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-
32 Em
CONSTRUINDO A JUSTIA SOCIOAMBIENTAL NA PROVNCIA BRA
COMPANHIA DE JESUS NO BRASIL APRESENTA O OBSERVATRIO NACIONAL DE
JUSTIA SOCIOAMBIENTAL LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
especial pg. 12
Em EDIO 29ANO 3OUTUBRO 2016INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
FRANCISCO VISITA A REGIO DO CUCASO
pg. 11
PE. ARTURO SOSA ELEITO SUPERIOR GERAL
pg. 18
PROJETO PAM SJ APRESENTADO FLACSI
pg. 19
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO
TOTOOTOTOOO
TOOOOOFO
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SRE
SSRE
SSSSSSSSSSSSESSSSSSSSSS
RESSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS
RESSSSSSESSSESSE
........
-
31Em
AGENDA |
Casa de Retiros Vila FtimaLocal | Florianpolis (SC)Orientador | Pe. Quirino Weber, SJSite | www.casaderetiros.com.br
CECREI (Centro de Eventos Cristo Rei) Local | So Leopoldo (RS)Orientador | Pe. Adroaldo Palaoro, SJSite | www.cecrei.org.br
Casa de Retiros Vila KostkaTema | 1 Etapa Princpio e FundamentoLocal | Vila Kostka Itaici (Indaiatuba/SP)Orientadores | Mrcia Melzer e Igor CndidoSite | www.itaici.org.br
NOVEMBRO
Centro Loyola Belo HorizonteTema | A tica da compaixo em ShopenhauerLocal | Belo Horizonte (MG)Orientador | Carlos R. DrawinSite | centroloyola.org.br
Centro Loyola de F e Cultura de GoiniaTema | Mal do Sculo Depresso Local | Goinia (GO)Site | centroloyola.com.br
Centro Loyola de F e Cultura PUC-RioTema | Do confl ito comunho? Comemo-rao conjunta catlico-luterana do Jubileu da ReformaLocal | Rio de Janeiro (RJ)Professor | Renato Borges Neto Site | www.clfc.puc-rio.br
3 E 10
18
19 CURSO CURSO
7 A 15 22 A 30
25 A 27
RETIRO DE 8 DIAS
PAPO AO P DA MESA
RETIRO DE 8 DIAS
EXERCCIOS ESPIRITUAIS PARA LEIGOS
JUBILEUS50 ANOS DE SACERDCIOEm 6 de outubro
Pe. Licurgo Tamiozzo
50 ANOS DE COMPANHIAEm 6 de outubro
Pe. Jos Pablo Hernndez-Gil Monfort
60 ANOS DE COMPANHIAEm 23 de outubro
Pe. Benjamn Gesteira Pino
-
30 Em
Padre Ruperto Antonio Jaeger natural de Cerro Largo (Rio Grande do Sul), onde nasceu em 4 de maro de 1920. Contava, por-
tanto, 96 anos de idade quando fale-
ceu. Filho de Afonso Miguel Jaeger
e Eleonora Elisabeta Ranber Jaeger,
bem jovem, mudou-se com a fam-
NA PAZ DO SENHORPE. RUPERTO ANTONIO JAEGERPor Pe. Carlos Henrique Mller
lia para Canoas, municpio vizinho a
Porto Alegre, onde fez os estudos pri-
mrios e secundrios. Entre os anos
de 1941 a 1944, fez licenciatura em
Letras Neolatinas, na Pontifcia Uni-
versidade Catlica do Rio Grande do
Sul, em Porto Alegre.
Em 1938, padre Ruperto entrou
no Noviciado dos Irmos das Escolas
Crists Lassalistas, em Canoas (Rio
Grande do Sul). Nesta congregao,
foi Mestre de Novios, entre os anos
de 1954 e 1960. Em 1963, no Chile,
como Diretor do Colgio Zambrano,
foi dispensado dos votos de Irmo,
em vista do desejo de entrar na Com-
panhia de Jesus. No obteve a permis-
so do padre Janssens, ento Superior
Geral do Jesutas. Depois, quando o
padre pedro Arrupe foi eleito Supe-
rior Geral da Companhia de Jesus,
ele pediu novamente permisso para
entrar na Ordem religiosa e foi acei-
to. Assim, no dia 15 de maro de 1968,
entrou no Noviciado da Provncia do
Brasil Meridional, em Pareci Novo
(Rio Grande do Sul). Fez os primeiros
votos no Colgio Cristo Rei, em So
Leopoldo, no dia 19 de maro de 1970.
Na mesma cidade, fez os ltimos vo-
tos, em 8 de dezembro de 1979.
[...] EXERCEU MINISTRIOS NO SANTURIO DO SAGRADO CORAO DE JESUS, EM SO LEOPOLDO, ONDE ATENDIA OS ROMEIROS.
Exerceu diversos ministrios a
partir de ento. De 1976 at 1983, na
Igreja So Jos Operrio, na Dioce-
se de Maring (Paran), foi proco e
superior da Regio. Durante quatro
anos, foi superior da Casa de Exerc-
cios e ecnomo da antiga Provncia
Brasil Nordeste (BNE), trabalhando,
alm disso, no Colgio Nbrega.
Durante dois anos, foi superior do
Instituto So Jos, nossa casa de Sa-
de, em So Leopoldo, sendo tambm
prefeito da sade da antiga Provncia
Brasil Meridional (BRM). Depois dis-
so, trabalhou em So Leopoldo nas
parquias Nossa Senhora da Con-
ceio e Nossa Senhora Medianeira,
sempre como proco. Tambm exer-
ceu ministrios no Santurio do Sa-
grado Corao de Jesus, em So Leo-
poldo, onde atendia os romeiros.
Escreveu diversos livros, como
manuais para o ensino do francs,
livro de taquigrafia e metagrafia,
alm da Bblia em Palavras Cruzadas,
pelas Edies Loyola. Fez ainda tra-
dues do francs para o portugus
das seguintes obras: Saint Franois
dAssise et de Jsus; Beato Irmo Be-
nildo; e Biografia de So Joo Batista
La Salle. Escreveu tambm Em Maria
e Com Maria, ambos publicados pela
Edies Loyola.
Padre Ruperto, apesar da idade, era
bastante disposto para o trabalho e esta-
va sempre alegre. No ltimo ano, viveu
na Residncia de Sade e Bem-Estar So
Jos, em So Leopoldo, para cuidar da
sade e rezar pela Companhia de Jesus.
Faleceu em 12 de outubro, na festa de
Nossa Senhora Aparecida.
-
4 Em
SUMRIO EDIO 29 | ANO 3 | OUTUBRO 2016
EDITORIAL Nos caminhos da sustentabilidade
CALENDRIO LITRGICO
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO Aos cuidados da casa comum
O MINISTRIO DE UNIDADENA IGREJA SANTA S Dom Sergio da Rocha nomeado cardeal Papa visita a regio do Cucaso
ESPECIAL Construindo a Justia Socioambiental
na Provncia BRA
MUNDO CRIA Pe. Arturo Sosa, 31 Superior Geral da Companhia
de Jesus
AMRICA LATINA CPAL Assembleia da FLACSI Enfrentamento do trfi co humano Encontro da Teologia ndia
SERVIO DA F Retiro do Advento 2016
PROMOO DA JUSTIA E ECOLOGIA CEAS elege nova diretoria e anuncia Ano Jubilar
6
78
10
12
18
19
20
21
Projeto Horta Me-da-Terra, uma das iniciativas de justia socioambiental que ser articulada pelo OLMA
29 Em
Padre Ippolito Chemello, conheci-do como padre Pop, nasceu em Santiago, Vicenza, na Itlia, em 23 de abril de 1931. Em 2016, completou
85 anos de idade. Filho de Giustino Che-
mello e Carolina Marchesi Chemello,
conseguiu naturalizar-se como brasi-
leiro em 27 de setembro de 1974. Estu-
dou no seminrio Diocesano de Vicen-
za, na Itlia.
Em 7 de setembro de 1953, aos 22
anos, entrou na Companhia de Jesus, na
Provncia Vneto Milanese, em Lonigo,
Vicenza, onde emitiu os votos do bi-
nio, em 8 de setembro de 1955. Estudou
Filosofi a em Gallarate (Itlia), no pero-
do de 1955 a 1958.
Fez tambm uma parte dos estudos
teolgicos, durante os anos de 1950 a
1953, no Seminrio Episcopal de Vicen-
za. Quando chegou ao Brasil, em 1958,
fez dois anos de Magistrio no Colgio
Antonio Vieira, em Salvador (Bahia).
Depois, durante os anos de 1961 e 1962,
concluiu seus estudos de Teologia no
Colgio Cristo Rei, na cidade de So
Leopoldo (Rio Grande do Sul), onde foi
ordenado presbtero no dia 7 de dezem-
bro de 1961. Em 2 de fevereiro de 1969,
NA PAZ DO SENHORPE. IPPOLITO CHEMELLOPor Pe. Carlos Henrique Mller
emitiu os ltimos votos, na Igreja Nos-
sa Senhora da Assuno, na cidade de
Anchieta (Esprito Santo).
Durante os anos de 1964 a 2015, assu-
miu diversos tipos de apostolado no Bra-
sil. Trabalhou na Escola Apostlica, em
Anchieta. Em Cachoeiro do Itapemirim,
foi orientador religioso e professor no
Instituto Padre Anchieta. Tambm traba-
lhou no Colgio Antonio Vieira, em Salva-
dor, como professor, orientador religioso,
colaborando na pastoral da juventude e
vocaes. Durante os anos de 1982 a 1985,
em Gallarate (Itlia), foi Procurador das
misses da ndia, Brasil e Chade. Traba-
lhou como Proco em Feira de Santana,
onde foi diretor do Apostolado da Orao.
De 1986 a 1997, trabalhando em
Salvador, no Colgio Antonio Viei-
ra, e sendo Proco da Parquia Nossa
Senhora de Lourdes (1997), foi Vice-
-postulador da causa de Canonizao
do Padre Jos de Anchieta, do qual era
grande devoto.
Em 2013, voltou ao Colgio Antonio
Vieira como confessor e tambm para
cuidar da sua sade, que j comeava a
fi car fragilizada. Faleceu em Fortaleza
(Cear), no dia 13 de outubro de 2016.
[...] FOI VICE-POSTULADOR DA CAUSA DE CANONIZAO DO PADRE JOS DE ANCHIETA, DO QUAL ERA GRANDE DEVOTO.
-
28 Em
COMPANHIA DE JESUS CUIDADO DA AMAZNIA
SARES REINAUGURADO
Aps dois anos de reestruturao, o SARES foi reinaugurado no dia 27 de setembro, em Manaus (AM). Agora, com nova nomenclatura,
Servio Amaznico de Ao, Refl exo e
Educao Socioambiental, a instituio
tem como misso a promoo da justia
socioambiental, na e para a Amaznia,
por meio da formao e educao social
de lideranas e agentes da justia.
A reinaugurao, que aconteceu na
nova sede do SARES, no bairro de So
Jorge, contou com a presena de lderes
de vrias entidades e movimentos so-
ciais que lutam pelas questes amaz-
nicas, como CIMI (Conselho Indigenis-
ta Missionrio), UFAM (Universidade
Federal do Amazonas), CEBs (Comuni-
dades Eclesiais de Base), REPAM (Rede
Eclesial Pan-amaznica), Maristas (Ins-
tituto dos Irmos Maristas), alm de
moradores da comunidade de So Di-
mas e da Parquia de So Jorge.
Segundo o padre Incio Luiz Rho-
den, superior da Plataforma Apostlica
Amaznia, pertencente Provncia dos
Jesutas do Brasil BRA, em sua nova
fase, o SARES cultivar a vocao pana-
maznica (intercultural, transfronteiri-
a e diversa), esmerando-se pela cultura
transdisciplinar e de identidades locais
e com abertura dialogal nas fronteiras.
A recriao do SARES considerada
como um ganho necessrio para uma
boa articulao com a REPAM (Rede
Eclesial Pan-amaznica), com a PAM
SJ (Projeto Pan-Amaznico), da CPAL
(Conferncia dos Provinciais Jesutas da
Amrica Latina), com o OLMA (Observa-
trio Nacional de Justia Socioambien-
tal Luciano Mendes de Almeida) e como
referncia para o cultivo da conscincia
amaznica em toda a Provncia BRA.
Consideramos importante tambm ter
em destaque um projeto (ou proposta
de ao) para o trabalho na rea indge-
na, ou seja, uma presena junto aos po-
vos nativos, explica padre Incio.
Coordenadas por uma equipe exe-
cutiva, as atividades do SARES sero
realizadas mediante parcerias e ade-
ses voluntrias de indivduos ou or-
ganizaes (religiosas ou no), que fa-
zem parte da histria e da instituio
ou compartilhem dos mesmos valores.
O SARES ser apoiado tambm por um
Conselho de Coordenadores, formado
por indivduos, representantes de orga-
nizaes e jesutas, que prestaro asses-
soria constante ao longo do desenvolvi-
mento de suas atividades.
Para o padre Sandoval Alves Rocha,
coordenador geral do SARES, a Compa-
nhia de Jesus d um importante passo na
concretizao do seu Plano Apostlico,
que elegeu a Amaznia, com uma de suas
preferncias apostlicas. Por meio do
SARES, oferecemos nossa contribuio
para ajudar a manter a esperana de um
mundo melhor nas comunidades mais
vulnerveis da Amaznia (ribeirinhos,
indgenas, periferias e mulheres). Esta-
mos conscientes das nossas limitaes
(humanas e econmicas) e gostaramos
de fortalecer as nossas parcerias e criar
outras, desejando ser mais um elo de co-
munho nessa grande rede de pessoas e
instituies que querem o bem da Ama-
znia e do Brasil, afi rma o jesuta.
NOSSA HISTRIA
Fundado em 2003, o SARES nasceu a
partir de uma parceria entre a Companhia
de Jesus, o Instituto Missionrio da Con-
solata e a Arquidiocese de Manaus, a ini-
ciativa resultado de um apelo do ento
arcebispo de Manaus, dom Lus Soares
Vieira, que pediu aos jesutas que crias-
sem um servio de pesquisa e ao social
em prol da sociedade manauara e dos po-
vos da Amaznia. Aps uma dcada de
atuao, o ento Servio de Ao, Refl exo
e Educao Social iniciou um processo de
reestruturao em 2013, assim, nos dois
anos seguintes (2014 e 2015), no assumi-
ria nenhuma atividade. Agora, em 2016, a
Provncia dos Jesutas do Brasil (BRA) as-
sume integralmente a direo do SARES.
Noite de inaugurao do Servio Amaznico de Ao, Reflexo e Educao Socioambiental
5Em
Em
DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO Atuao educativa dos jesutas no Brasil tema de livro Lanado novo livro da Coleo Histria das Casas
EDUCAO 1 Encontro de Formao Integral RJE d incio ao Programa de Formao Contnua Alunos so premiados em competio
JUVENTUDE E VOCAES Casa MAGIS Manaus promove Mochilao Jovem Candidatos Companhia de Jesus participam da
convivncia Manresa
CUIDADO DA AMAZNIA SARES reinaugurado
NA PAZ DO SENHOR Pe. Ippolito Chemello Pe. Ruperto Antonio Jaeger
JUBILEUS / AGENDA
22
24
26
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29
31
INFORMATIVO DOSJESUTAS DO BRASIL
EXPEDIENTE
EM COMPANHIA uma publicao mensal dos
Jesutas do Brasil, produzida pelo Ncleo de
Comunicao BRA So Paulo.
COMUNICAO BRAnoticias@jesuitasbrasil.com
www.jesuitasbrasil.com
DIRETOR EDITORIALPe. Anselmo Dias
EDITORA E JORNALISTA RESPONSVELSilvia Lenzi (MTB: 16.021)
REDAOJuliana Dias
DIAGRAMAO E EDIO DE IMAGENSHanderson Silva
rica Silva
ANNCIOHanderson Silva
COLABORADORES DA 29 EDIOAna Lcia Farias, Dimas Oliveira, Pe. Jaldemir Vi-
trio, Pe. Jonas Caprini, Letcia Orlandi, Pe. Lus
Renato Carvalho de Oliveira, Matheus Kiesling,
Natlia Cmara, Pe. Valrio Sartor e Ana Ziccardi
(reviso). Um agradecimento especial a todos que
colaboraram com a matria especial dessa edio.
FOTOSBanco de imagens / Divulgao
CAPAAs cinco primeiras fotografi as so de banco de
imagens gratuitos. A ltima imagem direita (da
sala de aula) de autoria de Evelson de Freitas/
Folhapress.
TRADUO DAS NOTCIAS MUNDO + CRIA GERALPe. Jos Luis Fuentes Rodriguez
-
6 Em
NOS CAMINHOS DA SUSTENTABILIDADE
Pe. Jos Ivo Follmann, SJSecretrio para a Justia Socioambiental
Vou iniciar este texto com qua-tro lembretes, ou anncios: 1) O Papa Paulo VI, que governou a Igreja em um momento marcante da
histria recente, brindou-nos com a
expresso civilizao do amor, uma
expresso proftica, portadora de fora
convocatria inconfundvel; 2) Em nos-
sos dias, o Papa Francisco, ao trazer para
o centro de sua Encclica Laudato Si - LS
(2015) o conceito de ecologia integral,
sintetiza as refl exes de muitas mentes e
coraes que pulsam sempre mais fortes
na luta por essa civilizao do amor, ou
seja, uma nova ordem justa nas relaes
em nossa casa comum, passando por
todos os nveis e todas as esferas de rela-
o; 3) As religies em geral convocam-
-nos permanentemente a uma postura
de religare, em todos os sentidos, com
orientaes e prticas de renovao ou
de humanizao s relaes, em suma:
de elevar as relaes sua condio hu-
mana; 4) Na Companhia de Jesus, a aten-
o Promoo da Justia e Reconci-
liao (em todos os nveis de relao)
representa fora central dinamizadora
no Servio da F, sendo o Secretariado de
Justia Social e Ecologia a melhor expres-
so institucional disso.
O que est em questo neste texto : o
que entendemos por sustentabilidade? O
que sustentabilidade para a Companhia
de Jesus?. Muitas vezes, fala-se susten-
tabilidade focando, exclusivamente, a
questo econmico-fi nanceira. No
disso que estamos falando aqui, eviden-
temente, apesar da importncia que tem
esse aspecto. Tambm, s vezes, susten-
tabilidade expressa um certo modismo
do momento. aspecto importante para
a marca do prprio empreendimento. s
vezes, um certo desenvolvimento sus-
tentvel reproduz o mesmo modelo ex-
ploratrio e desrespeitoso que conhece-
mos, travestido de solues mascaradas
por um certo ecologicamente correto,
sem conduzir vida em sociedade efeti-
vamente sustentvel.
Quais seriam as condies para
uma vida em sociedade efetivamente
sustentvel? A Companhia de Jesus traz
elementos de refl exo para isso? No pen-
samento e na prtica dos seguidores de
Santo Incio, alm da preocupao pelo
estabelecimento das relaes sociais
justas em todos os nveis (com Deus,
interpessoal, social e ambiental), existe
tambm um cuidado para com o esprito
EDITORIAL
de inovao, na busca do sempre mais
efi caz, por um lado, e a vigilncia criativa
e responsvel na viabilidade econmi-
co-fi nanceira, por outro lado, para que a
sua Misso possa prosseguir estavelmen-
te, fazendo o maior bem.
Abreviando, em uma nota conclu-
siva, sugerimos que, dentro do esprito
que move a Companhia de Jesus, falar
em SUSTENTABILIDADE exige que seja-
mos inovadores na busca das melhores
solues e vigilantes no equilbrio eco-
nmico, alm de sermos fi is na promo-
o da justia e na reconciliao, ou seja,
alm de sermos movidos: pelo reconhe-
cimento radical do outro, supondo pro-
cesso de converso; pelo compromisso
social, supondo postura de opo pelos
menos favorecidos; pelo cuidado dos
bens da criao, envolvendo engaja-
mento contra todo estrago desordenado
da natureza.
Sem esses cinco esteios, qualquer
sustentabilidade ser precria. Trata-
-se de cinco pavimentos do caminho
para a verdadeira sustentabilidade.
Boa leitura!
[...] FALAR EM SUSTENTABILIDADE EXIGE QUE SEJAMOS INOVADORES NA BUSCA DAS MELHORES SOLUES E VIGILANTES NO EQUILBRIO ECONMICO, ALM DE SERMOS FIIS NA PROMOO DA JUSTIA E NA RECONCILIAO [...]
27Em
CANDIDATOS COMPANHIA DE JESUS PARTICIPAM DA CONVIVNCIA MANRESA
Os jovens que desejam ingressar na Companhia de Jesus estive-ram reunidos desde o dia 19 de setembro para participar da convivncia
Manresa, ltima etapa do Plano de Candi-
datos. A atividade a ltima de uma srie
programada para contribuir com o pro-
cesso de discernimento dos candidatos
ao corpo apostlico da Companhia, bem
como o discernimento dos jesutas para
poder conhecer e acolher a cada um. O
incio dessa etapa foi na Vila Kostka Itai-
ci, localizada na cidade de Indaiatuba (SP).
Na oportunidade, todos fi zeram os Exerc-
cios Espirituais de Santo Incio de Loyola
na modalidade de oito dias. Em seguida, o
grupo dirigiu-se para Santa Rita do Sapu-
ca (MG) e fi cou hospedado na Casa Nossa
Senhora da Paz, nas dependncias da ETE
FMC (Escola Tcnica de Eletrnica Fran-
cisco Moreira da Costa).
O objetivo principal da convivncia
Manresa foi o de aprofundamento em
temas que sero relevantes para a vida
religiosa, como amadurecimento huma-
no, vida espiritual e vida em comunidade
apostlica, entre outros. Durante o per-
odo, tambm aconteceram as entrevistas
de cada um dos jovens com os jesutas
designados pelo provincial para colaborar
com esse processo fi nal do Plano de Can-
didatos Companhia de Jesus.
Um fato marcante durante a convi-
vncia Manresa foi a romaria ao Santurio
Nacional de Nossa Senhora Aparecida,
em Aparecida (SP), onde o grupo pode
agradecer a intercesso da Me de Jesus
pelo caminho percorrido desde o incio
do processo.
Ao fi nal da convivncia, os candi-
datos retornaram para as residncias
jesuticas localizadas em vrias partes
do pas, onde fi caro at o ms de de-
zembro, aguardando o processo fi nal de
discernimento para o ingresso na Com-
panhia de Jesus.
buscaram conscientizar a comunidade
sobre a questo ecolgica, alm de vi-
venciarem momentos de orao e bn-
os. Foi uma experincia muito boa,
conseguimos conscientizar as pessoas
a cuidar do meio ambiente e pudemos
aprender muito mais sobre esse assun-
to, conta Robson Novaes, integrante da
Pastoral da Juventude da Comunidade
Santa Joana Darc, da rea Missionria
Santa Margarida de Cortona.
No Mochilao Jovem, os partici-
pantes puderam conhecer de perto o
projeto de economia solidria Oca da
Juventude, que recicla garrafas PET
para fazer vassouras ecolgicas. Alm
disso, participaram da celebrao dos
Mrtires da Amaznia, de uma forma-
o sobre a encclica Laudato Si, com
o padre Vanildo Filho, e de ofi cinas de
compostagem, reciclagem, jogos so-
cioambientais, dana, entre outras.
Para o padre Silas Mosio, coorde-
nador da Casa MAGIS Manaus, o Mo-
chilao Jovem foi um tempo de sen-
sibilizao e aprofundamento sobre o
cuidado com a casa comum. Ver tan-
tos jovens peregrinando, refl etindo, re-
zando e construindo um mundo mais
sustentvel e solidrio, ver tambm
adultos acompanhando e colaborando
para que os jovens pudessem viver essa
linda, desafi ante e prazerosa experin-
cia de Deus e de comunho com a obra
da Criao, nos deixa alegres e felizes
e nos faz ter a certeza de que devemos
continuar sendo presena proftica de
Deus no meio da juventude, conclui.
Ao fi nal do evento, houve uma celebra-
o e a entrega de mudas aos comuni-
trios e aos jovens com o simbolismo
do SER + ECOLGICO.
-
26 Em
COMPANHIA DE JESUS JUVENTUDES E VOCAES
CASA MAGIS MANAUS PROMOVE MOCHILAO JOVEM
Durante o Mochilao, ns conseguimos refl etir a respeito de nossa casa co-mum, contemplando a realidade das
comunidades por onde passamos,
tanto pela questo da natureza e da
beleza, como tambm pela questo da
poluio e do lixo, afi rma Jacqueline
Oliveira, membro da pr-comunidade
CVX Amar e Servir (Comunidade de
Vida Crist) e uma das participantes do
4 Mochilao Jovem, promovido pela
Casa MAGIS Manaus, entre os dias 24 e
25 de setembro.
O evento, que reuniu 65 pessoas,
teve como tema Mochileiros, no servio
e cuidado com a Casa Comum e, como
lema, Para que venha o vosso reino de
justia, paz, amor e beleza (trecho da
Orao crist com a Criao Laudato
Si). O intuito da temtica era propor-
cionar momentos de refl exo sobre a
responsabilidade de cada um com a
obra da criao. O jovem pde viver a
justia socioambiental a partir do seu
estilo de vida pessoal e social, com
uma sensibilidade ecolgica, envol-
vendo a dinmica do seu comporta-
mento no dia a dia, afi rma Ana Lcia
Farias, articuladora da Equipe de Co-
municao da Casa MAGIS Manaus.
A edio deste ano foi marcada por
dois momentos principais: a peregri-
nao e a misso nas comunidades. Na
peregrinao, os jovens caminharam
por 23km. O percurso teve incio na
rea Missionria Santa Margarida de
Cortona, misso confi ada pela Arqui-
diocese de Manaus Companhia de Je-
sus e localizada na periferia da cidade.
Durante o trajeto, os jovens foram ins-
tigados a refl etir com os cinco sentidos
(viso, audio, paladar, olfato e tato).
Para Rafaella Moura, jovem atuante
na Liturgia da Parquia Santo Antnio,
membro da Pr-CVX Amar e Servir e in-
VER TANTOS JOVENS PEREGRINANDO, REFLETINDO, REZANDO E CONSTRUINDO UM MUNDO MAIS SUSTENTVEL E SOLIDRIO [...] NOS FAZ TER A CERTEZA DE QUE DEVEMOS CONTINUAR SENDO PRESENA PROFTICA DE DEUS NO MEIO DA JUVENTUDEPadre Silas Mosio
tegrante da Pastoral da Juventude, uma
das experincias mais profundas foi a
terceira parada de refl exo, em que os
participantes rezaram o sentido do pa-
ladar, na hora do almoo, no saborear
do alimento, o que a fez recordar das
pessoas que no o tem.
Os peregrinos seguiram em direo
a BR-174, onde vivenciaram o momen-
to de misso junto s comunidades de
So Joo Batista e Aparecida. Os jovens
saram em pequenos grupos e fi zeram
visitas s casas, encontrando-se com as
famlias. Nas conversas, os participantes
7Em
calendrio litrgicoPrprio da Companhia de Jesus OUTUBRO
So Francisco de Borja, presbtero Santos Joo de Brbeuf e Isaac Jogues,
presbteros e companheiros mrtires
Beato Diogo Lus de San Vtores,
presbtero, e So Pedro Calungsod,
catequista, e mrtires
Nossa Senhora da Graa,
Padroeira do Noviciado BRA
Beato Domingos Collins, irmo
Santo Afonso Rodrguez, irmo
Beato Joo Beyzym, presbtero
DIA 3 DIA 12 DIA 19
DIA 21
DIA 22
DIA 30
DIA 31
-
8 Em
ENTREVISTA PEREGRINOS EM MISSO
Pe. Josaf Carlos de Siqueira, SJ
A paixo pela natureza, despertada ainda na
infncia, levou o padre Josaf Carlos de Siqueira
a formar-se em Cincias Biolgicas. Tempos
mais tarde, ao ingressar na Companhia de
Jesus, ele consolidou esse caminho por meio do
mestrado e do doutorado na rea. Hoje, o reitor
da PUC-Rio (Pontifcia Universidade Catlica
do Rio de Janeiro) empenha-se ativamente na
divulgao da Encclica Laudado Si, na qual o
Papa Francisco alerta para o cuidado da casa
comum. Por isso, alm de publicar um livro,
ele tem realizado palestras sobre o tema, com
participao inclusive na COP-21 (Conferncia
das Naes Unidas sobre mudana climtica),
em Paris (Frana), em novembro de 2015. Leia,
a seguir, a entrevista que o jesuta concedeu ao
informativo Em Companhia.
Como tem sido dedicar-se Biologia e tambm mis-
so da Companhia de Jesus?
Assim que conclui o curso de Cincias Biolgicas, entrei
no noviciado da Companhia de Jesus, em 1977. Durante o
noviciado, tive pequenos contatos no Departamento de Bo-
tnica da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Ao
terminar a Filosofi a no Rio de Janeiro (RJ), o provincial me
destinou para fazer o mestrado na Unicamp. Em seguida, fui
para Belo Horizonte (MG) fazer a Teologia. Depois da ordena-
O senhor formou-se em Cincias Bio-
lgicas, pela Universidade Catlica de
Gois, antes de ingressar na Compa-
nhia de Jesus. O que o motivou a esco-
lher esse curso?
Aprendi a gostar das coisas da natureza
desde a minha infncia, vivida de maneira
intensa na cidade de Pirenpolis (Gois),
cercada pela vegetao dos cerrados e das
matas ciliares, com muita abundncia de
gua nos rios e cachoeiras. Mais tarde, fui
cursar Cincias Biolgicas, em Goinia, na
Universidade Catlica de Gois, onde traba-
lhei coordenando laboratrios de Biologia
e comeando a criar o primeiro herbrio da
instituio. Fui monitor de vrias discipli-
nas de Botnica e, nos fi nais de semana, de-
dicava-me a coletar plantas nas reas de cer-
rado de Goinia, com ajuda de uma pequena
moto. Andei por vrias reas da cidade, onde
hoje no existe mais a vegetao nativa dos
cerrados. Embora gostasse de Entomologia,
rea da Zoologia que estuda os insetos, mi-
nha opo primeira foi sempre o estudo das
plantas, paixo que carrego comigo at hoje.
APAIXONADO PELA NATUREZA
25 Em
ALUNOS SO PREMIADOS EM COMPETIO
RJE D INCIO AO PROGRAMA DE FORMAO CONTNUA
Em 2016, a RJE (Rede Jesuta de Educao) consolidou o Progra-ma de Formao Contnua para os colaboradores de suas unidades edu-
cacionais. Em outubro, a primeira turma
deu incio aos cursos de Especializao
em Educao Jesutica e de Mestrado
Profi ssional em Gesto Escolar, ambos
promovidos pela RJE em parceria com a
Unisinos.
Segundo Ana Loureiro, diretora Aca-
dmica e Pedaggica do Colgio Santo
Incio (RJ) e uma das participantes do
GT (Grupo de Trabalho) da RJE, grupo
que ajudou na elaborao do Programa
de Formao Contnua, essa uma opor-
tunidade de capacitar ainda mais os co-
laboradores. Este um investimento na
formao das pessoas, pois pretendemos
promover uma qualifi cao na perspec-
tiva da tradio educativa da Companhia
de Jesus, explica.
O Programa de Formao Contnua
responde a um dos indicativos do PEC
(Projeto Educativo Comum), que aborda
a importncia e a necessidade de quali-
fi car os educadores da RJE, por meio de
Em setembro, alunos de cinco co-lgios da Rede Jesuta de Educa-o (RJE) conquistaram medalhas na Olimpada Brasileira de Astronomia e
Astronutica (OBA), competio organi-
zada anualmente pela Sociedade Astro-
nmica Brasileira (SAB) em parceria com
a Agncia Espacial Brasileira (AEB).
No total, os alunos dos colgios
Anchieta (Porto Alegre/RS), Diocesano
(Teresina/PI), Jesutas (Juiz de Fora/
MG), Loyola (Belo Horizonte/MG) e
Santo Incio (Rio de Janeiro/RJ) con-
quistaram 62 medalhas, sendo 20 de
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Estudantes conquistaram medalhas na Olimpada de Astronomia e Astronutica
uma perspectiva humanista. Aqui, es-
tamos falando de um currculo que con-
temple experincias educativas capazes
de formar e transformar pessoas para um
mundo melhor, afi rma Loureiro.
ouro, 19 de prata e 23 de bronze.Em sua 19 edio, a OBA contou
com a participao de cerca de 800 mil
estudantes do Ensino Fundamental e
Mdio de escolas pblicas e privadas
de todo o Brasil.
-
24 Em
COMPANHIA DE JESUS EDUCAO
A Rede Jesuta de Educao (RJE) realizou, de 5 a 15 de outubro, o seu 1 Encontro de Formao Integral, que reuniu 45 alunos do En-
sino Mdio, em Belo Horizonte (MG).
O evento, realizado dentro da propos-
ta do Projeto Educativo Comum (PEC),
teve como objetivo colaborar com a
formao integral dos estudantes da
RJE, fortalecendo as dimenses espi-
ritual, social e humano-afetiva, ilumi-
nadas pelo modo de proceder inaciano
e pelo incentivo ao protagonismo ju-
venil. Alm da acolhida, realizada no
Colgio Loyola, os jovens tambm par-
ticiparam de vivncias em Vila Ftima,
espao do colgio na regio da Pampu-
lha, tambm em Belo Horizonte.
Entre os participantes do 1 Encon-tro, esteve Juan Pablo Rodriguez, repre-
sentante da Rede Jesuta da Colmbia. O
educador coordena os chamados Cursos
Taller, modalidade de ensino e apren-
1 ENCONTRO DE FORMAO INTEGRAL
dizagem caracterizada pela interao
entre teoria e prtica, cujo modelo ins-
pirou o formato da edio brasileira.
Atualmente, ele atua diretamente na
Formao Crist do Colgio San Jos,
em Barranquilla, cidade do norte co-
lombiano. Nossa experincia de 29
anos fez com que a prtica evolusse
e se adaptasse linguagem do jovem,
mas de forma sempre fi el essncia
original da atividade, inspirao nos
Exerccios Espirituais de Santo Incio,
oportunidade de fortalecimento de
vnculos e de aprofundamento na expe-
rincia da f, resume Rodriguez.
E foi essa essncia que esteve pre-
sente tambm durante o evento em
Belo Horizonte. Aluna da 1 Srie do
Ensino Mdio do Colgio Antnio Viei-
ra, em Salvador (BA), Catharina Moura
Moraes contou que, j na acolhida, foi
possvel prever o clima do encontro.
Foi possvel perceber que todos esta-
vam muito abertos e interessados em
trocar conhecimento, em conhecer o
outro e ouvir, sem margem para julga-
mentos, defi niu. Sentimento seme-
lhante ao de Andr Tavares, aluno da
1 Srie do Ensino Mdio do Loyola. Conversamos sobre nossos sotaques
e sobre o que cada um gosta de fazer,
por exemplo. Foi uma tima oportuni-
dade para fazer amigos e tambm para
trabalhar nossa espiritualidade, acres-
centou o jovem.
O professor de Filosofi a e orienta-
dor do Servio de Orientao Religiosa e
de Pastoral do Colgio Medianeira (PR),
Carlos Martins Torra Helvig, revelou
que o encontro trouxe uma experincia
de autoconhecimento e afl oramento
dos princpios humansticos que regem
a Rede Jesuta. Acredito que os partici-
pantes vo se tornar, em suas institui-
es de origem, referncias do contexto
da formao integral, concluiu.
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9Em
o, fui destinado, em 1986, para trabalhar na PUC-Rio, onde
ainda estou como professor e agora reitor, depois de exercer
o cargo de vice-reitor por seis anos. No comeo da dcada de
1990, fui cursar o doutorado na Unicamp. De volta PUC-Rio,
fui nomeado diretor do Departamento de Geografi a, criando a
nfase em Meio Ambiente. Em 1999, criei o NIMA (Ncleo In-
terdisciplinar de Meio Ambiente). Hoje, embora com a misso
de reitor, continuo dando cursos na Graduao e realizando,
nos fi nais de semana, minhas pesquisas em Botnica e publi-
cando artigos.
Qual a importncia da criao do NIMA (Ncleo In-
terdisciplinar de Meio Ambiente), em 1999?
Quando criamos o NIMA, o objetivo era ter uma unida-
de complementar da Universidade que pudesse congregar e
ser um centro de referncia para estudos e projetos de Meio
Ambiente na PUC-Rio. Os primeiros estudos e projetos fo-
ram na rea de Direito Ambiental e Educao Ambiental.
Estes projetos continuam at hoje, embora recentemente,
em razo do crescimento do NIMA, outras reas do conhe-
cimento foram sendo incorporadas.
E hoje, qual a relevncia do NIMA dentro da PUC-Rio?
O NIMA, hoje, uma unidade acadmica reconhecida no
Brasil e no exterior, agregando professores e pesquisadores
de vrios departamentos da PUC-Rio. Atualmente, estamos
colaborando com a REPAM (Rede Eclesial Pan-amaznica),
no projeto de estudos sobre a Amaznia.
Este ano, o senhor publicou o livro Laudato Si: um pre-
sente para o planeta, que rene artigos sobre o documento
papal. O que o motivou a publicar a obra?
Como reitor da PUC-Rio, assumi a misso de divulgar
o mximo possvel a Encclica Ecolgica Laudato Si`, tendo
realizado, at o presente momento, mais de 30 conferncias
e palestras sobre as diversas abordagens do documento. De-
pois de reunir 12 artigos que escrevi no jornal da PUC-Rio
sobre a Encclica, achei por bem public-los como livro, em
portugus e ingls. O objetivo fazer chegar os contedos
da Laudato Si nas instituies de ensino, nas parquias e
nos movimentos ecolgicos.
O senhor j realizou dezenas de palestras sobre a Enccli-
ca, inclusive na COP-21. verdade que a divulgao da En-
cclica faz parte de uma promessa feita ao
Papa Francisco?
Disse pessoalmente ao Papa Francisco
que faria o mximo possvel para divulgar a
riqueza dos contedos da Laudato Si, pois
considero que essa Encclica veio no mo-
mento importante de nossa histria, tanto
como subsdio tico, como por ser um do-
cumento de convergncia entre as preocu-
paes ambientais das cincias, da socieda-
de mundial e da Igreja. bom lembrar que a
Igreja Catlica no Brasil tem sido proftica
nessa abordagem, pois j realizou algumas
Campanhas da Fraternidade com esse vis
socioambiental.
O senhor j conquistou a Medalha
do Mrito Jardim Botnico do Rio de
Janeiro. Qual a importncia desse reco-
nhecimento?
A medalha de mrito foi um coroamen-
to dos muitos anos que tenho dedicado ao
Jardim Botnico do Rio de Janeiro, tanto
como estagirio e pesquisador convidado,
como por fazer parte de muitos conselhos
da instituio. Atualmente, fao parte do
Conselho de Sustentabilidade, criado pela
ex-ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira.
Qual a relao do carisma inaciano
com as questes ambientais?
Nos ltimos anos, tenho escrito artigos
e livros mostrando que a preocupao am-
biental faz parte de nossa espiritualidade
inaciana. O ttulo de um dos meus livros
Meditaes Ecolgicas de Incio de Loyola.
Alm disso, a Companhia de Jesus j pro-
duziu dois documentos sobre a Ecologia:
Vivemos em um mundo fragmentado e Curar
o mundo ferido. Com a Encclica Laudato
Si, creio que a Companhia de Jesus refor-
ar, nos prximos anos, o seu compro-
misso com as questes socioambientais.
-
10 Em
O MINISTRIO DE UNIDADE NA IGREJA SANTA S
DOM SERGIO DA ROCHA NOMEADO CARDEAL
Em 9 de outubro, o Papa Francisco anunciou a escolha de novos car-deais, entre eles, um brasileiro, o arcebispo de Braslia e presidente da
CNBB (Conferncia Nacional dos Bispos
do Brasil), dom Sergio da Rocha.
O Papa Francisco afi rmou que, em
19 de novembro, vspera do fechamen-
to da Porta Santa da Misericrdia, rea-
lizar um Consistrio para nomear os
novos cardeais, de cinco continentes.
A incluso dos novos cardeais na dio-
cese de Roma manifesta a inseparvel
relao existente entre a S de Pedro
e as Igrejas particulares ao redor do
mundo, disse o pontfi ce.
Nascido no municpio de Dobrada
(SP), dom Sergio da Rocha foi semina-
rista no interior paulista, em So Carlos
e Campinas, sendo ordenado padre em
1984. Antes de se tornar bispo, passou a maior parte de sua vida
como religioso em So Carlos, atuando como proco e professor
de Filosofi a e Teologia moral rea na qual concluiu seu douto-
rado na Pontifcia Universidade Lateranense, em Roma , com
especial ateno a reas como a Pastoral da Juventude. Nomeado
bispo auxiliar de Fortaleza pelo Papa Joo Paulo II em 2001, tor-
nou-se arcebispo de Teresina em 2007 e foi para a arquidiocese
de Braslia em 2011.
Dos 17 cardeais que sero ofi cializados no prximo Con-
sistrio, dom Sergio e outros 12 tm menos de 80 anos de
idade, o que signifi ca que poderiam votar durante um con-
clave. Os outros quatro so uma espcie de cardeais em-
ritos, escolhidos como forma de destacar seu papel rele-
vante na histria recente do catolicismo (embora, em tese,
tambm possam receber votos em conclaves). Entre eles,
destaca-se Ernest Simoni Troshani, 87, padre da Albnia que
enfrentou a perseguio comunista aos catlicos e passou
quase 30 anos em um campo de trabalhos forados.
Fonte: CNBB | Folha de S. Paulo
23 Em
Memrias e curiosidades en-volvendo a cidade gacha de So Jos do Hortncio servem de inspirao para o mais
novo livro da coleo Histria das
Casas, que traz como pano de fundo
uma das mais antigas instituies da
Igreja na regio do Vale do Ca: a Par-
quia So Jos.
De autoria do padre jesuta Incio
Spohr, a publicao apresenta um mi-
nucioso relato cronolgico, resultado
de pesquisas nos mais diversos docu-
mentos da extinta Provncia do Bra-
sil Meridional, destacando o intenso
envolvimento da Companhia de Jesus
na localidade.
A Parquia So Jos traz consigo
a peculiaridade de estar entre as pri-
meiras parquias administradas pelos
padres jesutas no Rio Grande do Sul,
ainda na metade do sculo 19. Dessa
maneira, o local tido como de im-
portncia vital na instalao, na or-
ganizao e no desenvolvimento dos
imigrantes germnicos junto regio.
O livro, publicado pela Editora
Padre Reus, tem 153 pginas, prefcio
assinado pelo padre Pedro Igncio
Schmitz e reviso de padre Benno Le-
opoldo Petry.
LANADO NOVO LIVRO DA COLEO HISTRIA DAS CASAS
Obra traz memrias e curiosidades da parquia da cidade de So Jos do Hortncio (RS)
SERVIO
Livro: Histria das Casas: um resgaste histrico dos jesutas no Sul
do Brasil (Parquia So Jos/So Jos do Hortncio)
Pginas: 153
Editora: Padre Reus
Site: www.livrariareus.com.br
Tel.: (51) 3224-0250
E-mail: livrariareus@livrariareus.com.br
-
22 Em
COMPANHIA DE JESUS DILOGO CULTURAL E RELIGIOSO
Difi cilmente poderemos en-tender a histria da educa-o e da Igreja no Brasil sem nos debruarmos sobre a presena e a
atuao dos jesutas, acredita o Prof.
Dr. Carlos ngelo de Meneses Sousa,
da Universidade Catlica de Braslia
(UCB), um dos organizadores do livro
Os Jesutas no Brasil: entre a Colnia e a
Repblica, obra recm-lanada no pas.
Segundo Sousa, a histria da edu-
cao no Brasil registra uma produo
e maior divulgao sobre a ao dos je-
sutas no perodo Colonial. Entretanto,
os religiosos tambm tiveram atuao
ATUAO EDUCATIVA DOS JESUTAS NO BRASIL TEMA DE LIVRO
Acesse o link http://bit.ly/2dVtpYO e
faa o download do PDF.
marcante em outros momentos hist-
ricos. Um dos destaques e a principal
inovao do livro se d justamente por
trabalhar sobre essa lacuna, especial-
mente sobre a atuao dos jesutas, ex-
pulsos de Portugal, em seu retorno ao
Nordeste do Brasil no incio do sculo
passado, explica.
O livro resultado de uma par-
ceria interinstitucional envolvendo
pesquisadores das universidades fe-
derais do Cear (UFC), do Piau (UFPI),
do Maranho (Ufma), de Alagoas
(Ufal) e da Universidade Estadual da
Bahia (Uneb), alm das universida-
des catlicas de Braslia (UCB), de
Pernambuco (Unicap) e da Pontifcia
Universidade Catlica do Rio Grande
do Sul (PUCRS).
A Ctedra Unesco de Juventude,
Educao e Sociedade, vinculada ao
Programa de Mestrado e Doutorado
da Universidade Catlica de Bras-
lia, tambm participou da parceria,
por meio do Prof. Dr. Carlos ngelo,
assim como a Linha de Histria da
Educao Comparada da Ps-Gradu-
ao em Educao Brasileira da Uni-
versidade Federal do Cear, por meio
da Profa. Dra. Maria Juraci Maia Ca-
valcante, uma das organizadoras da
obra, ao lado de Sousa, e coordena-
dora do projeto junto ao CNPq (Con-
selho Nacional de Desenvolvimento
Cientfico e Tecnolgico).
A dedicatria do livro de 293 pgi-
nas presta uma homenagem aos jesu-
tas. No solo nordestino, eles semea-
ram e fi zeram fl orescer a esperana e a
justia. Dentre eles, destaco o Ir. Lind-
bergh Pires, msico e regente piauien-
se, falecido em 2014, com o qual tive a
alegria de conviver, ainda no Colgio
Diocesano, em Teresina (PI), e depois
na Unicap, ressalta.
O livro Os Jesutas no Brasil: entre
a Colnia e a Repblica destinado a
professores, a estudantes e a todos os
interessados na histria da educao
brasileira e da atuao educativa dos
jesutas no pas. A obra, publicada ori-
ginalmente impressa, est disponvel
para download no site pedagogiaso-
cial.net/textos. Em breve, ser dispo-
nibilizada tambm no site do Progra-
ma de Ps-Graduao em Educao da
Universidade Catlica de Braslia.
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DIFICILMENTE PODEREMOS ENTENDER A HISTRIA DA EDUCAO E DA IGREJA NO BRASIL SEM NOS DEBRUARMOS SOBRE A PRESENA E A ATUAO DOS JESUTAS
Prof. Dr. Carlos ngelo de Meneses Sousa
11Em
PAPA VISITA A REGIO DO CUCASO
Em viagem Gergia e ao Azerbai-jo, entre 30 de setembro e 2 de ou-tubro, o Papa Francisco cumpriu a segunda etapa de visita regio do Cu-
caso a primeira aconteceu na Armnia,
em junho passado. Para essa misso, o
lema escolhido foi Somos todos irmos,
inspirado na citao evanglica de Ma-
teus 23,8 e no convite do pontfice para
que todos os seres humanos sejam parte
de uma nica famlia, chamados a viver
em fraternidade e amizade.
Na Gergia, Francisco foi recebido
pelo presidente, Giorgi Margvelashvili, e
sua esposa, alm do presidente do Parla-
mento, David Usupashvili, e do patriarca
do pas, Ilia II. Durante sua estada, o Papa
levou conforto pequena comunidade
catlica da Gergia, que tem forte presen-
a de ortodoxos (85% da populao).
A recusa por parte da delegao ofi-
cial ortodoxa em participar da missa com
o Papa foi uma mostra da tenso existente
entre as duas comunidades. Assim, du-
rante a celebrao, Francisco agradeceu
aos fiis da Igreja ortodoxa presentes no
estdio e no aos representantes dessa
igreja, como estava previsto a princpio.
Porm, apesar da situao, a porta-
-voz da Igreja ortodoxa do pas, Nato
Asatiani, ressaltou que a visita do Papa
reforar ainda mais as relaes entre
as duas Igrejas. O patriarca da Igreja or-
todoxa georgiana, Ilia II, tambm afir-
mou, diante de Francisco, que sua visita
contribuir para reforar os laos entre
as duas Igrejas crists.
pequena comunidade catlica
da Gergia, o Papa pediu que perma-
nea unida e demonstre estar aberta
maioria ortodoxa, apesar das tenses
entre as duas igrejas crists. O que fa-
zer diante dos ortodoxos?, perguntou
o pontfice a padres, seminaristas e
representantes catlicos georgianos.
Permaneam abertos, sejam amigos,
aconselhou, acrescentando: Nunca se
deve fazer proselitismo com os orto-
doxos. So nossos irmos e irms, no
posso conden-los. E finalizou, pedin-
do aos catlicos que sejam amigos, ca-
minhem juntos.
No domingo, 2 de outubro, Fran-
cisco viajou ao Azerbaijo, pas de
maioria muulmana e com apenas 570
catlicos. Durante a visita, o pontfice
reuniu-se com representantes de vrias
Igrejas crists, responsveis judaicos e
lderes islmicos.
Na capital do pas, Baku, o Papa
presidiu uma missa na igreja da Ima-
culada Conceio e, durante a homlia,
disse pequena comunidade catlica:
Sois um pequeno rebanho precioso
aos olhos de Deus. A igreja inteira, que
sente por vs uma simpatia especial, os
observa e os estimula.
Ainda na celebrao, Francisco
questionou: O Papa perde seu tempo
ao visitar estas comunidades? E sob
aplausos, respondeu: Certamente no.
Assim, preocupado com as comunida-
des perifricas, o pontfice convidou os
fiis de Baku a seguir cultivando sua f
com coragem.
A visita ao Azerbaijo foi encerrada na
Grande Mesquita de Baku, com uma men-
sagem a favor do dilogo inter-religioso e
contra a instrumentalizao violenta da
f. Deus no pode ser invocado para in-
teresses de parte nem para fins egostas;
no pode justificar qualquer forma de
fundamentalismo, imperialismo ou co-
lonialismo. Mais uma vez, deste lugar to
significativo, levanta-se o grito angustia-
do: nunca mais a violncia em nome de
Deus, concluiu Francisco.
Fonte: G1 | Cano Nova | Rdio Vatica-
no | Jornal do Brasil | Folha de S. Paulo
Em sua segunda viagem regio do Cucaso, Papa visita a Gergia e o Azerbaijo
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ESPECIAL
Com cerca de 300 anos de histria, a Parquia de Nossa Senhora do Rosrio, conhecida como Par-quia de Russas (nome da cidade), consi-
derada um patrimnio do Vale do Jagua-
ribe, no Cear. Porm, nos ltimos anos,
essa regio, composta por 21 municpios*
e com uma populao de cerca de 550 mil
FORMANDO CUIDADORESDA CASA COMUM
Iniciativas, desenvolvidas ou apoiadas pela Companhia de Jesus
no Brasil, promovem a Justia Socioambiental em suas aes
habitantes**, vem sofrendo com os im-
pactos socioambientais provocados por
grandes projetos do Governo Federal e de
empresas. Um dos exemplos a explo-
rao comercial da criao de crustceos
(carcinicultura), como o camaro. Esse
tipo de atividade uma das causadoras de
danos ao ecossistema natural por poluir
as guas e os poos das comunidades em
seu entorno.
Segundo o padre Luiz Arajo Gomes
Pinto Jnior, vigrio paroquial da Pa-
rquia de Russas, a construo de duas
grandes barragens (Castanho e Figue-
redo), a instalao de uma fbrica de ci-
mento e a expanso do agronegcio, nas
21Em
CEAS ELEGE NOVA DIRETORIA E ANUNCIA ANO JUBILAR
Um encontro entre amigos e parceiros marcou a realiza-o da Assembleia Geral Or-dinria do CEAS (Centro de Estudos
e Ao Social), localizado em Salva-
dor (BA), no dia 27 de setembro. Na
ocasio, foram eleitos os novos inte-
grantes da sua diretoria para a gesto
2017-2019, confira: Eliana Rolemberg
(diretora Administrativa), Daniel Pi-
colli (Diretoria de Movimentos So-
ciais) e Adriana Lima (Diretoria de Es-
tudos e Publicaes). Para o Conselho
Fiscal foram escolhidos: Clovis Cabral
(coordenador geral), Iraneidon Santos
Costa, Luciano Ferreira, Lucyvanda
Moura, Ubajareida Carvalho e Jovinia-
no Neto (suplentes).
Na ocasio, aconteceu a abertura
do Ano Jubilar, em comemorao aos
50 anos do CEAS, que ser celebrado
em setembro de 2017. Com o tema
Em tempos sombrios tecemos a espe-
rana. 50 anos do CEAS Reflexo
crtica, memria e luta popular, o Ju-
bileu rene uma srie de atividades,
que tm como proposta celebrar esse
cinquentenrio por meio de reflexo
sobre a caminhada do CEAS, lanan-
do, assim, luzes sobre os prximos
passos. Confira a programao do
Ano Jubilar no site do CEAS (ceas.
com.br) e participe das atividades!
237 EDIO DA REVISTACADERNOS DO CEAS
Em 14 outubro, o CEAS lanou a
237 edio da revista Cadernos do
CEAS, com o tema Dinmica capi-
COMPANHIA DE JESUS PROMOO DA JUSTIA E ECOLOGIA
Centro de Estudos e Ao Social completar 50 anos em 2017
talista atual. Na ocasio, o professor
da Universidade Federal Fluminense
(UFF), Carlos Walter Porto-Gonalves,
falou sobre os movimentos sociais no
atual contexto latino-americano, provo-
cando o pblico a refl etir sobre poder e
saber, rompendo com o antropocentris-
mo que nos orienta e nos habita. A pu-
blicao est disponvel para download
no site cadernosdoceas.ucsal.br.
-
20 Em
COMPANHIA DE JESUS SERVIO DA F
RETIRO DO ADVENTO 2016
Em sintonia com o Jubileu da Mi-sericrdia, convocado pelo Papa Francisco, o padre Lus Renato Carvalho de Oliveira, preparou o mate-
rial do Retiro do Advento 2016, com o
objetivo de oferecer um subsdio de pre-
parao para o Nascimento do Salvador.
Segundo Pe. Lus Renato, para Jesus, re-
velar o rosto do Pai como amor e miseri-
crdia foi o cerne de sua misso. A vida
de Cristo foi uma eloquente demonstra-
o da misericrdia divina para com a
humanidade. O princpio de misericr-
dia, portanto, o ncleo do Evangelho.
E a misericrdia o amor em excesso.
Assim, desejamos viver esse tempo de
Advento, revela o jesuta.
Em 2016, o tempo do Advento co-
mea em 1 dezembro e prolonga-se at
a tarde do dia 24, data em que se inicia o
Tempo de Natal. De acordo com o padre
Lus Renato, podemos distinguir o tem-
po do Advento em dois perodos:
No primeiro deles, que se estende
desde o primeiro domingo do Advento
at o dia 16 de dezembro, aparece com
maior relevo o aspecto escatolgico e
somos orientados espera da vinda de
Cristo. As leituras da Missa convidam
a viver a esperana na vinda do Senhor
em todos os seus aspectos: sua vinda ao
fi m dos tempos, sua vinda agora, cada
dia, e sua vinda h dois mil anos.
No segundo perodo, que abarca
desde o dia 17 at 24 de dezembro, in-
clusive, somos orientados mais dire-
tamente preparao do Natal, pois
somos convidados a viver com mais
alegria, porque estamos prximos do
cumprimento do que Deus prometera.
Nesse caminho espiritual, esta-
mos propondo essa experincia di-
ria de orao, no encontro ntimo
com o Senhor da vida, a partir dos
textos bblicos de cada dia ao longo
do Tempo do Advento/Natal, ressalta
padre Lus Renato.
ELEMENTOS BSICOS PARA FAZER O RETIRO
a. Dedicar-se, trinta minutos, orao pessoal diria.
b. Rever essa orao durante alguns minutos.
Faa o download dos materiais do Retiro do Advento 2016 pelo link:
http://bit.ly/2dfSCyy
A VIDA DE CRISTO FOI UMA ELOQUENTE DEMONSTRAO DA MISERICRDIA DIVINA PARA COM A HUMANIDADE. [...] ASSIM, DESEJAMOS VIVER ESSE TEMPO DE ADVENTOPadre Lus Renato Carvalho de Oliveira
13Em 1133EmEmmmEmEmmmmEmEm
*Dados do site do Governo do Estado do Cear. Informaes acessadas em 20 de outubro de 2016 s 16h, pelolink http://bit.ly/2eax5rB.
** Estimativas do IBGE 2016.
Z Maria do Tom era um lder comu-
nitrio e ambientalista, que foi assassi-
nado por denunciar as consequncias da
utilizao de agrotxicos no Vale do Jagua-
ribe. Como forma de fazer memria a ele,
nasceu o Movimento 21 em aluso data
de sua morte (21 de abril de 2010). Desde
ento, h cinco anos, o grupo promove a
Semana Z Maria, que, alm de debates,
realiza uma romaria, com o com apoio das
vrias parquias da regio, todos os anos
na data de sua morte.
De camisa listrada, o padre Luiz Arajo Gomes Pinto Jnior acompanha a filtragem de leo de cozinha usado, na associao de catadores de materiais reciclveis
trs ltimas dcadas, tambm vm afe-
tando o meio ambiente e a populao de
forma signifi cativa. Alm de todos esses
desafi os socioambientais trazidos por es-
ses grandes projetos, existem tambm os
desafi os da convivncia com o semiri-
do, devido s secas e suas consequncias,
o acesso terra e gua de qualidade, a
sustentao dos assentamentos rurais, o
fechamento do lixo e a incluso dos ca-
tadores, destaca o jesuta.
Assim, inserida nesse contexto, a Pa-
rquia de Russas viu-se impelida a ajudar
na transformao dessa realidade, por
meio da conscientizao ambiental e da
ao ecolgica. Hoje, poderamos dizer
que a nossa atuao socioambiental se
desenvolve em dois eixos: Formao e In-
cidncia scio-poltica-cultural, explica
padre Jnior.
No eixo Formao, so organizadas
diversas iniciativas como a Semana Z
Maria, que promove debates sobre o uso
de agrotxicos, a expanso do agroneg-
cio, entre outros temas. H tambm os
Encontros Regionais do frum de convi-
vncia com o semirido, com temticas
sobre segurana alimentar, sementes
crioulas e transgnicas, tecnologias so-
ciais, etc. Alm disso, a Parquia de Rus-
sas ajuda na articulao dos catadores,
por meio de reunies mensais e inter-
cmbios com outros grupos. Na comuni-
dade, so promovidos ainda encontros de
formao, que discutem documentos da
Igreja, como a Encclica Laudato Si, e ca-
pacitao de lderes pastorais.
No eixo Incidncia scio-poltica-
-cultural, o jesuta destaca o trabalho
junto aos catadores de materiais recicl-
veis, realizado em parceria com a Critas
Diocesana. O objetivo incidir nas pol-
ticas pblicas por meio do dilogo com
o poder pblico, levando pautas como
o fechamento do lixo do bairro Alto de
So Joo, em cumprimento Poltica
Nacional de Resduos Slidos. A articu-
lao junto sociedade civil para o apoio
e acompanhamento na organizao dos
catadores tambm uma das frentes de
atuao desse trabalho.
O resultado dessa articulao e da
conscincia ambiental podem ser perce-
bidas em conquistas concretas. Hoje, so
realizadas diversas aes como a coletiva
seletiva, que acontece duas vezes por se-
mana, a campanha de coleta de leos e
gorduras residuais, em conjunto com a
Petrobras, alm do desenvolvimento de
atividades no bairro Alto de So Joo, em
parceria com o INEC (Instituto Nordeste
-
14 Em14 EmEmEmmmEm
ESPECIALESPECIAL
Cidadania), diz padre Jnior.
O jesuta conta que, em 2012, foi or-
ganizado a I Marcha dos Catadores no
municpio e que, por meio da presso po-
pular, foi promulgada uma lei municipal
que concretizou o convnio com a Asca-
marru (Associao dos Catadores e Cata-
doras de Materiais Reciclveis de Russas).
Agora, a Prefeitura de Russas arca com as
despesas de um galpo do grupo e com a
coleta seletiva, explica ele.
Por meio desse trabalho, a Parquia
de Russas mostra que pessoas engajadas
podem transformar realidades e o pri-
meiro passo a conscientizao. A partir
da conscincia ambiental possvel culti-
var uma sociedade mais responsvel com
a justia socioambiental. Para isso, ne-
cessrio promover o conhecimento sobre
a importncia da sustentabilidade.
Em So Leopoldo (RS), o PASEC (Pro-
grama de Ao Socioeducativa na Comu-
nidade), do Centro de Cidadania e Ao
Social da Unisinos (CCIAS), desenvolve
um interessante trabalho nesse sentido.
o Projeto Horta Me-da-Terra: Educao
Ambiental e Cidadania, do qual partici-
pam crianas e adolescentes com idades
entre 6 e 15 anos.
O intuito da iniciativa formar cida-
dos com pensamento crtico e social,
ou seja, pessoas capazes de analisar e
agir no mundo e em suas complexas
relaes entre processos naturais e so-
ciais. Aqui, so desenvolvidas ativida-
des estimuladoras do cuidado com o
preparo do solo, produo de hortalias
e plantas medicinais, manuteno de
canteiros e colheita. Alm disso, so
realizados mutires ecolgicos, recupe-
rando reas de nascentes com o plantio
de rvores nativas, explica Gelson Luiz
Fiorentin, bilogo e coordenador do PA-
SEC. Segundo ele, a horta um espao de
dilogo, de convivncia e de produo
de alimentos saudveis. Esse projeto
uma ferramenta pedaggica que pode
transformar homens comuns em ver-
dadeiros sujeitos ecolgicos, ressalta.
A equipe do PASEC constituda por
professores, tcnicos e alunos das reas
de Biologia, Nutrio, Psicologia e Ser-
O logo do OLMA parte de uma
refl exo do smbolo dos jesutas, o
sol. E, desse modo, rel por meio da
disperso de crculos concntricos
que irradiam a luz e o movimento de
incluso para o espao, reverberando
o sentido ptico dos tons mais claros
aos mais escuros. A letra utilizada
tem um desenho de economia visu-
al para manter a clareza na leitura e
associar a importncia ao smbolo e
nome da marca.
vio Social. Alm desses atores, a ini-
ciativa conta com o apoio de parceiros
como organizaes governamentais e
no governamentais. O espao da horta
possibilita, alm da produo de horta-
lias, oportunidades para intercmbio
de informaes entre os participantes e
a equipe tcnica do PASEC. O trabalhar
com a terra gera um momento de troca
de energia positiva, afi rma Daiani Fra-
porti dos Santos, biloga do PASEC.
Para ela, produzir o prprio alimento
um diferencial para crianas e adoles-
centes. Trata-se de incluso. importan-
te salientar que ao longo do ano tambm
so ofertadas ofi cinas para os pais dos
participantes do projeto. Assim, alm da
produo de alimentos orgnicos, o pro-
jeto permite a divulgao de vrias tcni-
cas para utilizao racional dos recursos
naturais. Por exemplo, armazenamento
da gua da chuva para irrigao e apro-
veitamento dos resduos para produo
de compostos orgnicos, explica Santos.
O Projeto Horta Me-da-Terra atua
por meio da prtica pedaggica trans-
versal e multidisciplinar, promovendo
a educao integral das crianas e dos
adolescentes. A partir de refl exes e ex-
perincias, a iniciativa contribui para a
formao de um sujeito ecolgico, capaz
de compreender o mundo e agir nele de
forma crtica, acredita Fiorentin.
Essas so apenas duas de dezenas
de iniciativas, promovidas ou apoiadas
pela Companhia de Jesus no Brasil, que
cultivam em sua essncia a justia so-
cioambiental. Hoje, elas j existem e,
em menores ou maiores propores,
promovem a reconciliao das pes-
soas com a criao, com a nossa casa
comum, como diz o Papa Francisco na
encclica Laudato Si. Com o intuito de
articular essas propostas, a Provncia
dos Jesutas do Brasil (BRA) criou o Ob-
servatrio Nacional de Justia Socio-
ambiental Luciano Mendes de Almeida
(OLMA), apresentado em setembro.
ATUANDO EM REDE
Criado pela Provncia BRA para ob-
servar em profundidade as grandes
questes emergentes da realidade, o
Observatrio Nacional de Justia Socio-
ambiental Luciano Mendes de Almeida
nasce como um ncleo organizador de
instituies e iniciativas jesutas que
tm como foco temticas comuns liga-
das promoo da justia socioambien-
tal. O OLMA funcionar em rede, envol-
vendo o mximo possvel de antenas
presentes em nossos Centros Sociais,
Universidades, ou seja, em todas as nos-
sas obras. Eu acredito muito na poten-
cialidade desta iniciativa, ressalta padre
Jos Ivo Follmann, secretrio para a Jus-
tia Socioambiental da Provncia BRA.
A proposta do OLMA desenvolver
aes de documentao, sistematizao,
refl exo, formao e articulao, colocan-
do em sinergia todo o potencial acumula-
19Em
A COMPANHIA DE JESUS NA AMRICA LATINA CPAL
ENFRENTAMENTO DO TRFICO HUMANO
ASSEMBLEIA DA FLACSI
ENCONTRO DA TEOLOGIA NDIA
Em continuidade ao dilogo ini-ciado em 2015 com os Reitores da Federao Latino-americana dos Colgios da Companhia de Jesus
(FLACSI), em Bogot (Colmbia), padre
Alfredo Ferro, coordenador do Projeto
PAM SJ (Projeto Pan-Amaznico), teve a
oportunidade de participar do encontro
dos coordenadores de Pastoral dessas
De 4 a 12 de setembro, foram re-alizadas vrias atividades nos municpios da trplice fronteira (Brasil-Peru-Colmbia) relacionadas
sensibilizao e preveno ao trfi co hu-
mano, que atinge os mais vulnerveis em
seus diferentes aspectos.
No sbado, dia 10, aconteceu o Semi-
nrio da Rede de Enfrentamento do Trfi -
co Humano, no Centro de Formao Frei
Ciro, em Tabatinga (AM), com a participa-
o de mais de 60 pessoas, representantes
O VIII Encontro Continental de Teologia ndia, realizado em Pa-najachel (Guatemala), entre 26 e 30 de setembro, contou com a presena
do padre Valerio Sartor, alm de cerca
de 240 participantes, entre indgenas,
leigos, religiosos e sacerdotes, vindos de
diversos pases latino-americanos.
Com o tema A Palavra de Deus na
palavra dos povos indgenas, o evento
foi um momento muito bonito de re-
fl exo sobre a sabedoria teolgica exis-
tente nos povos indgenas e de percep-
o da manifestao de Deus ao longo
da histria e da vida desses povos. Fo-
ram abordadas ainda as diferentes ma-
neiras como esses povos expressam a
presena de Deus por meio da simbo-
logia, dos mitos, das danas e da rela-
o com a natureza.
Para o Projeto PAM SJ, importante
a participao nesses espaos, pois eles
ajudam a conhecer e a compreender
melhor a cosmoviso dos povos ind-
genas, bem como entender sua relao
com a espiritualidade inaciana.
instituies, realizado em setembro,
na Cidade do Panam. Nesse evento, o
jesuta apresentou o Projeto PAM SJ e a
proposta que vem sendo tratada com os
respectivos diretores da FLACSI, visan-
do sensibilizar os alunos sobre a reali-
dade socioambiental e, principalmente,
sobre a importncia da Amaznia para
o futuro do nosso planeta.
dos trs pases da fronteira. O objetivo do evento foi discutir a temtica e planejar
atividades da Rede, como compromisso de todos que participam dela.
Fonte: Pan-Amaznia SJ Carta Mensal n 30 Setembro 2016 - Acesse o link (http://bit.ly/2eEQp0W) do Portal Jesutas
Brasil e faa o download das edies completas da Pan-Amaznia SJ Carta Mensal.
-
18 Em
A COMPANHIA DE JESUS NO MUNDO CRIA GERAL
PE. ARTURO SOSA, 31 SUPERIOR GERAL DA COMPANHIA DE JESUS
A 36 Congregao Geral, realizada em Roma (Itlia), elegeu o padre Arturo Sosa Abascal, da Provn-cia da Venezuela, como o novo Superior
Geral da Companhia de Jesus. Assim, ao
substituir o padre Adolfo Nicols, que
renunciou funo, o jesuta torna-se o
31 sucessor de Santo Incia frente da
Ordem religiosa. Ao todo, participaram
da eleio 215 delegados, representando
77 provncias do mundo.
Padre Arturo Sosa nasceu em Caracas
(Venezuela), em 12 de novembro de 1948.
licenciado em Filosofi a pela Universi-
dade Catlica Andrs Bello (1972) e doutor
em Cincias Polticas pela Universidade
Central de Venezuela. Fala espanhol, ita-
liano e ingls, e compreende francs.
Na 35 Congregao Geral, celebrada
em 2008, foi escolhido pelo Padre Geral
Adolfo Nicols como Conselheiro Ge-
ral. E, em 2014, incorporou-se Cria da
Companhia de Jesus, em Roma, como
delegado para a Cria e as casas e obras
interprovinciais da Companhia de Jesus
em Roma. Trata-se de instituies que
dependem diretamente do Padre Geral
dos Jesutas e para as quais nomeia um
delegado. Entre elas, encontram-se, alm
da Cria Geral, a Pontifcia Universidade
Gregoriana, o Pontifcio Instituto Bblico,
o Pontifcio Instituto Oriental, o Observa-
trio Vaticano, bem como diversos Col-
gios Internacionais e Residncias.
Entre 1996 e 2004, foi Superior Pro-
vincial dos Jesutas da Venezuela. Ante-
riormente, havia sido coordenador do
apostolado social e diretor do Centro Gu-
milla, um centro de pesquisa e ao social
dos Jesutas naquele pas.
O padre Arturo Sosa conta com uma
longa trajetria de dedicao docn-
cia e pesquisa. Desempenhou diver-
sos cargos e funes no campo uni-
versitrio. Foi professor e membro do
Conselho Fundacional da Universidade
Catlica Andrs Bello e Reitor da Uni-
versidade Catlica de Tchira durante
10 anos. De modo particular, dedicou-
-se pesquisa e docncia no campo
das Cincias Polticas, em diferentes
centros e instituies, como a ctedra
de Teoria Poltica Contempornea e a
Ctedra Mudana Social da Venezuela,
na Escola de Cincias Sociais. Foi pes-
quisador no Instituto de Estudos Polti-
cos da Faculdade de Cincias Polticas
da Universidade Central da Venezuela
e, na mesma instituio, professor da
Escola de Estudos Polticos , na Ctedra
de Histria das Ideias Polticas daquele
pas. Em 2004, foi professor convidado
pelo Centro para Estudos da Amrica
Latina da Georgetown University, nos
Estados Unidos, e professor da Ctedra
de Pensamento Poltico Venezuelano,
na Universidade de Tchira, na Vene-
zuela. Publicou diversas obras, espe-
cialmente sobre histria e poltica ve-
nezuelana.
PRIMEIRA HOMILIA
Padre Arturo Sosa celebrou sua pri-
meira homilia como Padre Geral na Igreja
de Ges, em Roma (Itlia), onde encon-
tram-se os restos mortais de Santo Incio
e Pedro Arrupe. Durante a celebrao, o
jesuta ressaltou que a audcia necess-
ria para servir misso de Jesus Cristo
s pode nascer da f e pediu: Como In-
cio e os primeiros companheiros, como
muitos de nossos irmos que lutaram e
lutam sob o estandarte da cruz, servindo
somente ao Senhor e sua Igreja, quere-
mos tambm contribuir para o que hoje
parece impossvel: uma humanidade re-
conciliada na justia, que vive em paz em
uma casa comum bem cuidada, onde h
lugar para todos, porque nos reconhece-
mos como irmos e irms, fi lhos e fi lhas
do mesmo e nico Pai.
Ainda na homilia, padre Arturo Sosa
destacou que preciso pensar, com cria-
tividade, maneiras mais efi cazes de servir
a Cristo, compreendendo o tempo da his-
tria humana em que vivemos, e contri-
buir na busca de alternativas para superar
a pobreza, a desigualdade e a opresso.
Fonte: sites gc36.org e Centro Loyola de
F e Cultura/PUC-Rio
Padre Adolfo Nicols ( esq) cumprimenta o novo Superior Geral da Companhia de Jesus, Pe. Arturo Sosa
FOTO
: WW
W.G
C36.
ORG
15Em 1155EmEmmmEmEmmmmmEmEm
O Marco de Orientao da Pro-
moo da Justia Socioambiental
fundamental para termos, em todas
as nossas obras, um direcionamento
comum em nossas buscas de exce-
lncia, inovao e compromisso so-
cioambiental, explica padre Jos Ivo
Follmann, secretrio para a Justia
Socioambiental da Provncia BRA.
O documento, apresentado no 2
semestre de 2016, tem como intuito
ser horizonte iluminador e de refe-
rncias para todas as obras jesutas. A
Provncia dos Jesutas do Brasil (BRA)
formada por diferentes frentes de
presenas apostlicas e esse docu-
mento dirige-se a todas essas frentes,
de forma igual, afi rma o jesuta.
O Marco resultado de longo
processo de reunies, que envolveu
diversas instncias da Companhia
de Jesus no perodo de constituio
da Provncia BRA, alm de encontros
do Frum Permanente de Interlocu-
o sobre a Justia Socioambiental,
O MARCO DA JUSTIA SOCIOAMBIENTAL
realizados em 2015. O documento
foi elaborado com base nas reflexes
que emanaram dessas conversas e que
culminaram na realizao do Semin-
rio-Oficina de Braslia, que aconteceu
em outubro de 2015, ressalta padre
Jos Ivo.
Uma das questes abordadas no
Marco o trabalho em rede. O intuito
que, cada vez mais, as obras jesutas
possam atuar em colaborao entre si
e com outros atores tambm. A cul-
tura de rede, ao mesmo tempo em que
passa a ser requisito chave de poten-
cializao de nossas aes, , tam-
bm, oportunidade importante para
estarmos atentos s potencialidades
dos outros, afirma o documento (p.
5). Em outro trecho, a importncia
do cultivo dessa cultura ressalta-
da: A cultura de rede tambm exige
estarmos muito atentos ao que vem
sendo realizado pelos outros para no
desperdiar energias em aes incon-
sequentes e replicadoras, duplicando
esforos (p. 6).
Segundo padre Jos Ivo, futura-
mente ser realizado um trabalho
junto aos responsveis das obras
ou redes da Companhia de Jesus.
Vamos estudar formas de criar res-
sonncias pertinentes das orienta-
es do Marco dentro de cada obra
ou rede. O Marco j est disponvel
no Portal Jesutas Brasil, em breve
tambm haver uma publicao im-
pressa, editada pela editora Edies
Loyola, na qual o documento ser
enriquecido com uma Introduo
Histria Social da Companhia de Je-
sus no Brasil. O Marco tambm ser
contedo para seminrios de capaci-
tao, conclui o jesuta.
do nas obras jesutas, buscando tambm
uma interlocuo contnua com os diver-
sos atores dentro e fora da Igreja.
O Observatrio atuar em parceria
com outras instituies e seu escritrio
est alocado em Braslia, dentro do CCB
(Centro Cultural de Braslia). O Observa-
trio no atuar exclusivamente no Dis-
trito Federal, pois trata-se de uma insti-
tuio em rede. Porm, a coordenao
das atividades do OLMA ser realizada a
partir do escritrio dessa central, que a
base da articulao e da intermediao
das aes e na Incidncia de toda Rede,
esclarece Luiz Felipe Barboza Lacerda,
secretrio executivo do Observatrio
Nacional de Justia Socioambiental Lu-
ciano Mendes de Almeida.
Segundo Lacerda, a estrutura orga-
nizacional do OLMA conta com uma co-
ordenao executiva composta por um
secretrio executivo e um coordenador
local, em Braslia (DF), e um coordenador
nacional, alm de um Conselho de Co-
ordenao, no qual todas as instituies
de base da Companhia de Jesus no Brasil
possuem assento.
Assim, o OLMA nasce inspirado em
trs importantes documentos, que cons-
tituem seus marcos orientadores:
Encclica Laudato Si.
Plano Apostlico da Provncia dos Jesu-
tas do Brasil BRA.
Marco de Orientao da Promoo da
Justia Socioambiental da Provncia dos
Jesutas do Brasil BRA.
Na Encclica Laudato Si, o Papa
Francisco apresentou a todos ns o pa-
radigma da Ecologia Integral, que en-
volve as dimenses humanas e sociais.
Assim, o horizonte dessa ecologia a
sociedade sustentvel, por meio da
promoo da superao do abismo das
desigualdades e do cuidado ambiental.
O Plano Apostlico da Provncia BRA
faz essa mesma refl exo ao escolher
a Superao do abismo da desigualdade
socioeconmica e suas graves implica-
es sociais, culturais e ambientais como
uma de suas preferncias apostlicas.
E, para fortalecer ainda mais essa atu-
ao, surge o Marco de Orientao da
Justia Socioambiental, instrumento
de trabalho que guiar as aes apost-
licas da Provncia BRA no horizonte da
dimenso da Justia Socioambiental
[leia mais abaixo].
Faa o download do Marco
de Orientao da Promoo da
Justia Socioambiental, no link:
http://bit.ly/2ew16iD
-
16 Em16
ESPECIAL
16 16 166 EmmmmmEmEmEEmmmEmEmmmmmEEEEEEmmmmmmmmmmmmmmmEEEmEmEmEmEm
ESPECIALESPECIAL
Dessa forma, baseado nesses trs do-
cumentos, o OLMA traz como misso ser
um servio em rede de informaes, an-
lises, aes educadoras e incidncia na
realidade brasileira em vista da promoo
da justia socioambiental. Tendo como
foco central a misso da Companhia de
Jesus e da Provncia dos Jesutas do Brasil,
o Observatrio Nacional de Justia Socio-
ambiental Luciano Mendes de Almeida
se orientar pelos princpios cristos da
Ordem religiosa e pela defesa do esprito
republicano e do Estado Democrtico de
Direito, com perspectivas na superao do
abismo das desigualdades e ateno para
com a Amaznia, visando uma sociedade
mais sustentvel.
O nome do Observatrio uma home-
nagem a dom Luciano Mendes de Almei-
da, conhecido como defensor dos direitos
humanos e cuidadoso para com os pobres.
O OLMA se inspira e presta tributo, em seu
nome, a um homem santo, uma referncia
de entrega e entusiasmo na construo de
um mundo mais justo e humano, dom Lu-
ciano, um jesuta, cone da Igreja e da hist-
ria recente do Brasil, afi rma padre Jos Ivo.
NOSSOS APOSTOLADOS E A JUSTIASOCIOAMBIENTAL
A desigualdade social est intima-
mente conectada com as agresses que
o meio ambiente sofre. Por isso, o culti-
vo da ecologia integral necessrio para
conquistarmos um mundo mais justo. Na
encclica Laudato Si, o Papa Francisco faz
um convite humanidade, um chamado
para pararmos e pensarmos no impacto de
nossas aes no planeta, para refl etirmos
sobre formas de dilogo que contribuem
para novas maneiras de cuidarmos de nos-
sa casa comum.
Na Companhia de Jesus, o Servio da F
e a Promoo da Justia esto intimamen-
te conectados e contemplam o conceito de
ecologia integral. Para o padre Jos Ivo, a
Promoo da Justia colocada como con-
dio para o Servio da F ser autntico. O
termo justia no lxico da Companhia de
Jesus associado com reconciliao. Essa
reconciliao deve-se dar em todos os n-
acontece de forma transversal, ou seja,
perpassando diversas obras e presenas
apostlicas da Companhia de Jesus no
Brasil e no mundo. O Marco de Orientao
da Promoo da Justia Socioambiental da
Provncia BRA aposta nessa transversali-
dade para vencer os desafi os, que hoje so
mais latentes em nossa sociedade.
Santo Incio de Loyola ensina aos
exercitantes, por meio do Princpio e Fun-
damento, porta de entrada dos Exerccios
Espirituais, que devemos sentir as marcas
do amor de Deus por ns. A Criao uma
dessas marcas, o cuidado com o meio am-
biente e com as pessoas deve ser um dos
princpios que orienta a vida do cristo. A
espiritualidade d a base para a compre-
enso do papel do homem e da mulher
no mundo. O padre Jonas Elias Caprini,
secretrio para Juventude e Vocaes da
Provncia BRA e coordenador do Programa
MAGIS Brasil, acredita que, na atualidade,
no podemos viver a f sem a responsabi-
lidade socioambiental.
Para ajudar os jovens a compreender
seu papel no mundo, a conscientizao
socioambiental essencial. Por isso, na
atuao com a juventude, essa uma pau-
ta constante. Hoje, no trabalho com os
jovens, buscamos criar uma cultura atenta
ao cuidado com a casa comum. O MAGIS
Brasil traz, em um de seus eixos de misso,
a preocupao e a motivao de viver a f
enraizada no compromisso e na sensibi-
lidade socioambiental, ressalta o jesuta.
Dessa forma, o Programa assumiu cin-
co eixos centrais em sua proposta de atua-
o com a juventude, dentre eles h o eixo
Socioambiental, que acredita ser possvel,
veis de relaes, acredita. Assim, essa re-
conciliao com a criao fundamental
e defi nir como este mundo se sustentar
no futuro.
Segundo o jesuta, as aes de Promo-
o da Justia Socioambiental abarcam trs
grandes nveis ou esferas da ao humana:
As aes justas que so cultivadas
e fundamentadas no reconhecimento
dos seres humanos em sua dignidade,
independente de raa, religio, cultura
ou prestgio social, e que promovem um
dilogo intercultural e inter-religioso e a
reeducao das relaes tnico-raciais, de-
nunciando as discriminaes contra ne-
gros, indgenas e outros segmentos social
e culturalmente estereotipados.
Aes justas que refl etem em si um es-
foro sincero e permanente por encontrar
formas de superao das desigualdades,
de erradicao das excluses, da misria e
da pobreza, passando pelo cuidado com
as polticas pblicas de assistncia social,
sade, educao, assim como, pelas pol-
ticas da terra e do trabalho, com ateno
permanente aos indivduos e grupos mais
desprotegidos.
Aes justas que espelham um com-
promisso duradouro no cuidado com
o meio ambiente e os bens da criao,
revelando cuidado com a vida em toda
sua diversidade e com a conservao, pre-
servao e cultivo do nosso ecossistema.
Em suma, ser justo signifi ca empenhar-
-se pela vida em todos os seus sentidos.
Podemos chamar isto de prtica de justia
socioambiental, afi rma padre Jos Ivo.
Nos ltimos tempos, tem-se observa-
do que a prtica da justia socioambiental
17Em 177 117 17117EmEmmmmmmEmEmEmEmmmmEmEmmmmmmmEEEmEEEEEmmmmmmmmmmmmmEEEmEEmEmEEmEmEm
Em sua 15 Edio (Junho/2015), o Informativo Em Companhia
abordou a importncia desse do-
cumento para a Companhia de
Jesus. Acesse a publicao em
issuu.com/noticiassj.
a partir da sensibilidade das novas gera-
es, construir novas formas de relao
com o ambiente. Acreditamos que os jo-
vens podem nos desafi ar na mudana de
prticas pessoais e institucionais, acredita
padre Jonas.
No eixo Socioambiental do Programa
MAGIS Brasil destacam-se trs dimenses
programticas: Conhecer, Formar e Mu-
dar. Na primeira, a prioridade estudar as
problemticas ambientais, em especial as
relacionadas Amaznia, e suas implica-
es na vida das pessoas, principalmente
dos jovens. Na segunda, a misso formar
para a conscincia ambiental, favorecen-
do experincias locais que comuniquem
o compromisso de Deus com sua criao
e com os mais pobres. Na terceira e ltima,
incidir concretamente no modo de viver
das novas geraes, em especial, confi r-
mando o fortalecimento de uma nova
conscincia ambiental.
Para o padre Mrio Sndermann, de-
legado para Educao Bsica da Provncia
BRA, a temtica socioambiental requer um
olhar ainda mais especial no mbito edu-
cacional. O tema j abordado no currcu-
lo, mas muitas vezes aparece desconectado
de aes concretas e de incidncia social.
Nas escolas e colgios da RJE (Rede Jesuta
de Educao), e de acordo com as provoca-
es do PEC (Projeto Educativo Comum),
urge repensar esse currculo, considerando
uma atuao mais efetiva e transformado-
ra, a partir de estratgias de conscincia e
consumo sustentvel, acredita.
Atualmente, as instituies jesutas de
ensino so as que mais possuem iniciati-
vas voltadas para a preservao do meio
ambiente. Ainda h muitos desafi os, mas
os primeiros passos j foram dados.
possvel avanarmos mais em compro-
missos concretos como o endereamento
correto dos resduos, no cuidado com o
consumo de energia e gua, na captao
da gua da chuva e de energia solar, ou
seja, provocar alunos e educadores para
que cuidem mais da casa comum, ressalta
padre Mrio.
Em Curitiba (PR), o Colgio Medianei-
ra est com um interessante projeto em
andamento. A iniciativa Abra seus olhos e
veja coisas novas, criada em consonncia
com a Companhia de Jesus para repensar
questes socioambientais. A campanha
envolve toda a comunidade educativa da
instituio e busca promover a conscien-
tizao ambiental, por meio de gincanas
para arrecadar material reciclvel, coleta
seletiva, dia do traga sua caneca, visando
a no utilizao de copos descartveis, etc.
Essas so algumas das aes que tm con-
quistado resultados concretos na busca
pela justia socioambiental.
A Companhia nos orienta e insiste
de diferentes formas que as presenas
apostlicas, especialmente as educativas,
cuidem de educar para um estilo de vida
que garanta a sustentabilidade do planeta.
Iniciativas como a do Colgio Medianeira e
de outras instituies da RJE, enriquecem
nossa perspectiva de um futuro melhor,
afi rma padre Mrio.
O jesuta ressalta tambm a impor-
tncia do documento Curar um Mundo
Ferido: Relatrio Especial sobre Ecologia
(Revista Promotio Iustitiae, 2011) sobre a te-
mtica socioambiental. Seu contedo traz
observaes e orientaes bem especfi cas
e que merecem um estudo e um olhar mais
apurados sobre a questo. A problematiza-
o das questes ecolgicas na proposta
curricular deve fazer parte da rotina diria
de nossas escolas e colgios, conclui.
Em busca da justia socioambiental,
a Companhia de Jesus e suas obras deram
importantes passos nos ltimos anos. H
ainda muitos desafi os, mas h tambm
muita coragem e disposio para venc-
-los. A Parquia de Russas mostrou que
possvel transformar a realidade de uma
comunidade incidindo positivamente e
por meio da conscientizao. O projeto
Horta Me-da-Terra, do PASEC, desenvolve
um signifi cativo trabalho na formao de
crianas e adolescentes que sero os agen-
tes ecolgicos do futuro. Nos apostolados
educacional e de juventude, nutrimos a
esperana de que a atual e as novas gera-
es compartilharo de uma conscincia
ambiental mais ampla. Hoje, a Provncia
BRA d um importante salto com o lan-
amento do Marco de Orientao da Pro-
moo da Justia Socioambiental, que j
resultou em uma importante conquista: a
inaugurao do Observatrio Nacional de
Justia Socioambiental Luciano Mendes
de Almeida.
Todas essas atividades e conquistas
sempre caminham entre luzes e sombras,
avanos e retrocessos, nadando contra a
corrente do grande capital avassalador,
das insensibilidades com o social e de ten-
dncias individualistas, sempre contando
com poucas pessoas e equipes. Porm, no
fi m de tudo, podemos ver que possvel
realizar algo e deixar algo de concreto
para as pessoas e o meio ambiente. Dei-
xar, especialmente, sinais de esperan-
a, fi naliza padre Jnior, vigrio paro-
quial da Parquia de Russas.
A COMPANHIA NOS ORIENTA E INSISTE DE DIFERENTES FORMAS QUE AS PRESENAS APOSTLICAS, ESPECIALMENTE AS EDUCATIVAS, CUIDEM DE EDUCAR PARA UM ESTILO DE VIDA QUE GARANTA A SUSTENTABILIDADE DO PLANETA.Padre Mrio Sndermann
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