manual do professor projeto Ápis
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Manual doPROFESSOR
ano1º
MP. História
248
Página 17 do livro1
Esta parte aborda temas e atividades relativos ao conteúdo desenvolvido no
5º- ano. Ela é um importante auxiliar na realização do trabalho do professor junto
aos alunos e na consecução dos objetivos propostos pelos PCN. Os objetivos mais
específicos para este 5º- ano, e os quais definem os conteúdos desenvolvidos, são en-
contrados nas aberturas das unidades e dos capítulos de cada volume.
Unidade 1 — O mundo fica maior
Estimule a curiosidade da classe. Trabalho conjunto com Ciências
e Geografia. Compare as Grandes Navegações dos séculos XV e
XVI com as modernas viagens espaciais, levando os alunos a en-
tender que tudo é fruto de uma época e da tecnologia que os povos alcançaram.
Leia para a classe o texto a seguir e depois abra uma roda de conversa.
Trabalhando comHistória no 5º- ano
A China vai à Lua
Foi dada mais uma largada na corrida pela ampliação da con-quista espacial. De olho na Lua, a China lançou em outubro de 2007 a sonda Change, e fez isso no mes-mo dia em que os americanos mandaram o seu Discovery para outra missão na Estação Espacial Internacional. Recentemente, o Japão se fez notar lançando o sa-télite Kaguya. E a Índia, por sua vez, também já afirmou que tem alta tecnologia e, mais que isso, está com “tudo pronto” para in-gressar nessa disputa. Há olhos asiáticos, por enquanto, apenas cercando a Lua.
A finalidade de todas essas missões, porém, vai além da sim-ples pesquisa a distância — Chi-na e Japão querem pousar no solo
lunar e quebrar a exclusividade dos Estados Unidos, que ousa-ram fazer isso nos anos 1960. Na-quela época, conquistar o espaço era uma extensão da guerra fria que acontecia cá embaixo entre soviéticos e americanos. O que está em jogo agora é a hegemo-nia tecnológica: os asiáticos não pretendem somente fincar uma bandeira em solo lunar. Querem competir diretamente com os americanos e conquistar de vez o satélite da Terra.
Para vasculhar cada “poei-ra” do solo lunar, engenheiros chineses turbinaram a sonda com câmeras em 3D e espectô-metros de raios X, capazes de ampliar e mandar diariamente dezenas de imagens para a base
terrestre. Essa será a primeira parte da missão. A segunda etapa, prevista para 2020, tratará de enviar ao solo lunar um jipe não tripulado, com seis rodas e pou-co mais de um metro de altura, para que sejam recolhidas e ana-lisadas as partículas que com-põem o satélite da Terra. Isso dará subsídios para o objetivo fi-nal dos chineses: missões tripu-ladas e a conquista definitiva da Lua. Detalhe importante: tudo isso se desenrolará numa acirra-da disputa tecnológica com os japoneses e seu programa espa-cial Selene, considerado o mais ambicioso desde a missão ameri-cana Apollo.
SGARBI, Luciana. IstoÉ. São Paulo: Três, 31 out. 2007.
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Página 21 do livro2
Desde 1988 existe um programa espacial conjunto da China e do Brasil. É a
principal iniciativa de cooperação científica entre os dois países.
Satélite lançado em setembro de 2007 pelos governos brasileiro e chinês transmite imagens atualizadas mensalmente.
Esse projeto tem três satélites de sensoriamento remoto (CBERS — China-Bra-
zil Earth Resources Satellite ou Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres) e
três satélites de coleta de dados (SCD).
Uma das utilizações desses satélites é monitorar o desmatamento da Amazônia
e a agricultura.
Pergunte aos alunos:
1. Como vocês imaginam a vida do ser humano em outro planeta?
2. Na opinião de vocês, por que é importante explorar o espaço?
3. Os cientistas já descobriram tudo o que era possível com as explorações espaciais?
Considere com a classe que os cientistas sempre pesquisarão o espaço. Hoje,
um tema de pesquisa constante é a existência de vida fora da Terra. Além de
Marte, pesquisas estão sendo feitas na maior das luas de Júpiter: Europa.
Esta é uma boa oportunidade para pedir uma pesquisa sobre o Sistema Solar, em
que poderão ser desenvolvidos trabalhos em conjunto com Ciências, Geografia e Arte.
Converse com os alunos sobre o valor das especiarias no passado e
no presente. O que foi considerado especiaria (produto raro) antiga-
mente, como a canela, por exemplo, hoje é um produto comum nas
prateleiras dos supermercados. Para uma roda de conversa, proponha a seguinte
questão: O que é considerado especiaria, ou produto raro, em nossa comunidade hoje?foTo
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MP. História
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Para sua referência, leia o texto a seguir:
A atração pelo ouro e pelas especiarias
De volta à Espanha
Quais os bens mais buscados no curso da expansão portuguesa?
A dupla formada pelo ouro e pelas especiarias. É fácil perceber o interesse pelo ouro, utilizado como moeda confiável e emprega-do pelos aristocratas asiáticos na decoração de templos e palácios e na confecção de roupas. Mas por que as especiarias? Primeiro é preciso esclarecer o sentido da pa-lavra. Ela provém do latim specia, termo usado pelos médicos para designar “substância”. O termo ganhou depois o sentido de subs-tância muito ativa, muito cara, utilizada para vários fins, como condimento — isto é, tempero de comida —, remédio ou perfuma-ria. Especiaria se associa também à ideia de produto raro, utilizado
em pequenas quantidades. Houve produtos, como o açúcar, que fo-ram especiarias mas, com a intro-dução de seu consumo em massa, deixaram de ser. São condimen-tos, entre outros, a noz-moscada, o gengibre, a canela, o cravo e, naqueles tempos, sobretudo a pi-menta, a ponto de se usar a ex-pressão “caro como pimenta”.
O alto valor das especiarias se explica pelos limites das técnicas de conservação existentes na épo-ca e também por hábitos alimen-tares. A Europa ocidental da Ida-de Média foi “uma civilização carnívora”. Grandes quantidades de gado eram abatidas [...], quan-do as forragens acabavam no campo. A carne era armazenada e precariamente conservada pelo
sal, pela defumação ou simples-mente pelo sol. Esses processos, usados também para conservar o peixe, deixavam os alimentos in-tragáveis, e a pimenta servia para disfarçar o que tinham de desa-gradável. Os condimentos repre-sentavam também um gosto ali-mentar da época, como o café, que bem mais tarde passou a ser consumido em grande escala em todo o mundo. [...]
Ouro e especiarias foram as-sim bens sempre muito procura-dos nos séculos XV e XVI, mas ha-via outros, como o peixe, a madeira, os corantes, as drogas medicinais e, pouco a pouco, um instrumento dotado de voz — os escravos africanos.
25 de janeiro. Fez sol o dia todo. Os marinheiros mataram uma toninha e um enorme tuba-rão. Foi mesmo preciso. As úni-cas coisas que ainda tinham para se alimentar eram pão, vinho e alho das Índias.
12 de fevereiro. O mar come-çou a se agitar muito e a se for-mar um temporal. Tive grande trabalho com o vento. Relampe-jou muito.
14 de fevereiro. O mar e o vento ficaram mais fortes. Vendo o perigo, comecei a navegar para onde o vento me levasse. Não ha-
via alternativa. Determinei que fizéssemos promessas gerais e co-muns. Depois cada um fez outra em particular. A seguir, eu e toda a tripulação prometemos que, ao chegar à primeira terra, iríamos todos em procissão rezar numa igreja dedicada a Nossa Senhora. Ninguém contava escapar com vida. Nós nos considerávamos to-dos perdidos, por causa da terrí-vel tempestade que enfrentáva-mos. A fraqueza e a angústia não me deixavam acalmar a alma. Sentia muita pena dos meus dois filhos que estudavam em Córdo-
ba, pois ficariam órfãos.15 de fevereiro. Quando o dia
amanheceu, avistamos terra. Fica-mos dando voltas para conseguir nos aproximar. Fazia vento forte e as ondas eram altas. À noite, al-guns avistaram luz. Descansei um pouco. Há quatro dias não podia dormir. Tinha ficado com as per-nas dormentes por estar sempre desabrigado, com frio, sem água e mal alimentado. Por causa da grande cerração reinante, só fica-mos sabendo no dia seguinte que estávamos no arquipélago dos Açores, na costa de Portugal.
fAuSTo, Boris. História do Brasil. São Paulo: edusp, 2006.
Adaptado de PeReIRA, André. Diário de bordo de Cristóvão Colombo.São Paulo: Moderna, 2002.
Página 23 do livro3
Para ilustrar a precariedade das primeiras viagens marítimas, leia
para a classe o diário de bordo de Cristóvão Colombo. O trecho a
seguir relata a viagem de volta da América — que Colombo acre-
ditava serem as Índias, como veremos mais adiante — para a Espanha.
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A luz que o homem branco apagou
A cerâmica: uma história antiga
Recentes descobertas arqueoló-gicas em pelo menos dois pontos dis-tintos da Amazônia brasileira suge-rem que astecas, maias e incas não eram os únicos a ter o monopólio das sociedades complexas na época do desembarque do navegador Cristó-vão Colombo. Nos últimos anos, in-tensos trabalhos de campo conduzi-dos por pesquisadores nacionais e do exterior no Alto Xingu, no nor-te do Mato Grosso, e na confluência dos rios Negro e Solimões, a cerca de 30 quilômetros de Manaus, no Ama-zonas, indicam a existência de gran-des e refinados assentamentos hu-manos, habitados simultaneamente por alguns milhares de pessoas, nes-sas áreas, 500 anos atrás — ou até
mesmo antes disso.As evidências mais espetacula-
res de ocupações dessa magnitude — um feito só possível com a ado-ção de um estilo de vida sedentário e de práticas que alteravam a flores-ta nativa e possibilitavam a adoção de uma agricultura razoavelmente produtiva — saíram de sítios pré- -históricos situados nas terras hoje habitadas pelo povo Kuikuro, den-tro da reserva indígena do Xingu.
A estrutura do tipo de socieda-de que havia nesse ponto da Ama-zônia entre 1200 e 1600 d.C. apre-sentava um conjunto de dezenove aldeias de formato circular, as maiores protegidas por fossas de até 5 metros de profundidade e mu-
ros de paliçadas, interligadas por uma extensa e larga malha de es-tradas de terra batida. Estima-se que entre 2 500 e 5 000 pessoas mo-ravam nas maiores aldeias.
O capricho e a precisão com que as vias foram concebidas e executa-das impressionam. Elas eram ex-tremamente retilíneas, com largu-ras entre 10 e 50 metros e extensão de 3 a 5 quilômetros. Indícios de praças, pontes, represas e canais e do cultivo de mandioca e outras plantas também foram encontra-dos no sítio arqueológico, que compreende uma área de 400 qui-lômetros quadrados, equivalente a um terço do território da capital fluminense.
Os antigos habitantes da região Amazônica chegaram há pelo me-nos 10 mil anos, possibilitando o surgimento das primeiras aldeias. Embora os portugueses e espanhóis já tivessem explorado a região des-
de o século XVI, os arqueólogos só descobriram a Amazônia no século XIX. E as surpresas foram muitas.
Nas zonas ribeirinhas existiam colinas artificiais, formadas pelo longo tempo de ocupação.
Alguns arqueólogos acreditam que, ali, no meio da floresta Amazô-nica, a cerâmica tenha sido inventa-da ao mesmo tempo que em outras partes da Terra e é das mais antigas do mundo.
extraído e adaptado da Revista Fapesp, n. 92. disponível em: <http://revistapesquisa.fapesp.br>. Acesso em: dez. 2007.
funARI, Pedro Paulo. Os antigos habitantes do Brasil. São Paulo: ed. da unesp, 2000.
Página 37 do livro4
Convide os alunos a fazer uma dramatização da vida a bordo das caravelas. Tra-
balho conjunto com Arte.
Divida a classe em grupos para que cada um escolha os personagens — coman-
dante, marinheiros, passageiros, etc. — e desenvolva o diálogo e a encenação. Para
tanto, retome com os alunos o texto da página 21 do livro e este que você acabou de ler.
Se possível, promova uma pesquisa iconográfica para que os alunos conheçam as
roupas da época e possam improvisar trajes e objetos para caracterizar os personagens.
Reforce para os alunos que o Brasil tinha sociedades complexas
muito antes da chegada dos europeus. Para adquirir subsídios,
leia os textos a seguir:
Texto 1
Texto 2
MP. História
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TERRAS INDÍGENAS ATUAIS
TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO
EQUADOR
55º O
OCEANO ATLÂNTICOOCEANO
PACÍFICO
RAPOSA/SERRADO SOL
YANOMAMI
ALTO DORIO NEGRO
UNEIUXI
RIO-BIÁVALE DOJAVARI KANAMARI
KULINA
MAMOABATE
CAITITU
URUEU-WAU-WAU
IPIXUNA
WAIMÍRI-ATROARI
COATÁLARANJAL
MUNDURUKU
ARIPUANÃ
NAMBIQUARA
ANDIRÁMARAU
TUMUCUMAQUEWAIÃPI
ARARAARAWETÉ
BAÚ
KAYAPÓ
CAPOTOJARINA
XINGU
KADIWÉU
ARAGUAIA
XERENTE
KRAOLÂNDIA
ARARIBOIA
ALTOTURIAÇU
Terras indígenas
LEGENDA
ASAS PARA VOAR – História – 5º anoPNLD 2013
Manual do professor_pag26
Fonte: Adaptado de SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2007.
Vaso de Santarém. O corpo da peça — muito rica em detalhes e criatividade — é sustentado por figuras humanas e de animais.As peças de Santarém representam com fidelidade o universo do povo que viveu nessa região, mostrando cenas do cotidiano ou animais com os quais conviviam.
Aproveite também para comentar com os alunos que recentemente o guarani foi
oficializado como segunda língua em um município do Mato Grosso do Sul. Para
sua referência, leia a reportagem a seguir:
Culturas Indígenas — Guarani é oficializado como segunda língua
em município do Mato Grosso do Sul
O guarani é a segunda língua oficial do município de Tacuru, no Mato Grosso do Sul.
O município é o segundo do país a adotar um idioma indígena como língua oficial, depois da sanção [no dia 24 de maio de 2010] do projeto de lei [...]. Com a nova lei, os servi-ços públicos básicos na área de saú-
de e as campanhas de prevenção de doenças nesse município devem, a partir de agora, prestar informa-ções em guarani e em português.
O primeiro município do Brasil a adotar idioma indígena como lín-gua oficial, além do português, foi São Gabriel da Cachoeira, localiza-do no extremo norte do Amazonas.
Além do português, São Ga-briel tem três línguas indígenas ofi-ciais: o nheengatu, o tukano e o ba-niwa. [...]
Com a nova lei, a Prefeitura de Tacuru se compromete a apoiar e a incentivar o ensino da língua gua-rani nas escolas e nos meios de co-municação do município. [...]
eSPÍndoLA, Heli. culturas Indígenas. Portal da Cultura. Brasília: Minc, 14 jun. 2010. disponível em:<www.cultura.gov.br/site/2010/06/14/culturas-indigenas-14>. Acesso em: dez. 2010.
Na página 35 do livro os alu-
nos leram um texto sobre os
grupos indígenas que existiam
na época da conquista.
Veja a situação atual no mapa ao lado.
Se 5 milhões de indígenas viviam no Brasil
na época da conquista e hoje eles são cerca de
350 mil, conforme dados da Funai, de que ma-
neira vão sobreviver como indígenas em um país
onde a população é de cerca de 186 milhões de
habitantes? Quais foram os resultados do conta-
to entre colonizadores portugueses e indígenas?
Página 39 do livro5
ESCALA
Quilômetros
0 650
Mapa elaborado pelas autoras em 2010 com base em dados do Instituto Socioambiental, 2009.
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Chegança
Sou Pataxó,sou Xavante e Cariri,Ianomami, sou TupiGuarani, sou Carajá.Sou Pancararu,Carijó, Tupinajé,Potiguar, sou Caeté,Ful-ni-ô, Tupinambá.
Depois que os maresdividiram os continentes,quis ver terras diferentes.Eu pensei: “vou procurarum mundo novo,lá depois do horizonte,levo a rede balançantepra no sol me espreguiçar”.[...]
Mas de repenteme acordei com a surpresa:uma esquadra portuguesaveio na praia atracar.De grande-nau,um branco de barba escura,vestindo uma armadurame apontou pra me pegar.
E assustadodei um pulo lá da rede,pressenti a fome, a sede,eu pensei: “vão me acabar”.Me levanteide borduna já na mão.Ai, senti no coração,o Brasil vai começar.
nóBReGA, Antonio. chegança. Letra disponível em: <http://antonio-nobrega.musicas.mus.br/letras/68957/>. Acesso em: jan. 2011.
As palavras desta canção explicam de outra maneira o contato entre o indígena
e o europeu.
• Proponha aos alunos uma questão para discussão: Como seria a situação in-
versa, isto é, se os não indígenas tivessem de se preocupar com a preservação
da sua cultura e precisassem se adaptar ao estilo de vida indígena?
Unidade 2 — O trabalho constrói o Brasil
Explore a questão do trabalho indígena e de como esses grupos se
organizam economicamente, lendo para os alunos os textos a seguir:
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InI. Página 49
do livro6
Economia
Nas sociedades indígenas o trabalho é bem dividido.
Todos sabemos o que é tare-fa para os homens e o que é tarefa para as mulheres. Normalmente o homem abastece a família com carne de caça e pesca, defende a aldeia de qualquer tipo de perigo
e prepara o terreno para que seja plantada a roça. As mulheres preparam o alimento, produzem farinha, plantam e colhem, con-feccionam redes e outros objetos. Elas também tomam conta das crianças pequenas e cuidam da casa. É com essa divisão de tare-
fas que a comunidade se mantém abastecida de alimentos o tem- po todo.
Nas comunidades indígenas não existe acúmulo de riquezas ou propriedade individual. Tudo o que está na natureza pertence a todos, a cada família cabe a pro-
Texto 1
MP. História
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Após a leitura dos textos, faça es-
tas atividades com os alunos:
1. Compare o tipo de comércio que
temos nas cidades com o moita-
rá, focando nas principais seme-
lhanças e diferenças.
2. Observe se existem experiên-
cias de vida compartilhada no seu dia a dia. Se existem, como elas são? Se não
existem, por que você acha que isso acontece?
Para sua referência, leia o texto a seguir.Página 51 do livro7
O ritual das trocas no Xingu
No Alto Xingu, cada povo é reconhecido por ser especialista na produção de algo. Por exem-plo, os arcos de madeira dura e preta são feitos pelos Kamaiurá, enquanto as grandes panelas de cerâmica são uma especialidade dos Wauja.
A troca desses e de outros produtos ocorre durante um evento chamado moitará, reali-zado entre casas de uma mesma aldeia ou entre aldeias diferen-tes. No primeiro caso, homens e mulheres (os visitantes) fazem a visita em momentos diferentes.
Mas o procedimento é o mesmo: um grupo leva os objetos que quer trocar até a outra casa. Os produtos passam pela mão dos interessados até que um de-les coloca no chão aquilo que de-seja dar em troca. Se a troca for aceita, o visitante recolhe do chão o que foi ofertado.
Os visitantes são recebidos com castanha de pequi e mingau de mandioca. Depois das trocas, eles se retiram e aguardam a re-tribuição da visita.
O moitará entre aldeias cos-tuma ocorrer na estação seca.
Homens e mulheres participam juntos. A aldeia visitante parte em expedição, conduzida por seu chefe, para uma outra aldeia, carregando os objetos que deseja trocar. Os objetos são de proprie-dade individual, mas as trocas são intermediadas pelos chefes das aldeias. Os produtos trocados são: cerâmica, enfeites, armas, ca-noas, flautas, redes, cestas, sal, alimentos e animais, além de bens dos brancos. Antes das trocas, os homens lutam huka-huka, tradi-cional luta corporal dos povos da região.
econoMIAS indígenas: vida compartilhada. Semana dos Povos Indígenas. cuiabá: cimi, 2007. disponível em: <http://ccr6.pgr.mpf.gov.br/institucional/eventos/docs_eventos/semana_dos_povos_indigenas.pdf>. Acesso em: abr. 2008.
Texto 2
Moitará — Troca de produtos entre os povos indígenas do Alto Xingu, no estado do Mato Grosso, 2007.
dução do que necessita para viver.É claro que as pessoas fazem
um comércio entre elas. Quem deseja possuir algo de outra fa-mília propõe uma troca com um objeto que tenha e de que aquela família necessite. Entre os de-zessete povos que hoje habitam o Parque Nacional do Xingu, há um comércio anual de produ-
tos que eles chamam de moitará e que consiste na troca de produ-tos feitos pelos grupos durante o ano todo.
Infelizmente a realidade que os povos indígenas vivem nos dias de hoje é um pouco diferente da do passado, quando, de fato, não havia fome ou pobreza. Hoje há casos de povos que passam
por necessidade de alimentos, provocada pela seca ou por não existirem mais animais para a caça e vegetais que sempre fize-ram parte da dieta daquele povo.
Com o tempo, o território in-dígena foi diminuindo e as socie-dades tiveram que se adaptar a um espaço menor e, por vezes, muito mais pobre.
MunduRuKu, daniel. Coisas de índio; versão infantil. São Paulo: callis, 2008.
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A escravidão — índios e negros
[...] A escravização do índio chocou-se com uma série de in-convenientes, tendo em vista os fins da colonização. Os índios ti-nham uma cultura incompatível com o trabalho intensivo e regu-lar e mais ainda compulsório, como pretendido pelos euro-peus. Não eram vadios ou pre-guiçosos. Apenas faziam o ne-cessário para garantir sua subsistência, o que não era difí-cil em uma época de peixes abundantes, frutas e animais. Muito de sua energia e imagina-ção era empregada nos rituais, nas celebrações e nas guerras. As noções de trabalho contínuo ou do que hoje chamaríamos de produtividade eram totalmente estranhas a eles.
[...]Os colonizadores tinham co-
nhecimento das habilidades dos negros, sobretudo por sua rentá-vel utilização na atividade açu-careira das ilhas do Atlântico. Muitos escravos provinham de culturas em que trabalhos com ferro e a criação de gado eram usuais. Sua capacidade produti-
va era assim bem superior à do indígena. O historiador ameri-cano Stuart Schwartz calcula que, durante a primeira metade do século XVII, nos anos de apo-geu da economia do açúcar, o custo de aquisição de um escra-vo negro era amortizado entre treze e dezesseis meses de tra-balho.
[...]Seria errôneo pensar que,
enquanto os índios se opuseram à escravidão, os negros a aceita-ram passivamente. Fugas indivi-duais ou em massa, agressões contra senhores, resistência co-tidiana fizeram parte das rela-ções entre senhores e escravos, desde os primeiros tempos. Os quilombos, ou seja, estabeleci-mentos de negros que escapa-vam à escravidão pela fuga e re-compunham no Brasil formas de organização social semelhantes às africanas, existiram às cente-nas no Brasil colonial. [...]
Admitidas as várias formas de resistência, não podemos dei-xar de reconhecer que, pelo me-nos até as últimas décadas do sé-
culo XIX, os escravos africanos ou afro-brasileiros não tiveram condições de desorganizar o tra-balho compulsório. Bem ou mal, viram-se obrigados a se adaptar a ele. Dentre os vários fatores que limitaram as possibilidades de rebeldia coletiva, lembre-mos que, ao contrário dos ídios, os negros eram desenraiza- dos de seu meio, separados arbi- trariamente, lançados em levas sucessivas em território estranho.
Por outro lado, nem a Igreja nem a Coroa se opuseram à es-cravização do negro. Ordens re-ligiosas como a dos beneditinos estiveram mesmo entre os gran-des proprietários de cativos. Vá-rios argumentos foram utiliza-dos para justificar a escravidão africana. Dizia-se que se trata-va de uma instituição já existen-te na África e assim apenas transportavam-se cativos para o mundo cristão, onde seriam civilizados e salvos pelo conhe-cimento da verdadeira religião. Além disso, o negro era conside-rado um ser racialmente infe-rior. [...]
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fAuSTo, Boris. História do Brasil. São Paulo: edusp, 2006.
Página 61 do livro8
Página 62 do livro9
Para ampliar os estudos sobre a vida e a obra de Aleijadinho, apre-
sente aos alunos a biografia do artista e, se possível, apresente tam-
bém o vídeo sobre ele, ambos disponíveis no site A cor da cultura:
<www.acordacultura.org.br/herois/episodio/aleijadinho>. Acesso em: ago. 2011.
Explore o tema tropeiros com a classe, apresentando o texto
a seguir:
Toda a comercialização do muar encontrado no Sul (tropas xucras1) era destinada para o Bra-sil central, ou seja, para a região de Minas Gerais, Mato Grosso, além de São Paulo, Rio de Janei-
ro, Espírito Santo e outras capita-nias onde os animais eram utili-zados como meio de transporte.
Cabia aos gaúchos a criação dos animais, aos paranaenses o aluguel de campos para as inver-
nadas, além de terem também campos criatórios e, aos paulis-tas, a comercialização nas feiras realizadas em Sorocaba, pois era a partir delas que esses animais eram distribuídos para todas as
1 Tropa xucra era formada por burros não preparados ou treinados para o transporte de mercadorias.
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Adaptado de STRAfoRInI, Rafael. No caminho das tropas. Sorocaba: TcM, 2001.
1. Sobre o texto, discuta com os alunos:
a. Qual era o principal motivo da criação de muares?
Os animais serviam como meio de transporte na região das minas e em São
Paulo, Rio de Janeiro e outras capitanias.
b. Quem se adaptava melhor a esse tipo de serviço?
O peão mestiço do branco com o negro, ou do branco com o indígena.
c. Compare a roupa e a comida dos tropeiros com as existentes hoje.
Resposta pessoal.
2. Dizem que as expressões “picar a mula”, “dar com os burros n’água” e “quando
um burro fala, o outro abaixa a orelha” vieram dos tropeiros. O que essas ex-
pressões significam? Procure no dicionário, troque ideias com seus familiares e
escreva no caderno o que você descobrir.
“Picar a mula”: ir embora (faz alusão ao toque de esporas que provocava o movi-
mento das mulas); “dar com os burros n’água”: frustrar-se, perder um negócio;
“quando um burro fala, o outro abaixa a orelha”: quando uma pessoa fala, a ou-
tra deve escutar.
Explore mais a diferença entre o trabalho escravo na época colo-
nial e o trabalho livre atual, na lavoura. Faça, na lousa, uma tabela
como a da página seguinte e preencha-a com os alunos.
regiões articuladas na economia mercantil colonial.
Apenas o homem já adaptado poderia vencer as dificuldades impostas pela natureza. Foi as-sim que se destacaram os peões, mestiços do branco com o negro, ou do branco com o indígena que muitas vezes começavam com uma pequena tropa e se torna-vam, futuramente, grandes e po-derosos tropeiros.
As dificuldades encontradas ao longo das estradas refletiram
no modo de vida do tropeiro.As roupas utilizadas pelos
tropeiros, pelo menos as dos do-nos das tropas, eram feitas de pano muito forte, incluindo cha-péu de feltro, botas de couro fle-xível até a altura das coxas e grandes mantas de baeta2 sobre os ombros.
Os camaradas, os aprendizes e os cozinheiros andavam a pé, descalços, e suas roupas eram fei-tas de tecidos muito rústicos.
Levando em conta os proble-
mas que enfrentavam durante toda a viagem, a distância e a di-ficuldade de transportar alimen-tos, o cardápio dos tropeiros constituía-se basicamente de carne-seca, feijão, angu de mi-lho, farinha de mandioca, torres-mo e café com açúcar. O alto pre-ço do sal impedia sua utilização. O feijão tropeiro é, até hoje, um prato frequente na alimentação em muitas cidades.
2 Baeta é uma espécie de tecido felpudo e grosso de lã ou de algodão.
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TrABALHO nOS CAnAVIAIS
MãO DE OBrAInSTrUMEnTOS
UTILIzADOSpAGAMEnTOÉpoca
colonial
Atualmente
Escrava
Livre
Ferramentas manuais (enxadas, arados, folhões, etc.).
Máquinas (tratores, caminhões, cultivadeiras, colheitadeiras, etc.). O trabalho manual existe, mas é restrito, principalmente, à colheita e, em vários casos, é praticado na agricultura familiar.
Inexistente. Em troca, os trabalhadores recebiam casa, comida e roupas.
Por empreitada, por dia de serviço ou por mês.
TrABALHO nOS CAnAVIAIS
MãO DE OBrAInSTrUMEnTOS
UTILIzADOSpAGAMEnTO
Para ampliar os estudos sobre Abolição, apresente à turma a bio-
grafia de Luís Gama, grande abolicionista brasileiro.
Luís Gama, nascido na Bahia em 1830, era filho de Luiza Mahin, uma africana liberta, e de pai português. Foi vendido pelo pai como escravo; por isso, passou a viver no Rio de Janeiro
e, posteriormente, em São Paulo.Aprendeu a ler e trabalhou
como tipógrafo. Adquiriu a liber-dade e tornou-se poeta, advoga-do e um dos mais importantes líderes abolicionistas do país.
Como advogado, teve atuação marcante contra a escravidão, li-bertando mais de 500 pessoas que viviam na condição de escra-vos. Faleceu em 1882.
Informações disponíveis em: uMA vISITA ao Museu Afro Brasil. São Paulo: Imprensa oficial/Secretaria Municipal de cultura, 2006.
Para sua referência, leia o texto a seguir:Página 71 do livro12
Heranças operárias
As vilas operárias surgiram no final do século XIX, começo do XX, em todas as grandes cidades do Novo Mundo que começavam seu processo tardio de industriali-zação, como Buenos Aires e Cida-de do México. Em São Paulo, eram geralmente construídas ao lado de uma fábrica e abrigavam imigran-tes, principalmente italianos.
São Paulo teve cerca de 40 vi-las, das quais hoje pouco ou nada resta. A cidade não dá conta de conservar suas históricas vilas operárias, principalmente as que já foram tombadas.
É o caso da Vila Economiza-
dora, na Luz (centro da cidade), que assiste calada à sua deteriora-ção. Tombada desde 1990, não conta, por exemplo, com uma as-sociação de moradores.
Da mesma maneira estão tam-bém outras vilas, como a Itororó, construída no começo do século passado na Liberdade, que trazia a primeira casa de São Paulo a con-tar com piscina, hoje um cortiço, e a Vila Suíça, no Glicério, ambas na região central. A exceção é a Vila dos Ingleses, na Luz, que subsiste inalterada pela mão forte de seu proprietário e pelo fato de ter se tornado centro comercial.
Cortiço na cidade do rio de Janeiro, em 1906. Muitos operários moravam em cortiços ou em bairros muito distantes.fo
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Leis que protegem as crianças
ECA, com letra maiúscula, re-presenta algo muito bonito, de que devemos nos orgulhar: é a sigla do Estatuto da Criança e do Adoles-cente — Lei nº- 8 069, de 13 de julho de 1990, publicada no Diário Ofi-cial da União de 16 de julho de 1990. Como o nome do estatuto é um tanto grande, usamos a sigla para simplificar...
O ECA surgiu da consciência de que as crianças e os adolescentes merecem proteção integral, isto é, condições dignas para o seu bom desenvolvimento. É um conjun- to de regras que estabelecem os direitos dos menores à vida, à saúde,
à convivência familiar, à educação... e também seus deveres dentro da sociedade. O Estatuto foi elaborado de forma democrática, com a parti-cipação do governo (poderes Legis-lativo, Executivo e Judiciário) e de vários movimentos populares.
Quando nasceu, dois anos após a promulgação da Constituição Fe-deral de 1988, o ECA foi conside-rado uma legislação avançada, bem superior ao Código de Meno-res, norma anterior, de 1979. Por meio do ECA, as crianças e os ado-lescentes passaram a ser encara-dos como dignos de direitos, inde-pendentemente de idade, etnia,
condições sociais, etc.Hoje cada vez mais gente, nos
diversos cantos do Brasil, está lu-tando para diminuir os casos de trabalho infantil, mortalidade in-fantil e violência dentro de casa.
Ao longo dos anos, o ECA so-freu algumas alterações e conti-nua sendo atualizado. O Estatuto não é mais criança. Em 2007, completou 17 anos! Já alcançou várias conquistas, e a ideia é aper-feiçoá-lo e torná-lo cada vez mais eficiente, para beneficiar mais e mais crianças e adolescentes, pois muitas crianças no Brasil ainda têm seus direitos desrespeitados.
Adaptado de dÁvILA, Sérgio. vilas de SP revelam história de trabalhadores. Folha.com.disponível em: <www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u85377.shtml>.
Acesso em: ago. 2011.
Adaptado de o eSTATuTo da criança e do Adolescente. disponível em:<www.plenarinho.gov.br/cidadania/direitos-e-deveres/copy_of_index_html>.
Acesso em: jan. 2011.
Bairro operário na cidade de São paulo, por volta de 1925.
Além dos bairros operários, havia desde essa época (início do século XX) os cor-
tiços. Se possível, mostre aos alunos as imagens desta e da página anterior e discuta
com eles as diferenças entre o bairro operário e o cortiço.
Conte aos alunos um pouco mais sobre o Estatuto da Criança e
do Adolescente:
Veja uma atividade que você pode desenvolver com os alunos sobre o tema tra-
balho infantil:
• Leia a letra desta canção com os alunos e conduza as atividades a seguir.
A Vila Maria Zélia foi construí-da no começo do século pelo in-dustrial Jorge Street (1863-1939), ao lado de sua fábrica de tecidos. Era considerada revolucionária pelo que oferecia aos trabalhado-res: creche, comércio cooperati-vo, hospital, igreja, restaurante, serviço de assistência social, mé-dica, odontológica e farmacêuti-ca. Foi tombada em 1992, mas a municipalidade não se dedicou ao local. O motivo, segundo o De-partamento do Patrimônio Histó-rico (DPH), órgão municipal que
responde pelos bens tombados em São Paulo, é o de sempre: falta de gente e recursos.
Formou-se assim a Sociedade Amigos da Vila Maria Zélia, que luta junto ao poder público por sua sobrevivência. A entidade acredi-ta que “nas mãos certas, a vila po-deria ser um destino turístico da cidade”. Felizmente há projetos de utilização das construções para um centro cultural e um museu do operário. Iniciativas semelhantes deram muito certo na Itália e na Argentina, por exemplo.
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LenIne; MoSKA, Paulinho. Relampiano. Letra disponível em: <http://letras.terra.com.br/lenine/88972>. Acesso em: ago. 2011.
relampiano
Tá relampianoCadê Neném?Tá vendendo dropsNo sinal pra alguém[...]
Todo dia é diaToda hora é horaNeném não demoraPra se levantar…
Mãe lavando roupaPai já foi emboraE o caçula choraPra se acostumarCom a vida lá de foraDo barraco...
Hai que endurecerUm coração tão fracoPra vencer o medoDo trovãoSua vida apontaA contramão...[...]
Tudo é tão normalTodo tal e qualNeném não tem horaPra ir se deitar...
Mãe passando roupaDo pai de agoraDe um outro caçulaQue ainda vai chegar...
É mais uma bocaDentro do barracoMais um quilo de farinhaDo mesmo sacoPara alimentarUm novo João NinguémA cidade cresce juntoCom Neném...[...]
a. Peça aos alunos que registrem, no caderno, as características de um dia de
sua vida.
b. Eles também devem apontar as diferenças entre sua vida e a vida de Neném.
c. Na opinião da turma, está certo crianças trabalharem? Peça aos alunos que res-
pondam a esta questão fazendo um desenho que expresse o que pensam sobre
o trabalho infantil. Eles podem utilizar palavras ou frases em seu trabalho.
d. No dia marcado, reúna os trabalhos da turma e organize a montagem de um
painel com todos os desenhos elaborados. Troque ideias com a classe: os alu-
nos representaram, em seus desenhos, opiniões diversas sobre o trabalho in-
fantil? Se possível, exponha o painel na quadra ou nos corredores, para que
possa ser visto pelo restante da comunidade escolar.foTo
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“O meu pai era paulistaMeu avô, pernambucanoO meu bisavô, mineiroMeu tataravô, baianoMeu maestro soberanoFoi Antônio Brasileiro.”
Página 92 do livro14
A árvore genealógica de Chico Buarque, um dos maiores com-
positores brasileiros da atualidade, revela a herança da invasão
holandesa no Nordeste, no século XVII.
Se possível, leia o artigo a seguir com os alunos. Usando-o como referência,
faça uma brincadeira com eles perguntando qual o antepassado mais antigo que
conhecem.
Incentive-os a conversar com familiares, a pesquisar o sobrenome em enciclo-
pédias e na internet.
Chico Buarque é de Holanda
Unidade 3 — Brasil: de colônia a república
Chico Buarque poderia prosseguir a viagem nostálgica da canção “Paratodos” e informar que um de seus antepassados era holandês.
Os Buarque de Hollanda descendem de Gaspar Nieuhoff Van Der Ley, capitão de cavalaria das tro-pas dos Países Baixos. O bravo guerreiro casou-se com Maria Gomes de Mello e foi morar em Goiana, no interior de Pernambuco, entre 1630 e 1640.
É quase certo, apontam os registros históricos, que Gaspar Van Der Ley tenha desembarcado no Brasil em data muito próxima àquela em que os 67 navios de guerra, de transporte e de carga aporta-ram no Recife: 15 de fevereiro de 1630. A partir daquele dia, e nos 24 anos seguintes, a Holanda dominaria parte do território do Nordeste brasi-leiro, de Sergipe ao Maranhão, fazendo da capital pernambucana, por suas terras planas e alagadi-ças, como as de Amsterdã, a capital de seu império na América.
Nas ramificações da árvore genealógica de Chi-co Buarque há duas mulheres de nome Maurícia e um Maurício, homenagem a Maurício de Nassau. Muitos pernambucanos, desde a invasão holande-sa, ganharam no nome e no sobrenome o Van Der Ley, transformado depois em Wanderlei. Eles tam-bém estão nos galhos genealógicos e nos atuais ca-tálogos telefônicos de Pernambuco.
Veja no quadro na página a seguir o caminho de dez gerações que leva Chico à Holanda. O bisavô mineiro e o tataravô baiano da canção “Paratodos” são maternos.
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FrAnCISCO BUArqUE DE HOLLAnDA(19/6/1944) rIO DE JAnEIrO–rJ
Sérgio Buarque de Hollanda(11/7/1902 a 24/4/1982)São Paulo–SP
Cristóvão Buarque de Hollanda(8/2/1864 a 13/2/1932)Rio Formoso–PE
Manuel Buarque de Gusmão Lima(18/4/1819 a 17/5/1906)Porto Calvo–AL
José Luis paes de Mello(12/4/1784 a 16/9/1844)Rio Formoso–PE
Francisco Xavier paes de Mello(14/4/1764 a 10/2/1835)Rio Formoso–PE
Francisco Xavier paes de Mello BarretoRio Formoso–PE
Manoel de Barros Wanderley
Cristóvão da rocha Wanderley
João Maurício Wanderley
Gaspar nieuhoff Van Der Ley
Maria Amélia Cesário Alvim(25/1/1910 a 6/5/2010)Rio de Janeiro–RJ
Heloísa Gonçalves Moreira(7/7/1868 a 16/1/1957)Niterói–RJ
Maria Madalena de HollandaCavalcanti de Albuquerque(12/7/1835 a 3/4/1924)Maragogi–AL
Luiza Izabel de Hollanda Cavalcanti de Albuquerque(8/6/1810 a 1853)Maragogi–AL
Maria rita Maurícia Wanderley(3/4/1781 a 28/8/1841)Sirinhaém–PE
Ana rita Maurícia WanderleySirinhaém–PE
Maria de Barros Lins
Feliciana de Melo e Silva
Maria rocha Lins
Maria de Mello
Texto e tabela adaptados de Bueno, eduardo. chico Buarque é de Holanda. Época Online.disponível em: <http://epoca.globo.com/especiais/500anos
/esp20000228.htm>. Acesso em: jan. 2011.
A cidade do Rio de Janeiro, devido a sua longa e importante histó-
ria, foi muito retratada, seja em gravuras e aquarelas, seja em de-
senhos e fotografias. Explore mais as mudanças e permanências
desta que foi uma das capitais do Brasil.
1. Peça aos alunos que pesquisem imagens antigas ou atuais da cidade em jornais, revis-
tas, enciclopédias, na internet, etc.
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Abdicação e morte
Dom Pedro envolveu-se em cri-ses internas e externas. Incompati-bilizou-se com o Exército, com o povo e com os políticos. Viu o Brasil se endividar e Portugal rebelar-se. Declarou uma guerra desastrosa à Argentina, a partir de dezembro de 1825, sendo vencido em Ituzaingó em 1827. O Exército afastou-se do imperador, indignado com a derro-ta e com a presença de portugueses no comando das tropas. O povo, re-crutado à força, também passou a odiar dom Pedro. Como se não bas-tasse, o conflito deixou o Brasil ain-da mais endividado. A crise finan-ceira se iniciara em 1825, quando, para obter de Portugal o reconheci-mento de sua independência, o Bra-sil foi forçado a pagar 600 mil libras à metrópole e assumir o pagamento de um empréstimo de 1,4 milhão de libras que Portugal fizera em ban-cos ingleses. Assim sendo, no mes-mo ano, o Brasil negociara seu primeiro empréstimo externo:
obteve 3,6 milhões de libras do banco de Nathan Rothschild, com juros anuais de 5% e um desconto inicial de 18,33%. Em 1826, o dinheiro simplesmente acabou e dom Pedro recorreu à emissão de moedas de cobre, que, além de se-rem postas em circulação com um valor quatro vezes superior ao va-lor nominal, seriam falsificadas em larga escala. Em 1827, o depu-tado mineiro Bernardo de Vascon-celos ia ao plenário fazer um alerta contra a “inchação” da economia.
Mas não era só isso: surgiram no Rio e em São Paulo inúmeros e “violentíssimos” jornais indepen-dentes — e os ataques a dom Pedro se tornaram uma espécie de es-porte nacional. Embora também atuasse como jornalista, o impera-dor fechou muitos dos pasquins. Mas quando o jornalista Líbero Ba-daró foi assassinado em São Paulo, em novembro de 1830, ficou claro que ele não se sustentaria por mui-
to mais tempo no poder. O con-fronto entre brasileiros e portu-gueses havia chegado ao auge. Em 7 de abril de 1831, dom Pedro abdi-cou em nome de seu filho de 5 anos, dom Pedro II, nomeando José Bo-nifácio como tutor da criança. De volta a Portugal, dom Pedro ainda derrubaria seu irmão dom Miguel, aliado dos absolutistas e usurpador do trono. Em 1834, no palácio de Queluz, em Portugal, no mesmo quarto em que nascera 36 anos an-tes, dom Pedro I morreu serena-mente, vítima de tuberculose. Em três décadas e meia de vida ele fun-dou o Império do Brasil, fez suces-sores de ambos os lados do Atlânti-co e, embora tenha centralizado o poder, sempre agiu constitucional-mente. As duas constituições que criou (em 1824 no Brasil e em 1834 em Portugal) foram as primeiras a garantir os direitos básicos dos ci-dadãos luso-brasileiros.
Adaptado de Bueno, eduardo. Brasil: uma história; a incrível saga de um país. São Paulo: Ática, 2007.
2. Marque um dia para que os alunos levem para a escola o material recolhido.
3. Em grupo, compare as imagens trazidas. Proponha questões como:
a. Que características a cidade do Rio de Janeiro guarda desde o passado?
Os alunos poderão explorar aspectos naturais que existiam no passado e
construções antigas que permanecem até hoje, como o palácio da Quinta da
Boa Vista, e novas, como a Ponte Rio–Niterói.
b. E as diferenças?
Os alunos poderão observar que nos morros, antes forrados de vegetação,
hoje há favelas, e que alguns aspectos naturais foram alterados, como o Ater-
ro do Flamengo.
Em março de 1824, dom Pedro I dominava a cena política brasi-
leira, tendo poderes para dissolver a Constituinte e baixar uma
Constituição. Sete anos mais tarde, seria obrigado a abdicar do
trono. O que houve nesse ínterim?
Veja o que houve com dom Pedro I entre 1824 e 1831:
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Ao explorar os símbolos nacionais, aproveite para trabalhar o
tema transversal Ética.
1. Bandeira do Brasil
Nossa bandeira foi criada em 19 de novem-
bro de 1889, quatro dias depois da proclama-
ção da República.
Cada uma das quatro cores da Bandeira Na-
cional tem um significado: o verde simboliza
nossas matas, o amarelo é o ouro (representan-
do as riquezas nacionais) e o branco é a paz. O
círculo azul representa o céu do Rio de Janeiro com a constelação do Cruzeiro do
Sul às 8h30min de 15 de novembro de 1889, data da proclamação da República.
2. Armas Nacionais ou Brasão Nacional
As Armas Nacionais, ou Brasão Nacional,
são obrigatórias nos edifícios-sede dos gover-
nos federal, estadual e municipal e em todos os
papéis oficiais do governo federal (publicações,
convites, etc.).
As Armas são formadas por um escudo re-
dondo sobre uma estrela de cinco pontas e uma
espada. Também há, no centro, o Cruzeiro do Sul. À esquerda, há um ramo de café
e, à direita, um ramo de fumo. A data que aparece nas Armas é a da proclamação
da República.
3. Selo Nacional
A finalidade do Selo Nacional é autenticar os
documentos oficiais. Seu uso é obrigatório em
qualquer ato do governo e em diplomas e certi-
ficados escolares. Ele reproduz a esfera que
existe na Bandeira Nacional.ILu
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4. Hino Nacional
Hino é uma canção feita para exaltar, seja um time de futebol, seja um país. E só
exalta quem gosta. Para gostar, é preciso conhecer, interessar-se, participar.
A letra e a melodia do Hino Nacional Brasileiro são muito complexas. Entretan-
to, “cada estrofe diz alguma coisa sobre nosso país. O Hino precisa ser traduzido
para as crianças em termos de imagens, de histórias que falam do nosso território e
dos mitos que construíram a nacionalidade brasileira”, avalia o antropólogo Ro-
berto DaMatta.
Apresente o Hino à classe como um texto, separado da melodia. Esse, aliás, foi
seu processo de criação. A música de Francisco Manuel da Silva, composta em 1831,
esperou 77 anos até receber os versos de Joaquim Osório Duque Estrada, vencedor
de um concurso promovido em 1908*.
Você pode realizar uma nova atividade com os alunos. Apresen-
te à turma alguns nomes de cidades, ruas, avenidas, praças e ro-
dovias que fazem homenagem a presidentes que o Brasil já teve,
como: Município de Presidente Prudente; Avenida Getúlio Vargas; Rodovia Pre-
sidente Dutra; Praça Marechal Deodoro; Rodovia Washington Luís; Rua Afonso
Pena. Comente que, no Brasil, o presidente é eleito por um período de quatro anos
e pode ser reeleito por mais quatro anos. É o presidente quem escolhe os minis-
tros que vão ajudá-lo a governar o país. Em 2010, Dilma Rousseff foi a primeira
mulher eleita presidente (ou presidenta) do Brasil.
Em seguida, conduza as atividades:
1. Peça aos alunos que formem grupos. Eles devem procurar em jornais, em re-
vistas e na internet fotos da presidente do Brasil e de seus ministros.
2. Os alunos devem reunir as fotos encontradas e produzir legendas para cada
uma, identificando: quem aparece na foto, o cargo que ocupa, etc.
3. Peça aos alunos que montem um painel, em cartolina, com as fotos. Se pos-
sível, faça uma exposição com os painéis.
4. Por fim, peça aos alunos que procurem outras cidades, ruas, avenidas ou ro-
dovias com nomes de presidentes.
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*Adaptado de Lição verde-amarela. Nova Escola. São Paulo: Abril, ago. 2000.
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Promova uma pesquisa sobre a capital do Brasil. Para sensibili-
zar os alunos, apresente-lhes a situação a seguir:
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1. Divida a classe em grupos e proponha que cada grupo faça uma pesquisa sobre
uma das construções da cidade de Brasília (Catedral, Praça dos Três Poderes, Pa-
lácio do Planalto, Esplanada dos Ministérios, Congresso Nacional, etc.).
2. Os grupos deverão:
• descobrir o que funciona no prédio pesquisado e quem o ocupa;
• descrever suas características arquitetônicas mais marcantes (procurar em jor-
nais, revistas, livros ou na internet imagens do prédio que estiverem pesquisando).
3. No dia marcado, cada grupo deverá apresentar sua pesquisa para a classe.
4. Para concluir, convide todos os alunos a elaborar um painel sobre Brasília com o
material coletado pela classe.
5. Veja algumas imagens de Brasília que poderão fazer parte do levantamento dos
alunos. Todas elas são projetos de Oscar Niemeyer.
Brasília
Como nascem as cidades? Nor-malmente nascem e crescem sem que a gente nem perceba! Uma pes-soa faz uma casa, depois outra pes-soa faz outra casa, depois vêm as ruas, uma escola, um hospital...
Mas com Brasília, a capital do nosso país, foi diferente. Brasília foi inteiramente planejada. Teve até concurso para ver quem imagi-nava a cidade mais legal. Dois ar-
quitetos, Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, ganharam a disputa.
Eles decidiram dividir Brasília em partes. Cada parte servindo para uma coisa: esse bairro vai ser só para as pessoas morarem, esse outro só vai ter escritórios, aquele vai ter hospitais. Desenharam pré-dios e monumentos modernos, bem grandes e diferentes. E não é que deu certo? Depois que a cidade
ficou pronta, em 1960, todo mun-do queria visitá-la.
Os prédios mais bonitos de Brasília são todos muito diferen-tes. Os desenhos saíram da cabeça de Oscar Niemeyer, um dos mais importantes arquitetos brasileiros. A Brasília que ele sonhou é tão di-ferente e única que, em 1987, se tornou Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade.
Adaptado de BRASÍLIA. Canal Kids. disponível em: <www.canalkids.com.br/viagem/brasil/brasilia.htm>. Acesso em: jan. 2011.
É a sede do poder Executivo brasileiro. neste local fica o gabinete do presidente do Brasil.
É a sede do poder Legislativo. Inclui a Câmara dos Deputados e o Senado Federal.
Este é o órgão máximo do poder Judiciário nacional.
[1] [2] [3]
Congresso nacionalpalácio do planaltoEdifício-sede do SupremoTribunal Federal
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Para complementar o estudo do tema, apresente para a classe a le-
tra da canção “Apesar de você”, de Chico Buarque de Hollanda,
composta em 1970. Se possível, leve uma gravação dessa canção
para a classe. Trabalho conjunto com Língua Portuguesa.
Página 117do livro20
Depois de apresentar a canção para a classe, comente que na época do regime militar
as pessoas não podiam se manifestar contra o governo e a situação vigente. Em seguida,
troque ideias sobre o texto e veja o que o autor sugeriu provavelmente com os versos:
Sede do Ministério das relações Exteriores. É o centro da política externa brasileira. possui arcos que se refletem num espelho-d´água onde há ilhas de plantas tropicais.
Localizado na Esplanada dos Ministérios, faz parte do conjunto cultural da república. Está emuma cúpula com quase 90 metros de diâmetro, circundado por um espelho-d´água.
É a residência oficial do presidente da república. Está às margens do lago paranoá e é um símbolo da moderna arquitetura brasileira.
[1] [2] [3]
palácio da Alvorada palácio do Itamaraty Museu nacional de Brasília
BuARque, chico. Apesar de você. Letra disponível em: <www.chicobuarque.com.br/construcao/mestre.asp?pg=apesarde_70.htm>. Acesso em: ago. 2011.
Apesar de você
Hoje você é quem mandaFalou, tá faladoNão tem discussãoA minha gente hoje andaFalando de ladoE olhando pro chão, viu[...]
Apesar de vocêAmanhã há de serOutro diaEu pergunto a vocêOnde vai se esconderDa enorme euforiaComo vai proibir
Quando o galo insistirEm cantarÁgua nova brotandoE a gente se amandoSem parar[...]
“ Hoje você é quem mandaFalou, tá falado” ”Você” representa a ditadura e seus governantes à época em que a canção foi feita.
“A minha gente hoje andaFalando de lado e olhandopro chão” É uma época em que as pessoas não podiam falar abertamente o que pensavam.
“Apesar de vocêAmanhã há de ser outro dia”O autor tinha a esperança de que, apesar da presença dos militares no poder, o regime ditatorial haveria de acabar.
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Adaptado de A ALIMenTAção no cotidiano paulista. In: Prazer em comer.São Paulo: Imprensa oficial do estado, s.d.
Unidade 4 — O cotidiano na História
Proponha uma atividade em grupo em que os alunos explorem o
tema da alimentação. Para sensibilizá-los, apresente-lhes o texto
a seguir, que fala da alimentação dos paulistas nos anos 1800.
Nessa época o povo de São Paulo se alimentava de três a quatro vezes por dia. Faziam o desjejum logo ao amanhecer; to-mavam leite com açúcar. O almo-ço era por volta das 8 horas. O jantar acontecia às 12 horas.
Os mais ricos começavam o jantar com caldos de várias car-
nes. Depois, galinha ensopada, frita ou assada, com molho de pi-menta bem forte e gomos de la-ranja, saladas verdes com cebola e azeitonas importadas. Ao fi-nal, canjica de milho cozida com leite açucarado e pitadas de ca-nela em pó, queijos frescos ou curados, compotas e frutas fres-
cas da estação. Isso para os ricos, é claro. Os pobres comiam car-ne-seca misturada com feijão- -preto ou mulatinho, farinha de mandioca ou de milho, vegetais e frutas comuns, pois qualquer um podia ter sua plantação no fundo do quintal.
• Em grupo, os alunos deverão escrever um relato sobre os hábitos alimentares
do povo de sua cidade, na época atual: quantas refeições fazem por dia, em que
horário e o que geralmente comem em cada uma delas.
• Conclua a atividade discutindo com a classe as diferenças entre os hábitos ali-
mentares dos anos 1800 e os atuais.
Esta outra unidade foca o tema O cotidiano na História, por isso as relações en-
tre as crianças brancas e as negras podem ser analisadas com base na canção “Mor-
ro velho”, de Milton Nascimento.
Os meninos, brancos e negros, podiam brincar juntos na fazenda, mas, quando
cresciam, o destino os separava para sempre.
A globalização é um fenômeno mundial que se acelerou a partir
de 1991 com a derrocada da economia socialista, liderada até en-
tão pela União Soviética.
Comente com a classe que as decisões tomadas em um país podem afetar outros
bem distantes; que mercadorias podem ser fabricadas na China, Taiwan ou Filipi-
nas, onde a mão de obra é barata, e ser vendidas no mundo todo; que a maior parte
da produção e do comércio mundial é controlada por grandes empresas internacio-foTo
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nais; que a velocidade dos meios de comunicação (modernos computadores, siste-
ma de telefonia e comunicação via satélite) e a modernização dos transportes facili-
tam e aceleram o processo de globalização.
Ninguém mais precisa ficar isolado. Todos podem se integrar na comunidade in-
ternacional e participar da busca de soluções para os problemas mundiais.
No livro, os alunos viram o Saci-Pererê e o Curupira. Se possível,
mostre à turma mais alguns personagens do folclore brasileiro:
Lobisomem
Um homem se transforma em lobo nas noites de lua cheia e ataca as pessoas que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata é capaz de matá-lo.
Mula sem cabeça
De acordo com a lenda, ela aparece como um animal inteiro, forte, lançando fogo pelas narinas e pela boca. A lenda conta ainda que uma mulher teve um romance com um padre e, como castigo, foi transformada em um animal quadrúpede.
Página 150do livro23
Mãe-d’Água
É muito parecida com a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.
Boitatá
É um monstro com olhos de fogo, enormes. De dia é quase cego, à noite vê tudo. Ele protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir aqueles que desrespeitam a natureza.
Retome com a classe que cultura popular e folclore são sinônimos.
Proponha as seguintes questões para a classe: “Quem será que inventou as brin-
cadeiras de pião, amarelinha ou trava-língua?”; “E os pratos como paçoca, feijoada
ou vatapá?”; “E as danças como carimbó, lundu e frevo?”; “E os folguedos como a
congada e os maracatus?”.
Conte-lhes que tudo isso é aprendido em conversas com amigos, pais ou avós e
que, desse mesmo jeito, são passados muitos outros saberes, como mitos e lendas,
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Caderno de atividades
interdisciplinares
artesanatos, instrumentos musicais. Esse tipo de conhecimento, passado de uma
geração para outra, é chamado de cultura popular.
Materiais complementaresEste volume de História conta com alguns materiais complementares, que se
distribuem a partir de dois objetivos: aprofundar conteúdos desta disciplina e/ou
desenvolver articulações interdisciplinares. São eles:
• Caderno de atividades interdisciplinares;
• Almanápis;
• ápis Tabuleiros;
• ápis Adesivos;
• ápis Peças.
O Caderno de atividades interdisciplinares do 5º- ano desenvol-
ve-se em torno dos temas: O índio brasileiro — ontem e hoje,
Navegações do século XVI e Imigração negra, por meio de ativi-
dades de exploração e interpretação de imagens e textos. Articu-
lam-se a esses temas:
• utilizações da palmeira e fruto do buriti,
noção de vitaminas essenciais para o orga-
nismo humano (Ciências);
• noção de valor, troca e sistema monetário
(Matemática);
• hábitos indígenas e artesanato (Geografia
e Ciências);
• noção de pirâmide alimentar: proteínas,
carboidratos, lipídios, vitaminas e mine-
rais (Ciências);
• propostas de leitura e interpretação de poe-
mas e textos (Língua Portuguesa).
Sugere-se desenvolver as atividades deste Ca-
derno em duplas ou trios, no sentido de propiciarem diálogo e reflexão entre os alunos.
3º
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Caderno de AtividadesINTERDISCIPLINARES
Cópia ilegal não é legal!Ao comprar um livro, você remunera e reconhece o trabalho
do autor e o de muitos outros profissionais envolvidos na
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revisores, designers, ilustradores, gráficos, divulgadores,
distribuidores, livreiros, entre outros. Ajude-nos a
combater a cópia ilegal! Ela gera desemprego, prejudica a
difusão da cultura e encarece os livros que você compra.
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MATEMÁTICA
LÍNGUA PORTUGUESA
GEOGRAFIA
HISTÓRIA
CIÊNCIAS
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MP. História
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O Almanápis de História deste volume compõe-se das seções:
• Cartão-postal – para o aluno e alguns colegas escreverem
cartões-postais, como se estivessem em viagem;
• Você sabia? – para a leitura de curiosidades
diversas;
• Desafios – para o aluno aprender a fazer
uma luneta usando cartolina e cola;
• No futuro quero ser... – para o aluno identi-
ficar alguns tipos de profissões retratadas
nas imagens e completar o quadro, junto
com os seus amigos, com desenhos do que
querem ser quando crescerem;
• Gibizando – para leitura e produção de
tirinhas;
• Espaço da canção – para leitura da letra de
duas músicas: “Brasil, terra adorada”, de
Cartola, e “Canta, Brasil”, de Gal Costa.
• Divertilândia – para o aluno encontrar pa-
lavras referentes às lições de História deste ano, no Acha-palavras; para deci-
frar códigos que escondem nomes de especiarias das Índias em Especiarias
codificadas; e para brincar de Jogo de 7 erros.
A ideia é que esse material possa circular entre os alunos para que eles troquem
a sua produção, conhecendo diferentes alternativas para cada proposta.
O jogo disciplinar deste volume — Jogo da História do Brasil — é
um jogo de tabuleiro que começa na casa 1500 e leva o aluno a
“caminhar” até a atualidade, passando pelos fatos históricos do Brasil. Todas as
perguntas do jogo são relativas ao conteúdo aprendido no livro do 5º- ano, em torno
dos assuntos: Sistema colonial no Brasil, Proclamação da Independência e antece-
dentes e Proclamação da República.
Já o jogo interdisciplinar — Cruzadinha do Conhecimento — organiza-se em
torno de vários temas trabalhados nas diversas disciplinas neste ano de escolaridade.IMA
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Cópia ilegal não é legal!
www.projetoapis.com.brwww.atica.com.br HISTÓRIAParte integrante do Projeto Ápis –
História, 5º- ano.Venda e reprodução proibidas.
aprendendo!
Aprenderbrincando,
brincar
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Ápis Tabuleiros
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Neste volume, além dos adesivos voltados para a organização da
vida escolar do aluno, encontram-se aqueles que complementa-
rão um dos tabuleiros (Jogo de História do Brasil).
O conjunto de peças traz as cartas e os dados dos jogos.
HISTÓRIA
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Quantidade de jogadores• 1 a 3
Modo de jogar• Destaque as cartas e as letras do Ápis
Peças, das páginas 11 a 15, e tenha
papel e caneta em mãos.
• Embaralhe as cartas e divida-as
igualmente pelo número de jogadores.
• As perguntas do tabuleiro têm
números. As cartas tiradas no início do
jogo são numeradas e correspondem
às perguntas do tabuleiro que cada um
terá de responder.
• Com as letras destacadas, cada
jogador deverá responder às suas
perguntas, na ordem que desejar,
formando a resposta no espaço
quadriculado do tabuleiro.
• Quem estiver com o número 1 começa
a partida. Assim que for montada a
resposta da pergunta número 1, o
jogador à sua direita terá a vez. Ele
deverá cruzar a sua resposta com a(s)
palavra(s) que já está(ão) no tabuleiro.
Se não for possível, passa-se a vez.
Cruzadinha do conhecimento
1. Que nome se dá à criação de
bovinos e suínos?
2. Complete: Na época da escravatura,
quando um senhor libertava um
escravo, ele dava a ele uma carta de
.
3. Quantos algarismos tem o resultado
da divisão de 2 000 por 50?
4. Quem assinou a Lei Áurea?
5. O estômago faz parte de que
sistema do corpo humano?
6. Complete: Um triângulo que tem os
três lados diferentes chama-se
.
7. Qual o primeiro nome do escritor
brasileiro que criou a personagem
“Narizinho”?
8. Complete: Um texto organizado em
versos, às vezes com rimas, chama-se
.
9. Qual é o nome da galáxia em que o
planeta Terra está?
10. Qual é o nome do relevo em que
predominam as superfícies planas?
11. Complete: A palavra “você” é um
pronome de .
12. Complete: Júlio Verne escreveu
histórias de ficção .
Perguntas
Os acentos e os espaços deverão ser ignorados.
Escreva suas respostas em um papel para conferi-las ao final do jogo!
Ganha o jogador que responder primeiro a todas as suas perguntas.
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Ápis Adesivos e Ápis Peças
Adesivos
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Jogo 1História do Brasil
Cole estes adesivos no seu tabuleiro.
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Jogo da História do BrasilAs cartas desta página e das páginas a seguir você destacará para brincar com o Jogo da História do Brasil.
Jogo 1
Que nome se dá ao conjunto de temperos
que os europeus buscavam nas Índias?
Especiarias.
Resposta
Qual é o nome do tipo de comércio baseado
na troca praticado entre portugueses e
índios?
Escambo.
Resposta
Qual era o nome das embarcações
portuguesas que ancoraram no Brasil
em 1500?
Caravelas.
Resposta
Qual foi o primeiro produto a ser cultivado
por portugueses no Brasil?
Cana-de-açúcar.
Resposta
Como se chamava o tratado que dividia a América do Sul entre
espanhóis e portugueses?
Tratado de Tordesilhas.
Resposta
De onde vinham os escravos que serviram
de mão de obra no Brasil colonial?
Da África.
Resposta
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