
ORIENTAÇÃO POSITIVA AS POSIÇÕES SERÃO CRESCENTES, SUA
VELOCIDADE ESCALAR É POSITIVA E O MOVIMENTO É DENOMINADO
PROGRESSIVO.
SE O MÓVEL PERCORRE A TRAJETÓRIA NO SENTIDO DE SUA
ORIENTAÇÃO NEGATIVA AS POSIÇÕES SERÃO DECRESCENTES, SUA
VELOCIDADE ESCALAR É NEGATIVA E O MOVIMENTO É DENOMINADO
RETRÓGRADO.
REPRESENTAÇÕES
GRÁFICAS:
(V X t) e (S X t)
DIAGRAMA V x t.
Antes de construir os gráficos é bom lembrar que o plano cartesiano é
constituído por retas perpendiculares nas quais:
No eixo horizontal representamos diversos valores de tempo t;
No eixo vertical representamos os valores da velocidade V
correspondentes a cada valor de tempo t.
Se considerarmos o movimento da bolha confinada em movimento
uniforme ao longo do movimento e construirmos um gráfico utilizando a tabela
inicialmente levantada (conversão tabular-gráfica), podermos obter gráficos
semelhantes aos apresentados a seguir.
De acordo com as hipóteses de sentido do movimento adotadas temos:
Movimento progressivo: o móvel
caminha na mesma direção e sentido
da orientação da trajetória.
V > 0
Movimento retrógrado: o móvel
caminha no sentido contrário ao da
orientação da trajetória.
V < 0
Onde observamos que o gráfico da velocidade em função do tempo é
uma reta paralela ao eixo dos tempos, v = f (t); e esta função é uma função
constante.
Área
Ao fazer o cálculo da área no gráfico (v x t),
representado ao lado temos:
A = base x altura, ou seja,
A = V x Δt,
que representa o ΔS, ou seja, pode-se
concluir que a área representa o
deslocamento realizado pelo móvel.
DIAGRAMA S x t
Consideremos novamente a bolha de ar em movimento uniforme ao
longo do tubo de vidro com a hipótese de esta encontrar-se em movimento de
10cm a cada 2s, ou seja, com velocidade de V=5cm/s.
Podemos iniciar a construção do gráfico S X t utilizando a tabela montada
inicialmente, ou o gráfico V x t. Após isso, podemos calcular os deslocamentos
segundo a segundo durante os primeiros 5s. para montar uma nova tabela.
Assim, poderemos obter gráficos semelhantes aos apresentados de
acordo com as hipóteses de sentido do movimento adotadas.
Nota-se que o gráfico da função é
uma reta crescente, portanto, o
movimento é progressivo, ou seja, o
móvel caminha na mesma direção e
sentido da orientação da trajetória.
V cte. onde V > 0
Nota-se que o gráfico da função é
uma reta decrescente, portanto, o
movimento é retrógrado, ou seja, o
móvel caminha no sentido contrário
ao da orientação da trajetória.
V cte. onde V < 0
OBSERVAÇÃO: Veja que a velocidade será numericamente igual à tangente
do ângulo formado em relação à reta onde está situada, desde que a trajetória
seja retilínea uniforme.
v= ΔS / Δt
𝒕𝒈 𝜶 =𝑪𝒂𝒕𝒆𝒕𝒐 𝒂𝒅𝒋𝒂𝒄𝒆𝒏𝒕𝒆𝐂𝐚𝐭𝐞𝐭𝐨 𝐨𝐩𝐨𝐬𝐭𝐨
Onde:
V representa tg. α
ΔS representa o Cateto oposto
Δt representa o Cateto adjacente
REPRESENTAÇÃO
ALGÉBRICA
É importante lembrar que, ao se deslocar com uma velocidade
constante, a velocidade instantânea deste corpo será igual à velocidade média,
pois não haverá variação na velocidade em nenhum momento do percurso e
fazendo as considerações:
Δt infinitamente pequeno então t tende a ser zero.
Nesse caso, tratando-se de movimento uniforme a velocidade média é
igual a velocidade instantânea Vm = V.
Assim, a função horária do espaço pode ser demonstrada a partir da fórmula
de velocidade média:
V = Vm; então temos:
V = ΔS / Δt; isolando ΔS; temos:
ΔS = V . Δt como:
ΔS = Sfinal - Sinicial; então temos:
ΔS = S – S0; e:
Δt = tfinal - tinicial, então: Δt = t – t0 então temos:
S – S0 = V . (t – t0)
considerando o tempo inicial igual a zero
t0 = 0; temos: S – S0 = V . (t – 0)
S = S0 + V . t
S = S0 + V.t
Esta equação representa a função horária do espaço no Movimento
Uniforme para, v ≠ 0.
Observa-se que o espaço é uma função do tempo S = f (t), e esta é uma
função de 1º grau, assim como, pode-se concluir que uma função de 1º grau é
representada graficamente por uma reta no plano cartesiano, como foi visto na
representação gráfica.
REPRESENTAÇÃO
EXPERIMENTAL
Observando as dificuldades encontradas em sala de aula, tanto por
alunos quanto por professores, percebemos que as atividades experimentais
possibilitam a integração dos alunos com a disciplina de forma que estes
passam a gostar daquilo que veem em sala e que de certa forma conseguem
visualizar a teoria, que muitas vezes fica abstrata.
A proposta desta experiência é que seja realizada em grupo de no
máximo cinco pessoas e está relacionada com o movimento de uma bolha de
ar confinada num tubo de vidro fechado (movimento uniforme). Para isso,
incluímos a montagem de uma estrutura para a realização do experimento
construída com materiais de baixo custo.
OBJETIVOS GERAIS
Tem-se como objetivo desta atividade experimental, levantar dados de
tempo para vários deslocamentos que permitirão ao aluno, realizar conversões
entre as diferentes formas de representação, assim como, determinar a
velocidade média para analisar o movimento.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Realizar a experiência permitirá ao aluno:
Observar as propriedades do movimento uniforme;
Mostrar como se descreve o movimento de um objeto em velocidade
constante;
Fazer uma análise dos gráficos de espaço em função do tempo e da
velocidade em função do tempo para o movimento uniforme;
Sacar conclusões que o levarão a compreender os conceitos.
MATERIAIS:
Tubo de vidro de lâmpada fluorescente com dimensões Φ = 15mm. e
comprimento de 120cm. (modelo T3), aberta nos extremos para limpar o seu
interior;
Duas tampas de borracha (borrachas de proteção para pê de cadeira);
Água ou óleo de cozinha;
Cola adesiva de secagem rápida;
Suporte de madeira de 120cm. de comprimento e 7cm. de largura;
Duas braçadeiras;
Cronômetro (pode ser de celular);
Fita de papel craft ou fita crepe de 100cm. de comprimento, previamente
demarcado a cada 20cm. utilizada como fita métrica para medir as posições.
Papel milímetrado ou de quadros.
PROCEDIMENTO:
Com o tubo previamente tampado por um dos extremos preencha de água
ou óleo de soja o tubo, deixando um pequeno espaço vazio para a
formação da borbulha e tampe o tubo firmando-o com cola rápida.
Após comprovar que não há vazamentos nos extremos firme-os na madeira
com as braçadeiras.
Faça, na fita de papel, marcas separadas por distâncias iguais. Sugere-se
separá-las de 20cm. em 20cm. Para um tubo de 120cm., teremos cinco
marcas deixando livres espaços nas extremidades do tubo.
A seguir cole ou acomode a fita de papel marcada, no suporte de madeira
de tal forma que seja possível observar com clareza a passagem da bolha
de ar frente as marcas para realizar as tomadas de tempo.
Foto 1. Estrutura montada para experiência de movimento retilíneo uniforme. Tubo
de água com bolha de ar confinada disponível em:
https://www.dropbox.com/s/vtadeytf9pj0nvy/MRU%2003%20foto.jpg?dl=0
Observação: A primeira marca deve guardar uma distância de separação
com o extremo do tubo; com a finalidade de que, no início do registro dos
tempos, a gota já tenha velocidade constante.
Dando uma inclinação na estrutura suporte com o tubo de água, a bolha
confinada de ar inicia o movimento dentro do tubo oportunizando a medida
dos tempos.
Observação: deve-se tomar cuidado com a inclinação dada à estrutura
para que se mantenha constante, pois como serão feitas várias leituras de
tempo, se a inclinação não for mantida causará erros.
LEITURAS DO TEMPO
Sugere-se que a inclinação para realizar as tomadas de tempo, seja em
torno de 5% a 7% para que, a velocidade da bolha não seja muito grande.
Meça o tempo entre a marca zero e vinte, repita a tomada de tempo por
mais quatro vezes, e lance-os na tabela 1.
Meça o tempo entre a marca zero e quarenta, repita a tomada de tempo por
mais quatro vezes, e lance-os na tabela 1.
Meça o tempo entre a marca zero e sessenta, repita a tomada de tempo por
mais quatro vezes, e lance-os na tabela 1.
Meça o tempo entre a marca zero e oitenta, repita a tomada de tempo por
mais quatro vezes, e lance-os na tabela 1.
Meça o tempo entre a marca zero e cem, repita a tomada de tempo por
mais quatro vezes, e lance-os na tabela 1.
Some os tempos para cada uma das posições e o resultado anote na tabela
na coluna Σ Tempos (Σ letra grega que tem significado de somatória).
Divida o resultado da somatória dos tempos pelo número de leituras de tempo
obtidas para cada posição, ou seja, divida por 5.
Tabela 1.
Posição S
(cm)
Tempo 1
(s)
Tempo 2
(s)
Tempo 3
(s)
Tempo 4
(s)
Tempo 5
(s)
Σ
Tempos
Tempo
médio
Posição 0 0,0
Posição 20
Posição 40
Posição 60
Posição 80
Posição 100
Com os resultados obtidos no experimento, construa um gráfico das
posições em função do tempo (gráfico S x t) recomenda-se a utilização
de papel milímetrado ou papel de quadros.
Com os resultados obtidos para tempo médio, anotados na tabela 1,
calcule a velocidade e preencha a tabela 2, a seguir construa um gráfico
da velocidade em função do tempo (gráfico V x t).
Observe que o deslocamento (ΔS) é o mesmo para todos os intervalos de
tempo entre as marcas, e que o intervalo de tempo (Δt) é a diferença entre os
instantes registrados em cada marca.
Tabela 2.
VARIAÇÃO DA
POSIÇÃO
VARIAÇÃO DO
TEMPO
𝐕 =𝜟𝑺
𝜟𝒕 cm/s
Posição 1 - Posição 0 Tempo 1 - Tempo 0
Posição 2 – Posição 1 Tempo 2 - Tempo 1
Posição 3 – Posição 2 Tempo 3 - Tempo 2
Posição 4 – Posição 3 Tempo 4 - Tempo 3
Posição 5 – Posição 4 Tempo 5 - Tempo 4
Avaliação
De acordo com Luckesi, 2003, a prática de avaliação deve ser
considerada como um processo contínuo de aprendizagem, assim sendo, não
é possível conceber e valorizar a adoção de um único instrumento avaliativo.
Oportunizar aos alunos diversas possibilidades de serem avaliados
implica em assegurar a aprendizagem de uma maneira mais significativa.
Dessa forma, além da observação contínua, é importante considerar que os
momentos de realizar trabalhos individualmente ou em grupos na sala de aula
ou extraclasse permitem ao professor identificar, analisar a evolução, o
rendimento e as modificações do educando, confirmando a construção do
conhecimento de seus alunos.
Os Relatórios podem ser utilizados com diferentes finalidades no
processo de ensino e aprendizagem. Neste trabalho sugiro o uso do relatório
como instrumento de avaliação, como possibilidade para viabilizar a avaliação
da aprendizagem da compreensão dos conceitos envolvidos.
Os relatórios permitem a pesquisa e formulações de ideias por parte do
aluno envolvido na aula experimental. Permitindo ao aluno uma síntese de
pensamento assim como o incentivo a buscar novas fontes de informações em
outros meios de comunicação científica.
O relatório proporciona a oportunidade de comentar e avaliar o
experimento a luz das bases da ciência, assim como, a avalição mediada pelos
relatórios não acontece em momentos isolados da experiência, ela o inicia,
permeia todo o processo e o conclui.
Para tanto, cabe ao professor escolher a melhor forma de solicitar aos
alunos a estrutura do relatório como atividade individual, ou em pequenos
grupos. No entanto, ao solicitar a produção de um relatório, o aluno, além de
conhecer as ferramentas para a sua construção, ainda deve ter clareza quanto
aos critérios de sua elaboração. Nesse sentido, faz-se necessário orientar os
alunos quanto a alguns procedimentos para a elaboração.
Considerações finais
Nesse trabalho, apresenta-se uma proposta para o estudo de conteúdos
de física no 1º ano do ensino médio que pode ser vista de uma forma diferente,
privilegiando as diferentes representações e realçando os aspectos prático da
experiência, visuais e concretos para a construção do conhecimento que
apresentam as representações semióticas. Procurou-se apresentar
possibilidades de atividades didáticas teórico-práticas, a partir de um
experimento realizado com materiais de baixo custo, como estratégia para
despertar o interesse pela física, bem como, para favorecer e facilitar a
aprendizagem.
Sugerimos após a aplicação destas atividades didáticas para continuar
nesta mesma linha de estudo e realizar uma outra atividade experimental para
o estudo do movimento uniformemente variado com a utilização de um trilho
inclinado, construído com materiais de baixo custo: duas lâmpadas
fluorescentes adequadas num suporte de madeira sobre o qual solta-se uma
bola de mouse antigo.
Esta proposta de experimento, com materiais diferentes encontra-se
disponível no livro adotado pela escola onde atuo: Conexões com a Física,
vol. 1, Sant’Anna, B. Martini, H. Reis, C. H. Spinelli, W. uma outra proposta
semelhante pode-se encontrar, no site:
http://www.mundofisico.joinville.udesc.br/index.php?idSecao=107&idSubSecao=0&idT
exto=245&pga=busca&termo=mat%E9&pgn=2#m1
Finalmente, espera-se que, a partir dessa sequência de aulas, os alunos
compreendam os conceitos físicos envolvidos no movimento uniforme e que
apliquem os conceitos estudados à investigação de outras situações reais.
Referências
GREFF. Física 1, Mecânica. EDUSP, 3ª Ed. 1993.
HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; Walker, Jearl. Fundamentos de Física:
v.1 - Mecânica. 8ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
LABURÚ, C. E.; SILVA, O. H. M., Multimodos e múltiplas representações: Fundamentos e perspectivas semióticas para a aprendizagem de conceitos científicos. Investigações em ensino de ciências, Porto Alegre, v. 16, n. 1, p. 7-33, 2011.
LABURÚ, C. E.; SILVA, O. H. M., O laboratório didático a partir da perspectiva da multimodalidade representacional. Ciência e Educação, Bauru, v. 17, n. 3, p.721-734, 2011
LABURÚ, C. E.; BARROS, M. A.; SILVA, O. H. M. Multímodos e Múltiplas Representações, Aprendizagem Significativa e Subjetividade: três referenciais conciliáveis da educação científica. Ciência & Educação, v. 17, n. 2, p. 469-487, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v17n2/a14v17n2.pdf>. Acesso em: 6 nov. 2014.
LUCKESI, Cipriano C. Avaliação da aprendizagem na escola: reelaborando conceitos e recriando a prática. Salvador: Malabares Comunicação e Eventos, 2003.
MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA Beatriz. Curso de Física v.1; 1ª Ed. 2011.
SANT’ANNA, Blaidi; MARTINI, Gloria;. REIS, C. Hugo; SPINELLI, Walter. Conexões com a Física: v.1, Estudo dos movimentos, Leis de Newton, Leis da Conservação. São Paulo: Moderna, 2010.
Links
Para abrir simulador:
http://web.educastur.princast.es/proyectos/fisquiweb/Cinematica/menu2.htm
Para abrir vídeo movimento de bolha de ar confinada:
https://www.dropbox.com/home?preview=MRU+06.mp4
Para abrir vídeo movimento da esfera descendo num plano inclinado:
https://www.dropbox.com/sc/y6zaw5cys9gy44v/AADMpugTES3dNDplCnF0kOfma
Para abrir fotografia da estrutura montada para experiência de movimento
retilíneo uniforme. Tubo de água com bolha de ar confinada disponível em:
https://www.dropbox.com/s/vtadeytf9pj0nvy/MRU%2003%20foto.jpg?dl=0
Para abrir proposta de experiência do movimento de uma esfera descendo num
plano inclinado:
http://www.mundofisico.joinville.udesc.br/index.php?idSecao=107&idSubSecao=0&idT
exto=245&pga=busca&termo=mat%E9&pgn=2#m1
Para acessar Modelo de relatório:
https://www.dropbox.com/s/nh6n618668nc3ge/Modelo%20relat%C3%B3rio.docx?dl=0
Anexos
COLEGIO ESTADUAL TEOTHÔNIO BRANDÃO VILELA
ENSINO FUNDAMENTAL E MEDIO
RELATORIO DE FÍSICA EXPERIMENTAL
ALUNO: ................................................................ 1º ANO ...... Nº. ...... DATA:
TEMA:....................................................................................................................
......................................................................................................
OBJETIVOS:
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...................................
MATERIAIS E METODOS: neste espaço faça uma descrição textual dos materiais
utilizados e como foi realizado o experimento.
.........................................................................................................................................................
.................................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
...............................................................................................................................
Esquemas / Figuras: Neste espaço faça uma figura ou desenhe um esquema do
experimento.
Cálculos, Gráficos e Tabelas: neste espaço devem constar tabelas de dados, e
cálculos realizados. Os gráficos deveram ser anexados em folha de papel milímetrado.
RESULTADOS E CONCLUÇÕES: em este item escreva um texto fazendo registro das
observações, ideias e interpretações a respeito da experiência, podem-se fundamentar
nas perguntas realizadas ao logo da realização do experimento.
.........................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
.........................................................................................................................................................
Modelo de Relatório disponível em:
https://www.dropbox.com/s/nh6n618668nc3ge/Modelo%20relat%C3%B3rio.doc
x?dl=0
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