macroeconomia e desenvolvimento: brasil · 2019-06-15 · •governo temer “ponte para o...
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Macroeconomia e Desenvolvimento: Brasil
III Seminário Internacional de Politicas Públicas, Capacidades Estatais e Desenvolvimento em Estados Federativos: Brasil e Argentina em
perspectiva comparada
Rio de Janeiro, 01/10/2018
Luiz Fernando de Paula (IESP/UERJ)
Estrutura da apresentação
•Macroeconomia do Desenvolvimento: visão estruturalista-keynesiana
• Experiencia desenvolvimentista recente no Brasil
• Fatos estilizados
•Política econômica
•Balanço da experiência desenvolvimentista
Macroeconomia do Desenvolvimento: visão keynesiana• Importância da política macroeconômica para o
desenvolvimento econômico
•Principio da demanda efetiva
•Restrição externa ao crescimento
• “Socialização dos investimentos”
•Politicas econômicas ativas e bem-coordenadas
Núcleo conceitual (Fonseca, 2015)
ATRIBUTOS SUPOSTOS: intencionalidade; capitalismo
DISTRIBUIÇÃO DE RENDA?
Macroeconomia do Desenvolvimento: visão estruturalista
• Especificidade da “condição periférica”
• Inserção internacional: “parceiros desiguais” nos fluxos comerciais e de capitais (Prebisch, Ocampo)
•Desenvolvimento é um processo de mudança estrutural e desequilibrado (Hirschman)
• Transformação produtiva com equidade social
• Ignacio Rangel: reconfiguração do papel do Estado a cada estágio do desenvolvimento!
Economia em stop-and-go: PIB real (% a.a.)
Periodo PIB (% a.a.) - média
1999/2002 2,3
2003/2005 3,4
2006/2010 4,5
2011/2014 2,3
2015/2016 -2,3
2017 1,0
Taxa de desemprego (%)
12,4
11,0
9,7 9,7
8,6
7,9 8,0
6,2
5,5
6,9
6,2 6,5
9,0
12,0 11,8
-
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Oferta de crédito (% a.a. real)
-25,0
-15,0
-5,0
5,0
15,0
25,0
35,0
45,0
2003
.01
2003
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.09
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.01
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.01
2007
.05
2007
.09
200
8.0
1
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.05
200
8.0
9
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.01
200
9.0
5
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0.0
1
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.09
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.01
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.01
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.01
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.01
2018
.05
Público Privado Total
Salário mínimo – 1999/2018
0,00
100,00
200,00
300,00
400,00
500,00
600,00
700,00
800,00
900,00
1.000,001
99
4.0
7
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.12
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19
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10
.10
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.03
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.08
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.01
20
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12
.11
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.04
20
13
.09
20
14
.02
20
14
.07
20
14
.12
20
15
.05
20
15
.10
20
16
.03
20
16
.08
20
17
.01
20
17
.06
20
17
.11
20
18
.04
Salário minimo nominal
Salário mínimo real (INPC)
Polinômio (Salário mínimo real (INPC))
Distribuição funcional da renda (%): massa salarial dividida pelo PIB
37,1% 37,1% 36,9%
35,8%
36,7%
35,8%
36,8%
38,3%
39,0%
40,0%
41,7% 41,9%
42,8%
45,3% 45,0%
46,8%46,3%
30,00%
32,00%
34,00%
36,00%
38,00%
40,00%
42,00%
44,00%
46,00%
48,00%
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Indice de Gini
0,56
0,550,54
0,530,53
0,52
0,51 0,510,50
0,50
0,49
0,44
0,46
0,48
0,50
0,52
0,54
0,56
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011 2012 2013 2014 2015
Distribuição da renda e riqueza
• Morgan (2017): de 2001 a 2015, os 1% mais ricos aumentaram sua participação na renda total de 25% para 28%, os 50% mais pobres subiram apenas de 11% para 12%, enquanto os 40% intermediários reduziram sua participação de 34% para 32%.
• Kerstenetsky (2017) mostra a regressividade da estrutura tributária no país: a alíquota máxima do imposto de renda é de 27%, abaixo da média da América Latina (31%) e da média da OECD (42%); desde 1995 a distribuição de lucros e dividendos aos acionistas é isenta de imposto renda, uma peculiaridade de apenas dois países, Brasil e Estônia.
Participação da indústria no valor agregado (preços correntes)
27,0
28,7 28,627,8
27,1 27,4
25,7
27,4 27,226,1
24,923,8
22,5
21,2 21,5
16,917,9 17,4
16,7 16,6 16,615,4 15,0
13,912,6 12,3 12,0 12,2 11,9 11,8
0
5
10
15
20
25
30
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Industria geral/valor agregado Industria transformação/valor agregado
Saldo comercial (US$ bilhões)
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017
Manufacturing Non-manufacturing
Saldo externo do setor publico
-200
-100
0
100
200
300
400
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Divida pública externa
Reservas internacionais
Dívida pública externa líquida
Experiência desenvolvimentista dos governos do PT: Governos Lula
Boom de commodities
ExportaçõesCrescimentoeconômico
Exportações + Fluxos de ks
externos
Apreciação da taxa de câmbio
“Baixa” inflação
Política de salário minimo+ consignado
Renda real + crédito ao
consumidorConsumo
Taxa real de juros (% a.a.)
-
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
180,0
20
03
.01
20
03
.04
20
03
.07
20
03
.10
20
04
.01
20
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.04
20
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20
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.10
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REER Selic
Lula da Silva I Lula da Silva II Roussef I Roussef II Temer
Cambio/salario (junho/1994 = 100)
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
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Brasil: um indicador macroeconômico de financeirização (1970-2015)
19Fonte: Elaboração própria com base nos dados do IBGE, BCB e Morandi (2015).
,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
Taxa de acumulação de capital fixo produtivo
Taxa de financeirização = relação estoque total de ativos finaneiros / estoque de capital fixo
f
g
Períodos 1970-1980 1981-1994 1995-2016
Índice de financeirização
= f/g1,06 2,04 7,66
Experiência desenvolvimentista dos governos do PT: Dilma I
Nova MatrizMacroeconômica
Redução da taxa de juros +
Desvalorizaçãocambial +
financiamentosubsidiado
Crescimentoeconômico?
Represamentonos preços de
energia e gasolina
Evitar aumentona inflação
Deterioraçãonas margens
dos produtores
Política fiscal
Isenção fiscal (bens duráveis +
folha de pagamento das
firmas )
Nem consumo nem produção
industrial aumentaram
Taxa de crescimento do investimento publico(% a.a.)
Federal State Municipal Public Federal state- Public
Period government government government administration owned banks sector
2002-2006 -0.6 1.9 0.1 0.6 0,0 0.4
2006-2010 25.4 13.8 6.1 13.5 23.2 17,0
2010-2014 -0.4 1.9 -2.4 -0.1 -2.4 -1,0
2011-2015 -6.2 -3.9 -2.5 -4,0 -6.9 -5.2
Source: Orair (2016, p.16).
(*) Data deflated by implicit GDP deflator to 2015.
Crise econômica e políticaMatriz da crise
Fatores econômicos(Politica econômica, conjuntura internacional, financeirização)
Fatores políticos(Ruptura coalização neodesenvolvimentista, Conselhão, Lava-jato, Congresso, Política externa)
Fatores exógenos(Crise hidrica, commodities,Petrobras, etc.)
Fatores endógenos(Má coordenação da politica econômica; gestão da coalização, etc.)
Dilma II: fracasso do ajuste ortodoxo impossivel
Contraçãofiscal
expansionista
Melhoria na confiançados agentes
Crescimento econômico
Tentativa de um forte
ajuste fiscal
Inicialmentesuperávit primário
de 1,2% do PIB
Saldo primário de -0,6% do PIB e serviço da dívida de -5,5% em 2015
Tempestadeperfeita
Deterioração dos termos de troca, ajuste fiscal, a
aceleração inflacionária, crise hídrica, desvalorização da moeda, aumento Selic,
Lava-jato
Forte recessão
Governo Temer: “Ponte para o futuro”
Retorno aotriplé macro
Cambioflutuante, ajuste
fiscal gradual, politica
monetária
Confiança?
EC 95Teto para gastos(Reajuste com base no IPCA ana anterior)
Ajuste fiscal exequivel?
Reformatrabalhista
Flexibilizaçãonas relações de
trabalho e terceirização
Mais emprego?
Precarização?
Experiência desenvolvimentista: balanço• Desenvolvimentismo nos governos do PT:
a) Ruptura em relação ao período anterior.
b) Projeto nacional, papel ativo do Estado, distribuição de renda, mudança estrutural?
c) Que tipo de desenvolvimentismo?
• Reformismo fraco (Singer, 2018): pacto politico; reformas?
• Constrangimentos externos ou erros de políticas?
• Governo Temer “Ponte para o Futuro” => reformas neoliberais
• Frente anti-desenvolvimentisma (burguesia e classe média)
• Financeirização e grau de autonomia da politica econômica
• Fatores políticos e econômicos
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