curso de pós-graduação em · arendt não estava convencida de que a simples difusão...
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Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Continuando...
...o julgamento do oficial nazista Adolf Eichmann.
A controvérsia que Hannah Arendt traz para o campo dopensamento moral passa, sem dúvida, pela afirmação de que omal é algo banal.
“O que é banal o é não em consequência de ser algo sem
importância, mas por sua ausência de profundidade”.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Para Arendt, o mal não tinha raízes profundas no homem, era
superficial. As razões apresentadas pelo oficial nazista eram
superficiais porque não tinham explicação convincente, não
tinham motivação alguma, nem ideológica, nem patológica, nem
demoníaca.
“Esse abismo entre a gravidade dos atos e a superficialidade das
motivações a leva (Arendt) a cunhar um novo significado para a
banalidade”.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Relembrando...
Tese central da autora com o conceito de banalidade do mal:
“o mal se passa por normal, ocupa o espaço do comum, mas não o é”
Mas como o mal pode tornar-se banal?
Pela “superficialidade e a superfluidade”.
Superficialidade é relacionada ao agente (superficial) e a superfluidade a
vítima (supérflua, sem importância).
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Sobre a banalidade do mal e suas implicações morais...
Arendt não estava convencida de que a simples difusãovoluntarista de conhecimentos morais era condição suficiente enecessária para a escolha e a prática do bem.
Relembrando...”A moral é o conjunto de crenças e normas queguiam e orientam o comportamento das pessoas, individualmenteou em grupo, numa sociedade qualquer”.
Duas Perguntas de Arendt sobre o hHolocausto, primeiro: Por que aconteceu? Segundo:Como foi possível acontecer?
A omissão da boa sociedade foi a permissão necessária para a marcha nazista, o holocausto.
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“uma sociedade torna-se cúmplice da demência totalitária doEstado na medida em que partilha as mentiras do sistema não porser enganada, mas por se recusar a perscrutar a verdade dosfatos”.
Quanto ao povo judeu Arendt faz a seguinte critica:
“a falta de reação e a conivência dos conselhos de judeus com as políticas Nazistas”.
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As críticas de Hannah Arendt ao comportamento moral de judeuse alemães tiveram como objetivo desconstruir algumasargumentações vigentes à época
1) a teoria da peça de engrenagem;2) a teoria da culpa coletiva;3) a teoria da voz da consciência.
A teoria da peça de engrenagem: segundo a defesa, Eichmannera apenas uma pequena engrenagem na maquinaria chamadasolução final para a questão judaica, mas para a promotoria eleera o motor.
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2) A teoria da culpa coletiva: setores da juventude alemã, motivadospossivelmente pela repercussão dos resultados dos julgamentos deNuremberg, se sentiam culpados pelo Holocausto.
- Arendt faz então uma distinção entre culpa (individual) eresponsabilidade (coletiva), por considerar que “onde todos sãoculpados, ninguém é”.- ela afirma que ainda faltava ao povo alemão uma definitivademonstração pública de responsabilidade pelos crimes cometidosem seu nome, e que deveriam assumir essa responsabilidade, poisteria efeitos políticos e morais.
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3) A teoria da voz da consciência:
- O ponto mais importante não é sobre a consciência no sentidode ter conhecimento do que efetivamente era o nazismo, em suasideologias e programas. O ponto fundamental é se Eichmannpodia ouvir essa voz que chamamos de consciência, se ele podiaacessar um conjunto de valores morais que lhe informasse sobreo horror do qual ele fazia parte?
A resposta é sim!
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Sua consciência ficou efetivamente tranquila quando ele viu o
zelo e o empenho com que a “boa sociedade” de todas as
partes reagia ao que ele fazia. Ele não precisava “cerrar os
ouvidos para a voz da consciência”, como diz o preceito, não
porque ele não tivesse nenhuma consciência, mas porque
sua consciência falava com a “voz respeitável”, com a voz da
sociedade respeitável à sua volta. (Arendt, 1999, p. 143).
- A teoria da voz da consciência também deve ser rebatida com osargumentos apresentados anteriormente sobre a condiçãohumana marcada pela liberdade de ação e pela culpabilidadepessoal e a responsabilidade coletiva. Grüber era moralmenteresponsável. Eichmann, juridicamente culpado, um criminoso.
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