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Modelação da carga de treino
Francisco Alves
Faculdade de Motricidade Humana
Mestrado em Treino do Alto Rendimento
Planeamento do Treino
Nível de carga (importância combinada do volume e da intensidade da carga)
– Expressa o nível de exigência de uma sessão de treino
– Representado quantitativamente por índices como o Indice de Solicitação (Bompa, 1994) ou o Trimps (impulso de treino – Banister, 1991)
– Pode ser expresso qualitativamente:• Níveis (exemplo):
– Elevado– Importante– Médio – Fraco
Micro-estrutura do processo de treinoSessão
Micro-estrutura do processo de treinoSessão
Índice de solicitação (Is)
Expressa o nível de exigência de uma sessão de treino
Is = S ( Ip . Ve) / S (Ve)
Ip = FCp . 100 / FCmax
Ve = Volume do exercício
(Bompa, 1994)
Tarefas Descrição FCp Ip Ve Ip . Ve
1 Jogging 100 55 25 1375
2 Aq. Específico 120 60 5 300
3 Combate simulado 120 60 5 300
4 Combate simulado 140 70 6 420
5 Elementos técnicos
120 60 5 300
6 Salto à corda 170 85 6 510
7 Saco 170 85 2 170
8 Saco (n * 30”) 190 95 3 285
9 Flexibilidade 140 70 15 1050
10 Retorno à calma 80 40 5 200
S 77 4910
• Is = 4910 / 77 = 63,8%
Exemplo
(Bompa, 1994)
Dois regimes temporais diferenciados:
De alteração lenta – estado de treino
De alteração rápida – fadiga
Resultado: Estado de preparação tem evolução positiva
Modelo BI-Factorial do Processo de Treino
Bannister, 1991; Zatsiorsky, 1995
Estado de Treino
Fadiga
∑Carga de treino
Desempenho *+
_
* Estado de preparação; forma
Modelo BI-Factorial do Processo de Treino
Estímulo de Treino Estado de Treino (fitness)
Estado de Preparação (Forma)Fadiga
Tempo
Zatsiorsky, 1995
+ve
-ve
Fatiga
EstímuloEstímulo
RecuperaçãoSuper
compensação DestreinoFatiga
EstímuloEstímulo
RecuperaçãoSuper
compensação Destreino
Ganhos em fitness (estado de treino) são pequenos em magnitude, mas mais duradouros;
O efeito da fadiga é maior em termos de magnitude, mas é mais curto.
Em média considera-se que o tempo de fadiga é três vezes mais curto do que a duração dos ganhos em fitness.
Modelo BI-Factorial do Processo de Treino
Zatsiorsky, 1995
Impulso de Treino (TRIMP)
Contexto inicial: Objectivo de qualquer treinador é a obtenção de um “pico de forma” no dia ou no minuto de uma competição de importância relevante.
Dose – resposta Resposta de um sistema a um estímulo e
quantificação da duração desse estímulo Sucesso depende do grau de precisão na
compreensão e especificação da “dose” de treino necessária para produzir um determinado efeito.
Procura de uma unidade de medida do treino que possa quantificar o esforço físico.
Banister (1991)
A Frequência Cardíaca e a Resposta de Treino
Características úteis Consistência e capacidade discriminativa entre
zonas de intensidade. Monitorização individual ambulante
Em combinação com parâmetros da carga: Volume (duração) Intensidade Relativa Soma de vários subperíodos constituintes da
sessão com FC variadas. Aos vários subperíodos poderá ser atribuído um
peso diferenciador
A Frequência Cardíaca e a Resposta de Treino Limitações:
Pouca diferenciação nas zonas anaeróbias
Trabalho de base neuromuscular (expressões da força) necessita parâmetros complementares
Variabilidade psicosomática
A Frequência Cardíaca e a Resposta de Treino
Vantagem fundamental Quantificação simples e prática da actividade
física desempenhada em treino Utilizável para qualquer tipo de esforço,
contínuo ou intermitente Pode ser sujeito a um tratamento acumulativo:
exercício, conjunto de exercícios, sessão de treino, microciclo, etc.
Permite comparar unidades da microestrutura totais acumuladas distribuição temporal das “doses” de treino.
Banister and Fitz-Clarke (1993)
Impulso de Treino
Impulso de Treino (unidades arbitrárias) = Duração da sessão (min) · razão D FC exercício razão D FC exercício = D FC exercício /
reserva de FCD FC exercício = FC exercício – FC repouso reserva de FC = FC max – FC repouso
ou seja, Impulso de treino (unidades arbitrárias) = T
(min) · D FC (adimensional)
Impulso de Treino Equilíbrio entre actividades de longa duração e
intensidade baixa e actividades de curta duração e intensidade elevada Peso relativo para cada zona de intensidade definida Factor multiplicador Baseado na relação exponencial entre lactatemia e
intensidade de exercício y masculino = 0,64e1,92x
y feminino = 0,86e1,67x
• x = D FC exercício
Impulso de treino (unidades arbitrárias) = T (min) D FC (adimensional) · y
Impulso de Treino Quantificação do treino
durante mesociclos de 4 semanas ao nível do mar e em altitude para atletas de resposta elevada e baixa TRIMPS / sem Duração do treino Distâncias de treino /
sem
Chapman et al (1998). Individual variation in response to altitude training. J Appl Physiol., 85(4): 1448-56.
Ondulação semanal da carga de treino
Peak Performance 210
Impulso de Treino
TRIMP anual Curva a cheio:
TRIMP mensal
Iwasaki et al (2003). Dose-response relationship of the cardiovascular adaptation to endurance training in healthy adults: how much training for what benefit? J Appl Physiol 95: 1575–1583,.
Impulso de Treino
Impulso de Treino modificado para JDC (TRIMPMOD )
Objectivos: 1. Adaptar o TRIMP aos JDC (esforço intermitente com períodos curtos
de intensidade elevada.2. Relacionar variação do TRIMPMOD com variação do perfil fisiológico
dos jogadores.
TRIMPMOD fator de ponderação = 0.1225e3.9434x
Stagno, K., Thatcher, R., & van Someren, K. (2007). A modified TRIMP to quantify the in-season training load of team sport players. Journal of Sports Sciences, 25(6), 629 - 634.
TRIMPMOD Recolha da FC em todas as sessões de treino
e jogos. Determinação de duração agregada em cada
zona de intensidade (FC) Cálculo do TRIMPMOD para sessão de treino
e jogo, multiplicando o factor de ponderação pelo tempo gasto na respectiva zona.
TRIMPMOD total para uma sessão de treino ou jogo = soma dos valores correspondentes a todas as zonas de FC
Stagno, K., Thatcher, R., & van Someren, K. (2007). A modified TRIMP to quantify the in-season training load of team sport players. Journal of Sports Sciences, 25(6), 629 - 634.
TRIMPMOD
Stagno, K., Thatcher, R., & van Someren, K. (2007). A modified TRIMP to quantify the in-season training load of team sport players. Journal of Sports Sciences, 25(6), 629 - 634.
Resultados apoiam o uso do TRIMPMOD como uma medida quantitativa da carga de treino, quer em sessões regulares, quer em jogo.
Pode ser um meio de individualizar a prescrição do treino aeróbio no P.Comp.
TRIMPMOD para os jogos foi muito superior ao encontrado para as sessões de treino (355±60 e 236±41). As maiores doses de carga de treino correspondem a situações de jogo em competição.
TRIMPMOD
Stagno, K., Thatcher, R., & van Someren, K. (2007). A modified TRIMP to quantify the in-season training load of team sport players. Journal of Sports Sciences, 25(6), 629 - 634.
Zona de intensidade
Objectivo Velocidade média de nado
Lactatemiammol.l-1
Índice de stress
I Aquecimento e Recuperação
até 60% - 1
II Capacidade Aeróbia até 75% 2 - 3 2
III Limiar Anaeróbio 80% 3 - 4 3
IV Potência Aeróbia 85% 6 - 9 4
V Tolerância Láctica 90% >8 6
VI Máxima Produção de Lactato
95% >8 8
VII Velocidade máxima - 10
Carga de Treino – Modelação ponderada para a Intensidade com base na curva lactatemia-velocidade em nadadores
U.A.C = (volume parcial x índice de stress) / volume total1 hora de treino fora de H2O= 1km (I) + 0,5km (IV) + 0,5km (V)
Mujika, I., Chatard, J. C., Busso, T., Geyssant, A., Barale, F., & Lacoste, L. (1995). Effects of training on performance in competitive swimming. . Can J Appl Physiol, 20(4), 395-406.
Quantificação da Carga de Treino em Remo (Adp de FISA, Mujica et al 1995)
Zona % F.C.máxF.C.
(bpm)Volume Total
(min.)
VolumeParcial(min.)
Lactato (mmol/L)
1 75% 150 60’ a 90’ 30’ - 45’ 2
2 82,5% 165 50’ a 60’ 20’ - 30’ 3
3 87,5% 175 30’ a 50’ 10’ - 20’ 4
4 92,5% 185 15’ a 30’ 4’ - 12’ 4 - 6
5 97,5% 195 5’ a 15’ 45’’ - 3’ 6 - 8
∑ (vol parcial x Indice Zona)
Volume totalInt (uac)= T Força
Int (uac) = 50% Z2+ 25%Z4 + 25% Z5
Quantificação da carga de treino
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
2ª 3ª 4ª 5ª 6ª Sab
Vo
l (m
)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
It (
UA
C)
Volume UAC
Escalas de PercepçãoSubjectiva de Esforço (Cr.10)
PSE - Sessão
PSE - Sessão
Índice individual de PSE por cada sessão de treino
Registo da duração da sessão de treino Carga de treino = PSE sessão X duração
(unidades arbitrárias) Ex: 6 (PSE sessão) x 55 min= 330 UA
Foster C, Florhaug JA, Franklin J, Gottschall L, Hrovatin LA, Parker S, Doleshal P, Dodge C (2001). A new approach to monitoring exercise training. J Strength Cond Res, 15(1):109-15.
RESULTADOS: Valores de TRIMP correlacionados com a PSE-sessão (entre r = 0.50 até r = 0.85, p < 0.01).
Impellizzeri FM, Rampinini E, Coutts AJ, Sassi A, Marcora SM (2004). Use of RPE-based training load in soccer. Med Sci Sports Exerc, 36(6):1042-7.
PSE - Sessão
19 jogadores de futebol (idade 17,6 ± 0,7 anos, VO2max, 57.1 ± 4.0 mL.kg-1.min-1)
Aplicação do processo PSE-sessão (Foster et al, ) para controlo da carga de treino e correlção com variantes do TRIMP
Determinação da relação La-FC-velocidade corrida (tapete rolante)
Controladas 7 semanas de treino (479 sessões) , sendo a carga de cada sessão de treino caracterizada a partir do produto da PSE-sessão (escala CR10) pela duração (min).
CONCLUSÂO: Procedimento PSE-sessão é um bom indicador do nível de carga interna aplicada ao jogador de futebol.
29
Variabilidade vs
Monotonia de treino
• Quantificação da Carga de treino
= Volume x RPE (Cr.10 Borg) (1)
• Índice de variabilidade de treino ou de monotonia
= Carga diária / Dp da carga semanal (2)
• Índice de solicitação total (“training strain”)
= (1) x (2)
Foster, C. (1998). Monitoring training in athletes with reference to overtraining syndrome. Medicine & Science in Sports & Exercise, 30(7), 1164-1168. .
X =
Média / Sd =
Monotonia x Total =
= 570
= 590
Coutts AJ, Wallace LK, Slattery KM (2007). Monitoring Training in Soccer: Measuring and PeriodisingTraining. Int J Sports Med, 28(2):125-34.
PSE - Sessão
Coutts AJ, Wallace LK, Slattery KM (2007). Monitoring changes in performance, physiology, biochemistry, and psychology during overreaching and recovery in triathletes. Int J Sports Med, 28(2):125-34.
PSE - Sessão
The dissociation between planned and actual TLs for an individual playermay show when a player is not coping with training
Dissociação entre índices de treino planeados e executados para um jogador individualpode mostrar desfasamento em relação ao processo de treino
PSE - Sessão
Coutts AJ, Wallace LK, Slattery KM (2007). Monitoring Training in Soccer: Measuring and PeriodisingTraining. Int J Sports Med, 28(2):125-34.
PSE - Sessão
Coutts AJ, Wallace LK, Slattery KM (2007). Monitoring Training in Soccer: Measuring and PeriodisingTraining. Int J Sports Med, 28(2):125-34.
PSE - Sessão
Coutts AJ, Wallace LK, Slattery KM (2007). Monitoring Training in Soccer: Measuring and PeriodisingTraining. Int J Sports Med, 28(2):125-34.
Exemplo: estudo com uma equipa da 1ª Liga de Andebol (2011) 35
PSE - Sessão
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