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Estudo da mata ciliar do rio Água São Carlos no município de Munhoz de Mello, Paraná
* Edna Aparecida Bagli Moraes ** Dra. Marta Luzia de Souza
RESUMO: O presente artigo apresenta os resultados obtidos na Implementação de uma Proposta Pedagógica, envolvendo alunos do 8ª ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Eng. José Faria Saldanha, no município de Munhoz de Mello, PR. O trabalho mostra o comprometimento por parte da disciplina de Geografia em disseminar os princípios da Educação Ambiental, buscando ampliar a consciência ambiental coletiva quanto ao valor e importância da água. Foi desenvolvida uma pesquisa sobre a importância da recuperação e preservação da mata ciliar em torno das nascentes e cursos d`água dos rios. Os elementos utilizados no trabalho de Educação Ambiental foram: atividades didáticas afim de ampliar o conhecimento em relação à preservação da mata ciliar no entorno dos rios. A realização da pesquisa de campo num percurso interpretativo com visitação ao rio estudado e a construção de maquetes representando os problemas relacionados à degradação da mata ciliar. Os resultados obtidos evidenciaram que o estudo proposto contribuiu para ampliar a consciência ambiental dos alunos, principalmente quanto à preservação da mata ciliar, e consequentemente dos rios. A pesquisa ainda colaborou para fixar os princípios da Educação Ambiental, que deve ser um processo contínuo e permanente. Palavras Chave: Preservação ambiental; mata ciliar; água.
Study of riparian river water in the municipality of São Carlos Munhoz de Mello, Paraná
ABSTRACT: This paper presents the results obtained in the implementation of a Pedagogic Proposal, involving 8th grade students of elementary school of the Public School Engenheiro José Faria Saldanha, in the city of Munhoz de Mello, PR. The work shows the commitment from of the discipline of geography in disseminating the principles of environmental education seeking to expand the collective environmental conscience, considering the value and importance of water, developing a work about the importance of restoring and preserving riparian vegetation around the headwaters and rivers. The elements used in the study were: Teaching activities in order to increase knowledge regarding the preservation of riparian vegetation in the surrounding of rivers, the achievement of field research study that investigated the river through a visit, and the construction of models representing the problems degradation of riparian vegetation. The results showed that the proposed study contributes to broaden students' environmental awareness, especially concerning preservation of riparian vegetation, and consequently the rivers. The work also helped to establish the principles of environmental education, it should be a continuous and ongoing process. Keywords: Environmental Conservation; riparian; water. ___________________________________________ * Professora da Rede Pública de Ensino do Paraná. Concluinte do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na Universidade Estadual de Maringá – UEM ** Orientadora do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na Universidade Estadual de Maringá – UEM, Departamento de Geografia
1 Introdução
A questão ambiental tem sido motivo de debates no mundo inteiro. No Brasil a
preocupação com estudos em relação ao meio ambiente e desenvolvimento
sustentável, tem levado à realização de muitas pesquisas relativas a esse tema.
Particularmente, a Ciência Geográfica vem contribuindo cada vez mais para a
tomada de decisões que atentem para a importância da preservação e conservação
ambiental.
Além disso, a Geografia tem um papel importante na formação do cidadão,
uma vez que proporciona ao indivíduo adquirir conceitos para uma vivência social
integrada com as pessoas e com a natureza. Sendo assim, a Educação Ambiental
deve ser uma prática educativa integrada, contínua e permanente, no
desenvolvimento dos conteúdos de ensino da Geografia. A dimensão socioambiental
deve ser considerada na abordagem de todos os conteúdos específicos, ao longo da
Educação Básica.
O objetivo principal dessa pesquisa foi levar os alunos à compreensão dos
problemas ambientais decorrentes de alterações provocadas pelo desenvolvimento
humano nos cursos d`água, propiciando assim, o desenvolvimento de valores e
atitudes para consolidação de uma nova consciência ambiental.
Essa pesquisa se baseou nos conceitos da disciplina de Geografia
preconizadas pelas Diretrizes Curriculares para o Ensino de Geografia (PARANÁ,
2008). A partir do desenvolvimento de oito atividades teóricas, uso das tecnologias e
práticas de campo com visita nas áreas nas margens e leito do rio Águas de São
Carlos que nasce no município de Munhoz de Mello, PR, onde os alunos residem e
estudam.
Castrogiovanni (2007) propõe que a Geografia deve buscar a compreensão
do espaço produzido pela sociedade. Nessa temática, o trabalho de campo é
essencialmente importante para a formação dos alunos, do ensino básico ao
superior como afirma Figueredo e Silva (2009, p. 2).
“Com o surgimento da Geografia Crítica as observações no campo, passam a ser questionadas na busca de respostas coerentes, assim a aula de campo surge com um novo sentido onde o aluno agora não é apenas um observador, mas um investigador que procura ser parte integrante da paisagem.”
As Políticas Educacionais Brasileiras destacam na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação 9394/96, (PARANÁ, 2008) a necessidade da educação escolar
trabalhar com conteúdos e recursos áudio visuais que qualifiquem o cidadão para
viver na sociedade moderna tecnológica. Neste contexto o Google Earth, pode ser
trabalhado em muitos temas das aulas de Geografia, como exemplo a Hidrografia,
onde os alunos podem observar o curso do rio e verificar na prática a área proposta
no trabalho, e assim estimular o senso crítico dos alunos bem como o raciocínio
deles.
2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: CONSCIENTIZAÇÃO DA NECESSIDADE DE PROTEÇÃO DA MATA CILIAR
A humanidade foi construindo a sua “evolução” e sempre tendo a madeira
como um material importantíssimo. Em razão disso, desmatou-se grande parte das
florestas do mundo. Outro fator que contribuiu com o desmatamento foi a
necessidade de tirar a vegetação nativa para dar lugar à agricultura e à pecuária.
Antes de plantar era necessário “limpar a terra” e isso era sinônimo de
desmatamento (RIZZO, 2007).
Sendo assim, as ações humanas, como o desmatamento indiscriminado vem
causando uma série de desequilíbrios ao meio ambiente, sobretudo nas áreas de
preservação permanente, como a mata ciliar. A constante busca do aproveitamento
do solo, acaba por promover mudanças indesejáveis ao meio, desencadeando uma
série de transtornos ambientais (DINIZ, 2012).
A degradação do meio ambiente, causada pelas atividades humanas e os
impactos negativos sobre o próprio ser humano decorrentes dessas atividades
muitas vezes não são sequer percebidos, ou não são compreendidos no que diz
respeito à causa e à cadeia de consequências, ou ao modo de reparação do dano
(BRASIL, 2006).
As áreas cobertas por vegetação nativa que estão localizadas ao longo das
margens dos rios, córregos, lagos, lagoas, represas e nascentes têm a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, a fauna e flora, alem de proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas. Essas áreas são denominadas de mata ciliar (RIZZO, 2007).
Alvarenga (2004, p.06) define mata ciliar como sendo:
[...] formações vegetais do tipo florestal que se encontram associadas aos corpos d’águas, ao longo dos quais podem estender-se por dezenas de metros a partir das margens e apresentar marcantes variações na composição florística e composição comunitária [...].
De modo geral, a mata ciliar é considerada sinônimo de mata galeria, floresta
ripária, mata de várzea, floresta beiradeira, floresta ripícola e floresta ribeirinha,
podendo também ser consideradas como floresta paludosa, dependendo do
encharcamento do ambiente de ocorrência. São definidas como qualquer vegetação
florestal que se encontra ao longo das margens de rios, córregos, lagoas, lagos,
represas e nascentes (AB’SABER, 2000).
Um dos principais objetivos das matas ciliares é contribuir para a proteção
das nascentes e dos mananciais. Segundo Franco (2005, p.134):
As matas ciliares constituem-se, reconhecidamente, em um elemento básico e proteção dos recursos hídricos, apresentando diversos benefícios tanto do ponto de vista utilitarista, em relação direta ao ser humano, quanto do ponto de vista efetivamente ecológico, para a preservação do equilíbrio ambiental e, consequentemente, da biodiversidade [...] As matas ciliares guardam íntima relação com a quantidade e o comportamento da água existente nos sistemas hidrográficos, controlando por um lado a vazão e por outro a estabilidade dos fluxos hídricos.
O desmatamento de áreas de matas ciliares e o uso incorreto do solo
reduzem a taxa de infiltração e o retorno da carga hídrica que saiu do sistema, com
a retirada do revestimento vegetal das áreas de mananciais, ocorre o aumento do
volume e da velocidade do escorrimento superficial e consequentemente a formação
de feições erosivas (ANDREOLLI, 2003).
As matas ciliares são protegidas no Código Florestal Brasileiro como áreas de
preservação permanente (BRASIL, 2013).
Para fins do que dispõe o inciso II do § 4º do art. 61-A da Lei nº 12.651
(BRASIL, 2012), a recomposição das faixas marginais ao longo dos cursos d’água
naturais será de, no mínimo: de vinte metros, contados da borda da calha do leito
regular, para imóveis com área superior a quatro e de até dez módulos fiscais, nos
cursos d’água com até dez metros de largura; e nos demais casos, extensão
correspondente à metade da largura do curso d’água, observado o mínimo de trinta
e o máximo de cem metros, contados da borda da calha do leito regular.
Conforme Giraldeli e Carvalho (2012), na Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), através de debates oficiais e
eventos paralelos, nasceram documentos que hoje estão entre as principais
referências para quem quer praticar a Educação Ambiental, a Agenda 21, subscrita
pelos governantes dos mais de 170 países. O que foi novamente citada na
conferencia RIO+20 realizada em 2012, onde governantes reafirmaram o
compromisso com o prosseguimento da implementação da Declaração do Rio sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, com o Programa de Implementação Contínua da
Agenda 21 (BRASIL, 2013).
Outro documento é a Carta Brasileira para a Educação Ambiental,
coordenada pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) que destacou a
necessidade de haver compromisso real do Poder Público Federal, Estadual e
Municipal para se cumprir a legislação brasileira visando à introdução da Educação
Ambiental em todos os níveis de ensino. E por último, o Tratado de Educação
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, elaborado em
1992 por educadores ambientais, jovens e pessoas ligadas ao meio ambiente de
vários países do mundo, publicado durante a 1º Jornada de Educação Ambiental,
que se tornou referência para a Educação Ambiental, evidenciando assim o
compromisso da sociedade civil para o desenvolvimento sustentável (GIRALDELI,
CARVALHO, 2007).
A Lei nº. 9.795, de 27 de abril de 1999 dispõe sobre a Educação Ambiental e
institui a Política Nacional de Educação Ambiental. No Capítulo I, Artigo 3º,
Parágrafo I da referida lei o Poder Público fica incumbido de “definir políticas
públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a Educação Ambiental em
todos os níveis de ensino e o engajamento da sociedade na conservação,
recuperação e melhoria do meio ambiente”. Já, no Parágrafo II a Lei atribui “às
instituições educativas promover a Educação Ambiental de maneira integrada aos
programas educacionais que desenvolvem” (BRASIl, 1999).
De acordo com Pelicioni (2005), a melhor forma de solucionar os problemas
da degradação ambiental é a Educação Ambiental, por meio de investimentos na
formação de cidadãos mais conscientes e preocupados em agir de maneira
sustentável.
A Educação Ambiental deve ser um processo participativo, onde o educando
assume o papel de elemento central do processo de ensino/aprendizagem,
participando ativamente no diagnóstico dos problemas ambientais estabelecendo
uma relação entre a humanidade e a natureza, estabelecendo competências
voltadas para a conservação do meio ambiente, essencial à qualidade de vida e sua
sustentabilidade.
O Governo do Paraná lançou, em 29 de junho de 2011, o Programa Parque
Escola. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria de Educação e Secretaria do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos e tem como objetivos: promover ações
educativas com informações sobre as Unidades de Conservação do Patrimônio
Natural do Estado do Paraná; proporcionar aos professores e estudantes,
conhecimento e interpretação ambiental, por meio do contato direto com o ambiente
natural, cultural e histórico, melhorando a relação do homem com a natureza; e
aprimorar, através da experiência vivida, a sensibilização ambiental (PARANÁ,
2012).
Dessa forma ao considerarmos a importância do tema em relação à
Educação Ambiental e a visão integradora de mundo, no tempo e no espaço, a
escola deverá oferecer mecanismos concretos para que o aluno entenda os
fenômenos naturais, as consequências da destruição ambiental para si mesmo e
para a sociedade como um todo.
O pensamento geográfico a respeito das questões ambientais é marcado por
dois períodos distintos sendo eles: no primeiro, o ambiente era tomado como
sinônimo de natureza, conceito que prevaleceu desde a estruturação científica da
Geografia até meados do século XX. No segundo momento, alguns geógrafos
passaram a considerar a interação entre a sociedade e a natureza, o que tornou
ultrapassada a ideia majoritariamente descritiva do ambiente natural. A partir dos
anos de 1950, o ambiente passou a ser objeto de estudo com vistas à sua
recuperação e para melhorar a qualidade de vida (MENDONÇA, 2001).
Segundo as Diretrizes Curriculares de Geografia (PARANÁ, 2008) para a
Educação Básica, a partir dos anos de 1980 os acirramentos dos problemas
ambientais levaram a Geografia a rever suas concepções, resultando em novas
bases teórico-metodológicas para abordagem do tema, já que a crise ambiental
contemporânea não pode ser compreendida nem resolvida com perspectivas que
isolam sociedade de natureza ou que ignoram uma delas.
Ainda segundo essas diretrizes, a questão socioambiental é um subcampo da
Geografia e, como tal, não constitui mais uma linha teórica dessa ciência/disciplina,
pois permite abordagem complexa do temário geográfico, porque não se restringe
aos estudos da flora e da fauna, mas à interdependência das relações entre
sociedade, elementos naturais, aspectos econômicos, sociais e culturais.
De acordo com Guimarães (2004) uma Educação Ambiental conservadora,
fragmentada, centrada na mudança de comportamento do indivíduo pelos
conhecimentos retidos por ele, não percebe a complexidade da realidade social. A
Educação Ambiental se realiza no movimento de transformação do indivíduo, que
está inserido num processo coletivo de transformação contínua da realidade
socioambiental.
A Educação Ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a
comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos,
valores, habilidades, experiências e determinação que os tornem aptos a agir e
resolver problemas ambientais, presentes e futuros (DIAS, 2004).
3 Desenvolvimento
A pesquisa foi iniciada no Colégio Estadual Eng. José Faria Saldanha
envolvendo alunos do 8ª ano do Ensino Fundamental com a divulgação do projeto,
fazendo uma sensibilização com os alunos e destacando a necessidade e a
importância de se desenvolver o estudo sobre problemas relacionados à degradação
ambiental e a necessidade de estudar áreas de preservação permanente, no caso a
mata ciliar.
Foi realizada a primeira atividade com um estudo de texto sobre a distribuição
da água no planeta, com apresentação de figuras com recursos de multimídia, onde
os alunos tomaram conhecimento sobre a pequena quantidade de água potável
(3%) disponível no planeta Terra (Figuras 1 e 2).
Figura 1: Distribuição da água no planeta Fonte: http://educador.brasilescola.com/estrategias-ensino/a-distribuicao-agua-no-planeta.htm
Figura 2 – Terra vista do espaço Fonte: Portal do professor (2012)
Continuando a pesquisa os alunos realizaram a segunda atividade que visou uma
sondagem sobre o conhecimento dos alunos em relação a necessidade da preservação dos
recursos naturais. Ainda por meio de texto, multimídia e mapas, foi realizado um estudo
sobre bacias hidrográficas (Figura 3), enfocando as brasileiras.
Figura 3: Bacias hidrográficas Fonte: Portal do professor ( 2012)
Logo após foi realizado a terceira atividade com o uso de textos, figuras e
pesquisas na internet, que reforçaram a importância da floresta na preservação dos
rios.
A quarta atividade utilizou-se como instrumental textos e vídeos sobre mata
ciliar. Foi apresentado um vídeo da SEMA – PR (Secretaria Estado Meio Ambiente)
que abordou a importância da mata ciliar e as consequências do desmatamento ao
longo das margens dos rios, além das discussões da função hidrológica das matas
ciliares. Foram realizados debates e questionamentos que contribuíram para a
consciência ecológica dos alunos principalmente em relação à preservação da
floresta para a sobrevivência do rio (Figuras 4 e 5).
Figura 4: Mata ciliar conservada no curso do rio Ribeira, 2011. http://www.cliosdoribeira.org.br/matasciliares/valibeira
Figura 5: Ausência de mata ciliar e erosão nas margens do rio Ribeira, 2011 http://www.ciliosdoribeira.org.br/matas-ciliares/valeribeira
Para instigar os alunos ainda mais, a sexta atividade foi o uso das músicas
“Planeta Água e Planeta Azul”. Eles fizeram atividades, escrita e de desenho, para
interpretar as letras das músicas e suas relações com a água.
A sétima atividade foi a utilização de imagens de satélite em sala de aula e
pesquisa de campo. Em sala de aula foi apresentado aos alunos o rio Água São
Carlos, que nasce e deságua no município de Munhoz de Melo, onde foi realizada a
pesquisa para estudo da mata ciliar, foi feita uma analise da localização do mesmo
com a utilização de mapas (Figura 6).
Mapa do Brasil Fonte:http://www.ideiasedicas.com/aula-de-geografia-aprenda- sobre-brasil/mapa-politico-do-brasil/
Mapa do Paraná Fonte: http://www.tecpar.br/ paranaagroindustrial/
Figura 6: Localização do município no Paraná e Brasil
Logo após, por meio das imagens de satélite do Google Earth (2002 - 2011)
os alunos puderam observar o rio Água São Carlos, desde a sua nascente até o rio
Bandeirantes onde deságua. Foi observada a área do rio em dois momentos, no ano
2002 e 2011, onde os alunos notaram uma diferença na mata ciliar principalmente
na nascente do rio que foi recuperada em grande parte da região, como mostra as
figuras 7 e 8.
Figura 7: Imagem da nascente do rio Agua Sao carlos em 2002 Fonte: Google Earth, 2012
Figura 8: Imagem do curso do rio em 2011 Fonte: Google Earth, 2012
A pesquisa de campo aconteceu com o apoio da Secretaria Municipal de
Educação de Munhoz de Mello, que forneceu o transporte escolar, e teve o
acompanhamento de professores, principalmente o professor de Ciências que
interagiu com a pesquisa e de um funcionário da EMATER (Instituto Paranaense de
Assistência Técnica e Extensão Rural), que forneceu informações quanto à
problemática ambiental deste curso d'água. Os alunos utilizaram bloco de anotações
e máquina fotográfica (Figuras 9, 10, 11 e 12). Foi solicitado aos alunos para
observar, desenhar e registrar aspectos ambientais no entorno do rio como: a
existência ou não de lixo nas margens ou no leito do curso d’água, a presença de
assoreamento e a existência ou não de mata ciliar. Ao retornar para sala de aula foi
promovido um debate sobre as observações realizadas neste espaço geográfico e
foi proposto a construção de textos relatando a pesquisa, onde os alunos mostraram
conhecimento sobre o tema e relataram ter observado que o rio Água São Carlos
está em grande parte com a mata ciliar recuperada e sem poluição.
Figura 8: Rio Água São Carlos, 2013
Figura 9:Represa do rio Água São Carlos, 2013
Figura 10: Alunos em visita ao rio pesquisado,2013
Figura 11: Área preservada do rio Água São Carlos,2013
Afim de representar os conhecimentos adquiridos, na oitava atividade os
alunos em grupo construíram maquetes que representaram protótipos do rio
degradado e do rio preservado. Elas foram expostas para toda comunidade escolar
(Figuras 12, 13, 14 e 15).
Figura 12: Maquete mostrando rio preservado
Figura13: Maquete mostrando rio preservado e rio degradado
Figura 14: Maquete mostrando rio degradado
Figura 15: Maquete mostrando rio degradado
Esta atividade exigiu a observação, interpretação, comparação e análises,
levando os alunos a elaborar a síntese e problematizar os conteúdos que foram
trabalhados no decorrer da pesquisa.
4 Considerações Finais
Os resultados da presente pesquisa aqui apresentados fazem parte do
Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE) e deixa como legado um amplo
material didático pedagógico que devidamente articulado ao uso das ferramentas
habituais em sala de aula, possibilitará aos professores e estudantes aquilo que
denominamos Educação Ambiental.
Baseado no interesse dos alunos que participaram, a pesquisa permitiu que
os mesmos se colocassem como agentes no processo de aprendizagem, ao se criar
condições de várias formas de participações desde buscar, discutir e expor suas
idéias por meio de expressões orais, escritas e artísticas. Os conceitos de mata ciliar
e preservação foram passados e acredita-se que florescerão em cada um que teve a
oportunidade de participar, proporcionando assim uma melhor qualidade de vida
para todos e para o meio ambiente, com o enfoque aos recursos hídricos.
Os alunos tiveram várias oportunidades de observar problemas relacionados
à degradação ambiental provocada pelo homem e pensar em medidas que viessem
amenizar esses problemas. Conseguiram dessa forma, lançar um olhar crítico para a
degradação ambiental.
Na visão de mundo moderno, a mudança de postura já não é mais uma
opção, mas sim uma imposição, diante disso a Educação Ambiental pode contribuir
para formação de cidadãos conscientes, com uma nova visão de mundo. Sabendo
que, muito ainda há de ser feito, tanto na escola quanto na comunidade estudada,
em relação às práticas da Educação Ambiental.
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