desenvolvimento de aterosclerose cerebral em
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D E S E N V O L V I M E N T O D E A T E R O S C L E R O S E C E R E B R A L E M V Á R I O S G R U P O S E T Á
R I O S ( D E V E L O P M E N T O F C E R E B R A L A T H E R O S C L E R O S I S I N V A R I O U S A G E
G R O U P S ) . J . M O O S S Y . N e u r o l o g y , 9:569-575 ( s e t e m b r o ) 1959.
N o presente t rabalho, como par te de um estudo mais amplo sobre a pa to log ia
e a evo lução da aterosclerose, Moossy estuda a mor fo log i a de vasos cerebrais de
122 pacientes não selecionados de vár ias idades (desde o recém-nascido a té 93 anos
de i d a d e ) . Os resultados fo ram tabulados segundo idade, raça e sexo. E m todos
os pacientes com menos de 20 anos de idade (23) não fo ram encontradas a l te rações
a terosclerót icas . A paciente mais j o v e m com sinais de compromet imen to a r te r ia l
cerebral era uma mulher preta com 26 anos de idade. A par t i r da 3» década,
todos os pacientes demons t ra ram cer to grau de aterosclerose cerebral , embora a in
tensidade das lesões fosse n i t idamente ma io r a par t i r da 4* década, mas sem cor
re lação obr iga tó r ia com a idade c ronológ ica . A s lesões mais precoces e ram repre
sentadas por depósitos l ipídicos ou gordurosos, l ineares e in tensamente sudanófilos,
ou então por pequenas massas ova la res na ínt ima. A s lesões mais precoces ocor
re ram nas ar tér ias carót idas internas e nas ver tebra is , seguidas pela ar tér ia basilar
e pelos vasos do grupo da cerebral média . A s ar tér ias cerebrais anter iores e cere-
belares se mos t r a ram menos f reqüentemente e menos ex tensamente compromet idas .
Ent re os vasos cerebelares, a a r té r ia cerebelar poster ior infer ior foi a mais precoce
e in tensamente afe tada . E m gera l , nos demais vasos as lesões e r a m mais precoces
nas proximidades das bifurcações. Fo rmações e m placas fibrosas e r am evidentes
e m um ou out ro va so e m todos os grupos e tár ios que ev idenc ia ram lesões. Calc i
f icações dentro das placas loca l izadas na ínt ima fo ram encontradas em- 17 casos,
todos l imi tados às ar tér ias carót idas internas e ver tebra i s ; apenas uma vez ocor
reu hemor rag i a dentro de uma placa; e m 4 casos fo ram encontradas t romboses
superpostas sobre placas a terosclerót icas . E m 12 pacientes, as lesões vasculares ce
rebrais e r am bastante pronunciadas, podendo ser consideradas c o m o causa de mor te .
Confrontando os dados concernentes à a terosclerose cerebral com lesões aná logas
e m outros terr i tór ios orgânicos , o autor t em a ' impressão de que lesões aór t icas
com depósitos gordurosos são as que pr imei ro se ev idenc iam, j á na 1» década de
vida, enquanto as lesões coronárias se to rnam evidentes na 2* década e o compro
me t imen to dos vasos cerebrais na 3*. E m todos os grupos etár ios , as lesões aór
ticas, em média, são quan ta t ivamen te maiores , seguidas das lesões das ar tér ias co
ronárias ; em gera l , o compromet imen to vascular cerebral parece ser menos pro
nunciado. T o d a v i a , há exceções a esta regra .
R. M E L A R A G N O
N Í V E I S S E R O L Ó G I C O S D E L Í P I D E S E C O L E S T E R O L N A S A F E C Ç Õ E S C E R E B R O -
V A S C U L A R E S ( S E R U M L I P I D A N D C H O L E S T E R O L L E V E L S I N C E R E B R O
V A S C U L A R D I S E A S E ) . S. J . M E Y E R , A . G. W A L T Z , J . W . H E S S e B . Z A K . A r c h .
Neuro l . ( A . M . A . ) 1:303-311 ( s e t e m b r o ) 1959.
M e y e r e col . f azem o estudo estat ís t ico da de te rminação dos n íve is de coles
terol e de lípides no sangue de 110 pacientes hospi ta l izados por doença cerebrovas
cular. Os resultados fo r am cotejados com dois grupos cont ro les : um consti tuído
por 79 pacientes com idades semelhantes, internados no mesmo hospital para tra
tamento de afecções neurológicas não vasculares e, outro, f o r m a d o por 22 homens
aparentemente sadios, com a idade e m média de 30 anos. Os resultados fo r am
analisados e m função da incidência racial de vá r ios tipos de acidentes vasculares
cerebrais, da incidência de diabete me l i to e de hipertensão ar ter ia l , e e m re lação
à freqüência do acomet imen to a te rosc leró t ico de vár ios vasos . Concluem os auto
res pela ausência de qua lquer diferença s igni f icante entre a média das de te rmi
nações do colesterol e dos l ípides séricos neste grupo de 110 pacientes com afecções
vasculares cerebrais e m re lação ao grupo de pacientes hospi tal izados, de idade com
pa ráve l e com doenças neurológicas não vasculares . N a série estudada 12,7% dos
pacientes com afecções cerebrovasculares sof r iam de diabete me l i to ; entre tanto,
estes pacientes diabét icos não apresen tavam níveis de colesterol e l ípides séricos
s igni f icantemente diferentes do resto do grupo com doença cerebrovascular não
compl icada pe lo diabete .
Interessante ass inalar que pacientes com aterosclerose cerebral comprometendo
o sistema ar ter ia l vér tebro-bas i la r ou as ar tér ias que e m e r g e m do círculo de W i l l i s
não apresen tavam níveis de lípides e de coles terol s igni f icantemente diferentes dos
de indivíduos sadios com a idade média de 30 anos; todav ia todos os grupos com
afecções cerebrovasculares ap resen tavam um n íve l médio de l ípides séricos s ignif i
cantemente superior ao grupo de indivíduos sadios. P o r out ro lado, a média do
n íve l sérico de l ípides do grupo de pacientes com afecções não vasculares era t am
bém s igni f icantemente ma io r que o desse grupo de indivíduos j o v e n s e sadios. E m
um grupo de pacientes com afecções cerebrovasculares hiper tensivas difusas ou com
aneurismas ou ma l fo rmações vasculares , fo ram encontradas e levações s ignif icantes
dos n íve is de colesterol e de lípides do sangue. Desde que 85% dos casos deste
grupo de pacientes ap resen tavam associadamente hipertensão ar ter ia l , é admi t ido
que a hipertensão ar ter ia l possa ser o f a to r s igni f icante e m re lação à hipercoleste-
ro lemia e à h iper l ipemia . N ã o foi regis t rada qualquer influência rac ia l na inci
dência dos diversos tipos de afecção cerebrovascular ou nos níveis de colesterol ou
l ípides do sangue. A aterosclerose produz s intomas cerebrais median te o compro
met imen to dos três grandes grupos de vasos cerebrais e m freqüência aprox imada
mente igua l .
Apesa r de ser dif íc i l a .aval iação da ut i l idade das dietas hipogordurosas, os au
tores as consideram recomendáve is pois é p r o v á v e l que a h ipercoles tero lemia e a
h iper l ipemia f a v o r e ç a m a tendência para a aterosclerose dos vasos cerebrais.
R . M E L A R A G N O
V I S C O S I D A D E S A N G Ü Í N E A N A D O E N Ç A C E R E B R O V A S C U L A R : E F E I T O S DE D I E
T A S H I P O G O R D U R O S A S E D A H E P A R I N A ( B L O O D V I S C O S I T Y I N C E R E B R O
V A S C U L A R D I S E A S E : E F F E C T S O F L O W F A T D I E T A N D H E P A R I N ) . R . L .
S W A N K . N e u r o l o g y , 9:553-560 ( a g o s t o ) 1959.
A incidência de isquemias cerebrais é proporcional ao teor médio de gorduras
inger idas ; essa re lação t em sido considerada como dependente do desenvo lv imen to
da aterosclerose propiciada pelos reg imes hipercalór icos . T o d a v i a , outros fatores
podem colaborar no desencadeamento de enfar te cerebra l : maior ades ividade e a g r e
gação dos er i t roci tos , aumento da viscosidade sangüínea, redução da ve loc idade san
güínea após refeições copiosas, a l é m de outros possíveis mecanismos inerentes ao
próprio sangue, inc lus ive a maior coagulab i l idade . Swank estudou a viscosidade do
sangue e m 30 pacientes com enfartes cerebrais e os efei tos decorrentes da admi
nis tração de dieta hipogordurosa, contendo ap rox imadamen te 15 g de gordura e
20 g de legumes e ó leo de pe ixe . In ic ia lmente , ve r i f i cou que a viscosidade do
sangue fresco to ta l e do plasma era r e l a t i vamen te e l evada ; após o emprego da
dieta durante um per íodo de 3 a 6 meses, a viscosidade decrescia len tamente , a té
chegar ao normal . Swank observou, igua lmente , tendência dos er i t roci tos para se
mis tu ra rem in t imamente com as plaquetas e leucóci tos no c reme leucoci tár io , em
casos de acidentes vasculares cerebrais; esse fa to apenas excepc iona lmente foi v e
r i f icado e m indivíduos normais . E m 10 pacientes, a heparina foi empregada du-
rante os pr imeiros 2 a 6 meses de dieta hipogordurosa, por v i a subcutânea, diaria
mente . O autor usou uma solução aquosa concentrada (200 m g / m l ) , e m quanti
dades suficientes para dobrar ou t r ip l icar o tempo de coagulação , 6 a 8 horas após
a injeção. A heparina, na exper iência de Swank, não diminui s igni f icantemente a
viscosidade sangüínea.
R . M E L A R A G N O
A V A L I A Ç Ã O D A E L E C T R E N C E F A L O G R A F I A N O E N F A R T E C E R E B R A L E N A
I S Q U E M I A D E V I D A A A R T E R I O S C L E R O S E ( A N E V A L U A T I O N O F E L E C T R O -
E N C E P H A L O G R A P H Y I N C E R E B R A L I N F A R C T I O N A N D I S C H E M I A D U E T O
A R T E R I O E S C L E R O S I S ) . R. I . B I R C H F I E L D , W . P . W I L S O N e A . H E Y M A N . N e u -
ro logy , 9:859-870 ( d e z e m b r o ) 1959.
Os autores reg i s t ram os dados e lec t rencefa lográf icos encontrados e m 94 pa
cientes com quadro de t rombose cerebral ou de enfar te causado por ar ter iosclerose;
a l é m de cor re lação aná tomo-e lec t rencefa lográ f ica , os autores p rocuram estudar as
a l terações evo lu t ivas dos traçados tomados imedia tamente após o icto, assim como
naqueles registrados, pela pr imeira vez , nas semanas e meses seguintes. Baseados
nessas observações, procuram a v a l i a r a ut i l idade do e l ec t r ence fa lograma no d iag
nóstico e t r a tamento do enfar te cerebral .
E m sua casuística, apenas 2/3 dos pacientes com diagnós t ico de enfar te cere
bral uni la tera l ap resen tavam anormal idades e lec t rencefa lográf icas uni laterais . N o s
casos com lesões pequenas e local izadas no t ronco do encéfa lo e nos de isquemias
cerebrais in termitentes não fo ram regis t radas anormal idades e lé t r icas bem definidas.
Ocorreu ma io r incidência de a l terações e lec t rencefa lográf icas e m enfartes difusos do
tronco encefá l ico e nos casos com lesões hemisfér icas bi laterais . N ã o houve corre
lação entre o achado e lec t rencefa lográ f i co e a g r av idade da s in tomato log ia neu
ro lóg ica . Conclusões interessantes fo ram deduzidas de estudos e lec t rencefa lográf icos
seriados: in ic ia lmente as a l terações se conf inavam ao hemisfér io compromet ido , mas
ocas ionalmente podiam surgir b i l a te ra lmente ; um mês ou mais após o icto, a at i
v idade lenta no e lec t rencefa lograma se reduzia a a l te rações sob forma de ondas
del ta a teta, com redução na v o l t a g e m e tendência das a l terações a se conf inarem
em sedes cada v e z mais restr i tas.
R . M E L A R A G N O
V A S O S P A S M O C E R E B R A L E M A N G I O G R A F I A S P A R A A N E U R I S M A S I N T R A C R A
N I A N O S : I N C I D Ê N C I A E S I G N I F I C A Ç Ã O E M 100 A N G I O G R A M A S ( C E R E B R A L
V A S O S P A S M I N A N G I O G R A P H Y F O R I N T R A C R A N I A L A N E U R Y S M S : I N C I -
D E N C E A N D S I G N I F I C A N C E I N O N E H U N D R E D C O N S E C U T I V E A N G I O -
G R A M S ) . T . M . F L E T C H E R , J . M . T A VERAS e J . L A W R E N C E P O O L . A r c h . Neuro l .
( A . M . A . ) 1:39-47 ( j u l h o ) 1959.
Os autores ac red i tam que espasmos da ar tér ia carót ida interna ou de seus
principais ramos const i tuem um acompanhamento comum de aneurismas intracra
nianos rotos e que o decurso do caso pode depender em grande par te da presença,
ex tensão e duração dessa vasocons t r ição; dela t ambém podem resultar insuficiências
loca l izadas ou genera l izadas da c i rculação cerebral , com conseqüentes isquemias de
graus diversos nas respect ivas áreas de distr ibuição. Nes te t raba lho os autores re
v ê e m os ang iog ramas cerebrais de 100 casos de aneurismas in t racranianos e os cor
re l ac ionam com a história clínica, exames neuro lógicos e e v o l u ç ã o ; e m 39 vezes
f o r a m regis t rados espasmos ar ter ia is cerebrais, dos quais 6 e r am locais (sediados
1 ou 2 cent ímetros , p rox ima l ou d is ta lmente ao aneur i sma) e 33 e r am difusos. O
espasmo foi hab i tua lmente notado no mesmo lado do aneurisma roto; entretanto,
em 6 pacientes ocorreu b i la te ra lmente .
E m 85 vezes ocorrera hemor rag ia subaracnóidea an te r io rmente à rea l i zação da
ang iog ra f i a ; nos 15 casos restantes o aneurisma foi um achado acidenta l ou então
o paciente apresentava sinais e s intomas neuro lógicos suges t ivos de aneurisma, mas
sem história de sangramento . Diversos aspectos interessantes surg i ram da compa
ração dos 39 casos demonst rando espasmo com os 61 casos restantes: em ambos os
grupos houve incidência percentual ap rox imadamen te igua l a té a idade de 50 anos;
desde então o número de casos com espasmo diminuiu cons ideravelmente , não obs
tante a terça par te do número to ta l dos pacientes se encont rar ac ima da idade
de 50 anos. Este f a to foi in terpre tado como dev ido à interferência das a l te rações
ar ter iosclerót icas , que p resumive lmen te d i f i cu l t a r i am a capacidade vasocons t r i to ra
dos vasos. Com efe i to , em nenhum dos casos e m que a ang iog ra f i a r eve lou sinais
de ar ter iosclerose foi observado qua lquer fenômeno vasospást ico. P o r outro lado,
foi ve r i f i cado que a incidência de certos s intomas ou sinais cl ínicos ( c o m a ou es
tupor, afasia, crises convuls ivas , hemipares ias e pap i l edema) e r am s igni f icantemente
mais evidentes nos casos com espasmo e m re lação aos demais .
Dos pacientes com espasmo, 87% apresen tavam, na ocasião da ang iogra f i a , l i
qüido cefa lor raquid iano hemor rág i co ou xan toc rômico ; em contraposição, apenas 31%
dos que não apresentaram espasmo e v i d e n c i a v a m estas a l te rações l iquóricas. Estes
dados sugerem que a presença de sangue no l iqüido cefa lor raquid iano deva ser cor
re lacionada com a ve r i f i cação de espasmo. P o r out ro lado, o espasmo pode ocorrer
ou se a g r a v a r a despeito do c la reamento do sangue no l iqüido cefa lor raquid iano
e aparente melhor ia do estado cl ínico do paciente . Com efe i to , e m 3 pacientes da
série desenvo lve ram-se afasia e hemip leg ia 5 dias (2 casos) e 2 semanas após epi
sódios de sangramento subaracnóideo; subseqüentemente o l iqüido cefa lor raquid iano
clareou e houve me lhora cl ínica. Punções l iquóricas repetidas r e v e l a r a m que estas
afasias e hemiparesias tardias não se co r r e l ac ionavam com hemorrag ias recorrentes .
E m dois desses casos, nos quais foi possível autópsia, não hav i a hematoma, t rom
bose ou ro tura in t racerebra l ; t odav ia foi encontrada encefa lomalác ia nas áreas de
distr ibuição dos vasos em espasmo. O espasmo deve ocorrer l o g o depois da rotura
do aneurisma, de fo rma que sua demonst ração ang iog rá f i ca será mais fác i l quando
este e x a m e fô r fe i to precocemente ; habi tua lmente , o espasmo desaparece cerca de
2 a 3 semanas após a rotura do aneurisma, como se pode depreender pela fei tura
de caro t idograf ias seriadas. A mor ta l idade foi regis t rada em maio r grau no grupo
de pacientes ev idenc iando espasmos, pa r t i cu la rmente durante as pr imeiras três se
manas após o sangramento e o prognós t ico parece ser me lhor quanto menor seja
a ex tensão do espasmo. E m nenhuma even tua l idade foi reg is t rado espasmo ar te r ia l
associado a aneurismas infracl inóideos, casos e m que a presença do sangue, ag indo
como i r r i tante local , poderia exp l ica r a ocorrência de espasmo. T o d a v i a , desde que
o espasmo pode ocorrer na ausência de sangue, d e v e m ocorrer fa tores adicionais na
produção e manutenção desses vasospasmos cerebrais; poss ive lmente eles dependam
t ambém de efei tos musculares ou de re f l exos nervosos causados pela distensão ou
rotura do aneurisma. A ocorrência de vasospasmo e de suas sérias conseqüências
neurológicas podem perdurar d iversos dias após a hemor rag ia subaracnóidea, de
fo rma que deve ser recomendado o t r a t amen to c i rúrg ico precoce dos aneurismas
int racranianos rotos.
R . M E L A R A G N O
SOBRE O D I A G N Ó S T I C O D E T R O M B O S E C A R O T Í D E A E S P E C I A L M E N T E SOB O
P O N T O D E V I S T A A N G I O G R Ä F I C O ( Z U R D I A G N O S E D E R C A R O T I S T H R O M -
BOSE U N T E R B E S O N D E R B E R Ü C K S I C H T I G U N G D E R A N G I O G R A P H I E ) . N .
N . N A D J A N . De r N e r v e n a r z t , 30:948-451 (outubro , 20) 1959.
Como para qualquer outra t rombose, três fa tores essenciais são responsáveis pela
fo rmação de t rombose das carót idas : a const i tuição do sangue, as a l te rações das
paredes vasculares e a d iminuição de ve loc idade da corrente sangüínea. A s intoma
to log ia de t rombose carot ídea é mui to v a r i á v e l , dependendo da rapidez e intensidade
da c i rculação no círculo de Wi l l i s , do g rau de suplencia cola tera l , da sede do t rombo
e do estado ge ra l do paciente . Nessas bases, são descri tos três tipos de evo lução
— agudo ou apople t i forme, l en tamente progress ivo e la tente — éste ú l t imo podendo
manifestar-se após episodio infeccioso, t raumat ismos, descompensação cardiovascular ,
insuficiência v a l v u l a r , anemias . Ev iden temente , uma c i rculação cola tera l suficiente
pode impedi r ou re tardar a influência des favoráve l desses fa tores . Ass im, é prat i
camente imposs ível a de te rminação re t rospec t iva da época de fo rmação de t rombose
da carót ida. A s a l terações aná tomo-pa to lóg icas ocas iona lmente evidenciadas em
casos de t rombose an t iga são representadas por amolec imentos ou atrof ias cort icais
ou subcorticais e podem ser evidenciadas pela pneumencefa lograf ia . T o d a v i a , os
achados pneumencefa lográf icos não d e v e m ser supervalor izados no diagnóst ico de
t rombose carot ídea pois não são pa tognomônicos . N a s formas agudas e fa ta is são
encontrados edema e amolec imentos , assim como hemor rag ias . N o s casos suspeitos
de t rombose da carótida, o mé todo semio lóg ico de escolha é a ang iog ra f i a cerebral ,
median te a qual podem ser exclu ídas diversas a fecções : tumores e abscessos cere
brais, sangramentos in t racranianos ou pol iesclerose com s in tomato log ia uni la tera l .
A pa lpação da carót ida no pescoço pode ev idenc ia r um cordão endurecido e des
p rov ido de pulsações; todavia , a presença de pulsação não afasta o diagnóst ico da
trombose, pois essa pulsação pode depender da ar tér ia carót ida ex te rna ou da ca
rót ida p r imi t iva . A l é m disso, as medidas da pressão ocular, com ou sem compres
são carot ídea, podem fornecer e lementos diagnóst icos importantes . O autor reco
menda colocar o chassis do apare lho rad iográ f ico e m al tura suficiente para deter
minar o ponto de bifurcação da ar tér ia carót ida comum.
N a d j a m regis t ra o caso aná tomo-c l ín ico de um paciente de 62 anos, com t rom
bose de uma das carót idas internas ( e s q u e r d a ) , mas com aterosclerose de ambas,
e m que a caro t idograf ia most rou enchimento do sifão a t r avés das anastomoses de
ramos de carót ida ex te rna com a ar té r ia of tá lmica , anastomoses que ga ran t i am
t ambém uma revascu la r ização r e l a t i vamen te impor tan te da ar té r ia cerebral anter ior
e de pequena par te da cerebral média . A l é m dessas anastomoses entre r amos extra
e intracranianos, outras possibilidades podem ocorrer ; assim, a t r avés da ar tér ia oc
cipi tal , a carót ida interna pode se anas tomosar com a ar tér ia ve r t eb ra l do mesmo
lado, ve icu lando o sangue para as ar tér ias basi lar cerebral posterior, comunicante
poster ior e, parc ia lmente , para o sistema carot ídeo.
R . M E L A R A G N O
O C L U S Ã O D O S E G M E N T O P R O X I M A L D A A R T É R I A C E R E B R A L A N T E R I O R ( P R O -
X I M A L O C C L U S I O N O F T H E A N T E R I O R C E R E B R A L A R T E R Y ) . J. E. W E B
STER, E. S. G U R D J I A N , D . W . L I N D E R e W . G. H A R D Y . A r c h . Neu ro l . ( A . M . A . )
2:19-25 ( j a n e i r o ) 1960.
A fa l ta de enchimento ou enchimento f i l i fo rme, em ang iogra f i a , do segmento pré-comunicante da ar té r ia cerebral anter ior pode ser devida a ar ter iosclerose ou a anomal ia congêni ta . O enve lhec imen to vascular , a l i ado a mal fo rmações congêni tas podem, por tanto, de te rminar disfunções no te r r i tór io do segmento pré-comunicante da ar tér ia cerebral anterior, sede f reqüente de ma l fo rmações (ausência ou cal ibre mui to r eduz ido ) , produzindo distúrbios a t r ibu íve is a lesão do h ipo tá lamo, do corpo estr iado e da porção anter ior da cápsula interna. En t re os quadros cl ínicos da oclusão da porção p rox ima l da ar té r ia cerebral an te r ior c o n v é m destacar a hemip leg ia desproporcionada com défici t p redominante no m e m b r o superior, ao cont rár io do que ocorre na oclusão do segmento pós-comunicante dessa ar tér ia , na qual o membro infer ior é o mais a t ingido . A l é m do diagnós t ico ang iog rá f i co , a compressão da carót ida do lado oposto pode ser um guia a l t amente suges t ivo no reconhecimento da s i tuação: f reqüentemente essa compressão vascu la r resul tará em síncope associada à cont ração ( g r a s p i n g ) do m e m b r o superior.
J . Z A C L I S
C O N S I D E R A Ç Õ E S C L Í N I C A S E E L E C T R E N C E F A L O G R A F I C A S N O D I A G N Ó S T I C O
D E O C L U S Ã O D A A R T É R I A C A R Ó T I D A : R E V I S Ã O D E 35 C A S O S C O M P R O
V A D O S ( C L I N I C A L A N D E L E C T R O E N C E P H A L O G R A P H I C C O N S I D E R A T I O N S
I N T H E D I A G N O S I S O F C A R O T I D A R T E R Y O C C L U S I O N : A R E V I E W O F 35
V E R I F I E D C A S E S ) . W . K . H A S S e E. S. G O L D E N S O H N . N e u r o l o g y , 9:575-589
( s e t e m b r o ) 1959.
Estudo baseado e m 35 casos de oclusões carot ídeas t ra tados no Ins t i tu to N e u
ro lóg ico de N o v a Y o r k entre 1949 e 1957 e nos quais o d iagnóst ico fora compro
v a d o pela ca ro t idogra f ia (31 casos) , pela autópsia ( 2 ) , pela ang ioca rd iogra f i a ( 1 )
ou por in te rvenção neuroci rúrgica ( 1 ) . Dos 35 pacientes, 26 e r am homens e 9 mu
lheres; as idades na ocasião da hospi ta l ização v a r i a r a m de 40 a 73 anos. Pe los
dados ang iográ f icos , a oclusão ar ter ia l ocorrera no lado di re i to e m 20 pacientes
e à esquerda e m 11; h a v i a oclusão to ta l e m 27 casos e quase to ta l em 4; as
oclusões e s t avam situadas ao n íve l ou l o g o ac ima da bi furcação da carót ida e m
25 pacientes e, no sifão carot ídeo ou l o g o acima, em 5. E m um caso hav i a estrei
tamento acentuado das porções cervicais e in t racranianas da carót ida interna; em
4 casos ex is t i am lesões mais raras. E m 22 pacientes, o início foi in te rmi ten te ;
em 10, l en tamente p rogress ivo ; nos 3 casos restantes, a a fecção instalou-se de modo
brusco. E m todos os casos hav ia déf ic i t mo to r unilateral , em gera l mui to mais
intenso no m e m b r o superior. Dos 23 pacientes com lesão no hemisfér io dominante ,
em 15 ocor re ram desordens afásicas. Mais r a ramente f o r a m assinaladas a l terações
da sensibilidade ou dos campos visuais. Diminu ição da pulsação carot ídea só foi
comprovada em dois casos, ambos com compromet imen to da carót ida comum, uni
camente 4 casos apresen tavam, na ocasião da in te rvenção , tensão diastól ica supe
r ior a 110. E m 26 pacientes submetidos à punção lombar , a pressão l iquór ica era
normal , não havendo pleioci tose, sendo os teores de proteínas totais d iscre tamente
e levados . Efei tos noc ivos decorrentes dos estudos rad iográ f icos contrastados (pneu-
m e n c e f a l o g r a f i a ) f o r a m regis t rados e m 4 sobre 6 pacientes. A s anormal idades
e lec t rencefa lográf icas e r am predominantemente de var iedade focal com ondas lentas,
aná logas às ve r i f i cáve i s em casos de tumores cerebrais ; em alguns casos hav ia uni
camente depressão da v o l t a g e m ; de modo gera l , a intensidade das a l te rações e lé
tr icas correspondeu à g r av idade das desordens neurológicas e sua freqüência nas
oclusões carot ídeas (83% nesta casuís t ica) não é s igni f icantemente diferente da
regis t rada em pacientes com tumores cerebrais .
R. M E L A R A G N O
O E L E C T R E N C E F A L O G R A M A N A O C L U S Ã O D A A R T É R I A C A R Ó T I D A I N T E R N A
( T H E E L E C T R O E N C E P H A L O G R A M I N I N T E R N A L C A R O T I D A R T E R Y OC
C L U S I O N ) . F. M C D O W E I . L , C H . E. W E L L S e C. E H L E R S . N e u r o l o g y , 9:678-681
(ou tub ro ) 1959.
Durante os ú l t imos anos v e m sendo ressaltada a impor tância da oclusão da
ar tér ia carót ida interna como causa de enfa r te cerebral , sendo estudados os di
versos aspectos de que se reveste a t rombose carot ídea. À a r t e r iogra f i a está re
servado o principal papel no d iagnóst ico; de modo gera l , t em sido dispensada menos
a tenção ao estudo e lec t rencefa lográ f ico . Os autores es tudaram os t raçados e lec t ren-
cefa lográ f icos obtidos em 20 pacientes com t rombose da carót ida interna nos quais
o d iagnóst ico fora comprovado pela ca ro t idogra f ia . E m 18 pacientes, a oclusão
era uni lateral , em um bi la tera l ; no ú l t imo caso a obstrução era incomple ta ; 15
pacientes e r am homens e 5 mulheres; suas idades v a r i a v a m entre 37 e 72 anos;
15 e s t a v a m na 6* ou 7» décadas da v ida . E m 11 casos a oclusão ocorrera no lado
di re i to e, e m 8 vezes , à esquerda. Nesses 20 pacientes f o r am fe i tos 36 e lec t ren-
ce fa logramas em períodos va r i ando de 4 dias a 6 anos após o iníc io da s in tomato
l o g i a ; e m 12 pacientes, o E E G inicial foi rea l izado 2 horas após o aparec imento
dos pr imeiros sintomas. E m todos os 20 pacientes, o E E G foi considerado anormal ;
as a l terações e lec t rencefa lográf icas dominantes consist iam na presença de r i tmo de
base em ondas lentas difusas de ba ixa ampl i tude , com surtos de ondas lentas focais
e de ma io r ampl i tude . E m 19 dos pacientes hav i a d iminuição difusa da a t iv idade
e lé t r ica cerebral , p redominantemente do t ipo 6. Estas a l te rações habi tua lmente se
c o n f i n a v a m ao lado da lesão; às vezes , a len t idão do r i tmo abrangia ambos os he
misfér ios . Interessante assinalar que, e m 19 pacientes, f o r am regis t radas anorma
l idades e m ondas lentas focais dominantes, em gera l consistindo em mistura de a t i
v idade 6 e ô, dist inguindo-se bem c la ramente da ba ixa a t iv idade difusa de fundo.
Nesses 19 casos, em 16 vezes as a l te rações e lec t rencefa lográ f icas se l o c a l i z a v a m no
lado da insuficiência c irculatór ia , enquanto nos outros 3 casos fo ram encontradas
no lado oposto à oclusão ar ter ia l . Os autores ac red i tam que as modif icações e lec
t r encefa lográ f i cas no decurso de t romboses carot ídeas, embora não específicas, po
d e m conf i rmar o diagnóst ico, independentemente do emprego da a r te r iograf ia , quan
do al iadas a outras informações ( s in tomato log ia , o f t a lmodinamomet r i a , auscul tação
e pa lpação das ar tér ias carót idas in t e rnas ) .
R. M E L A R A G N O
OS V A S O S D A C O N J U N T I V A B U L B A R N A O C L U S Ã O D A A R T É R I A C A R Ó T I D A
I N T E R N A ( T H E B U L B A R C O N J U N T I V A L V E S S E L S I N O C C L U S I O N O F T H E
I N T E R N A L C A R O T I D A R T E R Y ) . A . T . P A V L O U e G. W O L F F . A r c h . In t . Med. ,
104:53-60 ( j u n h o ) 1959.
A conjunt iva é vascular izada por ramos da ar té r ia o f tá lmica , de fo rma que
o estudo de seus vasos sangüíneos torna possível a a v a l i a ç ã o funcional da par te
t e rmina l da á r v o r e vascu la r cuja o r i g e m é a mesma daquela que supre grande
par te do hemisfér io cerebral . P a v l o u e W o l f f , estudando 11 casos de oclusão da
a r té r ia carót ida interna, ve r i f i ca ram, no lado da obstrução, as seguintes a l te rações
da i r r igação da conjunt iva bulbar : a ) d i l a tação das ar tér ias , ar ter ío las , ve ias e
vênulas ; b ) r e l a t i va escassez de pequenos vasos ; c ) d iminuição da ve loc idade
sangüínea nos vasos v i s íve i s . Os autores acredi tam, baseados na ve r i f i cação da
queda de pressão na ar tér ia cent ra l da ret ina, que essas a l te rações dependam de
isquemia h ipóxica das paredes vasculares resul tante de insuficiente apor te sangüíneo.
Esse compor tamento difere essencialmente do que se ve r i f i ca e m indivíduos hígidos
c o m pressão normal na ar tér ia central da retina, nos quais os efei tos vasod i l a t ado
res provocados por i r r i t ação química, mecânica ou humora l (por ina lação de C O z )
a t i n g e m todos os vasos; nestas circunstâncias, ao cont rár io do que se ve r i f i ca na
i squemia hipóxica , t a m b é m par t ic ipam da vasod i l a t ação os vasos de mín imo cal ibre
e não há decréscimo da ve loc idade do f luxo sangüíneo. P o r out ro lado, essas a l t e
rações da vascu la r ização da conjunt iva bulbar ver i f icadas nas oclusões da carót ida
interna, não se o b s e r v a m e m pacientes com trombose de outros ramos ar ter ia is
in t racranianos ou da ar tér ia central da ret ina.
R. M E L A R A G N O
OS A N E U R I S M A S S A C U L A R E S S U P R A C L I N Ó I D E O S D A C A R Ó T I D A I N T E R N A :
E S T U D O A N A T O M O - C L Í N I C O E T E R A P Ê U T I C O SOBRE 16 C A S O S ( L E S A N E U -
R Y S M E S S A C C U L A I R E S D E L A C A R Ó T I D E I N T E R N E S U P R A - C L I N O I D I E N N E :
É T U D E A N A T O M O - C L I N I Q U E E T T H É R A P E U T I Q U E D ' A P R É S 16 C A S ) . B E R
N A R D P E R T U I S E T . Neuro-ch i ru rg ie , 5:183-206 ( ab r i l - j unho) 1959.
O t ra je to supracl inóideo da a r té r ia caró t ida interna, estendendo-se do t é rmino
do s ifão in t racavernoso a té a bi furcação das ar tér ias cerebrais an ter ior e média,
pode ser d iv id ido e m três segmentos : infer ior ou ve r t i ca l , médio ou hor izonta l e
superior, ve r t i ca l ou obl íquo . Os aneur ismas inserem-se unicamente nos dois úl t i
mos segmentos . A s ectasias do segmento médio podem nascer de qualquer das
qua t ro faces do vaso , o que pe rmi te d is t inguir qua t ro var iedades ; a pr imeira destas
va r iedades ( s u p e r i o r ) , é a mais g r a v e por se de senvo lve r e m di reção ao espaço per-
furado anter ior . A s ectasias do segmento superior, conforme o modo e sede de
desenvo lv imen to do saco aneurismal , podem ser classif icadas e m var iedades la tera l ,
sagi ta l e med ia l ; e m seu desenvo lv imen to , estas ectasias podem compr imi r ou en
v o l v e r os 3<? e 6» nervos cranianos. Sob o ponto de v is ta cl ínico, as var iedades
superior e med ia l do segmento médio se acompanham de quadro cl ínico suges t ivo
da sede da lesão; a va r i edade media l condiciona uma ceguei ra e, a superior, uma
hemip leg ia capsular. C o m o conduta terapêut ica, o autor preconiza, e m pacientes
com mais de 60 anos, a l igadura da ar té r ia carót ida comum, independentemente
da va r i edade topográ f i ca do aneurisma (6 casos pessoais, sem ac iden tes ) . E m pa
cientes mais jovens , Per tu ise t indica o a taque dire to à m a l f o r m a ç ã o . E m 7 a taques
diretos houve 2 mortes , ambas imputáve is à dissecção do saco aneur ismát ico.
R . M E L A R A G N O
C O N S I D E R A Ç Õ E S SOBRE OS A N E U R I S M A S S I T U A D O S E N T R E A S A R T É R I A S CE
R E B R A I S A N T E R I O R E S : A P R O P Ó S I T O D E U M A S É R I E D E 52 CASOS O P E
R A D O S ( C O N S I D É R A T I O N S S U R L E S A N É U R Y S M E S D E L A R É G I O N S I
T U É E E N T R E L E S A R T È R E S C É R É B R A L E S A N T É R I E U R E S : À P R O P O S D ' U N E
S É R I E D E 52 C A S O P É R É S ) . A . S N E L L M A N N , T . M A K E L A e S. N Y S T R O M . N e u r o
chirurgie , 5:143-161 ( ab r i l - j unho) 1959.
Os autores estudam os "aneurismas si tuados entre as duas ar tér ias cerebrais
anter iores" — nomencla tura que ado t am de preferência à de "aneurismas da ar tér ia
comunicante anter ior" — operados entre 1950 e 1957, compreendendo 52 casos ( e m
um to ta l de 181 casos de aneurismas in t racranianos ope rados ) , cujo d iagnós t ico foi
fe i to median te ca ro t idograf ia . H a v i a predominância no sexo mascul ino ( 2 9 : 2 3 ) ,
sendo a idade média dos pacientes de 41,3 anos ( v a r i a ç õ e s de 23 a 60 a n o s ) . Apenas
em 4 pacientes h a v i a hipertensão ar te r ia l e e m nenhum caso houve pos i t iv idade
das reações para a lues. H o u v e incidência de hemor rag ia subaracnóidea p rév ia e m
29 doentes; 19 h a v i a m sofrido dois e 4 pacientes t inham apresentado três episódios
de sangramento men íngeo . Os in te rva los entre duas hemor rag i a s e m um mesmo
paciente v a r i a r a m de 3 dias a 7 anos. F o i regis t rada grande va r i ab i l idade quanto
à s in tomato log ia cl ínica, dependendo, e m par te , da d i reção de crescimento e da
m o r f o l o g i a das ma l fo rmações vascu la res : 31 aneurismas se d i r ig i am para ba ixo e
para a f rente; 4 para a frente e para c ima; 2 d i re tamente para c ima; 8 para
ba ixo ; 2 para t rás e para c ima. N o que concerne à técnica neuroci rúrgica os m é
todos empregados fo r am os seguintes : in ter rupção do co lo do aneurisma por l i ga
dura com f io ou c l ipe (39 casos) ; l igadura da ar té r ia cerebra l an ter ior por cl ipe
(4 ca sos ) ; l igadura de ambas ar tér ias cerebrais anter iores (3 casos, todos com
insucesso) ; e n v o l v i m e n t o do aneurisma com músculo (5 casos) ; p lás t ica com ge la
tina ( 1 c a s o ) . A mor ta l idade opera tór ia foi de 6 sobre 52 casos. O seguimento,
possível e m 47 casos, mostrou que 16 pacientes puderam v o l t a r n o r m a l m e n t e ao
t raba lho ; e m 22 casos a v a l i d e z se encon t rava mais ou menos diminuída; 16 pacientes
não puderam v o l t a r ao t raba lho; dois v i e r a m a fa lecer mais ta rd iamente .
R . M E L A R A G N O
OS A N E U R I S M A S D A C O M U N I C A N T E A N T E R I O R : A S P E C T O S A N A T Ô M I C O S , M O
D A L I D A D E S O P E R A T Ó R I A S ( L E S A N E U R Y S M E S DE L A C O M M U N I C A N T E A N
T É R I E U R E : A S P E C T S A N A T O M I Q U E S , M O D A L I T É S O P É R A T O I R E S ) . J. LE-
POIRE e B. C O X A M . Neuro-Chi ru rg ie , 5:162-182 ( ab r i l - j unho) 1959.
A sede dos aneurismas da ar té r ia comunicante anter ior e sua hemodinãmica
par t icular c r i am para o neuroc i rurg ião dif iculdades técnicas especiais; com efe i to , a
inef icácia da l igadura da carót ida, a profundidade da estrutura a ser a t ingida, a
m o r f o l o g i a do colo d i f ic i lmente iden t i f i cáve l ( e , por vezes , mesmo ausen te ) , as re-
lações ana tômicas com as cerebrais anter iores e seus ramos, const i tuem problemas
sérios para o a to opera tór io . Nes t e t rabalho, baseado e m 22 observações , os auto
res, discutindo os pormenores da técnica neurocirúrgica , insistem na ut i l idade de
abordar d i re tamente o colo ou o saco aneurismát ico, como at i tude terapêut ica e fe
t i v a e def in i t iva . P a r a isso, consideram necessário conduzir a in te rvenção sob hi
po te rmia a f im de diminuir os riscos de uma interrupção temporár ia da c i rculação
e preconizam a amputação do lobo f rontal para permi t i r uma v i a de acesso mais
ampla . Da casuística dos autores, um paciente recusou a in te rvenção e v e i o a fa
lecer no tercei ro episódio hemor rág ico , dois anos após o acidente in ic ia l ; dois doen
tes f a l ece ram antes de qualquer possibil idade c i rúrgica ; dois fo ram t ra tados por
c l i pagem da cerebral anter ior do lado da injeção preferencia l ( u m dos operados
passa bem 9 anos após a in te rvenção e o outro foi perdido de v i s t a ) ; 8 doentes
sofreram l igadura do colo (7 com cura completa , 1 fa lecendo no pós -ope ra tó r io ) ;
8 pacientes f o r a m t ra tados pela c l i pagem g loba l do saco aneur ismát ico, na impos
sibil idade de ser ident i f icado o colo (7 curaram-se sem seqüe l a s ) ; f ina lmente e m
um paciente foi exc isado o próprio aneurisma e l igada a cerebral anter ior esquerda,
com ó t imo resultado. A mor ta l idade g loba l foi de 25% e a mor ta l idade opera tór ia
de cerca de 10%. Os 17 casos considerados como curados não apresentaram qual
quer seqüela.
R. M E L A R A G N O
A N E U R I S M A S D A A R T É R I A V E R T E B R A L : R E G I S T R O DE 5 C A S O S ( A N E U R Y S M S
O F T H E V E R T E B R A L A R T E R Y : R E P O R T O F 5 C A S E S ) . G. P A U L S O N , B . S.
N A S H O L D JR . e G. M A R G O L I S . N e u r o l o g y , 9:590-598 ( s e t e m b r o ) 1959.
A incidência de aneurismas da ar tér ia ve r t eb ra l comprovados em autópsias re
presenta 1 a 15% de todos os aneurismas intracranianos. A p e s a r de f reqüentemente
assintomática, a exis tência de aneurisma ve r t eb ra l pode ser suspeitada, e m certos
casos, por vá r i a s caracter ís t icas conferidas pela compressão direta do cerebelo, do
t ronco d o encéfa lo e de nervos cranianos, a l é m dos s intomas dependentes do com
promet imen to da i r r i gação sangüínea dessas estruturas. Dores cerv ica is profundas,
assim como sintomas dependentes de compromet imen to de nervos cranianos (pr in
c ipa lmente t r i g ê m e o e f a c i a l ) podem ocorrer . O acomet imen to do 8"? par t a m b é m
não é insól i to e sua associação com distúrbios ves t ibulares pode induzir ao falso
d iagnóst ico de neur inoma do acústico. Déf i c i t mo to r uni la teral , associado ou não
a parestesias, pode ser ver i f i cado .
N o presente t rabalho os autores r eg i s t r am 5 casos dessa na tureza : um consti
tuiu achado de autópsia e, e m 4, houve suspeita cl ínica. Destes úl t imos, dois f o
r am submetidos a a r te r iograf ias ver tebra i s ; a neuroci rurg ia fo i tentada e m dois
casos, sem sucesso.
N o s 5 casos fo ram observadas a l terações a terosclerót icas nas paredes dos aneurismas.
R. M E L A R A G N O
T R A T A M E N T O P R E C O C E DOS A N E U R I S M A S I N T R A C R A N I A N O S R O T O S D O C I R
C U L O D E W I L L I S C O M T É C N I C A E S P E C I A L D E C L I P A G E M ( E A R L Y T R E A T
M E N T O F R U P T U R E D I N T R A C R A N I A L A N E U R Y S M S O F T H E C I R C L E O F
W I L L I S W I T H S P E C I A L C L I P S T E C H N I Q U E ) . J . L A W R E N C E P O O L . Bul l . N e w
Y o r k A c a d . Med. , 35:357-369 ( j u n h o ) 1959.
D e v i d o à iminência de rotura de aneurismas intracranianos, o t r a t amento neu-
roc i rúrg ico d e v e ser rea l izado tão cedo quanto possível ; a época oportuna e o t ipo
de in te rvenção c i rúrgica dependerão da idade e das condições gera is do paciente,
assim c o m o da loca l i zação e das caracter ís t icas do aneurisma. Desde que a recor-
rência do sangramento é mais f reqüente entre o 7v e 14» dias após o aparec imento
dos sintomas iniciais, é prudente rea l izar a in te rvenção dentro da pr imeira semana
a par t i r do início do quadro cl ínico, desde que tenha sido fei ta loca l i zação ang io -
gráf ica e que as condições gerais do paciente sejam razoáve i s . Delongas , mesmo
de 24 horas, podem dar t empo a recorrências fatais ou com rel iquats g r aves (hemi
p legia permanente ou edema cerebra l g r a v e ) , condições que poderão ser ev i tadas
mediante ação c i rúrgica precoce. Os riscos da remoção de um paciente que t e v e
hemor rag ia subaracnóidea para um hospital dev idamente equipado são insignif ican
tes. A escolha do processo c i rúrg ico depende de três fa tores : idade e condições
gerais do paciente; loca l i zação e t ipo do aneurisma? a exper iência do neurocirur
g i ão . A tendência a tual dos neuroci rurgiões se d i r ige para a agressão int racraniana
do aneurisma e, sempre que possível , sua obl i te ração . Aper fe i çoamen tos técnicos
t ê m sido desenvolv idos para tornar a operação menos g r a v e ; assim, o e m p r e g o da
h ipotermia e de pequenos clips ( r e m o v í v e i s ainda durante a ope ração ) para a
oclusão temporár ia do f luxo sangüíneo destinado ao aneurisma fac i l i t am o a to ope
ra tór io que v i sa a ob l i t e ração do saco aneur ismát ico por clips permanentes ou
sua ressecção.
R. M E L A R A G N O
H E M O R R A G I A I N T R A C R A N I A N A C O M O C O M P L I C A Ç Ã O D E T E R A P Ê U T I C A A N T I
C O A G U L A N T E ( I N T R A C R A N I A L H E M O R R H A G E A S A C O M P L I C A T I O N O F
A N T I C O A G U L A N T T H E R A P Y ) . K . D . B A R R O N e G. F E R G U S S O N . N e u r o l o g y , 9:
447-455 ( j u l h o ) 1959.
A medicação an t icoagulante , cujas van tagens são em gera l reconhecidas, o f e
rece t ambém riscos pelas hemorrag ias que pode condicionar (hematúr ias , enterorra-
gias, hemoptises, epistaxes, equimoses subcutâneas, sangramentos de feridas, san
gramentos re t roper i toneais e em cavidades se rosas ) ; a l ém disso, há risco de san
gramentos int racranianos que o presente t rabalho regis t ra em 5 casos, todos com
comprovação aná tomo-pa to lóg ica . Estes 5 casos se somam a 58 outros (dos quais
27 em pacientes com endocardi te bac t e r i ana ) recolhidos na l i te ra tura por Bar ron
e Fergusson; e m adendo estes autores re fe rem mais um caso fa ta l em sua casuís
t ica própria e reg i s t ram 7 outros ci tados mais recentemente na l i te ra tura especia
l izada . Dos 5 pacientes regis t rados neste t rabalho, um era hipertenso e se encon
t r ava sob t ra tamento an t icoagulan te quando t e v e hemor rag ia int racerebelar . E m
6 pacientes mencionados na l i teratura, hav i a hipertensão ar ter ia l quando foi em
pregada a medicação ant icoagulante , sendo a hemor rag ia int racraniana atr ibuída
a isso; entre tanto , na maior ia dos pacientes os níveis de prot rombina e r am mais
baixos que os desejáveis . A i n d a assim os autores pensam que o uso precoce de
ant icoagulantes e m pacientes que acabam de sofrer embol ia cerebral a g r a v a o pe
r igo de t r ans formação do enfar te isquémico e m hemor rág ico e concluem que d e v e m
ser tomados cuidados especiais para o emprego de an t icoagulantes em pacientes
hipertensos ou com enfar te cerebral recente, par t icu la rmente nos devidos a em
bolias .
R . M E L A R A G N O
C O M A P R O L O N G A D O P O R T R O M B O S E R E T A R D A D A D A A R T É R I A B A S I L A R C O N
S E Q Ü E N T E A T R A U M A E L É T R I C O : R E G I S T R O A N Á T O M O - C L 1 N I C O D E U M
C A S O ( P R O T R A C T E D C O M A F R O M D E L A Y E D T H R O M B O S I S O F B A S I L A R
A R T E R Y : C L I N I C O - P A T H O L O G I C A L R E P O R T O F A C A S E ) . E. H A A S E e J. A .
L U H A N . A r c h . N e u r o l . ( A . M . A . ) , 1:195-202 ( a g o s t o ) 1959.
Tra ta -se do regis t ro de caso e m que a v i d a do paciente se p ro longou por mais
de um ano após uma encefa lomalác ia maciça comprometendo a substância re t icular
do t ronco do encéfalo , com in tegr idade p ra t i camente comple ta do cór tex cerebral .
O início da a fecção ocorreu 19 dias após exposição acidental à corrente e lé t r ica
de a l ta v o l t a g e m . O e x a m e aná tomo-pa to lóg i co reve lou oclusão da ar té r ia basi lar
e, como conseqüência, extensa encefa lomalác ia do mesencéfa lo e par te superior da
ponte, comprometendo a fo rmação t egmen ta r ret icular . E m vis ta do decurso c l í
nico do caso e da tendência com que choques e lé t r icos de a l ta v o l t a g e m a l t e r am
vasos sangüíneos, os autores admi tem uma re lação de causa e efei to , pelo menos
como fa tor precipi tante, do choque e lé t r ico na produção do t rombo oclus ivo .
R . M E L A R A G N O
E N C E F A L O M I E L I T E S O B S E R V A D A S D U R A N T E A U L T I M A E P I D E M I A G R I P A L :
14 O B S E R V A Ç Õ E S A N A T O M O - C L I N I C A S ( L E S E N C É P H A L O M Y E L I T E S O B S E R -
V É E S P E N D A N T L A D E R N I È R E E P I D É M I E G R I P A L E : 14 O B S E R V A T I O N S
A N A T O M O - C L I N I Q U E S ) . S. B A T T A G L I A , G . C. G R A Z I , J . M A C C H I e T . M A S I N I .
A c t a Neuro l . et Psychia t . Bélg ica , 59:123-162, 1959.
Do ponto de v is ta cl ínico os autores d iv id i r am os casos e m três grupos : no
pr imei ro ( u m c a s o ) , hav ia s in tomato log ia predominantemente mioc lônica ao n íve l
dos músculos peribucais e manifestações correspondentes a compromet imen to do
t ronco cerebral (per turbações da deglu t ição , da resp i ração) e dos hemisférios ce
rebrais ; o segundo grupo incluiu três casos com síndrome para l í t ica do t ipo ascen
dente, evo lu indo rap idamente para o óbi to por paral is ia respiratória, nos quais o e x a m e do l iqüido cefa lor raquid iano mostrou reação meníngea do t ipo l in foc i tá r io ;
no te rce i ro grupo (6 casos ) , houve a l t e ração progress iva ou brusca do sensório,
crises convuls ivas e hiper termia.
Do ponto de vis ta aná tomo-pa to lóg ico , as observações incluídas nos dois pri
meiros grupos são bastante diversas, mas as lesões exp l i c am os sintomas. O ter
ceiro grupo é r e l a t ivamen te uniforme do ponto de vis ta cl ínico, mas po l imor fo do
ponto de vis ta aná tomo-pa to lóg ico . N o paciente do p r imei ro grupo foi encontrada
encefa l i te difusa a t ing indo os hemisférios, o t ronco cerebral e o cerebelo; ao l ado
de lesões t ípicas de pol ioencefa l i te do t ronco cerebral e dos núcleos cinzentos cen
trais hav ia leucoencefal i te hemisfér ica; o cór tex foi pouco a t ing ido ; ao lado de
lesões celulares agudas hav ia lesões per ivasculares caracter izadas por nódulos g l i a i s ;
as células gang l ionares dos cornos anter iores e s t a v a m intactas; as desmiel in izações
e ram perivenosas e axia is . O segundo grupo se carac ter izou por um processo de
pol iomie l i te , em um caso l imi tado apenas à medula, e estendendo-se ao t ronco ce
rebral nos casos restantes ( e m um caso os nódulos gl ia is a t i n g i r a m o cór tex cere
b r a l ) . N o tercei ro grupo fo ram observados 4 tipos diferentes de processos pa to ló
g icos : a ) quadro de panencefal i te difusa ( u m c a s o ) ; b ) quadro de meningoence-
fa l i te l infoci tár ia (4 casos) , acompanhado de edema adven t ic ia l e per ivascular dos
hemisfér ios cerebrais ; c ) a essa exsudação l infoci tár ia se associou, em um caso,
desmiel in ização per ivent r icu lar ; d ) em dois casos houve leucoencefa l i te hemorrá
gica de intensidade moderada, tendo sido, em um deles, o edema e as hemorrag ias
per ivasculares as lesões mais impor tantes ; e m outro, ao cont rár io , a reação hemor
rág ica se associava a exsudações celulares e a pro l i fe ração mic rog l i a l per ivascu
lar com desmiel in ização mui to discreta.
S Y L V I O S A R A I V A
C O N S I D E R A Ç Õ E S C L I N I C A S E P A T O G Ê N I C A S SOBRE A M I A S T E N I A , C O M P A R
T I C U L A R R E F E R Ê N C I A A O P A P E L D A S L E S Õ E S D O T I M O ( C O N S I D E R A Z I O N I
C L I N I C H E E P A T O G E N E T I C H E S U L L A M I A S T E N I A , C O N P A R T I C O L A R E R I -
G U A R D O A L L ' I M P O R T A N Z A C H E I N E S S A A S S U M O N O L E L E S I O N I D E L
T I M O ) . E. B O R G N A . Sistema N e r v o s o , 11:319-337, 1959.
O autor apresenta as observações cl ínicas de dois pacientes portadores de mias-
tenia g r a v e associada a aumento de v o l u m e do t imo conf i rmado pela pneumomedias-
t inograf ia ; em um dos casos foi feita a t imectomia , tendo o e x a m e h i s topa to lóg ico
most rado tratar-se de t imoma. A paciente submetida à t imectomia , após melhora
inicial , piorou progress ivamente a té o óbi to . A patogenia da doença é discutida,
sendo ressaltada a impor tância dos fatores de natureza endócrina, e m par t icular
as a l terações da função t imica decorrentes de hiperplasia ou de tumor da glândula .
P o r este m o t i v o o autor dá ênfase aos exames rad io lóg icos simples e contrastados.
Ju lgamos de interesse a exis tência de hiperostose frontal interna nos dois casos
estudados, pois não encontramos, na l i teratura, referências a esta a l t e ração na
mias tenia g r a v e . Outro fa to que merece reparos foi a normal idade do e lec t rocar
d iog rama em um caso, e a presença de a l terações caracter izadas por inversão da
onda T e aba ixamen to dos complexos vent r icu lares e m outro caso, em paciente
sem al terações cl ínicas no aparelho cardiovascular . O autor conclui que o fator
pa togênico principal reside em um distúrbio na transmissão dos impulsos nervosos
ao n ive l da junção neuromuscular , ace i tando a hipótese química de t ransmissão;
na miastenia o t imo está ana tômica e funcionalmente a l terado, fa to que concorre
para per turbar o mecanismo f i s io lógico da transmissão sináptica.
J. L A M A R T I N E DE A S S I S
S Í N D R O M E M I A S T Ê N I C A E M P A C I E N T E S C O M E S C L E R O S E L A T E R A L A M I O T R Ó -
F I C A ( M Y A S T H E N I C S Y N D R O M E I N P A T I E N T S W I T H A M Y O T R O P H I C L A
T E R A L S C L E R O S I S ) . D . W . M U L D E R , E. H . L A M B E R T e L . M . E A T O N . N e u r o l o g y ,
9 : 6 2 7 - 6 3 1 ( o u t u b r o ) 1 9 5 9 .
N o decurso de a lguns casos de esclerose la te ra l amio t ró f ica podem ocorrer si
nais cl ínicos ou labora tor ia i s de fa t igab i l idade muscular exagerada , semelhante à
ver i f i cada na miastenia g r a v e . Mulder e colaboradores apresentam 4 casos de m o
léstia de Chareot nos quais hav i a s índrome miastênica associada. Os sintomas
miastênicos e r am mais aparentes nos músculos severamente afetados pelo compro
met imen to das células dos cornos anteriores, sendo nítidas as respostas à adminis
t ração do Tens i lon e da d-tubocurarina. U m dos pacientes tinha pronunciada di
minuição da força muscular após a injeção de 1 / 1 0 da dose curar izante da d-tubo
curarina, efe i to este que, entre tanto , era prontamente anulado pelo uso do Tens i lon .
E m todos os casos a injeção do Tens i lon ou da neost igmina proporcionou melhora
parcial dos sintomas def ic i tár ios musculares.
A ocorrência de uma síndrome miastênica associada à esclerose la tera l amio t róf ica sugere que anormal idades do neurônio moto r infer ior possam resul tar de um defe i to de condução neuromuscular, o qual, e m muitos aspectos, se assemelha às encont ráve is na miastenia . O mecanismo determinante dessa s índrome nos pacientes com a doença de Chareot ainda é obscuro. Os autores a v e n t a m a lgumas hipóteses exp l i ca t ivas .
R. M E L A R A G N O
I N V E S T I G A Ç Õ E S C L I N I C A S E E L E C T R E N C E F A L O G R Á F I C A S N A D I S S I N E R G I A C E R E B E L A R M I O C L Ô N I C A ( C L I N I C A L A N D E L E C T R O E N C E P H A L O G R A P H I C I N V E S T I G A T I O N S I N M Y O C L O N I C C E R E B E L A R D Y S S Y N E R G I A ) . A . K R E I N D -LER, E. C R I G H A L e I . P O E L I C I . J. Neuro l . , Neurosurg . a. Pychiat . , 2 2 : 2 3 2 - 2 3 7 , 1 9 5 9 .
Os autores apresentam o estudo cl inico, e l ec t rencefa lográ f i co e e l ec t ro fa rmaco-
lóg ico de três i rmãos, sendo que um apresentava manifes tações clínicas e e lec t ren-
cefa lográf icas t ípicas da dissinergia cerebelar mioelônica , outro apresentava apenas
complexos at ípicos espícula-onda 4 a 5 c/s , mas sem mioclonias , e o tercei ro t inha
uma s índrome cerebelar e seu e l ec t r ence fa log rama exib ia ondas lentas amplas, g e
neral izadas , s imétr icas e sinusoidais, não influenciadas pela fo to-es t imulação . E m
um caso a c lorpromazina acentuou os sinais cerebelares e fêz aparecer as m i o c l o -
nias, enquanto, em outro, abol iu quase que comple tamen te as mioclonias , embora
pouca influência t ivesse sobre o e l ec t r ence fa lograma; neste caso a adrenal ina ag ra
v o u as mioclonias . Com base nestes resul tados os autores a d m i t e m que a dissiner-
g ia cerebelar mioc lônica dependa de disfunção do sistema ret icular .
O presente t raba lho nos pareceu a l g o confuso, não sendo refer ido se os enfer
mos e s t a v a m e m uso de drogas an t iconvuls ivantes e se estas f o r a m suspensas, ou
não, durante as provas e l ec t ro fa rmaco ióg icas . A l é m disso, os autores omi t i r am a
p rova com o curare que ter ia sido útil nos casos estudados. Apenas um caso ( o
p r i m e i r o ) era t ípico de dissinergia cerebelar mioclônica . Ju lgamos prematura , v a g a
e sem base f i rme a conclusão dos autores acerca da pa togen ia da afecção .
R . M E L A R A G N O
U S O I N T R A V E N O S O D E U R É I A P A R A O C O N T R O L E D A H I P E R T E N S Ã O I N T R A C R A N I A N A ( T H E I N T R A V E N O U S USE O F U R E A F O R C O N T R O L O F I N T R A -C R A N I A L H Y P E R T E N S I O N ) . .1. S. M A R S H e F. M . A N D E R S O N . Bul i . L o s A n geles Neu ro l . S o e , 24:174-179 ( s e t e m b r o ) 1959.
Os autores in ic iam seu t rabalho com um breve his tór ico sobre o uso da uréia
in t ravenosa para o controle de hipertensão intracraniana, c i tando pr inc ipa lmente
os t rabalhos de Javíd e resumindo suas conclusões. A seguir, m o s t r a m o resultado
de sua exper iência haurida mediante a adminis t ração de 113 doses e m 43 pacientes.
A solução usada foi sempre de 30% e m solução de g l icose a 5% ou de açúcar in
ve r t i do a 10%. O mater ia l era composto de tumores cerebrais, t raumat ismos cra
nianos, ma l fo rmações vasculares, abscessos cerebrais e encefal i tes . N o s casos cirúr
gicos os pacientes f o r am submetidos à droga antes, durante ou após o a to ope
ra tór io .
O resul tado foi cont ro lado c l in icamente , pela v i s ib i l i zação cirúrgica, median te
punção lombar ou pela medida da tensão ar te r ia l . A diurese sempre foi controla
da. E m alguns pacientes foi fe i to cont ro le da uremia, do K sangüíneo e da re
se rva a lcal ina . Os autores concluem que, na maior ia dos casos, o resul tado da
adminis t ração de uréia é bom, havendo , no entanto, casos e m que não se obse rvam
resultados sat isfatór ios . A uréia e levou-se t rans i tor iamente no sangue. A diurese
e m ge ra l aumentou. N ã o houve modif icações aprec iáveis dos e lec t ró l i tos sangüíneos.
Nunca f o r a m observados fenômenos de "rebound" após a adminis t ração de uréia.
Efe i tos cola tera is f o r am assinalados em dois casos (necrose subcutânea e fo rmação
de vesículas c u t â n e a s ) : e m um dos pacientes houve e x t r a v a s a m e n t o do l iqü ido por
agu lha ma l co locada; no outro não houve demonst ração deste f a to . A l g u n s pacien
tes apresentaram t romboflebi tes .
G I L L E S H E N R I D U C H É N E
A M O B I L I D A D E D O S E G M E N T O C E R V I C A L D A M E D U L A E S P I N H A L E M C O N D I
ÇÕES N O R M A I S ( T H E M O B I L I T Y O F T H E C E R V I C A L S P I N A L C O R D U N D E R
N O R M A L C O N D I T I O N S ) . J . J I R O T . Br i t . J . Radio l . , 32:744-751 ( n o v e m b r o )
1959.
Estudando a mobi l idade do segmento ce rv ica l da medula median te e m p r e g o
de método pneumomie lográ f i co , o autor chegou às seguintes conclusões: a ) a po
sição do segmento cerv ica l da medula espinhal não é constante, podendo deslocar-se
a té 9 m m e m direção sagi ta l conforme a posição do corpo; b ) os deslocamentos
são va r i áve i s de acordo com os diferentes n íve i s (mín imos ao n íve l de C 3 , eles au
men tam progress ivamente em direção crania l e c a u d a l ) ; c ) a grande mobi l idade
da medula não tem re lação com o d iâmet ro ântero-poster ior do canal ver tebra l ,
sendo os deslocamentos mais amplos na porção inferior , menos calibrosa, do que
na porção superior onde os d iâmetros do canal ve r t eb ra l são maiores ; d ) as v a -
r iações na fo rma do pescoço — maio r ou menor grau de curva tura e m di reção
sagi ta l — não in f luem dec is ivamente nas relações entre a medula e as paredes do
canal ve r t eb ra l . Estes estudos pneumomie lográ f icos conf i rmam os estudos anatô
micos fei tos em cadáver , segundo os quais, em posição prona, o segmento ce rv ica l
da medula se desloca e m direção ven t r a l ao passo que, e m posição supina, a m e
dula é deslocada e m direção dorsal .
J . Z A C L I S
R E V I S Ã O N E U R O P A T O L Ó G I C A D E L E S Õ E S C E R E B R A I S E D O S P E R I G O S I N E R E N T E S A Q U I M I O P A L I D E C T O M I A ( N E U R O P A T H O L O G I C R E V I E W O F B R A I N L E S I O N S A N D I N H E R E N T D A N G E R S I N C H E M I O P A L L I D E C T O M Y ) . R . G. W H I T E , C. S. M A C C A K T Y e R . C. B A H N . A r c h . Neu ro l . ( A . M . A . ) , 2:12-17 ( j a ne i ro ) 1960.
Interessante caso aná tomo-c l ín ico de qu imiopa l idec tomia fei ta segundo a téc
nica preconizada por Cooper . A necropsia demonstrou que a par te media l do g lobo
pál ido esquerdo fora a t ing ida cor re tamente mas o g lobo pá l ido do lado direi to,
assim como a comissura anter ior , t a m b é m apresen tavam lesões, interpretadas como
devidas à difusão do agen te l í t ico empregado ( E t o p a l i n ) . P o r out ro lado os sinto
mas ( t r emor e r i g i d e z ) não fo r am influenciados de modo aprec iáve l pela lesão pa-
l idal . Esta observação , mui to interessante, parece pôr e m choque os novos con
ceitos re la t ivos à f i s io logia do sistema ex t rap i ramida l e à pa togenia das hiperci
nesias.
J. Z A C L I S
A C I R U R G I A D O L Ó B U L O P R É - F R O N T A L C O M O M E I O D E E R R A D I C A Ç Ã O DE A N
S I E D A D E I N T R A T Á V E L ( T H E R O L E O F P R E F R O N T A L L O B E S U R G E R Y A S
A M E A N S O F E R R A D I C A T I N G I N T R A C T A B L E A N X I E T Y ) . J . S L O C U M , C. L .
B E N N E T T e J . L A W R E N C E P O O L . A m . J . Psychiat . , 116:222-230 ( s e t e m b r o ) 1959.
Os autores apresentam sua casuística de 18 casos de leucotomia pré-frontal
regis t rada e m 10 anos, sal ientando que este pequeno número é dev ido à r igorosa
seleção, pois, após 50 aparentes boas indicações para o processo opera tór io , cuida
dosos exames cl ínicos, ps icológicos e psiquiátr icos demonst raram que a indicação
era rea lmente cer ta apenas nestes 18 pacientes (5 psicóticos e 13 neuró t i cos ) . Como
indicadora da psicocirurgia foi considerada a presença de ag i t ação ou ansiedade
crônicas, de longa duração, não respondendo f a v o r a v e l m e n t e a outros t ra tamentos .
A in te rvenção c i rúrgica determinou remissão do s intoma em três e a l í v i o em dois
dos psicóticos; grandes melhoras fo ram assinaladas em 12 dos neuróticos. Os au
tores descrevem as medidas psicoterápicas e a conduta v isando a boa readaptação
do paciente após o t r a t amento c i rúrgico . O t rabalho não t raz novidades Impor
tantes; suas conclusões são as mesmas da ma io r i a dos autores, especia lmente no
que se refere às indicações da leucotomia pré-frontal . A grande pe rcen tagem de
melhoras se d e v e ao fa to de te rem sido obedecidas as normas quanto às indicações
r igorosas .
G E R A L D O S Q U I L A S S I
T R A T A M E N T O D A E S Q U I Z O F R E N I A A N É R G I C A C O M I M I P R A M I N A ( T H E T R E A T
M E N T O F A N E R G I C S C H I Z O P H R E N I A W I T H I M I P R A M I N E ) . P . E. F E L D M A N .
J. Clin. a. Exper . Psychopathol . & Quart . R e v . of Psychia t . a. Neurol . , 20:235-242
( j u lho -dezembro ) 1959.
Como os t rabalhos sobre o c lor idra to de imipramina ( T o f r a n i l ) apenas men
c ionam a possibil idade do e m p r e g o de ta l medicação no t ra tamento da esquizofre
nia, o au tor selecionou 84 esquizofrênicos de t ipo anérg ico , sendo 26 de t ipo não
classificado, 30 paranóides, 22 catatônicos, 5 hebefrênicos e um simples, submetendo-os
a essa terapêut ica . A s doses empregadas f o r a m de 50 m g no pr imei ro dia, au
mentando 25 m g / d i a cada 3-5 dias até, na ma io r i a dos casos, 100-150 m g / d i a ; apenas
e m a lguns foi empregada a dose de 400 m g / d i a ; a duração média do t r a t amen to
fo i de 60 dias; em 23 casos o t r a t amento foi in te r rompido pela ocorrência de efei tos
cola tera is ( exc i t ação , f raqueza, perda de peso, convulsões, fu runcu lose ) . E x a m e s de
labora tór io , repetidos cada 7-10 dias, não mos t ra ram modif icações s ign i f ica t ivas na
fosfatase alcal ina, reação indireta de v a n den Bergh , t u rvação do t imol , n i t rogên io
não proteico, uréia sangüínea, h e m o g r a m a e anál ise urinária. O to ta l de melhoras
s igni f ica t ivas foi de 48%; apresentaram maio r indice de melhoras a conta tuação
com o ambiente , o apet i te e a a fe t iv idade , sendo menos inf luenciadas a agress iv i
dade, a host i l idade e as alucinações. A única fo rma simples do grupo apresentou
boas melhoras ; os tipos não classif icados e os paranóides r e a g i r a m melhor que os
catatônicos, enquanto que os 5 hebefrênicos não apresen ta ram al terações . O autor
sal ienta não ter ve r i f i cado os efei tos cola tera is mais comumente ci tados na l i t e
ra tura : secura das mucosas, tonturas, insónia, t remores , obst ipação, bor ramento da
v isão , erupções cutâneas, palpi tações, hiperidrose, ic ter ic ia e s índrome parkinsoniana.
E m conclusão, admi te o autor que, apesar do número to ta l de melhoras ser de
apenas 50% dos casos e mesmo considerando que 27% dos casos apresentaram
efei tos colaterais , será interessante o e m p r e g o e observação mais cuidadosa desta
n o v a medicação, pr inc ipa lmente em quadros depressivos cuja terapêut ica se res
sente da fa l ta de produtos de ação segura.
G E R A L D O S Q U I L A S S I
C O M P A R A Ç Ã O G R A F I C A DOS E F E I T O S D E C I N C O F E N O T I A Z I N A S ( A G R A P H I C
C O M P A R I S O N O F F I V E P H E N O T H I A Z I N E S ) . J. A . S M T H , D . C H R I S T I A N , E.
M A N S F I E L D e A . F I G A R E D O . A m . J. Psychiat . , 116:392-399 ( n o v e m b r o ) 1959.
D e v i d o ao número sempre maior de der ivados fenot iaz ínicos os autores resol
v e r a m exper imenta r cinco destas medicações : SQ 4918 ou Vespazine, Win-13-645-5,
SC 7105, A d a z i n e e T r i l a f o n . F o r a m selecionados 132 esquizofrênicos e 3 pacientes
com psicose maníaco-depressiva, sendo dada preferência aos pacientes internados
há mais de um ano. A f im de ev i t a r o fa tor pessoal na a v a l i a ç ã o dos resultados,
foi empregada a mesma equipe para estudo dos efe i tos da mesma droga . C o m
Wdas as drogas houve a l ta incidência de efei tos cola tera is e poucas melhoras . Os
autores j u l g a m que as medicações estudadas não o fe recem melhores van tagens te
rapêut icas que os métodos ut i l izados an ter iormente . É preciso, contudo, fazer uma
ressalva impor tan te : todos os pacientes f o r am submetidos a t r a t amento apenas du
rante duas semanas, sendo opinião da g rande maior ia dos autores que os casos
crônicos e x i g e m longos t ra tamentos .
G E R A L D O S Q U I L A S S I
T R A T A M E N T O D E S Í N D R O M E P Ó S - A L C O Ó L I C A C O M C L O R I D R A T O D E T R I F L U -
P R O M A Z I N A ( T R E A T M E N T O F P O S T A L C O H O L I C S Y N D R O M E W I T H T R I F L U -
P R O M A Z I N E H Y D R O C H L O R I D E ) . H . I . G O L D M A N . J .A .M.A. , 174:1502-1503 (no.-
vembro , 14) 1959.
Visando a l i v i a r os s intomas decorrentes de abstinência de á lcool o autor usou
o c lor idra to de t r i f lupromazina (Siqui l , no B r a s i l ) , durante cerca de um ano, em
221 homens e 31 mulheres . A s doses f o r a m de 25 m g cada 4 horas; não havendo
resposta, a medicação era aumentada até a t ing i r 150-400 m g / d i a . Os resultados
obtidos podem ser considerados ót imos, pois ocor re ram melhoras quanto à ag i t ação
(212 casos) , às neuroses (203 casos) , às alucinoses (212) , às náuseas ( 2 0 9 ) . Quanto
às mulheres e m part icular , apenas uma não melhorou; é interessante esta melhor
resposta terapêut ica no sexo feminino, o que pode ter g rande s igni f icado cl ínico.
O autor comenta t rabalhos que demons t ram melhor resposta das mulheres esquizo
frênicas e m re lação aos homens esquizofrênicos no que se refere à conduta, quando
ambos são t ra tados com c lor idra to de t r i f lupromazina .
G E R A L D O S Q U I L A S S I
E F E I T O S D A C L O R P R O M A Z I N A E D O Á L C O O L SOBRE A C O O R D E N A Ç Ã O E J U L
G A M E N T O ( E F F E C T S O F C H L O R P R O M A Z I N E A N D A L C O H O L I N C O O R D I N A -
T I O N A N D J U D G E M E N T ) . G. A . ZlRKLE, D . K I N G , O. B. MCATEE e R . V A N DYKE.
J .A .M.A. , 174:1496-1499 ( n o v e m b r o , 14) 1959.
Dada a f reqüência de acidentes automobi l í s t icos nos quais os acidentados es
t a v a m e m uso de drogas a ta ráx icas e t inham tomado á lcool , os autores r e so lve ram
inves t iga r a ação da associação c lo rpromazina + á lcool sobre a coordenação mus
cular e sobre o j u lgamen to . Se lec ionaram 18 empregados do hospital e 6 doentes
(18 homens e 6 mu lhe re s ) , d iv idindo-os em 4 grupos estudados e m 4 e tapas : 1 )
p lacebo de c lo rpromazina + placebo de á lcoo l ; 2 ) c lo rpromazina + placebo de á l
cool ; 3 ) p lacebo de á lcool -f c lo rpromazina ; 4 ) c lorpromazina + á lcoo l . F o r a m
empregados 200 m g / d i a de c lorpromazina ( in ic iando as tomadas uma semana antes
da inges tão de á lcool , a f im de obter a ma io r ap rox imação com as condições tera
pêuticas cor ren tes ) e á lcool suficiente para man te r uma t axa de 0,05% no sangue,
com o e s tômago v a z i o . Após descreverem a técnica empregada , os testes ava l i a
dores e os s intomas acusados pelos pacientes, os autores apresentam os resultados,
most rando que pequenas quantidades de c lorpromazina po tenc ia l i zam for temente o
efe i to do á lcool (50% das pessoas que t o m a r a m c lorpromazina + á lcool se mostra
r am bastante sonolentas e 40% apresentaram sintomas de i n t o x i c a ç ã o ) , ressaltando
que a quant idade de á lcool por si só não seria suficiente para de terminar tais sin
tomas. Os autores concluem sal ientando ser inconveniente que pacientes que este
j a m tomando c lo rpromazina e que possam t o m a r á lcool , t r aba lhem em serviços que
e x i j a m atenção. O médico que recei tar c lo rpromazina deve de ixa r bem claro ao
paciente o pe r igo da inges tão de á lcoo l .
G E R A L D O S Q U I L A S S I
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