educaÇÃo e pobreza: como os gestores lidam com...
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Trabalho de Conclusão de Curso
EDUCAÇÃO E POBREZA:
COMO OS GESTORES LIDAM COM ESSA QUESTÃO?
Andréia Ternovoe Ruiz
Fabiano dos Santos
Resumo: Neste artigo discutiremos que a pobreza interfere na forma como os seres humanos
produzem suas existências, se manifestando diretamente em suas bases materiais através da
falta de renda, alimentos e moradia. Entendemos também, que a pobreza não se restringe à
falta de recursos materiais, mas vai além, prejudicando a capacidade de participação social,
acesso a culturas diferenciadas e aquisição de conhecimentos valorizados socialmente.
Partindo dessa premissa, a escola é um lugar propício para socializar saberes fundamentais
para emancipação de sujeitos, que compreendem seu modo de ser e estar no mundo. Por meio
de pesquisas bibliográficas e de campo, buscamos definir como os gestores escolares e suas
equipes pedagógicas enxergam a pobreza, e como lidam com os alunos que vivem nesta
situação. Esta pesquisa buscou definir a função social da escola, além de levantar hipóteses
de como se efetiva na prática a dualidade da escola pública brasileira, com funções distintas,
sendo uma escola assentada no conhecimento para os ricos e outra em acolhimento social para
os pobres, sem o comprometimento com sua efetiva emancipação. Ao analisarmos os dados
coletados na pesquisa de campo, percebemos uma visão meritocrática que consiste em
associar o sucesso aos esforços individuais, sem levar em consideração a pobreza em sua
amplitude e complexidade nas questões que a produz, na dimensão social, política e
econômica. Através das análises dos dados coletados entendemos que a principal função da
escola pública é tornar acessível aos alunos os conhecimentos que são valorizados
socialmente e, necessários para a formação de sujeitos que constroem suas vivências de modo
consciente. Espera-se que esta pesquisa traga contribuições e reflexões sobre essa temática,
permitindo uma melhor compreensão sobre a pobreza e o que ela demanda à educação, de
forma que instigue o interesse dos profissionais da educação a retomarem e/ou intensificarem
discussões em torno dos objetivos e funções da escola pública.
Palavras-chave: Pobreza. Educação. Gestão Escolar.
Formada em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Secretária Escolar da Rede
Municipal de Ensino de Naviraí-MS. Doutor em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul
Trabalho de Conclusão de Curso
1. INTRODUÇÃO
Vivemos em uma sociedade de classes, com relação de dependência e dominação
entre elas. A globalização, que é uma tendência do capitalismo, através de projeto neoliberal,
impõe a economia de mercado global sem restrições, a competição ilimitada e a minimização
do Estado na área econômica e social.
Nesse cenário, se agrava cada vez mais o desemprego e a exclusão social e
econômica, pois não há trabalho compatível ao número de mão de obra disponível, ainda que
todos se qualifiquem de acordo com as exigências do mercado produtivo, assim, a renda do
progresso econômico não está disponível para todos.
Também discutiremos que esses fatos provocam o agravamento da pobreza e por
consequência interferem negativamente nas condições de vida dos sujeitos pobres. A pobreza
limita a capacidade dos sujeitos de viver com bem estar, da participação social, de voz, de
trabalho e, nos casos mais graves, provoca a fome.
Tendo em vista que o gestor escolar e, sua equipe pedagógica, são os principais
responsáveis pela orientação dos planos de trabalho e, ações realizadas pela escola e, se estão
de acordo com a demanda de formação dos alunos, consideramos importante desenvolver esta
pesquisa de modo a responder como esses profissionais enxergam a pobreza e, como lidam
com os alunos que vivem nesta situação.
Além disso, procuramos responder aos seguintes questionamentos: compreender as
discussões sobre a pobreza no seio de uma sociedade de classes, qual a função social da
escola frente à demanda da pobreza e como as influências e determinações, sobre o discurso
da escola como espaço de acolhimento da pobreza, influencia o trabalho dos gestores e suas
equipes pedagógicas.
Para responder a esses questionamentos realizamos pesquisas de campo em duas
escolas públicas do município de Naviraí-MS. Essas escolas foram selecionadas por
apresentarem características distintas uma da outra. Uma escola está localiza em uma região
muito pobre da cidade, enquanto a outra em uma região com melhores condições
socioeconômicas. Foram entrevistadas 6 pessoas, dentre elas gestores e suas equipes
pedagógicas.
Trabalho de Conclusão de Curso
2. SOCIEDADE E POBREZA
A sociedade em que vivemos está dividida em classes. Diferentes pessoas ocupam
diferentes posições dentro dessa sociedade, e como consequência, uma minoria exerce
liderança em relação às demais. Esta relação é percebida na diferença de possibilidade e
detenção de poder político, econômico, prestígio social e, diferença de acesso, permanência e
sucesso na educação escolar.
Frigotto (2015) recorre à concepção materialista histórica da realidade e ao método
dialético para explicar como os seres humanos produzem socialmente as condições de suas
existências. Assim, afirma que a necessidade primordial do ser humano é comer, beber, ter
onde morar, antes de fazer política. O conflito e o antagonismo das classes sociais da
concepção materialista de economia são reprodutores da ordem social capitalista.
A globalização, que é uma tendência do capitalismo, através do projeto neoliberal,
impõe aos países periféricos a economia de mercado global sem restrições, a competição
ilimitada e a minimização do Estado na área econômica e social. Além de exigir que o
trabalhador seja polivalente, flexível e qualificado para acompanhar as transformações
tecnológicas.
Como resultado, percebe-se o crescimento do desemprego e da exclusão social, pois
não há postos de trabalho suficiente para a demanda da mão de obra disponível, ainda que
todos se qualifiquem de acordo com as exigências do mercado produtivo. Assim, os frutos
desse progresso econômico não podem ser usufruídos por todos, mas apenas a uma pequena
parcela da sociedade. (ANTUNES, ALVES, 2004)
Diante deste contexto não há como passar despercebido o aumentado da fome, do
desemprego, da falta de moradia. Em consequência deste projeto neoliberal, a pobreza se
intensifica e compromete as bases materiais do ser humano, do bem estar, da participação
social, do desenvolvimento em geral do ser humano. Crespo e Gurovitz (2012) citam Amartya
Sen (1999) para definir pobreza como “privação das capacidades básicas de um indivíduo e
não apenas como uma renda inferior a um patamar pré-estabelecido”.
A “capacidade” é entendida pelos autores citados acima como combinações de
alternativas de funcionamento de possível realização. Ou seja, a capacidade de conhecer e
utilizar meios ou oportunidades para atingir e manter uma vida digna que contemple suas
necessidades básicas de sobrevivência. Essa capacidade é um tipo de liberdade de realizar
Trabalho de Conclusão de Curso
combinações alternativas de funcionamentos, e também a capacidade para escolher o estilo de
vida que se deseja.
Tais referências nos permitem dizer que a pobreza não se restringe à falta bens
materiais para a sobrevivência, como alimento, moradia, saúde, e que, além desses bens, ter
um trabalho bem remunerado, ter conforto de moradia e poder aquisitivo de consumo, não
garante a inexistência da pobreza.
Sob essa ótica, acreditamos que a pobreza vai além de recursos materiais que
garantem conforto. Acreditamos que existe a pobreza que consiste na falta de acesso ao
conhecimento que é produzido e valorizado socialmente, à falta de conhecimento de outras
culturas, à impossibilidade de participação na sociedade e à inexistência da capacidade de
exercer poder nas tomadas decisões políticas, que influenciam até mesmo a própria vida.
Entretanto, nem todos definem pobreza desta forma. É comum a culpa da pobreza
recair sobre o próprio pobre. Como afirma Arroyo (2014) a pedagogia e a docência quando
consideram que os alunos pobres têm carências de conhecimentos, de valores, de hábitos de
estudo, de disciplina, de moralidade, reforçam uma concepção que responsabiliza a pobreza
moral pela pobreza material. Por isso, é comum no meio social os pobres serem culpados por
sua pobreza e desemprego. Pensada assim, a pobreza na escola, não é contextualizada em sua
amplitude e complexidade em questões social, política e econômica que a produz, restando
apenas conceitos esteriotipados de pobreza.
Quem vive na pobreza apresenta dificuldade em desenvolver capacidades e, por
consequência, não têm opções de escolha sobre o estilo de vida. Aos pobres é negado o direito
a uma vida digna, que contemple suas necessidades mais básicas, como moradia, educação,
alimentação, trabalho e participação social. Neste contexto, o sistema produtivo do
capitalismo demanda à educação escolar o desafio de capacitação e requalificação dos
trabalhadores, formando um contingente sofisticado para atender um mercado diversificado e
manter a competitividade. (LIBÂNEO, 2003)
É fundamental destacar que, neste contexto de sociedade de classes, de relação de
poder e dominação, de pobreza que compromete o viver do ser humano, intensificada pelo
processo produtivo do capitalismo, como já foi mencionado anteriormente, Libâneo (2003)
destaca que a educação escolar precisa formar sujeitos sociais, com competência e habilidades
para a participação na vida social através da elevação de níveis científicos, cultural e técnico.
Trabalho de Conclusão de Curso
Garantindo assim, que os pobres não sejam mais marginalizados, mas que sejam incluídos em
padrões de vida que valorizam a dignidade da pessoa humana.
3. FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA
Em tempos hodiernos a educação escolar tem sido alvo de constantes indagações
sobre sua função social, como ela deve estar planejada e organizada, de modo a atender as
demandas que emergem das transformações que ocorrem diariamente na sociedade.
A definição de sua função social é marcada por princípios ideológicos, por isso, se
torna complexa. Segundo Libâneo (2012) a definição de sua função social, até mesmo no
campo educacional, apresenta divergências quanto sua função de escola pública no cenário
atual. Evidentemente a natureza das práticas pedagógicas é direcionada por ideais políticos e
sociológicos, conforme descrevemos a seguir.
O alvo à escola não é novidade da atualidade. Ainda na década de 20, Gramsci,
jornalista e escritor de teoria política, acreditava que a escola fosse um dos principais agentes
de mudanças na sociedade. Gramsci pensou na estruturação de uma escola policténica, que
combina as disciplinas técnicas e acadêmicas com o mundo do trabalho.
A crise terá uma solução que, racionalmente, deveria seguir esta linha:
escola única inicial de cultura geral, humanista, formativa, que
equilibre equanimemente o desenvolvimento da capacidade de
trabalhar manualmente (tecnicamente, industrialmente) e o
desenvolvimento das capacidades de trabalho intelectual. (GRAMSCI,
1982, p. 118)
Assim, Gramsci (1982) defende uma escola unitária, e a caracteriza como um espaço
de disseminação da teoria através de práticas de ensino que não separa a formação teórica da
formação técnica para o trabalho. Para Gramsci a teoria e a prática não se separam, pois,
defende que o profissional trabalhador não pode ser formado apenas com o conhecimento de
técnicas, sem que tenha conhecimento da teoria da qual foram originadas, da mesma forma,
não considera adequado um ensino puramente teórico.
Gramsci identificou a escola baseada em uma estrutura dualista: uma perspectiva está
voltada para a formação da elite, que promove a educação clássica, que forma as classes
dominantes e os intelectuais, e outra voltada para a profissionalização, essa destinada às
classes subalternas, cujo objetivo é instrumentalização, ou seja, pessoas que vivem do
Trabalho de Conclusão de Curso
trabalho manual, que não precisam de conhecimentos teóricos, mas apenas conhecimentos de
técnicas profissionalizantes. (GRAMSCI, 1982)
É essencial destacar que a dualidade da escola pública não é novidade do atual
cenário da sociedade. Como vimos Gramsci, no início do século XX, já apontava essa
dualidade quando defendia a escola unitária em que a teoria e a prática são indissociáveis.
Recentemente, Libâneo (2012) também caracteriza a dualidade da escola pública, em
especial a brasileira. Libâneo a põe em xeque quando a qualifica como “dualismo perverso”,
definindo o dualismo como a escola do conhecimento reservada aos ricos, e a escola de
acolhimento social destinada aos pobres.
Ocorre que as políticas sociais são elaboradas para instrumentalizar a política
econômica. A concepção de uma escola para a integração social, tem sua origem na
Declaração Mundial sobre Educação para Todos, de 1990, que considera que o papel da
escola é prover conhecimentos necessários à vida prática dos alunos, com uma aprendizagem
desprovida de caráter cognitivo. Nesta perspectiva, Libâneo caracteriza o dualismo indicando
que a escola dos pobres é considerada lugar de acolhimento social, da convivência entre os
diferentes, de solidariedade entre as pessoas.
Evangelista e Shiroma (2012) apontam que esse acolhimento social foi idealizado
por negociações internacionais como medidas para aliviar a pobreza, já que “a restruturação
produtiva aumentou à precarização do emprego, aumento do número de desempregados e suas
indeléveis consequências”. (EVANGELISTA e SHIROMA, 2012, p. 5)
Portanto, conclui-se que, para o capitalismo, a dualidade da escola consiste em
instrumentalização para o trabalho destinada aos pobres, e esse trabalho não é para
emancipação, mas para alienação do trabalhador. Ao mesmo tempo, Libâneo (2012) chama a
atenção para a tendência de aferir à escola a função de acolhimento social para os pobres, de
alívio à pobreza, para reconfigurar a escola de forma a não trabalhar no sentido de apresentar
os conteúdos historicamente acumulados pela humanidade e, consequentemente impede a
emancipação dos alunos.
Desta forma, suprime o direito de alunos pobres adquirir conhecimentos e
aprendizagem necessários ao autorreconhecimento como sujeitos que constroem suas
vivências, que compreendem seu modo ser e estar no mundo.
É fundamental destacar que a maneira como a escola está hoje organizada é resultado
da atual reestruturação produtiva do capitalismo, que impõe à escola o desafio de formar mão
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de obra, bem como requalificar os trabalhadores, de modo que atenda as exigências do
sistema produtivo, que forme consumidores exigentes para um mercado diversificado. Os
projetos de elevação da qualidade do ensino nos sistemas educativos estão atrelados aos
objetivos de garantir condições de competitividade, eficiência e produtividades que o mercado
define como qualidade total. (LIBÂNEO, 2003)
Conforme analisa Arroyo (2014), quando a pobreza é vista como resultado de
pessoas desqualificadas para o trabalho, a escola assume o papel de qualificar e tornar os
pobres empregáveis. E faz isso sem conhecer as condições sociais e materiais que produzem
suas vivencias como seres humanos.
Por isso, Libâneo (2003) adverte que a educação escolar precisa reagir e tomar novos
rumos, demonstrando à sociedade a importância da formação no âmbito escolar de sujeitos
sociais, com competência e habilidades para a participação na vida social através da elevação
de níveis científicos, cultural e técnico. É neste contexto que Libâneo aponta a tríplice
responsabilidade à educação pública:
[...] ser agente de mudanças, capaz de gerar conhecimentos e desenvolver a ciência e
a tecnologia; trabalhar a tradição e os valores nacionais ante a pressão mundial de
descaracterização da soberania e das nações periféricas; preparar cidadãos capazes
de entender o mundo, seu país, sua realidade e transformá-lo positivamente.
(LIBÂNEO, 2003, p. 118)
Diante deste contexto, surge uma questão de grande relevância e que merece ser
pontuada. Como as escolas têm reagido aos ditames do capitalismo? Libâneo (2003) ao citar
Figotto (1995), aponta um desafio aos sistemas educativos e à escola destacando a urgência da
escola disputar o controle do progresso técnico, do conhecimento, tomando esse controle da
esfera privada de modo a atender as necessidades humanas para garantir sua emancipação.
De modo semelhante Saviani (1984) contribui com essas reflexões a cerca da
especificidade da educação ao afirmar que a escola é uma instituição que tem como papel
fundamental a socialização do saber sistematizado. Saber produzido pela existência humana e
necessário para a própria continuidade dessa existência. Por isso afirma: “o trabalho educativo
é o ato de produzir, direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que
é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens”. (1984, p. 2). Nessa
perspectiva Saviani esclarece que é objeto da educação socializar o saber sistematizado, o
conhecimento elaborado e para isso precisa descobrir formas adequadas para atingir esse
objetivo.
Trabalho de Conclusão de Curso
4. GESTÃO DEMOCRÁTICA NUMA PERSPECTIVA DE CLASSE
A gestão democrática na educação pública, prescrita em princípio constitucional e
regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional tem sido alvo de
reflexões na atual sociedade sobre sua eficiência em ser “democrática”, principalmente na
promoção de igualdade de acesso e permanência dos alunos à escola.
A gestão democrática se concretiza quando sujeitos dialogam e buscam juntos
diferentes alternativas para solução de conflitos, assim envolve diferentes pessoas e através da
comunicação, unem suas forças para trabalhar por objetivos comuns.
A gestão democrática na escola pública se diferencia da gestão gerencial, pois,
aquela carrega consigo uma especificidade que as empresas não possuem, ela lida diretamente
e unicamente com a formação humana. Cury (2002, p. 173) cita que “a gestão democrática
expressa um anseio de crescimento dos indivíduos como cidadãos e do crescimento da
sociedade enquanto sociedade democrática”. Assim, reafirma que a escola é um “espaço de
construção democrática, respeitando o caráter específico da instituição escolar como lugar de
ensino/aprendizagem”.
Como já foi dito, vivemos em uma sociedade de classes onde uma exerce poder
sobre as demais e, nas escolas essa relação de poder se manifesta por meio da definição de um
modelo de educação que atenda os interesses dos detentores do poder. Porém, se nas escolas
públicas o princípio da gestão é democrático, e isto implica diálogo e participação entre seus
atores, logo há um meio para enfrentar esses interesses que são contrários a função social da
escola.
Assim, por meio da gestão democrática é possível unir forças para enfrentar o
desafio lançado por Libâneo (2003) quando aponta a necessidade da educação escolar tomar
novos rumos e demonstrar à sociedade que sua especificidade é a formação de sujeitos
sociais, que tenham competências e habilidades para a participação na vida social através da
elevação de níveis científicos, cultural e técnico.
Diante deste contexto uma questão importante a ser debatida é como os gestores
escolares e suas equipes pedagógicas enxergam a pobreza e como lidam com os alunos que
vivem nesta situação. Quem são seus alunos, suas características pessoais e modos de viver.
Quais suas necessidades educacionais e humanas. Como organizar a escola para atender estes
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alunos, promovendo condições educacionais favoráveis para sua emancipação. Sobre essa
temática Arroyo argumenta que:
Para compreender esses sujeitos, é necessário dar maior centralidade às condições
sociais e materiais de suas vivências e sobrevivências como seres humanos. Os
percursos escolares trazem as marcas das trajetórias de vida, das condições sociais
que lhes são dadas para produzir suas existências. (ARROYO, 2014, p. 14)
Para trabalhar em educação é preciso conhecer as demandas da comunidade escolar.
É preciso conhecer a realidade da comunidade. A pobreza traz desafios e demandas à escola.
Neste contexto é imprescindível que o gestor escolar, juntamente com sua equipe pedagógica,
desenvolva competências que possibilitam realizar ajustes e mudanças para atender as
demandas que emergem do contexto da realidade da escola e da comunidade local.
Todo profissional deve ter uma visão ampla de seu campo de atuação e do conjunto
de competências necessárias para o desempenho de sua função. O conhecimento da realidade
direciona a organização do projeto político-pedagógico da escola e seu currículo, define o
papel da escola e o desempenho de seus profissionais.
Um gestor escolar, que atua de acordo com os princípios da gestão democrática é um
profissional que trabalha na sua especificidade para garantir a consolidação de um direito
constitucional da cidadania. O gestor, membro maior de um colegiado escolar, dissemina
informações, as atualiza, dialoga com os demais profissionais, reivindica melhores condições
no âmbito escolar, articula suas ações com os princípios norteadores do projeto pedagógico
sempre visando alcançar um padrão de qualidade que seja capaz de efetivar o direito à
educação escolar. (CURY, 2007)
Este contexto exige não somente o ideal de ensinar de acordo com o saber produzido
socialmente. A questão é muito mais complexa e exige que o gestor escolar e sua equipe
pedagógica tenham clareza de qual o papel da escola, e se este atende as demandas sociais.
Por isso, Cury afirma que:
[...] a educação escolar liberando os estudantes da ignorância e de uma visão
espontânea do real possam ter mais um patamar de sua consciência de si como
sujeitos e de seus direitos como cidadãos [...] Participar de modo consciente dos
destinos de sua comunidade política, eis o sentido maior da ação livre, autônoma
inclusiva e igualitária dos cidadãos. (CURY, 2007, p. 11)
Sob essa ótica, o gestor escolar é o principal responsável pela orientação dos planos
de trabalho e ações realizadas pela escola e, se estão de acordo com a demanda de formação
dos alunos. Para o alcance de bons resultados é imprescindível que o gestor promova a
integração entre os profissionais, para garantir que todos trabalhem com um mesmo foco.
Trabalho de Conclusão de Curso
Paralelamente a esta perspectiva, é essencial destacar que as políticas educacionais,
formuladas com bases de cunho político e sociológico, influenciados por ideais neoliberais,
ditam como deve ocorrer a organização escolar e definem o papel do gestor e de seus
profissionais.
Campos (ANO) aponta que mecanismos de controle das políticas educacionais vêm
adotando princípios que entram em conflito com a formação para a cidadania. Adotando
princípios mercadológicos que ditam normas gerenciais para as escolas, como se elas fossem
empresas, definindo padrões de qualidade, equidade e eficiência. Caminhos que infelizmente
não levarão os alunos a alcançar a emancipação de suas condições de vida.
Se por um lado as políticas públicas educacionais ditam as diretrizes, por outro
precisamos ter consciência que estamos em um lugar de subalternidade, afirmam Evangelista
e Shiroma, e acrescentam: “Não será a política educativa contingenciada a tais agências que
dele nos tirará. Da mesma forma, não será o mero proselitismo sobre o alívio da pobreza que,
por muito tempo, o revide dos pobres conterá” (2012, p. 23).
A luta política e profissional é um dever de todos os educadores. E para combater
princípios que se diferem de uma educação e ensino assentados nas necessidades humanas e
sociais, são necessárias teorias sólidas. Estes fatos evidenciam a necessidade de os educadores
retomarem discussões com o intuito de definir objetivos e funções da escola pública, criar um
novo modelo de escola, com novas formas de funcionamento. (LIBÂNEO, 2012)
Mediante a situação aqui apresentada, é de grande relevância destacar como os
gestores escolares e suas equipes pedagógicas exercem suas funções neste cenário. De que
forma disseminam em seus ambientes de trabalho orientações pedagógicas para educar alunos
pobres, e qual a função da escola neste contexto.
5. ANÁLISE DA PESQUISA DE CAMPO
Tendo em vista que o gestor escolar e sua equipe pedagógica são os principais
responsáveis pela orientação dos planos de trabalho e ações realizadas pela escola e, se estão
de acordo com a demanda de formação dos alunos, consideramos importante traçar um roteiro
de entrevista que nos permitiu compreender como esses profissionais enxergam a pobreza e
como lidam com os alunos que vivem nesta situação. Além de compreendermos o que pensam
sobre a pobreza, sobre a função social da escola e como se concretiza o discurso da escola
como espaço de acolhimento social para os pobres.
Trabalho de Conclusão de Curso
Ao perguntarmos como descrevem a sociedade em que vivemos, como ela está
organizada em questão de classes sociais, cultura, educação, distribuição de renda e
participação social as respostas apontaram certa compreensão sobre a função da escola.
O gestor 4 argumentou: “As classes sociais tão diferentes umas das outras. Uns com
tanto, outros com nada. Uns têm acesso à cultura outros não”. Esse gestor demonstrou
reconhecer as diferenças de acesso e oportunidades das diferentes classes sociais, que,
conforme já mencionado, a globalização, por meio de projeto neoliberal, gera competição
ilimitada e minimização do Estado na área econômica e social, quando deveriam essas
diferenças ser equilibradas por meio de ações do próprio Estado.
Já o Gestor 5 definiu que na sociedade: “Nossos direitos e deveres são iguais perante
a lei [...] porém, alguns tem mais oportunidades outros menos, mas existe os que buscam mais
essas oportunidades e os que buscam menos”. De forma similar respondeu o Gestor 4: “É
triste você ver pessoas que vivem no último grau de pobreza, que dependem dos outros pra
ganhar um prato de comida, porque não acham emprego. Tem uns que não acham, porque
também não querem procurar”.
Não podemos esquecer que a globalização, segundo Antunes e Alves (2004), gera o
crescimento do desemprego e da exclusão social, não há postos de trabalho suficiente para a
demanda da mão de obra disponível, mesmo que todos se qualifiquem de acordo com as
exigências do mercado produtivo. Desta forma, os frutos desse progresso econômico não
podem ser usufruídos por todos, mas apenas a uma pequena parcela da sociedade.
Em relação a definição de pobreza, sentimos a necessidade de compreender como os
gestores a conceituam no seio de uma sociedade de classes. O Gestor 6 relatou: “A maior
pobreza é àquela que nos entregamos a ela. Por exemplo, eu não tenho trabalho, não tenho um
emprego, mas posso fazer algo pra vender. [...]. Isso depende da perspectiva de vida, de
querer, porque eu vejo que tem famílias pobres, mas a criança vem limpinha pra escola”.
O gestor 1 afirmou: “Eu vim de uma família muito pobre, mas nem por isso a família
se desviou para outro lado, hoje as pessoas desviam para as drogas, tem aquela desculpa
porque é pobre. [...] A pessoa pobre ela tem dignidade, ela tem como vencer todas essas
diferenças na vida, basta a pessoa ter vontade.”
Estas afirmações refletem um conceito de pobreza formado por estereótipos. Como
analisa Arroyo (2014) quando a pedagogia e a docência consideram que os alunos pobres têm
carências de conhecimentos, de valores, de hábitos de estudo, de disciplina, de moralidade,
Trabalho de Conclusão de Curso
reforçam uma concepção que responsabiliza a pobreza moral pela pobreza material. Seguindo
esse raciocínio, é comum os pobres serem culpados por sua pobreza e desemprego. Nos
relatos acima, é possível percebermos, ao mesmo tempo, uma visão meritocrática com a qual
o sucesso dependeria dos esforços individuais, e que as oportunidades seriam condicionadas
às formas de enfrentamento das dificuldades. Sabemos que numa sociedade de classes, que
prioriza a extração de mais-valia, e que enfrenta crise estrutural de desemprego, não basta
encontrarmos alternativas paliativas ao problema da pauperização da classe trabalhadora, o
problema não são as oportunidades, mas as condições materiais de uma sociedade que não
permite às pessoas sobreviverem dignamente através de seu trabalho.
Também objetivávamos compreender como os gestores escolares e suas equipes
pedagógicas lidavam com os alunos que vivem em situação de pobreza, se conhecem seus
alunos, suas características pessoais e modos de viver, como compreendem suas necessidades
educacionais e humanas, e como a escola está organizada para atender esses alunos.
Em relação a como lidar com alunos pobres o Gestor 2 respondeu: “Não tem como
em quatro horas a gente colocar tudo na cabeça do aluno. [...] Quando ele vem com uma
cultura de ler em casa, chega aqui faz a diferença. [...] Para os alunos que têm dificuldade de
aprendizagem temos o projeto de intervenção e também o projeto de psicomotricidade”. De
forma similar respondeu o Gestor 3 quando pontuou: “A gente chama a criança, conversa com
ela, conversa com o professor, encaminha a criança para o reforço”.
As dificuldades dos alunos pobres estão sendo tratadas apenas como dificuldades de
aprendizagem, sendo descontextualizadas de seu convívio social, que também influência. Esse
fato também foi observado na fala do Gestor 6: “A pobreza não supera o acompanhamento da
família na escola, [...] se ele tiver um acompanhamento em casa ele vai fazer diferença na
escola”.
Acompanhando as ideias de Arroyo (2014) é necessário para compreender esses
sujeitos, refletir sobre suas condições sociais e materiais que geram suas vivências e
sobrevivências como seres humanos. Assim, afirma que nos percursos escolares é possível
perceber as marcas das trajetórias de vida, das condições sociais que lhes são dadas para
produzir suas existências. Por isso, entendemos que os gestores precisam conhecer as
condições socioeconômicas dos alunos para que compreendam suas dificuldades e limitações
do modo de viver e enxergar a importância da formação escolar dos filhos.
Trabalho de Conclusão de Curso
Ainda em relação a como lidar com a demanda da pobreza, o Gestor 3 relata: “Tem
muita criança que não entende porque os amigos têm um material diferente, a gente tenta
explicar pra ele que através da educação ele pode vencer essas adversidades”. Na mesma
perspectiva respondeu o Gestor 4: “Mostramos pra ele (aluno) que ele precisa estudar, se
desenvolver pra melhorar o padrão de vida dele quando ele crescer”.
Nesses relatos podemos perceber que, conforme analisa Arroyo (2014), quando a
pobreza é vista como resultado de pessoas desqualificadas para o trabalho, a escola assume o
papel de qualificar e tornar os pobres empregáveis, fato que é notório mediante as duas falas
aqui apresentadas. Porém, como já falamos anteriormente, no mercado de trabalho não há
espaço para todos, ainda que todos estejam qualificados profissionalmente.
O Gestor 6 relata que não conhece a pobreza no público atendido por sua escola:
“Desta questão da pobreza é difícil falar porque essa realidade não é com esse público, [...] as
dificuldades de aprendizagem estão relacionadas ao estímulo da família [...] muitos pais não
estão acompanhando, não cobram, não colocam os filhos pra estudar”.
Ao analisar esse relato podemos constatar que dificuldade de aprendizagem não é
uma característica específica da pobreza, mas entendemos que a falta de acesso a
conhecimentos, a culturas, limita a aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos e, também
é uma forma de pobreza, pois limita a participação social, a consciência de sujeito e da forma
como produz seu modo de viver. Assim, entendemos que, viver em um ambiente com
diferentes recursos materiais e tecnológicos não garante que a pessoa tem acesso ao
conhecimento e à participação social.
Com a realização dessa pesquisa, também foi possível perceber como o dualismo da
escola brasileira se concretiza neste município. Realmente as duas escolas pesquisadas são
bem diferentes uma da outra. Uma está localiza em uma região muito pobre e a outra em uma
região com melhores condições socioeconômicas.
Lembrando que Libâneo (2012) caracteriza a dualidade da escola pública brasileira
como a escola do conhecimento reservada aos ricos, e a escola de acolhimento social
destinada aos pobres. Esse fato se manifesta o tempo todo na pesquisa, pois em uma escola os
profissionais falam claramente sobre a pobreza, como vivenciam com ela no cotidiano
apresentando as dificuldades que enfrentam. Enquanto que a outra escola tem dificuldade de
falar sobre a questão da pobreza e seus problemas se baseiam nas dificuldades de trabalhar
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conteúdos e conquistar o comprometimento das famílias e dos alunos durante a formação
escolar.
Como mencionado anteriormente, Libâneo (2012) também caracteriza o dualismo
indicando que a escola dos pobres é considerada lugar de acolhimento social da pobreza, da
convivência entre os diferentes, de solidariedade entre as pessoas. E Evangelista e Shiroma
(2012) apontam o surgimento do acolhimento social nas negociações internacionais,
intencionando aliviar a pobreza, provocada pela precarização do emprego, aumento do
número de desempregados e, suas consequências devastadoras na sociedade e, no modo de
sobrevivências das pessoas.
Essas pesquisas bibliográficas são confirmadas por meio da fala do Gestor 4: “A
gente tenta ajudar. Nós temos os projetos solidários de alimentos, roupas. [...] Acho que
deveria ter escola em tempo integral pra esses alunos de classe menos favorecida, pra eles não
ficarem na rua”. Assim como o Gestor 3: “A nossa preocupação é saber se a criança veio
alimentada para a escola”. Como também na fala do Gestor 2: “Temos vários alunos com
dificuldades financeiras e dentro do possível a escola tenta prestar ajuda”. Acrescenta o
Gestor 6: “Deveríamos fazer mais projetos sociais, mais acompanhamento com a família [...]
Às vezes a escola ao mesmo tempo é o único espaço que a criança tem de aprender a
compartilhar, ter afeto, carinho que não recebe em casa. Então o que a gente pode contribuir é
ensinar esses valores”.
Evidentemente a natureza das práticas pedagógicas está direcionada por ideais
políticos e sociológicos, e como nas escolas públicas a gestão tem o princípio democrático,
entendemos que os profissionais da escola dialogam e buscam juntos diferentes alternativas
para solução de conflitos, assim envolve diferentes pessoas e através da comunicação, unem
suas forças para trabalhar por objetivos comuns.
A partir deste ponto de vista, se tornou essencial compreender como os gestores
definem o papel social da escola. Para análise dessa questão, destacamos a fala do Gestor 2:
“A função da escola é expandir o horizonte da criança, expandir o conhecimento, a cultura do
aluno”. De forma similar respondeu o Gestor 5: “Levar de forma eficaz o conhecimento para
o aluno, e ampliar o conhecimento que o aluno traz”.
Conforme destaca Libâneo (2003) a educação escolar contribui para a formação de
sujeitos sociais, com competências e habilidades para a participação na vida social através da
elevação de níveis científicos, cultural e técnico. Porém, Libâneo adverte que, a escola pública
Trabalho de Conclusão de Curso
precisa enfrentar imposições colocadas a ela pela sociedade capitalista que, difere do seu
papel de agente de mudanças na formação humana e preservação a dignidade das pessoas.
Infelizmente nem todos os gestores tem essa visão sobre a função social da escola. O
gestor 1 não foi claro em sua definição ao citar: “A escola é uma entidade que ainda consegue
fazer o seu papel que é transmitir valores para as famílias. [...] Temos que ser um agente
transformador, que transforma a mentalidade, o pensamento das pessoas para o bem”. Neste
conceito está implícito que, a ideia dos valores e de “fazer o bem”, pode estar relacionada ao
fato de, quem é pobre não tem valores morais e, por isso, é comum cometer inflações.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados obtidos na realização desta pesquisa, embora não conclusivos, nos permite
fazer algumas considerações a respeito da forma como os gestores escolares lidam com a
pobreza no cotidiano da escola.
Tendo em vista que a natureza das práticas pedagógicas está direcionada por ideais
políticos e sociológicos e, que o gestor escolar e sua equipe pedagógica são os principais
responsáveis pela orientação dos planos de trabalho, por ações realizadas pela escola e
atendimento à demanda de formação dos alunos, entendemos que a educação escolar precisa
formar sujeitos sociais, com competência e habilidades para a participação na vida social
através da elevação de níveis científicos, cultural e técnico.
Entretanto, observamos em alguns relatos uma visão meritocrática com a qual o
sucesso dependeria dos esforços individuais, e que as oportunidades seriam condicionadas às
formas de enfrentamento das dificuldades. Pensando assim, não há muito o que fazer para o
pobre, pois ele não estaria aproveitando as oportunidades que surgem no cotidiano para mudar
de vida, recebendo então o mérito de ser pobre.
Neste contexto, analisamos que na sociedade de classes, que prioriza a extração de
mais-valia, e que enfrenta crise estrutural de desemprego, não basta encontrarmos alternativas
paliativas ao problema da pauperização da classe trabalhadora, o problema não se vincula
apenas às oportunidades, mas as condições materiais de uma sociedade que não permite às
pessoas sobreviverem dignamente através de seu trabalho. Por isso, não devemos culpar os
pobres de sua “situação de pobreza”. Precisamos, sim, compreender a pobreza em sua
amplitude e complexidade nas questões que a produz, na dimensão social, política e
econômica.
Trabalho de Conclusão de Curso
Durante a pesquisa também observamos como as escolas desenvolvem atividades
que a caracterizam como espaço para acolhimento da pobreza, como atividades para aliviar as
precárias condições a que são submetidos os pobres.
Contrariando essa realidade, entendemos que a principal função da escola pública é
tornar acessível aos alunos os conhecimentos que são valorizados socialmente e, necessários
para a formação de sujeitos que constroem suas vivências, que compreendem seu modo ser e
estar no mundo. E, para isso, se torna necessário que os próprios alunos compreendam como
são produzidas as condições sociais e materiais de suas vivências e sobrevivências como seres
humanos, as condições sociais a que são submetidos para produzirem suas existências.
Com base nos resultados dessa pesquisa, entendemos imprescindível que o gestor escolar,
juntamente com sua equipe pedagógica, desenvolva estratégias que possibilitem realizar
ajustes e mudanças para atender as demandas que emergem do contexto da realidade da
escola e da comunidade local.
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