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JOURNAL OF STUDIES ON CITIZENSHIP AND SUSTAINABILITY
ISSN: 2183-7252
Publication edited by Cive Morum (Center of Studies and Civic Intervention)
Institute of Sociology, University of Porto
http://civemorum.com.pt
Perfil funcional e diferenças de género nos muito idosos de Coimbra, Portugal
Rogério Manuel Clemente Rodrigues, Isabel Margarida Marques Monteiro Dias Mendes, Cristiana Filipa Ribeiro da Silva, Sandrina Sofia da Silva Crespo
Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal, E-mail: rogerio@esenfc.pt.
Título: Perfil funcionales y de diferencias género en los muy ancianos de Coimbra, Portugal
Resumen: El objetivo era evaluar el perfil funcional en cinco áreas principales de la vida de los mayores
(recursos sociales, recursos económicos, salud mental, salud física y actividades de la vida diaria), con análisis del impacto de género como un determinante de la salud. Estudio cuantitativo y descriptivo con muestra (n=1153) probabilístico y estratificado (edad, sexo y área de residencia) compuesta de individuos ≥75 años que viven en el municipio de Coimbra (N=16474). El instrumento de recolección de datos fue el Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional para Idosos (QAFMI). La muestra del estudio mostró un rastro de feminización con la edad avanzada, y el estado civil de la viudez más frecuente en las mujeres. Los resultados destacan las mujeres con peores calificaciones en las áreas de recursos sociales, recursos económicos, salud física y salud mental. La feminización del envejecimiento implica una adaptación de las políticas públicas y la organización de servicios de salud y apoyo social.
Palabras clave: Evaluación geriátrica, género, salud, tercera edad, ancianos frágiles.
Title: Functional status and gender differences of the oldest old in the municipality of Coimbra, Portugal Abstract: The aim was to evaluate the functional status in five core areas of the elderly’s life (social
resources, economic resources, mental health, physical health and activities of daily living), analysing the impact of gender as a determinant of health. Quantitative and descriptive study, with a probabilistic and stratified sample (age, gender and area of residence) of 1153 persons aged ≥75 years living in the municipality of Coimbra (N=16474). The instrument for data collection was the Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional para Idosos (QAFMI). The study showed a trace of feminization as we advance in age, and marital status of widowhood prevalence in women. The results evaluated with the QAFMI model stand women with worse scores in the functional areas of social resources, economic resources, physical health and mental health. The feminization of ageing implies adequate public policies and the organization of health services and social support.
Keywords: Geriatric assessment, Gender, Health, Aged, Frail Elderly.
Resumo: O objetivo era avaliar o perfil funcional em cinco áreas centrais da vida do idoso (recursos
sociais, recursos económicos, saúde mental, saúde física e atividades de vida diária) com análise do impacto do género como determinante de saúde. Estudo quantitativo e descritivo com uma amostra (n=1153) probabilística e estratificada por idade, género e área de residência, constituída pelos indivíduos com idade ≥75 anos, residentes no Concelho de Coimbra (N=16474). O instrumento de recolha de dados foi o Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional para Idosos (QAFMI). A amostra do estudo evidenciou um traço de feminização com o avanço da idade, sendo o estado civil de viuvez predominante nas mulheres. Dos resultados, sobressaem as mulheres com piores classificações nas áreas funcionais de recursos sociais, recursos económicos, saúde física e saúde mental. A feminização do envelhecimento implica uma adequação das políticas públicas e da organização dos serviços de saúde e apoio social.
Palavras-chave: Avaliação geriátrica, Género, Saúde, Idoso, Idoso fragilizado.
http://civemorum.com.pt/
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Journal of Studies in Citizenship and Sustainability, No.1, November 2015
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1. Introdução O envelhecimento da população é um fenómeno de dimensão mundial, prevendo a
Organização Mundial de Saúde que em 2025 existam 1,2 biliões de pessoas com mais de
60 anos, sendo que os muito idosos (com 80 anos ou mais anos) constituem o grupo
etário de maior crescimento (Organização Mundial de Saúde, 2001).
A atual estrutura demográfica dos países desenvolvidos caracteriza-se por dois
fatores que concorrem para um progressivo envelhecimento da sua população: o declínio
da fertilidade (taxas abaixo de valores que permitem a substituição de gerações); e o
aumento da esperança de vida, com predomínio no género feminino (com um ratio de dois
para um) dando origem a um processo de feminização do envelhecimento (Walker, 2005;
Preston, Himes, & Eggers, 1989).
A Organização Mundial de Saúde, as Nações Unidas (World Health Organization,
2007; Geriatrics, 2007; WHO, 2002; WHO, 2008; WHO (a), 2002; OMS, 2001)
reconhecem o género como um dos determinantes com maior impacto na saúde. Quando
nos referimos a género temos como referência da literatura científica a perspetiva de Kim
e Nafziger (2000) que definem este conceito atendendo às influências ambientais, da
sociedade, cultura e história nas diferenças entre o género feminino e o género masculino.
A desigual longevidade entre homens e mulheres, nas sociedades contemporâneas,
marca as diferenças nas áreas do perfil funcional de cada um, mas também impõe, na
idade mais avançada, assimetrias entre homens e mulheres resultantes de diferentes
percursos de vida.
Iremos analisar, considerando as diferenças de género, o perfil funcional da
população idosa (≥75 anos) de Coimbra (cidade da zona centro de Portugal), centrando-
nos na avaliação funcional das áreas de recursos sociais, recursos económicos, saúde
física, saúde mental e atividades de vida diária (AVD).
2. Materiais e Métodos
Estudo quantitativo, descritivo-correlacional que decorreu no concelho de Coimbra
(zona centro de Portugal), tendo como população alvo os indivíduos com idade igual ou
superior a 75 anos (a 31 de dezembro de 2011, inclusive) residentes na área geográfica
de abrangência de seis centros de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde Baixo
Mondego.
Amostra probabilística e estratificada por grupos etários (75-84 anos e ≥85 anos),
sexo e local de residência, constituída por 1153 indivíduos, refletindo 7,0% da população
(N=16474), sendo 422 homens e 731 mulheres.
O estudo foi autorizado pela Comissão Nacional de Proteção de Dados (Autorização
Nº1713/2012), e obteve o parecer positivo da Administração Regional de Saúde do Centro
(ARS Centro) e da Comissão de Ética da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde:
Enfermagem (UICISA:E) da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (Parecer Nº 90-
05/2012). Foi obtido o consentimento informado dos participantes.
A recolha de dados cumpriu o protocolo definido pela Comissão Nacional de
Proteção de Dados, tendo decorrido no período de junho de 2012 a outubro de 2013.
O instrumento de recolha de dados utilizado foi o Questionário de Avaliação
Funcional Multidimensional para Idosos (QAFMI), a versão validada em português
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europeu do Older Americans Resources and Services (OARS) (Rodrigues, 1999; Ferreira,
Rodrigues, & Nogueira, 2006; Rodrigues, 2008; Rodrigues, 2009).
Este instrumento foi desenvolvido para avaliar a capacidade funcional do idoso em
cinco áreas: recursos sociais, recursos económicos, saúde mental, saúde física e AVD.
Complementarmente mede a utilização e a necessidade sentida de 23 serviços, passíveis
de responder às incapacidades/limitações detetadas.
Considerando as cinco áreas avaliadas pelo QAFMI/OARS, os autores (Rodrigues,
1999; Ferreira, Rodrigues, & Nogueira, 2006; Rodrigues, 2008; Rodrigues, 2009) criaram,
com base no já existente para a versão original (Rodrigues, 1999), um modelo informático
que, recorrendo à base de dados em SPSS, determina as pontuações em cada área
funcional, resultando daqui a classificação do idoso, atribuindo-lhe uma pontuação de
incapacidade funcional. Esta pontuação é igual para todas as áreas classificando a
funcionalidade do indivíduo em “excelente”, “boa”, “limitação pequena”, “limitação
moderada”, “limitação grave” e “limitação total”.
Definindo como ponto de corte para intervenção prioritária as classificações de
“limitação grave” e “limitação total”, dicotomizando o nível de incapacidade, é possível
definir grupos em função das suas incapacidades, ou seja, grupos funcionalmente
equivalentes, de que resulta um conjunto de 32 perfis funcionais (desde o perfil 1, sem
incapacidade em qualquer das cinco áreas, até ao perfil 32 com incapacidade nas cinco
áreas funcionais) (Rodrigues, 1999; Ferreira, Rodrigues, & Nogueira, 2006; Rodrigues,
2008; Rodrigues, 2009).
Na apresentação dos resultados salientam-se os dados referentes às piores
pontuações (“limitação grave” e “limitação total”) para cada área funcional, com impacto
na análise de diferenças de género, considerando estas as classificações de
“incapacidade”.
A análise foi realizada com recurso ao Statistical Package for the Social Sciences
(SPSS®) versão 22.0 do Windows, recorrendo a métodos inerentes à estatística descritiva
e inferencial adequados ao estudo e de acordo com o nível de significância.
3. Resultados
A apresentação dos resultados inicia-se com a caracterização sociodemográfica da
amostra, mas centra-se na análise de cada área funcional por género e grupo etário.
A caracterização sociodemográfica da amostra (Tabela 1) revela que 36,6% são
homens e 63,4% são mulheres, distribuídos por dois grupos etários.
Tabela 1 - Caracterização da amostra nas variáveis sociodemográficas, por grupo etário e sexo, Coimbra - Portugal, 2012-13
Variáveis sociodemográficas
Grupo etário 75-84 anos Grupo etário ≥85 anos Total
M (n=320)
F (n=494)
Total (n=814)
M (n=102)
F (n=237)
Total (n=339)
M (n=422)
F (n=731)
Total (n=1153)
% % % % % % % % %
Sexo 39,3 60,7 70,6 30,1 69,9 29,4 36,6 63,4 100,0
Estado civil
Solteiro 1,3 8,5 5,6 2,0 13,5 10,0 1,4 10,1 6,9
Casado 80,9 44,8 59,0 60,7 11,4 26,3 76,1 33,9 49,4
Viúvo 15,9 43,3 32,6 35,3 71,7 60,8 20,6 52,6 40,8
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Divorciado/separado 1,9 3,4 2,8 2,0 3,4 2,9 1,9 3,4 2,9
NS/NR 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Habilitações literárias
Não sabe ler nem escrever 7,5 20,8 15,6 12,7 36,7 29,5 8,8 26,0 19,7
Sabe ler e escrever sem possuir grau de ensino
3,1 7,5 5,8 3,0 7,6 6,2 3,1 7,5 5,9
Ensino básico primário 53,5 50,0 51,3 45,1 36,3 38,9 51,4 45,6 47,7
Ensino básico preparatório 8,4 6,3 7,1 11,8 2,5 5,3 9,2 5,1 6,6
Ensino secundário 8,1 5,1 6,3 9,8 6,8 7,7 8,5 5,6 6,7
Ensino médio 11,0 4,4 7,0 4,9 3,4 3,8 9,5 4,1 6,0
Ensino superior 8,4 5,9 6,9 12,7 6,3 8,3 9,5 6,0 7,3
NS/NR 0,0 0,0 0,0 0,0 0,4 0,3 0,0 0,1 0,1
Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100
Relativamente ao estado civil, no estado de solteiro(a) encontram-se 10,1% das
mulheres e 1,4% dos homens. No estado de casado(a) encontram-se 76,1% dos homens
e 33,9 % das mulheres, em que 59,0% diz respeito ao total grupo dos 75-84 anos e 26,3%
ao total do grupo com idade ≥85 anos. No estado de viuvez, encontram-se no total da
amostra 20,6% dos homens e 52,6% das mulheres, com maior expressão no grupo etário
com idade ≥85 anos (60,8%).
Quanto às habilitações literárias, no grupo etário dos 75-84 anos, 51,3% dos
participantes possui o ensino básico primário, sendo o valor para os homens de 53,5% e
para as mulheres de 50,0%. Observamos que 9,5% dos homens para o total da amostra
possuem o ensino médio e igual percentagem detêm ensino superior. Quanto às
mulheres, a situação inverte-se sendo que para o total da amostra, 26,0% não sabe ler
nem escrever e somente 6,0% detêm o ensino superior. No grupo etário de ≥85 anos
salientamos o facto de 36,7% das mulheres não saber ler nem escrever, quando para os
homens esse valor é de 12,7%, resultando um valor global de 29,5%, neste grupo etário,
de pessoas analfabetas.
3.1. Área de recursos sociais
No que concerne aos resultados referentes à amostra em estudo sobressaem
diferenças de género, que se refletem no agregado familiar e coabitação. Assim,
relativamente aos homens estes têm a maior percentagem de coabitação com o cônjuge
(74,6% dos homens e 32,7% das mulheres). Quanto às mulheres, 30,8% vivem sozinhas
(estado civil solteira/viúva/divorciada) e 30,5% vivem com os filhos (frequentemente em
coabitação com os netos).
Quanto à dimensão da auto perceção de ajuda, existem marcadas diferenças entre
homens e mulheres (p
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Quando se analisam os recursos sociais por grupo etário, verificam-se diferenças
entre homens e mulheres apenas no grupo etário 75-84 anos (p
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3.3. Área de saúde mental Para o total da amostra, verifica-se que com “limitação grave e total” são
classificados 9,2% dos homens e 19,8% das mulheres, sendo esta diferença entre género
significativa (p
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A preparação de refeições apresenta uma diferente capacidade de realização
(p
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47,2 %
31,3 %
12,1%
4,3% 0,9% 0,2%4%
29,8 %
32,4%
20,2%
10,4%
2,1%0,0%
5,1%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Semincapacidade
Incapacidadeem 1 área
Incapacidadeem 2 áreas
Incapacidadeem 3 áreas
Incapacidadeem 4 áreas
Incapacidadeem 5 áreas
Nãorespostas de
contingência
Homens
Mulheres
“não resposta de contingência” correspondem a dados obtidos através de informante que
não permitiram a classificação na área de recursos sociais.
Assim, na análise resumida dos perfis funcionais para o total da amostra (Gráfico 1),
sobressaem as mulheres com pior classificação.
Gráfico 1 - Distribuição percentual da amostra, por número de áreas com incapacidade e sexo, Coimbra – Portugal, 2012-13
4. Discussão Na presente discussão realçam-se algumas notas considerando uma análise de
género sobre as diferenças encontradas.
As principais tendências quanto aos recursos sociais que caracterizam os muito
idosos do concelho de Coimbra, atendendo ao agregado familiar e coabitação, apontam
para que os homens coabitem com o cônjuge; as mulheres, devido ao estado civil
predominante de viuvez, vivem sozinhas ou com os filhos. Quanto à pessoa que poderia
prestar ajuda, o cônjuge é mais referido pelos homens, e os filhos são mais mencionados
pelas mulheres. Na perceção de ajuda em caso de necessidade, as mulheres
percecionam menos apoio caso estejam doentes ou incapacitadas e por menos tempo do
que os homens.
Desta análise é visível a concordância com o que está descrito na literatura referente
à feminização do envelhecimento. Observa-se que há uma maior percentagem de
mulheres viúvas e a viver com os filhos, refletindo não só a morte precoce do cônjuge
como, também, um aumento da incapacidade funcional para habitarem sozinhas e a
associação do papel de cuidador mais relacionado com o género feminino (WHO, 2007;
Rodrigues, 2009; Perista & Petista, 2012; Rueda, 2009; Duarte, Lebrão, & Lima, 2005;
Rioseco, Quezada, Ducci, & Torres, 2008; Barreto, Giatti, & Kalache, 2004; Mullings,
McCaw-Binns, & Archer, 2013; Ramos, 2003; Araújo, et al., 2011; Wallace & Gutiérrez,
2005; Romero Cabrera, 2008).
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Sabe-se também que a rede social de apoio ao idoso tende a variar em número e
composição ao longo do tempo. O agregado familiar, em particular, representa um cenário
importante para o desenvolvimento das relações sociais e para o papel social de todos os
envolvidos e, em especial, para os muito idosos, a sua composição tem uma forte
associação com o estado de saúde física e mental (Melchior et al., 2003; Pizzetti et al.,
2005; Fiori, Antonucci & Cortina, 2006; Shaw et al., 2007), uma vez que esta variável,
entre outras, tem um fator protetor na sobrevivência do indivíduo (Bisschop et al., 2003;
Keller et al., 2003; Litwin & Shiovitz-Ezra, 2006) e na utilização de serviços de saúde e
sociais (Wenger, 1997; Litwin, 2004; Rodrigues, 2009).
As redes de apoio social podem ter influência no bem-estar e qualidade de vida das
pessoas mais velhas, nomeadamente, na gestão dos seus sentimentos de solidão e na
atenuação dos efeitos negativos inerentes às principais transições (reforma e viuvez)
ocorridas em fases avançadas das suas vidas (Grunfeld, Glosop, McDowell & Danbrook,
1997; Hellström, Persson & Hallberg, 2004; Pizzetti et al., 2005 Li, 2007).
No que se refere à área dos recursos económicos, os resultados evidenciam que a
maioria dos homens são reformados por idade, e a maioria das mulheres são reformadas
por invalidez. Quanto à forma como os rendimentos cobrem as suas necessidades, para o
total da amostra, as mulheres apresentam uma autoavaliação mais negativa. Quanto à
expetativa de rendimentos para garantir o seu futuro, maioritariamente os homens
referiram ser “suficientes” e, inversamente, as mulheres têm a expectativa de que serão
“insuficientes”.
Apesar de até ao ano de 2009 os dados do Eurostat mostrarem que a taxa de risco
do limiar de pobreza diminuiu, esta propensão alterou-se entre os anos de 2009 e 2011
(Eurostat, 2014). Estas tendências podem ser explicadas pelas medidas tomadas devido
à crise financeira que agravam a situação económica do segmento populacional dos
idosos. Aumento das taxas moderadoras nos serviços de saúde, redução no rendimento
líquido, diminuição do número de beneficiários do Complemento Solidário para Idosos,
bem como, a diminuição no valor desta prestação, são algumas das medidas que os
idosos portugueses enfrentam (Rede Europeia Anti-Pobreza, 2013).
Os rendimentos limitados, conjugado com o avançar da idade e a necessidade de
despender mais dinheiro em algumas áreas/serviços poderá levar os idosos a temer de
alguma forma o futuro perante os escassos recursos que dispõem e a autoavaliar os
mesmos de forma muito negativa. Atualmente, segundo diversos estudos e relatórios de
entidades de referência, a taxa de pobreza nas mulheres idosas mantém-se no dobro
relativamente à dos homens (Europe, 2009; United Nations, 2013; United Nations, 2012).
A redução real dos recursos económicos do agregado familiar do idoso traz, como
consequência, problemas relacionados com a qualidade de vida e bem-estar em idade
avançada (Kim & Lee, 2006).
Deste modo, a questão dos recursos económicos é sensível para a maioria dos
idosos, não como fim mas como meio para atingir um fim (Rodrigues, 2009, pp. 64).
No relatório da United Nations Population Fund e HelpAge International (UNFPA-
HelpAge, 2012, p.41) a pobreza é referenciada como uma das principais ameaças ao
bem-estar da população mais velha. Estando esta associada a baixos recursos
económicos, baixo nível de escolaridade, deficitárias condições de saúde e desnutrição.
Neste relatório é, ainda, enfatizada a diferença de género, de onde se sublinha que, as
mulheres mais velhas, especialmente, as viúvas e aquelas sem filhos, são particularmente
vulneráveis, tanto económica quanto socialmente.
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2007), a United Nations
Population Fund e HelpAge International (UNFPA-HelpAge, 2012), e United Nations,
Department of Economic and Social Affairs (United Nations, 2013), as mulheres idosas
encontram-se mais suscetíveis à pobreza pois são aquelas que têm níveis mais baixos de
escolaridade, tendo desenvolvido, normalmente, um trabalho não remunerado ou de baixa
remuneração. Além disso, interrompem mais o trabalho ao longo do seu ciclo de vida, por
motivos de gravidez, para cuidar dos filhos ou outros dependentes. Todos estes aspetos
contribuem para uma auto perceção dos seus rendimentos mais negativa.
No que concerne à saúde física e saúde mental, os resultados do estudo vão de
encontro ao referido na literatura, isto é, as mulheres idosas percecionam pior a sua
saúde física e saúde mental do que os homens, com um traço mais acentuado no grupo
etário ≥85 anos. A capacidade funcional das mulheres nestas áreas é menor que a
verificada nos homens, experienciando estas maior morbilidade (Bojorquez-Chapela,
Villalobos-Daniel, Manrique-Espinoza, Tellez-Rojo, & Salinas-Rodríguez, 2009; Azeredo,
2011; Rieker & Bird, 2005).
As principais tendências que se verificaram no âmbito das AVD sublinham-se nas
AVDi, em que são os homens que apresentam melhor capacidade de realização sem
ajuda.
A capacidade para fazer as tarefas de casa é aquela que apresenta menor
percentagem de idosos capazes de a realizar sem ajuda. Os homens apresentam maior
capacidade nas atividades de cuidar da sua aparência e tomar banho ou duche. De todas
as AVDf, tomar banho ou duche é a que apresenta menor percentagem de idosos com
capacidade para a sua realização sem ajuda.
A pontuação do modelo QAFMI/OARS revela que existem diferenças de
classificação quando a análise se centra no grupo etário, sendo o grupo com mais de 85
anos, pior pontuado.
Os idosos apresentam maior pontuação de incapacidade nas AVDi do que nas AVDf.
Referência, também, para a diferença estatística relevante encontrada entre grupos
etários, sendo clara a diminuição da capacidade para as AVDi à medida que aumenta a
idade. Este é um facto corroborado pela bibliografia, referindo-se que uma diminuição da
capacidade física característica deste grupo etário se evidencia na menor capacidade
para a realização das AVD, primeiramente AVDi, e depois as AVDf (Rieker & Bird, 2005;
Camargos, Perpétuo, & Machado, 2005; Nikolova, Demers, Beland, & Giroux, 2011; Alves
& Rodrigues, 2005; Rossi, Pereira, Driusso, Rebelatto, & Ricci, 2013). No que concerne
aos resultados deste estudo, tal como no estudo de Rodrigues (Rodrigues, 2009), não se
observaram diferenças entre género, mas apenas entre grupos etários, relacionando-se
este facto com o declínio da saúde física e mental dos participantes traduzida, também,
numa diminuição da sua capacidade funcional na área das AVD, resultando semelhantes
classificações entre homens e mulheres (Alves & Rodrigues, 2005; Rossi, Pereira,
Driusso, Rebelatto, & Ricci, 2013; Silva, 2014).
Do ponto de vista discursivo e conceptual pode dizer-se que o género, enquanto
determinante da saúde, intervém na vida dos homens e das mulheres de forma diferente,
influenciando: exposição a fatores de risco; o acesso à informação; a experiência
subjetiva da doença e o significado social da mesma; as atitudes pessoais em relação à
manutenção da própria saúde e à dos outros elementos da família; os padrões de
utilização dos serviços; o processo de prestação de cuidados; a efetividade e qualidade
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da resposta às necessidades específicas dos utentes enquanto homens ou mulheres
(Women’s Health Association of Victoria, 2001).
Ao avaliar o impacto do género, na fase da velhice, enquanto determinante major
das diferenças, entre homens e mulheres, no que concerne às dimensões de recursos
sociais e económicos, abrangidas pela avaliação multidimensional de idosos, gera-se um
potencial de informação para identificação das necessidades. Em consequência, permite
uma resposta de cuidados sensíveis ao género, tanto no sector da saúde como no sector
dos recursos sociais e comunitários.
O reconhecimento sistemático das diferenças e similitudes entre homens e
mulheres, constitui um mecanismo necessário para assegurar respostas adaptadas às
necessidades da população, contribuindo, desta forma, para a melhoria do estatuto de
homens e mulheres ao longo do seu ciclo vital (Prazeres et al., 2007).
5. Conclusão
Este artigo dedicou-se à análise das diferenças de género na funcionalidade dos
muito idosos, tendo sido organizado em torno de cinco áreas funcionais: recursos sociais,
recursos económicos, saúde mental, saúde física e AVD.
Na área de recursos sociais, a principal tendência de constituição do agregado
familiar e coabitação é caracterizada pelo predomínio das redes pequenas e familiares,
compostas sobretudo pelo cônjuge, no caso dos homens, e pelos filhos nas mulheres.
Esta tendência é também transversal à pessoa que poderia prestar ajuda, tendo em conta
que os homens referem sobretudo o cônjuge, e as mulheres os filhos.
Quanto à área dos recursos económicos, sobressaem de forma distinta, para
homens e mulheres, a situação laboral, observando-se que os homens são,
maioritariamente, reformados por idade e as mulheres, por invalidez. Além disso, as
mulheres percecionam os seus rendimentos, na sua maioria, como insuficientes, quer
quanto às suas necessidades atuais quer quanto às suas necessidades futuras.
Relativamente às áreas de saúde mental e saúde física, estas refletem um declínio
da capacidade funcional mais marcado, e com pior autoavaliação, no género feminino.
Na área das AVD apesar das semelhantes classificações para ambos os géneros
salienta-se a maior capacidade dos homens quanto às atividades que se reportam a
utilizar transportes e administração de dinheiro. As mulheres apresentam maior
capacidade para as atividades domésticas.
Numa última análise dos resultados deste estudo deparamo-nos com o facto de que
o envelhecimento envolve uma vulnerabilidade crescente nos muito idosos, em geral, e na
mulher idosa em particular, quer em termos de saúde física, saúde mental e atividades de
vida diária, quer em termos de proteção e apoio social. A condição de vulnerabilidade
sentida pelas mulheres idosas é em parte resultante de fatores biológicos mas, também,
socioeconómicos de onde se destacam a baixa escolaridade, pobreza e isolamento social.
Estas distintas formas de envelhecimento, de homens e mulheres, implicam uma
adequação das políticas públicas, e da organização dos serviços de saúde e de apoio
social, baseadas na compreensão das diferenças de género no envelhecer.
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