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Facebook e as manifestações de junho: mobilização na rede toma
as ruas do Brasil
Mariana Stofel Cavalcanti*
Resumo:
Baseado nos recentes movimentos sociais no Brasil ocorridos em junho de 2013, este trabalho
visa refletir sobre o papel do Facebook no engajamento e na organização dos jovens, que culminou com a
participação de milhares de pessoas nas manifestações de rua pelas principais cidades do país. Por meio
do estudo de autores que tratam sobre as redes sociais e sobre sua influência no panorama político-social,
como Raquel Recuero e Manuel Castells, e através da análise de comentários e posts
de fanpages no Facebook relacionados ao tema, pretendemos compreender a influência desta rede social
na mudança de atitude da sociedade em relação à política.
Palavras-chave: Facebook e política; Manifestações de junho; Redes sociais
Introdução
Em junho de 2013, movimentos sociais culminaram na presença da população nas ruas do Brasil,
motivadas pela indignação com o aumento abusivo das tarifas das passagens de ônibus. Milhares de
pessoas uniram-se em prol de um manifesto de descontentamento ao governo e às empresas responsáveis
pelo transporte em diversas cidades. Em meio aos protestos, era possível encontrar cartazes levados pelas
pessoas com dizeres como “Saímos do Facebook”. Diante deste fenômeno que coloca em destaque o
Facebook, pretende-se compreender neste artigo as razões que fizeram desta rede social uma ferramenta
crucial para o engajamento político da população, que ocasionou as manifestações de junho.
*Assistente de comunicação interna no Grupo Bradesco Seguros. E-mail: mari_stofel@hotmail.com
Para refletir sobre a expansão e a popularidade dos manifestos, é fundamental avaliar qual foi o
fator determinante para que milhares de pessoas se reunissem de forma ordenada e organizada nas ruas de
todo o país. A hipótese central deste artigo é a de que o Facebook, rede social que integra milhões de
pessoas no Brasil e em todo o mundo, pode ser apontado como elemento responsável por tornar esse
processo viável e por ser o item fundamental para a mobilização da juventude brasileira em prol de seus
direitos.
Rede social criada por Mark Zuckerberg, o Facebook conquistou internautas de todo o mundo e os
brasileiros se tornaram fiéis usuários da rede. Online e interligados, os usuários do Facebook expõem e
compartilham opiniões com um número indeterminado de pessoas e essa informação circula em tempo
real. Dessa forma, reunidos em grupos e participando de eventos online, a juventude demonstrou seu
envolvimento político que parecia enfraquecido com o passar dos anos e com o decorrer da história
política no Brasil.
Este artigo apresenta grande importância para a análise do comportamento político e da relação
estabelecida entre sociedade e redes sociais na atualidade. Depois de décadas de apatia política, a
sociedade brasileira deu um grande passo rumo para mudar a confortável condição em que estava
condicionada desde a queda de Fernando Collor da Presidência da República.
Para esta análise, é fundamental investigar qual é papel do Facebook nas transformações
comportamentais dos grupos sociais. Para fundamentar teoricamente este artigo, usaremos autores
como Raquel Recuero, autora da obra “Redes Sociais na internet”, Manuel Castells, autor de “Redes de
indignação e esperança” e a coletânea de artigos publicados no livro “Cidades Rebeldes”, que reúne obras
de autores envolvidos com o Movimento Passe Livre.
Como metodologia de pesquisa, serão utilizadas fanpages do Facebook que têm relação direta
com o assunto, como a página “AnonymousBrasil” – grupo anônimo que engaja e orienta seus
“seguidores” a participar das manifestações por meio de postagens de texto, imagem e vídeos – e a página
oficial do Movimento Passe Livre (MPL). Nestas páginas, serão analisados comentários e posts de
“seguidores” e posts oficiais. A partir desta análise, será possível compreender como o Facebook
viabilizou a mudança de cenário político no país.
Redes sociais, política e juventude
Conhecida pelo seu distanciamento político, a atual juventude brasileira manifestou-se pela
primeira vez. O último grande episódio que o país havia vivido foi durante a passeata que culminou no
impeachment de Fernando Collor. Na época, o cenário econômico caótico foi o grande motivador para
que as pessoas reivindicassem uma nova liderança para o país. Em 2013, o cenário econômico do país
encontra-se, de certa forma, estável. Juros controlados e o país a pleno emprego. A juventude clama agora
pela qualidade dos serviços prestados pelo governo e a ineficiência grotesca desses serviços causa grande
revolta na população que paga caro por eles. A questão é que o “SAC” do jovem deixou de ser o boca a
boca entre amigos e tornou-se as redes sociais, sobretudo o Facebook.
Um jovem que, vinte anos atrás, recebia o maior volume de informação de mídias privadas como
as emissoras de TV e rádio, tem, atualmente, uma nova fonte de informação com a popularização e o fácil
acesso à internet, sobretudo, vinda da Facebook. Hoje, expostos aos estímulos da web, jovens de todo o
país encontraram nesta rede social um local para expressar ideias e opiniões acerca de qualquer assunto.
Rapidamente, essa “teia” é formada de maneira praticamente involuntária: o compartilhamento de posts
chega às timelines e toda essa informação é absorvida por seus usuários.
Segundo Raquel Recuero, a formação desta “teia” entre os internautas:
Muitas dessas informações são difundidas de forma quase epidêmica,
alcançando grandes proporções tanto on-line quanto off-line. Tal fato, já
conhecido por muitos como adoção em cadeia de uma ideia ou produto
(Rogers, 1995; Gladwell, 2002) é cada vez mais comum. Barabási (2003)
credita a difusão epidêmica de informações observada na Web como
consequência da existência de conectores, ou seja, indivíduos extremamente
bem conectados em uma ou várias redes sociais. (RECUERO, 2009, P. 116)
Para Recuero, a forma tratada como quase epidêmica em que a informação circula é consequência
da alta conectividade das pessoas. Integrando diversas redes, os usuários mantêm a informação viva e em
grande circulação, compartilhando e gerando conteúdo novo a cada minuto em que estão online. Esta alta
conectividade e a organização na rede social possibilitam que fenômenos de grande escala e que
envolvam um grande número de pessoas possam se formar, como o que ocorreu em junho deste ano em
diversas cidades brasileiras.
Como foi destacado por MANUEL CASTELLS em “Redes de Indignação e Esperança”:
Ninguém esperava. Num mundo turvado por aflição econômica, cinismo
político, vazio cultural e desesperança pessoal, aquilo apenas aconteceu.
(CASTELLS, 2013, P.7)
De acordo com CASTELSS, é possível afirmar que fenômenos como os que ocorreram em junho
no Brasil, um país historicamente discreto em termos de manifestações populares, surpreendem o sistema
político e a sociedade, que pareciam não esperar que um novo movimento social pudesse surgir de uma
juventude até então apática em relação à política. De fato, após anos de descontentamento político, o
cenário social parecia não estar próximo a uma mudança de comportamento tão significativa como a que
vem ocorrendo silenciosamente com o decorrer dos anos. Muito dessa mudança vem se formando no
Facebook com o ato de compartilhar e expor opiniões, sobretudo, descontentamentos.
Enquanto os atores representam os nós (ou nodos) da rede em questão,
as conexões de uma rede social podem ser percebidas de diversas maneiras.
Em termos gerais, as conexões em uma rede social são constituídas dos laços
sociais, que, por sua vez, são formados através da interação social entre os
atores. (RECUERO, 2009, P. 30).
Por meio desta afirmação, RECUERO destaca a essência da formação das redes sociais, que são,
justamente, os laços que unem os usuários por meio da conexão on-line. No Facebook, esse laço social é
estreitado através da interação entre os usuários, que compartilham conteúdo uns com os outros, de forma
a atingir um número cada vez maior de “curtidas”.
A partir do momento em que os jovens brasileiros têm acesso a todo esse conteúdo gerado pela
própria população, que integra uma forma de informação opinativa e livre da responsabilidade política
sofrida pelos veículos de comunicação de massa, outra face do país é exposta a cada vez mais pessoas. Os
usuários do Facebook encontraram na rede, ainda que despretensiosamente, uma arma altamente letal
para o sistema político no Brasil, cercado de escândalos de corrupção e que, até então, parecia estar
seguro.
Enquanto o país aparentava visível tranquilidade e a conjuntura política parecia se perpetuar,
páginas da rede como o Movimento Passe Livre (MPL) e Anonymous reuniam algumas centenas de
pessoas com o intuito de manifestar sua indignação contra o abuso das concessionárias de transportes e
lutar pela possibilidade de ter um transporte gratuito e de qualidade. Com o aumento de vinte centavos na
tarifa, a fanpage do MPL ganhou um número ainda maior de “curtidas” e, aos poucos, o Brasil ouvia falar
no Movimento Passe Livre. Mas a questão dos vinte centavos foi muito além: a população encontrou uma
solidificação de massa tão forte na rede social que a pauta de reivindicações cresceu e passou a abranger
problemas como as precárias áreas de saúde e educação públicas e corrupção.
Facebook: usuários da rede “curtem” a mudança política
O Facebook pode ser apontado como a plataforma determinante para o início das mobilizações
sociais no Brasil ocorridas nos últimos meses e que ainda hoje provocam desconforto no governo. Por
meio do Facebook, os usuários reuniram suas opiniões e anseios e acabaram se organizaram em prol de
um país com melhores serviços. Na rede, o sucesso das páginas oficiais dos movimentos das tarifas de
ônibus e de páginas anônimas já adiantava o que estava por vir: as pessoas saíram do Facebook para pedir
por seus direitos nas ruas das capitais dos estados do Brasil.
Com o fortalecimento da rede social no Brasil e da informatização da sociedade, sobretudo pela
popularização do acesso à internet, as pessoas, inclusive as de classe econômica mais baixa, tiveram
acesso a uma série de informações livres da manipulação dos veículos de comunicação. O Facebook
passou a servir de campo neutro para as livres manifestações ativistas e a exposição de suas ideologias,
que são compartilhadas por diversos usuários em tempo real.
Aos poucos, a mobilização deu origem à popularização das páginas Anonymous, formada por
integrantes não identificados que reuniram uma massa de mais de um milhão e duzentas mil pessoas que
compartilhavam das mesmas ideias, até então originadas pelo MPL. As reivindicações, então, cresceram.
A tarifa das passagens passou a ser um detalhe em meio aos pedidos por melhor educação, saúde de
qualidade, salários justos e reformulação da constituição. A população reunida nessas páginas formava o
pelotão de frente rumo ao desejo de um país mais justo e igualitário.
Segundo CASTELLS,
Um espaço híbrido, constituído por redes sociais digitais e por uma recém-
criada comunidade urbana, estava a cerne do movimento, tanto como
ferramenta de autoreflexão quanto como afirmação do poder do povo. A
falta de poder transformou-se em empoderamento. (CASTELLS, 2013, P. 45)
Para o autor, o hibridismo das redes sociais permitiu que a retomada do poderio por parte da
população, que, diante do descontentamento com os seus representantes no governo, resolve assumir o
papel democrático de reivindicar os seus direitos. Por conta desse fenômeno, páginas com conteúdo que
incentivavam o Movimento Passe-Livre obtiveram tamanho sucesso entre os usuários do Facebook.
A fanpage Movimento Passe-Livre conquistou usuários de todo o país e deu início a organização
social que levou milhares de pessoas às ruas. Defendendo o fim das catracas nos transportes públicos e a
tarifa zero, o MPL viu sua força atingir o ápice quando foi decretado o aumento de vinte centavos nas
passagens de ônibus em diversas cidades brasileiras, fato que levou os internautas a curtirem e seguirem a
página do movimento no Facebook.
De acordo com CASTELLS:
A tecnologia não determina os movimentos sociais nem, nos que interessa,
qualquer espécie de comportamento social. Porém, as redes da internet e de
telefonia celular não são apenas ferramentas, mas formas organizacionais,
expressões culturais e plataformas específicas para a autonomia política.
(CASTELLS, 2013, 82).
Por meio dessa afirmação, o autor esclarece que o poder da tecnologia nesses acontecimentos vai
além do que se propõe. As redes sociais ganham força ainda maior quando reúnem usuários dispostos a
mudar algum panorama, como o que ocorreu em junho deste ano. Descontentes com o aumento e os
péssimos serviços oferecidos pelas empresas responsáveis pelos transportes, a população encontrou na
página do MPL uma forma de expor seus descontentamentos e ir além: unidas, elas poderiam reverter a
situação.
No período de 20 a 23 de junho, alguns posts oficiais do Movimento Passe-Livre e de seus
seguidores foram destacados para esta análise.
Em 19 de junho, o Movimento Passe-Livre conquistou sua grande vitória após as manifestações:
o governo voltou atrás e o aumento de vinte centavos na tarifa das passagens foi cancelado em todo o
país. No dia 20, o MPL publicou em sua fanpage no facebook mensagens sobre o movimento,
informando e convocando as pessoas a compartilhar aquelas informações.
Esta postagem, publicada em 20 de junho, ainda levava aos seguidores a mensagem de “uma
vida sem catracas”, lema do MPL. Mas a população, diante da vitória do dia 19, continuava a ir para as
ruas para pedir por melhorias em diversos outros segmentos sociais.
O capítulo “Em São Paulo, o Facebook e o Twitter foram às ruas”, do livro “Cidades Rebeldes”,
publicado após o ápice das manifestações em junho, destaca:
Uma manifestação de rua, dois dias antes, reunindo mais de 200 mil pessoas,
acabou por mudar o perfil dos que estavam protestando em favor da redução
da tarifa. O chamado, feito via redes sociais, trouxe as próprias redes sociais
para a rua. Quem andou pela Avenida Paulista percebeu que boa parte dos
cartazes eram comentários tirados do Facebook e do Twitter. (LEONARDO
SAKAMOTO, 2013, 97).
Diante desta afirmação, SAKAMOTO evidencia o fenômeno que estava ocorrendo e que era
bem mais abrangente que a luta pelas melhorias nos transportes. Os jovens, grande parte dos participantes
nas manifestações e, em sua maioria, usuários do Facebook, levavam às ruas pautas a serem discutidas e
resolvidas.
Dias após conquistar a diminuição das tarifas, o MPL pronunciou-se e disse não mais fazer parte
como liderança dos movimentos sociais que eclodiram em todo o país. O fato repercutiu negativamente
na página oficial do movimento, onde as pessoas se manifestaram contra o distanciamento do MPL no
novo movimento ainda mais abrangente que estava surgindo, conforme post de 21 de junho destacado
abaixo:
Em 22 de junho, o MPL pronunciou-se oficialmente por meio de sua página na rede para
esclarecer aos seus seguidores sobre o distanciamento dos ideais do movimento sobre aquilo que os
movimentos sociais estavam reivindicando. A questão central do MPL era unicamente o direito ao passe-
livre, e a voz das ruas ansiava por soluções a problemas ainda maiores.
I
Como destacado acima nos comentários do post “Sobre a continuidade da luta”, os seguidores do
MPL estavam descontentes com a postura das lideranças do movimento em “abandonar” a causa. Esta foi
a deixa para que páginas anônimas ganhassem força ainda maior entre os internautas. Com o lema de
autogestão política e de distanciamento com qualquer causa partidária, a página “Anonymous” conquistou
mais de um milhão e duzentos mil seguidores em um curto espaço de tempo.
A página oficial AnonymousBrasil – que deu origem a diversas outras páginas estaduais do
Anonymous – a população foi convocada a participar de atos públicos, a comentar em posts
questionadores e motivadas por meio de fotos e vídeos. Além disso, a Anonymous passou a servir como
principal fonte de informação interativa e em tempo real com aqueles que estavam nas ruas: as postagens
com links ao vivo levaram aos brasileiros a oportunidade de assistir a cobertura completa dos atos sem a
edição das emissoras de TV.
O conteúdo da página Anonymous, embora tivesse relação com o primeiro movimento
encabeçado pelo MPL, está direcionado, sobretudo, às críticas sobre a realização dos torneios mundiais
no Brasil. Durante a Copa das Confederações, época em que as manifestações se intensificaram, os
usuários tiveram acesso à informação de dentro e de fora dos estádios: se, de um lado, os veículos de
comunicação exaltavam a boa atuação do Brasil nas partidas, de outro a truculência policial e a ação dos
manifestantes foram acompanhadas por meio de links ao vivo, além de fotos, vídeos e mensagens
enviados em tempo real dos locais dos atos.
Em 29 de junho, a página AnonymousBrasil divulgou a imagem abaixo, que sintetiza a
verdadeira luta popular utilizando-se das redes sociais como ferramenta de defesa e também de ataque a
truculência do Estado.
Nesta postagem, o comentários de Leandro Jacob, reproduzido abaixo, revela a relação que os
usuários do Facebook têm em relação às redes, já que passaram a contestar a credibilidade e a
imparcialidade dos veículos de comunicação tradicionais.
No post reproduzido abaixo, a página AnonymousBrasil divulga imagem de um ato em Belo
Horizonte e disponibiliza um link ao vivo direto com o local da manifestação. Dessa forma, os internautas
assistem e fazem comentários em tempo real sobre os acontecimentos do evento.
Conclusão:
Por meio deste artigo, foi possível concluir que houve relação direta entre as interações
possibilitadas pelo Facebook e as recentes manifestações ocorridas no Brasil em junho deste ano. Através
da análise proposta, buscou-se compreender o vínculo existente entre as mobilizações democráticas e as
redes sociais, que ajudou a modificar o panorama político e social no Brasil.
O elo estabelecido entre os usuários do Facebook e os manifestos foi o grande diferencial para
que as revoltas das ruas eclodissem justamente neste ano, enquanto vivemos o auge das interações via
redes sociais. No Facebook, os brasileiros passaram a ter acesso a uma enorme quantidade de conteúdo
gerado pela própria população e isso contribuiu para que o poder do povo fosse reforçado por meio da
rede. Livres da censura e dos filtros de conteúdo pelos quais passa a informação dos veículos de
comunicação de massa, como as emissoras de TV e os principais jornais do país, os internautas passam a
ter acesso à informação opinativa e livre da responsabilidade política postada na rede social.
O Facebook não foi apenas a plataforma por onde a informação e os serviços durante as
manifestações se abrigaram: é possível afirmar que a rede serviu, de fato, como “possibilitadora” para que
as mobilizações ocorrem em tamanho grau como foi observado nas ruas de todo o país durante o mês de
junho. A integração e a associação entre as pessoas, todas motivadas pelas mesmas causas, possibilitou
um fenômeno que, anos atrás, sem a utilização da rede social, parecia distante ou mesmo improvável de
acontecer. O Facebook serviu como instrumento de difusão ideológica e de transformação do modo em
que as pessoas lidam com os meios de comunicação de massa, permitindo que outro lado da notícia fosse
enxergado, por meio dos posts das páginas relacionadas ao movimento, como a Anonymous e MPL, de
imagens publicadas em tempo real e de links ao vivo nos locais das mobilizações.
Através da análise proposta neste artigo, foi possível associar a grandeza das lutas sociais ao engajamento
e incentivo vindos do Facebook. Nas manifestações de junho, pudemos acompanhar o processo da
diminuição de distancias entre o produtor de conteúdo e seus receptores por meio da rede, já que,
portando smartphones e onlines, os internautas organizam a “teia” que deu consistência ao movimento,
reunindo milhões de pessoas em prol de causas de interesse social.
A rede social criada por Mark Zuckerberg proporcionou a oportunidade de as pessoas enxergarem
a realidade sem os filtros de edição dos veículos de comunicação de massa. Curtidas, comentários e
compartilhamentos aproximaram a população e fizeram renascer na juventude o desejo de que, assim
como na rede social, suas reivindicações fossem ouvidas e seus direitos respeitados.
Referências Bibliográficas
RECUERO, Raquel. Redes Sociais na internet. Editora Meridional, 2009.
CASTELLS, Manuel. Redes de indignação e esperança: Movimentos Sociais na Era da internet. Editora
Zahar, 2013.
Cidades Rebeldes: Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. Editora Boitempo
Editorial, 2013.
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