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AS ÓRFÃS SOCIAIS DOS COLÉGIOS DAS IRMÃS: as escolas gratuitas nos colégios
confessionais católicos no século XX
Samara Mendes Araújo Silva – Universidade Estadual do Piauí (UESPI e SEDUC/PI)
Email: samara.mendes@ig.com.br
PALAVRAS-CHAVES: Instituição Confessional, Educação Católica, Educação Feminina.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O século XX insere-se no contexto geral da expansão das atividades educacionais da
Igreja Católica em território brasileiro, pois, o processo de educação é uma continuidade do
de evangelização, ou seja, educar é um dos veículos alternativos para a preservação da fé
cristã e da posição social, prestígio e influência política da Igreja enquanto instituição
norteadora das práticas cristãs no Brasil.
Nesta perspectiva a Igreja, enquanto instituição sócio-educativa visava atender e
ofertar seus ensinamentos a crianças e jovens oriundos de todas as classes sociais, porém o fez
pautando-se em preceitos diferenciados. Para aqueles de famílias ricas, a educação nas escolas
católicas significava socialmente acesso a instrução intelectual e científica de qualidade e a
formação de caráter irretocável, assegurando-lhes os ensinamentos necessários a manutenção
do status quo e para o desempenho das funções e cargos de destaque na administração pública
e privada.
Enquanto para os filhos de famílias de classes pobres, a educação proveniente das
escolas confessionais católicas era sinônimo de doação, obtida graças a prática da caridade
cristã. Segundo Manoel (1996), a oferta de ensino gratuito também era uma estratégia,
adotada pela Igreja, para colaborar com a manutenção da estrutura social conservadora e
tradicionalista do país, sempre dotada de um “toque” de paternalismo, a lembrar aos seus
beneficiários o “favor” e a benevolência que lhes era concedida.
Algo que se denota é que apesar da distinção sócio-econômica feita entre os
discentes, quando se tratava do que atualmente nomeamos de conteúdo programático, os
colégios católicos não faziam distinção entre os diferentes tipos de alunos – pagantes e
gratuitos – ao contrário exigiam dos docentes igual competência, dedicação, rigor e aplicação
em todas as classes sob pena de demissão.
Partindo destas constatações quanto ao duplo preceito que norteava o ensino
confessional no Brasil durante o último século, analisamos alguns aspectos das escolas
gratuitas mantidas pelos colégios confessionais católicos. Para tanto concentramos nossa
discussão na ação educacional desenvolvida pela Congregação Saviniana no Piauí, a qual
manteve duas escolas gratuitas: Escola Santa Inez, funcionando na capital Teresina e Escola
São José, instalado na cidade de Parnaíba; ambas como anexas as suas escolas principais
(popular conhecidos como Colégios das Irmãs).
Para buscarmos conhecer – ainda que de modo parcializado, posto que a História é
uma interpretação, sendo assim uma construção parcial a partir da compreensão daquele que
analisa e escreve – o contexto das escolas gratuitas savinianas no Piauí durante o século XX,
para o qual nos apoiamos em fontes documentais (livros de matrículas, atas, fotos, etc.)
existentes nos arquivos dos próprios colégios e memórias de ex-alunas fornecidas através de
relatos orais.
COLÉGIOS DAS IRMÃS: “FORMADOR INTELECTUAL, HUMANO, SOCIAL E
RELIGIOSO” ¹ NO TERRITÓRIO PIAUIENSE
Em território piauiense, em 1906, os Colégios confessionais católicos destinados a
educação feminina iniciaram suas atividades tendo as religiosas italianas da Congregação dos
Pobres de Santa Catarina de Sena como diretoras e professoras.
A escolha dos nomes dos colégios atendeu ao pedido feito pelo Bispo Dom
Joaquim, responsável pela vinda da Congregação italiana para o Piauí. Em Teresina, o
Colégio fundado em outubro de 1906, recebeu o nome e foi consagrado ao Sagrado Coração
de Jesus. O Colégio de Parnaíba, fundado em junho de 1907 “sob a invocação de Nossa
Senhora das Graças com a presença do Exmo. Sr. Bispo e a escol da sociedade parnahybana”
(O APOSTOLO, 1907, p.02) como forma de homenagear a santa padroeira da cidade.
No Piauí, diferentemente de outros lugares onde atuam e os leigos as chamavam
de “Irmãs dos Pobres”, as religiosas da Congregação dos Pobres de Santa Catarina de Sena
são conhecidas como “Irmas Catharinas” (Irmãs Catarinas), segundo consta em carta enviada
à Madre Savina (superiora geral da Congregação) em 02 de julho de 1907 pelas religiosas que
estavam em Teresina, é porque em
13 de maio, (...), foi inaugurada a Capela e, ao mesmo tempo, festejada a ínclita Padroeira. Entre cânticos sagrados, acompanhados ao órgão, foi celebrado o Divino Sacrifício. O bondoso Padre Alfredo Pegado, Secretário do Sr. Bispo (o qual durante a ausência do Capelão Padre Lopes, substituiu-o com admirável abnegação) com fervorosas palavras reavivou o nosso fervor. Muitas alunas receberam Jesus na Eucaristia. Vários fiéis estavam presentes. No final da tarde, a Bênção do Venerável Pastor encerrou a devota festinha transcorrida na mais calma e pura alegria. Comovente pensamento! Esta foi a primeira festa celebrada, não direi no Brasil, mas no Piauí, em honra da Virgenzinha Senense! Até então, esta incomparável Santa não era conhecida, nem venerada nessa longínqua região. Mas desde quando nossa humilde Congregação, naquele momento estendeu o seu amável estandarte de
caridade e do amor, também o nome de Catarina, soou bendito e invocado, e nós, mesmo sendo suas indignas filhas, aqui nos costumam chamar: “Irmãs de Santa Catarina” ou simplesmente “Irmãs Catarinas.” (COLEGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, s.d., p. 12)
O processo de constituição e consolidação dos Colégios como espaços
educacionais que possibilitam a ampliação dos anos de estudos das mulheres piauienses, em
termos educacionais, se principia no início do século XX, se fortaleceu na segunda metade da
década de 1920 com a contratação de professores de Língua Portuguesa e, em 1930, com a
ampliação dos níveis dos cursos ofertados e teve sua continuidade nas décadas seguintes com
a formação e manutenção de quadro de profissionais com alto índice de qualificação
acadêmico-profissional e baixa rotatividade e ampliação do respaldo social da própria
instituição escolar e de suas ex-alunas.
Enfim, a História dos Colégios das Irmãs no Piauí atravessou o século XX, e estas
instituições chegaram ao atual sendo reconhecidas como “escolas de tradição e qualidade”
pela sociedade piauiense. E, durante a sua trajetória centenária, agiram de diferentes modos os
quais foram definidos conciliando os interesses expressos pelo mundo laico no que se refere à
formação educacional dos jovens e pelos princípios e a reorganização interna e doutrinária da
Igreja Católica. Por isto, ao estudarmos os Colégios, percebemos que não foram sempre os
mesmos, passaram por diferentes fases, tal constatação nos imprime a necessidade de
promover a periodização² desta história, com vistas a facilitar o seu estudo e compreensão.
Embora sem dispor de uma resposta “definitiva” para o questionamento (em forma de alerta)
sobre a natureza desta “operação historiográfica”,
do que seja uma periodização, se é apenas o espaço temporal entre dois limites cronológicos ou se existe um vínculo com algum traço específico, um tipo de fenômeno, a transformação das estruturas sociais, uma mudança cultural. A natureza das periodizações tem algo de convencional, de enfoque dirigido ao tema segundo critérios teórico-metodológicos e até das idiossincrasias do pesquisador que elabora a classificação ou periodização aludida. (RODRIGUES, 2008, p. 444)
Conjugando os critérios teórico-metodológicos adotados nesta pesquisa, os
acontecimentos ocorridos no contexto histórico nacional e local, e, os fatos concernentes ao
cotidiano dos Colégios das Irmãs no Piauí, subdividimos a História destas instituições em
quatro momentos históricos são eles:
• 1º momento histórico (1906 – 1925): vai de 1906 quando se iniciaram as atividades
educacionais das Irmãs Catarinas no Piauí e se encerrou em 1926 quando foi contratado o
primeiro professor leigo para lecionar Língua Portuguesa;
• 2º momento histórico (1926 – 1958): iniciou-se em 1926 e se encerrou 1958, estes anos
se caracterizaram pelo fato de, para atender as exigências da legislação educacional que
começaram a vigorar no país a partir da década de 1930, os Colégios passaram a contratar
professores leigos e, gradativamente, começou a ampliação dos cursos e dos níveis de
ensino ofertados pelos Colégios no Piauí e teve como fato marcante a implantação do
Curso Científico em 1959;
• 3º momento histórico (1959 – 1972): tem seu início no ano de 1959 com a abertura da
primeira turma do Curso Científico e a continuidade do crescente fortalecimento do
respaldo social da educação católica na sociedade piauiense e se estendeu até 1973
quando os Colégios passaram a adotar a co-educação;
• 4º momento histórico (1973 – dias atuais): o evento que demarca o início deste
momento foi a adoção da co-educação no ano de 1973 quando foram matriculados doze
meninos na turma da 1ª série do Curso Primário, passando pelo centenário dos Colégios
comemorado em 2006 em Teresina e em 2007 em Parnaíba, chegando aos dias atuais.
Neste trabalho estamos buscando compreender como estava articulada o
funcionamento de instituições escolares confessionais diferenciadas que conviviam em uma
mesmo espaço físico e contribuíram para a alteração dos papéis sociais femininos durante o
século XX, e que, contudo, ao mesmo tempo distanciavam, ou aparentemente estavam
distantes socialmente.
Outro ponto que merecer destaque é o fato de as Irmãs Catarinas ter mantido a
exclusividade de matrícula feminina em suas escolas gratuitas, mesmo depois que as escolas
principais passaram a adotar a co-educação a partir de 1973.
“CONHEÇA O JEITO SAGRADO DE ENSINAR E O SAVINIANO DE VIVER” ³: A
PEDAGOGIA SAVINIANA DOS COLÉGIOS DAS IRMÃS
Os Colégios das Irmãs no Piauí afirmaram ofertar educação católica saviniana, por
sua organização escolar e o ensino ofertado às mulheres seguir, além dos preceitos
educacionais estabelecidos pela Igreja Católica, os carismas da Congregação de Santa
Catarina de Sena.
Tomando esta afirmação como ponto de partida para se proceder a análise da
educação confessional ofertada nas escolas das Catarinas no Piauí, torna-se importante, ainda,
que brevemente, examinar as concepções das práticas pedagógicas que norteavam estas
escolas católicas e a cultura escolar que se produziu nestes espaços educativos.
A italiana Savina Petrilli4 (fundadora e estruturadora) sintetizou o carisma (missão)
da Congregação das Irmãs dos Pobres de Santa Catarina de Sena nas seguintes palavras:
“caminhar com Cristo na via do amor, devotada à caridade para com todos os irmãos,
especialmente pobres e sofredores, num serviço fraterno e amoroso, que abraça a missão
educativa, bem como a assistencial, sob qualquer forma que esta se apresente.” (COLÉGIO
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, 2008, p.02).
E, em face da grande influência dos ensinamentos de madre Savina, pois segundo as
religiosas “em Savina está a Congregação e na Congregação está Savina” (COLÉGIO
SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, 2008, p.01), cujas marcas as suas seguidoras fazem
questão de reforçar e por isto se auto-designam como “filhas de Savina”, o que se reflete nas
obras assistenciais, promocionais e educativas.
A partir do carisma foram definidas as linhas e formas de atuação da Congregação
das Irmãs Catarinas, como sendo a educação e assistência à infância. As Irmãs Catarinas
materializam suas ações em
creches, casas para crianças carentes, escolas que vão da educação infantil ao ensino médio, escolas profissionalizantes, atividades recreativas e culturais, casas de acolhimento para idosos, atividades promocionais ... E associações eclesiais, Ação Católica, Infância Missionária, Apostolado da Oração, várias associações paroquiais, atividades catequéticas. (ALIMANDI, s.d., p.214).
E, dentre todas estas ações adotam a educação como principal estratégia de
evangelização da infância e da juventude, “a intenção é que a ação educacional constitua
campo especial de atuação missionária em que se possa evangelizar educando e educar
evangelizando” (COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, 2008, p.04).
E para pautar e conduzir a ação educativa as Irmãs Catarinas adotaram um conjunto
de recomendações feitas por madre Savina sobre “o método a ser usado na educação dos
pequeninos”. (ALIMANDI, s.d., p.214) fundamentado no carisma congregacional e nas
práticas de evangelização, e, passaram a denominar tais orientações de Pedagogia Saviniana.
Conforme Alimandi (s.d, p.215), a Pedagogia Saviniana objetiva a formação
completa do ser humano, onde estejam presentes e coordenadas a instrução e a mensagem da
salvação, ou seja, deve haver a conciliação entre fé e razão, para tanto se fundamenta na
seguinte máxima:
a educadora é semelhante a um pintor e cada inteligência e cada coração infantil entregue a seus cuidados é como uma tela posta à sua frente; a graça, a verdade e a caridade são as cores com as quais pode reproduzir a suave e gloriosa imagem de Jesus, porque cada uma dessas meninas é chamada a assemelhar-se a ele, a ser, como ele, filha de Deus. (...) A Irmã dos Pobres educadora procura conhecer bem a criança e também o ambiente no qual ela nasce, vive e cresce. E pode fazer isto à medida que consegue estabelecer
com o ambiente e com as famílias uma relação de mútua compreensão e de colaboração, tendo em vista um resultado efetivo, para um desenvolvimento gradual e harmônico da criança a ser educada.
Analisando os princípios da Pedagogia Saviniana, percebemos que a mesma é
resultante do momento histórico em que a Congregação surgiu (fins do século XIX) e, por isto
mesmo, reflete o pensamento, as concepções e práticas vigentes na Igreja Católica em relação
à educação. Assim, para as savinianas “a educação está sempre ligada à instrução. Não só nas
escolas, mas em toda parte onde se possa falar de Cristo, (...), porque a instrução só tem valor
se vista à luz de Deus e direcionada para ele e para a felicidade do ser humano, que só pode
existir em Deus.” (ALIMANDI, s.d., p.215)
No entanto, as savinianas atualizaram sua pedagogia a fim de atender “aos desafios
dos espaços e tempos históricos”, pois segundo sua concepção educacional, “formar seres de
fé, inspirados no Evangelho de Jesus Cristo, é projetar-se com atualidade, porque urge o
nascimento de um Homem Novo, efetivamente humanizado, solidário, responsável, ético,
etc.” (COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, 2008, p.04). Assim, as escolas das
Irmãs Catarinas sempre contam com “salas de trabalho e de recreação festiva (...) nas salas
das Irmãs dos Pobres ecoam cantos, músicas, jogos e récitas.” (ALIMANDI, s.d., p.216) e,
buscam “conviver com as diferenças culturais, sociais e religiosas.” (COLÉGIO SAGRADO
CORAÇÃO DE JESUS, 2008, p.07)
O atual Projeto Político Institucional (2008) dos Colégios das Irmãs do Piauí, aponta
como características primeiras da educação católica ofertada pelas escolas da Congregação
das Irmãs dos Pobres,
no bojo do trabalho educacional saviniano, está o ideal de fraternidade e serviço.(...) O norte da proposta pedagógica saviniana é, por conseguinte, o da educação pelo exemplo, logo, exercida com um zelo amoroso em seus pormenores. (...) É necessário ressaltar que na, herança educacional saviniana, está o primado da excelência acadêmica, com o adulto como a referência: “as crianças só se educam com exemplos de vida”. A pedagogia proposta é, certamente, libertadora: “só o ato humano, praticado com inteligência e liberdade, dá glória a Deus.” “Só livremente poderemos desapegar o nosso coração para amar a Deus.” (COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, 2008, p.06 - 08).
O Projeto Político Institucional (2008), ainda, enfatiza que
a educação saviniana deverá constituir uma práxis pedagógica que abranja as múltiplas dimensões do saber, do saber fazer, ser e conviver da pessoa humana. Primará pela excelência acadêmica, despertando no aluno a compreensão de que é fundamental aprender a aprender, isto é, centrará sua ação nos processos educativos. Tal entendimento conduzirá à formação integral do ser humano a partir da integração entre Fé, Cultura e Vida. (COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, 2008, p. 10)
Partindo dos elementos e informações contidas nesta síntese da Pedagogia Saviniana,
podemos afirmar que os Colégios das Irmãs Catarinas são concomitantemente espaços sócio-
educativos e religiosos, que por meio do processo de escolarização das mulheres piauienses
empreendem a catequese e desenvolvem ações de evangelização. As escolas savinianas –
desde a sua fundação até o presente momento histórico – se constituem, portanto, em locais
de formação intelectual e acadêmica e, também, religiosa, tendo em vista que primam tanto
pela qualidade dos conhecimentos científicos ofertados e eficácia dos métodos de ensino
utilizados, quanto pela valorização e difusão da religião católica em consonância com os
ditames do Vaticano (Roma).
“100 ANOS ILUMINANDO MENTES E CORAÇÕES” 5: AS ESCOLAS, OS CURSOS,
OS CURRÍCULOS NOS COLÉGIOS DAS IRMÃS
Com a criação da Diocese do Piauí e a chegada do bispo D. Joaquim (ex-aluno do
Seminário da Prainha6, em Fortaleza – Ceará e imbuído dos ideais tridentinos e da
romanização), em 1906, as ações educacionais católicas passaram a seguir as orientações
emanadas do Vaticano que buscava retomar “a hegemonia da autoridade espiritual da Igreja
sobre a sociedade civil” (CRUZ, s.d., p.21) e se contrapor ao ideário racionalista, liberal,
individualista e materialista.
Lembremos que
em relação à educação, a Igreja sempre teve certa preponderância e certo prestígio na sociedade brasileira diante de suas ações e seus projetos pedagógicos, independentemente de seu conservadorismo, e, em geral, nunca tinha sido questionada pela sociedade, até meados do século XX. É simplismo pensar que a questão era de caráter econômico, a coisa é bem mais profunda, pois, ali no espaço escolar ela não só educava no sentido formal e científico da acepção laica, mas ao mesmo tempo construía, disseminava e conservava a cultura católica respondendo a ação missionária e histórica da Igreja.”(CRUZ, s.d, p.33)
Por isso, no que concerne a educação feminina, para conseguir implementar e seguir
os preceitos romanos no espaço social piauiense Dom Joaquim recorreu a Congregação
religiosa italiana das Irmãs Catarinas que enviaram para a recém-criada Diocese, a partir de
junho de 1906, religiosas graduadas em escolas normais italianas para fundar, dirigir e
lecionar nos Colégios destinados à educação das mulheres piauienses.
No percurso histórico de constituição e consolidação da educação confessional
católica destinada à parcela feminina da população, no Piauí, capitaneado pelas Irmãs
Catarinas, aconteceram por muitas transformações nas próprias Escolas, nos Cursos e nos
Currículos nos Colégios das Irmãs. E, de escolas conservadoras destinadas à educação de
mulheres construíram para si o lugar de escolas de tradição e qualidade no espaço social
piauiense.
Os Colégios das Irmãs Catarinas foram fundados em Teresina e Parnaíba, mas em
lugar de duas instituições de ensino tivemos no Piauí, de fato, quatro escolas savinianas. Tal
fato aconteceu em face de os Colégios das Irmãs Catarinas, por serem escolas confessionais, e
a Congregação Saviniana ter expressado em seu carisma a assistência aos pobres
preferencialmente por meio da oferta da educação, mantiveram desde a sua fundação até a
década de 1990 escolas gratuitas funcionando nos mesmos prédios ou em anexos às escolas
principais. Em Parnaíba era a Escola São José e em Teresina a Escola Santa Inês.
Instituição de ensino das Catarinas, cidade, tipo de estabelecimento e regime de estudos
INSTITUIÇÃO DE ENSINO
CIDADE TIPO DE ESTABELECIMENTO
REGIME DE
ESTUDOS Colégio Sagrado Coração de Jesus
Teresina Particular Internato Pensionato Externato
Escola Santa Inês Teresina Filantrópica Externato Colégio Nossa Senhora das Graças
Parnaíba Particular Internato Pensionato Externato
Escola São José Parnaíba Filantrópica Externato Fonte: Colégio Sagrado Coração e Jesus e Colégio Nossa Senhora das Graças
A Escola Santa Inês funcionou até o ano de 1994 no mesmo prédio do Colégio
Sagrado Coração de Jesus, quando foi extinta e as alunas ali matriculadas passaram a integrar
o corpo discente do Colégio principal enquanto bolsista.
Acrescente-se, ainda, que na propriedade Memorare (tento inclusive dado nome ao
bairro) foi fundada uma escola de aplicação, onde as aluna do Curso Normal do Colégio das
Irmãs de Teresina executavam as aulas práticas e esta escola gradualmente foi sendo utilizada
para desenvolver as ações filantrópicas da congregação e, atualmente, é a Escola Catarina
Levrine que abriga tal qual a escola principal um número alunos gratuitos e outros pagantes.
Mas, se considerarmos o regime de estudos que existiam nos Colégios das Irmãs
Catarinas e a forma de distinção e, até mesmo, separação, física que havia entre os tipos de
alunas, o número destas escolas se ampliam. Posto que, conforme as normas dos Colégios, os
diferentes tipos de alunas pagantes não podiam manter comunicação entre si a não ser no
espaço da sala de aula, quando acontecia de estas freqüentarem as mesmas classes, ou então
nos momentos de festas. Enquanto as alunas das escolas gratuitas não freqüentavam nem as
mesmas classes das alunas paga
e salas diferenciadas das demais
AS ÓRFÃS SOCIAIS DOS
SANTA INÊS E SÃO JOSÉ
A caridade faz parte d
preceitos de sua congregação,
também aquelas mais pobres qu
GRAÇAS, s/d, p. 1), e para aten
meninas.
Em TereSagrado uniformeSão Joséas gratuidistintas
LAVINOPÓLIS - RESIDÊ
Acervo
A fotografia de Lavinopólis foi dadEncarnadinha como recordação doda imagem está escrito em italianoitaliana, supomos que a lembrançaforam tratadas as religiosas que afundos da Igreja São Benedito, porFrei Serafim está um posto de comb
As alunas que freqüen
dos Colégios de órfãs, segund
chamava elas de órfãs, mas n
s pagantes, via de regra, estas alunas freqüentavam
demais alunas.
DOS COLÉGIOS DAS IRMÃS: AS ESCOLA
arte do carisma das Irmãs Savinianas, então, em
gação, “dedicavam-se não só as filhas dos mai
res que se achegavam a elas” (COLÉGIO NOSSA
ra atender a esta demanda instalou no Piauí as esco
Teresina foi instalada a Escola Santa Inês, no mesmogrado Coração de Jesus, a distinção entre as alunas eiforme escolar que era diferenciado. Em Parnaíba foio José no prédio do Colégio Nossa Senhora das Graça gratuitas e as pagantes era feita através das salas detintas para cada categoria de aluna. (SILVA, 2007, p. 4
SIDÊNCIA DE ENCARNADINHA FONSECA
cervo Colégio Sagrado Coração de Jesus – Teresina
oi dada à Irmã Tecla Doro (então superiora da congreão dos dias passados naquela residência. Considerandoaliano, mesmo que isto fosse uma prática comum entrebrança foi enviada à sede da Congregação em Siena pque adoeceram. Lavinopólis distava uma quadra do Cto, porém, hoje não existe. Em seu lugar, na frente que combustíveis, e nos fundos do terreno há um estacionam
reqüentavam estas escolas eram denominadas pel
egundo Lili Leite (ex-aluna do Colégio de Teres
mas nem todas eram órfãs não.” (CASTRO, 201
tavam aulas em horário
OLAS GRATUITAS
o, em cumprimento aos
s mais abastados, mas
OSSA SENHORA DAS
as escolas gratuitas para
mesmo prédio do Colégio lunas era feita através do íba foi instalada a Escola Graças, a distinção entre las de aulas, havia salas 7, p. 42).
ECA - TERESINA
ongregação no Piauí) por rando que a identificação entre as Irmãs de origem iena para esclarecer onde a do Colégio e ficava nos te que dava para Avenida ionamento.
as pelas demais alunas
Teresina), “a gente lá
O, 2010). Os livros de
matrícula das escolas gratuitas
destas escolas não eram órfãs, p
companhia e proteção de seus g
da rede de proteção social e eco
abastadas em nosso Estado.
A exemplificação de t
registros feitos por uma das Irm
aos favores prestados por E
gravemente naquele ano, a dir
criança Joaninha Fonseca, filh
SAGRADO CORAÇÃO DE JE
Segundo Manoel (1996
escolas católicas para colabor
tradicionalista, pois, “ao esten
gratuitas ou orfanatos, tal educa
desejável.” (p.16).
As escolas gratuitas of
mesmo depois que os Colégios
matriculadas apenas meninas.
LIVRO ATAS DE CO
Ac
Em 1956, das 25 alunas matriculad(50%) do valor da anuidade cobrad
tuitas7 atestam o que foi afirmado por Lili Leite, a m
rfãs, pelo menos não do ponto de vista de não disp
seus genitores, mas eram órfãs sociais, posto que
l e econômica que, comumente, é tecida pelos mem
o de tal situação social e econômica das alunas
as Irmãs, em 1915, que informa que como forma
por Encarnadinha Fonseca ao cuidar de Irmãs
, a diretora do Colégio de Teresina recebeu “no
a, filha de uma empregada de Dona Encarnadin
DE JESUS, 1933, p. 07).
l (1996), a oferta de ensino gratuito era uma estraté
olaborar com a manutenção da estrutura socia
estender às outras classes sociais, por meio das
l educação doutrinava ensinando que essa ordem v
itas ofertaram apenas o Curso Primário e aulas liv
légios passaram a adotar a co-educação em 1973,
inas.
DE CONCESSÃO DE GRATUIDADE E REDUCONTRIBUIÇÃO ESCOLAR
Acervo Colégio Sagrado Coração de Jesus
iculadas no Curso de Comércio, uma recebeu isenção obrada no Colégio de Teresina.
ite, a maioria das alunas
ão dispor fisicamente da
o que eram desprovidas
os membros de famílias
lunas gratuitas está nos
forma de agradecimento
Irmãs que adoeceram
u “no Colégio a pobre
rnadinha.” (COLÉGIO
estratégia adotada pelas
social conservadora e
io das escolas externas
rdem vigente era a mais
las livres de costura, e,
1973, nestas escolas era
EDUÇÃO DE
nção total e duas parciais
A continuidade dos
concessão de bolsas de estudo
ensino nos próprios Colégios, p
de Atas de Concessão de Gra
Acima reproduzimos uma págin
Colégio Sagrado Coração de Jes
Outro Exemplo des
Izabelita de Jesus Carneiro, est
exemplo da caridade realizada
Hoje, aos vinte e quatro anos
Católica e desenvolvo trabalho
ALUNAS DA ESCOLA
Acervo
A fotografia foi feita no pátio interColégio em Teresina. Na margem iestá, supomos que a lembrança foi das religiosas junto a pessoas caren
As órfãs estudavam
enquanto as alunas pagantes es
das três e meia às cinco e m
diferenciado. E, era, segundo L
Colégio falasse com as órfãs,
(CASTRO, 2010)
E, aparentemente es
considerando as repostas dadas
pois as alunas internas ou exter
mesmo a ignorar a existência de
mantido pelas Irmãs nas “salas
de dos estudos para as alunas gratuitas era assegu
studo (integrais e/ou parciais) para freqüentar os
gios, prática que se mantém até hoje. Situação reg
e Gratuidade, sendo um para cada Curso oferta
a página do livro do Curso Comercial, referente ao
de Jesus.
lo deste tipo de concessão é a ex-aluna do Colé
ro, estudou por doze anos no Colégio e afirma qu
lizada pelo Colégio, pois pode usufruir de tudo (.
anos de idade, sou advogada, participo da Renov
balho social.” (CARNEIRO, 2007, p. 46).
OLA GRATUITA SANTA INÊS – TERESINA
cervo Colégio Sagrado Coração de Jesus – Teresina
interno do Colégio em 1931, por ocasião do 25º aniversgem inferior da fotografia grafado em italiano está idença foi enviada à sede da Congregação em Siena para decarentes. vam em horário diferenciado das demais alun
tes estudavam pela manhã, as órfãs estudavam no
o e meia, conforme atestou Lopes (2004), e,
ndo Lili Leite, proibido que “as internas e qualqu
órfãs, (...), nem mesmo nos intervalos das aulas
te esta era uma das regras cumpridas sem
dadas pelas ex-alunas quando perguntadas sobre as
externas não tinham contato com elas. E algumas
ncia destas escolas e pensavam se tratar efetivamen
“salas de baixo” e pensando mesmo que as “ór
assegurada por meio da
tar os demais níveis de
ção registrada em livros
ofertado nos Colégios.
ente ao ano de 1954, no
o Colégio de Parnaíba,
rma que é “também um
udo (...), gratuitamente.
Renovação Carismática
INA - ANO 1931
niversário de fundação do á identificação da imagem ra demonstrar o trabalho
alunas dos Colégios,
am no horário da tarde,
), e, usavam uniforme
qualquer outra aluna do
s aulas ou no recreio.”
sem questionamento,
bre as escolas gratuitas,
gumas alunas chegaram
vamente de um orfanato
as “órfãs” deixavam de
morar no Colégio ao atingir a m
Sá (2009, p. 24-25) que diz:
No Coléonde as nada. Dupassava Aí, essasterminouPrimáriono períoddo Colégcerteza qElas só sEu num
Outras alunas, como A
escola gratuita. Contudo, não t
mesmo nos momentos festivos.
Tinha a Inês pareembaixoindicandera assimfreiras, ninternatocom elascontato c
ALUNAS GR UNIFORME DE GALA USADO EM DIAS DE FESTA
Acervo:
Segundo lembrou Lili Leite, o unifgratuitas eram feitos pelas Irmãs“habilidade em corte e costura”
Apesar da diferenciaç
Livros de Atas de Resultados
gir a maioridade. Situação que pode ser percebida
Colégio das Irmãs ..., num sei se ainda hoje existe!de as meninas que eram órfãs lá estudava no próprioda. Duas estudavam na minha sala (...). Elas estudavssava na fila e aí, tinha, era ali embaixo mesmo, num e, essas duas que eu tou dizendo, que é a Dada e a minou a série delas do Primário, aí, passou pro Giimário e aí foi que elas foram estudar com a gente. M período que elas estudavam, aí, de tarde é que elas ia Colégio. Iam ajudar a fazer limpeza, mais era na lrteza que elas tem muito a falar porque elas moravamas só saíram de lá quando acabou a estória do estudo gr num sei se é porque elas completaram a maioridade.
omo Amariles Santana (2010, p. 21) contou, sabiam
, não tinha contato com as alunas daquela “outra
tivos.
nha a Santa Inês, mas eu já não me dava, não tive muiês parece que funcionava de manhã ou era de tarde pobaixo, no subsolo. Ali num sabe?!! (fazendo um icando o porão do Colégio) Só que hoje é que foi tudo assim ... mais escuridão e tudo. Era assim a princípioiras, né, depois elas foram abrindo, acho que o númernato, acho que foram acabando o internato. (...). Eum elas [alunas da Santa Inês], nem festa, nem nada, ntato com elas.
S GRATUITAS DO COLÉGIO DE TERESINALA UNIFORME DE USO DESTA EM 1937
cervo: Colégio Sagrado Coração de Jesus – Teresina o uniforme escolar e até mesmo roupas de uso diário daIrmãs com auxílio das próprias alunas e de algumas
enciação dos uniformes e horários de aulas, con
tados Finais da Escola Santa Inês, as alunas gra
cebida na fala de Graça
xiste! Existia o orfanato, óprio colégio e sem pagar studavam ... (...) A gente num era lá em cima. (...) a e a Amparo, é porque ro Ginásio. Lá só era o nte. Moravam no Colégio elas iam fazer os serviços a na limpeza. (...) Tenho ravam dentro do Colégio. tudo gratuito, do orfanato.
sabiam da existência da
“outra” instituição nem
e muito contato. A Santa rde porque ela funcionava um gesto com a mão i tudo reformado, mas ali ncípio (...) dormitório das o número de internas ..., ..). Eu nunca tive contato nada, (...), nem o menor
SINA SO DIÁRIO 1937
rio das alunas das escolas umas internas com mais
s, conforme consta nos
as gratuitas seguiam as
mesmas rotinas das alunas do
Teresina, “também as alunas
trabalhos e foram admirados” (
igualmente como acontecia com
As Irmãs Catarina
festividades para as alunas gratu
horários em que aconteciam es
evidenciar tal ocorrência ao ler
REVISTA RAI
Fonte: REVISTA “RAIOS DE LUZdas Graças”. Edição especial em hom
Há, ainda, outra d
Colégios das Irmãs, é que as pri
convênios celebrados com o Go
da Secretaria da Educação) env
nas dos Colégios, tanto que ao final do ano le
lunas da Escola Gratuita receberam prêmios e a
dos” (COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JES
ia com as alunas dos Colégios.
atarinas preparavam um calendário de ativida
s gratuitas similar ao destinado às alunas pagantes
iam estas atividades e festividades não coincidiam
o ler na página da revista Raios de Luz que reprod
RAIOS DE LUZ DE 04 DE OUTUBRO DE 19
Acervo Arquivo Público do Piauí
LUZ” – Órgão do Grêmio Literário “Savina Petrili” do “C homenagem à Superiora Irmã Abelinda Ducci. Parnaíba, 4
utra diferenciação entre alunas gratuitas e alun
as primeiras recebiam merenda escolar gratuitame
o Governo do Estado, o Setor de Assistência ao
o) enviava às Escolas Gratuitas gêneros alimentíc
no letivo de 1907 em
os e apresentaram seus
E JESUS, 1933, p. 04)
atividades religiosas e
gantes, porém as datas e
cidiam entre si. Pode-se
reproduzimos abaixo:
DE 1940
do “Colégio Nossa Senhora aíba, 4 de outubro de 1940.
e alunas pagantes dos
uitamente, por conta dos
cia ao Educando (órgão
mentícios e material de
cantina para que fosse realizada distribuição de alimentação as órfãs. Conforme os
documentos contidos na pasta Merenda Escolar da Escola Santa Inês, o cardápio da merenda
escolar era constituído pela combinação dos seguintes tipos de alimentos: bolo, sopa, mingau,
refresco, leite, bolo frito, sopa de bulgo, nescau, feijão, sopa de verdura, bolo de milho, pão,
salada de frutas, cuscuz.
Quanto ao quadro docente há que se mencionar, ainda que os professores recém
contratados para os Colégios das Irmãs tinham que fazer estágio probatório nas classes
gratuitas se aprovados, no ano seguinte passavam a lecionar nas turmas do colégio principal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Empreendendo este rápido panorama e análise sobre as instituições educacionais
mantidas pelas Irmãs Catarinas no Piauí durante o século XX, as quais de duas se tornam
quatro por conta da existência das escolas gratuitas, conhecendo os Cursos ofertados
compreendemos como e porque se desenrola a ampliação dos anos de estudos das mulheres
piauiense a partir dos anos de 1930 e o papel assumido pelos Colégios católicos neste
processo.
Contudo, tomar conhecimento da existência destas escolas, também, amplia o
número de questionamentos, porque se faz necessário buscar informações e entendimentos
sobre o cotidiano de um mesmo espaço físico que se compartimenta internamente em muitos
outros, quer seja por distinções sociais, econômicas, culturais e educacionais. Além de ter de
entender as formas de sociabilidades e de convivências tecidas pelos diferentes grupos de
alunas internas, externas e gratuitas para si e estabelecidas entre estes grupos. E, possibilita,
dentre outras tantas situações que as alunas que freqüentavam as escolas gratuitas fossem
denominadas pelas demais alunas dos Colégios de órfãs, embora a maioria das alunas destas
escolas não fosse órfã, e algumas pagantes até mesmo desconheciam a existência das
gratuitas, embora partilhassem o mesmo espaço físico.
Ao buscarmos conhecer a história e a rotina destas instituições de ensino percebemos
que mesmo seguindo os preceitos da educação cristã, as escolas confessionais comportam
leques variados de distinções sociais, econômicas, culturais e educacionais. Tal como no caso
das escolas gratuitas as quais podem inicialmente ocupar o mesmo espaço físico que as
escolas principais, mas este está social e economicamente compartimentado, pois as alunas
gratuitas não podem ter contato com alunas da escola principal, estudando em horários e salas
diferentes, bem como os uniformes, até mesmo as festividades diferenciadas.
REFERÊNCIAS
ALIMANDI, Lia Carini. Savina Petrilli: como pão partido. São Paulo: Loyola, s.d. CARNEIRO, Izabelita de Jesus. Um pequeno demonstrativo de grande contribuição. Revista Raios de Luz – edição especial: 100 anos do Colégio Nossa Senhora das Graças. Parnaíba, PI, 2007. p. 46. CASTRO, Alexandrina Leite de. (Dona Lili). Entrevista concedida à Samara Mendes Araújo Silva em 20 de fevereiro de 2010, na cidade de Teresina, PI. COLÉGIO NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS. Histórico do Colégio Nossa Senhora das Graças. Parnaíba, PI, s.d. (mimeografado). COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. Chegada das Irmãs a Teresina (Piauí-Brasil). Teresina, PI, s/d. (mimeografado). COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. Memórias ... do Colégio Sagrado Coração de Jesus de 1906 a 1933: fatos principais. Teresina, PI, 1933. COLÉGIO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS. Projeto político institucional (documento inconcluso). Teresina, PI, 2008. CRUZ, André Silvério da. O pensamento católico nos tempos e contratempos da Cultura e Educação Brasileira. Uberlândia, MG: Universidade Federal de Uberlândia. s.d. MANOEL, Ivan A. Igreja e educação feminina, 1859 - 1919: uma face do conservadorismo. São Paulo: UNESP, 1996. O APOSTOLO. Telegrammas – Parnahyba, 20. 02 de junho de 1907. Anno I, num 3, p. 02. Revista Raios de Luz – Órgão do Grêmio Literário “Savina Petrili” do “Colégio Nossa Senhora das Graças”. Edição especial em homenagem à Superiora Irmã Abelinda Ducci. Parnaíba, PI, 4 de outubro de 1940 RODRIGUES, Rui Martinho. Teorias, Fontes e Períodos na Pesquisa Histórica. In: CAVALCANTE, Maria Juraci Maia et al. (Orgs.). História a Educação – Vitrais da Memória: lugares, imagens e práticas culturais. Fortaleza, CE: Edições UFC, 2008b, p. 435–454. SILVA, Maria das Graças Rodrigues de Sá. Entrevista concedida à Samara Mendes Araújo Silva em 13 de outubro de 2009, na cidade de Teresina, PI. SILVA, Samara Mendes Araújo. À luz dos valores religiosos: escolas confessionais católicas e a escolarização das mulheres piauienses (1906 – 1973). 2007. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2007. SOUSA, Amariles das Graças Santana. Rapport realizado em julho de 2008, na cidade de Teresina, PI.
NOTAS
1. Dom Rufino (Bispo Emérito da cidade de Parnaíba) escreveu texto analisando a importância do Colégio Nossa Senhora das Graças (Colégio das Irmãs de Parnaíba) para o desenvolvimento educacional e religioso na cidade de Parnaíba, o título do texto é “CNSG: formador intelectual, humano, social e religioso”. O referido texto foi publicado em 2007 na edição especial da Revista Raios de Luz (Parnaíba). 2. “A respeito dos problemas da periodização, na pesquisa histórica, pode-se dizer: I. Períodos não são dados naturais, mas elaborações do pesquisador, ainda que tal elaboração não seja arbitrária, devendo antes guardar certa conexão com o mundo dos fatos; II. A construção dos períodos históricos é fortemente influenciada pelas referências teórico-metodológicas do pesquisador que a cria. (...)”.(RODRIGUES, 2008, p. 444). Para maiores informações sobre esta temática ver a apresentação da obra de Jacques Le Goff (2008), Em busca da Idade Média. 3. A frase “Conheça o jeito sagrado de ensinar e o saviniano de viver” está no material de divulgação do teste seletivo 2010 para novos alunos do Colégio das Irmãs de Teresina. O material publicitário produzido para o ano de 2010 dá ênfase a educação católica ofertada pelo Colégio e às práticas educativas e formativas embasadas no carisma saviniano. 4. Savina Petrilli nasceu e viveu na cidade italiana de Sena, onde também faleceu em decorrência de um câncer em 1923 aos 72 anos. Foi beatificada em 24 de abril de 1988 pelo papa João Paulo II. 5. A frase “100 anos iluminando mentes e corações” foi adotada como slogan do centenário do Colégio das Irmãs de Teresina e está no material de divulgação das festividades do centenário comemorado em 2006. O material produzido para dá ênfase ao aspecto da educação católica ofertada pelo Colégio e às praticas educativas e formativas embasadas fundamentadas no carisma savianiano que visam à formação intelectual e humana dos alunos, sintetizando que o objetivo da educação saviniana é dotar seus educandos com conhecimentos científicos e, também, contribuírem para a formação ética, moral e religiosa destes. 6. Para maiores informações sobre o Seminário da Prainha em Fortaleza (CE), ver JUCÁ (2008).
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