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ESTADO DE MATO GROSSO
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO - UNEMAT
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CÁCERES “JANE VANINI”
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE - FACIS
BACHAREL EM ENFERMAGEM
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – TCC III
SILVIA CRISTINA DA SILVA
PERFIL DOS PARTICIPANTES DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
Cáceres-MT
2018/02
SILVIA CRISTINA DA SILVA
PERFIL DOS PARTICIPANTES DAS PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de
enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso,
campus de Cáceres, como requisito parcial para obtenção do
título de Bacharel em Enfermagem, sob a supervisão da Prof.ª
Ma. Thais Martins.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Poliany Rodrigues
Coorientadora:Prof.ªMe.Ana Paula Fernandes Gomes
Cáceres-MT
2018/02
SILVIA CRISTINA DA SILVA
SILVIA, Cristina da.
Perfil Dos Participantes Das Práticas Integrativas Na Universidade Do Estado De
Mato Grosso
Silvia Cristina da Silva – Cáceres/MT: UNEMAT, 2018.
56f.
Monografia (Graduação) - apresentada como um dos requisitos para
obtenção do título de Enfermeiro da Universidade do Estado de Mato Grosso.
UNEMAT.
1. Práticas integrativas e complementares; 2. Ansiedade; 3. Saúde mental
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente Deus por ser essencial em minha vida, Autor de
meu destino, meu Guia e socorro na angústia.
Dedico também ao meu Pai Antônio Valmir da Silva, minha Mãe Irani Pereira da
Silva е meu irmão Claudemir Francisco da Silva.
À minha filha Laura Cristina Silva Alves е a toda minha família que com muito
carinho е apoio, não mediram esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.
Ao Curso de Enfermagem е às pessoas com quem convivi nesses espaços ао longo
desses anos.
À experiência de uma produção compartilhada em comunhão cоm meus amigos
Diego, Rosimar e Mikelly, nesses espaços foram а melhor experiência dа minha formação
acadêmica.
AGRADECIMENTO
À Deus por ter me dado saúde e força para superar as dificuldades.
À esta universidade, seu corpo docente, direção e administração que oportunizaram a
janela que hoje vislumbro um horizonte superior, eivado pela acendrada confiança no mérito e
ética aqui presente.
À minha orientadora, Poliany Cristiny Oliveira Rodrigues pelo suporte no pouco tempo
que lhe coube, pelas suas correções, incentivos, paciência por me proporcionar conhecer um
projeto diferenciado dentro da universidade, cujo os frutos maravilhosos estão sendo colhidos,
meu muito obrigado.
À minha co-orientadora Ana Paula Ferreira Gomes, também pela confiança, pela
paciência e por prontamente me ajudar sempre que o procurei. Pelas orientações, paciência e
compreensão, e quero te agradecer por ter compartilhado seu conhecimento comigo, sabia que
eu aprendi muito com você.
Agradecer a companhia com meus amigos Diego Terada, Rosimar Ferreira Mendes e
Mikelly Cristina, pois durante meu percurso acadêmico eles estiveram presentes dando força,
apoio, palavras de incentivo, animo e risos em diversas situações. “Meus amigos querem que
saibam que vocês foram os melhores companheiros na minha experiência acadêmica.”
Aos meus pais, pelo amor, incentivo e apoio incondicional.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu muito
obrigado.
RESUMO
SILVIA, Cristina da. Perfil dos Participantes das Práticas Integrativas na Universidade do
Estado de Mato Grosso. 55 páginas, Monografia (Graduação) – Curso de Enfermagem,
Universidade do Estado de Mato Grosso, Cáceres, 2018.
A ansiedade é uma resposta adaptativa e positiva para diversos acontecimentos da nossa vida.
O público universitário enfrenta dificuldades para prática do autocuidado e de atividades físicas,
tanto relacionada ao tempo disponível, quanto ao acesso a práticas diferenciadas e ao valor que
normalmente precisa ser dispendido para a realização de algumas práticas. Avaliar o perfil dos
participantes das atividades terapêuticas elaborada pelo “Projeto Saúde Mental é Essencial”
desenvolvido pela Universidade do Estado de Mato Grosso neste primeiro ano de realização de
práticas semanais. O delineamento do estudo é observacional transversal de caráter quantitativo
e qualitativo. A pesquisa contemplou 19 participantes, a maioria era do sexo feminino 84,21%.
Cerca de 63,16% declararam-se não brancos. Aproximadamente 36,8% dos estudantes eram do
curso de Enfermagem e 5,26% integrantes dos demais cursos. Aos resultados dos escores
avaliados segundo a EHAD, a prevalência geral de sintomas prováveis de depressão dos
participantes foi de 10,53%, enquanto dos demais entrevistados apresentaram prevalência de
68,42%, de sintomas possíveis e prevalência de 21,05% para sintomas improváveis. O presente
estudo apontou alta prevalência de sintomas de ansiedade entre os acadêmicos que participaram
das práticas integrativas disponibilizadas. Os acadêmicos que responderam a pesquisa
apresentaram sintomas de ansiedade que indica provável diagnóstico de ansiedade. Ressaltando
a importância da observação de elementos que podem auxiliar na elaboração de programas de
intervenção e prevenção no âmbito institucional e possibilitando a participação da comunidade
e que venham favorecer o desenvolvimento de potencialidades de saúde e de melhor qualidade
de vida destes participantes.
Palavras Chave: Transtorno de ansiedade; ansiedade; saúde mental
ABSTRACT
SILVIA, Cristina da. Participants Profile Of Integrative Practices At The State University
Of Mato Grosso. Monography (Undergraduate) - Nursing Course, State University of Mato
Grosso, Cáceres, 2018.
Anxiety is an adaptive and positive response to various events in our lives. The university
public faces difficulties to practice self-care and physical activities, both related to the time
available, access to differentiated practices and the value that usually needs to be spent to
perform some practices. To evaluate the participants' profile of the therapeutic activities
developed by the "Mental Health Essentials Project" developed by the State University of Mato
Grosso in this one year of weekly practice. The study design is cross-sectional observational
of quantitative and qualitative character. The survey comprised 19 participants, the majority
being females 84.21%. About 63.16% declared themselves to be non-whites. Approximately
36.8% of the students were in the Nursing course and 5.26% in the other courses. The overall
prevalence of probable symptoms of depression among participants was 10.53%, while the
other interviewees had a prevalence of 68.42% of possible symptoms and a prevalence of
21.05% for unlikely symptoms .The present study pointed out a high prevalence of anxiety
symptoms among the students who participated in the integrative practices available. The
academics who answered the survey had anxiety symptoms that indicated a probable diagnosis
of anxiety. Emphasizing the importance of the observation of elements that can help in the
elaboration of intervention and prevention programs in the institutional scope and allowing the
participation of the community and that favor the development of health potential and better
quality of life of these participants.
Keywords: Anxiety disorder ; anxiety; mental health
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Prevalência de sintomas de ansiedade dos participantes da Oficina Saúde Mental e
Essencial, Cáceres-MT, 2018.................................................................................................34
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição das variáveis socioeconômicas e sociodemográficas dos participantes
da Oficina Saúde Mental e Essencial, Cáceres-MT, 2018.....................................................32
Tabela 2- Avaliações do nível de ansiedade dos participantes da Oficina Saúde Mental e
Essencial, Cáceres-MT, 2018..........................................................................................33
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Descrições dos tipos de ansiedade segundo Manual Diagnostico e Estatístico de
Transtornos Mentais (2014)..................................................................................................22
LISTA DE SIGLAS
OMS Organização Mundial da Saúde
UNEMAT Universidade do Estado de Mato Grosso
FACIS Faculdade de Ciências da Saúde
IDB Inventário de Depressão de Beck
TMM Transtornos Mentais Menores
UFPB Universidade Federal da Paraíba
CID Classificação Internacional das Doenças
EHAD Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão
DSM Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
NEGRA Núcleo de Estudos sobre Educação, Gênero, Raça e Alteridade
SPSS Statistical Package for the Social Sciences
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CNS Conselho Nacional de Saúde
CONEPE Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
MT Mato Grosso
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 14
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 16
2.1 História da Ansiedade ......................................................................................................... 16
3.OBJETIVOS .......................................................................................................................... 26
3.1 Objetivo Geral .................................................................................................................... 26
3.2 Objetivos Específicos ......................................................................................................... 26
4.METODOLOGIA .................................................................................................................. 27
4.1 Desenho do Estudo ........................................................................................................ 27
4.2 Local do Estudo ............................................................................................................. 27
4.3 População do Estudo ...................................................................................................... 27
4.4 Fonte de Dados .............................................................................................................. 28
4.5 Análise de Dados ........................................................................................................... 29
4.6 Considerações Éticas ..................................................................................................... 30
5. RESULTADOS .................................................................................................................... 31
5.1 Características Da População De Estudo............................................................................ 31
5.2 Avaliação do Nível de Ansiedade ...................................................................................... 32
6. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 37
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 42
14
INTRODUÇÃO
É comum as pessoas experimentarem o sentimento de desconforto e medo, em algumas
situações de se expressar em público ou interagir socialmente. Sentir ansiedade é natural na
vida humana, é uma experiência do cotidiano da vida, a qual, em grau menor, é útil para o ser
humano, mas em intensidade maior é pode se tornar destrutiva. A ansiedade é uma experiência
comum a qualquer ser humano, trata-se de uma resposta adaptativa e positiva para diversos
acontecimentos da nossa vida. A ansiedade é um estado de apreensão ou tensão, que pode se
manifestar através de sensações físicas, induzindo pela expectativa de perigo, sendo assim
caracterizado por sinais e sintomas inespecíficos, que juntos trazem uma sensação desagradável
de expectativas, e medo quanto ao futuro.
A ansiedade é uma experiência comum a qualquer ser humano. Quem já não se sentiu
apreensivo, com dor de cabeça, palpitação, respiração rápida, aperto no peito, desconforto
abdominal ou inquietação? Em muitos casos a ansiedade é uma resposta adaptativa e positiva
para diversos acontecimentos da nossa vida. (OTTAVIANO et al., 2012)
O termo ansiedade segundo Brandão (2002, pag. 145), é um estado de apreensão ou
tensão, que frequentemente, pode ser acompanhado por uma ou mais sensações físicas, que
apresentam do sentimento de perigo, dor e esforço especial”, sendo assim caracterizado por
sinais e sintomas inespecíficos, que juntos trazem uma sensação desagradável de expectativas,
e medo quanto ao futuro.
A ansiedade é responsável por preparar o indivíduo para situações de ameaça e perigo.
Juntamente com o medo, eles envolvem fatores cognitivos, comportamentais, afetivos,
fisiológicos e neurológicos que modulam a percepção do indivíduo ao ambiente, provocando
respostas específicas e direcionando a algum tipo de ação. A ansiedade pode ser definida como
uma condição orientada para o futuro, caracterizada por: apreensão relativa à percepção de não
poder controlar ou prever eventos potencialmente aversivos; sintomas corporais de tensão
física; e desvio do foco de atenção para esses eventos potencialmente aversivos ou às respostas
afetivas eliciadas por eles (DESOUSA et al., 2013).
15
Segundo (MESQUITA et al., 2016) os acadêmicos apresentam ansiedade ao passar
eventos estressantes durante a seu percurso na universidade. É um momento o qual existe uma
pressão exercida por familiares e professores, apresentação de trabalhos, realização de provas,
falta de lazer, privação do sono, expectativas em relação ao futuro, tendo maior chance de
desenvolverem ansiedade. O período acadêmico não se constitui exceção, exigindo que o
estudante universitário vivencie uma série de mudanças, podendo precipitar o aparecimento de
estresse, bem como alterações no desempenho.
Ansiedade é responsável por preparar o indivíduo para situações de ameaça e perigo.
Juntamente com o medo, eles envolvem fatores cognitivos, comportamentais, afetivos,
fisiológicos e neurológicos que modulam a percepção do indivíduo ao ambiente, provocando
respostas específicas e direcionando a algum tipo de ação. (CARDOZO et al., 2016)
Na vida universitária é repleto de adaptações e de mudanças na rotina e nos hábitos de
vida dos estudantes que passam a enfrentar não só os desafios relacionados com a vida
independente, uma vez que começam a morar sozinhos e a agir com autonomia, mas também
enfrentam desafios acadêmicos, que se configuram em situações que predispõem, ao estresse e
à ansiedade. (CHAVES et al., 2015). Essa alta ansiedade pode acarretar redução do rendimento
da aprendizagem nas tarefas cotidianas, sugerindo que esta pode interferir no comportamento
declarativo, tão importante durante a formação profissional, acarretando danos ao
conhecimento profissional e ao aprendizado, e podendo culminar, inclusive, no abandono do
curso e até em suicídio.
O público universitário enfrenta dificuldades para prática do autocuidado e de atividades
físicas, tanto relacionada ao tempo disponível, quanto relacionado ao acesso a práticas
diferenciadas e ao valor que normalmente precisa ser dispendido para a realização de algumas
práticas. O projeto de extensão “Saúde mental é essencial” oferece yoga, terapia comunitária e
meditação ativa gratuitamente e semanalmente para toda a comunidade acadêmica. Diante disso
buscou-se avaliar o perfil dos participantes das atividades terapêuticas elaborada pelo “Projeto
Saúde Mental é Essencial” desenvolvido pela Universidade do Estado de Mato Grosso neste
primeiro ano de realização de práticas semanais.
16
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 História da Ansiedade
A ansiedade tem se manifestado de forma significativa no último século e isso se
relaciona às mudanças ocorridas na esfera econômica, social e cultural, uma vez que tais
mudanças acabaram exigindo que a população se adapte a um ritmo de vida novo, ao qual não
estão acostumados, tornando o século XX conhecido como era da ansiedade (LIMA et al.,
2017).
No início do século XX, embora já fossem discutidos conceitos sobre fatores
psicológicos na ansiedade, os sintomas ansiosos ainda estavam associados a fatores hereditários
e biológicos. O francês Pierre Janet (1859- 1947) descreveu a ‘psicastênica’, um quadro ansioso
com sintomas somáticos e obsessivos, associando a esse quadro uma falência de sentimentos e
uma liberação de comportamentos primitivos. Essa síndrome englobaria diversos transtornos
mentais, obsessões, fobias e compulsões e inclusive os de ansiedade.
Existem relatos de ansiedade desde séculos antes de Cristo. Porém, ela só começa a
chamar atenção da medicina a partir do século XIX, quando começou a ser considerado um
quadro patológico específico (PEREGRINO 1997). Ilíada, uma obra clássica do poeta Homero,
relata momentos aos quais chamamos hoje e dia de estados ansiosos. Nessa obra, escrita em
meados de VIII a.C., são relatados como decorrentes momentos de invasão ou visitação de
Deuses (SHORTER, 1997; NARDI, 2006).
Fobia é um termo utilizado para nomear certos transtornos de ansiedade, tem origem
grega. A palavra teve origem por meio dos filhos de Ares e Afrodite, denominado Fobos. Ele
era responsável por injetar covardia e medo nos corações dos inimigos de seu pai durante as
batalhas, afim de faze-los fugir da luta (VIANA, 2010).
Segundo Pereira (1997), a palavra ansiedade vem do grego agkho, que significa
estrangular, sufocar, oprimir. Angustia e pânico são termos que estão relacionados a ansiedade,
que, respectivamente, são originados do latim e do grego. Cordeiro (2016) subdivide a
ansiedade em duas modalidades, sendo elas traço e estado. De acordo com o autor, a ansiedade
é aquela que está relacionada ao momento, que é passageira e causa sentimentos como
apreensão, preocupação, e reações emocionais desagradáveis. Em contrapartida, a ansiedade
traço é marcada pelas diferenças individuais, de maneira a alarmar-se quando identificar
17
situações estressantes, perigosas, situações de ameaça, reagir de maneira alegórica a sua
personalidade.
Se a ansiedade, vista como um quadro patológico passou a ser relatada e/ou reconhecida
no final do século XIX, ela enquanto sintoma clínico esteve relacionada ao conceito de neurose
em época mais antiga (CORDÁS, 2004). O termo hipocondria, proposto como o masculino de
histeria, derivou o termo neurastenia, que deu origem a Angstneurose. Assim como em todos
esses casos acima, como também nas fobias, neuroses obsessivas, a ansiedade surge como
principal sintoma (VIANA, 2010).
Durante os séculos seguintes, todo tipo de transtorno mental passa a ser vista do ponto
de visto ontológico, demonstrada em uma passagem do Novo Testamento chamado “O
endemoniado de Gerasa”, (MARCOS 5:1-11):
Chegaram a outro lado do mar, ao território dos gerasenos. Ao sair Jesus da barca,
foi logo ter com ele, saindo dos sepulcros, um homem possesso de um espírito
imundo, o qual tinha o seu domicílio nos sepulcros, e nem com cadeias o podia
alguém ter preso; porque, tendo sido atado por muitas vezes com grilhões e com
cadeias, tinha quebrado as cadeias e despedaçado os grilhões, e ninguém o podia
domar. E sempre, dia e noite, andava pelos sepulcros e pelos montes, gritando e
ferindo-se com pedras. Vendo, porém, a Jesus de longe, correu, prostrou-se diante
dele e, clamando em alta voz, disse: Que tens tu comigo, Jesus, Filho de Deus
Altíssimo? Eu te conjuro por Deus que não me atormentes. Porque Jesus dizia-lhe:
Espírito imundo, sai deste homem. E perguntou-lhe: Que nome é o teu? Ele
respondeu: O meu nome é Legião, por que somos muitos. E suplicava-lhe
instantemente que não o expulsasse daquele país.
Andava ali pastando ao redor do monte uma grande vara de porcos. Os espíritos
suplicavam-lhe dizendo: Manda-nos para os porcos, para nos pormos neles. Jesus
deu-lhes essa permissão. Saindo os espíritos imundos, entraram nos porcos; e a
vara, que era de cerca de dois mil, precipitou-se por um despenhadeiro no mar, e
aí se afogou.
Os que andavam apascentando fugiram e foram espalhar a notícia pela cidade e
pelos campos. O povo foi ver o que tinha sucedido. Foram ter com Jesus e viram
o endemoniado sentado, vestido e são do juízo (...).
Segundo Millon (2004), é após o surgimento da teologia Judaico-Cristã, que se inicia o
terceiro modelo ontológico de enfoque dos transtornos mentais, a chamada fase demonológica.
Considerando a teoria desse modelo, existem duas forças superiores que disputam entre si,
sendo uma delas a positiva, representada por Deus, e a outra destrutiva e negativa, representada
por forças demoníacas. Sendo assim, seguindo essa linha de pensamento, métodos como
exorcismo eram adotados como tratamento para tais “doenças”.
Conforme Shorter (1997), na virada do século XVII, histeria passa a ser o termo usado
para denominar quadros de mulheres acusadas de bruxarias. Para Stone (1999), o médico
18
Edward Jorden (1569-1632) foi um dos primeiros a fazer essa relação acima citada. Esses casos
de histeria, apresentavam vários sintomas, entre eles, ansiedade e depressão eram os principais.
Na obra, o autor utiliza pela primeira vez o termo “exaustão nervosa” de maneira
semelhante ao que será posteriormente chamado de “neurastenia” pelo médico americano
George M. Beard, na primeira metade do século XIX. Whytt afirma que as condições
patológicas abordadas em seu tratado estão todas relacionadas ao funcionamento dos nervos.
Mulheres e crianças, segundo ele, eram mais suscetíveis a desenvolverem estes quadros clínicos
do que homens. Por todo o século XVIII, portanto, quadros que incluíam sintomas de ansiedade
e depressão eram denominados “doenças dos nervos” ou, como proposto por Cullen, neuroses
(SHORTER, 1997).
O termo histeria passa a ser muito discutido e começa a despertar grande interesse da
medicina, principalmente a partir do século XVII. Foi no ano de 1618, que o médico Charles
LePois (1563-1633) discorda da teoria de que os quadros histéricos estavam relacionados a
movimentação do sangue do útero ao cérebro, argumentando que, a histeria podia instalar-se
em homens também. Surge então, a teoria de que esses eventos estariam associados ao sistema
nervoso, já que os episódios eram parecidos com uma convulsão (STONE, 1999).
Ainda no século XVII, um médico chamado Robert Burton (1577-1640) descreve um
quadro de ansiedade:
O medo torna o homem vermelho ou pálido, faz-lhe tremer e suar; uma onda de
frio ou calor percorre-lhe o corpo, seu coração palpita (...) muitos homens ficam
tão atônitos com o medo, que perdem a noção de onde estão ou do que estão
fazendo, e, o que é pior, (o medo) a tortura por muitos dias seguidos (...). (p. 32,
parág. 03).
Já na metade do século XIX, Otto Domruch descreu transtorno de pânico, que na época,
era denominado “ataques de ansiedade”, que apresentava sintomas como arritmias, vertigem,
sudorese, entre outros, que se dava pelo medo de ir as batalhas (VIANA, 2010).
Segundo Pereira (1997), alguns anos depois, Jacob Mendez DaCosta determinou o
termo “Síndrome do coração irritável” para o mesmo quadro clínico citado acima. Da Costa
trabalhou durante a Guerra Civil Americana (1861-1865), em 1871 relatou ter encontrado essa
síndrome em 300 ex-soldados, os quais apresentavam os mesmos sintomas citados acima,
arritmias cardíacas, tonturas, e não tinha um fator desencadeador para tais. Ao descartar
qualquer hipótese de lesão cardíaca, o médico chegou à conclusão de que essa síndrome estava
19
relacionada ao sistema nervoso simpático, causando irritabilidade ao coração, oriundo de
esforções intensos.
A ansiedade adquiriu destaque na Psiquiatria através do médico austríaco Sigmund
Freud (1856-1939). Ao estudar mais a fundo ansiedade, conseguiu diferenciar Angstneurose de
neurastenia, ansiedade crônica (ansiedade generalizada), dos ataques de ansiedade (ataques de
pânico) (VIANA, 2010).
2.2 Epidemiologia, Sinais e Sintomas (Diagnostico)
Segundo Organização mundial de saúde (OMS, 2017) a distúrbios relacionados à
ansiedade afetam 9,3% (18.657.943) das pessoas que vivem no Brasil. Baixos níveis de
reconhecimento e falta de acesso a tratamentos para depressão e ansiedade levam a uma perda
econômica global estimada de mais de um trilhão de dólares americanos a cada ano. O estigma
associado a esse transtorno mental também permanece elevado.
Conforme Fernandes et al. (2013) a ansiedade é transtorno psicológico que se traduz por
um sentimento de insegurança ou medo sem fundamento real. Todos nós somos ansiosos em
determinado momento da vida sem que isso seja patológico. Existem diferentes graus de
ansiedade. Em algumas pessoas, a ansiedade pode expressar um sentimento de medo,
inquietação, sensação de perigo iminente, em alguns casos, a ansiedade é acompanhada por
algumas manifestações físicas, tais como, secura de boca, pulso acelerado, transpiração,
taquicardíaco, vertigens e angústia. É necessário saber que a ansiedade é no início, uma reação
normal, um sinal de alarme do organismo perante certos acontecimentos da vida quotidiana.
Além disso, as dificuldades pessoais de inserção na sociedade, os conflitos interiores no
domínio afetivo, emocional e sexual podem conduzir a uma sintomatologia ansiosa. A dor e o
abuso de certas substâncias (café, chá, tabaco, álcool e drogas diversas) podem também
desencadear episódios ansiosos.
Conforme Grazziano et al. (2004) a ansiedade é conceituada como um fenômeno
adaptativo necessário ao homem para enfrentamento das situações cotidianas, com duração e
intensidade que variam de indivíduo para indivíduo e de acordo com as diferentes situações.
Caracteriza-se por um conjunto de manifestações físicas e psicológicas evidenciadas por
apreensão, alerta e inquietude, entre outros.
20
A ansiedade e o medo passam a ser reconhecidos como patológicos quando são
exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se
observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto
emocional ou o desempenho diário do indivíduo (CASTILLO, et al. 2000). Tais reações
exageradas ao estímulo ansiogênico se desenvolvem, mais comumente, em indivíduos com uma
predisposição neurobiológica herdada.
A ansiedade é responsável por preparar o indivíduo para situações de ameaça e perigo.
Juntamente com o medo, ela envolve fatores cognitivos, comportamentais, afetivos,
fisiológicos e neurológicos que modulam a percepção do indivíduo ao ambiente, provocando
respostas específicas e direcionando a algum tipo de ação, pode ser definida como uma
condição orientada para o futuro, caracterizada por: apreensão relativa à percepção de não poder
controlar ou prever eventos potencialmente aversivos; sintomas corporais de tensão física; e
desvio do foco de atenção para esses eventos potencialmente aversivos ou às respostas afetivas
eliciadas por eles (DESOUSA, 2013 apud CARTOZO et al., 2016).
Segundo Cruz, et al., (2010) a ansiedade é uma experiência emocional em função da
previsão de situações futuras ou em presença de situações consideradas como desagradáveis
para o indivíduo. Conforme o Manual Diagnostico e Estatístico de Transtornos Mentais (2014)
divide a ansiedade em 6 tipos de transtornos (Quadro 1) sendo eles:
Quadro 1: Descrições dos tipos de ansiedade segundo Manual Diagnostico e Estatístico de
Transtornos Mentais (2014)
Ansiedade excessiva e perturbações
comportamentais
Medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou
percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça
futura. Obviamente, esses dois estados se sobrepõem, mas
também se diferenciam, com o medo sendo com mais
frequência associado a períodos de excitabilidade autonômica
aumentada, necessária para luta ou fuga, pensamentos de
perigo imediato e comportamentos de fuga, e a ansiedade
sendo mais frequentemente associada a tensão muscular e
vigilância em preparação para perigo futuro e
comportamentos de cautela ou esquiva. Eles diferem do medo ou da ansiedade provisórios, com frequência induzidos por
estresse, por serem persistentes em geral durando seis meses
ou mais.
Transtorno de ansiedade social
O indivíduo é temeroso, ansioso ou se esquiva de interações e
situações sociais que envolvem a possibilidade de ser
avaliado. Estão inclusas situações sociais como encontrar-se
com pessoas que não são familiares, situações em que o
indivíduo pode ser observado comendo ou bebendo e
situações de desempenho diante de outras pessoas. A ideação
cognitiva associada é a de ser avaliado negativamente pelos
demais, ficar embaraçado, ser humilhado ou rejeitado ou ofender os outros.
Transtorno de Pânico O indivíduo experimenta ataques de pânico inesperados
recorrentes e está persistentemente apreensivo ou preocupado
com a possibilidade de sofrer novos ataques de pânico ou
alterações desadaptavas em seu comportamento devido aos
ataques de pânico. Incluindo, mas não limitados os ataques de
pânico pode ser usado como um especificador descritivo para
qualquer transtorno de ansiedade, como também para outros
transtornos mentais.
Transtorno de Ansiedade de
Separação
É o medo ou a ansiedade excessiva envolvendo a separação
de casa ou de figuras de apego. A ansiedade exerce o
esperado com relação ao estágio de desenvolvimento do
indivíduo. Os indivíduos com transtorno de ansiedade de separação são relutantes ou se recusam a sair sozinhos devido
ao medo de separação. Eles têm medo ou relutância
persistente e excessiva em ficar sozinhos ou sem as figuras
importantes de apego em casa ou em outros ambientes.
Transtorno de Ansiedade
Generalizada
Ansiedade e preocupação excessivas, o indivíduo com
transtorno de ansiedade generalizada relatam sofrimento
subjetivo devido à preocupação constante e prejuízo
relacionado ao funcionamento social, profissional ou em
outras áreas importantes de sua vida.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo É transtornos relacionados incluem transtorno obsessivo-
compulsivo (TOC), transtorno dismórfico corporal,
transtorno de acumulação, tricotilomania (transtorno de
arrancar o cabelo), transtorno de escoriação (skin-picking),
transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno relacionado induzido por substância/medicamento.
Transtorno Dismórfico Corporal Conhecido como dismorfofobia são preocupados com um ou
mais defeitos ou falhas percebidas em sua aparência física,
que acreditam parecer feia, sem atrativos, anormal ou
deformada. As preocupações variam desde parecer “sem
atrativos” ou “não adequado” até parecer “hediondo” ou
“como um monstro”. Podem focar em uma ou mais áreas do
corpo, mais comumente a pele.
21
2.3 Práticas Integrativas e Complementares
No Brasil, o exercício de práticas em saúde baseado em outras racionalidades em saúde
está amparado pela Portaria 971/2006, que publicou a Política Nacional de Práticas Integrativas
e Complementares (PNPIC) (BRASIL, 2006). E para evidenciar a importância em realizar
estudos nessa temática, considerando que existem inúmeras práticas de saúde no Brasil,
desempenhadas tanto na rede pública quanto na privada, cuja perspectiva segue uma orientação
distinta da biomédica (ANDRADE; COSTA, 2010).
Mediante elaboração de diagnóstico situacional do que já era empregado em diversos
municípios brasileiros antes mesmo da criação do SUS, associado à constatação de critérios
teóricos pré-estabelecidos, dentre eles morfologia, cosmovisão, sistema de diagnose e sistema
terapêutico (SIMONI, 2014), foram denominadas Práticas Integrativas e Complementares
(PIC) a integrar a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares as seguintes
modalidades de cuidado: Medicina Tradicional Chinesa – Acupuntura, Homeopatia, Plantas
Ansiedade excessiva e perturbações
comportamentais
Medo é a resposta emocional a ameaça iminente real ou
percebida, enquanto ansiedade é a antecipação de ameaça
futura. Obviamente, esses dois estados se sobrepõem, mas
também se diferenciam, com o medo sendo com mais
frequência associado a períodos de excitabilidade autonômica
aumentada, necessária para luta ou fuga, pensamentos de
perigo imediato e comportamentos de fuga, e a ansiedade
sendo mais frequentemente associada a tensão muscular e
vigilância em preparação para perigo futuro e
comportamentos de cautela ou esquiva. Eles diferem do medo ou da ansiedade provisórios, com frequência induzidos por
estresse, por serem persistentes em geral durando seis meses
ou mais.
Transtorno de ansiedade social
O indivíduo é temeroso, ansioso ou se esquiva de interações e
situações sociais que envolvem a possibilidade de ser
avaliado. Estão inclusas situações sociais como encontrar-se
com pessoas que não são familiares, situações em que o
indivíduo pode ser observado comendo ou bebendo e
situações de desempenho diante de outras pessoas. A ideação
cognitiva associada é a de ser avaliado negativamente pelos
demais, ficar embaraçado, ser humilhado ou rejeitado ou ofender os outros.
Transtorno de Pânico O indivíduo experimenta ataques de pânico inesperados
recorrentes e está persistentemente apreensivo ou preocupado
com a possibilidade de sofrer novos ataques de pânico ou
alterações desadaptavas em seu comportamento devido aos
ataques de pânico. Incluindo, mas não limitados os ataques de
pânico pode ser usado como um especificador descritivo para
qualquer transtorno de ansiedade, como também para outros
transtornos mentais.
Transtorno de Ansiedade de
Separação
É o medo ou a ansiedade excessiva envolvendo a separação
de casa ou de figuras de apego. A ansiedade exerce o
esperado com relação ao estágio de desenvolvimento do
indivíduo. Os indivíduos com transtorno de ansiedade de separação são relutantes ou se recusam a sair sozinhos devido
ao medo de separação. Eles têm medo ou relutância
persistente e excessiva em ficar sozinhos ou sem as figuras
importantes de apego em casa ou em outros ambientes.
Transtorno de Ansiedade
Generalizada
Ansiedade e preocupação excessivas, o indivíduo com
transtorno de ansiedade generalizada relatam sofrimento
subjetivo devido à preocupação constante e prejuízo
relacionado ao funcionamento social, profissional ou em
outras áreas importantes de sua vida.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo É transtornos relacionados incluem transtorno obsessivo-
compulsivo (TOC), transtorno dismórfico corporal,
transtorno de acumulação, tricotilomania (transtorno de
arrancar o cabelo), transtorno de escoriação (skin-picking),
transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno relacionado induzido por substância/medicamento.
Transtorno Dismórfico Corporal Conhecido como dismorfofobia são preocupados com um ou
mais defeitos ou falhas percebidas em sua aparência física,
que acreditam parecer feia, sem atrativos, anormal ou
deformada. As preocupações variam desde parecer “sem
atrativos” ou “não adequado” até parecer “hediondo” ou
“como um monstro”. Podem focar em uma ou mais áreas do
corpo, mais comumente a pele.
22
Medicinais e Fitoterapia, Termalismo – Crenoterapia e por fim, a Medicina Antroposófica
(BRASIL, 2006).
A OMS caracteriza a Prática Integrativa e Complementar como um conjunto sistemas,
recursos terapêuticos e abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção
de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na
escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano
com o meio ambiente e a sociedade, e uma visão ampliada do processo saúde/doença e a
promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado (WHO, 2006).
Segundo a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) as
práticas integrativas contemplam uma abordagem terapêutica “que buscam estimular
mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias
eficazes e seguras” (BRASIL, 2006), a partir de uma escuta acolhedora e com uma visão ampla
do processo de adoecimento, incentivando o autocuidado. Essas práticas são reconhecidas pela
Organização Mundial da Saúde como Medicina Tradicional Complementar/Alternativa.
Como objetivos, a política se propõe a incorporação das Práticas Integrativas e
Complementares (PIC) no SUS; a racionalização das ações em saúde, por meio do estimulo de
alternativas inovadoras e que contribuam para o desenvolvimento sustentável; e o estímulo de
ações de controle/participação social com o envolvimento dos usuários, gestores e
trabalhadores (BRASIL, 2006).
A partir do exposto, o uso das PIC implica em vantagens para o cuidado em saúde.
Diversos estudos referem que a adoção de práticas complementares contribui
consideravelmente para uma melhor qualidade de vida e integração social. Ainda, ressalta-se o
desenvolvimento da autonomia, empoderamento e co-responsabilização dos usuários aos
tratamentos e cuidados com a saúde, pois acredita-se que a medida em que o indivíduo reflete
sobre sua saúde e condição de vida, torna-se consciente das ações saudáveis, e assim, tende a
apresentar maior envolvimento com os cuidados e manutenção de sua saúde (SCHVEITZER;
ESPER; SILVA, 2012).
Esses três aspectos (autonomia, empoderamento e co-responsabilização) constituem-
se diretrizes da Política Nacional de Promoção de Saúde, publicada em 2006, evidenciando
ainda uma relação direta entre as PIC com a Promoção de Saúde ( BRASIL, 2006).
Outro benefício promovido pelas PIC é que apresentam-se como alternativa ao uso de
medicamentos alopáticos. Nesse aspecto é possível constatar duplo benefício. O primeiro a ser
23
mencionado está relacionado à diminuição do risco de iatrogenia (TESSER; SOUSA, 2012;
CINTRA; FIGUEIREDO, 20). Béria (2004) sobre essa temática apresenta alguns dados
curiosos, como por exemplo, quanto maior o número de prescrições, menor é a percentagem de
medicamentos adequados. Afirma que a prescrição de medicamentos ocorre em cerca de 80%
das consultas médicas na Atenção Primária, o que demonstra a relevância da temática. O
segundo benefício elencado diz respeito à redução dos gastos financeiros do SUS pelo uso de
medicamentos que poderiam ser dispensáveis a partir da adoção de outras práticas em saúde
(ISCHKANIAN; PELICIONI, 2012).
Sendo assim a Ioga consiste em um método de auto regulação consciente que conduz à
integração física, mental e espiritual da personalidade humana e possibilita relação harmônica
do homem com o meio que o rodeia. A execução de exercícios de ioga proporciona mudanças
e benefícios no funcionamento de todo o organismo e permite melhora das funções psíquicas,
tanto cognitivas como afetivas, melhorando a memória, reduzindo a tensão emocional, a
depressão, a ansiedade e a irritabilidade (GONZÁLEZ; WATERLAND, 1998a).
Essa prática também traz benefícios para o tratamento de doenças de ordem psíquica,
tais como neuroses, estados psicóticos e pré-psicóticos, e melhora de sintomas relacionados ao
estresse, promovendo relaxamento e maior sentimento de autodomínio. Além disso, os
exercícios de ioga podem melhorar a coordenação psicomotora e os processos de atenção e
concentração, que geralmente estão afetados em um paciente psiquiátrico (GONZÁLEZ;
WATERLAND, 1998b).
A terapia comunitária se caracteriza por ser um espaço de palavra, escuta e construção
de vínculos, com o intuito de oferecer apoio a indivíduos e famílias que vivem situações de
estresse e sofrimento psíquico. Sua função não é resolver os problemas das pessoas, e sim,
suscitar uma dinâmica que possibilite a criação de uma rede de apoio aos que sofrem
(BARRETO, 2008).
Essa prática pode ser definida como um espaço comunitário onde se procura partilhar
experiências de vida e sabedorias, de maneira horizontal e circular, em um ambiente acolhedor
e caloroso no qual todos se tornam co-responsáveis na busca de soluções e superação para os
desafios do cotidiano (BARRETO, 2008).
A Terapia Comunitária apresenta como características básicas a discussão e a realização
de um trabalho de saúde mental preventiva de base comunitária. Enfatiza o trabalho de grupo
como instrumento de agregação social, e, a partir dessa dinâmica, propõe a criação gradual da
24
consciência social para que os indivíduos descubram as potencialidades terapêuticas
transformadoras adquiridas a partir do sofrimento humano.
A outra forma de práticas complementares é a meditação ativa é que o treino da
concentração leva à superação da distração, de forma que quanto mais concentrada a mente
estiver, menos perturbação ela sofrerá. Consequentemente, quanto menos a mente se perturbar,
menos ela estará suscetível a desequilíbrios ou, dito de outra forma, quanto mais concentrada a
mente estiver, tão mais estável ela estará. É por isso que, tradicionalmente, diz-se que o objetivo
da meditação é facilitar e gerar uma estabilidade mental e emocional (WALLACE; SHAPIRO,
2006).
Operacionalmente, a meditação sentada e silenciosa tem sido descrita a partir de um
conjunto de cinco parâmetros: 1) deve ser uma técnica claramente definida, 2) com a qual se
alcança algum relaxamento físico e 3) da lógica ao longo do processo, 4) sendo um estado auto
induzido, 5) através da utilização de um foco (CARDOSO; SOUZA; CAMANO; LEITE,
2004).
O foco, ou âncora, pode ser fechado, caracterizando o subtipo meditativo concentrativo,
também chamado de meditação da atenção focada, ou pode ser um foco aberto, caracterizando
o subtipo meditativo cefálico também designado de meditação do monitoramento aberto
(DAVIDSON; LUTZ, 2008).
Através das características citadas até aqui, pode-se perceber aspectos comuns entre esta
prática e a ciência psicológica. Da mesma forma que nas psicoterapias, por exemplo, através da
meditação também se busca a redução do sofrimento psicológico e o cultivo de qualidades
positivas, como o bem-estar. Este seria um dos principais pontos convergentes entre as práticas
meditativas e a psicologia, pois ambas se apoiam na premissa de que é possível conquistar
níveis cada vez maiores de realização pessoal e que este processo depende do próprio paciente
ou do próprio praticante, através da auto-observação e do crescente conhecimento de si
(WALLACE; SHAPIRO, 2006).
E para aplicação dessas práticas integrativas complementares a Universidade do Estado
de Mato Grosso através do projeto “Saúde Mental é Essencial” desenvolvido pelo grupo de
pesquisa CISMA vinculada a Faculdade de Ciências da Saúde do Campus de Cáceres
desenvolveu um projeto com o objetivo de analisar a prevalência de sintomas de ansiedade em
acadêmicos, assim como seus fatores desencadeantes e suas estratégias de enfrentamento de
estresse. O projeto Saúde Mental é Essencial envolve acadêmicos, funcionários da universidade
25
e a comunidade com objetivo de oferecer práticas integrativas como Yoga, Terapia Comunitária
e Meditação ativa proporcionando melhorias na qualidade de vida mental da população.
26
3.OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Descrever o perfil dos participantes das atividades terapêuticas desenvolvidas pelo
projeto “Saúde mental é essencial”, na universidade do Estado de Mato Grosso, campos de
Cáceres, no ano 2018.
3.2 Objetivos Específicos
1. Conhecer o perfil demográfico dos participantes, bem como as características de adesão
as PICs.
2. Analisar o perfil geral de ansiedade dos participantes das atividades terapêuticas, bem
como os benefícios percebidos pelos mesmos.
27
4 METODOLOGIA
4.1 Desenho do Estudo
O delineamento do estudo é observacional transversal de caráter quantitativo e
qualitativo.
4.2 Local do Estudo
A pesquisa faz parte de um projeto piloto, sob o título Saúde Mental e Essencial
desenvolvido pelo curso de Enfermagem, Campus Jane Vanini em Cáceres. Este estudo foi
realizado na Universidade do Estado de Mato Grosso "Carlos Alberto Reyes Maldonado"
(UNEMAT) no campus universitário de Cáceres “JANE VANINI”. O município de Cáceres
possui uma população estimada em 90.518 mil habitantes, área territorial de 24.577,114 Km²,
localizado na região sudoeste do estado de Mato Grosso (MT) possui fronteira com a Bolívia,
e está a 210 km da capital do estado de Mato Grosso, Cuiabá, e a pecuária como principal
atividade econômica (IBGE, 2016).
A UNEMAT é uma universidade pública brasileira, fundada em 20 de julho de 1978 e
mantida pelo governo do estado de Mato Grosso, com a sede administrativa no município de
Cáceres. Atualmente possui 13 campos universitário, sendo esses distribuídos nos municípios
de Alta Floresta, Alto Araguaia, Barra do Bugres, Cáceres, Colíder, Diamantino, Juara, Luciara,
Nova Mutum, Vila Rica, Nova Xavantina, Pontes e Lacerda, Sinop e Tangará da Serra.
A Faculdade de Ciências da Saúde (FACIS) do campus de Cáceres possui atualmente
três cursos, sendo eles: licenciatura em Educação física com duração de quatro anos; bacharel
em Enfermagem com duração de 5 anos e bacharel em Medicina com duração de 6 anos. Estão
matriculados em média 2.140 alunos (SILVA, 2014). A UNEMAT tem importante contribuição
para a sociedade mato-grossense, principalmente para as pessoas do interior do Mato Grosso.
(SILVA, 2014).
4.3 População do Estudo
28
A população deste estudo foi composta por todas as pessoas que participaram de alguma
atividade terapêutica desenvolvida pelo projeto sendo eles, professores, técnicos, alunos da
universidade e comunidade. Das atividades disponível, foram realizadas yoga, meditação ativa
e/ou terapia comunitária.
Os critérios de inclusão foram: participar voluntariamente das atividades propostas,
preencher o formulário avaliativo e mediante assinatura do TCLE de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE).
Quanto os critérios de exclusão foram: desistir de forma voluntária por meio de
documento formal.
4.4 Fonte de Dados
A principal fonte de dados foi o formulário de avaliação aplicado após as atividades
desenvolvidas pelo “projeto Saúde Mental Essencial “ as plásticas ocorria na sala de turismo na
Universidade do Estado de Mato Grosso .Com profissionais voluntários, nos dias 08, 09,10,
14, 15, 21 e 24 de maio do ano de 2018.Com as plásticas de yoga nas segunda –feiras das 11:30
ás 12:30 minutos, terapia comunitária nas terça –feiras das 18:00 ás19:30minutos ,meditação
ativa ocorria nas quinta-feira das 18:30 ás 19:30minutos.
Os participantes responderam a um questionário com questões sobre condições atividade
realizado, sexo, raça/cor, orientação sexual, categoria funcional, instituição, semestre eles
respondia a parte do teste Escala Hospitalar de Ansiedade (EHAD) aonde tinham as questões
:1 -Eu sinto tensa(o) ,3-eu sinto uma espécie de medo como s alguma coisa ruim fosse
acontecer,-5 estou com a cabeça cheia de preocupação,7- consigo ficar sentada á vontade e me
sentir relaxado,-9 eu tenho uma sensação ruim de medo, com um frio na barriga ou uma aperto
no estomago, 11-eu me sinto inquieta(o),como se eu não pudesse ficar parada(o) em lugar
nenhum ,13-de repente ,tenho a sensação de entrar em pânico .Construído uma planilha onde
foi do Microsoft Office Excel 2010 ,colocado os dados dos questionários aonde foi calculado
as pontuações que variava de 0-7 pontos para impossível ,de 8-11 pontos improvável ,de12-21
pontos provável.
(Apêndice 1). Após responder essas questões os mesmos respondiam o teste de Escala
Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD)- Avaliação do Nível de Depressão e Ansiedade
29
(ZIGMOND; SNAITH, 1983; BOTEGA et al. 1995) dos quais sete são voltados para a
avaliação da ansiedade (HADS-A) e sete para a depressão (HADS-D).
4.5 Análise de Dados
Os dados obtidos com a coleta da pesquisa foram salvos automaticamente numa planilha
do Microsoft Office Excel 2010.
Foram construídas tabelas e gráficos para ilustrar a distribuição de frequências das
variáveis em estudo. Para as variáveis raça/cor, sexo, orientação sexual, categoria funcional,
instituição, curso e semestre foi realizada a análise descritiva dos resultados do questionário
(analise descritiva: frequência absoluta simples e relativa percentual) com os dados tabulados
no Microsoft Excel 2018 e após aplicação do teste a contagem dos pontos por meio das
respostas.
Para analisar a prevalência de sintomas depressivos nos participantes da pesquisa foi
utilizada a escala EHAD, e o cálculo da pontuação foi feito da seguinte forma:
A cada um dos seus itens pode ser pontuado de zero a três, compondo uma pontuação
máxima de 21 pontos para cada escala (Apêndice 2).
Para a avaliação da frequência da ansiedade e da depressão foram obtidas as respostas
aos itens da EHAD. Foram adotados os pontos de cortes apontados por Zigmond e Snaith (1983)
recomendados para ambas as sub-escalas:
HAD-ansiedade: sem ansiedade de 0 a 8, com ansiedade ≥ 9;
HAD-depressão: sem depressão de 0 a 8, com depressão ≥ 9
Na análise qualitativa foi realizado uma entrevista informal no qual os áudios foram
arquivados em aparelho tecnológico, e posteriormente transcrevido no computador, após a
aceitação mediata TCLE (Apêndice 3).
Apenas três participantes compareceram em todas as atividades para oferecer respostas
sobre redução da ansiedade. Para verificar a veracidade da presença dos participantes foi
realizado um diário de campo descritivo, tendo por objetivo analisar as expectativas dos
participantes em relação às atividades, o sentimento que os mesmos apresentavam ao participar
de alguma das oficinas, bem como na atividade de yoga, onde os participante demonstravam
curiosidade.
30
4.6 Considerações Éticas
Este estudo foi aprovado no dia 06 de Dezembro de 2016, pelo Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) da UNEMAT, número do parecer 1.851.630, cumprindo-se os princípios éticos
estabelecidos na Resolução 466/2012 do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONEPE)
e a Norma Operacional 001/2013 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (Anexo II).
Todos os acadêmicos, técnicos, professores e comunidade, que participaram da pesquisa
foram informados sobre os objetivos da pesquisa e sobre o anonimato do questionário,
assinando Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (Apêndice II) antes da
aplicação do questionário. Embora os riscos da pesquisam sejam mínimos para os participantes,
existe uma pequena variável que inclui, expor os participantes aos constrangimentos de se
expor, desgaste de tempo. Para reduzir esses transtornos, medidas foram tomadas, tais como,
proporcionar maior conforto, uma sala apropriada e privativa para a pratica, proporcionando
privacidade.
31
5 RESULTADOS
5.1. Características da População de Estudo
A prática usada pelos profissionais e alunos voluntários do projeto foi de acordo com
estudos de Adlaf; Gliksman; Demers; Newton (2001) usando como métodos de tratamento para
ansiedade atividades que envolvessem uma rede de apoio para os estudantes ou sociedade,
atividades recreativas, o aconselhamento individual, ou ainda, terapia comunitária, atividades
baseadas na religião ou espiritualidade da pessoa.
A pesquisa contemplou 19 participantes, a maioria era do sexo feminino (84,21%).
Cerca de 63,16% (n=8) declararam-se brancos. Aproximadamente 36,8% (n=7) dos estudantes
eram do curso de Enfermagem. Na categoria funcional 63,16% (n=12) eram alunos da
universidade. As práticas 36,84% (n=7) realizam a meditação ativa como práticas integrativas
complementares. (Tabela 1).
Tabela 1 - Distribuição das variáveis e sociodemográfica dos participantes da Oficina Saúde
Mental e Essencial, Cáceres-MT, 2018.
Variáveis N %
Sexo
Masculino 3 15,79
Feminino 16 84,21
Raça\Cor\Etnia
Parda 4 21,05
Branca 8 21,05
Negra 4 42,11
Não responderam 3 15,79
Curso
Educação Física 1 5,26
Enfermagem 7 36,80
Medicina 1 5,26
Agronomia 1 5,26
Geografia 1 5,26
Matemática 1 5,26
Categoria Funcional
Alunos 12 63,16
Professor 1 5,26
Técnico 6 31,58
32
Práticas
Meditação Ativa 7 36,84
Terapia Comunitária 6 31,58
Yoga 5 26,32
Total
5.2 Avaliações do Nível de Ansiedade
Tabela 2- Avaliações do nível de ansiedade dos participantes da Oficina Saúde Mental e
Essencial, Cáceres-MT, 2018
TEMPO QUE SE SENTEM ANSIOSOS:
BOA PARTE DO TEMPO 47,37%
DE VEZ EM QUANDO E MAIOR PARTE DO TEMPO 31,58 %
MAIOR PARTE DO TEMPO 10,53%
SENTIMENTO DE ALGO RUIM ESTÁ POR OCORRER:
SIM, MAS NÃO É MUITO FORTE 42,11 %
SENTEM, MAS NÃO PREOCUPA 10,53 %
NÃO TEM 47,37%
PREOCUPAÇÃO
BOA PARTE DO TEMPO 42,11 %
TODO TEMPO 26,32 %
DE VEZ EM QUANDO 15,79 %
DESCANÇO/RELAXAR
POUCAS VEZES 52,63%
QUAZE SEMPRE 21,05%
MEDO
DE VEZ EM QUANDO 52,63%
NUNCA 26,32%
PÂNICO
NÃO TEM 57,39%
DE VEZ EM QUANDO 6,32%
33
VARIAS VEZES 10,53%
SATISFAÇÃO COM A OFICINA
TOTALMENTE SATISFEITO 47,37%
MUITO SAFISFEITO 21,05%
Aos resultados dos escores avaliados segundo a EHAD, a prevalência geral de sintomas
prováveis de ansiedade dos participantes foi de 10,53% (n=19), enquanto dos demais
entrevistados apresentaram prevalência de 68,42% (n=13) de sintomas possíveis de ansiedade
e prevalência de 21,05% (n=4) para sintomas improváveis (Figura 1).
Figura 1 – Prevalência de sintomas ansiedade dos participantes da Oficina Saúde Mental e
Essencial, Cáceres-MT, 2018.
5. 3. Entrevistas
Foram realizadas três entrevistas com os participantes que frequentaram todos os dias das
oficinas. Nas três perguntas foi questionado o que significou a participação do projeto para o
mesmo. Abaixo segue relatos participantes.
0
2
4
6
8
10
12
14
Provável Possivel Improvável
Pre
vale
nci
a (
%)
Classificação dos escores de Depressão
34
Questão1- O que significou o projeto para você?
‘‘Eu no início fui um pouco resistente ao projeto, mas assim, eu conseguir ver, que isso traria
mudança para mim não só fisicamente como psicológicas. Para mim, eu acho que o psicológico
foi o que trouxe maior retorno’’. (Participante 1)
‘‘Olha no semestre passado significou bastante coisa, por que eu cheguei eu não conhecia
ninguém, daí estava bem difícil de adaptar a cidade, a nova faculdade, foi um período que eu
não estava muito bem, daí ainda relutei no começo do projeto, fiquei sabendo desde do início,
desde quando que entrei que a atividade não tinha nada a ver comigo, mais ai cheguei no nível
de solidão que foi uma palavra que eu não tinha vivido antes, e eu acha que precisava buscar
ajuda. Daí como tinha esse projeto dei um jeito de enturmar com galera e resolvi entrar. O
projeto de início me ajudou a aproximar de outras pessoas, porque eu não tinha contato com
ninguém e não conseguia adaptar com pessoal da sala e não tinha amizade. Então o projeto
para mim significou estar mais entrosado com as pessoas, me fez sentir e fazer parte de algum
grupo e assim inicialmente que o projeto me ajudou’’. (Participante 2)
‘‘É uma coisa nova sabe, eu estava vindo a noite trabalhar e por esta disponível nos dias achei
interessante e vir para ver o que se tratava. Mais em função da correria do dia-a-dia o que
acontece com todas as pessoas é importante este tipo de projeto para aliviar o estresse e ajudar
quem tem um problema, e é importante esse tipo de atividade’’. (Participante 3)
Questão2 - O que mudou na sua vida?
‘‘[...] então falando das questões físicas, a questão da respiração melhorei bastante, de fato a
gente aprende a melhorar o condicionamento físico. O fato de a gente aprender na yoga, por
exemplo, ou na atividade da terapia comunitária, que você também tem uma forma de
tratamento que e uma terapia que você faz em grupo e isso também trazem e trouxeram bastante
mudança e a alimentação que hoje melhorou bastante [...]’’. (Participante 1)
‘‘Eu peguei o gosto pelo a yoga cara, principalmente o yoga é isso ai mudou todos os hábitos.
Comecei a praticar semanalmente lá no instituto e também comecei levar o habito de fazer em
casa, então foi nesse sentido que mudou minha vida. E por eu criar um habito de me exercitar,
querendo ou não o exercício faz bem para o corpo e automaticamente para a mente, então em
35
questão de vida e isso. Comecei a criar uma rotina os exercícios e me deu ânimo porque já não
estava fazendo mais nada. É eu estava totalmente sedentária, daí com a prática da yoga
mentalmente, quando eu fazia as meditações eu estava melhor. Eu parei de fazer e quando
voltei das férias essa rotina acabou foi ai que senti uma diferença, mais assim quando eu estava
na meditação e no yoga, me sentia melhor’’. (Participante 2)
‘‘Olha estava vindo assim por esportiva, eu não estava com coisa pesada, apesar de que eu
tive uns problemas pessoais no decorrer do caminho. [...] A princípio foi até rápido por falta
de gente na verdade teve uma ou duas, mais foi interessante de ver gente diferente e conhecer
pessoas novas, foi bom à intenção foi válida deve continuar isso aí [...]’’. (Participante 3)
Questão 3-como você se sente em relação a sua ansiedade hoje? Você se sentia
ansioso antes do projeto?
“Sim eu tinha crise de ansiedade de ficar com dor no peito por dois dias depois da crise, e eu
vejo que graças o projeto comecei a levar a sério realmente, eu não me lembro a última vez
que tive crise de ansiedade. Então isso pra mim foi o maior ganho. Sinceramente de tudo da
disposição que a gente tem depois que você faz as atividades, mais e na verdade
psicologicamente falando foi o maior ganho que eu tive por questão da minha ansiedade que
consegui controlar. Eu acho assim, que a gente fica meio querendo ser doutrinador né?
Quando a gente percebe que uma coisa legal que esta te fazendo bem eu tento divulgar, mais
assim, numa coisa que eu tento tomar muito cuidado na abordagem das pessoas para não
aparecer eu estou impondo, forçando ou dizendo que aquilo que ela optou para a vida dela e
errado ou não, mais assim, sempre apresento de alguma forma o que estou fazendo e que estou
gostando muito, e quando isso acontece a gente quer falar para todo mundo que está fazendo
bem. Olha tento sempre chamar quem eu vejo que precisa ou passando por momento difícil, aí
procuro chamar para participar das atividade’’. (Participante 1)
‘‘Eu me sentia e continuo assim em alguns aspectos acho que sim que sou ansioso. Mas é difícil
falar porque quando iniciei o projeto tinha algumas ansiedades, mais essas ansiedades, não
por conta do projeto. O projeto ameniza sim, ajuda amenizar conforme você vai meditando,
tentando fugir do teu ego, ajuda minimiza mais essas aquelas ansiedades passada, aquelas
situações da vida mesmo eu fui contornando e fui fazendo que parasse. Mais hoje em dia tenho
outro tipo de ansiedade mesmo assim, posso meditar, posso fazer yoga, que é difícil eu não me
36
livrar, sabe e maior do que eu, maior do que as práticas que auxilia se livrar disso. Então as
questões da ansiedade me sentem ansioso, infelizmente num o projeto não foi tão afundo, mas
por conta de mim mesmo, não em relação ao projeto’’. (Participante 2)
‘‘No caso eu tinha ansiedade, hoje descobri que foi ansiedade. É que eu fui para o psiquiátrica
e psicólogo e estou tomando remédio, assistido pela minha família agora assim que estou
ficando mais calmo’’. (Participante 3).
37
6. DISCUSSÃO
A prevalência dos sinais de ansiedade se concentrou nos acadêmicos em geral com, isto
se dá por representarem o maior número de participantes da pesquisa, bem como as mulheres
as quais frequentaram mais as atividades. Sendo assim, se concentrou os casos de prováveis e
possíveis sintomas de ansiedade com as mesmas porcentagens ditas anteriormente. Este
resultado vai de encontro com outros estudos como de Chaves et al. (2015) que avaliou por
meio de estudo transversal a ansiedade e espiritualidade em estudantes universitários que se
obteve como resultado um nível médio de ansiedade, seguido pelo nível alto.
Ao entrar na universidade o aluno se depara com problemas antes não vivenciados,
como morar longe de casa, momentos de mudança, desenvolvimento, frustração, crescimento,
temores e angústias. Assim, o ambiente que contribuiria na edificação do conhecimento e ser a
base para as suas experiências de formação profissional se torna, por vezes, o desencadeador
de distúrbios patológicos, quando ocorre uma exacerbação da problemática do estresse
acadêmico nos estudantes. Sua rotina de estudos aumenta estresse no decorrer dos semestres, o
estudante fica vulnerável para desenvolver sobrecarga psicológica, isso pode influenciar no
comportamento, desencadeando alguns tipos de transtornos, como por exemplo, os transtornos
de ansiedade ou transtornos ansiosos (FERREIRA et. al., 2009).
Em virtude disso a ansiedade mal administrada traz sérios danos a saúde física e mental
(BRAGA et. al., 2010). Um estudo realizado por Costa et. al.(2015), revelou que cerca de 60%
dos universitários de uma instituição privada de Uberlândia (MG), apresentavam sintomas
psicológicos decorrentes do estresse sofrido durante a graduação.
A ansiedade para Bampi et al., (2013) influencia negativamente na qualidade de vida
dos estudantes e está intimamente ligada ao desempenho no processo de formação e na
realização das atividades acadêmicas. A ansiedade mal administrada afetam os alunos tanto
profissionalmente e pessoalmente, com dificuldades no relacionamento interpessoal, leva ao
abuso de drogas, deterioração do desempenho acadêmico, diminuição da empatia e
adoecimento físico e mental (TABALIPA et al., 2015).
Rezende et al.; (2008) e Carvalho et al.; (2016) apontam também excessivas cargas
horárias, ansiedade progressiva com a finalização do curso, péssima qualidade de vida,
autoestima baixa, irritabilidade, fadiga, autoacusação.
38
Sendo assim, a fala de Barros et al. (2003) vai de encontro com as respostas dos
participantes em relação a tensão pois 47,37% dos entrevistados no geral se sentem tensos ou
preocupados com alguma situação. A ansiedade muitas vezes se apresenta como sintomas
primários as preocupações antecipatórias excessivas (expectativa apreensiva) relacionadas a
objetos e situações que ocorrem por dias ou meses (CASTILHO et al., 2000).
Outra situação encontrada em nosso estudo é em relação sensação de medo que os
participantes tendem a sentir durante seu dia. De acordo com Cardozo et al. (2016) a ansiedade
é responsável por preparar o indivíduo para situações de ameaça e perigo. Juntamente com o
medo, eles envolvem fatores cognitivos, comportamentais, afetivos, fisiológicos e neurológicos
que modulam a percepção do indivíduo ao ambiente, provocando respostas específicas e
direcionando a algum tipo de ação.
Por outro lado, o traço de ansiedade está relacionado à personalidade de cada pessoa e
se refere às diferenças de reação diante das situações percebidas como ameaçadoras. Dessa
forma, os indivíduos que possuem alto traço de ansiedade tendem a considerar um maior
número de situações como perigosas e, consequentemente, apresentar um aumento do estado
de ansiedade (CHAVES et al., 2015).
Em decorrência de trabalhos anteriores desenvolvidos pelo projeto Saúde Mentais é
Essencial, teve como resultados altos índices de estresse e ansiedade em relação aos acadêmicos
que participaram das pesquisas anteriores. A partir dessas abordagens ofertou atividades na qual
reduzisse a ansiedade dos alunos e participantes, melhorando assim a qualidade de vida dos
mesmos.
Sendo assim, as estratégias de enfrentamento da ansiedade que o acadêmico por utilizar
para melhorar os níveis de estresse são: acupuntura, ioga; utilizar terapias alternativas,
massagem, exercícios, dormir mais, trabalhar menos e administrar melhor seu tempo. As
terapêuticas holísticas incitam mudanças em hábitos de vida e estimulam a participação ativa
do sujeito, melhorando assim a qualidade de vida e seu rendimento acadêmico (NEVES;
SELLI; JUNGES, 2010).
Ao longo das atividades, as anotações do diário de campo e a partir das entrevistas foi
possível perceber que os praticantes meio tímidos, acanhados, isolados, vergonha ao se
relacionar e tenso no decorrer da oficina iam evoluindo praticar de yoga. Em consequência
disso eles iam se soltando e ficando mais relaxado e no final os mesmos relatavam que teve
melhoria na dor que estava sentindo antes de começar a atividade e a diminuição da ansiedade.
39
Em concordância com observação de campo Melville et al. (2012) fala que a prática da
yoga na área laboral traz redução do estresse, melhoria na qualidade do sono e variabilidade do
ritmo cardíaco; fortalecimento da vitalidade em profissionais que trabalham em hospitais
(STRIJK et al. 2012); estresse laboral, ansiedade e humor em trabalhadores de período integral;
e fitness funcional e flexibilidade (COWEN, 2010).
Em virtude dessa oficina houve um aumento de participantes na yoga. As pessoas já
estavam mais sociável e comunicativa, identificando que os exercícios possibilitava benefícios
não só físico mais também mental.
E corroborando assim Siegel, Barros (2010) que fala das contribuições físicas,
filosóficas, sociais e reeducação de hábitos associados com os vícios que a prática traz na vida
do ser humano que se prática Yoga. Dessa maneira o mesmo autor afirma que é clara a relação
da filosofia do yoga com a Promoção da Saúde, sendo sua grande contribuição à oferta de
formas de cuidado para condições crônicas relacionadas a fatores físicos e psíquicos, para as
quais os recursos do modelo de cuidado biomédico têm alcançado pequenos resultados.
Já na oficina de terapia comunitária teve uma rejeição pelos participantes por não terem
o conhecimento sobre a mesma, tendo um ideal de que esta atividade se destina somente para
as pessoas com problemas psiquiátricos. Em virtude disso tiveram poucos participantes e os
que apareciam eram somente por curiosidade e não voltaram mais. Assim, um ou dois
permaneceram participando da oficina, mas por não alcançar um público satisfatório,
enceraram-se as atividades.
A falta de conhecimento momentâneo impediu que os participantes compreendessem o
que a Terapia Comunitária produz alívio da ansiedade, compartilhamento de experiências de
vida, valoriza o contato face a face de grupos heterogêneos da comunidade, complementando
outras tecnologias de cuidado em saúde, de modo a ampliar as ações preventivas e promocionais
(BARRETO, 2005).
Desta forma, a terapia comunitária deve ser divulgada, explicada como uma prática de
caráter terapêutico, transformadora da realidade e que pode ser utilizada nos diversos níveis de
atenção à saúde e comunidade (PADILHA; OLIVEIRA 2012).
Na Meditação Ativa tiveram mais participante, pois os mesmos se identificaram com as
oficinas no primeiro momento, buscaram a compreender do que se tratava, porém alguns não
retornaram. Por outro lado, os participantes que continuaram disseram que se identificaram,
40
extravasaram sua ansiedade e tiveram benefícios na diminuição no nível de ansiedade,
alcançando assim o objetivo do projeto.
E contemplando todas as falas dos autores anteriores, o Manual de implantação de
Práticas Integrativas complementares (2018), diz que esses modelos de oficinas terapêuticas
integrativas e complementares trazem a perspectiva da prevenção de agravos e da promoção e
recuperação da saúde, com ênfase no cuidado continuado, humanizado e integral em saúde da
comunidade contemplando assim os anseios do projeto.
Em concordância com a fala dos entrevistados sobre as práticas de atividades físicas
Múnera et al., (2017) realizou uma pesquisa com 171 estudantes de uma universidade pública
na Colômbia que apontou que uns sintomas ansiosos pode estar relacionado a não prática de
atividades física. Lantyer (2016) reforça que a prática de atividades físicas está relacionada com
a prevenção e diminuição de tais sintomas, pois praticar atividade física desenvolve sentimento
de maior satisfação com a vida, devido durante a prática e exercícios físicos o organismo liberar
hormônios como a endorfina, a qual gera sensação de recompensa e bem-estar.
Diante de todas as falas dos entrevistados o projeto Saúde Mental é Essencial com
ofertas de oficinas que auxiliam a lidar com ansiedade, contribuiu na vida desses participantes
para a superação das dificuldades enfrentadas seja em relaciona-se, conversar, entender seus
conflitos e melhora na sua trajetória acadêmica e profissional, sendo assim fui positivamente
avaliados pelos participantes por meio de aprendizagem obtida.
41
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo apontou alta prevalência de sintomas de ansiedade entre os
acadêmicos que participaram das atividades desenvolvidas pelo projeto. Os acadêmicos que
responderam à pesquisa apresentaram sintomas de ansiedade que indica provável diagnóstico
de ansiedade. E ao observar os achados deste estudo, pode-se perceber que a prática das
atividades pode auxiliar no manejo de alguns sintomas de ansiedade, como relatado pelos
participantes.
É preciso considerar algumas limitações deste estudo. Inicialmente, por ter tido
predominância de acadêmicos do curso de Enfermagem e do gênero feminino, estudos futuros
com amostra maior e controle do gênero poderão possibilitar melhor avaliação dos efeitos da
vida acadêmica aos alunos, planejando então possíveis intervenções para redução da
prevalência de sintomas de ansiedade.
A elaboração deste estudo não pôde avaliar ainda de maneira específica, quais são os
fatores que predispõe à ansiedade e o estado psicológico dos estudantes ao apontar a prevalência
de sintomas de ansiedade. Sugere - se então que continue o projeto na Universidade do Estado
de Mato Grosso direcionado a ações que assistam os participantes, aos fatores predisponentes
a ansiedade, oferecendo programas de suporte, acompanhamento e atendimentos individuais
aos participantes.
Assim sendo, torna-se relevante estudar mais o tema da saúde psicológica entre
estudantes e comunidade, tanto pela natureza investigativa da detecção de fatores que se
associam às mudanças do acadêmico.
Acrescenta-se ainda a importância da observação de elementos que podem auxiliar na
elaboração de programas de intervenção e prevenção no âmbito institucional e possibilitando a
participação da comunidade e que venham favorecer o desenvolvimento de potencialidades de
saúde e de melhor qualidade de vida destes participantes.
42
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48
APÊNDICES
Apêndice I: ESCALA HOSPITALAR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO (EHAD) -
Avaliação do nível de Depressão e Ansiedade1.2
ANEXO 1 - Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (EHAD)- Avaliação do Nível de Depressão e Ansiedade1,2
ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DO TESTE
ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DO TESTE
Leia todas as frases. Marque com um “X” a resposta que melhor descreve sua resposta a cada questão.
1. Eu me sinto tensa (o) ou contraída (o):
( ) a maior parte do tempo[3] ( ) boa parte do tempo[2] ( ) de vez em quando[1] ( ) Nunca [0]
2. Eu ainda sinto que gosto das mesmas coisas de antes:
( ) sim, do mesmo jeito que antes [0] ( ) não tanto quanto antes [1] ( ) só um pouco [2] ( ) já não consigo ter prazer em
nada [3]
3. Eu sinto uma espécie de medo, como se alguma coisa ruim fosse acontecer
( ) sim, de jeito muito forte [3] ( ) sim, mas não tão forte [2] ( ) um pouco, mas isso não me
preocupa [1] ( ) não sinto nada disso[0]
4. Dou risada e me divirto quando vejo coisas engraçadas
( ) do mesmo jeito que antes[0] ( ) atualmente um pouco
menos[1] ( ) atualmente bem menos[2] ( ) não consigo mais[3]
5. Estou com a cabeça cheia de preocupações
( ) a maior parte do tempo[3] ( ) boa parte do tempo[2] ( ) de vez em quando[1] ( ) raramente[0]
6. Eu me sinto alegre
( ) nunca[3] ( ) poucas vezes[2] ( ) muitas vezes[1] ( ) a maior parte do tempo[0]
7. Consigo ficar sentado à vontade e me sentir relaxado:
( ) sim, quase sempre[0] ( ) muitas vezes[1] ( ) poucas vezes[2] ( ) nunca[3]
8. Eu estou lenta (o) para pensar e fazer coisas:
49
( ) quase sempre[3] ( ) muitas vezes[2] ( ) poucas vezes[1] ( ) nunca[0]
9. Eu tenho uma sensação ruim de medo, como um frio na barriga ou um aperto no estômago:
( ) nunca[0] ( ) de vez em quando[1] ( ) muitas vezes[2] ( ) quase sempre[3]
10. Eu perdi o interesse em cuidar da minha aparência:
( ) completamente[3] ( ) não estou mais me cuidando
como eu deveria[2]
( ) talvez não tanto quanto
antes[1]
( ) me cuido do mesmo jeito
que antes[0]
11. Eu me sinto inquieta (o), como se eu não pudesse ficar parada (o) em lugar nenhum:
( ) sim, demais[3] ( ) bastante[2] ( ) um pouco[1] ( ) não me sinto assim[0]
12. Fico animada (o) esperando animado as coisas boas que estão por vir
( ) do mesmo jeito que antes[0] ( ) um pouco menos que
antes[1] ( ) bem menos do que antes[2] ( ) quase nunca[3]
13. De repente, tenho a sensação de entrar em pânico:
( ) a quase todo momento[3] ( ) várias vezes[2] ( ) de vez em quando[1] ( ) não senti isso[0]
14. Consigo sentir prazer quando assisto a um bom programa de televisão, de rádio ou quando leio alguma coisa:
( ) quase sempre[0] ( ) várias vezes[1] ( ) poucas vezes[2] ( ) quase nunca[3]
RESULTADO DO TESTE
ORIENTAÇÕES
OBSERVAÇÕES:
Ansiedade: [ ] questões (1,3,5,7,9,11,13)
Depressão: [ ] questões (2,4,6,8,10,12 e 14)
Escore: 0 – 7 pontos: improvável 8 – 11 pontos: possível –
(questionável ou duvidosa) 12 – 21 pontos: provável
1Zigmond, A.S.7 Snaith,R.P.The Hospital Anxiety and Depression Scale.Acta Psychiatrica Scandinavica 1983; 67,361 -370.
2Botega NJ, Bio MR, Zomignani MA, Garcia JR C, Pereira WAB. Transtornos do humor em enfermaria de clínica médica e validação de
escala de medida (HAD) de ansiedade e depressão. Revista de Saúde Pública, 29(5): 355-63 1995.
Apêndice II: Termo De Consentimento Livre E Esclarecido
50
Este é um convite para você participar da pesquisa "Saúde mental é essencial", que
como objetivo analisar a prevalência dos sinais e sintomas de depressão e ansiedade em alunos
e professores da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).
Responder a esta pesquisa não envolverá quaisquer riscos significativos a saúde física e
mental. Os desconfortos são mínimos como dedicar tempo para preenchimento do questionário
e a expressão da sua opinião. O questionário deverá ser respondido individualmente e terá a
duração de aproximadamente 15 minutos. Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu
nome não será identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e
a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os participantes, focalizando o
seu conteúdo geral.
Você não terá benefícios financeiros ao participar desta pesquisa, mas contribuirá para
o conhecimento da prevalência de sofrimento psíquico em alunos e professores desta
instituição, bem como no subsidio de ações de promoção, prevenção e cuidado com a saúde
mental dos mesmos. Além disso, ao finalizar o questionário você receberá um feedback
imediato sobre seu nível de ansiedade e depressão, possibilitando o autoconhecimento e
permitindo que você encontre e avalie estratégias pessoais para lidar com o seu próprio estresse.
É importante ressaltar que você tem o direito e a liberdade de retirar seu consentimento
em qualquer fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta dos dados, independente do motivo
e sem nenhum prejuízo a sua pessoa. Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas
dúvidas através do e-mail: saudementaleessencial@gmail.com, através do site do projeto:
www.saudementaleessencial.com.br, ou no Comitê de Ética em Pesquisa da UNEMAT, nos
seguintes endereços: Avenida Tancredo Neves, 1095 - Cavalhada 2, CEP 78200-000 - Cáceres,
MT – Brasil, email: cep@unemat.br, Telefone: (65) 3221-0067.
Ao assinalar a opção “aceito participar”, a seguir, você atesta sua concordância com esta
pesquisa, declarando que compreendeu os objetivos, a forma como ela será realizada e os riscos
e benefícios envolvidos.
Aceito participar
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ANEXOS
Anexo I: Parecer De Aprovação Do Comitê De Ética
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