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i
DESENVOLVIMENTO DE MODELO DETERMINÍSTICO PARA DESPACHO
HORÁRIO COM ARMAZENAMENTO DE ENERGIA: UMA APLICAÇÃO PARA
O NORDESTE BRASILEIRO
Isabela Alves de Oliveira
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de
Pós-graduação em Planejamento Energético,
COPPE, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários à
obtenção do título de Doutor em Planejamento
Energético.
Orientador: Roberto Schaeffer
Rio de Janeiro
Abril de 2017
DESENVOLVIMENTO DE MODELO DETERMINÍSTICO PARA DESPACHO
HORÁRIO COM ARMAZENAMENTO DE ENERGIA: UMA APLICAÇÃO PARA
O NORDESTE BRASILEIRO
Isabela Alves de Oliveira
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ
COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE) DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR EM
CIÊNCIAS EM PLANEJAMENTO ENERGÉTICO.
Examinada por:
________________________________________________
Prof. Roberto Schaeffer, Ph.D.
________________________________________________
Prof. Alexandre Salem Szklo, D.Sc.
________________________________________________
Prof. David Alves Castelo Branco, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Djalma Mosqueira Falcão, D.Sc.
________________________________________________
Prof. Reinaldo Castro Souza, D.Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL
ABRIL DE 2017
iii
Oliveira, Isabela Alves de
Desenvolvimento de modelo determinístico para
despacho horário com armazenamento de energia: uma
aplicação para o Nordeste Brasileiro/ Isabela Alves de
Oliveira. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2017.
XIX, 120 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Roberto Schaeffer
Tese (doutorado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Planejamento Energético, 2017.
Referências Bibliográficas: p. 106-112.
1. Armazemento de energia. 2. Modelo de despacho 3.
Modelagem do sistema elétrico I. Schaeffer, Roberto. II.
Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Planejamento Energético. III. Título.
iv
A minha mãe Maria José de Castro (in memorian)
v
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.”
Provérbios 9:10
vi
AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeço a Deus pelo fim de uma longa e gratificante jornada.
Agradeço também ao meu orientador professor Roberto Schaeffer pela dedicação,
atenção e ótimas ideias. Meus agradecimentos ao professor Alexandre Szklo pela
revisão do artigo. Aos professores do PPE e ao professor Djalma Falcão do PEE minha
gratidão pelas valiosas aulas.
Por fim agradeço à CAPES pelo apoio financeiro e à CHESF pelas informações
fornecidas sobre a geração e o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas da região
Nordeste do Brasil.
vii
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)
DESENVOLVIMENTO DE MODELO DETERMINÍSTICO PARA DESPACHO
HORÁRIO COM ARMAZENAMENTO DE ENERGIA: UMA APLICAÇÃO PARA
O NORDESTE BRASILEIRO
Isabela Alves de Oliveira
Abril/2017
Orientador: Roberto Schaeffer
Programa: Planejamento Energético
O uso de fontes de energia renováveis como a solar e a eólica tem crescido
significativamente em todo o mundo nos últimos anos. Infelizmente, estas fontes de
energia são variáveis, o que pode reduzir a segurança energética de um sistema de
energia, dependendo do nível de penetração destas fontes e do sistema elétrico. Para
solucionar este problema, as duas abordagens podem utilizadas para aumentar a
segurança energética são a diversificação da composição da matriz energética e a
utilização de dispositivos de armazenamento de energia.
Neste trabalho, é proposto um modelo linear de despacho do tipo MILP para um
sistema elétrico interligado incluindo dispositivos de armazenamento de energia. Este
modelo foi implementado em um programa de computador escrito em C ++ que gera
automaticamente as equações a partir de um simples arquivo de configuração do sistema
elétrico para posteriormente ser resolvido por qualquer solver comercial ou livre. Uma
aplicação para do Sistema Elétrico do Nordeste do Brasil é apresentado para avaliar o
impacto da utilização de dispositivos de armazenamento de energia no custo
operacional de um sistema com fontes de energia renováveis variáveis. Foram
considerados cenários alternativos, onde a quantidade de energia eólica foi alterada para
avaliar o impacto do crescimento da energia eólica no desempenho do sistema elétrico.
viii
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
DEVELOPMENT OF DETERMINISTIC DISPATCH MODEL WITH ENERGY
STORAGE: AN APPLICATION FOR THE BRAZILIAN NORTHEAST
Isabela Alves de Oliveira
April/2017
Advisor: Roberto Schaeffer
Department: Energy Planning
The use of renewable energy sources such as solar and wind has grown
significantly throughout the world in recent years. Unfortunately, these sources of
energy are variable, which can reduce the energy security of an energy system
depending on the level of penetration of these sources and the electric power system. To
address this problem, the two approaches used to increase energy security are the
diversification of the composition of the energy matrix and the use of energy storage
devices.
In this work, a mixed integer linear mathematical model for the energy storage
devices dispatch in an interconnected power system is proposed. This model was
implemented in a computer program written in C++ that outputs a linear program in LP
format to be solved in any commercial or free solver. An application of Brazil´s
Northeastern Power System is presented to evaluate the impact of the use of energy
storage devices on the operational cost of a system with renewable variable energy
sources, such as wind and solar. Alternative scenarios were considered, where the
amount of wind energy was changed in order to assess the impact of wind energy
growth on system performance.
ix
Sumário
Sumário ................................................................................................................................ ix
Lista de Figuras .................................................................................................................. xii
Lista de Tabelas .................................................................................................................. xv
Lista de Acrônimos ........................................................................................................... xvii
Glossário ........................................................................................................................... xviii
1 Introdução ...................................................................................................................... 1
2 Armazenamento de Energia ......................................................................................... 6
2.1 Principais tecnologias de armazenamento de energia .............................................. 7
2.1.1 Armazenamento de energia elétrica ............................................................... 7
2.1.1.1 Supercapacitores ........................................................................................... 7
2.1.1.2 Supercondutores (SMES) ............................................................................. 8
2.1.2 Armazenamento de energia cinética ............................................................... 9
2.1.2.1 Volante de inércia (Flywheel) ....................................................................... 9
2.1.3 Armazenamento de energia potencial........................................................... 10
2.1.3.1 Usina reversível (PHS) ............................................................................... 10
2.1.3.2 Ar Comprimido (CAES) ............................................................................. 12
2.1.3.2.1 Descrição e funcionamento ................................................................... 12
2.1.4 Armazenamento de energia eletroquímica ................................................... 15
2.1.4.1 Baterias convencionais ............................................................................... 16
2.1.4.2 Baterias de fluxo ......................................................................................... 17
2.1.5 Resumo geral das tecnologias de armazenamento de energia ........................ 18
2.2 Panorama mundial ................................................................................................. 20
2.2.1 Armazenamento de energia elétrica ............................................................. 20
2.2.1.1 Supercapacitores ......................................................................................... 20
2.2.2 Armazenamento de Energia Cinética ............................................................. 20
2.2.2.1 Volante de Inércia ....................................................................................... 20
2.2.3 Armazenamento de Energia Potencial ............................................................ 21
2.2.3.1 Usina Reversível ......................................................................................... 21
2.2.3.2 Ar comprimido (CAES) .............................................................................. 25
2.2.4 Armazenamento de energia eletroquímica ................................................... 28
2.2.4.1 Bateria Chumbo-ácido ................................................................................ 28
2.2.4.2 Bateria de lítio ............................................................................................. 28
2.2.4.3 Bateria de fluxo ........................................................................................... 29
x
2.3 Panorama Nacional ................................................................................................ 29
2.3.1 Armazenamento de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) ............. 29
2.3.2 Usinas reversíveis ........................................................................................... 30
2.3.2.1 Desafios para a implantação de usinas reversíveis no Brasil ...................... 30
2.3.3 Baterias ........................................................................................................... 31
3 Modelo Proposto .......................................................................................................... 32
3.1 Modelos de Otimização ......................................................................................... 32
3.2 Tipos de Modelos de Otimização .......................................................................... 32
3.3 Modelos para o Despacho Econômico ................................................................... 34
3.4 Etapas para a simulação de um modelo ................................................................. 35
3.5 Desenvolvimento do modelo proposto .................................................................. 36
3.6 Descrição do Modelo ............................................................................................. 36
3.6.1 Função Objetivo ............................................................................................. 36
3.6.2 Restrição da Demanda .................................................................................... 38
3.6.3 Planta Termelétrica ......................................................................................... 38
3.6.3.1 Energia ........................................................................................................ 38
3.6.3.2 Restrições .................................................................................................... 39
3.6.4 Planta hidrelétrica com reservatório de acumulação ...................................... 41
3.6.4.1 Energia ........................................................................................................ 41
3.6.4.2 Restrições .................................................................................................... 41
3.6.5 Planta não despachável ................................................................................... 44
3.6.5.1 Energia ........................................................................................................ 44
3.6.6 Planta armazenadora de energia ..................................................................... 44
3.6.6.1 Planta armazenadora pura ........................................................................... 44
3.6.6.1.1 Energia .................................................................................................. 44
3.6.6.1.2 Restrições .............................................................................................. 45
3.6.6.2 Planta CAES ............................................................................................... 45
3.6.6.2.1 Energia .................................................................................................. 46
3.6.6.2.2 Restrições .............................................................................................. 46
3.6.7 Sistema Interligado ......................................................................................... 48
3.6.7.1 Energia transmitida ..................................................................................... 48
3.6.7.2 Restrições .................................................................................................... 48
3.7 Teste do Modelo .................................................................................................... 49
3.7.1 Planta termelétrica .......................................................................................... 52
3.7.2 Planta hidrelétrica com reservatório de acumulação ...................................... 53
xi
3.7.3 Planta armazenadora pura ............................................................................... 55
3.7.4 Planta CAES ................................................................................................... 58
3.7.5 Linhas de transmissão e Regiões .................................................................... 60
4 Desenvolvimento de software ..................................................................................... 63
4.1 Aspectos gerais ...................................................................................................... 63
4.2 Gerador de equações do modelo no formato LP .................................................... 64
4.3 Extração das variáveis por unidade geradora/armazenadora ................................. 74
4.4 Geração de informações consolidadas por geradora/armazenadora ...................... 74
5 Análise de Sensibilidade: uma aplicação para o Sistema Elétrico do Nordeste
Brasileiro ............................................................................................................................. 75
5.1 Estudo de caso ....................................................................................................... 75
5.2 Cenários ................................................................................................................. 76
5.2.1 Cenários de Referência ................................................................................... 76
5.2.2 Cenários Alternativos ..................................................................................... 81
5.3 Simulações e Resultados ........................................................................................ 83
5.4 Análise de sensibilidade ......................................................................................... 90
5.4.1 Análise de sensibilidade do custo da energia eólica ....................................... 91
5.4.2 Análise de sensibilidade do fator de capacidade da geração eólica ............... 96
6 Conclusões .................................................................................................................. 102
7 Referências bibliográficas......................................................................................... 106
Anexo A – Dados usados na simulação do Cenário de Referência .............................. 113
xii
Lista de Figuras
Figura 2-1 - Tipos de armazenamento por tempo de descarga e potência do
sistema ............................................................................................................................ 6
Figura 2-2 – Sistema de armazenamento de energia com capacitor
eletroquímico ................................................................................................................. 7
Figura 2-3 – Diagrama de blocos simplificado de um sistema SMES ...................... 9
Figura 2-4 – Diagrama de blocos simplificado de um volante de inércia ............... 10
Figura 2-5 – Esquema de uma usina reversível tradicional (ciclo aberto) ............. 11
Figura 2-6 – Esquema de uma usina reversível de ciclo fechado ............................ 12
Figura 2-7 – Sistema de armazenamento de energia de ar comprimido
tradicional .................................................................................................................... 13
Figura 2-8 – Sistema de armazenamento de ar comprimido – CAES adiabático . 14
Figura 2-10 – Esquema do funcionamento de uma bateria ..................................... 15
Figura 2-11 – Esquema de uma bateria sódio-enxofre ........................................... 17
Figura 2-12 – Esquema de uma bateria de fluxo ..................................................... 18
Figura 3-2 – Demanda D2 dos exemplos ilustrativos ............................................... 50
Figura 3-3 – Geração não despachável (eólica) dos exemplos ilustrativos ............. 51
Figura 3-4 – Resultado da subtração da geração eólica da Demanda D1. ............. 51
Figura 3-5 – Resultado da subtração da geração eólica da Demanda D2. ............. 52
Figura 3-6 – Despacho da termelétrica ...................................................................... 53
Figura 3-7 – Fluxo hídrico (afluência) da geração hidrelétrica .............................. 55
Figura 3-8 – Despacho da hidrelétrica ...................................................................... 55
Figura 3-9 – Despacho da planta armazenadora e termelétrica ............................. 57
Figura 3-10 – Despacho da planta CAES .................................................................. 59
Figura 3-11 – Despacho das duas regiões sem linha de transmissão ...................... 61
Figura 3-12 – Despacho das duas regiões interconectadas por uma linha de
transmissão................................................................................................................... 62
Figura 4-1 – Arquivo de configuração do exemplo de teste da seção 3.7.1 ............ 66
Figura 4-2 – Arquivo de configuração do exemplo de teste da seção 3.7.2. ........... 66
Figura 4-3 – Arquivo de configuração do exemplo de teste da seção 3.7.3. ........... 67
Figura 4-4 – Arquivo de configuração do exemplo deteste da seção 3.7.4. ............ 68
Figura 5-1 – Custo de O&M versus geração de energia eólica para o ano de
2035 (Fator de capacidade 35%). ............................................................................... 84
xiii
Figura 5-2 – Percentual de redução de custo anual para cada cenário
alternativo. ................................................................................................................... 85
Figura 5-3 – Percentual de energia armazenada anual para cada cenário
alternativo. ................................................................................................................... 85
Figura 5-4 – Custo de O&M versus geração de energia eólica para o ano de
2035 considerando-se a geração da hidrelétrica de grande porte na base. ............ 86
Figura 5-5 – Custo de O&M versus geração de energia eólica para o ano de
2035 considerando-se a geração da hidrelétrica de grande porte na base. ............ 87
Figura 5-6 – Percentual de redução de custo anual para cada cenário
alternativo considerando a hidrelétrica de grande porte na base........................... 87
Figura 5-7 – Percentual de energia armazenada anual para cada cenário
alternativo considerando-se a hidrelétrica de grande porte na base. ..................... 88
Figura 5-8 – Cenário PSH – Carga e descarga da planta PSH hora a hora em
um dia típico (janeiro de 2035) .................................................................................. 89
Figura 5-9 – Cenário PSH – Despacho hora a hora de um dia típico (janeiro
de 2035) ......................................................................................................................... 89
Figura 5-10 – Analise de sensibilidade do custo – Custo de O&M versus
geração de energia eólica para o ano de 2035 (Fator de capacidade 35% e
custo igual a 90% do custo referência). ..................................................................... 92
Figura 5-11 – Analise de sensibilidade do custo – Custo de O&M versus
geração de energia eólica para o ano de 2035 (Fator de capacidade 35% e
custo igual a 110% do custo referência). ................................................................... 92
Figura 5-12 – Analise de sensibilidade do custo - Percentual de redução de
custo anual para o cenário PHS ................................................................................. 94
Figura 5-13 – Analise de sensibilidade do custo - Percentual de redução de
custo anual para o cenário AA-CAES ....................................................................... 94
Figura 5-14 – Análise de sensibilidade do custo - Percentual de redução de
custo anual para o cenário CAES .............................................................................. 95
Figura 5-15 – Analise de sensibilidade do fator de capacidade – Custo de
O&M versus geração de energia eólica para o ano de 2035 (Fator de
capacidade 20%).......................................................................................................... 96
Figura 5-16 – Analise de sensibilidade do fator de capacidade – Custo de
O&M versus geração de energia eólica para o ano de 2035 (Fator de
capacidade 50%). Os cenários PHS e AA-CAES são coincidentes. ....................... 97
xiv
Figura 5-17 – Analise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de
redução de custo anual para o cenário PHS ............................................................. 98
Figura 5-18 – Analise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de
redução de custo anual para o cenário AA-CAES ................................................... 98
Figura 5-19 – Análise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de
redução de custo anual para o cenário CAES .......................................................... 99
Figura 5-20 – Análise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de
armazenamento de energia anual para o cenário PHS .......................................... 100
Figura 5-21 – Análise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de
armazenamento de energia anual para o cenário AA-CAES ................................ 100
Figura 5-22 – Análise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de
armazenamento de energia anual para o cenário CAES ....................................... 101
xv
Lista de Tabelas
Tabela 2-1: Tecnologias de armazenamento, características e custos ........................... 19
Tabela 2-2 – Usinas reversíveis convencionais (ciclo aberto) no mundo em 2016 ........ 21
Tabela 2-3 – Usinas reversíveis de ciclo fechado no mundo em 2016 ............................ 23
Tabela 2-4 – Plantas de ar comprimido (CAES) no mundo em 2016 ............................ 25
Tabela 3-1 – Parâmetros para o exemplo de planta termelétrica .................................. 53
Tabela 3-2– Parâmetros para o exemplo de planta hidrelétrica .................................... 54
Tabela 3-3– Parâmetros para o exemplo da planta armazenadora ............................... 56
Tabela 3-4– Parâmetros para o exemplo da planta armazenadora ............................... 59
Tabela 3-5– Parâmetros da linha de transmissão ............................................................ 61
Tabela 4-1– Descrição dos delimitadores de um arquivo de configuração ................... 64
Tabela 4-2– Arquivo LP gerado pelo programa e descrição das suas linhas ................ 70
Tabela 4-3– Arquivo de solução do SCIP obtido a partir do arquivo LP ..................... 73
Tabela 4-4 – Resultado da extração das variáveis por planta geradora /
armazenadora ..................................................................................................................... 74
Tabela 4-5– Informações consolidadas da simulação ...................................................... 74
Tabela 5-1– Potência instalada do NE brasileiro por tipo de planta no SIN em MW . 77
Tabela 5-2– Custo por tipo de planta considerada no estudo ........................................ 77
Tabela 5-3– Custo da energia para as plantas armazenadoras ...................................... 82
Tabela 5-4– Capacidade de armazenamento e potência instalada das plantas
armazenadoras consideradas no estudo ........................................................................... 82
Tabela 5-5– Custo por tipo de planta considerada no estudo. ....................................... 90
Tabela A-1– Potência instalada de geração eólica no Nordeste no ano de 2013
(MW) .................................................................................................................................. 114
Tabela A-2- Potência instalada de geração eólica no Nordeste em maio de 2015
(MW) .................................................................................................................................. 114
Tabela A-3- Potência instalada de geração eólica no Nordeste no ano de 2020
(MW) .................................................................................................................................. 114
Tabela A-4- Potência instalada de geração eólica no Nordeste no ano de 2020
(MW) .................................................................................................................................. 115
Tabela A-5- Potência instalada de geração eólica no Nordeste entre 2020 e 2035
(MW) .................................................................................................................................. 115
Tabela A-6- Potência solar FV instalada no Nordeste de 2020 a 2035 (MW) ............. 116
xvi
Tabela A-7-Potência instalada de usina a carvão no Nordeste de 2020 a 2035 (MW)116
Tabela A-8-Potência instalada de usina a bagaço no Nordeste de 2020 a 2035 (MW)116
Tabela A-9-Potência instalada de usina a no Nordeste de 2020 a 2035 (MW) ........... 117
Tabela A-10-Potência instalada de usina GN ciclo aberto no Nordeste de 2020 a
2035 (MW) ......................................................................................................................... 117
Tabela A-11-Potência instalada de usina GN ciclo combinado no Nordeste de 2020
a 2035 (MW) ...................................................................................................................... 117
Tabela A-12-Potência instalada de usina a óleo combustível no Nordeste em 2035
(MW) .................................................................................................................................. 118
Tabela A-13-Potência instalada de usina a óleo diesel no Nordeste em 2035 (MW) .. 118
Tabela A-14-Geração das usinas hidrétricas do NE brasileiro administradas pelas
CHESF exceto Luiz Gonzaga (média dos anos de 2010 a 2014 em MWmédio) ......... 119
Tabela A-15-Dados da hidrelétrica de Luiz Gonzaga para o despacho, energia
armazenada calculada através do nível do reservatório – valor médio dos anos de
2010 a 2014 ........................................................................................................................ 120
xvii
Lista de Acrônimos
AA-CAES Advanced Adiabatic Compressed Air Energy Storage
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
CAES Armazernamento de energia por ar-comprimido
CHESF
DOE
Companhia Hidrelétrica do São Francisco
Departamento Americano de Energia
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBM Internacional Business Machine
EPE Empresa de Pesquisa Energética
MME Ministério de Minas e Energia
NREL National Renewable Energy Laboratory
OECD Organization for Economic Co-operation and Development
SIN
UE
Sistema Interligado Nacional
União Européia
WEO World Energy Outlook
xviii
Glossário
conjunto das plantas termelétricas da r- ésima região;
conjunto das plantas hidrelétricas com reservatórios da r-ésima região;
conjunto das plantas não despacháveis da r-ésima região;
conjunto das plantas armazenadoras puras da r-ésima região;
conjunto das plantas CAES da r-ésima região;
conjunto das origens das linhas de transmissão que chegam na região r;
conjunto dos destinos das linhas de transmissão que deixam a região r;
N número dos intervalos de tempo da simulação;
demanda da r-ésima região no intervalo n;
custo de O&M da i-ésima planta;
mínima energia gerada pela i-ésima planta no intervalo n;
custo da i-ésima planta hidrelétrica no intervalo n;
custo da the i-ésima planta não despachável no intervalo n;
custo da i-ésima planta armazenadora no intervalo n;
custo da i-ésima planta CAES no intervalo n;
custo da energia transmitida da região r para a região q no intervalo n;
custo de O&M da i-ésima planta;
energia produzida pela j-ésima turbina;
energia gerada pela i-ésima planta termelétrica no intervalo n;
energia gerada pela i-ésima planta hidrelétrica no intervalo n;
energia gerada pela i-ésima planta não despachável no intervalo n;
energia gerada pela i-ésima planta armazenadora no intervalo n;
energia gerada pela i-ésima planta CAES no intervalo n;
energia recebida da região p no intervalo n;
fator de reserva girante;
energia armazenada pela i-ésima planta armazenadora no intervalo n;
energia armazenada pela i-ésima planta CAES no intervalo n;
energia transportada da região q no intervalo de tempo n;
variável binária que representa que a i-ésima planta está ligada no intervalo n
( =1).
variável contínua que representaa parte ajustável da energia gerada pela i-ésima
planta. Corresponde a flexibilidade operacional da planta;
máxima rampa de subida da i-ésima planta no intervalo n;
máxima rampa de descida da i-ésima planta no intervalo n;
máxima energia gerada no intervalo n;
mínima energia gerada no intervalo n;
número de turbinas da i-ésima planta hidrelétrica;
xix
variável binária que indica se a i-tésima planta hidrelétrica não está vertendo
(valor 1) or e está vertendo (value zero);
variável binária que indica que a j-ésima turbina da i-ésima planta
hidrelétrica está ligada no intervalo n ;
coeficiente de perda de energia;
percentual de auto-descarga por dia da planta armazenadora;
energia acrescentada ao reservatório devido ao fluxo hidrológico no intervalo
n;
energia gerada no intervalo n;
energia armazenada pela i-ésima planta no intervalo n;
energia mínima armazenada depois do período [ ];
energia inicial armazenada no reservatório;
energia armazenada após o período [ ];
máxima energia armazenada pela i-ésima planta;
variável contínua que representa a descarga de energia da i-ésima planta
armazenadora pura no intervalo n;
variável contínua que representa a carga de energia da i-ésima planta
armazenadora pura no intervalo n;
custo de carga da i-ésima planta armazenadora;
custo de descarga da i-ésima planta armazenadora;
eficiência da i-ésima planta armazenadora;
descarga máxima da i-ésima planta no intervalo n;
carga máxima da i-ésima planta no intervalo n;
variável continua que indica a energia descarregada (expansão) pela i-ésima
planta CAES;
variável continua que indica a energia carregada (compressão) pela i-ésima
planta CAES;
variável continua que indica a parte variável da energia gerada pela planta
termelétrica sem considerar o ar comprimido da i-ésima planta CAES;
variável binária que indica se a planta termelétrica da i-ésima planta CAES está
ligada ou desligada;
mínima energia produzida pela planta termelétrica da i-ésima planta CAES;
custo de geração da planta termelétrica isoladamente;
eficiência da i-ésima planta armazenadora;
taxa de energia entre a energia de entrada e saída da i-ésima planta CAES;
variável continua que representa a energia transmitida da p-ésima região para a
q-ésima região no intervalo n;
eficiência da linha de transmissão;
custo de transmissão da linha que conecta a região p à região q.
energia máxima transportada pela linha de transmissão que conecta a região p à
região q.
1
1 Introdução
O desenvolvimento da tecnologia de armazenamento de energia é antigo. A
primeira bateria foi construída por Alessandro em 1800. A bateria de Volta, conhecida
como pilha voltaica, consistia em discos alternados de zinco e prata (ou cobre e
estanho), separados por papel ou tecido embebido em água salgada ou hidróxido de
sódio. (BRITANNICA, 2017).
A primeira usina com capacidade de bombeado foi construída na Suíça. O
primeiro desenvolvimento conhecido de usina reversível foi em Zurique, Suíça, e foi
operado como uma unidade de armazenamento hidro-mecânica até 1891. A primeira
usina reversível documentada para armazenamento de energia para produção ode
eletricidade foi na fábrica de Ruppoldingen, rio Aar, na Suíca, construída em 1904
(MHW, 2008).
As turbinas reversíveis se tornaram disponíveis a partir da década de 1930. Estas
tiveram uma grande expansão nas décadas de 1970-1980. No século 21, a usina
reversível passou por uma nova expansão, porém o motivo atual é armazenar energia
eólica excedente (MHW, 2008).
O uso de fontes de energia renováveis como a solar e a eólica tem crescido
significativamente em todo o mundo nos últimos anos (IRENA, 2016). Infelizmente,
estas fontes de energia são variáveis, o que pode reduzir a segurança energética de um
sistema de energia, dependendo do nível de penetração destas fontes e do sistema de
energia elétrico. Para solucionar este problema, as duas abordagens utilizadas para
aumentar a segurança energética são a diversificação da composição da matriz
energética e a utilização de dispositivos de armazenamento de energia (IEA, 2013b).
A utilização de dispositivos de armazenamento de energia reduz os níveis de
intermitência e pode conduzir a uma utilização mais eficiente das fontes de energia
renováveis (NREL, 2010).
Mesmo as tecnologias mais tradicionais, como as usinas reversíveis, foram
aprimoradas nos últimos anos com o desenvolvimento de turbinas de velocidade
variável para melhor acompanhar a carga e a utilização do ciclo fechado. Deste modo a
2
usina não precisa estar necessariamente em um rio ou lago (MHW, 2008). De acordo
com o DOE, há previsão de construção de 11 plantas no mundo deste tipo (DOE, 2016).
O interesse pelo armazenamento de energia tem feito renascer algumas
alternativas já consideradas comerciais como o CAES (Compressed Air Energy
Storage), que atualmente conta com 6 plantas operacionais e tem previsão de construção
de 11 novas plantas, além da planta piloto do AA_CAES (DOE, 2016).
Apesar do crescente interesse nas tecnologias armazenadoras, pouco tem sido
apresentado sobre modelos de despacho com armazenamento de energia.
Nos últimos anos, vários modelos de otimização matemática para o despacho
econômico têm sido propostos para lidar com a intermitência da geração eólica no
sistema elétrico.
Hetzer e YU apresentaram um modelo para incluir parques eólicos no despacho
econômico. Além dos clássicos fatores econômicos de despacho, também são incluídos
fatores para estimação do vento disponível. O problema de otimização é resolvido
numericamente para um cenário envolvendo geradores termelétricos e eólicos
(HETZER&YU, 2008).
Bakirtzis e colaboradores apresentaram um modelo de despacho econômico para
um sistema elétrico com alta penetração de geração eólica. O modelo proposto produz
decisões em tempo real, tornando o funcionamento de curto prazo do sistema insensível
aos erros de previsão da geração eólica. Foi testado no sistema elétrico grego
(BAKIRTZIS et al., 2014).
Um modelo não linear de despacho econômico contemplando usinas
termelétricas, hidrelétricas, geradores eólicos e usinas reversíveis foram apresentados
por Pereira, Ferreira e Vaz. Foi testado no sistema elétrico de Portugal usando o
aplicativo GAMS (PEREIRA, FERREIRA e VAZ, 2014).
Lianjun e colaboradores apresentaram um modelo de despacho econômico
minimizando custo e emissões contemplando usinas termelétricas, hidrelétricas e
reversíveis. O modelo desenvolvido foi do tipo MILP (Mixed Integer Linear
Programming) e o solver usado foi o CPLEX (LIANJUN et al., 2016).
3
Um modelo de despacho considerando geração eólica e baterias é apresentado
por Zheng e colaboradores. O modelo usa o modelo de controle preditivo com objetivo
de minimizar a perda de enegia e atender às restrições da rede. O problema de
otimização proposto é resolvido por um algoritmo de evolução diferencial em cada
intervalo de tempo (ZHENG et al., 2015).
Meiqin e colaboradores apresentaram um modelo de despacho não linear para
microredes e armazenando energia em baterias (MEIQIN et al., 2010).
Alguns modelos propostos são para microrede usando baterias. Morais (2010)
propôs um modelo para microredes armazenando energia em baterias usando MILP
(mixed integer linear programming).
Bridier e colaboradores apresentou um modelo para obter a capacidade ótima de
armazenamento e seu modelo foi aplicado a um armazenador genérico. O estudo aplica
um preditor linear para definir a geração eólica e fotovoltaica (BRIDIER et al., 2014).
A literatura presenta alguns modelos aplicados a armazenamento de ar
comprimido que contemplam o funcionamento interno do sistema. Porém nenhum deles
apresenta modelo de despacho.
Garvey (2012) apresenta um modelo para o sistema integrado eólico-ar
comprimido que armazena o ar comprimido e o calor gerado na sua compressão, sendo,
portanto, um sistema adiabático. O estudo propõe o armazenamento no local da geração
eólica (offshore) e apresenta resultado de eficiência da ordem de 85%.
Fallahi e colaboradores apresentam um modelo para reduzir a capacidade das
linhas e transmissão associando uma planta CAES aos parque eólicos (FALLAHI et al.,
2014).
Muitos modelos apresentados são baseados em ferramentas já disponíveis,
apesar de essas ferramentas não serem bem adaptadas aos dispositivos de
armazenamento, que exigem modelos específicos.
O objetivo do presente trabalho é apresentar o desenvolvimento de um modelo
linear de despacho econômico com armazenamento de energia para um sistema
interligado de grande porte.
4
Para isto conta com modelos para as unidades geradoras convencionais tais
como usinas termelétricas, usinas hidrelétricas, centrais solares e parques eólicos, além
de armazenadores de energia em dois grupos : os dispositivos armazenadores puros
como as usinas reversíveis, baterias e AA-CAES (Advanced Adiabatic Compressed Air
Energy Storage), além dos armazenadores que também são geradores como as plantas
de ar comprimido (CAES). O modelo inclui linhas de transmissão para permitir o
estudo de um sistema elétrico interligado. O Nordeste brasileiro é utilizado como estudo
de caso. Além disto, foi desenvolvido um programa em C++ para gerar as equações do
modelo a partir de um arquivo simples de configuração do sistema elétrico, sem
necessidade do conhecimento prévio de modelos matemáticos apenas das características
dos geradores e armazenadores da rede.
A contribuição que este trabalho apresenta é o desenvolvimento de modelo de
despacho horário com destaque especial para armazenadores de energia de grande porte,
além disto apresenta um protótipo de uma ferramenta que gera automaticamente as
equações usadas para as simulações a cada intervalo de tempo.
O trabalho se divide nos seguintes capítulos :
1 – Introdução
2 – Armazenamento de energia. Apresenta a descrição das tecnologias de
armazenamento de energia e seu panorama de utilização no Brasil e mundo.
3 – Modelo Proposto. Descreve os modelos de otimização, dando ênfase ao
modelo usado para o desenvolvimento do modelo de despacho econômico e apresenta o
modelo de despacho com armazenamento de energia e exemplos de teste.
4 – Desenvolvimento de software. Explica o funcionamento da ferramenta de
software criada que gera as equações para otimização do despacho econômico a partir
de um arquivo de configuração da rede elétrica.
5 – Análise de Sensibilidade: uma aplicação para o Sistema Elétrico do Nordeste
Brasileiro. Apresenta uma aplicação do modelo ao sistema elétrico do Nordeste
Brasileiro e análise de sensibilidade usando as seguintes tecnologias de armazenamento:
usina reversível, CAES e AA-CAES.
5
6 – Conclusões. Apresenta as conclusões do trabalho e sugestões para trabalhos
futuros.
7 – Referências blibliográficas
6
2 Armazenamento de Energia
Os tipos de energia armazenáveis são: energia elétrica, energia cinética, energia
potencial, eletroquímica, química e térmica. Este capítulo não apresentará os
armazenamentos de energia química e térmica, pois não fazem parte do escopo do
trabalho.
A figura 2-1 apresenta as tecnologias de armazenamento de energia situando-as
no tempo de resposta, na ordem de grandeza da sua capacidade e no tipo de aplicação
para o sistema elétrico.
O armazenamento pode ser dividido em três classes, de acordo com a aplicação
apresentada na Figura 2-1. O modelo proposto por este trabalho tratará apenas da
aplicação de gerenciamento de energia em larga escala (energia de massa). As baterias
também poderão ser modeladas por ele pelas suas características e pelo aumento da
capacidade destas ao longo dos últimos anos.
Figura 2-1 - Tipos de armazenamento por tempo de descarga e potência do sistema
Fonte : Adaptado de DOE-EPRI, 2013.
7
2.1 Principais tecnologias de armazenamento de energia
2.1.1 Armazenamento de energia elétrica
2.1.1.1 Supercapacitores
Os capacitores são elementos que operam armazenando energia em um campo
elétrico criado entre dois eletrodos (placas de metal) separados por um material
chamado dielétrico. A quantidade de energia armazenada pode ser aumentada
ampliando-se a área dos eletrodos, diminuindo-se a espessura do dielétrico ou
utilizando-se dielétricos de elevada permissividade.
Os supercapacitores apresentam o mesmo princípio de funcionamento dos
capacitores eletroquímicos, onde o material dielétrico é substituído por um condutor
iônico eletrolítico, o que faz com que o funcionamento deste seja semelhante ao de um
capacitor de dupla camada, de acordo com a Figura 2-2 (KOUSKSOU et al., 2014).
Figura 2-2 – Sistema de armazenamento de energia com capacitor eletroquímico
Fonte: adaptado de KOUSKSOU et al., 2014
Uma aplicação típica para o supercapacitor é o controle de frequência da rede
elétrica (DOE, 2013). São apropriados para armazenamento de energia de curto prazo,
com auto-descarga diária considerável, eficiência e vida útil altas (LUO et al., 2015).
8
2.1.1.2 Supercondutores (SMES)
Um sistema supercondutor de armazenamento de energia magnética (SMES)
funciona armazenando energia em um campo magnético que é criado por uma corrente
contínua através de uma grande bobina supercondutora a uma temperatura criogênica
(Diaz-González, 2012)
O armazenamento de energia magnética através de material supercondutor
(SMES) explora avanços nos materiais e na eletrônica de potência para armazenar
energia, considerando-se que a corrente elétrica em materiais supercondutores
praticamente não tem perdas resistivas (EPRI, 2003).
A única perda no processo é devida à conversão de corrente alternada para
corrente contínua, ou seja, não há perdas termodinâmicas inerentes à conversão química
ou mecânica da energia em eletricidade. Um diagrama de blocos simplificado do
sistema de armazenamento de energia supercondutor magnético é apresentado na Figura
2-3. Nele, são apresentados os blocos principais, que são: uma bobina construída com
material supercondutor, um sistema de refrigeração e um sistema de conversão de
energia (PCS) (EPRI, 2003). Uma aplicação típica para o supercondutor é o controle de
frequência da rede elétrica (DOE, 2013).
A vantagem do SMES é a maior densidade de potência e as desvantagens são
alto custo, baixa densidade de energia e as perdas parasitárias de energia. Uma das
limitações é a grande necessidade de resfriamento (EVANS et al., 2012). O SMES é
indicado para armazenamento de energia de curto prazo, com auto-descarga diária
considerável, alta eficiência, e longa vida útil (LUO et al., 2015).
9
Figura 2-3 – Diagrama de blocos simplificado de um sistema SMES
Fonte: Adaptado de EPRI, 2003
2.1.2 Armazenamento de energia cinética
2.1.2.1 Volante de inércia (Flywheel)
O volante de inércia é um sistema eletromecânico que armazena energia
cinética. É composto de cinco partes: um volante de inércia, um grupo de rolamentos,
um motor/gerador elétrico reversível, uma unidade eletrônica de potência e uma câmara
de vácuo. A câmara de vácuo é usada para reduzir as perdas, obtendo-se um atrito
próximo de zero.
O volante de inércia pode ser de baixa ou alta velocidade, sendo que o de baixa
velocidade já se encontra disponível comercialmente (LUO et al., 2015). A aplicação
típica de um volante de inércia é a que necessita de alta potência de curta duração. A
vantagem do volante de inércia é a vida útil longa, sendo as desvantagens a relativa
baixa densidade de energia, auto-descarga considerável e a segurança. Para tornar a
operação mais segura, costuma-se instalar o volante de inércia em câmaras subterrâneas
(EVANS et al., 2012).
10
Uma aplicação típica para os volantes de inércia é a provisão de serviços
ancilares para a rede de distribuição, como por exemplo regulação de frequência (UE,
2013).
Um esquema de um volante de inércia é apresentado na Figura 2-4.
Figura 2-4 – Diagrama de blocos simplificado de um volante de inércia
Fonte: Adaptado de LUO et al., 2015
2.1.3 Armazenamento de energia potencial
2.1.3.1 Usina reversível (PHS)
Usinas hidrelétricas reversíveis são aquelas que usam um reservatório extra para
aumentar a geração em determinado momento, sendo úteis para operar na ponta. Neste
tipo de sistema, a água é bombeada desde um reservatório inferior para um superior,
normalmente em horários fora da ponta, enquanto o fluxo revertido é usado para gerar
eletricidade durante o período de ponta de carga diário (ARDIZZON et al., 2014, IPCC
2011). Este tipo de usina, além de contar com um reservatório adicional, usa turbinas
especiais denominadas reversíveis, capazes de operar também como bombas
hidráulicas. De acordo com IPCC (2011), 99% do armazenamento de energia no mundo
é realizado através de usinas reversíveis.
As usinas reversíveis foram muito difundidas nas décadas de 60 e 70, quando a
geração termonuclear estava em crescimento, para poder atender à ponta. Nos últimos
11
anos voltaram a ser construídas nos EUA e na Europa, para armazenar a energia
excedente da geração eólica (MWH 2009).
Uma usina reversível pode ser em ciclo aberto (convencional) ou em ciclo
fechado (pura), de acordo com a sua concepção (EPRI, 1990). O primeiro tipo é uma
usina hidrelétrica tradicional onde algumas turbinas (ou todas) são reversíveis (EPRI,
1990) (Figura 2-5). O segundo tipo é apenas um armazenador de energia e, por isto, não
precisa necessariamente estar em um rio, conforme ilustrado na Figura 2-6.
A usina reversível é considerada uma tecnologia madura e possui capacidade
para armazenamento de grande quantidade de energia, com perda diária por evaporação
desprezível e eficiência em torno de 87%. Atualmente as usinas reversíveis são
equipadas com turbinas de velocidade variável para melhor acompanhar a carga (EPRI,
2013).
Aplicações típicas para usinas reversíveis, além de acompanhar a carga no
horário da ponta, são a reserva de energia e a integração com fontes renováveis de
energia como a solar e a eólica (DOE, 2013).
Figura 2-5 – Esquema de uma usina reversível tradicional (ciclo aberto)
Fonte: Adaptado de EPRI, 1990
12
Figura 2-6 – Esquema de uma usina reversível de ciclo fechado
Fonte: Adaptado de EPRI, 1990
2.1.3.2 Ar Comprimido (CAES)
2.1.3.2.1 Descrição e funcionamento
O CAES é uma opção capaz de armazenar energia em larga escala. O ar
comprimido é armazenado em um reservatório que, na maioria das vezes, é subterrâneo
e pode ser uma mina desativada, uma caverna de sal e até um aquífero. Usa-se a energia
gerada em um período de baixa demanda para armazená-la através de um compressor de
ar. No período de alta demanda a energia armazenada é recuperada através de um turbo
expansor, que aquece o ar comprimido (EPRI, 2003).
O processo se inicia com o uso da eletricidade excedente para comprimir ar
usando um compressor. O ar comprimido fica armazenado em um reservatório para
estar disponível para ser usado. Para extrair a energia armazenada, o ar comprimido é
retirado do reservatório de armazenamento, aquecido e, em seguida, expandido através
de uma turbina de alta pressão que capta parte da energia no ar comprimido. O ar é
então misturado com combustível e queimado, e o escape é expandido através de uma
turbina a gás de baixa pressão. As turbinas estão conectadas a um gerador elétrico. O
CAES é baseado na tecnologia convencional de turbina a gás e é considerado um
sistema de geração e armazenamento híbrido, porque requer combustão na turbina a gás.
13
Como a energia de compressão é fornecida separadamente, a saída total da
turbina pode ser usada para gerar eletricidade durante a expansão, enquanto que as
turbinas a gás convencionais geralmente usam dois terços da potência de saída do
estágio de expansão para alimentar o compressor (SUCCAR&WILLIANS, 2008).
Como a planta de um CAES é formada por um módulo de compressão e outro de
expansão, o segundo módulo poderia usar outros tipos de combustíveis, como carvão,
biomassa ou até hidrogênio (EPRI-DOE, 2003). Um esquema de uma planta de um
CAES é apresentado na Figura 2-7.
Figura 2-7 – Sistema de armazenamento de energia de ar comprimido tradicional
Fonte: KOUSKSOU et al., 2014
A última geração de armazenamento de energia usando ar comprimido é
chamada de CAES adiabático ou CAES com recuperação de calor, que consome muito
pouco ou nenhum combustível. A Figura 2-8 apresenta o esquema de funcionamento do
CAES adiabático. Ele armazena o calor produzido durante o processo de compressão do
gás, que pode ser usado para a recuperação (expansão) da energia armazenada. Uma
planta de demonstração está em construção na Alemanha (UE, 2012). Existe uma planta
operacional nos EUA, que é chamada de ICAES (Isotérmico), que trabalha com
recuperação térmica.
14
No momento o custo do CAES adiabático (AA-CAES) ainda é alto. Entretanto,
existe a previsão de sua comercialização se iniciar já em 2020 (LUO et al., 2015; UE,
2012).
O CAES é considerado uma tecnologia comercial e possui capacidade para
armazenamento de grande quantidade de energia e auto–descarga diária baixa (DOE,
2003).
Aplicações típicas para CAES são acompanhar a carga no horário da ponta,
reserva de energia e integração com fontes renováveis de energia como a solar e a eólica
(DOE, 2013).
Figura 2-8 – Sistema de armazenamento de ar comprimido – CAES adiabático
Fonte: adaptado de BINE information Service (BINE, 2016)
15
2.1.4 Armazenamento de energia eletroquímica
A bateria recarregável é uma das tecnologias mais usadas atualmente para
armazenamento de energia na indústria e no dia a dia da população. A Figura 2-10
mostra a esquema simplificado da operação de uma bateria. Consiste de um conjunto de
células eletroquímicas ligadas em série ou em paralelo, que produzem eletricidade a
partir de uma reação eletroquímica com uma tensão desejada. Cada célula contém dois
eletrodos (um anodo e um catodo) com um eletrólito que pode estar no estado sólido ou
líquido (LUO et al., 2015).
As baterias podem ser usadas em várias situações, incluindo fornecimento de
energia elétrica por curtos períodos de tempo, por exemplo, com a finalidade de
estabilizar a corrente, e os fornecimentos de energia elétrica em sistemas isolados, em
horário de pico de demanda, etc. A utilização de baterias tem recentemente despertado
atenção para a possibilidade de aumentar o fator de capacidade de sistemas baseados em
energia renováveis como solar e eólica (IRENA, 2015, EPRI, 2013).
Figura 2-9 – Esquema do funcionamento de uma bateria
Fonte: adaptado de LUO et al., 2015
16
2.1.4.1 Baterias convencionais
As baterias convencionais compreedem as baterias chumbo-ácido, de hidreto
metálico de níquel (NiMH), sódio-enxofre (NaS) e de íon-lítio (Li). As baterias
chumbo-ácido tradicionalmente são usadas para armazenamento de energia elétrica para
telecomunicações, sistemas de emergência, em subestações de serviços e unidades de
geração elétrica (EPRI, 2003). Atualmente as baterias chumbo-ácido mais usadas nos
veículos são as reguladas por válvula usualmente conhecida como bateria selada. Têm
como vantagem o baixo custo, boa confiabilidade e eficiência. As desvantagens são
baixa vida útil e baixa densidade energética (EVANS et al, 2012).
As baterias hidreto metálico de níquel (NiMH) são melhores que as baterias de
chumbo-ácido porque têm maior densidade de energia, ciclo de vida mais longo e
menores requisitos de manutenção. Apesar das vantagens acima, elas ainda não tiveram
um grande sucesso comercial, principalmente devido ao seu custo e grande auto-
descarga (KOUSKSOU et al., 2014).
As baterias de lítio são usadas para dispositivos portáteis eletrônicos, veículos
elétricos, armazenamento de energia nos satélites e para integração com as fontes
variáveis de energia (KOUSKSOU et al., 2014, DOE, 2016). A sua eficiência é bastante
elevada, o tempo de vida longo e tem boa densidade de armazenamento. Tem como
desvantagem o alto custo, porém, de acordo com a IRENA (2015), o custo das baterias
de lítio deve estar competitivo com outras baterias convencionais até 2020. Observa-se
que ela já é usada nos sistemas fotovoltaicos residenciais nos EUA e Alemanha (DOE,
2016).
As baterias de sódio-enxofre (NaS) e as denominadas ZEBRA utilizam como
eletrólito o cloro-alumínio de sódio (NaAlCl4). Elas são promissoras candidatas para
aplicações de armazenamento de energia que necessita de alta potência. Tem como
vantagem alta densidade de energia e baixa auto-descarga. Tem como desvantagem o
fato de que devem ser mantidas em altas temperaturas (300-350°C), o que aumenta o
seu custo de operação. O material é atóxico e 99% reciclável. Atualmente as pesquisas
trabalham para aumentar o desempenho e reduzir ou eliminar a manutenção da
operação em altas temperaturas (LUO et al., 2015). A Figura 2-11 apresenta um
esquema do funcionamento de uma bateria sódio-enxofre.
17
Figura 2-10 – Esquema de uma bateria sódio-enxofre
Fonte : Adaptado de KOUSKSOU et al., 2014
2.1.4.2 Baterias de fluxo
As baterias de fluxo (muitas vezes denominadas baterias de fluxo redox) são um
sistema relativamente novo. Em uma bateria de fluxo a bateria é carregada e
descarregada por uma reação química (reversível) entre os dois eletrólitos líquidos. Ao
contrário das baterias convencionais, os eletrólitos líquidos estão armazenados em
tanques separados. Durante a operação, estes eletrólitos são bombeados através de uma
reação eletroquímica e a eletricidade é produzida (KOUSKSOU et al., 2014). Elas
podem ser dividida em redox (vanádio, poli-halogeneto de vanádio, polissulfureto de
vanádio, ferro-crómio, hidrogénio-bromo) e híbrida (zinco-bromo e zinco-cério). São
adequadas para aplicações com armazenamento de energia de maior porte, com alta
energia e alta densidade de potência. Tem como desvantagem o alto custo (EVANS et
al., 2012). A Figura 2-12 apresenta um esquema da bateria de fluxo.
18
Figura 2-11 – Esquema de uma bateria de fluxo
Fonte : Adaptado de KOUSKSOU et al., 2014
Ao observar a Figura 2-1, verifica-se que as baterias de fluxo, juntamente com a
usina reversível e o CAES são tecnologias adequadas para armazenamento de energia
de maior escala com tempo de descarga da ordem de várias horas, adequadas para o
despacho de energia elétrica.
2.1.5 Resumo geral das tecnologias de armazenamento de energia
A Tabela 2-1 apresenta um quadro comparativo de diferentes tecnologias de
armazenamento de energia, informando eficiência, capacidade, tempo de carga e
descarga, investimento de capital, tempo de resposta, vida útil em anos e ciclos, auto-
descarga e maturidade de cada opção de armazenamento de energia.
19
Tabela 2-1: Tecnologias de armazenamento, características e custos
Tecnologia Eficiência (%) Cap. (MW)
Tempo
descarga
(ms/s/m/h) Capital ($/kW)
Tempo resposta
(ms/s/m/h) Vida útil (anos)
Vida útil
(ciclos)
Carga perdida
(por dia) Maturidade
Tempo de
carga
Armazenamento Mecânico
CAES (subterrâneo) 70-89 5-400 1-24+h 800 rápido 20-40 >13.000 pequena comercial horas
CAES (superfície) 50 03-15 2-4h 2.000 rápido 20-40 >13.000 pequena desenvolvido horas
Usina reversível 75-85 100-5.000 1-24+h 2.5001 rápido 40-60 >13.000 mínima madura horas
Volante de inércia 93-95 0,25 ms-15m 350 muito rápido ~15 10.000 100% demonstração minutos
Armazenamento Elétrico
Capacitor 60-65 0,05 ms-60m 400 muito rápido ~5 >50.000 40% desenvolvido segundos
Supercapacitor 90-95 0,3 ms-60m 300 muito rápido 20+ >100.000 20-40% desenvolvido segundos
SMES 95-98 0,1-10 ms-8m 300 muito rápido 20+ >100.000 10-15% desenvolvido minutos a horas
Armazenamento Eletro-químico
Bateria Pb-ácido 70-90 0-40 s-h 300 rápido 5-15 2.000 0,1-0,3% madura horas
Bateria NA-S 80-90 0,05-8 s-h 3.000 rápido 10-15 4.500 ~20% comercial horas
Bateria Ni-Cd 60-65 0-40 s-h 1.500 rápido 10-20 3.000 0,2-0,6% comercial horas
Bateria Íon-Lítio 85-90 0,1 m-h 4.000 rápido 5-15 4.500 0,1-0,3% demonstração horas
1 Acrescentar entre US$100,00 e 150,00 para turbinas de velocidade variável (EPRI, 2013a)
Fonte: EVANS et al., 2012
20
2.2 Panorama mundial
2.2.1 Armazenamento de energia elétrica
2.2.1.1 Supercapacitores
De acordo com DOE (2016), são 32 plantas instaladas totalizando 79 MW de
capacidade de armazenamento. Nesta capacidade total de armazenamento pode-se
verificar que os supercapacitores têm sido usados para recuperação de energia
proveniente de frenagem regenerativa em trens, tanto de metrôs quanto de linhas
ferroviárias. Os projetos com esta finalidade foram desenvolvidos na Coréia do Sul,
Estados Unidos e Espanha, sendo que na Coreia do Sul com 16 instalações totalizando
24 MW de capacidade de armazenamento, gerou economia de 20% da energia
consumida pelo metrô de Seul, além do benefício adicional de estabilização da tensão
do sistema. Os supercapacitores também estão sendo usados para aumentar a segurança
do sistema elétrico da Itália e da Malásia (DOE, 2016).
2.2.2 Armazenamento de Energia Cinética
2.2.2.1 Volante de Inércia
O Departamento de Energia dos EUA (DOE, 2016) apresenta 51 plantas de
volantes de inércia no mundo, totalizando 972 MW de capacidade instalada.
O uso mais frequente do volante de inércia é para regulação de frequência do
sistema elétrico, sendo mais eficiente que as técnicas tradicionais, o que gera economia
de energia (KAPLAN 2009). São usados na Antártida, Canadá, China, Espanha, EUA e
Portugal com esta finalidade. No Reino unido as instalações são para atender a pico
instantâneos de demanda. Na Alemanha e na República Tcheca são usados para
provisão de alta potência instantânea para sistemas específicos, como fusão de energia
(DOE, 2016).
21
2.2.3 Armazenamento de Energia Potencial
2.2.3.1 Usina Reversível
As usinas reversíveis convencionais correspondem a 99% do armazenamento de
energia no mundo (IPCC, 2011). A capacidade instalada total é de 170 GW, com 332
plantas distribuídas em 42 países (Tabela 2-3) no ano de 2016, de acordo com o DOE
(DOE, 2016). O país com maior potência instalada é a China (33 GW), seguido pelo
Japão (29 GW) e EUA (22 GW). De acordo com o Energy Storage European Union
Comission, na Europa a maioria das usinas reversíveis são construídas em cadeias
montanhosas (CE 2013). Usinas reversíveis, de um modo geral, são construídas para
serem usadas em torno de 6 horas diárias. Entretanto, há usinas com capacidade de
armazenamento de até 14310 horas (DOE, 2016). Além disto, podem usar como um dos
reservatórios um lago, um rio ou até mesmo o mar (REHMAN, 2015).
Tabela 2-2 – Usinas reversíveis convencionais (ciclo aberto) no mundo em 2016
País
Número
de
Plantas
Potência Instalada
Total (MW)
Duração média
(hh:mm)
África do Sul 4 2912 10:00 a 16:00
Alemanha 29 6.688 03:00 a 11:15
Argentina 2 974
Austrália 6 2542 10:00
Áustria 17 4320 ------
Bélgica 2 1307 05:00
Bósnia e Hezergovina 1 420 08:00
Brasil 1 20.00 ------
Bulgária 3 1052 08:30
Canadá 1 174 06:00
Chile 1 31 ------
China 34 32000 ------
Coréia do Sul 7 4700 06:00 a 09:00
Croácia 3 282 ------
22
Espanha 21 7903 ------
EUA 40 22831 06:00 a 298:00
Filipinas 1 709 ------
França 11 5894 ------
Grécia 2 699 ------
Índia 10 6772 06:00 a 08:00
Indonésia 1 1040 ------
Irã 1 1040 ------
Irlanda 2 294 06:00
Israel 1 300 ------
Itália 19 7643 ------
Japão 44 28652 ------
Lituânia 1 900 12:00
Luxemburgo 1 1096 ------
Marrocos 2 815 ------
Noruega 4 967 ------
Polônia 6 1745 04:00
Portugal 12 3547 71:26 a 14310:20
Reino Unido 2 740 22:00
República Tcheca 3 1145 ------
Romênia 1 53 ------
Rússia 5 2226 ------
Sérvia 1 614 ------
Eslováquia 4 1017 ------
Eslovênia 1 185 ------
Suíça 17 6427 ------
Tailândia 3 1391 ------
Taiwan 2 2608 ------
Ucrânia 3 3173 ------
TOTAL 332 169145
OBS: Considerando as plantas operacionais e em construção.
Fonte: Elaboração própria usando dados de DOE, 2016
23
As usinas reversíveis de ciclo fechado (ou puras) são em número de 14 têm a
capacidade instalada em 2016 de 7.9 GW, com plantas no Canadá, EUA e Reino Unido
(Tabela 2-4). Nos EUA e na Alemanha, a maioria das plantas de usinas reversíveis que
estão sendo planejadas são deste tipo (EPRI 2003; STEFFEN 2012). Isto acontece,
porque estas usinas não precisam estar necessariamente em um rio, podendo-se, por
exemplo, usar minas desativadas como um dos reservatórios, aumentando a
possibilidade de locais para a instalação destas.
Tabela 2-3 – Usinas reversíveis de ciclo fechado no mundo em 2016
País Nome da Planta Situação1
Duração
(hh:mm)
Potência
Nominal
(MW)
Descrição
Canadá Marmora Pumped
Storage P 5:00 400
Reservatório inferior em uma
mina subterrânea.
EUA
Silver Creek
Pumped Storage
( Pensilvânia)
P 8:00 300
Reservatório inferior em uma
mina de carvão desativada e o
reservatório superior foi
construído aproveitando as
pedras que restaram da
exploração do carvão.
EUA Eagle Mountain
(Califórnia) P ------ 1300
Usa como reservatório inferior
uma mina subterrânea
desativada. Tem com objetivo
armazenar energia excedente
fora do pico produzida por
turbinas eólicas, painéis solares
e plantas nucleares e de
combustível fóssil de base.
EUA Eldorado Pumped
Storage (Nevada) P 10:20 1000
Projeto de armazenamento de
bombeamento em ciclo
fechado na fase inicial de
viabilidade.
EUA
Gordon Butte
Pumped Storage
Hydro (Montana)
P ------ 400
Nova usina reversível de ciclo
fechado em Montana onde
crescendo a geração eólica.
Tem como objetivo de prestar
serviços para facilitar a
estabilidade, confiabilidade,
crescimento e longevidade à
infra-estrutura de energia
existente no estado.
EUA Lake Elsinore
Advanced Pumped P 12:00 500
Usa o lago Elsinore como um
dos reservatórios.
24
1F - em funcionamento, C - em construção e P – planejada
Fonte: Elaboração própria usando dados de DOE, 2016
Storage
(Califórnia)
EUA
San Vicente
Pumped Storage
(Califórnia)
P 08:00 500
Usina reversível de ciclo
fechado na Reserva de San
Vicente na Califórnia. Cria um
pequeno reservatório acima do
reservatório existente de San
Vicente, e um sistema de túnel
e usina subterrânea para
conectar os dois reservatórios.
O intercâmbio de água entre os
dois reservatórios não
consumirá água nem interferirá
com o abastecimento de água
existente, a qualidade da água,
a pesca ou o uso recreativo do
Reservatório de San Vicente.
EUA Anderson Pumped
Storage (Oregon) P 12:00 80 -----------------------
EUA
White Pine
Pumped Storage
(Nevada)
P 12:00 750 ---------------------
Grécia
Hydro Pumped
Storage
Amfilochia
P 1200:00 587.8 Possui dois reservatórios
superior e um inferior.
Reino
Unido
Dinorwig Power
Station F 5:00 1728
Reservatório superior em um
túnel construído em uma
montanha.
Reino
Unido
Festiniog Pumped
Hydro Power Plant F 6:00 360
Entrou em funcionamento em
1963. É a maior usina
reversível da Inglaterra.
Dinamarca
GO Development
Pumped Hydro
Demonstration
Project
F
A Dinamarca tem poucas áreas
montanhosas adequadas ou
disponíveis para usinas
reversíveis. Por isto está
construindo um projeto piloto
onde o reservatório inferior é
subterrâneo.
TOTAL 14 7956
25
2.2.3.2 Ar comprimido (CAES)
As dezoito plantas de ar comprimido (CAES) operacionais e em construção no
mundo em 2016 totalizam 1245 MW de potência instalada, com plantas construídas ou
planejadas na Alemanha, Canadá, EUA, Holanda e Reino Unido (Tabela 2-4) (DOE,
2016). Os destaques são para as plantas de Adele na Alemanha, cuja tecnologia é o
CAES adiabático (AA-CAES) com eficiência prevista entre 75 e 85%, e a de SustainX
Inc nos EUA, que usa reservatório modular e o calor gerado pela compressão é utilizado
para fazer a recuperação da energia armazenada (CAES Isotérmico).
Tabela 2-4 – Plantas de ar comprimido (CAES) no mundo em 2016
País Nome da
Planta Tipo1
Potência
(MW)
Duração
Máxima
(hh:mm)
Situação2 Descrição
Alemanha Adele CAES
Project S 200 05:00 O
Projeto piloto de CAES adiabático
(AA-CAES).
Alemanha Kraftwerk
Huntorf S 321 02:00 O
Primeira planta comercial. Em
operação desde 1978. O reservatório é
uma caverna de sal de 310 mil m3.
Canadá Hydrostor
UCAES
Demonstration
Facility
M 1 04:00 O Projeto de demonstração de 1 MW /4
MWh. Localizado Aprox. 5 km da
costa de Toronto, o sistema será
situado no Lago Ontário, a uma
profundidade de 80m.
EUA McIntosh
CAES Plant S 110 26:00 O
Segunda planta comercial em
operação desde 1991. Usa uma
caverna de sal como reservatório para
o ar comprimido.
EUA
Pacific Gas
and Electric
Company
Advanced
Underground
Compressed
Air Energy
Storage
M 3000 10:00 A ------------------------------------------
EUA
Next Gen
CAES using
Steel Piping
M 9 04:30 A --------------------------------------------
26
EUA
SustainX Inc
Isothermal
Compressed
Air Energy
Storage
M 1.5 01:00 O
CAES Isotérmico (ICAES) aquece a
água com o calor obtido da
compressão e armazena o calor
capturado até ser novamente
necessário para a expansão.
EUA
ATK Launch
Systems
Microgrid
CAES
M 0,08 00:45 O
Os sistemas do lançamento de ATK
em Promontory, Sistema de geração
de energia elétrica no estado de Utá
com 540 edifícios em 19.90 acres
acessível por 75 milhas de estradas.
Possui três subestações principais e 60
milhas de linhas de transmissão
entregam aproximadamente 17 MW
(no pico), com uma conta de energia
anual de mais de US$ 15 milhões.
Este projeto integrará um ambicioso e
altamente diversificado conjunto de
recursos distribuídos que incluem
quatro sistemas de recuperação de
calor usando geradores de ciclo
Rankine conectados a conversores de
energia. O calor para o sistema será
fornecido por uma usina CSP, pelo
compressor de ar e vapor de baixa
pressão. O projeto incorporará
também cerca de 140 kW de turbinas
eólicas, turbinas hidráulicas e cerca de
40 kW de micro-turbinas hidráulicas.
Para armazenamento, o projeto inclui
até 1440 kW de capacidade hidráulica
bombeada por duas a quatro horas, e
um armazenamento de energia de ar
comprimido modular (CAES) com
capacidade de fornecimento de 80 kW
por 30-60 minutos.
EUA
Texas
Dispatchable
Wind (Texas) S 2.00 250:00 O
O projeto consiste em uma turbina
eólica, um sistema de compressão e
uma caverna de armazenamento e
outras instalações elétricas e
auxiliares. O projeto armazena a
energia excedente gerada pela turbina
eólica no período de baixa demanda e
usa a energia armazenada nos períodos
de maior demanda.
EUA
PG&E
Advanced
Underground
Compressed
Air Energy
Storage
(CAES)
(Califórnia)
S 300 10:00 A
Uma usina de demonstração A-CAES
(CAES adiabático) usará um
reservatório de armazenamento
subterrâneo (reservatório de gás
esgotado) e termelétricas de última
geração.
27
Holanda M 1 8:00 C
A tecnologia proprietária da Hydrostor
baseia-se em uma idéia simples:
ancorar uma cavidade de ar de baixo
custo no fundo de um lago ou no
fundo do oceano e armazenar energia
nele preenchendo-o com ar
comprimido usando energia renovável
excedente. A energia é descarregada
do sistema liberando o ar armazenado
debaixo de água para dirigir uma
turbina que produz eletricidade.
Reino
Unido
Gaelectric
Compressed
Air Energy
Storage
(CAES)
S 330 06:00 A
Projeto avançado de armazenamento
de energia com tecnologia de
armazenamento de energia de ar
comprimido (CAES). Ele criará uma
demanda de até 200 MW durante seu
ciclo de compressão. O projeto
envolve a criação de duas cavernas de
sal.
Suíça
Pollegio-
Loderio
Tunnel
ALACAES
Demonstration
Plant
S 0.5 04:00 O
Uma planta de demonstração para
testar um novo conceito avançado de
armazenamento de energia de ar
comprimido adiabático. Um túnel
abandonado nos Alpes suíços é usado
como a caverna de armazenamento do
ar comprimido e um local com rochas
confinadas é usado para armazenar o
calor criado durante a compressão.
TOTAL 18 1245
1 S – Subterrâneo; M - modular
2 A – anunciada; C- em construção; O - operacional
Fonte: Elaboração própria usando dados de DOE, 2016
28
2.2.4 Armazenamento de energia eletroquímica
2.2.4.1 Bateria Chumbo-ácido
A capacidade instalada dos 55 projetos de armazenamento de energia elétrica
usando baterias chumbo-ácido é de 178 MW (DOE, 2016). Deste total, 36 projetos e
109 MW são de bateria do tipo avançada e os demais são de baterias chumbo-ácido com
válvula de regulação (16 projetos e 17 MW).
O país com maior instalação de baterias chumbo ácido é o EUA (103MW),
devido aos projetos de demonstração de armazenamento de energia incentivado pelo
DOE, seguido pela Austrália (3MW), Japão (2MW) e Espanha (1.5 MW).
2.2.4.2 Bateria de lítio
A capacidade instalada dos 625 projetos de armazenamento de energia elétrica
usando baterias de lítio é de 2102 MW (DOE, 2016).
O país com maior instalação de baterias de lítio é o EUA (856 MW), devido aos
projetos de demonstração de armazenamento de energia incentivado pelo DOE, além
dos serviços providos por empresas que instalam os painéis solares sem custo para o
consumidor gerando um percentual de economia em sua conta de energia elétrica.
Seguido pela Alemanha (246 MW) e Austrália (144 MW). Na Alemanha o destaque é o
primeiro parque de bateria comercial da Europa que vai participar no mercado de
regulação primária de frequência. Em todos os países citados acima as baterias de lítio
são usadas no armazenamento residencial de energia solar. Em vários países são usadas
para integração dos parques eólicos, geração FV e tecnologia de transmissão de redes
inteligentes. Outros usam a bateria em projetos de micro-redes associadas às demais
geradoras.
Um ponto importante a ser observado é que com a difusão do uso das baterias de
lítio, tanto nos veículos elétricos como no armazenamento de energia no sistema elétrico
e em residência, aumentará a demanda por lítio, o que pode levar a um descasamento
29
entre a oferta e a demanda de acordo com a publicação Setorial Automotivo do BNDES
(CASTRO et al., 2013).
De acordo com o MME–DNPM (2007), os países com maior reserva de lítio
são: Bolívia (49,6%), Chile (27,27%), China (10,0%) e Argentina (6,0%). O Brasil
conta apenas com 1,25% das reservas mundiais de lítio.
2.2.4.3 Bateria de fluxo
De acordo com o DOE (2016), existem 101 projetos de armazenamento de
energia elétrica usando baterias de fluxo com capacidade instalada de 138 MW. Deste
total, 58 projetos com capacidade de 75 MW são do tipo redox de vanádio e 31 projetos
com capacidade de 59 MW são do tipo zinco-bromo.
O país com maior instalação de baterias de fluxo é o EUA (35 projetos e
59MW), devido aos projetos de demonstração de armazenamento de energia
incentivado pelo DOE. Seguido pelo Japão (5 projetos com 23 MW) e China (10
projetos e 12 MW). São usados associados aos parques eólicos e centrais de geração
solar .
2.3 Panorama Nacional
2.3.1 Armazenamento de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN)
O armazenamento de energia tradicional do SIN é realizado através dos
reservatórios de acumulação das usinas hidrelétricas brasileiras. Porém, a capacidade de
armazenamento do sistema tem se reduzido ao longo dos anos. Isto tem acontecido
porque grande parte das usinas hidrelétricas construídas a partir da década de 1990 é de
usinas a fio d´água. Com isso, tem-se verificado a redução relativa do percentual de
armazenamento das usinas hidrelétricas nacionais ao longo do tempo. (MME, 2017).
Além disto, a capacidade de armazenamento do SIN tem se reduzido nos últimos anos
devido a alterações hidrológicas observadas nos últimos anos e ao assoreamento dos
reservatórios (ABRACEEL, 2013).
30
2.3.2 Usinas reversíveis
As usinas reversíveis são muito pouco difundidas no Brasil. Alguns poucos
exemplos são a Usina Elevatória Pereira, localizada no Rio Pinheiros (SP), que foi
inaugurada em 1939, possui 7 turbinas reversíveis tipo Francis e uma bomba (EMAE
2014), e as usinas elevatórias Santa Cecília, em Barra do Piraí, e Vigário, em Piraí, no
Complexo de Lages, no estado do Rio de Janeiro (LIGHT, 2014).
2.3.2.1 Desafios para a implantação de usinas reversíveis no Brasil
O principal desafio é buscar a viabilidade comercial das usinas reversíveis, pois,
de acordo com as regras atuais, as empresas geradoras são remuneradas pela garantia
física, que é a energia que ela disponibiliza. Deste modo, não há incentivo à construção
de usinas reversíveis, tendo em vista estas consumirem energia para o bombeamento de
água, disponibilizando menos energia e, deste modo, obtendo receitas menores
(CERPCH, 2012).
Uma forma de resolver este problema é considerar a geração de energia por uma
usina reversível como um serviço ancilar pela ANEEL, o que faria a remuneração desta
ser diferenciada.
Um outro ponto relevante é que não há distinção de remuneração para as
hidrelétricas que produzem na ponta, grande vantagem das usinas reversíveis em todo o
mundo. Isto é importante para reduzir os custos de geração (reduzindo a geração da
ponta através de usinas termelétricas) e também as emissões de gases de efeito estufa.
31
2.3.3 Baterias
No Brasil, as baterias são usadas em sistemas isolados que usam geração
renovável variável, com destaque para o pionerismo do PROINFA (DUTRA, 2007).
Vários estudos sobre rede elétrica inteligente no Brasil avaliam o de uso de
baterias, bem como, a definição de fornecedores, como em um estudo com a União
Européia (MCTI, 2014). Além disto, várias distribuidoras têm trabalhado com projetos
pilotos, com destaque para o projeto Smart City da cidade de Búzios uma iniciativa das
empresas ENDESA /AMPLA (MME, 2010, BANDEIRA, 2012).
A EPE realizou um estudo de sistemas isolados usando energia solar FV
associada a baterias e gerador a diesel no estado do Amazonas. As baterias foram
usadas para reduzir o consumo de combustível do sistema. O estudo teve como
propósito incentivar os projetos alternativos e um dos resultados apresentado foi a
redução do custo nivelado dos projetos em até 8% (EPE, 2016) .
Em 2015 a empresa AES anunciou a construção de uma unidade de 10MW de
baterias, em local ainda a ser definido. A aplicação mais importante no país deverá ser
na integração de fontes renováveis intermitentes ao sistema elétrico, principalmente
eólica e solar, que ganharão mais espaço nos próximos anos, já sendo relevantes em
especial no Nordeste e, em menor medida, no Sul. A empresa também considera
promissor o uso da alternativa no Brasil para melhorar a eficiência do sistema de linhas
de transmissão, assim como no auxílio à geração de energia em horários de ponta,
quando o consumo é maior (APINE, 2015).
32
3 Modelo Proposto
3.1 Modelos de Otimização
Um problema de otimização pode ser definido matematicamente como:
minimizar f(x0,x1,...,xN-1 )
x0,x1,...,xN-1
sujeito à: ri(x0,x1,...,xN-1 ) 0, i=0,1,...,R-1
A função f(x0,x1,...,xN-1 ) é chamada de função objetivo e as funções ri(x0,x1,...,xN-1 )
são chamadas de restrições (CHINNECK, 2015).
3.2 Tipos de Modelos de Otimização
Dependendo da natureza das funções, o problema pode ser classificado em uma
das três classes:
a) Problema linear: quando a função objetivo e as restrições forem
funções lineares (CHINNECK, 2015);
b) Problema de otimização convexa: quando a função objetivo e as
restrições forem funções convexas e formarem um conjunto
convexo (BOYD & VANDENBERGUE, 2004). O problema
linear é convexo, logo é um caso particular da otimização
convexa.
c) Problema de otimização não linear: quando uma ou mais
variáveis das funções de restrição e/ou função objetivo forem não
convexas. É a classe mais geral, que contém as duas anteriores.
As variáveis (x0,x1,...,xN-1 ) podem ser reais, inteiras ou binárias, não sendo
necessário que sejam todas de um mesmo tipo. Os problemas que contêm variáveis
inteiras ou binárias são geralmente mais difíceis de resolver e a solução em geral
demora mais tempo para ser computada. Considerando-se a presença ou não de
33
variáveis inteiras ou binárias, pode-se criar sub-classes para os problemas de
otimização, por exemplo:
LP (Linear Program), quando o problema é linear com variáveis reais. Pode ser
resolvido por diversos métodos como por exemplo o método Simplex (LUENBERGER
& YE, 2008).
NLP (NonLinear Program), quando o problema é não linear com variáveis reais.
Em geral os métodos de solução não garantem que uma solução encontrada seja a
melhor possível. Podem ser resolvidos por métodos baseados em gradiente descendente,
métodos inspirados na natureza como “simulated annealing” (EGLESE, 1990)
inspirado na física do estado sólido, algoritmos evolucionários ou algoritmos genéticos
inspirados na biologia, dentre outros (GOLDBERG, 1989).
CP (Convex Program), quando o problema é convexo com variáveis reais. Pode
ser eficazmente resolvido por métodos conhecidos como “Interior point” ” (GONDZIO,
2012).
MILP (Mixed-Integer Linear Program), quando o problema é linear com
variáveis reais, inteiras e binárias misturadas. É mais difícil de resolver que o LP.
Podem ser resolvidos com algoritmos do tipo “branch-and-bound”, “branch-and-bound-
and-cut” e “branch-and-bound-and-cut-and-price” dentre outros. Estes métodos muitas
vezes usam a solução de um problema LP associado obtido relaxando-se a restrição de
que as variáveis inteiras devem assumir valores inteiros, com objetivo a obter valores
mínimos (etapa “bound” do algoritmo) para a solução pesquisada. Esta solução inicial
poderá violar a restrição de algumas variáveis serem inteiras, uma vez que esta condição
foi desconsiderada. O algoritmo prossegue para a fase “branch”, na qual escolhe-se uma
das variáveis inteiras cuja restrição foi violada e criam-se duas novas soluções : uma
arredondando-se o valor da variável para o inteiro imediatamente inferior e outra
arredondando-se o valor da variável para o inteiro imediatamente superior. O
procedimento é repetido recursivamente, criando-se uma estrutura de árvore e cada nova
solução é testada para verificar se é viável ou não. Caso o valor da função objetivo for
menor que o da melhor solução encontrada até aquele instante a nova solução substitui a
antiga. Este tipo de algoritmo só se torna prático para problemas de grandes dimensões
quando são utilizados testes que possibilitam descartar famílias inteiras de soluções
como no caso de se verificar que todos os descendentes de um determinado nó não são
viáveis ou levam a um valor da função objetivo superior ao da melhor solução
encontrada até o momento (CHINNECK, 2015).
34
MINLP (Mixed-Integer NonLinear Program), quando o problema é não linear
com variáveis reais, inteiras e binárias misturadas. É o mais difícil de todos, podendo-se
buscar soluções com métodos “branch-and-bound” associados a métodos variados para
o cálculo dos limitantes (DIMITRI, 1999).
O problema linear possui soluções conhecidas na forma de algoritmos de
otimização que garantem encontrar a solução ótima, apesar de poder demorar bastante.
O problema convexo é quase tão bem comportado quanto o linear e existem algoritmos
que buscam a solução ótima. O problema não linear em geral é resolvido por algoritmos
de busca que encontram soluções apenas localmente ótimas.
Quando se constrói um modelo matemático para um problema a ser otimizado,
deve-se tentar encontrar preferivelmente uma formulação linear. Não sendo possível, a
segunda melhor opção é uma formulação não linear convexa e a terceira opção é o
problema não-linear não-convexo.
3.3 Modelos para o Despacho Econômico
O despacho econômico (DE) pode ser formulado como um problema de
otimização.
Um otimizador para a resolução do DE deve usar variáveis inteiras (ou binárias)
para representar o acionamento e o desligamento das usinas geradoras. A otimização
pode ser linear ou não linear. Isto depende do modelo, mas sempre que possível deve-se
tentar resolver o problema usando um modelo linear. Às vezes, uma formulação que
leva a um modelo não linear pode ser modificada de modo a obter um modelo linear,
mas à custa do uso de uma quantidade maior de variáveis. Mesmo assim pode valer a
pena, pois as técnicas de solução da programação linear (incluindo a programação linear
inteira) garantem encontrar a solução ótima global, enquanto as técnicas usadas para
resolver os problemas não lineares podem encontrar mínimos locais (BOYD &
VANDENBERGUE, 2004).
É importante lembrar que o problema do DE para um sistema elétrico interligado
de grande porte envolve muitas usinas geradoras, a quantidade de variáveis aumenta na
mesma proporção do tempo desejado para o despacho: as horas dos dias ou semanas e o
35
aumento da quantidade de variáveis aumenta o tempo de processamento de forma
exponencial.
Optou-se por usar um modelo linear (MILP) com o objetivo de facilitar a
obtenção do valor ótimo, mesmo com o aumento da quantidade de variáveis. Este
procedimento é muito importante, pois o presente modelo tem como objetivo modelar
um sistema elétrico interligado de grande porte.
3.4 Etapas para a simulação de um modelo
A sequência de passos para se realizar simulações de um modelo (linear ou não)
é a seguinte:
i. Escrever o modelo genérico através de equações;
ii. Obter os dados para alimentar o modelo;
iii. Particularizar as equações do modelo já considerando os dados
levantados;
iv. Usar uma ferramenta de otimização para editar as equações obtidas;
v. A partir das simulações, avaliar o valor de cada variável a cada intervalo
de tempo para obter o comportamento do modelo no intervalo da
simulação;
O primeiro passo (i) será apresentado nas seções seguinte, bem como os testes
para avaliar o funcionamento do modelo. O segundo passo (ii) será apresentado no
capítulo 5 como os dados foram levantados para a simulação do estudo de caso do NE
brasileiro. No capítulo 3 foram usadas informações simplificadas para os testes que
avaliaram o modelo.
Os 3 últimos passos são apresentados no Capítulo 4 que trata do
desenvolvimento de software.
36
3.5 Desenvolvimento do modelo proposto
O modelo proposto é um modelo linear do tipo MILP (Mixed-Integer Linear
Program) ou seja, um modelo linear com variáveis reais, inteiras e binárias misturadas
(CHINNECK, 2015).
Em um sistema interligado, diversas geradoras e armazenadoras são agrupadas
em R regiões. As regiões são conectadas por linhas de transmissão e cada região tem
uma demanda no intervalo de tempo n. A demanda de uma dada região deve ser
atendida pelas usinas geradoras daquela região e pelas unidades de armazenamento da
região complementadas pelo somatório das energias nas linhas que chegam na região.
Além disso, a demanda local da região será aumentada de uma quantidade igual ao
somatório das energias nas linhas que saem da região.
3.6 Descrição do Modelo
3.6.1 Função Objetivo
O modelo proposto para o sistema será utilizado para obter o valor mínimo para
o custo total de geração no sistema elétrico, que é dado pela soma dos custos das
termelétricas, hidrelétricas, plantas não despacháveis, unidades de armazenamento puro,
unidades de ar comprimido e transmissão de energia:
∑ ∑ [∑ ∑ (∑
)
∑ ∑( )
∑( )
∑
]
(1)
Onde :
37
conjunto das plantas termelétricas da r- ésima região;
conjunto das plantas hidrelétricas com reservatórios da r-ésima região;
conjunto das plantas não despacháveis da r-ésima região;
conjunto das plantas armazenadoras puras da r-ésima região;
conjunto das plantas CAES da r-ésima região;
conjunto das origens das linhas de transmissão que chegam na região r;
conjunto dos destinos das linhas de transmissão que deixam a região r;
N número dos intervalos de tempo da simulação;
demanda da r-ésima região no intervalo n;
custo de O&M da i-ésima planta;
energia gerada pela i-ésima planta termelétrica no intervalo n;
energia gerada pela i-ésima planta hidrelétrica no intervalo n;
energia gerada pela i-ésima planta não despachável no intervalo n;
custo de carga da i-ésima planta armazenadora;
custo de descarga da i-ésima planta armazenadora;
variável contínua que representa a descarga de energia da i-ésima planta
armazenadora pura no intervalo n;
variável contínua que representa a carga de energia da i-ésima planta
armazenadora pura no intervalo n;
variável continua que indica a energia descarregada (expansão) pela i-ésima
planta CAES;
variável continua que indica a energia carregada (compressão) pela i-ésima
planta CAES;
variável continua que indica a parte variável da energia gerada pela planta
termelétrica sem considerar o ar comprimido da i-ésima planta CAES;
variável binária que indica se a planta termelétrica da i-ésima planta CAES está
ligada ou desligada;
custo de transmissão da linha que conecta a região p à região q.
variável continua que representa a energia transmitida da p-ésima região para a
q-ésima região no intervalo n;
38
3.6.2 Restrição da Demanda
Cada região r, deve atender à restrição da demanda representada por:
∑ ∑
∑ ∑
∑
∑
∑
∑
∑
[ ], [ ] (2)
Onde:
conjunto das plantas termelétricas da r- ésima região;
conjunto das plantas hidrelétricas com reservatórios da r-ésima região;
conjunto das plantas não despacháveis da r-ésima região;
conjunto das plantas armazenadoras puras da r-ésima região;
conjunto das plantas CAES da r-ésima região;
conjunto das origens das linhas de transmissão que chegam na região r;
conjunto dos destinos das linhas de transmissão que deixam a região r;
N número dos intervalos de tempo da simulação;
demanda da r-ésima região no intervalo n;
demanda da r-ésima região no intervalo n;
energia gerada pela i-ésima planta termelétrica no intervalo n;
energia gerada pela i-ésima planta hidrelétrica no intervalo n;
energia gerada pela i-ésima planta não despachável no intervalo n;
energia recebida da região p no intervalo n;
fator de reserva;
energia armazenada pela i-ésima planta armazenadora no intervalo n;
energia armazenada pela i-ésima planta CAES no intervalo n;
energia gerada pela i-ésima planta armazenadora no intervalo n;
energia transportada da região q no intervalo de tempo n;
3.6.3 Planta Termelétrica
O modelo MILP para geradoras termelétricas foi desenvolvido considerando as
características básicas destas plantas.
3.6.3.1 Energia
A energia gerada pela i-ésima planta no intervalo n é:
39
(3)
Onde:
energia gerada pela i-ésima planta termelétrica no intervalo n;
variável binária que representa que a i-ésima planta está ligada no intervalo n
( =1).
variável contínua que representaa parte ajustável da energia gerada pela i-ésima
planta. Corresponde a flexibilidade operacional da planta;
mínima energia gerada no intervalo n.
máxima energia gerada no intervalo n.
3.6.3.2 Restrições
Uma planta deve permanecer ligada por pelo menos intervalos, após ser
ligada:
∑
[ ]
(4)
Onde considera-se:
(5)
Uma planta deve permanecer desligada por pelo menos intervalos, após ser
desligada:
∑
[ ]
(6)
Onde:
(7)
Se a planta está ligada no intervalo n, a parte variável da energia gerada deve ser
menor ou igual .
40
(8)
Onde:
mínima energia gerada no intervalo;
máxima energia gerada no intervalo n.
Se a planta estiver desligada no intervalo n, então a parte variável da energia
gerada deve ser zero. Além disto, a energia não pode ser negativa :
[ ] (9)
A taxa de subida e a taxa de descida da usina são limitadas quando a usina está
em operação:
(10)
(11)
Onde:
máximo taxa de subida da i-ésima planta no intervalo n;
máximo taxa de descida da i-ésima planta no intervalo n.
41
3.6.4 Planta hidrelétrica com reservatório de acumulação
3.6.4.1 Energia
A energia produzida pela i-ésima planta hidrelétrica no intervalo n é:
∑
(12)
Onde:
energia gerada pela i-ésima planta hidrelétrica no intervalo n;
número de turbinas da i-ésima planta hidrelétrica;
energia produzida pela j-ésima turbina;
variável binária que indica que a j-ésima turbina da i-ésima planta
hidrelétrica está ligada no intervalo n .
3.6.4.2 Restrições
A energia armazenada pela i-ésima planta no intervalo n é:
(13)
A equação (13) pode ser resolvida por obtendo-se:
∑
∑
(14)
A energia armazenada no reservatório a cada instante de tempo não pode ser
menor que :
∑
∑
(15)
A perda de energia é proporcional à energia armazenada. Considerando-se um
intervalo de duração o percentual de energia após as perdas é:
42
√ (
)
(16)
A energia armazenada no reservatório não pode ser maior que :
∑
∑
(17)
A energia armazenada no reservatório no final da simulação não pode ser menor
que :
∑
∑
(18)
As hidrelétricas só poderão verter água quando o reservatório estiver prestes a
transbordar:
∑
∑
(19)
Onde:
variável binária que indica se a i-tésima planta hidrelétrica não está vertendo
(valor 1) or e está vertendo (value zero);
variável binária que indica que a j-ésima turbina da i-ésima planta
hidrelétrica está ligada no intervalo n ;
coeficiente de perda de energia;
percentual de auto-descarga por dia da planta armazenadora;
energia acrescentada ao reservatório devido ao fluxo hidrológico (afluência) no
intervalo n;
energia gerada no intervalo n;
energia armazenada pela i-ésima planta no intervalo n;
43
energia mínima armazenada depois do período [ ];
energia inicial armazenada no reservatório;
energia armazenada após o período [ ];
máxima energia armazenada pela i-ésima planta;
Esta última restrição foi adicionada, porque o solver pode encontrar duas
soluções de custo equivalente, porém com energias armazenadas finais diferentes. Com
esta restrição, privilegia-se a solução com maior energia armazenada no final do
período. Isto é mais importante quando se divide a simulação de um período maior em
vários períodos menores para reduzir a complexidade computacional.
No caso de hidrelétricas com turbinas de grande porte com grande inércia, as
seguintes restrições devem ser adicionadas.
Cada turbina deve permanecer ligada por pelo menos intervalos depois de
ser ligada:
∑
[ ]
(20)
Cada turbina deve permanecer desligada por pelo menos intervalos depois de ser
desligada:
∑
[ ] [ ]
(21)
Onde:
(22)
44
3.6.5 Planta não despachável
O modelo se aplica a plantas não despacháveis (solar, eólica e hidrelétrica a fio
d´água) e também pode ser usado para plantas que geram apenas na base e semi-base
(como carvão e biomassa) .
3.6.5.1 Energia
A energia gerada no intervalo de tempo n é:
Onde :
energia gerada pela i-ésima planta não despachável no intervalo n.
3.6.6 Planta armazenadora de energia
O armazenamento de energia foi modelado de dois modos: o primeiro é um
armazenador puro que pode ser usado para usinas reversíveis, ar comprimido
adiabático (AA-CAES) e baterias. O segundo é um armazenador acoplado a um
gerador para modelar a planta de ar comprimido (CAES).
3.6.6.1 Planta armazenadora pura
3.6.6.1.1 Energia
A energia carregada no intervalo n é:
(23)
A energia descarregada é:
Onde:
variável contínua que representa a descarga de energia da i-ésima planta
armazenadora pura no intervalo n;
variável contínua que representa a carga de energia da i-ésima planta
armazenadora pura no intervalo n;
(24)
45
3.6.6.1.2 Restrições
A energia total armazenada na i-ésima unidade no período [ ] não pode
ser negativa e deve ser menor que a capacidade máxima de armazenamento:
∑
(25)
∑
(26)
(27)
(28)
Onde:
eficiência da i-ésima planta armazenadora;
coeficiente de perda de energia;
variável contínua que representa a descarga de energia da i-ésima planta
armazenadora pura no intervalo n;
variável contínua que representa a carga de energia da i-ésima planta
armazenadora pura no intervalo n;
descarga máxima da i-ésima planta no intervalo n;
carga máxima da i-ésima planta no intervalo n.
3.6.6.2 Planta CAES
O modelo da planta de ar comprimido (CAES) considera as características
principais apresentadas por STETA (2010), EPRI (2003), SUCCAR&WILLIANS
(2008) e NREL (2011).
46
3.6.6.2.1 Energia
A energia produzida no intervalo n é:
(29)
Onde:
energia gerada pela i-ésima planta CAES no intervalo n;
variável continua que indica a energia descarregada (expansão) pela i-ésima
planta CAES;
variável continua que indica a energia carregada (compressão) pela i-ésima
planta CAES;
variável continua que indica a parte variável da energia gerada pela planta
termelétrica sem considerar o ar comprimido da i-ésima planta CAES;
variável binária que indica se a planta termelétrica da i-ésima planta CAES
está ligada ou desligada;
mínima energia produzida pela planta termelétrica da i-ésima planta CAES;
3.6.6.2.2 Restrições
A energia total armazenada ( ) pela i-ésima planta CAES no período [0, n]
não pode ser negativa:
∑
(30)
A energia armazenada é limitada a :
∑
(31)
A energia descarregada é proporcional à energia gerada pela planta termelétrica
sozinha:
(32)
47
A geração de energia da planta termelétrica é limitada em . Assim como a
energia mínima gerada pela planta termelétrica quando está ligada é :
(33)
A energia carregada limitada a no intervalo n:
(34)
A planta termelétrica deve permanecer ligada por pelo menos intervalos,
depois de ser ligada:
∑
[ ]
(35)
A planta termelétrica deve permanecer desligada por pelo menos intervalos,
depois de ser desligada:
∑
[ ]
(36)
As taxas de subida e descida da termelétrica são limitadas:
(37)
(38)
Onde:
eficiência da i-ésima planta armazenadora;
carga máxima da i-ésima planta no intervalo n;
variável continua que indica a energia descarregada (expansão) pela i-ésima
planta CAES;
variável continua que indica a energia carregada (compressão) pela i-ésima
planta CAES;
variável continua que indica a parte variável da energia gerada pela planta
termelétrica sem considerar o ar comprimido da i-ésima planta CAES;
48
variável binária que indica se a planta termelétrica da i-ésima planta CAES está
ligada ou desligada;
mínima energia produzida pela planta termelétrica da i-ésima planta CAES;
máxima energia produzida pela planta termelétrica da i-ésima planta CAES;
eficiência da i-ésima planta armazenadora;
coeficiente de perda de energia;
máxima rampa de subida da i-ésima planta termelétrica no intervalo n;
máxima rampa de descida da i-ésima planta termelétrica no intervalo n;
taxa de energia entre a energia de entrada e saída da i-ésima planta CAES.
3.6.7 Sistema Interligado
3.6.7.1 Energia transmitida
A energia transmitida da p-ésima região para a q-ésima região no interval n é
. Logo:
=
(39)
(40)
Onde :
é a variável continua que representa a energia transmitida da p-ésima região para
a q ésima região no intervalo n;
é a eficiência da linha de transmissão;
é o custo de transmissão da linha que conecta a região p à região q.
é a energia recebida da região p no intervalo n;
é a energia transportada da região q no intervalo de tempo n.
3.6.7.2 Restrições
A energia transportada pela linha de transmissão é limitada a :
(32)
49
Onde :
é a energia máxima transportada pela linha de transmissão que conecta a região p à
região q.
É importante observar que o modelo apresentado é de tempo discreto e por isto
considera a máxima energia transmitida em um intervalo de tempo. Para isto assume-se
que a potência instantânea máxima nunca será maior que a capacidade de transmissão
máxima da linha de transmissão.
3.7 Teste do Modelo
O modelo foi testado individualmente para cada planta e após isto com a
combinação de várias fontes geradoras/armazenadoras em pequenos intervalos. Abaixo
serão apresentados exemplos de testes para melhor ilustrar o funcionamento do modelo
para cada uma das fontes geradoras, armazenadoras e linhas de transmissão.
Para cada exemplo será utilizada pelo menos uma das demandas apresentadas
nas Figura 3-1 (Demanda1) e Figura 3-2 (Demanda2). Além disso, cada exemplo
contará com uma geração não despachável de acordo com a Figura 3-3. Para melhor
avaliação dos resultados do despacho as Figuras 3-4 e 3-5 apresentam o resultado da
geração não despachável subtraída de cada uma das demandas consideradas. O custo de
despacho apresentado em cada seção se referente ao custo total da simulação das fontes
despacháveis.
50
Figura 3-1 – Demanda D1 dos exemplos ilustrativos
Figura 3-2 – Demanda D2 dos exemplos ilustrativos
60
65
70
75
80
85
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Hora
20
25
30
35
40
45
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Hora
51
Figura 3-3 – Geração não despachável (eólica) dos exemplos ilustrativos
Figura 3-4 – Resultado da subtração da geração eólica da Demanda D1.
0
20
40
60
80
100
120
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Hora
-40
-20
0
20
40
60
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Hora
52
Figura 3-5 – Resultado da subtração da geração eólica da Demanda D2.
Os exemplos para cada uma das unidades geradoras e armazenadoras
apresentadas no modelo e também para as linhas de transmissão que conectam regiões
são apresentados a seguir.
3.7.1 Planta termelétrica
Os parâmetros usados no exemplo de teste da planta termelétrica são
apresentado na Tabela 3-1. O despacho é apresentado na Figura 4-6. Os dados de
entrada foram escolhidos considerando-se o custo de O&M ) de uma termelétrica
ciclo combinado obtido em (OECD, 2010) , adicionado o custo do combustível, ambos
nos EUA e arbitrando os valores de e compatíveis com a planta termelétrica
de ciclo combinado. A potência nominal da planta de teste variou entre 35 MW
e 70 MW e foi arbitrada para atender à demanda subtraída da geração eólica,
pois caso contrário a simulação seria impossível.
O custo do despacho da termelétrica no período de 24 horas foi de US$
29084.44. Ao comparar a Figura 3-4 com a Figura 3-6 observa-se que toda a energia
excedente gerada pela fonte eólica no período inicial foi desperdiçada.
-70
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
20
30
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24M
W
Hora
53
Tabela 3-1 – Parâmetros para o exemplo de planta termelétrica
Planta Termelétrica
Parâmetro Valor Unidade
54.67 US$/MWh
2 horas
2 horas
35.0 MW
70.0 MW
Figura 3-6 – Despacho da termelétrica
3.7.2 Planta hidrelétrica com reservatório de acumulação
A Tabela 3-2 apresenta os parâmetros usados pelo modelo da planta hidrelétrica
com reservatório de acumulação. Os dados de entrada foram escolhidos considerando-
se o custo de operação e manutenção de uma usina hidrelétrica obtido em
(OECD, 2010), arbitrando os valores de e . O exemplo usa uma planta
hidrelétrica com 9 turbinas cada uma com potência nominal de 10 MW. Foram
consideradas na simulação a energia inicial armazenada ( , a energia mínima
armazenada por unidade de tempo de simulação e a energia final armazenada no
0
10
20
30
40
50
60
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Hora
54
período de simulação , além da capacidade máxima de energia útil armazenada do
reservatório . Não foi considerada a perda por evaporação da energia
armazenada = 100%) durante o período de simulação considerado. O fluxo hídrico
usado no despacho é apresentado na Figura 3-7. A potência nominal da planta de teste e
o fluxo hídrico foram arbitrados para atenderem à demanda subtraída da geração eólica.
A Figura 3-8 apresenta o resultado do despacho da planta hidrelétrica. Verifica-se que
toda a energia excedente gerada pela fonte eólica durante o período inicial foi
desperdiçada ao comparar a Figura 3-4 com a Figura 3-8. O custo total do despacho da
hidrelétrica no período de 24 horas foi de US$ 1282.60.
Tabela 3-2– Parâmetros para o exemplo de planta hidrelétrica
Planta Hidreletrica
Parâmetro Valor Unidade
2.42 US$/MWh
3 horas
3 horas
9 turbinas
10 MW/turbina
10 MWh
10 MWh
10000 MWh
300 MWh
100%
55
Figura 3-7 – Fluxo hídrico (afluência) da geração hidrelétrica
Figura 3-8 – Despacho da hidrelétrica
3.7.3 Planta armazenadora pura
0
5
10
15
20
25
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Hora
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Hora
56
Neste exemplo foram considerados os parâmetros da planta termelétrica da
seção 3.7.1 e também uma unidade armazenadora com os parâmetros apresentado na
Tabela 3-3.
No exemplo de teste, os custos de operação e manutenção de carga de energia
e de descarga de energia da planta armazenadora pura foram obtidos a partir
do custo de operação e manutenção de uma usina reversível obtido em (OECD, 2010) .
Cada um dos custos citados anteriormente corresponde à metade dos custos de O&M de
uma usina reversível. A planta armazenadora tem ambas as potências nominal de carga
e nominal de descarga de iguais a 70 MW. A eficiência da planta
armazenadora é de 80% e o exemplo não considera perda de energia no
reservatório durante o período de simulação considerado .
A Figura 3-9 apresenta o despacho. O custo total do despacho no período de 24
horas foi de US$17477.45. Ao comparar a Figura 3-4 com a Figura 3-9 observa-se que a
maior parte da energia excedente gerada pela fonte eólica no período inicial foi
utilizada. Isto aconteceu porque a energia excedente foi armazenada e utilizada
posteriormente. A perda observada foi relativa à eficiência do armazenador.
Tabela 3-3– Parâmetros para o exemplo da planta armazenadora
Planta Armazenadora
Parâmetro Valor Unidade
2.42 US$/MW
2.42 US$/MW
70 MW
70 MW
10000 MWh
80%
100%
57
Figura 3-9 – Despacho da planta armazenadora e termelétrica
0
10
20
30
40
50
60
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Hora
Armazenadora Termelétrica
58
3.7.4 Planta CAES
A Tabela 3-4 apresenta os parâmetros da planta CAES usada no exemplo de
teste. O custo de O&M da geradora termelétrica da planta CAES , os valores de
e e a variação de potência nominal e usados foram iguais ao
do exemplo de planta termelétrica da seção 3.7.1.
O custo de O&M de carga de energia adotado foi 50% do custo de O&M
da geradora termelétrica (sem considerar o custo com o combustível). Não foi
considerado o custo de descarga , por ser baixo e difícil de ser quantificado e no
caso do CAES ele é adicionado ao custo de O&M da planta termelétrica adicionado o
custo do combustível. Como nos exemplos anteriores os valores de potência nominal
foram arbitrados para atender à demanda subtraída da geração eólica. A capacidade
máxima de armazenamento ( do exemplo de teste é de 100 MW. A eficiência da
planta CAES considerada foi 65% e a sua taxa de energia (ER é o quociente entre a
energia de entrada e energia de saída da planta CAES) utilizada foi 70%. Como nos
exemplos anteriores não foi considera perda de energia no reservatório no intervalo de
simulação ( =100%).
O despacho é apresentado na Figura 3-10. Ao comparar a Figura 3-4 com a
Figura 3-10 observa-se que a uma boa parte da energia excedente gerada pela fonte
eólica período inicial foi utilizada. Isto aconteceu porque a energia excedente foi
armazenada e utilizada posteriormente. A perda observada foi relativa à eficiência da
planta CAES. Ao se comparar o despacho do CAES (Figura 3-10) com o
Armazenamento (Figura 3-9) verifica-se que o armazenamento puro é mais flexível,
pois a descarga pode ser solicitada a qualquer momento. Já a planta CAES é mais
restrita, pois para usar o ar comprimido é necessário que a planta termelétrica esteja
ligada e existem regras para o seu funcionamento. A planta CAES funciona como uma
termelétrica que tem a sua eficiência aumentada pelo uso do ar comprimido.
59
Tabela 3-4– Parâmetros para o exemplo da planta armazenadora
Planta CAES
Parâmetro Valor Unidade
2.70 US$/MWh
0.00 US$/MWh
54.67 US$/MWh
2 horas
2 horas
35 MW
70 MW
100 MW
65%
70%
100%
Figura 3-10 – Despacho da planta CAES
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Hora
Ar comprimido Termelétrica
60
3.7.5 Linhas de transmissão e Regiões
Neste caso serão consideradas duas regiões. A primeira (R0) contará com a
Demanda2 (Figura 4-2), a geração eólica (Figura 3-3) e uma termelétrica como na seção
3.7.1 (Termelétrica1). A segunda Região (R1) contará com a Demanda1 (Figura 3-1) e
duas termelétrica idênticas a da R0.
Para verificar o comportamento do modelo da linha de transmissão do modelo
serão realizadas duas simulações. A primeira considera as duas regiões isoladamente
sem linha de transmissão. A Figura 3-11 apresenta o despacho desta simulação. O
custo total do despacho para o período de 24 horas foi de US$111854.81
(US$13394.15 para região R0 e US$98460.66 para a região R1).
A segunda simulação conta com uma linha de transmissão conectando as duas
regiões. A Tabela 4-5 apresenta os parâmetros usados para a linha de transmissão.
Nesta tabela verifica-se que o custo de cada MW transmitido foi de US$1.00, a
eficiência da linha ( foi 95% e a quantidade máxima de energia transportada pela
linha ( considerada foi 100 MW.
O despacho dessa simulação pode ser observado na Figura 3-12. Neste caso o
custo do despacho para o período de 24 horas foi de US$ 76633.09. Ao compararmos as
Figuras 3-11 com a 3-12 verifica-se que a energia excedente da Região R0 foi usada
pela Região R1, o que reduziu o custo total do despacho. A única perda considerada foi
na linha de transmissão.
61
Figura 3-11 – Despacho das duas regiões sem linha de transmissão
Tabela 3-5– Parâmetros da linha de transmissão
Linha de Transmissão Unidade
Parâmetro Valor
1,00 US$/MWh
95 %
100 MW
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Hora
Termelétrica1 Termelétrica2 + Termelétrica3
62
Figura 3-12 – Despacho das duas regiões interconectadas por uma linha de
transmissão
0
10
20
30
40
50
60
70
80
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Hora
Termelétrica1 Termelétrica2 + Termelétrica3
63
4 Desenvolvimento de software
Este capítulo descreve o desenvolvimento do software que gerou os programas
para as simulações dos testes apresentados no capítulo 3 e as simulações do capítulo 5.
Os programas foram desenvolvidos por não se contar com uma ferramenta de
otimização como AMPL, GAMS ou MATLAB. O resultado final foi uma forma concisa
e prática de descrever um sistema elétrico, sem necessidade de se deter em detalhes das
variáveis do modelo a cada instante de tempo. Deste modo, uma pessoa que não tem
conhecimentos de otimização, pode especificar uma rede elétrica com os seus elementos
constituintes e obter simulações do sistema.
4.1 Aspectos gerais
As etapas para obter as simulações de um modelo foram apresentadas na seção 3.3.
Para atender aos 3 últimos passos da seção 3.4 foram desenvolvidos programas em
C++ para realizar as seguintes funções:
a) Um gerador de equações no formato LP para o modelo descrito a partir de um
arquivo de configuração da rede elétrica;
b) Extração por fonte/armazenador dos valores das variáveis por tipo de planta a
partir do arquivo de solução de um solver comercial (SCIP);
c) Um log consolidado por fonte que apresenta a consolidação de custo, geração e
emissão por planta além do custo, geração, emissão, carga e descarga de cada
planta armazenadora/CAES;
O formato LP (IBM, 2016) é um formato de arquivo de entrada de dados
desenvolvido pela IBM para problemas de otimização e aceito pela maioria dos solvers
comerciais de otimização, como o CPLEX (CPLEX, 2016) e SCIP (SCIP, 2016).
64
4.2 Gerador de equações do modelo no formato LP
O programa gera um arquivo LP usando o modelo proposto a partir de um
arquivo de configuração. O arquivo de configuração é um arquivo que contém a
descrição do sistema elétrico. Nele é possível descrever primeiramente a quantidade de
intervalos de tempo da simulação. Após isto descreve-se cada região do sistema,
informando-se suas demandas, geração de base, as plantas geradoras e armazenadoras e
suas respectivas características operacionais e por último informa as linhas de
transmissão existentes e suas características. O formato do arquivo de configuração é
descrito na Tabela 4-1.
À exceção das expressões construídas com os delimitadores apresentados na
Tabela 4-1, todos os texto são considerados comentários. Os comentários estão
apresentados em negrito para melhor compreensão dos arquivos de configuração.
As Figuras 4-1, 4-2, 4-3, 4-4 e 4-5 apresentam respectivamente os arquivos de
configuração dos exemplos de teste das seções 3.7.1, 3.7.2, 3.7.3, 3.7.4 e 3.7.5.
Tabela 4-1– Descrição dos delimitadores de um arquivo de configuração
Delimitador Variável
do
modelo
Descrição
-N intervalos N Número de intervalos de tempo da simulação
-R Cria uma nova região
-B arquivo Arquivo com uma geração de base que será usada na região
atual
-D arquivo Arquivo com a demanda da região atual
-Nome nome- planta Nome da planta
-Co custo Custo de O&M da planta
-Gm energia Geração máxima de uma termelétrica
-G0 energia Geração mínima de uma termelétrica
-Nl intervalos Número mínimo de intervalos com a planta ligada (se for
ligada)
65
-Nd intervalos Número mínimo de intervalos com a planta ligada (se for
desligada)
-FE fator Fator de emissão da planta
-Tipo_u Tipo da planta termelétrica
-s Fim da descrição da planta termelétrica
-Tp quantidade Quantidade de turbinas de uma hidrelétrica
-Gtp energia Geração máxima da turbina de uma hidrelétrica
Emin energia Energia mínima armazenada a cada instante
Efin energia Energia mínima armazenada no fim da simulação
Emax energia Máxima energia armazenada
-lambda taxa Taxa de perda de energia
-F Arquivo de fluxo hídrico de uma hidrelétrica
-h Fim da descrição de uma planta hidrelétrica ou CAES
-Ka custo Custo de carga do armazenamento
-Kf custo Custo de descarga do armazenamento
-Pf energia Energia máxima armazenada por unidade de
-Pa energia Geração máxima fornecida por uma planta armazenadora por
unidade de tempo
-eff taxa Eficiência da planta
-Tipo_a Tipo da planta armazenadora
-a Fim da descrição da planta armazenadora
-CD custo Custo de descarga da planta CAES
-CC custo Custo de carga da planta CAES
ER taxa Taxa entre a energia da termelétrica pura e a final da
termelétrica usando o ara comprimido
-S Energia carregada máxima pela planta CAES
-Tipo_h Tipo da planta hidrelétrica ou CAES
-Lmax valor Capacidade de transmissão máxima da linha de transmissão
-Ct custo Custo da linha de transmissão
-rho eficiência Eficiência da linha transmissão
-l região-r região-q Define uma linha de transmissão unidirecional da região-r para a
região -q
-END Fim do arquivo de configuração
66
Número de intervalos de tempo para a simulação
-N 24
Arquivo geração eólica
-B Eolica.txt
Arquivo com a demanda
-D Demanda.txt
Adiciona as UTE GN ciclo combinado
-Nome UTE-GN-CC
-Co 54.67 -Nl 2 -Nd 2 -Gm 70.00 -G0 35.0
-FE 0.3995 -Tipo_u 1
-s
-END
Figura 4-1 – Arquivo de configuração do exemplo de teste da seção 3.7.1
Número de intervalos de tempo para a simulação
-N 24
Arquivo geração eólica
-B Eolica.txt
Arquivo com a demanda
-D Demanda.txt
Adiciona UHE
-Nome HIDRO
-Tp 9 -Gtp 10 -Nl 3 -Nd 3 -Emin 10.0 -Efin 10.0
-Emax 10000.0 -Eini 300.0 -lambda 1.0 -Co 2.42 -Tipo_h 4
-F FluxoHidrico.txt
-h
-END
Figura 4-2 – Arquivo de configuração do exemplo de teste da seção 3.7.2.
67
Figura 4-3 – Arquivo de configuração do exemplo de teste da seção 3.7.3.
Número de intervalos de tempo para a simulação
-N 24
Arquivo geração eólica
-B Eolica.txt
Arquivo com a demanda
-D Demanda.txt
Adiciona as UTE GN ciclo combinado
-Nome UTE-GN-CC
-Co 54.67 -Nl 2 -Nd 2 -Gm 70.00 -G0 35.0 -FE 0.3995
-Tipo_u 1
-s
Adiciona uma unidade de armazenamento
-Nome USINA-REVERSIVEL
-Ka 2.42 -Kf 2.42 -Pf 70.0 -Pa 70.0 -Emax 1000.0
-eff 0.80 -lambda 1.0 -Tipo_a 0
-a
-END
68
Figura 4-4 – Arquivo de configuração do exemplo deteste da seção 3.7.4.
Número de intervalos de tempo para a simulação
-N 24
Arquivo geração eólica
-B Eolica.txt
Arquivo com a demanda
-D Demanda.txt
Adiciona uma unidade CAES
-Nome CAES-CONVENCIONAL
-CD 0.00 -CC 2.70 -Co 54.67
-Nl 2 -Nd 2 -eff 0.65 -lambda 1.0
-ER 0.70 -Gm 70.0 -G0 35.0 -S 35.0
-Emax 1000.0 -FE 0.3995 -Tipo_h 3
-h
-END
69
Figura 4-5 – Arquivo de configuração do exemplo de teste da seção 3.7.5.
O arquivo LP gerado a partir do arquivo de configuração da Figura 4-1 é
apresentado na Figura 4-6. Por simplicidade a quantidade de intervalos de tempo foi
reduzida de 24 para 6 (instantes de tempo 10 a 15 das Figuras 4-1 e 4-3). É importante
observar que, com o aumento da quantidade de plantas e intervalos de tempo, o arquivo
Número de intervalos de tempo para a simulação
-N 24
Primeira região
Arquivo geração eolica
-B Eolica.txt
Arquivo com a demanda
-D Demanda-metade.txt
Adiciona as UTE GN ciclo combinado
-Nome UTE-GN-CC
-Co 54.67 -Nl 2 -Nd 2 -Gm 70.00 -G0 35.0 -FE 0.3995 -
Tipo_u 1
-s
Segunda região
-regiao
Arquivo com a demanda
-D Demanda.txt
Adiciona uma UTE GN ciclo combinado
-Nome UTE-GN-CC
-Co 54.67 -Nl 2 -Nd 2 -Gm 70.00 -G0 35.0 -FE 0.3995 -
Tipo_u 1
-s
Adiciona outra UTE GN ciclo combinado
-Nome UTE-GN-CC
-Co 54.67 -Nl 2 -Nd 2 -Gm 70.00 -G0 35.0 -FE 0.3995 -
Tipo_u 1
-s
Adiciona uma linha de transmissão da R0 para a R1
-Lmax 500.0
-rho 0.95
-Ct 1.0
-l 0 1
-END
70
LP cresce muito. Por exemplo, no capítulo 6 foram realizadas simulações com 33
termelétricas, uma hidrelétrica despachável e 372 unidades de tempo (uma quinzena)
gerou 27156 variáveis (14880 binárias e 12276 contínuas) e 40921 restrições e o arquivo LP
com tamanho de 34 Mbytes. No entanto o arquivo de configuração é bem pequeno, com
162 linhas e tamanho de 3,8 Kbytes. A vantagem do arquivo de configuração é que ele
reduz significativamente o trabalho da geração das equações do modelo para ser
otimizado, além de impedir erros na construção das equações, pois o programa usado na
geração das equações já foi depurado e testado exaustivamente. O arquivo LP pode ser
usado como arquivo de entrada de um solver comercial.
Tabela 4-2– Arquivo LP gerado pelo programa e descrição das suas linhas
Linha do arquivo LP Observação
MIN Função de minimização
obj: + 1913.449936 x0 + 1913.449936 x1 +
1913.449936 x2 + 1913.449936 x3 + 1913.449936
x4 + 1913.449936 x5 + 54.669998 x6 + 54.669998
x7 + 54.669998 x8 + 54.669998 x9 + 54.669998 x10
+ 54.669998 x11
Função objetivo seção (4.1.1):
as variáveis x0,x1, x2,x3, x4,x5
correspondem à variável x0 do modelo
nos instantes n=0, 1,2,3,4 e 5
respectivamente.
Do mesmo modo as variáveis x6,x7,
x8,x9, x10 e x11 correspondem à
variável x1 do modelo nos instantes n=0,
1,2,3,4 e 5 respectivamente .
Subject To Sujeito à
c0: -2 x0 + x1 >= -1 Restrição de Non (seção 4.1.3.2) eq. 4.
c1: 2 x0 - 2 x1 + x2 >= -1 idem
c2: 2 x1 - 2 x2 + x3 >= -1 idem
c3: 2 x2 - 2 x3 + x4 >= -1 idem
c4: 2 x3 - 2 x4 + 1 x5 >= -1 idem
71
c5: 2 x4 - 2 x5 + 2 x5 >= -1 idem
c6: 2 x0 - x1 >= -2 Restrição de Noff (seção 4.1.3.2) eq. 6.
c7: -2 x0 + 2 x1 - x2 >= -2 idem
c8: -2 x1 + 2 x2 - x3 >= -2 idem
c9: -2 x2 + 2 x3 - x4 >= -2 idem
c10: -2 x3 + 2 x4 -1 x5 >= -2 idem
c11: -2 x4 + 2 x5 -2 x5 >= -2 idem
c12: -35.000000 x0 + x6 <= 0.0 Restrição se desligada não gera (seção
4.1.3.2) eq. 9, n=0.
c13: -35.000000 x1 + x7 <= 0.0 Restrição se desligada não gera (seção
4.1.3.2) eq. 9, n=1.
c14: -35.000000 x2 + x8 <= 0.0 Restrição se desligada não gera (seção
4.1.3.2) eq. 9, n=2.
c15: -35.000000 x3 + x9 <= 0.0 Restrição se desligada não gera (seção
4.1.3.2) eq. 9, n=3.
c16: -35.000000 x4 + x10 <= 0.0 Restrição se desligada não gera (seção
4.1.3.2) eq. 9, n=4.
c17: -35.000000 x5 + x11 <= 0.0 R Restrição se desligada não gera (seção
4.1.3.2) eq. 9, n=5.
c18: +35.000000 x0 + x6 >= -11.000000 Restrição de Demanda (seção 4.1.2) ,
n=0.
c19: +35.000000 x1 + x7 >= -23.000000 Restrição de Demanda (seção 4.1.2) ,
n=1.
c20: +35.000000 x2 + x8 >= -29.000000 Restrição de Demanda (seção 4.1.2) ,
n=2.
c21: +35.000000 x3 + x9 >= -30.000000 Restrição de Demanda (seção 4.1.2) ,
n=3.
c22: +35.000000 x4 + x10 >= -32.000000 Restrição de Demanda (seção 4.1.2) ,
n=4.
c23: +35.000000 x5 + x11 >= -33.000000 Restrição de Demanda (seção 4.1.2) ,
72
n=5.
Bounds Limites
0.0 <= x6 <= 35.000000 Restrição ligar antes de gerar (seção
4.1.3.2) eq. 8, n=0.
0.0 <= x7 <= 35.000000 Restrição ligar antes de gerar (seção
4.1.3.2) eq. 8, n=1.
0.0 <= x8 <= 35.000000 Restrição ligar antes de gerar (seção
4.1.3.2) eq. 8, n=2.
0.0 <= x9 <= 35.000000 Restrição ligar antes de gerar (seção
4.1.3.2) eq. 8, n=3.
0.0 <= x10 <= 35.000000 Restrição ligar antes de gerar (seção
4.1.3.2) eq. 8, n=4.
0.0 <= x11 <= 35.000000 Restrição ligar antes de gerar (seção
4.1.3.2) eq. 8, n=5.
Binary Indica que seguem as variáveis binárias
x0 x1 x2 x3 x4 x5 Variáveis binárias nos instantes n= 0,
1,2,3,4 e 5
End Fim do arquivo LP
O arquivo de solução gerado pelo SCIP a partir do arquivo LP (Tabela 4-2) é
apresentado na Tabela 4-3. É importante observar que o arquivo de solução do SCIP
apenas apresenta as variáveis com valor diferente de zero. O arquivo de solução de cada
solver é diferente, já o arquivo LP é padronizado.
73
Tabela 4-3– Arquivo de solução do SCIP obtido a partir do arquivo LP
Linhas do Arquivo de solução da
otimização do SCIP
Descrição
solution status: optimal solution found Informa que a solução ótima foi encontrada
objective value: 16127.649446 Informa o valor da função objetivo
x0 1 Valor x0 do modelo no intervalo n=0
x1 1 Valor x0 do modelo no intervalo n=1
x2 1 Valor x0 do modelo no intervalo n=2
x3 1 Valor x0 do modelo no intervalo n=3
x4 1 Valor x0 do modelo no intervalo n=4
x5 1 Valor x0 do modelo no intervalo n=5
x8 15 Valor x1 do modelo no intervalo n=2
x9 19 Valor x1 do modelo no intervalo n=3
x10 23 Valor x1 do modelo no intervalo n=4
x11 28 Valor x1 do modelo no intervalo n=5
74
4.3 Extração das variáveis por unidade geradora/armazenadora
O resultado da extração das variáveis a partir do arquivo de solução apresentado
na Tabela 5-3 é apresentado na Tabela 4-4, onde xi é a i-ésima variável e n é o intervalo
de tempo. No caso de apenas uma planta o resultado é simples. Porém, quando são
usadas várias plantas, a extração de variáveis por fonte geradora/armazenadora agiliza
o trabalho.
Tabela 4-4 – Resultado da extração das variáveis por planta geradora/armazenadora
xi/n 0 1 2 3 4 5
x0 1 1 1 1 1 1
x1 0 0 15 19 23 28
4.4 Geração de informações consolidadas por geradora/armazenadora
A partir do arquivo de solução (Tabela 4-3) foi gerado um arquivo consolidado
da simulação (Tabela 4-5). Nele pode-se observar o custo, geração e emissão por fonte
geradora e armazenadora. E por último a totalização do custo, geração e emissões da
simulação.
Tabela 4-5– Informações consolidadas da simulação
Nome Custo Geração Emissão
UTE-GN-CC 16127.65 295 117.8525
Custo Total 16127.65
Geração Total 295
Emissão Total 117.8525
75
5 Análise de Sensibilidade: uma aplicação para o Sistema Elétrico do
Nordeste Brasileiro
5.1 Estudo de caso
O presente estudo de caso é uma aplicação do uso do modelo proposto na seção
3.6. Deste modo, não pretende ser um estudo exaustivo do assunto. Não obstante, as
conclusões obtidas com o estudo são úteis para avaliar a utilidade do armazenamento de
energia em um sistema elétrico de grande porte. Assim, os resultados obtidos devem ser
vistos como um resultado para um sistema elétrico usando fontes despacháveis e
variáveis, além de armazenamento de energia, e não como um resultado aprofundado
para ser aplicado ao nordeste brasileiro.
Vinte cenários foram criados com o objetivo de verificar o impacto do
armazenamento de energia no sistema elétrico do NE brasileiro, sendo que quatro são os
cenários de referência cujo único dispositivo de armazenamento considerado foi o
reservatório de uma hidrelétrica de grande porte (Luiz Gonzaga). Estes quatro cenários
diferem apenas na quantidade de energia eólica disponível. Para cada um dos cenários
de referência existem quatro cenários alternativos, cada um usando uma tecnologia de
armazenamento diferente: dois com usina reversível (PHS) de circuito fechado, um com
AA-CAES e um com CAES.
Todos os sistemas geradores/armazenamento no modelo proposto foram usados para
simular o sistema elétrico do Nordeste brasileiro. Neste estudo, a região Nordeste do
Brasil considerada é a região Nordeste eletro-energética, que exclui o estado do
Maranhão.
Foram realizadas as seguintes considerações:
a) No caso dos geradores com várias unidades de geração e grande capacidade
instalada (acima de 300 MW), tais como plantas a gás natural e a óleo
combustível de alta capacidade, cada uma das suas unidades foi modelada como
uma usina termelétrica.
b) As usinas térmicas alimentadas por gás natural e óleo combustível foram
modeladas como usinas térmicas, variando sua geração entre 75% a 100% da
sua potência nominal. Por outro lado, geradores a diesel foram modelados
variando sua geração entre 50% a 100% da sua potência nominal.
76
c) Para as usinas hidrelétricas com reservatório de acumulação, o despacho de cada
turbina foi considerado isoladamente na semi-base.
d) Não foi considerada a transmissão de energia no interior da Região Nordeste.
A partir das informações de demanda hora a hora do ano de 2013 para o NE
brasileiro fornecida pelo ONS (ONS, 2016), realizaram-se as projeções que estão
apresentadas no apêndice A para obter os dados para o ano de 2035. O ano de 2035 foi
escolhido para as simulações pois, de acordo com as previsões, já contarão com boa
capacidade instalada de geração eólica. Além disto, esta definição serve para ter visão
de pelo menos 15 anos adiante, havendo tempo para instalação de plantas piloto de
armazenamento de energia no país. Todas as simulações usaram 5% da energia de
reserva. Os detalhes dos cenários são apresentados na próxima seção e os valores
quantitativos estão no Anexo A.
5.2 Cenários
5.2.1 Cenários de Referência
Estes cenários apresentam a demanda e a geração para o ano de 2035 sem incluir
tecnologias de armazenamento de energia.
A potência instalada do NE brasileiro por fonte de geração para o ano de 2035 é
apresentada na Tabela 5-1. Neste cenário, a energia eólica corresponde a 46% do total
de energia gerada. Os outros cenários de referência foram obtidos aumentando-se a
geração eólica através da aplicação um percentual fixo. Assim, foram obtidos os
cenários de referência com participação de 46%, 55%, 64% e 73% da geração total de
energia eólica (para um fator de capacidade de 35%). Todos os cenários mantém
inalterada a geração das demais fontes geradoras de energia.
A Tabela 5-2 apresenta o custo para as tecnologias utilizadas no cenário de
referência (46% de participação da geração eólica).
77
Tabela 5-1– Potência instalada do NE brasileiro por tipo de planta no SIN em MW
Planta 2015 2035
GN Ciclo aberto 350 2350
GN Ciclo combinado 2093 4093
Óleo Combustível 2060 2010
Óleo Diesel 857 616
Carvão 1085 1085
Hidrelétrica - despachável 1480 1480
Hidrelétrica - base 8786 8786
Hidrelétrica - Intercâmbio1 2073 2073
Eólica 3953 21040
Solar (FV) 0 4229
Biomassa – carvão vegetal 300 300
Biomassa - bagaço 0 796 1 Média do mês de março (mês com maior intercâmbio do ano)
Fonte: Elaboração própria usando dados de ONS, 2016, ANEEL, 2015, ANEEL, 2016 e
IEA, 2013a.
Tabela 5-2– Custo por tipo de planta considerada no estudo
Planta
Capital
(US$/kW)
O&M
(US$/MWh)
Combustível1
(US$/MWh)
GN Ciclo aberto 650 4.48 81.25
GN Ciclo combinado 917 5.40 49.27
Óleo Combustível 1070 10.84 116.39
Óleo Diesel 1000 7.99 106.58
Carvão 2000 8.76 19.60
Hidrelétrica – grande porte 2091 2.42 0.00
Eólica 1810 8.63 0.00
Solar (FV) 2667 5.71 0.00
Biomassa 2712 15.66 6.73
1preço do combustível nos EUA
Fonte: OECD, 2010 , BLACK & VEATCH, 2012, EIA, 2013, BORBA, 2012,
NOGUEIRA, 2014
78
a) Demanda
Como o objetivo do presente capítulo é apresentar uma aplicação para o modelo
proposto, optou-se por usar a evolução da demanda apresentada pelo World Energy
Outlook (EIA, 2013a), sem realização de um estudo prévio sobre a demanda mais
adequada, apesar de haver outros estudos de demanda que também poderiam ter sido
usados. A opção pelo World Energy Outlook foi pela sua abrangência e atualidade. A
evolução da demanda para o ano de 2035 foi obtida usando a demanda de 2013 e
aplicando-se o acréscimo de demanda indicado no World Energy Outlook (EIA, 2013a)
de uma maneira uniforme, o que representou um aumento de 65% para o período. De
acordo com a EPE (EPE, 2014), a participação da demanda do NE no Brasil deverá ser
de 14,5% em 2023 e foi a mesma considerada para o ano de 2035.
b) Usinas Hidrelétricas
Entre as usinas hidrelétricas do NE brasileiro, apenas Sobradinho e Luiz
Gonzaga possuem reservatório de acumulação significativo, enquanto as demais são
usinas a fio d´àgua. No modelo, a única hidrelétrica que foi despachada foi Luiz
Gonzaga, pois o lago de Sobradinho é usado para várias outras funções além da geração
de energia elétrica (AGÊNCIA BRASIL, 2015).
A energia armazenada no reservatório para cada mês de 2035 foi calculada como
a média dos anos 2010-2014 para cada mês, utilizando a informação fornecida pela
CHESF (CHESF, 2016).
Considerou-se que as demais usinas hidrelétricas geraram energia apenas na
base. O intercâmbio entre as regiões N e NE para o período foi obtido a partir da média
do intercâmbio N-NE durante os anos de 2010 a 2014 para cada período de simulação a
partir dos dados do ONS (ONS, 2016).
De acordo com a EPE (EPE, 2015) até o ano de 2024 não haverá aumento de
geração hidrelétrica na região NE. O mesmo foi assumido até o ano de 2035.
c) Usinas a gás natural, óleo diesel e óleo combustível
79
Para aproximar a simulação do despacho realizado pelo ONS, apenas a usinas
termelétricas a gás natural, óleo diesel e óleo combustível serão despachadas.
O crescimento da potência instalada para as plantas de gás natural em 2035 foi
estimado usando-se as informações de IEA (IEA, 2013a) considerando-se a mesma
participação atual das plantas de gás natural no NE.
Este estudo prevê o descomissionamento de algumas plantas de óleo
combustível e óleo diesel entre 2031 e 2034, porque neste período já terão completado a
vida útil de 30 anos. Foi considerado apenas acréscimo de novas plantas a gás natural,
sendo metade das novas plantas de ciclo aberto e metade ciclo combinado.
d) Usinas a Biomassa
A geração a biomassa será considerada geração na base. Para a geração de
carvão vegetal apenas a potência instalada já contratada para o ano de 2018 (300 MW)
(ANEEL, 2015) será considerada, pois o NE é a região brasileira com a menor
disponibilidade hídrica. Depois de 2025, o crescimento na potência instalada será
apenas de usinas a bagaço de cana. A avaliação do crescimento da geração de bagaço de
cana pelo SIN no NE usa o crescimento no período de 2013 a 2035 apresentado pela
IEA (IEA, 2013a) para o Brasil, aplicando-se a participação da produção da cana-de-
açúcar do NE, que é 10% de acordo com o IBGE (IBGE, 2015) e excluindo 10% para
geração distribuída.
e) Usinas de carvão
A geração a carvão será considerada geração de base e nenhum acréscimo de
potência instalada é contabilizado no período para o Nordeste. De acordo com a IEA
(IEA, 2013a), até 2035 esse acréscimo no Brasil deve ser de apenas 1,5 GW.
Considerou que este pequeno acréscimo brasileiro deverá ocorrer nos estados de Santa
Catarina e Rio Grande do sul, que são os estados com maior reserva conhecida de
carvão mineral no país (ANNEL, 2008).
80
f) Plantas solares FV
A geração de energia solar fotovoltaica é tratada como planta não despachável
no modelo. A capacidade instalada para 2020 é estimada com base nas centrais solares
com construções previstas para terminar em 2018 (CCE, 2015). Entre 2021 e 2025 foi
contabilizado um aumento de 25% na potência instalada de fontes renováveis no NE,
com base no Plano Decenal de Energia 2024 (PDE 2024) da EPE (EPE, 2015), uma vez
que esta previsão não considera a geração distribuída. Foi usada a previsão do IEA
(IEA, 2013a) de acréscimo anual para o Brasil em 2035 considerando-se a participação
de 30% para o NE do Brasil, sendo 90% desta participação de geração centralizada.
Como não existem ainda centrais fotovoltaicas construídas no NE, foi usada a curva de
radiação global horizontal solar de 2013 informada pelo Projeto SONDA (INPE-
SONDA, 2015) para a cidade de Petrolina-PE, usando fator de capacidade de 17% de
acordo com a EPE (EPE, 2012).
g) Eólica
A curva de produção de energia eólica de 2013 foi utilizada aplicando-se o fator
de crescimento previsto para o ano de 2035. Para ser conservador, o fator de capacidade
adotado foi de 35%. Embora o fator de capacidade atual seja maior que este valor, por
exemplo em 2014 foi de 41,4% (MME, 2015), através dos anos já terão sido utilizados
os melhores sítios, havendo uma tendência de diminuição do fator médio ao longo dos
anos.
Todos os novos parques eólicos serão conectados ao SIN. Considerando-se a
quantidade de plantas que não estão ligadas ao SIN atualmente, assumiu-se que 5% será
fora do SIN em 2035 (ANEEL, 2012).
Foi considerado o aumento da potência instalada informado pelo IEA (IEA,
2013a) para o ano de 2035 aplicando-se a participação de 50% da expansão projetada
para o país, já que esta é a porcentagem de participação do NE no potencial eólico
brasileiro, de acordo com o CEPEL (CEPEL-CRESESB, 2001). Dessa participação,
15% foi excluída como geração distribuída.
81
Os parques eólicos que participam do SIN e não estão nos estados BA, CE e RN
não têm sua geração horária informada pelo ONS (ONS, 2016). Neste caso, a potência
instalada destes parques foi distribuída no modelo pelos parques dos estados BA, CE e
RN. A proporção da participação na produção eólica para os estados da BA, CE e RN
para o ano de 2020 foi mantida em 2035. A produção eólica será considerada não
despachável no modelo.
5.2.2 Cenários Alternativos
Os cenários alternativos utilizados para testar os modelos em 2035 são:
• PHS-∞ (usina reversível ciclo fechado com capacidade “infinita”)
• PSH (usina reversível ciclo fechado)
• AA-CAES (Advanced Adiabatic Compressed Air Energy Storage)
• CAES (Compressed Air Energy Storage).
Cada um dos cenários alternativos usa a mesma demanda e potência instalada
das fontes dos cenários de referência (Tabela 5-1). Cada um dos cenários alternativos
inclui uma tecnologia de armazenamento diferente para ser avaliada no sistema elétrico
do NE. Para os cenários PHS, PHS-∞ e AA-CAES, apenas uma unidade de
armazenamento é usada para modelar uma possível implementação que poderá
distribuída usando várias plantas. Esse não foi o caso com CAES, uma vez que as
unidades de armazenamento estão vinculadas a uma planta termelétrica.
As unidades de armazenamento foram conectadas diretamente ao sistema
elétrico e não diretamente nos parques eólicos.
Os custos e as características das plantas armazenadoras são apresentados na
Tabela 5-3 e as plantas de armazenamento simuladas no presente estudo são exibidas na
Tabela 5-4.
82
Tabela 5-3– Custo da energia para as plantas armazenadoras
Tecnologia
Capital
(US$/KW)
O&M
Carga
(US$/MWh)
O&M
Descarga
(US$/MWh)
Planta GN 1
(US$/MWh)
ER
(%)
Eficiência
armaze-
namento
(%)
PSH
(u. reversível) 2230 2.42 2.42 N/A N/A 80
CAES-GT
(subterrâneo) 1000 2.702 0.00 85.73 0.70 65
CAES-CC
(subterrâneo) 1200 2.702 0.00 85.73 0.70 65
AA- CAES
(subterrâneo) 1300 3.512 5.40
2 N/A N/A 75
1 Custo de O&M e combustível usando o preço do combustível nos EUA. 2estimado
N/A – não aplicável
Fonte : Elaboração própria usando informações de OECD, 2010, BLACK&VEATCH,
2012, EU, 2012, RWE POWER, 2016
Tabela 5-4– Capacidade de armazenamento e potência instalada das plantas
armazenadoras consideradas no estudo
Planta
Armazenamento
(MWh)
Potência Instalada
(MW)
PHS-∞ 80000000 100000
PHS 50000 2500
AA-CAES 50000 2500
CAES-GT 16000 2000
CAES-CC 16000 2000
Fonte : Elaboração própria
O PHS-∞ é um cenário usando uma usina reversível com capacidade
extremamente alta (80 TWh de capacidade de armazenamento e 100 GW de potência
instalada). Ele foi usado para obter a máxima redução de custo possível com a
tecnologia PHS, independentemente das limitações práticas de implementação. O
cenário PHS utiliza um dispositivo de armazenamento de capacidade muito menor do
que o cenário PHS-∞ e foi utilizado para investigar a penalidade na redução de custo
quando se usam unidades de armazenamento de menor capacidade.
O cenário AA-CAES tem capacidade idêntica ao cenário PHS. A capacidade de
armazenamento do cenário CAES foi distribuída igualmente entre quatro unidades de
ciclo aberto e quatro unidades de ciclo combinado (EPRI, 2003).
83
5.3 Simulações e Resultados
A simulação do modelo usando informação proposta do NE brasileiro foi
realizada utilizando os seguintes recursos: Processador Intel i5-4590 (4ª geração), @ 3,3
GHz e 32 GB de memória RAM.
O modelo foi implementado em um programa C ++ que gera arquivos do
modelo proposto no formato LP para IBM CPLEX. O solver utilizado foi o SCIP
(SCIP, 2016).
A simulação é de alta complexidade, pois envolve o despacho hora a hora de
um grande número de plantas geradoras. Como os recursos são limitados, cada ano foi
dividido em vinte e quatro quinzenas. Uma quinzena típico de um cenário de referência
leva a um problema de otimização com 27156 variáveis (14880 binárias e 12276
contínuas) e 40921 restrições. A energia armazenada no final de quinzena foi
transportada para o início da quinzena seguinte.
A figura 6-1 ilustra, para cada cenário, o custo de O&M versus a geração eólica.
O custo é apresentado como um percentual do custo do cenário de referência para 46%
de geração eólica (geração eólica prevista para o ano de 2025), e a energia eólica como
uma percentagem do total da energia gerada.
As curvas mostram que há uma redução do custo de O&M total do sistema
quando a participação da geração eólica aumenta de 46% a 64%. Isto pode ser explicado
pela redução da utilização de centrais térmicas, uma vez que a energia eólica é muito
mais barata. No entanto, um aumento adicional na participação de energia eólica leva a
um aumento do custo total, porque a redução do custo devido à redução da utilização de
centrais térmicas é menor do que o aumento dos custos de O&M dos parques eólicos.
Isto acontece porque aumenta o desperdício de energia eólica. Um comportamento
semelhante é observado com os cenários que usam plantas armazenadoras de energia,
pois ao se armazenar a energia eólica excedente menos energia eólica é desperdiçada e
deste modo o custo total é menor. Como esperado, a redução de custos é maior com o
aumento da capacidade de armazenamento e da eficiência da planta armazenadora.
84
No cenário de simulação PHS-∞, observou-se que a energia armazenada máxima
foi 2.069.987 MW. Observou-se também que o pico de energia carregada foi 18492
MW. Assim, uma planta com esta capacidade deve atingir o desempenho máximo.
Figura 5-1 – Custo de O&M versus geração de energia eólica para o ano de 2035
(Fator de capacidade 35%).
A Figura 5-2 ilustra, para cada configuração de armazenamento, a redução de
custos versus a geração eólica. A redução de custo é apresentada como uma
percentagem do custo do cenário de referência e a energia eólica como uma
percentagem do total da energia gerada. Pode ser observado que a redução máxima de
5.4% é alcançada no cenário PHS, com 55% de participação de geração eólica. No
entanto, isso não corresponde ao custo mínimo, que é atingido a 64% da contribuição de
energia eólica, de acordo com a Figura 5.1.
A Figura 5-3 mostra a energia total descarregada nos dispositivos
armazenadores, como uma percentagem do total da energia gerada em um ano para cada
um dos cenários. Observa-se que a energia armazenada aumenta à medida que aumenta
a quantidade de geração eólica até atingir 55% de geração eólica. Após este ponto, a
utilização dos dispositivos de armazenamento de energia diminui à medida que geração
eólica aumenta. Isto é esperado porque com o aumento da geração eólica reduz-se a
75.0
80.0
85.0
90.0
95.0
100.0
46 55 64 73
% C
ust
o r
efe
rên
cia
- 4
6%
Po
t.e
ólic
a in
stal
ada
Referência
PHS ∞
PHS
AA-CAES
CAES
85
necessidade de armazenar a energia excedente para atender a demanda em períodos de
baixa geração.
Figura 5-2 – Percentual de redução de custo anual para cada cenário alternativo.
Figura 5-3 – Percentual de energia armazenada anual para cada cenário alternativo.
É importante notar que a usina hidrelétrica de grande porte usada nas simulações
anteriores é um dispositivo de armazenamento de energia com grande capacidade.
Quando o despacho é otimizado, esse recurso pode ser usado para reduzir o desperdício
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
46 55 64 73
% R
ed
uçã
o d
e c
ust
o
% Energia eólica
PHS
AA-CAES
CAES
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
46 55 64 73
% E
ne
rgia
arm
aze
nad
a
% Energia eólica
PHS
AA-CAES
CAES
86
de energia das fontes de energia variáveis, como a eólica e a solar. No entanto, o
reservatório de uma usina hidrelétrica pode ter outros usos, que podem reduzir a
liberdade de despachá-la. Por esta razão, foi realizada uma simulação onde a hidrelétrica
de grande porte não foi despachada e sua geração foi incluída como geração na base. A
energia fornecida pela planta foi escolhida com base em dados históricos de fluxo
hídrico, a fim de manter o nível constante do reservatório. A Figura 6-4 mostra o custo
de O&M para cada cenário neste caso.
As curvas na Figura 5-4 são semelhantes às da Figura 5-1, com custo mínimo
ocorrendo quando de 64% de geração eólica. A redução de custo é maior, uma vez que a
hidrelétrica de grande porte não contribui para diminuir o custo do cenário de
referência.
Figura 5-4 – Custo de O&M versus geração de energia eólica para o ano de 2035
considerando-se a geração da hidrelétrica de grande porte na base.
É interessante comparar os custos mínimos obtidos pelos cenários PHS-∞ em
ambas as simulações, conforme apresentado na Figura 5-5. Observa-se que os custos da
simulação com a hidrelétrica de grande porte na base é ligeiramente maior. Isto ocorre
porque o dispositivo de armazenamento é sempre mais caro devido à sua eficiência
inferior a 1.0, além do seu custo de operação. No entanto, os custos são semelhantes,
como seria de se esperar. É importante notar que o custo mínimo não pode ser
conseguido sem a utilização de tecnologia de armazenamento.
70
75
80
85
90
95
100
46 55 64 73
% R
efe
rên
cia
- 4
6%
en
erg
ia e
ólic
a
% Energia eólica
Referência
PHS ∞
PHS
AA-CAES
CAES
87
Legenda:
PHS-∞1 Considerando despacho da hidrelétrica de grande porte
PHS-∞2 Considerando hidrelétrica de grande porte na base
Figura 5-5 – Custo de O&M versus geração de energia eólica para o ano de 2035
considerando-se a geração da hidrelétrica de grande porte na base.
As Figuras 5-6 e 5-7 são similares às Figuras 5-2 e 5-3, considerando a hidrelétrica de
grande porte na base.
Figura 5-6 – Percentual de redução de custo anual para cada cenário alternativo
considerando a hidrelétrica de grande porte na base.
75
80
85
90
95
100
46% 55% 64% 73%
% P
HS-
∞2
- 4
6%
en
erg
ia e
ólic
a
% Energia eólica
PHS-∞1
PHS-∞2
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
46 55 64 73
% r
ed
uçã
o d
e c
ust
o
% Energia eólica
PHS
AA-CAES
CAES
88
Figura 5-7 – Percentual de energia armazenada anual para cada cenário alternativo
considerando-se a hidrelétrica de grande porte na base.
Observa-se que quando há uma maior penetração de energias renováveis
variáveis o perfil do armazenamento de energia muda em relação ao seu uso tradicional,
que só fornece energia durante o horário de pico. Com o crescimento da produção
intermitente, o armazenamento de energia é requerido durante todo o dia em todos os
dias (Figura 5-8). A Figura 5-9 apresenta a simulação do despacho de energia hora a
hora de um dia típico usando um armazenador PHS.
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
46 55 64 73
% E
ne
rgia
arm
aze
nad
a
% Energia eólica
PHS
AA-CAES
CAES
89
Figura 5-8 – Cenário PSH – Carga e descarga da planta PSH hora a hora em um dia
típico (janeiro de 2035)
Figura 5-9 – Cenário PSH – Despacho hora a hora de um dia típico (janeiro de 2035)
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
90.0
100.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
% M
áxim
a e
ne
rgia
diá
ria
de
scar
rega
da
Hora
Descarga Carga
0.0
10.0
20.0
30.0
40.0
50.0
60.0
70.0
80.0
90.0
100.0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
% M
áxim
a e
ne
rgia
diá
ria
pro
du
zid
a
Hora
Biomassa Carvão Hidrelétrica PV
Eólica Óleo Combustível Gás Natural Usina reversível
90
5.4 Análise de sensibilidade
Para avaliação da análise de sensibilidade foram consideradas duas variáveis: a
primeira foi a variação do custo da energia eólica e a segunda foi a variação do fator de
capacidade.
Para a variação do custo, foram considerados dois casos: o primeiro é um custo
sendo 10% mais baixo que o custo de referência usado no cenário apresentado na seção
anterior, e o segundo caso considera um custo 10% acima do mesmo custo de
referência.
No caso do fator de capacidade foram considerados os fatores de 20% e 50%,
além do fator de 35% já apresentado anteriormente.
Para a análise de sensibilidade com o crescimento da geração eólica será
considerada a potência instalada da geração eólica, pois uma parte da análise de
sensibilidade considera a variação do fator de capacidade. Para não haver discrepância
entre a análise na seção anterior e a análise de sensibilidade, foram obtidas as potências
instaladas de geração eólica correspondentes às energias eólicas apresentadas na seção
anterior (46%, 55%, 64% e 73%) (Tabela 5-5). A análise de sensibilidade não contará
com o caso da hidrelétrica de grande porte na base, pois com fator de capacidade de
20% foi impossível realizar a simulação para o cenário de referência, pois ocorreram
momentos em que era impossível atender à demanda. Os cenários com armazenadores
foram possíveis de serem simulados, o que mostra que o armazenamento pode ser usado
para substituir uma parte das fontes geradoras.
Tabela 5-5– Custo por tipo de planta considerada no estudo.
% Geração
Eólica1
% Potência Eólica
Instalada
46 43
55 47
64 51
73 55
1 Considerando fator de capacidade de 35%
91
5.4.1 Análise de sensibilidade do custo da energia eólica
A Figura 5-10 ilustra, para cada cenário, o custo de O&M comparado com o
custo do cenário de referência para 46% de potência instalada versus a geração eólica
considerando-se 90% do custo de referência.
As curvas mostram que há uma redução do custo de O&M total do sistema
quando a potência eólica instalada cresce de 43 para 51% (fator de capacidade 35%), o
mesmo comportamento apresentado na Figura 5-1.
O custo de O&M comparado com o custo do cenário de referência para 46% de
potência instalada versus a geração eólica considerando-se 110% do custo de referência
é apresentado na Figura 5-11 para cada um dos cenários.
Ao se comparar as Figuras 5-10 e 5-11 com a Figura 5-1 verifica-se que a alteração
do custo cresce com o acréscimo de geração eólica. Deste modo, para 46% de potência
instalada (previsão para 2035) e 90% do custo de referência, a redução do custo é de 0.2
e para 55% é de 1.3 pontos. A mesma relação ocorre para 110% do custo de referência
onde o acréscimo do custo para 46% de potência instalada foi de 0.2 e para 55% foi de
1.3 pontos.
92
Figura 5-10 – Analise de sensibilidade do custo – Custo de O&M versus geração de
energia eólica para o ano de 2035 (Fator de capacidade 35% e custo igual a 90% do custo
referência).
Figura 5-11 – Analise de sensibilidade do custo – Custo de O&M versus geração de
energia eólica para o ano de 2035 (Fator de capacidade 35% e custo igual a 110% do custo
referência).
As Figuras, 5-12, 5-13 e 5-14 apresentam respectivamente a análise de
sensibilidade do custo de geração eólica considerando-se o percentual de redução de
custo comparado com a sua referência (sem tecnologia armazenadora) para as
70
75
80
85
90
95
100
43 47 51 55
% C
ust
o C
en
ário
Re
ferê
nci
a (
43
%)
% Potência eólica instalada
Referência
PHS
AA-CAES
CAES
70
75
80
85
90
95
100
43 47 51 55
% C
ust
o C
en
ário
Re
ferê
nci
a (
43
%)
% Potência eólica instalada
Referência
PHS
AA-CAES
CAES
93
tecnologias PHS, AA-CAES e CAES. Observa-se que, no caso da PHS, ao se
acrescentar 10% no custo o percentual de redução do custo ficou 0.2 menor no caso de
47% de potência eólica instalada. Para o mesmo caso de potência eólica instalada, ao se
reduzir a energia eólica em 10% obteve-se aumento de 0.3 no percentual de redução de
custo.
Ao se observar as curvas para a tecnologia AA-CAES, verifica-se o mesmo
comportamento, alterando apenas que, ao se acrescentar o custo da energia eólica em
10%, o percentual de redução do custo ficou 0,1 menor, e ao se reduzir o custo da
energia eólica em 10%, o percentual de redução de custo aumento 0,1.
Para a tecnologia CAES, para 47% e 51% de potência eólica instalada, ocorreu
uma diminuição no percentual de redução de custo de 0.1 pontos ao se reduzir a energia
eólica em 10%, e o mesmo valor aumentou de 0.1 ao se reduzir o custo da geração
eólica em 10%.
Deste modo, pode-se concluir que ao se variar o custo da geração eólica, a variação
do custo total da simulação é muito menor do que variação do custo da geração eólica.
Isto ocorre porque o custo da geração eólica é bem menor que das plantas termelétricas.
94
Figura 5-12 – Analise de sensibilidade do custo - Percentual de redução de custo
anual para o cenário PHS
Figura 5-13 – Analise de sensibilidade do custo - Percentual de redução de custo
anual para o cenário AA-CAES
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
43 47 51 55
% R
ed
uçã
o d
e c
ust
o
% Potência Eólica Instalada
90% Custo
100% Custo
110% Custo
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
43 47 51 55
% R
ed
uçã
o d
e c
ust
o
% Potência Eólica Instalada
90% Custo
100% Custo
110% Custo
95
Figura 5-14 – Análise de sensibilidade do custo - Percentual de redução de custo
anual para o cenário CAES
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
43 47 51 55
% R
ed
uçã
o d
e c
ust
o
% Potência Eólica Instalada
90% Custo
100% Custo
110% Custo
96
5.4.2 Análise de sensibilidade do fator de capacidade da geração eólica
A análise de sensibilidade para fator de capacidade de 20% é apresentada na
Figura 6-15. Ao compará-la com a Figura 6-1, observa-se que, pela redução da geração
eólica (Fator de capacidade reduzido de 35 para 20%), o custo mínimo ainda não foi
atingido com 55% de potência eólica instalada.
O mesmo não acontece quando verificamos a análise de sensibilidade para o
fator de capacidade de 50% (Figura 6-16). Neste caso, o custo mínimo é obtido com
43% de potência eólica instalada, e para os demais pontos o custo dos cenários
alternativos são maiores que o custo de referência devido ao grande desperdício de
energia eólica.
.
Figura 5-15 – Analise de sensibilidade do fator de capacidade – Custo de O&M versus
geração de energia eólica para o ano de 2035 (Fator de capacidade 20%).
65
70
75
80
85
90
95
100
43 47 51 55
% C
ust
o C
en
ário
Re
ferê
nci
a (4
3%
)
% Potência Eólica Instalada
Referência
PHS
AA-CAES
CAES
97
Figura 5-16 – Analise de sensibilidade do fator de capacidade – Custo de O&M versus
geração de energia eólica para o ano de 2035 (Fator de capacidade 50%). Os cenários
PHS e AA-CAES são coincidentes.
A análise de sensibilidade para os fatores de capacidade de 20, 35 e 50% são
apresentadas nas Figuras 6-17, 6-18 e 6-19 para as tecnologias PHS, AA-CAES e
CAES, respectivamente.
Nelas observa-se que, para o fator de capacidade de 20%, o maior percentual de
redução de custo ocorreu com maior potência instalada do que com o fator de
capacidade de 35% para todas as tecnologias. Para o fator de capacidade de 50%, todas
as tecnologias obtiveram o maior percentual de redução de custo ocorreu com 43% de
potência eólica instalada.
90
95
100
105
110
115
120
125
130
43 47 51 55
% C
ust
o C
en
ário
Re
ferê
nci
a (
43
%)
% Potência Eólica Instalada
Referência
PHS
AA-CAES
CAES
98
Figura 5-17 – Analise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de redução
de custo anual para o cenário PHS
Figura 5-18 – Analise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de redução
de custo anual para o cenário AA-CAES
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
9.0
10.0
43 47 51 55
% R
ed
uçã
o d
e c
ust
o
% Potência Eólica Instalada
20%FC
35% FC
50% FC
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
8.0
9.0
10.0
43 47 51 55
% R
ed
uçã
o d
e c
ust
o
% Potência Eólica Instalada
20%FC
35% FC
50% FC
99
Figura 5-19 – Análise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de redução
de custo anual para o cenário CAES
Ao atentar para o percentual de energia armazenada apresentado nas Figuras 5-
20, 5-21 e 5-22 para as tecnologias PHS, AA-CAES e CAES respectivamente, verifica-
se que para o fator de capacidade de 35% a capacidade máxima de armazenamento
ocorre com 47% de potência eólica instalada. Para 20% de fator de capacidade, apenas
para a tecnologia CAES ocorreu a capacidade máxima de armazenamento. Isto se deve
ao fato de nas simulações desta tecnologia se contar com menor capacidade de
armazenamento de energia. Ao verificar o armazenamento de energia para o fator de
capacidade de 50%, verifica-se a capacidade máxima das simulações com 43% de
potência eólica instalada e ela é menor que a máxima capacidade de armazenamento
obtida com fator de capacidade de 35%. Isto significa que a capacidade máxima de
armazenamento com 50% de FC ocorre com potência eólica instalada menor que 43%.
0.0
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
7.0
43 47 51 55
% R
ed
uçã
o d
e c
ust
o
% Potência Eólica Instalada
20%FC
35% FC
50% FC
100
Figura 5-20 – Análise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de
armazenamento de energia anual para o cenário PHS
Figura 5-21 – Análise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de
armazenamento de energia anual para o cenário AA-CAES
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
43 47 51 55
% E
ne
rgia
arm
aze
nad
a
% Potência Eólica Instalada
20%FC
35% FC
50% FC
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
1.2
1.4
1.6
1.8
2.0
43 47 51 55
% E
ne
rgia
arm
aze
nad
a
% Potência Eólica Instalada
20%FC
35% FC
50% FC
101
Figura 5-22 – Análise de sensibilidade do fator de capacidade - Percentual de
armazenamento de energia anual para o cenário CAES
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
43 47 51 55
% E
ne
rgia
arm
aze
nad
a
% Potência Eólica Instalada
20%FC
35% FC
50% FC
102
6 Conclusões
Neste trabalho um modelo matemático para dispositivos de armazenamento de
energia foi proposto e foi aplicado para avaliar a utilidade da tecnologia de
armazenamento de energia no caso do sistema de energia elétrica do Nordeste do Brasil.
O modelo desenvolvido é linear e tem como objetivo permitir a simulação de
sistemas elétricos de grande porte em hardwares que não sejam de grande porte. Além
disto, foi desenvolvida uma ferramenta que permite gerar as equações para serem
otimizadas por um solver (SCIP, CPLEX) apenas informando as características
operacionais das plantas.
Observando-se o resultado dos testes por fonte geradora/armazenadora (seção
4.2), verifica-se que o modelo proposto apresenta uma boa aproximação do
funcionamento das fontes geradoras e armazenadoras de energia elétrica.
A representação das fontes termelétricas atende ao sistema elétrico brasileiro,
pois normalmente as usinas ciclo aberto a gás natural e as usinas a diesel e óleo
combustível são compostas de várias unidades menores que são despachadas na
potência nominal. Além disso, o intervalo da potência usada no despacho das geradoras
de ciclo combinado (75 a 100 % da potência nominal) se traduzem, em menores perdas
de eficiência.
As usinas hidrelétricas com reservatório de acumulação, além de apresentar o
comportamento tradicional de despacho por turbina, também permite considerar as
perdas por evaporação. Um ponto importante nesse caso é a possibilidade de ligar uma
turbina depois de estar desligada por pelo menos uma quantidade de ciclos de tempo e
desligar uma turbina apenas depois de estar ligada pelo menos uma determinada
quantidade de ciclos de tempo. Este recurso foi usado para atender também a
especificação das turbinas produzirem energia na base e semi-base.
As unidades armazenadoras de energia contaram com duas representações: a
primeira é geral para armazenadores puros, podendo representar usinas reversíveis com
turbinas de velocidade variável, baterias e também AA-CAES. A utilidade dessa
103
representação é que apesar de simples, adequa-se a vários tipos de armazenadores
apenas com a alteração dos parâmetros de entrada. Além disto, conta com perda de
auto-descarga, que apesar de não terem sido consideradas nas simulações, é bastante útil
dependendo da tecnologia e do tempo esperado de armazenamento (diário, mensal ou
sazonal). O modelo de despacho para o CAES convencional é muito útil devido ao
interesse crescente pela tecnologia nos últimos anos já que os CAES modernos têm
maior eficiência e consumo cada vez menor de energia, muito útil para sistemas termo-
eólicos.
As maiores contribuições do modelo foram o uso de um modelo linear, que
permite realizar simulações em máquinas de menor porte, a ferramenta para definição
do sistema elétrico a partir de um arquivo de configuração que gera as equações para
alimentar a otimização e o desenvolvimento de representação para outras fontes de
armazenamento além da usina reversível (baterias, CAES e AA-CAES), além da
adaptação do modelo de usinas hidrelétricas com reservatório de acumulação para poder
atender ao critério de produzir energia na base, semi-base ou na ponta.
Ao se analisar os resultados da simulações, observa-se que não se pode alcançar
um custo mínimo de O&M apenas através de um aumento da geração eólica. Isso
acontece porque, depois de um certo ponto, o custo começa a aumentar devido às perdas
de energia. Para conseguir um custo mínimo, o uso de tecnologias de armazenamento é
necessário.
Quando a capacidade de armazenamento é modesta, o impacto na redução de
custos é maior em cenários onde as grandes usinas hidrelétricas não são despachadas.
Isso acontece porque as hidrelétricas de grande porte possuem reservatório de
armazenamento de energia de grande porte.
A análise de sensibilidade do custo mostrou que a variação do custo da geração
eólica representa uma variação bem menor no custo da geração total do sistema. Isto
ocorre porque a geração termelétrica é muito mais cara que a geração eólica.
O mesmo não aconteceu com a análise de sensibilidade do fator de capacidade
que altera significativamente o custo do sistema. Ao analisar a variação do fator de
104
capacidade verificou-se que a maior redução percentual do custo dos cenários
alternativos em relação ao seu cenário de referência ocorre com o maior percentual de
energia armazenada.
As tecnologias que obtiveram os melhores desempenhos foram PSH e AA-
CAES, sendo este último ainda está em fase de demonstração de tecnologia e poderá se
tornar comercial nos próximos anos. No caso de plantas CAES, observou-se um
resultado menos expressivo.
As plantas PSH dependem da geografia (EPRI, 1990) e as plantas AA-CAES e
CAES são dependentes da geologia implantação do site (EPRI, 2003, SUCCAR &
WILLIANS, 2008). As plantas CAES que possuem reservatórios não subterrâneos são
menos restritas em relação ao local de implantação, mas têm uma eficiência reduzida e
maior custo de construção por unidade de energia armazenada.
Apesar de plantas AA-CAES ainda serem uma tecnologia demonstração (RWE
Power, 2016), em um médio prazo pode ser uma tecnologia comercial e é uma boa
alternativa, quando existe a geologia adequada no local de implantação.
Este trabalho não pretende apresentar uma especificação das unidades de
armazenamento para serem implantadas no NE brasileiro, é necessário um estudo
detalhado para definir a quantidade de plantas armazenadoras e a suas capacidades de
armazenamento.
Para o caso específico do NE brasileiro, a região que tem a menor
disponibilidade hídrica no Brasil, as usinas reversíveis poderiam usar água do mar como
existem casos no Japão (MHW,2008). Outra opção é a repotenciação de usinas
hidrelétricas existente com fator de capacidade muito baixo para trabalhar como plantas
PSH, como no ciclo fechado a água é reutilizada, exigiria apenas a reposição da água
perdida por evaporação.
105
Algumas sugestões de trabalhos futuros :
a) O fluxo hídrico usado nas simulações foi a media mensal dos fluxos hídrico
entre os anos de 2010 e 2014. Para se avaliar o papel do armazenamento de
energia considerando as variações hidrológicas, o sistema poderia ser
simulado para cada fluxo hidrológico obtido mês a mês para cada ano de
interesse. Isto daria uma visão vinculando o armazenamento de energia às
variações hidrológicas e seria útil no planejamento das alterações climáticas.
b) Adaptar o modelo para que passe a ser multi-objetivo usando o custo e
emissões associados para a otimização.
c) Considerando-se que todos os parâmetros da rede são mantidos constantes,
exceto por exemplo o fluxo hídrico , o custo ótimo obtido pelo
procedimento de otimização será na verdade uma função de h, ou seja
. O fluxo usado neste trabalho foi o fluxo médio ̅, obtido pela
média dos fluxos entre os anos de 2010 a 2014. Sabe-se, contudo, que em
geral ̅̅ ̅̅ ̅ será diferente de ( ̅) Deste modo, se fossem realizadas
simulações para os diversos cenários alternativos, cada um levando a um
valor de , e após isso fosse calculado o ̅̅ ̅̅ ̅̅ ̅̅ , o resultado obtido
poderia ser diferente. Além disso, uma simulação deste tipo forneceria
importantes informações adicionais, como os valores extremos (mínimo e
máximo) de , bem como a variância e o desvio padrão.
d) A análise estatística do item anterior poderia ser feita considerando-se a
variabilidade de outros parâmetros conjuntamente ou separadamente, como
por exemplo, os ventos e a intensidade da radiação solar.
e) Apesar de o modelo apresentado contemplar a transmissão de energia
elétrica, os cenários descritos não usaram linhas de transmissão. A avaliação
do impacto do armazenamento de energia em um sistema interligado é útil
para avaliar a importância do armazenamento de energia para o SIN.
f) O modelo usado para o AA-CAES poderia ser melhorado quando forem
divulgadas maiores informações técnicas sobre a tecnologia.
g) Incluir armazenamento de energia térmica e geração por concentração solar
(CSP).
106
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113
Anexo A – Dados usados na simulação do
Cenário de Referência
114
Tabela A-1– Potência instalada de geração eólica no Nordeste no ano de 2013 (MW)
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
BA 94.4 94.4 181.8 181.8 181.8 181.8 181.8 181.8 181.8 181.8 181.8 181.8
CE 444.4 444.4 444.4 444.4 444.4 444.4 444.4 444.4 444.4 444.4 444.4 444.4
RN 233.3 233.3 233.3 233.3 233.3 233.3 233.3 233.3 233.3 233.3 233.3 233.3
Fonte : |Elaboração própria usando dados de ONS, 2016
Tabela A-2- Potência instalada de geração eólica no Nordeste em maio de 2015 (MW)
Maio/2015 %
BA - SIN 911.3 0.199
CE - SIN 996.5 0.217
RN - SIN 2044.7 0.446
BA 48 0.01
CE 160 0.035
RN 118.2 0.026
Outros 310 0.068
Total 4588.7
Fonte : |Elaboração própria usando dados de ONS, 2016
Tabela A-3- Potência instalada de geração eólica no Nordeste no ano de 2020 (MW)
Potência
Instalada 2020 %
BA - SIN 3192.1 0.283
CE - SIN 2143.4 0.19
RN - SIN 3912.6 0.347
BA 48 0.004
CE 160 0.014
RN 118.2 0.01
Outros 1703 0.151
Total 11277
Fonte : |Elaboração própria usando dados de ONS, 2016
OBS : o total previsto no trabalho do EIA é de 14 GW mas o calculado pela ANEEL é de
11.225 GW
115
Tabela A-4- Potência instalada de geração eólica no Nordeste no ano de 2020 (MW)
Potência Instalada
2020 - 5 % fora do SIN %
BA (SIN+FORA) 3240.1 0.338
CE (SIN+FORA) 2303.4 3.997
RN (SIN+FORA) 4030.8 9.838
Total 9574.3
Outros %BA 576.32
Outros %CE 409.71
Outros %RN 716.97
TOTAL 11277
Fonte : |Elaboração própria usando dados de ONS, 2016
Tabela A-5- Potência instalada de geração eólica no Nordeste entre 2020 e 2035
(MW)
2020 2025 2030 2035
BA - SIN 3626 4388 5150 5912
CE - SIN 2577 3119 3661 4203
RN - SIN 4510 5458 6406 7355
BA - FORA 191 231 271 311
CE - FORA 136 164 193 221
RN - FORA 237 287 337 387
Outros 0 0 0 0
Total 11277 13648 16018 18389
Diferença por ano
474 474 474
TOTAL SIN
(sem geração distribuída) 10713 12965 15217 17469
Fonte : |Elaboração própria usando dados de ONS, 2016
OBS : Acrescentar 17778 MW entre 2021 e 2035 (Nordeste 50% do valor), retirando
ainda 20% do crescimento de 2021 a 2035 para a geração distribuída
116
Tabela A-6- Potência solar FV instalada no Nordeste de 2020 a 2035 (MW)
Ano Potência instalada
2020 1203
2025 2750
2030 3489
2035 4229
Fonte : |Elaboração própria usando dados de CCE, 2015, EPE, 2015 e EIA, 2013
Tabela A-7-Potência instalada de usina a carvão no Nordeste de 2020 a 2035 (MW)
Usina Potência Instalada
Porto do Pecém I (Antiga MPX) 720274.00
Porto do Pecém II 365000.00
Total 1085274.00
Com fator de capacidade
de 85% 922482.90
Fonte : Elaboração própria usando dados de ANEEL, 2016
Tabela A-8-Potência instalada de usina a bagaço no Nordeste de 2020 a 2035 (MW)
2015 2020 2025 2030 2035
Geração NE MW - bagaço 0.00 300.00 300.00 300.00 300.00
Geração NE com FC = 85 0.00 255.00 255.00 255.00 255.000
Fonte : Elaboração própria usando dados de ANEEL, 2015
117
Tabela A-9-Potência instalada de usina a no Nordeste de 2020 a 2035 (MW)
2015 2020 2025 2030 2035
Geração NE MW - bagaço 0.00 300.00 300.00 300.00 300.00
Geração NE com FC = 85 0.00000 169.18 338.36 507.54 676.730
Fonte : Elaboração própria usando dados de ANEEL, 2016
Tabela A-10-Potência instalada de usina GN ciclo aberto no Nordeste de 2020 a 2035
(MW)
2020 2025 2030 2035
CAMACARI 350.00 350.00 350.00 350.00
UTE-GN-CA-1 0.00 500.00 500.00 500.00
UTE-GN-CA-2 0.00 500.00 500.00 500.00
UTE-GN-CA-3 0.00 0.00 500.00 500.00
UTE-GN-CA-4 0.00 0.00 500.00 500.00
Fonte : Elaboração própria usando dados de ANEEL, 2016
Tabela A-11-Potência instalada de usina GN ciclo combinado no Nordeste de 2020 a
2035 (MW)
2020 2025 2030 2035
ROMULO_ALMEIDA 138.00 138.00 138.00 138.00
JESUS_SOARES_PEREIRA 323.00 323.00 323.00 323.00
TERMOPERNANBUCO 532.76 532.76 532.76 532.76
TERMOCEARA 220.00 220.00 220.00 220.00
FORTALEZA 532.76 532.76 532.76 532.76
CELSO-FURTADO 346.64 346.64 346.64 346.64
UTE-GN-CC-FLEXIVEL-1 0.00 500.00 500.00 500.00
UTE-GN-CC-FLEXIVEL-2 0.00 500.00 500.00 500.00
UTE-GN-CC-FLEXIVEL-3 0.00 0.00 500.00 500.00
UTE-GN-CC-FLEXIVEL-4 0.00 0.00 500.00 500.00
Fonte : Elaboração própria usando dados de ANEEL, 2016
118
Tabela A-12-Potência instalada de usina a óleo combustível no Nordeste em 2035
(MW)
2035
PERNAMBUCO_III 368.00
SUAPE_II 336.00
GLOBAL-I 148.80
GLOBAL-II 148.80
BAHIA-I 31.80
MURICY 147.15
TERMONORDESTE 170.85
TERMOPARAIBA 170.85
CAMPINA-GRANDE 169.80
CAMACARI-POLO-APOIO-I 150.00
MARACAU_I 168.00
Fonte : Elaboração própria usando dados de ANEEL, 2016
Tabela A-13-Potência instalada de usina a óleo diesel no Nordeste em 2035 (MW)
2035
PECEM-II 143.08
CAMPO-MAIOR 13.12
POTIGUAR 13.12
POTIGUAR-III 66.40
CAMACARI-MURICY-II 143.08
PAU_FERRO_I 94.08
TERMOMANAUS 142.65
Fonte : Elaboração própria usando dados de ANEEL, 2016
119
Tabela A-14-Geração das usinas hidrétricas do NE brasileiro administradas pelas
CHESF exceto Luiz Gonzaga (média dos anos de 2010 a 2014 em MWmédio)
MÊS Mwmédio Dias Geração mensal
Janeiro 4368.1865 31 3249930.7508
Fevereiro 4221.2590 28 2836686.0301
Março 4189.9305 31 3117308.3075
Abril 3968.7119 30 2857472.5396
Maio 3641.8951 31 2709569.9651
Junho 3620.6566 30 2606872.7773
Julho 3655.7235 31 2719858.3002
Agosto 3724.5244 31 2771046.1242
Setembro 3917.8157 30 2820827.3056
Outubro 4070.3227 31 3028320.0977
Novembro 3696.3393 30 2661364.2904
Dezembro 4049.4870 31 3012818.3588
TOTAL
34392074.8473
Fonte : Elaboração própria usando dados de CHESF, 2016
120
Tabela A-15-Dados da hidrelétrica de Luiz Gonzaga para o despacho, energia armazenada calculada através do nível do reservatório
– valor médio dos anos de 2010 a 2014
área do reservatório (m2) 828000000
nível máximo operativo normal (m) 304
nível mínimo operativo normal (m) 299
altura útil do reservatório (m) 5
engolimento da turbina (m3/s) 457.43
quantidade de turbinas 6
potência instalada (MW) 246.6
engolimento da turbina (m3/h) 1646748
Geração da UHE máxima (MWmédio) 1,479.60
Mês/Ano Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro
Dias 31 31 28 31 30 31 30 31 31 30 31 30 31
Nível do reservatório (m) 301.59 301.32 301.39 301.47 302.01 302.73 302.54 302.35 302.37 302.16 301.93 301.34 301.53
Nível do reservatório (%) 51.88 46.32 47.72 49.36 60.24 74.68 70.80 66.92 67.44 63.12 58.60 46.80 50.68
energia armazenada (MWh) 321,637.17 287,167.19 295,846.68 306,014.09 373,466.14 462,988.90 438,934.31 414,879.71 418,103.53 391,321.09 363,298.73 290,143.02 314,197.61
Geração máxima por turbina no mês(MWh) 183,470.40 183,470.40 183,470.40 183,470.40 183,470.40 183,470.40 183,470.40 183,470.40 183,470.40 183,470.40 183,470.40 183,470.40 183,470.40
Geração estimada da UHE no mês(MWh) 618,792.42 598,645.26 520,867.53 563,996.04 514,844.61 495,792.22 483,976.94 504,115.95 517,191.93 532,555.48 574,069.96 500,794.29 554,224.43
Geração da UHE no mês(MWmédio) 831.71 804.63 775.10 758.06 715.06 666.39 672.19 677.58 695.15 739.66 771.60 695.55 744.93
Fator de capacidade (%) 56.21 54.38 52.39 51.23 48.33 45.04 45.43 45.79 46.98 49.99 52.15 47.01 50.35
Fluxo Hídrico mensal(MWh) 564,175.28 529,547.02 574,163.45 582,296.66 585,314.98 459,922.35 480,061.36 520,415.75 505,773.04 546,047.60 427,638.57 578,279.02
Fluxo Hídrico (MW/h) 758.3001 788.0164 771.7251 808.7454 786.7137 638.7810 645.2438 699.4835 702.4626 733.9349 593.9425 777.2567
Fonte: Elaboração própria usando dados de CHESF, 2016
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