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AULA 4 – OS DOIS EIXOS DA LINGUAGEM: O EIXO SINTAGMÁTICO E O EIXO PARADIGMÁTICO

CURSO DE LETRAS – PROFESSORA MARCIA DIAS LIMA DA SILVA

COMO FUNCIONAM AS RELAÇÕES ENTRE OS TERMOS DA LÍNGUA?

Syntagma (grego) – coisa posta em ordem. As relações sintagmáticas referem-se às relações de combinação entre os signos.

Paradéigma (grego) – modelo; exemplo.As relações paradigmáticas referem-se às relações associativas entre os signos.

O EIXO SINTAGMÁTICOComo Saussure traz a linearidade para relacionar os termos da língua?

Sintagma

“A relação sintagmática existe in praesentia; repousa em dois ou mais termos igualmente presentes numa série efetiva. Ao contrário, a relação associativa une termos in absentia numa série mnemônica virtual.” (CLG, p. 143)

Paradigma.

O EIXO SINTAGMÁTICOSegundo Saussure, a língua é formada por elementos que se sucedem um após outro linearmente, isto “na cadeia da fala”. A relação entre esses elementos Saussure (p. 142) chama de sintagma: O sintagma se compõe sempre de duas ou mais unidades consecutivas

O eixo sintagmático se baseia no caráter linear do signo linguístico, “que exclui a possibilidade de [se] pronunciar dois elementos ao mesmo tempo” (CLG, 142).

O EIXO SINTAGMÁTICO

Carvalho (2000:87) afirma que um termo passa a ter valor em virtude do contraste que estabelece com aquele que o precede ou lhe sucede, “ou a ambos visto que um termo não pode aparecer ao mesmo tempo que outro, devido ao seu caráter linear.”

Só para lembrar: A Baposa e o Rode, Millôr Fernandes. Moral. Jamie confais em quá estade em dificuldém.

O EIXO SINTAGMÁTICORefletindo sobre in praesentia

“[...] quase todas as unidades da língua dependem seja do que as rodeia na cadeia falada, seja das partes sucessivas de que elas próprias de compõem.” (CLG, p. 148)Exemplos. Desejoso = desej + oso (caloroso, duvidoso etc.)Desfazer = des + fazer (descolar, deslocar etc.)Ele comprou a casa azul do condomínio.

TIPOS DE SINTAGMAS1 — Sintagma Fônico. Estabelece-se a partir da relação entre fonemas.

 a) Fonêmico. Ocorre com grupos vocálicos (ditongos, tritongos), grupos consonantais e sílabas.

 b) Prosódico. Um grupo acentual tônico ou átono, pode diferenciar dois signos.

Exemplos.

a) Pública (adjetivo) e publica (verbo).

b) Quando falamos, diferenciamos uma exclamação, uma afirmação ou uma interrogação pelo tom de voz ou entonação.

 

TIPOS DE SINTAGMAS2 - Sintagma Mórfico. Relação entre morfemas.

a) Quando um sintagma mórfico é lexical, temos a própria palavra, que tanto pode ser primitiva (laranja) quanto derivada (laranjeiras).

b) Quando o sintagma mórfico é locucional está no nível intermediário entre o sintagma lexical e o sintático, conforme os exemplos assim que, tábua de passar, havia dito etc.

TIPOS DE SINTAGMAS3- Sintagma sintático. Estabelecidos a partir da relação

entre sintagmas dentro da oração.

a) Suboracional. Estabelece-se a partir das relações de subordinação entre os diferentes sintag mas dentro da oração.

Exemplos. Relação entre verbo e complemento.As crianças comeram maçã. SV SN banana. torta. etc.

Exemplos. Relação entre verbo e complemento.A casa necessita de reforma. SV SP de espaço etc. Relação entre o nome e seu complemento. Ana rasgou o vestido de noiva. SN SP a capa do livro a folha do caderno etc.

TIPOS DE SINTAGMAS

TIPOS DE SINTAGMAS3- Sintagma sintático. Estabelecidos a partir da relação entre sintagmas dentro da oração.

b) Oracional. É o período simples, formado por SN + SV.

Exemplo. Juliana abriu a porta. SN SV abriu o livro. comprou a porta. vendeu o livro. etc.

c) Supra-oracional. Estabelece-se a partir da subordinação entre duas orações.

Exemplo. [João conseguiu o emprego] [que queria].

Oração Principal Or. Sub. Adjetiva Restritiva

[Ele necessita] [que o trabalho seja entregue.]

Oração Principal Or. Sub. Subs.Objetiva Indireta

TIPOS DE SINTAGMAS

RELAÇÕES PARADIGMÁTICAS

A relação associativa ocorre fora do plano sintagmático, na mente dos indivíduos onde ele ‘opõe’ os elementos:

“O paradigma não é qualquer associação de signos pelo som e pelos sentidos, mas uma série de elementos linguísticos suscetíveis de figurar no mesmo ponto do enunciado se o sentido for outro.” (PIETROFORTE, Antonio V. A íngua como objeto de estudo da Linguística, In. FIORIN, José Luiz, (org.). Introdução à Linguística. São Paulo: Contexto,2001, p.89)

RELAÇÕES PARADIGMÁTICASPor que a relação paradigmática ocorre in absentia?Quando selecionamos um elemento e o utilizamos para compor o sintagma, os demais elementos ficam ausentes desse sintagma.

Exemplo. Ele comprou a casa azul do condomínio.Ele x elas, ela, nós , eu, tu, você, vocês, Maria, João Paulo etc.Comprou x comprava, compraria etc.Comprar x vender, alugar, arrendar etc.A x as, o, os, um , uma, minha, sua etc.Casa x apartamento, mansão, cabana etc.

NÍVEL FONOLÓGICOSintagma

p a t a m a t a l a t a Paradigma p o t e

As relações sintagmáticas e paradigmáticas ocorrem em diversos

níveis

Sintagma NÍVEL MORFOLÓGICO com e ria com e Paradigmadetest a va m NÍVEL ORACIONAL Sintagma Ana comeria bolo. Paradigma João come bala. Elas detestavam maçã.

As relações sintagmáticas e paradigmáticas ocorrem em diversos

níveis

RELAÇÕES PARADIGMÁTICAS Relações sintagmáticas = operação contrastiva. Relação paradigmática = operação distintiva.

O paradigma é uma reserva de termos virtuais que representam as possibilidades, no nível das seleções.

Assim, o paradigma representa a potencialidade: todos os signos que o indivíduo conhece ficam armazenados para que ele faça a seleção e organize os sintagmas.

RELAÇÕES PARADIGMÁTICAS: RELAÇÕES ASSOCIATIVAS

Cada elemento linguístico evoca no falante ou no ou vinte a imagem de outros elementos: a relação dá-se in absentia, ou seja, associam-se na memória as unidades que têm algo de comum entre si (pelo sentido, pelo som). Exemplos. a) Palavras agrupadas pelo radical. Ensino, ensinar, ensinemos há o radical como elemento comum. b) Palavras agrupadas por sufixos. Casamento, armamento, julgamento; c) Palavras agrupadas por analogia de significados.

Ensino, instrução, aprendizagem, educação. (CLG, p. 145)

O SINTAGMA PERTENCE À LÍNGUA

A frase é o protótipo do sintagma (=organização), mas apesar de a frase pertencer ao âmbito da fala, o sintagma deve ser estudado na língua, já que a liberdade que os sintagmas possuem é ‘aparente’.

“Poder-se-ia fazer aqui uma objeção. A frase é o tipo por excelência de sintagma. Mas ela pertence à fala e não à língua [...]; não se segue que o sintagma pertence à fala? Não pensamos assim. É próprio da fala a liberdade das combinações; cumpre, pois perguntar, se todos os sintagmas são igualmente livres.” (CLG, p. 144)

O SINTAGMA PERTENCE À LÍNGUA

Por que estudar os sintagmas na língua?

1.Existem sintagmas que “são frases feitas”, já cris talizadas, verdadeiros chichês, “nas quais o uso proibe qualquer modificação” (CLG, 144). Não permitem a liberdade combinatória da fala.

Exemplos. “ora essa!”, “ora bolas!”, “não diga!”, “pois é!”, “veja só!”, “e agora?”, “dar com os burros n’água”, “é isso ai” etc.

O SINTAGMA PERTENCE À LÍNGUA2. Analogia e Neologismos. Os sintagmas na fala são construídos a partir de formas regulares e que pertencem. por essa razão, à língua, pois, como adverte Saussure (p. 145), “cumpre atribuir à língua e não à fala todos os tipos de sintagmas construídos sobre formas regulares”.

Exemplo. Imexível aparece na fala e passa ao sistema (= língua) porque há modelos ou paradigmas já existentes no sistema, como ilegível imperdível, irreversível, etc. RESUMINDO. A potencialidade da língua, o paradigma, possibilita sua criação através do que Saussure chama de analogia: acionamos as palavras semelhantes que estão armazenadas em nosso paradigma.

CASTELAR (2000:95)

Relações Sintagmáticas

Opera na frase

Realidade

Oposição contrastiva

In praesentia

Valor por contraste entre termos presentes

Baseadas na linearidade do significante

Combinação

Relações Paradigmáticas

Opera no sistema

Potencialidade

Oposição distintiva

In absentia

Valor por oposição a termos ausentes

Situam-se na memória do falante

Seleção

VAMOS PRATICAR?

Em relação ao sintagma, podemos afirmar que ele:

a) é oposição distintiva.b) é potencialidade.c) diz respeito à seleção dos elementos.d) situa-se na memória do falante.e) relaciona-se à linearidade do significante

Em relação ao paradigma, podemos afirmar que ele:

a) diz respeito à combinação dos elementos. (paradigma= seleção)

b) é oposição contrastiva. (paradigma=distinção)c) relaciona-se à linearidade do significante.d) situa-se na memória do falante.e) opera 'in praesentia'. (paradigma= in absentia)

VAMOS PRATICAR?

Leia as afirmativas a seguir a respeito do eixo sintagmático.

I. O sintagma representa as possibilidades de uso da língua.

II. Por operar com base na linearidade do signo linguístico, o sintagma opera ‘in praesentia’.

III. A relação associativa ocorre no plano paradigmático.

a) As alternativas I e III estão corretas.b) Somente a alternativa I está correta.c) As alternativas II e III estão corretas.d) Todas as alternativas estão corretas.e) Somente a alternativa II está correta.

VAMOS PRATICAR?

Leia as afirmativas a seguir a respeito do eixo associativo ou paradigmático:

I. As relações associativas situam-se na memória do falante.

II. O paradigma opera por oposições distintivas.III. As relações entre os elementos no paradigma

operam 'in absentia'.a) As alternativas I e III estão corretas.b) Somente a alternativa I está correta.c) As alternativas I e II estão corretas.d) Todas as alternativas estão corretas.e) Somente a alternativa II está correta.

VAMOS PRATICAR?

Em relação ao eixo sintagmático e ao eixo associativo é INCORRETO afirmar:

a) As relações sintagmáticas se baseiam na linearidade do signo linguístico.

b) As relações associativas acontecem na mente dos indivíduos.

c) As relações paradigmáticas estabelecem-se em função da presença dos termos no discurso.

d) As relações associativas ocorrem in absentia e representam as possibilidades de escolha.

e) As relações sintagmáticas representam a realização concreta e ocorrem in praesentia.

Até a próxima aula!

VAMOS PRATICAR?

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