os desafios da escola pÚblica paranaense na … · alunos do 9º ano em leitura e em matemática,...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
A CONTRIBUIÇÃO DA PROVA BRASIL PARA MELHORIA DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO PÚBLICA
Vilma Rodrigues Campos
Profª. Drª. Ruth Izumi Setoguti
RESUMO
Os resultados das avaliações externas SAEB e PROVA BRASIL, dos anos de 2007, 2008 e 2011, realizados pelos alunos do Colégio Estadual “São Francisco de Assis”, demonstraram um baixo nível de aprendizagem dos mesmos, o que fortalece a necessidade de se levantar o porquê de tais resultados. Partindo dessa premissa, esse projeto tem como objetivo principal contribuir para a melhoria da qualidade da educação dessa instituição de ensino, procurando entender como se dá a aprendizagem geral dos educandos e quais os motivos subjacentes ao seu baixo rendimento escolar. As avaliações externas de aprendizagem nacionais e internacionais têm mostrado que o estudante brasileiro conclui as várias modalidades de ensino com grande defasagem em leitura, matemática e ciências e essa realidade é alarmante. A partir da temática proposta pretende-se oportunizar momentos de estudos e reflexões objetivando repensar o fazer pedagógico, visando assim oferecer um ensino de qualidade.
Palavras-chave: Prova Brasil, SAEB, Professor, Qualidade de ensino.
Pedagoga atuante no Colégio Estadual São Francisco de Assis, Ensino Fundamental e Médio, Ivatuba, Paraná (2014) Professora Doutora do Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Estadual de Maringá.
A CONTRIBUIÇÃO DA PROVA BRASIL NA MELHORIA DA QUALIDADE DE ENSINO
O objetivo deste trabalho é apresentar algumas reflexões sobre o baixo
desempenho dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual
“São Francisco de Assis”, de Ivatuba, no SAEB de 2007, 2009 e 2011, instituição
está onde atuo há nove anos como pedagoga.
Vale ressaltar que com essas reflexões não há o propósito de apontar
culpados, mas sim o de desvendar quais os motivos prováveis que têm provocado o
baixo rendimento dos alunos e de propor soluções.
Com os resultados das avaliações externas – o Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica – SAEB1 e a PROVA BRASIL2 de 2007, 2009 e
2011, realizadas pelos alunos desta instituição de ensino, pode-se constatar o baixo
nível de aprendizagem, o que fortalece a necessidade de se levantar o porquê de
tais resultados.
No Gráfico 1, pode-se observar que em 2007, 35% dos alunos do 9º ano do
ensino fundamental obtiveram desempenho adequado em matemática e 27% em
português com ênfase em leitura. No ano de 2009, 40% dos alunos do 9º ano
atingiram, em português, desempenho mínimo esperado, enquanto que em
matemática o percentual de alunos com esse nível de aprendizado foi de 20%. Já
em 2011, 27% dos alunos alcançaram desempenho adequado à série tanto em
leitura quanto em matemática.
1 O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB criado em 1990, avalia a qualidade a
equidade e a eficiência do ensino e da aprendizagem no âmbito do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Aplicado a cada dois anos utiliza testes e questionários para analisar o desempenho dos alunos e os fatores associados a este desempenho. 2 A Prova Brasil foi criada em 2005 para tornar a avaliação mais detalhada complementando a
avaliação do SAEB, ela é censitária, portanto, oferece dados não só do Brasil e unidades da federação mas também de cada município e das escolas participantes, avalia estudantes do 5º e 9º ano e todos os alunos destes anos deverão fazer a prova. As provas são de língua portuguesa e matemática.
Gráfico1 - % de alunos do 9ª no do ensino fundamental em nível adequado na
Prova Brasil – Português e Matemática - Colégio Estadual São Francisco de Assis-
Ivatuba - 2007, 2009 e 2011.
Fonte:QEDU, 2012.
Após os últimos resultados da Prova Brasil da escola em foco,
constata-se que ao invés de ter havido uma evolução na média de desempenho dos
alunos do 9º ano em leitura e em matemática, houve uma regressão, como
demonstram os Gráficos 2 e 3.
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2007 2009 2011
Português
Matemática
40%
35%
20%
27% 27%
Gráfico 2 - Distribuição dos alunos do 9º ano do ensino fundamental do Colégio
Estadual São Francisco de Assis na Prova Brasil por nível de proficiência em leitura-
2007, 2009, 20113
Fonte:QEDU, 2012.
No Gráfico 2 é possível observar a distribuição dos alunos do 9º ano
por níveis de proficiência. Em leitura, no ano de 2007, pode-se verificar que apenas
4% dos alunos encontravam-se em nível avançado; 23% em nível proficiente; 65%
no nível básico e 8% no nível insuficiente. No ano de 2009, ainda em leitura, 6% dos
alunos encontravam-se no nível avançado, já os alunos em nível proficiente
correspondiam a 34%, no nível básico 50% e, no nível insuficiente 10%. No ano de
2011, percebe-se também uma sutil melhora no desempenho dos alunos
considerados nível avançado 9%, nível proficiente houve uma redução para 18%,
nível básico os alunos atingiram 49% e, nível insuficiente avançou para 24%,
resultados preocupantes que merecem nossa atenção.
_____________________ 3 Avançado: Aprendizado além da expectativa.
Proficiente: Aprendizado esperado. Básico: Neste nível de aprendizado os alunos estão abaixo do esperado para a série. Insuficiente: Quase nenhum aprendizado.
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2007 2009 2011
Avançado
Proficiente
Básico
Insuficiente
4%
23%
65%
34%
50%
8 %
6%
24%
49%
18%
9% 10%
Gráfico 3 - Distribuição dos alunos do Colégio Estadual São Francisco de Assis, do
9º ano do ensino fundamental por nível de proficiência em matemática na Prova
Brasil (2007, 2009, 2011).
Fonte: QEDU, 2012.
No Gráfico 3 observa-se os resultados dos alunos do 9º ano, por nível de
proficiência na disciplina de matemática. No ano de 2007 pode-se verificar que 4%
dos alunos encontravam-se em nível avançado; 31 % em nível proficiente; 42% em
nível básico e 23% em nível insuficiente. No ano de 2009, ainda em matemática, não
houve aluno em nível avançado, 20% estavam em nível proficiente, 50% em nível
básico e 30% nível insuficiente. No ano de 2011 não houve aluno considerado nível
avançado, no nível proficiente houve uma elevação para 27%, no nível básico houve
uma redução para 47% e no nível insuficiente a redução foi de 27%.
Para tentar compreender as razões para esse retrocesso no aprendizado dos
alunos faz-se necessário um estudo mais aprofundado, em relação a estes
resultados da escola, com a participação de todos os envolvidos no processo de
ensino e aprendizagem, professores, equipe pedagógica e a direção.
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2007 2009 2011
Avançado
Proficiente
Básico
Insuficiente
4%
31%
42%
23%
20%
50%
30% 27%
47%
27%
AVALIAÇÃO EM LARGA ESCALA – UM NOVO DESAFIO PARA A
MELHORIA DA QUALIDADE DE ENSINO
O interesse pelo tema acerca da baixa qualidade de ensino na educação
básica despontou da minha prática como pedagoga em escolas públicas do ensino
fundamental e ensino médio. A partir da década de 90 com o advento das
avaliações educacionais externas no Brasil, quando se tem a criação do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) e do Exame Nacional do Ensino
Médio (ENEM) em 1998, o Brasil começa a adotar políticas públicas importantes,
que corroboram com a sociedade no que concerne ao monitoramento da avaliação
da educação brasileira.
O SAEB, com ênfase na qualidade, eficiência e equidade, tem colaborado
para avaliar o sucesso/fracasso dos sistemas de ensino. O mesmo foi aplicado pela
primeira vez em 1991 em 23 Estados e posteriormente em 1993, mas foi somente
no ano de 1995 que o SAEB se tornou de fato um sistema nacional de avaliação,
nos quais todos os Estados da federação com todas as áreas de ensino, quais
fossem, estaduais, municipais e também particulares passaram a tê-lo como
instrumento de avaliação externa (BRASIL, 2006).
O SAEB é aplicado por amostragem, a cada dois anos, a alunos do 5º e 9º
ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. Esta avaliação é aplicada a
alunos de todas as regiões, de todos os Estado e das redes de ensino pública e
privada. O foco do SAEB é avaliar o sistema educacional no tocante ao ensino de
leitura e matemática e não o município ou a unidade escolar (BRASIL, 2006).
A partir do ano de 2005, algumas mudanças foram introduzidas ao SAEB. O
mesmo passou a ser composto por dois processos de avaliação: A Avaliação
Nacional da Educação Básica (ANEB) e a Avaliação Nacional do Rendimento
Escolar (ANRESC), também conhecida como Prova Brasil.
Já a Prova Brasil somente é aplicada nas escolas públicas com mais de 20
alunos, da região urbana com alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental,
avaliando sempre o conhecimento em Português (leitura) e também em Matemática.
Tanto o SAEB como a Prova Brasil têm permitido avaliar as condições de vida
das famílias dos alunos, a dinâmica da escola, a prática pedagógica dos professores
bem como as condições físicas das escolas. Essas avaliações têm permitido
observar que os alunos têm concluído o ensino fundamental com muita dificuldade
em leitura e matemática Essas dificuldades apresentadas pelos alunos têm sido foco
de várias pesquisas. A esse respeito Schwartzman (2008, p. 16) explica que:
Há uma crescente literatura nacional e internacional que tem identificado os principais fatores que afetam a qualidade da educação. Esses fatores podem estar associados a todo o sistema educacional, às características das escolas, dos alunos, dos professores e dos métodos de ensino.
A literatura que aborda a questão da falta de qualidade de ensino na
educação básica no Brasil, segundo Oliveira e Schwartzman (2002, p. 25), “registra
a importância da avaliação externa à escola e da reflexão de indicadores como a
taxa de reprovação, de evasão e de distorção idade / série como elementos
importantes que sinalizam a qualidade de ensino das escolas de nosso país”. Ainda
segundo os autores, um país que objetiva a melhoria na qualidade de ensino, não
deve ignorar as medidas avaliativas, pelo fato das mesmas indicarem o que o
conhecimento específico que o aluno adquiriu o nível de aprendizagem e as
consequências de fatores que ocorreram dentro e fora da escola na aprendizagem
deste aluno.
As estratégias utilizadas atualmente por grande parte dos professores em
relação à aprendizagem dos alunos não têm dado resultados positivos.
Schwartzman (2009, p. 22) enaltece que:
Os professores precisam aprender os métodos e as técnicas de ensino adequado, conhecer os currículos que devem ensinar e passar por um treinamento prático e supervisionado de trabalho nas escolas, até que sejam habilitados para o exercício do magistério, hoje no Brasil, muitas vezes isso não ocorre. Uma outra dificuldade acontece quando a formação de professores é feita por universidades autônomas que não dependem do ministério ou secretarias de educação para definir os conteúdos dos cursos e a formação que proporcionam. Sistemas que colocam as escolas de formação de professores mais próximas das instituições educacionais parecem dar melhores resultados.
O que se pode observar é que também a formação de professores não tem
sido de qualidade e que muitos deles só aprendem a lecionar na prática, fato esse
que tem prejudicado significativamente os resultados na aprendizagem dos alunos.
Castro (2007) alerta que qualquer alteração significativa na qualidade da
educação depende da boa qualificação e motivação dos professores. Discorre a
autora que a única maneira de atrair bons professores é dar-lhes estabilidade,
evitando que a carreira do magistério seja considerada opção de segunda linha.
Além disso, deveria se aumentar o rigor na seleção, aumentar o valor do salário já
no início da carreira e vincular a progressão na carreira ao desempenho e aos
resultados obtidos pelos alunos.
Para que essas mudanças ocorram realmente é importante, por parte dos
professores, uma postura diferenciada na sua prática pedagógica e no desempenho
de seu papel com compromisso e dedicação.
Discorrer sobre a baixa qualidade de ensino da educação brasileira não é
tarefa fácil, e como educadora concordo com o fato de que a escola não é apenas
um canal de reprodução social e sim um espaço no qual se procura fazer com que
os alunos sejam atuantes e críticos, embora se esteja ciente de que a evolução da
sociedade não depende somente da escola.
Ioschpe (2013) acredita que a escola tem vários aliados potenciais, tais como:
a mídia; a igreja; o judiciário e a sociedade, que podem mobilizar pais de alunos
para mostrar que a escola está ruim e intervir no que acontece no dia a dia. Ioschpe
(2013, p. 74-75) acrescenta que:
A maioria dos gestores se contentam em garantir que a infraestrutura das escola esteja em ordem, que os livros e a merenda cheguem ao destino, que os salários sejam pagos, isso é necessário mas não é remotamente suficiente para assegurar um ensino de qualidade. O que importa é aquilo que acontece quando professores e alunos se encontram em sala de aula. Aula boa é aquela que começa e termina no horário e é ocupada em sua integridade por discussões relacionadas a matéria o que envolve participação dos alunos via pergunta e resposta e professor preparado.
Somente se obterá melhorias na qualidade de ensino da educação básica,
quando houver a participação de todos os envolvidos, pais, alunos, professores,
gestores e universidades.
Para Eunice Durhan (2008) as universidades precisam rever o curso de
pedagogia, pois este curso importa ser reformulado, repensado do zero, pois basta
consultar os rankings internacionais de ensino que se verificará que o Brasil chama
a atenção de maneira negativa. Sua colocação está sempre muito abaixo das
expectativas, quando comparado a nível mundial.
É somente através de estudos e pesquisas que será possível preencher a
lacuna que assola a qualidade de ensino do Brasil. Se faz necessário não somente
ter acesso aos resultados das avaliações externas, mas sim analisar esses
resultados, buscando melhorias no rendimento escolar dos alunos. Para que isso se
concretize devem-se somar forças em busca da melhoria contínua da qualidade de
ensino da educação básica do país.
METODOLOGIA
De acordo com os estudos realizados na implementação do projeto
apresentado no Colégio Estadual “São Francisco de Assis”, percebe-se a
importância das avaliações externas, sejam elas nacionais ou internacionais para
auxiliar os profissionais da educação na luta pela melhoria da qualidade do ensino
em nosso país é por meio dessas avaliações que é possível subsidiar as políticas
públicas para melhorar a infra-estrutura e os recursos financeiros e humanos na
educação brasileira. No período de fevereiro a julho de 2014, foi realizada a
implementação do meu projeto na escola, por meio de grupos de estudos e reflexão
com os profissionais que atuam neste estabelecimento. Os conteúdos selecionados
para os encontros com os professores tiveram o intuito de oferecer, para todos os
participantes, subsídios teóricos necessários para propor mudanças na prática
pedagógica.
No primeiro encontro do curso apresentei os resultados da Prova Brasil nas
disciplinas de Português e Matemática dos anos de 2007, 2009 e 2011 – dados
QUEDU 2013 do Colégio Estadual “São Francisco de Assis”, expliquei para todos os
cursistas sobre a importância de se aprofundar nos estudos relacionados à
Avaliação em Larga Escala e nos resultados desta escola.
Nos outros sete encontros realizados com os profissionais da educação foram
feitos estudos e reflexões que contribuíram amplamente para que todos os
participantes pudessem repensar sua prática, avaliando e identificando aquelas mais
eficazes, isto é, as que realmente colaboram no ensino aprendizagem.
A partir das análises e discussões realizadas percebe-se a importância destas
avaliações em larga escala para a melhoria da qualidade de ensino, pois elas
demonstram que a educação no país precisa progredir em novos aspectos, ou seja,
necessita avançar desde em políticas públicas estabelecidas até o trabalho
desenvolvido pelo professor dentro da sala de aula.
Um ponto que mereceu destaque durante as reflexões realizadas no curso de
implementação é que não adianta procurar culpados para a baixa qualidade de
ensino na nossa escola, mas buscar soluções conjuntas para superar os problemas
existentes.
É de suma importância destacar que mesmo após os estudos bibliográficos
que trataram dessa temática e, sobretudo com os indicadores do IDEB e os
resultados da Prova Brasil, que são divulgados pela imprensa, nas escolas ainda
não tem causado muito impacto, pois percebe-se que para alguns estes resultados
são naturais, eles concebem que tudo faz parte do processo e que por sua vez aos
poucos as melhorias deverão acontecer, como se fosse algo inerente às pessoas,
aos pobres ou a “realidade brasileira” e existem aqueles que acreditam que as
coisas estão melhorando apesar das evidências estar ao contrário do SAEB ou que
vão melhorar naturalmente (OLIVEIRA; SCHWATZMAN, 2002, p. 31).
Mas sabemos que essa mudança só ocorrerá se realmente nos propormos a
rever nossa postura enquanto profissional da educação faz-se necessário também
engajar-se mais no processo de ensino aprendizagem, ou seja, o educador
necessita estudar mais, buscar novas metodologias, tornar suas aulas mais
atraentes para esse novo perfil de aluno que recebemos hoje, que faz parte da era
midiática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As reflexões abordadas neste artigo e os encaminhamentos metodológicos
apresentados visaram mostrar para a comunidade escolar a importância da
Avaliação em Larga Escala como foco na qualidade de ensino. As atividades
desenvolvidas buscaram recuperar a qualidade de ensino que tanto almejamos e
que ainda infelizmente temos uma caminhada muito extensa pela frente.
Os textos estudados, as atividades realizadas e principalmente as trocas de
experiências que ocorreram por meio de discussões entre os participantes da
implementação na escola, são elementos que vem agregar cada vez mais na nossa
prática pedagógica, elencando novas reflexões e um novo olhar sobre o ensino
aprendizagem e as avaliações em larga escala.
A grande maioria dos profissionais que participaram da implementação na
escola e do Grupo de Trabalho em Rede – GTR, agradeceram pela iniciativa de
estudarmos sobre o tema “Avaliação em Larga Escala”, pois este é um tema que
atualmente, tem sido pauta de várias reuniões pedagógicas, que, no entanto faltava
mais aprofundamento teórico sobre o assunto.
Na avaliação final do curso de implementação na escola e do GTR, vários
profissionais sugeriram que estudos como esse, pudessem ser realizados em todas
as escolas que pretendem melhorar sua qualidade de ensino, pois é por meio de
estudo e debates que é possível encontrar estratégias que permitam uma mudança
na aprendizagem dos alunos e também uma mudança de postura do corpo docente
diante de tantos obstáculos a serem superados.
Durante os estudos realizados, discutimos sobre as práticas pedagógicas
eficazes e entre elas estão: aulas bem estruturadas, organizadas e bem planejadas,
docentes que procuram acompanhar o desenvolvimento de cada aluno, respeitar e
entender os ritmos de cada discente, retomar sempre que necessário os conteúdos
que os educandos não assimilaram, docentes que preparam aulas atrativas entre
outras práticas.
Outro fator importante diz respeito a valorização do profissional da educação,
que já citamos anteriormente no decorrer deste artigo, pois acredita-se que um
professor valorizado desempenhará seu papel com compromisso e dedicação.
Segundo Schwartzman (2008) os professores devem estar formados e capacitados
para exercer a docência, ou seja, precisam aprender técnicas e métodos de ensinos
adequados, ter conhecimentos sobre os currículos das aulas que irão ministrar,
passando por treinamentos práticos supervisionados, tornando-os habilitados para o
exercício do magistério.
Também vale destacar que existem muitos professores saindo das
instituições de nível superior com formação de baixa qualidade, e esses profissionais
chegam às escolas sem rumo, aprendendo na prática o que e como fazer. Por isso
faz-se necessário uma revisão nos cursos de formação de licenciatura que estão
preparando esses profissionais de maneira não satisfatória.
Sforni (2012) salienta que a mediação é um conceito importante, pois
valorizou socialmente o professor e superou a visão advinda da concepção do
construtivismo que acredita que o próprio aluno constrói seu conhecimento, tendo o
professor somente como aquele que acompanha o processo de aprendizagem do
educando. Ela acredita que nesta perspectiva em que o professor é o mediador
entre conhecimento e aluno existe o diferencial que trata-se da intencionalidade, ou
seja, o que o professor trabalhará em sala de aula, terá um objetivo pré-
estabelecido.
Enfim, as reflexões apresentadas na implementação sobre a prática
pedagógica devem ser pensadas como uma das alternativas de mudança para que
possamos chegar a um resultado satisfatório para todos os envolvidos neste
processo educativo, alcançando a tão sonhada qualidade de ensino em todas as
escolas de nosso país.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Instituto de Artigos e Pesquisas Educacionais – SAEB. Relatório nacional 2013, Brasília.Disponível em: <http:www.inep.gov.br>. Acesso em: 27 de maio 2013. CASTRO, Maria Helena Guimarães de. Problemas institucionais do ensino público. Braudel Papers, 2007. DURHAM, Eunice. Fábrica de maus professores. Revista VEJA. São Paulo, 2008. IOSCHEPE, Gustavo. Se eu fosse prefeito. Revista VEJA. São Paulo, v 1, p. 74-75, 2 de jan. 2013. OLIVEIRA, João Batista Araujo; SCHWARTZAM, Simon. A escola vista por dentro. Belo Horizonte: Alfa Educativa, 2002. QEDU. Distribuição dos alunos por nível de proficiência. 2012. Disponível em:<http://www.qedu.org.br/cidade/2602-ivatuba/proficiencia>. Acesso em: 20 jun. 2013. SCHWARTZMAN, Simon. Equidade e qualidade da educação brasileira. São Paulo: Moderna, 2008. SEED – Secretária de Estado da Educação. Documento síntese. 2013. Disponível em:<http://www.diaadiaeducacao.gov.br>. Acesso em: 19 jun. 2013. SFORNI, Marta Sueli de Faria. Aprendizagem e desenvolvimento: o papel da mediação. 2012. Disponível em:<http://www.nre.seed.pr.gov.br/ibaiti/arquivos/File/Sforni.pdf. Acesso em: 09 set. 2013.
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