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ESTUDO DE CASO: ESCOLA ESTADUAL _ “TRAÇOS DA VIOLÊNCIA
HOMOFÓBICA NO AMBIENTE ESCOLAR”
Eduardo de Oliveira Silva1
RESUMO
O presente artigo discute a interface entre a teoria e a prática docente,
na pós-formação dos cursos de extensão e aperfeiçoamento voltados
para a temática da Educação para a Diversidade. Sendo objeto deste
estudo uma instituição de ensino da rede estadual na região
metropolitana de Goiânia, que participou de duas experiências:
Oficinas Cidadãs “Gênero e Sexualidade” e o Curso “Gênero e
Diversidade na Escola” ofertada em 2009/2010, pela Universidade
Estadual de Goiás, em parceria com a Secretaria de Estado da
Educação de Goiás. A análise destes eventos aplicados ao contexto
escolar fez suscitar evidencias de que a dinâmica do conhecimento
adquirido pelos/pelas docentes por meio dos cursos provocou pouco a
mudança na prática pedagógica, bem como no ambiente educacional,
que desarticulado, não constrói um espaço de respeito às diferenças
(de gênero, diversidade sexual, identidade de gênero, étnica, cultural e
religiosa) voltadas para uma escola que eduque para a diversidade e
cidadania, reconstruindo valores seculares, baseados na
heteronormatividade, de forma a coibir a homofobia e toda forma de
discriminação no ambiente escolar.
Palavras-chave: Homofobia. Escola. Práticas Pedagógicas. Formação Continuada. Discriminação. Cidadania. Diversidade Sexual
1 Geógrafo, Professor na Universidade de Rio Verde e Professor Formador, das turmas do Curso: Gênero e
Diversidade na Escola, em 2009, ofertado pela Universidade Estadual de Goiás.
Email:eduardo.oliveira@fesurv.br
1. INTRODUÇÃO
Este artigo destaca a problemática da homofobia2 na escola, com
recorte em um estudo de caso no Colégio Estadual Colina Azul, na periferia de
Aparecida de Goiânia, município localizado na região metropolitana de Goiânia,
capital do Estado de Goiás. A escolha por uma instituição de ensino pública, que
atende o Ensino Fundamental e Médio, se deu pela obviedade de que a
discriminação homofóbica, ocorre no ambiente escolar. Espaço público e de
freqüência obrigatória onde crianças, jovens e adolescentes começam a construir e
socializar suas identidades e a transmitir vínculos de afetividade. Esse ambiente de
afetividades é moldador de imposições, debates, moral, regras, limites, proibições,
que depois do grupo familiar, em grande medida, são transmitidos para os/as jovens
por meio dos espaços de aprendizagem.
Como objeto de estudo, a unidade escolar, foi escolhida pelo fato de ter tido
seu corpo docente capacitado por dois projetos de formação continuada promovidos
pela Universidade Estadual de Goiás, Oficinas Cidadãs: “Gênero e Sexualidade” e o
curso: “Gênero e Diversidade na Escola”, desta forma, configurando-se em um
valioso referencial para o ambiente de investigação em questão.
Assim, abordar a diversidade sexual, na escola, para além dos
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), torna-se imprescindível e, hoje, já não é
motivo de preocupação, visto que inúmeras publicações acerca do tema se
encontram disponíveis em livros, periódicos e revistas.
Conhecimento e à valorização de características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, às desigualdades socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes que permeiam a sociedade brasileira, oferecendo ao aluno a possibilidade de conhecer o Brasil como um país complexo, multifacetado e algumas vezes paradoxal.( PCN, 1998, p. 121)
2 Homofobia é “a discriminação contra as pessoas que mostram, ou a quem se atribui, algumas qualidades (ou defeitos) atribuídos ao outro gênero” (WELZER-LANG, 2001: 465). Também pode ser compreendida como a intolerância ou o medo irracional relativos à homossexualidade, que se expressa por violência física e/ou psíquica.
Contundo, observamos cada vez mais, casos e situações envolvendo o
preconceito e a discriminação nos marcos que tramitam a diferença das pessoas no
espaço de ensino-aprendizagem. Comportamentos que, por hora, se naturalizam em
adolescentes e crianças e, ao qual, convencionamos chamar de bullying, alcunhado
pela língua inglesa para determinar a violência na Escola, com o objetivo de
achincalhar e agredir, estudantes que não fazem parte dos determinismos sociais
impostos culturalmente.
E por mais do rol da literatura a cerca do tema, ainda percebemos a
falta de preparo da sociedade (escola) para minimizar os efeitos dessas situações
que se impõem no cotidiano escolar. Quem não se enquadra na moral e nos
costumes majoritários acaba estranhado, e sofre com tal prática (bullying). Situação
está amplamente revelada numa “triste realidade travestida de novidade” tanto
difundida pela mídia impressa e televisiva, ao dar notoriedade a casos variados
Brasil afora.
Os cursos de extensão alteraram ou não a prática docente? Em que medida
isso se deu? De que maneira? O interesse de docentes e estudantes por esta
temática e a efetiva realização destes cursos de extensão, refletiu sobre o contexto
da comunidade escolar? A discriminação e preconceito diminuíram ou foram se
quer, amenizados?
2. ESTIMULANDO A EDUCAÇÃO PARA O RESPEITO ÀS DIFERENÇAS
Como estratégia e missão, além de consciente da realidade homofóbica
que passam nossa juventude, a Universidade Estadual de Goiás, (UEG)3, em 2008,
por meio da Pró Reitoria de Extensão e Assuntos Estudantis, em convênio com a
Secretária de Estado da Educação de Goiás, realizaram oficinas de Gênero e
Diversidade Sexual, em 10 (dez) escolas, das cidades de Aparecida de Goiânia,
Goiânia, Senador Canedo, Trindade, Águas Lindas de Goiás e Anápolis. O Projeto
denominado “ Por um Mundo Possível”, teve como prerrogativa a idealização e
3 Informações disponíveis em : http://www.ueg.br/?aplicativo=busca_interna&funcao=visualizar&variavel=5262&tipo=n > Acesso em 09/11/2011.
execução das ações nominadas de projetos: Abá, Foco, Sophia, Oficinas Cidadãs,
Lupa e Semente, que visaram dar formação continuada e aperfeiçoamento, a
professores/as e estudantes da rede pública estadual de ensino, sobre os temas:
racismo, degradação ambiental, padrões da heteronormatividade4, intolerância
religiosa, sexismo, exclusão cultural.
Assim, idéias como as de raça – no sentido social e histórico do termo –
de economia solidária, tolerância religiosa, biodiversidade, desenvolvimento
sustentável, inclusão cultural e reciprocidade das relações de gênero e sexual, foram
apresentadas como atitudes e ações diletas para a construção de um mundo
possível, de reconhecimento e respeito das diferenças, em um contexto de
mobilidade e exercício de cidadania.
Para a realização das oficinas, produzimos material específico, focado na
linguagem juvenil, em formato de livreto, cujo objetivo foi organizar na rede de
escolas públicas estaduais (um dos espaços mais importantes de concentração da
juventude) oficinas que contribuam para o protagonismo juvenil, na busca da
cidadania, possibilitando o enfrentamento das desigualdades entre homens e
mulheres, a inclusão das questões de gênero, etnia e cor, nos currículos escolares,
além do reconhecimento e busca de forma que altere as práticas educativas, a
produção de conhecimento, a educação formal e não formal a cultura e a
comunicação não discriminatórias; propiciando no sistema educacional, que não se
reproduzam estereótipos de gênero, preconceitos sexuais, étnicos, culturais, mas
que dêem cor e garantam a promoção, igualdade de direitos e a emancipação de
homens e mulheres. E foi a realização dessas oficinas, que tiveram por foco
principal a alteridade, no qual suscitou à necessidade deste artigo.
Conseqüentemente a UEG, em 2009, celebrou parceria com a
Universidade Aberta do Brasil (UAB), para replicar o Curso: Gênero e Diversidade
na Escola. Curso oferecido aos profissionais da educação da rede pública de ensino,
abordando as temáticas de gênero, sexualidade e igualdade étnicorracial. Trata-se
4 Consiste em práticas, idéias e discursos que tendem a estabelecer as relações heterossexuais como naturais e necessárias à sociedade - Moreira, Felipe; Escola e sociabilidade; as entrelinhas discursivas nos livros didáticos. Disponível em: www.identidade.org.br/2010/GATS.../Felipe%20F.%20Moreira.doc Acesso em: 01/12/2011.
de um curso de 200 (duzentas) horas, semipresencial, que em seu bojo fornece
elementos para transformar as práticas de ensino, desconstruir preconceitos e
romper o ciclo de sua reprodução pela escola.
Mais de 60 (Sessenta) vagas para profissionais da Educação, foram
ofertadas no Pólo da UAB, em Aparecida de Goiânia; dessas vagas, 2 (duas) foram
preenchidas por professores do Colégio Estadual Colina Azul que passaram por
conteúdos modulares: Módulo 1 – Diversidade; Módulo 2 – Gênero; Módulo 3 –
Sexualidade e Orientação Sexual; e Módulo 4 – Relações Étnico-raciais.
Ávidos por caminhos que demonstrem como as práticas pedagógicas que
apontem o respeito à diversidade: étnicas, religiosas e sexuais, podem interferir nos
rumos dos processos educativos, professores/as, buscaram espontaneamente o
curso, visando instrumentos que os auxiliassem no cotidiano escolar,
especificadamente para enfrentar os assuntos da contemporaneidade: sexualidade,
gênero, homossexualidade, homofobia, relações etnicorraciais.
O Curso Semipresencial contou com 36(trinta e seis) horas aulas
presenciais, para avaliações e repasses de metodologia, e outras 164 (cento e
sessenta e quatro horas aula á distância, para leitura, atividades, trabalhos, chats
que foram desenvolvidos com o auxilio de um/uma tutor/tutora a distância e
outro/outra presencial.
Tais proposições e ações, expuseram diante dos diálogos e das
intervenções por meio dos projetos aplicativos, que foram avaliados ao fim do 6º
módulo a fragilidade que professores/as traziam consigo e se sentissem
minimamente capazes para alterar suas rotinas pedagógicas, estabelecendo um
caminho de interdisciplinaridade (Etnia, Gênero e Sexualidade), reformulando e
inovando suas propostas pedagógicas, bem como naturalizando tabus
internalizados, por meio da “moral” construída ao longo dos séculos. Esse é o
desafio que o estudo tende a demonstrar.
3. DESCONTRUINDO E RECONSTRUINDO CAMINHOS PARA A DIVERSIDADE
E CIDADANIA
Baseado em pesquisa qualitativa, não experimental que por meio do
Estudo de Caso, tem traço marcante com a referência na – Metodologia
Participativa – que permite a atuação constante dos/das participantes no
desenvolvimento do processo educativo sem considerá-los/las meros/as
receptores/as, e nas quais depositam saberes e informações. Sampieri et al. (1991)
afirma que a pesquisa é um processo, o que implica em algo dinâmico, em
constante mudança e contínuo. Nesse caso em específico, o objeto de estudo, são
as implicações no processo de ensino aprendizagem, no pós formação e
aperfeiçoamento de profissionais da Educação, que passaram por cursos ofertados
pela Universidade Estadual de Goiás, para temas como Gênero, Identidade de
Gênero, Diversidade Sexual: Homossexualidade, Relações Étnicorraciais,
Multiculturalismo.
No enfoque participativo, como proposto para o Estudo, valoriza-se
os conhecimentos e experiências dos participantes, envolvendo-os na discussão,
identificação e busca de soluções para problemas que emergem em seu cotidiano. É
uma forma de trabalho didático – pedagógico com foco no significado de prazer, na
vivência e na participação em situações reais e imaginárias, onde através de
técnicas de dinâmica de grupo, jogos dramáticos e outros, os participantes
conseguem, trabalhar situações concretas.
Metodologias participativas têm dado suporte no embasamento
teórico da pesquisa-ação que procura conhecer e intervir em uma realidade, porém
de forma conjunta entre proponente e beneficiário das propostas (Thiollent, 1988;
Vasconcellos, 1998), e considerando as dimensões históricas, éticas, políticas e
socioculturais do conhecimento.
Historicizando o conceito, Chizzotti, interpela que o estudo de caso
como modalidade de pesquisa origina-se nos estudos antropológicos de Malinowski
e na Escola de Chicago e, posteriormente, teve seu uso ampliado para o estudo de
eventos, processos, organizações, grupos, comunidades etc.
Neste sentido buscamos na etnografia a base de dados para o
impulsionamento do Estudo e conforme Ferreira (1986) que define a etnografia
como “estudo e descrição dos povos, sua língua, raça, religião e manifestações
materiais de sua atividade; descrição da cultura material dum determinado povo”. Ou
seja, é a descrição de determinados aspectos da cultura sem que se faça juízo de
valor.
O pesquisador etnógrafo lida com uma modalidade de pesquisa que
se vê “diante de diferentes formas de interpretações da vida, formas de
compreensão do senso comum, significado variados atribuído pelos participantes às
suas experiências e vivências e tenta mostrar esses significados múltiplos ao leitor”,
André (2004, p.20).
Enquanto a etnografia possui amplo interesse na descrição da
cultura de um grupo social, a preocupação dos profissionais da educação é com o
processo educativo porque passa esse grupo. Aqui, cabe ressaltar o entendimento
de André (2004), de que é necessário fazer uma diferenciação de enfoques nestas
duas áreas, pois os educadores não cumprem determinados requisitos da
etnografia, como, por exemplo, permanecer uma longa temporada em campo para
poder estabelecer o vinculo, o pertencer ao grupo e os dados serem revelados para
a descrição e análises. O que se tem feito, segundo André (2004) “(...) é uma
adaptação da etnografia à educação(...)” este fato leva à compreensão de que na
educação se faz estudos do tipo etnográfico.
Destacam-se, como fontes ao estudo e fundamentação teórica,
bibliografias de diversos autores e autoras, com obras relacionadas ao tema em
estudo, ao qual tive acesso, devido a participação em cursos de aplicação da
metodologia, ofertados pelo Ministério da Educação e também disponibilizados por
meio a lista de contatos da REDE da Diversidade – Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI/ MEC). Foram
consultadas, como fontes principais, obras de Louro: Gênero, sexualidade e
educação; Junqueira: O reconhecimento da diversidade sexual e a problematização
da homofobia no contexto escolar; Abramovay: Juventudes e sexualidade; Carrara:
Política, direitos, violência e homossexualidade: Pesquisa 9ª Parada do Orgulho
GLBT – Rio 2004, dentre outros.
Além da pesquisa bibliográfica, primaz nesse trabalho, foi efetuado
visitas a campo para observação, que serviu para coletar informações necessárias
ao exame da situação. A necessidade de se utilizar a estratégia de pesquisa “Estudo
de Caso” se justifica pelo desejo de entender um fenômeno social complexo, como
o caso da HOMOFOBIA no ambiente escolar.
Assim embasados ficou claro que a homofobia faz parte de nossas
rotinas escolares. Ela é consentida e ensinada nas nossas escolas (LOURO, 2004a;
2004b). Pesquisas realizadas em 2002 pela Unesco revelaram uma inegável
presença de homofobia nas escolas brasileiras (UNESCO, 2004; ABRAMOVAY;
CASTRO; SILVA, 2004). Em outras pesquisas, realizadas em diversas Paradas do
Orgulho LGBT, em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, entre
outras capitais, a escola comparece como o primeiro ou o segundo pior
espaço institucional de mais marcada manifestação homofóbica. (CARRARA;
RAMOS, 2005; CARRARA et al., 2006; PRADO et al., 2006).
Essa escola que não respeita as diferenças é descrita por Guacira
Lopes Louro:
[...] sem dúvida, um dos espaços mais difíceis para que alguém “assuma”
sua condição de homossexual ou bissexual. Com a suposição de que só
pode haver um tipo de desejo e que esse tipo – inato a todos – deve ter
como alvo um indivíduo do sexo oposto, a escola nega e ignora a
homossexualidade (provavelmente nega porque ignora) e, desta forma,
oferece muito poucas oportunidades para que adolescentes ou adultos
assumam, sem culpa ou vergonha, seus desejos. O lugar do
conhecimento mantém-se, com relação à sexualidade, como lugar do
desconhecimento e da ignorância (LOURO, 1999, p. 30).
Políticas educacionais centradas e discussões acerca da função
social da escola na construção de masculinidades e feminilidades contrapostas ao
modelo convencional, masculino, heteronormativo, branco e de classe média, devem
permear o acento das Universidades e Escolas de todo o país.
Complementando a idéia exposta em, Junqueira (2007), lemos que,
a escola se coloca na condição de negadora dos direito de ser na sexualidade da
juventude em idade escolar, quando de forma velada, tenta negar a existência de
práticas homofóbicas:
A homofobia não é negada diretamente, mas de maneira, digamos, mais
implícita (aliás, como as denegações tendem quase sempre a ser). Assim,
na negação implícita, são negadas as suas implicações psicológicas,
físicas, morais, políticas e, em geral, o interlocutor lança mão de
arremedos de justificativas, racionalizações, evasivas, técnicas de fuga
ou desvio etc. A tônica é a da banalização autoapaziguadora (Junqueira,
2007)
Essa escola que acolhe a diversidade como princípio básico da
dignidade humana, é descrita pelo educador Paulo Freire, em sua trajetória de luta:
O respeito à autonomia moral e à dignidade de cada um é um imperativo
ético e não um favor que podemos ou não conceder uns aos outros.
(FREIRE, 1997)
Embora os teóricos acima citados defendam a escola como espaço
em que às diferenças devem ser priorizadas, pesquisa realizada em 2009 pela
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São
Paulo (FEA-USP)5 apontou que no Brasil 87% da comunidade escolar – sejam
alunos, pais, professores ou servidores – têm algum grau de preconceito contra
homossexuais.
Rebeca Grynspan, administradora-adjunta do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e subsecretária-geral da Organização das
Nações Unidas, (ONU), afirmou em recente transmissão de mensagem para o Dia
Internacional contra a Homofobia, em 18 de Maio de 2011, que o preconceito afeta
5 Outras informações disponíveis em: <http://www.fea.usp.br/noticias.php?i=268>. Acesso em: 10/11/2011
o acesso a educação e saúde; alertando que em mais de 80 países ainda existem
leis que consideram crime relações entre pessoas do mesmo sexo. Em alguns
casos, isso é punido com prisão perpétua ou pena de morte. “Em muitos países, a
mera defesa dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais é algo
perigoso”, comenta a Administradora.
Outro estudo que aponta tal problemática foi realizado pela
Fundação Perseu Abramo (FPA)6 em parceria com a alemã Rosa Luxemburg
Stiftung, entitulado: “Diversidade Sexual e Homofobia no Brasil, Intolerância e
respeito às diferenças sexuais” revelou elevado grau de intolerância com a
diversidade sexual no Brasil. Esse estudo aponta que para 93%, há preconceito
contra travestis (para 73% muito, para 16% um pouco); contra transexuais, 91%
(respectivamente 71% muito e 17% pouco); contra gays, 92% (70% muito e 18%
pouco); contra lésbicas, 92% (69% muito e 20% pouco); e, em escala um pouco
menos intensa, 90% acreditam em preconceito contra bissexuais (para 64% muito,
para 22% um pouco). E ainda, comparativamente, o estudo assinala que é alta,
também, a taxa dos que admitem tal postura.
Apesar da realidade apresentada, é de fácil comprovação que a
sexualidade no cotidiano escolar, muito das vezes e em geral tratada por
experiências muito pontuais e esporádicas, com o viés basicamente da prevenção,
cujo a abordagem remete a doenças sexualmente transmissíveis (DST) e gravidez
na adolescência , ressaltando sempre o discurso biologizante os quais os processos
educativos envolvem em tais situações. Obstante a isso, outras emoções da
sexualidade deixam de ser explicitadas, transformando tudo em problema e
esquecendo-se de dar prazer ao vinculo afetivo e emocional, que as experiências
amorosas podem remeter, além, de invisibilizar as diferenças, criando um discurso
normalizador.
Outro aspecto a ser atentado, é o de que as escolas em sua
maioria, não possuem atividades, programas e projetos, que versem sobre a
temática de Diversidade Sexual. Professores/as vale-se de não se sentirem
6 A Fundação Perseu Abramo foi instituída pelo Partido dos Trabalhadores por decisão do seu Diretório Nacional no dia 5 de maio de 1996. Disponível em: http://www2.fpa.org.br/uploads/Pesquisa_LGBT_fev09.pdf
habilitados para trabalhar com os “problemas” que remetam a gênero, sexualidade,
diversidade sexual, identidades de gênero.
Infantilizar as relações de afetividade e sexuais é a estratégia de
outra parcela das profissionais da educação que insistem em tratar crianças como
se fossem assexuadas, partindo da premissa de santidade angelical, também algo
da cultura e dominação judaico-cristã, que remete sexo, há pecado.
Certa feito, que crianças nessa idade já são expostas por demasia a
uma erotização dos corpos, por parte dos setores midiáticos, o que acarreta numa
deturpação de suas identidades de gênero e de suas sexualidades.
O papel da escola e de maxi salutar, quando da pré formação das
identidades sexuais e das relações de gênero, a final de contas e nesse ambiente de
convívio social que a criança e jovem, experimentam as contradições de credo, raça
e de gênero constituindo-se em um espaço genereficado (LOURO, 1997).
Os padrões e o que se deriva chamar “normalidade”, na vida sexual,
são resultantes do histórico-social e cultural, no qual, agentes e vivências são
intrínsecos como se vê nas possibilidades de variações do erotismo, caso da
homossexualidade (Barbero,2005).
Para combater a homofobia e demais preconceitos, se faz
necessário atuar no processo educativo, com os conceitos do multiculturalismo,
como forma de elucidação ao pensamento niilista heteronormativo, onde é
predominante o pensamento masculino, heterossexual, branco e cristão, entendido
aqui como: “fenômeno recente de confronto de culturas num mesmo território,
possibilitado pelo processo urbano-industrial moderno” ( GADOTTI,1995, p. 283).
Para Gadotti (1995) os princípios do multiculturalismo na educacao
e a chave mestra, para alem do mundo cada vez mais unilateralista, homogeneizado
pela tecnologia e o capital. O cenário traçado e o do equilíbrio entre o local e global
(universalizado), buscando sempre o diálogo entre as culturas com vistas a uma
convivência democrática. Para isso, “reivindica a inclusão de outros legados no
currículo: o africano, o árabe, o oriental, o feminino, o homossexual, etc” (GADOTTI,
1995, p. 285).
Infelizmente o ambiente familiar, antes da escola é por muitas vezes
o espaço onde acontecem os primeiros contatos com a homofobia, para algozes e
vítimas, tais espaços são legitimados por padrões culturais que cultivam simbólica e
explicitamente hierarquias e moralismos em nome da virilidade, da masculinidade e
da rigidez que codifica uma determinada vivencia da sexualidade como a normal, a
consentida.
Equipe formada pela Pro Reitoria de Extensão e Assuntos
Estudantis, em parceria com a Subsecretaria Regional de Educação, em Aparecida
de Goiânia, escolheram o Colégio Estadual Colina Azul, para participar do Projeto.
Decidido, a primeira ação foi ir a Instituição de Ensino e tratar com seu corpo gestor,
para expor o conteúdo das oficinas, a forma de participação da comunidade escolar,
bem como recursos materiais necessários, etc.
No caso das oficinas cidadãs, em especial a de Gênero e
Sexualidade, optamos pela participação em separado de docentes e discentes em
salas separadas. Dividimos as turmas de 25(vinte e cinco) participantes, inscritos
voluntariamente entre os 4 (quatro) professores/as, para aplicação do vivencias,
dinâmicas em grupo, depoimentos sobre as relações de gênero e sexualidade.
Temas com Machismo, Homofobia, Racismo deram o tom dos debates em salas de
aula.
Ao todo nessa escola um pouco mais de 100 (cem) estudantes e
outros 30 (trinta) professores/as de todas as áreas do conhecimento participaram
das oficinas, voluntariamente, o prazo de duração dessa fase foi de 02 (dois) dias de
intervenção. Entre os docentes, duvidas de como desconstruir a moral carregada
em suas trajetórias de vida, trazidas pela religião e da moral social, eram o tempo
todo confrontadas com “novidades” e possibilidades de trato nas ações pedagógicas
pautadas na transversalidade do tema, bem como na interdisciplinaridade da ação
do magistério.
Estudantes se preocupavam mais em tirar duvidas sobre as
orientações sexuais: heterossexualidade, homossexualidade e bissexualidade.
Foram convidados em determinados momentos a demonstrar como as hostilidades
aos seus pares que se portavam diferentes das convenções majoritárias, impostas
socialmente, por meio da heteronormatividade, se traduziam no ambiente escolar.
Foi então que os papeis de gênero, suas implicações do como se educa – Meninos
X Meninas – pode se extrapolar do retórico para o prático.
Situações vexatórias para com as meninas que se portavam mais
abertas em relação a sua sexualidade, em contraposição aos ditos ritos de
passagem, voltados aos atores masculinos, eram trazidos para o centro da roda de
conversa com questionamentos do tipo: O porque mulheres não podem “ ficar” no
primeiro encontro? Que cor foi o enxoval escolhido por seus pais, quando souberam
que você era menina/menino? O que é ser mulher? Como é ser mulher? O que
homem pode e mulher não? Existem diferenças na educação de meninos e
meninas? O que é o machismo? Por que sinto atração por pessoas do mesmo
sexo? Homossexualismo ou Homossexualidade? Homens nasceram para se
relacionar somente com as mulheres? O que é família? Como é a sua família?
Minha família: que arranjo é esse?
De forma alternada o bate papo acontecia em sala e conduzido por
um /uma especialista, o dialogo acontecia e ajudava a traçar o perfil dos desafios
que a escola deveria enfrentar, para com os/as estudantes. Entre os professores/as,
iniciamos com a construção dos conceitos de Gênero, articulados com suas
formações: educacional, religiosa, social. Por outro lado era necessário resgatar o
porquê de educar e como educar, particularmente com o que diz respeito às
diferenças.
Aliados à primeira fase de observações e vivências a oferta do
curso: Gênero e Diversidade na Escola garantiu duas vagas para que docentes da
instituição pudessem participar de mais esse momento de formação continuada.
Como fase final desse processo, retorno ao ambiente escolar, para observar a base
de aprendizado do curso, provocou mudanças na prática pedagógica dos/das
docentes do Unidade de Ensino.
Foram avaliados os momentos de planejamento pedagógico, o
papel do coordenador pedagógico nesse debate, bem como a postura do
professor/a na conduta dos currículos e planos de aula, com ênfase na multiplicação
dos conhecimentos adquiridos, agregados ao conceito de interdisciplinaridade que a
discussão da diversidade sexual propiciou.
3.1. ETNOGRAFIA DO AMBIENTE EDUCACIONAL DA UNIDADE DE ENSINO
O Colégio que tem em sua comunidade de nível socioeconômico médio-
baixo residente nos setores circunvizinhos, tem uma área construída de 1.870,71m²,
contendo 18 salas de aula, laboratório de Informática, Línguas, Ciências, uma
quadra poliesportiva, biblioteca, secretaria, sala de professores, além de instalações
sanitárias suficientes para os alunos e funcionários, uma cozinha e uma lanchonete.
Funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno, distribuídos assim
em 54(cinqüenta) turmas, as quais oferecem Educação Fundamental de 6º a 9º ano
e Ensino Médio, em regime seriado, atendendo assim alunos a partir de 10 anos de
idade, de ambos os gêneros tendo um total de 2.016 (dois mil e dezesseis, alunos
matriculados.
A Instituição mantém o Conselho Escolar Colina Azul, composto por
representantes de cada segmento da comunidade escolar , eleitos
democraticamente conforme recomendado pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Estadual (LDB/GO), Lei Complementar Nº 267, DE 28 DE DEZEMBRO
DE 1998, que determina em seu Art. 106:
As escolas mantidas pelo poder público estadual obedecem aos princípios da gestão democrática, assegurada a existência de conselhos escolares paritários, dos quais participam os seguintes segmentos: direção, professores, demais servidores, alunos e pais de alunos. (Art.106, LDB/Goiás, 1998)
O quadro de servidores com 121 (cento e vinte um) funcionários sendo
59(cinqüenta e nove) professores/as e 62 (sessenta e dois) funcionários/as
administrativos distribuídos nos três turnos. A faixa etária dos professores/as é da
mais jovem com 25(vinte e cinco) anos, a veterana de 59 (cinqüenta e nove) anos.
7 Disponível em: http://www.gabinetecivil.go.gov.br/pagina_leis.php?id=7070, acesso: 20/11/2011.
Entre os/as funcionários/as administrativos a faixa etária varia entre a mais jovem de
29(vinte e nove) e 62 (sessenta e dois) anos a veterana. Como se trata de um
Colégio de idade mediana, uma boa parcela dos professores/as é mantida com
regime de 20 (vinte) a 30 (trinta) horas semanal, distribuídas em atividades nos três
turnos: matutino, vespertino e noturno.
Com uma visão aberta à comunidade, a gestão escolar empreendeu nos
últimos anos projetos que aproximaram ainda mais os/as estudantes dos
professores/as, que aderiram a uma proposta de ressignificação dos conteúdos
propostos pela Secretaria de Estado da Educação, entre os anos de 2008 a 2010.
Disciplinas optativas foram criadas e foi adotado um regime de semestralidade,
transformando o Ensino Médio de 03 (três) anos corridos, em séries anuais, em 6
(seis) períodos semestrais, distribuídos na mesma carga horária legal. Sendo
necessariamente redistribuído por área de conhecimento: Ciência da Natureza e
suas tecnologias, Ciências Exatas e suas tecnologias, Códigos e Linguagens e suas
tecnologias, Ciência Humanas e suas tecnologias.
Tal processo diminuiu de 48% (quarenta e oito por cento) para 35%
(trinta e cinco por cento) o índice de evasão, segundo dados obtidos nas
sistematizações do último conselho de classe, realizado no final do segundo
semestre de 2010.
Para o Gestor, Prof. Rui Carlos Fernandes de Almeida, o linear das
disciplinas em ciência equitativas, dão uma noção mais abrangente da função do
conhecimento e da pratica social que os/as jovens estão buscando, pois assim
reconhecem que aprender a aprender é importante para os demais processos da
evolução do ser, para o mundo do trabalho e na continuidade dos estudos.
O trabalho pedagógico é orientado e coordenado por uma equipe de
coordenadores/as formada por pedagogos/as e graduados em áreas afins. Além dos
conhecimentos da base curricular comum a escola mantém a Banda Marcial e Corpo
Coreográfico com aulas e apresentações em horários de contra turno e finais de
semana, além de apresentações no município e cidades vizinhas. Aos sábados a
escola desenvolve o projeto Espaço de Cidadania com atividades voltadas para
atender a comunidade, pais e alunos.
Quanto à presença dos pais, grande maioria não participada vida escolar
do/da aluno/a, pois não há evidências de incentivo ao hábito de estudos e
acompanhamento domiciliar das atividades.
No que tange o Projeto Político Pedagógico8, a direção busca mante-lo
a disposição, inclusive na rede mundial de computadores, por meio do blog do
Colégio na Internet, através do endereço: www.colinanet.com.br, pais, mães,
funcionários, estudantes e professores foram envolvidos na elaboração do
documento, que foi apresentando ao Conselho Estadual de Educação (CEE), em
maio de 2009.
Por ser uma região periférica, o setor onde a escola está inserida
apresenta alto índice de violência, prostituição e uso de entorpecentes que acabam
refletindo no cotidiano escolar. Entretanto a direção do colégio avalia que as
recentes mudanças e a abertura da escola a comunidade, bem como o
desenvolvimento de projetos de inclusão social e educacional, vêem atraindo um
número maior de “bons alunos” na escola.
Em visitas ao espaço escolar e com um olhar mais crítico em torno das
questões que envolvem a diversidade sexual em suas múltiplas facetas, é possível
perceber que, como muitas das unidades escolares, paredes da salas de aula e
banheiros são objetos de exposição de pensamentos homofóbicos, oriundos de uma
educação heterosexualizada que tem como referência o homem, classe média,
branco e cristão. Escritas com o “VIADO”, “BICHA’, “BOIOLA”, “MULHERZINHA” e
isto é visto com normalidade por estudantes e professores.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Infelizmente muito há que ser feito. O ambiente atual desta escola, por
mais que aberta, carece de mudanças. A comunidade escolar: docentes, discentes,
funcionários, pais e mães, precisam agir em conjunto, dotando seus projetos
8 Disponível em : http://www.colinanet.com.br/downloads/ppp_projeto.pdf, acesso: 11/11/2011.
políticos pedagógicos, currículos e planos de aula, que visem à construção de um
ambiente favorável a prática e ao discurso da cidadania. Cidadania plena, que
reconheça nas diferenças, um dos principais aliados na busca de um convívio de
fraternidade, que vanglorie as especificidades de gênero, identidade de gênero,
orientações sexuais, de novas relações entre os povos e suas culturas, bem com o
respeito às raças e etnias de outras nações.
Os letrados e abastecidos com o conhecimento, precisam acordar para
alem das progressões salariais, fazendo valer o gasto de dinheiro publico na
formação continuada e de aperfeiçoamento, com particular atenção aos e as jovens
que por exercerem sua sexualidade de forma diferente, acabam sendo alvo do
preconceito e discriminação ocasionados pelo silêncio dos catedráticos professores
e professoras.
Também e importante uma revisão de conteúdo nos cursos de formação
continuada, em especial, aos de modalidade à distância, para um real aplicabilidade
de suas metodologias, haja visto, quem em uma parcela relevante dos concluintes
escolhem tratar das relações étnicorraciais e deixam de lado os projetos de final de
curso que privilegiem a transversalidade dos temas abordados: Gênero, Identidade
de Gênero, Diversidade Sexual, Raça e Etnia; em particular caso a Homofobia.
A escola é local onde a diversidade prevalece, mas até então esta tem
sido escamoteada, e continua a impor uma visão única e padrão da realidade vivida.
Por isso, a escola também virou ponto de confronto. Nela, como em outros espaços
e tempos, a alteridade é sinônima de inferioridade e não de diferença.
REFERÊNCIAS
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ANEXOS
Fac-Smile da Publicação do Projeto: Por Um Mundo Possível – UEG;2009
Fotos: Oficinas Cidadãs – Colégio ECA/ 2008/2009
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