literatura brasileira - Álvares de azevedo
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Romantismo
Literatura Brasileira
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3
Tudo que você não conhece sobre Álvares de
Azevedo está submerso em um rio de mistérios.
Nesta edição do Romantismo, contaremos a
história e os segredos não divulgados do autor
que nasceu em uma biblioteca e tornou-se o
maior escritor romântico da segunda geração. Além disso, mostraremos seus maiores clássicos
de modo a demonstrar a genialidade do autor
ao escrevê-las, começando a escrever aos 10
anos e infelizmente terminando com sua trágica
e prematura morte aos 21 anos.
As inspirações do poeta da dúvida, sua curta
vida boêmia, o contexto romântico que
circundou sua vida entre muitas outras
curiosidades sobre nosso querido Álvares de
Azevedo.
Escuta
4
Alvares de Azevedo –
Biografia – pág. 8
Romantismo - O que
foi? -> pág. 6
Índice
5
Alvares de Azevedo –
Obras – pág. 10
Alvares de Azevedo –
Curiosidades – pág. 15
6
O Romantismo foi marcado por dois
acontecimentos históricos importantes: as
Revoluções Industrial e Francesa. A vida social
estava dividida entre a burguesia industrial e o
surgimento da classe operária, os proletariados.
A burguesia ganhava poder e o capitalismo se
desenvolvia cada vez mais, enquanto os
impérios feudais e a aristocracia que dependia
deles encontrava-se em situação de
calamidade. Era o fim do absolutismo na Europa
(causado pelos dois movimentos revolucionários
citados anteriormente) e o início da
industrialização (que se espalhou por toda
Europa).
O ideal da Revolução Francesa de liberdade,
igualdade e fraternidade alcançou a América
Latina e foi um marco para um período de
independência nas colônias da Espanha e
Portugal. Assim, houve a independência de:
Paraguai, Argentina, Venezuela, Chile, Equador,
Peru, México, Brasil, América Central, Bolívia e
Uruguai.
Já na literatura, a fase romântica rompeu com
a tradição clássica, imposta pelo período
árcade, e apresentou novas concepções
literárias, dentre as quais podemos apontar: a
observação das condições do estado de alma,
das emoções, da liberdade, desabafos
sentimentais, valorização do índio, a
manifestação do poder de Deus através da
natureza acolhedora ao homem, a temática
voltada para o amor, para a saudade, o
subjetivismo.
Romantismo – O que foi?
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Os principais autores românticos no Brasil são:
• Poesia: Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo,
Casimiro de Abreu, Junqueira Freire, Fagundes
Varela, Castro Alves, Sousândrade.
• Prosa: Joaquim Manuel de Macedo, Manuel
Antônio de Almeida, José de Alencar.
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Poeta, dramaturgo, contista, escritor,
romancista, Manuel Antônio Álvares de
Azevedo nasceu em São Paulo, em 12 de
setembro de 1831; filho de Inácio Manuel
Álvares de Azevedo e sua esposa, Maria Luisa
Silveira da Mota, ambos de famílias ilustres.
Criou-se no Rio de Janeiro onde fez os estudos
secundários, bacharelou-se no Colégio Pedro II
em fins de 1847.
Aos dezesseis anos de idade matriculou-se na
Faculdade de Direito de São Paulo, onde
fundou a revista "Ensaio Filosófico Paulistano". No
primeiro ano do curso jurídico, produziu uma
peça teatral em que imitava Shakespeare,
traduziu a "Parisina" de Byron e traçou as cenas
principais do drama Conde Lopo, de que só
restam alguns fragmentos.
Estava no último ano do curso quando foi
atacado pela tuberculose que se agravou com
um tumor na fossa ilíaca, submeteu-se a uma
operação que não teve efeito. O poeta morreu
com vinte anos e meio a 25 de abril de 1852.
Poeta que melhor representou a estética
ultrarromântica. Tendência aos aspectos
mórbidos e depressivos da existência,
degeneração dos sentimentos, decadentismo e
até satanismo. O próprio Álvares definiu sua
poesia como uma “binômia” – aproximar
extremos, o que é tipicamente romântico.
Um dos aspectos encontrados em sua obra Lira
dos vinte anos são a incorporação do cotidiano
na poesia brasileira e pontos críticos
encontrados no prefácio desta mesma obra.
Álvares de Azevedo - Biografia
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Dotado de prodigiosa versatilidade, dominava
todas as manifestações da poesia, desde a
cândida melancolia do lirismo à impudica
desfaçatez do erotismo. Deve notar-se que, na
maioria dos seus poemas, flutua um ambiente
funesto, onde a morte constitui o tema central.
Parece ter havido no poeta o constante
pressentimento dos breves anos que iria viver.
Por estranho paradoxo e para mais realçar a
elasticidade dos seus recursos, foi ele, o poeta
dos versos sombrios e cinzentos, quem introduziu
o humorismo na poesia brasileira. A irreverente
ironia de alguns dos seus poemas chega a fazer
duvidar que tivessem saído da pena
desesperada que compôs os outros.
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Lira dos Vinte Anos
É o trabalho mais conhecido de Álvares de
Azevedo. A obra é organizada em três partes. A
primeira contém um prefácio geral e uma
dedicatória à mãe do poeta. São 33 poemas,
que vão de No Mar até Lembrança de Morrer.
A segunda parte é formada por 19 poemas,
além de um elucidativo prefácio que abre a
seção. Os poemas começam por Um Cadáver
de Poeta e vão até Minha Desgraça, incluindo
a série Spleen e Charutos.
A terceira parte é composta por textos que vão
de Meu Desejo a Página Rota, estando
tematicamente ligada à primeira. A análise dos
poemas iniciais se aplica também a essa seção
final da obra.
A obra de Álvares de Azevedo é toda de
divulgação póstuma. Ele mal teve tempo de
escrevê-la, quanto mais de organizá-la para
publicação.
Em 1853, seu amigo Domingos Jacy Monteiro,
seguindo as intenções do autor, que deixara
anotações para a publicação em alguns
cadernos, organiza o primeiro volume das
“Obras de Manuel Antônio Álvares de
Azevedo”. Com o título de Poesias, o livro traz a
primeira versão de Lira dos Vinte Anos, dividido
em duas partes, mas sem os seus respectivos
prefácios, e incluindo apenas alguns dos
poemas.
Álvares de Azevedo – Obras
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A partir da edição organizada por Joaquim
Norberto de Sousa e Silva, em 1873, foi
acrescida uma terceira parte ao livro. E assim a
cada nova edição a obra se o modifica.
Primeira Parte e Terceira Parte
Na Primeira Parte de Lira dos Vinte Anos
predomina a poesia mais sentimental, o
devaneio do primeiro Byron e de Musset.
Pontificam o medo de amar, o desejo vago por
virgens intangíveis, o sentimento de culpa frente
aos desejos carnais e o fascínio com a
morte. Trata-se de uma poesia de seres
imaginários e ideias abstratas vagando na noite
enevoada. A musa do poeta é saudosa, tímida
e faz brotar, do sonho, uma poesia triste e sem
vigor. Essas são as características básicas da
poesia que Álvares de Azevedo se desculpa em
apresentar ao público. Os poemas da Primeira
Parte abordam, de forma abstrata e séria, os
temas da morte e do amor platônico por uma
virgem pálida envolta em brumas, seguindo a
linha adocicada e intangível da poesia
romântica de um Lamartine ou de Alfred de
Musset.
A terceira parte tem o cunho de complementar
a primeira.
Segunda Parte
Na Segunda Parte de Lira dos Vinte Anos,
Álvares de Azevedo envereda por um
romantismo irônico e sarcástico. Sem
abandonar os temas do amor e da morte,
representados sempre sob o manto da noite
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sombria, passa agora a “falar com coisas” - a
poetizar os objetos que o rodeiam. Vai agora,
em processo claramente metalinguístico,
dialogar ironicamente com os grandes autores
do romantismo. Escreve sobre os charutos, sobre
uma queda de cavalo, sobre o dinheiro, em
suma, sobre temas corriqueiros que não cabiam
na poesia onírica e sentimental da Primeira
Parte.
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Macário
A obra transita entre o teatro, o diário íntimo e a
narrativa, que se estabelece através do diálogo
entre Satã e Penseroso, tendo por centro os
vícios e desatinos da cidade
grande. Macário narra a saga de um jovem que
viaja à cidade a estudos e, em uma de suas
paradas pelo caminho, faz amizade com um
estranho que se trata de ninguém menos que o
Satã em pessoa.
Macário é um drama que se passa em dois
episódios.
No primeiro, o jovem estudante Macário chega
numa taverna para passar a noite e começa a
conversar com um estranho. O estranho revela
ser Satã e leva-lhe a uma cidade de
devassidão, povoada por prostitutas e
estudantes, onde Macário tem uma alucinação
envolvendo sua mãe. Macário então acorda na
pensão e a atendente reclama que ele dormiu
comendo. Ele acha que foi tudo um sonho, mas
ambos veem pegadas de pés de cabra
queimadas no chão.
No segundo episódio, passado na Itália,
Macário e outros estudantes aparecem em
cena, confusos, deprimidos e em busca do
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amor puro e virginal. Seu amigo Penseroso
acaba matando-se por amor enquanto
Macário está bêbado. A peça acaba com
Macário sendo levado por Satã a uma orgia em
um bar, algo remanescente de Noite na
Taverna.
Noite na Taverna
A obra é composta por contos em que Solfieri,
Bertram, Gennaro, Claudius Hermann e Johann
estão reunidos em uma taverna e contam sobre
suas experiências, procurando impressionar seus
ouvintes, acrescentando detalhes cada vez
mais imaginativos,
macabros e chocantes
a seus relatos amorosos
teoricamente pessoais e
verídicos. Os contos
giram em torno dos
temas do amor e da
morte, que são
relacionados pela
presença de momentos
de necrofilia, incesto,
assassinatos,
canibalismo, loucuras várias. Assim, o amor está
sempre na fronteira com a morte e a
sexualidade se reveste de culpas e punições.
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Em 1848 ingressa, a 1º de março,
na Faculdade de Direito de São Paulo,
onde conhece, entre outros, José de
Alencar e Bernardo Guimarães.
Na faculdade de Direito passou a se
destacar pela facilidade em aprender
línguas e pelo espírito jovial e sentimental,
ganhando fama por brilhantes e precoces
produções lietarárias.
Segundo biógrafos seu cachorro teria
encontrado seus restos mortais.
É o primeiro a incorporar o cotidiano na
poesia no Brasil, com o poema Ideias
íntimas, da segunda parte da Lira. Nasceu em uma biblioteca da Faculdade
de Direito de São Paulo. É patrono da cadeira 2 da Academia
Brasileira de Artes.
Um aspecto característico de sua obra e
que tem estimulado mais discussão, diz
respeito a sua poética, que ele mesmo
definiu como uma
“binômia”, que consiste
em aproximar extremos,
numa atitude
tipicamente romântica. Segundo alguns
pesquisadores, Álvares
de Azevedo teria
escolhido o título “As
Três Liras” por haver uma garota – que até
hoje não se sabe a identidade, muito bem
escondida pelo Dr. Jaci Monteiro – que
tocava este instrumento.
Álvares de Azevedo - Curiosidades
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