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PRODUTIVIDADENA INDÚSTRIA
Indicadores CNIAno 1 • Número 1 • Jul-Set 2017
A produtividade do trabalho na indústria brasileira subiu, no terceiro trimestre de 2017, e consolidou a tendência de crescimento iniciada em 2016. Esse é o sexto trimestre consecutivo de aumento da produtividade. Estimuladas pela crise, as empre-sas investem em melhoria de processo e aumento de eficiência, o que já se reflete no indicador de produtividade.
Crescimento da produtividade do trabalho aumenta competitividade da indústria
Na comparação com seus 10 principais parceiros co-merciais, o Brasil registrou o quarto maior aumento, empatado com Reino Unido e atrás de Países Baixos, Alemanha e Coreia do Sul. O desempenho brasileiro foi 2,2% superior ao desempenho médio dos parceiros. Não obstante, é importante ressaltar que o desempe-nho relativo da indústria brasileira ainda está 25,8% menor que o patamar do início do século XXI.
Brasil tem desempenho melhor que a média dos seus principais parceiros comerciais
Crescimento da produtividade do trabalho na indústria de transformação, 2015-2016
Produto por horas trabalhadas
Variação acumulada (%)
PAÍSES BAIXOSALEMANHA
COREIA DO SULREINO UNIDO
BRASILFRANÇA
2,3
-0,1-1,0
-1,7-1,7
-3,4
2,22,1
1,71,71,6
ESTADOS UNIDOSITÁLIAJAPÃOMÉXICOARGENTINA
2
Produtividade na indústria Ano 1 • Número 1 • Jul-Set 2017
A produtividade do trabalhador na indústria brasi-leira – medida como o volume produzido dividido pelas horas trabalhadas – cresceu 1,2% no terceiro trimestre de 2017, em relação ao segundo trimes-tre do ano, considerando as médias dos trimestres das séries mensais livres de efeitos sazonais.
O aumento do indicador reflete aumento de 1,2% do volume produzido, acompanhado por estabilida-de das horas trabalhadas na produção, na mesma base de comparação. O indicador mostra recupe-ração desde o segundo trimestre de 2016. Entre o primeiro trimestre de 2016 e o terceiro trimestre
de 2017, acumulou aumento de 8,1%, resultante de aumento do volume produzido (2,8%) e de redução das horas trabalhadas na produção (-4,9%).
A recuperação do indicador, desde meados de 2016, resulta, principalmente, do esforço das em-presas para aumentar a eficiência e reduzir custos, como resposta à crise econômica interna. Em 2016, o principal objetivo do investimento reali-zado pelas empresas industriais foi a melhoria do processo produtivo (38% das empresas), segundo a pesquisa da CNI Investimentos na Indústria.
PRODUTIVIDADE DO TRABALHO NA INDÚSTRIA BRASILEIRA
Produtividade mostra recuperação
Produtividade do trabalho trimestral, Indústria de transformação brasileira, 2000T1-2017T3Produto por horas trabalhadas
Com ajuste sazonal - Índice, base: média de 2000=100
Fonte: Elaborado pela CNI, com base em estatísticas do IBGE e da CNI.
Fonte: Elaborado pela CNI, com base em estatísticas do IBGE e da CNI.
2016
T2
2017
T3
2013
T4
2015
T1
80
90
100
110
120
2000
T1
2001
T2
2002
T3
2003
T4
2005
T1
2006
T2
2007
T3
2008
T4
2010
T1
2011
T2
2012
T3
Produtividade do trabalho trimestral, Indústria de transformação brasileiraProduto por horas trabalhadas
Variação em relação ao trimestre imediatamente anterior, com ajuste sazonal (%)
2015T1
2015T2
2015T3
2015T4
2016T1
2016T2
2016T3
2016T4
2017T1
2017T2
2017T3
-0,6 -0,2 0,4 -0,5 -0,5 2,7 0,2 0,1 1,6 2,0 1,2
3
Produtividade na indústria Ano 1 • Número 1 • Jul-Set 2017
Efeitos da crise econômica interna sobre as medidas de produtividade do trabalho
A produtividade do trabalho compara a quantidade de bens e serviços produzidos com a quantidade de trabalho utilizado na produção. A quantidade de trabalho pode ser medida com base no número de trabalhadores empregados ou com base no núme-ro de horas trabalhadas na produção.
Entre o primeiro trimestre de 2000, início da sé-rie, e o quarto trimestre de 2010, as duas medidas apresentaram evolução similar: a produção por trabalhador acumulou aumento de 7,2%, enquan-to a produção por horas trabalhadas cresceu 7,6%.
A partir de 2011, nota-se o descolamento das duas medidas, o que reflete os efeitos da crise econômica sobre o mercado de trabalho. Entre o primeiro trimestre de 2010 e o terceiro trimestre de 2017, a produtividade com base nas horas tra-balhadas acumulou aumento de 7,6%, enquanto a produtividade com base no número de trabalha-dores registrou queda (-3,6%).
Em um cenário de baixo crescimento e elevada in-certeza, as empresas adotam medidas para reduzir as horas trabalhadas na produção (concedendo férias coletivas, treinamento, deslocando para tra-balho de manutenção, etc.) e evitar os custos com demissões, recontratações e treinamento.
O número de trabalhadores tende a aumentar ou cair em um ritmo menor que o observado para as horas trabalhadas na produção, o que explica a di-ferença entre as duas medidas de produtividade.
Desse modo, a medida de produtividade do traba-lho com base nas horas trabalhadas na produção se mostra mais adequada. Ademais, em compara-ções entre países e anos, a medida com base nas horas trabalhadas elimina diferenças da força de trabalho em relação ao regime de tempo da jorna-da de trabalho (regime parcial ou integral, férias, paralisações, etc.).
Fonte: Elaborado pela CNI, com base em estatísticas do IBGE e da CNI.
Produtividade do trabalho trimestral, Indústria de transformação brasileira, 2000T1-2017T3Com ajuste sazonal - Índice, base: média de 2000=100
2016
T2
2017
T3
2013
T4
2015
T1
80
90
100
110
120
2000
T1
2001
T2
2002
T3
2003
T4
2005
T1
2006
T2
2007
T3
2008
T4
2010
T1
2011
T2
2012
T3
Produtividade (produto/trabalhador) Produtividade (produto/horas)
4
Produtividade na indústria Ano 1 • Número 1 • Jul-Set 2017
Apesar de mostrar recuperação, o desempenho da indústria brasileira ainda é negativo no longo pra-zo. Na última década (2006-2016), o Brasil registrou o menor crescimento da produtividade do trabalho (5,5%). A maioria dos nossos parceiros comerciais apresentou uma taxa de crescimento da produtivi-
dade do trabalho pelo menos duas vezes maior que a brasileira. O maior aumento foi registrado pela Co-reia do Sul (44%). Com isso, o indicador de produti-vidade relativa efetiva acumulou queda de 7,8%. Na comparação com 2000, ano de início da série históri-ca, essa queda chega a 25,8%.
COMPARAÇÃO INTERNACIONAL
Produtividade relativa aos nossos principais parceiros comerciais interrompe queda
A produtividade do trabalhador da indústria brasi-leira relativamente à produtividade média dos tra-balhadores das indústrias dos principais parceiros comerciais1 do Brasil cresceu 2,2% em 2016, como mostra o indicador de produtividade relativa efetiva.
Na comparação com seus 10 principais parceiros comerciais, o Brasil registrou, ao lado do Reino
Unido, o quarto maior aumento (empatados com 1,7%). O maior aumento foi registrado pelos Pa-íses Baixos (2,3%), seguidos da Alemanha (2,2%) e da Coreia do Sul (2,1%). A indústria argentina apresentou o pior desempenho (queda de 3,4%), seguida pela indústria mexicana e pela indús-tria japonesa (ambos com queda de 1,7%).
Produtividade do trabalho relativa efetiva, Indústria de transformação, 2000-2016Produto por horas trabalhadas
Índice, base: 2000=100
Fonte: Elaborado pela CNI, com base em estatísticas do IBGE, INDEC, INEGI, FUNCEX, The Conference Board e da CNI.
60
70
80
90
100
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
1 Estados Unidos, Argentina, Alemanha, México, Japão, França, Itália, Coreia do Sul, Países Baixos e Reino Unido. A China não é considerada devido à falta de informações.
5
Produtividade na indústriaAno 1 • Número 1 • Jul-Set 2017
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Veja maisMais informações em: www.cni.org.br/produtividadenaindustria
i
Produtividade do trabalho do Brasil e de seus principais parceiros comerciais e produtividade relativa efetiva, Indústria de transformação Produto por horas trabalhadas
Variação acumulada (%)
Fonte: Elaborado pela CNI, com base em estatísticas do IBGE, INDEC, INEGI, FUNCEX, The Conference Board e da CNI.
ANO BRASIL ESTADOS UNIDOS ARGENTINA ALEMANHA MÉXICO JAPÃO FRANÇA ITÁLIA COREIA
DO SULPAÍSESBAIXOS
REINO UNIDO
PRODUTIVIDADE RELATIVA EFETIVA
ANUAL
2010 2,1 5,6 7,2 16,0 4,8 12,4 5,5 11,4 7,3 6,6 4,6 -5,3
2011 -0,9 -1,9 5,3 4,7 2,1 -2,6 4,3 2,0 3,0 4,0 3,2 -2,3
2012 -0,5 -1,9 -2,8 -2,4 2,4 3,0 0,7 1,1 0,6 0,1 -2,2 0,6
2013 2,6 1,3 1,7 -0,5 -0,2 3,3 2,2 1,4 1,6 -0,3 -2,1 1,7
2014 -0,3 -0,5 -1,7 4,0 1,9 1,9 0,6 1,9 0,6 1,6 2,5 -0,8
2015 0,4 0,6 1,2 0,5 -0,4 1,9 3,5 2,0 -0,1 1,4 -1,1 -0,5
2016 1,7 -0,1 -3,4 2,2 -1,7 -1,7 1,6 -1,0 2,1 2,3 1,7 2,2
ÚLTIMA DÉCADA
2006-2011 1,6 16,9 17,2 6,6 7,1 4,8 11,7 5,5 37,2 7,4 9,3 -10,6
2011-2016 3,9 -0,7 -5,1 3,8 2,0 8,6 9,0 5,4 4,9 5,2 -1,4 3,1
2006-2016 5,5 16,2 11,2 10,7 9,2 13,8 21,7 11,3 44,0 13,0 7,8 -7,8
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