aula 1 - curso técnico em hidrologia (cth) - ufrgs.br · tempo, o clima, sobre astronomia,...
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Sumário da Aula
• Apresentação da disciplina (cronograma, avaliação e etc...)
• O que é hidrometeorologia?
• Clima vs. Tempo
• Por que estudar hidrometeorologia?
• Tópicos especiais: El Niño, Mudanças Climáticas, outros
Programa deste semestre
Hidrometeorologia - CTH
Data Número Atividade
29/03/2017 Aula 1 Introdução e o que é hidrometeorologia
05/04/2017 Aula 1 Tópicos especiais
12/04/2017 Aula 2 Instrumentação
19/04/2017 Aula 2 Pluviômetro
26/04/2017 Geologia Horário de Geologia
03/05/2017 Aula 3 Água e energia na atmosfera
10/05/2017 Aula 3 Água e energia na atmosfera
17/05/2017 Aula 4 Formação de Nuvens e Precipitação
24/05/2017 Aula 4 Formação de Nuvens e Precipitação
31/05/2017 Aula 5 Evaporação e evapotranspiração
07/06/2017 Saída Saída de campo
14/06/2017 Aula 6 Prova teórica
21/06/2017 Aula 6 Prova prática
28/06/2017 Aula 7 Execução dos trabalhos finais
05/07/2017 Aula 7 Execução dos trabalhos finais
12/07/2017 Aula 8 Recuperação
19/07/2017 Aula 8 Entrega das notas
26/07/2017 Reserva Aula Reserva
Aulas
• Aulas em PPT com quadro como apoio;
• Ou no quadro com PPT como apoio;
• Aulas sempre com Teoria + Prática (metade expositiva, metade trabalho ou exercício”
Hidrometeorologia - CTH
Material da disciplina
• Página do CTH (https://www.ufrgs.br/cth-iph/)
• Copiar aulas dadas no quadro
• Fazer anotações do que o professor apresenta
• Livros
Hidrometeorologia - CTH
Livros
• Meteorologia e Climatologia (PDF na página da disciplina)
• Atmosfera, Tempo e Clima
Hidrometeorologia - CTH
Avaliação
• Nota final >= 9,0: A
• 7,5 >= Nota final < 9,0: B
• 6,0 >= Nota final < 7,5: C
• < 6: D
• Não compareceu em no mínimo 75% das aulas: FF
Hidrometeorologia - CTH
Recuperação
• Se não entregou o trabalho final ou não fez a prova;
• Se a nota média final for menor do que 6,0;
• Será uma prova com todo o conteúdo valendo 10,0 e substitui as notas;
• Será dia 13/07/2016, quarta-feira.
Hidrometeorologia - CTH
Como falar com o professor?
• E-mail: fernando.fan@ufrgs.br
• Está no IPH todos os dias, basta marcar um horário;
• Sala no IPH é no final do corredor de Engenharia de Água e Solo, no térreo do prédio da biblioteca;
• Telefone na UFRGS é 3308-6414
• Sempre disponível antes e depois das aulas;
• Gosta muito de alunos interessados que procuram ajuda;
Hidrometeorologia - CTH
Um pouco de história... O termo meteorologia surgiu quando o filósofo grego Aristóteles, em torno de 340 A.C., à sua maneira filosófica e especulativa, escreveu um livro sobre filosofia natural denominado Meteorológica, falando sobre o tempo, o clima, sobre astronomia, geografia e química.
Falava de nuvens, chuva, neve, vento, granizo, trovões e furacões. Naqueles dias, tudo o que caia do céu e qualquer coisa vista no ar era chamada de meteoro, daí o nome meteorologia.
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Um pouco de história... As idéias de Aristóteles se mantiveram aceitas por quase dois mil anos.
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Um pouco de história... De fato, o nascimento da meteorologia como uma ciência natural genuína não aconteceu até a invenção dos instrumentos meteorológicos.
Em 1592 este sistema foi inventado, desta vez pelo físico e astrônomo italiano Galileu Galilei.
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Cópia do Termoscópio de Galileu
Um pouco de história... A invenção do telégrafo, em 1843, permitiu a transmissão das observações rotineiras do tempo.
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Telégrafo
Um pouco de história... Hoje pode parecer estranho, mas a capacidade de acelerar a transmissão de dados de forma radical não foi apreciada imediatamente.
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Telégrafo
Um pouco de história... Pierre Simon Laplace (1812) – “...conhecendo-se as massas, a posição e a velocidades de todas as partículas em um intervalo de tempo singular, é possível se calcular com precisão os os seus eventos passados e futuros...”;
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Laplace
Um pouco de história... Vilhelm Bjerknes (1904) - Desenvolveu os princípios matemáticos básicos para resolver as equações governantes de fluxo da Atmosfera e do Oceano;
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Vilhelm Bjerknes
Um pouco de história... Lewis Fry Richardson (1922) - Utilizando as equações básicas de movimento na atmosfera desenvolveu o primeiro sistema de previsão do tempo, utilizando uma máquina de calcular;
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Lewis Fry Richardson
Um pouco de história... Carl Gustav Rossby (1930) – Utilizou o caráter ondulatório da circulação geral da atmosfera para criar uma simplificação das equações do modelo de circulação da atmosfera;
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Rossby
Um pouco de história... Dia D - A previsão do tempo mais importante da história mundial
Hidrometeorologia - CTH
Um pouco de história... Dia D - A previsão do tempo mais importante da história mundial
Hidrometeorologia - CTH
Um pouco de história... Dia D - A previsão do tempo mais importante da história mundial
Hidrometeorologia - CTH
Um pouco de história... Jule Charney (1950) – Liderou um grupo de pesquisadores a realizar prognósticos de tempo no ENIAC/Universidade de Princeton, utilizando as equações de Rossby;
Norman Phillips (1956) – Adicionou uma “forçante” nos termos da equações de Rossby, observando variações nos padrões da circulação geral da atmosfera – Início dos modelos de circulação geral da atmosfera;
Modelos Oceânicos de larga escala só tiveram início na década de 60;
Criação do Geophysical Fluid Dynamics Laboratory (GFDL) sob a direção de Joseph Smagorinsky.
Hidrometeorologia - CTH
Um pouco de história... O CPTEC-INPE foi criado em 1987 nos moldes das instituições mais avançadas do mundo, que já vinham utilizando supercomputadores para previsões meteorológicas.
Em 1991, iniciaram-se as obras para a construção do prédio e em novembro de 1994, o CPTEC foi inaugurado. Atualmente, é o passaporte do Brasil para o primeiro mundo das previsões meteorológicas.
Hidrometeorologia - CTH
Um pouco de história... O CPTEC-INPE foi criado em 1987 nos moldes das instituições mais avançadas do mundo, que já vinham utilizando supercomputadores para previsões meteorológicas.
Hidrometeorologia - CTH
Um pouco de história... O CPTEC-INPE foi criado em 1987 nos moldes das instituições mais avançadas do mundo, que já vinham utilizando supercomputadores para previsões meteorológicas.
Hidrometeorologia - CTH
Um pouco de história... Principais centros de pesquisa no mundo:
NASA/DAO
GFDL/NOAA
IRI
NCAR
ECMWF
MetOffice
Hidrometeorologia - CTH
Hidrometeorologia
• Meteorologia: Estudo dos fenômenos atmosféricos e das suas leis, principalmente com a intenção de prever as variações do tempo.
Hidrometeorologia
• Hidrometeorologia: Estudo dos fenômenos atmosféricos e das suas leis, com enfoque na água na atmosfera.
Clima e Condições Meteorológicas
• Clima ≠ tempo!
• Tempo é o estado momentâneo da atmosfera.
• Clima é definido como o conjunto das condições atmosféricas que ocorrem com maior frequência em um local da superfície terrestre.
Clima e Condições Meteorológicas
• Clima • No senso estreito, é
geralmente definido como a “média do tempo”;
• Mais rigorosamente, como a descrição estatística em termos de média e variabilidade de quantidades relevantes sobre o período de tempo numa distância de meses a milhares de anos.
Clima e Condições Meteorológicas
• A vegetação e o tipo de solo condicionam o clima?
• Ou o clima que condiciona a vegetação e o uso do solo?
Clima e Condições Meteorológicas
• A vegetação e o tipo de solo condicionam o clima?
• Ou o clima que condiciona a vegetação e o uso do solo?
• Depende de muitos fatores!
Clima e Condições Meteorológicas
• Por que não temos um deserto aqui no RS?
• Por causa dos Andes e da Amazônia!
• O reservatório de Sobradinho, um dos mais importantes do rio São Francisco, tem uma área superficial de 4.214 km2, constituindo-se no maior lago artificial do mundo, está numa das regiões mais secas do Brasil.
Hidrometeorologia • Por que é importante: exemplo
• O reservatório de Sobradinho, um dos mais importantes do rio São Francisco, tem uma área superficial de 4.214 km2, constituindo-se no maior lago artificial do mundo, está numa das regiões mais secas do Brasil.
• Em conseqüência disso, a evaporação direta deste reservatório é estimada em 200 m3.s-1, o que corresponde a cerca de 10% da vazão regularizada do rio São Francisco.
Hidrometeorologia • Por que é importante: exemplo
• O reservatório de Sobradinho, um dos mais importantes do rio São Francisco, tem uma área superficial de 4.214 km2, constituindo-se no maior lago artificial do mundo, está numa das regiões mais secas do Brasil.
• Em consequência disso, a evaporação direta deste reservatório é estimada em 200 m3.s-1, o que corresponde a cerca de 10% da vazão regularizada do rio São Francisco.
• Esta perda de água por evaporação é superior à vazão prevista para o projeto de transposição do rio São Francisco (127 m3.s-1), idealizado pelo governo federal.
Hidrometeorologia • Por que é importante: exemplo
• As fábricas de Pirapora, MG que dão emprego mas, dependendo da direção do vento, infernizam a vida dos moradores da cidade.
Hidrometeorologia • Por que é importante: exemplo 2
http://mundomoss.com.br/expedicoes/asas-do-vento/pesquisa/
Hidrometeorologia
• Em Estudos de Impacto Ambiental (EIA) a análise de clima e dados hidrometeorológicos é praticamente sempre solicitada;
• Nem sempre dados detalhados estão disponíveis.
Hidrometeorologia
• Como são feitas as análise de clima em um EIA?
– Levantar informações;
– Classificar o clima local;
– Descrever com maior detalhe as variáveis de maior interesse (geralmente citadas no TR). Por exemplo:
• Temperatura
• Precipitação
• Regime de ventos
Hidrometeorologia
• Como são feitas as análise de clima em um EIA?
– Levantar informações;
– Classificar o clima local;
– Descrever com maior detalhe as variáveis de maior interesse (geralmente citadas no TR). Por exemplo:
• Temperatura
• Precipitação
• Regime de ventos
Tanque classe A
Tanque "Classe A" – US Weather Bureau
• Hidrometeorologia • Levantamento de informações
Hidrometeorologia
• Levantamento de informações
http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=clima/normaisClimatologicas
Hidrometeorologia
• Como são feitas as análise de clima em um EIA?
– Levantar informações;
– Classificar o clima local;
– Descrever com maior detalhe as variáveis de maior interesse (geralmente citadas no TR). Por exemplo:
• Temperatura
• Precipitação
• Regime de ventos
Hidrometeorologia
• Classificação do clima • Exemplo: “Predomina no local do
empreendimento o Clima Tropical de Monção (Tipo Am) de acordo com a classificação climática de Koppen (1846-1940), já descrita anteriormente. As principais características desse tipo de clima são: a) clima megatérmico, estação de inverno ausente, intensa precipitação anual superior a evapotranspiração potencial, ocorrência de precipitação em todos os meses do ano e temperatura média do mês mais frio do ano acima de 18°C.”
Hidrometeorologia
• Como são feitas as análise de clima em um EIA?
– Levantar informações;
– Classificar o clima local;
– Descrever com maior detalhe as variáveis de maior interesse (geralmente citadas no TR). Por exemplo:
• Temperatura
• Precipitação
• Regime de ventos
Hidrometeorologia
• Descrição de variáveis de interesse
- A FEPAM cita as variáveis que devem ser descritas no Termo de Referência
Hidrometeorologia
• Descrição de variáveis de interesse: Precipitação
- Exemplo estudo sul do Brasil (Barragem Arvorezinha)
Hidrometeorologia
• Descrição de variáveis de interesse: Precipitação
- Estudo Amazônia (Cidade Universitária)
Hidrometeorologia
• Descrição de variáveis de interesse: Precipitação
- Dados de estações pluviométricas (Plano Rio das Contas – BA)
Hidrometeorologia
• Descrição de variáveis de interesse: Precipitação
- Isoietas (Plano Rio das Contas – BA)
Hidrometeorologia
• Descrição de variáveis de interesse: Temperatura
- Estudo sul do Brasil (Barragem Arvorezinha)
Hidrometeorologia
• Descrição de variáveis de interesse: Circulação atmosférica
- Estudo Amazônia (Cidade Universitária)
• Modelo é uma representação simplificada de algum objeto ou sistema, numa linguagem de fácil acesso e uso
• Desenvolvido com o objetivo de entender o sistema e de prever as respostas do sistema em diferentes circunstâncias
Hidrometeorologia e Modelos de Simulação
Sistema
Qualquer estrutura, esquema ou procedimento, real ou
abstrato, que em um determinado momento de referência
inter-relaciona com uma entrada e uma saída. Exemplos ...
Representação SIMPLIFICADA do comportamento do
sistema.
Modelo
SISTEMA ENTRADAS
SAIDAS
Modelos mais utilizados: Modelos matemáticos
Hidrometeorologia e Modelos de Simulação
• São utilizados para simular o comportamento
de determinado sistema ambiental, após uma
ou mais modificações provocadas no mesmo.
• Sistemas artificiais • controle do homem
• variáveis controladas
• saídas são mais previsíveis
• Exemplos: circuitos elétricos, edifícios
• Sistemas naturais • Não foram dimensionados pelo homem
• Processos físicos nem sempre completamente entendidos
• Saídas mais imprevisíveis
• Observar comportamento para diminuir ignorância
• Exemplos: bacias hidrográficas, estuários
Hidrometeorologia e Modelos de Simulação
Hidrometeorologia e Modelos de Simulação
• Principalmente utilizados na predição de impactos na atmosfera e nas águas;
• É um modelo de representação de base física ou matemática, ou ainda, que agregue as duas coisas;
• É dito como sendo o melhor dos métodos de predição, porém caro e que exigem capacitação, tempo e muitos recursos.
Sempre é bom lembrar que:
• Modelos não criam informação, apenas permitem usar melhor a informação existente
Hidrometeorologia
• Onde entra o Hidrotécnico?
– Coleta dos dados
– Tratamento e avaliação crítica dos dados
– Processamento e análise de dados
Hidrometeorologia
• Onde entra o Hidrotécnico?
– Coleta dos dados
– Tratamento e avaliação crítica dos dados
– Processamento e análise de dados
Concentração de CO2 e temperatura
IPCC, afirma que o gás carbônico é o principal gás antropogênico e que sua
concentração de 379 ppmv, em 2005, foi a maior ocorrida nos últimos 650 mil anos.
Hidrometeorologia
• E as mudanças climáticas?
• Não podemos negar que podem existir.
• Mas são mais importantes que a variabilidade natural do clima?
• É importante distinguir entre variabilidade natural e mudanças no clima!
• Para o que devemos nos preparar?
Nos últimos anos...
... tem-se observado grande interesse e preocupação em torno de anúncios e previsões relacionadas ao fenômeno El Niño/La Niña.
Tão logo ficou conhecido, houve ampla divulgação e até especulações quanto aos seus impactos sobre os mais diferentes aspectos da vida das pessoas e das coisas que as cercam.
Culpa do El-Niño?
• CHUVAS NO SUL - Foto de 4 de agosto mostra a vazão das Cataratas do Iguaçu, que chegou a 3 mil metros cúbicos por segundo, duas vezes e meio acima do normal, após as fortes chuvas que atingiram a Região Metropolitana de Curitiba, onde fica a nascente do rio.
http://www.medianeira.com.br/v2/VersaoParaImpressao/BRA-613877,O-FENOMENO-EL-NINO-ESTA-DE-VOLTA.html
Culpa do El-Niño?
• TRAGÉDIA - Imagem de 1º de agosto mostra o bairro Progresso, no Sul de Blumenau, onde vários deslizamentos foram registrados. Chuvas devem atingir o Vale do Itajaí neste fim de semana
http://www.medianeira.com.br/v2/VersaoParaImpressao/BRA-613877,O-FENOMENO-EL-NINO-ESTA-DE-VOLTA.html
Detalhe, boletim do CPTEC em 04/09/09 : SITUAÇÃO DE TRANSIÇÃO ENTRE AS FASE FRIA E QUENTE DO FENÔMENO EL NIÑO-OSCILAÇÃO SUL.
E as chuvas na região só ocorrem na fase quente!!!
Culpa do El Niño?
Culpa do El Niño?
Culpa do El Niño?
Culpa do El Niño?
Esse excesso foi causado:
• por ser “novidade” e pela sua importância o assunto passou a atrair a atenção e a preocupação das pessoas, sendo intensamente explorado pela mídia.
• por ser assunto cientificamente aprofundado, dentro de um enfoque novo, houve dificuldades em tratá-lo em linguagem que fosse, ao mesmo tempo, precisa e de fácil entendimento.
Exemplos:
• Existem estudos que comprovam que em anos de El Niño, na Colômbia, há um aumento no número de casos de malária.
• As enchentes em grandes cidades podem proliferar doenças como a leptospirose, transmitida pela urina de ratos.
• A seca pode trazer fome, mortandade, desnutrição e êxodo rural. Na região Nordeste do país, por exemplo, a população é altamente afetada pela falta de chuvas (Neto et al., 2006).
E até:
• Segundo Sandweiss et al. (2008), as chuvas torrenciais promovidas pelo El Niño e conseqüente os alagamentos promoveram uma constante marcha de areia por sobre terras férteis, acabando com a permanência de um povo que habitava a costa do Peru há mais de 3,6 mil anos e construiu as maiores estruturas das Américas até então.
Por tudo isso, é importante conhecer esse fenômeno e tentar prever com
antecedência a sua atuação para que os prejuízos advindos dos eventos
meteorológicos extremos ocasionados pela presença dele sejam minimizados através
da prevenção !
O fenômeno
El Niño, na verdade é o nome pelo qual é popularmente conhecido o fenômeno ENOS – El Niño Oscilação Sul.
O fenômeno refere-se a uma combinação de dois mecanismos que demonstram, de forma marcante, o vínculo existente entre o oceano e a atmosfera. O El Niño (EN) representa o componente oceânico do fenômeno, enquanto a Oscilação Sul (OS) representa a contrapartida atmosférica.
El Niño – Duração e ciclo
• O El Nino não tem um ciclo bem definido. Em geral, entre 2 e 7 anos observa-se a atuação do fenômeno.
• O período de duração do El Niño varia entre 10 e 18 meses.
La Niña – Duração e ciclo
• Em geral, episódios La Niñas também tem freqüência de 2 a 7 anos, todavia tem ocorrido em menor quantidade que o El Niño durante as últimas décadas.
• Os episódios La Niña tem períodos de aproximadamente 9 a 12 meses.
Resumindo
• Conforme Voituriez e Jacques (2000), o El Niño, na medida em que produz quase um colapso na célula de Walker, perturba e até inverte as características climáticas dominantes na região, ao passo que La Niña, intensificando as condições normais, empurra o sistema climático na região a seu limite.
Oscilação Sul
• O componente atmosférico, denominado Oscilação Sul, expressa a correlação inversa existente entre a pressão atmosférica nos extremos leste e oeste do Oceano Pacífico.
• Esta relação foi estabelecida pelo matemático britânico Sir Gilbert Walker nos anos 1920 e é também conhecida como “gangorra barométrica”: quando a pressão é alta a leste, usualmente é baixa a oeste, e vice-versa.
• Walker então utilizou um complicado sistema de equações para caracterizar esta oscilação dando pesos distintos aos dados das estações meteorológicas
Mais tarde...
...surgiu então o que é chamado de Índice de Oscilação Sul (IOS), que é a diferença entre a pressão atmosférica reduzida ao nível médio do mar observada em duas regiões do oceano pacífico: Taiti, na Polinésia Francesa ( 17,5°S; 149,6ºW), e Darwin, no norte da Austrália (12,4°S; 130,9E)
Quando a diferença entre Taiti e Darwin (Taiti-Darwin) resulta num valor negativo, o que está ocorrendo é um El Niño, e quando
a diferença é positiva, La Niña. Valores próximos de zero do IOS indicam anos
normais.
El Niño
La Niña
Para ver o que significa esses alguns graus Celsius pode-se utilizar uma analogia
simples: • Calcula-se a quantidade de energia necessária para
aquecer em 1°C a água do mar contida num paralelepípedo de 5000 km de extensão, por 1000 km de largura e com 100 metros de profundidade
• Observa-se que a energia necessária para aquecer em 1°C a água daquele paralelepípedo é cerca de 10.000 vezes maior que toda a energia produzida em 1 ano de funcionamento de Itaipu
Como ocorre o fenômeno • Existem várias teorias, mas nenhuma, até hoje,
explica todos os aspectos do fenômeno.
• Alguns chegam mesmo a dizer que os responsáveis pelo aquecimento são os vulcões submersos no Oceano.
• Outros dizem que os El Niños coincidem com as manchas solares.
• A teoria mais aceita atualmente é chamada de oscilador-retardado (ou, em inglês, “delayed oscillator”).
A teoria do oscilador retardado
• formulação muito complexa que incorpora interações entre o oceano e a atmosfera e está relacionada a ondas oceânicas chamadas de Rossby e Kelvin e ao tamanho da bacia do Pacífico, que é muito grande.
• principal fonte geradora do aquecimento é o Sol.
• existe uma interação extremamente complexa entre a atmosfera e o oceano que até hoje ninguém conseguiu explicar exatamente.
• Graças à grande evolução tecnológica, que no caso do monitoramente de grandes áreas começou na década de 60 com o advento dos satélites e o sensoriamento remoto da atmosfera e dos oceanos.
• Toda essa evolução no monitoramente foi, em grande, parte devida aos efeitos o fenômeno El Niño. O episódio de 1972/73 causou vários prejuízos em muitas partes do Globo.
• em 1983, foi formado um grupo de cientistas de vários países para definir um programa que foi implementado em 1985 chamado TOGA (“Tropical Oceans and Global Atmosphere”, ou em português: Oceanos Tropicais e Atmosfera Global, que tinha como ponto fundamental o monitoramento do Oceano Pacífico em tempo real
• Em 1985, o TOGA começou a implantar um sistema de observação oceânica e atmosférica no Pacífico Tropical utilizando bóias. Este sistema foi chamado de TAO (Tropical Atmosphere-Ocean Array, ou em português, sistema de bóias Oceano-Atmosfera Tropical)
• Com relação às bóias, existem dois tipos: fixas e a deriva.
• As bóias fixas têm sensores de medidas atmosféricas e oceânicas desde a superfície até aproximadamente 500 metros de profundidade.
• As bóias à deriva medem basicamente as variáveis à superfície, como temperatura da superfície do mar, pressão atmosférica e a velocidade e direção das correntes marinhas próximas da superfície.
• As variáveis coletadas pelas bóias (fixas e a deriva) são transmitidas para satélites de órbita polar
• O sistema de observação do programa TOGA, além da rede de bóias no Pacífico, conta ainda com navios voluntários de observação, marégrafos e observações por satélites.
• Os marégrafos medem essencialmente as mudanças no nível do mar. Estes instrumentos foram instalados na maior parte das ilhas do Pacífico.
• Navios mercantes fazem observações meteorológicas durante suas rotas.
• Os satélites de observação não têm a mesma precisão que os instrumentos in situ. São utilizados para complementar a rede atual de instrumentos no Pacífico e podem medir, por exemplo, vento, temperatura da superfície do mar,nível médio do mar, vapor d’água na atmosfera, fração de nuvens numa determinada região, etc.
Como identificar a ocorrência dos fenômenos El Niño e La Niña
• Observação dos valores dos índices Índice de Oscilação Sul (IOS) e da Temperatura da Superfície do Mar (TSM) referentes ao ano de interesse
• Recorrer à fenômenos que somente ocorrem em anos de El Niño ou La Niña, ou ainda, que ficam mais ou menos intensos nestes anos
Como prever o fenômeno
• Atualmente, para a previsão do fenômeno são utilizados modelos climáticos, que, por uma definição simplista, são um conjunto de equações matemáticas baseadas em leis físicas, que a partir de dados reais simulam a evolução de um determinado fenômeno na natureza ou representam o estado de algum sistema natural.
• Um dos mais famosos por ser o que melhor previu a evolução do pivô do evento de 1997/98 é o chamado modelo acoplado do National Center for Environmental Prediction (NCEP).
• O acesso á página do modelo é feito através do seguinte endereço eletrônico: http://www.cpc.noaa.gov/products/analysis_monitoring/lanina/
No Brasil
• Os modelos são operacionalmente empregados para gerar previsões de tempo objetivas diariamente, e o CPTEC/INPE disponibiliza as previsões para qualquer usuário através da Internet (http://www.cptec.inpe.br).
Para a próxima aula
• Trazer uma garrafa PET de dois litros (de preferência transparente);
• Trazer uma tesoura;
• Vamos usar no trabalho de aula e no trabalho final.
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