gravidez 9 meses àmesa - clipquick · uma alimentação equilibrada na gravidez deve começar...
Post on 01-Dec-2018
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teste comprado na farmácia deu posi-
tivo. E, a partir daí, até a mulher mais
indiferente em relação a este assunto
ganha um novo interesse sobre o queleva à boca. «Tenho de comer mais
quantidade? Que alimentos não po-dem faltar? E será que alguns fazem
mal ao bebé?». Calma. Ao contrário
do que defendiam as nossas avós, não
é mesmo necessário comer por dois. Antes pelo contrário. Fazer
boas escolhas, regular as quantidades à medida que a gestação vai
progredindo e variar o que se coloca no prato é a melhor receita
para os nove meses.
Uma alimentação equilibrada na gravidez deve começar mesmo
antes de se pensar em fazer um bebé. E isto por várias razões.
A primeira é uma questão de peso. Sabe-se que as mulheres
com quilos a menos ou a mais têm dificuldades acrescidas em
conceber. O ideal é falar com o seu médico e juntos descobrirem
como pode equilibrar a balança e ajudar assim a uma gestação
mais tranquila.Para além disso, é importante que o seu organismo mantenha
as quantidades adequadas de ácido fólico e de ferro antes da gra-videz e nas semanas iniciais. Um estudo recente da Faculdade
de Medicina da Universidade do Porto revelou que grande partedas grávidas portuguesas não ingere as quantidades suficientes
durante as quatro primeiras semanas «período onde ocorre o
encerramento do tubo neural, estrutura que dará origem ao sis-
tema nervoso do feto», de acordo com Elisabete Pinto, uma das
investigadoras que levaram a cabo o projeto.Não há, porém, motivos para alarme se a gravidez é uma
surpresa. Mas é conveniente que os suplementos de ácido fólico
e de ferro sejam iniciados o mais depressa possível, para atingir
o desejado equilíbrio e um bom desenvolvimento neurológico
do bebé. Se, para além disso, garantir um aporte adequado de
vitamina C - por exemplo, apostando no sumo de laranja natu-
ral - facilita a absorção do ferro. E também não se angustie se
cometeu alguns «pecados», leia-se beber álcool ou fumar, antes de
saber que estava grávida. As probabilidades de o feto ser afetado
são mesmo muito pequenas.
Se está a tentar engravidar é de evitar o consumo de álcool
pelos dois membros de casal, assim como o tabaco e outras subs-
tâncias aditivas. Evite também peixes que possam acumular
níveis elevados de mercúrio (peixe-espada, espadarte ou atum) e
substâncias eventualmente alergéneas se existe historial alérgico
na família. E quanto ao café e ao chá, se não conseguir prescin-
Gravidez
9 mesesàmesa
dir destas bebidas ricas em cafeína e teína, reduza o número de
chávenas diárias. Compense com a água: acima de litro e meio
por dia é o ideal.
Pirâmide alimentarNa escola aprendemos a importância da Roda dos Alimentos
e de que forma as nossas refeições devem ser divididas por tipode nutrientes. Durante a gravidez, a dietista Zélia Santos cos-
tuma optar por uma pirâmide que mostra de forma crescente
as necessidades na ementa diária da mulher. Na base estão os
hidratos de carbono, «que devem representar 60 por cento do
total», seguindo-se as proteínas de origem vegetal e animal, o
cálcio e, no vértice, o ácido fólico e o ferro.
Como se traduz então essa pirâmide nas refeições de todos os
dias? Assegurado o aporte de ácido fólico e de ferro através dos
suplementos, resta garantir um bom nível de cálcio - tido como o
terceiro micronutriente essencial durante a gravidez. «Conforme
a estrutura óssea do bebé se vai desenvolvendo, aumentam tam-bém as necessidades de cálcio, em especial no segundo e terceiro
trimestre», diz a especialista do British Hospital. Tal não significabeber litros e litros de leite. «Existem legumes ricos em cálcio,
mas a questão é que o corpo os absorve menos eficazmente. Por
isso, os produtos lácteos são os mais indicados: uma chávena
de leite a mais por dia ou duas fatias de queijo correspondem
ao aumento necessário», afirma Zélia Santos. Todo o restante
cálcio é fornecido pela alimentação habitual. m
Ainda falando de micronutrientes, a fibra não pode ser es-
quecida. «Cerca de 30 a 40 gramas diários são essenciais paracombater a obstipação, que afeta muitas mulheres na gravidez.Comer duas sopas de legumes por dia, acompanhar as refeições
com legumes cozinhados e optar por quatro a cinco unidades
de fruta dá ao organismo toda a fibra de que ele necessita nesta
fase», assegura a dietista.
Quanto aos hidratos de carbono, eles podem ser encontrados
no arroz, massa, batatas, cereais e em alimentos ricos em açúca-
res refinados, como os produtos de pastelaria. O que torna estes
últimos dispensáveis é o facto de serem pobres em nutrientes
essenciais e apenas fortes nas chamadas «calorias vazias». Por
outro lado, a energia que dão é de gasto rápido, ao contrário dos
alimentos onde o amido reina, cuja energia vai sendo gasta de
forma mais lenta, evitando as súbitas diminuições dos níveis de
açúcar no sangue: as temidas hipoglicemias.
«Um dos erros que algumas grávidas cometem é diminuir
a ingestão de hidratos de carbono, na tentativa de controlarem
o ganho de peso», revela Zélia Santos. Habitualmente, os pro-fissionais de saúde que acompanham a gestação apontam paraos oito a 12 quilos como o intervalo ideal de aumento, mas as
circunstâncias de cada caso é que determinam se a mulher está
a entrar num patamar perigoso para a sua saúde e a do bebé.
Um dos erros que algumas grávidascometem é diminuira ingestão de hidratos de carbono,na tentativa de controlaremo ganho de peso, revela a dietistaZélia Santos.
Curiosamente, «muitas pacientes obesas não só não aumentamde peso quando estão grávidas como inclusivamente diminuem.
Isto porque tomam mais cuidado consigo e com o bebé, o quese reflete na alimentação», adianta. Por regra, um acréscimo de
200 a 250 calorias diárias é o suficiente, o que pode significar
apenas «mais uma peça de fruta ou um copo de leite».
Na pirâmide alimentar, e depois dos hidratos de carbono,
seguem-se as proteínas, cuja tarefa é o fornecimento de amino-
ácidos, que mais não são do que os materiais com que o corpohumano é formado. É assim fácil de compreender porque são
tão importantes durante a gravidez: garantem o crescimento
do bebé e da placenta e asseguram que tudo corre bem com as
alterações no corpo da mãe. E quando chega a altura de dar de
mamar, estão no centro da produção de leite. «Dos 100 por cento
de proteínas diárias que necessitamos, cerca de 80 por centodevem ser garantidas pelo peixe, carne e ovos e os restantes
20 por cento pelos vegetais como feijão, grão, favas, soja, etc»,
aponta Zélia Santos.
Questão de segurançaPara além da variedade, a segurança alimentar é ainda mais
importante nesta fase. «Os alimentos devem ser bem cozinhados,
por exemplo os ovos bem cozidos e a carne a passar do ponto em
Dos 100 por centode proteínas diárias
que necessitamos, cerca de 80
por cento devem ser garantidaspelo peixe, carne e ovos,
aponta Zélia Santos.
que fica rosada. Os legumes que vão ser consumidos crus terãode ser muito bem lavados e desinfetados, assim como a fruta, a
não ser que seja comida descascada, para evitar a toxoplasmose»,adverte a dietista.
«E também conveniente deixar para depois o consumo de
mariscos e de peixe cru, tal como o sushi que está tão na moda»,
acrescenta Zélia Santos. «Não só os riscos de contaminaçãosão significativos, como são alimentos que sofrem muita ma-
nipulação de mãos, facas, etc, o que multiplica os riscos. E porfalar em apetrechos de cozinha, «a higiene é sempre uma boa
aposta mas torna-se decisiva na gravidez. Desinfetar as mãos,tábuas de corte, bancadas, talheres, etc. não custa nada e podeevitar problemas, para além de deixar a grávida muito mais
descansada», conclui.
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