integraÇÃo da transcocamar À cocamar: um novo modelo de · novo modelo de negócios para as...
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Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 2 |
Programa de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo de Negoacutecios
FUNDACcedilAtildeO DOM CABRAL
TRANSCOCAMAR E COCAMAR
INTEGRACcedilAtildeO DA TRANSCOCAMAR Agrave COCAMAR UM
NOVO MODELO DE NEGOacuteCIOS
Ezequiel Scopel
Juliano Kuniyoshi Siraichi
Julio Cleber Cremonizi Gonccedilales
Sandro de Giuli Campanarutti
Curitiba Paranaacute 2017
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 3 |
Ezequiel Scopel
Juliano Kuniyoshi Siraichi
Julio Cleber Cremonizi Gonccedilales
Sandro de Giuli Campanarutti
INTEGRACcedilAtildeO DA TRANSCOCAMAR Agrave COCAMAR UM NOVO MODELO DE
NEGOacuteCIOS
Projeto apresentado agrave Fundaccedilatildeo Dom Cabral como requisito parcial para a conclusatildeo do Programa de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo de Negoacutecios que tem por finalidade demonstrar a um estudo de viabilidade acerca da absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar com impacto na reduccedilatildeo de custos e melhora da qualidade dos serviccedilos de transporte
Profordm Paulo Renato de Sousa
Curitiba Paranaacute 2017
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 4 |
Dedicamos este projeto
Agraves nossas famiacutelias pelo apoio na busca do crescimento pessoal
Agraves nossas empresas pela oportunidade de adquirirmos conhecimento
Aos educadores pelos ensinamentos que ampliaram nosso saber
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 5 |
AGRADECIMENTOS
Ao nosso orientador Paulo Renato de Souza pela dedicaccedilatildeo e incansaacutevel
apoio no dia a dia do projeto
Agradecemos agraves nossas famiacutelias que nos acompanharam e apoiaram ao longo
do curso
A todos que de alguma forma contribuiacuteram para este projeto
Agradecemos a Deus pelas oportunidades e becircnccedilatildeos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 6 |
EPIacuteGRAFE
ldquoA dificuldade real natildeo reside nas novas ideias mas em conseguir escapar das antigasrdquo
John Maynard Keynes
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 7 |
RESUMO
O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado
Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos
Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 8 |
ABSTRACT
The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched
Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar
Transcocamar Quality of Transport
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 9 |
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16
Figura 2 Marca Purity 17
Figura 3 Marca Suavit 18
Figura 4 Marca Cocamar 18
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 10 |
LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS
COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial
CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte
FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral
PA ndash Projeto Aplicativo
TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 11 |
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 12
2 PROBLEMA 13
3 JUSTIFICATIVA 13
4 OBJETIVOS 13
41 Objetivo geral 13
42 Objetivo especiacutefico 13
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14
6 METODOLOGIA 14
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15
71 Breve histoacuterico da Cocamar 15
72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20
8 BASES CONCEITUAIS 24
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24
821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25
823 O modal aquaviaacuterio Portos 26
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27
825 O modal duto viaacuterio Dutos 28
826 Os gargalos logiacutesticos 28
83 Gestatildeo por Processos 29
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32
10 ANAacuteLISE DO SETOR 36
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40
REFEREcircNCIAS 44
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 12 |
1INTRODUCcedilAtildeO
O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de
operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar
Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados
qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento
e as estrateacutegias da Cocamar
A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo
gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em
participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho
e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na
industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do
agronegoacutecio
A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de
existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um
braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas
e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este
objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo
a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a
reportar diretamente aos diretores da Cocamar
Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos
adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na
Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute
consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este
momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como
procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e
sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional
haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos
resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia
Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de
transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 3 |
Ezequiel Scopel
Juliano Kuniyoshi Siraichi
Julio Cleber Cremonizi Gonccedilales
Sandro de Giuli Campanarutti
INTEGRACcedilAtildeO DA TRANSCOCAMAR Agrave COCAMAR UM NOVO MODELO DE
NEGOacuteCIOS
Projeto apresentado agrave Fundaccedilatildeo Dom Cabral como requisito parcial para a conclusatildeo do Programa de Especializaccedilatildeo em Gestatildeo de Negoacutecios que tem por finalidade demonstrar a um estudo de viabilidade acerca da absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar com impacto na reduccedilatildeo de custos e melhora da qualidade dos serviccedilos de transporte
Profordm Paulo Renato de Sousa
Curitiba Paranaacute 2017
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 4 |
Dedicamos este projeto
Agraves nossas famiacutelias pelo apoio na busca do crescimento pessoal
Agraves nossas empresas pela oportunidade de adquirirmos conhecimento
Aos educadores pelos ensinamentos que ampliaram nosso saber
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 5 |
AGRADECIMENTOS
Ao nosso orientador Paulo Renato de Souza pela dedicaccedilatildeo e incansaacutevel
apoio no dia a dia do projeto
Agradecemos agraves nossas famiacutelias que nos acompanharam e apoiaram ao longo
do curso
A todos que de alguma forma contribuiacuteram para este projeto
Agradecemos a Deus pelas oportunidades e becircnccedilatildeos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 6 |
EPIacuteGRAFE
ldquoA dificuldade real natildeo reside nas novas ideias mas em conseguir escapar das antigasrdquo
John Maynard Keynes
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 7 |
RESUMO
O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado
Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos
Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 8 |
ABSTRACT
The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched
Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar
Transcocamar Quality of Transport
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 9 |
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16
Figura 2 Marca Purity 17
Figura 3 Marca Suavit 18
Figura 4 Marca Cocamar 18
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 10 |
LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS
COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial
CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte
FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral
PA ndash Projeto Aplicativo
TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 11 |
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 12
2 PROBLEMA 13
3 JUSTIFICATIVA 13
4 OBJETIVOS 13
41 Objetivo geral 13
42 Objetivo especiacutefico 13
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14
6 METODOLOGIA 14
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15
71 Breve histoacuterico da Cocamar 15
72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20
8 BASES CONCEITUAIS 24
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24
821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25
823 O modal aquaviaacuterio Portos 26
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27
825 O modal duto viaacuterio Dutos 28
826 Os gargalos logiacutesticos 28
83 Gestatildeo por Processos 29
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32
10 ANAacuteLISE DO SETOR 36
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40
REFEREcircNCIAS 44
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 12 |
1INTRODUCcedilAtildeO
O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de
operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar
Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados
qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento
e as estrateacutegias da Cocamar
A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo
gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em
participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho
e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na
industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do
agronegoacutecio
A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de
existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um
braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas
e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este
objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo
a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a
reportar diretamente aos diretores da Cocamar
Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos
adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na
Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute
consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este
momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como
procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e
sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional
haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos
resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia
Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de
transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 4 |
Dedicamos este projeto
Agraves nossas famiacutelias pelo apoio na busca do crescimento pessoal
Agraves nossas empresas pela oportunidade de adquirirmos conhecimento
Aos educadores pelos ensinamentos que ampliaram nosso saber
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 5 |
AGRADECIMENTOS
Ao nosso orientador Paulo Renato de Souza pela dedicaccedilatildeo e incansaacutevel
apoio no dia a dia do projeto
Agradecemos agraves nossas famiacutelias que nos acompanharam e apoiaram ao longo
do curso
A todos que de alguma forma contribuiacuteram para este projeto
Agradecemos a Deus pelas oportunidades e becircnccedilatildeos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 6 |
EPIacuteGRAFE
ldquoA dificuldade real natildeo reside nas novas ideias mas em conseguir escapar das antigasrdquo
John Maynard Keynes
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 7 |
RESUMO
O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado
Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos
Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 8 |
ABSTRACT
The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched
Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar
Transcocamar Quality of Transport
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 9 |
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16
Figura 2 Marca Purity 17
Figura 3 Marca Suavit 18
Figura 4 Marca Cocamar 18
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 10 |
LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS
COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial
CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte
FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral
PA ndash Projeto Aplicativo
TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 11 |
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 12
2 PROBLEMA 13
3 JUSTIFICATIVA 13
4 OBJETIVOS 13
41 Objetivo geral 13
42 Objetivo especiacutefico 13
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14
6 METODOLOGIA 14
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15
71 Breve histoacuterico da Cocamar 15
72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20
8 BASES CONCEITUAIS 24
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24
821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25
823 O modal aquaviaacuterio Portos 26
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27
825 O modal duto viaacuterio Dutos 28
826 Os gargalos logiacutesticos 28
83 Gestatildeo por Processos 29
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32
10 ANAacuteLISE DO SETOR 36
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40
REFEREcircNCIAS 44
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 12 |
1INTRODUCcedilAtildeO
O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de
operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar
Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados
qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento
e as estrateacutegias da Cocamar
A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo
gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em
participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho
e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na
industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do
agronegoacutecio
A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de
existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um
braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas
e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este
objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo
a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a
reportar diretamente aos diretores da Cocamar
Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos
adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na
Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute
consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este
momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como
procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e
sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional
haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos
resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia
Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de
transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
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Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 5 |
AGRADECIMENTOS
Ao nosso orientador Paulo Renato de Souza pela dedicaccedilatildeo e incansaacutevel
apoio no dia a dia do projeto
Agradecemos agraves nossas famiacutelias que nos acompanharam e apoiaram ao longo
do curso
A todos que de alguma forma contribuiacuteram para este projeto
Agradecemos a Deus pelas oportunidades e becircnccedilatildeos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 6 |
EPIacuteGRAFE
ldquoA dificuldade real natildeo reside nas novas ideias mas em conseguir escapar das antigasrdquo
John Maynard Keynes
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 7 |
RESUMO
O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado
Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos
Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 8 |
ABSTRACT
The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched
Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar
Transcocamar Quality of Transport
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 9 |
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16
Figura 2 Marca Purity 17
Figura 3 Marca Suavit 18
Figura 4 Marca Cocamar 18
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 10 |
LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS
COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial
CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte
FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral
PA ndash Projeto Aplicativo
TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 11 |
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 12
2 PROBLEMA 13
3 JUSTIFICATIVA 13
4 OBJETIVOS 13
41 Objetivo geral 13
42 Objetivo especiacutefico 13
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14
6 METODOLOGIA 14
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15
71 Breve histoacuterico da Cocamar 15
72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20
8 BASES CONCEITUAIS 24
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24
821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25
823 O modal aquaviaacuterio Portos 26
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27
825 O modal duto viaacuterio Dutos 28
826 Os gargalos logiacutesticos 28
83 Gestatildeo por Processos 29
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32
10 ANAacuteLISE DO SETOR 36
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40
REFEREcircNCIAS 44
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 12 |
1INTRODUCcedilAtildeO
O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de
operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar
Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados
qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento
e as estrateacutegias da Cocamar
A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo
gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em
participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho
e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na
industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do
agronegoacutecio
A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de
existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um
braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas
e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este
objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo
a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a
reportar diretamente aos diretores da Cocamar
Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos
adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na
Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute
consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este
momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como
procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e
sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional
haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos
resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia
Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de
transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
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Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 6 |
EPIacuteGRAFE
ldquoA dificuldade real natildeo reside nas novas ideias mas em conseguir escapar das antigasrdquo
John Maynard Keynes
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 7 |
RESUMO
O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado
Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos
Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 8 |
ABSTRACT
The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched
Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar
Transcocamar Quality of Transport
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 9 |
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16
Figura 2 Marca Purity 17
Figura 3 Marca Suavit 18
Figura 4 Marca Cocamar 18
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 10 |
LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS
COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial
CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte
FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral
PA ndash Projeto Aplicativo
TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 11 |
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 12
2 PROBLEMA 13
3 JUSTIFICATIVA 13
4 OBJETIVOS 13
41 Objetivo geral 13
42 Objetivo especiacutefico 13
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14
6 METODOLOGIA 14
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15
71 Breve histoacuterico da Cocamar 15
72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20
8 BASES CONCEITUAIS 24
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24
821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25
823 O modal aquaviaacuterio Portos 26
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27
825 O modal duto viaacuterio Dutos 28
826 Os gargalos logiacutesticos 28
83 Gestatildeo por Processos 29
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32
10 ANAacuteLISE DO SETOR 36
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40
REFEREcircNCIAS 44
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 12 |
1INTRODUCcedilAtildeO
O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de
operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar
Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados
qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento
e as estrateacutegias da Cocamar
A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo
gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em
participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho
e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na
industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do
agronegoacutecio
A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de
existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um
braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas
e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este
objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo
a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a
reportar diretamente aos diretores da Cocamar
Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos
adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na
Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute
consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este
momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como
procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e
sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional
haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos
resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia
Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de
transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 7 |
RESUMO
O presente projeto aplicativo tem objetivo apresentar um estudo qualitativo com um novo modelo de negoacutecios para as empresas Cocamar e Transcocamar no tocante a execuccedilatildeo de serviccedilos de transportes Iniciamos apresentando a realidade atual destas empresas os produtos que comercializam industrializam e exportam bem como suas estruturas Em relaccedilatildeo as bases conceituais passamos pela demonstraccedilatildeo da precaacuteria infraestrutura modal do paiacutes pontuando a evoluccedilatildeo dos modais rodoviaacuterios ferroviaacuterios portuaacuterios aeroviaacuterios e dutoviaacuterios Tal precariedade cria os chamados gargalos logiacutesticos que satildeo responsaacuteveis por incontaacuteveis prejuiacutezos agraves empresas Em seguida foi feita uma explanaccedilatildeo sobre a importacircncia da gestatildeo de processos das empresas e tambeacutem acerca da necessidade imperiosa de melhora destes processos atraveacutes da reflexatildeo continua para o desenvolvimento dos mesmos pois assim desenvolve-se a organizaccedilatildeo Foi desenvolvido um benchmarking em parceria com a Bunge Alimentos a maior empresa de alimentos do Brasil que conta com mais de 100 (cem) anos de atividades no paiacutes A experiecircncia foi possiacutevel na unidade da empresa situada em Maringaacute-Pr e colaborou na conclusatildeo de que haacute a necessidade de criar-se um novo modelo de negoacutecios para as empresas alvo deste projeto Como elemento norteador das justificativas para o modelo de negoacutecios proposto apresentou-se uma anaacutelise do setor de transportes rodoviaacuterio de cargas no Brasil que se encontra na posiccedilatildeo de 55ordm lugar no ranking mundial entre 160 paiacuteses Por fim apresentou-se um modelo conceitual e a proposta de soluccedilatildeo concluindo pela viabilidade do novo modelo de negoacutecios pesquisado
Palavras-chave ndash Logiacutestica Modelos de Negoacutecios Custos Bunge Alimentos
Cocamar Transcocamar Qualidade de Transporte
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 8 |
ABSTRACT
The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched
Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar
Transcocamar Quality of Transport
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 9 |
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16
Figura 2 Marca Purity 17
Figura 3 Marca Suavit 18
Figura 4 Marca Cocamar 18
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 10 |
LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS
COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial
CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte
FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral
PA ndash Projeto Aplicativo
TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 11 |
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 12
2 PROBLEMA 13
3 JUSTIFICATIVA 13
4 OBJETIVOS 13
41 Objetivo geral 13
42 Objetivo especiacutefico 13
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14
6 METODOLOGIA 14
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15
71 Breve histoacuterico da Cocamar 15
72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20
8 BASES CONCEITUAIS 24
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24
821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25
823 O modal aquaviaacuterio Portos 26
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27
825 O modal duto viaacuterio Dutos 28
826 Os gargalos logiacutesticos 28
83 Gestatildeo por Processos 29
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32
10 ANAacuteLISE DO SETOR 36
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40
REFEREcircNCIAS 44
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 12 |
1INTRODUCcedilAtildeO
O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de
operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar
Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados
qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento
e as estrateacutegias da Cocamar
A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo
gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em
participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho
e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na
industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do
agronegoacutecio
A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de
existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um
braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas
e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este
objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo
a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a
reportar diretamente aos diretores da Cocamar
Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos
adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na
Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute
consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este
momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como
procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e
sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional
haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos
resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia
Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de
transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 8 |
ABSTRACT
The present application project aims to introduce a qualitative study with a new business model for Cocamar and Transcocamar companies regarding the execution of transport services We start by presenting the current reality of these companies its commercialized industrialized and exported products as well as their structures Regarding the conceptual bases we go through the demonstration of the precarious modal infrastructure of the country pointing out the evolution of modalities road rail port airways and pipelines Such precariousness creates so-called logistical bottlenecks that are responsible for countless losses to companies Afterwards an explanation was made about the importance of the processes management of the companies and about the imperative need to improve these processes through the continuous reflection for their development in order to develop the organization A benchmarking was developed in partnership with Bunge Alimentos the largest food company in Brazil with more than 100 years of activities in the country The experience was possible at the companys headquarters located in Maringaacute-PR and collaborated in the conclusion that there is a need to create a new business model for the companies targeted for this project As a guiding element of the justifications for the proposed business model an analysis was presented of the cargo road transport sector in Brazil which ranks 55th in the world ranking among 160 countries Finally a conceptual model and the solution proposal were presented concluding on the viability of the new business model researched
Key words - Logistic Bussiness Model Cost Bunge Alimentos Cocamar
Transcocamar Quality of Transport
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 9 |
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16
Figura 2 Marca Purity 17
Figura 3 Marca Suavit 18
Figura 4 Marca Cocamar 18
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 10 |
LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS
COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial
CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte
FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral
PA ndash Projeto Aplicativo
TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 11 |
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 12
2 PROBLEMA 13
3 JUSTIFICATIVA 13
4 OBJETIVOS 13
41 Objetivo geral 13
42 Objetivo especiacutefico 13
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14
6 METODOLOGIA 14
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15
71 Breve histoacuterico da Cocamar 15
72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20
8 BASES CONCEITUAIS 24
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24
821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25
823 O modal aquaviaacuterio Portos 26
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27
825 O modal duto viaacuterio Dutos 28
826 Os gargalos logiacutesticos 28
83 Gestatildeo por Processos 29
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32
10 ANAacuteLISE DO SETOR 36
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40
REFEREcircNCIAS 44
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 12 |
1INTRODUCcedilAtildeO
O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de
operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar
Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados
qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento
e as estrateacutegias da Cocamar
A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo
gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em
participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho
e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na
industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do
agronegoacutecio
A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de
existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um
braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas
e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este
objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo
a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a
reportar diretamente aos diretores da Cocamar
Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos
adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na
Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute
consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este
momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como
procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e
sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional
haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos
resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia
Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de
transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 9 |
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul 16
Figura 2 Marca Purity 17
Figura 3 Marca Suavit 18
Figura 4 Marca Cocamar 18
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute 19
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar 20
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar 21
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute 22
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual 22
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos 29
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos 33
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute 34
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute 35
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras 37
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto 41
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto 41
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto 43
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 10 |
LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS
COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial
CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte
FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral
PA ndash Projeto Aplicativo
TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 11 |
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 12
2 PROBLEMA 13
3 JUSTIFICATIVA 13
4 OBJETIVOS 13
41 Objetivo geral 13
42 Objetivo especiacutefico 13
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14
6 METODOLOGIA 14
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15
71 Breve histoacuterico da Cocamar 15
72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20
8 BASES CONCEITUAIS 24
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24
821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25
823 O modal aquaviaacuterio Portos 26
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27
825 O modal duto viaacuterio Dutos 28
826 Os gargalos logiacutesticos 28
83 Gestatildeo por Processos 29
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32
10 ANAacuteLISE DO SETOR 36
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40
REFEREcircNCIAS 44
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 12 |
1INTRODUCcedilAtildeO
O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de
operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar
Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados
qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento
e as estrateacutegias da Cocamar
A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo
gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em
participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho
e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na
industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do
agronegoacutecio
A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de
existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um
braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas
e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este
objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo
a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a
reportar diretamente aos diretores da Cocamar
Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos
adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na
Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute
consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este
momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como
procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e
sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional
haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos
resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia
Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de
transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 10 |
LISTA DE ABREVIATURASE SIGLAS
COCAMAR ndash Cocamar Cooperativa Agroindustrial
CNT ndash Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte
FDC ndash Fundaccedilatildeo Dom Cabral
PA ndash Projeto Aplicativo
TRANSCOCAMAR ndash Transcocamar Transporte e Comeacutercio Ltda
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 11 |
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 12
2 PROBLEMA 13
3 JUSTIFICATIVA 13
4 OBJETIVOS 13
41 Objetivo geral 13
42 Objetivo especiacutefico 13
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14
6 METODOLOGIA 14
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15
71 Breve histoacuterico da Cocamar 15
72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20
8 BASES CONCEITUAIS 24
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24
821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25
823 O modal aquaviaacuterio Portos 26
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27
825 O modal duto viaacuterio Dutos 28
826 Os gargalos logiacutesticos 28
83 Gestatildeo por Processos 29
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32
10 ANAacuteLISE DO SETOR 36
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40
REFEREcircNCIAS 44
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 12 |
1INTRODUCcedilAtildeO
O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de
operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar
Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados
qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento
e as estrateacutegias da Cocamar
A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo
gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em
participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho
e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na
industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do
agronegoacutecio
A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de
existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um
braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas
e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este
objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo
a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a
reportar diretamente aos diretores da Cocamar
Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos
adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na
Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute
consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este
momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como
procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e
sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional
haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos
resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia
Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de
transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 11 |
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 12
2 PROBLEMA 13
3 JUSTIFICATIVA 13
4 OBJETIVOS 13
41 Objetivo geral 13
42 Objetivo especiacutefico 13
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO 14
6 METODOLOGIA 14
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS 15
71 Breve histoacuterico da Cocamar 15
72 Breve histoacuterico da Transcocamar 20
8 BASES CONCEITUAIS 24
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte 24
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos 24
821 O modal rodoviaacuterio Estradas 24
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias 25
823 O modal aquaviaacuterio Portos 26
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos 27
825 O modal duto viaacuterio Dutos 28
826 Os gargalos logiacutesticos 28
83 Gestatildeo por Processos 29
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS 32
10 ANAacuteLISE DO SETOR 36
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas 36
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO 40
REFEREcircNCIAS 44
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 12 |
1INTRODUCcedilAtildeO
O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de
operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar
Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados
qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento
e as estrateacutegias da Cocamar
A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo
gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em
participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho
e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na
industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do
agronegoacutecio
A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de
existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um
braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas
e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este
objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo
a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a
reportar diretamente aos diretores da Cocamar
Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos
adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na
Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute
consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este
momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como
procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e
sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional
haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos
resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia
Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de
transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 12 |
1INTRODUCcedilAtildeO
O projeto elaborado tem como objetivo implantar um novo modelo de
operaccedilatildeo para a Cocamar Cooperativa Agroindustrial e para a Transcocamar
Comeacutercio e Transportes LTDA buscando melhores praacuteticas para obter resultados
qualitativos e quantitativos que possam apoiar em meacutedio e longo prazo o crescimento
e as estrateacutegias da Cocamar
A empresa foi criada haacute 54 anos e desde entatildeo vem crescendo
gradativamente no mercado do agronegoacutecio tanto em faturamento quanto em
participaccedilatildeo de mercado onde atua regionalmente na captaccedilatildeo de gratildeos (soja milho
e trigo) onde tem mais de 13 mil cooperados aleacutem disso tambeacutem vem crescendo na
industrializaccedilatildeo e comercializaccedilatildeo de alguns produtos alimentiacutecios e do segmento do
agronegoacutecio
A Transcocamar Transportadora do grupo Cocamar tem 25 anos de
existecircncia e foi instituiacuteda num programa de terceirizaccedilatildeo da cooperativa para ser um
braccedilo de negoacutecio atuando na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes de cargas secas
e tambeacutem para atuar no mercado buscando novos clientes Ateacute hoje segue com este
objetivo Desde 2013 a Cocamar implantou melhores praacuteticas de gestatildeo e ateacute entatildeo
a Transcocamar que tinha sua proacutepria diretoria e gestatildeo independente passou a
reportar diretamente aos diretores da Cocamar
Com o objetivo de melhorar a prestaccedilatildeo de serviccedilos mantendo os custos
adequados (funccedilatildeo da Logiacutestica de uma empresa) realizamos um benchmarking na
Bunge Alimentos que tem este tipo de operaccedilatildeo de contrataccedilatildeo de transportes jaacute
consolidada haacute alguns anos para atendimento das demandas da companhia Este
momento foi de extremo aprendizado pois nos trouxe maior clareza sobre como
procedermos no tocante agraves praacuteticas operacionais para obtermos maior agilidade e
sucesso no projeto A Bunge tem este modelo implantado em todo o territoacuterio nacional
haacute vaacuterios anos trazendo benefiacutecios na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes e nos
resultados financeiros alinhados com estrateacutegias da companhia
Neste trabalho foram levantados alguns fatores sobre o atual mercado de
transportes rodoviaacuterios atraveacutes da anaacutelise de conceitos logiacutesticos e da comparaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 13 |
com outros modais de transporte Por fim observou-se a gestatildeo de processos com a
finalidade de angariar dados para embasar sugestotildees de melhorias ao modelo atual
2 PROBLEMA
Existem problemas dentro do processo de contrataccedilatildeo de transportes tanto
pela aacuterea de Logiacutestica como pela Transcocamar para atender a atual demanda e
previsatildeo de crescimento da cooperativa que estatildeo gerando ineficiecircncias e retrabalhos
que natildeo satisfazem os objetivos da Cocamar ou seja o processo como um todo natildeo
estaacute sendo eficaz
3 JUSTIFICATIVA
O trabalho realizado tem como objetivo estudar a viabilidade de integraccedilatildeo do
setor de Transportes da Logiacutestica da Cocamar e da Transcocamar empresa de
Transportes rodoviaacuterios de cargas do grupo da Cocamar com foco em melhorias de
processos para atender a demanda da primeira alinhado com o planejamento
estrateacutegico de meacutedio e longo prazo atribuindo melhorias qualitativas e quantitativas
que gerem resultados positivos e criem um setor eficiente mais aacutegil no que tange os
objetivos gerais da Cooperativa
4 OBJETIVOS
41 Objetivo geral
Propor uma integraccedilatildeo de setores de transporte com mudanccedila no modelo de
negoacutecios de uma Cooperativa
42 Objetivo especiacutefico
Estudar se haacute viabilidade de integraccedilatildeo entre a transportadora Transcocamar
e as aacutereas de transportes da Logiacutestica Integrada da empresa Cocamar sugerindo uma
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 14 |
alteraccedilatildeo no modelo atual de operaccedilatildeo e os processos de contrataccedilatildeo de serviccedilos de
transportes transformando em uma uacutenica aacuterea de Gestatildeo de Transportes
oportunizando reduccedilatildeo de custos e integraccedilatildeo de outras transportadoras
5 RELEVAcircNCIA DO PROJETO
O primeiro capiacutetulo trata da introduccedilatildeo ao projeto seguido dos objetivos e a
relevacircncia do mesmo Ato contiacutenuo no segundo capiacutetulo trazemos a metodologia de
pesquisa utilizada
No capiacutetulo terceiro apresenta-se uma descriccedilatildeo sobre a atual realidade das
organizaccedilotildees abordando um pouco da histoacuteria sua constituiccedilatildeo fiacutesica capacidade
produtiva nuacutemero de colaboradores entre outros fatores relevantes
O quarto capiacutetulo eacute dedicado agrave apresentaccedilatildeo das bases conceituais tais
como noccedilotildees de modais de transporte e sua evoluccedilatildeo no paiacutes bem como seus
gargalos Por fim neste capiacutetulo analisamos os conceitos e importacircncia das boas
praacuteticas da melhoria contiacutenua da gestatildeo de processos internos de organizaccedilatildeo
Em sequecircncia no capiacutetulo quinto eacute apresentado o benchmarking realizado
com a Bunge Alimentos que tem um modelo de negoacutecio interessante e que serviraacute
de referencial para nosso Projeto Aplicativo
No sexto capiacutetulo tratamos da anaacutelise do setor buscou-se demonstrar
atraveacutes de fatos e dados diversos fatores que comprovam a precaacuteria condiccedilatildeo do
transporte rodoviaacuterio de cargas no paiacutes
Dando continuidade ao trabalho eacute apresentado o modelo conceitual que
busca elencar fatores chave para que a implementaccedilatildeo do projeto ocorra com ecircxito
Jaacute no capiacutetulo seguinte encontram-se as propostas de soluccedilatildeo
Por fim seratildeo feitas consideraccedilotildees finais constituiacutedas de alertas e
recomendaccedilotildees fora do escopo deste projeto mas que podem ser uacuteteis para o bom
desenvolvimento do mesmo aleacutem de caracterizarem oportunidades de melhoria
6 METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliograacutefica e documental atraveacutes de
livros revistas jornais e artigos que possibilitaram a busca do tema para posterior
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 15 |
anaacutelise e compreensatildeo das informaccedilotildees existentes sobre o assunto Realizou-se
tambeacutem um benchmarking das empresas do segmento que fazem uso de processos
similares Foram utilizados procedimentos simples para a anaacutelise dos conteuacutedos de
maneira que as informaccedilotildees colhidas supriram as necessidades da pesquisa e
corroboram para o bom andamento e conclusatildeo do projeto
7 A REALIDADE ATUAL DAS EMPRESAS
O objetivo deste capiacutetulo eacute apresentar uma visatildeo breve sobre a trajetoacuteria e a
realidade atual das empresas foco deste trabalho Cocamar Cooperativa
Agroindustrial e a Transcocamar Transportes Rodoviaacuterios baseado nas informaccedilotildees
dos sites das empresas e tambeacutem na conversa com os colaboradores de ambas
71 Breve histoacuterico da Cocamar
A Cocamar Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 27 de marccedilo de 1963
em Maringaacute (PR) Inicialmente formada por um grupo de 46 fundadores todos eles
produtores de cafeacute O objetivo da criaccedilatildeo da cooperativa era organizar a produccedilatildeo
regional receber e beneficiar o produto Com o tempo a cooperativa diversificou os
negoacutecios e cresceu ingressou em diversos segmentos de atuaccedilatildeo alguns
promissores e outros que foram se extinguindo ao longo do tempo seja pela
inviabilidade do negoacutecio oportunidade de negociaccedilatildeo ou mesmo pela necessidade de
focar no core business
A cooperativa possui a missatildeo de atender o cooperado assegurando a
perpetuaccedilatildeo da cooperativa com sustentabilidade com a visatildeo de crescer com
rentabilidade Seus valores satildeo rentabilidade qualidade confiabilidade eacutetica
transparecircncia equidade responsabilidade socioambiental e pessoas
Com grande pujanccedila a Cocamar conta com mais de 13 mil cooperados que
atuam em sua maioria na produccedilatildeo de soja milho trigo cafeacute e laranja A cooperativa
espalhou suas raiacutezes e estaacute presente em vaacuterios municiacutepios distribuiacutedos pelo norte e
noroeste do Paranaacute oeste de Satildeo Paulo e sudoeste do Mato Grosso do Sul contendo
mais de 60 unidades operacionais focadas no suporte ao cooperado principalmente
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 16 |
na compra de seus insumos agriacutecolas assistecircncia teacutecnica comercializaccedilatildeo da sua
produccedilatildeo bem como recebimento e armazenamento em uma estrutura com
capacidade para mais de 13 milhotildees de toneladas de gratildeos A figura 01 apresenta
em destaque os municiacutepios da aacuterea de atuaccedilatildeo das unidades da Cocamar
Figura 1 Aacuterea de atuaccedilatildeo da Cocamar ndash Paranaacute Satildeo Paulo e Mato Grosso do Sul
Fonte Cocamar (2016)
Natildeo somente focada na operacionalizaccedilatildeo e expansatildeo da atuaccedilatildeo no
segmento das commodities que eacute o seu core business atual a cooperativa conta
ainda com diversos outros segmentos e induacutestrias A diversificaccedilatildeo natildeo foi planejada
mas uma estrateacutegia construiacuteda a partir das contingecircncias emergentes
Em 1975 a pior geada histoacuterica da cafeicultura brasileira colocou em xeque a
viabilidade dessa produccedilatildeo na regiatildeo foi a partir deste momento que a diversificaccedilatildeo
se fez necessaacuteria ganhando forccedila inicialmente com a entrada na cultura do algodatildeo
Em 1980 a verticalizaccedilatildeo do processo produtivo do algodatildeo culminou na construccedilatildeo
de uma faacutebrica de oacuteleo vegetal a base de caroccedilo de algodatildeo e em 1982 de fiaccedilatildeo de
algodatildeo Anos mais tarde a soja passou a ter mais importacircncia com a instalaccedilatildeo de
uma induacutestria de esmagamento de soja transformando em farelo de soja e oacuteleo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 17 |
degomado Em 1984 foi integrada mais uma etapa da cadeia com a implantaccedilatildeo de
uma induacutestria de refinamento de oacuteleo de soja A soja por questotildees de maior
competitividade tecnoloacutegica e crescente demanda do mercado internacional
desenvolveu-se significativamente na regiatildeo e se tornou a principal atividade
econocircmica da Cooperativa a partir da deacutecada de 1980 ateacute os dias atuais
Em 1997 em plena crise financeira o plano estrateacutegico da cooperativa
assinalou que as accedilotildees deveriam focar o varejo baseado na experiecircncia na venda de
oacuteleo envasado que durava por muitos anos a fim de agregar mais valor e de diminuir
a vulnerabilidade do mercado de commodities
Para estruturar seu posicionamento no varejo foi investido na atuaccedilatildeo de
produtos como cafeacute soluacutevel oacuteleo de canola de girassol e de milho Em2003 foi
inaugurado um conjunto de induacutestrias para produccedilatildeo de neacutectares BBS (bebida base
de soja) maionese catchup e mostarda que satildeo representados nas gocircndolas pelas
marcas das figuras 02 figura 03 figura 04 e figura 05
Figura 2 Marca Purity
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas) Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 18 |
Figura 3 Marca Suavit
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Figura 4 Marca Cocamar
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 19 |
Figura 5 Marca Cafeacute Maringaacute
Fonte Site Cocamar (httpscocamarcombrmarcas)Acesso 04122016
Em 2006 com a frustraccedilatildeo da atuaccedilatildeo em alguns segmentos como na
induacutestria sucroalcooleira e fiaccedilatildeo de seda a cooperativa deixou de atuar nestes
setores e focou em estrateacutegias para expandir sua atuaccedilatildeo em outras regiotildees Em
2010 arrendou 24 unidades de negoacutecios no norte do estado do Paranaacute fazendo com
que seu faturamento aumente consideravelmente atingindo a marca de mais de 2
bilhotildees de reais em 2012 quando tambeacutem intensificou as operaccedilotildees em Satildeo Paulo e
as iniciou no Mato Grosso do Sul
Aleacutem das induacutestrias citadas acima a cooperativa conta ainda com as
induacutestrias de madeira tratada torrefaccedilatildeo e moagem de cafeacute envase de aacutelcool
induacutestria de fios suplemento mineral e cogeraccedilatildeo de energia Em 2015 a cooperativa
faturou 33 bilhotildees de reais e lanccedilou seu planejamento estrateacutegico para chegar em
2020 com faturamento de 6 bilhotildees de reais pautada pela expansatildeo da aacuterea
geograacutefica de atuaccedilatildeo fortalecimento nas aacutereas atuais e investimentos em novos
negoacutecios
A logiacutestica integrada da Cocamar responsaacutevel pelo suporte de todos os
segmentos no que tange a transporte distribuiccedilatildeo e armazenamento de produtos
acabados conta com uma equipe de aproximadamente 160 colaboradores No setor
de transporte satildeo 16 profissionais que estatildeo diretamente responsaacuteveis pelas
contrataccedilotildees monitoramento controle e pagamento dos prestadores de serviccedilos
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
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Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 20 |
logiacutesticos terceirizados nos diversos modais haja vista que a cooperativa natildeo possui
nenhum veiacuteculo proacuteprio Abaixo estaacute representado o organograma atual da Logiacutestica
Integrada Cocamar
Figura 6 Organograma atual Logiacutestica Integrada Cocamar
Fonte Cocamar (2016)
Atualmente a Cocamar apresenta uma demanda de aproximadamente 1000
caminhotildees por dia nos picos de safra principalmente para realizaccedilatildeo do transporte
de commodities recebidos dos cooperados para beneficiamento e armazenagem nas
unidades armazenadoras
72 Breve histoacuterico da Transcocamar
A Transcocamar foi fundada em 1992 durante um amplo programa de
terceirizaccedilatildeo de serviccedilos implantados pela Cocamar e nos anos seguintes passou a
atender tambeacutem outros segmentos de mercado Atualmente aleacutem de atuar no
segmento de transporte rodoviaacuterio de cargas opera tambeacutem como locadora de
veiacuteculos leves e pesados A partir do segundo semestre de 2013 dentro do conceito
de profissionalizaccedilatildeo da gestatildeo e atendendo ao planejamento estrateacutegico a Cocamar
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e
Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Logiacutestica de Commodities e Internacional
Transporte Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Distribuiccedilatildeo de Insumos Agriacutecolas
Logiacutestica de Varejo e Fios
TransporteMovimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo
Suprimentos Faturamento
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 21 |
passou a controlar a Transcocamar que embora pertenccedila ao grupo possuiacutea uma
gestatildeo independente O objetivo eacute a gestatildeo direcionada para a realizaccedilatildeo destas
operaccedilotildees com foco em resultado pois a principal atividade da cooperativa eacute
promover accedilotildees que resultem no fortalecimento do cooperativismo gerando
benefiacutecios aos seus cooperados e especialmente no desenvolvimento da regiatildeo
onde atua Aleacutem disso a Transcocamar vem buscando atender tambeacutem a demanda
do mercado atuando com diversos clientes na prestaccedilatildeo de serviccedilos de transporte
rodoviaacuterio de cargas
Atualmente a Transcocamar conta com uma frota de 60 veiacuteculos pesados e
aproximadamente 300 veiacuteculos leves Aleacutem dos veiacuteculos proacuteprios tambeacutem possui um
banco de dados com aproximadamente 3000 veiacuteculos entre autocircnomos e parceiros
de transporte rodoviaacuterio que datildeo suporte ao atendimento das demandas de seus
clientes A estrutura de gestatildeo da Transcocamar conta com 01 Gerente de Negoacutecios
01 Coordenador Comercial 01 Coordenador Administrativo 01 Coordenador de Frota
04 Encarregados de Transporte 55 motoristas 20 administrativos e 20 embarcadores
responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo dos veiacuteculos para atender as demandas das
operaccedilotildees Na figura 07estaacute representado o organograma atual da Transcocamar
Figura 7 Organograma atual da Transcocamar
Fonte Transcocamar (2016)
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Transcocamar
Administrativo Financeiro
ComercialOperaccedilotildees de
EmbarqueFrota Pesada e
Leve
Superintendecircncia Adm e Financeira
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 22 |
Embora seja controlada pela Cocamar a estrutura fiacutesica e o processo de
negociaccedilatildeo de fretes da Transcocamar estatildeo desintegrados da estrutura de
Transportes da Logiacutestica da Cocamar A figura 08 apresenta as estruturas fiacutesicas das
aacutereas abordadas neste trabalho em destaque na vista aeacuterea do Complexo Industrial
em Maringaacute onde tambeacutem se encontra a Administraccedilatildeo Central da Cocamar O
processo atual de negociaccedilatildeo de serviccedilos de transporte pode ser observado no
fluxograma da figura 09
Figura 8 Vista aeacuterea da Cocamar ndash Complexo Industrial de Maringaacute
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Figura 9 Fluxograma do Processo Atual
TRANSPORTES COCAMAR TRANSCOCAMAR
Transcocamar
Transportes
Cocamar
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 23 |
Fonte Adaptado de Cocamar (2011)
Desta forma nota-se a possibilidade de desenvolver um projeto de integraccedilatildeo
da Transcocamar com os setores de transportes da Logiacutestica da Cocamar criando
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
ENVIA SOLICITACcedilAtildeO
DE COTACcedilAtildeO
TRANSCOCAMAR
IGUAL OU MENOR
QUE O MERCADO
VERIFICA DEMANDA
CONSULTA MOTORISTAS
TERCEIROS EOU CUSTO DA
FROTA
DEFINE TARIFA
MOTORISTA
ADICIONA IMPOSTOS E
TAXA DE AGENCIAMENTO
DEFINE TARIFA FINAL
ENVIA TARIFA FINAL
CONSULTA TARIFAS
PRATICADAS NO MERCADO
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
NEGOCIA DESCONTO
TARIFA OK CONTRATA E ENVIA
VEIacuteCULOS PARA ATENDER
A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA MOTORISTA
EMITE COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL CONTRA
COCAMAR
CONFERE SE A COBRANCcedilA DA
TARIFA FINAL ESTA DE ACORDO
COM CONTRATADO
REALIZA O PAGAMENTO DA
TARIFA FINAL
NEGOCIA COM OUTRA
TRANSPORTADORA
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
SIM
NAtildeO
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 24 |
um setor especializado em contrataccedilatildeo de serviccedilos de transporte oferecendo a
condiccedilatildeo de atuaccedilatildeo em um novo modelo que oportuniza a negociaccedilatildeo direta da
Cocamar com prestadores de serviccedilos terceirizados
8 BASES CONCEITUAIS
Para situar a proposta do presente estudo eacute necessaacuteria uma breve
conceituaccedilatildeo acerca do que seria logiacutestica e transportes citando os modais de
transportes e a noccedilatildeo de intermodalidade a fim de compreender e analisar a
infraestrutura do transporte brasileiro e seus gargalos
81 Conceito de Logiacutestica e Transporte
Segundo Caxito (2011 p03) ldquoas atividades logiacutesticas afetam os iacutendices de
preccedilos custos financeiros produtividade custos de energiardquo Na concepccedilatildeo do autor
logiacutestica configura-se como
[] processos de planejar implementar e controlar eficientemente o custo correto o fluxo de armazenagem de mateacuterias primas estoques durante a produccedilatildeo e produtos acabados e as informaccedilotildees relativas a essas atividades desde o ponto de origem ateacute o ponto de consumo com o propoacutesito de atender os requisitos do cliente (Caxito 2011 p03)
De acordo com Chopra e Meindl (2011 p 374) transporte refere-se ao
movimento de produto de um local para outro enquanto ele prossegue do iniacutecio de
uma cadeia de suprimentos ateacute o cliente
A diferenccedila entre logiacutestica e transporte eacute que a primeira absorve a segunda
na execuccedilatildeo de suas tarefas ou seja a logiacutestica vai aleacutem do transporte O todo
logiacutestico engloba o transporte armazenamento e distribuiccedilatildeo Sendo assim o
transporte eacute uma fraccedilatildeo da logiacutestica
82 Os modais de transporte e os gargalos logiacutesticos
821 O modal rodoviaacuterio Estradas
Segundo Margarida Cintra Gordinho (2003) na deacutecada de 1950 foi realizado
um estudo onde constatou-se que a melhor opccedilatildeo de transportes para o paiacutes era o
modal rodoviaacuterio Para tanto eacute necessaacuteria a construccedilatildeo de estradas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
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ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 25 |
O marco das estradas brasileiras As estradas pavimentadas no Brasil comeccedilaram a se tornar realidade a partir de 1920 com Washington Luiacutes A partir de 1930 durante o governo Vargas ateacute 1945 teriacuteamos uma mudanccedila com a primeira industrializaccedilatildeo no paiacutes bem como com a criaccedilatildeo do Fundo Rodoviaacuterio Nacional no ano de 1945 Em 1947 inaugura-se a Via Anhanguera e a pista em sentido oposto em 1953 Na deacutecada de 1950 ocorreu um estudo importante para a definiccedilatildeo do progresso do transporte no Brasil tratava-se da Comissatildeo Mista Brasil ndash Estados Unidos de Desenvolvimento Econocircmico na qual se definiu que o melhor e mais econocircmico meio de transporte no territoacuterio brasileiro dentre o ferroviaacuterio fluvial e rodoviaacuterio era este uacuteltimo (GORDINHO 2003 p117)
De acordo com Cesar (2001) a partir da fundaccedilatildeo da Petrobraacutes o paiacutes adquire
focirclego de mateacuteria prima para a construccedilatildeo da infraestrutura rodoviaacuteria
Em 1951 funda-se a Petrobraacutes Programa de Petroacuteleo Nacional que em 1954 passa a produzir massa asfaacuteltica que alimentava a produccedilatildeo de estradas Um ano antes o Estado de Satildeo Paulo comeccedila os estudos da Rodovia Castelo que ao ser concluiacutedo torna-se um vetor para as demais rodovias (CESAR 2001 p227)
Conforme nos ensina Cesar (2001) as rodovias sem duacutevida criaram ligaccedilotildees
diretas entre vaacuterios pontos do paiacutes que anteriormente eram pontos comerciais
isolados gerando assim um importante fluxo de riqueza mercadorias e progresso
nacional Ceacutesar (2001) nos orienta neste sentido em compreendendo a histoacuteria
O setor de rodovias se desenvolve em quantidade e qualidade sendo que durante os anos de 1955 e 1961 foram construiacutedos milhares de quilocircmetros de estradas Cabe ressaltar que a construccedilatildeo naquele periacuteodo das seguintes rodovias Beleacutem-Brasiacutelia Satildeo Paulo - Brasiacutelia (Ceacutesar 2001 p 229)
Com a crise do petroacuteleo na deacutecada de 1970 o paiacutes enfrentou uma grande
diminuiccedilatildeo das obras de infraestrutura rodoviaacuteria como nos dizeres de Gordinho
(2003) na obra Transportes no Brasil a opccedilatildeo rodoviaacuteria
Jaacute na ditadura militar foram criados diversos oacutergatildeos ligados ao transporte e a construccedilatildeo de estradas com o aumento da malha rodoviaacuteria destacando-se a dentre elas a BR-116 A partir de 1974 paralisou-se a construccedilatildeo e manutenccedilatildeo de rodovias haja vista graves problemas econocircmicos externos e de investimentos internos bem como a crise do petroacuteleo Procurou-se a partir de entatildeo um modelo de incentivos a outros ramos de transportes tais como o ferroviaacuterio (GORDINHO 2003 p 139)
822 O modal ferroviaacuterio Ferrovias
Conforme a Associaccedilatildeo Nacional de Transportadores Ferroviaacuterios (2016) o
desenvolvimento das ferrovias brasileiras
[] sempre esteve intimamente ligado a poliacuteticas de governo que por seu turno variaram grandemente ao longo da histoacuteria Nesse sentido e visando sistematizar essa relaccedilatildeo procurou-se dividir a evoluccedilatildeo do sistema
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
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Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 26 |
ferroviaacuterio segundo fases cronoloacutegicas correlacionadas a fases da nossa histoacuteria imperial e republicana Segundo estudos do eng Joseacute Eduardo Castello Branco a evoluccedilatildeo ferroviaacuteria no paiacutes observa o seguinte faseamento Fase I (1835 - 1873) durante a Regecircncia e o Segundo Reinado sendo observado o iniacutecio da implantaccedilatildeo de ferrovias no Brasil e o desenvolvimento desse sistema de transporte de forma lenta atraveacutes de empresas essencialmente privadas Fase II (1873 - 1889) abrangendo o Segundo Reinado e caracterizada por uma expansatildeo acelerada da malha ferroviaacuteria atraveacutes de empreendedores privados estimulados pelo instituto da garantia de juros Fase III (1889 - 1930) englobando a Repuacuteblica Velha ainda sendo observada uma expansatildeo acelerada da malha poreacutem com o estado sendo obrigado a assumir o controle de vaacuterias empresas em dificuldades financeiras Fase IV (1930 - 1960) compreendendo a era Vargas e o poacutes-guerra com o ritmo de expansatildeo diminuindo e um amplo controle estatal das empresas antes privadas Fase V (1960 - 1990) situada quase que inteiramente ao longo do periacuteodo em que a naccedilatildeo foi governada por um regime militar estando a malha consolidada em poucas empresas puacuteblicas ocorrendo erradicaccedilatildeo de ramais antieconocircmicos e implantaccedilatildeo de projetos seletivos de caraacuteter estrateacutegico Fase VI (1990) periacuteodo da Nova Repuacuteblica marcado pela privatizaccedilatildeo de todo o sistema ferroviaacuterio nacional A cronologia a seguir procura observar sempre que possiacutevel as fases antes assinaladas acrescentando-se agraves ocorrecircncias nacionais que lhes datildeo forma alguns fatos relevantes ocorridos no cenaacuterio internacional
823 O modal aquaviaacuterio Portos
Arauacutejo (2013) oferece uma excelente monografia acerca do tema portuaacuterio
Seu estudo tem como tiacutetulo ldquoSistema Portuaacuterio Brasileiro Evoluccedilatildeo e desafiosrdquo no
qual analisa a evoluccedilatildeo do sistema de portos no Brasil
Sua evoluccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo apresentam como marco inicial que classificamos de ldquoprimeira faserdquo o ano de 1808 com a Carta Reacutegia promulgada por D Joatildeo VI permitindo a ldquoabertura dos portos agraves naccedilotildees amigasrdquo Ainda nesta fase na deacutecada de 30 eacute instaurado por Getuacutelio Vargas o Governo Constitucional posteriormente o chamado Estado Novo periacuteodo em que o sistema portuaacuterio atraveacutes de sua regulaccedilatildeo com vistas agrave modernizaccedilatildeo dos portos recebe a sua primeira reforma Apoacutes esta inflexatildeo experimentada pelo sistema portuaacuterio brasileiro tivemos por parte do poder puacuteblico accedilotildees importantes e significativas como a criaccedilatildeo do DNPVN - Departamento Nacional de Portos e Vias Navegaacuteveis em 1963 a criaccedilatildeo do Grupo Executivo para Integraccedilatildeo das Poliacuteticas de Transportes ndash GEIPOT em 1965 e finalmente a criaccedilatildeo da PORTOBRAacuteS Empresa de Portos do Brasil S A em 1975 que absorvia a administraccedilatildeo e gestatildeo dos portos e hidrovias No iniacutecio de 1990 fica caracterizada a inoperacircncia do nosso sistema Portuaacuterio em funccedilatildeo da demanda existente Sem um planejamento portuaacuterio eficiente os investimentos eram discretos contrapondo com a modernizaccedilatildeo dos diversos portos internacionais Tal situaccedilatildeo evidenciou a 9 premente necessidade de mudanccedilas no Sistema Portuaacuterio Brasileiro para que o paiacutes natildeo ficasse ao largo do desenvolvimento sem condiccedilotildees de participar do mercado globalizado Em funccedilatildeo dessa necessidade de modernizaccedilatildeo o Sistema Portuaacuterio brasileiro para atender as demandas reclamadas surge um novo marco que daacute origem a um outro momento marcante para o setor que classificamos como ldquosegunda faserdquo que ocorre a partir do ano de 1993 com o advento da
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 27 |
Lei 8630 tambeacutem conhecida como Lei de Modernizaccedilatildeo dos Portos que buscava uma nova regulaccedilatildeo com o intuiacutedo de integrar o Brasil de forma efetiva agraves demandas do comeacutercio internacional Ateacute aquele momento o sistema havia sido orientado e controlado pela Portobraacutes extinta pela Lei 8630 durante o mandato do presidente Fernando Collor de Mello com uma regulaccedilatildeo que compreendia portos administrados pela proacutepria Portobraacutes portos administrados pelas Companhias Docas concessotildees estaduais concessotildees particulares e terminais privados Com a crise no setor deflagrou-se um conjunto de negociaccedilotildees e articulaccedilotildees poliacuteticas que redundaram na preconizaccedilatildeo do setor com a promulgaccedilatildeo da Lei n 863093 tambeacutem conhecida como a Lei da Modernizaccedilatildeo do Portos Ao final dos anos noventa jaacute se podia identificar uma consideraacutevel melhoria e o iniacutecio de um processo de modernizaccedilatildeo no sistema portuaacuterio permitindo a inserccedilatildeo do Brasil no processo de globalizaccedilatildeo da economia Ainda dentro desta fase damos destaque para a criaccedilatildeo da agecircncia reguladora do setor a ANTAQ ndash Agecircncia Nacional de Transporte Aquaviaacuterio em 2001 com objetivo maior de fiscalizar e regular a exploraccedilatildeo da infraestrutura aquaviaacuteria como um todo (ARAUacuteJO 2013 p07)
Finalmente a terceira e significativa alteraccedilatildeo classificada aqui como
ldquoterceira faserdquo ocorre no ano de 2007 com a criaccedilatildeo da Secretaria Especial de Portos
hoje Secretaria de Portos que retirou o sistema portuaacuterio de um plano inferior quando
era apenas um setor do Ministeacuterio dos Transportes dando-lhe o status de Ministeacuterio
com uma visatildeo estrateacutegica e desenvolvimentista
Em 07122012 no nosso entendimento o iniacutecio de uma nova fase foi editada a Medida Provisoacuteria 595 ndash MP dos Portos trazendo em seu bojo o objetivo de melhorar a eficiecircncia dos portos brasileiros e principalmente estabelecer novas regras para as concessotildees de portos Tal medida com a pressatildeo do Governo Federal junto as casas do Congresso Nacional foi transformada em 05062013 apoacutes o acolhimento de 137 emendas na Lei 128152013 (ARAUJO 2013 p08)
824 O modal aeroviaacuterio Aeroportos
O Portal Brasil (2016) nos informa acerca do modal aeacutereo no paiacutes e traz um
panorama atual do setor Vejamos
No comeccedilo de 2011 os maiores aeroportos brasileiros podiam receber 215 milhotildees de viajantes Agora a capacidade eacute de 285 milhotildees de pessoas por ano No fim de 2014 com a finalizaccedilatildeo do novo aeroporto de Viracopos ela seraacute de 295 milhotildees de passageiros por ano A expansatildeo se deu graccedilas aos R$ 113 bilhotildees investidos nos uacuteltimos trecircs anos e meio tanto na rede operada pela Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuaacuteria) quanto nos quatro aeroportos concedidos agrave inciativa privada A mudanccedila foi mais acelerada nestes uacuteltimos somente entre 2012 e 2014 eles tiveram sua capacidade ampliada em 57 Ateacute o final deste ano a expansatildeo teraacute sido de 76 Esta eacute a principal injeccedilatildeo de recursos que os aeroportos brasileiros jaacute receberam em um curto periacuteodo de tempo Ela atende agrave forte expansatildeo na demanda no paiacutes na uacuteltima deacutecada quando o uso do aviatildeo quase triplicousup1
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 28 |
Conveacutem salientar de acordo com informaccedilotildees do Portal Brasil que o
transporte de mercadorias via aeronaves eacute muito caro sendo assim sua indicaccedilatildeo
estaacute voltada para o transporte de produtos leves e que tenham urgecircncia em sua
entrega
825 O modal duto viaacuterio Dutos
-
De acordo com o site ldquoToda Mateacuteriardquo transporte duto viaacuterio (ou Transporte
Tubular) eacute aquele realizado por meio de duto vias ou seja de tubulaccedilotildees O termo
ldquodutordquo significa tubos e corresponde ao local para transportar oacuteleos gases e produtos
quiacutemicos atraveacutes da gravidade ou da pressatildeo
De acordo com a Federaccedilatildeo Nacional do Comeacutercio de Combustiacuteveis e de
Lubrificantes (2015) o modelo de negoacutecio da malha de dutos brasileira remete agrave
histoacuteria do setor nacional de petroacuteleo e gaacutes Em 1953 a Lei ndeg 2004 instituiu o
monopoacutelio estatal do petroacuteleo e gaacutes natural no Brasil a ser exercido pela Petrobraacutes e
suas subsidiaacuterias As atividades de pesquisa exploraccedilatildeo produccedilatildeo refino e
transporte duto viaacuterio de petroacuteleo e seus derivados no paiacutes seriam exercidas
exclusivamente pela empresa estatal Essa legislaccedilatildeo permaneceu por 44 anos ateacute
a sua revogaccedilatildeo pela emenda constitucional ndeg 995 que possibilitou mais tarde em
1997 a instituiccedilatildeo da Lei ndeg 947897 (Lei do Petroacuteleo)
826 Os gargalos logiacutesticos
O site Brasil Debate (2014) nos traz uma boa noccedilatildeo dos gargalos logiacutesticos
no Brasil vejamos
Atualmente os custos logiacutesticos ndash que envolvem os gastos com armazenagem transporte e despesas portuaacuterias ndash representam parcela significativa do valor total do produto E destes custos estimam-se que 70 correspondam aos custos de transporte
No caso das cargas agriacutecolas que por se tratarem de commodities possuem baixo valor unitaacuterio agregado a situaccedilatildeo eacute ainda pior
Desde o II PND (2ordm Plano Nacional de Desenvolvimento) a infraestrutura de transporte brasileira vem sofrendo com a falta de investimento As empresas brasileiras acabam por ter um gasto extra anual devido agrave infraestrutura precaacuteria no setor logiacutestico visualizado nas peacutessimas condiccedilotildees das estradas alta burocracia sucateamento das ferrovias falta de capacidade dos portos e despesas com armazenagem
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 29 |
83 Gestatildeo por Processos
Segundo Paim et al (2009) com a complexidade e competitividade no mundo
dos negoacutecios gerada logo apoacutes a Segunda Guerra Mundial ou seja na Era Poacutes
Fordismo surgiu a necessidade de grandes praacuteticas gerenciais deixando para traacutes a
gestatildeo tradicional baseada em funccedilotildees com a crenccedila de que se cada departamento
ou setor cumprir seus objetivos a organizaccedilatildeo tambeacutem teraacute cumprido o seu A ideia
nas grandes praacuteticas passou a ser a gestatildeo baseada na visatildeo sistecircmica e holiacutestica
que enxerga a organizaccedilatildeo de forma horizontal voltada para o fluxo de processos
buscando os objetivos gerais da organizaccedilatildeo com foco nas necessidades dos clientes
voltadas para os processos seus fornecedores clientes entradas e saiacutedas
A Figura 10 faz uma comparaccedilatildeo graacutefica entre as visotildees departamental e por
processos
Figura 10 Visatildeo departamental x visatildeo de processos
Fonte Malamut (2005)
Carvalho e Paladini (2005) citam que natildeo cabe mais a ideia de gestatildeo por
departamentos levada por competiccedilotildees entre pessoas e setores onde foca-se a
eficiecircncia departamental em detrimento agrave eficiecircncia global da empresa Torna-se
necessaacuterio ver as organizaccedilotildees como um feixe de processos ou seja deixar de lado
a visatildeo departamental e criar uma visatildeo de processos da organizaccedilatildeo
Eacute de extrema importacircncia ressaltar tambeacutem que como cita Baldam (et al
2008) em uma empresa com visatildeo por processos suas tarefas natildeo satildeo definidas em
funccedilatildeo dos seus departamentos mas sim em funccedilatildeo do que faraacute o cliente pagar pelo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 30 |
bem ou serviccedilo quer dizer em funccedilatildeo do que agregaraacute valor para a organizaccedilatildeo O
pensamento inicial eacute em o que precisa ser feito e como fazecirc-lo natildeo em qual
departamento iraacute realizaacute-la Assim um processo pode cruzar vaacuterios outros e solicitar
serviccedilos de cada um deles dependendo da atividade a ser executada
Segundo Mattos (2011) na visatildeo departamental o sistema de trabalho eacute
conhecido por ter seus processos bem definidos pessoas especializadas integraccedilatildeo
vertical (entre chefe subchefe e subordinados) e controle facilitado Poreacutem sua
estrutura eacute burocraacutetica pois eacute mais difiacutecil fazer com que pessoas especializadas
mudem a maneira de realizar suas tarefas conforme novas situaccedilotildees surgem no
mundo e aleacutem disto nesta visatildeo natildeo eacute permitida a comunicaccedilatildeo entre departamentos
o que torna o processo de decisatildeo muito mais demorado e sujeito a erros de
comunicaccedilatildeo quando haacute necessidade de interaccedilatildeo entre dois ou mais Jaacute com a visatildeo
por processos Mattos (2011) cita que uma empresa teraacute uma visatildeo mais integrada do
negoacutecio isto eacute todas as dimensotildees do mesmo satildeo consideradas e todos os esforccedilos
podem ser utilizados natildeo mais de forma isolada mas em prol de adquirir diferenciais
eou vantagens competitivas para a empresa como um todo com direcionamento aos
clientes
Entretanto mesmo natildeo cabendo mais a visatildeo departamental nas
organizaccedilotildees Gonccedilalves (2000) apud Baldam Valle Pereira et al(2008) diz que a
organizaccedilatildeo de uma empresa por processos pode ter a aparecircncia de uma estrutura
funcional com aacutereas funcionais bem definidas mas com processos operando
efetivamente de forma ortogonal (ldquona horizontalrdquo) As aacutereas funcionais e suas chefias
natildeo desaparecem mas agrave medida que os ldquodonos do processordquo vatildeo assumindo a
responsabilidade pelos resultados dos processos essenciais da empresa sua
estruturaccedilatildeo e projetos os chefes comeccedilam a focar mais no treinamento e
capacitaccedilatildeo dos seus subordinados
Os fatos citados acima levam a um cenaacuterio de atuaccedilatildeo da Gestatildeo por
Processos onde o gerenciamento foca-se no alinhamento dos processos aos
interesses do cliente almejando o bom desempenho da organizaccedilatildeo e natildeo dos
departamentos isolados
Para se entender o conceito da Gestatildeo por Processos primeiramente eacute
necessaacuterio definir o que satildeo processos
Para Davenport (1994) processo eacute a ordenaccedilatildeo especiacutefica das atividades de
trabalho no tempo e no espaccedilo com um comeccedilo um fim entradas e saiacutedas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 31 |
claramente identificadas enfim uma estrutura para a accedilatildeo ldquoEacute um conjunto de
elementos que possam guiar-nos com certeza entre o iniacutecio do trabalho e o seu final
de forma a comeccedilarmos e terminarmos sem desvios o que temos que fazer
alcanccedilando nossa meta ou objetivo rdquo (CRUZ 2003 p85)
Portanto conforme Bulrton (2001 p 72) processo eacute uma sequecircncia de
passos que podem ou natildeo ser loacutegicos e que transformam diversos tipos de entrada
como material bruto informaccedilatildeo conhecimento compromissos em saiacutedas e
resultados
Assim definido o conceito de processo podemos entender qual a
funcionalidade da Gestatildeo por Processos e o porquecirc de se gerenciar os processos
com foco no cliente
Este tipo de gestatildeo conforme Wolf et al3 (2006) apud PAIM et al (2009) eacute
uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar gerenciar e medir a
organizaccedilatildeo com base nos processos centrais da mesma Eacute uma abordagem
sistecircmica para analisar redesenhar melhorar e gerenciar um projeto ou programa
especiacutefico para um processo Satildeo utilizados softwares para gerenciar e mensurar a
execuccedilatildeo dos workflows (fluxo de processo ou combinaccedilatildeo de tarefas) com o objetivo
de diminuir custos e aumentar a produtividade
Nagel e Rosemann (2006) apud Paim et al (2009) ressaltam que o papel do
gestor na Gestatildeo por Processos estaacute em evitar que subsistam falhas nos processos-
chave para que elas natildeo ultrapassem as fronteiras da organizaccedilatildeo e cheguem ao
cliente final Para que se consiga chegar a este objetivo eacute necessaacuterio o gerenciamento
dos processos e a introduccedilatildeo de melhorias
Trevine et al (2006) diz que em todas as estruturas de uma organizaccedilatildeo em
que se adota a Gestatildeo por Processos satildeo efetivamente inter-relacionadas casadas
o que permite que os processos do negoacutecio sejam gerenciados de maneira integrada
ou seja as funccedilotildees de diversas aacutereas satildeo vistas como um processo uacutenico ldquode ponta
a pontardquo pois satildeo considerados de maneira expliacutecita e inteira afinal uma
ldquoorganizaccedilatildeo com visatildeo horizontal tem consciecircncia dos processos de negoacutecio que
utiliza e que estatildeo embutidos nas suas rotinasrdquo
Pessoa (2002) cita os benefiacutecios da Gestatildeo por Processos em relaccedilatildeo agrave
Gestatildeo Funcional afirmando que a primeira em detrimento da segunda tem a
funcionalidade de criar inter-relacionamentos entre os processos orientar as
atividades para o cliente criar times auto gerenciados investir em aprendizado e
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 32 |
treinar funcionaacuterios multifuncionais Isto faz com que os cargos sejam agrupados em
torno do fluxo de uma atividade unindo os colaboradores pelas habilidades
demandadas pela mesma dando prioridade agraves necessidades de controlar e minimizar
os riscos
Para Paim et al (2009) os benefiacutecios obtidos com a Gestatildeo por Processos
satildeo
Uniformizaccedilatildeo de entendimentos das formas de trabalhos atraveacutes dos
modelos de processos contribuindo para uma visatildeo homogecircnea da organizaccedilatildeo
Melhoria do fluxo das informaccedilotildees atraveacutes dos modelos dos processos
Padronizaccedilatildeo dos processos atraveacutes de um referencial de conformidade
Melhoria na gestatildeo organizacional atraveacutes do melhor conhecimento dos
processos associados
Aumento da compreensatildeo teoacuterica e praacutetica sobre os processos
Reduccedilatildeo de tempo e custo dos processos
Reduccedilatildeo do tempo de atravessamento de produtos
Aumento da satisfaccedilatildeo dos clientes
Aumento da produtividade dos trabalhadores
Reduccedilatildeo de defeitos
Deste modo gerir por processos significa conhecer detalhadamente os
processos da organizaccedilatildeo tanto para gerenciar quanto para introduzir melhorias As
melhorias satildeo introduzidas a fim de eliminar atividades que natildeo agregam valor ao
produto ou serviccedilo evitando retrabalhos processos burocraacuteticos e conferecircncias ou
revisotildees desnecessaacuterias
De acordo com Imai (2005) para uma atividade agregar valor ao produto ou
serviccedilo ele deve atender a trecircs requisitos o cliente tem de se importar por essa
atividade isto eacute tem de pagar pela mesma na atividade o produto ou serviccedilo tem de
ser transformado fisicamente e a atividade deve ser feita corretamente na primeira
vez sem retrabalho
9 BENCHMARKING REALIZADO REALIDADES ORGANIZACIONAIS
A proposta de absorccedilatildeo da Transcocamar agrave Cocamar tem como inspiraccedilatildeo a
Bunge Alimentos maior empresa exportadora de produtos oriundos do agronegoacutecio
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 33 |
brasileiro conforme portfoacutelio de produtos apresentados na figura 11 A empresa conta
com aproximadamente 35000 mil colaboradores no mundo todo sendo 17000 mil
apenas em solo brasileiro
Com mais de 100 anos de instalaccedilatildeo no Brasil eacute a maior produtora de
produtos alimentiacutecios Eacute tambeacutem liacuteder nacional na originaccedilatildeo de gratildeos e no
processamento de soja e trigo
Figura 11 Marcas e produtos Bunge Alimentos
Fonte wwwbungecombr
Buscamos nos orientar pelo modelo de negoacutecios da Bunge Alimentos e para
tanto fazia foi necessaacuterio realizar o benchmarking em in loco em uma das mais de
100 (cem) unidades espalhadas pelo paiacutes Tarefa aacuterdua que teve o envolvimento de
todos os participantes do grupo e tambeacutem no orientador
Inicialmente natildeo obtivemos ecircxito No entanto natildeo desistimos e atraveacutes de
um diretor da Cocamar conseguimos contato com o gerente de logiacutestica da Bunge
unidade Maringaacute-Pr apresentada na figura 12 onde o mesmo ato contiacutenuo e diga-
se de passagem muito soliacutecito nos atendeu nas dependecircncias da unidade
supracitada Sendo assim obtivemos ecircxito no dia 29032017 com a realizaccedilatildeo de
uma visita de benchmarking com o gerente de logiacutestica que trabalha na empresa haacute
mais de 29 anos e possuiacute passagem por diversas plantas fabris do Brasil
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 34 |
Figura 12 Unidade Bunge Maringaacute
Fonte wwwbungecombr
O objetivo foi identificar o modelo de operaccedilatildeo realizada pela empresa durante
a contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes tendo em vista que atua em segmentos
similares a empresa (Cocamar e Transcocamar) foco deste trabalho
Logo foi identificada que o setor de Logiacutestica da Bunge atua na contrataccedilatildeo
de serviccedilos de transportes composta por 01 Gerente de Logiacutestica 04 Analistas e 07
assistentes estruturada conforme figura 12
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 35 |
Figura 13 Organograma da Logiacutestica da Bunge em Maringaacute
Fonte Benchmarking com gestor de Logiacutestica da Bunge Alimentos (2017)
O gerente eacute responsaacutevel pela determinaccedilatildeo da tarifa de fretes e volumes a
serem realizados para diversas unidades da Bunge segmentadas por regiatildeo de
atuaccedilatildeo Os analistas e assistentes satildeo responsaacuteveis pela contrataccedilatildeo das empresas
de transportes ou autocircnomos no ditado popular ldquocaptaccedilatildeo de caminhotildeesrdquo
O processo de contrataccedilatildeo eacute feito diretamente pelo setor nomeado como
Bunge Transportes no qual o contato com os proprietaacuterios dos veiacuteculos eacute realizado
de forma direta certificando de que estes estatildeo aptos legalmente para o transporte
ou seja se possuem veiacuteculos e motoristas aprovados pelo gerenciamento de riscos e
apoacutelice de seguro Feita a aprovaccedilatildeo o veiacuteculo eacute autorizado a realizar o
carregamento caso contraacuterio o mesmo eacute impossibilitado de prestar serviccedilos agrave Bunge
Alimentos
Tendo em vista que neste processo a proacutepria Bunge emite o CTE
(Conhecimento de Transportes Eletrocircnico) para o devido pagamento do frete
realizado o motorista recebe um cartatildeo de deacutebito para recebimento do valor do frete
e pedaacutegio para a rota realizada entretanto para que o valor seja creditado todos os
documentos precisam estar atualizados
Gerente de Logiacutestica
Analista Logiacutestica
Unidade Maringaacute
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ponta Grossa
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Cascavel
Assistente de Logiacutestica
Analista de Logiacutestica
Unidade Ourinhos
Assistente de Logiacutestica
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 36 |
A implantaccedilatildeo deste modelo ldquodiretordquo de contrataccedilatildeo de veiacuteculos de transporte
de cargas possibilitaria agrave nossa empresa uma maior rapidez (diminuiccedilatildeo do lead time)
na resposta agrave demanda requisitada pela aacuterea comercial
Consequentemente os custos de frete teriam uma reduccedilatildeo significativa pois
natildeo teriacuteamos a figura intermediaacuteria no caso a transportadora Transcocamar que hoje
faz a intermediaccedilatildeo nas contrataccedilotildees de transporte O contato direto com os
transportadores possibilitaraacute a formaccedilatildeo de parcerias baseada no modelo ganha-
ganha melhorando o niacutevel de serviccedilo da empresa e de fidelizaccedilatildeo dos mesmos
A accedilatildeo de benchmarking nos possibilitou identificar que o modelo de
contrataccedilatildeo de fretes da Bunge eacute diferente do praticado na Cocamar Por outro lado
formamos a convicccedilatildeo acerca da viabilidade de propormos um modelo similar e de
caracteriacutesticas proacuteprias para nossa empresa sendo certo que trariacuteamos maior
competitividade na contrataccedilatildeo de transportes e rapidez no ato de transportar
Por fim estamos convencidos que teriacuteamos mais proximidade das transportadoras
com a empresa e consequentemente uma reduccedilatildeo de custos de frete apresentando
aumento da viabilidade econocircmica
10 ANAacuteLISE DO SETOR
O transporte de cargas eacute um serviccedilo fundamental na cadeia de produccedilatildeo e
distribuiccedilatildeo de bens industriais e agriacutecolas Cerca de 58 do transporte no paiacutes eacute feito
pelas rodovias e isto eacute um fator determinante para a eficiecircncia do escoamento da
produccedilatildeo do setor primaacuterio brasileiro certo de que se o paiacutes tivesse maior
desempenho em ferrovias sua competitividade perante a outros paiacuteses seria
significante pois o custo com o transporte rodoviaacuterios de cargas toma uma grande
fatia do valor do produto final aleacutem dos riscos que o transportador tem ao carregar o
produto e levar ateacute seu destino aliados a falta de infraestrutura e seguranccedila
aumentos abusivos no preccedilo dos combustiacuteveis e pneus despesas que representam
a maior parte do faturamento Em seguida iremos analisar o setor de transportes
rodoviaacuterios de cargas
101 Anaacutelise do Setor de Transportes Rodoviaacuterios de Cargas
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 37 |
No relatoacuterio do Banco Mundial publicado em 2016 o Brasil subiu 10 posiccedilotildees
no ranking mundial de logiacutestica que mede a eficiecircncia da cadeia de transportes portos
e transferecircncias de mercadorias em 160 paiacuteses O Brasil passou a ocupar a 55ordm lugar
do ranking (World Bank 2016)
Segundo Ballou (2006) o transporte representa o elemento mais importante
da logiacutestica De fato o transporte eacute o meio aonde os produtos satildeo escoados entre
regiotildees Jaacute para Fleury (2003) o transporte de cargas desempenha um papel
fundamental em qualquer economia organizada
Em 2016 as rodovias brasileiras apresentam uma extensatildeo total de 1720756
km sendo 786 (1351979 km) natildeo pavimentada e 123 (211468 km)
pavimentadas e 91 (157309 km) de rodovias planejadas Das rodovias
pavimentadas a maior parte satildeo estaduais representando 566 (119747 km)
307 (64895 km) federais e 127 (26826 km) municipais As rodovias de pista
simples satildeo predominantes 884 (57398 km) somente 96 duplicadas (6221 km)
e 2 (1276 km) em duplicaccedilatildeo (CNT 2016) A figura 14 mostra o mapa rodoviaacuterio
brasileiro
Figura 14 Mapa das rodovias brasileiras
Fonte Ministeacuterio dos Transportes (2014)
O Brasil tem 32 milhotildees de caminhotildees dos quais metade estaacute apta para
prestar serviccedilos e a outra metade pode operar apenas para a proacutepria empresa Os
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 38 |
caminhotildees novos entraram sem que os velhos saiacutessem ou deixassem de trafegar para
carregar gratildeos principalmente quando os preccedilos dos fretes aumentavam em funccedilatildeo
das maiores demandas de mercado
Segundo a Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT - 2016) a idade
meacutedia da frota brasileira eacute de 139 anos (169 anos dos veiacuteculos dos autocircnomos e 75
anos dos veiacuteculos de frota) Os caminhoneiros rodam cerca de 10 mil km por mecircs e
trabalham aproximadamente 113 horas por dia 868 afirmam que houve queda da
demanda por seus serviccedilos em 2015 Desses 741 alegam que o motivo foi a crise
econocircmica No total 448 tecircm alguma diacutevida a vencer Os caminhoneiros tecircm renda
mensal baixa e enfrentam problemas como o elevado preccedilo do combustiacutevel que
impacta tanto o trabalho dos autocircnomos como das empresas transportadoras Muitos
caminhoneiros reclamam da Lei do motorista (lei 13103 2015) e sentem falta de
pontos de apoio para cumprir o que determina a legislaccedilatildeo O caminhoneiro tem que
lidar com as deficiecircncias de infraestrutura nas rodovias do paiacutes tanto pela maacute
qualidade do pavimento e sinalizaccedilatildeo como pela ausecircncia de pontos de parada
adequados e suficientes A pesquisa salienta ainda um reforccedilo na recomendaccedilatildeo do
aprimoramento nas campanhas de combate ao uso de drogas direccedilatildeo segura
reduccedilatildeo de acidentes e treinamento profissional
Um estudo feito pela LOGIT (2012) para o Ministeacuterio dos Transportes informa
que a poliacutetica federal tem prioridade a continuidade agrave implementaccedilatildeo de reformas
iniciadas nos uacuteltimos anos introduzindo ajustes quando necessaacuterio fundamentados
nas seguintes orientaccedilotildees
Dar prioridade agrave restauraccedilatildeo e manutenccedilatildeo da rede rodoviaacuteria porque
trazem alto retorno econocircmico compensando de certo modo o contexto fiscal
submetido a fortes restriccedilotildees financeiras
Dar prosseguimento ao processo de desestatizaccedilatildeo da gestatildeo de rodovias
que sejam atrativas ao setor privado mediante concessotildees e outras formas de
parcerias puacuteblico-privadas
Ampliar a utilizaccedilatildeo de contratos por resultados com recursos garantidos de
modo a se alcanccedilar maior eficiecircncia no gerenciamento da malha viaacuteria
Promover a aplicaccedilatildeo de mecanismos de financiamento eficientes e que
intensifiquem a captaccedilatildeo de recursos privados
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 39 |
Estimular a descentralizaccedilatildeo administrativa inclusive a estadualizaccedilatildeo de
rodovias que natildeo sejam de interesse nacional e a delegaccedilatildeo de rodovias
federais para Estados que possuam maior capacidade executiva a serem
operadas diretamente pelos Departamentos Estaduais de Estradas de
Rodagem (DER) ou por operadores privados como parte integrante de
programas estaduais de concessatildeo
A Pesquisa da Confederaccedilatildeo Nacional do Transporte (CNT) sobre as
Rodovias registrou em 2016 um aumento de 266 no nuacutemero de pontos criacuteticos em
relaccedilatildeo a 2015 Eacute importante ressaltar ainda que a malha rodoviaacuteria brasileira aleacutem
de ser distribuiacuteda de forma desigual pelo territoacuterio nacional ndash devido a uma
combinaccedilatildeo de fatores como caracteriacutesticas geograacuteficas tipo de ocupaccedilatildeo do
territoacuterio histoacuterico de investimentos em implantaccedilatildeo e a atividade econocircmica regional
ndash apresenta resultados distintos entre as regiotildees As Regiotildees Norte e Nordeste
receberam as piores classificaccedilotildees com 766 e 631 de suas extensotildees
pesquisadas apresentando algum tipo de problema sendo avaliadas como Regular
Ruim ou Peacutessimo no estado geral Nessa mesma classificaccedilatildeo as Regiotildees Sul
Centro-Oeste e Sudeste obtiveram 593 593 e 446 respectivamente A CNT
entende que a ampliaccedilatildeo da participaccedilatildeo da iniciativa privada no processo de
recuperaccedilatildeo adequaccedilatildeo de capacidade e manutenccedilatildeo das rodovias traraacute maior
agilidade na soluccedilatildeo dos entraves identificados pela Pesquisa Poreacutem cabe ao setor
puacuteblico garantir as adequadas condiccedilotildees de movimentaccedilatildeo na malha natildeo-concedida
considerada essencial agrave integraccedilatildeo e ao aumento da eficiecircncia logiacutestica do paiacutes
Hoje estima-se que seriam necessaacuterios R$ 5708 bilhotildees para recuperar
71609 km de rodovias em que a condiccedilatildeo da superfiacutecie do pavimento foi classificada
como desgastada com trincas em malha com remendos com afundamentos com
ondulaccedilotildees e com buracos ou seja totalmente destruiacuteda segundo a Pesquisa CNT
de Rodovias Outros R$ 13713 bilhotildees seriam necessaacuterios para adequaccedilatildeo da
capacidade das vias por meio de duplicaccedilotildees E ainda R$ 9833 bilhotildees para a
construccedilatildeo e a pavimentaccedilatildeo de 21065 km
Essa inadequada infraestrutura rodoviaacuteria compromete a eficiecircncia do setor
transportador Apenas os problemas no pavimento identificados nesta pesquisa geram
aumento meacutedio do custo do transporte rodoviaacuterio de cargas de 249 Essa elevaccedilatildeo
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 40 |
eacute custeada por toda a sociedade no preccedilo final dos produtos e serviccedilos negociados
no mercado brasileiro e tambeacutem no transporte de passageiros
A Pesquisa CNT de rodovias 2016 aponta que a reduzida qualidade das
rodovias brasileiras eleva o custo operacional do transporte rodoviaacuterio potencializa a
ocorrecircncia de acidentes reduz o desempenho dos veiacuteculos e a qualidade de serviccedilo
prestado causando ainda impactos indesejados ao meio ambiente O transporte
rodoviaacuterio eacute responsaacutevel pela maior parte dos deslocamentos no Brasil demanda de
rodovias em melhor qualidade para o aumento da eficiecircncia logiacutestica de forma que
possa contribuir diretamente no processo de recuperaccedilatildeo do crescimento brasileiro
11 MODELO CONCEITUAL e PROPOSTA DE SOLUCcedilAtildeO
Partindo do modelo atual da CocamarTranscocamar tendo em vista que o
processo natildeo estaacute integrado e fazendo uma correlaccedilatildeo com o benchmarking
realizado na Bunge Alimentos identifica-se que o modelo ideal a ser implantado para
possibilitar uma estrutura de contrataccedilatildeo de serviccedilos de transportes eacute a reestruturaccedilatildeo
da aacuterea de Logiacutestica Integrada e da Transportadora Transcocamar unificando-se em
uma uacutenica aacuterea estrateacutegica para melhor performance da execuccedilatildeo das atividades e
ter uma processo mais eficiente com melhoria na seleccedilatildeo de prestador de serviccedilos
melhorar em niacutevel de agilidade na comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo aos stakeholders e
menores custos administrativos alinhados com o planejamento estrateacutegico da
cooperativa a meacutedio e longo prazo conforme organograma abaixo proposto
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 41 |
Figura 15 Organograma do novo modelo proposto
Fonte Autores
Tendo em vista a reestruturaccedilatildeo proposta supramencionada o novo processo
de contrataccedilatildeo de transportes e gestatildeo apresentaria um fluxograma do processo
conforme a figura 16
Figura 16 Fluxograma dos processos de acordo com modelo proposto
Presidente
Vice-Presidente
Superintendecircncia Gratildeos e Insumos
Superintendecircncia Varejo Cafeacute e Fios
Superintendecircncia de Operaccedilotildees
Logiacutestica Integrada
Distribuiccedilatildeo de Insumos
Agriacutecolas
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Farelo
Movimentaccedilatildeo e Armazenagem de
Varejo e Fios
Suprimentos
Faturamento
Cocamar Transportes
Transporte Proacuteprio
Transporte Terceirizado
Superintendecircncia Adm e Financeira
COCAMAR TRANSPORTES
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 42 |
Fonte Autores
A implantaccedilatildeo do novo processo compreende a contrataccedilatildeo de novos
parceiros para a prestaccedilatildeo de serviccedilos de transportes a realizaccedilatildeo da comunicaccedilatildeo
RECEBE DEMANDA
DE TRANSPORTE
FROTA
ATENDE A
DEMANDA
VERIFICA SE A
FROTA ATENDE A
DEMANDA
NEGOCIA COM
MOTORISTAS AUTONOMOS
OU TRANSPORTADORAS
PROPOtildeE TARIFA A SER
PRATICADA
FORMALIZA TARIFA
ACORDADA
ENVIA VEIacuteCULOS PARA
ATENDER A DEMANDA
EMITE DOCUMENTOS DE
TRANSPORTE
REALIZA O PAGAMENTO
DA TARIFA
VALIDA O CADASTRO DA
TRANSPORTADORA OU DO
AUTOcircNOMO
INICIO
FIM
NAtildeO
SIM
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 43 |
para os stakeholders (diretoria departamentos internos prestadores de serviccedilos)
bem como a parceria com novas seguradoras
No quesito documental eacute necessaacuteria a alteraccedilatildeo da forma de emissatildeo de
conhecimento sendo desta forma realizada diretamente pela Cocamar Transportes
sem a presenccedila de uma empresa (transportadora) terceira seguindo os padrotildees
legais exigidos pelo mercado
A implantaccedilatildeo do projeto prevecirc algumas fases conforme abaixo
Figura 17 Cronograma de implantaccedilatildeo do projeto
11 CONCLUSOtildeES E RECOMENDACcedilOtildeES
Com base na anaacutelise do setor e na realizaccedilatildeo do benchmarking concluiacutemos
que a reestruturaccedilatildeo do modelo eacute viaacutevel para apoiar a estrateacutegia de crescimento
alongo prazo da Cocamar Portanto recomendamos a implantaccedilatildeo do projeto
A reestruturaccedilatildeo promoveraacute uma melhor performance das operaccedilotildees de
contrataccedilatildeo de transportes para atendimento da demanda da Cocamar atraveacutes do
contato mais proacuteximo com as transportadoras e parceiros logiacutesticos
O processo de comunicaccedilatildeo obteraacute um fluxo menor onde o risco de perdas
de informaccedilotildees eacute mitigado pela reduccedilatildeo de interfaces e tambeacutem potencializa uma
maior agilidade dos processos operacionais
Foi identificado que haveraacute reduccedilatildeo de custos de matildeo de obra pois seraacute
realizada a integraccedilatildeo das equipes da aacuterea de logiacutestica da Cocamar e Transcocamar
desta forma haveraacute a reestruturaccedilatildeo e reduccedilatildeo dos cargos buscando otimizar os
recursos de acordo com a demanda exclusiva da Cocamar
Com a integraccedilatildeo dos processos internos tanto da logiacutestica da Cocamar como
da Transcocamar e integraccedilatildeoreestruturaccedilatildeo das equipes haveraacute objetivos comuns
para a contrataccedilatildeo de transportes com a finalidade de gerar um atendimento mais aacutegil
para melhor atender as demandas e reduzir custos que resultaram em vantagem
ago17 set17 out17 nov17 dez17 jan18 fev18 mar18
Apresentaccedilatildeo do projeto para Diretoria
Anaacutelise e ou revisatildeo do projeto
Validaccedilatildeo e aprovaccedilatildeo da Diretoria
Comunicaccedilatildeo Interna e externa
Iniacutecio da implantaccedilatildeo no novo modelo de operaccedilotildees
Reestruturaccedilatildeo da equipe
Acompanhamento
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 44 |
financeira para a cooperativa pois atualmente a logiacutestica da Cocamar foca nos
menores custos de frete enquanto a Transcocamar busca maior faturamento e
resultado Propotildee-se entatildeo que os objetivos sejam unificados
Aprendemos com este projeto inicial que temos condiccedilotildees de explorar outros
modelos realizando benchmarking para possibilitar melhorias dos resultados
qualitativos e quantitativos gerando melhorias contiacutenuas que por sua vez trazem
benefiacutecios muacutetuos a empresa e ao profissional que desempenha suas funccedilotildees diaacuterias
em busca de melhores praacuteticas e resultados em todos os niacuteveis coorporativos Nos
trouxe tambeacutem um aprendizado que certamente nos proporcionaraacute grandes
conhecimentos no decorrer de nossas trajetoacuterias tanto pessoais quanto profissionais
O iniacutecio do projeto foi difiacutecil em relaccedilatildeo a etapa do benchmarking pois as
empresas que gostariacuteamos de visitar (as que possuem modelo parecido) natildeo
disponibilizaram o atendimento e quando estava quase se esgotando o tempo
destinado a esta etapa foi nos proporcionado a oportunidade de conhecer de forma
geral o modelo logiacutestico de transportes da Bunge Alimentos na regiatildeo do Paranaacute
atraveacutes da planta da mesma cidade onde eacute a sede administrativa da Cocamar sendo
o mesmo para todo o Brasil O gerente de logiacutestica nos atendeu e nos explanou a
forma de contrataccedilatildeo de transportes inclusive nos trouxe um grande conhecimento e
experiecircncia que nos ajudou no desenvolvimento do projeto
REFEREcircNCIAS
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 45 |
ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
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ARAUJO Francisco Sistema Portuaacuterio Brasileiro EVOLUCcedilAtildeO E DESAFIOS 201310 Monografia (Curso de Especializaccedilatildeo em Engenharia e Gestatildeo Portuaacuteria) Florianoacutepolis BALDAM Roquemar VALLE Rogerio PEREIRA et al Gerenciamento de Processos de Negoacutecios 2 ed Satildeo Paulo Editora Eacuterica LTDA 2008 Ballou R H Gerenciamento de cadeia de suprimentoslogiacutestica empresarial Porto Alegre Bookman 2006 BURLTON R Business Process Management profiting from process Indianaacutepolis Sams Publishing 2001 CARVALHO Marly Monteiro de PALADINI Edson Pacheco Gestatildeo da Qualidade Teoria e casos Rio de Janeiro Campus 2005 CAXITO Fabiano Logiacutestica um enfoque praacutetico Satildeo Paulo Saraiva 2011 CESAR Beto Compreendendo a histoacuteria 2 ed Maringaacute Graacutefica Lupi 2001 CHOPRA Sunil MEINDL Peter Gestatildeo da cadeia de suprimentos Estrateacutegia planejamento e operaccedilotildees 4 ed Satildeo Paulo Person Prentice Hall p374 2011 CNT 2016 ndash Pesquisa CNT de rodovias Publicaccedilatildeo 2016 CRUZ T Sistemas meacutetodos e processos Satildeo Paulo Editora Atlas 2003 DAVENPORT TH Reengenharia de Processos como inovar na empresa atraveacutes da tecnologia da informaccedilatildeo 5 ed Rio de Janeiro Editora Campus 1994 Fleury P Nota sobre setor de transporte de cargas no Brasil Rio de Janeiro ILOS ndash Instituto de Logiacutestica e Supply Chain 2003 GORDINHO Margarida Cintra Transportes no Brasil A opccedilatildeo rodoviaacuteria Satildeo Paulo Marca DacuteAacutegua Drsquoagua 2003 HALL Richard H Organizaccedilotildees estruturas processos e resultados 8 ed Satildeo Paulo Pearson Prentice Hall 2004 IMAI Masaaki Kaizen A Estrateacutegia para o Sucesso Competitivo 6 ed Satildeo Paulo Bookman 2005 MALAMUT G Processos aplicados a sistemas integrados de gestatildeo In 1ordm Seminaacuterio Brasileiro de Gestatildeo de Processos Rio de Janeiro Anais Rio de Janeiro SAGE-COPPE-UFRJ Volume uacutenico p 1-20 2005 MATTOS Marcos Eduardo de Processos Organizacionais Satildeo Paulo Editora Sol Universidade Paulista 2011
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Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
Anexo 2 | Paulo Renato de Sousa
Material de responsabilidade do professor | 46 |
PAIM Rafael Gestatildeo por processos Pensar Agir e Aprender Satildeo Paulo Bookman 2009 PNLT (Plano Negoacutecio Logiacutestica e Transportes ndash Ministeacuterio do Transportes) Projeto de reavaliaccedilatildeo de estimativas e metas do PLNT 2012 Site Cocamar Cooperativa Agroindustrial ndash wwwcocamarcombr site lt wwwcocamarcombrgt Uacuteltimo acesso em 10 de dezembro de 2016 Site httpwwwfolhabvcombrnoticiaPesquisa-aponta-que-rodovias-federais-em-Roraima-estao-ruins22185 Site Associaccedilatildeo nacional de transportes ferroviaacuterios ndash wwwantforgbr Site ltwwwantforgbrgt Uacuteltimo acesso em 15 de dezembro de 2016 Site Portal Brasil - wwwbrasilgovbr Site ltwwwbrasilgovbrgt Uacuteltimo acesso em 28 de novembro de 2016 Site Brasil Debate ndash wwwbrasildebatecombr Site ltwwwbrasildebatecombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site toda mateacuteria ndash wwwtodamateriacombr Site ltwwwtodamateriacombrgt Uacuteltimo acesso em 23 janeiro de 2017 Site fecombustiveis ndash wwwfecombustiveiscombr Site ltwwwfecombustiveiscombrgt Uacuteltimo acesso em 27 janeiro de 2017 TREVINE Cristiane ALVES Giovanna NAKATA et al Iniciar a Gestatildeo por Processo Texto para Reflexatildeo Campinas Universidade Estadual de Campinas 2006 World Bank Connecting to compete ndash Trade logistics in the global economy Washington 2016
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